especial capa - Revista Mundo OK

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especial capa - Revista Mundo OK
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agenda e notas
economia
cultura
cidades
automóveis
encontro
esportes
okids
educação
multimídia
mulher
saúde
gastronomia
especial capa
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comunidade
dekassegui
perdido no japão
turismo
mundo oriental
click
anime friends
eventos
cosplay
animê
game
j-music
mangá
curiosidades
Okinawa em festa
Em ano de comemorações para a comunidade nipobrasileira, uma parcela dos nikkeis promete festejar
de forma substanciosa no mês de agosto. São
os okinawanos, que comemoram seu centenário
particular. Motivos não faltam para celebrar a data:
são milhares espalhados por todo o Brasil, possuem
dezenas de associações que promovem ações
próprias e sempre interligadas, além de sempre manter o espírito alegre e cordial típicos da “ilha” e que já
conquistaram espaço valioso no Brasil.
Para homenagear os descendentes de Okinawa, a
Revista Mundo Ok traz uma matéria especial. São
mais de oito páginas percorrendo o restrito meio
cultural dos okinawanos, bem como suas peculiaridades. A força dos cultos aos antepassados, a magia das artes e um panorama dinâmico sobre quem
são e o que fazem no Brasil são alguns dos assuntos
tratados. Aos que se interessam em conferir ao vivo
toda a tradição, preparamos dicas para você – okinawano ou não – aproveitar ao máximo os festejos,
marcados para o fim de agosto e que acontecem na
Vila Carrão e em Diadema, em São Paulo.
Além de um retrato sobre a imigração okinawana no
Brasil, a edição de agosto traz uma matéria especial
sobre medicina japonesa (kampo), que utiliza técnicas milenares para diversos tratamentos. Outro assunto abordado é a força das mulheres nikkeis frente
às associações e entidades nipo-brasileiras – e que
até bem pouco tempo atrás eram chefiados apenas
por homens. No balanço dos eventos que ocorreram
em julho, destaque para o Festival do Japão (que superou todas as expectativas) e o Anime Friends 2008,
maior evento de anime e mangá da América Latina,
repleto de novidades e que “bombou” em todos os
dias. Enfim, uma edição alegre e descontraída, bem
ao estilo “okinawa de ser”. Como manda a tradição,
mensorê! (Seja bem-vindo) e boa leitura.
Capa: Sacerdote de Nara
com máscara Tengu.
Foto: HDR Japan
Revista Mundo OK – Ano 1 – Número 9 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editores: Rodrigo Meikaru e David Denis Lobão • Chefe de Arte: César Gois • Diagramação: Danielli Guedes e Sandro Hojo • Redação: Cibele Hasegawa, Cintia Yamashiro, Daniel Verna, Daniela Giovanniello, David Denis Lobão, Eugenio Furbeta, Felipe Marcos,
Fernando Ávila de Lima, Francisco Junqueira, Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Túlipe Helena, Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa •
Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira • Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna, Hideo Iwata, Nicolas Tavares • Gerente de Comunicação: David Denis Lobão • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Michelle Hanate • Comercial: Clóvis Irie, Denis Kim,
Fernando Ávila de Lima, Hideki Tikasawa, Keico Ishigaki, Luciana Kusunoki, Luciana Mayumi, Marcelo Ikemori
• Digital: Fabrizio Yamai • Assistentes Digital: Felipe Marcos • Administrativo: Suzana Sadatsune, Camila Yuka
Maeda • Planejamento: Karlos Kusunoki • Contato: [email protected] • A Revista Mundo OK
é uma publicação da Yamato Corporation. O Núcleo de Edição da ZN Editora se exime de quaisquer responsabilidades pelos anúncios veiculados, que são de responsabilidade única dos próprios anunciantes. Os artigos
assinados e as imagens publicadas são de responsabilidade civil e penal de seus autores com a prévia, devida
e expressa cessão de seus direitos autorais à Revista Mundo OK. Rua da Glória, 279 - 8° andar/ Conj. 84 • CEP
01510-001 • Liberdade • São Paulo - SP | Tel.: (11) 3275-1464 • (11) 3275-0432
cartas
Você também pode colaborar e participar da Revista Mundo Ok, enviando
suas críticas ou sugestões para:
[email protected]
Contamos com você para tornar as
próximas edições ainda melhores
e com a sua cara!
Equipe da Revista Mundo Ok
Comunidade
“O Centenário da Imigração realmente foi um marco para os japoneses no
Brasil. Vimos o príncipe, festejamos e realmente sentimos novamente orgulho de ter descendencia japonesa. Mas um fator me intriga: o que será da
comunidade daqui para frente? Que legado esse Centenário deixou para as
gerações futuras? Será que não era hora de pensar em algo mais concreto e
substancioso do que apenas festejar? São dúvidas que surgiram e que não
sei ao certo se terei respostas.”
Tsuguio Okumura, São Paulo - Capital
“Quero ver mais matérias sobre os jovens da comunidade nikkei. Preocupome com o futuro da comunidade e a preservação do espírito japonês.“
Setsuo Kato
Centenário
“Gostaria de parabenizar a revista Mundo OK pela matéria do Centenário
da Imigração Japonesa no Brasil. Infelizmente, não pude participar da festa,
mas só de ler a matéria e saber sobre as impressões do príncipe e a bela
recepção do Brasil já me deixou muito contente. “
Edna Sumie Sato, São Paulo – SP
China e Taiwan
“Pego todos os meses pelo menos duas edições da Mundo Ok. E sabe por
que? Porque fico antenada com os eventos dos japoneses. Eu, como bom
apreciador da cultura oriental, sempre procuro conferir os festivais e me
aprofundar ainda mais sobre a filosofia de vida dos japoneses, coreanos e
chineses. Parabéns!”
“Provavelmente a passagem do príncipe Naruhito servirá para estreitar relações entre Brasil e Japão. Isso é bom para mostrar que nós, brasileiros,
temos muito a oferecer aos japoneses. Temos áreas que interessam muito,
caso do biodiesel, indústria têxtil e alimentos. Por outro lado, há a vinda de
subsídios japoneses para melhorar a estrutura do país, como no rebaixamento da calha do rio Tietê, além da tv digital. Já para a comunidade, fica
o exemplo de como dois povos podem se unir ainda mais para comemorar
uma data tão especial. Que outros países tenham como exemplo e façam
também seus centenários, bicentenários etc.”
Eduardo Vieira, Jaçanã, SP
“Não tenho descendência oriental, mas amo tudo que vem do outro lado
do mundo. Estou adorando conhecer sobre Taiwan, China, Coréia, além do
Japão e suas comunidades no Brasil.”
Maria da Graça Higa, Casa Verde, SP
Zhang Chen, Aclimação, SP
Luciana Custódio Silva
“Como descendente de chineses, fico contente em saber que há um veículo
que traz notícias sobre a China e Taiwan. É um exemplo a ser seguido por
outras revistas: sempre abrir espaço para todos.”
Animê e mangá
Tecnologia
“Sou fã de anime e mangá, embora já tenha passado da idade, e eu encontrei
na revista Mundo OK, o universo jovem junto às notícias da comunidade.
Essa idéia é muito legal. Desde a nº6, faço questão de garantir a minha!”
“Parabéns a equipe por fazerem uma revista gratuita com tanta qualidade. E
gostaria de sugerir que falassem mais sobre tecnologia.”
Fernando Hideki
Carlos T. Santos
agenda e notas
ESTRANGEIROS
REFORMAS
DESEMPREGO
Segundo estatísticas do Ministério da Saúde,
Trabalho e Bem-Estar do Japão, dos 1,1 milhão
de bebês nascidos no arquipélago em 2006,
cerca de 35 mil tem pai ou mãe originários do
exterior. De acordo com o estudo cerca de 19
mil crianças têm o pai nessa condição, 26 mil
a mãe e 9 mil, ambos. Especialistas afirmam
que o aumento do número de crianças com um
dos pais não-japoneses vai aumentar o intercâmbio cultural entre os moradores do Japão.
Eles, também, alertam para que medidas sejam tomadas, para que esses estrangeiros não
fiquem desamparados legalmente.
Durante a primeira reunião de posse de seu gabinete, o
primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, reiterou as
promessas de reformas e combate a inflação. “Está na
hora de prosseguirmos com as reformas. Prometo que
farei o possível para criar uma sociedade onde as pessoas possam viver com tranqüilidade”, disse Fukuda.
O premiê japonês prometeu ainda fazer melhorias no
sistema previdenciário, criando um “plano de segurança”, além de medidas para combater o efeito da alta nos
preços dos combustíveis, alimentos e outros produtos. A
popularidade do ministro caiu drasticamente nos últimos
meses em meio a acusações de corrupção, segundo
pesquisas de jornais locais o índice de aprovação está
em 20%. Para muitos analistas o cargo de Fukuda está
por um fio.
De acordo com o relatório preliminar do Ministério do Interior e Comunicações Japonês a
taxa de desemprego japonesa se situou em
junho em 4,1%, teve uma alta de 0,1% em relação ao mês anterior. Só em junho, o número
total de desempregados ficou em 2,65 milhões
de pessoas, cerca de 240 mil a mais que no
mesmo período do ano passado. Outros dados
também foram divulgados, como o número de
ofertas de trabalho em junho diminuiu 0,6%,
o número de procuradores de emprego se
elevou 0,9%, e o número de ofertas de trabalho
caiu 17,9% com relação ao mesmo mês do
ano anterior.
ENCHENTES
NOVA MODA
QUEDA
Fortes chuvas atingem a cidade portuária de
Kobe no Japão no início do mês e deixam
quatro mortos após enchentes e deslizamentos de terra. As precipitações forçaram ainda a
retirada de cerca de 50 mil pessoas da região. E
três pessoas ainda encontram-se em condições
críticas de saúde. Kanazawa também foi atingida
pelas chuvas. Casas foram inundadas e a retirada em massa da população foi autorizada
pelas autoridades locais.
No Japão uma bebida exótica batizada de “Unagi
Nobori”, algo como “Enguia Crescente”, promete
ser a grande moda desse verão. O refrigerante
é feito a partir de peixes de água doce, cuja
temporada de pesca começou em agosto. Com
coloração amarela, a bebida contém extratos de
cabeça e dos ossos de enguia, conhecida por ser
afrodisíaca. “Nosso público principal são homens
adultos, que precisam se refrescar nesse calor”,
revela Kazunori Hayashi, porta-voz da Japan Tobacco, fabricante do novo refrigerante.
Governo japonês anunciou uma revisão em
baixa para 1,3% da previsão de crescimento
do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano fiscal de 2008-2009. De acordo com a agência
noticiosa de Kyoto, a revisão em baixa decorre da
degradação das condições econômicas devido
ao preço do petróleo, a apreciação do iene frente
às outras moedas e ao abrandamento do crescimento econômico nos Estados Unidos. Para
piorar, as autoridades nipônicas reviram em
alta a previsão para a inflação que deverá cifrar-se este ano em 1,7%.
economia
O sobe e desce da economia mundial
C
om muita razão, de longa data os especialistas afirmam que a economia não
é uma ciência exata. Também pudera,
quando foi que os economistas nos últimos
anos conseguiram prever as crises mundiais
com precisão, ou com o mínimo de certeza
no tempo.
A previsão de cenários econômicos futuros
há tempos consiste num árduo exercício de
futurologia. Pode-se dizer que esta atividade
só seria comparável à tentativa em vão de
definir a previsão do tempo. Contudo, ambas
guardam certa similaridade no resultado apurado, qual seja, a absoluta incerteza do que
acontecerá no dia de amanhã.
Esta comparação não é de toda errada, apesar de ser engraçada. Isto decorre, em ambos
os casos, da conjunção de inúmeros e por que
não dizer, incontáveis e imprevisíveis fatores
e fenômenos. Assim como no clima, a economia oscila segundo uma série de variáveis
(indicadores econômicos) que são construídas dia-a-dia pelo movimento dos mercados internacionais.
Aliás, há quem diga que com a globalização, prever o destino da economia se tornou uma verdadeira
maratona, aproveitando o mote das “Olimpíadas na China”, onde muitos tentam mas poucos alcançam
o resultado.
Isto se deve ao fato de que a volatilidade dos mercados tem exigido dos especialistas de plantão, revisões
constantes de suas previsões, em períodos mais curtos do que se observava no passado. Recentemente
assistimos a revisão do crescimento da economia brasileira realizada pelo Fundo Monetário Nacional (FMI),
que alterou ligeiramente para cima a previsão do crescimento econômico do Brasil, em relatório divulgado no último mês. Pelos cálculos do Fundo, a economia brasileira deve crescer 4,9% em 2008, representando 0,1 ponto percentual a mais do que o estimado em abril deste ano. Em 2009, as previsões
são de que o Brasil cresça 4%, mas em abril o FMI havia projetado um crescimento de 3,7%.
Para os leigos os ajustes podem até parecer pequenos, mas em números reais isto pode fazer uma
grande diferença para o país e principalmente para os investidores que acompanham de perto este
índice antes de tomar a decisão de investimento.
O que temos assistido recentemente com a economia mundial é um verdadeiro “sobe e desce” das
variáveis econômicas. Se tem uma coisa que os economistas convergem, é no fato de que historicamente a economia mundial ou dos países, vivem de períodos em períodos seus altos e baixos. Estes
fenômenos são denominados de “ciclos econômicos”.
Desde a Grande Depressão dos Estados Unidos em 1929, que foi definida pelos especialistas como
o pior e mais longo período de recessão econômica do século XX, pudemos observar ainda outras
importantes crises, a exemplo da “crise do Café” no Brasil no mesmo período, como efeito rebote da
americana, e a dura “crise do petróleo” em 1970. Depois, a “bola da vez” foi a Rússia, México, Japão,
Tigres Asiáticos e por último a nossa vizinha Argentina.
Todas as crises econômicas mundiais têm um ponto em comum, a imprevisibilidade. Apesar de sempre existirem opiniões mais ou menos na direção, nada é tão preciso a ponto de permitir uma manobra
política e econômica suficiente para evitar as catástrofes trazidas pela recessão.
Estas constatações nos remete a antiqüíssima “Teoria do Caos”, utilizada até mesmo por Einstein, que consiste na hipótese física e matemática que explica o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos. Em
sistemas dinâmicos complexos, determinados resultados podem ser “instáveis” no que diz respeito à
evolução temporal como função de seus parâmetros e variáveis. Trocando em miúdos, isto significa dizer que esta teoria estuda o comportamento aleatório e imprevisível dos sistemas, inclusive o econômico. Com isto temos que a maioria das previsões econômicas dificilmente conseguirão definir o nosso
futuro. Onde quero chegar com isto? Talvez, explicar em linguagem simples, se é que é possível, que
as reviravoltas que constatamos atualmente na economia mundial e principalmente na brasileira, são
Texto: Eduardo Guerra
frutos de uma enormidade de variáveis indetermináveis e que podem desaparecer da noite para
o dia. Ora é aumento do preço do petróleo, ora é
a baixa dos preços das comodites. Temos ainda
a crise do sub-prime ou dos investimentos imobiliários, ou o excesso de liquidez no mercado, ou
seja, motivos não faltam.
Isto pra dizer que não devemos nos alarmar
quando especialistas alertam para o risco da
repercussão da crise americana sobre o Brasil.
Apesar de participarmos de uma economia globalizada, é certo que os fundamentos econômicos conquistados nos últimos anos pelo país, de
fato contribuirão para que o Brasil atravesse os
momentos difíceis sem grandes sobressaltos,
onde quer que as crises ocorram. É claro que não
estamos imunes a uma crise mundial, mas enquanto ela estiver localizada em um ponto específico do planeta, acredita-se que podemos respirar
um pouco mais aliviados.
Esta reflexão serve também para aqueles que
atraídos pelo ganho fácil oferecido pela Bolsa de
Valores nos últimos meses, e que assistem hoje
impacientemente o “sobe e desce” de suas ações
e a oscilação de humor do mercado internacional,
não se desesperem e realizem suas perdas de
imediato. Ao menos é isto tem sido aconselhado
pelos especialistas em mercado de capitais. Não
podemos nos esquecer também, que o Brasil
recebeu um importante reconhecimento da comunidade internacional, o grau de investimento
pelas agências de risco, que contribuirá substancialmente para novas captações quando o mercado se acalmar.
Enfim, é chegada a hora de acreditarmos na economia de nosso país, de maneira a apostarmos
em seu crescimento através de investimentos
nos setores produtivos, queda de taxa de juros
e assim colhermos os frutos de um maior desenvolvimento das empresas, da geração de empregos e consequentemente da obtenção de dias
melhores para todos.
Rua Itapeva, 240 – cjs. 1701 a 1703
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cultura
Tragédia é relembrada em exposição
Memorial do Imigrante apresenta a mostra “Bomba Atômica – 1945: Hiroshima
e Nagasaki”
Texto: Tamires Alês | Fotos: Divulgação
Para completar o ambiente cerca de 16 objetos
originais e réplicas de peças atingidas pela explosão, como roupas, utensílios domésticos e
acessórios são expostos.
No ano do centenário da imigração japonesa a
mostra, pela primeira vez na América Latina, é
uma homenagem aos imigrantes japoneses sobreviventes da bomba que vivem hoje no Brasil.
N
os dia 06 e 09 de agosto de 1945, as cidades de Hiroshima e Nagasaki presenciam o maior desastre da humanidade. Em meio a Segunda Guerra Mundial, uma arma até então desconhecida
apresenta a sua força. A bomba atômica devasta as cidades do Japão e mostra ao mundo o
poder de um ataque nuclear.
Sessenta e três anos se passaram e as conseqüências desse ato ainda são sentidas. Com o objetivo
de lembrar ao mundo o que foi essa tragédia, o Memorial do Imigrante, a Associação das Vítimas da
Bomba Atômica no Brasil e a Associação Hibakusha
– Brasil pela paz apresentam a exposição “Bomba
Atômica – 1945: Hiroshima e Nagasaki”.
Os prefeitos de Hiroshima, Tadoshi Akiba, e o de
Nagasaki, Tomihisa Taue, falaram na abertura da
exposição realizada no Japão, o porquê da mostra
percorrer todo o mundo. “Desejamos que todos
vocês se inspirem em tomar um novo passo para assegurar que o século 21 seja um século de paz. Nós,
firmemente, acreditamos que cada passo individual
impulsiona e fortalece a opinião pública internacional para a paz mundial e para a abolição das armas
nucleares no planeta”, concluem.
Porque Visitar
Vinda do Hiroshima Peace Memorial Museum com imagens fortes e até mesmo chocantes, a exposição apresenta momentos como o da explosão e o que restou após as cidades serem atingidas.
Também explica de maneira didática, por meio de 58 painéis, o que é uma bomba atômica, como ela é
construída, seus efeitos e os danos causados nas cidades e em suas populações.
A exposição acontece até 07 de setembro no
Memorial do Imigrante. Os interessados podem
visitá-la de terça a domingo, das 10 às 17 horas.
Os ingressos custam R$ 4,00 e maiores de 60
anos e menores de 7 não pagam. O Memorial fica
na Rua Visconde de Parnaíba, 1316, no bairro da Mooca. Para mais informações acessem o site:
www.memorialdoimigrante.sp.gov.br .
cidades
Cultura japonesa no interior
Festa das Flores e Morangos de Atibaia homenageia o centenário da imigração
japonesa no Brasil
Texto: Tamires Alês | Fotos: Divulgação
P
ara os fãs de flores e morangos, o mês de
setembro está recheado de atrações. Durante
três fins de semanas, começando no dia 05, a
cidade de Atibaia, interior de São Paulo, realiza a 28°
Festa das Flores e Morangos. Com apresentações
artísticas, exposições de flores e frutas e variados
pratos típicos, o festival promete abalar a região.
Realizada em uma área com mais de mil m², no Pavilhão de Exposições do Parque Municipal Edmundo
Zanoni, os organizadores esperam receber nesse
ano mais de 120 mil pessoas. “Temos esperança de
que o evento seja um sucesso, que tenha um grande
público”, revela Noboyuki Hiranaka, presidente da
Associação Hortolândia de Atibaia, que organiza o
evento.
A festa traz aos visitantes, que vêm de várias
regiões do país, uma estrutura com palco para
apresentações, Parque de Diversões e estandes de
flores e frutas. Além de uma área verde com lago,
pedalinhos, playgroud, Museu de História Natural e
Salão do Artesão.
A primeira edição aconteceu em 1980 e foi idealizada
pela Colônia Japonesa da região com o objetivo de
desenvolver a agricultura local. Anos mais tarde com
a fundação da Associação Hortolândia de Atibaia a
festa ganhou novas proporções e hoje é um dos principais eventos da cidade.
O Japão mais perto de você
Esse é o tema da festa que traz algumas novidades
para homenagear o centenário da imigração japonesa no Brasil. Como o Jardim Zen, um espaço reservado para a meditação, apresentações de sumô, que
contará com a participação do público e o Concurso de
Cosplay, em que os participantes se vestem e se comportam como personagens de desenhos animados.
28ª Festa de Flores e Morangos de Atibaia
Dias 5,6,7,12,13,14,19,20 e 21 de setembro
de 2008
Horário: das 9h às 18h.
Local: Parque Municipal Edmundo Zanoni – Av. Horácio Neto, 1030 – Atibaia/SP
Ingressos: Bilheteria R$ 16,00 / Antecipados
R$ 10,00 / Idosos e Estudantes R$ 8,00
Informações: (11) 4412-9581 ou 0800 555 979
Como todos os anos, as apresentações acontecem
simultaneamente em diferentes pontos do Parque.
Destaque para o Bon Odori, o Awa Odori, o Yosakoi
Soran e o tradicional Taikô. Além do show com o
cantor Joe Hirata, da Fanfarra Municipal e da Orquestra de Viola Caipira.
Hiranaka indica para quem nunca visitou a festa assistir as apresentações de danças internacionais. “A
parte dos shows é a maior atração da festa. Nós conseguimos ressaltar as diferenças entre as danças e
as músicas folclóricas de cada povo”, comenta. Durante o festival haverá apresentações de diferentes
países, como Alemanha, Bolívia, Croácia, Lituânia,
Rússia, e é claro, do Japão e do Brasil.
O festival ainda oferece uma decoração com escul-
turas e miniaturas de povoados construídos com
flores e morangos. E nessa edição, para recepcionar os visitantes uma réplica da frente do navio
Kasato Maru, será construída na entrada do Pavilhão.
Na parte gastronômica, a concorrida Praça de
Alimentação traz alguns pratos da culinária
japonesa, como yakissoba, tempurá, udon e, é
claro, variedades de produtos a base de morango,
fruta tema da festa. No cardápio, bolos, sorvetes,
pavês, musses, tortas, sucos, e até mesmo, pastel de morango.
Para mais informações e para conhecer a programação completa da festa acesse o site:
www.festadasfloresdeatibaia.com.br.
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automóvel
Picape nacional a caminho
Nissan inicia produção de Frontier em agosto de olho em
crescimento de mercado
A
Nissan do Brasil inicia em agosto a
produção da Nova Nissan Frontier nacional. A linha de montagem foi preparada
durante o mês de julho para receber os novos
equipamentos e ferramentas para a fabricação do
novo produto. A picape nacional será lançada até o
final de 2008 e substituirá a Frontier SEL, importada
da Tailândia, e as antigas versões da Frontier que
deixam de ser produzidas no país. O utilitário Xterra
também teve a produção descontinuada.
“A Nova Nissan Frontier é mais um produto associado ao Plano SHIFT_mercosul”, afirma Thomas
Besson, presidente da Nissan Mercosul. “É um veículo que reúne a tecnologia Nissan e toda a experiência da marca no desenvolvimento e fabricação de
modelos off-road”.
Besson complementa que os planos da Nissan
para o Brasil são bastante promissores. “Além da
produção nacional da Nova Nissan Frontier, até o
final de 2009 produziremos localmente dois carros de passeio, posteriormente anunciaremos os
projetos”, declara.
A Nissan está investindo US$ 150 milhões no
Brasil com base no Plano SHIFT_mercosul, que
tem entre outros pilares, o crescimento da rede de
concessionárias de 65 para 120 pontos em 2009.
“É a Nissan apostando no Brasil. Estamos aqui para
ficar”, sentencia Besson.
No Brasil - A Nissan produz no Brasil desde 2002,
quando deu início à fabricação da picape Frontier
e, logo em seguida, do utilitário-esportivo Xterra
na CVU (Curitiba Veículos Utilitários), em São
José dos Pinhais (PR). Ao longo de seis anos
foram produzidas 49.881 unidades de Frontier e
8.143 do utilitário-esportivo Xterra.
Os produtos nacionais juntamente com a linha
de importados – Tiida, Novo Sentra, Pathfinder,
Nova Frontier, X-TRAIL, 350Z (câmbio manual e
automático) e Murano - formam uma gama de
automóveis capaz de refletir a fusão entre a melhor tecnologia e design e, principalmente, satisfazer os diversos perfis de clientes.
A linha completa de veículos pode ser encontrada
nas principais cidades brasileiras, em cada uma
das 66 concessionárias da marca espalhadas
pelos 26 estados, além do Distrito Federal. A
mesma excelência de serviços é prestada aos
clientes Nissan em qualquer parte do mundo.
Nesse contexto, a montadora segue a implantação de seu plano de negócios – SHIFT_mercosul
– que prevê o lançamento de seis novos modelos
até 2009, além da duplicação da rede de concessionárias no Brasil e de investimentos na ordem
de US$ 150 milhões.
encontro
Japão na Zona Sul
Primeiro evento organizado
pelas associações da região
pretende homenagear os
imigrantes e mostrar aos
jovens a importância da
união dos ‘kaikans’
Texto: Tamires Alês | Fotos: Divulgação
M
ais uma vez a cultura japonesa vai ser o
destaque na cidade de São Paulo. Só que
desta vez é a Zona Sul que vai estar em
festa. Organizado por 21 associações da região, o
evento será o símbolo de união dos kaikans que pela
primeira vez realizam um festival juntos.
Os representantes de cada associação começaram a se reunir em outubro do ano passado, e desde lá,
fazem reuniões quinzenais para preparar uma festa completa. “Por ser o primeiro evento que realizamos
juntos, enfrentamos muitas dificuldades. Mas será um aprendizado para os próximos festivais”, afirma
Shiguero Orita, presidente da Comissão organizadora do evento.
Segundo Orita, o principal objetivo da festa é homenagear os imigrantes e manter as associações
da região unidas. “Precisamos conservar o espírito de união para mostrar aos jovens a importância
de manter viva a cultura japonesa, já que são
eles que vão prosseguir com o nosso trabalho”,
explica. Nessa edição, cerca de 250 jovens
voluntários vão colaborar com a organização do
evento.
A festa
O público que for ao Kartódromo de Interlagos,
nos dias 13 e 14 de setembro, vai poder conhecer
o motitsuki, a forma tradicional de preparar o
moti, doce de arroz, além de apreciar maquetes
de plantas hidropônicas, cerimônia do Chá e a
tradicional culinária japonesa.
As mais de 30 mil pessoas esperadas pela organização, ainda poderão participar das oficinas de
origami, dobradura, de shodô, escrita japonesa,
cerâmica e bonsai. Além de shows de dança
típica e taikô.
Outro destaque é a área de esportes, que para
celebrar a integração entre as culturas brasileira
e japonesa, terá além das já tradicionais artes
marciais, como judô, sumô, kendô, karatê, e
aikidô, apresentação de capoeira e ginástica
rítmica.
“Esperamos realizar uma grande festa para
comemorar o centenário da imigração japonesa
no Brasil. E que ela sirva de incentivo para mantermos os kaikans da região abertos e ativos”,
conclui Orita.
“Japão na Zona Sul”
Dias 13 e 14 de setembro de 2008
Horário: das 10h às 22h.
Local: Kartódromo de Interlagos
Endereço: Av. Jangadeiro x Av. Jacinto Julio
/ Portão 9 - Interlagos
Informações: (11) 3463-2200 /
[email protected]
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12
esportes
Brilho de um brasileiro no beisebol
japonês
Com um homerun, mariliense dá vitória ao colégio
Honjo na primeira rodada do Torneio Koshien de Verão
C
As duas primeiras no fechamento da 3a entrada,
quando as bases estavam cheias e dois eliminados. E a última no fechamento da 9a entrada,
quando o placar anotava 4 x 4.
Em uma manhã inspiradíssima, o brasileiro
Pedro Ivo empurrou, com duas rebatidas, uma
delas o homerun da vitória, três das cinco corridas anotadas pelo colégio Honjo.
Pedro Ivo rebateu com muita potência um arremesso slider, mandando a bola para fora do
campo, sobre o jardineiro-central
om um sayonara homerun (homerun
que impulsiona a corrida da vitória no
último ataque), o interbases mariliense
Pedro Ivo Okuda e Silva selou a vitória de 5 x
4 do colégio Honjo Daiichi, de Saitama, sobre
o colégio Shimane na primeira rodada do Torneio Koshien de Verão, a principal competição
colegial do Japão.
A partida foi disputada na manhã desta terçafeira no tradicional estádio Hanshin Koshien
Stadium, na cidade de Nishinomiya, província
de Hyogo, no Japão.
Brasileiro empurrou três das cinco corridas da
vitória
okids
A força das meninas está de volta
As Meninas Superpoderosas: Geração Z estréia em agosto no Cartoon Network
N
o ano em que as personagens originais completam 10 anos, o Cartoon
Network remodela as Meninas Superpoderosas usando justamente
uma linguagem que o próprio criador da série original, Craig McCracken,
conhece muito bem. Afinal, se ele sempre usou nitidamente a inspiração das
animações japonesas na luta das três pequenas super-heroínas contra as forças do mal, nada mais natural do que a equipe de uma nova série experimentar
transformá-las de uma vez em um anime, com direito a todos os elementos
típicos do gênero. A estréia acontece a agosto, com nome de “As Meninas
Superpoderosas: Geração Z”, e estrelada por versões inusitadas de Florzinha,
Lindinha e Docinho. Apesar de agora serem adolescentes, elas continuam combatendo o crime onde quer que ele esteja.
O cenário não é mais a pacata cidade de Towsnville, mas sim a moderna metrópole japonesa de Tóquio. Aqui, Florzinha, Lindinha e Docinho não são irmãs e
muito menos garotinhas do jardim de infância. Elas são estudantes de 13 anos
de idade que freqüentam a mesma escola e enfrentam os mesmos dilemas de
qualquer adolescente comum. A vida das três muda quando, no laboratório
de um certo Professor Utônio, um bolo de arroz cai acidentalmente dentro do
misterioso Elemento X, criando o ainda mais poderoso e incontrolável Elemento
Z. Tentando salvar a cidade de uma repentina mudança climática, o genial e precoce filho do Professor, Ken Kitazawa, usa o elemento para criar uma poderosa
rajada de luz com o objetivo de destruir uma geleira que está prestes a engolir
tudo que vê pela frente.
O raio, no entanto, acaba explodindo e se divide em pequenas rajadas brancas
e negras, que se espalham por toda a cidade de Tóquio. Tentando salvar as crianças da vizinhança, Florzinha, Lindinha e Docinho são atingidas pelos raios de
cor branca. Uma reação em cadeia acaba dando incríveis poderes para estas
três colegiais, que agora têm superforça, supervelocidade, poder de vôo e possuem ainda equipamentos ultramodernos.
Mas não acaba por aí. O novo desenho também tem o seu próprio Prefeito,
tão atrapalhado quanto o original, além da Senhorita Belo, que continua sem
mostrar o rosto. E o vilão, é claro, não poderia ser outro que não o Macaco
Loco. Só, que nesta versão, ele é um simples macaco de zoológico que foi
bombardeado por um dos raios negros resultantes da explosão do Elemento Z,
ganhando superforça e inteligência para tentar espalhar o mal por aí.
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educação
Estudo e diversão do outro lado do mundo
Austrália pode ser bom investimento para quem quer aprimoramento
O
clima, as praias e a variedade de atividades fazem da Austrália um destino
muito procurado por brasileiros. Os
interessados em completar seus estudos em
terras australianas podem concorrer às bolsas
oferecidas pelos programas Peace Scholarship
Program, voltado para graduação, e da University of Sydney World Scholars, exclusivo
para pós-graduação e desenvolvimento de
pesquisas. O Universia disponibiliza todas as
informações sobre como se candidatar às
oportunidades.
O conteúdo do Portal aponta que, para con-
correr às bolsas, é preciso estar regularmente matriculado numa graduação reconhecida no Brasil,
cursar entre o terceiro e o sexto semestre, além de
ter o nível de inglês exigido pelas instituições.
Mais informações sobre as bolsas de estudos na Austrália podem ser conferidas no endereço www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=16446.
Outros programas de bolsas de estudo e financiamentos estudantis estão no Canal Mobilidade, em
www.universia.com.br/mobilidade.
O Universia é uma rede de cooperação universitária
que reúne 1.069 instituições de ensino superior na
América Latina e Península Ibérica, e tem como par-
ceiro financeiro-estratégico o Grupo Santander.
A Rede Universia atua em quatro eixos estratégicos: fomento à empregabilidade, incentivo à
formação, desenvolvimento dos meios científico e acadêmico, e apoio às comunidades e
eventos para o relacionamento universitário.
O objetivo é contribuir com serviços de valor
agregado às universidades, apoiando o desenvolvimento de projetos comuns e a geração
de novas oportunidades para a comunidade
universitária, contribuindo, dessa forma, para o
desenvolvimento sustentável dos países onde a
Universia está presente.
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multimídia
Banco Real disponibiliza acervo de fotos
para a comunidade nipo-brasileira
Denominado “Mapa da Imigração”, projeto traz
interação de fotos, representado por um mosaico
com formato de ikebana
E
m mais uma iniciativa destinada à Comunidade
Nipo-Brasileira, o Banco Real disponibiliza em
seu portal o “Mapa da Imigração”. Trata-se de
um acervo interativo de fotos, representado por um
mosaico com formato de ikebana. Esse mosaico
será preenchido por imagens enviadas pelos internautas que retratem os familiares que vieram do
Japão e a sua vida e da própria família aqui no Brasil. Qualquer internauta pode participar, basta acessar o site www.bancoreal.com.br/comunidade, e
preencher alguns dados que vão alimentar o mapa,
mostrando, por exemplo, qual o sobrenome e província de origem mais cadastrados no site, e a cada
nova interação, esse ranking de informações muda. Todos podem participar e consultar as imagens
enviadas pelos demais internautas.
No espaço virtual, criado no ano passado, ainda é possível fazer download de papéis de parede inspirados na cultura japonesa e obter informações sobre produtos e serviços destinados aos clientes dessa
comunidade.
A sólida relação do Banco Real com a comunidade nipo-brasileira tem suas raízes no Banco América
do Sul, fundado por japoneses e cuja predominância de funcionários, acionistas e clientes era também
de imigrantes e descendentes. O América do Sul acabou incorporado em 1998 pelo Sudameris, posteriormente integrado ao Banco Real.
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mulher
Elas no poder
Presidente de associação nikkei conta como é a
rotina e o trabalho na presidência de um kenjinkai
Texto: Tamires Alês | Fotos: Divulgação
A
dministrar uma Associação, participar de reuniões, atender telefonemas, responder e-mails com
inúmeras solicitações e resolver variados problemas são algumas das atividades que essas
mulheres realizam todos os dias em seus locais de trabalho.
Cargos que antigamente só eram ocupados por homens, hoje têm a presença de mulheres, que sempre
lutaram para garantir seu espaço no mercado de trabalho. Só em São Paulo, mais de quatro associações são presididas por mulheres, entre elas a Associação Aichi do Brasil, Associação Kyoto do Brasil,
a Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Sumaré e a Associação Cultural e Esportiva NipoBrasileira de São Carlos.
Para Lumi Toyoda, presidente da Associação Aichi do Brasil, a tendência é que as mulheres, no mundo
inteiro, ganhem cada vez mais espaço na sociedade. “Alguns japoneses dizem que essa mudança
começou a ocorrer após a Segunda Grande Guerra, e eu concordo. E o melhor é que isso só vai aumentar, as mulheres vão passar, com o tempo, a ocupar mais cargos de chefia”, ressalta.
A Presidência na Associação Aichi
do Brasil
Com uma rotina corrida, dividindo tempo entre
várias atividades, Lumi Toyoda ainda encontra
tempo para presidir a Associação que conhece
há um bom tempo. Participante do Conselho Diretor do kenjinkai durante anos, Lumi foi convidada
a ser presidente, e após muita insistência acabou
aceitando o desafio.
“Estou achando excelente ser
presidente, é um cargo de muita
honra.”
No cargo desde o início do ano, Lumi acredita
que essa seja uma experiência muito gratificante,
principalmente, por ser Ano do Centenário da
Imigração Japonesa no Brasil e pelo aniversário
de 50 anos da Associação. “Estou achando excelente ser presidente, é um cargo de muita honra. E por ter alguns japoneses que não dão muito
crédito às mulheres, e por ainda haver um certo
‘tabu’ de mulher ocupar determinadas posições,
sinto que a responsabilidade é muito maior”, comenta.
Sobre sofrer algum tipo de preconceito Lumi é
categórica em dizer que sempre foi muito bem
tratada. “Foi uma recepção muito boa, nunca tive
nenhum problema com os outros presidentes,
eles até superaram as minhas expectativas”, explica. “Outras mulheres também deveriam ocupar
esse cargo, até mesmo para conhecer. Acho que
nos próximos anos, quando não existir mais esse
tipo de preconceito, que tende a acabar, as mulheres vão presidir mais”, afirma.
No dia-a-dia da Associação, os conselheiros,
vice-presidentes, secretários executivos e os coordenadores de cada departamento auxiliam nas
tarefas de rotina. “É extremamente fácil presidir,
porque o serviço é bem dividido, muitas pessoas
me ajudam”, relata Lumi.
Dentre as principais atividades da Associação
nesse ano, a presidente destaca o Festival do
Japão e a comemoração dos 50 anos de fundação do kenjinkai, que contou com a presença do
Governador da Província de Aichi e de uma comitiva composta por autoridades japonesas.
mulher
Soluções para pele estão à mesa nikkei
Medicina ortomolecular utiliza ativos de alimentos
japoneses para combater ausência de nutrientes
S
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
hitake e wasabi servem apenas de alimento? Se a pergunta for feita a um adepto da
medicina ortomolecular, a resposta será:
não necessariamente. Combinadas e aplicadas
em procedimentos estéticos, essas e outras
iguarias da cozinha japonesa têm o poder de
combater males, que vão do envelhecimento,
perda de viço e estresse às celulites, marcas de
expressão, queda de cabelo e gorduras.
As pessoas têm contato diário com uma grande
variedade de toxinas, ainda mais em ambientes
urbanos e poluídos. A fumaça de fábricas e automóveis, um filtro antigo do ar-condicionado e
o contato com produtos químicos são exemplos
de fatores que contribuem para o ingresso de elementos indesejados ao corpo. O ser humano carrega mecanismos de eliminação eficientes, mas
não é capaz de expulsar todo o acúmulo. Mesmo
as orientais, famosas pela suavidade e beleza dos
traços, estão sujeitas aos desgastes provocados
por essa exposição.
A novidade é que o ramo estético da medicina
ortomolecular descobriu que combinações de
ativos presentes em produtos usualmente consumidos pelos japoneses são capazes de eliminar as toxinas acumuladas e prover o corpo de
substâncias carentes. São vitaminas, minerais,
aminoácidos e óleos encontrados em alimentos
como arroz, shitake, alcaçuz, wasabi e chá verde.
“Somos seres químicos. A beleza é o resultado de
um organismo perfeitamente nutrido do ponto de
vista de sua química, e isso depende de nutrientes específicos”, explica Patrícia Gualberto, diretora da Revital System, de São Paulo. Ela destaca
que a clínica utiliza diversas especiarias do outro
lado do mundo em seus procedimentos. “Temos
inclusive um tratamento inspirado na beleza e cultura orientais, baseado nas características típicas
da pele japonesa”, acrescenta a especialista, que
aplica o sistema estético conhecido como Revital. Pela técnica, o paciente recebe aplicações
de produtos naturais, massagens terapêuticas e,
paralelamente, são utilizadas ferramentas tecnológicas para controle, diagnóstico e personalização dos
tratamentos. O resultado são peles frescas, suaves,
claras e sem manchas.
A ausência de nutrientes entre os brasileiros é um
problema sério detectado por uma pesquisa conjunta da USP com a Unifesp. Realizado em 150
cidades de cinco regiões, o estudo apresentou
resultados assustadores, como a baixa ingestão
de vitaminas E em 99% das pessoas analisadas
- a incidência em relação ao cálcio e à vitamina
C chega a 90%. Saber que a aplicação de itens
presentes nas mesas nikkeis pode ajudar a suprir
essa defasagem é uma boa notícia.
Máscara de arroz combate da oleosidade à acne
O
arroz possui propriedades nutritivas que auxiliam na limpeza
da pele, ajudando a controlar a
oleosidade, fechando os poros e devolvendo o vigor ao rosto. Rico em proteínas, vitaminas, ferro, zinco e cálcio, o
alimento mais consumido pelos japoneses é aplicado por meio de máscaras.
É indicado também para combater a
acne e manchas provocadas pela exposição ao sol. “Adorei (o tratamento).
A máscara deixa a pele com uma textura incrível”, destaca a cantora Lissah
Martins, protagonista do musical Miss
Saigon, que passou pelo tratamento na
clínica Masci. “No meu caso, acho que
a exposição exige um cuidado especial
não só com a pele, mas com a imagem
em geral”, completa.
Revital System
Av. dos Eucaliptos, 704 Moema, São Paulo
Tel (11) 3459-7166
www.revital.com.br
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saúde
Barulhos Rotineiros
Descubra como amenizar os ruídos
e ter mais qualidade de vida em uma
metrópole como São Paulo
C
om certeza você já teve algum vizinho barulhento ou uma obra perto
de casa, ou até mesmo já deve ter ouvido um avião passando, ou uma
simples buzina de carro, ou quem sabe já não teve o azar de morar
perto de uma danceteria ou de um barzinho.
Por incrível que pareça todos os barulhos podem ser solucionados com portas e janelas anti-ruídos e soluções acústicas. Empresas especializadas no
segmento de acústica foram consultadas como a SILENCE ACÚSTICA que
desenvolve soluções para amenizar o ruído com a sensação acústica de 85%
de redução.
Ao contrário do que as pessoas pensam o ruído ideal não é de 0 decibéis,
mas sim de 55 decibéis, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Para chegar a esse número, vários locais e situações foram analisados como
academia de ginástica, avenidas movimentadas, cruzamentos, motor de ônibus, trânsito no cebolão, cultos em igrejas evangélicas, praças de alimentação em Shoppings e decolagem de aviões em aeroportos. E todos os ruídos
testados ficaram com índices altíssimos, entre 71 e 97 decibéis.
Se você não consegue dormir, trabalhar ou estudar em paz por causa da
poluição sonora, do barulho do trânsito, e de todos os ruídos provocados pela
vida agitada de uma metrópole, faça agora um isolamento acústico, com
portas e janelas anti-ruído e ganhe em qualidade de vida.
Silence Acústica
Tel: (11) 3554-5646
www.silenceacustica.com.br
21
beleza
KAMPO
As diferenças da medicina convencional e da tradicional
japonesa, e a utilização de tratamentos complementares
e alternativos para curar e prevenir doenças
Texto: Tamires Alês
C
uidados na alimentação e exercícios físicos,
preocupação com o vestuário e com as mudanças climáticas, manutenção da saúde e
prevenção de doenças, são uns dos quesitos levados em conta na Medicina Tradicional Japonesa,
também conhecida como Kampo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde
podemos definir a Medicina Tradicional Japonesa
(MTJ) como práticas de saúde, conhecimento e
crenças que incorporam remédios ou tratamentos
para tratar, diagnosticar e prevenir doenças.
“A Medicina Tradicional Japonesa é uma das práticas sérias que existem, ela tem sistema, regulamentação, indústria farmacêutica, ensino e medicina”,
afirma Kazusei Akiyama, chefe do Departamento de
Medicina Tradicional Japonesa do Hospital Santa
Cruz de São Paulo. “E é baseada em três pilares: a
acumputura, os fitoterápicos, medicamentos a base
de plantas e o “yojoron”, os cuidados com a vida,
como alimentação e vestuário”, relata.
Akiyama explica também que a Aids foi uma das
primeiras doenças a ser tratada com a medicina
complementar, já que não havia medicação específica na época. Hoje em dia a oncologia é a área
que mais utiliza os tratamentos complementares,
geralmente, aliados aos convencionais. Os pacientes
com doenças crônicas como alergias e enxaqueca
também acabam procurando outras possibilidades
terapêuticas.
A medicina Kampo, que é uma escola da Medicina
Tradicional Chinesa, foi introduzida e desenvolvida no
Japão no século 4 dC. Até 1968 era a oficial, mas
com a revolução Meiji e a ocidentalização do país foi
deixada de lado, e só foi reconhecida novamente a
partir de 1950.
Diferenças
As diferenças entre a medicina convencional e a medicina tradicional vão desde o embasamento até o
tratamento e a medicação. Enquanto a convencional se baseia na ciência e em pesquisas, a tradicional leva em consideração as experiências empíricas
e o filosófico.
O diagnóstico também é diferente, no Kampo levase em conta o ser humano como um todo. Pelo
toque o médico examina o abdômen, o pulso, a
elasticidade e a cor da pele, também ouve o corpo
do paciente. Além de avaliar o paciente por meio da
anaminese, perguntas e respostas.
Cada paciente tem um tratamento personalizado,
o que é bom para uma pessoa, pode não ser para
outra, não tem uma fórmula exata, é uma avaliação
subjetiva. Ao contrário da convencional, em que se
cinco pessoas têm dor de cabeça, o médico receita
o mesmo medicamento para todos.
A própria natureza dos medicamentos é diferenciada, enquanto na convencional são artificiais e com
princípios ativos isolados, no Kampo, a medicação
é natural e baseada na associação de substâncias.
Kampo no Brasil
No Brasil o Santa Cruz foi o primeiro Hospital a
implantar o serviço de MTJ com a coordenação do
médico Kazusei Akiyama, o único especialista do
país. Mas ainda não existe uma escola especializa
em Kampo, nem medicação. “O que temos no Brasil são substâncias isoladas, como o ginseng,
mas que sozinhos não têm o efeito esperado”,
ressalta Akiyama.
Para conhecer melhor a Medicina Tradicional
Japonesa participe da palestra “Saúde na visão da
medicina kampo: que tipo de conhecimento da
Medicina Tradicional Japonesa pode ajudar a sua
saúde?”, com o diretor da Sociedade Japonesa para
Medicina Oriental, Kenji Watanabe. O evento faz parte do Simpósio Internacional USP – Keio e vai acontecer no dia 18 de agosto, às 10 horas, no Teatro da
Faculdade de Medicina da USP (Av. Dr. Arnaldo, 455
– metrô Clínicas), com entrada gratuita e tradução
simultânea para o português.
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gastronomia
Hikari inova nos mercados
Empresa reformula toda a linha de especiarias com novas embalagens
A
Hikari acaba de reformular toda sua linha de especiarias com novas embalagens do tipo stand up pouch, substituindo os tradicionais saquinhos.
As mudanças envolvem a introdução de novidades como design vertical
e base plana, recursos que permitem que o produto fique em pé.
“As novas características tornam possível uma melhor visualização da embalagem no ponto-de-venda e facilitam o manuseio e o armazenamento do
produto em casa pelo consumidor”, explica Luiz Kurita, diretor comercial da
Hikari. A linha de especiarias representa hoje 30% do faturamento da empresa.
Os produtos de maior venda são orégano, pimenta do reino em pó, colorífico
e cominho.
Segundo Kurita, a Hikari prevê um aumento de vendas destes produtos de cerca de 7% em 2008. A mudança do layout abrange todos os 41 itens da linha,
que é composta por condimentos, temperos desidratados e confeitos. Entre
os condimentos destacam-se colorífico, pimenta do reino em pó e em grão,
cominho e tempero baiano. Entre os temperos desidratados estão: orégano,
louro, alecrim, salsa e alho. Os confeitos, por sua vez, incluem açúcar cristal,
confeito granulado e miçangas.
O layout da nova embalagem apresenta cores fortes e destaca a descrição do
produto e o logo da Hikari. Já a estrutura é em poliéster com polietileno. As especiarias são apresentadas em embalagens de 8 g, 10 g , 20 g e 30 g .”Vamos
realizar ações de marketing nos supermercados para divulgar o novo visual e
reforçar as vantagens do produto”, explica Kurita.
A linha de especiarias da
Hikari é uma das mais tradicionais do mercado. Desde
a sua fundação, há 42 anos,
a empresa comercializa temperos aromáticos para uso
culinário em geral. A venda
de especiarias da Hikari tem
um volume anual de 1.800
toneladas.
Saquê
Brasil descobre a “bebida dos deuses”
H
ouve tempos em que degustar um bom saquê era tarefa complicada. No varejo, os tipos
para uso culinário dominavam as prateleiras. As opções de melhor qualidade, geralmente
importadas, eram caríssimas, encontradas somente em lojas especializadas e restaurantes típicos. Nos últimos anos, porém, o interesse pelo “vinho de arroz” aumentou sensivelmente.
Com maior variedade disponível, a preços mais acessíveis, a “bebida dos deuses” tem encantado
os brasileiros, atraídos pelas sutilezas e segredos de um produto com mais de dois mil anos de
tradição.
O aumento do consumo acompanha o boom da cultura japonesa no Brasil. Comer em restaurantes japoneses tornou-se programa obrigatório para famílias e amigos em busca de culinária
saudável. Para acompanhar pratos frescos a base de peixes e frutos do mar, nada melhor do
que um bom massu (cálice) cheio até a borda. Nas casas noturnas, um dos drinques de maior
sucesso é a saqueirinha, a famosa caipirinha de saquê, preparada com limão, morango ou kiwi.
“O saquê percorre o mesmo caminho do vinho, que antes era consumido apenas pela elite e pelos
descendentes de europeus. Está ganhando mercado”, destaca o especialista Alexandre Tatsuya
Iida, proprietário da Adega de Sake, no bairro Liberdade, em São Paulo.
Paralelamente, a desvalorização do dólar frente ao real tem possibilitado aos importadores ampliar
a oferta de rótulos, aumentando consideravelmente o volume de vendas. Hoje, o Brasil é o quinto
país que mais importa saquê do Japão. O consumidor pode encontrar, até mesmo em supermercados, garrafas produzidas na Califórnia, o segundo pólo produtor mundial.
As empresas nacionais também decidiram apostar na popularização. Até então a única fabricante
brasileira, a Tozan tem investido em tecnologia e novas qualidades. Em 2005, passou a fabricar o
Azuma Kirim Ginjo, comparado aos bons saquês japoneses. A Sakura, por sua vez, lançou a linha
Daiti, com parte da produção feita nos Estados Unidos.
vitrine
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24
gastronomia
Sorriso no rosto e amor pela culinária são os segredos
do Makoto Sushi
“Menu Degustação” é a
novidade do restaurante
que fica no coração da
Liberdade
Q
uem visitar o bairro da Liberdade não pode
deixar de conhecer o novo sucesso dos restaurantes orientais. O Omakase, ou Menu
Degustação, tendência no Japão, já virou moda no
Brasil e conta com muitos adeptos, principalmente
entre os nikkeis.
Formado por uma variedade de sushis e sashimis
feitos na hora, o Omakase atende a todos os gostos
e estilos, dos mais tradicionais aos contemporâneos.
Além dos produtos base, elementos como maionese
e alcaparras também podem ser encontrados.
Um dos restaurantes que aderiram a novidade é o
Makoto Sushi & Sosaku Ryori, situado no Hotel Nikkei Palace, no tradicional bairro oriental da capital
paulista. Em seu cardápio pratos como o Maguro
Steak, Shiromi no Arai e Koohaku Maki Kurague,
feito com iguarias como a água viva, estão entre
os mais pedidos. Essas e outras combinações do
Menu podem ser consumidas por um valor médio de
R$ 70,00 por pessoa.
Comandado pelo renomado chef Hélio Makoto
Yamashita, com 24 anos de experiência em cozinha,
destes, 10 anos de aprendizado no Japão, o Restaurante Makoto prima pela qualidade de seus produtos
e um ambiente agradável e familiar. “Nós trabalhamos com amor, perseverança e alegria, o que deixa a
comida muito mais saborosa e os clientes satisfeitos”, afirma o cheff.
Para completar o time de sucesso, Makoto tem ao
seu lado o sushiman Samuel Eijiro Yazaki, que também tem formação no Japão, e já trabalhou em conceituados restaurantes de São Paulo. Juntos usam a
criatividade e o alto astral para preparar um
cardápio diversificado e sem perder o estilo
japonês. “Temos uma maneira de trabalhar que
mistura o Edomae Sushi, que é o estilo de
Tóquio com o Sosaku Ryori, a culinária criativa”,
explica Makoto.
Além do Menu Degustação, o restaurante oferece uma variedade de pratos quentes, combinados de sushis e sashimis, e ainda um café da
manhã completo em estilo japonês e continental, aberto ao público em geral.
Se você não resiste a uma boa comida japonesa, não perca a promoção de comemoração de
aniversário de um ano do Makoto Sushi & Sosaku Ryori. Apresentando a Revista Mundo Ok
você recebe um desconto de 20% em qualquer
prato. Aproveite porque as novidades estão só
começando.
Makoto Sushi & Sosaku Ryori
Endereço: Hotel Nikkey Palace – Rua Galvão Bueno, 425 – Liberdade – São Paulo
Tel: (11) 3207-8511
Horário: Aberto todos os dias. Café da manhã das
6h às 10h30. Almoço das 11h30 às 14h30 e Jantar das 18h às 22h.
Cartões: Visa, Mastercard e América Express
vitrine
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vitrine
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especial capa
Celebracao
, ~ utinanchu do
Comunidade de 150 mil pessoas revela o lado colorido do japonês
Q
uem freqüenta pela primeira vez uma reunião social ou familiar
de descendentes de okinawanos deve pensar: esses “japoneses” já estão bem abrasileirados! Certo? Por um lado, talvez.
Em geral, são alegres, despojados, morenos, carinhosos e receptivos.
Mas, ao contrário do que se imagina, isso não tem tanta relação com
o Ocidente. Os habitantes do arquipélago sub-tropical do extremo sul
do Japão são naturalmente diferentes até mesmo dos conterrâneos.
A cultura, o dialeto e a história têm inúmeras singularidades, e sobrevivem no Brasil graças aos cerca de 150 mil nikkeis cujas origens estão enraizadas na mais colorida das províncias nipônicas. É por ser tão
especial e numerosa que essa comunidade organizou um calendário
de eventos próprio para comemorar o centenário da imigração.
Arte, desfile, intercâmbio, culinária, esporte, conferência, homenagens, quimonos estampados, descontração e confraternização. De
19 a 26 de agosto, mais de 15 mil pessoas devem participar das
atividades promovidas pela Associação Okinawa Kenjin do Brasil
em diferentes locais de São Paulo.
De Naha, capital da província, virão nada menos do que 1,5 mil pessoas, entre as quais o governador Hidekazu Nakaima, prefeitos, artistas, acadêmicos, estudantes, empresários e parentes dos utinanchu
brasileiros. Parte da delegação chega ao aeroporto de Cumbica no
avião fretado para realizar o primeiro vôo Okinawa-Brasil sem escala
em Tóquio. Estarão presentes também filhos, netos e bisnetos de
imigrantes oriundos de várias partes do mundo.
especial capa
centenario
´
Auge -
29
Texto: Wilson Azuma | Fotos: Divulgação, Wilson Azuma, HDR Japan, Utiná Press
O ponto alto das comemorações será nos dias 23 e 24. O desfile acontece
no sábado, no praça Haroldo Daltro, Vila Carrão, bairro onde vivem aproximadamente
500 chefes de família de ascendência okinawana, a maior concentração fora do
Japão. O início está previsto para às 15h, com a tradicional Dança do Leão (Shi-shimai). Haverá apresentações de instrumentos típicos, como o sanshin (200 pessoas)
e o koto (50). Esporte criado na província, o caratê será representado por cerca de
400 lutadores. A organização espera a presença de 100 descendentes com mais de
95 anos de idade, além de todas as vencedoras do tradicional concurso de beleza da
comunidade, o Miss Ryuso.
No domingo, as atrações serão deslocadas para o Centro Cultural Okinawa do Brasil
(CCOB), em Diadema. A cerimônia oficial será pela manhã. Sete bois e sete porcos
30
especial capa
serão abatidos especialmente para o almoço. Em seguida,
começam as apresentações artísticas. Entre as estrelas estarão
o grupo Tontonmi e a cantora japonesa Megumi Gushi. Paralelamente acontece um torneio internacional de judô.
Outro grande evento será o 2º Fórum Utinachu. Realizado pela
primeira vez em Honolulu, em 2003, reunirá descendentes de okinawanos dos EUA, Peru, Argentina, Bolívia e até de países como
Cuba e África do Sul. A atividade será realizada no hotel Maksoud
Plaza, em São Paulo, no dia 25. Na pauta, trocas de experiências,
discussões sobre identidade e palestras. Na área de negócios,
destaque para 12ª Conferência WUB (Worldwide Uchinanchu
Business Association), no dia 22, no mesmo hotel. O encontro
do grupo, presente em 20 países, serve para estreitar as relações
comerciais entre os okinawanos no mundo.
Cultura –
Militante ferrenho das tradições ancestrais, o
presidente da AOKB, Akeo Yogui está confiante e empolgado. Ele
acredita que a festa será um importante instrumento de divulgação do espírito utinanchu, sobretudo para as próximas gerações.
“Como bons brasileiros, precisamos preservar e divulgar nossa
cultura. Desde 18 de junho (data do centenário da imigração
japonesa), iniciamos um novo século histórico, e esta história
será escrita por nós. Somos o Kasato Maru do novo século”,
destaca.
Um detalhe é que, excepcionalmente neste ano, o Festival Okinawa
foi transferido para agosto em virtude das comemorações do centenário. O evento é tradicionalmente realizado em setembro.
Programe-se
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especial capa
Desfile
Uma das atividades principais, o desfile
apresentará a multifacetada cultura okinawana. O carro alegórico Miruku (deus
da fartura) terá 120 pessoas. Taiko, dança
do leão Shi-shi-mai, grupo Tontonmi, fogos
de artifício e a comitiva de representantes
da comunidade com mais de 95 anos são
alguns dos destaques. Antes de entrar
na passarela, será servido um almoço de
iguarias tradicionais, como o “sobá”, o
“ashi tebiti” e o “tofu champuru”. A partir
das 12h, na praça Haroldo Daltro, Vila Carrão.
Cerimônia do centenário
Evento solene alusivo às comemorações
do centenário da imigração japonesa. Terá
as participações da comitiva oficial okinawana e de representantes brasileiros.
No CCOB de Diadema, das 12h às 14h.
Geinousai
O festival cultural tem início às 15h do dia
24, no CCOB de Diadema. Apresentações
de academias de dança, escolas de “koten” (música clássica), canções populares
(“minyo”) e outras manifestações. Ampla
mostra da arte okinawana preservada pelos descendentes no Brasil.
Conferência WUB
No dia 25, o hotel Maksoud Plaza recebe
a 12ª Conferência WUB (Worldwide Uchinanchu Business Association). O encontro,
organizado pela entidade que promove o
intercâmbio comercial e social dos okinawanos em várias partes do mundo, vai
das 9h às 17h30. No dia seguinte, empresários japoneses visitam instalações
de empresas brasileiras. Paralelamente, a
WUB promove uma competição de golfe
no Arujá Golf Club.
Fórum Utinanchu
A segunda edição do Fórum (o primeiro foi
no Havaí, em 2003) será uma oportunidade
para okinawanos e seus descendentes em
várias partes do mundo trocarem idéias e
experiências. Das 9h às 17h30 do dia 25, no
Maksoud Plaza, São Paulo
Outras atrações
Intercâmbio
De 19 a 25 de agosto, jovens estudantes
de Japão e de outros países ficarão
hospedados em casas de famílias nikkeis.
Durante o período, cumprirão uma agenda de eventos culturais e esportivos.
Recepção
Boas vindas à comitiva oficial de Okinawa, que inclui o governador Hidekazu Nakaima. O evento começa às 20h do dia
22, no espaço Hakka, bairro Liberdade.
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Missa
Antes do início das festas oficiais, a
comunidade utinanchu se reúne na
Associação Okinawa Kenjin, na Liberdade, sábado (23).
Torneio Internacional de Judô
Competição da arte marcial difundida
pelo mestre Jigoro Kano. As disputas
terão atletas brasileiros e okinawanos. Será realizada no CCOB de Diadema, das 14h às 18h.
Fórum Internacional Feminino
Painéis de discussão sobre a participação da mulher na sociedade
moderna sob a ótica okinawana. Das
14h às 17h30 do dia 25, no Maksoud
Plaza.
Torneio Internacional de
Gatebol
Um dos esportes mais praticados
pela melhor idade no Japão, é bem
popular também entre os nikkeis. No
CCOB de Diadema, das 8h às 17h.
Torneio Internacional de
Futebol
A competição futebolística terá representantes do Brasil e de Okinawa, no
dia 25. As disputas acontecem no
Parque Ecológico do Tietê, São Paulo.
Começa às 8h e termina às 15h.
Seminário Internacional de
Karate e Kobudo
Okinawa é o berço de caratê, tema
do seminário, que terá a participação
de mestres brasileiros e japoneses. A
reunião será na sede da Associação
Okinawa Kenjin do Brasil, no dia 25, a
partir das 14h.
especial capa
O Brasil okinawano
País abriga comunidade de 150 mil descendentes, a
maior fora do Japão
O
vermelho forte do batom e da faixa em torno da
cabeça chama a atenção. Os quimonos estão
impecáveis. Antes de entrarem no palco, as
irmãs Patrícia e Juliana Izu dão os últimos retoques
em frente ao espelho. Elas estão na sede da AOKB,
em São Paulo, onde apresentarão a alegre “ashibiná”,
dança típica de Okinawa. “Preservamos nossa cultura cotidianamente. É algo que cresceu junto com
a gente e não tem como largar”, diz uma delas, ao ser
questionada sobre a paixão pela arte dos antepassados.
A explicação faz todo o sentido para quem tem sangue
utiná. Mesmo do outro lado do mundo, a ilha tropical
japonesa está presente de forma marcante nos hábitos
e na cabeça de pelo menos 150 mil descendentes espalhados pelo Brasil.
Os utinanchu formam um grupo étnico peculiar. Fisicamente, as peles são morenas, e, os olhos, não tão
puxados. Os traços têm influências chinesas, indonésias, filipinas e polinésias. A beleza feminina é marcante. Para quem se recorda, a vice-Miss Universo de
2006, Kurara Chibana, é uma legítima representante
de Ryukyu, como é conhecido o conjunto de 169 ilhas
que formam a região.
Reino independente durante muitos séculos, o arquipélago tem dialeto e costumes próprios em relação ao
resto do Japão. A dieta é a base de carne de porco e do
amargo goya. Local da maior batalha do Pacífico durante
a Segunda Guerra Mundial (mais de 220 mil baixas), e da
posterior ocupação militar norte-americana, que perdura
até hoje, Okinawa tornou-se conhecida pela união de seu
povo em torno das tradições e da família. Milhares de descendentes deste paraíso ao sul do Japão vivem no Brasil
e trazem consigo o indefectível jeito utiná de ser.
Tradição - A herança ancestral está no âmago da
comunidade. “Três tios meus faleceram na guerra,
pois lá foi o único local onde houve combate em
As irmãs Juliana (à esq.) e Patrícia Izu estão
unidas pela dança ancestral
especial capa
terra, uma perda monumental. Quando os imigrantes
vieram, também passaram por muitos sofrimentos.
Os okinawanos se ajudaram para sobreviver. As
histórias em comum de nossos pais e avós fazem
com que todos nos consideremos da mesma família”, conta Tério Uehara, comerciante e vice-presidente da Associação Okinawa de Vila Carrão.
Em 1908, dos 781 tripulantes do navio Kasato
Maru, que trouxe a primeira leva de japoneses,
324 eram naturais da região. Posteriormente,
muitos conterrâneos os seguiram, alguns deles
após passagens por países vizinhos, como Argentina, Bolívia e Peru. Espalharam-se por fazendas de café, ferrovias e portos.
Dois conceitos são fundamentais para compreender os utinanchu. O “yuimaru”, ou espírito
de reciprocidade (“um ajuda o outro”), é um
deles. Unidos pelas raízes, pelo dialeto e pelas
circunstâncias históricas, os okinawanos que se
estabeleceram no início do processo migratório
ajudaram de todas as formas – hospedando em
casa, financeiramente, ensinando o ofício – os
conterrâneos que chegaram na seqüência. Quem
é dessa etnia se reconhece pelo sobrenome.
Chibana, Higa, Teruya, Chinen, Kanashiro - em
geral, todos com terminação “shiro”. Bastava
dizer “ichariba chode”, a saudação de irmandade,
para ser recebido de braços abertos.
O espírito fraterno foi bastante difundido quando
muitos dos imigrantes do arquipélago começaram
“Preservamos nossa cultura cotidianamente. É algo que cresceu
junto com a gente e não tem
como largar”
a se deslocar para as grandes cidades, principalmente a partir da década de 70. “Hoje, por que
temos uma enorme comunidade na Vila Carrão?
Os primeiros acolheram os demais. Isso é muito
vivo na comunidade”, relata Uehara, sobre a
região conhecida por ter a maior concentração de
descendentes de okinawanos fora do Japão, com
aproximadamente 500 chefes de família.
Em Campo Grande, há quem diga que os utinanchu são metade entre os descendentes da
cidade, que abriga a terceira maior população
nikkei no País. Nos arredores do estado de São
Paulo, cidades como Osasco, Diadema, Santo
André e São Bernardo do Campo contam com
grandes concentrações. As zonas Leste e Norte
33
Vanessa Ota (à dir.) preserva a
cultura do sanshin
da capital paulista possuem a maior quantidade
de entidades da província.
A força dos descendentes pode ser observada
em alguns segmentos econômicos. Unidos, parentes e amigos montaram grandes negócios nas
áreas de ferragens, materiais para construção,
mercearia e perfumaria. O espírito “yuimaru” foi
determinante para a constituição desses empreendimentos.
“Um ensina o outro, explica como funciona e
como se faz. Mais do que negociar em conjunto,
é importante a troca de experiências, não só em
relação à gestão, mas também aos problemas
do dia-a-dia”, destaca Katsumori Miyasato Ueta,
presidente do Grupo Okinawa, fundado em 1990.
A maior rede associativa de materiais de construção do Brasil, com 105 lojas, tem 95% dos sócios tem ascendência okinawana. “Como damos
garantia de pagamento aos fornecedores, temos
regras. Para entrar no grupo é necessário o aval de
três avalistas de dentro. Temos de ter confiança.
Por isso, a maioria é utinanchu”, ressalta Ueta.
Cultura em ebulição – As entidades ligadas
à província formam a base estrutural da comunidade. Na Associação Okinawa Kenjin do Brasil, localizada na Liberdade, funciona a matriz,
que centraliza as atividades de 44 sub-sedes.
As “shibu”, como são conhecidas as regionais,
abrangem desde o Vale do Ribeira, passando por
São Paulo, ABC, Guarulhos, Mogi das Cruzes,
Campinas, Londrina, Brasília e Campo Grande.
Há ainda mais de uma dezena de agremiações de
música típica, dança e esportes.
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35
36
especial capa
A AOKB é sucessora da Kyuyo Kyokai, fundada em 1926. Os encontros promovidos
pela entidade servem de elo para a comunidade. São nesses momentos que os irmãos
de origem conversam no dialeto dos antepassados, tocam “sanshin” (instrumento de
cordas típico), preparam deliciosos “goya
champuru” (refogado) e dançam, uma das
coisas que mais gostam de fazer.
Perspectiva - Assim como ocorre em outras
etnias, inclusive a japonesa, as novas gerações
de descendentes têm se distanciado da cultura dos pais e avós. O processo de assimilação, porém, é mais lento entre os utinanchu,
já que a cultura está arraigada em tradições
antigas, transmitidas oralmente no seio familiar. “Sempre ouvi música okinawana em
casa. Aprendi a gostar. Acho importante
preservar nossa cultura”, conta a estudante
Vanessa Ota, que faz apresentações de “sanshin”.
O orgulho do espírito okinawano é traço característico entre milhares de jovens descendentes como ela. Seja freqüentando as festas
comunitárias, aprendendo palavras do dialeto
ou preparando deliciosos pratos típicos, é a nova
geração que terá a responsabilidade de manter
viva a herança cultural de uma das regiões mais
fascinantes e belas de um Japão.
Homenagens centenárias
A
celebração okinawana não ficará
restrita à semana de eventos em
agosto. Outras atrações alusivas
ao centenário da imigração irão agitar a
comunidade até o final do ano.
Uma delas é a publicação de um livro
escrito há 10 anos, durante as comemorações no nonagésimo aniversário de presença japonesa. O material foi todo traduzido para o português e será lançado pela
AOKB. Ainda na área literária, será publicada a História Ilustrada do Centenário da
Imigração, com fotos históricas e peculiaridades da comunidade utinanchu.
No Memorial do Imigrante, que fica dentro
do parque do Ibirapuera, um monumento
será inaugurado com os nomes dos 325
tripulantes do navio pioneiro Kasato Maru
naturais de Okinawa. Em São Vicente,
litoral paulista, serão plantadas árvores no
Bosque Comemorativo. A cidade é “irmã”
do arquipélago ao sul do Japão.
especial capa
Neta do pioneiro Higa,
Lia Omuro posa ao lado
da nova geração da
família
Mitsui Matsuda: grata pelo esforço do pai
Eles chegaram primeiro
Q
uase metade dos tripulantes do Kasato
Maru, primeiro navio a trazer imigrantes
japoneses, era originária de Okinawa.
Entre eles, estavam figuras folclóricas, como
Sukiti Higa, que chegou a ser motorista do futuro presidente Epitácio Pessoa. A maioria, no
entanto, seguiu o rumo das fazendas e estradas de ferro, onde permaneceram anônimos.
Os primeiros imigrantes não conseguiram
muitas posses. Em compensação, deixaram
de legado uma cultura baseada na família, na paz e no respeito ao próximo. “Era
uma pessoa muito amiga. Durante as férias
todos ficávamos na casa dele. Cultivamos esse
tipo de relação até hoje”, lembra Lia Omuro, a
respeito do avô Higa.
A comunidade não esquece dos pioneiros.
Uma amostra disso aconteceu em 26 de julho,
quando a Associação Kenjin do Brasil organizou uma celebração em memória dos passageiros utinanchu do Kasato Maru. “Fico feliz em
poder lembrar de meu pai. É por causa dele que
estamos todos bem. Minha família inteira estudou graças ao esforço dele. Sou muito grata
por isso”, diz Mitsui Matsuda, filha de um dos
homenageados, Taro Matsuda.
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Banda faz música
para utinanchu
ouvir
P
ara apreciar a legítima música de Okinawa
não é preciso ir até lá. A banda brasileira
Tontonmi, formada por descendentes de
utinanchu, faz sucesso por onde passa com os
ritmos mais populares do arquipélago.
O conjunto foi lançado em 1993 pelo músico e produtor China Sadao. São dois cd’s gravados – Saudade
de Uchina (1999) e Tontonmi (2005). Tiemi (vocal
e sanshin), Kenji (vocal e guitarra), Harumi (vocal e
teclado), Cris (contra-baixo), Xande (bateria) e Nil (vocal, violão e guitarra) completam a trupe, que já foi
convidada para tocar até na terra dos ancestrais.
Presença constante em eventos da comunidade e
festivais étnicos, a banda tem uma agenda de shows
carregada. Só em agosto, participa do Guairá Japan
Fest e das comemorações do centenário da imigração em São Paulo e Buenos Aires.
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especial capa
Akeo Yogui: demarcando o espaço
Q
uando o assunto é comunidade okinawana,
o nome de Akeo Yogui aparece no topo da
lista dos nomes mais lembrados. Presidente da
maior entidade de província do País, a Associação Okinawa Kenjin do Brasil, é ele quem participa de encontros
com autoridades, discursa em eventos e fala em nome
dos utinanchu. Recentemente, esteve lado a lado com o
príncipe Naruhito, que participou das comemorações do
centenário da imigração japonesa. Articulador habilidoso
e estudioso da história dos antepassados, ele dialoga rotineiramente com as 44 sub-sedes da AOKB. Tudo isso,
para manter os utinanchu unidos, como sempre foram.
Yogui é engenheiro civil, casado e pai de três filhos.
O espírito comunitário é bastante presente
entre os descendentes de origem okinawana. Por que isso ocorre?
A comunidade já era grande na primeira metade
do século passado. Espalhou-se por várias
regiões, principalmente Baixada Santista, Campo Grande, Vale do Ribeira e Grande São Paulo.
O Kyuyo Kyokai (primeira entidade utinanchu) foi
fundado em 1926. Serviu para organizar os imigrantes. Os núcleos de outras cidades e regiões
passaram a ser sub-sedes. Essa estrutura perdura ate hoje. Posteriormente, a matriz passou
a ser a Associação Okinawa Kenjin do Brasil. A
sede atual existe há 30 anos.
O que é ser utinanchú?
Defino como uma pessoa que pratica a essência e a filosofia dos pioneiros. É ser solidário,
igual. Sempre verifica se o que está fazendo não
prejudica o outro. Não pensa só em seu direito,
mas também em não ferir o do outro. Se todos
tiverem essa preocupação, cada um fará sua
parte.
Por que o okinawano é diferente do
japonês?
Até 1876, Okinawa era um reino independente
(Ryukyu). Foi uma época próspera, em que a
região era um importante entreposto comercial.
Só na era Meiji que foi reconhecida como província japonesa. Depois da guerra, houve o domínio
americano por 27 anos. Okinawa foi o único lugar
do Japão onde houve batalha terrestre. Um terço
da população civil foi morta. As pessoas literalmente viveram dentro do campo de batalha.
Nessa época, cada casa era dividida com os
soldados.O fato de ser um povo que passou
por muitas dificuldades criou um alto espírito
de solidariedade.
Um ajuda o outro, sempre em busca de uma
sociedade igualitária. Esse tipo de sentimento
nós preservamos. Por isso também que há
concentrações em determinadas regiões. Os
okinawanos estão sempre próximos uns dos
outros.
É o chamado espírito “yuimaru”.
Isso. Eu e minha família viemos para São Paulo
em 1957. Em casa, sempre batia à porta um okinawano que ninguém conhecia. Nós dividíamos a
casa, já apertada, com ele. Sempre tinha alguém
almoçando, jantando e pousando em casa. Temos esse sentimento de que devemos nos ajudar, não só oferecendo um lugar para dormir, mas
também orientando, ensinando o serviço. Existem
grandes grupos de perfumaria, drogaria, mercado,
construção e ferragem que foram constituídos
desse modo.
Como imagina o futuro da comunidade?
Vejo com preocupação. Estamos integrados à
sociedade brasileira. É ótimo, natural e deve ser
assim. Mas acho que não devemos esquecer dos
ensinamentos básicos dos antepassados, valores
essenciais que trazemos da relação familiar. Será
que o Brasil quer que adotemos somente os costumes brasileiros? O que é costume brasileiro, um
país formado por imigrantes de vários países?
Como brasileiros descendentes de okinawanos,
devemos preservar e divulgar nossa cultura. É
isso que o Brasil quer da gente. Desde 18 de junho
(aniversário de 100 anos da chegada do Kasato
Maru), entramos em um novo século da história
da imigração, e essa história será escrita por nós.
Somos o Kasato Maru do novo século. Nossos
netos e bisnetos vão se orgulhar da ascendência
daqui a 100 anos? Depende da gente. Precisamos
marcar nosso espaço.
especial capa
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Utiná Press - Tradição impressa
Principal veículo de comunicação da comunidade sopra 10 velinhas
Q
uem busca notícias sobre os utinanchu não irá encontrar nos jornalões
diários ou em revistas semanais de grande circulação. Referência
para os milhares de descendentes do arquipélago ao sul do Japão, o
principal meio de comunicação da comunidade no Brasil é o tablóide Utiná
Press, que completa uma década de vida.
Fundado em 1998, o impresso
surgiu para melhorar a troca de
informações, até então dispersas,
entre as 44 sub-sedes da Associação Okinawa Kenjin do Brasil. Com
32 páginas, o tablóide traz matérias
sobre atrações artísticas, eventos,
debates culturais, relações instiCasal Vanessa e Marcello Tinem
tucionais das entidades, esporte,
comanda a redação
história, intercâmbio.
A coluna “Aprendendo o dialeto” ensina palavras e expressões em utinaguchi. É um dos “carros-chefe” da publicação, como costuma dizer a diretora do jornal, Vanessa Shiroma Tinem, que comanda a redação ao lado
do marido Marcello Tinem. A página Sosen Shuuhai (culto aos ancestrais),
por sua vez, ostenta o título de “a mais comentada”. Escrita pelo professor
Kiyomasa Inácio Uejo, traz textos referentes à religião familiar dos ilhéus.
“Procuramos explicar a respeito das missas e cerimônias. Isso não pode se
perder. Tentamos explicar o significado, pois as pessoas de terceira e quarta gerações acham complicado. É importante dar continuidade”, destaca Vanessa.
A maior parte dos leitores é, e não poderia ser diferente, descendente de okinawanos. Embora pequena, a tiragem de 4 mil exemplares mensais abastece residências, empresas e associações do Brasil e até do exterior. As maiores quantidades
vão para as zonas Leste e Norte de São Paulo, Campo Grande, Londrina, Pará
e Okinawa. O setor de distribuição remete também para destinos improváveis,
como Tocantins e Amazonas.
A assinatura anual de R$ 30 cobre as despesas de correio. A fonte de receita principal é a publicidade. Mesmo nesse caso, vale o tradicional conceito “yuimaru”
(espírito de reciprocidade). Os maiores anunciantes são empresas cujos donos
têm ascendência utinanchu.
Totalmente aceito e apoiado pela comunidade, o Utiná Press não teve tempo para
comemorar seu décimo aniversário, em março. O calendário extenso de atividades alusivas ao centenário fez a equipe passar a data trabalhando. Antes assim,
garantem os editores.
Cheia de fôlego, a publicação segue determinada a cumprir a tarefa de agregar
a comunidade por muitos anos. “No começo eu não entendia muito, mas passou o tempo, comecei a freqüentar a comunidade e aprendi muita coisa dessa
rica cultura. Isso hoje faz parte da minha vida. Você vai aos lugares e as pessoas
comentam sobre o seu trabalho. É muito gratificante e estimula a melhorar cada
vez mais”, conclui Vanessa.
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especial capa
O paraíso fica bem ao sul
Exuberante Okinawa mostra o que o Japão tem de diferente
C
erta vez, uma comitiva de brasileiros viajou a Naha para um
encontro mundial de descendentes de okinawanos. No avião
fretado havia cerca de 400 pessoas com esse perfil. Próximo
ao momento da aterrissagem, a comissária de bordo saudou, em tom
cerimonioso: “okaerinasai” (“bom retorno”). A mensagem era de que
estavam para pisar no lar dos antepassados, que também era deles.
O acolhimento fraterno é uma das principais características do povo,
e não só em relação aos seus descendentes. Durante os séculos XV e
XVI, auge do período Ryukyu, a região era um reino independente. Ficaram famosas as histórias de ilhéus que, em vez de saquearem, ajudavam a desatolar os navios estrangeiros. Esse jeito especial de ser
não se perdeu mesmo após dois episódios marcantes de sua história:
a anexação ao Japão, em 1879, e a presença militar norte-americana
desde a derrota na Segunda Guerra Mundial.
Conhecer Okinawa é estar em um Japão bem diferente. Localizada no
extremo sul do país, a 685 quilômetros, apresenta clima sub-tropical,
com médias de temperatura em torno de 20º C. O conjunto de ilhas
é cercado por algumas das barreiras de corais mais belas do mundo,
que atraem mergulhadores profissionais e amadores. Anualmente,
milhares de tartarugas desovam nas praias.
Vida selvagem abundante, pontos históricos, paisagens paradisíacas,
culinária rica e saborosa. Desvendar qualquer detalhe do lugar é uma
experiência rara. As praias estão por todos os lados. Há desde áreas
pouco freqüentadas, como as ilhas inabitadas de Miyako, como, para
quem prefere maior conforto, os resorts de Kume.
Na região central, em Chubu, transitam pessoas de várias nacionalidades. Em Koza, o agito noturno acontece nos bares de música ao
vivo, que tocam desde rock até canções folclóricas. No distrito de
Chatan, em Mihama, fica o American Village, outra área badalada. No
local, são realizados alguns dos mais alegres festivais da província.
A ação fica por conta das famosas brigas de búfalo. O roteiro pode
incluir ainda a Vila Nakijin, ao norte, onde existe um sítio arqueológico
com ruínas de um antigo castelo.
A presença norte-americana é bastante evidente onde quer que se vá. Durante 27 anos,
após a Segunda Guerra, o arquipélago foi administrado pelos EUA. Atualmente, vivem em
Okinawa cerca de 50 mil americanos. A maioria
está a serviço das bases militares ainda instaladas na região. Embora os moradores tenham
se habituado à presença estrangeira, essa relação nem sempre é amistosa. Freqüentemente,
há protestos pedindo a retiradas das tropas.
Palco da maior batalha terrestre no Pacífico durante a guerra, Okinawa teve um terço de sua
população dizimada. Muitos locais lembram
esse difícil período, e, hoje, estão abertos aos
turistas. No sul, há um sistema subterrâneo
de túneis que serviu de quartel general para
a marinha imperial. O monumento Himeyuri
homenageia as 167 enfermeiras estagiárias e
prorfessores que cometeram suicídio coletivo
para não se entregar ao exército inimigo.
Se Okinawa é um lugar de diversão e reflexão,
também é ideal para comer bem. As iguarias
típicas são altamente influenciadas pela gastronomia chinesa. A carne gorda, ao contrário
do Japão, está presente em pratos bastante
consumidos, como o “hidjá no shirú” (sopa
de cabrito) e o “ashi tebichi” (joelho de porco).
O indefectível “goya” compõe quase todos os
pratos. Trata-se de um fruto amargo que, segundo os moradores, aumenta a expectativa
de vida. É bom dar crédito a quem diz. Quando
o assunto é longevidade, os okinawanos são
campeões mundiais.
especial capa
Elas adoram dançar
S
e quiser ver uma descendente de okanawanos feliz, basta levá-la a um festival de
danças típicas de seus antepassados.
Elas adoram sair de casa com os trajes típicos coloridos e balançar os corpos ao som de
sanshins e taikos. A melodia dos instrumentos
trazem boas lembranças para muita gente.
Quantos rapazes não se apaixonaram pelas
garotas do animado “katchashi”?
Os ilhéus praticam vários estilos de dança.
Os quimonos, em geral coloridos, mudam de
acordo com a música, que pode ser “koten”
(clássica), “minyo” (folclórica) ou “hayabichi”
(popular). O já citado “katchashi” se encaixa
nessa última classificação.
Outros gêneros bastante praticados são o “shishi-mai” (Dança do Leão), o alegre “ashibiná” e
o “eisá”, que usa tambores para convidar para
a festa os espíritos dos antepassados.
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especial capa
História à parte
Século XIV – A ilha principal é dominada por três clãs San-
boku, Sannan e Chûzan. Cada qual declara seu próprio rei.
Século XV – O xogum de Chuzan, Sho Hashi, unifica a
região e institui o reino de Ryukyu, que fica subordinado à dinastia Ming. Período de prosperidade comercial.
Século XVI – Os navios mercantes descobrem rotas alternativas. Okinawa perde importância.
Século XVII – As ilhas Ryuky são dominadas pelo clã Satsuma, de Kagoshima. O porte de armas é proibido. Os moradores criam o caratê.
1879 – Okinawa torna-se província japonesa.
Década de 1910 – Em crise, como no resto do país,
milhares de okinawanos migram para a América, muitos
deles para o Brasil. O contingente aumentou nas décadas
seguintes.
1945 – O conjunto de ilhas vira palco da maior batalha terrestre do Pacífico durante a Segunda Guerra. Um terço da
população civil morre. A província permanece sob administração dos EUA pelos próximos 27 anos.
1972 – Okinawa é devolvida ao Japão, mas 50 mil norteamericanos permanecem na região, onde os EUA têm bases
militares instaladas. A presença estrangeira ainda hoje provoca protestos.
especial capa
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44
especial capa
Preservação do dialeto utinaguchi
A
história de Okinawa se desenrolou à parte
do Japão durante um bom tempo. A maior
parte das tradições são influenciadas pelas
vizinhas China e Filipinas. O dialeto local é bem
característico, diferente do japonês.
Nas últimas décadas, porém, o utinaguchi tem
sido utilizado somente pelos mais velhos. Os
impressos, as aulas, as sinalizações, os cardápios. Atualmente, quase tudo na ilha é escrito em
japonês. Os mais jovens conhecem uma ou outra
palavra do dialeto.
A invasão do nihongo provoca situações até
então impensáveis. Recentemente, a cantora
okinawana Gushi Megumi chegou ao Brasil para
aprender o utinaguchi com a comunidade.
Segue um mini-dicionário para não passar vergonha em Naha:
Olá (Hai sai)
Tudo bem? (Cha ganju
yamisemi?)
Sim, muito bem, obrigado. (Ii wa
chichi debiru.)
Seja bem vindo! (Mansore!)
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especial capa
Chocolate com um
tempero okinawano
Chef Renata Arassiro transforma doce
típico de Okinawa em bombons de
chocolate
Fotos: Cibele Hasegawa
A
mais nova criação da chef chocolatière e pâtissière Renata Arassiro traz um sabor bem nipônico, mais especificamente, da província de Okinawa, em sua própria loja, “Esses Chocolates”. Em suas
mãos, o nantou, uma espécie de moti temperado, muito apreciado na ilha,
transforma-se em um bombom fino, que dá água na boca só de olhar.
Gachimayá! (guloso em uchinaguchi, dialeto okinawano)
Nessa re-leitura do doce japonês, o grito vibrante do povo okinawano
nomeia a sobremesa: “Iyasásá”. O toque do país asiático também fica
evidente por suas curvas e contornos delicados que dão o formato de
sakurá, flor de cerejeira, na camada externa, seja de chocolate branco ou
meio-amargo.
Já no interior, os ingredientes do produtor original (açúcar mascavo, pasta
de amendoim e pedacinhos de gengibre) se misturam ao alto teor do cacau, formando um ganache (emulsão cremosa). Ao degustar, a iguaria
derrete na boca, enquanto a cada mordida, o paladar sente um ar levemente crocante através do gomá (gergelim), que fica em baixo do bombom, ao contrário do doce original.
De acordo com a chef, que é consultora e atua também na linha exclusiva da Casa Santa Luzia, “a idéia é brincar com as diferentes texturas: a
maciez do recheio, a crocância do gomá, pedaços de gengibre que ficam
suaves no finalzinho e uma casquinha mais dura, do próprio chocolate”.
especial capa
O resultado dessa “brincadeira” é um
sabor marcante, com um gostinho
da terra do sol nascente. Uma forma
de Renata, que é embaixadora do
chocolate da marca belga Callebaut
no Brasil, usar sua especialidade para
homenagear o Centenário da Imigração Okinawana e retomar suas raízes,
já que teve de pesquisar bastante para
alcançar um sabor típico da região.
Idéia que surgiu no casamento de seu
primo, onde toda a gastronomia da
ilha esteve presente, além das músicas e até mesmo apresentações culturais, o que despertou a curiosidade
e a lembrança da sua infância, quando
a descendência era muito mais forte.
“Sou brasileira, mas não posso esquecer das minhas origens. Por isso,
quero sempre ter algo de oriental em
minha loja”, afirma.
E já que o projeto é ter sempre um
pouquinho da terra do sol nascente
no seu estabelecimento, trufas de
matchá (chá verde), wasabi com
chocolate amargo e shogá (gengibre)
em formato de Buda fazem parte dos
mais de 30 produtos expostos na vitrine. Gastronomia bem singular, mas
que vale a pena experimentar.
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Esses Chocolates
Endereço: R: Pascal, 1.195 – Campo Belo
– São Paulo
Telefone: 5092-4977
Funcionamento: Segunda à Sexta, das 9h
às 17h e Sábado, das 10h às 18h
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comunidade
Bairro da Liberdade ganha “cara” nova
com o Projeto O Caminho do Imperador
As obras da 1ª fase do Projeto começaram na Praça da Liberdade, em maio
A
no de Comemorações do Centenário e muitos eventos
para lembrar a chegada dos imigrantes japoneses ao
Brasil. 2008 está trazendo muitas alegrias para a comunidade nikkei, e a reforma do Bairro da Liberdade, com a
aprovação do Projeto O Caminho do Imperador, é mais uma
conquista desse povo.
O Projeto tem o objetivo de devolver as características orientais ao bairro, e vai padronizar ruas, praças, viadutos, jardins,
calçadas, prédios, iluminação e fachadas dos comércios da
região.
As obras serão divididas por fases e atingirá todas as ruas e
prédios por onde passou o Imperador japonês Akihito e sua
esposa Michiko durante sua visita ao Brasil, em 1997, incluindo as ruas Galvão Bueno e Tomás Gonzaga. Segundo uma
lenda japonesa, o Imperador leva prosperidade aos lugares que
passa, e é isso que esperam os comerciantes e moradores da
Liberdade.
A 1ª fase do Projeto foi iniciada no final de maio, na Praça da
Liberdade. O piso, o posto policial e até a feirinha ganharão
novos traços, inclusive a fachada do Banco Bradesco, que é a
patrocinadora da reforma.
Todo o Projeto de arquitetura e paisagismo é assinado pelo
arquiteto Marcio Lupion, da Kallipolis Arquitetura, que buscou
inspiração em sua experiência de 15 anos como monge budista,
além do mestrado em arquitetura oriental.
Lupion explica que cada fachada será redesenhada em um projeto único, levando em conta a etnia do dono do prédio (coreana,
chinesa ou japonesa) para a criação da nova fachada.
O Instituto Paulo Kobayashi é o responsável pela captação de
recursos com empresas interessadas em patrocinar a idéia,
que dará em troca o direito de explorar a publicidade local. O
Caminho do Imperador é realizado pela parceria entre o Instituto Paulo Kobayashi e a Kallipolis Arquitetura, e é o 1º Termo
de Cooperação entre a Prefeitura e uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), o IPK.
O Coordenador geral de obras, Geraldo
Rogue de Oliveira, com o fundador do IPK,
Victor Kobayashi
Estátua de Buda e reforma de viadutos
Na Praça Almeida Junior, no Bairro da Liberdade, será erguida uma estátua de Buda de 6
metros de altura.
Quatro viadutos também serão reformados e irão homenagear três nacionalidades presentes na Liberdade: o viaduto Cidade de Osaka e o Mie Ken terão referências à cultura
japonesa; o Shunei Uetsuka será um tributo aos chineses; e o Guilherme Almeida vai
homenagear os descendentes coreanos.
dekassegui
49
Ciate mostra leis que auxiliam o trabalhador no Japão
Desconhecimento de legislação trabalhistas prejudicam
dekasseguis e dificultam a estadia no Japão
A
falta de conhecimento de lei e normas
trabalhistas é um dos fatores que mais dificulta a estadia do trabalhador brasileiro na
terra do sol nascente. Muitos dekasseguis partem do
Brasil sem saber ao menos quais são as regras de
trabalho elaboradas pela fábrica onde irá atuar, quais
são seus direitos e quais os regulamentos que o defendem fora de seu país de origem.
Esse foi o assunto discutido em palestra realizada
pelo Dr. Masato Ninomiya, advogado e presidente do Ciate (Centro de Informação e Apoio ao Trabalhador no Exterior), em julho, na própria sede
da entidade. Na ocasião, foram expostos alguns
artigos da legislação a fim de melhor preparar as
pessoas que embarcam para o Japão.
Para ilustrar a importância dessas informações
prévias, o palestrante contou um caso de trabalhadores que tiveram o contato com um produto químico e tiveram suas conseqüências seis meses depois.
Por desconhecimento da legislação, retornaram
ao Brasil, aconselhados pela empreiteira.
O resultado? Tiveram grandes gastos com tratamento médico no Brasil e perderam o direito de
receber indenização pelos danos causados no trabalho, uma vez que saíram do território japonês.
De acordo com o artigo 19 da Lei NT japonesa,
a demissão de trabalhadores em tratamento
médico após acidentes de trabalho não pode ser
arbitrária, como foi nesse caso.
“A grande maioria viaja sem saber o mínimo sobre como serão suas condições de vida lá, normas gerais da fábrica, ou qual o ofício que será
exercido. Acabam deixando tudo por conta da
empreiteira e, sem querer, perdem aquilo que é
de seu direito”, disse Ninomiya.
O início do movimento dekassegui, principalmente o coreano, gerou o artigo 15, na constituição japonesa, que obriga o empregador a
informar claramente as condições de trabalho
ao funcionário. Vale destacar também, o artigo
23, que diz que o empregador não tem direito
de reter passaporte ou registro de empregados
estrangeiros, e o artigo 39, que garante ao trabalhador o direito a férias remuneradas após seis
meses de trabalho.
Durante a palestra, foram expostas diversas outras leis que auxiliam o dekassegui. Informações
aparentemente simples que fazem toda a diferença para o trabalhador conquistar seus objetivos
no Japão e para, sobretudo, ter uma boa passagem pela terra de seus antepassados.
50
perdido no japão
Perdido no Japão – Edição de verão
Q
ue maravilha, finalmente entrei nas esperadas férias de verão! Já não
agüentava mais ficar derretendo por 12 horas dentro da fábrica, pois
o verão daqui é tão intenso, que mesmo usando dois ventiladores
ligados no máximo, não há como não
pingar de suor. Dentro de casa, tem
dia que faz mais de 40 graus e muitas
vezes a água do chuveiro desligado
parece ferver.
Contudo, minhas aventuras de verão
começaram antes mesmo do natsu
yasumi. Logo que começou a esquentar já fui conhecer um parque
aquático aqui perto, o Laguna
Gamagori, em Aichi Ken. Entrei pela
primeira vez numa praia artificial,
com ondas geradas por um sistema
de bombeamento mecânico e uma
espécie de carpete imitando a textura
da areia. A parte boa é que não saí de
lá que nem um bife a milanesa, cheio
de areia grudada no corpo, mas sinceramente prefiro as praias naturais do Brasil.
Na semana seguinte, aproveitei um feriado exclusivo da minha fábrica para
ir ao Fujikyu, um parque de diversões famoso aqui do Japão, localizado na
província de Yamanashi. Como não era um feriado nacional, o parque estava
vazio e pude andar em todos os brinquedos, algo raro pois quem já foi ao
Texto e fotos: Fabio Seiti Tikazawa
parque conta que o normal, é esperar de 3 a 4 horas na fila de cada brinquedo. É, mais uma vez o santo padroeiro dos dekasseguis estava do meu lado!
As atrações do Fujikyu não eram tão diferentes do Playcenter e do Hopi Hari,
com exceção de uma montanha russa
com queda de 90 graus de inclinação e
que logo na saída já dispara com uma
velocidade de 170km/h e outra, que é
citada no Guiness Book como a maior,
mais comprida e rápida do mundo.
Dando continuidade às minhas atividades de férias, irei amanhã ao Fukuroi Hanabi Matsuri, o maior evento
de fogos de artifício da região(30.000
fogos), que será realizado quase na frente
da minha casa! Estou pensando até em
comprar um yukata(kimono de verão)
para ir a caráter. Depois, no domingo,
partirei para Nagoya, e de lá irei à casa de
uma tia em Gifu, com quem combinei de
ir junto para Kyoto. Enfim, na próxima edição certamente estarei repleto de coisas
e causos para contar! Até lá.
Jya mata.
Fabio Seiti Tikazawa é publicitário, aprendiz de dekassegui e nippo-brasileiro
com muito orgulho.
turismo
51
Ícone do turismo mundial
Misterioso e imponente, Monte Fuji é parada obrigatória no Japão
O
Japão atualmente recebe turistas do mundo todo. Seja pelas peculiaridades de seu povo ou mesmo o antagonismo entre passado e futuro,
o arquipélago está na rota de milhares de pessoas interessadas em
conhecer o país. Neste cenário, uma parada obrigatória para os viajantes é,
sem dúvida, o Monte Fuji, com o seu topo sempre sobre as nuvens, e que
muitos nativos o consideram “berço do coração”.
Situado entreduas províncias, Yamanashi e Shizuoka, o Monte Fuji é o grande
chamariz do parque Nacional de Fuji Hakone Izu. A fama dos 377 metros de
altura se deve também a sua simetria e a serenidade deste vulcão adormecido. Seja a serenidade quando coberta pela neve no inverno ou a presença
suntuosa no verão – são as transformações sasonais que glorificam este
tesouro nacional. Seja de perto ou de longe, de avião ou da janela do carro, é
impossível não suspirar com a beleza do Monte Fuji.
As belas formas do Monte Fuji foram esculpidas graças ao sono profundo desde a sua última erupção em 1707. A tradição de se escalá-lo
é de longa data e aos que criam nos seus poderes místicos levavam
dias até alcançarem o topo. No entanto, foi somente em 1892 que o
inglês Walter Weston, precursor do montanhismo no Japão, atinigiu
o topo mais alto do Japão. Desde então, jovens e adultos, homens e
mulheres desafiam os seus 3776 metros durante o verão, entre julho e
agosto, todos os anos.
A temperatura no Monte Fuji sofre variações drásticas, seja pela parte
sul ou pelo norte, e geralmente entre o sopé e o topo da montanha há
variações de até 20 graus centígrados. Para uns, uma parada radical
de ecoturismo. Para outros, uma opção de diversão e certeza de um
passeio espirituoso.
52
mundo oriental
Missão empresarial brasileira embarca à China
para maior feira mundial
Presidente de Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China destaca relação bilateral
A
maior feira de comércio internacional do
mundo, a Feira de Cantão, na China, atrai
cada vez mais pessoas de vários cantos
do planeta, e os brasileiros não ficam fora disso.
Realizado entre os dias 15 de outubro e 6 de novembro, e dividido em três fases, o evento tornase uma vitrine que expõe até 150 mil produtos em
mais de 42 mil estandes.
Faltando cerca de dois meses, a procura de
empresas brasileiras através da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC) é grande
e já supera 300 interessados, segundo a própria
entidade. “Há mais de dez anos a Câmara é
sua representante oficial no País, e a maioria
dos empresários gosta de ir conosco, porque
oferecemos o apoio que uma agência de viagens
não ofereceria”, diz o presidente da entidade,
Charles Tang.
O acompanhamento inclui preparação pré-evento,
oferecendo informações sobre a cultura chinesa,
etiqueta, formas de negociação, ajuda no idioma,
suporte local, business center e até turismo. Com
vagas abertas – mas limitadas –, a missão empresarial dispõe de uma variedade de pacotes
(dependendo do período de estadia), com saídas
a partir do dia 12 de outubro e cujos detalhes podem ser obtidos através dos escritórios no Rio de
Janeiro ou em São Paulo.
A primeira fase (15 a 19/10) é voltada aos setores
de maquinários, veículos, eletrodomésticos, informática e construção. A segunda (24 a 28/10), a
utilidades domésticas, produtos em aço e pedra,
estética, relógios, brinquedos, entre outros. E a
última etapa (2 a 6/11) traz vestuários, tecidos,
tapeçarias, produtos alimentícios e médicos, material esportivo, de escritório, calçados e bolsas.
A CCIBC oferece serviços diferenciados e exclusivos também a seus associados – hoje são
mais de 450 em todo no Brasil inteiro. “Podemos
agendar reuniões com possíveis parceiros ou
fornecedores chineses. E pode-se afirmar que
ser membro da Câmara é referência lá, pois os
chineses não conhecem quem são os potenciais
parceiros. Portanto, esse follow-up é essencial”,
afirma o diretor, que possui grande experiência
em acompanhar comitivas brasileiras seja de
empresas e até mesmo governamentais.
Há mais de 30 anos em terras brasileiras, Tang
veio ao Brasil com apenas 23 anos, quando trabalhava pelo Banco de Boston, na época em que
entram na China de forma errada, comprando
pela Internet, onde ‘tudo é bonito’. A rede é importante como ferramenta de pesquisa, mas não
custa perguntar se [quem está do outro lado] é
honesto”.
“o Brasil crescia mais que a China”. Apaixonouse pelo País, casou-se e aqui decidiu permanecer,
então à frente da organização, fundada há mais
de 20 anos e propulsora do desenvolvimento da
cooperação sino-brasileira.
Desenvolvimento esse que demonstra dar
grandes saltos, tendo evidência em menos de
uma década. Se em 2000 as relações comerciais bilaterais estavam no patamar de US$ 2,3
bilhões, em 2007 atingiram os US$ 24 bi. Dados
mais recentes, de janeiro a junho de 2008, indicam o nível das exportações brasileiras em US$
7,4 bi e as importações, US$ 8,9 bi.
Máquinas, bens de capital, produtos têxteis, agrícolas, o país asiático é hoje o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, depois de Estados Unidos e Argentina. “Até o [ex-presidente Fernando]
Collor abrir o comércio brasileiro, a economia era
fechada. Daí os brasileiros começaram a se interessar pelo mercado externo e todos sabem hoje
que a China produz qualidade e a preços competitivos”, comenta Tang, destacando que pequenas
e médias empresas são as que mais buscam assistência, mas que acordos são fechados no Brasil também com as grandes corporações.
Mas negociar com o país que mais cresce no
mundo não é tão simples quanto parece. É preciso estar atento e saber em que chão se está
pisando, como alerta Tang: “Muitos brasileiros
Mas em ano de Olimpíadas, a Casa de Beijing é
um outro destaque promovido pela Prefeitura de
São Paulo e que a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China também participa. Transmissão
das provas 24h, palestras, atividades físicas e
culturais, a intenção é promover a integração das
duas culturas num grande complexo instalado no
Memorial da América Latina, em São Paulo. Com
programação gratuita, o evento acontece de 8 a
24 de agosto.
Para saber mais:
CCIBC – tels: 11/3885-7172 (Isadora)
ou 21/2532-5877 (Paula) ou eventos@
ccibc.com.br. Site: www.ccibc.com.br
/ www.casadebeijing.com
mundo oriental
Cidade de Kaohsiung aguarda World
Games 2009
53
Notas de Taiwan
Encontro Empresarial Brasil-Taiwan
Acontece no dia 1º de setembro (segundafeira, das 9h às 19h30), o Encontro Empresarial Brasil-Taiwan, na Fiesp. O evento visa
trazer informações destinadas a interessados em incrementar suas relações comerciais com Taiwan e envolverá empresários
multi-storiais.
Mais informações podem ser obtidas
através da Área de Promoção Comercial e
Investimentos da instituição, pelo telefone
11/3549-4620 ou e-mail [email protected]. A Fiesp fica na Av. Paulista, 1.313, São Paulo.
Campeões em Wimbledon
T
aiwan sediará, em 2009, a oitava edição do
World Games (Jogos Mundiais). A cidade
de Kaohsiung, no sul do país, foi escolhida
para abrigar a competição, que conta com 35 modalidades (algumas demonstrativas) e que deverá
ter a participação de quase cem países.
Embora não tão conhecido como as Olimpíadas
ou Copa do Mundo, o evento esportivo é realizado
a cada quatro anos, cada vez numa cidade selecionada pela Associação Internacional dos Jogos
Mundiais (IWGA, que abriga 32 entidades).
Celebrados desde 1981, quando a cidade-sede
de estréia foi a norte-americana Santa Clara, na
Califórnia, a competição é destaque por ter em
sua tabela de disputas esportes que não aparecem nas Olimpíadas ou alguns de menor popularidade no mundo todo. Uma chance para os
competidores do mundo inteiro mostrarem sua
capacidade a uma grande audiência.
Entre os quais, o sumô, squash, boliche, handebol, jiu-jítsu, pára-quedismo, patinação, korfball
e fistball (esses dois últimos algo parecido como
basquete ou vôlei).
A contagem regressiva
E o país já aguarda com ansiedade a oitava edição
não somente por ser a anfitriã, mas no objetivo de
melhorar seu desempenho no ano que vem. Nos
Jogos de 2005, em Duisburg (Alemanha), os taiuaneses ganharam duas medalhas de ouro, duas
de prata e três de bronze. Em 2001, em Akita
(Japão), a campanha foi ainda melhor, com três
ouros, três pratas e cinco bronzes.
Um total entre demais de 5 mil atletas e funcionários de mais de 90 países (o Brasil se inclui)
são esperados para a competição de Kaohsiung,
que também se prepara espiritual e estruturalmente – como com a construção de um grande
estádio local.
Faltando um ano, a cidade já deu o pontapé inicial
da contagem regressiva, realizando uma parada
com participação do presidente Ma Ying-jeou e
cerca de 3 mil pessoas no início de julho.
Esse aquecimento inclui ainda o Kaohsiung International Air Sports Event (19 a 21 de julho, no Parque
Metropolitano) e o 12º Asian Petanque Championships, que trará 250 praticantes e oficiais ao Parque
Memorial entre 3 e 6 de novembro.
“Esperamos que os Jogos Mundiais impulsionem um futuro melhor à cidade e sua população,
e que as indústrias do turismo e esporte tenham
um avanço significativo”, disse Emily Cho-chuan
Hsu, do Comitê Organizador dos Jogos Mundiais
2009, acrescentando que “o evento certamente
promoverá internacionalmente a imagem de Kaohsiung, tornando-a mais diversificada”.
Os dados oficiais dos Jogos de 2005 indicam que
naquela edição a audiência foi de 116 milhões de
telespectadores, em 137 países. E a cidade de Duisburg recebeu mais de 500 mil visitantes em 11dias
de evento. Kaohsiung, segunda maior cidade de
Taiwan e com 1,52 milhão de habitantes, a mais
industrializada dopais, é também onde acontece no
mês de fevereiro o famoso Festival da Lanterna.
A dupla de tenistas de Taiwan Hsieh Chengpeng e Yang Tsung-hua sagrou-se campeã
na categoria júnior do Torneio de Wimbledon, na Inglaterra.
Na partida final, em 6 de julho, eles enfrentaram os australianos Matt Reid e Bernard
Tomic, num confronto que terminou em
6-4, 2-6 e 12-10. Os jovens jogadores são
os primeiros taiuaneses a se tornarem
campeões em Wimbledon. Recebidos com
festa em Taoyuan, mostraram-se felizes
com o feito.
Bolsas de Estudos
Um estudante brasileiro embarca para
Taiwan, no final de agosto, aprovado para
participar do Programa de Bolsas do Ministério da Educação. Bacharel em Relações
Internacionais, ele participou de seleção e
foi aprovado para o curso de Mestrado em
Estudos de Taiwan, na National Chengchi
University, em Taipei, uma das melhores do
país.
Anualmente, algumas vagas são disponibilizadas ao Brasil pelo Escritório Econômico
e Cultural de Taipei, para o estudante que
quer se aprofundar em estudos da Ásia (há
também outros programas). As inscrições
para pós-graduação começam sempre no
primeiro semestre de cada ano. Mais informações: www.estudeemtaiwan.com.br.
54
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Ok no Festival do Japão
Stand da Revista Mundo
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A 30ª Festa da Azaléia do centro de reabilitação
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várias lideranças trabalharam unidas
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Voluntárias do 4 Arraial da Ajuda do Projeto Abraço.
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55
56
anime friends
Anime Friends 2008 termina com
saldo positivo
O
Texto: Tom Marques | Ilustração: Diogo Saito
Anime Friends terminou sua sexta edição no
dia 20 de julho com um saldo positivo. Com
um público estimado em 120 mil pessoas
(somando pagantes e cortesias em todos os dias), a
convenção reuniu fãs de animê, mangá e cultura pop
no maior evento multi-temático da América Latina e
maior evento de animê do continente Americano.
Ao longo de oito dias o público conferiu concursos
de cosplay, salas de exibição, estandes, campeonatos de videogame e grandes shows no Friends
Festival, onde se apresentaram a cantora Bianca
Aguiar com sua banda e os grupos Almah (de Edu
Falaschi), Hangar e Shaman.
Também contou com uma parcela cultural como
apresentações da cultura típica do Japão em um
palco exclusivo o Centro Cultural Oriente, além de
workshops e concursos culturais como o de ilustração e roteiro, que você confere os resultados
nesta página.
Você saberá mais sobre o que aconteceu no Anime
Friends deste ano na seção de cosplay da Mundo
OK e também na próxima edição da revista.
Vencedores do concurso de ilustração e roteiro 2008
Ilustração livre
1º Rodrigo Pascoal Lopes da Silva
2º Rodrigo de Souza Matias
3º Érico Teruaki Yuri
Ilustração CG
1º Yasmin Ayumi Matsumoto Pinto
2º Julie Tiemi Suenaga Sakai
3º Ciro Castilho Beraldo
-Roteiro Tradicional
1º Agostinho Alcalai Bernardes
2º Elisa Sartori Marques
3º Layla Palmyra Boy Rodrigues
Ilustração PB
1º Ana Paula “Sollamy” dos Santos
2º Israel Amorim de Oliveira
3º Wagner “Magrello” Carvalho
-Ilustração Yaoi / Yuri
1º Ellen Betoni Mono - Dear Professor
2º Érica Yumi Nagai - Sunset Land
3º Silvana de Alvearenga - Vizinhos
-Roteiro Yaoi
1º Adriana Crespo Ruco
2º Fabiana Sindoni
3º Carla K. Jancz -
anime friends
57
Sucessos internacionais no palco do Anime Friends
O
SFS de 2008 foi recheado de surpresas, logo
no primeiro fim de semana, tivemos Akira
Kushida dando uma palhinha em português da
musica “É isso ai”, de Seu Jorge e Ana Carolina, e o
publico indo a loucura com Takumi Tsutsui jogando
shurikens, com uma grande surpresa em cada uma
delas, todas estavam autografadas! Fora isso tivemos
o show, à parte, de Takayuki Myiauchi, que empolgou
a todos com as trilhas de Kamen Rider e Rescue Hero.
O inédito Hideaki Takatori cantou pela primeira vez no
Brasil e, ainda assim, conseguiu empolgar a todos, já
prometendo um retorno.
No segundo fim de semana. A sexta contou com a
apresentação de Hironobu Kageyama, Massaki Endo
e Hiroshi Kitadani, e um super show recheado de
classicos como Dragon ball, Cavaleiros do Zodíaco,
um belíssimo acústico de Hironobu Kageyama,
com direito, inclusive, a musicas de tokusatsu. Para
fechar com chave de ouro, os três astros emocionaram o grande público com o tema de abertura de
Changeman. No sábado, tivemos a apresentação de
Massami Okui, Misato Aki e Yoshiki Fukuyama, que
agitaram toda a galera com suas musicas, destaque
especial para Yoshiki Fukuyama que soube empolgar
a todos com seu jeito descontraído e irreverente.
Texto: Eugenio Furbeta | Foto: Otaku Brasil
No domingo, ultimo dia de evento, o show mais esperado: JAM Project, Hironobu Kageyama, Massaki Endo, Hiroshi Kitadani, Massami Okui e Yoshiki Fukuyama juntos numa turnê mundial, “No
BORDER”, explodindo o palco com seus grandes sucessos, delirando fãs que esperavam o encontro
há muito tempo!
58
eventos
Como tudo mudou em apenas 10 anos
O
primeiro encontro de fãs de
animê e mangá no Brasil é
datado de 1984, mas eles só
começaram a ganhar fama em
1998 com o nascimento do
evento Animecon, que completou dez anos de duração no último mês de julho. Desta época,
estão registrados os primeiros
clubes de fãs de animês, que se
reuniam na Avenida Paulista todos os domingos para conversar
sobre os desenhos e fazer novas
amizades. De todos os grupos, o
mais famoso foi o fórum Nippon
X, que ficou com seus membros conhecidos como Gixers.
Para comemorar os dez anos que se
passaram, conversamos com Eduardo Maffessoni (“Dutys”), que era
administrador do fórum e foi um dos
maiores responsáveis pela divulgação
do animê no Brasil nos anos 90, especialmente com inserção do tema na
internet a partir de 1996.
Texto: David Denis Lobão | Foto: Arquivo Pessoal
Mundo OK: Vamos falar dos eventos e exibições, você
se lembra como começou?
Eduardo: Uma das pessoas que mais contribuiu para as
divulgações, na década de 90,
foi o César (Ikko, presidente do
Animecon). Após alguns anos de
MangaCon, que tiveram ajuda da
Animanga (loja de mangás originais e escola de japonês), criouse, em 1998, o Animecon. Nisto,
o César já realizava exibições no
teatro próximo a Paulista de domaingos, através de seu clube o
Lums Club. Mas já havia algumas
pessoas que se encontravam aos
domingos no bairro da Liberdade
em São Paulo, para conversar e comprar objetos e VHS nas
poucas lojas que existiam na época.
Mundo OK: Isto foi o começo das divulgações, e quando ouve o boom?
Eduardo: Foi em 2003. Quando o Eduardo (Takashi, presidente da Yamato Corp e do Anime Friends) realizou o primeiro
Friends em Julho, que acabou ocorrendo no mesmo final
de semana do Animecon. Na época eu tinha inaugurado a
UnitZero, uma LanHouse com certos diferenciais para o pú-
blico Otaku e Gamers, e que ficava na mesma
rua dos dois eventos. Nós víamos os Otakus que
iam de um para o outro, foi o maior número de
Cosplayers andando numa mesma rua no mesmo
horário, via-se de tudo na rua, desde o Shun, passando pelo Picollo, Sailors e por ai vai. Com isto
de 2004 em diante, 50% das pessoas entre 12 e
30 anos já tiveram ou sabem o que é um mangá,
enquanto que apenas 5% na década de 90 sabiam
ou tiveram algum contato com o mesmo. Hoje
nós vemos pessoas lendo mangás em português
no metrô, nas ruas, na escola e até nos trabalhos,
coisa que eu não imaginaria ver em 1998 quando
ia aos primeiros eventos.
Mundo OK: O que mudou nos eventos nos
últimos 10 anos?
Eduardo: Muita coisa, muitas para pior e outras
para melhor. O que mudou para melhor, é que
temos convidados internacionais, shows... O que
mudou para pior é hoje as pessoas vão aos eventos como se fosse numa festa de aniversário para
ver os amigos, conversar e bater papo. Há 10 anos
nós íamos aos eventos para ver novidades, comprar alguma coisinha porque era muito difícil ter
nas lojas e assistir algum animê e ver os cosplays.
59
cosplay
Cosplayers fazem festa no AF 2008
Texto: David Denis Lobão e Layla Camillo | Foto: Otaku Brasil
O
Anime Friends foi de festa para os 26 cosplayers que se reuniram no palco principal do evento para a
final brasileira do Yamato Cosplay Cup 2008. Para descontrair, todos dançaram uma versão otaku da
popular música “Dança do Quadrado”, que virou ‘hit’ na internet. Entre as pérolas da adaptação criada
pelo cosplayer Allan Victor estão “Poké-bola no seu quadrado”, “Death Note no seu quadrado”, “Sailor Moon no
seu quadrado” e “Carta Clow no seu quadrado”.
Após este momento de alívio vieram os resultados. Os premiados foram anunciados e o clima de alegria e
euforia não terminou, pelo contrário, o carinho que surgiu deste contato que os cosplayers tiveram ao longo da
competição não morreu, assim como a expectativa pelas próximas etapas.
Mas não foi só no YCC que o clima de competição foi amistoso, durante os oito dias de evento, mais de duas
mil pessoas se inscreveram para os concursos normais e apresentaram as mais variadas e inovadoras performances. A maioria delas disputando seu espaço entre os dez melhores do Circuito Cosplay, tanto na categoria
tradicional (que se encerrou neste Anime Friends), quanto na livre.
Pontuação final dos principais concursos
YCC - Categoria especial de interpretação
1º lugar: Thiago da Mata de Goiás
2º lugar: Carolina Polido do Rio de Janeiro
3º lugar: André Andrade do Maranhão
Circuito Cosplay 2008 - Tradicional
1º lugar: Lucyana Reimão
2º lugar: Loren Louro
3º lugar: Gabriel Niemietz
YCC – Resultado oficial
1º lugar: Gabriel Niemietz de São Paulo
2º lugar: Daniela Uchôa do Rio de Janeiro
3º lugar: Thiago da Mata de Goiás
Circuito Cosplay 2008 – Livre
1º lugar: Marcos “Bardo”
2º lugar: Loren Louro
3º lugar: Paulo “Doidorotto”
Vencedores dos Concursos Regulares
do Anime Friends 2008
Livre Individual: Paulo “Doidorotto”
Livre Grupo: Cellow, Skay, Diogo, Doug,
Sweet, Rike e Cherry
Desfile: Daniela “Witchiko”
Tradicional Individual Feminino: Lucyana
Reimão
Tradicional Individual Masculino: Fábio
“Landau”
Tradicional Grupo: Joe, Hyoga, Yun, Paula e
Ricardo
Dança dos cosplayers: Luciana e Henrique
60
animê
Os pais mais queridos dos desenhos
Texto: Francisco Junqueira
A
gosto é o mês dos pais, por
conta disto a revista Mundo
OK preparou um especial
com os grandes homens do mundo
dos desenhos animados japoneses.
Cada um dos pais selecionados tem
uma característica peculiar, ou seja,
cada personagem é interessante de
um jeito diferente, contrastando um
perfil de cada pai, confira!
Professor Tomoe
(Sailor Moon)
O primeiro nome da lista é o Professor Tomoe, pai da Sailor Saturno.
Tomoe era dono de um importante
laboratório de física, mas durante
uma experiência com dimensões
paralelas, acaba abrindo um portal
dimensional. Através do portal, um forte demônio invade a Terra e destrói o
laboratório, restando apenas o professor vivo, e sua filha em estado grave.
Para salvar Hotaru, sua filha, o Professor Tomoe assume um pacto com
o demônio que libertou, para que sua filha volte à vida, mas é possuído,
tornando-se um ser maligno.
Youkai Naraku (Inuyasha)
Bardock, o pai da lenda
(Dragon Ball Z)
Quem o vê pela primeira vez, jura
que Goku se tornou um vilão, ou
que está dominado por forças do
espaço. Enganou-se, estamos
falando de Bardock, pai do herói
que salvou o universo diversas
vezes. Caçador e forte guerreiro,
Bardock, assim como os outros
de sua raça, é traído por Freeza.
Antes de morrer, Bardock consegue prever que um de seus filhos
iria enfrentar Freeza, seu assassino
e o de seu povo, e termina com um
sorriso de satisfação.
Onigumo era um oportunista de
primeira. Enganava a todos e extorquia o que conseguia, não tinha
escrúpulos, muito menos pensava
em quem prejudicava. Até que
mexeu com alguém tão rancoroso
quanto ele, e foi queimado vivo
enquanto dormia. Imobilizado,
Onigumo desafiou milhares de
Youkais malignos, fundindo-se a
eles e tornando-se Naraku. Não
menos maligno, Naraku tornou-se
um especialista em destruir vidas
alheias. Naraku adquiriu o poder
de criar outras criaturas a partir de
seu próprio corpo, seus filhos, não
menos terríveis que o pai.
animê
Hoenheim, o Alquimista da
Luz (Fullmetal Alchemist)
A história do pai dos irmãos
Elric é recheada de mistérios.
Renomado alquimista federal,
Hoenheim criou as pedras filosofais, buscando a imortalidade e
iniciou uma parceria duvidosa
com Dante. O tempo passou,
Hoenheim formou sua família,
mas Dante continuou obscessiva pelo projeto, tornando-se
rival do Alquimista da luz.
Com o desenrolar da série, Hoenheim consegue localizar os filhos
em Londres, e tenta a todo custo
reparar os erros do passado.
Fujitaka Kinomoto
(Sakura Card Captors)
Quem não se lembra do dócil
pai de Sakura e Toiya? Fujitaka é
professor de arqueologia e muito
bem prendado! Pratica todos os
esportes e cozinha muito bem.
Renomado professor, Fujitaka
envolveu-se com uma de suas
alunas, no passado, a jovem
Nadeshiko, com quem se casou e
teve dois filhos. Nadeshiko morreu
quando Sakura tinha apenas três
anos, e ainda assim, mexe com
o coração do patriarca Kinomoto.
Com o retrato da falecida esposa
à mesa de jantar, Fujitaka não se
cansa de lembrar e conversar com
a mulher que mais amou.
Seijuurou Hiko (Samurai X)
Mestre do estilo Hiten Mitsurugi, Hiko não é o pai de Kenshin, mas o criou como discípulo
e quase como um filho. Nos momentos decisivos da política no
Japão, a guerra civil instalou-se e
milhares de pessoas morreram.
Caminhando entre os mortos, Hiko
encontra Shinta, uma criança a
quem chama de Kenshin.
Da união, Kenshin torna-se discípulo do espadachim, porém com
uma personalidade mais emotiva
que o mestre, mas ainda assim,
grande companheiro do solitário
Hiko.
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Mitsumasa Kido
(Cavaleiros do Zodíaco)
Em uma viagem à Grécia, o
milionário Mitsumasa Kido jamais
imaginou que encontraria um jovem rapaz em seus últimos momentos de vida. A vida de Kido
mudou quando conheceu Aioros
de Sagitário, que lhe entregou
um bebê, a forma física da deusa
Athena.
Consciente da importância da
segurança da jovem Saori, quem
criou como filha, Mistumasa partiu em uma jornada, onde teve
dez filhos. Seus filhos deveriam
tornar-se cavaleiros sagrados e
proteger a deusa. Um pai vigoroso e com um grande legado!
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game
A música que da vida aos jogos
Texto: David Denis Lobão | Foto: Arquivo Pessoal
L
eandro Cardoso Jácome é fã de videogame,
mas diferente de outros admiradores do hobbie, que têm como objetivo somente terminar seus games favoritos, ele transformou sua diversão em arte. Professor de música, compositor,
regente e performer musical, o mineiro de 22 anos
está terminando sua Licenciatura em Música na
UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais)
com uma monografia intimamente ligada a este
universo. Confira a seguir uma entrevista onde ele
conta mais detalhes sobre o seu trabalho.
Mundo OK: Explique-nos um pouco sobre
como será o seu trabalho de conclusão de
curso?
Leandro: Minha monografia consistirá em algo
baseado no que notei no meu dia-a-dia como
professor. É de tradição que as músicas de iniciação no instrumento sejam, na grande maioria das
vezes, músicas fáceis que o aluno já conheça de
alguma forma previamente, pois assim, facilitase ainda mais o desenvolvimento do praticante.
Entretanto, noto que as crianças e adolescentes
de hoje desconhecem quase que por completo o
nosso repertório folclórico, que antigamente fazia
parte da realidade de todos. Por isso, o desenvolvimento musical do aluno torna-se desmotivante e
mais lento. Nessa conjuntura, o propósito do meu
trabalho é procurar por músicas de games que
contenham determinado material musical que,
potencialmente, possa se tornar arranjos e auxiliar
no desenvolvimento técnico-musical do aluno, de
forma progressiva, e que ocorra de maneira mais
prazerosa.
Mundo OK: De onde surgiu a idéia para o
trabalho?
Leandro: Desde criança, sempre tive um grande
gosto pela Cultura Japonesa, especialmente com
os games, uma vez que a interação que os jogadores
têm com os games é muito mais forte do que se seria com um anime ou um mangá. As OSTs (Original
Sound Tracks) são uma ferramenta de extrema importância num jogo, dá o ‘clima’ que o jogo propõe e
complementa os efeitos visuais, é isso que ‘tempera’
o jogo, o torna interessante e marca fortemente o
jogador.
Mundo OK: Quem está te dando suporte
no trabalho?
Leandro: Minha orientação está sendo feita pelo
Professor Alberto Sampaio Neto, que além de meu
orientador, também é meu professor de Flauta
transversal e Didática do Instrumento. A tradicionalista Academia sempre teve conflitos com assuntos
inovadores, e não foi diferente quando expus minhas
idéias aos meus professores, quanto à diferente forma de elaborar arranjos com músicas de games em
auxílio do ensino. Porém, o professor Alberto sempre foi a favor das minhas idéias, e está me dando
o suporte que necessito para esse meu trabalho.
Mundo OK: E pro futuro quais seus
planos? Pretende investir na idéia e na
área?
Leandro: Futuramente pretendo fazer faculdade
de composição, pois creio que preciso apenas
lapidar um pouco meus trabalhos de arranjo e
composição, aprimorar meus conhecimentos sobre harmonia, para que, futuramente, tenha belas
composições que possam ilustrar os mais variados games, atualmente, já tenho duas. Mas a área
do ensino é algo que jamais pretendo deixar, sentir
que colaboro para a formação de conhecimento de
alguém é o que mais me faz sentir satisfeito, ainda
mais utilizando os games como meio, é como unir
o útil ao agradável.
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j-music
TOSHI with T-EARTH
w
m sho
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J
X
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Vocalista d
asil
inédito no Br
Texto: Leandro Cruz e Henrique Duarte (Radio Blast) | Fotos: Divulgação
C
onforme anunciamos na Revista Mundo OK
3, o X JAPAN, o maior fenômeno do rock
japonês havia voltado à ativa depois de 10
anos sem subir aos palcos. Durante esse tempo,
os membros da banda investiram bastante em
seus projetos e carreiras solo.
Agora que, no mundo da música japonesa, só se
fala em X JAPAN, TOSHI, o vocalista da banda,
lançou seu novo projeto solo. É o TOSHI with TEARTH.
Com uma proposta musical que TOSHI mesmo
denomina como “ECO HARD ROCK”, o T-EARTH
traz uma mensagem de conscientização ambiental em suas letras, misturando-se com influencias
de hard rock, funk e rap em sua sonoridade.
Depois do grande sucesso do YES! Miyavi, a Yamato Music traz em outubro essa nova experiência
musical. Além de TOSHI nos vocais, a banda também conta com Jun, guitarrista do Phantasmagoria, Touya, que já veio ao Brasil no YES! Charlotte
também nas guitarras, Shinya, baterista do Luna
Sea e, recentemente anunciado, Ruka, também
do Charlotte, no baixo.
Informações sobre local e venda de ingressos
serão divulgadas em breve no site oficial do YES!
(www.yamatomusicstation.com.br) e também
na Rádio Blast (www.radioblast.com.br), mídia
oficial de divulgação do Yamato Music Station.
Para quem é fã de X JAPAN, de J-Rock, enfim, de
boa música, é imperdível.
PSCompany fala sobre tour mundial de
miyavi
HIGH and MIGHTY COLOR perde sua
vocalista
A PSCompany liberou uma nota de imprensa anunciando
os números da tour THIS IZ THE JAPANESE KABUKI
ROCK, que passou pelo Brasil em maio. Foram 14 países,
nesta tour que começou no início de maio, e se encerrou
em 17 de agosto em Tokyo.
Maaki, vocalista da banda, casou-se em junho
com o baixista do DREAMS COME TRUE, Masato
Nakamura, e anunciou que até o fim do ano continua atuando no HandMC, mas depois disso deixa
a banda para se dedicar à vida de casada.
mangá
Dark Metrô - Novo mangá no Brasil
Texto: David Denis Lobão
T
odos os dias, centenas de pessoas passam pelo metrô de Tóquio. E todos os anos,
centenas de pessoas morrem em suas passagens, eventualmente por acidentes
ou fatalidades – e mais normalmente, por suicídio. Num lugar onde a morte é tão
freqüente, ela marca presença!
E onde a morte se faz presente, um lapso entre o mundo dos vivos e o mundo dos
mortos é formado. Neste cenário sombrio, onde espíritos inquietos vagam em busca
das almas dos vivos – por vingança ou por mera maldade – é contada a história de Dark
Metrô, o novo lançamento da editora NewPOP. Com roteiro de Tokyo Calen e arte de
Yoshiken – ambos vencedores de diversos prêmios no Japão – a série chega às bancas
e lojas especializadas em julho, trazendo um universo repleto de maldade e desespero.
“Dark Metrô” conta a história de Seiya Yomi, um misterioso homem que, após sua trágica morte, recebeu o dever de salvar os inocentes passageiros das tenebrosas linhas de
metrô da cidade de Tóquio. Quando os portões dos terminais são fechados, os mortos
passam a perambular pelas sombras, prontos para trazer a desgraça aos vivos – e leválo ao seu mundo de trevas. O papel de Yomi é escolher quem merece morrer nas mãos
de seus rancorosos algozes – e quem merece uma segunda chance.
Misturando ícones típicos do horror e suspense oriental, que se tornaram famosos
mundo afora, graças aos quadrinhos e filmes, “Dark Metrô” é apresentado, inicialmente,
em capítulos, narrando pequenas situações que têm em comum o cenário onde tudo se
passa. A obra é narrada em episódios, neles o leitor é apresentado a certo personagem
cuja vida é mudada drasticamente após uma amaldiçoada passagem nos escuros túneis de metrô da cidade de Tóquio.
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curiosidades
Mais um ano de sucesso
Festival do Japão prova sua força ao atrair mais de 100 mil pessoas em julho
Paulo, São Paulo Turismo, Consulado Geral do
Japão em São Paulo, Polícia Militar, CET, Sansuy,
Sakura Nakaya, Grupo Orsa, Tozan, Walter Ihoshi
e William Woo.
Na área de Shows, os destaques foram as apresentação de danças folclóricas japonesas e os
grupos de taikô (tambores japoneses), e os dois
shows da cantora japonesa Matsuko Yoshitake e
do compositor Kazufumi Miyazawa. A vencedora
da 6ª edição do concurso Miss Festival do Japão
foi Jéssica Yuri Aoki Nascimento, de 23 anos, de
Votuporanga (SP). Seu sonho é conhecer lugares
e culturas diferentes ao redor do mundo.
A
11ª edição do Festival do Japão reuniu público de 170 mil visitantes no Centro de Exposições
Imigrantes, nos dias 18, 19 e 20 de julho. Considerado um dos maiores eventos de cultura
japonesa no mundo, e o maior da América Latina, o Festival do Japão apresentou shows musicais, atrações culturais, danças típicas, culinária, exposições especiais e atividades para as crianças. Festival do Japão é realizado desde 1998 pelo Kenren (Federação das Associações de Províncias
Japonesas no Brasil), entidade que reúne as 47 associações de províncias japonesas sediadas no Brasil. O evento tem o objetivo de divulgar e preservar
a cultura e as tradições japonesas, e também auxilia entidades e projetos assistenciais.
Parte do Calendário Oficial Turístico do Estado e do
Município de São Paulo, e das festas que comemoram os 100 anos de imigração japonesa no Brasil,
a 11ª edição do Festival foi um sucesso, segundo
Keiji Kato, presidente da Comissão Organizadora
do 11º Festival do Japão.
“O Festival do Japão é um evento enorme, com atrações como culinária, cultura, área de terceira
idade, espaço para as crianças, exposições, e tudo isso soma para criarmos o maior festival de cultura
japonesa do Brasil. O nosso objetivo era mostrar a cultura do Japão, e para tanto tivemos excelentes
patrocinadores que deram apoio ao evento. A recepção do público foi fantástica, e os colaboradores e
voluntários deram um exemplo de dedicação e trabalho em equipe”, explica Keiji Kato.
O Festival do Japão é apresentado pelo Banco Bradesco, e conta também com o patrocínio da Toyota,
Banco do Brasil, Honda, Banco Itaú, Sebrae, Nissan, Nova Schin e Banco Real, e o apoio do Ministério
da Cultura (Lei de Incentivo à Cultura), Governo do Estado do São Paulo. Prefeitura da Cidade de São
Miss
A Miss Festival 2008 foi coroada por Karina Nakahara (Miss Centenário Brasil-Japão) e recebeu
como prêmio R$ 3.000 oferecidos pelo Banco
Real, além de faixa, flores, pacotes de diárias em
hotéis, kits de cosméticos, ensaio fotográfico,
cesta de produtos importados, entre outros prêmios.
A 1ª Princesa (2ª colocada) é Camila Raíssa Cezário,
de Indiana - SP. A 2ª Princesa (3ª colocada) é Camila
Toyonaga Gonzalez, de 21 anos, de Osasco - SP. A
Miss Simpatia é Adriana Tiemi Tanikawa, de 18
anos, da cidade de Suzano - SP.

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