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INTER EX Julho/2013
EXPEDIENTE
ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS MSC
Estr. Armando Barbosa de Almeida 1500
Residencial Rancho Grande
Cx Postal 116 - Cep: 07600-000
Mairiporã-SP
Tel: 0xx11-4604-3787
Diretoria e Inter-Ex: [email protected]
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente:
João Baptista Gomes ........ (l1)4604-3787
Vice-Presidente:
Waldemar Checchinato .... (11)4591-1192
Secretário:
Walter Figueiredo de Souza..(31)3641-1172
Tesoureiro:
Paulo Barbosa Mendonça..(l9)3542-3286
Diretor Espiritual:
Pe. Manoel F. dos Santos Jr .(11)3228-9988
CONSELHO FISCAL - TITULAR
José Carlos Ferreira...........(l9)3541-0744
José Barbosa Ribeiro.........(35)3465-4761
CONSELHO FISCAL - SUPLENTE
Carlos Savietto ..................(l9)3671-2417
Affonso Celso Meireles ....(l1)3384-7582
REGIONAIS
Ibicaré
André Mardula ...................(49)3522-0840
São Paulo
Marcos de Souza................(11)3228-5967
Campinas
Jercy Maccari.......................(19)3871-4906
Curitiba
Marco Rossoni Filho ........ (41)3253-7135
Pirassununga
Renato Pavão .....................(19)356l-605l
Bauru
Gino Crês...........................(14)3203-3577
Itapetininga
Sílvio Munhoz Pires ...........(15)3272-2145
S. José dos Campos
Natanael Ribeiro de Campos..(l2)3931-4589
Itajubá
José Benedito Filho............(35)3623-4878
COORDENADORIAS
Boletim Informativo Inter-Ex
João Costa Pinto.........Res. (11)2341-2759
Cel.(11)96493-4520
William Marinho de Faria. (11)5078-8239
Cel.99638-2229
DIAGRAMAÇÃO
Marcelo Silva Calixto........(11)3476-9601
CARAVANA
Moacyr Peinado Martin.......(11)2421-4460
ATOS RELIGIOSOS
Daniel R Billerbeck Nery.....(11)2976-5240
Lásaro A P dos Santos..........(11)3228-9988
2
Editorial
S
urpreso e honrado com o convite do meu amigo Gomes,
para escrever o editorial de nosso
sempre tão aguardado boletim, é
sempre bom admirar o desfile de
bons articulistas que perpassam
suas páginas, um retrovisor mágico que nos reconduz àquela quadra turbulenta e feliz de nossa vida.
Digo feliz porque, malgrado as limitações e falhas humanas e institucionais de nossa formação, ela
nos deu também a virtude da resiliência, essa capacidade crítica de
discernir e contextualizar situações,
superando eventuais frustrações que poderíamos carregar pela
vida afora. Sempre reconheci a importância providencial que todos
os colegas tiveram em nossa caminhada, mesmo aqueles que, por
um motivo ou outro, não chegaram até o final de sua trajetória vocacional. Na década de 40/50, pra citar apenas a época de meus
primeiros anos de seminário, como foi benéfica a convivência, por
exemplo, com colegas generosos como um Eugênio Sarmento, um
talento polivalente como o Edgard Parada, o Berge, o Edir Borges,
o Antonelli e tantos outros!
E eu que, mais tarde, retornei a esta casa de Pirassununga, tornei
a sair e tornei a voltar, passando nesta terra cerca de 40 anos descontínuos, por vezes, à noite, no silêncio desses mesmos corredores, chego a conversar com as paredes e os fantasmas que ainda
povoam esse saudoso espaço. Interessante também é ler e apreciar essa plêiade de bons escritores que frequentam as páginas do
INTER-EX, uns de estilo clássico, outros modernos, uns saudosistas, outros mais críticos, alguns conservando ainda a fé ingênua
daqueles tempos, outros mais secularizados, uns que acreditam e
têm vivência da fé, em contraponto a outros que confessam mentalidade agnóstica, mas sem deixar de exprimir gratidão e saudade.
O importante é que todos podem se manifestar livremente, fazendo
por merecer o respeito de todos nós.
Caros colegas, não fora a exiguidade desse espaço, gostaria de
me alongar em lembranças e relembranças, mas vou ficando por
aqui. Deixando a todos o meu abraço, aqui esperamos vocês para
o nosso próximo re-encontro em fins de agosto. Até lá!
Padre Humberto, MSC
REDATORES DESTA EDIÇÃO
Pe. Humberto Capobianco, MSC, Diretor do Colégio John Kennedy,
O Sombra, Antonio Henriques, Raimundo José Santana,
Cláudio Carlos de Oliveira, Antonio Valmor Junckes, Walter Figueiredo
de Souza, Alberto José Antonelli, Lupo da Gubbio,
Vilmar Daleffe e João Costa Pinto
CONTEÚDO DO BOLETIM
O Redator é o responsável pelo conteúdo de sua matéria, pelo formato
redacional e por eventual opinião manifestada.
DESIGNER GRÁFICO Marcelo Silva Calixto (11)3476-9601
INTER EX Julho/20133
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
Ficam convocados todos os membros da
Associação dos Ex-Alunos MSC-ASEA, nos
termos do item III do artigo 11 do Estatuto
vigente, a se reunirem em
ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA,
a se realizar no dia 31 de agosto de 2013,
na Escola Apostólica de Pirassununga, à Avenida Padre Antônio Vann Ess, nº 778 (Salão
Nobre), Pirassununga-SP, a fim de elegerem
a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal
para o triênio 2014 a 2016.
João Baptista Gomes
Presidente
Presidência da Associação
Comunicado
Lista dos Ex-Alunos mais votados para a Presidência da Associação, em ordem alfabética,
nos termos do Art. 26 e respectivo parágrafo único do Estatuto Social.
• José Barbosa Ribeiro, de Monte Sião-MG
• João Costa Pinto, de São Paulo-SP
• José Carlos Ferreira, de Araras-SP
• Walter Figueiredo de Souza, de Santa Luzia-MG
• William Marinho de Faria, de São Paulo-SP
João Baptista Gomes
Presidente
Alguns dos Ex-Alunos presentes ao Encontro de Ibicaré-2013
Da esquerda para a direita
Agachados (8): **, Ivar Gazoni, Celso Carlos Noriler, Hélio Ampolini, Dilson Bottega, André Mardula,
Antônio Valmor Junkes, Luiz Zagonel, Rozalimbo Augusto Paese.
De pé (8): Odilon Luiz Ascoli, Daniel Canale, Helias Dezen, Irinor Pedrinho Parise, **, Erci Frigo, Domingos Luiz Meneguzzi,
Sergio Luiz Dall´Acqua, Edson Niehues, Jerci Maccari.
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INTER EX Julho/2013
Lista de aniversário
Caro aniversariante, Ex-Aluno ou Religioso, desejamos a você e aos seus familiares, ou confrades, felicidade, saúde e muitas bênçãos divinas, distribuídas
pela Senhora Tesoureira do Coração Sagrado de Jesus.
Solicitação - O Colega Ex-aluno que souber do telefone do aniversariante, cujo número está incompleto ou com o endereço eletrônico, queira, por especial gentileza, informar o número atual à
Redação do Boletim, pelo email: [email protected], ou pelo telefone (11) 2341-2759, o
que antecipadamente agradecemos.
A Redação
JULHO
00/07 – Benedito Coldibelli [email protected]
02/07 – Mário Walter Decarli
(11) 4654-1351
02/07 – Orlando Os
(35) 3622-4596
03/07 – Luiz Carlos da Costa [email protected]
03/07 – Daniel Canale
(49) 3256-0157
09/07 – Norival José de Oliveira Paiva ( ) -------------10/07 – Osvaldo Muller
(19) 3869-1474
11/07 – Gino Crês
(14) 3203-3577
11/07 – Mário Lobo
( ) -------------15/07 – Alfredo Martins Aquino
( ) -------------16/07 – Rogério Alberico Garbossa
(41) 3049-2728
20/07 – Adeval Romano
(17) 3464-4425
22/07 – Gerard J. Gustav Bannwart
(15) 3646-9499
26/07 – Alberto Maria da Silva
(13) 3227-5096
26/07 – Luiz Gonzaga Rolim
(11) ?619-7613
27/07 – José Maria Aguiar Santana
( ) -------------27/07 – Leonel José Gomes de Souza (15) 3152-6890
28/07 – Marcos Lelis Pinto
(35) 3622-5809
30/07 – Paulo Figueiredo
(31) 3577-0225
AGOSTO
03/08 – José Gaspar da Silva
(35) 3622-2591
06/08 – Luiz Carlos Flach
( ) -------------07/08 – Edson Niheuis
(41) 3032-2450
07/08 – Afonso Peres da A. Nogueira (12) 3152-5848
07/08 – Valentim Hoinatz de Andrade (41) 3349-7440
09/08 – Antonio Henriques
(11) 5184-0160
10/08 – Luiz Carlos Barbosa
(35) 3645-1151
12/08 – Alberto J. Antonelli
(13) 3227-8597
13/08 – Benedito Coldibelli
(19) 3223-0908
15/08 – Benedito Ângelo Ribeiro
(11) 3936-8620
15/08 – José Raimundo Soares
(12) ?281-1803
18/08 – Vanderlei de Marque
(11) 4127-4220
19/08 – Luiz Gonzaga de Almeida
(31) 3571-1643
26/08 – Walter Figueiredo de Souza
(31) 3641-1172
26/08 – Manoel Evaristo da Costa
(35) ?621-1310
00/08 – Antoninho Hahn
[email protected]
SETEMBRO
01/09 – Marcos Mendes Ribeiro
(41) ?281-3321
03/09 – Luiz Carlos da Costa [email protected]
04/09 – Douglas Dias Ferreira
(19) ?571-1118
07/09 – Ângelo Garbossa Neto
(41) 3206-8045
07/09 – Antonio Valmor Junkes
(41) 3015-7787
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07/09 – Edo Galdino Kirten
07/09 – Marco Rossoni Filho
07/09 – Edson Niheuis
09/09 – Manoel Pereira da Costa
09/09 – Vitor Fernandes Lima
11/09 – José Benedito Filho
13/09 – Luiz Henrique da Costa
13/09 – Geraldo Augusto Alkmim
15/09 – Carlos Magno Antunes Pereira
15/09 – Bernardo Levandowski
18/09 – José Manoel Lopes Filho
18/09 – José Fábio Correa
18/09 – Odalésio G. Scopel
18/09 – Rui Pelissani Jr.
20/09 – Rosalimbo Augusto Paese
23/09 – Marcio Antonio Nunes
23/09 – Mário Ferrarezi
25/09 – Dani Donizette Ferreira
23/09 – José Camilo da Silva
28/09 – Marcos de Souza
30/09 – Geraldo José de Paiva
(41) 3015-7885
(41) 3253-7135
(41) 3022-2450
( ) -------------(21) 9693-5943
(35) 3623-4878
( ) -------------(35) 3622-3274
(15) -2321585
(41) 3222-2133
(14) 3223-3399
(35) 3623-4819
(41) 3292-9814
(41) 3205-4965
(19) 3255-6622
(35) -281-1477
(19) 3561-5443
( ) -------------(19) 3828-1221
(11) 3313-4551
(11) 3735-3014
OUTUBRO
02/10 – Licínio Poersch
03/10 – Laércio Griz
04/10 – Luiz Carneloz
05/10 – Benedito Antunes Pereira
06/10 – José Benedito Ribeiro
09/10 – Cônego Carlos Menegazzi
09/10 – Edson Marques de Oliveira
12/10 – Pedro Tramontina
12/10 – João Batista M Cirineu
13/10 – Afonso Bertasi
14/10 – Alderico José Rosim
16/10 – Sérgio Luiz Dall´Acqua
17/10 – Tiago da Fonseca
17/10 – Geraldo Luiz Sigrist
20/10 – Benedito Ignácio
20/10 – Nilo Jorge F da Cruz
25/10 – Jones Fábio de Lima
28/10 – Waldemar Chechinatto
29/10 – Agostinho Rafael Rodrigues
30/10 – José Tadeu Correa
00/10 – Claudio Picolli
(45) 2101-6462
(91) 3079-4591
(11) 6940-3758
(11) 4655-4215
(19) 8281-8168
(19) 3256-3651
(15) 3271-1022
(11) 4232-5962
(15) -2712347
(19) 3524-0494
(19) 3582-1021
(47) 3435-5708
( ) -------------(19) 3255-1732
(11) 5531-0031
(21) -2717242
( ) -------------(11) 4591-1192
(21) 3468-5567
(35) 3623-4767
( ) --------------
INTER EX Julho/20133
Palavra do Leitor
Senhores jornalistas,
não imaginam o quanto, aqui em casa,
gostamos de ler a revista Inter-Ex. Tem
muita coisa séria, escritores muito inteligentes e, como sempre fomos muito ligados
aos missionários, acompanhamos com grande interesse as notícias sobre eles. Achamos bem interessantes os comentários do senhor Sombra e
até rimos muito. Que Nossa Senhora do Sagrado
Coração derrame sobre todos os senhores as melhores graças de saúde e prosperidade.
(a) Sérgio R. Costa e Silva Neto
Nota da Redação: Esta carta muito simpática
veio do senhor Sérgio, de Araraquara-SP, Ele e
sua família, como ele diz, sempre foram ligados
aos missionários.
É sempre com muita satisfação que leio
do começo ao fim este Boletim Informativo. O presidente me pede insistentemente para que eu escreva alguma coisa do meu tempo de seminarista. Mas, além de
péssima memória, nunca fui bom redator. Que o
diga o padre Adão Bombach, nosso professor de
Português. Para não ser desatencioso com o presidente, vou contar uma piadinha:
Uma senhora encontra o vigário.
- Estou desesperada, padre! Não sei o que fazer!
- Mas por que está assim tão aflita?
- Deram-me de presente um papagaio, mas
que fala demais.
- Mas isso é muito bonito, eu também tenho
um. E como diz coisas belíssimas!
- Mas é exatamente este o problema: toda vez
que eu passo por ele, me diz: morra velha feia!
- Mas isso é tremendo!
- Estou desesperada, não sei como fazê-lo calar.
- Espere, vou emprestar o meu papagaio que é
bom e educado. Verá que em uma semana mudará o modo de ser do seu papagaio.
Depois de uma semana a mulher volta desolada
dizendo que o problema continua sem solução.
- Mas, como? Respondeu o padre. O que diz o
meu papagaio quando o seu diz morra velha feia!
- ESCUTA-ME, SENHOR...
(a) Amaro de Jesus
Quero manifestar minha gratidão aos
convocadores do Encontro Ibicaré/2013.
Quero agradecer a visível insistência e
santa teimosia do Dall’Acqua, Pivetta e
Mardula. Se alguém se virou em mais de 30 para
tudo prover, foi o Pivetta, entre outros. Esse entusiasmo oferece garantias de que a organização
ainda terá bons e belos dias, para o futuro. Foi
muito bom quando parecia que sem o tradicional “café com leite” poderia ser um esvaziamento.
Nada disso aconteceu.
(a)Valdir Luiz Pagnoncelli
[email protected]
NR: A expressão “café com leite” refere-se aos
paulistas e mineiros que não compareceram.
Obrigado Valdir, em nome da diretoria
da Regional Sul, onde quero agradecer de modo especial como você mesmo já colocou, ao esforço e à dedicação
monumental do colega Pivetta, além, é claro, da
persistência e empenho do colega Dall’Acqua, um
guerreiro na procura de novos companheiros e incentivos aos costumeiros participantes. Mas, acima de tudo, o que dá o verdadeiro brilho aos nossos encontros é a participação efetiva dos colegas
que não medem esforços para comparecerem ao
encontro. Grande abraço a todos
(a) André Mardula
[email protected]
Pegando carona nas palavras do Valdir
e do Mardula, parabéns aos organizadores, Dall’Acqua, Piveta, Mardula e todo o
pessoal de apoio. Só temos a agradecer
o sempre prestimoso e desprendido atendimento.
Tudo, como sempre, esteve no superlativo, não
esquecendo a ótima cobertura fotográfica do Moacir Dacorégio. Ao Ampolini, sinceros pêsames pelo
passamento de seu irmão. Grande abraço a todos
e até 2015.
(a) Edo Kirsten
[email protected]
Amigos. As fotos (99) que tirei durante o último
encontro em Ibicaré estão à disposição, no endereço http://dacoregio615740280.album.uol.com.
br/ibicare2013. Se alguém desejar alguma com
maior resolução basta me enviar um e-mail detalhando qual ou quais deseja, que enviarei diretamente. Cada foto em resolução original tem,
aproximadamente, 4MB.
(a) Moacir C. Dacoregio
http://dacoregio615740280.album.uol.com.br/ibicare2013 Endereço correto-JCP
Em complemento a um resumo, publicado no Inter-Ex no. 108 - junho de 2008, da vida de Martin
Adolf Bormann, um ex-padre, MSC, afilhado de Hitler, venho informar, com base em notícia divulgada na Internet, seu falecimento no dia 11 de março
último, beirando os oitenta e três anos de idade.
Li não sei onde que o ex-padre Bormann deixou
uma autobiografia. Gostaria de lê-la, pois deve
trazer depoimentos fantásticos sobre esse período tão conturbado da História da Humanidade
(que foi a época nazista na Alemanha e a Segunda Guerra Mundial). Mas, por enquanto, não consegui achá-la. De qualquer modo, estou sempre
atento; se descobrir algum dado interessante,
volto ao assunto.
(a) Raimundo José Santana
[email protected]
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INTER EX Julho/2013
O Sombra
O Sombra
Vitória! Acabei de vencer a batalha contra os latinistas que insistiam em não dar a tradução de
suas citações. Viu como valeu a pena pôr a boca
no trombone? Agora todos entraram na linha!
Viva o Sombra!
‰Quem foi que disse que da fala do Sombra
nada se poderia aproveitar? Até o Monelo Biondo, um dos persistentes citadores do Latim, vem
dar uma mãozinha dizendo, arrependido, que
“não dar a tradução é falta de cortesia”. Obrigado Biondo. Depois dessa, quero minha medalha
de Honra ao Mérito.
‰Aliás, não precisava de tanta eloquência para
defender o estudo do Latim. O que você queria
mesmo, era dar uma cacetada no Sombra. Deu
e está satisfeito. Gosto de ver as pessoas felizes.
‰Nunca aprendi Latim, mas um amigo me disse
que é muito fácil e parecido com o Português.
Quer ver, disse-me ele: leia isto, “Maria, tu comes
caracóis?”. Li, mas não entendi onde ele queria
chegar. Disse-me, então, que isso era Latim e não
Português. Leia agora, disse ele: “Maria, tu comes
cara, quo is?” Li sem entender onde queria chegar, quando ele traduziu: “Maria, tu, companheira
querida, aonde vais?” E tem mais, disse ele: “Mater tua mala burra est”. Aí, já era demais! Tratei
logo de cortar o papo, porque esse negócio de pôr
a família no meio sempre acaba mal.
‰Olha, Antonio Henriques, sua aula sobre “ad
personam” e “éthos” é areia demais para meu caminhãozinho. Você transpira cultura por todos os
poros e, quem sou eu, coitado, para acompanhar
suas lições?
tim anterior. Obrigado, Arlindo, você veio mostrar
que o Sombra não é nenhum mentiroso, como andam dizendo essas línguas de trapo por aí. Mais
respeito não custa nada!
‰O Antonelli é um verdadeiro arquivo vivo de
tudo que diz respeito à Congregação. O homem
sabe de tudo. Será que ele também sabe quem é o
Sombra? Estou ouvindo discussões por todo lado,
uns, fãs fanáticos, querendo conhecê-lo e outros
para lascar na cara dele: “vá para o inferno!”.
‰Infelizmente não pude ir ao encontro de Ibicaré, mas meus informantes estão sempre a postos
seja lá, em Itajubá ou Pirassununga.
‰Soube de muitas coisas. Por exemplo, que compareceram cinquenta; que a festa foi maravilhosa;
que não faltaram aquelas tradicionais leitoas a pururuca, coisa de escorrer saliva só de olhar e que a
mulherada fez muito sucesso. Também soube que
a caravana de São Paulo perdeu o rumo e foi parar
em Itajubá, só que ninguém os viu por lá.
‰Infelizmente, a por todos aguardada palestra do
ilustre parapsicólogo Pedro Grisa não aconteceu,
porque ele não pode comparecer por motivo
de força maior. O horário foi preenchido pelo Arlindo Giacomelli que, com certeza, foi discípulo do
padre Quevedo “isso non ecxiste”. Por hora e meia
falou, falou, falou. Se derem corda, ele não para
mais. Faltou só a sessão de hipnose ... que sono!
‰Eta, Raimundo, você é porreta mesmo! Gostei
‰Soube que quase lincharam o pobre Daleffe, sob
acusação de ser ele o Sombra, mas as suspeitas
não fi caram por aí. Apontaram o dedo também
para Paeze, Pagnoncelli (o dono da rádio), Garbossa, sempre quietinho no seu canto e para os sempre salientes Junkes, Frigo, Cachoeira e Niheus.
Insistem que deve ser alguém do sul, quando
pode perfeitamente ser um paulista e, mais provavelmente, um mineiro que tem fama de trabalhar em silêncio.
‰O Arlindo Giacomelli fala sobre o padre Antonio
‰O Sombra é apenas num parceiro que quer somar e não dividir e, por mais que receba alfi netadas, está sempre atento a qualquer fuxico dessa
gente maldizente. Até mais.
do seu relato sobre seus primeiros heróis. Uma
coisa, porém, me intrigou. Você fala do padre
Santo Marini, um “pop star” impar e um tanto exibicionista. Nunca ouvi falar desse padre e, para
surpresa, não o encontrei no livro “Face a Face”,
editado pela Congregação. Por que será?
van Es e o descreve como um grande fumante, o
que vem confirmar o que eu já havia dito no Bole-
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INTER EX Julho/20133
O último e-mail
Walter Figueiredo de Souza (1951 - 1962)
C
ertamente não foi a última mensagem que
o autor do e-mail, a que me refiro, terá enviado a amigos e companheiros. Vou tratar aqui
apenas do último e-mail que recebi, há quase
um ano, de uma pessoa que Deus colocou em
nossa vida como amigo, conselheiro e, mais
do que isso, como verdadeiro irmão. Com sua
alegria de viver (sempre expressa no sorriso e
na gargalhada), com sua sabedoria, dedicação
e fé, ele nos conquistou “à primeira vista”, no
nosso primeiro encontro quando ainda exercia o
mandato de Provincial dos MSC. Despediu-se de
nós no início deste ano. O autor da mensagem
que aqui vou retransmitir (para quem ainda não
descobriu) nada mais é do que nosso querido
Pe. José Roberto Bertasi.
Nossa convivência, embora à distância, foi
marcada por coincidências e por certa afinidade, porquanto dele pude receber valiosos ensinamentos e com o qual tive oportunidade de
trocar opiniões sobre questões da vida religiosa. Coincidência não só por ele ter entrado
para a Congregação justamente na época em
que eu deixava o Escolasticado em Vila Formosa, mas também pelo fato de ele pessoalmente
ter acompanhado a agonia e o falecimento de
meu irmão, Pe. Luiz Figueiredo, do qual ele foi
discípulo. Além disso, Pe. Bertasi nos presenteou, a mim e minha família, com o privilégio
Cerimônia na Capela de São José do Barrocão
Foto do Walter Figueiredo de Souza e sua esposa
Maria Cecília, na capela de São José do
Barrocão, quando receberam do Pe. Tarcísio Pereira
Machado o cálice que pertenceu ao
Pe. Luiz Figueiredo Netto, MSC, falecido em abril de 1995
de receber das mãos de Padre Tarcísio, num Encontro da ASEA em Pirassununga/Barrocão, os
pertences pessoais e o cálice com o qual Pe.
Luiz Figueiredo havia celebrado durante quase
quarenta anos. Pe. Bertasi faleceu com a mesma idade de meu irmão.
A mensagem a que me refiro está viva até o
presente e, com ela, quero presentear aos leitores deste singelo texto.
A própria imagem do Pe. Bertasi está fielmente refletida na mensagem abaixo, “último
e-mail” que tive a honra de receber daquele
que, hoje, deve estar gozando da recompensa de Deus para aqueles que O representaram
neste mundo. Que ele interceda por todos nós.
“Páscoa...
É ser capaz de mudar,
É partilhar a vida na esperança,
É lutar para vencer toda sorte de sofrimento,
É ajudar mais gente a ser gente,
É viver em constante libertação,
É crer na vida que vence a morte,
É dizer sim ao amor e à vida,
É investir na fraternidade,
É lutar por um mundo melhor,
É vivenciar a solidariedade,
É renascimento, é re-começo,
É uma nova chance para melhorarmos as coisas que
ue
não gostamos em nós, para sermos mais felizes por
conhecermos a nós mesmos mais um pouquinho.
É vermos que hoje... somos melhores do que fomoss ontem.
Desejo a todos amigas e amigos uma Feliz Páscoa,
a,
cheia de paz, amor e muita saúde!
Pe. José Roberto Bertasi.”
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INTER EX Julho/2013
Vários Ex-Alunos presentes ao Encontro de Ibicaré-2013
1ª fila (9): Moacir Cristaldo Dacoregio, André Mardula, Celso Carlos Noriler, Alzemiro Basso,
Vilmar Daleffe, Alfredo Martins Aguiar, Luiz Boschetti, Ivo Manfé, Angelo Osmar Giombelli.
2ª fila (8): Ernesto Leinhardt da Costa, Irinor Pedrinho Parise, **, Valdir Luiz Pagnoncelli, Hélio Ampolini, **,
Luiz Zagonel, Valdecir Antoninho Dalpasquale.
3ª fila (5): Arlindo Giacomelli, Helias Dezen, Dilson Bottega, Adelar Ponsoni, **.
4ª fila (5): **, Sergio Luiz Dall´Acqua, **, José Luiz Zambiasi, Daniel Canale
Balanço do ano de 2012
Receita
EM CONTAS CORRENTES
EM APLICAÇÕES
CONTRIBUIÇÕES DOS EX- ALUNOS
SALDO ANTERIOR (2011)
469,38
13.309,28 13.778,66
16.223,88
RESULTADO ENCONTRO PIRASSUNUNGA
RENDIMENTOS DAS APLICAÇÕES
340,98
73,26 • 16.638,12 • 30.416,78
Despesas
TAXAS BANCÁRIAS
Pela manutenção da conta no Bradesco
Pela Cobrança dos Boletos
526,35
591,00
1.117,35
GRÁFICAS E DIAGRAMAÇÃO
Confecções dos Boletins
7.600,00
PAPELARIA
Aquisição de papeis, cartuchos, Envelopes etc
818,88
CORREIO
Expedição dos Inter- Ex
2.871,99
DOAÇÃO
Ultima parcela do forro do Sitio
600,00
CONTADOR
Honorários do /Contador- I.R.P.J.
300,00
EMPRÉSTIMO
Pago o empréstimo do transporte a Treze Tílias
7.052,50
RESTOS A PAGAR
Boletim de novembro/2011 pago em 2012
5.102,95
SALDO PARA ANO DE 2013
CONTAS CORRENTES
APLICAÇÕES 4.852,11
4.953,11
Araras 28 de Janeiro de 2013
Paulo Mendonça Barbosa - Tesoureiro
8
101,00
30.416,78
Encontro de Ibicaré - 2013
Ex-Alunos que estiveram presentes
Adelar Cosmann, Adelar Ponsoni, Alfredo
Martins Aguiar, Alzemiro Basso, Antonio
Valmor Junckes, Ademar Pivetta, André
Mardula, Ângelo Osmar Giombelli, Ari
Scapini, Atílio Lorenzon, Claudio A Magnabosco, Arlindo Giacomelli, Celso Carlos
Noriler, Dalmo Gazzoni, Daniel Canale,
Domício Zubeldia, Edo Galdino Kirsten,
Ernesto Leinhardt da Costa, Dilson Bottega, Dominmgos Luiz Meneguzzi, Edson
Niehues, Erci Frigo, Ernesto Schaffrath,
Helias Dezen, Irinor Pedrinho Parise,
Hélio Ampolini, Ivar Gazzoni,Ivo Manfé,
Jerci Maccari, José Carlos Ferreira, José
Luiz Zambiasi, Junes Giachin, Luiz Boschetti, Luiz Carlos Cachoeira, Luiz Pelisson, Moacir Cristaldo Dacoregio, Licínio
Poersch, Luiz Zagonel, Maurício Antonio
Galvan, Nadir Antonio Sagin, Nivaldo
Bordignon, Roberto Penteado, Odilon Luiz
Áscoli, Rosalimbo Augusto Paese, Sérgio
José Sfredo, Valdecir Antoninho Dalpasquale, Valdir Luiz Pagnoncelli, Vlademir
Gazzoni, Sérgio Luiz Dal’Acqua, Valdir
Rebelatto, Vilmar Daleffe.
Obs: Resumo dos três últimos Encontros
em Ibicaré.
Em 2009, tivemos 66 ex-alunos, sendo que
34 haviam estudado em Ibicaré.
Em 2011, tivemos 65 ex-alunos, sendo que
40 haviam estudado em Ibicaré.
Em 2013, tivemos 50 ex-alunos, sendo que
48 haviam estudado em Ibicaré. Portanto
o número de ex-alunos de Ibicaré vem aumentando a cada Encontro e, com a colaboração de todos, vamos aumentar ainda
mais em 2015.
INTER EX Julho/20133
O primeiro superior
Alberto José Antonelli (1944/1956)
F
alávamos do atribulado início da Congregação no Brasil. Tanto os padres aqui residentes, como aqueles da Província-Mãe na Holanda,
ansiavam por uma solução dos problemas causados pela distância de um país tão longínquo.
Numa segunda visita do Provincial ao Brasil, no
ano de 1925, foi feita uma pesquisa entre todos
os confrades. Rogava-se que ninguém deixasse
de responder: “Você aprova a criação de uma
Província Brasileira? No caso de uma separação
das províncias, você desejaria voltar à Holanda
ou permanecer no Brasil?” Grande expectativa,
mas com resultado previsível, haja vista o bom
espírito MSC que desde sempre predominou. A
maioria esmagadora dos votos foi pela criação
da nova província. Poucos falaram em continuar
na antiga. E também estes não queriam voltar
à Holanda: iriam para o Estado do Rio de Janeiro, onde os MSC holandeses estavam começando um novo trabalho. Então, mãos à obra.
A primeira providência agora seria formar MSC
brasileiros. O que requeria esforços gigantescos, quase impossíveis naqueles tempos de recessão econômica: a construção e manutenção
de dois seminários, menor e maior, um noviciado, e o mais difícil: a formação dos respectivos
corpos docentes. Primeira pergunta: aonde?
Levantamentos, viagens, barganhas, comprou-se logo um vasto espaço em Pirassununga no
Bairro da Raia. Situado fora da cidade, perto do
Pe. Antônio van Es
7
1
Leyten - van Es - Degenhart - Hensen
Os fundadores - Pirassununga, 1932
Matadouro, não passava de um pasto abandonado, coberto de arbustos crescidos e blocos
de cupins, terreno que se estendia em declive
suave quase até o Ribeirão do Ouro.
Bom começo! Com o lugar garantido, veio
a tarefa delicada: ajuntar o dinheiro suficiente para adquirir material de construção e pagar
empregados. Seria desagradável começar uma
obra e parar no meio. Época de penúria: passaram-se longos cinco anos nesta empreitada.
Em 1930, o Conselho Provincial (na Holanda)
resolveu que já era hora. Para supervisionar a
4
2
1 – Escola normal de Pirassununga
2 – Matriz
3 - Jardim antigo devastado pelos Lacerdinhas...
4 - Hotel municipal
5 – Caixa Econômica
6 – Casa Rosada – Residências das irmãs
Boller – grandes beneméritas do Seminário
7 – Casa Paroquial
5
3
6
9
INTER EX Julho/2013
Av. Padre Antônio Vann Ess
que une a cidade de Pirassununga
à Rodovia SP 330
construção, estavam disponíveis diversos padres experimentados, construtores de igrejas,
salões e casas paroquiais. Paradoxalmente, escolheram um padre jovem, 32 anos, chegado
ao Brasil cinco anos antes: Pe. Antonio van Es,
meu primeiro Superior. Talvez por isto, criança
pré-adolescente, ele guardou sempre para mim
uma aura de algo onipotente, extraterrestre. Os
demais, e muitos! Superiores que tive, bem...
já nem tanto! Receoso mas obediente, este
padre transferiu-se para Pirassununga, aonde
chegou em 22 de dezembro de 1930. Conforme
as ordens recebidas, alugou uma casa velha na
cidade, espaçosa, própria para receber diversos confrades. E começou a correria. A planta
do seminário fora concluída um pouco antes.
Passara por diversas consultas e modificações.
Seguindo orientações precisas dos mais entendidos, o irmão Cornélio Leyten desenhou o prédio que conhecemos. Traços clássicos, práticos,
simples, bonitos. Um arquiteto civil revisou e
assinou em baixo, cumprindo assim as exigências legais.
A escolha do Pe. Antonio para supervisor fora
acertada No prazo de um ano e alguns meses,
o prédio estava pronto para funcionar. Já no dia
2 de fevereiro de 1932, o nosso sempre presente colega Cônego Carlos Menegazzi, então
com onze anos (hoje ele tem noventa e dois),
entrava no colégio para iniciar o primeiro ano
(chamavam “classe da Sexta”). Com ele entraram mais sete alunos da mesma idade. Catorze
anos mais tarde, o sonho se realizava: era ordenado o primeiro padre MSC brasileiro: Plínio
Pereira Negrão, no ano de 1946. Eu estava na
Quarta. Lembro bem da grande comemoração
que os professores fizeram. O nosso amigo Carlos Menegazzi, contra a vontade, saíra no Noviciado. E finalmente, no ano seguinte, após 36
anos da chegada dos primeiros padres vindos
da Holanda, era instituída a Província Brasileira.
Pe. Antonio van Es foi o Superior da casa durante os dois primeiros anos de minha estadia,
1944 e 1945. Estava então no auge da vida,
com 46 anos. Embora fosse severo, exigente,
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eu o estimava, confiava nele. Seguindo o costume da casa, algumas poucas vezes escrevi um
bilhete, entregando-o ao Irmão Francisco sentado por horas a fio na sua cátedra: “quero falar
com o Superior”. Quando me chamavam, caminhava nervoso até o quarto no final do corredor.
Pe. Antonio me recebia sorrindo, conversava
sem pressa, resolvia problemas, entendia as dificuldades de quem tem onze anos. Meus pais
e irmãos vinham ao colégio uma vez por mês
para a visita. O Superior aparecia para cumprimentá-los, contava histórias, cuidava que
almoçassem e depois fossem comer frutas na
chácara. Era amado por todos na família. Tendo chegado ao Brasil duas décadas antes, como
parte da sua aculturação, fora nomeado para
diversas paróquias de Minas e S. Paulo (Pirajuí,
Havaí, Piranguçu, Itajubá). Em Pirassununga
ficou mais tempo: dezesseis anos. Quando eu
cursava o terceiro ano, soubemos que chegaria um novo Superior, Pe. Adriano Seelen. Pe.
Antonio então mudou-se para Itapetininga. Trabalhou posteriormente em Ibicaré. Faleceu por
problemas cardíacos, com 64 anos, em 1962.
Sim, ele fumava muito, e estava ciente das teorias a respeito...
Passados uns anos, quando as máquinas da
Prefeitura de Pirassununga trabalhavam na ligação asfáltica da cidade com a Via Anhanguera
recém-construída, um vereador fez um discurso
na Câmara Municipal lembrando e enaltecendo a
figura do antigo diretor do Seminário. A seu pedido, e com aprovação unânime, os Vereadores
deram o nome do padre ao principal trecho que
une a cidade à Rodovia SP 330. É uma das mais
importantes artérias municipais, duas pistas,
quatro quilômetros, arborizada nos dois lados,
canteiro central com flores. Naquele longínquo
dia de Finados, quando descíamos cantando por
esta mesma rua empoeirada, ninguém sonharia com o que aí aconteceria alguns anos mais
tarde. Mas as placas em cada esquina, com o
nome “Avenida Padre Antônio Vann Ess” (sic)
não deixam dúvida. Lá estarão “in perpetuam
rei memoriam”. - Finis.
INTER EX Julho/20133
Ricordo
Lupo da Gubbio
A
o receber o Inter-Ex (março 2013) minha
euforia logo foi toldada e tolhida quando deparei-me com o Comunicado do Pe. Provincial,
que nos punha a par do falecimento do Pe. José
Roberto Bertazzi. Confesso que fiquei pasmo,
gelado e confuso. O Bertazzinho, um dos meus
antigos e saudosos alunos dos idos de 1964, no
tempo em que ainda era professor na Escola
Apostólica de Pirassununga. “Aquele menino”...,
pensei logo. Para mim ele sempre foi “aquele
menino” com todas as características de menino, com seus defeitos e qualidades, com aquele
seu modo de ser todo especial. Tivemos sempre
um bom relacionamento “professor e aluno”, e
posteriormente (pelo menos em espírito) como
confrades, mesmo já tendo eu deixado a família
MSC. Muitos laços podem ter-se rompido, mas
os laços do amor nunca se rompem desde que
sempre tenha existido amor verdadeiro. Se, por
acaso o amor se rompe, é sinal de que nunca
existiu amor, antes, a máscara do amor.
De longe segui os passos desse “menino”.
Com muitos outros, infelizmente, perdi o contato. Sempre soube que ele foi um exemplo de
religioso e sacerdote. E como Superior Provincial, nec plus ultra, isto é, nunca ultrapassado,
“um modelo acabado e perfeito do fiel e constante lutador” (Hino da Academia Pio XI, de Pirassununga).
Dentro de mim mesmo, chorei. Chorei de dor
e chorei também de alegria. De dor por termos
nos separado nesta dimensão física; de alegria
por saber que ele alcançou a finalidade precípua
de nossa existência, a volta para o Pai. Como
bem disse Goethe, “A água cai do céu em forma
de chuva, depois voltando ao céu em forma de
vapor, a fim de novamente cair e voltar”. Mas
toda vez que ela volta, ela provoca um ressurgimento, uma renovação e a terra se aperfeiçoa
e se beneficia.
Não consigo imaginar o quanto este meu “menino” sofreu nas mãos da doença. Mas consigo
imaginar, sim, o como ele superou o sofrimento
com aquele seu espírito forte, inquebrantável,
invejável. Alegre, até.
Naquele momento veio-me à memória o Moteto (canto religioso, hino) composto por Haendel, intitulado Ecce quomodo moritur Justus
(Eis como o Justo morre). A paz e a sublimidade
dessa música barroca fez aquilo que o mesmo
apóstolo Paulo disse: “Fui arrebatado até ao sétimo céu”. Também, e especialmente, lembrei-me de como Il Poverello morreu. Apesar de
sua debilidade física, ele sentou-se sozinho sobre aquela enxerga na qual jazia agonizante, e
abrindo os braços saudou a Irmã Morte beijando-a carinhosamente.
Foi assim, “meu menino Bertazzinho”, que o
vi partir deste mundo. Tal qual o seu digno Guru
a quem você seguiu e perseguiu sempre como
ideal de vida, e mui perto do qual conseguiu chegar. A Fraternidade Cristã C a maior de todas as
Fraternidades C fala-nos das três Igrejas, sendo
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INTER EX Julho/2013
na verdade uma só: a Militante, a Padecente e a
Triunfante (uma verdadeira Trindade dentro da
própria Trindade Santa). E quando cantamos a
Ladainha de Todos os Santos (como o fizemos
tantas vezes nas festas das Rogationes = Rogações, e nas diversas cerimônias religiosas e monacais), agora, ao chegarmos àquela suntuosa
súplica Omnes sancti et sanctae Dei, Intercedite
pro nobis = todos os santos e santas de Deus,
Intercedei por nós, vejo você, “meu menino”,
vejo-o ao lado de seu Guru, lá nas alturas da
Igreja Triunfante. Ambos vocês, sempre alegres
e festivos, ridentes. Lá do alto vocês dois tiram
“pelo” deste tinhoso Lupo da Gubbio que não
cessa de provocar o Sombra, exibindo a sua
dentaça desafiadora.
Meu “querido menino”, em união com todos
os seus confrades, colegas, amigos e familiares,
e com todos os Ex Alunos MSC, e mais especialmente com este seu antigo e obscuro ex-professor, terminamos a Ladainha de Todos os Santos
com um solene e súplice ORA PRO NOBIS.
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NOTA.
Lembramos a todos os leitores que este simples
esboço de um “retrato espiritual” do nosso querido e saudoso Pe. José Roberto Bertazzi C feito alla
prima (rapidamente) - foi baseado nas palavras
do atual Superior Provincial, Pe. Manoel Ferreira
dos Santos Jr, publicado neste último Boletim do
Inter-Ex, à página 20. Comentário singelo, conciso e perfeito, igualmente nec plus ultra.
Também foi baseado no artigo intitulado “Mal-Entendidos” da autoria do Monello Biondo, no
qual ele descreve a lenda do Lupo da Gubbio, o
inimigo fidagal e figadal do Sombra, mas que no
momento lhe estende a pata dianteira, pedindo
arrego.
Coincidentemente, após esta simples redação
ter sido finalizada, o novo Pontífice Romano é
eleito Papa, e assume o nome de FRANCISCUS.
Simples coincidência? O rebanho indefeso terá
que ser salvo. O Lobo Mal terá que ser redimido. A Paz deverá ser implantada. A Fraternidade
Universal deverá imperar reinando o Amor.
Lupo da Gubbio - Março de 2013.
INTER EX Julho/20133
40 anos depois - Capítulo X
Do alto daquela alta ponte
Antonio Valmor Junkes (58-64)
C
omo não disponho de muito tempo, consultei
meus alfarrábios e me deparei com um soneto, mais um texto a ele relativo, que escrevi com
muita emoção e cujo tema se refere ao último
encontro em Ibicaré. A título de colaboração para
o Inter-Ex, quero comparti-lo com aqueles que
tiveram a paciência e a bondade de lê-lo até o final. Ofereço-o a todos, e, de modo todo especial,
àqueles que naquele momento comigo estiveram
e, bem por isso, são parte integrante dos sentimento que nestes versos de rima pobre expus.
Naquele morro, farto de lembranças,
pendurado, silente e solitário,
se encontra ainda o velho seminário,
berço probo de muitas esperanças.
Não se ouve mais a grita de crianças,
todas se foram em porvir contrário
e permutaram o vestal sacrário
por outras sinas, em demais andanças.
Sinto-me lá, no tempo que se foi,
que me atormenta, martiriza e doi.
faz cismar e sofrer no recordar.
quão dolorido, aflora à minh’alma a incontrolável esquisitice de “ver” com os olhos na forma
material, mas de “enxergar”, todavia, com alma
de poeta. Assim, naquela manhã ensolarada daquele sábado, senti, primeiro, a alegria de ter
vivido aquele tempo para, daí, sofrer a malvada
angústia de nunca mais poder vivê-lo. Entanto,
lá em baixo, indiferentes às minhas mágoas, as
águas barrentas do Rio do Peixe, tomando de
assalto as águas claras do Rio São Bento, continuaram a rolar eternamente em ondas miúdas,
e me pareceram, naquela ditosa manhã, jorros
de lágrimas ainda não choradas, em refrulhos
de infância e de saudade.
É uma breve e falaz felicidade
vem diluída em mágoas de saudade,
de sonhos bons que nunca vão voltar.
Em 24/03/2013, arrastava-se penosamente
a madrugada naquele hotel de Dreizehn Linden
quando, insone, rabisquei estes versos, relembrando a visita obrigatória que fiz à ponte do
Rio do Peixe, no sábado pela manhã, na gostosa companhia de outros mais. O que digo nas
simples linhas desse soneto é um pouco do que
sinto todas as vezes em que me encontro no
alto daquela alta e fria ponte... Com olhos langorosos mirados naquela serra, no evolar-se em
voos rasantes sobre um passado tão presente
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INTER EX Julho/2013
O nosso Frei Tuck
Raimundo José Santana (54-61)
E
sse Frei Tuck do título surgiu em minha vida
e dela desapareceu mais ou menos como o
Rei de Salém no Gênesis: do nada. Quando lia
as aventuras de Robin Hood, lá pelos meus onze
anos, com a fértil imaginação de criança, tentava trazer para a minha realidade, para o meu
dia-a-dia, a figura de Frei Tuck, o padre amigo
de Robin. Em minha cabeça, ninguém a personificava melhor do que o Padre Alberto Brandts, meu primeiro professor de Matemática: um
latagão, misto de Glenn Ford e Orson Welles,
cara gorda e rubicunda, sobrancelhas espessas,
olhos enormes, rotundo como um tonel e forte
como um boi, voz empostada e grave, um verdadeiro rabecão, higiênico ao extremo, unhas
limpinhas e bem cuidadas, nenhuma caspa na
lustrosa batina preta, um ar bonachão e domingueiro. O canhenho de minhas recordações,
porém, não tem registros da origem e do fim
dessa figura simpática de “tiozão” sui-gêneris:
como ele apareceu no IPN e para onde foi depois de certo tempo.
Nunca tive muito contacto com ele. O primeiro encontro foi na minha primeira aula de Matemática. De cara, já fiquei atemorizado. O Pe.
Adriano van Iersel saíra da aula de Francês, esquecendo aberto, sobre a mesa, aquele Manual,
se não me engano, o “Passo a Passo”, de autoria
do Pe. Adão Bombach; lá estavam aqueles versos anônimos, verdadeiro “virelangue” (trava-língua) em Francês:
“On me donnera, je gage,
Autre chose à mon dîner,
Car Didon dîna, dit-on,
De dix dos dodus
De dix dodus dindons. »
(Traduzindo: Aposto que me darão outra coisa para meu jantar, pois dizem que (a rainha)
Dido comeu, no jantar, dez gordos filés de dez
perus gordos)
O Pe. Alberto chegou para a aula seguinte,
cumprimentou os alunos e, para quebrar o gelo,
começou a ler os tais versos, rindo alto do trava-língua. Como ninguém entendesse aquilo, passou a relê-los pausadamente. Na santa ingenuidade da roça, ouvi e interpretei sua leitura assim:
“Autre Chose, À Mon, Diner, Car, Didon, Dîna,
Dit-on, De Dix Dos, Dodus, De Dix Dodus, Dindons.
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Campinas - Padre Alberto Brandts
Muito besta, no fundo da sala, caí na esparrela de erguer o braço e lhe perguntar pálido e
mansinho:
- Reverendo, é a escalação da seleção francesa de futebol?
Ele, tremelicando as espessas sobrancelhas,
revirou aqueles olhos bugalhudos de cururu, alteou o peito para lhe expor melhor a magnificência doutoral e perguntou ao colega, ao lado, Paulo Lamoglia, dedo em riste em minha direção:
- Paulinho, de onde veio esta angélica criatura?
Pra quê? A partir daí, muito acanhado, travei,
murchei e emudeci em suas aulas para sempre. Decisão firme. Um prego. Eu o tinha como
um sábio e ele me considerava uma angélica e
silente criatura aplicada. Nem mais, nem menos! Nunca nos acamaradamos, também nunca
trocamos farpas... nem afabilidades: ele, lá no
estrado e na lousa sempre a jorrar sapiência e
eu, no fundo da sala, sempre acaramujado em
minha agressiva mudez. Mas a classe superou
aquelas dízimas periódicas, aquelas frações de-
INTER EX Julho/20133
cimais. Nós vencemos a Matemática. Medramos, amparados na sabedoria do mestre, com a
segurança, a rijeza de um guatambu do sertão.
Como já disse um certo Jacinto, não tivemos sarampo e não tivemos lombrigas. A Matemática
entrou por nós tão facilmente como o sol pelos
vitrais de uma catedral da Idade Média. O nosso
Frei Tuck conhecia bem o assunto e ensinava
bem, não havia o que discutir. O pouco que sei
dessa matéria devo a ele. Mas seus conhecimentos não se restringiam apenas à Matemática: se
vivesse no tempo de Voltaire, seria considerado,
sem dúvida, um doutor “de omne re scibile et
quibusdam aliis” (doutor em toda coisa sabível e
em outras mais que possam surgir por aí).
Certa feita, o Pe. Henrique Alofs compôs uma
missa para duas vozes (soprano e contralto) e
convidou o Pe. Alberto para ajudar os contraltos.
Aconteceu o inimaginável: Pe. Alberto, com partitura em clave de fá, cantando numa oitava abaixo,
não só soltou, com gosto, aquele vozeirão empostado de mastodonte (todos os registros abertos),
como abafou e pulverizou a melodia dos pobres
sopranos. Mas, naquele dia, nem os sopranos do
“Allá Scala” de Milão o sobrepujariam, tanta era
sua empolgação. Perdeu-se simplesmente a melodia, ouviu-se uma missa capenga em segunda
voz. Foi como se ouvir a 9ª. Sinfonia de Beethoven sem violino, só com contrabaixo. Não consigo
me lembrar da reação do Pe. Henrique.
Numa outra ocasião, tocávamos nossa vidinha normalmente quando ficamos sabendo que
Pe. Alberto sofrera um acidente de carro numa
estradinha apertada lá nas montanhas de Delfim Moreira. Formamos um grupinho de quatro ou cinco alunos e fomos à Santa Casa de
Itajubá visitá-lo: estava meio espandongado
na cama, com alguns esparadrapos no rosto e
com problemas mais sérios nos pés, mas estava de bom humor e fora de perigo. Contou-nos, quase rezando um “confiteor”, que fora o
culpado pelo acidente: ia ele com o magro e
enfezadinho Pe. Martinho Geers, num pequeno
“Jeep Willys-Overland”, em direção a uma fa-
zenda no Município de Delfim. Num determinado trecho, vendo um gado que pastava à sua
direita (lado do passageiro), chamou a atenção
do motorista (Pe.Martinho) para um boi preto e
branco à frente da manada; quis saber, já que
era leigo no assunto, se aquele espécime era
boi puro da raça holandesa. Fizera a pergunta
inocentemente até porque vinham conversando sobre sua terrinha natal, a Holanda. Padre
Martinho, atencioso, abaixou-se um pouco por
sobre o volante para ver o dito boi: distraiu-se
e, não vendo uma curva próxima, rolou com o
carro ladeira abaixo. A sorte, ria o Pe. Alberto
batendo a mão direita na barriga, foi que esta
grossa pança, aqui, serviu de amortecedor no
capotamento; daí não ter havido conseqüências
mais drásticas para nenhum de nós dois. Ainda
gracejando com o acontecido, acrescentou, solto e sorridente, naquela sua voz de rabecão:
- Potverdomen! Por causa de um boi, a vaca
quase foi pro brejo!
Que eu me lembre, foi sua última facécia com
os alunos. Foi a última vez que me encontrei
com a figura sábia desse tio pimpão: Pe. Alberto
Brandts. Esse acidente, de certa forma, apagou
aquelas antigas e pequenas rusgas das aulas de
Matemática, selando fraternal e definitivamente
a paz entre nós. Mas, com efeito, se bem recordo, foi como se tivéssemos pago o dízimo, como
Abraão, ao Rei de Salém, porque depois disso,
tal qual o Rei, ele também não mais foi visto
entre nós: simplesmente desapareceu do nosso
convívio. Desvaneceu-se-nos completamente,
a partir daí, no distante horizonte da memória,
a figura forte e rechonchuda desse Frei Tuck
com as nédias roscas de seu nédio pescoço e
sua voz retumbante. Remanescemos lá no IPN,
absortos, como os homens da Galiléia, a olhar
fixamente para as alturas. Nosso Frei Tuck se
foi; se não a deitar suas pérolas a porcos, saiu
certamente por aí, alhures, por outras florestas
de Sherwood, mundo afora, a combater o bom
combate. Nunca mais nos vimos.
A furiosa com Padres Alberto Brands, Graciano Von Westeinde e Henrique Alofs
15
INTER EX Julho/2013
Entrevista
Daleffe entrevsita
Zambiasi no Encontro
de Ibicaré - 2013
Vilmar Daleffe
JOSÉ LUIZ ZAMBIASI é um dos ex-padres
que se deram muito bem na vida laical e vive muito feliz há 41 anos com CRISTINA, sua esposa.
Nasceu em Nova Bréscia,RS e aos cinco anos
foi morar na região de Xaxim e depois Xanxerê,
em Santa Catarina. Aos 14 anos foi estudar em
Ibicaré (1958), permanecendo ali por um ano.
Entrou no seminário por influência da religiosidade da família. De 1959 a 1963 esteve em
Pirassununga e em 1964 (época da Revolução)
iniciou o noviciado; de 1965 a 1970 estudou no
Seminário Maior de Vila Formosa e em outras
instituições.
Em 1970, foi ordenado padre, ocupando vários
cargos como: reitor do Seminário Maior, diretor
dos Anais de Nossa Senhora do Sagrado Coração, capelão das freiras e vigário de Aricanduva.
Um ano depois, a sua vida de padre acabou.
Deixou Vila Formosa e o ministério sacerdotal.
Apenas comunicou ao Provincial (Padre Antônio
Cortez), mas não pediu dispensa a Roma. Simplesmente foi ao cartório com a noiva e se casou.
Zambiasi deixou bem claro que não teve vida
dupla. Apaixonou-se pela Cristina, enquanto padre, mas só ficaram juntos depois que deixou o
ministério.
Cristina tinha 18 anos e era estudante de datilografia, numa escola mantida pelo seminário,
sob a direção do José Apparecido de Oliveira
(ex-MSC). Conheceram-se no sítio de Guararema e foi amor a primeira vista. No final de 1971,
com autorização dos pais da noiva, casaram-se
e foram morar no Tatuapé, em São Paulo.
Com a formação que tinha e com sua bagagem intelectual, tornou-se professor de História, Filosofia e Psicologia na escola pública, primeiro em São Paulo (1972-1980) e depois em
Chapecó,SC, onde lecionou em escola estadual
até 1996, quando se aposentou. Concomitantemente, lecionava na educação superior, participando da história da construção da Universidade
Comunitária Regional de Chapecó (UNOCHAPECÓ), onde se aposentou pelo INSS no final de
2008. Alí lecionou História, História da Educa-
ção, Filosofia, Filosofia da Educação, Ética, Estética, Epistemologia, Psicologia, Sociologia, Latim e Grego. No final de 2012, foi homenageado
pela Assembléia Legislativa de Santa Catarina
pelos serviços prestados à educação e à construção da UNOCHAPECÓ.
Segundo ele, sempre achou que era escolhido para ser padre, mas uma paixão mudou a
sua vida e vive feliz, até hoje, com a sua Cristina com a qual teve três filhos: um, o Cristiano,
advogado da Aurora Alimentos; outro, o Saulo,
doutor e professor de Ciências da Computação,
na UFSC, e a filha Lara, professora de informática no Instituto Federal de Educação de Chapecó.
Porque isso aconteceu? Segundo Zambiasi,
porque ficou decepcionado, como muitos padres que abandonaram e abandonam o ministério ainda nos dias de hoje. Deveriam acontecer
mudanças na Igreja. O celibato sacerdotal deveria ser facultativo, a Igreja deveria ser mais
voltada para a vida real e muitas outras mudanças aguardadas até os tempos de hoje.
Realmente foi uma vida de sucesso. Parabéns!
Nota do Autor - Tenho enviado a vários colegas pedidos para que me mandem suas histórias e não tenho obtido resposta. Na próxima, quando pedir, por favor me mandem.
Nota da Redação - A Entrevista, na forma de Relato, foi opção do Autor.
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INTER EX Julho/20133
Observando antigas estrelas e
conhecendo novos lugares
Cláudio Carlos de Oliveira (1959 - 1965)
O
tempo vivido no Instituto Pe. Nicolau
(I.P.N.), em Itajubá, no início dos anos
Sessenta, foi para nós, que lá estudamos nessa
época, oportunidade de viver experiências novas e interessantes.
O Superior que nos recebeu, Pe. Leopoldo
van Limpt, era apaixonado por Astronomia. Tal
interesse se manifestava concretamente, quando montava, à noite, no campo de futebol, um
pequeno telescópio. As noites no Sul de Minas,
geralmente enluaradas e sem poluição, facilitavam a observação das estrelas. Cuidadosamente, ele direcionava o telescópio para uma estrela
e após ajustar bem o foco, chamava-nos, com demos admirar e desvendar um pouco o grande
entusiasmo: “Venham ver o planeta Vênus!!!”
mistério do universo onde vivemos.
Cheios de curiosidade, olhávamos pela lente
Observar o firmamento pelas lentes daquele
do telescópio e víamos, na imensidão do espaço, telescópio foi para nós, adolescentes ainda, uma
o planeta envolto numa luminosidade suave que experiência inesquecível.
nos encantava. Depois de todos terem observaGraças à coragem e ao espírito
do a estrela tão distante, explicava
aventureiro de outro superior nosso,
que Vênus podia ser visto também
Pe. Antônio Cortez, conhecemos lua olho nu nas manhãs bem claras,
gares interessantes do Sul de Minas.
antes do nascer do sol. Disso, vem
Pudemos apreciar o pinhão e o
seu outro nome: Estrela da Manhã
friozinho mais intenso de Campos
ou Estrela D’Alva. Em seguida, redido Jordão, pegando carona no camirecionava o telescópio em busca de
nhão que recolhia latões de leite dos
outra estrela: Marte, o planeta verpequenos sitiantes da região.
melho. De fato. Olhando pela lente,
Colhemos saborosas peras nas cháGaláxia do Chapéu
víamos Marte como uma pequena
caras e nadamos nas águas geladas
lua avermelhada, contrastando com
da represa da Vila Maria.
o vazio do espaço infinito. Aproveitando o céu
Viajando de Maria Fumaça da Rede Mineira
estrelado e claro, apontava-nos onde ficavam as Viação, conhecemos São Lourenço, em cujo Parprincipais constelações: Escorpião, Órion, com que das Águas, bebemos as mais diversas e meas Três Marias, Cruzeiro do Sul e outras. Gra- dicinais águas minerais.
Na carroceria descoberta e sem segurança
ças a essas pequenas incursões pelo mundo da
astronomia promovidas pelo nosso Superior, pu- de um caminhão já bem rodado, dirigido pelo
Turco, motorista da família Cortez, visitamos várias vezes Delfim Moreira, cidadezinha simpática
cercada por pomares de marmelo, que depois
de amadurecido transformava-se em doces marmeladas vendidas nas grandes cidades.
Inesquecível para muitos foi também o passeio a Parati, cidade histórica, de onde alguns de
nós, deslumbrados, puderam avistar o mar pela
primeira vez.
Ainda hoje, já passados tantos anos, recordando esses passeios permeados de arriscadas aventuras daquele tempo de adolescentes
e olhando o céu, à noite, quase que podemos
concordar com o poeta Olavo Bilac:
“Fitei naquela noite o firmamento,
Que inda hoje mesmo, quando acaso o fito,
Tudo aquilo me vem ao pensamento.”
17
INTER EX Julho/2013
C
omo todos nós pudemos ver no
último Encontro em Pirassununga,
foi demolida a torre da capela São José
do Barrocão porque estava em perigo
de ruir. Após exame mais minucioso de
um engenheiro consultado pelo padre,
chegou ele à conclusão de que toda a
estrutura do telhado estava comprometida por ataque de cupim e por infiltração de água.
Naquela ocasião, após a missa celebrada pelo padre Almir Teixeira, este
levou o problema a todos os presentes, solicitando ajuda financeira para a
reforma geral. Como o retorno foi insuficiente, vimos, através deste Boletim, insistir no sentido de que aqueles
que possam, enviem recursos para
que volte a funcionar mais rapidamente aquela capela querida por todos
e que tantas recordações traz de nossas férias naquele saudoso sítio.
Dados para depósitos: Associação Instituto Missionário - Bradesco Agência 01519 - CC 34830-9 CNPJ 62.778.170/0003-10
FOTOFOCANDO
Vilmar Daleffe (1959 - 1965)
Um remanescente das séries
Sher - Hol. Paese, Valinhos-SP
18
Um trio receptivo da Família
Pivetta - Mãe Armelinda,
Bruna e Lucas Ibicaré
Um figura feliz
Dacoregio, Floripa
INTER EX Julho/20133
Sobre Afinidades
Antonio Henriques
Foto de Pio XII na Alemanha nazista.
O
termo “afinidade” provém do latim adfinitas e, por provável assimilação, affinitas
que se liga a finis (fronteira): ad (perto de) +
finis (fronteira): o que está dentro da mesma
fronteira, vizinho à fronteira, e daí, no Direito,
parentesco: affines in agris sive consanguinitate conjuncti (em campos vizinhos, ou unidos
por consanguinidade).
Sempre pareceu-me haver afinidade entre
a Igreja e o exército, afinidade que remonta à
Idade Média, época de predominância clara do
militarismo com apoio da Igreja, de modo especial, na época das Cruzadas. A Igreja sacralizou o tópos horaciano do dulce et decorum
pro patria mori (doce e decoroso é morrer
pela pátria). Leão IX afirmou que os soldados
por ele recrutados e mortos em combate tinham sido admitidos no paraíso entre os mártires da fé. Citam-se versos celebrando os que
tombavam pro fide et patria (pela fé e pela
pátria):
“Aquele que embarca para a Terra Santa,
Aquele que morre nessa campanha,
Ingressará na benção do céu
E com os santos lá viverá.”
Já na minha puerícia observava afinidade entre a Igreja e o exército: os alunos do colégio
de Alfenas iam à missa fardados sob o olhar vigilante do Pe. João Galiard. Fardados também
eram os alunos do colégio São Bento do Rio de
Janeiro como se pode ver, em foto de Noel Rosa
(Biografia de Noel Rosa de João Máximo e Carlos Didier). Carlos Drummond de Andrade (Encontros) conta que, no colégio dos jesuítas de
Friburgo, as boas notas eram atribuídas aos “tenentes”; notas melhores aos “capitães”; notas
melhores ainda, aos “coronéis” e, finalmente,
aos “generais”, o prêmio maior.
Na hierarquia da Congregação Mariana, os
postos eram simbolizados por estrelas (cinco
estrelas para a função mais elevada) à moda
militar. No hino da mesma Congregação, os primeiros versos têm nítido colorido militar, além
do ritmo marcial:
“Do Prata ao Amazonas
Do mar às Cordilheiras
Cerremos as fileiras,
Soldados do Senhor.”
No correr do mesmo hino há outros elementos
que lembram o militarismo: “Deu a voz de co19
INTER EX Julho/2013
mando Pio Onze”; “De mil soldados não teme
a espada quem pugna à sombra da Imaculada”. Em outros hinos religiosos da época há
versos com o mesmo sabor militar; vejam um
exemplo:
“Levantai-vos soldados de Cristo,
Sus correi, sus voai à vitória,
Desfraldando a bandeira de glória,
O pendão de Jesus Redentor.”
“Não nascemos senão para a luta.
De batalha amplo campo é a terra [...].”
A igreja carrega até hoje termos e expressões de tempero militar. É o caso de associações religiosas como Legionários de Cristo e Legião de Maria, que lembram o exército romano.
Lembro-me de que no Vade-mécum da Legião
de Maria aparece o termo presídio (fortaleza
militar, lugar fortificado) que, hoje, no Direito,
significa prisão, cadeia. Na festa de Nossa Senhora, no rito antigo, cantava-se Assumpta est
Maria in coelum, gaudet exercitus angelorum
(Maria foi levada ao céu, alegra-se o exército
dos anjos).
Tudo bem, entende-se esta afinidade de
superfície da Igreja com o militarismo. Até a
década de sessenta, ou até mais, o contexto
social era de caráter militar e o Pe. Lamberto
Prins nos advertia de que as moças tinham inclinação para a farda e para a batina.
A meu juízo, porém, a afinidade da Igreja
com o militarismo é mais profunda e, na verdade, há elementos, muitos e claros, que atestam a convivência do éthos militar com com
o éthos eclesiástico: hermetismo, verticalidade, autoritarismo, burocracia. O éthos militar
transparece de forma indubitável em Inácio de
Loyola que alicerçou sua ordem nos moldes militares. O termo companhia tem sabor militar,
bem como exercícios (espirituais). Exercício é
da mesma raiz de exército.
Como o Papa Francisco é jesuíta, a mídia tem
se referido à Ordem criada por Santo Inácio de
Loyola com termos que, curiosamente, têm sabor militar: “tropa de choque da Igreja”, “ponta
de lança da Contrarreforma”, “linha de força”,
“obediência cega”, “obediência perinde ac cadaver (igual a cadáver)” e outras mais. Em se
falando de jesuítas, peço licença para transcrever um ditado jocoso que ouvi no Escolasticado: Si [itis] cum jesuitis non cum Jesu itis (se
[andais] com jesuítas, não andais com Jesus).
Com a tradução, o texto perde sua graça.
O convívio da cúpula (para ser mais preciso)
da Igreja deve ter contribuído para alimentar
na cúpula eclesiástica uma queda, uma inclinação, um “penchant” para o militarismo e, em
consequência, para a ditadura ou, pelo menos,
para a direita, para não dizer extrema direita.
20
Vou deixar de lado a Idade Média e entro nos
tempos modernos com Pio XII a respeito do
qual há um livro com o sugestivo título de “O
Papa de Hitler”, de John Cornwell. Há fotos de
Pio XII com o General Franco. O mesmo Franco não teve pejo de dizer: “Deus colocou em
nossas mãos a vida de nossa pátria para que a
governemos.” E mandou cunhar moedas: “caudilho pela Graça de Deus.” É o que está no artigo de Gaudência Torquato (Estadão 7 de abril,
2013). Ainda que de forma mais discreta, João
Paulo II deixou transparecer suas simpatias
pela Espanha franquista: a Opus Dei exerceu
influencia extraordinária em seu pontificado e
João Paulo II canonizou três sacerdotes fuzilados pelos republicanos porque, em suas residências, guardavam armamentos para as tropas de Franco. Considerados mártires, foram
canonizados em rito sumaríssimo, como, aliás,
aconteceu com o fundador da Opus Dei.
Na Argentina, o apoio da cúpula eclesiástica aos repressores militares foi amplo e escandaloso como se pode ver na revista “Veja”
de 27/03/13, revista que nada tem de esquerdista.
No Brasil, as autoridades eclesiásticas namoraram o golpe de 64, mas por pouco tempo.
Houve alguns que apoiaram o golpe e justificaram os torturadores; é o caso de Dom Geraldo
Proença Sigaud, um dos gurus de Pe. Leopoldo van Liempt. Dom Sigaud saiu-se com esta:
“não se arrancam confissões com bombons”.
Houve curto namoro com o Integralismo; dizia-se em Alfenas que o Pe. Ludovico Kauling usava a camisa verde debaixo da batina.
A pequena viagem ao passado, que empreendemos, surgiu com a eleição do Papa Francisco a quem damos um voto de confiança de
que alguma mudança se efetue no seio da
Igreja. Pedimos licença ao Pe. Humberto Capobianco para transcrever a citação das palavras
de D. Hélder Câmara ao Papa João Paulo II,
nos Anais (Revista de Nossa Senhora) abril de
2013, p.21:
“Santo Padre, abandone seu título de rei e
vamos reconstruir a Igreja como nos¬so Mestre, sendo pobres. Deixe os palácios do Vaticano, vá morar numa casa da periferia de Roma.
Pode até ter uma praça para saudar e abençoar as ovelhas. Depois, Santo Padre, con¬vide
todos os bispos a largarem tudo o que indica
poder e majestade: bácu¬los, solidéus, mitras,
faixas peitorais, batinas roxas. Vamos amontoar tudo na Praça São Pedro e fazer uma gran¬de
fogueira, dizendo de peito aberto para o povo:
Vejam, não somos mais medievais. Não moramos mais em palácios. Todos somos pastores,
somos pobres, somos irmãos."
INTER EX Julho/20133
Falecimento de
Antonio Brogliatto
“A vida dos Teus fiéis, Senhor, é somente mudada, não retirada.”
(Prefácio da celebração eucarística dos Falecidos)
A
ntonio Brogliatto faleceu em 16 de maio
de 2013. Tinha 71 anos. Foi para a Escola
Apostólica de Pirassununga em 1953, onde permaneceu até 1958. Fez o Noviciado em 1959 e
estudou Filosofia e Teologia no Escolasticado,
na Vila Formosa, de 1960 a 1965. Foi ordenado
presbítero em 1965 por Dom Pedro Paulo Koop,
MSC, então bispo de Lins-SP. Sua primeira nomeação foi para Itajubá. Fez o Curso “Christus
Sacerdos”, (Cristo Sacerdote) em Viamão-RS.
Retornou ao Escolasticado, no qual assumiu o
cargo de Diretor. Foi Conselheiro Provincial e
participou do Capítulo Geral, em Roma. Deixou a Congregação e o sacerdócio, em 1972,
pelos trâmites canônicos. Casou-se em 1975
com Lenita e teve duas filhas, Luciana e Fabiana, dois netos e uma netinha. Exerceu sua vida
profissional em algumas empresas e por último
no SENAC, do qual foi Diretor. Foi um dos criadores (senão o criador) do grupo de Ex-Padres,
que já dura aproximadamente 40 anos. Também organizou e coordenou as reuniões de sua
grande família, que se reune anualmente há 15
anos ou mais.
Em janeiro de 2010 teve início sua luta pela
vida contra um câncer. Suportou 3 cirurgias
num total de 14 horas de duração, no Hospital A. Einstein. Enfrentou a pesada quimioterapia, que ele julgava fosse uma lua de mel em
comparação com a cirurgia. “Engano meu. O
sofrimento da quimioterapia é mais complexo”,
confessou. Passou também por sessões de radioterapia que o debilitaram, além de dificultarem a cicatrização das cirurgias pelas quais
passou. “Não estou me queixando de meu sofrimento, estou apenas relatando. Pelo contrário,
nos momentos mais difíceis, em que eu percebi,
mais de uma vez (foram 3 cirurgias), que minha vida navegava nos limites da existência e
nos quais me sentia profundamente debilitado e
fragilizado, que eu fui agraciado não apenas por
uma serenidade e tranqüilidade, mas também
por um conforto que me proporcionava alegria
e bem estar. Eu havia recebido os sacramentos que minha Igreja e minha fé me propõem.
E isso me ajudava.” Internado novamente, no
início de 2013, no Hospital Santa Catarina, não
resistiu à gravidade de seu estado de saúde e
veio a falecer. Foi sepultado em Campinas-SP.
Vanderlei dos Reis Ribeiro, um dos seus
maiores amigos, colega de turma e de sacerdócio, prestou relevantes informações sobre o Brogliatto. Disse que Antonio sempre
foi um verdadeiro líder já no seminário. Por
onde passou granjeou numerosos amigos. Um
grande homem, que lutou como um herói para
vencer sua doença.” Luiz Xavier Peres, outro
grande amigo, assim se expressou: “Sobre o
Antonio, acho difícil falar pouco. Maio de 2013
levou para o céu meu aluno e confrade, meu
compadre e companheiro de muitas histórias.
Não vou esquecer sua riqueza de valores humanos, sua criatividade e seu exemplo de fé,
na corajosa luta em favor da vida.“ Para o
João Costa, seu companheiro de apostolado
aos domingos, de batina e Novo Testamento
à mão, visitando famílias nas Vilas Formosa
e Aricanduva, nos tempos do Escolasticado,
“Brogliatto era firme em suas posturas, ponderado, alegre e descontraído.
(a) [email protected]
21
INTER EX Julho/2013
Notícias da Província
de São Paulo
João Costa Pinto (1953 - 1966)
INTRODUÇÃO
Palavra do Provincial
Repassando decisões da Assembleia e do Conselho Provincial, o
Pe. Manoel menciona, entre outras, o Término do Ano Vocacional (2012/3013), o Serviço de Animação Vocacional-SAV, o Tempo Sabático e o Retiro Pessoal.
Desejo destacar o Tempo Sabático, um direito reconhecido pela
Assembléia e pelo Conselho Provincial para os confrades que já passaram dos 25 ou 50 anos de Vida Religiosa, a ser solicitado ao Provincial. Consiste em um tempo destinado a descanso, oração e estudo.
(Ver NR 2 - Tempo Sabático) O Retiro Pessoal será feito pelo confrade, anualmente, além do costumeiro retiro da Província.
ASSEMBLEIA PROVINCIAL 2013
ABERTURA DO NOVICIADO 2013
Em janeiro de 2013, em Itajubá, sete seminaristas foram aceitos para a experiência do Noviciado.
Na missa de Abertura estavam presentes os padres
MSC das Províncias de São Paulo e de Curitiba e
da Pró-Província do Rio de Janeiro. Os sete jovens
são Alisson e Bruno, ambos de Barroso-MG; Eliezer, de Reduto-MG; Elinaldo, de Itaitinga-CE; Fábio, de S. Geraldo-MG; José, do Recife-PE e Magno, de Miradouro-MG. Ao final do Noviciado, os
jovens noviços serão avaliados e, uma vez aceitos
pela Congregação, professarão os primeiros votos
de Pobreza, Obediência e Castidade.
Entre os dias 7 e 10 de janeiro, na cidade de Vinhedo (SP), esteve reunida, para a Assembleia anual, a
maior parte dos confrades da Província. A primeira
parte das reuniões versou sobre o comportamento
sexual humano. Nessa perspectiva, o assessor, Dr.
Ênio Britto, propôs uma reflexão sobre a questão
do abuso de menores e outros vulneráveis, perpetrados por membros do clero católico. A segunda
parte da Assembléia levou à reflexão sobre a vida
dos confrades, como comunidade provincial, ajudando a delinear a caminhada em 2013.
22
INTER EX Julho/20133
ENTREGA DA PARÓQUIA SÃO BENEDITO DAS VITÓRIAS À MITRA
Recentemente a cura da Paróquia São Benedito das Vitórias, em São Paulo, na Vila Formosa, passou para a Arquidiocese de São Paulo. Segue síntese do discurso do Pe. Provincial
na solenidade de transferência (com teor histórico pouco conhecido da maioria dos Ex-Alunos): “No Brasil, os MSC chegaram em 1911,
começando em Pouso Alegre-MG e depois se
espalharam por todo o Brasil. Na cidade de São
Paulo, a presença MSC começou em 1930. Receberam do Arcebispo duas paróquias, uma no
centro da cidade (Ponte Pequena) e outra na
periferia (Vila Formosa). A paróquia da Vila
Formosa se estendia desde Nossa Sra. de Lourdes, na Água Rasa, até Nossa Sra. do Bom Parto,
continuando pela estrada de Vila Ema e dividindo
com a paróquia São Rafael. Prolongava-se até o córrego Tatuapé e seguia pela estrada da Vila Prudente
e Moóca, chegando a Rio das Pedras e Aricanduva.
Os padres atendiam as comunidades no lombo de
cavalos. Desta paróquia mãe, Vila Formosa, surgiram mais de vinte outras paróquias, inclusive a de
São Benedito das Vitórias. A última paróquia de-
VISITA DE CONSELHEIRO GERAL
volvida à Arquidiocese de São Paulo foi a do Menino Deus. E desta vez, com dor no coração, estamos
devolvendo a Paróquia São Benedito das Vitórias.
Digo “com dor no coração”, pois esta foi a minha
primeira paróquia. Devolvendo-a à Mitra, estamos
abrindo espaço para uma nova missão. E fomos
convidados a formar e reforçar novas Igrejas no
Nordeste e no Norte do Brasil, onde faltam padres e
religiosos. Deixamos esta paróquia em boas mãos,
certos de havermos cumprido nossa missão.”
tuguês, e participou dos debates. (Nota da Redação: A
Pró-Província de Curitiba foi elevada, nesse evento,
ao “status” de Província e realizou seu primeiro Capítulo Provincial. Rio de Janeiro continua no formato
de Pró-Província ou província ainda em formação.
PRIMEIRA PROFISSÃO RELIGIOSA
Durante o mês de fevereiro de 2013, a Casa Provincial contou com a presença de um Conselheiro
Geral, o Pe. Franciscus Wahyudi. Ele se dispôs a fazer um curso de português no período de um mês,
de segunda a sexta feira. Ficou em condições de conhecer melhor a Província. Ele e o Pe. Rafael são os
responsáveis pela América no Conselho Geral. Esteve presente também em Curitiba, de 4 a 8 de março,
junto com o Pe. Manoel, Superior da Província de
São Paulo, para participar do primeiro Capítulo da
Província de Curitiba. O Pe. Getúlio Saggin, Pró-Provincial ou Provincial nomeado, foi eleito Provincial efetivo. O Pe. Wahyudi deu palestra, em Por-
Dos onze jovens cheios de
expectativas para 2012, que
iniciaram o Noviciado em janeiro de 2012, oito fizeram sua
profissão religiosa, no dia 2 de
fevereiro de 2013, em Itajubá-MG. A Congregação MSC, no Brasil, revestiu-se de
alegria ímpar ao acolher seus novos religiosos. Os
oito professos foram os seguintes: José Eduardo, José
Marcos, José Luís, Leopoldo e Sandro, da Província
de São Paulo, e Adilson, Carlos e Lucas da Província
de Curitiba. O Frater José Marcos, falou em nome
dos professos: “Agradecemos esta grande dádiva de
Deus à vida religiosa, somos gratos aos Missionários
do Sagrado Coração que nos ajudaram e ajudam em
nosso discernimento vocacional, aos nossos familiares, à Fraternidade Leiga MSC, às Filhas de N. Sra.
do Sagrado Coração, aos benfeitores e às comunidades
em que realizamos nossas atividades pastorais. Pedimos a cada um de vocês que se comprometam a rezar
pela nossa fidelidade a este chamado de Deus.”
23
INTER EX Julho/2013
PE. BENEDITO TARCÍSIO DE LIMA
Em abril o Provincial esteve visitando o Pe. Benedito Tarcísio, que está morando sozinho em uma pequena casa, perto de Itajubá. Lá ele celebra a eucaristia em
Latim e atende as pessoas que o procuram. Está bem
de saúde. Foi ordenado em 29 de junho de 1961.
OUTRAS NOTÍCIAS DO
CONSELHO PROVINCIAL
mero razoável de seminaristas, embora um grupo
pequeno. O total é de 26 formandos, 4 dos quais no
Propedêutico, 9 no Postulantado, 3 no Pré-Noviciado, 1 no Noviciado, 7 no Teologado e 2 diáconos
aguardando o presbiterato. Para o Superior Provincial, urge que cada comunidade paroquial tenha seu
próprio SAV-Serviço de Animação Vocacional, que
possa ir em busca de jovens para reforçar os grupos
de vocacionados. Como se sabe, poucos vocacionados resolvem seguir em frente e ingressar no Propedêutico. A Província conta com 36 vocacionados
Além dos temas apontados em “Palavra do Pro- no Nordeste, e destes, 9 têm possibilidade de ir para
vincial”, os seguintes, entre outros mais, foram o seminário. No Sudeste, há um grupo de 23, 4 com
chances de ingresso no Propedêutico em 2014.
abordados pelo Conselho: “Jornada Mundial da Juventude: achamos por bem nomear o Pe. Lucemir Alves ENCERRAMENTO DO ANO VOCACIONAL
Ribeiro, como elo entre as comunidades MSC da
Em solene celebração eucarística, na Vila FormoProvíncia e a Jornada. Vocações: Sentimos que temos sa, na festa do Sagrado Coração, em 13 de junho, prepoucos seminaristas, considerando nossas casas de sentes sacerdotes MSC, seminaristas, Irmãs FNSSC,
formação. Diante disso, pedimos, encarecidamente, muitos vocacionados de outras cidades e comunidaque cada confrade, seja um promotor vocacional e des, como Itajubá e Pirassununga, e leigos da Fraterque, de modo planejado, reúna seus jovens, nas pa- nidade de Vila Formosa, foi encerrado o Ano Vocaróquias, nos colégios, abrangendo outras pastorais, cional, conduzido sob o lema “Minha vocação é ser
MSC”. O Pe. Provincial afirmou que “o ano vocapara refletirem sobre o tema da vocação. Equador:
cional foi um momento bonito da Congregação, no
Está-se pensando em nomes para substituir o Pe. Brasil, que nos ajudou a refletir sobre nossa vocação
Antonio Carlos de Meira, falecido recentemente e e a levar os jovens a meditarem na possibilidade de
que trabalhava no Equador. Os candidatos poderão serem MSC. O ano vocacional acabou, mas nossa missão de
procurar o Provincial ou escrever para ele, demons- chamar os jovens continua. Vamos em frente!”
trando o desejo de participar dessa missão. Noviciado:
No próximo ano os noviços serão apenas quatro.
Seria o Instituto Padre Nicolau o melhor lugar para
acolher este pequeno número?”
VOCAÇÕES
Nas Comunicações da Província de abril a junho desde ano, nota-se, de pronto e com clareza,
a preocupação com as poucas vocações, uma realidade que se verifica também em outras comunidades mundo afora, em Congregações ou Ordens
religiosas. A Província de São Paulo tem um nú24
INTER EX Julho/20133
UM POUCO DE ESTATÍSTICA
MSC NO MUNDO
Após noticiar a preocupação com as vocações,
“vamos” ver como está a estatística dos MSC. Os
Missionários do Sagrado Coração estão em 55 países, mesmo alguns tendo um só MSC, como a China
e a Hungria. Ao todo, em 31 de dezembro de 2012,
os MSC eram 1.763 membros em todo o mundo. O
país com mais membros é a Indonésia. Já no Brasil
são 131 membros, contando todos os grupos MSC.
ORDENAÇÃO PRESBITERAL
APROVAÇÃO
Os diáconos Ailton Rodrigues Damasceno e Michel dos Santos foram aprovados pelos Conselhos
Provincial e Geral para o presbiterato. A ordenação
do Michel está confirmada para o dia 3 de agosto
próximo, em Campinas-SP, por Dom Pedro Luiz
Stringhini, enquanto que a do Ailton será realizada
no dia 10, também de agosto, em Floriano-PI, pelo
bispo ordenante Dom Fernando Panico.
RÁPIDAS
O Sul de Minas - A marca ou denominação do
jornal “O Sul de Minas”, registrada no segmento de jornais, revistas e periódicos, em nome da
Congregação, foi vendida para o Sr. Luís Antonio Santiago. Com a venda, a Congregação deixa
de ter, a partir de 1º. de maio de 2013, qualquer
responsabilidade sobre as edições do jornal.
Presença dos teologantes na perifeira de São
Paulo - Conforme orientação da Assembleia Provincial, os teologantes foram enviados à periferia
de São Paulo, para fazerem suas experiências pastorais. O Provincial comentou: “Estive em reunião com eles e pude perceber o quanto faz bem a
presença junto aos pobres e sofredores. Creio que
a vida religiosa torna-se cada vez mais humana,
quando estamos mais perto dos pobres, dos que
sofrem e estão marginalizados. Sinto que nossos
professos estão felizes nesta nova missão.”
Antigas Ordens Menores - No dia 20 de março,
o professo Otacílio Barreto F. Jr. recebeu os Ministérios do Acolitato e do Leitorato, que em passado recente, eram incluídos entre as denominadas
Ordens Menores. A outorga desses Ministérios é
sempre concedida antes da ordenação diaconal.
SANTUÁRIO DIOCESANO DE NOSSA SENHORA DA AGONIA
trabalharam com muito amor pela Comunidade e
pelo reconhecimento do Santuário: o Pe. José Aquilino Machado, tão devoto e presente no início da
comunidade, falecido em 20.05.06. Os padres João
José de Almeida, Tarcísio Pereira Machado, Benedito Tarcísio de Lima, o saudoso Pe. José Roberto
Bertasi, que tanto sonhou em ver este dia, o Pe.
Edvaldo Rosa de Mendonça, atual pároco e, agora, o Pe. Lucemir Alves Ribeiro e outros. “Falou-se
também em “início”, pois começa uma nova etapa
Com alegria celebra-se o final de uma caminhada para se honrar o título outorgado. O santuário dee o início de outra. Final feliz de caminhada por- verá ser, sobretudo, lugar do encontro com Deus
que o sonho de muitos devotos e participantes da nos Sacramentos da Eucaristia e da Penitência.”
comunidade foi realizado. Foram longos anos de
construção e formação da comunidade, nos aspectos material e espiritual. Muitos deram seu tempo,
seu dinheiro, sua vida para que este santuário fosse
construído. Em sua homilia, o Superior Provincial,
em nome da Congregação MSC, agradeceu a Dom
Ricardo P. Paglia por atender com bondade este pedido da comunidade local e da Congregação, para
que esta casa de Maria fosse agraciada com o título
de Santuário Diocesano de Nossa Senhora da Agonia. O Pe. Manoel lembrou os confrades MSC que
25
INTER EX Julho/2013
FESTIVIDADES DE HONRA DE NOSSA
SRA. DO SAGRADO CORAÇÃO
JUBILEU SACERDOTAL DE DOM
RICARDO PEDRO PAGLIA
As festas em homenagem
a N. Sra. do Sagrado Coração
destacaram-se pelo empenho
das Comunidades locais, nos
preparativos, nas novenas
preparatórias, na acolhida aos
fiéis e aos romeiros que vêm
acorrendo todos os anos à
Casa da Mãe do Senhor para
agradecer e pedir sua intercessão. Assim foi em Itajubá, na XV Festa, de 3 a
12 de maio, sob o tema Maria, serva do Senhor e
modelo de Fé. No dia 12, dia da festa, uma grande
e animada procissão se encerrou com celebração
eucarística presidida pelo Provincial, Pe. Manoel.
Sendo o Dia das Mães, Donas Odete e Luciana, da
Comunidade, foram escolhidas para a coroação da
sagrada imagem, momento de grande emoção. A festa social repetiu o sucesso de anos anteriores. Assim
aconteceu também na Vila Formosa, em São Paulo,
no último domingo de maio, já em sua 74ª. Festa.
Foram acolhidas as romarias vindas de vários cantos
do Brasil. A coroação de Maria, como Rainha e Intercessora junto ao Sagrado Coração, foi momento
de particular emoção. O Pe. Air José de Mendonça,
Reitor do Santuário, já está fazendo planos para celebrar gloriosos 75 anos de festividades. Em São Luís
do Maranhão, foi celebrado sob o teto da capelinha
em construção, dedicada a N. Sra. do Sagrado Coração, o 4º Ano da novena e da Festa, sob o tema: “Na
humildade de Maria: eis-me aqui, Senhor!”.
No final de junho, Dom Ricardo, ordenado presbítero em 29 de junho de 1963, celebrou seus cinquenta
anos de sacerdócio, festividade que teve lugar junto ao
seu querido povo de Pinheiro-MA. Desde o ano passado, os fiéis já estavam preparando esta homenagem.
Nessa festa do Jubileu de Ouro, notava-se no rosto
do povo a alegria pela presença daquele que foi seu
querido Pastor durante tanto tempo. “Parabéns, Dom
Ricardo, por este testemunho vivo entre nós MSC”,
foi o reconhecimento do Superior Provincial.
GRANDE RETIRO E RETORNO
DE ROMA DO PE. LUÍS CARLOS
Depois de seis anos de missão na Casa Geral, chegou de volta à Província de São Paulo, dia 22 de
maio, o Pe. Luís Carlos Araújo de Moraes. Sua primeira tarefa no retorno foi a pregação do “Grande
Retiro 2013”, no início de junho, com a ajuda da
Irmã Ivone (FNSSC). Está residindo na Casa de Teologia, em São Paulo, onde ficará até o final do ano,
quando receberá sua nomeação. Até lá vai ajudar o
Pe. Valmir Teixeira na formação dos teologantes.
CUIDANDO DA SAÚDE
O Pe. Humberto Capobianco, de Pirassununga,
fez no dia 3 de junho cirurgia de varizes. Cirurgia simples, a laser. O Pe. Humberto quer sarar, o quanto
antes, para poder atuar na copa de 2014, como ponta direita, disse o Provincial. O Pe. Sírio José Motter,
também de Pirassununga, sofreu um AVC isquêmico.
Esqueceu um pouco as palavras e está com dificuldade
para formar frases. Depois de uma semana internado,
foi para São Paulo no dia 14 de junho para fazer vários
exames e ver se consegue voltar a falar normalmente. Apesar dessa dificuldade, continua sempre bem
humorado. O Pe. Godofredo Scheepers, de Bauru, sofreu um infarto. Está em tratamento em UTI
em Bauru. Após o infarto, passou a ter dificuldades
com os pulmões, o que também afetou seus rins.
Visitando-o no hospital, o Pe. Manoel ministrou-lhe o sacramento da Unção dos Enfermos.
FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO
SANTUÁRIO DAS ALMAS
Com muita alegria e entusiasmo, foi celebrada, no
dia 16 de junho a Festa em louvor ao Sagrado Coração
de Jesus, no Santuário em Sufrágio das Almas. Compareceram à Festa muitos romeiros vindos de Pirassununga, Itapetininga, Campinas, Guarulhos, entre
outras cidades do interior de São Paulo e da Capital.
Momento de manifestar o valor do carisma missionário aos fiéis e romeiros e de notar o quanto eles se identificam com essa espiritualidade. O Provincial em
sua homilia falou da identificação do Santuário do
Coração de Jesus, no centro da cidade, como polo
de evangelização e expressão do carisma MSC.
Notas da Redação
NR 1 - A fonte principal desta coluna foram as Comunicações 622 e 623 Província de São Paulo, períodos de janeiro/
março e abril/junho de 2013, com relatos do Superior Provincial e de outros religiosos. O objetivo da veiculação das
matérias é informar os Ex-Alunos sobre o que acontece na Província. Inevitáveis pequenas reproduções parciais de texto.
Com espaço gráfico reduzido, as notícias seguem resumidas.
NR 2 - Tempo Sabático
Na caminhada da vida religiosa, o tempo sabático é um período de pausa, mais importante que as costumeiras férias.
Parada na rotina cansativa que ficou banalizada e sem ânimo, pausa no trabalho, no pastoreio e nas atividades ministeriais. Tempo de descanso, reflexão, reordenamento. Tempo para recuperar o equilíbrio físico, mental e espiritual, sem
pressa, sem pressão, sem prazos. Tempo de revisão da alma, de busca silenciosa de Deus, de busca de si mesmo, de olhar
para dentro de si. A origem remota do tempos sabático está em Gênesis 2, 2-3. (Deus concluiu no sétimo dia a obra que fizera e no
sétimo dia descansou ...) Há relatos de um número significativo de religiosos e de leigos, estes atuando nos mais diversos segmentos profissionais, que levaram a sério a experiência sabática e retornaram às suas atividades revigorados e fortalecidos.
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Igreja Matriz de Pirassununga

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