Tailândia - Artur Bruno
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Tailândia - Artur Bruno
Tailândia 01. Aspectos Geográficos O Reino da Tailândia é uma nação do Sudeste Asiático, de 513.116 km² de área, localizada entre Mianmar, Laos, Camboja e Malásia. A maior parte do território ocupa uma porção da península da lndochina, mas o país também compreende uma parte da península de Málaca, ao sul. Sua capital é Bangcoc. Nas regiões norte e oeste, o relevo é marcado por formações montanhosas. A maior altitude fica na fronteira com Mianmar: é o monte Doi Inthanon, que atinge 2,6 mil metros. No leste encontra-se o planalto de Nakhon Rat Sima (ou Korat), limitado pelo vale do rio Mekong na fronteira com o Laos. Entre o planalto e as montanhas estende-se uma grande planície aluvial atravessada pelo principal rio do país: o Chao Phraya que deságua perto de Bangcoc, num fértil delta que constitui a região mais rica e povoada da Tailândia. A área da península de Málaca é formada por planaltos que não ultrapassam os 1,8 mil metros. A Tailândia está localizada na zona climática Tropical, portanto seu clima é bastante quente e caracterizado por monções. A vegetação é caracterizada praticamente por florestas tropicais. Seringueiras foram importadas do Brasil, da região Amazônica e plantadas no sudeste do país, há mais ou menos 100 anos atrás. Naquela época, as florestas serviam também de lar para milhares de elefantes que, infelizmente, desapareceram da área devido à devastação e à caça. Em 1989 o governo começou a construir parques naturais para proteger os elefantes e animais que se encontravam na mesma situação. No entanto, caçadores ainda continuam a matar tigres, leopardos e ursos negros asiáticos, todos ameaçados de extinção. A vegetação das zonas costeiras é formada por selvas e pântanos onde se encontram espécies como o ébano, a acácia, o pau-santo e o pau-rosa. Nas montanhas predominam a tectona, o carvalho árvores frutíferas, orquídeas e gardênias. O clima é, em geral, tropical úmido com abundantes chuvas de monção entre abril e outubro. 02. Aspectos Econômicos Na Tailândia cultivam-se milho, arroz, cana-de-açúcar, frutas tropicais e tabaco. Criam-se búfalos, bovinos e suínos. A silvicultura proporciona madeira e borracha. A pesca é importante tanto em água salgada quanto doce. A mineração fornece estanho, chumbo, zinco, petróleo, gás natural, ferro, prata e pedras preciosas. No setor industrial, destacam-se os ramos petroquímico, metalúrgico, eletrônico, têxtil e alimentício, entre outros. Cerca de 85% da eletricidade é gerada em usinas termelétricas. O desenvolvimento econômico da Ásia, relativamente bom, sofreu uma crise em 1997 que repercutiu por toda a região e prejudicou diversos países. Desde então a Tailândia vem tentando estabilizar-se economicamente e obteve excelentes resultados, obtendo crescimento anual notável nos anos de 1999 até 2005. Atualmente o país é um dos maiores exportadores mundiais de arroz. Outro importante produto cultivado é a cana-de-açúcar. Durante a crise, o mercado de produtos manufaturados e industrializados ajudou à sua recuperação econômica, com a exportação de produtos como computadores, sapatos, eletroeletrônicos, jóias, brinquedos, produtos de plástico, etc. No entanto, a agricultura continua sendo de grande importância para a economia do país, com mais de metade da percentagem total de mão de obra sendo dedicada a esse setor. O turismo é um setor que contribui também bastante para o PIB anual do país. A estabilização e melhora da economia depende do aumento das exportações do país para países europeus e os Estados Unidos. Bangkok é a região mais industrializada do país e, a região nordeste a mais pobre. Embora a Tailândia venha se recuperando aos poucos da crise que abalou o país, a contínua melhora de sua economia depende de investimentos externos e aumento das exportações. O baixo e lento nível de crescimento de mão de obra qualificada e engenheiros podem limitar a produtividade e eficiência do setor tecnológico, peça chave para o desenvolvimento econômico do país. A Tailândia faz parte do tratado internacional chamado APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation), um bloco econômico que tem por objetivo transformar o Pacífico numa área de livre comércio e que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania. A Tailândia também tem parte do seu crescimento baseado no turismo que é crescente mesmo após o tsunami de 2004. O atual PIB do país encontra-se na casa de US$ 365,6 bilhões, sua moeda é baht. 03. Aspectos Demográficos A população da Tailândia, 67 milhões de habitantes, é relativamente homogênia, originária do sudoeste da China, que teria chegado ao país nos primeiros séculos da Era Cristã. 85% da população compartilha a mesma cultura e língua, thai, que é o idioma ensinado nas escolas e usado no governo. O inglês é a segunda língua mais falada. No entanto, existem também diversos grupos étnicos como Shan, Lue, e Phutai. A maioria da população já está localizada nas áreas urbanas do país, e quanto mais o país se industrializa, mais a população das cidades aumenta, principalmente em Bangkok. A religião mais praticada é o budismo, com a grande maioria da população (83,2%) adepta a ela, seguido pelo islamismo (9,1%) e pelo cristianismo (1,7 %). O povo Thai é muito espiritualizado e muito ligado as suas crenças e cultura local. Por causa dos programas de "planejamento familiar", o crescimento populacional do país diminuiu de 3% em 1960 para 1% nos dias de hoje. A expectativa de vida também cresceu, graças aos esforços do governo, que investiu na saúde pública através de programas para prevenção de doenças. Por isso, o número de pessoas com câncer diminuiu incrivelmente nos anos 90 de 150,000 para 25,000 anualmente. As condições sanitárias da Tailândia são muito deficientes, (na população de baixa renda, nos hotéis o atendimento é ótimo) embora se tenham registrado, na segunda metade do século XX, grandes progressos no saneamento público, com a vacinação extensiva da população e a quase erradicação da malária. Os médicos, em pequeno número se concentram nos centros urbanos. Na capital e em outras grandes cidades, o afluxo de imigrantes formou grandes bairros marginais carentes de serviços públicos. As doenças gastrointestinais e respiratórias são os principais problemas de saúde. A cultura tai, originária do norte da China, sofreu durante 800 anos fortes influências das culturas hindu, birmanesa, khmer e mon. É uma das mais ricas do mundo, conhecida pela peculiar arte de sua cozinha, muito apreciada. A preservação da cultura tai recebe importante contribuição do palácio real, que mantém diversas cerimônias tradicionais e cuida da conservação dos monumentos arquitetônicos. A arte tai encontra expressão na arquitetura, na pintura, na música, no teatro, na literatura e no artesanato de porcelana e cerâmica. O estilo arquitetônico tai é visto nos templos budistas, geralmente construídos em madeira. A pintura tai, em sua maior parte de caráter religioso, tem raízes provavelmente na Índia e no Sri Lanka. A poesia é tradicionalmente importante. O romance realista e o conto tornaram-se populares na literatura contemporânea. O Muay Thai (Tailandês - Luta da Liberdade) também conhecido como Boxe Tailandês, é o esporte nacional da Tailândia. Consiste em uma arte marcial criada há mais de mil anos, é considerada uma das mais poderosas lutas do mundo, pela explosão de golpe e de agilidade. Também é conhecida como "A Arte dos Oito Membros", pois caracteriza-se pelo uso dos cotovelos, joelhos e golpes violentos com a canela e pés, além dos punhos, em contraponto de artes que utilizam apenas os quatro membros, somente os pés e as mãos. 04. Aspectos Históricos De todos os países do Sudeste Asiático, apenas a Tailândia conseguiu escapar à dominação colonial européia. Também não sofreu as violentas guerras que acompanharam e seguiram a descolonização dos países vizinhos e assim conseguiu manter uma relativa estabilidade interna, que permitiu modernizar-se paulatinamente. a) As origens As origens dos tailandeses remontam ao século VI a.C. com as primeiras imigrações procedentes de China e que formaram o primeiro império conhecido como Nan chao na região de Yunnan. Neste período consolida-se o budismo teravada, introduzido desde a Índia no século II e III d.C. por missionários indianos. Esta primeira nação manteve-se independente até que foi conquistada pelos mongóis sob comando de Kublai Khan, o que provocou e intensificou ainda mais as imigrações em direção ao sul, dirigindo-se para as terras do norte da atual Tailândia. O curso dos rio Irawadi, Salween, Manan e Mekong foram os que traçaram as primeiras rotas de imigração. Aqui se instalaram os thais formando pequenos principados nas zonas onde habitavam os khmer (com sua capital em Angkor), os mon (com capital em Dvarapati, a atual Lopburi) e os Iawa, entre outros (alguns destes thai se converteram em mercenários dos khmer, que os chamaram "Siameses", termo procedente do sânscrito "shyama" e que quer dizer dourado ou moreno). b) O Primeiro Reino Thai Estes principados foram tomando a forma de um reino e a meados do século XIII, no ano de 1238, os thais fundam a primeira capital siamesa chamada Sukhothai, sob o comando de Rama Kamhaeng, que é considerado o fundador do primeiro estado tailandês. Durante seu reinado se desenvolve a cultura thai e cria-se um alfabeto derivado da escritura indiana dvanagari. Entretanto, os contínuos atritos com outros pequenos principados foram minando ao incipiente reino, por isso no ano de 1350 o príncipe de U thong (na região sul) se faz com o poder e translada a capital a Ayuthaya, com este novo rei, Rama Thiboodi, inicia o que seria o período mais glorioso da história da Tailândia. O novo império, que se prolongaria até o ano de 1767, experimentou um desenvolvimento inusitado ao abrir novas rotas comerciais, que consolidaram a supremacia do Reino de Sião com todo o sudeste asiático. c) Presença Birmana No século XV os birmanos se reagruparam e realizaram um ataque a Chiang Mai e Ayuthaya. Esta breve conquista dos birmanos se vê finalizada quando os siameses recuperam seus territórios, ordens de Pra Naret, que ascende ao trono com o nome de Naresuan, este foi o único impasse nos 400 anos de duração do império de Ayuthaya. A capital se converteu numa grande metrópole, enquanto que os ingleses e holandeses estabeleciam centros de comércio e manufaturas nestas costas. Com a Morte do rei, em 1688, se interrompe o contato e intercâmbio com os europeus. No século XVII os birmanos atacam de novo e em 1767 arrasam a capital, destruindo obras de arte de incalculável valor (a cidade nunca voltaria a ser reconstruída). Tak Sin, subchefe do exército siamês, consegue fugir para o sul em companhia de 500 homens e desde ali prepara a reconquista, logrando expulsar, finalmente, aos birmanos. É coroado como novo rei de Tailândia fixando a capital em Thonburi, frente a Bangkok, na margem ocidental do Chao Phraya. Mas sua atitude megalomaníaca e autoritária (acreditando inclusive ser o próximo Buda), provoca a rebelião de seus oficias encabeçados pelo General Chakri, que sobe ao trono com o nome de Rama I (1782) fundador da dinastia do mesmo nome e que permanece reinando até nossos dias. d) Sucessivos Reinados O novo rei estabelece a capital em Bangkok (que quer dizer cidade das ameixeiras silvestres), na parte oriental do Chao Phraya. Durante seu governo consolida-se o reino do Sião e sai vitorioso nas continuas lutas com os birmanos. Os reis que lhe sucederam (Rama II e III) apartaram a Tailândia das turbulências internacionais, os thais conquistam Laos, que compartem com Vietnã e iniciam políticas de saúde e de desenvolvimento social. É com o Rama IV (1851-1868) quando se põe fim a política de isolamento e se ultimam tratados comerciais com Inglaterra, Estados Unidos e com diversos países europeus. Este rei caracterizou-se por sua astucia diplomática e por sua capacidade para dotar o país das bases para a atual infra-estrutura. Durante seu reinado se estabelecem e organizam os serviços públicos e restauram-se numerosos tesouros nacionais. O sucessor de Rama IV foi seu filho Chulalongkorn (Rama V, 1868-1910) que continua com a mesma política, mas adotando medidas mais radicais. Aboliu a escravidão dos agricultores, fomentou a construção de estradas de ferro e terminou com o costume de que os cidadãos se prostravam ante sua presença. No ano de 1932, durante o reinado de Rama VII, no dia 24 de junho acontece um golpe de Estado e se põe fim a monarquia absoluta, que se converte numa monarquia constitucional. No ano de 1935 o rei abdica em favor de seu sobrinho de 10 anos de idade, pelo que se cria uma regência durante o reinado de Mahidol. Em 1939 muda-se o nome de Sião para Tailândia. e) II Guerra Mundial Durante a Segunda Guerra Mundial, Tailândia jogou diplomaticamente em ambos lados. Abriu suas fronteiras ao Japão, mas com a vitória dos Estados Unidos, decantou pelos aliados. Em 1946 o rei Mahidol falece, seu irmão Bhumidol é coroado como Rama IX (atual rei). Em 1947 o novo rei afirma e promulga uma nova constituição pelo que se cria um novo parlamento de duas câmaras: 100 senadores e 240 da Casa de Representantes. Desde então sucederam vários golpes de Estado e o país foi governado por militares. Em 1991 se produz um novo golpe militar e se firma uma nova constituição no dia 9 de dezembro. Nas recentes eleições de 1992, Chuan Leekpai, militante democrático, é nomeado primeiro ministro. f) Após a II Guerra Nas décadas de 1960 e 1970, durante a Guerra do Vietnã, o país estreita relações com os Estados Unidos, que ajudam a sufocar a guerrilha comunista no território. Com o fim do conflito, a Tailândia recebe investimentos ocidentais, que levam a uma rápida expansão do Produto Interno Bruto nos anos 1980, incluindo o país no chamado grupo dos Tigres Asiáticos. Em 1988, eleições conduzem Chatichaí Choonhavan à chefia do governo. Em 1991, um golpe de Estado liderado pelo general Sunthorn Kongsompong suspende a Constituição e dissolve o Parlamento. O regime militar, porém, não consegue estabilidade. Em 1992, repressão a manifestações causa mais de 100 mortes. O rei Bhurmbol Adulyadej negocia a formação de um governo provisório. Eleições dão vitória à oposição democrática, liderada por Chuan Leekpai, novo primeiro-ministro. Em 1995, o Parlamento aprova emendas constitucionais para acelerar a democratização. Em 1997, após um período de forte crescimento econômico (média de 8,5% ao ano desde 1990), a Tailândia entra em crise. Uma onda de falências assusta investidores, e o governo gasta 30 bilhões de dólares (dos 33 bilhões de suas reservas) para proteger a cotação do baht, a moeda nacional. Em julho permite a livre flutuação da moeda, e em apenas um dia sua cotação cai quase 20% em relação ao dólar. As sucessivas quedas do baht impõem grandes perdas aos investidores, afetam empresas endividadas em dólar e aumentam a desconfiança com as economias da região, o que dá início a uma crise que se alastra pelo Sudeste Asiático. Em 1997, a Tailândia acerta com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um empréstimo de 17,2 bilhões de dólares. Para receber a ajuda, o governo eleva os juros, reduz gastos públicos, privatiza empresas estatais e fecha 56 instituições financeiras. O PIB cai 10,4% em 1998, mas no ano seguinte a economia dá sinais de recuperação. As reservas internacionais do país alcançam 31,9 bilhões de dólares em 1999. g) Tensões no início do Século XXI Nas eleições de 2001, apontadas como fraudulentas por observadores internacionais, o partido Tailandeses Amam Tailandeses (TRT), do empresário Thaksin Shinawatra, é o vencedor. Thaksin toma-se primeiro-ministro. Em 2004, o país é atingido pelo tsunami no oceano Índico, que mata mais de 5,3 mil pessoas, entre as quais 2,4 mil turistas estrangeiros. Em 2006, cerca de 300 mil frangos são sacrificados após urna morte causados pela gripe aviária, que mata outras 15 pessoas no país. A partir de 2004 forma-se uma rebelião em três províncias do sul, de maioria islâmica. Em março de 2008, o número de mortes na região ultrapassa 3 mil As províncias têm ligações históricas com a Malásia e contestam o poder central tailandês. O comando da insurreição é atribuído ao grupo separatista islâmico Barisan Revohisi Nasional (BRN). Em 2005, Thaksin inicia novo mandato como primeiro-ministro. Em setembro de 2006, em meio ao caos político provocado por denúncias de corrupção e de nepotismo, o Exército derruba Thaksin. A Constituição é suspensa, e os militares decretam lei marcial. O general da reserva Surayud Chulanont assume a chefia de governo, prometendo eleições no ano seguinte. O golpe é criticado pela comunidade internacional Os militares deixam o governo em fevereiro de 2008. Em maio de 2007, o TRT, de Thaksin, é dissolvido. Em agosto de 2007, uma nova Constituição é aprovada em referendo. Nas eleições legislativas de dezembro, o Partido do Poder do Povo (PP) é o vitorioso, ao conquistar 233 das 480 cadeiras. Samak Sundaravej é nomeado primeiro-ministro em janeiro. Em abril, dois partidos aliados do PP (Nação Tailandesa e Democrata Neutro), são dissolvidos por fraude eleitoral. Em julho, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) declara o templo budista Preah VIhear, na fronteira entre Tailândia e Camboja, patrimônio universal do Camboja. A Tailândia considera a medida inconstitucional e há enfrentamentos no local. Em agosto, após um mês de tensão, os países retiram suas tropas, de cerca de mil soldados. 05. Fatos Recentes O Puea Thai vence as eleições de junho de 2011 (veja a composição parlamentar em Dados Gerais). A irmã de Thaksin, Yingluck Shinawatra, torna-se a primeira mulher a assumir o governo. De julho a novembro, enchentes provocam mais de 800 mortes e prejuízos que derrubam a economia: em 2011, o PIB cresce apenas 0,1%. A insurgência islâmica intensifica os ataques em 2012. Em fevereiro de 2013, pela primeira vez, o governo assina acordo de conversações de paz com um dos grupos separatistas, a Frente Revolucionária Nacional (BRN). O grupo reivindica autonomia para as províncias de maioria islâmica e libertação de rebeldes presos, enquanto o governo cobra a redução nos ataques. Mas a violência persiste: mais de 80 pessoas morrem em atentados e confrontos. Desde 2004, a ação dos rebeldes já causou 5 mil mortes. Em novembro, a Corte Internacional de Justiça (ICJ) estabelece que a maior parte da área em torno do templo Preah Vihear pertence ao Camboja e concede apenas um monte nas redondezas à Tailândia, encerrando mais de 50 anos de disputa territorial. a) Protestos, Anistia e Eleições Um dos temas mais delicados da agenda política no país é o projeto de anistia para todos os envolvidos nos tumultos que sucederam o golpe de Estado de 2006, proposto pelo comitê de reconciliação nacional. A proposta é controversa porque a oposição acredita que se trata de uma manobra para permitir a volta de Thaksin ao país sem que ele seja preso. A anistia é aprovada pela Casa dos Representantes em novembro de 2013, provocando a ira da oposição, que sai às ruas para protestar. Mesmo com a rejeição do projeto no Senado, as manifestações persistem. Os protestos tornam-se mais intensos em dezembro, com invasões a prédios do governo. Os manifestantes também invadem o quartel-general do Exército, numa tentativa de convencer os militares a derrubar a Yingluck. Os confrontos deixam cinco mortos e dezenas de feridos. Pressionada, a premiê dissolve o Parlamento e convoca eleições para fevereiro. Mesmo assim, os protestos continuam. Os manifestantes exigem a renúncia de Yingluck e a criação de um conselho popular para reformar o sistema político. Em janeiro de 2014, os protestos tornam-se mais violentos. O governo decreta estado de emergência, o que lhe permite impor toque de recolher, proibir manifestações e encarcerar cidadãos sem mandato de prisão. Apesar de a Comissão Eleitoral recomendar o adiamento das eleições, temendo episódios de violência, Yingluck mantém a votação para fevereiro. O pleito é marcado pelo boicote do Partido Democrata, principal agremiação de oposição, e tentativas de impedir eleitores de chegar aos postos de votação. A Corte Constitucional nega pedido da oposição para anular o pleito e determina nova votação para abril nos colégios eleitorais impedidos de funcionar devido à ação de grupos antigoverno. Além do fechamento dessas estações, a votação também ficou prejudicada porque, devido ao boicote no registro de candidatos, não foi possível eleger o mínimo de 475 deputados exigido pela Constituição para a formação de um novo Parlamento. COMPILAÇÃO FEITA A PARTIR DE: - ARRUDA, J. e PILETTI, N. Toda a História. São Paulo: Ática, 2000. - Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014. - Atlas National Geografic, livro 08: Ásia II. São Paulo: Ed. Abril, 2008. - www.wikipedia.org - www.colegiosaofrancisco.com.br
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