Simbolos Alquimia

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"Aquele que imagina que
todos os frutos
amadurecem ao mesmo
tempo, como as cerejas,
nada sabe a respeito das
uvas."
Paracelso é o pseudônimo
de Phillipus Aureolus
Theophrastus Bombastus
von Hohenheim.
Médico e astrólogo.
Fundador da química
médica, aplicou muitos
seguimentos astrológicos
na prática da medicina.
Se interessou pela inter
relação homem-cosmos.
Paracelso descreve a força
vital como uma emanação
dos astros.
O Sol está em relação com
o coração, a lua com o
cérebro, Júpiter com o
fígado, Saturno com o
baço, Mercúrio com os
pulmões, Marte com a bilis
e Venus com os rins e os
orgãos de geração.
O médico deve conhecer
os planetas
domicrocosmo, o
meridiano, o zodíaco, o oriente e o ocidente, sem o qual não pode descobrir os
segredos mais ocultos da natureza.
Nos sete livros do Arquidoxo Mágico escrito por Paracelso, encontramos o seguinte
texto:
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O SELO DOS PLANETAS LIVRO VII: Os selos dos
planetas, é certo, eles tem
força e virtude se se
prepraram e se colocam a um
tempo conveniente, de acordo
com as indicações dos céus.
Ninguém pode negar os
poderes dos astros e sua
influencia sobre todos os
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Archidoxis Magicae Paracelso
mortais de nossa terra. É
certo que se os planetas e os
astros superiores tem
capacidade de exercer suas
influencias sobre os humanos,
como não há de ser possível
que eles mesmos rejam outras coisas tais como metais, pedras, imagens e os
minerais? Desde logo que estas forças se imprimem em tudo. É possivel para o
homem reunir e agrupar estas forças em algum meio, para poder manejá-las; seja
este meio um metal, uma pedra, um mineral ou uma imagem. Os sete planetas
possuem toda sua força em seus próprios metais a saber: O Sol é o ouro. A Lua é a
prata. Venus é o cobre. Júpiter é o estanho. Mercúrio é o mercurio. Marte é o ferro.
Saturno é o chumbo.
“Saibam então que todos os sete metais são nascido de uma matéria tripla, a saber:
mercúrio, enxofre e sal, mas com coloridos peculiares e distintos”.
Ele rejeitava as tradições gnósticas, mas manteve muitas das filosofias do
Hermetismo, do neoplatonismo e de Pitágoras; de qualquer modo, a ciência Hermética
tinha tantas teorias aristotélicas que a sua rejeição do Gnosticismo era praticamente
sem sentido.
Em particular, Paracelso rejeitava as teorias mágicas de Agrippa e Flamel. Ele não se
achava um mago e desprezava aqueles que achavam que fosse.
Paracelso fazia freqüentes associações entre Magia e Imaginação. "O visível esconde o
invisível, mas apesar disso conseguimos o invisível apenas através do visível", dizia.
Nesse caso, magia significa a ação direta sobre as pessoas e todos os seres, sem
ajuda da matéria. Ou seja, o mago é capaz de causar efeitos físicos sem ajuda física.
No livro Paracelso - Alquimista, Químico, Pioneiro da Medicina, o historiador e filósofo
Lucien Braun, cita: "toda natureza invisível se movimenta através da imaginação. Se a
imaginação fosse forte o suficiente, nada seria impossível, porque ela é a origem de
toda magia, de toda ação através da qual o invisível (de um ou outro modo) deixa seu
rastro no visível. A energia da verdadeira imaginação pode transformar nossos corpos,
e até influenciar no paraíso...".
Paracelso foi um astrólogo, assim como muitos (se não todos) dos físicos europeus da
época. A Astrologia foi uma parte muito importante da Medicina de Paracelso. Em um
de seus livros, ele reservou várias seções para explicar o uso de talismãs astrológicos
na cura de doenças. Criou e produziu talismãs para várias enfermidades, assim como
talismãs para cada signo do Zodíaco. Ele também inventou um alfabeto chamado
"Alfabeto dos Reis Magos" e esculpiu nos talismãs nomes angelicais.
Na sua visão hermética, a doença e a saúde do corpo dependem da harmonia do
homem com o microcosmo e a Natureza do macrocosmo.
De acordo com Paracelso,
a cura apóia-se em quatro
bases distintas: filosofia,
astronomia, alquimia e
virtus.
A filosofia significa: abrirse ao conjunto das forças
naturais, observar essas
forças invisíveis na
penetração da realidade
total e perceber o invisível
no visível.
A astronomia explica as
influências dos astros na
saúde e nas enfermidades.
A alquimia torna-se útil no preparo dos medicamentos.
O termo virtus é uma alusão a honestidade do médico que, através do raciocínio de
Paracelso, é uma pessoa em constante evolução e aperfeiçoamento, e deve
reconhecer a ação da natureza invisível no doente ou, em se tratando do remédio,
como atua no plano visível. Assim, o conhecimento médico tem menos a ver com
conhecimento intelectual do que com a intuição.
posted by Ana Maiz at 09:36, | 0 comments
As Doze Chaves - Basilio Valentim
Sexta-feira, 21 de Dezembro de 2007
Chave I
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Que a esposa púdica seja
unida a seu esposo. A coroa
do rei, feita de um metal
flavo. Livra a continuação o
rei ao homem de um lobo
vivaz. Faz isto tres vezes e
consume ao lobo por um fogo
muito violento. O rei sairá
com ele puro de mancha e de
seu proprio sangue te poderá
renovar.
Chave II
Deixadas suas vestes, que o
Sol com Diana sejam
desnudos um e outro, para o
himeneu desejado, que dois
lutadores se faça o precioso
banho da esposa, para que
ela lave em seu corpo em
atenção ao esposo os
combatentes combaterem, e
quando seu ardor marcial
tenha cessado, terão um belo
troféu de sua luta.
Chave III
Proveniente da rocha, que o
dragão halado seja unido à
aguia: Um queimará suas
plumas, e o outro fundirá
suas neves. Preserva bem teu
enxofre com o sal celeste
para que o galo devore a
raposa maliciosa. O pássaro
afogado na onda retomará
vida ao fogo, e a sua vez
morrerá sob os dentes da
raposa.
Chave IV
Toda carne aqui embaixo
provém da terra, ao fim de
pouco tempo retornará a
cinzas; o sal sairá daí, por
meio do qual reaparecerá ao
dia da carne assim dissolvida,
tú que desta maneira queres
ver as formas passadas,
entrega ao sal em vem do
enxofre e o mercúrio.
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Simbolos Alquimia
Chave V
A terra por ela mesma não
produz nada, é o espirito
quem abastece e sustenta a
vida. Toma sua origem dos
astros luminosos. Daí todos
os metais extraem suas
qualidades. A pedra Hercúlea
se une com amor ao ferro,
assim, nosso leão ama a
nosso mercúrio.
Chave VI
Femea e macho unidos fazem
germinar a semente. Que
então Netuno prepare os
banhos requeridos depois que
o macho duplo devore um
nervoso cisne a fim de que
dois percam e recobrem sua
vida, quatro ventos soprarão
e o rei, pelo fogo, se unirá
cheio de amor, a sua esposa
querida.
Chave VII
Primavera, verão, outono,
água, sal dos Sábios Compõe
nosso caos a acalentar ao sol.
se sem embargo, dos astros,
não há posto pesos justos,
nenhuma propicia brisa
cumprirá teus desejos. Do
firme selo de Hermes, fecha o
vidro, por temor a que tua
materia não seja presa do
errante vento.
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Chave VIII
Para apodrecer-se as
sementes à terra se confiam.
Nossos corpos são postos na
tumba, mas para voltar a
sair. Assim, todos os
elementos se encontram em
cada um, se podes, como
convém, de um extrair os
outros. É isto o fim da obra, a
meta de todos os trabalhos;
se o tem bem ajustado,
obterás dele a chave.
Chave IX
Faz que de um triplo coração
cresçam tres serpentes vivas,
depois encerra-las juntas em
um vaso de cristal. Venus faz
admirar a graciola cauda do
pavão, e alegra teus olhos
com um cisne branco como a
neve. Favorito de Saturno,
um corvo negro seguirá, e
depois dele a asa da águia
apresentará suas plumas.
Chave X
A lua ajuda a Hiperión com
seus raios. Mercurio sofre o
dano, e ele perceberá se não
lhe der prontamente seu
Jamsuf. Tú que compreendes
este verso dá gracias a
Jehovah de que um tal
entendimento seja outorgado
aos mortais.
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Simbolos Alquimia
Chave XI
Como Orfeu a Eurídice, o
irmão desposará a irmã, e de
seus corpos se verterá o
sangue. Junta-lo ao humor
cálido do pai e da mãe, depois
fecha com cuidado o globo
dos Adeptos. então o feróz
leão de prolífico corpo
Contemplará, feliz, sua
numerosa prole.
Chave XII
Se o leão generoso devora a
serpente Mercurio te dará
flores a milhares. a pedra sem
fermento não pode produzir
ouro, porém terá muito unida
a ele por ingresso. Por ela
verá que tudo o que está
oculto, e Deus será propício a
satisfazer teus desejos.
posted by Ana Maiz at 19:42, | 0 comments
Basilio Valentim - (1934)
Basilius Valentinus,
também conhecido pela
versão portuguesa de seu
nome, Basilio Valentim
(Mainz, 1394) foi um
alquimista do século XV.
Ele foi cônego do priorado
beneditino de São Pedro
em Erfurt, Alemanha.
Não se tem certeza se
este era mesmo o seu
verdadeiro nome; durante
o século XVIII foi
levantado a hipótese de
tratar-se de Johann
Thölde. Até mesmo o ano
de seu nascimento não é
dado como certo.
Ele demonstrou que o
amoníaco podia ser obtido
pela ação dos álcalis no
cloreto de amônia, e como
o ácido clorídrico poderia
ser produzido da salmoura
ácida.
Foi ele quem primeiro
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descreveu um método de obtenção de antimônio (em 1492). Suas obras mais
conhecidas são Doze Chaves de Basilio Valentim e A Carruagem Triunfal do Antimônio.
Segundo a tradição, foi um dos maiores Alquimistas de todos os tempos.
Foi Beneditino alemão, viveu em Erfust em princípios do século XV; alcançou sua
máxima difusão dois séculos mais tarde ao ser impressa sua obra As Doze Chaves,
todavia muitos historiadores consideram mítico a este personagem.
O primeiro agente magnético empregado para preparar o dissolvente que alguns
chamaram Alkaest, recebe o nome de Leão Verde, devido não tanto à sua coloração
senão pelo fato de não haver adquirido todavia os característicos minerais, que
distingue quimicamente o estado adulto do estado nascente.
É o embrião de nossa Pedra de nosso Elixir; alguns adeptos, entre eles Basílio
Valentin, o chamaram Vitríolo Verde, para expressar sua natureza quente, ardente e
salina.“Nossa água toma o nome de todas as folhas das árvores, das próprias árvores
e de tudo o que apresenta a cor verde, a fim de enganar aos insensatos” - disse o
Mestre Arnoldo de Vilanova.
Basílio Valentin dá o seguinte conselho: “Dissolva e alimente o verdadeiro Leão com o
sangue do Leão Verde, pois o sangue fixo do Leão Vermelho é feito do sangue volátil
do Verde, porque ambos são da mesma natureza” (O Mistério das Catedrais).
Em seu livro Azoth descreve de forma cifrada os meios para a produção da Pedra
Secreta. Pela forma que se expressa, deduz-se que se trata da fórmula do Vitriolo
(Visita Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem – VITRIOL). Essa
frase quer dizer: Investiga o interior da Terra, a qual retificando, encontrarás a pedra
secreta.
Em seu livro Testamentum, Basílio Valentin assinala as excelentes propriedades e as
raras virtudes do Vitriolo: “É um notável e importante mineral a que nenhum outro na
natureza poderia ser comparado, porque o Vitriolo se familiariza com todos os demais
metais mais que todas as demais coisas. Alia-se intimamente com ele, pois de todos
os demais metais pode obter-se um vitriolo ou cristal, já que se conhecem como uma
só e a mesma coisa.
O vitriolo é preferível aos outros minerais e deve conceder-se-lhe o primeiro lugar
depois dos metais. Pois embora todos os metais e minerais estejam dotados de
grandes virtudes, o vitriolo é o único suficiente para fazer-se a Bendita Pedra, o que
nenhum outro no mundo poderia conseguir por si só.
A este propósito digo que é preciso que imprimas vivamente este argumento em teu
espírito, que dirijas por inteiro teus pensamentos ao vitriolo metálico e que recorde
que confiei-te este conhecimento, de que se pode de Marte (homem) e Vênus
(mulher) fazer um magnífico vitriolo, no qual os três princípios se encontrem e que
servem para o nascimento e produção de nossa Pedra” (Moradas Filosofais. Págs. 483
e 484).
Valentine Azoth - 15 Imagens
posted by Ana Maiz at 19:23, | 0 comments
O Breviário - Nicolau Flamel
Consta que teve um estranho sonho.«Viu um livro
revestido de uma capa de cobre e cujas folhas, que
pareciam ser feitas de cascas finas, ornadas de
magníficas ilustrações.
O anjo que em sonhos lho apresentou disse: olha
bem este livro; parecer-te-á obscuro como a todo
o mundo, mas um dia verás aquilo que é preciso
ver e saberás o que ninguém sabe...Adormecido,
estendeu a mão para receber o livro mas o sonho
desfez-se e acordou subitamente
Este livro
mostrado
em sonhos a
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Flamel, ele o descobrirá na realidade como
descreve no seu Livro das Figuras Hieroglíficas:
«Eu, Nicolau Flamel, escrivão e vizinho de
Paris, neste ano de 1399, residindo na minha
casa da Rue des Escrivains, perto da capela de
St. Jacques de la Boucherie. Ainda que tenha
aprendido só um pouco de latim devido aos
escassos meios dos meus pais, que, apesar de
tudo, eram estimados como gente de bem....
Assim pois, quando depois da morte de meus
pais, ganhava a vida com a nossa arte da
escrita , fazendo inventários, contas, travando
os gastos de tutores e de menores, veio-me
parar às mão, por dois florins, um livro dourado
muito velho e grande. Não era de papel nem
pergaminho como os demais, mas de córtices
(assim me pareceu) de tenros arbustos. A sua
capa era de cobre fino, gravado com letras e
figuras estranhas. Creio que poderiam ser
caracteres gregos ou de outra língua antiga
similar, pois sabia lê-lo e não eram letras ou
ornamentos, já que dessa percebo um pouco.
No interior, as folhas de córtice estavam
gravadas com grande perfeição e escritas com buril de ferro, umas letras latinas
coloridas, muito belas e claras. Continha três vezes sete folhas; assim estavam
numeradas no alto da folha. A sétima não continha escrito algum. Em vez disso,
estava pintado, na primeira sétima, um látego e umas serpentes mordendo-se. Na
segunda sétima, uma cruz com uma serpente crucificada.»
Este livro mostrado em sonhos a Flamel, ele o
descobrirá na realidade como descreve no seu
Livro das Figuras Hieroglíficas: «Eu, Nicolau
Flamel, escrivão e vizinho de Paris, neste ano de
1399, residindo na minha casa da Rue des
Escrivains, perto da capela de St. Jacques de la
Boucherie. Ainda que tenha aprendido só um pouco
de latim devido aos escassos meios dos meus pais,
que, apesar de tudo, eram estimados como gente
de bem....Assim pois, quando depois da morte de
meus pais, ganhava a vida com a nossa arte da
escrita , fazendo inventários, contas, travando os
gastos de tutores e de menores, veio-me parar às
mão, por dois florins, um livro dourado muito velho
e grande. Não era de papel nem pergaminho como
os demais, mas de córtices (assim me pareceu) de
tenros arbustos. A sua capa era de cobre fino,
gravado com letras e figuras estranhas. Creio que
poderiam ser caracteres gregos ou de outra língua
antiga similar, pois sabia lê-lo e não eram letras ou
ornamentos, já que dessa percebo um pouco. No
interior, as folhas de córtice estavam gravadas
com grande perfeição e escritas com buril de ferro,
umas letras latinas coloridas, muito belas e claras.
Continha
três vezes sete folhas; assim estavam
numeradas no alto da folha. A sétima não
continha escrito algum. Em vez disso, estava
pintado, na primeira sétima, um látego e umas
serpentes mordendo-se. Na segunda sétima,
uma cruz com uma serpente crucificada.»
Seria fastidioso descrever aqui o que podereis
ler no livro acima citado mas queremos chamar
a vossa atenção para a descrição da Quarta
Lâmina «Na quarta folha pintou, em primeiro
lugar, um jovem com asas nos calcanhares e
com um caduceu na mão, rodeado por duas
serpentes, com o qual golpeava um capacete
que lhe cobria a cabeça. Pareceu-me o deus
Mercúrio dos pagãos. Contra ele, vinha
correndo e voando, com as asas abertas, um
velho que levava um relógio atado na cabeça e
nas suas mãos uma gadanha como a Morte,
com a qual queria cortar os pés a Mercúrio.»
Flamel não
tinha, na
altura em
que adquiriu
o dito livro, um conhecimento profundo da
simbologia alquímica porque nesta primeira Lâmina
http://simbolosalquimia.blogspot.com/2007_12_16_archive.html (8 of 33) [11/18/2008 8:26:40 AM]
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estão indicadas simbolicamente as matérias
necessárias à obra. Por isso fez uma peregrinação
a Compostela onde encontrou um tal Mestre
Canches, um sábio judeu que lhe teria explicado o
simbolismo. Na quarta Lâmina a simbologia é mais
pormenorizada indicando-nos não só as matérias
especificadas na Primeira como também parte do
modus operandi.
Le Livre Des Figures Hieroglyphiques não é o
melhor e mais explícito de Nicolau Flamel e, nem
tão pouco Le Sommaire Philosophique e Le Désir
Désiré. Flamel escreveu outro livro menos
conhecido mas que é o mais importante: O
Brevière ou em Inglês Testament.
Na Introdução do Breviário Nicolau Flamel diz o
seguinte:«Eu, Nicolau Flamel, escrivão de Paris,
neste ano de 1414 do reinado do nosso príncipe
bendito Carlos VI, que Deus abençoou, e após a morte da minha fiel companheira
Perrenelle, me tomou de fantasia e de
satisfação, recordando-me dela, para escrever
em teu favor, caro sobrinho, toda a mestria do
segredo do Pó de Projecção ou Tintura Filosofal,
que aprove a Deus dispensar a seu
insignificante servidor...Segue, portanto, com
engenho e entendimento os discursos dos
filósofos acerca do segredo, mas não tomes os
seus escritos à letra, porque ainda que possam
ser entendidos segundo a Natureza não te
serão úteis. Por isso, não esqueças de rogar a
Deus que te dispense entendimento de razão,
de verdade e natureza, para que vejas neste
livro, em que está escrito o segredo palavra a
palavra e página a página, como eu fiz e
trabalhei com a tua querida tia Perrenelle, que
recordo imensamente.»
Consta que
O Breviário
ou
Testamento
teria
manuscrito
por Nicolau
Flamel nas margens de um Breviário e seria
dedicado ao sobrinho de sua mulher Perrenelle.
Daí ele ser extremamente caridoso, escrito em
linguagem clara para a época, mas que hoje um
alquimista com conhecimentos profundos da Arte
poderá entender o que não acontece com os seus
anteriores livros. Por isso de um verdadeiro
Testamento se trata.
Ao que parece, o Breviário foi encontrado pelo
Mestre Dom Antoine-Joseph Pernety do qual teria
feito uma cópia ilustrada. Mais tarde o Cavaleiro
Denis Molinier, também ele alquimista, adquiriu a
cópia de Dom Pernety e anotou nas margens,
cuidadosamente, os esclarecimentos
complementares que julgou convenientes para a execução desta via, que ele
provavelmente fez ou tentou fazer. Essas anotações, embora um pouco confusas e
repetitivas, mesmo assim facilitam muito a compreensão do texto.
http://simbolosalquimia.blogspot.com/2007_12_16_archive.html (9 of 33) [11/18/2008 8:26:40 AM]
Simbolos Alquimia
Resumindo: a obra de Nicolau Flamel tal como
a de Ireneu Filaleto é uma via dos amálgamas.
O que numa é omisso na outra é descrita quase
ao pormenor por esse motivo complementamse.
In La Alchimie de Flamel ( Le Brevière) d'après
manuscrit du Chevalier Denis Molinier (1772).
Editions d'Arte Savary, Carcassome, France.
***********************
É inegável
que Flamel de
repente se
tornou capaz
de assumir
despesas
enormes com obras de caridade e deu avultadas quantias
para a construção de hospitais em Paris e inclusivamente
para a construção da igreja de St. Jacques de la
Boucherie.
A tradição
popular
afirma que no
século XVII
foram descobertos na adega da casa que pertenceu a
Flamel por uma empregada muitos frascos de grés
empoeirados que teve a ideia de recuperá-los. Assim
esvaziou o conteúdo num riacho, fazendo perder com
a sua ignorância, a preciosa provisão de pó de
projecção.
******************************
O BREVIÁRIO OU TESTAMENTO
posted by Ana Maiz at 11:19, | 0 comments
LIVRO DE ABRAHAM O JUDEU - N Flamel
http://simbolosalquimia.blogspot.com/2007_12_16_archive.html (10 of 33) [11/18/2008 8:26:40 AM]
Simbolos Alquimia
PRIMEIRA LÂMINA De ABRAHAM O JUDEU
Rubellus Petrinus
A interpretação das imagens com simbolismo
alquímico não é uma tarefa fácil porque cada um
tem a sua própria interpretação mas a Primeira
Lâmina de Abraham o Judeu não é difícil de
interpretar se conhecerdes as matérias e o modus
operandi da obra de Flamel. As outras lâminas não
são assim tão fáceis de interpretar no que respeita
ao modus operandi.
A via de Flamel é uma via mista ou via do
amálgamas assim, o velho empunhando um
gadanho simboliza Saturno tal como nas Doze
Chaves de Basílio Valentim. Saturno como todos os
alquimistas sabem não é um mineral ou metal
volátil, por isso o velho alado não pode ser Saturno
porque ter asas significa voar e, por isso, ele terá
de ser um metal ou mineral volátil.
Flamel chama-lhe Saturnia e não Saturno. Saturnia
na obra de Flamel é o régulo de antimónio.
Qualquer alquimista sabe que o régulo de
antimónio é um metal volátil isto é, pode ser
sublimado assim, o velho alado não simboliza
Saturno mas o régulo de antimónio.
Aqui, o velho alado tenta cortar os pés de
Mercúrio, isto é cortar a volatilidade do mercúrio.
Como?
Com as devidas precauções numa pequena tigela de aço inoxidável tentai amalgamar
o régulo de antimónio em pó com o azougue comum. Nunca o conseguireis! Nem com
a ajuda de Vulcano o podereis fazer!
Então, como o velho alado pode cortar os pés ao Mercúrio? Ele só o poderá fazer com
a ajuda da areia vermelha do relógio de areia que tem sobre a sua cabeça. A areia é
vermelha e do lado direito do relógio podereis ver dois símbolos espagíricos da areia
ou pó. O pó vermelho é a chave para amalgamar o régulo de antimónio em pó e o
azougue; isto é o Sol ou ouro.
Isto é a primeira parte da obra de Flamel: fazer um régulo solar e reduzi-lo a pó e em
seguida amalgamá-lo com o azougue e destilar o amalgama numa retorta
desmontável de aço inoxidável.
Descrevemos isto em linguagem clara porque o Mestre também o fez no seu livro.
Podereis facilmente confirmar isto no Testamento (Testament) de Flamel que podereis
encontrar facilmente na Web de McLean:
http://www.vevity.com/alchemy/fr-index.html
Flamel no Testamento ou no Breviário não se refere a tempo astrológico ou estações
do ano ou outras coisas deste género, pelo menos não nos demos conta disso.
A QUARTA LÂMINA DE ABRAHAM O JUDEU
Rubellus Petrinus
A figura principal desta lâmina é uma serpente
crucificada. A serpente como se sabe é um animal
frio e venenoso. Assim, o seu simbolismo alquímico
será um mineral ou um metal frio e venenoso
também.
http://simbolosalquimia.blogspot.com/2007_12_16_archive.html (11 of 33) [11/18/2008 8:26:40 AM]
Simbolos Alquimia
Porque foi crucificada a serpente?
No lado esquerdo do braço da cruz onde a serpente
está pregada, do lado direito do prego, vê-se o
símbolo espagírico de Marte.
No braço do lado direito e do lado direito do prego,
vê-se um símbolo parecido com um 8.
Alquimicamente este símbolo aqui não faz sentido.
Examinámo-lo com uma lupa e verificámos que é
um globo crucífero com contornos mal definidos.
Então qual é o significado simbólico da serpente?
É fácil entender o seu simbolismo por causa dos
dois símbolos espagíricos. Marte e o Globo
crucífero. Na verdade a serpente é Satúrnia como
é designada por Flamel no Brèviére ou Testament e
é fria e venenosa como uma serpente.
Porque foi a Saturnia crucificada? Ela foi crucificada
(morta) para fazer o amálgama filosófico.
Continuando. No cimo da cruz vê-se o símbolo
espagírico do Sol e no centro o do Mercúrio. Os
dois juntos com a Satúrnia formam o amálgama
que será posteriormente destilado.
Mas há mais. Olhai a parte inferior do crucifixo. Que vedes? Os símbolos espagíricos
da Lua e do amalgama (os mesmos pequenos círculos que se podem ver na ilustração
p 209 na L'Alchimie de Flamel).
Alquimicamente a cruz ou crucifixo pode simbolizar duas coisas: um cadinho ou a
morte (putrefacção do composto).
Aqui, a cruz significa simbolicamente, a morte do composto (amálgama filosófico) Sol
ou Lua (enxofre) e o Mercúrio.
Macho e fêmea, isto é o Andrógeno!
In L'Alchimie de Flamel, Editions Savary, 42 rue Barbés, 11000 Carcassonne, France.
HIERÓGLIFOS DE FLAMEL
posted by Ana Maiz at 10:04, | 0 comments
Nicolas Flamel - (1330 a 1418)
Nicolas Flamel nasceu em
1330 em Pontoise, na
França, e foi um dos
maiores alquimistas da
história.
Aos vinte e oito anos
compra um antigo livro de
autoria de Abraham, o
Judeu, que continha
textos intercalados com
desenhos de serpentes,
virgens, desertos e fontes
d'água. Achou muito
intrigante o livro e passou
a estudá-lo, descobrindo
que se tratava de cabala e
alquimia.
“Quando faleceram meus
pais tive que ganhar o pão
escrevendo; naquele
tempo adquiri um livro
dourado, muito velho e
volumoso. O livro
compunha-se de três
fascículos de sete folhas
cada um e a sétima folha
de cada um aparecia em
branco. Na primeira folha
via-se um báculo em torno
do qual apareciam
enroscadas duas
serpentes; na segunda,
uma cruz da qual pendia
outra serpente e na sétima podia ver-se um deserto, no centro do qual brotavam
formosas fontes; porém delas não saiam água senão serpentes que se arrastavam em
todas as direções."
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Simbolos Alquimia
Na fachada do livro, lia-se: “O judeu Abraham, príncipe, sacerdote, levita, astrólogo e
filósofo”. Na terceira folha explicava-se como se transformavam os metais. Junto ao
texto reproduziam-se dois recipientes, davam as cores e todos os detalhes, exceto a
Pedra Filosofal, a qual aparecia reproduzida com grande arte e forma tal que cobria
por completo as páginas quatro e cinco”.
Posteriormente, Flamel mandou colocar essas figuras no cemitério parisiense dos
inocentes. Dos relatos houve um que o impressionou bastante: “Um rosal florido no
meio do jardim; no solo junto às rosas uma fonte da qual emanava água
branquíssima, que logo a uma distância respeitável precipitava-se num abismo. Muitas
pessoas cavavam ao longo de seu curso, com as mãos na terra, tratando de encontrar
a fonte, porém não conseguiam êxito porque eram cegas; somente um foi capaz – ele
encontrou a água”.
Esta é realmente uma das maiores simbologias Alquimistas, pois expressa claramente
o significado do Grande Arcano. A rosa indica a cristalização dos corpos solares. A
fonte simboliza a transmutação; é a fonte da água viva da qual falava Jesus. A
humanidade inconsciente busca essa fonte e apesar de tê-la tão perto não a encontra;
a água é desperdiçada, caindo nos abismos. Somente o adepto, o Iniciado, é o único
capaz de valorizar as águas seminais.
Flamel finalmente conseguiu captar o sentido dos processos, porém seguia sem
compreender o processo da matéria prima. Consultou então sua esposa Perenelle, a
qual imediatamente dedicou-se com idêntico fervor a estudar o misterioso livro. Com
isto, Nicola Flamel nos indica que é necessária a mulher para realizar a Grande Obra.
Marchou logo em peregrinação até o sepulcro do apóstolo Santiago, na Espanha,
encontrando-se com o Mestre Canché, o qual indicou-lhe os fundamentos do
Magistério. Flamel narra sua Iniciação da seguinte maneira: “Todavia trabalhei uns
três anos, até que finalmente encontrei o elixir (havia trabalhado 21 anos) que
imediatamente se reconhece por seu forte odor. Primeiro o projetei sobre uma libra e
meia de mercúrio e obtive desse modo igual quantidade de prata; isso ocorreu em
minha casa, estando presente unicamente minha esposa Perenelle; mais tarde,
atendo-me escrupulosamente a cada palavra de meu livro, projetei a pedra vermelha
sobre uma quantidade quase igual de mercúrio na mesma casa e de novo estava
presente minha esposa Perenelle. Realizei a obra por três vezes com a ajuda de
Perenelle, pois como havia-me ajudado no trabalho, o entendia exatamente como eu”.
Escreveu "O Livro das Figuras Hieroglíficas" em 1399, "O Sumário Filosófico" em 1409
e "Saltério Químico" em 1414.
Flamel deixou um testamento escrito a seu sobrinho, em que revelava os segredos
que descobrira sobre a alquimia. O "Testamento de Nicholas Flamel" foi compilado na
França no final dos anos 1750 e publicado em Londres em 1806. O documento original
foi escrito de próprio punho por Nicholas Flamel em um alfabeto codificado e
criptografado que consistia em 96 letras. Um escrivão Parisiense chamado Father
Pernetti o copiou e um Senhor de Saint Marc pôde finalmente quebrar o código em
1758.
CURIOSIDADES:
- A casa de Flamel em Paris, construída em 1407, ainda existe. Situa-se 51 rue de Montmorency, e é hoje um
restaurante.
- É citado na série Harry Potter como tendo realmente conseguido criar a pedra filosofal.
- É citado também no livro O Código Da Vinci como sido um dos grão-mestres do Priorado de Sião.
- A lenda conta que, na realidade, ambos, Flamel e Perrenelle, não morreram, e que em suas tumbas foram
encontradas apenas suas roupas em lugar de seus corpos. Especula-se que Flamel possivelmente tenha enconrado
a fonte da longevidade. Estudos orientais confirmariam isso. Outra possíbilidade é ter ultrapassado a barreira das
dimensões.
posted by Ana Maiz at 07:43, | 0 comments
ARS MAGNA e ARS DEMONSTRATIVA- Raimundo
Lulio
Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2007
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Simbolos Alquimia
ORIGINAL: Biblioteca del Monasterio del
Escorial ( Madrid ) Referencia Ms. 8c.IV.6
AUTOR: Raimundo Lulio
SIGLO: S. XVI
PÁGINAS: 162
MINIATURAS: 29 figuras, 8 de las cuales
son superposición de círculos
concéntricos que giran sobre su eje.
ENCUADERNACIÓN: Pergamino impreso y
envejecido.
TAMAÑO: 205 x 145 mm.
IDIOMA: LATÍN
ARS MAGNA: UM COMPENDIO DE
SABEDORIA TEOLÓGICA
O Ars Magna, obra fundamental
do filósofo mallorquino Raimundo
Lulio, é uma antologia baseada
principalmente na Ars
Demonstrativa e outras obras do
mesmo período. o manuscrito
contem extratos, resumos ou remodelações de obras autenticas e trata de demonstrar a
existencia de Deus mediante catorze razões atribuidas a cada um deles sua propria lacuna que é
consecutiva da primeira. toma como principio as virtudes de bondade, glória, perfeição, justiça,
nobreza, etc. Provando que Deus existe se determina que existem nele todas as virtudes
mencionadas.
ARS DEMONSTRATIVA
posted by Ana Maiz at 19:39, | 0 comments
Ars Brevis Introdução - Raimundo Lúlio
Como então determinar adequadamente o estatuto da Arte como ciência?
1. Para começar, deve-se constatar que a Arte luliana assenta-se sobre dois pilares,
sendo o primeiro deles o chamado alfabeto que Lúlio introduz no início da Ars brevis e
que se pode resumir da seguinte maneira :
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Simbolos Alquimia
A primeira série de princípios que aqui se
reproduzem costumam chamar-se princípios
absolutos, ainda que esta denominação não
seja de Lúlio, que em suas primeiras obras os
denominava dignitates passando depois a
chamá-los simplesmente principia .
Tanto a palavra dignitas como o nome principia
remetem à tradição aristotélica dos Analitica
posteriora, onde se estabelece que cada ciência
parte de princípios per se nota que não podem
ser comprovados, ao menos não pela própria
ciência.
Seguindo
esta
tradição,
estes princípios também são indemonstráveis para
Lúlio. E mais, são os mesmos atributos de Deus
que, como causas exemplares, são ao mesmo
tempo os principia essendi e os principia
intelligendi da criação. Justamente por isso, não
podem ser provados, já que são a condição da
possibilidade do ser e do conhecer. Mas –e com
isto voltamos à intenção dialogante de Lúlio–
também não é necessário demonstrá-los, porque
representam um lugar comum das três grandes
religiões de livro.
Assim, o
judaísmo
conhece as
dignitates
sob o nome
sefirot, enquanto que o islamismo as chama
hadras. Ou seja, Lúlio parte na sua Arte dos
pressupostos comuns das três grandes religiões
monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o
islamismo.
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Simbolos Alquimia
Enquanto estes atributos divinos, segundo
Lúlio, são indistinguíveis quando estão em
Deus, sim que se podem diferenciar e
relacionar quando estão realizados na criação,
pelo que Lúlio introduz em segundo lugar uma
série de princípios relacionais como
«diferença», «concordância», «contrariedade»,
etc., que abarcam todos os seres intramundanos. Com isto, a cosmovisão de Raimundo Lúlio possui dois eixos, um vertical
que religa a criação à sua causa transcendente mediante os princípios absolutos,
sendo estes as causas exemplares do mundo; e
outro horizontal que descreve o dinamismo entre
as criaturas a partir das diferentes relações que se
dão entre elas.
Pode-se dizer, e já foi dito, que estes princípios
relacionais juntamente com os princípios absolutos
constituem todo o fundamento da Arte luliana,
enquanto os demais conceitos do alfabeto, ou seja,
as perguntas, os nove sujeitos e as virtudes e os
vícios, seriam suas ferramentas de pesquisa.
Resumo:
O Ars brevis consiste em quatro figuras e uma
figura de alfabeto.
A primeira figura "A" Lulio chama de "dignidades".
As dignidades são extraídas diretamente da lógica escolastica, John Scotus de
Erigena; conectando todas as linhas é possível criar permutações de todas as
dignidades (à excecção dos tautologicals).
A segunda figura T é realmente 3 triângulos sobrepondo, cada um com sub-especies
que são associados com eles (1: diferença, concordia, oposição; 2: começo, meio,
extremidade; e 3: major, igualdade, menores).
A terceira figura é uma tabela das combinações na primeira figura
A quarta figura é realmente móvel e permite a permutação nos grupos de três de
todas as letras.
Além das figuras, há 18 princípios que devem ser aprendidos pelo coração a fim
operar o dispositivo
A fim fazer um oráculo, há nove vezes modos da fazer perguntas.
Finalmente há três jogos de nove: Assuntos, virtures e vicios, que são usados também
fazer perguntas .
posted by Ana Maiz at 19:39, | 0 comments
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Simbolos Alquimia
Ars Brevis - Raimundo Lúlio
O segundo pilar da Arte Luliana, a saber, seu caráter formal, que se expressa nas
quatro figuras
A primeira delas chama-se
Figura A –letra que Lúlio não
utiliza em seu alfabeto e que
em obras anteriores, como a
Ars maior, havia reservado a
Deus–. A figura consta de
dois discos de diferente
tamanho superpostos, em
cujas respectivas periferias
trazem inscritos os princípios
absolutos; no disco menor em
sua forma predicativa
(bonum, magnum, etc.) e no
disco maior em forma de
substantivo (bonitas,
magnitudo, etc.). Além disso,
no interior do círculo, diversas
linhas interconectam as casas
dos diferentes princípios
absolutos entre elas, e assim
esta figura demonstra
claramente a mútua
predicabilidade e a
convertibilidade de tais
princípios em Deus. De fato,
nesta figura se descobre todo
o segredo da famosa
demonstratio per
aequiparantiam de Lúlio, que
não faz outra coisa senão basear a demonstração sobre a convertibilidade dos
princípios absolutos em Deus, para mostrar, entre outras coisas, sua Trindade.
Contudo, esta figura não é exclusivamente teológica, mas também se aplica à criação,
na medida em que nela se encontram realizados os princípios absolutos. De maneira
que se Pedro é bom, segundo Lúlio, também se lhe pode atribuir a magnitude, ainda
que então os princípios percam seu caráter universal e se convertam em princípios
particulares. Portanto, diz Lúlio, esta figura serve para descer do universal ao
particular e vice-versa. É este o caminho que ao tratar dos princípios se havia
apostrofado como a dimensão vertical da Arte.
A segunda figura, de nome T,
põe em ordem sistemática os
princípios relacionais,
agrupando cada três deles
nos três vértices de um
triângulo, de maneira que se
geram três triângulos que nos
manuscritos da Ars brevis
costumam vir coloridos em
verde, vermelho e amarelo. O
triângulo verde contém em
seus ângulos «diferença»,
«concordância» e
«contrariedade», termos que
se distinguem segundo o
âmbito da realidade à qual
são aplicados. Estes âmbitos
se indicam pelas casas que se
encontram por cima dos
respectivos ângulos,
mostrando, por exemplo, que
podem existir «diferença»,
«concordância» ou
«contrariedade» entre dois
entes espirituais, ou entre um
ente espiritual e outro
sensível, ou ainda entre dois
entes sensíveis. Da mesma
maneira, o triângulo vermelho que representa o princípio, o meio e o fim, possui suas
subdivisões, podendo ser o princípio causal, quantitativo e temporal. Enquanto o meio
pode ser meio de conjunção, da medida ou dos extremos, como a linha entre os
pontos. O fim pode ser de privação, como a morte, de limite ou de perfeição.
Finalmente, o triângulo amarelo contém os conceitos «ser maior», «igualdade» e «ser
menor», os quais podem referir-se às relações existentes entre duas substâncias, dois
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Simbolos Alquimia
acidentes ou uma sustância e um acidente. Com esta figura, Lúlio estende ante os
olhos de seus leitores a compenetração horizontal da qual se falou antes.
A figuras A e T são retomadas
e unidas por Lúlio na terceira
figura, que é também a
primeira figura de caráter
combinatório consistindo de
36 casas com combinações
binárias da forma BC, BD, BE,
etc., que se agrupam em oito
colunas. Estas 36 casas
resultam de nove elementos
combinados dois a dois sem
repetição: 9!/[(9•2)! X 2!]
=36. Cada uma destas letras
pode ser tanto predicado
como sujeito de uma
predicação, podendo-se-lhe
atribuir além disso tanto o
valor dos princípios absolutos
como o dos princípios
relacionais. Ao procedimento
de desenvolver o conteúdo
polissêmico de cada casa,
Lúlio dá o nome de evacuatio:
Tomando, por exemplo, B
como sujeito e C como
predicado, a casa BC
significa: Bondade é grande, ou: Bondade é concordante. Assim como: Diferença é
grande, ou: Diferença é concordante. Já se tomarmos C como sujeito e B como
predicado, a casa significa: Magnitude é boa, ou: Magnitude é diferente. Assim como:
Concordância é boa, ou: Concordância é diferente. De uma só casa são extraíveis
assim oito proposições, às que cabe acrescentar as proposições que resultam da
combinação BB e CC que Lúlio não menciona aqui, mas que tem em conta, e assim o
número das possíveis proposições sobe para doze. A estas, por sua vez, aplicam-se as
perguntas nelas contidas, de maneira que as proposições da casa BC são consideradas
sob as perguntas «se» (B) e «que?» (C): Se a bondade é grande, que é bondade
grande?, etc. Deste modo, Lúlio pretende encontrar uma cópula que relacione o
predicado e o sujeito para chegar a juízos seguros, pelo que esta figura também foi
chamada a figura do juízo.
Assim como a terceira figura
resume as duas figuras
precedentes, a quarta e
última figura integra todas as
figuras até aqui expostas.
Esta figura consiste de três
discos marcados pelas letras
do alfabeto luliano em sua
periferia, sendo que os dois
interiores são móveis. Ora, se
se fazem rodar estes discos,
resultam 252 combinações
ternárias sem repetição
significando para Lúlio a letra
que está no centro da
combinação o terminus
medius do silogismo. Na
combinação ternária BCD, por
exemplo, BC seria a
propositio maior, CD a
propositio minor, C o
terminus medius e BD a
conclusão. A função desta
figura é precisamente forjar
para o pesquisador os termos
médios para que ele possa
chegar a conclusões seguras:
“E assim, pelos [termos] médios das casas, o homem caça as conclusões necessárias
e as encontra” . Por isso, esta figura também recebeu o nome de figura silogística.
Para acabar de descrever esta figura, cabe assinalar que as combinações ternárias
resultantes desta são –como as combinações da figura anterior– ambivalentes, já que
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Simbolos Alquimia
podem receber tanto o valor dos princípios absolutos como o dos princípios relacionais.
Para diferenciar estes
significados, Lúlio esboça
na Ars brevis as primeiras
colunas de uma Tabula
que em sua totalidade
conta com 84 colunas de
20 elementos cada uma,
ou seja, com um total de
1680 combinações. O
número elevadíssimo de
perguntas que Lúlio gera
desta maneira, para
apresentá-las ao juízo
racional, é expressão de
seu afã de querer abarcar
toda asserção possível
sem excluir nenhuma
delas de antemão. Podese dizer, pois, que a
função das figuras é
garantir que no diálogo
inter-religioso nenhuma
combinação possível dos
princípios básicos,
compartilhados por todas
as religiões, fique fora de
consideração, ao mesmo
tempo que seu
desdobramento
sistemático facilita à razão
sua tarefa de julgar e
chegar à verdade.
posted by Ana Maiz at 13:02, | 0 comments
Raimundo Lúlio - (1232/1233 — 1315/1316)
Raimundo Lúlio, em catalão Ramon Llull, Palma de
Maiorca; também conhecido como Raimundo Lulio
em castelhano, como Raimundus ou Raymundus
Lullus por autores extrangeiros e como Raymond
Lully pelos anglo-saxões) foi o mais importante
escritor, filósofo, poeta, missionário e teólogo da
língua catalã. Foi discípulo de Arnoldo de Vilanova
Foi um prolífico autor também em árabe e latim,
bem como em Langue d'Oc (occitano). É beato da
Igreja Católica.
Conhecido em seu tempo pelos apelidos de
Arabicus Christianus (árabe cristiano), Doctor
Inspiratus (Doutor Inspirado) ou Doctor
Illuminatus (Doutor Iluminado), Llull é uma das
figuras mais fascinantes e avançadas dos campos
espiritual, teológico e literário da Idade Média. Em
alguns de seus trabalhos propos metodos de
escolha, que foram redescobertos séculos mais
tarde por Condorcet (século XVIII).
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Simbolos Alquimia
Raimundo Lúlio abandona a vida que leva em Maiorca para procurar a cura de um
cancro maligno para a sua amada. Em pleno período histórico dos Templários, a sua
viagem traz-lhe bem mais do que isso: uma vidaerrante de iniciação nos mistérios da
Alquimia que o fará jurar perante soberanos e papas que encontrou a fórmula para
harmonizar as três religiões ? cristã, muçulmana e judaica ?, integrando
conhecimentos das ciências e da teologia.
Os escritos que nos foram legados do grande estudioso maiorquino superam em sua
totalidade o número de 250 obras que somam cerca de 27.000 páginas.
Raimundo Lulio, em seu livro Clavículas, diz: “Por isso os aconselho que não obreis
com o Sol (homem) e com a Lua (mulher) senão depois de havê-los levado a sua
matéria prima (energia sexual) que é o enxofre e o mercúrio dos filósofos. Ó filhos
meus! Aprendei a servi-vos dessa matéria venerável, porque os advirto sob a fé de
juramento, de que se não sacais o mercúrio desses metais, trabalhareis como o cego
na obscuridade e na dúvida. Por isso, ó filhos meus! Os conjuro a que marcheis até a
Luz com os olhos abertos e não caiais como cegos no Abismo”.
Nicola ABBAGNANO:"LULLIANA, ARTE (lat. Ars lulliana; inglês Lullic Art; franc. Art
lullien; al. Lullische Kunst). Propriamente, a ars magna de Raimundo LÚLIO (1235 1315), isto é, a ciência universal que ensina a combinar os termos para a descoberta
sintética dos princípios das ciências. Diferentemente da lógica aristotélica, a ars
magna pretende ser um procedimento inventivo que não se detém em resolver as
verdades conhecidas, mas continua para descobrir as novas. A noção dessa arte, que
encontrou seguidores entusiastas no Renascimento, entre os quais Agripa, Bovillo e
Bruno, foi retomada por Leibniz, que a denominou Característica geral." (Dicionário de
filosofia. Trad. Alfredo Bosi [Dizionario di filosofia]. S. Paulo, Mestre Jou, 1982. pág.
604)
Walter BRUGGER, SI:"Raimundo LÚLIO (1235 - 1315): agitada vida de peregrino; luta
contra o Islão e o averroísmo latino; poeta, filósofo, teólogo e místico; LÚLIO aspirava
a uma Ars generalis, um sistema de conceitos fundamentais supremos e proposições,
dos quais se pudessem, por meio de combinações e operações mecânicas, deduzir as
ciências particulares. A última forma literária de suas idéias encontra-se na Ars magna
et ultima. LÚLIO é o precursor da Ars combinatoria de Leibniz e da
logística." (Diccionario de filosofía. Trad. José Maria Vélez Cantarell [Philosophisches
Wörterbuch. Freiburg, Herder, 1951]. Barcelona, Herder, 1953. pág. 451)
Otto Maria CARPEAUX:"(...) O símbolo é expressão artística do que é inefável; a
alegoria é representação intelectual do que é compreensível. A Catedral é um símbolo.
A Summa é um conjunto de alegorias. A "Idade Média" está entre esses dois pólos,
oscilando, evoluindo, e enfim dissolvendo-se. Existe até uma figura na qual os dois
termos se encontram: Raimundus LULLUS, o santo da Catalunha. "LULLUS é
fenômeno raro: um gênio confuso. O caminho da sua vida é retilíneo: vida mundana,
desengano, conversão, ascese, projetos de converter sarracenos e judeus, obstáculos
eclesiásticos, viagens de missão, martírio. Os altos dignitários da Igreja chamaram-lhe
doctor phantasticus, apelido que não convém às suas obras científicas, nem às
literárias, mas sim ao conjunto destas e daquelas. Como poeta, LULLUS é um joglar
de Déu; queimou as poesias eróticas da sua mocidade, substituindo-as pela poesia
religiosa, a mais pessoal que se escreveu na Idade Média. Lo cant de Ramón,
confissão poética, seria o pendant sério da poesia goliarda. As tentativas filosóficas de
criar um ciência geral, que suscitaram a admiração de Leibniz e antecipam algo da
logística moderna, pertencem, em certo sentido, ao gênio poético de LULLUS:
pretendem transformar o mundo em catedral de símbolos científicos. Mas o conflito
entre entusiasmo místico e razão construtiva subsiste. No estranho romance filosófico
Llibre de meraveles decompõe-se o mundo em alegorias, e o mais estranho romance
Blanquerna exalta a dissolução do mundo real pela mística. LULLUS pretendeu reduzir
a fórmulas alegóricas o inefável, que se tinha revelado ao místico em símbolos; era
um poeta pela ambigüidade íntima da sua alma. O resultado de sua vida encontra-se
em um dos seus Mil Provérbios: 'Quem disputa com Deus, será vencido'; mas o
místico pretende mesmo ser vencido por Deus. "O caminho da separação progressiva
entre símbolo e alegoria é o caminho de evolução do pensamento medieval." (História
da literatura ocidental, I. Rio, Alhambra, 1978. pág. 161-2)
Mircea ELIADE:"(...) a virtude primeira da Pedra reside na sua capacidade de
transformar os metais em ouro (...) A idéia de que a Pedra precipita o ritmo temporal
de todos os organismos e acelera o crescimento, encontra-se na Prática de Raimundo
LÚLIO: 'Na primavera, mediante o seu grande e maravilhoso calor, a Pedra comunica
vida às plantas; se dela dissolveres na água a quantidade aproximada de um grão e
se, tomando dessa água a porção necessária para encher a casca de uma avelã,
regares com ela um tronco de videira, a tua capa estará em maio carregada de uvas
maduras'." (Ferreiros e alquimistas. Trad. Roberto Cortes de Lacerda [Forgerons et
alchimistes. Paris, Flammarion Editeur, 1977]. Rio, Zahar Editores, 1979. pág. 129)
Julius EVOLA:"Apontemos (...) as freqüentes referências ao vinho nos textos mais
recentes, a partir de Raimundo LÚLIO, e repitamos que umas vezes se trata dum
símbolo e outras, de uma realidade, ou de ambas as coisas ao mesmo tempo.
Citaremos um só texto: 'É admirável, e incrível para o vulgo, que o espírito do vinho http://simbolosalquimia.blogspot.com/2007_12_16_archive.html (20 of 33) [11/18/2008 8:26:40 AM]
Simbolos Alquimia
extraído e separado completamente do seu corpo [quer dizer, trata-se de recolher o
aspecto sutil da experiência proporcionada pelo vinho] - valha, pelo seu contínuo
movimento de circulação, para extrair... quaisquer outros espíritos dos seus corpos:
quer vegetais (...), quer minerais (...), quer animais (...) ... A Quinta-virtus-essentiaprima do Vinum atrai os vires [os poderes, a virilidade] de todos os seres infusos nela:
desembaraçando-os dos elementos por dissolução do vínculo natural, e conseguindo
os Espíritos, por apetência e reação, elevar-se por cima das resistências passivas'." (A
tradição hermética. Trad. Maria Teresa Simões [La tradizione ermetica. Roma,
Mediterranee, 1971]. Lisboa, Edições 70, 1979. págs. 153-4)
Kurt FLASCH:"(...) LÚLIO foi um outsider; sua obra demonstra a riqueza da paisagem
histórica no começo do século XIV. Os juízos sobre ele estendem-se do "semilouco" de
Prantl ao elogio segundo o qual LÚLIO seria o mais conseqüente e homogêneo de
todos os filósofos cristãos (E. W. Platzeck). Em muitas exposições do pensamento
medieval - p. ex., no opúsculo de Josef Pieper sobre a escolástica - procura-se em vão
pelo nome de LÚLIO. Esse silêncio é, em todo caso, injustificado, quando se trata de
uma avaliação histórica ou de examinar a conexão entre as Idades Média e Moderna:
LÚLIO foi uma fonte essencial para Giordano Bruno; Nicolau de Cusa não possuía
tantos textos de nenhum outro pensador quanto de LÚLIO; Descartes polemizava
contra ele; Leibniz e Lessing estudaram-no. Não se pode prescindir do Lulismo nas
discussões sobre o método científico do início da Idade Moderna. No século XIV, ele foi
ao encontro dos movimentos de reforma joaquimitas. A ciência escolástica de Paris
encarava-o de modo preconceituoso, se bem tenha havido lá tentativas regulares de
elucidar de forma sistemática a doutrina de LÚLIO. Em 1376, chegou-se a uma
condenação papal de teses lulianas que, porém, seria suspensa em 1419. A
repercussão de LÚLIO associou-se, freqüentemente, a experimentos de alquimia.
Contudo, ele próprio nada tinha que ver com isso, sim, porém, com a astrologia e uma
reforma da medicina."Na investigação científica, a imagem de LÚLIO é oscilante, e é
difícil informar-se sobre ele com base nas próprias fontes - a envergadura de seus
escritos já assusta: o catálogo de suas obras conta, segundo Platzeck, 292 títulos.
Foram escritas parte em latim, parte em catalão. LÚLIO também escreveu em árabe,
mas esses textos se perderam ou foram preservados apenas em traduções. Essa
massa enorme é difícil de dominar; ajuizá-la exigiria a competência não apenas de um
historiador da filosofia, mas também a de um romanista - LÚLIO é tido como o pai da
literatura catalã - e a de um historiador da ciência. Vários textos ainda não foram
editados. Mas o estudo de LÚLIO tem-se tornado mais fácil nos últimos decênios: a
grande edição de Mogúncia, que era rara, está novamente disponível desde 1965,
numa reimpressão em 8 volumes. As obras tardias de LÚLIO aparecem,
ininterruptamente, nos marcos da Opera Latina, e também seus escritos catalãos
podem ser estudados. Uma introdução à vida e ao pensamento de LÚLIO encontra-se
no esboço de autobiografia (Vita coetanea), publicado em alemão, em 1964, em
Düsseldorf (E. W. Platzeck), e cujo texto crítico em latim está disponível, desde 1980.
Quem quiser iniciar-se no pensamento de LÚLIO, pode agora utilizar os excertos de
seus escritos que Nicolau de Cusa compilou para si mesmo. A elucidação do conteúdo
do pensamento de LÚLIO também fez alguns progressos."LÚLIO foi um espírito
inquieto. Da tradição, não deixou quase nada intocado; queria renovar tudo - a
cristandade, a coexistência das religiões, a lógica e a medicina, a filosofia e a teologia;
antes de tudo, porém, a linguagem. Procurava a variação; repugnava-lhe a linguagem
vulgar das escolas. Sua mania de inovar na terminologia foi criticada já na Idade
Média (J. Gerson), ao passo que de Cusa a imitava. (...)" (Das philosophische Denken
im Mittelalter. Von Augustin zu Machiavelli [O pensamento filosófico na Idade Média.
De Agostinho a Maquiavel]. Stuttgart, Philipp Reclam jun., 1988. p. 381-2.).
Charles GUIGNEBERT:"Imbuídos de modernismo, alguns declaram, até nas Escolas de
Paris ou de Oxford, que a filosofia deve ser independente da teologia e que, além
disso, a fé cristã é um obstáculo para o progresso do saber. Enquanto o arcebispo de
Paris, Esteban Tempier, condena 919 erros dos averroístas, em 1277, e os arcebispos
de Canterbury e da Universidade de Oxford seguem seu exemplo, organiza-se uma
espécie de cruzada entre os doutores ortodoxos contra a nova incredulidade que é
transmitida descendentemente das Escolas às classes inferiores em forma de um
materialismo grosseiro; tanto que preocupará à Inquisição, por exemplo, em
Carcasona e Pamiers, no começo do século XIV."De resto, essa cruzada intelectual não
tem muito maior êxito que as outras; alguns doutores, como o famoso Raimundo
LÚLIO (+ 1315), deixam-se contaminar pelas doutrinas que intentam destruir.
Nenhum encontra argumentos decisivos contra o averroísmo e termina por impor-se
com a tolerância, inconcebível por outro lado, da Igreja, quer se encerrando em
pequenos cenáculos (por exemplo, em Pádua e em Bolonha), quer se desvanecendo
sob aparências tranqüilizadoras, em um sincretismo bastante surpreendente.
Combinam-se nele as especulações do filósofo árabe, os postulados essenciais da
dogmática ortodoxa e divagações sobre a relação das influências astrais e o destino
humano." (El cristianismo medieval y moderno. Trad. Nélida Orfila Reynal [Le
christianisme médiéval et moderne. Paris, Ernest Flammarion, 1927]. México - Buenos
Aires, Fondo de Cultura Económica, 1957. pág. 120)
G. W. F. HEGEL:"Chamado de Doctor illuminatus, Raimundo LÚLIO chegou a ser muito
famoso, sobretudo pela arte de pensar composta por ele e a que deu o nome de Ars
magna. Nasceu em Maiorca, em 1234, e foi um desses homens excêntricos e
impulsivos que se metem em tudo. Tinha marcada afeição pela alquimia e um grande
entusiasmo pelas ciências em geral, bem com uma imaginação fogosa e inquieta. Teve
uma juventude dissipada e entregue aos prazeres e às diversões; mais tarde, retirouse a um lugar ermo e teve ali muitas visões de Jesus Cristo. Levado pelo seu agitado
temperamento, sentiu-se impelido pelo desejo de contribuir para a difusão da doutrina
cristã entre os maometanos da Ásia e da África, consagrando sua vida a essa missão;
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para isso, aprendeu o árabe, viajou por toda a Europa e a Ásia e buscou o apoio do
papa e de todos os monarcas da Europa, sem abandonar por isso o cultivo de sua
arte. Foi perseguido e teve de suportar incontáveis penalidades, aventuras, perigos de
morte, prisões e maus tratos. Viveu durante longo tempo em Paris, no começo do
século XIV, e compôs cerca de quatrocentos escritos. Ao cabo de uma vida
extraordinariamente agitada, morreu venerado como santo e mártir, no ano de 1315,
em conseqüência dos maus tratos sofridos na África."A tendência fundamental da
"arte" de Raimundo LÚLIO consistia em enumerar e ordenar todas as determinações
conceituais a que era possível reduzir todos os objetos, as categorias puras com
referência às quais podiam ser determinados, para, desse modo, poder assinalar
facilmente, com respeito a cada objeto, os conceitos a ele aplicáveis. Raimundo LÚLIO
é, pois, um pensador sistemático, ainda que ao mesmo tempo mecânico. Deixou
traçada uma tabela em círculos nos quais se acham inscritos triângulos cortados por
outros círculos. Dentro desses círculos, ordenava as determinações conceituais, com
pretensões exaustivas; uma parte dos círculos é imóvel, a outra tem movimento.
Vemos, com efeito, seis círculos, dois dos quais indicam os sujeitos, três os predicados
e o sexto as possíveis perguntas. Dedica nove determinações a classe, designando-as
com as nove letras B C D E F G H I K. Obtém, desse modo, nove predicados absolutos,
que aparecem escritos ao redor de seu quadro: a bondade, a magnitude, a duração, o
poder, a sabedoria, a vontade, a virtude, a verdade, a magnificência; em seguida,
vêm nove predicados relativos: a diferença, a unanimidade, a contraposição, o
princípio, a metade, o fim, o ser maior, o ser igual e o ser menor; em terceiro lugar,
temos as perguntas: sim?, quê?, de onde?, por quê?, quão grande?, de que
qualidade?, quando?, de onde?, como e com quê?, a última das quais encerra duas
determinações; em quarto lugar, aparecem nove substâncias (esse), a saber: Deus
(divinum), os anjos (angelicum), o céu (coeleste), o homem (humanum),
Imaginativum, Sensitivum, Vegetativum, Elementativum; em quinto lugar, nove
acidentes, quer dizer, nove critérios naturais: a quantidade, a qualidade, a relação, a
atividade, a paixão, o ter, a situação, o tempo e o lugar; por último, nove critérios
morais, que são as virtudes: a justiça, a prudência, a valentia, a temperança, a fé, a
esperança, o amor, a paciência e a piedade, e nove vícios: a inveja, a cólera, a
inconstância, a avareza, a mentira, a gula, a devassidão, o orgulho e a preguiça
(acedia). Todos esses círculos tinham de ser colocados necessariamente de
determinado modo para poder dar como resultado as combinações desejadas.
Conforme as regras de colocação, segundo as quais todas as substâncias recebem os
predicados absolutos e relativos adequados a estes, deviam ser esgotados a ciência
geral, a verdade e o conhecimento de todos os objetos concretos." (Lecciones sobre la
historia de la filosofia, III. Trad. Wenceslao Roces [Vorlesungen über die Geschichte
der Philosophie. Karl Ludwig Michelet, 1842]. México, Fondo de Cultura Económica,
1981. págs. 149-50)
Vittorio HÖSLE:" 'O conhecimento de que proposições absolutas (fundamentadas em
última instância) só podem ser demonstradas indiretamente, mediante autosuperação das posições contrapostas, não é novo. Remonta a Platão e,
provavelmente, já ao Sócrates histórico.'* [*(...) - Raimundo LÚLIO é um mestre em
demonstração indireta, em cuja significação também refletiu teoricamente.]" (Die
Krise der Gegenwart und die Verantwortung der Philosophie [A crise do presente e a
responsabilidade da filosofia]. München, Beck, 1990. pág. 161)
Carl Gustav JUNG:"Não há que se maravilhar pelo fato de que já numa época bastante
remota entre os latinos se manifestasse a analogia entre Cristo e o lapis, pois o
simbolismo alquímico está embebido de alegorias eclesiásticas. Ainda que seja
indubitável que as alegorias dos Padres da Igreja enriqueceram a linguagem
alquímica, a meu juízo não é de modo algum seguro até que ponto o opus
alchemicum, com suas distintas formas, possa ser entendido como transformação de
ritos eclesiásticos (batismo, missa) e de representações dogmáticas. Verdade é que
não se pode discutir o fato de que continuamente foram tomados empréstimos da
Igreja, porém as representações de fontes originárias ou fundamentais são elementos
que procedem de fontes pagãs, particularmente de fontes gnósticas. Com efeito, as
raízes do gnosticismo não se acham certamente no cristianismo, pois este último foi
antes influenciado pelo gnosticismo. Além disso, estamos de posse de um texto chinês
que data de meados do século II e que mostra uma semelhança fundamental com a
alquimia ocidental. Qualquer que tenha sido a relação entre a China e o Ocidente, o
certo é que existem idéias paralelas em esferas independentes do cristianismo, em
que indiscutivelmente não se pode falar de influência cristã.
Whaite (The Secret Tradition, in Alchemy: its Developments and Records, London,
1926) expôs a opinião de que o primeiro que identificou a pedra com Cristo foi o
paracelsista Heinrich Khunrath (1560 - 1065), o autor do Amphitheatrum, aparecido
em 1598. Em Jacob Böhme, autor de uma época um pouco mais tardia, que empregou
muito a linguagem alquímica, o lapis já era uma metáfora de Cristo. A hipótese de
Waite é indubitavelmente errônea. Com efeito, possuímos muitos testemunhos
anteriores da relação lapis- Cristo; o mais antigo que até agora consegui estabelecer
procede do Codicillus (capítulo IX) de Raimundo LÚLIO (1235 - 1315). Se bem que
muitos dos tratados que se lhe atribuem possam ter sido escritos por discípulos seus
espanhóis e provençais, isso não muda, desde logo, a data aproximada dos escritos
capitais aos quais pertence o Codicillus. Em todo caso, não conheço nenhuma opinião
fundada que atribua esse tratado a uma época posterior ao século XIV. Nele, lemos: 'E
assim como Jesus Cristo, da estirpe de Davi, assumiu voluntariamente a natureza
humana para libertar e redimir os homens, prisioneiros no pecado em razão da
desobediência de Adão, assim também em nossa arte, o que foi mandado por um é
absolvido, lavado e libertado dessa mácula por outro, seu contrário.' " (Psicología y
alquimia. Trad. Alberto Luis Bixio [Psychologie und Alchemie, 1943]. Buenos Aires,
Santiago Rueda-Editor, 1957. pág. 381)
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Jacques LE GOFF:"LLULL (Ramón): Nascido em Palma de Maiorca, em 1232, Ramón
LLULL levou vida muito mundana até, em 1262, resolver dedicar-se à conversão dos
infiéis. Aprendeu o árabe e a lógica, que era ensinada nas escolas muçulmanas.
Fundou, em 1276, o colégio de Miramar, para formação de missionários. Fez
numerosas viagens à Ásia e à África e foi também a Paris, onde fundou uma escola.
Em 1292, fez-se terceiro franciscano. Em 1311, no Concílio de Viena, pediu que se
combatesse o averroísmo, reclamou o prosseguimento das cruzadas, a fusão das
ordens e a criação de colégios para estudo das línguas orientais. Durante uma última
viagem, foi lapidado em Bougie e morreu, em 1316, num barco genovês que o levava
para Maiorca. Ramón LLULL é autor de mais de 150 obras científicas, literárias,
teológicas e pedagógicas, escritas em latim mas, também e principalmente, em árabe
e catalão. Essa obra imensa, que sofre decerto influências judaicas (da Cabala), é uma
curiosa mescla de misticismo ocultista, erudição científica e filosofia da ação." (A
civilização do Ocidente medieval, II. Trad. Manuel Ruas [La civilisation de l'Occident
médiéval. Paris, B. Arthaud, 1964]. Lisboa, Editorial Estampa, 1983. pág. 316)
G. W. LEIBNIZ:" '(...) É certo que existem casos em que não há dificuldade em
abandonar a letra, como quando a Escritura atribui mãos a Deus, ou lhe atribui a
cólera, a penitência e outros sentimentos; do contrário, seria necessário adotar o
ponto de vista dos antropomorfistas ou de certos fanáticos da Inglaterra, que
acreditaram que Herodes foi efetivamente metamorfoseado numa raposa quando
Jesus Cristo o denominou com esse termo. É aqui que têm o seu lugar as regras da
interpretação, e se elas nada fornecem que contrarie ao sentido literal para favorecer
a máxima filosófica, e se por outra parte o sentido literal nada encerra que atribua a
Deus qualquer imperfeição, ou acarrete algum perigo na prática da piedade, é mais
seguro e até mais razoável segui-lo. (...) [Musaeus e Vedelius] discutem também
sobre a tentativa de Keckermann, que pretendia demonstrar a Trindade pela razão,
como Raimundo LÚLIO* já tentara fazê-lo. Entretanto, Musaeus reconhece com
bastante eqüidade que, se a demonstração do autor reformado tivesse sido boa e
correta, nada haveria a objetar; neste caso teria ele tido razão em sustentar em
relação a esse ponto que a luz do Espírito Santo poderia ser acesa pela filosofia.' [*
Raimundo LÚLIO (1235 - 1315), célebre filósofo e mestre de lógica, expôs a
demonstração mencionada na Disputatitio Fidei et Intellectus (Discussão entre a Fé e
a Inteligência); foi com a finalidade de provar racionalmente as verdades da fé que ele
inventou o método universal de descoberta e de demonstração ao qual deu o nome de
Grande Arte.]" (Novos ensaios sobre o entendimento humano. Trad. Luiz João
Baraúna [Nouveaux essais sur l'entendement humain. Paris, Garnier-Flammarion,
1966]. São Paulo, Abril Cultural, 1980. págs. 408-9 (Os pensadores))
Luiz Carlos LISBOA:"Entre as pessoas que Eckhart de Hochheim conheceu em Paris
nesses anos que ali passou estudando, está um pensador no mínimo estranho.
Raimundo LÚLIO, teólogo, apóstolo, missionário e místico, é um viajante intrépido que
conhece de cor os pensadores e filósofos árabes, um franciscano da Ordem Terceira,
inflamado de amor pelo Cristo, como São Francisco. Nunca se soube com certeza até
que ponto o missionário LÚLIO terá aberto os olhos de Eckhart para alguns autores
sufis que ele declamava de memória. E fora de dúvida que o dominicano alemão tinha
pelo franciscano grande amizade, e talvez muito interesse pelo ouvia dele. Depois de
um longo período no clima místico da Alemanha, Eckhart vivia agora a experiência,
nova aos quarenta anos, de dedicar-se à memória e à consciência, ao discurso e à
lógica, num clima de intensa atividade que destoava do silêncio e da contemplação a
que se habituara." (Mestre Eckhart: O diálogo com Deus. S. Paulo, Queiroz, 1986.
pág. 8)
Seyyed Hossein NASR:"(...) A significação metafísica dos sons e letras da língua
árabe, a língua sagrada do islão, é também importante nos aspectos esotéricos e
místicos dessa religião contidos no sufismo e também no shi'ismo. Esse aspecto da
tradição islâmica deixou sua influência em homens como Ramon LLULL e outros
autores ocidentais que estavam interessados no significado esotérico da linguagem.
(...)"(...) Outros famosos textos alquímicos, como a Tábua da esmeralda e a Turba
Philosophorum, pertencem também à mesma tradição hermética e alquímica islâmica
baseada em anteriores fontes alexandrinas, bizantinas e siríacas. (...) Todos esses
textos contêm a exposição de uma filosofia hermética que competia com as mais
conhecida escola peripatética. Também no ocidente, a tradução desses e de outros
textos originou a alquimia e o hermetismo latinos, que durante toda a Idade Média e o
Renascimento, desde LLULL a Paracelso e Fludd, foram sérios rivais do aristotelismo.
(...)"Ibn 'Arabi não foi traduzido diretamente ao latim, porém ele e os sufis em geral
exerceram certa influência por meio do contato esotérico que se produziu entre o islão
e o cristianismo mediante a Ordem do Templo e os Fideli d'amore. Elementos de Ibn
'Arabi são particularmente discerníveis em Dante e também em Ramon LLULL. Os
místicos cristãos 'gnósticos', como o Mestre Eckhart, Angelus Silesius e o próprio
Dante, mostram de fato certas semelhanças com Ibn 'Arabi e sua escola, situação que
amiúde se deve mais a uma similaridade de tipos espirituais que a influências
históricas.(...)"(...) Durante a Idade Média, cristãos, judeus e muçulmanos
consideraram Hermes o fundador das ciências. Na verdade, os tratados atribuídos a
ele foram estudados por eruditos de quase todos os ramos da ciência. Nessa época,
figuras muçulmanas como Jabir ibn Hayyan, os Ikhwan al-Safa, al-Jildaki, al-Majriti,
Ibn Sina (Avicena) e Sohrawardi, e também importantes pensadores europeus como
Ramon LLULL, Alberto Magno, Roger Bacon e Roberto Grosseteste, foram
profundamente influenciados pelo hermetismo, os ocidentais principalmente por meio
do contato com fontes islâmicas.(...)" (Vida y pensamiento en el Islam. Trad. Esteve
Serra [Islamic Life and Thought, London, George Allen & Unwin, 1981]. Barcelona,
Herder, 1985. págs. 88; 101; 113; 144)
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José Américo Motta PESSANHA:"Bruno nasceu em 1548 (...) recebeu o nome de Filipe,
mudado depois para Giordano, quando vestiu o hábito de clérigo (...) Durante dez
anos viveu a vida conventual até doutorar-se em teologia em 1575. Nesse período
estudou avidamente quase toda filosofia grega e medieval e a cabala judaica,
deixando-se impressionar particularmente pelo 'onisciente LÚLIO' (1233 - 1315), o
'magnânimo Copérnico' (1473 - 1543) e o 'divino Cusano' (1401 - 1464). Esses
estudos acabaram por afastar Bruno da ortodoxia católica e motivaram constantes
censuras e admoestações dos superiores. Afinal foi processado por heresia, mas se
salvou fugindo para Roma." (Bruno: vida e obra in Bruno, Galileu, Campanella. Trads.
Helda Barraco, Nestor Deola e Aristides Lobo. S. Paulo, Abril, 1978. pág. VIII [Os
pensadores, 10])
Paul ROUSSET:"(...) a partir de 1291, o ano da tomada de São João d'Acre pelos
muçulmanos, completou-se o período das Cruzadas gerais (...) Os apelos à Cruzada e
os projetos de Cruzada por parte dos papas serão ainda numerosos, mas quase não
terão eco. Por outra parte, o desenvolvimento das missões veio pouco a pouco e entre
os melhores substituir a Cruzada; [já] vimos (...) o início dos esforços missionários
das Ordens mendicantes. Graças ao catalão Raimundo LÚLIO, em especial, fixaram-se
princípios, elaboraram-se métodos, em suma, esboçou-se uma doutrina missiológica
que devia, no pensamento desse teólogo, substituir a Cruzada. Na realidade - e as
dificuldades encontradas por esse missionário bem o demonstram -, essa doutrina
nova, esse comportamento insólito, praticamente não foram compreendidos nesse
começo do século XIV; a Cruzada verdadeira já não era praticada nessa época e a
atividade missionária mal se havia iniciado. É notável constatar, no entanto, que as
missões dos Dominicanos e dos Franciscanos na Terra Santa não desapareceram
inteiramente com os Estados latinos; uma Cruzada pacífica vinha suceder à Cruzada
guerreira.(...)"É comovente pensar que (...) na Itália, uma humilde mulher da Ordem
terceira de São Domingos, Catarina Benincasa, queria a Cruzada (...) A mística de
Sena dá (...) o argumento muitas vezes utilizado pelos pregadores de Cruzada: a
expedição à Terra Santa devia permitir que se pusesse fim à guerra entre cristãos.
Santa Catarina teria pretendido devolver a paz à Itália a fim de tornar possível 'a
santa e doce Cruzada' (...) Catarina tinha sobre a conversão dos infiéis as opiniões
tradicionais, e não as de um Raimundo LÚLIO ou as de um são Francisco de Assis;
cuidava ela que a força das armas era o meio de obter a conversão dos pagãos;
ignorante das contingências, estava, à sua maneira, imbuída dos espírito de Cruzada
numa época em que este se dissipava." (História das cruzadas. Trad. Roberto Cortes
de Lacerda [Histoire des croisades. Paris, Payot, 1978]. Rio, Zahar, 1980. págs. 217;
220)
Michele Federico SCIACCA:"Contra o averroísmo e em defesa da ortodoxia católica,
escreve o franciscano catalão Raimundo LÚLIO (1235 - 1315), famoso por sua ars
magna, uma espécie de sistema lógico ou arte de combinar os termos simples para
descobrir os princípios do saber. Mais que como filósofo, é importante como apologista
e místico. Segundo Lúlio, a própria fé suscita no crente as razões necessárias que a
justificam." (História da filosofia, I: Antigüidade e Idade Média. Trad. Luís Washington
Vita [La filosofia nel suo sviluppo storico. Roma, Edizioni Cremonese, 1941]. São
Paulo, Mestre Jou, 1967. pág. 245)
Henri SÉROUYA:"O catalão Raimundo LÚLIO (1235 - 1315) via na Cabala o sumo do
conhecimento. Seu De auditu Cabbalistica foi considerado apócrifo pela crítica
moderna. Em compensação, sua Ars Magna, ligada à mística das letras para os
cálculos messiânicos cristãos, deriva da Cabala. Na realidade, o primeiro pensador
cristão que se entusiasmou pela Cabala foi Pico de la Mirandola (1461-93), condenado
pela Inquisição, como o fora, antes dele, Mestre Eckhart, por suas visadas demasiado
avançadas. (...)" (A cabala. Trad. Neila Cecilio [La kabbale. Paris, PUF, s/d]. S. Paulo,
DIFEL, 1979. pág. 121)
Mário B. SPROVIERO et Aida R. HANANIA:"O ideal de um conhecimento racional e
'apriorístico' (no sentido de uma ciência geral, anterior e comum a todas as ciências:
uma ciência das ciências), o ideal de uma Mathesis Universalis, proposta por vários
autores ao longo da História - dentre os quais, destacamos o arabista catalão
Raimundo LÚLIO (ca. 1232 - 1316) e o próprio Leibniz (...) - redundou, em termos
concretos, nas empíricas e 'aposteriorísticas' enciclopédias do século XVIII, que
perduram até hoje, em que ocorre apenas a justaposição de saberes e não sua
desejável urdidura em um único tecido."
Rudolf STEINER:"(...) Como não vivenciou realmente o espírito enquanto espírito em
si, Giordano Bruno pôde confundir a vida do espírito com os desempenhos de funções
mecânicas exteriores, com as quais Raymundus LULLUS* (1235 - 1315), em sua
assim chamada 'Grande Arte', queria desvelar os mistérios do espírito. Um filósofo
contemporâneo, Franz Brentano, descreve essa 'Grande Arte' assim: 'Conceitos são
desenhados sobre discos concêntricos giratórios e, desse modo, são produzidas as
mais diversas combinações.' O resultado obtido pelo giro casual dos discos
sobrepostos é, então, transformado em juízo sobre as verdades supremas. Em suas
múltiplas viagens errantes pela Europa, Giordano Bruno apresenta-se em diversas
Universidades como professor dessa 'Grande Arte'. (...) [* Catalão de Maiorca que,
após uma vida dissoluta, abdicou de todo brilho exterior, transformando-se em
'soldado de Cristo'. Via sua missão principal na superação intelectual do arabismo.
Após múltiplas disputas públicas vitoriosas, que lhe renderam perseguição e
aprisionamento pelos árabes, LULLUS morre como mártir. Foi franciscano e trazia o
nome 'Doctor illuminatus'.]" ( Die Mystik im Aufgange des neuzeitlichen Geisteslebens
und ihr Verhältnis zur modernen Weltanschauung [A mística no nascimento da vida
espiritual moderna e sua relação com a visão de mundo contemporânea]. Dornach,
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Simbolos Alquimia
Rudolf Steiner Verlag, 1977 [1901]. págs. 135; 164)
Pierre VILAR:"Pode-se dizer que os momentos de maior harmonia conhecidos pela
Espanha foram os do séc. XIII. Em Castela, de 1230 a 1252, reina São Fernando, não
menos cristão que seu primo Luís, porém mais realista, porque limita a idéia de
cruzada ao horizonte espanhol, e mais amplo de espírito, já que se diz 'rei das três
religiões'. Em Aragão, reina o vigoroso catalão 'En Jaume', o Conquistador, batalhador
e poeta, brutal e galante sem escrúpulo, porém rodeado de santos: Raimundo de
Peñafort, Pedro Nolasco e o extraordinário Ramon LLULL. O Islão retrocede e as
catedrais são erigidas. É o triunfo geral do mundo cristão." (Historia de España.
Barcelona, Editorial Crítica, 6.ª ed., 1978. pág. 30-1)
Wilhelm WINDELBAND:"Raimundo LÚLIO (da Catalunha, 1235 - 1315) intenta uma
exposição racional da doutrina eclesiástica, com fins apologéticos e de propaganda; é
conhecido principalmente por seu raro descobrimento da ars magna, isto é, um
mecanismo no qual, por uma combinação dos conceitos fundamentais, há de gerar-se
um sistema de todos os conhecimentos possíveis. Um extrato dele, em J. E. Erdmann,
Lógica, I, parágrafo 206. Cf. º Keicher (Beitr., VII). Suas tentativas são repetidas no
século XV, por Raimundo de Sabunde, um médico espanhol que lecionou em Toulouse
e despertou grande admiração por sua Theologia naturalis (sive liber creaturum).
(...)""Há que sublinhar, portanto, que a escolástica, nesse seu elevado ponto de vista,
está muito longe de identificar filosofia e teologia ou de converter em tarefa da
primeira, como se tem dito amiúde, a total conceituação do dogma. Tal interpretação
aparece nas origens da ciência medieval (Anselmo) e se encontra esporadicamente
nos tempos de sua dissolução. Assim, Raimundo LÚLIO, por exemplo, esboça sua ars
magna, essencialmente, com o propósito de tornar factível uma exposição sistemática
de todas as verdades e, desse modo, servir-se dela para convencer a todos os 'infiéis'
da verdade da religião cristã. (Essa invenção estranha e, em certo sentido,
interessante, mas, também, freqüentemente artificial consiste num sistema de anéis
concêntricos, dos quais cada um contém um grupo de conceitos distribuídos em
setores circularmente delimitados e por cujo deslocamento se originam todas as
combinações possíveis de noções, que devem assinalar os problemas e dar as
respostas. Assim, há uma figura A (Dei) que contém toda a teologia, uma figura
animae que abarca a psicologia, etc. Ensaios mnemotécnicos e outros, que apontam o
descobrimento de uma linguagem universal ou de uma simbólica filosófica, encontramse com freqüência nessa arte combinatória; da mesma forma, aparece em relação
com essas tentativas a origem de um cálculo algoritmo.) O mesmo quis provar
também Raimundo de Sabunde, com ajuda da arte luliana, que, ainda que Deus se
revela de dois modos (na Bíblia, Liber scriptus; e na natureza, Liber vivus), o
conteúdo de ambas revelações (das quais uma está na base da teologia e a outra, na
base da filosofia) tem de ser necessariamente o mesmo. Porém, na época clássica da
escolástica, teve-se sempre clara consciência da distinção entre teologia natural e
teologia revelada e tanto mais se insistiu nisso, quanto mais a Igreja teve ocasião de
tomar precauções contra a confusão de sua doutrina com a teologia
'natural'." (Historia general de la filosofia. Trad. Francisco Larroyo [Lehrbuch der
Geschichte der Philosophie. J. C. B. Mohr (Paul Siebeck)]. México, Editorial "El
Ateneo", 1960. págs. 278, 281)
Frances A. YATES:"O lulismo não é nenhum assunto secundário e sem importância na
civilização ocidental. Sua influência ao longo de cinco séculos foi incalculavelmente
grande. LÚLIO esteve na Itália, os manuscritos de sua obra foram divulgados muito
rapidamente ali e Dante pode tê-los conhecido. Se a geometria luliana influiu na teoria
arquitetônica italiana é, ao que me parece, uma pergunta que jamais se fez. O
Renascimento apoderou-se do lulismo com grande entusiasmo; de fato, talvez não
seja exagerado dizer que o lulismo tenha sido uma das forças principais no
Renascimento. Pico della Mirandola reconheceu que seu sistema devia muito à Ars
combinatoria de Raimundus. Nicolau de Cusa colecionou e copiou pessoalmente
manuscritos lulianos. Giordano Bruno e Agrippa de Nettesheim eram ambos lulistas.
Também o era John Dee, uma das figuras mais influentes no pensamento da
Inglaterra elisabetana. As teorias médicas lulistas foram conhecidas por Paracelso. Em
Paris, um dos primeiros lugares do lulismo no século XIV, foi revivido intensamente no
século XVI quando, por intermédio da influência de Lefèvre d 'Etaples, se estabeleceu
uma cátedra de lulismo na Sorbonne. O lulismo continuou sendo entusiasticamente
cultivado em Paris ao longo do século XVII, e o sistema foi seguramente conhecido por
Descartes, que reconheceu que estava presente em seu espírito quando concebeu seu
novo método para constituir uma ciência universal. Houve uma revivescência em
grande escala do lulismo na Alemanha do século XVIII, cujo produto final foi o sistema
de Leibniz. E tudo isso enquanto a tradição alquímica pseudoluliana prosseguia seu
misterioso curso."Durante os séculos da influência viva do lulismo, os lulistas sabiam
muito mais do nós sobre a maneira de operar com a Arte luliana, pois utilizavam os
manuscritos. É tempo sem dúvida de que também nós os utilizemos e tratemos de
conhecer melhor a verdadeira natureza desse grande monumento que dominou
durante tanto tempo o cenário europeu: a Arte de Ramon LLULL." (Ensayos reunidos,
I: Lulio y Bruno. Trad. Tomás Segovia [Lull & Bruno. Collected Essays. Volume I.
London, Routledge & Kegan Paul, 1982]. México, Fondo de Cultura Económica, 1990.
págs. 123-4)
James Francis YOCKEY:"Em seu desenvolvimento intelectual e espiritual, Nicolau de
Cusa sofreu grande influência de quatro vultos: Platão e Ramon LLULL foram seus
guias intelectuais; seus guias espirituais foram mestre Eckhart e Hildegard de Bingen.
Entretanto, Nicolau não experimentou uma dicotomia entre o racional e o místico. Ao
contrário, foi por meio da mistura orgânica de matemática, misticismo e filosofia que
sua obra adquiriu força e originalidade.(...)"Quanto à influência de Ramon LLULL,
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Simbolos Alquimia
Nicolau possuía mais manuscritos de LLULL do que de qualquer outro autor. De fato,
adquiriu mais de um quarto dos títulos de LLULL. Cusa apropriou-se dos
discernimentos matemáticos e científicos de LLULL, dando-lhes um toque pessoal por
meio da adaptação teológica. Assim, muitas vezes é difícil determinar onde termina o
pensamento de LLULL e se inicia o de Nicolau." (Meditações com Nicholas de Cusa.
Trad. do inglês por Barbara Theoto Lambert [Bear & Co.]. S. Paulo, Gente, 1993.
págs. 17-8)
Muçulmanos e Cristãos no diálogo luliano
*
A História de Ramon Llull (1232-1316) em quadrinhos
*
Textos traduzidos de Ramon Llull (1232-1316)
posted by Ana Maiz at 11:49, | 0 comments
Tomás de Aquino - (1225-1274)
Monge dominicano conhecido como Doutor Angélico.
Nasceu no Castelo de Roccasecca, arredores de Aquino,
no norte do reino de Nápoles. Estudou com Alberto
Magno, por quem teria sido iniciado no conhecimento de
alquimia. Muitos estudiosos da obra de Tomás de Aquino
não acreditam, que ele tenha escrito livros de alquimia,
por ser esta arte considerada herética. No momento de
sua morte, Alberto Magno, que se encontrava em Colônia,
anuncia o fato aos outros frades e chora.
Com o uso da razão é possível demonstrar a existência de
Deus, para isto propõe as 5 vias de demonstração:
ninguém foi movido.
1a. via - Primeiro Motor Imóvel
Tudo o que se move é movido por alguém, é impossível
uma cadeia infinita de motores provocando o movimento
dos movidos, pois do contrário nunca se chegaria ao
movimento presente, logo há que ter um primeiro motor
que deu início ao movimento existente e que por
2a. via - Causa Primeira
Decorre da relação "causa-e-efeito" que se observa nas coisas criadas. É necessário que haja uma
causa primeira que por ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma causa, do
contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa sequência infinita.
3a. via - Ser Necessário
Existem seres que podem ser ou não ser (contingentes), mas nem todos os seres podem ser
desnecessários se não o mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que fundamente a
existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundada em nenhum outro
ser.
4a. via - Ser Perfeito
Verifica-se que há graus de perfeição nos seres, uns são mais perfeitos que outros, qualquer
graduação pressupõe uma parâmetro máximo, logo deve existir um ser que tenha este padrão
máximo de perfeição e que é a Causa da Perfeição dos demais seres.
5a. via - Inteligência Ordenadora
Existe uma ordem no universo que é facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma
inteligência, não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que
dispôs o universo na forma ordenada.
Tratado de Tomás de Aquino, en el arte de alquimia dado a su compañero Fray
Reginaldo
AURORA CONSURGENS - atribuída a Tomás de Aquino
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Simbolos Alquimia
Roger Bacon, o Doctor Mirabilis - (1214 - 1292)
Roger Bacon, também conhecido como Doctor
Mirabilis (Doutor Admirável em latim), foi um dos
mais famosos frades franciscanos de seu tempo.
Ele descreve o método científico como um ciclo
repetido de observação, hipótese, experimentação
e necessidade de verificação independente.
O trabalho de Roger Bacon (1214-1292, datas
prováveis) pode ser dividido em duas fases. A
primeira compreende sua obra de leitura, análise,
questões e comentários sobre Aristóteles. A
segunda, já como franciscano, abarca a maior
parte da sua obra relacionada à ignorância,
filosofia e teologia, línguas, matemática, ótica,
ciência experimental e filosofia moral.
Para Bacon, o
processo de
transformação envolve algo que a produz (o agente, ou a
causa eficiente) e algo que a sofre (o paciente, ou a
matéria). Existem duas ações possíveis: a unívoca, que é
geração (multiplicada, contínua ou a multiplicação da
espécie) como, por exemplo, a luz produzindo luz. A
outra, equívoca, quando a luz produz calor (ação de
intensidade).
Seus avanços nos estudos da Óptica possibilitaram a
invenção dos óculos e seriam em breve imprescindíveis
para a invenção de instrumentos como o telescópio e o
microscópio.
A originalidade de Bacon está, segundo alguns
historiadores, na generalização das leis da ótica pra o
estudo de todas as transformações naturais. Nesse aspecto, ele se diferencia de
Tomas de Aquino, para quem os metafísicos seriam responsáveis pelo estudo dos
seres incorruptíveis e isentos de movimento, os matemáticos pelo estudo dos seres
com movimento e incorruptíveis, e os estudiosos da natureza responsáveis pela
investigação dos seres com movimento e corruptíveis. Para Bacon, tudo poderia ser
geometrizado e explicado através do uso da matemática. Assim, a matemática
utilizada através dos princípios da ótica poderia ser aplicada na investigação e
compreensão de todos os seres, corruptíveis e incorruptíveis, com ou sem movimento.
Para ele, a alquimia era uma ciência superior e era possível diferenciar entre a
“alquimia operativa” (área na qual ele experimentou o “fazer” relacionado aos metais
preciosos e tingimentos) e a “especulativa”, que tratava da geração das coisas do
mundo.
Bacon trabalhou na correção do Calendário Juliano, fabricou pólvora mas ocultou a
fórmula pois temia que esta perigosa invenção caísse em mãos de homens
inescrupulosos.
Roger Bacon também se destacou pelo seu trabalho de alquimia, prática que, embora
condenada pela Igreja medieval, ele exercia em segredo. Ele foi acusado de convocar
os elementos da natureza, cria um espelho que podia revelar o futuro e esculpir um
busto capaz de falar. Bacon deu uma enorme contribuição para a arte hermética. Uma
famosa citação dele era a que ele comparava o trabalho alquímico com uma horta:
mesmo se colhesse o que não pretendia, ter-se-ia cultivado e melhorado a colheita.
Após seu trabalho ser descoberto pela Igreja, foi perseguido e preso por dez anos.
Na prisão escreveu várias obras, entre as quais figura como grande trabalho de sua
vida o livro Opus Majus, manuscrito de caráter enciclopédico que ficou perdido por
cerca de 450 anos (foi encontrado e publicado em 1733). Sua obra alquímica foi
reunida no século XVII com o nome Tesouro Químico de Roger Bacon e era composta
dos seguintes livos: Alquimia Maior, O Espelho da Alquimia, Sobre o Leão Verde,
Breviário do dom de Deus, Os Segredos dos Segredos, além de outras anotações.
Morreu pouco após sua liberdade ser concedida pela Inquisição, com oitenta anos de
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Simbolos Alquimia
idade.
posted by Ana Maiz at 08:30, | 0 comments
Albertus Magnus - (1193 ou 1206-1280)
Tornou-se famoso por seu vasto
conhecimento e por sua defesa da
coexistência pacífica da ciência e da
religião.
Ele é considerado o maior filósofo e
teólogo alemão da Idade Média, e foi o
primeiro intelectual medieval a aplicar a
filosofia de Aristóteles no pensamento
cristão.
Alberto dominava bem a Filosofia e a
Teologia (matérias em que teve Tomás
de Aquino como discípulo) e mostrou
também grande interesse em ciências
naturais ao ponto de dispensar, com a
autorização do Papa, o episcopado, para
continuar a prosseguir os seus estudos
e a sua investigação com tranquilidade.
Ocupou-se em várias áreas de
conhecimento, como a mecânica,
zoologia, botânica, meteorologia,
agricultura, física, química, tecelagem,
navegação e mineralogia.
S. Alberto Magno legou-nos o modo de preparar os óxidos de chumbo e o processo da
copelação.
A suas obras escritas encheram 22 grossos volumes e exemplificou como viver com
equilíbrio e graça a fé que não contradiz a razão.
O Composto dos Compostos é a sua obra mais importante.
O COMPOSTO DOS COMPOSTOS
posted by Ana Maiz at 07:13, | 0 comments
Geber - (c.721–c.815)
Quarta-feira, 19 de Dezembro de 2007
Abu Musa Jabir ibn Hayyan (‫ )ﻥﺍیﺡ ﻥﺏ ﺭﺏﺍﺝ‬,
também conhecido pelo nome latino "Geber",
foi um alquimista islâmico proeminente, além
de farmacêutico, filósofo, astrônomo, e físico.
Ele também foi chamado de “o pai de química
árabe” pelos europeus.
A origem étnica dele não é clara, embora a
maioria das fontes o atribuem a origem árabe
ou persa.
Geber é
responsável
pela
introdução da
experimentação
na alquimia,
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Simbolos Alquimia
assim como a
invenção de vários processos importantes usados na
Química moderna, como as sínteses dos ácidos nítrico
e clorídrico, a destilação e a cristalização.
Geber é reconhecido por suas importantes contribuições
para a Química.
Enfatizando a
experimentação sistemática,
fez muito para separar a
alquimia da superstição e transformá-la numa ciência.
Foi então que surgiu a Química científica que
conhecemos, e o termo “alquimia” foi relegado a
categoria das pseudociências.
A ele é creditada a
invenção vários
equipamentos tidos como
básicos nos laboratórios de Química modernos, assim
como a descoberta e descrição de muitas substâncias
químicas agora comuns.
Apesar de suas tendências ao misticismo – ele foi
considerado um Sufi – e à superstição, ele reconheceu a
importância da experimentação. “O primordial na
Química”, declarou, “é a experimentação. Aquele que
não pratica a experimentação nunca dominará a
Química.”
Entre os vários
instrumentos dos laboratórios de Química modernos
atribuidos a Geber, podemos citar o alambique – que
executa uma destilação fácil, segura e eficiente. Ele
também descobriu o ácido clorídrico e o ácido nítrico. .
Combinando estes dois
ácidos Geber inventou a
água régia, uma das poucas substâncias que podem
dissolver os metais nobres, como o ouro.
Além de sua óbvia aplicação para a extração do ouro e
sua purificação, esta descoberta também abasteceria os
sonhos e o desespero do alquimistas por mais de um
milênio.
Foi creditada a ele a descoberta do ácido cítrico (o
componente ácido de limões e outras frutas verdes), o
ácido acético (do vinagre) e o ácido tartárico (das uvas e
do mosto da preparação de vinhos).
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Simbolos Alquimia
Geber aplicou seu conhecimento químico à melhoria de vários processos industriais
como a fundição de aço e outros metais, a prevenção da ferrugem, a gravação em
ouro, o tingimento e impermeabilização de tecidos, a curtição do couro, e a análise
química de outras substâncias, como os pigmentos.
Geber aplicou seu conhecimento químico à melhoria
de vários processos industriais como a fundição de
aço e outros metais, a prevenção da ferrugem, a
gravação em ouro, o tingimento e
impermeabilização de tecidos, a curtição do couro,
e a análise química de outras substâncias, como os
pigmentos.
Ele notou que vinho em ebulição libera um vapor
inflamável, e desenvolveu um método para que AlRazi descobrisse o etanol posteriormente.
Durante a Idade Média foram traduzidos os
tratados de Geber sobre Química para o latim, e
estes se tornaram textos de referência para os
alquimistas europeus.
Estes incluem o Kitab al-Kimya (Livro da Composição de Alquimia na Europa),
traduzido por Robert de Chester (1144); e o Kitab al-Sab’een por Gerard de Cremona
(antes das 1187). Marcelin Berthelot traduziu os seguintes livros dele: Livro do Reino,
Livro dos Equilíbrios e o Livro do Mercúrio Oriental.
Vários termos técnicos introduzidos por Geber, como “álcali”, foram adotados pelos
idiomas europeus e se tornaram parte de vocabulário científico.
posted by Ana Maiz at 13:08, | 0 comments
Maria, a profetisa - Ano 273 a.C.
Na gravura Maria indica o
segredo da Obra:
união do inferior e do superior,
do céu e da terra, como quinta
essencia (as cinco flores dentro
do círculo de fogo).
Por outras palavras, a união de
opostos como figuração do
andrógino primordial, em que o
filosofo adepto se revê.
posted by Ana Maiz at 12:47, | 0 comments
Diálogo de Aros e Maria
El filósofo Aros fue a buscar a Maria la profetisa, hermana de Moisés, y habiéndole saludado
muy cortésmente, le dijo:
-Señora, he oído decir muchas veces que blanqueáis la piedra en un día.
-Si -respondió Maria, en incluso en menos de un día.
-No concibo -repuso Aros- como puede hacerse lo que decís ni por que medio se puede blanquear
tan prontamente con el Magisterio.
Maria respondió: No sabéis vos que se hace un agua o una cosa que blanquea en un mes?
-Es cierto -dijo Aros-, pero hace falta mucho tiempo para hacer la cosa de que habláis.
-Hermes -repuso Maria- dice en todos sus libros que los filósofos blanquean la piedra en una
hora.
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Simbolos Alquimia
-Oh, señora -dijo Aros- que cosa mas hermosa me decís!
-Muy hermosa -replico Maria- para aquel que no la sabe.
-Pero señora -respondió Aros- si es cierto que todos los cuerpos de los metales, así como el
cuerpo humano están compuestos de cuatro elementos, hay que confesar que pueden ser fijados
y moderados, y sus vapores coagulados y retenidos en un día, hasta que lo que deba hacerse este
terminado.
-Os aseguro, Aros -dijo Maria- y pongo a Dios por testigo que si vos no fuerais quien sois no os
diría nada de lo que voy a deciros y esperaría para revelároslo a que Dios me inspirara el
hacerlo. Tomad, pues, el alumbre, goma blanca y goma roja que es el Kibric de los filósofos, su
oro y su mayor tintura, y juntad en verdadero matrimonio la goma blanca con la roja. No se si
me entendéis.
-Si, señora -dijo Aros-, entiendo y comprendo lo que decís.
-Reducid todo esto a agua corriente -continuo Maria- y purificad sobre el cuerpo fijo este agua
verdaderamente divina sacada de los dos azufres y haced que esta composición se haga liquido
por el secreto de las naturalezas en el vaso de la filosofía; Me entendéis, Aros?
- Si, señora -respondió Aros-, la entiendo muy bien.
-Conservad los vapores -repuso Maria- y no dejéis que nada se escape. Haced vuestro fuego en
proporción a como este el calor del Sol en el mes de junio y julio. Manteneos cerca de vuestro
vaso y veréis cosas que os sorprenderían. En menos de tres horas vuestra materia se pondrá
negra, blanca y anaranjada; los vapores penetraran en el cuerpo y el espíritu quedara fijado. La
mezcla se volverá entonces como leche penetrante y fundente. Ese es el secreto escondido.
Aros tomando la palabra dijo: -No podría creer que eso se hiciera de tal manera.
-He aquí algo mucho más admirable -dijo Maria- y que no ha sido conocido por los Antiguos,
antes de Hermes, quien nunca se lo ha imbuido en el espíritu. Tomad hierba blanca, clara,
honrada, de la que crece en las pequeñas Montanas; moledla cuando este fresca, como esta en
su momento determinado, pues en ella esta el verdadero cuerpo que no se evapora ni se esfuma
con el fuego.
No es eso la piedra de la verdad de que habláis? -dijo Aros.
-Si, Aros, lo es -repuso Maria-, pero los hombres no conocen su régimen porque tienen mucha
prisa y quieren hacer la obra muy pronto.
-Que queda por hacer después de esto? -dijo Aros.
-Es preciso -le dijo Maria- rectificar sobre este cuerpo a Kibrick y Zubeth, o sea a los dos vapores
que comprenden y que abrazan a las dos luminarias, y colocar encima lo que les ablanda que es
lo que cumple a las tinturas y espíritus, y el verdadero peso de la ciencia. después habiendo
molido todo hay que ponerlo al fuego donde se verán cosas admirables. Por lo demás, todo el
régimen consiste en saber hacer el fuego moderado. después de lo cual será cosa sorprendente
ver como en menos de una hora, esta composición pasara de un color a otro, hasta que llegue al
rojo y al blanco perfecto. Es preciso entonces deshacer el fuego, abrir el vaso, y cuando se
enfríe, se hallara el cuerpo claro y brillante como una perla del color de la dormidera
entremezclada de blanco. Entonces estará fundente y penetrante y un peso de este cuerpo
sobrepasara mil doscientos al del metal imperfecto y los convertirá en oro. He aquí el secreto
escondido.
aquí Aros se tiende de rodillas con el rostro contra el suelo; Maria le dice: -Levantaos, Aros, voy
a abreviaros la obra. Tomad el cuerpo claro cogido de las Montanas pequeñas y que no se hace
por la putrefacción, sino con el solo movimiento. Moled ese cuerpo con la goma Elzaron y los dos
vapores. La goma Elzaron es el cuerpo que agarra y que coge al espíritu, moledlo todo y
acercadlo al fuego, entonces se fundirá todo y si lo proyectáis sobre su mujer la totalidad se
pondrá como el Agua que se destila y se congelara al aire y solo será ya un cuerpo. Pero si lo
proyectáis sobre los cuerpos imperfectos verías maravillas. Ahí esta el secreto escondido de la
ciencia. Habéis de saber que los dos vapores de que acabo de hablar son las raíces de este arte y
son el Kibrick blanco y la cal húmeda a quien los filósofos han dado toda clase de nombres. Pero
el cuerpo fijo viene del corazón de Saturno que comprende la tintura y que perfecciona la obra
de la sabiduría. El cuerpo que se obtiene de las pequeñas montanas es claro y blanco; ahí
residen las Medicinas o las dos materias de ese Arte, de las cuales, una se compra y la otra se
toma de las pequeñas montanas. Os advierto, Aros, que los sabios les han llamado la obra de la
Filosofía, debido a que la ciencia no puede perfeccionarse sin estas cosas y es en ellas donde se
realizan todas estas maravillas del Arte; pues intervienen aquí cuatro piedras y su régimen es
verdadero, como ya he dicho.
"Y Hermes ha hecho diversas alegorías sobre esto en sus libros. Los filósofos siempre han
prolongado su régimen diciendo que se necesita mas tiempo para hacerlo que lo que en realidad
precisa; e incluso han dicho que había que hacer operaciones que no son necesarias, y siempre
han dicho que se necesitaba un ano para su Magisterio. Lo que no han hecho, más que por
ocultarlo al pueblo ignorante, haciéndoles creer que su obra no puede ser totalmente realizada
más que tras un ano. también esto es un gran secreto y solo Dios puede revelarlo; los que han
oído hablar de ello no pueden realizar las experiencias porque nada saben... Me habéis
entendido, Aros?
-Si, señora -dijo el-. Pero os ruego me digáis en que consiste ese vaso sin el cual es imposible.
-Ese vaso -dijo Maria-, es el vaso de Hermes, oculto por los filósofos y que los ignorantes no
podrían comprender, pues es la medida del fuego filosófico.
Aros dijo entonces: -Oh profetisa, decidme, os ruego, si habíais encontrado en los libros de los
filósofos, que fuera posible hacer la obra de un solo Cuerpo.
-Si -dijo ella-, pero Hermes nada ha dicho, porque la raíz de la ciencia es un veneno que
mortifica todo el cuerpo, que lo reduce a polvo y que coagula el Mercurio con su olor. Os
prometo por Dios Vivo, que cuando ese veneno se disuelva en un agua sutil, sea como fuere
hecha la disolución, coagulara el Mercurio en Luna verdadera, a toda prueba. Y si se proyecta
sobre Júpiter lo transforma en Luna. Además, os diré que la Ciencia se halla en todos los
cuerpos; pero los filósofos no han querido decir nada debido a la brevedad de la vida y de lo
largo de la Obra. Ellos lo han encontrado con mas facilidad, en la materia que con mas evidencia
contiene los Cuatro Elementos; y han multiplicado y oscurecido esta materia con diversos
nombres que le han dado. No es que todos los filósofos hayan hablado de todo lo que es
necesario para hacer la Obra (excepto del vaso de Hermes), porque es cosa divina y Dios quiere
que sea desconocido de los gentiles e idolatras. Es tan necesario ese vaso para el Magisterio que
los que no lo conocen nunca sabrán su verdadero régimen.
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Simbolos Alquimia
posted by Ana Maiz at 12:27, | 0 comments
Maria, a Judia - Ano 273 a.C.
Fonte: VASCONIA, Giovanni di. Maria a Judia.
Gravura constante manuscrito Fiore de' Fiori (Flor
das Flores), depositado na Biblioteca Nazionale
Victor Emanuele em Nápoles, e que representa
uma das sete visões de Maria, a Profetisa à
procura da Pedra Filosofal.
Maria, a Judia ou Maria, a Profetisa, ou Mirian,
irmã de Moisés, é uma antiga filósofa grega e
famosa alquimista que viveu no Egipto por volta do
ano 273 a.C..
Mirian terá sido uma das parteiras que se recusou
a cumprir as ordens do faraó (deitar ao Nilo todos
os meninos hebreus recém-nascidos). Maria, a Judia ou Maria, a Profetisa ou Mirian,
meia-irmã de Moisés é referida na Torah (‫ ; )הָרֹוּת‬aliás, é a primeira mulher referida
na Torah como profetisa (ha-Naviá ) e é-lhe atribuído um papel fundamental na
sobrevivência do povo de Israel, no Egipro, tendo participado também na travessia do
mar vermelho.
Alguns a situam na época de Aristóteles (384–322 a.C.), uma vez que a concepção
aristotélica dos quatro elementos formadores do mundo (o fogo, o ar, a terra e a
água) condiz bastante com as idéias alquimistas de Maria, como o axioma de Maria:
«o Um torna-se Dois, o Dois torna-se Três, e do terceiro nasce o Um como Quatro».
"O Um torna-se dois, dois torna-se três, e por meio do terceiro e quarto alcança a
unidade; assim dois são apenas um...Inverta a natureza e encontrarás o que
procuras...Una o macho e a fêmea, e encontrarás o que é procurado...- Maria a judia,
300 d.C."
Segundo Aristóteles, o enxofre era considerado a expressão do elemento fogo, e Maria
o tomou como base para os principais processos que estudou.
Ela menciona o enxofre em frases sempre misteriosas, como:
«uma pedra que não é pedra»
«tão comum que ninguém a consegue identificar».
Maria conta que Deus lhe revelou uma maneira de
calcinar cobre com enxofre para produzir ouro.
Esse enxofre era obtido do disulfeto de arsênico,
que é achado em minas de ouro. Talvez tenha sido
essa a origem da lenda da transformação de metais
menos nobres em ouro.
Dentre as invenções de Maria estão o kerotakis,
uma espécie de barril fechado e o banho de vapor :
para um aquecimento lento e gradual dos
experimentos, em vez de manipular as substâncias
diretamente no fogo, ela descobriu que era possível
controlar melhor a temperatura se fosse por meio
da água - que até hoje chamamos de banho-maria.
A descoberta do ácido clorídrico é atribuída a essa mulher.
Para além disso dois equipamentos de destilação
(alambique), com duas ou três saídas para destilados — o
dibikos e o tribikos — e um aparelho para sublimação,
sendo-lhe ainda atribuída a descoberta do ácido clorídrico. A
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Simbolos Alquimia
maior parte das suas escrituras foram conservadas por
Zósimos de Panópolis (300 d.C.).
Para se ter uma idéia da tremenda antiguidade de Maria
basta dizer que o vetustísimo químico Zósimo de Panápolis
(sec IV) a cita sempre no passado, venerando-a entre os
que ele chama "sábios antigos", um exclusivo grupo no qual
figuram Demócrito, Moisés, Ostanes, Hermes, Isis, Chymes,
Agathodaemon, Pibechios, Iamblichus... nome místico e pseudo epigráficos que
buscam dar uma maior relevancia ao conteúdo dos textos que encabeçam.
posted by Ana Maiz at 10:15, | 0 comments
História
Podemos dividir a história da alquimia em dois movimentos independentes: a alquimia chinesa e
a alquimia ocidental, esta última desenvolvendo-se ao longo do tempo no Egito, Babilónia,
Grécia, Roma, Índia, Mundo Islâmico, e Europa.
Na China a alquimia estaria associada ao Taoísmo.
Também a filosofia védica na Índia ao redor do ano 1000 a.C. apresenta semelhança com as
idéias dos alquimistas.
No Egito antigo ela era considerada obra do deus Thoth, também conhecido por Hermes
Trismegistus, por isto o termo hermetismo esta associado à alquimia.
Na cidade de Alexandria, no Egito, onde floresceu nos primeiros séculos da era cristã, a alquimia
recebeu influência do neoplatonismo, que diz que a matéria, apesar de múltiplas aparências, é
formada por uma substância única, sendo esta a justificativa para a possibilidade da
transmutação. Assim, o processo alquímico é obtido pela fusão dos quatro elementos
fundamentais da antigüidade: fogo, ar, água e terra.
Foi graças às campanhas de Alexandre, o Grande que a alquimia se disseminou em todo o
oriente. E foram os muçulmanos que a levaram novamente para a Europa, em razão da conquista
Islâmica da Península Ibérica, particularmente para Al-Andaluz ao redor do ano de 950.
Assim, este florescimento da alquimia na península Ibérica durante a Idade Média está
relacionado a presença muçulmana na Europa neste período. Além de na Alquimia medieval
estarem vários traços da cultura muçulmana, está também presente traços da cabala judaica,
com a qual a Alquimia possui forte relação.
Durante a Idade Média muitos alquimistas foram julgados pela Inquisição, e condenados à
fogueira por alegado pacto com o diabo. Por isto, até os dias de hoje o enxofre, material usado
pelos alquimistas, é associado ao demônio. A história mais recente da alquimia confunde-se com
a de ordens herméticas e religiosas, como a Ordem do Templo e os rosacruzes.
WIKIPÉDIA
posted by Ana Maiz at 09:37, | 0 comments
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