a cardiopatia crônica da doença de carlos chagas
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a cardiopatia crônica da doença de carlos chagas
A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS 27 A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOENÇA DE CARLOS CHAGAS Adriano Pondé (*) Bahia Das manifestações clínicas da doença de Carlos Chagas, na fase crônica, são as determinações cardíacas, sem dúvida, as mais freqüentes. Êsse fato não passou despercebido ao genial investigador 1 , que para essas perturbações chamava atenção particular, quando apresentou a monumental descrição da esquizotripanose, que hoje traz seu nome. Gaspar Viana 2 , em 1911, mostrava a grande afinidade de S. Cruzi pelo miocárdio, determinando lesões em todos os tecidos constitutivos do órgão. Observa-se, nesses casos, uma miocardite intersticial difusa, que se acompanha de alterações degenerativas da fibra cardíaca e é caracterizada pela presença de corpúsculos leishmaniformes intracelulares de Schizotripanum cruzi. Os fenômenos inflamatórios se localizam, em geral, em tôrno das fibras cardíacas parasitadas, existindo entretanto zonas infiltradas sem que ocorra a presença do parasito, assim como pode também suceder encontrarem-se células parasitadas, sem reação circundante. Gaspar Viana chamou atenção também para a verificação de inflamações perivasculares, pronunciadas ou apenas esboçadas, havendo zonas, todavia que conservam a integridade morfológica das paredes. Margarino Torres, em 1917, 3 descreveu alterações peculiares do citoplasma diferenciado, caracterizadas pela confluência cromatófila dos segmentos obscuros da estriação miofibrilar cardíaca, com perda da aparência normal. Êsse aspecto foi confirmado ulteriormente por Mazza, Joerg e Feijó 4 , que lhe deram o nome de “lesão de Margarino Torres”. Mais tarde, em 1929, estudando a miocardite intersticial crônica na doença de Carlos Chagas, mostrou Margarino Torres 5 que tal processo não representa a evolução tardia ou posterior da miocardite aguda difusa inicial, mas sim, um processo em franca evolução, contínua e progressiva, atribuindo tal fato, não só à ação repetida e p e r m a n e n t e do parasito, mas também à constituição de um estado alér(*) 1. ª Cadeira de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia, Brasil. (Serviço do Prof. Adriano Pondé). 28 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA gico. Em 1941, estabelece Torres 6 o novo conceito de que as lesões vasculares precoces condicionam a reação inflamatória nas infecções pelo S. cruzi, voltando a afirmar que nessa infecção as reações alérgicas, ou sejam processos patológicos modificados em virtude da infecção primária anterior, desempenham papel importante e chama a atenção para a analogia que existe entre o quadro mórbido dessa doença e o do reumatismo infeccioso. Depõem também em favor de um estado alérgico na doença de Carlos Chagas as verificações de Mazza e Joerg 7 e Senekjie. 8 Inoculando lisados e suspensões de formas mortas do cultivo de S. cruzi no rhesus (Macaca mullata, Julio Muniz e Pena de Azevedo 9 observaram lesões de natureza inflamatória, no coração, “reproduzindo a miocardite observada nos casos humanos da Doença de Chagas e nas infecções experimentais de rhesus inoculados com o S. cruzi.” Concluem então êsses autores que “as lesões observadas não podem ser atribuídas à existência de um fator tóxico, inerente ao corpo do parasita, mas exclusivamente ao estabelecimento de um estado imunobiológico especial do organismo, condicionado à introdução de uma proteína estranha, representada pelo parasito.” Encontra, portanto, apôio nessas verificações o conceito de alergia, introduzido por Margarinos Torres, na patogenia dessa doença. A miocardite, pois, não decorre sòmente da ação repetida e permanente do parasito; comporta-se o coração como verdadeiro órgão de choque no processo alérgico produzido pelas proteínas do S. cruzi. 9 O estudo clínico da forma cardíaca da esquizotripanose americana foi realizado pormenorizadamente, pela primeira vez, através dos trabalhos de Carlos Chagas e Villela, 10 e 11 que chamaram a atenção para a freqüência e intensidade das desordens do ritmo cardíaco, na fase crônica. Assinalaram a importância dos distúrbios da condução e na formação do estímulo, salientando entre êsses a freqüência das extra-sístoles ventriculares e a gravidade ainda maior que assume o prognóstico, se a fibrilação ou “flutter” auriculares se instalam. Estudando os diversos tipos de bloqueio auriculoventricular, observaram que a freqüência dêsses distúrbios na esquizotripanose é maior do que em qualquer outro tipo de cardiopatia. “Em outras doenças essas alterações têm sido verificadas; em nenhuma, porém, com a freqüência aqui registrada e com os aspectos múltiplos e evolutivos que podem ser surpreendidos na tripanozomíase. E de tal modo assim é que poderíamos caracterizar essa entidade como a doença por excelência das alterações do ritmo, e especialmente do pulso lento. ” 10 Os trabalhos ulteriores de Evandro Chagas 12 a 15 confirmaram essas conclusões e ainda mais, tiveram em consideração as modificações dos complexos auriculares e ventriculares, “em geral associadas a diferentes tipos de arritmias, e essa associação - contínua - está ple- A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS 29 namente de acôrdo com a intensidade e a extensão das alterações anatômicas de que é sede o coração.” Mazza, 18 a quem se deve a fase de ressurgimento dos estudos sôbre a doença de Carlos Chagas, descreve, em 15% de seus casos, alterações eletrocardiográficas, que atribui a “uma defeituosa irrigação coronária.” Romana e Cossio, 18 estudando a cardiopatia crônica na esquizotripanose americana, observaram da análise de 31 traçados, que 22 mostravam bloqueios intraventriculares, ou seja, 71%; o bloqueio auriculoventricular (completo e incompleto) ia a 22% e os transtornos da excitabilidade chegavam a 38,3%. Dias, Laranja e Nobrega 24 fizeram uma análise exaustiva das alterações eletrocardiográficas nas formas crônicas da doença de Chagas, em casos coligidos no Centro de Estudos e Profilaxia dessa infecção, em Bambuí, Estado de Minas Gerais. Em 183 casos, notaram alterações do traçado em 90 doentes, o que dá uma cifra de 49,2%. Sòmente em 11% dos casos faltavam os distúrbios da formação ou da propagação do estímulo e as alterações do traçado se limitavam a anomalias do complexo ventricular. Foram êsses autores os primeiros que referiram à elevada incidência do bloqueio de ramo direito, que estêve presente em 39% dos traçados anormais (35 casos) e orçam em 18% do total de casos examinados. Não tiveram ocasião de registrar um só caso com bloqueio de ramo esquerdo, ocorrência essa que também confirmaram nossas observações. A mutabilidade na forma dos traçados foi estudada por Magalhães e Freire, 25 Brasil 26 e o estudo do traçado elétrico na doença experimental foi realizado por Taquini, 27 Magalhães e Freire . 28 Já de algum tempo que nos vinha surpreendendo a grande freqüência, em nosso meio, de casos com miocardite crônica, sobretudo incidindo em indivíduos jovens, para cuja etiologia não se podia obter uma explicação precisa. Formulamos então a hipótese de que a esquizotripanose fôsse a responsável por essa eventualidade e dentro em pouco tínhamos confirmado tal suposição. 29-30 Aos 37 casos que publicamos, podemos hoje, em continuação a êsses estudos, acrescentar mais 29, o que irá fazer um total de 66 doentes registrados. Essas pesquisas foram realizadas num trabalho de conjunto, em que colaboraram os assistentes Drs. J. Leocadio de Oliveira, Lídia Paraguassu, J. Moreira Ferreira, Rubem Tabacof, Herval Bittencourt, Alberto Pondê, Walter Amorim, Luiz Queiroz, Renato Sena e os internos Anita Franco e Roberto Figueira Santos. O xenodiagnóstico do qual particularmente se incumbiu a Srt. ª Anita Franco, foi executado, segundo as instruções coligidas por Emanuel Dias. 30-39 As espécies empregadas foram E. sordida (Stal, 1859), T. infestans (Klug, 1934). T. brasiliensis (Neiva, 1911), R. prolixus 30 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA (Stal, 1859), ou P. megistus (Burm, 1835). Na maioria das vêzes, trabalhamos com exemplares de R. prolixus (Stal, 1859). Escolhíamos ninfas e insetos adultos, em número de 5 a 8, que sugavam os doentes durante 30 minutos, em média. Ulteriormente, eram os triatomídeos alimentados em frangos ou cobaias, até a época do exame, que se realizava a partir de 30 até 60 dias depois do repasto suposto infectante. A verificação do esquizotrípano era feita ou pelo exame das dejeções do reduvídeo, ou após a dissecção, pesquisando-se o parasitismo no conduto intestinal do inseto. Nas observações 1 e 2, o xenodiagnóstico foi praticado pelo Prof. A. L. de Barros Barreto (Bahia); nas observações 3,4,5, o exame foi levado a efeito pelo Dr. Emanuel Dias (Manguinhos); nas observações 8,10,11 e 13, a prova foi feita pelo Dr. Herman Lent (Manguinhos). Aproveitamos o ensejo para aqui lhes deixar consignados nossos agradecimentos. A reação de fixação do complemento, realizada com o antígeno de Davis, foi efetuada nas observações 1,3,4 e 5, aqui na Bahia, no laboratório da 1.ª Cadeira de Clínica Médica, seguindo a técnica indicada pelos Drs. Julio Muniz e Gilberto de Freitas. 40-49 O antígeno, preparado pelo Dr. Julio Muniz, foi-nos fornecido por gentileza do Prof. Henrique Aragão, Diretor do Instituto Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro (Manguinhos.) Ulteriormente, êsses exames foram repetidos, no próprio Instituto de Manguinhos, pelo Dr. Julio Muniz, que executou o exame de nossos casos até a observação n.º 39. Daí em diante, as reações foram feitas pelo Dr. J. L. Pedreira de Freitas, no Departamento de Parasitologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A ambos consignamos também nosso reconhecimento pelo precioso auxílio. A reação de fixação do complemento, funcionando com antígeno, a fração de polisacarídeo, extraída do S. cruzi, foi praticada pelo Dr. Julio Muniz, nas observações dos n.º 16 a 36. No quadro n.º 1, reunimos todos os casos de doença de Carlos Chagas, observados no Serviço da 1.ª Cadeira de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Bahia. Nêle, estão consignados a idade dos doentes, a forma clínica, o resultado do xenodiagnóstico e das reações de fixação do complemento com o antígeno de Davis e com a fração de polisacarídeo. Nas observações n.º 41,47,49, e 58 a 62 e 67 a 72, aguardamos ainda o resultado do xenodiagnóstico e, por isso, fica prejudicada a publicação, no momento, da cifra porcentual de resultados positivos, obtidos com êsse método. Não apresentavam manifestações clínicas os casos n.º 24,25,32,39. 47 a 49,57,61,67 a 69 e 72. A observação n.º 24 teve o xenodíagnóstico positivo. Êsses doentes habitavam casas em que foram encontrados exemplares de P. megistus infectados. Moravam na A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS 31 mesma residência, no bairro do Alto das Pombas, em Salvador, os casos n.º 24,25,32 e 67; e na casa n.º 49, na Ladeira da Montanha, no centro da Cidade, os casos n.º 47,48,68, 69 e 72. As observações n.º 37,65 e 66 são formas agudas, com sinal de Romana presente; a primeira delas apresentava ainda o sinal de Mazza-Benitez. Em todos, além de o xenodiagnóstico ter sido positivo, identificou o Prof. Alexandre Leal Costa o parasito no sangue periférico. Na observação n.º 37, o Dr. Julio Muniz, do Instituto Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro), realizou as reações de precipitação e aglutinação, ambas com o resultado positivo - a primeira fortemente e, a segunda até o título de 1/5.120 (+++). Êsses três doentes nos foram levados pelo Dr. José Julio M. Porto, que exerce a clínica em Picado, no município de Santo Amaro. Não só na residência dos mesmos doentes, como também em várias outras da mesma localidade, foram capturados exemplares de P. megistus, que se mostraram infectados em alta proporção, quando examinados em nossos laboratórios. Dos casos referidos no presente trabalho; quatro foram autopsiados pelo Prof. Coelho dos Santos (Obs. n.º 2,4,10 e 21.) Fragmentos do coração foram remetidos ao Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, para exame, que foi realizado pelos Drs. Pena de Azevedo e Eitel Duarte. Em um, encontraram-se aglomerados parasitários no interior da fibra cardíaca. Em outro, o quadro histológico que foi analisado, embora sem a presença do S. cruzi nos cortes estudados, correspondia ao que se observa na miocardite de Chagas. Nos restantes, o aspecto das lesões não era característico. Se às 72 observações publicadas no quadro n.º 1 acrescentarmos as duas que referiram R. Pondé, O. Mangabeira Filho e G. Jansen, 5 com xenodiagnóstico positivo, embora sem manifestações clínicas, poderemos concluir que o número de casos da doença de Carlos Chagas no Estado da Bahia se eleva, até a data, a 74. Selecionamos 40 casos de esquizotripanose com cardiopatia crônica para análise do presente estudo, apresentando-os com a descrição sintética dos principais elementos da observação clínica, do exame radiológico e do eletrocardiograma. Os demais serão discutidos em trabalho ulterior. Sintonias subjetivos. - Êsses decorrem ou da insuficiência cardíaca, ou das alterações do ritmo, tão freqüentes na doença de Chagas, como dentro em pouco passaremos a ver. As palpitações constituem um dos sintomas subjetivos mais comuns. Descrevem-nas os doentes, em geral, pelos têrmos baticum no coração e nunca empregam, em nosso meio, a expressão batedeira, tão usada no interior do Estado de Minas Gerais. Surgem, em repouso, 32 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA ou em movimento, após mesmo um pequeno esfôrço, ou súbitas emoções. Representam a sensação desagradável ou incômoda dos batimentos cardíacos, que os doentes experimentam por ocasião das arritmias. Às vêzes, tal impressão é traduzida ainda pelo têrmo “avexame”, vocábulo êsse aliás de significação um tanto elástica e que pode traduzir também angústia epigástrica ou precordial, opressão, irritabilidade, desfalecimento. A dispnéia é outro sintoma por igual muito freqüente, a assinalar a descompensação cardíaca e variando a intensidade daquela com o grau dessa. Nas formas mais leves, aparece sòmente após o esfôrço, para se tornar contínua, presente mesmo em repouso nos graus adiantados. As dôres precordiais não são raras. Encontramo-las 18 vêzes, em 40 casos da forma crônica, o que vale dizer representa 44% da casuística. Não tinham as características dos fenômenos anginosos. É possível que dependam, na maioria das vêzes, da ocorrência de extra-sístoles. As tonturas e vertigens são muito encontradas (42,5% dos casos) e explicáveis pela deficiência de irrigação sanguínea dos centros nervosos, na vigência de várias arritmias, como sejam a extra-sistólica, a taquicardia paroxísmica, bloqueio auriculoventricular. Os ataques sincopais foram registrados 6 vêzes em nosso material de observação. Dêstes doentes, cinco apresentavam bloqueio A-V completo. A sensação de fadiga é uma queixa que raramente falta; e o pêso ou dôr no hipocôndrio direito decorre da estase hepática. Queremos também sublinhar o fato já assinalado, 22 que não é excepcional se encontrarem indivíduos, com o estado geral relativamente bom, conservando ainda certa capacidade de trabalho, sem manifestação subjetiva de espécie alguma, tudo a contrastar com a gravidade das lesões que o exame depois revela e, em particular, o eletrocardiográfico. Exame objetivo. - A insuficiência cardíaca na forma crônica da doença de Chagas se apresenta umas vêzes pela síndrome de insuficiência das cavidades direitas e, isto é o mais comum; outras vêzes, é a forma inicialmente bilateral, a claudicação simultânea de ambos os ventrículos, a que se observa. A compensação pode estabelecer-se com relativa facilidade mas pouco tempo depois reaparece a assistolia, para atender outra vez ao tratamento e assim nessas alternativas até se tornar irredutível. Os sinais de estase hepática são precoces e os edemas ficam na dependência de formas mais avançadas da insuficiência cardíaca. A cianose não se registra com muita freqüência e é pouco acentuada quando ocorre. A pressão arterial se mostra dentro dos limites normais, ou então moderadamente baixa. Apenas em duas observações A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS 33 havia coexistência de hipertensão arterial. Nem uma só vez encontramos alternância de pulso. Nos casos com bloqueio A-V total, encontra-se o choque da ponta forte e extenso. Entretanto, nas obs. 26 e 30, o ictus cordis era fraco e difuso. Isso acontece quando há predominância da dilatação cardíaca, ficando moderada a hipertrofia muscular. O abafamento das bulhas é um achado freqüente. E. Chagas refere ter encontrado em alguns casos a bulha mitral quase inaudível. 12 Todavia a hiperfonese pulmonar também é uma ocorrência comum, o que fica de acôrdo com a verificação de E. Villela 51 e Dias, Laranja e Nobrega. 24 O mesmo pode-se dizer em relação ao desdobramento da segunda bulha, o que é fácil compreender em vista da alta incidência do bloqueio intraventricular na miocardite crônica esquizotripanózica. O sôpro de inoclusão mitral funcional aparece com a insuficiência cardíaca. O ritmo de galope foi verificado em 5 casos. Sòmente num (obs. 30), eram discretas as manifestações da insuficiência cardíaca. Exame radiológico. - Na cardiopatia crônica esquizotripanózica, o aumento da área cardíaca varia dentro de largos limites. Em certos casos, mesmo com bloqueio de ramo direito (obs. 20, obs. 9, por ex.), ocorre faltar a modificação da área. Noutros, o aumento pode ser considerável, correspondendo naturalmente a um grau muito mais avançado do processo. Em geral, os maiores aumentos se verificaram nos casos com insuficiência cardíaca congestiva, ou bloqueio A-V total. Entretanto, na obs. 18, não se registrou êsse aumento da área cardíaca, embora houvesse bloqueio A-V total. De modo geral, observa-se a predominância do diâmetro longitudinal da figura cardíaca sôbre o diâmetro transverso. A sombra aórtica não se modifica na doença de Chagas e, quando modificações se registrem dêsse aspecto, essas devem correr por conta de processos de outra origem. Estudo eletrocardiográfico. - Em 80% dos casos (32 doentes), notavam-se distúrbios da propagação do estímulo (aurículoventricular e intraventricular) e, em 57,5% (23 doentes), apresentavam-se distúrbios da formação do estímulo, havendo em 47,5%, associação de ambas as perturbações do ritmo. Sòmente em 10% as alterações eletrocardiográficas se limitaram a anormalidades do complexo ventricular, sem haver alterações do ritmo cardíaco. Apresentamos, no quadro que segue, a discriminação das diferentes alterações eletrocardiográficas e a freqüência com que elas se verificaram nos 40 casos com miocardite crônica: 34 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA 1) - Bloqueio A-V do 1.º grau ..................... 2 vêzes 2) - Bloqueio A-V do 2.º grau ..................... 4 vêzes 3) - Bloqueio A-V total .............................. 11 vêzes Com QRS do tipo BRD ...................... 8 vêzes Com QRS do tipo BRE ....................... 2 vêzes Sem alargamento do QRS .................... 2 vêzes Com variabilidade na origem do ritmo idioventricular .............................. 4 vêzes 4) - Bloqueio intraventricular: a) - de ramo direito .............................. 19 vêzes b) - de ramo esquerdo .......................... 0 5) - Outras alterações do complexo ventricular: Alterações do QRS (baixa voltagem, espessamento, entalhes, etc.) ....... 14 vêzes Alterações primárias de S-T e T .......... 25 vêzes 6) - Distúrbios da formação do estímulo: a) - Extra-sístoles: Auriculares ............. 4 vêzes Nodais ............................................ 1 vez Ventriculares ................................... 22 vêzes b) - “Flutter” auricular ......................... 1 vez c) - Taquicardia paroxísmica: Supraventricular ................................ 1 vez d) - Bradicardia sinusal ......................... 2 vêzes Distúrbios da condução do estímulo. - Na presente série de casos analisados, sòmente por duas vêzes - como se vê no quadro acima encontramos o bloqueio A-V do 1.º grau. Entretanto, a verificação dos observadores que nos precederam consignou a êsse distúrbio uma grande freqüência. A controvérsia é fácil de explicar, se admitirmos que nossas observações incidiram em períodos já avançados na evolução da cardiopatia chagásica. Daí, a raridade do registro. Dias, Laranja e Nobrega assinalaram alta porcentagem de tal anormalidade (72,7% dos traçados anormais) em indivíduos com menos de 5 anos de infecção, o que lhes sugeriu ser essa “uma das mais precoces manifestações eletrocardiográficas de alteração miocárdica na esquizotripanose.” E, mais ainda, êsse mesmo distúrbio da condução mostrou acentuado predomínio nos grupos de baixa idade (5 a 20 anos.) Ora bem, mesmo nas duas observações advertidas na série ago- A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS 35 ra publicada, já se achava a lesão miocárdica em fase adiantada. Assim, numa delas (obs. 4), o traçado mostrava ademais bloqueio de ramo direito, episódios de bloqueio A-V do 2.º grau e o doente veio a falecer, na enfermaria, com uma insuficiência congestiva irredutível. No outro caso, as lesões estão muito menos avançadas, é claro: o alongamento do P-R sòmente se manifesta depois de um batimento prematuro, mas também em certo trecho registra-se o bloqueio de uma contração auricular e a própria história clínica da paciente (obs. 23) leva a crer que a infecção já deva datar de bastante tempo, pelo que o processo não poderia ser incipiente. O bloqueio A-V de 2.º grau foi encontrado em 10% dos casos. Duas vêzes ocorreu episòdicamente. No terceiro caso, o bloqueio, que era do tipo 2:1, não comparece mais no segundo traçado, quase quatro meses depois. No último, o espaço P-R aumenta progressivamente, até que uma onda auricular deixa de ser acompanhada por um complexo ventricular, após o que recomeça o mesmo ciclo de alongamento do P-R (períodos de Wencckebach.) Em duas vêzes, estava associado a bloqueio intraventricular. O bloqueio A-V total foi encontrado na proporção de 27,5% dos casos, o que mais uma vez demonstra a alta incidência em que ocorre essa arritmia na miocardite crônica da doença de Chagas, maior do que a encontrada em qualquer outro tipo etiológico de cardiopatia. O ritmo auricular quase sempre se mostrou de origem sinusal, ocorrendo entretanto com freqüência o registro de alterações dos complexos auriculares. Em uma das observações o “flutter” auricular substituiu o ritmo sinusal, presente ainda no primeiro traçado. Nesse caso, a área cardíaca estava consideràvelmente aumentada (+73,3%). De passagem seja dito, que essa combinação do bloqueio A-V completo com “flutter” auricular tem sido considerada uma verdadeira raridade. Assim, Gregorio e Crawford 52 a encontraram apenas por duas vêzes em uma série de 20.000 electrocardiogramas e Willius 53 uma só vez em 40.000 traçados. Fatzer, 54 numa recente publicação, faz o registro de 2 casos, dos quais um atribuído à arteriosclerose e outro a essa causa, ou a reumatismo, ou a ambas. O complexo ventricular, em geral, se mostrou alargado. Na maioria das vêzes êsse complexo apresentava o tipo de bloqueio de ramo direito. Sòmente por duas vêzes a configuração apresentada foi a de bloqueio de ramo esquerdo; mas, mesmo assim, numa dessas observações, ao cabo de certo tempo, o QRS passou ao tipo de bloqueio de ramo direito. Não é possível decidir se êsse alargamento dos complexos ventriculares, em presença de um bloqueio A-V total, representa a associação dum bloqueio intraventricular com um auriculoven- 36 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA tricular, ou a excitação assincrônica dos ventrículos, em virtude da origem baixa do ritmo idioventricular. A menos que traçados anteriores ao aparecimento do bloqueio A-V completo já indicassem a ocorrência da lesão de ramo. A variabilidade na origem do ritmo idioventricular foi verificada em 4 casos, traduzindo-se pelas modificações de forma e freqüência dos complexos ventriculares. Em dois casos sòmente, o QRS deixou de mostrar-se alargado, fato êsse que, portanto, não é o comum. A incidência do bloqueio intraventricular na cardiopatia chagásica é muito elevada, atingindo em nossa estatística a cifra de 47,5% (19 casos.) Não incluímos nesse cálculo os casos de bloqueio A-V total, com QRS alargado, pelas razões já expostas acima. A incidência elevada dêsse distúrbio é uma peculiaridade da cardiopatia crônica da doença de Chagas, a qual por primeiro relataram Dias, Laranja e Nobrega. Nas outras cardiopatias, o bloqueio intraventricular é uma ocorrência pouco freqüente. Assim, White e Viko, 55 num total de 3.219 traçados registrados em diversas cardiopatias ou em indivíduos normais, encontraram 130 casos, o que perfaz a cifra de 3,7%. Confirmando, ainda uma vez, a verificação daqueles autores nacionais acima citados, nem uma só vez encontramos a curva do bloqueio de ramo esquerdo. Todos os casos que defrontamos são de bloqueio de ramo direito. Pôsto a tendência atual seja admitir-se a maior freqüência 56 dos bloqueios de ramo direito, em relação aos de ramo esquerdo, ou pelo menos a igualdade aproximada, não se pode deixar de reconhecer que uma predominação como se nota na cardiopatia crônica da doença de Chagas é muito singular. Talvez a explicação se encontre na hipótese aventada por Dias, Laranja e Nobrega, de uma sobrecarga de trabalho do coração direito, predispondo a êsse tipo de distúrbio da condução, além da própria disposição anatômica dêsse ramo, que é mais longo que o esquerdo. Queremos chamar ainda a atenção para a circunstância de não ser raro encontrar-se nas precordiais o aspecto observado no padrão de infarto da parede anterior do coração, complicado com um BRD: deflexão inicial negativa e deflexão pré-intrínseca muito retardada nas derivações sôbre o ventrículo direito. Distúrbios na formação do estímulo. - Dêsse grupo, a m a n i f e s tação mais freqüente é constituída pelas extra-sístoles ventriculares. Podem ser unifocais ou polifocais, surgindo isoladas, ou bigeminadas e trigeminadas. As extra-sístoles polifocais comparecem quando o processo já é avançado. Uma só vez encontramos paroxismos extrasistólicos ventriculares, vindo o doente a falecer algum tempo depois. As extra-sístoles auriculares e nodais foram assinaladas com mais ra- A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS 37 ridade, o que coincide com a verificação dos outros observadores. Assim também o escape nodal. O “flutter” auricular registramos num caso com bloqueio A-V total, que citamos linhas atrás. Evandro Chagas considerou, entretanto, a taquisistolia auricular bastante freqüente, acompanhando-se em geral, de irregularidade completa do ritmo dos ventrículos. Chagas e Villela salientaram o acentuado grau de bloqueio cardíaco nos casos de taquisistolia auricular da doença de Chagas. No caso que publicamos, a proporção do bloqueio é de 7 contrações auriculares para uma ventricular. Alterações do complexo ventricular. - O grupo QRS se mostrou alargado em 28 casos, sendo que em 9 com bloqueio A-V total e em 19 com bloqueio de ramo direito. Outras alterações de QRS que habitualmente se encontram são representadas por baixa voltagem, entalhes e espessamentos anormais, baixa amplitude ou ausência de R nas derivações precordiais. As alterações primárias de S-T e da onda T são freqüentes, podendo estar ou não associadas a alterações concomitantes de QRS. As alterações primárias da fase final do complexo QRS, que são independentes portanto das modificações da fase inicial, são constituídas pelos desnivelamentos de S-T, inversão anormal da onda T, nas precordiais ou periféricas, baixa voltagem da mesma onda. Tais alterações podem ser evolutivas, ou estáveis. Em algumas observações, podemos apreciar aquêle caráter; entretanto, a estabilidade das alterações eletrocardiográficas ficou-nos mais difícil de estabelecer, visto que, em muitos casos, os traçados deixaram de ser repetidos. Vale ainda insistir, no momento, sôbre uma particularidade que se verifica nas curvas do precórdio e sôbre a qual chamaram atenção, por primeiro, Dias, Laranja e Nobrega: o aparecimento tardio dos complexos transicionais, o que em muitos casos poderá ser atribuído à dilatação preponderante do ventrículo direito. A observação 1 ilustra bem a circunstância das alterações primárias evolutivas de S-T e T. Assim, no traçado tirado em 26-645, T-2 e T-3 estão negativas, quando eram positivas na curva anterior; o segmento S-T se mostra curvilíneo, pouco elevado em D-1 e D-2 e ligeiramente deprimido em D-3. Em V-1, onda T positiva e, em V-5, difásica (- +.) No traçado de 11-7-46, nota-se a baixa voltagem de R. até V-4, o que denuncia alteração do QRS; a onda T se torna isoelétrica em V-1, negativa e com baixa voltagem no ponto imediato; mostra-se a fase negativa muito profunda em V-3 e V-4, com elevação do S-T que se apresenta convexo; é difásica (- +), porém 38 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA com pequena amplitude, em V-5. No traçado de 12-10-46, T volta a tornar-se positiva em D-2 e D-3, com o S-T um pouco deprimido. Nas precordiais, R já tem voltagem ampla em V-4; e a onda T está negativa e profunda em V-1 (demonstrando a coexistência de alterações primárias e secundárias dêsse mesmo acidente), em V-2, com acentuação da fase negativa em V-3 e positiva em V-5. A obs. n.º 6 mostra no traçado de 22-1-46 a onda T negativa e profunda em D-2 e nas precordiais; em CF-5 e 6, é difásica, sendo muito acentuada a primeira fase, a negativa. O segmento S-T está elevado em CF-2 e 3 e deprimido em 5 e 6. A deflexão R está ausente em CF-2 e 3 e tem voltagem muito baixa em CF-1 e 4. Em 9-8-46, T1 torna-se negativa e profunda e T-2 passa a ser positiva. O S-T está deprimido em D-1 e elevado em D-3. Em 13-8-46, nota-se ausência de R nos quatro primeiros pontos precordiais, S-T elevado de CF-2 a 4 e deprimido em 5 e 6, continuando a onda T negativa. Em 13-946, a onda T se mostra positiva nos 3 primeiros pontos do precórdio e mais aguda que no traçado anterior, a partir de CF-4. A deflexão R continua ausente até êsse último ponto. Em 25-9-46, T-7 se mostra positiva e T-3 negativa, com o S-T elevado naquela e deprimido nessa derivação. Em CF-3, o complexo ventricular se torna polifásico, tem baixa voltagem e a onda T é negativa e muito aguda, com infradesnivelamento do S-T. Em 26.946 diminui a voltagem de T-1 que está quase isoelétrica e passa T-3 a ser positiva; fica bem definida a negatividade de T em CF-1, mostrando a concorrência de alterações primárias e secundárias. A obs. XIII também é muito demonstrativa no particular. No traçado em 5-7-46, nota-se T-1 e T-2 negativas e pouco profundas; T-3 positiva e de baixa voltagem. Em CF-1, a onda T é positiva e ampla, enquanto é negativa e aguda em CF-6, com infradesnivelamento de S-T. Em 2-9-46, a onda T se torna muito mais profunda em D-1 e D-2 e com a positividade acentuada em D-3. Em CF-1, torna-se negativa e, em CF-6, quase que está isoelétrica. A obs. XIX nos dá um exemplo de alterações associadas de QRS e S-T, em que as da fase final são estáveis, não têm caráter evolutivo. Não é razoável concluir-se, em face de tais modificações da fase final do complexo ventricular, pela vigência, no caso em estudo, de alterações coronarianas, desde que a própria natureza e distribuição das lesões na esquizotripanose explicam de maneira satisfatória aquela circunstância, decorrente - é claro - da modificação na ordem de retirada do estímulo na massa muscular, o que independe da natureza do processo ocasional. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS 39 QUADRO N.o. 1. Casos de doença de Carlos Chagas observados no Serviço da 1 ª. Cadeira de Clínica Médica (Faculdade de Medicina da Bahia.) N o. Nomes 1 2 3 1 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 Isaltina P. dos S. Lourenço B. ....... José Freder. da S. Adelino A. dos S. Benedito S. ......... João B. dos. S. .... Vicente F. M. ..... Maria M. dos S. ... Augusto da S. B. .. José B. J. S. ........ Eustaquio J. S. ... Edwiges M. dos S. Arsenio B. da C. . Francisco S. M. ... José B. dos S. ..... Luiz B . ............... Maria C. M. dos S. Maria Elza L. R o. Octavio P. da S. .. Olimpio S. ........... Euzebio G. .......... Exigenio F. S. ..... Domingas D. P. ... Celina F. S . ........ Elvira F . ............. Israel S. ............... Arlindo S . ........... Francisco da S. M. Cosme D. dos S. . João B. de J. ........ Maria José S. ...... Carminha B. ....... José dos S . .......... João de O. ........... Augusto A. S. ..... Pascoal C. F. ....... Idade Forma Clínica 25 a.Cardiop. crônica 16 a. “ “ 85 a. “ “ 25 a. “ “ ? “ “ 21 a. “ “ 25 a. “ “ 30 a. “ “ 48 a. “ “ 29 a. “ “ 26 a. “ “ 19 a. “ “ 29 a. “ “ 28 a. “ “ 31 a. “ “ 24 a. “ “ 33 a. “ “ 16 a. “ “ 39 a. “ “ 36 a. “ “ 20 a. “ “ 40 a. “ “ 30 a. “ “ 9 a. Assintornática 14 a. “ 21 a. Cardiop. crônica 24 a. “ “ 40 a. “ “ 33 a. “ “ 34 a. “ “ 25 a. “ “ 8 a. Assintomática 26 a. Cardiop. crônica 17 a. “ “ 29 a. “ “ 45 a. “ “ Xenodiagnóstico FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO Posit. Posit. Negat. Posit. Negat. Negat. Negat. Negat. Negat. Negat. Negat. Negat. Negat. Posit. Posit. Negat. Negat. Negat. Negat. Negat. Negat. Negat. Posit. Negat. Posit. Posit. Posit. Negat. Negat. Negat. Negat. Negat. Negat. Antígeno de Davis 0.05 0.1 0.2 Fração de polisacarídeo +++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++ ++ + ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ +++ ++++ ++++ + ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ +++ ++++ ++++ ++++ ++ + ++ ++++ Negat ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++ ++++ ++++ ++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++ Negat. ++++ +++ ++++ ++++ Negat. ++ +++ ++++ +++ ++++ ++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ ++++ +++ ++++ ++++ ++++ ++++ Negat. ++++ ++ ++++ Negat. ++++ ++++ Negat. ++ 40 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA QUADRO N o. 1 (Cont.) Casos de Doença de Carlos Chagas observados no Serviço da 1 ª. Cadeira de Clínica Médica (Faculdade N o. Nomes 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 6.5 66 67 68 69 70 71 72 Ana Maria M. ...... Augusto J. C. ....... Guilherme V. C. .. Marçal M. M. ...... Frei J . .................. Francisco Br. ....... Teodora da S. B. .. Henrique F. A. .... Mario P. S. .......... José Amp. S. ....... Antonieta F. O. ... Erundina S. ......... Nelson P. ............. José Dom. F. ....... Maria Franc. S. .... Meneleu S. .......... Nelito D. C. ......... Angelina B. ......... Catarina N. .......... Basilio C. dos S. .. Felipe F. .............. Gildete A. P. ........ José S. O. ............ Manoel Julio da C. Maria Frane. de J. Trajano L. ........... José Felix dos S. . Deraldo José da P. Enedette Serafim. Reynaldo de S. .... Almerinda F. S. ... Delfina F. S . ....... Damiana Maria S. Isaias G. A. .......... Manoel P. ............ Reginaldo S. ........ Idade Forma Clínica Xenodiag nóstico de Medicina da Bahia.) FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO Antígeno de Davis 0,05 0,1 0,2 8 a. Forma Aguda Posit. ++++ 40 a. Cardiop. crônica Negat. ++ +++ ++++ 20 a. Assintomática Negat. ++++ ++++ 43 a. Cardiop. crônica Negat. ++ ++++ 48 a. “ “ Negat. ++++ 37 a. “ “ Posit. ++++ ++++ 38 a. “ “ Negat. ++++ ++++ 42 a. “ “ Posit. ++++ ++++ 30 a. “ “ Negat. ++++ ++++ 43 a. “ “ Negat. ++++ ++++ 35 a. Assintomática + +++ 39 a. “ Negat. + +++ 19 a. “ ++++ ++++ 28 a. Cardiop. crônica Negat. ++++ ++++ 35 a. “ “ Negat. ++++ ++++ 37 a. “ “ Negat. Negat. ++++ “ “ Negat. Negat. +++ “ “ Negat. ++ ++++ 43 a. “ “ Negat. ++++ ++++ 18 a. “ “ Negat. ++++ ++++ 24 a. Assintomática Negat. ++++ ++++ 19 a. Cardiop. crônica Negat. ++++ ++++ 39 a. “ “ Negat. ++++ ++++ 41 a. “ “ Negat. ++ ++++ 39 a. Assintomática Negat. ++++ ++++ 40 a. Cardiop. crônica Negat. ++++ ++++ 43 a. “ “ Posit. 34 a. “ “ Posit. 6 a. Forma Aguda Posit. 8 a. Forma Aguda Negat. 37 a. Assintomática + ++++ 58 a. “ Negat. ++++ 24 a. “ ++++ ++++ 33 a. Cardiop. crônica + ++++ 38 a. “ “ ++ ++++ 27 a. Assintomática ++++ ++++ Fração de polisacarídeo A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS 41 DOENÇA DE CARLOS CHAGAS: CARDIOPATIA CRÔNICA. QUADRO II NOMES MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS RAIOS X ELETROCARDIOGRAMA Isaltina P. Palpitações. Dispn. de esfôrço. Dôres Aumento da Bloqueio A-V total, com dos S. precordiais. Vertigens. Desdobraárea car- QRS tipo BRD. Vamento de B-2. Sôpro s. mitral. Hedíaca. riabilidade origem rítpatomegalia. P-A: 120/50. R.W.: mo idioventricular. Alnegativa. terações primárias evolutivas de ST e T. Alterações de QRS. Lourenço Fadiga. Palpitações. Dispnéia decúbi- Grande au- BRD. Taquicardia paroB. to. Edema. Derrame pleural. Estamento da xism. supraventricular, se pulmonar. Escarros hemoptóicos. área car- (um ritmo sinusal e ouDesdobramento de B-2. Sôpro sist. díaca. tro supravent. com a mitral. Galope. Ascite. Hepatomegamesma freqüência). Exlia. P-A: 100/80. Necropsia: Aglotras, ventr. politópicas, merados parasitários no interior da bilaterais, em paroxisfibra cardíaca. mos taquicard. José Fre- Fadiga, Palpitações. Dispnéia decúbi- Grande au- BRD. Extra-sístoles derico to. Edema. Cianose. Derrame pleumento da ventriculares bigeminada S. ral. Estase pulmonar. Desdobraàrea car- das, politóp. bilaterais. mento de B-2. Hiperfonese pulmodíaca. Alterações primárias de nar. Sôpro sistólico mitral. HepaST e T. toinegalia. P-A: 122/100. R.W.: Adelino Fadiga. Palpitações. Convulsões Disp- Grande au- BRD. Bloqueio A-V do dos S. néia decúbito. Edema. Cianose. mento da 1 o. grau c/ episódios de Derrame pleural. Escarros hemopárea car- bloqueio do 2 o. grau. tóicos. Estase pulmonar. Hipofonedíaca. Extras, ventriculares se das bulhas. Desdobramento de bigerninadas, trigeminaB-2. S. sist. pulmonar. Ascite. Hedas, bilaterais. Extrapatomegalia. P-A: 130/90. R.W.: nodal. Pulsação escapa. Alteraç. primárias de ST e T. Benedito Fadiga. Síncopes. Vertigens. D. pre- Aumento da Bloqueio A-V total, com S. cordial. Dispnéia esfôrço. Hipofoàrea car- QRS tipo BRD. nese bulhas. Sôpro sist. mitral. díaca. P-A: 120/50. João B. Fadiga. Palpitações. Vertigens. Disp- Grande au- Bloqueio A-V total, com dos S. néia esfôrco, Edema. Tireóide um mento da QRS tipo BRE, variapouco aumentada. Hipofonese buàrea car- bilidade ritmo idiovenlhas. Sôpro s. mitral. Hepatomedíaca. tric. Extras, ventricul. galia. P-A: 120/80. R.W.: Depois "fIutter" Quricul. e QRS tipo BRD. Alterações primárias de ST e T. Alterações de QRS. 42 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA DOENÇA DE CARLOS CHAGAS: CARDIOPATIA CRÔNICA (Cont.) NOMES MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Vicente Fadiga. Palpitações. Dispnéia esfôrF. M. ço. D. precordiais. Hipofonese mitral. P-A: 118/94. R.W., Kahn e Keine:, negativos. Maria M. Fadiga, Palpitações. Tonturas. Dispdos S. néia esfôrço. Hiperfonese pulmonar. Desdobramento de B-2. P-A: 120/80. Operada de um fibromioma uterino volumoso quando ainda internada, suportando bem a intervenção. R.W.: Augusto Fadiga. Palpitações. D. precordiais. da S. B. Vertigens. Dispnéia esfôrço. Desdobramento B-1. Hipofonese bulhas da base. P-A: 130/80. R.W.: negativa. José de Fadiga. Dispnéia decúbito. Edema. B. Hepatomegalia. P-A: 134/90. Eustaquio J. S. Edwiges M. dos S. Arsenio B. da C. RAIOS X ELECTROCARDIOGRAMA Aumento da BRD. área cardíaca. Grande au- Extra - sístoles ventric., mento da bigeminadas, trigeminaárea cardas, politópicas. Altedíaca. rações primárias de ST e T; baixa voltagem de QRS, nas periféricas e precórdio dir. Área cardía- BRD, tipo “não usual”, ca normal. de Wilson. Aumento da BRD. Extra-sist. venárea cartricul. bigeminadas,tridíaca. geminadas, em salvas, politópicas. Fadiga, Palpitações. D. precordiais. Grande au- Extra-sístoles ventriculaDispnéia esfôrço. Desdobramentode mento da res bigeminadas, poliB-2. Sôpro s. mitral. P-A: 96/68. área cartópicas. Baixa voltaEdema discreto M.I. Kahn: díaca. gem de QRS. Fadiga, Palpitações, Vertigens. D. Grande au- Bloqueio A-V total, com precordiais, Dispnéia esfôrço. Desmento da Q R S do tipo B R D. dobramento de B-2. Hiperfonese área carBaixa voltagem de mitral e pulmonar. Galope. Sôpro díaca. Q R S; alterações prisist. pulmonar e mitral. Edema dismárias de ST e T. creto M.I. P-A: 134/70. R.W.: negativa. Fadiga. Palpitações. Vertigens. D. Grande au- Bloqueio A-V total, com precordiais. Dor no hipocôndrio di- mento da QRS do tipo BRD, vareito. Dispnéia esfôrço. Hiperfoneárea carriabilidade ritmo idiose mitral, hipof. pulmonar. P-A: díaca. ventricular. Extras, 100/52. Kahn: negativa. ventricular. Alterações primárias de ST e T. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS 43 DOENÇA DE CARLOS CHAGAS: CARDIOPATIA CRÔNICA (Cont.) NOMES MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS RAIOS X Francisco Fadiga. Palpitações. Tonturas. DispGrande auS. de M. néia esfôrço. Dor no epigástrio. mento da Desdobramento B-2. Hipofonese miárea cartral. P-A: 102/68. R.W.: díaca. João B. Fadiga. Palpitações. Vertigens. Disp- Aumento da dos S. néia, esfôrço, Edema. Estase pulárea carmonar. Hipofonese bulhas da base. díaca. Sôpro s. mitral. Hepatomegalia. P-A: 110/70. Luiz B. Vertigens. Dispnéia esfôrço. HipofoGrande aunese bulhas da base. Hepatomegamento da lia. P-A: 110/70, R.W.: negativa. área cardíaca. ELECTROCARDIOGRAMA B R D. E x t r a - sístole ventricular. Alterações primárias de ST e T. BRD incompleto. Alterações primárias de ST e T. Extra-sístoles auriculares bigeminadas ventriculares trigeminadas e bilaterais. Alterações de QRS. Bradicardia sinusal. Grande au- Bloqueio A-V do 2 o. mento da grau. Alterações primáárea carrias de ST e T. díaca. Maria Palpitações. Dispnéia decúbito. EdeC. M. S. ma. Estase pulmonar. Escarros hemoptóicos. Cianose. Desdobramento de B-2. Hiperfonese pulmonar. Hipofonese mitral. Sôpro s. mitral. Galope. Hepatomegalia. Aumento discreto da tireóide. P-A: 100/60. R. W.:negativo. Maria Elza Fadiga. Palpitações. Síncopes. Hiper- Área cardíaL. R. fonese pulmonar. P-A: 128/70. R. ca normal. W.: negativa. Otavio Fadiga. Vertigens. Dispnéia decúbito. Grande auP. da S. Edema. Estase pulmonar. Cianose. mento da Hipofonese bulhas base. Sôpro s. área carmitral. Galope. Ascite. Hepatomedíaca. galia. Discreto aumento tireóide. P-A. 115/100. Olímpio G. Fadiga. Palpitações. Vertigens. D. Ãrea cardíaprecordiais. Dispnéia esfôrço. Hica normal. pofonese das bulhas da base. P-A: 110/75. Hepatomegalia. R.W.: negativa. Bloqueio A-V total, sem alargamento de QRS. Alterações primárias de ST e T. Alterações de QRS. BRD. Extra-sístoles ventriculares. 44 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA DOENÇA DE CARLOS CHAGAS: CARDIOPATIA CRÔNICA (Cont.) NOMES MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS RAIOS X ELECTROCARDIOGRAMA Euzebio G. Fadiga. Palpitações. Dispnéia decúbi- Grande au- Alterações primária to. Edema, Estase pulmonar. Asmento da ST e T. cite. Hepatomegalia. Hiperfonese área carpulm. Sôpro s. mitral. P-A: 90/50. díaca. R.W.: negativa. Eugenio Fadiga, Palpitações. D. precordiais. Aumento da Bloqueio A-V do 2 o. F. S. Tonturas. Hipofonese bulhas da baárea car- grau, com p. de Wense. P-A: 110/78. Kline: negativa. díaca. ckbach, Extra - síst. ventr. BRD. Alterações de QRS. Alteração prim. de ST e T. Domingas Fadiga. Palpitações, Vertigens. Disp. Grande au- Extras. ventr. polifocais. D. P. esfôrço. Hiperfonese pulmonar. Sô- mento da Bloqueio A-V do 1 o. pro s. mitral. P-A: 118/70. R.W.: área car- grau, com episódios do negativa. Kline: negativa. díaca. 2 o. grau. Israel S. Fadiga. Síncopes. D. precordiais. Grande au- Bloqueio A-V: total, com Dispnéia de esfôrço. Desdobramen- mento da QRS tipo BRD. Alteto de B-2. Hiperfon. pulmonar. área car- rações primárias de ST Hipofon. mitral. Cianose. P-A: diaca. e T. 130/80. R.W.: negativa. Arlindo S. Fadiga. Dispnéia. Edema. Derrame Grande au- Alterações de QRS. Alpleural. Estase pulmonar. Hipermento da terações primár. fonese aórtica. Hepatomegalia. P-A: área car- de ST e T. 100/75. díaca, Francisco Síncopes. Tonturas. Dispnéia de es- Grande au- Bloqueio A-V total, com da S. M. fôrço. Desdobram. B-2. Hiperfonemento da QRS tipo BRE. Onda se pulm. Sôpros s. mitral e pulm. área car- P alargada e com alta P-A: 170/80. Coroidite crônica. R. díaca. voltagem. Alterações W.: negativa. primárias de ST e T. Extras. ventricular. Cosme D. Fadiga. Síncopes. Vertigens. Edema. Grande au- Bloqueio A-V total, com dos S. Estase pulmonar. Hepatomegalia. mento da QRS tipo BRD, variaDesdobramento B-2. Hiperfon. pulárea car- bilidade ritmo idiovenmonar. P-A: 105/70. R.W.: negadíaca. tricular. Alterações de tiva. Q R S. Alterações primárias de ST e T A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS 45 DOENÇA DE CARLOS CHAGAS: CARDIOPATIA CRÔNICA (Cont.) NOMES MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS João Palpitações. Dores precordiais. DispB. de J. néia esfôrço. Desdobramento B-2. Hiperfonese: pulm. Galope. P-A: 110/60. R.W.: negativa. Maria Fadiga. Angústia epigástrica. PalpiJosé S. tações. D. precordiais. P-A: 100/65. Kline: RAIOS X Pequeno aumento da área cardíaca. Pequeno aumento da área e cardíaca. Grande aumento da área cardíaca. José Fadiga. Palpitações. Angústia epigásdos S. trica. D. precordiais. Tonturas. Vertigens. Dispnéia esfôrço. Desdobramento de B-2. Hiperfonese pulmonar. Hepatomegalia. P-A: 125-70. R.W.: João de Dores precordiais. Hipofonese das bu- Área cardíaO. lhas. Hepatomegalia. Discreta esca normal. plenomegalia. Schistosomose tratada. P-A: 110/80. R.W.: negativa. Augusto Fadiga. Palpitações. Dor no hipocônS. S. drio direito. Dispnéia decúbito. Hiperfonese pulmonar. Hipofon. mitral. Galope. Edema. Derrame pleural. Hepatomegalia. Cianose. Escarros hemoptóicos. P-A: 105/80. negativa. Pascoal Fadiga. Palpitações. Dispnéia de esC. F. fôrço. Hiperfonese pulmonar. Hipofonese mitral. P-A: 110/60. Hepatomegalia. ELECTROCARDIOGRAMA BRD. Alterações primárias de ST e T. BRD. Bloqueio A-V total, com QRS tipo BRD. Alterações de QRS Alterações primárias de ST e T. Onda P difásica em vários D. BRD. Extra-síst. ven- tric. Onda P negativa em tôdas precordiais. Alterações primárias de de ST e T. Alterações de QRS. Grande au- 1 o. traçado. Baixa volrnento da tagem. QRS, alterações área carprimárias de ST e T. díaca. Onda P bífida em D-1 e D-2. 2.o. traçado: Bloqueio A-V total, sem alargamento. QRS. Extras, ventric. bigeminadas bilaterais, politópicas. Grande au- BRD. Extra - sístoles mento da ventriculares. Alteraárea carções de QRS. díaca. 46 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA DOENÇA DE CARLOS CHAGAS: CARDIOPATIA CRÔNICA (Cont.) NOMES MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Augusto Palpitações. D. precordiais. Dispnéia J. C. esfôrço. Tonturas e vertigens. Dor pigástrica. Desdobramento de B-2. Sôpro s. mitral. P-A: 100/60. Marçal Dor precordial. Palpitações. Dores M. M. hipocôndrio dir. Sôpro s. mitral. Hiperfonese pulmonar. P-A: 120/80. Frei Jr. Palpitações. Dores precordiais. Tonturas. P-A: 130/80. Teodora Fadiga. Palpitações. Ortopnéia. Ededa S. B. ma. Ascite. Estase pulmonar. Cianose. Hepatomegalia. P-A: 130/95. RAIOS X ELECTROCARDIOGRAMA Grande au- Extras, ventriculares pomento da litópicas, bilaterais, biárea cargeminadas. Extra-sístodíaca. les aurículares. BRD. Alterações primárias de ST e T. Aumento mo- Alterações QRS. Alteraderado da ções primárias evolutiárea carvas de ST e T. díaca. Aumento mo- Extra-sístoles auriculaderado da res. área cardíaca. Grande au- BRD. Extra - sístoles mento da auriculares e ventric. área carpolitópicas. Alterações díaca. primárias de ST e T. Aumento da BRD. Extra - sístoles área carventriculares. Bradicardíaca. dia sinusal. Henrique Palpitações. Dispnéia de esfôrço. F. A. Tonturas. Dor no epigástrio. Desdobramento de B-2. Hipofonese das bulhas. P-A: 100/70. José Dispnéia contínua. Palpitações. Cia- Grande au- BDR. Extras, ventriDomingo nose. Vertigens. Edema. Hipofonemento da culares. Alterações pris F. se das Bulhas. Estase pulmonar. áreas carmárias de ST e T. Hepatomegalia. P-A: 120/80. díaca. Maria Tonturas. Dispnéia paroxísmica no- Aumento da BRD. Bigeminismo venFrancisca turna. Disp. de esfôrços. Dor preárea cartricular. dos S. cordial. Palpitações. Discreto audíaca. mento tireóide. Desdobramento ambas as bulhas. P-A: 170/90. Hepatomegalia. Fig. 1 -Case 1: ECG on 3-23-944. Complete A-V of the RBBB type convergent direction. Auricular rate: 77 a minute; ventricular rate: 28 a minute. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS Fig. 1: Obs. 1: Ecg. em 23-3-44 bloqueio A-V total, com QRS do tipo BRD e direção convergente. Freqüência auricular a 77 por minuto; freqüência ventricular a 28 por minuto. 47 48 Fig. 2 - Case 1: ECG on 6-26-945. Auricular rate of 76 a minute and ventricular rate of 25. Noticeable changes of the ventricular complex: R-1 with a considerably decreased voltage, almost disappearing; T-2 and T-3 are negatives. ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA Fig. 2: Obs. 1: Ecg. em 26-6-45: A freqüência auricular é de 76 por minuto e a ventricular de 25. Sensíveis modificações do complexo ventricular: R-1 diminui consideràvelmente de voltagem, quase desaparecendo; T-2 e T-3 estão negativas. 49 Fig. 3 - Case 1: ECG on 7-11-946: - Auricular rate of 86 a minute and the ventricular one of 30. Low voltage of R in all leads expect V-5. The T wave is deeply negative and sharp in V-3 and V-4, being less remarkable the change in V-5. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS Fig. 3: Obs. I: Ecg. em 11-7-46: Freqüência auricular de 86 por minuto e a ventricular a 30. Baixa voltagem de R até V-4. A onda T se mostra profundamente negativa e ponteaguda em V-3 e V-4, sendo muito menos acentuada a alteração em V-5. 50 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA Fig. 4: Obs. I: Ecg. em 12-10-46: A onda T se tornou positiva em D-2 e D-3; ligeiro infradesnivelamento de S-T nessas derivações. Fig. 4 - Case 1: ECG on 10-12-946: The T wave became positive in L-2 and L-3; slight downward displacement of S-T in these leads. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS Fig. 5: Obs. 1: Ecg. em 12-10-46: derivações precordiais. A onda T se tornou profundamente negativa e ponteaguda, de V-1 a V-4. Extra-sístole ventricular em V-6. Fig. 5 - Case 1: ECG on 10-12-946: Precordial leads. The T wave became deeply negative and sharpened from V-1 to V-4. Ventricular premature beat in V-6. 51 52 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA F i g . 6 : O b s . I I L o u r e n ç o . P. C . 1 3 . 3 0 0 . I m e r s ã o 9 0 0 x . Hematoxilina-eosina. Negativo n.º544. Aglomerado parasitário no interior da fibra cardíaca (S. cruzi). Gentileza dos Drs. Pena de Azevedo e Eitel Duarte. Fif. 6 - Case II: Lourenço Batista. P. C. 13.300. Immersion 900 x H.E. Negative n.º544. Parasitic cluster inside cardiac fiber. (S. cruzi). Courtesy of Drs. Pena de Azevedo and Eitel Duarte. D -2 D-3 Fig. 7: Obs. II: Ecg. em 8-8944. Ritmo sinusal e supraventricular (nodal), com a mesma freqüência e com BRD permanente. A freqüência de ambos os centros é de até 73 batimentos, em média, por minuto. 53 Fig. 7 - Case II: on 8-8944. Sinus and supraventricular (nodal) rhythm, with the same rate permanent RBBB. The rate of both centers is of 73 beats per minute on the average. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS D-1 54 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA Fig. 8: Obs. II: Ecg. em 8-8-44. Derivações precordiais. Fig. 8 - Case II: ECG on 8-8-944. Precordial leads. 55 Fig. 9 - Case II: ECG on 8-12-944. Multiple, polytopic, bilateral, ventricular premature beat in tachycardiac paroxysms. In L-2, the double command of the anterior tracing reappears. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS Fig. 9: Ecg. em 12-8-44: Extra-sístoles ventriculares múltiplas, politópicas, bilaterais, em paraxismos taquicárdicos. Em D-2 reaparece o duplo comando do traçadoanterior. 56 Fig. 10 - Case VI: ECG on 1-22-946. Complete A-V block with QRS of left RBBB type and variability in origin of the idio-ventricular rhythm. Deep Q-1 wave. Deep pointedinverted wave in lead. ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA Fig. 10: Obs. VI : Ecg. 22-1-946: Bloqueio A-V total, com QRS do tipo BRE e variabilidade na origem do ritmo idioventricular. Onda Q-1 profunda; T-2 negative e profunda. Fig. 11 - Case VI: ECG on 1-22-946. Precordial leads, from CF-1 to CF-3. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS Fig. 11: Obs. VI: Ecg. em 22-1-46: Derivações percordiais, de Cf-1 a Cf-3 57 58 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA Fig. 12: Ob. VI: Ecg. em 22-1-946: derivações precordiais, de Cf-4 a Cf-6. Fig. 12 - Case VI: ECG on 1-22-946. Precordial leads, from CF-4 to CF-6 59 Fig. 13 - Case VI: ECG on 8-9-946. Variation of the rate of the idio-ventricular rhythm, which got to 33 per minute. The configuration of the ventricular complex is also changed, showing mutability in the localization of the excitation focus, continuing however to be of the left BBB type. The auricular activity is represented by flutter waves, with a rate of 230 a minute and block of 7:1. Ventricular premature beats. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS Fig. 13: Obs. Ecg. em 9-8-946: Variação na freqüência do ritmo idioventricular, que passou a 33 por minuto. Modificou-se também a configuração do complexo ventricular, denunciando mutabilidade na localização do foco de excitação, continuando todavia o tipo BRE. A atividade auricular está representada por ondas de “flutter”, com a freqüência de 230 por minuto e bloqueio a 7:1. Extra-sístoles ventriculares. 60 Fig. 14 - Case VI: ECG on 8-13-946. Precordial leads. Absence of R in the first four (4) points. Also in these, notch in apex of S. ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA Fig. 14: Obs. VI: Ecg. em 13-8-46. Derivações precordiais. Ausência de R nos 4 primeiros pontos. Também nesses, entalhe no ápice de S. Fig. 16: Obs. VI: Ecg. em 13-9-946. O aspecto ainda é muito semelhante ao anterior. 61 Fig. 16 - Case VI: ECG on 13-9-46. Aspect still very similar to anterior one. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS Fig. 15: Obs. VI: Ecg. em 13-8-46. Derivações precordiais. Fig. 15 - Case VI: ECG on 8-13-946. Precordial leads. 62 Fig. 17 - Case VI: ECG on 9-25-946. Continuation of auricular flutter, aspect of ventricular complex is changed into right BBB type, convergent. Fig. 18: Obs. VI: Ecg. em 26-9-46: O aspecto de BRD já não é tão convergente; em D-2 E D-3, a fase inicial do complexo se torna polifásica e de baixa voltagem também diminui a amplitude de QS em D-1. Fig. 18 - Case VI: ECG on 9-26-946. Aspect of right BBB not so convergent; in L-2 and L-3, the initial phase of the complex becomes polyphasic and with low voltage; the amplitude of QS is also decreased in L-1. ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA Fig. 17: Obs. VI: Ecg. em 25-9-46: Continuando o “flutter” auricular, modifica-se o aspecto do complexo ventricular, que toma o tipo BRD, convergente. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS 63 Fig. 19: Obs. XIII: Ecg. em 5-7-46. Bloqueio A-V total, comQRS do tipo BRD. T-1 e T2, negativas e pouco profundas; T-3, positiva e de baixa voltagem. Ligeira elevação de ST em D-1 e D-2. Em CF-6, onda T negativa e aguda, com infradesnivelamento de S-T. Fig. 19 - Case XIII: ECG on 7-5-946. Complete A-V block with QRS of right BBB type. Slightly inverted T wave in Lead 1 and 2; abnormally low T wave in Lead 3. Slight elevation of S-T in L-I and L-2. In CF-6 sharp and negative T wave with depressed S-T segment. 64 Fig. 20 - Case XIII: ECG on 9-2-946. Isolated ventricular premature beat and variability of origin of idio-ventricular rhythm. In L-1 and L-2 the wave become deeper and, in L-3 its modified, decreasing considerably the negative of T, which is almost isoelectric; in this lead S-T returned to the basis line. ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA Fig. 20: XIII: Ecg. em 2-9-46. Extra-sístole ventricular isolada e variabilidade na origem do ritmo idioventricular. Em D-1 e D-2, a onda T se torna muito mais profunda; e, em D-3, acentuou-lhe a positividade. Em CF-6, modificou-se o complexo ventricular, diminuindo consideràvelmente a negatividade de T, que está quase isoelétrica; S-T, nessa derivação, voltou à linha de base. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS Fig. 21: Obs. IX: Ecg. em 25-5-46. Bloqueio de ramo direito, com R-1 pequena e S-2 e S-3 profundas, correspondendo ao tipo “não usual”, descrito por Wilson. Fig. 21 - Case IX: ECG on 5-24-946. Right bundle-branch block with small R-1 and broad deep S in leads 2 and 3, corresponding to the “unusual” type, described by Wilson. 65 66 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA Fig .22: Obs. XIX: Ecg. em 10-8-46. Baixa voltagem dos complexos ventriculares. Onda T difásica (+-) em D-3 e (+) CF-6. A ausência de R em CF-1. Fig. 22 - Case XIX: ECG on 8-10-946. Low voltage of the ventricular complexes. Diphasic T wave(+-) in L III and (-+) CF-6. No R wave is present in lead CF-1. A CARDIOPATIA CRÔNICA DA DOÊNÇA DE CARLOS CHAGAS 67 CONCLUSÕES 1 - Os sintomas e sinais observados na miocardite crônica da doença de Carlos Chagas nada têm de peculiar, visto como são os que se observam nas lesões difusas do miocárdio. 2 - A insuficiência cardíaca na cardiopatia crônica da doença de Carlos Chagas se apresenta, umas vêzes pela síndrome de insuficiência das cavidades direitas e, isso é o mais comum; outras vêzes, é a forma inicialmente bilateral, a claudicação simultânea de ambos os ventrículos, a que se observa. 3 - A hipofonese das bulhas é um achado freqüente, tornando-se às vêzes a bulha mitral quase inaudível. Todavia, a hiperfonese pulmonar também é uma ocorrência comum. O mesmo pode dizer-se, em relação ao desdobramento das bulhas. 4 - O aumento da área cardíaca varia dentro de largos limites. Em geral, os maio res aumentos se verificaram nos casos com insuficiência cardíaca congestiva, ou bloqueio A-V total. 5 - Os distúrbios da propagação do estímulo são muito freqüentes, tendo sido notados em 80% dos casos. Os distúrbios da formação do estímulo ocorreram em 57,5% das observações. O bloqueio A-V total se encontra na miocardite crônica da doença de Carlos Chagas com uma freqüência maior do que em qualquer outro tipo de cardiopatia. Em nosso material, encontramo-lo em 27,5% dos casos. 6 - A incidência do bloqueio intraventricular na cardiopatia chagásica é muito elevada, atingindo em nossa estatística a cifra de 47,5% dos casos. Nesse cálculo não estão incluídos os casos de bloqueio A-V total, com QRS alargado. 7 - Todos os casos de bloqueio intraventricular que observamos eram de ramo direito do feixe de His. Nem uma só vez encontramos a curva do bloqueio de ramo esquerdo. 8 - Não é raro encontrar-se nas derivações precordiais o aspecto observado no padrão de infarto da parede anterior do coração, complicado com um bloqueio de ramo direito. 9 - Dos distúrbios da formação do estímulo os mais freqüentes estavam representados pelas extra-sístoles, que podem ser unifocais ou polifocais, surgindo isoladas, ou bigeminadas e trigeminadas. 10 - São freqüentes as alterações primárias de ST e T, podendo estar ou não associadas a alterações concomitantes de QRS. Tais alterações podem ser evolutivas ou estáveis, em acôrdo com a evolução do processo. 11 - A natureza e distribuição das lesões na esquizotripanose explicam de maneira satisfatória as modificações da fase final do 68 ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA complexo ventricular, decorrentes da modificação na ordem de retirada do estímulo na massa muscular, o que independe da natureza do processo causal. 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