revisão de psoríase - International Psoriasis Council

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revisão de psoríase - International Psoriasis Council
EDIÇÃO
EM
PORTUGUÊS
Saber mais | Cuidar melhor
REVISÃO DE PSORÍASE
J A N E I R O
Nesta edição
1Revisão dos cinco principais
artigos clínicos
• Estudos randomizados de fase 3
UNCOVER-2 e UNCOVER-3 comparam
ixequizumabe com etanercepte ou
placebo em psoríase moderada a
grave.
• Tofacitinibe versus etanercepte
ou placebo em psoríase em
placas moderada a grave: estudo
randomizado de fase 3 de nãoinferioridade.
• Variantes genéticas das vias IL-23
e NF-kB ajudam a distinguir entre
psoríase cutânea leve e grave
• A ação específica sobre interleucina
23 produz melhora clínica da psoríase
• BI 655066: um anticorpo monoclonal
anti-IL-23A para tratamento
de psoríase moderada a grave:
resultados de segurança, eficácia,
farmacocinética e biomarcadores em
um ensaio duplo-cego, randomizado
de doses crescentes e controlado por
placebo
2 Carta do presidente
8Foco na psoríase: Relatório do 24º
Congresso da Academia Europeia
de Dermatologia e Venereologia
(Copenhagen, Dinamarca)
14Relatório do 23º Congresso
Mundial de Dermatologia
(Vancouver, Canadá)
20 Notícias do IPC
• Acesso ao tratamento
• T ratamento de pacientes
• Pesquisa
• Educação e divulgação
•N
ovos conselheiros juntam-se ao IPC
International Psoriasis Council
1034 S. Brentwood Blvd., Suite 600
St. Louis, MO 63117
Tel 972.861.0503
Fax 214.242.3391
www.psoriasiscouncil.org
2 0 1 6
V O L
12 ,
N Ú M E R O
1
REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO
PRINCIPAIS ARTIGOS
JANEIRO A JUNHO DE 2015
1. Estudo do ixequizumabe mostra novas evidências de
que a ação sobre IL-17A pode proporcionar opções de
tratamento novas e eficazes para pacientes com psoríase
Comparison of ixekizumab with etanercept or placebo in moderate-to-severe psoriasis
(UNCOVER-2 and UNCOVER-3): results from two phase 3 randomised trials. Griffiths CE,
Reich K, Lebwohl M, et al. Lancet. 2015 Jun 9. [Epub ahead of print]
Resumo
Nesta publicação, que apresentou
dois estudos de fase 3 idênticos
patrocinados empresas, os
pesquisadores compararam a eficácia
e a segurança do ixequizumabe
(ixe), um anticorpo monoclonal
humanizado específico contra IL-17A,
com etanercepte e placebo. Foram
randomizados 1.224 pacientes em
um estudo e 1.346 no outro em
proporção 2:2:2:1 para ixe (160 mg de
dose de ataque seguido de 80 mg a
cada 2 semanas; 160 mg de dose de
ataque seguido de 80 mg a cada 4
semanas; etanercepte 50 mg
2x/semana ou placebo por 12 semanas.
O mascaramento foi mantido em um
esquema de duplo placebo tanto para
o ixe como para o etanercepte. O
principal critério de avaliação foi um
escore Psoriasis Area Severity Index
(PASI) de 75; os critérios secundários
foram PASI 90 e 100 assim como
Physicians Global Assessment (sPGA)
estático. No primeiro estudo, as
incidências de PASI 75 foram 90% para
ixe a cada 2 semanas, 79% para ixe a
cada 4 semanas, 40% para etanercepte
e 2% para placebo; no segundo estudo,
as incidências de PASI 75 foram, na
mesma ordem, 87%, 84%, 53% e 7%.
Cerca de 50% dos pacientes atingiram
PASI 75 até a semana 4 e cerca de 20%
na semana 2. Para o critério PASI 90,
os números foram, na mesma ordem,
71%, 60%, 18% e 1% no primeiro estudo
e 68%, 65%, 26% e 3% no segundo; para
PASI 100, os resultados foram 41%, 31%,
5% e 1% no primeiro estudo e 38%, 35%,
7% e 0% no segundo. A melhora de sPGA
correlacionou-se com a proporção de
respostas PASI; também melhoraram
os escores do Dermatology Life
Quality Index (DLQI) e em uma escala
de prurido. Os eventos adversos
foram mais comuns nos grupos que
receberam ixe ou etanercepte que
com placebo. A maioria dos eventos
adversos foi leve a moderada, e os
mais comuns foram nasofaringite,
infecção respiratória alta, reações
no local de injeção, prurido, cefaleia
e artralgia. A incidência de eventos
adversos sérios (EAS) foi menor que 2%
nos dois grupos de tratamento, mas
as infecções foram mais frequentes no
grupo ixe que nos grupos etanercepte
ou placebo. Os eventos mais relevantes
foram infecções, presumivelmente por
cândida, que afetaram 16 pacientes nos
2 grupos que receberam ixe, 5 no grupo
Cont. página 3
REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC
JANEIRO 2016
VO L 12 , N Ú MER O 1
CARTA DO PRESIDENTE
Prezados colegas,
Juntamente com a direção e a equipe
do Conselho Internacional de Psoríase
(IPC), eu gostaria de desejar a todos
um ano novo cheio de felicidade e
com muita saúde. Esta é a edição de
janeiro de 2016 da newsletter Revisão
de Psoríase do IPC. No último ano, o
IPC realizou grandes avanços em sua
missão de saber mais e cuidar melhor da psoríase. Em 2016,
tudo indica que teremos mais um ano cheio de oportunidades
e crescimento.
Algumas das realizações do IPC que mais nos motivaram em
2015 foram:
•O
rganizar um simpósio sobre a epidemiologia da psoríase
durante a reunião anual da Sociedade Europeia de Pesquisas
Dermatológicas (ESDR).
•P
atrocínio conjunto com a Universidade de Manchester
do programa IMPACT de pesquisa em psoríase e dos
workshops PsoWell para profissionais de saúde que cuidam
de psoríase.
• L ançamento do Registro Global de Psoríase Pediátrica, que
colherá dados demográficos, de comorbidades e outras
informações sobre pacientes pediátricos com psoríase.
•U
so do processo Delphi para pesquisas entre os
conselheiros do IPC para identificar 21 prioridades de
pesquisa em psoríase. Os resultados foram publicados
online pelo British Journal of Dermatology e aparecerão
também na edição impressa da revista.
Neste ano, o IPC continuará desenvolvendo essas iniciativas
e lançará novas iniciativas, incluindo expansão de nossa
presença na América Latina e na Ásia e patrocínio de eventos
educativos e outros programas em outros locais como
Cingapura e São Paulo. Como parte de nossa expansão global,
acolhemos pela primeira vez conselheiros do Japão e do Irã,
assim como novos colegas do México, Colômbia e Estados
Unidos (ver página 24).
Também retomamos nossas “Mesas-redondas Hot Topics,”
que realizamos esporadicamente desde 2006. Patrocinamos
duas discussões da série “Hot Topics” sobre biossimilares e
expectativas de tratamento na América Latina em 2015. Em
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S aber mais | Cuidar melhor
2016, realizaremos uma discussão sobre as mudanças globais
no tratamento da psoríase, que apresentaremos na 74ª
reunião anual da Academia Americana de Dermatologia.
Graças ao trabalho duro de nossos grupos de trabalho sobre
biossimilares de tratamentos tópicos, o IPC vem produzindo
cada vez mais artigos de pesquisa relacionados à psoríase para
publicação. Já publicamos dois artigos sobre biossimilares e
prioridades de pesquisa no British Journal of Dermatology (ver
página 22) e seis outros artigos estão sendo editados. Também
esperamos lançar um grupo de trabalho para a América
Latina.
Outros planos que fizemos para 2016:
• I niciar um banco de dados públicos do nosso Exome Chip
Project, que completará o mapa genético da psoríase. Desde
que começou em 2015, o projeto já identificou mais de 50
sinais genéticos em 36 lócus comuns de suscetibilidade à
psoríase.
•V
amos lançar a primeira fase do Global Psoriasis Atlas, um
ambicioso projeto realizado em parceria com a International
Federation of Psoriasis Associations (IFPA) e com a
International League of Dermatological Societies (ILDS) para
documentar a importância global de psoríase.
•D
emos às boas-vindas a Christy Langan, a nova CEO do IPC.
Para saber mais sobre todos esses projetos e iniciativas
detalhados, leia este número da Revisão de Psoríase do IPC e
acesse nosso website em www.psoriasiscouncil.org.
Todas essas atividades são resultado de colaboração contínua
entre a direção, os conselheiros e parceiros do IPC. Com todo
esse trabalho, dedicação e comprometimento, o IPC vem
ganhando cada vez mais visibilidade e importância para quem
se interessa pela pesquisa, educação e manejo da psoríase e
de suas comorbidades. Um brinde a um próspero ano novo.
Atenciosamente,
Chris Griffiths
Presidente, Conselho Internacional de Psoríase
Manchester, Reino Unido
REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC
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REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS
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etanercepte e 2 no grupo placebo. A maioria dessas micoses
foram genitais, vulvovaginais ou orais, e todas se resolveram
com tratamentos tópicos orais ou locais, com exceção de um
paciente com infecção axilar e inguinal. Nenhum paciente
saiu do estudo devido a infecção por cândida e não houve
nenhuma infecção fúngica invasiva em nenhum dos estudos.
Houve ainda neutropenia grau 3 em 4 pacientes tratados
com etanercepte e 2 que receberam ixe. Um paciente que
recebeu ixe apresentou neutropenia grau 4, mas as contagens
retornaram ao normal quando os exames foram repetidos
dois dias depois. Eventos adversos cardíacos graves ocorreram
em um paciente tratado com etanercepte, um com ixe e um
com placebo. Um paciente tratado com placebo apresentou
depressão, 3 com etanercepte e 5 com ixe. Também houve
um caso de ideação suicida com etanercepte e 2 tentativas
de suicídio nos grupos tratados com ixe. Em ambos os casos,
fatores psicossociais importantes estavam presentes antes
das tentativas, e nenhuma delas foi considerada relacionada
ao medicamento do estudo.
COMENTÁRIO Este é mais um estudo que demonstra
a importância da IL-17A na patogênese da psoríase e a
superioridade clínica do ixequizumabe sobre o etanercepte,
que age por meio da inibição de TNF. Após 12 semanas,
cerca de 90% dos pacientes apresentaram diferenças
clínica e estatisticamente significativas na incidência
de respostas PASI 75 com ixequizumabe, etanercepte e
placebo. Cerca de 40% dos pacientes obtiveram PASI 100 e
mais de dois terços obtiveram PASI 90. A segurança parece
ser geralmente semelhante à esperada pelos clínicos com
outros agentes biológicos disponíveis no mercado. São
necessários dados de estudos mais prolongados, e os
problemas relacionados a infecções por cândida talvez
estejam relacionados aos inibidores de IL-17. A questão de
eventos adversos relacionados a ideação suicida e suicídio
ainda está em aberto, em parte devido a problemas que
surgiram durante o desenvolvimento do brodalumabe,
outro agente que atua na via de IL-17. Além da eficácia mais
elevada do ixequizumabe e outros agentes que agem sobre
IL-17 e IL-23, o uso do PASI 75 como referência de tratamento
vem sendo questionado como meta clínica, referência de
comparação com outros agentes ou padrão regulatório
para aprovação de medicamentos. Desde a semana 1, houve
diferenças significativas de PASI 75 entre pacientes tratados
com ixequizumabe e com etanercepte. Em 12 semanas, a
maioria dos pacientes tratados com agente anti-IL-17 a cada
2 semanas obtiveram PASI 90 e cerca de 40% apresentaram
PASI 100, superando o agente biológico anti-TNF. À medida
que aumenta a possibilidade de eliminar total ou quase
totalmente as placas, melhorando bastante a qualidade
de vida, a meta de eliminar a doença cutânea deve ser
oferecida a todos os pacientes com psoríase. Nesses casos,
a principal questão é reconciliar o custo desses novos
medicamentos com a melhora da qualidade de vida que eles
proporcionam. –Dr. David Pariser
Para obter mais cópias da Revisão de Psoríase do IPC ou saber mais sobre o IPC, acesse www.psoriasiscouncil.org.
CONSELHO DIRETOR DO IPC
CONSELHEIROS DO IPC
Diretores
Christopher EM Griffiths,
Presidente, Reino Unido
Alexa B. Kimball, VicePresidente e PresidenteEleita, Estados Unidos
Hervé Bachelez, Secretário,
França
Craig L. Leonardi,
Tesoureiro,
Estados Unidos
Christy Langan, CEO,
Estados Unidos
África
África do Sul
Gail Todd
Egito
Mahira Hamdy El Sayed
Membros
Jonathan Barker,
Reino Unido
Robert Holland III,
Estados Unidos
Alan Menter,
Presidente -Fundador,
Estados Unidos
Ricardo Romiti, Brasil
Bruce Strober,
Estados Unidos
Peter van de Kerkhof,
Presidente Anterior,
Países Baixos
Ásia
Cingapura
Wei-Sheng Chong
Colin Theng
Filipinas
Vermén Verallo-Rowell
Índia
Murlidhar Rajagopalan
Irã
Omid Zargari
Israel
Arnon D. Cohen
Japão
Akimichi Morita
Hidemi Nakagawa
Oceania
Austrália
Peter Foley
Europa
Alemanha
Matthias Augustin
Ulrich Mrowietz
Alexander Nast
Jörg Prinz
Kristian Reich
Robert Sabat
Wolfram Sterry
Diamant Thaçi
Áustria
Georg Stingl
Robert Strohal
Dinamarca
Lars Iversen
Lone Skov
Claus Zachariae
Espanha
Esteban Daudén
Carlos Ferrándiz
Lluís Puig Sanz
França
Carle Paul
Irlanda
Brian Kirby
Itália
Sergio Chimenti
Alberto Giannetti
Giampiero Girolomoni
Paolo Gisondi
Luigi Naldi
Carlo Pincelli
Países Baixos
Menno Alexander de Rie
Elke MGJ de Jong
Errol Prens
Marieke B. Seyger
Reino Unido
Ian Bruce
Christine Bundy
Arthur David Burden
Robert Chalmers
Andrew Finlay
Elise Kleyn
Ruth Murphy
Frank O. Nestle
Anthony Ormerod
Nick Reynolds
Catherine Smith
Richard Warren
Helen Young
Suécia
Mona Ståhle
Suíça
Wolf-Henning Boehncke
Michel Gilliet
América do Norte
Canadá
Robert Bissonnette
Marc Bourcier
Wayne Gulliver
Charles W. Lynde
Richard Langley
Yves Poulin
Ronald Vender
Estados Unidos
April Armstrong
Andrew Blauvelt
Kristina Callis
Duffin Clay Cockerell
Kevin Cooper
JT Elder
Charles Ellis
Joel Gelfand
Kenneth Gordon
Alice Gottlieb
Johann Gudjonsson
Andrew Johnston
Francisco Kerdel
Gerald Krueger
James Krueger
Mark Lebwohl
Nehal Mehta
Amy Paller
David Pariser
Mark Pittelkow
Caitriona Ryan
Linda Stein Gold
Nicole L. Ward
Jashin Wu
América Latina
Argentina
Edgardo Chouela
Cristina Echeverría
Fernando Stengel
Brasil
Gladys Aires-Martins
André Vicente
Esteves de Carvalho
Chile
Claudia de la Cruz
Fernando Valenzuela
Colômbia
César Gonzalez
Angela Londoño
México
Nancy Podoswa
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2. Estudos do tofacitinibe mostram o potencial da inibição de Janus quinase no tratamento
da psoríase moderada a grave
Tofacitinib versus etanercept or placebo in moderate-to-severe chronic plaque psoriasis: a phase 3 randomised non-inferiority
trial. Bachelez H, van de Kerkhof PC, Strohal R, et al. Lancet. 2015 Jun 4. [Epub ahead of print]
Resumo
O estudo de Bachelez et al foi um ensaio clínico de nãoinferioridade, randomizado, multicêntrico, controlado por
duplo placebo com 12 semanas de duração que comparou
duas doses de tofacitinibe, que é um inibidor da Janus quinase
(JAK) tomado via oral, com o etanercepte em altas doses
ou placebo em pacientes com psoríase em placas crônica
moderada a grave. Mais especificamente, os pacientes
elegíveis (n = 1.106) foram randomizados em proporção 3:3:3:1
para tofacitinibe 5 mg (n = 330) ou 10 mg (n = 332) 2x/dia,
etanercepte 50 mg (n = 336) subcutâneo 2x/dia ou placebo (n
= 108). Na semana 12, a incidência de respostas PASI 75 foi de
39,5% no grupo tofacitinibe 5 mg, 63,6% no grupo tofacitinibe
10 mg, 58,8% no grupo etanercepte e 5,6% nos grupos placebo.
A escala Physician Global Assessment (PGA) foi classificada
como “limpa” ou “quase limpa” em 47,1% dos pacientes que
tomaram tofacitinibe 5 mg, 68,2% com tofacitinibe 10 mg,
66,3% com etanercepte e 15% nos grupos placebo. A taxa
de eventos adversos foi semelhante nos quatro grupos: a
incidência de eventos adversos sérios foi de 2% non grupo
tofacitinibe 5 mg, 2% com tofacitinibe 10 mg, 2% no grupo
etanercepte e 2% no grupo placebo. A proporção de pacientes
que interrompeu o tratamento escolhido variiu de 1% a 3% e
foi semelhante em todos os grupos. Em resumo, constatou-se
que o tofacitinibe 10 mg 2x/dia foi não-inferior ao etanercepte
50 mg 2x/dia na semana 12 em relação às respostas medidas
pelas escalas PASI75 e PGA. Ambos os tratamentos também
apresentaram perfis de segurança semelhantes.
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S aber mais | Cuidar melhor
COMENTÁRIO Esse estudo confirmou que a sinalização
pela via JAK é uma parte importante da patogênese da
psoríase e mostrou que a inibição direcionada de membros
da família JAK proporciona benefícios clínicos. Com efeito,
a via JAK–STAT exerce importante papel em ativar sinais
induzidos por diversas citoquinas inflamatórias envolvidas
na inflamação psoriásica, tais como interleucina (IL) 2, IL-12,
IL-20, IL-22, IL-23, interferon (IFN) α/β e IFN γ. O tofacitinibe
(10 mg 2x/dia) pode ser uma opção terapêutica conveniente
e bem tolerada para pacientes com psoríase moderada
a grave no futuro.. A dose mais baixa de tofacitinibe
(5 mg 2x/dia) não atendeu aos critérios estatísticos de
não-inferioridade em relação ao etanercepte e é menos
eficaz que 10 mg 2x/dia. Além disso, foram descritas
resoluções rápidas e significativas na intensidade do
prurido reportada pelo paciente com ambas as doses de
tofacitinibe. O prurido é uma queixa muito frequente em
pacientes com psoríase. O início da ação do tofacitinibe
10 mg 2x/dia ficou evidente na semana 4. Isso é muito
importante porque a resposta rápida ao tratamento
geralmente está associada à melhor adesão ao tratamento.
Quando à segurança, foram descritas alterações leves do
colesterol, creatina fosfoquinase, contagens de linfócitos
e concentração de hemoglobina. Alguns pacientes
aceitam melhor tratamentos via oral porque os problemas
relacionados a injeções são eliminados. Entretanto, o efeito
dos procedimentos necessários para o monitoramento
laboratorial sobre os pacientes não foi estabelecido. São
necessários estudos mais prolongados do tofacitinibe
para tratamento da psoríase em placas para confirmar o
perfil de eficácia e segurança além de 12 semanas, que foi a
duração desse estudo. – Prof. Paolo Gisondi
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3. Estudo de variantes genéticas mostra importância de identificar biomarcadores
genéticos que podem tornar o tratamento mais eficaz e personalizado
Association with genetic variants in the IL-23 and NF-κB pathways discriminates between mild and severe psoriasis skin disease.
Nikamo P, Lysell J, Ståhle M. J Invest Dermatol. 2015 Mar 19. [Epub ahead of print]
Resumo
O estudo de Nikamo et al procurou identificar diferenças entre
os perfis genéticos de formas leves e graves de psoríase. Os
pesquisadores compararam perfis de alterações genéticas
sabidamente associadas à psoríase em pacientes com formas
graves (n = 715) ou leves da doença (n = 696), com foco nas vias
da interleucina 23 (IL-23) e do fator nuclear kappa B (NF-κB).
O estudo também incluiu um grupo controle (n = 1.529). A
psoríase foi considerada grave quando exigiu tratamento
sistêmico e leve quando foi usado apenas tratamento
tópico ou nenhum tratamento por um período de 6 a 14
anos. Todos os pacientes foram examinados e tratados no
mesmo departamento para que fosse avaliados de forma
mais consistente. Os autores constataram que o gene mais
associado à psoríase, tanto nas formas leves como nas graves,
é o HLA-C*06. Por outro lado, a comparação em uma análise
caso-a-caso dos fenótipos de psoríase leve e grave revelou
diferenças significativas entre os dois grupos em relação a
polimorfismos de um nucleotídeo em IL-23R, NFKB1, IL-21,
IL1-2B, NFKBIL1 e IL-23A. Entretanto, apenas a coorte com
doença grave apresentou efeitos aditivos fortes da associação
de HLA-C*06 com IL-23A, IL-23R, IL-12B, NFKB1 TNIP1. Isso indica
que uma ativação dessas vias pode influenciar a gravidade da
doença na psoríase. Nenhum gene protetor foi identificado
na coorte com doença branda, sugerindo que os exames
realizados serviram apenas para identificar variantes da
psoríase associadas a um fenótipo mais grave.
COMENTÁRIO A psoríase é uma doença de pele
inflamatória comum. Sua origem genética é complexa e
importante para a fisiopatologia da doença. Embora a
associação com HLA-C*06 seja mais acentuada, estudos de
associação em genoma inteiro identificaram várias outras
regiões de risco. Os genes de suscetibilidade atuam no
sistema imune e em vias essenciais para a fisiopatologia
da psoríase. A doença apresenta enorme variabilidade
clínica, mas poucos estudos avaliaram as características
genéticas em fenótipos estratificados. Esse estudo descreve
associações com os genes nas vias IL-23, IL-21 e NF-κB em
pacientes suecos cuidadosamente caracterizados cuja
psoríase foi estratificada de acordo com a gravidade da
doença. A gravidade da psoríase não foi definida pelo
escore PASI, mas pela necessidade de tratamento sistêmico.
Vários estudos anteriores destacaram a importância dos
genes e haplótipos das vias IL-23 e NF-κB para a psoríase e
diversas outras doenças imunomediadas, como a doença
inflamatória intestinal, espondilite anquilosante, doença
celíaca e esclerose múltipla. A IL23 desempenha um papel
crucial no desenvolvimento de células Th17 patogênicas e
promove a inflamação psoriática. Com efeito, tratamentos
que bloqueiam a subunidade p40 comum a IL-23 and
IL-12 mostraram impressionante eficácia clínica contra a
psoríase. A IL-21 é produzida por células T CD4+ativadas
(entre outras) e exerce importante s ações regulatórias
no sistema imune, promovendo hiperplasia epitelial e
expandindo a resposta patogênica de células Th na psoríase
Os fatores de transcrição do fator nuclear kappa B (NF-κB)
regulam a expressão de várias citoquinas que participam da
patogênese da psoríase, incluindo o TNF-α. Esses resultados
demonstram a importância de identificar biomarcadores
genéticos que criem novas possibilidades de medicina
personalizada. –PG
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4. A ação seletiva da interleucina 23 parecer ser segura e e ficaz para tratar a psoríase;
mais estudos são necessários
Clinical improvement in psoriasis with specific targeting of interlukin-23. Kopp T, Riedl E, Bangert C, Bowman EP, Greisenegger E,
Horowitz A, et al. Nature. 2015 May 14;521(7551):222-6. Epub 2015 Mar 9.
Resumo
Tamara Kopp e outros investigadores participaram desse
estudo de fase 1, multicêntrico, patrocinado por empresa e
controlado por placebo do tildraquizumabe, um anticorpo
monoclonal que se liga especificamente à subunidade p19 da
IL-23 e não ao heterodímero IL-12/23 p40 ou a IL-12p35. Setenta
e sete pacientes foram incluídos e 65 concluíram o estudo.
Na parte 1 do estudo, os pacientes receberam placebo ou
0,1 mg/kg, 0,5 mg/kg, 3 mg/kg ou 10 mg/kg nos dias 0, 56 e
84; na parte 2, os pacientes receberam placebo, 3 mg/kg ou
10 mg/kg nos dias 1, 28 e 56. Outro grupo de pacientes na
parte 3 do estudo recebeu placebo, 0,05 g/kg ou
0,1 mg/kg nos dias 1, 56 e 84. Embora o estudo não tivesse
potência estatística suficiente para detectar a relação entre
dose e resposta, a redução média do escore PASI no dia 112
foi de 50% a 80% em todos os grupos com exceção do placebo
e do que recebeu a menor dose ativa. Uma “proporção
elevada” dos pacientes que receberam 3 ou 10 mg/kg
atingiram PASI 90 no dia 112, mas os números foram pequenos
demais para serem estatisticamente significativos. A droga
foi geralmente bem tolerada e causou os efeitos colaterais
usuais de cefaleia, nasofaringite, infecção respiratória alta e
tosse. Embora tenham havido 11 eventos adversos sérios em 8
pacientes, apenas um evento (convulsões) foi avaliado como
possivelmente relacionado à droga, mas o paciente afetado
apresentava outros fatores confundidores.
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COMENTÁRIO Esse estudo inicial de demonstração de
conceito destacou mais uma vez a importância da IL-23 na
patogênese da psoríase. Até certo ponto, os resultados
clínicos do estudo foram ofuscados pelos resultados
de outro estudo de fase 2 mais robusto publicado
recentemente, que ajudou a conhecer melhor o valor desse
agente. O bloqueio seletivo de IL-23 parece proporcionar
eficácia sem nenhum problema novo de segurança. Estudos
de fase 3 estão sendo realizados para caracterizar ainda
melhor essa abordagem terapêutica. –DP
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5. Agente experimental BI 655066 atua na via IL-23 e mostra-se promissor como
tratamento rápido e eficaz contra a psoríase
Anti-IL-23A mAb BI 655066 for treatment of moderate-to-severe psoriasis: Safety, efficacy, pharmacokinetics, and biomarker
results of a single-rising-dose, randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Krueger JG, Ferris LK, Menter A, et al. J Allergy
Clin Immunol. 2015 Jul;136(1):116-124. Epub 2015 Mar 11.
Resumo
O BI 655066 é um anticorpo monoclonal IgG específico para a
subunidade IL-23p19. No primeiro estudo em humanos desse
novo fármaco, que foi um ensaio multicêntrico, randomizado
e controlado por placebo, Krueger et al trataram 39 pacientes
com psoríase em placas moderada a grave com doses únicas
de 0,01, 0,05, 0,25, 1, 3 ou 5 mg/kg ou placebo. O principal
parâmetro foi o resultado da avaliação de segurança, mas
a eficácia também foi medida. Houve um ou mais eventos
adversos em 65% dos pacientes tratados com BI 655066 e em
88% dos pacientes tratados com placebo. No grupo placebo,
o principal evento adverso foi piora da psoríase; além da
piora, os eventos descritos mais frequentemente em ambos
os grupos foram nasofaringite, cefaleia e infecção do trato
respiratório alto Não houve diferenças detectáveis entre EAs
nos grupos de dose ativa. Quatro eventos adversos sérios
(EAS) foram descritos, e todos eles ocorreram em um dos
grupos de tratamento: acidente vascular talâmico e ataque
isquêmico transitório, ambos cerca de três meses após a
dose em um paciente com fatores de risco “significativos”,
incluindo um acidente vascular anterior, e pancreatite
alcoólica. Na semana 12, o parâmetro principal foi avaliado e
nenhum dos pacientes que receberam placebo atingiu PASI
90 ou 100. Considerando todos os pacientes que receberam o
medicamento ativo, o porcentual de pacientes que atingiram
PASI 75, 90 ou 100 foi de 87%, 58% e 15%, respectivamente. Na
semana 24, os pacientes que receberam 0,25 mg/kg ou mais
apresentaram melhoras PASI 75, 90 ou 100 em 100%, 85% e
54% dos casos. Oito pacientes foram acompanhados por mais
tempo e 6 deles mantiveram a melhora PASI 100 por 41 a 66
semanas.
COMENTÁRIO Diversos novos agentes biológicos estão
sendo desenvolvidos para tratamento da psoríase.
Embora esse estudo tenha sido pequeno e sem potência
estatística para detectar relação com a dose, os pacientes
que receberam doses maiores parecem ter apresentado
resultados clínicos melhores. A eficácia da droga e a melhora
clínica prolongada por ela proporcionada constituem
fortes evidências de que a IL-23 participa da patogênese
da psoríase. Nenhum sinal de segurança grave foi descrito.
Houve um total de 4 EAS, todos em pacientes que
receberam a droga ativa e nenhum no grupo placebo. São
necessários estudos maiores para caracterizar melhor o
perfil de segurança e eficácia, com especial atenção para a
possibilidade de eventos adversos cardiovasculares graves
(EACG), pois existe alguma controvérsia sobre a relevância
desses eventos em estudos clínicos do ustequinumabe e
do briaquinumabe. Segundo esses dados preliminares,
o desenvolvimento do BI 655066 parece ser bastante
promissor. –PG ■
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REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC
JANEIRO 2016
VO L 12 , N Ú MER O 1
RELATÓRIO DO 24º CONGRESSO DA ACADEMIA EUROPEIA DE
DERMATOLOGIA E VENEREOLOGIA
Entre os temas relacionados à psoríase, foram discutidas a genética, terapias direcionadas
em crianças e comorbidades associadas.
Peter Jensen, MD, PhD
O Dr. PeterJensen é residente terceiranista
em dermatologia nos departamentos
de dermatologia dos hospitais Gentofte
e Bispebjerg da Universidade de
Copenhagen, na Dinamarca. As pesquisas
do Dr. Peter Jensen são orientadas pela
Profª. Lone Skov e têm como principal
foco a comorbidade cardiovascular e
a obesidade associadas à psoríase. Em
2012, ele concluiu seu PhD na Faculdade de Ciências da Saúde da
Universidade de Copenhagen, onde defendeu sua tese, intitulada
“Psoríase: Fatores de risco cardiovascular e efeitos da redução
ponderal.”
No 24º congresso da Academia Europeia de Dermatologia
e Venerelogia, realizado em outubro de 2015 na Dinamarca,
foram assuntos de destaque as terapias genéticas
direcionadas, a psoríase infantil — incluindo o uso de
agentes biológicos — e as comorbidades associadas à
psoríase. Palestrantes internacionais de destaque também
apresentaram revisões sobre o tratamento. Seguem alguns
resumos dos principais assuntos tratados.
Genética y terapias dirigidas
O Prof. Jonathan Barker, do St. John’s Institute of
Dermatology (King’s College de Londres) apresentou
uma palestra intitulada “A genética e seu impacto sobre a
compreensão da fisiopatologia”, cujo foco foi a genética da
psoríase do ponto de vista clínico.
Os conhecimentos sobre a genética da psoríase ajudam
o profissional de saúde a determinar a história natural da
doença e saber por que ela às vezes começa em pacientes
jovens e outras vezes em idades mais avançadas; também
pode ajudar os profissionais de saúde a entender por que a
gravidade da psoríase a incidência de comorbidades varia de
pessoa para pessoa. Atualmente, já foram encontradas pelo
menos 40 regiões do genoma associadas à psoríase. Cada um
desses lócus contém diversos genes, e o padrão dos genes
candidatos à causalidade sugere que a imunidade (inata e
adaptativa) e as funções de barreira da pele são importantes
para a fisiopatologia da doença. Entretanto, até agora os
estudos genéticos explicaram apenas 25% da herdabilidade
da psoríase; o restante da herdabilidade provavelmente
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é atribuível a variantes genéticas menos importantes.¹ O
principal componente genético da patogênese da psoríase é
a região PSORS1, que contém a proteína helicoidal em bastão
com α-hélice comprimida (CCHCR1) do antígeno leucocitário
humano C (HLA-C), e a corneodesmosina (CDSN). O alelo
HLA-Cw6 está associado à psoríase em diversas populações
diferentes, e seus efeitos genéticos são mais acentuados
que os de todas as outras regiões relacionadas à psoríase
do genoma. Segundo o Prof. Johathan Barker, novas
evidências indicam que pacientes positivos para HLA- Cw6
são mais propensos a responder mais eficaz e rapidamente
ao ustequinumabe que pacientes HLA-Cw6-negativos. O
HLA-Cw6 positivo também está associado com psoríase de
início precoce.
De agora em diante, os profissionais
de saúde precisam estratificar os
pacientes estabelecendo a correlação
entre o fenótipo e o genótipo, pois
a eficácia do tratamento varia em
função do perfil genético de cada
indivíduo.
Com base nessas observações, a presença de HLA-Cw6 pode
ser usada para estratificar pacientes participantes de ensaios
clínicos. A genética vem trazendo cada vez mais informações
sobre as moléculas específicas que participam da patogênese
da psoríase, incluindo a via Th17. Devido à importância da IL-17
na patogênese da psoríase, as pesquisas vêm se voltando
cada vez mais para terapias que agem sobre a IL-17. Em 2014,
Langley et al demonstraram que o anticorpo anti-IL-17A
secuquinumabe produz efeitos mais acentuados sobre a
psoríase que o etanercepte (inibidor de TNF) ou o placebo.² O
Prof. Jonathan Barker concluiu salientando que, no futuro, os
profissionais de saúde precisarão estabelecer uma correlação
entre fenótipo e genótipo para estratificar seus pacientes,
pois a eficácia do tratamento varia em função do perfil
genético de cada indivíduo. Informações detalhadas sobre o
fenótipo, incluindo dados genéticos, podem contribuir para o
desenvolvimento de marcadores diagnósticos e prognósticos,
preditores da resposta a drogas e terapias direcionadas mais
eficazes e menos tóxicas.
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RELATÓRIO DO 24º CONGRESSO DA ACADEMIA EUROPEIA DE
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Psoríase em crianças e adolescentes
Em sua palestra, o Prof. Knud Kragballe, da Universidade de
Aarhus, na Dinamarca, apresentou uma visão geral da psoríase
pediátrica, incluindo diretrizes de tratamento, que serão
resumidas a seguir.
Com exceção de casos graves, existem poucos estudos
clínicos em andamento sobre pacientes graves, as diretrizes
de tratamento não são baseadas em consenso e muitos
pacientes não recebem tratamento suficiente. O tratamento
de primeira linha para psoríase infantil são os corticoides
tópicos, derivados da vitamina D e inibidores da calcineurina.
O clobetasol foi aprovado para uso em crianças a partir
de 12 anos de idade, mas existe pouca experiência com a
mometasona abaixo dos 6 anos de idade. Também não
existe nenhuma experiência com betametasona (17-valerato
ou dipropionato) em crianças. Ambas essas formulações
são contraindicadas abaixo de 1 ano de idade. Em geral,
os corticoides menos potentes são considerados seguros.
Quanto aos derivados da vitamina D, o calcipotriol foi
aprovado para uso a partir dos 6 anos de idade.
A combinação de calcipotriol e 17-valerato de betametasona
em doses fixas é comprovadamente segura e eficaz em
crianças, mas ainda não foi aprovada. O apresentador
mencionou um estudo recente de terapia combinada com
calcipotriol e betametasona, que constatou que o tratamento
é seguro e eficaz em crianças de 3 a 18 anos.³ Nos Estados
Unidos, formulações em gel e solução tópica foram aprovadas
para psoríase no escalpo em pacientes a partir de 12 anos, com
dose máxima de 60 g/semana. Outro destaque importante
foi a notícia de que um spray de calcipotriol e betametasona
será lançado na Europa em 2016. A nova formulação deve ser
mais eficaz e mais bem aceita pelos pacientes, melhorando
assim a adesão ao tratamento. Após o congresso da EADV,
uma espuma aerossol de calcipotrieno e dipropionato de
betametasona (Enstilar, Leo Pharma Inc.) foi aprovada pela
FDA para pacientes até 18 anos de idade.
Os inibidores da calcineurina não foram aprovados
especificamente para psoríase, mas são muito usados em
áreas da pele propensas a atrofia como a face e flexuras.
Como não existe um consenso geral e as diretrizes são
insuficientes, o tratamento tópico nessa faixa etária muitas
vezes é receitado sem indicações formalmente aprovadas
(“off-label”). Isso requer que tudo seja muito bem explicado
ao paciente e à sua família para garantir a adesão ao
tratamento. A fototerapia deve ser reservada para casos de
doença moderada a grave e deve-se preferir a luz ultravioleta
B de banda estreita (NB-UVB), pois essa modalidade é mais
eficaz que o UVB de banda larga, não causa lesões oculares
e produz menos risco de câncer de pele a longo prazo que
o PUVA (psoraleno para fotossensibilização e ultravioleta
A). O tratamento sistêmico da psoríase moderada a grave
em crianças e adolescentes é um problema difícil devido ao
receio de eventos adversos (EAs) e à toxicidade das drogas,
fatores que podem levar esses pacientes a receber tratamento
insuficiente.
O tratamento sistêmico da psoríase
moderada a grave em crianças e
adolescentes é um problema difícil
devido ao receio de eventos adversos
(EAs) e à toxicidade das drogas,
fatores que podem levar esses
pacientes a receber tratamento
insuficiente.
Anti-inflamatórios sistêmicos para psoríase em
crianças e adolescentes
Em casos de psoríase resistente a agentes tópicos e
à fototerapia, o metotrexato (MTX) normalmente é
recomendado, embora esse fármaco não tenha sido aprovado
para psoríase pediátrica.⁴ A ciclosporina pode ser administrada
a cada 3 ou 4 meses, e os retinoides são geralmente evitados
em meninas adolescentes e mulheres jovens porque é preciso
esperar três anos após a interrupção do medicamento para
engravidar. Em pacientes pediátricos que não respondem
ao MTX ou à fototerapia, o etanercepte normalmente é o
primeiro agente biológico a ser considerado.⁵ Na Europa,
o etanercepte foi aprovado para uso em crianças com
psoríase moderada a grave a partir de 6 anos de idade. Mais
recentemente, o adalimumabe foi aprovado para uso em
pacientes com psoríase em placas moderada a grave a partir
dos 4 anos e o ustequinumabe a partir dos 12 anos de idade.
Nos EUA, a Food and Drug Administration ainda não autorizou
o uso de nenhum agente biológico para psoríase pediátrica.
Felizmente, nossos conhecimentos sobre a segurança e
eficácia dos agentes biológicos em crianças e adolescentes
com psoríase continua amentando aos poucos. Algumas
evidências recentes e ainda não publicadas de um estudo
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clinico randomizado de fase 3 internacional, multicêntrico
com 52 semanas de duração (registrado em clinicaltrials.gov
como NCT01251614) incluiu 108 pacientes pediátricos de 5 a
=18 anos. O estudo procurou avaliar a eficácia e a segurança
de longo prazo do adalimumabe em paciente pediátricos com
psoríase em placas moderada a grave. Os pacientes incluídos
foram tratados com adalimumabe em um segmento final
aberto, e o adalimumabe foi comparado com duas doses de
metotrexato (MTX). O estudo consistiu em um período de
tratamento duplo-cego de 16 semanas (A), um período de
36 semanas sem tratamento (B), um período de 16 semanas
de retratamento duplo-cego com adalimumabe (C) e,
finalmente, 52 semanas de acompanhamento (D). No
período A, 114 pacientes foram randomizados em proporção
1:1:1 para tratamento com adalimumabe 0,4 mg/kg (n = 39) ou
0,8 mg/kg (n = 38) em semanas alternadas ou MTX 0,1 a
0,4 mg/kg por semana (n = 37). Os pacientes que apresentaram
melhora ≥75% no Psoriasis Area and Severity Index (PASI
75) e Physician’s Global Assessment (PGA) de 0/1 foram
classificados como respondedores e passaram para o
período B (sem tratamento). Os pacientes que sofreram
recorrência no período B oram retratados no período C e, em
seguida, entraram no período D. Os que não responderam
ao final do período A continuaram até o período D, e os
pacientes cuja doença se manteve controlada durante o
período B (sem tratamento) passaram para a fase D. No
período D, os participantes receberam adalimumabe sem
mascaramento. Os pacientes randomizados inicialmente para
MTX ou adalimumabe 0,8 mg/kg receberam 0,8 mg/kg, e os
randomizados inicialmente para 0,4 mg/kg receberam uma
dose maior de adalimumabe (0,8 mg/kg) durante a fase aberta.
Na semana 16, 50,0% dos pacientes estravam recebendo
adalimumabe 0,4 mg e 61,1% 0,8 mg e 86% dos pacientes que
receberam MTX atingiram PASI 75. A PASI 90 foi obtida por
38%, 39% e 60% dos respectivos grupos de tratamento. Após
52 semanas, todos os 3 braços apresentavam taxas
semelhantes de resposta PASI 90. As incidências de
eventos adversos sérios foram 4,0%, 9,8% e 3,2% nos grupos
adalimumabe 0,4 mg/kg, adalimumabe 0,8 mg/kg e MTX,
respectivamente. Nenhuma infecção grave ou doença maligna
foi observada com nenhum dos tratamentos. Na discussão
subsequente, destacou-se que, em crianças com psoríase, é
preciso usar os agentes biológicos cuja segurança e eficácia
foi mais bem estudada. Também é preciso usar doses mais
elevadas, pois muitos desses pacientes vêm sendo subtratados
e porque agora sabemos que esses medicamentos são seguros
em pacientes mais jovens.
Seguindo uma linha semelhante, o Prof. Richard Langley
(Universidade Dalhousie, Canadá) apresentou resultados
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de um estudo de extensão aberto cujo período de
acompanhamento foi o maior até agora. O estudo foi um
ensaio de extensão aberta publicado em 2008, que informou
a segurança e a eficácia após cinco anos de tratamento com
etanercepte em crianças e adolescentes com psoríase.⁶
A extensão do estudo incluiu pacientes que concluíram o
estudo principal ou que não concluíram o estudo principal
mas obtiveram resposta PASI 50 sem sofrer nenhum EA. Os
critérios de avaliação do estudo foram a incidência de EA e
EAs sérios, incluindo infecções.
Novas evidências indicam que os
agentes biológicos são eficazes e
seguros para uso prolongado em
crianças e adolescentes com psoríase.
Os critérios de eficácia incluíram taxas de respostas PASI 75 e
PASI 90 a partir do início do estudo e a classificação PGA
(0 ou 1) durante as 264 semanas do estudo de extensão.
Dos 211 pacientes incluídos no estudo inicial, apenas
69 completaram o estudo de extensão, sendo que 113
deles deixaram o estudo (5 por EAs, 7 por progressão da
doença e 100 por falta de consentimento ou outras causas
não relacionadas aos EAs ou problemas relacionados a
medicamentos. No estudo original, 60% dos pacientes
atingiram PASI 75 e 33% atingiram PASI 90; entre os pacientes
que permaneceram no estudo, a eficácia se manteve e
nenhum outro sinal de segurança foi observado.
A discussão plenária realizada em seguida salientou mais
uma vez que crianças com psoríase moderada a grave não
vêm recebendo tratamento suficiente, pois observou-se
recentemente que o etanercepte também parece ser seguro
e eficaz em pacientes jovens. Foi mencionado também
que muitos pais de crianças com psoríase se preocupam
excessivamente com a segurança, o que reforça ainda mais
a necessidade de estudos sobre a segurança e eficácia
de longo prazo dos agentes biológicos. O Prof. Diamant
Thaçi (Universitätsklinikum Schleswig- Holstein, Alemanha)
apresentou dados não publicados que contribuíram ainda
mais para as discussões sobre segurança a longo prazo
(52 semanas) dos agentes biológicos em crianças com
psoríase. O estudo avaliou a segurança e a eficácia do
tratamento com adalimumabe em pacientes pediátricos
(PASI 17 a 20, n = 77) que não haviam atingido PASI 75 após
16 semanas de tratamento com MTX. Os não-respondedores
passaram de MTX para adalimumabe 0,8 mg/kg por 52
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semanas. Respostas PASI 75 foram obtidas em 80% e PASI 90
em 58%, e o efeito se manteve por 52 semanas sem nenhum
problema de segurança.
Em resumo, novas evidências indicam que os agentes
biológicos são eficazes e seguros para uso prolongado em
crianças e adolescentes com psoríase. Diante desses novos e
interessantes resultados, as diretrizes talvez sejam atualizadas
em breve para incluir o uso de agentes biológicos em crianças
com psoríase moderada a grave que sofreram eventos
adversos ou não responderam ao tratamento com MTX e
fototerapia.
Comorbidades associadas à psoríase
As comorbidades associadas à psoríase continuam sendo
uma área de intensa pesquisa e foram um dos vários temas
apresentados no congresso da EADV. Estudos epidemiológicos
demonstraram que a psoríase está associada com excesso
de peso, e que o aumento da adiposidade e o ganho de peso
são fatores de risco para a incidência de psoríase.7-13 A ligação
entre psoríase e obesidade pode ser explicada parcialmente
pela inflamação sistêmica de baixo grau encontrada em
ambas essas situações. Além disso, em teoria, os mecanismos
inflamatórios induzidos pela obesidade podem exacerbar
as lesões psoriásicas em indivíduos com excesso de peso.14-16
Foi bem estabelecido que a psoríase está associada com
aumento da prevalência de fatores de risco cardiovascular
tradicionais como diabetes, hipertensão, hiperlipidemia,
tabagismo, obesidade e consumo excessivo de álcool.8,9,17-20
Existem também cada vez mais evidências, incluindo dados
do registro nacional dinamarquês, que a psoríase pode ser
um fator de risco independente para doença cardiovascular
aterosclerótica como infarto do miocárdio, acidente vascular
e mortalidade cardiovascular, sobretudo em adultos jovens
com psoríase grave.21-23 Assim como a psoríase, a aterosclerose
é caracterizada por inflamação promovida por células Th1,
tanto sistêmica como nas paredes arteriais e em placas
ateroscleróticas.14,24-25 Portanto, os mecanismos inflamatórios
da psoríase e da aterosclerose parecem apresentar um alto
nível de sobreposição.
A relação entre psoríase e doença renal é menos bem descrita.
Novas evidências indicam que os riscos de incidência de
insuficiência renal crônica e de insuficiência renal terminal
pode ser maior em pacientes com psoríase. Entretanto,
as evidências são conflitantes e baseiam-se apenas em
estudos de caso-controle em pequena escala e em estudos
populacionais maiores realizados no Reino Unido e em
Taiwan.26-31 O Dr. Ching-Chi Chi (Universidade Chang Gung,
A importância da perda de peso para o
tratamento da psoríase ainda não foi
determinada. Teoricamente, pacientes
com excesso de peso podem reduzir
a inflamação induzida pela obesidade
ao perder peso, com efeitos benéficos
sobre as lesões psoriásicas.
Taiwan) apresentou dados de um estudo populacional
maior baseado em um registro, que procurou avaliar o risco
de incidência de insuficiência renal crônica ou terminal em
pacientes com psoríase comparados com indivíduos de
controle saudáveis. O estudo incluiu 4.180 pacientes com
psoríase leve, 453 com psoríase grave e 922.354 controles
saudáveis. Após ajuste para comorbidades concomitantes
e tratamento com MTX, a razão de chances para psoríase
grave foi de 1,90 (intervalos de confiança de 95% 1,33 a 2,70),
e o riso entre indivíduos com psoríase leve foi comparável
ao dos controles. Os mecanismos de associação da psoríase
com doença renal são desconhecidos. Uma causa possível
são lesões inflamatórias em pequenos vasos renais. Durante
a discussão subsequente, os participantes concluíram que
os profissionais de saúde deve considerar a possibilidade
de nefrotoxicidade por MTX e ciclosporina, que são
frequentemente usados em psoríase moderada a grave.
Baseado nos conhecimentos atuais, os profissionais de saúde
talvez devam avaliar a possibilidade de indicar o rastreamento
de doença renal incipiente m pacientes com psoríase grave.
Entretanto, as evidências de associação com doença renal
ainda são escassas e baseadas sobretudo em estudos em
registros, que são propensos a diversos vieses de classificação
e não incluem variáveis clínico-laboratoriais ou patológicas
relevantes.
Outra sessão, conduzida pelos Profs. Wolf-Henning Boehncke
(Hospitais Universitários de Genebra, Suíça) e Richard Langley
focaram a psoríase e a síndrome metabólica. Durante a
sessão, o Prof. Wolf-Henning Boehncke referiu-se a dados
que demonstram que a perda ponderal pode contribuir
para diminuir a gravidade da psoríase. A importância da
perda de peso para o tratamento da psoríase ainda não foi
determinada. Teoricamente, pacientes com excesso de peso
podem reduzir a inflamação induzida pela obesidade ao perder
peso, com efeitos benéficos sobre as lesões psoriásicas.
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Além disso, a redução ponderal melhora significativamente
todos os componentes da síndrome metabólica, incluindo
diabetes, hipertensão arterial, e hiperlipidemia. Isso destaca
ainda mais a importância da perda ponderal em pacientes
obesos com psoríase.
O Prof. Wolf-Henning Boehncke mencionou dados de
relatos de caso de pacientes com psoríase e excesso de peso
submetidos a cirurgia bariátrica. Os resultados sugerem que
a psoríase pode melhorar com a perda de peso,32-37 mas ainda
existem poucos estudos randomizados nessa área. Apenas um
estudo analisou o efeito da perda ponderal sobre a psoríase
usando a gravidade da psoríase como principal critério de
avaliação.38 Os resultados mostraram perda de 15 kg em média
a mais que entre os controles e uma tendência a reduções
clinicamente significativas do escore PASI. Dados derivados
do mesmo estudo mostraram efeitos estatisticamente
significativos sobre diversos critérios cardiovasculares como
pressão arterial, frequência cardíaca em repouso, colesterol
total, triglicerídeos, glicose e hemoglobina glicosilada.39
O Dr. Peter Jensen (Universidade de Copenhagen, Dinamarca)
apresentou dados não publicados de um estudo de
extensão com ano de duração do estudo de perda ponderal
mencionado anteriormente.38 Os resultados mostraram que,
apesar da recuperação de 5 kg de peso, os efeitos iniciais
sobre o escore PASI foram mantidos.
Durante a discussão subsequente, os apresentadores e
diretores discutiram a importância da redução ponderam
em pacientes obesos com psoríase. O Prof. Ulrich Mrowietz
(Universitatsklinikum de Schleswig-Holstein, Campus de Kiel,
Alemanha) observou que a órientação sobre perda ponderal
já é parte integral do tratamento de pacientes com psoríase
e excesso de peso em toda a Alemanha. Também foram
discutidos os possíveis feitos benéficos dos anti-inflamatórios
sistêmicos sobre o risco cardiovascular, mas as pesquisas
disponíveis ainda são poucas.
Conclusão
Pesquisas apresentadas no 24º congresso da EADV em 2015
destacaram o quanto os pesquisadores progrediram na
compreensão do tratamento e das comorbidades da psoríase.
Os avanços poderão criar novas possibilidades para tratar a
doença de modo eficaz.
O autor Peter Jensen gostaria de agradecer à Profª. Lone Skov
(Gentofte Hospital, Copenhagen, Dinamarca) e à equipe do
International Psoriasis Council pela oportunidade de contribuir
para a edição e pela ajuda com o artigo. ■
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13
REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC
JANEIRO 2016
VO L 12 , N Ú MER O 1
RELATÓRIO DO 23º CONGRESSO MUNDIAL DE DERMATOLOGIA
Congresso Mundial mantém foco em avanços no diagnóstico e tratamento da psoríase
Associações de agentes biológicos
Mahir Patel, MD
em Dallas.
O Dr. Mahir Patel concluiu recentemente
um fellowship em pesquisa com foco
em psoríase sob supervisão dos Drs.
Alan Menter e Caitriona Ryan no Baylor
University Medical Center em Dallas,
EUA. Ele também possui bacharelado em
química do Austin College de Sherman,
Texas, e formou-se em medicina no
Southwestern Medical Center do Texas,
Várias abordagens ao diagnóstico e tratamento da psoríase
foram discutidas no 23º Congresso Mundial de Dermatologia,
realizando em Vancouver (Colúmbia Britânica, Canadá) em
junho de 2015. São resumidas a seguir as principais discussões
realizadas a psoríase que ocorreram no congresso.
Psoríase e comorbidades
dislipidemia, hipertensão, diabetes e esteatose hepática com
aumento de enzimas hepáticas. Antes de se iniciar tratamento
com agentes biológicos, todas essas comorbidades devem
ser avaliadas. Os efeitos do tratamento biológico sobre os
parâmetros metabólicos ainda não foi bem estabelecido, mas
os biológicos parecem ser mais seguros que os tratamentos
sistêmicos convencionais, sobretudo a longo prazo. Alguns
estudos mostraram melhora da sensibilidade à insulina em
pacientes tratados com etanercepte e adalimumabe após
24 semanas. Outros estudo mostraram que o tratamento
com TNF-α está associado a ganho de peso estatisticamente
significativo, mas o metotrexato e o ustequinumabe não
produzem nenhum efeito. O uso de agentes que agem
sobre TNF-α mostrou-se capaz de reduzir os biomarcadores
cardiovasculares e pode estar associado com diminuição
de doenças cardiovasculares em estudos epidemiológicos
preliminares; entretanto, são necessários estudos controlados
maiores e mais robustos para estabelecer esse efeito. Em
geral, são necessários mais estudos para estabelecer melhor
o efeito dos agentes biológicos sobre as comorbidades da
psoríase. Além do uso de agentes biológicos, intervenções
não-farmacológicas, ou ainda adotar outras modalidades
como como seguir a dieta mediterrânea e perda ponderal, que
melhorar a síndrome metabólica em pacientes com psoríase.
Além disso, foi demonstrado que medicamentos para perda
de peso (p.ex. TNF-α para IL-12/23) podem ter benefícios
farmacoeconômicos.
14
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Essa discussão abordou o uso de associações de agentes
biológicos em pacientes que não respondem inicialmente
ou deixam de responder a esses fármacos. Nesses casos, as
opções são intensificar o tratamento aumentando a dose ou
a frequência, associando outros tratamentos ou mudando
para outras classes. Algumas vantagens dos tratamentos
combinados são as respostas sinérgicas, redução das doses
de tratamentos individuais (diminuindo a toxicidade) e melhor
tolerância e adesão ao tratamento. Entre as desvantagens
estão problemas metabólicos e efeitos adversos aditivos.
Algumas combinações possíveis são medicamentos tópicos
mais agentes biológicos ou sistêmicos, sistêmicos mais
biológicos ou combinações de tratamentos convencionais
sistêmicos. A associação de metotrexato com agentes
biológicos é a única terapia de associação para qual a
evidência disponível é de grau I. Ela também é mais eficaz,
como foi demonstrado em 16 estudos clínicos.1 A terapia
combinada com retinoides possui menos evidências em
seu favor e é usada sobretudo em doença pustulosa e
palmoplantar. O aumento de eficácia também foi observado
com inibidores de TNF-α e IL-12/23 em associação com luz
ultravioleta B de banda estreita.2 A ciclosporina não é muito
usada em esquemas combinados, e as publicações sobre seu
uso incluem apenas 7 estudos não randomizados e relatos
de caso em um total de 94 pacientes. Os dados sobre o uso
combinado de agentes biológicos são poucos. Esse tipo de
combinação foi usado apenas para psoríase recalcitrante e
não é recomendado atualmente. O monitoramento ideal para
terapia combinada não foi estabelecido, e os médicos que
usam essa abordagem devem seguir as mesmas diretrizes
que para a monoterapia. Em geral, a monoterapia é preferida,
mas cada vez mais evidências suportam a administração
de um agente sistêmico a um biológico quando necessário.
Novos agentes biológicos altamente seletivos para IL-17
talvez mostrem-se igualmente eficazes quando usados em
monoterapia.
Agentes biológicos na gravidez
A maioria dos dados sobre o uso de inibidores de TNF-α na
gravidez são derivados de estudos em pacientes com artrite
reumatoide (AR) e doença de Crohn. Algumas limitações
desses estudos são o número pequeno de pacientes e o uso
de medicamentos concomitantes. A incidência de síndrome
VATER (anomalias ventriculares, atresia anal, defeitos
cardíacos, traqueoesofágicos, renais e em extremidades)
foi descrita em recém-nascidos de mães que receberam
antagonistas de TNF-α,3 mas esses resultados nunca foram
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VO L 12 , N Ú MER O 1
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reproduzidos e são considerados controversos. Em geral,
o tratamento anti-TNF-α é considerado seguro durante a
gravidez, mas deve ser usado com cautela.
O efeito desses fármacos sobre a imunidade neonatal não
é bem compreendido. Em um relatório de caso, um filho de
uma paciente de 28 anos com doença de Crohn refratária
que tomou infliximabe durante a gravidez morreu de um
processo granulomatoso com 4,5 meses de idade após
receber a vacina Bacillus Calmette- Guérin (BCG) aos 3
meses de idade. A vacinação com BCG é contraindicada em
indivíduos que utilizam drogas imunossupressoras.4 Outro
estudo mostrou que o infliximabe não atravessa a placenta
antes de 30 semanas, mas passa no terceiro trimestre. Os
fetos apresentam níveis detectáveis entre 2 e 7 meses.5
Portanto, recomenda-se adiar as vacinações com vírus vivo
em filhos de mulheres que receberam agentes anti-TNF-α
durante o terceiro trimestre e aguardar que o bebê atinja
7 meses de idade. O ustequinumabe e o secuquinumabe
devem ser evitados em pacientes grávidas ou que pretendam
engravidar, pois os dados disponíveis atualmente ainda são
limitados.
As vacinas vivas contêm
patógenos naturais atenuados, são
contraindicadas em pacientes que
usam agentes biológicos e devem
ser tomadas 2 a 4 semanas antes do
início dos inibidores de TNF-α.
Agentes biológicos e vacinação
As vacinas vivas contêm patógenos naturais atenuados, são
contraindicadas em pacientes que usam agentes biológicos
e devem ser tomadas 2 a 4 semanas antes do início dos
inibidores de TNF-α. Se as vacinas vivas forem necessárias,
deve-se aguardar 1 a 3 meses antes de se administrar um
agente biológico. As vacinas inativadas são seguras durante
o uso de agentes biológicos, mas a resposta global pode ser
comprometida.6
Uso perioperatório de agentes biológicos
Alguns estudos analisaram o uso perioperatório de agentes
biológicos. A maioria deles envolveu o uso de inibidores
de TNF-α em pacientes com doença inflamatória intestinal
(DII) e AR.- A maioria dos estudos não revelou aumento
estatisticamente significativo do risco de complicações pós-
operatórias em termos de infecção ou retardo de cicatrização
de feridas. Entretanto, foi observada uma ligeira tendência
de aumento de infecções e retardo de cicatrização pósoperatória. Na literatura reumatológica, a maioria das revisões
recomenda interromper os inibidores TNF-α 1 semana antes e
2 a 4 semanas após a cirurgia.
Agentes biológicos e eventos adversos
Os eventos adversos mais preocupantes em pacientes que
usam agentes biológicos são infecções e malignidade. O risco
de infecção é mais evidente, mas o risco de malignidade é
menos claro. Dados de 11.466 pacientes tratados com agentes
biológicos no registro PSOLAR, que foram acompanhados
por ate oito anos, mostraram aumento cumulativo da
incidência de infecções graves de 1,45 por 100 pacientes-ano.
As infecções graves mais documentadas foram pneumonia
e celulite.7 Os dados foram analisados e estratificados por
agente biológico, mostram incidência de 0,83, 1,47, 1,97 e
2,49 por 100 pacientes-ano nas coortes ustequinumabe,
etanercepte, adalimumabe e infliximabe, respectivamente.
Em geral, os pacientes que usam agentes biológicos devem
ser cuidadosamente monitorados. O tratamento deve ser
interrompido se houver infecção grave ou sepse e nunca deve
ser iniciado se houver infecção ativa.
Existe um possível risco de aumento da incidência de linfoma
associada a agentes biológicos, e esse risco confunde-se
com o risco de linfoma inerente apenas à psoríase. Não se
recomenda iniciar um agente biológico em um paciente com
linfoma ou história de linfoma. Entretanto, o tratamento de
pacientes com história de tumores de órgãos sólidos parece
promissor, mas os dados disponíveis ainda são preliminares.
Em um estudo de coorte de pacientes com AR e história de
câncer de mama realizado em um único país, as pacientes
que iniciaram tratamento com inibidores de TNF-α não
apresentaram mais recorrência de câncer de mama que as
pacientes com AR que receberam outros tratamentos.8
Não se sabe se esses resultados podem ser generalizados.
Recomenda-se que os pacientes discutam o uso de agentes
biológicos com seus oncologistas, avaliem o impacto geral
da psoríase em suas vidas e do risco de permanecer sem
tratamento. Atualmente, os pacientes com psoríase que usam
agentes biológicos devem ser rastreados precocemente para
detectar câncer de pele segundo as diretrizes da American
Cancer Society, da mesma forma que a população geral.
Os agentes anti-TNF-α devem ser receitados cautelosamente
a pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) estágio
III ou IV, e sua utilização deve ser discutida com o cardiologista
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do paciente antes do início do tratamento. Segundo a
literatura, o risco de piora da ICC em pacientes que usam
agentes anti-TNF-α varia, mas parece ser maior em pacientes
idosos. Uma história prévia de ICC quadruplica o risco de
morte em pacientes que usam agentes biológicos anti-TNF-α
em comparação com metotrexato. Uma grande meta-análise
recente de estudos randomizados controlados de agentes
bioógicos não mostrou nenhum aumento do risco de ICC.9
Psoríase e doença cardiovascular
Muitas evidências científicas e clínicas disponíveis hoje indicam
que pacientes com psoríase moderada a grave apresentam
risco maior de doença cardiovascular (CV). O aumento é
observado em todas as idades, mas parece ser mais acentuado
em homens mais jovens. Mesmo quando fatores risco CV
tradicionais são controlados, ainda existe um risco atribuível
de 6,2% de eventos adversos cardíacos graves (EACG) em
10 anos. Isso é mais uma evidência de que a psoríase é um
fator de risco independente para doença CV. Em um estudo
clínico que comparou os escores de calcificação de artérias
coronárias em pacientes com e sem psoríase, os portadores
de psoríase apresentaram escores maiores que controles do
mesmo sexo idade, nenhum dos quais apresentava doença
cardiovascular.10 Talvez o tópico mais discutido relacionado
à patogênese da psoríase que mediadores e células próinflamatórias são encontradas tanto na psoríase como em
placas de aterosclerose (macrófagos, células dendríticas e
células TH1, TNF, Treg).11 A inflamação também é encontrada
em toda a vasculatura sistêmica em imagens de PET e TC, o
que também pode explicar a inflamação CV.12
Portanto, o tratamento correto da doença CV é parte integral
do tratamento de pacientes com psoríase moderada a grave.
Para os dermatologistas, é imprescindível orientar o paciente
e outros profissionais de saúde sobre as associações com
doença cardiovasculares e outras comorbidades, com ênfase
na prevenção e acompanhamento cuidadoso da pressão
arterial. A glicemia e os lipídios também devem ser checados
anualmente. Além disso, modificações de estilo de vida
também devem ser discutidas, incluindo dieta, consumo de
álcool e perda de peso. Até agora, não se definiu nenhum
papel definitivo do tratamento sistêmico em reduzir o risco
cardiovascular, mas estudos clínicos continuam avaliando essa
possibilidade. Ainda não foi identificado nenhum biomarcador
comprovadamente capaz de monitorar o risco CV; portanto,
deve-se procurar doença CV em todos os pacientes com
doença moderada a grave.
Psoríase pediátrica
16
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A dermatologista pediátrica Drª. Amy Paller (Universidade
Northwestern, Illinois, Estados Unidos) informou que a
psoríase afeta 0,4% a 7% dos EUA e frequentemente não é
diagnosticada. Apenas 9,4% dos pacientes são diagnosticados
antes do encaminhamento. O acometimento facial é mais
comum na psoríase pediátrica e é a única manifestação em
4% a 5% dos pacientes. O envolvimento da área das fraldas
deve-se ao fenômeno de Koebner secundário a fezes e urina
e muitas vezes desaparece quando a criança deixa de usar
fraldas.
Não existem dados sobre recorrência subsequente em fases
posteriores davida. A prevalência de psoríase gutata é maior
(~30%), e ela geralmente ocorre 1 a 3 semanas após infecção
estreptocócica. A doença pode se resolver espontaneamente,
mas até 40% podem progredir para psoríase em placas.13
Talvez o tema mais discutido da
patogênese da psoríase seja o
fato de que mediadores e células
semelhantes serem encontrados
tanto na psoríase como em placas de
aterosclerose.
Comorbidades em psoríase pediátrica
As comorbidades não foram tão bem estudadas em
populações pediátricas como entre adultos, mas as
implicações são semelhantes. Estudos mostraram que na
população pediátrica o efeito psicológico é profundo, com
aumento dos riscos de depressão, ansiedade e transtorno
bipolar.14 A artrite psoriásica também é observada em
pacientes pediátricos, e a maioria dos casos é classificada
como artrite idiopática juvenil (AIJ). A doença de Crohn
também é mais incidente em pacientes com psoríase, mas
o mesmo não ocorre com a colite ulcerativa. Dermatite
psoriasiforme induzida por inibidor de TNF-α também
é observada em populações pediátricas. As lesões têm
predileção pela pele periorificial, do escalpo, dorso das mãos
e dos pés e unhas, além da pustulose palmoplantar. Algumas
teorias propostas para explicar a patogênese da dermatite
induzida por inibidores de TNF-α são aumento da expressão de
interferon, polimorfismos homozigotos de IL-23R com menos
HLA-CW*602 ou uma infecção predisponente envolvendo,
por exemplo, estreptococos ou estafilococos.15 A associação
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entre psoríase e doença metabólica foi bem estabelecida
na psoríase em populações de adultos, mas cada vez mais
evidências indicam que o mesmo ocorre em populações
pediátricas. Vários estudos mostraram incidência maior
de obesidade em crianças com psoríase.16 Demonstrou-se
também que a psoríase pediátrica é mais comum entre
crianças obesas, com razão de chances (RC) de 1,31, 1,39 e
1,78 com excesso de peso, obesidade moderada e obesidade
extrema.17 Além disso, a gravidade da psoríase também pode
contribuir para explicar o risco de obesidade, sendo que o
risco de obesidade é maior em pacientes com formas graves
da doença.16 Entretanto, o conceito de que a perda de peso
pode contribuir para melhorar psoríase ainda é controverso.
As incidências de hiperlipidemia, diabetes e concentrações de
lipídios também são maiores em populações pediátricas.18,17 As
recomendações atuais de acompanhamento e tratamento de
pacientes pediátricos com psoríase incluem registro do IMC e
da circunferência da cintura, monitoramento laboratorial dos
lipídios e glicemia de jejum e recomendar um estilo de vida
saudáveis para crianças com psoríase e excesso de peso.
Medicamentos sob investigação
Outra discussão focou nos dados do estudo UNCOVER 1,
que avaliou a eficácia do ixequizumabe como manutenção
após 60 semanas. Pacientes tratados com Ixequizumabe
que obtiveram sPGA (0,1) ou PASI 75 na semana 12 que foram
tratados posteriormente com a droga a intervalos de 4 ou 12
semanas mantiveram respostas PASI 75 de 86,2% e 87,9% na
semana 60, respectivamente.19 Também foram apresentados
dados sobre pensamentos e comportamentos suicidas. Em
mais de 6.000 pacientes-ano de exposição ao ixequizumabe,
não houve nenhum suicídio até agora. Além disso, a incidência
de pensamentos e comportamentos relacionados ao
suicídio de todos os pacientes do estudo clínico é compatível
compatíveis com os resultados descritos em um estudo de
coorte que acompanhou uma população de pacientes com
psoríase.20
A segurança, a eficácia e a evolução clínica descrita pelo
paciente em até 52 semanas de tratamento com tofacitinibe,
um inibidor oral de Janus quinase, para psoríase crônica em
placas, também foram apresentadas.
Dois grupos de pacientes foram randomizados para duas
doses diárias de 5 mg ou 10 mg. Após 52 semanas, ambos os
grupos de tratamento apresentaram perfis de segurança
semelhantes. Os eventos adversos mais comuns descritos
foram nasofaringite, infecção do trato respiratóri0o alto e
aumento de creatina fosfoquinase no sangue. Entretanto,
não se observou nenhuma alteração clinicamente significativa
nos parâmetros laboratoriais, incluindo contagem de
neutrófilos, creatina fosfoquinase e LDL. A manutenção
da resposta também foi demonstrada, com PASI 75 de
59% e 43% na semana 16, contra 52% e 40% nos grupos que
receberam tofacitinibe 5 mg ou 10-mg-duas vezes por dia,
respectivamente, na semana 52. Os pacientes que receberam
placebo inicialmente foram tratados com tofacitinibe na
semana 28, e os não-respondedores (PASI <75) foram retirados
do estudo.21
Os resultados de fase 3 dos estudos ESTEEM 1 e 2 do
apremilaste mostraram taxas modestas de PASI 75 de 33,1%
e 28,8%, respectivamente, em pacientes que receberam
apremilaste 30 mg 2x/dia. Os dados de segurança mostraram
maior incidência de diarreia, náusea e cefaleia. Esses eventos
foram frequentes, mas nenhum caso foi caracterizado como
evento adverso sério nem levou à interrupção do tratamento.
Além disso, os dados de segurança de dois anos oferecem
fortes evidências de que o medicamento é bem tolerado,
e os relatos de feitos colaterais são raros. Os estudos
ESTEEM 2 também apresentaram resultados estatisticamente
significativos para apremilaste em doença palmoplantar, com
PGA de 0 ou 1 em 65,4% dos pacientes.22,23
Secuquinumabe
Os resultados de dois estudos de fase 3 que avaliaram o
secuquinumabe, um inibidor de interleucina 17A, também
foram discutidos. Nos estudos ERASURE (Efficacy of Response
and Safety of Two Fixed Secukinumab Regimens in Psoriasis) e
FIXTURE (Full Year Investigative Examination of Secukinumab
vs Etanercept Using Two Dosing Regimens to Determine
Efficacy in Psoriasis), os pacientes foram randomizados para
tratamento com 150 ou 300 mg de secuquinumabe. No grupo
que recebeu 300 mg, as respostas PASI 75 foram mais comuns
que no grupo tratado com 150-em mais de 10% em ambos os
estudos. A resposta PASI máxima foi observada na semana 16
no grupo de dose de 300-mg.
O PASI 75 foi atingido em 86,1% e 86,7% dos pacientes nos
estudos ERASURE e FIXTURE, respectivamente. A eficácia
também se manteve, com escores PASI 75 semelhantes
nas semanas 12 e 52. 74,3% e 78,6%, respectivamente. Além
disso, dados coletivos de ambos os estudos demonstraram
que a dose de 300 mg age precocemente, reduzindo o PASI
médio em 50% na semana 3. Além disso, a dose de 300 mg
mostrou-se mais eficaz nos dois grupos de peso corporal:
<90 kg e >90 kg. O tratamento de comparação consistiu em
início do tratamento conforme necessário após recorrência e
mostrou-se ineficaz.
S aber mais | Cuidar melhor
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Pacientes tratados a intervalos fixos apresentaram resposta
de IgA e PASI melhores que aqueles tratados “conforme
necessário”, tanto no grupo de 150 mg como no de 300
mg. Houve alguns raros relatos de eventos adversos,
especialmente infecções por cândida, a maioria das quais foi
de gravidade leve ou moderada.24 Esse achado é esperado,
pois erros inatos da imunidade anti-IL-17 se manifestam como
candidíase mucocutânea crônica.25
5 mg/kg IV; a 7ª coorte foi randomizada para receber
0,25 mg/kg ou 1 mg/kg por via subcutânea. Na semana 12,
observaram-se respostas PASI 75, 90 e 100 em 87%, 58% e
16% dos pacientes, respectivamente, com qualquer dose. Os
eventos adversos foram semelhantes em todos os grupos
de tratamento, incluindo o grupo placebo. Quatro eventos
adversos sérios foram observados, mas nenhum deles foi
classificado como relacionado com o tratamento.27
Brodalumabe
Patogênese e IL-36
Vários estudos fundamentais de medicamentos experimentais
nos estágios finais de desenvolvimento clínico foram
discutidos, incluindo os resultados de uma extensão aberta
de um estudo de fase 2 do brodalumabe, um inibidor de
IL-17R. Esses resultados foram apresentados logo depois
de a Amgen anunciar o encerramento de sua parceria com
a AstraZeneca para desenvolvimento do brodalumabe
devido a “eventos de ideação e comportamento suicida no
programa brodalumabe”. Desde então, a AstraZeneca e a
Valeant Pharmaceuticals International Inc. concordaram
em continuar desenvolvendo o medicamento. Segundo os
resultados apresentados no Congresso Mundial, na semana
144 os resultados mostraram que 181 pacientes com psoríase
em placas apresentaram respostas prolongadas. Durante
a fase de extensão do estudo, os pacientes receberam 210
mg a cada 2 semanas, exceto aqueles com 100 kg ou mais,
que receberam 140 mg a cada 2 semanas e nos quais era
permitido aumentar a dose para 210 mg se a resposta fosse
inadequada. Uma resposta PASI 100 foi descrita em 62,9%
dos pacientes na semana 12, 61,8% na semana 48 e 51,4% na
semana 144. Também na semana 144, respostas PASI 75 foram
observadas em 85,4% dos pacientes, PASI 90 em 73,6% e PASI
100 em 51,4%, comparado com 95,4%, 85,1% e 62,9% na semana
12, respectivamente. Os eventos adversos mais frequentes
foram nasofaringite, infecção do trato respiratório alto e
cefaleia durante a fase de indução, que durou 12 semanas.
No momento em que os resultados foram liberados, nenhum
evento fatal havia sido descrito.26
BI 655066
O BI 655066 é um anticorpo monoclonal humano anti-IgG1
específico para IL-23p19, que foi investigado em um estudo
randomizado de fase 1, duplo-cego, de dose única crescente e
controlado por placebo realizado como parte de um estudo de
coorte de dose. Trinta e nove pacientes receberam uma dose
única do medicamento por via subcutânea ou intravenosa.
As primeiras seis coortes de pacientes foram alocadas
aleatoriamente para tratamento com 0,01, 0,05, 0,25, 1, 3 ou
18
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As lesões psoriásicas de pele mostram aumento da
expressão do cluster gênico IL-17/TNF, mas a maioria deles
é inespecífico e encontrado também em outras doenças
cutâneas inflamatórias como eczema e líquen plano, que
apresentam sobreposição de genes e vias inflamatórias. Na
comparação da psoríase com outras doenças de pele, o IL-36
é o gene expresso de forma mais destacada na psoríase em
comparação com outras doenças de pele. O IL-36 apresenta
expressão gênica mais elevada, é mais visível à histoquímica e
seus níveis séricos são maiores na psoríase. Portanto, o IL-36
poderá se tornar um importante biomarcador para psoríase,
tanto para diagnóstico como para monitoramento da doença.
Outra possibilidade é investigá-lo como alvo terapêutico.28 ■
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REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC
JANEIRO 2016
VO L 12 , N Ú MER O 1
NOTÍCIAS DO IPC
Conselho diretor do IPC nomeia
Christy Langan como nova CEO
Christy Langan, que já exerceu vários
cargos no IPC desde 2009, inclusive
CEO interina na segunda metade de
2015, foi nomeada CEO pelo conselho
diretor do IPC.
Christy Langan também foi chief
operating officer do IPC nos últimos dois anos e possui mais
de 20 anos de experiência em administração de entidades
filantrópicas, inclusive cargos de liderança com duas
organizações de destaque nos EUA: a National Psoriasis
Foundation e a Points of Light Foundation. Também foi
diretora executiva da Volunteer San Diego.
Na National Psoriasis Foundation, Christy Langan trabalhou
em vários cargos, incluindo diretora sênior de educação e
divulgação, onde foi responsável por desenvolver e gerenciar
programas educativos para pacientes e profissionais de
saúde, e diretora de relações corporativas, onde promoveu
suporte à organização e desenvolveu parcerias com a indústria
farmacêutica pra desenvolver programas de divulgação e
conscientização.
“Christy traz ao IPC diversas habilidades, espírito
empreendedor e paixão por melhorar as vidas das pessoas
que convivem com a psoríase”, disse o Prof. Chris Griffiths,
presidente do conselho do IPC. “Sua capacitação e anos
de experiência no IPC são ativos valiosos, que ajudarão a
promover a visão do IPC e melhorarão o conhecimento
científico sobre a psoríase, ajudando a cuidar melhor dos
pacientes no mundo inteiro.” ■
ACESSO AO TRATAMENTO
IPC decepcionado com decisão do Medicare/
Medicaid sobre reembolsos de biossimilares
Membros do Grupo de Trabalho em Biossimilares do
IPC expressaram preocupação com os regulamentos
finais emitidos pelo Center for Medicare and Medicaid
Services (CMS) dos EUA sobre a tabela de reembolso para
medicamentos biossimilares.
Os biossimilares são bastante semelhantes a drogas
já existentes (de referência). As diferenças entre os
compostos são poucos, e eles devem produzir resultados
clínicos semelhantes. Foram desenvolvidos agentes
biossimilares para várias doenças, incluindo a psoríase, e
20
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esses medicamentos estão começando a ser introduzidos
no mercado. Em comentários enviados à CMS antes da
regulamentação final emitida em 30 de outubro, o Grupo de
Trabalho de Biossimilares e 80 outros grupos médicos e de
outros interessados manifestaram-se preocupados com o
plano da agência de colocar todos os produtos biossimilares
de um mesmo produto de referência sob um mesmo código.
Os participantes pediram ao CMS que reembolsasse os
biossimilares como produtos separados, que deveriam
receber códigos separados para garantir o monitoramento
preciso de cada droga. Entretanto, o CMS recusou-se a
mudar a regra de reembolso, que entrou em vigor em 1º de
janeiro de 2016.
“Estamos decepcionados porque o CMS elaborou a tabela
de reembolsos sem incluir alterações que consideramos
necessárias para garantir uma farmacovigilância precisa
de cada biossimilar e para garantir o desenvolvimento
competitivo de biossimilares seguros e eficazes”, disse o
Conselheiro do IPC Andrew Blauvelt, MD, diretor do grupo de
trabalho. “Continuaremos acompanhando o assunto junto
ao CMS e examinaremos outros temas relevantes, como a
extrapolação e e a equivalência em todos os aspectos do
desenvolvimento dos biossimilares na prática clínica”. ■
TRATAMENTO DE PACIENTES
Registro pediátrico prospectivo
Em uma reunião realizada durante um dia em Londres, o
IPC deu os primeiros passos para criar um registro global de
psoríase pediátrica. O evento incluiu uma revisão dos três
registros de psoríase existentes: o Retrospective Pediatric
Psoriasis Registry, do IPC; o Biologic Interventions da
Sociedade Britânica de Dermatologistas e o registro Pso-BEST,
da Alemanha.
As informações e lições aprendidas com esses registros serão
usadas para orientar o desenvolvimento do Registro Global
de Psoríase Pediátrica (Global Pediatric Psoriasis Registry) do
IPC. Participaram do comitê os conselheiros do IPC Amy Paller
e Bruce Strober (ambos dos EUA) e Marieke Seyger, dos Países
Baixos. ■
Elas voltaram! Mesas-redondas Hot Topics do IPC
Desde 2005, o IPC realiza ocasionalmente mesas-redondas
“Hot Topic Roundtable”, que proporcionam excelentes
oportunidades para troca de ideias entre conselheiros e
parceiros do IPC sobre temas essenciais para o avanço das
REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC
JANEIRO 2016
VO L 12 , N Ú MER O 1
NOTÍCIAS DO IPC
Os Conselheiros do IPC César Gonzalez (Colômbia), Nancy Podoswa
(México), Claudia de la Cruz (Chile) e a especialista
local Gladys Leon Dorantes (México) participaram da MesaRedonda IPC Hot Topics em Copenhagen.
pesquisas, educação e tratamento da psoríase. Alguns
tópicos já discutidos forma fenótipos, obesidade em
pacientes com psoríase, comorbidades da doença e drogas
biossimilares. As discussões incluem debate de soluções a
problemas e dos principais assuntos, tanto globais como
relativos a países específicos. Os eventos de mesa-redonda
são facilitados para incentivar a troca de informações entre
os participantes e, ao final do evento, criar uma declaração
de posição ou propor uma solução para um determinado
problema. O IPC patrocinou duas mesas-redondas no mês de
outubro:
•C
onselheiros do IPC da América Latina e de outras regiões
se reuniram antes do congresso da Academia Europeia
de Dermatologia e Venereologia (EADV) realizado em
Copenhagen, na Dinamarca, para uma sessão “Hot Topics”
intitulada Biossimilares na América Latina. Na reunião,
que continuou o foco do IPC no papel dos biossimilares no
tratamento da psoríase no mundo inteiro, representantes
de fabricante de agentes biológicos, tanto originais como
similares, discutiram suas perspectivas quanto à ciência,
processos de fabricação, desenvolvimento de ensaios
clínicos e estratégias para ingresso no mercado. Esses
tópicos levaram a uma discussão dos benefícios desafios
da introdução de biossimilares no mercado de psoríase
na América Latina. A reunião culminou com a formação
de um novo grupo de trabalho do IPC, que terá esse tema
como foco, assim como vários simpósios educativos que
serão apresentados em eventos regionais de dermatologia
durante o ano de 2016. Um manuscrito sobre o assunto
está sendo elaborado.
•O
IPC continua trabalhando para desenvolver
conhecimento s e melhorar o tratamento de pacientes com
psoríase. Seu principal foco é definir e balizar expectativas
para a saúde geral de pacientes com psoríase. No final
de outubro, o IPC organizou a Mesa-Redonda Hot Topics,
intitulada “Definindo Expectativas para os Resultados
do Tratamento: Foco na Saúde Geral de Pacientes com
Psoríase.” Os tópicos abordados incluíram o tratamento
eficaz para manter a saúde geral, incluindo questões
psicossociais, comorbidades, como melhorar a adesão ao
tratamento e obter os melhores resultados possíveis. Vinte
conselheiros do IPC compareceram à discussão. O evento
foi dirigido pelos membros do IPC Craig Leonardi e Bruce
Strober. Um manuscrito também está sendo elaborado. ■
PESQUISA
Simpósio do IPC foca a epidemiologia da psoríase
Especialistas em psoríase do Reino Unido, Alemanha, Itália
e Países Baixos lideraram discussões sobre a epidemiologia
da psoríase durante um simpósio patrocinado pelo IPC e
realizado n0 45º congresso anual da Sociedade Europeia de
Pesquisa Dermatológica (ESDR) em setembro em Roterdã,
nos Países Baixos. O simpósio “Epidemiologia da Psoríase:
Criando um Atlas Global de Psoríase” abordou temas como
a relação temporal da epidemiologia da psoríase no Reino
Unido, com foco em estudos populacionais que empregaram
o Clinical Practice Research Datalink; o uso de dados de
várias fontes para caracterizar a epidemiologia da psoríase,
lições aprendidas em estudos da epidemiologia da dermatite
Simpósio do IPC em setembro sobre a epidemiologia da psoríase,
com (atrás, da esquerda para direita) Conselheiro do IPC Luigi
Naldi, Presidente do IPC Chris Griffiths, Carsten Flohr e Darren
Ashcroft; na frente, Conselheiro do IPC Matthias Augustin (à
esquerda) e Tamar Nijsten.
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REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC
JANEIRO 2016
VO L 12 , N Ú MER O 1
NOTÍCIAS DO IPC
atópica, insights sobre a epidemiologia clínica da psoríase
obtidos de dados de registros e a associação entre psoríase e
doença cardiovascular.
Chris Griffiths (Manchester, Reino Unido), presidente da
diretoria IPC, liderou uma discussão sobre o Atlas Global de
Psoríase, um programa de pesquisa internacional que visa a
definir o impacto total da psoríase. O Atlas é uma iniciativa
conjunta do IPC, da Liga Internacional de Sociedades de
Dermatologia (ILDS) e da Federação Internacional de
Associações de Psoríase (IFPA). Os palestrantes dessa seção
foram o Prof. Darren Ashcroft (Manchester, Reino Unido),
Prof. Matthias Augustin (Hamburgo, Alemanha), Dr. Carsten
Flohr (Londres, Reino Unido), Prof. Luigi Naldi (Bérgamo,
Itália) e Prof. Dr. Tamar Nijsten (Roterdã, Países Baixos). O
projeto Atlas Global da Psoríase começará a ser desenvolvido
em 2016. ■
British Journal of Dermatology publica dois artigos
do IPC
Dois artigos enviados no International Psoriasis Council
foram publicados online pelo British Journal of Dermatology e
aparecerão em edições impressas da revista.
O primeiro artigo, intitulado “Prioritizing the global research
agenda in psoriasis: An International Psoriasis Council
Delphi consensus exercise”, apresenta os resultados de uma
pesquisa do IPC que identificou as 21 maiores prioridades
para pesquisas futuras sobre a psoríase. O IPC lançou a
pesquisa porque existem lacunas no entendimento da
doença, explicou o autor principal Dr. Bruce Strober, diretor
do departamento de dermatologia da Universidade de
Connecticut e membro da diretoria do IPC. “A lista dará a
instituições e indivíduos um visão melhor das necessidades
mais prementes e importantes para pesquisa em psoríase”.
explora a ciência por trás do desenvolvimento pré-clínico dos
biossimilares. Nesse artigo, os conselheiros do IPC discutem
esse avanço e oferecem sugestões sobre como produzir
biossimilares de alta qualidade de modo padronizado.
Embora a Food and Drug Administration ainda não tenha
aprovado nenhum biossimilar para psoríase, a agência
definiu uma via de aprovação para o medicamento. Na
Coreia do Sul, a empresa farmacêutica Celltrion solicitou
ao FDA a aprovação do Remsima, uma versão biossimilar
do medicamento antipsoriásico infliximab (Remicade).
A decisão deverá ser emitida em breve. O Celltrion já foi
aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e é
comercializado na Europa.
Ambos os artigos estão disponíveis no The British Journal of
Dermatology através da Wiley Online Library. O artigo sobre
as prioridades em pesquisa do IPC estão disponíveis em bit.
ly/DelphiPaper, e artigo sobre biossimilares está em bitly.
com/ IPCbiosimilars. ■
EDUCAÇÃO E DIVULGAÇÃO
Programa Encontro com Especialistas
Manchester, Reino Unido
Em julho, o IPC patrocinou um Encontro com Especialistas
como parte de sua participação na 95ª reunião da British
Association of Dermatologists. Alguns temas discutidos
foram “O impacto das comorbidades hepáticas no
tratamento da psoríase”, “Uma criança com artrite
psoriásica e psoríase”, “psoríase grave e malignidade
Para essa pesquisa, o IPC usou o método Delphi, uma
técnica que emprega uma série de discussões realizadas
anonimamente por escrito para colher dados de um painel
de especialistas e, eventualmente, chegar a um consenso.
O IPC consultou especialistas em psoríase do mundo inteiro
que são membros do conselho. Após várias votações
on-line, os participantes chegaram a um consenso sobre
21 prioridades. As prioridades, cada uma acompanhada de
um abstract, são resumidas em www.psoriasiscouncil.org/
Delphi2014.
O segundo artigo, intitulado “Biosimilars for psoriasis:
pre-clinical analytical assessment to determine similarity,”
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O Encontro com Especialistas em Manchester contou com
excelente participação do público. Entre os palestrantes, estavam
(esq. p/dir.) Ruth Murphy, Elise Kleyn, Jonathan Barker, Brian Kirby
e Chris Griffiths.
REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC
JANEIRO 2016
VO L 12 , N Ú MER O 1
NOTÍCIAS DO IPC
Da esquerda para direita: Conselheiros do IPC Charles Lynde,
Claus Zachariae e Lars Iversen comparecem ao Encontro com
Especialistas em Copenhagen.
concomitante” e “um caso difícil de Manchester envolvendo
o eixo cerebrocutâneo”. O moderador das discussões foi
Chris Griffiths, presidente do conselho do IPC. O painel
contou com Jonathan Barker (St John’s Institute of
Dermatology do King’s College de Londres), Ruth Murphy
(Hospital da Universidade de Nottingham), Brian Kirby
(Hospital da Universidade St. Vincent’s de Dublin, Irlanda) e
Elise Kleyn (Universidade de Manchester).
Copenhagen, Dinamarca
Lars Iversen (Hospital da Universidade de Aarhus, na
Dinamarca) conduziu o programa Encontro com Especialistas
durante o 24º Congresso da Academia Europeia de
Dermatologia e Venereologia. Foram discutidas as relações
entre psoríase e complicações renais, comorbidades renais,
melanoma maligno e agentes biológicos. O painel contou
com os Conselheiros do IPC Claus Zachariae (Hospital
Gentofte, Copenhagen, Dinamarca), Lluís Puig (Hospital de la
Santa Creu i Sant Pau, Barcelona, Espanha) e Charles Lynde
(Universidade de Toronto, Markham, Canadá). ■
Os profissionais de saúde participantes do workshop
puseram em práticas habilidades e estratégias de
comunicação. Após discutir a psoríase, as comorbidades e
os comportamentos associados a elas, o grupo aprendeu a
usar a técnica da entrevista motivacional, uma abordagem
focada no paciente e baseada em evidências que visa a
ajudar as pessoas a realizar mudanças positivas em seus
comportamentos relacionados à saúde. Os participantes
foram incentivados a incorporar essas habilidades em sua
clínica de pacientes com psoríase. A oficina foi realizada pela
Conselheira do IPC Christine Bundy e Anna Chisholm, duas
especialistas em medicina comportamental da Universidade
de Manchester. A Federação Internacional de Associações de
Psoríase (IFPA) realiza sua conferência mundial a cada três
anos em Estocolmo. O evento conta com a participação de
dermatologistas e reumatologistas do mundo inteiro e tem
como tema o esclarecimento de diversos aspectos científicos
da psoríase. Para saber mais sobre o IMPACT Psoriasis,
acesse http://www.impactpsoriasis.org.uk. ■
Especialistas em psoríase se reúnem no Irã
Mais de 60 dermatologistas iranianos participaram do
Primeiro Seminário Nacional sobre Psoríase em Rasht, no
dia 5 de novembro. O evento foi organizado pelo Dr. Omid
Zagari, conselheiro do IPC, e pelo dermatologista Dr. Narges
Alizadeh, ambos de Rasht. Os palestrantes eram especialistas
em psoríase das universidades de ciências médicas de Shahid
Beheshti e Guilan. Os eventos focaram diversos aspectos da
psoríase, como o fenótipo, doenças que simulam a psoríase,
artrite psoriásica e novos tratamentos. ■
Profissionais de saúde aprendem novas estratégias
terapêuticas em workshop patrocinado pelo IPC
As estratégias para motivar pacientes com psoríase a adotar
comportamentos que melhorem sua saúde foram o foco de
uma oficina de treinamento patrocinada pelo IPC durante a
Conferência Mundial de Artrite e Artrite Psoriásica, realizada
em julho em Estocolmo, na Suécia.
O Workshop de Treinamento Pso Well foi realizado em
parceria com o IMPACT Psoriasis, um programa de pesquisa
da Universidade de Manchester, no Reino Unido.
O novo conselheiro do IPC Dr. Omid Zargari (segundo da esquerda)
e seu colega iraniano compareceram ao primeiro seminário
nacional sobre psoríase em Rasht, no Irã.
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REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC
JANEIRO 2016
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NOTÍCIAS DO IPC
NUEVOS CONSEJEROS DEL IPC
Wei-Sheng Chong, MBBS, MMed, MRCP,
FAMS, FRCP
Cingapura
O Dr. Wei-Sheng Chong é
dermatologista e diretor da unidade
de fotodermatologia do National
Skin Centre de Cingapura e também
da unidade de dermatologia do
departamento de clínica geral do
hospital de Khoo Teck Puat. Ele
obteve bacharelado em medicina e cirurgia pela Universidade
Nacional de Cingapura em 1997 e lecionou na Escola de
Medicina Yong Loo Lin da mesma universidade, na escola
Duke NUS de pós-graduação em medicina e no Programa de
Residência em Medicina de Família do National Healthcare
Group, também em Cingapura.
Além desses cargos, o Dr. Wei Cheng Chong é consultor
médico da Associação de Psoríase de Cingapura, fellow da
Academia Asiática de Dermatologia e Venereologia e membro
do corpo docente da F1000Prime, cujos membros classificam
e explicam os principais artigos em ciências biomédicas. Ele
também é um palestrante reconhecido internacionalmente,
escreveu capítulos de livros, compilou um manual sobre
doenças de pele comuns e publicou mais de 70 artigos em
revistas científicas de Cingapura e do resto do mundo. Além
de vários outros prêmios, ele recebeu o Prêmio Excelência
em Ação do National Healthcare Group. Seus interesses de
pesquisa são a fotdermatologia e a psoríase.
Kristina Callis Duffin, MD, MS
Salt Lake City, Utah, Estados Unidos
A Drª. Kristina Duffin possui títulos
de especialista em dermatologia
e medicina interna e leciona como
professora adjunta da Universidade
de Utah, em Salt Lake City. Ela
é codiretora da Utah Psoriasis
Initiative, um projeto de pesquisa
que procura correlacionar as
características fenotípicas e genotípicas da psoríase. Seu
principal foco é o tratamento da psoríase empregando
todas as abordagens disponíveis. Ela já participou como
pesquisadora responsável ou adjunta de mais de 40 ensaios
clínicos, a maioria deles de agentes para tratamento da
psoríase. A Drª. Kristina Duffin é uma palestrante renomada
no mundo inteiro e pertence a vários comitês da National
24
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Psoriasis Foundation dos EUA, incluindo os de consultoria
médica e editorial. De 2011 a 2013, ela recebeu a bolsa
“Translational Comparative Effectiveness Research Scholars”.
A Drª. Kristina Duffin é autora ou coautora de vários artigos
científicos e capítulos de livros sobre psoríase e artrite
psoriática. Ela também foi presidente da Intermountain
Dermatology Society.
Andrew Johnston, PhD
Ann Arbor, Michigan, Estados Unidos
O Dr. Andrew Johnston é professor
adjunto e pesquisador do
departamento de dermatologia
da Universidade de Michigan. Seu
principal interesse é a identificação
de vias imunológicas envolvidas
na patogênese da psoríase. Ele
obteve seu doutorado na Medical
Research Institute da Universidade de Warwick (Coventry,
Inglaterra) e pós-doutorado em imunologia da psoríase com
o Prof. Helgi Valdimarsson no departamento de imunologia
do Hospital Universitário Nacional (Reykjavík, Islândia).
Além disso, ele também realizou pós-doutorado em biologia
de queratinócitos sob a orientação do Dr. James T. Elder
da Universidade de Michigan. Atualmente, suas pesquisas
vêm tentando caracterizar a contribuição dos membros das
famílias das IL-1, IL-17 e IL-36 para a ativação e infiltração de
células imunes, que são observações características e um
fator necessário para o desenvolvimento de lesões psoriásicas
de pele. O Dr. Andrew Johnston também vem examinando
o papel das bactérias que colonizam as amídalas e a pele
(microbioma) em desencadear e manter lesões psoriásicas de
pele.
Ángela Londoño, MD
Medellín, Colômbia
A Drª. Angela Londoño é professora
do CES da Universidade de Medellín
e especializada em dermatologia
clínica e cirúrgica. Ela concluiu o
programa de dermatologia da
Pontifica Universidade Bolivariana
em 2004 e concluiu O mestrado
em epidemiologia na Universidade
CES em 2009. Ela é co-coordenadora do Grupo Colombiano
de Psaoríase e Artrite Psoriásica (ColPsor), um grupo de
dermatologistas e reumatologistas interessados em promover
o conhecimento sobre a psoríase e melhorar a qualidade
de vida de pacientes que sofrem dessas doenças. O grupo
REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC
JANEIRO 2016
VO L 12 , N Ú MER O 1
NOTÍCIAS DO IPC
é apoiado pela Associação Colombiana de Dermatologia
e Cirurgia Dermatológica (Asocolderma). Como membro
fundador da Sociedade Latinoamericana de Psoríase
(SOLAPSO), a Drª. Angela Londoño também foi editora
das diretrizes baseadas em evidências para tratamento da
psoríase na Colômbia em 2012. Ela participou de vários estudos
clínicos em psoríase e publicou vários artigos em revistas da
Colômbia e do resto do mundo.
Akimichi Morita, MD, PhD
Nagóia, Japão
O Dr. Akimichi Morita é professor
e diretor do departamento de
dermatologia geriátrica e ambiental
da Nagoya City University Graduate
School of Medical Sciences, cargo
que exerce desde 2003. Formado pela
Universidade da Cidade de Nagóia, o
Dr. Akimichi Morita se graduou em
medicina em 1989 e concluiu seu PhD em imunologia básica
no Aichi Cancer Center, também em Nagóia. Ele estudou
fotobiologia e fotoimunologia na Universidade de Dusseldorf
como fellow da Fundação Humboldt, onde descobriu que a
apoptose mediada por UVA1 de células T-helper humanas é
um mecanismo fundamental da fototerapia com UVA1. Ele
também treinou no Centro Médico do Southwestern Medical
Center da Universidade do Texas e desenvolveu uma vacina
que age sobre as células de Langerhans. O Dr. Akimichi
Morita introduziu diversas modalidades de fototerapia no
Japão. Entre seus interesses de pesquisa estão a fototerpaia,
imunologia cutânea e envelhecimento da pele. Ele é autor ou
coautor de mais de 140 artigos em revistas internacionais e
como editor do Journal of Dermatological Science de 2008 a
2013. Atualmente, o Dr. Akimichi Morita é secretário-geral da
Sociedade Japonesa de Pesquisa em Dermatologia (JSID) e
vice-director do Hospital Universitário da Cidade de Nagóia.
pela Escola de Medicina da Universidad Nacional Autónoma de
México e concluiu residências em medicina interna no Hospital
General de Zona Nº. 1 Gabriel Mancera, em dermatologia no
Hospital de Especialidades do Centro Médico Nacional Siglo
XXI e em dermatopatologia no Hospital General de México.
A Drª. Nancy Podoswa é autora de vários artigos fez várias
apresentações relacionadas a psoríase no mundo inteiro.
Também recebeu o prêmio de melhor dermatologista do
hospital regional Carlos MacGregor Sanchez Navarro em
1991. Ela é membro da Sociedade Mexicana de Dermatologia,
membro-fundador da Sociedade Latino-americana de Psoríase
(SOLAPSO) e membro-fundadora da PSOMEX, o Grupo
Mexicano para Estudo da Psoríase.
Omid Zargari, MD, FAAD
Rascht, Irã
O Dr. Omid Zargari é chefe da
Sociedade de Dermatologistas de
Guilan e dermatologista consultor
na clinica DANA em Rasht. Ele
se qualificou em medicina e
dermatologia pela Universidade
Beheshti de Ciências Médicas de
Teerã. Ele foi professor assistente de
dermatologia na Universidade de Ciências Médicas e, em 2003,
foi premiado como melhor pesquisador da universidade.
O Dr. Omid Zagari publicou diversos artigos científicos
em várias áreas da dermatologia e é membro de várias
organizações profissionais, incluindo a Academia Americana
de Dermatologia. Também já atuou como editor e revisor
para várias revistas de dermatologia. Sua principal área de
interesse em dermatologia é a psoríase, e ele vem trabalhando
ativamente em pesquisas e projetos relacionados à doença
no Irã. Ele também é representante do PIN (Psoriasis
International Network) em seu país. ■
Nancy Podoswa, MD
Naucalpan, México
A Dr. Nancy Podoswa é médica do
departamento de dermatologia do
Hospital General Regional No. 1 Dr.
Carlos MacGregor Sanchez Navarro,
do Instituto Mexicano de Seguridade
Social na Cidade do México,
onde também possui consultório
particular. Ela é professora de
dermatologia da Universidad Nacional Autónoma de México
e da Universidad Anáhuac na Cidade do México. Ela se formou
S aber mais | Cuidar melhor
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HOT TOPICS
EM PSORÍASE
Mudanças Globais no Manejo
da Psoríase
74º Congresso Anual da Academia Americana de Dermatologia
Quinta-feira, 3 de março de 2016
Washington, D.C.
Ouça a edição mais recente do Hot Topics, apresentado por
palestrantes de classe mundial e conselheiros do IPC:
Christopher Griffiths, MD, FCP, FMedSci
Alan Menter, MD
Craig Leonardi, MD
Peter van de Kerkhof, MD, PhD
Universidade de Manchester, Reino Unido
Universidade Baylor, Texas, Estados Unidos
Universidade de St. Louis, Missouri, Estados Unidos Universidade Radboud, Países Baixos
Para se registrar na seção Hot Topics, acesse:
www.surveymonkey.com/r/IPCHotTopics
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S aber mais | Cuidar melhor
PSORIASIS REVIEW
JANUARY 2016
VOL 12, NUMBER 1
ALGUNS DE NOSSOS LEITORES
Lendo a última edição da Revisão de Psoríase do IPC durante intervalos
do congresso (no alto, da esquerda para a direita) os conselheiros Chris
Griffiths (Reino Unido), Ricardo Romiti (Brasil) e Alan Menter (Estados
Unidos) no congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia
em Copenhagen, Dinamarca; (embaixo) o conselheiro do IPC Ron Vender
(Canadá) durante o Congresso Mundial de Dermatologia em Vancouver, na
Colúmbia Britânica.
AGRADECIMENTOS
O IPC gostaria de agradecer
aos coeditores Dr. David
Pariser, do Departamento
de Dermatologia da
Eastern Virginia Medical
School (Norfolk, Virginia)
e da Pariser Dermatology
Specialists, e ao Prof. Paolo
Gisondi, do Departamento
de Dermatologia e
Venereologia do Hospital
da Universidade de Verona,
Itália, por sua ajuda em
escrever e editar a edição
de janeiro de 2016 da Revisão de Psoríase
do IPC.
REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC
Autores
Peter Jensen, MD, PhD
Mahir Patel, MD
Joelle van der Walt, PhD
Equipe editorial
Mary L. Bellotti, editora
Erika Fey, editora
Rene Choy, designer gráfico
Tina Rouhoff, designer assistente
�radução para o Português
Paulo Mendes
S aber mais | Cuidar melhor
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REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC
JANEIRO 2016
VO L 12 , N Ú MER O 1
RECURSOS
O International Psoriasis Council tem o prazer de levar a você as seguintes oportunidades
educativas para expandir seus conhecimentos sobre como tratar pacientes com psoríase.
PROXIMOS EVENTOS DO IPC
MEMBROS
CORPORATIVOS EM 2016
President’s Council
AbbVie
Amgen
Janssen Biotech Inc.
Pfizer
Executive Council
Eli Lilly and Company
Novartis Pharmaceuticals Corporation
Director’s Council
Celgene Corporation
LEO Pharma
Sandoz Biopharmaceuticals
Os membros corporativos oferecem,
sem impor condições, verbas para
apoio à missão do IPC.
3 de março de 2016
Hot Topics In Psoriasis: The
changing landscape of global
psoriasis management |
Washington, D.C.
74ª Reunião Anual da Academia
Americana de Dermatologia.
24 de abril de 2016
Encontro com Especialistas do
IPC | Cingapura
22ª Conferência Regional de
Dermatologia
14 de maio de 2016
Society for Investigative
Dermatology | Scottsdale, Arizona
Simposio Científico del IPC
4 de junho de 2016
Biossimilares na América Latina e
Encontro com Especialistas | São
Paulo, Brasil
34ª Reunión Anual de Dermatólogos
Latinoamericanos (RADLA)
7 de julho de 2016
Encontro com Especialistas do
IPC | Birmingham, Reino Unido
96ª Reunião Anual da British Association
of Dermatologists
Leia este código com seu smartphone
para conectar-se à Revisão de Psoríase
do IPC online.
Para acessar sem
smartphone, o link
www.psoriasiscouncil.org/
psoriasisreview
13 de agosto de 2016
Encontro com Especialistas do IPC |
Newport Beach, EUA
67ª Reunião Anual da Pacific
Dermatologic Association
7 de setembro de 2016
46º Congresso da European Society
of Dermatological Research (ESDR) |
Munique, Alemanha
Simpósio Científico do IPC
RECURSOS ONLINE DO IPC
Webcasts de casos difíceis
Casos difíceis gravados em nossos
programas de Encontro com
Especialistas no mundo inteiro, agora
organizados por tópico:
• Psoríase e gravidez
• Psoríase palmoplantar
• Psoríase e doença de Hodgkin
• Psoríase juvenil
• E muito mais
www.psoriasiscouncil.org/education/
webcasts_date.htm
Simpósio Crossfire do IPC: o
surgimento dos biossimilares
Webcasts on-demand com debates
sobre:
• Grau de similaridade
• Farmacovigilância
• Biossimilares na clínica dermatológica
www.bitly.com/ipccrossfire
Saber mais | Cuidar melhor
O International Psoriasis Council (IPC) é uma organização de voluntários de alcance
global, sem fins lucrativos e dirigida por dermatologistas, que incentiva a inovação
em todos os aspectos da psoríase promovendo pesquisas, educação e atendimento
aos pacientes. A missão do IPC é promover nossa rede global de líderes formadores
de opinião para promover os conhecimentos sobre a psoríase e as comorbidades
associadas, melhorando o tratamento dos pacientes no mundo inteiro.

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