Polêmica dos Convênios

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Polêmica dos Convênios
ANO 1 - Nº 8 • Edição Mensal - Dezembro/2013 • O Jornal de Santa Rosa de Lima
Meliponicultura
•
Distribuição gratuita. Venda Proibida.
Polêmica dos Convênios
Exame dos contratos e o que dizem os
principais personagens.
Agora, é ainda mais legal!
Pág. 26
Câmaras Municipais e
o direito à informação
Um panorama na região
Pág. 12
Caderno de Natal
Do passado do Christkind
aos presentes do Papai Noel
Pág. 15
Pág. 02
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Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Reportagem ESPECIAL
Mariza Vandresen
A quem convêm
os convênios?
Falar de um tema árido como convênios
e contratos de repasse firmados pelo município virou mania em Santa Rosa de Lima.
Na Câmara até era esperado. Já o fato do
tema transbordar para as ruas e bares deixa intrigados os cidadãos. O que mudou? A
quem convém? As informações são corretas
e completas?
O Canal SRL verificou que, entre 1997 a
2013, foram assinados 33 contratos com a
União, num valor total altamente significativo
de R$ 5.415.762,44. Certamente, eles trouxeram benefícios aos santarosalimenses. Na
última passagem de governo, na virada de
2012/2013, o município contava com oito
convênios em vigência junto à Caixa Econômica Federal (veja tabela). Os contratos são
com o município e, então, cabe a sua nova
administração realizar todos os encaminhamentos referentes a eles. Por isso são importantes os processos de transição governamental.
A propósito, Dairso Vandresen, oficial de
gabinete na gestão anterior, pondera que a
situação é muito semelhante à vez anterior
em que houve alternância de poder no município: “É o mesmo caso de quando assumimos. Tinha o convênio do asfalto, aquele do
seu Helmute pra cima. Demorou pra fazer os
acertos. Levamos mais de seis meses para
colocar em dia. A obra estava feita. Ia fazer
o que? O Celso mesmo disse: – Vamos fazer tudo certo, é responsabilidade nossa. Eu
não sei por que estão fazendo este ‘escarcel’ que estão fazendo. Naquela época nós
fizemos as prestações de contas e pagamos
todas as contrapartidas”.
Essa é uma informação. Para que o leitor
possa conhecer as outras e ter conhecimento sobre como, de fato, estão as operações
do município com o governo federal, a reportagem do Canal SRL procurou ouvir, com
isenção, todas as principais partes envolvidas. Restará refletir, fazer comparações e tirar
conclusões.
As fontes
Gestão até 2012:
Dairso Vandresen, como oficial de gabinete,
era o principal responsável pelos contratos no
setor de convênios da administração anterior.
Ele relembra que no último trimestre de 2012
foram realizadas três reuniões de transição com
membros da equipe que hoje está à frente da
prefeitura. Nestes encontros, cada convênio foi
apresentado, com seus prazos, pendências e senhas. Dairso afirma ainda que tem prestado informações sempre que é procurado por aqueles
que respondem no momento pelos convênios.
Gestão 2013:
Para acompanhar convênios e para “buscar
novas operações com o governo federal”, a gestão atual contratou, em março deste ano, uma
empresa de consultoria. O contrato que vai até
este mês de dezembro custou aos cofres públicos R$ 28 mil, divididos em parcelas mensais de
R$ 3,5 mil. Na condição de prestador de serviços,
é Jeferson Hemkmeyer quem detêm as informações sobre o andamento dos convênios.
A reportagem do Canal SRL tentou insistentemente, por telefone e correio eletrônico, contatos com o engenheiro Leandro Heidemann dos
Santos, que aparece nos documentos da Caixa
Econômica Federal como “engenheiro da prefeitura”. No dia 25 de novembro, pouco antes
do fechamento do jornal esse profissional que
presta serviços ao poder público municipal en-
viou uma mensagem à esta repórter, responsável pela matéria, dizendo que não iria responder
porque eu não publico a verdade, mas sim o que
me interessa, o que ele não julgava ético. Pediu
ainda que eu entendesse que ele não deve satisfações a não ser a ele mesmo.
Caixa Econômica Federal (CEF):
Primeiro, foi possível verificar, via internet, no
SIURB (Sistema de acompanhamento de obras)
a evolução do convênios – chamados de “operações de desenvolvimento urbano e rural”.
Estão disponíveis informações sobre as etapas
de construção e as movimentações financeiras
ligadas a cada projeto. Para uma posição mais
balizada, o Canal SRL procurou, também, Nelson
de Souza, Gerente regional na Superintendência
Sul da CEF. Ele destacou que em caráter excepcional e em nome do interesse dos leitores e
cidadãos santarosalimenses realizou a pesquisa
para responder aos questionamentos postos
pelo jornal: “Reafirmo nossa dificuldade de atender demandas como esta [entrevista sobre detalhes dos contratos], uma vez que são mais de
2 mil processos em andamento na nossa região
de abrangência, que tem 64 municípios. Esclareço que nossos esclarecimentos podem não
representar 100% da realidade dos processos,
considerando que alguns documentos solicitados para a prefeitura podem estar em trânsito
ou em análise, fato que nossa pesquisa pode
não ter alcançado”. Destacou, finalmente, que
“compete à Prefeitura Municipal falar sobre o
andamento das obras contratadas”.
Oito convênios em vigência
O Canal SRL teve acesso a um
Relatório de Situações das Obras,
datado de 6 de agosto de 2013.
Nele, a Gidur (Gerência de Desenvolvimento Urbano e Rural)
lista informações técnicas sobre
os convênios firmados por Santa
Rosa de Lima com o governo federal na gestão municipal anterior e que continuam em vigência
na Caixa Econômica Federal. Há
o resumo de oito contratos, que
somam R$ 1.963.150,00 de investimentos realizados ou em realização no município.
Três estão praticamente
encerrados
Jeferson Hemkmeyer disse
que dos oito, dois já estão praticamente encerrados. Um é o
convênio de pavimentação das
ruas Bertolino Willemann, ValenNº Contrato
tin Feldhaus e José Heidemann. O
outro é da construção da quadra
na comunidade de Rio do Meio.
A Caixa informa que o contrato relativo à pavimentação e
drenagem das ruas Germano
Hermesmeyer e 10 de Maio também está em fase de conclusão.
Nelson de Souza informa que,
grande coincidência, “no dia 10
de Maio deste ano foi realizada a
vistoria final, acompanhada pelo
engenheiro fiscal Leandro Heidemann. A obra está concluída e
atende às exigências normativas
e do programa e os respectivos
recursos estão liberados. No dia
11 de Novembro, foi enviado ao
município ofício solicitando a
prestação de contas final”.
Os problemas
Jeferson Hemkmeyer diz que
os convênios que apresentam
maiores “dificuldades para operacionalizar” são três: o da construção de calçadas e meio fio (contrato 25577290); o da implantação
de um portal de informações
turísticas (contrato 33028286)
e o da melhoria nos corredores
estruturais do transporte coletivo (contrato 33685655, relativo à
passarela da ponte Herich Wilke,
no centro). Não foram citados
pelo consultor da prefeitura dois
outros contratos que figuram
com pendências na lista da Caixa: o da construção da quadra na
Cabeceira do Rio Bravo (contrato
37111737), obra paralisada por
intervenção do Ministério Público Federal, e o da construção de
redutores e controladores de velocidade no perímetro urbano do
município (contrato 30996270).
Contratos em vigência na Caixa Econômica Federal. (Fonte: SIURB)
Investimento
Vigência
33028286
Portal de Informações Turisticas - CAT
R$ 150.052,60
12/12/2013
33307644
Quadra Coberta na Comunidade de Rio do Meio
R$ 171.061,66
12/08/2013
33685655
Melhorias nos Corredores Estruturais do Transporte Coletivo
R$ 186.404,80
31/12/2013
22577290
Construção de Calçadas e Meio Fio
R$ 103.469,80
27/01/2014
24237421
Pavimentação e Drenagem ruas Germano Hermesmeyer e 10 de Maio
R$ 569.516,33
16/04/2014
24344602
Pavimentação e Drenagem ruas Bertolino Willemann, Valentim Feldhaus e José Heidemann
R$ 754.103,56
16/10/2013
30996270
Construção de Redutores e Controladores de velocidade no perímetro urbano
R$ 256.923,37
26/01/2014
37111737
Quadra Coberta na Comunidade de Cabeiceira do Rio Bravo Alto
R$ 200.000,00
29/12/2013
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
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O “nó” do CAT
A obra do Centro de Atendimento ao
Turista (CAT), ao lado da prefeitura, mal
começou e parou. O início foi autorizado
pela Caixa (CEF) em 17 de fevereiro de
2012. Na primeira vistoria da CEF, em julho de 2012, foram apontadas “pendências” e os trabalhos foram paralisados. E
assim estão até hoje.
Alterações no projeto e pendências
Dairso Vandresen conta que no dia
1 de agosto, vinte dias depois da vistoria
da Caixa, recebeu um comunicado dela
“solicitando um orçamento atualizado e
reprogramado após o aditivo assinado
pelo engenheiro; cronogramas atualizados assinados pelo prefeito e engenheiro
fiscal, outros documentos recorrentes ao
contrato e, ainda, a apresentação de um
laudo de sondagem e de uma manifestação do projetista”. E o então oficial de
gabinete completa: “A Caixa solicitou um
estudo de sondagem. E este estudo foi
realizado. A única pendência que ficou foi
que o engenheiro que fez o projeto deveria dar um ‘okay’ de que a alteração não
comprometeria a obra”.
O gerente regional da Caixa afirma
que “a real situação deste projeto é que
suas pendências ainda não foram atendidas pela prefeitura”. Ele informa que
6,37% da obra foram realizados, o que
corresponde a R$ 13.620,01 de repasse
financeiro pelos serviços correspondentes. Do relatório da Gidur, já citado nesta
matéria, consta que no dia 11 de março
Centro de Atendimento ao Turista, obra paralisada desde 2012.
de 2013 foi realizada uma reunião técnica
no município e que “o engenheiro Rogério Bardini vistoriou a obra junto com o
engenheiro da prefeitura, Leandro Heidemann”. Na ocasião foi solicitada nova
ART (anotação de responsabilidade técnica) de fiscalização e o atendimento a
outras pendências do acompanhamento
de engenharia. A redação do Canal SRL
tentou vários contatos com o engenheiro
Leandro Heidemann dos Santos, que não
retornou e-mails e ligações telefônicas.
Quando ia começar o grosso...
Para Jeferson Hemkmeyer, houve a
alteração do projeto inicial. Ele confirma que a Caixa “solicitou um estudo de
sondagem e um ‘as built’ [expressão que
significa como construído; trata-se de um
desenho técnico que representa a situação efetiva da obra], para ajustar [o projeto executivo] de acordo com o que tinha
sido executado”. Sobre o estudo de sondagem Hemkmeyer confirma: “agora ele
apareceu, estava na Amurel e foi encaminhado para a Caixa”. Para o consultor
da prefeitura, boa parte do que foi executado nesta obra seria contrapartida do
município: “Pelo que me parece, eles pensavam em fazer um auditório na parte superior da obra e o município iria pagar.
Quando ia começar o grosso da obra, a
Caixa veio ali e pediu estas modificações
porque tinha sido feito diferente do que
tinha sido previamente proposto”. E conclui: “As modificações já estão na Caixa,
mas eles não aceitaram bem tudo. Por
isso, a gente marcou uma reunião lá, pra
definir certinho o que cada parte deve
fazer. A saída seria a empresa ajustar de
acordo com o que a Caixa está exigindo”.
Pagamento ou aditivo?
Por telefone, o advogado da BF Construções, de Lauro Müller, informou que
enquanto não receber o pagamento a
empresa não quer mais executar a obra.
Jeferson Hemkmeyer contrapõe: “No
começo, alegaram problemas de logística, que era longe... E depois vieram com
esse negócio de aditivo, aditivo... Queriam
aditivo. A empresa já até propôs uma rescisão amigável, pois ela não queria mais
fazer a obra. Mas como rescindir? Quem
vai se responsabilizar por esta obra se
der problema no futuro?”. E conclui, “[a
empresa] tem que fazer primeiro, porque
se eles tivessem ajustado bem desde o
começo, já estaria resolvido. Ela tem que
fazer este ajuste”.
Prorrogação
Questionado sobre a vigência até 12
de dezembro de 2013 do contrato relativo a esta obra, o consultor da prefeitura
informou que já foi feito um pedido de
prorrogação. Sobre o atraso no atendimento às solicitações da Caixa, justifica
que a empresa não se interessou em
fazê-lo: “O interesse de concluir a obra é
da prefeitura. Mas a empresa tem que vir
fazê-la”. A situação seria colocada à Caixa
em uma reunião realizada no dia 13 de
novembro: “a empresa quer largar a obra
e, a partir da reunião, vamos ter uma posição exata da situação”. Procurado após
esse encontro na Caixa, Jeferson Hemkmeyer disse que não pode estar presente e que a prefeitura foi representada
por Leandro Heidemann. Mais uma vez,
o engenheiro da prefeitura não atendeu
às inúmeras tentativas de contato feitas
pela reportagem.
Revitalização de passeios públicos
Quadra do Rio Bravo
A Caixa informou que o
convênio para a construção de
redutores e controladores de
velocidade no perímetro urbano do município é um contrato
(número 30996270) relacionado
à sinalização viária de diversas
ruas do município, revitalização
de passeios públicos e muros
de contenção. Segundo o gerente regional da CEF, “A obra foi
vistoriada em março de 2013 e
foi solicitado ao engenheiro da
Leandro Heidemann, o envio
de relatório de resumo do empreendimento, que indique o
percentual acumulado da obra
devidamente atualizado”.
Sobre este contrato (tratado amplamente na edição
anterior do Canal SRL), a
Caixa afirma que foi constatado que “houve alteração
na execução do projeto das
fundações, em detrimento do projeto aprovado”.
Nelson de Souza disse que
o município afirma ter argumentos e justificativas
para o que fez e que, neste quadro, “a Caixa solicitou
documentos técnicos para
a devida análise do caso”,
mas que continua “aguardando os documentos em
questão”.
Muro de contenção e passeio público.
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segue
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Executivo e Legislativo estadual e federal.
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Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
segue
Na passarela, um
desfile de versões
A obra parece concluída. Além de ter facilitado em muito a travessia de pedestres
pela ponte Herich Wilke, é atrativo para turistas, noivos, namorados, famílias, crianças.
É frequente ver alguém posando nela para
uma foto. Essa é a principal alegação da
empresa: a obra está concluída. Por isso,
entrou com pedido de cobrança judicial
contra o município.
Não é cem por cento
Dairso Vandresen lembra
que a Caixa efetuou o pagamento da parte que foi realizada conforme a medição que
foi aprovada: “O que aconteceu neste convênio é que a
empresa não concluiu 100%
da obra e eles queriam ganhar
como o projeto concluído. A
pendência que ficou foi que
empresa tinha que atender às
exigências da Caixa. Eu soube
que a empresa entrou com
processo por causa do atraso
no pagamento. Mas eles devem perder porque eles não
concluíram a obra. A defesa
[do município] é o laudo da
Caixa”.
Segundo o gerente regional da Caixa, uma vistoria realizada em julho de 2012 indicou
que apenas 66,03% da obra
havia sido realizada, correspondendo a R$ 123.074,87.
“A passarela de pedestres foi
executada com comprimento
menor que o projeto aprovado. Por esse motivo, foram
feitas glosas (supressão de
valores) correspondentes à
redução de metragem. Foi iniciado processo de reprogramação, a pedido da prefeitura,
mas as pendências requisita-
das pela Caixa em dezembro
de 2012, para continuidade
do processo, ainda não foram enviadas”. O relatório da
Gidur já mencionado aponta
que em março de 2013 houve uma reunião técnica com o
município, a obra foi vistoriada pelo engenheiro da Caixa,
acompanhado pelo engenheiro Leandro Heidemann e que
naquela ocasião foi solicitado
que as pendências fossem resolvidas pela prefeitura. Como
o engenheiro da prefeitura
não respondia às tentativas de
entrevista, o Canal SRL ouviu
Jeferson Hemkmeyer (JH) e o
assessor jurídico da prefeitura
Sandro Volpato (SV).
Canal SRL: Essa obra
está na justiça?
JH: Isso! A empresa tirou
uma nota, em maio do ano
passado, com o valor total a
ser pago a ela. Só que a Caixa
fez uma supressão de valores, porque foi feito diferente do que estava no projeto.
E precisava ajustar isso aí. A
empresa sabia disso só que
até agora não fez. Em vez de
vir acertar a situação, resolveu entrar na justiça.
Passarela na Ponte Herich Wilke: atrativo para turistas e facilidade aos moradores.
Canal SRL: A informação da empresa é que
procurou a prefeitura
e esta fez pouco caso.
JH: Não é bem assim. Eles
vieram aqui e foi dito que
tinha pendência e eles não
quiseram ver qual que era o
problema. Eles queriam receber porque já tinham tirado a nota. Mas eles tiraram
a nota no valor integral e não
podia ter tirado.
SV: É um negócio bem complicado. Porque a gente não
tem uma prova concreta. Mas
dando uma analisada por
cima, foi projetada uma coisa
e foi executada outra. A empresa entrou com uma ação
judicial contra o município cobrando o integral da obra. Nós
informamos ao juiz que a obra
não foi realizada de acordo
com o que foi planejado.
Canal SRL: A empresa
alega que foi executado o que estava planejado.
SV: Na verdade, não consta
nada aqui. Esse é o problema!
Ela fala isso, mas não consta
nada aqui nos arquivos [da
prefeitura]. Mas, por outro
lado, o dinheiro está depositado na conta do município.
O dinheiro está lá... Se o juiz
entender que vamos pagar,
vamos pagar.
JH: Na verdade, a Caixa tem
Execução apresenta comprimento menor que o aprovado.
que dar o aval. Se tivesse de
acordo, a Caixa já tinha liberado.
SV: É... Inclusive, nós chamamos o governo federal para
integrar o processo. A Caixa
é apenas um agente repassador. Os recursos são da
União, a cobrança vem em
cima de recurso da União.
Na prática, para o município
a obra está ali, mas não está
de acordo com o que foi planejado. E uma pena, porque
se o município for condenado os encargos financeiros
são altíssimos. É coisa de 1%
ao mês e mais correção monetária. E demora para ser
julgado. Quer dizer, se houve algum erro de execução
aqui dentro da prefeitura e
me parece que foi, se a empresa tiver razão, o erro de
execução ocorreu aqui dentro. Não foram feitas as alterações no projeto e o responsável neste caso é último
ordenador, o último prefeito.
Se a empresa tiver razão de
cobrar, porque está errado,
o município vai ser responsável por um prejuízo f...
Canal SRL: E o que está
sendo feito?
SV: Dos documentos que
estão aqui, eu juntei cópia
integral ao processo. Já tenho 20 anos de experiência
nesta área e pelo que tem ali
não autoriza o pagamento,
tanto que a Caixa não autorizou o pagamento. E, pelos
documentos, a empresa não
cumpriu. A Caixa também
disse que não concluiu. Na
verdade é bem visível... Se
olhar o projeto que está na
licitação e o que está ali, [as
diferenças] são bem visíveis.
Se houve alterações, elas
não constam nos arquivos
do município. Se houve alterações, a Caixa também não
recebeu. O que acontece,
tentando simplificar, é que
está fora da medida. Mas, na
prática, são coisas bem complicadas. Foi contratada uma
coisa e foi entregue outra e a
Caixa também não concorda
que seja pago. Agora está na
mão da justiça, que deve fazer uma perícia. E vamos ver
quem tem razão.
Construção
de calçadas
e meio fio
O próprio consultor da
prefeitura não tinha muitas informações sobre este
convênio. Como também os
avanços nele dependeriam
da reunião na Caixa do dia
13 de novembro e como o
engenheiro Leandro Heidemann dos Santos não
atendeu às solicitações de
entrevista, restam apenas
as informações da Caixa.
Nelson de Souza diz que o
contrato para a construção
de calçadas e meio-fio foi
assinado em 2 setembro
de 2007 (levando o numero
225.772-90). Em 2009, por
solicitação do município, o
regime de execução da obra
passou para administração
direta. “A última aferição da
medição por parte da engenharia da Caixa foi feita em
28 de novembro de 2011,
atestando a realização de
53,75% da obra. Em 11 de
março de 2013, foi realizada
reunião técnica com o engenheiro Leandro Heidemann
e solicitadas providências
para a devida conclusão da
obra, permitindo o encerramento do contrato. As pendências são documentais
referentes a boletins de medição, para posterior vistoria
da Caixa visando possível
desbloqueio dos recursos
pendentes de liberação”.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
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Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
EDUCAÇÃO
COMUNIDADE
RIO DO MEIO
Ana Beatriz Kulkamp | Diana Kulkamp | Karine Neckel
Comunidade revitalizada
Foi um sucesso a festa em honra a padroeira
na comunidade de Santa Catarina. Quem passou
por aqui pode comprovar que nossa comunidade
realmente está revitalizada. Igreja restaurada, calçamento, estradas em boas condições, paisagismo e um público que compareceu em massa para
festejar Santa Catarina, a esposa de Jesus.
A festa aconteceu no dia 24 de novembro e, como
é nosso costume, as comemorações em honra a nossa
padroeira, Santa Catarina, iniciaram com a missa. Padre Marcelo Buss foi o celebrante e nossa linda igreja
estava lotada. Logo após a missa, foi servido aquele
delicioso almoço. Cerca de trezentas pessoas se revezaram em nosso pequeno salão para saborear nossa
comida colonial. E, aqui, queremos agradecer, com
carinho, a compreensão de todos. Comida não faltou,
mas nosso espaço ficou pequeno para atender a tanta
gente que nos prestigiou. Assim, foi ótimo ver as pessoas colaborando. Quem terminava de comer logo se
levantava e cedia lugar para que outras pudessem fazê-lo. Foi um revezamento e tanto! Por isso, estamos
contentes que tenha dado tudo certo. Depois do almoço, o público se dividiu. Uma parte rumou para o
campo de futebol e outra, permaneceu no salão para
o grande bingo.
Correr ou sentar... e torcer.
Logo após a refeição, foram feitas as inscrições para
o torneio de futebol suíço de quadra. Novo sucesso:
dez times, fazendo com que a competição seguisse
por toda a tarde. E lotando a plateia. Um acordo entre
os dois finalistas da “praça” fez com que não houvesse
a disputa pelo primeiro lugar. Eles resolveram somar e
dividir em partes iguais a premiação. O terceiro lugar
ficou com a equipe de Rio do Sul. Entre os perdedores – Santa Barbara e Rio Fortuna – também funcionou
a partilha do prêmio, evitando o confronto. O bingo
também foi uma grande atração. Cerca de duzentas
cartelas foram vendidas. Os ótimos prêmios foram doados pelo comércio de Santa Rosa de Lima. A comunidade agradece a todos os apoiadores.
Mais agradecimentos
A Comissão de assuntos econômicos e de pastoral da comunidade (Caep) quer agradecer, da mesma
forma, a todos que se dedicaram para que nossa festa
fosse um sucesso. Em primeiro lugar, às mães e mulheres da Santa Catarina que se dedicaram incansavelmente para preparar a comida e os salgadinhos. Aos
pais e homens, que assaram a carne e cuidaram para
que tudo saísse perfeito. Especialmente, à força jovem
da comunidade, que mostrou responsabilidade ao
trabalhar durante todo o evento, no bingo, nos caixas,
nos balcões de bebidas. E, por fim, mas não menos importante, a todas as pessoas que vieram aqui partilhar
conosco este momento de comemoração. Já esperamos todos vocês para a próxima festa.
Bingo foi uma das atrações da festa.
Os mestres que a região precisará
O Supervisor de ensino da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Braço do
Norte (SDR-BN), Ademar Rohling, esteve na sede da UFSC na Capital da Agroecologia,
para conhecer a proposta e o funcionamento desse curso de graduação. Ele estava acompanhado dos professores Eliete May da Rosa (Diretora) e Volnei Heidemann
(Coordenador pedagógico), da Escola Estadual Aldo Câmara, uma parceira efetiva na
formação dos futuros professores pela UFSC.
Alunos de Educação do Campo com professores e o supervisor da SDR.
O Supervisor de ensino da SDR-BN foi à
sala de aulas e conversou diretamente com
os vinte e oito estudantes. Depois, se reuniu
com o Coordenador
da Turma, Professor
Wilson Schmidt. “Esta
é uma experiência que
precisa ser conhecida
e valorizada por todos
os municípios de nossa
região. Aqui, se está formando os mestres, com
uma visão e uma ação
interdisciplinar, que a
região precisará em um
futuro próximo”, declarou o Professor Rohling.
Ponderou, ainda, que a
formação por área de
conhecimento e não
por disciplina representa um passo à frente
em relação à intenção
do Governo do Estado
de reestruturar o ensino em Santa Catarina.
“A formação por área
permite uma visão mais
integrada aos potenciais e aos problemas
de nossa região e incorpora a indispensável
ótica da sustentabilidade aos conhecimentos
das nossas crianças e
jovens. Já a abordagem
da Educação do Campo valoriza a característica rural de nossos
municípios, assim como
a cultura e os saberes
de nossa gente. Com a
qualidade que o ensino da UFSC assegura, a
‘Federal’ está formando,
em Santa Rosa de Lima,
um profissional verdadeiramente diferenciado”, concluiu o Supervisor de ensino.
O Professor Wilson
Schmidt avaliou como
altamente positiva a
aproximação com a
SDR-BN. “A UFSC já
conta, em cada um dos
cinco municípios onde
tem estudantes aqui
nas Encostas da Serra
Geral, com uma parceria importante com as
escolas das redes estadual e municipais. Estar
assim perto de estruturas regionais de gestão
da educação é fundamental para valorizar
a Educação do Campo
e, inclusive, para fazer
avançar desde já as
formalidades para que,
daqui a pouco, quando
formados, nossos estudantes não tenham
qualquer
dificuldade
burocrática para se inscrever em concursos
feitos aqui na região”.
“Afinal, qualidade para
participar dos concursos e para serem ótimos
professores, eles certamente terão. Assim, a
relação UFSC e SDR-BN
é do tipo em que todos
ganham”, concluiu.
O Curso de Licenciatura em Educação
do Campo da UFSC em Santa Rosa de
Lima
Por que o Curso?
O Ministério da Educação, através do Programa Nacional de Educação do Campo (PronaCampo), estima que o Brasil precisa formar pelo menos 45.000 professores para atender as escolas
do campo com professores devidamente habilitados.
Estrutura do Curso
O Curso é presencial e utiliza a Pedagogia da
Alternância. Há dois “momentos” pedagógicos,
que interagem. No “Tempo-Universidade”, há aulas em Santa Rosa de Lima, com Professores da
UFSC, em período integral (manhã e tarde, de segundas às sextas-feiras). No Tempo Comunidade
os estudantes cumprem um Plano de Estudos nas
comunidades rurais onde vivem e trabalham.
Estudantes
O Curso tem atualmente 20 estudantes: 21 de
Santa Rosa de Lima, dois de Anitápolis, dois de São
Bonifácio, dois de Rio Fortuna e um de Orleans.
São jovens, 23 mulheres e cinco homens, a quase
totalidade deles ligados à agricultura familiar..
Atuação do Formado
Os egressos do Curso, diplomados pela UFSC,
estarão aptos para trabalhar como professores,
na Área de Ciências da Natureza e Matemática,
tanto nas séries finais do ensino fundamental,
quanto no ensino médio, em Escolas do Campo.
Entende-se como escolas do campo (seguindo o
Decreto Federal Nº 7.352, de 4 de novembro de
2010) aquelas situadas em área rural, conforme
definida pelo IBGE, ou aquela situada em área
urbana, desde que atenda predominantemente
a populações do campo. Ou seja, praticamente
todas as escolas da região.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
7
Rede AGRECO
COMUNIDADE
MATA VERDE
Volnei Luiz Heidemann | Adilson Maia Lunardi
Agroindústrias podem ter
investimentos de 4 milhões
No mês de novembro, o coordenador geral da Agreco, Volnei
Luiz Heidemann, e o gestor de finanças da Cooperagreco, Adilson
Maia Lunardi, foram recebidos na
capital do Estado pelo presidente
da Codesc, Miguel Ximenes, e pelo
presidente do Badesc, João Paulo Kleinubing. Na oportunidade,
apresentaram o projeto de construção, ampliação e compra de
equipamentos da rede de agroindústrias das Encostas da Serra
Geral, que vem sendo negociado
com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Tal projeto, a ser financiado com
recursos do próprio BNDES, prevê investimentos de aproximadamente 4 milhões de reais. Para
a liberação, é indispensável um
agente financeiro interlocutor e
contrapartidas dos agricultores.
A reunião serviu principalmente
para aproximar as instituições e
para “alinhavar” a contratação da
ação. Resultaram como encaminhamentos do encontro a análise
pela Codesc e pelo Badesc da pro-
posta da Agreco/CooperAgreco,
um compromisso de aprofundar
a troca de informações e o agendamento de um contato conjunto
com o BNDES. A diretoria da Agreco continua empenhada em viabilizar o projeto e aposta na chegada
em breve desses recursos.
Codesc: Companhia de Desenvolvimento de Santa Catarina
Badesc: Banco de Desenvolvimento de Santa Catarina
Lançamento do Projeto
Finep “óleos essenciais
orgânicos”
O prêmio Finep de Inovação
Social foi conquistado pelo Centro
de Formação (CFAE) em 2011. Praticamente dois anos depois, com
muitos esforços para elaborar e
ajustar o projeto, houve a liberação dos recursos. No dia 12 de
dezembro, às dezesseis horas, no
“Casarão” (nas Águas Mornas) que
é a sede do CFAE, haverá o lançamento de mais essa ação de desenvolvimento conquistada e promovida pelas organizações que
lutam pelo futuro sustentável das
Encostas da Serra Geral. Estarão
presentes agricultores, apoiadores
e autoridades.
O projeto permitirá várias
ações na produção, assistência
técnica e gestão. Os recursos, num
montante de R$ 500 mil custearão, por dois anos, experimentos
em unidades de agricultores familiares com a finalidade de consolidar o projeto da cadeia produtiva
de óleos essenciais orgânicos em
toda a região. Serão contempladas sessenta famílias dos municípios de Anitápolis, Gravatal,
Rancho Queimado, Rio Fortuna,
Santa Rosa de Lima e São Bonifácio. A ação compreende a doação
de mil mudas por propriedade
para o plantio em áreas de aproximadamente 400 m². As espécies
que serão testadas, uma por propriedade, serão de capim vetiver,
camomila, alecrim, sálvia, tomilho
e orégano. A expectativa das lideranças é que, ao final deste período, possa ser implantada uma
fábrica extratora de óleos essenciais nas Encostas da Serra Geral.
O que está se construindo é mais
uma alternativa de renda para os
agricultores familiares e para empreendedores.
ZELAR
Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente de SRL
Violência é covardia
Devemos todos contribuir para afirmar o respeito aos direitos humanos e jamais
esquecer que violência é covardia, principalmente quando é praticada nos lares.
Não podemos esquecer que suas marcas permanecem na sociedade.
A partir do momento em que,
por diversos fatores, o núcleo familiar se desestrutura, podem surgir atos violentos e agressivos que
ameaçam o convívio e, especialmente, às crianças e aos adolescentes.
Esse tipo de violência doméstica
é caracterizado como abuso do poder disciplinar e de repressão dos
pais ou responsáveis em relação
aos filhos.
Tal abuso pode durar dias, meses ou anos, se não levado ao conhecimento das agências de proteção. Infelizmente, em geral, o que
predomina é a “lei do silêncio”.
Os abusos que caracterizam
violência contra crianças e adolescentes se apresentam sob forma
de agressão física, sexual, psicológica ou, mesmo, como negligência
no cumprimento e observância dos
direitos fundamentais deles. Todas
estas formas são graves.
Sinais
A violência doméstica praticada contra crianças e adolescentes
pode ser observada e constatada
a partir da observação de algumas
características. Fique atento a:
Indicadores físicos – presença de
toda espécie de lesões físicas, como
queimaduras, feridas, fraturas que
não se adequam ao que se conta.
Indicadores comportamentais
nas vítimas – agressividade ou
apatia, hiperatividade ou depressão; assustável ou temeroso; tendências autodestrutivas; teme aos
pais, alega sofrer agressão dos pais;
alega causas pouco viáveis às suas
lesões; apresenta baixo conceito de
si; foge constantemente de casa;
tem problemas de aprendizagem.
Características da família –
oculta as lesões da criança ou adolescente ou as justifica de forma
não convincente ou contraditória;
descreve a criança como má e desobediente; defende a disciplina severa, abusa de álcool e/ou drogas;
tem expectativas irreais da criança
ou adolescente; tem antecedentes
de maus-tratos na família.
Fazer cumprir o ECA é dever de
todos
A suspeita de maus tratos,
opressão ou abuso sexual impostos
pelos pais ou responsável contra
crianças e adolescentes deve ser
obrigatoriamente comunicada ao
Conselho Tutelar. Lembre-se que
uma violência doméstica significa a
quebra dos vínculos afetivos que se
espera do ambiente doméstico. Por
isso, não se omita. A omissão pode
configurar uma infração. O quadro
é crítico e, diante dele, é essencial ajudar para que o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) seja
cumprido.
Kátia Vandresen | Ronaldo Michels
Mata Verde em festa
No dia 13 de dezembro, comemoramos o dia de
Santa Luzia, nossa padroeira aqui na Mata Verde.
Para nós, é uma data muito importante e por isso,
damos graças, rezamos e festejamos nossa Santa.
Aproveitamos, ainda, para agradecer o ano que finda e para pedir proteção para o ano que se aproxima. A programação inclui: celebração da Santa
Missa, almoço de confraternização e, durante a tarde, diversões com jogos e baile. Lembramos que,
aqui na Mata, temos uma gruta que foi construída
em honra a Santa Luzia. O local é muito procurado
para orações, pedidos e devoções àquela que nos
ampara.
Generosidade e fé
Santa Luzia é conhecida como a protetora dos
olhos e da visão. Pertencia a uma rica família de
Siracusa, na Itália. Recebeu forte formação cristã,
o que a levou fazer votos de virgindade perpétua.
Com a morte do pai, contrariando a vontade de
Luzia, a mãe arrumou um noivo para ela. Mas, em
seguida, adoeceu gravemente. Luzia levou a mãe à
tumba de Santa Águeda, de quem era devota. Milagrosamente curada, a mãe finalmente consentiu
que a filha prosseguisse a vida religiosa que escolhera. Permitiu também que Luzia distribuísse a riqueza da família entre os pobres.
Vingança, milagre, morte e santidade
O noivo a quem Luzia fora prometida não aceitou a rejeição e quis se vingar dela. Em um período
de perseguição religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano, denunciou-a como cristã ao governador romano. Queria colocá-la em um prostíbulo.
Luzia foi levada a julgamento e condenada. O governante mandou que a levassem à força para servir à
prostituição. Luzia disse: “O corpo se contamina se
a alma consente”. E, embora ela não movesse um
dedo sequer, nem dez soldados juntos conseguiram carregá-la. Os militares arrancaram, então, os
olhos dela. No dia seguinte, entretanto, eles estavam novamente perfeitos. Por este milagre é que
Santa Luzia é venerada como protetora dos olhos.
Como insistia em não quebrar o seu santo voto, foi
condenada à morte. Resina e azeite ferventes foram jogados sobre o seu corpo, mas ela continuou
viva. Foi preciso um golpe de espada na garganta
para tirar a vida de Luzia. Que, com a morte, reafirmou seu testemunho: “Adoro a um só Deus verdadeiro e a ele prometi amor e fidelidade”.
Réveillon é na Mata Verde
A comemoração da passagem de ano já é tradição aqui na nossa Mata Verde. E na próxima “virada”
não será diferente. A comunidade já está se organizando para realizar um super réveillon para esperar
2014. A programação ainda não está definida, mas
já podemos informar que a noite promete. Teremos
show pirotécnico, baile e “comes e bebes” (para
comemorar e “bebemorar”). E, como sempre, não
faltará a energia e a simpatia deste povo de Santa
Rosa de Lima. A comunidade convida a todos para
que, juntos, façamos a melhor virada de ano da história de Santa Rosa de Lima.
E, desde já desejamos um Feliz Natal e que todos
tenham um Feliz 2014.
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Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
FOTO NACK
EDUCAÇÃO
Formandos 2013 da Escola Aldo Câmara.
Ritual de passagem
A formatura no Ensino Médio simboliza a superação de uma
etapa. É um momento de decisões: seguir ou não estudando;
escolher uma profissão; escolher a faculdade, curso técnico ou
formação profissionalizante; ou, até, esperar um pouco para decidir. É, assim, um momento importante da vida.
Neste ano, vinte e seis estudantes, divididos nas turmas matutina e
noturna, concluirão o “terceirão” em
nossa Escola Estadual de Educação
Básica Aldo Câmara. A cerimônia de
formatura será realizada no dia 14
de Dezembro, às 20:30 horas, no
Salão Comunitário. Para os jovens,
é um momento de festa. Para os familiares, a data tem o significado de
orgulho. Pais, mães, avôs e avós se
alegram ao ver seus filhos e netos
com diploma na mão, já que, em
muitos casos, não tiveram a mesma
oportunidade. Para os educadores
(diretores, professores, servidores)
há o misto de dever cumprido e de
reflexão sobre mais um grupo formado.
O caminho à frente
Os formandos do Aldo Câmara têm
perspectivas diferentes. Alguns deles já
têm claro o que querem daqui pra frente: farão vestibular para tentar ingressar em uma universidade. Os outros
ainda não se decidiram. Parte deles cogita fazer o Cedejor. A grande maioria
afirma que, por enquanto, “vai dar um
tempo”. E poucos já afirmam que não
querem mais saber de estudar.
Sandra May, está entre os que pretendem seguir estudando, prestará
vestibular para Administração e aguarda ansiosa a formatura: “Nesta fase, a
gente cresce bastante e começa a pensar naquilo que quer pra vida da gente.
Agora, aumenta a responsabilidade. A
gente começa a pensar mais no futuro.
Pretendo passar no vestibular, arrumar
um emprego legal e começar a juntar
um dinheirinho para meu futuro”.
Liliane Becker também quer fazer
faculdade: vai tentar uma vaga no curso de Ciências Contábeis. E já sente
saudades da turma: “A gente estuda
junto desde a primeira série. São onze
anos! Não sei como vai ser agora, mas,
com certeza, vamos nos distanciar,
cada um vai seguir seu rumo. Mas é assim... É chegada a hora em que temos
que decidir o que vamos fazer da nossa vida e eu sei que pretendo continuar
estudando”.
Hiury Gabriel, mesmo sendo o “caçula” da turma (tem 16 anos) já decidiu
a sua carreira: “vou ser engenheiro”. Já
Murilo Dutra está entre os indecisos:
“Não sei o que vou fazer. Por enquanto,
vou dar um tempo. Mas eu penso que,
um dia, volto a estudar”.
Para ser inesquecível
As professoras Juliete Schmoeller e
Alexsandra Willemann, as regentes das
turmas, são as principais responsáveis
pela organização e orientação dos alunos nos debates sobre os preparativos
para a formatura. E também na definição da tradicional e sonhada viagem.
Juliete considera que se esta não é uma
tarefa fácil, ela vale a pena: “São muitos
desafios e incômodos, mas é gratificante. Especialmente porque lidamos com
uma turma muito querida, dedicada e
que colabora. É claro que temos muitas críticas, muitas vezes injustas, tanto
dos pais quanto dos alunos. Geralmente, elas vêm de pessoas que não se
envolvem e pouco participam. Por isso,
levo tudo como uma experiência positiva. Afinal, para mim, trabalhar com adolescentes é muito bom. Nós estabelecemos um vínculo e um compromisso
muito forte com eles”.
O roteiro da viagem ainda não foi
definido. Igor Bonetti, que faz parte da
comissão de formatura, explica: “Temos
muitos planos e muitos lugares para
ir. Tudo vai depender da arrecadação
que teremos no baile do dia 14 de dezembro. A nossa esperança para uma
ótima viagem está, assim, associada ao
sucesso do baile. Por isso, contamos
com a presença em massa do público”.
A aposta foi alta: os formandos contrataram a empresa Djalma produções e
para garantir a qualidade da animação
escolheram Os Sócios, Lucas Cruz e o
DJ BN. A produção assegurará também
uma decoração de primeira e as condições para total segurança. Encontro
marcado, então, para todos os santarosalimenses, às 23:00 horas do dia 14 de
dezembro, no Salão Comunitário.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
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Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Meine Meinung Minha Opinião
COMUNIDADE
SANTA BÁRBARA
Wilson Feijão Schmidt
Leitor de qualidade e
jornalismo de qualidade
Igor Bonetti
Os sinais do dezembro
O Natal está chegando. Os sinais aqui em nossa comunidade são bem claros. Primeiro, são os
pastos que ficam floridos com as “ervas de natal”,
aquelas amarelinhas. Elas não são bem vindas para
quem utiliza as pastagens para criar animais. São
um inço. Mas elas chamam a nossa atenção pela beleza do seu amarelo forte e pelo seu cheiro peculiar.
Além de simbolizar o mês de dezembro e, com ele,
a chegada do Natal. Outro espetáculo da natureza
nesta época do ano são as flores do Menino Jesus,
que enfeitam casas e jardins por aqui. É claro que a
presença forte delas está nas nossas matas, o habitat natural desta espécie.
Todo mundo mais feliz
O Natal é uma época do ano que eu gosto demais. Todo mundo fica mais feliz, mais unido. Aqui
na nossa comunidade, a gente se reúne toda semana em casas diferentes. O motivo são as novenas
que antecedem o Natal. Nós, como bons cristãos,
cumprimos nosso compromisso com Deus. É claro que a reza é a principal razão, mas os próprios
encontros das pessoas têm algo de muito especial.
Todos compartilham conversas, novidades e experiências. E por aqui, como todos cozinham muito
bem, depois da reza, sempre tem um lanche muito
gostoso. E isso também é muito bom.
Uma história de Natal
Minha mãe conta que quando ela era pequena
e morava lá na Varginha, município de Anitápolis, o
Natal era o dia do ano mais esperado pelas crianças. Ela diz que minha vó ficava em casa fazendo
as bolachas enfeitadas. Minha mãe e suas irmãs tinham que ir para a roça, pois era assim: quem não
trabalhava não ganhava presentes. Acontece que
quando elas voltavam da roça minha vó já tinha escondido toda a produção de bolachas e dizia para
elas: “O Papai Noel levou tudo embora, mas ele traz
de volta com uma condição, todos temos que trabalhar muito até o dia do Natal”.
E assim, todos se dedicavam muito mais nos afazeres da roça e da casa, pois a esperança era de
comer aquelas deliciosas bolachas, coisa que só era
possível no Natal. Então, na véspera do dia 25 de
dezembro, minha vó assobiava. Esse era o sinal para
o Papai Noel vir naquela noite. E de manhã, para
alegria da criançada, lá estavam os deliciosos quitutes, primeiro sequestrados e depois devolvidos pelo
bom velhinho.
Interessante a tentativa de alguns de fazer parecer que este espaço tenta diminuir ou
desqualificar os leitores e, de forma geral, as pessoas daqui. Ora, é justamente o contrário. Quem propaga a ideia ruim de que as pessoas são brutas, primárias, não leem e
não gostam de ler não sou eu. São aqueles que estão no poder. E são aqueles que vão
assegurando a decadência do jornalismo ao apresentar, em suas páginas, superficialidade, quando não ignorância.
Na busca de mais tiragem e, especialmente, de mais propaganda oficial, certos jornais
seguem baixando o nível. Para os donos desses jornais, como “o povo daqui não gosta
de ler”, é preciso fazer notinhas cada vez mais curtas e “notícias” com no máximo dois
parágrafos. É bom lembrar que, em geral, notas e matérias sobre aquilo que o leitor já
tinha visto na internet ou escutado nas rádios. Afinal, as fontes são as mesmas: as assessorias de imprensa das prefeituras, das Câmaras de Vereadores ou de empresas. Ora, se
pouca ou nenhuma reportagem ou investigação são feitas por esses jornais, impossível
esperar que eles apresentem ao leitor uma análise independente.
Livre pensar
Participo deste Canal SRL porque acredito
que este jornal está ligado ao interesse dos seus
leitores, em lugar de aos
interesses daqueles que
estão com o poder da caneta para liberar dinheiro
público. No jornal de Santa Rosa de Lima, escrevese (bem e bastante) não
para que o leitor concorde com o que está escrito,
mas para que ele próprio
forme livremente sua opinião. O bom jornalismo
procura, mais que informar, ilustrar o público,
iluminá-lo. Ora, ao contrário do que dizem aqueles
que preferem levar as
pessoas no cabresto por
favores, fazer esse tipo
de jornalismo valoriza o
leitor, sua capacidade de
pensar e de escolher. É
claro que tem gente que
preferiria poder continuar
manipulando as informações através de fofocas e
“pensando” pelas pessoas
que, felizmente, viraram
leitores deste Canal.
Certos números...
Um “colega”, colunista da Folha de São Paulo,
disse que, apesar de não
parecer, os seres humanos têm algumas defesas
contra o vírus da corrupção. Pelo menos duas forças atuariam para manter
os seres humanos afastados desse gênero de
crime.
A primeira força é externa às pessoas. Trata-se
do medo de ser desco-
berto e sofrer as penas
legais e sociais correspondentes. A segunda força
está dentro das pessoas
e dispensa fiscais, auditores, ministérios públicos
e investigadores. Trata-se
da imagem que homens e
mulheres fazem – ou querem fazer – de si próprios.
O problema nesse caso é
que, como cada um é juiz
de si mesmo, há muita tolerância.
O psicólogo Dan Ariely
afirma que a desonestidade é o resultado de uma
“negociação” entre o desejo de levar vantagens
materiais e a necessidade
que todo indivíduo tem
de cultivar uma imagem
de si mesmo que seja, ao
menos, aceitável. O cérebro resolve o problema
impondo um teto para
os desvios. Na população
estudada por Ariely, as
consciências das pessoas
toleravam bem uma fraude, desvio ou “embolsada”
de até 15%. Esse número
se não servia de justificava
para o roubo, pelo menos
fazia com que ele parecesse menos grave ao
próprio corrupto.
Pelo jeito das coisas,
tem muita gente que
anda superando esses limites. E ainda se achando
o tal. Talvez a psicologia
não funcione para esses
casos. Ou talvez seja porque, como diz o mesmo
colunista, no Brasil, em
um cálculo estritamente racional, muitas vezes
ainda “vale a pena” roubar
dinheiro público.
“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique.
Todo o resto é publicidade.” George Orwel.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
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SRL: Eu conheço e Valorizo!
COMUNIDADE
NOVA FÁTIMA
Padre Aluísio Heidemann Yochen
Frutos silvestres do
pé de Serra
Alexandre Oenning Bittencourt | Valesca Weber
Tive a satisfação e o orgulho de pastorear o
povo de Deus de Santa Rosa de Lima. Isso foi
entre os joviais e belos anos de 1991 a 1995. Em
meio a austeridade da ação evangelizadora, era
possível desfrutar dos encantos geográficos da
Serra Geral e de seu povo religioso, honesto e trabalhador. Foram anos de resgate da autoestima
de ser da terra e de ser colono de origem.
Graças e Sabores
Além da chuva de graças
das celebrações de missas,
pude visitar, ver, sentir e saborear as famílias em seus
ambientes e costumes. Nestas
ocasiões benzia as casas, os
campos e os sonhos. E, depois
das missas, não me esqueço,
era possível degustar alimentos cheios de sabor germânico.
O sabor de vida dos santarosalimenses, especialmente
dos colonos, sempre me ergueu no cansaço do dia. Após
uma semana de trabalhos
duros, os pais aprontam seus
filhos e vão ao encontro de
Cristo na missa dominical ou
na celebração da palavra para
receber Jesus na palavra ou na
eucaristia.
Ao receberem a hóstia,
apresentavam mãos duras e
calejadas, revelando grandeza
de caráter e dignidade.
Ao dizerem amém, sua convicção desvendava que de fato
eram filhos e filhas da Deus e
da terra.
Um povo assim merece ser
aplaudido e amado
Ainda encontramos em Santa Rosa
de Lima pessoas meigas, ingênuas e
doces, verdadeiros frutos silvestres do
pé de Serra.
Rapazes e moças de rostos queimados pelo sol esbanjam saúde no
trabalho, no estudo e no esporte e
sua dignidade e beleza brilham como
a seleção brasileira brilhou com o tetra naquela copa em que eu pastorava
em Santa Rosa de Lima. Por isso digo
com todas as letras: conheço, valorizo
e amo Santa Rosa de Lima.
Nasceu o Cantinho da Família
A obra foi pensada apenas para o lazer da família.
Com a piscina construída e a sugestão de muitos amigos, foi surgindo uma ideia daqui, outra dali... Ao fim, o
casal Ney e Ângela resolveu entrar para o agroturismo.
Nasceu, assim, o “Cantinho da Família”. No início, era
bem acanhado o número de reservas, feitas, em geral,
por amigos e conhecidos. Como não tinha telefone, os
recados eram deixados no da casa dos “parceiros” Vilson e Marieta. As reservas eram para “usar a piscina”.
Quem vinha trazia sua própria comida.
Pouco a pouco, os pedidos foram aumentando. E
as pessoas não queriam só “passar o dia”, desejavam
se hospedar e aproveitar o final de semana para descansar junto à natureza. Com isso cresceu a procura
por refeições. O passo seguinte foi criar um restaurante. Em seguida, houve a construção de um pequeno
chalé. Tudo feito com recursos próprios.
Poucos recursos, muita vontade
Como qualquer atividade turística bem gerida, logo
a pequena capacidade do restaurante e do chalé não
foi mais suficiente. Com a venda de uma “malha” de
eucaliptos e com um financiamento do Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar), a família investiu
novamente no empreendimento. Uma antiga estufa
de fumo foi transformada em uma espaçosa e aconchegante pousada. São cinco suítes e um amplo espaço para lazer, com lareira, áreas de estar, arca de
leitura e um deck com redes para descanso.
Para a realização de eventos, como aniversários,
casamentos, jantares de confraternização e outras
reuniões familiares e de amigos, mais investimentos
foram realizados. Agora com recursos do Programa SC
Rural. Hoje, o novo restaurante tem vista para o lago e
capacidade para atender até 200 pessoas. Ney e Angela se mostram bem satisfeitos, pois os agendamentos
estão a todo vapor.
Tirolesa e outras novidades
Além da piscina, do restaurante e da pousada, o
Cantinho da Família terá uma novidade para toda a região do vale do rio Braço do Norte: uma tirolesa. É uma
prática de turismo de aventura. Em um cabo aéreo ancorado horizontalmente entre dois pontos, o turista se
desloca, com o apoio de roldanas, em uma cadeirinha
de alpinismo. Esse projeto está em fase de conclusão
e, em seguida, serão disponibilizados caiaques e pedalinhos no lago da barragem da PCH. É Ney quem diz o
porquê de estar demorando um pouco: “Estamos cuidando para o cumprimento das normas de segurança
exigidas e capacitando as pessoas para a operação”.
É o mesmo Ney que, preocupado com a preservação
ambiental, vive plantando árvores nativas, com destaque para a palmeira Jussara e frutíferas e floríferas.
Reservas: (48) 99 97 87 49 com Ângela ou Ney.
Novo restaurante com capacidade para 200 pessoas.
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Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
TRANSPARÊNCIA
COMUNIDADE
RIO SANTO ANTÔNIO
Mariléia Torquato | Carol Rodrigues
O Natal é família
É tempo de alegria e de união. Tempo em que coisas boas acontecem. É
especialmente no Natal que a família se
reúne para festejar.
Para muitos, é bem possível que o Natal tenha perdido, hoje, seu verdadeiro significado: festejar o nascimento do Menino Jesus. Muitos veem a data especial,
apenas como uma época para lucrar, vender, gastar e
dar presentes. Não passa de um momento para que
o comércio ganhe mais dinheiro. Mas aqui, em nossa
comunidade, o Natal ainda é comemorado com muita alegria e espírito natalino. As famílias se reúnem,
montam suas árvores e presépios, decoram suas casas, participam das celebrações na igreja.
Sim, aqui nós comemoramos o nascimento de Jesus.
No passado, era tudo diferente
Apesar das dificuldades daqueles tempos, a data
era esperada por todos. Um dos maiores sinais de
que a data se aproximava era o florescimento nos
campos das “ervas de natal”.
O trigo era comprado uma vez por ano, justamente
nesta época, quando se preparavam os quitutes natalinos. As mães faziam doces e os escondiam, como se
eles fossem os chocolates dos dias atuais. É possível
imaginar como era a felicidade das crianças quando
recebiam aqueles doces decorados e as saborosas
balas. Afinal, isso só acontecia uma vez por ano.
A noite de Natal era o grande auge do final de ano.
Tudo era preparado com amor e dedicação: os brinquedos de madeira bruta, as bonecas de porcelana.
Esta era a única vez no ano em que as crianças recebiam presentes.
No passado era assim, as famílias se reuniam, as
mulheres faziam os comidas e os mais velhos contavam histórias antigas, todos felizes, relembrando bons
momentos.
Felicidades
Esperamos que esta data não perca seu real significado e que neste natal todos possam curtir, dançar,
sorrir, pular, perdoar. Enfim, que possamos ser felizes
ao lado de nossa família e de nossos amigos.
Desejamos a todos um Feliz Natal e um próspero
Ano Novo!
Árvore e Presépio de Natal em nossa Igreja. (ano passado)
Mariza Vandresen
Câmara Municipal
“Casa do povo” ou caixa-preta?
Este título não é muito original. Afinal, há um ano. a revista
Veja, de circulação nacional, publicou uma matéria com a chamada: “Câmara municipal: a ‘casa do povo’ virou caixa-preta”.
Isso seria muito direto e esta reportagem quer mostrar que existe
uma grande diversidade de situações. Ou seja, há Câmaras e
Câmaras! Algumas, são casas do povo e outras, são caixas-pretas.
Juristas consideram que o Poder Legislativo municipal deve
ser a instituição por excelência da democracia local. Caberia à
Câmara de Vereadores o papel de estimular constantemente todos os membros da sociedade a compreender as atividades
dos parlamentares e o processo legislativo, em sintonia com a
necessidade de conscientização da população e dos princípios
de transparência e acesso à informação.
Em novembro, a Lei 12.527 completou dois anos de existência. Ela se destina a assegurar, a qualquer cidadão, o direito fundamental de acesso à informação. Suas diretrizes são pautadas
na publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção e
no desenvolvimento do controle social da administração pública. Ou seja, a sociedade poder acompanhar e controlar quem
mexe com dinheiro público.
O Canal SRL procurou fazer um diagnóstico da Câmara de
Santa Rosa de Lima e uma panorâmica regional. Para isso, participou de sessões ordinárias na casa dos poderes legislativos
dos municípios vizinhos de Santa Rosa de Lima. Informações
foram solicitadas junto às Câmaras de Rio Fortuna, Anitápolis,
Grão Pará, São Martinho e Braço do Norte, também foi possível o
acesso a vários regimentos internos e a realização de entrevistas
com assessores, funcionários, vereadores e presidentes destas
câmaras.
O que é Caixa-preta:
Caixa-preta é um equipamento utilizado nos aviões para gravar os dados
de funcionamento e as conversas da tripulação durante os vôos. Tem esse nome,
não por causa da sua cor
(ela é laranja, para facilitar
a localização), mas porque
é um sistema fechado, com
mecanismos internos que
não são abertos à observação. Por isso, a expressão é
aplicada, de modo figurado,
às pessoas. Por exemplo,
um “funcionário caixa-preta” é aquele egoísta que
esconde informações ou
conhecimentos para ver
se consegue se distinguir
em seu grupo de trabalho.
E serve para designar situações que não são muito
claras ou para instituições
pouco transparentes e que
criam mistério sobre informações que deveriam ser
acessíveis a todos.
GRÃO PARÁ
As sessões acontecem todas as segundas-feiras, com
início às dezenove horas, normalmente com as 36 cadeiras
disponíveis para o público totalmente ocupadas.
Mais informação é mais
agilidade
No início deste ano, a Câmara implantou um novo site (www.
camaragraopara.sc.gov.br). Lá são
inseridos, semanalmente, todas as
indicações, requerimentos, atas,
moções e outros documentos. As
sessões são transmitidas em tempo
real no link Sessões On-Line. Todo o
conteúdo fica à disposição dos vereadores e de qualquer pessoa.
“Temos um grande número de
pessoas que acompanham as sessões pela internet”, garante Rodolfo
Bonetti, funcionário da câmara de
Grão Pará. Segundo ele, o mesmo
computador que faz a transmissão
grava todas as sessões. As gravações são arquivadas. Para facilitar
o trabalho dos vereadores e também agilizar o andamento das sessões, todos eles recebem, com antecedência, uma cópia da ata para
conferência ou alteração de seu
conteúdo. “Para se ter uma ideia,
as sessões acontecem nas segun-
Legisladores da Câmara Municipal de Grão Pará.
das-feiras à noite e já na terça-feira
à tarde os vereadores tem a ata a
sua disposição, seja via e-mail, para
quem o tem, ou uma cópia na mesa
de cada vereador que não possuir
endereço eletrônico. Qualquer vereador pode solicitar cópia extra de
atas, gravações, documentos etc.
sem necessidade de requerimentos
e outras formalidades”. Rodolfo explica que assim que recebem a ata
eles as leem e se, por ventura, não é
mencionada alguma coisa, eles solicitam as alterações e na sessão seguinte a ata vai para aprovação sem
leitura, pois todos já conhecem seu
conteúdo. Após a aprovação elas
são publicadas no site.
Relação com a sociedade
A Câmara prima pela informação ao público: “Qualquer órgão de
mídia, mesmo que não seja credenciado, pode comparecer, acompanhar, gravar, fotografar ou filmar as
sessões. O mesmo vale para a plateia que quase sempre lota as 36
cadeiras disponíveis. Mesmo que
bater fotos, gravar ou filmar não
seja uma prática muito comum da
plateia, estes recursos são todos
permitidos aqui”, esclarece Rodolfo
Bonetti.
Informa, ainda, que se algum
cidadão ou empresa quiser algum
tipo de documento basta fazer uma
solicitação escrita que é apreciada
pela presidência e, geralmente, liberada. “Agora, com nosso sistema
de transmissão on-line, são poucos
os pedidos. Isso facilita, mais uma
vez, os trabalhos da casa”, conclui o
funcionário da Câmara.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
ANITÁPOLIS
As sessões acontecem
nas terças feiras, às dezenove horas e em torno
de uma dezena de pessoas as acompanham na
plateia. O interessante é
que as reuniões contam
efetivamente com participação popular.
Basta levantar a mão
Apesar do protocolo regimental ser praticamente igual
ao de outras Câmaras de Vereadores da região, as sessões do
legislativo de Anitápolis têm um
clima claro de mais democracia.
Se um vereador está na tribuna
e, por ventura, esquece qualquer informação, a plateia o ajuda a lembrar. Caso um morador
queira falar algo relevante sobre
um assunto em pauta, basta levantar a mão, que o presidente
lhe concede a palavra.
Jane Regina Schreiber Pessoa, uma moradora que não
perde uma sessão, confirma: “A
população pode se manifestar.
Tem bastante acesso. Sempre
assisto às sessões e quando alguém quer falar é só levantar a
mão”.
As pessoas também têm liberdade para usar a tribuna. É
preciso fazer uma solicitação,
mas ela pode ser informal e
ao presidente. Quem preside
a Casa é Salésio Efting (PMDB).
O vereador está em seu sexto
mandato e já ocupou a presidência outras vezes. Ele explica:
“Aqui não tem muito essa necessidade de inscrição. Eu abro a
tribuna para quem queira usar.
A não ser que seja um caso muito polêmico. Já aconteceu, em
outas gestões, de usar a tribuna
para fazer ofensas. Às vezes eu
também corto quando a Casa
tem muitos trabalhos”. Sorrindo,
completa: “às vezes é preciso
moderar”.
Não temos nada a esconder
A Casa segue os procedimentos do Regimento Interno e
qualquer pedido dos vereadores
é liberado de imediato. Eles têm
acesso a todas as informações
da câmara. “Nesta gestão só tive
duas solicitações de cópias, que
foram entregues imediatamente. Já teve polêmicas em outros
anos, coisas de brigas, mas eu
nunca neguei, pois é uma sessão pública, um negócio aberto.
Em outros mandatos isso acontecia. Colocava em votação e os
vereadores negavam. Mas eu
vejo que não tem o que esconder aqui”.
Luiz Guimaraes, funcionário
da casa por quase vinte anos, é
o responsável pelas atas, expedientes, requerimentos, entrada
e saída de projetos de lei. “Eu
controlo a ordem do dia. Sobre
os pedidos de documentação
RIO FORTUNA
A Câmara de Vereadores
de Rio Fortuna realiza suas
reuniões nas terças feiras, às
dezenove horas. Com o horário de verão, a presença do
público diminuiu um pouco,
mas, quase sempre uma dezena de pessoas comparece.
Não há restrições
No site oficial da Câmara (www.camararf.sc.gov.br), as sessões são transmitidas em tempo real e é possível ter acesso
a todos os seus trabalhos e ao seu Portal
da Transparência da Casa. Foi a partir
deste ano, que as sessões começaram a
ser transmitidas on-line. Foi interessante
notar que os vereadores se dirigem ao
público presente e aos internautas. O vereador Lindomar Ballmann [da bancada
da oposição, que presidiu a sessão que
o Canal SRL acompanhou, já que o titular se encontrava em Brasília] afirma que
“muita gente acompanha, principalmente
no interior. Inclusive, tem pessoas que se
combinam entre amigos ou vizinhos e se
reúnem para seguir as sessões”.
13
Câmara Municipal de Anitápolis
o regimento diz que é necessário fazer um requerimento, mas
isso é muito raro. Geralmente,
não precisa”.
Fábio Pereira, vereador da
oposição [são cinco de situação
e quatro de oposição], relata:
“Até o momento, eu e meus colegas – Silvionei, Serginho e Paulinho – sempre tivemos bastante
transparência. Tudo o que pedimos, o presidente sempre liberou, sem problemas. Os pedidos
de informação que fizemos ao
Executivo também estamos recebendo. Até o momento, eles
vêm cumprido todos os prazos”.
E faz questão de dar um exemplo: “Eu e Silvionei, no início do
ano, fizemos um pedido de informação ao executivo. De posse
dos dados que nos foram passados, conseguimos que o executivo deixasse de ter gastos. Este
é um dos papeis do vereador”.
Mas diz que às vezes, persiste
algum tipo de obstáculo: “Há
um vinte dias, nossa bancada
fez um pedido ao executivo de
cópias de quatro processos licitatórios. Tínhamos interesse em
obter esclarecimentos e assegurar transparência. Alguns vereadores de situação apresentaram
resistência. No dia que fizemos a
solicitação, na tribuna, quiseram
dizer que nós estávamos desconfiando do trabalho dos funcionários. Quiseram nos jogar
contra eles. Não é verdade, nós
só estamos aqui fazendo nosso
papel. Tanto que quando fomos
à prefeitura uma funcionária nos
disse que trabalha ali há 25 anos
e nunca viu um vereador pedir
cópia de um processo licitatório”. “Nós temos o nosso papel
e nós estamos conseguindo fazer”, finaliza Fábio.
Em relação a pedidos de in-
formações feitos por cidadãos,
Salésio Efting lembra de um
apenas: “Foi uma intriga entre
famílias e alguma coisa foi citada
aqui na Câmara. Foi o único morador que pediu e a solicitação
foi prontamente atendida”.
Tecnologia e vontade
política
O prédio da Câmara de Anitápolis conta com a instalação
de um sistema com câmeras de
filmagens conectadas a um computador, onde tudo fica gravado
e arquivado. Qualquer pessoa
que queira uma cópia só precisa fazer a solicitação. Segundo o
presidente, as sessões não são
transmitidas on-line pois a casa
ainda não possui um site. Sobre
as câmeras conta que “foram
instaladas no ano passado, porque sobrou recursos na casa e
eu resolvi investir aqui”.
Nenhum foi negado
Caso um vereador queira ter acesso a
qualquer documento, como ata ou gravações das sessões, basta fazer um pedido
verbal aos servidores da Casa, que, com
a permissão do presidente, são prontamente atendidos. Não há nenhuma necessidade de solicitar por requerimento.
Os pedidos de informações feitos através
da Câmara ao Poder Executivo é que devem ser votados, mas até hoje nenhum
pedido foi negado. “Em outras gestões
isso já aconteceu, mais não nesta”, completa o vereador de oposição Valdir José
Warmling (Tavico).
Aldo Vandresen é vereador de situação [que é minoria na Câmara], e confirma que todos os pedidos são atendidos.
“Mesmo quando vai para a votação, nunca foi negado qualquer pedido de informação”.
Órgão público
Segundo a assessoria de imprensa da
Casa, não existe qualquer restrição para
gravar, filmar ou fotografar as sessões.
“Como as pessoas podem acessar as sessões on-line e os vereadores têm acesso
a todos os documentos, até hoje não se
tem registro de solicitação para filmagens
ou gravações. Caso alguém o quisesse fazê-lo, por se tratar de um órgão do Poder
Câmara Municipal de Rio Fortuna
Público, não apresentaríamos nenhuma
restrição”, completa.
Itamar Cândido Machado está entre
as pessoas que não perdem uma sessão.
Ele é o comunicador na rádio comunitária
de Rio Fortuna. “As sessões na Câmara,
pra mim, que trabalho com jornalismo,
são muito importantes. Elas são geradoras de notícias e meu acesso aqui é muito facilitado. Recebo cópia das gravações
de todas as sessões e, nas quartas feiras,
ao meio dia, temos um programa especial sobre todos os assuntos, projetos
de lei, requerimentos, votações e outras
participações que acontecem na Câmara.
As pessoas ouvem muito e, assim, cada
eleitor pode acompanhar os serviços de
seus representantes”.
segue
14
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
segue
SANTA ROSA DE
LIMA
As sessões da Câmara
acontecem às dezenove horas das terças-feiras. O público geralmente é pequeno.
Somente quando se promete
“clima quente” ou que claques são convocadas é que
a plateia comporta público.
Não corresponde
Para realizar essa matéria a reportagem do Canal SRL encaminhou entrevista
via e-mail a todos as Câmaras. A de Santa
Rosa de Lima foi a única a não responder.
Ao tentar contato telefônico, foi informada pela secretária da Casa, Beatriz Roecker, que o presidente Leonicio Laurindo
(Zólho) não havia autorizado a resposta
às perguntas. Após insistir em ouvir o
presidente, o Canal SRL viu agendado
um encontro com o assessor jurídico,
“que responderia às questões”. Laurimar
Gross, o advogado da Câmara, preferiu,
contudo, dizer que na maioria dos pontos “não poderia responder pelo presidente”. Afirmou, apenas, que as posições
e decisões da presidência da Casa estavam amparadas pelo Regimento Interno.
Neste quadro, tentou-se, novamente, entrevistar o chefe do legislativo municipal.
No dia agendado por ele, não atendeu a
as ligações feitas para o telefone celular
dele.
Contrário, com gosto
O procedimento regimental exige
que o vereador que queira uma cópia da
ata ou da gravação da sessão para exercer sua função encaminhe um requerimento. Esse pedido será submetido e
precisa ser pelo Plenário. Nesta legislatura a quase totalidade dos pedidos de
informações tem sido negada. Inclusive,
quando a solicitação é dirigida ao executivo municipal.
Na maioria das vezes, são quatro
votos contra quatro, com o desempate
feito pelo presidente. Que nega quase
todos e já afirmou que vota contrariamente “com gosto”. Em sessão realizada
no mês de setembro, alterou-se e com
voz perturbada afirmou: “Se quiser ir na
promotoria que vá. Se a justiça mandar,
nós entregamos. Não vou entregar mais
nada! É inadmissível! É só pra botar no
jornal!”
A questão é de papel...
Até hoje, já foram onze requerimentos com pedidos de informação. Destes, apenas poucos foram atendidos.
As justificativas para o indeferimento
chegam a ser ridículos: “vai gastar muito papel”, “vá pedir na prefeitura”, “não
vejo porque pedir isso”. E o pior, mesmo os pedidos aprovados não foram
atendidos. A vereadora Edna Bonetti
(PP), da bancada de oposição, pondera: “Sobre a justificativa dos gastos com
papel – e tem pedidos que não passam
de cinco páginas, já me dispus a levar
papel, pen drive, CD de gravação... Ainda assim as informações não são liberadas. E novos pedidos continuam sendo
negados. Eles também me desafiaram
a pedir o que eu queria na prefeitura
e foi o que eu fiz”. No dia 18 de novembro, pautada na Lei 12.527 sobre
Acesso à Informação, Edna Bonetti fez
o pedido diretamente ao oficial de gabinete da prefeitura municipal, Edson
Vandresen (Dedé). “Eu protocolei todas
as informações que nos foram negadas na Câmara. Comuniquei ao oficial
de gabinete, que, se no prazo de quinze dias minhas solicitações não forem
atendidas, vou informar o Tribunal de
Contas. Afinal, negar informação é crime de improbidade administrativa. Eu
não queria chegar até aqui, mas está
será a maneira legal de ter acesso aos
documentos. Como vamos fazer nosso
papel de vereador, que é de fiscalizar
os atos públicos, se as informações nos
são negadas?”.
Relação com a sociedade e
com a imprensa
Além de, na prática, dificultar ou,
até, impedir (inclusive a vereadores) o
acesso a cópias de atas ou gravações, a
Câmara não transmite suas reuniões e
proíbe gravar, filmar ou fotografar suas
sessões públicas.
Sobre o credenciamento da imprensa, o regimento interno da Câmara de
Vereadores de Santa Rosa de Lima estabelece que é competência do presidente da Casa: “credenciar agente de
imprensa, rádio e televisão para o acompanhamento dos trabalhos legislativos”.
Uma tentativa de credenciamento do
próprio Canal SRL é digna de relato.
Com base neste artigo e na sua responsabilidade de levar informação precisa e segura, o jornal, representado por
seus diretores, protocolou solicitação de
credenciamento de agente de imprensa, em 21 de maio. O pedido amparavase no argumento de que “a divulgação
dos trabalhos e resoluções do Poder
Legislativo é uma prestação de serviço
necessária e indispensável aos leitores,
contribuintes e cidadão de SRL”. Passados 28 dias e depois de cobranças
informais pelos diretores do jornal, no
dia 18 de junho, o Canal recebeu uma
manifestação sobre o pedido, assinada
pelo advogado Laurimar Gross, do departamento jurídico, e pelo presidente
Leonicio Laurindo. A manifestação exigia as seguintes informações: “a) nome
do representante da empresa, com
suas credenciais profissionais; b) descrição dos trabalhos a serem realizados;
c) declaração de ciência e cumprimento
do regimento interno; e d) declaração
de que o agente estará devidamente
identificado”. Destacava também que o
credenciamento, “não permitia o livre
trânsito pelas dependências do prédio e
nem o acesso aos documentos administrativos, devendo o agente permanecer
no plenário, sem promover nenhuma
interferência nos trabalhos ou ato que
venha causar incitação popular podendo comprometer o decoro e o respeito
com o Poder Legislativo”. Era tão insólito e sem sentido que os responsáveis
pelo jornal arquivaram aquela peça despropositada, mas continuaram a ir às
sessões. E, por vezes, não precisando
sequer se identificar, porque eram os
únicos presentes à sessão.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
15
Natal SRL
ANO 1 - Nº 8 • Edição Mensal - Dezembro/2013 • O Jornal de Santa Rosa de Lima
Pelo muito que vocês leitores, colunistas, anunciantes,
parceiros e colaboradores têm
representado para nós, queremos dedicar a vocês, os melhores votos de um feliz natal
e próspero ano novo.
Que possamos continuar a
missão de levar a boa informação e a noticia por completo a
todos, que possamos formar
cidadania através deste instrumento de comunicação que é
o Canal SRL.
Desejamos que neste natal,
a luz que guia o Mundo possa também clarear os nossos
sonhos e renovar a certeza de
que vale a pena lutar por um
mundo melhor para nós e
para nossos filhos.
Feliz Natal e Próspero Ano
Novo são os mais sinceros votos da Editora o ronco do bugio e Canal SRL.
•
Distribuição gratuita. Venda Proibida.
Feliz Natal
e Próspero
Ano Novo!
16
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
O Natal dos tempos idos
Dona Berta puxa pela memória para contar para os jovens
como era o Natal da sua infância. A conversa é feita com a ajuda
da nora, Anita, que serve de intérprete, pois nossa entrevistada
só fala o alemão. Com uma voz suave, ela relata o pouco que
lembra.
Dona Berta Ballmann
Eller é a moradora mais
antiga de Santa Rosa de
Lima. Nasceu em 1915,
no Rio Bravo Alto.
Seus
documentos
apontam 97 anos completados em fevereiro,
mas a família afirma – e
ela confirma – que o registro civil só aconteceu
um ano depois do nascimento.
Dona Berta já não
sobe e desce as escadas ao lado da Construlima, nem pedala a bicicleta ergométrica, como
fazia até o ano passado.
E sente muito não po-
der ir à igreja. Aliás, é o
que ela espera do Natal:
saúde para poder ir à
igreja.
Christkind, balas e
bolachas
Quando eu era criança, quem nós esperávamos no Natal era o
Christkind [Menino Jesus].
Não me lembro
como ele se vestia. Mas
Papai Noel era coisa que
não existia. E nós não
ganhávamos presentes
de Natal. Era só balas.
Isso nós ganhávamos
todos os anos. Por isso,
eu não me esqueço da
minha Mota [avó], porque, no Natal, eu sempre ganhava um lenço
dela. Ah, e junto com as
balas, recebíamos bolachas enfeitadas.
Elas eram deliciosas
e feitas só para o Natal.
O encontro
O Natal era com a
família e com um casal
de amigos que sempre
ia visitar a nossa casa.
A comida de Natal era
a sopa com ovinhos
de galinha. Também se
fazia o gemüse e o ‘decarris’ [o arroz doce ou
milchreis, em alemão].
Lembro que era muito
longe para ir à igreja.
Era mais de uma hora
de caminhada. Mas nós
íamos sempre. No Natal, principalmente.
Roupas e calçados
Era muito difícil ganhar uma roupa nova.
Nem para o Natal. Mas,
às vezes, se ganhava um
vestido. A primeira vez
que eu usei um sapato
foi no dia da minha primeira comunhão. E ainda era emprestado.
Dona Berta.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
17
Naquele tempo não
existia Papel Noel
Remi Bonetti tem 85 anos e uma memória que parece melhorar com o tempo.
A habilidade de relatar histórias ou contar
causos, também. Vive na comunidade de
Santa Bárbara e ajuda a recordar as festas
de Natal e de Ano Novo no “pé da Serra”.
Um viver
Nós tínhamos assim um viver entre os vizinhos, quando era ano novo.
Moravam uns meio longe, alguns mais
perto. Era tudo de origem italiana. Aqui
morava meu pai. Lá adiante, o tio João.
Perto da igreja, o tio Joaquim. E lá bem
longe, num pasto bem embaixo da Serra, o tio Paulo e o tio Domingo. Todos
tinham famílias grandes. Então, quando era ano novo, tinha o costume de
nós começar daqui, tinha que sair bem
cedo, ir no tio João e “fazer o ano novo”
pra ele, tudo em italiano: Boni bonana
/ deme capa de lano / bom principio /
bom fim de ano. Hoje, só se dá feliz ano
novo, parabéns... Aquele era um incentivo assim mais engraçado.
Era só pra ganhar um trocadinho...
Aí, eles [os mais velhos] tinham que
ter uma bolsinha de bala e um trocadinho. Uns quinhentos réis... trezentos
réis, duzentos... Daí, a gente se juntava
com os primos de lá do tio João e voltava aqui no pai. Por fim, a gente ia lá
em cima, no tio Paulo e no tio Domingo.
[Tinha que] atravessar aqueles matão,
com barro até pelo joelho, porque as
estradas eram muito ruins. Era tudo
por dentro do mato. Chegava lá e daí
os de lá vinham junto com nós. Passava no tio Joaquin e no tio Rodolfo... e
de volta no tio João e na casa do pai.
E dali visitava as famílias que eram da
Seu Remi.
nossa origem. Dava bastante gurizada,
porque era tudo família grande. Mas
era só os mais pequenos que iam. Dava
sempre um trocadinho bom.
... para o amendoim dos domingos
Quando era nos domingos, o tio Joaquim, que morava pertinho da igreja
e fazia roça de amendoim, torrava o
amendoim e enchia um saco. E aí as
crianças iam tudo lá. Naquele tempo, a
gente usava chapéu. Sem chapéu, não
andava ninguém. Aí chegava lá com o
chapéu e o tio enfiava uma lata de litro
de azeite com cabo dentro do saco de
amendoins. Com um tostão, [a criança] ganhava um litro. Daí sentava com
aquele chapéu de amendoim. Aquela
gurizada a comer aquele amendoim.
Nos domingos, então, era assim. E sobrava sempre um trocadinho... O dinheiro era muito difícil de conseguir.
Ainda mais às crianças.
Muito festejados
Naquele tempo, o Natal era muito
festejado. Todas as famílias participavam. Se dissesse que alguém da família faltava um [Natal], era porque estava
doente. Eram muito festejados o Natal
e o Ano Novo. Aqui se respondia a missa em latim. E era bonito. Todos cantavam aqueles cantos velhos. A gente tinha a irmandade do Coração de Jesus.
Quem coordenava era a Beatriz Locks,
mulher do Alberto Locks, e uma prima
minha. Para cantar, então, era uma coisa bonita. As mulheres usavam a fita
com a medalha e os rapazes tinham,
pregada na camisa, a medalha do Coração de Jesus. Presépio não tinha. Era
pra Semana Santa que se fazia mais.
Pouquinha gente
Hoje, pra dizer bem a verdade, tem
a reza, tem o terço no natal e quase
ninguém mais canta. Depois é cerveja,
é carne... É bebida pra cá, uma festa
pra lá. Quando é Natal, Ano Novo um
vai passear num parente, outro vai a
um lugar... Aqui [na comunidade] dá
pouquinha gente.
Antes, comidinha...
As famílias faziam um almoço para
comemorar o Natal. Aí, sempre era
uma comidinha assim mais o menos.
Era feito um galo, uma galinha, ou um
frango. Naquele tempo se festejava
mais o Natal e o Ano Novo.
... e cavaquinho
A polenta não faltava. Mas a gente
também plantava trigo... Era um trigo
bom, mas era difícil pra bater. Moía,
peneirava e era uma farinha. Então
quando era pro Natal, a mãe fazia um
cavaquinho. Era feito com a mesma
massa que ela fazia o macarrão. Era
uma massa fininha cortada no meio e
virada para um lado e para o outro. En-
tão aquilo era pro Natal. Fazia um monte, colocava em um saco e no dia do natal era o cavaquinho que a gente comia,
fora as refeições do dia. Chocolate, naquele tempo, a gente não comprava. As
crianças não ganhavam. Quando nós
éramos pequenos, era muito pouco.
Naquele tempo, não existia...
Hoje em dia, tem que fazer
Eu vim conhecer Papai Noel quando
eu já era grande. Naquele tempo, não
existia Papai Noel [Risos]. Sou igual ao
Padre Aluízio, que não gostava do Papai Noel. Ele dizia que aquilo era uma
ilusão do povo....
Mas, tem que fazer... Porque hoje
em dia quem faz mais é o comércio.
Mais de trinta dias antes do Natal é só,
só... Negócio isso, aquilo, só para ir lá
comprar... Tudo é festa. E hoje, as crianças esperam o Papai Noel, pra ganhar
aquela sacada de balas... Presentes.
Com respeito
O Natal pra mim é cumprir, fazer as
rezas, como antigamente. Mas já não é
bem assim. Antes, se guardava o Natal
com respeito. Hoje em dia, está muito
fora. Eu acho que eles deviam guardar
o dia santo e se lembrar do Menino
Jesus, que também sofreu muito para
se criar até os 33 anos. E, depois, ainda
teve que passar pelo que passou.
18
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Era o Christkind,
quando eu era pequena
Wanda Wenz Werner tem 69 anos e passou toda a sua
vida na comunidade do Rio Bravo. É casada com Alfredo Werner (71 anos). O marido acompanhou a entrevista,
mas quase não falou. Nascida na religião Luterana, Dona
Wanda guarda as tradições de sua igreja e lamenta que
as coisas tenham mudado tanto. Chama atenção para as
iniciais do seu nome e brinca: “Hoje tem tanta coisa com
www... Mas eu não tenho nada! Só o nome” [risos].
O natal na infância
Ah! Eu me lembro do Natal... Sempre tinha o pinheiro na igreja, o presépio... Era tão bonito! Eram cantados
só os hinos de Natal. Tudo cantado
em alemão. Depois, mais tarde, começaram a cantar em brasileiro. Os
mais antigos, era tudo em alemão.
Menino Jesus e Papai Noel
Quando eu era pequena, eles diziam só Menino Jesus. Quando chegou essa coisa de Papai Noel, muitos
ficavam assim, assim.
Nem se sabia certo o que era. Era
sempre chamado de Menino Jesus.
Era o Christkind.
As balas e os presentinhos...
Todos ganhavam bala. E as meninas ganhavam boneca. Eu me lembro que ganhei boneca quando era
pequena. Os rapazes e os meninos
ganhavam bola. Os presentes eram
comprados na loja do Seu Fernando
Hermesmeyer, lá na Santa Rosa. E
tinha também uma loja bem grande
na Santa Maria, do Emilio Westfhal. E
tinha também uma no Rio São João...
Às vezes ganhava roupa nova. Mas
não era sempre, não. Às vezes, os
pais tinham dificuldades pra comprar, aí não ganhava. Mas as balas e
um presentinho a gente sempre ganhava.
Os pés do Menino Jesus
Quando eu era criança, tinha um
homem da comunidade que todo
ano era o Menino Jesus. Ele usava um
vestido branco bem simples. Usava
uma máscara no rosto. Ele era descalço, não usava nada nos pés.
Depois, quando a gente já era um
pouco maior, até nós conhecíamos
ele pelos pés [risos]. Era o Alberto
Schmidt. Ele já é falecido.
... E a entrega
No dia de Natal, perto da noite, o
Menino Jesus trazia os presentes e
as balas. Só na igreja que ele vinha.
Ele não vinha nas casas. Nessa hora,
as crianças tendiam a se esconder
[risos]. Porque tinham muito medo.
Os pais sempre falavam que se as
crianças eram ruins e não prestavam
atenção ou não obedeciam, apanhariam do Menino Jesus. Então nós ficá-
Dona Wanda com seu esposo Alfredo.
vamos com medo. As crianças aprontavam, com certeza. Por isso, todas
ficavam com medo.
Seu Alfredo, até então bem calado, confirmou sorrindo: “Eu também
tinha muito medo do Menino Jesus”.
A sombrinha azul
Eu sempre queria uma sombrinha.
E nunca ganhava. E num dia de Natal
eu ganhei uma. Mas eu fiquei muito
contente... Aquilo foi a maior alegria
pra mim. O que eu mais queria era
que chovesse pra usar ela. Mas eu
nem esperei a chuva para usar. Passeei com ela assim mesmo. Era uma
sombrinha azul... Isso eu nunca esqueço!
Na igreja ou nas casas
Antigamente todo mundo ia na
igreja. Agora já, há uns anos, não é
mais tanto assim. Mesmo quando
tem [cerimônia], vai pouca gente.
Hoje, já tem muita gente que não
gosta mais, que não se importa mais
com isso. Antes, todos se ajudavam a
fazer o presépio. Hoje, nem sempre
a gente vai. Às vezes, a gente quer ir,
mas os outros não vão. Daí, a gente
também não vai. A comunidade organiza um teatrinho de Natal e tem
o presépio. As balas são compradas
com o dinheiro da igreja. Se a comunidade não se organiza, não tem Natal. Aí, nós vamos visitar a família, os
filhos e os parentes que moram aqui
perto. Por que [visitar] os que moram
longe, nem sempre dá certo. Quem
pode vir, vem. E quem não pode, os
outros é que tem que ir visitar. Quando dá a gente reúne a família, mas
não é todo ano que dá certo. Mas a
gente sempre faz a árvore de natal
em casa.
Risoto e maionese, água e café
[A comida no Natal] não era como
hoje em dia. Agora, tudo é mais especial. Naquela época, quando nós
éramos crianças, bebida não existia.
Era água ou café. Faziam sempre
aqueles docinhos enfeitados. Eu me
lembro que, no Natal, a mãe sempre
fazia. Pelo Natal o Gemüse é mais esquecido. Hoje se faz a maionese, o
risoto, estas coisas assim.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Falando em Natal...
... não importa a idade, a época ou o lugar.
O fato é que existe uma unanimidade: Natal
é tempo de família. Prova disso é o que dizem
as crianças de hoje.
Cristian
Francisco Mendes (11 anos)
Minha expectativa para o Natal é
muito boa. Eu devo ir viajar com minha família, visitar parentes que moram longe. Pra mim, o Papai Noel é
uma farsa. Só serve para as crianças
ganharem presentes. Na verdade, o
Natal é o aniversário de Jesus Cristo.
Se eu pudesse pedir um presente
para o Menino Jesus, eu pediria para
minha família viver pra sempre.
Cyntia
Wiggers Onório (11 anos)
Eu gosto muito do Natal. Espero que esse seja bem legal. O que
mais gosto é de passar com minha
família. E, também, porque ganho
presentes. Eu descobri que Papai
Noel não existia quando eu tinha
seis anos, quando vi meus pais colocando o presente na árvore de Natal. Eu acho bem legal saber que o
Papai Noel são os meus pais. Para o
Menino Jesus? Eu pediria que minha
família tenha sempre boa saúde. E
que sempre esteja bem.
Ketrin
Michels Schmidt (11 anos)
O Natal é uma data muito especial porque toda a família se reúne.
A gente troca presentes. Ou não... E
a gente brinca, o que eu acho muito
legal. Essa história de Papai Noel é
legal porque tem os presentes. Mas
ele não existe de verdade. Se eu pudesse pedir um presente para o Menino Jesus? Que a minha família seja
sempre assim, como ela é.
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Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Família SRL
Adolfo Wiemes
Natal é troca
de amor
Em nossos dias, se faz muita propaganda de produtos
para o natal. E nós, cristãos, na maioria das vezes, corremos
atrás deles. Faz parte de nossa vida, sim. Mas não é o essencial. Os comerciais são para vender mais, para gerar lucros.
E muitas pessoas acabam fazendo uma festa de Natal com
foco no material: nos presentes e nos “comes e bebes”. A
natureza do Natal, entretanto, é espiritual e é familiar.
A família de Nazaré e o Natal
A Igreja nos apresenta a família de
Nazaré – Jesus, Maria, José – como família modelo. Ninguém se deixe confundir! Família modelo não é aquela
que não tem problemas. Antes, é
aquela que, amando, aceita tudo que
Deus dispõe e do modo como ele
dispõe. Não existe no mundo, e não
existirá jamais, famílias sem problemas. Mesmo as melhores famílias, por
mais que façam e por mais intenso
que seja o amor com que se amam,
devem passar por momentos difíceis:
uma doença, uma aflição, um medo,
uma decepção... Enfim, um mal qualquer que dói no corpo ou que dói no
coração.
Pena que muitos desconheçam
o que é ser família! Pena que muitos
desconheçam que ser família é ser
amor! Pena que muitos pensem que o
amor em família é só instinto!
Fantástico o plano de Deus!
Ele quis entrar no mundo ao seu
modo, isto é, de um modo que ninguém jamais poderia ter imaginado. O
que é o Natal? O Natal é a celebração
da entrada de Deus no mundo. Isto
aconteceu através de uma família. É
o profeta Isaias que diz: “Deus armou
entre nós a sua tenda!” Numa palavra:
mistério. Mistério de uma encarnação
é Deus que, em Cristo, quis ter um lugar na terra para que o céu pudesse
caber no coração do homem!
Foi na noite de Natal que se completou a família de Nazaré. Assim,
Natal tem tudo a ver com família. Por
isso esta festa é celebrada com a família reunida. Natal é benção do Senhor
sobre a família! Por isso: “Família que
celebra unida, permanece unida”. Feliz Natal em Família!
O significado do Natal
A palavra natal é relativa ao nascimento. O dia do aniversário de cada
um de nós é a nossa data natalícia. O
dia 25 de dezembro é a data natalícia
do Menino Jesus, do nosso Salvador,
Libertador, aquele Deus que se fez
carne e veio morar no meio de nós
que somos seu povo predileto.
Cada cristão e cristã batizados,
por mais justo ou “menos bom” que
seja, tem a missão de se preparar
bem para o santo Natal durante o
tempo do advento. O dia 25 de dezembro pode passar por nós, mas o
verdadeiro Natal não passa. Porque o
verdadeiro sentido do Natal em Deus
é amor, perdão, justiça, fraternidade,
união, alegria, paz, bondade, boa vontade, ajuda, partilha.
Cada um de nós sabe que na família onde entra o mal da ganância,
do ciúme, da inveja, do poder, do ter,
ele só destrói. Na comunidade é a
mesma coisa. Ah! É mesmo, quase ia
me esquecendo: a fofoca também faz
parte das forças de destruição.
E todos sabem que tudo vai bem
numa família onde existe compreensão, perdão, paz, amor, obediência,
entendimento, partilha, ajuda, amizade. E que na comunidade é a mesma
coisa. Que felicidade! Quando tudo vai
bem. Porque o mal não cabe onde há
o bem.
Preparação para o Natal
Como pode ser a preparação para
receber o Menino Jesus dentro do
nosso coração? É através da celebração das novenas nas casas em grupos de famílias; é através de jejuns e
penitências, do arrependimento e do
propósito firme de não pecar mais; é
participar da confissão comunitária
ou individual; enfim, é preparar bem o
coração para que o Menino Jesus possa nascer dignamente em cada um de
nós.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
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Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
O TERÇO
Pe. Pedrinho
Querido Irmão e Irmã!
É sempre uma alegria chegar até
você através desse meio de comunicação.
Nesse último mês do ano cabenos fazer uma retrospectiva de nossa
caminhada. É muito comum acompanharmos através da TV programas
que retomam os acontecimentos vivenciados no ano. Nós também somos convidados a fazer essa revisão
dos fatos, mas não ficarmos presos
neles. É preciso olhar o passado,
pensar no presente e planejar o futuro.
Olhar para frente com esperança.
Nesse ano muitas foram as atividades desenvolvidas em nossa
Paróquia e já temos muitas ações
planejadas para 2014. Sempre
com a certeza de que Deus conduz nossos passos. Olhemos para
2013 com gratidão por tudo que
vivenciamos. Lembremos que até
mesmo as contrariedades enfrentadas nos serviram de lições e nos
impulsionam a caminhar mais firmes. O fato de avaliarmos o que
realizamos é um convite a buscarmos melhorar sempre mais.
Estamos adentrando no lindo
tempo do Advento em nossa Liturgia. Tempo da feliz espera. Tempo
de reflexão. Tempo de preparar o
coração para recordar o nascimento do Salvador que assumiu a carne humana, nascendo feito criança
na manjedoura de Belém. Na fragilidade de uma criança Deus vem ao
nosso encontro. Abramos nosso
coração e nossa vida para acolher
essa mensagem de amor. Procuremos participar dos Grupos de Famílias através das novenas de Natal. Participemos das celebrações
da Palavra e da Santa Missa com
fé. Contemplemos o presépio que
recorda a vinda humilde de Jesus
na Gruta de Belém. Olhemos para
José e Maria e avaliemos nossa família. Aprendamos dos pastores e
dos magos do Oriente o gesto de
reconhecer Jesus como Salvador.
Cantemos glórias como os Anjos
que anunciaram o nascimento do
Cristo Senhor! Não nos deixemos
dominar pela ideia comercial do
Natal, mas que o aniversariante
Jesus ocupe lugar primordial em
nossa vida e família.
Aproveitamos esse espaço para
agradecer a dedicação e o esforço
de todas as lideranças que nesse
ano caminharam conosco. Que
dedicaram seu tempo e talento
para servir melhor a comunidade.
Que procuraram estar sempre dispostas a doarem-se no anúncio do
Evangelho. Agradecemos também
a presença do Pe. Marcelo Buss
que assumiu conosco no dia 09 de
fevereiro desse ano a missão de
pastorear esse rebanho a nós confiado. Ele que recebeu do Bispo
a missão de ser o novo reitor do
Seminário Menor Nossa Senhora
de Fátima em Tubarão. Rezemos
por ele e por essa nobre missão
que passará a assumir em 2014.
Ao mesmo tempo acolhamos o Pe.
José Livinos Jochen, que conosco
estará no próximo ano.
A todos um abençoado
e Santo Natal!
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Espaço d’Acolhida
Osmar e Ivane Alberton
A “Bela Vista”
“Acho muito importante receber visitas, além de poder mostrar a
propriedade e contar nossa história, conhecemos pessoas diferentes, com histórias diferentes”. (Ivane)
Há cerca de três anos, nos associamos à Acolhida na Colônia. Depois disso,
passamos a receber visitas de pessoas de
diversos estados e regiões e do Brasil. E
até estrangeiros já estiveram por aqui, conhecendo o que temos para mostrar. Na
maioria das vezes, as pessoas que nos visitam querem conhecer de perto nosso forma de cultivar a terra. Também fazemos
parte do Roteiro de Turismo Pedagógico
desenvolvido pela Acolhida. Neste caso, as
visitas são feitas por grupos de estudantes
que buscam aprender conteúdos ligados
à agroecologia e à vida junto à natureza.
Porque temos o que mostrar
Há mais de uma década, nossa família
cultiva e comercializa alimentos orgânicos.
Isso quer dizer que não usamos nada de
agrotóxicos e outros produtos de síntese
química. Somos associados à Agreco desde 1998 e nossa produção é certificada
pela Ecocert Brasil há sete anos.
Afirmamos que “produzir de modo orgânico, além de uma forma de se obter
renda, é respeitar e preservar a natureza”.
Outro motivo que nos levou a produzir de
forma mais limpa, foi a preocupação com
a saúde do nosso corpo e a ideia de uma
vida mais saudável. Não só para nós que
produzimos, mas também para quem consome os nossos produtos com a marca
Agreco.
Agricultura familiar, orgânica e
associativa
Trabalhamos, em dois hectares. Júnior,
o nosso filho mais novo nos ajuda, mas seu
maior tempo é dedicado aos estudos. Ele
está na Universidade Federal aqui em Santa Rosa, fazendo o curso de Educação do
Campo.
Cultivamos uma grande variedade de
hortaliças e frutas, com destaque para alface, temperos, couves, chuchu e bananas.
Entregamos toda a produção para a nossa
associação (Agreco), que faz a comercialização. Fora disso, vendemos só quando
recebemos turistas. Na maioria das vezes,
os que visitam a nossa propriedade aca-
bam levando (e pagando) uma “feira” de
produtos orgânicos.
O passado e o futuro
Nossa vida mudou bastante. Antes
tinha muito trabalho e usávamos muito
veneno. No início foi difícil produzir sem
o uso de agrotóxicos, mas hoje produzimos muito bem. Com a produção orgânica
tudo ficou melhor: cuidamos mais da nossa saúde e nos alimentamos muito melhor
com nossos produtos mais saudáveis. E
nossa renda também melhorou.
Nossos planos são de continuar na
produção orgânica e de seguir recebendo
grupos para a visitação em nossa propriedade.
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Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Vitrine CDL/NDL
COMUNIDADE
RIO DOS ÍNDIOS
Kelin Dutra | Ivonete Walter Dutra | Milena Dutra
Este mês, nossa coluna quer prestar
homenagem especial ao senhor Valdemiro Dutra, um dos moradores mais antigos de nossa comunidade.
Uma vida difícil, porém feliz
Valdemiro Lino Dutra nasceu no dia 9 de novembro
de 1932, na localidade de Vargem do Cedro, município
de São Martinho. Aos oito anos de idade, veio com seus
pais, Lino Dutra e Maria Berkembrok Dutra, e seus irmãos morar aqui em nossa comunidade, onde vive até
hoje. Em 23 de novembro de 1954, casou-se com Lucia
Willemann e desta união tiveram oito filhos. Sempre trabalhando na agricultura, superaram as dificuldades do
dia a dia com muita luta, numa época em que tudo era
mais árduo. Orgulha-se de ser agricultor e, apesar da
vida sofrida que enfrentou juntamente com a família, diz
que sempre foi uma pessoa feliz: “Aqui é o melhor lugar
para se viver. Não troco a vida na roça por nada. Plantamos de tudo, gostamos do que fazemos e nem penso
em perder estes costumes da vida de agricultor”.
Cidadão Honorário
No dia 23 de novembro de 2012, por indicação do
vereador Salésio Wiemes, recebeu o título de Cidadão
Honorário do município de Santa Rosa de Lima.
Ele cobrava
Destacando-se como grande liderança, foi convidado em 1966 a candidatar-se à Câmara de Vereadores
para representar a comunidade de Rio dos Índios. Aí iniciou sua vida política, tendo disputado quatro eleições e
sido eleito três vezes. Ele lembra que nos dois primeiros
mandatos de vereador não recebia salário e afirma que
participava das eleições porque gostava da política e de
ajudar nosso povo. Sempre cobrava do prefeito melhorias em todos os setores da administração, especialmente a melhoria das estradas e pedidos da população.
Desbravador
Conheceu as dificuldades em desbravar este município. As estradas foram feitas com poucas máquinas.
Como havia muitos empecilhos ao deslocamento, muitas vezes ele oferecia refeições e pouso para os funcionários que trabalhavam na região do Rio dos Índios. No
sonho de ver nosso município crescer, largava muitas
vezes os seus afazeres e acompanhava os trabalhos
da prefeitura e buscava junto aos moradores resolver
problemas e dificuldades. Diz que uma de suas maiores
conquistas foi a abertura da estrada até a comunidade
de Santa Bárbara para o tráfego de automóveis e caminhões.
Parabéns!!!
É por esta lição de vida que lhe desejamos muitas
felicidades juntamente com sua esposa, seus oito filhos,
21 netos e seus quatro bisnetos.
Seu Valdemiro recebe titulo de Cidadão Honorário.
Anitápolis / Santa Rosa de Lima
Os sonhos que estão perto
Entramos em dezembro, mês das festividades de Natal e Ano Novo. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Anitápolis e o Núcleo de Dirigentes Lojistas de
Santa Rosa de Lima prepararam uma programação especial para esse período
e convidam a todos para que venham prestigiar nossas lojas e os produtos de
qualidade que vendemos com tanto carinho, porque conhecemos você e você
nos conhece.
Sempre buscamos a valorização e o incentivo ao comércio
local. Nossas ações são voltadas
para atender aos anseios de nossos clientes. Neste final de ano,
preparamos uma promoção especial: o Natal dos Sonhos. Ao
comprar em nossas lojas credenciadas, você concorre a prêmios.
Tente a “raspadinha” e, se não for
desta vez, preencha a cartela e a
deposite na urnas para o grande
sorteio de Natal, que conta com
ótimos prêmios.
Celebrar com nossa gente
A comemoração relativa às
festas de final de ano promovida pelo CDL/NDL de Santa Rosa
de Lima está repleta de atrações. Em parceria com o Caep,
Prefeitura e Câmara municipais,
Ceral, Lions, Cresol e Banco do
Brasil, faremos de 23 de dezembro uma dia muito especial. A
programação inicia com a missa
na igreja de Santa Rosa de Lima
e continua na Praça 15 de Novembro, com a abertura festiva
do Natal dos Sonhos. À noite terá
sorteio de brindes, premiação do
concurso de decoração natalina (consulte a diretoria do CDL/
NDL para mais informações), sorteio das cartelas e, para alegrar
a criançada, a chegada do Papai
Noel. A animação fica por conta
da banda que, como nós, é prata
da casa: a Fandango na Brasa.
Venham todos celebrar conosco!
Desejamos um Natal completo de felicidade, paz, saúde e fé.
E um Ano Novo de plenas realizações!
Bierwagen na Festa do
Colono
Foi em clima de muita alegria
que a CDL de Anitápolis participou da programação da Festa do
Colono daquele município. A comitiva participou do desfile oficial
com uma atração especial. Trouxe, diretamente da Oktoberfest
de Blumenau, o Bierwagen (carro
do chopp). É uma Caravan 1980,
que foi adaptada por um grupo
de amigos, com tonéis em inox,
para caracterizar uma fábrica de
chopp ambulante. O Bierwagen
ganhou prestígio no desfile na
Oktoberfest de 2011 e, depois,
faz muito sucesso em todas edições daquela festa. Também foi
atração no Festival Brasileiro da
Cerveja.
Em Anitápolis, o Bierwagen
CDL no desfile da Festa do colono.
chamou a atenção de todos que
assistiram ao cortejo. Por ter sonorização própria e muito chopp, ajudou o público a entrar no
clima germânico da festa. Felici-
tamos a todos os envolvidos na
organização da Festa do Colono
pela grandiosidade do evento. E,
de forma geral, parabéns a Anitápolis e aos seus agricultores.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Circuito CERAL
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COMUNIDADE
NOVA ESPERANÇA
Laudir Coelho - Presidente
Jaqueline Tonn
O associado em primeiro lugar
Ao comemorarmos juntos este Natal, cumprindo mais uma etapa de realizações
por todo o ano de 2013, nós dirigentes e funcionários da CERAL queremos nos congratular com todos e externar a nossa satisfação em servir os municípios de Santa
Rosa de Lima e Anitápolis buscando sempre a eficiência e a qualidade.
Permanentemente, temos colocado o atendimento ao nosso associado em primeiro lugar, pois é ele a razão de ser do nosso trabalho e da nossa dedicação, hoje
e no futuro. Por isso, ao longo deste ano, construímos dezenas de quilômetros em
redes, instalamos diversos transformadores de distribuição, realizamos novas ligações de consumidores e, uma centena de atendimentos domiciliares, além de todo
um serviço de apoio e orientação ao associado.
Excelentes índices de qualidade
Com a implantação do Centro
de Operação da Distribuição, nosso serviço de emergência, executado através dos nossos eletricistas de plantão, é considerado um
dos melhores do setor elétrico
nacional. Isso se dá em função de
nossa rapidez e eficácia no pronto atendimento às ocorrências de
falta de energia, restabelecendo
o sistema em tempo recorde. Os
números são demonstrados nos
excelentes índices de qualidade e
continuidade junto a ANEEL.
O que mais impressiona é o
fato das nossas redes terem conseguido manter essa condição de
restabelecimento hábil, cobrindo
uma região de atividade predominantemente rural, com linhas longas e de difícil acesso, em lugares
muitas vezes sem possibilidade de
comunicação. Por isso, no tocante
a avaliação dos índices de qualidade do atendimento ao consumidor, dentro do ranking da ANEEL
estamos ocupando um lugar de
destaque entre as distribuidoras,
concessionárias e permissionárias
de todo o Brasil.
Energia mais barata, uma
constante busca
Merece destaque a nossa luta
permanente em buscar junto ao
governo federal possibilidades de
custo mais baixo da energia, tanto
a que recebemos da Cerbranorte, quanto a que distribuímos ao
nosso associado, através da atual
política nacional de modicidade
tarifária, visando sempre a manutenção de descontos na nossa tarifa de suprimento.
Pretendemos continuar com
essa filosofia de priorizar o atendimento ao nosso associado como
sempre fizemos. Queremos aumentar ainda mais concretamente, os volumes de obras e de melhorias no nosso sistema elétrico
de alta e baixa tensão, incluindo
assim, entre outras, a extensão
de um alimentador trifásico para a
comunidade de Rio do Sul.
Assim, finalmente, temos clara
a certeza de estarmos cumprindo
honestamente com o nosso dever
de cidadania e de integrantes do
Corpo Administrativo e Funcional
da Cooperativa de Distribuição de
Energia Elétrica - a nossa CERAL,
que é fruto do trabalho de toda
a comunidade e resultado maior
do esforço dos nossos pioneiros,
aqueles desbravadores intrépidos
que construíram as primeiras redes, trabalhando ombro a ombro,
desafiando toda a sorte de dificuldades da época. Nosso pleito de
gratidão e homenagem a eles, sobretudo.
Queremos ainda manifestar
ao nosso público consumidor de
Santa Rosa de Lima e de Anitápolis, aproveitando o clima cristão deste Natal de 2013, nossos
melhores votos de um feliz 2014,
com muita saúde, paz e sucesso
e, que irmanados à nação brasileira, comemoremos dias melhores,
com o otimismo de um triunfo na
Copa do Mundo em solo pátrio e
a certeza do advento de um ano
repleto de realizações.
Laudir Pedro Coelho
Presidente
Nivaldo Vandresen
Vice- Presidente
Demais diretores
e funcionários
É com muito orgulho e fé que no dia 13 de dezembro Nova Esperança comemora e honra mais
uma vez nossa padroeira: Santa Luzia.
Nós somos assim, festivos e devotos, acolhedores e unidos no que fazemos. E é com essa
força e fé e com muito trabalho em grupo que estamos sempre dispostos a seguir em frente.
Nossa protetora
A escolha de Santa Luzia como padroeira de Nova
Esperança aconteceu a partir de uma promessa de
um membro de nossa comunidade. Depois de uma
graça alcançada, o senhor Nereu Pacheco doou, à
igreja local, a imagem da Santa patrona dos olhos e
da visão. A partir daí, ele se tornou nossa santa protetora. A cada ano, nossa pequena comunidade faz as
comemorações em sua honra. Nessas festas, recebemos visitantes de várias localidades e da praça, que
vêm aqui celebrar conosco.
Nossas comemorações são simples, já que nossa
comunidade ainda não tem um salão para festas adequado e nossa igreja é muito humilde. Mas elas são
sempre muito bem vistas por todos que nos dão a
honra de suas visitas para, juntos, darmos graças à
Santa Luzia.
Neste ano, mais uma vez, nos reuniremos para
agradecer e pedir a benção para nossos lares e famílias, para que Santa Luzia continue sempre nos protegendo.
Grandiosa festa em honra a Santa Luzia
dias 7 e 8 de dezembro
Dia 07/12/13 - Sábado
13:30h - Torneio de bocha em casal.
Dia 08/12/2013 - Domingo
9h:30min - Torneio de bocha em duplas
12:00h - Almoço
13h:30min - Torneio de canastra.
Durante os dois dias de festa,
haverá serviço completo de bar e cozinha.
A comunidade agradece desde já a sua presença.
E o Natal está no ar
O Natal é um momento de renovações, de alegrias
no rosto das pessoas, de encontros de famílias. Este
clima faz com que tudo ao nosso redor seja transformador e gratificante.
É uma data de grandes realizações, de dar e receber presentes e de se esbaldar com os doces e chocolates típicos desta festividade.
Por isso, queremos desejar a todos nossos votos
de muito amor, paz e saúde e que o Ano Novo venha
repleto de realizações e transformações.
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Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
SUSTENTABILIDADE
COMUNIDADE
RIO BRAVO
Karla Folster | Júnior Alberton | Ana Paula Vanderlinde
Oportunidade de trabalho e renda
A comunidade de Águas Mornas terá em breve
novas oportunidades de trabalho e de renda. Está
sendo construída aqui uma nova agroindústria. Ela
irá produzir doces e geleias e papinhas orgânicas
para bebês. A Agroindústria das Águas deverá estar pronta e em funcionando até meados de 2014.
Será mais uma opção que irá contribuir com o desenvolvimento do município, gerando empregos no
beneficiamento dos produtos e também opção de
plantio de novas culturas que serão usadas como
matéria prima na unidade.
“Abelhinhas”:
sem ferrão, mas com lei
A Associação dos Meliponicultores das Encostas da Serra Geral (AMESG) tem
muito o que comemorar. No exercício do cargo de Governador, o deputado Joares Ponticelli sancionou lei estadual que regulamenta a criação e o manejo das
abelhas sem ferrão, que são criadas por muitos santarosalimenses.
Ampliar e diversificar a produção
A agroindústria quando em funcionamento proporcionará a ampliação da produção de morango,
figo, amora, tangerina e outras frutas para a fabricação da geleia orgânica. Já para a fabricação das
papinhas orgânicas, serão necessários legumes,
batata salsa e outros alimentos que serão usados
como ingredientes. Está aí uma boa oportunidade
para agricultores entrarem na produção orgânica.
Uma ótima opção
Uma das nossas melhores opções para este verão é o Balneário Paraíso das Águas, aberto de terça
a domingo o ambiente é especial para tomar aquele
banho relaxante, para um almoço com a família e
com os amigos, ou simplesmente para tomar um
suco ou aquela cerveja gelada nos finais de tarde.
O balneário é o nosso maior atrativo turístico, atraí
visitantes de toda a região, especialmente nos finais
de semana. Vale a pena passar momentos agradáveis neste paraíso.
Balneário Paraíso das Águas.
Final de ano
Nós, como colunistas do Rio Bravo, agradecemos
a todos que leram nossos textos e notas ao longo
de 2013. É a sua leitura que nos motiva a continuar
nesta honrosa situação de fazer parte da equipe do
Canal SRL. Assim, convidamos a todos para que em
2014 continuem a nos acompanhar neste espaço.
Desejamos a todos um Feliz Natal e que em 2014
todos os sonhos se tornem realidade. Especialmente, que ele seja pleno de amigos, de saúde e de paz.
Joares Ponticelli recebe cópia da Lei das mãos de Lucas Schmidt, presidente da AMESG.
Em 16 de novembro de 2013,
quando exercia interinamente
o cargo de governador do Estado, o deputado Joares Ponticelli
sancionou a lei nº 302/2013, que
“regulamenta a criação, o manejo
e demais atividades relacionadas às colônias de abelhas sem
ferrão, dentro da zona rural de
cada município catarinense”. O
texto legal também assegura a
criação na área urbana, desde
que respeitadas as disposições
previstas no plano diretor de
cada município. A nova prescrição do poder legislativo estadual
determina que, quando houver
inscrição técnica junto à Cidasc
(Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa
Catarina), o produtor estará autorizado a realizar o transporte de
discos de cria, mel, pólen, própolis e colmeias de abelhas sem ferrão, dentro do estado de Santa
Catarina.
Persistência, aliados e a
conquista
A lei é um marco para os criadores de abelhas sem ferrão.
Lucas Schmidt, presidente da
AMESG, relata que a discussão
sobre a regularização já vinha
acontecendo há bastante tempo. “Há uns três anos, o então
prefeito Celso e seu vice Valdir
convidaram os deputados Joares
Ponticelli e José Nei a empunhar
a bandeira da defesa das abelhas sem ferrão e dos meliponicultores. Em uma reunião com
todos os associados da nossa
Associação, eles assumiram este
compromisso que agora é cumprido”. Lucas recorda ainda que o
processo para a criação da lei foi
sendo construído depois de muitas sugestões e discussões. “Com
dados e sugestões oferecidos
pela AMESG, o secretário-executivo da Amurel, Celso Heidemann, acionou a equipe técnica e
jurídica da associação de municípios e com a ajuda de voluntários
conhecedores do assunto foi elaborado o texto que hoje compõe
a lei”.
Joares Ponticelli justifica seu
engajamento pelo fato da meliponicultura ser geradora de trabalho e renda para os agricultores
e por entender que a legalização
das criações e dos produtos delas era fundamental: “Fico muito
feliz em ter proposto essa lei junto com o deputado José Nei As-
cari e de ter tido a oportunidade
de sancioná-la. A partir de hoje
os meliponicultores tem a legalidade da atividade, podendo não
só comercializar as abelhas como
o seu produto, que é o mel”, destacou Ponticelli.
Lei deveria ser referência para o país
Para Guido Defrein, meliponicultor de Santa Rosa de Lima,
está lei significa bastante para a
atividade. “Com a venda do mel
e a comercialização regulamentada os produtores ficarão mais
animados para produzir mais
abelhas e, consequentemente,
aumentar a produção de mel.
Do jeito que estava, se alguém
tinha 50 “mudas” [famílias de
abelhas], que era o limite mencionado na lei ambiental, ele já
parava. Por temer riscos legais
na comercialização, não investia mais. Com esta lei vai ficar
melhor. Agora, serão mais duas
fontes de renda: a comercialização do mel e das colmeias. É
mais um incentivo para o agricultor permanecer no campo.
O ideal mesmo seria que a lei
valesse para o Brasil inteiro”.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
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Reunião com meliponicultores em 2008, foi o primeiro passo para criação da Lei.
Meliponários já são destaque e tem
mais futuro
Santa Rosa de Lima ganhou projeção nacional
também pela criação de abelhas sem ferrão. A
Associação de Meliponicultores das Encostas da
Serra Geral realiza um trabalho de resgate e cultura das abelhas nativas desta região, garantindo
amor à natureza e a não extinção destas espécies.
Cerca de trinta delas já foram catalogadas e estão
em fase de produção. Estima-se que existam atualmente em Santa Catarina em torno de dez mil
colmeias. Aqui na região, os mais de setenta meliponicultores associados à AMESG contabilizam
mais de três mil delas. É importante destacar que
as abelhas sem ferrão não são criadas em cativeiro. Como outros animais nativos, elas vivem soltas
em seu ambiente natural.
As abelhas sem ferrão e o bem que elas
nos fazem
As meliponíneas, também chamadas de abelhas
sem ferrão, abelhas da terra, abelhas indígenas, abelhas nativas ou abelhas brasileiras, são consideradas
os principais agentes polinizadores. Constituindo-se
nas principais polinizadoras de 90% das árvores brasileiras, elas desempenham uma importante tarefa
nas matas e ecossistemas. Alguns agricultores já as
utilizam para a polinização em culturas agrícolas. São
exemplos o chuchu e o morango.
As “abelhinhas” tornam, ainda, disponíveis para
homens e mulheres: o mel, a cera, o pólen e a própolis. O mel produzido pelas abelhas sem ferrão contém nutrientes básicos necessários à saúde e possui
elevada atividade bacteriana, utilizada contra alguns
tipos de doenças.
Estudantina
Heloisa Assing
A gente nasce cresce e, então,
vai à escola
Iniciei meus estudos como a maioria
das pessoas que conheço: numa escola
pública. E foi assim que cursei todo o
ensino básico. Série após série, os anos
foram passando... E concluí o Ensino
Médio. Ih! Formei! E agora? Essa é a
pergunta que circunda pela cabeça de
quase cem por cento dos jovens que
saem da escola e que, prematuramente, precisam escolher o seu futuro, uma
profissão... E assim foi comigo. Eu sempre fui uma menina dedicada aos estudos. Mas, morava no interior. O transporte para estudar numa instituição
privada saía da praça e isso dificultava
e, até, impossibilitava qualquer ideia de
cursar uma graduação. É, morar no interior não é nada fácil. A vida no campo
é dura!
Decidi esperar... Pensei: vamos ver o
que a vida me reserva. Meio ano depois,
minha ex professora de biologia, Siuzete Vandresen, me procurou e me falou
de uma oportunidade. Era um curso na
Universidade Federal de Santa Catarina, “uma tal” de Educação do Campo.
Siuzete me incentivou a fazê-lo. Mas eu
fiquei um pouco com o pé atrás, sem
saber que curso era aquele. Decidi, entretanto, realizar a inscrição e prestar
Do campo para o campo
vestibular. A ficha só caiu mesmo no dia
em que vi meu nome na lista de aprovados. Pensei: e agora? E lá fui eu, para
me aventurar num curso que eu mal
sabia o que era, e na capital, com uma
imensidão de pessoas, se comparada a
nossa pequenina Santa Rosa de Lima.
Um mundo novo e um desafio
pela frente
O início foi muito estranho. Um
mundo novo, uma cidade grande, populosa, pessoas que eu nunca tinha visto na vida, diferentes, mas acolhedoras,
uma ilha maravilhosa.
Nos primeiros dias de aula, percebi que não era a única que tinha caído
de paraquedas no curso e, finalmente, descobri do que se tratava o meu
objeto de estudo. Era um curso novo,
em construção. Éramos e somos a segunda turma de uma licenciatura, com
formação nas áreas de ciências da natureza, matemática e ciências agrárias.
Os primeiros semestres foram difíceis.
Minha bagagem de conhecimentos,
acumulada na escola pública, não estava muito à altura de um curso de
graduação na Federal. Tive que ralar.
Dias e mais dias inteiros dentro de uma
sala de aula, vendo aquele sol bonito lá
fora, com a tristeza de não poder ir à
praia. Sem contar as noites. Para uma
pessoa normal, o período noturno é
de descanso, de lazer, de dormir, mas
para um universitário, não. É um tempo
precioso que, se dependesse da gente,
teria muitas horas a mais. Felizmente,
sempre sobra uma folguinha no final
de semana. E aí, sim, é possível aproveitar as belezas da ilha da magia. Os
semestres foram passando, as amizades foram crescendo. A força que cada
estudante dá a outro é essencial para
ninguém desistir. A luta é diária, mas a
conquista é para sempre. Sim, universidade também é um lugar para fazer
amigos e, inclusive, como no meu caso,
para arrumar um namorado!
E para uma estudante do interior na
capital, é impossível não falar nas idas
e vindas de Floripa à Santa Rosa, um
mês lá, outro aqui. Haja paciência para
encarar tantas viagens, tantas curvas,
muitas vezes lama, outras, poeira. Mas
foi o que mais me deu vontade para
continuar, pois assim não fico muito
tempo longe da minha família e dos
amigos de Santa Rosa de Lima.
Hoje, vejo que estou em um curso
que faz total sentido à minha vida. Vim
do campo e tenho o objetivo de educar
os povos do campo, porque, sim, nós
temos valor. Chega dessa história de
achar que o campo é lugar de atrasados. É lugar de gente que luta, sempre,
por um futuro melhor.
Assim eu vou seguindo. Na metade
do ano que vem, estarei com o canudo na mão! Vejo que tudo isso valeu
a pena. Pela oportunidade de estudar numa instituição federal, por ter o
acesso ao que muitas pessoas vindas
de escolas públicas não têm. E, finalmente, por todo crescimento pessoal
que pude adquirir. Porque nesse mundo nada é em vão. E o futuro a Deus
pertence. Enquanto isso, vou deixando
a vida me levar...
28
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
PATRIMÔNIO SANTAROSALIMENSE
Dona Laurita,
que sempre caprichou
Dona Laurita afirma ter nascido “com a revolução de
1930”. É uma das oito filhas,
de um total de onze irmãos,
do casal de lavradores Roberto e Matilde Becker. Os pais
tinham estudado até a terceira série. A mãe achava dura a
vida dupla de lavradora e dona
de casa e dizia: “Filha mulher,
pra roça não dá!” Por isso, incentivou todas elas a estudar.
Seis viraram professoras.
Laurita começou a ensinar com dezenove anos, como professora substituta, em Siderópolis e Urussanga. Aos
vinte e um anos, no dia 12 de março de
1951, assumiu a “escolinha” da Nova
Fátima. “Fui lotada, mas ainda não era
formada. Ter formação, naquela época,
era ter o [Curso] Normal”, lembra agora
com 83 anos a professora que se aposentou em 1982.
Frente à lucidez e a ótima memória,
perguntamos por que se aposentou
aos 52 anos.
“Eu tinha amor pela profissão. Eu
gostava e sempre caprichei para ser
um bom professor. Eu me preocupava
demais com a aprendizagem dos alunos. Eles não podem aprender se não
têm carinho nenhum. O professor tem
que saber conversar com os alunos.
Também ter a hora de brincar com os
alunos. Mas, meu Deus, eu fiquei trinta
e três anos na escola. Eu estava cansada. Eu tinha saudade da escola, mas foi
bom ter se aposentado”.
Não é difícil explicar o porquê de
quatro das cinco filhas da Dona Laurita
também terem sido professoras.
Dezessete anos em Santa Rosa
de Lima
Foi professora de 1951 a 1962 na
Nova Fátima. Naquele ano, lembra,
ainda com certo pesar: “perdi a minha
escola, porque veio uma formada, a Alvaci”. Ficou, então, um ano estudando
em Rio Fortuna, pra fazer o Normal (o
que só veio a acontecer em 1971, com
um curso de três anos em Laguna). Em
1962, com a emancipação de Santa
Rosa de Lima, acabou indo trabalhar
como secretária da nova administração municipal. Ficou cinco anos e sete
meses na prefeitura. Em 1968, preferiu
retomar a função de professora e levou
toda a família a morar no Pinheiral (Braço do Norte). “Mudou de prefeito [em
Santa Rosa de Lima] e eu estava cansada. Eu ia de casa, sempre de aranha e
era muito difícil. Estava todo dia na estrada. O que eu queria era escola!”
Ela faz questão de dizer que sempre
trouxe uma recordação muito boa da
Nova Fátima. Afirma lembrar constantemente das crianças entrando na sala
de aula “dizendo a tabuada e os dez
mandamentos”. E se orgulha do fato de
receber, até hoje, visitas dos seus alunos da Nova Fátima.
O depoimento de Dona Laurita ajuda a reconstituir uma época de Santa
Rosa de Lima e de uma vida escolar diferente. Melhor? Pior? É preciso refletir.
A chegada
Naquele tempo, a valorização do
professor era outra. Minha Nossa
(alongando de forma expressiva a segunda palavra), quando a gente chegava em uma localidade, a comunidade
toda se reunia pra esperar o professor.
Só que eu cheguei num domingo, com
o pai, de aranha [um veículo de duas
rodas, puxado por um só cavalo]. Era
Dona Laurita relembra seus tempos de professora em Santa Rosa.
chuva, chuva, chuva... Aí ele me deu um
pedaço da capa dele e eu me enrolei.
Todo mundo parou na frente da escola – porque os terços eram na escola
– pra ver a professora passar enleada
numa capa [risos].
Túú, túú, túú...
A escola
Quando eu comecei era uma escola
velha, onde hoje está a igreja. Depois é
que construíram a outra, de material.
Na escola tinha 36 alunos. Mas eu lecionei junto até para quarenta e poucos
alunos, numa sala só, as quatro séries.
Nós dormimos no Roberto Tenfen...
E a Julita Tenfen me disse assim: – “Se a
primeira pessoa que você encontrar for
um homem, você vai arrumar um namorado”. E o primeiro homem que eu
encontrei foi ele [indicando, aos risos, o
marido]. Ele vinha de aranha – fazendo
assim túú, túú, túú, túú – lá dos morros.
Ele ia pra casa da namorada. Aí, quando
ele botou o olho em mim, só foi mais
uma vez. Pra terminar o namoro [risos].
No primeiro ano, eu trabalhei só com
três classes. Eu primeiro dava exercício
pra duas classes e levava a outra pro
quadro. Eu explicava tudo. Mostrava...
e daí eles iam fazer uma espécie de leitura. E assim, ia de uma pra outra. Dava
exercício e quando terminava com a segunda classe, ia pra terceira. E assim fui
remando... Consegui ensinar todas as
quatro classes. Passava trabalho. Tinha
que trabalhar.
Morei quase um ano na
casa onde achei meu namorado. Ele não parava em casa.
Ele cuidava da loja, da casa
de negócio que eles tinham na
casa do irmão dele. Ao meio
dia ele vinha almoçar e a gente conversava um pouquinho.
E assim a gente começou a
se gostar. Mas naquele tempo
não era como hoje não.
Quando eu fazia aniversário, eles
ficavam tudo dentro da escola, bem
quietinhos e porta fechada. E eu dizia: –
“Ué, mas não tem alunos?” Aí eu abria a
porta e Meu Deus do céu, lá eles cantavam os parabéns. Aí, era bom dia! Bom
dia! Bom-dia! Parabéns! Parabéns! Parabéns! Porque todo aluno vinha e me
dava a mão. Eles eram muito educados.
Outros tempos...
O comportamento [das crianças]
era muito bom. A gente chegava e vinha todo mundo, todo mundo, cumprimentar: era bom dia! Bom dia! Bom dia!
Era um abraço aqui, outro lá, das mais
espontâneas.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Eles eram bonzinhos. Eles se conversavam uns com os outros, mas
baixinho. Não eram rebeldes, nada.
Nenhum! Eram muito bons também
na aprendizagem. Naquele tempo, “rodava”. Tinha só dois que eram mais
atrasados, mas senão, eles não tinham
dificuldades de aprender.
Eles tinham medo da professora,
porque eu sempre fui severa. Quando
eu explicava, eles tinham que olhar pra
mim. Por que senão... [risos]
Eles me chamavam de braba. E eu
dizia: Não eu não sou braba. Eu sou
severa, sim, porque quero que vocês
aprendam. Em maio-junho, todos eles
[da primeira série] já liam.
Eram alunos que me davam prazer
de lecionar. Porque a gente explicava
umas vezes e eles já sabiam.
Castigo, naquele tempo, era ficar
preso... Uma vez veio um menino, sentou no banco e ficou a aula inteirinha
e não escreveu uma letra. Chamei a
atenção uma vez. Ele só baixou a cabeça e ficou monado. Não sei, devia ter
acontecido alguma coisa em casa, porque na escola não podia ser. Porque
ele chegou e já ficou assim. No final da
aula, quando acabamos de rezar, todo
mundo saiu e ele veio correndo pra ser
o primeiro. Eu disse: – Não senhor, vai
pro teu banco. Ele me olhou assim e
voltou para o banco. Eu ordenei: – Faça
primeiro a cópia todinha, senão tu não
sais. Tu ficas preso. Eu também fico,
mas não me importa. Num instantinho
ele fez a cópia [risos]. Copiou tudo! Aí,
não sei o que ele disse em casa, para o
pai. Porque ele era muito mimado em
casa. No outro dia, o pai veio com ele.
O pai disse: – “Eu vim aqui porque a senhora deixou o meu filho de castigo”.
Um castigo merecido, eu disse para ele.
E para o filho eu perguntei o que ele tinha dito para o pai. – Tu constaste para
o teu pai porque ficaste preso? Aí ele
baixou a cabeça e o pai passou a mão
no braço dele e foi embora. Nem esperou eu dizer o que tinha acontecido.
Se eu deixasse, ele faria a mesma coisa
outras vezes. E assim, nunca mais... Ele
aprendeu!
Ajoelhar na areia e no milho, nunca.
Eu não queria pra mim... [risos] Eu fazia
ficar no canto em pé. Isso eu fiz. Deixava um tempão. Em pé, num canto. E
depois voltava para o banco.
Eu soube mais tarde que eles brigavam entre si quando eles iam para
casa, depois da escola. O Egídio, que
era o maior da classe, atiçava os outros
[risos]. E, depois da briga, ele dizia: –
“Se alguém contar para a professora,
vai ver amanhã”. E no outro dia na escola, ninguém contava nada. E nem os
pais ficavam sabendo. Porque nunca
os pais me falaram nada. Só há pouco
eu fiquei sabendo que o Egídio atiçava
briga... [risos]
meira comunhão, rezava e cantava na
igreja, reunia a mocidade nos domingos, tudo isso a gente fazia. Participação não só na sala de aula, mas na comunidade.
Eu dava doutrina e preparava para
a primeira comunhão. E no dia, com o
pouquinho que eu ganhava, eu comparava tudo, fazia bolo, cuca, rosca...
Eu que dava o café para quem fazia
a primeira comunhão. Para mim, era
uma festa. [risos] Os pais agradeciam
demais.
Antes de existir a igreja, as reuniões
29
para rezar eram feitas na escola. Com
a juventude, eu fazia ensaios de canto.
Para eles cantarem nos domingos. E a
gente fazia brincadeiras também. Não
era só canto. Fazia adivinhações, brincadeiras de roda, passávamos a tarde
inteira na escola. E a juventude gostava.
Participação dos pais
A participação dos pais era muito
boa. Eles vinham [na escola], sempre
conversavam sobre os alunos. Perguntavam pelos filhos. A associação
de pais e professores foi criada e todo
mês tinha uma reunião para falar dos
alunos, sobre a escola, tudo. Todo final
A aula era até meio dia. Às 10 horas tinha o recreio. Não tinha merenda.
Cada criança trazia o seu lanche. Era:
ovos cozidos, rosca, pão de milho com
nata ou manteiga... A professora ficava
na escola. Algumas alunas ajudavam a
olhar. Eles eram comportados.
Quarta feira e sábado era dia de
aula de religião. Sempre tinha aulas aos
sábados. Fazia catequese nas aulas.
Todos eram católicos. Na sala de aula
cantávamos o hino nacional e o hino à
bandeira. E algumas canções infantis.
Ser professor, não era só dar
aulas
Quando tinha alguma atividade
na comunidade, eles iam procurar o
professor. Pra ajudar a resolver como
fazer. Em tudo! Quando eles queriam
fazer alguma coisa na igreja, uma festa,
uma reforma... Tudo que eles queriam
fazer de diferente eles consultavam a
gente. A comunidade era muito unida
e sempre se ajudava. Imagina, naquele
tempo, creio que eram doze famílias e
fizeram aquela igreja.
Naquele tempo era muito bom lecionar. E os pais conversavam com a
gente fora. Eu dava doutrina, fazia pri-
Aos 83 anos, esbanjando alegria ao contar suas memórias.
segue
30
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
segue
PATRIMÔNIO SANTAROSALIMENSE
de ano, a escola mesmo fazia uma festinha e com aquele dinheiro se comprava o material para o ano seguinte, que
era todo doado para os alunos. Eles
ganhavam lápis e caderno para o ano
inteirinho. Os livros também eram comprados pela comunidade. O supervisor
de ensino dava o nome do livro e a comunidade comprava um para cada um.
Era um livro de português. Matemática
era só o professor. E primeira série era
a cartilha. O material do professor era o
quadro e o que o professor tinha pra se
virar. Para ter uma bandeira do Brasil,
tinha que fazer requerimento, pedir...
Meu Deus do céu.
Horta escolar
Na horta, tinha um dia marcado
e uma hora, duas vezes por semana.
Não importava em que dia fazia, mas
tinha que fazer toda semana os horários para a horta. Na Nova Fátima, na
hora do recreio, se tinha uns pezinhos
de mato na horta, eles iam catar. Eles
eram muito bons.
Não tinha merenda. Então os vizinhos ganhavam, os alunos levavam pra
casa. A horta era uma exigência para
as escolas. As escolas tinham que ter
horta. Essa era uma tarefa do professor. Os vizinhos traziam esterco. E os
alunos é que trabalhavam. Aqueles que
não tinham serviço ficavam olhando.
Ser professor era também
“viajar”
O que mais me marcou foram as
viagens que era preciso fazer para participar das reuniões. Quantas vezes
eu tive que vir a pé de Rio Fortuna até
Nova Fátima. Aquele era o pior sacrifício dos professores. Bem no início, em
1951, a escola era municipal e as reuniões eram em Tubarão. Ia de aranha até
Braço do Norte e lá pegava um ônibus
até Tubarão. Às vezes tinha algum vizinho que descia de caminhão e a gente
ia com ele. Mas era só às vezes. Quando minha irmã começou a trabalhar no
Rio Bravo, ela vinha até Nova Fátima e
nós íamos juntas. Mas muitas vezes eu
ia sozinha.
A gente esperava condução, que era
carona... Não vinha e tinha que ir a pé
pra casa. A última vez, eu estava grávida e o Aldo [filho] era um gurizote. Eu
estava em Rio Fortuna. Tinha ido com
o caminhão da Fátima. Aí a mulher do
Roberto Tenfen me disse: Não vai, espera que vem condução. Ah não, mas e
se não vem. Nós vamos andando. E eu
barriguda.
Na viagem, quando tinha um pé
de laranja na beira da estrada, o Aldo
pegava alguma pra nós chuparmos.
Quando nós chegamos na descida pra
nossa casa, já estava anoitecendo, daí
passou o caminhão. [risos]
Uma vez, quando eu já estava saindo de Santa Rosa de Lima, eu desci de
Jacucaca. Era um caminhãzinho com
lona por cima. Era como se fosse um
ônibus, que fazia a linha de Santa Rosa
de Lima até Braço do Norte. Saía de
manhã, às 8 horas, e voltava às 6 horas
da tarde. Tinha todo dia e vinha sempre
lotado.
Um susto!
De manhã dez para as oito eu saía
de casa. As crianças sempre saíam
cedo de casa e chegavam antes e trepavam nos pés de fruta. De repente
vieram me avisar: o Feldhaus quebrou
o braço. Aaah, eu saí numa corrida.
Como eu fiquei assustada, um aluno
quebrar o braço na escola. Porque eles
chegavam e iam catar goiaba e ele caiu
da árvore em cima de uma pedra chata, com o braço embaixo e quebrou
no pulso. Quando eu cheguei à escola, ele já estava na casa do João Assing,
ali naquela curva. Ele andava, rodeava,
rodeava e se acocorava. Andava mais
um pouco, rodeava, rodeava e se acocorava. E ele não soltava uma gota de
lágrima. Era durão! Aí o Aluísio [marido]
pegou o cavalo e a aranha e levou ele
em casa. Falou pra família: aconteceu
assim, assim... Eles treparam na goiabeira e ele caiu e quebrou o braço. O
pai disse: pode deixar, eu levo ele num
arrumador [risos]. Se fosse qualquer
um, culpava o professor, não é? Mas
não era na hora do professor... O pai
levou ele pra Armazém, onde tinha um
que encanava braço. E eles não falaram
nada contra o professor não.
Comparações
No ensino, muita coisa melhorou.
Hoje, tem mais coisas. Naquele tempo, era português e matemática. Hoje
é mais. Naquele tempo era muito vago.
Os livros também melhoraram. O problema está no comportamento. Atualmente, as crianças sabem a metade do
que as de meu tempo sabiam. Porque
hoje é uma coisa de louco. Os alunos
são muito alarifes [de maus costumes]
e não obedecem ao professor, não
aproveitam o tempo na escola, não
prestam a mesma atenção que os alunos tinham antes. Hoje eles não podem
ser reprovados e não capricham mais,
não fazem as tarefas de casa. Antes,
eles estudavam muito em casa. E, hoje,
não. Tá muito rebaixado. As professoras perderam toda a autoridade.
Depoimento
Ela era tudo
A menção da participação da Professora Laurita na primeira gestão municipal, fez o Canal SRL buscar o testemunho do primeiro prefeito, José Schmidt.
O depoimento deixa claro que não se
tratava de uma simples secretária, mas
de uma “multi” secretarias.
A escolha
Foi logo depois da emancipação. Eu
a escolhi pela competência. No começo [do município] era difícil e eu não
poderia pegar qualquer pessoa... Não
podia botar uma pessoa meio “águia”,
o que seria ruim, poderia ter trapaça. E
a Laurita era uma pessoa correta, honesta, direita. E ela era competente...
Era professora! E estava sem aulas. As
escolas eram requeridas por quem tinha formação. Então, a escola da Nova
Fátima foi requerida e a Laurita perdeu
aquela escola.
Eu sabia que ela não ia fazer tapeação e, de fato, o que nós combinávamos ela fazia. Não era daquelas pessoas que erguem a cabeça e dizem: eu
vou fazer como eu quero. Ela não criava
problema nenhum pra gente. Era uma
pessoa bem desenvolvida. Na prefeitura quando tínhamos dúvidas ela ou eu
íamos nos informar em outras prefeituras e resolvíamos. Toda vida deu certo.
“A” funcionária
Ela era tudo. Era só ela de funcionária. Era eu de prefeito e ela de funcionária. E o prefeito vivia fora da prefeitura
pelo interior, atrás de máquina velha
ou construindo a ponte. Na época não
tinha condições de pagar muita gente
e pra orientar o trabalho era eu quem
fazia. E quem precisava mesmo falar
comigo, podia ir lá, na beira do rio, na
obra da ponte.
Ela fazia o administrativo, o
financeiro...
E processava o imposto territorial,
fazia os talões... E tudo o que precisava fazer de escrituração, fechava o movimento de contabilidade no final do
mês, porque a gente tinha que levar a
Florianópolis para o Tribunal de Contas.
Até 1965, as coisas eram mais simples
e não precisava um contador pra fazer
a contabilidade. Depois, [o orçamento]
ficou bem pequeninho mas bem mais
difícil. E a Laurita ainda cuidava do dinheiro. Eu ajudava. A gente combinava.
É para isso... é pra aquilo... E pronto.
No tempo da guaica
Era naquele tempo que o prefeito
ia a Florianópolis, no Banco do Brasil,
enchia a guaiaca com o dinheiro para
o ano todo e vinha [pra Santa Rosa].
Aí, botava no Banco Inco, em Braço do
Norte. Naquele tempo ainda não se fa-
José Schmidt, primeiro prefeito de Santa Rosa de Lima.
lava muito em roubo, mas sempre era
arriscado... Na prefeitura, não tinha cofre não tinha nada. E, também, o gerente do Inco já ficava na praça olhando e
quando enxergava a gente, já dizia: vem
cá... [risos)] Contava ponto pra ele, não
é? Porque naquele tempo era um dinheiro bom que a gente recebia.
A imagem da Dona Laurita daqueles tempos
A prefeitura funcionava onde hoje
está o posto de saúde. Tinha uma escola antiga e no tempo da Laurita a prefei-
tura funcionou ali. No começo mesmo,
foi em uma casa do falecido Hermesmeyer, onde hoje está o despachante
ou a farmácia. Ali tinha uma casinha
e nós a alugamos. Depois quando foi
construída uma escola nova, passamos
pra essa escola antiga. A Laurita chegava de charrete todos os dias. Vinha lá
da Nova Fátima numa charrete e ficava
ali até quatro, cinco horas da tarde. Aí
encilhava o cavalo dela e ia embora de
novo. Quase sempre ela trazia uma menina junto.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
31
JUVENTUDE RURAL
Acampar
juntos,
para integrar
e dialogar
Abertura do Acampamento da Juventude do território rural serra mar.
Fortalecer a agricultura familiar, a pesca artesanal e o território onde vivem, esse era o objetivo principal dos jovens que se
encontraram em Imaruí, nos dias 9 e 10 de novembro, para o primeiro acampamento da juventude do território serra mar. Entre
eles, uma delegação importante de Santa Rosa de Lima.
Como as identidades são construídas através da cultura, também “rolou” muita música, brincadeiras e conversas. Um dos
destaques das sessões culturais foi a apresentação do Gemüse Fest Wolts Tanz Grupp, o nosso grupo de dança alemã. O
cuidado com o meio ambiente foi outra marca do evento.
É agora!
Os jovens participam cada vez mais da vida e das
decisões dos domicílios, das unidades familiares produção ou beneficiamento de alimentos, das organizações como associações, sindicatos, Caeps, cooperativas. E se esforçam para, junto com outros segmentos,
construir perspectivas de trabalho e renda, opções
de cultura e lazer, melhorias na saúde e na educação,
democratização das instituições públicas etc. Enfim,
lutam para fazer dos pequenos municípios rurais da
região, locais atrativos para que eles vivam e construam seus projetos de futuro.
Coerentes com essa perspectiva, os organizadores do evento prepararam um programa com palestras e oficinas ligadas ao que se chama de “construção do Novo Rural”. Essa noção significa que o meio
rural não é mais só agricultura. É preciso propor e
realizar uma variedade de ocupações e empreendimentos não agrícolas que podem ser tocados pelos
jovens, especialmente as moças, nas propriedades
das famílias ou próximo delas.
Em todos os casos, é preciso adotar uma perspectiva sustentável e por isso foram tratados, da mesma
forma, agroecologia, agroturismo, bioconstruções e
comercialização organizada da produção. Trabalhouse, ainda, educação do campo e organização da juventude e o papel do jovem dentro das entidades.
Políticas públicas para a juventude
Logo na primeira atividade, chamou a atenção o
peso dos palestrantes. Nada mais, nada menos do
que a Secretária Nacional de Juventude, Severine Macedo, e do ex-ministro da Pesca, Altemir Gregolin.
Os dois catarinenses fizeram uma análise brilhante do contexto nacional, procurando reverter a ideia,
ainda presente na cabeça de muita gente, de que os
jovens representam problemas ou são as causas de
uma série de desequilíbrios na sociedade brasileira.
Lembrando que homens e mulheres entre 15 e
29 anos representam um quarto da população, ou 51
milhões de brasileiros e brasileiras, Severine Macedo
mostrou com eles são, na verdade, os primeiros impactados pela pobreza e pelo desemprego, para afirmar, em seguida, o papel estratégico para o país que
tem o “sujeito social jovem”. Tratou, depois, do Estatuto da Juventude, mostrando aos jovens como essa
Lei (nº12.852), aprovada em 5 de agosto de 2013, assegura lugar à juventude nas políticas do Estado e faz
CLASSIFICADO
Vende-se
Casa em madeira e alvenaria contendo 04 quartos, 02 banheiros, salão de festas envidraçado,
cozinha, lavanderia e garagem para 04 carros.
Vista privilegiada da cidade.
Área do terreno: 1380m2 todo murado.
Contatos: (48) 9653-2158 com Mazilda ou 99023213 com Milton
Aceitamos propostas com preços a combinar.
com que o tratamento das questões a ela ligadas não
dependa mais da sensibilidade de um presidente ou
ministro. “Por que é lei!”, enfatizou a Secretária Nacional.
Gregolin, por sua vez, ressaltou que as manifestações recentes dos jovens por mais direitos e por
melhores serviços públicos são frutos das conquistas
dos governos Lula e Dilma.
Apresentou para justificar sua abordagem, uma
série de indicadores claros da diminuição das desigualdades e da melhoria das condições de vida da
maioria da população neste período recente. Lembrou, ainda, das políticas de inclusão relativas a jovens e mulheres nas políticas de desenvolvimento
rural e de pesca e aquicultura.
Preparação e realização
O Acampamento da Juventude foi preparado e realizado por:
Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, CEDEJOR, COOPER-FAMÍLIA, CRESOL e o Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Território Rural
Serra Mar, com apoio da prefeitura de Imaruí.
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Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Maratcha
Edésio Willemann
Rodrigo Baumann completa mais um
ano de vida no dia 04 de dezembro. Parabéns pelo seu dia, muita felicidade,
saúde tudo de bom e que venha muitas
outras festas.... Homenagem de seus
pais Nerso e Sidilândia, de sua irmã Luciana e seu cunhado Marciel.
M&M
Este é do nosso time. Parabéns ao
nosso amigo e colunista Alexandre
Oenning Bittencourt, um ano mais
velhinho no dia 6 de dezembro. Você
nos ensina a cada dia que dificuldades
devem estar longe de significar tristeza, pois é um menino iluminado, muito
ativo e alegre. Felicidades e um grande
abraço de seus amigos, colegas de jornal e, em especial, de sua mãe Marieta,
seu pai Vilson e seu avô Martinho
Rosilene completa dez aninhos
no dia 4 de dezembro. Que você
continue sendo esta menina meiga, educada e muito inteligente.
Os papais Adriana e Irio se orgulham muito de tê-la como filha.
E desejam toda a felicidade do
mundo!
Mentira
Edson Baumann
Olha aí mais uma beldade santarosalimense, Morgana sopra as velinhas no
dia 7 de dezembro. Os amigos e familiares lhe desejam muitas conquistas e alegrias.
Olha quanta felicidade pai e filha de
aniversário no mesmo mês. Parabéns Dilmar e Roberta. A família
e amigos desejam grandes felicidades!
Estas lindas meninas, Maise e Isabel, sopraram velinhas no mês de novembro. Queremos desejar muita saúde, paz e alegria. Os
amigos e a família torcem muito por vocês.
Felicidades mil!
Lúcia e José estão de parabéns. No dia 10 de dezembro completam 25
anos de vida conjugal. Vocês são a melhor prova de que o amor permanece além do tempo, pois construíram uma linda família, formaram um lar
abençoado e sempre lutaram juntos em busca de melhores dias. Nunca
desistiram. Parabéns Pai e Mãe! Que vocês continuem assim unidos por
muito tempo! Os votos são de seus filhos Bruno e Joana.
GRATIDÃO
A Família de Amantino Feldhaus
agradece a todas as pessoas
que doaram sangue para Dona
Catarina. Ela fez uma cirurgia do
coração e, agora, depois de 34
dias no hospital, já se recupera
em casa.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Carlos Luan completou seus 12
anos no dia 12 de novembro. Desejamos uma grande dose de felicidades a ele.
Pedro Henrique completou mais um
ano de vida no dia 23 de novembro.
Toda a sua família deseja a você muita
saúde e felicidade. Parabéns!
Quem sopra velinhas no dia 29 é o garotinho Djonathan Roecker Antunes. Solange é quem se
derrete... E oferece para ele o maior amor do mundo: o amor de mãe! Vovô e vovó corujas desejam
felicidades!
Suzi! Que sua luz brilhe cada vez mais. Que seu
sorriso puro e sincero cative ainda mais aqueles
que estão ao seu redor. Feliz Aniversário! É o que
desejam sua família e seus amigos.
Elisangela faz aniversário no dia 4 de
dezembro. Parabéns!
Germano (direita) trocou de idade no dia 07 de novembro. No dia
08 de dezembro será a vez de Arthur. Nós do Canal queremos registrar que os admiramos pelo exemplo de garra e determinação,
superando grandes desafios em suas vidas. Sua família também lhes
manda uma mensagem especial. “Queremos lhes parabenizar e dizer o quão importante vocês são e, principalmente, o quanto amamos vocês. Nossos corações se enchem de orgulho, pois sabemos
que são pessoas do bem. Agradecemos a Deus por estes grandes
presentes e bênçãos que vocês são”. Feliz Aniversário!
33
O garotinho Carlos Eduardo
completou seu sexto aniversário
no dia primeiro de novembro. A
homenagem é de seus pais Caçula
e Ivonete, de sua Irmã Milena e,
também, de seus avós.
Parabéns para Adelir que, no dia
16 de novembro, completou mais
um ano de vida. A comemoração
com a família foi muito legal. Desejamos à você – esposa, mãe e amiga – muitas felicidades e muita saúde. Seu companheiro João e seus
filhos, Alair e Alencar, mandam um
abraço todo especial para você.
Parabéns ao Pe. Pedrinho pela belíssima condução no retiro com os jovens na Comunidade de Mata Verde
34
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Esporte Total
Ana Maria Vandresen
Campeonato Municipal sub 15
SRL na Adesc
As meninas do sub12 disputaram no ultimo sábado, dia 23 de novembro, a disputa do terceiro lugar do campeonato da ADESC. O jogo, realizado em São Ludgero, foi
contra Urussanga. A partida foi “encardido” e a decisão acabou ficando para os pênaltis. Acabamos perdendo e ficando com o honroso quarto lugar. Parabéns para as meninas, pelo esforço e a dedicação delas, que conhecemos e reconhecemos. É preciso
considerar, também, a qualidades das outras equipes que estavam na disputa.
No dia 22 de novembro,, a Comissão Municipal deu início a mais
um campeonato. Desta vez é com a molecada. O Municipal sub 15
conta com quatro equipes, compostas por sorteio depois de concluídas as inscrições.
Na primeira rodada, tivemos os seguintes resultados: Bola na Trave 2 x 7 Galácticos e Chapecoense 11 x 01 Bela Vista.
O sub 15 vai até o dia 21 de Dezembro e na próxima edição trago
mais informações.
O mais novo atleta
de Jiu-Jitsu já é
campeão
Kristian Tenfen, o mais novo atleta de
Santa Rosa de Lima, atuando na modalidade de lutas, disputou o Campeonato de
Open Valds de Jiu- Jitsu. E sagrou-se campeão na categoria peso médio no dia 15 de
novembro, em Braço do Norte.
Kristian afirma que há planos para trazer essa modalidade para Santa Rosa de
Lima no ano que vem. Ele espera que se as
pessoas conhecerem o esporte será possível ter mais praticantes da modalidade. Ele
lembra que no ano que vem o Jiu- Jitsu será
incluído nos Jogos Abertos de Santa Catarina. O que se busca são patrocinadores
para viabilizar a montagem de um tatame
aqui no município. Parabéns Kristian, por
esta iniciativa e pelo seu titulo! E que venham muitos outros!
Uma fotinho das meninas que ficaram em 3º lugar no
Campeonato Feminino. Parabéns a todas e a cada uma
pela garra e dedicação. Ninguém precisa ficar com ciúmes, amo todas (rsrsrs). E só espero que não desistam.
Ano que vem temos (muito) mais.
Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
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“É nós!!” É dobradinha!!
No dia 10 de novembro, na cidade de Ermo, foi disputada a última
prova da Copa Grillo de Motocross. Deu Dudu e Germano, levantando
todas as taças de campeão. Na categoria Intermediária, Dudu, nem
precisou correr já que ninguém conseguiria tirar a vantagem que ele
tinha na pontuação. Na MX1 e na MX2 também foi mais fácil do que
Germano esperava. Assim que se encerraram as inscrições das provas
e se confirmou a ausência dos pilotos que podiam alcançá-lo, estavam
assegurados os títulos das duas categorias. Mesmo com problemas
mecânicos nas motos, Germano correu a MX2 e acabou ficando em
quinto lugar.
Parabéns aos pilotos pelos títulos e por estarem valorizando Santa
Rosa de Lima através do esporte. As fotos da premiação estarão na
próxima edição, pois ela aconteceu dia 29 de novembro, quando esta
edição já está na rua.
Mulherada do Clube da Quarta reunida em uma “jantinha”
gostosa no Guib´s, para o encerramento do ano.
Máquina do tempo: Taize, Olivia, Denise, Beatriz, Janice,
Franciele, Andianara, Patricia, Katia, Mirian, Vanessa e Suelen.
Jogos Escolares 2004.
Uma homenagem ao nosso esportista Odair Baumann, que
no dia 22 de novembro estaria completando seus 50 anos de
idade.
“Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós”. Amado Nervo.
Na foto: Dairso e Odair, 1984
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Santa Rosa de Lima, Dezembro/2013, Canal SRL
Entrou demais
Tramitação ou assédio (de
novo...)
Para fechar o ano com “chave de
ouro”, o Executivo deu entrada na Câmara de Vereadores, na semana passada, a novos projetos de suplementação
orçamentária. A “combina” foi a mesma: votar no afogadilho, sem análise
das comissões do legislativo. A oposição questionou o regime de urgência
urgentíssima. Consumando o atropelo
e o atropelamento da Câmara, os projetos foram à votação na mesma sessão. E mais uma vez, os vereadores de
oposição resolveram fazer diferente do
que se fez há um ano: votaram favoravelmente. Para não prejudicar quem
trabalha.
Antes, era problema de
planejamento
Desta vez, “para fechar o ano”, foram
três projetos de suplementação orçamentária. Um recorde paraolímpico!
Quem os encaminha atualmente, no
ano passado, como vereador, questionava o “excesso” de solicitações deste
tipo. Dizia que era uma demonstração
de falta de planejamento. E agora é o
que?
A justificativa para os muitos projetos de suplementação seria o excesso de arrecadação. Efetivamente,
em 2013 entraram para os cofres da
prefeitura 700 mil reais a mais do que
no ano passado. O interessante é que
durante o ano inteiro o que se ouviu a
administração dizer foi o contrário. Ela
argumentava que “não dava para fazer
muita coisa”, porque a arrecadação havia caído. Afinal, qual a informação correta? Então, por que não se fez muita
coisa?
Onde há erro há emenda
Ao questionamento sobre o atropelo e o atropelamento do legislativo,
a reação foi uma resposta profunda
como um pires: nas gestões anteriores
já era assim, nesta está sendo e também será nas próximas. Isso parece
convencer a bancada da situação, que
vota “no automático”? Faz lembrar o ditado popular: “Do homem é o errar, e
da besta, o teimar”.
Com gosto
Em sessão recente, a Vereadora
Edna Bonetti apresentou novas solicitações de informações. Como já é de
praxe e não importando o teor dos
pedidos, a bancada da situação votou
contra. Chamado a dar o voto de minerva, o presidente da Casa usou a expressão: “[voto] contra, com gosto”. Ficou a dúvida sobre o gosto. De ocultar?
De esconder? O que?
Amolecer
Na sessão de 19 de novembro, a
vereadora Edna Bonetti persistiu: para
cumprir o papel de fiscalizar o executivo, que é também de todos os seus
colegas de Câmara, solicitou novos documentos públicos e mais informações
que deveriam ser públicas. Placar de
“controle remoto”: rejeitados os requerimentos por cinco votos contrários da
bancada de situação. Rejeição seguida
de um “apelo” do presidente: “A senhora não dá nenhuma folga. Tem que
amolecer o coração”. Convenhamos, o
responsável pela condução dos trabalhos é que poderia ser mais sensível e
ponderado. E não se trata da amolecer
corações, mas a verdadeira barragem
para que se tenha publicidade e transparência do que é feito pelos poderes
executivo e legislativo municipais.
Inteligência e espírito crítico
Para manter seu coice curto, na edição passada nosso Macau resolveu não
tratar do leilão do carro do Conselho
Tutelar. Neste número, um ataque à liberdade de imprensa o faz esticar um
pouco o pé. Não é o assunto em si, mas
algumas atitudes dignas de republiquetas de quinta categoria. Um secretário
municipal (e de Educação!) ocupar a tribuna da Câmara para “atacar” um colunista de jornal é deseducativo. Chamar
o colunista de incoerente, isto sim é incoerência. Afinal, informação também é
conhecimento e a transparência ajuda
a pensar e a transformar, que também
são objetivos .
Faltou dizer
O colunista de um jornal regional
deu sua opinião sobre um assunto. Na
semana seguinte, considerou resposta
que recebeu da responsável municipal
pelo mesmo assunto. E mesmo assim
foi chamado de incoerente? Talvez, de
fato, ele tenha sido incompleto! Porque
deveria ter feito uma contra-resposta,
indicando que o que foi colocado “à
disposição” do Conselho Tutelar não foi
um automóvel, mas sim um “risco móvel”.
Raciocínio
O que se busca entender é por que
não foi a “sucata” que foi a leilão, continuando o veículo em boas condições
de uso com o Conselho Tutelar (CT).
Essa opção simples preservaria as atribuições do CT e as condições de trabalho e de segurança dos seus conselheiros, até que o anunciado carro novo
chegasse. Aí, o “Uno Mille do Conselho
Tutelar”, comprado com verbas de um
projeto elaborado pelo CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente), também poderia ser
vendido ou, melhor até, para servir aos
santarosalimenses. Como incoerência
quer dizer falta de lógica, eis aí um bom
exemplo para se estudar na escola.
Espaço contestado
Hoje, é Ronaldo Michels quem ocupa uma coluna de opinião que sempre
procurou contribuir com a melhoria de
Santa Rosa de Lima. Bastou ele mostrar
que também tem um posicionamento
criterioso para desagradar algumas autoridades que pensam que imprensa
só pode “falar bem”. E que até investem dinheiro público para que certos
jornais só falem amenidades ou que
encham algumas páginas com citações
elogiosas e fotos deles!
Para conviver democraticamente
em um país livre, é preciso aprender
que a imprensa elogia quando se é
merecedor de elogios e que vai criticar
quando o caso é para críticas. Talvez,
isso seja exigir demais de certas cabeças...

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