Ópera-Circo para as escolas 1.ª informação

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Ópera-Circo para as escolas 1.ª informação
Foco Musical Portugal – Educação e Cultura
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Projeto de Apropriação Musical
Foco Musical Portugal – Educação e Cultura
dossier conceptual
Ópera-Circo
O CIRCO DO MÁGICO ELI ELIAS
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Projeto de Apropriação Musical
Foco Musical Portugal – Educação e Cultura
ÓPERA CIRCO
«… Depois, aos poucos, percebe-se que todos os artistas deixaram a sua sombra no chão, num
certo local do recinto. Sem se aperceberem, eles deixaram essa sombra no preciso momento
em que mais brilhavam. No momento do gesto mais habilidoso e do truque mais elogiado, foi
aí que a sombra do malabarista e do mágico se deixou ficar no chão.»
Gonçalo M. Tavares
Eis um espetáculo diferente! Eis uma ópera! Eis um Circo! Eis uma ópera-circo, ou uma
ópera/circo, ou, se preferirem, uma Ópera Circo!
NOTA INTRODUTÓRIA
A proposta é mesmo para furar paradigmas. Começamos pela orquestra que é nem mais, nem
menos que a emergente Orquestra dos Brinquedos de Lisboa, que se estreou em 2014 no
Grande Auditório do CCB e que toca tudo menos os instrumentos de uma orquestra
convencional, o que à partida garante, pelo menos, uma sonoridade peculiar. Esta contrastará
(ou se calhar competirá) em palco com um elemento clássico assegurado pelas cordas. A
presença do Chapitô garante que o Circo será tratado como merece, na sua visão
contemporânea de espetáculo integrador de inúmeras valências das artes cénicas. A
encenação tem o dedo, se não a mão toda, do Teatro o Bando, que cremos ser a nossa cereja.
2016 é um ano especial, que merece celebração em força. A Foco Musical, que assume a
direção artística e a iniciativa de juntar tanta gente “indecente”, faz 20 anos de atividade
ininterrupta ao serviço da criação e formação de públicos para a música erudita – coisa que lhe
valeu um prémio internacional em 2015, trazendo para Portugal um galardão dos Young
Audiences Music Awards; o Chapitô, instituição que assume a direção e interpretação circense
desta ópera e que dispensa apresentações, faz 35 anos!
As celebrações destas duas instituições não merecem menos que a estreia de uma nova
criação com libreto de Gonçalo M. Tavares, música de Jorge Salgueiro e encenação do Teatro
o Bando a partir de uma conceptualização de João Brites. Os figurinos e adereços estão
entregues à direção da Rachel Caiano, que os trabalhará com o grupo de ofícios do Chapitô. A
obra, cujo ponto de partida abre este documento, tem o libreto concluído mas aberto. A
partitura está neste momento a sair do forno. Ambicionamos chegar ao público mais exigente
do mundo com o melhor. Eis a razão pela qual trabalhamos exclusivamente para as escolas.
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Projeto de Apropriação Musical
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Dar acesso a um público mais abrangente e diversificado, sem idade, a conhecer a ópera e a
arte circense numa perspetiva artística e contemporânea é uma tarefa que a todos interessa e
importa assumir.
A obra a apresentar e que aqui propomos pretende ser uma ópera de grande dimensão sobre
a temática do circo. A luz e a sombra, o formal e o informal, alegria e tristeza… a orquestra e o
plástico!? Na verdade, pretendemos através de um registo satírico e paradoxalmente muito
sério, confrontar um quinteto de cordas com uma orquestra de brinquedos, onde o jogo
tímbrico ganhará uma importância vital para descodificações emergentes. Competências que
se desenvolverão no nosso público em fase de “montagem do hardware”.
A ORQUESTRA DOS BRINQUEDOS DE LISBOA
Importando conhecer os intervenientes, aqui fica ligação para o conhecimento da orquestra de
serviço:
https://www.youtube.com/watch?v=TvZB4ec5-cQ
https://www.youtube.com/watch?v=Um5fVExtLxs
HISTÓRICO DA PRODUÇÃO PROPOSTA
A Ópera Circo aqui proposta terá estreia no dia 1 de março, na Sala Suggia, palco principal da
Casa da Música, para onde está previsto um total de 3 concertos. Nos dias 15 e 16 de março,
segue-se a estreia em Lisboa, no Coliseu dos Recreios, prevendo-se 5 apresentações. Eis tudo!
Quer isto dizer que esta mega criação terá muito poucas oportunidades de se voltar a
apresentar. 9 apresentações em palcos desta importância garantirão um estímulo ao
aperfeiçoamento de toda esta máquina de produção. Depois destes dois palcos, só para algo
que efectivamente constitua um desafio a todos os intervenientes. Para já… propomo-nos
surpreender!
Desvenda-se o ponto de partida:
«O Circo mistura luz e sombra. Atrás do malabarista, do acrobata e do mágico há ainda muita
coisa a acontecer. Nos bastidores, dois acrobatas zangam-se - mas no minuto seguinte têm de
actuar em conjunto. O Circo suspende o tempo e o espaço habituais e nesta ópera pretende-se
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mostrar a concentração acelerada de vidas diferentes que se juntam, debaixo da mesma luz,
para fazer um espectáculo. Objectos, palavras, habilidades no chão e no ar. Porém, no fim do
espectáculo, depois das luzes desligadas, alguém tem de arrumar tudo e o que fica para ser
limpo e arrumado não é a luz, mas os restos e as sombras. E é precisamente a sombra do
director do circo que ninguém consegue tirar do palco, no final. O director já saiu do recinto,
mas a sua sombra ficou lá, como se fosse uma mancha. E ninguém a consegue limpar ou tirar
dali. Depois, aos poucos, percebe-se que todos os artistas deixaram a sua sombra no chão,
num certo local do recinto. Sem se aperceberem, eles deixaram essa sombra no preciso
momento em que mais brilhavam. No momento do gesto mais habilidoso e do truque mais
elogiado, foi aí que a sombra do malabarista e do mágico se deixou ficar no chão.
É preciso limpar tudo, mas as sombras não saem dali. Eis o problema!»
Gonçalo M. Tavares
O CIRCO DO MÁGICO ELI ou O CIRCO DO MÁGICO ELI ELIAS ou O CIRCO DO MÁGICO ELI ELI
ELI ELIAS
DRAMATOFONIA
«Na imagem que guiou o trabalho do compositor, o espaço cénico é claramente dividido entre
os bastidores do circo e o local onde decorre o espetáculo de circo propriamente dito. Os
bastidores são a preto e branco ou em sombras mas, de qualquer forma, sorumbático. O local
onde decorre o circo funciona em alto contraste com cor, luz e alegria. Nos bastidores está a
MULHER DA SOMBRA, uma voz de contralto dramático (a mais dramática, profunda, escura e
pesada de contralto). Canta o texto que Gonçalo M. Tavares concebeu para enquadramento
do libreto e que aborda o lado menos feliz do quotidiano do artista de circo, deixando ainda a
ideia de que o que fica do trabalho do artista é a sua sombra. Talvez uma metáfora sobre a
memória. É acompanhada por um quinteto de cordas, sombrio, a preto e branco. No circo
propriamente dito está a MULHER DA LUZ e o MÁGICO ELI. A MULHER DA LUZ tem uma voz de
soprano lírico com capacidade de coloratura e com um timbre luminoso em contraste com o
contralto dramático. Em geral faz o discurso indireto mas tem também uma função orquestral
e de indução do canto nas crianças. O MÁGICO ELI é um tenor lírico-dramático, uma voz que
ao mesmo tempo tem força, robustez, clarim, algo poderosa e heróica e é graciosa, com um
timbre brilhante e cheio, mas não pesado e pode ser ouvido através de uma orquestra. Faz o
discurso direto dentro do circo propriamente dito, é o apresentador, provavelmente também
o patrão. São acompanhados por uma orquestra de instrumentos de brincar ou plástico,
constituída por 18 executantes e um maestro: 1 Ukelele, 1 Toy Piano, 1 Toy Harp, 2 Melódicas,
1 Hi Electric Organ, 1 Bass Electric Organ, 1 Mini Piano, 1 Sintetizador Orchestra Hit, 1 Flauta
de Bisel de Plástico, 2 Clarineos, 1 Trompfunil, 1 PBone, 1 Carrilhão de Boomwhackers, 1
Glockenspiel Orff, 1 Set de Garrafões de Água, 1 Bombo e Pratos. Esta é a Orquestra do Circo,
que faz parte do lado colorido e luminoso do espetáculo.»
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Jorge Salgueiro
Ficha Técnica:
libreto Gonçalo M. Tavares
música Jorge Salgueiro
encenação João Brites / Teatro O Bando
direção circense Teresa Ricou / Chapitô
cenografia e figurinos Rachel Caiano
interpretação musical Orquestra dos Brinquedos & Quinteto de Cordas da Orquestra Didática
interpretação circense Chapitô / EPAOE
desenho de luz João Cachulo
som João Hora / Lourisom
direção artística e pedagógica Foco Musical
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