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Abril é um bom mês para
começar outra vez.
Somos todos capitães da nossa própria liberdade.
Somos responsáveis até quando escolhemos não escolher.
Uma no cravo e 74 na ferradura. O que importa é que o
cavalo que nos carregue ande sempre calçado. E seja qual
for o taxista e o preço da bandeirada, o nosso destino
apontamo-lo nós. Para diante é para onde estivermos
virados.
E para onde vamos, vamos andando. E andando, andamos
cansados. Mas atenção, poder andar é um descanso,
porque não queremos que ninguém ande por nós.
Queremos é que as nossas ideias se estiquem para além,
sempre além, das nossas bocas, mais longas que os nossos
braços. Que os nossos corpos desistam antes, sempre
antes, das nossas mentes.
Somos todos capitães da nossa própria liberdade e esta
não é uma boa altura para desistir. Abril é, e sempre será,
um bom mês para começar outra vez.
Lourdes Castro, “Teatro de Sombras, As cinco estações”, 1979
Desde o final da década de 50, que Lourdes Castro investiga e utiliza a sombra
como seu tema principal. O perfil de alguém, recortado em plexiglass, a cores
fortes. A artista pedia aos amigos para lhe “emprestarem” a sombra. Alguém que
fuma um cigarro, alguém sentado numa cadeira, alguém que tira uma fotografia.
É uma das artistas portuguesas mais importantes da contemporaneidade.
O Museu de Serralves, no Porto, inaugurou recentemente uma importante
antológica que reúne o trabalho de Castro e também de Manuel Zimbro, com
quem viveu e colaborou durante três décadas. “Lourdes Castro e Manuel
Zimbro: A Luz da Sombra” está no Museu de Serralves até 13 de Julho.
TERCEIRA
semana
SEGUNDA
semana
01Uffie (concerto)
06Aeroplane
07Horse Meat Disco + Mark Seven
13Discotexas Titan Thursdays
Carte Blanche (dj Mehdi + Riton)
14INNERVISIONS: ÂmE + Dixon + Henrik Schwarz
15La Roux (concerto)
20Digitalism
21
James Holden
22
Glass Candy
QUINTA
semana
A obra de arte que este mês aparece aqui em formato “poster” é uma imagem de
um dos espectáculos realizados pela artista e Manuel Zimbro, parte integrante
de uma série de experimentações feitas durante os anos 70. “Acções” com hora
marcada, inspiradas na tradição chinesa do Teatro de Sombras e nos happenings,
frequentes durante essa década de boom artístico. SP
“Teatro de Sombras, As cinco estações”, 1979
Fotografia: Monika Haas
Cortesia da artista e Museu de Serralves.
www.serralves.pt
Diogo Potes (Alva DesignStudio • alva-alva.com)
Isilda Sanches, joaquim rocha, JOSÉ BELO, PEDRO GOMES, Pedro
Rodrigues, Quim Albergaria, RUI MIGUEL ABREU, Susana Pomba.
Revisão:
Marta Martins
Design Gráfico:
Textos de:
SEGUNDA
semana
QUINTA
semana
Uma MPC, um par de Technics, uma bateria,
teclas e baixo. Juntos formam uma célula poderosa
que debita groove, breaks, samples, e loops com
a autoridade de quem não chegou aqui agora.
Nada disso: eles vêm de longe, de muito longe,
e passaram muito para aqui chegar. A Orelha
Negra tem outra maneira de ouvir a história da
música: aprendeu na música carregada de alma
e de groove, aprendeu no espírito fracturante do
hip hop, aprendeu no legado singular da música
portuguesa e apoia-se na invulgar interacção
entre groove programado e impulso real. Quando
as experiências acumuladas individualmente se
combinam num determinado ponto, o resultado
é quase sempre maior do que a mera soma das
partes. Precisamente o que acontece com Orelha
Negra. Cruz, Ferrano, Gomes Prodigy, Mira
Professional e Rebelo Jazz Bass ocupam o palco
para o lançamento do disco de estreia e, pouco
depois sobem à cabine para um dj set exclusivo,
repleto de música para queimar as orelhas… RMA
QUARTA
semana
TERCEIRA
semana
Visionário das formas contemporâneas da
música vai para a quinta década (feito para
muito poucos), Holger Czukay prossegue
revolucionando na segunda década do século XXI.
Foi um dos inventores do sampling, estudou com
Stockhausen, trouxe a colagem para a música
pop, e fez dos discos mais bonitos de ambient
com David Sylvian. Ah, e é fundador dos Can.
Workaholic a bem das ideias, o que lhe ouvimos
recentemente em sets ao vivo ainda não tem nome.
A arrancar a noite os lisboetas Gala Drop, em
vésperas de edição do seu novo EP, mostram que
os novos territórios por onde vão cartografando o
seu groove inominável encontram harmonia entre
Cabo Verde e o nascimento do house de Chicago,
com as estrelas como guia. PG
Em finais do ano passado Matias Aguayo esteve
no Lux com os restantes membros da sua nova
editora CÓmeme. Quem conhecia este membro da
diáspora chilena, que cresceu em Colónia e ajudou
Michael Mayer a estabelecer o minimal suave
da KOMPAKT, ficou surpreendido com o que viu
e ouviu: uma mistura de live com dj set, em que
Aguayo canta, toca alguns instrumentos, comanda
os pratos e recupera para o techno a batida,
sensualidade e boa disposição que vivem a sul do
equador. No fundo bastava estarmos atentos para
perceber que, ao cantar “Basta Ya De Minimal” em
2008, Aguayo formalizou a ruptura com o techno
depurado que anos antes ajudara a consagrar.
“Ay Ay Ay”, editado no fim de 2009, veio confirmar
esse caminho e acabou por ser um dos grandes
discos do ano passado. Mas a ruptura não é apenas
estética, pede público sem preconceitos, divertido
e solto. Pede uma nova atitude, em que a festa não
fica apenas nas mãos do dj. E aí entramos todos
nós. PR
QUARTA
semana
SEGUNDA
semana
QUINTA
semana
‘Os cavalos também se abatem’
Não é fácil brilhar quando se vem de Detroit.
O talento que a Motor City já viu torna as coisas
difíceis para os novatos e são poucos aqueles que
ousam colar-se ao manto sagrado que a cidade
coloca nos seus habitantes mais criativos. Como se
Detroit fosse um clube exclusivo. O convidado do
Lux deste 9 de Abril pode dizer, claramente, “Olá,
sou Seth Troxler e sou de Detroit”. E pode fazê-lo não só porque respeita um passado
ligado a Juan Atkins, Kevin Saunderson ou
Derrick May mas também um presente ligado,
fundamentalmente, a Carl Craig, a Theo Parrish
ou a Omar S. É essa visão 360º do que se faz em
Detroit e daquilo que a música de dança faz, que
se nota em discos como “Stop Panic Repeat” ou
“Trust” (dos Tiefschwarz) ou a remix enquanto
Visionquest para o “Good Voodoo” de Kiki,
com os parceiros de armas Lee Curtiss e Ryan
Crosson. Cada um destes discos mostra bem os
tantos caminhos que tornam Seth Troxler um dos
mais excitantes produtores da actualidade. Um dos
mais frescos. Um dos mais visionários. Razão mais
do que suficiente para ser dele a cabine do Lux. JB
primeira
semana
Bar:
Quinta 01
Sandro Benrós
Disco:
Sexta 02
Bar:
Leonaldo de Almeida
Bruno Safara
Disco:
Sábado 03
Bar:
Sonja
Ka§par
Disco:
Dizer que Morgan Geist é metade de Metro Area
até seria suficiente como recomendação. “Miura”
continua tão fresco hoje como há 9 anos, quando
saiu, e na verdade tudo o que Metro Area editou
mantém a pertinência original. Mas Morgan
Geist tem outros argumentos a seu favor. Dirige
a Environ, faz colectâneas de pérolas perdidas
(“Unclassics” merece vénia prolongada), é DJ e
produtor e fez remisturas para gente como Hugh
Masekela, The Rapture ou Telex. Nos anos 90
editou pela Clear e Phono mantendo-se como um
dos mais criativos, embora discretos, produtores
de música de dança até ao início do século.
O álbum Double Night Time (2008) deu-lhe
finalmente notoriedade redobrada com a mistura
apuradíssima de disco boogie, house, techno
e electro pop, mas as suas actuações como DJ
continuaram relativamente raras o que torna a sua
vinda ao Lux ainda mais especial. IS
A vida é uma grande maratona numa pista de
dança. Chegamos com o corpo ainda fresco e
confiantes que vamos ganhar. Com o decorrer
da noite descobrimos que a pista não é só nossa
e que temos de a conquistar. Chegar ao fim não
depende só de nós: os amigos, a boleia, o casaco
no bengaleiro. O tempo passa e o relógio faz-nos
sonhar: a pista é eterna e dançaremos para sempre.
Nesse momento damos tudo: transformamos o
cansaço em vontade, o sonho em teimosia. Por
fim o sonho parece acabar: a música pára, as luzes
acendem-se e dançamos a glória da última música.
Mas ao contrário da vida, nesta maratona não há
espaço para derrotas: a vitória é garantida pela
alegria de cada música, pela esperança contida
em cada momento de dança. E mesmo quando a
música pára, a noite acaba e o dia começa, temos
sempre a promessa que o sonho continua no
encontro marcado no próximo mês. Não faltem. JR
Quinta 15
Cruz / Ferrano /
Gomes Prodigy /
Mira Professional / Rebelo Jazz Bass
TERCEIRA
semana
Bar:
Quinta 08
Pinkboy
Disco:
D.I.S.C.O. TEXAS TITAN THURSDAYS
SEGUNDA
semana
Bar:
Sexta 09
Bar:
Leonaldo de Almeida
dexter
(Concerto)
Disco:
Rui Vargas
Sábado 10
Bar:
TRANSDISCO
Zé Pedro Moura &
João Peste
Disco:
(Concerto)
apresentam música para te queimar as orelhas
Disco:
QUARTA
semana
Bar:
Disco:
(dj set exclusivo)
(Concerto)
Sexta 16
Bar:
Leonaldo de Almeida
Mário valente
Disco:
James Hillard & Luke Howard convidam
Mark Seven
Sábado 17
A TO Z
Rui Vargas & Rui Murka
Disco:
Zé Pedro Moura
Tiago
Bar:
Quinta 22
Gonçalo Siopa
Bloop Recordings:
Sexta 23
Bar:
FIASCO
Pinkboy & Pan Sorbe
Disco:
(Concerto)
Tiago
Sábado 24
Bar:
Leonaldo de Almeida
Disco:
Neste início de Primavera, D’Julz entrega o som da
Cidade Luz à escuridão da nossa pista.
O dj francês, que dividiu os anos 90 entre Paris
e Nova Iorque, refinou o gosto por um house com
tom funky, que mistura sem preconceitos com um
deep techno mais europeu.
Produziu e remisturou temas para a Mobilee,
Poker Flat, Ovum, 2020 Vision e Music For
Freaks. Em 2009, criou a sua própria editora, a
Bass Culture, baptizada com o nome da noite que
programa no Rex Club e para a qual já convidou
nomes como Onur Ozer, Loco Dice e Fuckpony.
Mas é sobretudo a sua longa residência no
Rexclub, em Paris, ao lado de ChloÉ e Jennifer
Cardini, que lhe permite aprimorar o que
queremos: bass culture. PR
QUINTA
semana
Bar:
Disco:
Quinta 29
dexter
(Concerto)
(live)
Sexta 30
Bar:
LET’S SPEND
THE NIGHT TOGETHER
Zé Pedro Moura & Leonaldo de Almeida
Disco:
Zé Salvador
Sábado 01
Bar:
U-NIGHT
Slight Delay (Tiago & DJ AL)
Disco:
Rui Vargas
Tatjana Doll, “PICT_ISOTYPE_Tanz2 /PICT_ISOTYPE_Dance2”, 2009
Lourdes Castro, “Teatro de Sombras, As cinco estações”, 1979

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