Flyer 2010-03
Transcrição
Acaba o ano fiscal e impõem-se os impostos. O que tem de ser tem muita forca, desculpem, força. As estações também têm de mudar mas não há meio de começar a primavera. A boa vida que já fizemos por merecer, o calor ao qual, que arrepiados e de pingo no nariz, já ganhámos o direito, nunca mais chegam. Já fizemos os deveres e agora queremos o direito à rua, de preferência com muito menos roupa. Tem de ser, tem mesmo de ser. Depois de queimar pestanas e teclas de calculadoras à volta do modelo 3, queremos o que temos direito, queremos calor para tirar a roupa, para nos tirar de casa. Exigimos o direito a dançar e não fazer contas às horas para esquecer as horas que passamos a fazer as contas e todos os deveres. Tatjana Doll, “PICT_ISOTYPE_Tanz2 /PICT_ISOTYPE_Dance2”, 2009 Telas de grandes dimensões que mostram carros, camiões, aviões, comboios, barcos, contentores, sinais de trânsito, pictogramas. Parecem enormes “billboards”. As telas são feitas com tinta de esmalte, bem brilhante, para reproduzir as figurações escolhidas. Os erros que entretanto acontecem ao pintar, ficam por lá e são assumidos pela autora. A artista alemã Tatjana Doll (n.1970) utiliza um dicionário visual urbano, a que estamos bem habituados, nas suas peças. As pinturas de Doll têm sido expostas em locais como o Museu de Serralves, no Porto, o Museu de Arte Moderna, em Paris e o PS1/MoMa, em Nova Iorque. A artista está a preparar uma grande exposição para o Museu Wilhelm-Hack, na Alemanha. A obra de arte que este mês aparece aqui em formato “poster” tem um título que nos remete para sistemas de numeração, e é mesmo essa a intenção da artista. O que vemos é-nos bem familiar – são os pictogramas, a sinalização universal, que nasceu pela mão do designer Otto Aicher, e foi feita para os Jogos Olímpicos de 1972. “Rapaze-rapariga-dançam” ou “sítio-onde-se-pode-dançar”, é essa a mensagem directa e simples. Um pictograma mais que apropriado para o nosso contexto. Já sabem o que têm a fazer. SP “PICT_ISOTYPE_Tanz2 /PICT_ISOTYPE_Dance2”, 2009 Das poucas bandas em que acreditamos ao ponto de nos deixarmos comover com simples canções pop, os Beach House acabam de lançar o que eventualmente será o primeiro grande clássico da canção universalista norte-americana do ano e desta nova década, “Teen Dream”. Victoria Legrand e Alex Scally possuem o ímpeto dos verdadeiros românticos e sonhadores, e as visões ascéticas que nos oferecem são cada vez mais lindas, depuradas, carregadas de voo. Um concerto precioso de gente rara, das mais bonitas e doces cantigas, para nos ajudar a viver com mais amor nestes tempos difíceis. Pg 300cm x 200cm, Enamel on canvas Foto: Bernd Borchardt Cortesia da artista e Cristina Guerra Contemporary Art www.cristinaguerra.com www.tatjanadoll.de Diogo Potes (Alva DesignStudio • alva-alva.com) Isilda Sanches, Mário João Camolas, PEDRO GOMES, Pedro Rodrigues, Quim Albergaria, Susana Pomba, vítor belanciano. Revisão: Marta Martins Design Gráfico: Textos de: 09Gala Drop (concerto) Holger Czukay (concerto) Seth Troxler 16Horse Meat Disco 23 Morgan Geist 29mathias aguayo 30 D’julz Enchufada é uma editora de ouvidos parabólicos. Ouvem tudo, perto e longe. De Lisboa a Luanda, há muita música que lhes abana o coco e o bumbum.Na casa Enchufada também sabem partilhar e mostrar amor. Por isso essa música de abanar coco e bumbum de Lisboa a Luanda que tinham nas suas playlists foi empacotada na primeira de muitas compilações de amor “enchufado – E-SPAM”. Dia 4 de Março eles trazem esse amor ao LUX. PAUS. Uma bateria siamesa, um baixo maior que a tua mãe e sintetizadores de fazer sentir coisas ligam-se directamente ao pulso do universo, derretem-te a cara e levam-te a sítios. Coisa boa. MACACOS DO CHINÊS (dj set). Rolam directo da Reboleira para te fazer rebolar até ao chão do LUX. Verdade. J WOW (dj set). Um dos maudiês por detrás do colosso Buraka Som Sistema vai para trás das turntables do LUX para fazer tremer Lisboa. ZOMBIES FOR MONEY (dj set). Klipa e DJ MANAIA são dois mortos-vivos mortinhos para vos fazer sentir mais vivos. DOUsteR (dj set). Produtor da escola francesa a viver em Buenos Aires com beats da áfrica moderna. Não é música do mundo, é música para o mundo todo a abanar coco e bumbum. QA Bottin País discreto e neutral num imaginário geopolítico, a Bélgica revela-se beneficiando da centralidade e do cruzamento de ideias e de rotas musicais. Um dos resultados desta equação são os The Glimmers; mais que uma dupla de DJs, Mo e Benoelie representam independência e aventura. Inspirados por Grandmaster Flash em 1985, como uma onda sonora partiram de um pequeno clube de Gent para o Mundo seguindo a receita DIY: fundaram a Eskimo Recordings, editaram compilações seminais como “Serie Noire”, “Culture Club” ou “The Glimmers Are Gee Gee Fazzi”e reinventaram-se como banda em Disko Drunkards. 2010 traz “Whomp That Sucker” o álbum de originais que destila na essência da recorrente loucura que impõem no dancefloor. Mjc Av. Infante D. Henrique, Armazém A, Cais da Pedra a Sta. Apolónia, 1950 – 376 Lisboa T. 218820890 F. 218820899 luxfragil.com [email protected] Ao terceiro álbum está longe de ser um desconhecido, mas dir-se-ia que para o músico e DJ alemão Hendrik Weber (mais conhecido como Pantha Du Prince) chegou o momento da verdade. O mesmo é dizer que este é o seu registo mais ambicioso, aquele em que leva mais longe as premissas já desenvolvidas em “Diamond Daze” (2004) e “This Bliss” (2007), discos habitados por melodias discretas e redes rítmicas minimalistas electrónicas, uma espécie de techno líquido e preguiçoso, capaz de afirmar com clareza uma noção de espaço. Em “Black Noise” há diferentes elementos, fios de guitarras, ambientes sintéticos, sons concretos da natureza e ritmos electrónicos minimalistas, que estabelecem uma relação complexa entre si. Pelo meio há tempo, muito espaço, elementos electrónicos que se repetem continuamente, numa panorâmica futurista que é, afinal, arcaica. As sequências rítmicas, as linhas sintéticas e as melodias transparentes interagem, regulando o som em camadas, enquanto Pantha Du Prince absorve a paisagem. Percebendo-a. Escutando-a. VB Sven Väth anda nisto há mais de vinte e cinco anos. A sua vida Ver e ouvir Carl Craig é sempre fundamental mas desta vez é imperativo. O regresso de C2 ao Lux dá-nos o privilégio de participar numa experiência global que comemora os 25 anos da MetroPlex, a editora de Juan Atkins que inaugurou a era techno e marcou em Detroit o epicentro do movimento. Craig é o nome mais forte da segunda vaga do techno de Detroit, discípulo dos pioneiros, abriu caminho para as gerações mais novas e produtores como Omar S ou Kyle Hall. Esteta refinado, produtor minucioso, nesta noite, Craig será também o guia capaz de revelar toda a transcendência, força e emoção do techno, as suas raízes e as suas visões de futuro. Vai ser uma viagem para lá do espaço/tempo. Uma noite inteira de simbiose homem-máquina. Turn on. Tune in… Is Queremos música sensual sem ser pirosa. Queremos noites lânguidas, mas sem clichés. Queremos ser surpreendidos com sons novos e manter acordado o desejo de dançar a noite toda. Queremos música suave. Não queremos música chata. Queremos bom house. Queremos que os DJ fujam das batidas monótonas, que transformem o vulgar em estranho e temperem a pista com algum techno – em doses homeopáticas. Queremos dançar ao som da Cama de Casal de Março. Queremos ouvir Rui Vargas com Sebo K, DJ que edita pela berlinense Mobilee. Eles fazem parecer normal algo que não é nada vulgar: ouvir e dançar house com classe. Pr confunde-se com o que entendemos por festa, por dança, por música electrónica. É DJ desde os 18 anos. Acompanhou e ajudou a criar e estabelecer géneros como house, EBM, acid, techno, trance e minimal. Criou editoras, abriu discotecas, produziu música e sobretudo tem muitos anos de festa, de percorrer o planeta a fazê-la, tanto na pista como na cabine de DJ. Hoje é um dos DJ mais respeitados e carismáticos que podemos encontrar atrás dos pratos. É responsável por uma agência de DJ; por um clube de design e arquitectura arrojados que se tornou um must see da club culture mundial; por uma editora indispensável para quem se perde de amores por noites longas de dança e ainda pelas segundasfeiras de Verão em Ibiza, legitimando com os melhores DJ a loucura hedonista da ilha mediterrânica. O alinhamento de DJ nas suas festas corresponde a uma mistura de consagrados, inquestionáveis e jovens promessas que faria qualquer programador roer-se de inveja. Sven Väth tornou-se sinónimo de tudo isto e tudo isto está sob o chapéu de uma empresa que dá pelo nome de Cocoon Music Events GmbH, que poderíamos traduzir de forma muito livre para Festa, SARL. Está, a par de Richie Hawtin e de poucos mais, num estranho clube de DJ com fama mundial e património de empresário. Mas tudo isso apenas se mantém porque antes de mais Sven Väth é um excelente DJ que vive a música de dança e a festa com o coração e com a alma. Como todas as grandes figuras, o nome de Sven Väth não é consensual, mas tornou-se absolutamente incontornável, tal como o será a noite Green Ray de 19 de Março, em que a nossa cabine lhe estará entregue. Pr (5 Hour Set) primeira semana Bar: Disco: Quinta 04 Pinkboy Enchufada apresenta E SPAM 001 Disco: (Dj set) (Dj set) (Dj set) (Dj set ) Quinta 11 dexter D.I.S.C.O. TEXAS TITAN THURSDAYS Sexta 05 Zé Pedro Moura Disco: (5 Hour Set) Sábado 06 Leonaldo de Almeida Bar: Rui Vargas & André Cascais Disco: Quarta 17 Bar: Leonaldo de Almeida Sábado 13 Leonaldo de Almeida Rui Murka Disco: Zé Pedro Moura (concerto) Quinta 18 VIA HEINEKEN (apurados 2ºfase) Bar: TERCEIRA semana Disco: Sexta 12 U-NIGHT Slight Delay (Tiago & DJ AL) Disco: CAMA DE CASAL #12 Bar: Bar (concerto) Bar: SEGUNDA semana Sexta 19 Bar: Disco: Bar: Bar: Disco: Sexta 26 FIASCO Pinkboy & Pan Sorbe Social Disco club Sábado 27 Leonaldo de Almeida dexter Disco: ADVENTURES IN WONDERLAND quarta 31 (concerto) (live) (JIM Stanton & severino) Bar: Bar: Quinta 25 Tiago Disco: QUARTA semana Disco: Sábado 20 Leonaldo de Almeida Pinkboy (concerto) Tatjana Doll, “PICT_ISOTYPE_Tanz2 /PICT_ISOTYPE_Dance2”, 2009
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