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Koiti Egoshi
CAPÍTULO 6. A CRESCENTE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA AFETANDO O
FUTURO DOS PROFISSIONAIS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO
Koiti Egoshi (Uninove, Brasil) - [email protected]
Pesquisa bibliográfica
RESUMO
Este artigo versa sobre o futuro dos profissionais de
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na
Era Internet. Demonstra que para fazer face à crescente
e acelerada inovação tecnológica que caracteriza esta
Nova Era, é necessário o profissional também se inovar
concomitantemente a essa mudança. Mais que demonstrar, indica um caminho do sucesso a ser seguido pelos
profissionais, doravante.
Palavras-Chave: Inovação tecnológica, Profissionais,
Futuro das profissões.
ABSTRACT
This article turns on the future of the professionals of
Technologies of the Information and communication
(ICT) in the Age Internet. It demonstrate that to make
face to the increasing one and sped up technological
innovation that characterizes this New Age, it is necessary the professional also if to innovate concomitantly
to this change. More than to demonstrate, it indicates a
way of the success to be followed by the professionals.
Keywords: Technological innovation, Professionals,
Future of the professions.
O FUTURO JÁ CHEGOU
O futuro já chegou. O futuro cada vez mais
faz parte do presente – Matrix1 é cada vez
mais realidade.
Cada vez mais, a inteligência artificial2
amolda nossa tradicional realidade do
Mundo Real3, onde ainda a inteligência natural4 prevalece mas pouco a pouco arrefece. Porque o Mundo Real é cada vez mais um
Mundo Virtual5, porque todo mundo assim
deseja – como também o Mundo Virtual é
cada vez mais parecido com o Mundo Real.
Hoje todo mundo quer o Mundo Virtual, que
a mente6 criou, para o coração7 se emocionar.
Amanhã, todo mundo clamará por um Mundo
Real de coração, repleto de emoções, para a
mente relembrar os bons tempos – como bem
mostra o filme Matrix.
Bons tempos aqueles em que fabricantes forneciam hardware8 e software operacional9,
para grandes empresas usuárias contratarem
peopleware10 para desenvolver sistemas.
Nessa época, fabricantes necessitaram de cientistas11, projetistas12 e administradores13
para competentemente aplicarem conhecimentos e habilidades, ao mesmo tempo em
que atitudes pró-ativas eram mais do que
nunca necessárias para levar avante grandes
projetos. Da mesma forma o peopleware formado por analistas de software14, analistas
de sistemas15, programadores16 e administradores17, que era contratado pelas grandes
empresas, para obter-se o máximo de produtividade com os mainframes18. Nos primórdios, praticamente todos esses profissionais, eram treinados e formados em cursos
oferecidos pelos próprios fabricantes, que
eram agregados no pacote de aquisição ou
locação de equipamentos. Os certificados
dos cursos, eram todos encaminhados para as
empresas que os anexava ao prontuário de
funcionários – e não aos profissionais. E os
profissionais, não davam muita importância a
esses documentos – davam mais importância
ao salário, aos benefícios e.... o registro da
profissão ou cargo em carteira profissional.
Paralelamente a essa realidade passada, foram
criadas empresas de software que desenvolveram sistemas específicos para grandes empresas, sob encomenda e “in company”, disponibilizando os códigos-fonte – que nessa época,
ainda não tinham valor de mercado. Geraramse então, novas oportunidades profissionais
àquele privilegiado peopleware da Era Jurássica do Computador – que trabalhava em
um único e fascinante ambiente que se chamava CPD – Centro de Processamento de
Dados, uma verdadeira fábrica de entrada e
processamento de dados (a partir de documentos digitados), para gerar saída de informações atualizadas e impressas. Além do restrito
número de grandes empresas usuárias de
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computador, o peopleware poderia trabalhar
em empresas de software. Ainda hoje existem
CPDs por aí e com valor agregado – tanto é
que denominamos de Data Centers.
Em uma fase seguinte, uma empresa19 desenvolveu um hardware de brincadeirinha20, para alegrar a molecada cansada de
brinquedinhos tradicionais. Teve um molequinho21 que levou muito a sério esse
trambolhosinho e desenvolveu um software operacional para aumentar a sua produtividade e alavancar sua utilidade. Esse
molequinho, com mentalidade de adulto, vislumbrou ganhar muito dinheiro, desgrudando
o software do hardware – acabou criando
um imenso mercado de software que ninguém
jamais havia imaginado até então. Não só
alavancou a indústria de computadores pessoais, como também implementou a indústria de
software. E começou a democratizar ou
massificar o uso do computador, outrora
restrito às grandes empresas.
Enquanto o desenvolvimento de hardware
exige grandes investimentos de capital, o que
um software exige é um mínimo de dinheiro e
um máximo de dedicação: raciocínio lógicoanalítico insistentemente aplicado sobre computadores, para a obtenção de algo útil e até
inútil (inútil para a mente cega de um adulto,
que não enxerga a utilidade de um game de
entretenimento, por exemplo). Resultado:
promoveu a criação de empresas desenvolvedoras de software de fundo de quintal22 que
com o tempo, transformaram-se em grandes
empresas de hoje. Essas grandes empresas
começaram a empregar os tradicionais analistas de software, analistas de sistemas e
programadores, bem como cientistas, projetistas e administradores.
Um novo ambiente de sistemas integrados
de gestão com bancos de dados implementou novas profissões e novos cargos nas empresas, tais como administradores, programadores e analistas de sistemas e de bancos
de dados.
Tais sistemas integrados de gestão com bancos de dados, cada vez mais começaram a
funcionar em rede Internet a partir de 1993
nas empresas nos Estados Unidos.
E esse desenvolvimento de redes de computadores que culminou na expansão da ubíqua
Internet para indivíduos, caracterizou um novo paradigma: o de microcomputadores
pessoais em rede planetária. Até então, vivíamos somente no Mundo Real com o paradigma industrial, o da fábrica, que criou
quatro ambientes de vivência dos humanos:
casa, local do trabalho, escola e lazer em
fins de semana.
Essa nova realidade, o Mundo Virtual Internet ou o Mundo Pós-Industrial está implementando novas profissões e novos cargos
nas empresas – tanto é que, já fazem parte do
nosso cotidiano, termos como webmasters23,
webdesigners24 e webdevelopers25.
Agora, com o paradigma da Era Internet, o
de microcomputadores pessoais em rede
planetária, aqueles quatro ambientes podem
ser livremente agregados em qualquer lugar
(anywhere) a qualquer tempo (anytime) de
acordo com as conveniências de empresas e
pessoas (self paced). É a vez do chamado ebusiness on demand26.
Mas, o e-business on demand tem convivência pacífica com o velho mundo industrial
baseado na fábrica – o primeiro não substituiu
o segundo. Ambos tendem a se complementar
por um longo tempo. Daí, as antigas profissões e os antigos cargos de CPD tendem ainda
a perduram, juntamente com os novos. Mesmo porque, o CPD de mainframes ainda existe hoje em grandes empresas e bancos com o
nome Data Center, interconectando-se com
redes LAN27, MAN28 e WAN29.
TENDÊNCIA PARA PRODUÇÃO E
ADMINISTRAÇÃO DE CONHECIMENTOS E CONTEÚDOS
Diante de tudo isso exposto e analisado, podemos agora conjeturar sobre as tendências
de um futuro próximo (que inclui o hoje)
que interessa a todos nós, e principalmente
aos mais jovens:
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1º. A Inteligência Artificial cada vez mais
presente em redes de computadores tende a
prevalecer sobre a Inteligência Natural (dos
humanos). Isso significa que, cada vez mais
conhecimentos e habilidades são programados e armazenados em computadores e
dispositivos assemelhados30 – também cada
vez mais padronizados e customizados31.
Daí, cada vez mais, só restarão algumas
atividades de avaliação, implementação e
administração de tecnologias da informação e comunicação a serem desempenhadas
pelos humanos. No mais, atitudes pró-ativas
serão cada vez mais valorizadas e exigidas
aos profissionais, por parte das empresas.
2º. Se nos primórdios tinham vez em empresas usuárias de mainframes, doravante cada
vez mais profissionais de tecnologias da
informação e comunicação terão chance
somente em empresas desenvolvedoras de
software de computadores. Paradoxalmente,
porque hoje em dia, não só empresas em geral
têm computadores como também mais de dois
bilhões de indivíduos no mundo inteiro os têm
– e daí, natural seria imaginar que eles necessitarão de profissionais especializados. Mas
isso não ocorrerá porque o Windows e o seu
Office, presentes em 95% de desktops32 do
mundo inteiro, estão cada vez mais tão aperfeiçoados, autocorretores e auto-atualizáveis,
que dispensam técnicos.
3º. Por outro lado, cada vez mais empresas
fornecem soluções padronizadas, integradas e
prontas, senão parametrizáveis e customizáveis, a um custo reduzido. Ainda hoje temos
pacotes de software como o próprio Office,
que podem ser adquiridos no mercado. Mas, a
tendência é cada vez mais websites e portais do tipo ASP – Application Service Providers, desenvolverem, adotarem e disponibilizarem software como um serviço via
Internet por assinatura no chamado Cloud
Computing. Para você consumir software da
mesma forma como usufrui energia elétrica,
telefone, águas e esgotos. É em empresas
ASP que o profissional do futuro próximo
poderá trabalhar e ser bem-sucedido, tanto
quanto nas já tradicionais ISP – Internet
Service Providers, que oferecem acesso,
hospedagem e outros serviços correlatos.
4º. Cada vez mais empresas estão adotando a
terceirização de tecnologias da informação
e comunicação, para fugir de crescentes e
onerosos gastos em hardware, software, infrastructureware e peopleware. Para eliminar
despesas de manutenção e evitar despesas e
investimentos de renovação, bem como para
deixar de se incorrer em investimentos em
inovação. Ao invés de ter hardware, software,
infrastructureware e peopleware empresas
contratam serviços de locação de hardware e
infrastructureware, bem como de soluções
completas de software. Então, novos horizontes se abrem para profissionais de tecnologias da informação e comunicação, em empresas Outsourcing e Cloud Computing.
5º. As tecnologias da informação e comunicação estão criando novas formas de se
trabalhar, reduzindo a tradicional estrutura de trabalho industrial de escritórios e
fábricas. Na medida em que reduz essa tradicional estrutura de trabalho industrial, implementa o teleworking ou trabalho à distância, em qualquer lugar e a qualquer hora,
de acordo com a conveniência de empresas
e profissionais (demandando cada vez mais
AVT – Ambiente Virtual de Trabalho). E
também, na medida em que se implementa
o teleworking, tende a terceirizar profissionais, quebrando o tradicional vínculo
empregatício, de pessoa física atrelada à pessoa jurídica – estabelecendo uma relação de
prestação de serviços entre um profissional
contratado e uma empresa contratante. Assim,
empresas tendem a eliminar custos fixos e
transformá-los em custos variáveis – o que
para os profissionais significa, em contrapartida, menos oportunidades de empregos assalariados e mais oferta de serviços avulsos e
variados. Daí, tanto quanto possível, a necessidade de os profissionais serem cada vez
mais multi-especialistas, senão multiprofissionais para sobreviver, prestando serviços a mais de uma empresa – é a vez do
empreendedor e guerreiro desbravador da
Internet e das tecnologias da informação e
comunicação.
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É claro, necessitará despender esforços de
marketing para divulgar seu background profissional – neste sentido, uma certificação
profissional poderá ser um diferencial
competitivo e ajudar bastante a fechar negócios nesta Era Internet, que massifica e democratiza cada vez mais os conhecimentos e
as habilidades em tecnologias da informação e
comunicação. Em um mundo cada vez mais
de profissionais de nível universitário, você
será mais um tanto quanto os outros – daí,
qualquer certificado poderá contar pontos a
mais.
6º. Antigas e primeiras ocupações do tempo
dos mainframes, como a de programador
COBOL, ainda têm vez, visto que grandes
empresas e bancos ainda necessitam desses
computadores multiusuários de grande porte
instalados em CPDs (ou melhor, Data Centers) por aí afora. E porventura por muito
tempo ainda, muito embora em uma oferta
reduzidíssima de emprego.
7º. Mesmo micreiros33 como o hacker34
Thomas Anderson35 terão vez, não só em
algumas atividades de avaliação, implementação e administração de tecnologias da informação e comunicação, como também em atividades de segurança de informações, trabalhando em Security Office36. Security Officers37 serão cada vez mais exigidos numa
Internet cada vez mais profissionalizada. Script Kiddies38 amadores deram lugar ao
crime organizado de empresas e profissionais altamente capacitados tecnicamente
para invadir e roubar dinheiro de bancos,
estabelecimentos virtuais e internautas.
Como o Mundo Virtual está ficando cada vez
mais parecido com o Mundo Real, cada vez
mais o terrorismo estará evidente na Internet.
É o terrorismo virtual, chamado de Cyberterrorismo, uma réplica do terrorismo do Mundo
Real que você já conhece de longa data. Se
você quer dar uma de Tsutomu Shimomura39 caçando Kevin Mitnick40, especialize-se
como um security officer. Sentir-se-á como
um agente secreto virtual do FBI (Federal
Bureau Investigation) ou da CIA (Central
Intelligence Agency) dos Estados Unidos. Ou
mesmo de um agente federal da Policia Federal aqui mesmo no Brasil, dando uma de Sherlock Holmes Virtual, mapeando redes de corrupção para prender políticos e funcionários
públicos de alto escalão.
8º. Estamos na Era Internet e o futuro dos
profissionais está na Produção e Administração de Conhecimentos e Conteúdos. Antes somente entidades científicas e escolas
geravam conteúdos e conhecimentos em geral. Agora cada vez mais, empresas também
necessitam deles – conhecimentos gerais
sobre tudo e conteúdos de multimídia –
som, imagem e animação, tanto em mídias
gravadas e impressas, quanto na Internet, que
necessitam sempre serem atualizados e aprimorados continuamente. É um imenso
mercado de trabalho que se abre.
Porque cada vez mais empresas desenvolvem
produtos a partir de conhecimentos e conteúdos científica e sistematicamente organizados,
armazenados e processados, para depois encapsularem e disponibilizarem nas mais diversas mídias. Para tanto, empresas necessitarão não só de profissionais de tecnologias
da informação e comunicação como também daqueles versados nos mais diversos
campos do conhecimento. Empresas estão
cada vez mais sendo escoladas. Prova desse
fenômeno é o e-Learning Corporativo ou
EAD (Ensino a Distância) Corporativo.
Cada vez mais empresas estão criando sua
estrutura de EAD (Ensino a Distância)
Corporativo. Isso significa que necessitarão
de profissionais especializados em tecnologias da informação e comunicação. Mais do
que isso, de especialistas que também sejam
professores de nível universitário. Não
qualquer professor universitário e sim, um
professor universitário com capacidade para
produzir conhecimentos e conteúdos em forma de aulas, livros e revistas. Mesmo porque
qualquer professor, cada vez mais, será exigido para trabalhar em ambiente Internet. E
mais: vai ter que saber bem o Português
para escrever com o rigor da Metodologia
Científica – para tanto deverá ler muito, de
tudo um pouco.
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Apesar de que hoje em dia a oferta de produtos industriais ser maior que a demanda desses no mercado, não faltarão negócios para
empreendedores, nem tampouco empregos
para assalariados de tecnologias da informação e comunicação em rede Internet.
Isso porque, a Internet e as tecnologias da
informação e comunicação têm ainda um longo caminho a percorrer, até exaurirem esse
ainda novo mercado. Afinal, apesar de a Internet já ser uma cinqüentona (tem 50 anos
desde que Paul Baran rascunhou o desenho da
rede e a formulouem 1962), ela foi real e intensamente explorada e recheada há apenas 19
anos, quando foi liberada para o público em
geral em 1993, nos Estados Unidos e em
1995, no Brasil. Ainda tem muito a replicar
do Mundo Real para o Mundo Virtual, e do
Mundo Virtual para o Mundo Real.
UM CAMINHO DO SUCESSO A SER
SEGUIDO PELOS PROFISSIONAIS
DORAVANTE
Mas, de forma geral, no Mundo Real nosso de
cada dia, negócios serão mais efêmeros e
daí, você empreendedor, terá de contar
com mais de um negócio e sempre buscando e girando novas oportunidades de negócios. Empregos também e daí, você assalariado, terá de buscar sempre uma nova colocação profissional porque não só o seu cargo atual tende a ser extinto como também o
respectivo salário e benefícios tendem a
minguar.
Porque tanto quanto produtos como computadores e celulares que se tornaram facilmente
descartáveis em tempo cada vez menor, você
profissional também é e será cada vez mais
descartável. O que você faz hoje no seu emprego, ano que vem poderá ser feito por um
aplicativo rodando na Internet. Não adianta
reclamar e chiar que a vida é assim mesmo.
Pare de chiar e mexa-se!
Mexa-se e inove-se profissionalmente para
acompanhar a inovação tecnológica galopante. O caminho do sucesso é o de pensar
em todas as possibilidades de inovação.
Antes prepare seu coração e sua mente para
novas realidades que vêm por aí – senão, você
entrará em “parafuso”, cairá no stress e amargará depressão como muita gente já está pirando. E perceba a diferença entre o jeitão de
ser da geração da Era Industrial e a geração da
Era Pós-Industrial (Era Internet).
A Era Internet está desenvolvendo e moldando toda uma “Geração Click” robotizada.
Para essa geração basta clicar (como também
teclar e tocar) no computador em rede Internet, para se conseguir coisas em qualquer lugar, a qualquer hora e do jeito que puder. Essa
geração mal sabe o “como” se consegue isso.
Ao passo que a Era Industrial formou toda
uma “Geração Build” que primou pelo uso
do raciocínio lógico-analítico e assim, não só
desenvolveu o “click”, como também construiu toda a sua estrutura operacional de hardware, software, infrastructureware e peopleware
em rede Internet. É a geração que aprendeu a
duras penas, a desenvolver o “como” conseguir isso.
Percebeu essa diferença entre “Geração
Click” e“Geração Build”?
A atual crise de falta de profissionais qualificados resume-se na escassez de profissionais
maduros e experientes da “Geração Build”,
como também na falta de jovens profissionais
com formação e desenvolvimento no modo de
ser da “Geração Build”.
Daí porque você que é esperto (inteligente e
forte) investirá fortemente no diferencial
competitivo no mercado de trabalho: não
só saber clicar, como também saber desenvolver o “click” e construir toda a estrutura operacional para desenvolvê-lo.
Mas, vá além na sua inovação profissional.
Não fique só no “click” e no “build”. Tente
ser um dinâmico e versátil et cetera e genérico – saber de tudo (know-how) e saber fazer
de tudo (know-make).
Sobretudo, saber fazer – desde trabalhar uma
determinada rotina de trabalho em uma empresa qualquer, até programar nas mais di-
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versas linguagens de programação, bolar
um modelo de negócios, criar um serviço
na Internet, desenvolver um Ambiente Virtual de Trabalho (AVT) para Teleworking
de empresas e outro Ambiente Virtual de
Aprendizado (AVA) para EAD – Ensino a
Distância, e assim por diante. Tanto ser empreendedor quanto ser empregado, na medida
do possível. Fazer bico também poderá ser
muito interessante, para sobreviver e quem
sabe, progredir.
O paradoxal, o contraditório e a complementação dos opostos regem este mundo. Daí saiba tomar proveito dessa realidade: compreenda que em um mundo cada vez mais artificializado, virtualizado e sofisticado, necessitar-se-á na devida proporção, do correspondente oposto mais natural, real e simples.
Como se percebe, Matrix é irreversível. Bemvindo a Matrix – o deserto do real.
4
Inteligência Natural é a inteligência comum
dos mortais.
5
O Mundo Virtual é aquele que você o vivencia quando adentra na Internet.
6
A mente, senhora da razão, que pensa.
7
O coração explosivo da emoção – que sofre.
8
Hardware constitui-se em computadores,
periféricos, acessórios e dispositivos assemelhados.
9
Software operacional constitui-se de sistema
operacional e seus utilitários em geral.
10
O peopleware é formado por profissionais e
usuários em geral de tecnologias da informação e comunicação.
11
Cientistas, para desenvolverem novos conhecimentos, novos materiais e novas tecnologias.
Boa sorte!
12
NOTAS EXPLICATIVAS
1
Matrix é um filme que retrata um lugar abaixo da superfície da Terra, onde a humanidade
está em coma dentro de casulos, controlada
por computadores maléficos que rodam sistemas operacionais com Inteligência Artificial, no ano 2199. Os humanos servem como
baterias – fontes de energia para as máquinas,
sonhando que vivem numa cidade americana
em 1999. A superfície da Terra fora destruída
numa guerra dos humanos com máquinas dotadas de Inteligência Artificial. O natural foi
desalojado pelo artificial. Assim, o futuro é só
artificial, sendo que o natural é só no passado.
Matrix é a armadilha em que o mundo se
transformou.
Projetistas, para desenharem novas estruturas de hardware.
13
Administradores, para planejar, executar e
obter grandes e significativos resultados harmonizando atividades e equipes multidisciplinares.
14
Analistas de software são profissionais especialistas em sistemas operacionais e seus
utilitários.
15
Analistas de sistemas são profissionais especialistas em tecnologias da informação e
comunicação (inclusive em programação de
computadores), e têm conhecimento em processos e estruturas organizacionais; desenvolvem e implementam sistemas atendendo às
necessidades organizacionais.
2
Inteligência Artificial é o software que controla não só o hardware como também todas
as redes de computadores e a Internet.
3
O Mundo Real é este sofrido e doído (podese entender doido, também!) mundo em que
vivemos.
16
Programadores são profissionais especialistas em lógica computacional, codificação em
linguagens de computadores, depuração de
programas e implementação de sistemas aplicativos.
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17
Administradores neste caso são executivos
especialistas ou não em tecnologias da informação e comunicação, que coordenam atividades e equipes de profissionais especialistas
nas mais diversas áreas de tecnologias da informação e comunicação.
27
LAN é Local Area Network ou rede local.
28
MAN é Metropolitan Area Network ou uma
rede remota que compreende até uma área
metropolitana.
29
18
Mainframes são computadores multiusuários de grande porte físico que ainda hoje são
desenvolvidos e utilizados em grandes empresas e bancos, exigem toda uma infra-estrutura
(infrastructureware) própria de ar refrigerado
e controlado em um padrão de temperatura e
umidade relativa, bem como um piso-falso
para abrigar cabos de dados e cabos de força.
19
A empresa no caso foi a MITS – Micro Instrumentation and Telemetry Systems, de Ed
Roberts.
WAN é Wide Area Network ou rede remota
em geral, inclusive MAN.
30
Dispositivos assemelhados são aqueles cada
vez mais computadorizados (com processador
e memória) tais como smartphones e tablets.
31
Customizar significar adaptar um produto às
necessidades e gostos do cliente.
32
Desktop é um nome que geralmente se dá
aos computadores de mesa.
33
20
O hardware de brincadeirinha no caso foi o
MITS Altair 8800, em 1974.
21
Um molequinho chamado Bill Gates (1955),
que fuçava computadores junto ao seu amigo
Paul Allen (1953) e juntos formariam mais
tarde, a famosa Microsoft de hoje.
22
Fundo de quintal acabou virando uma metáfora de origem de negócios bem-sucedidos
em tecnologias da informação e comunicação.
Não só Bill Gates e Paul Allen, mas a maioria
das grandes empresas de tecnologias da informação e comunicação de hoje, começou
em fundo de quintal lá nos Estados Unidos.
Micreiro é um termo carinhoso e não pejorativo, para qualquer indivíduo ou profissional,
que sabe ou fuça para saber os segredos e os
mistérios do microcomputador, com os seus
mais diversos sistemas operacionais e aplicativos.
34
Hacker não é cracker. Hacker é do Bem.
Cracker é do Mal. Cracker invade. Hacker
protege.
35
Thomas Anderson é o hacker Neo do Matrix.
36
Security Office é a área da empresa ou ramo
de atividades de segurança de redes de computadores.
23
Webmasters são técnicos especializados em
toda a estrutura de websites e portais.
24
Webdesigners são técnicos especializados
no desenho e no visual dos websites e portais.
37
Security Officers são os profissionais especializados em de segurança de redes de computadores.
38
25
Webdevelopers são técnicos especializados
em programação em ambientes Web.
Script Kiddies são moleques travessos que
gostam de praticar o mal em computadores
alheios conectados à Internet, utilizando programinhas e scripts prontinhos para detonar.
26
e-business on demand é o conceito de negócios sob demanda, de acordo com as necessidades do cliente,
lançado durante a gestão de Louis Gerstner
(1942) na IBM, entre 1993 e 2002.
39
Tsutomu Shimomura (1964) é um hacker
que rastreou, mapeou e localizou Kevin Mitnick tanto na Internet como no Mundo Real.
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40
Kevin Mitnick (1963) é o cracker mais famoso do planeta que ousou invadir a rede de
Tsutomu Shimomura e se deu mal – com a
ajuda do hacker japonês, o FBI conseguiu
prender em flagrante o maior cracker da história, em 1995.
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Rev. Inovação Tecnológica, São Paulo, v.2, n.1, p. 53-61, jan./jun. 2012
ISSN 2179-2895
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