Efeitos da liberação miofascial e idade sobre a flexibilidade de

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Efeitos da liberação miofascial e idade sobre a flexibilidade de
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Artigo Original
Efeitos da liberação miofascial e idade sobre
a flexibilidade de homens.
Miofascial liberation and age effects on flexibility of men.
Gustavo Aires de Arruda(1), Guilherme Stellbrink(2), Arli Ramos de Oliveira(3).
Universidade Estadual de Londrina.
Resumo
Objetivo: O objetivo do presente estudo foi investigar a influência da Liberação Miofascial sobre a flexibilidade, bem
como a associação entre a flexibilidade e a idade em homens. Método: Para a coleta dos dados foi realizada uma anamnese e a avaliação da flexibilidade pelo Teste “Sentar-e-Alcançar”. Fizeram parte da pesquisa 20 funcionários de uma
empresa de reciclagem de papel da cidade de Londrina-PR, do sexo masculino, com idade média de 31,05(±4,76) anos,
divididos em grupo controle e experimental. Os sujeitos do grupo experimental foram submetidos a duas sessões semanais de Liberação Miofascial nos músculos isquiotibiais, totalizando seis sessões. A análise estatística utilizou o Teste
de Shapiro Wilk’s, medidas de tendência central e dispersão, o Teste de Wilcoxon e U de Mann Whitney, e o Coeficiente
de Correlação de Spearman, sendo p<0.05. Resultados: Os resultados do estudo indicaram mudança significativa no
grupo experimental (Δ%=14,4) entre o pré e pós-teste. Correlações significativas entre a idade e os resultados no pré e
pós-teste foram verificadas para o grupo de forma geral, e para o grupo experimental (“r” entre -0,56 e -0,91) e para o
grupo controle no pré e pós-teste (r=-0,97). Conclusão: A técnica de Liberação Miofascial aumentou a mobilidade articular, enquanto a idade apresentou uma relação inversamente proporcional com a amplitude de movimento.
Palavras-chave: Terapia manual, liberação miosfascial, flexibilidade, músculos isquiotibiais.
Abstract
Objective: The purpose of the present study was to investigate the miofascial liberation influence on flexibility as well
as the association between flexibility and age on men. The data collection used an anamnesis and the flexibility evaluation through the “Sit-and-Reach” Test. Method: The sample involved 20 male employees of a paper recycling company of Londrina City, Parana, in the mean age of 31,05 (±4,76) years, divided into control and experimental group.
The subjects of the experimental group were submitted twice a week to the miofascial liberation sessions on isquitibial muscles throughout six sessions. The statistical analysis used the Shapiro Wilk’s Test, central tendency and dispersion measures, the Wilcoxon’s Test, the U Mann Whitney’s Test, and Spearman Correlation Coefficient Test, p<0.05.
Results: The results of the study indicated significant change on the experimental group (Δ%=14,4) between preand post-test. Significant correlations between age and results in the pre- and post-test were found for the group on
the general form, and for the experimental group (“r” come in -0,56 and -0,91), and for the control group on the preand post-test (r=-0,97). Conclusion: The miofascial liberation technique increased joint mobility while age had an inversely proportional relation with the movement amplitude.
Key words: Manual therapy, Miofascial liberation, flexibility, isquiotibial muscles.
*Artigo recebido em 29 de junho de 2010 e aceito em 03 de setembro de 2010.
1 Programa de Mestrado Associado em Educação Física UEM/UEL - Bolsista CAPES.
2 Fisioterapeuta - Educador Físico - Especialista em Terapia Manual e Postural.
3 Prof. Dr. - Centro de Educação Física e Esporte - Universidade Estadual de Londrina, Paraná.
Endereço para correspondência:
Rua Jorge Velho, 847, Apto. 104, Vila Larsen, CEP 86010-600, Londrina, Paraná, Brasil.
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Gustavo Aires de Arruda, Guilherme Stellbrink, Arli Ramos de Oliveira.
causa calor e, portanto, perda de
efeito da Liberação Miofascial sobre
energia,
proporcio-
a flexibilidade, bem como a asso-
adequados de flexibilidade pro-
nar o movimento do tecido, barrei-
ciação entre flexibilidade e a idade
porciona uma boa mobilidade em
ra por barreira, até que ocorra a li-
cronológica.
qualquer idade, possibilitando mo-
beração da fáscia (9).
INTRODUÇÃO
A manutenção de parâmetros
conseguindo
vimentos com segurança em sua
A técnica utilizada para que
completa extensão e diminuindo o
ocorra o fenômeno da histerese, é
A pesquisa foi realizada em
risco de lesões em decorrência de
conhecida como Liberação Miofas-
uma empresa de reciclagem de
MÉTODO
. Essa liberação é uma técni-
papel, da cidade de Londrina-PR.
. A flexibilidade da articula-
ca que atua com mobilizações ma-
Foi realizada uma amostragem por
ção do quadril parece ser fator im-
nuais da fáscia, que são executa-
conveniência. Assim, fizeram parte
portante neste processo, pois com
das para aumentar a amplitude de
deste estudo 20 sujeitos, do sexo
o encurtamento dos músculos is-
movimento, aliviar a dor e restau-
masculino, subdivididos em dois
quiotibiais, a carga sobre a coluna
rar a quantidade e a qualidade nor-
grupos com 10 indivíduos cada. A
vertebral se torna maior, propician-
mal dos movimentos
descrição detalhada quanto a idade
limitações musculares e articulares
(1-3)
cial
(11)
(12, 13)
.
, e este
Muitas técnicas visam apenas
em cada grupo é apresentada na
é um problema que afeta cerca de
o músculo, em detrimento do com-
Tabela 1. Todos os indivíduos parti-
80% das pessoas em algum mo-
ponente fáscia, e quando esta não
cipavam de ginástica laboral cinco
mento da vida
é trabalhada o músculo retorna-
vezes por semana, no período de
A flexibilidade é limitada em
ria a sua posição original. Portan-
entrada de seu turno de trabalho.
algumas articulações tanto pela
to a liberação miofáscial, poderia
Foram excluídos do estudo os fun-
estrutura óssea como pela massa
ser uma forma de intervenção para
cionários que não participavam da
de músculos circunjacentes, ou por
auxiliar na obtenção de resultados
sessão de ginástica laboral, que
ambos. No entanto, para a maio-
mais duradouros
apresentaram algum tipo de lesão
do o início da lombalgia
(4)
(5)
.
(7)
.
ria das articulações, a limitação da
No que se refere aos exercí-
amplitude de movimento é impos-
cios de alongamento devido às di-
processos inflamatórios e proces-
ta pelos tecidos moles, musculatu-
ferenças entre programas, se torna
sos infecciosos.
ra e seus envoltórios, tecido con-
difícil determinar o regime mais
Devido a dificuldade de reali-
. Todo músculo
apropriado de exercícios para o au-
zar a randomização dos funcioná-
de nosso corpo é envolvido por um
mento da amplitude de movimen-
rios optou-se pela divisão por con-
tecido conjuntivo chamado fáscia,
to
. Questão semelhante tam-
glomerado. Nesse caso, considera-
que envolve também as vísceras,
bém já foi abordada em relação a
se o conglomerado o turno de tra-
as artérias e as veias, assim com-
utilização de diferentes técnicas de
balho de um setor específico da em-
preendendo uma rede conectada
massagem
. Reduções da flexi-
presa investigada. Assim, de ma-
do crânio até a planta dos pés
.
bilidade parecem ser influencia-
neira aleatória foram determinados
As fáscias podem apresentar
das tanto pela progressão da idade
os grupos onde: o turno matutino
tensões e começam a enrijecer va-
quanto pela ausência de interven-
foi o grupo experimental; e o turno
garosamente, levando o corpo a
ções direcionadas a sua manuten-
vespertino foi o grupo controle.
perder sua capacidade adaptativa
ção
juntivo e a pele
(6)
(7, 8)
(14)
(15)
muscular,
fraturas,
dor
lombar,
Todos os participantes foram
.
(1)
fisiológica. Com o tempo, a rigidez
Diversos estudos já procura-
informados sobre os objetivos da
se espalha, fazendo com que a fle-
ram analisar o efeito de diferentes
pesquisa e os procedimentos ado-
xibilidade e a espontaneidade de
formas de intervenção sobre a fle-
tados para sua realização, bem
movimento sejam perdidas expon-
xibilidade como treinamento com
como do caráter voluntário de par-
do o corpo a traumas, dores e limi-
pesos
alongamentos
e a
ticipação. O presente estudo foi
tação de movimento
realização de massagem (15). No en-
aprovado pelo Comitê de Ética em
A fáscia possui capacidade
tanto, os efeitos da Liberação Mio-
Pesquisa do CESUMAR processo
plástica e com seu estiramento ela
fascial sobre a flexibilidade ainda
nº288/2007, parecer nº284. Para
se deforma alterando seu compri-
tem sido pouco estudado na litera-
participar da pesquisa os indivídu-
mento. Estas alterações parecem
tura. Investigações sobre a eficácia
os assinaram um Termo de Con-
ocorrer quando a fáscia é subme-
de técnicas que visam a melhora
sentimento Livre e Esclarecido,
tida a estresse e perda de ener-
da flexibilidade são de grande re-
obedecendo as normas para rea-
gia, cujo fenômeno é chamado de
levância, assim como de variáveis
lização de pesquisa em seres hu-
. A histerese é defini-
que possam influenciá-la, especial-
manos, constantes da Resolução
da como a propriedade pela qual o
mente a idade. Portanto, o objetivo
do Conselho Nacional de Saúde
trabalho de deformar um material
do presente estudo foi investigar o
n°196/96.
histerese
.
(9)
(10)
(16)
(14, 17)
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Liberação miofascial e flexibilidade.
398
Tabela 1 - Descrição da idade cronológica média de forma geral e dividida entre grupo
controle (GC) e grupo experimental (GE).
Geral
(n=20)
GC
(n=10)
GE
(n=10)
Média
DP
MDA
Mínimo
Máximo
P 25
P 75
31,05
4,76
29,50
25
40
27,25
35,00
30,10
3,64
29,50
25
36
27,50
32,75
32,00
5,72
31,00
25
40
26,75
38,25
a seguir. Na Tabela 2 são apresentados os resultados da comparação
entre os grupos controle e experimental previamente e após a intervenção. Tabela 3 apresenta a comparação do momento pré e pós-intervenção de cada grupo. A Tabela 4
trás as correlações entre a flexibilidade e idade pré e pós-intervenção.
Na Tabela 2 verifica-se que no
Desvio-padrão (DP), Mediana (MDA), Percentis etários (P).
período pré-teste não houve difePara a coleta de dados foi re-
com a perna apoiada no ombro do
rença
alizada uma anamnese e posterior-
terapeuta, que utilizou um creme
tiva entre os grupos (p=0,70), o
mente o teste de “Sentar-e-Alcan-
deslizante de óleo de cravo 0,5%
grupo controle apresentou resulta-
çar” foi aplicado como indicador
na região posterior de coxa, e este
do médio de 33,7 (±4,60) cm e o
da flexibilidade dos isquiotibiais
(18,
com a mão fechada realizou desli-
experimental de 32,6 (±3,27) cm,
19)
. No entanto, deve-se conside-
zamentos no sentido superior para
o que corresponde a uma diminui-
rar que outras regiões parecem in-
inferior, utilizando as falanges pro-
ção em Δ% de 3,3%. No pós-tes-
fluenciar no resultado deste teste
ximais. A técnica foi realizada du-
te a diferença também não foi es-
rante 5 minutos para cada perna.
tatisticamente significativa entre
, mas a intervenção foi reali-
(18-22)
estatisticamente
significa-
zada apenas na região dos isquioti-
Para a análise estatística foi uti-
os grupos (p=0,13), o grupo con-
biais. Um instrumento com dimen-
lizado o teste de Shapiro Wilk’s para
trole teve resultado médio de 34,1
sões específicas foi utilizado para
análise da distribuição dos dados
(±4,01) cm, e o experimental de
o teste de “Sentar-e-Alcançar”
.
(p<0,05), medidas de tendência
37,3 (±5,08) cm, uma diferença
Os sujeitos realizaram um aqueci-
central e dispersão para caracteri-
Δ% de 9,4%.
mento prévio com leves exercícios
zação da amostra. Para as compa-
Não foi observada diferença
, visando possi-
rações foram utilizados os testes de
significativa no resultado do teste
bilitar o alcance da amplitude má-
Wilcoxon e U de Mann Whitney, e
de flexibilidade entre o pré e o pós-
xima no movimento do teste, bem
as correlações foram realizadas por
teste no grupo controle (p=0,21),
como a estabilização da medida.
meio do Coeficiente de Correlação
com Δ% de 1,2%. No grupo sub-
Os procedimentos para a execução
de Sperman (p<0,05; p<0,01). O
metido às sessões de Liberação
do teste foram realizados conforme
programa SPSS versão 13.0 foi uti-
Miofascial ocorreu um aumento
preconizado pelo Colégio America-
lizado para todas as análises.
significativo no resultado do teste
de alongamento
(23)
(24)
no de Medicina do Esporte
utilizado como indicador da flexi-
(25)
. As
avaliações foram realizadas no pe-
bilidade na região dos isquiotibiais
RESULTADOS
ríodo verpertino em ambos os gru-
Os resultados do presente es-
pos, sendo que o pós-teste foi rea-
tudo são apresentados nas tabelas
(p=0,01) com Δ% de 14,4%, apresentado na Tabela 3.
lizado 72 horas após a última intervenção no grupo experimental.
As sessões de Liberação Miofascial foram realizadas em uma
Tabela 2 - Comparação entre os grupos controle (GC) e experimental (GE) nos momentos pré e pós-intervenção.
GC (n=10)
Média (DP)
GE (n=10)
Média (DP)
Δ%
p
Pré
33,7 (4,60)
32,6 (3,27)
-3,3
0,70
Pós
34,1 (4,01)
37,3 (5,08)
9,4
0,13
sala na própria empresa, onde
eram praticadas as aulas de ginástica laboral, cada funcionário do
grupo experimental foi submetido
a duas sessões de Liberação Miofascial por semana em dias intercalados, totalizando o total de seis
sessões.
Em cada sessão foi aplicada a
* p<0,05.
Tabela 3 - Comparação entre os momentos pré e pós-intervenção dos grupos controle
(GC) e experimental (GE).
Pré
Média (DP)
Pós
Média (DP)
Δ%
p
GC (n=10)
33,7 (4,60)
34,1 (4,01)
1,2
0,21
GE (n=10)
32,6 (3,27)
37,3 (5,08)*
14,4
0,01
técnica de Liberação Miofascial na
região de isquiotibiais. Sendo que
o sujeito permaneceu em decúbito
dorsal sobre um divã portátil, joelho e quadril flexionados a 90°,
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* p<0,05.
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Gustavo Aires de Arruda, Guilherme Stellbrink, Arli Ramos de Oliveira.
As relações entre a idade e os
resultados no teste utilizado são demonstradas na Tabela 4. Uma aná-
Tabela 4 - Correlação da idade com a flexibilidade nos momentos pré e pós-intervenção,
e correlação entre o momento pré e pós- intervenção, de forma geral e dividido nos
grupos controle (GC) e experimental (GE).
lise do grupo de forma geral indi-
Geral (n=20)
cou que a idade apresentou corre-
Pré
Pós
Pré
Pós
Pré
Pós
r
-0,56*
-0,60†
-0,41
-0,32
-0,71*
-0,91†
Sig.
0,01
0,01
0,24
0,37
0,02
0,00
lação significativa com a flexibilidade nos momentos pré e pós-teste,
te proporcional. Nos grupos contro-
r
0,84†
0,97†
0,88†
Sig.
0,00
0,00
0,00
Pré
portamento foi verificado quanto à
relação inversamente proporcional,
GE (n=10)
Idade
e esta foi moderada e inversamenle e experimental o mesmo com-
GC (n=10)
* p<0,05; †p<0,01
porém a correlação foi fraca e não
significativa estatisticamente para
bém apontam que o uso de técnicas
ampla e uma amostra maior pos-
o grupo controle, para o grupo ex-
Miofasciais isoladamente ou combi-
sam demonstrar com maior segu-
perimental a relação foi forte e es-
nadas com outras técnicas de cine-
rança essa relação. Outro aspec-
tatisticamente significativa. Exis-
sioterapia pode diminuir o quadro
to seria a averiguação do efeito da
tiu correlação forte entre os resul-
álgico na região lombar
Liberação Miofascial em diferen-
(27, 28)
.
tados do pré e pós-teste na análi-
Embora a unidade múscu-
tes faixas etárias, visto que a idade
se geral e do grupo experimental,
lo-tendinosa responda a extensão
parece estar inversamente asso-
para o grupo controle a correlação
passiva, ela tem uma propensão de
ciada à flexibilidade.
foi muito forte, todas análise foram
retornar ao seu comprimento ini-
A relação entre os resultados
estatisticamente significantes.
cial depois da carga ser removida.
dos momentos pré-teste e pós-tes-
Assim mudanças estruturais pare-
te foi significante e forte na aná-
. Daí, a im-
lise geral e para o grupo experi-
portância de se trabalhar o compo-
mental e no grupo controle a rela-
nente fáscia
ção foi muito forte, indicando que
DISCUSSÃO
cem não acontecer
Quando se trata de alongamento devido às diferenças entre
(14)
(7)
.
programas de treinamento se torna
Benefícios sobre a flexibili-
os indivíduos com maior flexibilida-
difícil determinar o mais apropria-
dade parecem estar associados a
de no momento pré-teste continu-
do regime de exercícios para o au-
uma única sessão de massagem e
avam apresentando maiores resul-
mento da amplitude de movimen-
melhoras adicionais podem ser en-
tados no pós-teste, e os indivídu-
. O mesmo parece ocorrer em
contradas com múltiplas sessões
os com menor flexibilidade no pré-
relação à utilização de diferentes
ou com períodos mais longos, su-
teste apresentavam menores resul-
técnicas de massagem, tais como
gerindo que a massagem sozinha
tados também no pós-teste. No en-
a massagem Tailandesa que utiliza
ou em combinação com o alonga-
tanto o que não implica na ausên-
como um de seus recursos movi-
mento é capaz de trazer mudan-
cia de modificações na flexibilidade,
mentos de alongamento, e a Sueca,
ças sobre o comprimento muscu-
visto que houve aumento significati-
com ênfase mecânica. Ambos os
lar
. No entanto, a prática iso-
vo no resultado do teste de “Sentar-
procedimentos apresentaram efei-
lada de exercícios de alongamento
e-Alcançar” no grupo experimental.
tos agudos positivos sobre a ampli-
também parece ser capaz de gerar
. Não obs-
modificações positivas na amplitu-
tante, uma única sessão de 15 mi-
de de movimento tanto de maneira
nutos de massagem nos músculos
aguda
to
(14)
tude de movimentos
(15)
(15)
(29)
como crônica
(17)
.
CONCLUSÃO
A técnica de Liberação Miofascial na região dos músculos isquio-
isquiotibias de homens parece não
Em relação à influência da
tibiais parece proporcionar aumen-
ter sido capaz de gerar mudan-
idade sobre a flexibilidade os resul-
to da amplitude de movimento em
ças significativas nos resultados do
tados indicaram que mesmo a faixa
adultos do sexo masculino, enquan-
teste de “Sentar-e-Alcançar”, por
etária do grupo sendo relativamen-
to o aumento da idade tem uma re-
outro lado, maior mudança nos re-
te restrita (25 a 40 anos) uma re-
lação negativa com esta capacidade.
sultados dos testes foram notadas
lação inversamente proporcional
Para futuros estudos suge-
nos sujeitos com valores relativa-
entre a idade e a flexibilidade foi
re-se a análise da Liberação Mio-
mente baixos no teste
observada, onde quanto maior a
fascial em indivíduos de diferentes
No presente estudo aplicação
idade menor a flexibilidade, bem
faixas etárias e de ambos os sexos,
crônica da técnica de Liberação Mio-
como quanto maior a flexibilidade
bem como a associação desta com
fascial ocasionou a melhora da fle-
menor a idade. Possivelmente es-
outras técnicas visando aumento
xibilidade. Estudos científicos tam-
tudos com uma faixa etária mais
substancial da flexibilidade.
(26)
.
Ter Man. 2010; 8(39):396-400
400
Liberação miofascial e flexibilidade.
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