Cooperativa de Crédito

Transcrição

Cooperativa de Crédito
ANO 1 - N0 4 -OUT/NOV/DEZ 2010
UMA REVISTA DO SISTEMA DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO DO BRASIL
De cara nova
Cooperativas adotam a nova identidade visual,
fortalecendo cada vez mais o Sistema
Cenário
Cultura
Eleição em 2011 irá definir o Conselho de
Administração do Sicoob Confederação
Funcionários mostram criatividade e
talento fora do ambiente de trabalho
Fale conosco
Coordenação Geral
Confederação Nacional das Cooperativas do Sicoob Ltda. – SICOOB CONFEDERAÇÃO
SIG Quadra 6 – Lote 2.080 – 71.610-460 – BRASÍLIA - DF
Diretoria-Executiva
José Salvino de Menezes – Diretor-presidente
Manoel Messias da Silva – Diretor vice-presidente
Diretoria Colegiada
Bento Venturim – Sicoob Central ES
Edson Quevedo Soares – Sicoob Central Norte
Heli de Oliveira Penido – Sicoob Central Crediminas
Henrique Castilhano Vilares – Sicoob Central Cocecrer
Ivo Azevedo de Brito – Sicoob Central BA
Jadir Girotto - Sicoob Central MT/MS
Jefferson Nogaroli – Sicoob Central PR
João Feitoza Neto – Sicoob Central NE
José Alves de Sena – Sicoob Central DF
José Salvino de Menezes – Sicoob Goiás Central
Luiz Gonzaga Viana Lage – Sicoob Central Cecremge
Manoel Messias da Silva – Sicoob Central Cecresp
Rui Schneider da Silva – Sicoob Central SC
Valdecir Manoel Affonso Palhares – Sicoob Central Amazônia
Comitê Editorial
Jadir Girotto – Diretor-presidente do Sicoob Central MT/MS
José Alves de Sena – Diretor-presidente do Sicoob Central DF
A importância do capital nas
cooperativas de crédito
Quero registrar minha satisfação pela qualidade da Revista
Sicoob, que, a cada edição, tem me surpreendido. Em especial,
gostei da matéria do cooperativista e diretor operacional do
Bancoob, Ênio Meinen, sobre a importância do capital nas cooperativas de crédito. Além de tratar o capital como fonte de
fortalecimento e alavancagem das cooperativas, não se esqueceu de mencionar sua importância como instrumento
de poupança.
Parabéns a todos!
Marcelo Cárfora
Sicoob Central Cecresp
Edson Quevedo Soares – Diretor-presidente do Sicoob Central Norte
Manoel Messias da Silva – Diretor-presidente do Sicoob Central Cecresp
Luiz Paulo Lima e Silva – Conselheiro de Administração do Bancoob
Mais exemplares
Marco Aurélio Borges de Almada Abreu – Diretor-presidente do Bancoob
Ênio Meinen – Diretor operacional do Bancoob
Abelardo Duarte de Melo Sobrinho – Diretor de Desenvolvimento Organizacional do
Sicoob Confederação
Ricardo Antônio de Souza Batista - Diretor de Tecnologia da Informação do Sicoob
Confederação
Ricardo Belízio de Faria Senra – Gerente Jurídico do Bancoob
Débora Marcia Bruno – Supervisora de Comunicação e Marketing do Sicoob
Confederação
Elisa Gregória Abarca Guimarães – Analista de Comunicação e Marketing do Sicoob
Confederação
Acabo de ler a Revista Sicoob, gostei muito. Gostaria que enviassem mais exemplares da revista para
o PAC 09 do Sicoob Oeste Paulista, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP). Nossa diretoria ficou muito entusiasmada com a contratação, pelo Sicoob Confederação, do Dr. Abelardo Duarte Sobrinho por quem
temos um apreço muito especial, pois nosso interesse em montar a cooperativa surgiu após uma
apresentanção dele e do Sr. Lúcio em um congresso da Facesp. E depois, em conversas diretas, nos
transmitiram a confiança de montar nossa cooperativa.
José Sanches Marin
Sicoob Oeste Paulista
Andréa Hollerbach Athayde – Assessora de Comunicação do Sicoob Central
Crediminas
Luiz Augusto Araújo – Assessor de Comunicação do Sicoob Goiás Central e Sicoob
Central DF
Correspondentes
Anderly Gotinho Minetto – Sicoob Central PR
Andréa Hollerbach Athayde – Sicoob Central Crediminas
Celso Vincenzi – Sicoob Central SC
Cristiane Lopes Orso – Sicoob Central MT/MS
Emerson Gomes Dantas – Sicoob Central NE
Eruza Siqueira Rodrigues – Bancoob
Flaviana Gouvêa – Sicoob Central Cecresp
Karla Brandão Lage – Sicoob Central Cecremge
Leila de Souza Teixeira – Sicoob Central BA
Luiz Augusto Araújo – Sicoob Goiás Central
Marcelo Vieira da Silva – Sicoob Central ES
Noel Lopes Bezerra Júnior – Sicoob Central DF
Rízio Andrade – Sicoob Central Norte
História do cooperativismo
Primeiro, gostaria de parabenizar pela revista, matérias interessantes
e que prendem a atenção do leitor. Em especial, gostei da matéria
que conta um pouco da história do Cooperativismo (página 32 da
2ª edição da revista). Coincidentemente, no mês de julho deste
ano, aqui em nossa cooperativa, promovemos um concurso de
redação com o tema: “A importância do cooperativismo em
sua comunidade”. Para o desenvolvimento desse tema, fizemos palestras para os alunos sobre a história do cooperativismo e como surgiu, em 1993, a Cooperativa de Crédito Rural
de Capelinha Ltda. Hoje, somos uma cooperativa forte, que
passou para Livre Admissão, em 2006, e temos uma grande importância nos três municípios onde atuamos, que
são: Capelinha, Itamarandiba e Turmalina.
Valdecir Manoel Affonso Palhares – Sicoob Central Amazônia
Roberta Miranda de Marco – Sicoob Central Cocecrer
Coordenação de Produção
William Moreira Fernandes
Sicoob Credicap
Débora Márcia Bruno - Sicoob Confederação
Elisa Gregória Abarca Guimarães - Sicoob Confederação
Coordenação Editorial
Andréa Hollerbach Athayde - Sicoob Central Crediminas
Luiz Augusto Araujo - Sicoob Goiás Central e Sicoob Central DF
Produção Editorial
Press Comunicação Empresarial
Jornalistas Responsáveis
Luiz Augusto Araujo / Licia Linhares
Projeto Gráfico e Editoração
Press Comunicação Empresarial
Designers
FALE CONOSCO
Fernando Freitas / Luis Américo
Revisão
Cláudia Rezende
Impressão
Gráfica Ipiranga
Tiragem
30 mil exemplares
Capa
Foto: Sicoob Ufcred
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Envie sua opinião sobre as matérias da Revista. Sua carta será publicada* e respondida na próxima
edição. As cartas podem ser enviadas para:
SIG Quadra 6 - Lote 2.080 - CEP 70.610-460 - Brasília - DF
[email protected]
*Em razão do espaço reservado à coluna, a Revista Sicoob se reserva o direito de editar as cartas.
Capa
A união faz a força
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Meio Ambiente
Adequação das unidades de atendimento do Sicoob à
nova marca demonstra a integração do sistema
Exposição itinerante
do Sicoob Credicitrus
marca atuação
sustentável da entidade
Cultura
Sicoob guarda preciosos
talentos artísticos entre
seus profissionais
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07 Perfil
Roberto Rodrigues divide seu tempo entre
a engenharia, a agricultura, a política e o
cooperativismo
08 Entrevista
Carlos Alberto dos Santos defende a bandeira
do cooperativismo de crédito
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Mercado
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Promoção
Faturamento de cartões deve superar meio
trilhão de reais neste ano
Promoção “Débito MasterCard facilita a sua vida”
sorteia cooperado do Sistema
16 História
Mondragón é o maior e mais eficiente grupo
cooperativo do mundo
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Ponto de Vista
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Jurídico
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Supervisão
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Conselho Monetário Nacional simplifica a
contabilidade das cooperativas de crédito
33 Responsabilidade Social
Iniciativa de cooperativa do Sicoob leva
alegria a idosos de Goianésia (Go)
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Governança
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Educação
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Cenário
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Intercooperação
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Giro
O crescimento do cooperativismo de crédito
As cooperativas de crédito e a prestação de
serviços às entidades públicas
Novas Regras
Centrais elegerão, em março de 2011, o novo
Conselho de Administração da Confederação
Instituto Cooperforte implementa projetos
para educação profissionalizante de jovens
O novo cenário econômico e os desafios do
cooperativismo de crédito
Corretora de Seguros do Sicoob Central ES faz
parceria com outras centrais do Sistema
Saiba o que acontece nas cooperativas
centrais e singulares em todo o país
De forma sistêmica, o Banco Central do Brasil
supervisiona as cooperativas de crédito
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Editorial
Sicoob Confederação
Sentimento completo
de mudança
“O coração
baterá mais
forte quando o
cooperado vir sua
cooperativa com a
fachada e interior
renovados.”
O que os olhos não veem, o coração não
sente. O Sicoob tem uma nova marca,
mas o sentimento completo dessa mudança dar-se-á quando as cooperativas
estiverem de “cara” nova. O coração baterá mais forte quando o cooperado vir
sua cooperativa com a fachada e interior
renovados.
Se o talento é uma marca pessoal, a revista também aborda essa identidade ao
mostrar os artistas do Sicoob em reportagem especial. São funcionários de diversas entidades do Sistema que, depois de
cumprirem expediente, transformam-se
em artistas da literatura, da música, do teatro ou do cinema.
Chamada de roll out, essa adequação visual das sedes e unidades de atendimento é etapa decisiva para consolidação da
nova identidade do Sistema. O processo
já foi iniciado por cooperativas centrais e
singulares de diferentes regiões do país,
e é assunto principal desta edição da
revista.
Quanto a questões estruturantes, esta
edição traz importante matéria sobre o
novo modelo de governança a ser adotado pelo Sicoob Confederação, a partir
do próximo ano, aproveitando inovações
patrocinadas pela Lei Complementar 130.
A matéria de capa aborda cooperativas
que já fizeram o roll out, demonstrando os
bons resultados obtidos com a iniciativa.
Embora o prazo máximo para a mudança das fachadas seja quatro anos, as cooperativas que acelerarem esse processo
tornar-se-ão referência e beneficiam-se
integralmente das ações sistêmicas de
comunicação.
Ainda sobre a nova marca, a revista traz
uma matéria sobre as alterações definitivas do Manual da Identidade Sicoob
(MIS), finalizadas após o acordo de convivência harmoniosa de marcas com o
Grupo Algar, processo no qual o Sicoob
mostrou sua vocação diplomática.
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A edição aborda, ainda, o mercado brasileiro de cartões e é prestigiada com duas
matérias de personagens ilustres: o diretor do Sebrae Nacional, Carlos Alberto
dos Santos, e um dos mais talentosos e
respeitados cooperativistas do Brasil e do
mundo, o ex-ministro Roberto Rodrigues.
Boa leitura!
José Salvino de Menezes
Diretor-presidente do Sicoob Confederação
Perfil
Quatro em um
Roberto Rodrigues divide seu tempo entre a
engenharia, a agricultura, a política e o cooperativismo
A biografia de Roberto Rodrigues é marcada pela sua versatilidade. Poucas
pessoas conseguiram desempenhar quatro distintas funções com tamanha
autoridade ao longo da vida. Devido, sobretudo, a sua dedicação ao trabalho, ele conseguiu conciliar os estudos com as demais atividades. Professor
e pesquisador, Roberto publicou centenas de trabalhos sobre agricultura,
cooperativismo e economia rural, sendo autor de cinco livros e coautor de
diversos outros.
Cooperativismo sem fronteiras
Roberto defendeu a bandeira cooperativista dentro e fora do Brasil. Ele dirigiu
cooperativas agrícolas e de crédito rural no estado paulista e foi o responsável
pela internacionalização do cooperativismo brasileiro. Presidiu a Organização
Internacional de Cooperativas Agrícolas e a Aliança Cooperativa Internacional
(ACI), órgão que congrega 800 milhões de pessoas em todo o mundo. Em
reconhecimento, recebeu a Medalha Albin Johansson do cooperativismo sueco, por seu trabalho em favor da democracia e da paz no mundo, além de
condecorações da Organização das Cooperativas da América (OCA).
O homem do campo
Empresário rural em São Paulo e no Maranhão, Roberto recebeu vários prêmios nas áreas ambiental, social, de conservação do solo e de produtividade,
além da Ordem do Mérito Agrícola, no grau de Cavaleiro, concedido pelo governo da França. Foi o criador do sistema de rotação da cultura da cana com a
soja e o responsável pelo aumento significativo da geração de empregos nas
áreas canavieiras.
Arquivo Roberto Rodrigues
Na política, seu principal feito foi ocupar a cadeira de Ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento de 2003 a 2006. Ele reestruturou o Ministério e trabalhou pelas leis de biotecnologia, produtos orgânicos e seguro rural, além de
ter regulamentado a defesa sanitária, ampliado o comércio agrícola brasileiro
e ajudado a implementar as bases de uma agricultura moderna. Também foi
secretário de Agricultura e de Abastecimento do Estado de São Paulo.
Natural de Cordeirópolis (SP), Roberto
Rodrigues é engenheiro agrônomo
formado pela Universidade de São
Paulo (USP) e Doutor Honoris Causa
pela Universidade Estadual Paulista
(Unesp). Recebeu o Diploma de Mérito
Agronômico da Confederação das
Federações dos Engenheiros Agrônomos
(Confaeab), em 2001, e foi eleito o
Engenheiro Agrônomo da década pela
Associação dos Engenheiros Agrônomos
do Estado de São Paulo (Aeasp), em 2004.
É cidadão honorário dos estados de
Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Maranhão, Espírito Santo e
Rio de Janeiro.
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Entrevista
Uma parceria de
sucesso e resultados
Carlos Alberto dos Santos defende a bandeira do cooperativismo de crédito
Nos últimos anos, o Sicoob tem intensificado as parcerias com o Sebrae para realização de programas que
estimulem o crédito aos micro e pequenos empresários. Um dos responsáveis pela sinergia entre as instituições é o diretor do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos.
Doutor em economia pela Universidade Livre de Berlim,
na Alemanha, ele está no Sebrae Nacional desde 2003,
onde já ocupou os cargos de assessor da presidência,
gerente de serviços financeiros e diretor de administração e finanças.
Especialista em sistema financeiro, Carlos Alberto sempre esteve à frente das ações do Sebrae nos programas
de fomento às microfinanças e ao cooperativismo de
crédito, sistemas de garantias de crédito e fundos de
capital de risco. O diretor do Sebrae também é vicepresidente da Associação Brasileira de Instituições
Financeiras de Desenvolvimento (ABDE). No dia 14
de outubro, ele visitou o edifício-sede do Sicoob, em
Brasília (DF), durante reunião dos presidentes de centrais do Sicoob. Confira, a seguir, sua entrevista:
cial de expansão da carteira de crédito das instituições financeiras
REVISTA SICOOB - As micro e pequenas empresas puxaram o crescimento da demanda por crédito neste segundo
para o segmento de pequenos negócios, seja pelos expressivos
semestre de 2010 no Brasil. Como o senhor avalia a conresultados de emprego, massa salarial e tributos provenientes
tribuição e participação das cooperativas de crédito nesse
desses negócios, seja devido às expectativas positivas de investimento e inadimplência comportada.
contexto?
Carlos Alberto dos Santos - Há uma retomada mais
Qual é a importância do microcrédito no deconsistente da demanda por crédito desde feve“O microcrédito
senvolvimento econômico e social brasileireiro e, de forma mais vigorosa, neste segundo semestre. O Indicador Serasa Experian da Demanda
ro? Qual o papel das cooperativas de crédito
promove a inclusão
nesse sentido?
das Empresas por Crédito mostra um avanço de
financeira de um
5,5% no número de empresas que procurou crédiO microcrédito promove a inclusão financeira de
contingente de
um contingente de empreendedores formais e into em agosto, se comparado com o mês anterior.
empreendedores
formais, geralmente não atendidos pelos sistemas
Frente a agosto de 2009, a demanda das empretradicionais de crédito. No contexto do desenvolsas por crédito cresceu 8,2% e, nos primeiros oito
formais e informais,
vimento econômico e social, esses empreendemeses deste ano, essa demanda aumentou 7,7%
geralmente não
em relação ao período de janeiro a agosto do ano
dores, ao trabalharem por conta própria, geram
atendidos pelos
passado. Nas instituições financeiras públicas, a
riquezas que viabilizam sua sobrevivência e a de
taxa de crescimento do crédito foi superior à ve- sistemas tradicionais de seus familiares, proporcionando bem-estar social.
As cooperativas de crédito podem ser fundamenrificada no Sistema Financeiro Nacional (19,7%),
crédito.”
tais na expansão do microcrédito, pois voltamao compararmos 2009 com 2010. Nas instituições
financeiras privadas, porém, as carteiras totais tise para pequenos negócios, formais e informais,
veram uma performance abaixo desse patamar. Sob a ótica dos
com o crédito de menor valor, via atendimento próximo, ágil e
personalizado, requerido por esse cliente. As cooperativas de crépequenos negócios, percebe-se que a iniciativa privada, contexto
dito são potencialmente preparadas para evoluir nas microfinanno qual inserem-se as cooperativas de crédito, tem apresentado
ças, mantendo-se o contexto da inclusão financeira cooperativa
crescimento superior às operações do SFN para contratos de até
R$100 mil (13,2%). O substancial é que existe um enorme potene da governança.
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Até que ponto a oferta de crédito das cooperativas do Sicoob aos empresários do segmento de pequeno porte
pode contribuir para o processo de formalização da economia, por meio do atendimento especial aos empreendedores individuais?
Com o advento da nova figura jurídica denominada Empreendedor Individual (EI), cria-se a possibilidade de redução da informalidade. Existe um grande contingente de proprietários de micro e
pequenas empresas e empreendedores individuais que podem
ser inseridos nos sistemas cooperativos. Eles têm necessidade de
acesso a produtos e serviços financeiros que sejam efetivamente
adequados às suas realidades empresariais. A formalização desses empreendedores e suas incorporações a uma plataforma de
atendimento adequada de serviços nas instituições financeiras
vão garantir uma fidelização e uma relação mais perene e sustentável com o associado/cliente. Além disso, sabemos que a oferta
de crédito é importante incentivo à formalização do EI. Em outubro, uma campanha nacional foi lançada para sensibilizar e mobilizar esses empreendedores sobre as vantagens da formalização.
negócios. Destaco, ainda, que estão previstas ações de intercâmbio de informações técnicas entre as instituições e realização de
estudos e pesquisas, além de capacitação e consultoria.
A feira do Empreendedor já é um evento tradicional no calendário do SEBRAE, e na qual o Sicoob já participou. Há
possibilidade de essa participação ser ainda mais efetiva?
Já estamos trabalhando em alguns projetos bastante interessantes. Recentemente, realizamos uma pesquisa com o objetivo de
levantar dados e informações sobre as práticas das cooperativas
singulares do Sicoob em “Microcrédito”, visando a subsidiar a
formulação da política de microfinanças. Para 2011, em parceria
com o Sicoob e a DGRV (em português, Confederação Alemã de
Cooperativa), queremos realizar algumas experiências-piloto em
microfinanças, principalmente apoiando o Sicoob na construção
de produtos e serviços microfinanceiros e na capacitação do cor-
Recentemente, o Sebrae formalizou acordo de cooperação
técnica com o Sicoob. Quais os seus principais pontos?
No início de 2010, firmamos um acordo de cooperação, cujo
principal objetivo foi estabelecer ações de incentivo ao desenvolvimento da capacidade competitiva das micro e pequenas empresas e dos empreendedores individuais. Unindo forças com o Sistema Sicoob, o Sebrae busca alavancar
ainda mais o processo de inclusão financeira dos pequenos
JRubens / ASN
“Sabemos que os mesmos
princípios que regem a boa
gestão de um negócio servem
também para o indivíduo
e sua família no campo
pessoal. A parceria Sebrae
e Sicoob pode contribuir
substancialmente para
atingir esses objetivos.”
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Entrevista
nanceiras estarem próximas ao cliente de pequeno negócio, bem
como ganharem visibilidade junto ao segmento. O Sicoob tem
participado de algumas dessas edições, mas, sem dúvida, existe o
interesse recíproco em ampliar a parceria.
De que forma o Sebrae e o Sicoob podem estimular a educação financeira?
É um tema de interesse crescente do Banco Central do Brasil (Bacen), de todo o sistema financeiro e da sociedade. O conceito
tem-se ampliado, mas o entendimento é que ainda fica limitado
às finanças pessoais, no planejamento e controle financeiro dos
indivíduos e seus investimentos e endividamentos (poupança e
consumo). No entanto, se levarmos em conta que, nos pequenos
negócios, muitas vezes, os bolsos da Pessoa Física e da Pessoa
Jurídica confundem-se, a orientação empresarial contribui substancialmente para uma melhora no grau da educação financeira
como um todo. Sabemos também que os mesmos princípios que
regem a boa gestão de um negócio servem também para o indivíduo e sua família no campo pessoal. A parceria Sebrae e Sicoob
pode contribuir substancialmente para atingir esses objetivos.
Quais os principais resultados do II Fórum Nacional de Cooperativas de Crédito de MPE, realizado no dia 25 de agosto,
em Foz do Iguaçu (PR), antecedendo o Congresso Nacional
de Cooperativas de Crédito (Concred)?
Neste ano, realizamos missões de intercâmbio técnico com cooperativas de crédito, visando a disseminar a governança cooperativa e as boas práticas de atuação com pequenos negócios.
Essas missões envolveram mais de 270 participantes de diversos
estados brasileiros, além de representantes dos sistemas de crédito cooperativo do país e diversos parceiros importantes, como
o Bacen. O II Fórum veio coroar esse projeto, por dois motivos
distintos. Primeiro, conseguimos mostrar aos participantes que o
crescimento do sistema de crédito cooperativo passa pelos pequenos negócios. Mostramos também que ações muito simples,
mas de bastante efetividade, podem causar grande impacto na
economia local. Isso ocorre quando essas ações são realizadas por
cooperativas de crédito que buscam o desenvolvimento competitivo das micro e pequenas empresas a elas associadas.
po técnico-gerencial das cooperativas, para que possam melhor
atender ao público de pequenos negócios. Por fim, em parceria
com o Sicoob e outros sistemas cooperativos, realizamos projeto
de visitas técnicas para disseminar boas práticas do cooperativismo de crédito, de microfinanças e de inclusão financeira para
empreendedores.
A Feira do Empreendedor já é um evento tradicional no
calendário nacional do Sebrae. Há participação do Sicoob
em algumas edições regionais? Há possibilidade de essa
participação ser ainda mais efetiva e constante nesse importante evento?
A Feira do Empreendedor, assim como vários outros eventos e
premiações, é uma excelente oportunidade para as instituições fi-
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Como o Sebrae vem divulgando e apresentando as cooperativas de crédito como alternativa à prestação de serviços
financeiros aos micro e pequenos empresários?
O cooperativismo de crédito é uma excelente alternativa ao sistema bancário tradicional e fomenta a competição entre os agentes do Sistema Financeiro Nacional. Apoiamos em vários estados
a constituição e o fortalecimento de cooperativas de crédito de
micro e pequenas empresas, bem como disseminamos a cultura
da cooperação e o cooperativismo de crédito em muitas das nossas ações e dos nossos projetos.
Comemoração
Sicoob SC
comemora 25 anos
O Sicoob em Santa Catarina completou 25 anos no dia 8 de novembro.
Para comemorar a data, dirigentes e
funcionários das 44 cooperativas presentes em 201 municípios – um deles
no Rio Grande do Sul – participaram de
eventos no Praiatur Hotel, em Ingleses,
na capital. Além das homenagens a dirigentes e funcionários, foi lançado o
livro ‘‘Sicoob SC 25 anos: Cooperação,
Solidariedade e Desenvolvimento’’.
“Durante os 25 anos de sua história, o
Sicoob SC tem enfrentado uma série
de desafios, como as mudanças na
economia, a necessidade de incorporar as mais eficientes e seguras tecnologias, o treinamento permanente de
seus funcionários e a implementação
de um sistema de gestão moderno
e transparente”, afirma o presidente
Rui Schneider da Silva, que também
preside a Confederação Brasileira das
Cooperativas de Crédito (Confebras).
O Sicoob foi fundado inicialmente com o nome de Cooperativa
Central de Crédito Rural de Santa
Catarina – Cocecrer SC. Vinte e sete
delegados de nove cooperativas assinaram a ata de fundação. As cooperativas fundadoras são: Crediauc,
Credicanoinhas, Credicampos, Credirio,
Crediarco, Credialfa e Credial, além da
Cooperativa Central Oeste Catarinense
(Coopercentral Aurora), de Chapecó, e
da Cooperativa Central Agrícola Vale
(Cooperleite), de Itajaí. Hoje, o sistema
possui 284 pontos de atendimento em
Santa Catarina, presentes nas áreas rurais e urbanas.
Presidente Rui Schneider ( à esq.) recebe homenagem pelos 25 anos do Sicoob SC
Francisco Greselle ( à dir.) conselheiro da Central, também é homenageado
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Mercado
Mais de meio trilhão de
reais só em 2010
A autorregulação e o fim do duopólio são fatores que estimulam ainda mais o
mercado de cartões, que já cresce 20% ao ano
A ampliação e a facilidade do acesso ao crédito, somadas à estabilidade econômica do Brasil, estão impulsionando o mercado de cartões, que cresce num ritmo de 20% ao ano e deve
encerrar 2010 com mais de sete bilhões de transações e um
faturamento de R$ 535 bilhões. Espera-se que, em dezembro,
o volume de cartões em circulação no país chegue a 628 milhões, o que representa mais que três vezes o número atual da
população brasileira.
Atualmente, cerca de 25% das compras das famílias brasileiras são pagos com algum tipo de cartão. Cada vez mais, as
pessoas optam pelo uso do plástico em lugar do cheque. Um
estudo da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de
Crédito e Serviços (Abecs) estima que o mercado de cartões
superará a marca de R$ 1 trilhão em faturamento em 2015,
alcançando 15 bilhões em transações. O débito representa
50,8% dessa movimentação, e o crédito, 45,6%.
Para o economista Robson Salazar, o cartão de crédito é uma
excelente ferramenta para as transações comerciais. Além de
ser um meio de pagamento bastante usado, o acesso é universal. “As altas taxas de juros impedem que a utilização do
plástico, como instrumento de crédito, seja uma porta recomendável para todos, principalmente aos consumidores de
baixa renda”, ressalta.
Fim da exclusividade
O fim da exclusividade no uso das máquinas leitoras de cartões incrementou as vendas na modalidade no Brasil, desde
o segundo semestre deste ano. Os terminais da Cielo, que,
antes, eram exclusivos da Visa, passaram a ler os cartões da
Mastercard, e os da Redecard passaram a capturar transações
para a Visa.
A medida trouxe mais benefícios e comodidade aos lojistas,
que não têm mais a necessidade de manter várias máquinas
12
para diferentes bandeiras, e aos consumidores. Os usuários
correm menos risco de um estabelecimento não aceitar o
cartão de sua bandeira.
Autorregulação
Com o objetivo de diminuir as críticas de consumidores e
governo, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de
Crédito e Serviços (Abecs) divulgou, em outubro, algumas
medidas, como a redução do número das tarifas e a transparência sobre o que é cobrado dos usuários, entre outras.
As administrações propuseram também incentivos à entrada
de bandeiras brasileiras nesse mercado, neutralidade na atividade de compensação e liquidação, além da agilidade na inoperância de terminais e bandeiras com o fim da exclusividade.
Salazar acredita que essas medidas não serão suficientes para
reduzir as queixas dos consumidores. “As maiores causas das
queixas referem-se às altas taxas de juros cobradas, que ainda
continuarão sendo as mais elevadas do mercado”, pondera.
Sicoob
Disposto a aumentar sua participação no setor, o Sicoob oferece aos seus associados um pacote de vantagens para quem
solicita os cartões da família Sicoobcard. Os benefícios vão
desde juros mais competitivos, seguros contra perda e roubo e mensagens no celular sobre as compras realizadas até
um diferenciado programa de relacionamento, chamado de
Sicoobcard Prêmios.
Mas não é só o cooperado que ganha nessa história. A movimentação com os cartões do Sistema gera receitas para a
cooperativa, o que, indiretamente, impactará nas sobras revertidas aos associados.
Promoção
Associado do Sicoob
é premiado
No primeiro sorteio da promoção
“Débito MasterCard facilita a sua vida”,
quem ganhou o carro foi um cooperado
do Sistema
O pequeno agricultor associou-se ao Sicoob Credicap neste
ano, mas a ligação com o cooperativismo de crédito já é antiga. “Quando a cooperativa foi fundada, meu avô foi o primeiro
sócio. Depois, meu pai passou a fazer parte. Agora, também
participo e não tenho reclamações. O pessoal de lá atende a
gente muito bem”, disse André, acrescentando que, desde a
abertura da conta, a movimentação é feita, principalmente,
com cartão de débito.
A alegria do associado foi compartilhada com a cooperativa.
“Recebemos a informação do prêmio com grande satisfação,
pois, embora sejamos uma pequena rede perante os nossos
concorrentes, mostramos que estamos no caminho certo ao
orientar nossos cooperados sobre o uso do cartão”, afirmou o
gerente da cooperativa, Sinésio Aparecido de Souza.
Dorival Veroneze
O primeiro prêmio da promoção “Débito MasterCard facilita
a sua vida” saiu para o Sicoob. O sortudo é André Ricardo de
Oliveira, cooperado do Sicoob Credicap, cooperativa singular
filiada ao Sicoob Central Cocecrer. O sorteio ocorreu no dia 9
de outubro.
André (ao centro) é congratulado pelo presidente do Sicoob Credicap
(camisa azul) e gerentes da cooperativa.
Objetivo
A campanha, realizada entre 26 de setembro e 18 de dezembro de 2010, tem a finalidade de incentivar o uso de
cartões de débito. Durante a promoção, serão sorteados
12 carros - um a cada semana, com seguro, licenciamento,
IPVA, Kit Personalização no valor de R$ 3 mil e um ano de
combustível grátis.
Participam da promoção todos os associados portadores
dos cartões Sicoobcard MasterCard Standard, Sicoobcard
MasterCard Gold, Sicoobcard MasterCard Empresarial,
Sicoobcard Maestro e Sicoobcard Conta Empresa.
Segundo o presidente do Sicoob Credicap, José Maria
Maschietto, a cooperativa tem trabalhado para aprimorar o
atendimento e conquistar novos associados. “O foco está na
expansão regional. Hoje, temos quatro pontos de atendimento cooperativo (PACs), nas cidades de Capivari, Porto Feliz,
Boituva e Cerquilho, e estamos em processo de abertura em
Jumirim e Cesário Lange”, informa. O presidente do Sicoob
Central Cocecrer, Henrique Castilhano Vilares, completa: “A
Central está fazendo trabalho intenso para ampliar a base de
cartões junto às filiadas. O prêmio é um grande incentivo para
as cooperativas e os associados. Vamos melhorar muito nossa
posição nessa área.”
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MEIO AMBIENTE
Um percurso pelos
quatro elementos
Exposição itinerante do Sicoob Credicitrus marca atuação sustentável da entidade
Sob a curadoria do mestre em arquitetura Álvaro Guillermo,
a exposição foi inaugurada em 24 de março de 2010 e já recebeu a visita de 60 mil pessoas nas diferentes cidades por
onde passou. Até o final de 2011, a obra deve passar por 15
localidades distintas.
Pensar de maneira global,
agir localmente
Eleita pela segunda vez pela revista Exame como uma das
melhores empresas para se trabalhar no país, o Sicoob
Credicitrus, maior cooperativa de crédito da América
Latina, também investe pesado em projetos sociais e
ambientais.
Antecipando-se à lei que cria a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, a cooperativa montou uma exposição
itinerante intitulada “Homem X Natureza – um percurso
pelos 4 elementos”, cujo objetivo é conscientizar a população, em especial os jovens, sobre a importância do equilíbrio ambiental na atualidade.
Fazendo uso de uma cenografia moderna e surpreendente, que estimula a interatividade dos visitantes por meio
de vários recursos visuais, táteis e sonoros, a obra alerta
sobre as consequências das ações humanas no meio ambiente e apresenta soluções para a retomada da convivência harmônica entre homem e natureza.
14
O projeto foi criado originalmente para gerar impacto profundo nas pessoas, fazendo com que elas repensem seu
papel como agentes ativos no processo de modificação
ambiental, avaliando o resultado de suas ações cotidianas,
como o descarte correto do lixo. “A sustentabilidade implica
na existência do ser humano no futuro do planeta, contando com os recursos necessários para a sua sobrevivência”,
explica Guillermo.
Para causar o impacto necessário, o projeto foi “dividido” em
seis módulos distintos, cuja ordem pode ser alterada sem
apresentar perda da compreensão da exposição. O primeiro mostra o lixo como uma barreira para o desenvolvimento e a evolução do ser humano, representando o caos gerado pelos resíduos sólidos produzidos pela ação humana.
Em seguida, quatro outros módulos envolvem os visitantes em uma viagem sensorial pelos elementos da natureza
(fogo, ar, água e terra), sendo cada um deles representado
por um ambiente distinto, com elementos interativos. E,
por último, o sexto espaço remonta o mundo em decomposição, com destaque para o acúmulo de lixo tecnológico
atual. Em cada estágio, o visitante é acompanhando por
um biólogo, que informa e tira as dúvidas.
“Homem X Natureza – um
percurso pelos 4 elementos”
conscientiza visitantes sobre
a importância da preservação
ambiental
Lado a lado com o futuro
A realização dessa exposição demonstra o compromisso
histórico das cooperativas com a responsabilidade social, já
que coincide com a promulgação da lei que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, promulgada recentemente
pelo Presidente da República.
Segundo o supervisor de Marketing do Sicoob Credicitrus,
Gledson Gustavo Viana, a lei foi aprovada pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado após 21 anos de espera. “Agora, as
prefeituras, as empresas e as pessoas em geral passam a ser
responsáveis por produzir menos lixo e dar a destinação adequada ao que foi produzido”, diz.
O lixo reciclável é composto, em sua maioria, por embalagens
plásticas, metal, papelão e papel, pilhas, pneus velhos e aparelhos eletrônicos. Esses materiais, se bem destinados, podem
gerar empregos e renda pelo seu aproveitamento.
Ampliando as ações sociais
Em Bebedouro (SP), um projeto amparado pelo Fundo de
Investimento Social e Cultural Coopercitrus/Credicitrus (Fisc)
está gerando frutos no município. A Cooperativa dos Coletores de Materiais Recicláveis de Bebedouro (Cooperlimpo) vem
promovendo a melhoria na vida de 14 antigos catadores que
atuavam no lixão para onde eram destinados os resíduos sólidos da cidade.
Criada em 2008, após um surto de dengue que atingiu cerca de 10 mil moradores, a cooperativa coleta diariamente os
resíduos sólidos em mais de 200 grandes geradores, pessoas
físicas e jurídicas. “Um grande problema que a cidade enfrenta
é causado pelas pessoas que recolhem os recicláveis e os acumulam em suas residências para venderem os resíduos coletados em grandes volumes. Com a chegada das chuvas, esses
pontos tornam-se foco para a reprodução do mosquito vetor
da dengue e, caso não sejam tomados os cuidados necessários com os resíduos, gera-se ambiente propício à reprodução
de ratos, baratas etc. Com o advento da Cooperlimpo, esse
material e os resíduos descartáveis da cidade são recolhidos
e reciclados, gerando renda aos cooperados que, através da
cooperativa, resgatam sua dignidade”, explica o gestor administrativo da entidade, Mário Pereira de Sá.
Já a presidente da Cooperlimpo, Benedita Aparecida Andrade
Bafini, ou simplesmente Dona Cida, destaca, ainda, outros benefícios que os coletores obtiveram com a criação da cooperativa. “Nós aprendemos a dar valor a nossa atividade, voltamos a
estudar e, hoje, podemos ser donos de uma cooperativa. Com
o apoio das cooperativas parceiras da Cooperlimpo – Credicitrus, Coopercitrus, Unimed, Uniodonto e Cotram –, estamos
conseguindo mudar a nossa vida radicalmente. Antes, vivíamos dividindo espaço com os urubus do lixão e, hoje, temos
mais dignidade, mais alegria, mais sentido em nossa vida. Para
mim, o dinheiro não é tudo na minha vida, o que eu preciso é
ter o meu valor dentro da sociedade”, afirma Dona Cida.
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
15
história
O maior e mais eficiente
grupo cooperativo do mundo
A educação é a base da consolidação e expansão do modelo cooperativo
espanhol de Mondragón
Um dos maiores conglomerados
econômicos do mundo é cooperativo. Sediado no país Basco (norte da
Espanha), Mondragón Corporação
Cooperativa (MCC) reúne 120 cooperativas, sendo 87 industriais, 13 de
pesquisa, 6 de serviços em consultoria, 8 de educação, 4 agrícolas, uma de
consumo, uma de crédito, e mais de
100 mil trabalhadores. Ao todo, o grupo movimenta, aproximadamente, 15
bilhões de euros em negócios ao ano.
Considerado o sétimo maior grupo
econômico da Espanha, o MCC atua
com base nos princípios cooperativos e na forte intercooperação entre
as cooperativas que formam o grupo.
O segmento industrial é o maior do
complexo. As cooperativas desse ramo
possuem fábricas de produtos da linha
branca (geladeiras, fogões, máquinas
de lavar), construção civil, consultoria e ramo automotivo. “Fornecemos
peças para todas as montadoras de
veículos do mercado global. Todo carro brasileiro, por exemplo, tem algum
componente de uma de nossas cooperativas”, diz o diretor de Disseminação
16
Cooperativa da MCC, Mikel Lezamiz.
As outras áreas de atuação das cooperativas compreendem Distribuição,
Financeiro e Centros de Pesquisa e
Formação.
A história do MCC pode ser dividida em
três etapas: a 1ª (1955 a 1969) marca o
surgimento das primeiras cooperativas;
a 2ª (1970 a 1990) é o período em que
as cooperativas se agrupam por proximidade geográfica; a 3ª (a partir dos
1990) começa quando se forma a corporação e a reorganização setorial. Em
2005, o Complexo Mondragón intensificou sua atuação internacional com
presença, inclusive, na América Latina,
com plantas industriais no Brasil, na
Argentina e na Colômbia.
Educação
O sucesso do MCC deve-se à educação.
Mikel Lezamiz explica que Mondragón
mantém escolas do primeiro ao quarto
nível, além de centros de pesquisas.
“Este complexo educacional atua não
somente para a difusão da cultura cooperativista e formação de executivos,
mas também como centro de empreendedorismo e de desenvolvimento de
novas tecnologias”, diz.
Em 1941, o padre José María
Arizmendiarrieta chegou a Mondragón
e, dois anos depois, em 1943, criou uma
escola politécnica que desempenhou
um papel importante no desenvolvimento do cooperativismo na região.
A escola transformou-se, mais tarde,
na Universidade de Mondragón, uma
cooperativa de 2º grau formada por
três cooperativas singulares. Cada uma
delas oferece cursos de Engenharia,
Economia e Pedagogia.
A semente da primeira cooperativa
de Mondragón foi plantada em 1956,
quando cinco graduados da escola
fundaram a Talleres Ulgor (hoje, Fagor
Electrodomésticos), que, inicialmente,
produzia aquecedores e fogões. Nos
primeiros anos, a empresa foi transformada em uma cooperativa e seu
sucesso estimulou a formação das demais instituições ao longo dos anos,
resultando no grupo MCC.
O desenvolvimento de tecnologias do
complexo de Mondragón é gerado pela
Universidade e pelas cooperativas tecnológicas. Portanto, a inovação sempre
foi um pilar essencial na evolução do
MCC. O Centro de Formação de Otalora
concentra os cursos de Formação
Diretiva, Técnica e Cooperativista, além
do Seminário de Cooperativismo.
Cooperativa de
Crédito
Em 1959, foi criada a “Caja Laboral
Popular”, uma cooperativa de crédito
que oferece produtos e serviços financeiros aos associados das cooperativas
e que passou a centralizar todas as
operações financeiras do MCC. A cooperativa de crédito trabalha como eixo
financeiro do grupo para financiar projetos das cooperativas coirmãs e atua
também na área de seguros de saúde e
fundos de pensão, por meio da Lagun
Aro, entidade responsável pela previdência social.
A Caja Laboral está entre as maiores instituições financeiras da Espanha, com
ativos de US$ 30 bilhões e 400 pontos
de atendimento. Os salários dos sócios
das cooperativas são pagos através da
Caja Laboral. Além deles, a instituição
de crédito atende a cerca de 2 mil não
cooperados.
O grupo MCC adota
integralmente o princípio
da Intercooperação, tendo
como seus pilares:
Na formação das
cooperativas da MCC,
existem vários tipos de
associados:
Educação: aproveitando o ganho de escala das 120 cooperativas, trabalha-se a educação
de forma centralizada através da
Otalora.
Sócios trabalhadores: são
os empregados das cooperativas. Apenas esses têm direito
à distribuição das sobras das
cooperativas.
Financeiro: o compartilhamento dos resultados das cooperativas através da formação
dos fundos da MCC demonstra
a interligação entre as empresas
do grupo.
Sócios de consumo: como é
o caso dos associados da Eroski
(Cooperativa de Consumo).
Social: a preocupação com o
bem-estar social pode ser comprovada com a política de evitar
ao máximo as demissões de
funcionários em períodos recessivos, realocando-os para outras
cooperativas.
Inovação: a pesquisa e o desenvolvimento são fortemente
trabalhados pelas 13 cooperativas de pesquisa do grupo MCC.
Para manter a competitividade
hoje existente, é necessária a
inovação constante em todas as
empresas do grupo.
Sócios escolares: situação
dos alunos das cooperativas
escolares.
Sócios beneficiários: como é
o caso dos pais de alunos matriculados na Universidade de
Mondragón.
Sócios colaboradores: terceiros que atuam de alguma forma
junto às cooperativas, apoiando
as atividades dessas.
Fonte: MCC
País Basco
A região ocupada pelos bascos situase no norte da Espanha e no noroeste
da França. Nela, fala-se a Euskera, que
embora seja a língua mais antiga falada hoje na Europa, somente se constituiu como língua escrita no século XVI.
Apesar de o território Basco pertencer à
Espanha, o seu povo não se considera
espanhol e mantém a língua própria
até hoje.
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
17
CApa
A união faz a
força
Adequação das cooperativas do Sicoob
à nova marca reforça o sentimento de
integração
Studio Cerri
Unidade de atendimento do
Sicoob no Shopping Cidade,
em Belo Horizonte (MG)
Juntos sob uma mesma bandeira. É com essa máxima que o Sicoob
vê a adaptação integral das unidades de atendimento do Sistema à
nova marca. Lançada no primeiro semestre deste ano, a identidade
visual estará, até 2014, estampada em todas as cooperativas de crédito do Sistema, gerando mais visibilidade e reconhecimento por parte
do público com relação aos serviços e produtos oferecidos.
18
Para os cooperados, a mudança na fachada gera mais
visibilidade à entidade
Studio Cerri
Sicoob Sul-Serrano, em Vitória
Jardim Camburi (ES)
A adequação visual, denominada de roll out, das sedes e unidades de atendimento é importante para consolidação da nova
identidade do Sistema. Parte das cooperativas centrais e singulares em todo o país já deu o pontapé inicial e começou a
mudança. Mesmo tendo pela frente quatro anos de adequação
à nova marca, a agilidade no processo, nesse momento, é de
suma importância, visto que o alinhamento visual de todas as
cooperativas possibilitará ao associado sentir-se parte integrante do Sistema.
Uma das unidades de atendimento que já se adequaram à nova
marca foi a do Shopping Cidade, em Belo Horizonte. Localizado
no 3º piso do estabelecimento e rodeado por instituições financeiras, o local ganhou mais visibilidade com o novo visual. “Achei
a mudança muito boa, pois destacou mais a agência dentro do
shopping. Inclusive, o pessoal tem elogiado bastante. Eu gosto
muito do trabalho oferecido pelo Sicoob e, aqui, sou sempre
bem atendido. Há tempos estávamos precisando de um serviço
como esse”, diz o comerciante José Miguel Lamounier.
O ponto de atendimento, conhecido por ser uma referência
para os associados do interior de Minas quando estão em viagem pela capital, também atende pessoas dos mais diferentes
estados, acostumados com a excelência do Sicoob. “Sou de
Rondônia e, sempre que venho a BH, vou ao shopping. Gostei
da mudança de marca e acho que facilitou a visualização da
agência, além de ter ficado mais bonita”, explica Vilma Maria
Costa Sales.
Para o contador e associado da Creditábil, Miguel Martins, o
visual da marca está mais moderno e mais agradável. “Sou cooperado há muito anos e sinto que, com essa mudança, conseguiremos uma maior integração com as diferentes cooperativas
do país”, finaliza.
Divulgação Sicoob Sul-Serrano
Integração nacional
Vários outros pontos de atendimento já estão adequando
suas instalações com a nova marca da Sicoob. Em breve, toda
a rede do Sistema estará atuando sob uma mesma identidade
visual, gerando, assim, mais visibilidade para o grupo e maior
familiaridade para os usuários junto à marca e aos serviços
oferecidos.
Esse sentimento de integração é ressaltado pelo presidente
da Asicred, de Pará de Minas, Osmano Diniz França. “Abri uma
agência fora do centro de Pará de Minas e sentimos que, com
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
19
CApa
as mudanças, a marca ganhou mais visibilidade e mais reconhecimento. Na minha opinião, é isso que todos nós ganharemos com a nova adequação. Quando isso acontecer em nível
nacional, as pessoas passarão a reconhecer nossas unidades
em qualquer lugar que estiverem no país, demonstrando uma
unidade nos serviços e atendimento oferecidos”, diz.
O local vem recebendo muitos elogios. O letreiro ficou maior,
mais visível, internamente está mais bem sinalizado e padronizado. “As pessoas têm gostado bastante”, explica Osmano.
Boa parte das cooperativas aproveitou a mudança da marca
para fazer uma mudança geral. Assim como a Asicred, o Sicoob
Credisaúde, de Goiás, e o Sicoob Credisul, de Rondônia, inauguraram novos locais para atendimento. As construções e a
revitalização do layout representaram a concretização de um
sonho coletivo. “A nova marca demonstra visivelmente a evolução e a modernização do Sicoob. Estamos preparados para
os desafios do futuro devido à essa visão empreendedora do
grupo”, diz o presidente da Credisul, Ivan Capra.
Divulga
ção Sico
Já o presidente da Credisaúde, Álvaro José do Amaral, destaca
que funcionários e cooperados estão achando a cooperativa
mais bonita, elegante e sóbria. “Ainda falta acertar alguns detalhes, mas todos estão elogiando. Inclusive, recebi felicitações
de presidentes de outras cooperativas do Estado que gostaram do nosso modelo. Somos a primeira cooperativa de Goiás
a fazer a mudança da marca e estamos orgulhosos por sermos
referência”, explica.
Todos por um
A nova identidade visual tem estimulado as cooperativas a
adotarem a marca pura. “Considero que a aplicação de uma
marca única em nível nacional desmistificará a ideia de que
os pontos de atendimento são separados, que não fazem
parte de um sistema único. É importante termos essa visão
sistêmica”, conta o presidente do Sicoob Central ES, Bento
Venturim, estado onde todas as cooperativas usam a marca
pura (Sicoob) há vários anos. Para ele, um dos benefícios da
ob UFcre
d
UFcred,
em Cuiabá (MT)
20
Divulgação Sicoob Credisul
mudança será o fortalecimento da imagem do Sistema junto
a associados, público externo e funcionários. “Até o bispo da
cidade comentou sobre a adequação. Disse que estamos fazendo um bom trabalho. Entendo que, quando fazemos algo
bem feito e oferecemos qualidade nos serviços, as pessoas divulgam a nossa imagem, atraindo mais associados e fazendo
a cooperativa crescer”, finaliza.
Mais modernidade, estética e integração. Os presidentes são
unânimes ao relatarem as principais características da nova
marca. União essa que leva a importância do Sistema de
Cooperativas de Crédito do Brasil para cada região onde atua.
“Com essa mudança, conseguiremos criar uma sinergia entre
as cooperativas do Sicoob, gerando mais unidade. Nosso trabalho de trazer sempre o melhor para a cooperativa e seus
associados tem de ser constante, sem perder de vista a individualização dos nossos cooperados”, finaliza o presidente do
Sicoob Sul-Serrano, Cleto Venturim.
Sicoob Sul-Serrano,
em Vitória Enseada (ES)
Sicoob Credisul, em Vilhena (RO)
Divulgação Sicoob Sul-Serrano
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
21
capa
Sicoob Crediçucar, em Santa Cruz das Palmeiras (SP)
Divulgação Sicoob Crediçucar
Prevalece o conceito
Após ser apresentada no primeiro semestre deste ano, a nova
marca do Sicoob passou por ajustes. O conceito da nova identidade visual, contudo, permanece o mesmo: refletir o desenvolvimento, a evolução, o crescimento, a união e a solidez do
maior sistema de cooperativas de crédito do país.
Após quatro meses de negociações, o Sicoob e o Grupo Algar
celebraram, no dia 17 de setembro, um acordo de convivência harmoniosa de marcas, em reunião realizada no Centro
Corporativo Sicoob.
A alteração na marca, de caráter meramente técnico, é sutil. A
pirâmide invertida, formada pela sobreposição de triângulos,
permanece. A proposta desse design é mostrar a composição do Sistema, que é formado por entidades entre si complementares (Cooperativas Singulares, Cooperativas Centrais,
22
Confederação/Bancoob e demais empresas que compõem o
Sistema).
A tipografia e o nome Sicoob também seguirão as mesmas
propostas. A mudança fica por conta da cor, com a substituição do amarelo, no triângulo inferior, por outra tonalidade de
verde. A marca leva a assinatura da agência Gad’Branding, de
São Paulo (SP).
Para divulgar a nova identidade visual e integrar as Centrais
no processo de implantação da nova marca, foi elaborado o
Manual da Identidade Sicoob (MIS). As adequações do manual
foram feitas pelo Comitê de Marketing do Sicoob – formado
pelos responsáveis das áreas de comunicação e marketing das
Centrais. O MIS apresenta informações sobre conceitos e forma de utilização, entre outros aspectos relacionados à marca.
Divulgação integrada
A divulgação da nova identidade visual do Sicoob não ficará
restrita às Centrais e a seus associados. Concluída a fase de
sinalização dos pontos de atendimento, inicia o processo de
posicionamento da marca e dos valores do Sicoob. “A campanha de divulgação nacional objetiva explicar em mídia massiva o que é o Sicoob e destacar a abrangência do Sistema”,
explica a supervisora de Comunicação e Marketing do Sicoob
Confederação, Débora Márcia Bruno.
As diretrizes da campanha foram discutidas durante o
Comunicar, evento que reuniu, neste segundo semestre, profissionais das áreas de Comunicação e Marketing que atuam
nas Centrais do Sicoob. Durante o encontro, foi elaborado o
1o Planejamento Estratégico de Comunicação e Marketing do
Sicoob.
Sicoob Aliança, em Jandaia do Sul (PR)
Sicoob Federal,
em Cuiabá (MT)
Divulgação Sicoob Aliança
Divulgação Sicoob Federal
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
23
ponto de vista
Sicoob
Expansão do Sicoob
Valdecir Manoel Affonso Palhares é presidente do Sicoob Central Amazônia,
cargo que ocupa por cinco mandatos
consecutivos. Inclusive, ele é o presidente fundador da Central. Natural
de Bebedouro (SP), Valdecir Palhares
cursou Medicina pela Universidade
Federal do Paraná (UFPA). Foi professor da Universidade de São Paulo
(USP) e é autor de livros e artigos sobre
cooperativismo.
24
As funções da confederação são inúmeVendo hoje o cooperativismo de crédito
ras e incluem as atividades de supervide “vento em popa”, muitos não imagisão, padronização de procedimentos
nam o quão árduo foi seu caminho. Após
operacionais, implantação de sistemas
mais de um século de evolução e tropede controles internos e apoio ao planeços, e com 20 anos de implacável perjamento estratégico, o que prova a sua
seguição do regime militar, centenas de
importância para o fortalecimento do
cooperativas foram extintas. Na década
Sistema. Ainda em 1996, no mesmo dia
de 1980, elas ressurgiram pequenas e inúdo nascimento do Sicoob, foi instituído o
meras, geralmente espalhadas pelo Brasil.
Bancoob, que representou um marco no
Desconhecidas pela maioria da populacooperativismo brasileiro. O banco deção, elas, inicialmente, restringiam-se a
senvolve e disponibiliza produtos e serum pequeno grupo de produtores rurais
viços, rentabiliza a liquidez das Credis no
ou de empregados de empresas urbanas,
mercado financeiro e persempre buscando con“Ao
resgatar
o
mite o acesso delas aos
dições mais justas para a
expansão de negócios ou
passado e pensar programas de repasse de
recursos governamentais.
para manutenção do pono presente e
Com ele, as cooperativas
der aquisitivo dos salários.
futuro, notaviram ampliar suas possise que tudo
bilidades de negócios.
Não tardaria para que os
líderes percebessem que,
converge para
Ao resgatar o passado e
juntas, as cooperativas
uma expansão
pensar no presente e no
de crédito poderiam fordas cooperativas futuro, nota-se que tudo
mar as Centrais, uma forte
de crédito”
converge para uma exaliança no plano vertical.
pansão das cooperativas
Por outro lado, no plano
de crédito, que experimentam novos
horizontal, deram-se as primeiras uniões
ares com a LC 130, que consolida a livre
de cooperativas, que as tornavam maioadmissão de sócios, um antigo sonho
res e melhores. Em 1996, nasce o Sistema
dos líderes cooperativistas brasileiros.
de Cooperativas de Crédito do Brasil
Desejamos que o cooperativismo de
(Sicoob). Hoje, com cerca de 2 milhões de
crédito siga essa toada, porque, logo
associados, está presente em 22 estados
adiante, novas e boas surpresas surgirão.
da Federação e no Distrito Federal, com
Assim, o cooperativismo, como ocorreu
mais de 1.800 pontos de atendimento.
nos países desenvolvidos, ajudará o Brasil
Até o final de 2010, inaugurará mais uma
a distribuir sua renda de maneira mais
unidade no estado do Amapá, sendo esta
justa e a buscar a cidadania financeira e a
uma cooperativa de empresários. É um
paz social para o povo.
grande avanço em menos de 20 anos.
JURÍDICO
As cooperativas de crédito e a prestação
de serviços a entidades públicas
Há muito discute-se sobre a legalidade de as entidades públicas,
entre elas as municipais (prefeituras, órgãos municipais, câmaras),
movimentarem recursos nas cooperativas de crédito. Com o advento da Lei Complementar 130/09, a associação dessas entidades às cooperativas de crédito restou expressamente vedada. A
vedação legal converge com o texto da Constituição Federal, que,
como regra geral do art. 164, exige que “as disponibilidades de caixa” das entidades públicas sejam obrigatoriamente movimentadas
nos bancos oficiais.
Arquivo Bacen
Após a vigência da LC 130/09, não raros foram os casos nos quais
prefeituras e câmaras municipais notificaram cooperativas de crédito, com as quais haviam celebrado contratos de prestação de
serviços, no sentido de rescindi-los.
Todavia, inobstante a vedação de associação das entidades públicas às cooperativas de crédito, prevista na LC 130/09, a prestação
de serviços a essas entidades é legal e encontra-se prevista não
somente na referida lei, que no seu texto traz a possibilidade de
prestação de serviços de natureza financeira e afins a associados
e a não associados, como também na Resolução 3.859/10 do
CMN1, que dispõe que as cooperativas podem prestar serviços
de cobrança, custódia, recebimentos e pagamentos a entidades
pertencentes aos poderes públicos das esferas federal, estadual e
municipal e respectivas autarquias e empresas.
(prefeituras, órgãos públicos, câmara municipais) não é vedado.
Esses valores transferidos às cooperativas de crédito, a fim de que
sejam destinados ao pagamento dos servidores municipais, não
são considerados “disponibilidades de caixa” dos municípios, já
que tais recursos, uma vez postos à disposição dos servidores, têm
caráter de despesa liquidada, pagamento feito, não
estando disponíveis ao município, mas, sim, aos ser“As parcerias
vidores públicos. O Supremo Tribunal Federal já decom entidades
cidiu que o crédito da folha de pagamento em instituição financeira privada não fere a Constituição2.
públicas, tanto
Também estão de acordo com a lei e a Constituição
para pagamento os convênios que as cooperativas firmam com os
de salários, quanto municípios ou outras entidades públicas para recede tributos, a exemplo do IPTU. Nesses capara o recebimento bimento
sos, imediatamente após receber os valores, as code tributos são
operativas devem repassá-los aos municípios, pois
esses não podem ser titulares de conta-corrente na
legais e devem
cooperativa.
Acrescente-se que, a teor da Constituição
Federal, por meio da qual foi instituído o
“Princípio da Reserva Legal”, tudo aquilo que
não está proibido por lei é permitido. Ora, a LC
130/09 apenas veda a associação de entidades
públicas às cooperativas de crédito, não trazendo qualquer vedação quanto à prestação de
serviços, mormente quando tal prestação a terceiros, não associados de modo geral, está permitida na referida lei, conforme mencionado anteriormente. Cabe ressaltar, todavia, que alguns
ser buscadas pelo
serviços prestados pelas cooperativas de crédito
Sistema Sicoob”. Dessa forma, as parcerias com entidades públicas
devem ser exclusivos aos associados, dentre os
municipais, estaduais ou federais, tanto para paquais, “captação de depósitos” à vista ou a prazo,
gamento de salários quanto para recebimento de
“concessão de empréstimos” e “prestação de garantias”.
tributos, são legais e devem ser buscadas pelo Sicoob, desde que
contribuam para o desenvolvimento econômico local e represenE os serviços de pagamento de salários a servidores municipais
tem ganhos financeiros e sociais para as cooperativas.
ou o recebimento de tributos municipais? Podem ser prestados? O pagamento de salários de servidores públicos municipais
Jaqueline Azevedo Gomes
Gerente Jurídico do Sicoob Central (BA)
- Art. 12. O CMN, no exercício das competências que lhe são atribuídas pela legislação que rege o SFN, poderá dispor, inclusive, sobre as seguintes matérias:
III - tipos de atividades a serem desenvolvidas e de instrumentos financeiros passíveis de utilização.
2
- Processo: Rec. 3.872-AgR – DJ 12-5-2006
1
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
25
supervisão
Para aperfeiçoar
a fiscalização
Para José Ângelo, a Supervisão é de suma importância para o fortalecimento do cooperativismo de crédito no país
Arquivo José Ângelo
De forma sistêmica, o Banco Central do Brasil supervisiona as
cooperativas de crédito
A Supervisão do cooperativismo de crédito brasileiro é confiada
ao Departamento de Supervisão de Cooperativas e Instituições
Não Bancárias (Desuc), criado pelo Bacen, em 2005, para aperfeiçoar a fiscalização dessas entidades. As ações vão desde a
regularização das cooperativas perante o Bacen até o monitoramento e o acompanhamento da rotina das cooperativas.
Com a Lei Complementar 130, sancionada em 2009, o foco da
Supervisão passa a ser a melhoria dos padrões de governança e
gestão do sistema cooperativista, bem como a racionalização da
sua estrutura.
À frente do Desuc, está José Ângelo Mazillo. Para aqueles que
ainda são resistentes e alimentam uma visão equivocada da
Supervisão, ele não titubeia nem poupa palavras ao frisar a importância do seu trabalho. “A Supervisão é absolutamente vital
para a saúde do sistema financeiro e a consequente confiança do
público’’, pondera. As instituições, entre elas, as cooperativas de
crédito, precisam ser bem supervisionadas e ter alto padrão de
governança para dar a tranquilidade necessária aos cooperados.
26
Supervisão Integrada
A Supervisão Integrada ou Inspeção Integrada é uma modalidade da Supervisão que proporciona um diagnóstico aprofundado dos sistemas cooperativos. “Com ela, o desempenho do
Sicoob influencia o conceito que está sendo construído junto ao
Bancoob, uma das empresas do Sistema. Isso acontece, sobretudo, porque gera um ambiente de reciprocidade. É uma questão
nova, e estamos aprendendo a lidar com ela”, explica o presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada.
O Sicoob já passou por duas Supervisões Integradas e, nessas
ocasiões, foram programadas visitas de grupos de inspeção
à Confederação, às Centrais e ao Bancoob. Como resultado, o
Bacen alcançou seu objetivo ao levantar um quadro fidedigno
do Sistema. Por meio de supervisores regionais, o Bacen faz um
acompanhamento pontual, dando continuidade ao trabalho deflagrado nas duas Inspeções Integradas.
Novas Regras
Novo cálculo para
requerimento de capital
Conselho Monetário Nacional simplifica o cálculo do requerimento
de capital das cooperativas de crédito
A partir de 2011, amparadas pela
Resolução 3.897, do Conselho Monetário
Nacional (CMN), as singulares com ativos
inferiores a R$ 200 milhões e as centrais
com ativos menores que R$ 100 milhões
poderão optar pelo Regime Prudencial
Simplificado para efeito de cálculo do
Índice de Basileia. Na prática, a decisão
diminui a burocracia e viabiliza o crescimento saudável e sustentável das cooperativas de crédito.
Com a medida, o Regime Prudencial
fica dividido em dois. No Regime
Prudencial Simplificado (RPS), encaixamse as cooperativas de pequeno porte, de
baixa complexidade operacional e com
aplicações em instrumentos financeiros
de baixo risco. Essas foram poupadas
do cálculo dos riscos operacional e
de mercado. Elas precisam, apenas,
calcular o risco de crédito e enviar o
Demonstrativo de Limites Operacionais
(DLO) simplificado. A iniciativa reduz os
custos operacionais, a quantidade de
formulários gastos com a contratação de
consultorias e os spreads nas operações.
Por outro lado, no Regime Prudencial
Completo (RPC), encontram-se as cooperativas de grande porte, com aplicações
em instrumentos financeiros sofisticados
e com risco potencialmente relevante.
No RPC, são calculadas todas as parcelas
de risco (crédito, mercado e operacional),
sendo necessário enviar o DLO completo, inclusive com detalhamento e, dependendo do caso, o Demonstrativo de
Risco de Mercado (DRM) mensal.
No intuito de auxiliar a tomada de decisão quanto à adesão das cooperativas ao
regime prudencial simplificado ou completo, o Sicoob Confederação divulgou,
a todas as centrais, estudo preliminar
de impacto no requerimento de capital,
confeccionado com base na norma e em
dados extraídos em setembro de 2010.
RPS - Regime Prudencial Simplificado
RPC - Regime Prudencial Completo
Cooperativas de pequeno porte e com
operações de baixo risco
Cooperativas de grande porte, com
operações sofisticadas e com risco
relevante
Cálculo “cosifado”
Cálculo “descosificado” (utiliza informações
controladas gerencialmente)
DLO simplificado
DLO completo, inclusive com
detalhamento do Pepr, Popr e Rban
Não envia o DRM
Poderá enviar o DRM (Circular 3.429/2008)
PSPR substitui o PRE, sendo calculado
com base na nova redação disposta pela
Res. Res. 3.897/10
PRE calculado com base no caput do art. 2°
da Res. 3.490/07
Fator F (13%, 14%, 18%)
Fator F (11%)
Menos contas a
fazer
A adesão ao RPS é facultativa e deve ser
formalizada junto ao Banco Central do
Brasil (Bacen) até 31 de dezembro deste
ano. Para tanto, a cooperativa de crédito
não pode apresentar operações complexas, como negociações em moeda
estrangeira, e sujeitas à variação cambial,
além de não poder ultrapassar os limites
de ativos citados. “As cooperativas não
elegíveis podem requerer o benefício
desde que tenham controles adequados,
concentrem-se em operações de renda
fixa e realizem eventuais operações de
maior complexidade”, explica o diretor
de Desenvolvimento Organizacional
do Sicoob, Abelardo Duarte de Melo
Sobrinho.
Em 2011, as cooperativas que aderirem
ao RPS passam a adotar o valor mínimo de capital de 13%, estipulado pelo
Bacen. Ou seja, para uma exposição de
risco equivalente a R$ 100 milhões, por
exemplo, uma instituição precisa ter capital mínimo de R$ 13 milhões. Estima-se
que, das 1.307 cooperativas singulares
do país, cerca de 95% estejam aptas a
adotar o novo modelo, bem como 10 das
38 centrais de crédito.
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
27
cultura
A arte além do
cooperativismo
Sicoob guarda preciosos talentos artísticos entre seus profissionais
De segunda a quinta-feira, David Zaidan sente-se muito à vontade em sua rotina de trabalho. Mas é na sexta-feira que tudo
muda em sua vida. Ao cair da noite, o analista de Comunicação
do Sicoob Central Crediminas troca a papelada do escritório
pelas pick-ups, deixando entrar em cena o DJ David Zaidan.
Com pegadas bem criativas, Zaidan embala o público de Belo
Horizonte com as batidas frenéticas da black music. Jornalista,
ele atua, há cinco anos, no Sistema e, nos finais de semana e
demais horas vagas, comanda as pistas das principais casas da
noite belo-horizontina.
Inserido no cenário musical há três anos, ele vem marcando presença em eventos que vão desde o popular “Duelo de Mc’s”, um
encontro de rappers que acontece semanalmente no Centro
da capital, até o Savassi Festival, que reúne expoentes do jazz no
badalado bairro da Zona Sul da cidade. De malas prontas para
embarcar para Nova York, onde fará algumas apresentações,
David elege 2010 como o seu ano de sorte. “Apareceram várias
oportunidades, foi bastante produtivo.” Ainda assim, ele nem
cogita a hipótese de largar o trabalho no Sicoob para dedicarse exclusivamente à música: “as duas atividades me dão prazer”.
Arquivo DJ David Zaidan
O DJ David Zaidan agita
a noite de BH na capital
mineira
28
Para fazer dançar
Quando o assunto é festa, o pessoal do Sicoob Goiás Central não tem dúvida de quem
irá comandar o som. Há três anos no agito da noite goianiense, o auxiliar de produtos
e serviços Reginaldo Vargas é mestre em fazer o público balançar o esqueleto.
DJ Vargas é um dos grandes
talentos da música eletrônica
de Goiás
Desde criança, Reginaldo cultiva um gosto especial pela música. Ritmos dançantes
ouvidos pelas ondas do rádio, como o house, despertaram nele a vontade de fazer
algo mais do que ser ouvinte. De festa em festa, o DJ Vargas fez seu nome. “De
repente, estava tocando no Atlanta Music Hall, que é a maior casa de
shows de Goiânia”, recorda.
Entre os colegas de trabalho, o DJ Vargas é
conhecido, principalmente, por sua atuação nas confraternizações de fim de ano
da equipe. A presença à frente das pickups, contudo, pode causar surpresa para
alguns. “Muitos que ainda não me conhecem
estranham no início, mas todos gostam e incentivam”, conta.
Kelle Paulino
Divulgação / PUC
Pelos quatro cantos do Brasil
Ainda no Sicoob Goiás Central, outra artista encanta o público pelos palcos Brasil afora. Seja atuando seja cantando
– e, até mesmo, fazendo ambas as atividades –, a analista de
Recursos Humanos, Sílvia Honorato, soma 14 anos de dedicação à vida artística. “Comecei tocando teclado na igreja e,
daí para frente, não parei de aprender e me interessar por
música”, conta.
Como prova de que ela realmente investiu em seu dom,
basta ver o currículo: é estudante de piano clássico e popular, violão, canto e teatro. Com suas peças e musicais,
como a encenação do romance ‘‘Morte e Vida Severina’’
(João Cabral de Melo Neto), Sílvia viajou pelos estados de
São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Tocantins,
Ceará e Maranhão. “A arte é uma forma de buscar equilíbrio
em minha vida. Nos dias de semana, tenho o meu trabalho no Sicoob e, nos finais de semana, realizo essas outras
atividades.”
Nas horas vagas, Sílvia
estuda piano clássico e
popular, violão, canto e
teatro
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
29
cultura
Música na rede
Números e poesias
A Internet quebrou as fronteiras geográficas e tornou as pessoas cada vez mais conectadas. Graças a essa força do mundo
virtual, foi formada a banda de rock Sertão S/A, cujos quatro integrantes residem em cidades diferentes do sertão baiano.
Durante uma viagem, enquanto aprecia a melodia de uma
bela canção, ou, até mesmo, quando está debruçado sobre
números e papéis de cooperativas, para o poeta e inspetor
do Departamento de Supervisão do Sicoob Central Santa
Catarina, Marcemino Rampanelli, a inspiração para escrever
não tem hora. “Tenho que ter sempre um papel à mão, porque quando a ideia aparece, se não anoto, acabo perdendo o
momento”, conta.
O guitarrista Radamés Oliveira, que é agente de Controles
Internos do Sicoob Grande, da cidade de Baixa Grande (BA), explica como se deu essa integração. “Sempre nos encontrávamos
pelos ‘palcos da vida’, cada um em uma banda. Por meio das
redes sociais, começamos a discutir o projeto do Sertão S/A e a
fazer pesquisas’’. Após dois anos de contatos virtuais, o quarteto
reuniu-se para ensaiar e, desde o início deste ano, vêm fazendo
shows pela região.
Os amigos continuam vivendo em cidades diferentes, e os ensaios são realizados a cada 15 dias. Com uma batida pesada, que
também mescla elementos do reggae, a banda considera-se
parte de um movimento alternativo do sertão baiano. “Aos poucos, vamos conseguindo maior aceitação do público”, comenta
Radamés.
Em quase 40 anos de dedicação ao ofício das letras, Marcemino
teve suas poesias publicadas em três livros, sendo que um
deles está prestes a ser lançado. Seus trabalhos foram apresentados em um concurso nacional, realizado pela editora
fluminense Guemanisse, que reuniu o trabalho de diversos
poetas nos livros Narrativas e Poéticas, Literatum & Poeticum
e Prosapoemas.
Além de poesias, Marcemino envereda-se pelas letras de músicas. Apreciador do ritmo sertanejo, ele está à espera de um
músico para compor as melodias e gravar suas produções.
Divulgação Sertão S/A
A banda de rock Sertão S/A é uma das revelações musicais de Baixa Grande, na Bahia
30
Atrás das câmeras, Mark
Miranda produz o roteiro e
dirige diversos vídeos
Nas paradas de sucesso
A descrição da banda, em princípio, pode parecer complexa,
mas basta ouvir o som para saber que se trata do bom e velho
rock’n’roll. Criada há um ano em Goiânia (GO), a banda Sol de
Inverno mescla influências de grandes expositores, de clássicos, como The Doors, ao pop do U2. Para explicar um pouco
o trabalho dessa turma, o baterista Murilo Faria Lemos, que
também é agente de Controles Internos do Sicoob Credicapa,
da cidade de Anápolis (GO), vai longe. “Sol de Inverno revela
a junção dos dois hemisférios. Quando, no Norte, tem início
a primavera, no outro, começa o outono, revelando igualdade na diferença. A proposta é falar de justiça, amor, diversão e
comprometimento.”
Formada por outros quatro integrantes, a banda ganhou notoriedade no universo virtual, com a divulgação de suas canções
em redes sociais como o Myspace, site utilizado pela maioria
dos músicos para expressar seus trabalhos. A página do Sol
de Inverno na rede mundial de computadores já obteve mais
de 25 mil acessos. Mas não para por aí. A banda também emplacou o trabalho nas rádios, sendo que o hit “Um dia a mais”
está entre as dez músicas mais tocadas na 96 FM, da cidade de
Anápolis, e a canção “Sophie” é a mais veiculada na rádio RBC,
de Goiânia.
Arquivo Mark Miranda
Por trás das câmeras
Depois de passear pelo teatro, pela música e pela poesia, é a
vez da sétima arte ganhar espaço entre os talentos do Sicoob.
Há mais de dez anos inserido no universo das filmagens, o analista de Monitoramento do Sicoob Confederação (DF), Mark
Miranda, inspirado pelas produções da década de 1980, emplacou no cenário independente do audiovisual.
Natural do Espírito Santo, onde também atuou no Sicoob, Mark
assume diversas funções nos vídeos que produz. “Faço de tudo
um pouco: roteiro, produção e direção.” Ao todo, ele assina cinco vídeos, todos produzidos em território capixaba e aprovados
em leis de incentivo do estado.
A literatura também tem espaço em sua bagagem cultural.
“Lembro-me de que li ‘1968: o ano que não terminou’, do Zuenir
Ventura, e senti uma grande vontade de fazer alguma filmagem baseada na obra”. Além do escritor, Mark cita o cineasta
Wood Allen como fonte permanente de inspiração.
A banda Sol de Inverno, do baterista Murilo,
mescla o som de grandes expositores da música
Divulgação Sol de Inverno
O analista vê no audiovisual uma maneira diferente de comunicar-se com o mundo. “O cinema representa uma forma de
expressão. Um processo em que você se envolve por completo e que acaba contribuindo para a realidade, até mesmo no
Sicoob.” Com os trabalhos no cinema suspensos por causa do
curso de mestrado, Mark não vê a hora de dar continuidade a
um curta-metragem, iniciado em 2005. Ele também já começa
a pensar em novas produções, quem sabe, no Distrito Federal.
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
31
cultura
Páginas de muito saber
Encantar-se com a fantasia, mergulhar na cultura, envolverse na ficção e ver com outros olhos a realidade. São muitas
as possibilidades que um livro oferece. E é por isso que, no
Sicoob, a literatura também tem espaço importante entre os
talentos.
Um deles é o diretor-presidente do Sicoob Central NE, João
Feitoza Neto. Além de ser cordelista, desde criança, ele também estimula essa arte tão popular da sua região. Feitoza
coordenou e orientou a produção do livro “O Cordel do
Cooperativismo”, lançado em setembro deste ano.
De autoria do cordelista Medeiros Braga, a obra mostra, de forma lúdica, o papel do cooperativismo na sociedade. “A literatura é fascinante e poderosa pelo seu poder de informação e
de transformação em todas as camadas sociais”, comenta João
Feitoza.
O presidente do Sicoob Central Cecremge, Luiz Gonzaga,
também dedica-se à produção literária. São de sua autoria
32
os causos presentes nas duas edições do livro “Aconteceu
sim; me contaram”. “São coisas ouvidas nas rodas de amigos,
momentos vividos e ainda vívidos em minha memória, que
retratam o cotidiano das cidades mineiras.” Amante das letras
desde a infância, Luiz anuncia que, em breve, lançará um livro
de poesias intitulado “Meu grito”.
Ainda no Sistema, destacam-se o presidente do Sicoob
Confederação, José Salvino de Menezes, autor de livros de
mensagens, o presidente do Sicoob Central DF, José Alves
Sena, autor de livro sobre a história do combate à corrupção,
Valdecir Palhares, presidente do Sicoob Central Amazônia e
Ênio Meinen, ambos autores de livros sobre o cooperativismo
de crédito.
A obra mais recente dos escritores do Sicoob é a do assessor
de imprensa do Sicoob Central SC, Celso Vicenzi. Ele lançou
um livro de frases bem-humoradas sobre futebol, com ilustrações do cartunista Paulo Caruso, no dia 18 de novembro, na
Livraria Saraiva do Shopping Iguatemi, em Florianópolis (SC).
Responsabilidade social
Doação de
carinho
Iniciativa de cooperativa do Sistema
Sicoob leva alegria a idosos de
Goianésia (GO)
Eles representam quase dez por cento da população brasileira,
mas, ainda assim, são vítimas de falta de respeito, educação e
cuidado por parte de muita gente. Visando a garantir a cidadania
dos idosos, o Sicoob Coopercred realiza, há dois anos, um trabalho solidário em dois asilos da cidade de Goianésia (GO). A iniciativa é um exemplo de que, com pequenas atitudes, pode-se fazer
brotar alegria em corações de qualquer idade.
De barba branca, roupa vermelha e saco dependurado nas costas, o Papai Noel, ou melhor, o agente de Controles Internos Wiliam D’Abadia Costa assume o papel do bom velhinho para levar
boas surpresas aos cerca de cem moradores do Lar do Idoso de
Goianésia e do Lar São Vicente de Paula. Mesmo acostumado a
encarnar diversos personagens em eventos da cidade, Willian
não consegue segurar a emoção ao realizar esse trabalho. “A gente percebe que não precisa fazer muita coisa para agradar a essas
pessoas. É muito gratificante”, conta. Para ele, o respeito com os
mais experientes é algo que falta em muitas cidades do país.
Coordenadora do projeto, a analista de crédito Raquel Macarini
Pimenta Ferreira relata a emoção sentida ao distribuir os presentes entre os moradores dos asilos. “É uma festa tanto para eles
quanto para nós. Parece que o pessoal vira criança ao ver o Papai
Noel.” Para promover a ação, todos os associados da cooperativa
são convidados a contribuir, seja com a doação de dinheiro ou
seja com presentes. “Fazemos o contato com os responsáveis pelas instituições para saber as demandas e, então, tentamos atender aos pedidos”, explica Raquel. No dia da entrega, os colaboradores da Coopercred não economizam animação para garantir
que o dia fique na memória dos moradores.
O carinho da equipe do Sicoob com os idosos foi destacado pela
vice-presidente do Lar São Vicente de Paula. “Ações como essa,
de certa forma, preenchem a falta que os moradores sentem de
seus familiares”, conta Maria do Rosário Pimenta. Segundo ela,
muitos dos idosos nunca haviam ganhado um presente e se
emocionaram ao recebê-lo das mãos do Papai Noel. “Todo mundo ficou rindo à toa.”
Por mais cidadania
Abandono familiar, maus tratos, negligência. Essas e outras situações, em maior ou menor gravidade, infelizmente, ainda são recorrentes quando se fala da população acima de 60 anos. Para reverter esse quadro, desde 2003, está
em vigor no Brasil o Estatuto do Idoso. Aprovado no dia 1º
de outubro, data em que se comemora o Dia do Idoso, o
Estatuto torna oficial aquilo que já deveria fazer parte do
senso comum.
Entre os artigos do documento, está a garantia de prioridade dos idosos no acesso a serviços públicos e privados,
além do dever de todo cidadão em assegurar a dignidade das pessoas dessa faixa etária. A Lei de número 10.741
traz, ainda, referências aos direitos relacionados a Saúde,
Educação e Alimentação, entre outros. Mais do que um
avanço na política de proteção aos idosos, o documento é
uma importante ferramenta para que os idosos lutem pela
garantia de seus direitos.
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
33
Governança
Novo modelo
de governança
Associadas elegerão,
em março de 2011, o
presidente do Conselho de
Administração
Embora não seja uma instituição financeira, o Sicoob Confederação alterou,
significativamente, o Estatuto Social,
adotando os princípios de governança,
aplicáveis às cooperativas de crédito do
Sicoob, previstos na Lei Complementar
130 e na Resolução CMN 3859/10.
As alterações, aprovadas em Assembleia
Geral, entrarão em vigor a partir de
março de 2011, quando ocorrerão as
eleições para os cargos do novo órgão
de administração da Confederação. No
modelo atual, a confederação é administrada por Diretoria Colegiada, que
reúne os 14 presidentes das Centrais
associadas. Na prática, as reuniões da
Diretoria Colegiada, por congregarem os
LC 130/09 – Institui o Sistema Nacional
de Crédito Cooperativo, reconhece o
sistema cooperativo de crédito organizado e verticalizado, prevê que as
confederações de cooperativas de crédito
podem executar serviços de cooperativas centrais, prevê que o Banco Central
pode fiscalizar todas as entidades que
compõem o Sistema Nacional de Crédito
Cooperativo, mesmo as que não sejam
instituições financeiras, e permite que as
cooperativas de crédito tenham diretores
executivos contratados.
Resolução 3.859/10 do CMN – Consolida as normas aplicáveis às cooperativas
de crédito, às centrais de cooperativas
de crédito e às confederações e institui
princípios de governança aplicáveis às
cooperativas de crédito.
Sicoob CONFEDERAÇÃO
ABELARDO DUARTE DE
MELO SOBRINHO
Diretor de
Desenvolvimento
Organizacional
Em 1978, ingressou
no Banco Central do
Brasil, no Rio de Janeiro
(RJ), onde trabalhou
em diversas áreas. No
Departamento de
Organização do Sistema
Financeiro (Deorf ), em
Brasília (DF), dedicouse ao segmento de cooperativas de crédito. Em maio de
2010, assumiu a Superintendência no Sicoob Confederação
e, a partir de agosto de 2010, tornou-se diretor de
Desenvolvimento Organizacional.
34
RICARDO ANTONIO DE
SOUZA BATISTA
Diretor de Tecnologia
Com experiência
de 38 anos na área
de Tecnologia da
Informação no Sistema,
exerceu o cargo de
diretor de TI do Banco do
Brasil, Vice-presidente da
Cobra Tecnologia,
diretor da FEBRABAN
ocupando o cargo de
presidente do Conselho
Nacional de Automação Bancária, além de ter participado
dos Conselhos de Administração das empresas
Telemar, Cobra Tecnologia, Tecsoft e BrasilSaúde.
Engenharia Civil, Administração e MBA em Governança
Corporativa completam seu perfil.
bancoob
ÊNIO MEINEN
Diretor Operacional do Bancoob
Com experiência de 27 anos em
cooperativismo de crédito, é autor
de vários livros sobre o tema. É
pós-graduado em Direito e em
Administração de Empresas. Foi vicepresidente de Políticas Corporativas
da Confederação Sicredi. Ingressou no
Bancoob em abril de 2009. Foi vicepresidente de Políticas Corporativas da
Confederação Sicredi e Juiz do Tribunal
Administrativo de Recursos Fiscais do
Rio Grande do Sul (TARF-RS).
presidentes de todas as associadas, correspondem à Assembleia Geral, o que
prejudica a soberania da assembleia em
relação ao órgão de administração.
Nas eleições de março de 2011, as associadas elegerão o presidente do
Conselho de Administração, que será
também o diretor-presidente, além de
outros 4 conselheiros de administração.
A Diretoria Executiva será formada pelo
diretor-presidente e por diretores executivos contratados que já exercem o
cargo: Ricardo Antônio de Souza Batista,
diretor de Tecnologia, e Abelardo Duarte
Sobrinho, diretor de Desenvolvimento
Organizacional. Outra mudança está
na exigência de os candidatos ao cargo de Conselheiro de Administração da
Confederação serem previamente aprovados e indicados pelos Conselhos de
Administração das Centrais associadas.
A Confederação, que no ano de 2010,
deu início à discussão sobre a governança cooperativa no Sicoob, assume o exemplo com a aprovação do
novo Estatuto Social. O Presidente da
Confederação, José Salvino de Menezes,
acredita que o novo modelo confere
ao Conselho de Administração as atribuições que lhe são garantidas por lei,
tais como cuidar da estratégia e supervisionar a Diretoria Executiva. “As decisões ficarão mais ágeis, sem perder a
legitimidade, uma vez que os conselheiros serão eleitos em Assembleia Geral.
Ademais, haverá redução dos custos
com as reuniões. É importante que o
Sistema se modernize, sempre atento
ao crescimento e aos anseios dos cooperados”, afirma.
RUBENS RODRIGUES FILHO
Diretor de Controle e Administração do
Bancoob
Economista com mais de 30 anos
de experiência no setor financeiro,
tendo exercido os cargos de diretor
de Controles Internos e chefe de
Auditoria do Banco do Brasil, diretor
de Operações e Controle da BBTUR,
superintendente de Sistemas de
Informação do Bancoob.
MARCUS GUILHERME ANDRADE
DE FREITAS
Diretor Financeiro do Bancoob
Mestre em Finanças com mais 25
anos de experiência em gestão e
planejamento financeiro, gestão de
recursos, administração de carteiras
de investimentos e estruturação de
operações financeiras. Foi presidente
financeiro do Clube de Investimentos e
presidente da Associação Brasileira dos
Analistas do Mercado de Capitais.
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
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Educação
Cooperforte, forte
em solidariedade
Fotos: Noel Júnior
“Passaporte do Futuro”, do Instituto
Cooperforte, implementa projetos
para educação profissionalizante de
jovens em todo o Brasil
36
Michelly é uma das beneficiadas da
Cooperforte, que promove uma série
de iniciativas sociais e de capacitação
profissional
A Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Funcionários
de Instituições Financeiras Públicas Federais (Cooperforte) é
uma das maiores cooperativas singulares do Sicoob e possui
mais de 100 mil associados. Os seus números em ações sociais
também impressionam. Ela é forte em solidariedade e, por
meio de seu instituto social, investiu aproximadamente R$ 8
milhões em projetos nos últimos dois anos.
O “Passaporte do Futuro” já atendeu a quase 20 mil jovens em
todas as regiões do país. O programa visa a educar profissionalmente e a inserir os jovens carentes e de escolas públicas
no mercado de trabalho. “Capacitar por capacitar não tem
sentido para nós. O nosso trabalho somente termina com a
inserção dos jovens nas empresas”, afirma o presidente do
Instituto Cooperforte, José Rogaciário dos Santos.
O presidente da cooperativa, José Valdir Ribeiro dos Reis, diz
que o primeiro – e um dos principais programas sociais – é
o ‘‘Passaporte do Futuro’’, criado em 2002 e que, segundo ele,
estimulou a criação do Instituto Social Cooperforte. “Iniciamos
o projeto com jovens de escolas públicas do Distrito Federal.
Hoje, ampliamos e expandimos nossos programas sociais para
outras regiões e demais públicos”, diz.
Ele explica que o treinamento dos jovens é acompanhado
por uma assistente social e termina com estágio, de três a seis
meses, nas empresas, com a efetivação de quase 100% dos
alunos. “Não temos uma grade de cursos específicos para as
regiões do país. O treinamento é preparado de acordo com a
demanda local das empresas. Muitas cooperativas do Sicoob
são nossas parceiras”, ressalta José Rogaciário.
Frutos do
investimento
Passaporte para
outros projetos
Em 2003, Michelly Pereira da Silva, estudante de escola pública
do Distrito Federal, ingressou na primeira turma do curso de
Técnico em Informática, montagem e configuração de micro,
do ‘‘Passaporte do Futuro’’. Após o estágio no Sicoob Central
DF, ela foi contratada como auxiliar administrativo da área de
Tecnologia da Informação (TI).
A experiência positiva do ‘‘Passaporte do Futuro’’ fez com que
o Instituto Cooperforte estendesse os programas sociais para
outros públicos. Inspirados na política de capacitar pessoas
e inseri-las no mercado de trabalho, foram criados os novos
programas: “Passaporte da Superação”, “Passaporte Solidário” e
“Passaporte da Cooperação”.
Três anos depois, Michelly já era técnica em TI e, no ano passado, foi promovida a encarregada da área. ‘‘O ‘Passaporte do
Futuro’ mudou a minha vida. Venho colhendo os frutos deste
projeto a cada ano”, diz. Hoje, aos 26 anos de idade, ela está
na universidade, onde cursa o 6º período de Sistemas de
Informação.
Instituto Cooperforte
Emanuele Pereira Gomes é outra beneficiada pelo projeto. Há sete anos, ela trabalha na Cooperativa de Economia e
Crédito Mútuo dos Servidores do Ministério da Fazenda e dos
Órgãos da estrutura da Presidência da República Ltda. (Sicoob
Credfaz). Ela já passou por todos os departamentos da cooperativa e, hoje, aos 27 anos de idade, atua na área administrativa. “O ‘Passaporte do Futuro’, realmente, me deu um futuro.
O projeto abriu para mim as portas do mercado de trabalho”,
diz.
Naiara Sampaio da Silva e Débora Falcão Juvenal, ambas profissionais do Bancoob, também foram capacitadas pelo projeto social da Cooperforte.
Os pré-requisitos para os jovens participarem do ‘‘Passaporte
do Futuro’’ são: estar fora do mercado de trabalho, ter de 16
a 24 anos, ser estudante de escola pública e ser originário de
família de baixa renda.
O Instituto Cooperforte foi criado em 2003, com o objetivo
de apoiar projetos que visam à geração de trabalho e renda,
por meio de ações de inclusão socioeconômica e resgate da
cidadania de jovens e adultos, com ênfase na formação cidadã, profissional e cooperativista. Em 2010, já são 122 projetos;
e, de 2003 a 2008, os programas do instituto beneficiaram
63,6 mil pessoas (15,9 mil diretamente e 47,7 mil indiretamente) em 104 projetos em todas as regiões do Brasil.
O Instituto recebe recursos de 5% das sobras brutas da cooperativa Cooperforte, além de doações de outras instituições
parceiras. Em julho de 2009, o Instituto Cooperforte recebeu
da Societè Générale de Surveillance (SGS) certificado de conformidade aos critérios de Melhores Práticas Internacionais
- NGO Benchmarking. Em setembro, o Instituto foi distinguido, no âmbito do Distrito Federal, pelo Instituto Euvaldo Lodi,
com o prêmio Melhores Práticas de Estágio.
Para Emanuele, sua participação
no programa ‘‘Passaporte do
Futuro’’, abriu as portas para o
mercado de trabalho
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
37
Cenário
O novo cenário
econômico
E os novos desafios do cooperativismo de crédito
Fotos: Bancoob
Conhecemos uma antiga máxima que diz que os três melhores negócios são: um banco mal administrado, um banco mais
ou menos bem administrado e, no topo da lista, um banco
bem administrado. Com a estabilização da economia brasileira, essa tese começa a perder força.
Durante anos, os bancos brasileiros aproveitaram o processo
inflacionário para apresentar lucratividade significativamente
maior do que a de seus congêneres, localizados em países
desenvolvidos. Isso porque a rentabilidade dos recursos sem
custo financeiro, como o capital de giro próprio, os depósitos
à vista e os derivados do floating, ao serem aplicados em títulos públicos federais, rendiam valores vultosos.
Imagine que, em janeiro de 2000, a massa de recursos, a cujas
fontes me referi, era aplicada a 18% a.a., e, em julho de 2010,
o mesmo montante estava sendo aplicado a 9% a.a. Essa diferença representa uma perda de 50% de rentabilidade só nessas rubricas.
Como se isso não bastasse, com a queda da taxa básica da
economia, estima-se que o spread bancário também caia. É
o que começamos a ver, ainda que em proporção menor, nos
últimos quatro anos.
Para nós, associados e operadores do cooperativismo de crédito, essa é uma notícia boa, uma vez que a população brasileira terá serviços financeiros em condições mais razoáveis. Por
outro lado, a manutenção da rentabilidade de nossas cooperativas passa a ser um grande desafio, especialmente porque
temos de nos adaptar ao que vem pela frente.
A pergunta que fica é: será que a nova realidade da economia
brasileira já está definida? As taxas de juros e o spread bancário continuarão caindo? Para essas questões, não há respostas
fáceis. Tudo indica que estamos no meio de uma travessia que
Marco Aurélio Almada, presidente do Bancoob
38
ROE Ajustado - 2009 - Exame Melhores e Maiores
Papel e celulose
Bens de Capital
Transportes
Atacado
Farmacêutico
Indústria de Construção
Bens de Consumo
Bancos
Mineração
Energia
Varejo
Autoindústria
Serviços
Siderurgia e Metalurgia
Eletroeletrônico
Telecom
Têxteis
Indústria Digital
Química e Petroquímica
nos levará a um patamar de economia desenvolvida. Se isso
acontecer, estima-se que as taxas de juros e o spread bancário
possam ser razoavelmente menores do que os atuais.
Diversos indicadores macroeconômicos apontam para um
processo de estabilização. Como sabemos, desde junho de
1999, o Brasil adotou o regime de metas de inflação para operar a política monetária. O mecanismo, relativamente simples,
tem o objetivo de tornar pública a taxa de inflação a ser alcançada pelo Banco Central (Bacen), segundo metas definidas
pelo Conselho Monetário Nacional (Copom) para dois anos
subsequentes. Para o ciclo atual, por exemplo, a meta foi fixada em 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos para cima
ou para baixo.
O processo adotado pelo governo é transparente e considera
as opiniões dos principais especialistas do mercado, que enviam suas expectativas para o Bacen, que as consolida e as
divulga com o nome de relatório Focus. Trata-se de processo
útil, por ajudar a formar um consenso em torno do desempenho da economia brasileira. Paralelamente, o Banco Central
estrutura o seu próprio cenário para definir o patamar da taxa
Selic.
A lógica desse processo reside no pressuposto de que o aumento da taxa Selic reduz o ritmo de crescimento econômico
e, por consequência, o da inflação. Na lógica inversa, a redução da Selic estimula o ritmo da economia, que, ao se acelerar
“Tudo indica que estamos no meio
de uma travessia que nos levará a um
patamar de economia desenvolvida.
Se isso acontecer, estima-se que as
taxas de juros e o spread bancário
possam ser razoavelmente menores
do que os atuais. “
mais do que sua capacidade instalada, gera inflação. O ponto
ótimo é gerar o maior crescimento possível da economia, sem
permitir que a inflação dispare. Mas qual é a relação ideal entre
crescimento e inflação? Ninguém sabe direito.
Vários especialistas, no entanto, estimam um incremento do
PIB na ordem de 4,5% ao ano, ou seja, crescer mais do que
esse patamar gera inflação, porque tende a levar a um desequilíbrio entre demanda e oferta. Apenas a política monetária
que acabei de descrever mostra-se insuficiente para criar uma
circunstância macroeconômica que nos permita crescer mais
do que 4,5% do PIB, sem inflação.
Há certo consenso entre os economistas no sentido de que,
para superarmos esse patamar, além da redução acentuada
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
39
Cenário
Taxa de juros - Meta Selic definida pelo Copom - % a.a.
“Para melhorar os níveis de
investimento público, mecanismos
como a Lei de Responsabilidade Fiscal
e a política de superávits primários são
imperiosos.”
dos juros reais das operações de crédito, teremos de enfrentar
ajustes estruturais que permitam maior taxa de investimento
em nossa economia. Isso porque existe uma forte relação entre investimentos público e privado e crescimento do PIB.
Para melhorar os níveis de investimento público, mecanismos
como a Lei de Responsabilidade Fiscal e a política de superávits primários são imperiosos. O ideal é o governo gastar menos do que arrecada e economizar para poder investir. Nesse
particular, há uma infinidade de medidas que, ao serem adotadas, podem melhorar a eficiência do Estado. Entre elas, destaco: a reforma política (menos fisiologismo e mais espírito público), a reforma do Judiciário (maior celeridade e segurança
jurídica), o fortalecimento das agências reguladoras (aumento
da ação de estado com redução da interferência de governo)
e outras medidas que possam reduzir o tamanho da máquina.
Já o investimento privado, para ser estimulado, depende da
estabilidade econômica, de um Judiciário eficiente, de regimes trabalhista, previdenciário e tributário que permitam
40
a competitividade entre as diversas indústrias e regiões, gerando, inclusive, incremento no fluxo de importações e exportações, de um mercado de capitais desenvolvido e bem
regulado e de um sistema financeiro sólido e eficiente. Isso
para permitir a captação, pelo setor produtivo, de recursos
de longo prazo, de fontes internas e externas, a taxas de juros
compatíveis com o retorno do investimento a ser implantado.
Nesse novo cenário, nós, que militamos no cooperativismo
de crédito, temos um duplo desafio: adaptar-nos e crescer.
Precisamos ganhar participação de mercado para continuarmos a ser competitivos em nossas condições comerciais. No
sistema financeiro, mais do que em qualquer outro campo de
atuação, os ganhos de escala e de escopo são essenciais.
No Brasil, há uma desproporção muito grande entre o tamanho dos seis maiores bancos e os demais. Só para se ter uma
ideia, os seis maiores bancos detêm 80% do total de depósitos
e 68% do total das operações de crédito. Por isso, a verdadeira
competição de mercado estabelece-se entre eles. Quando um
deles ajusta suas condições comerciais, os outros tendem a
acompanhar.
As instituições menores tendem a influenciar o processo
concorrencial apenas em nichos específicos ou regionalmente. Seus movimentos comerciais, em geral, não têm alcance
nacional. Nós, do cooperativismo de crédito, no entanto, pretendemos ter relevância sistêmica. Aspiramos ostentar a condição de participar do clube das instituições financeiras que
regulam o mercado, para que possamos proporcionar serviços financeiros a custos mais acessíveis à população brasileira.
Para alcançar essa meta, temos de mudar paradigmas. De um
lado, precisamos contar com uma administração eficiente,
tanto em desempenho comercial quanto em estrutura de
custos fixos. De outro, não podemos deixar de aperfeiçoar
nosso leque de produtos, tornando-o cada vez mais amplo e
competitivo.
Hoje, contamos com produtos de crédito com spreads que
chegam até 27% a.a. e com prazo médio pouco maior de que
um ano. Nos novos tempos, não é nenhum absurdo vislumbrar linhas de crédito de longo prazo com spreads orbitando
por volta de 10% do que se pratica atualmente. Logo mais,
sobreviverão apenas as instituições financeiras bem capitalizadas e competentes na gestão de riscos, para que possam
alavancar-se com segurança.
Produtos que hoje consideramos complementares ou secundários tornar-se-ão protagonistas. É caso dos fundos de investimento, dos seguros, dos consórcios, da previdência privada e
do crédito habitacional. Tratam-se de produtos de característica cumulativa, que se viabilizam quando atingem a cifra de bilhões de reais. No caso da taxa de administração de fundos de
investimento, por exemplo, ganhar 1% a.a. de R$ 100 pode ser
pouco. Mas ganhar 1% de R$ 10 bilhões de reais já é algo bem
representativo. Os grandes bancos visualizaram isso ainda na
década de 1980. Atualmente, contam com reservas vultosas
nessas rubricas, o que os deixa muito bem posicionados para
navegarem na nova realidade econômica.
“Só para se ter uma ideia, os seis
maiores bancos detêm 80% do total
de depósitos e 68% do total das
operações de crédito.
a boa rentabilidade que temos hoje para financiar esforços de
venda que produzirão carteiras importantes para o amanhã.
Trata-se da lógica das vacas gordas e das vacas magras.
Nesse sentido, o Bancoob está trabalhando para viabilizar às
cooperativas do Sicoob novos produtos destinados aos cooperados, como previdência privada, consórcios, seguros e fundos de investimento. Além disso, estamos revisando nossos
produtos de crédito e de cobrança bancária. Como sabemos
que, no novo cenário, a boa gestão de riscos será fundamental, estamos também apoiando o Sicoob Confederação na
criação e no aperfeiçoamento dos mecanismos de gestão de
risco de liquidez, mercado e crédito. Enfim, estamos nos alinhando com o novo momento.
Por Marco Aurélio Almada, presidente do Bancoob
Nós temos muito por fazer. Algumas cooperativas estão entrando nesse segmento como agentes comerciais de empresas já instaladas, muitas delas concorrentes, movidas, principalmente, pelo comissionamento que lhes é oferecido. Saliento
que essa é uma medida de curto prazo, que não lança bases
consistentes para o futuro. O futuro está na administração das
reservas que estão sendo formadas. Lembro que os produtos
são viabilizados por um esforço comercial que produz efeitos
por dez ou vinte anos. O custo de venda supera, em muito, o
custo de administração da carteira. Por isso, devemos utilizar
Ativo
Total
Operações
de Crédito
Depósitos
Totais
Banco do Brasil
18%
21%
25%
Caixa Econômica
Federal
10%
10%
14%
Itaú-Unibanco
16%
14%
14%
Bradesco
12%
12%
13%
Santander
9%
9%
8%
HSBC
3%
2%
5%
% do SFN
68%
68%
80%
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Intercooperação
Seguros com intercooperação
Corretora de Seguros do Sicoob Central
ES une-se às centrais do Distrito Federal,
Nordeste e Bahia
A Annellus Administradora de Seguros SA, corretora de seguros
do Sicoob Central ES, ampliou sua área de atuação com a união
e intercooperação com outras centrais do país. No final de setembro deste ano, fechou parceria com o Sicoob Central DF.
Anteriormente, a central capixaba já havia se associado ao Sicoob
Central NE, Sicoob Central Bahia e agora estuda unir-se também
ao Sicoob Central Amazônia.
Com essas parcerias, a corretora ganha mercado e impulsiona ainda mais os seus negócios. Em pouco mais de três anos de atuação,
a empresa de seguros do Sicoob Central ES saiu de um faturamento médio mensal de R$ 350 mil, de janeiro a abril de 2007, para
mais de R$ 2 milhões mensais, em 2010.
Última a se associar à corretora, o Sicoob Central DF busca o ganho
de escala e a redução dos custos com a parceria. “Por tratar-se de
uma operação com uma empresa do sistema cooperativo e pelo
fato dos rendimentos serem distribuídos em forma de dividendos,
há menor carga tributária, com aproveitamento dos recursos para
pagamentos de despesas da cooperativa”, explica o presidente do
Sicoob Central DF, José Alves de Sena.
O presidente do Sicoob Central ES, Bento Venturim, explica que
o ganho em escala é rateado entre todos os parceiros de acordo
com suas movimentações e estima que a iniciativa possa expandir-se para todo o Sistema. “Estamos dispostos a fazer desta corretora a empresa de todo o Sicoob, sob a liderança da Confederação
e do Bancoob. Entendemos que o trabalho sistêmico é mais importante do que a atuação isolada”, afirma.
Produtos
Bom para o Sicoob do Espírito Santo, melhor ainda para os novos
sócios. As cooperativas de crédito filiadas às centrais que se associaram passaram a oferecer novos produtos aos seus cooperados
e a obterem novas receitas. “Estamos muito satisfeitos com o resultado financeiro inicial das nossas operações com seguros”, disse o
presidente do Sicoob Central BA, Ivo Azevedo de Brito.
A corretora de seguros atua nas modalidades: vida, automóveis
e ramos elementares, como condomínios, residências e equipamentos. Os seguros de automóveis representam 45% das receitas,
seguidos do prestamista, 28%, e do correntista, 15%. O papel da
corretora abrange, entre outros, o fechamento dos contratos com
as seguradoras, o suporte às vendas e o acompanhamento dos
sinistros.
No Nordeste, segundo o presidente do Sicoob Central NE, João
Feitoza Neto, até o final do ano, todas as 20 cooperativas filiadas estarão oferecendo os produtos da corretora. Já no Distrito
Federal, a comercialização dos seguros foi iniciada no mês de outubro deste ano.
Às cooperativas filiadas, cabe fazer as cotações e o fechamento dos
negócios. Por isso, não há necessidade de manterem um funcionário exclusivo para a venda de seguros. Todos da cooperativa são
treinados para comercializar os produtos da corretora.
Sicoob Confederação
Outras centrais também possuem suas próprias corretoras, como
é o caso do Sicoob Central Crediminas, Sicoob Central SC e Sicoob
Central Cecresp.
Os presidentes das
Centrais simbolizam
a união em torno da
corretora
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giro
Campanha ajuda
quíntuplos em Goiânia
Cooperativas do DF
realizam gincana
O Sicoob Lojicred, sediado em Goiânia (GO), dá mais um exemplo de solidariedade. Sensibilizado com a história de Rose, 33
anos, mãe de quíntuplos, a cooperativa realiza a campanha
“Cinco bons motivos para doar”, com o objetivo de arrecadar
donativos em dinheiro a favor dos recém-nascidos. As crianças
nasceram no dia 9 de setembro de 2010, no Hospital Materno
Infantil de Goiânia. Rose deu à luz a duas meninas, Amanda e
Jéssica, e aos meninos Guilherme, Gustavo e Lucas.
Celebrando o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito,
comemorado em 21 de outubro, o Sicoob Central DF realizou,
pelo 11º ano consecutivo, a Gincana Credis, evento tradicional
no calendário cooperativista do Distrito Federal. Neste ano, a
gincana, que aconteceu no dia 23 de outubro, contou com várias atividades esportivas, como: natação, futebol society masculino, vôlei, dominó, teste cooperativo, performance artística,
tênis e tarefas surpresas.
Informações para as doações:
Agência: 3300
Conta corrente: 1.500-8
Telefone: (62) 3214-2800
Campanha ECOnomize
é lançada
O Sicoob Confederação, Sicoob Central DF, Bancoob e
Bancoob AGR lançaram, simultaneamente, a campanha
ECOnomize. Várias peças de comunicação com mensagens educativas foram desenvolvidas com dicas e orientações para se evitar o desperdício. A meta até o final do
ano é reduzir em 30% o consumo de energia elétrica no
ambiente interno do edifício-sede do Sicoob.
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
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Giro
Sicoob Central MT/MS é bicampeão
Pelo segundo ano consecutivo, o Sicoob Central
MT/MS foi congratulado com o Prêmio Top of
Mind como uma das marcas mais lembradas pelo
consumidor do estado. Essa conquista deve-se ao
investimento que a cooperativa vem realizando na
busca pela melhoria dos produtos e da prestação
de serviços. O prêmio, concedido pela revista RDM,
aconteceu em 11 de novembro, e contou com a
presença do presidente do Sicoob Central MT/
MS, Jadir Girotto. “Sabemos que o cooperativismo
é uma ferramenta muito importante para o
desenvolvimento da região e este prêmio só vem
confirmar que estamos no caminho certo, pois é
fruto do reconhecimento da população”, comenta
Girotto.
Consórcio Unicoob realiza primeira assembleia
Foi um sucesso a primeira assembleia do Consórcio Unicoob, realizada no dia 5 de outubro, na sede do Sicoob Central
PR, em Maringá. O evento foi prestigiado por cooperados, colaboradores e diretores das cooperativas. É mais um produto que contribui para a fidelização do cooperado no estado. A geração de receitas com produtos e serviços é fator
fundamental para o fortalecimento das cooperativas de crédito, e a diversificação de portfólio possibilita ao cooperado
a utilização do Sicoob como sua principal instituição financeira.
Projeto Acreditar entra em nova fase
Em desenvolvimento desde fevereiro, com a participação do Sicoob Confederação, do Bancoob e de todas as
Centrais, o Projeto Acreditar entrou em uma nova fase.
Até agosto, foram avaliadas todas as etapas envolvendo
o processo de crédito e aprovadas 59 ações. A partir de
setembro, o foco passou a ser a especificação das soluções de tecnologia e a proposição de normativos para
os novos processos, tudo em uma perspectiva sistêmica, buscando-se maior uniformização, racionalização de
processos e aumento de competitividade. O Grupo de
Trabalho formado por técnicos da Confederação e do
Bancoob continua totalmente dedicado ao Projeto, e
as novidades começam a aparecer. Já estão em operação e testes algumas melhorias no sistema de cadastro
44
(aumento do campo nome, novo módulo de anotações
cadastrais) e nas consultas à Central de Risco do Bacen,
que foi totalmente automatizada. Passará a ser possível,
nos próximos dias, a criação do dossiê eletrônico de cadastro e de operações, eliminando a necessidade de manuseio de papéis nos processo internos. Inicialmente, o
dossiê eletrônico abrangerá as operações de Pronaf, que
virão acompanhadas de novidades na automatização
da edição e de impressão dos instrumentos de crédito.
O esforço da área de tecnologia tem sido intenso para
responder com rapidez e eficiência às necessidades de
modernização. Para os próximos meses, são aguardadas
muitas outras novidades.
Central Cecremge reúne dirigentes
Nos dias 10, 11 e 12 de novembro foi realizado o III
Encontro de Presidentes do Sicoob Central Cecremge, no
resort Iberostar Bahia, na Praia do Forte (BA). Com o objetivo de criar um ambiente interativo e de aprendizado coletivo, os presidentes das cooperativas filiadas ao Sicoob
Central Cecremge participaram de atividades dirigidas e
de momentos de integração.
Estiveram presentes 68 participantes, dentre eles presidentes e diretores representantes das singulares e
autoridades do Sicoob. O Encontro propôs uma reflexão
sobre o alinhamento e a integração, como forma de alcançar a sustentação do segmento e obter vantagem competitiva frente à concorrência, por meio da convergência de
interesses e unidade de esforços.
Os desdobramentos do III Encontro de Presidentes poderão ser observados no planejamento estratégico do Sicoob
Central Cecremge para 2011, que será fundamentado nas
ideias despontadas durante todo o evento.
Sicoob Empreender tem
cooperativa-piloto
Sediado na cidade de Gravatá, Pernambuco (PE), o Sicoob Coopercrédito
é a cooperativa-piloto do Sicoob Empreender, projeto do Sicoob NE em
parceria com a Confederação Alemã de Cooperativas (DGRV) e outros parceiros estratégicos, como o Sebrae-PE. Nesse projeto, a entidade deve atuar no novo nicho de mercado, advindo da formalização de microempreendedores. Com essa ação, a cooperativa poderá atrair novos associados,
promover inclusão bancária e alavancar sua carteira de empréstimos, por
meio do microcrédito.
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
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GIRO
Sicoob Coopespe
inaugura nova unidade
de atendimento
O Sicoob Coopespe – Cooperativa de Crédito dos
Funcionários do Sebrae de Alagoas e Pernambuco e do
Sistema “S” do mesmo estado – inaugurou, em 15 de outubro, nova unidade de atendimento em Recife. De acordo
com o presidente da cooperativa, João Albuquerque, esse
investimento irá alavancar o negócio e expandir o cooperativismo de crédito na região, em especial pelos produtos
e serviços ofertados e pela boa localização da unidade.
Sicoob ES ganha prêmio
O Sicoob Central ES ganhou o “Ouro” no Prêmio Colibri
2010, com o comercial “Cédulas” para os 20 anos do Sicoob.
A premiação é uma iniciativa do Sindicato das Agências de
Propaganda do Estado do Espírito Santo (Sinapro-ES), que tem
o objetivo de estimular a criatividade e o desenvolvimento da
propaganda capixaba, seus profissionais e anunciantes. Em
outras edições, a Central já havia recebido o “Bronze” e a “Prata”.
Cooperativas do
Sicoob são premiadas
Duas cooperativas do Sicoob ficaram em primeiro
lugar na 7ª edição do Prêmio Cooperativa do Ano.
Foram avaliados 114 projetos enviados por 91 cooperativas. Dessas, 53 foram finalistas e 12, vencedoras. A premiação aconteceu no dia 26 de outubro,
em Brasília (DF). Realizada pela Organização das
Cooperativas Brasileiras (OCB), Serviço Nacional de
Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e revista Globo Rural, a premiação busca reconhecer iniciativas pautadas em inovação, criatividade e eficiência,
tornando-as referências para o setor. Conheças as
cooperativas campeãs:
Categoria:
Crédito
Desenvolvimento
Sustentável
Vencedora: Cooperativa de Crédito de Livre
Admissão de Associados São Miguel do Oeste
(Sicoob São Miguel - SC)
Projeto: plantação de mudas e implantação de cerca
de arame para preservação de cursos de água em comunidades dos municípios de Paraíso, Bandeirante,
Guaraciaba, Guarujá do Sul, Princesa, Dionísio
Cerqueira e Anchieta.
Categoria: Crédito - Gestão para a Qualidade
Vencedora: Cooperativa de Economia e Crédito da
Serra da Cantareira
(Sicoob Cantareira - SP)
Projeto: gestão de Controles Internos e de Riscos.
Meu 1º Negócio
O Sicoob Centro-Oeste de Minas Gerais participou do evento
“Meu 1º Negócio”, realizado pelo Sebrae, no Serviço Social da
Indústria (Sesi) de Itaúna (MG), de 5 a 7 de outubro de 2010. A
cooperativa esteve presente com um estande exclusivo, onde
pôde mostrar os seus principais produtos e serviços aos profissionais liberais, microempresários e estudantes da cidade e
região. O evento buscou orientar empreendedores sobre a melhor forma de aprimorar os seus negócios, contribuindo também para a geração de emprego e renda.
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Sicoob Previ
traz novidades e fica
ainda melhor.
A Sicoob Previ - Fundação Sicoob de Previdência Privada incrementou seu plano: firmou parceria com a Mongeral
Aegon Seguros e Previdência e, agora, oferece cobertura
de riscos de morte e invalidez aos participantes. Além de
beneficiar aos que requerem este plano, as cooperativas passam a receber comissionamento pela prestação de serviços.
Com esta parceria, a Sicoob Previ renova seu compromisso
de desempenhar seus esforços para proporcionar o melhor
benefício aos seus participantes e às cooperativas do Sicoob.
A PREVIDÊNCIA DO COOPERATIVISMO BRASILEIRO
ANO 1 - No 4 - OUT / NOV / DEZ / 2010
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ANO NOVO, CARTÕES NOVOS
E MUITAS SURPRESAS SICOOBCARD.
O ano novo está chegando
e, com ele, muitas novidades
nos nossos cartões. Vale a
pena aguardar o que o cartão
Sicoobcard preparou para
2011 começar ainda melhor.
Sicoobcard. Melhor a cada ano.

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