PAULA, Carolina Almeida de - O PODER LEGISLATIVO E OS

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PAULA, Carolina Almeida de - O PODER LEGISLATIVO E OS
O PODER LEGISLATIVO E OS JORNALISTAS:
a cobertura política de uma Assembleia Legislativa Estadual
Carolina Almeida de Paula*
RESUMO
O trabalho analisa as percepções, motivações e avaliações dos jornalistas da Rede Paranaense de
Comunicação (RPC) no que diz respeito ao papel que acreditam desempenhar na política e mais
especificamente na cobertura da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). Através de entrevistas em
profundidade procura-se analisar como os entrevistados pensam sua própria imagem e qual a
representação que fazem do Legislativo estadual. Ao final, afirma-se a impossibilidade em identificar
quem se sobressai na relação jornalistas e deputados, já que ambos possuem momentos de maior ou
menor dependência frente ao outro.
Palavras-Chave: Cultura Jornalística. Legislativo Estadual. Comunicação Política.
ABSTRACT
The paper analyzes the perceptions, motivations and evaluations of journalists Rede Paranaense de
Comunicação (RPC) with respect to the role they believe play in politics and more specifically in the
coverage of the Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). Through in-depth interviews seeks to
examine how the respondents think their own image and that the representation that make the state
legislature. In the end, it is impossible to identify who stands in relation journalists and
parliamentarians, as both have moments of greater or lesser dependence on the other front.
Keywords: Journalistic Culture. State Legislative. Political Communication.
1 Introdução
Os pesquisadores de Comunicação Política têm se dedicado ao longo das últimas
décadas em analisar a cobertura que a mídia, impressa e eletrônica, faz dos processos políticos
eleitorais. Entretanto, a relação entre a mídia e as instituições básicas da democracia tem
recebido pouca atenção, especialmente a cobertura política cotidiana do poder Legislativo1.
Este trabalho busca compreender como os jornalistas da Rede Paranaense de
Comunicação (RPC), envolvidos na construção e circulação da informação política estadual,
pensam o seu papel na sociedade, bem como a representação que fazem da Assembleia
*
1
Mestranda em Ciência Política pela UFRGS, Bacharel em Ciências Sociais pela UFPR. Experiência
acadêmica na área de comportamento legislativo e comunicação política. Atualmente desenvolve pesquisa
financiada pela CAPES sobre migração partidária na arena legislativa subnacional. E-mail:
[email protected]
Pesquisas sobre o Legislativo local, municipal e estadual, são ainda mais raras. Exceções podem ser
encontradas em Chaia (2004) e Fuks e Cervi (2005).
Legislativa do Paraná (ALEP) enquanto instituição e dos seus membros, os deputados
estaduais.
Pesquisas sobre as rotinas de produção, isto é, o dia-a-dia nas redações jornalísticas,
têm privilegiado lugar na academia ao longo do século XX, tanto no contexto internacional
(TUCHMAN,
1972;
BREED,
1955
apud
TRAQUINA,
1993)
quanto
nacional
(TRAVANCAS, 1993; OLIVEIRA, 2005; ZUNIGA, 2000). Baseadas no método etnográfico,
ou seja, através da observação participante, tais pesquisas buscam “mergulhar” no ambiente
de trabalho dos jornalistas para identificar os constrangimentos na rotina destes.
Este artigo foi construído com finalidade diversa das pesquisas acima mencionadas.
Não se trata de um estudo do trabalho jornalístico em si, mas uma análise, por meio das
declarações dos entrevistados, da avaliação e do sentido que estes fazem de sua função no
tocante à política.
Para analisar a percepção, a explicação e a avaliação que os jornalistas fazem da sua
própria atividade, a pesquisa qualitativa – baseada em entrevistas em profundidade – se
mostrou a mais adequada. Segundo Lane (1962 apud VEIGA, 2001, p.5-6),
Uma das vantagens das entrevistas em profundidade é que elas são discursivas
permitindo a cada entrevistado apresentar sua linha de argumentação, de modo que o
entrevistador possa inferir as associações que faz em seus pensamentos oferecendo,
inclusive, oportunidades para extensivas sondagens de opiniões, atitudes e valores
dos participantes.
A decisão de realizar o trabalho de campo na Rede Paranaense de Comunicação
(RPC) é justificada por se tratar da empresa de comunicação proprietária do jornal – Gazeta
do Povo – que apresenta a maior tiragem do estado do Paraná2 e por ser a empresa
responsável pela retransmissão da programação da Rede Globo, reconhecida como o grupo de
comunicação mais abrangente em termos de audiência.
As entrevistas, baseadas em roteiro semi estruturado, foram realizadas pela própria
autora entre os meses de junho e agosto de 2007, com duração média de 1h, no próprio
ambiente de trabalho dos entrevistados. Gravadas em áudio, após devida autorização, foram
2
Gazeta do Povo possui tiragem média de 75.000 exemplares por dia, os jornais Folha de Londrina e O
Estado do Paraná têm, respectivamente, tiragem média de 32.180 e 25.000 exemplares (Fonte: IVC e
ALAP).
transcritas pela autora. Ao todo, realizou-se oito entrevistas, distribuídas da seguinte maneira:
cinco entrevistas na redação da Gazeta do Povo – todos os membros da editoria de política
foram entrevistados, o editor e os quatro repórteres que compõem a mesma –; três entrevistas
com jornalistas da TV Paranaense – o editor-chefe, o chefe de reportagem e um repórter3.
Vale ressaltar que o pequeno número de entrevistas na TV Paranaense se deve ao fato de a
mesma não dispor de uma equipe especificamente designada para fazer a cobertura dos
assuntos políticos. A TV Paranaense não dispõe de setoristas, assim, todos cobrem de tudo
um pouco4. Por isso a decisão de entrevistar agentes de posições-chave dentro da redação da
TV nos pareceu a mais apropriada. Apesar das vantagens em utilizar entrevistas em
profundidade frente ao recorte da pesquisa em questão, tal metodologia apresenta limitações
no tocante à impossibilidade de mensurar quantitativamente o campo jornalístico paranaense.
2 Jornalistas e Deputados: a cobertura do Legislativo
Os estudos que relacionam a mídia com o poder Legislativo procuram analisar, em
geral quantitativamente, a cobertura que a mídia, principalmente os jornais, fazem dos
parlamentares e do Legislativo enquanto instituição. A pesquisa de Jorge (2003) “Meios de
comunicação de massa e Poder Legislativo”, a de maior aprofundamento até o presente,
preocupa-se com a questão da visibilidade do Congresso Nacional e a valência, se positiva,
negativa ou neutra, do mesmo. Baseado em ampla base de dados5 Jorge conclui que a imagem
do Legislativo nacional retratada nas páginas dos jornais é predominantemente negativa, até
mesmo no período de elaboração da Constituição de 1988, momento em que o Congresso
mais trabalhou6. Chaia e Azevedo (2005, p.16) ao analisar, utilizando também um método
quantitativo, a imagem do Senado nos editoriais da Folha de S. Paulo e de O Estado de S.
Paulo entre janeiro de 2003 e outubro de 2004 concluem:
[...] quando se observa a posição dos dois jornais em relação ao parlamento e à
atividade dos senadores e deputados, nota-se que esses órgãos compartilham uma
visão negativa, que se expressa nas críticas ao fisiologismo, ao absenteísmo, à
infidelidade partidária, ao troca-troca de legendas e a determinados comportamentos
morais e éticos considerados reprováveis. Nesse sentido, tanto a Folha como o
3
4
5
6
A escolha desse repórter foi por ser àquele com mais tempo “de casa”.
Segundo declaração do editor-chefe da TV Paranaense em entrevista à autora.
O autor analisa uma amostra composta por 2.523 notícias sobre o Congresso Nacional que foram publicadas
pelos quatro principais jornais do País – O Globo, Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo e Folha de S.
Paulo – no período compreendido entre 1985 e 1990.
Neste período, o volume da cobertura cresceu, porém apenas no tocante aos parlamentares, sobre o
Congresso enquanto instituição manteve-se o baixo volume de notícias.
Estadão terminam reproduzindo uma imagem negativa do Congresso Nacional e de
suas duas casas deliberativas a partir da análise do desempenho individual dos
parlamentares.
Os autores afirmam ainda que ao retratarem as relações entre o Executivo e o Senado
a avaliação das ações do presidente pelos dois jornais são positivas, os editoriais elogiam o
encaminhamento de projetos e medidas provisórias pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva
e consideram como um ato responsável do Senado aprovar as solicitações presidenciais.
Quanto à imagem do Legislativo paranaense na mídia, a pesquisa quantitativa de
Fuks e Cervi (2005) sobre a cobertura da 14ª Legislatura da ALEP pela Gazeta do Povo
sugere que o volume é pequeno, centrada em atores estatais que ocupam cargos dentro da
estrutura da Assembleia, ou seja, a divisão da visibilidade não é homogênea entre os
deputados. Os autores concluem que “parte significativa da cobertura da Gazeta, ao se referir
ao comportamento parlamentar e à ALEP, trata de processos e eventos distintos do próprio
processo decisório” (FUKS; CERVI, 2005, p.22). Excetuando as especificidades das
pesquisas citadas – Legislativo nacional ou estadual – é possível dizer que a imagem do poder
Legislativo é geralmente negativa.
Hallin e Mancini (1984 apud TRAQUINA, 1993) ao analisarem dez noticiários
italianos e quinze norte-americanos7 sugerem que o enquadramento8 da política, inclusive se a
predominância será no Executivo ou no Legislativo, é intrínseco ao sistema político do país.
Por exemplo, a política aparece nas notícias norte-americanas como uma questão de
governança. Já nas italianas, como debate e atividade parlamentar. Consequência disso seria
um destaque maior para a figura presidencial nos EUA, enquanto na Itália os parlamentares e
os partidos são centrais. Seguindo o raciocínio dos autores, seria possível explicar a baixa
visibilidade do Legislativo no Brasil pelo fato de possuirmos um sistema político
presidencialista e pelo Executivo ser dotado de amplas possibilidades legiferantes9.
Os trabalhos acima citados apresentam em comum o enfoque analítico no produto
final da produção jornalística, isto é, as notícias, mas uma lacuna ainda permanece: como os
7
8
9
Durante o período de 7 a 11 de junho de 1982.
A noção de enquadramento (framing) é adaptada da obra de Erving Goffman (1974 apud MIGUEL, 2002):
“a mídia fornece os esquemas narrativos que permitem interpretar os acontecimentos; na verdade, privilegia
alguns destes esquemas, em detrimento de outros.”
Figueiredo e Limongi (1999).
jornalistas interpretam o seu papel junto à política? Qual é a avaliação que fazem da cobertura
parlamentar que realizam?
As entrevistas em profundidade com os jornalistas paranaenses procuraram
contribuir para preencher tal lacuna, assim, a questão “O que é ser jornalista?”, que a priori
teria uma conotação bastante intimista, suscitou desdobramentos fundamentais, inclusive as
razões da existência do jornalista – e do jornalismo – para a sociedade como um todo.
As declarações recorrentes sugerem que os jornalistas se percebem como formadores
de opinião, cumprindo uma relevante função social e prestando serviços para sociedade.
Uma explicação consensual é o papel de transformadores da realidade ao mostrar os erros do
poder público. Incitados a argumentar sobre a visão “real” e “ideal” do jornalismo é possível
notar frustrações.
O ideal é poder de certa forma estar transformando alguma coisa, formando
opiniões, ajudando as pessoas a terem uma visão mais ampla das coisas e terem
maior discernimento, informar e até ajudar as pessoas terem um senso crítico em
relação à política. O real é que a gente tem uma carga horária muito estressante,
trabalha demais, é feriado tal, e muitas vezes não consegue levar a informação do
dia de uma forma mais completa do jeito que gostaria. É preciso ter uma
continuidade no dia seguinte, até pela dinâmica do trabalho fica muito rápido e não
dá tempo de complementar a informação como você gostaria (RGP3)10.
A declaração da repórter da Gazeta do Povo à primeira vista pode ser encaixada no
âmbito dos constrangimentos organizacionais, ou seja, o “ideal” não seria atingido devido à
própria estrutura empresarial jornalística. Ainda que a velocidade e a rotina tenham peso
considerável, tal conclusão não se sustenta sozinha. É preciso mensurar também a explicação
vinculada à concepção cultural do jornalismo. Por esse viés, o não alcance do “ideal” seria
ocasionado pelo paradoxo entre o papel que acreditam desempenhar – sumariamente,
formadores de opinião – e as exigências intrínsecas ao exercício do jornalismo, como o sigilo
da fonte, a busca pela objetividade e imparcialidade11. Em posterior momento, outra
declaração da mesma repórter demonstra o quanto esse paradoxo se faz presente:
10
11
Conforme compromisso firmado durante as entrevistas o anonimato será garantido. A nomenclatura será
RGP1, RGP2, RGP3, RGP4 para as referências e citações aos repórteres da Gazeta do Povo e EGP para o
editor. Quanto aos jornalistas da TV Paranaense a identificação será pelo cargo: editor-chefe (TV), chefe de
reportagem (TV) e repórter (TV).
Tais exigências foram citadas, repetidas vezes, por todos os entrevistados.
(em relação às fontes de informação política) É complicado. É difícil porque você
tem que ter a confiança do entrevistado e ao mesmo tempo não pode se aproximar
muito num lado pessoal. Todo dia você vai conversar com ele e não adianta tentar
romper um acordo ou uma informação em off porque amanhã você terá que
conversar com as mesmas pessoas. É uma coisa de todo dia, não é uma matéria que
você faz, vai embora e tchau. Tem que ter o maior cuidado, dar espaços para
opiniões contraditórias dos deputados, oposição e situação, tentar dar equilíbrio.
Evito dar interpretações, prefiro expor os lados diferentes e posições contrárias
(RGP3).
Ao serem questionados sobre o papel da imprensa para democracia, os jornalistas,
tanto da TV quando do jornal, são enfáticos ao dizerem que é fundamental, seja num sentido
de revelar aquilo que estaria “escondido”, quanto para representar legitimamente a própria
sociedade frente aos abusos do poder político. Porém, a busca por representar e falar em nome
do público é mais forte entre os jornalistas da TV, para estes não basta ser um veículo de
publicidade – num sentido de dar visibilidade ao que acontece – e suscitar na população
potenciais reações, mas sim “tomar partido” do público12,
Assuntos políticos, assuntos mais pesados são complicados. A população, em geral
as classes mais baixas, não gosta. É importante ter cobertura política, mas isso em
televisão não funciona muito bem, funciona mais em jornal. É importante, mas a
população não gosta. Fazemos pesquisa e sabemos disso. Em termos de televisão, a
população gosta de uma coisa que fizemos recentemente como a cobertura do
aumento da aposentadoria dos deputados estaduais. A população gosta de ver que a
gente está pegando no pé das pessoas, das autoridades políticas. Mas eles não topam
na televisão uma cobertura diária do tipo ‘hoje foi aprovado o projeto que não que
lá, amanhã será votada tal coisa’, acho que isso não interessa muito para o povo não.
(editor-chefe (TV)).
Entre os jornalistas da Gazeta do Povo o papel de representantes da população
também é revelado na fala dos entrevistados, contudo a função de canal de acesso entre
cidadãos e poder público é visada,
O papel da imprensa para a democracia brasileira é mostrar o que acontece, levar o
debate para população e trazer o que a população pensa, um canal mesmo de
comunicação entre a população e o poder. A gente tem que ter muita noção é do
público que a gente escreve, aqui a gente tem a noção plena que escreve para a
classe B e A de Curitiba, é uma classe formadora de opinião, a gente tem que ter
responsabilidade tanto quanto com a outra classe, mas a gente sabe que é preciso ter
mais porque é um público que te fiscaliza mais (RGP2).
12
Gomes (2004) ao discorrer sobre o conceito de jornalismo-espetáculo afirma que os jornalistas da TV
consideram a audiência como central para produção da notícia, já que estão ainda mais sujeitos à
vulnerabilidade da mesma do que os jornalistas dos meios impressos. Precisam preocupar-se em cativá-la
diariamente.
No tocante à avaliação da cobertura política – sem especificações quanto à
abrangência, se nacional ou local – relacionada aos escândalos políticos do “mensalão” e das
denúncias envolvendo o senador Renan Calheiros, os jornalistas da RPC são unânimes ao
avaliar positivamente a cobertura. Vez ou outra criticam uma exposição abusiva dos
familiares dos envolvidos, porém tal deslize midiático seria minimizado por se tratar de uma
causa nobre. Em nenhum momento a questão da degeneração da imagem institucional – do
Legislativo ou do Executivo – vinculada à atividade jornalística é mencionada. Não se sentem
responsáveis por publicizar a atividade política em seus aspectos “positivos”, pois consideram
obrigação do político trabalhar corretamente. O papel da mídia para eles seria mostrar à
população os desvios de conduta dos agentes da classe política.
A imprensa não tem obrigação de mostrar o que eles estão fazendo, a gente não tem
obrigação em fazer um trabalho de divulgação pra eles, não somos pagos. A
cobertura dos escândalos é muito boa. Esse furo do Jornal Nacional com as notas
falsas do Renan, a imprensa faz o que a política tem que fazer, o que o Ministério
Público tem que fazer. Mudou um pouco a função da imprensa, né? Se a gente não
faz esse furo, quem vai mostrar? As coisas só andam porque a imprensa divulga,
mas e daí? O que está sendo feito? (RGP4).
Destacam-se os critérios de noticiabilidade referente ao noticiário político do editor
da Gazeta do Povo quando questionado sobre “qual assunto é matéria quando o tema é
política”:
Política é o cerne do jornalismo, o jornalismo surgiu para discussões políticas,
fiscalização do poder político. Os jornais buscam noticiar os desvios das funções da
política, o que está errado e é polêmico. Essa idéia do que a opinião pública quer
saber [...] veja o mensalão, os jornais denunciaram e as denúncias foram acatadas.
Isso mostra que se a imprensa não tivesse feito isso às pessoas, elas não teriam
conhecimento do que aconteceu (EGP).
Quando questionados sobre o porquê da cobertura política estadual ser pequena e
centrada em episódios factuais, muitas vezes negativos, os jornalistas da TV Paranaense
responsabilizam sua audiência – não interessada no assunto – e crêem que cumprem sua
função social ao fiscalizar as autoridades e defender os direitos dos cidadãos. De forma geral,
estão satisfeitos com o próprio desempenho, o depoimento abaixo é exemplar,
Outra vez fizemos uma matéria descaradamente parcial que era uma injustiça com
um menino que tinha ganhado um concurso de redação e ganhou um computador.
Esse menino era tão pobre que não podia nem instalar o prêmio porque chovia na
casa, não era nem casa, era um casebre. Não tinha luz elétrica, nem fogão. A
professora era quem guardava o computador e não podia instalar. A história é
maravilhosa, os moradores do bairro se comoveram com isso, era um bairro pobre
entre Rio Branco do Sul e Almirante Tamandaré, eles ganharam um terreno da
prefeitura e arrecadaram material de construção para erguer uma casinha para aquela
família, mas tinha acabado o dinheiro e o material. Eu quase chorei. Eu disse “ah,
vamos fazer uma matéria!”, as pessoas vão ajudar, isso não pode. Não pedimos
ajuda, apenas eles contaram a história deles. A gente se envolve tanto que no dia que
chegou o material de construção do menino, depois que saiu a matéria choveu
telefonema de gente querendo ajudar, depois voltamos lá. Então eu falei para um dos
vizinhos “pega esse dinheiro aqui e vai lá comprar uma lingüiça, uma cerveja pra
gente!”, aí ficamos na festa, foi super legal. Isso é maravilhoso, a pretensão é
mostrar para outras comunidades pobres que se eles se juntarem, se ajudarem,
tiverem iniciativa, resolvem os problemas. Agora, ficar esperando [...] (repórter –
(TV)).
Ao avaliar a “solução” do caso relatado, o repórter sugere que o jornalismo contribui
positivamente, de forma eficaz e rápida, em situações que as instituições políticas falham pela
inércia. O depoimento revela ainda que o “ideal” no jornalismo seria resolver os dilemas dos
cidadãos, não apenas cobrar uma postura do Executivo ou do Legislativo.
Os jornalistas que cobrem a política acreditam que fazem um trabalho de vital
importância para a população, atuando de maneira ativa para a consolidação da democracia
brasileira. Acreditam que a população participa pouco da política, por desconhecimento, falta
de informação e pela desconfiança nos homens públicos, cabendo a eles mostrarem as
mazelas da esfera política de forma simplificada, já que a política seria um assunto muito
complexo para o cidadão comum. Quando questionados sobre o “denuncismo” na imprensa
brasileira, afirmam estarem cumprindo seu papel, uma vez que acreditam que a justiça e o
Ministério Público agem de forma lenta e ineficiente.
Objetivando conhecer as relações entre jornalistas e deputados, a pergunta “os
deputados ou assessores costumam procurar você?” se mostrou muito eficiente para adentrar
na discussão, sendo possível estabelecer diferenças nesta relação através do perfil do
deputado. A fala da setorista da Gazeta é explicativa,
Tem deputado que dá menos importância em aparecer no jornal, mas não quer
aparecer de forma negativa, não tem intenção de aparecer porque não faz nada, não
tem assessor de imprensa, não manda notícia [...]. Outros gostam de mandar notícias
todo dia, aproveitam qualquer brecha na discussão de projetos para levantar alguma
questão polêmica só para pegar carona no projeto para aparecer, não tem outra
finalidade. Essas figurinhas assim todo mundo identifica rápido, a própria imprensa
faz uma censura e já dá uma segurada. [...] sinto que os deputados de Curitiba se
preocupam mais em aparecer, por ser capital e porque o jornal circula mais aqui, o
deputado do interior diz ‘ah, o jornal nem chega lá na minha cidade’, o que o
assessor mandar para rádio local está de bom tamanho. Outros têm sua própria rádio,
seu jornalzinho. O deputado daqui não consegue formar uma base eleitoral fácil
como o cara de uma cidadezinha do interior que vai numa festa da igreja e encontra
todo mundo, né? Sinto que os daqui querem aparecer mais (RGP3).
Veiga e Paula (2007) em “Deputados, eleitores e mídia”, através de entrevistas em
profundidade com 42 deputados da ALEP e com 20 eleitores/cidadãos de Curitiba, analisam a
relação entre deputados e eleitores pela intermediação midiática. Ao desenvolverem uma
tipologia a partir do comportamento dos parlamentares e sua conexão com os eleitores, as
autoras sugerem que a estratégia priorizada pelo deputado em sua ação parlamentar, e o tipo
de eleitor que pretende alcançar, define como será sua dependência em relação à mídia. Ou
seja, corroborando com a fala da setorista, o relacionamento entre deputados e mídia possui
diversos aspectos a serem considerados. O perfil de atuação parlamentar é um deles.
Assim, jornalistas e deputados estabelecem uma relação que está longe de ser de mão
única, não sendo possível afirmar “quem depende mais de quem”. A otimização do trabalho
político necessita, ainda que não exclusivamente, da visibilidade midiática, e os jornalistas
almejam algo que os políticos dispõem: informações. Ou seja, os recursos pertinentes a cada
campo é desejado pelo outro, sendo determinante a conjuntura, por exemplo: em períodos
eleitorais os jornalistas afirmam que os deputados ficam mais dóceis – em outras palavras, os
parlamentares estariam submissos. Já na ocasião de CPI’s, dizem os jornalistas, a gente se
aproxima mais. Aqui, os jornalistas seriam os dependentes.
Os jornalistas da RPC acreditam que gozam de credibilidade junto aos políticos.
Quando incitados a dizer o porquê, imaginam que seja devido à conveniência e ao medo.
Acreditam que possuem algo que amedronta os políticos: a credibilidade do público formador
de opinião do estado do Paraná. Porém, apesar de relatarem momentos de conflito – o repórter
entrevistado da TV Paranaense responde processo judicial movido por um deputado estadual
– garantem que a relação com os agentes da esfera política é de muito respeito.
3 A Visibilidade Negativa do Parlamento e a Hipótese do “Poder Moderador”
Classificar o jornalismo, e a mídia de forma geral, enquanto “quarto poder” pertence
ao discurso do senso comum e também fez parte da perspectiva dominante na academia por
um considerável período, além de os próprios jornalistas se designarem parte de uma
instituição que formaria um “poder”13. A gênese dessa visão pode ser encontrada nas
declarações dos jornalistas ao longo do século XX para justificar o seu papel de
representantes da sociedade e pela adoção dos valores jornalísticos norte-americanos,
principalmente o de “cão de guarda”. Entretanto, ao observar como o exercício dessa
vigilância acontece na prática, as diferenças com o padrão de comportamento dos jornalistas
estadunidenses são notórias. Albuquerque (2000) sugere que a explicação para essa assimetria
entre o jornalismo praticado no Brasil e nos EUA deve-se a fatores da cultura política e
também ao desenho institucional de ambos os países. A principal diferença estaria ligada à
formação dos três poderes. No caso dos EUA a concepção consensual é de interdependência
entre Executivo, Legislativo e Judiciário – constituindo um sistema de checks and balances –
enquanto no Brasil esse sistema de instituições, adotado de maneira impositiva, não se
desenvolveu da mesma forma, necessitando recorrer a soluções como o Poder Moderador,
incorporado na Constituição de 1824, onde o imperador seria o árbitro legítimo da disputa
entre os demais poderes constitucionais. O autor argumenta que, mesmo após o fim do
Império, outros agentes procuraram preencher a lacuna deixada, como, por exemplo, as forças
armadas, entre 1945 e 1964. Ao atentarmos para as declarações dos jornalistas entrevistados,
de que seriam eles formadores de opinião e também transformadores da realidade, é possível
confirmar a hipótese do “Poder Moderador”, já que o papel de agentes ativos frente ao
noticiário político é buscado. Diferente do modelo de “Quarto Poder”, que pressupõe uma
vigilância baseada nos sólidos valores culturais norte-americanos, não necessitando fortalecer
a democracia.
Quanto ao caráter negativo da cobertura possíveis explicações podem ser feitas por
características que dizem respeito ao próprio exercício do jornalismo, seja (1) pela
representação que os jornalistas têm da sua função ou (2) pela maior acessibilidade ao espaço
físico do Legislativo. Em relação ao primeiro ponto, as respostas dos jornalistas da RPC
demonstram que o público/audiência, principalmente no jornalismo praticado na televisão, é
um elemento decisivo para justificar as escolhas do que será noticiado. Ao formarem uma
imagem de um público espectador desinteressado pela política e com baixa capacidade
cognitiva para os assuntos mais complexos, a busca pela simplificação da esfera política
termina por gerar uma cobertura superficial. O viés negativo sobressai, especialmente no
13
Em “Eles mudaram a imprensa – depoimentos ao CPDOC” Abreu, Lattman-Weltman e Rocha (2003)
entrevista os jornalistas que ocuparam cargos de direção nas principais redações brasileiras nos momentos
que a imprensa nacional buscava se modernizar. Os relatos do livro evidenciam a afirmação.
tocante ao Legislativo, devido ao papel que os jornalistas definem para si: mostrar os desvios
do poder. A concepção de que o jornalismo não necessita noticiar a atividade parlamentar em
sua totalidade – cabendo aos assessores dos políticos divulgarem o trabalho positivo – é
ilustrada na maioria das falas dos entrevistados, ou seja, se o que existe de positivo na arena
política não é critério para “virar notícia” é evidente que a cobertura será essencialmente
negativa.
O segundo ponto agrega a discussão de que o Legislativo seria coberto de maneira
inferior – seja em volume ou valência – quando comparado aos demais poderes14. A
constatação de Fuks e Cervi (2005) de que na cobertura política da Gazeta do Povo
prevalecem os atores estatais seria justificada, segundo os jornalistas entrevistados, pela
elevada quantidade de deputados que compõe a Assembleia. Assim, os líderes dos partidos e
os membros da mesa diretora representariam os pares, e, em última instância, a própria
Assembléia no jornal. A questão da acessibilidade do Legislativo pode indicar que o viés
negativo predomina porque este é, dentre os três poderes, àquele que estaria mais exposto ao
trabalho jornalístico e, genericamente falando, à opinião pública.
Tem que sair o que de bom eles fazem?O trabalho de uma comissão?Usar esse
espaço de televisão?Por um acaso não é pra isso que eles estão lá?Isso é notícia?
Fazer o certo é notícia?É complicado também porque são muitos deputados. Vamos
falar de todos? Como vamos eleger o que é bom?Eles têm que se acostumar com
isso [...] ninguém tem nada contra A ou B, é uma tarefa nossa (repórter – (TV)).
[...] o Legislativo é um poder aberto, mais fácil de cobrir que os demais poderes. Se
acontecer escândalo com juiz e tiver uma sindicância interna você só entra no
começo da sessão, o resultado final você não tem acesso, não te mandam por e-mail.
Ainda aqui na nossa Assembleia é difícil saber as coisas, porque a Assembleia não é
informatizada (RGP1).
Em “A construção da política” Alessandra Aldé (2004) elabora uma tipologia do
cidadão comum para demonstrar quanto o perfil individual é relevante para distinguir o uso
que cada um faz dos meios de comunicação e em sua consequente atitude política.
Segmentando os cidadãos por ela entrevistados entre ávidos, assíduos, consumidores de
escândalos, frustrados e desinformados a autora correlaciona com a atitude dos mesmos
perante a política – forte/positiva, forte/tensa, forte/negativa, fraca/positiva, fraca/negativa –, e
conclui que, quanto maior o consumo ativo de informações, mais próximo de uma forte
14
É o caso da pesquisa de Chaia e Azevedo (2005).
atitude política o cidadão se encontra. Aldé afirma também que as explicações oferecidas
pelos cidadãos sobre a política sustentam-se basicamente no repertório veiculado pela mídia.
Partindo das considerações da autora, seria viável sugerirmos que um jornalismo
centrado em denúncias e sucessivos escândalos envolvendo os agentes da esfera política
resultariam num “arsenal explicativo” negativo sobre as instituições políticas, principalmente
se considerarmos a existência das poucas fontes alternativas de informação que não sejam
ligadas à grande mídia.
Apesar das pesquisas que analisam a cobertura jornalística do Legislativo apontarem
para uma cobertura majoritariamente negativa, tanto no aspecto institucional quanto em
relação aos parlamentares, e os estudos sobre o modelo atual de jornalismo brasileiro
indicarem uma prática tendendo ao denuncismo, não é possível atribuir à mídia a
responsabilização única pela tão debatida crise de representatividade. Se faz necessário
agregar à analise questões sócio-históricas sobre a visibilidade (negativa) do parlamento.
Meneguello (2005) em “Percepções Públicas sobre o Parlamento Brasileiro: dados dos
últimos 50 anos” através de pesquisas de opinião aplicadas ao longo desses anos – algumas
questões isoladas foram aplicadas em distintas pesquisas – constata que o descrédito, a
indiferença e até mesmo o sentimento de inutilidade do Congresso são recorrentes na
avaliação da população brasileira, seja em períodos ditatoriais ou não. Assim, até mesmo nos
momentos que a imprensa não fazia um “jornalismo de denúncias” em relação à política a
imagem do Legislativo era negativa.
4 Considerações Finais
Ao fim do artigo é cabível questionar: o que se pode retirar de um estudo
concentrado em um único grupo de jornalistas de um único estado brasileiro? Admitimos que
a metodologia, baseada em entrevistas em profundidade, impossibilitou-nos oferecer um
tratamento quantitativo para todo o campo jornalístico paranaense, além de não permitir
conclusões sobre o “produto” final, isto é, as informações políticas, que os jornalistas
disponibilizam para a sociedade. Porém, a contribuição do trabalho diz respeito ao processo
anterior da construção das notícias, compreender as motivações dos indivíduos pesquisados
pode suscitar um entendimento ampliado da produção jornalística estadual.
Sobre a origem social dos jornalistas envolvidos no noticiário político local pode-se
dizer que possuem similaridades: todos advém de famílias com pais exercendo profissões
ligadas ao funcionalismo público ou atividades enquanto profissionais liberais. Não possuem
origem familiar relacionada a setores empresarias, agrícolas ou a cargos políticos eletivos.
Referente à carreira, todos cursaram Jornalismo. Um deles também é graduado em
Direito e outro está estudando o mesmo curso. Quase todos possuem cursos de especialização
(Lato Sensu) – exceto o jornalista que cursa Direito. A respeito da satisfação com suas
atividades, sentem-se realizados por cumprirem um importante papel em benefício da
sociedade. Nas palavras de um dos entrevistados: seriam eles uma espécie de Dom Quixote.
Entretanto, reclamam do baixo salário diante de uma função tão importante que exercem.
Apenas uma entrevistada relatou a pressão do pouco tempo para redigir a notícia como
característica negativa. Ainda que o estudo não possa ser considerado uma etnografia, é
possível sugerir, com base na observação do espaço da redação da Gazeta do Povo e da TV
Paranaense, sendo um ambiente até certo ponto bastante descontraído.
Quanto à principal questão da pesquisa – o papel que os jornalistas acreditam que
possuem, especialmente em relação à política – constatamos, através das declarações dos
mesmos, que se trata de uma atividade que não possui claras definições normativas e
profissionais, até mesmo os discutidos paradigmas do jornalismo – o conceito de
imparcialidade e objetividade – apresentam dissenso entre eles do significado ideal na prática.
No que concerne à avaliação da cobertura política parlamentar que praticam, acreditam ser
satisfatória. Os jornalistas da TV Paranaense justificam o pequeno espaço para o Legislativo
no noticiário dizendo que se deve ao fato de o público não se interessar pela política
institucional, mas afirmam que a política é retratada quando atinge diretamente a vida do
cidadão. Diante disso, podemos concluir que para os jornalistas da TV Paranaense as
informações políticas, em relação ao processo decisório, por exemplo, não possuem
relevância para se transformarem em notícia. Já os jornalistas da Gazeta do Povo acreditam
que a cobertura política do Legislativo estadual está cada vez maior e melhor. O entendimento
do que seria esse melhor refere-se a uma cobertura preocupada em revelar e divulgar os
escândalos e corrupções da esfera política.
A pergunta “jornalistas têm credibilidade junto ao público? e junto aos deputados?”
permitiu que identificássemos qual seria a base de sustentação para a autoridade jornalística.
Segundo os entrevistados, a boa imagem que acreditam dispor junto ao público é o que lhes
permite desfrutar do respeito dos membros da classe política, já que possuem um vínculo
próximo, até mesmo influente, com o principal objeto de desejo dos deputados: os
cidadãos/eleitores. Entretanto, estes podem a qualquer momento romper o tal vínculo com os
jornais e telejornais se sentirem que aquilo que precisam, a informação, não lhe satisfaz. Este
“perigo eminente” força os jornalistas manterem uma relação, minimamente cordial, com sua
principal fonte de informação: a esfera política. Em outras palavras, os jornalistas dispõem de
uma certa autoridade junto ao público e junto aos políticos, porém essa só se mantém se
possuírem a credibilidade de ambos, conquistada diariamente. Sendo assim, não é possível
designar quem tem “mais poder” nessa relação. Os jornalistas dependem das informações que
os deputados centralizam e os deputados dependem dos jornalistas que, em última instância,
fornecem-lhes o acesso aos seus potenciais eleitores.
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