a ludicidade como agentes possibilitador de interaçâo social na

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a ludicidade como agentes possibilitador de interaçâo social na
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FACULDADE PADRÃO III
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A LUDICIDADE COMO AGENTES POSSIBILITADOR DE INTERAÇÂO SOCIAL
NA TERCEIRA IDADE EM UM LAR DE IDOSOS EM GOIÂNIA
Claudimilla Layara Bastos Souza
RESUMO
Este artigo se propõe a analisar como a ludicidade e a prática da leitura pode se
tornar um agente possibilitador para que seja assegurado aos indivíduos da terceira
idade o acesso à diversão, ao lazer e ao convívio social. Pretende ainda verificar
como essas ferramenta pode ser utilizada para ajudar nas práticas pedagógicas
oferecidas a esse público, observando como estes interagem com o
grupo por
meio da dança e como ele contextualiza o seu conhecimento de mundo na leitura de
contos, buscando dados que apõem a hipótese de que a ludicidade é uma atividade
prazerosa e livre de estresse, sendo por isso mais eficiente e produtiva para que o
idoso se torne socialmente integrado e compartilhe os saberes que adquiriram em
sua longa vivência em sociedade, assim como verificar como a leitura e
compartilhamento de textos curtos pode ajudar a desenvolver a capacidade de
memória e interpretação.
PALAVRAS-CHAVE: Interação, envelhecimento, ludicidade.
INTRODUÇÂO
A noção de envelhecimento vem sendo mudada na sociedade
contemporânea. Antes o idoso era visto como uma pessoa incapaz de ser produtiva
na sociedade, tendo suas capacidades cognitivas reduzidas junto com suas
capacidades físicas, ficando, dessa maneira, seu papel social delegado às pequenas
tarefas que não exigissem dele muito esforço físico ou mental, pois acreditava-se
que estes não eram capazes, por exemplo, de aprender, devido ao envelhecimento
do cérebro junto com o corpo.
Uma das coisas que tornam o envelhecimento um fardo muito difícil de
carregar, além das complicações biológicas é a aposentadoria, quando esta não
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apenas afasta o sujeito de suas atividades produtivas, mas do convívio social que
estas atividades lhe proporcionavam, o que pode fazer com que este acabe
perdendo o interesse, na maioria das vezes pelo processo de apreensão de
conhecimentos, por acreditar que ele não mais será necessário devido à sua falta de
atividade profissional.
Estudos recentes demonstram que assim como o corpo precisa ser
exercitado para manter sua funcionalidade, o cérebro precisa ser exercitado por
meio da aquisição de conhecimento para se manter produtivo.
O ENVELHECIMENTO DO CÉREBRO
A Revista Seleções Readers Digest, afirma em seu artigo denominado Boas
Notícias sobre o Envelhecimento do Cérebro que:
[...] Cerca de 75% dos idosos retém faculdades intelectuais normais
enquanto vão envelhecendo, embora acabem por experimentar algumas
falhas de memória, diz Dr. Howard chertkow, diretor do Centro Bloomfield
de Investigação do envelhecimento, em Montreal. Outros 5%, a que os
especialistas chamam super normais, não sofrerão qualquer declínio visível
na capacidade de pensar à medida que vão envelhecendo, diz ele...Os
restantes 20% deles envelhecem duma forma que os gerontologistas não
consideram normal. No entanto, a maior parte destes serão diagnosticados
com formas mais graves de declínio, como demência ou Alzheimer (Revista
seleções).
O artigo acima citado afirma que o cérebro não apresenta
envelhecimento igual ao do corpo e que se devidamente estimulado ele pode manter
seu funcionamento normal na maioria das pessoas, sendo que a maioria dos
indivíduos que possuem dificuldades de memória são portadoras de alguma doença
grave que compromete sua capacidade de memória e cognição.
O Brasil é um país relativamente jovem, mas com o aumento na
qualidade de vida, as novas descobertas no campo médico e farmacêutico, entre
outros fatores, a perspectiva de vida tem aumentado, elevando o número de idosos
em nosso país. A atual expectativa de vida se deve a melhoras nas condições
sociais e de saúde, além de uma queda na natalidade e é responsável por um
contingente populacional de indivíduos idosos bem maior que os das últimas
décadas, o que faz com que o Brasil seja hoje considerado um país com uma
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grande proporção de idosos. Para que um país deixe de ser considerado como um
‘País Jovem’, é necessário que a população de pessoas idosas, maiores de 60 anos,
em seu território ou região seja superior a 7%, com possibilidades de aumento desse
percentual, de acordo com normas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), que divulgou que no censo de 2012 a população de idosos no país era de
12,6%. Ainda segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
[...] a tendência de envelhecimento da população já foi observada no Censo
de 2002 e ganhou força nos últimos dez anos. Em comparação com o
último Censo, verifica-se que a participação do grupo com até 24 anos de
idade cai de 47,4% em 2002 para 39,6% em 2012. Essa mudança também
fica clara no aumento da idade medida da população, que passou de 29,4
anos em 2002 para 33,1 anos em 2012.
Segundo Freitas (2002), “o envelhecimento é um processo biológico
intrínseco, progressivo e universal, no qual se podem reconhecer aspectos físicos e
fisiológicos inerentes. Essas mudanças, próprias do envelhecimento com alterações
anatômicas e funcionais, não são produzidas por doenças e variam de individuo
para individuo”. Dessa forma, apesar de fatores biológicos associados ao
envelhecimento se ligarem à dificuldade de armazenamento de dados mais atuais,
isso por si só não incapacita as pessoas idosas para o aprendizado, a menos que
estas possuem doenças chamadas de síndromes demências, portanto se o idoso
tem dificuldades de memória, essa é uma situação que não deve ser considerada
como normal, mas investigada para descobrir suas causas.
O estatuto do idoso garante às pessoas da terceira idade o direito à
educação e lazer, além de outros direitos que lhes são garantidos. O artigo 21 do
Estatuto do Idoso (2003) assegura que “O poder público criará oportunidades de
acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didático
aos programas educacionais a ele destinados (BRASIL, 2003, p.16).
Já o artigo 20, capitulo V do mesmo estatuto, garante ao idoso o direito
”à educação, cultura, esporte, lazer, diversão, espetáculos, produtos e serviços que
respeitem sua peculiar condição de idade”.
O médico oncologista, escritor e cientista brasileiro Drº Dráuzio
Varella, ao falar sobre o envelhecimento do cérebro em seu site oficial no qual ele
fala sobre diversas doenças, contesta o dogma de que os neurônios morrem a cada
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dia e afirma que se essas células não são destruídas com o tempo, a deterioração
progressiva da inteligência e da motricidade não é obrigatória na velhice. Em
entrevista à Varella, sobre a plasticidade cerebral o Drº Cláudio Guimarães dos
Santos fala que: “Talvez exista, ainda, uma relação mais importante ligando a
capacidade de multiplicação de neurônios à memória e à capacidade de
aprendizagem”.
Varella afirma ainda que algumas pesquisas mostram que quanto mais
a pessoa se interessa pela aquisição de cultura e quanto mais enriquecido
culturalmente for o ambiente em que vivem e maior a atividade física, maior será sua
capacidade de memorização e menor a possibilidade de desenvolverem doenças
que sejam degenerativas. Para ele, as suposições de que a capacidade de
aprendizado das pessoas idosas é menor do que a de indivíduos jovens pode perder
sua força se for analisada a carga cultural, a especialização intelectual por meio da
vivência e dos estímulos recebidos ao longo da vida, a motivação pessoal e uma
visão de mundo mais desenvolvida que a pessoa mais idosa possui. Além do mais
uma mesma capacidade pode ser adquirida e desenvolvida de formas diversas
pelas pessoas, dependendo da forma como elas foram internalizadas. Dessa forma,
a capacidade e a motivação pessoal para o aprendizado é diferente para cada
pessoal, não podendo ser estudada apenas do ponto de vista de biológico, já que
segundo alguns especialistas em geriatria a perda de capacidade para armazenar
informações não podem ser associadas apenas ao envelhecimento. Para o
envelhecimento saudável é necessário a adoção de ações conjuntas que visem o
bem estar físico, mental e afetivo do idoso. Falando especificamente da saúde
mental, é imprescindível que se utilizem atividades que estimulem e desafiem a
mente para que esta tenha sua atividade cognitiva mantida e até mesmo ampliada.
A DANÇA E A INTERAÇÃO SOCIAL DO IDOSO
Outro fator que deve ser estudado no envelhecimento saudável, é a
interação em grupo, que pode se tornar benéfico em todas as áreas da vida do
idoso, seja ela afetiva, intelectual ou física, pois a solidão e o isolamento se mostram
as piores formas de enfrentar a velhice. Cidadãos ativos em sua comunidade e
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inseridos em um ambiente que proporciona a cultura e o lazer, ficam mais propensos
a desenvolver suas habilidades. É o que afirma Castro (2001):
Parece-me que, para um sujeito que envelhece, o grupo se torna um fator
importante e possibilitador de identificações e novas construções. Além da
escuta, o trabalho em grupo permite a surgimento de um outro, semelhante,
oportunizando vínculos que a sociedade já não mais mantém. Como forma
de ação para promover a valorização do idoso e sua interação entre o meio
utiliza-se da ludicidade, com atividades mais prazerosas e descontraídas
promovendo assim, uma maior interação no grupo e buscando a promoção
de sua participação na sociedade (CASTRO 2001, p. 68).
O autor acredita ainda que o compartilhamento das experiências
vividas e da cultura adquirida faz com que o idoso se torne apto não apenas a
aprender, mas também a ensinar, uma vez que não existe apenas o conhecimento
escolarizado, mas também o adquirido, o que faz com que o idoso se torne mais
participativo na sociedade e, dessa forma, esteja mais aberto a novas experiências e
mais interessado em aprender mais. Torna-se dessa forma mais apto para
compartilhar seus conhecimentos com outras pessoas, sejam elas da sua idade ou
não, desde que considerados as suas habilidades e seu conhecimento empírico ou
de senso comum. Esse processo interacional, proporciona ao idoso uma sensação
de bem-estar e de utilidade, que o torna consciente de sua capacidade de aprender
e ensinar, fazendo com que ele tenha mais vontade em continuar ativo em suas
relações sociais por acreditar que ainda tem algo a oferecer ao outro.
Para Maluf (2008, p.30) “a atividade lúdica é toda e qualquer animação
que
tem como intenção causar prazer e entretenimento em quem a pratica. São
lúdicas as atividades que propiciam a experiência completa do momento,
associando o ato, o pensamento, o sentimento. A atividade lúdica pode ser um jogo
ou qualquer outra atividade que visar proporcionar interação. ” Por isso o lúdico é
responsável por tornar a atividade pedagógica um meio de fazer com que a maioria
dos alunos participem, mesmo os mais introvertidos, da atividade proposta,
principalmente porque os indivíduos da terceira idade, em sua maioria, passaram
grande parte de suas vidas longe da ambiente escola, encontrando, muitas vezes,
dificuldade para se readaptar a esse ambiente.
O Autor afirma ainda que a ludicidade proporciona o resgate de
conhecimentos pré-existentes, fazendo assim que o idoso se torne mais participativo
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e desenvolva melhor sua capacidade de reflexão, de entendimento e de
participação, não apenas em sala de aula, mas em todas as suas atividades. Seja
no ambiente escolar, ou fora dele, o lúdico pode ser usado para desenvolver a
capacidade de raciocínio, de imaginação e de criação, além de desenvolver
habilidades de convivência em grupo que por acaso não tenham adquirido no
decorrer de sua vida ou, ainda, melhorá-las.
Ao analisar as afirmações de Maluf, chega-se à conclusão de que a
pessoa na terceira idade não pode ser desconsiderada enquanto ser passível de
adquirir conhecimento, devendo ser uma preocupação da escola repensar as
práticas pedagógicas eu levem em conta as particularidades de indivíduos dessa
faixa etária, levando em conta os conhecimentos por eles adquiridos e criando novas
possibilidades de ensino, entre eles o jogo lúdico, que possibilitem que eles possam
resgatar esses saberes e adquirir mais cultura. Essa intervenção deve possibilitar
também um desenvolvimento emocional
aliado ao desenvolvimento intelectual e
social.
A atividade lúdica promove uma conexão de conhecimento dos alunos
da terceira idade, criando desafios que desenvolvam uma nova maneira de
aprendizado por meio de atividades mais espontâneas, o que faz com que segundo
Santos (2008, p.21) “as relações humanas possam ganhar mais relevância,
principalmente aquelas decorrentes da atividade lúdica”.
Para considerar a educação na terceira idade a escola deve criar
condições para que haja uma redescoberta de interesses por parte do idoso e o jogo
lúdico pode ser umas das ferramentas que tornam possível a interação, o
desenvolvimento intelectual e a vontade de participar desse aluno. Em razão disso,
Larousse (2008, p.43), afirma que: “É necessário avaliar a terceira idade, de forma
global, sem reduzi-la a uma etapa só de perdas, uma vez que podem ser
desenvolvidos aspectos muito positivos”.
Como já se sabe atividade pedagógica não se resume apenas na
transmissão do conhecimento cientifico, mas na promoção das habilidades que
possibilitem ao aluno a desenvolver suas habilidades, dessa forma é que a atividade
lúdica se mostra de grande importância para que o professor consiga promover essa
interação do conhecimento de maneira que essa troca entre os saberes dos alunos
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e do professor se torne mais acentuada, ao se trabalhar em uma turma de terceira
idade.
Para Santos (2008, p.2) “o lúdico extrapola a infância e sua importância
permeia toda as etapas da vida humana”. Por isso, lúdico proporciona uma
contextualização dos conhecimentos pré-existentes da pessoa idosa e ajuda na
interação social desta, além de proporcionar uma aprendizagem mais eficaz e
descontraída.
Hervy (2001, p.31) descreve que: “A importância da animação social
das pessoas mais velhas é facilitar a sua inserção na sociedade, a sua participação
na vida social e, sobretudo, permitir-lhes desempenhar um papel, inclusive reativar
papéis sociais”. Apontando que os grupos de idosos são importantes para que a
interação social aconteça, pois nestes grupos eles podem se relacionar por meio da
animação, da troca de experiência e assim, sentir-se menos isolados.
Como é postulado pelos diversos teóricos citados, o uso do jogo na
terceira idade não tem um papel meramente atribuído à simples diversão, mas pode
ser usado como ferramenta que proporcione aprendizado e interação, ao inserir
conhecimentos sem imposição e possibilitar que o idoso interaja com o grupo,
confirmando as afirmações de Jacob (2007, p.31), que define “a animação de idosos
como a maneira de atuar em todos os campos do desenvolvimento da qualidade de
vida dos mais velhos, sendo um estímulo permanente da vida mental, física e afetiva
da pessoa idosa”. Reforçando, assim, as afirmações de que o jogo é um instrumento
muito útil que pode ser usado para ajudar o idoso a ter um envelhecimento ativo em
todos os aspectos.
Segundo Campos e Ribeiro (2010, p.19), “Com o processo de
envelhecimento podemos identificar mudanças na capacidade de aprendizado de
pessoas mais velhas que podem ocorrer de modo diferente para cada pessoa”.
Reforçando a afirmação de que o envelhecimento é um processo que se dá de
diferentes maneiras, dependendo de cada indivíduo e não da cronologia. As autoras
afirmam ainda que:
O processo de envelhecimento acarreta mudanças significativas no
funcionamento das capacidades intelectuais e, a aquisição de
conhecimentos numa idade mais avançada, tem sua base dirigida para as
metas de vida, em realização, satisfação e em cumprimentos de papéis
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sociais. Uma pessoa idosa quando procura uma escola ou instituição para
aprender algo ela muitas vezes se pergunta: O que devo saber? O que eu
ainda não sei? Como devo usar o que sei? Por que devo saber isso ou
aquilo? Essas são questões centrais que norteiam a aquisição de
conhecimentos na velhice, seja um adulto analfabeto ou já letrado
(CAMPOS E RIBEIRO, 2010, p.19).
Esses fatores apresentados pelas autoras fazem com que a busca pelo
aprendizado por parte de pessoas da terceira idade seja mais significativa, no
sentido estrito da percepção do que busca no momento de aprender, por sua
experiência adquirida por sua vida profissional e sua vivência em sociedade, essas
pessoas, em sua maioria, sabem bem o que buscam na escola por possuírem
objetivos de vida bem definidos, visto que as autoras acreditam que
“O
funcionamento intelectual do indivíduo adulto é altamente influenciado pelo seu
autoconhecimento, ou seja, sobre o conhecimento de si, pelas crenças de suas
capacidades e sobre a origem do conhecimento que já possui, pelas metas
pessoais, pela motivação, interesses, pelas emoções, pelas oportunidades
oferecidas pela cultura e pela experiência de vida”(CAMPOS E RIBEIRO, 2010,
p.19).
As afirmações acima podem ser analisadas à luz das concepções de
Paulo freire (2001) que acredita que antes de aprender a leitura da palavra o ser
humano já tem uma leitura do mundo que o capacita a fazer uma interação entre o
conhecimento pessoal e o adquirido na escola. E é sobre essa capacidade que
Campos e Ribeiro fundamentam seus estudos sobre a aquisição da leitura e escrita
na terceira idade.
Para Marcondes (2004, p.2), A função terapêutica das histórias traz um
resultado: a descoberta de que a juventude está em qualquer idade”, por isso a
leitura pode ser usada como uma terapia para pessoas de diversas idades, mas
especialmente para pessoas idosas já que o ato de leitura desenvolve a imaginação,
especialmente se forem desenvolvidas ações em que está se torne uma atividade
prazerosa, pois ao ler o ser humano recria ambientes, personagens e
acontecimentos, exercitando a capacidade se criação e de memória.
Diante destas afirmações, é inegável a capacidade detida por pessoas
idosas em adquirir o conhecimento. Capacidade esta eu só pode ser negada se
levada em conta conceitos pré-estabelecidos de que ao envelhecer o indivíduo
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perde sua capacidade de aprendizado e de adaptação aos novos contextos sociais e
aos saberes divulgados na escola ou fora dela. Muito embora possa apresentar um
ritmo mais lento de aprendizado, como, aliás, também acontece com indivíduos das
mais diversas faixas etárias, não se deve usar essa característica para rotular os
idosos como incapaz de aprender.
A leitura é um instrumento significativo de exercício mental, visto que a
educação é uma das maneiras pelas quais se insere nos indivíduos uma
autoconfiança necessária para seu crescimento individual, pela manutenção de sua
capacidade de aprendizado e de produção e por sua participação consciente na
sociedade, por meio de um processo de troca onde ele dá e recebe informações.
Dessa forma, a leitura pode ser vista como uma forma de construção do mundo e da
cultura.
Quando lemos um texto não somos simplesmente um decodificador de
textos, um receptor passivo, e sim sujeitos com conhecimentos em processo
de interação com o conteúdo que gostamos ou que nos interessamos em
ler. Dessa forma a leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho
ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de
seu conhecimento pelo assunto, sobre o autor e de tudo que sabe sobre a
linguagem. É uma atividade que implica estratégias de seleção,
antecipação, inferência e verificação, para haver a devida compreensão.
(CAMPOS E RIBEIRO, 2010, P.13-14).
Na visão apresentada pelas autoras, permanece a afirmação de que a
visão de mundo adquirida pela pessoa idosa é responsável por lhe confiar
capacidade para criar significados dentro da leitura, sendo ela mesma autora da
construção de significados, pois ao ler usa sua experiência para interpretar e recriar
o mundo, por meio dos elementos da leitura, responsáveis não só pela interpretação
de uma visão do autor, mas pela interação entre esta e a visão de quem lê. Essa
interação é, portanto, a maneira pela qual o sujeito se torna coprodutor do próprio
conhecimento, enquanto junta aos elementos do texto aquilo que ele traz de prática
de vida anterior, enquanto sujeito inserido em uma sociedade que possui cultura e
que é capaz, mesmo que iletrado, de ressignificar essa mesma cultura e internalizála de forma a dar a ela significados. Dessa forma, passa-se a considerar o idoso um
ser capaz de produzir conhecimento e não apenas de recebê-lo.
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MOMENTOS DE INTERAÇÂO DE IDOSOS EM UM LAR DE IDOSOS DE GOIÂNIA
O lar idosos
Vila Vida em Goiânia, foi fundado em 1964, e se
destina aos idosos aposentados .Localizada no setor Bueno a unidade conta com 30
lares com sala, quarto, cozinha e banheiro, em que residem 40 idosos, todos acima
de 60 anos e conta com a ajuda da Organização das Voluntárias de Goiás que lhes
oferece moradias, alimentação, consultas médicas, enfermeiros, remédios e
momentos de lazer que se dividem em uma festa realizada três vezes por semana,
das 14horas às 20 horas , às segundas, quartas e sextas-feiras, além de atividades
religiosas, aulas de artesanato e momentos de jogos e rodas de conversa,
hidroginástica, ginástica, oficinas, passeios, baile do forró, sala de truco para
homens, oficina costura, crochê, bordados, salão de baile e de convivência,
alfabetização, salão de beleza, piscina.
Os moradores têm toda infraestrutura necessária, incluindo atenção
especial à saúde atendimento psicológico, enfermagem e serviço social. No período
da manhã, eles têm acompanhamento com a fisioterapêutica, são atividades
direcionadas para a terceira idade, respeitando suas limitações, e tem hidroginástica
que atende todos os moradores toda semana, horários matutino e vespertino.
Contam ainda com sala de estudos onde são ensinados a ler e a escrever.
As atividades festivas são um momento em que pessoas de terceira
idade que não residem no lar podem participar, sendo desta maneira ampliada a
interação social daqueles que lá vivem. Os preparativos para a festa começam as
10:00 horas da manhã e são disponibilizados lanches diversos para esses
momentos de socialização dos idosos.
Desde o primeiro momento dos preparativos é observado a animação
por parte daqueles que vão participar da festa. Tivemos a oportunidade de observar
algumas senhoras cuidando da aparência, muito animadas, comentando que era
“para ficar bonita e arrumar namorado”. Quando questionado uma das residentes do
lar se esse momento do namoro realmente acontecia nessas festas recebeu-se a
seguinte resposta:
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“Eu namoro, e muito. Não tive muito oportunidade de fazer isso quando era mocinha,
meus pais mão deixavam, depois casei e o marido era muito ruim, eu só servia para
arrumar casa e cuidar dele e dos filhos. Quando ele morreu e os filhos cresceram
fiquei sozinha; como não dou certo com minhas noras eu preferi vim pra cá. Aqui
somos bem tratados, temos todos os cuidados, temos pessoas da nossa idade para
conversar e ainda namoramos e dançamos muito” (MARIA)1.
A entrevistada nos contou ainda que esses momentos de interação são
aguardados ansiosamente por muitos dos moradores do lar, já que essa é a única
maneira que encontram para se divertir. Ela acredita que a dança é também muito
boa para a saúde porque é um exercício e também para a mente porque distrai a
cabeça, além de ser boa para arrumar amigos e namorados.
Todas as entrevistadas concordaram com a maioria das afirmações de
Dona Maria, tendo apenas algumas ressalvas por parte daquelas que não se
envolvem emocionalmente durante esses encontros sociais, como é o caso de
Terezinha de 72 anos, que afirmou o seguinte:
“Eu já não gosto de namorar não, meu único namorado foi meu marido que faleceu
há dois anos, fomos casados mais de 50 anos e tivemos dois filhos, que também já
faleceram. Não tenho coragem de namorar, mas danço muito, gosto de conversar
com os que moram aqui e com os que vêm de foram porque distraio a cabeça, a
gente para de ficar pensando nos coisas ruins e o tempo passa mais rápido”.
(TEREZINHA, moradora do lar de idosos).
Pela fala de Terezinha verifica-se que as motivações para a
participação no “forró”, como eles mesmos denominam, são as mais variadas,
permanecendo, porém, a mesma opinião no que se refere ao caráter interacional
proporcionado pela dança em um ambiente em que pessoas de uma mesma faixa
etária se reúnem para estabelecer contatos sociais e para se divertir, sendo esse um
dos momentos de interação mais apreciados pela maioria dos idosos.
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Os nomes são fictícios.
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No entanto a cultura, a religiosidade e os princípios morais são
diversos dentro de qualquer grupo, por isso existem aqueles que não compartilham
a simpatia pelo momento de dança e música proporcionado pela instituição, entre
elas colhemos o depoimento de dona Marlene, de 74 anos, que acredita que as
festas são um momento de desorganização e barulheira.
“Eu não gosto dessa bagunça não, a música é alta, sou evangélica e sou obrigada a
ficar ouvindo essas músicas”.
Na opinião dela as festas deviam ser feitas fora do lar de idosos e
quem quisesse que fosse para lá, assim todos poderiam ter paz. Questionada sobre
a facilidade proporcionada aos moradores da instituição que podem participar
desses momentos de lazer sem ter que se distanciar de seus lares, ela respondeu:
“Pode ser fácil para eles, mas eu preferia que não fosse aqui, ainda tem esses
velhos assanhados que nem moram aqui e vêm para namorar, é uma falta de
respeito, não temos mais idade para essas coisas. Os velhos de hoje são muito
assanhados, imagina uma pessoa da minha idade namorando, como muitas aqui
fazem” (...) (Marlene, residente do lar de idosos).
A possibilidade visualizada na fala de dona Marlene, de que a cultura
do meio em que o indivíduo vive determine padrões de comportamento comuns
como aceitável ou não é defendida por Glenn como uma forma de comportamento
individual que influencia a coletividade por meio do processo de interação, sendo o
indivíduo tanto receptor quanto produtor da cultura da sociedade em que vive.
Culturas com níveis de complexidades crescentes têm emergido pelo
intercâmbio entre capacidade humana para aprendizagem, contingências de
reforço que explicam os comportamentos aprendidos por indivíduos, e a
transmissão cultural de comportamentos aprendido (GLENN, 2004, p.133).
Dessa forma a cultura de um povo é influenciada pela forma como
cada indivíduo apreende o mundo que o cerca e transmite a outros indivíduos,
sendo esse um processo de troca que acontece por meio do contato social. Esse
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contato social se dá nos mais diversos níveis, nos mais variados grupos e de
diversas maneiras, de forma que cada um recebe a cultura como um todo e
internaliza aquilo que considera melhor para si mesmo. Exemplo disso são as
divergências observadas sobre a importância do lazer por intermédio da música e da
dança que acontece no local de nossa pesquisa.
Para verificar se há divergências não apenas entre pessoas de um
mesmo gênero, já que até agora só forma citadas as opiniões das mulheres, foi
registrada a opinião de dois senhores sobre o que pensam acerca do assunto. Entre
os entrevistados nos chamou a atenção o senhor Divino de 79 anos, viúvo, sem
filhos e morador do lar há 12 anos. Ele quis contar a sua história e pediu que fosse
registrada, omitindo apenas seu nome.
“Eu vim pra cá tinha 67 anos, vivia sozinho desde que minha mulher morreu; era
triste, só vivia doente e não tinha quem cuidasse de mim, ai surgiu essa
oportunidade de vir pra cá e eu aceitei. Chegando aqui eu não conhecia ninguém e
ficava meio acuado. Ai veio a festa e como gosto de "um arrasta pé" comecei a
participar e foi muito bom pra mim. Já tive várias namoradas arrumadas na festa e
arrumei muitos amigos, acho que é bom eles deixarem vim gente de fora porque
podemos conhecer mais gente, nos divertir e até arrumar " uns rolinhos" de vez em
quando...a gente volta a viver” (Divino, morador do lar).
Pelo que foi constatado na pesquisa a maioria dos idosos, uma média
de 75 por cento, não possui filhos ou qualquer parente que os visite no lar, sendo a
convivência com os outros moradores e a interação através do forró e dos passeios
a sua única forma de contato social. É esse o caso do entrevistado que encontrou no
Lar a interação social, além das condições dignas de vida que lhe proporcionam,
segundo ele mesmo uma qualidade melhor de vida. Confirmando os postulados dos
diversos teóricos citados sobre a necessidade do ser humano de se relacionar com
seus semelhantes.
Os momentos interacionais proporcionados para indivíduos de terceira
idade são responsável, como já dissemos e como se pode observar, por sua
retomada da vida social, abandonada muitas vezes pela vida de trabalho em prol da
criação dos filhos ou por outros motivos, sendo estes momento proporcionados no
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lar de idosos responsável pela participação destes indivíduos em um grupo
composto participantes da mesma faixa etária, mas que se encontram em uma
situação social diferente, visto que alguns deles moram no próprio lar de idosos e os
outros em casas próprias ou de parentes.
É exatamente essa questão relativa à interação social do idoso e o
acesso ao lazer que foi discutida durante muito tempo quando estudadas as
condições que os idosos encontravam nesses lares a eles destinados, sendo uma
das maiores reclamações encontradas a de que estes se sentiam isolados, como
que em uma prisão, reforçando a afirmação de que as "festas" realizadas no lar são
muito benéficas para a maioria
dos seus moradores, principalmente se
considerarmos que o espaço é aberto e organizado de forma que haja atividades
que beneficiem a todos. Exemplo disso são os cultos evangélicos e as novenas e
missas que são realizados no local, atendendo assim às reivindicações de todos. Na
entrevista com o senhor Ranulfo, outro morador do lar, foi possível confirmar essas
afirmações, pois ele, hoje com idade de 78 anos, começou a residir em lares de
idosos aos 66 e disse que já viu de tudo no que ele chama de "asilos", nome hoje já
não mais adotado para essa modalidade de atendimento ao idoso.
“Eu já morei em muitos lugares, na maioria deles era tratado como um trapo, algo
sem valor, a gente só ficava vegetando, sem fazer nada, agora parece que eles
viram que o velho não está morto, a gente envelhece mas continua vivendo,
querendo se divertir...não é só ter um lugar para morar, a gente precisa de amizade,
de diversão, de ter com quem conversar, dançar a até mesmo namorar (risos),
porque estamos vivos ainda. Aqui temos vida, somos bem tratados, temos o dia das
festas, nossas casas separadas, o dia de cada um cumprir sua devoção
religiosa...temos contato por celular com os amigos e namoradas (risos) que vêm de
fora para o forró”. (Ranolfo, morador, do lar de idoso).
Pelo que se pode verificar há realmente uma grande diferença entre o lar
no qual foi realizada a pesquisa e a nossa concepção pessoal sobre o que seria um
"asilo", sendo esta mudança um ponto bastante positivo já que os idosos não estão
internados em um local que funciona apenas como albergue, mas como afirmado pelo
seu Ranulfo, é um condomínio de pequenas casas onde cada um tem a sua
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residência, ficando por conta da OVG(Organização das Voluntárias de Goiás), a
construção e manutenção das mesmas, além de toda a assistência médica e
alimentar que eles necessitam, dando a esses moradores desse local uma maior
dignidade de vida.
CONCLUSÂO
No lar onde foi realizada a pesquisa os idosos contam com diversos
momentos em que há interação social, como os momentos de caminhada, de
exercícios físicos acompanhados por um profissional de educação física, das
conversas nas portas das casas, dos lanches comunitários, das atividades religiosa,
no entanto é no momentos do "Forró" que essa interação se dá de maneira mais
ativa já que eles passam a conviver não apenas entre si, os moradores do lar, mas
com idosos de outras localidades que vêm para participar da festa.
O que foi observado é que há uma grande expectativa antes do horário
da festa, sendo os preparativos para que esta aconteça um acontecimento peculiar
onde cada um se prepara para a chegada dos membros da comunidade, todos da
terceira idade. Por outro lado os funcionários do local fazem a limpeza e a
organização para que tudo seja feito da melhor maneira, o som é montado, as
cozinheiras preparam o lanche, enfim é uma grande festa, desde as 10 horas da
manhã, quando tudo começa a ser preparado.
Embora alguns moradores discordem da realização do momento da
dança devido a convicções pessoais e religiosas, a maioria o aguarda com
ansiedade por acreditar que esse momento de lazer é benéfico não apenas para a
saúde mental e física, além de ser uma excelente forma de ampliar e manter
relações sociais.
O atendimento prestado no lar, pelo que foi verificado na pesquisa
obedece às disposições do estatuto do Idoso (Lei no 10.741, de 1o de outubro de
2003, e legislação correlata), que garante a indivíduos a partir de 65 anos um
atendimento prioritário, pautado no respeito à dignidade, dando garantias de acesso
ao lazer, à educação, à arte, a cultura, a atividade física e tantos outros direitos
assegurados ao idoso pela legislação.
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Chega-se com essa pesquisa à conclusão de que o antigo conceito de
"asilo", como um lugar de depósito de idosos que não tinham família vem sendo
mudado em observância ao que esta proposta na atual legislação brasileira e no
Estatuto do Idoso, no que se refere a um atendimento humanitário e de qualidade às
pessoas de terceira idade nessa mova modalidade de lar de idosos, os condomínios
residenciais construídos pela OVG para a moradia e cuidado das pessoas idosas.
AS AGENTS OF SOCIAL INTERACTION IN THE ELDERLY IN A NURSING
HOME IN GOIÂNIA
ABSTRACT
This article aims to analyze how the playfulness and reading practice can become an
enabler agent for older adults to be assured access to fun , leisure and social life. It
also aims to verify how these tools can be used to assist in teaching practices offered
to this public , observing how they interact with the group through dance and how he
contextualizes his world knowledge in reading stories , looking for data that affix the
hypothesis that playfulness is a pleasurable and stress free activity and is therefore
more efficient and productive for the elderly to become socially integrated and share
the knowledge they have acquired in their long experience in society , as well as
check reading and sharing short texts can help develop memory and interpretation.
KEYWORDS: Interaction , aging , playfulness .
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Claudimilla Layara Bastos Souza
A LUDICIDADE COMO AGENTES POSSIBILITADOR DE INTERAÇÂO SOCIAL
NA TERCEIRA IDADE EM UM LAR DE IDOSOS EM GOIÂNIA
Artigo apresentado como um dos requisitos para obtenção do
título de licenciatura em pedagogia pela Faculdade Padrão.
Goiânia, 11 de Julho de 2014.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Professora Mestre Márcia Friedrich
(Orientadora)
_________________________________________
Professora Mestre Maria Luiza Santos
Faculdade Padrão
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