Resumo de Mercado Conundrum​: onde está Cato? O cenário

 Resumo de Mercado Abril/2016 Conundrum:​
onde está Cato? O cenário político doméstico continua, é claro, a determinar a agenda dos investimentos. Cabe mencionar, entretanto, que temos vivido tempos de volatilidade no mercado global de moedas. No pano de fundo, a questão do aumento das taxas de juros americanas. Nossa visão sobre o tema é a de sempre. Aumentos haverá. Afinal, já persiste por quase oito anos um regime de taxas de juros iguais ou muito próximas de zero. Mas, eles serão menores que os previstos pelo mercado e com menores consequências para as taxas de juros dos títulos mais longos. A probabilidade de um novo ​
conundrum ​
é bem maior que a de um novo ​
taper tantrum. Traduzindo: ​
conundrum ​
é uma referência a uma fala de Alan Greenspan, mítico presidente do FED. ​
Conundrum traduz­se por mistério: na ocasião as taxas de juros de curto prazo saltaram 4 pontos percentuais, com mínimas alterações na taxa dos títulos de 10 anos. ​
Taper tantrum ​
é como ficou conhecida a reação exacerbada do mercado à suavíssima atuação do FED em 2013, ao final do célebre programa de compra de títulos, conhecido como ​
quantitative easing​
. O cenário político doméstico também tem seu ​
conundrum.​
Muitos de nós assistimos consternados à votação do impeachment. Como tamanha ignorância, em esmagadora maioria, pode determinar as leis do país? Os números de nosso congresso, a grosso modo, são os seguintes: há cerca de 500 almas. 100 delas fiéis aos ideais da esquerda radical: PT, PC do B e afins. Outras 100 estão ligadas a uma visão mais moderna de estado. Pertencem ao PSDB, DEM e PPS, principalmente. Bem restam ainda 300 almas. Nem tanto ao céu ou ao inferno, penadas, vagueiam nas sete colinas, nos sete pecados. Elas, também conhecidas como baixo clero, têm o poder de ditar os rumos do país. Quando encontram um líder, elas podem direcioná­lo no rumo correto, como no caso da patética votação do dia 17 de abril. Como Cato no purgatório de Dante, Eduardo Cunha possuía inquestionável liderança sobre elas. Cunha afastado, quem pode ser o novo Cato? esse é o verdadeiro mistério da política brasileira no momento! No mais, temos um time econômico de primeira: Meireles, Ilan, Parente, Mansueto, etc. Na política externa saímos do abismo cubano/bolivariano. 13 anos de petismo e ocupação partidária da máquina pública via levar algum tempo até ser desmontado, mas os primeiros sinais como a extinção do ministério da cultura já trazem grande alento. Os problemas econômicos e sua solução possuem consenso em enorme parcela da sociedade brasileira. À exceção, claro, naquela ligada ao ​
ancien regime​
. O caminho para expurgarmos nossos pecados, subindo as sete colinas, é conhecido. Não poderemos trilhá­lo, entretanto, sem a companhia daquelas 300 almas, que ora anseiam por um novo Cato. A formulação do novo ministério claramente almeja atender os anseios dos partidos, como no velho presidencialismo de coalizão. Qualquer pessoa decente há de sentir asco por isso. A alternativa, entretanto, é deixar o time econômico refém do purgatório do congresso brasileiro. Na arte do possível, Temer inicia seu governo mui habilmente. Todos os ativos de risco tiveram ótima performance em abril. Na renda fixa, houve expressivo fechamento de taxas. O Ima­B rendeu 3.93% e o IRFM, 3.46%. Contra um CDI/IMA­S de 1.05/1.04% o IMA Geral fechou abril em 2.89% Na renda variável, o IBrX rendeu 7.14%. Já o SMLL rendeu 5.56% e o IDIV valorizou­se expressivos 12.39%. Marcelo Nazareth