VARAL 21 MAR - Varal do brasil

Transcrição

VARAL 21 MAR - Varal do brasil
®
ISSN 16641664-5243
Literário, sem frescuras!
Ano 4 - Março de 2013—
2013—Edição no. 21
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
www.varaldobrasil.com
2
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Nunca esquecendo aqueles que todos
os dias são vítimas da violência, do
abandono e das inconsequências
humanas...
... Esta edição que fala de amor é dedicada
a todas as famílias e a todos os amigos
das vítimas de Santa Maria.
Possa o amor reconstruir suas vidas!
www.varaldobrasil.com
3
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
®
ISSN 16641664-5243
LITERÁRIO, SEM FRESCURAS
Genebra, Inverno de 2013
Edição no. 21, março de 2013
bbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbmmmm
mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmhhhhhhhhhhhhhh
hhhhhhhhhhhhuyuyuytuyhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhjkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrffffffffffffffmanajudyebeneogguaenejuebehadd
dddddddddddddddddddddddddmnhee%pam&ngnrihssssssssssssssssssnerrrrrrrrrrrrrrekkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbmm
mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmhhhhhhhhhhh
hhhhhhhhhhhhhhhuyuyuytuyhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhjkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrffffffffffffffmanajudyebeneogguaenejuebeha
dddddddddddddddddddddddddddmnhee%pam&ngnrihssssssssssssssssssnerrrrrrrrrrrrrrekkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbm
mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmhhhhhhhhh
hhhhhhhhhhhhhhhhhuyuyuytuyhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhjkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrffffffffffffffmanajudyebeneogguaenejuebe
hadddddddddddddddddddddddddddmnhee%pam&ngnrihssssssssssssssssssnerrrrrrrrrrrrrrekkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmhhhhhhhh
hhhhhhhhhhhhhhhhhhuyuyuytuyhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhjkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrffffffffffffffmanajudyebeneogguaenejue
behadddddddddddddddddddddddddddmnhee%pam&ngnrihssssssssssssssssssnerrrrrrrrrrrrrrekkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
bbmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmhhhhhh
hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhuyuyuytuyhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhjkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrffffffffffffffmanajudyebeneogguaenej
www.varaldobrasil.com
4
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
EXPEDIENTE
SANTAS, FLORES E MINHA TIA Plinio Camillo
Revista Literária VARAL DO BRASIL
VITRINE CULTURAL Marina C. Lentini
1664-5243
NO. 21- Genebra - CH - ISSN 1664Copyright Cada autor detém o direito sobre o seu
texto. Os direitos da revista pertencem a Jacqueline Aisenman.
VOZES DO BRASIL Railda Masson Cardozo
VOX POPULI, VOX DEI, CRÔNICAS DO
FOLCLORE BRASILEIRO Mario F. C. de S.
O VARAL DO BRASIL é promovido, organizado e Santos
realizado por Jacqueline Aisenman
Site do VARAL: www.varaldobrasil.com
Blog do Varal: www.varaldobrasil.blogspot.com
Textos: Vários Autores
A distribuição ecológica, por e-mail, é gratuita. A revista está gratuitamente para download em seus site e blog.
Informações sobre o 27o Salão Internacional do Livro e da Imprensa de Genebra e
sobre o stand do VARAL DOBRASIL:
Ilustrações: Vários Autores
Foto capa: © NinaMalyna - Fotolia.com
Muitas imagens encontramos na internet sem ter
o nome do autor citado. Se for uma foto ou um
desenho seu, envie um e-mail aqui para a gente e
teremos o maior prazer em divulgar o seu talento.
Revisão parcial de cada autor
Revisão geral VARAL DO BRASIL
Composição e diagramação:
Jacqueline Aisenman
COLUNAS
A VIDA IMITA A ARTE Cintia Medeiros
ARTES NA VISÃO DE Jacob B. Goldemberg
AXIS MUNDI Hipólito Ferro
CLEBR-ART-& Gisele Wolkoff
CENAS COTIDIANAS Danielli Okamura
CULTíssimo Ane Rosenrot
[email protected]
BLOG DO VARAL
Você pode contribuir com artigos,
crônicas, contos, poemas, versos,
enfim!, você pode escrever para
nosso blog. Também pode enviar
convites, divulgação de seus livros,
pinturas, fotografias, desenhos,
esculturas. Pode divulgar seus
eventos, concursos e muito mais.
No nosso blog, como em tudo no
Varal, a cultura não tem frescuras!
(www.varaldobrasil.blogspot.com)
Toda contribuição é feita e divulgada de forma gratuita e deve ser enviada para o e-mail
[email protected]
LITERATURA COM Isabel C. S. Vargas
LUPA CULTURAL Rogério Araújo (Rofa)
NO UNIVEROS DE Guacira Maciel
PALAVRA CRÔNICA Anaximandro Amorim
www.varaldobrasil.com
5
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Passou o carnaval, passou mais da metade do
O mundo anda conturbado demais. Tragédias
inverno europeu e cá estamos nós com uma
nos afogam em lágrimas e fazem nosso cora-
nova edição temática. Viemos falar de amor!
ção se encher de questões construídas pela
O amor é o que há de mais intrínseco na vida
de cada um de nós. Somos feitos de amor e
vivemos na contínua busca dele. Somos felizes
quando damos amor e quando recebemos.
tristeza. E só o amor é remédio para tanto. Nada mais, nada menos.
Temos hoje nesta edição mais de cem autores
que vieram falar do que conhecem bem: o sentimento, a emoção de amar.
Há tantas formas de amar como há de viver.
Ama-se a família: filhos, pais, irmãos, sobri-
Você deve ter percebido que há apenas um
mês saiu a revista de fevereiro (com o tema
nhos, tios, primos e todos mais.
Mulher, um universo). Pois é... Resolvemos faAma-se os amigos, nossa família escolhida e
que, muitas vezes, acabam tornando-se de
uma importância não sonhada. Ama-se alguém
especial, alguém que consegue entrar coração
à dentro da gente e lá permanecer. Ama-se o
zer a revista mensal por um tempo e assim dar
mais oportunidades a tantos que buscam escrever conosco. Veremos no segundo semestre
se continuaremos assim ou voltaremos a fazêla bimestral.
universo, a natureza, os animais, a vida.
Nesta edição temos uma novidade que vai
Não foi à toa que um dia um dia foi dito e é repetido até hoje: “Amai-vos uns aos outros”.
“Amar ao outro como a si mesmo”. Amar.
agradar, com certeza, a todos: ganhamos colunistas que, voluntários, falarão de assuntos os
mais diversos a cada nova revista. Você lerá
O amor por um filho é o amor-dedicação. O
sobre arte, literatura, comportamento, cinema,
amor por alguém que divide nossa vida, pode
etc.. Um novo mundo se abre dentro do Varal.
passar por muitas etapas, muitas variações
É, o Varal cresceu! Anda solto por aí atraves-
desta melodia chamada amor. Mas sempre vol- sando continentes e fazendo com que pontes
tará ao mais básico dela: simplesmente amar.
se estabeleçam e diminuam as fronteiras entre
Amor é energia que nos move e nos convida a
a literatura de um canto e outro. Interligando
viver melhor.
pessoas que têm em comum estas grandes
Este foi o motivo pelo qual escolhemos este
tema para a revista de março. Porque precisa-
paixões: ler e escrever em Português.
Brasileiros, portugueses, angolanos, moçambi-
mos mais do que nunca redescobrir o amor sob canos. A Língua Portuguesa está alçando um
voo sobre mares bem pouco navegados. E está
todas as suas formas.
www.varaldobrasil.com
6
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
voando bem, aterrissando em corações espalhados por este maravilhoso planeta em
que vivemos.
Nossos preparativos para o 27o Salão Internacional do Livro de Genebra estão de vento
em popa, com muitos livros chegando para
exposição e divulgação. Nossa segunda participação contará com mais de vinte autores
autografando seus livros durante o evento.
Autores estes vindos das mais diversas regiões do Brasil e também da Europa. Teremos
vários lançamentos de livros, entre eles o
volume 3 de nossa coletânea Varal Antológico, um grande orgulho. Teremos a presença
da Literarte, que lançará dois livros durante
o evento, com sua representante Dyandreia
Portugal e vários coautores dos dois livros.
E o I PRÊMIO VARAL DO BRASIL DE LITERATURA continua recebendo inscrições.
São contos, crônicas e poemas que nos
chegam todos os dias. Este concurso, que
pretende premiar os melhores trabalhos nestas três categorias, levará os seis primeiros
lugares para o volume 4 da coletânea Varal
Antológico em 2014!
Nossas atividades, feitas com dedicação e
amor, têm conquistado sempre mais pessoas dispostas a participar. Por isto não hesitamos em continuar. Queremos que o amor da
leitura e da escrita se espalhe cada dia mais
dentro de cada um e cada vez mais longe se
leia, escreva e valorize a Língua Portuguesa.
E claro, sempre com nosso estandarte maior
guiando nossos passos: Literário, mas sem
frescuras!
Muito obrigada por estar conosco!
Jacqueline Aisenman
Editora-Chefe
VARAL DO BRASIL
Todas as cartas de amor...
Fernando Pessoa
(Poesias de Álvaro de Campos)
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
www.varaldobrasil.com
7
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
•
ANA ROSENROT
•
FÁTIMA M. DE O. FRIAÇA PEREIRA
•
ANAXIMANDRO AMORIM
•
FELIPE CATTAPAN
•
ANGELA GUERRA
•
FLAVIA ASSAIFE
•
ANNA RIBEIRO
•
FRANCY WAGNER
•
AVELIN ROSANA R. C. DE OLIVEIRA
•
GAIÔ
•
BERTOLINA MAFFEI
•
GERALDO SANT ANNA
•
CARLOS ALBERTO BARRETO
•
GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
•
CARLOS ALBERTO OMENA
•
GIRLENE MONTEIRO PORTO
•
CARMEN DI MORAES
•
GISELE WOLKOFF
•
CESAR SOARES FARIAS
•
GUACIRA MACIEL
•
CINTIA MEDEIROS
•
HIPÓLITO FERRO
•
CLÉA PAIXÃO
•
ISABEL C. S. VARGAS
•
CRISTIANO SOUSA
•
ISADORA CRISTIANA A. DA SILVA
•
DANIELLI OKAMURA
•
JACOB B. GOLDEMBERG
•
DARLENE LIDI
•
JACQUELINE AISENMAN
•
DEIVISON LAMONICA BARRETO
•
JEANNE C. BARBOSA PAGANNUCCI
•
DO CARMO
•
JOSÉ ALBERTO DE SOUZA
•
DOMINGOS NUVOLARI
•
JOSÉ CAMBINDA DALA
•
DOUGLAS SILVA
•
JOSÉ HILTON DA ROSA
•
DULCE RODRIGUES
•
JOSSELENE MARQUES
•
EBER JOSUÉ
•
JU PETEK
•
EDER ROBERTO DIAS
•
JULIETA FALAVINA
•
EDIANE SOUZA
•
LARISSA LORETTI
•
ELAINE FERNANDES DOS SANTOS
•
LENIVAL NUNES ANDRADE
•
EMÉRITA ANDRADE RAMOS
•
LEONILDA YVONNETI SPINA
•
ERICA GONÇALVES
•
LUIZ CARLOS AMORIM
•
ESTHER ROGESSI
•
LUZINETE DA SILVA T. SOARES
•
FABIANA DE ALMEIDA
•
LY SABAS
www.varaldobrasil.com
8
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
•
MAGNO OLIVEIRA
•
RAIMUNDO CANDIDO TEIXEIRA
•
MARIA JOSÉ VITAL JUSTINIANO
•
REGINA COSTA
•
MARIA (NILZA) CAMPOS LEPRE
•
RENATA IACOVINO
•
MARIA SOCORRO SOUSA
•
RITA DE CÁSSIA A. ANDRADE
•
MARIANE EGGERT FIGUEIREDO
•
RITA DE OLIVEIRA MEDEIROS
•
MARILU F. QUEIROZ
•
RITA PEA
•
MARINA CERVINI LENTINI
•
ROBINSON SILVA ALVES
•
MARLUCE ALVES F. PORTUGAES
•
ROGÉRIO ARAÚJO (ROFA)
•
MARIO F. C. DE SOUZA SANTOS
•
ROSSANDRO LAURINDO
•
MÁRIO REZENDE
•
ROZELENE FURTADO DE LIMA
•
MARLENE CERVIGLIERI
•
SANDRA FERRARI RADICH
•
MARLY RONDAN PINTO
•
SASKIA BRIGIDO
•
MARTA CARVALHO
•
SILVANA BRUGNI
•
MIRIAN MENEZES DE OLIVEIRA
•
SONIA NOGUEIRA
•
NORÁLIA DE MELLO CASTRO
•
VALDECK ALMEIDA DE JESUS
•
ODENIR FERRO
•
VALQUIRIA GESQUI MALAGOLI
•
OLGA HOSKEN
•
VALQUIRIA IMPERIANO
•
ONÂ SILVA
•
VARENKA DE FÁTIMA ARAÚJO
•
PAULO SIUVES
•
VÓ FIA
•
PLINIO CAMILLO
•
WALNÉLIA CORRÊA PEDERNEIRAS
•
RAFAEL ZEN
•
YARA DARIN
•
RAILDA MASSON CARDOZO
www.varaldobrasil.com
9
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
UTI NÉO NATAL
Por César Soares Farias
O meu varal, estendido na frente de casa, denuncia que algo mudou no lote número 156 da Rua
Sete Povos das Missões. A corda de nylon azul, que antes servia de secadouro à calças, jaquetas, camisas, toalhas e outras tantas peças de vestuário, exibe agora tip-tops, coletinhos, blusinhas, meinhas e camisetinhas. Não sei se é mera impressão de um pai de primeira viajem, mas
o varal parece bem mais alegre desse jeito. E a alegria desse momento só não é maior porque o
proprietário dessas mini indumentárias humanas ainda não veio morar com a gente. Meu pequeno, que nasceu prematuro, conforme prescrição médica, precisa engordar algumas gramas para
vir ocupar o espaço que é seu de direito. O berço permanece vazio, com alguns brinquedinhos
espalhados, esperando o gurizinho chegar. De certa forma, como numa projeção futurística, já
enxergo ele ali, dando bom dia e chamando-nos para curtir o sol brilhando lá fora.
Por enquanto, Rafael, só no quarto da UTI Néo- natal do Hospital Mãe de Deus, em Porto
Alegre, onde diariamente preciso me identificar na portaria para ganhar um crachá de acesso.
Necessito que enfermeiros ou funcionários do Estabelecimento abram-me, uma à uma, as portas
que separam-me dele. Fui instruído a lavar cuidadosamente os meus braços e antebraços antes
de pegá-lo no colo, momento esse que compensa todos os esforços até aqui empregados. Sentir a sua respiraçãozinha junto ao meu peito e a maciez da pele do seu rosto encostado ao meu,
renova em mim o compromisso de cuidar bem desse nenê.
Enquanto a tão sonhada alta não chega, sigo me contentando com essas meras visitas,
que suavizam a dor da separação. Queria trazê-lo para casa, que foi especialmente reformada e
reciclada para recebe-lo, no entanto, é imperioso aguardar mais um pouco. O Rafael resolveu vir
justamente num momento não planejado, me fazendo rever planos e formular às pressas novas
estratégias, resignando-me á máxima Zeca Pagodiana do “Deixa a vida me levar, vida leva eu.”
Percebo, pelas primeiras fotografias que tiramos juntos, que o brilho dos meus olhos recuperaram uma parcela do vigor de tempos atrás e que algo renovou-se nos recônditos do meu
ser. Não nego, está sendo um desafio e tanto pra mim e a sua mãe tê-lo apenas em dosagens
reduzidas e homeopáticas. O destino, nesse instante, não nos deixa outra alternativa. Sei que
em breve, em caráter definitivo e irrevogável, estaremos juntos para desempenharmos no teatro
da vida um épico de amor, conquistas e felicidade.
Salve vinte e nove de janeiro de dois mil e treze. Bem vindo filho meu. Que o Senhor me
transforme no pai que você certamente merece.
www.varaldobrasil.com
10
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Paixões Amorosas
Por Darlene Lidi
Paixões amorosas são como corações que queimam no deserto, atraem as pessoas como redemoinhos nos lugares escondidos do mar que não é conhecido. No amor, não pergunte porque
não há respostas. Portanto, é uma cegueira voluntária de amor. Não há inspiração sem amor.
Nenhuma palavra pouco artificial não deve cair e refugiar-se atrás de uma de sombra tímida. O
amor é um tabu para alguns e pode ser considerado desejo proibido para outros, mas na verdade o amor é lindo e puro, como uma flor que encontramos no campo. Amor requer coragem.
Amor exige paciência (essa é a parte mais difícil na minha opinião). O Amor não vem com manual de instrução, nem data de validade e nem prazo de devolução. Amor é semelhante à água,
não à Vida sem ela. Tem gente que prolonga a vida baseada no amor e cuja existência é mais
do que um sentimento de amor e respeito, é companheirismo. Mas as vezes os dias são noites e
aperta o peito. Amor é sentir no meio do inverno o perfume da primavera, é a luz que me faz voar nas asas de um sonho, que voa longe e vai buscar o que é meu. Nesta nota picante do Amor,
eu sou melodia em seu ser, a brisa leve que toca seu rosto, a agonia, a sua sede. O Amor também pode ser sofrimento, amar as vezes é tão doloroso quanto acabar o dia e é por isso que eu
sempre desejo que o Sol brilhe à noite, apesar de amar a Lua. O Amor é tudo isso e muito mais,
mas não saberia como descrever. Apenas sei que devemos amar com o Coração Grande....
Ame sempre!! Não deixe o tempo passar em brancas nuvens. Por que se preocupar com algumas rugas? Ame a todo momento, todos os dias, de todas as formas, maneiras, cores e sabores. Ame sem medo, sem preconceito. Não apenas, em uma noite de sonhos, mas infinitas noites de desejos e paixão...Ame de uma forma clara e límpida, de paixão cristalina... Ame de qualquer jeito... Mas, nunca deixe de Amar. E eu acredito em liberdade, talvez possamos decidir sobre amar ou não amar... Simplesmente por ser uma eterna apaixonada...E eu decidi amar..
Foto enviada pelo autor do texto
www.varaldobrasil.com
11
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
SER DOIS
Por Deivison Lamonica Barreto
Porque ser dois
É melhor do que ser um
Com tantas diferenças
E tanta coisa em comum
Só Deus pra fazer
Coisas assim
Só Deus pra trazer
Você pra mim
Porque ser um
É melhor do que ser dois
Unidos, não divididos
Agora e depois
Formando uma só carne
Onde eu possa dizer...
Porque ser três
É maior que tudo isso
Somos você e eu
E acima de tudo, Deus
Fortalecendo o nosso compromisso
www.varaldobrasil.com
12
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
S[nt[s, flor_s _
minh[ ti[
Por Plínio C[millo
Noutro chegou muito mais tarde.
Thaís
Em outro não chegou.
Na morte, ela me esquece.
Não era para ser assim.
Voltou pedindo uma conversa séria.
Eu a amo e pensei que me amasse.
Falou dos desejos, de flores, de santas e de um
Ela me tirou de uma vida medíocre em que fatalmente seria: namoradinha, noiva, mãezona e
novo amor.
Chorei.
morreria de infarto.
Na morte, não esquece.
Ela me conduziu por dentro de mim mesma.
Levou pela mão.
Pedi para ficar.
Pedi para não deixar eu ir.
Pelos pés
Pela boca.
Meu anjo se vai!!
Assim me fiz mulher.
Ela me deixou na morte.
Dela.
Minha.
Plínio Camillo – Escrevinhadeiro
Na morte, a gente esquece.
Com a minha família houve a doce incompreensão.
A vitoriosa decepção que eu não seria o que
eles imaginavam.
Eu não sou o que imaginava.
Um dia chegou mais tarde, irritada, sem querer
ser tocada.
Aos três anos descobri que as letras tinham significados.
Aos cinco, a interrogação. Aos nove, não era sintético.
Aos doze, quis ser metonímia. Aos quinze, conquistei a
exclamação. Aos dezessete, vi os morfemas. Aos dezoito,
foi liberado do tiro de guerra, virei perífrase. Aos vinte,
estava no palco. Aos vinte e dois, me vi como um advérbio. Aos vinte e cinco, desenredei a Linguística. Aos
vinte e sete, redescobri o eufemismo. Aos trinta, a e a
onomatopeia. Aos trinta e dois, melhorei a minha caligrafia. Aos trinta e cinco, recebi o maior presente:
aquela que me trouxe a felicidade. Aos trinta e seis, não
morri, como ameaçava o anacoluto. Aos quarenta, desvendei uma ligeira maturidade e ironia. Aos quarenta e
cinco, recebi o prazer de viver no adjunto adverbial de
companhia. Aos quarenta e sete abreviei o meu discurso. Desde o cinquenta tomo remédio para pressão antes
de escrever. Hoje, uso óculos para atender telefone e me
divirto cometendo garranchos.
www.varaldobrasil.com
13
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Este ano o stand do VARAL
DO BRASIL acolherá uma exposição de pinturas do artista
RICHARD CALIL BULOS.
Richard, também conhecido
como Chachá, nasceu no Rio
de Janeiro e radicou-se após
em Laguna, SC, onde viveu
até seu falecimento em 2007.
Filho de um libanês e de uma
suíça nascida em Genebra, o
artista já teve suas obras expostas por três vezes nesta
cidade (duas vezes na OMC e
uma vez na OMPI).
Artista plástico, caricaturista,
jornalista, Richard dedicou sua
vida a retratar e defender os
cidadãos mais simples da região de Laguna, cidade que
amou e pela qual zelou com
palavras, tintas e pincéis.
Suas obras estão espalhadas
pelos cinco continentes.
www.varaldobrasil.com
14
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Definição
Por Valquíria Gesqui Malagoli
Se for para falar de amor,
o mais sábio é fechar a boca.
Deixo esse gosto ao pregador
a martelar palavra oca.
Ah, de que adianta o raciocínio?
Amor é coisa que treslouca!
Qualquer dicionário define-o,
mas, quero ver lavar-lhe a roupa.
www.varaldobrasil.com
15
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Amor...
...do que se trata, mesmo?
Por Ediane Souza
Camões dizia que o amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente.
Eu digo que se pode, sim, enxergar sua fogueira e gemer com as marcas que deixa na gente.
Em I Coríntios, está escrito que mesmo que se fale a língua dos homens, nada se é sem amor.
Mas, por que às vezes ele passa tal qual um tornado, deixando marcas, causando dor?
Vinícius escreveu certo dia que em tudo ao seu amor seria atento, e sempre e tanto.
Mas nem todos estão preparados para tanta entrega e provocam no noutro o pranto.
Racionalizando, Djavan cantou que o amor é um grande laço, uma armadilha.
Mas todos querem nele se prender e no seu mar se perder, tal qual uma ilha.
Há quem diga que o amor “é um furacão, que surge no coração sem ter licença pra entrar”.
Será que se permitiria sua entrada se fosse sabido o estrago que por vezes pode causar?
Para Drummond, o amor é grande, cabe na janela sobre o mar, na cama, no colchão.
Penso que às vezes ele cresce tanto que não cabe no corpo inteiro, que dirá no coração!
Ouvi Bethânia dizer que vive a vida, a vida inteira a descobrir o que é o amor.
Digo que dele só se sabe, quando tudo muda de lugar, quando em noite fria se sente calor.
No dicionário, é masculino, carregado de intensidade, é um nobre de fino trato.
Diz-se substantivo, com múltiplos significados, mas é o mais concreto de todo os abstratos.
O amor é o nome, o debulhar dele é o verbo, o que o recebe é o particípio, diz-se o amado.
Feliz quem dele se alimenta com reciprocidade, quem sozinho o experimenta é o condenado.
Quando partilhado se mistura, ora se aquieta, é ternura, ora é desejo, volúpia, paixão.
Se segue só a sua estrada, se transforma, vira desencanto, desalento, chama-se desilusão.
Ainda que dele se fuja, é para ele que se corre, que se atravessa a madrugada.
Ainda que dele pouco se entenda, por ele, ninguém se importa de percorrer a longa estrada.
Ainda que ele cause desastres, traga agonias, faça alarde, nos arraste tal qual um tsunami,
Não há um ser nesta terra, seja na paz ou na guerra, que não tenha amado ou que não ame.
www.varaldobrasil.com
16
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Então é natal....
Por Rita de Oliveira Medeiros
Um pouco mais distante do cotidiano do
meu ofício de dona de casa, inclino-me com
prazer aos preparativos natalinos e fatalmente,
isto me remete aos natais de minha infância.
Dentre todos, aquele que mais aviva minha recordação, com carinho especial, acredito
seja o natal de 1966, quando tinha 6 para 7
anos.
Época em que, a contragosto mais que
natural do meu pai, eu ainda dormia no quarto
deles. Aliás, por força do pânico de ficar soziAo lado da boneca também estava um jogo de
nha, obrigatoriamente eu “tinha que ter alguém
loucinhas, formado de bule, xícaras e chaleira
ao meu lado” para poder dormir.
vermelhos e de pratinhos, pires e talheres
Creio que houve “uma certa exigência” do brancos.
meu pai, para que eu, pelo menos, dormisse
Aquela cena que vi ao abrir os olhos, a
na sala, preservando a intimidade do casal.
árvore piscando, a boneca de pé, com os braE foi numa destas noites, que dormia na ços erguidos, como que esperando o meu
sala, eu acordei com uma imagem maravilho- abraço, as loucinhas, enfim, resta gravado em
sa e desta sensação de surpresa, alegria e meu coração para sempre. Foi um momento
contentamento eu nunca mais me esqueci!
inesquecível. A sensação em meu peito era
A árvore de natal estava montada bem insuportavelmente feliz! E o fato de ganhar aldefronte ao sofá onde, naquele ano, eu dormia. go que somente possível em sonhos, demonsAbrindo os meus olhinhos, de seis anos de ida- trava que coisas boas poderiam acontecer, que
de, aos meus pés, ela piscava lindamente e no a vida não se resumia a tristeza em que vivíachão ao seu lado, estava uma boneca “grande mos.
demais, maior que todas as outras”, quase do
Rememorando o natal de 1966, vieram a
tamanho da árvore. Vestida lindamente de tona lembranças do natal de 1969.
azul, sapatos brancos, meia curtinha, cabelos
Muito embora, o decorrer deste ano para
curtos e louros, os olhos eram de uma cor que
eu nunca tinha visto em boneca alguma: azuis mim, tenha sido cheio de angústias. Porque
dois dos meus irmãos mais queridos, em razão
Jacqueline era seu nome, anotado em de trabalho, afastaram-se do meu convívio. O
azul e impresso na caixa de fundo bege. Eu meu irmão do meio, Rogério, foi servir o exercifiquei encantada, eis que a minha frente, na to, em Brasília e, minha irmã Odete, professominha casa, o meu presente era aquela bone- ra, passara no concurso de ingresso e fora dar
ca que eu havia me derretido toda, ao vê-la aulas em Itapoá, município situado na fronteira
dias antes junto com sua irmã morena, na vitri- de Santa Catarina com o estado do Paraná
ne iluminada das Lojas Hoepke, no centro de (para mim, era como se fosse outro país, algo
Laguna. É verdade, que ao vê-las nada comen- tão longe que eu não conseguia imaginar).
tei com minha mãe, não era coisa que se pe(segue)
disse ao Papai Noel!
www.varaldobrasil.com
17
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Como se não bastasse a saudade de minha
irmã, para ofensa e indignação dos meus pais,
ela escrevera “somente para nossa Tia Marta”
uma carta, relatando as dificuldades que estava passando na dita cidade. Acompanhando
sem muito ou quase nada poder fazer, frente a
indignação dos meus pais pelo fato de somente através de terceiros ter conhecimento da real situação da minha irmã e sobre o conteúdo
da própria notícia, mergulhei numa tremenda
angústia, que se prolongou durante todo aquele ano, a imaginá-la sozinha, passando por
tudo aquilo, num lugar “tão, tão distante”!!
meus braços!!! Eu bem sabia que a moda de
ter uma Suzi já havia passado.... mas não me
importei nem um pouco. Ganhar uma Suzi era
algo que também nem sonhava em pedir e o
melhor de tudo foi que com esta Suzi eu pude
brincar a vontade. Ela não estragou, não ficou
velhinha nem feia e, quando saí de casa, já
adulta, dei-a como presente para minha sobrinha mais nova.
Por isto mesmo, quando o final do ano
chegou, trazendo os meus irmãos de volta,
“sãos e salvos” e, aos meus olhos, “inteiros”, a
minha alegria fora imensa.
E é bem assim que eu estou, numa foto,
rodeada por eles, no galpão do Porto, onde
meu pai trabalhava e onde também, todos os
anos, organizava-se um presépio muito bonito,
para a confraternização dos funcionários e
seus familiares!
Aquele era um presépio, aos meus olhos,
gigantesco, pois o local era enorme e todo cenário era feito de uma espécie de papelão
amassado, imitando as pedras, os morros, onde havia espelhos imitando lagos, com água
corrente feito um riacho, a areia das dunas do
mar grosso, formava o deserto, relva colhida,
imitava a vegetação rasteira.
O cenário todo não se limitava ao nascimento do menino Jesus. Contava todos os
acontecimentos, iniciando pela anunciação, a
visita de Maria à sua prima Isabel e a peregrinação dos Reis Magos, os pastores no campo
com a Estrela de Belém, para culminar no presépio em si, o menino Jesus na manjedoura,
ao lado de sua Sagrada família, representados
pela imagens de cerâmica.
Neste natal a festa foi especial. Os brinquedos que ganhamos foram bem melhores
que os dos anos anteriores e, nesta foto, eu
estou pra lá de feliz com uma boneca Suzi em
www.varaldobrasil.com
18
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
A VIDA IMITA A ARTE
Por Cintia Medeiros
“Viver! E não ter a vergonha de ser feliz, cantar
e cantar e cantar a beleza de ser um eterno
aprendiz...”, adoro essa música, acho que traduz bem o povo brasileiro...alegre, simples,
hospitaleiro...e reflete bem o que será colocado
nessa coluna...vida e arte...um encontro de temas diversos que remetam isso “quando vida
e arte se confundem”, afinal, se pensarmos
bem...o que é a arte senão imitar a vida, levar
formas que eternizem algo ou alguém, ou ainda
levar alegria, informação...levar esperança!
que ele tem; pelo exemplo de vida que foi e é
para muitos. Uma das coisas que mais me impressiona nele, é que boa parte de suas pinturas eram momentos; ele gostava de eternizar
momentos seus...e isso é possível perceber em
seus quadros, quando percebemos situações
que envolviam pessoas, sua esposa, e paisagens urbanas ou no próprio campo.
Já mais idoso, foi acometido de uma catarata
que o deixou quase cego, ele poderia ter desistido, encerrado sua carreira; mas percebemos
E a vida? Acho que a vida em si, já é uma obra que na dificuldade, ele buscou forças e pintou
de arte concedida pelo Criador, que artistas ao quadros ainda mais bonitos, com cores mais
longo dos tempos foram esculpindo, pintando, vivas, mais vibrantes...era como se seus quadros, meio borrados como alguns diziam, foscantando, dançando...vivendo!
sem sua visão do mundo, e é o que os torna
ainda mais especiais que os demais.
Quando afirmo que vida e arte se confundem,
afirmo com plena convicção...viver é arte. Gosto de citar o pintor Claude Monet, como exem- Então, como não dizer que a vida imita a arte?!
plo disso; ele foi um grande artista para sua Impossível! Na verdade, sua paixão pela arte o
época (experimentou fama e desprezo, chegou motivou a continuar vivendo; ao tempo que sua
até tentar o suicídio antes de seu reconheci- vida em si...momentos, pessoas e lugares que
mento profissional) e até hoje é referência co- amava se tornaram molduras...se tornaram armo um dos maiores pintores impressionistas. te!
Tinha paixão pela arte, em especial pela pintura, tanta que enfrentou o pai, influente comerci- Deixo vocês com algumas de suas obras, até a
ário para pintar. Estudou, enfrentou barreiras,
próxima!! Beijinhos!
inventou “arte”...queria ser pintor, mas queria
um estilo diferente da época...foi revolucionário
eu diria...mas conseguiu o que queria, e se tornou um grande pintor.
Gostava de pintar sua família, seu jardim...o
famoso jardim de Monet, acho que dificilmente
encontraremos um jardim tão lindo quanto
àquele...o que o diferencia dos demais é que
Monet escolheu aquele lugar para pintar, ele
tinha verdadeira adoração por seu pedacinho
construído, diria que foi especialmente projetado em suas minúcias...e verdade seja dita, ele
é lindo!! Sou apaixonada pela história desse
pintor, e não apenas pela obra, visto que suas
(1) The Artists Family In The Garden
pinturas são perfeitas, mas pela história de vida
www.varaldobrasil.com
(Segue)
19
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
(2) Madame Monet and Child (Camille
Monet and a Child in a Garden)
(3) Water Lily Pond Symphony In Rose
(4) Windmill At Zaandam
(1)A família do artista no jardim; (2) Madame Monet e Criança (Camille Monet e uma criança em um jardim);
(03) Sinfonia da lagoa do lírio de água; (04) Moinho de vento em Zaandam
Créditos pelas imagens: http://www.claudemonetgallery.org/
Não existe grande amor. Todo amor é grande. Nem amor verdadeiro.
Todo amor é lídimo. Nem amor que finda. Todo amor é permanente.
Grandes e pequenas são as paixões; autênticas ou traiçoeiras, são as
paixões; impermanentes, passageiras, estas são sempre as paixões.
Ama-se para toda a vida, apaixona-se várias vezes na vida. Há paixões
que se transformam em amor, mas amor... este será sempre maior do
que qualquer paixão!
Jacqueline Aisenman
www.varaldobrasil.com
20
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
HÁ MUITAS MANEIRAS DE AJUDAR OS ANIMAIS QUE PRECISAM TANTO DE
NÓS! SE VOCÊ NÃO PODE ADOTAR OU AJUDAR FINANCEIRAMENTE, AJUDE COM A SUA PRESENÇA, SEJA UM VOLUNTÁRIO!
EM CASO DE VIOLÊNCIA CONTRA OS ANIMAIS, DENUNCIE!
ELES NÃO PODEM SE DEFENDER SOZINHOS, FAÇAMOS ISTO POR ELES!
www.varaldobrasil.com
21
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
uma mensagem dizendo que ele desejava poder ver o que eu estava vendo.
O amor é subversivo
Por Julieta Falavina
Foi o que eu pensei quando terminei de ler o
amor nos tempos do cólera. Florentino viveu
estórias onde nunca esteva, esperando por toda a vida por um amor sonhado na infância. Na
Colômbia do livro, isto só foi possível quando a
bandeira os separa de tudo, a bandeira do cólera. Porque a cólera é contagiosa e o amor só
poderia existir desta forma, contido em um barco em um rio. Porque a sociedade corrompe
tudo. Ela corrompe todas as visões.
Este pensamento voltou à minha mente mil vezes. Todas as vezes em que estive em lugares
violentos. Todas as vezes em que estive em
lugares muito desenvolvidos. Por que é que o
amor é tão difícil?
Em toda minha vida tenho procurado dar amor
a tantas pessoas em tantos lugares. No entanto, sempre houve algo que deixei de lado. Foi
porque o amor que procurei para me salvar de
mim mesma não poderia fazê-lo. O amor me
fez vulnerável. O amor estava faltando dentro
de mim.
Quando não estamos preparados, o amor causa o colapso entre as ideias e o corpo. Nós
sentimos o amor entrar de alguma forma em
nosso corpo e pensamos sobre isto de forma
diferente.
Ofereci-me para lhe enviar os e-mails que enviei a meus amigos e em poucas horas ele me
enviou uma outra mensagem dizendo: “Eu não
posso mais te ver”.
Perguntei a ele se era por causa do que estava
escrito em meus e-mails e ele disse que sim.
Fiquei intrigada, já eu não tinha escrito nada
sobre a ocupação ou política. Liguei para ele e
ele então me explicou que não sabia porque as
coisas eram tão difíceis. Eu insisti, afinal ele era
um filósofo que tinha como trabalho de algo estranho, familiar.
“É humano demais”
Foi difícil demais para ele dizer aquilo. E eu me
senti muito grata. Ele prosseguiu:
“Se você tivesse falado contra a ocupação, se
você tivesse falado da política, eu entenderia.
Eu podia concordar, ou discordar... mas quando escreve sobre amor, sobre yoga, sobre como eles tomam conta de você como nós tomamos aqui... é humano demais.”
Naquele dia fui a Jerusalém conversar com ele.
Mas eu nunca mais o vi. No entanto tudo ficou
em minha mente para sempre. Quando escrevo
sobre o ser humano eu faço desmoronar todas
as separações, todas elas.
Sinto que o amor é compaixão. E compaixão é
compreender que os filósofos asiáticos, homens religiosos, sociólogos e tantos outros têm
nos tocado com a ideia de que somos todos
indivíduos, mas num mundo plural. O amor não
aceita a separação do outro. O amor é humano.
E como o ativista morto em Gaza, Victtorio Arrigoni disse, “nós devemos permanecer humanos”.
Quando cruzei o muro de separação em Israel
para chegar à Cisjordânia (contra a vontade de
meus amigos), pela primeira vez encontrei palestinos. Na época, eu já tinha escrito histórias
sobre pessoas que tinha conhecido pelo mundo. Da Palestina escrevi sobre minha vida diária.
Um dia, um filósofo israelense que eu deveria
encontrar, mas estava sempre adiando porque
queria ficar mais na Cisjordânia, enviou-me
Foto: Julieta Falavina
www.varaldobrasil.com
(Segue)
22
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
E não há nada mais humano que o amor. O
colapsar da mente versus o corpo. Toda a
confusão que vem com a enorme vulnerabilidade de amar, de ser humano.
vermelho. Sorri. Ali na terra onde o amor foi tão
subversivo, um homem, que tinha lutado na Intifada, hoje serve comida. Ele luta pela sua
causa com seu restaurante, alimentando gente,
trazendo pessoas para conversar.
Na Colômbia, há pouco tempo, encontrei um
homem de Gaza. Ele abriu um bar em Tagan- E na sua parede os Handalas se abraçam e a
ga, vilarejo de pescadores, na beira do parque maior palavra é “Love”, que é amor.
Tayrona. Era sua forma de lutar pela Palestina:
O amor é subversivo, mas não ficou contido no
servindo comida.
barco. O amor é humano. E Vittorio Arrigoni,
Na frente do café havia desenhos do Handalas, italiano, que morreu em Gaza, sabia disso.
e “Revolución” escrito.
Eu tinha um pouco da aflição dos ativistas, que
Handalas são cartoons. Eles são os personaparecem sempre lutar contra seus próprios fangens mais importante do Naji al Ali. Handalas tasmas em outros lugares. O mesmo que eu fiz
normalmente são pintados de costas, com as
em tantas partes do mundo.
mãos fechadas e cruzadas. Eles representam Nesse dia, eu vi pela primeira vez o blog do Vitcrianças de 10 anos que foram enviadas de ca- torio sua principal mensagem era: Stay human!
sa em 1948 para Al Naqbah ( O grande desas- (Permaneça humano).
tres para os Palestinos, quando perderam suas
Amar é permanecer humano. Com as armas e
casas).
as câmeras e os medos. O amor é subversivo
Eles estão sempre de costas e de mão cruza- porque nos obriga a ficar, a abalar todas as dida, porque Naji al Ali que era critico tanto do visões.
governo de Israel como dos governos árabes;
Então, da Colômbia, de Taganga, agradeci ao
rejeitava todas as soluções de paz que viesuniverso, aos seres humanos, deus... Pela cósem de fora.
lera ter sido contida, mas não o amor. O amor
Não na Colômbia. Quando eu cheguei à Taexiste em todos os lugares que se permita que
ganga, eu vi primeiro a bandeira da Palestina e ele esteja. E este pode ser o caminho: permitir
depois a Revolución e depois os Handalas. Me que ele esteja conosco em sua plena humaniapresentei ao dono, Yassert do café/
dade, em toda sua imperfeita perfeição. E que
restaurante como alguém que amava o oriente permaneça.
médio e que tinha amigos dos dois lados do
muro da separação em Israel.
Voltei ao café do Yassert todos os dias tomando café, conhecendo seu filho, sua história.
Logo no primeiro dia eu fui pesquisar sobre a
personagem Handala. E depois me lembrei que
ali na Colômbia os Handalas pintados no café
de um homem que fugiu de Gaza estavam de
mãos dadas. Abraçados. Um carregava uma
chave, outro uma arma, outro uma câmera, outro um estilingue para baixo. Tudo isso nos ombros.
Eu não gostei de ver a arma. No entanto, quando li que o Naji al Ali tinha sempre os feito de
mãos separadas, e de costas, me senti aliviada. Ali na Colômbia eles estão abraçados. Tem
algum que carrega uma arma no ombro mas
suas mãos carrega o outro. O vizinho.
Olhando para trás, vejo em minha memória
para me lembrar que a palavra REVOLUCIÓN
estava escrita diferente. Tinha a palavra LOVE
destacada no meio, só que ao contrário e em
www.varaldobrasil.com
Foto: Julieta Falavina
23
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
BOLINHO DE CHUVA
http://panelinha.ig.com.br
ingredientes
2 ovos
3/4 xícara (chá) de açúcar
2 colheres (sopa) de manteiga
1/2 colher (chá) de sal
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 xícara (chá) de leite
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
óleo de canola para fritar
açúcar e canela em pó para polvilhar
Modo de Preparo
1. Numa tigela, junte os ovos, a manteiga, o açúcar e o sal e misture muito bem.
2. Acrescente alternadamente à mistura o leite e a farinha de trigo, mexendo sempre com uma
colher.
3. Junte o fermento e misture bem.
4. Numa panela média, coloque bastante óleo e leve ao fogo alto para aquecer.
5. Quando o óleo estiver quente, abaixe o fogo.
6. Com duas colheres de sobremesa, modele os bolinhos. Encha uma das colheres com a
massa e passe de uma colher para a outra, até que a massa fique com um formato arredondado.
7. Com cuidado, coloque pequenas porções de bolinhos no óleo quente. Deixe fritar até que os
bolinhos fiquem dourados.
8. Com uma escumadeira, retire os bolinhos e coloque sobre um prato forrado com papeltoalha.
9. Num prato fundo, coloque açúcar e canela em pó e misture bem. Passe os bolinhos por essa mistura até envolvê-los completamente. Sirva a seguir.
www.varaldobrasil.com
24
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
CEN@S
COTIDI@N@S
por
^[ni_lli ok[mur[
É tão fácil destruir o outro, não é preciso
prometem realizar seus sonhos, mas quando
de remédios, de drogas ou de venenos... nem
os seus próprios sonhos ficam ameaçados pa-
de revólveres, de facas ou de canivetes... para
ra poderem realizar os sonhos prometidos... se
destruir o outro basta acabar com as possibili-
esquecem das promessas e se voltam para si,
dades de realização dos sonhos. Os sonhos
em seus sonhos.
de uma pessoa é um dos bens mais importan-
Há pessoas. Há pessoas que sonham,
tes que ela possui. Não há nada que se pode
há pessoas que não sonham, há pessoas que
substituir os desejos de se realizar os seus
têm pesadelos, há pessoas que não têm pesa-
respectivos sonhos.
delos, há pessoas que se realizam, há pesso-
Há pessoas que realizam os seus so-
as que não se realizam, há pessoas que não
nhos, outras não conseguem... mas estão em
sabem se vivem sonhos, pesadelos, realidades
busca deles ou começam a se satisfazerem
ou nada disso.
com a realização dos sonhos dos outros, por-
Há pessoas que têm sonhos sobre o
que a realização dos sonhos dos outros os
passado, outras sobre o presente e algumas
completa.
sobre o futuro. Há pessoas que já não sabem
Há pessoas que têm os seus sonhos destruí-
mais a diferença desses três tempos, porque
dos por pura inveja ou maldade de outros. Há
os seus sonhos foram tão esquecidos que se
pessoas que têm os seus sonhos destruídos
perderam ... não se sabe mais qual é o tempo,
porque acreditaram em realizar sonhos depen-
qual é o espaço, tudo se mistura, tudo se se-
dendo da vontade de outros. Há pessoas que
para, de nada ou tudo se lembra.
www.varaldobrasil.com
25
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Há pessoas. Há sonhos. Há realidades.
gene egoísta realiza os seus sonhos com aju-
Há mentiras e verdades.
da dos outros, e acha que não precisou dessa
Há. Há um gene egoísta. Um gene que só
ajuda e se esquece de ajudar os outros a reali-
pensa em si. Um gene que só pensa o seu so-
zarem os sonhos.
nho. Um gene que só vive o seu sonho. Um
E quem vive assim? O que é melhor? Um
gene que só realiza o seu sonho. Há um gene,
gene egoísta gozando de prazer de suas reali-
um egoísta, há uma pessoa, há um homem. É
zações e se enaltecendo para demonstrar isso
tão fácil construir os seus sonhos quando há
para todos? Ou uma pessoa triste despedindo
alguém por perto, quando há o apoio do outro.
de sua vida sem possibilidades de realizações
Mas é tão fácil destruir os sonhos dos outros,
tendo a piedade de todos? Ninguém sabe,
quando só o seu é importante, só o seu deve
mas ainda se buscam as realizações dos so-
ser realizado.
nhos e só assim se aguenta o sofrimento de
Há sonhos e há pessoas. Dos sonhos,
estar no mundo. Não há tempo para se pensar
nada mais... dos desejos dos sonhos a verda-
no outro, se colocar no lugar do outro, só há
de, a personalidade, a vivacidade. Destroem-
tempo para buscar as realizações de seus pró-
se os sonhos de uma pessoa, logo destrói uma
prios sonhos.
pessoa. Uma pessoa é indomada e quando
escolhida e caçada, depois tentada e despertada para infelizmente ser traída e marcada...
não se espera outra coisa, que seja queimada... sim queimada as suas palavras, os seus
sentimentos, as suas obras e que seja levada
ao vento para um mundo perdido dos seus sonhos que voaram entre tempestades contra os
raios e os ventos de uma noite sem fim.
Se foram os sonhos, se foi a pessoa...
mas ficou o gene egoísta com outras pessoas,
Imagem: D.R.E.A.M.S.by ~AtixVector
com mais e outros sonhos. E assim é vida, o
www.varaldobrasil.com
26
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Paixão: uma reflexão
Por Norália de Mello Castro
“Puxa” – pensei – “ainda sem saber ler e
ou escrever, enfrentar as agruras da velhice,
não dá! Precisamos mesmo acabar com o
analfabetismo em nosso país!”
Aquela carga de ódio daquela mulher
permaneceu em mim... Ah! A paixão... Incrível!
Como pode ser construtora de coisas boas e
Quando aquele convite para nós mulhe- de coisas más... Somos sempre um poço de
res dedicarmos à Paixão chegou... Meu corapaixões. É a paixão que comanda o mundo. E
ção estremeceu e minha alma ficou em reboli- a palavra paixão predominou meus sentimenço.
tos e pensamentos nos últimos dias do ano.
Paixão... Eta palavrinha terrível, que viVira e mexe, ela se desenha à minha
nha me perseguindo há dias... desde quando frente: vejo a Capela Sistina e Deus Pai estenrecebi a visita de uma mulher da roça. Ela veio dendo a mão para a sua Criação... Saio da facom um de seus filhos para que nos conhecês- se azul de Dalí e vejo sua total deformação da
semos. Ele cuida dos jardins da minha casa, há natureza, recriando-a com seus sentimentos
anos, e queria, talvez, que eu ajudasse sua obsessivos. Sinto Pessoa isolado no seu quarmãe, que estava em crise.
to, escrevendo como Álvaro Campos. Prefiro
Deparei com uma mulher de 58 anos de não olhar a figura de Drummond, na orla da
idade, rosto tostado pelo sol, ainda belo e jo- praia no Rio, mas mergulhar-me nos seus esvem, sem rugas. Corpo esbelto. Ela mancava critos. Prefiro mesmo, hoje, 1º de janeiro de
em consequência de grave acidente na roça, 2013, embaralhar-me com os girassóis de Van
quando uma enxada quase lhe decepou o pé Gogh, sentir seu cheiro e movimentos. Mas, é
direito. Chegou com sorriso nos lábios, mas Tereza de Calcutá que me atrai para não ser a
faíscas de ódio na voz. Ela está impedida de mais pobre das criaturas, como ela definiu: “o
fazer a única coisa que sabe e gosta de fazer: ser mais pobre do mundo é aquele que não
roçar seus campos e plantações. Trabalho bra- tem amigo”. Com isto, ela conclama a ação peçal mesmo, com o qual ela e o marido criaram los menos favorecidos.
seus cinco filhos.
Ah! Se não fosse a paixão, sua dedicação
a
uma causa, não teríamos estes exemNão tem mais nenhum filho em casa; casaramplos
a
permearem nossas vidas. Bem... dizem
se e vieram para a cidade trabalhar.Agora, ela
que
em
tudo, em qualquer desenvolvimento de
está impedida de roçar. Não se conformava.
Expelia seu ódio a palavras em aberto. Só ela um talento, temos apenas 1% de inspiração e
e o marido ficaram na aldeia minúscula. Repeti- 99% de suores. Eles foram homens/mulheres
apaixonados, totalmente dominados pela paidamente dizia ela:
xão, por sentimentos profundos chegando à
- Odeio a vida que levo atualmente! beira de obsessões, o que faz sofrer, mas
Odeio a velhice!
constrói seres dedicados a uma causa do Bem.
Seu corpo tremia da raiva ao ódio, que Ao artista plástico, somente sua paixão impulsise percebia através de suas roupas. Não quer ona o seu progredir, sua determinação, sua demorrer, mas odeia sua vida e seu corpo, agora dicação na evolução de seus desenhos. Ao inimpedido de trabalhar. Depois de despejar tan- ventor, a paixão o leva a descobrir coisas novas. Ao escritor, o ato de escrever constanteto ódio, arrematou:
mente o leva a escrever melhor, a dominar me- O que eu vou fazer daqui pra frente? lhor as palavras e bem equacioná-las. O repetir
Não tenho TV na roça e nem sei ler e escrever! constante de talentos só é mantido pela paixão
pelo que faz e aonde quer chegar. Infelizmente,
Aí, o choro brotou...
constatamos a paixão conduzindo às guerras,
Comovi-me diante desta mulher e pou- escravizando a maioria dos viventes.
cas palavras pude lhe dizer. Não vi como ajudá
-la. Difícil, até impossível, que apenas palavras
minhas pudessem remover tamanho ódio. Sim(Segue)
plesmente acheguei-me e abracei-a. A sensação de sua tremura ficou em mim.
www.varaldobrasil.com
27
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
As guerras são delineadas pela paixão
obsessiva de ganância pelo poder e ter. Seja
de que forma for, é a paixão pela vida que nos
faz avançar o nosso trajeto, com erros e acertos. Paixão é um sentimento que nos envolve e
nos leva ao amor por gente e coisas de nosso
cotidiano. É a paixão que nos leva também a
ter compaixão.
Paixão é definida como situação difícil,
sofrer e ampliação da emoção. São alguns de
seus aspectos. Entretanto, é uma força interior
que impulsiona a ação, para o Bem ou para o
Mal. É força determinante para sair do abstrato
para o concreto.
feminina, bem como a sensibilidade feminina
adquirindo mais racionalidade masculina: a junção das duas qualidades humanas. Que o homem e a mulher vivam de acordo com os seus
dois lados do cérebro.
A cozinha continua a ser uma grande arma feminina e transformadora para a mulher no seu lar.
Os dias foram passando e eu não me
desgarrava da palavra Paixão... Estava totalmente dominada por este sentimento: paixão
pela própria vida. Não entendo bem o que me
acontece que, quando estou em estágio vibratório, coisas afins vão se apresentando e se
direcionando ao mesmo ponto:
E estava eu ali, há dias, sofrendo com as
vibrações de ódio de uma mulher que acabara
de conhecer. A palavra Paixão não se desgrudava. Vislumbrei um casal apaixonado, demonstrando sentimentos de ganância de amor,
o que é lindo de se ver. Mais lindo e emocionante quando estamos vivenciando esta experiência, buscando no outro o mitigar da solidão.
Mas, a vida não é só isto. Não se está só quando aspiramos e vibramos com cada dia: nossa
casa, nosso trabalho, nossos hobbies e nossa
família e amigos. A vida por si só é uma Paixão, desde quando emitimos nosso primeiro
grito, nosso primeiro som, ao nascer, e nos comunicamos assim, primariamente, com os outros. Tudo, tudo mesmo que nos rodeia nos inspira a paixão por seres e coisas. É saber ouvir
os sons da vida.
Eis que recebo convite da Avaaz* para
assinar a petição a favor de proteção às indianas e que seus direitos humanos sejam respeitados. A seguir, a notícia da morte da jovem
estuprada coletivamente em Nova Deli!
Para mim, uma grande perda da mulher,
ao longo da história, foi quando ela, desprezando a cozinha, deixou que um homem, um francês, elevasse o conceito de cozinha, fazendo
banquetes para os reis, e os homens se destacassem como chefs. Ou seja, deixou que o homem se apossasse de seus segredos culinários
e os transformasse em glória profissional.
Ainda em estágio vibratório sobre a palavra
Paixão, me chega às mãos o vídeo de Isabel
Allende, nos convidando para termos Paixão
pela vida, para que possamos fazer as transformações que são necessárias. Disse ela: “Que
tenhamos paixão para equacionar melhor este
mundo, não precisa que seja perfeito não, mas
um pouco melhor”. Claro que prontamente
aceitei e me pus a escrever este texto. É a contribuição que posso dar neste momento, como
escritora. Não tenho como resolver aquele ódio
sentido pela mulher da roça que me visitou.
Não tenho como impedir preconceitos e ações
terríveis contra a mulher. Sou parcela mínima,
mas posso gritar o meu repúdio pelas aberrações que vivemos, seja no dia a dia, ou através
da imprensa. Pois creio que a paixão leva ao
amor e à compaixão. Esta paixão construtiva,
sim, deve ser cultivada.
“Eta mundo cão!” - pensei e assinei.
A mulher sempre foi usada como objeto
nas mãos daqueles que têm mais força física.
Sempre. Em todas as eras. Precisamos acabar
com este tratamento. Precisamos. Como? Em
ações mais concretas. O mundo precisa de
mais mulheres em pontos estratégicos de Poder: precisamos mais de mulheres como Eleonora Roosevelt, Hillary Clinton, Margaret
Thatcher e Indira Gandhi... Mas também que
mulheres não se façam como mero objeto para
os homens.
Desconheceu a mulher o PODER que
tinha nas mãos, talvez se sentindo menor diante da força física do homem. Entretanto, cabe à
mulher as grandes descobertas de vida num
lar: a cozinha, a plantação de alimentos, a confecção de vestimentas. A mulher sempre procurou abastecer sua casa – seu homem e filhos –
do básico para viver num lar. Com toda sua
sensibilidade e intuição, mal visualizava seu
poder próprio. Não acredito que uma sociedade
matriarcal seja a solução para a humanidade,
mas sim a junção destes dois poderes: o racio- * Avaaz.org é uma rede de a&vistas para mobilização social
nalismo masculino aberto para a sensibilidade global através da Internet.
www.varaldobrasil.com
28
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O amor
Por Bertolina Maffei
Amor que sonha, sofre.
Amor do poeta que põe
em versos seus sentimentos,
sua alma e seu coração!
Ah não confunda amor com paixão
o amor chega devagarinho de mansinho
e sussurrando em teus ouvidos:
"Eu te amo com todo o carinho".
A paixão é malvada, danada, explosiva,
prende e deixa saudade.
É loucura... deixa em pedaços seu coração!
O amor diz baixinho: "eu te amo, meu amor....."
A Paixão grita: "eu te quero neste momento!
Neste instante! Não aguento mais esperar".
Você não se controla mais.
Você não domina mais seu coração!
O cérebro está em atrito com o coração.
"Eu não posso", diz a consciência.
Mas o coração diz "eu te quero meu
amor, neste momento, aqui agora, neste instante!"
E na guerra entre a razão e a emoção...
nem sempre vence a razão.
www.varaldobrasil.com
29
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O Primeiro Baile*
Ana Rosenrot
Anoitecia quando Janete vestiu o vestido de baile pela primeira vez, desde que o
comprou, há uma semana; sentiu-se estranha,
o tecido era muito macio, tocava a pele de forma suave, tão diferente de suas roupas do dia
a dia, sempre de material sintético ou algodão
ordinário. O vestido era lilás − mesmo sabendo que sua mãe ficaria muito brava, queria
mesmo é que ele fosse vermelho, mas paciência −, a saia era um pouco folgada, mas não
muito, o corpete, justo, marcava bem a cintura, o decote deixava uma parte do busto descoberto e como não estava acostumada, Janete sentia um misto de vergonha por estar
exposta e também certo orgulho de si mesma.
Calçando os sapatos novos, foi em direção ao velho espelho de mogno lascado; quase não se reconheceu na imagem da bela e
elegante moça, que lhe sorria com olhos brilhantes; naquele momento, concordou que toda aquela procura tinha valido a pena.
Na semana anterior, Janete passou dias
sacrificando seu horário − já tão apertado − de
almoço, para percorrer as lojas de roupas finas, em busca de liquidações, pontas de estoque, saldos ou qualquer tipo de promoção que
aparecesse, tentando encontrar um vestido
que fosse bom e que não custasse muito; encontrou o que queria numa loja não muito
grande, que ia fechar as portas e estava vendendo tudo por menos da metade do preço e
mesmo assim, foi obrigada a gastar todas as
suas economias, para comprar o vestido e um
par de sapatos combinando.
Jamais, em sua tão sofrida vida, havia
sequer imaginado que um dia iria se vestir daquele jeito − parecendo uma princesa de conto de fadas −, ainda mais para ir a um baile de
gala no Tênis Clube, frequentado somente pela alta sociedade. Se alguém lhe dissesse, há
cerca de um ano, quando chegou à cidade −
vinda do interior, acompanhada da mãe, procurando urgentemente por trabalho, após a
morte de seu pai, com uma enorme quantidade de dívidas acumuladas −, que seria convidada para ir a um glamuroso baile, riria, pensando ser brincadeira ou uma loucura impossível.
Estabelecer-se na cidade grande tinha
sido difícil, não conheciam ninguém, tiveram
que passar por muitas provações, até Janete
conseguir um emprego numa fábrica de perfumes; então, alugaram uma casa − simples e
pequena, porém confortável − e sua mãe, para ajudar no orçamento, passou a fazer salgados por encomenda; juntas estavam conseguindo, aos poucos, pagar as dívidas e superar as dificuldades e após Janete receber uma
bolsa de estudos na faculdade, começou a
acreditar num futuro melhor e por tudo isso,
sentia-se cada vez mais feliz e confiante.
Prendeu o colar de contas que imitavam
pérolas e foi até à janela, a noite já estava escura e a rua deserta e quieta. (Só espero que
ele chegue logo...). − pensava.
Quando Ivan − considerado o rapaz
mais lindo, rico e educado da faculdade −,
convidou-a para o baile, ficou desconfiada,
achou que ele estivesse caçoando; já estava
acostumada com as brincadeiras e piadinhas
que os alunos de famílias ricas faziam com os
bolsistas. Estava sentada no pátio, repassando a matéria para a prova de Química e nem
reparou quando ele foi abrindo caminho por
entre os alunos, parou na sua frente e disse:
−Janete?
−O que foi?− respondeu distraída.
−Gostaria de ir ao baile do Tênis Clube
comigo?
−Não está tentando me pregar uma peça, não é? − disse Janete, levantando-se.
www.varaldobrasil.com
30
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
−Claro que não!Estou interessado em
você já faz algum tempo, queria te convidar
para sair e achei que ir ao baile seria uma boa
ideia...
−É melhor não... − respondeu triste,
dando às costas e caminhando rápido em direção à sala de aula.
−Por favor, não é nenhuma brincadeira,
eu não seria capaz de fazer uma coisa dessas
com você; diga que sim! − disse Ivan, bem alto, chamando a atenção dos colegas, que
apontavam e riam.
Comovida, Janete parou e mesmo sabendo que poderia estar cometendo o maior
erro de sua vida, voltou-se e disse, com voz
firme:
−Tudo bem, eu vou... − e saiu correndo
após ouvir o som da campainha, chamando
para a aula de Química; o rosto queimando de
vergonha.
E agora estava ali, aflita, esperando; haviam marcado para as oito e meia; eram oito
quarenta e três.
(Vai dar tudo certo, ele já deve estar
chegando, eu não vou ficar nervosa!) − pensou, retorcendo os dedos da mão.
Pegou uma revista, tentou ler, mas não
conseguia se concentrar, olhava para o relógio
a todo instante; desistiu, passou a andar pelo
quarto pequeno de um lado para o outro, pois
não queria se sentar e amarrotar o vestido. Os
minutos se passavam − e nada dele chegar −,
a tensão aumentava cada vez mais, Janete
não sabia o que fazer; mas acreditava que
apesar do atraso, Ivan ainda viria. Ou será
que não?
(Vem, ele vem sim...).
Temia que talvez tudo isso não passasse de mais um truque, entre tantos outros que
já teve que suportar. Deixá-la ali, em pé a noite toda em seu belo vestido de festa, aguentando o aperto dos sapatos de salto alto, a
maquiagem escorrendo devido às lágrimas e o
abandono total. Mas, o que mais temia mesmo, era que mais tarde, Ivan e seus amigos,
passassem correndo em seus carros, tocando
aquela música ensurdecedora, gritando em
frente à sua casa e caçoando da garota pretensiosa, que ousou achar que um deles poderia se apaixonar por alguém como ela.
(Pare com isso, ele vai chegar...).
O relógio de parede − com a paisagem
campestre desbotada −, já marcava nove e
vinte e cinco e Janete, zangada, tirou os sapatos, jogando-os num canto e sem pensar no
que fazia, passou a mexer nos frascos de perfume − amostras que ganhava da fábrica − e
bibelôs da penteadeira, mudando-os de lugar
e depois os recolocando novamente; coisa
que fazia sempre que ficava muito nervosa.
(Não... ele não vem...).
As nove e cinquenta, já não se importando mais nem com o vestido, senta-se na
cama, derrotada, lutando contra as lágrimas,
odiando-se extremamente por ter se deixado
enganar tão facilmente.
(Ele não vem mesmo; nunca pensou em
vir, queria somente me fazer de boba.).
Revoltada consigo mesma, começa a
tirar o vestido, encarando o fato de que fora
realmente enganada; mas para, ao ouvir o
som de um carro diminuindo a marcha; olha
pela janela − num último lampejo de esperança −, vê que é realmente Ivan e corre, desajeitada, tropeçando, enquanto calça novamente
os sapatos; passa a mão pelos cabelos, ajeitando-os, respira fundo para controlar os nervos, espera impaciente pelo toque da campainha e ao ouvi-lo, tenta conter-se, obrigando-se
a caminhar lentamente, tentando demonstrar
naturalidade e caprichando no sorriso, o coração aos pulos; abre a porta e ouve:
−Oh, Janete, você está maravilhosa!
Espero que possa perdoar meu atraso, mas
eu tive um problema no carro e levei um tempão para consertá-lo. − disse Ivan, eufórico,
pegando-lhe a mão e conduzindo-a orgulhosamente para o carro.
−Tudo bem, eu quase nem percebi o
atraso, sabia que você viria. − respondeu disfarçando o riso, enquanto reparava na beleza
máscula, mas tranquila de Ivan, ainda mais
bonito num smoking escuro.
www.varaldobrasil.com
31
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Quando chegou ao Tênis Clube, ficou maravilhada com a beleza do salão em estilo colonial e o brilho dos grandes lustres de cristal, que reluziam no teto decorado com motivos florais;
uma banda clássica tocava e cantava antigos sucessos; as pessoas elegantemente vestidas
moviam-se lentamente; naquele momento as dificuldades e inseguranças do passado pareciam superadas, existindo somente Ivan e ela, de braços dados; Janete não poderia sentir-se
mais feliz.
Ela sabia que logo começaria outra semana e com ela a escola, o trabalho e a luta pela
sobrevivência; pode ser que esse seja o único baile de sua vida, ou o primeiro de muitos,
acompanhada de Ivan, ou não; mas hoje não quer pensar em nada disso, quer apenas viver
seu sonho, aproveitando a magia do seu primeiro baile.
Movimentam-se lentamente, seguindo o ritmo romântico da musica − executada pela
banda com emoção contagiante, atendendo a um pedido especial de Ivan −, se abraçam apaixonadamente e trocam beijos tímidos, inesquecíveis; talvez o início de uma grande história de
amor.
“Eu sei que vou te amar”...
*Conto premiado com medalha no Concurso “Troféu Jacaré” 2012.
www.varaldobrasil.com
32
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Não importa se ela perpassa
QUE MISTÉRIO É ESSE?
apenas num olhar,
passeia entre as palavras
Por Leonilda Yvonneti Spina
e o coração vem alegrar...
- Que mistério é esse,
Esses instantes de ternura,
que a outro ser nos impele,
rarefeitos no tempo e espaço,
nos faz identificar
tornam-se extremamente belos
com seu jeito, o cheiro, a pele?
ao calor de um abraço!
- Que mistério é esse,
que ao vê-lo, um doce arrepio
nos percorre as entranhas
e um súbito calor nos invade e aquece
com força e emoção tamanhas?
- Que mistério é esse,
que nos faz adivinhar carícias,
um delirar de amor sem fim?
- Que mistério é esse,
que acontece, quando
a um mero olhar, num segundo,
sabemos distinguir nosso par,
entre tantas pessoas do mundo?
- Que mistério é esse, enfim,
que o aproxima de mim?
Imagem: La&fa
Você surge em meu áspero caminho...
Transforma em flor afiado espinho.
E, de mansinho, entra em minha vida,
que então se torna alegre e florida!
Breves momentos de ternura...
É melhor tê-los,
que nesta vida breve
nunca vivê-los!
www.varaldobrasil.com
33
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
FILOSOFIA DO AMOR
Por Gilberto Nogueira de Oliveira
Escrevo aqui neste papel as minhas palavras tristes,
Que talvez poucos leiam. Também não importa
Se ninguém ler as minhas poucas palavras.
Eles ficariam amargurados.
Elas não falariam nunca sobre amor.
O amor é um jogo no qual o homem
Pensa que faz o que quer,
E a mulher faz o que quer, mas
Mesmo assim, deseja que seja assim.
O amor é um jogo no qual o homem
Pensa que ama quem quer,
Enquanto a mulher ama quem quer.
O amor é um jogo abstrato
Onde o homem pensa que manda,
E a mulher pensa que obedece.
Onde o homem cansa,
Cansando a mulher que descansa.
O amor também é um jogo de caricias
Onde quem sabe mais, recebe menos.
A carícia é o principio da razão do amor.
Aquele que não tem amor,
Pede aos outros que não tenham.
E, se não quer pedir, apenas deseja.
Isto é um mal para o amor
h%p://www.iwallfinder.com/
Isto é o amor pelo mal.
www.varaldobrasil.com
34
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O amor de minha vida
Por Marlene B. Cerviglieri
Não permitirias que chorasses por mim nunca,
E nem fosses o meu pensamento,
Mas queria ser o teu querer
Receber a tua segurança em meu coração.
Que velasses o meu sono,
E estivesses em meus sonhos!
Ser amparada em teus braços
Não sentindo nenhum problema
Seria o meu grande amor
Bem guardado em meu coração.
Não mais desilusões e sofrimentos
Estar no mundo real e junto caminharmos
De mãos dadas. Com sentimentos puros
Muito te amar!
Seria para ti o teu grande amor procurado
Pois para mim és e sempre serás
O grande amor de minha vida!
Imagem by Cleobella
www.varaldobrasil.com
35
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Simplesmente Amor
Por Flávia Assaife
Simplesmente sentir tua presença
Simplesmente desejar teu abraço
Simplesmente sentir teus braços a envolver
Simplesmente sentir teu beijo arder
Simplesmente os problemas esquecer
Simplesmente acreditar que vale a pena viver
Simplesmente em teu colo adormecer
Simplesmente sentir-se importante para você
Simplesmente não deixar o tempo passar
Simplesmente todos os segundos aproveitar
Simplesmente sentir-se a vontade para brincar
Simplesmente saber ouvir e falar
Simplesmente permitir-se viajar
Simplesmente saber amar
Simplesmente amor...
Imagem by Laurpora
www.varaldobrasil.com
36
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Tema e Variações em Forma Cíclica
Por Felipe Cattapan
1-
Seduzir é iludir,
apaixonar-se é ansiar;
ansiar é sofrer...
Amar é divinizar!
Querer é um vício;
uma tara é um vício destilado pelo tempo;
(solidão destilada pelo tempo é autofagia).
Sexo é vício, ilusão, ânsia, sofrimento
em querer condensar deus no próximo
- sublimar a solitária digestão da tara do tempo.
2-
O escorrer do tempo se liquefaz em idade,
pervertido pela razão reconhece sem ânsia
que a admiração nasce de alguma ignorância
e o desejo se nutre de alguma necessidade;
(mas toda necessidade plenamente saciável
é sede efêmera e volátil).
- Envelhecer é admitir e concluir.
Poetizar é resseduzir...
Imagem by Angelles
www.varaldobrasil.com
37
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Perfeição
Por Elaine Fernandes dos Santos
Perco-me lentamente em ti a cada dose deste amor louco e vivaz que me ofertas... e entrego-me inconsequentemente embebida pela ânsia que me devora e me impele a ti... Derretendome a mercê da magia deste olhar de avelã... que me aquece... me acalenta... devora-me. Doce
desejo de me embrenhar nos altos e baixos do teu corpo que me seduz... vorazmente. Como
uma droga viciante tu me incitas a loucos e devassos pensamentos proibidos... que incongruentemente dominam minha mente fugaz. A racionalidade subverte-se ao poder do fascínio do desconhecido que se mostra delirantemente prazeroso. E um sabor deliciosamente estonteante gruda-se em minha pele vibrante... eis o efeito do teu toque lascivo. Sons disformes chegam sussurradamente a meus ouvidos entorpecidos provocando-me arrepios... frio... fogo... delírio. Desejo
ardente de te ter.
Palavras cálidas jorram perigosamente em meu pensar delineando em mim desejos secretos destinados a ti. Cenas inebriantes povoam inescrupulosamente meu olhar levando-me ao deleite da tua existência mítica. E um desejo ardente de amar corrói meu íntimo. Decaio. E o que
antes era só pensar... agora sim... realidade. E nesta realidade sonhada a existência indesejada
de um obstáculo indiferente que em toda a sua extensão não foi suficiente para reprimir o nascimento de um sentimento tão sublime. Amor.
E o sonho se fez real... louca paixão unindo duas almas distantemente esperadas. E o desejo de amor se completa na distância dos corpos unidos por um único pensar: amar. Livre ânsia
da felicidade que se idealiza na espera de um beijo sonhado. E a perfeição de um sonho feito
real idealiza este encontro secretamente tramado. E a doçura de um sorriso espontâneo acalenta
a saudade sufocante que cresce desenfreadamente. No silêncio de encontros ocultos constrói-se
a certeza de um futuro incerto. E o amanhã, constantemente esperado, apresenta-se longínquo
enquanto o agora se vai repentinamente.
Foi um encontro estranhamente inesperado. Traçado. Vidas distantes que ao primeiro contato se reconheceram. Entrega total... segredos... sonhos... medos... incertezas... confidências. E
no reconhecimento de suas fraquezas, na confissão de seus desencontros passados a certeza
de uma união almejada. Carências supridas. Sintonia total. Poucos dias, felicidade de anos completos em parceria perfeita. Por vezes, o mesmo pensamento verbalizado. No início, dedicação
total em curar mágoas. Um amo-te sem cobranças, e outro e mais outros. Uma conquista. Alma
refeita. Vida nova. Inevitavelmente poucos dias sem encontros vorazes... no reencontro, uma
confissão entre lágrimas: eu amo você. E a esperança da chegada deste dia transforma-se em
festejo. Um beijo. De amor.
Um coração que bate aqui. Um coração que pulsa lá. Um amor nunca sentido, hoje concretizado. Dois corpos distantes. Uma só alma em união. Uma espera interminável pelo momento
desde já inesquecível. Neste sonho, a realidade. Neste segredo, a perfeição. Em um beijo, duas
almas. Dia após dia numa lenta e cálida paixão que alimentada pela saudade de corpos distantes pulsa veementemente à espera do ápice deste amor que se fortifica noite após noite entre as
confissões secretas de corpos que sussurram em devaneio. Promessas juradas que se fazem
reais através de uma pequena tela de cristal líquido.
www.varaldobrasil.com
38
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Bolinho assado de batata com espinafre
Ingredientes
•
12 batatas médias
. 2 colheres (sopa) de queijo ralado
. 1 colher (sopa) de salsinha picada
. 1 colher (sopa) de cebola picada
. 1 ovo
. 1 xícara (chá) de leite
. 1 colher (sopa) de farinha de trigo aproximadamente
. Sal a gosto
. 1 gema para pincelar
Recheio
. 1 colher (sopa) de manteiga
. 1 cebola picada
. 1 maço de espinafre picado
. 1/2 xícara (chá) de leite
. 1 colher (chá) de farinha de trigo
. Sal a gosto
Modo de preparo
Cozinhe as batatas até ficarem macias. Escorra e amasse até formar um purê. Junte os ingredientes restantes e leve ao fogo até secar o excesso de líquido.
Para o recheio, derreta a manteiga e refogue a cebola e o espinafre picados. Junte o leite misturado com a
farinha de trigo e tempere com o sal. Cozinhe até começar a engrossar.
Divida a massa de batata em pequenas porções e ponha um pouco do recheio no centro. Enrole como bolinhos e disponha-os em uma assadeira untada. Pincele com a gema e asse-os no forno até dourar.
Dica: este bolinho também pode ser frito em óleo bem quente.
http://mdemulher.abril.com.br
www.varaldobrasil.com
39
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
A LUA E O AMOR
Por Lenival de Andrade
Duas coisas que não combinam
É o amor com a dor
A lua brilha no céu
O amor domina na terra
A lua também na terra brilha
O amor também domina no céu
Bela é a lua
Belo é o amor
Quero amor sem dor
E tão bela é a lua
Existe também outra lua
É a lua de mel
É o melhor do casamento
Depois vem o fingimento
E até o arrependimento
Parecendo coisa de momento
Porém não existe outro amor
Que não seja o divino
Meu sonho maior desde menino
Era encontrar um amor
Puro e verdadeiro
Maior que o mundo inteiro
E que todo o universo
Duas coisas que não combinam
É amor com dor
O que combina é a lua com o amor
www.varaldobrasil.com
40
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
@RTES
N@ VISÃO DE
J@COB B. GOLDEMBERG
ARTE? FALA SÉRIO!
Começamos com uma citação do escritor peruano Mario Vargas Llosa, no Hay Festival
Cartagena 2013, Colômbia, transcrita na revista VEJA, Edição 2307, de 06/02/2013: “Nas artes,
a palhaçada chegou a termos grotescos, a ponto de museus importantes pagarem centenas de
milhões por um tubarão no formol”
Alusão clara à obra de Damien Hirst, o artista britânico mais badalado e rico da atualidade,
“The Physical Impossibility of Death in the Mind of Someone Living”, de 1991, vendida em 2004
por doze milhões de dolares ao bilionário americano Steve Cohen : nada além de um tubarão
morto (menos mal…) de 5 metros, mantido em formol em aquários, pesando a obra 2 toneladas;
; recentemente foi desmontada e recuperada por técnicos especializados por deterioração na
taxidermia do animal. Some-se a isso críticas e questionamentos feitos à realização de “obras
de arte” em que o artista sequer põe a mão no trabalho, deixando tudo por conta de outros, especializados — não se faça aqui qualquer analogia com os aprendizes, estagiários, assistentes,
o caso é exatamente ao contrário; questionado sobre esse procedimento, Hirst declarou, certa
vez: “… não sou burro a ponto de trabalhar …” .
A obra de arte chega a quem com ela se encontra ao modo e intensidade que ,em cada um, a
sua percepção acolhe, permeia suas preocupações e o seu conhecimento processa; é aí que a
interação entre o artista e o espectador é construtiva e enriquecedora — porque diálogo; no entanto, a grande maioria do que nos é oferecido são peças ou ambientes cenográficos à procura
de um texto que os justifique, o que é proposto em pequenos escritos, em placas ou paredes,
ou através de textos críticos nos meios de divulgação: não mais um diálogo mas sim digressões
www.varaldobrasil.com
41
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
sobre a obra e sobre o autor: difíceis de entender até mesmo para o autor, que com toda a
certeza não pensou aquilo tudo que se explica, nem antes, nem depois, mas passa a adotar e
repetir; resumindo: quem tem o que dizer, dá o recado, quem não tem necessita de alguém
que lhe invente um.
Assim, as obras de artes plásticas, as mais em voga nos dias de hoje, estão difíceis de
entender mas são fáceis de definir: é uma PERFORMANCE quando o palhaço é o artista ou é
uma INSTALAÇÃO quando os palhaços somos nós.
Com todo o respeito devido aos palhaços, artistas sublimes que são.
www.varaldobrasil.com
42
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
De como entrar num parafuso sem fim
Por José Alberto de Souza
lá vem ela me enxerga se transforma fica linda e eu não tenho
uma câmera para registrar a felicidade que ela transmite
quando me vê nenhuma outra mulher no mundo se apura
tanto quase corre querendo se atirar em meus braços que
bom te ver eu também precisava tanto falar contigo eu também me beija nas faces que dia bonito dá vontade é sair de
mãos dadas contigo não posso não fica direito vais pra lá eu
também te lembras daquela vez que brincamos de roda faz
tempo não muito ainda não esqueci mas como estás bem continuas a mesma menininha safada que mexia comigo dizendo
que eu eras um bocó que não gostava de namorar mas eu não
queria me comprometer ficar enrabichado depois teu pai perguntar qual era minha intenção sem que eu pudesse falar outra coisa que era a melhor possível e logo tua mãe na sala fazendo crochê na cadeira de balanço vigiando a gente segura a
tua mãozinha não pode faz cosquinha no sovaco vê só que
atrevimento te manda moleque onde já viu faltar o respeito
com moça de família não ontem não dava pé hoje pode dar ela
quase se encosta eu tenho vontade é de passar o braço nos
seus ombros pergunto com meu olhar responde com seu gesto esfregando sua coxa na minha mão me excita me deixa todo corado de mão num bolso que coisa louca nunca vi nada
igual nem acredito xô danada cruz até acho que ela deve gostar de mim
Imagem by Mari Mackie
www.varaldobrasil.com
43
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
www.varaldobrasil.com
44
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
REGULAMENTO DO CONCURSO CULTURAL "1º PRÊMIO VARAL DO BRASIL DE
LITERATURA - 2013", PROMOVIDO
PELA REVISTA VARAL DO BRASIL
A finalidade do presente concurso é a divulgação da Língua Portuguesa e da arte
literária mediante premiação das melhores
obras literárias dentro do proposto no regulamento a seguir:
1.
Poderão participar do concurso
pessoas maiores de 18 anos que
sejam brasileiras ou estrangeiras e
que escrevam na Língua Portuguesa.
2.
Serão consideradas três categorias:
contos, crônicas e poemas.
3.
Os originais deverão ser inéditos e
escritos em Língua Portuguesa. Os
contos, crônicas e poemas não poderão ser traduções de originais de
outros idiomas e não poderão ter
sido publicados anteriormente em
nenhum meio de comunicação, impresso ou virtual, e poderá ser chamado às vistas da lei.
4.
O conteúdo dos originais seguirá o
critério seguinte: o tema é LIVRE,
ou seja, o autor poderá escrever sobre o assunto de sua escolha. Os
textos não deverão trazer temática
partidária, seja ela política, religiosa, racial ou outra. Textos que pos-
suam conteúdo partidário político,
religioso, racial ou outro e textos
que contenham pornografia de
qualquer espécie serão desclassificados deste concurso sem mais.
5.
Cada candidato poderá concorrer
nas três categorias com um trabalho em cada uma delas no máximo.
Para cada categoria o candidato deverá fazer uma inscrição separada
e enviar também separadamente, o
material a ser avaliado no concurso.
6.
A inscrição dos originas deverá ser
realizada no período entre 1º de fevereiro e 30 de abril de 2013, mediante o pagamento de uma taxa de
inscrição e do envio dos originais a
serem avaliados para o e-mail
[email protected] nas condições abaixo discriminadas.
7.
O valor da taxa de inscrição fica
estabelecido em: CHF 25,00 (vinte
e cinco francos suíços) para a Suíça; BRL 45,00 (quarenta e cinco
reais) para o Brasil e EUR 20,00
(vinte euros) para todos os demais
países. O valor deverá chegar ao
VARAL DO BRASIL isento do pagamento da taxa de transferência
bancária ou depósito bancário.
8.
As coordenadas bancárias para o
pagamento da taxa de inscrição deverão ser solicitadas através do email [email protected]
www.varaldobrasil.com
45
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
9.
Os interessados preencherão a ficha de inscrição que será enviada
junto do texto (folha separada) e
comprovante de pagamento da taxa
de inscrição. Uma foto de rosto deverá ser enviada junto ao restante
do material solicitado.
10. As inscrições serão realizadas apenas online, por intermédio do email [email protected] e o
autor deverá utilizar um pseudônimo que estará presente na ficha de
inscrição.
11. As crônicas e os contos deverão ser
enviados em formato A4, letra Arial
12. Os contos deverão ter no máximo duas páginas e as crônicas no
máximo uma página.
12. Os poemas deverão ser enviados
obedecendo às mesmas condições
dos itens 10 e 11, mas contendo no
máximo 1 página.
13. Não serão considerados válidos
textos que vieram colados no corpo
do e-mail nem textos que vierem
sem o comprovante de pagamento
da taxa de inscrição.
14. Não serão considerados válidos
textos que vieram colados no corpo
do e-mail nem textos que vierem
sem o comprovante de pagamento
da taxa de inscrição.
15. Para seleção das melhores obras o
VARAL DO BRASIL formará uma
Comissão Julgadora que estará apta a avaliar os originais enviados
de acordo com os critérios editoriais, criatividade e estilo para desta
forma escolher os vencedores do
presente Prêmio.
16. Toda e qualquer decisão tomada
pela Comissão Julgadora será irrevogável. E para a decisão não cabe
nenhum tipo de recurso ou medida
judicial. A inscrição no concurso
implica na aceitação de todos os
itens deste regulamento.
17. A escolha das melhores obras literárias será publicada no mês de
junho de 2013 no site e blog do
VARAL DO BRASIL
(www.varaldobrasil.com e
www.varaldobrasi.blogspot.com) e
divulgada amplamente.
18. Os vencedores em cada categoria
receberão certificado do I PRÊMIO
VARAL DO BRASIL DE LITERATURA, além da quantia de CHF
500,00 (quinhentos francos suíços)
e a participação como convidados
no livro VARAL ANTOLÓGICO 4 a
ser editado em 2014.
19. Os detentores do segundo lugar em
cada categoria receberão Menção
Honrosa, mais a quantia de CHF
300,00 (trezentos francos suíços) e
a participação como convidados no
livro VARAL ANTOLÓGICO 4 a ser
editado em 2014.
20. Do terceiro ao décimo lugar: Menção Honrosa e possibilidade de
participar do livro VARAL ANTOLÓGICO 4 (mediante pagamento de
inscrição com valor privilegiado)
21.
A nominação e comunicação dos
premiados será feita por e-mail.
(SEGUE)
www.varaldobrasil.com
46
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
22. Fica autorizada a publicação pelo VARAL DO BRASIL na revista VARAL DO BRASIL, no livro VARAL ANTOLÓGICO 4 e nos blog e site do VARAL DO BRASIL de todos os textos inscritos, sejam eles selecionados ou não. Os candidatos autorizam
o uso e a veiculação do seu nome pelo VARAL DO BRASIL ou por terceiros por ele
autorizados, inclusive para fins comerciais.
23. A apresentação dos originais para concorrer ao I PRÊMIO VARAL DO BRASIL DE
LITERATURA implica expresso acordo às normas apresentadas no presente Regulamento.
24. Os prêmios são pessoais e intransferíveis e não poderão ser trocados por quaisquer outros produtos ou serviços.
25 Todos os casos não previstos nas normas deste Regulamento serão resolvidos diretamente pelo VARAL DO BRASIL.
26. A organização do VARAL DO BRASIL se reserva o direito de recusar qualquer
candidatura que acredite não respeitar as normas deste Regulamento ou por outros motivos que a organização do I PRÊMIO VARAL DO BRASIL DE LITERATURA
achar pertinente.
Em Genebra, 24 de janeiro de 2013
Jacqueline Aisenman
Editora-Chefe do VARAL DO BRASIL
Coordenadora do
I PRÊMIO VARAL DO BRASIL DE
LITERATURA
@quilo qu_ s_ f[z por
[mor _stá s_mpr_ [lém
^o \_m _ ^o m[l.
Fri_^ri]h Ni_tzs]h_
www.varaldobrasil.com
47
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
INTIMIDADE
Por Jeanne Cristina Barbosa Paganucci
Sonhos, doce encanto dos meus dias
Em que choro tão pesadas despedidas
e encontro tão distante tuas carícias
penso nas cartas não correspondidas
Livre de ti estou só
Para não mais te encontrar
Mas essa dor que lacera minh’alma
Vive e persegue meu despertar
Desapareça, saia de vez e não volte
Jamais, para que eu possa sonhar
Em outras ilusões adentrar
Agora o encanto se quebra e repito
Desapareça, saia de vez e não volte
A povoar o meu intimo, instinto
Imagem: http://www.amormensagensepoesia.com/products/soneto-da-intimidade/
www.varaldobrasil.com
48
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
NO UNIVERSO DE
GUACIRA MACIEL
Alma barroca do povo brasileiro
(fragmento do meu livro “Cruz do meu Rosário;
um amor na Chapada Diamantina” (Guacira
Maciel)
Aqui precisaria trazer uma compreensão sobre
essa analogia, pois entendo que o barroco representa fortemente a alma do povo brasileiro,
em sua profunda teatralidade expressada com
muita ênfase, propriedade e força na obra do
Aleijadinho, grande escultor mineiro
(1730/1814), que externou esse fenômeno em
suas esculturas. Uma obra plena de drama, de
expressão, de metáforas, de musicalidade,
constituídas por olhares, postura corporal, gestos e movimentos que absorvem e partem da
apropriação de elementos da natureza. Nela
se encontra retratada, pioneira e reconhecidamente, a identidade mestiça da alma e do sangue do povo brasileiro, evidenciada por esse
caráter expressionista. Eu diria que na sua
obra está o genoma da composição genética
em cujos códigos se pode identificar o sangue
indígena, nativo do país, acrescido daqueles
outros que foram incorporados a posteriori,
que são o do negro e do europeu, com marcantes características humanas e pleno de
sensualidade, percebidos nos movimentos das
suas esculturas.
Buscando compor uma identidade própria nesses espaços, encontramos referenciais bastante contemporâneos no hipertexto que se
realiza na obra do artista, reconhecido, inclusive, como um majestoso conjunto arquitetônico;
eu iria mais longe, ousando dizer que essa arquitetura se transmuta numa perspectiva tam-
bém imaterial, quando imagino o que consegue estimular na dimensão da criatividade,
moldando essas características mestiças. Na
montagem do seu teatro em pedra-sabão, ainda que em sua imobilidade material, fundado
em 1957, na então Freguesia de Nossa Conceição das Congonhas – exemplo de uma história icônica -, o artista mineiro construiu o que
os estudiosos denominam de
“arquitexto” (arquitetura e texto), que eu diria
arquitexto também no sentido de dimensões
imaginárias colossais quanto às possibilidades, composto de um cenário e uma coreografia que conseguem nos transportar à própria
gênese da história humana. Ali se encontra em
plenitude outras linguagens, como a muda e
imutável musicalidade, percebida sutilmente
pelo movimento das posturas e roupagens que
dão suporte a esse movimento; nela, os 12
Profetas em imponente postura, realizam uma
conferência imaginária, que me transporta à
não menos mágica Távola Redonda, do lendário Rei Artur.
Esse caráter barroco da obra teatralizou a arte
brasileira em suas características multirraciais,
representando-as com nuances de musicalidade, que tanto têm em comum com o nosso caráter, expressão corporal, criação e imaginário,
mas também ciência (cálculos e precisão). A
maior marca dessa teatralidade, dessa dramaticidade lhe é conferida magistralmente nessa
linguagem visual, através do movimento dançante das roupas enfunadas por um vento
quase palpável e não menos imaginário e dramático; pela sugestão da impetuosidade e autoridade anunciadas por esses personagens/
www.varaldobrasil.com
49
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
divindades, como um portal entre o divino e o
tendo a criação um terreno sem paternidade e
humano, livre de qualquer crença específica.
movido por amplas compreensões de mundo
A dramaticidade do barroco está muito plena
e caminhos do imaginário, não a desconside-
na obra, até pela similaridade com as condi-
raria, uma vez que aquela fase se constitui
ções físicas do seu criador, severamente muti-
uma vivência histórica plena de muita dramati-
lado pela lepra, segundo consta, enfermidade
cidade da nossa história, pois naquele período
que foi consumindo sua carne e seus movi-
Minas Gerais passava por um momento de
mentos tão lenta e perversamente. Nela tam-
grande exploração de suas riquezas e reivindi-
bém estão registrados a dor e o sentimento de
cações sociais, atingindo o desfecho que co-
transitoriedade do homem, que o artista tão
nhecemos.
bem consegue comunicar; a impossibilidade
Essa compreensão busca explicitar com luci-
da perfeição e do reconhecimento de que a
dez, com muita pertinência, a similaridade que
arte capta um momento fugaz da condição hu-
busco explicar e entendo existir entre a natu-
mana de criar; portanto, do reconhecimento
reza do povo e a teatralidade da fase barroca
das suas limitações.
brasileira, especialmente o trabalho desse ar-
Talvez até possamos entender certa
tista, onde está implícita a multiplicidades rít-
‘crueldade’ ou desespero vistos nas deforma-
mica e outras linguagens artísticas plenas de
ções das esculturas de pedra-sabão, escolhi-
musicalidade, de dramaticidade, de movimen-
da - sugerem alguns - por sua composição
to e envolvimento com o clima e a voluptuosi-
com ferro e, portanto, sujeita à oxidação, co-
dade dos nossos relevos, em que o elemento
mo uma forma de retratar seu estado físico
nativo, acrescido dos outros já mencionados e
legado pela inexorável enfermidade, ou ainda
que compõem nossa genética tão múltipla, se
pela ilusão de ter o controle ao roubar-lhes a
fazem esplendidamente presentes, ampliando
integridade, a beleza e a vida, como acontece
suas formas em nossos espaços
consigo mesmo, sem que possa interferir nesse processo. Aqui volta a chamar a atenção
sobre a representação e a utilização da arte
como possível expansão do Eu; o Eu que lhe
escapa e adquire vida e personalidade, e existência próprias.
Segundo consta, há uma referência de que os
Profetas também representariam os inconfidentes mineiros, tese desconsiderada com
acidez por Waldemar de Almeida Barbosa em
“O Aleijadinho de Vila Rica” (texto da Internet),
que diz ser a hipótese “excesso de imaginação ou falta de assunto”. Entretanto, como enwww.varaldobrasil.com
50
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
OAMORÉINSANO
PorGirleneMonteiroPorto
Não há moinhos de vento
Que me afastem de você
E nem poderia a mesquinha sensatez
Ser mais esperta que a loucura
Do amor que sinto e que me dá forças
Para lutar contra tempestades em alto mar.
Mar que me leva a viajar
Para distantes terras, mas mesmo cansado do caminho,
Sempre volto louco para o seu amor, meu amor.
Imagem by Mothyyku
www.varaldobrasil.com
51
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Se você deseja ajudar os animais que todos os dias são
abandonados, atropelados, maltratados e não sabe como, vai
aqui uma dica:
Procure uma associação de proteção aos animais, um refúgio,
uma organização ou mesmo
uma pessoa responsável em sua
cidade ou estado. As colaborações podem ser feitas através de
tempo, dedicação, ajudas financeiras, divulgação.
Há pessoas por todos os cantos
ajudando aqueles que não sabem como ajudar a si mesmos.
Seja mais um, faça destes bichinhos a sua causa!!
AJUDE A AJUDAR,
SEJA HUMANO!
SE VOCÊ É PROTETOR DE ANIMAIS OU É FLIADO A
ALGUMA ASOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO ANIMAL:
NÓS DIVULGAMOS AQUI NA REVISTA VARAL
(GRATUITAMENTE) O SEU TRABALHO.
ENTRE EM CONTATO:
E-MAIL; [email protected]
www.varaldobrasil.com
52
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Vértice do universo
Por Paulo Siuves
No momento em que estamos juntos, eu me sinto como que vivendo num
sonho, quando a sua voz invade a minha alma sinto que há fogo em meu
corpo.
Tuas mãos deslizam em meu rosto fazendo-me calar num longo e sincero
beijo, meus braços envolvem com ternura o teu corpo, alvo de toda a minha
paixão, meus olhos procuram em teus olhos um pedido para interpretar.
Sinto a sua respiração ofegante, enquanto minhas mãos deslizam suavemente pelo teu corpo procurando um segredo que eu não conheça, entre
sussurros e palavras de amor eu recebo os seus beijos doces como favos
de mel. Em beijos ardentes, nossos corpos se envolvem em um intenso ritmo de prazer e se misturam transformados numa fonte de suor, descubro os
segredos guardados nas curvas mais cobiçadas do teu corpo, não há uma
só coisa que me seja proibida.
Então sinto o queimar do teu prazer e em teus braços, o teu olhar em forma
de querer me leva ao vértice do universo. E, extasiado, vejo o teu corpo brilhando sob a luz da lua, cúmplice desse momento sagrado, onde bailamos
ao som das estrelas, a melodia da vida a canção dos apaixonados...
www.varaldobrasil.com
53
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Bolinho de arroz
INGREDIENTES
De Tania Cione
2 xícaras de chá de arroz cozido
1/2 xícara de chá de queijo ralado
1/2 xícara de chá de leite
2 colheres de sopa de cheiro-verde picado
1 colher de sopa rasa de fermento em pó
1/2 xícara de chá de amido de milho
1/2 xícara de chá de farinha de trigo
3 ovos
óleo para fritar
MODO DE PREPARO
Misture tudo muito bem
Frite as colheradas em óleo quente, deixando dourar de ambos os lados
Escorra sobre papel absorvente
http://tudogostoso.uol.com.br/
www.varaldobrasil.com
54
Imagem by ichihimemania
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
UM GRANDE AMOR
Por Mário Rezende
Nada melhor que ter um grande amor.
Quando se encontra o outro na areia do rio;
no pio do pássaro noturno;
em gotas de orvalho numa pétala de flor;
nos pingos da chuva
refletindo nos raios do sol
um arco-íris;
na lágrima que veio do coração;
no sopro do vento;
na linguagem muda do pensamento;
no silêncio do deserto;
na noite enluarada;
na história de amor que a gente cria;
no beijo atrevido jogado no meio da multidão.
Quando se tem tudo isso,
para guardar como boas lembranças,
nos enlaçados corações.
www.varaldobrasil.com
55
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Stand do Varal do Brasil em 2012
Na foto, recebemos, o Embaixador Ernesto Rubarth, Cônsul-Geral do Brasil em
Genebra
www.varaldobrasil.com
56
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O Amor é Flor…
Por José Cambinda Dala
O amor já não é qualquer flor
Actualmente é flor rara
Difícil de se encontrar
Já que os jardins de verdade desapareceram
Infelizmente quem tem a sorte de a achar
Nada faz parar a preservar
Maltrata-a regando quando quiser
O que leva-a a murchar
Flor murcha não é morta!
É apenas falta de cuidados
Que seja bom jardineiro quem a descobrir
O que renasce é sempre mais forte
Com experiencias acumuladas
Para uma nova vida, rumo a felicidade.
h%p://southgippsland.wordpress.com/
www.varaldobrasil.com
57
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O jogo da sedução
Por Angela Guerra
O AMOR
chega despercebido...
A flecha do impiedoso Cupido
fere sem dor
e o nosso corpo inteiro vibra,
inflamado pelo AMOR!
Uma canção,
um cantinho especial,
um mundinho só dos dois,
muitos beijos e um depois...
Emoções aos borbotões,
invadindo os corações,
eletrizando os sentidos,
exacerbando os desejos,
e, na volúpia dos beijos,
os corpos se tornam um
e permanecem unidos,
no jogo da sedução,
até o espocar dos fogos,
que, com mil cores, preenchem
a vida daqueles dois...
www.varaldobrasil.com
58
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
POEMA PARA MEU FILHO
Por Maria José Vital Justiniano
Por que te preocupas?
Acaso, não vês que as estrelas sempre brilham?
Não importa se não tem flores no jardim,
As estrelas continuam brilhando...
Não tem problema se o amigo te trouxe desilusão,
Outros amigos virão...
Por que queixas?
As estrelas não se preocupam com quem as contempla,
Nem ficam com menos brilho se alguém não gosta de poesia
As estrelas permanecem com o mesmo brilho
Porque são sensíveis,
Lindas,
Preciosas,
Ingênuas,
Majestosas,
E poéticas.
Assim, como você, amigo e carinhoso,
Necessário no seio da família e da sociedade para BRILHAR ..
h%p://vegan.sheknows.com/
www.varaldobrasil.com
59
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Tempestade sentimental
Por Erica Gonçaves
Era uma tempestade com chuvas intensas, diferentes, parecia de
prata com um imenso brilho que vinha de um olhar apaixonado.
Ah! E as nuvens deste olhar eram torrentes de fogo, como lavras
de um vulcão incandescente, queimando por grandes sentimentos
de amor.
Havia também muita ventania, formada pelos constantes abraços e
carinhos atrevidos e incansáveis.
Os trovões mostravam os impulsos do coração e sua euforia diante
do prazer absoluto.
Os corpos tocados causavam grandes relâmpagos que cegavam a
insensatez do momento.
Os desejos... Os desejos queriam todos os prazeres ao mesmo
tempo, mas também que o tempo parasse no tempo.
O corpo era como uma elegante palmeira se requebrando com
aquela tormenta, grandes ventanias e impulsos eletrizantes que
todos aqueles sentimentos causavam.
O prazer era absoluto e insano, e os ventos afáveis.
E na calmaria, o cansaço imperava, buscava repouso, silêncio,
tranquilidade e mansidão...
... Numa pausa, a tempestade do amor
h%p://www.hdwallpapers.in/
www.varaldobrasil.com
60
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O terceiro volume de nossas coletâneas VARAL ANTOLÓGICO chegará
em breve! Será lançado dia 03 de maio no 27o Salon International
du Livre et de la Presse de Genève (Genebra/Suíça) e em agosto em
Florianópolis, SC.
Conheça todos os 40 coautores e do livro e demais participantes nas
páginas de nosso site!
www.varaldobrasil.com
www.varaldobrasil.com
61
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
OS SENTIRES MEU E DE DEUS
Por EstherRogessi
O amor é indefinível, não há palavras que o descreva.
Por mais que as busque, menos digo; quanto mais calo... Mais sinto.
Só sei que está no vento, na chuva, no sol, no firmamento;
no nascer, morrer... Sim! No morrer –
O grande amor de Deus leva-O, a nos tomar para si.
Menos dor haveria se pensássemos assim...!
O amor é doação... Do contrário, é amor não.
(...) O amor é sofredor, é benigno:
O amor não é invejoso, não trata com leviandade,
não se ensoberbece.
Não se porta com indecência; não busca os seus interesses,
não se irrita, não suspeita mal.
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha.
www.varaldobrasil.com
62
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Muita gente pergunta: Castrar pra que? Coitado do animal?
A resposta do porque castrar está ai. 13 filhotes abandonados em caixa de papelão. Ai pergunto: Cadê a mãe? Está
com o ignorante que abandonou os bebês e não vai castrar a
fêmea que daqui 6 meses entra novamente no cio.
Tá respondida a pergunta?
Rafael Leal protetor, dedicado a ajudar os animais teve 10 filhotes abandonados na sua porta. Eu e minhas amigas com
20 filhotes abandonados e com certeza mais um monte de
protetor ou pessoas que lutam para ajudar tiveram esta surpresa em sua porta.
Pense nisso, castre seus animais, oriente seus vizinhos e conhecidos a fazer o mesmo para que um dia esta situação
melhore. Quem sofre com tudo isso é o animal que é tirado
da mãe antes do tempo e jogado em ruas e estradas.
Reprodução da página do Facebook de Marcia Leone
http://www.facebook.com/marcialeone?fref=ts
www.varaldobrasil.com
63
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Sonhar o amor
Por José Hilton da Rosa
Cúmplice de qualquer sorriso
só para amar
Lágrimas de esperança e solidão
só para amar
Perdido e reencontrado, emocionado
só para amar
Fingir a falsidade, abnegado sorriso
só para amar
Quisera olhar, mesmo infeliz
só para amar
Sonhos que levam o ar puro do amor
somente amando
Imagem by diihpictures
www.varaldobrasil.com
64
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
BOLINHO DE BACALHAU
Ingredientes
6 Colher(es) de sopa de Alho Granel
2,5 Quilo(s) de Batata
3 Colher(es) de sopa de Azeite Borges ExVirg
3 Xicara de Oleo Soja Sadia
2,5 Quilo(s) de Bacalhau Porto
Modo de preparo
Em uma assadeira, coloque as batatas e leve ao forno para assar, a 220ºC, por 1 hora.
Depois re&re as batatas do forno, descasque-as e passe-as pelo espremedor, ainda
quentes. Deixe esfriar e reserve. Em uma panela, aqueça o azeite e refogue o bacalhau, as folhas de louro e o alho picado. Frite bem, até que fique sequinho, e deixe esfriar. Quando as batatas e o bacalhau es&verem fritos, misture-os e acrescente a pimenta e a salsinha a gosto. Faça bolinhos e frite-os no óleo bem quente. Sirva com limão.
h%p://www.receitasprezunic.com.br/
www.varaldobrasil.com
65
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Seus olhos
Por Renta Iacovino
Gosto de ler a cor dos seus olhos
Não essa que parece
Que aparenta
Mas aquela
Que é parente
Da entrelinhada furta-cor
Desse âmbar todo amor...
Gosto de tecer a cor desses seus olhos
Tão meus olhos
A me olhar
A olhar você...
Essa tradução
Imperceptível
Aos olhos dos outros
Gosto de imaginar o que me dizem
Ao se perderem entre os meus
Quando parece que o caminho finda
E nova nesga se ilumina
Conduzindo-nos a diversos olhares
Nossos
Gosto...
Gosto do gosto do seu olhar
A me pestanejar
Conversando explicitamente
Subliminarmente
Assim de longe
Assim tão perto
Aí e aqui
www.varaldobrasil.com
66
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
SOBRE NOSSO AMOR
Por Larissa Loretti
Todas as luzes da ribalta te iluminam,
meu amor. Nada nos falta.
Não é preciso inflação de palavras
para te saudar...
Apenas um grão de ternura
um sorriso, um poema...
Ficou nítida
a paisagem de nós dois
vivendo essa aventura maravilhosa!
Nada de escrever odes
à melancolia,
mas viver sob um céu cor de rosa,
enfeitando o caminho.
E sem preconceito
atiçar o desejo sobre o leito
porque na verdade,
meu amor,
imersos na felicidade,
no fórum do tempo, dia a dia
seremos eternos amantes,
em todos os instantes,
encharcados de amor e poesia!...
Imagem by Jellijune
www.varaldobrasil.com
67
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
www.varaldobrasil.com
68
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
DIVINO AMOR
Por Carlos Alberto Omena
O amor quando se vai
deixa-nos vazio, causa dor.
É sensação estranha
o amor, divino amor.
Mas quando presente estás
sobe por todo o corpo imenso calor.
Por isso é que sois mágico
amor, divino amor.
Sois imprudente e até leviano
causa alegrias, às vezes medo ou pavor.
Sois a felicidade ou decepção.
Por isso chamam-lhe amor.
Amor, singelo sentimento,
tal perfumada e rara flor.
Tu és poderoso e nobre;
amor, divino amor.
www.varaldobrasil.com
69
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
www.varaldobrasil.com
70
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
As Sem-razões do Amor
(Carlos Drummond de Andrade)
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
www.varaldobrasil.com
71
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
TRÊS CORPOS
Por Eber Josué
Na noite profunda,
Três corpos são vistos
Envoltos em chamas,
Em fogos ardentes,
De pura lascívia e paixão.
Três corpos desnudos,
Três deuses profanos
Bailando na água,
Ardendo em desejo;
O tempo parece parar.
No seio da noite,
Três corpos se enlaçam
Num só sentimento;
Confundem-se as carnes
Em luxuriante prazer.
Envoltos no ébano,
Despidos de tudo,
Os corpos se fundem;
Sensação profunda
De puros prazeres carnais.
Roçar de três corpos
Tremulantes e acesos;
Convulsiva explosão
Propagando, qual onda
Perdida no éter profundo.
Na noite profunda
Três corpos são vistos,
Mas ninguém indagou
Se os orgiosos sussurros
São pecado ou adoração.
www.varaldobrasil.com
72
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
V Encontro Brasileiro na Suíça –
“Redes Sociais e Integração”
Sábado, 25 de maio de 2013 - Aula Rämibühl, Rämistrasse 56, 8001 Zurique
As redes virtuais como o Orkut, Facebook, E-mails, Blogs, dentre outros, inauguraram uma nova era no campo das comunicações e desempenham um papel
importante na vida cotidiana da maioria das pessoas, especialmente quando se
mora longe da família.
Apesar isso, todas essas formas de “estar conectado” com o mundo não substituem o encontro pessoal e presencial com outras pessoas. Para nós, o termo
“Redes Sociais” refere-se a uma teia multifacetada de relações (presenciais e
virtuais), que vão desde o pequeno círculo familiar até as relações estabelecidas
no ciberespaço.
Todas as relações estabelecidas entre pessoas, de forma presencial e/ou virtual,
criam importantes contatos, de diversas naturezas. No contexto multicultural da
Suíça, as redes sociais são uma chave importante para a integração. É na construção e no interior dessas redes sociais que a integração se concretiza, passo
a passo.
A ideia deste Encontro é debater sobre os papeis que essas redes sociais podem representar, assim como sobre as chances e os desafios do mundo ligado
em rede. O público terá a oportunidade de interagir ativamente durante o evento, tanto na troca de experiências com os outros participantes, como no contato
com os participantes da mesa redonda.
Reservem a data, façam sua inscrição e sejam bem vindos para debater conosco e com nossos convidados sobre esse tema, que além de interessante, é também muito atual!
Coordenação do CBS (Conselho Brasileiro na Suíça)
Patrocínio:
Integrationskredit des Kantons Thurgau
Fachstelle Integration des Kantons Basel-Landschaft
Integration Basel
Amt für öffentliche Sicherheit – Abt. Lotteriefons/Solothurn
Migroskulturprozent
Ministério das Relações Exteriores do Brasil
(Segue)
www.varaldobrasil.com
73
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Programa
9:30 Chegada, inscrição
10:15 Abertura e Saudação
10:35 Introdução ao tema
10:50 Palestra: “Redes Sociais: Chances e desafios do
mundo ligado em rede”, por Alexander Thoele (jornalista da
Swissinfo, criador do Blog “Do topo dos Alpes” e do “Fórum
Brasil-Suíça”)
11:30 Dinâmicas para troca de experiências
12:00 Espaço Cultural
12:15 Almoço
14:00 Mesa Redonda com participação de:
Meire Yamaguchi (psicóloga, naturopata e escritora),
Jacqueline Aisenmann (escritora, editora do site e da revista eletrônica “Varal do Brasil”)
Vicente Luis de Moura (psicólogo).
Moderação: Sandra Rodrigues Urech (mestre em educação, membro da diretoria do CBS)
15:40 Pausa
16:10 Conclusão do tema, com apresentação de links úteis
16:30 Reflexão final
17:00 Encerramento com música
Formas de acesso ao Local: Aula Rämibühl, Rämistrasse
56, 8001 Zurique (Entrada na Steinwiesstrasse/
Steinwiesplatz) / Trem: Da estação principal de trem de
Zurique pegar o bonde (Tram) Linha 3/8 direção Klusplatz,
descer no “Hottingerplatz”, descer a rua e virar a primeira à
direita.
Inscrições online: www.encontro-brasileiro.ch ou
www.conselho-brasileiro.ch
Até 10 de maio de 2013
www.varaldobrasil.com
74
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
SOBRE O AMOR
Por Jacqueline Aisenman
Ou você ama, ou você não ama. Não se ama pouco, nem
se ama demais. Amor é o que faz você se conectar com as
pessoas. O que se chama amor demais já é paixão, aquela areia movediça que não dá pé e onde a gente costuma
se perder. Amor é sentimento que não pede volta, retorno,
reciprocidade, pede nada. Amor existe porque existe, não
pediu pra nascer. Mas amizade é coisa de conquista e
paixão é coisa de ser humano. Deixa-se de ser amigo porque os tempos mudam e a vida caminha e amizade nadava em águas rasas (amigo mesmo tem o nosso amor!); a
gente se "desapaixona" de um dia para o outro e nem sabe como aconteceu (às vezes vira amor...)! Mas amor é divino, por isto, quem ama sabe que, se amou uma vez,
nunca deixará de amar e nem se dará conta se o amor
bateu lá e voltou ou não. Amor não volta porque não precisa partir. Amor é eterno. E o enquanto dure pertence à
paixão!
Imagem by Maskqueraide
www.varaldobrasil.com
75
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
VOX POPULI, VOX DEI,
CRÔNICAS DO FOLCLORE
BRASILEIRO
Por Mario F. C. de Souza Santos
CRÔNICA DE ANDIRÁ E YRESÉ
OU, DE AMORES, MONSTROS
crava, marcada no peito nativo pelo amor, deitada na areia da praia de São Vicente sob as
estrelas, entre os braços e membros de Andirá,
E HERÓIS
forte, tupi, ardendo chamas do amor, nunca
NA ENSEADA DE SÃO VICENTE
mais verá aquele que a amou com tanto calor
nas frias praias do mar.
É com muita honra que damos início à
Amor cega e com certeza fora a ceguei-
nossa coluna de crônicas “Vox populi, Vox Dei,
crônicas do folclore brasileiro” na revista Varal ra da felicidade no amor que fez com que a podo Brasil! E não há tema melhor para início de bre Yresé ignorasse o conselho insistente da
conversa do que o que rege a própria revista velha índia feiticeira da Vila de São Vicente paesse mês, a saber, o AMOR! Pois então, é uma ra contar ao patrão vice-governador, o romance
história de amor, trágica, tão real quanto lendá- logo todo... Mas ora, quantas loucuras não faria, que narrarei nessas poucas linhas. História zemos por amor? Não era para tanto o desfeda qual tomei ciência após minha visita à bai- cho!
xada santista, nesse estranho verão de 2013.
Preste sentidos!
Isso porque, numa das noites amantes,
foi Yresé ainda escondida ver o amado e amar,
*
quando se deparou com sua canoa vazia e um
Foi em 1564, tempo do medo no mar e monstro terrível, ao lado do bote, braços enordas navegações grandes, que Andirá deixou de mes, garras, escamas longuíssimas, nadadeiaparecer em sua canoa vinda dos lados de ras em lugar de pés, focinho de cachorro, coisa
Santos, pra ver Yresé. Yresé, pobre índia, es- repulsiva, horrível de ver e até de falar, quase
www.varaldobrasil.com
76
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
não me aguento aqui, era o Ypupîara, que sentiu a índia escrava? Acaso não sabia
senhor do mar. De tão assustada, Yresé só amar, por ser índia? Por ser escrava? Ao sofrilembrou do conselho da feiticeira e foi correndo mento da pobre quem prestou ouvidos?
chamar seu senhor o capitão Baltazar Ferreira,
que tomando de sua espada, bancou o herói
dando um traço luso à história. Matou o tal
Andirá desapareceu no Gonzaguinha de
São Vicente. Nunca mais virá de Santos. Nunca mais se deitou com Yresé pra amar o amor
monstro marinho e o expôs em praça pública naquela pele indígena... Nunca mais não teria
pra demonstrar sua façanha e coragem.
vergonha das vergonhas da amada... Nunca
O monstro, o tal Ypupîara, que não fácil mais seria ele mesmo Andirá... Pobre Yresé,
deixou-se vencer pelo luso, virou lenda-mor da índia escrava abandonada, pelo amor no meio
Vila de São Vicente, sua história correu todo o do mar...
litoral brasileiro colonial, chegando mesmo à
Não importa que relação tenha o tal leão
Europa, deixando muito lusitano do Tejo de bo- marinho com a morte de Andirá, ou mesmo o
ca-aberta e calças a borrar! O capitão Baltazar tamanho da espada do Doutor capitão lusitano,
Ferreira foi ainda mais uma vez louvado, sua ou se a cidade de São Vicente, toda orgulhosa
honra de cabra homem, vice-governador da ter- de seu monstro e de seu capitão, me perdoará
ra! Poderia, se vivesse nesses nossos dias, re- o comentário, mas na praça 22 de janeiro, perclamar para si o título de “Doutor Capitão Balta- to da Biquinha de Anchieta, deveria estar meszar Ferreira”, o que lhe seria concedido com mo era a estátua solitária de Yresé com os bragáudio de todos, com toda certeza, mesmo ços estendidos para o mar, a esperar Andirá,
sem ter ele o doutorado cumprido!
culto ao amor eterno.
Enfim, o feito ficou memorável, o Ypupîara ganhou uma estátua azul enorme na praça 22 de janeiro, junto ao Marco Zero de São
Vicente, o capitão, bem, seu destemor é come- (Mario Filipe Cavalcanti de Souza Santos, é recifense, estudante de direito da Faculdade de
morado ates os dias de hoje. Ocorre que de Direito do Recife (UFPE), vencedor do Concurso Literário Nacional de Contos da Associação
Andirá, quem mais falou uma letra? E Yresé, o Nacional de Escritores em 2012, com o conto O
LEGALISTA).
www.varaldobrasil.com
77
Fotografia: Gilmar Garcia Dueñas
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
ADOLESCÊNCIA
Por Mirian Menezes de Oliveira
Sedosa e “bélica”...
A adolescência tem cor...
Cor de mato, cor de vida!
Aspereza, frescor!
Neste universo de contradições,
os frutos se agrupam todos,
no centro da mesma haste...
Disputam amor e beleza...
Reconhecimento, compreensão...
Disputam o ar e a vida...
(No coletivo... a solidão!)
www.varaldobrasil.com
78
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
www.varaldobrasil.com
79
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Stand do Varal do Brasil em 2012
E você? Estará conosco em maio de 2013?
www.varaldobrasil.com
80
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
BOLINHO DE ARROZ
http://www.slcalimentos.com.br/
Ingredientes
. 2 xícaras (chá) de sobras de arroz Namorado cozido
. 2 colheres (sopa) de queijo ralado
. 1 ovo
. 1 colher (sopa) de farinha de trigo aproximadamente
. Sal e salsinha picada a gosto
. Farinha de rosca para empanar
. Óleo para fritar
Modo de preparo
Bata rapidamente no liquidificador o arroz. Transfira para
uma tigela e acrescente os ingredientes restantes. Se for necessário, adicione aos poucos mais farinha de trigo para dar
ponto de enrolar. Passe na farinha de rosca e frite em óleo
quente. Sirva quente.
www.varaldobrasil.com
81
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
LITERATURA
COM
Isabel C. S. Vargas
SÓ MESMO DRUMMOND...
O texto de Drummond, o grande e maravilhoso que é capaz de extrair poesia de pedra, nos faz pensar, refletir sobre o que fazemos – escrever - por profissão, deleite, necessidade, vocação, ou qualquer que seja o motivo.
Os meios de comunicação além de informar, formam e transformam pessoas, opiniões, comunidade, um país inteiro, se for necessário (quantos já caíram do pedestal, por
interferência dos meios de comunicação), por
força de fatos revelados ou por revelação de
omissões nefastas, tipo aquela de Pilatos, de
quem lavou as mãos, embora elas não estejam limpas.
Bem, voltando ao mago das palavras...
Para que não fiquemos “cheios de si”, com um
certo ar de importante pelo fato de escrevermos crônicas, de termos a ousadia de publicálas e achar que transformamos o mundo, ou
as pessoas, só porque dizemos algo ,ou melhor, nos atrevemos a dar nossa versão sobre
determinado assunto, ou relatar experiências
que nos tocaram e que pode ser do agrado de
alguns leitores é bom dar um lida no que ele
diz sobre o ato de escrever.
Escrever impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado,
enquanto lá fora a vida estoura não só em
bombas como também em dádivas de toda
natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente
para se reduzir a purê de palavras.
O que você perde em viver, escrevinhando
sobre a vida. Não apenas o sol, mas tudo que
ele ilumina. Tudo que se faz sem você, porque
com você não é possível contar. Você esperando que os outros vivam, para depois comentá-los com a maior cara-de-pau ("com
isenção de largo espectro", como diria a bula,
se seus escritos fossem produtos medicinais).
Selecionando os retalhos de vida dos outros,
para objeto de sua divagação descompromissada. Sereno. Superior. Divino. Sim, como se
fosse deus, rei proprietário do universo, que
escolhe para o seu jantar de notícias um terremoto, uma revolução, um adultério grego — às
vezes nem isso... Sim, senhor, que importância a sua: sentado aí, dando sua opinião sobre
a angústia, a revolta, o ridículo, a maluquice
dos homens. Esquecido de que é um deles.
Ah, você participa com palavras? Sua escrita
— por hipótese — transforma a cara das coisas, há capítulos da História devidos à sua
maneira de ajuntar substantivos, adjetivos,
verbos? Mas foram os outros, crédulos, sugestionáveis, que fizeram o acontecimento. Isso
de escrever «O Capital» é uma coisa, derrubar
as estruturas, na raça, é outra. E nem sequer
você escreveu «O Capital». Não é todos os
dias que se mete uma ideia na cabeça do próximo, por via gramatical. E a regra situa no
mesmo saco escrever e abster-se. Vazio, antes e depois da operação.
Já revelei em outras ocasiões o quanto
gosto de Drummond, do que e como escreve.
Apesar de fazer esta crônica com seu prazeroso texto (há quem diria delicioso, mas sou do
tempo que só se usa delicioso para coisas comestíveis) vou me permitir discordar um pouco
do que ele diz (até para me justificar de aqui
estar). (Segue)
www.varaldobrasil.com
82
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Todo aquele que se atreve a comentar sobre os fatos do cotidiano, não o faz por ser ou
estar sereno (nem ele próprio), superior, mas por ter sido tocado por tais fatos, por outros textos, por uma palavra numa conversa informal com outrem, por acontecimentos fortuitos, quer de
maneira negativa ou positiva a ponto de não conseguir guardar para si todo o sentimento produzido (alegria, tristeza, inquietação, admiração, indignação) dividindo-o com os leitores. Creio
que conseguimos ter olhos sensíveis para os acontecimentos, (não que outras pessoas não
possuam) por mais banais que possam parecer, só temos a ousadia de dar nossa opinião e de
mostrar de que modo fomos atingidos. Neste processo, muitos se identificam e gostam (nosso
público leitor) outros discordam, e um outro percentual nem foi atingido pelo que escrevemos e
seguem sua vida independente das letrinhas colocadas no papel. Enquanto isso, como diz o
poeta, um imprevisto sucede outro, num mecanismo de monotonia... explosiva.
NO MEIO DO CAMINHO
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
www.varaldobrasil.com
83
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Caridoso
Por Isadora Cristiana Alves da Silva
A essência do meu ser
É amar sem perecer.
Amor concessivo, compassivo, prestativo.
Não quisera eu ver no silêncio, o frio abandono.
No medo, a ausente confiança.
Nas lágrimas, o sofrimento desumano.
Sinto a fome, o frio, a dor do outro.
Pois meu amor é caridoso...
Manifestado em mim
Quando aos meus amigos, meus irmãos, dedicado.
A felicidade de minh’alma
É oferecer o calor que acalma.
Estender a palma içando o prostrado.
É Sentir...
Nos abraços, confiança.
Nos sorrisos, esperança.
E não importa onde a vida me levará
Se no caminho a gratidão me encontrará
Sigo fiel na missão
De sempre estender a mão
Aos que clamam: salvação!
Que a mim falte, a eles não.
www.varaldobrasil.com
84
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
SOBRE AMOR E AMIZADE
Por Cintia Maria de Medeiros
Já há algum tempo um homem muito sábio, popularmente conhecido como o “poeta do cotidiano” ou simplesmente Mário Quintana, eternizou a amizade num de seus poemas mais célebres, quando afirmou que “a amizade é uma
espécie de amor que nunca morre”.
Penso que ele esteja certo, que sentimento é
esse onde pessoas riem, choram, brigam, se
beijam, se batem, se xingam, afirmam que não
mais se falarão e daqui a pouco estão novamente aos beijos e abraços?! Como dizer que
não seja amor?!
Em um de seus vários significados, o Dicionário
Aurélio, conceitua a palavra amigo como sendo a “pessoa a quem se está ligado por uma
afeição recíproca”, em contraponto, também
conceitua amor como sendo a “afeição viva
por alguém ou por alguma coisa”. Que dizer
então desses dois sentimentos tão próximos,
que muitas vezes se confundem?!
Fico me perguntando, o que o nosso saudoso
Mário Andrade estaria fazendo naquele momento? No que estaria pensando? O que teria
lhe motivado a escrever tais versos? Será que
foi um grande amigo, que partiu desse mundo
para um melhor? Um casamento dissoluto?
Uma briga com alguém que amava tanto, que
não conseguia entender por que continuavam
brigados? Um amor que se transformou em
amizade? Enfim, são tantas possibilidades, nenhuma resposta!!
Só sei que lendo e relendo aqueles versos, vejo não apenas amizade...vejo verdade!
mundo afora exista alguém assim...não sei!! Só
sei que amor não se resume apenas a namoro,
a ficas (como se diz agora), a noivados ou casamentos...acredito que a amizade seja um reflexo do amor! Eu não amo meus pais? Não
sou casada com eles, mas os amo com paixão.
Meus irmãos: vivemos às turras, muitas vezes
entramos em guerra pela manhã, mas à noite
já temos paz declarada...também os amo...não
os namoro!! O que dizer do primeiro amor?
Hmmm, o primeiro amor...acho que hoje em dia
as pessoas não valorizam mais o amor, não se
oportunizam mais o conhecimento prévio, a paquerinha. Parece que faz tanto tempo, mas
não. Há alguns anos, lembro como se fosse
hoje eu olhava pra um menino, né Rodrigo?! E
ele olhava pra mim...e embora àquilo nunca tenha saído do papel, como dizem os engenheiros, acho que foi um dos sentimentos mais sinceros e verdadeiros que já tive...e por que não
chamar de amor?! Enfim, no mundo de hoje,
tomado pela tecnologia, diria que seria tal qual
um relacionamento sério!! E olhe, que na época, o que tornou isso possível foi a nossa amizade, os nosso amigos...impressionante como
essa palavrinha amizade é forte. Hoje em dia,
as pessoas hoje namoram status do facebook,
curtem um momento vivido nas redes sociais e
não na vida, perderam os valores. A alguns dias um amigo meu casou, à noite estava na internet...eu prefiro nem comentar, mas acho que
hoje existe uma inversão tão grande valores,
que as pessoas esqueceram o que é amar...o
que é namorar...o que é ter um amigo de verdade! Enfim...e o que dizer dos amigos então?!
Sempre tem àqueles que a gente ama tanto,
que quer proteger, quer dar o melhor de
si...proporcionar que nunca estejam tristes, que
sempre estejam motivados a algo...tenho amigos tão queridos, tão especiais...que se tornaram família, se tornaram irmãos...! Vejo isso
como amor, você não?!
Entendo a amizade como o amor...ninguém
consegue passar o tempo inteiro sorrindo pro Enfim, para concluir, só queria deixar um recaoutro, concordando com tudo que lhe é dito! dinho: ame mais, reclame menos...viva mais!!
Diria que é praticamente improvável! Mas, como toda regra há exceções, aposto que por
www.varaldobrasil.com
85
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
CHAMAS ARDENTES
Por Maria Socorro Sousa
Teu jeito misterioso
Enigma no espelho
Fluxo de coração
Queima minha alma
Arrebata-me…
Místico descarte de Copas
Em máscaras exóticas
Prepare-se: jorram as veias em vinho tinto
Quero te amar… Aceita dançar comigo?
Fantástico reinar entre teus braços
Frenesi em palco. Ama-me!
Deixa-me te amar…
Luxuria de sentimentos
Devoram todo meu Ser
Em chamas ardentes
Louco amor!
www.varaldobrasil.com
86
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Eu não quero ninguém para lutar por mim,
O QUE EU QUERO?
Eu quero alguém que lute do meu lado,
Que proteja as minhas costas
Por Francy Wagner
E que tenha certeza que estarei protegendo as
dela.
Eu não quero companhia, a minha solidão me
basta.
Alguém que se envolva em mim, que se misture comigo;
Eu quero companheira, para com ela ser solitário.
Eu não quero ninguém pra levar para a Balada,
Eu não busco uma alma gêmea, eu ja sou suficiente;
Eu quero alguém que baile comigo,
Eu busco uma alma complementar, que me
faça inteiro.
Eu não quero ninguém para levar para jantar;
A musica da vida, nem sempre suave, nem
sempre rock-and-roll.
Nem sempre nascimento, mas também morte,
Eu quero jantar todos os dias com alguém.
Nem sempre aniversario ou casamento, mas
também enterro e saudade.
Eu não quero ninguém para levar para a cama;
Eu não quero união, pois prezo minha liberdade:
Eu quero alguém na mesma cama comigo, todas as noites.
Eu quero interseção na medida certa da vida.
Eu não quero sexo: eu quero intimidade.
Eu não quero dependência,
Quero acordo bilateral.
Eu não quero paixão;
Eu não quero casamento,
Eu quero serenidade.
Eu quero compromisso.
Eu não quero alguém para curtir na vida,
Quem eu sou?....
Eu quero curtir a vida com alguém.
Eu não quero ninguém para momentos de tristeza,
O Amor!
Eu quero alguém que entenda meus entristecimentos.
Eu não quero ninguém para me alegrar,
Eu quero me alegrar por estar com alguém.
Eu não quero ninguém nem a frente, nem
atrás,
Quero alguém do meu lado, igual, de passos
sincronizados.
Eu não quero uma alma gêmea,
Eu quero uma alma amiga,
Eu quero uma alma companheira,
Eu quero uma alma que me falta.
Eu não quero as belezas da juventude, eu
quero envelhecer junto.
Eu não quero fotos nas paredes, nos álbuns...
Eu quero lembranças e sorrisos do passado.
www.varaldobrasil.com
87
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
www.varaldobrasil.com
88
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Gritos de amor
Por Varenka de Fátima Araújo
Teu pensamento
nas falas muito
poucas palavras bastam
teu canto em uma só voz
retenho tua foto com fôlego
teus olhos num campo de visão
e me fui fazendo carne como às leoas
a boca vermelha de carmim de paixão
no meio tom, uma excitação
lanço me com gritos de amor
www.varaldobrasil.com
89
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Alguém
Por Magno Oliveira
Eu quero alguém para me fazer companhia
Passar a noite e me preocupar de dia
Alguém com o sorriso bonito
Que não se importe com meu jeito esquisito
Alguém essencial
Daquelas que o fazem se sentir especial
Ligar no ano novo e passar o natal
Dar flores no dia dos namorados
Alguém que me ajude a resolver desde os problemas mais simples
aos mais complicados
Eu quero alguém
Que eu faça bem
E que me faça isso também
Alguém que preencha em meu coração as lacunas existentes
Alguém que queira voar comigo
Sem medo de ser feliz
Eu quero um amor bandido, um amor amigo, um amor de verdade.
Daqueles que nos enche de orgulho e felicidade.
Quero alguém para o dia nascer feliz.
www.varaldobrasil.com
90
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Por
VOZES
Railda
DO
BRASIL
Masson
Cardozo
Musa dos Dias de Gonçalves
Foram-se embora os Dias de Gonçalves, o Poeta, deixando-me Musa anônima na posteridade
que vivo, sem direito no testamento, de ser chamada de amada.
Restou-me luto poético na qual mergulho enclausurada.
Cabisbaixo enamorado da caneta, não deslumbrou o verde de meus olhos dentre o musgo das
Palmeiras...
Não me viu debruçada sobre seus ombros, lendo suas poesias por primeiro... Chamava-me de
Amor, mas mesmo assim não me ouvia respondendo...
Anoiteci lendo suas missivas de dor e não mais acordei.
Foram-se também os meus Dias e noites com Gonçalves!
Preferiu meu amado, fechar os olhos à me esperar.
Entregou-se aos braços do mar, ouvindo o canto da sereia ao invés do choro do sabiá. Tão iludido estava a procura da tal felicidade, que resolveu se entregar, não mais lutar.
"Se Morre Sim" nobre poeta, sou prova disso longe de ti.
Pois amargo o fato de ter nascido bem depois de ter me escrito.
Num universo paralelo, leio todas suas cartas e deixo as minhas respostas no parapeito da janela.
Unidos eternamente estaremos, de braço dados na estante de poesias.
Saudades sinto de
GONÇALVES DIAS...
www.varaldobrasil.com
91
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O AMOR É A CONJUNÇÃO COM O
INFINITO E AS ESTRELAS
Por Odenir Ferro
Por quantos bem fadados e encantados atinos?
Atuados nas almas! Protagonistas dos mais sublimes sentimentos, e que se intercalam, e se
relacionam - dentro desta extensa rede tão subjetiva - e, que muito embora sendo real, é totalmente tangível e saliente:
- E que se nos desnuda! Por entre todos os poros do corpo. Fazendo latejar a alma, por emoções replenas: de tão puros ou explosivos desejos!
- Senão, que não seja este inusitado sentimento, que denominamos de amor?!
Através de quantos e quantos, poemas líricos:
lençol de linho branco fosse, ou como se fosse
algum invisível líquido, fluindo das minhas
mãos; para exalar-se de mim e em torno de
mim, indo aos encontros dos anseios da humanidade inteira! Transcendendo-se, através deste
exótico perfume aromático, que se desprende como
se fosse uma seiva quase impossível de diagnosticar-se as suas origens: muito embora eu
saiba que as suas dimensões, são os lapidados
mais finíssimos e transparentes - transcendentes e translúcidos - deste diamante exuberante,
que denominamos de amor. Inesgotável amor,
que vem até nós, como se fosse pétalas líquidas de fios de ouro e de prata. Impregnandonos, por aromados sentimentos: que deixamos
transcendê-los, através dos nossas mais abrasivas e ininterruptas emoções expansivas; que
deixamo-nos fluírem e vazarem-se, de dentro
do mais profundo interior augúrio, das entranhas da nossa alma.
O amor é este sentimento, feito de pura ternura
e poesia. Por aonde, - através desta ótica vibracional existencial, - podemos modesta e infimamente, - tentarmos desvendá-lo ou o vivenciarmo-nos; dentro destas magias, que se compõem de inusitadas e intensas belezas: geradas, através das composições mais elegantes e
belas, patentes nas essencialidades, do nosso
- Até, por palpitarmo-nos em intensas vibra- dia a dia. Tudo simultaneamente acontecendo,
ções?! Enquanto vamos nos deparando - frente enquanto vamos caminhando pela vida, sima frente - com as abrasivas forças, que nascem plesmente amando.
e se mantêm, dentro das vibrações esplendoro- O amor é a conjunção com o infinito e as estresas:
las - conquanto formos deleitando-nos no éter
- E que se entonam, com os melódicos sons?
Extraídos das musicalidades geradas pelas liras e as harpas celestiais - através das quais,
poderemos, talvez, nos aventurar? Por estes
caminhos insólitos de tão inusitados que são, dentro destas tão encantadoras magias que se
nos fazem presentes:
- Deste tão intenso, e significativo sentimento, deste puro estado sublime sabor de graça.
Aonde vamos conciliando-nos - através das
que denominamos de amor?!
nossas razões, desejosas de o conjugarem em
Eu, ardentemente desejo e quero poder dife- vão, atrevendo-se no querer entendê-lo, atrarenciar-me - dentro desta igualdade de comuni- vés de todas as suas traquinagens. Impostas
cação tão comum entre nós todos: para cons- por ele, nos entrelaçamentos feitos de diálogos
truir dentro de mim, importantes dons! Para extensos, ou de cenas mudas. Ao expô-lo por
sentir a liberdade de criação, - ao ir escrevendo dentro e por fora de nós, através das nossas
-, quase que intuitivamente, - sobre estas me- convulsivas emoções. Enquanto vamos camimórias emocionais que guardo e resguardo, nhando pelo viver afora, norteando ou desnordentro de cada nervura vibrante do meu ser. teando-nos: através destes sôfregos experiDesejo poder persistir nesta avassaladora ansi- mentos que ele nos dá. Fazendo com que nos
edade, que me preenche por inteiro. Quando elevemos, aos estados mais sublimes da perposso sentir que devo repartir-me - através feição e da graça. Ou então, que nos derrotedestes diálogos amorosos - formando densa- mos e nos aprofundemos num posso sem fim:
mente, uma aura composta por toda uma ternura inquebrantável que se exala do meu corpo. - Mediante ao estado da desgraça!
Partindo-se do interior mais profundo da minha
(Segue)
alma: para vir despojar-se em torno e por fora
de mim, indo estender-se - como se um fino
www.varaldobrasil.com
92
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O amor pode ser ágil, ou então, aparecer– nos
sem aparentar nenhuma pressa. Viajando pelos círculos de nós, apenas atravessando esta
luminescência encantada! Na qual, vamos vivenciando-o - momento a momento, - em cada
segundo que respirarmos este encantado e
embriagante éter! Sobrevindo da essencialidade eterna - que compõe-se, nestas composições alquimistas, deste mágico sentimento:
vés deste - eloquente, embora dinâmico, - estado indefinível, indecifrável, que denominamos de amor!
O amor vibra-se permanentemente - entre as
mágicas constâncias e as inconstâncias - entremeadas pelos fios invisíveis, que entrelaçam
-se entre os nossos corpos, adjuntos agindo,
em conjunto às nossas almas! Perfazendo-se
assim, o dom milagroso das nossas existên- Sentimento mágico, - que o denominamos, cias: partindo deste grandioso mistério, que se
faz com que vibremos a vida; através destas
de amor!
ondas sonoras replenas de luzes - que deixam
A vida, e o viver em si, vão preenchendo as -nos livres, para vivenciarmos todos os teores
lacunas deixadas pelos nossos vazios existen- mais saborosos da nossa existência.
ciais. Quando inexplicavelmente, deparamonos com este sentimento encantador, que é o Enquanto formos vivendo - por estes caminhos
amor. Sentimento este, que então, preenche- tão repletos de vida - reverenciando, crendo e
nos de luz, desfazendo todas as lacunas mais sublimando, os poderes vindos e sobrevindos
enfadonhas que se estendem de dentro do da Luz! Depositando a nossa fé, nas forças
nosso vazio interior: e que às vezes, até arras- poéticas, extraídas dos vaporosos contrastes
ta-nos pela vida, como se o viver em si, fosse exalados destas radiâncias, - derramadas pelo
um pesado e enfadonho fardo sem brilho e misterioso continuum vitae, - que é a realidade
sem luz. Os estados sublimes da perfeição, constante nas páginas escritas pelo Poder da
sobrevindos do amor, transmuta-nos em pura Eternidade!
energia viva. Libertando-nos destes enfadonhos malefícios, que tantas vezes ocorrem
dentro dos ostracismos mais comuns, na rotina
do nosso viver.
O amor não compõe-se de trevas! O amor é a
essência mais divinal, que se irradia e se projeta através da luz eterna, que se emana de
todas as almas. O amor é este estado vibracional que vai incendiando-nos por dentro e por
fora. Percorrendo com elegância, todas as
abrangências mais intensas da nossa ânsia de
querer demonstrarmo-nos, perante às alegorias que se desprendem das abstrativas líricas
essenciais, do perfumado éter que se esvai constante e eternamente - do indecifrável olor
amoroso e poético que se derrama das mãos
do deus Eros e da deusa Afrodite, caindo dentro da nossa consciência: transformando-nos
em sábios e fiéis seres humanos! De tão encantados ficamos, - com as transcendências
transparentes das belezas - quase etéreas, muito embora possamos até, tocá-las! Compreendendo miraculosamente, a divinal essência da pureza coerente, vinda das mãos invisíveis das nossas emoções. Ao tangenciarmos
estas ricas experiências que adquirimos e impregnamos no livro etéreo da nossa alma! Ao
caminharmos pela vida, dentro das vibrações
misteriosas, que se aconchegam até nós. Atra-
Imagem by mahomagic
www.varaldobrasil.com
93
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
SOBRE O AMOR
Neste tipo de relacionamento não existe
dominação, nem concessões exageradas.
Cada um é ímpar, no seu modo de pensar, de agir, que serve para si mesmo e não
Por Isabel C. S. Vargas
para julgar, avaliar ou enquadrar ninguém.
Nem existe a necessidade de “criar” alguém
para se enquadrar num esquema que se ajuste
“Vivemos esperando o dia em que seremos
melhores, melhores no amor, melhores na dor, ao do outro.
melhores em tudo.” (Jota Quest)
Neste tipo de amor que Gikovate chama
de mais amor, coexistem duas pessoas inteiras, onde há prazer na companhia, aconchego,
Mesmo que estejamos vivendo no sécurespeito.
lo XXI, que o avanço tecnológico seja uma
O homem muda o mundo e depois sente
marca da época, o ser humano continua com
necessidade de mudar a si mesmo, para se
muitos anseios tal qual o homem de século
adaptar ao novo mundo, daí as mudanças nas
passado.
relações.
As angústias, as dores, dúvidas sobre si
mesmo, sobre os relacionamentos ainda passam por corações indecisos. Há uma busca por
novos relacionamentos, numa tentativa de viver mais feliz.
Segundo o psicanalista Flávio Gikovate o
que muitos buscam hoje é um relacionamento
em moldes diferentes daqueles vividos no passado, no qual ocorria até um processo de despersonalização, geralmente da mulher, onde
um ser sente-se incompleto e vai em busca da
outra metade que o complete. Este ser não vive por si só. Precisa de outro que lhe dê sentido. Ocorre um processo de enquadramento no
Na medida em que a sociedade hoje
projeto masculino, no qual a mulher, muitas venão
está
formada dentro dos parâmetros de
zes perde sua identidade.
antigamente, que a mulher em grande percenSegundo ele, o fundamental nas relações tual não depende mais do homem financeiraatuais é a parceria. Não existe aquele desejo
mente, tem profissão, reconhecimento, desadesenfreado de ter alguém para sentir-se alparece aquela relação de necessidade e surge
guém, pois as pessoas aprenderam a viver
outra mais espontânea que se caracteriza pelo
mais consigo mesma, respeitando-se mais, por desejo de estar junto, desejo de companhia de
isto pensam em dividir com o parceiro a sua
partilha entre duas pessoas plenas, mais seguvida.
ras, mais predispostas a dividir o que pode ser
O fundamento da relação é outro. Não é um fator importante para obtenção de sucesso
mais a dependência. Ambos são seres comple- na relação.
tos, mas que buscam junto um enriquecimento
Este sem dúvida é um assunto muito intemaior, na troca de vivências, de sentimentos. É ressante, principalmente se levarmos em conta
uma troca prazerosa e geradora de crescimen- que todos querem mudar o mundo, mudar o
to e fortalecimento da cumplicidade.
outro, mas encontram dificuldade em mudar a
São como companheiros de viagem, nes- própria vida, abrir mão de conceitos já arraigados, verdades próprias, pois toda mudança deta trajetória imprevisível que é a vida.
sestabiliza, ameaça territórios conhecidos e
Esta aproximação é possível entre duas
teoricamente dominados.
pessoas inteiras, dois seres únicos, valorizaNa realidade o amor se constrói junto com
dos, pessoas que tem forte individualidade, o
o
indivíduo.
que não se confunde com egoísmo.
O amor que temos é o amor que somos.
www.varaldobrasil.com
94
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O melhor lugar
Por Silvana Brugni
A mais bela forma de amor
é quando duas pessoas já amadureceram
e sabem que a busca não é pela metade,
pois já se reconhecem inteiros!
Se o outro vem, é para somar e acrescentar;
é antes de tudo ser amigo de verdade
d’aqueles que não usam o que foi dito contra você
e onde ambos estão dispostos a evoluir juntos
por saberem-se imperfeitos.
É saber que imperfeição também é condição:
Condição de ser ... Ser Humano
e que uma falta boba não é desculpa para desistir.
É estar ao lado sempre e em qualquer momento,
tanto nos bons e nos ruins,
e saber que terá uma mão estendida quando o outro cair.
É tentar ensinar mais, julgar menos e aprender juntos.
É ter em mente que não sabem tudo
e a humildade de saber serem “eternos aprendizes”
e que isso é tudo o que realmente são!
É ter valores, ter gosto igual, gosto diferente
e antes de mais nada querer trilhar a mesma jornada.
Amor bonito é o que tem de alicerce a amizade
E saber-se aceito assim, do jeito que se é.
É saber rir junto de uma bobagem
e chorar na frente sem constrangimento,
e tudo isso com desejo, carinho, pele e cheiro!
É sentir saudade, e ao mesmo tempo ter certeza
de que logo estará ao lado da pessoa amada.
É saber que somos movidos à escolhas,
e que por mais que a vida tente
conserva-se fiel ao seu amor,
porque no meio de tanto desamor
importante é lembrar que amar é arte
e que nem todos são artistas,
e é por isso que amar de verdade é para poucos
loucos, imperfeitos... mas bons!
É descobrir que o melhor lugar do mundo
pode não ser Paris ou as Ilhas Gregas,
mas sentir-se pleno e seguro...
dentro de um simples abraço!
www.varaldobrasil.com
95
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
BOLINHO DE MANDIOCA
http://www.ligadanasdicas.com/b
O primeiro passo para preparar esses bolinhos deliciosos é separar os
seguintes ingredientes:
- quatro xícaras de mandioca;
-300 gramas de carne moída;
- meia xícara de farinha de trigo;
- duas colheres (sopa) salsinha picada;
- uma cebola picada;
- sal a gosto;
- pimenta a gosto.
Agora veja o modo de preparo. Cozinhe a mandioca até que fique bem macia
e passe no espremedor, assim formando uma massa de mandioca espremida.
Junte a farinha de trigo e os demais ingredientes.
Frite a cebola picada junto da carne moída e tempere bem de acordo com a
sua preferência. Deixe esfriar.
Forme bolinhas de mandioca, faça uma pressão no meio da massa, recheie
com a carne e feche deixando-as redondinhas, passe na farinha de trigo e frite
com óleo quente.
Passe os bolinhos para um recipiente forrado com papel toalha para enxugar
o óleo dos bolinhos fritos e sirva-os.
Essa é uma receita muito simples e você poderá preparar bolinhos de mandioca saborosos para servir seus familiares e amigos.
www.varaldobrasil.com
96
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O AMOR
Por Douglas Silva
O amor é um grande raio
Um detalhe, uma carícia.
Um homem correndo o risco
Para curar sua ferida.
Amar o ser amado
Como se ama a própria vida
Espanta-se e não se mata,
Feito um lobo e sua cria.
O amor é como um passo
Caminhando sem destino
Corre léguas, vai ao longe
Demonstrando força tardia.
É o nobre em seu palácio,
Seu desdém pelo caminho
Na certeza de um irmão
Ou na confissão do seu martírio.
O amor é fonte límpida
Derrubando obstáculos,
Lutando diante dos dias.
Um beijo vence o palhaço
E a paixão que é insana
Marca o coração com um rastro
Que nem o amor de quem ama,
Que tem medo de perder seu espaço.
www.varaldobrasil.com
97
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Imagem by benheine
MEU POEMA
Por Luiz Carlos Amorim
Como vou fazer poesia
se o seu sorriso tão meigo
é o verso mais bonito
que jamais vou escrever?
O meu poema é você,
a inspiração/emoção,
a rima do corpo-a-corpo,
pele-a-pele, boca-a-boca,
o ritmo em sincronia
de corações como um só,
a métrica da ternura.
Minha poesia é você.
Pra que então, escrevê-la?
Fiz-me poeta em você,
poeta em seu amor...
Vem, comigo, minha musa,
vem morar neste poema...
www.varaldobrasil.com
98
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
MÁGOA
Por Emérita Andrade Ramos
Meu espírito já foi feliz,
Mil manobras, mil artes já fiz
Navegando no mar da ilusão...
Mas um dia, um viés de ventura,
A incerteza, a tristeza e a amargura
Ofuscaram um breve clarão...
Hoje a mágoa parece um lamento,
Triste choro num frio pensamento,
Só lembrança e só solidão...
As fagulhas que cruzam os ares
Iluminam antigos altares,
Ao jorrar da saudade o vulcão...
Inda hoje a memória revive
Os reveses e azares que tive
Confiando na fria razão...
Inda hoje das brasas, o arder
Sob as cinzas esconde o poder
De fazer reviver a paixão...
www.varaldobrasil.com
99
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O MILAGRE DOS GERÂNIOS
escalando as mangueiras e driblando os queroquero em permanente alegria.
A vida dessas famílias teria uma reviravolta muito grande naquela manhã em que Kefud
escalava as colinas atrás de um coelho. O coelho cinzento e gordo atraiu cuidadosamente o
homem para sua toca. Na verdade um buraco
de pelo menos cinquenta centímetros quadrados. O buraco parecia fundo e abria-se gradualmente. Percebia que dentro uma mina formava
um pequeno córrego. Esgueirou-se como pode
e escorregou para dentro do túnel úmido e escuro. O odor denunciava que ali também residiam morcegos e logo confirmou suas reflexões
quando um bando deles agitou-se sobre sua
cabeça.
Por Geraldo Sant’Anna
Os jardins traduziam uma inequívoca sensação de paz formando um extenso tapete de
gerânios floridos. A brisa suave trazia o aroma
de suas flores recentemente banhadas pelo orvalho. Os aldeões já desfilavam desde o alvorecer em suas rotinas diárias. Um cheiro de pão
assando nos fornos de barro se misturava ao
perfume dos gerânios, da serragem e a lama
dos chiqueiros onde gordos porcos remexiam
os restos de tubérculos destinados a eles. A
população caminhava num ambiente extremaAo fundo da estranha toca acreditou ver
mente pobre para alguns e estava inserida em
um
pedestal
onde se encontrava um baú de
um lugar rico e próspero onde a natureza lhes
oferecia o suficiente para viverem seguros e madeira, muito bem talhado e antigo. Arrastouo como pôde para fora, machucando as mãos
tranquilos.
com grandes cortes e arrastando-se pelas peLogo ao pé da colina, um tanto afastados, dras pontiagudas espalhadas pelo chão da esresidia um casal e sua filhinha que já completa- treita gruta. Sob a luz do sol as moedas dourara cinco anos. Seus cabelos negros, cachea- das refletiram sua descoberta. Estava rico.
dos, o olhar curioso e o sorriso meigo era um
A riqueza revelou um lado oculto de Kefud
presente celestial que os pais agradeciam a cada manhã e a cada por do sol. Kefud era um e Sorene. Compraram terras e construíram um
verdadeiro palácio. Afastaram-se da gente pohomem solitário, criado com a rudeza de seu
bre da aldeia e proibiram que Zina continuasse
pai, proibido de exteriorizar sentimentos e preose encontrando com Luan. Tornaram-se arrocupado com o sustento da família. Seu coração
gantes, frios e distantes, como se uma amnésia
amava sua esposa Sorene e sua filha Zina,
os fizesse esquecer de todos os bons momenmas não demonstrava, fechava-se em si mestos vividos, as amizades, as muitas vezes que
mo, cerrava as sobrancelhas e deixava sua albuscara a mãe de Luan e retornara com uma
ma deleitar-se com o que sentia. Seu sonho era bela abóbora para conseguir alimentar a si e
enriquecer como os nobres que passavam em sua família.
seus luxuosos cavalos pela aldeia e cuidar de
Zina como uma princesa.
Não distante dali morava uma outra família já com seis filhos em uma modesta casa de
pau a pique, rodeada de pés de abóbora, donde se fazia uma cheirosa cambuquira ou sopas
perfumadas. Um dos meninos, com a idade
aproximada de Zina, logo passou a ser frequentador assíduo da casa. Chamava-se Luan. Assim cresceram juntos, correndo pelos campos,
www.varaldobrasil.com
100
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
A proibição, naturalmente, obrigou os adolescentes apaixonados a buscarem criativamente
condições de se verem. Cada momento tornou
-se intenso e precioso. Um passeio pelo pomar
da residência, a ida ao mercado com a austera
e intolerante Alfreda, quase uma guardiã de
Zina, o momento da missa e o diálogo com o
mercador de tecidos, um dos disfarces de Luan.
Apegou-se a oração e tornou-se humilde e
submissa. Irmã Dorotéia a espezinhava, ofendia, agredia e testava seu silêncio a todo custo.
Zina, porém, respondia com frases utilizadas
por Jesus. Algumas freiras diziam que era uma
santa, pois uma pessoa normal não suportaria
tantas provações.
Além dos muros, Luan esperava por Zina.
Sofria e acreditava encontrar um meio de retirá
-la daquele lugar e viverem a felicidades que
se prometeram durante anos. Tamanho seu
sofrimento que foi tomado por estranha febre
ficando acamado, definhando a olhos vistos e
tendo momentos de delírio onde a própria Virgem anunciava que a tiraria de lá e traria para
ele.
Zina, coberta de palidez, magra e exausta, não resistiu, sendo dominada pela peste
cinzenta que levava dezenas de pessoas para
as sepulturas.
Alfreda mostrava-se sagaz e terrível, nada parecia enganá-la ou iludi-la, sempre extremamente fiel aos mandos de Sorene. Sorene
tornara-se uma mulher masoquista que fazia
cada serva sofrer, através de sistemas engenhosos de humilhação e desprezo. Alfreda,
muitas vezes, era sua pesada mão.
Vendo a impossibilidade de isolar os dois
amantes, Kefud julgou melhor interná-la em um
convento. O convento de Nossa Senhora da
Estrela, conhecido como Aurora da Salvação,
era onde meninas eram levadas para terem
boa educação ou para os fins similares ao de
Zina. As muralhas a protegeriam.
Logo nas primeiras semanas foi possível
Luan subir os muros, arranhar-se nas roseiras
e falar com Zina, até que Irmã Lucrécia a denunciasse. Desde então passou a ter uma vida
mais rigorosa, com horários inflexíveis, orações, mortificações e trabalho físico, limpando
as imensas instalações, carregando lenha e
capinando a grama. As lágrimas, a dor, a saudade e a tristeza passaram a ser suas amigas.
O dia estava frio e um vento gélido parecia
querer talhar como lâmina a pele das freiras.
Sem abalar-se, seja com o frio, seja com a
morte de Zina, Irmã Dorotéia mandou enterrála no jardim e determinou que fossem avisar
Dona Sorene. Estranhamente, ao raiar da manhã a cova estava coberta de gerânios floridos.
Algumas madres encolheram-se na capela em oração, entre assustadas e encantadas
com o fenômeno.
A mãe da menina pareceu cair em si naquele
instante, perturbada, fitando a mensageira com
olhos esbugalhados e agressivos. Tocou a madre como se enxotasse um cachorro de sua
propriedade. Subiu as escadarias como louca
até chegar ao terraço de onde fitava o convento e tornava-se mãe, deixando-se sentir a ausência de Zina. Ali sentou-se e permaneceu o
resto de seus dias, com o olhar fixo, meio morta e meio viva, sem expressão, como uma múmia fitando o poente.
www.varaldobrasil.com
(Segue)
101
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Kefud, como sempre cuidou para que os sentimentos fossem enterrados na mesma sepultura
que Zina, para assim manter-se firme, dono de si, simulando ignorar sua consciência. Arrastouse, contudo, para junto de amantes e sua riqueza foi sendo dilapidada até quase nada restar.
Magro e transtornado, já sem forças, pelejou pela escada até aproximar-se de Sorene, muda e
morta. Era outro homem, sujo e maltrapilho. De lá saltou pondo fim ao mal que o consumia.
Luan levantou-se com dificuldade para olhar o céu, onde via os olhos brilhantes de Zina.
Imerso em seus sonhos sentiu as mãos leves e suaves da moça tocarem seu ombro. O perfume
de gerânios o fez buscar os tempos de infância, o primeiro beijo, o primeiro afago. Olhou-a com
alegria e incompreensão. Logo viu-se abraçado com Zina caminhando pelo infinito jardim de gerânios, poderiam estar juntos agora, para sempre.
Diante da cova, coberta de flores, um grupo de pessoas rezava o terço buscando uma benção, um olhar amoroso de Zina, quem sabe um milagre.
www.varaldobrasil.com
102
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
PELO AMOR DE UMA MULHER
Por Carlos Alberto Barreto
Avança a turba no afã fremente
A linchar o rapaz - turba furiosa
Que arfava por dar um presente
À donzela tão linda quanto briosa.
Mas alguém viu este ato inclemente:
- Cadê a ultrajada tão majestosa?
Mas os opressores queriam tão somente
Resolver aquela faceta desditosa.
Madeira geme, cinta desce - gente
cega - ávida de sangue e belicosa
Tripudiam o jovem até o batente.
Que reúne forças num gesto prosa
Mão sangrando - abre-a debilmente
E dentro dela, os restos de uma rosa...
www.varaldobrasil.com
103
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Imagem by pagihari
A AMIZADE
www.varaldobrasil.com
104
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O AMOR ROMÂNTICO
www.varaldobrasil.com
105
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O AMOR PELA FAMÍLIA
www.varaldobrasil.com
106
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
AMOR PELOS ANIMAIS
www.varaldobrasil.com
107
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O AMOR DA FÉ
www.varaldobrasil.com
108
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
BOLINHO CAIPIRA TRADICIONAL
http://podepesquisar.com/
Uma receita típica das festas juninas são os bolinhos caipiras; aparecem muito também em
quermesses. E o que combina com o bolinho caipira é o quentão e vinho quente. Aproveite
agora para experimentar essa delicia.
Ingredientes da massa:
4 Colheres de sopa de óleo
½ Farinha de milho amarela
1 litro e meio de água
2 cubinhos de caldo de carne
2 colheres de sopa de farinha de mandioca
Recheio:
1 Kg de carne moída
1 Cebola cortada em cubos
5 alhos bem amassados
Sal, pimenta e cebolinha á gosto.
Como preparar a massa:
Em um recipiente, junte a farinha de milho e a farinha de mandioca, misture até que os grumos se desfaçam; coloque o óleo e reserve.
Ferva a água junto com os cubinhos de caldo de carne, depois despeje aos poucos nas farinhas, misture bem e deixe a massa homogênea.
Como preparar o recheio:
Misture os ingredientes na carne, para que fique bem temperado; não refogue ou fite para
que não fique seca.
Modo de preparar a forma da massa:
Separe uma pequena quantidade de massa na palma da mão e achate. Coloque no centro
da massa o recheio e feche com a própria massa, dando o formato de do bolinho, evite que a
massa abra no momento da fritura.
Feito todo esse procedimento, coloque os bolinhos no óleo bem quente, depois escorra em
um papelabsorvente e aproveite essa delicia. Bom apetite !
www.varaldobrasil.com
109
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Ah... o amor!
Por Marilu F. Queiroz
O amor nos apresenta diversas formas, durante toda a nossa vida. Ora nos enternece a ponto
de quase sucumbirmos diante de sua ternura e verdade, ou sufoca a ponto de querermos distância do que nos oprime.
O jeito certo de amar? Não existem regras a serem seguidas, no que se refere ao amor, nem
tampouco conduta perante o ser amado. Todas as formas de amor nos levam à reflexão perante
a vida e suas consequências, nos modifica e deixa mais maleáveis.
Amar um filho é a sua forma mais sublime. É um querer gratuito que nos deixa embevecidos da
mais pura emoção, uma doação sem esperar nada em troca. Amor incondicional, que só aumenta e perdura enquanto vivermos, uma sensação de que somos preenchidos por total abrangência e nos torna melhores, é o mais lindo tipo de amor, o amor de mãe.
Amor de filho pelos pais e irmãos vai se modificando conforme crescemos. Primeiro nos traz segurança e proteção. Somos dependentes dele quando crianças, tudo o que pensamos e queremos é estar colados aos que amamos. Os pais são os alicerces de nossa infância, junto com a
presença boa de nossos avós, tios e irmãos.
Quando adultos tornamo-nos independentes aí vem a sensação de que o amor já não depende
de tanta coisa, apenas um querer gratuito e igualmente importante, ou seja é uma troca de experiências e paciência. Quando nascem os filhos, compreendemos a importância até do que nos
aborrecia. É o amor falando mais alto de novo. Ser pai ou mãe é compreender o amor integral,
total.
Amar é tomar de si o que há de melhor e mais bonito para oferecer. Exercício da alma, doação,
emoção sem conta, nem hora. Amar e ser amado é muito bom, traz uma sensação de conforto e
estabilidade. Achar um grande amor é a felicidade sem fim. Quem ama se torna melhor em todos os aspectos da vida, pois amar é transcender nossos ideais, em prol de uma emoção verdadeira.
www.varaldobrasil.com
110
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
www.varaldobrasil.com
111
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Palco do amor
Por Saskia Brígido
Quando o sonho virar real
O caminho será laço
A distancia uma lembrança
A fechar-se num abraço
Quando o abraço selar a aliança
Haverá novo espetáculo
No antigo e escuro cenário
Onde dorme a velha criança
Quando enfim a criança acordar
Na sua última hora irá perceber
A presença que sempre buscou
No AMOR que a fez renascer
Imagem by *oO-Rein-Oo
www.varaldobrasil.com
112
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
LUPA CULTURAL
Por Rogério Araújo
(Rofa)
Vícios modernos (1)
Quando se fala em vício, logo se imagina as drogas que, ao longo do tempo, causaram e continuam causando diversos males à
sociedade e às pessoas que se viciam por algum motivo.
A explicação de alguns para experimentar maconha, cocaína, heroína, cigarro, álcool,
dentre outras “drogas” são muitas. A má influência é uma delas, bem como o vazio interior
que dizem que é “preenchido” por essas substâncias que, num primeiro momento, podem até
agir dessa forma, mas, que, com o passar do
tempo, trazem suas consequências e a dependência ainda por cima.
Este é o panorama que encontramos no
mundo hoje. O que pretendemos aqui nesta
coluna é tratar de outros tipos de dependências: os “vícios modernos”.
Ser viciado em comunicação e na tecnologia existente com todas as suas facilidades
está se tornando algo compulsivo. Usar tablet,
iphone, smartphone com inúmeros recursos
como se fosse um computador que cabe na
palma da mão, wi-fi, bluetooth que transmite
dados para outros aparelhos celular ou para o
micro, acessando a internet onde a pessoa estiver... já virou mania para tudo e para todos.
Quem não entrou neste meio parece estar por
fora!
A situação é tão crítica que quando encontramos alguém que “respira” toda essa modernidade ou não gosta de computador e internet, ela mais parece um ET neste mundo.
Ainda tem gente que escreve tudo à mão
ou mesmo datilografa (com máquina de escrever) e, nem por isso, deixa de cumprir sua tarefa. Mas o que ocorre é que o mundo parece
exigir que todos sejam expert em informática
para viver hoje.
A informação atual é tanta que toma
conta da mente de todos como se nela entranhasse. E o pior é que a maioria dela é inútil e
nunca será aproveitada nem mesmo pelo nos-
so cérebro que a descarta automaticamente.
Porém, todos esnobam de ser bem atualizado
sobre tudo via internet que tem se tornado a
mídia mais rápida que existe.
Há tempos atrás, os professores exigiam
trabalhos em que os alunos tinham de pesquisar em livros empoeirados dos pais e avós para
cumprir a tarefa escolar. Hoje, os próprios mestres colocam o tema e recomendam que este
seja encontrado no Google ou outros sites de
pesquisa existentes. Alguém por acaso pergunta se o aluno tem internet ou computador em
casa? Ele que se vire. Afinal “todo mundo é
obrigado a ter para viver”.
E a juventude então? É blog, Facebook,
Twitter, Orkut, e tantas outras formas de comunicação com amigos, informação, que viraram
uma febre. Parece que ninguém passa uma hora sem acessar esses redes sociais e sites para
ver se alguém entrou em contato, ficando sempre “ligado” na net.
Talvez, a pergunta que grita nessa hora
é: “Então eu não posso usar dessa tecnologia
atual porque posso estar viciado nela?” A questão a ser analisada e respondida é: Qual repercussão isso tem causado em minha vida? Estou lidando bem ao ser exposto a tudo isso ou
não tenho me controlado?
Com diria, em termos muito falado no
mundo: somos modernos ou agimos no passado, como dinossauros, avessos à tecnologia e
sem a menor vontade de conhecê-la?
Vamos continuar “olhando por essa Lupa
Cultural” e tratar desse tema na coluna do próximo mês...
Um forte abraço do Rofa!
* Escritor, jornalista, autor do livro “Mídia, bênção ou
maldição?” (Quár&ca Premium), dentre par&cipações em
diversas antologias no Brasil e exterior, vencedor de prêmios literários e culturais.
O que achou da coluna e texto? Contato direto:
www.varaldobrasil.com
[email protected]
113
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
EMOÇÃO
Por Walnélia Corrêa Pederneiras
Coração agora planta
Necessidade latente
Olhar desperto não sente
Taquicardia mental
Coberta até o pescoço,
não canso porque não ouço.
Livro na mão, óculos no chão
Pássaros soltos descansam
no bebedouro floral
Eu, neste verso emocional.
Surreal emo&ons by sadegnia
www.varaldobrasil.com
114
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Dueto para o
amor
www.varaldobrasil.com
Por Onã Silva
115
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
AMA... NÃO DEIXES NUNCA DE AMAR...
Por Carmen Di Moraes
Ama ternamente,
Ama intensamente...
Ama sinceramente...
Ama até... quase loucamente, mas
Ama com cuidado...
Ama sem possessão...
Ama... com a possibilidade da desilusão...
Ama sem deixar doer...
Ama com a visão do ter; e do perder...
Ama hoje, que o amanhã é incerto...
Ama... simplesmente... ama
Mas de uma maneira tal... que se perder...
Amanhã não queiras morrer...
Ama com a impetuosidade da adolescência;
Ama com a ansiedade dos jovens...
Ama com a sabedoria dos adultos;
Ama com a serenidade da maturidade...
Ama, mas ama em todas as idades...
Com a cumplicidade dos enamorados;
Ama assim para não sofrer...
E poder... ternamente
Relembrar esse amor...
Se um dia... ele fenecer...
Ama, não deixes nunca de amar...
Ama... que amar é Viver!!!
Ama... pois ser uma pessoa amada...
Pelo ser amado; é a maior dádiva...
Pelos céus, concedida...
É como estar num paraíso...
Em plena vida...
“Ousei Escrever 100 Poesias” pag. 128
www.varaldobrasil.com
116
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
AXIS MUNDI
Por Hipólito Ferro
cem uma forte atração nas pessoas por diver-
O SIGNIFICADO
sos motivos.
Axis mundi uma expressão de origem latina
que significa eixo do mundo . O estudioso Mircea Eliade usa em suas obras sobres as religiões e suas manifestações dentro de um deter-
Logo sempre houve no homem e na humanidade o impulso de seguir adiante e construir e
arquitetar dentro do espaço terrestre uma forma concreta da manifestação do invisível dentro do visível. Durante muito tempo esse para-
minado espaço.
Desde a antiguidade houve espaços sagrados
para a manifestação do Transcendente dentro
doxo persegue nos humanos e ainda não sabemos direito como compreender isto tudo.
de determinadas localidades onde vivia a humanidade, seja dentro dos povos tribais passando pelos deuses gregos, as religiões constituídas e institucionalizadas como judaísmo,
cristianismo, islamismo, budismo, hinduísmo e
assim posteriormente tinham ali suas manifestações.
O homem e a humanidade sempre preservaram ou tentsram preservar os lugares da manifestação da Transcendência como espaço sagrado e de convivência entre os humanos nem
sempre houve uma tolerância entre si devido a
infinitos fatores aos longos passos da nossa
caminhada sobre a Terra.
Também existem as cidades consideradas sagradas para a humanidade onde o eixo do
mundo é a manifestação do divino nesses lugares; Para nos ocidentais, locais tais como
Aparecida no Brasil, Jerusalém, Roma, Meca,
Axis_Mundi by Atra_Virago
Constantinopla etc... Enfim cidades que exerwww.varaldobrasil.com
117
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
DOCE MORADA DO AMOR
Por Gaiô
Nosso amor veste esta casa.
Moldura de carinho,
Pela porta faz entrada,
Pelas frestas e janelas
Onde flores se avizinham,
Se espalham pela calçada.
Tem sede da vida que somos,
Imagens cotidianas, coloridas, perfumadas,
Em outras esmaecidas, renovadas.
De colos aconchegantes, sorrisos, olhares ternos,
Cheiros que falam de essências, transbordam silêncios
Vazão dão...aos sentimentos.
Tudo nem sempre igual.
Ah! Coração! Mansidão especial,
De infinitos, cada qual revela um ser
Seja em dor, alegria, delicadeza e prazer.
Impregna o teto, paredes, jardins tecidos de encantos,
Mentes, almas afogueadas,
Nosso canto, paixão doce de viver.
Sem você, falta o porquê,
Um quê, não sei, de asas,
De tudo por se fazer.
Já convidamos o amor
Pra vestir a nova casa.
www.varaldobrasil.com
118
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
AME E PRONTO
Por Ju Petek
esqueça as expectativas
ame
esqueça as decepções
ame
esqueça as mágoas
ame
esqueça que pra amar tens que ser amado
ame
esqueça que possa ser "felizes para sempre"
ame
esqueça que possa ser apenas chama
ame
esqueça que o sonho tenha que ser perfeito
ame
esqueça as qualidades esperadas
ame
esqueça
supere
desarme-se
preencha-se
simplesmente
e suavemente
ame e pronto!
a linha do céu azul
e serenamente tocava
todo o amor daquele que amava
e alí
por um instante
um mundo a explodir
no toque de uma paixão
hoje quero estrelas sob meus pés
luares estonteantes ao meu redor
a mais alegre canção no cantar
Hoje eu quero acender corações
borboletas voando dentro de mim
flores perfumadas inundando meu viver
hoje eu quero cantar dançar
tua mão tocar
e na linha do céu azul, flutuar
hoje eu quero te amar
hoje eu quero tudo
que nos faça bem
hoje eu quero
SER FELIZ
e nesse instante um arco íris estonteante ilumina o coração, o caminho, o viver
acendia corações no céu
a iluminar contritos corações
ao redor
teria estrelas resplandecentes
sob os pés
luares a lhe cobrir
dançaria a mais esfuziante canção.
Do coração invocava sonhos
e os perseguia
como coloridas bolhas de sabão
numa tarde de verão.
Teria o sol radiante
iluminando a alma,
e flutuando atingia
www.varaldobrasil.com
119
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
A próximas edições serão:
Até 25 de fevereiro estarão abertas as inscrições para a
revista de abril com tema livre;
Até 25 de março estarão abertas as inscrições para a revista de maio com o tema SAUDADE (Parece que foi
ontem...);
Até 25 de abril estarão abertas as inscrições para a revista de junho com o tema SEGREDOS E PECADOS;
Até 25 de maio estarão abertas as inscrições para a revista de julho/agosto com tema livre;
Peça o formulário de inscrição no e-mail
[email protected]
* Inscrições abertas até estas datas ou até atingirmos número de participantes
ideal
www.varaldobrasil.com
120
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O amado em posse da mulher aos braços
Amor Ausente
O alado anjo arrebatado em traços
Por Rossandro Laurindo
Ao contemplar tamanha quimera
Meu peito pulsou-se ininterruptamente
As folhas outonais banham-me a face
Turbilhões de vivências vieram em avalanche
Entre sofridos arvoredos, os laços
Minha face é esculpida por gélidas lágrimas
Formando expressões depressivas
Sufocando-me o íntimo imediatamente
Restou-me mergulhar o rosto exausto
Um lago estático aproxima-se de meus passos
Reflete-me os olhares sofridos, moídos
No monturo de folhas secas e lodo
Em busca de um simplório conforto
As mãos estão repletas de vários calos
Dos trabalhos forçados estão corroídos
O peso da responsabilidade força-me a prostrar-me
Sobre as múltiplas cores da estação
O inverno reside em meu interior a levar-me
Ao devaneio simples de imensa sofreguidão
Está doente o meu espírito, desfalece-me o ser
O amor ausente reflete a imagem triste do viver
Sorver compulsivamente o eu íntimo
Somente conduz-me ao fosso dos delírios
O sorriso que antes acalentava minha alma
Foi moldado a tornar-se adaga
Sangra a pele do coração antes aprisionado
Tritura a sobra da emoção afogada
Amores em cores cinzentas
Penhores perdidos ao vento
As dores envoltas em tormentas
Valores lançados ao relento
Meu olhar agora contempla uma escultura
Ela centraliza o jardim onde me encontro
www.varaldobrasil.com
121
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
www.varaldobrasil.com
122
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
CULTíssimo
Por @n[ Ros_nrot
Criei esta coluna para falar do meu (e de muitos) gênero cinematográfico predileto: o Cult.
Falarei também do mundo Cult em geral e só
para apimentar um pouquinho do film noir, que
a cada dia se torna mais Cult.
Mas afinal o que são filmes Cult?
Filmes Cult (cultuados) ou Cult movies são filmes que não procuram agradar às grandes
massas, nem aos críticos de cinema, não seguem refinados padrões hollywoodianos, ficam
fora dos circuitos principais, geralmente alcançando baixa bilheteria; mas por possuir roteiros
originais bizarros, cheios de violência gratuita,
sexo e transgressão, com trilhas sonoras obscuras e mensagens inovadoras e subliminares,
agradam a um público mais refinado e cansado
da mesmice comercial do cinema convencional
e suas tramas óbvias.
Infelizmente (ou felizmente) esses filmes são
enquadrados como B, underground, alternativos
e de subculturas, seu material é escasso, muitas vezes de difícil acesso e é exatamente essa
obscuridade que acabou criando uma variada
gama de verdadeiros “cultuadores”, que fazem
do Cult sua filosofia e estilo de vida (é o meu
caso).
Mas não se engane, nem todo filme Cult é
“cabeça”, ou somente para um público seleto,
alguns são sucesso absoluto em seus países
de origem, por mostrarem a realidade cultural
desses lugares e outros se transformaram em
grandes bilheterias, um exemplo é The Godfather “O Poderoso Chefão”, ícone do cinema
mundial. Um bom filme pode sim, cair no gosto
do grande público sem deixar de ser Cult. Tudo
o que apaixona, cria seguidores e fãs fanáticos
pode ser Cult, desde músicas, personalidades,
automóveis HQs, Mangás, livros, etc...
O Cult é exatamente como a Revista Varal do
Brasil: sem frescuras.
Nas próximas edições, esperem mais sobre esse universo grandioso da cultura, subcultura e
contracultura Cult. Agora aproveitando o tema
do Amor (sob todas as formas) recomendarei
alguns filmes Cult românticos (nem tanto, é claro):
A noiva estava de preto (La Mariée Éait en
Noir, França 1967), é uma homenagem de
François Truffaut a Alfred Hitchcock, protagonizado pela sensual Jeanne Moreau, conta a história de uma mulher que teve o marido assassinado na porta da igreja após terem acabado de
se casar; sua dor é tanta que ela resolve procurar os cinco homens envolvidos no crime e
matá-los, um a um (Como declarou Tarantino:
nada a ver com Kill Bill). Baseado em um romance de Cornell Woolrich, possui cenas incríveis e um final impressionante, mostra que a
perda de um grande amor pode transformar
uma mulher comum em uma assassina.
www.varaldobrasil.com
123
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Em algum lugar do passado (Somewhere in
Time, U.S.A. 1980), ficção científica baseada
no romance Bid Time Return de Richard Matheson, estrelado por Christopher Reeve e Jane
Seymour, fala de um amor capaz de romper (ou
não) as barreiras do tempo, pois Richard Collier
(Christopher Reeve) viaja no tempo para encontrar seu grande amor, a atriz Elise Mckenna
(Jane Seymour). É um filme que deixa no ar
uma pergunta que eu tenho certeza que quem
já assistiu se faz até hoje.
A princesa prometida (The Princess Bride,
U.S.A. 1987), é um clássico que combina aventura, comédia, romance e fantasia, é baseada
no livro de William Goldman, protagonizado por
Cary Elwes e Robin Wright é o típico capa e
espada com direito a gigantes, lutas de esgrima
e uma linda princesa apaixonada, é o famoso
conto de fadas Cult.
Para contato e/ou sugestões é só
mandar uma mensagem:
[email protected]
www.varaldobrasil.com
124
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Sonhos de Amor
Por Anna Ribeiro
Esta noite quero
hospedar-me em teu peito
Abraçar-te por inteiro
Quero mais, muito mais.
Senão...Murmúrios e suspiros
Entregue nesta paixão, quando o sol
lá no horizonte nascer;
Direi adeus!
Em reza de benfazeja, desta noite
em meu coração recolherei todas as ternuras
...Abrindo os olhos;
Foi apenas um sonho de Amor!
www.varaldobrasil.com
125
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Meu querer
Por Ly Sabas
Não é assim que te quero
quente e selvagem
Saboreando pecados
Quero-te com ternura mansa
Sem pressa... sem medo...
Destilando mel
Quero-te como nunca quis
Em tarde cálida de final de abril
Foto: Glória Nunes
www.varaldobrasil.com
126
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
CELEBRCELEBR-ARTART-&
A Falta da Poesia...
Gisele Wolkoff
da sala de onde ouço o cão que agora já
abranda o ritmo das latidas.
Em 1921, T.S.Eliot revia os conceitos românticos de arte conforme os tinha postulado o
Lá ao longe, tão perto, um cão ladra.
poeta William Wordsworth em 1801, autor do
Outros cães procuram ladrar alto como este
que não me dá sossego num sábado de carna- “Preface” as suas Lyrical Ballads e criava uma
val pós-estreia das homenagens literárias dos tradição que se estenderia por toda a década
de 1930 na Inglaterra, sobretudo, com a criafoliões crentes. As estrelas se apagam num
céu de nuvens que faz cessar a esperança de ção da revista Scrutiny: a Poesia como religião.
um dia ensolarado e justo aos que tanto se es- Na decadência da fé religiosa, que se viu abaforçam em fazer o mundo girar conforme a éti- lada muito pela primeira guerra mundial e seus
efeitos socioeconômicos devastadores, restava
ca, a moralidade dos valores e a equidade...
-nos a Poesia.
Num canto da sala, o jornal traz Sérgio
O cão que ladra lá adiante e que ecoa
Augusto desmascarando a boa literatura, lembrando-me em “Como Se Diz Best-Seller Em aqui dentro é metonímico da violência que felizChinês” (crônica de 9 de fevereiro n´O Estado mente não vejo mas cuja existência brota nas
De S.Paulo) do James Joyce e da tradução do páginas dos jornais que leio, nas imagens que
Ulysses por Antonio Houaiss em 1966... E, fe- pipocam contra a minha alma lírica nas telas de
lizmente, lembrando que há a tradução magní- TV e do computador a que tenho acesso Já
fica do também magnífico Donaldo Schüler do não vivo sem a consciência da violência das
bizarro Finnegans Wake, do autor que o mortes estúpidas, diárias, fruto da incompetên“mago” que assina a autoria de livros que al- cia administrativa do país, e da falta de religiocançam a tiragem de vendas superior a qua- sidade. Desta religiosidade que nos leva ao surenta milhões e que o Edney Silvestre ousada blime, nos faz sonhar, nos faz ir além da realie atrapalhadamente inseriu no seu papo literá- dade do cão histérico, porque todos os cães
rio (!) considerou um dos piores escritores da são histéricos – com exceção das cadelas que
humanidade...(por certo, o senhor Coelho des- parem...
conhece a boa literatura, ou quer só polemizar
para ser ainda mais lido...afinal, a julgar pela
sua capacidade literária, pouco se celebraria!).
James Joyce, sim, foi um grande literato. Modifica-nos a existência ao nos apresentar Molly
Bloom e seu inconsciente fluxo de consciência,
ao dar vida às perambulâncias de seu marido
corno, Leopold Bloom em Ulysses...ou, ao nos
transformar em cúmplices humanos do sonhopesadelo do Jovem Artista, da sua eterna obra
por acabar, do Work-in-Progress... Podemos
ser melhores com estas leituras. Nem todos os
que as lemos o somos, porém. Mas, há um quê
que nos modifica a visão de mundo. Como o
traço nada esgarçado na reprodução dos elefantes musicais de Vladimir Kush ou da sua
Western Passage, cuja cópia jaz no outro canto
www.varaldobrasil.com
127
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Falta-nos a Poesia reticente. A Poesia que canta. Que dança e esculpe. Falta-nos a vivência do
onírico que transforma o latido do cão em motor do trem que deixou de atravessar o interior
brasileiro ao longo do século XX, porque as rodovias receberam sempre maior incentivo...
Num “Kind of Blue”, Miles Davis devolve-me a paciência ‘a inconstância com que convivemos, nós brasileiros, desde a nascença. Com “Kind of Blue”, ganho a cumplicidade do sonho
que só vejo refeito nas obras de V.Kush, nas palavras do próprio T.S.Eliot, no Drummond que
reinventou o Modernismo ao gosto do feijão com arroz, seguido do café “preto como a velha
preta” do poema “Infância”, que nos diz que temos mais potencial que o famoso ícone do selfmade-man americano, o Robinson Crusoe, personagem do livro de um dos primeiros romancistas ingleses, o Daniel Defoe. Por fim, “Kind of Blue” me dá vontade de samba. Quero ir além da
bossa-nova. Quero ir além da década de 1950, do (pseudo?) desenvolvimentismo de Juscelino
Kubitscheck. Nasci para o transe além do silêncio, a partir do cão que ladra: quero o barulho de
todas as inconstâncias, quero celebrar a arte, e o estender aqui neste Varal...
“Let´s Get Lost” já cantou Chet Baker, porque “love is anterior to life//posterior to death//
initial of creation// the exponent of breath” também nos ensinou Emily Dickinson. E o nosso João Guimarães Rosa fez haicais. Bora lê-los...
Gostou da coluna? Quer conversar com a autora? E-mail: [email protected]
www.varaldobrasil.com
128
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
www.varaldobrasil.com
129
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
sentença
Por Rafael Zen
numa mortalha magra
numa embalagem pequena
como uma coisa meio morta
numa caixa de fósforos
com um selo por cima,
me entregou o amor
e saiu
Imagem by Jborgstr
www.varaldobrasil.com
130
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
VITRINE CULTUR@L
M[rin[ C_rvini L_ntini
Arte e Liberdade
mos livres para criar, em nossa tela mental,
“A arte liberta.
vastas pinceladas de sonhos.
A arte é essência.
Manifestar a arte é permitir que a emoção aflo-
A arte é luz que toca a escuridão e a subjetivi-
re. Dance em seu quarto, pinte gravuras infan-
dade.
tis, encene diante do espelho, escreva poesias
Dando forma ao inconsciente.
em blocos de anotações, crie formas para a
E trazendo ao mundo o universo dos sonhos.”
arte ter espaço em sua vida. Dê permissão para o seu dom artístico aflorar e preencher os
A vida muitas vezes impõe pesadas algemas.
seus dias com as cores da liberdade de ser
Pulsos doloridos e pesados se tornam imobili-
quem você é.
zados. A criação se perde entre a manifesta-
A vida é arte. A arte é liberdade. Seja livre. Ex-
ção de gestos e palavras mecânicas e robóti-
presse a sua arte.
cas.
A emoção muitas vezes pode ser colocada
de lado e trocada por uma série de comandos
e ideias compradas. O ser que ocupa um cor-
* Marina é Atriz, Professora de Teatro, Escritora, Ilustradora e Gerenciadora de Mídia e Publicidade.
E-mail: [email protected]
po e uma vida, muitas vezes que não é a sua,
mas sim uma existência construída e manipulada por repetições de padrões, pode trancafiar
sua essência em um lugar escondido em meio
a subjetividade.
Porém, mesmo diante da prisão imposta, todos têm um mundo criativo repleto de vontades reprimidas e sonhos esquecidos e guardados em gavetas trancadas da alma.
A arte é libertação. Fazer arte, ver arte, manifestar arte, abre as gavetas trancadas e gera
uma conexão forte com os sonhos esquecidos.
Ser
artista
é
um
dom
que
dos possuem. Independentemente de
to-
quanto
racional as nossas escolhas nos tornam, sowww.varaldobrasil.com
131
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
BOLINHO DE BATATA
http://receitasdfamilia.blogspot.ch/
Ingredientes
3 batatas grandes
2 ovos
1 xicara de trigo
Tempero à gosto
Modo de preparo :
Cozinhar a batata e espremer para formar um paté, colocar os ovos e o
tempero, juntar o trigo e misturar até ficar homogêneo. Fritar.
Caso queira rechear : carne moída, atum, camarão...
www.varaldobrasil.com
132
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Amor Passageiro
Por Cristiano Sousa
Sempre estou a esperar
O amor que tanto quero
Que ele seja o que eu pensei
E que nos sonhos sempre me entreguei
Decidi me entregar
Mas não sei o que eu quero
Poucas chances que não agarrei
E hoje sou um arrependido sem amor
Vou procurar alguém
Que dê vida a minha vida
Curando todas as feridas
Dessa solidão
Como pude me enganar
Com o seu jeitinho inocente
No seu lindo sorriso eu acreditei
De menina morena que não sabe o que é amar
A ilusões me dediquei
E por uma bela moça me apaixonei
A consciência me fez refletir
De que a queria só para mim
Não foi a toa que não comi
E mil e uma noites eu não dormi
Pensando neste amor que guardei
Dentro do peito trancafiei
Não se declara amor passageiro
Porque ele nunca é o primeiro
Foram por tantos que eu senti
E hoje estou sozinho enfim
www.varaldobrasil.com
133
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
PROCURA
Por Marta Carvalho
Noite escura,
Eu em tua procura,
Lembrando teus beijos,
Palavras de doçura,
Gestos de pura ternura,
Alma cheia de candura.
Dia ensolarado,
Onde está meu amado?
Te busco por todo o lado
Cadê meu Príncipe Encantado?
Saudade... saudade!
Sei que um dia vais chegar,
Pelo menos de passagem,
Me mande alguma mensagem,
Que eu te desejo boa viagem,
De retorno ao nosso lar.
Quero dormir e só acordar,
Quando você resolver voltar.
Quero dormir e só acordar
Quando você vier me beijar!
www.varaldobrasil.com
134
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Saudades
Por Domingos Nuvolari
Sabe, hoje eu senti saudades.
Saudades de um mundo diferente que eu vivi.
Um mundo do qual o mal não existia.
Um mundo florido de rosas vermelhas e
Lírios cheirosos dos campos matinais.
Um mundo sem chuvas frias,
Sem garoas mais geladas ainda,
Um mundo sem escuridão.
Um mundo que era lindo,
Tão lindo que parecia que o mundo
Mesmo era uma enorme alegria.
A felicidade rondava,
Tristeza não havia,
Solidão eu não conhecia.
Enfim um mundo todo especial,
Vivo, cheio de alegrias.
O mundo do qual vivo hoje mudou muito,
É um mundo repleto de muito choro,
É um mundo triste.
Os dias são vazios, e a incerteza sempre vem.
h%p://favim.com/
São dias e dias que se passam,
Todos de uma tristeza imensa.
As noites são escuras e a solidão também sempre vem,
São noites e noites que também se passam,
Todas cheias de uma solidão,
Só solidão e um vazio enorme.
E essa solidão junto com a tristeza
Vem em forma de saudades,
Saudades de um mundo que no
Passado se resumia em você, só você.
www.varaldobrasil.com
135
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Já ele não usa relógio porque dentre seus infin-
Aquele beijo
dáveis compromissos o tempo não se conta,
Por Mariane Eggert Figueiredo
não se finda, não se destaca como entidade
O tempo. Sempre o tempo. O velho tempo a tangível e palpável. Para ele, o tempo flui como
regular o universo, a engolir emoções. Enquan- parte integrante de sua essência rara, humana
to ele espera conseguir gerenciar, controlar e sem dúvida, mas intangível e indivisível. É ele
compartimentar, ela sonha recuperar, reacen- que flui pelo tempo e, a cada segundo soado, a
der, reviver. Em pulsos pelas multidões e esta- cada segundo denunciado pelos delatores
ções ou pelas catedrais como testemunhas mu- mundanos, se esvai. Um poro, uma respiração,
das dessa vertigem insana, os ponteiros val- uma fração de seus pensamentos sublimes, ele
sam embriagados. São delatores, juízes. São todo se fluidificando a cada nova apresentação.
eles que marcam e acusam: já é hora: de le- Em algum momento marcado pelos guerreiros
vantar, de começar. Hora de sair ou de entrar. do tempo, valentes a postos em sua nobre
Hora de acabar.
missão de soarem com precisão as horas do
Ela não usa relógio. Porque lembranças não mundo, ela, faceira, menina, feliz, irradia sorritem hora. Nem para começar. Nem para termi- sos. Em outras eras, são olhos vívidos e connar. E também porque o passado, tal qual pon- templativos que a observam rodar faceira e
teiros do relógio, não volta. Pois como ela aí provocativa, viva em seu vestido marrom. Sevivive pregada, naquele instante preciso, naquele lha é o palco. Florianópolis a plateia. Um oceadia, é como se em sua vida fossem sempre ain- no engole os dois, fugidio, de expectativas e
da nove e meia. Com que fim, então, consultar melindrosas cogitações. Um oceano que afuas horas? Serão sempre nove e meia. Jamais genta segundos eternizados em rodopiosela estará atrasada. Nem adiantada, aliás. Es- flashes. Décadas separam o encontro. Contará sempre focada. Naquele dia. Naquela ho- fronto de sensações. Por instantes, as pupilas
ra, às nove e meia.
tentam reter pensamentos intrusos. E o tempo
já não importa. Não existe. Não separa. Não
para, nem passa. O tempo ultrapassa limites e
esferas. Mergulha em uma única e só perspectiva fugaz: aquele instante supremo do olhar
pousado. Ela, despreocupada, rodopia na fotografia. Ele, contemplativo, espia pelo túnel da
paixão. Em delírios passionais, desligados do
mundo e do tempo em outra era e outro espaço. Ambos afogados pelo desejo ardente de
mais um abraço após aquele dia. Às nove e
meia.
(Segue)
www.varaldobrasil.com
136
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Naquela outra noite, após um dia em seu momento. E cada momento, a sua hora.
que as horas parecem anos e o dia, um século, Sem relógios. Sem rimas nem perspectivas. A
ele chegara. O conferencista parado no tempo. vida vivida num paralelismo de esferas e eras.
Olhar desligado. Mas vivo. A boca pequena. A era dos dois mundos e das duas vidas. Uma,
Sorriso. O rosto suave. Meiguice. A pele more- de possíveis e imagináveis se apenas seus
na. Maciez. A elegância do terno. Chique. Os passos tivessem realmente se cruzado. Naquecabelos “a negritude da asa da graúna”, pensa- la Sevilha de então. Nessa Florianópolis de
ra. E mãos tão ágeis que aspergiam ideias co- agora. A vida dos dois, a dois. A vida daquele
mo retinham sua atenção. O moço era loquaz, instante, enquanto os relógios do mundo inteiro
perspicaz, contumaz, tinha a oratória na pele, soavam minutos passados, ela desejava minuno corpo, na mente. Regia o tempo e o mundo tos eternizados: o abraço, o beijo, o adeus. E
pela batuta dos dedos. Mãos carinhosas e con- depois... nunca mais.
quistadoras avançando pelas horas em falácias
- Que seja eterno enquanto dure -
discursivas. Mãos que foram tocando o ar. Val- pensou.
sando. Volteando. Executando um balé silenciSem relógios, aquele beijo ainda du-
oso e ritmado, enquanto os olhos negros hipnotizavam. Tão logo se associassem, estava subjugada, presa e arrebatada pela voz da fatal
aparição. Desfilava-lhe toda a mitologia: Adônis
e Afrodite. Dos céus caía-lhe sobre a cabeça
ra, porque um beijo trocado com amor é eterno.
Mesmo que a cadência do tempo o recorte. No
coração dos amantes, ele flui para sempre. Para além do próprio tempo.
Eros. O peito ardia-lhe, estava ferida. Cupido
atingira-a com sua flecha. E tal qual Heloísa a
Abelardo, amava.
Mas o tempo não perdoa. Voa em
instantes fugazes. Sublimes, mas levados como areia ao vento em pensamentos idos. Foram segundos soados pelos cruéis relógios do
mundo. Ele, polivalente, seguiu seu ritmo. O
Voo marcado. O trabalho. Compromissos.
Agendas. Rendas. Assertividade. E o relógio
rindo solto, gargalhando, indicando-lhe as horas. As de antes. De depois. As de agora. Enquanto sua rotina, feito uma gangrena, o devora, ela, onírica bailarina, borboleta fugaz, relembra. Ela espera. O seu tempo não tem hora,
não tem ritmo. Ela, não tem tempo. Porque seu
tempo é o minuto de agora. Cada instante é
www.varaldobrasil.com
137
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
AMOR DE MÃE
Por Marly Rondan
Senhor, dai-me paciência!
Educar e formar filhos,
precisa-se competência
para amá-los e acolhê-los.
Para meus filhos olhar,
aceitá-los como são,
limites preciso dar.
Preparar meu coração!
Quando rebeldes parecem,
querem ajuda e atenção...
Mesmo quando não merecem.
Precisam de coerência,
Seus erros de correção.
Senhor, dai-me paciência!
www.varaldobrasil.com
138
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Entrega
Por Fabiana de Almeida
: eis que me entrego ao Amor. Amor assim mesmo, com letra maiúscula. O Amor verdadeiro,
maior e mais bonito. Amor que não necessita, mas precisa. Amor que ilumina, que transcende,
que bate descompassadamente, desconexo e calmo. Que vibra as células do meu corpo, treme
a carne e descansa nos perfumes mixados, sublimes.
Entrego-me ao Amor sem dúvida, sem não ou talvez, sem culpa nem pudor. Amor intangível,
indizível, ininteligível. Entrego-me porque simplesmente. Entrego-me. Amor incondicional, sem
fronteiras, que se instala sem ondes e nem quandos.
Amor que entorpece e tange o intransponível, que segue lado a lado. Amor, fonte de vida nas
minhas entranhas, fortaleza de minha razão, que entontece e significa.
Amor que regurgita força, que enobrece e protege. Entrego-me ao Amor cego, e que sem enxergar, vê. Amor que, em sua infinitude, irradia pelos meus poros, luz do meu ser, e que faz de
mim um instrumento.
Entrego-me. Sem passado. Um futuro ainda a ser escrito. Mas ainda assim, entrego-me. Sossego enquanto me entrego, e posso vislumbrar os mais audaciosos sonhos. Vislumbro ainda o
amadurecer de uma nova era, de um novo começo, ad libitum. E assim nasce a vida, a minha
vida, o objeto da minha entrega subjetiva, do meu Amor...
www.varaldobrasil.com
139
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
UM TOQUE DE MELANCOLIA
Por Jacob B. Goldembert
Desde o medieval O nome da rosa, passando pelos versos de Gertrude Stein — “Uma
rosa é uma rosa, é uma rosa...” —, sabemos
que as palavras se bastam, quando têm a força e o impacto necessários para que seus significados passem a existir.
Para “workaholic” — aqui e agora —,
por ser em língua estrangeira, pensamos numa
tradução significativa, tal como “trabalhador
inveterado”, ou “tarefeiro compulsivo”, “viciado
em trabalho” ou, até, “servidor neurótico”, todas expressões compostas e nenhuma delas
com a força da inglesa, fusão de duas em uma,
com significação direta, atual e impactante: diz
tudo, tudo o que se pretende que se entenda.
Ora, pois, que me desculpem os puristas e os nacionalistas, mas os personagens e
componentes desta história induzem à conspurcação da língua mãe com expressões alienígenas já consagradas — técnicas umas, importadas outras —, deletando o similar nacional, com todo o respeito; isto, porque não existe nada melhor para definir uma workaholic do
que “workaholic”. Justamente o que ela era.
praticidade, de modo a viabilizar seu entendimento, assaz particular, do deslocamento físico no espaço urbano, ou seja, cinco minutos o
espaço de tempo gasto para se ir de qualquer
lugar a outra parte da cidade. Complementando a imagem de executiva antenada com a
modernidade — que lhe permitia adentrar qualquer ambiente desfilando na categoria up to
date com o século XXI —, um laptop de última
geração em sua maleta italiana na cor goiaba,
compensando a grande bolsa Louis Vuitton:
mais ou menos uns quatro quilos de agenda,
caneta Montblanc e apetrechos de maquiagem
Shiseido, nada de similar ou genérico, por favor!
Naquela tarde, telefonaram para o escritório do marido dando a notícia do falecimento
de um amigo, indesejado mas inevitável,
aguardado há muito, devido à doença insidiosa
e traiçoeira. Aquela.
— O corpo vai ser cremado amanhã, às
onze horas. Vamos juntos?
— Não, é melhor ir cada um por si, cada
qual com seu carro, pois de lá vou a Niterói,
depois à Barra e tenho uma reunião no Centro,
depois de pegar o pessoal no escritório para
montar uma obra oi.
— Pegaste uma obra da Oi?
— Não, o oi eu dei para uma cliente que
acabou de entrar, serve um cafezinho e uma
Seu dinamismo inesgotável, sua simpa- água, já falei quantas vezes?! É uma monga
mesmo!
tia e fácil relacionamento com qualquer pessoa, salvo — por princípio — o marido, eram
— Quem, a cliente?
completados pela boniteza natural, coisa rara
— Não, gênio!, a secretária, traz aí a
em tempos atuais, porque isenta de botox e
proposta!
silicones.
— Então ficamos combinados assim:
Profissionalmente envolvida com casa e cor,
com os mais importantes e badalados correto- cada um por si e Deus contra todos. Até mais!
res de artefatos de decoração — explorados
vitrinistas das melhores casas do ramo —, era — Desligaram.
a preferida pela grande maioria por sua qualidade, pontualidade e honestidade — coisa ra(Segue)
ra, também.
Vestia-se bem, elegante sem perder a
www.varaldobrasil.com
140
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Ele chegou meia hora antes, como sempre, encontrando o salão de estar do Crematório do Caju bastante cheio; muitos óculos escuros — que é para quem não chora dar a impressão de que chorou —, pessoas trocando
condolências, outros desfiando confidências,
mão no ombro, palavras ao pé do ouvido e outros tantos, não se sabe bem o motivo, às vezes gargalhando: um típico velório. Na sala da
capela, palidamente iluminada, um caixão sobre a esteira rolante que o levaria ao forno, ladeado por coroas de flores saudosas e algumas pessoas, não muitas, pouca conversa e
mais óculos escuros.
am mudado — todos, embora não parecesse,
pela postura, murmúrios, prantos e óculos escuros.
Ela chegou meia hora depois, como
sempre, mas tudo estava atrasado mesmo, ela
sempre contava com isso: prontos pêsames e
solidariedade aos parentes identificáveis — e
aos estranhos também, quem sabe... — na sala
de espera. Viu o marido, abriu um sorriso, pegou-o pela mão, desmontou o sorriso e o arrastou, apressada, para a capela. Enquanto ele se
dirigia, curioso, à coroa maior, do lado direito,
ela, célere, visava o caixão. Rápido, quase num
pulo, o marido pega-lhe o braço e, delicadamente, mas com determinação, a arrasta para
fora, sussurrando:
a bolsa e o laptop batendo contra uns e outros;
— Tá bem, olha lá a irmã dele, não é?
Vamos falar com ela.
—, acostumado ao desespero do cônjuge so-
— Tenho cinco minutos, não vou poder
esperar mais. Você fica, me representa e a
gente se vê à noite.
Ato contínuo, se precipitou para dentro
da capela na tentativa de chegar junto ao caixão — coberto com a bandeira do Flamengo,
do qual o morto fora sócio benemérito e torcedor fanático —, a família em volta e em prantos.
Teve alguma dificuldade em abrir caminho, com
agoniada, viu o caixão começar a se mover em
direção a seu destino final. Neste momento, o
salto agulha se quebrou — um traje prático mas
nem tanto, há limites que a elegância não permite desconsiderar —, a executiva perdeu o
equilíbrio, o laptop escapou-lhe da mão e, leve,
como ela tanto procurara, foi lançado à frente
caindo sobre a esteira; desesperada, ela tentou
pegá-lo se projetando contra a urna funerária e
arrastando para o solo sua elegância, que já
— Disfarça que o falecido não é esse. O
nem era tanta, e a bandeira do mais querido,
nosso vem depois.
aos gritos de “ele é meu!”, “parem o caixão!”
— Jura?
Nesta altura da cerimônia, o responsável
— Com certeza, vi a coroa. Te salvei de
pelo acionamento nem tomou conhecimento
um mico do tamanho de um orangotango, minha cara.
dos gritos e choros — o equipamento não para
brevivente, a cena é sempre a mesma... Dentre
— Aquela é a velha babá, mas tudo
as expressões dos circunstantes — espanto,
bem, deve estar mais triste do que a irmã, uma surpresa, susto —, a que tornou o momento
chata de galocha!
mais constrangedor foi a da esposa do falecido,
Já estavam estendendo a mão para o
que nem a conhece e, certamente, se questioritual de condolências quando perceberam que
na: “Quem é essa louca? Será que o safado
o salão se esvaziara, enquanto a capela, ao
contrário, estava cheia de gente, uma grande
tinha... e eu não sabia? Ele não valia tanto demovimentação: os presentes à cerimônia havi- sespero... E ainda é vascaína, a safada!”
www.varaldobrasil.com
141
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Em meio à inusitada coreografia, para
um evento dito fúnebre, Beethoven atacou de
Nona — um dos mistérios da eletrônica de ponta, essa incompatibilidade entre o telefone celular e a campainha de telefone; só são aceitos
toques escalafobéticos, quanto mais, melhor; e
alto, para os devidos psiusss nos locais favoritos: cinema, teatro, hospitais, igrejas e velórios,
e agora, também, o crematório.
você vai precisar; ou então, mandar pelo motoboy.
— É, é o jeito. Só espero que ela não
entenda tudo errado. Nos vemos à noite.
Tchau!
— Beijo!
É noite. No seu quarto, todo branco e
espelhado — “como tá se usando”, ela sempre
pontifica —, toda Victoria’s Secret e recostada
na cama, faz a última revisão na agenda do dia
seguinte. Como marcador de data, um folheto
da HP, com a imagem do seu saudoso e torrado laptop. No olhar, um toque de melancolia;
“tá bem, compra-se outro; mas aquele tinha algo de especial, foi o primeiro, e a primeira vez a
— Cadê meu celular! Ei, peraí, não pisa! gente nunca esquece...”
Tira a porra dessa bandeira daqui!
— Boa noite, meu amor. Porra, já dorMais uma vez, o marido — seu cavaleiro miu. Insensível!
andante e um Jó de paciência —, acode e controla a situação. Levanta-a, recolhe a munição
à bolsa e a leva, carinhosamente, para fora da
capela.
Bolsa aberta, agenda e tudo o mais espalhados pelo chão e embolada com o glorioso
estandarte rubro-negro, a executiva tenta, em
posição ingrata, recolher os escombros; os
mais próximos se recompõem, tentam ajudá-la
— os homens, naturalmente! —, uns com olhar
reprovador, outros segurando o riso e arriscando um olhar galante.
— Calma, meu bem! Relaxa. Já passou,
vamos andando.
— Mas eu tenho que... Tenho reunião
agendada com a ...
— Você vai conseguir, sabe que vai.
Querer é poder, não é assim que você diz? Em
cinco minutos você estará lá, como sempre.
Vai, relaxa, respira fundo.
— O motorista, cadê meu carro?
— Calma, ele está lá fora, paquerando a
babá da filha do Rodrigão. Já fiz sinal para ele.
Olha lá, já está na porta, vamos.
— Mas como é que vou fazer sem o meu
laptop? Como vou mostrar os trabalhos? Me
diga: na mão, como uma artesã? Nem morta!
Isto já está mais do que off white...
— O jeito é chamar o escritório, mandar
a secretária pegar um taxi e levar as fotos onde
www.varaldobrasil.com
142
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
DOCE ILUSÃO
Por Robinson Silva Alves
SONHO CONTIGO
DOCE AMADA
MAS QUANDO ME VEJO
VEJO O NADA
VIVO AMARGURADO
AMO.
NÃO SOU AMADO
TE AMO
MAS NÃO SABES
DE MEUTRISTE QUERER
PREFIRO Á MORTE
A PASSAR A VIDA
SEM TER VOCÊ
DEUSA DOS MEUS SONHOS
ACALENTAS MINHA SOLIDÃO
VENHA A REALIDADE
POVOE MEU CORAÇÃO
EM SEUS OLHOS
FITO O CÉU
SUA BOCA PURO MEL
TENS O AROMA DE UM JASMIM
TE AMO PRINCESA,
ÉS DONA DE MIM.
www.varaldobrasil.com
143
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Em julho de 2012 nós tivemos uma edição especial sobre o amor!
Se você desejar ler esta edição, visite nosso blog ou nosso site e baixe direta e
gratuitamente a revista.
Caso prefira, pode solicitar por e-mail.
Blog: www.varaldobrasil.blogspot.com
Site: www.coracional.com
E-mail: [email protected]
www.varaldobrasil.com
144
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Amor – Ontem, Hoje e Sempre
Por Sonia Nogueira
O amor era como o alimento d’alma,
Sonho de ontem, oculto se firmava,
A obediência dormia sob a calma,
Seguia onde a força lhe ordenava.
No escuro da alcova fria, a timidez.
Prole e fartura, destino longo e certo,
Os sonhos morreriam na escassez,
O amor navegava num deserto.
Um dia a porta rija deu passagem,
Os olhos repousaram na procura,
Braços abraçados na coragem,
O mundo assistia vida e ventura,
Amor se libertou cortou correntes,
E fez da comunhão ninho binário,
Duas forças e dois corpos carentes,
Criaram no amor o seu sacrário.
Amor não tem idade, sexo, cor.
Nasce de um olhar, a face queima,
Fogueira interior lareira e calor,
O sonho tresloucado vive, reina.
Amor, semente viva adormecida.
Brota onde a água rega os sonhos,
Sonhos germinando na alvorada,
Bebendo primavera, risos gronhos.
Amor é como verso que renasce,
Cada improviso á mão do escultor,
Cativo doutro olhar canto e prece,
Ontem, Hoje e Sempre é Amor.
www.varaldobrasil.com
145
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
feitos, em pleno Rio de Janeiro.
NÚPCIAS
Sedução pra cá, sedução pra lá.
Por Rita de Cássia Amorim Andrade
“No leito de núpcias, promove despudorada liturgia eucarística, transubstancia o corpo em copo inundado do vinho embriagador da perda de si no outro” (Frei Betto – A
arte de semear estrelas)
Hoje, acordei com aquela sensação de todas
as manhãs, o cheiro do homem que há 48 anos
se debruça no meu corpo e me beija a boca
sonolenta. Como de hábito, finjo-me adormecida para, em seguida, puxá-lo de volta aos
meus braços. Pode parecer rotina, mas é uma
história de amor bem real.
Volta ao Piauí. “Bodas de Prata”, com direito a
celebração religiosa – reafirmação do casamento, jantar com velhos e novos amigos, no
salão nobre do melhor hotel de Teresina.
Formatura dos filhos, festas, brindando e dançando agarradinhos.
Morte de um filho, lágrimas se misturando.
Casamento dos outros dois, felizes, mas sentindo a falta, no convívio diário.
Depois, um neto e mais outro, avós felizes.
De repente, 48 anos!
Meio brincando, meio sério, ele diz: “esta é
aquela que me aquece no inverno e me faz suar no verão”. Ele, 76 anos, eu, 73. Continua me
Tão logo nasci, ali estava o menino de três
deixando constrangida: “ela é a minha Viagra”;
anos de idade, primo em primeiro grau, nascido “se virem uma loura… é a minha”.
para ser o meu companheiro. Não fora casaFaço por onde…
mento arranjado, antes, uma predestinação.
Nenemritinha para Artulino. O tempo passava, 48 anos de amor-paixão: transubstanciando o
ele, em Floriano, eu, em Simplício Mendes. Fé- corpo em copo inundado do vinho embriagador
da perda de mim nele.
rias escolares – intervalos das namoradinhas
florianenses e dos namoradinhos simplícioLevantemos as taças e brindemos com chammendenses –, com direito a troca de olhares e panhe e velas perfumadas!
bilhetinhos ilustrados de flores. Até as próximas
férias.
Mais tarde, tudo se repetia, ele, com as namoradas cariocas, e eu, com os gatinhos de Teresina, até que as férias nos unissem. Reencontros cinematográficos, com direito a troca de
beijinhos na boca, e só. Algumas cenas de ciúme de ambas as partes.
Um dia apareceu um pernambucano, querendo
casamento. Corri ao Rio de Janeiro: “vou me
casar com um rapaz chamado…”. A resposta
foi imediata: “Não! Vai se casar comigo”. “Sim!
Casar-me-ei com você”. (A essa altura eu já
havia lido todos os grandes escritores, e começava a falar difícil).
Casados, vieram três varões. Os desejos de
grávida: frutas cítricas, tipo “cajá”, todos satiswww.varaldobrasil.com
146
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
www.varaldobrasil.com
147
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
ESTRELA DO TEMPO
Por Do Carmo
Corre, voa estrela do tempo
Teu rastro de luz vai ficando....
....Mas, por que corres?
Se o tempo é eterno
E infinito o espaço que voas?
Por que voas? Disse o tempo
Espera por mim (não te apresses)!
Há muito tempo ainda....
Só eu sei qual é teu caminho!
Não corras, se queres que te leve.
Vamos, dê-me a mão que te guio
Mostrando as trilhas que deixastes,
Tuas obras e teus frutos
Mesmo aquelas que ainda não terminastes.
E assim, na paz envolvidos
No amor sereno e pelo que há de mais bonito
Verás que juntos e eternos
Alcançaremos o infinito!
www.varaldobrasil.com
148
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Nos braços do papai
Por Marina Gentile
Olhei para seus olhos,
Vi o céu inteirinho,
Tornei-me um gigante,
Meus braços viraram ninho.
Seu corpo junto ao meu,
Puro encantamento,
Senti plena felicidade,
Naquele precioso momento.
As cortinas bailavam,
Com a alegria do vento,
No palco que é a vida,
Um anjo e seu tempo.
Das flores o melhor perfume,
Dos pássaros, suave cantar,
Você é a preciosa joia,
Grande amor do nosso lar.
Foto de José Moreno, filho de Marina Gen&le
www.varaldobrasil.com
149
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
PALAVRA
CRÔNICA
Por Anaximandro Amorim
O VERBO “COISAR”
O verbo “coisar”: eu coiso, tu coisas, ele
coisa... regular da primeira conjugação. Particípio passado: coisado. Gerúndio: coisando.
Sempre fui encafifado com esse verbo desde
quando uma coleguinha de infância pediu para
eu pegar “o coisa pra coisar com o coisa”. Que
coisa! Qual a coisa certa pra coisar com a coisa
em questão? Poderia ser tantas coisas, não
acha... sei lá, mas essa coisa toda me persegue até hoje!
Procurei no dicionário esse verbo e, obviamente, vi que ele não existe. Existe coisa e,
como tudo o que é aparentemente simples, o
verbete vem recheado de um monte de coisa.
Pois não é que coisa vem do latim causa? A
coisa em latim, na verdade, é res, daí república
(res publica, a coisa pública, já que pública e
privada não são a mesma coisa). E, como a
gramática pode qualquer coisa, abro o Houaiss
e encontro “coisificar” (mas não “coisar”). Coisa
em francês é chose. Em italiano e espanhol,
cosa, com diferenças de pronúncia, obviamente. No inglês e alemão, a coisa ficou diferente:
thing e Dinge. Mas, no fundo, tudo é a mesma
coisa!
Aliás, a música deve muitas coisas à coisa. Quem não se lembra daquela de Jorge Aragão, Almir Guineto e Luis Carlos, “Ô coisinha
tão bonitinha do pai”? Até Vinícius e Tom,
quem diria, chamaram Helô Pinheiro de “coisa
mais linda, mais cheia de graça”, enquanto Caetano bradou: “alguma coisa está fora da ordem... fora da nova ordem mundial!”. A literatura também está cheia de coisa, como “O Coisa”, de Oswald de Andrade, “A Coisa”, de
Stephen King, “A Palavra e as Coisas” de Michel Foucault e “A Força das Coisas”, de Simone de Beauvoir. E o humor também: afinal,
quem não se lembra de “Coisinha de Jesus”,
sátira inventada pelo Casseta e Planeta?
Coisa também tem variações na língua
portuguesa: uma delas é “negócio”. É muito falada no Brasil, sobretudo na Região Sudeste –
e tem até um verbo próprio, bem usado:
“negoçar”, sinônimo do nosso “coisar” em questão. Mas o “trem” dos mineiros é imbatível! Tudo é trem: é trem no olho, trem bão, trem demais, sô! Eu mesmo, capixaba, falo trem, muitas vezes. Só tem que o trem de verdade não é
trem, mas é coisa. Aí é demais! Mas demais
mesmo foi tentar explicar a uma colega francesa que, em todo caso, coisa e trem são a mesma coisa, mas, como diria um professor meu,
“uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra
Eu me lembro que meu avô falava cousa. coisa”. Confuso, não?
Achava tão engraçado que, nas minhas primeiras tentativas poéticas, escrevia assim. Que
A confusão, aliás, é tanta que, até
coisa absurda! Parecia até cousa de autor do hoje, nunca entendi que coisa deveria coisar
século XIX, isso, em pleno final do século XX! com o coisa para a minha coleguinha. Mais tarCoisa de louco ou chose de loque, como se fiz de, foi a vez de um colega do meu irmão, que
por aí, lembrando que essa expressão não coisava tudo! Acho que a gente sempre tem um
existe em francês! Louco é fou e, portanto, falar amigo “coisinha”, né? Pro bem e pro mal pois
assim é “coisa de maluco”, como diria aquela coisinha pode ser legal mas daí chamar alguém
canção do Fincabaut, lá dos idos dos anos de coisa... sei lá, acho que não é coisa boa,
1990, que arrumou outra forma de escrever, não. Só mesmo o Coisa do Quarteto Fantástichosedelok.
co. Talvez um dia eu saiba de que coisa ela falou. Até lá, cada coisa no seu lugar. Coisou?
www.varaldobrasil.com
150
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Negociar contigo pacientemente,
Luz de Luiza
sentada ao teu lado no chão do supermercado,
Por Valquiria Imperiano
e tentar te convencer, em vão, a aceitar a bolsa da escola vermelha.
Um bebe que se chama Luz
Um anjo pleno de luz
Enquanto amuada, de braços cruzados sobre
o peito,
Luz que virou Luiza
cabeça baixa fazendo beiço,
Uma menina-anjo adorada
respondes com um muxoxo
Teu nome vem de luz
um grande hum hum negativo,
Luiza minha neta amada
sofrido, molhado de lágrimas.
E eu contendo o riso, para não te ofender,
Quando o teu sorriso de inocência e pureza ilu- diante da cena tragicômica do teu sofrimento
de criança.
minam o teu rosto mágico,
Eu iluminarei meus próprios olhos e alimenta- Quero também estar com as mãos estendidas
rei minha criatividade ao te fixar.
se tropeçares quero te segurar.
A inspiração precisa de musas.
Quero sentir o teu olhar carinhoso me pedindo
Eu preciso de Luiza para acalmar minha excita- ajuda por alguma tolice que fizeres.
ção de vó.
Te protegerei,
Preciso da tua beleza,
me sentindo feliz por precisares de mim.
da tua candura,
Já estou com saudade do teu passado.
da tua maneira de olhar de soslaio,
Vem cá Luiza dá-me tua mão
curiosa da vida
guia-me em direção ao fim de minha vida.
Ávida por captar as informações do mundo ao
teu redor
Tu és meu futuro.
Tu és minha eternidade.
Ávida por sorver mais e mais a sabedoria que a
vida te oferece.
Vó Valquiria
Não quero beber tua inocência,
nem a tua juventude.
De nada me serviriam
Estou envelhecendo…
É a tua vez Luiza
Cedo-te o meu lugar no mundo !.
O que me importa é sentir a tua presença.
Acompanhar teu crescimento.
Rir das tuas descobertas de criança.
Quero aproveitar todos os teus anos de bebe.
Fazer todos os caprichos.
Te comprar bailarinas com purpurina
Vestidos cor de rosa, a tua cor preferida.
www.varaldobrasil.com
151
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Imagem: poemasaflordapele1.blogspot.com
O DIREITO AUTORAL DEVE SER RESPEITADO PORQUE RESPEITÁ-LO É RESPEITAR O TALENTO E A
CRIATIVIDADE DAQUELE QUE CRIOU UMA OBRA. AS
PESSOAS QUE COPIAM E MODIFICAM OS TEXTOS
DE OUTRAS E/OU PASSAM ADIANTE ESTES TEXTOS
SEM DAR AOS AUTORES DOS MESMOS OS RESPECTIVOS CRÉDITOS ESTÃO COMETENDO CRIME!
APRECIE, MAS RESPEITE O AUTOR!
www.varaldobrasil.com
152
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Verbo amar
Pensas que sabes conjugar?
Por Raimundo Candido Teixeira
Pois sim!!! Pois tá!!!
No ermo de nós dois
passam, com folgas,
dó e compaixão,
subsistem bem ajustados,
piedade e desilusão!
Acreditas que és capaz?
O mágico amor
dissimula-se dançante
em enganosas flexões,
embora aparente ordem,
harmonia e simetria
é defectivo, irregular.
Desista, abandone de vez!
Ele desconsidera aos poetas
e só aos loucos se revela!
Somente os insensatos
o sabem declamar!
Imagem by Jackie Jealouse
www.varaldobrasil.com
153
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
gou duas semanas de detenção. Luiza voltou de ôni-
Luiz e Luiza
bus e o namorado teve de trocar sozinho os quatros
pneus.
Por Plino Camillo
***
1981 - Luiza e Luiz resolvem se aventurar pela Be-
1966 - Luiz com seis anos e seu ligeiro velocípede
sobe e desce a rua. Luiza com oito e sua boneca Soneca recebe a visita da madrinha e tia. Ele, por querer, passa diversas vezes em cima da boneca. Nas
primeiras vezes, Luiza chora aos cântaros. Na última, Luiz leva um soco no olho e uma cabeçada da
boneca na boca.
lém-Brasília de carona. Em Brasília, Luiz ficou na
rodoviária mais de oito horas esperando por ela que
foi fazer “uma visita rapidinha“ para uma prima.
Disse que almoçou, dormiu e perdeu a hora. Dias
depois, Luiz quase morreu afogado em Paragominas.
Sorte que Luiza sabia nadar. Depois do “boca-boca”
ela confessa que em Brasília foi “dar uma rapidi-
***
nha” com um vizinho do primo.
1969 - Luiza sempre fala que quem inventou a estratégia foi a prima Lucilla. Luiz entrega o primo Joel.
No “beijo-abraço-aperto-de-mão” Luiza sempre escolhe o Luiz para o beijo. O contrário acontece também. Ficam naquele ”eu e você / você e eu” até a
turminha preferir brincar de “mãe-da-rua”
***
1984 - Luiza se formou em Administração. Luiz
cumpria muitas dependências em Letras. Na cantina,
no final do ano, Luiza ficou muito louca: chá de lírio. Ela viu um coelho gigante que imitava o Michael Jackson e andou nua pelo campus cantando “Girls
***
just want to have fun”. Luiz a levou para a republica
1972 - No bailinho de garagem, Luiza dança pela
terceira vez com o Casemiro, filho do padeiro, um
bom partido. Luiz vem e disse que a padaria está
pegando fogo. O padeirinho sai correndo, desesperado. Eles dançam Love me tender de rosto colado.
Brincaram à serio de “beijo-abraço-aperto-de-mão”
no caminho de casa dela.
em que morava. Lá ela vomitou na cômoda e diz ter
cuspido dúzias de besouros. Dia seguinte: ela constata ter perdido o pivô.
***
1987 - Luiz estava denunciando esposa que tentou
envenenar a filha de dois anos. A mulher falou com
a delegada de 13a, demonstrando frieza, que“não era
***
depressão nenhuma! É ódio!” Contou que desde que
1975 - Aquele verão, Luiz passa com os primos em
Ubatuba. Luiza viaja para Dracena. Ela ficou muito
bêbada, jurupinga, e não consegue lembrar para
quantos vigilantes noturnos deu naqueles dias. Já o
melhor do Luiz, foi quando segurou a vela para o
primo César.
a menina começou a falar, sempre dizia que sonhava
com a “Tia Luiza”. Tudo era essa: “Tia Luiza”.
Brinquedo novo: “mostrar pra Tia Luiza”. Comida
gostosa: “levar pra Tia Luiza”. Bronca: “vou contar
pra Tia Luiza”. Antes de se calar para sempre, afirmou que, se não estivesse lá na hora do parto da in-
***
grata, teria certeza que era filha da “Tia Luiza”. Até
1978 - Luiz estava de plantão no exército, na guarita
da frente. Luiza estava dando uns malhos no novo
namorado, no carro, em frente ao quartel. Luiz pe-
o jeito de andar era igual. Luiza trai o primeiro marido com o futuro segundo marido duas cidades dali.
***
www.varaldobrasil.com
154
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
1990 - Luiz foi para Caraívas, sozinho. Passou um
na biblioteca e nos restantes até um motel no meio
mês e ficou hospedado com um casal de argentinos
do caminho. O namorado, o holandês, desconfiava.
que brigavam e se estapeavam antes de um sexo
A segunda mulher nem ligava. A filha dele acha
meigo. Participou de duas competições de lambada,
muito legal!!
numa delas pegou segundo lugar. Luiza sofre um
***
aborto, pois o segundo marido, um jornalista ale-
2002 - Na primeira apresentação do espetáculo Mor-
mão, preparou uma carne ensopada com pimenta de
te Vida Severina, da filha do Luiz, Luiza chegou
murici.
bem depois do final. A jovem atriz ficou decepcio-
***
nada e o pai, irado. Levou Luiza para um canto e
1993 - A raiva, a tristeza de ser traída e a TPM bor-
falou como ela era irresponsável, aérea, insolvente,
dô profundo fez Luiza voar no pescoço da suposta
leviana, alheada, desatenta, distraída, trivial, arreba-
amante do marido. A bem da verdade, não era aman- tada, estouvada, volúvel, delirante e tonta. Luiza pete, apenas ajudava o maridão em alguns exercícios
diu desculpa, disse que ficou sabendo que tinha cân-
na academia, além de ser halterofilista federada, lu-
cer na mama. Luiz chorou de soluçar.
tadora de muay thai e promotora de vendas. Luiza
***
teve que implantar mais dois dentes, colocar pino no
2005 - Da Noruega, Luiza trouxe para o Luiz um
punho e no cotovelo. Teve, por anos, a perda de ol-
livro sobre a lenda de Tristão e Isolda. Ele agradeceu
fato, um apetite insaciável por couve-flor e não con- e pediu para a namoradinha com metade da sua idaseguia enxergar a cor rosa. Luiz leva pela quinta vez de que traduzisse. A namoradinha topa, porém antes
a filha ao teatro. Ela adora a peça Pluft, o fantasmi-
vão fazer rapel. Luiz constata que tem medo de altu-
nha.
ra.
***
***
1996 - Luiza chegou bem depois da meia-noite. Es-
2008 - Luiz
demonstrou o espanto de somente ver
tava desnorteada. Luiz serviu um chá de camomila e um só seio. Luiza se cobre. Luiz afirma sorridente
esperou mais de meia hora até que ela se acalmasse. que com um é mais fácil de brincar. Brincam, canContou com riqueza de detalhes que o atual ex-
tam e relembram do “beijo-abraço-aperto-de-mão”. A
marido havia ido para Mianmar fazer uma operação
filha do Luiz os pega fazendo meia nove na sala. Gargalham.
de mudança de sexo. Luiz segurou a risada e ofere-
***
2011 – A filha vai a uma cartomante, que antevê as
mesmas coisas de sempre, até que a bola de cristal
miu com a filha que rangia os dentes. Pela manhã, a
cai no seu pé. Com uma voz fina, a cartomante prevê
filha sugere um passeio para a Disney e Luiza topa ir o Futuro: 2036, os netos de sangue e de coração rojunto.
lam de rir! Luiz com setenta e seis anos em sua ligeira cadeira de rodas dá voltas pelo asilo. Luiza com
***
setenta e oito e sua boneca Dengosa recebem a visita
1999 - Luiz, tentando aprender tango, trincou o torda tia e da madrinha da boneca. Ele, querendo, passa
nozelo esquerdo. Luiza, descendo de um taxi, trindiversas vezes em cima da boneca. Nas primeiras
cou o tornozelo direito. Foram obrigados a fazer fisi- vezes, Luiza chora aos cântaros. Na última, Luiz leva um soco no olho e uma cabeçada da boneca na
oterapia durante trintas dias seguidos. Depois das
boca.
sessões, em alguns dias iam ao cinema, em outros,
ceu a sua cama para que Luiza dormisse. Luiz dor-
www.varaldobrasil.com
155
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Carne fresca
Por Valdeck Almeida de Jesus
Adoro carne fresca
Assada, cozida, crua,
Tostada, queimadinha,
Estendida na cama, nua.
Carne jovem, morena,
Carinhosa, saborosa,
Macia, quente, suculenta,
Marrom, vermelha, rosa.
Tatuada ou toda limpa,
Lisa, crespa, enrugada;
Mas que seja bem amada.
Fatiada ou peça inteira,
Peças pequenas ou postas;
Seja de frente ou de costas.
Imagem by Kenia Kimeva
www.varaldobrasil.com
156
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
A eterna descoberta do
Amor...
que embriaga, como o definido pela a amada
do rei Salomão “Beija-me com os beijos de tua
boca; porque melhor é o teu amor do que o
vinho.(Cantares 1)
Por Cléa Paixão
Meu amor, o meu ser, o melhor de
mim... é simples, intenso, verdadeiro... Assim
sou eu. E é tudo que tenho para dar...
Disseram-me que o amor é sentimento
para românticos, não combina com a razão,
que o amor é só emoção, é cego. Discordo.
O amor tudo vê.
O olhar de amor tolera algumas coisas
e transforma outras...
Sou muito racional, questionadora, mas
gosto de contemplar as estrelas, a lua, o pôrdo-sol, de sentir o vento no rosto, de sentir o
coração bater forte pelo um simples olhar, amo
dizer e ouvir EU TE AMO. Sou razão e sou
emoção. Tudo vejo, e tenho muitos defeitos.
Mas não posso deixar de ser eu para viver unicamente as expectativas do outro - e nem o
outro pode viver exclusivamente conforme as
minhas. Senão perdemos a identidade e as
características que despertaram o amor.
Certa vez me pediram para definir o
amor. Fiquei a pensar... E assim estou até hoje. No livro dos cristãos, a Bíblia, tem uma
grande definição, em I Coríntios 13: “...O amor
é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não
se vangloria, não se orgulha. Não maltrata,
não procura seus interesses,(...) O amor não
se alegra com a injustiça, mas se alegra com a
verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta. Assim, permanecem agora estes
três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.” Compreende-se que o
verdadeiro amor significa pensar mais na felicidade da outra pessoa do que na própria, não
importa quão dolorosa seja a sua escolha. É
verdade que quando amamos a felicidade do
outro nos faz bem.
No meu livro A influência da mulher no
mundo: família, religião e sociedade (Exitum
Editora, 2012) descrevo inúmeras mulheres
bíblicas que viveram as mais diversas formas
de amor. O amor submisso de Sara, o amor
determinado de Rebeca, o amor fraternal de
Rute por sua sogra, o amor justo de Ester pelo
seu povo, amor de mãe, de esposa, de filha,
de irmão, de concubina, de prostituta, o amor
Ilustração do livro “A Influência da Mulher no mundo”, de Cléa Paixão
Na minha caminhada para descobrir a
melhor definição do amor, abri uma folha em
branco que, como disse Pablo Neruda “Tu
eras uma pequena folha que tremia no meu
peito”. Só depois me foi revelado que carregava comigo as raízes do amor. “... as tuas raízes atravessaram o meu peito, se uniram aos
fios do meu sangue, falaram pela minha boca,
floresceram comigo”. E nesta trajetória, que
parece não ter fim, fico a refletir que o amor
não se define se vive. Não é puro sentimento,
é uma decisão. O nosso amor não é para nos
amar, não é um meio, não é um fim, não é um
princípio, não é um destino. Tem tanto a ver
com a vida de cada um como o clima, a sede e
a fome.
Não consigo imaginar nada mais
satisfatório e mais nobre do que amar. E mesmo não sabendo a maior ou a melhor definição
do amor, sei o que ele representa. Não importa o tipo: ágape (amor divino, espiritual), filéo
(amor fraternal) ou eros (amor carnal). Ele é o
que nos faz, no meio de uma multidão, destacar alguém. Enxergar o outro por inteiro apenas pelo olhar ou sentir o outro a quilômetros
de distância. É receber uma atenção exclusiva
e ofertá-la na mesma medida. Ter uma intimidade milagrosa com outro ao ponto de ser
transparente, se desnudar por inteiro, do silêncio dizer mil palavras.
(Segue)
www.varaldobrasil.com
157
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Shakespeare, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e outros não fizeram
poemas com juras eternas, nem amores eternos. Para quem vive o amor diário e prático, viver
sem amor significa realmente não viver. Nenhum poeta tem condições de definir o que é o amor
- para mim ou para você - isso é entre você e Deus, entre você e o outro que é amado.
Alguns afirmam que o amor é a força que se move para fazer o bem ao outro. Entre os namorados, casais apaixonados, uns amam muito, outros amam menos. Têm aqueles que quase
se contentam em apenas ser amado. Não é preciso dizer "eu te amo" basta demonstrar através
de pequenos gestos. Mas como medir o amor? A força pode ser medida por quilos; a velocidade pode ser medida por segundos; a precisão influenciada pela técnica.
E o amor demonstrado ou sentido por cada um? Esse não pode ser medido.
No “mundo moderno” o amor, em alguns casos, tornou-se passível de ser combinado.
Amantes tornaram-se sócios, o amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica
de interesses comuns ou uma questão prática. Neste contexto, eu quero fazer, aqui, o elogio do
amor puro, do amor que tudo enxerga, que tolera, que transforma, que suporta, que se alegra
com a alegria do outro, que romanceia, que contempla as estrelas, não mede a distância, rompe
o medo, do que simplesmente ama.
Amor é amor!
Li uma definição “louca” do que seja o amor (não lembro de quem): amar é se jogar de um
precipício sem saber se lá embaixo vai ter alguém para segurar a gente. Ora, o amor não é irresponsável, suicida ou homicida. Ele harmoniza a razão e a emoção. É a certeza do amor, da
verdade.
A poetisa Cecília Meireles escreveu em Inscrições na areia: “O meu amor não tem importância nenhuma.” Outro poeta disse: “É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada. É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.” Na minha caminhada
para descobrir a maior definição do amor, a pequena folha em branco está quase virando um
livro, quiçá uma coletânea. E assim, como disse Clarice Lispector “vou deixando o melhor de
mim... Se alguém não viu, foi porque não me sentiu com o coração.” E não se esqueça: Só é
feliz quem ama!
Albert Einstein afirmou: “Existem apenas duas maneiras de ver a vida. Uma é pensar
que não existem milagres e a outra é que tudo é um milagre.” E eu digo: só há uma maneira de viver plenamente a vida, com amor. Quem não ama não serve para viver. A cada
dia que vou preenchendo as folhas ainda em branco, mais me convenço de que o desperdício
da vida está no amor que não oferecemos.
Não sei se existe a pessoa certa. Sei que existe uma pessoa certa para cada um. Ela, por
mais imperfeição que possua, é aquela que te dá vontade de continuar, de viver, acordar sorrindo, com vontade de ser melhor para a gente mesmo e para quem nos rodeia.
“Quem és tu que me lês? És o meu segredo ou sou eu o teu?” (Clarice Lispector). Eu sou
aquela que sente, que enxerga com o coração, que ama! Se sei o que é o amor? Se já tenho a
melhor definição do amor? Continuo descobrindo... A única certeza que tenho é que o amor é o
que sinto e vivo agora. EU TE AMO DE AMOR, COM TODO AMOR, MEU AMOR!
Ilustração do livro “A Influência da Mulher no
mundo”, de Cléa Paixão
www.varaldobrasil.com
158
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
UMA HISTÓRIA DE AMOR
Por Dulce Rodrigues
Era uma vez duas amigas de infância, a
Palmira e a Maria, que se encontraram um dia,
ao fim de muitos anos. Ambas estavam a passar férias com a família naquela bela praia da
Costa da Caparica. A Palmira estava casada
com o Ernesto e tinha um filho chamado Arnaldo. O marido da Maria chamava-se António, e
a filha Maria José.
O Arnaldo tinha então 20 anos e a Maria José ia a caminho dos 17. Não foi amor à primeira vista o sentimento que os dois jovens Maria
José e Arnaldo experimentaram um pelo outro,
mas esse primeiro sentimento de amizade que
nasceu entre eles em breve cresceu e se tornou numa duradoira história de amor.
Estava-se em tempo de guerra na Europa e,
embora Portugal não tivesse entrado directamente no conflito, as repercussões do mesmo
faziam-se sentir no país, as pessoas viviam
com dificuldades, havia racionamento de alimentos e outros bens de primeira necessidade. As pessoas tinham de ir para a bicha do
peixe, da carne, do leite... e só levavam para
casa aquilo que lhes era atribuído, pois havia
senhas de racionamento. Cada família recebia
por mês essas senhas, em função das pessoas que constituíam o seu agregado familiar, e
com elas podia fazer compras nas lojas tradicionais. Algumas famílias com mais dinheiro negociavam essas senhas. Nas aldeias, havia
também quem tivesse colmeias para produzir
mel, que usavam para fazerem as chamadas
“sopas de cavalo cansado “. Numa tijela punha
-se pão, vinho tinto e mel. Com essa “receita
milagrosa “, ganhava-se força para o árduo trabalho nos campos. O racionamento era sobretudo sentido pelas famílias modestas, pois
quem tinha dinheiro comprava muitas coisas
clandestinamente, “à candonga”, como se dizia
naquele tempo.
Como também havia racionamento no combustível para as camionetas e outras viaturas
da época, muitas destas eram movidas a gasógeno, um combustível alternativo que era
simplesmente um gás pobre. Nesse tempo,
também não existiam transportes públicos como actualmente, as pessoas que trabalhavam
na Baixa de Lisboa andavam, por vezes, muitos quilómetros a pé desde casa até ao empre-
go. Era o caso do Arnaldo e da Maria José, a
que todos chamavam Zeca.
Segundo reza a crónica da família, foi a avó
paterna (e madrinha da bebé) que lhe pôs o
nome de Maria José. Mas este nome não
agradou à Maria, a mãe da bebé, que solucionou o problema de um modo radical. “Eu nunca chamarei Maria José à minha filha, para
mim ela será Zeca.” E foi assim que a Maria
José ficou Zeca para sempre; ela até chegava
a esquecer-se de que esse era o seu verdadeiro nome quando alguém a chamava por ele.
A Zeca trabalhava mesmo no centro da Baixa, o Arnaldo saía do emprego e ia a pé até lá,
esperava a namorada e depois seguiam juntos
até casa dela. Ficavam a namorar um pouco à
porta, outras vezes o Arnaldo subia com ela e
entrava em casa para cumprimentar os futuros
sogros. Curiosamente, moravam todos no
mesmo bairro, o Bairro de Campo de Ourique,
um dos mais antigos e bem frequentados de
Lisboa.
Passados quatro anos de namoro, o Arnaldo e a Zeca resolveram casar-se. Foi um belo
e elegante casamento, num dia de Julho de
1940. Estava-se em plena guerra mundial,
mas para quem se ama, qualquer altura é boa
para se celebrar o amor. Quatro dias depois, o
Arnaldo fazia 25 anos.
Nove meses mais tarde, nasceu-lhes uma
menina. O Arnaldo estava à espera que fosse
um rapaz, mas teve de conformar-se com a
menina. Como ainda continuava a guerra e a
empresa alemã para que o Arnaldo trabalhava
precisava dele em Barca d’Alva, vila fronteiriça
com a Espanha, ele foi viver para lá. A mulher
e a filha de seis meses acompanharam-no. Estiveram por lá mais de um ano, depois regressaram todos de novo a Lisboa.
(Segue)
www.varaldobrasil.com
159
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Na véspera dos quatro anos da filha, o jovem casal foi viver para a sua nova casa, no Bairro
da Encarnação. Fora o tempo em que tinham estado em Barca d’Alva, haviam sempre vivido
com os pais do Arnaldo. O sonho era terem a sua própria casa, e esse sonho tornava-se assim
realidade.
Passaram-se muitos anos de felicidade, viram crescer a filha, viram-na partir para o estrangeiro e regressar, casar-se e divorciar-se, e este foi um golpe duro. A vida não é sempre um mar
de rosas, e até as próprias rosas têm espinhos. Mas, existe também um lado bom e, um belo dia
de Verão, viram realizar-se mais um grande sonho – foram avós! E não como a maior parte das
pessoas, que veem chegar um neto de cada vez. Não, foram avós de dois gémeos. Para o Arnaldo, a alegria era ao quadrado. Não tinha tido o filho que tanto desejara, mas a filha que Deus
lhe dera presenteava-o agora com dois netos, que foram todo o orgulho e o seu amor de avô.
O Arnaldo foi o primeiro a partir. Foi numa noite de Novembro, aos 97 anos de idade. A Zeca
ainda por cá ficou, por quantos anos, não se sabe. Mas a bela história de amor chegou ao fim.
www.varaldobrasil.com
160
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
do, alguém deixou o portão aberto. Ao perceber, passou por ele sem que ninguém notasse a sua peraltice.
A gatinha fujona
Amor familiar
A tardezinha, ao trocar a comida e a
água, sua dona notou que ela não havia aparecido. Estranhou, pois era sempre a primeira a se apresentar. Procurou por toda casa,
quintal, e não encontrou a safadinha.
Por Maria (Nilza) Campos Lepre
Era uma vez uma gatinha persa, chamada Nina. Desde pequena sempre foi alegre e
brincalhona. Era a única sobrevivente de
uma cria de quatro gatinhos. Os irmãozinhos
nasceram muito fraquinhos, talvez tenham
nascido prematuros.
Desesperada saiu para a rua chamando
por ela aos gritos: - Nina, cadê você? Vem
gatinha linda, vem com a mamãe, pisu, psiu,
psiu... Vem amor a comidinha esta a sua espera. Chanim, chanim, chanim... Chamava
em desespero.
Como estão vendo, teve de ser lutadora
Nada da arteira aparecer. Procurou em
desde a hora que chegou a este mundo. Era
toda a casa da vizinhança, e ninguém sabia
muito pequenina, conseguia se esquentar na
da fujona. A noite estava se aproximando e
palma da mão de sua dona, isso com os desua dona entrou em desespero. Onde será
dos fechados.
que a pequena havia se metido?
Era feinha a pobrezinha, parecia até um
De repente ouviu um cachorrinho latinET. Como a mãe estava doente, sua dona codo, e apontando para uma arvore que ficava
meçou a alimentá-la com uma mamadeirido outro lado da rua. Prestou atenção e parenha. No começo foi difícil, mas logo aprenceu escutar um miado abafado.
deu a chupar o leite, e era tão gulosa, que viPara ali se dirigiu. Ao olhar para o alto
via se afogando.
da arvore, adivinhem quem ela encontrou?
Aos poucos ela foi crescendo e se torSim, era a Nina, estava tão apavorada, e com
nando uma linda gatinha de pelos ruivos, e
os pelos tão eriçados, que lembrava um porem algumas poucas partes com pelos branco espinho. O rabo mais parecia um espanacos. Seus olhinhos arregalados pareciam iludor, com os pelos todos arrepiados.
minados por uma luz que lhe dava um ar de
Quando ela notou a presença de sua dosempre estar alegre e feliz.
na, começou a miar muito alto, coisa que
Foi crescendo sem nunca ter sentido o nunca fizera em sua curta vida, pois normalsentimento do medo, pois todos da casa a mente era difícil escutar qualquer som sainamavam e a tratavam com muito carinho. do de sua boquinha. Sua dona chegou a penGostava de subir nas arvores do quintal para sar que ela tinha algum problema nas cordas
tentar caçar algum passarinho que ali se en- vocais.
contrasse.
(Segue)
Apesar de todo cuidado de seus donos
para que não saísse a rua, um dia por descuiwww.varaldobrasil.com
161
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O verdadeiro e mais puro dos amores. O
amor que não tem limite, nem fronteiras, é
em nosso lar que encontramos, ele é a morada, do eterno “Amor familiar".
AGENDA VARAL
Mas, só agora descobriu a forma de pedir socorro nas horas difíceis. E como miava
a danadinha! O dono do cachorrinho levou o
para longe, e somente aí Nina pulou para o
colo de sua dona.
Depois deste dia, mesmo que o portão
ficasse escancarado, nunca mais ela se aventurou a sair. Aprendeu neste dia, que nada é
mais seguro do que a sua casa. Nada substitui o carinho das pessoas que a amam.
Saia sempre a passeio, mas em companhia de alguém que cuidava para que nada de
mal lhe acontecesse. O que mais adorava era
voltar para seu espaço particular depois destas saídas. Nada era igual ao aroma, o calor e
o aconchego do seu LAR.
Muitas vezes procuramos a felicidade
muito distante, e quase sempre, é ali que ela
reside, bem pertinho de da gente. É no seio
de nossa família que encontramos o verdadeiro amor. O dos pais para com seus filhos,
e dos filhos para com seus pais, irmãos, avós
e todos os membros da família.
Até 25 de fevereiro estarão abertas as inscrições para a revista de abril com tema livre;
Dia 15 de março (ou antes se acharmos
conveniente) serão consideradas fechadas
por completo todas as vagas para o 27º Salon International du Livre de Genève;
Até 25 de março estarão abertas as inscrições para a revista de maio com o tema
SAUDADE (Parece que foi ontem...);
Até 30 dia abril será comunicada a data do
lançamento do livro VARAL ANTOLÓGICO
3 em Florianópolis;
Dia 30 de abril encerram-se as inscrições
para o I PRÊMIO VARAL DO BRASIL DE
LITERATURA;
De 1º a 5 de maio nosso Stand representará
os autores brasileiros e portugueses pela
segunda vez no 27º Salon International du
Livre de Genève;
No dia 03 de maio será lançado durante o
27º Salon International du Livre de Genève, o livro VARAL ANTOLÓGICO 3;
Até 25 de abril estarão abertas as inscrições
para a revista de junho com o tema SEGREDOS E PECADOS;
Dia 25 de maio estaremos presentes no V
Encontro de Brasileiros na Suíça em Zurique;
Até 25 de maio estarão abertas as inscrições para a revista de julho/agosto com tema livre;
Até 30 de junho serão comunicados os
vencedores do I PRÊMIO VARAL DO
BRASIL DE LITERATURA.
Até 25 de julho estarão abertas as inscrições para a revista de setembro com
o tema HOMEM, NOSSA ESTRELA
www.varaldobrasil.com
162
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Que perdição!
Por Rita Pea
Beijar esses teus lábios…
Tocar-te docemente, olhar-te, sentir-te!
Saborear o teu corpo,
Acariciar a tua alma,
Alimentar os teus sonhos,
Saciar-te de amor e desejo,
Imbuída pela ternura do teu beijo.
www.varaldobrasil.com
163
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O poder do amor
Por Josselene Marques
Se me amas, com efeito, sou:
O teu sol nos momentos grises;
A lua misteriosa a inspirar
Versos múltiplos e cálidos;
Uma constelação a iluminar
A tua solitária noite;
Uma lágrima a esvaecer-se
Em teus lábios tal qual ameno beijo;
A chuva generosa a purificar
Toda a tua compleição;
A aragem a acariciar
Tua pele e desalinhar teus cabelos;
Uma bela canção a transportar
Tuas súbitas lembranças;
Um distinto perfume a conturbar
Despertando-te os sentidos;
Por fim, sou alento e néctar
Em tua valedoura e profícua vida.
www.fanpop.com
www.varaldobrasil.com
164
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Mãe Índia
Por Avelin Rosana Rolim Correia de Oliveira
Lá... Lá vai ela a mãe índia ela vai!
Bem pintada e bonita ela vai carregando o seu filho.
Em sua fuga sagaz... Vencendo a fome a morte ela vai.
Lá lalaiê lalaiê lalaiá, lalaiê lalaiê lalaiá lalaiá...
Vai... Leva o filho pro igarapé
Cata fruta madura no pé
Anda léguas e léguas a pé
Ela vai...
Lá vai ela a mãe índia ela vai.
Perseguida e ferida ela vai, mas, carrega em seu seio a paz...
É guerreira e não para jamais ela vai...
Lá lalaiê lalaiê lalaiá... lalaiê... Lalaiê lalaiê lalaiá... Lalaiá
blogofplaces.blogspot.com
www.varaldobrasil.com
165
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O amor tem que estar presente
nos nossos dias.
Por Eder Roberto Dias
Naturalmente somos levados a amar e a construir expressões de sentimentos bons e honestos. O ser humano que prioriza valores e recebe ensinamentos que o levem a conhecer os
bons efeitos dessa prática, cria em torno de si a
formação de atos mais polidos e condizentes
com uma vida saudável.
A família é o fator preponderante e responsável
por esse ensinamento que vemos estar muito
esquecido, e talvez, adormecido por medicamentos que causam a apatia da mordaça inviabilizadora ao respeito aos antepassados.
Quando o amor ultrapassa a verdade de nossa
razão, passamos a empregar aos ensinados a
fragilização que não deve ser demonstrada aos
que ainda desconhecem a formação desse
sentimento.
Amar ... não é apenas permitir coisas ou vontades a quem amamos, mas trazermos ensinamentos que possam dar a eles uma vida próxima a que irão enfrentar em um futuro próximo.
Estamos descompassados e perdidos no ato
em permitir, estamos mergulhando as novas
gerações a um consumismo de "SIM" que, certamente, afastaram deles o sentimento aproximado de um amor maduro e real.
O amor começa no ato de nossa fecundação,
inicialmente no sim que nossos pais se deram e
permitiram o ato de amor entre duas pessoas.
Mas temos visto que pessoas estão se dando
por um acaso, por um desejo sexualizado pelo
modismo e pela aplicação de falsos valores.
Geramos filhos do acaso, filhos do impulso, filhos de um ficar irresponsável! Devemos nos
preocupar com nossos filhos que devem reconhecer o amor como sendo uma virtude, uma
benção e um direito a construir um futuro familiar, e não a banalização de reproduzir pessoas
sem o principio de uma família aproximada.
O amor esta em nós ... assim como o ar que
respiramos ou no simples fato de vivermos.
Ainda há tempo para mudarmos o errado, ainda
temos forças para trazer a todos eles a exaltação que os levem a aceitar a vida como algo
valorizado em cada atitude que eles venham a
tomar, mas para isso, temos de acreditar no
amor sem traição, no amor sem brigas ou
agressões.
Ainda estamos chocados pela liberdade sexual
que nos é imposta pela mídia ou reportagens
que exaltam o sexo pelo sexo. O verdadeiro
sabor do amor está em algo maior, em algo
além do simples ato de se desejar sexo. O
amor começa na simplicidade de um olhar, no
desejo de um abraço ou no sabor de um beijo.
O sexo é um complemento, uma clarividência
da afirmação do desejo em prolongar a beleza
desse encontro. O amor nos liga a Deus e,
Deus nos quer amando na verdadeira relação
de um respeito que venha do homem e da mulher.
O amor não é modismo que um dia vem à tona
e no outro é esquecido! Ele permanece e permanecerá para sempre no convívio entre nos
humanos. Existem na história muitos fatos que
reafirmam o valor do amor e do quanto estamos ligados a esse sentimento; basta tão somente que olhemos a expressão: Jesus crucificado.
O maior, o mais importante e verdadeiro gesto
de amor entre os homens. Apesar dos pesares
ainda não aprendemos a expressar, ensinar e
praticar esse sentimento na dimensão exata
que Jesus tanto pregou, ainda desconhecemos
a virtude dessa prática, ainda difundimos o
amor como sendo algo impossível de se encontrar.
Como formarmos uma família saudável se não
conseguimos respeitar o amor que deveria unir
pessoas? Como ensinar nossos filhos o que é
amor se não acreditamos em sua existência?
Ainda há tempo de buscarmos uma religiosidade que sustente a nós e aos que surjam do ato
de nosso amor.
Deixemos de lado o machismo, deixemos de
lado o feminismo que transforma o amor em
rivalidade entre sexos. Temos muito que aprender e devemos respeitar a natureza que nos
mostra um equilíbrio que teimamos em não ver!
www.varaldobrasil.com
166
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
O amor está na simplicidade, no compromisso sem tempo, no caminhar sem correr e no esperar
sem cobrar. Se em sua vida existir um sufocar que distancia, um interessar que apenas compre
ou um suportar que impeça o respirar: reinicie. O amor é a chave do perdão, a liberdade do existir e o carinho do coração
www.varaldobrasil.com
167
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
AMOR É MÚSICA!!!
Por Vó Fia
Amor não é só uma palavra
É som é música é melodia
Que faz com que o coração se abra
E traz felicidade todo dia.
Se o amor é fiel traz calma
Alegria e muita felicidade
Faz cantar alegre a alma
Independente da idade.
Um amor sincero é canção
Que se canta suavemente
Embalando com ternura o coração
Afagando o corpo e a mente.
Como um Noturno de Chopin
O amor faz sonhar acordado
Na noite alta ou de manhã
Sonhando se é embalado.
Nas azas de um feliz Cupido
O amor vem como um som
De valsa de minueto ou samba garrido
Voando o Deus do Amor deixa feliz um coração.
www.varaldobrasil.com
168
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
seguindo o curso do tempo que devotamos ao
nosso amigo.
O Amor
Por Marluce Portugaels
Dias atrás, ao ler uma entrevista com o jovem
ator britânico, Nicholas Hoult, protagonista do
filme “Meu namorado é um zumbi” tive uma
feliz surpresa. Perguntado sobre o que ele
achava do amor, Hoult respondeu que acreditava completamente no amor, acrescentando
que o amor verdadeiro faz com que alguém
mude para melhor. A resposta do ator ecoou
como uma oposição à banalização do amor
que testemunhamos nos dias atuais. Fala-se
muito em amor, hoje, mas o discurso parece
vazio, sem sentimento, sem coração.
Passeando pela literatura em todas as épocas,
esbarramos com poetas celebrantes do amor
dos amantes. No século 18, as cartas de amor
de Diderot à sua amada, Sophie Volland nos
enlevam, principalmente aquela em que ele lhe
escreve no escuro e lhe pede que, onde houver espaço em branco, ela leia que ele a ama.
O nosso Luís de Camões, em um de seus sonetos nos conta a luta de Jacó ao trabalhar como pastor sete mais sete anos para Labão dar
-lhe a mão de Raquel, a quem ele amava e jurara servir mais, “se não fora para tão longo
amor tão curta a vida”. Em nossa época, o
cantor Renato Russo, fazendo suas as palavras de Camões, junto com a banda Legião
Urbana canta a intensidade do “Amor, fogo
que arde sem se ver...”
Pesquisando sobre o filme que Hoult está estrelando, aprendi que se trata de uma versão
contemporânea de “Romeu e Julieta”. Pensei,
então, parecer milagre que o amor puro e impossível, contado na tragédia de Shakespeare,
continue sendo festejado, apesar das mudanças nas sociedades humanas. Basta que as
pessoas tenham coração. Lembrei-me, então,
do Homem de Lata, amigo de Dorothy no filme
Mágico de Oz. Essa personagem foi inspirada
na lenda do Lenhador de Lata que, em um acidente na floresta com seu machado encantado, perdeu os braços e as pernas, sendo os
mesmos substituídos por membros de lata. Um
dia, em outro acidente, ele ficou sem o coração, perdendo, assim, a capacidade de amar.
De várias formas o amor é feito. Há o amor fraterno, o materno, o filial, indubitavelmente fortes porque se originam dos laços de família. O
escritor francês, La Bruyère, no século 17 já
dizia que estar com aqueles a quem amamos
é suficiente na vida, pois quando estamos com
eles não precisamos de mais nada.
O amor pelo amigo é diferente, pois está no
plano da amizade que, outra vez, segundo La
Bruyère se desenvolve lenta e gradualmente,
Finalmente, é ainda a voz de Renato Russo
quem conosco louva o amor a Deus e ao próximo, com palavras do apóstolo Paulo “ainda
que eu falasse a língua dos homens e falasse
a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. É
só o amor que conhece o que é verdade. O
amor é bom, não quer o mal, não sente inveja
nem se envaidece”.
www.varaldobrasil.com
169
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Por vezes sendo chama, outras sendo bálsamo
INDECIFRÁVEL AMOR
É frio, quente, vazio, pleno
Lágrimas, sorrisos, doce veneno, incompleta
solidão
Por Luzinete da Silva Tôrres Soares
Que sentimento é esse?
Como poder desvendá-lo, ó grande amor, se
os meus sentidos inebriados estão de embevecimento?
Que pretensão dissemina enquanto manifestação da sensibilidade, da íntima inquietude com
que se converte?
Como explicar a sua etérea pujança, em face
desse encantamento perfeitamente entranhado em mim?
Amor, amor...
Como sabê-lo perene, total, intimamente afeito
ao seu langor, se a eloquência com que te travestes inquieta-me a alma?
Desejado, disfarçado, de todas as cores, de
todas as dores
Sentimento oportuno, inoportuno, viés de infortúnio
Estou entregue ao teu poder, totalmente despojada de mim
Quanto mais me esquivo das tuas artimanhas,
mais me vejo enredada em tuas teias sedutoras, em teus insistentes desatinos
Envolta em sentimentos tépidos, contraditórios, fugidios
Me perco, me reservo, me deleito em sua inconstância ardente
És tu, apontando para esse doce abismo, essa
insólita peregrinação
A estranha magia com que o amor se me apresenta tem uma conotação de pecado
Se ora me acalentas, se ora me afliges, também me transbordas
A sua volúpia murmurante insufla a ardência
do meu coração
Ó amor, o teu mistério me sonda, a tua desejada presença me confunde, o teu descortinar
me espreita
Que palpitante, adentra esse calor, esse instante eterno, efêmero em sua dolência, mágico
em sua essência
O teu realismo me desnorteia, a tua instabilidade me estonteia
Parece dor, furor, temor, mas é o amor!
Transitas entre o êxtase da tua presença e a
abissal magnitude da tua ausência
Ah, o amor, esse deslumbre, essa contemplação da alma, esse ermo sentimento...
Tão intenso, denso, imenso
Tão colossal, infernal, essencial
Tão inquietante, inflamante, extasiante
Suspensa em tua bruma, deixo-me levar
Deslumbrada, eivada, plena
Inquieta, arrebatada, sigo esse sentimento
desconexo
O amor é loucura, paz, transcendência
Enunciação, busca, desdobramento
Descortínio pretendido, interação corpo, alma,
emoção
Encerra, também, um paradoxo constante
Imagem: Ceyda Niyazi
www.varaldobrasil.com
170
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Amando a DEUS e a sua Criação
Rogério Araújo (Rofa)
dos ares, certamente AMA A DEUS.
As ações valem mais que palavras. Defender o verde com protestos, pura e simplesmente, é defender uma causa da “boca pra fora”,
DEUS orientou Adão para que cuidasse de
mas, agir de verdade, é que surtirá os maiores
sua criação: “E tomou o Senhor Deus o
efeitos e agradará, e muito, ao nosso Criador.
homem, e o pôs no jardim do Éden, para o
lavrar e o guardar” (Gênesis 2.15). Quem cuida
Seja um zelador de tudo que fez para esse
de tudo que o Senhor criou é porque AMA sua mundo. Quem assim o fizer só tem a ganhar,
pois quantos efeitos colaterais ocorrem para o
obra e a Ele por consequência.
próprio homem quando ele mesmo destrói tudo
Esse cuidado, zelo, carinho, por tudo que
que vê pela frente?
nosso Deus fez é algo que vale para todos nós.
Ninguém está isento dessa tarefa. Devastar flo-
AME A CRIAÇÃO DE DEUS!!!
restas pela ganância do dinheiro desse negócio; aprisionar animais silvestres e vender para
contrabandista, não está certo pela sua ilegalidade e, também, por maus tratos aos animais
que não merecem passar por isso.
Em Gênesis 1.31 diz: “E viu Deus tudo
quanto tinha feito, e eis que era muito bom...”.
Tudo que o Senhor criou é perfeito. Por que o
homem quer sempre estragar tudo? Onde ele
coloca a sua mão “podre”, tudo se destrói.
Quem preserva a natureza criada pelo Senhor, os verdes das matas, o azul dos mares,
rios e oceanos, e a beleza das mais variadas
espécies de animais dos aquáticos, terrestres e
www.varaldobrasil.com
171
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
ÍNTIMO
Por Regina Costa
Por um instante
Senti você comigo
Instante de luz interior...
Íntima afeição se estendeu
E eu fiz você feliz
Por um instante apenas
Clareou
Vivo movimento de amor
E nós nem nos falamos
Sequer nos tocamos
Apenas nos ouvimos
Misteriosamente...
Por um instante apenas
www.varaldobrasil.com
172
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Amor de Amantes
Por Sandra Ferrari Radich
Desaparece como fumaça
A qualquer momento volta e encaixa
Sorrateiramente no espaço vazio que deixou,
Tão leve... Tão perfeito,
Como se nunca tivesse saído dali.
É muito mais meu, sem mentiras,
Tira a roupa e junto tira a máscara.
Nudez completa,
É bom tê-lo por inteiro,
Sem farsas, sem falsas promessas,
Sem falsos pudores, sem falsa modéstia.
Nós dois sabemos porque estamos ali,
Nudez e gozo do corpo e da alma.
Causa frisson e a vontade
Demasiadamente louca
Faz com que façamos o não feito,
Todo de uma só vez,
Coisas que só fazem sentido ali.
Ilustração enviada pelo autor do texto
www.varaldobrasil.com
173
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Maior tesouro
Por Olga Hosken
É quase nada
Mas representa tudo!
De tão pequeno carrego com uma só mão.
De tão grande sentimento, mal cabe no peito.
Supera minhas forcas,
Transpõe meus valores,
Enche-me de graça!!!
Quando a sombra do medo tenta abraçar meu telhado
E o vento frio, de arrepios escabrosos, ameaçam percorrer meu corpo,
Teus meigos olhos sopram uma brisa suave e morna, como as manhas
primaveris.
Qual grande foi a graça, que Deus me concedeu,
De ter nos braços,
Um filho meu.
www.varaldobrasil.com
174
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
INFORMAÇÃO: AUTISMO
AUTORA: Olga Hosken
Autismo é uma desordem no desenvolvimento que inicia desde o nascimento
ou se desenvolve nos primeiros anos de
vida.
O termo Autismo significa “ausente” ou
“perdido”. Hoje em dia o Autismo se tornou uma crise pública de saúde que está
crescendo assustadoramente. Pesquisas comprovam um grande
impacto na saúde das crianças nos seus
três primeiros anos de vida que são os
mais importantes para a aprendizagem.
Características do Autismo:
Riso inapropriado
Dificuldade de relacionamento com outras pessoas.
Pouco ou nenhum contato visual
Aparente insensibilidade à dor
Preferência pela solidão
Modos arredios
Rotação de objetos
Hiperatividade ou Inatividade
Ausência de respostas aos métodos normais de ensino
Insistência em repetição
Resistência à mudança de rotina
Repetição de palavras
Recusa de contato físico
Irregular habilidade motora
Acessos de raiva
Falta de noção do perigo
Dificuldade de processar informações
que recebe do meio ambiente
Dificuldade de expressar suas necessidades (Usa gestos ou aponta quando
quer algo)
liações sistemáticas e periódicas são
sempre recomendadas.
Não existe medicação e nem tratamento
especifico para autismo.
Tratamento:
O tratamento do autismo é complexo
pois envolve uma gama de profissionais
tais como: neurologista, pediatra, psiquiatra, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta
ocupacional, físico terapeuta, pedagogo,
e orientação familiar.
Para o sucesso do tratamento ocorrer é
necessário o empenho de profissionais
qualificados e o TOTAL envolvimento da
família.
A demora no processo de diagnóstico e
a aceitação dos pais é prejudicial ao tratamento, A descoberta precoce desta desordem no desenvolvimento e o tratamento adequado vão influenciar na evolução da criança.
Faz parte do tratamento a educação especial, de preferencia individual, com
aprendizagem intensa e gradual.
A criança autista que desenvolve a fala
possui grandes
chances de melhorar expressivamente.
Como o quadro do autismo não é estático, alguns sintomas podem se modificar,
se amenizar ou ate desaparecerem, porém outros sintomas poderão surgir. Avawww.varaldobrasil.com
175
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Doce mel
Por Rozelene Furtado de Lima
Hoje eu só quero encontrar
Um amor carregado de vontade
Desejoso de morrer de amar
De ser momento na eternidade
Quero beijos muito ardentes
Carícia livre sem restrição
Entregar tudo, totalmente
Corpo, pele, sonhos e ilusão
Sussurrando com estrelas deixar fluir
Provar o néctar, saborear o doce mel
Sem parcelar a liberdade de ficar
Pagar, receber, dar e dividir
Ser ponte, ser escada, ser céu
Ir onde nunca olvidei chegar
h%p://vilamulher.terra.com.br/
www.varaldobrasil.com
176
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Poema do meu amor!
Por Yara Darin
Meu amor é feito o dia
Como um lindo amanhecer
Na beleza da poesia
Da paixão e do bem querer.
Meu amor é água da fonte
Puro e transparente
Tão imenso, tão sincero
Quão difícil de explicar.
Meu amor é uma aquarela
De alegria e de emoção
Com as cores da esperança
Tem as notas de uma canção.
Este amor que é a minha alegria
Minha paz verdadeira
No abraço ,no teu beijo
Quando te quero por inteiro .
Amor, eu sempre vou te amar!
arte by Felix Mas
www.varaldobrasil.com
177
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
AMOR RAZÃO DE VIVER
tos e também sei os seus, assim estamos juntos como Romeu e Julieta se conheceram nos
aposentos seus.
Por Fátima Maria de Oliveira Friaça Pereira
Um dia tão claro já nos vimos a beira mar
estacando pedregulhos para ver o tempo passar, e as águas cristalinas brilhando no seus
cabelos, o seu corpo escultural desenhei nas
areias do mar, fica registrado, marcado por
dentro o nosso encontro no ar livre onde tudo
podemos fazer sem medo de errar.
Gosto muito do seu jeito amo-te demais querida
amor da minha vida estou possesso, apaixonado uma alucinação sem tempo, um amor conectado deixa-me cheio de carinho, carinho este que quero sempre ti dar. Parece infantilidade
Somos amantes da noite, não tememos a
mas o que fazer com tanta paixão você é o hora adentro quanto mais nos amamos, mais
amor razão de viver no meu coração.
queremos nos amar, desejo igual, sede insaciáVejo estrelas a brilhar nos teus olhos fico a ti vel que não para, sempre mais e mais, madruamar, já não aguento mais quero contigo me gada vem o sono juntos vamos descansar, será
casar, é verdade esse é o começo de nossas mesmo! Que vamos parar! Seu sorriso sonolenvidas que já viramos ao avesso de tanto amor to me encanta me dá um nó na garganta ai copara dar, deixa eu ti amar flor da minha vida, meçamos a nos conectar, jeito de amar, jeito de
amo tudo em você, entenda que a explosão do querer e não desistir porque não quero ver voamor é conectado no nossos pensamentos que cê ir porque ainda é muito cedo.
descem queimando por dentro.
E por, falar em amor jamais desistir de
amar
ou se conhecer para ser amado (a) e poO fogo dessa paixão são labaredas ardentes,
não sonho vejo tudo ao meu redor você, dá pa- der dizer um para o outro: descobri que te amo
ra entender eu já não vivo mais eu, mas vivo eu demais.
e você são formas concretas, encaixe perfeito,
coração latente sempre pedindo alegremente
esse amor, amor que não tem cor, nem raça e
nem dessabor é o amor razão de viver.
Ouço em meus ouvidos a sua voz sussurrando:
amor eu estou aqui acabei de chegar, não posso esperar e já começo a te abraçar e te beijar,
os nossos afagos, tampa o nosso respirar, ai
não penso! Sinto tudo girar e nos encontramos
no amor ao amar, sua vida é minha parte, minha metade que completa todo jeito de amar.
Conto para você historinhas de ninar, só para
ver você soluçar nesse amor sem parar, isto é
paixão não é loucura, não vivemos de gravura
mas de pura convicção, ao vivo nossas vidas
se misturam no amor razão de viver, mas viver
bem aconchegados na medida que nos amamos cada dia aumenta mais e mais essa vontade esse desejo.
Desejo este de te amar para sempre, sempre
sorrir com muitas gentes que também querem
saber amar, vamos dar bom exemplo mostrando esse amor tanto em nosso interior como na
vida diária com sorrisos alegremente.
Que bom poder te amar somos unos pelo o
amor de Deus, dando nos oportunidades de
nos conhecer melhor, você sabe os meus defeiwww.varaldobrasil.com
178
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Aceitarás o amor como eu o encaro ?
Por Mário de Andrade
Aceitarás o amor como eu o encaro ?...
...Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.
Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.
Não exijas mais nada. Não desejo
Também mais nada, só te olhar, enquanto
A realidade é simples, e isto apenas.
Que grandeza... a evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições. O encanto
Que nasce das adorações serenas.
www.varaldobrasil.com
179
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
VARAL DO BRASIL
POR TODOS OS
LUGARES
PARCERIAS
VENCEDORAS!
www.varaldobrasil.com
180
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
Revista Varal do Brasil
A revista Varal do Brasil é uma revista independente, realizada por Jacqueline Aisenman.
Todos os textos publicados no Varal do Brasil receberam a aprovação dos autores, aos
quais agradecemos a participação.
Se você é o autor de uma das imagens que
encontramos na internet sem créditos, façanos saber para que divulguemos o seu talento!
Licença Creative Commons. Distribuição eletrônica e gratuita. Os textos aqui publicados
podem ser reproduzidos em quaisquer mídias, desde que seja preservado o nome de
seus respectivos autores e não seja para
utilização com fins lucrativos.
Os textos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.
A revista está disponível para download no
site www.varaldobrasil.com e no blog
www.varaldobrasil.blogspot.com
CONSULADO-GERAL DO BRASIL EM
ZURIQUE
Stampfenbachstrasse 138
8006 Zürich-ZH
Fax: 044 206 90 21
www.consuladobrasil.ch
Contatos com o Varal?
[email protected]
Para participar da revista, envie um e-mail
para a revista e enviaremos o formulário.
www.varaldobrasil.com
181
Varal do Brasil - Abril de 2013 - Varal Especial do Amor no.2/20B
VARAL DO BRASIL No 21
Voltaremos em abril com o no. 22!
www.varaldobrasil.com
www.varaldobrasil.blogspot.com
[email protected]
www.varaldobrasil.com
182

Documentos relacionados

varal janeiro no. 13

varal janeiro no. 13 CARLOS ROBERTO DE SOUZA

Leia mais

varal no 15 - Varal do brasil

varal no 15 - Varal do brasil Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico Inhotim. Este será um momento ímpar cultural de Brumadinho e, a Casa da Cultura, que já sediou lançamento de escritores da cidade, como os

Leia mais

VARAL DO BRASIL No 42 - JULHO 2016

VARAL DO BRASIL No 42 - JULHO 2016 nada porque, quando estava chegando a minha vez de pegar o lanche, de novo começou a guerra de maçãs e seu Joaquim mandou todo mundo pras salas pra não haver mais confusão. O engraçado é que isso s...

Leia mais