Porta-enxertos para Citricultura Paulista
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Porta-enxertos para Citricultura Paulista
BOLETIM CITRÍCOLA UNESP/FUNEP/EECB Junho no 1/1997 CAPA: Formação de mudas em estufa mostrando uniformidade e sanidade dos cavalinhos. Eduardo Fermino Carlos, Eduardo Sanches Stuchi e Luiz Carlos Donadio EECB Funep Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/nº 14884-900 - Jaboticabal - SP Tel: (16) 3209-1300 Fax: (16) 3209-1306 E-mail: [email protected] Home Page: http://www.funep.com.br Ficha catalográfica preparada pela Seção de Aquisição e Tratamento de Informação do Serviço de Biblioteca e Documentação da FCAV. Carlos, Eduardo Fermino C284p Porta-enxerto para a citricultura paulista / Eduardo Fermino Carlos, Eduardo Sanches Stuchi, Luiz Carlos Donadio. -- Jaboticabal : Funep, 1997 47 p. : il. ; 21 cm. -- (Boletim Citrícola, 1). Bibliografia 1 - Citros - porta-enxerto. I. Título. CDU: 634.3 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO ................................................................... 1 2. POLIEMBRIIONIA E JUVENILIDADE ............................... 3 3. HISTÓRICO ....................................................................... 5 4. MATRIZES DE PORTA-ENXERTOS .................................. 8 5. COMPORTAMENTO ........................................................ 10 5.1. Compatibilidade ...................................................... 10 5.2. Doenças ................................................................... 13 5.2.1. Gomose .......................................................... 13 5.2.2. Tristeza dos citros .......................................... 15 5.2.3. Declínio dos citros ......................................... 16 5.2.4. Outras Doenças e nematóides ...................... 19 5.3. Vigor ......................................................................... 20 5.4. Resistência à Seca .................................................... 21 5.5. Fatores do Solo ........................................................ 22 5.6. Qualidade dos Frutos .............................................. 22 6. CARACTERÍSTICAS ......................................................... 27 6.1. Laranjeira Doce ....................................................... 27 6.2. Tangerineira Cleópatra ............................................ 27 6.3. Limoeiro Cravo ........................................................ 28 6.4. Limoeiro Volkameriano ........................................... 29 6.5. Limoeiro Rugoso ...................................................... 29 6.6. Trifoliata ................................................................... 30 6.7. Citrumeleiro Swingle ............................................... 32 6.8. Citrangeiros Troyer e Carrizo .................................. 33 6.9. Tangeleiro Orlando ................................................. 33 6.10. Tangerineira Sunki ................................................ 34 6.11. Laranjeira Azeda .................................................... 34 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................. 35 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................... 36 PORTA-ENXERTOS PARA A CITRICULTURA PAULISTA Eduardo Fermino Carlos Eduardo Sanches Stuchi Luiz Carlos Donadio 1. INTRODUÇÃO A frase - “a escolha e o uso de um porta-enxerto podem significar a diferença entre o sucesso e o fracasso de um pomar” - proferida pelo autor americano do Estado da Flórida, Jasper Joiner, em 1955, citado no prefácio de uma recente publicação sobre o assunto, além de bastante oportuna na época, parece mais importante nos dias atuais. A necessidade de superar novas dificuldades e alcançar objetivos pertinentes à modernização da citricultura mundial vem fazendo a primazia desta importante arma da horticultura: os porta-enxertos ! (14) Capazes de influenciar várias características horticulturais e fitopatológicas nas árvores e nos frutos cítricos, os porta-enxertos podem refletir na aptidão do pomar em relação ao destino da produção, em função da qualidade da mesma. Tanto a qualidade dos frutos quanto a produtividade do pomar são enormemente influenciadas pelas condições de clima, pelos fatores relacionados à adubação e ao solo, pelo espaçamento, pelo manejo e por vários outros fatures. Entretanto, sob as mesmas condições, alguns porta-enxertos se destacam pela excelência em determinados aspectos. Nossa citricultura, essencialmente voltada à demanda internacional de suco de laranja concentrado congelado, vem assistindo à preocupação com 1 outros mercados. A escolha de um porta-enxerto adequado pode propiciar frutos de melhor qualidade, que atendam às exigências internacionais para exportação de frutas frescas, pode propiciar frutos de tamanho maior ou em épocas em que geralmente os preços no mercado interno são melhores e, finalmente, pode ainda colaborar com as indústrias processadoras produção de frutos com maiores teores de suco e de sólidos solúveis totais (31; 71; 5; 20; 15; 22). A tolerância às moléstias é bastante importante tanto ao nível do produtor como em relação a todo o complexo citrícola. com exceção da CVC, que parece estar relacionada somente com a copa, os demais grandes problemas fitopatológicos da citricultura nacional, como Gomose, Tristeza e Declínio, por ordem cronológica, ocorreram em função da intolerância dos porta-enxertos utilizados em cada época (60; 12; 13). A capacidade de adaptação dos diversos porta-enxertos, às mais variadas condições edafoclimáticas, permite ao produtor selecioná-los em função de sua necessidade, preservando as características fundamentais das copas desejadas. As considerações feitas por vários autores evidenciam a tolerância de certos porta-enxertos em áreas sujeitas a problemas como estiagem prolongada, alagamentos periódicos, invernos rigorosos, solos adversos (salinos, alcalinos e em relação à classe textural), entre outros (14; 60; 31;17). Dentro dos aspectos horticulturais, o vigor da copa e, conseqüentemente, seu tamanho, estão intimamente ligados ao porta-enxerto utilizado. Em um passado não muito distante, buscavam-se os porta-enxertos que propiciavam o maior tamanho de copa e, desta forma, a maior produção por árvore. As tendências atuais de plantios adensados trouxeram novos conceitos como produção por área e produção por volume de copa. Dentro destes aspectos, são interessantes os porta-enxertos que induzam uma copa menor, com uma alta eficiência produtiva em relação ao 2 volume da mesma, sendo possível colocar mais plantas por área e, desta forma, obter-se uma maior produção na mesma área. Podem-se ainda enumerar outras vantagens e algumas desvantagens deste sistema, considerando a essencialidade da escolha do porta-enxerto (64; 6; 27). Finalmente, a importância do porta-enxerto em citricultura está relacionada à ocorrência de dois fenômenos biológicos: a poliembrionia nucelar e a juvenilidade (66). A compreensão destes conceitos pode ajudar a entender a grande importância dos porta-enxertos na citricultura mundial. 2. POLIEMBRIIONIA E JUVENILIDADE O processo de formação de um embrião normal está relacionado à própria fecundação da célula-ovo no interior do aparelho reprodutor feminino. Após o estabelecimento dos grãos de pólen no estigma das flores cítricas, ocorre a emissão do tubo polínico. Através do estilete, este atinge o ovário, que contém o óvulo ou gameta feminino. Um dos núcleos do tubo polínico fecunda o ovo do saco embrionário, formando um embrião zigótico enquanto o outro funde-se aos dois núcleos polares, originando um endosperma triplóide. Este embrião, por ser formado de material genético distinto dos pais, pode apresentar características diferenciadas dos mesmos. Quase simultaneamente, segundo vários autores, ocorre em várias espécies cítricas a diferenciação de células somáticas do nucelo (tecido que envolve o saco embrionário), formando um ou mais embriões que possuem o mesmo genoma da planta mãe. Este fenômeno pode ser considerado como um processo semelhante aos vários métodos de propagação vegetativa, já que todas as características da planta mãe são transmitidas aos descendentes. 3 Freqüentemente, ocorre a formação de mais de um embrião nucelar por semente. Estes alojam-se no interior do saco embrionário, preferencialmente próximos ao ápice. O maior vigor dos embriões nucelares deve-se, entre outros fatores, à posição privilegiada no saco embrionário em relação ao embrião zigótico. Acabam sendo favorecidos quando ao recebimento de nutrientes, carboidratos e outros compostos carreados pela planta através do endosperma em direção aos embriões em desenvolvimento. Este adequado balanço nutricional imprime a estes embriões um crescimento vigoroso, gerando um conjunto de plântulas homogêneo em condições de sementeira. As poucas plântulas com desenvolvimento inferior, observadas na sementeiro, e popularmente chamadas pelos viveiristas de “riachos”, são na verdade geralmente embriões zigóticos, em sua grande maioria. Em alguns casos, o embrião zigótico é bastante desfavorecido na competição com os nucelares e acaba não se desenvolvendo (14; 50; 71). Portanto, o fenômeno da poliembrionia nucelar é bastante importante no planejamento e condução de um portar comercial. Todas as copas receberão influência idêntica de cada porta-enxerto utilizado, se este for poliembriônico, propiciando um melhor manejo e um pomar bastante uniforme. Entretanto, a principal vantagem seria a manutenção das características desejadas de um portaenxerto conhecido. A taxa de ocorrência da poliembrionia varia de espécie para espécie. Nas limas, limões e laranjas, pode chegar a 80%, 70% e 90%, respectivamente. No grupo das tangerinas, ocorrem espécies 100% poliembriônicas e l00% monoembriônicas como a tangerina Clementina, ou seja, esta apresenta apenas um emhrião zigótico. O mesmo ocorre com as toranjas que também são monoembriônicas (50). Outro fenômeno já citado como importante é o da juvenilidade. os dois tipos de plantas, provenientes de embriões zigóticos ou nucelares estão sujeitos a este fenômeno. 4 É definido como o período que antecede a entrada na fase de florescimento ao longo da vida de um vegetal. Nos citros, este período é caracterizado por um crescimento vigoroso, presença abundante de espinhos, galhos sinuosos e o mais importante: entrada em produção tardia. Em algumas espécies, produções comerciais só são obtidas após o 7º ano em pomares formados a partir de sementes, também chamados de pés-francos (24). Portanto, a utilização da técnica de enxertia utilizando borbulhas provenientes de plantas adultas já em produção, evita estes problemas, mesmo recebendo influência do portaenxerto juvenil. Pomares enxertados tenderão a entrar em produção mais cedo (14). 3. HISTÓRICO As primeiras espécies cítricas introduzidas no Brasil foram propagadas utilizando-se de sementes. A facilidade deste método norteou a disseminação durante a colonização do Brasil, no século XVI. As primeiras citações mencionaram a presença de cítricos no litoral de são Paulo já em 1540, na Bahia em 1567, e a partir de 1760, iniciaram-se as plantações no Rio Grande do Sul, todas de pés-francos. Enquanto isto, na Europa, a citricultura também não adotava a técnica de enxertia, que era conhecida possivelmente desde a Idade Antiga, por verificar o maior tamanho e produção nas laranjeiras de pés-francos, principalmente na Itália e Espanha, em pleno século XVIII. A propagação por semente, na citricultura mundial, predominou até a metade do século XIX, quando problemas relacionados ao ataque de Phytophthora sp., na Ilha dos Açores (Portugal), determinaram o uso de porta-enxertos tolerantes a estes fungos (60; 51; 43) . Na Espanha, os agricultores perceberam que as plantas provenientes de sementes tardavam muito a 5 entrar em produção e tinham muitos espinhos, que podiam lesionar as fritas e passaram a adotar a enxertia a partir da segunda metade do século XIX (82). As vantagens da enxertia conquistaram também a citricultura brasileira que, no início deste século já utilizava a laranjeira doce como principal porta-enxerto. Entretanto a suscetibilidade deste porta-enxerto à seca e à gomose de Phytophthora sp. proporcionou a utilização da laranjeira azeda, que passou a ter a preferência dos citricultores a partir de 1920. com a chegada do vírus da tristeza em 1937 e a intolerância deste porta-enxerto a esta doença, houve novamente uma tendência de troca de porta-enxerto. Nesta época, a tristeza foi responsável pela morte de aproximadamente 10 milhões de árvores, do total de 12 milhões existentes na década de 40. A partir da década de 60, o limoeiro Cravo passou a liderar a preferência dos citricultores, chegando a participar em 99i% do total de mudas produzidas em 1970 (59; 51.; 52). Verifica-se que todo crescimento da citricultura paulista apoiou-se sobre o limoeiro Cravo. o bom desempenho deste porta-enxerto em condições não irrigadas, com distribuição irregular da precipitação pluviométrica, aliada às características de boa produtividade, rusticidade, qualidade média dos frutos, mas sem comprometê-las, principalmente para a indústria, e a tolerância às principais enfermidades credenciaram-no a prosperar ainda mais. A partir da década de 70, um novo problema passou a ser relatado nos pomares paulistas: o “Declínio dos citros”, que afetou muito a citricultura, a partir daí. o limoeiro Cravo mostrou-se bastante intolerante, e a morte econômica dos pomares começou a aparecer cada vez mais rapidamente. O Declínio mostrou-se associado ao porta-enxerto e, entre 1984 e 1988, outros porta-enxertos mais tolerantes começaram a ser utilizados como, por exemplo, a tangerineira Cleópatra, que chegou a ocupar 24% nas mudas produzidas naquele período, enquanto o limoeiro Cravo abaixava sua participação de 99% para 77% (9; 60). Em uma proporção 6 Laranja Azeda Laranja Doce 7 bem menor, outros porta-enxertos começaram a ser utilizados alguns tolerantes ao Declínio, como a tangerineira Sunki e outros intolerantes, como o limoeiro Volkameriano, o Trifoliata, seus híbridos e outros. Nos dias atuais, verifica-se que os produtores voltaram a ampliar a margem de preferência pelo limoeiro Cravo em relação aos outros porta-enxertos. Este fato, associado ao expressivo número de replantas usando o limoeiro Cravo, cujas plantas originais foram arrancadas em função do Declínio, sugerem bastante cautela. Possivelmente, o Declínio deverá aumentar os prejuízos causados à citricultura em um futuro bastante próximo, aumentando novamente a procura por outros porta-enxertos tolerantes. 4. MATRIZES DE PORTA-ENXERTOS As espécies candidatas a porta-enxertos devem possuir algumas características mínimas. Uma importante seria Ter alta taxa de poliembrionia para produzir um grande número de descendentes com as mesmas características genéticas. Uma segunda característica desejável, embora não essencial como a anterior, seria a abundância de sementes. Isto facilita muito a operacionalidade do processo de extração, incrementando a eficiência do mesmo. Um terceiro aspecto seda a própria existência de características desejáveis, como tolerância às principais doenças (Gomose, Tristeza e Declínio), alta produtividade e qualidade dos frutos, resistência à seca e outras. A origem das sementes dos porta-enxertos, que passando pela fase de viveiro formarão um futuro pomar comercial, é de suma importância. seda bastante interessante que o produtor, além da espécie, tivesse acesso às informações referentes ao cultivar do porta-enxerto desejado durante o processo de escolha do mesmo. Poderia selecionar os superiores em determinadas características de interesse especial. 8 A maioria dos porta-enxertos possui maturação precoce, permitindo a coleta dos frutos e a extração das sementes no final do primeiro semestre. o processo de extração, lavagem, secagem e conservação das sementes são práticas rotineiras. A extração pode ser manual ou parcialmente mecanizada. As sementes devem ser lavadas para retirar a mucilagem e secas à sombra e em local ventilado. A conservação pode ser feita em sacos plásticos, utilizando-se de fungicidas, e em baixas temperaturas (5oC) (71; 48; 49). A Tabela 1 resume algumas características do processo de obtenção de sementes de alguns porta-enxertos. A implantação de lotes de plantas matrizes de portaenxertos, com plantas enxertadas e seleções melhores dentro de cada espécie, seda de suma importância para o fornecimento de serventes padronizadas para a formação de viveiros. Tabela 1. Porta-enxertos: obtenção de serremos e algumas características. Porta-enxerto Limoeiro Cravo Época de maturação No de frutos No de No de por cx de sementes sementes 40,8 kg por fruto por litro 15 8.400 Mar.-Ago. 950 Limoeiro Volkameriano Mar.-Jul. 250 10 6.000 Limoeiro Rugoso Mar.-Jun. 240 15 6.000 Trifoliata Fev.-Maio 900 38 3.500 Tangerineira Sunki Maio-Jul. 4.500 3 8.000 Tangerineira Cleópatra Jun.-Ago. 1.900 14 5.800 Citrangeiro Troyer Mar.-Jun. 550 15 2.500 Laranjeira Azeda Abr.-Ago. 200 25 2.500 Laranjeira Doce Abr.-Ago. 550 13 2.800 Tangeleiro Orlando Jun.-Ago. 380 18 5.000 Citrumeleiro Swingle Mar.-Jul. 400 15 3.500 Fonte: Adaptado de Teófilo Sobrinho, J. 9 5. COMPORTAMENTO 5. 1 . Compatibilidade O processo de enxertia geralmente une dois materiais vegetais geneticamente distintos que passam a compartilhar uma série de fatores essenciais à sobrevivência de ambos. Este relacionamento é considerado como simbiótico, mutuamente benéfico, embora os interesses e necessidades ela copa e do porta-enxerto nem sempre sejam comuns. O ganho esperado no desempenho da copa está em função da eficiência do porta-enxerto utilizado e da afinidade dos tecidos de ambos. Esta compatibilidade é fundamental para o sucesso ao longo do tempo de um pomar comercial. Associase a compatibilidade entre copas e porta-enxertos à uniformidade nos diâmetros dos troncos próximos à linha de enxertia. Entretanto, os troncos dos porta-enxertos como o Trifoliata e seus híbridos, que geralmente apresentam um diâmetro maior que os de suas copas, são compatíveis com um grande número de espécies cítricas, segundo (31). Os mesmos autores ainda citam os limões verdadeiros, cujos troncos se sobressaem aos da maioria dos porta-enxertos utilizados. Alguns cultivares cítricos quando enxertados sobre certos porta-enxertos, demonstram pouca afinidade em relação a estes. Combinações de copas e porta-enxertos incompatíveis apresentam na região de enxertia, extremamente, uma linha de depressão na casca acompanhada por uma brotação anormal do porta-enxerto. Internamente, ocorre uma linha de goma de coloração pardo-amarela com projeção na face interna da casca e orifícios correspondentes no lenho (incompatibilidade localizada). Um exame anatômico do xilema e do floema envolvidos pode revelar grandes diferenças entre copa e porta-enxerto (61). As incompatibilidades mais comuns estão listadas na Tabela 2. As verdadeiras incompatibilidades são raras e causarias pela translocação de compostos e ocorrem usualmente entre 10 Limão Cravo Tangerina Sunki Tangerina Cleópatra Tangelo Orlando Laranja Azeda Citrumelo Swingle Laranja Doce Flying Dragon 11 Citrus sp. e gêneros afins e não devem ser confundidas com doenças (70). Na ausência de informações seguras sobre a afinidade entre copa e porta-enxerto, algumas precauções devem ser tomadas. Foi sugerido que, se houver interesse pela combinação, os plantios iniciais fiquem restritos a pequenas áreas. Como a maioria dos sintomas de incompatibilidade só aparece alguns anos após o plantio, a expansão da combinação desejada ficada condicionada à não- ocorrência dos mesmos. No Brasil, alguns casos de incompatibilidade se tornaram bastante evidentes, como a combinação de laranjeira Pêra sobre o citrumeleiro Swingle e do tangoreiro Murcott sobre o Trifoliata. Embora nos primeiros anos as produções de frutos possam ser boas, geralmente após o 6º ou 7º ano, as copas começaram a definhar. Tabela 2. Incompatibilidades mais comuns entre combinações cítricas. Copa Pêra Shamouti Seleta de Itaboraí Limão Eureka Limão Siciliano Tangor Murcott Alguns híbridos de tangerina Calamondins Kunquats Limequats Tangerinas Satsuma Cidra Porta-enxerto Trifoliata Citrumelo Swingle 4475 Limão Rugoso da Flórida Limão Volkameriano Citrumelo Swingle 4475 Trifoliata Limão Rugoso da Flórida Trifoliata Citranges Troyer e Carrizo Trifoliata Citranges Citrumelo 4475 Trifoliata e seus híbridos Trifoliata e seus híbridos Trifoliata e seus híbridos Citrange Troyer Trifoliata Fontes: Castle, W.S.; Ferguson, L., Pompeu Junior, J. 12 5.2. Doenças 5.2.1. Gomose As doenças causadas pelos fungos do gênero Phytophthora sp. constituem-se em sério problema (desde a sementeira, no viveiro, até a fase de pós-colheita. As ocorrências em pomares comerciais, normalmente, são as que chamam a maior atenção dos produtores em função dos prejuízos envolvidos. Estes fungos são endêmicos nas áreas citrícolas, e a infecção ocorre quando zoósporos são liberados em condições úmidas. ocorrências severas estão associadas aos prolongados períodos de chuva e de temperatura adequada (29; 65). Por apresentarem uma situação geográfica intimamente relacionada ao volume de solo abrangido pelas suas raízes, os porta-enxertos estão constantemente expostos à infecção por Phytophthora sp. Além de raízes necrosadas, os sintomas também são evidentes na região do colo das plantas. A presença de goma, fendilhamento da casca e lesões pardacentas no lenho são típicas. Quando toda a periferia do tronco do porta-enxerto passa a ser afetada, as plantas morrem, pois toda a região do câmbio já foi destruída. Estes sintomas também podem ocorrer acima da linha de enxertia, se a variedade de copa for suscetível como, por exemplo, as laranjeiras doces (29; 65). A copa também pode influenciar a tolerância do portaenxerto à doença, sendo que os clones nucelares, por serem mais vigorosos que os clones velhos, conferem maior suscetibilidade ao porta-enxerto. isto contraria as linhas de pensamento anteriores que relacionavam a gomose de Phytophthora sp. a plantas debilitadas. credita-se este fato à atividade fisiológica da planta. Esta maior suscetibilidade de plantas com vigoroso desenvolvimento e com grande número de brotações novas pode ser atribuída à maior 13 atividade do floema nestas combinações cítricas, já que os fungos colonizam estes tecidos. Observa-se ainda que as árvores muito atacadas por algumas viroses podem ter lesões reduzidas devido à pouca vitalidade da planta. A ocorrência de gomose de Phytophthora sp. ainda pode ser influenciada pela presença, ou inoculação, de estirpes do vírus da tristeza, ou do viróide da exocorte, aumentando em alguns casos a tolerância à gomose (29; 65). Ao contrário dos porta-enxertos, a maioria dos cultivares utilizados como copa são de moderados a altamente suscetíveis. A laranjeira Valência é mais tolerante do que as do grupo Bahia e do que outras variedades precoces e de meia estação. As tangerineiras e seus híbridos são mais tolerantes que as laranjeiras, embora sejam seriamente afetadas. Limoeiros, limeiras e pomeleiros também são bastante suscetíveis (76). Uma boa parte dos porta-enxertos utilizados comercialmente possuem diferentes graus de tolerância à Phytophthora sp. O Trifoliata é praticamente imune, enquanto o Swingle e o Alemow, e em menor intensidade a tangerineira Cleópatra, possuem alto grau de tolerância. Segundo os mesmos autores, os citrangeiros Troyer e Carrizo, o limoeiro Cravo e alguns cultivares do Rugoso são tolerantes à infecção de casca e podem ser plantados em áreas bem drenadas. No Brasil verifica-se que as laranjeiras doces e as tangerineiras Sunki têm-se apresentado bastante suscetíveis à doença (29). Após estas considerações em relação à gomose de Phytophthora sp., parece bastante conveniente considerar, além da escolha do porta-enxerto, os efeitos da copa sobre estes, pois o grau de tolerância estará em função da combinação escolhida. A produção de mudas sadias e o plantio em locais não infestados são medidas importantes de controle. 14 5.2.2. Tristeza dos citros Das doenças associadas às plantas cítricas, a Tristeza impõe-se como limitante a determinadas combinações de copa e porta-enxerto. o parque citrícola brasileiro quase foi totalmente destruído na década de 40 pelo uso de combinações de laranjeira doce sobre Azeda. A presença de estirpes virulentas e do mais eficiente vetor, o pulgão preto (Toxoptera citricidus), efetivamente colaboraram para isto (51). O Brasil foi o primeiro a experimentar esta endemia citrícola. Na Espanha grandes perdas ocorreram nas décadas de 60 e 70. Na Flórida, apesar da existência de Tristeza, os vetores existentes e abundantes não são tão eficientes como o pulgão preto, que já está presente na América Central e na própria Flórida. O último grande desastre em função ela Tristeza ocorreu na Venezuela, na década passada, que a partir disto passou a diversificar o uso dos porta-enxertos, substituindo a laranjeira Azeda. Os sintomas variam em função da combinação de copa e porta-enxerto utilizada e do isolado do vírus; entretanto, a ocorrência de caneluras tanto no tronco corno nos galhos e ramos mais finos, enfezamento, folhas curvadas e com clareamento das nervuras, clorose nas folhas e redução do tamanho dos frutos são bastante comuns (30; 36; 76). Além da laranjeira azeda, combinações que utilizem como copia pomeleiros, limeiras ácidas e laranjeiras doces dos cultivares Barão, Mediterrânea e Pêra enxertados mesmo sobre porta-enxertos tolerantes, ou mesmo em pé-franco, podem apresentar reações variadas de enfezamento, clorose das folhas e caneluras. A sintomatologia clássica observada em combinações suscetíveis, quando o porta-enxerto é a laranjeira azeda, é também caracterizada por folhas ligeiramente bronzeadas, aspecto coriáceo, quebradiças, amarelecimento da nervura principal ou de toda a folha, 15 declínio rápido da planta, seca gradativa dos galhos a partir dos ponteiros, necrose dos tubos crivados da laranjeira azeda, podridão das radicelas e, finalmente, a morte da planta (76). O uso de porta-enxertos tolerantes para cultivares de copas suscetíveis é condição à própria existência de pomares viáveis, especialmente em regiões onde a doença é endêmica e existam eficientes vetares associados como, por exemplo, em todas as regiões do Brasil. O Trifoliata e alguns dos seus híbridos são resistentes à infecção de Tristeza, ou seja, o vírus não se multiplica nestas plantas mesmo quando são enxertadas com borbulhas contaminadas. A maioria das tangerineiras, laranjeiras doces e limoeiro Cravo, segundo os mesmos autores, geralmente não mostra os sintomas, apresentando-se, portanto, como tolerantes (30). Verifica-se, também para esta doença, a importância da copa na escolha do porta-enxerto em função de seu nível de tolerância à Tristeza. Embora outros mecanismos, como a proteção cruzada (pré-imunização), permitam desenvolvimentos bastante satisfatórios de copas suscetíveis sobre porta-enxertos tolerantes, os resultados ainda não são satisfatórios quando o porta-enxerto é suscetível. 5.2.3. Declínio dos citros Com agente causal ainda desconhecido, este problema está presente também em vários países como cuba, Belize, Colônia, África do Sul e Austrália. Na Flórida, onde os danos são severos e conhecidos desde o século passado, é chamado de “Blight”. Na Argentina, de “Declinamento” ou “fruta bolita”. No Uruguai, de “Marchitamiento repentino”. A anomalia também ocorre em outras regiões como o Texas, a Lousiana e o Havaí. Entretanto, na Califórnia e no Arizona, ela ainda não foi detectada. Na região do mediterrâneo, na 16 Limão Cravo Citrumelo Swingle 17 Espanha, Itália, Marrocos e Israel, também não existem relatos (18; 72; 2; 6; 16; 55; 53). No Brasil, a ocorrência é generalizada nos estados produtores. As perdas no Estado de São Paulo chegaram a 10 milhões de árvores por ano, sendo este fato considerado como um dos problemas que mais causa danos aos pomares paulistas (9). O sintoma considerado como primário é devido à translocação de zinco das folhas para o floema do tronco. As folhas passam a apresentar sintomas de deficiência, enquanto análises dos tecidos do câmbio podem revelar excesso de zinco. Obstruções amorfas passam a ocorrer no xilema, dificultando muito todo o processo de ascensão de seiva bruta. Em resposta, a planta, para tentar manter-se viável ou mesmo viva, produz o que foi definido como sintomas secundários. Estes seriam causados pelo estresse hídrico provocado pelo bloqueio do xilema na planta afetada. No Brasil, freqüentemente, observa-se nesta fase a morte dos ponteiros, brotações internas, folhas miúdas e sem brilho, internódios curtos, frutos relativamente menores e eventualmente florações fora de época (4; 77; 2; 9). Inicialmente, os sintomas podem ser restritos a apenas um setor da copa. As plantas afetadas geralmente não morrem; entretanto sua utilidade econômica deixa de existir. Normalmente apenas pomares adultos já em produção, com mais de 6 a 8 anos de idade, são afetados (76; 11 ; 75). As hipóteses que sustentavam uma origem abiótica para a anomalia, como desordem nutricional ou estresse fisiológico, não puderam ser mantidas após a transmissão desta por enxertia de raízes. Para vários autores, deve existir algum patógeno relacionado ao sistema radicular dos portaenxertos, uma vez que a anomalia não se transmite por enxertia de ramos (72; 3). A tolerância dos diferentes porta-enxertos é variável. Pomares sobre Trifoliata, Rugoso e Cravo podem ser afetados 18 mais cedo e apresentarem alta incidência da doença. O citrange Carrizo pode apresentar a anomalia embora com menor incidência; a tangerineira Cleópatra e a laranjeira azeda podem desenvolver os sintomas embora mais lentamente; e a laranja doce raramente os desenvolve. No Brasil, algumas tangerineiras como a Sunki têm-se mostrado resistentes à anomalia (9; 76; 81). O Declínio dos citros tem imposto à citricultura grandes perdas desde o seu aparecimento. Portanto, a escolha do porta-enxerto em função do nível de tolerância à anomalia é bastante importante na maioria das regiões citrícolas brasileiras. Nestas regiões, o planejamento considerando a expectativa de vida útil do pomar deve estar sempre associado à escolha do porta-enxerto. Onde a anomalia ocorre intensamente, as chances de se ter um pomar viável sobre limoeiro Cravo ou Trifoliata, por mais de 12 ou 15 anos, são relativamente baixas. Utilizando-se de outros porta-enxertos com maior tolerância, permite-se ao produtor obter retorno econômico por um período de tempo maior, que geralmente pode chegar a 25 ou 30 anos. 5.2.4. Outras Doenças e nematóides Os porta-enxertos também estão sujeitos a várias outras doenças, embora de grande importância apenas sob determinadas situações. Aliado às chances de contraí-las naturalmente por infecção direta, principalmente doenças fúngicas e nematóides, podem existir outros processos envolvidos. Durante a enxertia, o uso de borbulhas e ou de equipamentos (canivetes, etc.) contaminados pode inocular o porta-enxerto, principalmente com bacterioses e viroses. Dentro das doenças fúngicas, o tombamento de plântulas recém-germinadas causado por Rhizoctonia solani 19 Kiihn, além de Phytophthora sp, pode causar sérios danos em condição de sementeira. Fusarium oxysporum f sp citri também tem causado danos em Galego sobre Cravo. Aparentemente, todos os porta-enxertos são suscetíveis antes da emissão do primeiro par de folhas verdadeiras (72). Quanto aos nematóides, mais de 40 espécies estão associadas aos citros. As mais comuns são Tylenchulus semipenetrans e Rodopholus citrophilus. Outras viroses que afetam os porta-enxertos, merecem destaque como a exocorte e a xiloporose. A exocorte é causada por um viróide. No Brasil, é citado que o agente causal da xiloporose ainda não foi caracterizado, mas que se trata provavelmente de um viróide. No passado, a substituição da laranja azeda, que é tolerante à exocorte, por porta-enxertos tolerantes à Tristeza, fez com que os clones velhos em uso na época e contaminados pelo viróide fossem enxertados em limoeiro Cravo, que é suscetível à exocorte. o resultado foi a manifestação de sintomas na porção inferior à linha de enxertia nas novas combinações como escamações na casca do porta-enxerto. As plantas afetadas geralmente apresentam, também, porte menor e redução na produção (65). Quanto à xiloporose, os sintomas em plantas suscetíveis, como o tangeleiro, podem ser observados a partir de 3 a 4 anos após a enxertia em limeira da Pérsia e dos 6 aos 12 anos em limoeiro Cravo e outros (65). Relação e comportamento dos porta-enxertos em relação à CVC foram estudados (44; 45). 5.3. Vigor O vigor observado pelos diferentes porta-enxertos durante a fase de viveiro é bastante variável. Enquanto as tangerineiras Cleópatra e Sunki apresentam-se homogêneas 20 na sementeira, o limoeiro Cravo parece superá-las em indução de vigor nas copas recém-enxertadas. O citrumeleiro Swingle também tem-se apresentado bastante homogêneo e vigoroso, apesar das poucas informações a respeito deste porta-enxerto no Brasil. O Trifoliata e os citrangeiros são os menos vigorosos, podendo, dentro do sistema tradicional de produção de mudas, demandar maior tempo para a formação. O Trifoliata Flying Dragon merece destaque como o menos vigoroso. As brotações dos enxertos e os ramos novos são geralmente induzidos a um lento crescimento quando se utiliza deste porta-enxerto. Mais importante que o vigor no viveiro é a indução de vigor do porta-enxerto à copa, resultando em combinações desde ananicadas até volumosas. Entre os principais portaenxertos, os que induzem menor copa são o Trifoliaia e os citrangeiros. Alguns induzem copas médias conto o Cravo, e outros, como laranjeiras doces e Volkaimeriano, e às vezes o citrumeleiro (para valência), copas volumosas. 5.4. Resistência à Seca Esta característica é bastante importante na (citricultura paulista, onde a grande maioria dos pomares não são irrigados e estão localizados em regiões com distribuição irregular das chuvas. Embora a translocação de água não seja diretamente correlacionada com a quantidade de raízes, verifica-se que as diferenças entre os porta-enxertos podem ser atribuídas à distribuição de raízes fibrosas e à eficiência do sistema de transporte da mesma (14; 60; 25). Após períodos de estiagem no planalto paulista, verificou-se que o limoeiro Cravo e o Volkameriano têm apresentado um desempenho satisfatório nestas condições. A tangerineira Cleópatra e o citrumeleiro Swingle geralmente induzem a uma massiva queda de folha durante estiagens prolongadas, embora as plantas se recuperem muito bem 21 durante a primavera e o verão seguinte. A tangerineira Sunki e a laranjeira doce têm-se mostrado pouco tolerantes nestas condições. O Trifoliata, os citrangeiros e o tangeleiro Orlando também têm apresentado desempenhos ruins em condições de seca (27; 70). 5.5. Fatores do Solo Na citricultura brasileira ocorrem baixas produtividades médias e segundo vários autores, fatores como a falta de um melhor preparo do solo antes do plantio, de uma adubação adequada nos pomares e a competição com ervas daninhas são os principais responsáveis. A grande maioria das áreas citrícolas nacionais possuem solos sem dificuldades físicas ou químicas para a cultura, com lençol freático profundo e solos não alcalinos ou salinos (40; 63). Uma boa parte da citricultura brasileira está localizada em solos bem drenados, ácidos e de média a baixa fertilidade natural. Nestas condições, alguns porta-enxertos como os limoeiros Cravo e o Volkameriano apresentam um desempenho bastante bom. O Trifoliata e os citranges geralmente apresentam os piores desempenhos nestas condições. O citrumeleiro Swingle tem-se mostrado um portaenxerto promissor e com desempenho satisfatório até o momento (28; 60). 5.6. Qualidade dos Frutos A qualidade dos frutos cítricos é intrínseca à variedade, sendo no entanto influenciada por inúmeros fatores: clima, solo, adubação, tratos culturais, tratamentos fitossanitários e porta-enxerto. Uma variedade de alto padrão, como a valência, apresenta qualidade adequada para a maioria dos portaenxertos, mas outras não se comportam desta maneira (32). 22 Existe um grande número de fatores de qualidade influenciados pelo porta-enxerto: tamanho, forma e peso dos frutos; cor, textura e espessura da casca; conteúdo de suco, sólidos solúveis totais (Brix); acidez; grau de comestibilidade do bagaço (resíduo); aroma; cor do suco; conteúdo em óleo da casca; amargor; conteúdo em sais minerais; granulação; teor de ácidos graxos; época de maturação e conservação pós-colheita (41; 1(); 78; 60). Entretanto, a magnitude da influência do porta-enxerto é maior no que se refere à produção de frutos. Neste item, já foram registrados, em pomeleiro sobre 45 porta-enxertos, acréscimos altamente significativos, enquanto para circunferência do fruto, espessura da casca, conteúdo de suco e “ratio”, as variações foram de 22%, 37%, 17% e 28%, respectivamente (78). Comparativamente, o clima exerce maior influência em uma série de aspectos de qualidade, exceto para o sabor (41). Com relação às características de qualidade dos frutos cítricos cujo estudo é menos usual, são feitas as seguintes considerações: a) conteúdo de vitamina C no suco cítrico varia de 30 a 60 mg/100 mL, e os efeitos dos porta-enxertos são reportados como contraditórios (78). O conteúdo de ácido ascórbico de laranjeiras em diferentes porta-enxertos, em geral apresenta-se na seguinte ordem: pomeleiro > Cleópatra > Azeda > Rugoso; b) laranjeiras Valência na Flórida apresentam altos índices de óleo na casca quando enxertadas sobre Trifoliata, citrumeleiro Sacaton e tangerineira Cleópatra, e baixos níveis com citrangeiros Carrizo, Rusk e Cunningham; c) o efeito dos porta-enxertos no amargor de laranjas foram classificados na seguinte ordem: Trifoliata = pomeleiro = Cleópatra < laranjeira doce < Rugoso; d) a composição mineral de todas as partes das plantas cítricas é afetada pelo porta-enxerto. Junto com o cálcio, o potássio constitui a maior parte das cinzas dos frutos. O conteúdo de cinzas do suco dos frutos de laranja sobre diferentes porta-enxertos apresenta-se na ordem que se segue: Trifoliata > tangeleiro 23 Sampson > laranjeira Azeda > Rugoso. Na polpa: citrangeiro Savage > tangeleiro Sampson > Cleópatra > Rugoso. Na casca: Sampson > toranja > Rugoso > Cleópatra (Obs: > significa maior e <, menor). O conhecimento das características dos porta-enxertos e a racional utilização delas possibilitam obter maior rendimento, quer pelo aumento da produção, quer pela melhor qualidade dos frutos ou ainda pela antecipação ou retardamento na maturação dos frutos. É também razoável supor que o uso generalizado do limoeiro Cravo para as mais diversas copas e tipos de solo e climas não atenda adequadamente às necessidades de todas as variedades, impedindo que a planta manifesto todo seu potencial produtivo (60). Não é claro como o porta-enxerto exerce sua influência na qualidade dos frutos, e alguns dos efeitos parecem ser relacionados com tamanho (frutos grandes têm menor teor de sólidos) ou com efeitos nutricionais (potássio aumenta o tamanho do fruto e sua acidez). Os efeitos do porta-enxerto podem variar de ano para ano, de área para área e com as práticas culturais (78; 79). Os porta-enxertos têm efeito significativo no desenvolvimento do fruto, e a maior parte desta influência é devida à capacidade de fornecer água para a planta e, em segundo lugar, à absorção de nutrientes. cavalos vigorosos são melhores extratores de umidade do solo e mantêm a planta sob menor estresse de umidade. Esta é a maior razão pela qual muitos cavalos induzem baixa concentração de sólidos solúveis nos frutos, mas estes produzem mais sólidos por planta (1). Frutos grandes, com casca grossa e rugosa e baixas concentrações de sólidos solúveis e ácidos no suco, estão associados às plantas enxertadas em porta-enxertos de crescimento rápido e vigoroso. Estão incluídos nesta categoria os seguintes: Rugoso, limeira doce, Citrus macrophylla, Citrus pennivesiculata e limoeiro Cravo. Já as variedades enxertadas 24 Tangerina Cleópatra Tangerina Sunki 25 sobre porta-enxertos pouco vigorosos têm menor desenvolvimento vegetativo e tendência para produção de frutos menores, com casca mais lisa e altos conteúdos de sólidos e ácidos no suco. Neste segundo grupo, enquadramse o Poncirus trifoliata e alguns de seus híbridos como citrangeiros e citrumeleiros (62; 70). Nota-se, pelo exposto, que na literatura consultada não se encontram valores numéricos dos aspectos de qualidade, sempre se classificando os porta-enxerto por critérios subjetivos. A Tabela 3 encerra uma tentativa de classificação média estabelecida pelos autores, onde a classificação apontada é a que o porta-enxerto recebeu da maioria dos autores consultados. A ocorrência de duas classificações para um mesmo cavalo significa que houve divergência de opiniões (6; 7; 14; 31; 34; 35; 46; 47; 56; 60; 64). Tabela 3. Qualidade dos frutos cítricos, em função de diferentes porta-enxertos comerciais utilizados no mundo. Porta-enxerto Qualidade induzida aos frutos das plantas enxertadas características gerais tamanho maturação Limão Cravo média - ruim grande - médio normal Limão Volcameriano ruim - média grande normal boa - ótima médio normal Tangerina Sunki boa médio tardia Tangerina Cleópatra boa pequeno - médio tardia Tangelo Orlando boa médio normal ótima pequeno - médio tardia Citrumelo Swingle boa - ótima médio tardia Citrange Troyer ótima - boa médio - grande normal Citrange Carrizo ótima - boa médio - grande normal Limão Rugoso ruim grande normal Laranja Azeda ótima - boa médio tardia Laranja Caipira Trifoliata 26 6. CARACTERÍSTICAS 6.1. Laranjeira Doce Originária da China, da espécie Citrus sinensis L. Osbeck, foi um dos primeiros citros usados como portaenxertos. Apesar de suas boas características gerais, os defeitos deste porta-enxerto são a sua suscetibilidade à gomose e à seca, pelo que deixou de ser usado em grande escala. Mesmo variedades mais tolerantes, como a carpira C que é mais suscetíveis à gomose do que outros portaenxertos. como características positivas da caipira e outras laranjas doces como porta-enxerto são sua tolerância a algumas das principais doenças, como tristeza, exocorte, xiloporose e declínio. Também induz boa qualidade aos frutos e tem boa longevidade. Adapta-se a solos argilosos e com boa drenagem (41; 23). As variedades de laranjas doces e pomelos enxertadas sobre este cavalo produzem frutos de boa a ótima qualidade em São Paulo. Na Espanha, induz às copas nela enxertadas boa qualidade de fruta, porém de tamanho geralmente pouco menor que o normal. Na Flórida, os frutos produzidos sobre este cavalo apresentam tamanho e Brix intermediários. Variedades sobre este cavalo produzem frutos de muito bom tamanho e muito boa qualidade na Austrália (60; 14; 34; 29; 31). 6.2. Tangerineira Cleópatra Originária da Índia, da espécie Citrus reshni Hort. Ex Tan., só foi utilizada a partir do início dos séculos 19 e atual como porta-enxerto. Tolerantes às principais doenças e principalmente ao Declínio, mas recentemente tem sido considerada de moderada tolerância a esta doença. Quanto 27 às condições do solo, adapta-se melhor a solos argilosos, mas com boa drenagem. Quanto à qualidade do fruto, é boa no geral, mas induz usualmente menor tamanho (26; 25). Induz boa a ótima qualidade às variedades de tangerinas, laranjas e pomelos nele enxertadas em São Paulo. Na Flórida, é classificada como boa a qualidade dos frutos produzidos sobre este cavalo. Na Califórnia, a qualidade interna do fruto é regular para boa, mas com tamanho algumas vezes pequeno. Na Espanha, a Cleópatra induz um tamanho de fruto pequeno, de alta qualidade, mas com um relativo alto índice de acidez que reduz o “ratio”, mas o tamanho dos mesmos costuma ser inferior ao produzido sobre outros cavalos. Na Espanha, os frutos produzidos sobre este cavalo apresentam frutos pequenos e com alto Brix, mas na Austrália, produzem frutos de bom tamanho e muito boa qualidade (60; 14; 71; 34; 35; 56). 6.3. Limoeiro Cravo Citrus limonia Osbeck é de origem indiana, onde é há muito tempo usado (como porta-enxerto. Tem várias formas ou cultivares. Tolerante à tristeza, mas não a algumas doenças importantes, tais como exocorte, xiloporose e Declínio. Adapta-se bem a vários tipos de solos. É satisfatório em relação à gomose, mas não em solos mal drenados. A qualidade dos frutos apenas regular é um dos seus defeitos, compensado pela boa tolerância à seca (60). Induz qualidade média aos frutos de citros em geral nele enxertados. A qualidade dos frutos é de média para ruim e, às vezes, deficiente na Espanha. Na Flórida, os frutos produzidos sobre este cavalo são grandes, com baixo Brix. Na Austrália, as variedades sobre este cavalo produzem frutos de muito bom tamanho e muito boa qualidade. Na Flórida, 28 o limoeiro Cravo induz à produção de frutos de tamanho médio com baixos a médios teores de sólidos solúveis (60; 64; 34; 35). 6.4. Limoeiro Volkameriano Citrus volkameriana Ten. & Pasq, ganhou alguma importância na Itália e depois foi introduzido em outros países. Apesar de sua tolerância a algumas das principais doenças, é suscetível ao declínio e induz baixa qualidade aos frutos. Adapta-se a todos os tipos de solos, mas vai melhor nos profundos e bem drenados, por ser suscetível à gomose (70). Os frutos de laranjas e limões, quando enxertados neste porta-enxerto, apresentam-se de média qualidade em São Paulo. Na Flórida, a qualidade do fruto é muito baixa, sendo também enquadrado nesta categoria na Califórnia. Na Espanha, a qualidade dos frutos sobre este cavalo é ligeiramente inferior à obtida sobre citrangeiro Carrizo (aproximadamente, 1% menos de suco e teores de sólidos e acidez similares). Na Flórida, os frutos produzidos sobre este cavalo apresentam frutos grandes com baixo Brix. Na Itália, as variedades enxertadas sobre este cavalo produzem frutos grandes com menor conteúdo de açúcares. Em outros locais, a qualidade dos frutos sobre este porta-enxerto é passável e induz à produção de frutos de tamanho grande com baixos-teores de sólidos solúveis (46; 14; 47; 7). 6.5. Limoeiro Rugoso Da espécie Citrus jambhiri Lush., dada como nativa do Nordeste da Índia, tem vários tipos, tais como Rugoso da 29 África, Flórida e Nacional. Tolerante às principais doenças de vírus, mas não ao Declínio. Adapta-se mais a solos arenosos e é um dos porta-enxertos que induzem a pior qualidade aos frutos da copa (79). A qualidade do fruto geralmente é baixa com poucos sólidos solúveis e ácidos, e a casca é grossa na Califórnia, fato confirmado na Espanha. Na Flórida, os frutos produzidos sobre este cavalo apresentam frutos grandes com baixo Brix.. Na Austrália, os frutos produzidos sobre este cavalo apresentam excelente tamanho associado a uma boa qualidade. Porta-enxertos, como o limão Rugoso, que induzem grande vigor às copas fazem com que as mesmas tendam a produzir frutos em que a mudança de cor é retardada quando comparadas com frutos produzidos por árvores em porta-enxertos menos vigorosos como a laranjeira azeda e o citrangeiro Carrizo. O limoeiro Rugoso afeta marcada e negativamente a composição dos frutos de tangerineiras que ficam insípidos quando enxertadas sobre ele. Também afeta da mesma maneira o período de armazenamento dos mesmos na árvore e diminui a qualidade (64; 31; 38; 14; 41). 6.6. Trifoliata Poncirus trifoliata L. é a espécie, nativa do CentroNorte da china, onde é usado há muito como cavalo. É tolerante à tristeza, gomose e xiloporose, bem como ao frio. Muito sensível à seca, mas adaptado a solos pesados e mal drenados. É o porta-enxerto que induz a melhor qualidade aos frutos e menor copa às plantas nele enxertadas. Um de seus tipos é o “Flyng dragon” que usualmente ananiza mais que o trifoliata. Ambos podem ser incompatíveis com algumas copas (58; 64). 30 Tangelo Orlando Flying Dragon 31 É reconhecido como indutor de ótima qualidade às variedades nele enxertadas, conforme trabalhos feitos em São Paulo, Flórida, Califórnia, Espanha e Austrália. Na Flórida, é citado que os frutos produzidos sobre este cavalo apresentam-se pequenos e com alto Brix, fato observado também na Itália. Para outros autores, o trifoliata induz à produção de frutos de tamanho pequeno a médio com altos teores de sólidos solúveis, sendo recomendado para variedades de má qualidade interna. O Trifoliata, como a laranjeira Azeda, melhora a qualidade da maioria das tangerinas e estende o período de armazenamento dos frutos na árvore (78; 79; 14; 35; 64; 58; 61). 6.7. Citrumeleiro Swingle Dos citrumeleiros, híbridos de trifoliata com pomelo, a variedade mais conhecida é o Swingle, obtido em 1907, na Flórida. Tolerante às principais doenças de vírus e também à gomose. Prefere solos arenosos e mistos, mas adapta-se a solos pesados também. Pode apresentar incompatibilidade com algumas copas. A qualidade dos frutos das copas nele enxertadas é boa (78; 64). O Swingle induz boa a ótima qualidade aos frutos comparada à qualidade dos frutos das plantas enxertadas em laranja azeda. Na Califórnia, a qualidade da fruta é excelente e, na Espanha, é variável com a espécie enxertada: excelentes com copa de pomelos e médios a baixos com laranjas e tangerinas. A maturação interna e externa dos frutos é mais tardia em comparação de mesmas copas com outros cavalos. Na Flórida, os frutos produzidos sobre este cavalo apresentam frutos médios, com alto Brix. Outros autores confirmam ser a qualidade dos frutos sobre os citrumelos, em geral, muito boa, induzindo à produção de 32 frutos de tamanho médio com altos teores de sólidos solúveis (60; 31; 47; 14; 64; 28). 6.8. Citrangeiros Troyer e Carrizo Híbridos de laranja doce com Trifoliata, obtidas na Califórnia em 1909. Apesar de parecidos têm alguma diferença de comportamento em condições específicas. Ambos são tolerantes às principais doenças de vírus e gomose, mas suscetíveis à exocorte. Adaptam-se bem a vários tipos de solos e são tolerantes ao frio, mas pouco tolerantes à seca (81; 56). O Troyer induz ótima qualidade aos frutos das variedades nele enxertadas, tal como o Carrizo. Na Espanha, é classificado junto com o Carrizo como indutor de tamanho de frutos grandes e de boa qualidade. A qualidade do fruto obtida sobre Troyer é excelente, e a maturação é adiantada. Na Flórida, os frutos produzidos sobre Carrizo são médios com teor médio de sólidos. Variedades sobre este cavalo produzem frutos de muito bom tamanho e excelente qualidade. Na Itália, as variedades enxertadas sobre estes cavalos produzem frutos médios com ótima qualidade e melhor pigmentação das laranjas sangüíneas. A qualidade dos frutos sobre estes porta-enxertos é muito boa, e os Citrangeiros Troyer e Carrizo induzem à produção de frutos de tamanho médio com altos teores de sólidos solúveis em outros locais (64; 14; 7; 47; 35). 6.9. Tangeleiro Orlando É um híbrido de tangerineira com pomelo, produzido na Flórida em 1931. É tolerante às principais doenças de 33 vírus e viróides, mas não à xiloporose. É tolerante ao declínio, e tem tolerância moderada à gomose, e adapta-se a solos argilosos, e é suscetível à seca (41; 34). Induz boa qualidade quando enxertado com laranjas e tangerinas em são Paulo (60; 46). 6.10. Tangerineira Sunki É uma espécie de microtangerina, Citrus Sunki Hort. Ex Tan., de origem do sul da China. Suas características de comportamento são parecidas às da Cleópatra. Como principais diferenças pode-se citar a sua maior suscetibilidade à Gomose e entrada mais cedo em produção. A sua tolerância ao Declínio é uma das razões da sua indicação para alguns locais (60). Em São Paulo, induz boa qualidade às variedades de tangerinas, laranjas e pomelos nele enxertadas (46; 60). 6.1 1. Laranjeira Azeda É da espécie Citrus aurantium L., de origem asiática, que apesar de outros usos, foi como porta-enxerto que ganhou importância, até o aparecimento da tristeza. Ela é suscetível a esta doença, por isso só serve como porta-enxerto para limões verdadeiros. É tolerante à Gomose e adapta-se bela a vários tipos de solos, induz boa qualidade aos frutos e é tolerante ao frio e à seca (82; 56). De modo geral, induz boa a excelente qualidade aos frutos. Na Flórida, os frutos produzidos sobre este cavalo apresentam frutos médios, com alto Brix. Na Itália, as variedades enxertadas sobre este cavalo produzem frutos médios com ótima qualidade. Para outros locais, a qualidade dos frutos sobre este porta-enxerto é boa, e os frutos são de tamanho médio com altos teores de sólidos solúveis (79; 47; 56; 7; 14). 34 Tabela 4. Características de cavalos para citros2. a * b + c - d - e * f + g + : : * : + + : * = : + + * : : : : + v = = * + : + v = = : * = = + + = + + = = + : = : + + = * * = : * * = + + = + + x + + : + x = + = = - = + : : “ + v + = = + - + = : * : “ + ≠ = v - i = + + : + = j = k - l + gomose + : v h = + + + = ≠ ≠ : : + : + + + + nematóide dos citros nematóides tristeza exocorte sorose + = = - + + xiloporose * + + ≠ ≠ ≠ boro * - - - = = + solo calcáreo + - v + - - + - - + + drenagem solo arenoso : - + - - - = + solo misto * * + + + : solo argiloso qualidade fruto - + = + + + : + = + + + = : = + + + = : vigor : : + + + + + + : tamanho copa o + = + + “ - o : “ + x + x + ≠ = x + distribuição de raiz resistência frio + + = + + = = 1 = = 1 = + = + * 3 longevidade compatibilidade c/laranja e pomelo compatibilidade c/limões e limas + + = - ≠ + = = = + + = + + - + = + + Declínio Seca muito satisfatório profundo satisfatório dado insuficiente aceitável dado em dúvida não satisfatório a. b. c. d. e. f. g. h. i. j. k. l. CAVALO Laranja doce Cleópatra Limão Cravo Volkameriana Limão Rugoso Trifoliata Citrumelo Swingle Citrange Troyer Citrange Carrizo Tangelo Orlando Tangerina Sunki Laranja Azeda * muito insatisfatório o raso x médio 1. incomp. com Eureka, compatível com Lisboa e Vilafranca 2. conforme BENDER (1987), DAVIES & ALBRIGO (1994) adaptado 3. só para limões verdadeiros 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O limoeiro ‘Cravo’, por sua grande capacidade de adaptação, é o porta-enxerto mais utilizado na citricultura paulista, apesar de apresentar alguns inconvenientes relatados neste boletim, notadamente a sensibilidade ao Declínio e qualidade dos frutos apenas razoável. 35 Outros porta-enxertos, tais como as tangerineiras Cleópatra e Sunki e o citrumeleiro Swingle, deveriam ser empregados em substituição ao limoeiro Cravo na renovação de pomares por suas boas características agronômicas, inclusive de indução de melhor qualidade aos frutos em relação às obtidas com limão Cravo. É evidente que para empregar estes porta-enxertos, devem ser consideradas, com atenção, suas particularidades com relação à: a) clima, principalmente a ocorrência de estiagens muito prolongadas; b) solos, notadamente, a textura e potencial de inóculos de Phytophthora (este último com grande importância para tangerineira Sunki). Boa parte dos relatos de insatisfação do uso destes porta-enxertos podem ser atribuídos à desatenção com relação aos referidos detalhes. As reconhecidas vantagens de se diversificar portaenxertos em uma região ou mesmo propriedade, levam a indicar, além do uso dos citados, outros porta-enxertos que, em condições especiais, podem ser superiores ao Cravo. Como exemplos, a laranjeira azeda para limoeiros, o Trifoliata para Tahiti e os tangeleiros para áreas de má drenagem. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ALBRIGO, G. Influências ambientais no desenvolvimento dos frutos cítricos, In: DONADIO, L.C. 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