POLÍTICAS DE GESTÃO E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO NA EaD

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POLÍTICAS DE GESTÃO E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO NA EaD
1 POLÍTICAS DE GESTÃO E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO NA EaD: UM ESTUDO DE CASO NA UNITINS – PALMAS –TO. FRANÇA ,George 1 LABANCA, Mar ia Rita de Cássia P 2 MELO, J osé Car los de 3 Este trabalho discute algumas relações contemporâneas entre o Ensino à distância e os seus processos de gestão e de avaliação. Para isso descreve algumas relações sociais atuais e mantém diálogo com a educação à distância ­EaD, o Currículo e as Políticas Públicas. Enquanto instrumento metodológico, contou­se com a aplicação de um questionário direcionado aos gestores da Fundação Universidade do Tocantins – UNITINS e, com isso, o presente trabalho discorre sobre os diferentes olhares e sobre a dinâmica do processo que aponta para uma reflexão sobre os resultados e direcionam para uma visualização crítica do processo. Nesse sentido, entende que a Educação a distância é ainda uma fonte inesgotável de debate, onde vários processos se tornam emergentes frente às modificações estruturais e culturais trazidas pelas tecnologias da informação e da comunicação, ainda presente no currículo e nas Políticas Públicas vigentes. Palavras – Chaves Gestão­ Cur rículo – EaD – UNITINS 1 Doutor em Educação/Currículo ­ Novas Tecnologias em EaD, pela PUC­SP. Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina e Mestre em Eng.­ Mídia e Conhecimento pela mesma instituição,docente da Fundação Universidade do Tocantins­ UNITINS e­mail [email protected] 2 Mestre em Ciência de la Educación ­ Universidad Autónoma de Asunción Graduada em PEDAGOGIA pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas de Gurupi, em PEDAGOGIA pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas de Gurupi, coordenadora do Curso de Pedagogia da UNITINS, e­mail [email protected] 3 Doutorando em Educação Currículo ­ Políticas Públicas, pela PUC­SP. Mestre em Educação Ambiental pela Université Du Québec à Montréal ­ UQAM­ Québec, Canadá. Pedagogo pela UFMT, docente da Fundação Universidade do Tocantins ­ UNITINS. e­mail [email protected]
2 POLÍTICAS DE GESTIÓN Y EVALUACIÓN DE LA EDUCACIÓN EN EaD: UN ESTUDIO DE CASO EN UNITINS ­ PALMAS­TO FRANÇA ,George 4 LABANCA, Maria Rita de Cássia P 5 MELO , J osé Car los de 6 Este artículo analiza algunas relaciones contemporáneas entre la educación a distancia y sus procesos de gestión y evaluación. Para eso describe algunas relaciones sociales actuales y mantienen el diálogo con la educación a distancia ­ EAD, el currículo y las políticas públicas. Como instrumento metodológico, se incluye la aplicación de un cuestionario administrado a los directivos de la Fundación Universidad de Tocantins – UNITINS, así, este trabajo habla sobre los diferentes aspectos y la dinámica del proceso y apunta a una reflexión sobre los resultados y direcciona para una visualización crítica del proceso. En este sentido, se entiende que la educación a distancia es todavía una fuente inagotable de debate en la que hay varios casos aún emergentes frente a los cambios estructurales y culturales introducidos por las tecnologías de la información y de la comunicación presentes en el currículo y en las políticas públicas vigentes. Palabras claves ­ La Gestión ­Curriculum ­ EaD – UNITINS 4 Doutor em Educação/Currículo ­ Novas Tecnologias em EaD, pela PUC­SP. Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina e Mestre em Eng.­ Mídia e Conhecimento pela mesma instituição,docente da Fundação Universidade do Tocantins­ UNITINS e­mail [email protected] 5 Mestre em Ciência de la Educación ­ Universidad Autónoma de Asunción Graduada em PEDAGOGIA pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas de Gurupi, em PEDAGOGIA pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas de Gurupi, coordenadora do Curos de Pedagogia da UNITINS, e­mail [email protected] 6 Doutorando em Educação Currículo ­ Políticas Públicas, pela PUC­SP. Mestre em Educação Ambiental pela Université Du Québec à Montréal ­ UQAM­ Québec, Canadá. Pedagogo pela UFMT, docente da Fundação Universidade do Tocantins ­ UNITINS. e­mail [email protected]
3 INTRODUÇÃO Nas práticas docentes de avaliação da aprendizagem dos alunos, a avaliação formativa tem sido proposta cada vez com mais freqüência nos últimos anos, como uma das alternativas à avaliação tradicional pautada em medidas e considerada autoritária. Na Educação a Distância, impulsionada pelos avanços da Tecnologia, a avaliação e a gestão são temas que vem ocupando as discussões dos envolvidos no planejamento e execução das propostas avaliativas. O fato é de que na Educação a Distância estão se envolvendo questões tecnológicas dos mais sofisticados, o que não tem assegurado igual avanço nos modelos pedagógicos do ensino, e menos ainda, na pedagogia da avaliação da aprendizagem. Neste trabalho investigativo nos detivemos em fazer uma discussão sobre a gestão e a avaliação no processo da EAD, a avaliação como uma opção que se apresenta com significativo potencial no ensino a distância, resgatando esta como uma das possibilidades de comunicação entre os sistemas: ensinantes e aprendentes. Na organização do trabalho, primeiro, apresentamos uma breve introdução sobre a educação à distância seguida da discussão sobre a avaliação. Na segunda parte, apresentamos e discutimos as informações colhidas em uma pesquisa, que utilizou como metodologia o questionário aplicado aos coordenadores e equipe gestora, no intuito de verificar como vem sendo conduzido o processo de avaliação na Educação à Distância na Fundação Universidade do Tocantins – UNITINS,
4 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E AVALIAÇÃO A Educação a Distância surgiu e se consolidou a partir de cursos preparados com material instrucional impresso, distribuído aos estudantes pelo correio, os quais, do mesmo modo, encaminhavam suas dúvidas e exercícios. Este modelo está sendo repensado devido às possibilidades recentes que as novas tecnologias de comunicação e informação aplicadas em Educação à Distância proporcionam, fazendo com que o avanço para um ensino com maior flexibilidade e acessibilidade, através das redes de computadores, cada dia mais poderosas em recursos, velocidade, programas e comunicação, permitam aos alunos e professores “pesquisar, simular situações, testar conhecimentos específicos, descobrir novos conceitos, lugares, idéias e produzir novos textos, avaliações e experiências.” ( Moran: 2000:44) Isso implica a concepção de programas mais flexíveis e adaptáveis às condições dos alunos, com possibilidade de se construírem como sujeitos autônomos, gerindo o seu processo de aprendizagem. Para entendermos e propormos novas formas de avaliar é preciso conhecer um pouco da história da avaliação, que remonta de longa data. Conforme descreve Depresbiteris (1999), a avaliação inicia como sinônimo de prova, lembrando que, em 205 a.C., um imperador chinês examinava seus oficiais a cada três anos, com o objetivo de promoção ou demissão, principalmente para prover o Estado de seres humanos 7 capacitados. Na Idade Média, os alunos colocavam moedas no boné do professor, proporcionalmente à satisfação que tinham com o desempenho do mesmo. Ainda de acordo com o texto , Em 1920, os testes avaliativos já eram tão conhecidos e usados que se criou uma ciência chamada Docimologia , significando o estudo sistemático dos exames e do sistema de atribuição de notas. Foi criada na França e difundiu­se para outros países como Portugal e Estados Unidos. (Depresbiteris 1999), Ainda de acordo com a referência utilizada, podemos ver que nas primeiras décadas do século XX, nos EUA, a avaliação era utilizada como sinônimo de exames que forma tão difundida que se criaram associações e comitês encarregados do estudo e 7 Substituímos a palavra homem por ser humano por não concordar com a visão machista e sexista da Língua Portuguesa.
5 elaboração de testes padronizados, imprimindo­se, assim, um caráter instrumental ao processo avaliativo. Por volta de 1950, Tyler propõe outras formas de avaliar utilizando diferentes instrumentos para coletar evidências dos alunos, como: escalas de atitude, inventários, questionários e fichas de registro de observações. Sua proposta era inovadora para a época, porém a avaliação ainda era entendida como uma atividade final para medir o alcance dos objetivos do ensino. (Depresbiteris, 1999). Neste percurso, então, a avaliação foi orientada pelos estudos docimológicos, “restrita ao estudo dos exames e fundada no modelo da medida (ou modelo psicométrico)” , observando­se que este traço tem permanecido até os dias de hoje. Esta persistência do modelo de avaliação nos leva a questionar até que ponto os “estudos docimológicos terão verdadeiramente estudado a avaliação do ponto de vista pedagógico”, conferindo­ lhe um estatuto educativo consistente no espaço das discussões da ciência da educação. (Rodrigues, 1999:19) Ao discutir sobre o tema Perrenoud (1999:27), argumenta que: Os pesquisadores em educação passaram, com muita freqüência, da crítica docimológica fundamentada da avaliação escolar à tentação de substituí­la, por seus próprios instrumentos, sem perceber que, assim, mudavam de variável dependente. A partir do ano de 1970, alguns educadores começam a propor formas diferenciadas de avaliação destacando­se: Stake, Scriven e Stufflebeam. No decorrer do tempo, principalmente nas décadas de 80 e 90, ocorreram muitos avanços teóricos e metodológicos no campo da avaliação, como registra Depresbiteris (1999), Saul (1994). Atualmente, estamos imersos em uma sociedade em processo contínuo e acelerado de mudanças, exigindo novos comportamentos dos indivíduos. A escola “tem como desafio educar cada vez mais pessoas com qualidade adequada num cenário em constante evolução” (Oliveira, 1998:443). Neste novo contexto, não se põe em dúvida a necessidade de rever as práticas pedagógicas e conseqüentemente as concepções e práticas de avaliação. A avaliação classificatória, voltada para a seleção social, vem perdendo o seu sentido. É preciso reinventar novos mecanismos, procedimentos e critérios que possibilitem “considerar a avaliação como um processo capaz de promover o
6 aprendizado e melhorar o ensino”, constituindo­se num campo privilegiado para sua transformação (André e Potin, 1998:448). Assim como Gipps (1997:65), acreditamos que está em curso uma mudança de paradigma na área da avaliação, passando de um modelo de testes e exames que valoriza a medição das quantidades aprendidas de conhecimentos transmitidos, para um modelo em que os alunos terão a oportunidade de demonstrar o conhecimento que construíram e como construíram, além do que entendem e o que podem fazer, isto é, um modelo que valoriza as aprendizagens quantitativas e qualitativas no decorrer do próprio processo de aprendizagem. Partindo do ponto de vista de que a avaliação amplia suas dimensões, contribuindo para auxiliar o ensino, orientar a aprendizagem, obterem informações sobre os alunos, os professores e a instituição, bem como certificar ao final de um período, passamos para uma fase em que “a avaliação educacional vem sofrendo uma transformação radical com a mudança da cultura da prova para a cultura da avaliação” (Vianna, 1997:36). Reforçamos o entendimento de que o grande avanço que se coloca hoje para a avaliação é constituir­se como parte do processo de ensino­aprendizagem, permeando e auxiliando todo este processo, não mais como uma atividade em momentos estanques e pontuais. Sendo que neste trabalho daremos ênfase aos processos avaliativos na modalidade da EaD. A AVALIAÇÃO NA EAD: REGULAMENTAÇÃO E NOVOS DESAFIOS. Ainda temos muitas discussões sobre a questão da avaliação e de gestão na EaD. Temos ainda uma forte carência de críticas especializadas no assunto, especificamente, quando falamos da conjuntura brasileira. No que diz respeito à lei, podemos entender que as sustentações legais para a modalidade de educação a distância foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996), que foi regulamentada pelo Decreto n.º 5.622, publicado no D.O.U. de 20/12/05 (que revogou o Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, e o Decreto n.º 2.561, de 27 de abril de 1998) com normatização definida na Portaria Ministerial n.º 4.361, de 2004 (que revogou a Portaria Ministerial n.º 301, de 07 de abril de 1998 ).
7 A portaria de 2.253 18 de outubro de 2001, o Ministro de Estado da Educação prevê que as instituições superiores do sistema federal poderão introduzir, na organização pedagógica e curricular de seus cursos superiores reconhecidos, a oferta de disciplinas que, em seu todo ou em parte, utilizem método não presencial, com base no art. 81 da Lei no 9.394, de 1.996, a seguir em 2004 uma portaria do MEC nº 4.059/2004 expandia para as Universidades particulares a oferta de disciplinas em cursos superiores reconhecidos, na modalidade dita semipresencial, até o limite de 20% da carga horária total do curso. Cabe­se ressaltar, que mesmo falando dos aspectos legais, o texto aqui reporta à avaliação e que neste momento estamos nos referindo na avaliação da EaD e no seu sentido amplo, pois estamos nos delimitando a ações específicas. Ainda de acordo com a lei, no caput do Art. 1º, o Decreto adota um conceito de Educação à Distância, entendida como: a) "uma forma de ensino que possibilita a auto­ aprendizagem"; b) "com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados"; c) "apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação". Estas questões, voltadas às aplicações do uso das tecnologias no meio educacional, desencadeiam, também, diferentes formas de questionamentos sobre a questão da avaliação e da gestão dos processos na modalidade da EaD. Sendo assim, nos perguntamos sobre a preparação e a consciência para a discussão sobre os processos avaliativos e de gestão de maneira geral. Perguntamos­nos qual a eficácia e a real diferença entre as formas tradicionais avaliativas e aquelas são estabelecidas dentro da EaD? APRESENTANDO E DESCREVENDO OS DADOS DA PESQUISA Estabelecendo uma discussão com os itens trazidos na primeira parte deste artigo, sentimos a necessidade de consultar o corpo gestor da Fundação Universidade do Tocantins ­ UNITINS para conhecer quais são as suas percepções frente aos processos de gestão e de avaliação, tendo como instrumento para obtenção dos dados um
8 questionário 8 contendo 16 questões fechadas, das quais 9 foram selecionadas para este trabalho, que foram respondidas no mês de julho por gestores e coordenadores de curso da referida IES. Portanto, cabe ressaltar que este artigo tem como foco central descrever quais as percepções sobre gestão e avaliação e sua contextualização frente às tecnologias e a EaD. Antes de entrarmos propriamente na descrição e apresentação dos dados, cabe apresentar de maneira geral o perfil dos entrevistados. Todos são profissionais que atuam no campo da educação, e com grande experiência em projetos de EaD, pois gerenciam atividades na área. No que diz respeito a sua formação esses profissionais estão distribuídos em 3 grandes áreas: Administração, Matemática e Pedagogia. Todos estão na instituição a mais de 3 anos, variando entre 3, 7 e 11 anos de prestação de serviços na IES. Para compreendermos melhor as ações de avaliação dentro do processo institucional vamos apresentar a seguir um grupo de questões que se compõe, entre a avaliação a gestão e a noção deste processo dentro da EaD. A primeira questão encaminhada ao grupo de gestores questionava o grau de conhecimento que estes possuem sobre as políticas de avaliação institucional. Neste sentido, vimos que o grupo apresentou as seguintes respostas, apontadas na gráfico abaixo: Segundo GIL (1999. p 128): “ pode­se definir questionário como a técnica de investigação composta por um numero mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito as pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas entre outros.
9 Gráfico 1: Você conhece as políticas de gestão utilizadas na UNITIS Fonte: dados dos pesquisadores 2008 Com esses dados podemos perceber que 55% do corpo gestor conhecem as políticas de gestão, sendo que a outra parte conhece parcialmente, neste sentido, observamos uma tendência ao conhecimento das partes sobre o processo. Ainda, neste sentido, vimos que existe uma preocupação constante no que diz respeito a atualização das equipes de gestores. Em consulta, observamos que 85% dos entrevistados entendem essa dinâmica. Constamos também, que os gestores apresentam uma preocupação muito forte com relação à transitoriedade no planejamento da EaD, totalizando 70% das respostas. Os gráficos 2 e 3, que seguem, ilustram as questões referenciadas. Gráfico 2: Na política de gestão na UNITIS existe a preocupação com a atualização constante da equipe docentes da instituição? Fonte: dados dos pesquisadores 2008
10 Gráfico 3: como gestor da UNITIS você tem a preocupação da transitoriedade do planejamento da EaD? Fonte: dados dos pesquisadores 2008 Para estabelecer outras relações com o tema das políticas de avaliação e de gestão na EaD, vamos apresentar um conjuntos de gráficos que representam o entendimento dos entrevistados sobre as questões discutidas. Assim, quando perguntados sobre os aspectos básicos na gestão da EaD, especificamente, o planejamento, organização, direção e controle. Observa­se que 60% relatam que estas questões são visualizadas distintamente os aspectos descritos anteriormente. Conforme tabela a seguir: Gráfico 4: Na educação a distância aparece distintamente todos os aspectos básicos da gestão, que são: o planejamento, organização, direção e controle? Fonte: dados dos pesquisadores 2008
11 No que diz respeito ao trabalho de forma multidisciplinar, observou­se a preocupação da equipe sobre a relevância do tema e também do papel do gestor. Como nos mostra o gráfico 5, 28% dos entrevistados afirmam que o gestor deve proporcionar um ambiente de harmonia e comprometimento. Já 58% dos entrevistados apontaram que o gestor não deve descuidar­se da pro ­ atividade do fomento de concessão e inovação do conhecimento formando capital intelectual. E por fim, 12 % dos entrevistados disseram que o gestor deve estar preocupado com o aumento na flexibilidade e agilidade dos processos internos que compreendem a minimização do trabalho. Esses aspectos são importantes porque estabelecem a relação do papel do gestor com relação ao trabalho de forma multidisciplinar. Nesta mesma direção perguntou­se ao grupo qual a sua missão enquanto gestor. Como podemos perceber no gráfico 6 onde 30% dos entrevistados apresentam como missão instigar as equipes internas de trabalho a investigarem linhas de pensamento e referenciais teóricos que permitam melhor compreender os processos em desenvolvimento. Já 45% colocam como missão a preocupação para que a equipe seja reabastecida de novos procedimentos operacionais que canalizem os esforços do grupo em direção ao crescimento e ao desenvolvimento organizacional, 30% também disseram que a missão do gestor e, acompanhar sistematicamente o “fazer administrativo” para que a filosofia da instituição seja resguardada. Os gráficos abaixo ilustram o processo.
12 Gráfico 5: Na EAD percebemos que a estrutura de equipe multidisciplinar deve estar presente, bem como a preocupação com a gestão propriamente dita. Para isso o gestor deve: Fonte: dados dos pesquisadores 2008. Gráfico 6: Como gestor(a) da UNITINS você tem como missão: Fonte: dados dos pesquisadores 2008. No que diz respeitos aos desafios dos gestores em uma instituição de EaD, podemos verificar que grande parte dos entrevistados apontaram como dificuldade os
13 gerenciamento de equipes multidisciplinares, contabilizando 43% dos entrevistados, para 14% dos entrevistados o maior desafio e o uso de múltiplos tecnológicos, também para 14% dos respondentes o desafio e’ o dinamismo das ações didáticas e um ultimo grupo que somavam um total também de 14% apontaram como dificuldade a falta de informações sobre o processo, outros 14% não responderam a questão, conforme aponta o gráfico abaixo. Gráfico 7: o maior desafio como gestor em uma instituição de ensino a distância é: Fonte: dados dos pesquisadores 2008 Outro ponto do questionario aplicado e pertinente para a compreensão da temática abordada, fazia alusao a complexidade da avaliação no sistema da EaD. Assim sendo, o gráfico 8, apresenta as seguintes informações:
14 Gráfico 8: qual a complexidade do sistema de avaliação na EaD. Fonte: dados dos pesquisadores 2008 Isso quer dizer que tanto a característica multidimensional da avaliação e a necessidade de estabelecer a ruptura do modelo tradicional de avaliação contabilizaram mais de 80% das respostas obtidas como se observa no gráfico acima. E por fim, vimos à necessidade de se visualizar quais as concepções dos gestores sobre a questão da avaliação e da gestão dentro da instituição pesquisada. Neste caso, 85% disseram que compreendem tais avaliações e políticas da IES, demonstrando que Instituição vem buscando formas de apresentação dos seus processos de gestão e avaliação ao seu corpo de gestores, conforme representado no gráfico abaixo. Gráfico 9: você como gestor estuda e compreende as políticas de gestão da avaliação da UNITINS
15 Fonte: dados dos pesquisadores 2008. Após a apresentação e descrição dos dados acima podemos afirmar que foram pertinentes e esclarecedoras as respostas fornecidas pelos gestores da IES pesquisada. Assim sendo, este trabalho discorreu sobre os diferentes olhares e sobre a dinâmica do processo e apontou para uma reflexão sobre os resultados que são importantes para o entendimento do processo de gestão e avaliação tendo como foco a EaD. À GUISA DE CONCLUSÃO Pode­se observar com a apreciação deste trabalho, que apesar dos avanços tecnológicos, e mesmo, com as mudanças comportamentais trazidas por este processo. A questão da avaliação e gestão ainda e’ uma questão de grandes conflitos e polêmicas no cenário educacional. Em nosso entendimento a avaliação constitui­se um elemento fundamental do processo educativo, no entanto as novas formas de ensinar não trazem consigo ainda as novas formas de avaliar. Resgatar a avaliação como uma possibilidade de troca, de diálogo na Educação a Distância nos parece um caminho frutífero a ser desenvolvido e aprimorado, por isso, escolhemos desenvolver essa pesquisa com intuito de subsidiar os gestores da IES no que diz respeito à questão da avaliação e gestão na EaD. Acreditamos que a UNITINS avança neste processo percebendo que ainda existe um longo caminho a ser trilhado, não só no âmbito regional como nacional. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA E CONSULTADA
16 ANDRÉ, Marli Eliza D.; PONTIN, Marta Maria D. O diário reflexivo, avaliação e investigação didática. In: Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação. Rio de Janeiro: CESGRANRIO, v. 6, n. 21, out./dez. 1998. BRASIL (1998). Decreto n. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998. Regulamenta o Art. 80 da LDB (Lei nª 9.394/96). Brasília. DEPRESBITERIS, Léa. Avaliação Educacional. Brasília: SENAI/DN, 1999. FRANCA, George. O design instrucional na educação a distancia: John Dewey como uma referencia metodológica . São Paulo: Editora Esfera. 2007. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. GIPPS, Caroline. Avaliação de alunos e aprendizagem para uma sociedade em mudança. In: Anais do Seminário Internacional de Avaliação educacional. Brasília: INEP, 1998. LANDIM, C.M.P.F. . Educação à distância: algumas considerações. Rio de Janeiro. 1997 OKADA, A.L.P. e ALMEIDA, F.J.. Avaliar é bom, avaliar faz bem. Os diferentes olhares envolvidos no ato de aprender. In: Silva, M. y Santos, E. (Ed.). Avaliação da aprendizagem em Educação Online. São Paulo: Loyola. 2006 PERRENOUD, P. Não mexam na minha avaliação! Para uma abordagem sistêmica da mudança pedagógica. In: Estrela, A. y Nóvoa, A. (Ed.). Avaliações em educação: novas perspectivas. Lisboa: Educa. 1992. MORAN, José Manuel et all. Novas tecnologias e mediação pedagógica . Campinas: Papirus, 2000.
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