n º 1 6 6 • ano 2 1 • mar 2 0 1 0 • d is trib u iç ã og ra tu ita
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nº 166 • ano 21 • mar 2010 • distribuição gratuita aos sócios do sprc Sindicato dos Professores da Região Centro Rua Lourenço Almeida de Azevedo, 21 Apartado 1020 — 3001-552 Coimbra Telef.: 239 851 660 FAX: 239 851 666 E-Mail: [email protected] http//:www.sprc.pt Ficha Técnica Região Centro Informação Registo de Propriedade n.º 217964 Propriedade do Sindicato dos Professores da Região Centro Rua Lourenço de Almeida Azevedo, 21 Apartado 1020 — 3001-552 Coimbra Director — Mário Nogueira Chefe de Redacção — Luís Lobo Conselho de Redacção: Francisco Almeida, Marta Ferreira, José Pinto, Nelson Delgado, Paulo Santos, Vitor Januário, Cruz Marques Grafismo e Ilustração — Tiago Madeira Composição e Paginação — SPRC Periodicidade — Mensal Tiragem — 14.000 exemplares Impressão, Embalagem e Expedição — AP Direct Mail, Lda - Centro Operador de Marketing Redacção e Administração — Rua Lourenço Almeida de Azevedo, 21 Fotografias — Arquivo SPRC Registo de Publicação n.º 117965 Depósito Legal n.º 228/84 SUMÁRIORCI MARÇO ’10 Em destaque A luta não acaba aqui! Mário Nogueira pág. 4 Acção reivindicativa Contratados e Desempregados: Despertar para a luta pág. 5 Actualidade Em defesa dos interesses dos alunos: “Nós por cá”, os Professores pág. 5 Assembleia Geral Relatório de Actividades Balanço e resultados Plano de Acção Orçamento Revisão dos Estatutos do SPRC DIRECÇÕES DISTRITAIS Aveiro Rua de Angola, 42 - B Urbanização Forca Vouga • 3800-008 Aveiro Telef.: 234 420 775 • FAX: 234 424 165 E-Mail: [email protected] págs. 6 a 19 Dia Internacional da Mulher Castelo Branco R. João Alves da Silva, 3 - 1.º Dt.º 6200-118 Covilhã Telef.: 275 322 387 • FAX: 275 313 018 E-Mail: [email protected] Coimbra Praça da República, 28 — 1.º Apartado 1020 3001-552 Coimbra Telef.: 239 851 660 • FAX: 239 851 668 E-Mail: [email protected] Guarda Rua Vasco da Gama, 12 — 2.º 6300-772 Guarda Telef.: 271 213 801 • FAX: 271 223 041 E-Mail: [email protected] Leiria R. dos Mártires, 26 — r/c Drtº Apartado 1074 2400-186 Leiria Telef.: 244 815 702 • FAX: 244 812 126 E-Mail: [email protected] Viseu Av Alberto Sampaio, nº 84 Apartado 2214 3510-030 Viseu Telef.: 232 420 320 • FAX: 232 431 138 E-Mail: [email protected] DELEGAÇÕES Castelo Branco R. Pedro Fonseca, 10 — L 6000-257 Castelo Branco Telef.: 272 343 224 • FAX: 272 322 077 E-mail: castelo [email protected] Figueira da Foz R. Calouste Gulbenkian, 62 - r/c Esq.º 3080-084 Figueira da Foz Telef.: 233 424 005 E-mail: [email protected] Douro Sul Av. 5 de Outubro, 75 — 1.º Apartado 42 5100-065 Lamego Telef.: 254 613 197 • FAX: 254 656 457 E-mail: [email protected] Seia Lg. Marques da Silva Edifício Camelo, 2.º Esquerdo 6270-490 Seia Telef.: 238 315 498 • FAX: 238 315 498 E-mail: [email protected] 2010 - SPRC assinala Centenário da Comemoração do Dia Internacional da Mulher pág. 11 Participar nas reuniões preparatórias do 10º Congresso Importante para os docentes Vital para a FENPROF Para garantir a participação na discussão preparatória do 10º Congresso Nacional dos Professores, a Direcção do SPRC convocou reuniões (mais de uma centena) em toda a região. Por força das limitações ao exercício da actividade sindical iniciadas pelo anterior Governo de José Sócrates e que coarctam o direito de livre participação na definição do futuro profissional dos professores e educadores, essas reuniões tiveram de ser agendadas para horário pós-laboral. Tal deve-se à impossibilidade de os docentes participarem em reuniões sindicais fora do local de trabalho durante o horário lectivo, mesmo quando tal é manifestamente necessário e razoável. Educação Especial Depois do diagnóstico FENPROF começa a construir alternativas pág. 20 Actualidade Carvalho da Silva: “É necessário redireccionar políticas públicas de emprego” pág. 21 Cidadania SPRC associa-se ao “Projecto limpar Portugal” pág. 22 A FENPROF tem diligenciado junto do Governo para que esta situação seja corrigida, como é da mais elementar justiça. A participação dos professores é fundamental para que seja garantido um trabalho prévio ao Congresso em que se produzam resultados positivos para o futuro da intervenção da FENPROF. Tem a palavra A luta pressiona quem decide pág. 23 fevereiro ‘10 editorial RCI3 Saque à Escola Pública está em marcha! LUÍS LOBO, [email protected] Em nota à imprensa emitida no passado dia 2 de Março, a FENPROF tomou uma oportuna posição, no dia em que o jornal Público escolheu para manchete a saída de mais de 98 mil alunos das escolas públicas. Trata-se um extraordinário exercício de cálculo quando o próprio artigo afiançava que a redução da natalidade era uma das causas dessa situação. Porém, no mesmo trabalho da jornalista Barbara Wong, aliás bem construído e suportado em dados concretos, os representantes dos professores não são ouvidos e, de entre estes, a FENPROF que tem tido uma intervenção exemplar em defesa do direito de todos os portgueses a uma escola pública, democrática, de qualidade e para todos e todas foi relegada para o plano de mera observadora. Porque terá sido esta a opção da jornalista ou do responsável editorial? Não é inocente, contudo, que sejam consideradas as opiniões de representantes da AEEP (associação patronal do ensino privado), do Fórum Liberdade e Democracia (organização que defende que o sector público e o sector privado tenham exactamente os mesmos apoios do Estado), mas nada nem da FENPROF, nem da CGTP-IN que são quem tem estado sempre em defesa do serviço público de Educação. Ou seja, não querendo acreditar em tal, parece haver a mesma lógica de tratamento da informação que é utilizado, quando, agarrando-se aos resultados dos exames nacionais em cada escola, alguns órgãos de comunicação social não se servem deles para discorrer sobre os motivos que levam a que algumas escolas tenham melhores resultados que outras, mas querem que os leitores concluam que o ensino no privado é melhor. Este dado, que nós professores sabemos ser falso, está viciado pelo facto de serem os alunos dos níveis sócioeconómicos mais elevados, da classe média alta, como refere João Barroso, que obtêm os melhores resultados nos exames, mas também nas notas internas ‘10 fevereiro de frequência. É assim! Quem tem as “ferramentas mais sofisticadas” e conseguiu, pelo seu uso, desenvolver as melhores formas de as utilizar é quem revela maiores potencialidades. A elevada expectativa que a comunicação social cria nas famílias mais exigentes do ponto de vista da frequência escolar e da oferta educativa leva a que a corrida aos colégios privados seja elevada. Para além de quem pode, muitas vezes sacrifica-se a carteira de quem não pode pagar. Salvo raras excepções, a maioria das instituições privadas com contrato de associação (ou seja, com alunos de proveniência socio-cultural diversa) não obtém melhores resultados, como não poderia deixar de ser. Os professores das escolas privadas são como os das escolas públicas – em muitos casos, sujeitando-se à exploração de que são alvo, têm menos experiência profissional, as condições de trabalho não são melhores e são sobrecarregados com tarefas e funções que não fazem parte do seu conteúdo funcional, cracterísticas que sacrificam, por norma, o resultado final. A diferença, muitas vezes está na segurança, na qualidade das instalações (nem sempre condizentes com o dinheiro que recebem do Estado), nos serviços acessórios que oferecem, na ocupação dos tempos livres e principalmente no financiamento. Tal como já tínhamos revelado no último número do RCI, a FENPROF refere que, na região centro, dos cofres do Estado, saem, mensalmente, 8,3 milhões de euros para as contas bancárias dos colégios privados. Dito assim, é um escândalo, quando sabemos das queixas dos nossos autarcas que rejeitam “tomar posse” de um parque escolar degradado, no ensino básico, porque os governos não investem o que deveriam na sua requalificação. Que fariam as escolas públicas da cidade de Coimbra, dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário, com capacidade, equipamento e recursos humanos ajustados à população escolar do concelho, com os mais de 36 milhões de euros que dez operadores privados receberam, apenas nos dois últimos anos com as contas fechadas e publicadas em Diário da República? Mais do que um escândalo, a Escola Pública “está a saque” e o poder fecha os olhos ou até dá um empurrãozito! “Que ganhou o nosso país com este desvio de dinheiros públicos para os operadores privados em Educação? Nada! Os problemas de sucesso, de abandono e de qualificação não se resolveram, apenas se depauperou mais o ensino público. (...) Para a FENPROF, os problemas da Educação não se solucionam com a prestação de favores pelo Estado ao ensino privado. Este deverá sujeitar-se às regras legais que vigoram – e com as quais a FENPROF concorda – cabendo ao Estado fiscalizar a organização pedagógica, o funcionamento, as relações laborais estabelecidas e a atribuição e gestão dos dinheiros públicos, bem como avaliar a qualidade das respostas educativa e social. É que não são os “rankings de escolas” elaborados com base nos resultados dos alunos em exames nacionais, que provam qualquer diferença na qualidade do ensino, pelo contrário, apenas confirmam que a Escola Pública é quem, recebendo todos os alunos e vivendo uma situação de crescente sub-financiamento, consegue dar a melhor resposta. De resto, estes rankings têm sido utilizados com o objectivo único de, enganando os incautos, promover os operadores privados em Educação.” [ler mais em www.fenprof.pt] em destaque RCI4 A luta não acaba aqui! MÁRIO NOGUEIRA, Coordenador do SPRC A luta dos professores e educadores por uma profissão dignificada e uma Escola Pública de Qualidade não irá parar com o fim da divisão da carreira docente em categorias. É verdade que a carreira que teremos em breve, fruto da luta de todos e do acordo de princípios recentemente assinado, é melhor do que a imposta em 2007, mas continuará a apresentar aspectos que merecerão o nosso desacordo e a nossa contestação. O modelo de avaliação será, eventualmente, o aspecto mais negativo, mas também aquele que já tem prazo para ser revisto: o final do próximo ano lectivo. Os horários de trabalho, o regime de aposentação, o tempo de serviço que continua por contar ou inúmeras disposições do regime transitório são matérias que estão longe de corresponder ao que defendemos por considerarmos justo e adequado ao exercício profissional docente. Surpreender-se-ão alguns por assim ser e, no entanto, ter existido um acordo de princípios entre a FENPROF e o ME. Mas não há contradição! É que, deste acordo, resultou a eliminação do aspecto mais negativo que alguma vez constou da nossa carreira: a separação dos professores em castas ou categorias, hierarquicamente organizados, devidamente catalogados e, em conformidade, remunerados; por outro lado, e não é de somenos, as escolas deixaram de contar com um dos mais importantes pilares da sua nova organização. Uma organização assente numa hierarquia imposta, fazendo lembrar outros tempos: abaixo do general (director) o centurião (titular com funções da avaliador), depois o decurião (titular, apenas) e, por fim, na base da escala, o soldado. A eliminação da divisão da carreira docente foi, por isso, uma primeira brecha que se abriu nesta escola hierarquizada e não democrática que tem como pedra de toque o novo regime de gestão escolar. Há ainda que recordar o facto de alguns dos aspectos mais negativos da carreira decorrerem de quadros legais superiores, fixados no âmbito da Administração Pública, não podendo ser alterados por decreto-lei. Há diversos aspectos do Estatuto da Carreira Docente que enfermam desse mal. Daí que a luta dos professores, devendo prosseguir, não possa esquecer-se ou colocar-se de fora da luta geral de todos os trabalhadores da Administração Pública sendo que, no actual contexto político, social e económico, esse é um aspecto que tem ainda mais importância. A luta dos professores e educadores, por ter como objectivo estratégico, a defesa de uma Escola Pública, Gratuita, de Qualidade e para Todos e Todas não se poderá cingir às carreiras profissionais. A gestão das escolas, a municipalização, os perigosos caminhos da alienação patrimonial que começam a ser trilhados com a entrega de edifícios a uma empresa por enquanto pública, a criação de condições para a afirmação de uma escola verdadeiramente inclusiva… são outras das frentes reivindicativas em que teremos de intervir e agir. Quer isto dizer que o acordo de princípios assinado em 8 de Janeiro pela FENPROF, foi muito importante mas não encerra o livro da luta dos professores. Pelo contrário, cria espaço para que, deste livro, se abram novos capítulos. Mário Nogueira A luta dos professores, devendo prosseguir, não possa esquecer-se ou colocar-se de fora da luta geral de todos os trabalhadores da Administração Pública sendo que, no actual contexto político, social e económico, esse é um aspecto que tem ainda mais importância fevereiro ‘10 acção reivindicativa Plenários de Professores Contratados e Desempregados É necessário despertar para a inevitabilidade da luta “Sem desculpas, nem rodeios” – foi assim que o SPRC se dirigiu aos docentes que vivem a situação mais precária do sistema e que, por essa razão, manifestam maiores dificuldades em intervir, ganhar visibilidade e assumir a sua luta nas suas mãos. É hoje um lugar comum ouvir um professor contratado ou ler uma mensagem de um professor desempregado ou, ainda, ser confrontado por um colega em funções nas AEC, pago a recibo verde, com afirmações como “Somos os esquecidos da classe!”, “Só pensam nos do quadro (efectivos, dizem alguns)!” ou, É necessário reunir, organizar por vezes, “Não contem comigo! e lutar para garantir que o Para quê? Ninguém quer saber concurso antecipado para 2011 de nós!...” tenha milhares de vagas de Porém a questão é saber se quadro que garantam o direito os professores contratados, deà estabilidade necessária sempregados, estagiários… quepara que também a Escola rem saber, mesmo, de si próprios. fique a ganhar com melhores O que esperam da sua profissão? condições de vida e de Que expectativas estabeleceram trabalho dos seus professoras para o seu futuro profissional? e das suas professoras. Como encaram viver daqui a 10 ou 15 anos? Julgam irremediável a exploração de que são alvo? O “viver o momento” de hoje não deixará marcas no futuro, quando já não for mais possível ser um “saltimbanco”? O Sindicato dos Professores da Região Centro considera inadiável tocar a reunir, juntar os docentes que estão nesta situação e dar-lhes o direito de se organizarem, ter apoio jurídico. É tempo de organizar iniciativas específicas que garantam a reflexão urgente sobre como dar a volta a um problema que, com a passagem do tempo, mais complexo se torna, sendo mais difícil encontrar o algoritmo para o resolver. Foi neste quadro que nos dias 25 de Fevereiro e 2 de Março se fizeram reuniões de professores contratados e desempregados em toda a região centro, procurando criar as condições de base para um trabalho com muitos mais docentes envolvidos. Os problemas que afectam estes professores só podem ser resolvidos se todos estivermos dispostos a fazer alguma coisa por isso. Hoje e cada vez mais (com cerca de 30.000 contratados, quando o anterior governo não abriu, sequer, 400 novas vagas de quadro, no último concurso realizado) é fundamental uma atitude de todos nós em defesa do emprego com direitos. A precariedade não é apenas uma palavra! É um dos problemas maiores que condiciona a vida de milhares de professores e educadores. É necessário reunir, organizar e lutar para garantir que o concurso antecipado para 2011 tenha milhares de vagas de quadro que garantam o direito à estabilidade necessária para que também a Escola fique a ganhar com melhores condições de vida e de trabalho dos seus professores e das suas professoras. | LL ‘10 fevereiro RCI5 Em defesa dos interesses dos alunos: “Nós por cá”, os professores A Direcção do Sindicato dos Professores da Região Centro considera caluniosa a transmissão de qualquer ideia de que os Sindicatos de Professores e a FENPROF agem em defesa de interesses alheios aos interesses gerais da Educação e dos alunos. Os docentes, quando defendem melhores condições para o exercício das suas funções estão, obrigatoriamente, a defender melhores condições de trabalho para alunos e professores. As denúncias que têm feito em defesa da escola pública, das condições físicas e dos equipamentos educativos, do financiamento público da Educação e do Ensino, bem como de mudanças no plano dos currículos de ensino e do Estatuto do Aluno, da educação para a sexualidade e de uma escola pública inclusiva de qualidade, ou mesmo das transferências imorais do orçamento de estado para os cofres dos patrões dos colégios privados com fins lucrativos, têm sempre, como é óbvio, um enquadramento fundamental: o de que os cidadãos residentes em Portugal têm direito às melhores condições para realizar uma escolaridade de qualidade e de que essa é uma atribuição do Estado. A campanha que tem sido feita contra os professores, pelo facto de, com a sua persistência e coragem, terem combatido a prepotência de uma maioria absoluta que quis impor uma dinâmica de destruição dos direitos dos professores, da escola pública e dos seus alunos, é ignóbil, inaceitável e atentatória do bom nome da classe, no plano geral, e de cada professor em particular. Nesse sentido, o SPRC manifesta a sua indignação pelo conteúdo do Programa “Nós por Cá”, do dia 11 de Fevereiro, o qual deveria ser objecto de uma auto-crítica e de um pedido formal de desculpas aos docentes portugueses. A campanha que tem sido feita contra os professores (…) é ignóbil, inaceitável e atentatória do bom nome da classe, no plano geral, e de cada professor em particular. Relatório de Actividades 2009 Uma acção forte e determinada em condições políticas muito adversas O ano de 2009 fica marcado pela continuação de uma forte acção dos professores e educadores pelos seus estatutos de carreira, cuja revisão resultou de uma inevitável alteração do quadro legal (é o caso do ensino superior), tendo em conta mudanças introduzidas na administração pública em matéria de enquadramento legal das carreiras, vínculos e remunerações, e de um processo reivindicativo muito forte que ocorreu no decurso dos dois anos anteriores contra uma nova configuração profissional que, ao promover a divisão artificial da profissão e impedir o acesso de bons profissionais ao topo da carreira, esteve, desde o início, condenada ao fracasso e a ser um poderoso instrumento de desmobilização profissional da classe (como aconteceu no ensino não superior). Mas 2009 foi também um período de intensa actividade política que culminou em dois actos eleitorais. Aquele que veio a eleger os deputados para a Assembleia da República alterou de forma significativa o quadro político nacional que acabou por, no caso dos professores, se traduzir na criação de melhores condições para um efectivo clima de negociação, concretizado a partir do final do ano (Novembro e Dezembro) e que viria a culminar no estabelecimento de um acordo de princípios sobre o ECD (já em Janeiro deste ano). Um processo que assinala a intenção já manifestada pelo Ministério da Educação de iniciar um profundo debate, através da abertura de novos processos que venham a repor níveis de confiança dos portugueses em relação ao seu sistema educativo. Marcando de forma significativa a acção sindical durante todo o ano, os ECD, ECDPESP e ECDU justificaram as maiores realizações nacionais de trabalhadores docentes e acabaram por marcar o quadro político nacional. Os Partidos (e cidadãos em geral) centraram muitas das suas atenções nos acontecimentos na área da educação e ensino, acabando por reflectir nos seus programas as principais reivindicações dos docentes portugueses, de que a FENPROF voltou a ser, no plano nacional, a mais importante e significativa representante, e o SPRC na região centro do país. Se é verdade que o maior protagonismo sindical da FENPROF monopolizou a vida sindical dos professores portugueses, por essa via se justifica a diminuição da acção específica do SPRC, que, apesar disso, foi uma organização presente nos locais de trabalho, procurando fundamentar as suas análises e propostas no conhecimento concreto da realidade educativa. Uma dificuldade com que se deparou o movimento sindical esteve na adopção de medidas de restrição dos direitos sindicais como forma de tentar abater a contestação. Os professores e educadores continuaram, contudo, a sua acção, usando, as mais das vezes, o seu próprio tempo livre e os fins-de-semana para agir em defesa da profissionalidade docente. A grande aceitabilidade do posicionamento político-sindical foi determinante, por isso, para a continuação do crescimento da sindicalização. Esta é, contudo, uma área que reflecte as dificuldades por que passa o sector. A uma cada fevereiro ‘10 relatório de actividades vez maior instabilidade e precariedade laboral, corresponde, inevitavelmente, um constrangimento à sindicalização, ao mesmo tempo que o agravamento das condições de trabalho e de aposentação levou ao êxodo dos docentes da profissão, antecipadamente e com fortes penalizações nas suas pensões, normalmente acompanhadas com a desvinculação sindical. Esta saída da profissão e quebra do vínculo sindical não correspondem a descontentamento, mas sim a uma necessária redução da despesa de cada docente, devido à enorme redução do seu rendimento pessoal, por força de tão penalizadoras condições. A sua natureza de classe e a sua forma de intervir, permitiram, contudo, equilibrar a situação e garantir a continuação do crescimento sindical do SPRC em influência, em quadros sindicais e em número de associados, ao mesmo tempo que mantém um forte e significativo corpo de delegados sindicais que são um garante da maior ligação aos locais de trabalho. Iniciativas Janeiro - Continuação da recolha de tomadas de posição “pela suspensão da actual avaliação do desempenho dos docentes; pela revisão do ECD; por uma política educativa que promova a qualidade do Ensino e defenda a Escola Pública”. Neste âmbito, a FENPROF lançou um cartaz no qual se apelava à unidade de todos os professores nas escolas e à manutenção da acção e da determinação em defesa da sua profissão. Janeiro - Prosseguiu a subscrição do Abaixo-Assinado “Contra as propostas do Ministério da educação para revisão do regime de concursos”. Janeiro – Entram em vigor, a partir ‘10 fevereiro RCI7 de 1 de Janeiro, os efeitos do acordo assinado entre a FENPROF e a AEEP. 13 de Janeiro - organizada pela Plataforma Sindical dos Professores, promoção de uma Jornada Nacional de Reflexão e de Luta, puxando para o debate a revisão do ECD, diploma estruturante da nossa profissão, e a Avaliação do Desempenho. Desta forma a Plataforma reage às ameaças e à pressão que o ME tem vindo a exercer sobre os professores e as escolas. É objectivo desta iniciativa que as escolas aprovem posições e as enviem a Lurdes Rodrigues. 18 de Janeiro - Comemorações do 18 de Janeiro de 1934/Sindicato dos Vidreiros, Marinha Grande 19 de Janeiro - Realização de mais uma grande Greve Nacional (com 91% de adesão), precisamente no Dia Nacional de Luto e de Luta contra o ECD do ME, 2 anos após a publicação do diploma. Nesta greve os professores exigiram: a Suspensão da Avaliação do ME e a sua substituição por outra que se apresente justa, exequível e desburocratizada, ao mesmo tempo que exigem: o fim da divisão da carreira, das quotas na avaliação com influência directa na progressão na carreira, da espúria prova de ingresso, dos horários pedagogicamente absurdos e da instabilidade da profissão docente. 19 de Janeiro - Entrega no ME do maior abaixo-assinado subscrito por docentes (71.000) em defesa da revogação do ECD do Ministério da Educação; 20 de Janeiro a 20 de Fevereiro - Greve coincidente com a realização de aulas assistidas, contra o modelo de avaliação do desempenho e pela sua substituição por outro mais correcto e justo. 21 de Janeiro - O Secretariado Nacional da FENPROF reforça o apelo aos professores de que não procedam à entrega de objectivos individuais como forma de prosseguir a luta pela suspensão do modelo de avaliação do desempenho, combatendo a imposição do modelo do ME 22 de Janeiro - Plenário de Professores e Educadores Contratados ou Desempregados, Leiria, Auditório da Caixa Agrícola Fevereiro - A FENPROF prossegue a campanha pela não entrega de objectivos individuais justificando no plano jurídico a protecção devida aos professores que não o fizerem. FENPROF assume apoio jurídico aos professores e prossegue a sua batalha jurídico-legal. Em todo o país são distribuídos milhares de documentos com a fundam entação política e jurídica para a não entrega de objectivos individuais. Fevereiro, Abril e Maio - arranque da realização de um conjunto de iniciativas, em que o SPRC integrou uma Comissão Promotora da homenagem a Michel Giacometti, figura ímpar da música popular portuguesa, pelo seu trabalho etnográfico, de recolha e promoção cultural. Corso de nascença viria a escolher Portugal como país onde viveria até ao final dos seus dias e onde procedeu à mais significativa recolha etnográfica e da música, da canção e dança populares. Giacometti foi um homem livre na ditadura, perseguido e vigiado pelo fascismo viria a, com a sua sensibilidade, a interpretar a sensibilidade de um povo - a sua religiosidade, o trabalho e a natureza lidas na música dos portugueses com as suas influências regionais. O SPRC orgulha-se de, neste âmbito, ter organizado uma acção de formação/sensibilização/divulgação cultural - “A Cultura de um Povo expressa através da Música: contributos para a sua abordagem no âmbito da expressão e educação musical” - em duas sessões (18 de Abril e 9 de Maio). assembleia geral RCI8 7 de Março - Convocado pela FENPROF realiza-se o maior Cordão Humano da história do movimento sindical docente, ligando o Ministério da Educação à residência oficial do primeiro-ministro 6 de Fevereiro - Debate sobre a situação da Palestina, na Covilhã, promovido pela União de Sindicatos de Castelo Branco, SPRC e CCPC com a presença de Sandra Benfica e Maurício da CGTP-IN 6 Fevereiro - Participação numa iniciativa promovida pela União de Sindicatos de Castelo Branco, debate sobre os Códigos do Trabalho, na Covilhã, com a presença de Joaquim Dionísio e Eugénio Rosa 9 de Fevereiro - Debate “Alterações climáticas e ambientais: que perspectivas?”, em Castelo Branco, promovido pela União e SPRC, com a presença de Dr Francisco Ferreira da Quercus e Dr Costa Alves, meteorologista. 12 de Fevereiro – Organizada pelo Departamento de Professores Aposentados, realizou-se uma Visita Guiada ao Museu Machado de Castro 16 e 17 de Fevereiro - Realização de Plenários de Professores e Educadores em toda a região (Aveiro, Castelo Branco, Covilhã, Coimbra, Figueira da Foz, Guarda, Seia, Leiria, Viseu e Lamego) sob o lema “Prosseguir a luta por um ECD e um modelo de Avaliação do Desempenho que valorizem a profissão e a Escola Pública”. 26 e 27 de Fevereiro - No âmbito da União, participação nas Acções “Pelo emprego -Contra o desemprego -Defender o aparelho produtivo”: Centro Emprego da Sertã, Centro Emprego de Castelo Branco, Centro Emprego da Covilhã 28 de Fevereiro - Distribuição à população do Tortosendo de folheto sobre o Dia da Mulher, a luta das mulheres e comemoração do Dia 8 Março. Março - a FENPROF assinala os 20 anos do Ensino Profissional em Portugal. No cartaz editado para o efeito e distribuído por todas as escolas do país, a Federação alerta para os problemas decorrentes da ausência de soluções para determinados problemas para os quais urge encontrar respostas: um financiamento insuficiente e inadequado; escolas em situação de asfixia financeira; docentes e formadores em extrema instabilidade e precariedade (com salários em atraso, sem actualizações salariais, com uma carga horária excessiva, sem direito a uma carreira). Numa carta dirigida aos docentes e formadores, a FENPROF afirma: “Todos estes problemas têm vindo a ser denunciados pela FENPROF junto das instâncias governativas e da opinião pública, há já vários anos, sem qualquer resultado visível. Mas não desistimos e, mais uma vez, pedimos recentemente uma reunião, com carácter de urgência, ao Ministério da Educação tendo em vista a sua resolução”. 7 de Março - Convocado pela FENPROF realiza-se o maior Cordão Humano da história do movimento sindical docente, ligando o Ministério da Educação à residência oficial do primeiro-ministro. Da região centro saem transportes de 23 locais diferentes. O elevado número de participações fez com que, na passagem, o largo frente à Assembleia da República ficasse repleto contando cerca de 25.000 participantes, ultrapassando claramente as melhores expectativas. Lembra-se que a organização do Cordão Humano tinha estimado em cerca de 10.000 o número de manifestantes necessários para fazer a ligação entre os dois pontos de referência. fevereiro ‘10 relatório de actividades 8 de Março - Almoço comemorativo do Dia da Mulher, em Tortosendo - acção da União de Sindicatos de Castelo Branco 12 a 20 de Março - realização de reuniões com os professores, nos locais de trabalho, agrupamentos/escolas ou concelhias 13 de Março – Partindo dos Restauradores (Lisboa) foi enorme a manifestação da CGTP-IN “Mudar de Rumo, Mudar de Política”. Dezenas de milhar de trabalhadores (estimado em mais de 100.000) exigiram mais e melhor emprego, salários justos e defenderam direitos consagrados. Num documento distribuído pelos locais de trabalho, aquando da preparação e mobilização para a participação nesta Manifestação, podia ler-se: “É preciso uma melhor e mais justa distribuição da riqueza, é preciso outro rumo. Grandes têm sido as lutas desenvolvidas pelos professores. É hora de lutarmos juntos com todos os outros trabalhadores” - numa clara alusão à necessidade de compreender a luta por melhores condições de trabalho e de vida como comum a todos os trabalhadores por conta de outrem, explorados e despojados de alguns dos seus mais elementares direitos. 18 de Março - No âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher, o SPRC realizou um importante debate sobre a importância de se “Agir para a Igualdade nas Escolas” aproveitando o ensejo para apresentar o trabalho realizado por escolas envolvidas no projecto EQUAL (Secundária Jaime Cortesão e EB 2,3/S de Penacova). Esta iniciativa, moderada por Isaura Madeira da Direcção do SPRC, contou com a presença de Odete Filipe (CGTP-IN), Helena Gonçalves (FENPROF), Isabel Melo (Sec Jaime Cortesão) e Ana Gil (EB2,3/S Penacova) 18 de Março - Reunião/Debate do Ensino Superior, Leiria, Escola Superior de Tecnologia e Gestão 26 de Março - Encontro Regional de Professores Aposentados, no Fundão “À descoberta da Serra da Gardunha”. Visita ao Museu António Guterres; Donas; Património de Alpedrinha; igrejas, capelas, fontanários e casas senhoriais; Castelo Novo 30 de Março - AEC: Resposta Social? Função Educativa? Problemas e Perspectivas. Foi esta a designação dada a uma importante iniciativa no âmbito do abordagem ao problema das actividades de enriquecimento curricular, no 1.º ciclo do ensino básico, nas suas diversas variáveis (profissional, de sistema, de oferta pública, de sua relação com a escola e o currículo e a comunidade). Organizado pelo SPRC e pela Câmara Municipal da Lousã, esta iniciativa realizou-se no auditório da Biblioteca Municipal desta localidade e contou com a presença de ‘10 fevereiro RCI9 dezenas de professores, com autarcas e com encarregados de educação. Abril - Distribuição pelas escolas do distrito de Castelo Branco de um documento alusivo às comemorações do 25 de Abril 20 a 24 de Abril - Semana de Consulta Geral a Todos os Professores e Educadores, Escolas/Agrupamentos 27 a 30 de Abril - Plenário Nacional Descentralizado de Docentes Assistentes e Equiparados em todas as capitais de distrito 27 de Abril a 21 de Maio - realização de reuniões com os professores, nos locais de trabalho, agrupamentos/escolas ou concelhias Maio - Lançamento de uma petição a nível nacional em defesa do direito ao mesmo calendário escolar na educação pré-escolar e no ensino básico 1 de Maio - Comemorações do Dia do Trabalhador em Castelo Branco, Covilhã e várias outras localidades do distrito organização da União de Sindicatos de Castelo Branco 1 de Maio - participação nas iniciativas distritais das Uniões de Sindicatos/ CGTP-IN não âmbito do Dia Mundial do Trabalhador 12 de Maio - Divulgação Pública da Carta Aberta ao Primeiro-Ministro dando conta do grande descontentamento dos Professores e Educadores e das suas razões 14 de Maio - Integrado na iniciativa da CGTP-IN e da União de Sindicatos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu, participação na manifestação europeia em Madrid 20 de Maio - Entrega no Ministério da Educação do Abaixo-Assinado “por uma revisão do ECD que corresponda às exigências dos professores: pela substituição do actual modelo de avaliação; por negociações sérias”. 22 de Maio - Reunião Nacional de docentes do Ensino Superior Politécnico “Transição Justa - Vínculo Estável” - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa 26 de Maio - Jornada Nacional de Protesto, de Luta e de Luto dos Professores e Educadores, com a paralisação de dois tempos em todas as escolas e agrupamentos 28 de Maio - Vista dos professores aposentados ao Convento de Sta Clara-aVelha, em Coimbra, com passei de barco no Mondego, almoço de confraternização e reunião sindical 30 de Maio - Manifestação Nacional dos Professores e Educadores Portugueses: exigência de uma revisão efectiva do ECD; protesto e rejeição da política do actual governo, em defesa da profissionalidade docente; exigência de que os partidos assumam compromissos claros para uma alteração profunda de relatório de actividades RCI10 Novembro - Campanha da FENPROF junto dos docentes para que exerçam os seus direitos em defesa dos horários. política educativa. Junho - no decurso da primeira fase da avaliação do desempenho docente a FENPROF lançou uma campanha de protesto contra a avaliação do ME, tendo sido dirigido o apelo para que os professores juntassem à sua ficha de auto-avaliação o seu protesto pelas condições que o seu estatuto da carreira determina e que em nada prestigiam a profissão docente 2 de Junho - Acção pública conjunta com a União de Sindicatos de Castelo Branco e Comissiones Obreras e UGT espanhola na fronteira de Vilar Formoso 5 de Junho - Acção Informativa Sindical: “Jovens Professores”, Leiria, Escola Superior de Educação 17 de Junho - apresentação pública de “2005-2007: Livro negro das políticas educativas do XVII Governo Constitucional”. Da declaração pública: “Este Livro Negro das Políticas Educativas 2005-2009 é um instrumento de denúncia dessas políticas e dos seus maus resultados, constituindo um libelo acusatório do Governo de maioria absoluta do PS, que, em muitos momentos, transformou a sua maioria em ditadura da prepotência, da arrogância e da incompetência, como afirmaram os professores na sua última grande Manifestação Nacional, realizada em 30 de Maio. Mas constitui, igualmente, uma chamada de atenção ao país e aos partidos políticos, que se preparam para as eleições legislativas de Setembro, no sentido de, com base neste documento, serem identificados os problemas mais graves com que se depara o sistema educativo português e, assim, assumirem compromissos eleitorais que permitam, no futuro próximo, encontrar forma de os solucionar”. 5 a 27 de Junho - Realização de uma acção de formação na Guarda, de 30 horas, sobre o tema “Intervir para a Igualdade entre mulheres e homens no trabalho e na vida”, com Margarida Albuquerque e Anabela Dinis 23 de Junho - pelos professores aposentados, visita a Sta Maria da Feira e ao Visionarium, com almoço e visita ao parque ornitológico. 24 de Junho - Reunião com a Câmara Municipal de Porto de Mós/AEC, Porto de Mós 1 de Julho - Reunião com a Empresa Lúdico Ideias/AEC de Porto de Mós, Leiria 2 de Julho - Cordão Humano até à residência oficial do 1º Ministro por ocasião do lançamento do “Plano de Emergência para o distrito de Castelo Branco”, numa acção conjunta com a União de Sindicatos de Castelo Branco 16 de Julho - Concentração do Ensino Superior, Leiria, Escola Superior de Tecnologia e Gestão 17 de Junho - apresentação pública de “2005-2007: Livro negro das políticas educativas do XVII Governo Constitucional” 1 de Setembro - apresentação pública da carta reivindicativa dos professores e educadores portugueses. Um conjunto vasto de aspectos reivindicativos dos planos sócio-profissional e do sistema educativo, apresentados aos partidos políticos e que foram marcantes de muito do conteúdo programático das propostas eleitorais apresentadas ao povo português. Da declaração do Secretário-Geral da FENPROF: “As propostas contidas nesta Carta Reivindicativa destinam-se a reforçar o carácter democrático e inclusivo da Escola Pública e a dignificar e valorizar a Profissão de Professor. Ou seja, poderá afirmar-se que esta Carta Reivindicativa se destina a contribuir para um país preocupado em pensar e construir o seu futuro. É esse o contributo que, através da FENPROF, é dado pelos professores e educadores portugueses.” 7 de Setembro - Reunião com candidatos do PPD/PSD, pelo círculo eleitoral de Leiria, às Eleições Legislativas/ Situação social e económica do Distrito de Leiria 7 de Setembro - acção nacional de luta e denúncia da precariedade de emprego entre os docentes - realização em Lisboa com a presença de docentes contratados e de dirigentes responsáveis por esta frente 5 de Outubro - participação nas comemorações do Dia Mundial do Professor, em Lisboa, na Escola Secundária Camões, para o qual, para além de duas importantes intervenções de fundo que foram proferidas pelo Professor António Nóvoa e pelo Secretário-Geral da FENPROF, Mário Nogueira, contou com uma exposição de fotografia alusiva às lutas dos professores nos últimos três anos, de autores fotojornalistas e dirigentes sindicais da FENPROF 27 de Outubro a 27 de Novembro - realização de reuniões com os professores, nos locais de trabalho, agrupamentos/ escolas ou concelhias Novembro - Campanha da FENPROF junto dos docentes para que exerçam os seus direitos em defesa dos horários. Para o efeito, mais uma vez, a FENPROF produziu uma informação detalhada sobre a matéria e disponibilizou minutas de recurso hierárquico e de requerimento do pagamento de horas extraordinárias 23 de Novembro - Plenário “A Educação, a Profissão e o Sindicato, no contexto actual. Reivindicações dos Aposentados e lutas a desenvolver no âmbito da Frente Comum e da Inter-Reformados”, da CGTP-IN 26 de Novembro - Iniciativa nacional da Inter-Reformados em Lisboa, entrega fevereiro ‘10 RCI11 de um documento reivindicativo dos trabalhadores aposentados e reformados, na Assembleia da República Dezembro - Integrado no plano de acção do departamento de professores aposentados, o SPRC lançou um questionário dirigido a todos os reformados e aposentados do ensino, o qual visa caracterizar a situação social e material destes docentes e que será objecto de tratamento futuro para o exterior da profissão 5 de Dezembro - Realização das Jornadas Sindicais 2009, em Coimbra. Uma iniciativa que teve por principais objectivos preparar a intervenção do SPRC num quadro político de transição e organizar a acção do sindicato e a luta dos professores. De entre os temas tratados, salientem-se: o novo quadro político, a preparação do 10.º Congresso dos professores do Centro, e a estrutura organizativa sindical 10 de Dezembro - “Escola Pública: Serviço Público de qualidade e democrático para todos” foi o mote para uma importante realização integrada na acção da União de Sindicatos de Castelo Branco e da CGTP-IN, em que intervieram Artur Sequeira, do STFPSI, Mário Nogueira, da FENPROF, e Paulo Rosa da Câmara Municipal da Covilhã 10 de Dezembro - Encontro de Dirigentes e Activistas Sindicais da União dos Sindicatos do Distrito de Leiria. ‘10 fevereiro Assinala-se este ano, à escala planetária, o Centenário das Comemorações do Dia Internacional da Mulher. Em 1910, reunidas em Copenhaga, 100 mulheres de 17 países estabelecem um DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES. 2010 - SPRC assinala Centenário da Comemoração do Dia Internacional da Mulher MDM e Editora Calendário associam-se à iniciativa Um dia, a exemplo do 1º de Maio, para lutar pelas reivindicações laborais e para defender os direitos políticos das mulheres. Data plena de significado pelas mais significativas razões. A entrada da mulher no mercado de trabalho, a luta pelos seus direitos laborais e pela igualdade são geradoras de algumas das maiores conquistas civilizacionais, como sejam as do direito à segurança social e a consagração, vertida na lei portuguesa e assegurada pela nossa Constituição da República, dos mesmos direitos e da igualdade de género. Estes são, apenas, alguns dos aspectos fundamentais pelos quais se justifica e se impõe que, no terceiro milénio, se prossiga a luta pelos direitos e pela igualdade entre mulheres e homens, campo ainda aberto pela insuficiência da consagração legal perante o incumprimento real. O Sindicato dos Professores da Região Centro, porque não aceita que se fique indiferente perante tão importante realidade, não quis deixar de também assinalar esta data, conferindo-lhe uma dimensão justa e um tratamento digno. Assim, com o envolvimento do MDM – Movimento Democrático das Mulheres e da Editora Calendário, nos dias 8 e 13 de Março, o SPRC realizará um conjunto de iniciativas abertas a toda a comunidade, com especial enfoque e interesse para os docentes: 8 de Março, no Átrium Solum, 17.30H Alguns Marcos da Luta das Mulheres em Portugal – O Contributo das Mulheres de Coimbra Ana Maria Lopes – Professora do Ensino Secundário Helena Lopes - Aposentada 8 de Março, no Átrium Solum, 18.30H Apresentação do Livro “40 Anos – Uma História com Futuro” Manuela Silva – Professora Aposentada, Dirigente do MDM, do SPN e da FENPROF Simultaneamente estará patente uma exposição fotográfica sobre a iniciativa “O Comboio da Paz” organizada por um grupo de mulheres de Coimbra 13 de Março, ANMP (Penedo da Saudade), pelas 15.00H Conferência - A Mulher, A Cidadania e a República. A Cidadania Feminina – Da Revolução Francesa de 1789 à Primeira República (os direitos femininos, o impacto da Revolução Francesa na matriz do feminismo da 1ª República e nas reivindicações formuladas) Irene Vaquinhas – Docente do Departamento de História da Universidade de Coimbra Mulheres Portuguesas na Luta Anti-fascista (Maria Lamas, Maria Isabel Aboim Inglês, Virgínia Moura, Maria Machado,…) Margarida Tengarrinha – Docente de História de Arte assembleia geral RCI12 Demonstração de resultados por natureza em 31 de dezembro de 2009 EXERCÍCIOS ANTERIOR CORRENTE Despesas com Actividade 786.040,13 981.385,74 Despesas com a Estrutura 504.039,00 574.756,82 1.556.142,56 633.761,30 581.421,92 112.004,27 109.390,36 690.812,28 Custos com o Pessoal Remunerações e Sub. de Aliment. e Seguros Encargos Sociais Amortiz. e Ajustamento Exercício 281.230,67 87.975,04 Impostos 15.491,99 10.782,30 Outros Custos Operacionais Juros e Outros Similares 10.782,30 Outros 22.778,85 30.475,75 Custos e Perdas Extraordinárias 1.435,63 337,43 337,43 2.376.525,36 21.956,95 2.398.482,31 2.395.158,43 Resultado Líquido do Exercício Total Custos e Perdas 176.298,79 PROVEITOS E GANHOS Receitas: Quotizações e Outras Receitas 2.445.293,70 Jornadas Pedagógicas Outros juros 4.346,92 Proveitos Ganhos Extraordinários 83.440,01 Total Proveitos e Ganhos 2.533.080,63 3.323,88 2.398.482,31 2.398.482,31 EXERCÍCIOS CORRENTE ANTERIOR Resultados Operacionais 112.726,34 49.446,25 Resultados Financeiros -18.431,93 -27.151,87 Resusltados Correntes 94.294,41 22.294,38 Resusltados Extraordinários 82.004,38 -337,43 Resultados Líquido/Exercício 176.298,79 21.956,95 fevereiro ‘10 balanço e resultados RCI13 Balanço em 31 de Dezembro de 2009 2009 2008 ACTIVO IMOBILIZADO Activo Bruto Amort. Prov Activo Liquido Activo Liquido Imobilizações Corpóreas 2.810.794,99 1.910.944,32 899.850,67 1.095.866,69 997,60 997,60 997,60 2.811.792,59 900.848,27 1.096.864,29 120.598,36 120.598,36 24.726,38 202,92 202,92 639,32 43.862,17 43.862,17 62.143,66 671.619,74 671.619,74 446.755,98 1.737.131,46 1.631.129,63 1.152.263,24 1.152.263,24 1.130.306,29 42.000,00 42.000,00 42.000,00 176.298,79 176.298,79 21.956,95 1.370.562,03 1.370.562,73 1.194.263,24 110,00 110,00 2.519,20 234.811,00 234.811,00 288.092,13 6.386,65 6.386,65 17.501,35 Outros Credores Credores 148,69 148,69 1.525,62 Acréscimos e Diferimentos 125.113,09 125.113,09 127.228,09 1.737.131,46 1.737.131,46 1.631.129,63 Imobilizações Incorporeas CIRCULANTE Movimento Sindical Estado e Out. Entes Públicos Outros Devedores e Credores Depósitos Bancários e Caixa 3.648.075,78 1.910.944,32 CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO Capital Próprio: Fundo Sindical Reservas Resultado Liquido DÍVIDAS A TERCEIROS Fornecedores Empréstimo Obtidos Estado e Outros E. Públicos Total Capital Próprio e Passivo ‘10 fevereiro assembleia geral RCI14 Projecto de Plano de Acção do SPRC para 2010 Pela recuperação do prestígio social e profissional dos docentes e em defesa da Escola Pública A assinatura do acordo de princípios com o ME no início deste ano, só possível por força da extraordinária luta dos professores e educadores, permitiu que os docentes portugueses voltassem a ter uma carreira única e poderá significar o início da inversão da enorme ofensiva que lhes foi dirigida durante os últimos quatro anos e meio. Porém, para que tal aconteça, é necessário que continuemos a demonstrar capacidade de pressão e luta. Recuperar o prestígio social e profissional dos docentes portugueses fará necessariamente parte dos nossos compromissos para 2010. Mas esta recuperação não se poderá reduzir apenas aos aspectos socioprofissionais e de carreira, terá que passar pela exigência da democratização da Escola e da Educação. No âmbito da FENPROF exigiremos e apresentaremos propostas que: No plano global: - Elevem os níveis de financiamento de um sistema que continua subfinanciado. Na verdade, a proposta de crescimento de 0,8% do orçamento para a Educação em 2010 é inadmissível para um país que precisa, efectivamente, de um forte investimento neste sector e nem sequer permitirá a retoma dos valores de há 6 anos atrás; - Consagrem a frente da administração pública como central e estratégica da intervenção dos docentes e dos trabalhadores em geral, no âmbito da intervenção da Frente Comum, fortalecendo-a, reforçando-a e contribuindo para um cada vez melhor trabalho de coordenação e de acção sindical; - Estabeleça a compreensão da luta geral dos trabalhadores, no quadro da CGTP-IN, como estruturante do plano reivindicativo e da acção dos trabalhadores e de todos os portugueses. No plano específico dos Professores: - Garantam uma gestão verdadeiramente democrática das escolas e agrupamentos; - Imprimam dinâmicas pedagógicas e educativas que não se deixem esmagar por políticas e medidas economicistas; - Alterem positivamente o regime e as condições de trabalho, com destaque para os horários dos docentes; - Garantam a estabilidade profissional dos docentes e o direito ao emprego; - Melhorem a qualidade da formação dos docentes; - Ajustem e adeqúem os programas, os desenhos curriculares e os regimes de avaliação dos alunos de todos os níveis de grau e ensino às efectivas necessidades e exigências que em cada um deles se colocam, num contexto de escolaridade obrigatória de 12 anos; - Tornem realmente inclusiva a escola, criando condições para que a todos se abra e a cada um se adapte; - Democratizem o acesso e promovam o sucesso no ensino superior; - Permitam o desenvolvimento de actividades de efectivo apoio social, socioeducativo e de ocupação dos tempos livres, em vez das designadas Actividades de Enriquecimento Curricular; - Garantam uma acção social escolar relevante, capaz de discriminar positivamente todos os que dela necessitem, democratizando as condições de acesso e sucesso e dando efectivo conteúdo à tão propalada igualdade de oportunidades; No plano específico do Ensino Superior: - o SPRC prosseguirá a sua acção nos locais de trabalho, quer através da manutenção de reuniões com os docentes e investigadores, quer através de contactos institucionais com vista à consagração de uma efectiva estabilidade de emprego e da adequação dos processos de ingresso e desenvolvimento na carreira. - garantirá o acompanhamento do processo de avaliação do desempenho e apoiará sindical e juridicamente os processos reivindicativos que venham a ocorrer bem como quaisquer conflitos laborais decorrentes de incumprimentos da lei. - constituirá como preocupação central da sua acção a consagração de uma verdadeira autonomia das instituições do ensino superior que as liberte de quaisquer pressões sobre os processos de administração financeira que, livremente e no quadro da lei em vigor, entendam desenvolver. A Administração Pública tem sido o sector que mais ataques tem sofrido por parte dos vários governos e este último não constitui excepção. As regras impostas pelo Governo em sede do Orçamento de Estado para 2010 – congelamento de salários, antecipação de penalizações nas aposentações e redução de trabalhadores nos quadros – confirmam isso mesmo, agora com o beneplácito assumido da direita. É, por isso, extremamente importante que continuemos a lutar e reforcemos a luta, a par com todos os outros trabalhadores da Administração Pública, pela alteração das regras laborais neste sector: pela revogação do SIADAP (de onde resulta a configuração do modelo de avaliação do desempenho dos professores, incluindo as quotas); pela contagem do tempo de serviço prestado entre 2005 e 2008 (2 anos e 4 meses); pela revogação do regime de vínculos, carreiras e remunerações e do contrato de trabalho em funções públicas. Num âmbito mais geral, o SPRC continuará a participar nas acções e lutas do movimento sindical unitário, no quadro da CGTP-IN. Nesse contexto, a defesa do emprego, dos direitos laborais, dos salários, da Segurança Social, entre outras frentes de acção reivindicativa, serão matérias de acção e intervenção sindical do SPRC e dos seus associados. 2010 é, também, o ano do décimo Congresso da FENPROF. Um Congresso de onde a FENPROF deverá sair ainda mais forte e coesa, mais determinada e interventiva para que possa continuar a merecer a confiança daqueles que representa e com quem terá de continuar a contar nas lutas e nos combates que são necessários desenvolver. Essa capacidade de resposta e organização passa pela aprovação de posições e propostas relativas às carreiras dos professores e respectivas condições de trabalho e ao sistema educativo, num plano mais geral, bem como à acção que se torna necessário levar por diante para as fazer vingar. Nesse âmbito, o SPRC continuará a contribuir de forma empenhada com a disponibilidade e o trabalho dos seus dirigentes. Uma última palavra para as questões de organização do SPRC. Há que melhorar e continuar a adaptar a organização sindical à situação que vivem os professores (maior precariedade, mais constrangimentos à participação em reuniões e actividades que se desenvolvem fora das suas escolas). Para além do combate às restrições impostas à liberdade de exercício da actividade sindical, é necessário compensar essa dificuldade com uma presença ainda maior nas escolas, junto dos professores e educadores, trabalhando no sentido do seu esclarecimento e mobilizando-os para lutar pela defesa e pela conquista de direitos fundamentais, quer enquanto trabalhadores, quer enquanto cidadãos. fevereiro ‘10 plano de acção e orçamento RCI15 ORÇAMENTO DO SPRC PARA 2010 projecto Orçamentado 2009 Realizado 2009 2010 Totais Regionais Direcção 18 000,00 16 910,00 18 000,00 200,00 182,00 200,00 7 200,00 7 580,00 7 500,00 Sectores 10 000,00 11 200,00 11 500,00 Departamentos 11 000,00 9 890,00 10 000,00 Outras reuniões 12 000,00 13 200,00 13 000,00 3 000,00 1 290,00 2 000,00 Plenários/Manifestações 38 000,00 32 908,00 38 000,00 Encontros/Conf./Seminários 19 000,00 11 620,00 15 000,00 Cultural e Recreativa 2 000,00 1 640,00 2 000,00 25 de Abril 2 400,00 1 820,00 2 000,00 Jornadas Pedagógicas 0,00 0,00 0,00 Congresso 0,00 0,00 0,00 Eleições 0,00 0,00 0,00 RCI (Concepção/Expedição) 45 000,00 58 000,00 60 000,00 Reprografia SPRC 40 000,00 35 200,00 36 000,00 Reprografia exterior 43 000,00 43 500,00 45 000,00 10 000,00 0,00 10 000,00 4 000,00 1 210,00 1 500,00 11 500,00 136 710,00 142 600,00 147 800,00 147 800,00 228 000,00 204 113,00 216 000,00 216 000,00 2 910,00 2 780,00 2 860,40 2 860,40 CFRC DD/Assembleias de Delegados 60 200,00 Iniciativas Aniversário do SPRC 59 000,00 Informação 141 000,00 Formação Centro de Formação SPRC Instituto Irene Lisboa Serviço de Apoio a Sócios Serviços Jurídicos FENPROF Quotização Fundo de Solidariedade Fundo de Solidariedade ‘10 fevereiro assembleia geral RCI16 CGTP-IN Quotização (Central e Uniões Distritais) 147 121,00 147 120,00 Despesas da Direcção 147 120,00 147 120,00 TOTAL 785 480,40 Fornecedores de Serviços externos Electricidade 15 000,00 15 369,00 16 000,00 Combustíveis 22 000,00 19 886,00 20 000,00 3 900,00 3 750,00 4 000,00 200,00 198,00 200,00 2 000,00 2 120,00 2 000,00 Material de escritório 37 000,00 41 800,00 42 000,00 Rendas 52 000,00 52 218,00 54 792,00 Contabilidade 14 400,00 14 400,00 15 000,00 Transportes (Pessoal e encargos) 12 000,00 10 320,00 11 000,00 Redes fixas (incluindo fax) 46 000,00 34 000,00 38 000,00 Redes móveis 42 000,00 51 312,00 52 000,00 5 000,00 13 700,00 14 000,00 126 400,00 98 980,00 100 000,00 23 000,00 19 923,00 22 000,00 1 000,00 1 020,00 1 200,00 38 000,00 38 500,00 39 000,00 2 800,00 2 800,00 2 800,00 Publicidade/Propaganda 50 000,00 52 100,00 56 000,00 Limpeza/Higiene 18 500,00 7 949,00 9 500,00 Trabalhos especializados 3 500,00 2 800,00 4 000,00 Outros serviços 9 000,00 9 120,00 10 000,00 30 000,00 29 420,00 35 000,00 157 500,00 2 000,00 1 890,00 2 000,00 2 000,00 539 810,00 509 400,00 536 000,00 38 000,00 38 600,00 40 000,00 7 000,00 3 800,00 5 000,00 Água Outros fluídos Material de desgaste rápido 138 992,00 Serviços Terceiros Comunicações: Internet Correio (Administ. E sindical) Seguros 252 000,00 Fornecedores de Serviços Cont./Notariado Cons./Repar./Manutenção Vigilância Conservação das instalações Impostos Impostos Pessoal Remunerações Subsídio de Alimentação Serviços de Apoio fevereiro ‘10 orçamento Segurança Social RCI17 103 360,00 125 600,00 129 000,00 14 000,00 15 280,00 16 500,00 Transferências 4 000,00 3 815,00 4 000,00 Encargos com financiamentos 2 000,00 1 836,00 2 000,00 Outras 1 000,00 1 025,00 1 000,00 7 000,00 TOTAL 1 283 992,00 Seguro de Acidentes Pessoais 726 500,00 Despesas Financeiras Aquisições Equipamento básico e mobiliário 20 000,00 16 500,00 18 000,00 Equipamento informático 29 000,00 18 200,00 26 000,00 Equipamento de reprografia 26 000,00 27 050,00 36 000,00 2 500,00 2 380,00 2 500,00 Equipamento de comunicação 14 000,00 13 200,00 14 000,00 Equipamento transporte e carga 22 000,00 39 000,00 35 000,00 0,00 0,00 0,00 131 500,00 76 725,00 76 725,00 72 596,00 72 596,00 Documentação Imobiliário Amortizações anos anteriores Sedes (hipotecas) e Leasing´s Orçamento das Direcções Distritais - 2010 Actividade Sindical Despesas de Funcionamento Totais Direcção Distrital de Aveiro 15 314,10 2 081,70 17 395,80 Direcção Distrital de Castelo Branco 18 072,00 2 233,60 20 305,60 Direcção Distrital de Coimbra 26 095,00 2 899,40 28 994,40 Direcção Distrital da Guarda 13 824,00 2 439,60 16 263,60 Direcção Distrital de Leiria 16 749,00 2 283,60 19 032,60 Direcção Distrital de Viseu 25 500,00 2 839,60 28 339,60 Quadros de síntese Resumo de Despesas Despesas da Direcção Despesas de Funcionamento 785 480,40 1 283 992,00 Orc. Direcções Distritais 130 331,60 Aquisições e Amortizações 204 096,00 2 403 900,00 Resumo de Receitas Quotizações Formação 2 400 900,00 0,00 Serviços prestados 2 000,00 Outras receitas 1 000,00 Poupança Congresso/Eleições ‘10 fevereiro 0,00 2 403 900,00 130 331,60 assembleia geral RCI18 Propostas de alteração dos Estatutos do Sindicato dos Professores da Região Centro Introdução A história do presente processo de alterações aos Estatutos do SPRC começou (internamente) em Setembro de 2008 por razões que decorriam da necessidade de adaptar a organização ao ataque que o governo de José Sócrates decidiu desferir contra o movimento sindical e pelas novas necessidades organizacionais. O primeiro conjunto de alterações, aprovado em Assembleia Geral de Sócios Extraordinária de 09/01/2009, foi muito vasto e diversificado, por duas ordens de razões: - Tratava-se de dar ao SPRC uma nova estrutura, apetrechada com novos órgãos sociais; - Havia uma nítida divergência, havendo até, nalguns casos, expressa contradição, entre numerosas normas estatutárias (a maior parte delas inalteradas desde a data da constituição do SPRC) e normas imperativas do Código do Trabalho (CT), que havia entrado em vigor em Novembro de 2003, que regulavam a constituição, organização e funcionamento das associações sindicais. Da aprovação desse vasto conjunto de alterações resultou a publicação dos Estatutos do SPRC no BTE nº 5, de 08/02/2009, bem como uma primeira Apreciação Fundamentada Sobre a Legalidade do Processo de Alteração dos Estatutos do SPRC, de 19/02/2009, do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (Divisão das Organizações do Trabalho), feita, agora, já à luz do novo CT que entrou em vigor em Fevereiro de 2009, a qual, tendo sindicado 19 (dezanove) matérias [13 (treze) conteúdos obrigatórios e 6 (seis) regimes impostos por disposições imperativas do Código do Trabalho] dos Estatutos do SPRC, concluiu que havia quatro normas dos mesmos que não se encontravam em conformidade com a lei: ...a) O artigo 43º, quanto ao funcionamento da Assembleia Geral de Sócios, remete para “regimento próprio, aprovado pela mesma, em reunião expressamente convocada para o efeito”, pelo que não se encontra totalmente observada a alínea b) do nº 1 do artigo 450º do CT, que exige que os estatutos regulem o funcionamento das assembleias gerais; ...b) O nº 2 do artigo 46º remete, quanto à periodicidade das reuniões e funcionamento da Direcção Regional, para reunião a realizar, pelo que se afigura afrontar parcialmente o disposto na alínea b) do nº 1 do artigo 450º do CT, quanto ao funcionamento do órgão; ...c) O nº 6 do artigo 50º remete, quanto à periodicidade das suas reuniões e funcionamento da Comissão Fiscalizadora e Reguladora de Conflitos (CFRC), para reunião a realizar, determinando o nº 1 do art. 50º que a CFRC só pode funcionar com a maioria dos seus membros, mas “... não sendo reconhecido a nenhum deles o voto de qualidade”, pelo que os estatutos são omissos quanto ao critério a utilizar no caso de empate nas deliberações da CFRC, afigurando-se que não observam totalmente o disposto na alínea b) do nº 1 do artigo 450º do CT e afrontam o nº 2 do artigo 171º do CC; ...d) Finalmente, o nº 3 do artigo 8º remete, quanto “...à forma de participação e expressão dos associados...” para normas a definir e aprovar pelos órgãos estatutários, pelo que não observa o prescrito pelo nº 2 do artigo 450º do CT quanto à regulamentação do exercício do direito de tendência. Procedeu-se, oportunamente, à alteração das normas estatutárias acima referidas que, segundo o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (Divisão das Organizações do Trabalho), não se encontravam em conformidade com a lei. O art. 450º, nº 1, al. b), do CT apenas diz que ...os estatutos de associação sindical ou associação de empregadores devem regular (...) os respectivos órgãos, entre os quais deve haver uma assembleia geral ou uma assembleia de representantes de associados, um órgão colegial de direcção e um conselho fiscal, bem como o número de membros e o funcionamento daqueles. Por isso, no âmbito das alterações então propostas quanto ao funcionamento da Assembleia Geral de Sócios e da Direcção Regional, procurava-se contemplar – julgando que tal seria suficiente para o cumprimento da norma supra transcrita – os aspectos da periodicidade das suas reuniões, da natureza ordinária e extraordinária dessa reuniões e de quem detem legitimidade, em diversas circunstâncias, para a sua convocação. Foram os Estatutos do SPRC, com estas alterações, aprovados em Assembleia Geral Extraordinária do SPRC realizada em 19/06/2009, e publicados no BTE nº 30, de 15/08/2009. Todavia, veio a já mencionada Divisão das Organizações do Trabalho do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, no âmbito de uma segunda Apreciação Fundamentada Sobre a Legalidade do Processo de Alteração dos Estatutos do SPRC, de 13/08/2009, dizer ainda o seguinte: ...Analisadas as presentes alterações estatutárias, de acordo com o preceituado na alínea b) do nº 4 do artigo 447º do Código do Trabalho, por remissão do nº 1 do artigo 449º do referido Código, afigura-se-nos que as mesmas se encontram conformes à lei, com excepção: ...- do facto de permanecer por regular a maioria necessária para as deliberações da assembleia-geral de sócios (exceptuadas as deliberações quanto a alterações de estatutos e à dissolução do SPRC, reguladas pelos artigos 72º e 73º, pelo que não se encontra totalmente observada a alínea b) do nº 1 do artigo 450º do CT que exige que os estatutos regulem o funcionamento das assembleias-gerais; ...- do facto de permanecer por regular a maioria necessária para as deliberações da direcção regional, bem como o critério de desempate das mesmas, pelo que se afigura afrontar parcialmente o disposto na alínea b) do nº 1 do artigo 450º do CT. As propostas de alteração que ora são apresentadas visam suprimir as supra assinaladas, pelo Ministério do Trabalho, desconformidades com a lei dos Estatutos do SPRC. Por cautela (para diminuir as probabilidades de vir ainda a ser emitida mais uma, ou mesmo mais do que uma, futura eventual Apreciação Fundamentada sobre a Legalidade do Processo de Alteração dos Estatutos do SPRC), opta-se por incluir também, no âmbito das presentes propostas, embora a segunda Apreciação Fundamentada não lhes faça qualquer referência, para além das normas sobre as maiorias necessárias para as deliberações da Assembleia Geral de Sócios e da Direcção Regional, três normas inovadoras relativas ao quorum necessário para o funcionamento dos dois órgãos em referência: Artigo 42º, nº 3; Artigo 43º-a); e Artigo 45º, nº 5. fevereiro ‘10 alteração aos estatutos Julgamos que, assim (estando regulado nos Estatutos com que periodicidade devem reunir, quando e como reúnem extraordinariamente, a quem incumbe convocá-las, quais as formas e os prazos da divulgação, sendo caso disso, da respectiva convocatória, qual o quorum e qual a maioria necessária para reunirem e deliberarem validamente), já não poder ser feita sobre o SPRC, pelo menos no que se refere a esta matéria (funcionamento da Assembleia Geral de Sócios e da Direcção Regional), nova pressão que, queremos acreditar, será apenas legalista. (Esta introdução foi escrita tendo por base o parecer e a supervisão jurídica do Dr.Carlos Fraião, Consultor Jurídico do SPRC) Proposta de alteração ao articulado dos Estatutos do SPRC Artigo 42º Convocação 1 – ... 2 – ... 3 – Na convocatória o presidente da mesa deverá designar logo novo dia e/ou nova hora para que a assembleia geral de sócios reúna em segunda convocatória, contanto que entre a primeira e a segunda convocatória diste pelo menos uma hora. RCI19 Artigo 43º-a) Funcionamento 1 – A assembleia geral de sócios poderá reunir em primeira convocatória desde que se encontrem presentes metade, pelo menos, do número de associados do Sindicato. 2 – A assembleia geral de sócios poderá reunir em segunda convocatória, seja qual for o número de sócios presentes. 3 – A assembleia geral de sócios deliberará por maioria simples dos votos validamente expressos. Artigo 45º Direcção regional - competência e funcionamento 1 – ... 2 – ... 3 - ... 4 - ... 5 – A direcção regional poderá reunir e deliberar validamente desde que se encontre presente na reunião a maioria simples dos seus membros. 6 – As deliberações da direcção regional serão tomadas por maioria simples dos votos dos seus membros presentes na reunião. 7 – Em caso de empate na votação, proceder-se-á imediatamente a nova votação e, se o empate se mantiver e a natureza do assunto em discussão o permitir, adiar-se-á a sua deliberação para a reunião seguinte. 8 – Se a natureza da matéria sujeita a aprovação for urgente, não consentindo o adiamento da respectiva deliberação, o coordenador da direcção regional terá voto de qualidade. 9 – Se, tendo a deliberação sido adiada, na primeira votação da reunião seguinte o empate persistir, o coordenador da direcção regional terá também voto de qualidade. Artigo 72º Revisão dos Estatutos 1 – ... 2 – ... 3 – As deliberações sobre alterações dos estatutos do sindicato exigirão o voto favorável de três quartos do número dos associados presentes. Artigo 73º Dissolução do Sindicato 1 – A dissolução do Sindicato só poderá dar-se por deliberação de uma assembleia geral expressamente convocada para o efeito, tomada com o voto favorável de três quartos do número de todos os associados. 2 - A deliberação de dissolução não poderá, porém, ser tomada se 1/10 dos sócios no pleno gozo dos seus direitos a isso se opuser. Seminário: Como “se sai” da Pobreza? 17 Março 2010 9.00 horas IPJ – Delegação de Coimbra Comissão Organizadora: Cátia Conde, Discente do Regime Diurno (DRD); Clarisse Branco (Discente do Regime Pós-Laboral (DRPL); Maria do Céu Oliveira (DRPL); Patrícia Sousa (DRD); Paula Sousa (DRD); Sandra Morais (DRD); Rute Figueiredo (DRD); Orientação Científico-Pedagógica: Docente da UC “Processos de Requalificação Sócio-Identitária.”, Mestre M.ª de Fátima Toscano, Socióloga O Seminário pretende divulgar “Catálogos da Requalificação Sócio-Identitária”. Estes, consistem nos trabalhos elaborados pelos discentes do ISMT no âmbito da Unidade Curricular da Área de Sociologia: “Processos de Requalificação Sócio-Identitária.” O modelo adoptado nos trabalhos do Seminário será: Exposição dos traba- ‘10 fevereiro lhos — “Catálogos da Requalificação Sócio-Identitária — seguida de Comentário pelos Convidados (Especialistas do Terreno e/ou da Problemática) alargando-se, depois, o Debate a toda a plateia. Programa Abreviado 9.00 – Recepção 9.30 – Contextualização do Seminário, no quadro do Ano Europeu da Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social – pela Comissão Organizadora 9.45 – Abertura Oficial da Sessão pelos Exmºs Srs. Director do ISMT, Presidente do C. Científico ISMT *, Presidente IPJ Deleg Coimbra* 10.30 – 17.00 Apresentação-Comentário dos “Dossiês-Catálogo da Requalificação Sócio-Identitária” 17.00 – Encerramento do Seminário: Conclusões e Recomendações – a apresentar pelos Parceiros e Convidados * a confirmar Apoios: Instituto Superior Miguel Torga | Instituto Superior da Juventude Inscrições (gratuitas) Até dia 15 de Março de 2010, através do seguinte E-mail: [email protected] <mailto:prsi. [email protected]> educação especial RCI20 Depois do diagnóstico, FENPROF começa a construir as alternativas A FENPROF apresentará ao Ministério da Educação (ME), ainda este ano lectivo, propostas que visam alterar toda a organização da Educação Especial no sistema educativo, contribuindo, assim, para a concretização dos compromissos assumidos internacionalmente pelo Estado Português, no sentido da promoção da inclusão escolar, educativa e social. Com esse propósito, a FENPROF reuniu os seus dirigentes do sector da Educação Especial (EE) com especialistas da área, que partiram de um diagnóstico extremamente negativo, marcado pela carência de docentes especializados, insuficiente dotação dos quadros de EE nas escolas, afastamento de milhares de alunos da EE, em especial nos últimos 2 anos, devido à aplicação da CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (com a CiF, o ME pretende reduzir administrativamente a taxa de incidência das necessidades educativas especiais – NEE – para 1,8%, correspondendo a 23.000 alunos, quando se estima que esta seja da ordem dos 10%, isto é, abrangendo cerca de 150.000) e falta de outros profissionais nas escolas, para além dos docentes. Do debate realizado, resultaram propostas, ainda de carácter geral, que foram consensuais. São disso exemplo: No âmbito da formação: - Introdução de conteúdos específicos relacionados com as NEE e a EE no desenho curricular da formação inicial de docentes; - Relevância, para efeitos de carreira, da formação contínua nesta área, devendo ela constar das prioridades de financiamento; - Exigência de um tempo mínimo de experiência profissional na docência (actualmente é de 5 anos, admitindo-se, contudo, que seja de 3 anos) para acesso à especialização na área da EE. Quadros das escolas e colocação de docentes: - Adequação dos actuais quadros da EE às necessidades reais dos agrupamentos de escolas e criação de quadro nas escolas secundárias não agrupadas. Neste caso, pela razão acrescida de a escolaridade obrigatória se alargar até ao 12.º ano; - Colocação de docentes sempre através das regras gerais de concurso, rejeitando-se o recurso a convites ou à colocação de docentes sem especialização, situação muitas vezes agravada pela falta de experiência profissional; - Criação de um grupo de recrutamento (940) específico para a Intervenção Precoce (IP), que exigirá a especialização em EE de docentes cuja formação inicial habilite para a Educação Pré-Escolar. Horário e regime de trabalho - Revisão dos horários de trabalho dos docentes de EE, devendo a sua componente lectiva de base ser de 20 horas; - Definição clara e objectiva dos conteúdos específicos da componente não lectiva de estabelecimento que não podem ser confundidos com os da componente lectiva. Aspectos organizacionais e sistémicos: - Criação de um departamento específico de Educação Especial, nas escolas/agrupamentos, que integre os docentes dos seus diversos grupos de recrutamento (actualmente integram-se no departamento de Expressões, o que é absolutamente absurdo); - Colocação de profissionais não docentes nas escolas e agrupamentos, prioritariamente assistentes operacionais/ auxiliares de acção educativa, mas também psicólogos, terapeutas, intérpretes, entre outros; - Substituição da CIF, único instrumento imposto pelo ME para a avaliação A FENPROF já manifestou ao ME a sua intenção de apresentar propostas que permitam a alteração do actual quadro legal, tendo sido positiva a sua receptividade. No sentido de promover essa importantíssima revisão da legislação em vigor e elegibilidade de crianças e jovens com NEE e, por isso, com direito a apoios da EE; - Revogação do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, e sua substituição por um quadro legal que promova, de facto, a inclusão. A FENPROF já manifestou ao ME a sua intenção de apresentar propostas que permitam a alteração do actual quadro legal, tendo sido positiva a sua receptividade. No sentido de promover essa importantíssima revisão da legislação em vigor, e por esta ser matéria que deverá envolver toda a comunidade educativa e a sociedade em geral, a FENPROF procurará debatê-la com pais e encarregados de educação, associações específicas do sector, grupos parlamentares, entre outras organizações e entidades. Agora será tempo de aprofundar os aspectos já identificados como prioritários neste domínio e de concretizar as linhas gerais consensualizadas para que, ainda no presente ano lectivo, se divulguem e apresentem ao ME. Tudo em: www.fenprof.pt fevereiro ‘10 actualidade RCI21 Carvalho da Silva: “É necessário redireccionar políticas públicas de emprego” Presente na abertura da reunião do Secretariado Nacional da FENPROF que decorreu a 11 e 12 de Fevereiro, o Secretário-Geral da CGTP-IN colocou um conjunto de questões que devem ser preocupações da generalidade dos trabalhadores. Carvalho da Silva apelou, assim, para que os trabalhadores assumam como fundamental a luta por emprego e melhores salários, porque é possível e é necessário. Num apelo de absoluta e necessária intervenção nestes dois planos, lembrou que “cada euro que não recebemos no salário nunca mais é devolvido”. Para o dirigente da CGTP- -IN, “os trabalhadores da administração pública têm mais do que razões para se questionarem sobre para onde foi o dinheiro congelado num passado recente, com o seu sacrifício”, numa clara alusão ao ter passado para um lado de onde não regressa, sendo sempre os mesmos a pagar o acumular da riqueza de sempre os mesmos. | LL Acção nacional descentralizada da CGTP-IN A ideia de que estas preocupações são propriedade dos trabalhadores menos qualificados e não dos quadros técnicos e superiores deve, pois, ser abandonada. Salário e emprego são aspectos fundamentais, são conquistas obtidas ao longo de décadas por que os trabalhadores em geral lutaram e que não devem ser perdidas. O fim de direitos fundamentais relacionados com o trabalho, o emprego e os salários se não for travado poderá corresponder a uma derrota que poderá ser irreversível. A justificação da crise no plano internacional, o discurso oficial esconde o interesse de não inverter a tendência das finanças públicas, designadamente através da receita. Assim, como alertou, os governos do país não só não redireccionam os investimentos públicos de forma a impulsionar o investimento em áreas fundamentais da produção nacional e a criar emprego e valorizar os salários, como todas as medidas que apresenta para combate à crise são as que têm vindo a aprofundá-la, não permitindo a redistribuição da riqueza e provocando uma ainda maior concentração e controle da riqueza pelos mesmos de sempre - o sector financeiro. Refira-se, a este propósito, que o PIB de 2009 apenas teve uma redução, num contexto de crise, na ordem de 0,8% em relação ao ano anterior, enquanto a receita fiscal, essa sim, teve uma redução de quase 15%. ‘10 fevereiro Coimbra - 26 de Fevereiro A CGTP-IN tem em marcha em todo o país e nas capitais de distrito da região centro uma acção nacional de protesto e exigência por melhores salários, emprego com direitos, mais justiça social, defesa dos serviços públicos, por uma política fiscal justa. A acção de rua que junta centenas de trabalhadores na região tem um forte impacto junto das populações, já que em muitos dos locais, como em Coimbra, a distribuição de um interessante comunicado à população ajudou à identificação com as lutas dos trabalhadores e as suas exigências. “É inaceitável, é mesmo imoral, que o Governo sacrifique ainda mais os salários e pensões para, supostamente, diminuir o défice e combater a crise. Já declarou, mesmo, a intenção de congelar os salários dos trabalhadores Administração Pública, não só este ano mas ainda até 2013. O Governo faz que acredita nesta opção, quando, já tomada anteriormente, com sacrifício dos trabalhadores, mostrou não resolver a “crise” de que tanto se fala. Mais: esta medida de contenção salarial não deixará de se reflectir nos salários dos trabalhadores do sector privado, dando exemplo e argumentos para negar aumentos justos. Constata-se que a diminuição do défice e o combate à crise proclamados pelo Governo, não atingem todos da mesma maneira. Basta confrontarmonos com os escandalosos lucros de 12 grandes grupos económicos que nos primeiros 9 meses de 2009 atingiram, em termos líquidos, 2.402,3 milhões de euros; ou o lucro líquido dos 5 maiores bancos que ascendeu a 1.603 milhões de euros. E não esqueçamos os chorudos “salários”de alguns: em 2008, cada administrador executivo dos bancos que integram o PSI 20 recebeu, em média, 2129,00€ por dia, 777 120,40€ por ano… De facto, a “crise” não é com todos, embora parece ser sempre e quase só com os trabalhadores.” da Resolução aprovada em Coimbra, 26.02.2010 RCI22 cidadania SPRC associa-se ao “Projecto Limpar Portugal” on blog Benefícios Fiscais O Projecto Limpar Portugal (PLP) é um movimento cívico de voluntários que tem como objectivos (a) remover todo o lixo depositado indevidamente nos nossos espaços verdes e outros de interesse, no dia 20 de Março de 2010 (Dia L), e (b) promover a comunicação e a reflexão sobre a problemática dos resíduos, do desperdício, do ciclo dos materiais e do crescimento sustentável (http://limparportugal.org). Neste momento contamos com mais de 28 mil voluntários, distribuídos por grupos concelhios por todo o país (http://limparportugal.ning.com/), mas é nosso objectivo chegar aos 100 mil voluntários, para no dia 20 de Março, na maior acção voluntária alguma vez realizada em Portugal, contribuirmos para a resolução do grande problema ambiental e de saúde pública que são as lixeiras ilegais existentes por todo o país, e que são responsáveis pela contaminação das reservas de água e potenciadoras de incêndios. Embora a inspiração tenha vindo da Estónia, onde no dia 3 de Maio de 2008, 50 mil voluntários limparam todas as lixeiras ilegais do país em apenas 5 horas, o PLP tem algumas particularidades, entre as quais se inclui o facto de só aceitarmos colaborações em voluntariado ou através da doação/cedência de meios e/ ou serviços, mas nunca de dinheiro! Coimbra também com um grupo PLP, constituído neste momento por 267 voluntários (http://limparportugal. ning.com/group/cbrcoimbra). Entre outras actividades, como a divulgação do Projecto e a referenciação e caracterização das lixeiras ilegais existentes no concelho, estamos a planear acções de sensibilização ambiental para levar a cabo junto dos mais novos nos meses de Fevereiro e Março. Os Professores têm neste Projecto um papel fundamental na medida em que podem colaborar na sua divulgação junto da comunidade escolar, na sensibilização da comunidade escolar e da comunidade envolvente para a problemática dos resíduos, e na dinamização de grupos para as acções de limpeza no dia 20 de Março. O Sindicato dos Professores da Região Centro associou-se ao PLP como parceiro, contribuindo para a divulgação deste Projecto, e das actividades que foram planeadas a pensar nos mais pequenos, junto dos seus associados. A pensar nos Professores, o PLP coloca ainda à disposição: Vídeos de Sensibilização Ambiental (e não só): http://limparportugal.ning.com/video/ video Página das Escolas na plataforma social NING: http://limparportugal.ning.com/group/ escolas Documentação de Apoio Pedagógico: http://limparportugal.org/index. php?option=com_remository&Itemid =65&func=select&id=6 Assim, o logótipo do Sindicato dos Professores da Região Centro passa integrar o site (http://plpcoimbra.wordpress. com/) assim como referências à sua participação como Parceira nos meios de comunicação social que acompanharão o desenvolver deste projecto. A necessidade de ser repensado todo o sistema de incentivos é uma questão que tem sido levantada muitas vezes, mas que não mereceu qualquer atenção por parte dos intervenientes no debate. Um ponto que gerou grande confronto entre Sócrates e Louçã foi a dedução de 30% das despesas da saúde no IRS. De acordo com a Comissão que estudou a sustentabilidade do SNS nomeada pelos ministros das Finanças e da Saúde do governo de Sócrates, os 10% mais ricos da população recuperam 27% das suas despesas com saúde, enquanto os 10% mais pobres recuperam apenas 6% das suas despesas com a saúde (Quadro III). A injustiça é muito grande. Quem tem mais imposto a pagar por ter mais rendimento mais desconta. A esmagadora maioria dos reformados que têm rendimentos muito baixos ( mais de 80% recebem pensões inferiores ao salário mínimo nacional) , não têm possibilidade de descontar as suas despesas com a saúde, apesar representarem um encargo pesado, pois como o rendimento é muito baixo, então ou não pagam imposto ou pagam um valor muito reduzido. Portanto, não conseguem descontar as suas despesas de saúde porque o imposto é insuficiente para o fazer. Assim, quanto mais elevado é o rendimento mais poderá descontar, pois para descontar é preciso ter imposto suficiente a que se possa deduzir a despesa. Os que têm dinheiro para recorrer a clínicas e hospitais particulares de luxo são certamente os mais beneficiados porque conseguem deduzir mais, pagando assim muito menos de IRS. As injustiças são grandes e graves. Vários países da União Europeia (ex. Espanha, França, Inglaterra) não têm um sistema como o português, pois não existem deduções. Uma alternativa a este sistema, que certamente seria mais justa, pois beneficiaria quem menos tem, e evitaria as injustiças que o actual sistema cria, seria reduzir os benefícios fiscais na saúde e aumentar, em igual volume de despesa, as comparticipações nos medicamentos. O Estado não perderia nem ganhava. Seria uma medida com efeitos imediatos. www.eugeniorosa.com fevereiro ‘10 tem a palavra RCI23 A luta pressiona quem decide Colhidos pelos anúncios de iminentes catástrofes financeiras e económicas, com versões diversas, os trabalhadores da administração pública não podem deixar de se indignar perante as tentativas de quererem apoucar a sua Razão, apenas porque os que declaram a política como se de uma função técnica se tratasse (porque interessa que assim seja) reiteram a necessidade de conter a despesa pública estrangulando o poder de compra/nível de vida dos funcionários. Se esta fosse uma legítima e honesta preocupação, então melhor seria ver os funcionários públicos com os seus sacos de compras e os bilhetes de viagem ostensivamente exibidos para que o comércio se desse, a indústria se garantisse e a vida não se submetesse ao pecúlio de poucos. Previsivelmente, o que ocorre é a reprodução de privilégios e o crescimento de séquitos de administradores vários. Que salário tem quem administra o Banco de Portugal, a Caixa Geral de Depósitos, a Estradas de Portugal, a PT, as restantes empresas e os diversos Institutos? O pudor ou o reconhecimento de existência de uma república dos que se governam não promove estas respostas, nem tão-pouco parece questionar a existência efectiva de uma banca gorda à custa de regimes especiais de contribuições fiscais, ou a promoção da fragilização laboral através de incentivos à reprodução de baixos salários com descontos especiais para as empresas que acolham os mais precários. Sabe-se, obviamente, que os governos não mudam porque apenas se realizou uma greve ou uma manifestação, mas seria de enorme ingenuidade ou de alguma desonestidade intelectual não reconhecer que estas formas de luta exercem o efeito de pressão sobre os órgãos de decisão, que, inclusivamente, supervisionam a acção de outros, gerando inflexões políticas demoradas ‘10 fevereiro e sofridas pela persistência da justa contestação. A intervenção democrática não é uma brincadeira de crianças, nem as acções de protesto são “embirrações” maldosas. Contudo, carecem de uma clara consciência das relações entre governantes e governados para conduzirem a uma persistente assunção das responsabilidades que há que exigir e demonstrar. O pensamento discriminador que retoma parte da pirâmide social baseada na acumulação da riqueza e do poder de influência entre oligarquias não deve ser reproduzido pelo trabalhador que é colocado numa base servil de existência laboral precária. Se deste não houver resistência, inevitavelmente, o monopólio do bolo (da riqueza global) que terá de ser repartido conduzirá uns à indigência e outros à extrema usura com jactância. Assim como se pretende desvalorizar o emprego, retirando vínculo laboral público, assim também se procura manter a rede pública de perenes decisores, com vidas repletas de garantias de emprego, de prémios e de aposentações. Não vale, certamente, apanhar cacos do vaso quebrado, mas já que a ocasião obriga e a oportunidade não dispensa, convém recordar que não só não foram os trabalhadores portugueses ou mundiais os responsáveis pelas manigâncias dos bancos interessadíssimos na criação de tentaculares mecanismos que alimentassem hipotecas de imóveis, ou pela ganância especulativa de transacções na internet, como acabaram por se tornar em vítimas da acção danosa de quem movimenta capital. É, aliás, neste contexto que se percebe que um Estado forte dá, certamente, garantias de sobrevivência financeira aos cidadãos, mas, inacreditavelmente, os Estados “Modernos” provaram estar mais interessados na manutenção das próprias instituições financeiras através da “injecção de dinheiro”. Deste modo, reforça-se o reconhecimento de que as finanças públicas terão de promover uma produção pública motivada, com profissionais (porque não há empresa sem trabalhadores) cuja estabilidade laboral os torne mais capazes de gerarem bens e serviços, sem terem que depender de arbitrariedades que sujeitarão as próprias organizações e funções exercidas à falta de transparência. Com justiça, os funcionários públicos reclamam valorização salarial, não A intervenção democrática não é uma brincadeira de crianças, nem as acções de protesto são “embirrações” maldosas. Contudo, carecem de uma clara consciência das relações entre governantes e governados para conduzirem a uma persistente assunção das responsabilidades que há que exigir e demonstrar. aceitando, certamente, o discurso demagógico de que os que não têm piores remunerações deverão remeter-se ao silêncio por comiseração em relação os que auferem baixos rendimentos. Tratase, certamente , de um discurso com efeitos nocivos para a luta global, pois esta implica a valorização do investimento na formação e a melhoria do poder de compra. De igual modo, não se pode aceitar a responsabilidade absoluta da mão-de-obra pública para a manutenção da Segurança Social, quando as opções políticas são de promoção da redução das prestações patronais através da opção claríssima feita nos baixos salários e da precariedade laboral. Os trabalhadores da Administração Pública lutarão, certamente, de forma unitária e persistente. Vítor Januário
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