Apêndice_Estudos Ambientais - Conselho de Autoridade Portuária

Transcrição

Apêndice_Estudos Ambientais - Conselho de Autoridade Portuária
Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA
Fundação de Ensino de Engenharia de Santa Catarina - FEESC
Laboratório de Transporte e Logística - LABTRANS
PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO - PDZPO
DO PORTO DE ANTONINA
APÊNDICE
Florianópolis,
setembro
2012
Florianópolis,
julho dede
2012
ESTUDOS AMBIENTAIS
PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO - PDZ
PORTO DE ANTONINA – PR
Foto: Wilson Volpato
CURITIBA
2012
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
1
COORDENAÇÃO E EXECUÇÃO DO TRABALHO
LACTEC – INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO
COORDENAÇÃO GERAL
_____________________________________________
Letícia Uba da Silveira
Engenheira Ambiental, CREA PR 715050/D
Pesquisadora - Lactec
RESPONSÁVEL TÉCNICO
_____________________________________________
Tânia Lúcia Graf de Miranda
Engenheira Agrônoma – CREA 069105/D-RS
Gerente da Divisão de Meio Ambiente
LACTEC – Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento
CURITIBA
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EQUIPE TÉCNICA
COORDENAÇÃO GERAL
Letícia Uba da Silveira
Eng. Ambiental, CREA PR 715050/D
CONSULTORES
Gheysa do Rocio Morais Pires
Tecnóloga em Química Ambiental, CREA PR 110797/D
Juliano José da Silva Santos
Biólogo, CRBio 34006-07/D
Leonardo Pussieldi Bastos
Biólogo, CRBio 28808-07/D
Robson Odeli Espíndola Hack
Biólogo, CRBio 50923-07/D
Rosana de Fátima Colaço Gibertoni
Rocianne Bortolazzo Pinto
Eng. Cívil, CREA PR 31860/D
Eng. Ambiental PR 122007/D
Tânia Lúcia Graf de Miranda
Eng. Agrônoma, Dra. – CREA 069105/D-RS
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SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14
2
RESULTADOS ................................................................................................ 14
2.1
RECURSOS HÍDRICOS – BACIAS HIDROGRÁFICAS...................................................... 14
2.1.1
Área de Estudo ......................................................................................... 14
2.1.2
Caracterização Hídrica .............................................................................. 18
2.1.2.1 Potamografia.......................................................................................... 18
2.1.2.2 Índices fisiográficos ................................................................................ 20
2.1.3
Usos da Água ............................................................................................ 23
2.1.3.1 Gestão de recursos hídricos ................................................................... 24
2.1.3.2 Demanda de água das instalações do Porto de Antonina ..................... 25
2.1.3.3 Recreação/Turismo ................................................................................ 25
2.1.3.4 Lançamento de vazão originada da transposição entre bacias
hidrográficas
2.1.4
29
Caracterização da Qualidade da Água ...................................................... 30
2.1.4.1 Estudo: Fluxos de Nutrientes e Material Particulado na Bacia de
Drenagem do Complexo Estuarino de Paranaguá – PR ................................................... 31
2.1.4.2 Parâmetros de qualidade das águas monitorados pelo AGUAS PARANA
37
2.1.4.3 Situação atual do saneamento na região .............................................. 58
2.1.4.4 Disponibilidade e demanda de Recursos Hídricos ................................. 60
2.1.4.5 Considerações finais .............................................................................. 60
2.1.4.6 Usos da água para turismo/recreação ................................................... 60
2.2
2.2.1
2.3
RECURSOS HÍDRICOS - ESTUÁRIO ................................................................ 62
Área de Estudo ......................................................................................... 62
CARACTERIZAÇÃO HIDROSSEDIMENTOLÓGICA ......................................................... 64
2.3.1
Introdução ................................................................................................ 64
2.3.2
Hidrodinâmica do CEP .............................................................................. 67
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2.3.2.1 Regime de correntes .............................................................................. 67
2.3.2.2 Regime de ondas .................................................................................... 73
2.3.2.3 Regime de marés ................................................................................... 77
2.3.3
Batimetria ................................................................................................. 79
2.3.4
Caracterização dos Sedimentos de fundo ................................................ 84
2.3.4.1 Granulometria dos sedimentos ............................................................. 85
2.4
USOS DA ÁGUA ................................................................................................ 90
2.4.1
Recreação/Turismo................................................................................... 90
2.4.2
Navegação ................................................................................................ 91
2.4.2.1 Lançamentos de água de lastro ............................................................. 94
2.4.3
Lançamento de vazão originada da transposição entre bacias
hidrográficas 97
2.5
2.5.1
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA ............................................................ 98
Potenciais poluentes e contaminantes .................................................... 98
2.5.1.1 Contaminação por hidrocarbonetos ...................................................... 99
2.5.1.2 Contaminação por elementos presentes em sedimentos ................... 101
2.5.2
Resultados do estudo apresentado em ACQUAPLAN (2011) ................. 102
2.5.2.1 Caracterização da turbidez .................................................................. 108
2.5.3
Documento “Paraná Mar e Costa - Subsídios ao Ordenamento das Áreas
Estuarina e Costeira do Paraná” (SEMA, 2006) .............................................................. 109
2.5.3.1 Transparência da água ......................................................................... 110
2.5.3.2 Salinidade ............................................................................................. 111
2.5.3.3 Oxigênio dissolvido .............................................................................. 113
2.5.3.4 Nitrogênio Total ................................................................................... 115
2.5.3.5 Fósforo Total ........................................................................................ 117
2.5.3.6 Clorofila ................................................................................................ 118
2.5.3.7 Fitoplâncton ......................................................................................... 119
2.5.3.8 Zooplâncton ......................................................................................... 121
2.5.4
2.6
2.6.1
Conflitos de Múltiplos Usos dos Recursos Hídricos ............................... 123
VEGETAÇÃO ................................................................................................... 130
Caracterização da Vegetação Regional .................................................. 130
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2.6.1.1 Formações Pioneiras ............................................................................ 131
2.6.1.2 Floresta Ombrófila Densa .................................................................... 134
2.6.1.3 Sistema Secundário .............................................................................. 137
2.6.2
Vegetação na área do porto ................................................................... 138
2.6.3
Unidades de Conservação ...................................................................... 139
2.6.3.1 Unidades de Conservação Federais ..................................................... 142
2.6.3.2 Unidades de Conservação Estaduais ................................................... 144
2.6.3.3 Unidades de Conservação Municipais ................................................. 148
2.6.3.4 Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN’s............................. 149
2.7
FAUNA DA PLANÍCIE LITORÂNEA DO ESTADO DO PARANÁ ........................................ 149
2.7.1
Bentos ..................................................................................................... 151
2.7.2
Ictiofauna ................................................................................................ 153
2.7.3
Anfíbios ................................................................................................... 161
2.7.4
Répteis .................................................................................................... 165
2.7.5
Avifauna .................................................................................................. 171
2.7.6
Mastofauna............................................................................................. 186
2.8
MEIO SOCIOAMBIENTAL ................................................................................... 195
2.8.1
Pesca ....................................................................................................... 195
2.8.2
Bentos com importância econômica ...................................................... 198
3
CONSOLIDAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................. 200
4
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 205
4.1
RECURSOS HÍDRICOS ........................................................................................ 205
4.2
FLORA .......................................................................................................... 209
4.3
FAUNA.......................................................................................................... 211
4.3.1
Bentos ..................................................................................................... 211
4.3.2
Ictiofauna ................................................................................................ 212
4.3.3
Anfíbios, Reptéis, Avifauna e Mastofauna ............................................. 216
4.3.4
Pesca ....................................................................................................... 225
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Bacia hidrográfica do litoral paranaense ..................................................... 16
Figura 2 – Complexo Estuarino de Antonina ................................................................ 17
Figura 3 – Área de estudo contendo as bacias subdivididas ........................................ 18
Figura 4 – Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar ..................................................... 26
Figura 5 – Centro Histórico de Antonina. ...................................................................... 26
Figura 6 – Complexo Industrial Matarazzo ................................................................... 27
Figura 7 – Porto Barão de Tefé ..................................................................................... 27
Figura 8 – Escadaria da Igreja do Bom Jesus do Saivá ................................................. 28
Figura 9 – Rafting no Rio Cachoeira ............................................................................. 29
Figura 10 – Localização de GPS na bacia litorânea e do reservatório no rio Capivari .. 30
Figura 11 – Localização dos pontos de amostragem .................................................... 32
Figura 12 - Concentrações de clorofila-a amostradas no período seco ....................... 33
Figura 13 - Concentrações de clorofila-a amostradas no período chuvoso ................. 34
Figura 14 - Concentrações de nitrito amostradas no período seco ............................. 34
Figura 15 - Concentrações de nitrito amostradas no período chuvoso ....................... 35
Figura 16 - Concentrações de nitrato amostradas no período seco ............................ 35
Figura 17 - Concentrações de nitrato amostradas no período chuvoso ...................... 36
Figura 18 - Concentrações de nitrogênio amoniacal amostradas no período seco ..... 37
Figura 19 - Concentrações de nitrogênio amoniacal amostradas no período úmido .. 37
Figura 20 - Medições de DBO/5 20ºC para a estação Morretes .................................. 43
Figura 21 - Medições de DBO/5 20ºC para a estação Anhaia ...................................... 44
Figura 22- Medições de DBO/5 20ºC para a estação Pinguela .................................... 44
Figura 23 - Medições de DBO/5 20ºC para a estação Ponte Velha .............................. 45
Figura 24 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Morretes....................... 46
Figura 25 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Anhaia .......................... 46
Figura 26 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Pinguela ....................... 47
Figura 27 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Ponte Velha .................. 47
Figura 28 - Medições de pH para a estação Morretes ................................................. 48
Figura 29 - Medições de pH para a estação Anhaia ..................................................... 48
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Figura 30 - Medições de pH para a estação Pinguela .................................................. 49
Figura 31 - Medições de pH para a estação Ponte Velha ............................................. 49
Figura 32 - Valores de turbidez para a estação Morretes ............................................ 50
Figura 33 - Valores de turbidez para a estação Anhaia ................................................ 50
Figura 34 - Valores de turbidez para a estação Pinguela ............................................. 51
Figura 35 - Valores de turbidez para a estação Ponte Velha ....................................... 51
Figura 36 - Medições de fósforo total para a estação Morretes .................................. 52
Figura 37 - Medições de fósforo total para a estação Anhaia ..................................... 52
Figura 38 - Medições de fósforo total para a estação Pinguela ................................... 53
Figura 39 - Valores de cloreto para a estação Morretes .............................................. 54
Figura 40 - Valores de nitrato para a estação Morretes .............................................. 54
Figura 41 - Valores de nitrito para a estação Morretes ............................................... 55
Figura 42 - Medições de sulfato total para a estação Morretes .................................. 56
Figura 43 - Valores de nitrogênio amoniacal para a estação Morretes ....................... 56
Figura 44 - Valores de coliforme fecal para a estação Anhaia ..................................... 57
Figura 45 - Valores de coliforme fecal para a estação Pinguela .................................. 57
Figura 46 - Valores de coliforme fecal para a estação Ponte Velha ............................. 58
Figura 47 - Localização do Complexo Estuarino de Paranaguá .................................... 63
Figura 48 – Série temporal das componentes das correntes medidas em dois eixos
pelo Centro de Estudos do Mar – CEM da UFPR em frente ao Porto de Paranaguá ... 68
Figura 49 - Carta geral de máximas correntes de enchente no CEP ............................ 69
Figura 50 - Carta geral de máximas correntes de vazante no CEP ............................... 69
Figura 51 – Carta geral de máximas de corrente na preamar ...................................... 70
Figura 52 - Campo de correntes gerado pelo modelo Delft3D para o cenário atual na
enchente de sizígia ....................................................................................................... 72
Figura 53 - Campo de correntes gerado pelo modelo Delft3D para o cenário atual na
vazante de sizígia .......................................................................................................... 72
Figura 54 - Campo de correntes gerado pelo Delft 3D para o cenário atual na
enchente de quadratura ............................................................................................... 72
Figura 55 - Campo de correntes gerado pelo Delft 3D para o cenário atual na vazante
de quadratura ............................................................................................................... 72
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Figura 56 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção ENE e
velocidade 10,6 m/s), ACQUAPLAN (2011) .................................................................. 76
Figura 57 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção 5 e
velocidades 12,1 m/s), ACQUAPLAN (2011) ................................................................. 76
Figura 58 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção SSW e
velocidades 12,8 m /s), ACQUAPLAN (2011) ................................................................ 76
Figura 59 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção SE e
velocidades 11,2 m/s), ACQUAPLAN (2011) ................................................................. 76
Figura 60 – Elevação do nível d’água medida pela ACQUAPLAN na Ilha da Galheta,
Porto de Paranaguá e Ponta do Félix ........................................................................... 79
Figura 61 – Pontos obtidos pelo levantamento batimétrico efetuado nos canais de
navegação entre os anos de 2008 e 2010 .................................................................... 80
Figura 62 - Batimetria final, interpolada e projetada na grade numérica criada para
resolver os processos hidrodinâmicos.......................................................................... 81
Figura 63 - Batimetria do CEP ....................................................................................... 82
Figura 64 - Principais rotas no CEP ............................................................................... 83
Figura 65 - Malha de amostragem de sedimentos ao longo do CEP ............................ 84
Figura 66 - Mapa da distribuição dos pontos de amostragem de sedimentos de fundo
no CEP, nos vários levantamentos considerados por LAMOUR et al. (2004)............... 86
Figura 67 - Mapa de distribuição dos valores de diâmetro médio no CEP .................. 87
Figura 68 - Distribuição do diâmetro médio dos sedimentos de fundo da baía de
Antonina e setor ocidental da baía de Paranaguá em 1966 (a) e 1995 (b) .................. 88
Figura 69 - Áreas de pesca esportiva e mergulho ........................................................ 91
Figura 70 – Principais rotas de navegação no litoral do Paraná. .................................. 92
Figura 71 - Embarcação de acesso às ilhas transportando mercadorias na sua parte
superior, no rio Itiberê .................................................................................................. 93
Figura 72 – Distribuição espacial de temperaturas mínimas da água no CEP para
2006/2007................................................................................................................... 104
Figura 73 – Distribuição espacial de temperaturas máximas da água no CEP para
2006/2007................................................................................................................... 104
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Figura 74 - Distribuição espacial dos valores mínimos de salinidade no CEP para
2006/2007................................................................................................................... 107
Figura 75 - Distribuição espacial dos valores máximos de salinidade no CEP para
2006/2007................................................................................................................... 107
Figura 76 - Valores de turbidez nos pontos amostrados por ACQUAPLAN (2011) .... 109
Figura 77 - Interpolações sobre valores máximos de transparência da água ............ 110
Figura 78 - Interpolações sobre valores mínimos de transparência da água ............. 111
Figura 79 - Interpolações sobre valores máximos de salinidade................................ 112
Figura 80 - Interpolações sobre valores mínimos de salinidade ................................ 112
Figura 81 – Interpolações sobre valores máximos de oxigênio dissolvido ................ 114
Figura 82 - Interpolações sobre valores mínimos de oxigênio dissolvido .................. 114
Figura 83 - Interpolações sobre valores máximos de nitrogênio ............................... 116
Figura 84 - Interpolações sobre valores mínimos de nitrogênio ................................ 116
Figura 85 - Interpolações sobre valores máximos de fósforo .................................... 117
Figura 86 - Interpolações sobre valores mínimos de fósforo ..................................... 118
Figura 87 - Interpolações sobre valores máximos de fitoplâncton ............................ 120
Figura 88 - Interpolações sobre valores mínimos de fitoplâncton ............................. 120
Figura 89 - Interpolações sobre valores máximos de zooplâncton ............................ 122
Figura 90 - Interpolações sobre valores mínimos de zooplâncton............................. 122
Figura 91 – Pontos de balneabilidade monitorados pelo IAP .................................... 124
Figura 92 – Classificação da Qualidade da Água segundo a contaminação por
Escherichia coli nos meses de verão com pico populacional ..................................... 125
Figura 93 – Localização geográfica das fontes poluidores identificadas em Antonina
................................................................................................................................................ 127
Figura 94 - Terminal Ponta do Félix ............................................................................ 127
Figura 95 - antigo pátio de armazenamento de carvão mineral no Porto Barão de
Teffé ............................................................................................................................ 128
Figura 96 - Perfil Esquemático Representativo das Principais Associações Vegetais da
Planície Litorânea (Leste-Oeste), (URURAHY et. al., 1983) ........................................ 130
Figura 98 – Área do Porto de Antonina ...................................................................... 138
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Figura 99 – Imagens de algumas espécies com ocorrência na região do
empreendimento. ....................................................................................................... 165
Figura 100 – Imagens de algumas espécies com probabilidade de ocorrência na região
do empreendimento. .................................................................................................. 170
Figura 101 – Imagens de algumas espécies de aves com ocorrência na região do
empreendimento. ....................................................................................................... 185
Figura 102 - Imagens de algumas espécies de mamíferos com ocorrência na região do
empreendimento. ....................................................................................................... 194
Figura 103 – Áreas de Preservação Permanente de acordo com o Código Florestal 204
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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Municípios constituintes da bacia litorânea do Paraná............................... 15
Tabela 2 - Parâmetros fisiográficos das bacias dos principais rios ............................... 22
Tabela 3 - Principais parâmetros fisiográficos para as áreas incrementais.................. 22
Tabela 4 - Dados informativos das estações Anhaia, Morretes, Pinguela e Ponte Velha
.................................................................................................................................................. 38
Tabela 5 - Medições dos parâmetros para a estação Morretes (Parte 1) .................... 39
Tabela 6 - Medições dos parâmetros para a estação Morretes (Parte 2) .................... 40
Tabela 7 - Medições dos parâmetros para a estação Anhaia ....................................... 41
Tabela 8 - Medições dos parâmetros para a estação Pinguela .................................... 42
Tabela 9 - Medições dos parâmetros para a estação Ponte Velha .............................. 43
Tabela 10 – Boletim de balneabilidade divulgado pelo IAP com resultados para
dezembro e janeiro ....................................................................................................... 61
Tabela 11 - Características de maré para os dados de nível observados para a baía de
Paranaguá e Antonina. Diferenças de fase considerando a Galheta como zero de
origem ........................................................................................................................... 78
Tabela 12 - Cartas náuticas e batimétricas utilizadas e suas respectivas escalas ........ 80
Tabela 13 - Comparação da distribuição (%) do diâmetro médio nos três setores do
Complexo Estuarino de Paranaguá ............................................................................... 87
Tabela 14- Comparação da distribuição do grau de seleção granulométrica nos três
setores do Complexo Estuarino de Paranaguá ............................................................. 87
Tabela 15 - Principais fontes poluidoras e sua localização no município de Antonina.
................................................................................................................................................ 126
Tabela 16 - Unidades de Conservação Federais, Estaduais e Municipais na Área de
Influência do PDZPO ................................................................................................... 140
Tabela 17 - Lista de espécies lista de espécies encontradas na baía de Antonina
(ENGEMIN, 2004; NAKAYAMA, 2004; SOUZA, 2007), classificadas em família,
gênero/espécie, nome vulgar e o perigo de extinção, sendo o ultimo item classificado
como VU (vulnerável) e DD (dados insuficientes) (MIKICH & BÉRNILS, 2004). .......... 156
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Tabela 18 - Pescadores profissionais registrados na Superintendência do Ministério
da Pesca e Aquicultura do Paraná em 2010. .............................................................. 196
Tabela 19 - Espécies de peixes alvo da atividade pesqueira no complexo estuarino de
Paranaguá. .................................................................................................................. 197
Tabela 20 - Espécies de bentos alvo da atividade pesqueira no complexo estuarino de
Paranaguá. .................................................................................................................... 199
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1
INTRODUÇÃO
O presente relatório visa apresentar as atividades desenvolvidas com relação aos
estudos ambientais conforme o Escopo apresentado pelo Lactec.
A execução do trabalho proposto contemplou os estudos da Flora Terrestre, Fauna
Terrestre, Fauna Aquática e Subaquática, Sedimentologia, Recursos Hídricos Superficiais e
Impactos e Conflitos de Uso e Ocupação da Água, conforme detalhado a seguir.
Foi realizado um diagnóstico ambiental objetivando a identificação e o mapeamento
das áreas de sensibilidade ambiental como subsídio ao PDZ. Também foram indicados os
Programas Ambientais os quais complementarão o PDZ.
Estes estudos foram desenvolvidos a partir de dados secundários provenientes de
fontes oficiais e estudos técnicos já realizados na área.
2
RESULTADOS
Neste item serão apresentados os levantamentos bibliográficos realizados. Ressalta-se
que o detalhamento das informações está de acordo com o escopo apresentado e aprovado
pelo LABTRANS.
2.1 Recursos Hídricos – Bacias Hidrográficas
Neste item será apresentada a caracterização hídrica dos recursos hídricos superficiais
continentais da área de estudo (bacias hidrográficas), seus principais usos, assim como, as
demandas, disponibilidades e balanço hídrico.
2.1.1 Área de Estudo
O porto de Antonina está situado na bacia hidrográfica do litoral do Paraná, cujas
águas drenam diretamente para o oceano atlântico. A bacia hidrográfica do litoral
paranaense ocupa uma área de quase 6.600 km², correspondendo a quase 3% da área total
do Estado (MAAK, 1981). Como apresentado na Tabela 1 e Figura 1, a bacia litorânea do
Paraná abrange os municípios de Guaraqueçaba, Antonina, Morretes, Paranaguá, Pontal do
Paraná, Matinhos e Guaratuba, e conta ainda com áreas de São José dos Pinhais, Piraquara,
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Tijucas do Sul e Quatro Barras. Como será mostrado posteriormente no item relacionado à
disponibilidade de água, a bacia litorânea do Paraná representa um grau de importância
considerável no que se refere a reservas de água.
Tabela 1 - Municípios constituintes da bacia litorânea do Paraná
Área Total do
Área do
Município
Município
município na
(km²)
bacia
Guaraqueçaba
2.315,7
2.023,8
Guaratuba
1.328,5
1.328,5
Antonina
876,6
876,6
Paranaguá
806,2
806,2
Morretes
687,5
687,5
São José dos Pinhais
944,3
267,1
Tijucas do Sul
671,9
234,2
Pontal do Paraná
202,2
202,2
Matinhos
116,5
116,5
Piraquara
225,2
18,4
Quatro Barras
181,3
22,3
TOTAL
6583,3
% da
área da
bacia
30,7
20,2
13,3
12,2
10,4
4,1
3,6
3,1
1,8
0,3
0,3
100,0
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Figura 1 – Bacia hidrográfica do litoral paranaense
Observa-se pela Figura 2, que o porto de Antonina está situado no Complexo Estuarino
de Paranaguá, o qual corresponde a cerca de 70% da área da bacia hidrográfica litorânea do
Estado do Paraná. O Complexo Estuarino de Paranaguá é constituído pelas Baías de
Antonina, Paranaguá, Laranjeiras e Pinheiros. Em relação à influência, encontra-se a Baía de
Antonina, pois esta é adjacente à Baía de Paranaguá, a qual abriga o trajeto obrigatório para
a troca de água com o oceano.
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Baía dos
Pinheiros
PORTO DE ANTONINA
Figura 2 – Complexo Estuarino de Antonina
Este estudo focou as bacias hidrográficas que drenam para as Baías de Antonina e
Paranaguá, pois são os locais do Complexo Estuarino de Paranaguá cuja dinâmica das águas
e do material sólido transportado hidricamente pode ter alguma relação com o local do
empreendimento. Para fins de aplicação no presente estudo, adotou-se a subdivisão de
bacias hidrográficas adotada em Soares Neto & Guerios (2008), onde foram considerados os
rios principais que deságuam diretamente no corpo do estuário e por áreas incrementais (AI)
continentais adjacentes ao contorno do corpo hídrico do estuário e que são constituídas por
pequenos cursos d’água (Figura 3). Soares Neto & Guerios (2008) elaborou um EIA RIMA
para ampliação do cais do TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá), o qual considerou
parte da mesma área abrangida no presente estudo.
As sub-bacias dos rios principais são: Guaraguaçu, Sagrado, Nhundiaquara, Cacatu,
Cachoeira e Faisqueira. A área incremental foi subdividida em seis áreas (AI01 a AI06). As
bacias hidrográficas analisadas somam uma área de drenagem de 2.080 km², que
corresponde a cerca de 37% da área da bacia litorânea do Paraná, e 54% do Complexo
Estuarino de Paranaguá.
Observa-se pela Figura 3, que o Porto de Antonina está integralmente inserido na
bacia incremental AI02. As águas desta sub-bacia drenam diretamente para o local do
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terminal portuário e seu entorno. Devido a este fato, a bacia incremental AI02 será tida
como de influência direta no empreendimento, no caso da análise da hidrologia superficial.
Todas as outras sub-bacias da Figura 3 serão consideradas como área de influência
indireta.
Figura 3 – Área de estudo contendo as bacias subdivididas
2.1.2 Caracterização Hídrica
2.1.2.1
Potamografia
A Serra do Mar é um ambiente de grande pluviosidade, possuindo um dos maiores
índices pluviométricos do Sul do Brasil. A Serra do Mar, em sua vertente leste, constitui-se
em palco da maioria das nascentes dos rios que drenam a bacia litorânea, cujas águas são
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drenadas para as Baías de Antonina, Laranjeiras, Pinheiros, Paranaguá e Guaratuba
(CARNEIRO, 2007).
O sistema hidrográfico do litoral paranaense é geologicamente recente, uma vez que
seus rios são constantemente rejuvenescidos pelos levantamentos epirogenéticos. Isto pode
explicar as inúmeras corredeiras e saltos. Do ponto de vista geológico e geomorfológico, a
região apresenta movimentos de massa que constituem sérios problemas em áreas que
foram degradadas pelas atividades antrópicas. O desmatamento acelerado, associado aos
altos índices pluviométricos, favorece deslizamentos que provocam o assoreamento dos rios
e da baía.
A maioria dos principais rios que compõem a bacia litorânea possui um curso superior
localizado na área serrana, com fortes declives, vales fortemente encaixados e um padrão de
canal retilíneo. O curso inferior, localizado nas planícies, possui geralmente um amplo vale
de fundo plano e um padrão de canal meandrante influenciado pelas marés. No trecho final
do curso inferior (próximo ao desemboque no estuário), as águas sofrem influência de
marés. Conforme ANGULO & SOUZA (1998), a costa paranaense apresenta regime
semidiurno de micromarés (< 2 m). As amplitudes médias para a quadratura e sizígia
correspondem respectivamente a 2,0 e 2,7 m, na cabeceira do estuário. As marés de sizígia
ocorrem nos períodos de lua nova e cheia, correspondendo a amplitudes maiores de maré,
verificando-se o inverso nos ciclos de quadratura, cujas ocorrências estão ligadas aos
períodos de lua crescente e minguante.
As Baías de Antonina e Paranaguá são compostas de quatro bacias hidrográficas, cuja
delimitação foi fornecida por MAACK (BIGARELLA, 1978). Estas bacias são a das Laranjeiras,
mais ao norte; a de Antonina, que aflui à baía na sua região central; adjacente a de Antonina
se encontra a bacia do rio Nhundiaquara e; por fim, mais ao sul, a de Paranaguá.
Na bacia hidrográfica de Antonina destacam-se o rio Cachoeira, o principal desta bacia,
além dos rios Faisqueira, Pequeno, Cacatu, Nunes, do Meio e das Pedras. Na bacia do rio
Nhundiaquara, o principal rio é o que recebe o mesmo nome da bacia e é formado
principalmente pelos rios Mãe Cotia, São João, Ipiranga e Sagrado.
Os afluentes da bacia de Antonina nascem nas Serras do Capivari, na Serrinha e na Serra
dos Órgãos. Os afluentes do rio Guaraguaçu (bacia de Paranaguá) nascem na Serra da Prata
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ou na planície da Praia de Leste. A bacia do rio Nhundiaquara tem suas nascentes ocorrendo
na Serra dos Órgãos, do Leão, da Igreja e Canavieiras.
2.1.2.2
Índices fisiográficos
Este item apresenta os índices relacionados à rede de drenagem ou indicativos de
tendências às cheias. Os índices focados são: área da bacia, comprimento do rio principal,
comprimento axial da bacia, perímetro da bacia, coeficiente de compacidade, fator de
forma, densidade de drenagem, índice de sinuosidade, declividade média do rio, declividade
inicial do rio e tempo de concentração.
O coeficiente de compacidade é a relação entre o perímetro da bacia e a
circunferência de um círculo de área igual à da bacia. Quanto mais irregular for a bacia,
maior será seu coeficiente de compacidade, que pode assumir, no mínimo, o valor um.
Quanto mais próximo da unidade for o coeficiente de compacidade, mais compacta é a bacia
e maior será o indicativo de tendência para maiores enchentes. Isto se explica pelo fato de,
com distâncias menores o tempo de trânsito dos escoamentos sofre redução. Além disto, as
bacias mais compactas estão mais sujeitas a uma precipitação intensa sobre toda a sua
superfície do que uma bacia irregular ou alongada.
O fator de forma é a relação entre a largura média e o comprimento axial da bacia,
sendo o comprimento axial o percurso total do curso d’água mais longo medido em
segmentos de linha reta (desprezando a sinuosidade), e a largura média a relação entre a
área e o comprimento axial da bacia. O fator de forma além de indicar a forma aproximada
da bacia, é um fator indicativo da tendência a enchentes. Um fator de forma baixo, que se
afaste do valor máximo um, corresponde a uma bacia alongada e menos propícia à
ocorrência de chuvas intensas em toda sua área, ou seja, com pequena propensão a
enchentes.
A densidade de drenagem da bacia relaciona o comprimento total dos cursos d’água
da bacia com sua área e fornece uma indicação da eficiência da drenagem, ou seja, da maior
ou menor velocidade com que a água deixa a bacia hidrográfica. Para densidades superiores
a 3,5, o deflúvio atinge rapidamente os cursos d’água e, consequentemente, indica picos
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altos nas enchentes e deflúvios baixos na estiagem. Já índices da ordem de 0,5 ou menos
indicam drenagem pobre.
O índice de sinuosidade do curso d’água é a relação entre o comprimento do rio
principal e o comprimento da bacia.
A declividade média do rio é dada pelo quociente entre a diferença de nível e o
comprimento do rio, desprezando-se os 15% do seu comprimento inicial. O fato de se
descartar no cálculo o trecho de cabeceiras ajuda na obtenção de uma declividade mais
representativa do rio, pois esta é uma região pouco contribuinte na área de drenagem,
porém com declividade muito elevada.
O tempo de concentração foi calculado conforme metodologia apresentada por Ven Te
Chow (TUCCI, 1993). Este índice indica o tempo necessário para que toda a bacia contribua
para o escoamento superficial na seção considerada, ou seja, o tempo em que a precipitação
que ocorre no ponto mais distante leva para atingir a exutória.
Os índices fisiográficos foram calculados para cada uma das bacias apresentadas na
Figura 3. A Tabela 2 apresenta os valores de área da bacia, comprimento do rio principal (L
rio), comprimento axial da bacia (L bacia), perímetro da bacia, coeficiente de compacidade
(Kc), fator de forma (Kf), densidade de drenagem (Dd), índice de sinuosidade (Sin),
declividade média do rio e tempo de concentração (Tc).
Para as áreas incrementais foi possível obter apenas a área, perímetro e a densidade
de drenagem, cujos valores são apresentados na Tabela 3. Os valores destacados em negrito
nesta tabela referem-se à área de influência direta.
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Tabela 2 - Parâmetros fisiográficos das bacias dos principais rios
Bacia Hidrográfica
Parâmetro
Guaraguaçu Sagrado Nhundiaq.
Cacatu
Área (km2)
232,20
137,70
519,29
107,08
L rio (km)
45,0
23,4
32,9
22,0
L bacia (km)
30,1
17,2
25,4
17,3
Perímetro (km)
87,70
71,80
140,22
55,67
Kc
1,62
1,73
1,74
1,52
Kf
0,26
0,47
0,80
0,36
Dd (km/km²)
2,08
3,80
3,47
3,26
Sin
1,50
1,36
1,30
1,27
Declividade (m/km)
0,8
7,0
7,8
34,2
Tc (horas)
11,4
3,6
4,4
2,1
Cachoeira Faisqueira
429,17
103,59
50,2
18,7
32,2
14,2
126,62
61,54
1,72
1,71
0,41
0,51
3,32
4,55
1,56
1,32
10,3
3,7
5,2
3,8
Tabela 3 - Principais parâmetros fisiográficos para as áreas incrementais
Área incremental
Parâmetro
AI01
AI02
AI03
AI04
2
Área (km )
165,32
95,80
15,57
116,00
Perímetro (km)
69,77
76,60
21,36
70,52
Dd (km/km²)
2,73
3,11
2,55
4,30
AI05
128,50
68,90
0,91
AI06
29,60
37,20
0,77
Entre os parâmetros fisiográficos apresentados na Tabela 2 e na Tabela 3, chama a
atenção a densidade de drenagem, que assume para a maioria das bacias valores altos,
exceto para a bacia hidrográfica do rio Guaraguaçu e as áreas incrementais vizinhas a esta
bacia (AI05 e AI06). Estes baixos valores podem ser explicados, em parte, pelos altos índices
de urbanização destas bacias, com canalização e tubulação de alguns córregos.
Os parâmetros Kf, Kc e Dd indicaram, para a maioria dos casos, pouca tendência a
cheias duradouras. Os tempos de concentração das bacias são baixos indicando picos altos e
ascensão e recessão dos hidrogramas ocorrendo em curtos intervalos de tempo,
característicos de bacias ditas de resposta hidrológica rápida.
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2.1.3 Usos da Água
Neste capítulo estão caracterizados os principais usos da água doce na área
potencialmente afetada pelo empreendimento, focando as demandas, fatores qualitativos e
análise das disponibilidades considerando o cenário atual e para o ano de 2030. Os
diferentes usos podem afetar áreas diferentes da bacia.
Na porção da bacia litorânea diretamente relacionada com o empreendimento foram
identificados os seguintes usos:

Abastecimento doméstico e lançamento dos respectivos efluentes;

Abastecimento industrial e lançamento dos respectivos efluentes;

Abastecimento do setor de mineração e lançamento dos respectivos efluentes;

Abastecimento do setor pecuário e lançamento dos respectivos efluentes;

Irrigação e lançamento dos respectivos efluentes;

Recreação / Turismo;

Comunidades pesqueiras;

Ictiofauna e manutenção de ecossistemas;

Navegação.
Verifica-se que são diversos os usos da água nas bacias hidrográficas do entorno do
empreendimento. A Política Estadual de Recursos Hídricos define entre seus fundamentos
que a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas. A
gestão de recursos hídricos deve garantir a harmonia entre os diversos usuários e entre
usuários e meio ambiente, através da integração de um conjunto de práticas necessárias à
manutenção da disponibilidade qualitativa e quantitativa da água. Trata-se da gestão das
disponibilidades e demandas hídricas, do conhecimento dos problemas existentes na bacia
hidrográfica, da definição das estratégias de planejamento para uso futuro, identificação das
fontes de recursos financeiros e planejamento para aplicação destes recursos a curto, médio
e longo prazo.
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Neste item é apresentada a contextualização da gestão dos recursos hídricos na área
analisada, bem como, são relacionados os diversos usos e conflitos atuais e potenciais dos
recursos hídricos na bacia hidrográfica de interesse.
2.1.3.1
Gestão de recursos hídricos
Para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei n o
9.433/97, foram desenvolvidos cinco instrumentos: os Planos de Recursos Hídricos e de
Bacias Hidrográficas, o Enquadramento dos corpos de água em classes, a Outorga e a
Cobrança pelo direito de uso de recursos hídricos e o Sistema de Informações sobre
Recursos Hídricos. Estes instrumentos permitem que sejam desenvolvidos mecanismos de
planejamento para auxiliar no projeto de empreendimentos que utilizem recursos hídricos,
incentivando a filosofia de múltiplos usos das mesmas águas e procurando atender o maior
número de usuários da bacia hidrográfica. O estado do Paraná possui já aprovado o Plano
Estadual de Recursos Hídricos, no qual foram levantados os dados de disponibilidades e
demandas nas principais bacias hidrográficas do estado. A Bacia Litorânea, onde está situada
a área deste estudo, foi estudada no PERH e, portanto, já possui um vasto levantamento de
informação sobre águas superficiais e subterrâneas. Atualmente a bacia Litorânea já está
sujeita a outorga de direitos de uso de recursos hídricos conforme o Decreto nº 4.646/01. O
enquadramento dos corpos de água em classes segundo os usos na bacia enquadra,
conforme a Portaria SUREHMA nº 05 de 06/09/89, as águas doces nas Classes especial, 1 e 2
e as águas salobras na Classe 7. Existem também os Planos Municipais de Recursos Hídricos
e o Sistema de Informações de Recursos Hídricos em implantação.
A Lei nº 9.433/97 promoveu uma descentralização na gestão de recursos hídricos da
esfera federal para a local, mais precisamente, para a bacia hidrográfica, passando o poder
decisório para os Comitês de Bacias Hidrográficas e para o Conselho Nacional e os Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos. Considerados a base da gestão participativa e integrada da
água e fóruns de decisão das ações a serem implementadas na sua área de abrangência, os
Comitês têm papel deliberativo e normativo e são compostos por representantes do Poder
Público, da sociedade civil e de usuários de água e podem ser oficialmente instalados em
águas de domínio da União e dos Estados. Existem comitês federais e comitês de bacias de
rios estaduais, definidos por sistemas e leis específicas.
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Os Comitês analisam, propõem, debatem e aprovam o Plano de Bacia Hidrográfica e as
proposições das Agências de Bacia Hidrográfica, em especial, os valores a serem cobrados
pelo uso dos recursos hídricos, o plano de aplicação dos recursos disponíveis, o rateio de
custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo e o enquadramento dos
cursos d'água.
Devido a diversos motivos, até hoje apenas algumas bacias hidrográficas conseguiram
estabelecer o seu comitê. Pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos foi prevista a criação de
um comitê para a bacia litorânea do Paraná. Em dezembro de 2010 foi aprovada pelo
Conselho Estadual de Recursos Hídricos, a Mesa Diretora Provisória do Comitê da Bacia
Litorânea, estando o respectivo Comitê, desta forma, em fase de instalação. Cabe lembrar
que, com a criação deste Comitê será possível, entre outras atribuições, elaborar o Plano de
Bacia Hidrográfica e revisar as especificações do Enquadramento e Cobrança.
2.1.3.2
Demanda de água das instalações do Porto de Antonina
Para a elaboração deste item não foi possível obter dados oficiais relacionadas à
demanda de água. Assim, para a análise da demanda de água nas instalações do Porto de
Antonina, futuramente deverão ser coletadas e processadas as informações inerentes, as
quais poderão ser fornecidas pelo Porto e pela empresa de saneamento SAMAE.
2.1.3.3
Recreação/Turismo
A cidade de Antonina tem sua atividade econômica baseada no sistema portuário e
na atividade turística, especialmente no turismo histórico e cultural. Uma das mais antigas
cidades do estado, Antonina surgiu em meados do século XVII, através da atividade de
mineração de ouro nos estuários da região e foi fundada em 1714, com a construção da
capela, hoje Igreja Matriz da cidade (Figura 4) e um dos pontos turísticos mais visitados
juntamente ao casario de arquitetura luso-brasileira no setor histórico e a Praça Coronel
Macedo.
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Figura 4 – Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
De forma geral, quanto à arquitetura civil, sobrevive, a arquitetura luso-brasileira dos
primeiros anos que se mescla a arquitetura eclética de uma segunda fase da história local
que permanece representada por alguns prédios marcantes da cidade. Dos edifícios da parte
central, em termos de caracterização tipológica, quatro categorias são identificadas:
arquitetura luso-brasileira, eclética, romântica e contemporânea. A importância da
arquitetura antiga de Antonina está justamente nessa harmonia de conjunto em que cada
elemento contribui das ruínas aos sobrados ecléticos, como pode ser observado no centro
histórico do município (Figura 5).
Figura 5 – Centro Histórico de Antonina.
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O Complexo Industrial Matarazzo (Figura 6), junto ao Porto de Antonina,
representa o estilo romântico, é testemunho de uma fase importante na economia do
estado – o ciclo da erva-mate, e ocupa uma considerável área junto ao porto Barão de Tefé
(Figura 7), hoje ainda em funcionamento.
Fonte: Leonardo da S. Mendes
Figura 6 – Complexo Industrial Matarazzo
Fonte: Leonardo da S. Mendes
Figura 7 – Porto Barão de Tefé
Em termos de arquitetura religiosa, destacam-se a Igreja do Bom Jesus do Saivá
(Figura 8) e a Igreja São Benedito, cujas escadarias são disputadas pela população e turistas
durante o carnaval, uma vez que a igreja se situa na “avenida do samba”. O carnaval de
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Antonina é o mais tradicional do Paraná e conhecido em todo o país como um dos mais
autênticos e animados de todos, com bailes públicos, concursos de fantasias e desfiles de
Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos. Em 2012 a festa movimentou cerca de 200 mil
foliões na cidade durante os quatro dias de folia.
Fonte: Leonardo da S. Mendes
Figura 8 – Escadaria da Igreja do Bom Jesus do Saivá
Outras festividades que atraem visitantes a cidade são o Festival de Inverno, a Festa
do Bom Jesus do Saivá e a Festa de Nossa Senhora do Pilar, que é ao lado do carnaval
antoninense uma grande festa popular e o mais concorrido dos eventos religiosos do Estado.
Além destas ainda o Aniversário da cidade e a Festa do Caranguejo, onde o caranguejo
preparado à moda caiçara atrai grande quantidade de visitantes.
Adicionalmente, Antonina ainda oferece algumas opções em termos de turismo
ecológico que atraem população para a prática de ecoesportes. Neste sentido destacam-se
locais como a Ponta do Pita, a Prainha e o Rio do Nunes. Destacam-se ainda o Pico do Paraná
para a prática de montanhismo e o Rio Cachoeira, que possibilita a prática de Rafting (Figura
9), uma vez que este se torna um rio caudaloso quando recebe as águas do reservatório do
Rio Capivari, as quais são conduzidas por um gigantesco túnel que atravessa a Serra do Mar
dando origem a maior central subterrânea do sul do país, na Usina Hidrelétrica Governador
Viriato Parigot de Souza.
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Fonte: Leonardo da S. Mendes
Figura 9 – Rafting no Rio Cachoeira
2.1.3.4
Lançamento de vazão originada da transposição entre bacias hidrográficas
As águas da represa do Capivari são transpostas para a bacia do rio Cachoeira, na bacia
litorânea (COPEL, 1996). O rio Capivari é barrado em local que drena 945 km², e pertence à
bacia hidrográfica do rio Ribeira. As águas da barragem do rio Capivari são conduzidas à
usina Governador Parigot de Souza – GPS através de um sistema de derivação, com 14 km de
túnel de adução e 1.084 m de conduto forçado subterrâneo. GPS é a maior usina
subterrânea do Brasil e apresenta parte do canal de restituição (2.200 m) também
subterrâneo, correndo nos últimos 500 m a céu aberto, até descarregar no rio Cachoeira. A
localização da usina e reservatório pode ser identificada na Figura 10.
A usina GPS possui 247 MW de potência nominal instalada e seu município sede é
Antonina. O enchimento do reservatório iniciou-se em julho de 1970, ano em que a usina de
Capivari entrou em operação com a primeira turbina (COPEL, 1996).
Para atender aos objetivos do presente projeto é mais importante avaliar o impacto da
água transposta quando esta atinge o estuário. Assim, esta avaliação está apresentada
adiante, no capítulo referente aos recursos hídricos do estuário (item 2.4.3).
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Figura 10 – Localização de GPS na bacia litorânea e do reservatório no rio Capivari
2.1.4 Caracterização da Qualidade da Água
Conforme Portaria SUREHMA nº 005/89, de 06 de setembro de 1989, as águas dos rios
da bacia litorânea estão enquadradas nas classes especial, “1”, “2”, e “7”. Todos os cursos
d’água principais pertencentes à área de influência direta, a saber: Emboguaçú, dos
Almeidas, dos Correias, Itiberê, Pequeno (afluente do Guaraguaçu a jusante da confluência
com o rio Indaial), são enquadrados na classe “2”, até a influência de maré. Após a influência
de maré, quando suas águas podem ser ditas salobras, os cursos d’água são enquadrados na
classe “7”.
De acordo com o Inc. III do Art. 3º da Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de
2005, as águas pertencentes à classe “2” são destinadas à:
 Ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;
 À proteção das comunidades aquáticas;
 À recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho;
 À irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de
esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e
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 À aqüicultura e à atividade de pesca.
A Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, não especifica a classe “7”,
tendo alterado a denominação das classes. No entanto, a Resolução anterior que foi
revogada pela atual, a CONAMA nº 20/1986, de 18 de junho de 1986, diz no Inc. VIII do Art.
1º, que as águas pertencentes à classe “7” são destinadas à:
 À recreação de contato primário;
 À proteção das comunidades aquáticas;
 À criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação
humana.
Este estudo não previu a coleta de dados primários. No entanto, existem diversos
outros estudos publicados que contém a avaliação da qualidade da água dos rios das bacias
hidrográficas analisadas. Dentre estes estudos, foram selecionados os mais importantes no
que se refere a material coletado e conclusões realizadas. São eles:
 Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Paraná (ÁGUAS PARANÁ, 2010);
 Fluxos de Nutrientes e Material Particulado na Bacia de Drenagem do Complexo
Estuarino de Paranaguá – PR (ROSA, 2010).
Além destes estudos, foram obtidos e processados dados de qualidade de água de
estações fluviométricas operadas pelo AGUAS PARANA, situadas nos municípios de
Paranaguá, Antonina, Morretes e Pontal do Paraná.
2.1.4.1
Estudo: Fluxos de Nutrientes e Material Particulado na Bacia de Drenagem do
Complexo Estuarino de Paranaguá – PR
A dissertação de mestrado denominada Fluxos de Nutrientes e Material Particulado na
Bacia de Drenagem do Complexo Estuarino de Paranaguá – PR (ROSA, 2010) teve como
objetivo a quantificação de nutrientes e material particulado provenientes do meio fluvial ao
longo de um ciclo hidrológico completo para o CEP (Complexo Estuarino de Paranaguá). Os
nutrientes medidos foram: nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal, fosfato, silicato e clorofilaa, além disso, foi medido o pH e a temperatura.
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As amostragens foram feitas nos principais rios que compõem a bacia do CEP:
Guaraguaçú, Sambaqui, Sagrado, Nhundiaquara, Cacatú, Cachoeira, Faisqueira, Cedro,
Tagaçaba, Serra Negra e Guaraqueçaba. Estes rios possuem aportes consideráveis de água, o
que infere em uma melhor caracterização do aporte de nutrientes e material particulado.
Todos os rios, até a área de influência de maré estão enquadrados na Classe 1, com exceção
do rio Guaraguaçú que pertence a Classe 2 (SUREHMA, 1989). Foram feitas amostragens
mensais durante o período de um ano para verificar as possíveis variações sazonais. A Figura
11 apresenta os rios amostrados em Rosa (2010).
Fonte: Rosa (2010).
Figura 11 – Localização dos pontos de amostragem
As medições foram feitas entre março de 2008 e fevereiro de 2009, sendo que, as
coletas foram feitas sempre a montante da área de influência de maré, a fim de não haver
influência da salinidade no aporte fluvial.
A seguir, são apresentadas as principais conclusões acerca dos diversos parâmetros,
considerando os dados obtidos por Rosa (2010).
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32
Clorofila-a
As concentração de clorofila-a, na maioria das vezes, ficaram abaixo dos limites
máximos impostos pela resolução CONAMA 357/05, de 10 μg/L para a classe 1 (linha em
verde nos gráficos) e 30 μg/L para a classe 2 (linha em rosa nos gráficos). O rio Guaraguaçú,
único rio de classe 2, apresentou na medição de julho de 2008 concentração acima dos
10 μg/L sugeridos para a classe 1, mas ainda abaixo do limite sugerido para rios de classe 2
(30 μg/L). No rio Segredo, na medição realizada em junho de 2008, o valor observado supera
levemente o limite para rios de classe 1.
Alguns meses não apresentam dados para determinados rios, devido a problemas
técnicos com o amostrador. Durante o período seco (Figura 12) foram medidas
concentrações de clorofila-a maiores do que durante o período chuvoso (Figura 13).
Provavelmente, as concentrações de clorofila-a estão sendo limitadas pela disponibilidade
de nutrientes visto que os dois seguem o mesmo padrão de concentrações, isto é, altas
durante o período seco e baixas durante o chuvoso. Outro fator que pode determinar a
concentração de clorofila-a em ambientes fluviais é o tempo de retenção da água, que por
ser muito curto não permite que as populações de fitoplâncton se desenvolvam.
Figura 12 - Concentrações de clorofila-a amostradas no período seco
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REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
33
Figura 13 - Concentrações de clorofila-a amostradas no período chuvoso
Nitrito
A concentração de nitrito tanto no período seco (Figura 14) quanto no período
chuvoso (Figura 15) foi, normalmente, menor do que o limite máximo, 1,0 mg/L, imposto
pela resolução CONAMA 357/2005 para corpos d’água dentro das classes 1 e 2. Houve pouca
variação entre as concentrações de nitrito durante o período chuvoso e seco. As
concentrações de nitrito foram muito baixas em razão da alta instabilidade deste composto
na água, transformando-se rapidamente em nitrato, de acordo com a disponibilidade de
oxigênio (MARQUES, 2004). Entretanto, por duas vezes o limite sugerido pela referida
resolução foi superado, ambas em medições realizadas no rio Guaraguaçu, de classe 2, nos
meses de julho (período seco) e dezembro (período chuvoso) de 2008. Este rio, apresentou,
na maioria das vezes, concentrações maiores de nitrito em relação aos outros córregos.
Figura 14 - Concentrações de nitrito amostradas no período seco
LACTEC – 2012
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34
Figura 15 - Concentrações de nitrito amostradas no período chuvoso
Nitrato
O nitrato foi a forma de nitrogênio inorgânico dissolvido predominante nas amostras,
o que é uma característica comum em ambientes aquáticos em geral. Houve uma
quantidade muito maior durante o período seco (Figura 16) em relação ao período úmido
(Figura 17), provavelmente devido à menor atividade fitoplanctônica, dado que o nitrato
representa uma das principais fontes de nitrogênio para os produtores primários (ESTEVES,
1998). O limite máximo de nitrato é de 10 mg/L para as classes 1 e 2 segundo a resolução
CONAMA 357/2005. Portanto, como pode ser observado pelas figuras, os rios amostrados
estão de acordo com a legislação.
Figura 16 - Concentrações de nitrato amostradas no período seco
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
35
Figura 17 - Concentrações de nitrato amostradas no período chuvoso
Nitrogênio Amoniacal
As concentrações de nitrogênio amoniacal apresentaram certa sazonalidade, sendo,
em geral maiores durante o período seco (Figura 18) em relação ao período chuvoso (Figura
19). Houve um pico de nitrogênio amoniacal para o rio Nhundiaquara em julho de 2008,
provavelmente devido à proximidade das áreas urbanas de Morretes que despejam esgoto
doméstico.
O limite em termos de concentração de nitrogênio amoniacal sugerido pela resolução
CONAMA 357/2005, em função do máximo valor de pH (7,49) apresentado durante todo o
período de observação (períodos seco e chuvoso) é de 3,7 mg/L (para pH ≤ 7,5), para as
classes 1 e 2 de enquadramento. Este limite é, isoladamente, o menos restritivo da
legislação considerando os outros intervalos de variação de pH. Desta forma, todas as
concentrações de nitrogênio amoniacal observadas estão baixas em relação ao limite da
legislação vigente, visto que as variações de pH foram entre 6,02 e 7,49.
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
36
Figura 18 - Concentrações de nitrogênio amoniacal amostradas no período seco
Figura 19 - Concentrações de nitrogênio amoniacal amostradas no período úmido
2.1.4.2
Parâmetros de qualidade das águas monitorados pelo AGUAS PARANA
O ÁGUAS PARANÁ monitora diversas estações de qualidade de água na bacia
litorânea. Entre as estações disponíveis foi possível analisar os dados das estações do rio do
Pinto e Nhundinhaquara, ambas localizadas no município de Morretes. Esses dois rios são
pertencentes à classe 1. A Tabela 4 apresenta as principais características das estações
analisadas. A Tabela 5 e a Tabela 6 apresentam os dados medidos nos últimos 10 anos da
estação Morretes. A Tabela 7, a Tabela 8 e a Tabela 9 apresentam os dados, também
LACTEC – 2012
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37
medidos nos últimos 10 anos, das estações Anhaia, Pinguela e Ponte Velha,
respectivamente.
Tabela 4 - Dados informativos das estações Anhaia, Morretes, Pinguela e Ponte Velha
Código
Nome da Estação
82170000 Morretes
82198000 Anhaia
82065000
82121003
PINGUELA
PONTE VELHA
Área de
Drenag.
(km²)
Nhundiaquara
217
Do Pinto
66
Rio
CACHOEIRA
CACHOEIRA
180
369
Coordenadas
Latitude
Longitude
25º 28' 37"
25º 32' 16"
48º 49' 48"
48º 50' 52"
25º 14' 34"
25º 19' 00"
48º 44' 51"
48º 42' 00"
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38
Tabela 5 - Medições dos parâmetros para a estação Morretes (Parte 1)
Data
Colif. Fec.
(NMP/
100mL)
23/03/01
27/03/01
19/04/01
25/04/01
22/06/01
25/06/01
02/09/01
17/10/01
08/12/01
09/04/02
05/08/03
27/11/03
26/05/04
06/08/04
23/03/05
03/05/05
21/06/05
06/10/05
26/10/05
03/11/05
30/03/06
30/05/06
29/08/06
02/10/06
23/03/07
07/08/07
13/03/08
17/06/08
27/05/09
04/08/09
11/08/09
08/10/09
29/06/10
24/08/10
07/10/10
25/10/10
21/07/11
14/09/11
27/11/11
1300
170
1700
500
700
20
300
1100
500
30000
-
Colif.
Tot.
(NMP/
100mL)
30000
3,57
14000
5000
5000
23000
5000
2300
5000
11000
11000
140000
11000
50000
35000
50000
80000
30000
11000
23000
50000
11000
130000
4900
49000
23000
13000
23000
17000
23000
33000
4900
22000
Escherichia
DBO/5
coli
20 ºC
(NMP/
(mg/L O2)
100mL)
<2
2,6
<2
<2
<2
<2
<2
<2
<2
1
<2
<2
7000
<2
7000
<2
30000
6
4700
2,1
22000
2,2
28000
2
17000
4
11000
2,8
23000
<2
<2
50000
2
11000
<2
33000
2
3300
<2
22000
<2
700
2
2200
<2
13000
<2
7900
<2
13000
<2
<2
<2
1100
2,5
700
230
3,4
DQO
(mg/L O2)
10
10
21
<1
1,3
4,9
3,9
5,8
53
8
11
12
11
3
25
7,1
9,6
8,8
21
12
10
15
12
7
23
4,4
<2
7,8
5,8
9,2
3,6
4,2
8,9
<2
3
2
6
Nitrog.
Kjeldahl
Tot.
(mg/L N)
0,69
0,43
0,99
0,41
0,19
0,28
0,27
0,04
0,23
0,15
0,32
0,27
0,28
0,47
0,22
0,28
0,14
0,22
0,12
0,14
0,29
0,22
0,078
0,26
0,24
0,097
0,13
0,12
0,23
0,088
0,16
0,23
0,32
0,13
0,13
0,18
O.D.
(mg/L
O2)
pH
Temp.
água
(ºC)
Turbidez
(N.T.U.)
8,8
9,2
8,4
10,1
9,8
8,4
9,3
9,2
9,7
10,8
10,1
9,18
9,06
9,1
9,96
8,88
10,4
9,5
11,7
9,1
8,96
11
10,5
9,43
9,98
4,2
9,7
9,2
8,2
11,82
6,9
7,3
6,6
6,8
6,9
6,6
7,0
6,7
6,6
7,4
7,1
7,2
7,4
6,9
6,9
7,1
6,8
5,0
7,0
7,6
7,3
6,7
7,6
6,6
7,1
7
6,9
6,8
6,9
8,4
6,7
6,8
7,7
6,4
6,6
7,9
24,4
23,3
21,9
21,4
13,6
17
23
22,8
25
23,2
26
23
17
19,3
24
19,3
17
18
20
19
22
21
19
18,7
23
17,7
21,8
11
19
16
17,7
17
15
18
18,7
21
12
7
14
4,4
2
6,4
2,5
2,2
2,3
2,1
2
5
1,5
4,1
17
2,4
3,3
7
3,5
10
13
17
2
2
5
2,7
2
7
2,2
1
3,5
1,5
4
5
2
3
2,4
2,5
1
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
39
Tabela 6 - Medições dos parâmetros para a estação Morretes (Parte 2)
Data
23/03/01
27/03/01
19/04/01
25/04/01
22/06/01
25/06/01
02/09/01
17/10/01
08/12/01
09/04/02
05/08/03
27/11/03
26/05/04
06/08/04
23/03/05
03/05/05
21/06/05
06/10/05
26/10/05
03/11/05
30/03/06
30/05/06
29/08/06
02/10/06
23/03/07
07/08/07
13/03/08
17/06/08
27/05/09
04/08/09
11/08/09
08/10/09
29/06/10
24/08/10
07/10/10
25/10/10
21/07/11
14/09/11
27/11/11
Sól. Tot.
Dureza Magn.
Nitrog. Resíduos Sulfatos
Fósf. Tot. Cloretos
Nitratos Nitritos
a 103ºC
Tot. (mg/ (mg/L
Amon.
Susp.
(mg/L
(mg/L P) (mg/L Cl)
(mg/L N) (mg/L N)
(mg/L)
L CaCO3) Mg)
(mg/L N) (mg/L)
SO4)
2,01
7,4
0,66
0,19
0,003
0,1
3
6,4
0,99
6,61
0,68
0,12
0,002
0,1
3
1,1
1,79
8
0,56
0,07
0,005
0,1
14
3,83
7
0,83
0,28
<0,002
0
2
2
2,45
5,5
0,11
<0,02
2
2
1,98
14
0,2
0
4,4
18
34
32
36
0,018
0,94
7,3
0,094
0,003
0,1
7
<1
33
0,023
6,7
0,16
<0,02
1
<1
28
30
0,021
30
0,018
1,8
4
0,17
0
3
1,2
35
0,014
30
28
27
0,033
5,35
3
0,21
0
3
2,36
33
0,014
56
0,011
3,75
9
0,12
0
2
4,5
60
0,032
5,15
6
0,15
0
2
5,6
45
0,02
4
0,013
58
0,019
20
0,013
3
6
0,16
0
1,8
5,1
27
0,027
32
0,017
27
0,011
52
0,021
2,06
6,1
0,17
0
3,2
7
33
66
51
26
-
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
40
Tabela 7 - Medições dos parâmetros para a estação Anhaia
Data
Temp.
água
(ºC)
Colif. Fecal
(NMP/
100mL)
Colif. Total
(NMP/
100mL)
Escherichia
coli (NMP/
100mL)
DBO/5
20 ºC
(mg/L O2)
DQO
( mg/L O2)
25/06//01
18/07/01
02/09/01
24/10/01
08/12/01
08/08/03
27/11/03
26/05/04
03/11/05
30/03/06
30/05/06
29/08/06
23/03/07
17/06/08
30/06/10
24/08/10
25/10/10
19/07/11
14/09/11
27/11/11
17
20
21
18
22
19
22
17
19
21
20
21
24
13
14
21
24
14
8
14
23000
70
230
70
270
1700
-
30000
2300
1300
5000
2300
13000
23000
30000
2800
50000
50000
7900
28000
11000
3300
-
23000
23000
1400
50000
22000
1700
22000
1100
490
-
<2
<2
<2
<2
<2
<2
<2
<2
2
2
2
<2
2
2,2
<2
<2
<2
<2
2,6
3,9
6,5
4,7
10
3
<1
13
13
7
16
10
10
6
5,7
7,3
14
5
6,3
2,9
5,8
Fósf.
Nitrog.
Total
Kjeldahl
(mg/L P) Tot.(mg/L N)
0,039
0,06
0,02
0,031
0,019
0,024
0,021
0,014
0,015
0,42
0,13
0,22
0,03
0,13
0,09
0,17
0,26
0,14
0,13
0,067
0,056
0,13
0,087
0,18
0,17
0,15
0,092
0,12
0,14
O.D.
(mg/L O2)
pH
9,3
9,4
7,9
10
9,1
9,02
8,62
9,3
9,59
9,1
9,55
9,6
10,9
7,3
7,7
7,0
7,8
7,1
7,4
7,2
7,6
7,7
7,5
7,8
7,9
7,7
7,4
7,8
8,8
8,0
6,97
7,2
8,1
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
41
Sólidos Tot.
Turb.
a 103ºC
(N.T.U.)
(mg/L)
55
30
26
38
32
41
20
102
28
58
35
38
55
75
28
32
1,7
2,5
2,4
3,6
1,5
9,5
16
12
36
1
1
3
1
1,8
4
1,9
0,9
0,6
Tabela 8 - Medições dos parâmetros para a estação Pinguela
Data
Colif. Fec.
(NMP/100mL)
Colif. Tot.
(NMP/100mL)
DBO/5
20 ºC
(mg/L O2)
DQO
(mg/L
O2)
Escherichia
coli
(NMP/100mL)
Fósf. Tot.
(mg/L P)
Nitrog.
Kjeldahl Tot.
(mg/L N)
O.D.
(mg/L
O2)
pH
22/2/2001
21/6/2001
30/7/2001
11/9/2001
25/10/2001
10/12/2001
13/8/2003
27/11/2003
28/5/2004
4/11/2005
30/3/2006
2/6/2006
29/8/2006
23/3/2007
17/6/2008
1/7/2010
25/8/2010
25/10/2010
18/9/2011
27/11/2011
70
20
800
170
40
<20
<20
300
170
-
11000
410
1300
3500
1300
1700
800
3000
13000
50000
23000
7000
17000
1700
11000
-
<2
<2
<2
<2
<2
<2
4,1
2
10
<2
<2
2
2,6
2,5
<2
<2
<2
2,4
2,4
5
9,7
4
7,7
8
7,7
13
12
32
9,8
7,2
6
3,5
7
4,6
<2
<2
5,3
50000
13000
5000
5000
790
68
-
0,033
0,033
0,05
0,029
0,037
0,033
0,027
0,028
0,26
0,37
0,41
0,11
0,3
0,1
0,23
0,11
0,17
0,15
0,042
0,066
0,092
0,066
0,094
0,089
0,23
0,24
0,11
7,3
10,2
9,4
9,1
9,2
8,54
9,22
10
10,28
8,5
9,9
9,5
8,19
7,7
7,4
7,3
7,7
7,6
8
7
7,4
7,7
7,5
7,7
7,8
7,6
7,4
7,3
7,5
7,7
7,2
7,9
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
42
Temp.
água (ºC)
19
15
17
19
22
22
18
23
17
17
21
18
19
22
13
17
21
23
13
15
Turbidez
(N.T.U.)
2,3
1,2
3,2
4,9
1,2
1,2
2
1,9
12
16
1
1
1,5
0,6
0,5
1,5
0,9
0,4
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
Tabela 9 - Medições dos parâmetros para a estação Ponte Velha
Data
Temp.
água
(ºC)
22/02/01
21/06/01
30/07/01
11/09/01
25/10/01
13/08/03
27/11/03
24
17
17
20
21
18
26
O.D.
Colif. Fec. Colif. Tot.
DBO/5
DQO
Nitrog.
(mg/L
(NMP/
(NMP/ 20ºC (mg/L ( mg/L Kjeldahl Tot.
O2)
100mL)
100mL)
O2)
O2)
(mg/L N)
110
<20
<20
130
80
130
22000
1100
1700
7000
300
5000
<2
<2
2,4
3
<2
9,5
7,6
6,3
5
14
0,5
0,45
0,19
0,26
pH
9,5
8,8
8,1
-
Sól. Tot. Turbidez
a 103ºC (N.T.U.)
(mg/L)
7,3
7,2
7,2
7,7
7,2
88
48
6,5
10
30
5
13
Na estação Morretes, localizada no rio Nhundinhaquara, de classe 1, foram
analisadas 36 medições de DBO das quais 4 ultrapassaram o limite de 3 mg/L, sendo que o
valor máximo de DBO medido foi de 10 mg/L (Figura 20). A estação Anhaia, localizada no rio
do Pinto, enquadrado como classe 1, possui todas as de DBO abaixo do limite de 3 mg/L que
é o limite imposto pela resolução para rios de classe 1 (Figura 21). Para a estação Pinguela
(rio Cachoeira), 15 das 18 medições de DBO/5 20ºC ficaram dentro dos limites máximos da
resolução CONAMA 357/2005, que é de 3 mg/L para rios de classe 1 (Figura 22). Já para a
estação Ponte Velha, também localizada no rio Cachoeira, todas as medições ficaram abaixo
do limite determinado para a Classe 1 (Figura 23).
12
10
10
DBO/5 20ºC (mg/L O2)
8
6
6
4
4
3,4
Limite Classe 1
<2
<2 <2 <2 <2 <2 <2 <2
2,8
2,1 2,2 2
<2 <2 <2 <2
2,5
<2 <2 2 <2 2 <2 <2 2 <2 <2 <2 <2 <2 <2
2
1
21/7/2011
27/11/2011
7/10/2010
25/10/2010
24/8/2010
29/6/2010
8/10/2009
4/8/2009
11/8/2009
27/5/2009
17/6/2008
7/8/2007
13/3/2008
23/3/2007
2/10/2006
29/8/2006
30/5/2006
30/3/2006
3/11/2005
6/10/2005
26/10/2005
3/5/2005
21/6/2005
6/8/2004
26/5/2004
5/8/2003
27/11/2003
9/4/2002
8/12/2001
2/9/2001
17/10/2001
25/6/2001
22/6/2001
25/4/2001
19/4/2001
23/3/2001
0
Figura 20 - Medições de DBO/5 20ºC para a estação Morretes
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
43
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
3,5
Limite Classe 1
3
<2
<2
<2
<2
2
24/10/2001
8/12/2001
8/8/2003
27/11/2003
26/5/2004
3/11/2005
2
2
30/5/2006
<2
30/3/2006
<2
2/9/2001
<2
18/7/2001
2,2
<2
25/6/2001
DBO/5 20ºC (mg/L O2)
2,6
2,5
<2
2
<2
<2
<2
<2
2
1,5
1
0,5
27/11/2011
19/7/2011
25/10/2010
24/8/2010
30/6/2010
17/6/2008
23/3/2007
29/8/2006
0
Figura 21 - Medições de DBO/5 20ºC para a estação Anhaia
12
10
8
7,2
6
4,1
4
27/11/2003
2
<2
2,5
2
<2
<2
<2
18/9/2011
<2
25/10/2010
<2
25/8/2010
<2
10/12/2001
2,6
<2
25/10/2001
<2
11/9/2001
<2
21/6/2001
Limite Classe 1
22/2/2001
2,4
2
27/11/2011
1/7/2010
17/6/2008
23/3/2007
29/08/2006
2/6/2006
30/03/2006
4/11/2005
0
28/5/2004
DBO/5 20ºC (mg/L O2)
10
Figura 22- Medições de DBO/5 20ºC para a estação Pinguela
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
44
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
3,5
3
3
Limite Classe 1
2,4
DBO/5 20ºC (mg/L O2)
2,5
<2
<2
21/6/2001
11/9/2001
<2
2
1,5
1
0,5
0
25/10/2001
13/8/2003
27/11/2003
Figura 23 - Medições de DBO/5 20ºC para a estação Ponte Velha
A estação Morretes teve 30 medições de oxigênio dissolvido e destas, apenas uma
ficou abaixo do limite mínimo de 6 mg/L (Figura 24). Para todas as medições feitas na
estação Anhaia, as concentrações de oxigênio dissolvido ficaram de acordo com o limite
mínimo imposto pela resolução CONAMA 357/2005, que não deve ser inferior a 6 mg/L para
rios de classe 1 (Figura 25). Todas as medições feitas na estação Pinguela resultaram em
concentrações de oxigênio dissolvido de acordo com o limite mínimo imposto pela resolução
(Figura 26), assim como as medições referentes à estação Ponte Velha (Figura 27).
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
45
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
14
11,82
11,7
12
11
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2)
10,8
10,1
10
9,3
9,2
8,4
9,5
9,18 9,06 9,1
8,8
9,98
9,96
9,7
9,2
10,5
10,4
10,1
9,8
8,88
9,7
9,43
9,1 8,96
9,2
8,4
8,2
8
Limite mínimo Classe 1
6
4,2
4
2
14/9/2011
27/11/2011
21/7/2011
25/10/2010
7/10/2010
29/6/2010
8/10/2009
4/8/2009
11/8/2009
27/5/2009
13/3/2008
7/8/2007
2/10/2006
29/8/2006
30/3/2006
3/11/2005
6/10/2005
26/10/2005
3/5/2005
21/6/2005
6/8/2004
9/4/2002
8/12/2001
2/9/2001
17/10/2001
25/6/2001
22/6/2001
25/4/2001
19/4/2001
23/3/2001
0
Figura 24 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Morretes
12
10,9
9,4
9,1
9,3
9,02
9,59
9,55
9,6
14/9/2011
9,3
9,1
8,62
7,9
8
Limite mínimo Classe 1
6
4
2
27/11/2011
25/10/2010
30/6/2010
29/8/2006
30/3/2006
3/11/2005
8/12/2001
24/10/2001
2/9/2001
18/7/2001
0
25/6/2001
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2)
10
19/7/2011
10
Figura 25 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Anhaia
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
46
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
12
10,2
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2)
10
10
9,4
9,1
10,28
8,54
8
9,9
9,5
9,22
9,2
8,5
8,19
7,3
Limite mínimo Classe 1
6
4
2
27/11/2011
18/9/2011
25/10/2010
25/8/2010
1/7/2010
29/08/2006
30/03/2006
4/11/2005
10/12/2001
25/10/2001
11/9/2001
21/6/2001
22/2/2001
0
Figura 26 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Pinguela
10
9,5
8,8
9
8,1
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2)
8
7
Limite mínimo Classe 1
6
5
4
3
2
1
0
21/6/2001
11/9/2001
25/10/2001
Figura 27 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Ponte Velha
Em relação ao pH, na estação Morretes, das 37 medições, apenas duas ficaram fora
dos limites máximo e mínimo descritos na resolução CONAMA 357/2005 que diz que o pH
deve estar entre os valores de 6,0 e 9,0, para rios enquadrados como classe 1 (Figura 28). A
estação Anhaia também ficou dentro dos limites, tendo pH máximo de 8,8 e mínimo de 6,97
(Figura 29). Na estação Pinguela o pH variou de 7 a 8, ficando, portanto, dentro dos limites
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
47
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
máximo e mínimo descritos na resolução CONAMA 357/2005 (Figura 30Erro! Fonte de
referência não encontrada.), bem como a estação Ponte Velha, que teve seus valores
variando entre 7,2 a 7,7 (Figura 31).
10
Limite superior Classe 1
9
8,4
8
7,4
7,3
7
6,9
6,6
7
7,1 7,2
6,9 6,9
6,7 6,6
6,6
7,3
7,1
7,1
7,04
7
6,8
6,73
6,85
6,9 6,84
6,7
6,55
6,82
6,38
6,58
5,98
Limite inferior Classe 1
6
pH
6,8 6,9
7,9
7,7
7,61
7,6
7,4
5
5
4
3
2
1
14/9/2011
27/11/2011
21/7/2011
7/10/2010
25/10/2010
24/8/2010
29/6/2010
8/10/2009
4/8/2009
11/8/2009
27/5/2009
17/6/2008
7/8/2007
13/3/2008
23/3/2007
2/10/2006
29/8/2006
30/5/2006
30/3/2006
3/11/2005
6/10/2005
26/10/2005
3/5/2005
21/6/2005
6/8/2004
26/5/2004
5/8/2003
27/11/2003
9/4/2002
8/12/2001
2/9/2001
17/10/2001
25/6/2001
22/6/2001
25/4/2001
19/4/2001
23/3/2001
0
Figura 28 - Medições de pH para a estação Morretes
10
Limite superior Classe 1
9
7,8
7,7
8
7,3
8,8
7,1
7
7,4
7,6
7,7
7,2
7,5
7,8
7,9
7,7
6,97
7
7,2
Limite inferior Classe 1
6
5
4
3
2
1
27/11/2011
14/9/2011
19/7/2011
25/10/2010
24/8/2010
30/6/2010
17/6/2008
23/3/2007
29/8/2006
30/5/2006
30/3/2006
3/11/2005
26/5/2004
27/11/2003
8/8/2003
8/12/2001
24/10/2001
2/9/2001
18/7/2001
0
25/6/2001
pH
8,1
8
7,8
7,4
Figura 29 - Medições de pH para a estação Anhaia
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
48
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
10
Limite superior Classe 1
7,4
7,7
7,3
8
7,6
7,4
7,7
7,5
7,7
7,8
7,61
7,4
7,3
7,45
25/8/2010
7,7
1/7/2010
8
17/6/2008
9
7
7,9
7,7
7,21
7
Limite inferior Classe 1
pH
6
5
4
3
2
1
27/11/2011
18/9/2011
25/10/2010
23/3/2007
29/08/2006
2/6/2006
30/03/2006
4/11/2005
28/5/2004
27/11/2003
13/8/2003
10/12/2001
25/10/2001
11/9/2001
21/6/2001
22/2/2001
0
Figura 30 - Medições de pH para a estação Pinguela
10
Limite superior Classe 1
9
8
7,7
7,3
7,2
7,2
11/9/2001
25/10/2001
7,2
7
Limite inferior Classe 1
pH
6
5
4
3
2
1
0
21/6/2001
13/8/2003
27/11/2003
Figura 31 - Medições de pH para a estação Ponte Velha
Os valores de turbidez para todas as medições na estação Morretes ficaram abaixo
do limite superior imposto pela resolução vigente (CONAMA 357/2005) que é de 40 NTU
para rios de classe 1 (Figura 32). O mesmo aconteceu para a estação Anhaia, Pinguela e
Ponte Velha, na qual todas as medições resultaram em valores abaixo de 40 NTU. Os gráficos
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
49
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
para estas medições foram feitos em escala logarítmica e são apresentados na Figura 33, na
Figura 34 e na Figura 35Figura 33.
100
Limite Classe 1
17
17
13
10
10
7
Turbidez (N.T.U.)
6,4
7
5
4,4
5
5
4,1
3,5
3,3
2,5
2
3
2,7
2,4
2,2 2,3 2,1
2
4
3,5
2
2
2,4 2,5
2,2
2
2
1,5
1,5
1
1
1
21/7/2011
27/11/2011
7/10/2010
25/10/2010
24/8/2010
29/6/2010
8/10/2009
4/8/2009
11/8/2009
27/5/2009
17/6/2008
7/8/2007
13/3/2008
23/3/2007
2/10/2006
29/8/2006
30/5/2006
30/3/2006
3/11/2005
6/10/2005
26/10/2005
3/5/2005
21/6/2005
6/8/2004
26/5/2004
5/8/2003
27/11/2003
9/4/2002
8/12/2001
2/9/2001
17/10/2001
25/6/2001
22/6/2001
25/4/2001
19/4/2001
23/3/2001
0,1
Figura 32 - Valores de turbidez para a estação Morretes
100
32
Limite Classe 1
36
16
12
9,5
Turbidez (UNT)
10
4
3,6
2,5
3
2,4
1,7
1,9
1,8
1,5
1
1
1
0,9
1
0,6
27/11/2011
19/7/2011
25/10/2010
24/8/2010
30/6/2010
17/6/2008
23/3/2007
29/8/2006
30/5/2006
30/3/2006
3/11/2005
26/5/2004
27/11/2003
8/8/2003
8/12/2001
24/10/2001
2/9/2001
18/7/2001
25/6/2001
0,1
Figura 33 - Valores de turbidez para a estação Anhaia
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
50
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
100
Limite Classe 1
16
12
Turbidez (N.T.U.)
10
4,9
3,2
2,3
2
1,2
1,2
1,9
1,5
1,2
1
1,5
1
0,9
1
0,6
0,5
0,4
27/11/2011
25/10/2010
25/8/2010
1/7/2010
17/6/2008
23/3/2007
29/08/2006
2/6/2006
30/03/2006
4/11/2005
28/5/2004
27/11/2003
13/8/2003
10/12/2001
25/10/2001
11/9/2001
21/6/2001
22/2/2001
0,1
Figura 34 - Valores de turbidez para a estação Pinguela
45
Limite Classe 1
40
35
30
Turbidez (N.T.U.)
30
25
20
15
13
10
10
6,5
5
5
0
21/6/2001
11/9/2001
25/10/2001
13/8/2003
27/11/2003
Figura 35 - Valores de turbidez para a estação Ponte Velha
As concentrações de fósforo total na estação Morretes (Figura 36), Anhaia (Figura 37)
e Pinguela (Figura 38), resultaram em valores abaixo do limite máximo apresentado na
resolução CONAMA 357/2005 de 0,1 mg/L P para ambientes lóticos e rios de classes 1.
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
51
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
0,12
Limite Classe 1
Fósforo Total (mg/L P)
0,1
0,08
0,06
0,04
0,031
0,027
0,022
0,02
0,02
0,025
0,021
0,019
0,017
0,013
0,016
0,011
0,012
0,009
27/11/2011
14/9/2011
21/7/2011
25/10/2010
7/10/2010
24/8/2010
29/6/2010
8/10/2009
11/8/2009
4/8/2009
29/8/2006
30/5/2006
30/3/2006
0
Figura 36 - Medições de fósforo total para a estação Morretes
0,12
Limite Classe 1
Fósforo Total (mg/L P)
0,1
0,08
0,06
0,06
0,04
0,039
0,031
0,024
0,02
0,019
0,02
0,021
0,014
0,015
14/9/2011
27/11/2011
0
30/3/2006
30/5/2006
29/8/2006
30/6/2010
24/8/2010
25/10/2010
19/7/2011
Figura 37 - Medições de fósforo total para a estação Anhaia
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
52
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
0,12
Limite Classe 1
Fósforo Total (mg/L P)
0,1
0,08
0,06
0,05
0,04
0,033
0,037
0,033
0,033
0,029
0,027
0,028
18/9/2011
27/11/2011
0,02
0
30/03/2006
2/6/2006
29/08/2006
1/7/2010
25/8/2010
25/10/2010
Figura 38 - Medições de fósforo total para a estação Pinguela
Alguns parâmetros foram medidos apenas na estação Morretes, tais como, cloreto,
nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal e sulfato total. Em relação à presença de cloretos, a
resolução CONAMA 357/2005 propõe o limite máximo de 250 mg/L Cl para rios com o
enquadramento na classe 1 e a estação Morretes apresentou, em todas medições, valores
bem abaixo deste limite. Esses valores são apresentados na Figura 39, a qual está em escala
logarítmica, uma vez que os valores observados são muito inferiores ao limite estabelecido.
1000
Limite Classe 1
10
5,35
3,83
3,57
5,15
3,75
2,45
2,01
1,79
1,98
3
2,06
1,8
0,94
1
7/10/2010
11/8/2009
13/3/2008
7/8/2007
2/10/2006
26/10/2005
6/8/2004
9/4/2002
17/10/2001
22/6/2001
25/4/2001
19/4/2001
0,1
23/3/2001
Cloreto Total (mg/L Cl)
100
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
53
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
Figura 39 - Valores de cloreto para a estação Morretes
O nitrato, quanto a concentração, possui um limite máximo de 10 mg/L N segundo a
resolução CONAMA 357/2005 para rios de classe 1. A estação Morretes apresentou todas as
medições com valores significativamente abaixo deste limite (o gráfico para esta substância
está em escala logarítmica, sendo apresentado na Figura 40).
100
Limite Classe 1
1
0,28
0,1
0,11
0,16
0,17
0,21
0,12
0,094
0,15
0,16
0,17
7/10/2010
0,12
11/8/2009
0,2
0,19
13/3/2008
Nitratos (mg/L N)
10
0,07
7/8/2007
2/10/2006
26/10/2005
3/5/2005
6/8/2004
9/4/2002
17/10/2001
22/6/2001
25/4/2001
19/4/2001
23/3/2001
0,01
Figura 40 - Valores de nitrato para a estação Morretes
As concentrações de nitrito para todas as medições na estação Morretes ficaram de
acordo com a resolução CONAMA 357/2005, na qual o limite máximo sugerido para nitrito é
de 1,0 mg/L para rios de classe 1. Pelo fato dos valores observados serem muito inferiores
ao limite estabelecido, novamente o gráfico desta substância está em escala logarítmica
(Figura 41).
LACTEC – 2012
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54
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
10
Nitritos (mg/L N)
1
Limite Classe 1
0,1
0,01
0,005
0,003
0,003
0,002
<0,002
0,001
23/3/2001
19/4/2001
25/4/2001
22/6/2001
6/8/2004
Figura 41 - Valores de nitrito para a estação Morretes
Por fim, a estação Morretes apresentou em todas suas medições de sulfato total
concentrações abaixo do limite máximo proposto pela resolução CONAMA 357/2005 que é
de 250 mg/L SO4, tanto que o gráfico das concentrações desta substância foi feito em escala
logarítmica (Figura 42).
Em todas as medições feitas para nitrogênio amoniacal na estação Morretes as
concentrações ficaram abaixo do limite máximo imposto pela resolução CONAMA 357/2005
de 3,7 mg/L N para pH < 7,5; 2,0 mg/L N para 7,5 < pH < 8,0; 1,0 mg/L N para 8,0 < pH < 8,5 e
0,5 mg/L N para pH > 8,5, para rios de classe 1. Os valores de pH na estação Morretes
variaram entre 5 e 8,4. Em todas as medições feitas, salvo uma no dia 19/04/2001, as
concentrações ficaram abaixo de 0,5 mg/L N, encontrando-se, portanto, dentro dos limites
da resolução. Neste dia específico, a concentração de nitrogênio amoniacal foi de 0,6 mg/L
N; entretanto, neste mesmo dia o pH medido foi de 7,3 e, portanto, esta medição está de
acordo com a resolução vigente. O gráfico a seguir apresenta, em escala logarítmica, as
medições de nitrogênio amoniacal para a estação Morretes (Figura 43).
LACTEC – 2012
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55
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
1000
Limite Classe 1
6,4
4,5
4,4
2
7
5,6
5,1
11/8/2009
10
13/3/2008
Sulfatos (mg/L SO4)
100
2,36
2
1,1
<1
1,2
<1
1
7/10/2010
7/8/2007
2/10/2006
26/10/2005
3/5/2005
6/8/2004
9/4/2002
17/10/2001
22/6/2001
19/4/2001
23/3/2001
0,1
Figura 42 - Medições de sulfato total para a estação Morretes
Nitrogênio Amoniacal (mg/L N)
10
Limite Classe 1
1
0,12
0,12
0,1
0,06
0,07
0,035
0,031
0,02
<0,02
0,02
0,028
0,022
<0,02
0,018
0,015
7/10/2010
11/8/2009
13/3/2008
7/8/2007
2/10/2006
26/10/2005
3/5/2005
6/8/2004
9/4/2002
17/10/2001
22/6/2001
25/4/2001
19/4/2001
23/3/2001
0,01
Figura 43 - Valores de nitrogênio amoniacal para a estação Morretes
A estação Anhaia apresentou 4, das 6 medições observadas de coliformes fecais, com
valores ultrapassando o limite máximo de 200 NMP/100 mL para rios de classe 1. Já a
estação Pinguela apresentou 2 das 9 medições ultrapassando esse limite. A estação Ponte
Velha, por sua vez, não obteve valores que ultrapassassem 200 NMP/100 mL. Os gráficos
LACTEC – 2012
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56
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
referentes a estas estações são apresentados a seguir (Figura 44; Figura 45Figura 45; Figura
46).
100000
23000
Coliforme fecal (NMP/100 mL)
10000
1700
1000
100
270
230
Limite Classe 1
70
70
10
25/6/2001
18/7/2001
2/9/2001
24/10/2001
8/8/2003
27/11/2003
Figura 44 - Valores de coliforme fecal para a estação Anhaia
1000
800
300
Colifome Fecal (NMP/100mL)
Limite Classe 1
100
170
170
70
40
20
20
20
10/12/2001
13/8/2003
10
1
22/2/2001
21/6/2001
30/7/2001
11/9/2001
25/10/2001
27/11/2003
28/5/2004
Figura 45 - Valores de coliforme fecal para a estação Pinguela
LACTEC – 2012
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57
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
1000
Coliforme Fecal (NMP/100mL)
Limite Classe 1
130
110
130
80
100
20
20
21/6/2001
30/7/2001
10
1
22/2/2001
11/9/2001
13/8/2003
27/11/2003
Figura 46 - Valores de coliforme fecal para a estação Ponte Velha
2.1.4.3
Situação atual do saneamento na região
Abastecimento de Água Potável
No município de Antonina o abastecimento de água potável e a coleta e tratamento
de esgoto sanitário é realizado pela SAMAE – Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto
de Antonina-PR, que opera desde 1968.
De acordo com a SAMAE, o sistema de abastecimento de água de Antonina tem sua
principal captação no Rio Mundo Novo, cuja vazão mínima, em períodos de grande estiagem
atinge cerca de 100 litros por segundo. Esta captação está construída a 80 metros do nível
do mar. Como apoio ao sistema de adução de água bruta foi construído em 1987 uma
estação elevatória composta por 02 conjuntos moto-bombas de eixo horizontal, com
motores, 02 quadros elétricos de acionamento e comando dos motores, com funcionamento
alternado. Com a implantação desta Elevatória de Água, o sistema passou a aduzir o dobro
do que vinha aduzindo, isto é, passou de 17 para 34 litros por segundo.
A água captada pode ser aduzida até a Estação de Tratamento de Água Central,
situada no Morro da Cruz, tanto por gravidade, como por via recalque através de adutoras,
LACTEC – 2012
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58
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
com extensão de 15.800 metros. Através de uma estação do tipo convencional, com
filtração, o SAMAE tem condições de tratar 50 litros de água por segundo.
O sistema possui atualmente 6 (seis) captações de água: Rio Mundo Novo, Rio Cotia,
Ribeirão da Penha, Ribeirão do Matarazzo, Ribeirão do Maurício e Ribeirão do loteamento
residencial Itapema. Existem também 11 (onze) reservatórios apoiados, 6 (seis) casas de
bombas, 2 (duas) estações de tratamento de água, uma no Bairro Batel (Morro da Cruz) com
capacidade de 1.700 m3 de água e outra no Bairro Itapema de Baixo. Existem ainda outras
pequenas estações.
Na área urbana, além do sistema de água que tem origem no Rio Mundo Novo (rio da
Mina), que serve a ETA (Estação de Tratamento de Água) do Morro da Cruz, possui dois
outros Sistemas Independentes de Tratamento:
a) Sistema Bairro Itapema, com capacidade para reservar de 1.500 m3 de água;
b) Sistema Independente de Água do Bairro da Penha, com captação, tratamento e
distribuição para uma população de 483 habitantes distribuídos em 108 residências.
Além disso, o sistema de abastecimento de água possui 2 (dois) reservatórios no
Bairro Barigui com capacidade para 150 m3 de água, 1 (um) reservatório no Morro do
Salgado, com capacidade de 30 m3 de água, todos automatizados.
No Distrito do Bairro Alto foi construído um novo Sistema de Abastecimento de Água,
compreendendo reservatório com capacidade de 50 m3 de água, laboratório e sistema de
captação, tratamento e distribuição de água.
De acordo com a SAMAE possui hoje cerca de 6.500 ligações de água. Somando todos
os sistemas de água existentes o SAMAE fornece em média por mês 130 milhões de litros de
água tratada a toda população antoninense. A extensão de rede de distribuição de água
tratada atinge mais de 98.000 metros lineares.
Já os dados disponibilizados pela SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento) em 2008, no município de Antonina são atendidos com abastecimento de água
LACTEC – 2012
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59
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
17.161 hab. na área urbana e 420 hab. na área rural, totalizando 5.900 ligações ativas de
água no município.
2.1.4.4
Disponibilidade e demanda de Recursos Hídricos
Os serviços de saneamento dependem diretamente da disponibilidade de recursos
hídricos e, por este motivo, sua análise é fundamental para o prognóstico de demanda e
disponibilidades. Entretanto, pela falta de dados não foi possível realizar este estudo.
2.1.4.5
Considerações finais
Pela análise da qualidade da água dos rios Guaraguaçu, Sagrado, Nhundiaquara,
Cacatu, Cachoeira, Pinto e Cambará. Estes rios não se localizam diretamente dentro da atual
área do porto, bem como, nas possíveis áreas de expansão. No entanto, alguns deles, como
o Guaraguaçu, Sagrado e Nhundiaquara, representam o entorno destas áreas e podem
fornecer subsídios para a avaliação dos locais de expansão do porto. Infelizmente, apesar da
pesquisa realizada, não se encontrou informações relevantes (parâmetros medidos) de
alguns importantes rios que cortam ou contornam a região portuária, como o Xaxim e o
Faisqueira. Entre as estações avaliadas neste item, a maioria atende as especificações da
Resolução CONAMA 357/2005 em quase todas as observações. Apenas as estações dos rios
Guaraguaçu, Sagrado e Nhundiaquara apresentam, eventualmente, alguma discordância em
relação à resolução. Infelizmente, as análises de coliformes fecais são escassas e antigas. As
poucas medições existentes, em grande parte das vezes, não atenderam a Resolução
CONAMA 357/2005. No entanto, em relação aos diversos outros parâmetros, pode-se dizer
que, os rios avaliados se encontram em situação adequada. Portanto, sendo alguns destes
rios, possíveis canais que poderão ser afetados pela expansão do porto. Desta forma,
cuidados especiais deverão ser tomados, no sentido de tentar evitar a degradação destes
recursos hídricos.
Não foi possível obter dados de lançamentos de efluentes das principais empresas
situadas na retro-área.
2.1.4.6
Usos da água para turismo/recreação
Outro ponto que deve ser avaliado é a interferência da qualidade da água no
turismo/recreação, especialmente no tocante à utilização das águas para contato primário e
LACTEC – 2012
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60
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
beleza cênica. Ocorrem atividades de contato primário com a água em alguns rios, sendo
que foram constituídos locais que são frequentemente utilizados pelo público para este fim.
É importante ressaltar que essas atividades apenas devem ser realizadas em locais onde a
qualidade da água é própria para tal, de acordo com a Resolução CONAMA 274/2000. Os
principais recantos de banho de água doce utilizados pela população são monitorados pelo
IAP (Instituto Ambiental do Paraná): rios Nhundiaquara, do Nunes e Marumbi.
A principal ferramenta no estudo da balneabilidade é a determinação de coliformes
fecais ou Escherichia coli, encontrada apenas em animais de sangue quente; logo, está
diretamente ligado ao despejo de esgoto na água. No litoral paranaense a rede coletora,
embora já implementada, não recebe todo o esgoto produzido, uma vez que é
responsabilidade da população fazer a ligação dos imóveis à rede. Desta forma, tendo em
vista a sazonalidade do contingente populacional e a fragilidade do sistema de tratamento
de esgotos na região, nos meses mais quentes o uso da água para fins de recreação pode
acabar restrito.
A Tabela 10 apresenta o boletim de balneabilidade divulgado pelo IAP em
26/jan/2012, que apresenta avaliações no último verão entre as datas 22/dez/2011 a
26/jan/2012 para os rios Nhundiaquara, do Nunes e Marumbi. Conforme se pode verificar
alguns locais se apresentam impróprios para banho no mês de janeiro (rio Nhundiaquara em
Porto de Cima e rio Marumbi próximo à ponte da estrada Anhaia).
Tabela 10 – Boletim de balneabilidade divulgado pelo IAP com resultados para dezembro e janeiro
Ponto
Município
Praia/Rio
Local
Antonina/
Próximo a Ponte PRRio do Nunes
Morretes
340
Antonina/
Rio
26
Porto de Cima
Morretes
Nhundiaquara
Antonina/
Rio
26
Largo Lamenha Lins
Morretes
Nhundiaquara
Antonina/
Próximo à Ponte
27
Rio Marumbi
Morretes
Estrada Anhaia
Legenda: P = Própria para banho; I = Imprópria para banho.
25
22/12
30/12
06/01
12/01
20/01
26/01
P
P
P
P
P
P
P
P
P
I
I
I
P
P
P
P
P
P
P
P
P
I
I
I
Os rios monitorados pelo IAP quanto ao parâmetro balneabilidade são também
monitorados pelo ÁGUAS PARANÁ em diversos outros parâmetros de qualidade de água.
Através do item 2.1.4.2, pode-se verificar que a qualidade de água é adequada na maioria
LACTEC – 2012
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61
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
dos parâmetros avaliados. Porém, a avaliação dos coliformes fecais ainda é muito deficitária.
Os rios tradicionalmente utilizados na região para banho não são diretamente afetados pelas
atividades do porto.
O maior problema relacionado à geração de efluentes devido às atividades do porto
corresponde às empresas que não são administradas pela APPA, mas que estão localizadas
no entorno do terminal portuário e cuja existência está relacionada às atividades do porto.
Este problema está relacionado diretamente com a ausência de tratamento de efluentes
gerados nestas empresas e/ou lançamentos irregulares nas galerias de águas pluviais.
Idealmente, deverá ocorrer uma regularização destas empresas (tratamento de efluentes
e/ou lançamento na rede coletora de esgoto), o que poderá ser solicitado pelo próprio IAP
quando ocorrer o pedido de renovação de licença de operação.
2.2 RECURSOS HÍDRICOS - ESTUÁRIO
2.2.1 Área de Estudo
O Complexo Estuarino de Paranaguá – CEP é parte de um extenso sistema estuarino
subtropical interconectado que inclui o sistema de Cananéia-Iguape, localizado na parte sul
da costa do Estado de São Paulo. Nele estão localizados os portos de Antonina e Paranaguá,
um terminal petrolífero, além da previsão de construção de novos terminais privados, cuja
existência é justificada pelas características geomorfológicas da região, que favorecem o
desenvolvimento da navegação (ENGEMIN, 2004). Uma grande diversidade de ambientes
pode ser notada ao longo do CEP, incluindo planícies de maré, baixios, costões rochosos,
marismas, canais de maré e manguezais. O funcionamento destes ambientes está ligado à
circulação hidrodinâmica forçada principalmente pela ação das marés e pela descarga fluvial
(MANTOVANELLI, 1999).
As aberturas através das quais o CEP possui comunicação com o oceano são quatro.
As duas principais se dão nos canais de maré que estão ao redor da Ilha do Mel (152 km²),
denominados de Barra Norte e Galheta (ACQUAPLAN, 2011). Esses canais apresentam dois
caminhos primários de circulação separados por um grande baixio denominado Baixio do
Perigo, limitando dois corpos de água principais: os sistemas estuarinos da baía de
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Paranaguá e os da baía de Laranjeiras (ANGULO, 1999, apud ENGEMIN, 2004). As formas
associadas ao canal de entrada sul (Galheta) formam o mais extenso delta de maré da costa
do Estado do Paraná. Ao sul do canal principal (artificial na atualidade) existe um complexo
de barras conhecido como Banco da Galheta, com dunas submersas que se movimentam
costa afora pelo efeito das correntes de maré vazante. Estas barras desenvolvem-se de
forma rápida por receberem sedimentos transportados pela deriva litorânea (sentido sulnorte), que são barrados pelas correntes de maré do canal principal (ANGULO, 1999 apud
FALKENBERG, 2009). A terceira conexão do CEP com o oceano é o Canal de Superagüi, um
canal independente localizado na porção central-norte da baía de Laranjeiras. A quarta
localiza-se na barra do Ararapira, via Canal do Varadouro, artificialmente construído
(ACQUAPLAN, 2011). Além disso, o eixo N-S conecta-se, também, ao complexo estuarino de
Cananéia (SP), por um sistema de canais na região de Guaraqueçaba.
Na Figura 47 é apresentado o Complexo Estuarino de Paranaguá e identificadas as
baías e as principais localidades.
Fonte: BORZONE & ROSA (2008).
Figura 47 - Localização do Complexo Estuarino de Paranaguá
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2.3 Caracterização Hidrossedimentológica
2.3.1 Introdução
Os sistemas estuarinos são definidos em uma forma clássica por Miranda et al. (2002)
apud ACQUAPLAN (2011) como: “Corpos de água parcialmente fechados, com aberturas
para o oceano adjacente, onde a água do mar é diluída pela água de origem fluvial”. A
complexidade envolvida na interação entre os processos bióticos, os parâmetros físicos e os
químicos, assim como os hidrológicos e os sedimentológicos nessas regiões, demonstram
quão sensíveis são às intervenções antrópicas.
ENGEMIN (2004) apresentou uma descrição geral das forçantes que governam a
circulação em estuários, a saber, a descarga de água doce, as correntes de maré e a tensão
do vento:
 A descarga de água doce é responsável pela circulação gravitacional em sistemas
costeiros devido às diferenças de densidade entre água doce e a água salgada do
oceano. A primeira, menos densa, tende a permanecer na camada superficial,
embora a maré e os efeitos do vento tendam a misturar a coluna d’água. Esta mistura
turbulenta causa uma troca vertical, resultando na formação de gradientes de
densidade, verticais e longitudinais, os quais correspondem aos gradientes de
pressão médios no tempo e governam a circulação gravitacional. A superfície de
pressão ao longo do eixo principal de um estuário é inclinada em direção ao mar, na
camada superficial, causando um fluxo superficial, de saída do estuário e um fluxo de
entrada, na camada de fundo. Assim, a circulação gravitacional é responsável pelo
fenômeno de estratificação, tanto térmica como salina, nesses corpos d´água.
 As correntes de maré líquida são induzidas pelo fluxo oscilatório da maré e
apresentam freqüentemente maior magnitude que a circulação gravitacional.
Geralmente, estas interações não lineares, como resultado da fricção do fundo, da
diminuição da profundidade e mudanças na largura, manifestam-se como pequenas
diferenças na força das correntes máximas, de enchente e de vazante e na duração
da maré enchente e da maré vazante. A média das correntes de maré (líquida),
geralmente chamada de circulação lateral, é freqüentemente orientada para a
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enchente, em um lado de uma seção transversal do estuário e para a vazante, no
outro lado. A circulação residual estuarina é causada pelas correntes de maré
instantâneas. Em muitos sistemas, a circulação residual da maré, gerada pelas
correntes de maré instantâneas, é responsável pela exportação ou importação
sistemática, de constituintes da água. Essa circulação é particularmente pronunciada
em estuários rasos e de elevada variação da maré. Tanto as circulações gravitacional
como a residual coexistem em muitos sistemas, contudo, a interação entre elas é
pouco conhecida. Em sistemas rasos, com variação de maré maior ou igual a 2 m e
com fluxo fluvial de moderado para alto, nem a circulação residual nem a
gravitacional podem ser ignoradas.
 A circulação induzida pelo vento é particularmente importante em lagunas
costeiras. Grandes extensões de água, baixas profundidades, pequena variação de
maré e baixo aporte de água doce são condições que favorecem o domínio de
correntes induzidas pelo vento e variações do nível da água. Estas correntes são
pouco estudadas porque são altamente variáveis e freqüentemente mascaradas
pelas correntes gravitacionais e de maré. O cálculo da circulação associada aos
ventos é raramente prático, visto que os ventos variam em períodos de minutos a
semanas. As correntes induzidas pelo vento são de maior interesse como agentes de
mistura e causadores de dispersão de material.
Embora um estuário ou corpo de água costeira sejam dominados por um desses tipos
de circulação, dois ou todos os tipos podem estar operando simultaneamente, resultando
em uma estrutura de fluxo complexa. Além disso, o padrão de circulação também é
influenciado pela variabilidade nas condições oceanográficas na plataforma continental,
assim como por intervenções feitas pelo homem (e.g.: dragagens, canais, diques, barreiras,
etc).
A natureza e a distribuição dos sedimentos de fundo nos estuários têm importante
papel para o planejamento de canais de acesso a portos, terminais portuários, marinas,
avaliação de áreas de despejo, assim como, para comporem o substrato para a biota
existente nestas regiões. A sedimentação de material no leito de fundo é função de um
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gradiente negativo na taxa de transporte e da concentração dos sedimentos em suspensão.
Essa concentração depende não somente do range de maré e capacidade de mistura do
sistema estuarino, como também varia através dos ciclos de maré e em resposta ao aporte
de água doce sazonal (HARDISTY, 2007 apud FALKENBERG, 2009). O processo de renovação
d’água nos ciclos de maré juntamente com a troca de nutrientes e outras propriedades
biogeoquímicas, entre o sistema bentônico e a coluna d’água estuarina, através dos
processos de erosão e ressuspensão dos sedimentos de fundo (NICHOLS, 1986 apud
ENGEMIN, 2004), são componentes da dinâmica hidrossedimentológica que colaboram para
a alta produção biológica característica dos sistemas estuarinos.
Outro fator influente na dinâmica estuarina e intimamente ligado à deposição dos
sedimentos nesses sistemas costeiros são as modificações na batimetria, que alteram a
magnitude de corrente (velocidade), de forma que a erosão ocasiona um decréscimo na
corrente enquanto que a deposição ou acréscimo do leito de fundo provoca um acréscimo
na corrente. Dependendo do espaço de acomodação criado pela elevação do nível do mar e
dos volumes de sedimentos aportados aos estuários, estes vêm sendo progressivamente
assoreados. O Complexo Estuarino de Paranaguá foi assoreado apenas parcialmente, mas,
naturalmente, o processo de preenchimento continua. Os estuários são preenchidos
principalmente pelo aporte fluvial, que os assoreia primordialmente pela cabeceira, e pela
deriva litorânea. Os sedimentos mais grossos, tais como cascalhos e areias, ficam retidos
próximos a foz dos rios formando deltas de cabeceira de estuário; os sedimentos mais finos
podem ficar retidos na parte intermediaria do estuário ou ser exportados para o mar. Já a
deriva litorânea associada às correntes e marés das barras dos estuários pode preencher a
parte mais externa do estuário formando deltas de maré enchente (ACQUAPLAN, 2011).
Nas próximas seções são apresentadas as características hidrodinâmicas e
sedimentológicas do sistema estuarino. Todos os dados utilizados e apresentados no
presente relatório foram obtidos junto aos estudos já realizados, devidamente
referenciados.
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2.3.2 Hidrodinâmica do CEP
2.3.2.1
Regime de correntes
Durante um ciclo de maré (enchente e vazante), observa-se uma forte relação entre
as velocidades das correntes (transporte) e as concentrações de material particulado em
suspensão (MPS). Variações deste padrão podem ser observadas em ambientes vegetados,
onde se verifica uma alta deposição de sedimento, em função do trapeamento das partículas
e estabilização do substrato, pela vegetação. A assimetria na velocidade das correntes de
maré, presente no CEP, primariamente condiciona o transporte líquido do material em
suspensão em uma determinada direção do corpo estuarino (importação ou exportação).
Efeitos episódicos de alta energia (e.g. tempestades) apresentam particular importância,
podendo movimentar em um curto período de tempo, uma carga de MPS superior à
verificada durante longos períodos, em condições normais (ENGEMIN, 2004).
As correntes de maré são fortes e atingem velocidades máximas de 80 cm/s durante
a enchente e 110 cm/s na vazante (MARONE et al., 1995 apud ACQUAPLAN, 2011). Em
média, as correntes de vazante são de 10 a 15% superiores as de enchente. Isso ocorre
devido à influência dos atritos lateral e de fundo, gradativamente maiores em direção a
cabeceira e gradativamente menor em direção à desembocadura (CAMARGO, 1998, apud
ACQUAPLAN, 2011), assim como ao aporte de água doce e à circulação residual (MARONE et
al., 1995, apud ACQUAPLAN, 2011). A Figura 48 ilustra as correntes medidas pelo Centro de
Estudos do Mar/UFPR (CEM) em frente ao Porto de Paranaguá de 11/07/1996 a 26/07/1996.
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Fonte: ACQUAPLAN (2011)
Figura 48 – Série temporal das componentes das correntes medidas em dois eixos pelo Centro de
Estudos do Mar – CEM da UFPR em frente ao Porto de Paranaguá
Através da realização de fundeios e perfilagens principalmente na frente do Porto de
Paranaguá, nas proximidades do Porto de Antonina e no setor externo do Canal da Galheta,
o Laboratório de Física Marinha (LFM) do Centro de Estudos do Mar produziu cartas de
correntes do CEP (ACQUAPLAN/CEM, 2000 apud CARRILHO, 2003). Essas cartas são
mostradas na Figura 49 à Figura 51 para as correntes durante a preamar, as máximas
correntes de enchente e as máximas correntes de vazante. As dimensões menores dos
vetores de correntes de enchente em relação aos de vazante evidenciam a assimetria de
maré que ocorre no CEP. Além disso, em todas as figuras é possível observar que as maiores
velocidades são características do eixo leste-oeste do sistema estuarino.
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Fonte: ENGEMIN (2004).
Figura 49 - Carta geral de máximas correntes de enchente no CEP
Fonte: ENGEMIN (2004).
Figura 50 - Carta geral de máximas correntes de vazante no CEP
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Fonte: ENGEMIN (2004).
Figura 51 – Carta geral de máximas de corrente na preamar
ACQUAPLAN (2011) apresentou o desenvolvimento de uma simulação computacional
a fim de representar a hidrodinâmica da área de estudo nas condições atuais e futuras (pósexecução das dragagens de aprofundamento). Contudo, o canal de acesso ao Porto de
Antonina não foi abrangido pelo projeto de aprofundamento objeto do estudo ambiental,
por isso não foram apresentadas análises detalhadas dos resultados obtidos para esta região
em ACQUAPLAN (2011).
Para o desenvolvimento da modelagem foi adotado o módulo Delft3D-Flow
integrante do modelo DELFT3D, que resolve um sistema de equações de águas rasas em
modo bidimensional (ou integrado na vertical) e tridimensional. O modelo numérico Delft3D
foi desenvolvido pela Deltares, em Delft, Holanda, e constitui-se em um avançado sistema de
modelos numéricos 2D/3D (duas e três dimensões) que inclui vários módulos para
possibilitar a simulação de processos costeiros complexos, tais como geração e propagação
ondas, hidrodinâmica, transporte de sedimentos e mudanças da morfologia (erosão e
deposição sedimentar, bem como variações da linha de costa). Maiores detalhes sobre a
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aplicação do modelo podem ser obtidos em ACQUAPLAN (2011). Os campos de correntes
gerados por ACQUAPLAN (2011) são mostrados pela Figura 52 à Figura 55.
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Figura 52 - Campo de correntes gerado pelo modelo Delft3D para o
cenário atual na enchente de sizígia
Figura 54 - Campo de correntes gerado pelo Delft 3D para o cenário atual
na enchente de quadratura
Figura 53 - Campo de correntes gerado pelo modelo Delft3D para o
cenário atual na vazante de sizígia
Figura 55 - Campo de correntes gerado pelo Delft 3D para o cenário atual
na vazante de quadratura
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Conclusivamente, os resultados da modelagem hidrodinâmica entre o cenário atual e o
cenário de aprofundamento, demonstraram pouca variação no campo de correntes, com
diferenças de velocidades localizadas em pontos específicos próximos dos canais de
dragagem (na região do canal da Galheta e em frente ao Porto de Paranaguá), e diferenças
máximas de magnitude em torno de 0,2 m/s, ocorrendo principalmente nos períodos de
vazante de sizígia (ACQUAPLAN, 2011).
2.3.2.2
Regime de ondas
Os estudos de ondas no litoral do Paraná são muito reduzidos (ENGEMIN, 2004). De
acordo com MAR & COSTA (2006) apud ACQUAPLAN (2011), o trem (sistema) de ondas no
mar aberto praticamente não afeta a circulação na parte interna dos estuários paranaenses.
Comparando-se com efeitos de maré, a influência torna-se mínima. Porém, as áreas externas
e próximas as barras podem sofrer leve influência de ondas.
De acordo com Marone et al. (1994) apud Falkenberg (2009), a altura média das
ondas, significativas apenas na região da boca do estuário, é de 0,5 metros, com período de
3 a 7 segundos, porém ondas podem atingir alturas máximas de 2 a 3 metros em
tempestades. Bandeira (1974) analisou as ondas em praia de Leste, a partir de um ano de
observações visuais. Entre agosto e dezembro de 1982 um ondógrafo registrou dados de
onda a 13 km da praia de Leste e a 2,6 km a Nordeste da Ilha dos Currais. As ondas
predominantes foram dos quadrantes ESSE e SE, com altura máxima mensal entre 2,3 e 3,9
m e período médio entre 11,9 e 16,8 segundos (PORTOBRAS, 1983 apud ENGEMIN, 2004). A
distribuição do percentual de ondas que chega à costa do Paraná correspondeu a 90%,
variando no quadrante Leste para Sul-Sudeste e cerca de 10% das direções entre Leste e
Nordeste (GOBBI, 1999, apud ENGEMIN, 2004). Dentro do complexo estuarino, porém,
pouco do efeito do clima de ondas oceânicas é sentido, devido à proteção natural da costa e,
especialmente, à Ilha do Mel na entrada do CEP. Todavia, a existência de áreas de largura
considerável, dentro do CEP, oferece uma pista de ventos suficiente para que ondas, geradas
localmente pelos ventos, provoquem, em situações e horários particulares (notadamente no
final da tarde), agitação marítima considerável que se constitui em agente de mistura
superficial de propriedades (ou de sedimentos em suspensão, ou poluentes).
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Na desembocadura do CEP, o predomínio de ondas do quadrante S-SE, gera uma
deriva litorânea orientada para Norte. Segundo Angulo (1992) apud ENGEMIN (2004) a
ocorrência de deriva litorânea, para Norte, pode ser observada na orientação da
desembocadura fluvial e morfologia do delta de vazante do estuário de Paranaguá. O
lançamento de garrafas de deriva nos canais Norte e Galheta confirmou que as correntes
predominantes na zona costeira, adjacente ao CEP, são na direção Norte (MARONE et al.,
1995 apud ENGEMIN, 2004).
ACQUAPLAN (2011) apresentou um estudo de propagação de ondas geradas por vento
no interior da baía de Paranaguá a partir de dados de ventos de um período de 10 anos,
obtidos junto ao NCEP (National Centers for Environmental Prediction – NOAA). Foram
selecionados quatro casos de vento:
 Direção E-NE e magnitude máxima (10,6 m/s), representando a direção com maior
freqüência de ocorrência;
 Direção S-SW e magnitude máxima (12,8 m/s), representando a ocorrência de
maior magnitude entre os casos de vento;
 Direção S e magnitude máxima (12,1 m/s), por se caracterizar como um vento
típico de frentes frias e por apresentar a segunda maior magnitude entre os
casos de vento;
 Direção SE e magnitude máxima (11,2 m/s), por representar a direção normal à
costa.
Os resultados do modelo numérico de propagação de ondas geradas por vento (Figura
56 à Figura 59) mostraram que a baía de Paranaguá é menos suscetível a ondas que a baía
de Laranjeiras, justamente pela Ilha do Mel atuar como uma barreira de proteção para os
casos de vento de direção leste. Nos casos extremos de vento de direção E-NE, observou-se
altura significativa de ondas geradas por vento de aproximadamente 0,5 m na baía de
Paranaguá e 0,4 m na baía de Laranjeiras (ACQUAPLAN, 2011). Para os casos extremos de
vento de direção S-SW, verificou-se ondas de 0,5 m ao norte da baía de Paranaguá e 0,7 m
na baía de Laranjeiras. Já para os casos extremos de vento S, observa-se que podem chegar
ondas de aproximadamente 1,0 m nas imediações da Ilha da Galheta, sendo atenuadas a até
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0,5 m nas imediações da ilha das Cobras, próximo ao Baixio do Perigo, enquanto podem ser
geradas ondas de aproximadamente 0,7 m na baía de Laranjeiras. Nos casos extremos de
vento de direção SE, foram observadas ondas de 0,5 m de altura significativa na baía de
Paranaguá e de 0,7 m na baía de Laranjeiras. Não foi observada qualquer alteração
significativa entre alturas de ondas geradas por vento na baía quando simulada a dragagem
de aprofundamento, estes resultados podem ser vistos em ACQUAPLAN (2011).
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Figura 56 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção
ENE e velocidade 10,6 m/s), ACQUAPLAN (2011)
Figura 57 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção 5
e velocidades 12,1 m/s), ACQUAPLAN (2011)
Figura 58 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção
SSW e velocidades 12,8 m /s), ACQUAPLAN (2011)
Figura 59 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção
SE e velocidades 11,2 m/s), ACQUAPLAN (2011)
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2.3.2.3
Regime de marés
É muito importante destacar o grande significado que o conhecimento preciso das
variações do nível do mar, como as marés, tem para as operações portuárias. O ciclo das
marés condiciona a navegação, na medida em que, no caso de Paranaguá, é capaz de reduzir
o calado útil em mais de 2 m entre uma preamar e uma baixa-mar (ENGEMIN, 2004).
Na ausência de efeitos meteorológicos significativos, o regime de marés é o principal
mecanismo de fornecimento de energia para o Complexo Estuarino de Paranaguá, fora a
energia solar, apresentando amplitude média de 2,2 m. Entretanto, variações do nível do
mar de até 80 cm acima dos valores de maré astronômica têm sido observadas na região,
devido aos efeitos de marés meteorológicas causadas pelas passagens de frentes frias
(MARONE & CAMARGO, 1994, apud ENGEMIN, 2004).
No litoral paranaense, as marés são classificadas como micro-marés e apresentam
caráter predominantemente semidiurno, embora ocorram desigualdades diurnas e efeitos
não lineares (MARONE & CAMARGO, 1994, apud ENGEMIN, 2004), assim como forte
assimetria nas elevações e correntes de maré.
O atraso na ocorrência das marés alta e baixa aumenta progressivamente conforme
se caminha estuário adentro (KNOPPERS et al., 1987). A maré alta e a baixa em Antonina
ocorrem com até 1,5 horas de atraso em relação à ocorrência no canal da Galheta. O mesmo
é verificado com a variação de amplitude. A baía de Paranaguá apresenta-se como um
estuário hipersíncrono, onde o efeito de convergência excede o de atrito, resultando numa
amplificação da variação do nível do mar em direção a montante (LESSA et al., 1998;
MANTOVANELLI, 1999), (Tabela 11). Durante marés de sizígia, variam desde 1,7 m na boca
até aproximadamente 2,7 m em Antonina (MARONE et al., 1997 apud ACQUAPLAN, 2011).
Já durante as marés de quadratura, a variação da maré é reduzida a menos de 80% dos
valores de maré de sizígia, apresentando fortes interações não-lineares entre as
componentes de maré, permitindo a formação de até seis eventos diários de maré alta e
baixa (MARONE et al., 1994, apud ACQUAPLAN, 2011). Essas interações são controladas
basicamente por ressonância, que depende da freqüência de oscilação da onda de maré e
do comprimento do estuário (CAMARGO, 1998, apud ENGEMIN, 2004).
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Alterações anormais do nível médio do mar são comuns, principalmente, durante o
inverno, atribuídas à passagem de frentes frias oceânicas e a ventos fortes, que geram
grandes ondas e causam o empilhamento de água na costa (MARONE & CAMARGO, 1994,
apud ENGEMIN, 2004). A intrusão da maré alcança aproximadamente 13 km e a renovação
da água do sistema, ocorre em 3,5 dias (tempo de fluxo) (MARONE et al., 1995, apud
ENGEMIN, 2004), sendo esta favorecida pelo regime mesotidal e pela reduzida profundidade
do sistema (KJERFVE et al., 1982, apud ENGEMIN, 2004).
Tabela 11 - Características de maré para os dados de nível observados para a baía de Paranaguá e
Antonina. Diferenças de fase considerando a Galheta como zero de origem
Diferenças de Difer. de fase
Período de Período de Variação de Variação de
fase na Sizígia
Quadratura
Local
vazante
enchente
sizígia
quadratura
(min)
(min)
(horas)
(horas)
(metros)
(metros)
Alta
Alta
Alta Baixa
Galheta
6,8
5,5
1,74
1,30
Cobras
69
55
91
75
2,07
1,68
Paranaguá
88
68
106
93
7,5
4,8
2,09
1,68
Antonina
100
110
132
151
8,1
4,2
2,74
2,02
Fonte: MARONE et al. 1997, apud FALKENBERG, 2009.
Na Figura 60 são ilustradas as séries de elevação do nível d’água medidas pela
ACQUAPLAN na Ilha da Galheta, Porto de Paranaguá e Ponta do Félix. Na figura, fica
evidenciado um pequeno atraso de fase entre as marés do início (estação da Galheta) e
fundo da baía (estação da Ponta do Félix), bem como, um aumento na amplitude no sentido
do interior da baía, caracterizando-se desta forma, como um estuário hipersíncrono. As
marés também demonstram uma assimetria crescente no sentido do interior da baía,
caracterizada por um curto período descendente e um longo período ascendente de maré. A
razão média entre os períodos de enchente e de vazante aumenta de 1,23 no canal da
Galheta para 1,92 próximo a Antonina (MARONE et al., 1997 apud ACQUAPLAN, 2011).
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Figura 60 – Elevação do nível d’água medida pela ACQUAPLAN na Ilha da Galheta, Porto de
Paranaguá e Ponta do Félix
2.3.3 Batimetria
Dentre os levantamentos batimétricos realizados no CEP disponíveis na literatura, o
mais recente é encontrado em ACQUAPLAN (2011), composto pela digitalização das cartas
náuticas da DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegação), descritas na Tabela 12, e de
batimetrias efetuadas ao longo do canal entre os anos de 2008 e 2010 fornecidas pela
ACQUAPLAN e pela Paranaguá Pilots (Figura 61). Essa batimetria projetada em uma grade
numérica foi utilizada para a realização da modelagem hidrodinâmica do CEP considerando
os cenários atuais e com a realização de dragagem de aprofundamento. Detalhes da
metodologia adotada para a projeção dos dados batimétricos na grade numérica podem ser
encontrados em ACQUAPLAN (2011).
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Tabela 12 - Cartas náuticas e batimétricas utilizadas e suas respectivas escalas
Levantamentos batimétricos
Carta
Nome
(ano)
23300
De Paranaguá a Imbituba
1957/1976/1992/2003
1820
Proximidades da barra de Paranaguá
1976
1821
Barra de Paranaguá
1975-76/1987-92/2003
1822
Portos de Paranaguá e Antonina
1979/1987-92/2003
1800
Da Ilha do Bom Abrigo à Ilha do Arvoredo
1960
1825
Canal da Cotinga
1998
Escala
1:300.000
1:100.000
1:25.000
1:25.000
--1:25.000
Fonte: ACQUAPLAN (2011).
Fonte: ACQUAPLAN (2011).
Figura 61 – Pontos obtidos pelo levantamento batimétrico efetuado nos canais de navegação entre
os anos de 2008 e 2010
A Figura 62 mostra a batimetria final adotada por ACQUAPLAN (2011), onde as regiões
de mangue (áreas em verde claro) foram inclusas na área de estudo, a fim de considerar as
regiões passíveis de inundação por efeito de maré no Complexo Estuarino de Paranaguá.
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Fonte: ACQUAPLAN (2011).
Figura 62 - Batimetria final, interpolada e projetada na grade numérica criada para resolver os
processos hidrodinâmicos
Outros levantamentos batimétricos realizados no CEP (SOTO, 2004; KRUG &
NOERNBERG, 2005) também utilizaram a digitalização de cartas Náuticas, disponibilizadas
pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), assim como de dados obtidos com
ecobatímetros e de imagens de satélite, adotadas geralmente para refino dos dados
digitalizados, principalmente na delimitação da linha de costa e bancos de areia.
Uma descrição geral da batimetria do CEP a partir do levantamento de trabalhos
anteriormente realizados foi feita por Lamour (2007). Segundo o autor, no Complexo
Estuarino de Paranaguá podem ser verificadas variações abruptas de profundidades relativas
às extensas áreas rasas (planícies inter-marés) e profundas (canais), (Figura 63).
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Ponta
do
Poço
Fonte: LAMOUR (2007).
Figura 63 - Batimetria do CEP
Ao menos duas vezes ao dia as áreas rasas estão sujeitas a exposição pela amplitude
de variação das marés. Estes compartimentos batimétricos estão relacionados às margens
do complexo em áreas de mangue, onde as profundidades verificadas variam entre as
isóbatas 0 e 5 m. Nos canais ocorrem as maiores profundidades do CEP, sendo estas áreas
sujeitas à dragagem, de forma que as profundidades podem sofrer alterações. Ainda, por
apresentarem maior profundidade, são setores propensos a rápidos processos de
assoreamento (LAMOUR & SOARES, 2007 apud LAMOUR, 2007). Estes canais desenvolvemse desde as porções médias das baías de Paranaguá e das Laranjeiras e avançam na direção
da plataforma continental rasa em meio a barras de espraiamento, as quais constituem os
deltas de maré vazante identificados por ANGULO (1999) apud LAMOUR (2007). Segundo
ANGULO (1992) as barras localizadas na desembocadura sul ficaram expostas durante alguns
períodos de tempo durante o início da década de 1980. LAMOUR et al. (2005) apud LAMOUR
(2007) constataram que na desembocadura do canal do Superagüi (Figura 63) ocorre o
mesmo fenômeno com uma barra de espraiamento que tende a fechar esta
desembocadura.
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Na Ponta do Poço e desembocaduras sul e norte do CEP ocorrem as maiores
profundidades associadas às velocidades mais rápidas de correntes de maré (MARONE et al.,
1997 apud LAMOUR, 2007). Estas profundidades podem atingir 38 m no trecho entre a ilha
do Mel e o balneário Pontal do Sul. Na plataforma continental rasa a isóbata -10 m identifica
os limites dos deltas de maré. Na desembocadura norte do CEP estão localizados os canais
Norte e Sueste, denominados assim pela posição em relação à ilha das Palmas (Figura 63).
No passado estes dois canais passaram por processo de dragagem, porém suas
profundidades naturais variam em torno dos 10 m. Na desembocadura sul, o canal da
Galheta é uma estrutura completamente construída por dragagens, que escavaram o banco
da Galheta com profundidades originais de 5 m, para os atuais 13,5 m (LAMOUR, 2007). A
partir das profundidades dos canais de acesso são determinadas as principais rotas de
navegação no CEP, que podem ser vistas na Figura 64.
Fonte: FILHO (2009).
Figura 64 - Principais rotas no CEP
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2.3.4 Caracterização dos Sedimentos de fundo
Neste item serão abordados a caracterização granulométrica e a qualidade dos
sedimentos de acordo com o estudo apresentado em AQUAPLAN (2011). Salienta-se que as
informações aqui apresentadas foram transcritas do referido trabalho.
ACQUAPLAN (2011) apresentou o diagnóstico da sedimentologia e geoquímica dos
sedimentos a serem dragados do Complexo Estuarino de Paranaguá, na região que
compreende o canal de acesso, bacia de evolução e cais de atracação, baseado em dados
primários obtidos a partir de coleta de amostras em campo, realizadas entre janeiro e
fevereiro de 2010. Uma malha de amostragem representativa foi criada e apresentada no
estudo Figura 65. Detalhes sobre a metodologia de amostragem, conservação, envio ao
laboratório e análise, podem ser vistos em ACQUAPLAN (2011).
Fonte: ACQUAPLAN (2011).
Figura 65 - Malha de amostragem de sedimentos ao longo do CEP
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2.3.4.1
Granulometria dos sedimentos
A caracterização granulométrica dos sedimentos de fundo do CEP é apresentada em
diferentes estudos realizados. Dentre eles, Bigarella et al. (1970 ; 1978) apud Soto (2004)
analisaram e descreveram 429 amostras de sedimento de fundo da baía de Antonina, porção
ocidental da baía de Paranaguá e na zona de transição entre as duas baías, obtidas em um
levantamento realizado na segunda metade da década de 1960. O autor observou que a
composição do material de fundo na região estudada foi dividida em três categorias
fundamentais. Na primeira encontra-se o material procedente do retrabalhamento direto da
planície costeira, constituído em excelência por areia fina. A segunda categoria engloba o
material de origem fluvial, composto por cascalho, areia, silte e argila. Na última categoria
está o material biogênico proveniente do interior do sistema estuarino como as frações de
matéria orgânica e de carbonato biodetrítico.
Odreski (2002) e Odreski et al. (2003) detectaram importante redução da
profundidade da baía de Antonina no período de 1901 a 1979, provocada pelo acúmulo de
sedimentos, além disso, constatou-se um aumento acentuado no diâmetro médio e no grau
de seleção dos sedimentos, passando de silte médio, em 1996, para areia muito fina, em
1995, o que indica uma variação acentuada nesses parâmetros. Seguindo a mesma linha de
pesquisa, Carrilho (2003) realizou o mapeamento da distribuição dos sedimentos do fundo
estuarino adjacente ao Porto de Paranaguá a partir de 231 amostras coletadas em
campanhas realizadas entre maio e novembro de 2001, enquanto que Lamour (2000) apud
Lamour (2004) estudou os sedimentos da desembocadura da baía. No eixo norte-sul do CEP,
SOARES & BARCELOS, 1995 apud LAMOUR, 2004 apresentaram resultados de estudos
semelhantes para as baías das Laranjeiras e de Guaraqueçaba.
Um apanhado geral dos dados existentes foi realizado por Lamour et al. (2004), que
verificaram a distribuição das características dos sedimentos de fundo do CEP fazendo uma
síntese integrada de dados de 1.187 amostras coletadas entre os anos de 1988 e 2001. Os
dados analisados estavam distribuídos em 216 amostras coletadas na baía das Laranjeiras
(SOARES & BARCELOS, 1995 apud LAMOUR, 2004), 339 amostras nas baías de Paranaguá e
Antonina e área da desembocadura sul (SOARES et al., 1996 apud LAMOUR (2004)), 51
amostras da área de desembocaduras (LAMOUR, 2000), 230 amostras nas adjacências do
porto de Paranaguá (CARRILHO, 2003), e 351 amostras em pequenas áreas distribuídas pelo
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estuário (LOGEO/CEM/UFPR), somando 1.187 amostras distribuídas aleatoriamente (Figura
66).
Fonte: LAMOUR et al. (2004)
Figura 66 - Mapa da distribuição dos pontos de amostragem de sedimentos de fundo no CEP, nos
vários levantamentos considerados por LAMOUR et al. (2004)
A fim de facilitar a apresentação dos resultados, Lamour et al. (2004) dividiu o CEP
em setores. A baía de Antonina compreende a foz dos rios Faisqueira, Cachoeira e
Nhundiaquara até a ilha do Teixeira. A partir dessa ilha, a baía de Paranaguá estende-se até
a ilha das Cobras. No eixo norte-sul, a baía das Laranjeiras compreende a baía de
Guaraqueçaba, a qual está em sua porção norte. O setor de desembocaduras compreende
as duas conexões do CEP com o oceano Atlântico, onde se encontram os canais navegáveis
ao porto de Paranaguá (Galheta, Sueste e Norte). Os valores dos diâmetros médios e a
distribuição espacial dos mesmos obtidos pelo autor para cada setor são mostrados na
Tabela 13 e na Figura 67, o grau de seleção granulométrica é apresentado na Tabela 14.
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Tabela 13 - Comparação da distribuição (%) do diâmetro médio nos três setores do Complexo
Estuarino de Paranaguá
Diâmetro Médio
Locais
Areia Muito
Areia
Areia Areia Muito
Silte
Silte
Silte
Grossa
Média
Fina
Fina
Argiloso
Médio
Fino
Paranaguá
3,1
6,9
29,0
23,0
15,0
17,2
5,8
Laranjeiras
0,9
5,0
52,3
17,9
12,9
6,5
4,3
Desembocadura
3,8
14,6
75,4
4,6
0,8
0,8
OBS: AG – areia grossa; AM – areia média.
Tabela 14- Comparação da distribuição do grau de seleção granulométrica nos três setores do
Complexo Estuarino de Paranaguá
Grau de Seleção
Muito
Locais
Pobremente Moderadamente
Bem
Muito bem
pobremente
Selecionado Selecionado
Selecionado
Selecionado
selecionado
Paranaguá
13,0
64,2
17,0
4,5
1,3
Laranjeiras
30,8
59,6
7,8
1,8
Desembocadura
3,2
19,0
30,2
19,8
27,7
Fonte: (LAMOUR et al., 2004)
Figura 67 - Mapa de distribuição dos valores de diâmetro médio no CEP
Os valores do diâmetro médio das amostras apresentados na Tabela 13 evidenciam
uma nítida diferenciação entre as baías de Paranaguá e Laranjeiras. Em Paranaguá a
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tendência é que os sedimentos tenham diâmetro médio menor do que os das Laranjeiras,
exceto na foz dos rios Faisqueira, Cachoeira e Nhundiaquara (areia muito grossa a grossa).
Nas Laranjeiras, o diâmetro médio tende a ser maior, exceto na baía de Guaraqueçaba, onde
os sedimentos são mais finos.
Em Antonina ocorrem silte grosso a fino, associado às áreas rasas, concentrados nas
margens da baía. Próximo à margem sudoeste, o diâmetro médio dos sedimentos aumenta
para areia grossa a média. Na área próxima à ilha do Teixeira, os sedimentos gradam para
areia grossa a média, tornando-se mais finos na direção do porto de Paranaguá. Entre a ilha
das Pedras e as adjacências do porto de Paranaguá, a tendência é de redução do diâmetro
médio, variando entre areia fina e silte médio. Os sedimentos mais finos dessa região estão
concentrados em duas grandes áreas dispostas no sentido leste-oeste (LAMOUR et al.,
2004).
Alterações na distribuição dos sedimentos de fundo das baías de Paranaguá e
Antonina também foram detectadas por Soares et al. (1997) apud Soto (2004), que
realizaram uma breve comparação dos resultados obtidos por Bigarella et al. (1970; 1978) e
por PETROBRAS (1997). De modo geral, observou-se na porção superior um aumento de
porcentagem dos sedimentos arenosos, conforme observado na Figura 68, fato atribuído
pelos autores aos desmatamentos ocorridos na Serra do Mar nas últimas décadas.
Fonte: SOTO (2004).
Figura 68 - Distribuição do diâmetro médio dos sedimentos de fundo da baía de Antonina e setor
ocidental da baía de Paranaguá em 1966 (a) e 1995 (b)
Em Guaraqueçaba, o diâmetro médio varia entre areia muito fina e silte médio,
passando à areia grossa próximo à sede do município. Na baía das Laranjeiras, o diâmetro
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médio variou entre areia média e silte grosso, sendo a principal gradação nas adjacências da
Ilha Rasa, no sentido da desembocadura do CEP. Na área próxima ao Baixio do Perigo
observa-se uma concentração de sedimentos finos com diâmetro médio na classe silte
grosso. Na área da desembocadura sul do CEP predominam areias médias, gradando para
areia grossa na entrada do canal principal de vazante. Na desembocadura norte observa-se
diâmetros médios entre areia muito grossa e grossa, cujo maior diâmetro médio encontrado
está associado ao canal Sueste, entre as ilhas do Mel e das Palmas (LAMOUR et al., 2004).
Assim, conforme afirmado por Bigarella et al. (1970 ; 1978) apud Soto (2004) as
frações mais grossas ocorrem preferencialmente associadas aos canais de maré, enquanto o
material mais fino estava depositado nos ambientes de menor energia. Essa disposição
revelou que a distribuição dos sedimentos de fundo é controlada pelo ambiente físico,
principalmente pela profundidade e pelas correntes de maré.
As análises apresentadas em ACQUAPLAN (2011), mostraram que as características
hidrodinâmicas das regiões (áreas associadas ao intenso tráfego de navios e a largura
limitada nos trechos), promovem intensos retrabalhamentos dos sedimentos, o que resulta
em uma constituição granulométrica preferencialmente formada por frações arenosas, já
que frações mais finas são facilmente removidas do pacote sedimentar.
Os valores de grau de seleção no CEP mostram uma predominância de sedimentos
pobremente selecionados, excetuando-se a área de desembocadura, onde ocorrem
sedimentos mais bem-selecionados. Na baía de Guaraqueçaba ocorrem sedimentos com
grau de seleção pior (Tabela 14). Em Paranaguá, na foz dos rios Faisqueira, Cachoeira e
Cacatu, os sedimentos apresentam-se moderadamente selecionados. Nas Laranjeiras, os
sedimentos são pobremente selecionados, exceto pelas concentrações provindas de
Guaraqueçaba e do Saco do Tambarutaca, onde os sedimentos são muito pobremente
selecionados. Na área das desembocaduras do CEP, o pior grau de seleção está na
desembocadura norte, onde ocorrem sedimentos muito pobremente selecionados, e
sedimentos bem-selecionados a muito bem-selecionados na desembocadura sul. No Baixio
do Perigo e no canal da Cotinga, os sedimentos são moderadamente selecionados.
De uma forma geral, Antonina apresenta sedimentos pobremente selecionados,
gradando a muito pobremente selecionados, dispostos em concentrações circulares pela
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área. O mesmo ocorre em Paranaguá, onde o predomínio de sedimentos pobremente
selecionados é ainda maior.
2.4 Usos da Água
Neste item serão apresentados os usos da água na região do estudo, focando águas
estuarinas.
2.4.1 Recreação/Turismo
O Paraná, apesar de sua pequena extensão litorânea, possui uma grande variedade de
habitats e cidades de alta infra-estrutura turística. São encontradas reservas ecológicas,
praias, ilhas e baías, o que ocasiona uma maior busca desses ambientes para a prática de
esportes náuticos, pesca esportiva e turismo ecológico, especialmente durante o verão. De
acordo com o jornal O Estado do Paraná (2012), na primeira semana do ano havia mais de
800 mil visitantes no litoral do estado, sendo que a população residente é de cerca de 300
mil habitantes. Desta forma, fica evidente o caráter sazonal do contingente populacional na
região.
Considerando a recreação e turismo ocorrentes em águas estuarinas podem-se citar a
utilização para banhos, pesca esportiva (submarina ou de superfície), mergulho, navegação
(passeios contemplativos a barco), ou simplesmente, cenarização paisagística da região,
visto que o corpo d’água em conjunto com a vegetação e ilhas compõem um belo cenário
natural.
Parte do turismo da região estudada engloba atividades de contato primário com a
água, como banhos de rio e mar, natação, mergulho. Porém, é comum também a prática de
atividades de contato secundário, onde se enquadra a navegação e a pesca esportiva,
ocorrendo em praticamente toda a extensão do Complexo Estuarino de Paranaguá (Figura
69).
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Fonte: Adaptado de SEMA (2006).
Figura 69 - Áreas de pesca esportiva e mergulho
2.4.2 Navegação
A navegação é o objetivo principal da utilização do porto de Antonina, sendo
amplamente realizada na baía como um todo. O setor de navegação destaca-se dentro do
Complexo Estuarino de Paranaguá pelo fluxo de cargas existentes nos portos de Paranaguá e
Antonina (ACQUAPLAN, 2011). De acordo com Abrahão (2011), é relevante destacar que em
torno de 76% do total de atividades nacionais relacionadas ao comércio exterior são
realizadas através dos portos.
Os corpos d’água do litoral paranaense apresentam profundidades, características de
fundo e correntes variáveis, sendo o eixo leste-oeste da Baía o mais conhecido em relação às
importantes características para a navegação. A profundidade média do estuário de
Paranaguá é de 5,4 m e as cotas batimétricas médias nos canais de acesso aos portos de
Paranaguá e Antonina se mantém entre 35 e 26 pés (SEMA, 2006). No entanto, em algumas
áreas, devido a processos de assoreamento, ocorrem profundidades de risco para a
navegação; enquanto, áreas como aquela entre as Ilhas do Mel e da Galheta, e a Ponta do
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Poço, apresentam profundidades de cerca de 40 e 23 metros, respectivamente (SEMA,
2006).
As principais rotas de fluxo de navios e pequenas embarcações no Complexo Estuarino
de Paranaguá podem ser observadas na Figura 70. Conforme é possível observar, para as
Baías de Laranjeiras e Pinheiros existem canais navegáveis para embarcações de médio e
pequeno porte, uma vez que tais canais são muito variáveis em largura, profundidade e
direção das rotas (SEMA, 2006). Adicionalmente, ainda de acordo com SEMA (2006), apesar
de existirem alguns levantamentos batimétricos para estas áreas, tais levantamentos
encontram-se desatualizados e pouco detalhados.
Legenda:
Fonte: Adaptado de Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Ministério do Meio Ambiente (2004).
Figura 70 – Principais rotas de navegação no litoral do Paraná.
Os impactos ambientais indiretos e associados ao fluxo de navios na Baía de Antonina
estão relacionados às atividades portuárias de manuseio, transporte e armazenagem das
cargas, bem como aos serviços de manutenção de infra-estrutura, operações de
abastecimento e reparo das embarcações, máquinas, equipamentos e veículos em geral.
Quando realizadas de forma inadequada, tais atividades podem gerar resíduos tanto sólidos
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quanto líquidos, provocar o lançamento de efluentes em corpos d’água, poluição do ar, da
água, do solo e do subsolo da região (ANTAQ, 2012).
Em relação aos impactos ambientais decorrentes do fluxo de navios na baía de
Antonina, destacam-se o vazamento, ruptura, transbordamento ou derramamento de óleo
durante a operação de abastecimento e transferência entre embarcações ou entre
embarcação e terminal. Outra pressão ambiental associada ao fluxo de navios na Baía é a
descarga de água de lastro nas regiões portuárias uma vez que esta descarga permite a
transferência de organismos aquáticos nocivos e agentes patogênicos, os quais podem ser
trazidos de outras regiões por incrustações no casco das embarcações (ANTAQ, 2012).
Além destas ilhas, os barcos que saem de Paranaguá também realizam viagens para
Antonina e Guaraqueçaba. Os horários de saída para o deslocamento da população são
restritos
(informação
obtida
em:
http://www.paranagua.pr.gov.br/conteudo/guia-
turistico/horarios-de-barcos. Acesso em: 15/02/2012). Este é um fator limitante, pois as
populações destas ilhas dependem inteiramente desse meio de transporte para o seu
deslocamento e para a provisão de bens. A Figura 71 mostra o uso das embarcações para o
fornecimento de mercadorias a estas populações.
Fonte: SOARES NETO & GUERIOS (2008).
Figura 71 - Embarcação de acesso às ilhas transportando mercadorias na sua parte superior, no rio
Itiberê
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2.4.2.1
Lançamentos de água de lastro
Lastro pode ser definido como qualquer material usado para aumentar o peso e/ou
balancear um objeto; um exemplo são os sacos de areia usados em balões de ar quente que
podem ser descartados para aliviar a carga, permitindo sua subida. Para embarcações, a
água de lastro pode ser definida como “a água captada no mar ou no rio que, armazenada
dentro dos tanques de lastro, tem por objetivo garantir às embarcações operarem em
condições seguras no tocante à estabilidade, manobra (imersão do hélice), governo (direção)
e distribuição de tensões (ação de forças internas e externas) no casco do navio” (Associação
Água de Lastro Brasil, 2009).
A água de lastro é um componente essencial à estabilidade do navio e para fornecer
uma melhor propulsão. A quantidade de água varia de acordo com o tipo de embarcação,
tipo de sistema portuário e das condições de carga e de mar. Apesar de tal importância, o
transporte de água de lastro exerce um impacto profundo em ambientes aquáticos, tais
como o transporte de organismos exóticos com potencial de se tornarem espécies invasoras.
Estudos realizados em diversos países comprovaram que muitas espécies de plantas,
bactérias, animais e outros seres vivos podem sobreviver na água de lastro e nos sedimentos
transportados pelos navios, mesmo após longas viagens (ANVISA, 2002).
Além da proliferação excessiva destas espécies que podem não encontrar um
predador natural no novo ambiente, pode ocorrer o desaparecimento de espécies nativas
por meio da bioinvasão, ou seja, quando uma espécie invasora substitui uma espécie nativa,
o dano ambiental pode ser imensurável, pois, em geral, ocorre um “efeito dominó”, visto
que outros organismos dependentes da espécie eliminada também sofrem as consequências
desse dano — por exemplo, a falta de alimentos —, correndo risco de extinção (Associação
Água de Lastro Brasil, 2009).
O lançamento de água de lastro também implica no risco de contaminação por
bactérias patogênicas, poluentes de diversas fontes e contaminantes. Diversos organismos
patogênicos (por exemplo, a bactéria da cólera – Vibrio cholerae), potencialmente nocivos e
tóxicos como as microalgas, estão presentes nos tanques de lastro coluna d´água, paredes
dos tanques e sedimentos. Alguns organismos sobrevivem por dias ou meses, geralmente
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formando células ou estruturas de resistência bênticas. As microalgas podem produzir
mucilagem em excesso que obstrui as brânquias de organismos aquáticos filtradores, como
peixes e moluscos. Também podem causar depleção de oxigênio e nutrientes na água,
causando mortandade de diversos organismos. Outras causam injúrias mecânicas que
danificam as brânquias de peixes e moluscos, dificultando as trocas gasosas destes
organismos. Toxinas também são produzidas por algumas microalgas e são acumuladas na
cadeia trófica, atingindo ostras, mariscos, camarões e peixes de interesse comercial. Estes
organismos contaminados ao serem consumidos pelo homem causam distúrbios
gastrointestinais, neurológicos, cárdio-respiratórios e, em casos graves, podem matar.
Quando a pesca e os cultivos de organismos marinhos são afetados pelas florações de algas
tóxicas e nocivas, é necessário interromper a comercialização dos produtos durante estes
períodos, o que acarreta prejuízos financeiros à economia da região afetada. O turismo
também pode ser afetado durante uma proliferação destas espécies, devido à alteração no
odor e cor da água, comprometendo a balneabilidade (Boldrini e Procopiak, 2005).
No Brasil, foi demonstrado o transporte do agente da cólera através da água de lastro
de navio, em um estudo pioneiro que ocorreu em 2001, constatando-se a presença de até
5,4 milhões de bactérias por litro de água de lastro de navios que atracaram no Brasil, sendo
que em onze — de cento e cinco — amostras foi identificado o agente da cólera. O Vibrio
cholerae é considerada uma bactéria exótica do ecossistema aquático, podendo ser
encontrado em águas marinhas, estuarinas e dulcícolas, bem como associado na superfície e
conteúdo intestinal de animais vertebrados e invertebrados (plâncton, moluscos bivalves,
peixes, água e larvas de crustáceos), facilitando sua disseminação e transporte via água de
lastro (Associação Água de Lastro Brasil, 2009).
Para prevenir a bioinvasão por água de lastro ainda não existe tratamento
recomendado pelo IMO – Organização Marítima Internacional - ou qualquer legislação
nacional. A troca oceânica é o fundamento da recomendação internacional e da legislação
brasileira para plano de manejo de água de lastro desenvolvida pela Marinha do Brasil, em
particular pela Diretoria de Portos e Costa, intitulada NORMANxx/DCP: Norma da
Autoridade Marítima para a Gestão de Água de Lastro, elaborada em 2004 e que entrou em
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vigor no final de 2005. As recomendações para prevenir a bioinvasão por água de lastro no
conteúdo desta Norma tem seu fundamento na troca oceânica, como segue:
a) como regra geral as embarcações deverão realizar a troca da água de lastro em
alto mar a pelo menos 200 milhas náuticas da costa e em águas com pelo menos 200 metros
de profundidade, considerando os procedimentos determinados nesta Norma, assim como
as Diretrizes desenvolvidas pela IMO. Será aceita a troca de água de lastro por qualquer dos
métodos aprovados pela IMO: seqüencial, fluxo contínuo e diluição;
b) nos casos em que o navio não puder realizar a troca da água de lastro em
conformidade com o parágrafo acima, a troca deverá ser realizada o mais distante possível
da costa, e em todos os casos a pelo menos 50 milhas náuticas e em águas com pelo menos
200 metros de profundidade ou em zonas determinadas pelo Agente da AM. Neste caso,
informações
ambientais
e
sanitárias
existentes
subsidiarão
o
Agente
da
AM
(NORMANxx/DCP, 2004, p.2-2).
A troca oceânica consiste no procedimento de trocar toda a água contida nos tanques
de lastros dos navios de seu local de origem no mínimo 200 milhas de distância da costa
onde se localizam os portos em que os navios irão deslastrar. O princípio preventivo deste
procedimento se fundamenta no fato das espécies oceânicas não sobreviverem em
ambientes de regiões costeiras e vice-versa. Este ainda é o procedimento mais simples e
barato de prevenção (Boldrini e Procopiak, 2005).
Através do Projeto Água de Lastro, originado da parceria entre a iniciativa privada, a
universidade e o terceiro setor, foi estabelecida uma parceria para prevenir a bioinvasão por
meio da água de lastro. O Departamento de Botânica da Universidade Federal do Paraná
desenvolveu o projeto ALARME, financiado pelo Fundo Nacional de Meio Ambiente do
Ministério do Meio Ambiente, cujos objetivos foi o de proceder aos diagnósticos físico
(temperatura), químico (salinidade) e biológico (Plâncton) da água e sedimentos de lastros
dos navios que atracam no Porto de Paranaguá e Antonina, associado ao diagnóstico do
plâncton da baía de Paranaguá e Antonina. Para os estudos a serem realizados nos terminais
portuários da Ponta do Félix foi criado um laboratório de ensino, pesquisa e extensão para o
controle da bioinvasão por água de lastro. Estes diagnósticos são fundamentais para
desenvolver plano de manejo de água de lastro, segundo as recomendações do Programa
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GLOBALLAST. Este programa é suportado pela IMO/ONU com os objetivos de auxiliar os
países em desenvolvimento a reduzir a transferência de organismos nocivos por água de
lastro de navios e aumentar a participação destes países através da orientação da IMO no
gerenciamento de água de lastro; assistir estes países para a implementação futura do
regime obrigatório da IMO através da Convenção Internacional de Água de Lastro (fevereiro
de 2004) e dar suporte à implementação de programas de monitoramento, gerenciamento,
educação, consciência e avaliação de risco (Boldrini e Procopiak, 2005).
O objetivo inicial da parceria entre a Ponta do Félix e o projeto ALARME foi o de
averiguar se os comandantes de navios realmente procediam à troca oceânica, conforme a
recomendação da IMO (Res. 868/20 e Convenção Internacional). Para tal, orientados pelos
pesquisadores do projeto ALARME, o Departamento de Meio Ambiente da empresa
desenvolveu procedimentos de coleta de amostras nos tanques de água de lastro e
desenvolveu procedimentos de controle documental da troca oceânica, cuja meta foi a de
atingir todos os navios que atracassem nos berços dos Terminais Portuários da Ponta do
Félix. Porém, este estudo constatou a dificuldade de controle da troca oceânica e a
dificuldade de confirmação de esta ter sido realizada corretamente. Para tal, o projeto
também desenvolveu ações de educação ambiental com os comandantes dos navios.
Analisando os perigos de contaminação causados pela água de lastro e considerandose que muitos portos se situam em meio à área urbana e que a população que vive nas
imediações faz uso dessa água para fins de recreação, além da pesca e extração de
mexilhões e ostras para consumo, é necessário que se estabeleçam mais programas de
monitoramento voltados para a qualidade da água portuária e que sejam realizados mais
estudos que visem o controle de espécies invasoras e prevenir doenças.
2.4.3 Lançamento de vazão originada da transposição entre bacias hidrográficas
Um importante empreendimento instalado na área de interesse é a Usina Governador
Parigot de Souza – GPS, da Companhia Paranaense de Energia – COPEL. Esta usina possui
247 MW de potência nominal instalada e seu município sede é Antonina. O reservatório
desta usina barra o rio Capivari em ponto que drena 945 km², e pertence à bacia hidrográfica
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do Ribeira, localizando-se a sudeste desta bacia, quase nos limites da bacia litorânea do
Estado do Paraná.
As águas da represa do Capivari são transpostas para a bacia do rio Cachoeira, na bacia
litorânea (COPEL, 1996). O aqueduto subterrâneo que leva a água do reservatório para a
usina percorre parte da Área Especial de Interesse Turístico Marumbi (SUDERHSA, 1998). O
enchimento do reservatório iniciou-se em julho de 1970, ano em que a usina de Capivari
entrou em operação com a primeira turbina (COPEL, 1996). A localização da usina e
reservatório, bem como, maiores detalhes sobre a mesma, podem ser encontrados no item
2.1.3.4.
Existem diversos estudos que analisam a influência da usina GPS no processo de
assoreamento da Baía de Antonina. LACTEC (2007) constitui-se no estudo mais atual e foi o
único que isolou o efeito dos diversos fatores intervenientes neste processo de
assoreamento (natural, alteração dos usos do solo e derivação de vazões). A modelagem
abordada em LACTEC (2007) indicou que parte dos sedimentos excedentes transportados
devido à operação da usina, igualmente aos sedimentos transportados devido aos outros
processos, é depositada na foz dos rios. Uma pequena parte é distribuída ao longo da Baía
de Antonina e outra parte participa do sistema de troca estuário-oceano. Para o tempo de
simulação considerado em LACTEC (2007), cerca de um ano, as alterações volumétricas
nestas três regiões não são significativas.
Apesar de LACTEC (2007) ter apresentado conclusões detalhadas sobre a baía de
Antonina e área portuária da Ponta do Félix em Antonina, a modelagem realizada
considerou toda a região do CEP, a qual não apresentou alterações volumétricas na baía de
Paranaguá ao considerar diferentes cenários.
2.5 Caracterização da qualidade da água
2.5.1 Potenciais poluentes e contaminantes
A contaminação no ambiente estuarino é provocada por lançamentos pontuais ou
difusos de poluentes que podem ter origem industrial, agrícola e urbana.
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De acordo com a Lei nº. 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente, poluição é
definida como a “degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente:
a) prejudiquem a saúde a segurança e o bem estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lance matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais”.
A diferença entre poluente e contaminante é descrita como:
Contaminante: qualquer substância que ocorra no meio ambiente em níveis
mais elevados que os normais (naturais), entretanto sem ainda causar algum efeito
danoso aos recursos ambientais.
Poluente: qualquer substância que ocorra no meio ambiente em níveis mais
elevados do que os normais (naturais), a ponto de afetar de forma
indesejável/danosa a qualidade e a utilidade de um ou mais recursos ambientais.
É importante ressaltar que, na região do CEP, os poluentes e contaminantes potenciais
mais importantes são os hidrocarbonetos.
2.5.1.1
Contaminação por hidrocarbonetos
Os hidrocarbonetos de petróleo estão entre os principais grupos de contaminantes
orgânicos em áreas costeiras e são os compostos mais abundantes do petróleo. Por esta
razão, estes compostos são utilizados como indicativos deste tipo de poluição (ZanardiLamardo, 2011).
Os hidrocarbonetos podem ser classificados de acordo com a sua estrutura química
em alifáticos e aromáticos. Os alifáticos podem ser sintetizados por organismos, tais como
fitoplâncton e vegetais superiores. Os hidrocarbonetos aromáticos, além do aporte
petrogênico, podem ser introduzidos no meio ambiente através de processos de combustão
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tanto de matéria orgânica quanto de petróleo e seus derivados. As atividades portuárias e os
efluentes industriais/domésticos são fontes de petróleo e derivados para os ambientes
aquáticos, e contribuem de forma acentuada para a introdução de hidrocarbonetos para os
ecossistemas marinhos (ZANARDI-LAMARDO, 2011).
Entre os compostos derivados do petróleo assumem grande importância no meio
ambiente os HPAs, que são compostos orgânicos que apresentam dois ou mais anéis
aromáticos fundidos, caráter hidrofóbico, baixa biodegradabilidade e potencial acumulativo
(VASCONCELLOS et al., 2007).
Na natureza, estes compostos surgem através das atividades vulcânicas. Como fonte
antropogênica, estes compostos podem surgir de derramamentos de petróleo, na geração
de energia elétrica, na combustão incompleta do lixo e de madeira assim como podem ser
formados a partir da produção de carvão e asfalto (ALBERS, 1995 apud MACENO, 2010). Os
hidrocarbonetos poliaromáticos apresentam potencial carcinogênico (SHAILAJA E D’SILVA,
2003 apud MACENO, 2010) e, em peixes, podem ocasionar lesões hepáticas, fisiológicas e
desordens bioquímicas (BILLIARD et al., 2006 apud MACENO, 2010).
O derramamento de óleo ocasional provinda do tráfego de navios na região do porto
pode acarretar na contaminação da baía de Paranaguá por hidrocarbonetos e compostos
como o HPA.
De acordo com Noernberg et al. (2008), o estado do Paraná sofreu, nos últimos anos,
alguns dos piores acidentes envolvendo derrames de óleo no país. Destacam-se três deles
ocorridos no Complexo Estuarino de Paranaguá:
 16 de fevereiro de 2001: Rompimento de um duto da Petrobrás que resultou no
vazamento de quatro mil litros de óleo diesel em um afluente do Rio Nhundiaquara,
um dos principais rios que deságuam no estuário. Teve como conseqüência grandes
danos para os manguezais da região com contaminação da flora e fauna. A pesca na
região ficou proibida pelo IBAMA por mais de 40 dias.
 18 de outubro de 2001 - O navio petroleiro Norma chocou-se em uma rocha na baía
de Paranaguá, resultando em um vazamento de 392 mil litros de nafta, atingindo
uma área de três mil metros quadrados. O acidente ocasionou a morte por
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intoxicação de um mergulhador que trabalhava na avaliação das condições do
casco perfurado.
 15 de novembro de 2004 - A explosão do navio-tanque chileno Vicuña de oito mil
toneladas, provocou o maior vazamento de óleo dos últimos 20 anos no Porto de
Paranaguá. O acidente causou a morte de quatro tripulantes do navio e levou a
embarcação a pique em poucas horas. Nos dias seguintes cerca de quatro milhões
de litros de óleo bunker cobriram boa parte das baías e praias dos municípios de
Antonina, Paranaguá, Guaraqueçaba e Pontal do Paraná. A pesca na região ficou
interditada por quase dois meses, prejudicando milhares de famílias. Resquícios do
óleo foram encontrados há 30 quilômetros do local do acidente (NOERNBERG et al.,
2008).
Figueiredo (2000) ressalta que a elaboração dos mapas de sensibilidade é essencial
para a geração do plano de contingência aos derrames de petróleo, permitindo a localização
e o mapeamento das áreas de maior risco. Além disso, o mapeamento também possibilita o
apoio à tomada de decisões para as áreas de proteção prioritárias, diminuindo assim os
custos referentes à limpeza do óleo em caso de acidente.
No ano de 2004, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Agência Nacional do
Petróleo (ANP) criaram as Especificações e Normas Técnicas para Elaboração de Cartas de
Sensibilidade ao Derramamento de Óleo (Cartas SAO) para o litoral brasileiro. Estas cartas
englobam informações a respeito dos recursos biológicos e sócio-econômicos sensíveis ao
óleo, e o Índice de Sensibilidade do Litoral (ISL), que indica o grau de sensibilidade dos
ambientes costeiros e marinhos ao derramamento de óleo.
2.5.1.2
Contaminação por elementos presentes em sedimentos
A poluição dos sedimentos está intimamente ligada com a poluição das águas e tem
origem em diversas fontes, dentre as quais se destacam efluentes domésticos, efluentes
industriais, carga difusa urbana e agrícola. A situação é mais crítica nas regiões em que
existem atividades portuárias, depósito de resíduos industriais e urbanos.
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Sedimentos têm sido amplamente utilizados como indicadores ambientais, porque
possuem grande capacidade de incorporar e acumular elementos contaminantes. Como os
sedimentos são levados pelos rios para outro curso de água ou para o mar, as análises dos
sedimentos em vários pontos de uma região de interesse servem para rastrear fontes de
contaminação ou monitorar esses contaminantes (HORTELLANI et al., 2007).
A ocorrência de variações nas características físicas e químicas do meio (como pH,
salinidade, conteúdo de quelantes orgânicos, entre outras) pode liberar um poluente
incorporado ao sedimento. Portanto, mudanças nas condições ambientais e dragagens
podem transformar os sedimentos em fontes de contaminação. Além disso, já foi
comprovado que para a comunidade bentônica, além da coluna d’ água, há diferentes vias
de exposição aos contaminantes, como pelo simples contato direto ou pela ingestão dos
sedimentos (HORTELLANI et al., 2007).
2.5.2 Resultados do estudo apresentado em ACQUAPLAN (2011)
Detalhados estudos de modelagem numérica com o objetivo de avaliar as condições
hidroquímicas e hidrossedimentológicas com a execução das obras de dragagem no canal de
navegação do Porto de Paranaguá foram apresentados por ACQUAPLAN (2011). Para o
desenvolvimento da modelagem foi adotado o módulo Delft3D-Flow integrante do modelo
DELFT3D, que resolve um sistema de equações de águas rasas em modo bidimensional (ou
integrado na vertical) e tridimensional.
Além de diversos outros parâmetros considerados em ACQUAPLAN (2011), foram
analisadas a temperatura, salinidade e turbidez da área de estudo, cujos resultados são aqui
integralmente transcritos.
Caracterização da temperatura
As variações de temperatura são parte do regime climático normal de corpos de água
naturais, que podem apresentar variações sazonais e diurnas, bem como estratificação
vertical. Para tal, a temperatura superficial é influenciada por vários fatores, como latitude,
altitude, estação do ano, período do dia, taxa de fluxo e profundidade. No levantamento
efetuado para realização do presente estudo foram encontrados poucos autores que
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estudaram a variação da temperatura da água no CEP, dentre eles estão Marone et al.
(1997) apud Falkenberg (2009), Filho (2009) e ACQUAPLAN (2011).
Segundo Marone et al. (1997) apud Falkenberg (2009), a temperatura média da água
no CEP varia de 23 a 30°C no verão e de 18 a 25°C no inverno. Knoppers et al. (1987) apud
ENGEMIN (2004) afirmou que os gradientes térmicos verticais no CEP raramente
ultrapassam os 3°C. Em outro estudo pouco mais recente, Filho (2009) determinou
temperatura mínima de 14,8°C, máxima de 29°C e média 22,6°C para a região, considerando
dados obtidos do relatório técnico 2006/2007 elaborado pelo Laboratório de Física Marinha
– Centro de Estudos do Mar – UFPR, com o título Medições de Correntes (2007), através dos
relatórios de 54 pontos de análise em pontos distintos da Baía. A distribuição espacial dos
valores mínimos e máximos de temperatura, obtidos através do relatório técnico 2006/2007
elaborado pelo Laboratório de Física Marinha – CEM-UFPR (FILHO, 2009), são mostrados
respectivamente na Figura 72 e na Figura 73.
Para a região de Antonina a média anual da temperatura máxima na região é de
26,5ºC. No verão obteve-se como valor médio 30,1ºC, sendo o mês de fevereiro o mais
quente com 30,6ºC. No outono a média é de 27,2ºC, diminuindo para 23,1ºC no inverno. Na
primavera, a média é 25,6ºC aumentando gradativamente durante os meses que
caracterizam esta estação (ACQUAPLAN (2011)).
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Fonte: adaptado de Secretaria Estadual do Meio Ambiente apud FILHO (2009).
Figura 72 – Distribuição espacial de temperaturas mínimas da água no CEP para 2006/2007
Fonte: adaptado de Secretaria Estadual do Meio Ambiente apud Filho (2009)
Figura 73 – Distribuição espacial de temperaturas máximas da água no CEP para 2006/2007
Caracterização da salinidade
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Quanto à salinidade, Knoppers et al. (1987) apud ACQUAPLAN (2011) identificaram a
presença de variação sazonal deste parâmetro na Baía de Paranaguá, com valores
superficiais menores no verão devido a maiores valores de descarga fluvial, e valores mais
altos no inverno em decorrência de valores de descarga fluvial reduzidos, com possibilidades
de variações intra-anuais por causa da variabilidade irregular sazonal da precipitação. Em
geral, o gradiente vertical de salinidade aumenta estuário adentro e o gradiente horizontal
de salinidade diminui em direção à boca do sistema estuarino. Condições próximas de
homogêneas são encontradas na parte inferior do sistema estuarino nos períodos de
máximas forçantes de maré e descarga fluvial abaixo de 50 m3.s-1 (KNOPPERS et al., 1987,
apud ENGEMIN, 2004).
Conforme estudo realizado por Marone et al. (1997), apud Falkenberg (2009), o
sistema estuarino mostra uma importação de sal durante os períodos de seca e uma
exportação equivalente durante os períodos de chuva. O gradiente horizontal de salinidade
média varia de 12 a 29 g/kg no verão e 20 a 34 g/kg no inverno, com gradientes máximos de
0 a 35 g/kg no verão e de 3 a 35 g/kg no inverno (MARONE et al., 1997, apud FALKENBERG,
2009). Na seção médiana da baía, quando ocorre descarga fluvial acima de 90 m 3s-1,
observa-se um gradiente vertical de salinidade de 8 g/kg, (KNOPPERS et al., 1987, apud
ENGEMIN, 2004).
Noernberg (2001) apud ENGEMIN (2004) estudou a variação espaço-temporal de
propriedades físico-químicas simultaneamente na Baía de Paranaguá (eixo Leste-Oeste) e na
Baía de Laranjeiras e Pinheiros (eixo Sul-Norte) em um período de 26 meses. O autor
verificou que a região de Antonina apresenta rápida resposta a elevados valores de
precipitação, ocorrendo, nestes casos, salinidade próxima a zero e elevado aporte de
sedimentos em suspensão. Através de correlação de dados de temperatura, salinidade e
precipitação, verificou-se que a variação da salinidade do corpo aquoso, tanto no eixo LesteOeste como no eixo Sul-Norte, não está relacionada à precipitação total mensal, e sim à
precipitação dos sete dias anteriores à medição, sendo que a temperatura apresentou
marcada sazonalidade e pouca variação entre os dois eixos.
O mesmo autor realizou uma comparação de situações extremas em duas campanhas,
uma em maré de quadratura e alta precipitação nos dias precedentes e outra em maré de
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sizígia sem precipitação. No evento de quadratura verificou-se variação longitudinal de
salinidade de 1,2 g/kg na superfície da região de Antonina a 31,5 g/kg no fundo na
extremidade Leste. Observou-se uma faixa de acentuada estratificação (entre 5 e 20 km de
distância da desembocadura), chegando ao valor máximo do gradiente vertical a 8,4 g/kg. Na
campanha de maré sizígia e sem precipitação observou-se salinidade de 5,8 g/kg na
superfície da região de Antonina a 27,9 g/kg no fundo na extremidade Leste, com
praticamente nenhuma estratificação entre as camadas de superfície e fundo ao longo de
todo o eixo. A baixa variação de temperatura nas duas campanhas e a alta correlação entre
salinidade e densidade evidencia que os processos baroclínicos que ocorrem na baía têm
maior influência da salinidade que da temperatura. Observou-se também que a temperatura
média da água nos dois eixos apresenta acentuada sazonalidade e alto coeficiente de
correlação com a variação da temperatura do ar média mensal.
Mantovanelli (1997) analisou uma seção da Baía de Paranaguá e observou que no
verão, em todos os ciclos de maré, tanto em sizígia como em quadratura, a região
apresentou apreciável estratificação (tipo 2b). Nos ciclos de quadratura de inverno, a
classificação da baía situou-se próxima à região de transição entre os tipos 2b e 2a-3a,
enquanto que nos ciclos de sizígia de inverno apresentou fraca estratificação. A autora
também analisou a estratificação lateral de salinidade da Baía de Paranaguá, verificando
valores máximos de estratificação lateral nos ciclos de maré de verão, com gradientes entre
1 e 1,6 g/kg e valores reduzidos para o inverno na faixa de 0,3 a 0,9 g/kg. Os valores mínimos
e máximos de salinidade obtidos através do relatório técnico 2006/2007 elaborado pelo
Laboratório de Física Marinha – Centro de Estudos do Mar – UFPR (FILHO, 2009), são
apresentados na Figura 74 e na Figura 75.
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Fonte: adaptado de Secretaria Estadual do Meio Ambiente apud FILHO (2009)
Figura 74 - Distribuição espacial dos valores mínimos de salinidade no CEP para 2006/2007
Fonte: adaptado de Secretaria Estadual do Meio Ambiente apud FILHO (2009)
Figura 75 - Distribuição espacial dos valores máximos de salinidade no CEP para 2006/2007
Diante dos resultados gerados pelo estudo, ACQUAPLAN (2011) concluiu que a
modelagem numérica da intrusão salina no interior da baía de Paranaguá indica alterações
na concentração de sal somente a partir das imediações do canal do Porto de Paranaguá em
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direção ao interior da baía, com aumento na concentração de sal de 1g/kg no cenário de
aprofundamento em relação ao cenário atual. Os efeitos são observados somente na
camada de fundo da coluna d’água. Para os valores de descargas fluviais simulados, foi
concluído que a baía de Paranaguá, até as imediações desse canal, comporta-se como um
estuário bem misturado, de forma que não há praticamente gradiente vertical de salinidade.
A partir do mesmo canal, o estuário pode comportar-se como bem misturado no inverno,
período caracterizado como de baixa precipitação e baixas descargas fluviais, ou comportarse como parcialmente misturado nos períodos de verão, onde as descargas fluviais são mais
elevadas. O gradiente vertical de salinidade obtido foi de poucas unidades (ACQUAPLAN,
2011).
2.5.2.1
Caracterização da turbidez
O aumento da turbidez das águas está associado ao processo erosivo e de transporte
de material particulado em suspensão uma vez que se entende por turbidez o grau de
atenuação de intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessar determinada amostra de
água. No eixo Leste-Oeste do Complexo Estuarino de Paranaguá, a turbidez apresenta,
conforme determinado por Noernberg (2001), coeficiente de correlação com o material
particulado em suspensão de r²=0,69.
Valores de turbidez, na superfície meio e fundo, dos pontos amostrados por
ACQUAPLAN (2011), cuja localização é apresentada na Figura 65 podem ser vistos na Figura
76. De acordo com a Resolução CONAMA n. 357/2005, a turbidez deve ser virtualmente
ausente em águas salobras de classe 2. Os resultados apresentados pela Figura 76, porém,
mostram valores significativos de turbidez, principalmente nas amostras de fundo de alguns
dos pontos (ponto #052: 425 NTU; ponto #057: 788 NTU; ponto #058: >800NTU; e ponto
#114: >800).
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Figura 76 - Valores de turbidez nos pontos amostrados por ACQUAPLAN (2011)
2.5.3 Documento “Paraná Mar e Costa - Subsídios ao Ordenamento das Áreas Estuarina e
Costeira do Paraná” (SEMA, 2006)
O documento “Paraná Mar e Costa - Subsídios ao Ordenamento das Áreas Estuarina e
Costeira do Paraná” (SEMA, 2006), apresentado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos - SEMA, compila importantes informações para o planejamento dos
ambientes marinhos, seus componentes do meio físico, biológico e socioeconômico e suas
variáveis. O objetivo da compilação das informações contidas em SEMA (2006) foi subsidiar
uma proposta de ordenamento aos ambientes estuarinos e costeiro, cabendo às instituições
Federal, Estadual e Municipal, a adoção de instrumentos normativos específicos.
A construção dos mapas das variáveis ambientais oceanográficas apresentadas em
SEMA (2006) se baseou em trabalhos científicos sobre a superfície do mar,
independentemente da época do ano, com valores extremos de qualquer parâmetro
ambiental ou biológico. Apenas importaram os limites de variação, não foram considerados
os padrões de variação temporal. Foram usados modelos matemáticos, ou interpolações,
com o propósito de atribuir valores das variáveis ambientais em áreas onde não foram
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aferidas. As variáveis foram interpoladas conforme seus valores mínimos e máximos, com
exceção dos valores de batimetria, sedimentos e bentos, que foram baseadas nas médias.
As características do regime hidrográfico analisado permitem extrapolações para o
norte e sul com grande grau de confiabilidade, salvo nos setores mais rasos próximos da
linha de costa e na boca das baías. Isto se dá uma vez que estes setores são mais afetados
pela drenagem continental e ressuspensão de sedimentos pelas ondas e circulação de marés
(BRANDINI, 2004 apud SEMA, 2006).
A seguir são transcritas as principais informações apresentadas em SEMA (2006)
acerca do meio físico-químico.
2.5.3.1
Transparência da água
A transparência da água foi medida com um disco de Secchi e variou de 1,6 a 16,6 m
com mínimo próximo da costa. Em áreas mais externas encontramos os maiores valores,
onde transparências acima de dez metros não são raras, à exceção de meses chuvosos
quando valores abaixo de dez metros foram observados desde a costa até as áreas mais
externas, aproximadamente, a 50 km de distância. As interpolações das transparências
máximas e mínimas estão exemplificadas na Figura 77 e Figura 78, respectivamente.
Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 77 - Interpolações sobre valores máximos de transparência da água
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Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 78 - Interpolações sobre valores mínimos de transparência da água
2.5.3.2
Salinidade
A salinidade mínima na superfície do mar aberto varia entre 29 e 34, crescendo à
medida que nos afastamos da costa em direção a áreas externas. Em baías a variação é
muito mais brusca, indo de 1 até 29, com mínimos nas áreas mais internas, em especial
próximo da desembocadura de rios, aumentando em direção às barras de acesso ao mar
aberto.
A salinidade é o parâmetro que melhor setoriza as áreas internas lagunares, por conta
de seu caráter conservativo durante os processos de mistura entre a água doce e salgada. Na
Figura 79 e Figura 80 se observa claramente pelo menos quatro setores bem definidos
quanto ao limite de salinidade. São eles: Baía de Antonina (1-15); entre a Ponta do Teixeira e
a Ponta da Cruz (15-25); desde a Ponta da Cruz até a porção oeste da Ilha do Mel (25-30) e
daí até a barra do Canal da Galheta (30-34).
As interpolações sobre valores máximos e mínimos de salinidade estão exemplificadas
na Figura 79 e Figura 80, respectivamente.
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Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 79 - Interpolações sobre valores máximos de salinidade
Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 80 - Interpolações sobre valores mínimos de salinidade
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2.5.3.3
Oxigênio dissolvido
Devido à grande importância e utilização do oxigênio dissolvido nos processos
biológicos em todos os níveis tróficos funcionais, um padrão de variação espacial regular não
pode ser observado. Concentrações mínimas de oxigênio dissolvido na superfície do
Complexo Estuarino Lagunar Paranaguá - Cananéia variam de 4,3 a 7 mg/L. Apesar de se
tratar de valores mínimos, estas concentrações são suficientemente altas para manter a
estabilidade biológica do meio. Os valores máximos variam entre 4 e 10 mg/L.
Não foi possível estabelecer um padrão de distribuição de máximos e mínimos para o
mar aberto, por conta de uma falta de dados desta área. Entretanto, a demanda biológica de
oxigênio dissolvido é menor do que as concentrações originadas da difusão atmosférica ou
da produção autótrofa.
Na costa do Paraná, ainda não ocorrem níveis críticos de eutrofização, a ponto de
causar anoxia em camadas superficiais. Existem, no entanto, bolsões anóxicos em setores
pontuais e isolados do fundo das baías, onde o acúmulo de matéria orgânica e a baixa
circulação impedem a renovação da água (MACHADO et al., 1997 apud SEMA, 2006), nessas
regiões ocorre de nitrificação e perda de nitrogênio do sistema.
A Figura 81 e a Figura 82 apresentam as interpolações sobre valores máximos e
mínimos de oxigênio dissolvido, respectivamente.
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Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 81 – Interpolações sobre valores máximos de oxigênio dissolvido
Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 82 - Interpolações sobre valores mínimos de oxigênio dissolvido
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2.5.3.4
Nitrogênio Total
Na Baía de Paranaguá, as concentrações mínimas variam de 0,04 a 6,2 μM. Valores
máximos variam entre 0,37 a 17 μM. Os padrões de distribuição espacial tanto para os
valores máximos quanto mínimos são irregulares. Ou seja, qualquer valor dentro dos limites
de cada mapa pode ser encontrado em qualquer setor do CEP, tendo em vista o caráter não
conservativo do nitrogênio.
As interpolações sobre valores máximos e mínimos de nitrogênio estão apresentadas
na Figura 83 e na Figura 84, respectivamente.
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Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 83 - Interpolações sobre valores máximos de nitrogênio
Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 84 - Interpolações sobre valores mínimos de nitrogênio
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2.5.3.5
Fósforo Total
Nas áreas lagunares, as concentrações mínimas de fósforo variam entre 0,1 e 1 μM e
as máximas entre 0,3 e 10 μM. Foram observados picos de concentração somente na saída
do rio Itiberê, em função do esgoto doméstico proveniente do Município de Paranaguá. Uma
maior concentração urbana por conta da presença das cidades de Paranaguá e Antonina faz
com que sejam freqüentes concentrações acima de 1 μM no eixo leste-oeste da Baía de
Paranaguá .
A Figura 85 e Figura 86 apresentam as interpolações sobre valores máximos e mínimos
de fósforo, respectivamente.
Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 85 - Interpolações sobre valores máximos de fósforo
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Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 86 - Interpolações sobre valores mínimos de fósforo
2.5.3.6
Clorofila
Concentrações máximas de clorofila na superfície do mar aberto variam de 0,5 a
5 mg/L com máximo próximo das bocas de baías, crescendo em direção a áreas mais
próximas da costa. Os valores médios são elevados nos locais mais próximos da costa,
decrescente em direção às áreas mais externas. Concentrações abaixo de 0,5 mg/L são
constantes e homogeneamente distribuídas na coluna de água nos períodos mais frios e no
verão nas áreas abaixo dos trinta metros de profundidade.
Nas baías, a concentração máxima varia com amplitudes bem maiores, entre 0,5 e
65 mg/L com picos de máxima concentração em setores medianos das baías, onde a
turbidez é suficientemente baixa provendo uma condição satisfatória para que ocorra um
maior crescimento algal. Nos setores internos onde a turbidez é mais elevada, as
concentrações de clorofila são mais baixas, limitadas pela maior espessura da zona eufótica,
mais ainda são elevadas (5-20 μg/L). Nas áreas externas próximas das barras de acesso, as
concentrações máximas variam entre 0,5 e 9 μg/L.
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Concentrações mínimas no mar aberto variam entre 0,01 a 2 μg/L, de modo que
repetem o mesmo padrão de concentrações maiores nas áreas mais próximas da costa e
decrescem nas áreas mais distantes e mais profundas. Nas baías, as concentrações mínimas
variam entre 0,01 e 16,8 μg/L com padrões de distribuição semelhantes ao observado no
caso das concentrações máximas, ou seja, mais elevados nas áreas internas, decrescendo na
direção das barras de acesso ao mar aberto.
2.5.3.7
Fitoplâncton
Dados sobre a densidade de células fitoplanctônicas são mais consistentes no mar
aberto do que nas baías lagunares. Tanto no mar aberto quanto nas baías, a densidade
mínima varia de 4 x 103 a 100 x 103 céls.L-1. Valores mínimos excepcionalmente elevados
são raros e associados a blooms episódicos que logo se dispersam no mar aberto com a
circulação e turbulência gerada pelos ventos. Valores máximos, acima de 106 céls.L-1, podem
atingir 15 x 106 céls.L-1, em situações de blooms algais. São mais comuns dentro das baías,
mas podem ser observados no mar aberto devido a fenômenos semelhantes a marés
vermelhas.
Presente na maioria dos ambientes costeiros, o fitoplâncton é em geral dominado por
diatomáceas cêntricas e fitoflagelados do nanoplâncton (BRANDINI, 1985b apud SEMA,
2006; FERNANDES, 1992 apud SEMA, 2006; BRANDINI e THAMM, 1994 apud SEMA, 2006;
BRANDINI, 2000 apud SEMA, 2006). Dinoflagelados e silicoflafelados do microplâncton
(>20 μm) estão sempre presentes, mas, numericamente, contribuem pouco com a
população fitoplanctônica.
Em escala sazonal e espacial, a biomassa bacteriana na região varia entre 49 e
217 mgC.L-1 (SIQUEIRA, 2001 apud SEMA, 2006), com máximos em áreas mais costeiras,
decrescendo em direção a áreas externas. Em média, a biomassa bacteriana foi de
80 mgC.L - 1. A concentração de bactérias heterotróficas totais é relativamente constante em
todos os setores do mar aberto.
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Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 87 - Interpolações sobre valores máximos de fitoplâncton
Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 88 - Interpolações sobre valores mínimos de fitoplâncton
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2.5.3.8
Zooplâncton
Nas baías lagunares, as densidades mínimas de zooplâncton total (holo- +
meroplâncton) variam de 20 a 20.000 ind.m-3 e as máximas de 2.000 a 175.000 ind.m-3. No
mar aberto, as concentrações são, evidentemente, bem inferiores do que as observadas
dentro das baías.
Concentrações mínimas variam entre 500 a 1000 ind.m-3 e as máximas entre 2.500 e
7.500 ind.m-3. As áreas de maior concentração são as mais próximas da costa e decrescem
em direção ao mar aberto.
Copépodos e organismos meroplanctônicos são os elementos dominantes do
mesozooplâncton da Baía de Paranaguá (MONTÚ e CORDEIRO, 1988 apud SEMA, 2006;
LOPES, 1997 apud SEMA, 2006; LOPES et al., 1998 apud SEMA, 2006), e não há nenhuma
razão para que o mesmo não seja válido para as Baías de Pinheiros e de Guaratuba, tendo
em vista a semelhança hidrográfica entre esses sistemas.
O meroplâncton é dominado por larvas de poliquetas e decápodas. O
microzooplâncton é dominado por ciliados do grupo dos tintinídeos e dinoflagelados.
Concentrações máximas de zooplâncton total atingem 80.000 ind.m-3 nos períodos de
primavera e verão, entretanto altas densidades também ocorrem no período outonoinverno.
No setor externo das baías, dominam espécies de zooplâncton estenohalinos típicos
do mar aberto, sujeitos a menor variação de salinidade. Espécies mais eurihalinas ocupam
áreas mais extensas da baía com o aumento da precipitação pluviométrica e descarga de
água doce.
Larvas de ostras ocorrem ao longo de todo o ano, mas, com picos de abundância em
geral no verão (SILVA, 1994 apud SEMA, 2006). Do mesmo modo, as larvas de peixes mais
abundantes identificadas neste trabalho pertencem às concentrações máximas do
ictioplâncton, principalmente as famílias Gobiidae, Sciaenidae e Engraulidae estiveram
associadas aos períodos mais quentes do ano (verão e primavera) (SINQUE et al., 1982 apud
SEMA, 2006). De acordo com a distribuição de densidades, a desova mais intensa ocorre em
salinidades de 22,1 a 26,8; ou seja, nos setores intermediários das baías. A Figura 89
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apresenta as interpolações sobre os valores máximos de zooplâncton e a Figura 90
apresenta as interpolações sobre os valores mínimos desta comunidade.
Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 89 - Interpolações sobre valores máximos de zooplâncton
Fonte: (SEMA, 2006)
Figura 90 - Interpolações sobre valores mínimos de zooplâncton
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2.5.4 Conflitos de Múltiplos Usos dos Recursos Hídricos
Os principais conflitos e problemas identificados para os ambientes marinhos foram
aqueles gerados pelo uso do espelho d’água. Alguns conflitos estão identificados
diretamente com o significativo aumento da poluição orgânica na alta temporada e diversos
focos de poluição orgânica e inorgânica em áreas portuárias e urbanas. Os conflitos
identificados em SEMA (2006) advêm das discussões com grupos de interesse e autoridades
consultadas por participantes deste projeto, e nas experiências do Projeto de Recifes
Artificiais (RAM - UFPR), os quais são descritos a seguir:
 entre pescadores esportivos e pescadores artesanais em desembocaduras de rios;
 entre pescadores esportivos e mergulhadores em áreas costeiras com substratos;
 entre a pesca esportiva, mergulho contemplativo e a pesca industrial de arrasto em
áreas costeiras;
 entre a caça submarina e o turismo de mergulho;
 entre navegadores em recreio e pescadores artesanais;
 entre a maricultura e a pesca artesanal e esportiva;
 entre interesses de conservação ambiental e atividades produtivas;
 entre a conservação de recursos culturais e históricos e a pesca e mergulho.
Os conflitos são pontuais, de intensidades variáveis, dependentes das condições de
uso local e da importância da área para determinado grupo e temporalmente diferenciada.
A intensificação do uso dos ambientes estuarinos e costeiros com critérios normativos
de difícil entendimento, por atividades que convivem e convergem nem sempre de forma
harmoniosa, geram conflitos de usos dos recursos marinhos e dos espaços aquáticos.
Além disso, a deficiência no ordenamento e a característica de livre acesso aos
recursos naturais causam impactos no potencial produtivo desses ambientes, por meio de
uma pressão acima dos limites de sustentabilidade sobre os recursos vivos marinhos,
especialmente aqueles situados nos estuários e nas áreas costeiras rasas.
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Outro aspecto que merece destaque é a apropriação de áreas tradicionais e dos
recursos aquáticos por investidores de outras regiões e classes sociais, o que desloca
comunidades de pescadores de áreas de frente para o mar, e faz substituir suas áreas de
ancoragem e atracação por instalações de marinas, equipamentos de veraneio, loteamentos
e instalações portuárias, ampliando-se os conflitos e a marginalização dos pescadores, com
impactos negativos à sua cultura.
Como se verifica que ocorrem atividades de contato primário com a água na região do
estuário é importante ressaltar que essas atividades apenas devem ser realizadas em locais
onde a qualidade da água é própria para tal, de acordo com a Resolução CONAMA 274/2000.
O IAP (Instituto Ambiental do Paraná) monitora a balneabilidade em 68 pontos em todo o
Estado. Desses, 49 estão no litoral, distribuídos desde a divisa com Santa Catarina, no
Balneário da Barra do Saí, até Pontal do Sul, incluindo-se ainda pontos na Ilha do Mel, na
Baía de Antonina e nos rios Nhundiaquara, do Nunes e Marumbi.
A Figura 91 apresenta os pontos de balneabilidade situados no Complexo Estuarino de
Paranaguá, excetuando os locais de rios. A nomenclatura dos pontos apresentada na figura
corresponde à adotada pelo IAP nos boletins de divulgação.
Figura 91 – Pontos de balneabilidade monitorados pelo IAP
Nesta região, especificamente na Baía de Paranaguá, alguns estudos realizados com os
sedimentos identificaram as zonas mais sensíveis a processos de contaminação, bem como
as principais fontes de contaminação antrópica de metais, componentes orgânicos, óleos e
graxas. Em particular, a área em frente ao Porto recebe o aporte de matérias de diversas
origens e composições, que contaminam pontualmente os sedimentos da região bem como
os de sua bacia de evolução.
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Fonte: Paraná Mar e Costa (2006)
Figura 92 – Classificação da Qualidade da Água segundo a contaminação por Escherichia coli nos
meses de verão com pico populacional
Focando os conflitos associados às atividades portuárias sobre o meio hídrico,
verificam-se conflitos que podem ser gerados ou sofridos por estas. Entre os impactos que
as atividades portuárias podem gerar destacam-se as alterações da morfologia do estuário,
devido às obras de implantação, manutenção do calado através das dragagens e despejo do
material assoreado. Estas alterações de morfologia alteram a hidrodinâmica e ocorrerão
independentemente do local de implantação do porto e sua expansão Este conflito afeta a
praticamente todos os usuários dos recursos hídricos do estuário, pois a alteração da
hidrodinâmica, morfologia e ressuspensão de sedimentos serão constantes e de proporções
significativas. Outro conflito associado é a movimentação de navios, o que deverá gerar
traçados de novas rotas e maiores cuidados de segurança por parte das navegações
pesqueiras e de transporte e turismo.
Finalmente, pode-se citar a poluição das águas gerada pelas atividades portuárias, a
qual novamente poderá ser motivo de conflitos entre praticamente todos os usuários das
águas do estuário. Neste sentido, o próprio porto poderá realizar a gestão dos efluentes
produzidos e a gestão de riscos (vazamentos, explosões, operações inadequadas, etc.),
verificando e corrigindo irregularidades.
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O estudo realizado em 2007 pela Associação de Defesa do Meio Ambiente e do
Desenvolvimento de Antonina (ADEMADAN – Antonina) identificou 57 fontes poluidoras nos
municípios de Antonina, Morretes e Paranaguá. Este estudo analisou os dados dos estudos
anteriores realizados para a região portuária: o Plano de Controle Ambiental das Dragagens
de Manutenção dos Portos de Paranaguá e Antonina (2007), coordenado pela (ADEMADAN Antonina) e o Plano de Controle Ambiental das Dragagens de Manutenção dos Portos de
Paranaguá e Antonina (2007), coordenado pela Associação de Defesa do Meio Ambiente e
do Desenvolvimento de Antonina (ADEMADAN-Antonina); e o Estudo de Impacto Ambiental
da Ampliação do Cais Leste do Terminal de Contêineres de Paranaguá – TCP (2010) realizado
pela Soares Neto & Guerios Advocacia e Consultoria.
Dentre as fontes identificadas, destacam-se o depósito inadequado de resíduos
sólidos, o uso de fertilizantes, lançamento de matéria orgânica, a retirada de sedimentos
marinhos e a armazenagem de produtos químicos.
A Tabela 15 apresenta as principais fontes poluidoras identificadas neste município,
sendo que algumas se encontram em funcionamento e outras já estão desativadas. A
localização destas fontes está apresentada na Figura 93.
Tabela 15 - Principais fontes poluidoras e sua localização no município de Antonina.
Coordenadas
geográficas
(UTM)
Localização
Fonte Poluidora
Bairro Cachoeira
728258
7203725
Bairro Alto
725943
7199466
-
725439
7184444
Bento Cego
730194
7185118
Lixão da Estrada do Saivá
-
726863
7182259
Lixão do km 04
-
727031
7184247
PR 340 - km 03
724517
7187025
Rua Henrique Lage
732829
7181077
-
732055
7183508
Faisqueirinha (PR 340 - km 2,5)
724751
7186847
Bairro Alto
726818
7205473
Extração de Seixos no rio Cachoeira
Fábrica de papel São Marcos
Indústria de Ferro Gusa do Paraná
Lixão da Esplanada do Areião
Lixão do Mamboeiro (Faisquerinha)
Lixão Pinheirinho
Porto Barão de Teffé
Saibreira
Usina Hidrelétrica Gov. Parigot de
Sousa (COPEL)
Fonte: Adaptado de ADEMADAN – Antonina (2007).
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Figura 93 – Localização geográfica das fontes poluidores identificadas em Antonina
O setor portuário de Antonina também se apresenta como uma das principais fontes
poluidoras. Em Antonina está instalado o Porto Barão de Teffé, no noroeste da baía de
Paranaguá, porém este se encontra desativado atualmente. Porém, o Terminal Ponta do
Félix, localizado na região próxima, está em operação (Figura 94).
Figura 94 - Terminal Ponta do Félix
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Como passivo ambiental da região, pode-se citar o antigo pátio de armazenamento
de carvão mineral do Porto Barão de Teffé, que ainda possui resíduos desse minério a céu
aberto (Figura 95).
Figura 95 - antigo pátio de armazenamento de carvão mineral no Porto Barão de Teffé
No setor da mineração, atualmente se destaca a saibreira situada na localidade de
Faisquerinha, Município de Antonina, que pertence ao Grupo Reomar Construção Civil e
Empreendimentos Ltda. Também em Antonina, existe uma área de extração de seixo
desativada, onde foram extraídos, pela Prefeitura Municipal de Antonina, 3.000 m³ desse
minério.
No setor industrial destacam se a Indústria de Ferro Gusa do Paraná e a fábrica de
papel São Marcos. Apesar de estar desativada há 20 anos, esta indústria de ferro ainda
possui em seu pátio de armazenamento escórias de ferro dispostas a céu aberto. Para a
produção era utilizada magnetita como matéria-prima e carvão mineral como combustível.
Quanto à fábrica de papel São Marcos, esta também se encontra desativada desde 1991.
As fontes poluidoras mais frequentes no município de Antonina são os depósitos de
resíduos urbanos, que no caso de Antonina esta disposição é feita a céu aberto em “lixões”,
e a atividade de extração mineral (saibro e seixo). A disposição inadequada de resíduos
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contribui com a contaminação do solo e dos recursos hídricos locais. Um dos “lixões” é o da
Esplanada do Areião, atualmente desativado, mas que recebeu vários tipos de resíduos,
incluindo pneus, plásticos em geral, lonas, vidros entre outros. A contaminação provinda
desta área de disposição de resíduos atingiu um manguezal existente nas suas proximidades.
Outro vazadouro identificado pelo estudo está situado às margens da Rodovia BR-277, na
localidade conhecida como km 04, porém este está desativado desde 1990.
Na Rua Henrique Lage se encontra um lixão desativado. Este recebeu resíduos
domiciliares e hospitalares por aproximadamente 40 anos. Este “lixão” se originou de uma
antiga cava de extração de areia. Atualmente, a área vem sendo ocupada por um
loteamento. Já o lixão do Mamboeiro recebeu resíduos urbanos durante um período de 30
anos. Atualmente a área se encontra abandonada e coberta por vegetação que se fixou
espontaneamente na área.
A destinação de resíduos atual se dá no lixão localizado na Estrada Saivá, em
operação há oito anos, onde são dispostos resíduos domiciliares e hospitalares. Nesse local
existe a presença de catadores informais.
No setor elétrico, a fonte poluidora existente é a Usina Hidrelétrica Governador
Parigot de Souza, que possui seu reservatório localizado na Rodovia BR-116, município de
Campina Grande do Sul. Esta usina represou as águas do rio Capivari através da construção
de uma barragem de 58 m de altura e 370 m de comprimento. Da barragem, as águas são
desviadas para o rio Cachoeira, obtendo-se um desnível de aproximadamente 740 m.
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2.6 Vegetação
Foi considerado os que a vegetação que sofre influência do Porto de Antonina está
compreendida entre o nível do oceano até 600 metros de altitude. Nesta faixa aparecem
conforme nos direcionamos ao planalto, áreas de formação pioneira com influência marinha
(restinga) e/ou influência fluvio-marinha (campo salino e mangue), seguido da Floresta
Ombrófila Densa com seus ecossistemas associados (terras baixas, aluvial e submontana) e
também a presença de atividades antrópicas caracterizando um sistema secundário de
sucessão vegetacional. A Figura 96 apresenta o perfil esquemático representativo das
principais associações vegetais da planície litorânea.
Figura 97 - Perfil Esquemático Representativo das Principais Associações Vegetais da Planície
Litorânea (Leste-Oeste), (URURAHY et. al., 1983)
2.6.1 Caracterização da Vegetação Regional
A região está enquadrada nos domínios fitogeográficos da Floresta Ombrófila Densa
e ecossistemas associados, bem como em seus ecótonos. Para denominar as unidades de
vegetação delimitadas na área de estudo, utilizou-se a divisão proposta por RODERJAN;
KUNIYOSHI (1988, p.1-4) e a do Manual técnico da vegetação brasileira (IBGE, 1992, p.1632), para perímetro da Baía de Paranaguá, onde existem as seguintes unidades de
vegetação: Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas - Restinga; Floresta Ombrófila Densa
Submontana; Área de Formação Pioneira sob Influência Fluvio-marinha - Manguezal; Área de
Transição e Área de Formação Pioneira sob Influência Fluvial. Também foram detectadas
áreas sem vegetação, ou seja, áreas antropizadas e lagoas.
Para caracterização da cobertura florestal da região de Antonina é interessante citar
o levantamento florístico realizado na Reserva Natural Rio Cachoeira (RNRC), área protegida
com 8.600 ha, localizada no município de Antonina, litoral norte do Paraná, dentro da Área
de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, de propriedade da Sociedade de Pesquisa de Vida
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Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). No componente arbóreo das diferentes fases serais
da Floresta Ombrófila Densa na Reserva, foram encontradas 306 espécies distribuídas em 68
famílias. Myrtaceae (60 espécies), Fabaceae (32), Lauraceae (23), Melastomataceae (16),
Rubiaceae (11) e Moraceae (10) englobaram 49,7% do total de taxa encontrados. Dentro
desse universo de espécies, 21 encontram-se citadas na IUCN Red List (IUCN, 2011), estando
sob algum grau de ameaça de extinção. Das três espécies que constam na lista brasileira –
Ocotea catharinensis, Ocotea odorifera e Euterpe edulis (BRASIL, 2008), apenas esta última,
uma palmeira, não faz parte da lista da IUCN.
A seguir são descritas com maior detalhamento as fisionomias características, que
ocorrem na área de estudo.
2.6.1.1
Formações Pioneiras
As formações pioneiras caracterizam-se pela vegetação de primeira ocupação,
associada a espécies pioneiras que se desenvolvem sobre áreas pedologicamente instáveis,
sob constantes deposições sedimentares, tais como da orla marinha, margens dos rios e ao
redor dos pântanos, lagos e lagoas. São comunidades cujo desenvolvimento pleno é limitado
por condições ambientais diferentes do clima regional, principalmente vento, salinidade,
maresia e hidromorfismo. Sua florística é mais simplificada em relação a florestas clímax e
não há ainda formação de estratos (Roderjan e Kuniyoshi, 1988; Veloso, Rangel e Lima,
1991; IBGE, 1992; Jaster, 1995; SEMA e IAP, 1996; Jaster, 2002).
a) Formação Pioneira com Influência Marinha: são comunidades associadas a
condições ambientais extremas, sob permanente ação dos ventos, das marés, da salinidade
e das condições pedológicas desfavoráveis, geralmente sobre Neossolos Quartzarênicos e
Espodossolos. Apresenta-se em tipos distintos de vegetação em resposta às diferentes
intensidades da influência do mar, aumentando o seu grau de desenvolvimento conforme
adentra no continente, tanto estrutural como floristicamente, até chegar ao ponto em que
adquire aspecto florestal. Essa formação, também conhecida como restinga, faz a transição
entre o manguezal e a Floresta Ombrófila Densa, ou então ocorre logo após as primeiras
dunas. É considerada uma formação de estrutura e composição florística bastante
heterogênea, sendo separada por alguns autores de acordo com a espécie dominante e/ou
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aspecto fisionômico geral (Roderjan e Kuniyoshi, 1988; IBGE, 1992; Jaster, 1995; SEMA e IAP,
1996; Roderjan et al., 2002).
A restinga apresenta-se com a forma de faixas longas, estreitas e abauladas, de
altitude variável de 3 m a 7 m. Na região da praia de Leste as restingas do interior são
designadas vulgarmente por taboleiros. As formações arenosas junto ao mar são designadas
também por campinas e cômoros. São cobertas de vegetação halo-psamófila nas regiões
mais próximas ao mar onde as areias conservam ainda uma certa salinidade (Bigarella, J. J.,
1946). Ainda, segundo Menezes-Silva, 1998, ao pesquisar a restinga da Ilha do Mel,
contatou-se que ela pode ser caracterizada por três tipos: campo, frutíceto e floresta, de
acordo com sua estrutura e o substrato onde se encontra.
Na restinga próxima ao mar ocorre uma flora psamófila parcialmente tolerantes a
salinidade passando a espécies adaptadas a climas severos mais para o interior. A zona
pantanosa é coberta de mata em sua maior parte. No Herbário do Museu Paranaense,
encontra-se o seguinte material coletado nas praias e ante-dunas do litoral paranaense,
sendo que as poucas espécies determinadas são as que seguem: salicornia (Salicornia
gaudichaudiana), salsa (Remirea marítima), Sporobolus virginicus, capim-caiana (Panicum
racemosum), acariçoba (Hydrocotyle umbellate), ipomeia (Ipomoea pes caprae), carrapichode-praia (Acicarpha spathulata), capim-carrapicho (Cenchrus echinatus) (Bigarella, J. J.,
1946).
b) Formação Pioneira com Influência Fluviomarinha: essa formação, conhecida como
manguezal, estabelece-se nas áreas de baía, desembocadura dos rios e locais de baixa
energia ambiental, onde o depósito de sedimentos médios e finos é favorecido, formando
um sistema ecológico altamente especializado, condicionado pela salinidade e tiomorfismo
conferidos pela água salobra e condições pedológicas. A florística é bem simplificada e,
geralmente, representada por três espécies arbóreas: mangue-vermelho (Rhizophora
mangle), siriúba ou mangue amarelo (Avicennia schaueriana) e mangue-branco
(Laguncularia rancemosa), porém, em terraços dos rios, gramíneas do gênero Spartina e
Salicornia portulacoides aparecem também (Roderjan e Kuniyoshi, 1988; IBGE, 1992;
Schaeffer-Novelli, 1995; SEMA e IAP, 1996).
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A distribuição das diferentes espécies de mangue parece não obedecer regra geral.
Referente à Rhizophora, a sua distribuição atual foi muito modificada pela intervenção
humana, constata-se na Baía de Paranaguá seu desenvolvimento maior. A Avicennia é muito
difundida no litoral paranaense, juntamente com a Laguncularia, que é a espécie de mangue
mais desenvolvida pelo número de indivíduos (Bigarella, J. J., 1946).
c)
Formação
Pioneira
com
Influência
Flúvio-Lacustre:
são
comunidades
desenvolvidas sobre Organossolos e Gleissolos, influenciadas pelo regime hídrico dos flúvios,
ou então em depressões alagáveis durante ao menos um período do ano – condição
ambiental que propicia o estabelecimento apenas de espécies adaptadas (Roderjan e
Kuniyoshi, 1988; IBGE, 1992; Jaster, 1995; SEMA e IAP, 1996). À medida que se afastam do
mar, os intercordões apresentam um grau maior de desenvolvimento, onde então a
formação pioneira dá lugar à floresta (SEMA e IAP, 1996).
As pequenas dunas junto à praia tem a forma de pequenos montículos que adquirem
maior desenvolvimento mais para o interior, podendo atingir 3 ou 4 m de altura. São móveis
e não apresentam a forma característica das dunas. Avançam sobre a restinga em forma de
cunhas soterrando e asfixiando a vegetação baixa de restinga. Geralmente são cobertas com
a vegetação das ante-dunas: ipomeia (Ipomoea pes caprae), salsa (Remirea marítima),
Salicornea, gramíneas, ciperáceas, etc (Bigarella, J. J., 1946).
d) Formações Pioneiras de Influência Fluvial (brejos e caxetais): denomina-se "as
formações herbáceas ou arbóreas seletivas em depressões úmidas, que ocorrem
interiorizadas na região da floresta ombrófila densa, sem influência do oceano" (RODERJAN;
KUNIYOSHY, 1988). São nestas formações que a caxeta (Tabebuia cassinoides) passa a ser a
espécie dominante. Estas áreas regionalmente conhecidas como caxetais, evoluíram de
associações vegetais predominantemente alagadas e brejosas dominadas pela foguete
(Typha domingensis), que após contínua deposição de material orgânico criam ambiente
propício para a ocupação das caxetas e espécies companheiras. À medida que este processo
evolui, outras espécies arbóreas assumem a dominância do extrato onde predominava a
caxeta até constituir a Floresta Ombrófila Densa (LIMA, 1996).
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2.6.1.2
Floresta Ombrófila Densa
Também denominada “Floresta Pluvial Tropical Atlântica” ou “Mata Pluvial Tropical
da Serra do Mar”, é popularmente conhecida como “Floresta Atlântica” ou “Mata Atlântica”.
Na atualidade seus remanescentes mais expressivos se encontram nas regiões sudeste e sul
do Brasil. Nestas regiões esta tipologia ocorre associada a conjuntos de serras geralmente
paralelas à linha da costa, ora mais próximas ao mar, ora mais afastadas. Neste último caso
são normalmente antecedidas por planícies arenosas de origem quaternária (PROATLÂNTICA, 2005). Localizada na área leste do estado do Paraná, definida pela barreira
geográfica da serra do mar. Esta formação é influenciada diretamente pelas massas de ar
quentes e úmidas do oceano Atlântico e pelas chuvas relativamente intensas e bem
distribuídas ao longo do ano.
A complexidade de fatores que incide sobre esta unidade fitoecológica, faz com que
ela se apresente sobre a forma de uma heterogênea associação de comunidades de plantas,
fazendo com que alguns pesquisadores a considerem a mais pujante, heterogênea e
complexa do Sul do Brasil, de grande força vegetativa, capaz de produzir naturalmente de
curto a médio prazos, incalculável volume de biomassa. Estima-se que a flora arbórea desta
formação seja representada por mais de 700 espécies, sendo que parte é endêmica (Leite,
1994;Reis 1995).
No Brasil, um dos ecossistemas ameaçados de extinção, historicamente alvo de
intensa pressão antropogênica, é a Floresta Atlântica (ou Floresta Ombrófila Densa), que
outrora ocupava quase toda a costa brasileira, atualmente restrita a esparsas áreas
primitivas e a inúmeras áreas alteradas, sobre as quais ainda pouco se conhece, pois o
processo sucessional pode variar de local para local, tanto em função das características do
biótopo como do histórico do processo de ocupação e usos atuais a que esteja submetido
(GUAPYASSÚ, 2004).
O Litoral Paranaense enquadra-se nestas condições; nas áreas de ocorrência da
Floresta Ombrófila Densa predominam as formações secundárias em diversas fases de
sucessão, desde os estágios iniciais até os avançados; em algumas poucas áreas persistem
florestas primárias, com diversos graus de alteração (GUAPYASSÚ, 2004).
Essa formação se caracteriza pelo estabelecimento de uma vegetação de maior
complexidade, estratificada, de maior altura, diversidade de espécies e fechamento de
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dossel. A designação Ombrófila, de origem grega, foi criada por Ellemberg e MuellerDombois, em substituição do termo Pluvial, de origem latina, mantendo o mesmo
significado: “amigo das chuvas”. A principal característica ecológica é marcada pelos
ambientes ombrófilos, de temperatura média elevada (25°C) e de alta precipitação, bem
distribuída durante o ano.
Nestas formações situa-se o limite altitudinal superior para algumas espécies do
dossel, como o guapuruvu (Schizolobium parahyba) e a bocuva (Virola bicuhyba). Compõem
ainda o estrato superior o pau sangue (Pterocarpus violaceus), a peroba (Aspidosperma sp.),
diversas figueiras (Ficus sp.) a laranjeira do mato (Sloanea guianensis), o jequetibá (Cariniana
estrellensis), a licurana (Hieronyma alchorneoides), o tapiá (Alchornea triplinervia), as
meliáceas, cedro (Cedrela fissilis) e canjerana (Cabralea canjerana), a canela (Cryptocarya
aschersoniana) e a maçaranduba (Manilkara subcericea) (RODERJAN & KUNIYOSHI, 1988).
No estrato intermediário situa-se o palmito (Euterpe edulis), com indivíduos bem
distribuídos por classes de idade, podendo chegar a 1.000 indivíduos por hectare. São
comuns também o bacupari (Garcinia gardneriana), a tabocuva (Pera glabrata), ingás (Inga
spp), guamirins (Gomidesia sp. e Calypthranthes sp.), a canela pimenta (Ocotea teleiandra) e
Arecaceae dos gêneros Syagrus (jerivá), Bactrís (tucum), Attalea (indaiá) e Astrocaryum
(brejaúva).
No estrato arbustivo da Floresta em estágio avançado, observa o domínio, nas
encostas menos íngremes, das rubiáceas erva d’anta (Psychotria nuda) e a pimenteira
(Rudgea jasminoides). Também os xaxins são representativos, chegando a formar densos
agrupamentos. O estrato herbáceo caracteriza-se pela presença de musáceas, bromeliáceas
de hábitos terrestres, lianas, diversas pteridófitas, rubiáceas e melastomatáceas.
a) Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas: são formações que ocorrem sobre
sedimentos quaternários de origem marinha, situados entre o nível do mar e
aproximadamente 20 metros de altitude (IBGE, 1992; Roderjan et al., 2002). As espécies
arbóreas que caracterizam essa formação florestal são geralmente seletivas higrófilas, que
encontram, nesse ambiente, condições ótimas de desenvolvimento, o que se evidencia pelas
copas bem desenvolvidas e os troncos bem formados. Sua fisionomia, estrutura e
composição variam conforme as condições hídricas do solo, estágio de desenvolvimento,
interferência antrópica e ainda em função da sua origem, que pode ser de Formações
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Pioneiras de Influência Marinha ou Fluvial. Correspondem aos lugares de formação mais
antiga, onde os cordões litorâneos não são tão evidentes (Roderjan e Kuniyoshi, 1988; Ziller,
1996; Roderjan et al., 2002). Em solos de drenagem deficiente, como Organossolos,
Espodossolos e Neossolos Quartzarênicos, quando hidromorfizados, há predomínio de
guanandi (Calophyllum brasiliense) nas fases vegetacionais mais evoluídas, sendo
acompanhado
de
ipê-da-várzea
(Tabebuia
umbelata),
embiruçu
(Pseudobombax
grandiflorum), figueiras (Ficus luschnathiana, F. adhatodifolia) e cupiúva (Tapirira
guianensis). Nos estratos inferiores, são comuns mangue-do-mato (Clusia criuva), tabocuva
(Pera glabrata), caxeta (Tabebuia cassinoides), guapurunga (Marlierea tomentosa), catiguámorcego (Guarea macrophylla), jerivá (Syagrus romanzoffiana) e palmito (Euterpe edulis).
Em solos melhor drenados – Neossolos Quartzarênicos e Espodossolos – sua florística é bem
diferenciada, sendo o guanandi (Calophyllum brasiliense) praticamente ausente. São típicas
as espécies canela-do-brejo (Ocotea pulchella), canela-sassafrás (Ocotea aciphylla), tapiriri
(Tapirira guianensis), pau-óleo (Alchornea triplinervia), fícus (Ficus organensis), podocarpos
(Podocarpus sellowii) e maçaranduba (Manilkara subsericea). No estrato inferior, são
comuns angelin (Andira anthelminthica), ingá (Inga spp.), erva-mate (Ilex spp.), palmito
(Euterpe edulis), jerivá (Syagrus romanzoffiana) e indaiá (Attalea dúbia) (Roderjan et al.,
2002).
Epífitas e lianas são extremamente profusas e diversificadas, característica comum a
todas as formações da Floresta Ombrófila Densa, onde representantes de Bromeliaceae,
Orchidaceae, Araceae, Polypodiaceae, Piperaceae, Cactaceae e Gesneriaceae são marcantes
na fisionomia epifítica no interior da floresta, cobrindo quase totalmente os troncos e galhos
das árvores adultas (Roderjan et al., 2002).
b) Floresta Ombrófila Densa Aluvial: o termo também se refere à floresta de
planície, porém, desenvolvida sobre depósitos de origem fluvial, portanto continentais, ao
longo de rios meandrantes da planície. Tem a mesma estrutura, complexidade e grau de
biodiversidade da anterior. São espécies comuns; cupiúva (Goupia glabra), palmiteiro
(Euterpe edulis) e guanandi (Calophyllum brasiliensis), entre muitas outras (SEMA, 2002).
c) Floresta Ombrófila Densa Submontana: essa tipologia pode ser caracterizada pela
presença de solos profundos (geralmente Argissolos, Latossolos e Cambissolos) e férteis,
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ocorrendo em altitudes que variam de 20 até 600 metros de altitude na região estudada
(Roderjan; Kuniyoshi, 1988; Jaster, 1995; Roderjan et al., 2002). O regime climático é
semelhante ao das Terras Baixas, com ausência de geadas. Essa situação favorável propicia o
desenvolvimento de comunidades de elevada diversidade e com uma estratificação bem
definida (Roderjan e Kuniyoshi, 1988; Jaster, 1995; Roderjan
et al., 2002). Indivíduos
avantajados, como sangreiro (Pterocarpus violaceus), caovi (Pseudopiptadenia warmingii),
licurana (Hyeronima alchorneoides), jequitibá (Cariniana estrellensis), bocuva (Virola
bicuhyba) e figueira (Ficus sp.) formam o dossel que, em média, situa-se a 20 m de altura,
podendo alcançar 30 m. O segundo estrato é composto por indivíduos que se desenvolvem
em condições de sombreamento. Esse estrato intermediário também é bastante diverso e é
representado, principalmente, por guapurunga (Marlierea tomentosa), capororocão
(Myrsine umbellata), catiguá-morcego (Guarea macrophylla), queima-casa (Bathysa
meridionalis), vacum (Allophylus guaraniticus) e palmito (Euterpe edulis). Seqüencialmente a
esse estrato, existe ainda um patamar inferior, constituído por uma infinidade de ervas e
arbustos, dentre os quais destacam-se: trato-de-anta (Psychotria nuda), pau-de-junta (Piper
sp), caetê (Heliconia sp) e xaxim (Dicksonia sellowiana) (Roderjan e Kuniyoshi, 1988; IBGE,
1991; Roderjan et al., 2002).
2.6.1.3
Sistema Secundário
É caracterizado por três estágios de ocupação, a capoeirinha, capoeira, capoeirão de
origem secundária. "O estágio inicial caracterizado por espécies herbáceas e arbustivas
pioneiras, constitui a capoeirinha." (RODERJAN; KUNIYOSHI, op.cit.). É neste estágio que se
encontram espécies herbáceas da família Asteraceae de utilização medicinal como cabijú
(Ageratum conyzoides), carqueja (Baccharis trimera), assa-peixe (Vernonia beyrichii) entre
outras. O aporte de espécies arbóreas geralmente heliófilas com crescimento rápido,
compondo formações homogêneas, constitui a capoeira. Destacam-se nesta formação;
jacatirão (Tibouchina spp.), embaúba (Cecropia spp.) entre outras. "Criando ambiente
favorável à instalação de outras espécies arbóreas, a vegetação da capoeira tende a ser
substituída por aquelas, constituindo uma formação mais heterogênea de transição
denominada de capoeirão" (RODERJAN; KUNIYOSHI, op.cit). Sem uma composição arbórea
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com estratificação definida, as espécies podem atingir de 10 a 15 metros de altura.
Destacam-se espécies muito utilizadas pelas populações tradicionais como o guapuruvu
(Schizolobium parahyba), tapiá (Alchornea spp.), palmiteiro (Euterpe edulis), jacataúva
(Citharexyllum myrianthum) entre outras (LIMA, 1996).
2.6.2 Vegetação na área do porto
No local onde se encontra o Porto de Antonina, naturalmente ocorre uma vegetação
Pioneira, característica desta área de transição entre o oceano e o continente (Figura 98).
Figura 98 – Área do Porto de Antonina
Analisando-se o mapa de Uso do Solo da Área de Estudo do Porto de Antonina, em
anexo, observa-se que a maior área com cobertura vegetal corresponde a 21,36 ha que está
em fase inicial de sucessão, vegetação em fase intermediária somam-se apenas 5,85 ha. A
segunda maior tipologia encontrada são as formações Pioneiras com Influência Fluviomarinha – arbórea (10,63 ha) e herbácea arbustiva (0,29 ha). Outra formação relevante
devido ao seu porte arbóreo é a formação Floresta Ombrófila Densa Submontana que ocupa
2,08 ha da área de estudo.
Na área de estudo do porto, nota-se que as classes vegetacionais mais degradadas
situam-se na planície litorânea nos locais cujos solos associados são aptos à exploração
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agropecuária e/ou expansão urbana. A degradação e a supressão da cobertura florestal
acelera o processo de erosão (GUERRA & MENDONÇA, 2004) causando prejuízos ao meio
ambiente e à sociedade, tanto no local (onsite) onde os processos ocorrem como em áreas
mais afastadas (offsite). Como exemplo, tem-se o assoreamento de rios e ambientes
estuarinos, neste caso da baía de Paranaguá.
Na Baía de Antonina a formação que mais sofre com este panorama de degradação é
a Floresta Ombrófila Densa Submontana, onde ocorre extração de recursos florestais e
também a pressão da expansão da atividade agropecuária e da malha urbana.
Historicamente, os trechos de planície da Floresta Atlântica foram os mais utilizados
pelo homem (BUDOWSKI, 1966), tendo em vista as condições mais adequadas para a
implantação de sistemas produtivos encontradas nos solos derivados de sedimentos aluviais.
Essa ocupação resultou na degradação da floresta de forma mais intensa (BRITEZ et al.,
2006), situação comprovada pela menor extensão de áreas bem conservadas nesses trechos
da Floresta Atlântica.
2.6.3 Unidades de Conservação
As unidades de conservação foram instituídas pela lei 9.985, de 18 de julho de 2000,
que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, estabelecendo
critérios e normas para criação, implantação e gestão das unidades de conservação. Essa lei
define como Unidades de Conservação - UC o espaço territorial e seus recursos ambientais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente
instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime
especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com
características específicas:
I - Unidades de proteção integral, onde o objetivo básico é preservar a natureza, sendo
admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos
em lei. É composto pelas seguintes categorias: estação ecológica, reserva biológica, parque
nacional, parque estadual, monumento natural e refúgio de vida silvestre.
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II - Unidades de uso sustentável, ou seja, onde se pode compatibilizar a conservação da
natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. É composto pelas
seguintes categorias: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico,
Floresta Nacional, Floresta Estadual, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de
Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN.
O artigo 28° define que são proibidas, nas unidades de conservação, quaisquer
alterações, atividades ou modalidades de utilização em desacordo com os seus objetivos, o
seu plano de manejo e seus regulamentos. No entanto, a resolução do CONAMA nº 369 de
28 de março de 2006, dispõe sobre os casos excepcionais de utilidade pública, interesse
social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de
vegetação em Área de Preservação Permanente - APP. A Tabela 16 apresenta as Unidades de
Conservação Federais, Estaduais e Municipais na Área de Influência do PDZPO.
Tabela 16 - Unidades de Conservação Federais, Estaduais e Municipais na Área de Influência do
PDZPO
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS NA
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PDZPO
Nº
1
2
3
4
5
6
7
8
9
NOME
APA Federal de
Guaraqueçaba
Área de Relevante
Interesse Ecológico de
Pinheiro e Pinheirinho
Parque Nacional do
Superagui
Parque Nacional SaintHilaire Langue
ATO DE CRIAÇÃO
ÁREA (ha)
MUNICÍPIO
Dec 90.883 de
31/01/1985
Dec 91.888 de
11/05/1985
291498,00
Guaraqueçaba
109,00
Guaraqueçaba
Dec 97.688 de
25/04/1989
Lei 10.227 de
23/05/2001
34254,00
Guaraqueçaba
24500,00
Guaratuba,
Paranaguá e
Matinhos
Guaraqueçaba
RPPN Reserva Natural
Portaria 132/94
819,18
Salto Morato
RPPN Reserva Ecológica
Portaria 99/99N
400,78
de Sebui
RPPN Sítio do Bananal
Portaria 49/02
28,84
RPPN Perna do Pirata
Portaria 53/10
18,55
RPPN Reserva da
Portaria 89/11
17,33
Pousada da Graciosa
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS NA
Guaraqueçaba
Morretes
Morretes
Morretes
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
140
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PDZPO
Nº
NOME
10 AEIT do Marumbi
11
APA de Guaraqueçaba
12
APA Estadual de
Guaratuba
13
Estação Ecológica do
Guaraguaçu
Estação Ecológica da Ilha
do Mel
Parque Estadual da Ilha
do Mel
Floresta Estadual do
Palmito
Parque Estadual da
Graciosa
Parque Estadual do
Boguaçu
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
Parque Estadual do Pau
Oco
Parque Estadual Pico do
Marumbi
Parque Estadual Pico
Paraná
Parque Estadual Roberto
Ribas Langue
Parque Estadual do Rio
da Onça
Parque Estadual da Serra
da Baitaca
ATO DE CRIAÇÃO
Lei 7919 de 22/10/84
ÁREA (ha)
66732,99
Dec 1228 de
27/03/1992
Dec 1234 de
27/03/1992
191595,50
Dec 1230 de
27/03/1992
Dec 5454 de
21/09/1982
Dec 5506 de
21/03/2002
Dec 4493 de
17/06/1998
Dec 7302 de
24/09/1990
Dec 4056 de
26/02/1998 e
alterado Lei 13979 de
26/12/2002
Dec 4266 de
21/11/1994
Dec 7300 de
24/09/1990, ampliado
pelo Dec 1531 de
02/10/2007
Dec 5769 de
05/06/2002
Dec 4267 de
21/11/1994
Dec 3825 de
05/06/1981 e
categorizado pelo Dec
3741 de 23/01/2012
Dec 5765 de
05/06/2002
1150,00
Guaratuba, São
José dos Pinhais,
Tijucas do Sul,
Morretes e
Matinhos
Paranaguá
2240,69
Paranaguá
337,84
Paranaguá
530,00
Paranaguá
1189,58
Morretes
6660,64
Guaratuba
905,58
Morretes
8745,45
Piraquara, Quatro
Barras e Morretes
4333,83
Campina Grande
do Sul e Antonina
Antonina e
Morretes
Matinhos
199596,51
2698,69
118,51
3053,21
MUNICÍPIO
Antonina,
Morretes, São
José dos Pinhais,
Piraquara, Quatro
Barras e Campina
Grande do Sul
Guaraqueçaba
Piraquara e
Quatro Barras
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
141
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
25
26
27
28
29
30
31
32
RPPN Reserva Natural
Portaria 184/04
508,2
Águas Belas
RPPN Vô Borges
Portaria 161/07
12,50
RPPN Reserva Natural
Portaria 159/07
4292,88
Rio Cachoeira
RPPN Reserva Natural
Portaria 157/07
3526,87
Serra do Itaqui
RPPN Reserva Natural
Portaria 160/07
392,37
Serra do Itaqui I
RPPN Reserva Natural
Portaria 59/11
984,93
Itaqui II
RPPN Reserva Natural
Portaria 46/03
1336,19
Morro da Mina
RPPN Reserva Natural
Portaria 58/11
400,27
Santa Maria
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO MUNICIPAL NA
Antonina
Morretes
Antonina
Guaraqueçaba
Guaraqueçaba
Guaraqueçaba
Antonina
Antonina
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PDZPO
Nº
NOME
ATO DE CRIAÇÃO
ÁREA (ha)
MUNICÍPIO
33
Parque Natural
Municipal do Manguezal
do Rio Perequê
Dec. Municipal 706 de
10/09/2001
33,07
Pontal do Paraná
2.6.3.1
Unidades de Conservação Federais
Área de Proteção Ambiental Federal de Guaraqueçaba
A Área de Proteção Ambiental Federal de Guaraqueçaba, criada através do Decreto
Nº 90.833/1985, localiza-se no litoral norte do Estado do Paraná, com uma área de
291.498,00 hectares, abrangendo o Município de Guaraqueçaba e parte dos Municípios de
Antonina, Paranaguá e Campina Grande do Sul.
Seu principal objetivo é de assegurar a proteção de áreas representativas da Floresta
Pluvial Atlântica, assim como das espécies ameaçadas de extinção, dos sítios arqueológicos,
do complexo estuarino da baía de Paranaguá e ecossistemas associados e das comunidades
localizadas na região (IPARDES, 1995).
LACTEC – 2012
REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC
142
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
Área de Relevante Interesse Ecológico de Pinheiro e Pinheirinho
A Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE de Pinheiro e Pinheirinho está
localizada nas ilhas de Pinheiro e Pinheirinho no Canal de Superagüi, ao Sul da baía dos
Pinheiros, Município de Guaraqueçaba. Esta foi criada através do Decreto Nº 91.888/1985,
com uma área total de 109 hectares.
Esta unidade foi atualmente incorporada aos limites do Parque Nacional do
Superagüi. Caracteriza-se por ilhas pequenas, onde encontrase o papagaio chauá ou da cara
–roxa, por esse motivo também, é conhecida como Ilha dos Papagaios. O desembarque nas
ilhas é proibido e a observação é feita a pequena distância.
Parque Nacional do Superagui
O Parque Nacional do Superagui, com área de 34.254 ha, foi criado através do Decreto
Nº 97.688/89 e está localizado no limite dos Estados de São Paulo e Paraná, abrangendo
uma parcela da APA de Guaraqueçaba, com o objetivo de proteger e preservar amostra dos
ecossistemas ali existentes, assegurando a preservação de seus recursos naturais,
proporcionando oportunidades controladas para uso pelo público, educação e pesquisa
científica.
Parque Nacional Saint-Hilaire Langue
O Parque Nacional Saint-Hilaire Lange foi criado pela Lei Federal Nº 10.227 em 23 de
maio de 2001, e está localizado no litoral do estado do Paraná, abrangendo os municípios de
Matinhos, Guaratuba, Morretes e Paranaguá. Ocupa um trecho da Serra do Mar, conhecido
como Serra da Prata e possui uma área de 24.500 ha. O objetivo da unidade é proteger e
conservar ecossistemas de Mata Atlântica existentes na área e assegurar a estabilidade
ambiental dos balneários sob sua influência, bem como a qualidade de vida das populações
litorâneas.
LACTEC – 2012
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143
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
2.6.3.2
Unidades de Conservação Estaduais
Área de Especial Interesse Turístico do Marumbi
A AEIT do Marumbi foi criada pela Lei 7.919 de 22/10/84 com o objetivo de assegurar
a proteção de parte significativa da Floresta Atlântica do estado do Paraná, disciplinar a
ocupação do solo, proteger os recursos naturais considerando os aspectos referentes aos
bens de valor histórico e arqueológico, à proteção dos recursos naturais renováveis, às
paisagens notáveis e os acidentes geográficos adequados ao repouso e à pratica de
atividades desportivas, recreativas e de lazer. Possui uma área de 66.732,99 ha, Abrange
parte dos municípios de Antonina, Morretes, São José dos Pinhais, Piraquara, Quatro Barras
e Campina Grande do Sul.
Área de Proteção Permanente de Guaraqueçaba
A Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, criada através do Decreto Nº Dec
1228/92, localiza-se no litoral norte do Estado do Paraná, com uma área de 191.595,50 ha,
localizada no município de Guaraqueçaba, com o objetivo de assegurar a proteção de área
representativa da Floresta Atlântica, compatibilizando-a com o uso racional dos recursos
ambientais e ocupação ordenada do solo, de forma a garantir a melhoria da qualidade de
vida das populações autóctones.
Área de Proteção Ambiental de Guaratuba
A Área de Proteção Ambiental de Guaratuba, criada através do Decreto Nº 1.234/92,
abrange parte dos Municípios de Guaratuba, Matinhos, Tijucas do Sul, São José dos Pinhais e
Morretes, numa extensão de 199.596,5131 hectares, com objetivo de compatibilizar o uso
racional dos recursos ambientais da região e a ocupação ordenada do solo, proteger a rede
hídrica, os remanescentes de Floresta Atlântica e de manguezais, os sítios arqueológicos e a
diversidade faunística, bem como disciplinar o uso turístico e garantir a qualidade de vida
das comunidades caiçaras e da população local.
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144
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
Estação Ecológica do Guaraguaçu
A Estação Ecológica do Guaraguaçu, criada através do Decreto Nº 1.230/92, situada
em terras de dominialidade pública estadual, no Município de Paranaguá, com área total de
1.150 ha, com a finalidade de proteção máxima para a área, permitindo a recuperação dos
ecossistemas originais, bem como de evolução natural das espécies da flora e da fauna que
ocorrem na região.
Estação Ecológica da Ilha do Mel
A Ilha do Mel, pertencente ao Município de Paranaguá, e foi tombada em 16 de maio
de 1975 por ato da Coordenadoria do Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado da
Cultura. A partir do Decreto Estadual Nº 5.454 de 1982 deu-se a criação da Estação Ecológica
da Ilha do Mel, que se localiza na parte norte da ilha, com um perímetro aproximado de
22 km e com a área de 2.240,69 hectares, com a finalidade de proteger e preservar os
ecossistemas das restingas e dos morros.
Parque Estadual da Ilha do Mel
O Parque Estadual da Ilha do Mel, com área de 337,84 ha, localizado no Município de
Paranaguá/PR, criado através do Decreto Nº 5.506/02, tem como objetivo a preservação e
conservação dos ambientes naturais de praia, dos Costões Rochosos, das áreas de influência
marinha, dos marismas, de importantes remanescentes da Floresta Ombrófila Densa
Submontana e de Terras Baixas associadas à Floresta de Restinga, dos sítios arqueológicos,
em especial os sambaquis, e a rica fauna, proporcionando a proteção integral da diversidade
biológica.
Floresta Estadual do Palmito
A Floresta Estadual do Palmito localiza-se na planície litorânea do Estado do Paraná,
no município de Paranaguá e Comarca de Paranaguá, foi criada através do Decreto Estadual
Nº 4.493 em 1998. Essa unidade apresenta cerca de 530 hectares de vegetação florestal,
LACTEC – 2012
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145
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
incluindo ecossistemas costeiros como restingas e manguezais, apresenta uma flora
riquíssima, com inúmeras espécies arbóreas, lianas, epífitas e outras.
Com relação à fauna, na Floresta Estadual do Palmito são encontradas espécies como
o gato-do-mato pequeno, a suçuarana, a jaguatirica, o coati, o veado, o tatu, o mão pelada, a
araponga, a gralha-azul, a capivara, além de outros (SCHWARZBACH, 2007).
Parque Estadual da Graciosa
O Parque Estadual da Graciosa, criado através do Decreto Nº 7.302/90, busca
proteger a biodiversidade regional, preservando as espécies de fauna e flora, bem como a
Mata Atlântica, as serras e os mananciais de águas. O Parque está situado no Município e
Comarca de Morretes, Estado do Paraná, com a área de 1.189,58 ha. Compete ao Instituto
de Terras, Cartografia e Florestas do Estado do Paraná - ITCF, a administração do Parque,
incumbindo-lhe promover a preservação do regime hídrico, da flora e da fauna, praticando
todos os atos fiscalizatórios.
Parque Estadual do Boguaçu
O Parque Estadual do Boguaçu, localizado no Município de Guaratuba, foi criado
através do Decreto Estadual Nº 4.056/98, com área de 6.052 ha, tendo seus limites
redefinidos a partir da Lei Estadual Nº 13.979 de dezembro de 2002, passando a ter uma
área de 6.660,64 hectares. O objetivo do Parque é assegurar a preservação de ecossistemas
típicos dos manguezais e restingas, patrimônio arqueológico e pré-histórico, em especial o
Sambaquis.
Parque Estadual do Pau Oco
O Parque Estadual do Pau Oco, situado no Município de Morretes, foi criado através
do Decreto Estadual Nº 4.266/94, com uma área de 905,58 ha. O Parque tem como objetivo
proteger os remanescentes da Floresta Atlântica, cachoeiras como o Salto da Fortuna com
LACTEC – 2012
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146
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
50 metros de queda, que forma em sua base uma grande piscina natural, o Caminho Colonial
do Arraial, antiga ligação entre o Litoral e Curitiba (aberto entre os anos de 1586 e 1590).
Parque Estadual Pico do Marumbi
O Parque Estadual Pico do Marumbi, tem sua área nos Municípios de Morretes,
Piraquara e Quatro Barras. Criado através do Decreto Nº 7.300/90, o parque possuía
originalmente uma área de 2.342,41 ha, posteriormente a área foi ampliada para 8.745,45
ha, através do Decreto Estadual Nº 1.531/07. A unidade busca preservar os aspectos
significativos da floresta Atlântica, abrigando em seu território o Conjunto Marumbi, tendo
como ponto culminante o Olimpo (1.539 metros de altitude), que foi considerado por muito
tempo o ponto culminante do estado do Paraná.
Parque Estadual Pico Paraná
O Parque Estadual Pico Paraná foi criado através do Decreto Nº 5769/02, com área
total de 4.333,83 ha, localizado nos municípios de Campina Grande do Sul e Antonina,
constituído de duas áreas de terras devolutas, sendo uma área de 2.080,51 ha e outra de
2.253,32 ha. O Parque tem como objetivo básico conservar uma amostra do bioma Floresta
Ombrólifa Densa, incluídas as formações Florestas Ombrófila Densa Montana, Floresta
Ombrófila Densa Alto-Montana, a fauna, solo e águas interiores, e promover atividades que
não provoquem nenhuma alteração no ecossistema e dar sustentabilidade à preservação.
Parque Estadual Roberto Ribas Langue
O Parque Estadual Roberto Ribas Lange foi criado através do Decreto Estadual Nº
4.267/94, com área total de 2.698,69 ha, em imóveis de domínio público, situados nos
Municípios de Antonina e Morretes, pertence à Área Especial de Interesse Turístico do
Marumbi.
LACTEC – 2012
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147
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
Parque Estadual do Rio da Onça
O Parque Estadual do Rio da Onça, situado no Município de Matinhos, Estado do
Paraná, foi criado através do Decreto Estadual Nº 3.825/81, e abrange uma área de 118,51
ha.
O parque situa-se na região central do município de Matinhos e apresenta vegetação
do ecossistema Floresta Ombrófila Densa, áreas com reflorestamento existentes anteriores à
criação do parque e áreas que abrigavam o depósito de lixo do município. A vegetação
nessas áreas está em estágio médio ou avançado de regeneração e o Rio da Onça empresta
à paisagem um forte poder de atração, além de constituir-se em corredor biológico
(PREFEITURA MUNICIPAL DE MATINHOS, 2010).
Parque Estadual da Serra da Baitaca
O Parque Estadual da Serra da Baitaca foi criado através do Decreto Nº 5765/02,
localizado nos municípios de Quatro Barras e Piraquara, com área total de 3053,21 ha. O
Parque tem como objetivos básicos conservar uma amostra do bioma Floresta Ombrófila
Densa, incluídas as formações Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa
Alto-Montana, a fauna, solo e águas interiores, e promover atividades que não provoquem
nenhuma alteração no ecossistema e dar sustentabilidade à preservação.
2.6.3.3
Unidades de Conservação Municipais
Parque Natural Municipal do Manguezal do Rio Perequê
O Parque Natural Municipal do Manguezal do Rio Perequê, criado pelo Decreto
Municipal Nº 706/01, abrange 33,07 ha no município de Pontal do Paraná, e tem como
objetivo proteger o manguezal, local onde ocorre procriação inúmeras espécies de peixes e
crustáceos.
LACTEC – 2012
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148
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
2.6.3.4
Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN’s
É uma unidade de conservação criada em área privada, gravada em caráter de
perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. A criação de uma RPPN é
um ato voluntário do proprietário, que decide constituir sua propriedade, ou parte dela, em
uma RPPN, sem que isto ocasione perda do direito de propriedade. As RPPN’s contribuem
para uma rápida ampliação das áreas protegidas no país, pois representam índices
altamente positivos na relação custo/benefício, são facilmente criadas, possibilitam a
participação da iniciativa privada no esforço nacional de conservação e contribuem para a
proteção da biodiversidade dos biomas brasileiros (Adaptado ICMBio). As RPPNs existentes
na planície litorânea estão listadas abaixo:
 RPPN Reserva Natural Salto Morato - Federal
 RPPN Reserva Ecológica de Sebuí – Federal
 RPPN Sítio do Bananal – Federal
 RPPN Perna do Pirata – Federal
 RPPN Reserva da Pousada da Graciosa - Federal
 RPPN Reserva Natural Águas Belas - Estadual
 RPPN Vô Borges - Estadual
 RPPN Reserva Natural Rio Cachoeira - Estadual
 RPPN Reserva Natural Serra do Itaqui - Estadual
 RPPN Reserva Natural Serra do Itaqui I - Estadual
 RPPN Reserva Natural Itaqui II - Estadual
 RPPN Reserva Natural Morro da Mina - Estadual
 RPPN Reserva Natural Santa Maria - Estadual
2.7 Fauna da planície litorânea do Estado do Paraná
A Floresta Atlântica é um dos biomas mais ricos e diversos do Brasil e do mundo e
tem sua distribuição geográfica no Brasil, Paraguai e Argentina. No território brasileiro
domina desde o estado do Rio Grande do Norte ao estado do Rio Grande do Sul.
LACTEC – 2012
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149
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
Infelizmente, é também um dos biomas mais ameaçados do planeta, devido às constantes
destruições de seus habitats nas suas variadas formações florestais e ecossistemas
associados, restando menos de 7% da sua cobertura original, estando entre os 5 Hotspots de
biodiversidade da Terra – áreas de rica biodiversidade e altos níveis de endemismo e imensa
pressão antrópica (GALINDO-LEAL & CÂMARA, 2005; CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL DO
BRASIL, 2003). Um Hotspot é definido como uma área com uma concentração excepcional
de espécies endêmicas e que tenha sofrido uma excepcional perda de habitat (MYERS, 1988,
1990).
O Bioma Mata Atlântica é composto por um conjunto de formações florestais e
ecossistemas associados que inclui a Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista,
também denominada de Mata de Araucárias, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional
Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de
restingas, os campos de altitude, os brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste. O
conjunto de fitofisionomias que forma a Mata Atlântica propiciou uma significativa
diversificação ambiental, criando as condições adequadas para a evolução de uma
comunidade rica em espécies animais e vegetais. É por este motivo que a Mata Atlântica é
considerada atualmente como um dos Biomas com valores mais altos de diversidade
biológica do planeta (MMA, 2007).
A fauna paranaense apresenta uma diversidade de espécies que reflete os diferentes
biomas e ecossistemas presentes no Estado, incluindo aproximadamente 10.000 espécies de
borboletas e mariposas, 450 de abelhas, 950 de peixes, 120 de anfíbios, 160 de répteis, 744
de aves (SCHERER-NETO, et.al., 2011) e 180 de mamíferos. Entretanto, uma parcela
significativa dessa diversidade se encontra sob algum grau de pressão, em função da
destruição e redução dos ecossistemas, da caça e pesca predatória, do comércio ilegal de
indivíduos, da poluição dos ecossistemas terrestres e aquáticos, da introdução de espécies
exóticas, do uso indiscriminado de defensivos agrícolas, entre outros fatores, que colocam
em risco a riqueza faunística (MIKICH & BÉRNILS, 2004).
O Porto de Antonina está inserido no bioma Floresta Atlântica, onde a vegetação
caracteriza-se como sendo Floresta Ombrófila Densa, com formações florestais da planície
litorânea (manguezais, restingas, marismas, várzeas, brejos), e toda a fauna habitante deste
LACTEC – 2012
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150
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
bioma estão em constante adaptação aos seus diferentes tipos de ambientes e ecossistemas
associados.
Para a caracterização da fauna da área de influência direta e indireta do Porto de
Antonina foram utilizados dados secundários, com base em periódicos, revistas e anais de
congressos, livros, relatórios técnicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado sobre
o assunto na planície litorânea, com ênfase maior na baía de Antonina.
2.7.1 Bentos
Os organismos do grupo dos bentos compreendem os indivíduos associados aos
fundos marinhos, que podem viver dentro ou sobre os substratos durante todo o seu ciclo
de vida ou parte dele. Ocupam os substratos lodosos, arenosos, as rochas submersas e a
faixa muito baixa, formada em parte, por substratos biológicos como as raízes da vegetação
de manguezal (SEMA, 2006). Desenvolvem um papel chave nos ciclos biogeoquímicos
através da oxidação da matéria orgânica dos sedimentos (RAFFAELLI et al., 2003), e são
considerados como bioestabilizadores dos substratos não-consolidados (PEREIRA & SOARESGOMES, 2002). Estes organismos constituem a mais importante ligação entre os produtores
primários com os produtores secundários ou terciários.
Segundo VICENTE (2008) os invertebrados bêntonicos são tradicionalmente divididos
em pelo menos dois componentes, o meiobentos e o macrobentos, porém para DAY et
al.1989 apud TCP, 2008, divide este grupo em megabentos (moluscos, crustáceos,
equinodermos, etc); macrobentos (poliquetas, moluscos, crustáceos, etc); meiobentos
(poliquetas, nematódios, tardígrados, etc); e microbentos (bactérias e protistas ciliados).
O complexo Estuarino de Paranaguá, composto pelas baias de Paranaguá e Pinheiros,
no que diz respeito à fauna bentica, é possivelmente uma das áreas mais estudadas da costa
brasileira. Segundo TCP (2008) os estudos dos bentos nesta área iniciaram com LANA (1986),
desde então diversos trabalhos em periódicos, dissertações de mestrados e teses de
doutorados, são desenvolvidos todos os anos.
Devido as suas características sésseis ou semi-séssies os organismos bênticos tem
sido utilizados como indicadores das perturbações ambientais. Segundo LANA (1995) estes
organismos são amplamente utilizados como bioindicadores, pois apresentam respostas
LACTEC – 2012
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151
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
variadas ao estresse ambiental, desde espécies tolerantes a diversos contaminantes, até
mesmo espécies altamente sensíveis a estas perturbações.
O domínio bentônico estuarino pode ser subdividido em zona entre-marés, a região
compreendida entre as preamares e baixa-mares de maior amplitude, e a zona sublitoral,
região que se encontra constantemente sob a coluna d´água (TCP, 2008).
O complexo estuarino de Paranaguá pode ser dividido em três setores principais de
acordo com diversas características ambientais que os distintos habitats apresentam (LANA,
1986; NETTO & LANA, 1997; LANA et al., 2001; TCP, 2008), entretanto levando-se em conta
principalmente os gradientes de salinidade e energia, chega-se a seguintes subdivisão:
 euhalino – setor mais externo e de alta energia, localizado na desembocadura
da baía, compreende águas com salinidade próxima de 30, sedimento bem
selecionado, areia fina e baixo teor de matéria orgânica;
 polihalino – setor mediano, possui baixa energia e salinidades intermediárias,
sedimentos pobremente selecionados, com predominância de areia muito
fina e teor de matéria orgânica variado;
 mesohalino – região mais interna da baía, com salinidades entre zero e 15,
sedimentos tipicamente fluidos, com predominância de silte médio e alto teor
de matéria orgânica e água.
Em virtude da gama de microambientes criada por estes gradientes ao longo da baia
de Paranaguá, a distribuição dos organismos de fundo não é homogênea, e sim em forma de
um mosaico.
A diversidade e abundância da macrofauna bêntica sublitoral estuarina são, em geral,
menores na região mesohalina da Baía de Paranaguá. Os grupos da fauna numericamente
importantes nas zonas de entre marés são os moluscos bivalves e os poliquetas. No
sublitoral, os ofiuroides e os poliquetas são comuns em fundos com sedimentos
heterogêneos dos canais entre as ilhas rasas da baía e o continente (SEMA, 2006).
O setor polihalino da Baía de Paranaguá· apresenta diferenças significativas em
relação ao macrobentos de bancos vegetados e não vegetados. O berbigão Anomalocardia
brasiliana e o poliqueta Glycera americana, são as espécies mais abundantes nos bancos não
vegetados (FUNPAR, 1997 apud SEMA 2006). Nos bancos vegetados, há um aumento de
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organismos característicos das marismas, como o poliqueta Nereis oligohalina, associado
biomassa subterrânea viva de Spartina alterniflora.
Em termos gerais, a fauna bêntica sublitoral do estuário apresenta alta resiliência,
sendo capaz de retornar rapidamente a níveis populacionais originais após distúrbios (SEMA,
2006). O grupo dos bentos do Complexo Estuarino de Paranaguá apresenta diversas
estratégias adaptativas e variabilidade temporal, que vão desde associações de equilíbrio,
com populações relativamente estáveis ao longo do espaço e do tempo, até associações
oportunistas, com marcadas variações espaço-temporais.
As planícies de maré adjacentes ao Porto de Paranaguá apresentam uma típica
associação faunística dos ambientes polihalinos e euhalinos da Baía como um todo. Segundo
Ecowood, 2002 apud ENGEMIN 2004, os animais mais representativos e abundantes destas
áreas, e também de importância comercial, são os bivalves Anomalocardia brasiliana,
Tagelus divisus e Macoma constricta, seguidos por poliquetas das famílias Opheliidae e
Spionidae, além de juvenis do gastrópode Bulla striata.
No estudo de impacto ambiental realizado por TCP, 2008, é possível identificar uma
fauna bêntica diversificada para aos fundos sublitorais dos setores Meso e Polihalino,
totalizando sessenta e quatro espécies macrobênticas ou demersais. Com relação à riqueza
específica, os grupos predominantes foram os poliquetas com 34 espécies, bivalves com 7
espécies e gastrópodes com 5 espécies. No entanto, do total de 129.746 indivíduos
amostrados, 99% pertenceram à espécie Heleobia australis. Co-dominantes, porém em
densidades muito inferiores à H. australis foram o decápode Ogyrides alphaeorostris, os
poliquetas Glycera americana, Timarete sp, Scoloplos ohlini, Sthenelais limicola e Nephtys
fluviatilis, além de Chaetognata demersais.
Alguns estudos indicam que o gastrópode Heleobia australis, em função de sua
estratégia de vida oportunista, que os permite recolonizar rapidamente áreas perturbadas
por eventos naturais ou antrópicos, podem ser apontada como espécie indicadora de áreas
degradadas (HOSTIN et al. 2007; LANA et al. 1999 APUD TCP, 2008).
2.7.2 Ictiofauna
O litoral do Estado do Paraná possui 98 km de costa e uma plataforma continental
com a largura variando de 175 a 190 km, estendendo-se desde seu limite norte na foz do rio
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Varadouro-Vila Ararapira (25º 12’ 44” S e 48º 01’ 15”W) até seu limite sul na foz do rio SaíGuaçu (25º 58’ 38” S e 48º 35’ 26” W) (BIGARELLA, 1978).
A baía de Paranaguá, ao norte, e a de Guaratuba, ao sul, originadas por ingressão
marinha, dividem naturalmente o litoral do estado em três setores: baía de Paranaguá ao
norte, limitado ao leste pela praia de Superagui, ou praia Deserta; região de transição entre
as duas baías, representado pela planície da praia de Leste; e ao sul encontram-se a baía de
Guaratuba, constituindo a planície da praia do Saí (BIGARELLA, 1978).
Em todo o litoral paranaense o clima é classificado como Cfa (subtropical úmido)
(BIGARELLA, 1978), este tipo de ambiente apresenta verão quente e sem estação seca
definida. A temperatura média do mês mais frio encontra-se abaixo de 18ºc, porem sempre
superiores a -3°C e no mês mais quente é superior a 22ºc (BIGARELLA, 1978). A umidade
relativa do ar média anual é de 84,5% (BIGARELLA, 1978). As precipitações ocorrem em
qualquer época do ano, chegando a atingir 163 dias chuvosos (BIGARELLA, 1978), sendo o
período mais chuvoso, o do verão e o mais seco, o do inverno. A precipitação média anual é
estimada em 1998 mm (dados fornecidos pelo Laboratório de Física Marinha do Centro de
Estudos do Mar - UFPR).
As duas maiores bacias hidrográficas que compõem o litoral paranaense são divididas
em duas; a de Paranaguá, com 3.882 km² de extensão, e a de Guaratuba, com 1886 km². A
Baía de Paranaguá é o maior complexo estuarino da costa sul do Brasil, (BIGARELLA, 1978),
sendo considerado o mais importante estuário da região devido ao seu tamanho e vazão
d´água (KNOPPERS et al.,1987).
A região da baia de Paranaguá pode ser bem definida como compreendendo dois
corpos de água, as Baías de Paranaguá e de Antonina no eixo leste-oeste e as Baías de
Laranjeiras e de Pinheiros no eixo norte-sul. Este grande sistema conecta-se ao oceano
aberto através de três canais, com o principal deles ao redor da Ilha do Mel (ANGULO, 1992).
Este estuário apresenta uma superfície líquida de 612 km2 (LANA et al., 2000).
NETTO & LANA (1997) definiram três setores de salinidade no sentido leste-oeste da
baía: o setor eurialino apresenta a salinidade média superior a 30, compreende a região de
maior salinidade no interior da baía, que se encontra desde as barras de acesso na Ilha do
Mel até a Ilha da Cotinga; no setor polihalino encontram-se a salinidade variando entre 18 e
30, este ambiente compreende a região desde a ilha da Cotinga até a Ilha das pedras; e por
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ultimo o setor mesoalino que apresenta a salinidade variando entre 5 e 18 e compreende a
região de Antonina.
Os estuários são classificados como corpos d´água costeiros e semi-fechados com
comunicação para o mar (DAY et al,1989; KENNISH, 1990) e caracterizam-se pela intensa
variação de suas propriedades físicas, químicas e biológicas (LOWE-MACCONNEL, 1987;
KENNISH 1990). Estes ambientes são áreas de transição entre rios e oceano, e de um modo
geral, estas áreas de transição podem ser classificadas em duas categorias principais:
ecótone e ecocline (ATTRULL & RUNDELE, 2002). Segundo estes autores, os estuários podem
ser definidos como ecocline, pois possuem comunidades heterogêneas que apresentam
mudanças graduais em resposta ao gradiente ambiental. No ecótone ocorre uma mudança
relativamente rápida, produzindo uma estreita faixa de transição, e com uma comunidade
mais homogênea.
Por apresentar uma grande oscilação das variáveis ambientais, os estuários são
ambientes únicos para muitas espécies de peixes, devido à excepcional produtividade
(CARMOUZE, 1994). A alta produtividade dos estuários deve-se não só a produção primaria
planctônica e fitoplanctônica, mais também à entrada de material alóctone pelo fluxo dos
rios. Nos estuários onde os ciclos sazonais seguem o padrão de chuvas, a produção primaria
é mais alta durante as estações seca, devido à maior transparência da água, já a entrada de
material alóctone aumenta durante o período de chuva (CAURMOUZE, 1994; LOWEMcCONNELL, 1999), isto proporciona uma grande quantidade de suprimento de alimento
(KENNISH, 1990). A presença de ambientes complexos, como mangues e marismas, também
favorece a presença de várias espécies.
Os peixes são o principal grupo nectônico, devido à sua predominância numérica e
grande mobilidade (KENNISH, 1990). Segundo o mesmo autor, os peixes estuarinos podem
ser divididos, de acordo com o ciclo de vida, em: 1) espécies dulcícolas que eventualmente
invadem a água salobra, 2) espécies verdadeiramente estuarinas, 3) migrantes (anádromos
ou catádromos), 4) visitantes ocasionais e 5) estuarino dependentes. Estes últimos
correspondem ao grupo de peixes que se reproduzem no mar, cujas larvas e juvenis migram
para o estuário em busca de alimento e refúgio.
Em várias regiões os trabalhos têm analisado a estrutura da comunidade de peixes
demersais do talude e plataforma continental, por sua importância econômica na atividade
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pesqueira (KIHARA & ITSU, 1989; CLAY, 1991; MACPHERSON & DUARTE, 1991; BIANCHI,
1992; GORDON & BERGSTAD, 1992; FUGITA et al., 1993; FARIÑA et al., 1997; BERGSTAD
et al., 1999; KALLIANOTIS et al., 2000). Na plataforma continental do sudeste-sul do Brasil
os estudos sobre a ictiofauna demersal objetivaram principalmente identificar os padrões de
distribuição e abundância e as possíveis influências dos parâmetros ambientais sobre a
estrutura dessas comunidades de peixes (BENVEGNU-LÉ, 1978; NONATO et al., 1983;
FAGUNDES NETTO & GAELZER, 1991; ROSSI-WONGTSCHOWSKI & PAES, 1993; NATALI NETO,
1994; HAIMOVICI et al., 1994; FACCHINI, 1995; PAES,1996; HAIMOVICI et al., 1996; ROCHA
& ROSSI-WONGTSCHOWSKI, 1998; MUTO et al., 2000).
Segundo as literaturas específicas, no litoral do Estado do Paraná são registradas a
ocorrência de 92 famílias, 191 gêneros e 313 espécies, dos quais 80 famílias, 179 gêneros e
289 espécies correspondem exclusivamente aos peixes ósseos (COUUTO & CORRÊA, 1992;
CASTELLO et al., 1994; CHAVES & CORRÊA, 1997). Já no complexo estuário da Baía de
Antonina e áreas adjacentes, encontram-se referidas 71 famílias e 207 espécies de peixes
cartilaginosos (cações e arraias) e peixes ósseos (Tabela 17) (ENGEMIN, 2004; NAKAYAMA,
2004).
Os rios com influência estuarina localizados nas regiões tropicais e subtropicais que
recebem um grande volume de água doce e são constantemente influenciada pela maré,
cuja água salina é projetada rio acima e que se desloca abaixo das camadas de água doce,
facilitando a migração de espécies marinhas para a água doce, onde alguns peixes de água
doce que apresentam uma maior tolerância a água salgada também estão presentes (LOWEMcCONNEL, 1999). A Tabela 17 apresenta a lista de espécies encontradas na baía de
Antonina.
Tabela 17 - Lista de espécies lista de espécies encontradas na baía de Antonina (ENGEMIN, 2004;
NAKAYAMA, 2004; SOUZA, 2007), classificadas em família, gênero/espécie, nome vulgar e o perigo
de extinção, sendo o ultimo item classificado como VU (vulnerável) e DD (dados insuficientes)
(MIKICH & BÉRNILS, 2004).
FAMILIA
ESPECIE
ACHIRIDAE
ALBULIDAE
ARllDAE
Achirus declivis
Achirus lineatus
Trinectes microphthalmus
Trinectes paulistanus
Albula vulpes
Bagre bagre
Cathorops spixii
Nome vulgar
Linguado
Linguado
Linguado
Linguado
Parati mico
Bagre
Bagre amarelo
Perigo de extinção
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ATHERINOPSIDAE
AUCHEBIPTERIDAE
BATRACHOIDIDAE
BELONIDAE
CALLICHTHYIDAE
CARANGIDAE
CARCHARHINIDAE
CHARACIDAE
CENTROPOMIDAE
CICHLIDAE
CLINIDAE
CLUPEIDAE
CONGRIDAE
CURIMATIDAE
CYNOGLOSSIDAE
DACTYLOPTERIDAE
DASYATIDAE
DIODONTIDAE
ELEOTRIDAE
Genidens genidens
Genidens barbus
Aspistor luniscutis
Austroatherina incisa
Odontesthes bonariensis
Atherinella brasilienis
Glanidium sp.
Porichthys porosissimus
Strongylura marina
Strongylura timucu
Callichthys callichthys
Scleromystax barbatus
Carangoides crysos
Carangoides bartholomaei
Caranx latus
Caranx hippos
Caranx ruber
Chloroscombrus chrysurus
Oligoplites palometa
Oligoplites saliens
Oligoplites saurus
Selene vomer
Selene setapinnis
Seriola lalandi
Seriola dumerili
Trachinotus carolinus
Trachinotus falcatus
Trachinotus goodei
Trachinotus marginatus
Carcharrhinus limbatus
Carcharrhinus porosus
Astyanax sp.
Deuterodon sp.
Oligosarcus hepsetus
Centropomus parallelus
Centropomus undecimalis
Crenicichla tingui
Geophagus brasiliensis
Ribeiroclinus eigenmanni
Harengula clupeola
Platanichthys platana
Opisthonema oglinum
Sardinella brasiliensis
Conger orbignyanus
Cyphocharax santacatarinae
Symphurus tesselatus
Dactylopterus volitans
Dasyatis guttata
Cyclichthys spinosus
Eleotris pisonis
Bagre pararê
Bagre
Bagre cangatá
Peixe rei
Peixe rei
Peixe rei
Bocudo
Mangangá liso
Agulha
Agulha
Tambuatá
Limpa fundo
Xaréu
Xaréu
Xerelete
Xeréu
Xeréu
Palombeta
Salteira
Salteira
Salteira
Galo verdadeiro
Galo de penacho
Olhete
Olho de boi
Pampo
Pampo
Pampo
Pampo
Cação, grelha preta
Cação, azeieiro
Lambari
Lambari
Saicanga
Robalo peba
Robalo flecha
Joaninha
Cara
DD
DD
Sardinha cascuda
Sardinha
Sardinha bandeira
Sardinha verdeira
Congro preto
Saguairú
Língua de mulata
Peixe-voador
Arraia
Baíacu de espinho
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ENGRAULIDAE
EPHIPPIDAE
ERITHRINIDAE
EXOCOETIDAE
FISTULARIDAE
GERREIDAE
GOBIIDAE
GYMNOTIDAE
GYMNURIDAE
HAEMULIDAE
HEMIRANPHIDAE
HEPTAPTERIDAE
LOBOTIDAE
LORICARIIDAE
LUTJANIDAE
MOBULIDAE
Dormitator maculatus
Guavina guavina
Anchoa lyolepis
Anchoa parva
Anchoa spinifera
Anchoa tricolor
Anchovia clupeoides
Anchoviella lepidentostole
Cetengraulis edentulus
Engraulis anchoita
Lycengraulis grossidens
Chaetodipterus faber
Hoplias malabaricus
Parexocoetus brachypterus
Fistularia petimba
Fistularia tabacaria
Diapterus rhombeus
Eugerres brasilianus
Eucinostomus argenteus
Eucinostomus gula
Eucinostomus melanopterus
Ulaema lefroyi
Bathygobius soporator
Ctenogobius boleosoma
Awaous tajasica
Ctenogobius shufeldti
Ctenogobius smaragdus
Gobionellus boleosoma
Gobionellus oceanicus
Gobionellus stigmaticus
Microgobius meeki
Gymnotus carapo
Gymnura altavela
Anisotremus surinamensis
Anisotremus virginicus
Conodon nobilis
Genyatremus luteus
Orthopristis ruber
Pomadasys corvinaeformis
Hyporhanphus brasiliensis
Hyporhanphus unifasciatus
Pimelodella pappenheimi
Rhamdia quellen
Lobotes surinamensis
Ancistrus multispinis
Hisonotus leucofrenacus
Hypostomus sp.
Rineloricaria sp.
Lutjanus analis
Manta birostris
Manjuba
Manjuba
Manjuba
Manjuba
Manjuba
Manjuba
Sardinha xingó
Manjuba
Manjubão
Parú
Traira
Peixe voador
Caratinga-itê
Escrivão
Escrivão
Escrivão
Escrivão
Amborê
Amborê
Amborê
Amborê
Codundas
Codundas
Codundas
Amborê
Tuvira
Raia manteiga
Sargo de beiço
Frade
Roncador de listra
Saguá
Corocoróca
Agulha preta
Paranaguaçú
Bagre
Bagre
Prejereba
Cascudo
Cascudo
Cascudo
Cascudo
Caranho vermelho
Jamanta, raia jamanta
DD
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MONACANTHIDAE
MUGILIDAE
MULLIDAE
MURAENESOCIDAE
MURAENIDAE
NARCINIDAE
ODONTAPITIDAE
OGCOCEPHALIDAE
OPHICHITHIDAE
PARALICHTHYIDAE
PHYCIDAE
PINGUIPEDIDAE
PLEURONECTIDAE
POECILIIDAE
POLYNEMIDAE
POMATOMIDAE
PRISTIDAE
PRISTIGASTERIDAE
RHINOBATIDAE
SCIAENIDAE
Mobula rochebrunei
Mobula hypostoma
Stephanolepis hispidus
Mugil curema
Mugil gaimardianus
Mugil platanus
Mugil incilis
Mugil liza
Mugil curvidens
Mullus argentinae
Pseudupeneus maculatus
Cynoponticus savanna
Gymnothorax ocellatus
Narcine brasiliensis
Carcharias taurus
Ogcocephalus vespertilio
Ophichthus gomesii
Echiopsis intertinctus
Myrophis punctatus
Citharichthys macrops
Citharichthys arenaceus
Citharichthys spilopterus
Etropus crossotus
Paralichthys patagonicus
Syacium papillosum
Urophycis brasiliensis
Pinguipes brasilianus
Oncopterus darwini
Phaloceros caudimaculatus
Poecilia vivipara
Archosargus rhomboidalis
Polydactylus virginicus
Pomotomus saltatrix
Pristis pectinata
Pristis perotteti
Chirocentrodon bleekerianus
Pellona harroweri
Rhinobatus percellens
Rhinobatus horkelli
Zapteryx brvirostris
Bairdiella ronchus
Ctenosciaena gracilicirrhus
Cynoscion acoupa
Cynoscion jamaicensis
Cynoscion leiarchus
Cynoscion microlepidotus
Cynoscion sp.
Cynoscion virecens
Isopisthus parvipinnis
Larimus breviceps
Raia manta
Raia diabo, jamanta
Peixe porco
Parati guaçu
Parati pema
Tainhota
Tainhota
Tainhota
Tainhota
Trilha
Trilha
Moréia
Moréia pintada
Raia elétrica
Tubarão tigre
Peixe morcêgo
Muçum
Muçum
Muçum
Linguado
Linguado
Linguadinho
Linguado
Linguado
Linguado
Abrótea
Michole quati
Linguado
Barrigudinho
Barrigudinho
Canhanha
Barbudo
Anchova
Peixe serra
Peixe serra
Sardinha dentuça
Sardinha mole
Raia viola
Raia viola, cação viola
Raia viola de cara curta
Roncador
Goretê
Pescada amarela
Calafate
Pescada branca
Pescada de dente
Pescada
Pescada cambucú
Pescada malheira
Oveva
DD
DD
DD
VU
VU
VU
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SCOMBRIDAE
SCORPAENIDAE
SERRANIDAE
SPARIDAE
SPHYRAENIDAE
SPHYRNIDAE
SQUATINIDAE
STROMATEIDAE
SYNGNATHIDAE
SYNODONTIDAE
TETRAODONTIDAE
TRICHIURIDAE
TRIGLIDAE
Macrodon ancylodon
Menticrrhus americanus
Menticrrhus littoralis
Micropogonias furnieri
Nebris microps
Ophioscion punctatissimus
Paralonchurus brasiliensis
Pogonias cromis
Stellifer brasiliensis
Stellifer stellifer
Stellifer rastrifer
Umbrina canosai
Scomberomorus brasiliensis
Scomberomorus cavalla
Acanthocybium colandri
Scorpaena isthimensis
Diplectrum formosum
Epinephelus itajara
Epnephelus marginatus
Epinephelus niveatus
Mycteroperca microlepis
Mycteroperca rubra
Acanthistius brasilianus
Diplectrum radiale
Rypticus randalli
Archosargus rhomboidalis
Diplodus argenteus
Sphyraena guachancho
Sphyraena barracuda
Sphyraena tome
Sphyrna lewini
Squatina guggenheim
Squatina occulta
Peprilus paru
Pseudophallus mindi
Syngnathus dunckeri
Syngnathus folletti
Syngnathus pelagicus
Cosmocampus elucens
Hippocampus erectus
Microphis brachyurus lineatus
Hippocampus reidi
Synodus foetens
Lagocephalus laevigatus
Sphoeroides greeleyi
Sphoeroides sp.
Sphoeroides spengleri
Sphoeroides testudineus
Trichiurus lepturus
Prionotus nudigula
Pescada membeca
Betara preta
Betara branca
Corvina
Pescada banana
Canguá
Maria Luisa, camiseta
Miraguaia
Canguá
Canguá
Canguá
Chora Chora
Sororoca
Cavala preta
Cavala wahoo
Mamangá
Michole
Mero
Garoupa
Cherne, badejo branco
Badejo
Michole
Michole
Michole
Peixe sabão
Marimbau
Pescada bicuda, barracuda
Pescada bicuda, barracuda
Pescada bicuda, barracuda
Tubarão-martelo
Caçao anjo
Caçao anjo
Maria redonda
Peixe cachimbo
Peixe cachimbo
Agulha
Peixe cachimbo
Agulha
Cavalo marinho
Peixe cachimbo, agulha
Cavalo marinho
Peixe lagarto
Baíacu arara
Baíacu mirim
Baíacu
Baíacu
Baíacu pintado
Peixe espada
Cabrinha
VU
DD
DD
DD
DD
VU
DD
DD
DD
DD
VU
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URANOSCOPIDAE
Prionotus punctatus
Astroscopus sexspinosus
Astrocopus ygraecum
Cabrinha
Miracéu, mata-mão
Miracéu, mata-mão
Os habitats estuarinos, e a assembléia de peixes associada a eles, são potencialmente
impactados por muitas ações antropogênicas que podem ter uma influência direta nos
recursos alimentares, distribuição, diversidade, reprodução, abundância, crescimento,
sobrevivência e comportamento tanto das espécies de peixes residentes quanto das
migratórias (MC DOWALL, 1988). A relação direta e indireta entre as comunidades
ictiofaunísticas e os impactos humanos nos estuários reforçam a escolha deste grupo
taxonômico como um indicador biológico que pode auxiliar na formulação de objetivos de
qualidade ambiental e ecológica, e estabelecer padrões de qualidade ambiental e ecológica
para esses sistemas.
2.7.3 Anfíbios
Para HADDAD et al., (2008), durante a evolução dos seres vivos em nosso planeta,
animais pertencentes à classe dos anfíbios foram os primeiros vertebrados a conquistar os
ambientes terrestres, possivelmente durante o período geológico Devoniano, há cerca de
370 milhões de anos.
Os anfíbios estão distribuídos atualmente dentro de três ordens: Gymnophiona
(cobras-cegas), Caudata (salamandras), e Anura (sapos, pererecas e rãs) (HADDAD et al.,
2008).
Estes animais constituem um grupo de distribuição geográfica mundial, apenas não
ocorrendo nas regiões polares, nos desertos mais áridos e em algumas ilhas oceânicas
isoladas. Estão presentes em quase todos os tipos de hábitats terrestres e de água doce,
sendo sua distribuição fortemente influenciada pela presença e abundância de água, muitas
vezes apenas na forma de chuva. Apesar de depender muito da água para a vida e
reprodução, muitas espécies apresentam adaptações à vida em ambientes com longos
períodos de aridez. No entanto, é nas regiões de matas úmidas neotropicais (América
Central, Floresta Amazônica e Floresta Atlântica) onde ocorre a maior diversidade e
abundância (DUELLMAN, 1999).
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161
ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ
Atualmente o Brasil abriga a maior diversidade de anfíbios. Foram reconhecidas 877
espécies de anfíbios ocorrentes no país, sendo 821 Anuros, 1 Caudata; 27 Gymnophionas
(SBH, 2010), das quais mais de 60% são endêmicas (IUCN, 2008). Segundo MMA (2007), a
Mata Atlântica concentra 340 espécies de anfíbios, o que corresponde a cerca de 65% das
espécies brasileiras conhecidas, entretanto, HADDAD et al., (2008) afirma que neste bioma a
riqueza supera a quantia de 400 espécies de anfíbios anuros e a maior riqueza em espécies
ocorre nos ambientes de floresta úmida. Cerca de 250 espécies de anfíbios são endêmicas
(MMA, 2007), podendo incluir famílias inteiras, como é o caso dos sapos da família
Brachycephalidae.
Muitos anfíbios da Mata Atlântica dependem da integridade da floresta para a sua
sobrevivência. O desmatamento os expõe à luz direta do sol, levando a dessecação de seus
corpos e reduzindo a disponibilidade de abrigos e a oferta de alimentos. Os solos,
desprovidos da proteção propiciada pela floresta, são erodidos pelas chuvas e provocam a
destruição ou degradação de pequenos riachos, lagoas, brejos e mesmo de poças d’água,
habitats onde anfíbios encontram abrigo, alimento e ambiente propício à reprodução
(HADDAD et al., 2008).
Estes autores ainda argumentam sobre a fragmentação das florestas, que é
consequência do aumento dos desmatamentos, que reduz e isola as populações de anfíbios,
diminuindo a variabilidade genética das populações. Teme-se que muitas espécies venham a
se extinguir em um futuro próximo, em consequência da degradação genética (HADDAD et
al., 2008).
Atualmente o Brasil ocupa o quarto lugar em número de espécies de anfíbios
ameaçados, tendo uma porcentagem significativamente mais baixa de espécies ameaçadas
quando comparada a média mundial (IUCN, 2008).
Entretanto, é muito provável que o número de espécies ameaçadas no Brasil esteja
subestimado, uma vez que a principal causa de declínios e extinções de anfíbios é a
destruição de habitats (FONSECA et al., 2008) e o Brasil é atualmente um dos países que
mais destroem ou modificam habitats naturais (LOPES, 2006).
A conservação dos anfíbios anuros da Mata Atlântica, assim como a de outros seres
vivos, depende da manutenção de grandes extensões de ecossistemas íntegros e da
interconexão entre eles, de forma a manter o fluxo gênico necessário à continuidade da
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diversidade genética das comunidades. Assim, a conservação deste importante grupo de
animais requer, não só a criação de um maior número de unidades de proteção –
representativas da diversidade de ambientes e biotas – mas também ações de planejamento
do uso do solo e medidas de manejo das populações (HADDAD et al., 2008).
As informações com relação às publicações científicas deste grupo para o Estado do
Paraná são pontuais e as localizações dos estudos dispersos, de modo que o conhecimento
sobre a anurofauna paranaense carece de maiores informações sobre os aspectos
taxonômicos, sistemáticos e ecológicos das espécies habitantes. Contudo em sua publicação
sobre os anfíbios da Mata Atlântica, HADDAD et al. (2008) citam a ocorrência de 63 espécies
existentes para o Estado do Paraná. Incrementando a informação regional sobre o
conhecimento dos anfíbios, LINGNAU (2004) em uma área da planície litorânea de
Guaratuba registrou 26 espécies, contudo, SEGALLA (2003) levantou para a região de
Guaraqueçaba um total de 30 espécies de anfíbios.
Considerando que a área de influência do porto de Antonina inclui o Complexo
Estuarino Lagunar de Paranaguá, as espécies de anfíbios estimadas são as características do
domínio florestal da Floresta Ombrófila Densa e ecossistemas associados, sendo assim, para
elaboração do estudo optou-se por utilizar como base o estudo realizado por SEGALLA
(2003).
Portanto, seguindo SEGALLA (2003), as espécies de anfíbios anuros com
probabilidade de ocorrência na área do empreendimento, são: Sapo-cururu (Chaunus
icterius); Sapo-cururuzinho (Chaunus crucifer); Sapo-da-mata (Rhinella margaritifer);
Sapinho-da-restinga (Dendrophryniscus leucomystax); Perereca-de-vidro (Hyalinobatrachium
uranoscopum); Perereca-verde (Hypsiboas albomarginatus); Pererequinha (Dendropsophus
berthalutzae); Perereca-de-moldura (Dendropsophus elegans); Sapo-martelo (Hypsiboas
faber); Perereca (Hypsiboas semilineatus); Pererequinha-de-brejo (Dendropsophus werneri e
Dendropsophus minutus); Perereca-das-folhagens (Phyllomedusa distincta); Pererecagrudenta (Trachycephalus mesophaeus); Perereca-do-litoral (Scinax alter); Perequinha-debromélia (Scinax argyreornatus); Raspa-cuia (Scinax cuspidatus); Perereca-de-banheiro
(Scinax
fuscovarius);
Perereca-de-banheiro
(Scinax
perereca);
Perereca-castanhola
(Itapothyla langsdorffii); Rãzinha-marmoreada (Leptodactylus marmoratus); Rã-gota
(Leptodactylus notoaktites); Rãzinha-do-folhiço (Physalaemus spiniger); Rã-de-corredeira
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(Hylodes heyeri e Hylodes nasus); Rã-do-folhiço (Eleutherodactylus binotatus); Sapo-boi
(Ceratophrys aurita); Sapo-de-chifres (Proceratophrys boiei) e Sapo-guarda-de-duas-cores
(Elachistocleis ovalis).
Segundo MIKICH & BERNILS (2004), entre as espécies de anuros citadas, são
consideradas com Dados Deficientes (DD) as seguintes espécies: a Perereca-de-vidro
(Hyalinobatrachium uranoscopum) e o Sapo-boi (Ceratophrys aurita).
Sugere-se a realização de estudos futuros com espécies ameaçadas de extinção e
também “espécies-chave” na cadeia trófica para obter maiores informações a respeito da
espécie e assim contribuir para sua preservação em vida silvestre, bem como identificação e
monitoramento dos impactos ambientais causados pelo empreendimento. A Figura 99
apresenta algumas espécies de anfíbios que ocorrem na região de estudo.
Sapo-cururuzinho (Chaunus crucifer)
Perereca-grudenta (Trachycephalus
Fonte: HADDAD et al., 2008.
mesophaeus)
Fonte: HADDAD et al., 2008.
Rãzinha-do-folhiço (Physalaemus spiniger)
Perereca-das-folhagens (Phyllomedusa
Fonte: HADDAD et al., 1998 apud MARQUES &
distincta)
DULEBA, 2004.
Fonte: HADDAD et al., 2008.
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Perereca (Scinax perereca)
Sapo-martelo (Hypsiboas faber)
Fonte: DEIQUES et al., 2007.
Fonte: BORGES-MARTINS et al., 2007.
Figura 99 – Imagens de algumas espécies com ocorrência na região do empreendimento.
2.7.4 Répteis
Segundo BÉRNILS & COSTA (2011), no Brasil habitam 732 espécies de répteis
naturalmente ocorrentes e se reproduzindo no país, sendo: 36 quelônios, 6 jacarés, 248
lagartos, 67 anfisbênias e 375 serpentes. O Brasil ocupa a segunda colocação na relação de
países com maior riqueza de espécies de répteis, fica atrás apenas da Austrália (com 864
espécies registradas, segundo SBH, 2012), mas supera México, Índia, Indonésia, Colômbia,
China e Peru. Para MARTINS & MOLINA (2008), os répteis ocorrem em praticamente todos
os ecossistemas brasileiros e, por serem ectotérmicos, são especialmente diversos e
abundantes nas regiões mais quentes do país. Assim, nossa maior diversidade de répteis é
encontrada na Amazônia (cerca de 350 espécies), na Mata Atlântica (quase 200 espécies), no
Cerrado (mais de 150 espécies) e na Caatinga (mais de 110 espécies). A fauna de répteis do
Paraná apresenta uma riqueza de espécies que reflete a diversidade de biomas,
ecossistemas presentes no Estado. A heterogeneidade ambiental existente no Estado
proporcionou o registro de 154 espécies de répteis. Destas, muitas possuem ampla
distribuição geográfica, ocorrendo no Paraná apenas como marginais, principalmente
fronteiriças a São Paulo, Mato Grosso do Sul ou Paraguai (MIKICH & BÉRNILS, 2004).
MORATO (2003), no levantamento das espécies de répteis para elaboração de plano
de manejo em unidade de conservação no município de Antonina, registrou diferentes
táxons como sendo de ocorrência provável e certa para a região, sendo elas: Tartaruga-de-
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couro (Dermochelys coriacea); Lagartixa (Colobodactylus taunayi e Placosoma cordylinum);
Cobra-cipó (Chironius multiventris e Chironius fuscus); Corallus hortulanus; Dormideira
(Dipsas albifrons, Dipsas incerta, Dipsas neivai e Dipsas petersi); Echinanthera cephalostriata;
Liophis amarali; Coral falsa (Siphlophis pulcher); Jararaca falsa (Tropidodryas serra); Cágado
(Hydromedusa tectifera); Tartaruga cabeçuda (Caretta caretta); Tartaruga verde (Chelonia
mydas); Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris); Camaleão (Enyalius iheringii);
Lagartixa-de-parede (Hemidactylus mabouia); Lagarto coral (Diploglossus fasciatus); Cobra
de vidro (Ophiodes fragilis); Lagartixa, lagartinho (Placosoma glabellum); Lagarto, teiú
(Tupinambis merianae); Cobra cega (Leposternon microcephalum); Cobra cipó, voadeira
(Chironius exoletus, Chironius laevicollis); Muçurana, bairu (Clelia plúmbea); Coral falsa
(Erythrolamprus aesculapii); Cobra d’água (Helicops carinicaudus); Dormideira (Imantodes
cenchoa); Cobra d’água (Liophis miliaris); Coral falsa (Oxyrhopus clathratus); Dormideira
(Sibynomorphus neuwiedi); Caninana (Spilotes pullatus); Cobra cipó (Uromacerina ricardinii);
Jararaca falsa (Xenodon neuwiedi); Coral verdadeira (Micrurus corallinus); Jararaca (Bothrops
jararaca); Jararacuçu (Bothrops jararacussu).
De acordo com MIKICH & BÉRNILS (2004), entre estas espécies, a Tartaruga-de-couro
(Dermochelys coriacea) é considerada ameaçada e seu status avaliado como
insuficientemente conhecida (DD), e a Liophis amarali está provavelmente ameaçada de
extinção, com status de insuficientemente conhecida (DD). Segundo MORATO (2003), as
espécies Muçurana ou bairu (Clelia plumbea), Dormideira (Imantodes cenchoa) e Cobra cipó
(Uromacerina ricardinii) são consideradas raras, e a Lagartixa ou lagartinho (Placosoma
glabellum) insuficientemente conhecida, pois se necessita de mais dados, principalmente de
abundância e distribuição, para que seu status possa ser corretamente avaliado.
Em MORATO (2005), na sua tese de doutorado realizada na porção de Mata Atlântica
da planície litorânea e encostas da Serra do Mar paranaense, foram registradas 42 espécies
de serpentes, valor este próximo ao citado por MARQUES et al. (2001) para a região
Atlântica do Estado do Paraná (44), porém com algumas diferenças quanto à composição
específica, em parte devido à ausência de determinadas espécies registradas para outras
porções Atlânticas do estado (tais como a região do alto Vale do Ribeira, onde ocorrem as
espécies cobra-suaçubóia - Corallus hortulanus e cobra-cipó - Tropidodryas striaticeps, não
registradas para a porção Atlântica central do Estado do Paraná), em parte devido a
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equívocos de identificação por parte daqueles autores, em especial no que se refere às
espécies de Thamnodynastes.
Quanto aos répteis marinhos, segundo PARANA (2009), no mundo são conhecidas
sete espécies de tartarugas marinhas. Particularmente no Brasil, cinco espécies estão
presentes ao longo da costa, a saber: tartaruga-cabeçuda - Caretta caretta, tartaruga-verde Chelonia mydas, tartaruga-de-couro - Dermochelys coriacea, tartaruga-de-pente Eretmochelys imbricata e tartaruga-oliva - Lepidochelys olivacea. Dentre essas, a tartarugaverde - Chelonia mydas (LINNAEUS, 1758), conhecida como tartaruga-verde, é a espécie que
apresenta maior distribuição, sendo encontrada em todo litoral brasileiro.
Atualmente todas as espécies que ocorrem no Brasil estão listadas na “Red list of
Threatened Species” (IUCN, 2011). Particularmente a tartaruga-verde é considerada
vulnerável no Brasil, no entanto, para o Estado do Paraná, a mesma consta na categoria de
dados insuficientes (MIKICH & BÉRNILS, 2004).
A espécie Dermochelys coriacea é conhecida popularmente como tartaruga-gigante
ou de couro. Esta espécie apresenta distribuição global sendo encontrada em oceanos
tropicais a subpolares. Sabe-se muito pouco a respeito da distribuição de filhotes e juvenis,
sendo as informações concentradas nas principais áreas de reprodução que se encontram na
América Central (LUTZ & MUSICK, 1997 apud PARANA, 2009).
Segundo a “Red List of Threatened Species” (Lista Vermelha de Animais Ameaçados
de Extinção), Dermochelys coriacea apresenta o nível mais crítico de ameaça. As populações
mundiais decrescem potencialmente com possibilidade de extinções locais. Devido à queda
no número de indivíduos e ameaça de colapso das populações, é necessário o
estabelecimento de medidas de mitigação adequadas, além de esforços conjuntos, com
diferentes atores e áreas de pesquisa (IUCN, 2011).
A poluição das águas por elementos orgânicos e inorgânicos (como óleo e derivados,
resíduos sólidos, efluentes, metais pesados, entre outros) interfere na alimentação,
locomoção e funções fisiológicas, prejudicando o ciclo de vida desses animais, constituindose numa das principais ameaças direta e indireta, pois degradam o ambiente marinho
(PARANA, 2009).
Um agravante para o litoral paranaense é a presença de áreas portuárias e o aporte
fluvial continental que transporta altas quantidades de sedimento, muitas vezes
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contaminado, para as baías e regiões costeiras do Estado (PARANA, 2009). Adicionado ao
fato, está a carência de estudos na área para determinação dos níveis de contaminação dos
poluentes. Vale ressaltar que já existem estudos sobre a contaminação por resíduos sólidos
que apresenta o litoral paranaense, sendo um dos locais com maior freqüência de ingestão
de lixo (principalmente plástico) por tartarugas marinhas no mundo (GUEBERT, 2008 apud
PARANA, 2009).
Atividades antrópicas, como o aterro de manguezais, modificação sedimentar dos
baixios arenosos e a sua contaminação química, podem causar desequilíbrios nas atividades
alimentares e de ocorrência da tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), levando em
consideração a relevância do ecossistema estuarino e costeiro para manutenção dos
recursos energéticos (GUEBERT, 2008a apud PARANA, 2009).
As dragagens a serem realizadas no Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá
representam uma grande interferência no ambiente por ser uma atividade que altera o
fundo estuarino e marinho removendo comunidades bentônicas e suspendendo sedimentos
contaminados, já depositados no fundo (BOLDRINI, 2007). Processos que envolvem
derrocagens (retirada de afloramentos rochosos em ambientes submersos utilizando
detonação com explosivos ou expansor químico) causam mudanças na profundidade, na
turbidez da água e modificam os microhabitats da região, alterando a cadeia trófica local
(VIADA et al., 2007 apud PARANA, 2009).
No dia 8 de janeiro de 2007, foi registrada ocorrência reprodutiva da tartarugagigante na praia de Pontal do Sul, município de Pontal do Paraná. Em 7 de fevereiro, a
mesma tartaruga reapareceu em Pontal do Paraná, no balneário de Canoas, distante cerca
de 20 km ao sul de Pontal do Sul. As ocorrências foram consideradas inéditas para o Litoral
do Paraná (ROSA et al., 2008 apud PARANA, 2009).
Vale ressaltar que no Brasil as tartarugas marinhas são protegidas por lei, sendo
crime inafiançável, com pena de até dois anos de cadeia, a caça e comercialização de
animais e ovos (Portaria n° 005 de 31 de janeiro de 1986 e Lei de Crimes Ambientais, Lei n°
9605 de 12 de fevereiro de 1998).
A tartaruga-gigante é considerada criticamente ameaçada de extinção pela IUCN
(2011). Estudos recentes mostram a queda brusca no número de fêmeas em áreas de
reprodução, o fato se relaciona com a perda de áreas de desova e a crescente mortalidade
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relacionada a impactos antrópicos, principalmente a captura incidental (PARANA, 2009). A
Figura 100 apresenta imagens de algumas espécies com probabilidade de ocorrência na
região do empreendimento.
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Dormideira (Dipsas neivai)
Cobra-cipó (Chironius laevicollis)
Fonte: SENA, 2007.
Fonte: MARQUES et al., 2001.
Jararacuçu (Bothrops jararacussu)
Caninana (Spilotes pullatus)
Fonte: MARQUES et al., 2001.
Fonte: MARQUES et al., 2001.
Cobra d’água (Liophis miliaris)
Tartaruga de Couro ou Gigante (Dermochelys
Fonte: DEIQUES et al., 2007.
coriacea) – Fonte: PROJETO TAMAR, 2012.
Figura 100 – Imagens de algumas espécies com probabilidade de ocorrência na região do
empreendimento.
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2.7.5 Avifauna
Segundo MARINI & GARCIA (in CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL DO BRASIL, 2005), o
Brasil possui uma das mais ricas avifaunas do mundo, com as estimativas recentes variando
entre 1.696 e 1.731 espécies. Cerca de 10% (193 táxons) dessas estão ameaçadas. A
Amazônia apresenta o maior número de espécies, seguida pela Mata Atlântica e o Cerrado;
entretanto, a maioria das espécies endêmicas do Brasil é encontrada na Mata Atlântica,
especialmente nas terras baixas do litoral Sudeste e no Nordeste. Uma revisão da Lista de
Aves do Estado do Paraná, realizada por SCHERER-NETO et al., (2011), evidenciam a
presença de 744 espécies, com a maior riqueza cabendo às formações florestais atlânticas e
ambientes associados.
Para GOERCK (1997), a Floresta Atlântica abriga uma comunidade de aves
extremamente rica e diversa. Do total de 688 espécies conhecidas desse bioma, cerca de
68% destas espécies são raras. Este valor é determinado analisando a distribuição
geográfica, a especificidade de habitat e o tamanho da população.
Segundo SICK (1997), existe variação latitudinal na composição da avifauna dentro do
domínio da Floresta Atlântica. Muitas espécies não ocorrem em toda a sua extensão,
estando algumas restritas às florestas existentes no sul e sudeste, ao passo que outras são
encontradas apenas na região nordeste. Além dessa diferença de distribuição latitudinal,
também há separação altitudinal das aves, sendo que o bioma pode ser dividido em dois
grandes blocos: a floresta litorânea que se estende até 200 m s.n.m, e a floresta de
montanha, representada principalmente pela Serra do Mar (SICK, 1997). Seguindo esta
afirmação científica, para este grupo faunístico tomou-se como base todas as informações
divulgadas para a ocorrência de espécies na floresta litorânea (até 200 m s.n.m), destacando
os trabalhos realizados no município do empreendimento.
Os ambientes estuarinos, caracterizados por serem locais de transição entre as águas
continentais e marinhas, apresentam diversidade faunística elevada. Ao longo da costa
brasileira, destacam-se os chamados “complexos estuarinos” que são vastas regiões que
apresentam um conjunto de hábitats ideal para diversas espécies de animais (SEMA/IAP,
2006).
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Levantamentos desenvolvidos por MORAES (1997) e KRUL & MORAES (1994; 1996),
indicam que os ecossistemas litorâneos do estado do Paraná abrigam mais de 300 espécies
de aves distribuídas em diferentes comunidades. Esta elevada riqueza específica reflete o
estreito contato com um dos mais importantes biomas brasileiros, a Floresta Atlântica, cujos
principais remanescentes atualmente se encontram em território paranaense. O Estado do
Paraná, além das espécies residentes, recebe tanto visitantes setentrionais, como
meridionais, apresentando uma rica avifauna aquática e limícola (SEMA/IAP, 2006).
A região litorânea paranaense recebeu alguns estudos ornitológicos, os quais
amostraram os diferentes mosaicos de vegetação presentes na região, onde se destacam:
MORAES (1991) na Ilha do Mel, registrando 124 espécies; CARRANO (1997) e CARRANO &
SCHERER-NETO (2000) na Ilha Rasa, APA de Guaraqueçaba, registrando 187 espécies;
MORAES & KRUL (1999) nas Ilhas Rasa, das Gamelas e das Bananas, ambas na APA de
Guaraqueçaba, totalizando 91 espécies; ISFER (2000) no Parque Florestal do Rio da Onça,
município de Matinhos, registrou 177 espécies; SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) listou
338 espécies para a Estação Ecológica do Guaraguaçu e suas adjacências; e CARRANO (2006)
na Floresta Estadual do Palmito, município de Paranaguá, registrou 255 espécies de aves.
Outros estudos também foram realizados na Floresta Ombrófila Densa, porém nas
suas outras tipologias vegetacionais (submontana, montana e altomontana), onde
destacam-se: SCHERER-NETO et al., (1988) que encontraram 215 espécies nos municípios de
Guaratuba e Morretes; STRAUBE (2003), que apontou a ocorrência de 314 espécies na Área
de Especial Interesse Turístico (AEIT) do Marumbi; e por fim, STRAUBE & URBEN-FILHO
(2005), que registraram na Reserva Natural Salto Morato, município de Guaraqueçaba, a
ocorrência de 329 espécies.
Quanto a esta diferença da riqueza das espécies têm que ser considerado as
diferentes localizações geográficas, tamanho da área estudada, tipologia vegetacional,
esforço amostral, técnicas de pesquisa utilizadas e o estado de conservação da área, pois são
decisivos para um melhor entendimento da composição de espécies de uma determinada
região (CARRANO, 2006).
De todos os estudos listados anteriormente que foram executados na área da
planície litorânea e Serra do Mar paranaense, seguiremos os resultados apresentados por
SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) para a área da Estação Ecológica do Guaraguaçu e
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STRAUBE & URBEN-FILHO (2005) para a área da Reserva Natural Salto Morato para aves
continentais e os estudos realizados por KRUL (2004) para aves marinhas e insulares. Isto se
deve pela significância dos dados encontrados por estes estudiosos, além da importância das
suas áreas de estudos (unidades de conservação), que mantém em seus limites ambientes
ainda satisfatoriamente conservados, constituídos por Floresta Atlântica Montana,
submontana, das terras baixas e por ecossistemas pioneiros de restingas arbóreas,
manguezais, caxetais, brejos, ilhas e arquipélagos, além de possuir a maior riqueza de
espécies encontrada para a planície litorânea paranaense.
Seguindo SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006), as áreas cobertas por Floresta
Ombrófila Densa de Terras Baixas, registrou-se o maior número de espécies. Entre as
constatações realizadas durante as atividades de campo e por revisão bibliográfica,
verificou-se que uma considerável parcela das espécies apresenta certa dependência deste
ambiente, algumas das quais a certos padrões florísticos típicos de floresta primária. É o caso
especial de representantes de famílias da ordem Passeriformes, como os Dendrocolaptidae,
Formicariidae, Pipridae, Cotingidae e Rhynocryptidae, e de algumas famílias dos nãoPasseriformes, dentre as quais os Tinamidae e Ramphastidae.
Entre as espécies com vários níveis de dependência deste ambiente destacam-se o
macuco (Tinamus solitarius), o jaó-do-litoral (Crypturellus noctivagus), o gavião-pombo
(Leucopternis lacernulata), o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), o beija-flor-grandedo-mato (Ramphodon naevius), o araçari-poca (Selenidera maculirostris), o tucano-de-bicoverde (Ramphastus dicolorus) e o pica-pau-rei (Campephilus robustus).
Entre os passeriformes, o macuquinho (Scytalopus indigoticus), a tovaca-campainha
(Chamaeza campanisona), a galinha-do-mato (Formicarius colma), o limpa-folha-coroado
(Philydor atricapilus), o arapaçu-de-garganta-branca (Xiphocolaptes albicollis), o anambébranco-de-rabo-preto (Tytira cayana), o tangará (Chiroxiphia caudata), o pavó (Pyroderus
scutatus), a araponga (Procnias nudicollis), o tiê-do-mato-grosso (Habia rubica), a gralha-azul
(Cyanocorax caeruleus) e o sanhaçu-pardo (Orchesticus abeillei).
Para SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) a avifauna do estádio avançado de sucessão
vegetacional da Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas constitui-se em grande parte por
espécies generalistas, sendo também possível encontrar espécies com preferência ambiental
de áreas florestadas, dependendo neste caso da estrutura da vegetação e de outros fatores
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ecológicos. São espécies comuns para este ambiente a juriti (Leptotila verreauxi), o alma-degato (Piaya cayana), o joão-corta-pau (Caprimulgus rufus), o pica-pau-anão-barrado
(Picumnus temminckii), o pica-pau-carijó (Veniliornis spilogaster), a choca-da-mata
(Thamnophilus caerulescens), a papataoca (Pyriglena leucoptera), o enferrujadinho
(Lathrotricus euleri), a rendeira (Manacus manacus), o flautim (Schiffornis virescens), o tiêde-coroa (Tachyphonus coronatus), o tiê-de-topete (Trichothraupis melanops) e o trincaferro-verdadeiro (Saltator similis).
Em SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) foi encontrado, para o estágio intermediário
de sucessão vegetacional da Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, que neste ambiente
predominam também espécies generalistas ou, quando muito, com algumas capacidades
adaptativas. Com a degradação das áreas florestadas, as capoeiras passam a ter importância
ao abrigarem espécies florestais em fase de adaptação às novas condições impostas. De um
modo em geral, as espécies observadas não podem ser consideradas como habitantes
exclusivas desta fase de sucessão, mas como ocupantes oportunistas e, podem ter como
ambiente preferencial, tanto as florestas como as áreas abertas. Este estádio de sucessão se
constitui no hábitat de diferentes espécies, principalmente de algumas pertencentes às
famílias Cuculidae, Furnariidae, Vireonidae, Parulidae e Emberizidae. Registrou-se para as
mesmas o bentererê (Synallaxis spixi), o joão-tenenem (S. ruficapilla), o risadinha
(Camptostoma obsoletum), o alegrinho (Serpophaga subcristata), o gente-de-fora-vem
(Cyclarhys gujanensis), a juruviara (Vireo chivi), a mariquita (Parula pityaiumi), o pia-cobra
(Geothlypis aequinoctialis), o sanhaço (Thraupis sayaca), o anu-branco (Guira guira) e o
carrapateiro (Milvago chimachima).
Nas formações florestais caracterizadas como estágio inicial de sucessão
vegetacional, SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) afirma que a avifauna destas formações
pode ser considerada como colonizadora de áreas recém desmatadas e em estágio bem
inicial de sucessão. Nelas ocorrem, entre outros, o tico-tico (Zonotrichia capensis), o tiziu
(Volatinia jacarina), o pintassilgo (Carduelis magellanicus), a coleirinha (Sporophila
caerulescens) e o papa-lagarta-acanelado (Coccyzus melacoryphus). Os curiangos
(Hydropsalis brasiliana e Lurocalis semitorquatus) podem ser encontrados em áreas de
capoeirinhas, mantendo-se às margens de estradas a espreita de presas.
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A avifauna que ocupa as áreas de restinga constitui-se basicamente de uma parcela
de espécies que também habita a Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas e apresenta
menor dependência de alguns atributos específicos somente encontrados na Floresta
Ombrófila Densa (SEGER, 2002 apud SEMA/IAP, 2006). Entre as espécies registradas que se
enquadram
nestes
parâmetros
encontram-se
o
beija-flor-tesoura-de-fronte-violeta
(Thalurania glaucopis), o pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens), o pintadinho
(Drymophila squamata), o formigueira-da-grota (Myrmeciza squamosa), o limpa-folhaocrácea (Philydor lichtensteini), o papa-taoca (Pyriglena leucoptera), o cabeçudo
(Leptopogon amaurocephalus), o sabiá-coleira (Turdus albicollis), o juruviara (Vireo chivi), o
pulapula (Basileuterus culicivorus) e o flautim (Schiffornis virescens).
Para as comunidades arbustivo-arbóreas (caxetal), SEGER (2002 apud SEMA/IAP,
2006) abordou que, apesar das condições edáficas e hidrológicas neste tipo de formação
propiciarem o domínio da caxeta (Tabebuia cassinoides), a avifauna que habita os estratos
médio e superior se assemelha em parte àquela da Floresta Ombrófila Densa de Terras
Baixas e da Restinga, haja visto que os caxetais se apresentam em faixa bastante estreita,
havendo uma mistura de espécies vegetais de ambas as formações. Já no solo, as cheias
periódicas não propiciam, ou dificultam, a ocupação de espécies terrícolas observadas para
as áreas mais secas. Nestas áreas foram registradas espécies como o anambé-branco-derabo-preto (Tytira cayana), o flautim (Schiffornis virescens), o suiriri (Tyrannus
melancholicus), o peitica (Legatus leucophaius), o guaxe (Cacicus haemorrhous), o tiê-preto
(Tachyphonus coronatus), o sanhaçu (Thaupis sayaca) e o gavião-de-rabo-branco (Buteo
albicaudatus).
SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) no seu estudo realizado na Estação Ecológica do
Guaraguaçu afirmou que as comunidades herbáceas (várzeas e brejos) constituem-se no
hábitat da saracura-sanã (Rallus nigricans), da saracurinha-da-mata (Amaurolimnas
concolor), do joão-pobre (Serpophaga nigicans) e do papa-piri (Tachuris rubrigastra).
Utilizando o mesmo ambiente também foram encontrados o curutiê-do-brejo (Certhiaxis
cinamomea), o pia-cobre (Geothypis aequinoctialis) e o tiê-sangue (Ramphocelus bresilius).
No entanto, a espécie que mais chama a atenção é o bicudinho-do-brejo (Stymphalornis
acutirostris), registrado em diferentes locais, cobertos principalmente por pirizais (Scirpus
californicus) e cebolanas (Crinum salsum).
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Segundo SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006), na formação pioneira de influência
fluviomarinha (manguezais), um dos tipos de vegetação presentes na baía de Antonina, foi
apontado que este tipo de vegetação geralmente é utilizada como pouso de espécies de
hábito aquático ou semi-aquático. Ocorrem o biguá (Phalacrocorax brasilianus), o colhereiro
(Platalea ajaja), o martim-pescador-grande (Ceryle torquata) e as garças (Egretta thula,
Casmerodius albus e Egretta caerulea). Além destas, também o socó-dorminhoco
(Nycticorax nycticorax) e a saracura-da-praia (Aramides mangle).
Os manguezais também são procurados por espécies que habitam outros ambientes,
dentre estas os tiranídeos, como o bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), o suiriri (Tyrannus
melancholicus), a figuinha-do-mangue (Conirostrum bicolor), e, eventualmente, o curutié
(Certhiaxis cinnamomea), o joão-pobre (Serpophaga nigricans), o bem-te-vi-pequeno
(Conopias trivirgata), o pula-pula-ribeirinho (Phaeothlypis rivularis) e a pomba-amargosa
(Columba Plumbea), esta última mais comum no período invernal.
Para as formações pioneiras de influência marinha (campos salinos / marismas),
SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) descreve que estas formações se apresentam a princípio
como hábitats de poucas espécies de aves. Entre as que podem ser destacadas se encontra o
bicudinho-do-brejo (Stymphalornis acutirostris), registrado em diferentes pontos com este
tipo de vegetação, porém a princípio com pequenas populações.
Para os ambientes ribeirinhos, SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) levantou que
neste tipo de ambiente são encontradas espécies que procuram águas mais profundas para
a alimentação. As espécies mais evidentes são o biguá (Phalacrocorax brasilianus) e o
biguatinga (Anhinga anhinga). Também foram observadas para este ambiente algumas
espécies da família Anatidae, com destaque para o pato-do-mato (Cairina moschata) e o
pato-de-crista (Sarkidiornis melanotos). Espécies que vivem na vegetação arbórea às
margens, como martim-pescador-grande (Ceryle torquata), e duas espécies menores
Chloroceryle amazona e C. americana, aves bastante comuns para a região, também são
incluídas como habitantes deste biótopo.
Um fato que chamou a atenção de SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) durante o
estudo, foi a observação de bandos (com mais de 50 indivíduos) de fragata (Fregata
magnifiscens) que, embora seja uma ave marinha, foi constantemente observada
perseguindo cardumes de peixes em trecho do rio Guaraguaçu, entre sua confluência com o
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rio Pequeno até a ilha da Volta Seca, realizando vôos rasantes sobre a água para a captura
destes peixes.
Em ambiente lacustre, SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) apontou que neste tipo
de ambiente, é comum a presença do frango-d´água (Gallinula chloropus), da jaçanã (Jacana
jacana), do mergulhão (Podilymbus podiceps) e da marreca-ananaí (Amazonetta brasiliensis),
todas com presença confirmada para o litoral.
Nos ambientes praianos, locais de depósitos de areias em algumas curvas do rio
Guaraguaçu, SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) registrou na região intermarés espécies
limnícolas como o maçarico-de-papo-vermelho (Calidris canutos), ave migratória de longa
distância e aparentemente incomum para a costa paranaense, além do maçarico-pintado
(Actitis macularia).
Embora a princípio somente estas duas espécies tenham sido visualizadas durante os
trabalhos de SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006), é de se esperar que outras também
procurem estes locais, principalmente espécies pertencentes ao gênero Tringa.
Em áreas onde há exposição de lodo quando da maré baixa, diferentes espécies para
aí se dirigem na procura de alimento (invertebrados e peixes). Entre as mais conspícuas, a
garça-branca-pequena (Egretta thula), a garça-branca-grande (Casmerodius albus), a garçaazul (Egretta caerulea), o colhereiro (Platalea ajaja), o socó-grande (Ardea cocoi) e o
socozinho (Butorides striatus) (SEGER, 2002 apud SEMA/IAP, 2006).
Para áreas degradadas ou antropizadas, predominam nestes ambientes espécies
típicas de áreas abertas. Entre as mais comuns o quero-quero (Vanellus chilensis), o carcará
(Caracara plancus), o quiri-quiri (Falco sparverius), a rolinha paruru (Columbina talpacoti), a
coruja buraqueira (Athene cunicularia), o joão-de-barro (Furnarius rufus), o siriri-cavaleiro
(Machetornis rixosus), o sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) e o canário-da-terra (Sicalis
flaveola) (SEGER, 2002 apud SEMA/IAP, 2006).
As espécies registradas para as zonas urbanizadas apresentam uma alta adaptação a
ambientes altamente antropizados, com alterações profundas. São típicas, o joão-de-barro
(Furnarius rufus), o quiri-quiri (Falco sparverius), o bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), o sabiálaranjeira (Turdus rufiventris), a andorinha-pequena-de-casa (Notiochelidon cyanoleuca) e a
curruíra (Troglodytes musculus) (SEGER, 2002 apud SEMA/IAP, 2006).
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No estudo de SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) foi levantado que para o ambiente
aéreo, são incluídos aqui o urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus), o urubu-de-cabeçavermelha (Cathartes aura) e o andorinhão (Streptoprocne zonaris). Algumas espécies
características de ambiente aéreo muitas vezes são anotadas em outras categorias quando
pousadas ou sobrevoando alguma paisagem específica.
Como espécies exóticas de ocorrência para a área de estudo temos o pardal (Passer
domesticus), o pombo (Columba livia) e o bico-de-lacre (Astrilda astrild). Estas espécies pelo
tempo em que foram introduzidas e a adaptação que tiveram, já são consideradas como
parte da fauna brasileira, porém, praticamente restritas ao ambiente urbano.
Em outro estudo base para elaboração da lista de avifauna ocorrente na região do
Porto de Antonina, realizado na Reserva Natural Salto Morato, município de Guaraqueçaba,
STRAUBE & URBEN-FILHO (2005) apontam que foram registradas na área de estudo, um
total de 329 espécies de aves. Essa riqueza considerável deve-se principalmente à grande
diversificação de hábitats e micro-hábitats, decorrente em especial da representação de
quase todas as expressões fitofisionômicas ao longo da gradação altitudinal da floresta
ombrófila densa, bem como de parte de outras formações diretamente associadas a ela; as
pequenas áreas que se encontram em diversos estádios de regeneração (capoeira a
capeirão), completam as variantes fitofisionômicas determinantes dessa riqueza.
Em KRUL & MORAES (1994), estes autores consideram que as aves que ocorrem nos
ambientes marinhos e costeiros podem ser classificadas em comunidades que ocupam
setores definidos e apresentam adaptações para tipos de habitats.
Segundo KRUL (2004), recentemente a costa paranaense foi classificada por
Avaliação e Ações Prioritárias para a Zona Costeira e Marinha (BIO-RIO, 2002) como de
extrema importância para a conservação de aves marinhas no Brasil, com destaque para as
três ilhas situadas na plataforma continental interna. A importância do litoral paranaense é
justificada pela utilização desta área como ponto de parada de espécies migratórias, por
haver reprodução de aves aquáticas coloniais e também por abrigar importantes sítios de
alimentação para aves marinhas em geral.
No cenário paranaense destaca-se um grupo de aves marinhas formado por cinco
espécies que nidificam nas três ilhas situadas na plataforma continental interna (Arquipélago
de Currais, Ilhas Itacolomis, Ilha da Figueira). As populações mais abundantes são a do atobá
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(Sula leucogaster) e a do tesoureiro (Fregata magnificens), que juntas superam cinco mil
casais somente no Arquipélago de Currais. Por outro lado, as populações da gaivota (Larus
dominicanus), da andorinha-do-mar-de-bico-amarelo (Sterna eurygnatha) e da andorinhado-mar-de-bico-vermelho
(S.
hirundinacea),
são
menores,
com
estimativa
de
aproximadamente 100 casais de cada espécie reproduzindo no Arquipélago de Currais e
Ilhas Itacolomis (KRUL, 1999).
O litoral do Paraná se caracteriza como importante sítio de alimentação para aves e
nidificação de aves pelágicas ou oceânicas e de outras aves costeiras. De acordo com
VOOREN & FERNANDES (1989) esse setor, é a fronteira entre as águas quentes e pouco
produtivas de origem tropical e as águas sub-antárticas frias, extremamente fértil e
altamente produtivas. Os principais representantes das aves marinhas são os
Procellariiformes, albatroz (Diomedea spp.) e o petrél (Puffinus spp.). Também são comuns o
pingüim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), as pardelas (Pachyptila spp.) e o petrelprateado (Fulmarus glacialoides). Essas aves reproduzem em regiões das altas latitudes e
deslocam-se durante o período não-reprodutivo para a costa brasileira.
Este grupo de espécies que nidifica em território paranaense vem interagindo
intensamente com o homem. Por um lado atividades pesqueiras têm provido farta
alimentação a partir de descartes de parte da captura que não apresenta valor comercial
(KRUL, 1999), e por outro por distúrbios provocados nos sítios de reprodução,
principalmente desembarques e provocação de revoadas.
O corpo aquoso é a principal fonte de forrageio, tanto das espécies que se alimentam
mais na superfície, como talha-mar (Rynchops niger) e o tesourão (Fregata magnificens),
como daquelas que mergulham ate determinadas profundidades para apanhar peixes, como
atoba (Sula leucogaster) e o biguá (Phalacrocorax brasilianus). A produtividade de peixes
encontrada nesse local é um dos fatores mais importantes para ocorrência destas espécies,
em altas densidades.
Com relação às espécies consideradas como tipicamente migratórias, ou seja, que
não nidificam na área e que aparecem apenas durante o período de invernada na região,
caso de vários representantes da ordem dos Charadriformes, é difícil, até o momento,
definir com mais precisão o número de espécies que podem ocorrer na área. Durante os
trabalhos de campo de SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006), apenas o maçarico-de-papoLACTEC – 2012
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vermelho (Calidris canutos) e o maçarico-pintado (Actitis macularia) foram registrados, com
poucos indivíduos forrageando em pequenos bancos de areia ao longo das margens de rios
que desaguam na Baía de Paranaguá (Ex. rios Guaraguaçú e Itaqui). Foi realizada também a
observação de um bando de andorinha-de-dorso-castanho (Hirundo pyrrhonota) (migrante
setentrional).
Em SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006), foram constatadas diferentes espécies
denominadas por SICK (1997) como residentes de verão (que na primavera e verão nidificam
na área e durante o inverno migram para outras regiões do continente sul-americano), a
exemplo da tesourinha (Tyrannus savana), do suiriri (Tyrannus melancholicus), da juruviara
(Vireo chivi), do irrê (Myiarchus swainsonii), do bem-te-vi-pirata (Legatus leucophaius), entre
outras.
Podem ser visitantes regulares, aquelas registradas com freqüência em todos aos
anos, caso da fragata (Fregata magnifiscens) (presença comentada anteriormente),
enquanto como visitantes irregulares (que não ocorrem em todos os anos) o gaviãocaramujeiro (Rosthramus sociabilis) e o gavião-de-rabo-branco (Buteo albicaudatus).
Com relação às espécies protegidas pela lei estadual de espécies ameaçadas (34
espécies) estão presentes, as seguintes categorias: "em perigo (EN)" (5), "vulnerável (VU)"
(7), "quase-ameaçada (LR)" (15), "insuficientemente conhecida (DD)" (7), seguindo-se os
critérios IUCN adotados por STRAUBE et al. (2004). Nessa escala regional há que se ressaltar
a presença de espécies com distribuição restrita, cujas populações-fonte encontram-se
exatamente na área litorânea meridional do Estado de São Paulo e dali para sul até as
baixadas florestadas de Santa Catarina (e.g. papagaio-de-cara-roxa - Amazona brasiliensis e a
maria-da-restinga - Phylloscartes kronei).
O papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) é considerado uma espécie
endêmica de uma estreita faixa do litoral que vai do Sul de São Paulo até o Norte de Santa
Catarina, encontra-se seriamente ameaçada de extinção (BERNARDES et al., 1990; COLLAR et
al. (1994); BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2000). O Complexo Estuarino Lagunar, que se estende
de Peruíbe (SP) até Paranaguá (PR), considerado pela UNESCO, desde 1991, como Reserva
da Biosfera, é o trecho de maior ocorrência do papagaio (SCHERER-NETO, 1989;
MARTUSCELLI, 1995). A espécie é comumente encontrada até 300 m de altitude, embora
seja raramente registrada acima de 700 m (SCHERER-NETO, 1989). No Paraná pode ser
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encontrado em toda a faixa litorânea do Estado, nos municípios de Guaratuba, Paranaguá,
Pontal do Paraná, Antonina e Guaraqueçaba (SCHERER-NETO, 1989; SCHERER-NETO &
TOLEDO, 2007). O trecho de maior ocorrência da espécie, com cerca de cinco mil indivíduos
ou 75% da população, é o litoral norte do Paraná, nas áreas da Área de Proteção Ambiental
(APA) de Guaraqueçaba, Parque Nacional de Superagui e Estação Ecológica de
Guaraqueçaba (SIPINSKI, 2003; BÓÇON et al., 2004a; SCHERER-NETO & TOLEDO, 2007). São
citadas algumas ilhas preferenciais no Paraná: do Pinheiro, Rasa, Rasa da Cotinga e Mel para
repouso noturno; do Mel, Rasa da Cotinga, Gamelas e Rasa como local de reprodução; e das
Peças, Superagui e Rasa para alimentação (SCHERER-NETO, 1989; LALIME, 1997; CARRILLO
et al., 2002; SIPINSKI, 2003; BÓÇON et al., 2004b). Os papagaios-de-cara-roxa deslocam-se
diariamente entre as ilhas e a porção continental da área de ocorrência, formando grandes
grupos para o repouso noturno. Além disso, demonstram preferência por utilizar as ilhas
para reprodução, dormitório e alimentação (SCHERER-NETO, 1989; MARTUSCELLI, 1995).
Altamente procurado como ave de estimação, tanto na sua área de distribuição como em
outras regiões do país. A ocupação humana, em parte de sua área de distribuição,
potencializa a ameaça de tráfico, pois a fragmentação de áreas florestadas torna as áreas de
reprodução cada vez mais acessíveis aos coletores de filhotes. A modificação do hábitat é
outra ameaça que atinge fortemente o papagaio-de-cara-roxa, diminuindo gradativamente
sua já pequena área de distribuição. A retirada seletiva de recursos naturais pela população
local, como o guanandi e a caxeta (Tabebuia sp.), usados na fabricação de canoas,
instrumentos musicais e outros utensílios, diminui a oferta de locais para nidificação,
contribuindo para o baixo recrutamento da espécie. Alterações mínimas em seu hábitat
podem representar um grande impacto, considerando que a distribuição geográfica natural
da espécie já é bastante restrita (SCHUNCK et al., 2011).
A maria-da-restinga (Phylloscartes kronei) é uma espécie da família Tyrannidae
descrita recentemente e considerada como globalmente ameaçada de extinção (BIRDLIFE
INTERNATIONAL, 2012), cuja história natural é pouco conhecida. É um pequeno pássaro
endêmico da baixada litorânea do Sul e Sudeste do Brasil. É uma espécie típica de restingas
da planície costeira do país, que frequenta o dossel de bordas de restingas arbóreas,
florestas esparsas, capoeirões e bordas de matas secundárias próximas ao nível do mar. Vive
solitário ou aos pares e acompanha bandos mistos (MACHADO et al., 2008).
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Analisando o estudo de impacto ambiental realizado pelo Terminal de Contêineres de
Paranaguá para ampliação do cais do porto (TCP, 2008), averiguou-se a seguinte informação
com relação às espécies ameaçadas de extinção existentes na área de influência deste
empreendimento:
Capororoca (Coscoroba coscoroba): Apesar de não ser considerado ameaçado
segundo MIKICH & BÉRNILS (2004), esta espécie é rara no Paraná e esporadicamente é vista
em ambientes estuarinos das baías de Paranaguá Antonina e Guaratuba. Registros
ocasionais no Pantanal e outras regiões de Mato Grosso sugerem que realiza deslocamentos
sazonais, vindo do Rio Grande do Sul. É possível que habite os estuários das áreas de
influência em certas épocas do ano.
Savacu-de-coroa (Nyctanassa violacea): Considerada “em perigo” (EN) segundo
MIKICH & BÉRNILS (2004), apresenta poucas informações de ocorrência e ocorre
exclusivamente em manguezais (STRAUBE et al. 2004 apud TCP, 2008). Registros obtidos em
várias regiões do estuário sugerem a ocorrência da espécie na Área de Influência Indireta.
Guará (Eudocimus ruber): Espécie “criticamente em perigo” (MIKICH & BÉRNILS,
2004). Em 1977 foi localizada na baía de Antonina (SCHERER-NETO & STRAUBE, 1995 apud
TCP, 2008), tratando-se da última informação conhecida até ser recentemente vista em
manguezais de Guaraqueçaba e Guaratuba. Pesquisas detalhadas devem ser conduzidas na
região de Antonina com o objetivo de verificar a presença a espécie.
Caracoleiro (Chondrohierax uncinatus): “Vulnerável” (VU) (MIKICH & BÉRNILS, 2004).
Espécie florestal que conta com registros de ocorrência na Ilha Rasa (CARRANO & SCHERERNETO, 2000 apud TCP, 2008), na Floresta Estadual do Palmito (TCP, 2008), na Estação
Ecológica do Guaraguaçu (SEGER, apud SEMA/IAP, 2006) e também na ESEC da Ilha do Mel
(MORAES, 1991 e STRAUBE et al., 2004 apud TCP, 2008). É possível que ocorra nas áreas de
influência do empreendimento.
Gavião-bombachinha-grande (Accipiter bicolor): Espécie insuficientemente conhecida
no Estado, com observações recentes em manguezais e áreas florestais na planície litorânea
do Paraná (TCP, 2008). Segundo MIKICH & BÉRNILS (2004), no Paraná a espécie é registrada
comumente em áreas associadas a Floresta Ombrófila Mista. É provável que ocorra na Área
de Influência Direta do Porto de Antonina.
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Gavião-pombo-pequeno (Leucopternis lacernulatus): Espécie ameaçada em nível
global (VU), nacional (VU) (TCP, 2008) e “em perigo” (EN) no Paraná (STRAUBE et al., 2004
apud TCP, 2008; MIKICH & BÉRNILS, 2004). Suas populações estão em declínio em
consequência da perda de hábitat (BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2008 apud TCP, 2008).
Caranguejeiro (Buteogallus aequinoctialis): É considerado “em perigo” (EN) no Estado
(MIKICH & BÉRNILS, 2004) e está restrito a áreas de manguezal. Registros obtidos no
Ribeirão dos Correias indicam sua presença na área de influência deste empreendimento.
Chimango (Milvago chimango): Apesar de ser muito comum nos estados de Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, no Paraná é insuficientemente conhecida. É possível que
ocorra na baía de Antonina, a exemplo das observações obtidas na Ilha do Mel, na Ilha do
Superagui e em Pontal do Sul (MORAES, 1991; MORAES & KRUL, 1995; BORNSCHEIN &
REINERT, 1997; STRAUBE et al. 2004 apud TCP, 2008; MIKICH & BÉRNILS, 2004). Devido a
estas informações, certamente a espécie ocorre na Área de Influência Indireta do
empreendimento.
Saracura-matraca (Rallus longirostris): Ocorre exclusivamente em ambientes de
manguezais e é considerada insuficientemente conhecida no Estado, talvez em decorrência
da escassez de estudos realizados neste tipo de ambiente. Conta com registro confirmado
para a região do Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá (SCHERER-NETO & STRAUBE,
1995 apud TCP, 2008) e é bastante provável em grande parte da Área de Influência Direta do
empreendimento.
Saracura-do-mangue (Aramides mangle): Situação semelhante à espécie anterior, no
entanto apresenta informações apenas para a região de Guaraqueçaba (STRAUBE et al. 2004
apud TCP, 2008). Estudos específicos nos manguezais da Área de Influência Indireta são
necessários para inferir sobre a probabilidade de ocorrência nesta área.
Trinta-réis-real (Thalasseus maximus): No Paraná é considerada “quase ameaçada”
(MIKICH & BÉRNILS, 2004), pois vem sofrendo declínio populacional, além de reduções
consideráveis nas colônias reprodutivas. Esta espécie tem ocorrência confirmada no
Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá, e provável ocorrência na Área de Influência
Direta do empreendimento.
Pararu-espelho (Claravis godefrida): “Criticamente em perigo” (CR) no Paraná
(MIKICH & BÉRNILS, 2004), esta espécie conta com registros em locais bastante próximos ao
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porto de Paranaguá (CARRANO, 2006 apud TCP, 2008), no entanto ocorre em ambientes
florestais da Área de Influência Indireta do empreendimento.
Martinho (Chloroceryle aenea): É a menor espécie de martim-pescador, com apenas
12 cm de comprimento total. Habita pequenos riachos e áreas de mangue do litoral. Está
“quase ameaçado” no Paraná (MIKICH & BÉRNILS, 2004) e conta com registros no Rio
Emboguaçu (TCP, 2008), no Ribeirão dos Correias e no Rio Guaraguaçu (TCP, 2008).
Martim-pescador-da-mata (Chloroceryle inda): Também “quase ameaçado” no
Estado (MIKICH & BÉRNILS, 2004) e está presente em áreas bastante próximas ao porto, por
exemplo, na Floresta Estadual do Palmito (TCP, 2008). É provável que habite áreas de
manguezal da Área de Influência Indireta.
Saíra-sapucaia (Tangara peruviana): Apesar de ser encontrada com freqüência na
planície litorânea, é uma espécie “vulnerável” (VU) em nível mundial e nacional (TCP, 2008).
Conta com registros para a Floresta Estadual do Palmito (TCP, 2008), para o Rio Emboguaçu
(TCP, 2008) e certamente está presente na Área de Influência Indireta do empreendimento.
Figuinha-do-mangue (Conirostrum bicolor): Espécie tida como “vulnerável” no Paraná
(MIKICH & BÉRNILS, 2004). Ocorre exclusivamente nos maguezais. Conta com registros no
Ribeirão dos Correias (TCP, 2008) e deve ocorrer na Área de Influência Direta do
empreendimento. A Figura 101 apresenta imagens de algumas espécies de aves com
ocorrência na região do empreendimento.
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Macuco (Tinamus solitarius)
Biguá (Phalacrocorax brasilianus)
Fonte: DEVELEY & ENDRIGO, 2004.
Fonte: DEVELEY & ENDRIGO, 2004.
Martim-pescador-grande (Ceryle torquatus)
Garça-branca-pequena (Egretta thula)
Fonte: DEVELEY & ENDRIGO, 2004.
Fonte: STRAUBE et al., 2009.
Garça-moura (Ardea Cocoi)
Gavião-pombo (Leucopternis lacernulatus) Fonte:
ICMBio, 2012.
Fonte: DEVELEY & ENDRIGO, 2004.
Figura 101 – Imagens de algumas espécies de aves com ocorrência na região do empreendimento.
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2.7.6 Mastofauna
Segundo HICKMAN JR et al., (2004), os mamíferos possuem características peculiares.
A homeotermia, capacidade de manutenção da temperatura corporal, possibilita aos
animais realizarem atividades noturnas e utilizarem habitats de baixas temperaturas,
durante todo o ano. A placenta permite aos recém-nascidos a obtenção de nutrientes e
proteção durante o período mais vulnerável de suas vidas. As glândulas mamárias propiciam
aos recém-nascidos a continuidade da proteção e alimentação. Já a especialização dentária
diferenciada permitiu a evolução de inúmeras adaptações alimentares.
Segundo REIS et al., (2009), os mamíferos modernos possuem o corpo total ou
parcialmente recoberto de pelos e possuem glândulas mamárias que secretam leite para a
alimentação
de
filhotes.
Possuem
sistema
nervoso
altamente
desenvolvido
e
comportamento individual e social complexos. Estas características separam os mamíferos
dos demais animais, sendo que a presença de uma plasticidade genética e o surgimento de
numerosas adaptações fenotípicas permitiu que esses vertebrados invadissem todos os
ambientes na Terra onde a vida é possível.
A diversidade biológica no Brasil é ainda pouco conhecida, embora seja considerada a
maior do planeta (MMA, 2005). O estado de conhecimento da diversidade de mamíferos
segue a mesma tendência geral, podendo aumentar conforme os inventários sejam
intensificados e análises citogenéticas e moleculares sejam implementadas (REIS et al.,
2006). O Brasil apresenta registro de 652 espécies de mamíferos das quais 250 são
encontradas no bioma Floresta Atlântica, sendo 55 endêmicas (MMA, 2005).
Embora sejam escassas as informações na maior parte do Estado do Paraná, muito
conhecimento sobre a mastofauna paranaense tem sido acumulado nos últimos anos,
especialmente na última década, como demonstra MIRETZKI (1999).
Somente em 1981 surgiu a primeira lista de espécies, compilação bibliográfica de
LANGE & JABLONSKI (1981) que aponta para o Paraná, 152 espécies de mamíferos. Em 2004
este número aumentou para 176 espécies (MIKICH & BÉRNILS, 2004).
A riqueza de mamíferos na planície litorânea foi amostrada em diferentes regiões e
em diferentes estudos, quais destacam-se aqueles realizados para elaboração de planos de
manejo das unidades de conservação existentes na região, a citar: BORNSCHEIN & REINERT
(2000) encontraram 64 espécies para a Área de Proteção Ambiental de Guaratuba; TIEPOLO
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(2002 apud SEMA/IAP, 2006) na Estação Ecológica do Guaraguaçu registraram a ocorrência
de 77 espécies; SPVS (2009) na RPPN Serra do Itaqui em Guaraqueçaba encontraram 52
espécies.
Para elaboração da lista de espécies com possível ocorrência na área de influência
direta e indireta do Porto de Antonina, tomaremos como base o estudo realizado por
QUADROS & TIEPOLO (2003 apud SEMA/IAP, 2006) em unidade de conservação presente no
município do empreendimento (Antonina), devido a riqueza de espécies encontradas nesta
região e também pelo fato que de maneira geral, as espécies distribuem-se amplamente na
planície litorânea, ocupando diferentes ambientes, tanto em porções da Floresta Ombrófila
Densa Alto-montana como nas Terras Baixas e em seus ecossistemas associados (campos
salinos ou marismas, mangue, restinga, brejos e várzeas), além de informações disponíveis
sobre a área do estudo em questão e para mamíferos marinhos seguiremos como base o
estudo realizado pela SEMA (2006).
Segundo QUADROS & TIEPOLO (2003 apud SEMA/IAP, 2006), em levantamento das
espécies de mamíferos para elaboração de plano de manejo em unidade de conservação no
município de Antonina, foram encontradas os seguintes táxons: Cuíca d’água (Chironectes
minimus), Guaiquica (Gracilinanus microtarsus), Cuíca (Metachirus nudicaudatus, Micoureus
demerarae e Monodelphis dimidiata), Cuíca-de-três-listras (Monodelphis americana), Cuícade-quatro-olhos (Philander frenata), Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), Tatugalinha (Dasypus novemcinctus), Morcego (Peropteryx macrotis, Artibeus fimbriatus,
Artibeus cinereus, Artibeus obscurus, Micronycteris sp., Sturnira lilium, Myotis sp., Molossops
abrasus),
Morcego-pescador
(Noctilio
leporinus),
Morcego-Ipanema
(Pygoderma
bilabiatum), Morcego-focinhudo (Anoura caudifera), Morcego-fruteiro (Artibeus lituratus),
Morcego-pimenteiro (Carollia perspicillata), Falso vampiro (Choropterus auritus), Morcegobeija-flor (Glossophaga soricina), Bugio-guariba (Alouatta guariba clamitans), Macaco-prego
(Cebus nigritus), Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), Quati (Nasua nasua), Mão-pelada
(Procyon cancrivorus), Furão (Galictis cuja), Lontra (Lontra longicaudis), Jaguarundi (Puma
yagouarondi), Gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus), Jaguatirica (Leopardus pardalis),
Onça-parda (Puma concolor), Tucuxi (Sotalia fluviatilis), Cateto (Pecari tajacu), Veadocatingueiro (Mazama gouazoubira), Veado (Mazama sp.), Serelepe (Guerlinguetus ingrami),
Preá (Cavia aperea), Capivara (Hydrochaeris hydrochaeris), Paca (Cuniculus paca), Cutia
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(Dasyprocta azarae), Rato (Akodon sp., Oligoryzomys sp. e Oryzomys russatus), Rato d’água
(Nectomys squamipes), Ouriço-caxeiro (Sphigguruss sp.), Tapiti (Sylvilagus brasiliensis).
Além das citadas acima, são espécies endêmicas da Mata Atlântica: o Gambá-deorelha-preta (Didelphis aurita), a Cuíca-de-quatro-olhos (Philander frenata), a Cuíca-dequatro-olhos-marrom (Metachirus nudicaudatus) e a Cuíca-terrícola (Monodelphis
americana).
Dentre estas espécies, o PARANÁ (2010) avalia as ameaçadas de extinção de acordo
com diferentes categorias, conforme proposto pela IUCN (União Internacional para
Conservação da Natureza).
O Gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus), Jaguatirica (Leopardus pardalis),
Onça-parda (Puma concolor), Cateto (Pecari tajacu), Tapiti (Sylvilagus brasiliensis), Morcego
(Peropteryx macrotis, Artibeus cinereus), Morcego-pescador (Noctilio leporinus), Veado
(Mazama sp.) são indicados como espécies vulneráveis, pois estão sob um alto risco de
extinção da natureza, e a Paca (Cuniculus paca) é considerada uma espécie em perigo, pois
está sob um risco muito alto de extinção na natureza.
Já as categorias que não implicam proteção legal consideram a Lontra (Lontra
longicaudis), Morcego (Myotis riparius) e Bugio-guariba (Alouatta guariba clamitans) como
espécies quase ameaçadas, pois correm o risco de ficarem ameaçadas num futuro próximo,
e a Guaiquica (Gracilinanus microtarsus), Cuíca-de-quatro-olhos (Philander frenata),
Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), Morcego
(Artibeus fimbriatus, Artibeus obscurus, Micronycteris sp., Sturnira lilium, Myotis levis, Myotis
nigricans, Myotis ruber), Morcego-Ipanema (Pygoderma bilabiatum), Morcego-focinhudo
(Anoura caudifera), Morcego-fruteiro (Artibeus lituratus), Morcego-pimenteiro (Carollia
perspicillata), Falso vampiro (Choropterus auritus), Morcego-beija-flor (Glossophaga
soricina), Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), Quati (Nasua nasua), Mão-pelada (Procyon
cancrivorus), Furão (Galictis cuja), Veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), Serelepe
(Guerlinguetus ingrami), Preá (Cavia aperea), Capivara (Hydrochaeris hydrochaeris), Cutia
(Dasyprocta azarae), Rato d’água (Nectomys squamipes), Rato-do-mato (Akodon sp. e
Oligoryzomys sp.), Ouriço-caxeiro (Sphigguruss sp.), Gambá-de-orelha-preta (Didelphis
aurita), como espécies com risco menor, ou seja, estas espécies não estão ameaçadas no
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presente e apresentam pouca probabilidade de se tornarem ameaçadas num futuro
próximo.
Há também uma categoria onde se incluem as espécies cujo nível de ameaça não
pode ser medido: Cuíca d’água (Chironectes minimus), Cuíca (Metachirus nudicaudatus),
Macaco-prego (Cebus nigritus), Jaguarundi (Puma yagouarondi), Cuíca-de-quatro-olhosmarrom
(Metachirus
nudicaudatus), são
consideradas espécies insuficientemente
conhecidas, pois necessita-se de mais dados, principalmente de abundância e distribuição,
para que seu status possa ser corretamente avaliado.
O status da Cuíca-de-três-listras (Monodelphis americana) não foi avaliado pelo
SISFAUNA (2010).
O trabalho de MIRETZKI (2000) aponta para o Estado do Paraná 53 espécies de
morcegos. Com base neste estudo há registro de 31 espécies para a região litorânea,
aproximadamente 58% dos morcegos do Estado. TIEPOLO (apud SEMA/IAP, 2006) registrou
Chiroderma doriae para o litoral do Paraná, considerada ameaçada de extinção, categoria
vulnerável (VU), de acordo com MIKICH & BÉRNILS (2004).
De acordo com MIRETZKI (2000) a espécie é endêmica do Bioma Floresta Atlântica e
no Paraná era considerada restrita a região norte e noroeste do Estado, sendo este o
primeiro registro para o litoral. Espécie endêmica do bioma e de provável ocorrência para a
região é Myotis rubra, que encontra-se ameaçada de extinção de acordo com MIKICH &
BÉRNILS (2004). MIRETZKI (2000) destaca ainda Peropteryx macrotis, Tonatia bidens e
Sturnira tildae como espécies exclusivas da Floresta Ombrófila Densa no Paraná.
PASSOS et al., (2006) confirmam a ocorrência de duas espécies de primatas na região:
o bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans) e o macaco-prego (Cebus nigritus).
O Parque Nacional do Superagui foi palco da descoberta de uma espécie nova de
Callitrichidae, o mico-leão-da-cara-preta (Leonthopitecus caissara) por PERSSON e LORINI
(1990). No Paraná esta espécie ocorre em restingas, caxetais, e taboais da Floresta
Ombrófila Densa de Terras Baixas e Aluvial, porém sua distribuição original é desconhecida.
A espécie se encontra na categoria criticamente ameaçada de extinção no Paraná (MIKICH &
BÉRNILS, 2004) e no mundo (KIERULFF et al., 2008 apud IUCN, 2011).
Conforme citado por VIDOLIN (2004), espécies de hábitos semi-aquáticos, como a
capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) e o ratão-do-banhado (Myocastor coypus), podem
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apresentar estreitas relações com os manguezais e marismas. Possivelmente a presença do
camundongo (Mus musculus) e da ratazana (Rattus rattus) nos ambientes de mangue da
área de influência direta do Porto de Antonina é confirmada, que são atraídas pela grande
disponibilidade de recursos alimentares, provenientes do acúmulo de lixo e dos silos de
armazenamento de grãos.
Para os mamíferos aquáticos marinhos, SEMA (2006) abordou que ocorrem tanto nos
estuários quanto nas áreas costeiras do Paraná, com episódios ocasionais e sazonais de
concentração de populações ou continuamente.
O boto (Sotalia brasiliensis) é encontrado com freqüência nos estuários e áreas
costeiras e, eventualmente, grupos de capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris) e indivíduos
isolados de lontra (Lutra longicaudis) são observados no interior nas barras de rios que
integram o sistema estuarino.
Para a ordem Cetacea, em estudo de impacto ambiental do terminal de contêineres
porto pontal (AMB, 2010) foi avaliado o eixo leste-oeste da baía de Paranaguá, verificou-se
que o setor intermediário desse corpo d’água representa a principal área de concentração
de boto-cinza (Sotalia guianensis). Além desta espécie, foram descritas a ocorrência de 13
espécies de mamíferos aquáticos no litoral do estado do Paraná, dentre os quais destacamos
as seguintes espécies por se tratarem de espécies ameaçadas de extinção: baleia-franca
(Eubalaena australis – EP), baleia-jubarte (Megaptera novaengliae - EP), golfinho-de-dentesrugosos (Steno bredanensis - DD) e a toninha (Pontoporia blainvillei - EP) (MIKICH & BÉRNILS,
2004).
Também ocorrem, ocasionalmente, pinipedios e outros mamíferos da região costeira
do Uruguai e da Argentina, trazidos pela corrente subantártica.
Em relação às ocorrências espaciais importantes para os mamíferos aquáticos, podese citar a região da Baía das Laranjeiras, considerado um habitat de grande importância para
o boto-cinza (Sotalia fluviatilis). Entretanto, em outras áreas, como as partes mais profundas
da Baía de Pinheiros e Baía de Paranaguá, assim como em áreas de mar aberto, grandes
grupos de botos ou golfinhos são avistados com frequência (SEMA, 2006).
No Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá, o boto-cinza (Sotalia guianensis) é
observado com frequência em grupos de 2 a 10 indivíduos (BONIN, 2001, FILLA, 2004,
DOMIT, 2006 apud PARANA, 2009), podendo alguns indivíduos serem observados sozinhos,
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sobretudo em áreas protegidas, como no interior das baías e estuários (MONTEIRO-FILHO,
2000, FILLA, 2004 apud PARANA, 2009). As populações de boto-cinza foram estimadas para
algumas baías do Estado do Paraná: Baía de Guaraqueçaba e Enseada do Benito (BONIN,
1997, FILLA, 1999 apud PARANA, 2009), Baía de Laranjeiras (FILLA, 2004 apud PARANA,
2009), Baía de Antonina (JAPP, 2004 apud PARANA, 2009) e Baía de Guaratuba (FILLA, 2004
apud PARANA, 2009), os comportamentos e a forma de uso pela espécie foram analisados
(PARANA, 2009). Os resultados demonstraram que as baías são importantes para a
alimentação e reprodução da espécie, que as áreas são utilizadas de maneira heterogênea,
ou seja, há setores de maior densidade, e que alguns animais apresentam padrão de
residência. As principais ameaças que afetam a espécie estão diretamente relacionadas com
o desenvolvimento urbano nas regiões costeiras. As ações portuárias (dragagem,
derrocagem, vazamentos de óleo), a captura incidental em redes de pesca, o choque com
embarcações, o turismo desordenado, o molestamento por embarcações de turismo e lazer,
além da exploração e o desmatamento das zonas litorâneas são algumas das ações
responsáveis pelo impacto negativo sobre os cetáceos (IBAMA, 2001, PALAZZO JR., 2006,
CREMER, 2007 apud PARANA, 2009).
As dragagens a serem realizadas no Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá
representam uma grande interferência no ambiente, por ser uma atividade que altera o
fundo estuarino e marinho, removendo comunidades bentônicas e suspendendo sedimentos
contaminados já depositados no fundo (BOLDRINI, 2007 apud PARANA, 2009). Processos que
envolvem derrocagens (retirada de afloramentos rochosos em ambientes submersos
utilizando detonação com explosivos ou expansor químico) também são importantes fontes
de impacto. Estas atividades causam muitos ruídos subaquáticos, mudanças na
profundidade, na turbidez da água e modificam os microhabitats da região, alterando a
cadeia trófica local.
A destruição dos manguezais traz implicações para a conservação do boto-cinza, já
que a maior parte dos peixes e cefalópodos que fazem parte de sua dieta apresentam alta
dependência destas áreas para reprodução e alimentação e devido à importância destas
áreas como obstáculos para que o boto encurrale os cardumes durantes suas estratégias de
pesca (MONTEIRO-FILHO 1991, 2008, DOMIT, 2006 apud PARANA, 2009).
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Devido a mudanças taxonômicas em relação ao gênero Sotalia o status de
conservação do boto-cinza (Sotalia guianensis), ainda não foi avaliado pela IUCN, muito
embora notas taxonômicas relacionadas ao trabalho de MONTEIRO-FILHO et al. (2002) já
estejam citadas na versão mais recente da “Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas” (IUCN,
2008). Em função das ameaças a que a espécie está submetida, ROSAS (2006 apud PARANA,
2009) sugere que S. guianensis seja considerada uma espécie “vulnerável”. No Livro
Vermelho de Fauna do Estado do Paraná (MIKICH & BÉRNILS, 2004) a espécie está
enquadrada como “vulnerável”, considerando os diferentes impactos que a espécie vem
sofrendo na região do Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá e Baía de Guaratuba.
Pontoporia blainvillei (GERVAIS & D'ORBIGNY, 1844 apud PARANA, 2009), conhecida
popularmente como toninha ou franciscana, é uma espécie de cetáceo endêmica da região
costeira central do Oceano Atlântico Sul Ocidental, ocorrendo na costa da Argentina,
Uruguai e Brasil. Os registros acerca da distribuição geográfica de P. blainvillei estendem-se
desde Itaúnas (18º25'S), no norte do Espírito Santo, sudeste do Brasil (SICILIANO, 1994 apud
PARANA, 2009), até a Província de Chubut (42º35'S), na Patagônia Argentina (CRESPO et al.,
1998 apud PARANA, 2009).
A região costeira vem sofrendo grandes alterações devido à pressão antrópica. O
habitat costeiro da espécie tem colocado em risco a sua conservação, pois são estas as áreas
de maior atividade da pesca artesanal e industrial, o que significa presença intensa de redes
de emalhe, responsáveis pela maioria das capturas de toninhas (PRADERI et al., 1989; DI
BENEDITTO et al., 2001; SECCHI et al., 1997, 2003b; BERTOZZI & ZERBINI, 2002; OTT et al.,
2002; ROSAS et al., 2002 apud PARANA, 2009). A presença de portos e indústrias na zona
costeira, o tráfego marítimo intenso (navios, barcos de lazer e de pesca), a poluição sonora,
a contaminação dos ambientes e da cadeia trófica e as prospecções sísmicas são ameaças a
esta espécie. Adicionalmente, a exploração excessiva e o colapso de recursos pesqueiros
importantes na dieta da toninha (BASSOI & SECCHI, 2000; SECCHI et al., 2003b apud
PARANA, 2009), também podem representar fatores preocupantes para a sua conservação.
Metais pesados e organoclorados têm sido detectados em tecidos de toninhas no
Brasil, Uruguai e Argentina, ainda que em concentrações não muito elevadas (O´SHEA et al.,
1980; MARCOVECCHIO et al., 1990, GERPE et al., 2002; LAILSON-BRITO et al., 2002; SEIXAS
et al. 2007; no prelo; DORNELLES et al., 2007 apud PARANA, 2009). A presença de detritos
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(e.g. plástico, náilon) no estômago de exemplares no Brasil e Uruguai aponta igualmente
para a degradação do habitat da espécie (PINEDO, 1982; BASSOI, 1997; BASTIDA et al., 2000
apud PARANA, 2009).
As águas abrigadas, de baías e enseadas, são utilizadas para atracação de navios,
embarcações de pesca e atividades recreativas, gerando intensa poluição sonora e trânsito
marítimo. O intenso tráfego de embarcações pode causar dois tipos de impacto, o da
poluição sonora e o risco de colisão. Os cetáceos se comunicam e se orientam através do
som e os ruídos podem afetar de diversas formas sua locomoção, alimentação, comunicação
e orientação (RICHARDSON et al., 1995 apud PARANA, 2009). Estas atividades podem
restringir o uso ou a reocupação de áreas de ocorrência de espécies de mamíferos marinhos
costeiros, como a toninha (CREMER, 2007 apud PARANA, 2009).
Devido a sua vulnerabilidade às capturas incidentais, a toninha tem sido considerada
como o pequeno cetáceo mais impactado do Oceano Atlântico Sul (SECCHI et al., 1997;
SECCHI et al., 2002a apud PARANA, 2009). A IUCN (2008) e o IBAMA (2001) inserem a
espécie dentro da categoria de “Vulnerável” e está incluída na “Lista Oficial das Espécies da
Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção”. No Estado do Paraná, os registros de captura
incidental indicam que a população está ameaçada (ROSAS, 2000; ROSAS et al., 2002a apud
PARANA, 2009) e no “Livro Vermelho de Fauna Ameaçada do Estado do Paraná” (MIKICH &
BÉRNILS, 2004) é citada como “em perigo”.
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Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris)
Cuíca-d’água (Chironectes minimus)
– Fonte: REIS et al., 2009.
Fonte: REIS et al., 2009.
Gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) --
Mão-pelada (Procyon cancrivorus)
Fonte: REIS et al., 2009.
Fonte: REIS et al., 2009.
Toninha ou Franciscana (Pontoporia blainvillei)
Boto-cinza (Sotalia guianensis)
Fonte: ICMBio, 2012
Fonte: REIS et al., 2009.
Figura 102 - Imagens de algumas espécies de mamíferos com ocorrência na região do
empreendimento.
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2.8 Meio socioambiental
2.8.1 Pesca
Devido a grande extensão da costa brasileira a pesca nos estuários e na plataforma
continental é uma atividade com grande importância econômica, cultural e social em nosso
país. Segundo FRANCO (2004), pode ser considerada uma fonte significativa de renda, e
acaba por caracterizar a cultura de muitas comunidades tradicionais.
Esta atividade nos estados de Santa Catarina e São Paulo é bem desenvolvida e
expressiva economicamente no cenário nacional, diferente do arquétipo apresentado para o
estado do Paraná. Entretanto, a pesca paranaense possui grande importância local e
regional do ponto de vista social e econômico.
Mesmo sendo a pesca paranaense de pouca expressão no cenário regional, como
citado anteriormente, Paiva (1997) evidencia que esta modalidade foi responsável por 92,2%
da produção regional. Um fator importante salientado por este mesmo autor, é que grande
parte da frota pesqueira de maior porte dos estados vizinhos, Santa Catarina e São Paulo,
também operam na costa paranaense.
O litoral do Paraná possui uma população de cerca de 210 mil habitantes, que tem
passado por grandes modificações nas últimas décadas devido ao turismo e a urbanização
(ANDRIGUETTO FILHO, 1999). Este processo afeta principalmente as mais de 70 vilas ou
comunidades de pesca na região Noernberg et al., 2008. Além disso, segundo Franco (2004)
o aumento de produtos agrícolas escoados pelo porto do Paranaguá, e consequente
acréscimo no fluxo de navios, gera alguns impactos que afetam a pesca, (e.g. a
contaminação da água).
Com base em diversos estudos, a pesca paranaense pode ser caracterizada como de
pequena escala e artesanal, com grande diversidade de modos de pesca, realizada por
pescadores de canoas, botes e pequenas baleeiras. (LOYOLA e SILVA et al. 1977;
ANDRIGUETTO FILHO 1999 e 2002; CHAVES, et al. 2002).
Com base nas informações do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), cerca de
4443 pescadores estão registrados para a área de influência do porto organizado. Os
municípios de Guaraqueçaba e Paranaguá concentram a maior parte deles: 40,2% e 25,91%,
respectivamente. Em Antonina estão cerca 24,6%, e em Pontal do Paraná 9,3% (Tabela 18)
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(CINCO REINOS, 2010). Para todo o litoral paranaense estima que o número total de
pescadores seja algo em torno de 5688 (MPA, 2010), e se contabilizado todos os familiares
envolvidos na pesca pode-se obter um número superior a onze mil pessoas beneficiadas
com esta atividade (Andriguetto Filho et a, 2006).
Tabela 18 - Pescadores profissionais registrados na Superintendência do Ministério da Pesca e
Aquicultura do Paraná em 2010.
Município
Número de Pescadores
Antonina
Pontal do Paraná
Guaraqueçaba
Paranaguá
Total
Fonte: CINCO REINOS, 2010, adaptado pelo autor.
1093
413
1786
1151
4443
%
24,6
9,3
40,2
25,91
100
Este número de pessoas envolvidas na atividade pesqueira é elevado, pois as diversas
atividades correlatas a pesca propriamente dita, como limpeza, processamento e venda dos
pescados, são realizadas normalmente pelas famílias dos pescadores (ROBERT et al., 2007).
As embarcações utilizadas para a pesca e também as práticas pesqueiras no
complexo estuarino de Paranaguá são altamente diversificadas. As embarcações
encontradas variam de pequenas canoas e bateiras sem motor, a embarcações motorizadas
de madeira (botes, barcos) (ANDRIGUETTO FILHO, 2002; ROBERT et al. 2007). Dentre as mais
de uma dezena de praticas de pesca utilizadas pelos pescadores na área de estudo, as
principais práticas são: cerco fixo, tarrafa, gerival, arrasto de praia, caceio, fundeio e espinhel
(CORRÊA, 1987; ANDRIGUETTO FILHO, 2002; MAR BRASIL, 2012; ROBERT et al., 2007.
Segundo Andriguetto Filho (1999) a pesca no litoral paranaense é realizada em
quatro áreas distintas, a saber:
- (I) área de pesca artesanal estuarina, limitada ao interior das baías;
- (II) área localizada na desembocadura do Complexo Estuarino de Paranaguá, na qual
coexistem atividades de pesca artesanal estuarina e de pesca artesanal costeira;
- (III) área utilizada pela pesca artesanal costeira e pela pesca empresarial, que
abrange a plataforma continental interna, ao longo de toda a costa paranaense;
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- (IV) área de plataforma utilizada pela pesca empresarial, que vai da terceira milha
de distância da costa até o limite aproximado da isóbata de 20 metros.
Mais precisamente este mesmo trabalho diferencia oito territórios de pesca, sendo:
Baía de Antonina; estuário da Baía de Paranaguá; Zona Nerítica da Baía de Paranaguá; Baía
das Laranjeiras; Baía de Guaraqueçaba; Baía de Pinheiros; Baía de Guaratuba e Plataforma
Continental Interna. Na região de Paranaguá 34,5% das pescarias ocorre em mar aberto
enquanto que 65,5% ocorre no interior da baía (SEAP/IBAMA/PROZEE, 2005).
No que diz respeito aos recursos pesqueiros explorados pelos pescadores no litoral
paranaense, foram identificadas 72 espécies distribuídas em 19 famílias (MAR BRASIL, 2012).
Destes, a maioria possui parte ou todo seu ciclo de vida em águas costeiras e estuarinas,
sendo comuns os deslocamentos entre esses ambientes, na busca de condições favoráveis
ao seu desenvolvimento (CORRÊA, 1987). Com base em trabalhos de alguns autores
(ANDRIGUETTO et al., 2006; ANDRIGUETTO FILHO, 1999 e ANDRIGUETTO FILHO, 2002.) 55%
das espécies ocorrentes têm por preferência de distribuição o ambiente estuarino-costeiro,
22% o ambiente costeiro, 10% o ambiente costeiro-plataforma e 3% preferem o ambiente
estuarino.
Para o complexo estuarino de Paranaguá, ROBERT et al.(2007) levantam pelo menos
37 espécies como alvo das práticas pesqueiras (Tabela 19). Isso sem considerar a captura
acessória que também é aproveitada.
Tabela 19 - Espécies de peixes alvo da atividade pesqueira no complexo estuarino de Paranaguá.
Fonte: ROBERT et al.(2007).
Nome popular
Nome científico ou grupo
Teleósteos
Anchova
Pomatomus saltatrix
Badejo
Mycteroperca spp
Bagre
Várias espécies de Ariidae
Bagre cangatá ou amarelo
Sciadeichthys luniscutis
Bagre guiri ou branco
Genidens barbus
Bagre parerê
Genidens genidens
Baiacu
Sphoeroides spp
Baiacu-pintado
Sphoeroides testudineus
Betara
Menticirrhus americanus e M. littoralis
Calafate
Cynoscion sp.
Caratinga
Eugerres brasilianus ou Diapterus spp
Cavalinha
Scomberomorus spp
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Nome popular
Corvina
Inhãsoga
Linguado
Manjuba
Miraguaia
Pampano
Parabiju
Parati
Paru
Parúi
Pescada
Pescada amarela
Pescadinha
Prejereva
Robalo
Saguá
Salteira
Sardinha
Tainha
Arraia
Nome científico ou grupo
Micropogonias furnieri
Paralichthys spp
Várias espécies de Engraulidae
Pogonias cromis
Trachinotus spp
Rachycentron canadum
Mugil spp.
Chaetodipterus faber
Cynoscion spp, Macrodon ancylodon e/ou Isopisthus parvipinnis
Cynoscion acoupa
Isopisthus parvipinnis
Lobotes surinamensis
Centropomus parallelus e C. undecimalis
Genyatremus luteus
Oligoplites spp.
Várias espécies de Clupeidae
Mugil spp.
Elasmobrânquios
Várias espécies de Rajiformes
Segundo TCP (2008) quando comparado os resultados obtidos com o levantamento
pesqueiro realizado por CORRÊA (1987), como os resultados de ROBERT et al. (2007), houve
uma alteração na proporção e na posição das espécies nos desembarques ao longo destes
anos, possivelmente em consequência de vários fatores de origem antrópica. As principais
causas para a redução nas capturas, segundo os pescadores locais são: 1) o vazamento de
produtos químicos em várias ocasiões (31,6%); o aumento no número de pescadores
(22,9%); as dragagens como um todo (12,0%); e o assoreamento (10,6%) (TCP, 2008).
Já no que diz respeito a pesca amadora, não existem levantamentos científicos de sua
dinâmica, distribuição espacial, espécies capturadas ou de sua estrutura socioeconômica.
Entretanto o setor da pesca esportiva ou de recreio tem se tornado cada vez mais
organizado e importante do ponto de vista turístico e econômico.
2.8.2 Bentos com importância econômica
Os bentos representam um grupo de organismos dos corpos d´água que estão
intimamente relacionados aos fundos. Podem ser fixos ou sedentários e formam associações
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muito abundantes e diversificadas desde a região entre-marés até profundidades marinhas
abissais (TCP, 2008). Compreende espécies comercialmente importantes de moluscos e
crustáceos, além de pequenos vegetais e animais, como algas, poliquetas, nematódeos e
microcrustáceos, que servem como fonte de alimento para peixes de interesse econômico e
para aves costeiras e oceânicas.
Além das espécies íctiicas alvo da atividade pesqueira que representam uma
importante fonte econômica para a região do complexo estuarino de Paranaguá, algumas
espécies de bentos também são igualmente importantes, como é o caso do camarão,
caranguejos, ostras e bacucus (sururus ou mariscos). A atividade de extrativismo destas
espécies é extremante importante nas áreas estuarinas onde existem habitas de
manguezais, baixios e costões rochosos. Na Tabela 20 são apresentadas as espécies
exploradas na área de estudo.
Tabela 20 - Espécies de bentos alvo da atividade pesqueira no complexo estuarino de Paranaguá.
Nome popular
Nome científico ou grupo
Crustáceos
Camarão-branco
Litopenaeus schmitti
Camarão-pintado ou
preto
Camarão-sete-barbas
Xiphopenaeus kroyeri
Caranguejo
Uscides cordatus
Siri
Callinectes spp.
Siri-guaçu
Callinectes sapidus
Siri-mirim
Callinectes danae
Moluscos
Bacucu ou marisco
Modiolus brasiliensis
Ostra
Crassostrea rizophorae
Fonte: ROBERT et al.(2007).
A pesca de camarão é realizado a través de arrasto de fundo ao longo da costa
Brasileira, mas é intensificada em todo o litoral sul do Brasil, em sua plataforma rasa. (PAIVA,
1997 e ANDRIGUETTO FILHO, et al, 1999). As principais espécies pescadas são o sete-barbas
(Xiphopenaeus kroyeri) e o camarão branco (Litopenaeus schimitti). Andriguetto Filho et al.
(1999) consideram que a pesca de arrasto de camarão é o único segmento da pesca que se
pode classificar de empresarial no Paraná e, como pescaria especializada, que possui
inserção no mercado.
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3
CONSOLIDAÇÃO DOS RESULTADOS
Neste item serão abordados os principais resultados deste estudo. Procurou-se
relacionar as principais conclusões referentes a área diretamente afetada pelas atividades
portuárias seja na área atual ou possíveis de expansão.
Com relação aos ambientes marinhos, os principais conflitos e problemas
identificados foram aqueles gerados pelo uso do espelho d’água. Alguns conflitos estão
identificados diretamente com o significativo aumento da poluição orgânica na alta
temporada e diversos focos de poluição orgânica e inorgânica em áreas portuárias e
urbanas. Os conflitos identificados em SEMA (2006) foram: entre pescadores esportivos e
pescadores artesanais em desembocaduras de rios; entre pescadores esportivos e
mergulhadores em áreas costeiras com substratos; entre a pesca esportiva, mergulho
contemplativo e a pesca industrial de arrasto em áreas costeiras; entre a caça submarina e o
turismo de mergulho; entre navegadores em recreio e pescadores artesanais; entre a
maricultura e a pesca artesanal e esportiva; entre interesses de conservação ambiental e
atividades produtivas; entre a conservação de recursos culturais e históricos e a pesca e
mergulho.
Cabe salientar a importância de implantar o controle ambiental efetivo das áreas do
Complexo Estuarino de Paranaguá, visando principalmente à manutenção da biota.
Consequentemente este controle irá garantir um ambiente propicio à manutenção dos
recursos pesqueiros e o desenvolvimento das comunidades tradicionais.
Outro aspecto que merece destaque é a apropriação de áreas tradicionais e dos
recursos aquáticos por investidores de outras regiões e classes sociais, o que desloca
comunidades de pescadores de áreas de frente para o mar, e faz substituir suas áreas de
ancoragem e atracação por instalações de marinas, equipamentos de veraneio, loteamentos
e instalações portuárias, ampliando-se os conflitos e a marginalização dos pescadores, com
impactos negativos à sua cultura.
Alguns estudos realizados com os sedimentos identificaram as zonas mais sensíveis a
processos de contaminação, bem como as principais fontes de contaminação antrópica de
metais, componentes orgânicos, óleos e graxas.
No diagnóstico realizado pela AQUAPLAN (2011), os elementos metálicos Cádmio,
Chumbo, Cobre, Cromo e Zinco, bem como o Fósforo Total, permaneceram inferiores aos
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limites estabelecidos pela Resolução CONAMA N° 344/2004. Apenas os metais Mercúrio e
Níquel apresentaram concentrações superiores aos limites mínimos estabelecidos como
Nível 1 em águas salinas (0,15 mg.kg-1), tanto em sedimentos superficiais quanto nos de subsuperfície. De forma geral o mercúrio esteve presente nos sedimentos superficiais e
subsuperfíciais, acima do nível 1 estabelecido na Resolução CONAMA N° 344/2004, nas
amostras coletadas nas áreas Charlie 3 e Delta 2.
O Zinco esteve presente, tanto em amostras superficiais quanto subsuperficiais, na
área Delta 2, muitas vezes associado ao Mercúrio. A área Delta 2 apresentou valores
elevados para Níquel, Carbono Orgânico Total e Nitrogênio Totais.
Com relação aos parâmetros químicos analisados para caracterização dos sedimentos
do Complexo Estuarino de Paranaguá (Compostos Organoclorados, Hidrocarbonetos
Policíclicos Aromáticos, Bifenilas Policloradas), estas não apresentaram concentrações
superiores aos limites definidos na Resolução CONAMA N° 344/2004.
Com exceção das variáveis mercúrio e níquel, as demais analisadas em ACQUAPLAN
(2011) se encontraram de acordo com o estabelecido para ambientes salobros nível 1: limiar
abaixo do qual se prevê baixa probabilidade de efeitos adversos à biota, conforme definido
pela Resolução CONAMA N° 344/2004. Em alguns pontos amostrados, estas duas variáveis
ultrapassaram os limites máximos estabelecidos, com concentrações maiores que
0,15 mg.kg-1 e 20,9 mg.kg-1 de sedimento, respectivamente.
No tocante a ecotoxicologia dos sedimentos, os efeitos crônicos observados nas
amostras em que a presença de amônia não-ionizada não interfere nos resultados,
possivelmente estão associados à presença do níquel e do mercúrio biodisponível, em
quantidades acima do permitido para sedimentos marinhos, conforme estabelecido pela
Resolução CONAMA n° 344/2004 para águas Nível 1, e observado nas análises de metais
adsorvidos ao sedimento.
O níquel pode estar contido em águas residuais de indústrias químicas, produção de
metal ou mineração. Este elemento é um dos metais pesados mais móveis. Uma vez que Sá
(2003) encontrou concentrações desse elemento acima do limite em sedimentos nesta
mesma área, sugere-se que o níquel está ligado ao sedimento, formando complexos
(SANTOS et al., 2006).
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De acordo com Soares (2009), não foi possível identificar diretamente a fonte dos
elementos metálicos. Foi inferida a influência de despejos domésticos e industriais na baía
de Paranaguá para alguns dos elementos. A baía de Antonina foi, provavelmente,
influenciada por contaminações passadas devido a minerações existentes na Serra do Mar. A
presença de mercúrio no sedimento superficial desta região poderia ser relacionada com a
ressuspensão e posterior deposição gerada por atividades de dragagens realizadas pela
atividade portuária. Outra hipótese postulada é que os níveis de metais encontrados
poderiam ser considerados naturais para o ambiente geoquímico da região (SOARES, 2009).
Os despejos do emissário apresentaram níveis altos de mercúrio (até 5 vezes o nível
base), mostrando uma clara associação de mercúrio com despejos domésticos (Relatório da
Associação de Defesa do Meio Ambiente do Desenvolvimento de Antonina). O lixo urbano
contém mercúrio proveniente de várias fontes, que contamina o composto orgânico,
produto da reciclagem da parte orgânica do lixo, e o chorume, que é lançado em corpos
receptores (rios) ou penetra no solo alcançando águas subterrâneas (ESTEVES, 2001). Este
autor encontrou as maiores contrações de mercúrio em sedimentos da área urbana, onde
ocorre com mais frequência a prática do lançamento de resíduos doméstico a céu aberto.
De acordo com as ponderações acerca dos ensaios ecotoxicológicos, ficou
demonstrado que as concentrações identificadas não representam potencial de toxicidade
aguda para as amostras. Por outro lado, os efeitos crônicos observados a partir das amostras
sugerem uma possível relação com a presença de níquel e mercúrio biodisponível, em
quantidades acima do permitido para sedimentos marinhos, conforme estabelecido pela
Resolução CONAMA N° 344/2004 para águas Nível 1.
Em particular, a área em frente ao Porto recebe o aporte de matérias de diversas
origens e composições, que contaminam pontualmente os sedimentos da região bem como
os de sua bacia de evolução. Ainda na região de Paranaguá e zona costeira adjacente, são
comuns pequenos blooms de algas de primavera-verão, possivelmente associadas a
alterações de salinidade e temperatura da água do mar, pelo excesso de nutrientes
introduzidos pelo despejo de esgoto doméstico, ou até por correntes marinhas e marés.
Diante disso, entre os impactos que as atividades portuárias podem gerar destacamse as alterações da morfologia do estuário, devido às obras de implantação, manutenção do
calado através das dragagens e despejo do material assoreado. Estas alterações de
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morfologia alteram a hidrodinâmica e ocorrerão independentemente do local de
implantação do porto e sua expansão. Este conflito afeta praticamente todos os usos dos
recursos hídricos do estuário, destacando-se os organismos bentônicos, tetrápodes
marinhos (ex. botos, golfinhos e tartarugas marinhas), pois a alteração da hidrodinâmica,
morfologia e ressuspensão de sedimentos serão constantes e de proporções significativas.
Outro conflito associado é a movimentação de navios, o que deverá gerar traçados de novas
rotas e maiores cuidados de segurança por parte das navegações pesqueiras e de transporte
e turismo.
No tocante aos recursos hídricos, de acordo com o Código Florestal (Lei Federal
4.771/65) em seu artigo 2º, ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, é obrigatória a
presença de vegetação, desde seu nível mais alto em faixa marginal, sendo que a largura
mínima deverá ser de um raio de 50 m para nascentes; 30 m para os cursos d’água de menos
de 10 m de largura; de 50 m para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 m de largura; de
100 m para os cursos d’água que tenham 50 a 200 m de largura; de 200 m para os cursos
d’água que tenham 200 a 600 m de largura e de 500 m para os cursos d’ água que tenham
largura superior a 600 m. Essas áreas de proteção permanente tem a função ambiental de
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica (protegendo as margens
dos deslizamentos e erosão e evitando a intensificação dos carreamento dos sedimentos), a
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar da
população. Assim, o entorno dos rios em questão (Nhundiaquara, Cacatu, Cachoeira,
Faisqueira, Xaxim), conforme demonstrado na Figura 103 devem cumprir a legislação em
vigor.
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Figura 103 – Áreas de Preservação Permanente de acordo com o Código Florestal
Desta forma, estes fatores restringem a expansão da área portuária no entorno
desses rios.
Por fim, ressalta-se a importância de estudos ambientais detalhados e com dados
primários quando da ampliação e modernização das estruturas já existentes, bem como, a
identificação e o monitoramento dos impactos ambientais decorrentes das atuais atividades
portuárias.
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