40-Prevalência do temperamento ansioso em mulheres do

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40-Prevalência do temperamento ansioso em mulheres do
Prevalência do temperamento ansioso em mulheres do
município de Rio Verde, GO.
Monteiro AM; Rodrigues LD; Ferreira, JC; Nina-e-Silva CH
Faculdade de Medicina / Universidade de Rio Verde
Introdução
A descrição de transtornos psiquiátricos em termos
neurológicos tem se mostrado útil para o diagnóstico e o
tratamento desses transtornos (WHITTLE et al., 2006).
O modelo neurobiológico do temperamento (CARVER;
WHITE, 1994) pressupõe que o temperamento impulsivo
está relacionado a uma maior sensibilidade
neurobiológica aos estímulos apetitivos. A base
neurofisiológica desse temperamento é o sistema de
ativação comportamental e inclui projeções de vias
dopaminérgicas derivadas da substância nigra e da área
tegmentar ventral em direção aos córtices pré-frontal e
órbito-frontal e ao estriato dorsal e ventral.
O temperamento ansioso está associado a uma maior
sensibilidade aos estímulos aversivos. A base
neurofisiológica do temperamento ansioso é o sistema de
inibição comportamental e engloba a amígdala, o circuito
septo-hipocampal
e
as
respectivas
aferências
serotonérgicas e noradrenégicas (CARVER; WHITE, 1994).
Estudos epidemiológicos sobre a prevalência de tipos de
temperamento em populações estrangeiras têm
evidenciado que o temperamento ansioso é o mais
frequente entre as mulheres (LEVITA et al., 2014).
Contudo, poucos estudos têm sido realizados na
população brasileira. O objetivo do presente estudo foi
determinar a prevalência do temperamento ansioso em
uma amostra de mulheres da cidade de Rio Verde-GO.
Prevalência do temperamento ansioso em mulheres do
município de Rio Verde, GO.
Monteiro AM; Porto-Lima TD; Moraes, TA; Nina-e-Silva CH
Faculdade de Medicina / Universidade de Rio Verde
Material e Métodos
A metodologia deste estudo foi aprovada pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de
Rio Verde (Protocolo 138.2012/CEP/UniRV).
A presente pesquisa foi um estudo de prevalência,
observacional e transversal. Com base na
população total de mulheres residentes em Rio
Verde-GO com idade acima de 18 anos, de acordo
com o Censo Demográfico do IBGE de 2010,
calculou-se uma amostra probabilística de 383
participantes (margem de erro de 5% e intervalo de
confiança de 95%).
O temperamento das participantes foi avaliado por
meio da Escala BIS/BAS (CARVER; WHITE, 1994),
versão traduzida e adaptada para a realidade
brasileira (PORTILHO-SOUZA; NINA-E-SILVA, 2013).
Prevalência do temperamento ansioso em mulheres do
município de Rio Verde, GO.
Monteiro AM; Porto-Lima TD; Moraes, TA; Nina-e-Silva CH
Faculdade de Medicina / Universidade de Rio Verde
Resultados:
O temperamento ansioso teve maior
prevalência (71,01%, n=272) do que o
temperamento impulsivo (28,99%, n=111).
A
diferença
entre
as
prevalências
estatisticamente significativa (t= 3,229074, p=
0,001707).
Prevalência do temperamento ansioso em mulheres do
município de Rio Verde, GO.
Monteiro AM; Porto-Lima TD; Moraes, TA; Nina-e-Silva CH
Faculdade de Medicina / Universidade de Rio Verde
Discussão e Conclusão
Os achados do presente estudo corroboram estudos
anteriores segundo os quais a maioria das mulheres
tenderia a apresentar temperamento ansioso (MARDAGA;
HANSENNE, 2007; LEVITA et al., 2014).
Além disso, estudos que avaliaram o temperamento de
participantes de populações estrangeiras utilizando
especificamente a escala de avaliação do temperamento
BIS/BAS evidenciaram que as mulheres apresentaram maior
tendência ao temperamento ansioso do que os homens
(CARVER; WHITE, 1994).
Os resultados do presente estudo sugerem que o
temperamento ansioso foi predominante na amostra da
população feminina de Rio Verde-GO. Em virtude disse,
recomenda-se a realização de novos estudos que avaliem a
relação entre o temperamento ansioso e a ocorrência de
transtornos psiquiátricos na população feminina de Rio
Verde-GO.
Referências
CARVER, C.S.; WHITE, T.L. Behavioral inhibition, behavioral activation, and affective responses
to impending reward and punishment: The BIS/BAS scales. Journal of Personality and Social
Psychology, v. 67, p. 319–333, 1994.
LEVITA, L.; BOIS, C.; HEALEY, A.; SMYLLIE, E.; PAPAKONSTANTINOU, E.; HARTLEY, T.;
LEVER, C. The Behavioural Inhibition System, anxiety and hippocampal volume in a non-clinical
population. Biology of Mood & Anxiety Disorders 4 (4), p. 2-10, 2014.
MARDAGA, S.; HANSENNE, M. Relationship between Cloninger’s biosocial model of personality
and the behavioral inhibition/approach system (BIS/BAS). Personality and Individual Differences,
42(1), p.715–722, 2007.
PORTILHO-SOUZA, E.; NINA-E-SILVA, C. H. Tradução e adaptação da escala BIS/BAS para
aplicação em adultos brasileiros. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, 11(2), p.470-476,
2013.
WHITTLE, S.; ALLEN, N.B.; LUBMAN, D.I.; MURAT-YU, C.E.L. The neurobiological basis of
temperament: Towards a better understanding of psychopathology. Neuroscience and
Biobehavioral Reviews, 30, p.511–525, 2006.

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