especial capa - Revista Mundo OK
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6 editorial 7 8 9 10 11 12 13 15 17 18 20 22 28 48 49 50 51 52 54 56 58 59 60 62 64 65 66 agenda e notas economia cultura cidades automóveis encontro esportes okids educação multimídia mulher saúde gastronomia especial capa 6 7 8 9 10 11 12 13 15 17 18 20 22 28 48 49 50 51 52 54 56 58 59 60 62 64 65 66 comunidade dekassegui perdido no japão turismo mundo oriental click anime friends eventos cosplay animê game j-music mangá curiosidades Okinawa em festa Em ano de comemorações para a comunidade nipobrasileira, uma parcela dos nikkeis promete festejar de forma substanciosa no mês de agosto. São os okinawanos, que comemoram seu centenário particular. Motivos não faltam para celebrar a data: são milhares espalhados por todo o Brasil, possuem dezenas de associações que promovem ações próprias e sempre interligadas, além de sempre manter o espírito alegre e cordial típicos da “ilha” e que já conquistaram espaço valioso no Brasil. Para homenagear os descendentes de Okinawa, a Revista Mundo Ok traz uma matéria especial. São mais de oito páginas percorrendo o restrito meio cultural dos okinawanos, bem como suas peculiaridades. A força dos cultos aos antepassados, a magia das artes e um panorama dinâmico sobre quem são e o que fazem no Brasil são alguns dos assuntos tratados. Aos que se interessam em conferir ao vivo toda a tradição, preparamos dicas para você – okinawano ou não – aproveitar ao máximo os festejos, marcados para o fim de agosto e que acontecem na Vila Carrão e em Diadema, em São Paulo. Além de um retrato sobre a imigração okinawana no Brasil, a edição de agosto traz uma matéria especial sobre medicina japonesa (kampo), que utiliza técnicas milenares para diversos tratamentos. Outro assunto abordado é a força das mulheres nikkeis frente às associações e entidades nipo-brasileiras – e que até bem pouco tempo atrás eram chefiados apenas por homens. No balanço dos eventos que ocorreram em julho, destaque para o Festival do Japão (que superou todas as expectativas) e o Anime Friends 2008, maior evento de anime e mangá da América Latina, repleto de novidades e que “bombou” em todos os dias. Enfim, uma edição alegre e descontraída, bem ao estilo “okinawa de ser”. Como manda a tradição, mensorê! (Seja bem-vindo) e boa leitura. Capa: Sacerdote de Nara com máscara Tengu. Foto: HDR Japan Revista Mundo OK – Ano 1 – Número 9 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editores: Rodrigo Meikaru e David Denis Lobão • Chefe de Arte: César Gois • Diagramação: Danielli Guedes e Sandro Hojo • Redação: Cibele Hasegawa, Cintia Yamashiro, Daniel Verna, Daniela Giovanniello, David Denis Lobão, Eugenio Furbeta, Felipe Marcos, Fernando Ávila de Lima, Francisco Junqueira, Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Túlipe Helena, Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira • Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna, Hideo Iwata, Nicolas Tavares • Gerente de Comunicação: David Denis Lobão • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Michelle Hanate • Comercial: Clóvis Irie, Denis Kim, Fernando Ávila de Lima, Hideki Tikasawa, Keico Ishigaki, Luciana Kusunoki, Luciana Mayumi, Marcelo Ikemori • Digital: Fabrizio Yamai • Assistentes Digital: Felipe Marcos • Administrativo: Suzana Sadatsune, Camila Yuka Maeda • Planejamento: Karlos Kusunoki • Contato: [email protected] • A Revista Mundo OK é uma publicação da Yamato Corporation. O Núcleo de Edição da ZN Editora se exime de quaisquer responsabilidades pelos anúncios veiculados, que são de responsabilidade única dos próprios anunciantes. Os artigos assinados e as imagens publicadas são de responsabilidade civil e penal de seus autores com a prévia, devida e expressa cessão de seus direitos autorais à Revista Mundo OK. Rua da Glória, 279 - 8° andar/ Conj. 84 • CEP 01510-001 • Liberdade • São Paulo - SP | Tel.: (11) 3275-1464 • (11) 3275-0432 cartas Você também pode colaborar e participar da Revista Mundo Ok, enviando suas críticas ou sugestões para: [email protected] Contamos com você para tornar as próximas edições ainda melhores e com a sua cara! Equipe da Revista Mundo Ok Comunidade “O Centenário da Imigração realmente foi um marco para os japoneses no Brasil. Vimos o príncipe, festejamos e realmente sentimos novamente orgulho de ter descendencia japonesa. Mas um fator me intriga: o que será da comunidade daqui para frente? Que legado esse Centenário deixou para as gerações futuras? Será que não era hora de pensar em algo mais concreto e substancioso do que apenas festejar? São dúvidas que surgiram e que não sei ao certo se terei respostas.” Tsuguio Okumura, São Paulo - Capital “Quero ver mais matérias sobre os jovens da comunidade nikkei. Preocupome com o futuro da comunidade e a preservação do espírito japonês.“ Setsuo Kato Centenário “Gostaria de parabenizar a revista Mundo OK pela matéria do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. Infelizmente, não pude participar da festa, mas só de ler a matéria e saber sobre as impressões do príncipe e a bela recepção do Brasil já me deixou muito contente. “ Edna Sumie Sato, São Paulo – SP China e Taiwan “Pego todos os meses pelo menos duas edições da Mundo Ok. E sabe por que? Porque fico antenada com os eventos dos japoneses. Eu, como bom apreciador da cultura oriental, sempre procuro conferir os festivais e me aprofundar ainda mais sobre a filosofia de vida dos japoneses, coreanos e chineses. Parabéns!” “Provavelmente a passagem do príncipe Naruhito servirá para estreitar relações entre Brasil e Japão. Isso é bom para mostrar que nós, brasileiros, temos muito a oferecer aos japoneses. Temos áreas que interessam muito, caso do biodiesel, indústria têxtil e alimentos. Por outro lado, há a vinda de subsídios japoneses para melhorar a estrutura do país, como no rebaixamento da calha do rio Tietê, além da tv digital. Já para a comunidade, fica o exemplo de como dois povos podem se unir ainda mais para comemorar uma data tão especial. Que outros países tenham como exemplo e façam também seus centenários, bicentenários etc.” Eduardo Vieira, Jaçanã, SP “Não tenho descendência oriental, mas amo tudo que vem do outro lado do mundo. Estou adorando conhecer sobre Taiwan, China, Coréia, além do Japão e suas comunidades no Brasil.” Maria da Graça Higa, Casa Verde, SP Zhang Chen, Aclimação, SP Luciana Custódio Silva “Como descendente de chineses, fico contente em saber que há um veículo que traz notícias sobre a China e Taiwan. É um exemplo a ser seguido por outras revistas: sempre abrir espaço para todos.” Animê e mangá Tecnologia “Sou fã de anime e mangá, embora já tenha passado da idade, e eu encontrei na revista Mundo OK, o universo jovem junto às notícias da comunidade. Essa idéia é muito legal. Desde a nº6, faço questão de garantir a minha!” “Parabéns a equipe por fazerem uma revista gratuita com tanta qualidade. E gostaria de sugerir que falassem mais sobre tecnologia.” Fernando Hideki Carlos T. Santos agenda e notas ESTRANGEIROS REFORMAS DESEMPREGO Segundo estatísticas do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, dos 1,1 milhão de bebês nascidos no arquipélago em 2006, cerca de 35 mil tem pai ou mãe originários do exterior. De acordo com o estudo cerca de 19 mil crianças têm o pai nessa condição, 26 mil a mãe e 9 mil, ambos. Especialistas afirmam que o aumento do número de crianças com um dos pais não-japoneses vai aumentar o intercâmbio cultural entre os moradores do Japão. Eles, também, alertam para que medidas sejam tomadas, para que esses estrangeiros não fiquem desamparados legalmente. Durante a primeira reunião de posse de seu gabinete, o primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, reiterou as promessas de reformas e combate a inflação. “Está na hora de prosseguirmos com as reformas. Prometo que farei o possível para criar uma sociedade onde as pessoas possam viver com tranqüilidade”, disse Fukuda. O premiê japonês prometeu ainda fazer melhorias no sistema previdenciário, criando um “plano de segurança”, além de medidas para combater o efeito da alta nos preços dos combustíveis, alimentos e outros produtos. A popularidade do ministro caiu drasticamente nos últimos meses em meio a acusações de corrupção, segundo pesquisas de jornais locais o índice de aprovação está em 20%. Para muitos analistas o cargo de Fukuda está por um fio. De acordo com o relatório preliminar do Ministério do Interior e Comunicações Japonês a taxa de desemprego japonesa se situou em junho em 4,1%, teve uma alta de 0,1% em relação ao mês anterior. Só em junho, o número total de desempregados ficou em 2,65 milhões de pessoas, cerca de 240 mil a mais que no mesmo período do ano passado. Outros dados também foram divulgados, como o número de ofertas de trabalho em junho diminuiu 0,6%, o número de procuradores de emprego se elevou 0,9%, e o número de ofertas de trabalho caiu 17,9% com relação ao mesmo mês do ano anterior. ENCHENTES NOVA MODA QUEDA Fortes chuvas atingem a cidade portuária de Kobe no Japão no início do mês e deixam quatro mortos após enchentes e deslizamentos de terra. As precipitações forçaram ainda a retirada de cerca de 50 mil pessoas da região. E três pessoas ainda encontram-se em condições críticas de saúde. Kanazawa também foi atingida pelas chuvas. Casas foram inundadas e a retirada em massa da população foi autorizada pelas autoridades locais. No Japão uma bebida exótica batizada de “Unagi Nobori”, algo como “Enguia Crescente”, promete ser a grande moda desse verão. O refrigerante é feito a partir de peixes de água doce, cuja temporada de pesca começou em agosto. Com coloração amarela, a bebida contém extratos de cabeça e dos ossos de enguia, conhecida por ser afrodisíaca. “Nosso público principal são homens adultos, que precisam se refrescar nesse calor”, revela Kazunori Hayashi, porta-voz da Japan Tobacco, fabricante do novo refrigerante. Governo japonês anunciou uma revisão em baixa para 1,3% da previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano fiscal de 2008-2009. De acordo com a agência noticiosa de Kyoto, a revisão em baixa decorre da degradação das condições econômicas devido ao preço do petróleo, a apreciação do iene frente às outras moedas e ao abrandamento do crescimento econômico nos Estados Unidos. Para piorar, as autoridades nipônicas reviram em alta a previsão para a inflação que deverá cifrar-se este ano em 1,7%. economia O sobe e desce da economia mundial C om muita razão, de longa data os especialistas afirmam que a economia não é uma ciência exata. Também pudera, quando foi que os economistas nos últimos anos conseguiram prever as crises mundiais com precisão, ou com o mínimo de certeza no tempo. A previsão de cenários econômicos futuros há tempos consiste num árduo exercício de futurologia. Pode-se dizer que esta atividade só seria comparável à tentativa em vão de definir a previsão do tempo. Contudo, ambas guardam certa similaridade no resultado apurado, qual seja, a absoluta incerteza do que acontecerá no dia de amanhã. Esta comparação não é de toda errada, apesar de ser engraçada. Isto decorre, em ambos os casos, da conjunção de inúmeros e por que não dizer, incontáveis e imprevisíveis fatores e fenômenos. Assim como no clima, a economia oscila segundo uma série de variáveis (indicadores econômicos) que são construídas dia-a-dia pelo movimento dos mercados internacionais. Aliás, há quem diga que com a globalização, prever o destino da economia se tornou uma verdadeira maratona, aproveitando o mote das “Olimpíadas na China”, onde muitos tentam mas poucos alcançam o resultado. Isto se deve ao fato de que a volatilidade dos mercados tem exigido dos especialistas de plantão, revisões constantes de suas previsões, em períodos mais curtos do que se observava no passado. Recentemente assistimos a revisão do crescimento da economia brasileira realizada pelo Fundo Monetário Nacional (FMI), que alterou ligeiramente para cima a previsão do crescimento econômico do Brasil, em relatório divulgado no último mês. Pelos cálculos do Fundo, a economia brasileira deve crescer 4,9% em 2008, representando 0,1 ponto percentual a mais do que o estimado em abril deste ano. Em 2009, as previsões são de que o Brasil cresça 4%, mas em abril o FMI havia projetado um crescimento de 3,7%. Para os leigos os ajustes podem até parecer pequenos, mas em números reais isto pode fazer uma grande diferença para o país e principalmente para os investidores que acompanham de perto este índice antes de tomar a decisão de investimento. O que temos assistido recentemente com a economia mundial é um verdadeiro “sobe e desce” das variáveis econômicas. Se tem uma coisa que os economistas convergem, é no fato de que historicamente a economia mundial ou dos países, vivem de períodos em períodos seus altos e baixos. Estes fenômenos são denominados de “ciclos econômicos”. Desde a Grande Depressão dos Estados Unidos em 1929, que foi definida pelos especialistas como o pior e mais longo período de recessão econômica do século XX, pudemos observar ainda outras importantes crises, a exemplo da “crise do Café” no Brasil no mesmo período, como efeito rebote da americana, e a dura “crise do petróleo” em 1970. Depois, a “bola da vez” foi a Rússia, México, Japão, Tigres Asiáticos e por último a nossa vizinha Argentina. Todas as crises econômicas mundiais têm um ponto em comum, a imprevisibilidade. Apesar de sempre existirem opiniões mais ou menos na direção, nada é tão preciso a ponto de permitir uma manobra política e econômica suficiente para evitar as catástrofes trazidas pela recessão. Estas constatações nos remete a antiqüíssima “Teoria do Caos”, utilizada até mesmo por Einstein, que consiste na hipótese física e matemática que explica o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos. Em sistemas dinâmicos complexos, determinados resultados podem ser “instáveis” no que diz respeito à evolução temporal como função de seus parâmetros e variáveis. Trocando em miúdos, isto significa dizer que esta teoria estuda o comportamento aleatório e imprevisível dos sistemas, inclusive o econômico. Com isto temos que a maioria das previsões econômicas dificilmente conseguirão definir o nosso futuro. Onde quero chegar com isto? Talvez, explicar em linguagem simples, se é que é possível, que as reviravoltas que constatamos atualmente na economia mundial e principalmente na brasileira, são Texto: Eduardo Guerra frutos de uma enormidade de variáveis indetermináveis e que podem desaparecer da noite para o dia. Ora é aumento do preço do petróleo, ora é a baixa dos preços das comodites. Temos ainda a crise do sub-prime ou dos investimentos imobiliários, ou o excesso de liquidez no mercado, ou seja, motivos não faltam. Isto pra dizer que não devemos nos alarmar quando especialistas alertam para o risco da repercussão da crise americana sobre o Brasil. Apesar de participarmos de uma economia globalizada, é certo que os fundamentos econômicos conquistados nos últimos anos pelo país, de fato contribuirão para que o Brasil atravesse os momentos difíceis sem grandes sobressaltos, onde quer que as crises ocorram. É claro que não estamos imunes a uma crise mundial, mas enquanto ela estiver localizada em um ponto específico do planeta, acredita-se que podemos respirar um pouco mais aliviados. Esta reflexão serve também para aqueles que atraídos pelo ganho fácil oferecido pela Bolsa de Valores nos últimos meses, e que assistem hoje impacientemente o “sobe e desce” de suas ações e a oscilação de humor do mercado internacional, não se desesperem e realizem suas perdas de imediato. Ao menos é isto tem sido aconselhado pelos especialistas em mercado de capitais. Não podemos nos esquecer também, que o Brasil recebeu um importante reconhecimento da comunidade internacional, o grau de investimento pelas agências de risco, que contribuirá substancialmente para novas captações quando o mercado se acalmar. Enfim, é chegada a hora de acreditarmos na economia de nosso país, de maneira a apostarmos em seu crescimento através de investimentos nos setores produtivos, queda de taxa de juros e assim colhermos os frutos de um maior desenvolvimento das empresas, da geração de empregos e consequentemente da obtenção de dias melhores para todos. Rua Itapeva, 240 – cjs. 1701 a 1703 Cep 01332.000 – São Paulo/SP Telefone:55 11 3251.1188 Fax: 55 11 3251.4956 Website: www.guerrabatista.com.br cultura Tragédia é relembrada em exposição Memorial do Imigrante apresenta a mostra “Bomba Atômica – 1945: Hiroshima e Nagasaki” Texto: Tamires Alês | Fotos: Divulgação Para completar o ambiente cerca de 16 objetos originais e réplicas de peças atingidas pela explosão, como roupas, utensílios domésticos e acessórios são expostos. No ano do centenário da imigração japonesa a mostra, pela primeira vez na América Latina, é uma homenagem aos imigrantes japoneses sobreviventes da bomba que vivem hoje no Brasil. N os dia 06 e 09 de agosto de 1945, as cidades de Hiroshima e Nagasaki presenciam o maior desastre da humanidade. Em meio a Segunda Guerra Mundial, uma arma até então desconhecida apresenta a sua força. A bomba atômica devasta as cidades do Japão e mostra ao mundo o poder de um ataque nuclear. Sessenta e três anos se passaram e as conseqüências desse ato ainda são sentidas. Com o objetivo de lembrar ao mundo o que foi essa tragédia, o Memorial do Imigrante, a Associação das Vítimas da Bomba Atômica no Brasil e a Associação Hibakusha – Brasil pela paz apresentam a exposição “Bomba Atômica – 1945: Hiroshima e Nagasaki”. Os prefeitos de Hiroshima, Tadoshi Akiba, e o de Nagasaki, Tomihisa Taue, falaram na abertura da exposição realizada no Japão, o porquê da mostra percorrer todo o mundo. “Desejamos que todos vocês se inspirem em tomar um novo passo para assegurar que o século 21 seja um século de paz. Nós, firmemente, acreditamos que cada passo individual impulsiona e fortalece a opinião pública internacional para a paz mundial e para a abolição das armas nucleares no planeta”, concluem. Porque Visitar Vinda do Hiroshima Peace Memorial Museum com imagens fortes e até mesmo chocantes, a exposição apresenta momentos como o da explosão e o que restou após as cidades serem atingidas. Também explica de maneira didática, por meio de 58 painéis, o que é uma bomba atômica, como ela é construída, seus efeitos e os danos causados nas cidades e em suas populações. A exposição acontece até 07 de setembro no Memorial do Imigrante. Os interessados podem visitá-la de terça a domingo, das 10 às 17 horas. Os ingressos custam R$ 4,00 e maiores de 60 anos e menores de 7 não pagam. O Memorial fica na Rua Visconde de Parnaíba, 1316, no bairro da Mooca. Para mais informações acessem o site: www.memorialdoimigrante.sp.gov.br . cidades Cultura japonesa no interior Festa das Flores e Morangos de Atibaia homenageia o centenário da imigração japonesa no Brasil Texto: Tamires Alês | Fotos: Divulgação P ara os fãs de flores e morangos, o mês de setembro está recheado de atrações. Durante três fins de semanas, começando no dia 05, a cidade de Atibaia, interior de São Paulo, realiza a 28° Festa das Flores e Morangos. Com apresentações artísticas, exposições de flores e frutas e variados pratos típicos, o festival promete abalar a região. Realizada em uma área com mais de mil m², no Pavilhão de Exposições do Parque Municipal Edmundo Zanoni, os organizadores esperam receber nesse ano mais de 120 mil pessoas. “Temos esperança de que o evento seja um sucesso, que tenha um grande público”, revela Noboyuki Hiranaka, presidente da Associação Hortolândia de Atibaia, que organiza o evento. A festa traz aos visitantes, que vêm de várias regiões do país, uma estrutura com palco para apresentações, Parque de Diversões e estandes de flores e frutas. Além de uma área verde com lago, pedalinhos, playgroud, Museu de História Natural e Salão do Artesão. A primeira edição aconteceu em 1980 e foi idealizada pela Colônia Japonesa da região com o objetivo de desenvolver a agricultura local. Anos mais tarde com a fundação da Associação Hortolândia de Atibaia a festa ganhou novas proporções e hoje é um dos principais eventos da cidade. O Japão mais perto de você Esse é o tema da festa que traz algumas novidades para homenagear o centenário da imigração japonesa no Brasil. Como o Jardim Zen, um espaço reservado para a meditação, apresentações de sumô, que contará com a participação do público e o Concurso de Cosplay, em que os participantes se vestem e se comportam como personagens de desenhos animados. 28ª Festa de Flores e Morangos de Atibaia Dias 5,6,7,12,13,14,19,20 e 21 de setembro de 2008 Horário: das 9h às 18h. Local: Parque Municipal Edmundo Zanoni – Av. Horácio Neto, 1030 – Atibaia/SP Ingressos: Bilheteria R$ 16,00 / Antecipados R$ 10,00 / Idosos e Estudantes R$ 8,00 Informações: (11) 4412-9581 ou 0800 555 979 Como todos os anos, as apresentações acontecem simultaneamente em diferentes pontos do Parque. Destaque para o Bon Odori, o Awa Odori, o Yosakoi Soran e o tradicional Taikô. Além do show com o cantor Joe Hirata, da Fanfarra Municipal e da Orquestra de Viola Caipira. Hiranaka indica para quem nunca visitou a festa assistir as apresentações de danças internacionais. “A parte dos shows é a maior atração da festa. Nós conseguimos ressaltar as diferenças entre as danças e as músicas folclóricas de cada povo”, comenta. Durante o festival haverá apresentações de diferentes países, como Alemanha, Bolívia, Croácia, Lituânia, Rússia, e é claro, do Japão e do Brasil. O festival ainda oferece uma decoração com escul- turas e miniaturas de povoados construídos com flores e morangos. E nessa edição, para recepcionar os visitantes uma réplica da frente do navio Kasato Maru, será construída na entrada do Pavilhão. Na parte gastronômica, a concorrida Praça de Alimentação traz alguns pratos da culinária japonesa, como yakissoba, tempurá, udon e, é claro, variedades de produtos a base de morango, fruta tema da festa. No cardápio, bolos, sorvetes, pavês, musses, tortas, sucos, e até mesmo, pastel de morango. Para mais informações e para conhecer a programação completa da festa acesse o site: www.festadasfloresdeatibaia.com.br. 10 automóvel Picape nacional a caminho Nissan inicia produção de Frontier em agosto de olho em crescimento de mercado A Nissan do Brasil inicia em agosto a produção da Nova Nissan Frontier nacional. A linha de montagem foi preparada durante o mês de julho para receber os novos equipamentos e ferramentas para a fabricação do novo produto. A picape nacional será lançada até o final de 2008 e substituirá a Frontier SEL, importada da Tailândia, e as antigas versões da Frontier que deixam de ser produzidas no país. O utilitário Xterra também teve a produção descontinuada. “A Nova Nissan Frontier é mais um produto associado ao Plano SHIFT_mercosul”, afirma Thomas Besson, presidente da Nissan Mercosul. “É um veículo que reúne a tecnologia Nissan e toda a experiência da marca no desenvolvimento e fabricação de modelos off-road”. Besson complementa que os planos da Nissan para o Brasil são bastante promissores. “Além da produção nacional da Nova Nissan Frontier, até o final de 2009 produziremos localmente dois carros de passeio, posteriormente anunciaremos os projetos”, declara. A Nissan está investindo US$ 150 milhões no Brasil com base no Plano SHIFT_mercosul, que tem entre outros pilares, o crescimento da rede de concessionárias de 65 para 120 pontos em 2009. “É a Nissan apostando no Brasil. Estamos aqui para ficar”, sentencia Besson. No Brasil - A Nissan produz no Brasil desde 2002, quando deu início à fabricação da picape Frontier e, logo em seguida, do utilitário-esportivo Xterra na CVU (Curitiba Veículos Utilitários), em São José dos Pinhais (PR). Ao longo de seis anos foram produzidas 49.881 unidades de Frontier e 8.143 do utilitário-esportivo Xterra. Os produtos nacionais juntamente com a linha de importados – Tiida, Novo Sentra, Pathfinder, Nova Frontier, X-TRAIL, 350Z (câmbio manual e automático) e Murano - formam uma gama de automóveis capaz de refletir a fusão entre a melhor tecnologia e design e, principalmente, satisfazer os diversos perfis de clientes. A linha completa de veículos pode ser encontrada nas principais cidades brasileiras, em cada uma das 66 concessionárias da marca espalhadas pelos 26 estados, além do Distrito Federal. A mesma excelência de serviços é prestada aos clientes Nissan em qualquer parte do mundo. Nesse contexto, a montadora segue a implantação de seu plano de negócios – SHIFT_mercosul – que prevê o lançamento de seis novos modelos até 2009, além da duplicação da rede de concessionárias no Brasil e de investimentos na ordem de US$ 150 milhões. encontro Japão na Zona Sul Primeiro evento organizado pelas associações da região pretende homenagear os imigrantes e mostrar aos jovens a importância da união dos ‘kaikans’ Texto: Tamires Alês | Fotos: Divulgação M ais uma vez a cultura japonesa vai ser o destaque na cidade de São Paulo. Só que desta vez é a Zona Sul que vai estar em festa. Organizado por 21 associações da região, o evento será o símbolo de união dos kaikans que pela primeira vez realizam um festival juntos. Os representantes de cada associação começaram a se reunir em outubro do ano passado, e desde lá, fazem reuniões quinzenais para preparar uma festa completa. “Por ser o primeiro evento que realizamos juntos, enfrentamos muitas dificuldades. Mas será um aprendizado para os próximos festivais”, afirma Shiguero Orita, presidente da Comissão organizadora do evento. Segundo Orita, o principal objetivo da festa é homenagear os imigrantes e manter as associações da região unidas. “Precisamos conservar o espírito de união para mostrar aos jovens a importância de manter viva a cultura japonesa, já que são eles que vão prosseguir com o nosso trabalho”, explica. Nessa edição, cerca de 250 jovens voluntários vão colaborar com a organização do evento. A festa O público que for ao Kartódromo de Interlagos, nos dias 13 e 14 de setembro, vai poder conhecer o motitsuki, a forma tradicional de preparar o moti, doce de arroz, além de apreciar maquetes de plantas hidropônicas, cerimônia do Chá e a tradicional culinária japonesa. As mais de 30 mil pessoas esperadas pela organização, ainda poderão participar das oficinas de origami, dobradura, de shodô, escrita japonesa, cerâmica e bonsai. Além de shows de dança típica e taikô. Outro destaque é a área de esportes, que para celebrar a integração entre as culturas brasileira e japonesa, terá além das já tradicionais artes marciais, como judô, sumô, kendô, karatê, e aikidô, apresentação de capoeira e ginástica rítmica. “Esperamos realizar uma grande festa para comemorar o centenário da imigração japonesa no Brasil. E que ela sirva de incentivo para mantermos os kaikans da região abertos e ativos”, conclui Orita. “Japão na Zona Sul” Dias 13 e 14 de setembro de 2008 Horário: das 10h às 22h. Local: Kartódromo de Interlagos Endereço: Av. Jangadeiro x Av. Jacinto Julio / Portão 9 - Interlagos Informações: (11) 3463-2200 / [email protected] 11 12 esportes Brilho de um brasileiro no beisebol japonês Com um homerun, mariliense dá vitória ao colégio Honjo na primeira rodada do Torneio Koshien de Verão C As duas primeiras no fechamento da 3a entrada, quando as bases estavam cheias e dois eliminados. E a última no fechamento da 9a entrada, quando o placar anotava 4 x 4. Em uma manhã inspiradíssima, o brasileiro Pedro Ivo empurrou, com duas rebatidas, uma delas o homerun da vitória, três das cinco corridas anotadas pelo colégio Honjo. Pedro Ivo rebateu com muita potência um arremesso slider, mandando a bola para fora do campo, sobre o jardineiro-central om um sayonara homerun (homerun que impulsiona a corrida da vitória no último ataque), o interbases mariliense Pedro Ivo Okuda e Silva selou a vitória de 5 x 4 do colégio Honjo Daiichi, de Saitama, sobre o colégio Shimane na primeira rodada do Torneio Koshien de Verão, a principal competição colegial do Japão. A partida foi disputada na manhã desta terçafeira no tradicional estádio Hanshin Koshien Stadium, na cidade de Nishinomiya, província de Hyogo, no Japão. Brasileiro empurrou três das cinco corridas da vitória okids A força das meninas está de volta As Meninas Superpoderosas: Geração Z estréia em agosto no Cartoon Network N o ano em que as personagens originais completam 10 anos, o Cartoon Network remodela as Meninas Superpoderosas usando justamente uma linguagem que o próprio criador da série original, Craig McCracken, conhece muito bem. Afinal, se ele sempre usou nitidamente a inspiração das animações japonesas na luta das três pequenas super-heroínas contra as forças do mal, nada mais natural do que a equipe de uma nova série experimentar transformá-las de uma vez em um anime, com direito a todos os elementos típicos do gênero. A estréia acontece a agosto, com nome de “As Meninas Superpoderosas: Geração Z”, e estrelada por versões inusitadas de Florzinha, Lindinha e Docinho. Apesar de agora serem adolescentes, elas continuam combatendo o crime onde quer que ele esteja. O cenário não é mais a pacata cidade de Towsnville, mas sim a moderna metrópole japonesa de Tóquio. Aqui, Florzinha, Lindinha e Docinho não são irmãs e muito menos garotinhas do jardim de infância. Elas são estudantes de 13 anos de idade que freqüentam a mesma escola e enfrentam os mesmos dilemas de qualquer adolescente comum. A vida das três muda quando, no laboratório de um certo Professor Utônio, um bolo de arroz cai acidentalmente dentro do misterioso Elemento X, criando o ainda mais poderoso e incontrolável Elemento Z. Tentando salvar a cidade de uma repentina mudança climática, o genial e precoce filho do Professor, Ken Kitazawa, usa o elemento para criar uma poderosa rajada de luz com o objetivo de destruir uma geleira que está prestes a engolir tudo que vê pela frente. O raio, no entanto, acaba explodindo e se divide em pequenas rajadas brancas e negras, que se espalham por toda a cidade de Tóquio. Tentando salvar as crianças da vizinhança, Florzinha, Lindinha e Docinho são atingidas pelos raios de cor branca. Uma reação em cadeia acaba dando incríveis poderes para estas três colegiais, que agora têm superforça, supervelocidade, poder de vôo e possuem ainda equipamentos ultramodernos. Mas não acaba por aí. O novo desenho também tem o seu próprio Prefeito, tão atrapalhado quanto o original, além da Senhorita Belo, que continua sem mostrar o rosto. E o vilão, é claro, não poderia ser outro que não o Macaco Loco. Só, que nesta versão, ele é um simples macaco de zoológico que foi bombardeado por um dos raios negros resultantes da explosão do Elemento Z, ganhando superforça e inteligência para tentar espalhar o mal por aí. 13 14 15 educação Estudo e diversão do outro lado do mundo Austrália pode ser bom investimento para quem quer aprimoramento O clima, as praias e a variedade de atividades fazem da Austrália um destino muito procurado por brasileiros. Os interessados em completar seus estudos em terras australianas podem concorrer às bolsas oferecidas pelos programas Peace Scholarship Program, voltado para graduação, e da University of Sydney World Scholars, exclusivo para pós-graduação e desenvolvimento de pesquisas. O Universia disponibiliza todas as informações sobre como se candidatar às oportunidades. O conteúdo do Portal aponta que, para con- correr às bolsas, é preciso estar regularmente matriculado numa graduação reconhecida no Brasil, cursar entre o terceiro e o sexto semestre, além de ter o nível de inglês exigido pelas instituições. Mais informações sobre as bolsas de estudos na Austrália podem ser conferidas no endereço www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=16446. Outros programas de bolsas de estudo e financiamentos estudantis estão no Canal Mobilidade, em www.universia.com.br/mobilidade. O Universia é uma rede de cooperação universitária que reúne 1.069 instituições de ensino superior na América Latina e Península Ibérica, e tem como par- ceiro financeiro-estratégico o Grupo Santander. A Rede Universia atua em quatro eixos estratégicos: fomento à empregabilidade, incentivo à formação, desenvolvimento dos meios científico e acadêmico, e apoio às comunidades e eventos para o relacionamento universitário. O objetivo é contribuir com serviços de valor agregado às universidades, apoiando o desenvolvimento de projetos comuns e a geração de novas oportunidades para a comunidade universitária, contribuindo, dessa forma, para o desenvolvimento sustentável dos países onde a Universia está presente. 16 multimídia Banco Real disponibiliza acervo de fotos para a comunidade nipo-brasileira Denominado “Mapa da Imigração”, projeto traz interação de fotos, representado por um mosaico com formato de ikebana E m mais uma iniciativa destinada à Comunidade Nipo-Brasileira, o Banco Real disponibiliza em seu portal o “Mapa da Imigração”. Trata-se de um acervo interativo de fotos, representado por um mosaico com formato de ikebana. Esse mosaico será preenchido por imagens enviadas pelos internautas que retratem os familiares que vieram do Japão e a sua vida e da própria família aqui no Brasil. Qualquer internauta pode participar, basta acessar o site www.bancoreal.com.br/comunidade, e preencher alguns dados que vão alimentar o mapa, mostrando, por exemplo, qual o sobrenome e província de origem mais cadastrados no site, e a cada nova interação, esse ranking de informações muda. Todos podem participar e consultar as imagens enviadas pelos demais internautas. No espaço virtual, criado no ano passado, ainda é possível fazer download de papéis de parede inspirados na cultura japonesa e obter informações sobre produtos e serviços destinados aos clientes dessa comunidade. A sólida relação do Banco Real com a comunidade nipo-brasileira tem suas raízes no Banco América do Sul, fundado por japoneses e cuja predominância de funcionários, acionistas e clientes era também de imigrantes e descendentes. O América do Sul acabou incorporado em 1998 pelo Sudameris, posteriormente integrado ao Banco Real. 17 18 mulher Elas no poder Presidente de associação nikkei conta como é a rotina e o trabalho na presidência de um kenjinkai Texto: Tamires Alês | Fotos: Divulgação A dministrar uma Associação, participar de reuniões, atender telefonemas, responder e-mails com inúmeras solicitações e resolver variados problemas são algumas das atividades que essas mulheres realizam todos os dias em seus locais de trabalho. Cargos que antigamente só eram ocupados por homens, hoje têm a presença de mulheres, que sempre lutaram para garantir seu espaço no mercado de trabalho. Só em São Paulo, mais de quatro associações são presididas por mulheres, entre elas a Associação Aichi do Brasil, Associação Kyoto do Brasil, a Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Sumaré e a Associação Cultural e Esportiva NipoBrasileira de São Carlos. Para Lumi Toyoda, presidente da Associação Aichi do Brasil, a tendência é que as mulheres, no mundo inteiro, ganhem cada vez mais espaço na sociedade. “Alguns japoneses dizem que essa mudança começou a ocorrer após a Segunda Grande Guerra, e eu concordo. E o melhor é que isso só vai aumentar, as mulheres vão passar, com o tempo, a ocupar mais cargos de chefia”, ressalta. A Presidência na Associação Aichi do Brasil Com uma rotina corrida, dividindo tempo entre várias atividades, Lumi Toyoda ainda encontra tempo para presidir a Associação que conhece há um bom tempo. Participante do Conselho Diretor do kenjinkai durante anos, Lumi foi convidada a ser presidente, e após muita insistência acabou aceitando o desafio. “Estou achando excelente ser presidente, é um cargo de muita honra.” No cargo desde o início do ano, Lumi acredita que essa seja uma experiência muito gratificante, principalmente, por ser Ano do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil e pelo aniversário de 50 anos da Associação. “Estou achando excelente ser presidente, é um cargo de muita honra. E por ter alguns japoneses que não dão muito crédito às mulheres, e por ainda haver um certo ‘tabu’ de mulher ocupar determinadas posições, sinto que a responsabilidade é muito maior”, comenta. Sobre sofrer algum tipo de preconceito Lumi é categórica em dizer que sempre foi muito bem tratada. “Foi uma recepção muito boa, nunca tive nenhum problema com os outros presidentes, eles até superaram as minhas expectativas”, explica. “Outras mulheres também deveriam ocupar esse cargo, até mesmo para conhecer. Acho que nos próximos anos, quando não existir mais esse tipo de preconceito, que tende a acabar, as mulheres vão presidir mais”, afirma. No dia-a-dia da Associação, os conselheiros, vice-presidentes, secretários executivos e os coordenadores de cada departamento auxiliam nas tarefas de rotina. “É extremamente fácil presidir, porque o serviço é bem dividido, muitas pessoas me ajudam”, relata Lumi. Dentre as principais atividades da Associação nesse ano, a presidente destaca o Festival do Japão e a comemoração dos 50 anos de fundação do kenjinkai, que contou com a presença do Governador da Província de Aichi e de uma comitiva composta por autoridades japonesas. mulher Soluções para pele estão à mesa nikkei Medicina ortomolecular utiliza ativos de alimentos japoneses para combater ausência de nutrientes S Texto: Redação | Fotos: Divulgação hitake e wasabi servem apenas de alimento? Se a pergunta for feita a um adepto da medicina ortomolecular, a resposta será: não necessariamente. Combinadas e aplicadas em procedimentos estéticos, essas e outras iguarias da cozinha japonesa têm o poder de combater males, que vão do envelhecimento, perda de viço e estresse às celulites, marcas de expressão, queda de cabelo e gorduras. As pessoas têm contato diário com uma grande variedade de toxinas, ainda mais em ambientes urbanos e poluídos. A fumaça de fábricas e automóveis, um filtro antigo do ar-condicionado e o contato com produtos químicos são exemplos de fatores que contribuem para o ingresso de elementos indesejados ao corpo. O ser humano carrega mecanismos de eliminação eficientes, mas não é capaz de expulsar todo o acúmulo. Mesmo as orientais, famosas pela suavidade e beleza dos traços, estão sujeitas aos desgastes provocados por essa exposição. A novidade é que o ramo estético da medicina ortomolecular descobriu que combinações de ativos presentes em produtos usualmente consumidos pelos japoneses são capazes de eliminar as toxinas acumuladas e prover o corpo de substâncias carentes. São vitaminas, minerais, aminoácidos e óleos encontrados em alimentos como arroz, shitake, alcaçuz, wasabi e chá verde. “Somos seres químicos. A beleza é o resultado de um organismo perfeitamente nutrido do ponto de vista de sua química, e isso depende de nutrientes específicos”, explica Patrícia Gualberto, diretora da Revital System, de São Paulo. Ela destaca que a clínica utiliza diversas especiarias do outro lado do mundo em seus procedimentos. “Temos inclusive um tratamento inspirado na beleza e cultura orientais, baseado nas características típicas da pele japonesa”, acrescenta a especialista, que aplica o sistema estético conhecido como Revital. Pela técnica, o paciente recebe aplicações de produtos naturais, massagens terapêuticas e, paralelamente, são utilizadas ferramentas tecnológicas para controle, diagnóstico e personalização dos tratamentos. O resultado são peles frescas, suaves, claras e sem manchas. A ausência de nutrientes entre os brasileiros é um problema sério detectado por uma pesquisa conjunta da USP com a Unifesp. Realizado em 150 cidades de cinco regiões, o estudo apresentou resultados assustadores, como a baixa ingestão de vitaminas E em 99% das pessoas analisadas - a incidência em relação ao cálcio e à vitamina C chega a 90%. Saber que a aplicação de itens presentes nas mesas nikkeis pode ajudar a suprir essa defasagem é uma boa notícia. Máscara de arroz combate da oleosidade à acne O arroz possui propriedades nutritivas que auxiliam na limpeza da pele, ajudando a controlar a oleosidade, fechando os poros e devolvendo o vigor ao rosto. Rico em proteínas, vitaminas, ferro, zinco e cálcio, o alimento mais consumido pelos japoneses é aplicado por meio de máscaras. É indicado também para combater a acne e manchas provocadas pela exposição ao sol. “Adorei (o tratamento). A máscara deixa a pele com uma textura incrível”, destaca a cantora Lissah Martins, protagonista do musical Miss Saigon, que passou pelo tratamento na clínica Masci. “No meu caso, acho que a exposição exige um cuidado especial não só com a pele, mas com a imagem em geral”, completa. Revital System Av. dos Eucaliptos, 704 Moema, São Paulo Tel (11) 3459-7166 www.revital.com.br 19 20 saúde Barulhos Rotineiros Descubra como amenizar os ruídos e ter mais qualidade de vida em uma metrópole como São Paulo C om certeza você já teve algum vizinho barulhento ou uma obra perto de casa, ou até mesmo já deve ter ouvido um avião passando, ou uma simples buzina de carro, ou quem sabe já não teve o azar de morar perto de uma danceteria ou de um barzinho. Por incrível que pareça todos os barulhos podem ser solucionados com portas e janelas anti-ruídos e soluções acústicas. Empresas especializadas no segmento de acústica foram consultadas como a SILENCE ACÚSTICA que desenvolve soluções para amenizar o ruído com a sensação acústica de 85% de redução. Ao contrário do que as pessoas pensam o ruído ideal não é de 0 decibéis, mas sim de 55 decibéis, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Para chegar a esse número, vários locais e situações foram analisados como academia de ginástica, avenidas movimentadas, cruzamentos, motor de ônibus, trânsito no cebolão, cultos em igrejas evangélicas, praças de alimentação em Shoppings e decolagem de aviões em aeroportos. E todos os ruídos testados ficaram com índices altíssimos, entre 71 e 97 decibéis. Se você não consegue dormir, trabalhar ou estudar em paz por causa da poluição sonora, do barulho do trânsito, e de todos os ruídos provocados pela vida agitada de uma metrópole, faça agora um isolamento acústico, com portas e janelas anti-ruído e ganhe em qualidade de vida. Silence Acústica Tel: (11) 3554-5646 www.silenceacustica.com.br 21 beleza KAMPO As diferenças da medicina convencional e da tradicional japonesa, e a utilização de tratamentos complementares e alternativos para curar e prevenir doenças Texto: Tamires Alês C uidados na alimentação e exercícios físicos, preocupação com o vestuário e com as mudanças climáticas, manutenção da saúde e prevenção de doenças, são uns dos quesitos levados em conta na Medicina Tradicional Japonesa, também conhecida como Kampo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde podemos definir a Medicina Tradicional Japonesa (MTJ) como práticas de saúde, conhecimento e crenças que incorporam remédios ou tratamentos para tratar, diagnosticar e prevenir doenças. “A Medicina Tradicional Japonesa é uma das práticas sérias que existem, ela tem sistema, regulamentação, indústria farmacêutica, ensino e medicina”, afirma Kazusei Akiyama, chefe do Departamento de Medicina Tradicional Japonesa do Hospital Santa Cruz de São Paulo. “E é baseada em três pilares: a acumputura, os fitoterápicos, medicamentos a base de plantas e o “yojoron”, os cuidados com a vida, como alimentação e vestuário”, relata. Akiyama explica também que a Aids foi uma das primeiras doenças a ser tratada com a medicina complementar, já que não havia medicação específica na época. Hoje em dia a oncologia é a área que mais utiliza os tratamentos complementares, geralmente, aliados aos convencionais. Os pacientes com doenças crônicas como alergias e enxaqueca também acabam procurando outras possibilidades terapêuticas. A medicina Kampo, que é uma escola da Medicina Tradicional Chinesa, foi introduzida e desenvolvida no Japão no século 4 dC. Até 1968 era a oficial, mas com a revolução Meiji e a ocidentalização do país foi deixada de lado, e só foi reconhecida novamente a partir de 1950. Diferenças As diferenças entre a medicina convencional e a medicina tradicional vão desde o embasamento até o tratamento e a medicação. Enquanto a convencional se baseia na ciência e em pesquisas, a tradicional leva em consideração as experiências empíricas e o filosófico. O diagnóstico também é diferente, no Kampo levase em conta o ser humano como um todo. Pelo toque o médico examina o abdômen, o pulso, a elasticidade e a cor da pele, também ouve o corpo do paciente. Além de avaliar o paciente por meio da anaminese, perguntas e respostas. Cada paciente tem um tratamento personalizado, o que é bom para uma pessoa, pode não ser para outra, não tem uma fórmula exata, é uma avaliação subjetiva. Ao contrário da convencional, em que se cinco pessoas têm dor de cabeça, o médico receita o mesmo medicamento para todos. A própria natureza dos medicamentos é diferenciada, enquanto na convencional são artificiais e com princípios ativos isolados, no Kampo, a medicação é natural e baseada na associação de substâncias. Kampo no Brasil No Brasil o Santa Cruz foi o primeiro Hospital a implantar o serviço de MTJ com a coordenação do médico Kazusei Akiyama, o único especialista do país. Mas ainda não existe uma escola especializa em Kampo, nem medicação. “O que temos no Brasil são substâncias isoladas, como o ginseng, mas que sozinhos não têm o efeito esperado”, ressalta Akiyama. Para conhecer melhor a Medicina Tradicional Japonesa participe da palestra “Saúde na visão da medicina kampo: que tipo de conhecimento da Medicina Tradicional Japonesa pode ajudar a sua saúde?”, com o diretor da Sociedade Japonesa para Medicina Oriental, Kenji Watanabe. O evento faz parte do Simpósio Internacional USP – Keio e vai acontecer no dia 18 de agosto, às 10 horas, no Teatro da Faculdade de Medicina da USP (Av. Dr. Arnaldo, 455 – metrô Clínicas), com entrada gratuita e tradução simultânea para o português. 22 gastronomia Hikari inova nos mercados Empresa reformula toda a linha de especiarias com novas embalagens A Hikari acaba de reformular toda sua linha de especiarias com novas embalagens do tipo stand up pouch, substituindo os tradicionais saquinhos. As mudanças envolvem a introdução de novidades como design vertical e base plana, recursos que permitem que o produto fique em pé. “As novas características tornam possível uma melhor visualização da embalagem no ponto-de-venda e facilitam o manuseio e o armazenamento do produto em casa pelo consumidor”, explica Luiz Kurita, diretor comercial da Hikari. A linha de especiarias representa hoje 30% do faturamento da empresa. Os produtos de maior venda são orégano, pimenta do reino em pó, colorífico e cominho. Segundo Kurita, a Hikari prevê um aumento de vendas destes produtos de cerca de 7% em 2008. A mudança do layout abrange todos os 41 itens da linha, que é composta por condimentos, temperos desidratados e confeitos. Entre os condimentos destacam-se colorífico, pimenta do reino em pó e em grão, cominho e tempero baiano. Entre os temperos desidratados estão: orégano, louro, alecrim, salsa e alho. Os confeitos, por sua vez, incluem açúcar cristal, confeito granulado e miçangas. O layout da nova embalagem apresenta cores fortes e destaca a descrição do produto e o logo da Hikari. Já a estrutura é em poliéster com polietileno. As especiarias são apresentadas em embalagens de 8 g, 10 g , 20 g e 30 g .”Vamos realizar ações de marketing nos supermercados para divulgar o novo visual e reforçar as vantagens do produto”, explica Kurita. A linha de especiarias da Hikari é uma das mais tradicionais do mercado. Desde a sua fundação, há 42 anos, a empresa comercializa temperos aromáticos para uso culinário em geral. A venda de especiarias da Hikari tem um volume anual de 1.800 toneladas. Saquê Brasil descobre a “bebida dos deuses” H ouve tempos em que degustar um bom saquê era tarefa complicada. No varejo, os tipos para uso culinário dominavam as prateleiras. As opções de melhor qualidade, geralmente importadas, eram caríssimas, encontradas somente em lojas especializadas e restaurantes típicos. Nos últimos anos, porém, o interesse pelo “vinho de arroz” aumentou sensivelmente. Com maior variedade disponível, a preços mais acessíveis, a “bebida dos deuses” tem encantado os brasileiros, atraídos pelas sutilezas e segredos de um produto com mais de dois mil anos de tradição. O aumento do consumo acompanha o boom da cultura japonesa no Brasil. Comer em restaurantes japoneses tornou-se programa obrigatório para famílias e amigos em busca de culinária saudável. Para acompanhar pratos frescos a base de peixes e frutos do mar, nada melhor do que um bom massu (cálice) cheio até a borda. Nas casas noturnas, um dos drinques de maior sucesso é a saqueirinha, a famosa caipirinha de saquê, preparada com limão, morango ou kiwi. “O saquê percorre o mesmo caminho do vinho, que antes era consumido apenas pela elite e pelos descendentes de europeus. Está ganhando mercado”, destaca o especialista Alexandre Tatsuya Iida, proprietário da Adega de Sake, no bairro Liberdade, em São Paulo. Paralelamente, a desvalorização do dólar frente ao real tem possibilitado aos importadores ampliar a oferta de rótulos, aumentando consideravelmente o volume de vendas. Hoje, o Brasil é o quinto país que mais importa saquê do Japão. O consumidor pode encontrar, até mesmo em supermercados, garrafas produzidas na Califórnia, o segundo pólo produtor mundial. As empresas nacionais também decidiram apostar na popularização. Até então a única fabricante brasileira, a Tozan tem investido em tecnologia e novas qualidades. Em 2005, passou a fabricar o Azuma Kirim Ginjo, comparado aos bons saquês japoneses. A Sakura, por sua vez, lançou a linha Daiti, com parte da produção feita nos Estados Unidos. vitrine 23 24 gastronomia Sorriso no rosto e amor pela culinária são os segredos do Makoto Sushi “Menu Degustação” é a novidade do restaurante que fica no coração da Liberdade Q uem visitar o bairro da Liberdade não pode deixar de conhecer o novo sucesso dos restaurantes orientais. O Omakase, ou Menu Degustação, tendência no Japão, já virou moda no Brasil e conta com muitos adeptos, principalmente entre os nikkeis. Formado por uma variedade de sushis e sashimis feitos na hora, o Omakase atende a todos os gostos e estilos, dos mais tradicionais aos contemporâneos. Além dos produtos base, elementos como maionese e alcaparras também podem ser encontrados. Um dos restaurantes que aderiram a novidade é o Makoto Sushi & Sosaku Ryori, situado no Hotel Nikkei Palace, no tradicional bairro oriental da capital paulista. Em seu cardápio pratos como o Maguro Steak, Shiromi no Arai e Koohaku Maki Kurague, feito com iguarias como a água viva, estão entre os mais pedidos. Essas e outras combinações do Menu podem ser consumidas por um valor médio de R$ 70,00 por pessoa. Comandado pelo renomado chef Hélio Makoto Yamashita, com 24 anos de experiência em cozinha, destes, 10 anos de aprendizado no Japão, o Restaurante Makoto prima pela qualidade de seus produtos e um ambiente agradável e familiar. “Nós trabalhamos com amor, perseverança e alegria, o que deixa a comida muito mais saborosa e os clientes satisfeitos”, afirma o cheff. Para completar o time de sucesso, Makoto tem ao seu lado o sushiman Samuel Eijiro Yazaki, que também tem formação no Japão, e já trabalhou em conceituados restaurantes de São Paulo. Juntos usam a criatividade e o alto astral para preparar um cardápio diversificado e sem perder o estilo japonês. “Temos uma maneira de trabalhar que mistura o Edomae Sushi, que é o estilo de Tóquio com o Sosaku Ryori, a culinária criativa”, explica Makoto. Além do Menu Degustação, o restaurante oferece uma variedade de pratos quentes, combinados de sushis e sashimis, e ainda um café da manhã completo em estilo japonês e continental, aberto ao público em geral. Se você não resiste a uma boa comida japonesa, não perca a promoção de comemoração de aniversário de um ano do Makoto Sushi & Sosaku Ryori. Apresentando a Revista Mundo Ok você recebe um desconto de 20% em qualquer prato. Aproveite porque as novidades estão só começando. Makoto Sushi & Sosaku Ryori Endereço: Hotel Nikkey Palace – Rua Galvão Bueno, 425 – Liberdade – São Paulo Tel: (11) 3207-8511 Horário: Aberto todos os dias. Café da manhã das 6h às 10h30. Almoço das 11h30 às 14h30 e Jantar das 18h às 22h. Cartões: Visa, Mastercard e América Express vitrine 25 26 vitrine vitrine 27 28 especial capa Celebracao , ~ utinanchu do Comunidade de 150 mil pessoas revela o lado colorido do japonês Q uem freqüenta pela primeira vez uma reunião social ou familiar de descendentes de okinawanos deve pensar: esses “japoneses” já estão bem abrasileirados! Certo? Por um lado, talvez. Em geral, são alegres, despojados, morenos, carinhosos e receptivos. Mas, ao contrário do que se imagina, isso não tem tanta relação com o Ocidente. Os habitantes do arquipélago sub-tropical do extremo sul do Japão são naturalmente diferentes até mesmo dos conterrâneos. A cultura, o dialeto e a história têm inúmeras singularidades, e sobrevivem no Brasil graças aos cerca de 150 mil nikkeis cujas origens estão enraizadas na mais colorida das províncias nipônicas. É por ser tão especial e numerosa que essa comunidade organizou um calendário de eventos próprio para comemorar o centenário da imigração. Arte, desfile, intercâmbio, culinária, esporte, conferência, homenagens, quimonos estampados, descontração e confraternização. De 19 a 26 de agosto, mais de 15 mil pessoas devem participar das atividades promovidas pela Associação Okinawa Kenjin do Brasil em diferentes locais de São Paulo. De Naha, capital da província, virão nada menos do que 1,5 mil pessoas, entre as quais o governador Hidekazu Nakaima, prefeitos, artistas, acadêmicos, estudantes, empresários e parentes dos utinanchu brasileiros. Parte da delegação chega ao aeroporto de Cumbica no avião fretado para realizar o primeiro vôo Okinawa-Brasil sem escala em Tóquio. Estarão presentes também filhos, netos e bisnetos de imigrantes oriundos de várias partes do mundo. especial capa centenario ´ Auge - 29 Texto: Wilson Azuma | Fotos: Divulgação, Wilson Azuma, HDR Japan, Utiná Press O ponto alto das comemorações será nos dias 23 e 24. O desfile acontece no sábado, no praça Haroldo Daltro, Vila Carrão, bairro onde vivem aproximadamente 500 chefes de família de ascendência okinawana, a maior concentração fora do Japão. O início está previsto para às 15h, com a tradicional Dança do Leão (Shi-shimai). Haverá apresentações de instrumentos típicos, como o sanshin (200 pessoas) e o koto (50). Esporte criado na província, o caratê será representado por cerca de 400 lutadores. A organização espera a presença de 100 descendentes com mais de 95 anos de idade, além de todas as vencedoras do tradicional concurso de beleza da comunidade, o Miss Ryuso. No domingo, as atrações serão deslocadas para o Centro Cultural Okinawa do Brasil (CCOB), em Diadema. A cerimônia oficial será pela manhã. Sete bois e sete porcos 30 especial capa serão abatidos especialmente para o almoço. Em seguida, começam as apresentações artísticas. Entre as estrelas estarão o grupo Tontonmi e a cantora japonesa Megumi Gushi. Paralelamente acontece um torneio internacional de judô. Outro grande evento será o 2º Fórum Utinachu. Realizado pela primeira vez em Honolulu, em 2003, reunirá descendentes de okinawanos dos EUA, Peru, Argentina, Bolívia e até de países como Cuba e África do Sul. A atividade será realizada no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, no dia 25. Na pauta, trocas de experiências, discussões sobre identidade e palestras. Na área de negócios, destaque para 12ª Conferência WUB (Worldwide Uchinanchu Business Association), no dia 22, no mesmo hotel. O encontro do grupo, presente em 20 países, serve para estreitar as relações comerciais entre os okinawanos no mundo. Cultura – Militante ferrenho das tradições ancestrais, o presidente da AOKB, Akeo Yogui está confiante e empolgado. Ele acredita que a festa será um importante instrumento de divulgação do espírito utinanchu, sobretudo para as próximas gerações. “Como bons brasileiros, precisamos preservar e divulgar nossa cultura. Desde 18 de junho (data do centenário da imigração japonesa), iniciamos um novo século histórico, e esta história será escrita por nós. Somos o Kasato Maru do novo século”, destaca. Um detalhe é que, excepcionalmente neste ano, o Festival Okinawa foi transferido para agosto em virtude das comemorações do centenário. O evento é tradicionalmente realizado em setembro. Programe-se 31 especial capa Desfile Uma das atividades principais, o desfile apresentará a multifacetada cultura okinawana. O carro alegórico Miruku (deus da fartura) terá 120 pessoas. Taiko, dança do leão Shi-shi-mai, grupo Tontonmi, fogos de artifício e a comitiva de representantes da comunidade com mais de 95 anos são alguns dos destaques. Antes de entrar na passarela, será servido um almoço de iguarias tradicionais, como o “sobá”, o “ashi tebiti” e o “tofu champuru”. A partir das 12h, na praça Haroldo Daltro, Vila Carrão. Cerimônia do centenário Evento solene alusivo às comemorações do centenário da imigração japonesa. Terá as participações da comitiva oficial okinawana e de representantes brasileiros. No CCOB de Diadema, das 12h às 14h. Geinousai O festival cultural tem início às 15h do dia 24, no CCOB de Diadema. Apresentações de academias de dança, escolas de “koten” (música clássica), canções populares (“minyo”) e outras manifestações. Ampla mostra da arte okinawana preservada pelos descendentes no Brasil. Conferência WUB No dia 25, o hotel Maksoud Plaza recebe a 12ª Conferência WUB (Worldwide Uchinanchu Business Association). O encontro, organizado pela entidade que promove o intercâmbio comercial e social dos okinawanos em várias partes do mundo, vai das 9h às 17h30. No dia seguinte, empresários japoneses visitam instalações de empresas brasileiras. Paralelamente, a WUB promove uma competição de golfe no Arujá Golf Club. Fórum Utinanchu A segunda edição do Fórum (o primeiro foi no Havaí, em 2003) será uma oportunidade para okinawanos e seus descendentes em várias partes do mundo trocarem idéias e experiências. Das 9h às 17h30 do dia 25, no Maksoud Plaza, São Paulo Outras atrações Intercâmbio De 19 a 25 de agosto, jovens estudantes de Japão e de outros países ficarão hospedados em casas de famílias nikkeis. Durante o período, cumprirão uma agenda de eventos culturais e esportivos. Recepção Boas vindas à comitiva oficial de Okinawa, que inclui o governador Hidekazu Nakaima. O evento começa às 20h do dia 22, no espaço Hakka, bairro Liberdade. 32 Missa Antes do início das festas oficiais, a comunidade utinanchu se reúne na Associação Okinawa Kenjin, na Liberdade, sábado (23). Torneio Internacional de Judô Competição da arte marcial difundida pelo mestre Jigoro Kano. As disputas terão atletas brasileiros e okinawanos. Será realizada no CCOB de Diadema, das 14h às 18h. Fórum Internacional Feminino Painéis de discussão sobre a participação da mulher na sociedade moderna sob a ótica okinawana. Das 14h às 17h30 do dia 25, no Maksoud Plaza. Torneio Internacional de Gatebol Um dos esportes mais praticados pela melhor idade no Japão, é bem popular também entre os nikkeis. No CCOB de Diadema, das 8h às 17h. Torneio Internacional de Futebol A competição futebolística terá representantes do Brasil e de Okinawa, no dia 25. As disputas acontecem no Parque Ecológico do Tietê, São Paulo. Começa às 8h e termina às 15h. Seminário Internacional de Karate e Kobudo Okinawa é o berço de caratê, tema do seminário, que terá a participação de mestres brasileiros e japoneses. A reunião será na sede da Associação Okinawa Kenjin do Brasil, no dia 25, a partir das 14h. especial capa O Brasil okinawano País abriga comunidade de 150 mil descendentes, a maior fora do Japão O vermelho forte do batom e da faixa em torno da cabeça chama a atenção. Os quimonos estão impecáveis. Antes de entrarem no palco, as irmãs Patrícia e Juliana Izu dão os últimos retoques em frente ao espelho. Elas estão na sede da AOKB, em São Paulo, onde apresentarão a alegre “ashibiná”, dança típica de Okinawa. “Preservamos nossa cultura cotidianamente. É algo que cresceu junto com a gente e não tem como largar”, diz uma delas, ao ser questionada sobre a paixão pela arte dos antepassados. A explicação faz todo o sentido para quem tem sangue utiná. Mesmo do outro lado do mundo, a ilha tropical japonesa está presente de forma marcante nos hábitos e na cabeça de pelo menos 150 mil descendentes espalhados pelo Brasil. Os utinanchu formam um grupo étnico peculiar. Fisicamente, as peles são morenas, e, os olhos, não tão puxados. Os traços têm influências chinesas, indonésias, filipinas e polinésias. A beleza feminina é marcante. Para quem se recorda, a vice-Miss Universo de 2006, Kurara Chibana, é uma legítima representante de Ryukyu, como é conhecido o conjunto de 169 ilhas que formam a região. Reino independente durante muitos séculos, o arquipélago tem dialeto e costumes próprios em relação ao resto do Japão. A dieta é a base de carne de porco e do amargo goya. Local da maior batalha do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial (mais de 220 mil baixas), e da posterior ocupação militar norte-americana, que perdura até hoje, Okinawa tornou-se conhecida pela união de seu povo em torno das tradições e da família. Milhares de descendentes deste paraíso ao sul do Japão vivem no Brasil e trazem consigo o indefectível jeito utiná de ser. Tradição - A herança ancestral está no âmago da comunidade. “Três tios meus faleceram na guerra, pois lá foi o único local onde houve combate em As irmãs Juliana (à esq.) e Patrícia Izu estão unidas pela dança ancestral especial capa terra, uma perda monumental. Quando os imigrantes vieram, também passaram por muitos sofrimentos. Os okinawanos se ajudaram para sobreviver. As histórias em comum de nossos pais e avós fazem com que todos nos consideremos da mesma família”, conta Tério Uehara, comerciante e vice-presidente da Associação Okinawa de Vila Carrão. Em 1908, dos 781 tripulantes do navio Kasato Maru, que trouxe a primeira leva de japoneses, 324 eram naturais da região. Posteriormente, muitos conterrâneos os seguiram, alguns deles após passagens por países vizinhos, como Argentina, Bolívia e Peru. Espalharam-se por fazendas de café, ferrovias e portos. Dois conceitos são fundamentais para compreender os utinanchu. O “yuimaru”, ou espírito de reciprocidade (“um ajuda o outro”), é um deles. Unidos pelas raízes, pelo dialeto e pelas circunstâncias históricas, os okinawanos que se estabeleceram no início do processo migratório ajudaram de todas as formas – hospedando em casa, financeiramente, ensinando o ofício – os conterrâneos que chegaram na seqüência. Quem é dessa etnia se reconhece pelo sobrenome. Chibana, Higa, Teruya, Chinen, Kanashiro - em geral, todos com terminação “shiro”. Bastava dizer “ichariba chode”, a saudação de irmandade, para ser recebido de braços abertos. O espírito fraterno foi bastante difundido quando muitos dos imigrantes do arquipélago começaram “Preservamos nossa cultura cotidianamente. É algo que cresceu junto com a gente e não tem como largar” a se deslocar para as grandes cidades, principalmente a partir da década de 70. “Hoje, por que temos uma enorme comunidade na Vila Carrão? Os primeiros acolheram os demais. Isso é muito vivo na comunidade”, relata Uehara, sobre a região conhecida por ter a maior concentração de descendentes de okinawanos fora do Japão, com aproximadamente 500 chefes de família. Em Campo Grande, há quem diga que os utinanchu são metade entre os descendentes da cidade, que abriga a terceira maior população nikkei no País. Nos arredores do estado de São Paulo, cidades como Osasco, Diadema, Santo André e São Bernardo do Campo contam com grandes concentrações. As zonas Leste e Norte 33 Vanessa Ota (à dir.) preserva a cultura do sanshin da capital paulista possuem a maior quantidade de entidades da província. A força dos descendentes pode ser observada em alguns segmentos econômicos. Unidos, parentes e amigos montaram grandes negócios nas áreas de ferragens, materiais para construção, mercearia e perfumaria. O espírito “yuimaru” foi determinante para a constituição desses empreendimentos. “Um ensina o outro, explica como funciona e como se faz. Mais do que negociar em conjunto, é importante a troca de experiências, não só em relação à gestão, mas também aos problemas do dia-a-dia”, destaca Katsumori Miyasato Ueta, presidente do Grupo Okinawa, fundado em 1990. A maior rede associativa de materiais de construção do Brasil, com 105 lojas, tem 95% dos sócios tem ascendência okinawana. “Como damos garantia de pagamento aos fornecedores, temos regras. Para entrar no grupo é necessário o aval de três avalistas de dentro. Temos de ter confiança. Por isso, a maioria é utinanchu”, ressalta Ueta. Cultura em ebulição – As entidades ligadas à província formam a base estrutural da comunidade. Na Associação Okinawa Kenjin do Brasil, localizada na Liberdade, funciona a matriz, que centraliza as atividades de 44 sub-sedes. As “shibu”, como são conhecidas as regionais, abrangem desde o Vale do Ribeira, passando por São Paulo, ABC, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Campinas, Londrina, Brasília e Campo Grande. Há ainda mais de uma dezena de agremiações de música típica, dança e esportes. 34 35 36 especial capa A AOKB é sucessora da Kyuyo Kyokai, fundada em 1926. Os encontros promovidos pela entidade servem de elo para a comunidade. São nesses momentos que os irmãos de origem conversam no dialeto dos antepassados, tocam “sanshin” (instrumento de cordas típico), preparam deliciosos “goya champuru” (refogado) e dançam, uma das coisas que mais gostam de fazer. Perspectiva - Assim como ocorre em outras etnias, inclusive a japonesa, as novas gerações de descendentes têm se distanciado da cultura dos pais e avós. O processo de assimilação, porém, é mais lento entre os utinanchu, já que a cultura está arraigada em tradições antigas, transmitidas oralmente no seio familiar. “Sempre ouvi música okinawana em casa. Aprendi a gostar. Acho importante preservar nossa cultura”, conta a estudante Vanessa Ota, que faz apresentações de “sanshin”. O orgulho do espírito okinawano é traço característico entre milhares de jovens descendentes como ela. Seja freqüentando as festas comunitárias, aprendendo palavras do dialeto ou preparando deliciosos pratos típicos, é a nova geração que terá a responsabilidade de manter viva a herança cultural de uma das regiões mais fascinantes e belas de um Japão. Homenagens centenárias A celebração okinawana não ficará restrita à semana de eventos em agosto. Outras atrações alusivas ao centenário da imigração irão agitar a comunidade até o final do ano. Uma delas é a publicação de um livro escrito há 10 anos, durante as comemorações no nonagésimo aniversário de presença japonesa. O material foi todo traduzido para o português e será lançado pela AOKB. Ainda na área literária, será publicada a História Ilustrada do Centenário da Imigração, com fotos históricas e peculiaridades da comunidade utinanchu. No Memorial do Imigrante, que fica dentro do parque do Ibirapuera, um monumento será inaugurado com os nomes dos 325 tripulantes do navio pioneiro Kasato Maru naturais de Okinawa. Em São Vicente, litoral paulista, serão plantadas árvores no Bosque Comemorativo. A cidade é “irmã” do arquipélago ao sul do Japão. especial capa Neta do pioneiro Higa, Lia Omuro posa ao lado da nova geração da família Mitsui Matsuda: grata pelo esforço do pai Eles chegaram primeiro Q uase metade dos tripulantes do Kasato Maru, primeiro navio a trazer imigrantes japoneses, era originária de Okinawa. Entre eles, estavam figuras folclóricas, como Sukiti Higa, que chegou a ser motorista do futuro presidente Epitácio Pessoa. A maioria, no entanto, seguiu o rumo das fazendas e estradas de ferro, onde permaneceram anônimos. Os primeiros imigrantes não conseguiram muitas posses. Em compensação, deixaram de legado uma cultura baseada na família, na paz e no respeito ao próximo. “Era uma pessoa muito amiga. Durante as férias todos ficávamos na casa dele. Cultivamos esse tipo de relação até hoje”, lembra Lia Omuro, a respeito do avô Higa. A comunidade não esquece dos pioneiros. Uma amostra disso aconteceu em 26 de julho, quando a Associação Kenjin do Brasil organizou uma celebração em memória dos passageiros utinanchu do Kasato Maru. “Fico feliz em poder lembrar de meu pai. É por causa dele que estamos todos bem. Minha família inteira estudou graças ao esforço dele. Sou muito grata por isso”, diz Mitsui Matsuda, filha de um dos homenageados, Taro Matsuda. 37 Banda faz música para utinanchu ouvir P ara apreciar a legítima música de Okinawa não é preciso ir até lá. A banda brasileira Tontonmi, formada por descendentes de utinanchu, faz sucesso por onde passa com os ritmos mais populares do arquipélago. O conjunto foi lançado em 1993 pelo músico e produtor China Sadao. São dois cd’s gravados – Saudade de Uchina (1999) e Tontonmi (2005). Tiemi (vocal e sanshin), Kenji (vocal e guitarra), Harumi (vocal e teclado), Cris (contra-baixo), Xande (bateria) e Nil (vocal, violão e guitarra) completam a trupe, que já foi convidada para tocar até na terra dos ancestrais. Presença constante em eventos da comunidade e festivais étnicos, a banda tem uma agenda de shows carregada. Só em agosto, participa do Guairá Japan Fest e das comemorações do centenário da imigração em São Paulo e Buenos Aires. 38 especial capa Akeo Yogui: demarcando o espaço Q uando o assunto é comunidade okinawana, o nome de Akeo Yogui aparece no topo da lista dos nomes mais lembrados. Presidente da maior entidade de província do País, a Associação Okinawa Kenjin do Brasil, é ele quem participa de encontros com autoridades, discursa em eventos e fala em nome dos utinanchu. Recentemente, esteve lado a lado com o príncipe Naruhito, que participou das comemorações do centenário da imigração japonesa. Articulador habilidoso e estudioso da história dos antepassados, ele dialoga rotineiramente com as 44 sub-sedes da AOKB. Tudo isso, para manter os utinanchu unidos, como sempre foram. Yogui é engenheiro civil, casado e pai de três filhos. O espírito comunitário é bastante presente entre os descendentes de origem okinawana. Por que isso ocorre? A comunidade já era grande na primeira metade do século passado. Espalhou-se por várias regiões, principalmente Baixada Santista, Campo Grande, Vale do Ribeira e Grande São Paulo. O Kyuyo Kyokai (primeira entidade utinanchu) foi fundado em 1926. Serviu para organizar os imigrantes. Os núcleos de outras cidades e regiões passaram a ser sub-sedes. Essa estrutura perdura ate hoje. Posteriormente, a matriz passou a ser a Associação Okinawa Kenjin do Brasil. A sede atual existe há 30 anos. O que é ser utinanchú? Defino como uma pessoa que pratica a essência e a filosofia dos pioneiros. É ser solidário, igual. Sempre verifica se o que está fazendo não prejudica o outro. Não pensa só em seu direito, mas também em não ferir o do outro. Se todos tiverem essa preocupação, cada um fará sua parte. Por que o okinawano é diferente do japonês? Até 1876, Okinawa era um reino independente (Ryukyu). Foi uma época próspera, em que a região era um importante entreposto comercial. Só na era Meiji que foi reconhecida como província japonesa. Depois da guerra, houve o domínio americano por 27 anos. Okinawa foi o único lugar do Japão onde houve batalha terrestre. Um terço da população civil foi morta. As pessoas literalmente viveram dentro do campo de batalha. Nessa época, cada casa era dividida com os soldados.O fato de ser um povo que passou por muitas dificuldades criou um alto espírito de solidariedade. Um ajuda o outro, sempre em busca de uma sociedade igualitária. Esse tipo de sentimento nós preservamos. Por isso também que há concentrações em determinadas regiões. Os okinawanos estão sempre próximos uns dos outros. É o chamado espírito “yuimaru”. Isso. Eu e minha família viemos para São Paulo em 1957. Em casa, sempre batia à porta um okinawano que ninguém conhecia. Nós dividíamos a casa, já apertada, com ele. Sempre tinha alguém almoçando, jantando e pousando em casa. Temos esse sentimento de que devemos nos ajudar, não só oferecendo um lugar para dormir, mas também orientando, ensinando o serviço. Existem grandes grupos de perfumaria, drogaria, mercado, construção e ferragem que foram constituídos desse modo. Como imagina o futuro da comunidade? Vejo com preocupação. Estamos integrados à sociedade brasileira. É ótimo, natural e deve ser assim. Mas acho que não devemos esquecer dos ensinamentos básicos dos antepassados, valores essenciais que trazemos da relação familiar. Será que o Brasil quer que adotemos somente os costumes brasileiros? O que é costume brasileiro, um país formado por imigrantes de vários países? Como brasileiros descendentes de okinawanos, devemos preservar e divulgar nossa cultura. É isso que o Brasil quer da gente. Desde 18 de junho (aniversário de 100 anos da chegada do Kasato Maru), entramos em um novo século da história da imigração, e essa história será escrita por nós. Somos o Kasato Maru do novo século. Nossos netos e bisnetos vão se orgulhar da ascendência daqui a 100 anos? Depende da gente. Precisamos marcar nosso espaço. especial capa 39 Utiná Press - Tradição impressa Principal veículo de comunicação da comunidade sopra 10 velinhas Q uem busca notícias sobre os utinanchu não irá encontrar nos jornalões diários ou em revistas semanais de grande circulação. Referência para os milhares de descendentes do arquipélago ao sul do Japão, o principal meio de comunicação da comunidade no Brasil é o tablóide Utiná Press, que completa uma década de vida. Fundado em 1998, o impresso surgiu para melhorar a troca de informações, até então dispersas, entre as 44 sub-sedes da Associação Okinawa Kenjin do Brasil. Com 32 páginas, o tablóide traz matérias sobre atrações artísticas, eventos, debates culturais, relações instiCasal Vanessa e Marcello Tinem tucionais das entidades, esporte, comanda a redação história, intercâmbio. A coluna “Aprendendo o dialeto” ensina palavras e expressões em utinaguchi. É um dos “carros-chefe” da publicação, como costuma dizer a diretora do jornal, Vanessa Shiroma Tinem, que comanda a redação ao lado do marido Marcello Tinem. A página Sosen Shuuhai (culto aos ancestrais), por sua vez, ostenta o título de “a mais comentada”. Escrita pelo professor Kiyomasa Inácio Uejo, traz textos referentes à religião familiar dos ilhéus. “Procuramos explicar a respeito das missas e cerimônias. Isso não pode se perder. Tentamos explicar o significado, pois as pessoas de terceira e quarta gerações acham complicado. É importante dar continuidade”, destaca Vanessa. A maior parte dos leitores é, e não poderia ser diferente, descendente de okinawanos. Embora pequena, a tiragem de 4 mil exemplares mensais abastece residências, empresas e associações do Brasil e até do exterior. As maiores quantidades vão para as zonas Leste e Norte de São Paulo, Campo Grande, Londrina, Pará e Okinawa. O setor de distribuição remete também para destinos improváveis, como Tocantins e Amazonas. A assinatura anual de R$ 30 cobre as despesas de correio. A fonte de receita principal é a publicidade. Mesmo nesse caso, vale o tradicional conceito “yuimaru” (espírito de reciprocidade). Os maiores anunciantes são empresas cujos donos têm ascendência utinanchu. Totalmente aceito e apoiado pela comunidade, o Utiná Press não teve tempo para comemorar seu décimo aniversário, em março. O calendário extenso de atividades alusivas ao centenário fez a equipe passar a data trabalhando. Antes assim, garantem os editores. Cheia de fôlego, a publicação segue determinada a cumprir a tarefa de agregar a comunidade por muitos anos. “No começo eu não entendia muito, mas passou o tempo, comecei a freqüentar a comunidade e aprendi muita coisa dessa rica cultura. Isso hoje faz parte da minha vida. Você vai aos lugares e as pessoas comentam sobre o seu trabalho. É muito gratificante e estimula a melhorar cada vez mais”, conclui Vanessa. 40 especial capa O paraíso fica bem ao sul Exuberante Okinawa mostra o que o Japão tem de diferente C erta vez, uma comitiva de brasileiros viajou a Naha para um encontro mundial de descendentes de okinawanos. No avião fretado havia cerca de 400 pessoas com esse perfil. Próximo ao momento da aterrissagem, a comissária de bordo saudou, em tom cerimonioso: “okaerinasai” (“bom retorno”). A mensagem era de que estavam para pisar no lar dos antepassados, que também era deles. O acolhimento fraterno é uma das principais características do povo, e não só em relação aos seus descendentes. Durante os séculos XV e XVI, auge do período Ryukyu, a região era um reino independente. Ficaram famosas as histórias de ilhéus que, em vez de saquearem, ajudavam a desatolar os navios estrangeiros. Esse jeito especial de ser não se perdeu mesmo após dois episódios marcantes de sua história: a anexação ao Japão, em 1879, e a presença militar norte-americana desde a derrota na Segunda Guerra Mundial. Conhecer Okinawa é estar em um Japão bem diferente. Localizada no extremo sul do país, a 685 quilômetros, apresenta clima sub-tropical, com médias de temperatura em torno de 20º C. O conjunto de ilhas é cercado por algumas das barreiras de corais mais belas do mundo, que atraem mergulhadores profissionais e amadores. Anualmente, milhares de tartarugas desovam nas praias. Vida selvagem abundante, pontos históricos, paisagens paradisíacas, culinária rica e saborosa. Desvendar qualquer detalhe do lugar é uma experiência rara. As praias estão por todos os lados. Há desde áreas pouco freqüentadas, como as ilhas inabitadas de Miyako, como, para quem prefere maior conforto, os resorts de Kume. Na região central, em Chubu, transitam pessoas de várias nacionalidades. Em Koza, o agito noturno acontece nos bares de música ao vivo, que tocam desde rock até canções folclóricas. No distrito de Chatan, em Mihama, fica o American Village, outra área badalada. No local, são realizados alguns dos mais alegres festivais da província. A ação fica por conta das famosas brigas de búfalo. O roteiro pode incluir ainda a Vila Nakijin, ao norte, onde existe um sítio arqueológico com ruínas de um antigo castelo. A presença norte-americana é bastante evidente onde quer que se vá. Durante 27 anos, após a Segunda Guerra, o arquipélago foi administrado pelos EUA. Atualmente, vivem em Okinawa cerca de 50 mil americanos. A maioria está a serviço das bases militares ainda instaladas na região. Embora os moradores tenham se habituado à presença estrangeira, essa relação nem sempre é amistosa. Freqüentemente, há protestos pedindo a retiradas das tropas. Palco da maior batalha terrestre no Pacífico durante a guerra, Okinawa teve um terço de sua população dizimada. Muitos locais lembram esse difícil período, e, hoje, estão abertos aos turistas. No sul, há um sistema subterrâneo de túneis que serviu de quartel general para a marinha imperial. O monumento Himeyuri homenageia as 167 enfermeiras estagiárias e prorfessores que cometeram suicídio coletivo para não se entregar ao exército inimigo. Se Okinawa é um lugar de diversão e reflexão, também é ideal para comer bem. As iguarias típicas são altamente influenciadas pela gastronomia chinesa. A carne gorda, ao contrário do Japão, está presente em pratos bastante consumidos, como o “hidjá no shirú” (sopa de cabrito) e o “ashi tebichi” (joelho de porco). O indefectível “goya” compõe quase todos os pratos. Trata-se de um fruto amargo que, segundo os moradores, aumenta a expectativa de vida. É bom dar crédito a quem diz. Quando o assunto é longevidade, os okinawanos são campeões mundiais. especial capa Elas adoram dançar S e quiser ver uma descendente de okanawanos feliz, basta levá-la a um festival de danças típicas de seus antepassados. Elas adoram sair de casa com os trajes típicos coloridos e balançar os corpos ao som de sanshins e taikos. A melodia dos instrumentos trazem boas lembranças para muita gente. Quantos rapazes não se apaixonaram pelas garotas do animado “katchashi”? Os ilhéus praticam vários estilos de dança. Os quimonos, em geral coloridos, mudam de acordo com a música, que pode ser “koten” (clássica), “minyo” (folclórica) ou “hayabichi” (popular). O já citado “katchashi” se encaixa nessa última classificação. Outros gêneros bastante praticados são o “shishi-mai” (Dança do Leão), o alegre “ashibiná” e o “eisá”, que usa tambores para convidar para a festa os espíritos dos antepassados. 41 42 especial capa História à parte Século XIV – A ilha principal é dominada por três clãs San- boku, Sannan e Chûzan. Cada qual declara seu próprio rei. Século XV – O xogum de Chuzan, Sho Hashi, unifica a região e institui o reino de Ryukyu, que fica subordinado à dinastia Ming. Período de prosperidade comercial. Século XVI – Os navios mercantes descobrem rotas alternativas. Okinawa perde importância. Século XVII – As ilhas Ryuky são dominadas pelo clã Satsuma, de Kagoshima. O porte de armas é proibido. Os moradores criam o caratê. 1879 – Okinawa torna-se província japonesa. Década de 1910 – Em crise, como no resto do país, milhares de okinawanos migram para a América, muitos deles para o Brasil. O contingente aumentou nas décadas seguintes. 1945 – O conjunto de ilhas vira palco da maior batalha terrestre do Pacífico durante a Segunda Guerra. Um terço da população civil morre. A província permanece sob administração dos EUA pelos próximos 27 anos. 1972 – Okinawa é devolvida ao Japão, mas 50 mil norteamericanos permanecem na região, onde os EUA têm bases militares instaladas. A presença estrangeira ainda hoje provoca protestos. especial capa 43 44 especial capa Preservação do dialeto utinaguchi A história de Okinawa se desenrolou à parte do Japão durante um bom tempo. A maior parte das tradições são influenciadas pelas vizinhas China e Filipinas. O dialeto local é bem característico, diferente do japonês. Nas últimas décadas, porém, o utinaguchi tem sido utilizado somente pelos mais velhos. Os impressos, as aulas, as sinalizações, os cardápios. Atualmente, quase tudo na ilha é escrito em japonês. Os mais jovens conhecem uma ou outra palavra do dialeto. A invasão do nihongo provoca situações até então impensáveis. Recentemente, a cantora okinawana Gushi Megumi chegou ao Brasil para aprender o utinaguchi com a comunidade. Segue um mini-dicionário para não passar vergonha em Naha: Olá (Hai sai) Tudo bem? (Cha ganju yamisemi?) Sim, muito bem, obrigado. (Ii wa chichi debiru.) Seja bem vindo! (Mansore!) 45 46 especial capa Chocolate com um tempero okinawano Chef Renata Arassiro transforma doce típico de Okinawa em bombons de chocolate Fotos: Cibele Hasegawa A mais nova criação da chef chocolatière e pâtissière Renata Arassiro traz um sabor bem nipônico, mais especificamente, da província de Okinawa, em sua própria loja, “Esses Chocolates”. Em suas mãos, o nantou, uma espécie de moti temperado, muito apreciado na ilha, transforma-se em um bombom fino, que dá água na boca só de olhar. Gachimayá! (guloso em uchinaguchi, dialeto okinawano) Nessa re-leitura do doce japonês, o grito vibrante do povo okinawano nomeia a sobremesa: “Iyasásá”. O toque do país asiático também fica evidente por suas curvas e contornos delicados que dão o formato de sakurá, flor de cerejeira, na camada externa, seja de chocolate branco ou meio-amargo. Já no interior, os ingredientes do produtor original (açúcar mascavo, pasta de amendoim e pedacinhos de gengibre) se misturam ao alto teor do cacau, formando um ganache (emulsão cremosa). Ao degustar, a iguaria derrete na boca, enquanto a cada mordida, o paladar sente um ar levemente crocante através do gomá (gergelim), que fica em baixo do bombom, ao contrário do doce original. De acordo com a chef, que é consultora e atua também na linha exclusiva da Casa Santa Luzia, “a idéia é brincar com as diferentes texturas: a maciez do recheio, a crocância do gomá, pedaços de gengibre que ficam suaves no finalzinho e uma casquinha mais dura, do próprio chocolate”. especial capa O resultado dessa “brincadeira” é um sabor marcante, com um gostinho da terra do sol nascente. Uma forma de Renata, que é embaixadora do chocolate da marca belga Callebaut no Brasil, usar sua especialidade para homenagear o Centenário da Imigração Okinawana e retomar suas raízes, já que teve de pesquisar bastante para alcançar um sabor típico da região. Idéia que surgiu no casamento de seu primo, onde toda a gastronomia da ilha esteve presente, além das músicas e até mesmo apresentações culturais, o que despertou a curiosidade e a lembrança da sua infância, quando a descendência era muito mais forte. “Sou brasileira, mas não posso esquecer das minhas origens. Por isso, quero sempre ter algo de oriental em minha loja”, afirma. E já que o projeto é ter sempre um pouquinho da terra do sol nascente no seu estabelecimento, trufas de matchá (chá verde), wasabi com chocolate amargo e shogá (gengibre) em formato de Buda fazem parte dos mais de 30 produtos expostos na vitrine. Gastronomia bem singular, mas que vale a pena experimentar. 47 Esses Chocolates Endereço: R: Pascal, 1.195 – Campo Belo – São Paulo Telefone: 5092-4977 Funcionamento: Segunda à Sexta, das 9h às 17h e Sábado, das 10h às 18h 48 comunidade Bairro da Liberdade ganha “cara” nova com o Projeto O Caminho do Imperador As obras da 1ª fase do Projeto começaram na Praça da Liberdade, em maio A no de Comemorações do Centenário e muitos eventos para lembrar a chegada dos imigrantes japoneses ao Brasil. 2008 está trazendo muitas alegrias para a comunidade nikkei, e a reforma do Bairro da Liberdade, com a aprovação do Projeto O Caminho do Imperador, é mais uma conquista desse povo. O Projeto tem o objetivo de devolver as características orientais ao bairro, e vai padronizar ruas, praças, viadutos, jardins, calçadas, prédios, iluminação e fachadas dos comércios da região. As obras serão divididas por fases e atingirá todas as ruas e prédios por onde passou o Imperador japonês Akihito e sua esposa Michiko durante sua visita ao Brasil, em 1997, incluindo as ruas Galvão Bueno e Tomás Gonzaga. Segundo uma lenda japonesa, o Imperador leva prosperidade aos lugares que passa, e é isso que esperam os comerciantes e moradores da Liberdade. A 1ª fase do Projeto foi iniciada no final de maio, na Praça da Liberdade. O piso, o posto policial e até a feirinha ganharão novos traços, inclusive a fachada do Banco Bradesco, que é a patrocinadora da reforma. Todo o Projeto de arquitetura e paisagismo é assinado pelo arquiteto Marcio Lupion, da Kallipolis Arquitetura, que buscou inspiração em sua experiência de 15 anos como monge budista, além do mestrado em arquitetura oriental. Lupion explica que cada fachada será redesenhada em um projeto único, levando em conta a etnia do dono do prédio (coreana, chinesa ou japonesa) para a criação da nova fachada. O Instituto Paulo Kobayashi é o responsável pela captação de recursos com empresas interessadas em patrocinar a idéia, que dará em troca o direito de explorar a publicidade local. O Caminho do Imperador é realizado pela parceria entre o Instituto Paulo Kobayashi e a Kallipolis Arquitetura, e é o 1º Termo de Cooperação entre a Prefeitura e uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), o IPK. O Coordenador geral de obras, Geraldo Rogue de Oliveira, com o fundador do IPK, Victor Kobayashi Estátua de Buda e reforma de viadutos Na Praça Almeida Junior, no Bairro da Liberdade, será erguida uma estátua de Buda de 6 metros de altura. Quatro viadutos também serão reformados e irão homenagear três nacionalidades presentes na Liberdade: o viaduto Cidade de Osaka e o Mie Ken terão referências à cultura japonesa; o Shunei Uetsuka será um tributo aos chineses; e o Guilherme Almeida vai homenagear os descendentes coreanos. dekassegui 49 Ciate mostra leis que auxiliam o trabalhador no Japão Desconhecimento de legislação trabalhistas prejudicam dekasseguis e dificultam a estadia no Japão A falta de conhecimento de lei e normas trabalhistas é um dos fatores que mais dificulta a estadia do trabalhador brasileiro na terra do sol nascente. Muitos dekasseguis partem do Brasil sem saber ao menos quais são as regras de trabalho elaboradas pela fábrica onde irá atuar, quais são seus direitos e quais os regulamentos que o defendem fora de seu país de origem. Esse foi o assunto discutido em palestra realizada pelo Dr. Masato Ninomiya, advogado e presidente do Ciate (Centro de Informação e Apoio ao Trabalhador no Exterior), em julho, na própria sede da entidade. Na ocasião, foram expostos alguns artigos da legislação a fim de melhor preparar as pessoas que embarcam para o Japão. Para ilustrar a importância dessas informações prévias, o palestrante contou um caso de trabalhadores que tiveram o contato com um produto químico e tiveram suas conseqüências seis meses depois. Por desconhecimento da legislação, retornaram ao Brasil, aconselhados pela empreiteira. O resultado? Tiveram grandes gastos com tratamento médico no Brasil e perderam o direito de receber indenização pelos danos causados no trabalho, uma vez que saíram do território japonês. De acordo com o artigo 19 da Lei NT japonesa, a demissão de trabalhadores em tratamento médico após acidentes de trabalho não pode ser arbitrária, como foi nesse caso. “A grande maioria viaja sem saber o mínimo sobre como serão suas condições de vida lá, normas gerais da fábrica, ou qual o ofício que será exercido. Acabam deixando tudo por conta da empreiteira e, sem querer, perdem aquilo que é de seu direito”, disse Ninomiya. O início do movimento dekassegui, principalmente o coreano, gerou o artigo 15, na constituição japonesa, que obriga o empregador a informar claramente as condições de trabalho ao funcionário. Vale destacar também, o artigo 23, que diz que o empregador não tem direito de reter passaporte ou registro de empregados estrangeiros, e o artigo 39, que garante ao trabalhador o direito a férias remuneradas após seis meses de trabalho. Durante a palestra, foram expostas diversas outras leis que auxiliam o dekassegui. Informações aparentemente simples que fazem toda a diferença para o trabalhador conquistar seus objetivos no Japão e para, sobretudo, ter uma boa passagem pela terra de seus antepassados. 50 perdido no japão Perdido no Japão – Edição de verão Q ue maravilha, finalmente entrei nas esperadas férias de verão! Já não agüentava mais ficar derretendo por 12 horas dentro da fábrica, pois o verão daqui é tão intenso, que mesmo usando dois ventiladores ligados no máximo, não há como não pingar de suor. Dentro de casa, tem dia que faz mais de 40 graus e muitas vezes a água do chuveiro desligado parece ferver. Contudo, minhas aventuras de verão começaram antes mesmo do natsu yasumi. Logo que começou a esquentar já fui conhecer um parque aquático aqui perto, o Laguna Gamagori, em Aichi Ken. Entrei pela primeira vez numa praia artificial, com ondas geradas por um sistema de bombeamento mecânico e uma espécie de carpete imitando a textura da areia. A parte boa é que não saí de lá que nem um bife a milanesa, cheio de areia grudada no corpo, mas sinceramente prefiro as praias naturais do Brasil. Na semana seguinte, aproveitei um feriado exclusivo da minha fábrica para ir ao Fujikyu, um parque de diversões famoso aqui do Japão, localizado na província de Yamanashi. Como não era um feriado nacional, o parque estava vazio e pude andar em todos os brinquedos, algo raro pois quem já foi ao Texto e fotos: Fabio Seiti Tikazawa parque conta que o normal, é esperar de 3 a 4 horas na fila de cada brinquedo. É, mais uma vez o santo padroeiro dos dekasseguis estava do meu lado! As atrações do Fujikyu não eram tão diferentes do Playcenter e do Hopi Hari, com exceção de uma montanha russa com queda de 90 graus de inclinação e que logo na saída já dispara com uma velocidade de 170km/h e outra, que é citada no Guiness Book como a maior, mais comprida e rápida do mundo. Dando continuidade às minhas atividades de férias, irei amanhã ao Fukuroi Hanabi Matsuri, o maior evento de fogos de artifício da região(30.000 fogos), que será realizado quase na frente da minha casa! Estou pensando até em comprar um yukata(kimono de verão) para ir a caráter. Depois, no domingo, partirei para Nagoya, e de lá irei à casa de uma tia em Gifu, com quem combinei de ir junto para Kyoto. Enfim, na próxima edição certamente estarei repleto de coisas e causos para contar! Até lá. Jya mata. Fabio Seiti Tikazawa é publicitário, aprendiz de dekassegui e nippo-brasileiro com muito orgulho. turismo 51 Ícone do turismo mundial Misterioso e imponente, Monte Fuji é parada obrigatória no Japão O Japão atualmente recebe turistas do mundo todo. Seja pelas peculiaridades de seu povo ou mesmo o antagonismo entre passado e futuro, o arquipélago está na rota de milhares de pessoas interessadas em conhecer o país. Neste cenário, uma parada obrigatória para os viajantes é, sem dúvida, o Monte Fuji, com o seu topo sempre sobre as nuvens, e que muitos nativos o consideram “berço do coração”. Situado entreduas províncias, Yamanashi e Shizuoka, o Monte Fuji é o grande chamariz do parque Nacional de Fuji Hakone Izu. A fama dos 377 metros de altura se deve também a sua simetria e a serenidade deste vulcão adormecido. Seja a serenidade quando coberta pela neve no inverno ou a presença suntuosa no verão – são as transformações sasonais que glorificam este tesouro nacional. Seja de perto ou de longe, de avião ou da janela do carro, é impossível não suspirar com a beleza do Monte Fuji. As belas formas do Monte Fuji foram esculpidas graças ao sono profundo desde a sua última erupção em 1707. A tradição de se escalá-lo é de longa data e aos que criam nos seus poderes místicos levavam dias até alcançarem o topo. No entanto, foi somente em 1892 que o inglês Walter Weston, precursor do montanhismo no Japão, atinigiu o topo mais alto do Japão. Desde então, jovens e adultos, homens e mulheres desafiam os seus 3776 metros durante o verão, entre julho e agosto, todos os anos. A temperatura no Monte Fuji sofre variações drásticas, seja pela parte sul ou pelo norte, e geralmente entre o sopé e o topo da montanha há variações de até 20 graus centígrados. Para uns, uma parada radical de ecoturismo. Para outros, uma opção de diversão e certeza de um passeio espirituoso. 52 mundo oriental Missão empresarial brasileira embarca à China para maior feira mundial Presidente de Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China destaca relação bilateral A maior feira de comércio internacional do mundo, a Feira de Cantão, na China, atrai cada vez mais pessoas de vários cantos do planeta, e os brasileiros não ficam fora disso. Realizado entre os dias 15 de outubro e 6 de novembro, e dividido em três fases, o evento tornase uma vitrine que expõe até 150 mil produtos em mais de 42 mil estandes. Faltando cerca de dois meses, a procura de empresas brasileiras através da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC) é grande e já supera 300 interessados, segundo a própria entidade. “Há mais de dez anos a Câmara é sua representante oficial no País, e a maioria dos empresários gosta de ir conosco, porque oferecemos o apoio que uma agência de viagens não ofereceria”, diz o presidente da entidade, Charles Tang. O acompanhamento inclui preparação pré-evento, oferecendo informações sobre a cultura chinesa, etiqueta, formas de negociação, ajuda no idioma, suporte local, business center e até turismo. Com vagas abertas – mas limitadas –, a missão empresarial dispõe de uma variedade de pacotes (dependendo do período de estadia), com saídas a partir do dia 12 de outubro e cujos detalhes podem ser obtidos através dos escritórios no Rio de Janeiro ou em São Paulo. A primeira fase (15 a 19/10) é voltada aos setores de maquinários, veículos, eletrodomésticos, informática e construção. A segunda (24 a 28/10), a utilidades domésticas, produtos em aço e pedra, estética, relógios, brinquedos, entre outros. E a última etapa (2 a 6/11) traz vestuários, tecidos, tapeçarias, produtos alimentícios e médicos, material esportivo, de escritório, calçados e bolsas. A CCIBC oferece serviços diferenciados e exclusivos também a seus associados – hoje são mais de 450 em todo no Brasil inteiro. “Podemos agendar reuniões com possíveis parceiros ou fornecedores chineses. E pode-se afirmar que ser membro da Câmara é referência lá, pois os chineses não conhecem quem são os potenciais parceiros. Portanto, esse follow-up é essencial”, afirma o diretor, que possui grande experiência em acompanhar comitivas brasileiras seja de empresas e até mesmo governamentais. Há mais de 30 anos em terras brasileiras, Tang veio ao Brasil com apenas 23 anos, quando trabalhava pelo Banco de Boston, na época em que entram na China de forma errada, comprando pela Internet, onde ‘tudo é bonito’. A rede é importante como ferramenta de pesquisa, mas não custa perguntar se [quem está do outro lado] é honesto”. “o Brasil crescia mais que a China”. Apaixonouse pelo País, casou-se e aqui decidiu permanecer, então à frente da organização, fundada há mais de 20 anos e propulsora do desenvolvimento da cooperação sino-brasileira. Desenvolvimento esse que demonstra dar grandes saltos, tendo evidência em menos de uma década. Se em 2000 as relações comerciais bilaterais estavam no patamar de US$ 2,3 bilhões, em 2007 atingiram os US$ 24 bi. Dados mais recentes, de janeiro a junho de 2008, indicam o nível das exportações brasileiras em US$ 7,4 bi e as importações, US$ 8,9 bi. Máquinas, bens de capital, produtos têxteis, agrícolas, o país asiático é hoje o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, depois de Estados Unidos e Argentina. “Até o [ex-presidente Fernando] Collor abrir o comércio brasileiro, a economia era fechada. Daí os brasileiros começaram a se interessar pelo mercado externo e todos sabem hoje que a China produz qualidade e a preços competitivos”, comenta Tang, destacando que pequenas e médias empresas são as que mais buscam assistência, mas que acordos são fechados no Brasil também com as grandes corporações. Mas negociar com o país que mais cresce no mundo não é tão simples quanto parece. É preciso estar atento e saber em que chão se está pisando, como alerta Tang: “Muitos brasileiros Mas em ano de Olimpíadas, a Casa de Beijing é um outro destaque promovido pela Prefeitura de São Paulo e que a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China também participa. Transmissão das provas 24h, palestras, atividades físicas e culturais, a intenção é promover a integração das duas culturas num grande complexo instalado no Memorial da América Latina, em São Paulo. Com programação gratuita, o evento acontece de 8 a 24 de agosto. Para saber mais: CCIBC – tels: 11/3885-7172 (Isadora) ou 21/2532-5877 (Paula) ou eventos@ ccibc.com.br. Site: www.ccibc.com.br / www.casadebeijing.com mundo oriental Cidade de Kaohsiung aguarda World Games 2009 53 Notas de Taiwan Encontro Empresarial Brasil-Taiwan Acontece no dia 1º de setembro (segundafeira, das 9h às 19h30), o Encontro Empresarial Brasil-Taiwan, na Fiesp. O evento visa trazer informações destinadas a interessados em incrementar suas relações comerciais com Taiwan e envolverá empresários multi-storiais. Mais informações podem ser obtidas através da Área de Promoção Comercial e Investimentos da instituição, pelo telefone 11/3549-4620 ou e-mail [email protected]. A Fiesp fica na Av. Paulista, 1.313, São Paulo. Campeões em Wimbledon T aiwan sediará, em 2009, a oitava edição do World Games (Jogos Mundiais). A cidade de Kaohsiung, no sul do país, foi escolhida para abrigar a competição, que conta com 35 modalidades (algumas demonstrativas) e que deverá ter a participação de quase cem países. Embora não tão conhecido como as Olimpíadas ou Copa do Mundo, o evento esportivo é realizado a cada quatro anos, cada vez numa cidade selecionada pela Associação Internacional dos Jogos Mundiais (IWGA, que abriga 32 entidades). Celebrados desde 1981, quando a cidade-sede de estréia foi a norte-americana Santa Clara, na Califórnia, a competição é destaque por ter em sua tabela de disputas esportes que não aparecem nas Olimpíadas ou alguns de menor popularidade no mundo todo. Uma chance para os competidores do mundo inteiro mostrarem sua capacidade a uma grande audiência. Entre os quais, o sumô, squash, boliche, handebol, jiu-jítsu, pára-quedismo, patinação, korfball e fistball (esses dois últimos algo parecido como basquete ou vôlei). A contagem regressiva E o país já aguarda com ansiedade a oitava edição não somente por ser a anfitriã, mas no objetivo de melhorar seu desempenho no ano que vem. Nos Jogos de 2005, em Duisburg (Alemanha), os taiuaneses ganharam duas medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze. Em 2001, em Akita (Japão), a campanha foi ainda melhor, com três ouros, três pratas e cinco bronzes. Um total entre demais de 5 mil atletas e funcionários de mais de 90 países (o Brasil se inclui) são esperados para a competição de Kaohsiung, que também se prepara espiritual e estruturalmente – como com a construção de um grande estádio local. Faltando um ano, a cidade já deu o pontapé inicial da contagem regressiva, realizando uma parada com participação do presidente Ma Ying-jeou e cerca de 3 mil pessoas no início de julho. Esse aquecimento inclui ainda o Kaohsiung International Air Sports Event (19 a 21 de julho, no Parque Metropolitano) e o 12º Asian Petanque Championships, que trará 250 praticantes e oficiais ao Parque Memorial entre 3 e 6 de novembro. “Esperamos que os Jogos Mundiais impulsionem um futuro melhor à cidade e sua população, e que as indústrias do turismo e esporte tenham um avanço significativo”, disse Emily Cho-chuan Hsu, do Comitê Organizador dos Jogos Mundiais 2009, acrescentando que “o evento certamente promoverá internacionalmente a imagem de Kaohsiung, tornando-a mais diversificada”. Os dados oficiais dos Jogos de 2005 indicam que naquela edição a audiência foi de 116 milhões de telespectadores, em 137 países. E a cidade de Duisburg recebeu mais de 500 mil visitantes em 11dias de evento. Kaohsiung, segunda maior cidade de Taiwan e com 1,52 milhão de habitantes, a mais industrializada dopais, é também onde acontece no mês de fevereiro o famoso Festival da Lanterna. A dupla de tenistas de Taiwan Hsieh Chengpeng e Yang Tsung-hua sagrou-se campeã na categoria júnior do Torneio de Wimbledon, na Inglaterra. Na partida final, em 6 de julho, eles enfrentaram os australianos Matt Reid e Bernard Tomic, num confronto que terminou em 6-4, 2-6 e 12-10. Os jovens jogadores são os primeiros taiuaneses a se tornarem campeões em Wimbledon. Recebidos com festa em Taoyuan, mostraram-se felizes com o feito. Bolsas de Estudos Um estudante brasileiro embarca para Taiwan, no final de agosto, aprovado para participar do Programa de Bolsas do Ministério da Educação. Bacharel em Relações Internacionais, ele participou de seleção e foi aprovado para o curso de Mestrado em Estudos de Taiwan, na National Chengchi University, em Taipei, uma das melhores do país. Anualmente, algumas vagas são disponibilizadas ao Brasil pelo Escritório Econômico e Cultural de Taipei, para o estudante que quer se aprofundar em estudos da Ásia (há também outros programas). As inscrições para pós-graduação começam sempre no primeiro semestre de cada ano. Mais informações: www.estudeemtaiwan.com.br. 54 click Ok no Festival do Japão Stand da Revista Mundo . liam Woo, Candidato a ver Sr. Keiji Kato, Dep. Fed. Wil ara Câm da s. Pre , hem Yoc Victor Kobayashi e Marcio Júnior Brasil - Japão. Abertura da 18 Confraternização Desp. Int. Nikke y de Futsal autorinto a várias scursando ju ri do Parque do di a ur om N Ver. Aurélio Sakura Matsu ertura do 30 dades na ab Carmo Time de Futsal Nikkey do Bra sil, Campeão do Evento Sakura florido Gerson Takayama e José Kanashiro A 30ª Festa da Azaléia do centro de reabilitação psicossocial Yasuragui Home foi um sucesso por várias lideranças trabalharam unidas jeto Abraço. aial da Ajuda do Pro Voluntárias do 4 Arr Voluntárias do 4 Arraial da Ajuda do Projeto Abraço. vitrine 55 56 anime friends Anime Friends 2008 termina com saldo positivo O Texto: Tom Marques | Ilustração: Diogo Saito Anime Friends terminou sua sexta edição no dia 20 de julho com um saldo positivo. Com um público estimado em 120 mil pessoas (somando pagantes e cortesias em todos os dias), a convenção reuniu fãs de animê, mangá e cultura pop no maior evento multi-temático da América Latina e maior evento de animê do continente Americano. Ao longo de oito dias o público conferiu concursos de cosplay, salas de exibição, estandes, campeonatos de videogame e grandes shows no Friends Festival, onde se apresentaram a cantora Bianca Aguiar com sua banda e os grupos Almah (de Edu Falaschi), Hangar e Shaman. Também contou com uma parcela cultural como apresentações da cultura típica do Japão em um palco exclusivo o Centro Cultural Oriente, além de workshops e concursos culturais como o de ilustração e roteiro, que você confere os resultados nesta página. Você saberá mais sobre o que aconteceu no Anime Friends deste ano na seção de cosplay da Mundo OK e também na próxima edição da revista. Vencedores do concurso de ilustração e roteiro 2008 Ilustração livre 1º Rodrigo Pascoal Lopes da Silva 2º Rodrigo de Souza Matias 3º Érico Teruaki Yuri Ilustração CG 1º Yasmin Ayumi Matsumoto Pinto 2º Julie Tiemi Suenaga Sakai 3º Ciro Castilho Beraldo -Roteiro Tradicional 1º Agostinho Alcalai Bernardes 2º Elisa Sartori Marques 3º Layla Palmyra Boy Rodrigues Ilustração PB 1º Ana Paula “Sollamy” dos Santos 2º Israel Amorim de Oliveira 3º Wagner “Magrello” Carvalho -Ilustração Yaoi / Yuri 1º Ellen Betoni Mono - Dear Professor 2º Érica Yumi Nagai - Sunset Land 3º Silvana de Alvearenga - Vizinhos -Roteiro Yaoi 1º Adriana Crespo Ruco 2º Fabiana Sindoni 3º Carla K. Jancz - anime friends 57 Sucessos internacionais no palco do Anime Friends O SFS de 2008 foi recheado de surpresas, logo no primeiro fim de semana, tivemos Akira Kushida dando uma palhinha em português da musica “É isso ai”, de Seu Jorge e Ana Carolina, e o publico indo a loucura com Takumi Tsutsui jogando shurikens, com uma grande surpresa em cada uma delas, todas estavam autografadas! Fora isso tivemos o show, à parte, de Takayuki Myiauchi, que empolgou a todos com as trilhas de Kamen Rider e Rescue Hero. O inédito Hideaki Takatori cantou pela primeira vez no Brasil e, ainda assim, conseguiu empolgar a todos, já prometendo um retorno. No segundo fim de semana. A sexta contou com a apresentação de Hironobu Kageyama, Massaki Endo e Hiroshi Kitadani, e um super show recheado de classicos como Dragon ball, Cavaleiros do Zodíaco, um belíssimo acústico de Hironobu Kageyama, com direito, inclusive, a musicas de tokusatsu. Para fechar com chave de ouro, os três astros emocionaram o grande público com o tema de abertura de Changeman. No sábado, tivemos a apresentação de Massami Okui, Misato Aki e Yoshiki Fukuyama, que agitaram toda a galera com suas musicas, destaque especial para Yoshiki Fukuyama que soube empolgar a todos com seu jeito descontraído e irreverente. Texto: Eugenio Furbeta | Foto: Otaku Brasil No domingo, ultimo dia de evento, o show mais esperado: JAM Project, Hironobu Kageyama, Massaki Endo, Hiroshi Kitadani, Massami Okui e Yoshiki Fukuyama juntos numa turnê mundial, “No BORDER”, explodindo o palco com seus grandes sucessos, delirando fãs que esperavam o encontro há muito tempo! 58 eventos Como tudo mudou em apenas 10 anos O primeiro encontro de fãs de animê e mangá no Brasil é datado de 1984, mas eles só começaram a ganhar fama em 1998 com o nascimento do evento Animecon, que completou dez anos de duração no último mês de julho. Desta época, estão registrados os primeiros clubes de fãs de animês, que se reuniam na Avenida Paulista todos os domingos para conversar sobre os desenhos e fazer novas amizades. De todos os grupos, o mais famoso foi o fórum Nippon X, que ficou com seus membros conhecidos como Gixers. Para comemorar os dez anos que se passaram, conversamos com Eduardo Maffessoni (“Dutys”), que era administrador do fórum e foi um dos maiores responsáveis pela divulgação do animê no Brasil nos anos 90, especialmente com inserção do tema na internet a partir de 1996. Texto: David Denis Lobão | Foto: Arquivo Pessoal Mundo OK: Vamos falar dos eventos e exibições, você se lembra como começou? Eduardo: Uma das pessoas que mais contribuiu para as divulgações, na década de 90, foi o César (Ikko, presidente do Animecon). Após alguns anos de MangaCon, que tiveram ajuda da Animanga (loja de mangás originais e escola de japonês), criouse, em 1998, o Animecon. Nisto, o César já realizava exibições no teatro próximo a Paulista de domaingos, através de seu clube o Lums Club. Mas já havia algumas pessoas que se encontravam aos domingos no bairro da Liberdade em São Paulo, para conversar e comprar objetos e VHS nas poucas lojas que existiam na época. Mundo OK: Isto foi o começo das divulgações, e quando ouve o boom? Eduardo: Foi em 2003. Quando o Eduardo (Takashi, presidente da Yamato Corp e do Anime Friends) realizou o primeiro Friends em Julho, que acabou ocorrendo no mesmo final de semana do Animecon. Na época eu tinha inaugurado a UnitZero, uma LanHouse com certos diferenciais para o pú- blico Otaku e Gamers, e que ficava na mesma rua dos dois eventos. Nós víamos os Otakus que iam de um para o outro, foi o maior número de Cosplayers andando numa mesma rua no mesmo horário, via-se de tudo na rua, desde o Shun, passando pelo Picollo, Sailors e por ai vai. Com isto de 2004 em diante, 50% das pessoas entre 12 e 30 anos já tiveram ou sabem o que é um mangá, enquanto que apenas 5% na década de 90 sabiam ou tiveram algum contato com o mesmo. Hoje nós vemos pessoas lendo mangás em português no metrô, nas ruas, na escola e até nos trabalhos, coisa que eu não imaginaria ver em 1998 quando ia aos primeiros eventos. Mundo OK: O que mudou nos eventos nos últimos 10 anos? Eduardo: Muita coisa, muitas para pior e outras para melhor. O que mudou para melhor, é que temos convidados internacionais, shows... O que mudou para pior é hoje as pessoas vão aos eventos como se fosse numa festa de aniversário para ver os amigos, conversar e bater papo. Há 10 anos nós íamos aos eventos para ver novidades, comprar alguma coisinha porque era muito difícil ter nas lojas e assistir algum animê e ver os cosplays. 59 cosplay Cosplayers fazem festa no AF 2008 Texto: David Denis Lobão e Layla Camillo | Foto: Otaku Brasil O Anime Friends foi de festa para os 26 cosplayers que se reuniram no palco principal do evento para a final brasileira do Yamato Cosplay Cup 2008. Para descontrair, todos dançaram uma versão otaku da popular música “Dança do Quadrado”, que virou ‘hit’ na internet. Entre as pérolas da adaptação criada pelo cosplayer Allan Victor estão “Poké-bola no seu quadrado”, “Death Note no seu quadrado”, “Sailor Moon no seu quadrado” e “Carta Clow no seu quadrado”. Após este momento de alívio vieram os resultados. Os premiados foram anunciados e o clima de alegria e euforia não terminou, pelo contrário, o carinho que surgiu deste contato que os cosplayers tiveram ao longo da competição não morreu, assim como a expectativa pelas próximas etapas. Mas não foi só no YCC que o clima de competição foi amistoso, durante os oito dias de evento, mais de duas mil pessoas se inscreveram para os concursos normais e apresentaram as mais variadas e inovadoras performances. A maioria delas disputando seu espaço entre os dez melhores do Circuito Cosplay, tanto na categoria tradicional (que se encerrou neste Anime Friends), quanto na livre. Pontuação final dos principais concursos YCC - Categoria especial de interpretação 1º lugar: Thiago da Mata de Goiás 2º lugar: Carolina Polido do Rio de Janeiro 3º lugar: André Andrade do Maranhão Circuito Cosplay 2008 - Tradicional 1º lugar: Lucyana Reimão 2º lugar: Loren Louro 3º lugar: Gabriel Niemietz YCC – Resultado oficial 1º lugar: Gabriel Niemietz de São Paulo 2º lugar: Daniela Uchôa do Rio de Janeiro 3º lugar: Thiago da Mata de Goiás Circuito Cosplay 2008 – Livre 1º lugar: Marcos “Bardo” 2º lugar: Loren Louro 3º lugar: Paulo “Doidorotto” Vencedores dos Concursos Regulares do Anime Friends 2008 Livre Individual: Paulo “Doidorotto” Livre Grupo: Cellow, Skay, Diogo, Doug, Sweet, Rike e Cherry Desfile: Daniela “Witchiko” Tradicional Individual Feminino: Lucyana Reimão Tradicional Individual Masculino: Fábio “Landau” Tradicional Grupo: Joe, Hyoga, Yun, Paula e Ricardo Dança dos cosplayers: Luciana e Henrique 60 animê Os pais mais queridos dos desenhos Texto: Francisco Junqueira A gosto é o mês dos pais, por conta disto a revista Mundo OK preparou um especial com os grandes homens do mundo dos desenhos animados japoneses. Cada um dos pais selecionados tem uma característica peculiar, ou seja, cada personagem é interessante de um jeito diferente, contrastando um perfil de cada pai, confira! Professor Tomoe (Sailor Moon) O primeiro nome da lista é o Professor Tomoe, pai da Sailor Saturno. Tomoe era dono de um importante laboratório de física, mas durante uma experiência com dimensões paralelas, acaba abrindo um portal dimensional. Através do portal, um forte demônio invade a Terra e destrói o laboratório, restando apenas o professor vivo, e sua filha em estado grave. Para salvar Hotaru, sua filha, o Professor Tomoe assume um pacto com o demônio que libertou, para que sua filha volte à vida, mas é possuído, tornando-se um ser maligno. Youkai Naraku (Inuyasha) Bardock, o pai da lenda (Dragon Ball Z) Quem o vê pela primeira vez, jura que Goku se tornou um vilão, ou que está dominado por forças do espaço. Enganou-se, estamos falando de Bardock, pai do herói que salvou o universo diversas vezes. Caçador e forte guerreiro, Bardock, assim como os outros de sua raça, é traído por Freeza. Antes de morrer, Bardock consegue prever que um de seus filhos iria enfrentar Freeza, seu assassino e o de seu povo, e termina com um sorriso de satisfação. Onigumo era um oportunista de primeira. Enganava a todos e extorquia o que conseguia, não tinha escrúpulos, muito menos pensava em quem prejudicava. Até que mexeu com alguém tão rancoroso quanto ele, e foi queimado vivo enquanto dormia. Imobilizado, Onigumo desafiou milhares de Youkais malignos, fundindo-se a eles e tornando-se Naraku. Não menos maligno, Naraku tornou-se um especialista em destruir vidas alheias. Naraku adquiriu o poder de criar outras criaturas a partir de seu próprio corpo, seus filhos, não menos terríveis que o pai. animê Hoenheim, o Alquimista da Luz (Fullmetal Alchemist) A história do pai dos irmãos Elric é recheada de mistérios. Renomado alquimista federal, Hoenheim criou as pedras filosofais, buscando a imortalidade e iniciou uma parceria duvidosa com Dante. O tempo passou, Hoenheim formou sua família, mas Dante continuou obscessiva pelo projeto, tornando-se rival do Alquimista da luz. Com o desenrolar da série, Hoenheim consegue localizar os filhos em Londres, e tenta a todo custo reparar os erros do passado. Fujitaka Kinomoto (Sakura Card Captors) Quem não se lembra do dócil pai de Sakura e Toiya? Fujitaka é professor de arqueologia e muito bem prendado! Pratica todos os esportes e cozinha muito bem. Renomado professor, Fujitaka envolveu-se com uma de suas alunas, no passado, a jovem Nadeshiko, com quem se casou e teve dois filhos. Nadeshiko morreu quando Sakura tinha apenas três anos, e ainda assim, mexe com o coração do patriarca Kinomoto. Com o retrato da falecida esposa à mesa de jantar, Fujitaka não se cansa de lembrar e conversar com a mulher que mais amou. Seijuurou Hiko (Samurai X) Mestre do estilo Hiten Mitsurugi, Hiko não é o pai de Kenshin, mas o criou como discípulo e quase como um filho. Nos momentos decisivos da política no Japão, a guerra civil instalou-se e milhares de pessoas morreram. Caminhando entre os mortos, Hiko encontra Shinta, uma criança a quem chama de Kenshin. Da união, Kenshin torna-se discípulo do espadachim, porém com uma personalidade mais emotiva que o mestre, mas ainda assim, grande companheiro do solitário Hiko. 61 Mitsumasa Kido (Cavaleiros do Zodíaco) Em uma viagem à Grécia, o milionário Mitsumasa Kido jamais imaginou que encontraria um jovem rapaz em seus últimos momentos de vida. A vida de Kido mudou quando conheceu Aioros de Sagitário, que lhe entregou um bebê, a forma física da deusa Athena. Consciente da importância da segurança da jovem Saori, quem criou como filha, Mistumasa partiu em uma jornada, onde teve dez filhos. Seus filhos deveriam tornar-se cavaleiros sagrados e proteger a deusa. Um pai vigoroso e com um grande legado! 62 game A música que da vida aos jogos Texto: David Denis Lobão | Foto: Arquivo Pessoal L eandro Cardoso Jácome é fã de videogame, mas diferente de outros admiradores do hobbie, que têm como objetivo somente terminar seus games favoritos, ele transformou sua diversão em arte. Professor de música, compositor, regente e performer musical, o mineiro de 22 anos está terminando sua Licenciatura em Música na UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) com uma monografia intimamente ligada a este universo. Confira a seguir uma entrevista onde ele conta mais detalhes sobre o seu trabalho. Mundo OK: Explique-nos um pouco sobre como será o seu trabalho de conclusão de curso? Leandro: Minha monografia consistirá em algo baseado no que notei no meu dia-a-dia como professor. É de tradição que as músicas de iniciação no instrumento sejam, na grande maioria das vezes, músicas fáceis que o aluno já conheça de alguma forma previamente, pois assim, facilitase ainda mais o desenvolvimento do praticante. Entretanto, noto que as crianças e adolescentes de hoje desconhecem quase que por completo o nosso repertório folclórico, que antigamente fazia parte da realidade de todos. Por isso, o desenvolvimento musical do aluno torna-se desmotivante e mais lento. Nessa conjuntura, o propósito do meu trabalho é procurar por músicas de games que contenham determinado material musical que, potencialmente, possa se tornar arranjos e auxiliar no desenvolvimento técnico-musical do aluno, de forma progressiva, e que ocorra de maneira mais prazerosa. Mundo OK: De onde surgiu a idéia para o trabalho? Leandro: Desde criança, sempre tive um grande gosto pela Cultura Japonesa, especialmente com os games, uma vez que a interação que os jogadores têm com os games é muito mais forte do que se seria com um anime ou um mangá. As OSTs (Original Sound Tracks) são uma ferramenta de extrema importância num jogo, dá o ‘clima’ que o jogo propõe e complementa os efeitos visuais, é isso que ‘tempera’ o jogo, o torna interessante e marca fortemente o jogador. Mundo OK: Quem está te dando suporte no trabalho? Leandro: Minha orientação está sendo feita pelo Professor Alberto Sampaio Neto, que além de meu orientador, também é meu professor de Flauta transversal e Didática do Instrumento. A tradicionalista Academia sempre teve conflitos com assuntos inovadores, e não foi diferente quando expus minhas idéias aos meus professores, quanto à diferente forma de elaborar arranjos com músicas de games em auxílio do ensino. Porém, o professor Alberto sempre foi a favor das minhas idéias, e está me dando o suporte que necessito para esse meu trabalho. Mundo OK: E pro futuro quais seus planos? Pretende investir na idéia e na área? Leandro: Futuramente pretendo fazer faculdade de composição, pois creio que preciso apenas lapidar um pouco meus trabalhos de arranjo e composição, aprimorar meus conhecimentos sobre harmonia, para que, futuramente, tenha belas composições que possam ilustrar os mais variados games, atualmente, já tenho duas. Mas a área do ensino é algo que jamais pretendo deixar, sentir que colaboro para a formação de conhecimento de alguém é o que mais me faz sentir satisfeito, ainda mais utilizando os games como meio, é como unir o útil ao agradável. 63 64 j-music TOSHI with T-EARTH w m sho e n a p a J X o Vocalista d asil inédito no Br Texto: Leandro Cruz e Henrique Duarte (Radio Blast) | Fotos: Divulgação C onforme anunciamos na Revista Mundo OK 3, o X JAPAN, o maior fenômeno do rock japonês havia voltado à ativa depois de 10 anos sem subir aos palcos. Durante esse tempo, os membros da banda investiram bastante em seus projetos e carreiras solo. Agora que, no mundo da música japonesa, só se fala em X JAPAN, TOSHI, o vocalista da banda, lançou seu novo projeto solo. É o TOSHI with TEARTH. Com uma proposta musical que TOSHI mesmo denomina como “ECO HARD ROCK”, o T-EARTH traz uma mensagem de conscientização ambiental em suas letras, misturando-se com influencias de hard rock, funk e rap em sua sonoridade. Depois do grande sucesso do YES! Miyavi, a Yamato Music traz em outubro essa nova experiência musical. Além de TOSHI nos vocais, a banda também conta com Jun, guitarrista do Phantasmagoria, Touya, que já veio ao Brasil no YES! Charlotte também nas guitarras, Shinya, baterista do Luna Sea e, recentemente anunciado, Ruka, também do Charlotte, no baixo. Informações sobre local e venda de ingressos serão divulgadas em breve no site oficial do YES! (www.yamatomusicstation.com.br) e também na Rádio Blast (www.radioblast.com.br), mídia oficial de divulgação do Yamato Music Station. Para quem é fã de X JAPAN, de J-Rock, enfim, de boa música, é imperdível. PSCompany fala sobre tour mundial de miyavi HIGH and MIGHTY COLOR perde sua vocalista A PSCompany liberou uma nota de imprensa anunciando os números da tour THIS IZ THE JAPANESE KABUKI ROCK, que passou pelo Brasil em maio. Foram 14 países, nesta tour que começou no início de maio, e se encerrou em 17 de agosto em Tokyo. Maaki, vocalista da banda, casou-se em junho com o baixista do DREAMS COME TRUE, Masato Nakamura, e anunciou que até o fim do ano continua atuando no HandMC, mas depois disso deixa a banda para se dedicar à vida de casada. mangá Dark Metrô - Novo mangá no Brasil Texto: David Denis Lobão T odos os dias, centenas de pessoas passam pelo metrô de Tóquio. E todos os anos, centenas de pessoas morrem em suas passagens, eventualmente por acidentes ou fatalidades – e mais normalmente, por suicídio. Num lugar onde a morte é tão freqüente, ela marca presença! E onde a morte se faz presente, um lapso entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos é formado. Neste cenário sombrio, onde espíritos inquietos vagam em busca das almas dos vivos – por vingança ou por mera maldade – é contada a história de Dark Metrô, o novo lançamento da editora NewPOP. Com roteiro de Tokyo Calen e arte de Yoshiken – ambos vencedores de diversos prêmios no Japão – a série chega às bancas e lojas especializadas em julho, trazendo um universo repleto de maldade e desespero. “Dark Metrô” conta a história de Seiya Yomi, um misterioso homem que, após sua trágica morte, recebeu o dever de salvar os inocentes passageiros das tenebrosas linhas de metrô da cidade de Tóquio. Quando os portões dos terminais são fechados, os mortos passam a perambular pelas sombras, prontos para trazer a desgraça aos vivos – e leválo ao seu mundo de trevas. O papel de Yomi é escolher quem merece morrer nas mãos de seus rancorosos algozes – e quem merece uma segunda chance. Misturando ícones típicos do horror e suspense oriental, que se tornaram famosos mundo afora, graças aos quadrinhos e filmes, “Dark Metrô” é apresentado, inicialmente, em capítulos, narrando pequenas situações que têm em comum o cenário onde tudo se passa. A obra é narrada em episódios, neles o leitor é apresentado a certo personagem cuja vida é mudada drasticamente após uma amaldiçoada passagem nos escuros túneis de metrô da cidade de Tóquio. 65 66 curiosidades Mais um ano de sucesso Festival do Japão prova sua força ao atrair mais de 100 mil pessoas em julho Paulo, São Paulo Turismo, Consulado Geral do Japão em São Paulo, Polícia Militar, CET, Sansuy, Sakura Nakaya, Grupo Orsa, Tozan, Walter Ihoshi e William Woo. Na área de Shows, os destaques foram as apresentação de danças folclóricas japonesas e os grupos de taikô (tambores japoneses), e os dois shows da cantora japonesa Matsuko Yoshitake e do compositor Kazufumi Miyazawa. A vencedora da 6ª edição do concurso Miss Festival do Japão foi Jéssica Yuri Aoki Nascimento, de 23 anos, de Votuporanga (SP). Seu sonho é conhecer lugares e culturas diferentes ao redor do mundo. A 11ª edição do Festival do Japão reuniu público de 170 mil visitantes no Centro de Exposições Imigrantes, nos dias 18, 19 e 20 de julho. Considerado um dos maiores eventos de cultura japonesa no mundo, e o maior da América Latina, o Festival do Japão apresentou shows musicais, atrações culturais, danças típicas, culinária, exposições especiais e atividades para as crianças. Festival do Japão é realizado desde 1998 pelo Kenren (Federação das Associações de Províncias Japonesas no Brasil), entidade que reúne as 47 associações de províncias japonesas sediadas no Brasil. O evento tem o objetivo de divulgar e preservar a cultura e as tradições japonesas, e também auxilia entidades e projetos assistenciais. Parte do Calendário Oficial Turístico do Estado e do Município de São Paulo, e das festas que comemoram os 100 anos de imigração japonesa no Brasil, a 11ª edição do Festival foi um sucesso, segundo Keiji Kato, presidente da Comissão Organizadora do 11º Festival do Japão. “O Festival do Japão é um evento enorme, com atrações como culinária, cultura, área de terceira idade, espaço para as crianças, exposições, e tudo isso soma para criarmos o maior festival de cultura japonesa do Brasil. O nosso objetivo era mostrar a cultura do Japão, e para tanto tivemos excelentes patrocinadores que deram apoio ao evento. A recepção do público foi fantástica, e os colaboradores e voluntários deram um exemplo de dedicação e trabalho em equipe”, explica Keiji Kato. O Festival do Japão é apresentado pelo Banco Bradesco, e conta também com o patrocínio da Toyota, Banco do Brasil, Honda, Banco Itaú, Sebrae, Nissan, Nova Schin e Banco Real, e o apoio do Ministério da Cultura (Lei de Incentivo à Cultura), Governo do Estado do São Paulo. Prefeitura da Cidade de São Miss A Miss Festival 2008 foi coroada por Karina Nakahara (Miss Centenário Brasil-Japão) e recebeu como prêmio R$ 3.000 oferecidos pelo Banco Real, além de faixa, flores, pacotes de diárias em hotéis, kits de cosméticos, ensaio fotográfico, cesta de produtos importados, entre outros prêmios. A 1ª Princesa (2ª colocada) é Camila Raíssa Cezário, de Indiana - SP. A 2ª Princesa (3ª colocada) é Camila Toyonaga Gonzalez, de 21 anos, de Osasco - SP. A Miss Simpatia é Adriana Tiemi Tanikawa, de 18 anos, da cidade de Suzano - SP.