Pontuação - Portal Santa Teresa

Transcrição

Pontuação - Portal Santa Teresa
COLÉGIO SANTA TERESA DE JESUS
Av. Cavalhada, 2250 – Fone: 3398-7815 – www.stateresa.com.br
Professor (a):____________________________________ Componente Curricular: __________________ Data:_________
Aluno (a):____________________________________________________
Nº:_____________ Turma: ____________
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unirio) Leia os excertos abaixo, tirados da revista Veja; em seguida, responda à questões propostas.
TEXTO I
O controle dos genes envolvidos no processo de envelhecimento será uma das maiores conquistas da história da
sociedade humana. A grande maioria das doenças, entre elas o câncer, o diabetes e os problemas cardíacos, está relacionada
ao envelhecimento e raramente acomete os jovens. Em sua versão final, o controle genético do processo de envelhecimento
resultará em pessoas que se mantêm por muito tempo com saúde física semelhante à de um jovem de 20 anos. Mas o corpo
humano na sua forma atual não é compatível com a imortalidade física. Nem é nosso objetivo criar pessoas imortais. Para
nós, o importante é como se vive durante a velhice. Não se trata de prolongar simplesmente a velhice de forma indefinida,
com velhos vivendo limitadamente, mas de garantir que as condições físicas da juventude sejam mantidas por mais tempo.
TEXTO II
Com a morte da mãe, o lar desmoronou e o menino foi internado, por ordem judicial, em um orfanato da cidade de
Pirajuí, onde ficou até os 17 anos. Quando saiu, voltou para casa, reencontrou o pai e os irmãos, mas nenhuma esperança.
Vivia de biscates, trabalhou num mercado e numa borracharia, depois na lanchonete. Até que um dia atendeu um rapaz forte
e espigado no balcão. "Como você conseguiu ficar assim?", perguntou Claudinei. "Fazendo atletismo", respondeu o outro,
orgulhoso. No dia seguinte começava a tardia carreira de campeão. "A vida transformou o Claudinei num forte", diz Jayme
Netto Júnior, seu treinador no Clube Funilense de Presidente Prudente, interior de São Paulo. "Quanto maior a pressão,
maior é a sua capacidade de superação."
TEXTO III
Do lado de fora dos muros da Febem, a realidade da infância no Brasil é igualmente revoltante. Segundo dados do
IBGE, 40% das crianças brasileiras entre zero e 14 anos vivem em condições miseráveis, ou seja, a renda mensal familiar
não passa de metade do salário mínimo.
O desafio é tão dramático que muita gente acaba dando de ombros, convencida de que se chegou a uma situação da qual não
há retorno. É um erro. Neste momento, milhares de fundações e organizações não governamentais, ONGs, estão
demonstrando como boas idéias, um pouco de dinheiro e muita disposição podem mudar essa realidade para melhor. Se elas
conseguem realizar transformações positivas em universos limitados o bom senso indica que basta copiar o exemplo
apropriado. Estima-se que só as fundações (...) estejam investindo 500 milhões de reais por ano numa infinidade de
programas de cunho educacional, cultural, esportivo, de saúde, lazer e até mesmo de estímulo a iniciativas governamentais
bem-sucedidas. Estão mostrando como é possível, se não resolver o problema de milhões, pelo menos prevenir o de
centenas de milhares e recuperar outros tantos.
1. O menino foi para Pirajuí.
Ele ficou no internato de Pirajuí até os 17 anos.
Reunindo as duas frases num só período, através do emprego de um pronome relativo, segundo o registro culto da língua,
está correto apenas um dos períodos abaixo. Marque-o.
a) O menino, que foi para Pirajuí, ficou no internato até os 17 anos.
b) O menino foi para Pirajuí em cujo internato ficou até os 17 anos.
c) O menino foi para Pirajuí no qual internato ficou até os 17 anos.
d) O menino foi para Pirajuí, no qual ficou até os 17 anos no internato.
e) O menino foi para Pirajuí, onde ficou no internato até os 17 anos.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufv) ESSAS MÃES MARAVILHOSAS E SUAS MÁQUINAS INFANTIS
1
Flávia logo percebeu que as outras moradoras do prédio, mães dos amiguinhos do seu filho, Paulinho, seis anos,
olhavam-na com um ar de superioridade. Não era para menos. Afinal o garoto até aquela idade - imaginem - se limitava a
brincar e ir à escola. Andava em total descompasso com os outros meninos, que já desenvolveram múltiplas e variadas
atividades desde a mais tenra idade. O recorde, por sinal, pertencia ao garoto Peter, filho de uma brasileira e um canadense,
nascido em Nova Iorque. Peter, tão logo veio ao mundo entrou para um curso de amamentação ("Como tirar o leite da mãe
em 10 lições"). A mãe descobriu numa revista uma pesquisa feita por médicos da Califórnia informando sobre a melhor
técnica de mamar (chamada técnica de Lindstorm, um psicanalista, autor da pesquisa, que para realizar seu trabalho mamou
até os 40 anos). A maneira da criança mamar, afirmam os doutores, vai determinar suas neuroses na idade adulta.
2
Uma tarde, Flávia percebeu duas mães cochichando sobre seu filho: que se pode esperar de um menino que aos seis
anos só brinca e vai à escola? Flávia começou a se sentir a última das mães. Pegou o marido pelo braço dizendo que os dois
precisavam ter uma conversa com o filho.
3
- O que você gostaria de fazer, Paulinho? - perguntou o pai dando uma de liberal que não costuma impor suas
vontades.
4
- Brincar...
5
O pai fez uma expressão grave.
6
- Você não acha que já passou um pouco da idade, filho? A vida não é uma eterna brincadeira. Você precisa
começar a pensar no futuro. Pensar em coisas mais sérias, desenvolver outras atividades. Você não gostaria de praticar
algum esporte?
7
- Compra um time de botão pra mim.
8
- Botão não é esporte, filho.
9
- Arco e flecha!
10
Os pais se entreolharam. Nenhum dos meninos do prédio fazia curso de arco e flecha. Paulinho seria o primeiro. Os
vizinhos certamente iriam julgá-lo uma criança anormal. Flávia deu um calção de presente ao garoto e perguntou por que
ele não fazia natação.
11
- Tenho medo.
12
Se tinha medo, então era para a natação mesmo que ele iria entrar. Os medos devem ser eliminados na infância.
Paulinho ainda quis argumentar. Sugeriu alpinismo. Foi a vez de os pais tremerem. Mas o medo dos pais é outra história.
Paulinho entrou para a natação. Não deu muitas alegrias aos pais. Nas competições chegava sempre em último, e as mães
dos coleguinhas continuavam olhando Flávia com uma expressão superior. As mães, vocês sabem, disputam entre elas um
torneio surdo nas costas dos filhos. Flávia passou a desconfiar de que seu filho era um ser inferior. Resolveu imitar as outras
mães, e além da natação colocou Paulinho na ginástica olímpica, cursinho de artes, inglês, judô, francês, terapeuta,
logopedista. Botou até aparelho nos dentes do filho. Os amiguinhos da rua chamavam Paulinho para brincar depois do
colégio.
13
- Não posso, tenho aula de hipismo.
14
- Depois do hipismo?
15
- Vou pro caratê?
16
- E depois do caratê?
17
- Faço sapateado.
18
- Quando poderemos brincar?
19
- Não sei. Tenho que ver na agenda.
20
Paulinho andava com uma agenda Pombo debaixo do braço. À noitinha chegava em casa mais cansado do que o
pai em dia de plantão. Nunca mais brincou. Tinha todos os brinquedos da moda, mas só para mostrar aos amiguinhos do
prédio. Paulinho dava um duro dos diabos. "Mas no futuro ele saberá nos agradecer", dizia o pai. O garoto estava sendo
preparado para ser um super-homem. E foi ficando adulto antes do tempo, como uma fruta que amadurece de véspera. Um
dia Flávia flagrou o filho com uma gravata à volta do pescoço tentando dar um laço. Quando fez sete anos disse ao pai que a
partir daquele dia queria receber a mesada em dólar. Aos oito anos abriu o berreiro porque seus pais não lhe deram um
cartão de crédito de presente. Com oito anos, entre uma aula de xadrez e de sânscrito, Paulinho saiu de casa muito
compenetrado. Os amiguinhos da rua perguntaram onde ele ia:
21
- Vou ao banco.
22
Caminhou um quarteirão até o banco, sentou-se diante do gerente, pediu sugestões sobre aplicações e pagou a
conta de luz como um homenzinho. A façanha do garoto correu o prédio. A vizinhança começou a achá-lo um gênio. As
mães dos amiguinhos deixaram de olhar Flávia com superioridade. Os pais, enfim, puderam sentir-se orgulhosos. "Estamos
educando o menino no caminho certo", declarou o pai batendo no peito. Na festa de 11 anos, que mais parecia um coquetel
do corpo diplomático, um tio perguntou a Paulinho o que ele queria ser quando crescesse.
23
- Criança!
24
Paulinho cresceu. Cresceu fazendo cursos e mais cursos. Abandonou a infância, entrou na adolescência, tornou-se
um jovem alto, forte, espadaúdo. Virou Paulão. Entrou para a faculdade, formou-se em Economia. Os pais tinham sonhos de
vê-lo na Presidência do Banco Central. Casou com uma jornalista. Paulão respirou aliviado por sair debaixo das asas da
mãe, que até às vésperas do casamento queria colocá-lo num curso de preparação matrimonial. Na lua-de-mel, avisou à
mulher que iria passar os dias em casa dedicando-se à sua tese de mestrado. A mulher ia e vinha do emprego e Paulão
trancado no seu gabinete de estudos. Uma tarde, o marido esqueceu de passar a chave na porta. A mulher chegou, abriu e
deu de cara com Paulão sentado no tapete brincando com um trenzinho.
(NOVAES, Carlos Eduardo. "A cadeira do dentista & outras crônicas." 7. ed. São Paulo: Ática, 1997.
p.15-17.)
Glossário
Caratê - luta corporal em que o indivíduo se serve de meios naturais para atacar ou defender-se.
Espadaúdo - que tem ombros largos.
Hipismo - esporte que compreende equitação, corrida de cavalos, etc.
Logopedista - pessoa que se dedica à ciência de corrigir defeitos de pronúncia.
Sânscrito - antiga língua sagrada e literária da Índia.
Sapateado - dança que se caracteriza por bater os tacões dos sapatos no chão.
Terapeuta - pessoa que se aplica a tratar de doenças.
2. Das alterações feitas na pontuação de passagens do texto, aquela em que houve sensível mudança de sentido é:
a) "Peter tão logo veio ao mundo entrou para um curso de amamentação..." (par.1)
Peter, tão logo veio ao mundo, entrou para um curso de amamentação.
b) "A mãe descobriu numa revista uma pesquisa feita por médicos da Califórnia..." (par.1)
A mãe descobriu, numa revista, uma pesquisa feita por médicos da Califórnia.
c) "... que se pode esperar de um menino que aos seis anos só brinca e vai à escolha?" (par.2)
... que se pode esperar de um menino que, aos seis anos, só brinca e vai à escola?
d) "Se tinha medo, então era para a natação mesmo que ele iria entrar." (par.12)
Se tinha medo então, era para a natação mesmo que ele iria entrar.
e) "Um dia Flávia flagrou o filho com uma gravata à volta do pescoço tentando dar um laço." (par.20)
Um dia, Flávia flagrou o filho com uma gravata à volta do pescoço tentando dar um laço.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uece) PARA QUEM QUER APRENDER A GOSTAR
01
"Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito o seu
amor. Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que
ninguém aceita aprender.
02
Tenho visto muito amor por aí. Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de
entrega, doação e dádiva. Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos. Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados,
tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.
03
Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebem ameaçados apenas e tãosomente porque não sabem ser bonitos: cobram, exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender;
necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões. Sim, de razões. Ter razão é o maior
perigo do amor. Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade,
equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão.
Nem queira. Ter razão é um perigo: em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada. Amar bonito é
saber a hora de ter razão.
04
Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito? De que está tirando do
gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível?
Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando
talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer. Quem espera
mais do que isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança. E sem soltar a
criança, nenhum amor é bonito.
05
Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de
quem você ama. Saia cantando e olhe alegre. Recomendam-se: encabulamentos, ser pego em flagrante gostando; não se
cansar de olhar, e olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações; adiar sempre, se possível com beijos, 'aquela
conversa importante que precisamos ter'; arquivar, se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida. Para quem ama,
toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda a atenção possível. Quem ama
bonito não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.
06
Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como a criança de nariz
encostado na vitrina cheia de brinquedos dos nossos sonhos); não teorize sobre o amor; ame. Siga o destino dos sentimentos
aqui e agora.
07
Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade; não dar certo; depois vir a sofrer
(sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração; contar a verdade do tamanho do amor que sente.
08
Jogue por alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser
sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você
cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteira, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração
bater como no tempo do Natal infantil. Revivendo os carinhos que intuiu em criança. Sem medo de dizer eu quero, eu gosto,
eu estou com vontade.
09
Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor, ou bonitar fazendo o seu amor, ou
amar fazendo o seu amor bonito (a ordem das frases não altera o produto), sempre que ele seja a mais verdadeira expressão
de tudo o que você é, e nunca: deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser.
10
Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições. Cuide agora da
forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz
de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz."
(TÁVOLA, Arthur da. "Para quem quer aprender a amar". In: COSTA, Dirce Maura Lucchetti et al. "Estudo de texto:
estrutura, mensagem, re-criação". Rio, DIMAC, 1987. P. 25-6)
3. A vírgula de "Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto", parágrafo 10, separa:
a) termos de mesma função sintática
b) uma oração subordinada de uma principal
c) orações subordinadas
d) orações coordenadas
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unb)
O SÉCULO
E vós, arcas do futuro,
Crisálidas do porvir,
Quando vosso braço ousado
Legislações construir
Levantai um templo novo,
Porém não que esmague o povo,
Mas lhe seja pedestal.
Que ao menino dê escola,
Ao veterano - uma esmola...
A todos - luz e fanal.
Basta!... Eu sei que a mocidade
É o Moisés no Sinai;
Das mãos do Eterno recebe
As tábuas da lei! marchai!
Quem cai na luta com glória,
Tomba nos braços da História,
No coração do Brasil!
Moços, do topo dos Andes,
Pirâmides vastas, grandes,
Vos contemplam séculos mil!
(Castro Alves. "O século". agosto de 1865)
Na(s) questão(ões) a seguir assinale os itens corretos e os itens errados.
4. Analisando o texto quanto ao emprego dos sinais de pontuação, julgue os itens a seguir.
(0) A pontuação do texto denota o predomínio da função emotiva da linguagem.
(1) O uso reiterado de pontos de exclamação contribui para reforçar o tom hiperbólico, exagerado, da poesia condoreira,
característica pela qual ficou conhecido Castro Alves.
(2) O emprego das reticências, no início da segunda estrofe, em lugar de outro sinal de pontuação, indica a interrupção do
pensamento do poeta.
(3) O uso do travessão, nos dois últimos versos da primeira estrofe, justifica-se apenas como recurso estilístico, pois
contraria as regras gramaticais.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unirio)
TERRA
1
Tudo tão pobre. Tudo tão longe do conforto e da civilização, da boa cidade com as suas pompas e as suas obras.
Aqui, a gente tem apenas o mínimo e até esse mínimo é chorado.
2
Nem paisagem tem, no sentido tradicional de paisagem. Agora, por exemplo, fins d'águas e começos de agosto, o
mato já está todo zarolho. E o que não é zarolho é porque já secou. Folha que resta é vermelha, caíram as últimas flores das
catingueiras e dos paus-d'arco, e não haveria mais flor nenhuma não fossem as campânulas das salsas, roxas e rasteiras.
3
No horizonte largo tudo vai ficando entre sépia e cinza, salvo as manchas verdes, aqui e além, dos velhos juazeiros
ou das novatas algarobas. E os serrotes de pedra do Quixadá também trazem a sua nota colorida; até mesmo quando o sol
bate neles de chapa, tira faísca de arco-íris.
4
E a água, a própria água, não dá impressão de fresca: nos pratos-d'água espelhantes ela tem reflexos de aço, que dói
nos olhos.
5
A casa fica num alto lavado de ventos. Casa tão rústica, austera como um convento pobre, as paredes caiadas, os
ladrilhos vermelhos, o soalho areado. As instalações rudimentares, a lenha a queimar no fogão, a água de beber a refrescar
nos potes. O encanamento novo é um anacronismo, a geladeira entre os móveis primitivos de camaru parece sentir-se mal.
6
Não tem jardim: as zínias e os manjericões que levantavam um muro colorido ao pé dos estacotes, estão
ressequidos como ramos bentos guardados num baú. Também não tem pomar, fora os coqueiros e as bananeiras do baixio.
7
Não tem nada dos encantos tradicionais do campo, como os conhecemos pelo mundo além. Nem sebes floridas,
nem regatos arrulhantes, nem sombrios frescos de bosque - só se a gente der para chamar a caatinga de bosque.
8
Não, aqui não há por onde tentar a velha comparação, a clássica comparação dos encantos do campo aos encantos
da cidade. Aqui não há encantos. Pode-se afirmar com segurança que isto por aqui não chega sequer a ser campo. É apenas
sertão e caatinga as lombadas, o horizonte redondo e desnudo, o vento nordeste varrendo os ariscos.
9
Comparo este mistério do Nordeste ao mistério de Israel. Aquela terra árida, aquelas águas mornas, aqueles
pedregulhos, aqueles cardos, aquelas oliveiras de parca folhagem empoeirada - por que tanta luta por ela, milênios de amor,
de guerra e saudade?
10
Por que tanto suor e carinho no cultivo daquele chão que aparentemente só dá pedra, espinho e garrancho?
11
Não sei. Mistério é assim: está aí e ninguém sabe. Talvez a gente se sinta mais puros, mais nus, mais lavados. E
depois a gente sonha. Naquele cabeço limpo vou plantar uma árvore enorme. Naquelas duas ombreiras a cavaleiro da grota
dá para fazer um açudinho. No pé da parede caberão uns coqueiros e no choro da revência, quem sabe, há de dar umas leiras
de melancia. Terei melancia em novembro.
...........................................................................................
12
Aqui tudo é diferente. Você vê falar em ovelhas - e evoca prados relvosos, os brancos carneirinhos redondos de lã.
Mas as nossas ovelhas se confundem com as cabras e têm pêlo vermelho e curto de cachorro-do-mato; verdade que os
cordeirinhos são lindos.
13
Sim, só comparo o Nordeste à Terra Santa. Homens magros, tostados, ascéticos. A carne de bode, o queijo duro, a
fruta de lavra seca, o grão cozido n'água e sal. Um poço uma lagoa é como um sol líquido, em torno do qual gravitam as
plantas, os homens e os bichos. Pequenas ilhas d'água cercadas de terra por todos os lados e em redor dessas ilhas a vida se
concentra.
14
O mais é paz, o sol, o mormaço.
(Raquel de Queirós)
5. O emprego dos dois pontos em "E a água, a própria água, não dá impressão de fresca: nos pratos-d'água espelhantes..."
(par.4) se justifica pelo fato de o segmento seguinte expressar uma:
a) enumeração.
b) explicação.
c) retificação.
d) distribuição.
e) conclusão.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(G1)
"Dois amigos e a liberdade"
Zezinho achou um passarinho com uma asa quebrada. Ele parecia estar chorando de dor e tremia inteirinho.
Devagar, com muito cuidado, Zezinho foi tratar da asa do passarinho. Passou remédio, enfaixou a asa e deu comida
para ele. E todos os dias ia lá no cantinho do quintal para ver como estava seu mais novo companheiro. O tempo foi
passando e o passarinho melhorando. Zezinho botou-lhe o nome de Leco e vivia conversando com ele. Chegava da escola e
logo corria para contar-lhe as novidades que estava aprendendo em Ciências, as poesias de Português e as dificuldades da
Matemática.
O menino percebia que agora o passarinho não tinha mais cara de choro.
Quando Leco ficou forte, voando bem alto, convidou o garoto para voar com ele. Ir para bem longe, conhecer
outras terras. Mas Zezinho não tinha asas e, além disso, havia sua família, seus outros colegas, a escola, os jogos de futebol.
O passarinho não podia ficar? - quis saber o menino. Não. Ser pássaro só tinha graça se vivesse voando por aí.
Os dois se separaram então. Mas a amizade não acabou. Zezinho passou a amar todos os pássaros e Leco, todos os
meninos. Eles espalharam esta história pelo mundo e houve muita gente que começou a ver meninos cantando como
pássaros e pássaros conversando como meninos.
Januária Cristina Alves, in Revista Nova Escola - setembro, 1995.
6. Leia com atenção e reescreva o texto a seguir usando corretamente a pontuação e a letra maiúscula.
o menino perguntou ao pássaro
Você não pode ficar?
Não Ser pássaro só tinha graça se vivesse voando por aí
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufsm) FOLHA DE S. PAULO
Sábado, 2 de setembro de 1995
PAINEL DO LEITOR
Pede-se que as cartas não ultrapassem 15 linhas e que contenham o nome completo, assinatura, o endereço e se possível
telefone. Para atender mais leitores a FOLHA se reserva o direito de publicar trechos representativos das cartas recebidas.
TEXTO I
TORCIDAS
"Estamos todos assustados com as variadas formas de violência que assolam o país e o mundo. O comportamento
das torcidas organizadas é um pequeno exemplo do que faz o homem dito 'moderno' ou 'civilizado' quando perde o controle
e libera seus instintos animais primitivos. A verdade é que chegamos a este final de milênio, na era da informática,
massacrados por uma brutal competição dentro da própria espécie. Os valores e conceitos estão tão distorcidos que a fina
camada de verniz do comportamento humano se rompe com facilidade, revelando que não somos mais do que bípedes
primitivos da informática."
Flávio Tallarico (Descalvado, SP)
TEXTO II
"Como é fascinante presenciar um estádio repleto de torcedores promovendo uma festa colorida, cantando hinos e gritos de
guerra, criando alegorias diversas. Sem isso, o futebol perde seu brilho e os jogadores perdem a motivação. Quando um cão
tem pulgas, não se mata o cão, eliminam-se as pulgas."
Marcos Moreno (Varginha, MG)
7. Se Marcos Moreno tivesse usado um termo para incluir os receptores de sua mensagem, a frase "Sem isso, o futebol
perde seu brilho, e os jogadores perdem a motivação" apresentaria a seguinte estrutura:
a) Sem isso, o futebol, uma paixão popular, perde seu brilho, e os jogadores perdem a motivação.
b) Sem isso, o futebol perde seu brilho, e os jogadores que precisam da torcida, perdem a motivação.
c) Sem isso, o futebol perde, sem dúvida, o seu brilho, e os jogadores perdem a motivação.
d) Sem isso, leitores, o futebol perde seu brilho, e os jogadores perdem a motivação.
e) Sem isso, o futebol perde seu brilho, e os jogadores perdem, naturalmente, a motivação.
8. (Fgv) O texto a seguir constitui a continuação da crônica de Walcyr Carrasco.
Em cada um dos parênteses, você poderá
( ) colocar uma vírgula ou
( ) colocar um ponto ou
( ) não colocar nada.
Sua decisão não deverá contrariar as regras de pontuação vigentes. Procure seguir o estilo - frases curtas - utilizado pelo
cronista. O sentido das frases dever ser coerente com a primeira parte do texto, transcrita no início desta prova.
Quando decidir utilizar ponto, não é necessário corrigir, com letra maiúscula, a palavra seguinte. Não reescreva o texto.
Continue a vê-lo esporadicamente ( ) era alegre ( ) divertido ( ) todo sábado ( ) de manhã ( ) ia tomar cerveja e uísque
com outros escritores ( ) na Livraria Cultura ( ) no Conjunto Nacional ( ) às vezes nos telefonávamos para falar da vida (
) escritores costumam ser competitivos e ciumentos ( ) buscam defeitos nas obras alheias ( ) como mulheres vaidosas ( )
comparando vestidos umas das outras ( ) Marcos ( ) não ( ) conheci muitos autores beneficiados por suas opiniões ( )
era generoso ( )
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucsp) Ethos - ética em grego - designa a morada humana. O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-A ao
seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma
só vez. O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para SI.
Ético significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma morada saudável:
materialmente sustentável, psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda.
Na ética há o permanente e o mutável. O permanente é a necessidade do ser humano de ter uma moradia: uma maloca
indígena, uma casa no campo e um apartamento na cidade. TODOS estão envolvidos com a ética, porque todos buscam uma
morada permanente.
O mutável é o estilo com que cada grupo constrói sua morada. É sempre diferente: rústico, colonial, moderno, de palha, de
pedra... Embora diferente e mutável, o estilo está a serviço do permanente: a necessidade de ter casa. A casa, nos seus mais
diferentes estilos, deverá ser habitável.
(BOFF, Leonardo. In A ÁGUIA E A GALINHA. Petrópolis: Vozes, 1997, pp.90-91.)
9. Observando aspectos de pontuação, concordância e colocação pronominal, podemos afirmar que:
I. na oração "A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez", há um uso inadequado no que
diz respeito à pontuação, uma vez que se usou a vírgula entre o sujeito A ÉTICA e o verbo ser (É).
II. na oração "Na ética há o permanente e o mutável", há um ERRO de concordância, uma vez que o sujeito "o permanente e
o mutável" é composto, logo o verbo haver (HÁ) deveria estar na terceira pessoa do plural.
III. na oração "moldando-a ao seu jeito", o pronome pessoal do caso oblíquo átono "a" está enclítico ao verbo no gerúndio,
em início de oração, de acordo com a norma culta.
Assinale:
a) se I e II estão corretas.
b) se todas estão incorretas.
c) se apenas III está correta.
d) se I e III estão corretas.
e) se apenas II está correta.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufpe) "E por que não - pensei eu - tendo a segunda guerra mundial como pano de fundo, tentar descrever o Recife daquela
época e as modificações que, por força daquele conflito, foram, aos poucos, se processando, em seus habitantes, mudandolhes os hábitos e transformando suas vidas? Sim, aí teria sentido, não a descrição de guerra em si, mas a descrição do Recife
durante aqueles anos, coisa que, ao que me consta, não teria ainda sido empreendida, a não ser esporadicamente em
depoimentos isolados e em referências fugidias..."
(RECIFE E A 2Ž GUERRA MUNDIAL / Rostand Paraíso)
Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parênteses (V) se for verdadeiro ou (F) se for falso.
10. Quanto ao uso de pontuação, tendo por base o texto:
( ) "...- PENSEI EU -..." está entre travessões por se tratar de uma oração intercalada.
( ) Em "... AO QUE ME CONSTA ...", as vírgulas representam o mesmo papel dos travessões anteriores.
( ) Em "... TRANSFORMANDO SUAS VIDAS?", a interrogação marca uma pergunta que o autor faz a si mesmo, sem
visar à resposta do interlocutor.
( ) As reticências finais representam um pensamento incompleto, uma suspensão na linha do raciocínio.
( ) O parágrafo não tem nenhum ponto (.), o que determina erro na pontuação.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufc) 1 Inquieta, olhou em torno. Os ramos se balançavam, as sombras vacilavam no chão. Um pardal ciscava na terra. E
de repente, com mal-estar, pareceu-lhe ter caído numa emboscada. Fazia-se no Jardim um trabalho secreto do qual ela
começava a se aperceber.
2
Nas árvores as frutas eram pretas, doces como mel. Havia no chão caroços secos cheios de circunvoluções, como
pequenos cérebros apodrecidos. O banco estava manchado de sucos roxos. Com suavidade intensa rumorejavam as águas.
No tronco da árvore pregavam-se as luxuosas patas de uma aranha. A crueza do mundo era tranquila. O assassinato era
profundo. E a morte não era o que pensávamos.
3
Ao mesmo tempo que imaginário - era um mundo de se comer com os dentes, um mundo de volumosas dálias e
tulipas. Os troncos eram percorridos por parasitas folhudas, o abraço era macio, colado. Como a repulsa que precedesse uma
entrega - era fascinante, a mulher tinha nojo, e era fascinante.
4
As árvores estavam carregadas, o mundo era tão rico que apodrecia. Quando Ana pensou que havia crianças e
homens grandes com fome, a náusea subiu-lhe à garganta, como se ela estivesse grávida e abandonada. A moral do Jardim
era outra. Agora que o cego a guiara até ele, estremecia nos primeiros passos de um mundo faiscante, sombrio, onde
vitórias-régias boiavam monstruosas. As pequenas flores espalhadas na relva não lhe pareciam amarelas ou rosadas, mas cor
de mau ouro e escarlates. A decomposição era profunda, perfumada... Mas todas as pesadas coisas, ela via com a cabeça
rodeada por um enxame de insetos enviados pela vida mais fina do mundo. A brisa se insinuava entre as flores. Ana mais
adivinhava que sentia o seu cheiro adocicado... O Jardim era tão bonito que ela teve medo do Inferno.
5
Era quase noite agora e tudo parecia cheio, pesado, um esquilo voou na sombra. Sob os pés a terra estava fofa, Ana
aspirava-a com delícia. Era fascinante, e ela sentia nojo.
(LISPECTOR, Clarice. "Laços de Família". Rio de Janeiro: Sabiá, 1973, p.24-25)
11. No período "Era fascinante, e ela sentia nojo". (par.5), o uso da vírgula:
I. enfatiza semanticamente cada oração.
II. decorre de uma relação de alternância entre as duas orações.
III. justifica-se por separar orações coordenadas com sujeitos diferentes.
A análise das assertivas nos permite afirmar corretamente que:
a) apenas I é verdadeira.
b) apenas II é verdadeira.
c) I e II são verdadeiras.
d) II e III são verdadeiras.
e) I e III são verdadeiras.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Cesgranrio) Por amor à Pátria
1
O que é mesmo a Pátria?
2
Houve, com certeza, uma considerável quantidade de brasileiros(as) que, na linha da própria formação, evocaram a
Pátria com critérios puramente geográficos: uma vastíssima porção de terra, delimitada, porém, por tratados e convenções.
Ainda bem quando acrescentaram: a Pátria é também o Povo, milhões de homens e mulheres que nasceram, moram, vivem,
dentro desse território.
3
Outros, numerosos, aprimoraram essa noção de Pátria e pensaram nas riquezas e belezas naturais encerradas na
vastidão da terra. Então, a partir das cores da bandeira, decantaram o verde das florestas, o azul do firmamento espelhado no
oceano, o amarelo dos metais escondidos no subsolo. Ufanaram-se legitimamente do seu país ou declararam, convictos, aos
filhos jovens, que jamais hão-de ver país como este.
4
Foi o que fizeram todos quantos procuraram a Pátria no quase meio milênio da História do Brasil, complexa e
fascinante História de conquistas e reveses, de "sangue, suor e lágrimas", mas também de esperanças e de realizações.
Evocaram gestos heróicos, comovedoras lendas e sugestivas tradições.
5
Tudo isso e o formidável universo humano e sacrossanto que se oculta debaixo de tudo isso constituem a Pátria.
Ela é história, é política e é religião. Por isso é mais do que o mero território. É algo de telúrico. É mais do que a
justaposição de indivíduos, mas reflete a pulsação da inenarrável história de cada um.
6
A Pátria é mais do que a Nação e o Estado e vem antes deles. A Nação mais elaborada e o Estado mais forte e
poderoso, se não partem da noção de Pátria e não servem para dar à Pátria sua fisionomia e sua substância interior, não têm
todo o seu valor.
7
Por último, quero exprimir, com os olhos fixos na Pátria, o seu paradoxo mais estimulante. De um lado, ela é algo
de acabado, que se recebe em herança.
8
Por outro lado, ela nunca está definitivamente pronta. Está em construção e só é digno dela quem colabora, em
mutirão, para ir aperfeiçoando o seu ser. Independente, ela precisa de quem complete a sua independência. Democrática, ela
pertence a quem tutela e aprimora a democracia. Livre, ela conta com quem salvaguarda a sua liberdade. E sobretudo,
hospitaleira, fraterna, aconchegante, cordial, ela reclama cidadãos e filhos que a façam crescer mais e mais nestes atributos
essenciais de concórdia, equilíbrio, harmonia, que a fazem inacreditavelmente Pátria - e me dá vontade de dizer, se me
permitem criar um neologismo, inacreditavelmente Mátria.
9
Pensando bem, cada brasileiro, quem quer que seja, tem o direito de esperar que os outros 140 milhões de
brasileiros sejam, para ele, Pátria.
Dom Lucas Moreira Neves
(adaptação) JORNAL DO BRASIL - 08/09/93
12. Observe o 6Ž parágrafo do texto e assinale a opção que contém informação FALSA:
a) "do que a nação...": o conectivo introduz idéia de comparação.
b) as vírgulas do 2Ž período estão separando orações intercaladas.
c) "se não partem": "se" é uma conjunção subordinativa condicional.
d) a última oração do parágrafo classifica-se como oração principal.
e) "todo" é um pronome adjetivo indefinido.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fatec) "Vestibular de verdade era no meu tempo. Já estou chegando, ou já cheguei à altura da vida em que tudo de bom era
no meu tempo; meu e dos outros coroas. Acho inadmissível e mesmo chocante (no sentido antigo) um coroa não ser
reacionário. (...) O vestibular de Direito a que me submeti, na velha Faculdade de Direito da Bahia, tinha só quatro matérias:
português, latim, francês ou inglês e sociologia, sendo que esta não constava dos currículos do curso secundário e a gente
tinha de se virar por fora. Nada de cruzinhas, múltipla escolha ou matérias que não interessassem diretamente à carreira.
Tudo escrito tão ruibarbosianamente quanto possível, com citações decoradas, preferivelmente. (...) Havia provas escritas e
orais. A escrita já dava nervosismo, da oral muitos nunca se recuperaram inteiramente pela vida afora. (...) Quis o irônico
destino, uns anos mais tarde, que eu fosse professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia e me
designaram para a banca de português, com prova oral e tudo. Eu tinha fama de professor carrasco, que até hoje considero
injustíssima, e ficava muito incomodado com aqueles rapazes e moças pálidos e trêmulos diante de mim. Uma bela vez,
chegou um sem o menor sinal de nervosismo, muito elegante, paletó, gravata e abotoaduras vistosas. A prova oral era
bestíssima. Mandava-se o candidato ler umas dez linhas em voz alta (sim, porque alguns não sabiam ler) e depois se
perguntava o que queria dizer uma palavra trivial ou outra, qual era o plural de outra e assim por diante. Esse mal sabia ler,
mas não perdia a pose. Não acertou a responder nada. Então, eu, carrasco fictício, peguei no texto uma frase em que a
palavra 'for' tanto podia ser do verbo 'ser' quanto do verbo 'ir'. Pronto, pensei. Se ele distinguir qual é o verbo, considero-o
um gênio, dou quatro, ele passa e seja o que Deus quiser. '-Esse for aí, que verbo é esse?' Ele considerou a frase longamente,
como se estivesse pedindo que resolvesse a quadratura do círculo, depois ajeitou as abotoaduras, e me encarou sorridente. 'Verbo for' '-Verbo o quê?' '-Verbo for' '-Conjugue aí o presente do indicativo desse verbo'. 'Eu fonho, tu fões, ele fõe' recitou ele, impávido - 'Nós fomos, vós fondes, eles fõem'. (...) Vestibular, no meu tempo, era muito mais divertido do que
hoje e, nos dias que correm, devidamente diplomado, ele deve estar fondo para quebrar."
(João Ubaldo Ribeiro, "O Verbo 'For'". O Estado de São Paulo, 13/setembro/98)
13. Assinale a alternativa que integra corretamente as frases I, II e III num único período:
I. Havia provas escritas e orais.
II. A prova escrita já dava nervosismo.
III. Da prova oral muitos nunca se recuperaram.
a) Havia provas escritas, às quais já davam nervosismo, e orais, nas quais muitos nunca se recuperaram.
b) Havia provas escritas, a que já davam nervosismo, e orais, de que muitos nunca se recuperaram.
c) Havia provas escritas, as quais já davam nervosismo, e orais, as quais muitos nunca se recuperaram.
d) Havia provas escritas, que já davam nervosismo, e orais, das quais muitos nunca se recuperaram.
e) Havia provas escritas, em que já davam nervosismo, e orais, que muitos nunca se recuperaram.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Puc-rio)
A TERCEIRA MARGEM DO RIO
1
Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam
as diversas pessoas sensatas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio
nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe era quem regia, e que ralhava ¢no diário com a
gente - minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa.
2
Era a sério. §Encomendou a canoa especial, de pau de vinhático, pequena, mal com a tabuinha da popa, como para
caber justo o remador. Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arquejada em rijo, própria para dever durar na água
por uns vinte ou trinta anos. Nossa mãe jurou muito contra a idéia. Seria que, ele, que nessas artes não vadiava, se ia propor
agora para pescarias e caçadas? ¦Nosso pai nada não dizia. Nossa casa, no tempo, ainda era mais próxima do rio, obra de
nem quarto de légua: o rio por aí se estendendo grande, fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder ver a forma da
outra beira. E esquecer não posso, do dia em que a canoa ficou pronta.
3
Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras palavras,
não pegou matula e trouxa, não fez nenhuma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia ¥esbravejar, mas persistiu
somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou: "-Cê vai, ocê fique, você nunca volte!" ©Nosso pai suspendeu a resposta.
Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe, mas obedeci, de vez de
jeito. ¨O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: - "Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?"
¥Ele só retornou o olhar em mim, e me £botou a bênção, com gesto me mandando para ¤trás. Fiz que vim, mas ainda virei,
na grota do mato, para saber. Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a canoa saiu se indo - a sombra dela
por igual, feito um jacaré, comprida longa.
(Guimarães Rosa, J. FICÇÃO COMPLETA.
Rio de Janeiro, Ed. Nova Aguilar, 1994, p.409.)
14. Assinale a opção em que a vírgula NÃO poderia ser omitida, de acordo com as regras da norma culta da língua.
a) "Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente..." (par.1)
b) "E esquecer não posso, do dia em que a canoa ficou pronta." (par.2)
c) "... pelo que testemunharam as diversas pessoas sensatas, quando indaguei a informação." (par.1)
d) "Seria que, ele..." (par.2)
e) "Pai, o senhor me leva junto...?" (par.3)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp) RIOS SEM DISCURSO
A Gabino Alejandro Carriedo
Quando um rio corta, corta-se de vez
o discurso-rio de água que ele fazia;
cortado, a água se quebra em pedaços,
em poços de água, em água paralítica.
Em situação de poço, a água equivale
a uma palavra em situação dicionária:
isolada, estanque no poço dela mesma,
e porque assim estanque, estancada;
e mais: porque assim estancada, muda,
e muda porque com nenhuma comunica,
porque cortou-se a sintaxe desse rio,
o fio de água por que ele discorria.
O curso de um rio, seu discurso-rio,
chega raramente a se reatar de vez;
um rio precisa de muito fio de água
para refazer o fio antigo que o fez.
Salvo a grandiloquência de uma cheia
lhe impondo interina outra linguagem,
um rio precisa de muita água em fios
para que todos os poços se enfrasem:
se reatando, de um para outro poço,
em frases curtas, então frase e frase,
até a sentença-rio do discurso único
em que se tem voz a seca ele combate.
(Melo Neto, João Cabral de - "Rios Sem Discurso". In: POESIAS COMPLETAS: 1940-1955. 2ヘ ed., Rio de Janeiro, J.
Olympio, 1975, p. 26)
15. Observando o poema de João Cabral de Melo Neto é possível perceber que há uma oposição entre as duas estrofes.
a) Justifique de que maneira a pontuação no poema reforça a idéia de oposição.
b) Através das três formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio, mostre qual é a relação entre as duas estrofes, e
explique por quê.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Puccamp)
Tribalização
O continente africano, que tantas vezes e por tanto tempo já foi o espelho sombrio e espoliado dos progressos da
civilização ocidental, infelizmente continua sujeito a um processo que, no limite, resume-se a uma implosão civilizatória.
Se os tempos são de globalização, o espelho de horrores africano coloca-nos diante da antítese mais extrema, a da
tribalização. Chegam-se ao fim do século 20 com o mais velho continente mergulhado em conflitos étnicos, miséria,
endemias e estagnação econômica.
A situação tornou-se agora extremamente grave, e entre Zaire e Ruanda parece inevitável uma guerra aberta. Tudo
sob o olhar distante e pouco interessado das grandes potências ocidentais. A própria ONU admite não ter acesso a 600 mil
refugiados hutus no leste do Zaire e pediu fotos de satélite para identificar onde eles estariam. Segundo a comissária da
União Européia, 1 milhão de pessoas podem morrer. Seria patético, se não fosse absolutamente trágico.
A responsabilidade do Ocidente é inegável. Basta lembrar o antigo nome do Zaire, Congo Belga, para tomar
consciência do passado colonialista que em muitos casos criou divisões geopolíticas e unidades de governo pouco ou nada
coerentes com tradições tribais, étnicas ou mesmo territoriais.
Infelizmente, uma parte relativamente grande da mídia e dos governantes dos países "civilizados" retrata os
conflitos como puramente tribais, como se o genocídio africano não tivesse começado faz alguns séculos, sob o comando de
potências colonialistas.
Mais, parece evidente que a "tribalização", ou seja, a predominância de fatores locais, étnicos e de disputa
territorial, nada mais é que o resultado de uma situação de estagnação e fome epidêmica em que boa parte do continente
continua mergulhada em decorrência de seus sistemas econômicos, totalmente marginalizados da globalização.
Lamentavelmente, a dívida em vidas, riqueza e cultura do Ocidente com a África tende apenas a crescer.
(Adaptado da Folha de São Paulo, 31/10/96, 1-2.)
16. A própria ONU admite não ter acesso a 600 mil refugiados hutus no leste do Zaire.
Deslocando-se o sujeito, a frase anterior está corretamente pontuada em:
a) Admite, a própria ONU, não ter acesso a 600 mil refugiados hutus, no leste do Zaire.
b) Admite a própria ONU, não ter acesso, a 600 mil refugiados hutus no leste do Zaire.
c) Admite, a própria ONU não ter acesso a 600 mil refugiados hutus, no leste do Zaire.
d) Admite a própria ONU: não ter acesso a 600 mil refugiados, hutus no leste do Zaire.
e) Admite, a própria ONU: não ter acesso a 600 mil refugiados hutus, no leste do Zaire.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrs) "O futebol é muito maior do que a criação artística"
1
Por que cargas d'água o futebol não tem na literatura brasileira a correspondência de sua verdadeira dimensão na
nossa sociedade? Na verdade, pode-se ... (I) ... essa questão ¨para todas as demais manifestações artísticas - música, cinema,
teatro e artes plásticas. De ...(II)... muito, o futebol £se infiltrou de tal forma no ¤tecido social brasileiro que está presente no
nosso dia-a-dia de maneira sufocante. Respirarmos futebol e falamos de futebol, quer gostemos ou não de futebol. Ele já faz
parte da própria natureza do brasileiro. Mas isso não está devidamente expresso na poesia ou na prosa, nem impresso nas
obras espalhadas pelas galerias de arte, tampouco projetado nas telas de cinema, representado devidamente nos palcos ou
¥capturado em seu rico gestual pelas coreografias de balé.
2
Talvez a resposta esteja com o professor, ensaísta, poeta, escritor e gênio em geral, Décio Pignatari, que, ©a
propósito, me disse certa vez: "É que o futebol é muito maior do que a criação artística".
3
O que o mestre queria dizer, se ¦entendi, é que o futebol incorpora a graça do balé, a dinâmica do cinema, a
expressão do ser e dos movimentos das artes plásticas; ele cria os mais inverossímeis personagens, tece as tramas mais
insólitas que a ficção possa conceber e nos §derrama um belo verso, ªao menos, ... (III) ... cada partida. Assim, criou sua
própria semântica, uma linguagem que dispensa as demais.
(Adaptado de: HELENA JR., Alberto. O FUTEBOL É MUITO MAIOR DO QUE A CRIAÇÃO ARTÍSTICA. "Folha de
São Paulo", 03 de setembro, 1997, p. 12, 3° caderno.)
17. Considere as seguintes afirmações sobre o texto.
I - As aspas são usadas no texto para introduzir trechos citados de outro autor.
II - O texto limita-se a lançar uma possível resposta para a pergunta feita nas linhas no parágrafo 1.
III - Segundo o texto, as manifestações artísticas são linguagens.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
e) I, II e III
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Cesgranrio) Texto: "Os Três Amores"
I
MINH'ALMA é como a fronte sonhadora
Do louco bardo, que Ferrara chora ...
Sou Tasso!... a primavera de teus risos
De minha vida as solidões enflora...
Longe de ti eu bebo os teus perfumes,
Sigo na terra de teu passo os lumes...
- Tu és Eleonora...
II
Meu coração desmaia pensativo,
Cismando em tua rosa predileta.
Sou teu pálido amante vaporoso,
Sou teu Romeu... teu lânguido poeta!
Sonho-te às vezes virgem... seminua
Roubo-te um casto beijo à luz da lua
- E tu és Julieta...
III
Na volúpia das noites andaluzas
O sangue ardente em minhas veias rola...
Sou D. Juan!... Donzelas amorosas,
Vós conheceis-me os trenos na viola!
Sobre o leito do amor teu seio brilha...
Eu morro, se desfaço-te a mantilha...
Tu és - Júlia, a Espanhola!...
Castro Alves
18. A pontuação utilizada pelo poeta (reticências, travessões e exclamações) destaca uma organização linguística onde é
notória uma:
a) seleção vocabular redundante, monótona.
b) preocupação com uma sintaxe expressiva.
c) pontuação correta, mas inexpressiva.
d) presença excessiva do registro coloquial.
e) objetividade advinda de uma linguagem predominantemente denotativa.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(G1)
"EU"
Hildebrando Pontes Neto
Eu não era novo nem velho.
Vivia jogado no canto de um quarto junto de velhos brinquedos. O que eu mais queria era que ele me desse
atenção, lesse o que eu tenho para contar.
Mas que nada! Brincava naquele quarto e nem me olhava.
Eu me sentia um grande inútil.
Um dia não aguentei mais: Chorei tanto, parecia que eu tinha feito xixi no quarto.
No dia seguinte, me senti melhor, minhas páginas secaram todas.
Um dia o menino entrou no quarto com um lápis e uma folha de papel. Rabiscou a folha e fez desenhos. Em
seguida, me segurou, me folheou e me abriu no meio, com cara de quem queria me rabiscar.
Eu acabava de ser descoberto! Preso entre as suas mãos o meu coração disparou de alegria. Era muita emoção para
um livro só.
O menino me colocou no chão e, com o lápis, começou a me rabiscar.
- Não faça isso comigo. Não suporto lápis com ponta fina! Eles me matam de cócegas!
- Puxa, um livro que fala? Devo estar sonhando!
- Claro que falo, só que você já cansou de me ver jogado neste quarto e nunca ligou pra mim. Já fui ponte para seus
carrinhos, telhado, garagem, e você nunca se interessou por mim. Você só quer brincar e ver televisão. Tenho estórias
lindas, desenhos maravilhosos e você nunca "se ligou" em mim.
- Você tem razão, só que não estou acostumado a ler livros! Quer ser meu amigo?
- Amigo pra valer?
- Pra valer!
O que mais importava é que havia me tornado amigo do menino. Do quarto de brinquedos passei para o seu quarto
e ele só dormia depois de ouvir as estórias que eu contava. Aquelas saídas do meu coração ...
19. Leia o trecho a seguir e copie-o a seguir empregando corretamente a letra maiúscula e a pontuação necessária:
"o livro falou
Que alegria eu ter sido descoberto
Agora eu posso contar as estórias saídas do meu coração "
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest)
17 DE JULHO
1
Um dia desta semana, farto de vendavais, naufrágios, boatos, mentiras, polêmicas, farto de ver como se
descompõem os homens, acionistas e diretores, importadores e industriais, farto de mim, de ti, de todos, de um tumulto sem
vida, de um silêncio sem quietação, peguei de uma página de anúncios, e disse comigo:
2
Eia, passemos em revista as procuras e ofertas, caixeiros desempregados, pianos, magnésias, sabonetes, oficiais de
barbeiro, casas para alugar, amas-de-leite, cobradores, coqueluche, hipotecas, professores, tosses crônicas...
3
E o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como fazem os nadadores, que caem do alto,
mergulhou por uma coluna a seguir. Quando voltou à tona trazia entre os dedos esta pérola:
4
"Uma viúva interessante, distinta, de boa família e independente de meios, deseja encontrar por esposo um homem
de meia-idade, sério, instruído, e também com meios de vida, que esteja como ela cansado de, viver só; resposta por carta ao
escritório desta folha, com as iniciais M. R...., anunciando, a fim de ser procurada essa carta."
5
Gentil viúva, eu não sou o homem que procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato,
porque tu não és qualquer pessoa, tu vales alguma cousa mais que o comum das mulheres. Ai de quem está só! dizem as
sagradas letras; mas não foi a religião que te inspirou esse anúncio. Nem motivo teológico, nem metafísico. Positivo
também não, porque o positivismo é infenso às segundas núpcias. Que foi então, senão a triste, longa e aborrecida
experiência? Não queres amar; estás cansada de viver só.
6
E a cláusula de ser o esposo outro aborrecido, farto de solidão, mostra que tu não queres enganar, nem sacrificar
ninguém. Ficam desde já excluídos os sonhadores, os que amem o mistério e procurem justamente esta ocasião de comprar
um bilhete na loteria da vida. Que não pedes um diálogo de amor, é claro, desde que impões a cláusula da meia-idade, zona
em que as paixões arrefecem, onde as flores vão perdendo a cor purpúrea e o viço eterno. Não há de ser um náufrago, à
espera de uma tábua de salvação, pois que exiges que também possua. E há de ser instruído, para encher com as cousas do
espírito as longas noites do coração, e contar (sem as mãos presas) a tomada de Constantinopla.
7
Viúva dos meus pecados, quem és tu que sabes tantos? O teu anúncio lembra a carta de certo capitão da guarda de
Nero. Rico, interessante, aborrecido, como tu, escreveu um dia ao grave Sêneca, perguntando-lhe como se havia de curar
do, tédio que sentia, e explicava-se por figura: "Não é a tempestade que me aflige, é o enjôo do mar. "Viúva minha, o que tu
queres realmente, não é um marido, é um remédio contra o enjôo. Vês que a travessia ainda é longa, - porque a tua idade
está entre trinta e dous e trinta e oito anos, - o mar é agitado, o navio joga muito; precisas de um preparado para matar esse
mal cruel e indefinível. Não te contentas com o remédio de Sêneca, que era justamente a solidão, "a vida retirada, em que a
alma acha todo o seu sossego". Tu já provaste esse preparado; não te fez nada. Tentas outro; mas queres menos um
companheiro que uma companhia.
(Machado de Assis, A Semana, 1892.)
20. Assinale a alternativa em que o período proposto está corretamente pontuado.
a) Neste ponto viúva amiga, é natural que lhe perguntes, a propósito da Inglaterra como é que se explica, a vitória eleitoral
de Gladstone.
b) Neste ponto, viúva amiga, é natural que lhe perguntes, a propósito da Inglaterra, como é que se explica a vitória eleitoral
de Gladstone.
c) Neste ponto, viúva amiga é natural que, lhe perguntes a propósito da Inglaterra, como é que explica a vitória eleitoral, de
Gladstone?
d) Neste ponto, viúva amiga, é natural, que lhe perguntes a propósito da Inglaterra, como é que, se explica a vitória eleitoral
de Gladstone.
e) Neste ponto viúva amiga, é natural que lhe perguntes a propósito da Inglaterra como é, que se explica, a vitória eleitoral
de Gladstone?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucmg) NÃO EXISTEM LÍNGUAS IMUTÁVEIS
Uma das coisas que aprendemos na escola é que o português veio do latim. Ou seja, que o português é uma língua
que não foi sempre o português, não foi sempre como é. Se estudássemos um pouco mais esse tipo de assunto,
aprenderíamos que também o latim é uma língua que veio de outras línguas, e que o latim provavelmente não foi a língua
falada pelos primeiros seres humanos. Isto é: a) o latim não é uma língua totalmente pura; b) o latim também é uma língua
que não permaneceu sempre igual a si mesma, qualquer que seja o estágio escolhido para análise; c) as coisas não terminam
com um exemplo em latim.
Os fatos, grosseiramente, são da seguinte ordem: 1) o latim nem sempre foi o latim de Cícero, César, Virgílio, etc.
Antes de sê-lo, foi uma língua "pouco cultivada". Em primeiro lugar, apenas falada; em segundo, falada principalmente por
pessoas não cultas, pois não havia "no início" do latim tais pessoas cultas, como ocorreu mais tarde; 2) depois de ter sido
língua de César, Cícero, etc., o latim mudou tanto que, entre outras coisas, veio a ser o francês, o italiano, o espanhol, o
português, etc.
Ora, o que ocorreu com o latim não ocorreu por castigo ou por azar. Ocorreu com outras línguas, como o alemão, o
inglês, o grego, o português. Na verdade, com todas as línguas. E continua ocorrendo. Não há língua que permaneça
uniforme. Todas as línguas mudam. Esta é uma das poucas verdades indiscutíveis em relação às línguas, sobre a qual não
pode haver nenhuma dúvida.
[...] não há razão de ordem científica para exigir que alunos - ou outras pessoas - conheçam formas arcaicas, que
nunca ouvem e que são raras mesmo nos textos escritos mais correntes. Dito de outro modo: se temos claro que as línguas
mudam, fica claro também por que os falantes não conhecem certas formas linguísticas: é que elas não são mais usadas na
época em que os falantes se tornam falantes. Se não são usadas, não são ouvidas. Se não são ouvidas (e ouvidas muitas
vezes), não podem ser aprendidas.
Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só os dicionários registram e,
por isso, são chamadas de arcaísmos. Mas nos acostumamos também a pensar que os arcaísmos são sempre formas
realmente antigas. Ora, isso é um engano. Há arcaísmos mais arcaicos do que outros. Há muitas formas que nós
eventualmente pensamos que ainda são vivas, porque são ensinadas na escola e por isso são utilizadas eventualmente, mas,
na verdade, já estão mortas, ou quase, porque não são mais usadas regularmente. Por exemplo, quem é que encontra falantes
reais que utilizam sempre as regências de verbos como assistir, visar, preferir, etc. como as gramáticas mandam? O que
estou sugerindo é que, de fato, devemos considerar formas como "assistir ao jogo" como arcaísmos e, consequentemente,
formas como assistir o jogo como padrões, "corretas". Simplesmente por uma razão: no português de hoje, 'ser espectador
de' se diz assistir, e não assistir a.
[...] A questão não é, entretanto, saber se há ou não alguém com autoridade (um gramático, por exemplo) dizendo
que agora se pode dizer assim ou assado. Que agora falar assim ou assado está certo. O argumento interessante é de outra
natureza, não o de autoridade. O que estou afirmando é que os fatos linguísticos são esses. E que contra tais fatos não
adianta espernear. Se nós espernearmos contra esses fatos, deveríamos espernear contra todas as formas de mudança,
inclusive as que ocorreram nos séculos III, X, XII, XVII, etc. Por que só os fatos de hoje são ruins e devem ser
desprezados? E tem mais: tais fatos podem ser explicados. Além de poderem ser explicados, eles explicam, por sua vez, por
que nossos alunos (ou nossos vizinhos) falam como falam. Além de, evidentemente, explicarem também por que nós
mesmos falamos assim... Ou seja, explicam por que falar assim não é errado, mas é simplesmente falar segundo as regras da
língua de hoje, do português vivo. Se pensássemos dessa forma em relação às línguas, sem defender, explícita ou
implicitamente, que as formas antigas são as únicas corretas ou, pelo menos, que são melhores que as atuais, nossa
pedagogia das línguas mudaria. Por exemplo, todos perceberíamos que gastar um tempo enorme com regências e
colocações inusitadas é, a rigor, inútil. A prova é que a maioria dos que as estudam não aprende tais formas, ou, pelo menos,
não as usa.
POSSENTI, Sírio. POR QUE (NÃO) ENSINAR GRAMÁTICA NA ESCOLA. Campinas, SP: ALB, Mercado de Letras,
1996, p. 37-40.
21. Assinale a opção em que as alterações de pontuação propostas para o trecho em destaque estejam de acordo com a
norma culta.
NÓS NOS ACOSTUMAMOS A PENSAR QUE HÁ FORMAS DA LÍNGUA QUE NÃO SÃO MAIS USADAS, QUE SÓ
OS DICIONÁRIOS REGISTRAM E, POR ISSO, SÃO CHAMADAS DE ARCAÍSMOS. MAS NOS ACOSTUMAMOS
TAMBÉM A PENSAR QUE OS ARCAÍSMOS SÃO SEMPRE FORMAS REALMENTE ANTIGAS. ORA, ISSO É UM
ENGANO. HÁ ARCAÍSMOS MAIS ARCAICOS DO QUE OUTROS.
a) Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só os dicionários registram e, por
isso, são chamados de arcaísmos. Mas, nos acostumamos também, a pensar que os arcaísmos são sempre formas realmente
antigas. Ora, isso é um engano: há arcaísmos mais arcaicos que outros.
b) Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só os dicionários registram e por
isso, são chamadas de arcaísmos, mas nos acostumamos também a pensar que os arcaísmos são sempre formas realmente
antigas. Ora, isso é um engano. Há arcaísmos, mais arcaicos do que outros.
c) Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não mais usadas, que só os dicionários registram e, por isso,
são chamados de arcaísmos. Mas nos acostumamos, também, a pensar que os arcaísmos são sempre formas realmente
antigas. Ora, isso é um engano - há arcaísmos mais arcaicos do que outros.
d) Nós nos acostumamos a pensar, que há formas da língua que não são mais usadas, que só os dicionários registram e por
isso, são chamados de arcaísmos. Mas, nos acostumamos também a pensar que os arcaísmos são sempre formas realmente
antigas. Ora, isso é um engano. Há arcaísmos mais arcaicos do que outros.
e) Nós nos acostumamos pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só os dicionários registram e, por
isso, são chamadas de arcaísmos. Mas nos acostumamos também a pensar, que os arcaísmos são sempre formas realmente
antigas. Ora, isso é um engano; há arcaísmos mais arcaicos do que outros.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufba)
RESTOS DO CARNAVAL
1
NÃO, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartasfeiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu
cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Até que viesse o outro
ano. E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se
abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham
sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu,
meu.
2
No entanto, na realidade, eu dele pouco participava. Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam
fantasiado. Em compensação deixavam-me ficar até umas 11 horas da noite à porta do pé da escada do sobrado onde
morávamos, olhando ¢ávida os outros se divertirem. Duas coisas preciosas eu ganhava então e economizava-as com
¤avareza para durarem os três dias: um lança-perfume e um saco de confete. Ah, está se tornando difícil escrever. Porque
sinto como ficarei de ¥coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo
sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz.
3
E as máscaras? Eu tinha medo, mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais
profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um
mascarado falava comigo, eu de súbito entrava no contato indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só de
duendes e príncipes encantados, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados, pois, era essencial
para mim.
4
Não me fantasiavam: no meio das preocupações com minha mãe doente, ninguém em casa tinha cabeça para
carnaval de criança. Mas eu pedia a uma de minhas irmãs para enrolar aqueles meus cabelos lisos que me causavam tanto
desgosto e tinha então a vaidade de possuir cabelos frisados pelo menos durante três dias por ano. Nesses três dias, ainda,
minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça - eu mal podia esperar pela saída de uma infância vulnerável - e
pintava minha boca de batom bem forte, passando também ruge nas minhas faces. Então eu me sentia bonita e feminina, eu
escapava da meninice.
5
Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia acreditar que tanto me fosse
dado, eu, que já aprendera a pedir pouco. É que a mãe de uma amiga minha resolvera fantasiar a filha e o nome da fantasia
era no figurino Rosa. Para isso comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com as quais, suponho, pretendia
imitar as pétalas de uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco à fantasia tomando forma e se criando. Embora de
pétalas o papel crepom nem de longe lembrasse, eu pensava seriamente que era uma das fantasias mais belas que jamais
vira.
6
Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito. E a mãe de minha amiga talvez atendendo a meu apelo mudo, ao meu mudo desespero de inveja, ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel resolveu fazer para mim também uma fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele carnaval, pois, pela primeira
vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser ¦outra que não eu mesma.
7
Até os preparativos já me deixavam tonta de felicidade. Nunca me sentira tão ocupada: minuciosamente, minha
amiga e eu calculávamos tudo, embaixo da fantasia usaríamos combinação, pois se chovesse e a fantasia se derretesse pelo
menos estaríamos de algum modo vestidas - à idéia de uma chuva que de repente nos deixasse, nos nossos ¨pudores
femininos de oito anos, de combinação na rua, morríamos previamente de vergonha - mas ah! Deus nos ajudaria! não
choveria! Quanto ao fato de minha fantasia só existir por causa das sobras de outra, engoli com alguma dor meu orgulho
que sempre fora feroz, e aceitei humilde o que o destino me dava de esmola.
8
Mas por que exatamente aquele carnaval, o único de fantasia, teve que ser tão melancólico? De manhã cedo no
domingo eu já estava de cabelos enrolados para que até de tarde o frisado pegasse bem. Mas os minutos não passavam, de
tanta ansiedade. Enfim, enfim! chegaram três horas da tarde: com cuidado para não rasgar o papel, eu me vesti de rosa.
9
Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer entender
agora: o jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso. Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado,
ainda com os cabelos enrolados e ainda sem batom e ruge - minha mãe de súbito piorou muito de saúde, um alvoroço
repentino se criou em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa - mas o
rosto ainda nu não tinha a ©máscara de moça que cobriria minha tão ªexposta vida infantil - , fui correndo, correndo,
perplexa, atônita, entre serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava.
10
Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa
tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu
fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma ¢¡simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma
flor, era um palhaço pensativo de lábios encarnados. Na minha £fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre mas
com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria.
11
Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um
menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, ¢£esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa
mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos, já lisos, de confete: por um instante ficamos
nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, §mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém
me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa.
(LISPECTOR, Clarice. FELICIDADE CLANDESTINA: CONTOS. 7 ed. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1991. p.31-5.)
Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parênteses a soma dos itens corretos.
22. O valor do sinal de pontuação está devidamente indicado em:
(01) "E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava?" (parágrafo 1) - Interrogação
como recurso retórico, gerando esclarecimentos.
(02) "Não me fantasiavam: no meio das preocupações com minha mãe doente, ninguém em casa tinha cabeça para carnaval
de criança." (parágrafo 4) - Dois-pontos introduzindo uma enumeração.
(04) "... minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça - eu mal podia esperar pela saída de uma infância
vulnerável - e pintava minha boca de batom bem forte..." (parágrafo 4) - Travessões marcando um comentário à parte.
(08) "... mas ah! Deus nos ajudaria! não choveria!" (parágrafo 7) - Exclamações marcando entusiasmo e alegria.
(16) "Enfim, enfim! chegaram três horas da tarde..." (parágrafo 8) - Exclamação expressando sensação de alívio.
(32) "... o jogo de dados de um destino é irracional?" (parágrafo 9) - Interrogação marcando uma pergunta a um
personagem imaginário.
(64) "... enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa." (parágrafo 11) - Dois-pontos introduzindo síntese do
que foi enunciado anteriormente.
Soma (
)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(G1) "O primeiro pêlo"
Elias, aquele pedacinho de gente, com a cara mais atrevida deste mundo, plantou-se diante do pai, que lia o jornal:
- Pai, eu já sou um homem! - Como o pai não desse sinal de ter ouvido, repetiu:
- Pai eu já sou um homem!
- Você sempre foi, meu filho. Desde que nasceu - respondeu, afinal, o pai.
- Isso eu já sei. Quero dizer, agora já sou grande.
- Não me parece que você tenha crescido muito de ontem para hoje... - disse o pai, olhando o garoto de alto a baixo.
- É que eu sou ... eu sou...
- Já sei. Você quer dizer que se tornou adulto.
- É, é isso mesmo.
- E por que o senhor meu filho acha que se tornou um adulto de ontem para hoje?
- O senhor está vendo aqui? - e apontava um pontinho preto no queixo. - Está vendo?
- Não vejo nada. Venha mais para perto. Ahnn! Será que estou vendo um pelinho aí?
- É o meu fio de barba, pai. Eu já sou homem.
- Ora, meu filho! É apenas um fio, e um fio não faz uma barba toda. Aliás, lembra-se da sua avó, minha mãe? A vovó tinha
uma verruguinha no queixo e três fios de barba. Veja bem: três fios. Nem por isso ela dizia que era homem!
- Mas eu já sou um adul... isso que o senhor disse. Por isso, preciso de um aumento de mesada, quero chegar tarde em casa e
levar a chave da porta.
- É uma pena, é uma pena... - lamentou o pai, balançando a cabeça.
- Pena o quê, pai?
- Pena, por que eu ia dar-lhe um presente agora que você completa doze anos. Mas... preciso mudar de presente.
- Mudar, pai?
- Claro. Quando você era menino, ia ganhar uma bicicleta dessa que você sempre quis. Mas, sendo um homem, vou dar a
você um aparelho de barba.
O garoto apoiou-se num pé, depois no outro, profundamente pensativo. Ah! Ia perder aquela sonhada bicicleta! Resolveu:
- Pai, vamos fazer uma coisa. Eu deixo pra ficar homem mais tarde e o senhor me dá a bicicleta, certo?
- Certo - concordou o pai. - E peça à sua mãe para tirar esse pelinho daí com uma pinça. Não fica bem um menino com
barba de homem.
(Mário Donato - Folhinha de S. Paulo).
23. Reescreva o texto a seguir usando corretamente a pontuação:
Ao saber da troca de presentes que seu pai iria fazer, o garoto ficou profundamente pensativo e resolveu
Pai, vamos fazer uma coisa eu deixo pra ficar homem mais tarde e o senhor me dá a bicicleta, certo
Certo, concordou o pai.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest) Ossian o bardo é triste como a sombra
Que seus cantos povoa. O Lamartine
É monótono e belo como a noite,
Como a lua no mar e o som das ondas...
Mas pranteia uma eterna monodia,
Tem na lira do gênio uma só corda;
Fibra de amor e Deus que um sopro agita:
Se desmaia de amor a Deus se volta,
Se pranteia por Deus de amor suspira.
Basta de Shakespeare. Vem tu agora,
Fantástico alemão, poeta ardente
Que ilumina o clarão das gotas pálidas
Do nobre Johannisberg! Nos teus romances
Meu coração deleita-se... Contudo,
Parece-me que vou perdendo o gosto,
(...)
(Álvares de Azevedo, "Lira dos vinte anos")
24. "Fibra de amor e Deus que um sopro agita:" (verso 7)
Os dois pontos no final deste verso introduzem uma
a) citação.
b) explicação.
c) enumeração.
d) gradação.
e) concessão.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uerj)
POÉTICA
1
Que é a Poesia?
uma ilha
cercada
de palavras
por todos
os lados.
2
Que é o Poeta?
um homem
que trabalha o poema
com o suor do seu rosto.
Um homem
que tem fome
como qualquer outro
homem.
(RICARDO, Cassiano. "Jeremias Sem-Chorar". Rio de Janeiro: José Oiympio, 1964.)
25. Nas orações do poema de Cassiano Ricardo, observa-se o uso de:
a) linguagem culta
b) discurso indireto livre
c) pontuação inadequada
d) inversão entre os termos
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrs)
UMA OUTRA EUCARISTIA
1
Em 1592, inspirado nas descrições do viajante Hans Staden, o alemão De Bry desenhou as cerimônias de
canibalismo de índios brasileiros. São documentos de £alto valor histórico (...). Porém, não podem ser vistos como retratos
exatos: o artista, sob a influência do Renascimento, mitigou a violência ¢antropofágica com imagens idealizadas de índios,
que ganharam traços e corpos esbeltos de europeus. As índias ficaram rechonchudas como as divas sensuais do pintor
holandês Rubens.
2
No século XX, o pintor brasileiro Portinari trabalhou o mesmo tema. Utilizando formas densas, rudes e nada
idealizadas, Portinari evitou o ângulo do colonizador e procurou não fazer julgamentos. A Antropologia persegue a mesma
coisa: investigar, descrever e interpretar as culturas em toda a sua diversidade desconcertante.
3
Assim, ela é capaz de revelar que o canibalismo é uma experiência simbólica e transcendental - jamais alimentar.
4
Até os anos 50, waris e kaxinawás comiam pedaços dos corpos de seus mortos. Ainda hoje, os yanomamis
misturam as cinzas dos amigos no purê de banana. Ao observar esses rituais, a Antropologia aprendeu que, na antropofagia
que chegou ao século XX, o que há é um ato amoroso e religioso, destinado a ajudar a alma do morto a alcançar o céu. A
SUPER, ao contar toda a história para você, pretende superar os olhares preconceituosos, ampliar o conhecimento que os
brasileiros têm do Brasil e estimular o respeito às culturas indígenas. Você vai ver que o canibalismo, para os índios, é tão
digno quanto a eucaristia para os católicos. É sagrado.
(Adaptado de: SUPERINTERESSANTE. Agosto, 1997, p.4.)
26. Assinale a alternativa na qual se faz uma afirmativa incorreta sobre possíveis alterações na pontuação do texto.
a) Os dois-pontos no parágrafo1 poderiam ser substituídos por ponto-e-vírgula, sem acarretar erro.
b) A vírgula no parágrafo 2 poderia ser substituída por dois-pontos, sem acarretar erro.
c) Os dois-pontos do parágrafo 2 poderiam ser substituídos por travessão, sem acarretar erro.
d) O travessão no parágrafo 3 poderia ser substituído por vírgula, sem acarretar o erro.
e) As vírgulas do parágrafo 4 poderiam ser substituídas por travessão, sem acarretar erro.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uff) TEXTO I
Rio de Janeiro
Fios nervos riscos faíscas.
As cores nascem e morrem
Com impudor violento
Onde meu vermelho? Virou cinza.
Passou a boa! Peço a palavra!
Meus amigos todos estão satisfeitos
Com a vida dos outros.
Fútil nas sorveterias.
Pedante nas livrarias
Nas praias nu nu nu nu nu nu.
Tu tu tu tu tu no meu coração.
Mas tantos assassinatos, meu Deus.
E tantos adultérios também.
E tantos tantíssinos contos-de-vigário ...
(Este povo quer me passar a perna.)
Meu coração vai molemente dentro do táxi.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. "Poesia e prosa". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988, p.11.)
TEXTO II
Uma cidade é uma cidade é uma cidade. Ela é feita à imagem e semelhança de nosso sangue mais secreto. Uma
cidade não é um diamante transparente. Ela espelha, palmo a palmo, o mundo dos homens, suas contradições, abusões,
virtudes e desterros. Milímetro por milímetro. A mão do homem em toda parte. No asfalto. No basalto domado. Na pedreira.
Nos calçadões. Na rua, onde os veículos veiculam nosso exaspero e desespero. Uma cidade nos revela. Nos denuncia
naquilo que escondemos. Grande construção, empreitada de porte enorme, regougo de martelos e martírios¢. Construímos
nossa cidade. Somos construídos por ela. Os elos e cordames nos enlaçam, nos sufocam. Boiamos e nadamos dia e noite,
levados numa escuma onde borbulhas se abrem, como furúnculos maduros. Onde está a saída, ou a entrada?
(PELLEGRINO, Hélio. "A burrice do demônio". Rio de Janeiro: Rocco, 1988, p.82)
Vocabulário:
1 - "abusão": engano, ilusão, erro; superstição, crendice.
2 - "basalto": rocha vulcânica.
3 - "regougo": voz da raposa ou qualquer som que a imite; ronco.
TEXTO III
Qual será o futuro das cidades?
1
As megacidades vão mudar de endereço no próximo milênio.
2
Na periferia da globalização, as metrópoles subdesenvolvidas concentrarão não apenas população, mas também
miséria. Crescendo um ritmo veloz, dificilmente conseguirão dar a tantas pessoas habitação, transportes e saneamento
básico adequados. Mas não serão as únicas a enfrentar esses problemas. Mesmo metrópoles do topo da hierarquia global,
como Nova York, já sofrem com congestionamentos, poluição e violência.
3
Independentemente de tamanho ou localização, as cidades vão enfrentar ao menos um desafio comum: o aumento
da tensão urbana provocado pela crescente desigualdade entre seus moradores. Não há mágica tecnológica à vista capaz de
resolver as dificuldades. Os urbanistas apontam o planejamento como antídoto para o caos. Os governos precisam apostar
em parcerias com a iniciativa privada e a sociedade civil. ¢Será necessário coordenar ações locais e iniciativas conjuntas
entre cidades de uma mesma região.
("Caderno Especial, FOLHA DE S. PAULO", p.1, 02/5/1999.)
27. a) Reescreva as duas frases de acordo com a orientação entre parênteses:
Construímos nossa cidade. (voz passiva)
Somos construídos por ela. (voz ativa)
b) Explique, agora, com uma frase completa, o sentido do trecho:
Construímos nossa cidade. Somos construídos por ela. (ref.1, texto II)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ufrs) ¢Quando tratavam de maneiras ........ mesa, os manuais de civilidade medievais - ou talvez devamos dizer "manuais
de cortesia", tendo em vista a época - condenavam as manifestações de gula, a agitação, a sujeira, a falta de consideração
pelos outros convivas. £Tudo isso persiste nos séculos XVII e XVIII, porém novas prescrições se acrescentam ........ antigas.
¤Em geral, elas desenvolvem ........ idéia de limpeza - já presente na Idade Média -, ordenando que se usem os novos
utensílios de mesa: pratos, copos, facas, colheres e garfos individuais. ¥O emprego dos dedos é cada vez mais proscrito,
bem como a transferência dos alimentos diretamente da travessa comum para a boca.
¦Isso evidencia não só uma obsessão pela limpeza, como ainda um progresso do individualismo: o prato, o copo, a
faca, a colher e o garfo individuais na verdade erguem paredes invisíveis entre os comensais. §Na Idade Média, levava-se a
mão ao prato comum, duas ou três pessoas tomavam a sopa numa só escudela, todos comiam a carne na mesma travessa e
bebiam de uma única taça que circulava pela mesa; facas e colheres, ainda inadequadas, passavam de um conviva a outro; e
cada qual mergulhava seu pedaço de pão ou de carne em saleiros e molheiras comuns. ¨Nos séculos XVII e XVIII, ao
contrário, cada comensal é dono de um prato, um copo, uma faca, uma colher, um garfo, um guardanapo e um pedaço de
pão. ©Tudo que é retirado das travessas, molheiras e saleiros comuns deve ser pego com os utensílios adequados e
depositado no prato antes de ser tocado com os próprios talheres e levado ........ boca. ªCada conviva é encerrado numa
espécie de gaiola imaterial. ¢¡Por que tais precauções, dois séculos antes de Pasteur descobrir a existência dos micróbios?
¢¢O que vem a ser essa sujeira que tanto se teme? ¢£Não será principalmente o medo do contato com o outro?
(Adaptado de FLANDRIN, Jean-Louis. A DISTINÇÃO PELO GOSTO. In: CHARTIER, Roger (Org.)
HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA 3: Da Renascença ao Século das Luzes. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. p. 2678)
28. Considere as afirmativas seguintes sobre a pontuação do texto.
I - As aspas no 1Ž período indicam que se trata de palavras literais de outro autor, como se pode comprovar pela presença
do verbo DIZER introduzindo a citação.
II - Os travessões do 3Ž período poderiam ser substituídos por parênteses, sem que fosse alterado o sentido original da frase.
III - No contexto, o trecho NÃO SERÁ (1Ž período) poderia ser substituído por É, e a frase terminada com ponto final, uma
vez que a última pergunta do texto é retórica e disfarça uma afirmação.
Quais são corretas?
a) Apenas I
b) Apenas III
c) Apenas I e II
d) Apenas II e III
e) I, II e III
29. Levando em conta as regras de pontuação do português culto, considere as possibilidades seguintes de substituição do
dois-pontos do (5Ž período)
I - Ponto, seguido de maiúscula.
II - Ponto-e-vírgula, seguido de minúscula.
III - Vírgula, seguida de minúscula.
Quais são corretas?
a) Apenas I
b) Apenas III
c) Apenas I e II
d) Apenas II e III
e) I, II e III
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unb)
A palavra e a publicidade
Hoje em dia, a publicidade tem sob sua responsabilidade o dicionário da linguagem universal. Se ela, a
publicidade, fosse Pinóquio, seu nariz daria várias voltas ao mundo.
"Encontre a verdade": a verdade está na cerveja Heineken. "Você deve apreciar a autenticidade em todas as suas
formas": a autenticidade está na fumaça dos cigarros Winston. Os sapatos esportivos Converse são "solidários" e a nova
câmara Canon chama-se Rebelde: "Para que você mostre do que é capaz". No novo universo da computação, a empresa
Oracle proclama a revolução: "A revolução está em nosso destino". A Apple propõe a liberdade: "Pense diferente".
Comendo hambúrgueres Burger King, você pode manifestar seu inconformismo: "Às vezes, é preciso romper as regras".
Contra a inibição, Kodak, que "fotografa sem limites". A resposta está nos cartões Dinners: "A resposta correta em qualquer
idioma". Os cartões Visa reafirmam a personalidade: "Eu posso". Os automóveis Rover permitem que "você expresse sua
potência", e a empresa Ford bem que gostaria que "a vida fosse tão bem feita" como seu modelo mais recente. Não há
melhor amiga da natureza que a Shell: "Nossa prioridade é a proteção do meio ambiente", Os perfumes Givenchy oferecem
"eternidade", os perfumes Dior£, "fuga"; os lenços Hermes, "sonhos e lendas". ¤Quem não sabe que a "chispa da vida"
brilha em quem bebe Coca-Cola? Se alguém quiser saber, as fotocópias Xerox, "para compartilhar o conhecimento". Contra
a dúvida, os desodorantes Gillette: "Para ter confiança em você mesmo."
[Eduardo Galeano. "Algumas estações da palavra no inferno", In: PALAVRA, nŽ6, 9/99, p.82 (com adaptações).]
30. Com relação ao texto, julgue os itens a seguir.
(1) O trecho "Encontre a verdade": a verdade está na cerveja Heineken" pode ser substituído por "ENCONTRE-A": ELA
ESTÁ NA CERVEJA HEINEKEN, sem que se alterem as relações de idéias e a clareza da mensagem transmitida.
(2) No segundo parágrafo, os dois pontos foram usados várias vezes pelo autor como recurso para estabelecer relações de
sentido consideradas verdadeiras.
(3) A vírgula foi empregada duas vezes para indicar a elipse do verbo SIGNIFICAR (ref.2).
(4) A expressão "Quem não sabe" (ref.3) tem a finalidade de explicitar que TODO MUNDO SABE BRILHAR,
DESTACAR-SE.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uelondrina) Assinale, a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
31. Transpondo a frase "Na semana que vem eles já terão terminado o trabalho" para a voz passiva, obtém-se a forma
verbal,.......
a) será terminado
b) terminarão
c) terminar-se-á
d) terá sido terminado
e) haverão de ter terminado
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Puccamp)
A questão da descriminalização das drogas se presta a frequentes simplificações de caráter maniqueísta,
que acabam por estreitar um problema extremamente complexo, permanecendo a discussão quase sempre em torno da droga
que está mais em evidência.
Vários aspectos relacionados ao problema (abuso das chamadas drogas lícitas, como medicamentos, inalação de
solventes, etc.) ou não são discutidos, ou não merecem a devida atenção. A sociedade parece ser pouco sensível, por
exemplo, aos problemas do alcoolismo, que representa a primeira causa de internação da população adulta masculina em
hospitais psiquiátricos. Recente estudo epidemiológico realizado em São Paulo apontou que 8% a 10% da população adulta
apresentavam problemas de abuso ou dependência de álcool. Por outro lado, a comunidade mostra-se extremamente
sensível ao uso e abuso de drogas ilícitas, como maconha, cocaína, heroína, etc.
Dois grupos mantêm acalorada discussão. O primeiro acredita que somente penalizando traficantes e usuários
pode-se controlar o problema, atitude essa centrada, evidentemente, em aspectos repressivos.
Essa corrente atingiu o seu maior momento logo após o movimento militar de 1964. Seus representantes acreditam,
por exemplo, que "no fim da linha" usuários fazem sempre um pequeno comércio, o que, no fundo, os igualaria aos
traficantes, dificultando o papel da Justiça. Como solução, apontam, com frequência, para os reconhecidamente muito
dependentes, programas extensos a serem desenvolvidos em fazendas de recuperação, transformando o tratamento em um
programa agrário.
Na outra ponta, um grupo "neoliberal" busca uma solução nas regras do mercado. Seus integrantes acreditam que,
liberando e taxando essas drogas através de impostos, poderiam neutralizar seu comércio, seu uso e seu abuso. As
experiências dessa natureza em curso em outros países não apresentam resultados animadores.
Como uma terceira opção, pode-se olhar a questão considerando diversos ângulos. O usuário eventual não
necessita de tratamento, deve ser apenas alertado para os riscos. O dependente deve ser tratado, e, para isso, a
descriminalização do usuário é fundamental, pois facilitaria muito seu pedido de ajuda. O traficante e o produtor devem ser
penalizados. Quanto ao argumento de que usuários vendem parte do produto: é fruto de desconhecimento de como se dão as
relações e as trocas entre eles.
Duplamente penalizados, pela doença (dependência) e pela lei, os usuários aguardam melhores projetos, que
cuidem não só dos aspectos legais, mas também dos aspectos de saúde que são inerentes ao problema.
(Adaptado de Marcos P. T. Ferraz, Folha de São Paulo)
32. As experiências dessa natureza em curso em outros países não apresentam resultados animadores.
A frase anterior, com elementos deslocados, está corretamente pontuada em:
a) Não apresentam resultados, animadores em outros países, as experiências dessa natureza em curso.
b) Em curso em outros países, as experiências dessa natureza, não apresentam resultados animadores.
c) Em outros países, não apresentam resultados animadores - as experiências dessa natureza em curso.
d) Em outros países as experiências dessa natureza, em curso, não apresentam, resultados animadores.
e) Não apresentam, as experiências dessa natureza em curso em outros países, resultados animadores.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufmg) Já que não basta ficarem mexendo toda hora no valor e no nome do dinheiro? Nos juros, no crédito, nas alíquotas
de importação, no câmbio, na Ufir e nas regras do imposto de renda? Já não basta mudarem as formas da Lua, as marés, a
direção dos ventos e o mapa da Europa? E as regras das campanhas eleitorais, o ministério, o comprimento das saias, a
largura das gravatas? Não basta os deputados mudarem de partido, homens virarem mulher, mulheres virarem homem e os
economistas virarem lobisomem, quando saem do Banco Central e ingressam na banca privada?
Já não basta os prefeitos, como imperadores romanos, tentarem mudar o nome de avenidas cruciais, como a Vieira
Souto, no Rio de Janeiro, ou se lançarem à aventura maluca de destruir largos pedaços da cidade para rasgar avenidas, como
em São Paulo? Já não basta mudarem toda hora as teorias sobre o que engorda e o que emagrece? Não basta mudarem a
capital federal, o número de estados, o número de municípios e até o nome do país, que já foi Estados Unidos do Brasil e
depois virou República Federativa do Brasil?
Não, não basta. Lá vêm eles de novo, querendo mudar as regras de escrever o idioma. "Minha pátria é a língua
portuguesa", escreveu Fernando Pessoa pela pena de um de seus heterônimos, Bernardo Soares, autor do "Livro do
Desassossego". Desassossegados estamos. Querem mexer na pátria. Quando mexem no modo de escrever o idioma, põem a
mão num espaço íntimo e sagrado como a terra de onde se vem, o clima a que se acostumou, o pão que se come.
Aprovou-se recentemente no Senado mais uma reforma ortográfica da Língua Portuguesa. É a terceira nos últimos
52 anos, depois das de 1943 e 1971 - muita reforma, para pouco tempo. Uma pessoa hoje com 60 anos aprendeu a escrever
"idéa", depois, em 1943, mudou para "idéia", ficou feliz em 1971 porque "idéia" passou incólume, mas agora vai escrever
"ideia", sem acento.
Reformas ortográficas são quase sempre um exercício vão, por dois motivos. Primeiro, porque tentam banhar de
lógica o que, por natureza, possui extensas zonas infensas à lógica, como é o caso de um idioma. Escreve-se "Egito", e não
"Egipto", mas "egípcio", e não "egício", e daí? Escreve-se "muito", mas em geral se fala "muinto". Segundo, porque,
quando as reformas se regem pela obsessão de fazer coincidir a fala com a escrita, como é o caso das reformas da Língua
Portuguesa, estão correndo atrás do inalcançável. A pronúncia muda no tempo e no espaço. A flor que já foi "azálea" está
virando "azaléa" e não se pode dizer que esteja errado o que todo o povo vem consagrando. "Poder" se pronuncia "poder"
no Sul do Brasil e "puder" no Brasil do Nordeste. Querer que a grafia coincida sempre com a pronúncia é como correr atrás
do arco-íris, e a comparação não é fortuita, pois uma língua é uma coisa bela, mutável e misteriosa como um arco-íris.
Acresce que a atual reforma, além de vã, é frívola. Sua justificativa é unificar as grafias do Português do Brasil e de
Portugal. Ora, no meio do caminho percebeu-se que seria uma violência fazer um português escrever "fato" quando fala
"facto", ou "recepção" quando fala "receção", da mesma forma como seria cruel fazer um brasileiro escrever "facto" ou
"receção" (que ele só conhece, e bem, com dois ss, no sentido de inferno astral da economia). Deixou-se, então, que cada
um continuasse a escrever como está acostumado, no que se fez bem, mas, se a reforma era para unificar e não unifica, para
que então fazê-la? Unifica um pouco, responderão os defensores da reforma. Mas, se é só um pouco, o que adianta? Aliás,
para que unificar? O último argumento dos propugnadores da reforma é que, afinal, ela é pequena - mexe com a grafia de
600, entre as cerca de 110.000 palavras da Língua Portuguesa, ou apenas 0,54% do total. Se é tão pequena, volta a pergunta:
para que fazê-la?
Fala-se que a reforma simplifica o idioma e, assim, torna mais fácil seu ensino. Engano. A representação escrita da
língua é um bem que percorre as gerações, passando de uma à outra, e será tão mais bem transmitida quanto mais estável
for, ou, pelo menos, quanto menos interferências arbitrárias sofrer. Não se mexa assim na língua. O preço disso é banalizála como já fizeram com a moeda, no Brasil.
(Roberto Pompeu de Toledo - VEJA, 24.05.95. Texto adaptado pela equipe de Língua Portuguesa da COPEVE/UFMG.)
33. Em todas as alternativas, as afirmações que acompanham as frases do texto são pertinentes, EXCETO em
a) Querer que a grafia coincida sempre com a pronúncia é como correr atrás do arco-íris, e a comparação não é fortuita, pois
uma língua é uma coisa bela, mutável e misteriosa como um arco-íris.
O articulador "pois" e a vírgula que o precede podem ser substituídos por dois pontos, sem que se altere a relação entre as
idéias.
b) Já não basta ficarem mexendo toda hora no valor e no nome do dinheiro?
A frase utiliza recursos da linguagem coloquial.
c) (...) seria cruel fazer um brasileiro escrever "facto" ou "receção" (que ele só conhece, e bem, com dois ss, no sentido de
inferno astral da economia).
O articulador "que" remate a dois termos antecedentes.
d) E as regras das campanhas eleitorais, o ministério, o comprimento das saias, a largura das gravatas?
O paralelismo entre elementos não afins cria uma enumeração inusitada.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufsc) UM MORRO AO FINAL DA PÁSCOA
Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, em "muita quantidade", balançando nas águas translúcidas de
um mar que refletia as cores do entardecer. Os marujos as reconheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte:
chamavam-se BOTELHOS as grandes algas que dançavam nas ondulações formadas pelo avanço da frota imponente.
Pouco mais tarde, mas ainda antes da escuridão se estendesse sobre a amplitude do oceano, outra espécie de planta marinha
iria lamber o casco das naves, alimentando a expectativa e desafiando os conhecimentos daqueles homens temerários o
bastante para navegar por águas desconhecidas. Desta vez eram RABOS-DE-ASNO: um emaranhado de ervas felpudas
"que nascem pelos penedos do mar". Para marinheiros experimentados, sua presença era sinal claro das proximidade de
terra.
Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no alvorecer do dia seguinte, quando os grasnados de aves marinhas
romperam o silêncio dos mares e dos céus. As aves da anunciação, que voavam barulhentas por entre mastros e velas,
chamavam-se FURA-BUXOS. Após quase um século de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era tido como
indício de que, muito em breve, algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar a frase mais aguardada pelos homens
que se fazem ao mar: "Terra à vista!"
(BUENO, Eduardo. "A Viagem do Descobrimento:" a verdadeira história da expedição de Cabral, 1999, p.7.)
34. Observe o período a seguir e assinale a(s) proposição(ões) em que o mesmo foi reescrito CORRETAMENTE.
... Após quase um século de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era tido como indício de que, muito em breve,
algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar a frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao mar: "Terra à
vista!"
01. A frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao mar é: "Terra à vista!" Após quase um século de navegação
atlântica, o surgimento dessa gaivota, era tida como indício de que, muito em breve, algum marinheiro de olhar, aguçado,
haveria de gritá-la.
02. "Terra à vista!" Algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar, muito em breve, a frase mais aguardada pelos
homens que se fazem ao mar. O surgimento dessa gaivota era tido como indício de tal fato, após quase um século de
navegação atlântica.
04. Após quase um século, de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era, tido como indício de que, muito em
breve, algum marinheiro haveria de gritar "Terra à vista", de olhar aguçado, a frase mais aguardada pelos homens que se
fazem ao mar.
08. O surgimento dessa gaivota, após quase um século de navegação atlântica, era tido como indício de que, muito breve ,
algum marinheiro de olhar, aguçado haveria de gritar, a frase, mais aguardada pelos homens que se fazem do mar: "Terra à
vista".
16. O surgimento dessa gaivota era tido, após quase um século de navegação, como indício de que muito em breve, algum
marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar: "Terra à vista!", a frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao mar.
32. Após quase um século de navegação, atlântica, o surgimento dessa gaivota era tido, como indício de que muito, em
breve, algum marinheiro de olhar aguçado, haveriam de gritar a frase mais aguardada : "Terra à vista!" pelos homens que se
fazem, ao mar.
35. (Unirio) EM "ACORDEI PENSANDO EM RIOS - QUE DÃO SEMPRE UM TOQUE FEMININO A QUALQUER
CIDADE - E ME DIZENDO QUE O ÚNICO POSSÍVEL DEFEITO DO RIO DE JANEIRO É NÃO TER UM RIO." o
autor usou o travessão para:
a) ligar grupos de palavras.
b) iniciar diálogo.
c) substituir parênteses.
d) destacar um aposto.
e) destacar um adjunto adnominal explicativo.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucmg)
AS PRÁTICAS ESCOLARES DE LEITURA
Na escola, tal como a conhecemos, a leitura de textos nunca deixou de estar presente, em qualquer das disciplinas
que nela se ministram (técnicas ou não). Mas é no interior daquela disciplina que teria a própria leitura como seu objeto de
estudos (as aulas de língua e literatura) que esta prática é mais surpreendente. Nas aulas de português, a presença da leitura
tem tido um objetivo muito particular: o da transformação do texto que se lê em modelo, isto por diferentes caminhos:
a) O texto transformado em objeto de uma leitura vozeada (ou da oralização do texto escrito), em que se lê para
'provar' que se sabe ler. Recomendava-se, em geral, que o próprio professor fizesse uma leitura em voz alta do texto, e
depois solicitasse que seus alunos lessem o texto: aluno por aluno (às vezes sadicamente, aquele aluno que o professor
percebe estar com a alma vagando longe da sala de aula) vão lendo partes do texto. Lê melhor aquele que melhor se
aproxima do modelo de leitura dado: a leitura do professor. Evidentemente, trata-se hoje de uma prática felizmente já
ausente das aulas contemporâneas;
b) O texto transformado em objeto de uma imitação. A leitura nada mais é do que a motivação para a produção de
outros textos pelo aluno. Com ela, dois resultados podem ser perseguidos: ou que o aluno escreva outro texto tratando do
mesmo tema (ainda que tal tema lhe seja distante) ou que o aluno tome o texto como modelo formal para escrever, sobre
outro tema, mas na forma do texto lido (e os alunos então escrevem poesias, crônicas, contos, fábulas, etc., sempre de
acordo com o modelo a ser seguido);
c) O texto transformado em objeto de uma fixação de sentidos. Os sentidos que o professor ou algum outro leitor
privilegiado tenha dado ao texto passam a ser os sentidos do texto. Ao aluno, em sua leitura do texto, cabe descobrir tais
sentidos previamente definidos. Lê melhor quem mais se aproximar dos sentidos que já se atribuíram ao texto. Não se trata
de o aluno (leitor) construir sentidos do texto a partir das pistas que este lhe fornece associadas à experiência vivida por ele
próprio, mas se trata de o aluno "redescobrir" a leitura desejada, num exercício de adivinhações que não mobiliza a história
de vida do leitor (que inclui também outras leituras), mas mobiliza apenas sua experiência escolar, que sempre lhe disse que
deve 'aproximar-se' do já dado para melhor se safar da tarefa.
Em resumo, estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse do próprio leitor: são exercícios de
leitura cujos objetivos são para ele incompreensíveis. Afinal, para que aprender a ler em voz alta, se pretendo ser torneiro
mecânico, eletricista, projetista, ou o que seja? Para que escrever sobre este tema, se sobre ele já escreveu o autor que acabo
de ler e nada tenho de diferente para dizer? Para que aprender a escrever poesias, crônicas, contos, se não farei nada disso
depois? Para que ler o texto que estou lendo, se não houvesse estas perguntas de interpretação que tenho que responder para
me ver "aprovado" em português?
Não se trata de leituras de sujeitos que, querendo aprender, vão em busca de textos e, cheios de perguntas próprias,
sobre eles se debruçam em busca de respostas. O que poderia ser uma oportunidade de encontros de sujeitos torna-se um
meio de estimular operações mentais (especialmente da memória), e não um meio de, operando mentalmente, produzir
sentidos e, consequentemente, construir categorias de compreensão da realidade vivida a partir das informações e opiniões
dadas pelo autor do texto lido.
GERALDI, João Wanderley. LINGUAGEM E ENSINO: EXERCÍCIO DE MILITÂNCIA e divulgação. Campinas, SP:
Mercado de Letras - ALB, 1996, p.118-120.
36. Assinale a alternativa em que as alterações de pontuação propostas para o trecho a seguir estejam de acordo com a
norma culta.
"Em resumo, estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse do próprio leitor: são exercícios de leitura cujos
objetivos são para ele incompreensíveis."
a) Em resumo, estes três tipos de práticas não respondem, a qualquer interesse do próprio leitor: são exercícios de leitura,
cujos objetivos são, para ele, incompreensíveis.
b) Em resumo: estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse do próprio leitor - são exercícios de leitura
cujos objetivos são, para ele, incompreensíveis.
c) Em resumo, estes três tipos de práticas, não respondem a qualquer interesse do próprio leitor - são exercícios de leitura
cujos objetivos são para ele, incompreensíveis.
d) Em resumo; estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse, do próprio leitor: são exercícios de leitura
cujos objetivos são para ele incompreensíveis.
e) Em resumo, estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse, do próprio leitor. São exercícios de leitura,
cujos objetivos são para ele, incompreensíveis.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ufmt) Na(s) questão(ões) a seguir julgue os itens e escreva nos parênteses (V) se for verdadeiro ou (F) se for falso.
37. De acordo com o texto
O estudioso americano Edward Peters, autor do livro TORTURA, tem uma explicação definitiva para mostrar como e
porque a prática se perpetua em determinadas sociedades: "O futuro da tortura depende do que a sociedade faz com o
torturador."
(O poder da pauleira e do choque - "Veja", 01/11/95)
Julgue os itens.
(
(
(
) As vírgulas estão adequadamente empregadas: separam um aposto dos demais termos.
) A última oração do período é subordinada substantiva completiva nominal.
) No vocábulo "explicação" (linha 2) a letra x representa a combinação de dois fonemas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufmg)
LIBERDADE
Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponda a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se
tem escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e
felicidade.
Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde
não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria
condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão. Nossos
bisavós gritavam: "Liberdade, Igualdade e Fraternidade!"; nossos avós cantaram: "Ou ficar a pátria livre / ou morrer pelo
Brasil!"; nossos pais pediam: "Liberdade! Liberdade! / abre as asas sobre nós!", e nós recordamos todos os dias que "o sol
da liberdade em raios fúlgidos / brilhou no céu da Pátria..."- em certo instante.
Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e
certamente morrer por ela.
Ser livre - como diria o famoso conselheiro... - é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração,
mesmo tendo que partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é
repudiar a condição de autômato e de teleguiado - é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho que seja isso.)
Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar
acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.
Por isso os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças
deseja ir. ( Às vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)
Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se pudesse
chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!...
Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos, e
perdeu a vida.
E os loucos que sonhsram sair de seus pavilhões, usando a fórmula de incêndio para chegarem à liberdade,
morreram queimados, com o mapa da liberdade nas mãos!...
São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançála estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas
correntes e não pensar em assunto tão ingrato.
Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os
loucos. E cantando aqueles hinos que falam de asas, de raios fúlgidos - linguagem de seus antepassados, estranha linguagem
humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...
MEIRELLES, Cecília. ESCOLHA O SEU SONHO (crônicas). Rio de Janeiro: Distribuidora Record, 196A. p.9-10
38. REDIJA um pequeno texto, EXPLICANDO a função dos parênteses usados no texto.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrs) TER CEM ANOS, SER CENTENÁRIA
1
Porto Alegre está ficando assim, quando e onde menos se espera aparece um centenário. [...] ¢Bem, £nós sabemos
que uma ¦cidade centenária é muito mais que uma ¢¡cidade de cem anos, uma cidade onde meramente vivem figuras e
centenários de cem anos. ¥Esta, basta deixá-la§ vagar ao sabor do ©calendário, ¨que mal ou bem corre¢¨; ªaquela, porém,
precisa muito mais. Precisa, ¤por exemplo, da ¢£vibração que ¢¥só acomete os dispostos a segurar o tempo pelos cabelos e
impor-lhe¢¢ um ritmo, para fazer história, consistência, com a matéria-prima trivial, dispersão.
2
Com seus mais de duzentos anos de existência, Porto Alegre se candidata ¢¦agora à honraria de ser centenária.
Coisas, ambientes, filhos ilustres, artistas, instituições, ruas porto-alegrenses estão fazendo ¢¤acontecer, ¢§ao longo dos
anos, a cidade -¢© este silencioso depósito de sucessivas camadas de heroísmo, covardia, ousadia, destempero, fracasso,
vitórias, esperanças, desinteresses, contrariedades, e desejos, em combinações díspares,¢ª humanas.
(Fischer, L.A. TER CEM ANOS, SER CENTENÁRIA. Porto & Vírgula, Porto Alegre, n° 26
agosto/1994, p.1)
39. Observe as seguintes possibilidades de alteração na pontuação do texto.
I - Substituição do ponto-e-vírgula (ref. 17) por ponto.
II - Substituição do travessão na (ref. 18) por vírgula.
III - Supressão da segunda vírgula na (ref. 19).
Quais delas acarretariam erro?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) Apenas I e III
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp) INTRODUÇÃO: As questões baseiam-se na primeira parte de num poema do parnasiano Alberto de Oliveira
(1857-1937) e um poema do modernista Oswald de Andrade (1890-1954).
FLOR AZUL - I
Abre uma flor sem nome entre as flores da serra.
À quentura do sol e seio azul descerra.
Dela, por conhecê-la, um sábio pensativo
Aproxima-se, vai, do parênquima vivo
Das folhas, observar com a lente estoma e estoma;
Analisa-lhe o suco, aspira o fino aroma
Ao seu cálice, toca a leve contextura,
Os estames lhe conta, o ovário lhe procura
E sonda; até que enfim: "Ora! - seguro exclama É uma..." E grego e latim, nome híbrido lhe chama Dissonante e confuso. Após se afasta e some.
E eu fiquei, flor azul, sem te saber o nome!
In: OLIVEIRA, Alberto de. POESIAS COMPLETAS. Rio de Janeiro: Núcleo Editorial da UERJ, 1978, vol. II, p. 421.
ESTRONDAM EM TI AS IARAS
200.
Desde Bilac
Somos internacionalistas e portugueses júniors
Gostamos de Camembert, do Nilo, de Frinéia e de Marx Carvões do mar
Náufragos entre sustos e paisagens
- "I don'know my elders!"
Desde Gonzaga
Somos pastores e desembargadores
Desde a Prosopopéia
Somos brasileiros
in: ANDRADE, Oswald de. POESIAS REUNIDAS. 5ヘ ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p.
40. A RETICÊNCIA é um procedimento de discurso que consiste em interromper a sequência de uma frase, devido a
diferentes razões, como, por exemplo, evitar uma expressão chula ou indecorosa, ou deixar de expressar algo que pode ser
facilmente subentendido. Partindo desta informação, releia o poema de Alberto de Oliveira e, a seguir,
a) mencione o verso em que ocorre um caso de reticência e justifique a utilização desse recurso pelo poeta;
b) explique, com base na leitura do poema, o caráter irônico da fala do poeta à flor, no último verso.
41. (Vunesp) Nesta tira de Maurício de Sousa, publicada em 1972, o autor toma como referência os versos iniciais da
"Canção do Exílio" de Antônio Gonçalves Dias (1823-1864). Ao se apropriar de tais versos, o cachorro Bidu provoca um
processo de ruptura que desencadeia o elemento central de animação do episódio. Tomando por base esta informação,
aponte:
a) os vocábulos envolvidos nesse processo de ruptura;
b) a razão por que as aspas foram colocadas apenas na frase do segundo quadro, embora também a do primeiro faça
referência à "Canção do Exílio".
42. (Fgv) (Pontuação):
Pontue o texto a seguir, utilizando-se dos sinais gráficos adequados (vírgula, ponto-e-vírgula, ponto e outros) efetuando a
paragrafação devida. Não é necessário reescrever o texto. Em havendo paragrafação, indique-a claramente com duas barras
oblíquas (//).
Responda rápido o que você comeu hoje pela manhã se você não se lembrou parabéns senão leia o resto desta reportagem
ao menos dela você não esquecerá se quiser manter a memória em forma o primeiro passo para conservar as lembranças na
ponta da língua é praticar exercitar a memória puxar pelas idéias exigir do próprio cérebro acredite ele pode detesta rotina e
quer fitness todos os dias.
(ALMEIDA, Gilberto. "Lembre-se. Você pode." Revista ABRIL. Novembro de 1995, p.2.)
43. (Mackenzie) Os trechos a seguir tiveram sinais de pontuação suprimidos e alterados. Aponte aquele cuja pontuação
permaneceu gramaticalmente correta.
a) "A idéia do ministro extraordinário dos Esportes, Édson Arantes do Nascimento, o Pelé de colocar na cadeia 'os meninos'
que participam de brigas entre torcidas organizadas é para ficar no jargão esportivo, uma 'bola fora'."
b) "Parece que, o Pelé do milésimo gol, que pedia escola para 'esses meninos,' também era bem mais sábio do que o que
hoje lhes propõe 'cadeia'."
c) "Os otimistas olham e dizem: Ah, está meio cheio. Mas os pessimistas, vêem o mesmo copo, a mesma quantidade de
água e acham que está meio vazio."
d) "A pesquisa, descrita na edição de hoje da revista científica britânica 'Nature', é mais um dado na busca pelos cientistas
de compreender os mecanismos moleculares da embriogênese, ou seja, a formação e desenvolvimento dos seres vivos."
e) "Como os bens públicos não podem ser penhorados os precatórios entram em ordem cronológica no orçamento do
governo."
44. (Udesc) Indique a alternativa em que a justificativa de emprego da vírgula está INCORRETA.
a) "E isso não é para admirar, pois o dinheiro representa realmente o denominador comum de tudo que tem valor material
nesta vida (...)" - A vírgula foi empregada para assinalar o limite entre orações subordinadas.
b) "E contudo não há coisa mais limitada do que o dinheiro, a riqueza." - A vírgula foi empregada para isolar expressões de
igual função sintática.
c) "Pois que ele só nos vale até certo ponto, ou seja, até se chocar com os limites dessa coisa intransponível que se chama a
natureza humana. - As duas vírgulas marcam a inserção de uma expressão explicativa.
d) "A roda da grã-finagem internacional, que também se chama o café-society ou os idle-rich, os riscos ociosos." - A vírgula
antes de QUE se justifica porque marca o início de uma oração adjetiva explicativa.
e) "Se você perde a perna num acidente, o dinheiro lhe dará a melhor perna artificial do mundo - mas ARTIFICIAL." - A
vírgula marca a posição antecipada da oração subordinada em relação à oração principal.
45. (Uelondrina) Os períodos a seguir apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de
pontuação correta.
a) Seria oportuno afirmar que nem todos são capazes de uma resposta adequada a tantas perguntas feitas pelos
examinadores.
b) Seria oportuno afirmar, que nem todos são capazes de uma resposta, adequada a tantas perguntas feitas pelos
examinadores.
c) Seria oportuno, afirmar que nem todos são capazes, de uma resposta adequada a tantas perguntas feitas pelos
examinadores.
d) Seria oportuno afirmar que, nem todos são capazes de uma resposta adequada, a tantas perguntas feitas pelos
examinadores.
e) Seria oportuno, afirmar que nem todos são capazes de uma resposta adequada a tantas perguntas feitas, pelos
examinadores.
46. (Uelondrina) Os períodos a seguir apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de
pontuação correta.
a) Não é necessário de fato que ele compareça pessoalmente, um seu representante, legal, devidamente credenciado, poderá
tomar, todas as providências.
b) Não é necessário, de fato, que, ele, compareça pessoalmente, um seu representante legal devidamente credenciado poderá
tomar: todas as providências.
c) Não é necessário, de fato que ele compareça pessoalmente; um seu representante, legal devidamente, credenciado, poderá
tomar todas as providências.
d) Não é necessário, de fato, que ele compareça pessoalmente; um seu representante legal, devidamente credenciado,
poderá tomar todas as providências.
e) Não é necessário de fato que ele compareça, pessoalmente; um seu representante, legal, devidamente credenciado poderá
tomar, todas as providências.
47. (Fuvest) Considere os períodos I, II e III, pontuados por duas maneiras diferentes.
I - Ouvi dizer de certa cantora que era um elefante que engolira um rouxinol.
Ouvi dizer de certa cantora, que era um elefante, que engolira um rouxinol.
II - A versão apresentada à imprensa é evidentemente falsa.
A versão apresentada à imprensa é, evidentemente, falsa.
III - Os freios do Buick guincham nas rodas e os pneumáticos deslizam rente à calçada.
Os freios do Buick guincham nas rodas, e os pneumáticos deslizam rente à calçada.
Com pontuação diferente ocorre alteração de sentido somente em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
48. (Fuvest) "A ferida foi reconhecida grave."
(MACHADO DE ASSIS, 'A causa secreta')
A transposição da frase acima para a voz ativa está corretamente indicada em:
a) Reconheceu-se a ferida como grave.
b) Reconheceu-se uma grave ferida.
c) Reconheceram a gravidade da ferida.
d) Reconheceu-se que era uma ferida grave.
e) Reconheceram como grave a ferida.
49. (Unitau) "Andorinha
Andorinha lá fora está dizendo:
- "Passei o dia à toa, à toa!"
Andorinha, andorinha, minha cantiga
é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa!!!..."
(MANUEL BANDEIRA)
Comente três tipos diferentes de pontuação.
50. (Fuvest) Assinale a alternativa que está com a pontuação correta.
a) Citando o dito da rainha de Navarra, ocorre-me que entre nosso povo, quando uma pessoa vê outra pessoa arrufada,
costuma perguntar-lhe: "Gentes, quem matou seus cachorrinhos?"
b) Citando o dito, da rainha de Navarra, ocorre-me que entre nosso povo quando, uma pessoa vê outra pessoa arrufada
costuma perguntar-lhe: "Gentes, quem matou seus cachorrinhos?"
c) Citando, o dito da rainha de Navarra, ocorre-me que entre nosso povo, quando uma pessoa vê outra pessoa arrufada
costuma perguntar-lhe: "Gentes quem matou seus cachorrinhos?"
d) Citando o dito da rainha de Navarra, ocorre-me que entre nosso povo, quando uma pessoa vê outra pessoa arrufada,
costuma perguntar-lhe: "Gentes quem matou seus cachorrinhos?"
e) Citando o dito, da rainha de Navarra, ocorre-me, que, entre nosso povo, quando uma pessoa, vê outra pessoa arrufada,
costuma perguntar-lhe: "Gentes, quem matou seus cachorrinhos?"
51. (Fuvest) Das frases adiantes, a única inteiramente de acordo com as normas gramaticais é:
a) Os votos e as sentenças do ministro, por mais que se os vejam de prismas diversos, atestam cultura jurídica indiscutível.
b) Soltam rojões contra o gabinete do ministro e depois se cotizam para pagar os vidros que as explosões dos rojões
quebraram.
c) O maestro diz que lhe dói os ouvidos quando escuta uma nova desafinada.
d) Deve haver uma lei geral e devem haver leis especiais.
e) Nós é que, senhor Presidente, não podemos concordar com tal ilegalidade.
52. (Ufes) "Diz um conhecido provérbio nos países orientais que para se caminhar mil milhas é preciso dar o primeiro
passo."
Jan/Fev. 95 Tendência
O texto está corretamente pontuado em:
a) Diz um conhecido provérbio, nos países orientais, que para se caminhar mil milhas, é preciso dar o primeiro passo.
b) Diz um conhecido provérbio nos países orientais, que, para se caminhar mil milhas é preciso, dar o primeiro passo.
c) Diz um conhecido provérbio nos países orientais, que para se caminhar mil milhas, é preciso dar o primeiro passo.
d) Diz um conhecido provérbio, nos países orientais, que, para se caminhar mil milhas, é preciso dar o primeiro passo.
e) Diz, um conhecido provérbio nos países orientais, que para se caminhar mil milhas, é preciso dar o primeiro passo.
53. (Fei) Assinalar a alternativa cujo período dispensa o uso de vírgula:
a) Nesse trabalho ficou patente a competência dos jovens frente à nova situação.
b) O autor busca um meio capaz de gerar um conjunto potencialmente infinito de formas com suas propriedades típicas.
c) Apreensivo ora se voltava para a janela ora examinava o documento.
d) Suas palavras embora gentis continham um fundo de ironia.
e) Tudo isto é muito válido mas tem seus inconvenientes.
54. (Ita) Assinale a opção que melhor reestrutura - gramatical e estilisticamente - o seguinte grupo de frases:
Uma tarde destas eu vinha da cidade para o Brás. Então encontrei no Metrô uma garota aqui do bairro. E eu conheço essa
garota de vista e de chapéu.
a) Ao vir da cidade para o Brás uma tarde destas, encontrei no Metrô uma garota aqui do bairro que conheço de vista e de
chapéu.
b) Uma tarde destas, quando eu vinha da cidade para o Brás de chapéu, no Metrô aqui do bairro encontrei uma garota, a
qual conheço de vista.
c) Ao vir da cidade para o Brás uma tarde destas, encontrei, aqui do bairro, uma garota no Metrô que conheço de vista e de
chapéu.
d) Eu conheço uma garota aqui do bairro, de vista e de chapéu, que encontrei no Metrô, quando vinha da cidade para o
bairro.
e) Uma tarde destas, vindo da cidade para o Brás, encontrei no Metrô uma garota aqui do bairro, a qual conheço de vista e
de chapéu.
55. (Ita) Assinale a opção que corresponde ao período com a melhor pontuação:
a) "Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida, também, até a edição definitiva, que o
editor dá, de graça, aos vermes".
b) "Cada estação da vida é uma edição que corrige a anterior, e que será corrigida; também, até a edição definitiva, que o
editor dá de graça aos vermes".
c) "Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior; e que será corrigida também; até a edição definitiva que o
editor dá de graça aos vermes".
d) "Cada estação da vida é uma edição que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o
editor dá de graça aos vermes".
56. (Ufpe) Assinale O PAR de frases que apresenta falha(s), na pontuação.
a) As mulheres, dizem as feministas, aperfeiçoam os homens.
A voz de Gilka, está cheia de acentos nunca dantes escutados.
b) Nada, nos másculos versos de Francisca Júlia denuncia, a mulher.
Em TRÊS MARIAS, o esmagamento do personagem é mais contundente.
c) Em 1980, a autora, sai de cena, discretamente, como sempre viveu.
Agora, na residência deles, falou da viagem das irmãs.
d) A garota, sentia-se como única responsável pela caçula.
O olhar, iluminava sua face, com um sorriso doce.
e) Menina, venha cá. Vamos nadar?
Durante 10 anos, o governo holandês ocupou a ilha.
57. (Puccamp) Ainda não foram anunciadas as novas diretrizes para a negociação salarial.
A voz passiva analítica está corretamente transposta para a voz passiva sintética em:
a) Ainda não se anunciou as novas diretrizes para a negociação salarial.
b) As novas diretrizes para a negociação salarial não se tinha ainda anunciado.
c) Ainda não se anunciaram as novas diretrizes para a negociação salarial.
d) Anunciar-se-á as novas diretrizes para a negociação salarial, ainda não feito.
e) Ainda não tinham anunciado as novas diretrizes para a negociação salarial.
58. (Puccamp) Identifique a alternativa em que se corrige a má estruturação do texto a seguir:
Ele chegou cansado do trabalho. Parecendo mesmo desanimado. Assistindo à televisão a família não o notou.
a) Uma vez chegado do trabalho, cansado, parecia até mesmo desanimado. A família não o notou enquanto assistia à
televisão.
b) Tendo chegado do trabalho cansado, parecia mesmo desanimado. A família assistia à televisão. Não o notaram.
c) Desde que chegou cansado do trabalho, parecia mesmo desanimado. Como assistisse à televisão, a família não o notou.
d) Chegou cansado do trabalho, parecendo mesmo desanimado. A família, que assistia à televisão, nem o notou.
e) Parecia mesmo desanimado, porque chegava do trabalho cansado. Enquanto que a família nem o notara, assistindo à
televisão.
59. (Uelondrina) Os períodos a seguir apresentam diferenças de pontuação. Assinale a alternativa que corresponde ao
período de pontuação correta.
a) Seria inaceitável acreditar que as notas passadas para a relação definitiva não correspondiam ao mérito dos alunos.
b) Seria inaceitável acreditar, que as notas passadas para a relação definitiva não correspondiam ao mérito dos alunos.
c) Seria inaceitável, acreditar que as notas, passadas para a relação definitiva, não correspondiam ao mérito dos alunos.
d) Seria inaceitável acreditar, que as notas passadas, para a relação definitiva, não correspondiam ao mérito dos alunos.
e) Seria inaceitável, acreditar que as notas passadas para a relação definitiva não correspondiam, ao mérito dos alunos.
60. (Uelondrina) Os períodos a seguir apresentam diferenças de pontuação. Assinale a alternativa que corresponde ao
período de pontuação correta.
a) O carteiro conversador amável não gosta de livros, tornam pesada a carga, matinal, e não são, mais úteis, que as cartas.
b) O carteiro, conversador, amável, não gosta de livros, tornam pesada a carga, matinal e não são mais úteis: que as cartas.
c) O carteiro, conversador amável, não gosta de livros: tornam pesada a carga matinal e não são mais úteis que as cartas.
d) O carteiro, conversador amável, não gosta de livros, tornam pesada: a carga matinal e não são mais úteis que as cartas.
e) O carteiro, conversador amável não gosta: de livros, tornam pesada a carga, matinal, e não são mais úteis que as cartas.
61. (Uelondrina) Assinale a alternativa em que a pontuação NÃO está correta.
a) Releiam as últimas linhas do texto; elas parecem totalmente sem sentido.
b) Nem todos redigiram, em poucos minutos o bilhete solicitado; mas o professor, fez questão, de ler todos os textos
cuidadosamente.
c) Deixei-lhes um aviso bem claro: não pretendo refazer o que está ruim por desleixo deles próprios.
d) Assim que a secretária, entrando na sala distraidamente, viu o advogado, compreendeu a gravidade do fato.
e) Vocês, testemunhas oculares do fato, podem contestar a versão do rapaz, que, aliás, não é nada convincente.
62. (Uelondrina) Considere os períodos I, II e III, pontuados de duas maneiras diferentes.
I. Pedro, o gerente do banco ligou e deixou um recado.
Pedro, o gerente do banco, ligou e deixou um recado.
II. De repente perceberam que estavam brigando à toa.
De repente, perceberam que estavam brigando à toa.
III. Os doces visivelmente deteriorados foram postos na lixeira.
Os doces, visivelmente deteriorados, foram postos na lixeira.
Com a alteração da pontuação, houve mudança de sentido SOMENTE em
a) I
b) II
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
63. (G1) Pontue com vírgula as orações a seguir:
a) Você é capaz Pedrinho de encontrar um bom exemplo?
b) Conte uma história Dona Benta.
c) Minha irmã foi à escola eu fiquei em casa.
d) Meninos de quem é a vez?
e) Marina venha até aqui.
64. (G1) Pontue corretamente:
Narizinho disse
Emília, não fique triste
Rabicó voltará e fará de você uma princesa
Narizinho, você acredita naquele porcalhão
65. (G1) Leia com atenção e reescreva o texto a seguir, usando corretamente a pontuação e a letra maiúscula.
Leco perguntou ao menino
Você quer voar comigo pra bem longe
Não Zezinho não tinha asas e, além disso, havia sua família, seus outros colegas, a escola, os jogos de futebol
66. (G1) No trecho a seguir faltam alguns sinais de pontuação. Reescreva-o empregando a pontuação correta.
A Bruxa Onilda ficou tão feliz com sua vitória, que resolveu dar uma festa e disse Querida prima, agora é você a convidada
para uma grande comemoração. Oh Onilda Onde será E passaram a noite toda dançando com os bruxos mais feios da
cidade.
67. (G1) "Podem me chamar de porco chauvinista. Mas feminista ao volante me tira do sério."
Este trecho admite algumas outras pontuações. Assinalar a alternativa cuja pontuação seja inadmissível.
a) Podem me chamar de porco chauvinista, mas feminista ao volante me tira do sério.
b) Podem me chamar de, porco chauvinista. Mas feminista ao volante me tira do sério.
c) Podem me chamar de porco chauvinista, mas feminista, ao volante, me tira do sério.
d) Podem me chamar de porco chauvinista. Mas feminista, ao volante, me tira do sério.
e) Podem me chamar de porco, chauvinista, mas feminista ao volante me tira do sério.
68. (G1) Justifique o emprego da vírgula utilizando o seguinte código:
a) A vírgula separa enumerações
b) A vírgula separa orações adjetivas restritivas
c) A vírgula separa um aposto
d) A vírgula separa um vocativo
1) (
2) (
3) (
4) (
) Juca, corra ou perderá o ônibus.
) Li jornais, revistas, livros.
) Recife, a Veneza Brasileira, está em festa.
) Estes são os meninos, que foram presos.
69. (G1) Pontue corretamente o diálogo:
- Pituca cuidado com estes sequestradores
- Não há mais perigo tio vamos libertá-lo
- E como é que você vai me salvar
- Já chamei a polícia
- Que horror E se ela não vier
- Fique calmo Ela está chegando
70. (G1) Empregue a vírgula nas frases a seguir:
1) Naquele instante acima de tudo queria desaparecer.
2) Dentro do quarto jogada pelos cantos estava a velha boneca de pano.
3) O pensamento porém estava longe.
4) Pai mãe irmãos discutiam na hora do jantar problemas de família.
71. (G1) Empregue o ponto de exclamação:
1) Como são lindas as noites aqui.
2) Que pena. Que falta de sorte.
3) Meu Deus. Que surpresa.
4) Apoiado. Que belas palavras.
72. (G1) Empregue o ponto de interrogação:
1) Para que o chamaram.
2) Quem sou. Onde estou. Para onde vou.
3) O que fará você. Realmente, não sei.
4) Cristina chorou muito, quem o imaginaria.
73. (Ita) Assinale a opção cujas frases estão correta e adequadamente pontuadas.
I. Quase tudo como as medalhas tem duas faces a idéia de amizade: opõe-se à de ódio; a de curiosidade, à de indiferença.
II. Quase tudo como as medalhas, tem duas faces a idéia de amizade; opõe-se à de ódio; a de curiosidade à de indiferença.
III. Quase tudo, como as medalhas, tem duas faces: a idéia de amizade opõe-se à de ódio; a de curiosidade, à de indiferença.
IV. Além de vidas humanas, o bem supremo está em jogo no conflito Israel/palestinos: outro valor inestimável, a
democracia.
V Além de vidas humanas, o bem supremo está em jogo: no conflito Israel/palestinos, outro valor inestimável - a
democracia.
VI. Além de vidas humanas, o bem supremo, está em jogo no conflito Israel/palestinos outro valor inestimável: a
democracia.
a) I e IV.
b) II e V.
c) III e VI.
d) I e VI.
e) III e IV.
74. (Fuvest) Os sinais de Pontuação foram bem utilizados em:
a) Nesse instante, muito pálido, macérrimo, Prudente de Morais entrou no Catete, sentou-se e, seco, declarou ao silêncio
atônito dos que o contemplavam: "Voltei."
b) "Mãe onde estão os nossos: os parentes, os amigos e os vizinhos?" Mãe, não respondia.
c) Os estados, que ainda devem ao governo, não poderão obter financiamentos, mas os estados que já resgataram suas
dívidas ainda terão créditos.
d) Ao permitir a apreensão, de jornais e revistas, o projeto, retira do leitor o direito a ser informado pelo veículo que ele
escolheu.
e) Assim, passa-se a permitir, condenações absurdas, desproporcionais aos danos causados.
75. (Ita) Assinale a opção que corresponde ao período com a melhor pontuação:
a) "Os especialistas em Aids alertam, embora a doença nunca tenha sido prerrogativa do sexo masculino; ela avança de
forma assustadora entre as mulheres, contaminadas em sua maioria, pela via sexual ou por meio de drogas injetáveis."
b) "Os especialistas em Aids alertam, embora a doença nunca tenha sido prerrogativa do sexo masculino; ela avança de
forma assustadora, entre as mulheres contaminadas, em sua maioria pela via sexual ou por meio de drogas injetáveis."
c) "Os especialistas em Aids alertam: embora a doença nunca tenha sido prerrogativa do sexo masculino, ela avança, de
forma assustadora entre as mulheres contaminadas, em sua maioria, pela via sexual ou por meio de drogas injetáveis."
d) "Os especialistas em Aids alertam: embora a doença nunca tenha sido prerrogativa do sexo masculino, ela avança de
forma assustadora entre as mulheres, contaminadas, em sua maioria, pela via sexual ou por meio de drogas injetáveis."
e) "Os especialistas em Aids alertam, embora a doença nunca tenha sido prerrogativa do sexo masculino: ela avança, de
forma assustadora, entre as mulheres contaminadas, em sua maioria pela via sexual, ou por meio de drogas injetáveis."
76. (Uelondrina) Assinale a frase em que a pontuação está correta.
a) Estudou muito; não pôde porém, fazer a prova.
b) Dizia o velhinho "Vivam tranquilamente a juventude meus filhos".
c) O homem que é um ser racional domina a natureza.
d) O tempo para a prova terminou; vocês podem, porém, continuar.
e) É importante, que se conscientizem do que deve ser feito.
77. (Uelondrina) Os períodos a seguir apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de
pontuação correta.
a) Ninguém ignora, que a melhor preparação para um bom desempenho profissional está na dedicação ao estudo.
b) Ninguém ignora que a melhor preparação para um bom desempenho profissional está na dedicação ao estudo.
c) Ninguém ignora que, a melhor preparação para um bom desempenho profissional está na dedicação, ao estudo.
d) Ninguém ignora que a melhor preparação, para um bom desempenho profissional está, na dedicação ao estudo.
e) Ninguém ignora, que a melhor preparação para um bom, desempenho profissional está na dedicação, ao estudo.
78. (Fgv) Pontue o texto a seguir, utilizando-se exclusivamente dos seguintes sinais gráficos: DOIS PONTOS, VÍRGULA,
PONTO. Quando ocorrer ponto, não é necessário corrigir, com letra maiúscula, a palavra seguinte. Não transcreva o texto.
A revista Cláudia numa das edições do segundo semestre do ano passado abordou como tema um dos principais
problemas deste final de século a comunicação
A edição referia-se especificamente aos problemas de comunicação os quais ocasionavam brigas entre cônjuges
sem nenhuma razão concreta tais conflitos dizia-se ocorriam apenas porque cada um dos interlocutores não entendia a
mensagem enviada pelo outro e consequentemente enviava respostas diferentes das esperadas
Esse fato pode ser ampliado para outros campos do relacionamento humano nas empresas por exemplo não é raro
que um funcionário de talento elabore um bom projeto de melhoria técnica em sua área mas não consiga aprovação porque
não se comunicou adequadamente
79. (Fgv) Pontue o texto a seguir, utilizando-se apenas dos seguintes sinais gráficos: DOIS PONTOS, VÍRGULA, PONTO.
Quando ocorrer ponto, não é necessário corrigir, com letra maiúscula, a palavra seguinte. Não reescreva o texto.
Um administrador inevitavelmente trabalha com pessoas e na maioria dos casos seu sucesso profissional dependerá
do sucesso que consiga obter no relacionamento interpessoal consequentemente saber lidar com diversos tipos de pessoas é
uma virtude indispensável para quem pretenda sair-se bem na carreira é exatamente nesse ponto que o estereótipo pode
tornar-se um problema
Durante uma reunião com pessoas de outra cultura por exemplo um executivo de uma empresa multinacional se
não tomar o devido cuidado pode avaliar mal a situação ou a atitude das pessoas provocando consequências negativas para a
conclusão de um negócio
80. (Uelondrina) Os períodos a seguir apresentam diferenças de pontuação. Assinale , na folha de respostas, a letra que
corresponde ao período de pontuação correta.
a) Escolheram dentre os exemplares, mais antigos, os que eram mais baratos, apesar de terem se encantado com um
romance inglês, do século XIX.
b) Escolheram dentre os exemplares mais antigos os que eram mais baratos; apesar, de terem se encantado com um romance
inglês, do século XIX.
c) Escolheram - dentre os exemplares, mais antigos - os que eram mais baratos, apesar, de terem se encantado com um
romance inglês do século XIX.
d) Escolheram dentre os exemplares mais antigos, os que eram mais baratos - apesar de terem se encantado com um
romance inglês do século XIX.
e) Escolheram, dentre os exemplares mais antigos, os que eram mais baratos, apesar de terem se encantado com um
romance inglês do século XIX.
81. (Uelondrina) Leia com atenção as frases a seguir, pontuadas de duas maneiras diferentes.
I. O lixo proveniente de hospitais tem de ter um tratamento diferente do que tem recebido.
O lixo, proveniente de hospitais, tem de ter um tratamento diferente do que tem recebido.
II. As últimas declarações do presidente da entidade, na esperança de conseguir mais doações, têm sido dramáticas quanto
ao futuro das crianças carentes.
As últimas declarações do presidente da entidade - na esperança de conseguir mais doações - têm sido dramáticas quanto ao
futuro das crianças carentes.
III. A água, de que precisamos em grande quantidade, só é devidamente consumida em dietas.
A água de que precisamos em grande quantidade só é devidamente consumida em dietas.
Com a mudança de pontuação, houve alteração de sentido:
a) somente em I.
b) somente em I e I I.
c) somente em I e III.
d) somente em II e III.
e) em, I, II e III.
82. (Uelondrina) A frase pontuada de maneira correta é:
a) Revendo suas promessas, concluiu que ele, como sempre, não estava sendo sincero.
b) Revendo suas promessas, concluiu que ele como sempre, não estava sendo, sincero.
c) Revendo suas promessas concluiu: que ele como, sempre, não estava sendo sincero.
d) Revendo suas promessas concluiu, que ele como sempre, não estava sendo sincero.
e) Revendo suas promessas, concluiu, que ele como sempre não estava sendo, sincero.
83. (Ufes) Levando-se em conta que a pontuação é um dos recursos da língua escrita para a produção de sentido, pode-se
afirmar que a interpretação CONTRARIA o sentido do texto em
1) O acusado não confessou o crime demonstrando sangue-frio.
Significa que o acusado não demonstrou sangue-frio quando confessou o crime.
2) O acusado não confessou o crime, demonstrando sangue-frio.
Significa que o acusado, ao não confessar o crime, demonstrou sangue-frio.
3) Os clientes que estavam descontentes com o novo sistema de cobrança solicitaram o retorno ao sistema antigo.
Significa que todos os clientes estavam descontentes com o novo sistema de cobrança e solicitaram o retorno ao sistema
antigo.
4) Os clientes, que estavam descontentes com o novo sistema de cobrança, solicitaram o retorno ao sistema antigo.
Significa que apenas alguns clientes - aqueles que estavam descontentes com o novo sistema de cobrança - solicitaram o
retorno ao sistema antigo.
5) O pedreiro mal-humorado empilhou os tijolos sobre o piso.
Significa que o pedreiro que empilhou os tijolos sobre o piso é habitualmente mal-humorado.
6) O pedreiro, mal-humorado, empilhou os tijolos sobre o piso.
Significa que o pedreiro que empilhou os tijolos sobre o piso estava momentaneamente mal-humorado.
a) 1 e 2.
b) 3 e 4.
c) 1, 2, 3 e 4.
d) 1, 2, 5 e 6.
e) 3, 4, 5 e 6.
84. (Ita) Assinale a opção em que o emprego da vírgula está em desacordo com as prescrições das regras gramaticais da
norma culta:
a) Com a vigência da nova lei, as instituições puderam usar processos alternativos ao vestibular convencional, baseado,
principalmente na avaliação dos conteúdos. (FOLHA DE S. PAULO, 24/8/1999.)
b) Elevar-se é uma aspiração humana a que a música, essa arte próxima do divino, assiste com uma harmonia quase
celestial. (BRAVO! - 7/1998.)
c) Estamos começando a mudar, mas ainda pagamos um preço alto por isso. (ISTO É, 5/11/1997.)
d) Medicamentos de última geração, aliás, são apenas coadjuvantes no tratamento dos males do sono. (ÉPOCA, 3/8/1998.)
e) Acho impossível, e mesmo raso, analisar o que é o teatro infantil fora de um contexto social. (O ESTADO DE S.
PAULO, 4/7/1999.)
85. (Fgv) Nas frases abaixo, em cada um dos parênteses, você pode colocar ou não um sinal de pontuação. Quando decidir
usar ponto, não é necessário corrigir, com letra maiúscula, a palavra seguinte.
Habituada a alardear previsões catastróficas(__) nem sempre confirmadas(__) a Organização Mundial de
Saúde(__) OMS(__) resolveu promover(__) um tardio acerto de contas(__) com as conquistas(__) forjadas no interminável
duelo da humanidade(__) contra a morte(__) o relatório anual da entidade(__) divulgado neste mês(__) conclui o
seguinte(__) "a população mundial(__) nunca teve uma perspectiva(__) de vida tão saudável(__) o século XXI não traz
simplesmente a probabilidade de uma vida mais longa(__) mas também(__) uma qualidade de vida superior(__) com menos
doenças(__)"
86. (Ita) Leia o texto seguinte:
Levantamento inédito com dados da Receita revela quantos são, quanto ganham e no que trabalham OS RICOS
BRASILEIROS QUE PAGAM IMPOSTOS. (...)
Entre os nove que ganham mais de 10 milhões por ano, há cinco empresários, dois empregados do setor privado,
um que vive de rendas. O outro, QUEM DIRIA, é servidor público. ("Veja", 12/7/2000.)
a) A ausência de vírgula no trecho em destaque, no primeiro parágrafo, afeta o sentido? Justifique.
b) Por que o emprego da vírgula é obrigatório no trecho em destaque, no segundo parágrafo? O que esse trecho permite
inferir?
87. (Ufpe) Os enunciados a seguir são fragmentos do livro "A língua portuguesa e a unidade do Brasil", de Barbosa Lima
Sobrinho (Nova Fronteira, 2000). Em uma das alternativas, a pontuação foi modificada, tornando-se INCORRETA.
Assinale-a.
a) A língua literária, quando se torna excessivamente livresca, ou aristocrática, perde sua função natural.
b) Nenhum povo cometeria, hoje, o erro de restringir ainda mais o campo de ação de um determinado idioma, quando a
tendência é para alargar as fronteiras.
c) De qualquer modo, porém, o que convém é não perder terreno, isto é, não reduzir o número de pessoas que o utilizam
como idioma comum.
d) A conclusão, pois, é de que, se temos o privilégio de nos entendermos facilmente de extremo a extremo do Brasil,
devemo-lo à língua portuguesa.
e) A língua portuguesa é, que nos prendeu através dos séculos da formação; ela é que assiste, ao nosso desenvolvimento e à
nossa expansão.
88. (Fuvest) "Os meninos de rua que procuram trabalho são repelidos pela população."
a) Reescreva a frase, alterando-lhe o sentido apenas com o emprego de vírgulas.
b) Explique a alteração de sentido ocorrida.
89. (Fuvest) Assinalar a alternativa em que a acentuação e a pontuação estejam corretas:
a) Multidão, cujo amor cobicei, até à morte, era assim que eu me vingava, às vezes, de ti, deixava burburinhar em volta do
meu corpo a gente humana sem a ouvir como o Prometeu de Esquilo fazia aos seus verdugos.
b) Multidão cujo amor cobicei até à morte, era assim que eu me vingava as vezes de ti, deixava burburinhar, em volta do
meu corpo, a gente humana sem a ouvir, como o Prometeu de Ésquilo, fazia aos seus verdugos.
c) Multidão, cujo amor cobicei até à morte; era assim que eu me vingava as vezes de ti; deixava burburinhar em volta do
meu corpo a gente humana; sem a ouvir como o Prometeu de Esquilo fazia aos seus verdugos.
d) Multidão, cujo amor cobicei até à morte, era assim que eu me vingava às vezes de ti; deixava burburinhar em volta do
meu corpo a gente humana, sem a ouvir, como o Prometeu de Ésquilo fazia aos seus verdugos.
e) Multidão, cujo amor cobicei até à morte, era assim que eu me vingava, às vêzes, de ti, deixava burburinhar em volta do
meu corpo, a gente humana, sem a ouvir, como o 'Prometeu de Ésquilo fazia aos seus verdugos.
90. (Ita) Assinale a opção que melhor reestrutura - gramatical e estilisticamente - o seguinte grupo de frases:
A eutanásia é uma prática (O. Principal). Pela eutanásia busca-se ou visa-se abreviar a vida de pessoas enfermas. Na
eutanásia, o abreviar deve ser sem dor e sofrimento e os enfermos ter que ser incuráveis. A igreja condena essa prática.
a) A eutanásia, condenada pela Igreja, é uma prática pela qual se busca abreviar - sem dor e sofrimento - a vida de enfermos
reconhecidamente incuráveis.
b) A eutanásia que visa abreviar a vida de enfermos, sem dor e sofrimento e desde que sejam incuráveis, é uma prática
condenada pela Igreja.
c) Condenada pela Igreja, a eutanásia é uma prática onde se visa abreviar, sem dor e sofrimento, a vida de enfermos
reconhecidamente incuráveis.
d) A eutanásia - prática pela qual se busca abreviar, sem dor e sofrimento, a vida de enfermos decididamente incuráveis - é
condenada pela Igreja.
e) A eutanásia, que é condenada pela Igreja, é uma prática em que, sem dor e sofrimento, se visa abreviar a vida dos
enfermos que sejam definitivamente incuráveis.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest) A explosão dos computadores pessoais, as "infovias", as grandes redes - a lnternet e a World Wide Web atropelaram o mundo. Tornaram as leis antiquadas, reformularam a economia, reordenaram prioridades, redefiniram os
locais de trabalho, desafiaram constituições, mudaram o conceito de realidade e obrigaram as pessoas a ficar sentadas,
durante longos períodos de tempo, diante de telas de computadores, enquanto o CD-Rom trabalha. Não há dúvida de que
vivemos a revolução da informação e, diz o professor do MIT, Nicholas Negroponte, revoluções não são sutis.
(Jornal do Brasil, 13/02/96)
91. As aspas foram usadas em "infovias" pela mesma razão por que foram usadas em:
a) Mesmo quando a punição foi confirmada, o "Alemão", seu apelido no Grêmio, não esmoreceu.
b) ...fica fácil entender por que há cada vez mais pessoas preconizando a "fujimorização" do Brasil.
c) O Paralamas, que normalmente sai "carregado" de prêmios, só venceu em edição.
d) A renda média "per capita" da América latina baixou para 25% em 1995.
e) A torcida gritava "olé" a cada toque de seus jogadores.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrj)
A CARREGADORA DE PEDRAS
1
Desde que conquistou o direito à jornada dupla de trabalho, a chamada mulher moderna ainda parece estar longe de
conseguir desfazer o mal-entendido que provocou ao brigar pela igualdade profissional com os homens. Não era bem isso:
mas no afã de se libertar de outras opressões, ela acabou partindo para o mercado de trabalho como se ele fosse a solução de
todos os problemas - financeiros, conjugais, maternais e muitos outros "ais". E pagou o preço da precipitação, claro. Agora
não adianta chorar sobre o leite derramado - até porque a maior parte das vezes continua sendo ela que vai limpar, ah, ah.
Mas, falando sério, todas sabemos que há muito a fazer para promover alguns ajustes e atualizações nessa relação de
direitos e deveres de homens e mulheres. Como falar sobre isso ajuda, vamos lá.
2
Em primeiro lugar, a questão do tempo livre. Que não existe, de fato. Aquele ditado que enquanto se descansa
carrega pedras foi feito para ela. Trabalhe fora ou dentro de casa, a mulher dificilmente se livra da carga das tarefas
domésticas mesmo que não se envolva pessoalmente. Costuma ser dela a responsabilidade pela arregimentação de
empregadas, faxineiras, babás, jardineiros, lavadeiras, passadeiras, prestadores de serviços em geral, sem falar no
abastecimento da casa. Quando dá tudo certo, ainda vai. Só que se alguma coisa der errado, a cobrança da família será
terrível. No vasto histórico da luta feminina, muitas mulheres conseguiram autorização de seus maridos para trabalhar fora
com a condição de que, antes de tudo, garantissem que os afazeres domésticos seriam cumpridos sem alteração. Apesar de
triste, o pacto legitimou, com um preço altíssimo, um sem número de vitórias pessoais. Aquelas - raras - que por acaso
tenham se livrado da dupla jornada costumam permanecer, por sua vez, exercendo no doce organograma do lar as funções
de mãe-supervisora nas folgas, feriados e fins de semana.
3
Depois, com o desaparecimento gradual da parceria patroa/empregada doméstica, homens e mulheres terão, mais
cedo do que se pensa, que lidar com a administração do caos doméstico. Sem privilégios. E a primeira providência para esse
futuro cor-de-rosa começa com a educação progressista dos filhos, os novos maridos e esposas que, tal qual os personagens
do desenho animado Os Jetsons, contarão com uma boa ajuda de um arsenal de maravilhas eletrônicas - entre elas, uma
empregada-robô. Que não enguiça. Porque, se enguiçar, já sabem quem vai mandar consertar. Ou não?
(Sônia Biondo - JB 12/10/96)
92. "Patroa/empregada" (3Ž parágrafo) e "empregada-robô" (3Ž parágrafo) têm na grafia sinais (barra, hífen) de
significados distintos.
Quais são esses significados, considerando-se as ocorrências destacadas?
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Fgv)
Meu amigo Marcos
O generoso e divertido companheiro de crônicas
Conheci Marcos Rey há mais de vinte anos, quando sonhava tornar-me escritor. Certa vez confessei esse desejo à
atriz Célia Helena, que deixou sua marca no teatro paulista. Tempos depois, ela me convidou para tentar adaptar um livro
para teatro. Era O RAPTO DO GAROTO DE OURO, de Marcos. Passei noites me torturando sobre as teclas. Célia marcou
um encontro entre mim e ele, pois a montagem dependia da aprovação do autor. Quando adolescente, eu ficara fascinado
com MEMÓRIAS DE UM GIGOLÔ, seu livro mais conhecido. Nunca tinha visto um escritor de perto. Imaginava uma
figura pomposa, em cima de um pedestal. Meu coração quase saiu pela boca quando apertei a campainha. Fui recebido por
Palma, sua mulher. Um homem gordinho e simpático entrou na sala. Na época, já sofria de uma doença que lhe dificultava o
movimento das mãos e dos pés. Cumprimentou-me. Sorriu. Estava tão nervoso que nem consegui dizer "boa-tarde".
Gaguejei. Mas ele me tratou com o respeito que se dedica a um colega. Propôs mudanças no texto. Orientou-me.
Principalmente, acreditou em mim. A peça permaneceu em cartaz dois anos. Muito do que sou hoje devo ao carinho com
que me recebeu naquele dia.
(WALCYR CARRASCO, PÁG. 98 - VEJA SP, 14 DE ABRIL, 1999.)
93. Mas ele me tratou com o respeito que se dedica a um colega.
Justifique o uso da conjunção coordenativa adversativa MAS, nesse período.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrj) O texto a seguir está publicado em obra dedicada "aos milhares de famílias de brasileiros sem terra".
Levantados do chão
Como então? Desgarrados da terra?
Como assim? Levantados do chão?
Como embaixo dos pés uma terra
Como água escorrendo da mão?
Como em sonho correr numa estrada?
Deslizando no mesmo lugar?
Como em sonho perder a passada
E no oco da Terra tombar?
Como então? Desgarrados da terra?
Como assim? Levantados do chão?
Ou na planta dos pés uma terra
Como água na palma da mão?
Habitar uma lama sem fundo?
Como em cama de pó se deitar?
Num balanço de rede sem rede
Ver o mundo de pernas pro ar?
Como assim? Levitante colono?
Pasto aéreo? Celeste curral?
Um rebanho nas nuvens? Mas como?
Boi alado? Alazão sideral?
Que esquisita lavoura! Mas como?
Um arado no espaço? Será?
Choverá que laranja? Que pomo?
Gomo? Sumo? Granizo? Maná?
(HOLLANDA, Chico Buarque de. ln: SALGADO, Sebastião. TERRA. S P: Companhia das Letras, 1997. p. 111.)
Atenção - vocabulário:
pomo (penúltimo verso) - fruto
maná (último verso) - alimento divino, alimento caído do céu
94. No texto, o eu-lírico constrói progressivamente sua visão da realidade: nas estrofes 1, 2, 3, tenta decifrar o significado da
imagem "levantados do chão"; nas estrofes 4, 5, 6, vai reforçando sua opinião crítica sobre a realidade.
Releia:
"Um rebanho nas nuvens? Mas como?" (verso 19)
"Um arado no espaço? Será?" (verso 22)
Nos versos acima, a conjunção adversativa "mas" e o futuro do presente do indicativo são utilizados para enfatizar esse
posicionamento crítico.
Explique por quê.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uerj)
FAVELÁRIO NACIONAL
1- Prosopopéia
Quem sou eu para te cantar, favela,
que cantas em mim e para ninguém a noite inteira de sexta
e a noite inteira de sábado
e nos desconheces, como igualmente não te conhecemos?
Sei apenas do teu mau cheiro: baixou a mim, na viração,
direto, rápido, telegrama nasal
anunciando morte... melhor, tua vida.
Decoro teus nomes. Eles
jorraram na enxurrada entre detritos
da grande chuva de janeiro 1966
em noites e dias e pesadelos consecutivos.
................................................................................
Tua dignidade é teu isolamento por cima da gente.
Não sei subir teus caminhos de rato, de cobra e baseado,
tuas perambeiras, templos de Mamalapunam
em suspensão carioca.
Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer,
medo só de te sentir, encravada
favela, erisipela, mal-do-monte
na coxa flava do Rio de Janeiro.
Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver
nem de tua manha nem de teu olhar.
Medo de que sintas como sou culpado
e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade.
Custa ser irmão,
custa abandonar nossos privilégios
e trançar a planta
da justa igualdade.
Somos desiguais
e queremos ser
sempre desiguais.
E queremos ser
bonzinhos benévolos
comedidamente
sociologicamente
mui bem comportados.
Mas favela, ciao
que este nosso papo
está ficando tão desagradável
Vês que perdi o tom e a empáfia do começo?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. "Corpo". São Paulo, Record, 1984, p.109-12.)
95. "Somos desiguais/ e queremos ser/ sempre desiguais/ E queremos ser/ bonzinhos benévolos/ comedidamente/
sociologicamente/ mui bem comportados" (versos 28 a 35)
a) Pleonasmo é a figura de linguagem através da qual a redundância de termos de sentido equivalente confere à expressão
mais vigor ou clareza.
Transcreva integralmente apenas um verso do fragmento acima em que um pleonasmo expressa crítica irônica, e explique,
em frase completa, por que se trata de ironia.
b) A estilística nos aponta meios diferentes de expressas o mesmo conteúdo, expandindo ou reduzindo o texto.
Empregando a conjunção aditiva e, reescreva os versos "comedidamente/ sociologicamente", fazendo apenas as alterações
necessárias para eliminar a repetição do sufixo-mente, sem modificar o sentido original do verso.
Explique, em uma frase completa, a diferença estilística entre os versos originais e sua resposta.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest-gv)
O ESTRUME
Súbito deu-me a consciência um repelão, acusou-me de ter feito capitular a probidade de D. Plácida, obrigando-a a um
papel torpe, depois de uma longa vida de trabalho e privações. Medianeira não era melhor que concubina, e eu tinha-a
baixado a esse ofício, à custa de obséquios e dinheiros. Foi o que me disse a consciência; fiquei uns dez minutos sem saber
que lhe replicasse. Ela acrescentou que eu me aproveitara da fascinação exercida por Virgília sobre a ex-costureira, da
gratidão desta, enfim da necessidade. Notou a resistência de D. Plácida, as lágrimas dos primeiros dias, as caras feias, os
silêncios, os olhos baixos, e a minha arte em suportar tudo isso, até vencê-la. E repuxou-me outra vez de um modo irritado e
nervoso.
Concordei que assim era, mas aleguei que a velhice de D. Plácida estava agora ao abrigo da mendicidade: era uma
compensação. Se não fossem os meus amores, provavelmente D. Plácida acabaria como tantas outras criaturas humanas;
donde se poderia deduzir que o vício é muitas vezes o estrume da virtude. O que não impede que a virtude seja uma flor
cheirosa e sã. A consciência concordou, e eu fui abrir a porta à Virgília.
96. "Concordei que assim era, mas aleguei que a velhice de D. Plácida estava agora ao abrigo da mendicidade: era uma
compensação."
Há neste período uma oração coordenada sindética adversativa que é ao mesmo tempo principal em relação a uma
subordinada substantiva objetiva direta.
a) Qual é essa oração coordenada sindética adversativa que é também principal?
b) Qual a sua oração subordinada substantiva objetiva direta?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp) O BICHO
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(BANDEIRA, Manuel. "O Bicho". In: MANUEL BANDEIRA. POESIA E PROSA. Rio de Janeiro, Aguillar, 1958 vol. I,
p.356)
97. Transforme o período composto da terceira estrofe em um período simples, mantendo a mesma informação.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp) Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
98. Na estrofe mencionada ocorrem cinco orações introduzidas por QUE. A análise demonstra que três dessas orações têm
uma classificação sintática; outras duas, outra. Aponte essas duas classificações sintáticas das orações introduzidas por
QUE.
99. (Vunesp) Esta questão refere-se às relações entre os pais e o filho expressas no texto. Responda:
O discurso de convencimento do pai é estruturado por orações coordenadas assindéticas e sindéticas. Qual é a relação dessa
estrutura com o sentido dessa parte específica do texto?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp)
APELO
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom
chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa
por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali
no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não
dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua
presença e todas as aflições do dia, como a última luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada - o meu jeito de querer bem. Acaso é
saudade, Senhora? As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a
meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas
mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
(TREVISAN, Dalton. "II - Os Mistérios de Coritiba", In OS DESASTRES DO AMOR - Rio de Janeiro,
Civilização Brasileira, 1968)
100. "As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham."
Observando o período acima, responda:
a) Que tipo de relação se estabelece entre as duas orações através da conjunção "E"?
b) Como pode ser justificado o emprego do segundo verbo do período no presente, enquanto o primeiro apresenta-se no
pretérito?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrj)
1500
A imaginação do senhor
Flutua sobre a baía.
As pitangas e os cajus
Descansam o dia inteiro.
O céu, de manhã à tarde,
Faz pinturas de baú.
O Pão de Açúcar sonhou
Que um carro saiu da Urca
Transportando com amor
Meninas muito dengosas,
Umas, nuinhas da silva,
Outras, vestidas de tanga,
E mais outras, de maillot.
Chega um índio na piroga,
Tira uma gaita do cinto,
Desfia um lundu tão bom
Que uma índia sai da onda,
Suspende o corpo no mar.
Nasce ali mesmo um garoto
Do corpo moreno dela,
No dia seguinte mesmo
O indiozinho já está
De arco e flecha na mão
Olhando pro fim do mar
De repente uma fragata
Brotou do chão da baía,
Sai um velho de tamancos,
Fica em pé no portaló,
Dá um grito: "Bofé, vilões!
Descobrimos um riacho
E a fruta aqui é bem boa."
No mesmo instante o garoto
Lhe respondeu "Sai, azar!
"Despede uma flecha no velho
Cheiinho de barbas brancas,
Pensa que é Dão Sebastião,
Dá um tremor no seu corpo
E zarpou para Lisboa.
(MENDES, Murilo. POESIA COMPLETA E PROSA. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 1994. pp. 143-144)
101. Para mostrar uma sucessão de fatos, o poeta utiliza um tipo de combinação de orações que é predominante em todo o
poema.
a) Como se chama esse tipo de combinação?
b) Transcreva três versos consecutivos que exemplifiquem tal procedimento.
102. (G1) Identifique o POIS como conjunção coordenativa explicativa ou conjunção coordenativa conclusiva:
a) Deitei-me cedo, POIS estava muito cansado.
b) O político não agiu com lealdade; perdeu, POIS, na disputa pela reeleição.
c) O aluno não estudou o suficiente; ficou, POIS, reprovado.
d) As mulheres entendem de economia, POIS são elas as responsáveis pela organização do orçamento familiar.
103. (Fgv) (Relações ente as idéias, uso de conectivos, síntese):
Reorganize as idéias do texto a seguir, em apenas um parágrafo. Deixe claras as relações entre elas, servindo-se de
conectivos que reduzam o trecho a poucos períodos.
A mulher enfrenta sérios obstáculos no mercado de trabalho. A mulher negra é duas vezes discriminada. Pesquisa do IBGE:
84,5% das mulheres negras brasileiras são chefes de família. Ganham até três salários mínimos. Os homens brancos chegam
a ganhar até quatro vezes mais que as mulheres negras, nas mesmas atividades.
(Adaptado de "Marginalidade à flor da pele". ISTO É, 30-08-1995, p.34.)
104. (G1) Todos os períodos dados a seguir são compostos por coordenação. Separe as orações de cada um deles e
classifique-as.
a) Todos prometeram ajudar; muitos, porém, não cumpriram a promessa.
b) "O homem ao meu lado acende outro cigarro, dá uma tragada e joga-o pela janela". (Stanislaw Ponte Preta)
c) Ele trabalhava durante o dia e estudava à noite.
d) A criança ora cantava, ora se punha a correr pela sala.
105. (G1) Todos os períodos dados a seguir são compostos por coordenação. Separe as orações de cada um deles e
classifique-as.
a) "Levanto-me, procuro uma vela, que a luz vai apagar-se. Não tenho sono". (Graciliano Ramos)
b) Entre, mas não faça barulho que a patroa está dormindo.
c) Não falte à reunião, pois quero falar com você.
d) Vá para casa que eu tomarei conta de tudo.
106. (G1) "Sentia-se doente; TINHA, POIS, QUE IR AO MÉDICO."
A oração em destaque deve ser analisada como ______________________________ .
107. (G1) Complete:
Num período composto por coordenação, as orações que não vêm introduzidas por uma conjunção coordenativa são
chamadas de _______________ .
108. (G1) Una as orações de cada um dos pares a seguir com a conjunção coordenativa adequada:
1) O lavrador abriu sulcos. Depositou as sementes.
2) Precisamos preservar a natureza. Não sobreviveremos.
109. (G1) Nas frases: "Ser OU não ser"; "Ser E não ser"; "Ser MAS não ser", as relações estabelecidas pelas conjunções em
maiúscula são respectivamente de ____________, ____________ e ____________ .
110. (G1) No período: "Paredes ficaram tortas, animais enlouqueceram e as plantas caíram", temos duas orações
coordenadas _______________ e uma oração coordenada _______________ _________________.
111. (G1) As relações estabelecidas pelas conjunções coordenativas em maiúsculo a seguir, são de __________,
__________ e __________ .
1) Dê-lhe uma gorjeta, QUE ele merece.
2) Dedicou-se muito ao estudo; merece, POIS, uma boa recompensa.
3) A chuva foi violenta, POIS cercas foram derrubadas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest)
"Vivemos mais uma grave crise, repetitiva dentro do ciclo de graves crises que ocupa a energia desta
nação. A frustração cresce e a desesperança não cede. Empresários empurrados à condição de liderança oficial se reúnem
em eventos como este, para lamentar o estado de coisas. O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pungente ou
a auto-absolvição?
É da história do mundo que as elites nunca introduziram mudanças que favorecessem a sociedade como um todo.
Estaríamos nos enganando se achássemos que estas lideranças empresariais aqui reunidas teriam a motivação para fazer a
distribuição de poderes e rendas que uma nação equilibrada precisa ter. Aliás, é ingenuidade imaginar que a vontade de
distribuir renda passe pelo empobrecimento da elite. É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos riqueza suficiente
para distribuir. Faço sempre, para meu desânimo, a soma do faturamento das nossas mil maiores e melhores empresas, e
chego a um número menor do que o faturamento de apenas duas empresas japonesas. Digamos, a Mitsubishi e mais um
pouquinho. Sejamos francos. Em termos mundiais somos irrelevantes como potência econômica, mas ao mesmo tempo
extremamente representativos como população. "
("Discurso de Semler aos Empresários", Folha de S. Paulo, 11/09/91)
112. Dentre os períodos transcritos do texto, um é composto por coordenação e contém uma oração coordenada sindética
adversativa. Assinalar a alternativa correspondente a este período.
a) A frustração cresce e a desesperança não cede.
b) O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pungente ou a auto-absolvição?
c) É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos riqueza suficiente para distribuir.
d) Sejamos francos.
e) Em termos mundiais somos irrelevantes como potência econômica, mas ao mesmo tempo extremamente representativos
como população.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrrj) ANO NOVO, UMA VIDA NOVA
1
Hoje estamos ingressando em 1998. Chegamos mais perto do fim do século XX e do início do terceiro milênio.
Estaremos chegando mais perto de nós mesmos?
2
Há uma abissal distância entre o que somos e o que queremos ser. Um apetite do Absoluto e a consciência aguda de
nossa finitude. Olhamos para trás: a infância que resta na memória com sabor de paraíso perdido, a adolescência tecida em
sonhos e utopias, os propósitos altruístas. Agora, nas atuais circunstâncias, o salário exíguo num país tão caro; os filhos,
sem projeto, apegados à casa; os apetrechos eletrônicos que perenizam a criança que ainda existe em nós.
3
Em volta, a violência da paisagem urbana e nossa dificuldade de conectar efeitos e causas. Dentro do coração o
medo de quem vive numa cidade que lhe é hostil. Como se meninos de rua fossem cogumelos espontâneos e não frutos do
darwinismo econômico que segrega a maioria pobre e favorece a minoria abastada. O mesmo executivo que teme o
sequestro e brada contra os bandidos, abastece o crime ao consumir drogas.
4
Ano Novo, vida nova. A começar pelo "réveillon". Há o jeito velho de empanturrar-se de carnes e doces,
encharcando-se de bebidas alcoólicas, como se a alegria saísse do forno e a felicidade viesse engarrafada. ¢Ou a opção de
um momento de silêncio, um gesto litúrgico, uma oração, a efusão de espíritos em abraços afetuosos.
5
No fundo da garganta, um travo. Vontade de remar contra a corrente e, enquanto tantos celebram a pósmodernidade, pedir colo a Deus e resgatar boas coisas: uma oração em família, a leitura espiritual, a solidão entre matas, o
gesto solidário que ameniza a dor de um enfermo. Reencontrar, o ano que se inicia, a própria humanidade. Despir-nos do
lobo voraz que na arena competitiva do mercado nos faz estranhos a nós mesmos. Por que acelerar tanto, se teremos de
parar no próximo sinal vermelho? Por que não escrever ao patrocinador do programa de violência e de pornografia na TV, e
comunicar nossa disposição de cancelar o consumo de seus produtos? Por que não competir mais conosco em busca de
melhores índices de virtudes e de valores morais, em vez de competir com o próximo?
6
Ano novo de eleições. Olhemos a cidade. As obras que beneficiam certas empresas trazem proveito à maioria da
população? Melhoraram o transporte público, o serviço de saúde, a rede educacional, os sacolões? Nosso bairro tem um
bom sistema sanitário, as ruas são limpas, há áreas de lazer? Participamos do debate sobre o uso de verbas públicas? O
político em quem votamos teve desempenho satisfatório? Prestou contas de seu mandato?
7
Em política, tolerância é cumplicidade com maracutaias. Voto é delegação e, na verdadeira democracia, governa o
povo através de seus representantes e de mobilizações diretas junto ao poder público. Quanto mais cidadania, mais
democracia.
8
Ano de nova qualidade de vida. De menos ansiedade e mais profundidade. Ano de comemorar 50 anos da
Declaração Universal dos Direitos Humanos. De celebrar dez anos, em janeiro, da ressurreição de Henfil e, em dezembro,
de Chico Mendes.
9
Aceitar a proposta de Jesus a Nicodemos: nascer de novo. Mergulhar em nós, abrir espaço à presença do Inefável.
Braços e corações abertos também ao semelhante. Recriar-nos e reapropriar-nos da realidade circundante, livre de
pasteurização que nos massifica na mediocridade bovina de quem rumina hábitos mesquinhos, como se a vida fosse uma
janela da qual contemplamos, noite após noite, a realidade desfilar nos ilusórios devaneios de uma telenovela.
10
Feliz homem novo. Feliz mulher nova.
(Frei Beto. "O Globo", 01 de janeiro de 1998. p.7.)
113. A conjunção "ou" (ref. 1) estabelece entre as duas últimas frases uma relação semântica de
a) exclusão.
b) adição.
c) explicação.
d) oposição.
e) conclusão.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unirio)
Combate no escuro
1
É sempre surpreendente a capacidade de alguns enxadristas para visualizar, com várias jogadas de antecedência,
aquilo que o comum dos mortais não enxerga nem mesmo quando a peça já foi movida no tabuleiro. Esse talento, comum a
todos os profissionais de vários jogos e também compartilhado por alguns amadores brilhantes, é ainda mais surpreendente
quando exercido sem ter sequer o apoio visual do tabuleiro, ou seja, inteiramente às cegas.
2
Nesse tipo de disputa, é comum um dos parceiros atuar normalmente, olhando e movendo suas peças, enquanto o
adversário faz seus lances mentalmente. Este não pode nem observar as posições resultantes das jogadas. Trabalha o tempo
todo no escuro.
3
Há, entretanto, uma modalidade que é quase um ultraje à capacidade de processamento de um cérebro comum.
Trata-se da simultânea às cegas, isto é, um só jogador disputando, sem olhar, várias partidas diferentes ao mesmo tempo,
contra oponentes que jogam individualmente, todos acompanhando os respectivos tabuleiros.
4
Confrontos de xadrez bizarros assim já foram várias vezes organizados, sobretudo para remunerar profissionais
talentosos e necessitados, e a quantidade de partidas concomitantes começou a inflacionar. O americano Harry Nelson
Pillsbury (1872 - 1906) jogou 21 partidas contra adversários dos bons, durante um torneio em Hannover, Alemanha, em
1902. Pillsbury deixava até que os outros jogadores se consultassem mutuamente sobre os melhores lances e os tentassem
previamente, mexendo as peças sobre os tabuleiros. (...)
5
Isso, claro, é para poucos. Mas existe um curioso meio-termo entre a partida às cegas e a normal, bem mais
palatável para gente como a gente. É uma variedade excêntrica do xadrez, chamada "Kriegspiel", que você pode adaptar
para outros jogos de tabuleiro, desde que conheça a idéia fundamental, muito simples.
6
Além de dois jogadores, é preciso uma terceira pessoa para atuar como juiz. Os dois primeiros sentam-se de costas
um para o outro, cada qual com um tabuleiro e somente as suas próprias peças. Entre eles, posiciona-se o juiz, que terá um
terceiro tabuleiro e as peças de ambos os contendores.
7
A cada lance, o juiz move a respectiva peça no seu tabuleiro e avisa ao adversário que o deslocamento foi feito. Se
a jogada não estiver dentro das regras, limita-se a dizer "não pode" - e solicita outra opção. (...)
(Luis Dal Monte Neto - REVISTA SUPERINTERESSANTE)
114. "Este não pode NEM observar as posições resultantes das jogadas." (par.2)
Sem alterar o sentido do texto, a palavra em maiúsculo na passagem anterior pode ser substituída por:
a) sequer.
b) ainda.
c) porém.
d) só.
e) também.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ita) Parei num cruzamento. Lembrei-me do garoto do porão. Se um dia eu precisasse fugir, tentaria levá-lo comigo. Queria
dar a ele uma chance. Atravessei a rua e me lembrei de como eu era diferente, apenas algumas semanas atrás. Não vacilava
ao receber uma ordem, por mais incompreensível que fosse. Ler algumas páginas do diário do Dr. Bertonni foi o mesmo que
virar o mundo pelo avesso. Eu tinha direito a ração, casa e trabalho. Pensava que fosse feliz por isso. Enquanto desvendava
a história do mundo, através dos antigos jornais e pelo diário, era tomado pelo medo. Muitas vezes pensei ter perdido a
felicidade por saber tanto. Mas agora eu percebo: meses atrás eu não era feliz, mas apenas ignorante.
(Costa, Marcos Túlio. O CANTO DA AVE MALDITA. Rio de Janeiro: Record, 1986.)
115. Nesse mesmo texto, assinale a opção correspondente à função da conjunção "mas" na última linha do texto:
a) Estabelece uma oposição entre felicidade e ignorância.
b) Opõe o tempo presente ao tempo passado.
c) Opõe perceber a conhecer.
d) Complementa a idéia de felicidade com a idéia de ignorância.
e) Contrapõe a vida pregressa do narrador a uma certa noção de ignorância.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucsp) O MARTÍRlO DO ARTISTA
Arte ingrata! E conquanto, em desalento,
A órbita elipsoidal dos olhos lhe arda,
Busca exteriorizar o pensamento
Que em suas fronetais células guarda!
Tarda-lhe a Idéia! A inspiração lhe tarda!
E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento,
Como o soldado que rasgou a farda
No desespero do último momento!
Tenta chorar e os olhos sente enxutos! ...
É como o paralítico que, à míngua
Da própria voz e na que ardente o lavra
Febre de em vão falar, com os dedos brutos
Para falar, puxa e repuxa a língua,
E não lhe vem à boca uma palavra!
Augusto dos Anjos
116. Observe o emprego da partícula "e", em:
I. "Tenta chorar e os olhos sente enxutos!..."
II. "puxa e repuxa a língua,"
III. "E não lhe vem à boca uma palavra!"
Analisando a relação que a referida partícula estabelece nas três construções, pode-se dizer que:
a) nos três casos, seu valor é o mesmo, ou seja, de conjunção aditiva.
b) em cada caso, seu valor é diferente, ou seja: em I, é de conjunção adversativa; em II, é de conjunção aditiva; em III, é de
conjunção temporal.
c) em I e em II, seu valor é de conjunção aditiva; em III é de, simplesmente, introdutora do verso.
d) nos três casos, seu valor é o mesmo, ou seja, de conjunção adversativa.
e) em I e III, seu valor é de conjunção adversativa; em II, seu valor é de conjunção aditiva.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(G1) A FUGA
Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar um cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.
- Pára com esse barulho, meu filho - falou, sem se voltar.
Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo
barulho, só estava empurrando uma cadeira.
- Pois então pára de empurrar a cadeira.
- Eu vou embora - foi a resposta.
Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as
num pedaço de pano, era sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave
(onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá saber), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única
arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.
A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o menino.
Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:
- Viu um menino saindo desta casa? - gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua,
sentado no meio-fio.
- Saiu agora mesmo com uma trouxinha - informou ele.
Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro.
A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e saíra de casa previnido - uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à
avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.
- Meu filho, cuidado!
O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto.
O menino, assustado arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:
- Que susto você me passou, meu filho - e apertava-o contra o peito comovido.
- Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.
Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:
- Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.
- Me larga. Eu quero ir embora.
Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala - tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave,
como ele fizera com a da despensa.
- Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.
- Fico, mas vou empurrar esta cadeira.
E o barulho recomeçou.
FERNANDO SABINO
117. "Chamou-o, MAS ELE APERTOU O PASSINHO..." A oração em destaque tem como classificação sintática:
a) Subordinada Substantiva Adversativa.
b) Subordinada Adjetiva Restritiva.
c) Coordenada Sindética Objetiva Direta.
d) Coordenada Sindética Adversativa.
e) Coordenada Assindética Adversativa.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufmg) TEXTO 1
No Brasil das últimas décadas, a miséria teve diversas caras.
Houve um tempo em que, romântica, ela batia à nossa porta. Pedia-nos um prato de comida. Algumas vezes, suplicava por
uma roupinha velha.
Conhecíamos os nossos mendigos. Cabiam nos dedos de uma das mãos. Eram parte da vizinhança. Ao alimentá-los e vestilos, aliviávamos nossas consciências. Dormíamos o sono dos justos.
A urbanização do Brasil deu à miséria certa impessoalidade. Ela passou a apresentar-se como um elemento da paisagem.
Algo para ser visto pela janelinha do carro, ora esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o viaduto.
A modernidade trouxe novas formas de contato com a riqueza. Logo a miséria estava batendo, suja, esfarrapada, no vidro de
nosso carro.
Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em
mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos travesseiros.
Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV. Aos poucos, foi perdendo a docilidade. A rua
oferecia-nos algo além de água encanada e luz elétrica.
Os telejornais passaram a despejar violência sobre o tapete da sala, aos pés de nossos sofás. Era como se dispuséssemos de
um eficiente sistema de miséria encanada. Tão simples quanto virar uma torneira ou acionar o interruptor, bastava apertar o
botão da TV. Embora violenta, a miséria ainda nos excluía.
Súbito, a miséria cansou de esmolar. Ela agora não pede; exige. Ela já não suplica; toma.
A miséria não bate mais à nossa porta; invade. Não estende a mão diante do vidro do carro; arranca os relógios dos braços
distraídos.
Acuada, a cidade passou de opressora a vítima dos morros. No Brasil de hoje, a riqueza é refém da miséria.
A constituição do perfil da miséria no Brasil está diretamente relacionada com a crescente modernização do país.
SOUZA, Josias de. "A vingança da miséria". FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 31 out. 1994.Caderno Opinião, p.2. (Texto
adaptado)
TEXTO 2
O jornalismo dos anos 90 no Brasil responde a
duas direções fundamentais.
De um lado, o jornalismo que resiste às exigências do mercado: a prática do jornal vem marcada pela presença do autor da
reportagem, da crônica, do ensaio; pelos vôos ousados no campo da interpretação, da sensibilidade, da poesia; pelo
investimento em grandes trabalhos de investigação que incidem sobre a esfera social, política e moral; pela denúncia que
não busca a sensação barata, a venda fácil e certa da miséria humana; enfim, um jornalismo marcado pelo exercício diário
da ética e da inteligência, em que o leitor é convocado a participar ativamente dos problemas.
De outro lado, o jornalismo que responde à tendência do mercado: tal jornalismo consagra os manuais de redação e estilo na
produção do jornal, os quais ambicionam apagar a presença do autor e buscam, ao máximo, a prática da assim chamada
escrita "objetiva", supostamente destituída de opinião e recheada de dados estatísticos, mapas e tabelas cuja função é
"facilitar a leitura" e dar sustentação aos dados reunidos no texto.
Claro que tudo isso é um grande engano. Não há e nunca houve, de fato, nenhum jornalismo "objetivo" e "sem opinião":
todo texto - jornalístico ou não - manifesta uma opinião. Até mesmo a demonstração de uma fórmula ou teorema
matemático, aliás, não é feita da mesma forma por dois expositores. Os caminhos escolhidos para chegar ao mesmo ponto
revelam a diferença de estilo, revelam o autor.
ARBEX JR. José. "Quem escreve com as mãos?" CAROS AMIGOS, São Paulo, n. 25, p. 8-9, abr. 1999. (Texto adaptado)
TEXTO 3
A globalização da informação provoca uma fragilidade na audiência. Nós nos tornamos alvo em uma galeria de tiro e só
podemos nos safar se soubermos pensar por nós mesmos. Uma sociedade educada é a que poderá tomar decisões que afetam
seu futuro de modo coerente. Devemos ou não interceder nas pesquisas da engenharia genética? Devemos ou não interceder
junto ao governo para um maior controle da emissão de gases industriais, de modo a evitar graves mudanças climáticas no
futuro? E os asteróides? Vão cair ou não em nossas cabeças?
GLEISER, Marcelo. "Velocidade da informação desafia educação moderna". FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 4
out.1998. Caderno 5, p.14. (Texto adaptado)
TEXTO 4
Desde 1960, quando os ricos ganhavam 30 vezes mais que os pobres, a concentração da renda mundial mais do que dobrou.
Em 1994, os 20% mais ricos abocanharam 86% de tudo o que foi produzido no mundo. Sua renda era 78 vezes superior à
dos 20% mais pobres.
Esse é o lado menos conhecido da globalização. Ano a ano, o fosso que separa os incluídos dos excluídos vem aumentando.
Em 34 anos, o quinhão dos excluídos na economia global minguou de 2,3% para 1,1%. A concentração chegou ao ponto de
o patrimônio conjunto dos raros 447 bilionários que há no mundo ser equivalente à renda somada da metade mais pobre da
população mundial - cerca de 2,8 bilhões de pessoas.
TOLEDO, José Roberto de. "Globalização aprofunda o abismo entre ricos e pobres". FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 2
nov. 1997. Caderno Especial, p.12. (Texto adaptado)
118. Leia atentamente este parágrafo, observando as relações de sentido que se estabelecem entre as frases:
"Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em
mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos travesseiros."
Em todas as alternativas, as palavras ou expressões destacadas traduzem corretamente as relações de sentido sugeridas no
trecho original, EXCETO em
a) Os semáforos ganharam uma inesperada função social. DESSA MANEIRA, passamos a exercitar nossa infinita bondade
pingando esmolas em mãos rotas. POR CONSEGUINTE, continuávamos de bem com nossos travesseiros.
b) Os semáforos ganharam uma inesperada função social. ENTÃO, passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando
esmolas em mãos rotas. DESSA FORMA, continuávamos de bem com nossos travesseiros.
c) Os semáforos ganharam uma inesperada função social. LOGO passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando
esmolas em mãos rotas. ASSIM, continuávamos de bem com nossos travesseiros.
d) Os semáforos ganharam uma inesperada função social. NO ENTANTO passamos a exercitar nossa infinita bondade
pingando esmolas em mãos rotas. EM CONTRAPARTIDA, continuávamos de bem com nossos travesseiros.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Cesgranrio)
O NOVO PLANETA DOS HOMENS
1
Uma recente pesquisa americana, concluída em 1985, busca apreender as reações e os sentimentos dos homens
após vinte anos de emancipação feminina, para daí projetar a provável tendência futura da vida entre os sexos. O livro
COMO OS HOMENS SE SENTEM, do jornalista Anthony Astrachan, aposta numa "revolução masculina irreversíveis, que
teria se iniciado na década de 70, impulsionada por dez anos de avanço feminino. O autor faz uma minuciosa análise das
consequências, para o homem, da entrada da mulher nos vários setores da sociedade: indústria, serviços, exército, mundo
empresarial e profissões liberais. Ele conclui que a revolução feminina efetivamente gerou reformulações profundas nos
papéis sociais e na identidade masculina, às custas de um alto preço efetivo e emocional.
2
Às reações negativas dos homens, desencadeadas pelas transformações no equilíbrio de poder entre os sexos,
Astrachan oferece uma curiosa explicação: "É possível que os homens tenham reivindicado a liderança há muito tempo, e a
tenham mantido através dos tempos para compensar a sua incapacidade de gerar filhos." Mas, observa o autor, ao mesmo
tempo que o homem luta para não abandonar a fantasia do poder, continuando a lidar com a mulher emancipada a partir de
antigos e conhecidos padrões, ao colocá-la no lugar de mãe, amante, esposa ou irmã e negar-lhe a competência profissional,
tem aumentado o número de homens que incorporaram outras atitudes. O fenômeno apontaria para um homem realmente
novo, capaz de usufruir e contribuir para uma síntese positiva entre os sexos.
3
Não tão otimista, a escritora e filósofa Elisabeth Badinter 90 não vê ainda configurado um "novo homem". Para o
homem, abordar o terreno feminino é "desvirilizante", ao passo que a mulher se valorizou ao adentrar o mundo masculino.
Sem dúvida, segundo ela, a evolução maior depende da recolocação dos homens, mas esse projeto "é ainda um fenômeno
muito marginal e se dá apenas numa minoria sofisticada".
4
Para a realidade brasileira, essas questões assumem diferentes contornos, matizadas por uma crise que, no limite,
torna perigosas as prospecções. Poucos são os que se arriscam: "O homem está sendo obrigado a se adaptar à crise
permanente com uma revolução permanente", diz o escritor Sérgio Sant'Anna. Ele vê, ainda, mudanças na família e nas
relações do homem com a paternidade, mas sente que, no momento, "as pessoas estão muito inseguras, desprotegidas e
tendem a voltar a padrões conservadores". Mas adverte: "Essa não é uma transformação que se dê ao nível ideológico e
intelectual; os que a fizeram se deram mal. Ela supõe crises emocionais profundas."
5
A feminista Rose Marie Muraro, embora admita um retrocesso violento aos comportamentos machistas e
convencionais na década de 80, prevê a vitória inconteste dos comportamentos libertários. Quanto à luta feminista, ela
reconhece que os homens tiveram pouco tempo para incorporar as transformações da década de 70. Acreditando que a
definição virá na próxima década, Rose finaliza: "Hoje a mulher não é mais a imagem do desejo alheio, (...) mas é sujeito de
seu próprio desejo." Mas tudo isso não esconde uma mágoa: "(...) Tive um câncer e uma úlcera ao viver o mundo
masculino, sendo mulher no setor público. Tive de me masculinizar, pois lá quem não mata, morre."
6
Sem rancores, mas não menos inquieta, a psicanalista Suely Rolnik assume toda sua crença na potência criativa do
desejo humano: "O que eu vejo hoje é uma aliança entre homem e mulher. É uma história nascente de cumplicidade entre o
homem e a mulher."
(Yudith Rosenbaum, Revista LEIA, nŽ 128, 1989, p. 36-38, com adaptações.)
119. Assinale a opção CORRETA quanto à análise das orações do período a seguir:
"É possível que os homens tenham reivindicado a liderança há muito tempo, e a tenham mantido através dos tempos para
compensar a sua incapacidade de gerar filhos."
a) A segunda oração é subordinada substantiva objetiva direta.
b) As orações das locuções verbais "tenham reivindicado" e "tenham mantido" estão coordenadas entre si.
c) A oração do verbo "compensar" expressa idéia de consequência.
d) A última oração é subordinada substantiva objetiva indireta.
e) Todas as orações subordinadas são reduzidas de infinitivo.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Fuvest)
Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minh'alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semidéia,
que, como um acidente em seu sujeito,
assi co a alma minha se conforma,
está no pensamento como idéia:
e o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.
(Camões, ed. A. J. da Costa Pimpão)
120. A relação semântica expressa pelo termo LOGO no verso "Não tenho, LOGO, mais que desejar" ocorre igualmente
em:
a) Não se lembrou de ter um retrato do menino. E LOGO o retrato que tanto desejara.
b) Acendia, tão LOGO anoitecia, um candeeiro de querosene.
c) É um ser humano, LOGO merece nosso respeito.
d) E era LOGO ele que chegava a esta conclusão.
e) Adoeceu, e LOGO naquele mês, quando estava cheio de compromissos.
121. A conjunção MAS, que aparece no início do primeiro terceto, é usada para
a) apresentar uma síntese das idéias contidas nos quartetos, que funcionam como tese e antítese.
b) opor à satisfação expressa nos quartetos a insatisfação trazida por uma idéia incompleta e pelo conformismo.
c) substituir o conectivo E, assumindo valor aditivo, já que não há oposição entre os quartetos e os tercetos.
d) iniciar um pensamento conclusivo, podendo ser substituído pelo conectivo PORTANTO.
e) introduzir uma ressalva em relação às idéias que foram expressas nos quartetos.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fatec) No dia seguinte, 3 de março, entreguei pela manhã os originais a dona Jeni, datilógrafa. Ao meio-dia uma parenta
me visitou - e este caso insignificante exerceu grande influência na minha vida, talvez haja desviado o curso dela. Essa
pessoa indiscreta deu-me conselhos e aludiu a crimes vários praticados por mim. Agradeci e pedi-lhe que me denunciasse,
caso ainda não tivesse feito. A criatura respondeu-me com quatro pedras na mão e retirou-se. Minha mulher deu razão a ela
e conseguiu arrastar-me a um dos acessos de desespero que ultimamente se amiudavam. Como era possível trabalhar em
semelhante inferno? Nesse ponto surgiu Luccarini. Entrou sem pedir licença, atarantando, cochichou rapidamente que iam
prender-me e era urgente afastar-me de casa, recebeu um abraço e saiu.
Ótimo. Num instante decidi-me. Não me arredaria, esperaria tranquilo que me viessem buscar. Se quisesse andar
alguns metros, chegaria à praia, esconder-me-ia por detrás de uma duna, lá ficaria em segurança. Se me resolvesse a tomar o
bonde, iria até o fim da linha, saltaria em Bebedouro, passaria o resto do dia a percorrer aqueles lugares que examinei para
escrever o antepenúltimo capítulo do romance. Não valia a pena. Entrei na sala de jantar, abri uma garrafa de aguardente,
sentei-me à mesa, bebi alguns cálices, a monologar, a dar vazão à raiva que me assaltara. Propriamente não era monólogo:
minha mulher replicava com estridência. Escapava-me a significação da réplica, mas a voz aguda me endoidecia, furava-me
os ouvidos. Não conheço pior tortura que ouvir gritos. Devia existir uma razão econômica para esse desconchavo: as minhas
finanças equilibravam-se com dificuldade, evitávamos reuniões, festas, passeios. De fato as privações não me inquietavam.
Minha mulher, porém, sentia-se lesada, o que me fazia perder os estribos. De repente um ciúme insensato. A incongruência
me arrancava a palavra dura:
- Que estupidez!
Naquele momento a idéia da prisão dava-me quase prazer: via ali um princípio de liberdade. Eximira-me do
parecer, do ofício, da estampilha, dos horríveis cumprimentos ao deputado e ao senador; iria escapar a outras maçadas,
gotas espessas, amargas, corrosivas. Na verdade suponho que me revelei covarde e egoísta: várias crianças exigiam
sustento, a minha obrigação era permanecer junto a elas, arranjar-lhes por qualquer meio o indispensável. Desculpava-me
afirmando que isto se havia tornado impossível. Que diabo ia fazer, perseguido, a rolar de um canto para outro, em sustos,
mudando o nome, a barba longa, a reduzir-me, a endividar-me? Se a vida comum era ruim, essa que Luccarini me oferecera
num sussurro, a tremura e a humilhação constante, dava engulhos. Além disso eu estava curioso de saber a arguição que
armariam contra mim. Bebendo aguardente, imaginava a cara de um juiz, entretinha-me num longo diálogo, e saía-me
perfeitamente, como sucede em todas as conversas interiores que arquiteto. Uma compensação: nas exteriores sempre me
dou mal. Com franqueza, desejei que na acusação houvesse algum fundamento. E não vejam nisso bazófia ou mentiras: na
situação em que me achava justifica-se a insensatez. A cadeia era o único lugar que me proporcionaria o mínimo de
tranquilidade necessária para corrigir o livro. O meu protagonista se enleara nesta obsessão: escrever um romance além das
grades úmidas pretas. Convenci-me de que isto seria fácil: enquanto os homens de roupa zebrada compusessem botões de
punho e caixinhas de tartaruga, eu ficaria longas horas em silêncio, a consultar dicionários, riscando linhas, metendo
entrelinhas nos papéis datilografados por dona Jeni. Deixar-me-iam ficar até concluir a minha tarefa? Afinal a minha
pretensão não era tão absurda como parece. Indivíduos tímidos, preguiçosos, inquietos, de vontade fraca habituam-se ao
cárcere. Eu, que não gosto de andar, nunca vejo a paisagem, passo horas fabricando miudezas, embrenhando-me em
caraminholas, por que não haveria de acostumar-me também?
(Graciliano Ramos, MEMÓRIAS DO CÁRCERE)
122. Analise as afirmações a seguir, referentes ao período:
AGRADECI E PEDI-LHE QUE ME DENUNCIASSE, CASO AINDA NÃO O TIVESSE FEITO.
I. A oração CASO AINDA NÃO O TIVESSE FEITO pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por A MENOS QUE
JÁ O TIVESSE FEITO.
II. AGRADECI E PEDI-LHE: esse trecho apresenta coordenação por adição entre as orações, sendo sua forma negativa
expressa por NÃO AGRADECI NEM LHE PEDI.
III. A oração QUE ME DENUNCIASSE é objeto direto de PEDI.
IV. O valor sintático e de sentido da oração CASO AINDA NÃO O TIVESSE FEITO é de condição.
Quanto a essas afirmações, devemos concluir que
a) estão corretas apenas a I e a IV.
b) estão corretas somente a II e a IV.
c) apenas a I e a II estão corretas.
d) somente a I, a II e a III estão corretas.
e) todas estão corretas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Cesgranrio) 1 Toda cultura é particular. Não existe, nem pode existir uma cultura universal constituída. No nosso século,
os antropólogos vivem ensinando isso a quem quiser aprender.
2
Tal como acontece com cada indivíduo, os grupos humanos, grandes ou pequenos, vão adquirindo e renovando,
construindo, organizando e reorganizando, cada um a seu modo, os conhecimentos de que necessitam.
3
O movimento histórico da cultura consiste numa diversificação permanente. A cultura universal - que seria a
cultura da Humanidade - depende dessa diversificação, quer dizer, depende da capacidade de cada cultura afirmar sua
própria identidade, desenvolvendo suas características peculiares.
4
No entanto, as culturas particulares só conseguem mostrar sua riqueza, sua fecundidade, na relação de umas com as
outras. E essa relação sempre comporta riscos.
5
Em condições de uma grande desigualdade de poder material, os grupos humanos mais poderosos podem causar
grandes danos e destruições fatais às culturas dos grupos mais fracos.(...)
6
Todos tendemos a considerar nossa cultura particular mais universal do que as outras. (...) Cada um de nós tem
suas próprias convicções.(...)
7
Tanto indivíduos como grupos têm a possibilidade de se esforçar para incorporar às suas respectivas culturas
elementos das culturas alheias.
8
Apesar dos perigos da relação com outras culturas (descaracterização, perda da identidade, morte), a cultura de
cada pessoa, ou de cada grupo humano, é frequentemente mobilizada para tentativas de auto-relativização e de
autoquestionamento, em função do desafio do diálogo.
(Leandro Konder - O GLOBO, 02/08/98)
123. A locução "No entanto" (par.4), como um elemento de coesão, ao ligar dois segmentos do texto o faz:
a) relacionando pensamentos que se excluem.
b) apresentando uma condição para que algo aconteça.
c) ligando pensamentos totalmente contrários.
d) expressando uma ressalva ao que foi dito anteriormente.
e) estabelecendo uma relação de implicação causal entre os segmentos.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Puccamp)
Ação à distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo das massas, Holocausto: através
das metáforas e das realidades que marcaram esses cem últimos anos, aparece a verdadeira doença do progresso...
O século que chega ao fim é o que presenciou o Holocausto, Hiroshima, os regimes dos Grandes Irmãos e dos
Pequenos Pais, os massacres do Camboja e assim por diante. Não é um balanço tranquilizador. Mas o horror desses
acontecimentos não reside apenas na quantidade, que, certamente, é assustadora.
Nosso século é o da aceleração tecnológica e científica, que se operou e continua a se operar em ritmos antes
inconcebíveis. Foram necessários milhares de anos para passar do barco a remo à caravela ou da energia eólica ao motor de
explosão; e em algumas décadas se passou do dirigível ao avião, da hélice ao turborreator e daí ao foguete interplanetário.
Em algumas dezenas de anos, assistiu-se ao triunfo das teorias revolucionárias de Einstein e a seu questionamento. O custo
dessa aceleração da descoberta é a hiperespecialização. Estamos em via de viver a tragédia dos saberes separados: quanto
mais os separamos, tanto mais fácil submeter a ciência aos cálculos do poder. Esse fenômeno está intimamente ligado ao
fato de ter sido neste século que os homens colocaram mais diretamente em questão a sobrevivência do planeta. Um
excelente químico pode imaginar um excelente desodorante, mas não possui mais o saber que lhe permitiria dar-se conta de
que seu produto irá provocar um buraco na camada de ozônio.
O equivalente tecnológico da separação dos saberes foi a linha de montagem. Nesta, cada um conhece apenas uma
fase do trabalho. Privado da satisfação de ver o produto acabado, cada um é também liberado de qualquer responsabilidade.
Poderia produzir venenos, sem que o soubesse - e isso ocorre com frequência. Mas a linha de montagem permite também
fabricar aspirina em quantidade para o mundo todo. E rápido. Tudo se passa num ritmo acelerado, desconhecido dos séculos
anteriores. Sem essa aceleração, o Muro de Berlim poderia ter durado milênios, como a Grande Muralha da China. É bom
que tudo se tenha resolvido no espaço de trinta anos, mas pagamos o preço dessa rapidez. Poderíamos destruir o planeta
num dia.
Nosso século foi o da comunicação instantânea, presenciou o triunfo da ação à distância. Hoje, aperta-se um botão
e entra-se em comunicação com Pequim. Aperta-se um botão e um país inteiro explode. Aperta-se um botão e um foguete é
lançado a Marte. A ação à distância salva numerosas vidas, mas irresponsabiliza o crime.
Ciência, tecnologia, comunicação, ação à distância, princípio da linha de montagem: tudo isso tornou possível o
Holocausto. A perseguição racial e o genocídio não foram uma invenção de nosso século; herdamos do passado o hábito de
brandir a ameaça de um complô judeu para desviar o descontentamento dos explorados. Mas o que torna tão terrível o
genocídio nazista é que foi rápido, tecnologicamente eficaz e buscou o consenso servindo-se das comunicações de massa e
do prestígio da ciência.
Foi fácil fazer passar por ciência uma teoria pseudocientífica porque, num regime de separação dos saberes, o
químico que aplicava os gases asfixiantes não julgava necessário ter opiniões sobre a antropologia física. O Holocausto foi
possível porque se podia aceitá-lo e justificá-lo sem ver seus resultados. Além de um número, afinal restrito, de pessoas
responsáveis e de executantes diretos (sádicos e loucos), milhões de outros puderam colaborar à distância, realizando cada
qual um gesto que nada tinha de aterrador.
Assim, este século soube fazer do melhor de si o pior de si. Tudo o que aconteceu de terrível a seguir não foi se não
repetição, sem grande inovação.
O século do triunfo tecnológico foi também o da descoberta da fragilidade. Um moinho de vento podia ser
reparado, mas o sistema do computador não tem defesa diante da má intenção de um garoto precoce. O século está
estressado porque não sabe de quem se deve defender, nem como: somos demasiado poderosos para poder evitar nossos
inimigos. Encontramos o meio de eliminar a sujeira, mas não o de eliminar os resíduos. Porque a sujeira nascia da
indigência, que podia ser reduzida, ao passo que os resíduos (inclusive os radioativos) nascem do bem-estar que ninguém
quer mais perder. Eis porque nosso século foi o da angústia e da utopia de curá-la.
Espaço, tempo, informação, crime, castigo, arrependimento, absolvição, indignação, esquecimento, descoberta,
crítica, nascimento, vida mais longa, morte... tudo em altíssima velocidade. A um ritmo de STRESS. Nosso século é o do
enfarte.
(Adaptado de Umberto Eco, Rápida Utopia. VEJA, 25 anos, Reflexões para o futuro. São Paulo, 1993).
124. A única frase em que a idéia de conclusão está corretamente introduzida pelo termo destacado é:
a) Na linha de montagem, cada trabalhador conhece apenas uma fase do trabalho, ASSIM ele está a par de todo o processo
de produção.
b) Informação, descoberta, crítica, nascimento, longa vida, morte... tudo em altíssima velocidade - a um ritmo de "stress"-,
PORTANTO, o nosso século é o do enfarte.
c) Os resíduos que não somos capazes de suprimir são gerados pelo bem-estar, LOGO, ninguém mais quer eliminá-los.
d) O século XX foi também o século da descoberta da fragilidade; é, POIS, o século do triunfo tecnológico.
e) A ação à distância salva vidas, mas também irresponsabiliza o crime, POR ISSO ela é um indiscutível êxito do nosso
século.
125. "Estamos em via de viver a tragédia dos saberes separados: QUANTO MAIS os separamos, TANTO MAIS fácil
submeter a ciência aos cálculos do poder."
..........................................................................................
"É bom que tudo se tenha resolvido no espaço de trinta anos, MAS pagamos o preço dessa rapidez."
As relações que as palavras destacadas introduzem no texto são, respectivamente, de
a) consequência - explicação
b) finalidade - tempo
c) conclusão - adição
d) proporção - contraste
e) alternância - concessão
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uerj) MANIFESTO DA POESIA PAU-BRASIL
(fragmento)
Lançado por Oswald de Andrade, no CORREIO DA MANHÃ, em 18 de março de 1924.
1
Houve um fenômeno de democratização estética nas cinco partes sábias do mundo. Instituíra-se o naturalismo.
Copiar. Quadro de carneiros que não fosse lã mesmo não prestava. A interpretação do dicionário oral das Escolas de BelasArtes queria dizer reproduzir igualzinho... Veio a pirogravura. As meninas de todos os lares ficaram artistas. Apareceu a
máquina fotográfica. E com todas as prerrogativas do cabelo grande, da caspa e da misteriosa genialidade de olho virado - o
artista fotógrafo.
2
Na música, o piano invadiu as saletas nuas, de folhinha na parede. Todas as meninas ficaram pianistas. Surgiu
piano de manivela, o piano de patas. A Playela. E a ironia eslava compôs para a Playela. Stravinski.
3
A estatuária andou atrás. As procissões saíram novinhas das fábricas.
4
Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiano.
(...)
5
Nossa época anuncia a volta ao sentido puro.
6
Um quadro são linhas e cores. A estatuária são volumes sob a luz.
7
A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um
sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.
(apud TELES, Gilberto M. "Vanguarda Européia e Modernismo brasileiro". Petrópolis: Vozes, 1977.)
126. "Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiana." (par. 1)
Nesse trecho a opção pelo emprego do travessão evita a utilização explícita de um conectivo entre as duas orações.
Mantidos o sentido original e a coerência textual, o autor poderia ter optado pelo uso da seguinte conjunção:
a) pois
b) quando
c) entretanto
d) se bem que
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
(Unirio) POESIA AINDA VIAJA PELAS ÁGUAS DO MUNDO
1
Acordei pensando em rios - que dão sempre um toque feminino a qualquer cidade - e me dizendo que o único
possível defeito do Rio de Janeiro é não ter um rio. Pior ainda, é de ter sufocado o seu rio, exatamente o rio chamado
Carioca, do vale das Laranjeiras.
2
Esse rio, hoje secreto, que corre como um malfeitor debaixo de ruas, ninguém, nenhum poeta o cantou melhor e
mais ternamente do que Alceu Amoroso Lima.
3
Nascido à beira do Carioca quando o Carioca ainda se fazia ver e ouvir na maior parte do seu breve curso, Alceu
parece ter guardado a vida inteira o rumor do rio no ouvido. Ele nasceu ali, na Chácara da Casa Azul.
4
Quando o Rio completou 400 anos, em 1965, Alceu escreveu para "Aparência do Rio de Janeiro", de Gastão Cruls,
então reeditado pela José Olympio, um artigo que é um verdadeiro poema em prosa, chamado "O Nosso Carioca".
5
Começa assim: "Muito antes de existir o Rio de Janeiro, hoje quatrocentão, existia o rio Carioca. Aquele ficou
sendo rio por engano. O Carioca, esse já o era, havia séculos. Talvez por isso a contradança das coisas humanas fez do que
não era rio um Rio para sempre, e do que o era de fato, ao nascer o outro, uma reles galeria de águas pluviais, quando o
falso rio completa o seu quarto centenário. 'Das Caboclas' era também seu nome".
6
" 'Carioca', que nos dizem significar casa de branco, e outros, com mais probabilidade, casa de pedra, foi o nome
dado em virtude do depósito de pipas de água fresca (...) para a aguada das caravelas e dos bergantins. 'Das Caboclas' por
outros motivos, menos aquáticos que afrodíticos. O rio acompanhava, descoberto, o vale das Laranjeiras, desde a encosta do
Corcovado até o Flamengo".
7
No meio de sua deliciosa evocação, em que diz que cada casa do vale, como a sua, tinha sua ponte sobre o rio, e
que cada ponte parecia estar sempre sendo atravessada por meninas em flor, Alceu, numa breve e certeira observação do
grande crítico literário que era, põe o humilde Carioca a fluir entre os grandes rios clássicos e eternos.
8
Pessoalmente, só vi o Carioca à luz do sol uma vez, por ocasião das terríveis chuvaradas do ano de 1967.
9
A tromba d'água que descia do Corcovado foi tão persistente e se infiltrou pelo solo tão caudalosa que começou de
repente a fraturar o próprio leito da rua das Laranjeiras, que afinal se rachou em duas partes. Acho que foi esta a única vez
que o rejeitado Carioca teve fúria de grande rio.
10
Eu não conheço o assunto mas arriscaria o palpite de que nenhum país do mundo contém mais água doce do que o
Brasil. Temos rios descomunais. Só que em geral vadios, desocupados.
11
Ao contrário do que fizeram a Europa, os Estados Unidos, a antiga União Soviética, que comunicaram e
intercomunicaram seus rios, montando um tapete rolante de gente e de riquezas, aqui deixamos os rios na vagabundagem.
12
Em termos de literatura, quem quiser sentir o que a operosidade dos europeus tem feito para pôr os rios a trabalhar
para os homens, basta ler Simenon. Os canais, diques e eclusas estão tão presentes em seus livros quanto os desesperados e
os criminosos. São romances em que a humanidade sofre e envereda pelos caminhos errados, mas as barcaças e navios não
se enganam nunca.
13
Os rios têm leito, rumo, juízo. Os homens que continuem cometendo seus desvarios que eles, ainda que subindo e
descendo de nível quando necessário, deslizam no maior sossego pelas águas ensinadas.
14
Enquanto isso nós, no Brasil, olhamos com tédio as correias de transmissão de poderosos rios a rolarem vazias
entre estradas esburacadas e arquejantes de caminhões.
15
Só no Brasil o transporte mais caro, o de caminhões, é muito maior que o de vias férreas e fluviais. Com exceção
do rio Tietê, que é praticamente do tamanho do Reno e que pelo jeito acaba ficando tão navegável e próspero quanto o
Reno. Obcecado com o interior de São Paulo, o Tietê corre de costas para o mar, para percorrer todo o Estado e acabar no
Paraná, na bacia do rio da Prata.
16
O Paraná e o Tietê já estão quase prontos para entrar num romance de Simenon, com seus canais artificiais e suas
eclusas, e os navios abarrotados de calcário, de soja, de milho, álcool de cana.
17
De qualquer forma ainda estamos, no Brasil, longe dos meus sonhos, que são ¢de um país ativíssimo mas
silencioso. Desde que li, já faz muito tempo, uma monografia sobre hidrovias e a interligação de nossas bacias
hidrográficas, fiquei escravo da miragem.
18
A idéia da monografia, escrita por gente do ramo, do Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis, era
nada mais nada menos que a ligação pelas águas de Belém do Pará a Buenos Aires. Um mapa todo aquoso mostrava uma
grande hidrovia artificial na altura de Cáceres, em Mato Grosso, no rio Paraguai, e mais umas barragens e eclusas nas bacias
do Prata e do Amazonas.
19
Pronto! Estava completa a ligação de Belém com Buenos Aires, à bagatela de uns nove mil quilômetros de
imponderável mas indestrutível estrada. Se o Brasil, do tempo em que eu li a monografia para cá, tivesse gasto menos
dinheiro em quarteladas, Transamazônicas e Angras, teríamos atado para sempre esse nó de águas amazônicas e platinas.
20
Para um romance nesse cenário, Simenon não dava mais. Seria preciso convocar o Rosa.
Antonio Callado - in FOLHA DE SÃO PAULO. 09/04/1994.
127. Assinale a opção que contém o nexo sintático que melhor estabeleceria a ligação entre "AQUELE FICOU SENDO
RIO POR ENGANO" - e - "CARIOCA, ESSE JÁ O ERA, HAVIA SÉCULOS" (parágrafo 5Ž).
a) e
b) portanto
c) enquanto
d) se
e) logo
128. A opção INCORRETA sobre as orações do período "EU NÃO CONHEÇO O ASSUNTO MAS ARRISCARIA O
PALPITE DE QUE NENHUM PAÍS DO MUNDO CONTÉM MAIS ÁGUA DOCE DO QUE O BRASIL" assinala a
existência de:
a) quatro orações.
b) três orações.
c) uma oração coordenada sindética.
d) uma oração completiva nominal.
e) uma oração subordinada adverbial.
129. O piso da sua cozinha está cheio de trincas? A panela de pressão estourou? Seu filho quase engoliu o olho do ursinho
de pelúcia? Quem¢ já passou por algum desse apuros provavelmente acreditou que foi apenas mais um entre tantos
acidentes domésticos. Nada£ disso. Pelas normas em vigor no Brasil, pisos não podem trincar; panelas de pressão devem ser
seguras o suficiente para não explodir; olhinhos dos bichos de pelúcia estão proibidos. As cenas mencionadas¤ acima¥,
portanto, não foram meros acidentes¦, mas consequência de um mal que infesta o mercado brasileiro - a§ má qualidade.
("Veja", 01/11/95)
Julgue os itens.
( ) As conjunções "portanto" (ref.1) e "mas" (ref.5) podem ser substituídas, sem prejuízo de sentido, por "logo" e
"porém", respectivamente.
( ) A palavra "olho", ao ser passada para o plural, recebe marca de plural "s" sem qualquer mudança de timbre da vogal
tônica.
( ) As palavras "já" (ref. 1) e "má" (ref.6) recebem acento gráfico por serem oxítonas terminadas em a.
( ) As palavras "disso" (ref. 2) e "acima" (ref.3) são elementos anafóricos que ajudam a construir a coesão do texto.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fatec) Virgília? Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois...? A mesma; era justamente a senhora, que em
1869 devia assistir aos meus últimos dias, e que antes, muito antes, teve larga parte nas minhas mais íntimas sensações.
Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça e, com
certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto
não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe
maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço,
precário, eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. Era isto Virgília, e era clara,
muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma devoção, - devoção, ou talvez
medo; creio que medo.
Aí tem o leitor, em poucas linhas, o retrato físico e moral da pessoa que devia influir mais tarde na minha vida; era
aquilo com dezesseis anos. Tu que me lês, se ainda fores viva, quando estas páginas vierem à luz, - tu que me lês Virgília
amada, não reparas na diferença entre a linguagem de hoje e a que primeiro empreguei quando te vi? Crê que era tão sincero
então como agora; a morte não me tornou rabugento, nem injusto.
- Mas, dirás tu, como é que podes assim discernir a verdade daquele tempo, e exprimi-la depois de tantos anos?
Ah! indiscreta! ah! ignorantona!
(Machado de Assis, MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS. 4ヘ ed. São Paulo: Ática, 1973.)
130. "Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, PORQUE isto não é romance, em
que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; MAS também não digo que lhe maculasse o rosto
nenhuma sarda ou espinha, não."
No período anterior, PORQUE e MAS introduzem, respectivamente, as idéias de
a) causa e conclusão.
b) explicação e oposição.
c) consequência e oposição.
d) oposição e alternância.
e) conclusão e consequência.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unitau)
"Certas instituições encontram sua autoridade na palavra divina. Acreditemos ou não nos dogmas, é
preciso reconhecer que seus dirigentes são obedecidos porque um Deus fala através de sua boca. Suas qualidades pessoais
importam pouco. Quando prevaricam, eles são punidos no inferno, como aconteceu, na opinião de muita gente boa, com o
Papa Bonifácio VIII, simoníaco reconhecido. Mas o carisma é da própria Igreja, não de seus ministros. A prova de que ela é
divina, dizia um erudito, é que os homens ainda não a destruíram.
Outras associações humanas, como a universidade, retiram do saber o respeito pelos seus atos e palavras. Sem a
ciência rigorosa e objetiva, ela pode atingir situações privilegiadas de mando, como ocorreu com a Sorbonne. Nesse caso,
ela é mais temida do que estimada pelos cientistas, filósofos, pesquisadores. Jaques Le Goff mostra o quanto a universidade
se degradou quando se tornou uma polícia do intelecto a serviço do Estado e da Igreja.
As instituições políticas não possuem nem Deus nem a ciência como fonte de autoridade. Sua justificativa é
impedir que os homens se destruam mutuamente e vivam em segurança anímica e corporal. Se um Estado não garante esses
itens, ele não pode aspirar à legítima obediência civil ou armada. Sem a confiança pública, desmorona a soberania justa. Só
resta a força bruta ou a propaganda mentirosa para amparar uma potência política falida.
O Estado deve ser visto com respeito pelos cidadãos. Há um espécie de aura a ser mantida, através do essencial
decoro. Em todas as suas falas e atos, os poderosos precisam apresentar-se ao povo como pessoas confiáveis e sérias. No
Executivo, no Parlamento e, sobretudo, no Judiciário, esta é a raiz do poder legítimo.
Com a fé pública, os dirigentes podem governar em sentido estrito, administrando as atividades sociais,
econômicas, religiosas, etc. Sem ela, os governantes são reféns das oligarquias instaladas no próprio âmbito do Estado.
Essas últimas, sugando para si o excedente econômico, enfraquecem o Estado, tornando-o uma instituição inane."
(Roberto Romano, excerto do texto "Salários de Senadores e legitimidade do Estado", publicado na Folha
de São Paulo, 17/10/1994, 1Ž caderno, página 3)
131. Em:
"Acreditemos ou não nos dogmas, é preciso reconhecer QUE SEUS DIRIGENTES SÃO OBEDECIDOS PORQUE UM
DEUS FALA ATRAVÉS DE SUA BOCA."
As orações, em destaque, no plano sintático são, respectivamente,
a) subordinada substantiva objetiva direta e subordinada adverbial final.
b) subordinada adverbial alternativa e coordenada explicativa.
c) coordenada assindética e coordenada explicativa.
d) coordenada assindética e subordinada adverbial conformativa.
e) subordinada substantiva objetiva direta e subordinada adverbial causal.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fatec) Texto 1
POBRE ALIMÁRIA
"O cavalo e a carroça
Estavam atravancados no trilho
E como o motorneiro se impacientasse
Porque levava os advogados para os escritórios
Desatravancaram o veículo
E o animal disparou
Mas o lesto carroceiro
Trepou na boléia
E castigou o fugitivo atrelado
Com um grandioso chicote."
Texto 2
"Volto da rua.
Noite glacial e melancólica.
Não há nem a mais leve nitidez de aspectos, porque nem a lua, nem as estrelas, ao menos, fulgem no firmamento.
Há apenas uma noite escura, cerrada, que lembra o mistério.
(...)
À turva luz oscilante dos lampiões de petróleo, em linha, dando à noite lúgubres pavores de enterros, vêem-se
fundas e extensas valas cavadas e fresco, onde alguns homens ásperos, rudes, com o tom soturno dos mineiros, andam
colocando largos tubos de barro para o encanamento das águas da cidade.
A terra, em torno dos formidáveis ventres abertos, revolta e calcária, com imensa quantidade de pedras brutas
sobrepostas, dá idéia da derrocada de terrenos abalados por bruscas convulsões subterrâneas.
Instintivamente, diante dessas enormes bocas escancaradas na treva, ali, na rigidez do solo, sentindo na espinha
dorsal, como numa tecla elétrica onde se calca de repente a mão, um desconhecido tremor nervoso, que impressiona e gela,
pensa-se fatalmente na Morte..."
132. Assinale a alternativa correta, com relação à estrutura sintática e de significação dos versos "E como o motorneiro se
impacientasse/Porque levava os advogados para os escritórios/ Desatravancaram o veículo/ E o animal disparou".
a) Há uma relação de causa e efeito entre a impaciência do motorneiro e o ato de desatravancar o veículo.
b) Na oração "como o motorneiro se impacientasse" há uma comparação que se completa com a idéia da pressa dos
advogados, na oração seguinte.
c) A oração "porque levava os advogados para os escritórios" é consequência da impaciência do motorneiro.
d) Na oração "E o animal disparou" há uma relação de oposição, estabelecida pela conjunção.
e) As orações "E como o motorneiro se impacientasse" e "E o animal disparou" indicam relações de adição entre esses dois
fatos.
133. (Uerj) "A Internet é o portal da nova era, mas apenas 3% da população brasileira têm hoje acesso à rede."
("O Globo", 09/07/2000)
Analisando o emprego do conectivo MAS na construção acima, é possível concluir que, além de ligar duas partes da frase,
ele desempenha a seguinte função:
a) reafirmar o significado da primeira parte
b) permitir a compreensão interna das duas frases
c) desfazer a ambiguidade de sentido da primeira parte
d) evidenciar uma relação de sentido entre as duas partes.
134. (Mackenzie)
Hoje se reconhece cada vez mais a importância do tato durante toda a vida do homem. Os
animais de estimação permitem às pessoas que precisam desse estímulo sensorial exercitarem-no. O simples fato de tocar
um animal reduz a ansiedade e a tensão. Acariciá-los é não só um modo de expressar afeto, como também exerce um efeito
benéfico sobre o sistema cardiovascular do dono.
(Erika Friedmann)
Observe as afirmações seguintes.
I - O sujeito da primeira oração é indeterminado, uma vez que qualquer pessoa pode fazer o reconhecimento citado.
II - Na terceira oração, a palavra QUE é, morfologicamente, um pronome relativo, cujo antecedente é PESSOAS e,
sintaticamente, exerce a função de sujeito do verbo PRECISAR.
III - A última oração classifica-se como coordenada sindética aditiva.
Assinale:
a) se II e III estão corretas.
b) se todas estão corretas,
c) se apenas I está correta.
d) se todas estão incorretas.
e) se apenas II está correta.
135. (Fuvest) Considerando-se a relação lógica existente entre os dois segmentos dos provérbios adiante citados, o espaço
pontilhado NÃO poderá ser corretamente preenchido pela conjunção MAS, apenas em:
a) Morre o homem, (...) fica a fama.
b) Reino com novo rei (...) povo com nova lei.
c) Por fora bela viola, (...) por dentro pão bolorento.
d) Amigos, amigos! (...) negócios à parte.
e) A palavra é de prata, (...) o silêncio é de ouro.
136. (G1) Em qual das orações a seguir, a conjunção coordenativa POIS estabelece uma conclusão?
a) Venha logo, pois sua presença é importante.
b) As matrículas foram encerradas; nada pode ser feito, pois.
c) Fale mais alto, pois a ligação está ruim.
d) Não demore, pois não gosto de ficar sozinha.
e) Choveu, pois as ruas estão molhadas.
137. (G1) Assinale a alternativa em que a oração em destaque esteja corretamente analisada:
a) Fui à loja E COMPREI ROUPAS (Oração Coordenada Sindética Adversativa)
b) Não vá agora, QUE ESTÁ CHOVENDO (Oração Coordenada Sindética Explicativa)
c) Tirou notas baixas, LOGO SERÁ REPROVADO. (Oração Coordenada Assindética)
d) Ora ouvia ORA FALAVA. (Oração Coordenada Sindética Conclusiva)
e) Caiu, MAS NÃO SE MACHUCOU. (Oração Coordenada Sindética Aditiva)
138. (G1) Assinale a alternativa em que a oração em destaque está corretamente analisada:
a) ( ) Como sanduíche OU TOMO SUCO DE FRUTAS? (Oração Coordenada Assindética)
b) ( ) Não respeitava as pessoas NEM OS ANIMAIS. (Oração Coordenada Sindética Explicativa)
c) ( ) A natureza é linda MAS O HOMEM NÃO A PROTEGE. (Oração Coordenada Sindética Adversativa)
d) ( ) Fez uma ótima prova; MERECE, POIS UM PRÊMIO. (Oração Coordenada Sindética Conclusiva)
e) ( ) Povo educado, PAÍS DESENVOLVIDO. (Oração Coordenada Sindética Alternativa)
139. (G1) Assinale a alternativa em que a oração em destaque foi incorretamente analisada:
a) ( ) Compre o bilhete PORQUE O SORTEIO SERÁ AMANHÃ. (Oração Coordenada Sindética Conclusiva)
b) ( ) Viu o acidente E SOCORREU AS VÍTIMAS. (Oração Coordenada Sindética Aditiva)
c) ( ) O professor fala muito, QUESTIONA BASTANTE. (Oração Coordenada Assindética)
d) ( ) Volte cedo, POIS IREMOS À FESTA. (Oração Coordenada Sindética Explicativa)
e) ( ) Não correu NEM BRINCOU. (Oração Coordenada Sindética Aditiva)
140. (G1) Assinale a alternativa em que aparece uma oração coordenada sindética explicativa:
a) Sua casaca estava remendada, mas estava limpa.
b) Chora, que lágrimas lavam dor.
c) Todos trabalhando, ou varrendo o chão ou lavando as vidraças.
d) Ambos se amavam, contudo não se falam.
e) Cantou, chorou e se retirou do recinto.
141. (Uelondrina) Ele pensava numa nova edição do seu romance pela mesma editora; NÃO, PODERIA, POIS, TER
RESCINDIDO O CONTRATO COM ELA."
A oração destacada classifica-se como
a) subordinada adverbial final.
b) subordinada adverbial consecutiva.
c) subordinada adverbial condicional.
d) coordenada assindética explicativa.
e) coordenada sindética conclusiva.
142. (G1) No texto:
"Caso não criemos novas destinações para o lixo urbano e não modifiquemos nossos hábitos de consumo e nossas
atitudes frente ao problema do lixo, teremos, dentro de bem pouco tempo, uma situação verdadeiramente caótica na Grande
São Paulo" encontram-se:
a) 3 orações, sendo a primeira subordinada causal, a segunda coordenada aditiva e a terceira principal;
b) 5 orações, sendo a primeira subordinada adverbial, a segunda e terceira aditivas, a quarta oração principal e a quinta
oração subordinada adverbial temporal;
c) 3 orações sendo as duas primeiras subordinadas adverbiais condicionais, coordenadas entre si, e a última, oração
principal;
d) apenas duas orações, uma principal e uma subordinada adverbial causal;
e) todas as alternativas estão erradas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Cesgranrio) 1 Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele estado, com a família morrendo de fome,
comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa deserta. Ele, a mulher e os
filhos tinham-se habituado à camarinha escura, pareciam ratos - e a lembrança dos sofrimentos passados esmorecera.
2
Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou do aió um pedaço de
fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga, pôs-se a fumar regalado.
3
- Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
4
Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando
bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos
azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na
presença dos brancos e julgava-se cabra.
5
Olhou em torno, com receio de que, fora. os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a,
murmurando:
6
- Você é um bicho, Fabiano.
7
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho, capaz de vencer dificuldades.
8
Chegara naquela situação medonha - e ali estava, forte, até gordo, fumando o seu cigarro de palha.
9
- Um bicho, Fabiano.
(Graciliano Ramos, VIDAS SECAS. Rio de Janeiro, Martins Editora, 1960, p. 20-21)
143. Assinale a classificação CORRETA da oração destacada:
"Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, DEPOIS TOMARA CONTA DA CASA DESERTA." (1Ž parágrafo)
a) Subordinada adverbial temporal
b) Subordinada adverbial proporcional
c) Subordinada adverbial consecutiva
d) Coordenada sindética conclusiva
e) Coordenada assindética
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unb) Na hora de se vestir para o trabalho, o marido olha para o armário e pergunta à mulher: "Querida (às vezes, esse
tratamento gentil é dispensado), você sabe onde estão as minhas meias pretas?" Como se tivesse uma ultravisão, a esposa
explica na mesma hora que elas se encontram ali mesmo, no canto esquerdo da segunda gaveta. Depois de alguns anos de
convívio, a maioria das mulheres se convenceu de que os homens fazem isso porque são preguiçosos e acham que o melhor
saldo do casamento é ter uma empregada para servi-los 24 horas por dia. Para muitos homens, pedir à mulher informações
sobre o tal par de meias é um direito natural - afinal, somos todos politicamente corretos, mas saber onde estão as meias é
um atributo feminino. Assim como é tarefa masculina lidar com mapas e saber orientar-se em estradas ou cidades estranhas.
Na interpretação cultural, a explicação é evidente. Ambos os comportamentos seriam heranças da Pré-História. Enquanto os
homens saíam para caçar e desenvolviam o sentido de orientação que hoje lhes permite lidar com mapas e estradas, as
mulheres ficavam na caverna, organizando as coisas, o que lhes facilita que na atualidade encontrem logo as meias.
Para além da cultura¢, no entanto, e das óbvias diferenças corporais, há outras dessemelhanças. O cérebro do
homem e o da mulher são órgãos que até cumprem as mesmas funções, mas guardam diferenças radicais entre si. O homem
concentra sua atividade cerebral no lado esquerdo, no qual estão as funções da fala, do raciocínio lógico e de tudo aquilo
que se chama razão. O cérebro feminino tem volume menor, mas, em compensação, possui áreas£ nas quais os neurônios
são mais concentrados do que no dos homens. As mulheres utilizam os dois lados do cérebro, tanto o esquerdo, o mais
estudado, como o direito, ¤um verdadeiro lado negro da Lua, que se conhece muito menos, mas onde se sabe que ficam
guardadas as emoções, a memória afetiva e os rostos conhecidos.
K. Pastore & V. França. NEURÔNIOS QUE FAZEM A DIFERENÇA. In: VEJA, p.78, 22/3/95 (com adaptações).
Na(s) questão(ões) a seguir, assinale os números dos itens corretos.
144. Considerando as relações sintáticas entre as expressões do fragmento, julgue os itens a seguir.
(1) O conectivo "no entanto" (ref.1) indica que o segundo parágrafo contrapõe-se à idéia contida no primeiro.
(2) A expressão "nas quais" (ref.2) pode ser corretamente substituída pelo pronome relativo "que".
(3) No trecho "um verdadeiro lado negro da Lua, que se conhece muito menos, mas "onde" se sabe que ficam guardadas as
emoções" (ref.3), a palavra grifada equivale a "em que".
(4) No último período, a oração principal é "As mulheres utilizam os dois lados do cérebro, tanto o esquerdo, o mais
estudado, como o direito, um verdadeiro lado negro da Lua".
GABARITO
1. [B]
2. [D]
3. [B]
4. Item correto: 1
Itens errados: 0, 2 e 3
5. [B]
6. O menino perguntou ao pássaro:
- Você não pode ficar?
Não. Ser pássaro só tinha graça se vivesse voando por aí.
7. [D]
8. Continue a vê-lo esporadicamente ( . ) era alegre ( , ) divertido ( . ) todo sábado ( ) de manhã ( , ) ia tomar cerveja e
uísque com outros escritores ( ) na Livraria Cultura ( , ) no Conjunto Nacional ( . ) às vezes nos telefonávamos para falar
da vida ( . ) escritores costumam ser competitivos e ciumentos ( , ) buscam defeitos nas obras alheias ( , ) como mulheres
vaidosas ( , ) comparando vestidos umas das outras ( . ) Marcos ( , ) não ( . ) conheci muitos autores beneficiados por suas
opiniões ( . ) era generoso ( . )
9. [C]
10. V V V V F
11. [E]
12. Anulada pela CESGRANRIO
13. [D]
14. [E]
15. a) A primeira estrofe tem uma sintaxe entrecortada, cheia de pausas, enquanto na segunda estrofe há uma sintaxe menos
pausada.
b) A primeira estrofe trata de um processo verbal completo, como no particípio: "estancada", "isolada". A segunda estrofe
trata do esforço de construção do discurso, um processo incompleto; logo, tem a ver com o infinitivo e o gerúndio.
16. [A]
17. [D]
18. [B]
19. "O livro falou:
- Que alegria eu ter sido descoberto!
Agora eu posso contar as estórias saídas do meu coração."
20. [B]
21. [C]
22. 01 + 04 + 08 + 16 + 64 = 93
23. Ao saber da troca de presentes que seu pai iria fazer, o garoto ficou profundamente pensativo e resolveu:
- Pai, vamos fazer uma coisa, eu deixo pra ficar homem mais tarde e o senhor me dá a bicicleta, certo?
- Certo, concordou o pai.
24. [B]
25. [A]
26. [B]
27. a) Nossa cidade é construída por nós. ou Nossa cidade foi construída por nós.
Ela nos constrói.
b) Há uma reciprocidade na relação entre o homem e a cidade.
Ao mesmo tempo em que nós trabalhamos para expandir fisicamente a cidade, sofremos a influência dela.
28. [D]
29. [C]
30. F F F F
31. [D]
32. [E]
33. [C]
34. F V F F F F
35. [E]
36. [B]
37. V F F
38. Os parênteses são usados para conferir à informação um caráter acessório.
39. [C]
40. a) - Ora! - seguro exclama - / É uma... Dissonante e confuso (...)
As reticências comprovam que o autor hesita em encenciar o nome científico das espécies biológicas.
b) O tom irônico está no fato de que o cientista desperdiçou tempo e pesquisa na identificação da "flor sem nome", pois o
poeta nem ousa reproduzir, porque é "dissonante e confuso".
41. a) O substantivo próprio "Corinthians" e o comum "palmeiras".
b) A citação literal do poema ocorre apenas no segundo quadrinho. No primeiro, há apenas referência, com o texto
modificado por Bidu.
42. "Responda rápido: O que você comeu hoje pela manhã? Se você não se lembrou, parabéns, senão leia o resto desta
reportagem. Ao menos, dela você não esquecerá".
"Se quiser manter a memória em forma, o primeiro passo para conservar as lembranças na ponta da língua é praticar,
exercitar a memória, puxar pelas idéias, exigir do próprio cérebro. Acredite: ele pode, detesta rotina e quer fitness todos os
dias".
43. [D]
44. [A]
45. [A]
46. [D]
47. [D]
48. [E]
49. "- 'Passei o dia à toa, à toa!' "
Travessão: indica o discurso direto
Vírgula: separa termos repetidos, de mesma função sintática.
Ponto-de-exclamação: indica estado emotivo.
50. [A]
51. [E]
52. [D]
53. [B]
54. [E]
55. [D]
56. [D]
57. [C]
58. [D]
59. [A]
60. [C]
61. [B]
62. [D]
63. a) Você é capaz, Pedrinho, de encontrar um bom exemplo?
b) Conte uma história, Dona Benta.
c) Minha irmã foi à escola, eu fiquei em casa.
d) Meninos, de quem é a vez?
e) Marina, venha até aqui.
64. Narizinho disse:
- Emília, não fique triste. Rabicó voltará e fará de você uma princesa.
- Narizinho, você acredita naquele porcalhão?
65. Leco perguntou ao menino:
- Você quer voar comigo pra bem longe?
- Não. Zezinho não tinha asas e, além disso, havia sua família, seus outros colegas, a escola, os jogos de futebol.
66. A Bruxa Onilda ficou tão feliz com sua vitória, que resolveu dar uma festa, e disse:
- Querida prima, agora é você a convidada para uma grande comemoração.
- Oh, Onilda, onde será?
E passaram a noite toda dançando com os bruxos mais feios da cidade.
67. [B]
68. 1) D
2) A
3) C
4) B
69. Pituca, cuidado com estes sequestradores!
Não há mais perigo, tio, vamos liberta-lo.
E como é que você vai me salvar?
Já chamei a polícia.
Que horror! E se ela não vier?
Fique calmo! Ela está chegando.
70. 1) ... instante, ... tudo, ... desaparecer.
2) ... quarto, ... cantos, ... pano.
3) ... pensamento, porém, ... longe.
4) Pai, mãe, irmãos discutiam, na... jantar, ... de família.
71. 1) ... aqui!
2) ... pena! ... sorte!
3) ... Deus! ... surpresa!
4) Apoiado! ... palavras!
72. 1) ... chamaram?
2) ... sou? ... estou? ... vou?
3) ... você?
4) ... imaginaria?
73. [C]
74. [A]
75. [D]
76. [D]
77. [B]
78.
A revista Cláudia, numa das edições do segundo semestre do ano passado, abordou como tema um dos principais
problemas deste final de século: a comunicação.
A edição referia-se especificamente aos problemas de comunicação,(1) os quais ocasionavam brigas entre cônjuges
sem nenhuma razão concreta. Tais conflitos, dizia-se, ocorriam apenas porque cada um dos interlocutores não entendia a
mensagem enviada pelo outro e, consequentemente, enviava respostas diferentes das esperadas.
Esse fato pode ser ampliado para outros campos do relacionamento humano. Nas empresas, por exemplo, não é
raro que um funcionário de talento elabore um bom projeto de melhoria técnica em sua área, mas não consiga aprovação,(2)
porque não se comunicou adequadamente.
Obs:
(1) - Após "comunicação" a vírgula é facultativa, dado que a palavra "problemas", a que se refere o pronome relativo, pode
considerar-se completada ou não em seu sentido.
(2) - A vírgula após a palavra "aprovação" não é obrigatória, já que se trata de uma oração adverbial causal colocada depois
de sua oração principal.
79. O advérbio INEVITAVELMENTE pode vir separado por vírgula, caso se queira enfatizar o termo.
A locução adverbial NA MAIORIA DOS CASOS, por estar deslocada, deve ser separada por vírgulas.
O uso da vírgula, depois do advérbio CONSEQuENTEMENTE que inicia oração, é facultativo.
O uso de dois-pontos depois de CARREIRA é usado para indicar uma explicação ou justificativa.
A expressão explicativa POR EXEMPLO deve estar entre vírgulas.
A oração subordinada adverbial que indica condição SE NÃO TOMAR O DEVIDO CUIDADO está deslocada e, portanto,
deve vir entre vírgulas.
A oração reduzida de gerúndio PROVOCANDO CONSEQuÊNCIAS deve vir antecedida por vírgula.
80. [E]
81. [C]
82. [A]
83. [B]
84. [A]
85. Habituada a alardear previsões catastróficas [_] [,] nem sempre confirmadas [,] a Organização Mundial de Saúde [,]
OMS [,] resolveu promover [_] um tardio acerto de contas [_] com as conquistas [_] forjadas no interminável duelo da
humanidade [_] contra a morte [.] o relatório anual da entidade [,] divulgado neste mês [,] conclui o seguinte [:] "a
população mundial [_] nunca teve uma perspectiva [_] de vida tão saudável [.] [;] o século XXI não traz simplesmente a
probabilidade de uma vida mais longa [,] mas também [_] uma qualidade de vida superior [,] com menos doenças [.]"
86. a) Sim, pois com a ausência de vírgula faz-se a seguinte leitura: "são todos os ricos brasileiros e todos eles pagam
impostos". Com a presença da vírgula, tem-se que somente dos ricos brasileiros que pagam impostos".
b) No trecho "quem diria" é obrigatório o uso da vírgula, pois funciona como uma intromissão do jornalista; uma expressão
de surpresa diante de fato inusitado.
87. [E]
88. a) Os meninos de rua, que procuram trabalho, são repelidos pela população.
b) Sem vírgulas, temos uma oração adjetiva restritiva; com vírgulas, uma oração adjetiva explicativa.
89. [D]
90. [A]
91. [B]
92. No primeiro caso, o valor da barra é de acréscimo, enquanto no segundo caso, o valor do hífen é de comparação.
93. A Conjunção MAS expressa uma OPOSIÇÃO ou RESSALVA á idéia anterior.
94. Tanto a conjunção adversativa "mas" quanto o futuro do presente do indicativo "Será" enfatizam a dúvida e o
questionamento quanto àquilo que as imagens "rebanho das nuvens" e "arado do espaço" expressam.
ou
A conjunção adversativa "mas" indica a oposição do eu-lírico à idéia expressa pela imagem formulada anteriormente, no
verso 19. E o futuro do presente do indicativo "Será" é empregado para marcar a dúvida quanto àquilo que a imagem
apresentada no verso 22 representa.
95. a) "bonzinhos benévolos"
A justaposição com o sintagma "queremos ser/sempre desiguais" torna claro que o sintagma subsequente "E queremos
ser/bonzinhos benévolos" tem sentido irônico.
b) comedia/e sociologicamente.
A reescritura tornou o texto mais sintético e evitou o eco.
96. a) "mas aleguei"
b) "que a velhice de D. Plácida estava agora ao abrigo da mendicidade".
97. O bicho não era nem cão, nem gato, nem rato.
98. "que fizeram", "que tiveram", "que a Musa antiga canta": orações subordinadas objetivas restritivas.
"Que eu canto o peito ilustre Lusitano", "Que outro valor mais alto se alevanta": orações coordenadas sindéticas
explicativas.
99. O pai procura usar uma estrutura sintática simples para poder comunicar-se melhor com o filho e convencê-lo a aceitar a
morte da tartaruga.
100. a) De oposição.
b) A ação de colocar água já se esgotou, mas a ação de murchar persiste no presente.
101. a) Coordenação.
b) Há várias opções:
Versos 14 a 16
Chega um índio na piroga,
Tira uma gaita do cinto,
Desfia um lundu tão bom
Versos 25 a 27
De repente uma fragata
Brotou do chão da baía,
Sai um velho de tamancos,
Versos 27 a 29
Sai um velho de tamancos,
Fica em pé no portaló,
Dá um grito: "Bofé, vilões!
Versos 28 a 30
Fica em pé no portaló,
Dá um grito: "Bofé, vilões!
Descobrimos um riacho
Versos 29 a 31
Dá um grito: "Bofé, vilões!
Descobrimos um riacho
E a fruta aqui é bem boa."
102. a) explicativa
b) conclusiva
c) conclusiva
d) explicativa
103. A mulher enfrenta sérios obstáculos no mercado de trabalho, mas a mulher negra é duas vezes discriminada, pois,
segundo pesquisa do IBGE, 84% das mulheres negras brasileiras são chefes de família e ganham até três salários mínimos,
enquanto os homens brancos chegam a ganhar nas mesmas atividades, até quatro vezes mais.
104. a) Todos prometeram ajudar: oração coordenada assindética
muitos, porém, não cumpriram... : oração coordenada sindética adversativa
b) O homem ao meu lado acende outro cigarro: assindética
dá uma tragada: assindética
e joga-o pela janela: sindética aditiva
c) Ele trabalhava durante o dia: assindética
e estudava à noite: sindética aditiva.
d) A criança ora cantava: sindética alternativa
ora se punha a correr pela sala: sindética alternativa.
105. a) Levanto-me: assindética
procuro uma vela: assindética
que a luz vai apagar-se : sindética explicativa
b) Entre: assindética
mas não faça barulho: sindética adversativa.
que a patroa está dormindo: sindética explicativa
c) Não falte à reunião: assindética
pois quero falar com você: sindética explicativa.
d) Vá para casa: assindética
que eu tomarei conta de tudo: sindética explicativa.
106. Oração Coordenada Sindética Conclusiva
107. Assindéticas
108. 1) O lavrador abriu sulcos e depositou as sementes.
2) Precisamos preservar a natureza ou não sobreviveremos.
109. alternância, adição e adversidade
110. assindéticas - sindética aditiva
111. 1) explicação
2) conclusão
3) explicação
112. [E]
113. [A]
114. [A]
115. [A]
116. [E]
117. [D]
118. [D]
119. [B]
120. [C]
121. [E]
122. [E]
123. [D]
124. [B]
125. [D]
126. [A]
127. [A]
128. [B]
129. V F F F
130. [B]
131. [E]
132. [A]
133. [D]
134. [A]
135. [B]
136. [B]
137. [B]
138. [D]
139. [A]
140. [B]
141. [E]
142. [C]
143. [E]
144. C E C C

Documentos relacionados