Gêneros de Jogos – Role Playing Games (RPG)

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Gêneros de Jogos – Role Playing Games (RPG)
Gêneros de Jogos – Role Playing Games (RPG)
Escrito por Vinícius Godoy de Mendonça - Última atualização Qui, 01 de Outubro de 2009 22:07
A principal característica dos jogos de RPG é a existência e a evolução de um personagem.
Nesse estilo do jogo, o jogador é convidado a atuar como parte de uma história, sendo
mocinho ou bandido, interagindo com a trama e vendo a conseqüência de suas ações.
O RPG, além dos jogos de estratégia, iniciaram como adaptações de jogos previamente
jogados entre grupos de amigos, usando papel, caneta e, eventualmente, um tabuleiro. Nos
RPGs tradicionais, cada jogador monta uma planilha, descrevendo seu personagem, de acordo
com o sistema de regras escolhido pelo grupo. Um outro jogador, chamado mestre de jogo, é o
responsável por narrar a história onde os personagens estão inseridos, e interagir com os
demais jogadores montando uma aventura fantástica. Os jogadores então representam os
personagens de suas planilhas: sejam como guerreiros fortes e ignorantes, ou sábios magos
capazes de realizar feitos incríveis com alguns movimentos dos dedos. O primeiro passo para
quem quer programar um RPG é certamente jogar o RPG tradicional ou, pelo menos,
acompanhar alguma sessão de jogo.
Um dos primeiros jogos de grande sucesso para PC, foi a série Eye of the Beholder. Ela
possuía uma interface simples, em primeira pessoa e usava como sistema de regras o
Dungeons&Dragons (D&D), o mais popular sistema de RPG dos Estados Unidos. Eye of the
Beholder já possuía os principais elementos do gênero atualmente: a possibilidade de evoluir
os personagens e uma história bastante convincente. O jogador iniciava com um grupo de
quatro personagens e podia adquirir mais dois, no decorrer da história. Além de Eye of The
Beholder, o sistema D&D também inspirou filmes e o desenho Caverna do Dragão, muito
populares na época.
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Já no mundo dos vídeo-games, a série japonesa Final Fantasy mostrou-se desde o início
como uma das principais representantes do gênero. Comparado aos jogos de computador, o
jogo possui uma seqüência muito mais linear de ações e uma interface muitíssimo simplificada
– para que os jogadores pudessem jogar com joystick. O jogo ficou tão famoso que teve nada
menos do que doze seqüências, e não parece que vai parar por aí.
Duas das grandes diferenças dos jogos de RPG tradicionais, para os demais jogos de tabuleiro
é a total liberdade de ações que os jogadores possuem e a ausência de um ganhador. No
RPG, cada jogador representa um membro de um grupo, que deve agir para cumprir a missão
que o mestre lhes passa. As ações dos jogadores têm impacto direto sobre a narrativa do
mestre, e não há qualquer tipo de limitação ou linearidade na história.
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Todos os RPGs tem uma coisa em comum: O jogador possui um personagem e pode
gerencia-lo em cada pequeno aspecto no decorrer do jogo. Seu inventário pode ser modificado,
seus atributos podem ser escolhidos e melhorados e novas perícias podem ser adquiridas. As
ações desse personagem também definem sua personalidade e os jogadores esperam que o
mundo em que o personagem está inserido reaja de acordo. Ou seja, se ele for mau, deve ser
temido, se for um herói, deve ser reconhecido como tal.
Além de seu personagem, o grupo também é um elemento importante. Jogadores de RPG
esperam uma interação realista entre os membros do grupo. É uma boa prática também
permitir que os membros do grupo troquem itens entre si. Os membros do grupo devem
realmente ajudar o jogador e não para depender sempre da ajuda dele.
Um aspecto muitíssimo importante do jogo é a amplitude de escolhas. Como RPG trata
basicamente de interpretação, é necessário que os jogadores tenham diversas maneiras de
escapar das situações e todas elas devem beneficiar o jogador integralmente. Um erro comum
nesse gênero de jogo, é a super-valorização do combate. Muitos jogadores, que atuarão como
padres ou magos, por exemplo, vão querer formas não violentas de resolver suas situações e o
jogo deve fornece-las.
A amplitude de escolhas também se reflete na não-linearidade da história. Mesmo em RPG
lineares, como Neverwinter Nights 2, é dada ao jogador a possibilidade de agir de forma não
linear entre os cenários do jogo. Por isso, deve-se também tomar cuidado em jogos muito
não-lineares, para que o jogador não se sinta perdido no decorrer do jogo. Uma estratégia
comum para se evitar isso é a presença de um diário, onde o jogo anota todas as situações
pelas quais o jogador já passou e as missões que aceitou ou negou.
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Finalmente, dê amplitude e escolhas no inventário. Dê ao jogador diferentes itens para que ele
tenha que gerenciar. A possibilidade de vender e comprar novos itens, gerenciar o espaço e o
peso da mochila ou distribuir prêmios para os diferentes membros do grupo agradam os
jogadores do gênero.
Um dos pontos fortes ds jogos de RPG deve ser a história. Seja da missão principal ou das
missões secundárias, uma boa narrativa é fundamental. Os diálogos devem ser bem
elaborados, e a atuação do jogador com os outros personagens do jogo (também chamados
Non-Player Characters, ou simplesmente NPCs) devem ser cativantes e convincentes. Permita
ao jogador vivenciar histórias muito diferentes caso ele decida jogar o jogo com um
personagem mau ou com um personagem bom, por exemplo.
Jogos de RPG geralmente possuem um mundo gigantesco, que também pode ser explorado.
Não force o jogador a se manter em determinados do mundo por tempo demais, como
aconteceria em um jogo de aventura. Ao invés disso, forneça ao mundo do jogo locais
interessantes, que nada tem a ver com a história do jogo, mas que valem a pena ser
explorados. Procure aumentar a imersão do jogador ao fornecer um mundo vivo, com pessoas
andando pelas cidades, criaturas de florestas que podem brigar entre si, ou mesmo cenários
com uma história própria.
Para suportar tudo isso, é necessário também um bom sistema de regras. O jogador deve ter
a capacidade de saber, ou pelo menos ter uma boa noção, do impacto de suas escolhas.
Como a magia funciona? É melhor usar uma espada ou uma bola de fogo? É melhor ter um kit
de cura e um corpo biológico ou um corpo biônico? O quanto posso cair antes de me
machucar? Um bom sistema deve responder a essa e a outras perguntas facilmente, sem
sobrecarregar o jogador.
Uma boa alternativa também pode ser basear-se num sistema de regras tradicional, como o
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D20, Vampiro ou GURPS. Muitos desses sistemas já são gratuitos, desde que respeitadas a
divulgação do criador e desde que nenhuma regra seja alterada.
Técnicas de programação comuns
Máquinas de estados são usadas em diversas situações do jogo. Seja para controlar as
atitudes do mundo em geral com um jogador bom ou mal, para controlar as atitudes de um
inimigo, ou para controlar os NPCs do jogo.
O uso de scripts ainda é bastante comum e necessário. Scripts dão um comportamento
pré-definido e permitem ao designer compor a história do jogo. Mas, ao mesmo tempo, limitam
a atuação do jogador, que se vê obrigado a seguir passos bem determinados. Por isso, bolar
comportamentos coerentes e inteligentes, menos dependentes de script é um desafio para os
fabricantes de jogos dessa área.
Sistemas de mensagens também são muito importantes. As ações dos jogadores devem
repercutir pelo mundo do jogo. Deve-se tomar o cuidado para que essas ações se espalhem de
maneira coerente. Por exemplo, se um jogador matar um dragão num lado do mundo, usar sua
magia de teletransporte e chegar a uma cidade distante, os cidadãos não podem reconhece-lo
imediatamente como herói, como aconteceria se ele viesse andando. Não seria mais
interessante que, algum tempo depois, saindo de uma loja, o jogador visse alguém nas ruas
gritando a boa notícia?
Um bom sistema de carga dinâmica de dados também é importantíssimo para o gênero. Como
os cenários se tornam cada vez maiores, há a necessidade de carregá-los sem longas esperas
do jogador. Por isso, algoritmos que permitam carregar o cenário em segundo-plano tem se
tornado cada vez mais populares em jogos do gênero. Neverwinter Nights 2, um jogo moderno,
foi duramente criticado por conter longas esperas.
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Os jogos de RPG também se beneficiam muito de redes de computadores. Não é à toa que a
maior parte dos jogos multi-player em massa de hoje são desse gênero. Mas redes também
podem ser usadas aproximar o jogo dos RPGs tradicionais, onde um mestre de jogo está
presente e as ações do resto do grupo são limitadas por uma inteligência artificial e sim,
definidas por um jogador real.
Últimas recomendações
Como já dito, o primeiro passo para desenvolver um jogo de RPG é conhecer melhor os
sistemas tradicionais, não eletrônicos. A wikipedia brasileira possui este excelente artigo
sobre o assunto
.
O sistema D20, atual sistema usado pelo Dungeons&Dragons é gratuito e está integralmente
disponível para no site da Wizards of The Coast . É muito interessante conhece-lo, já que é um
sistema de regras bastante maduro e revisado.
É recomendado também o download dos jogos Eye of The Beholder I , II e III , Ultima 6 , Ult
ima 7 partes I
e
II
. No lugar do
DosBox
a engine
Exult
permite uma melhor jogabilidade dos jogos Ultima 7.
Para quem puder, um investimento que vale a pena é a compra dos jogos Neverwinter Nights
I
e o seu sucessor,
além dos jogos,
M
orrowind
e
Oblivion
, especialmente pela presença dos editores de fases, Aurora Toolset e TES. Tanto o
Neverwinter Nights 1, quanto o Morrowind, são atualmente distribuídos pela revista Full Games
pelo valor de apenas R$15,00.
7/7