Palatabilizantes Palatabilizantes
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Ano 1 / Edição 05 / Nov-Dez 2009 / www.editorastilo.com.br Palatabilizantes Para cair no gosto de cães e gatos Editorial 2 3 Prezado Leitor, Este é um momento especial para o mercado de Pet Food. Ainda que tenhamos enfrentado um período de estagnação econômica, é inegável que a crise tenha servido para acelerar o processo de maturação do segmento. Os palatabilizantes têm um papel fundamental nesse contexto, sendo grandes responsáveis por qualificar e diferenciar produtos em um mercado cada vez mais segmentado e com alto potencial de crescimento. Daniel Geraldes Editor Chefe Se, até então, foi comum ocorrer de o produtor de pet food comprar palatabilizante e não estar, ao menos, orientado para o melhor uso do aditivo em seu produto, daqui para frente, a produção e a comercialização terão de levar em conta toda a cadeia de forma menos linear e mais holística. As empresas líderes estão cientes de que os capitais competitivos dos fornecedores de insumos determinam cada vez mais o poder de capitalização do produtor e de que esses fornecedores têm disponibilizado seu know how não apenas para oferecer produtos, mas também para aprimorar a performance produtiva dos seus clientes. É o que contam Charles Boisson, diretor-presidente da SPF, e Marcelo Beraldo, responsável por Vendas e Marketing da AFB International. Na matéria de capa, os dois profissionais falam sobre pesquisa, desenvolvimento e suporte ao cliente. Em entrevista, Boisson conta ainda como a SPF encara e atende as demandas atuais e explica o trabalho realizado pelo Panelis, único centro de pesquisa no Brasil com foco em palatabilidade. Enfim, analisar 2009 e apontar as principais tendências para o próximo ano foi o nosso objetivo nesta edição e não temos dúvidas de que, a partir de 2010, o crescimento do mercado de Pet Food será, literalmente, palatal. Ano 1 / Edição 05 / Nov-Dez 2009 / www.editorastilo.com.br Boa leitura! Palatabilizantes Para cair no gosto de cães e gatos Edição 05 Novembro/Dezembro 2009 CAPA.indd 1 03/12/09 16:34 Sumário 4 5 Diretor Daniel Geraldes Editor Chefe Daniel Geraldes – MTB 41.523 [email protected] Jornalista Colaborador Paulo Celestino - MTB 998/RN Publicidade [email protected] [email protected] capa 22 6 12 16 Notícias Análise de mercado Segurança Alimentar 20 Pet Market 28 Entrevista1 32 Em Foco 36 Entrevista2 42 Em Foco 44 Caderno técnico1 46 Caderno técnico2 48 Caderno técnico3 1 2 Redação Lucas Priori [email protected] Direção de Arte e Produção Leonardo Piva [email protected] Conselho Editorial Aulus Carciofi Claudio Mathias Daniel Geraldes Everton Krabbe Flavia Saad José Roberto Sartori Vildes M. Scussel Fontes Seção “Notícias” Anfal Pet, Pet Food Industry, Sindirações, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Agência Estadão, Cepea/Esalq, Engormix, CBNA Capa: FFotos de capa gentilmente cedidos pela empresa SPF do Brasil Impressão Gráfica Bandeirantes Distribuição ACF Alfonso Bovero Editora Stilo Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 São Paulo (SP) - Cep: 04004-000 A Revista Pet Food Brasil é uma publicação bimestral da Editora Stilo que tem como público-alvo empresas dos seguintes mercados: Indústrias de Pet Food, Fábricas de Ração Animal, Fornecedores de Máquinas e Equipamentos, Fornecedores de Insumos e Matérias Primas, Frigoríficos, Graxarias, Palatabilizantes, Aditivos, Anti-Oxidante, Embalagens, Vitaminas, Minerais, Corantes, Veterinários e Zootecnistas, Farmacologia, Pet Shops, Distribuidores, Informática/Automação Industrial, Prestadores de Serviços, Equipamentos de Segurança, Entidades da cadeia produtiva, Câmaras de Comércio, Centros de Pesquisas e Universidades, Escolas Técnicas, com tiragem de 10.400 exemplares. Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. 6 7 8 9 10 11 Análise de Mercado 13 CEPEA/ESALQ Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada Índices de Mercado CEPEA - ARROZ Os preços do arroz em casca registraram pequenas quedas em praticamente todo o mês de outubro no Rio Grande do Sul, conforme pesquisas do Cepea. O Indicador do Arroz CEPEA-Bolsa Brasileira de Mercadorias/BVM&F (Rio Grande do Sul, 58 grãos inteiros) acumulou baixa de 5,76% em outubro, fechando a R$ 26,90/sc de 50 kg na sexta-feira, 30. De maneira geral, produtores consultados pelo Cepea comercializaram lotes de arroz de forma lenta em outubro. Vendedores comentam que a produção que está estocada tem elevado custo de produção e, dessa forma, aguardam altas nos preços para negociar. Além disso, parte dos orizicultores aguardava os recebimentos dos contratos de opção também em outubro. Indústrias, por sua vez, também tiveram baixo interesse em realizar grandes compras de arroz em casca ao longo de outubro. Esses compradores alegaram que, além das fracas vendas de beneficiado, há dificuldade no repasse das altas no preço do casca para o beneficiado. Conforme levantamento do Cepea junto ao setor atacadista da região de Campinas (SP), em outubro de 2009, a média mensal do arroz Tipo 1 TOP permaneceu praticamente estável em relação à de setembro. De junho a outubro/09, o preço do arroz negociado no atacado subiu 2,5% e o Indicador, 8,2%. Quando se considera o acumulado no ano, o preço no atacado registra queda de 7,2% e o Indicador, de 12,9%, em termos nominais. Quanto ao plantio, segundo informações do Cepea, o clima no Rio Grande do Sul esteve chuvoso e com baixas temperaturas na primeira quinzena de outubro, desfavorecendo o plantio do arroz em algumas localidades. Já na segunda quinzena, não choveu em grande parte do estado gaúcho, fazendo com que os produtores retomassem suas atividades de campo. Segundo agentes locais, no entanto, na região da Fronteira Oeste, especialmente em Uruguaiana, as chuvas foram irregulares e ainda insuficientes para viabilizar o plantio. Em outubro, o IPC do arroz branco, calculado pela FGV, registrou queda pelo terceiro mês consecutivo, de 1,26%, na comparação com setembro. Para o arroz parboilizado, o Índice recuou 2,57%. No acumulado de 2009, o IPC do arroz branco caiu 14,7%; enquanto a média mensal do Indicador do Arroz teve queda de 13,03%. Para o IPC do arroz parboilizado, a baixa foi de 16% no mesmo período; e a média mensal do arroz de 50/55 grãos inteiros na região da Planície Costeira Interna retraiu 11,45%. Equipe: Profa. Sílvia Helena G. de Miranda, Maria Aparecida N. S. Braghetta e Ariane Sbravatti. R$/ Sc 60 Kg Indicador do Arroz em casca Cepea/Esalq - BM&F Bovespa Estado do Rio Grande do Sul 36 34 32 30 28 26 24 22 20 18 16 14 J F M A M Fonte: Cepea/Esalq Arroz em casca; 58x10; sem imposto; posto indústria - valores nominais J J 2006 A S 2007 O 2008 N D 2009 CEPEA - MILHO Após permanecer desaquecida durante boa parte do ano, a demanda por milho sinalizou reação em outubro, conforme pesquisas do Cepea. O maior interesse de compradores brasileiros, o aumento das exportações, as intervenções governamentais e a expectativa de menor área plantada passaram a dar um tom altista ao mercado, após meses de pressão sobre as cotações. Na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea, alguns compradores buscaram fazer estoques, inclusive para o início do ano. Apesar da procura aquecida, produtores não mostraram interesse em negócios em grandes quantidades, por não necessitarem de caixa durante o mês. No acumulado de outubro, o Indicador do milho ESALQ/ BM&FBovespa (região de Campinas – SP) registrou expressiva alta de 7,9%, fechando o mês a R$ 21,02/saca de 60 kg. O Indicador registrou média mensal de R$ 20,60/sc que, comparado com o mês de setembro, teve alta de 7,7%. Considerando as regiões pesquisadas pelo Cepea, na média, houve aumento de 5,5% no mercado de balcão (ao produtor) e de 5,7% no de lotes (negociações entre empresas). Entre as praças pesquisadas pelo Cepea, as maiores altas nos preços em outubro foram observadas nas regiões paulistas, paranaenses e no Triângulo Mineiro. No mercado paulista, a sustentação foi dada pelo interesse de compra das indústrias de ração, as quais trabalharam com estoque baixo nos últimos meses. Apesar de haver excedente de oferta no Brasil, o estado paulista, especialmente a região de Campinas, necessitou comprar o milho de outras regiões. Agentes sinalizaram interesse de buscar ajuda do governo para transportar o cereal de regiões superavitárias, como Mato Grosso. No Paraná, ainda há excedente de milho estocado e, na região oeste do estado, houve queda expressiva da produção na safra 2008/09, tanto no verão quanto na safrinha, segundo pesquisadores do Cepea. Em outubro, com o maior interesse de compradores – a região concentra várias indústrias dos segmentos de aves e suínos – os preços passaram a ter altas mais expressivas. Além disso, na safra de verão, deve haver redução na área plantada, segundo a Seab/Deral. Em outubro, de modo geral, agentes consultados pelo Cepea intensificaram o plantio da safra verão. No Sul do País, no entanto, as chuvas atrasaram o avanço nas lavouras. No Paraná, dados da Seab/ Deral, divulgados em 9 de novembro, apontaram o avanço do plantio para 93% da área estimada, enquanto no Rio Grande do Sul, a Emater divulgou, no dia 5 de novembro, que o plantio atingiu 61% da área. Em ambos os estados houve expressiva recuperação das atividades nas lavouras. No mesmo período de 2008, os trabalhos no campo estavam em 98% da área do estado paranaense e em 64% no estado de Rio Grande do Sul. Segundo pesquisadores do Cepea, o clima favoreceu as atividades em Goiás, em regiões como Rio Verde e Jataí, consideradas grandes produtores da safra verão. Com as chuvas dispersas e a baixa umidade no final de outubro, o plantio avançou e, em todo o estado goiano, 60% já foi plantado. No Triângulo Mineiro, o avanço também foi perceptível – o estado já tem 70% semeado da área destinada ao cereal. No Centro-Oeste, agentes colaboradores do Cepea estiveram atentos aos leilões ocorridos em outubro. Mato Grosso foi o estado que mais participou das intervenções governamentais, devido aos elevados estoques do cereal. Os leilões de PEP (Prêmio para Escoamento do Produto) disponibilizaram 920 mil toneladas do milho no decorrer de outubro, com 903,5 mil toneladas negociadas, segundo dados da Conab. No acumulado do ano, a Companhia negociou 4,2 milhões de toneladas de milho no Brasil. Em decorrência dos leilões, houve uma forte reação nos números de embarques de milho nos portos brasileiros em outubro. Dados do Ministério Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostraram que o Brasil exportou 817,9 mil toneladas de milho em outubro, volume 14,2% maior que as 716,3 mil toneladas de setembro/09 e 105% superior às de outubro/08. Vale ressaltar que as exportações até outubro somaram 5,5 milhões de toneladas ante 4,3 milhões de toneladas embarcadas nos dez meses de 2008, um crescimento de 27,1% no período. No mercado exportador, não houve paridade para novas vendas. Porém, agentes aproveitaram o produto vinculado ao PEP para venda externa, uma vez que houve limitação da demanda doméstica. Para o produto posto Porto Paranaguá, conforme pesquisas do Cepea, praticamente não houve efetivação de negócios. As referências nominais em outubro estiveram entre R$ 17,50 e R$ 19,00/sc de 60 kg, com grande diferença entre comprador e vendedor. A desvalorização de 0,9% da moeda norte-americana também não estimulou as negociações nos portos brasileiros. Quanto aos preços internacionais, a desvalorização cambial, a valorização de outras commodities e principalmente a incerteza quanto ao clima nos Estados Unidos sustentaram as cotações em outubro. Na Bolsa de Chicago (CBOT), o primeiro vencimento (Nov/09) subiu 6,9% no acumulado do mês, fechando a US$ 3,66/bushel (US$ 144,09/t) no dia 30. O contrato Dez/10 teve alta de 6,7%, passando para US$ 3,7925/bushel (US$ 152,84/t) no final do mês. No dia 19 de outubro o novo contrato futuro de milho, que utiliza liquidação financeira baseada no Indicador do Cepea completou um ano de negociações na BM&FBovespa. O curto prazo para que este produto ultrapassasse a marca de 14 mil contratos em aberto – verificada em setembro/09 – foi destaque em relação ao histórico de outros agrícolas na BM&FBovespa. Diante das oscilações dos preços de milho e da dificuldade de comercialização observada há meses no mercado interno, além dos aumentos de custos produção agrícola, cresce a necessidade de hedge para agentes e empresas que atuam neste mercado. Para que essa operação seja bem-sucedida, há necessidade de planejamento de estratégias e capacidade de caixa (financeiro). Para o produtor, não basta plantar, fazer os tratos culturais adequados e aguardar que o clima seja favorável ao desenvolvimento das lavouras para que o resultado seja satisfatório. Em geral, os maiores problemas ocorrem no período de comercialização e de pagamento das dívidas. Do lado comprador, enquanto parte das empresas efetua contratos antecipados, muitas vezes a preços fixos, outras compram basicamente no spot de acordo com o ritmo de consumo. Para os primeiros, o problema ocorre quando as cotações do produto caem e os preços estavam travados em patamar superior. Já para os que compram sempre no spot, a situação se complica caso os preços subam. Na BM&FBovespa os contratos recuaram em outubro. O contrato Novembro/09 caiu 1%, fechando a R$ 20,85/sc de 60 kg no dia 30. O contrato Janeiro/10 teve queda de 3,1%, fechando a R$ 21,60/sc de 60 kg no final de outubro. Equipe: Prof. Dr. Lucilio R. Alves, Ana Amélia Zinsly, Karine Resende, Renata Maggian, Matheus Rizato e Debora Kelen Pereira da Silva. Cepea/Esalq - Preços regionais do milho / Campinas (NRP - mercado Físico) R$/ Sc 60 Kg 12 34 32 30 28 26 24 22 20 18 16 14 12 J F M A M Fonte: Cepea/Esalq à vista, negociação entre empresas (lotes) - valores nominais J 2006 J A S 2007 O N 2008 D 2009 Análise de Mercado CEPEA - SOJA Em outubro, o plantio de soja para a safra 2009/10 se intensificou na maioria das regiões produtoras brasileiras, conforme pesquisas do Cepea. O término do vazio sanitário e o clima favorável incentivaram produtores a avançar as atividades nas áreas destinadas à oleaginosa. A intensificação das chuvas em outubro em praticamente todo o território brasileiro foi o fator primordial para a antecipação das atividades. Em alguns casos, no entanto, as precipitações chegaram a prejudicar os trabalhos e afetar algumas áreas já plantadas. Segundo pesquisadores do Cepea, a grande quantidade de chuva em curto prazo fez escorrer águas nas lavouras e chuvas com granizo “quebraram” plantas, que deverá exigir o replantio das mesmas, aumentando o custo de produção. Agora, com o avanço do desenvolvimento vegetativo, a atenção se intensifica com os tratos culturais, especialmente com a possibilidade de aparecimento de ferrugem asiática. No Paraná, por exemplo, segundo dados da Seab/Deral, cerca de 25% da área estimada foi semeada, com cerca de 15% consideradas em condição “média”, 85% boa, 66% em fase de germinação e 34% em desenvolvimento vegetativo, sendo comercializada apenas 1% da soja até final de outubro. Em safras anteriores, principalmente a de 2008/09, produtores consultados pelo Cepea antecipavam as vendas para adquirirem insumos para o plantio da temporada seguinte, em partes, influenciados pelos patamares de preços, considerados atrativos e, outro, pela restrição de crédito. Neste ano, contudo, as comercializações estão mais moderadas em função da menor necessidade do produtor em fazer caixa, devido aos elevados preços observados no período passado. Além disso, alguns agentes colaboradores do Cepea estão retraídos, visto que acreditam que os preços devem subir nos próximos meses. Apesar de ainda ser período de plantio da safra de soja 2009/10, os dados coletados pelo Cepea começam a sinalizar menores preços a ser recebidos por produtores. Primeiro que os parâmetros de preços FOB exportação com base em negócios realizados para 2010 estão expressivamente abaixo do observados para embarques em outubro, por exemplo. Enquanto em meados de outubro o valor FOB exportação pelo porto de Paranaguá chegou a US$ 27,00/sc, para abril de 2010, a média de outubro foi de US$ 21,80/sc, com queda de 19%. Em relação aos preços da soja em grão, houve queda no correr de outubro, de 1,1% no mercado de balcão (ao produtor) e de 0,6% no de lotes (negociações entre empresas). A média mensal em ambos os mercados ficaram 2,5% inferiores à de set/09. No acumulado de outubro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto posto porto de Paranaguá) caiu 1,42%, sendo o menor preço do ano. O Indicador CEPEA/ESALQ (média de cinco regiões do Paraná) da soja em grão teve leve baixa de 0,22% no mesmo período. Na média das principais praças pesquisadas pelo Cepea, o óleo de soja (com 12% de ICMS) posta em São Paulo teve valorização de 9,83% no acumulado de outubro. Os preços do farelo recuaram 4,6% no mês. Quanto às exportações de outubro, como esperado pelo setor, o volume mensal apresentou forte queda para soja em grão e para o farelo. O total exportado de grão em outubro foi de 772 mil toneladas, quantidade 60,5% menor que a do mês anterior. Vale lembrar, no entanto que, no acumulado do ano, o total exportado é de 28,17 milhões de toneladas, 22,4% maior que o mesmo período do ano anterior. Com a pouca movimentação no porto em outubro, devido à falta de oferta – os registros de line up sinalizam apenas pequenos lotes para exportação –, as indicações de preços para o produto no armazém do porto foram praticamente nominais. Também foi observada menor demanda pelo produto brasileiro em decorrência do avanço da colheita nos Estados 15 Unidos, além da pressão dos preços externos e da valorização do Real frente ao dólar. Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos subiram no acumulado do mês. O contrato Novembro/09 fechou em US$ 9,78/bushel (US$ 21,56/sc) no final de outubro, com alta de 5,7% no mês. As cotações do óleo subiram fortemente, 7,4% no período, com o primeiro contrato a US$ 0,3640/lp (US$ 802,47/t). Quanto ao farelo de soja, o primeiro contrato teve alta de 2,6%, passando para US$ 297,00/tonelada curta (US$ 327,38/tonelada). Na Argentina, o plantio ainda não teve início em outubro. Segundo a Bolsa de Cereales, porém, em relatório divulgado no dia 21/10, a área destinada à oleaginosa deve ser recorde naquele país. O total semeado na Argentina deve ser de 19 milhões de hectares, com acréscimo de 7%, justificado pelas boas condições climáticas e pelo incremento tecnológico no país. O aumento da área da oleaginosa ocorre em detrimento da diminuição do plantio de milho, girassol e de trigo. Contudo, existe um alerta por parte dos produtores argentinos quanto à qualidade das sementes naquele país, que é considerada baixa, devido à forte seca que atingiu a Argentina na última safra. Isto deve fazer com que produtores optem por aumentar a quantidade de sementes semeadas por metro quarado, a fim de diminuir o risco de haver poucas plantas em desenvolvimento, caso ocorra baixa germinação dessas sementes. Nas últimas semanas de outubro, outro ponto de destaque foram as quedas dos preços do farelo e as altas para o óleo de soja. Agora, a participação do óleo na formação do preço da soja deverá aumentar. Este é o resultado da maior demanda interna por óleo de soja para fabricação de biodiesel. Desde julho deste ano era obrigatório a mistura de 4% de biodiesel no óleo diesel e na segunda-feira do dia 26, saiu no diário oficial a resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estabelecendo o mínimo de 5% de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final a partir de janeiro de 2010. Interessante observar que o consumo interno de óleo de soja está fazendo com que as exportações do produto diminuam. Como há limitação de capacidade industrial instalada para processamento de soja, ou pelo menos esta cresce a taxas menores que a demanda de óleo, as empresas estão optando pela venda interna e/ou utilização para fabricação de biodiesel, uma vez que os valores do mesmo nos leilões governamentais estiveram mais atrativos até então. Contudo tendo as exportações foram maiores no mês de outubro, observando crescimento de 32% em relação a setembro, totalizando 123 mil toneladas. Porém, no acumulado deste ano o total é de 1,3 milhões de toneladas, valor 16% menor que o mesmo período do ano anterior. Equipe: Prof. Dr. Lucilio R. Alves, Matheus Rizato, Ana Amélia Zinsly, Karine Resende, Renata Maggian e Debora Kelen Pereira da Silva. Evolução R$/ Sc 80 Kg 14 54 52 50 48 46 44 42 40 38 36 34 32 30 28 26 24 22 J F M A Fonte: Cepea/Esalq Valores nominais à vista, Média PR do indicador da soja Cepea/Esalq M J J 2006 A S 2007 O N 2008 D 2009 16 Segurança Alimentar 17 Vildes M Scussel Ph.D. e Karina Koerich de Souza, M.Sc. Laboratório de Micotoxicologia e Contaminantes Alimentares - LABMICO, Depto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC – Brasil Micotoxinas versus Rações à Base de Cereais e Leguminosas / mulas utilizados na agricultura para transporte) pelo Janeiro, Minas Gerais), Sul (Rio Grande do Sul, Santa número de animais que afeta e pela alta mortalidade. Catarina, Paraná), Central (Mato Grosso, Mato Grosso do As FBs atuam no SNC do animal, desenvolvendo sinais Sul, Goiás) quanto nas regiões Nordeste e Norte (Paraíba neurológicos súbitos em virtude da necrose com liquefação e no Pará). Entre os anos de 1979 e 1996, pelo menos 94 da substância branca subcortical cerebral. Literalmente surtos foram diagnosticados no país. Contudo, as FBs ocorre formação de “buracos” no cérebro. A Figura 2 foram somente isoladas e identificadas em 1988 na África apresenta cérebro de cavalo contendo cavidades com fluido do Sul esclarecendo portanto a causa da LEME. devido a destruição de suas células por FBs, bem como as características microscópicas da necrose neural. A morte ocorre com a evolução clínica, de 4 a 72 horas, que pode estender por uma a duas semanas. parte 3 Dando continuidade à essa coluna, iniciada na Pet Food permitido para FBs em ração no Brasil. O nível máximo Brasil nº 2 com os principais contaminantes em rações; e de tolerância de FBs recomendado pelo FDA em ração nos 3 e 4 com as micotoxinas (Parte 1 - aflatoxinas e Parte contendo 2 - ocratoxina A), vamos abordar aqui um outro grupo estimação, suínos/catfish, aves/gado leiteiro e gado de importante de toxinas produzidas por bolores descoberto corte é de 5 , 10, 20, 30 e 60 mg/Kg, respectivamente. milho para eqüinos/coelhos, animais (A) (A) de mais recentemente, as fumonisinas. 3. Fumonisinas: As fumonisinas (FBs) são um grupo de micotoxinas produzidas por fungos do gênero Fusarium principalmente das espécies verticilioides (Sacc.) Niremberg e proliferatun Figura 1: Estrutura química da fumonisina B1 (Matsushima) Nirenberg, sendo suas principais formas a FB1, FB2, FB3, FA1 e FA2 (Figura 1). (B) 3.1 Toxicidade: O cereal, em que elas são detectadas com maior freqüência é o milho quando infectado por Fusarium. Contudo, elas tem sido detectadas também em outros de várias doenças em animais, não possuindo um órgão grãos tais como o sorgo e trigo e seus produtos Os níveis (B) Essas toxinas são consideradas agentes causadores Figura 3. Grãos de milho -matéria prima de baixa qualidade para rações - apresentando danos por insetos, quebra durante a colheita, fermentação, insetos e bolores. alvo comum: (a) afeta o sistema nervoso central (SNC), Alimentação dos cavalos: O surgimento da LEME Sinais Clínicos: os mais freqüentes são fraqueza generalizada detectados comumente são baixos, porém constantes. causando leucoencefalomalácia (LEME) em eqüinos, ocorre com a necessidade de suplementação da dieta dos e os relacionados ao SNC: hiper-excitabilidade ou estado Os principais fatores que podem estar associados a esses (b) edema pulmonar em suínos, (c) câncer hepático em equinos com milho, seja nas rações contendo no rolão de mental semi-comatoso, redução da acuidade visual (uni grãos embolorados e contaminados por FBs são: danos ratos e (d) de esôfago em humanos (ainda não totalmente milho (pé de milho inteiro, seco naturalmente e triturado), ou bilateral), desorientação, ataxia, andar em círculos, decorridos da ação de insetos e más condições ambientais definido). Atualmente elas estão sendo associadas também farelo ou xerém de milho (farinha de milho fina) ou ainda pressão da cabeça contra objetos, fasciculações musculares, durante o cultivo (oscilações de temperatura, umidade ao desenvolvimento de defeitos durante a formação do tubo resíduos de indústrias de processamento deste grão, ptose (i.e., queda auricular, palpebral e labial) provocando neural em fetos. durante a escassez de forragem nas pastagens. Isso favorece dificuldade na apreensão de alimentos e hipoalgesia da face. o surgimento da doença pela utilização de milho de baixa Alguns animais doentes exibem comportamento frenético, qualidade (embolorado, fermentado, quebrado, manchado, correndo de forma desesperada, podendo posteriormente com elevada umidade) e portanto, já infectado pelo fungo e permanecer em decúbito e apresentar convulsões tônico- elevada, queda de resistência da planta), principalmente no período do inverno (junho a setembro). Período em que a incidência de doenças associadas à esses grãos/ 3.2 LEME: toxinas é mais alta. Embora o Fusarium seja fungo de campo, quando a umidade é muito alta durante o período de contaminado com FBs (Figura 3). clônicas, coma e morte (Figura 4). armazenamento, pode criar condições propícias para esse (cavalos, jumentos, zebra, onagro e etc). É responsável por No Brasil: a doença tem sido diagnosticada desde 1949, Diagnóstico: aumento da hemoglobina e hematócrito fungo se desenvolver. grandes prejuízos econômicos (em aras, jockey clubes, inicialmente em São Paulo. Já foram reportados casos (devido à desidratação) bem como da atividade de enzimas polícia montada e proprietários de cavalos / jumentos de LEME tanto nas Regiões Sudeste (São Paulo, Rio de hepáticas (quadro de hepatopatia). Os achados clínicos, Não há legislação específica para limite máximo Doença: devido à presença de FBs na ração de equideos 18 Segurança Alimentar 19 dados laboratoriais e a presença de grande número de esporos de Fusarium encontrados na ração aumentam a suspeita. A confirmação da morte de eqüinos por LEME exige exame do cérebro para identificação de características patológicas. As lesões macroscópicas do SNC em cavalos são caracterizadas por aumento de tamanho de um dos hemisférios cerebrais com amolecimento (malácia) das circunvoluções, superfície de corte amarelada ou hemorrágica e cavidades contendo fluido. 3.3 PETS versus Fumonisinas: Dados de contaminação por FBs em rações para cães e Figura 4. Muar com sinais clínicos de intoxicação por fumonisinas: (A) pressão da cabeça contra a parede causada por lesões do cérebro; (B) paralisia de língua em conseqüência das lesões do tronco encefálico com traumatismos da pele da cabeça pela pressão da cabeça contra objetos (câmara, 2008). gatos, além de rações para aves silvestres e outros pets tem sido 3.4 Como previnir e/ou evitar a contaminação por FBs? reportados e os níveis variam consideravelmente (traços a 200, 500 mg/Kg). A possibilidade da presença de FBs e os níveis de contaminação vão depender do tipo de ração (inclusão ou não de milho), da proporção de milho acrescentada e da qualidade do grão utilizado. Importante salientar que se para os outros seus sub-produtos em quantidade superior a 20% do total animais (zootécnicos) as FBs são tóxicas, provavelmente serão da matéria seca ingerida pelo animal, sempre utilizar milho também para os pets. Por isso o cuidado que devemos ter com a de boa qualidade, que tenha sido submetido a um correto qualidade de suas rações. Nosso Grupo de pesquisa sobre rações processo de secagem e avaliar os níveis de FBs. para pets (Labmico - CAL/CCA da UFSC em Florianópolis) está desenvolvendo várias pesquisas relacionadas inclusive com abordar a toxina que possui características hormonais FBs e teremos dados importantes publicados em breve. femininas (estrogênicas) – a zearalenona. Para evitar a intoxicação: não administrar milho e/ou No próximo número da Revista Pet Food Brasil, iremos 20 Pet Market 21 Limma Júnior Diretor da Nutridani Alimentos Vendem-se bolas com sinos, ossos grandes e pequenos. É só pedir! Eu tenho o costume de entrar em casas agropecuárias da tecnologia, avisa, via celular, que a água ou a comida do e pet shops apenas para olhar os produtos. Na maioria das seu cão ou gato está acabando. Parece brincadeira, mas a vezes não compro nada. Olho para um lado e observo os tecnologia funciona. Só basta saber se os donos vão atender pacotes de rações, converso com o vendedor sobre o volume ao chamado. Quer ver um exemplo: imagina um dia de de vendas e vou embora. Imagino que os donos das lojas calor, 30 graus na rua, e você está na fila do banco, com 10 não devam gostar muito, mas tudo bem, pois quem vive no contas para pagar e é a próxima pessoa a ser atendida, mas mundo pet food precisa estar atento a todos os detalhes e de repente o seu celular avisa que seu cachorro está ficando não há lugar melhor para se pesquisar esse mercado do que sem água, o que você faz? Deixa a fila e corre para casa ou nas lojas deste setor. passa os possíveis próximos 30 minutos no guichê do caixa com o peso na consciência? Vai de cada um. O costume que citei acima me despertou, nestes últimos meses, para uma questão interessante: os brinquedos e passatempos voltados para os pets. Existe uma infinidade dos economistas. Segundo a Associação Nacional dos de artigos deste gênero nas lojas. Costumam ser baratos e Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação frágeis e já ocupam grandes espaços em qualquer pet shop (Anfal Pet), apenas em 2008, o setor respondeu por 9% do ou casa agropecuária. Geralmente não duram mais que uma mercado pet food. As vendas chegaram a R$ 818 milhões, semana. A minha cocker de 4 anos e minha schnauzer de dos R$ 9 bilhões atingidos no ano passado por todos os 5 meses destroem qualquer brinquedo que tenha corda ou ramos do segmento. sinos em menos de 4 dias. É só jogar no chão que a festa começa. Só fica complicado quando elas inventam de brincar acessórios para cães e gatos devem estar pulando de alegria. a noite com as bolas que possuem sino: a vizinhança detesta. Os números são assombrosos para um setor relativamente novo no Brasil. Mas tem explicação. A fatia de mercado voltada para a diversão de cães, O mercado de artigos e acessórios chama a atenção Pelos números da Anfal Pet, as indústrias de artigos e Entre os vários gatos e até dos donos, os quais adoram ver a felicidade dos motivos, posso citar o mais interessante: a identificação do seus pets, vem se diversificando a cada dia. Das simples cão ou gato como uma pessoa da família. Essa aproximação bolas coloridas e macias com sinos, a indústria já passou a torna o mercado pet food como uma mina de dinheiro. Basta investir até em babá eletrônica para cães. Na verdade, esse saber aproveitar o momento da melhor forma possível. dispositivo inventado por um catarinense, funciona como um ajudante dos donos distraídos e desligados. Fiz até um a um pet shop comprei uma aranha amarela de borracha slogan para o produto: “se a comida ou água do seu pet está que tinha pernas de corda. O vendedor me garantiu que as acabando e você não se atentou para isso, não se preocupem, tais pernas de cordas serviriam para escovar os dentes das seus problemas acabaram. Chegou a Babá eletrônica de minhas cachorras. Levei para a casa e fiz o teste. Realmente pets”. Parece um comercial feito pelo pessoal do Casseta e elas adoraram morder o brinquedo e suas pernas de corda. Planeta, da Rede Globo, mas é a mais pura verdade. Pena que o brinquedo durou poucos dias. Meus R$ 15,00 ficaram em cada dente das minhas duas cachorrinhas. O canil eletrônico, assim batizado pelo desenvolvedor E voltando para o meu costume, em uma dessas visitas Capa 22 23 Por Paulo Celestino por Vendas e Marketing da AFB International. Em 2008, Teste bom pra cachorro os produtores de palatabilizantes depararam-se com a subida Uma única chance para agradar A indústria de palatabilizantes se mostra altamente desenvolvida e interessada em agregar cada vez mais valor às rações de preços de matérias primas e foram obrigados a absorver esse aumento em seus produtos ou se readequar de alguma brasileira de pet food. maneira. para a realização de testes de palatabilidade de cães e gatos O problema ultrapassa a questão da desvalorização da moeda americana. Para Beraldo, o dólar baixo tem auxiliado as empresas importadoras ou que possuem dívidas em dólar, mas não as que exportam, fazendo com que medidas como a Um Centro de Testes de Palatabilidade com padrões internacionais está a disposição da indústria O Centro de Pesquisa PANELIS, em Descalvado, é o único no País a oferecer metodologia específica A indústria de alimentos para animais domésticos conta no Brasil com um centro especializado em testes de palatabilidade, focado em mensurar a atratividade do alimento para cães e gatos, do snack ou mesmo de comprimidos da indústria farmacêutica. Localizado em uma área de 40 hectares no município de Descalvado, o centro de pesquisa do PANELIS é o único no País a manter a criação de 40 cães e 80 tributação de investimentos externos e compra de dólares não gatos para o teste de palatabilidade de novos insumos a partir de uma metodologia específica criada na surtam o efeito positivo esperado pelo governo. “Analisando, França. percebemos que o grande problema para os produtos industrializados brasileiros no mercado internacional não é a América Latina, uma vez que só existem três PANELIS no mundo: na França, o qual atende a Europa, nos o baixo valor do dólar e sim a carga tributária a que nossos Estados Unidos, responsável por atender a demanda local e este no Brasil, que cobre todo o território latino produtos exportados são submetidos”, avalia. “Por que não reduzir os impostos como uma alternativa para aumentar a competitividade do produto industrial brasileiro no mercado O Centro de testes oferece o serviço para toda a indústria nacional e atende, ainda, a demanda de toda americano. Os canis e gatis do complexo são utilizados por diversas empresas do mercado de pet food, uma vez que o objetivo do PANELIS é permanecer completamente isento da indústria, realizando testes cegos para manter sua credibilidade perante seus clientes nacionais e internacionais. “Com essa poderosa ferramenta os produtores de alimentos para animais de companhia podem atestar como os animais reagem internacional?”, questiona. às mudanças de formulação, bem como mensurar a atratividade dos palatabilizantes utilizados, garantindo assim a boa aceitação de seus produtos no mercado” afirma Christelle Tobie, diretora do PANELIS França. Para Beraldo, a solução estaria na devolução dos créditos. “A alternativa para o câmbio desfavorável é a rápida e integral devolução dos créditos relativos aos produtos exportados. É matriz francesa. A zootecnista, Mariana Martins, explica que os padrões de conduta dos testes são muito este tipo de incentivo que precisamos”, afirma. rigorosos, pois a análise não se resume em constatar se o animal gostou ou rejeitou o produto oferecido. Para além das divergências sobre a política econômica, 2009 foi um ano de reflexão e mudanças e dependerá dos empresários um novo posicionamento. A máxima de que O PANELIS iniciou suas atividades em 2003 e os testes seguem uma metodologia própria criada na “O PANELIS estuda o comportamento alimentar, desde a atratividade do produto até sua taxa de consumo, entre outras muitas variáveis que fazem parte da complexa metodologia empregada no Centro”, comenta. Mariana explica ainda que o resultado da palatabilidade não é uma conseqüência exclusiva do uso o foco não está mais no produto em si, mas em soluções é do palatabilizante, apesar deste aditivo possuir importância fundamental nos quesitos atratividade uma realidade. Performance ganha, então, um significado e aceitabilidade. “É o resultado da soma de diversos fatores envolvidos no processo de formulação e mais amplo e a tendência é de que os fabricantes líderes não industrialização do produto, desde a moagem, a escolha das matérias primas, o processo de extrusão, os Dos subprodutos do abate como fígado e vísceras surge específicas, como porte, pêlo, idade, raças e outras especificidades. apenas vendam palatabilizantes. Mais que isso: que ofereçam palatabilizantes escolhidos, a maneira de aplicá-lo, etc”, afirma. “Ao fazer o teste no PANELIS, o cliente uma indústria complexa, de ponta e preocupada em fornecer A indústria de palatabilizante quer também aproveitar esses soluções completas em palatabilidade. avaliará o resultado do trabalho realizado nesse conjunto de fatores”, completa. produtos e serviços cada vez mais avançados. Os fabricantes nichos e agregar valor, sendo portanto fundamental não só de palatabilizantes têm um papel fundamental dentro da pela capacidade de seus produtos em aumentar a atratividade e do cliente. Será cobrado dos fabricantes de palatabilizantes cadeia de alimentos para animais domésticos ao garantir que aceitação do pet food, mas também em seu papel funcional, o que que conheçam as necessidades e tendências do mercado, cães e gatos se interessem pelas rações, snacks e treats, que, amplia e qualifica o seu mercado. invistam em inovação e superem expectativas, contribuindo naturalmente, não seriam atrativos. para que seus clientes e o próprio segmento sejam cada vez em bosques gramados, separados em grupos de acordo com porte e afinidade. Dentre as metas dos E essa chance é única. É certo que se o animal não de mais segmentação passam a ser as tendências para a indústria mais competitivos. treinadores e tratadores do PANELIS estão a prática de agility em uma pista própria do Centro e a demonstrar interesse pela ração já em uma primeira de palatabilizantes a partir de 2010. Se, por um lado, a crise sociabilização dos animais, a escovação diária dos gatos e o passeio dos cães na trilha existente dentro da apresentação, as possibilidades de o dono comprar financeira mundial freou o desenvolvimento econômico nos isso e tem disponibilizado sua experiência e profissionais novamente a mesma marca são praticamente nulas. Com últimos dois anos, por outro, obrigou as empresas a repensar altamente capacitados para promover melhorias nos isso, se a indústria de palatabilizantes não é imprescindível seus modelos, o que trará consequências interessantes para o processos dos seus clientes. “Por incrível que pareça, nosso em termos nutricionais para a venda do alimento pet – ainda mercado de pet food como um todo, em longo prazo. carro-chefe não está em nossos produtos e sim no suporte há fabricantes que não usam palatabilizantes, principalmente técnico que disponibilizamos”, diz Beraldo. condições de estresse apresentam comportamento alimentar alterado e os resultados dos testes não nas rações econômicas – o insumo pode ser um grande desde os anos de 1990, o crescimento tem se pautado, demonstram a repetibilidade necessária que o tornam confiáveis. diferencial para os cães e gatos. em grande medida, por decisões empresariais de foco soluções em palatabilidade e performance de alimentos e Como resultado, inovação e retomada do crescimento, além Com o aumento significativo da produção de pet food Só o produto final pode não garantir mais a fidelidade A AFB International e a SPF do Brasil estão atentas a Com 23 anos de experiência, a AFB International oferece Para isso, o PANELIS conta hoje com uma ampla estrutura, composta de um painel com 40 cães e outros dois painéis, com 40 gatos, cada. Estão presentes no Centro animais das mais variadas raças, incluindo-se Labradores, Bernese Mountain Dogs, Golden Retrievers, São Bernardos, Cocker Speinels e até SRD’s (Sem Raça Definida), para que haja uma fiel representatividade da população canina brasileira. A preocupação com o bem estar animal é algo que impressiona. Durante o dia permanecem área do PANELIS. “É essencial que os animais manifestem seus comportamentos naturais, como a caça, por exemplo”, explica Rodrigo Prata, supervisor operacional do Centro de Testes de Palatabilidade. E completa, “A manifestação do instinto é fundamental para o bem estar dos animais, uma das prioridades do Centro”. Na hora de dormir, os animais permanecem em casais da mesma raça em suas confortáveis baias. Segundo explicações recebida durante a vista ao Centro de Palatabilidade, animais mantidos em O tratamento estatístico dado aos resultados necessitam contar com um número mínimo de animais Essa tem sido a diretriz para a expansão dos negócios. quantitativo. Durante a crise, o mercado praticamente treats, contando com uma rede internacional de vendas que e, caso haja alguma demonstração de inquietude ou incômodo por parte dos cães ou gatos, seus dados Além do crescimento do mercado com o maior poder estagnou e as empresas buscaram, então, desenvolver atende a 180 países. A filial brasileira atua apenas no mercado não são contabilizados para a interpretação dos resultados. “As análises estatísticas bem feitas podem aquisitivo de classes sociais como a “C” e “D”, também é diferenciais qualitativos. local. A SPF está a 15 anos no país, produz palatabilizante inegável que a crescente preocupação com saúde e bem-estar Apesar de o segmento não ter sido tão impactado como líquido e em pó e sua unidade brasileira supre o mercado vem refletindo a maneira como as pessoas criam seus animais outros, o desafio foi intenso. “Não sofremos com a crise interno e exporta para a Ásia, Europa, África e América do e determinam as escolhas sobre os produtos e alimentos pet. global, mas estamos sofrendo com a baixa competitividade Sul. Diante disso, houve um salto no desenvolvimento de dos produtos fabricados no Brasil e exportados”, relata alimentos de primeira linha e voltados para demandas Marcelo Beraldo, engenheiro de alimentos e responsável o PANELIS (termo em latim para Painel - ver matéria na surpreender, apontando para direções imperceptíveis a uma análise realizada de forma amadora”, orgulha-se Mariana, ao apresentar o software responsável pelo tratamento estatístico, desenvolvido com exclusividade pelo PANELIS França para atender às necessidades específicas deste Centro de Palatabilidade. “Uma metodologia equivocada pode levar a uma interpretação completamente equivocada dos resultados obtidos, por isso a necessidade de um Centro especializado exclusivamente em testes de A SPF destaca como diferenciais oferecidos ao mercado palatabilidade”, afirma Mariana. E continua “os detalhes são tão importantes em nossa rotina de testes diária, que costumo dizer que por aqui o ótimo não é suficiente, exijo a perfeição!” Capa 24 25 pág. 23) e a APLICALIS – uma consultoria prestada em qualitativa nos processos, o que pode exigir menos em termos aplicação industrial de palatabilizantes líquidos e em pó, de produto. Questionado sobre isso, Charles é categórico: trazendo soluções e melhorias que otimizam as condições de “achamos que ajudar o cliente a usar uma quantidade inferior, aplicação do aditivo na escala industrial. melhorando alguns pontos de processo, é um passo à frente para a sua fidelização”, responde. Em função do mercado de cães no Brasil representar 90% dos alimentos produzidos para animais de companhia, Ao mesmo tempo em que as linhas de alimentos para os produtos destinados a essa espécie acabam assumindo cães e gatos se segmentam cada vez mais, os fabricantes de uma posição de destaque no mercado. Uma linha completa palatabilizantes passam a ter de atender demandas cada dia de palatabilizantes deve contar com produtos que atendem mais específicas. “Os diferentes tipos de palatabilizantes são desde a ração standard, que não comporta em seus custos indicados de acordo com o produto final que o cliente deseja um palatabilizante de alto valor, até os alimentos Super produzir, considerando os equipamentos e matérias primas Premium, com a presença de palatabilizantes de altíssimo disponíveis”, explica Beraldo. Esse círculo aquece o mercado desempenho e valor agregado, nas apresentações líquida e e o crescimento passa a se basear em maior valor agregado. em pó. Esse novo cenário transforma as relações em longo “O mercado de gatos, por sua vez, exige muita atenção prazo, tendo em vista que a condição de parceria passa a se em pesquisas de palatabilidade devido à exigência natural sobrepor à relação de cliente e fornecedor da maneira como dos felinos no quesito seletividade e palatabilidade dos é encarada tradicionalmente. No caso dos fabricantes de alimentos”, afirma. Outro ponto que merece especial palatabilizantes essa é uma condição bastante explícita, pela atenção é o segmento de treats, snacks e biscoitos. própria performance em palatabilidade não depender só de Existem produtos específicos desenvolvidos para atender palatabilizante, exigindo do fornecedor deste aditivo uma a demanda desse segmento de mercado que vem crescendo visão mais ampla sobre as necessidades de seu cliente bastante nos últimos anos, não só no Brasil e América Latina, como também em outros mercados. Contudo – primordiais. Segundo Beraldo, a AFB International abriga afirma Charles Boisson, diretor-presidente da SPF do Brasil nos Estados Unidos um centro de desenvolvimento de – “gosto sempre de mencionar que, independentemente produtos para pesquisa sobre novos processos e técnicas. do produto em questão, para nós, qualidade e segurança Em colaboração com os fabricantes de alimentos para cães alimentar não são negociáveis. Do produto de entrada, e gatos, desenvolve conceitos que podem ser comercializados até o top de linha, não se pode fazer a menor diferença para um mercado global cada vez mais exigente. “O resultado em termos de controle de qualidade e rastreabilidade. As são produtos inovadores de alta performance, específicos matérias-primas são as mesmas. Não se usa, por exemplo, para cada necessidade”, diz Beraldo. um fígado melhor para fazer um produto “top”. Todos os produtos utilizam matérias-primas do mais alto padrão de Possui três centros de pesquisa e inovação, localizados na qualidade para atender às normas internacionais e permitir, França, EUA e um prestes a iniciar operações no Brasil por exemplo, que os clientes possam exportar para a União (leia entrevista na pág. 36). Para Boisson, o centro em Européia ou Estados Unidos. Descalvado será também um desenvolvedor de novos Desse modo, pesquisa e inovação são então investimentos A SPF também demonstra preocupar-se com inovação. Uma exclusividade da empresa é a produção local de produtos –“o mercado brasileiro de pet food atingiu um nível palatabilizante em pó. Quem inicia atividades na indústria de de profissionalismo tão elevado que exige a presença de um palatabilizante produz líquido. Quem tem disponibilidade de Centro de P&D local”. capital, poder de investimento e tecnologia, faz pó. E hoje, no Brasil, a SPF é a única empresa que produz palatabilizantes de que há ainda novas oportunidades de crescimento. Não em pó. só no que diz respeito ao mercado interno, que conta com “A ideia é fechar um círculo: fornecer o produto, algumas oportunidades como o aumento do poder aquisitivo aconselhar o cliente com relação à aplicação e testar o da população e da cultura cada vez mais presente nos produto final para avaliar o resultado. São os três pilares proprietários de cães e gatos de alimentá-los com comida da palatabilidade: o produto palatabilizante, um Centro de industrializada, mas também como um polo que traz ao Testes de Palatabilidade e uma consultoria em aplicação de mercado global novas soluções e produtos a partir de matéria líquidos e pós”, esclarece Boisson. primas e tecnologias próprias e inovadoras. O modelo de negócios reflete as necessidades do mercado Isso é um sinal da importância do mercado brasileiro e Diante disso, é fato que o mercado de pet food no Brasil de pet food hoje. É curioso que, em um curto prazo, serviços está mudando, crescendo e qualificando-se cada vez mais. E testados pelos clientes possam resultar em uma diminuição se depender da indústria de palatabilizantes, esse crescimento na compra de palatabilizante, por conta de uma melhora terá também o gosto deles. 26 27 28 Entrevista Fábio José de Mello MTb 24 072-SP Luís Antonio Panone Prefeito de Descalvado (SP) – A cidade PET no Brasil 29 Revista Pet Food Brasil - Conte-nos um pouco sobre a sua é uma realidade indiscutível. Nós nos situamos na elite cidade. produtiva desse segmento. Temos instaladas em nossa Luís Antonio Panone - Descalvado acaba de completar 177 cidade multinacionais gigantes do ramo, como as francesas anos. Tem mais de 32 mil habitantes, ocupando uma área Royal Canin, Evialis e SPF. São empresas que dispensam territorial de 755 quilômetros quadrados. Uma qualidade maiores apresentações, posto que seus produtos são de vida excelente, um clima agradável e um povo ordeiro, reconhecidos mundialmente por suas qualidades. A Royal hospitaleiro, com uma capacidade extraordinária para o Canin está no mercado há 40 anos, está presente em 92 trabalho. Temos grandes produtores avícolas e podemos países e tem 11 fábricas espalhadas pelo mundo. No Brasil, dizer que somos a “Capital Nacional dos Produtos Pet”. A é líder na comercialização de nutrição animal e investe indústria sucroalcooleira é forte, até porque nós somos pesadamente em novas tecnologias. A Evialis está há 70 uma das maiores extensões rurais do estado de São anos em nosso país, por meio da marca Socil. Tem 74 Paulo. Contamos com grandes reservas de areia vidreira, unidades industriais em 16 países e distribui seus produtos utilizada na indústria videira, vidreira cerâmica e de para outros 50. A SPF é líder mundial em palatibilizantes, fundição. Em nossa cidade estão instaladas 74 indústrias que são utilizados em alimentos para cães e gatos. O de diversos segmentos. Possuímos dois distritos industriais Laboratório Veterinário Vansil ocupa um grande espaço no com completa infraestrutura, com vias pavimentadas, nosso Distrito Industrial, desde 1992, e é um dos principais fornecimento de energia e água, e com disponibilidade laboratórios voltado para o mercado de aves, suínos, peixes, de gás natural, além da Universidade Unicastelo, focada pássaros e PET. em Ciências da Terra, abrigando cursos de Engenharia Ambiental, Medicina Veterinária, Agronomia dentre outros. Revista Pet Food Brasil – Há espaço para o crescimento do setor em sua cidade? Logo que assumiu a prefeitura de Descalvado (SP), em janeiro de 2009, o prefeito Luís Antonio Panone teve de enfrentar o fechamento da Cooperfrango, empresa pertencente à Cooperguaçu (Cooperativa Agrícola Mista do Vale do Mogi Guaçu), principal fonte de emprego e renda da cidade. O impacto na economia local foi significativo. O município, de um momento para o outro, perdeu cerca de 30% de sua arrecadação. Aproximadamente 1,6 mil trabalhadores se viram desempregados e com poucas perspectivas de futuro. Para agravar ainda mais a situação, naquele momento o país entrava em recessão e as grandes potências mundiais, em crise. A cidade, que até então era conhecida como a “Capital Nacional do Frango”, precisava encontrar outra vocação. Era necessário criar novas alternativas para a geração de emprego e renda, antes que o impacto social causado pela demissão dos funcionários da cooperativa ganhasse contornos dramáticos. A alternativa encontrada foi incrementar ainda mais o segmento PET FOOD, que é uma das grandes molas propulsoras da economia descalvadense, em função da presença de gigantes do ramo, como Royal Canin, SPF do Brasil, Evialis – empresas especializadas em nutrição animal, com forte presença no cenário internacional. Formado em Ciências Jurídicas, mestre em Ciências da Engenharia Ambiental pela USP (Universidade de São Paulo), além de cursos de especialização em diversas áreas do Direito, o prefeito de Descalvado, Luís Antonio Panone, é o nosso entrevistado dessa edição. Advogado há 25 anos e professor universitário há 12 anos, Panone foi presidente da subsecção local da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), e procurador geral do município durante seis anos (1993-1987). Revista Pet Food Brasil – E a economia do município, como Luís Antonio Panone – Há. E muito. Nós queremos anda? fomentar a formação de uma cadeia produtiva, Luís Antonio Panone – Logo no início de nossa visando consolidar cooperativas, micro e pequenos administração, em janeiro de 2009, nós sofremos um baque empresários fornecedores de produtos e prestadores de muito forte. A principal fonte de arrecadação e emprego, a serviços especializados no segmento PET. Em julho eu Cooperfrango, cerrou suas portas. De um momento para o estive presente na Pet South America, representando outro perdemos aproximadamente 30% de nossas receitas. Descalvado. Fiz muitos contatos com empresários do Esse talvez não seja o principal problema. Para resolvê-lo, ramo. Apresentei-lhes as vantagens de se investir em assumimos uma postura de austeridade com os gastos nosso município. Recentemente nós adquirimos uma públicos, identificando e eliminando os focos de desperdício área de aproximadamente cem mil metros quadrados em e diminuindo o quadro de funcionários comissionados. que funcionará um condomínio de empresas. Também O problema maior foi o impacto social. A Cooperativa compramos um galpão com mais de quatro mil metros dispensou 1,6 mil funcionários. Isso sem falar nos postos quadrados, que servirá para abrigar uma escola técnica indiretos. Creio que aproximadamente 10% de nossa permanente, em parceria com o Senai, tendo em vista a população sofreram impactos econômicos. formação de profissionais qualificados. No local também abrigará uma incubadora de empresas. Enfim, investimos Revista Pet Food Brasil – Diante de tal quadro, qual foi a mais de R$ 3 milhões em imóveis e terrenos. Os primeiros saída encontrada? resultados já estão surgindo. Luís Antonio Panone – Nós tínhamos duas possibilidades: ficar nos lamentando, ou arregaçar as mangas e buscar Revista Pet Food Brasil – Quais seriam esses primeiros soluções alternativas. Num momento de crise, a criatividade resultados? nas ações é uma grande aliada. Eu e o meu companheiro Luís Antonio Panone – Inicialmente, algumas empresas já vice-prefeito, Antonio Carlos Reschini, juntamente com o estão se instalando em Descalvado. A Intergás, que trabalha nosso grupo de secretários municipais, tínhamos um grande com a transformação de gás natural para o abastecimento desafio pela frente. E a sociedade descalvadense esperava de câmaras frigoríficas, e a Pet Club, que produz alimentos uma resposta rápida e ações ousadas. Sem dúvida, o para pequenos animais, como pássaros, peixes e roedores. segmento PET FOOD tem sido uma grande âncora de nossa Também está localizada em nossa cidade a “SAVEDOG”, economia e tenho certeza que será assim por muitos anos. empresa especializada em produtos do segmento Pet, como a “Plataforma SAVEDOG” – que foi criada para evitar o risco Revista Pet Food Brasil – Por que Descalvado detém o título de afogamento de cães e gatos em piscinas residenciais de “Capital Nacional de Produtos Pet”? – e a cama plástica para Pets hiperativos. São produtos Luís Antonio Panone – Não é sonho, não é projeto. Essa inovadores, sem dúvida. 30 Entrevista 31 de transporte são multimodais, composto por rodovias, somarão esforços para implantação da Rede Integrada de ferrovias e vias secundárias, o que facilitam as ralações Serviços e Apoio Tecnológico ao Desenvolvimento da Região comerciais com outras regiões do estado, do país e do Centro Paulista. É uma grata satisfação participar de um exterior. Possuímos uma universidade que forma mão-de- projeto tão grandioso e ambicioso. obra especializada nas áreas de Humanas, biológicas e Ciências da Terra. Também adotamos política de incentivos Revista Pet Food Brasil – Por que escolheram a região em para ocupação de áreas e tributos municipais, como IPTU que se encontra Descalvado? e ISS, que são estudados conforme a potencialidade dos Luís Antonio Panone - A região centro-paulista foi projetos. escolhida pelo governo Federal por estar localizada estrategicamente no bloco Mercosul e por concentrar Revista Pet Food Brasil – Como o senhor tem divulgado as importantes instituições de ensino e relevantes serviços de potencialidades do município? apoio às micro e pequenas empresas, como o Sebrae, por Luis Antonio Panone – Tenho ido a vários eventos, em exemplo. É um projeto-piloto e tem recebido uma atenção níveis estadual e federal, visando sensibilizar potenciais especial por parte das autoridades de Brasília. Aliás, esse investidores, inclusive de outros países. Mandamos projeto eu também apresentei em um encontro de prefeitos confeccionar material promocional, como folder, jornais promovido pela Agência INVESTE São Paulo. e revistas. Também contratamos a Geobrasilis - empresa especializada na prestação de serviços de planejamento Revista Pet Food Brasil – Sobre o que foi tratado nesse estratégico, comunicação e desenvolvimento regional para encontro? empresas privadas e poder público. Também desenvolvemos Luís Antonio Panone – Olha, na ocasião nós fizemos um site, (www.descalvado.sp.gov.br/invista/) voltado para uma apresentação sobre os potenciais econômicos de Luís Antonio Panone – Não gosto de ficar olhando para a classe empresarial. Há poucos dias estive em São Paulo, Descalvado, com base nos trabalho desenvolvido pela trás. A vida caminha para frente. Porém, também não posso participando de um encontro promovido pela Agência Geobrasilis, visando, dentre outras ações, a Estruturação deixar de lamentar que as questões ambientais, no passado, Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade da Cadeia Produtiva de Produtos Pet. Permita-me dizer em nosso município, não tenham sido discutidas com a - INVESTE SÃO PAULO -, criada pelo Governo do Estado de que fiquei feliz com a reunião, que contou com a presença importância que o tema exige. Nós estamos lutando para São Paulo com o objetivo de atrair investimentos para o de Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo e conquistar o selo de “Município Verde e Azul”. Para tanto, Revista Pet Food Brasil – O senhor também está estado e aumentar a competitividade da economia paulista. atual secretário estadual de Desenvolvimento, posto estamos seguindo à risca as diversas diretivas exigidas trabalhando para criar uma cooperativa de costureiras. Na ocasião apresentei o nosso Plano Municipal de Atração que Descalvado foi uma das poucas cidades escolhidas para a promoção do desenvolvimento sustentável, que Como é esse projeto? de Investimento. Mostrei à audiência que a concentração para mostrar os projetos e iniciativas adotados para o consistem, entre outras ações, em tratamento de esgoto, Luís Antonio Panone – Uma das minhas grandes de empresas da cadeia industrial de nutrição animal amplia desenvolvimento econômico do município. recuperação da mata ciliar, arborização urbana, educação preocupações diz respeito aos escassos postos de trabalho as oportunidades de negócios para as demais empresas voltados para a mulher. Pensando nisso, em março estive na do segmento PET, principalmente pela proximidade com Revista Pet Food Brasil – Investidores de maneira geral da água, controle da poluição do ar, estrutura ambiental capital paulista participando de audiência com secretário de fornecedores, prestadores de serviços e operações logísticas costumam exigir mão-de-obra qualificada. Descalvado tem e criação do Conselho de Meio Ambiente. Nós queremos desenvolvimento do estado, Geraldo Alckmin, e apresentei e comerciais. trabalhadores qualificados? crescer, mas de forma sustentável e respeitando nossos um projeto visando a criação de uma Cooperativa de Luís Antonio Panone – Temos instalado em nossa cidade recursos naturais. Costureiras, voltada para a confecção de roupas e brinquedos municipais de incentivos e programas de atração específicos um campus da Unicastelo (Universidade Camilo Castelo para Pets. O ex-governador determinou que um grupo de para empresas fabricantes de produtos para animais de Branco), que oferece cursos de Zootecnia, Engenharia Revista Pet Brasil – Qual o recado que o senhor daria para o técnicos visitasse Descalvado para analisar a possibilidade de estimação. E, também, fiz uma explanação sobre o convênio Ambiental, Medicina Veterinária e Agronomia, entre outros. empreendedor que queira investir na sua cidade? implantação do APL (Arranjo Produtivo Local) - que tem por que firmamos com regiões da Itália. Nós também acabamos de fechar uma parceria com o Senai Luís Antonio Panone – Antes de terminar, gostaria para a instalação de cursos técnicos profissionalizantes, de agradecer essa oportunidade que me foi dada pela Naquela ocasião, ficou evidente a vocação de nossa cidade Revista Pet Food Brasil – Quais são as bases desse Convênio numa área de mil metros quadros, em que também revista Pet Food Brasil, muito conceituada no mercado. para o desenvolvimento do segmento Pet Food. Quanto à com a Itália? funcionará uma incubadora de empresas. O Sesi vai O Brasil é reconhecido mundialmente por ser um país Cooperativa de Costureiras, trata-se de uma iniciativa que Luís Antonio Panone - Trata-se de um projeto de construir uma nova unidade educacional em Descalvado, de empreendedores. Nossa cidade também possui essa certamente vai fomentar a geração de emprego e renda em cooperação entre os dois países para o fortalecimento com mais de 18 mil metros quadrados, num investimento vocação para o negócio. Meu recado é simples e direto: nossa cidade. Nossa ideia é ampliar os produtos e serviços econômico dos municípios da região centro-paulista, na casa dos R$ 11 milhões. Eu costumo dizer que Educação, quem quiser investir em Descalvado, seja no ramo de para pequenos animais. composta por Descalvado, Araraquara, São Carlos, Rio Claro, na nossa administração, se escreve em letras maiúsculas e o produtos PET, ou de qualquer outro segmento, pode Itirapina e Ribeirão Bonito, agindo de forma integrada verbo educar é conjugado no presente. Não vejo outra saída me procurar diretamente. Na nossa administração não Revista Pet Food Brasil - Quais outros fatores que o senhor com as regiões italianas do Marche, Toscana, Úmbria, se não a de investir pesadamente na educação, na formação há intermediários. Eu mesmo terei o imenso prazer em acredita que são atraentes para os investidores? Emilia Romagna e Ligúria. Serão criados o Observatório profissional, em todos os ciclos. atender a todos, no meu gabinete. Temos muito a oferecer, Luís Antonio Panone – Nossa cidade tem uma localização do Desenvolvimento Regional, Centro para a Inovação da excelente, privilegiada. Nós estamos estrategicamente Micro e Pequena Empresa, Núcleo Regional de Informação Revista Pet Food Brasil – O senhor é mestre em Ciências da povo para o trabalho, com a vocação que temos para no centro geográfico do estado de São Paulo, a poucos em Ciência e Tecnologia e Núcleo de Apoio à Agricultura Engenharia Ambiental pela USP (Universidade de São Paulo). Como os negócios, certamente formaremos uma parceria que quilômetros de São Carlos e Araraquara. Nossos sistemas Familiar e Agronegócios. Os municípios conveniados a questão do Meio Ambiente é tratada em sua administração? renderão bons frutos. Tais vantagens são fortalecidas com políticas objetivo diagnosticar as potencialidades econômicas locais. ambiental nas escolas públicas e privadas, uso racional em termos de infra-estrutura. Com a capacidade do nosso 32 Em Foco 1 33 Celso Luiz Fila Diretor Administrativo - Vansil DEPOIMENTOS Bernard Pouloux Presidente Royal Canin Brasil Descalvado foi a cidade escolhida há 19 anos para a implantação da fábrica, escritório e Centro de Pesquisa da Royal Canin no Brasil. Sua proximidade às rodovias Washington Luís, Anhanguera e Bandeirantes, as quais ligam a cidade a muitos locais, facilita a distribuição de alimentos e o recebimento de matéria prima. Além disso, Descalvado propicia um excelente clima para nosso Centro de Pesquisa, pois o mesmo fica localizado a apenas 8 km da fábrica e escritório, mas ao mesmo tempo está situado em uma área rural, sem interferência de odores e ruídos, sendo muito benéfico aos nossos cães e gatos. Por ser uma cidade tipicamente do interior, proporciona aos funcionários e sua família muito mais segurança e qualidade de vida. Cidades como essas não oferecem trânsito e sim tranquilidade, tempo com a família e atividades fora do trabalho, ou seja, menos stress e funcionários trabalhando melhor e mais satisfeitos. Charles Boisson Presidente SPF do BRASIL Terra de Gigantes Terra de gigantes é a melhor definição que posso encontrar para descrever Descalvado. Abrigando potências mundiais do segmento pet, Descalvado reúne líderes absolutas que habitam lado a lado neste pequeno pedaço de terra encravada no coração do estado de São Paulo. É grande o orgulho quando comparo Descalvado a David, que perante Golias brilhou. Apesar do poder das grandes capitais, é em Descalvado que a indústria pet brilha. Oportunidade para as indústrias, que contam com mão de obra qualificada, reduzido custo operacional, infra-estrutura especializada e benefícios tributários. Oportunidade também para a população, que conta com grandes multinacionais como a SPF, trazendo segurança a milhares de trabalhadores, padrões internacionais de respeito ao funcionário e projetos de inclusão social à população carente. O sucesso de Descalvado é uma realidade nacional, grande parte graças ao apoio das autoridades locais aos gigantes produtores de riqueza, sucesso, qualidade de vida e prosperidade a todos que convivem conosco. A Vansil Indústria Veterinária nasceu em Descalvado há 18 anos com o intuito de prosseguir aos trabalhos anteriormente iniciados no ramo veterinário de vacinação de pintinhos. Muitas foram as conquistas alcançadas e ampliamos os serviços na distribuição de produtos veterinários e assim coroamos nosso crescimento com a instalação da indústria. Não somente por sermos “filhos desta terra”, mas a localização de Descalvado em posição estratégica na região central do estado de São Paulo, diga-se uma das mais ricas do país, foi uma das principais razões para abrigarmos aqui nossa produção. Além destes motivos, nossa cidade possui distritos industriais com total infraestrutura para indústrias que pretendem se instalar no município. Descalvado conta ainda com mão-de-obra especializada, fruto dos ensinamentos da universidade instalada no município e das diversas empresas renomadas do segmento que aqui operam. A Vansil também dispõe de variada linha de produtos Pet e acredita que sua visibilidade perante o mercado aumente ainda mais com a projeção e a ascensão da cidade de Descalvado ao pólo Pet. Acredito que a divulgação do nosso potencial ao segmento e os incentivos destinados a empresas interessadas em se instalar na cidade, nos guiará a um caminho de crescimento que trará benefícios a todos indistintamente e, sobretudo, ao município. 34 Em Foco 1 Roberto Vituzzo – Diretor Pet Evialis do Brasil Descalvado é coração pet da Evialis Cidade produz a maioria dos alimentos voltados a animais de estimação Descalvado é o coração dos produtos pet da Evialis. Cerca de 80% da alimentação voltada aos animais de estimação é produzida ali. Para a empresa, Descalvado é um dos principais focos da indústria pet do Brasil, especialmente pela localização privilegiada, onde recebe uma das melhores matériasprimas do país e também serve como um canal de distribuição para grandes regiões consumidoras. A mão-de-obra empregada nas fábricas é de excelente qualidade, cada vez mais preparada para fazer este tipo de alimentação, sempre com muito carinho, já que, atualmente, os animais de estimação fazem parte da família e merecem o melhor. A Evialis sente-se honrada em possuir sua fábrica na cidade, podendo aproveitar de seu potencial industrial e acredita que Descalvado tende a crescer cada vez mais, sendo reconhecida nacionalmente. José Antonio Todescan Gabrielli Coordenador Geral da Unicastelo campus Descalvado A Unicastelo está instalada em Descalvado há 10 anos e tem contribuído consideravelmente para o desenvolvimento social e econômico do município. Parceira de instituições públicas e privadas, nossa universidade dispõe de 12 cursos de graduação nas áreas Humanas, Exatas e Biológicas e inúmeros cursos de pós-graduação Lato Sensu. As graduações de Agronomia e Medicina Veterinária e o Mestrado em Produção Animal, reconhecido pela CAPES, demonstram nossa vontade em contribuirmos com a cidade na concretização do título de Capital Nacional de Produtos Pet. Para atender a esta expectativa, temos por meta ampliar conteúdos referentes aos produtos pet nestes cursos de forma a capacitar profissionais preparados às novas oportunidades da futura capital do segmento. Formação oferecida através de renomados docentes do campo acadêmico, pesquisas apresentadas e reconhecidas em eventos nacionais e internacionais e alcance de nota 4, numa escala de zero a cinco, em recente avaliação institucional do Ministério de Educação e Cultura dão mostras da importância da Unicastelo para Descalvado e revelam nossa alegria em participar deste notável processo de transformação econômica. Nelo Marraccini Neto - Diretor Pet Club Motivada pelo impulso de novos desafios, a Pet Club compartilha a instalação de sua fábrica na cidade de Descalvado. Localizado em ponto estratégico para o escoamento da produção, na região central do estado de São Paulo, o município foi escolhido por também oferecer excelentes condições de qualidade de vida aos seus moradores e oportunidades para o desenvolvimento de pequenas, médias e grandes empresas. A facilidade de acesso às matérias primas e a concentração de empresas do mesmo segmento somam-se às expectativas da Pet Club em contribuir com o desenvolvimento da cidade. As etapas de instalação e ampliação das atividades se dividem em três momentos: a produção de rações para peixes ornamentais, posteriormente às aves ornamentais e por último, aos roedores; todos voltados à linha pet. A empresa ainda objetiva agregar trabalhos a fim de produzir acessórios para cães e gatos e ampliar a referência da cidade como Capital Nacional dos Produtos Pet. São projetos inovadores e atentos às transformações do mercado, que se encontra em constante expansão. Mais progresso para Descalvado, este é o primeiro lema da Pet Club no município. 35 36 Entrevista 2 37 Por Paulo Celestino Revista Pet Food Brasil - Como a SPF chegou ao mercado brasileiro? Charles Boisson - A SPF começou no Brasil entre 1992/1993 dentro da estrutura de um abatedouro do grupo Guyomarc´h, em Porto Ferreira. O grupo possuía alguns interesses no Brasil e iniciou um trabalho com os subprodutos de abate, cujo produto final era chamado de “Chicken Flavor”. Era uma época bastante pioneira em termos de alimentação para animais domésticos. Em seguida, o mercado de Pet Food no Brasil começou a decolar e a SPF foi constituída em 1995 no município de Descalvado, onde estamos hoje. Assim, somos uma empresa que, ano que vem, comemora 15 anos de trabalho com palatabilizantes no Brasil. Revista Pet Food Brasil - Então, praticamente vocês nasceram com o mercado de pet food no Brasil. Qual a avaliação dessa atuação ao longo desse tempo? Charles Boisson - Somos bem conhecidos no mercado de Pet Food. Ao longo desses anos, a SPF tem conseguido fazer com que os seus produtos e serviços, além de suas equipes profissionais, adequem-se à maturidade crescente desse mercado no Brasil. No início dos anos 1990, quando as vendas eram poucas no país, foi mais um trabalho de desbravar um mercado completamente novo para este tipo de produto. Com o mercado sensibilizado, a SPF desenvolveu produtos que poderiam ser vendidos em maior volume, com novas técnicas e tecnologias diferenciadas para uma produção em massa. Outro momento importante foi quando o mercado despertou para o segmento “Premium” e “Super Premium”. A SPF, então, passou a oferecer ao mercado brasileiro produtos de maior valor agregado e melhor desempenho. Durante este período nos destacamos pela qualidade, performance e serviços que contribuíram para o desenvolvimento do mercado Premium e Super Premium do pet food. Charles Boisson Um elemento fundamental para o sucesso da indústria de alimentos para animais de companhia. Assim o engenheiro de alimentos e diretor presidente da SPF do Brasil, Charles Boisson, define a importância da indústria de palatabilizantes dentro da cadeia de pet food. Boisson está à frente da SPF do Brasil desde 2005 e mostra conhecer o mercado como poucos. Na bela casa de campo dentro da área da empresa, na cidade de Descalvado, Boisson nos recebeu para esta entrevista exclusiva na qual avaliou o mercado de ração para animais de companhia, os impactos da crise sobre o segmento e também comentou sobre as estratégias, desafios e planos do Grupo Diana Ingredients, holding a qual pertence a SPF. Com construções perfeitas do idioma português e um refinado vocabulário, o francês nascido na região de Nancy – “uma cidade no leste da França, quase do mesmo tamanho de São Carlos” –, também se mostra confiante na retomada do crescimento do mercado brasileiro. Em nossa entrevista, Boisson explica ainda como a SPF cresceu mesmo remando contra a maré. Desafio nada fácil, pois segundo ele, seu produto só tem uma chance para agradar o ‘freguês’, como costuma chamar os animais de companhia. “A sentença da palatabilidade é imediata. O consumidor que deu uma ração para o seu cão ou gato e não observar uma resposta positiva do animal, ou seja, a ingestão imediata do alimento, dificilmente compra novamente a mesma marca”, disse. “Por isso nosso objetivo é a perfeição. A rivalidade crescente entre as indústrias de alimentos para animais de companhia não permite que sejam feitos “testes” com o consumidor quando o assunto é aceitação do alimento pelo cão ou gato” complementa Boisson. “Não há espaço para erros na palatabilidade, pois o consumidor não hesita em substituir o produto, e todos sabemos a dificuldade e o custo da reconquista de um cliente perdido. A questão palatabilidade é muito delicada e as perdas envolvidas em um deslize neste quesito podem significar muito para uma indústria de pet food. Revista Pet Food Brasil - Qual é a avaliação que você faz do mercado de pet food hoje no Brasil? Charles Boisson - Hoje, no mercado brasileiro, ainda predominam os alimentos de menor palatabilidade. O crescimento que ocorreu no mercado foi principalmente em ralação ao volume produzido. Estamos falando de uma produção de 200 mil toneladas no início dos anos 1990, e que atualmente, chega a praticamente 2 milhões de toneladas nos colocando em segundo lugar no mercado mundial. Vejo que esse crescimento pode continuar a ocorrer, mas será sobreposto à noção de valor agregado. É uma tendência lenta, mas certa. Os produtos mais simples vão se convertendo em produtos de maior valor agregado. Os “Top” serão “Super Top”, “Premium” serão “Super Premium”. Então, se a década de 1990 viu o Brasil despertar para esse mercado, desenvolver-se e alcançar um tamanho de destaque no segmento mundial de Pet Food, e os anos 2000 viu o Brasil atingir a estatura de um gigante ao ponto de ser o número 2 no mundo, vejo que a década de 2010 contribuirá com o desenvolvimento da maturidade do negócio, além de um possível movimento de concentração do setor. As empresas menos preparadas possivelmente iniciarão um movimento de concentração e, principalmente, busca de um melhor mix (preço médio por quilo vendido). Quando o mercado diminui o ritmo de crescimento em relação ao volume produzido, ainda há a possibilidade de crescimento através do aumento do valor agregado, gerando maior faturamento e maiores margens à indústria. Revista Pet Food Brasil - Então, a SPF vê isso como uma oportunidade de negócio? Charles Boisson - Sim, é uma esperança pra SPF em termos de negócio, pois estimamos que cerca de 10% a 20% dos alimentos produzidos hoje no Brasil ainda não utilizam palatabilizante. Portanto, esse mercado é um alvo para a SPF. Além disso, temos outro vetor de crescimento. Hoje, a taxa de cobertura do mercado é de 50%, ou seja, metade dos cães e gatos no Brasil ainda se alimenta de comida caseira ou restos de comida. Há possibilidade de o mercado crescer bastante. Desse modo, creio que teremos o efeito dos dois fatores nos próximos anos: o número de animais alimentados com ração continuará aumentando e o preço médio desses produtos também tenderá a aumentar. Revista Pet Food Brasil - O mercado de pet vinha crescendo bastante a reboque do crescimento econômico, inclusive contando com a entrada no mercado da classe C da população... Charles Boisson - E isso deve continuar a ocorrer. Aliás, é o motivo principal pelo qual o segmento econômico domina o mercado de pet food. Vejo com muita satisfação a classe C e até mesmo a D buscando alimentar seus animais de estimação com alimento industrializado. É a busca da praticidade, da melhor relação custo-benefício, uma tendência irreversível. As estatísticas demonstram que dificilmente quem entrou na ração industrializada volta a dar restos de comida para os animais. Revista Pet Food Brasil - Ainda falando em economia, consequentemente, a indústria vinha apresentando bons resultados quando a crise financeira nos atingiu. A seu ver, qual foi o impacto? Charles Boisson - Como sabemos, a crise veio de uma forma mais evidente a partir do segundo semestre do ano passado, alastrando-se e tendo o seu auge entre setembro de 2008 e fevereiro de 2009. Isso trouxe um impacto psicológico negativo fazendo com que o quarto trimestre de 2008 fosse de retranca. O lojista e o distribuidor passaram a trabalhar com estoques mais enxutos. O fabricante de pet food também passou a reduzir o estoque de produtos acabados. Todos passaram a trabalhar com maior cautela e a consequência foi a redução relativamente forte no volume de produção, o que praticamente neutralizou o crescimento que o mercado vinha apresentando. Começamos 2009 retraídos, mas dessa vez até um pouco mais por parte do consumidor, principalmente devido às demissões e acentuado desemprego, além do cenário econômico pessimista. Houve uma leve redução no consumo, mas novamente, não podemos nos esquecer de que quem está dando o alimento industrializado dificilmente volta atrás. Passamos todo o primeiro semestre de 2009 nesta situação, o que podemos chamar de morna, resultando em um fechamento 5% abaixo em relação ao mesmo período do ano anterior. Revista Pet Food Brasil - E para este segundo semestre? Charles Boisson - No ano passado o segundo semestre apresentou resultado bastante inferior ao primeiro. Neste ano, temos uma situação contrária, com o segundo semestre apresentando melhores resultados, anulando o impacto negativo provocado pela redução de volume do primeiro semestre de 2009. Então, acredito que o mercado vai chegar ao final do ano com crescimento zero ou talvez até uma pequena evolução. Resumindo, se traçarmos um histórico teremos um forte crescimento até 2007, com 2008 e 2009 permanecendo praticamente estáveis, sem crescimento. Revista Pet Food Brasil - E a SPF, como reagiu neste cenário? Charles Boisson - Apesar do cenário difícil, a SPF, tanto em 2008, quanto em 2009, conseguiu apresentar um crescimento satisfatório. Parte desse sucesso está em nossas exportações, que contribuíram de forma significativa para esse quadro. Revista Pet Food Brasil - E como isto se deu? Charles Boisson - O palatabilizante é um fator de diferenciação. Quando o mercado apresenta crescimento lento e a competição torna-se mais acirrada, o fabricante busca adquirir vantagem competitiva através da 38 Entrevista 2 39 melhoria e diferenciação de seu produto. Assim, o cliente que não utilizava palatabilizante em uma determinada linha começou a utilizar, com o objetivo de aumentar sua participação no mercado ou mesmo manter a atual posição em relação à concorrência. Isso foi um dos fatores de crescimento. Outro fator que vale ressaltar é a maior informação e exigência do consumidor, que não hesita em trocar de marca de ração frente a melhores opções em tempos de crise. Em período de situação econômica estável, as pessoas trocam pouco de marca após encontrarem o produto que satisfaça suas necessidades e exigências do animal de estimação. O comportamento mais comum é escolher uma marca e permanecer com ela, mas em um momento em que o mercado sabe que o consumidor busca economizar, e a troca de marca é um risco evidente, o palatabilizante é mais uma vez utilizado como fator de diferenciação ao cliente. Talvez porque esse seja o único teste que as pessoas fazem em casa. A aceitação imediata da ração é definitivamente um fator-chave de sucesso para as empresas de pet food. a adequação às condições e exigências locais das soluções desenvolvidas na França, aproveitando, por exemplo, matérias-primas que só existem aqui. Além dos dois centros de P&D mencionados, contamos ainda com um centro de pesquisas nos Estados Unidos. Revista Pet Food Brasil - E, a partir deste cenário, quais são as perspectivas da SPF para 2010? Como a empresa pretende reagir ao pós-crise? Charles Boisson - Temos uma boa expectativa para 2010 considerando-se a possibilidade que esse mercado sufocado pela crise nos últimos dois anos nos surpreenda positivamente com um crescimento significativo. Em relação ao crescimento da SPF, especificamente, é natural que haja uma pressão por parte dos nossos clientes para o desenvolvimento de produtos cada vez melhores ou mais baratos. Assim, trabalhamos para atender a essa demanda com novos produtos em fase final de desenvolvimento para 2010, tanto para cães, quanto para gatos, um mercado em que obtivemos respostas muito satisfatórias de nossos clientes em 2009. Como sempre, o crescimento da SPF está atrelado ao desenvolvimento de novas tecnologias, pesquisa e desenvolvimento integrado entre os centros presentes na Europa (França), América do Norte (Estados Unidos) e o centro de P&D em fase final de implantação na América Latina, em Descalvado. A inovação, sem dúvida, é um dos pilares de nosso crescimento. Alem disso, estamos sempre atentos ao que não se reflete em produção de valor em nossa cadeia produtiva. Temos um programa interno permanente de avaliação da adequação entre a necessidade e o recurso empenhado. Revista Pet Food Brasil - São informações ou produtos que podem ser aproveitadas no mercado externo? Charles Boisson - A idéia é essa. É desenvolver soluções que possam ser primeiramente implantadas localmente, e posteriormente transferidas a outros mercados. E já temos exemplos: a levedura de cana é hoje uma matéria prima importante na indústria de nutrição de animais de produção. A SFP do Brasil foi a pioneira em viabilizar o uso de determinados tipos de levedura de cana com aplicações específicas em palatabilidade. Essa tecnologia foi posteriormente transferida e aproveitada nas outras unidades da SPF. Revista Pet Food Brasil - Esse parece ter sido o grande aproveitamento da crise, o de readequar processos... Charles Boisson - Aproveitamos o ano de 2009 para refletir sobre a nossa estrutura, processos e parceiros. A evolução constante da empresa é necessária, ou em dois ou três anos a defasagem em relação às necessidades do mercado torna-se evidente. Quem define o que está disposto a comprar e a qual valor é o cliente. Ou adequamos nossa estrutura para fornecer o produto desejado, ao preço aceitável e com os serviços agregados de forma a surpreender nossos clientes ou corremos o risco de ficar do lado de fora. E esta, definitivamente não é uma opção para a SPF. Revista Pet Food Brasil - Um dos valores da empresa é a inovação refletida principalmente em pesquisa. Qual a importância da pesquisa para a empresa? Charles Boisson - Iniciamos em 2009 a implantação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Descalvado que vai se concretizar em 2010. Até então, utilizávamos o centro de P&D na França. Percebemos que um mínimo de descentralização dos processos de desenvolvimento era vital para a empresa, pois há localmente matérias primas, ingredientes e mão de obra qualificada que podem nos fazer refletir de forma diferente. Assim, decidimos modernizar a estrutura de P&D globalmente. Vamos continuar com uma estrutura central forte, centrada na parte de inovações marcantes, de rupturas de processos. Localmente, vamos fazer Revista Pet Food Brasil - Isto é um movimento de tropicalização da SPF? Charles Boisson - É mais do que um movimento de tropicalização, porque isso nós já fizemos. Com o centro de P&D, temos a possibilidade de aproveitar oportunidades que hoje não estão ao nosso alcance. Por exemplo, é inviável enviar algumas matérias primas para a realização de testes na França. Além disso, desenvolver não é simplesmente testar uma amostra. É conversar com seu parceiro, entender exatamente o que ele faz, suas necessidades e expectativas e então desenvolver soluções personalizadas. Enfim, um entrosamento perfeito que só é conseguido pela proximidade com o cliente, outro pilar da empresa. Revista Pet Food Brasil - Há alguma proposta de pesquisa para esse centro local? Como o centro ainda não está em atividade, é difícil dizer quais serão as novidades que virão. Mas vamos alinhar o trabalho desse centro de P&D às duas perspectivas que interessam ao nosso cliente: produtos superiores e custo-benefício mais atrativo, uma vez que ele precisa trabalhar a competitividade do seu produto no mercado através da redução do custo relativo ou através da inovação. Assim, a empresa deve estar disposta a investir valores consideráveis quando se quer trabalhar neste sentido, buscando superar as expectativas de seus clientes. Revista Pet Food Brasil - Qual é o investimento no Centro? Charles Boisson - Acredito que o mais importante é entender o motivo da implantação deste Centro de Tecnologia em P&D, entender que estamos iniciando uma nova etapa no trabalho da SPF no Brasil. A SPF está a 15 anos implantada em Descalvado, com um investimento acumulado de mais de 50 milhões de reais. De forma global, o investimento da SPF em pesquisa e desenvolvimento supera 15% de seu faturamento. Segundo dados apresentados disponíveis para consulta a média de investimento em P&D no Brasil é de 2,5%. Isso dá uma idéia da importância da pesquisa para a SPF e o resultado não tarda a aparecer, em forma de faturamento, lealdade à marca, número de clientes, liderança no segmento e, mais importante, aparece na satisfação e no atendimento às expectativas de clientes extremamente exigentes. Revista Pet Food Brasil - Qual a estratégia da empresa para o próximo ano e como chegar lá? Charles Boisson - A estratégia da empresa é crescer. E, para crescer de forma objetiva, contamos com alguns fatores-chave de sucesso, como por exemplo o atual know-how da SPF. Presentes em 70 países e com 11 fábricas ao redor do mundo, somo hoje grandes conhecedores do mercado pet. Acredito que onde se produz pet food no mundo existe um funcionário da SPF. Temos uma 40 Entrevista 2 41 Revista Pet Food Brasil - A SPF exporta? Quanto da sua produção vai para outros mercados? Charles Boisson - Sim, hoje a exportação da SPF do Brasil representa mais de 40% de nossa produção. Atendemos mais de 15 países regularmente, exportando para os cinco continentes. Inclusive, no final de 2008 recebemos o Prêmio Exporta São Paulo, conferido à SPF pela FIESP como a empresa do Estado de São Paulo que obteve o maior crescimento nas exportações em sua categoria. Revista Pet Food Brasil - Com essa amplitude de mercado, então, por que se instalar em Descalvado? Charles Boisson - Há 15 anos, a idéia era iniciar as atividades dentro do então abatedouro do próprio grupo, em Porto Ferreira (cidade vizinha a Descalvado). Porém crescemos, expandimos e a mudança foi necessária. Descalvado surgiu como opção, pois permaneceríamos próximos à matéria prima. Foi uma decisão que se mostrou interessante, pois hoje Descalvado é considerada a capital nacional do Pet Food devido à presença de gigantes do segmento. Possui uma localização estratégica, não está tão distante da origem da matéria prima e, em termos de distância, estamos bem posicionados para atender o Estado de São Paulo, Paraná, Minas, e Rio de Janeiro. Enfim, estamos no eixo rodoviário, sendo a posição da cidade de Descalvado, para nós, uma localização privilegiada e estratégica. Revista Pet Food Brasil - Para concluir, você acredita que a chave da palatabilidade está apenas no palatabilizante? Charles Boisson - Não. Como produtor de palatabilizante deveria dizer que sim, mas vender palatabilizante é fácil, o difícil é vender palatabilidade. cobertura de mercado completa e esse é o nosso know-how mercadológico. O segundo fator-chave de sucesso é o nosso know-how tecnológico, com domínio dos processos envolvidos na produção de flavor. Podemos afirmar que hoje estamos no caminho certo para alcançar o state of art da palatabilidade. Revista Pet Food Brasil - Existem outras estratégias delineadas para atingir o crescimento almejado? Charles Boisson - Sim, explico: a SPF faz parte do GRUPO DIANA INGREDIENTS, uma holding francesa que atua nas áreas de alimentação humana com as empresas CAP DIANA e DIANA NATURALS - ainda não presentes no Brasil - e nutrição animal, respaldada pelas marcas SPF, AQUATIV e Vit2be. Assim, buscamos utilizar o know-how alcançado pelo Grupo para expandir em outras frentes. Em 2009, por exemplo, inauguramos um prédio para garantir a expansão de um novo negócio chamado AQUATIV, uma linha de produtos que busca atender às necessidades do mercado de aqüicultura com um novo conceito em nutrição de peixes e camarões, conhecido como NAN – natural active nutrients. O Grupo também busca oportunidades de mercado através da identificação de demandas reprimidas no mercado global. Podemos citar como exemplo a forte tendência de utilização de ingredientes funcionais nas dietas dos animais de companhia. Temos um trabalho em gestação para desenvolver uma linha de produtos nesse contexto de ingredientes funcionais. Essa linha de trabalho chama-se Vit2Be, onde “Vit” nos dá a noção de vitamina, vitalidade, e “2be” a noção de que continuamos na atuação “business to business” (B2B). Assim, o grupo DIANA INGREDIENTS possui hoje três frentes de crescimento no Brasil: palatabilizantes para o mercado de pet food (SPF), outros aditivos também para o mercado pet food (Vit2Be) e uma via de crescimento através do mercado de aqüicultura (AQUATIV). Revista Pet Food Brasil - Você pode falar um pouco mais sobre este novo segmento? Charles Boisson - Sim, identificamos uma oportunidade interessante em um novo mercado, o de aquicultura. Trata-se de um mercado de futuro promissor, uma vez que o consumo de proteína de peixes e camarões vem crescendo e as projeções apontam para a continuidade deste crescimento contínuo e intenso. Contudo, este mercado deve enfrentar um problema de disponibilidade de determinados tipos de proteínas que são essenciais no aspecto nutricional dos peixes e dos camarões. Assim, desenvolvemos uma linha de produtos que apresenta não somente a característica de atratividade, mas funções nutricionais e aspectos funcionais para peixes e camarões. A linha chama-se AQUATIV e sua implantação foi um investimento finalizado em 2009 com a contratação de um profissional focado exclusivamente neste mercado aquícola. Revista Pet Food Brasil - Então, já se encontra implantado? Charles Boisson - Sim. Os produtos já estão registrados e os clientes ativos. Não se trata mais de um projeto, é uma realidade. O Vit2be ainda é um projeto, o AQUATIV não. E pretendemos continuar crescendo dentro dessa realidade em 2010. Aplicar o palatabilizante no extrusado não assegura que o produto apresentará maior aceitabilidade por parte dos animais. A experiência da SPF nos trouxe essa consciência. Pesquisas desenvolvidas pelos centros de P&D da SPF provaram que a palatabilidade é alcançada através de um conjunto de fatores que devem estar presentes nas diferentes etapas do processo produtivo do pet food. Esses fatores são: o palatabilizante, sua aplicação adequada e precisa, a utilização de matérias primas devidamente selecionadas e, por fim, a mensuração do resultado obtido antes de disponibilizar o produto ao consumidor final. Cientes da complexidade que envolve o tema palatabilidade, desenvolvemos ao longo dos anos um pool de serviços que proporciona aos nossos clientes apoio e orientação em cada uma das etapas que pode influenciar decisivamente na palatabilidade do produto final. Assim, buscamos acompanhá-lo no desenvolvimento do produto para assegurar que o fator atratividade seja um ponto forte no produto final. A SPF conta com o APLICALIS, um serviço técnico especializado que tem como objetivo exclusivo orientar seu cliente a otimizar o palatabilizante no momento da aplicação, reduzindo perdas desnecessárias. Também orientamos nosso cliente na escolha das matérias primas mais favoráveis e, finalmente, oferecemos um centro de pesquisas especializado em testes de palatabilidade. Os testes visam mensurar e analisar o resultado final deste conjunto de fatores que proporciona a palatabilidade e a atratividade do produto que levará a marca de nossos clientes ao consumidor final. Resumindo, não vendemos palatabilizante, vendemos palatabilidade. Vendemos a certeza de um alimento atrativo ao cão ou ao gato, não simplesmente um produto. 42 Em Foco 2 43 Aplicando Palatabilizantes! 1 – O que exatamente é o APLICALIS? A palatabilidade não é alcançada exclusivamente com a utilização de um intensificador de palatabilidade (ou palatabilizante), mas é o resultado da combinação de interações positivas e negativas entre as matérias-primas, processos de formulação, o intensificador de palatabilidade e a técnica correta de sua utilização. Somente uma abordagem sistêmica permite entender a complexidade dessas interações. É por isso que há dez anos a SPF criou uma atividade de investigação e serviço dedicado à orientação da aplicação do intensificador de palatabilidade, o APLICALIS. A originalidade do APLICALIS está em sua especificidade no tema aplicação de líquidos e pós e seu interesse na compreensão do sistema de palatabilidade, estudando o meio mais eficaz de atingi-lo com os recursos disponíveis em cada situação específica. Assim, o APLICALIS tem por objetivo orientar e ajudar o fabricante a maximizar a performance de palatabilidade de seu produto com uma perícia técnica especializada em aplicação de intensificadores de palatabilidade, ou seja, na aplicação de líquidos e pós. O APLICALIS propõe às indústrias de pet food que são contempladas com sua consultoria algumas ações dirigidas que têm se mostrado bastante eficientes ao longo dos anos, através de uma oferta de múltiplos serviços: conferências e treinamentos técnicos, auditorias, apoio operacional e ensaios feitos sob medida, em parceria com os clientes com o objetivo único de otimizar o desempenho do produto adquirido, maximizar seu resultado, eliminar perdas e desperdícios e reduzir o impacto do palatabilizante no custo final do produto. Vale ressaltar que cada oferta é customizada para atender à problemática única de cada cliente. 2 – Qual a importância desse tipo de serviço para indústria brasileira de pet food? A intervenção do APLICALIS ocorre notadamente no campo da aplicação do palatabilizante: no revestimento, dosagem e tratamento do produto e da gordura que serão utilizados no processo produtivo do extrusado. Como conseqüência dessa atividade tão específica, desenvolvemos uma experiência que não pode ser encontrada hoje no mercado, nem mesmo pelos próprios fornecedores de equipamentos. Nosso trabalho é dedicado exclusivamente a este campo de ação. As atividades realizadas pelo APLICALIS não poderiam ser desenvolvidas de forma tão profissional pela grande maioria de nossos clientes devido à falta de tempo, mão de obra específica e custos envolvidos em sua implantação e manutenção. Assim, vejo hoje o APLICALIS como um grande diferencial para quem utiliza seus serviços, pois poderá seguramente contar com um olho clínico objetivo sobre o seu processo produtivo. “O resultado final é a economia, redução de custos e diminuição das perdas que vinham eventualmente ocorrendo durante a aplicação do líquido ou do pó”, afirma Pierre de Paeppe, consultor do APLICALIS. 3 – Quais as vantagens para os clientes da SPF na utilização de um consultor em aplicação de palatabilizantes líquidos e pós? Um trabalho fundamental de investigação é conduzido no APLICALIS, com o foco sempre direcionado para a abordagem sistêmica da aplicação do palatabilizante. Assim, acredito que o APLICALIS possui hoje um ponto de vista global do setor de pet food, o que já é um benefício direto ao cliente. Também acho importante citar que o APLICALIS tem uma posição neutra em relação aos fornecedores de equipamentos, uma vez que faz parte de nosso trabalho de orientação conhecer as vantagens e desvantagens de cada um deles. Devemos ser capazes de aconselhar o cliente em relação à tecnologia que melhor se adaptada à sua realidade, que atenda às suas necessidades exatas. 4 – Quais são as ferramentas específicas utilizadas pelo APLICALIS? O APLICALIS conta atualmente com algumas ferramentas como uma estação de revestimento, além de ferramentas de análises físicas e instrumentais específicos que nos auxiliam em nossa rotina de trabalho. Painéis de palatabilidade como os do Centro de Testes de Palatabilidade PANELIS podem nos auxiliar na obtenção de resultados completos e relevantes. Métodos específicos desenvolvidos pelo APLICALIS também são utilizados para analisar a eficácia de um determinado revestimento. Assim, possuímos recursos suficientes para auditar a eficácia de uma linha de revestimento verificando, por exemplo, a homogeneidade do intensificador de palatabilizante no produto final. As perdas na indústria de alimentos para animais de companhia e, em especial, as perdas de palatabilizantes decorrentes da aplicação incorreta seguramente levam a um aumento dos custos de produção ou a baixa performance de palatabilidade alcançada, afirma Pierre de Paeppe. Nestes casos, o APLICALIS é capaz de rastrear o problema relativo a aplicação do palatabilizante e quantificar as perdas. Uma auditoria mais profunda do processo permite, ainda, definir a localização exata destas perdas. Para finalizar, é importante ressaltar a seriedade e confidencialidade com que o APLICALIS conduz seus trabalhos junto aos parceiros. 44 Caderno Técnico 1 45 Letícia Tortola - Mestranda em Medicina Veterinária FCAV/Unesp, Campus de Jaboticabal Prof. Dr. Aulus Cavalieri Carciofi – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Campus de Jaboticabal POLISSACARÍDEOS NÃO AMILÁCEOS: INFLUÊNCIA SOBRE A DIGESTIBILIDADE DOS ALIMENTOS EM CÃES E GATOS Com o crescimento e aumento da competitividade do à piora da qualidade fecal (TWOMEY et al., 2003b). Devido mercado de alimentos para cães e gatos, a utilização de alimentos à sua elevada solubilidade, os PNA podem gerar aumento da alternativos e de co-produtos da agro-indústria vem sendo viscosidade da digesta e desbalanço da microbiota intestinal, economicamente importante. Para seu correto emprego na levando à redução na digestão e absorção (Choct & Annison, formulação de rações, todavia, é importante se conhecer seu 1996). Um aumento demasiado da viscosidade do lúmen valor nutritivo, que engloba não só sua composição química, intestinal interfere na digestibilidade dos nutrientes pois reduz mas também disponibilidade dos nutrientes, concentração a interação das enzimas endógenas com os substratos presentes e disponibilidade de energia (GENEROSO et al., 2008). Na no intestino (SMITS & ANNISON, 1996). Como consequência busca de alternativas viáveis e de custo atrativo para petfood, direta, estudo em cães demonstraram que pode ocorrer redução tem-se recorrido a matérias-primas de origem vegetal. No da digestibilidade da matéria seca e proteína bruta dos alimentos Brasil, há uma grande oferta de sco-produtos oriundos da no intestino delgado (YAMKA et. al. 2005) o que implica em nutrição humana, como os farelos de soja, de milho, de trigo e aumento do fluxo ileal de matéria orgânica, maior volume de de arroz. Porém, estes ingredientes possuem inúmeros fatores fezes (YaMkA et. al. 2003), maior produção de gases e ácidos antinutricionais que podem interferir na digestibilidade dos graxos de cadeia curta (ácido butírico, propiônico e acético) nutrientes, destacando-se, dentre eles, os polissacarídeos não e ácido lático pela microbiota do trato digestório (Grieshop amiláceos (PNA). & Fahey, 2000; Silvio et al., 2000; YAMKA et al., 2005). No como entanto, deve-se considerar que em grau adequado a presença de componentes estruturais das paredes celulares dos cereais, matéria orgânica e fermentação no intestino grosso é importante sendo formados principalmente por oligossacarídeos (estaquiose e desejável, os ácidos graxos de cadeia curta derivados são parte e rafinose), celulose, hemicelulose e pectina. Além de serem essencial da fisiologia normal do cólon. Assim, apenas o excesso importantes para a integridade estrutural da planta, as ligações de PNA seria contra-indicado, podendo sua presença em teores entre PNA e outros componentes provavelmente determinam adequados ser inclusive interessante. seu valor nutricional e digestibilidade (Fischer et al., 2002). A elevada capacidade de ligar-se a grandes quantidades de água, acordo com o NRC (2006) cerca de 20% da matéria seca do farelo juntamente com a impossibilidade de digestão enzimática desses de soja é composta por PNA, representando os oligossacarídeos compostos pelos animais, resulta em aumento da viscosidade aproximadamente 15% do ingrediente (Dersjant-Li & Hill, do conteúdo intestinal quando alimento contendo PNA é 2005). Os principais PNA do farelo de trigo são os arabinoxilanos consumido. (36,5%), celulose (11%), lignina (3 a 10%) e ácidos urônicos Chegando ao intestino grosso dos cães e gatos, os PNA (3 a 6%) (MAES et al., 2004). O farelo de arroz apresenta, em solúveis são facilmente fermentados. Apesar de a fermentação média, 25% de PNA totais (parede celular), já o milho apresenta orgânica ser parte importante e desejável da fisiologia normal do apenas cerca de 8% de PNA, ambos com predominância de intestino grosso, se consumidos em excesso os PNA podem levar arabinoxilanos (TAVERNARI et al., 2008). Os PNA são encontrados, principalmente, Yamka et al. (2003) avaliaram o farelo de soja como fonte adicionaram complexo multienzimático (celulase, amilase e protéica em alimentos extrusados para cães, verificando protease) em dietas à base de soja extrusada para frangos de baixo coeficiente de digestibilidade da proteína bruta. Esses corte. Verificaram melhora da digestibilidade ileal da matéria seca autores propuseram que a inclusão de farelo de soja na dieta das rações, indicando que as enzimas foram efetivas em atenuar em teores superiores a 150g/kg pode ter efeito negativo os efeitos negativos provocados pelos fatores antinutricionais sobre a digestibilidade dos nutrientes e formação de fezes de presentes no ingrediente. cães. Trabalhos anteriores, no entanto, não haviam verificado problemas com a inclusão de soja, tendo as dietas com soja contendo milho e farelo de soja foi avaliada por Ruiz et al. (2008). apresentado, inclusive, maiores coeficientes de digestibilidade Esses autores relatam que a adição enzimática de 0,05% não foi da proteína que dietas à base de farinha de vísceras de frango capaz de aumentar a digestibilidade dos nutrientes. Soares et (CARCIOFI, et al., 2006; ZUO,ET AL., 1996). Assim, ainda não al.(2008), avaliando a adição de três níveis de protease (0,05, 0,10 se tem de forma clara o real impacto dos oligossacárides da soja e 0,15%) em tucunarés, demonstraram melhora na conversão na digesgetibilidade e formação de fezes de cães, merecendo o alimentar, ganho de peso e taxa de crescimento, obtendo um assunto futuros estudos. melhor índice de produção com a inclusão de protease exógena Twomey et al. (2003b) avaliaram o efeito de teores crescentes de 0,10%. A partir destes resultados promissores em alguns de PNA solúveis em dietas extrusadas para cães contendo cevada animais monogástricos, surgiu o interesse de se verificar se e trigo. O estudo demonstrou que o aumento das concentrações ocorreriam efeitos semelhantes em cães e gatos. No entanto, este de PNA solúveis diminuiu o pH fecal, gerou maior produção de é aspecto ainda muito pouco estudado para cães e gatos. lactato fecal e diminui a concentração de ácidos graxos de cadeia curta, indicando que houve aumento da fermentação no intestino (amilase, β-gluconase e xilanase) em dietas extrusadas para grosso. De acordo com Cummings e Macfarlane (1991), o pH do cães contendo teores crescentes de PNA solúveis. O estudo material presente no cólon e das fezes resultantes é influenciado demonstrou que a adição de enzimas resultou em aumento pela proporção relativa entre ácidos graxos de cadeia curta e na digestibilidade da gordura, matéria seca e energia bruta outros produtos finais do processo fermentativo como metano, e melhora significativa na qualidade das fezes dos cães. Os amônia, aminas, fenóis e indóis. autores atribuíram este efeito à ação das enzimas em quebrar as O processo de extrusão não é capaz de reduzir os efeitos moléculas de PNA solúveis em pequenos polímeros, diminuindo negativos desses compostos. Ao contrário dos demais fatores assim a viscosidade do bolo alimentar. Em estudo anterior, no antinutricionais presentes nos produtos de origem vegetal, os entanto, o mesmo grupo de pesquisa havia avaliado a adição PNA não são termolábeis, ou seja, o aquecimento não é capaz de carboidrases em dietas para cães contendo sorgo e milho, de inativar suas propriedades (YAMKA et al., 2003). Assim, não encontrado efeito da adição de enzimas (TWOMEY et al., uma alternativa que tem sido investigada em várias espécies de 2003a). González-Sánches et al. (2007) avaliaram a adição de animais monogástricos para se tentar reduzir esses efeitos anti- diferentes concentrações de fitase (250 e 500 U/kg de MS) em nutricionais dos PNA é a adição de enzimas ao alimento. Até dieta para gatos domésticos. Esses autores observaram que a recentemente, as enzimas usadas na indústria de rações eram adição enzimática reduziu a digestibilidade aparente da matéria subprodutos da indústria de alimentos. Os componentes das seca, fibra em detergente neutro e energia (p<0,05) concluindo enzimas, sua estabilidade e atividade não eram adequadamente que a inclusão dessa enzima exógena em gatos domésticos afetou padronizados. Avanços nas áreas de biotecnologia e bioquímica negativamente a digestibilidade dos nutrientes, demonstrando permitiram melhorias significativas na estrutura e produção de quão controversa é ainda a questão. enzimas. Atualmente estas são produzidas comercialmente a partir de bactérias do gênero Bacillus sp ou de fungos do gênero controversos em cães e gatos sobre o assunto, fica evidente Aspergillus sp (Fireman & Fireman, 1998). a necessidade de mais pesquisas na área para melhor Segundo Ficher et al. (2002) as enzimas exógenas são estudar os efeitos dos polissacarídeos não amiláceos sobre utilizadas na alimentação animal com dois objetivos bem a digestibilidade e fermentação bacteriana e a viabilidade definidos: complementar as enzimas que são produzidas do uso de enzimas exógenas para a redução desses efeitos pelo próprio animal (proteases e amilases) e fornecer aos antinutricionais em dietas extrusadas para cães e gatos. animais enzimas que eles não conseguem sintetizar (celulases, Nestes estudos se torna muito importante se quantificar pentosanases e α-galactosidases). Com essa prática, pode haver exatamente a presença, o tipo e os teores de PNA total da redução dos efeitos negativos causados pelos nutrientes que dieta. Em baixas quantidades, é provável que estes sejam não são digeridos e absorvidos no intestino delgado. Pesquisas benéficos em propiciar adequada fermentação em intestino com a adição de enzimas microbianas como aditivo alimentar grosso. Em teores mais elevados podem vir a ser indesejáveis na indústria de alimentos para aves e suínos são realizadas há por interferirem na digestão enzimática em intestino delgado décadas (Hastings, 1946; Fry et al., 1957). Brito et al. (2006) e conduzirem a excessiva fermentação no cólon. Teores de PNA têm sido quantificados em vários cereais. De A suplementação enzimática em rações para suínos Twomey et al. (2003b) avaliaram a adição de enzimas Frente aos escassos trabalhos e aos resultados 46 Caderno Técnico 2 47 Efeito Sinégico Entre Palatabilizantes SPF Versus Concorrentes (YP) USO DE PALATABILIZANTE EM PÓ PARA PET FOOD INTRODUÇÃO do alimento seco não pode exceder os valores entre 10 e 12 % nos alimentos para cães e gatos. A aw (atividade de água) Pode-se observar que o uso de palatabilizantes em pó conservação do produto. alimentos secos , úmidos e petiscos para animais de estimação. Essa tendência tem se tornado cada vez mais marcante no grandes quantidades fica limitada. caso de alimentos secos. A explicação para tal fenômeno é o “desempenho de palatabilidade” fornecido pela combinação de eficiente no incremento da palatabilidade, além de oferecer a líquido e pó para a palatabilidade de cães e, principalmente, a vantagem de não adicionar umidade no final do processo. Um palatabilidade dos gatos. palatabilizante líquido combinado com um palatabilizante em pó, permitirá o controle e, até mesmo, a otimização dos Neste contexto, a aplicação de doses de líquidos em O uso de palatabilizantes em pó é uma alternativa na produção de alimentos secos para animais de estimação, o custos do produto (energia, produção) ao mesmo tempo uso de pó é geralmente considerado uma operação delicada, em que maximiza a palatabilidade. O desempenho de um enquanto que a cobertura com líquidos é melhor executada. palatante em pó associado a um líquido, por vezes representa O uso industrial de pós para cobertura pode ser dificultado muito mais que a soma dos dois palatabilizantes em separado. quando não se tem equipamentos adequados e instalações bem De acordo com o método de aplicação e a natureza dos definidas para uma aplicação homogênea, podendo causar produtos utilizados, uma verdadeira sinergia específica pode desperdícios e baixo desempenho em relação a performance ocorrer e ser expressa no alimento. esperada. A combinação de D’TECH líquido e D’TECH em pó permite um aumento na palatabilidade a níveis que seriam PORQUE UTILIZAR PALATABILIZANTE EM PÓ ? impossíveis de serem obtidos apenas com o líquido. Na SPF, os palatabilizantes em pó não são a versão desidratada dos palatabilizantes líquidos. Estes são fórmulas originais, PALATABILIDADE O palatabilizante é um elemento chave para a palatabilidade do produto nos alimentos para cães, bem como elaboradas de forma completamente diferente de seus equivalentes líquidos a fim de obter sinergias específicas entre os líquidos e os pós. nos alimentos para gatos. Existem limitantes técnicos para o uso de palatabilizantes líquidos, uma vez que a umidade final quando à existência de um “efeito do pó”. A fim de obter um No que se refere à palatabilidade de gatos, não há dúvidas TESTE 02 TESTE 01 D’Tech 8L 3%+D’Tech 8P 1% TESTE 02 C’SENS 9P 1% D’Tech 8L 3%+YP 1% C’SENS 9L 3% D’TECH 8P : PALATABILIZANTE EM PÓ PARA CÃES - SPF C’SENS 9P : PALATABILIZANTE EM PÓ PARA GATOS - SPF D’TECH 8L : PALATABILIZANTE LÍQUIDO PARA CÃES - SPF C’SENS 9L : PALATABILIZANTE LÍQUIDO PARA GATOS - SPF aumento maior na palatabilidade, o pó não pode ser evitado. ser utilizadas em uma ração sem um eficiente controle da aw. As doses ideais testadas com a linha C’SENS ficaram entre 1 Apenas o revestimento a vácuo permite a absorção de grandes e 2 % (2% para o uso apenas de pó; 1% é geralmente utilizado quantidades de líquido de forma regular. Portanto, o aumento para a combinação com os líquidos). da palatabilidade através do uso irrestrito de palatabilizante líquido é limitado. Os palatabilizantes não são os únicos fatores que contribuem para o desempenho da palatabilidade. É por esse motivo que o teste dessas combinações em bases diferentes de alimentos e em que esse limite seja ampliado. condições industriais de cobertura são necessários. O uso de pó ou da combinação pó-líquido permite com A água livre no alimento pode ser reduzido através do uso de pó. Em termos de produção industrial e com a mesma deve ficar dentro de 0,6 ou menos, a fim de garantir uma boa tem aumentado regularmente nos últimos dez anos em Mesmo o uso de palatabilizantes sendo quase universal TESTE 01 Efeito do Palatabilizante em Pó Versus Palatabilizante Líquidos Para Gatos CONTROLE DA ÁGUA NA RAÇÃO umidade final, a substituição de líquido por pó torna possível reduzir a secagem da ração e substitui a água “livre” pela Existem restrições químicas vinculadas á atividade da água “não tão livre”. água, que devem ser observadas para um seguro ciclo de vida do alimento seco. O percentual palatabilizantes que podem indicativos, uma vez que os resultados de aw e umidade final Não é possível generalizar, nem ao menos fornecer valores ser incorporados é, portanto, limitado. Dose elevadas de do produto acabado depende dos equipamentos industriais da palatabilizantes líquidos (70 a 75% de umidade) não podem linha de produção e na sequência das diferentes etapas. 48 Caderno Técnico 3 49 Utilização de palatabilizantes específicos para treats critérios específicos, como número de animais que aceitou - A inclusão de palatabilizante em biscoitos assados e consumiu um dos itens. Para outros tipos de produtos, aumentou significativamente ou com alto grau de outros critérios como a forma e a rapidez com que o petisco significância a palatabilidade para os três critérios. O é consumido pelos animais ou a forma como o petisco é desempenho também pode ser modulado pelo aumento na mastigado (imediatamente ou com retardo) ou o próprio dose de inclusão (Fig. 1), ao usar um palatabilizante de maior tempo de mastigação pode ser utilizado. Tais resultados performance ou através da utilização de palatabilizantes podem fornecer informações relevantes para a escolha de específicos para inclusão na massa (Delice Biscoito) uma fórmula ou um tipo ou tamanho do produto quando direcionado à cães específicos. % de cães 100 O comportamento dos animais é bastante relevante prazer é um dos benefícios do petisco, é essencial observar critérios podem ajudar a provar a atratividade do petisco 0 Palatabilidade nos Petiscos: primeira Petiscos nos A limentos de Animais de Estimação: diversidade do mercado de fornecer uma melhor qualidade de vida. Sendo assim, petiscos e snacks são fornecidos e consumidos de forma diferente dos alimentos completos para animais de O mercado de petiscos para animais de estimação é estimação (ou seja, alimento seco, alimentos úmidos ou caracterizado, principalmente, pela diversidade de produtos semi-úmidos). Como resultado, os métodos utilizados para novos lançados, variando além do tipo, formato e sabor, medir a palatabilidade desses produtos exigem protocolos e também em termos de função e indicação . Essa variedade critérios bastante específicos (Larose, 2006). também implica o uso de diferentes processos de produção. Principalmente para cães, a diversidade é muito importante sua relação emocional com o animal. O contato físico é uma vez que o mercado deve atender aos variados tipos de uma parte essencial da recompensa e, consequentemente, a indicações para o uso de petiscos. Entretanto, mais de 50% maioria dos snacks é oferecida nas mãos do dono. A fim de dos lançamentos de novos produtos se referem aos produtos respeitar essa particularidade, qualquer protocolo de teste semi-úmidos e biscoitos assados. de palatabilidade elaborado exige com que os produtos sejam apresentados diretamente aos animais pelo técnico. Para os gatos, 50% dos lançamentos de novos produtos Os donos de animais utilizam petiscos para reforçar são produtos semi-úmidos e 20% são do tipo snack oriundos Uma vez que a finalidade de um snack é ser aceito por de tecnologia do alimento seco. todos os animais, os protocolos para petiscos geralmente O que significa “palatabiliade dos petiscos” neste são elaborados para medir o produto através apenas de contexto de grande diversidade de tipos e funcionalidades? aceitabilidade. Testes monádicos, nos quais apenas um Entender o papel da palatabilidade nos petiscos produto é dado aos cães ou gatos, são ideais para produtos implica, portanto, em testes específicos, desenho específico de mastigar tal como produtos a base de couro cru ou e soluções específicas para a palatabilidade para que essa injetados-moldados. variedade seja levada em consideração. animais que aceitaram e consumiram todo o produto. Esse A aceitabilidade é definida como o percentual de Metodologia para avaliação de Petiscos: percentual específico pode fornecer uma estimativa precisa princípios básicos de “rejeição zero” esperada para um petisco. Geralmente, testes com menos de 20% de rejeições é considerado como Uma vez que os donos avaliam a qualidade de vida de bem aceito para cães, enquanto que para gatos o alvo pode seus animais de estimação com base em uma boa saúde e ser menor que 30% de rejeição. prazer em oferecer alimentos e petiscos, recompensar os animais de estimação é considerado como uma forma usando o teste de comparação. Neste caso, são avaliados As preferências por snacks também podem ser medida Sem PE C/ PE em pó 20 não apenas uma proporção de consumo. A fim de entender o significado da palatabilidade para *** 40 padrões comportamentais durante todo o teste. Todos esses ** 60 continuamente cada animal de acordo com os diversos abordagem NS 80 para estimar a palatabilidade do petisco. Uma vez que Sem PE vs. 0,5% de PE em pó Sem PE vs. 1% de PE em pó Sem PE vs. 2% de PE em pó Fig. 1 Impacto da adição de PE nos biscoitos caninos no critério de primeiro ingerido por completo (NS.: não significativo; * p<0,06; ** p<0,01; *** p<0,001) PE = Palatabilizante os petiscos, um estudo foi conduzido pela SPF em produtos disponíveis no mercado. No Panelis, centro especializado em testes de palatabilidade, o teste de palatabilidade foi desempenhado de acordo com metodologia especificamente definida para petiscos: os produtos foram apresentados aos animais de estimação no modo de comparação, com ambas as mãos simultaneamente. Três critérios foram avaliados: o primeiro a ser apanhado, o primeiro a ser consumido e o primeiro a ser totalmente ingerido. Os resultados foram analisados através do tratamento estatístico de Chi2. Desenvolvimento de soluções específicas de palatabilidade: enfoque nos biscoitos para cães. Usando uma receita de biscoito premium com processo padrão de mistura/cozimento como base para o trabalho (Knott 2000; Mair, 1999), a SPF otimizou a palatabilidade dos biscoitos assados ao desenvolver um produto intensificador de palatabilidade. a manutenção dos mesmos valores nutricionais finais. Ao utilizar uma aplicação de cobertura, o valor nutricional é conservado da mesma forma, uma vez que o perfil nutricional dos petiscos é uma prioridade para a saúde do animal. A aceitação dos biscoitos foi avaliada através de um painel especializado de cães de acordo com os três critérios: primeiro a ser apanhado, o primeiro a ser consumido e o primeiro a ser totalmente ingerido. O aspecto cosmético dos biscoitos é um critério que desempenhará um papel importante na escolha de um petisco. Os donos de animais de estimação preferem um biscoito com uma aparência bonita do que um com aparência sem graça. É por isso que a SPF também leva em consideração a opinião Os três testes diferentes levaram as seguintes conclusões: humana no desenvolvimento de novos palatabilizantes específicos para petiscos. A avaliação sensorial com métodos de notação e classificação é utilizada por um painel de especialistas para obter os melhores produtos. O biscoito deve ser bonito o suficiente para atrair os donos dos animais, mas não devem ser grudentos de modo que sejam desagradáveis de pegar. Este protocolo completa o teste de palatabilidade para oferecer um produto que seja agradável para o paladar do animal e para os olhos de seu dono. Além de um palatabilizante (pó ou líquido) na massa em substituição a outros ingredientes , sempre foi respeitado Cosmética também conta nos petiscos Conclusão Esses aspectos mostram que a palatabilidade nos petiscos pode ser intensificada de forma eficaz através do uso adequado de palatabilizantes. Entender o papel da palatabilidade nos petiscos e testar os palatabilizantes são etapas primordiais para gerenciar e aumentar o desempenho desses produtos. De fato, a grande diversidade deste segmento implica em testes específicos, indicadores específicos e em soluções específicas de palatabilidade para obter o melhor desempenho. Serviços 50 51 3ª capa ASSINATURA DA REVISTA Pet Food Brasil Aboissa Tel. (11) 3353-3000 E-mail: [email protected] www.aboissa.com.br 11 AFB International Tel. (19) 33206-0044 [email protected] Você pode solicitar o recebimento da Pet Food Brasil sem qualquer custo. Após preenchimento do formulário a seguir, envie-o para: 35 Anclivepa Tel. (51) 3276-9371 www.anclivepa2010.com.br 33 Andritz Sprout do Brasil www.andritzsprout.com E-mail: [email protected] Nome: 42 Aplicalis Tel. (19) 3583-9400 www.spfbrasil.com.br Empresa: Bertin Produtos Pet Tel. (14) 3547-1495 www.bertinprodutospet.com.br Endereço: 15 41 Farfri Tel. 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(19) 3583-6003 www.panelis.com.br Cep: UF: Fone: ( ) Fax: ( ) E-mail: Cargo: Tipo de Empresa: ( ) Fábrica de Ração ( ) Palatabilizantes ( ) Vitaminas e Minerais ( ) Aditivos e Anti-Oxidantes ( ) Veterinários ( ) Zootecnista ( ) Pet Shop ( ) Farmacologia ( ) Corantes ( ) Embalagens ( ) Graxaria Independente ( ) Graxaria / Frigorífico ( ) Fornecedor de Máquinas / Equipamentos ( ) Fornecedor de Insumos e Matérias-Primas ( ) Prestadores de Serviços ( ) Consultoria / Assessoria ( ) Universidades / Escolas ( ) Outros 18 Percon Tel. (19) 3546-2160 E-mail: [email protected] 47 Permecar Tel. (19) 3456-1726 www.permecar.com.br 2ª capa Royal Canin Tel. (19) 3583-9000 www.royalcanin.com.br 25 SPF do Brasil Tel. (19) 3583-9400 www.spfbrasil.com.br Rua Sampaio Viana, 167, Conj. 61 São Paulo (SP) - Cep: 04004-000 Tel/Fax: (55 11) 3213-0047 ou por e-mail: [email protected] 52