aE aind - Associação Médica Fluminense

Transcrição

aE aind - Associação Médica Fluminense
ASSOCIAÇÃO MÉDICA FLUMINENSE
Niterói - RJ - Ano VII - nº 40 - Out/Dez de 2009
Órgão Informativo Oficial da AMF (Filiada à SOMERJ)
ISSN nº 1809-1741
:
a
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i
Ea
Artigos Científicos - Livros - Eventos
Enofilia - Homenagens
editorial
Associação Médica Fluminense
Avenida Roberto Silveira, 123 - Icaraí
Niterói - RJ - CEP 24230-150
Tel.: (21) 2710-1549
F
Final de ano se aproxima! Mais um ano que o tempo leva das
nossas vidas. Por outro lado, mais um ano que pudemos viver tão
intensamente que mal vimos passar. As crianças crescem a “olhos
vistos” e este é um parâmetro muito especial para mim. Dia após dia
observamos que eles nos estão alcançando e que as suas atitudes se tornam questionadoras
e, porque não dizer, um pouco passionais. É a adolescência chegando!
Essencial é a consciência de que trabalhamos muito durante este período e estamos
gratificados com esta sensação do dever cumprido. Pode parecer repetitivo, mas a nossa
AMF cresce a cada dia. Como as nossas crianças, embora aos 80 anos, ela depende das
nossas ações para se manter viva, rejuvenescida e atuante. Minha diretoria e eu estamos
orgulhosos do que temos conseguido fazer, sem falta modéstia. Dentre as muitas realizações
e participações em atividades da política médica, vale ressaltar uma ampla revisão dos contratos estabelecidos entre a AMF e locatários e com prestadores de serviço. Trabalho árduo,
cansativo e necessário, que garante sob o ponto de vista jurídico, o futuro da AMF. Somos
uma associação que goza de grande prestígio e credibilidade na cidade. Basta folhear nossa
Revista AMF, para corroborar esta afirmação. Nossos parceiros, seja na revista, seja nos eventos
que produzimos, são a demonstração maior do quanto somos confiáveis.
E por falar na Revista AMF, apresento-vos nossa última edição do ano, como um presente. Espero que leiam e gostem. Carro chefe dessa edição, a nossa festa do médico foi
simplesmente sensacional. A ampla cobertura fotográfica e as declarações de algumas
personalidades, dão uma pequena amostra do sucesso! O tradicional Café Colonial, com
missa, homenagens etc, foi muito bem destacado pela jornalista Simone Botelho, com um
breve resumo sobre os nossos médicos homenageados de 2009. Outro evento de destaque,
foi o XI torneio de tênis da AMF, que como sempre ocorre, foi uma grande oportunidade de
confraternização entre os médicos praticantes do tênis. Confira as fotos. Continuamos, nesta
edição, a apresentação das unidades da rede municipal de saúde, através de duas das suas
principais gestoras. Outros eventos relevantes também tem destaque, tais como, a festa do
dia dos médicos da Associação Médica de Maricá e a Noite de Autógrafos do belíssimo livro
de contos da Academia Fluminense de Medicina. Aos nossos habituais “colunistas” e colaboradores, presentes nesta edição ou em outras, agradecemos à valiosa contribuição durante
todo este ano e continuaremos contando com suas crônicas, colunas, artigos científicos e
opinião para os próximos anos.
Por fim, convoco aos leitores desta edição a dividirem comigo, com os componentes do
conselho editorial e todos os profissionais envolvidos no processo de criação da Revista AMF,
este número final de 2009, que considero um verdadeiro presente aos leitores. Agora, é só
fazer como São Tomé! Tem que ver pra crer.
Desejamos a todos que nos leem, um final de ano maravilhoso, com muita festa e comemorações, mas com a certeza de um novo ano ainda melhor que este, com saúde e paz
acima de tudo. Aos associados da AMF, agradecemos pelo apoio e confiança. Aos que ainda
não vieram se associar, gostaria de lembrar que as nossas portas continuam escancaradas
aguardando por vocês.
Boa leitura!!
Glauco Barbieri - Presidente da AMF
Ano VII - nº 40 - Out/Dez- 2009
Produzida por LL Divulgação Editora Cultural Ltda.
Redação e Publicidade
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Os artigos publicados nesta revista são de inteira responsabilidade de seus autores, não expressando,
necessariamente, a opinião da LL Divulgação e da AMF.
Revista AMF
Diretoria da Associação Médica Fluminense
Gestão: 2008/2011
Presidente: Glauco Barbieri
Vice Presidente: Benito Petraglia
Secretário Geral: Gilberto Garrido Junior
Primeiro Secretário: Marcos de Souza Paiva
Primeiro Tesoureiro: Gustavo Emílio Arcos Campos Segundo Tesoureiro: Osvaldo Queiroz Filho Diretor Científico: Wellington Bruno Santos
Diretor Sócio Cultural: Sônia Maris Oliveira Zagne Diretor de Patrimônio: Jackson Ferreira Galeno
Conselho Editorial da Revista da AMF
Dr. Glauco Barbieri
Dr. Gustavo Campos
Dr. Jorge Jose Abunahman
Dra. Odilza Vital
Dra. Sônia Maris
Dr. Wellington Bruno Santos
Conselho Deliberativo
Membros Natos
Alcir Vicente Visela Chacar
Alkamir Issa
Aloysio Decnop Martins
Celso Cerqueira Dias
Flávio Abramo Pies
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José Hermínio Guasti
Luiz José Carneiro de Souza Lacerda Neto
Miguel Angelo D’Elia
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Membros Efetivos
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Carlos Roberto Ferreira Jardim
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Emanuel Decnop Martins Junior
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Jano Alves de Souza
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Jose de Moura Nascimento
José Emídio Ribeiro Elias
Mario Roberto Moreira Assad
Miguel Luiz Lourenço
Pedro Ivo Bastos Pereira
Raul Luiz de Souza Muniz
Membros Suplentes
Alex Bousquet
Amaro Alexandre Neto
Anadeje Maria da Silva Abunahman
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Clovis Abrahim Cavalcanti
Edson Cerqueira Garcia de Freitas
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Frederico Valadares de Souza Pena
Jairo Roberto Leite Caldas
Jorge da Costa Pereira
Josemar da Silveira Reis
Leonardo Jorge Lage
Luiz Fernando Alves do Carmo
Paulo Roberto Visela Chácar
Conselho Fiscal
Membros Efetivos
Claudio Costa Ortega
Nédio Mocarzel
Norma Mattos de Souza Franco
Membros Suplentes
Daniel Jose da Silva Filho
Luiz Armando Rodrigues Velloso
Pedro Ângelo Bittencourt
evento
Honrando a tradição, as comemorações do Dia do Médico, no ano em que a Associação
Médica Fluminense completa seu 80º aniversário, foram marcadas pela emoção e confraternização.
O dia 18 de outubro caiu num domingo, ideal para a celebração da missa solene na Capela de
São Lucas, conduzida pelo padre Luís Maurício, da paróquia de Nossa Senhora do Sagrado Coração,
seguida do café da manhã e das homenagens aos médicos no Espaço AMF-Unimed.
A festa continuou na sexta-feira, dia 23, com uma noite no “Rio Antigo”, que reuniu, no espaço
Nec Multiplace, nas Charitas, a classe médica, autoridades e personalidades que foram
prestigiaram a AMF.
Momento solene
Manhã de
confraternização e
justas homenagens
O padre Luis Maurício, em sua bênção aos
médicos presentes, pediu que todos
estendessem suas mãos, lembrando das dificuldades enfrentadas por aqueles que trabalham
ou são atendidos nas unidades de saúde pública. Ele pediu a Deus para que ajudasse cada
um dos presentes a “fazer a diferença” dentro
desta realidade.
Revista AMF
Out/Dez-09 - 5
A
pós a cerimônia religiosa, foi
a vez do momento cívico com
o hasteamento dos pavilhões
nacional, do Estado do Rio
e da AMF, ao som do Hino Nacional
executado por integrantes da banda da
Polícia Militar.
Este clima de confraternização subiu
até o salão da AMF, onde foi oferecido
o café da manhã, com fartas mesas de
doces, pães e frutas, uma pausa para
deliciar os mais exigentes gourmets. Este
momento de descontração antecedeu a
emoção das homenagens aos colegas
médicos que se destacaram, os quais
receberam placas e diplomas em solenidade no Espaço AMF/Unimed, que teve
como “mestre de cerimônia” a médica
Sônia Maris O. Zagne.
Os homenageados deste ano foram
Ana Ricordi Bazin, Mônica Morrissy Martins Almeida e Pedro Angelo Andreiuolo.
O destaque como Médico do Ano coube
a Jano Alves de Souza.
Abrindo a série de homenagens, o
diretor da AMF, Marcos Paiva, lembrou
dos colegas já falecidos, alertando para
o fato de que “muito se ensina sobre
como se viver bem, mas pouco sobre
como se morrer bem, apesar desta ser
a única grande certeza da vida. Para
nós, médicos, aceitar a morte é tarefa
ainda mais difícil, pois vivemos na ten6 - Out/Dez-09
tativa de driblá-la, defendendo a vida”,
afirmou, lembrando dos que morreram
neste último ano como Antônio Aspino da Rocha Caldeira, Clarimesso
Machado Arcuri, Denise José Pereira,
Fernando Gonçalves Botelho Junior,
Joel Grego Filho, José Maria de Araújo Pessoa Mendes, José Monteiro da
Gama Netto, Luiz Renato Barros de M.
Albuquerque, Nilson Joaquim Seabra,
Vinicius Mariano de Oliveira, Nelson
Williams Smanio Coit, Ronaldo Oliveira
Lomelino, Ruth Demetrio Monteiro da
Gama e Bianca Cotta.
Como representantes da categoria falaram: Clóvis Cavalcanti (SinMed),
Alcir Chácar (Academia Fluminense de
Medicina), Gilberto Garrido (Unicred),
Benito Petraglia (Unimed) e o Alkamir
Issa, secretário municipal de Saúde de
Niterói.
Coube ao presidente da Unimed, Benito Petraglia, a entrega do
Prêmio Mérito Cooperativista do Ano
ao médico Pedro Ângelo Bittencourt,
de quem destacou o trabalho voltado
para a responsabilidade social “sempre
preocupado com o desenvolvimento da
comunidade e do ser humano”. Outro
homenageado pela Unimed foi o médico Gilberto Garrido, destacado pela
forte ação em defesa do cooperativismo
e cooperado há 32 anos.
Ao se dirigir aos colegas, o
secretário Alkamir Issa falou de sua
emoção recorrente ao participar todos
os anos da comemoração pelo Dia do
Médico, “só não estive presente no ano
passado e foi uma dor forte não participar”, confessou. Ele lembrou toda a
batalha da categoria pelo resgate da
valorização do médico e afirmou que
“dentro de nosso possível, estamos
Revista AMF
avançando e, para 2010, guardo novas
esperanças, pois as coisas começam
a acontecer no sentido de se resgatar
salários e condições de trabalho, apesar das dificuldades ainda existentes.
Alcançamos algumas metas e minha
crença é grande quando vejo pessoas
abnegadas trabalhando neste sentido.
As mudanças estão próximas e tenho
total apoio do prefeito para que isso
venha a acontecer”.
A valorização do médico também
foi o tema abordado por Glauco Bar-
bieri, presidente da AMF, que se dirigindo aos colegas, lembrou a campanha
deflagrada pelo CREMERJ com este
objetivo. Ele defendeu o associativismo
como solução para os problemas que
afligem a categoria e reafirmou ser a
AMF o lugar perfeito para a união em
torno desta causa.
Reconhecimento
Não podia ser diferente, o momento dos homenageados foi carregado de emoção, com lembranças que
conduziram ao passado profissional e
aos acontecimentos da vida pessoal
de cada um deles. Monica Morrissy
Martins Almeida foi reverenciada pela
antiga colaboradora Andréa Melo; Pedro Angelo Andreiuolo, pelo seguidor
Alair Correa; Anna Ricordi Bazin, pela
filha Gabriela Bazin e o Médico do
Ano, Jano Alves de Souza, por Pedro
Moreira.
A série foi aberta por Mônica
Morrissy sobre quem Andréa Almeida
lembrou fatos da infância no bairro de
São Francisco, sua formação no Centro
Educacional de Niterói e a evolução
profissional, desde a formação pela
Universidade Federal Fluminense, em
79, até os diversos cargos que ocupou
na área da saúde pública como no
Revista AMF
antigo Centro de Saúde Santa Rosa,
hoje Policlínica Sérgio Arouca; nas
secretarias de Saúde do estado do
Maranhão e do município de Itaboraí;
na coordenação executiva do Programa Médico de Família de Niterói; e,
ultimamente, comandando a “atenção
básica” da Secretaria de Estado de
Saúde e Defesa Civil.
Sobre a mestra Ana Bazin, falou
sua filha, também médica, Gabriela
Bazin, que recordou os tempos em que
a mãe começou a vida como secretária
da Casa São Luiz, um abrigo de idosos;
do vestibular, em 64, para a Universidade Federal Fluminense; o ingresso,
dois anos depois, no Hospital Universitário Antônio Pedro; sua passagem
pelo Internato José Rodrigues e pela
diretoria do Hospital Antônio Parreiras;
o mestrado em 75 e as pesquisas sobre
AIDS, na década de 80. Após ouvir da
filha “sou herdeira desta paixão pelo
bem-estar do próximo, da infinita paixão pelo magistério e sigo seus passos
como professora universitária”, Ana
Bazin declarou aos presentes: “aos 70
anos, pensei ter vivido grandes emoções, mas este momento, por envolver
todas as pessoas que fizeram e fazem
parte da minha vida, família, colegas
e pacientes, supera tudo o que já vivi”.
Out/Dez-09 - 7
A contribuição de Pedro Angelo
Andreiuolo para a radiologia e a legião
de seguidores que conquistou ao longo
de décadas, foram ressaltadas por um
de seus “alunos”, Alair Correa, que se
disse honrado em falar do “mestre que
inspira meu dia a dia”. Ele disse ter sido
difícil resumir a trajetória de um profissional citado 766 no Google como
referência, afinal, foi ele o primeiro a
fazer uma angiografia medular.
Sobre seu mestre, lembrou do
curso na UFF, da atuação na Casa de
Saúde São Miguel, no Hospital Souza
Aguiar e do professor e subcoordenador do setor de radiologia do Carlos
Chagas, do Santa Cruz e da Clínica
São Vicente; dos cursos de radiologia
vascular na Suécia e França, além de
outros em Columbia e Nova Iorque;
da participação na equipe de Paulo
Niemeyer; de seu pioneirismo na arteriografia; além da orientação em dezenas de teses e monografias; do livro
publicado sobre ressonância magnética; da participação como membro do
Colégio Brasileiro de Radiologia e da
Sociedade Norteamericana, e da atual
equipe do Centro de Neurocirurgias da
Rede Labs. “Com ele, aprendemos mais
que a prática profissional, aprendemos
ensinamentos para a vida como o que
prega ser proibida a competição entre
seus pares, ou ainda, que todos devem
avançar sempre, mas cada um no seu
ritmo” afirmou Alair Correa.
Já o Médico do Ano, Jano Alves
de Souza, que recebeu a placa de homenagem das mãos de Benito Petraglia
e o diploma de Sônia Maris, teve um
pouco de sua história contada pelo
colega e amigo Pedro Moreira, que
ressaltou ser ele “uma figura ímpar
neste convívio de mais de dez anos”.
O orador falou sobre as dificuldades
do jovem nascido em Paraíba do Sul
8 - Out/Dez-09
até chegar a formatura pela UFF; da
residência na UFRJ à aprovação com
louvor no mestrado e doutorado, e a
primeira colocação na prova para professor adjunto da mesma universidade
na qual se fez médico. “Ele reúne,
tanto em sua vida profissional como na
particular, a gentileza, paciência, compreensão e humildade. Por meio dele,
podemos reconhecer: este realmente
é um médico. E é muito gratificante
testemunhar que Jano já vem fazendo
seguidores entre seus alunos de neurologia, os quais estão sendo formados
por alguém que baseia sua existência
na ética, na integridade e no senso de
justiça”.
Emocionado, Jano Alves de Souza, citando Dostoiévski, afirmou que
“não há nada de mais nobre, de mais
forte, de mais são que uma boa recordação. A boa recordação poderá
um dia te salvar.” Ele agradeceu aos
professores e aos pacientes “somos
fruto da generosidade de muitos, essas
são lembranças que levarei e que me
salvarão em momentos de angústia e
crises”.
Se dirigindo aos pais, Elza e Ivo,
ao irmão Marcos, à esposa Patrícia,
e às filhas Olívia, Cecília e Sofia,
ressaltou a compreensão pelo tempo
subtraído na convivência, declarando
que os ama “tanto quanto é possível
um ser humano amar”.
A cerimônia foi encerrada pelo
presidente da AMF, Glauco Barbieri,
que se disse otimista em relação a
novas conquistas da categoria, pois
“todos acreditam nestes abnegados
que lutam contra a única coisa certa na
vida que é a morte. Embora, às vezes,
decepcionados, é nosso dever lutar,
saber confortar quem padece, porque
somos médicos de homens e de almas”.
Glauco ressaltou que o médico
vale muito, já que não desiste diante
da realidade do atendimento, não só na
rede pública, mas também, em outras
frentes de trabalho. “Somos abnegados
diante dos salários que ainda não são
dignos e não queremos ser alvo da fúria
dos pacientes nas emergências”.
Ele disse só haver uma “receita”
para este quadro: o associativismo.
“Temos tentado recuperar a AMF,
saneando dívidas, estabelecendo
novos contratos e, em janeiro, esta
já estará superavitária. Ainda são
somente 500 sócios, metade do que
desejamos, mas somos uma grande
família, médicos, funcionários, sindicato, Unicred, Unimed e Academia
Fluminense de Medicina. Tenho certeza
de que, juntos, realizaremos mais este
sonho. Por fim, é sempre uma emoção
renovada reverenciar esses médicos e
médicas que se destacam no trabalho
incansável, muito grande é o orgulho
em homenageá-los”. Glauco Barbieri
finalizou sua fala com a leitura da
Oração do Médico.
Revista AMF
matéria de capa
J
á que a AMF está na “melhor idade”, uma jovem de
80 anos, nada melhor do que reviver o clima do Rio
Antigo para festejar a associação e seus médicos. E foi
neste espírito de elegância e glamour que aconteceu,
em 23 de outubro, no Nec Multiplace, nas Charitas,
a festa pelo Dia do Médico. A ambientação seguiu o bom
e o melhor estilo da antiga Lapa, com seus botecos e a
“saudável boemia”.
Já na chegada da festa, produzida por Denize
Garcia, os convidados – em noite de gala, com direito a
figurino especial de época, onde não faltaram a elegância
e o charme dos chapéus nas versões masculina e feminina
– eram recebidos pelo som do “Unha de Gato”, com o
melhor do Chorinho.
10 - Out / Dez - 09
Diretoria da AMF
Revista AMF
Glauco
Barbieri
Sonia Maris O. Zagne
Revista AMF
Glauco Barbieri e Ana Claudia Ramis
Gustavo e Míriam Campos
Wellington , Mônica Bruno com Maximiniano
e Dirce Carvalho e Silva
Suely Reis, Graça Maia, Sônia Maris, Renata
Zagne, Clarissa Mattos e Mayume Yamagata
A noite correu dentro deste clima, regada a petiscos típicos do cardápio
de botequim, montado por Vera Sueth. A animação na pista ficou a cargo da
banda mineira, Fator RG7 que, além de passear pelo som de várias épocas, deu
um show à parte com seus integrantes encarnando ícones que iam das cantoras
de música baiana até a fiel “incorporação” do falecido astro Michael Jackson
com seu “Thriller”.
Uma breve parada, para não atrapalhar a animação, marcou o momento
solene, com breves pronunciamentos da diretora do Hospital das Clínicas, Ilza
Fellows – estreando a parceria com a AMF na festa – Benito Petraglia (presidente
da Unimed), Luis Fernando Soares (presidente do Conselho Regional de Medicina);
Alkamir Issa (secretário de Saúde de Niterói), Chico D’Angelo (deputado federal)
e Glauco Barbieri (presidente da AMF).
Na ocasião, Glauco Barbieri leu uma carta enviada pelo senador Francisco Dornelles, entregue pelas mãos do deputado estadual Tucallo Dias. Na
mensagem, Dornelles disse que “todos nós devemos ser gratos aos médicos, que
lutam e trabalham se superando a cada dia, trazendo vidas ao mundo e cuidando
delas... nossos gabinetes estão à disposição da AMF e dos médicos de Niterói
para o que precisarem.
O presidente da AMF agradeceu os tradicionais colaboradores e parceiros
como Unimed, Unicred, HCN, Daflon, MedImagem, Labs D’or e Life Imagem,
como também, aos funcionários da AMF “que toleram e correspondem às minhas
exageradas exigências. São heróis”.
Lembrando que, neste ano, a categoria tem motivo duplo para comemorar, pois em outubro foi aprovada, na Câmara Federal, a regulamentação das
especializações médicas, o Secretário de Saúde, Alkamir Issa, disse que esta foi
uma das mais importantes conquistas para a profissão, mas que, ainda, há muito
por que se lutar. “Tivemos grandes avanços em 2009 e poderemos ter mais ainda,
segundo as promessas do prefeito Jorge Roberto. Tenho certeza de que 2010 será
melhor e esse congraçamento é fundamental para que tenhamos êxito”, garantiu.
Out / Dez - 09 - 11
Ana Claudia e Osvaldo Queiroz
Marli e Gilberto Garrido
“Esta comemoração pode ser vista
por dois olhares: o pessimista diria
que não temos o que festejar em
função das condições precárias do
sistema de saúde, da deterioração
da rede. Mas os otimistas, com toda
razão, celebram os baluartes da resistência que nós realmente somos”.
(Tarcísio Rivello - diretor do HUAP)
“Falar que a festa da AMF foi excelente isto é unânime, porém o que
ressaltou foi a confraternização entre
os colegas e familiares, mostrando
a força e liderança da nossa AMF.”
(Gilberto Garrido Júnior - Presidente
da Unicred)
Tânia e Benito Petraglia
Washington Araújo e Simone Borborema
Mariana, Alkamir, Maria Claudia e Maria
Clara Issa
Ana Beatriz Muniz, Raul Muniz e Jackson
Galeno
“Como vem fazendo há vários anos,
a AMF honra à classe médica de
Niterói com uma belíssima confraternização.” (Kerman Gervásio - Med
Imagem)
“Os organizadores se superam e
surpreendem a cada ano. Um momento de revermos amigos e comemorarmos vitórias. Aproveitamos
para renovarmos nossas forças para
os novos desafios que a assistência
à saúde nos reversam”. (Ricardo
Daflon - Laboratório Daflon)
Adriana e Ricardo Daflon
Davi, João Marcos, Debora e Marcos Paiva
Sergio e Ana Albieri e Graciele Moraes
Carlos Alberto Martins de Souza
Viviane Louback e Claudio Amorim
Vera e Letícia Fonseca
José Luiz Oliveira, Rejane Barbieri e Leda
Barbieri
Simone Dias e Claudio Ribeiro
Luciana e Pedro Ângelo
Patricia Caldas e Jairo Caldas
Carlos Murilo Mello e Patrícia Justus de Mello
Maria Feijó, Fabiana Barini e Kerman Gervásio
Helena Yamaguti e Valéria Patrocínio
Renato Bravo e Rosemery Santos da Silva
Leonardo Nesi, Irina Ishakewitsh, Ilza Fellows,
Ana Dantas e Mauro Bellece
Luiz Fernando Moraes e Carlos Jardim
Hugo, Regina e Alcir Chacar
Francisco D´Angelo e Ana Maria Schinider
Márcia Rosa de Araújo e Vera Garcia
Adelmo Brandão e Claudia Tarouquela
Luis Augusto Pinheiro e Maria de Fátima
Natache Andreoli, Ilza Felows e Ricardo
Andreoli
“Esta comemoração aumenta nossa
autoestima, ressalta a importância
desta categoria profissional, assim
como a necessidade de estarmos
unidos, sem falar que realmente merecemos este momento de glamour”
(Benito Petraglia – presidente da
Unimed Leste Fluminense)
“A grandiosidade desta festa faz
justiça ao valor do médico em nossa
sociedade, apesar da decantada
falência do sistema de saúde. Sempre ressalto que profissionais como
os médicos, policiais e professores
merecem e devem ser valorizados.
Minha vida foi salva pela equipe do
Hospital Antônio Pedro, esta gratidão
é para sempre”. (vereador Beto da
Pipa)
“Esta data nunca pode ser esquecida,
pois é a hora de celebrarmos os colegas do passado e do presente”. (Alcir
Chácar – presidente da Academia
Fluminense de Medicina)
Pietro e Claudia Accetta
Patrícia Souza, Jano Alves de Souza, Sofia,
Cecília e Olívia Souza
Nakelen e Alexis Japiassu com Tucalo Dias e
Luciana Pontes
Francisco D’Angelo e Felipe Peixoto
Beto da Pipa e Márcia Guimarães
Karla Siciliano Lima, Rodrigo e Daniel Pegado,
Claudia Shuwartz Pegado
Rodrigo Neves, Glauco Barbieri e Alkamir Issa
Dinister Leite Alves, Felipe Peixoto, Glauco
Barbieri e João Gustavo
Anadeje e Jorge Abunahman
Nina Moraes e José Carlos Barroso
Luiz João Abrahão e esposa
Tânia Machado e Dinister Leite Alves
“Por mim, esta festa anual não pode
acabar nunca, é uma comemoração
ímpar! E, neste ano, com a regulamentação da Lei do Médico, temos
que comemorar duplamente. Este
é um momento que nos permite
quebrar o ritmo frenético da rotina
hospitalar”. (Alkamir Issa – Secretário
de Saúde de Niterói)
“A festa é digna desta profissão nobre porém desgastante, que nos traz
preocupações. Mas a nossa história
na medicina merece ser festejada e
precisamos de momentos especiais
como este para esquecer dos problemas e celebrar a vida”. (Chico
D’Angelo - deputado federal)
“Hoje nos reunimos com bom astral
para festejar a competência dos
médicos de Niterói, uma cidade
de grande tradição na medicina e
que tem na AMF o reflexo da sua
história. Estes profissional merecem a
homenagem de todos os niteroienses
e estamos aqui para isso”. (Rodrigo
Neves - deputado estadual)
“Festejar os médicos é mais que um
momento de prazer, é nossa obrigação. Compartilhar este momento
com os profissionais que, não raro,
esquecem suas próprias vidas para se
dedicarem ao outro, é um privilégio”.
(Felipe Peixoto - vereador)
“Algumas coisas são muito importantes e, no setor profissional, os
médicos merecem destaque esta
forma, é mais que justo homenageálos”. (João Gustavo - vereador)
José Antonio Bernardino, Eliana Ribeiro e
Ane Bastos
Jacó Lambert, Clóvis Cavalcanti e José Luis
“Nesta comemoração, constatamos
que, nesta cidade, que reúne uma
das mais importantes universidades
do país e um hospital universitário
como o Antônio Pedro, a classe
médica é unida de uma forma rara
de se ver. Os 80 anos da AMF devem
ser muito comemorados, pois é
marco desta união”. (Carlos Alberto
Martins de Souza, presidente da
Sociedade Brasileira de Radiologia
e diretor da Life Imagem)
Tarcísio e Rita Rivello
Gilese Assemany e Claudio Cardoso
Leila Rodrigues e Alan Castro
Karla Tinoco e Sávio Tinoco com Márcia Ribeiro e Sérgio Bastos
Ary e Marilda Galvão
Maria do Céu e José Luiz Monteiro
Felipe Carino e Adriana Paes
Norma Mattos e Nilson Lauria
Luiz Carlos Monteiro e Arlete
Simone Oliveira e Dílson Reis
Ane Bastos e Paulo Bastos
Regina Santos e José Luiz Franco dos Santos
Agradecemos àqueles que acreditam nos nossos sonhos e que conosco compartilham os
momentos de festa e os de dificuldades. Por contarmos com esses parceiros,
ousamos não desistir nunca. Nosso sincero obrigado.
evento
Prêmios:
Passagem American Airlines (Rio x NY
x Rio) – Jackson Galeno
Final de semana no Hotel Portobello
Resort & Safári – Mauro André
Final de semana no Hotel Portobello
Resort & Safári – Luiz Fernando Relvas
de Oliveira
Final de semana no Hotel Portobello
Resort & Safári - Laurinei Cunha
Final de semana no Hotel Portobello
Resort & Safári - Marcio Valentin
Fotos: Pedro Mainier e César Augusto
Classificação:
XI Aberto de Tênis AMF
A
11ª edição do Aberto de
Tênis da AMF contou com
participação de mais de
80 médicos, de diversas
especialidades. De 18 de
s etembro a quatro de outubro, os
tenistas se enfrentaram nas quadras
do Itaquá Soccer, em Itacoatiara,
nas categorias Simples e Duplas,
Masculino, Feminino e Mista, que foram
divididas em Iniciante, Intermediária,
Master e Avançada.
Para sortear as chaves, foi
promovido um coquetel no Restaurante
Buzin, em Icaraí. Na ocasião, com
grande parte dos inscritos presente,
os adversários foram definidos sob a
supervisão do árbitro André Watanabe.
Também prestigiaram o evento, dois
nomes da mídia especializada no
esporte, Murillo Gomes, colunista
do jornal O Fluminense, e Gustavo
Werneck, diretor da revista Nittenis.
Os jogos foram disputados
de sexta a domingo, por três semanas
consecutivas. No último domingo, após
a disputa das finais, uma feijoada foi
oferecida pelo Restaurante Buzin, para
a confraternização dos médicos e seus
familiares. Foram sorteadas raquetes de
tênis, raqueteiras, finais de semana no
Hotel Portobello Resort & Safari e uma
passagem Rio x NY x Rio, da American
Airlines.
A edição deste ano contou com
a organização da Set Comunicação.
A empresa atuou em todos os momentos
do torneio, desde a captação de
recursos ate a organização da festa de
encerramento do torneio. O objetivo da
contratação foi criar um ambiente mais
profissional, mas nunca esquecendo que
se trata de um torneio de confraternização
para reunir a classe médica.
Mais uma vez contamos com o apoio de empresas parceiras na realização deste
evento, e para nós é sempre um privilégio divulgar suas marcas antes durante
e após o nosso torneio. A todas elas, o nosso agradecimento. Unimed Leste
Fluminense, Unicred Niterói Ltda., Laboratório Daflon, Med Imagem, Hospital de
Olhos de Niterói, American Airlines, Citroen, Viamar Veículos, Portobello Resort
e Gatorade.
Patrocinadores
Duplas Iniciantes
Vice-Campeões: Marcio Valentin e
Emanuel Decnop
Campeãs: Rebeca Soares e Ruth
Silberman
Duplas Intermediária
Vice-Campeões: José Gonzaga e
José Armando
Campeões: Laurinei Cunha e Mauro
Cherman
Duplas Avançadas
Vice-Campeões: Jackson Galeno e
Guilherme Peralta
Campeões: Luiz Abelardo e Rafael
Barroso
Feminino
Vice-Campeã: Ruth Silberman
Campeã: Rebeca Soares
Masculino Iniciante
Vice-Campeão: André Vicente
Campeão: Fernando Paragó
Masculino Intermediária
Vice-Campeão: Ricardo Oliveira
Campeão: Mauro André
Masculino Master
Vice-Campeão: Jackson Galeno
Campeão: Modestino Salles
Masculino Avançada
Vice-Campeão: Luiz Abelardo
Campeão: Rafael Barroso
16 - Out/Dez - 09
Revista AMF
tecnologia
V
Ronaldo Curi Gismondi*
O Portal do Professor
Vamos, hoje, prestar uma homenagem aos professores, em especial
àqueles que trabalham no ensino
básico. Muitas pessoas amigas e
estimadas por todos nós estão neste
grupo, e merecem nosso carinho e
respeito.
Sem fazer muita divulgação, o
Ministério da Educação (MEC), em
parceria com o Ministério da Ciência
e Tecnologia e outros órgãos, mantém
um conjunto de conteúdos, apresentações e material didático multimídia
para utilização gratuita pelos professores e a quem mais se interessar. Tratase de um acervo muito interessante,
de inquestionável utilidade para a
preparação de aulas e apresentações,
trabalhos e exposições, na tarefa de
tornar cada vez mais densa e lúdica a
conquista de conhecimento por parte
dos alunos.
O acesso ao Portal do Professor1
é feito pela Internet, através do link
HTTP://portaldoprofessor.mec.gov.br,
que oferece ao usuário a tela apresentada na Figura 1.
Para aproveitar plenamente os
recursos do portal, o usuário poderá
inscrever-se e obter uma identificação
e senha para acesso registrado. Há um
local, mostrado na página da Figura 1,
com a expressão “inscreva-se”, para
esse objetivo.
Clicando sobre o “Espaço da
Aula”, o usuário terá acesso a ferramentas que lhe permitirão criar uma
aula, sugerir temas, visualizar aulas já
existentes sobre temas diversos, bem
como se aperfeiçoar no mister de criar
novas experiências de ensino.
O “Jornal do Professor” pretende
ser um espaço de difusão de notícias,
conhecimentos e temas de interesse da
área de educação, sob a forma de textos, fotos, vídeos, áudios, entrevistas,
entre outros.
Em “Recursos Educacionais”, o
usuário poderá conhecer e baixar
por download conteúdos educativos,
de diferentes níveis e assuntos, para
utilizá-los em suas aulas ou como forma de aperfeiçoamento. No momento
da elaboração deste artigo, 3.605
conteúdos encontravam-se disponibilizados no portal, além de alguns
outros aguardando autorização de
seus autores para disponibilização.
Há mecanismos de busca embutidos
no site para facilitar a seleção de
conteúdos.
A seção sobre “Cursos e Materiais” oferece cursos, na modalidade
a distância, bem como materiais com
o objetivo de colaborar para o aperfeiçoamento do professor.
Em “Interação e Colaboração”, há
um conjunto amplo de recursos para
propiciar a interação entre docentes
das diversas regiões do país ou para
além das nossas fronteiras. Aliás, a
esse respeito, o portal oferece recursos
provenientes de diferentes países e em
línguas diversas, sendo a maioria em
português.
Por último, mas não por fim, em
“Links”, remete-se o usuário a uma
infinidade de sites educativos que propiciam novas experiências e contatos
com softwares educacionais, revistas
eletrônicas, recursos digitais, bibliotecas, museus, rádios, planetários,
conforme exibido na Figura 2.
Trata-se, portanto, de riquíssimo
material para o preparo de aulas,
pesquisas, trabalhos, ou mesmo, para
consulta em horas de lazer e recolhi-
Figura 1. Página principal do Portal do Professor.
18 - Out/Dez-09
Revista AMF
homenagem
Cidadão Benemérito
de Niterói
N
No dia 21 de outubro, com o plenário da Câmara dos Vereadores
lotado, o professor Pietro Accetta recebeu a mais alta honraria da cidade
concedida pelo Legislativo Municipal, o Título de Cidadão Benemérito de
Niterói.
Foi uma iniciativa do vereador Rodrigo Farah que, presidindo a sessão
solene, enalteceu a trajetória e as qualidades pessoais do agraciado, informando que o projeto havia sido aprovado por unanimidade. Na mesma
ocasião, o vereador Rodrigo Farah concedeu ao filho do homenageado,
Dr. Antonio Carlos Accetta, a Medalha Albert Sabin.
Antes de passar a palavra ao orador da solenidade, Rodrigo Farah
franqueou a palavra aos presentes.
O professor José Raymundo Romeo, ex-Reitor da UFF e atual Secretário
de Ciência e Tecnologia do município, relembrou sua ligação afetiva com
o homenageado e uma série de fatos, destacando a participação de Pietro
Accetta no Serviço de Emergência e direção do Hospital Universitário Antonio Pedro e nos colegiados superiores da universidade, quando Romeo
exerceu o cargo de Reitor.
O professor Luiz Antonio Santini, diretor geral do Instituto Nacional
do Câncer, e ex-diretor da Faculdade de Medicina da UFF, fez referência a
situações que o ligavam ao homenageado, entre os quais, está o embrião
do sistema único de saúde, gestado em Niterói.
O professor Pietro Novellino, presidente da Academia Nacional de
Medicina, em pronunciamento que emocionou a todos os familiares de
Pietro Accetta, lembrou sua origem italiana, a própria família e a cirurgia
para traçar pontos comuns em suas vidas, a começar, pelo nome comum
a ambos, lembrando ter examinado o homenageado no seu doutorado,
em 1981.
Alkamir Issa, Secretário Municipal de Saúde, lembrando ter sido aluno
do professor Pietro, enfatizou sua contribuição ao ensino e à administração
de serviços públicos de saúde e a capacidade de fazer amigos.
O homenageado foi saudado pelo conceituado clínico, professor
Agnaldo Zagne, que já foi diretor geral do HUAP e Secretário Municipal
de Saúde de Niterói. Zagne, em emocionado discurso, discorreu sobre a
trajetória de Pietro Accetta ao longo desses 59 anos de vida, assim como
as suas origens familiares.
Inicialmente, Agnaldo Zagne falou dos pais de Pietro Accetta que se
uniram pelo matrimônio em 1937, numa união que está por completar 72
anos, não obstante o afastamento por 12 anos provocado pela segunda
grande guerra mundial.
Antonio Accetta chegou ao Brasil em 1930, onde já se encontravam
seu pai e o irmão mais velho e, junto com eles, passou a exercer a humilde
profissão de engraxate, ofício que manteve com dignidade até os 85 anos,
quando resolveu se aposentar. Concetta Rosina Masullo, sua mãe, dedicouse totalmente ao lar e à condução da família no mais amplo sentido. Dessa
união nasceram Domenico, Pietro e Italo, três médicos conceituados, formados pela Universidade Federal Fluminense.
Sobre Pietro Accetta, Agnaldo Zagne falou de sua formação escolar,
desde o Grupo Escolar Pinto Lima, até sua graduação em medicina.
Prosseguiu, enfatizando sua sólida formação acadêmica, destacando
a residência médica, mestrado e doutorado, sempre em instituições
públicas, até chegar, por concurso, a professor titular de Cirurgia Geral
da UFF, em 1994. Apesar dos seus 59 anos de idade, é o professor de
20 - Abr/Jun-09
Out/Dez-09
Vereador Rodrigo Farah entregando o diploma ao Dr. Pietro
Accetta
Vereador Rodrigo Farah entregando a Medalha Albert Sabin
ao Dr. Antonio Carlos Accetta
Cirurgia Geral mais antigo em atividade numa universidade pública em
nosso estado.
Do vasto currículo de médico e de professor do agraciado, Agnaldo
Zagne destacou: 11 concursos públicos, 6 teses acadêmicas, oito capítulos
de livros e 192 trabalhos publicados em revistas especializadas e em anais
de congressos. Participou de 118 bancas examinadoras na área técnica e
docente e acumula 150 participações em cursos, palestras e conferências
proferidas. Continuando, lembrou que, não obstante o denso currículo
acadêmico, Pietro Acetta tem intensa participação em atividades técnicas,
políticas e sociais, exemplificado: chefe do Serviço de Emergência do HUAP
e seu diretor geral em duas oportunidades, assessor chefe da Secretaria de
Saúde de Niterói, mandatos no Conselho Universitário da UFF, membro do
Diretório Nacional do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e do Conselho de
Administração da Unimed Leste Fluminense.
Agnaldo Zagne encerrou seu discurso referindo-se à família do homenageado e à grande influência da esposa, Claudia Accetta, com quem está
casado há 35 anos. Citou os filhos, Antonio, Renato, Claudio e respectivas
noras, além de outros, lembrando que a família Accetta tem uma íntima
relação com a medicina, já que hoje são 17 de seus membros no exercício
da profissão.
O professor Pietro Accetta ocupou a tribuna e, falando de improviso,
se dirigiu aos presentes, esclarecendo que, embora muito emocionado,
sentia-se à vontade, pois todos eram pessoas amigas com quem sempre
se relacionou, independente dos cargos que ocupam ou que tenham
ocupado. Dirigiu-se a Rodrigo Farah, jovem, mas experiente vereador já
no segundo mandato e que desenvolve um profícuo trabalho voltado para
os interesses dos niteroienses, agradecendo-o por ter possibilitado esta
noite memorável, inclusive, homenageando seu filho mais velho com a
medalha Albert Sabin. Para cada uma das autoridades presentes, Pietro
Accetta lembrou um fato, uma situação, uma realização.
Pietro Accetta reservou os instantes finais do seu discurso aos seus familiares. Seus pais, Antonio e Rosina, que o ensinaram a ser cidadão; sua
esposa Claudia, namorada desde a adolescência, com quem tem compartilhado todos os momentos de sua vida; aos seus filhos, Antonio, Renato e
Claudio e respectivas noras, Fabiana, Keila e Isis; ao seu neto, Bernardo;
aos seus irmãos, Domenico e Italo, assim como ao primo-irmão, também
Domenico. Encerrou seu discurso, agradecendo a todos.
Estiveram presente ao evento: Alkamir Issa, Secretário de Saúde;
José Raymundo Romeo, Secretário de Ciência e Tecnologia; Eduardo
Caminha, Secretário de Esportes; Pietro Novellino, Presidente da Academia Nacional de Medicina; Luiz Antonio Santini, diretor geral do Instituto
Nacional do Câncer; Ruy Marques, Presidente da Faperj; Glauco Barbieri,
Presidente da Associação Médica Fluminense; Alcyr Chácar, Presidente
da Academia Fluminense de Medicina; Clóvis Abrahim Cavalcanti, Presidente do Sindicato dos Médicos de Niterói; Armando de Oliveira e Silva,
vice-presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões; Cícero Mauro Fialho
Rodrigues, Delegado do MEC; Emmanuel Andrade, vice-reitor da UFF;
Benito Accetta, Coordenador Geral de Assistência Médica do MS-RJ;
Adelmo Brandão, diretor da Unimed Leste Fluminense; e Gilberto Garrido
Júnior, presidente da Unicred.
Revista
Revista AMF
AMF
saúde municipal
A
Saúde de Niterói:
situação atual e planos futuros
A VIPACAF tem como objetivo primordial implementar
gestão de qualidade na rede de atenção básica, assistência ambulatorial e vigilância em saúde do município
de Niterói. Com uma rede que envolve 33 módulos do
Médico de Família; oito unidades de Atenção Básica; seis
policlínicas regionais; quatro policlínicas comunitárias;
duas policlínicas de especialidades, além das vigilâncias
epidemiológica e sanitária e programas de controle de
agravos, tem o grande desafio de interferir positivamente
na saúde da população.
Desde o início da nova gestão, se trabalha no sentido
de dar continuidade às ações de atenção básica, pioneiras
e consagradas no município, ajustando-as às necessidades
atuais e aos recursos disponíveis, otimizando a gestão de
recursos humanos e serviços. A pretensão é ofertar ações
de qualidade em promoção, prevenção e atenção à saúde,
além de executar as melhores atividades voltadas para a vigilância em saúde, zelando pela satisfação do usuário, com
22 - Jul/Set-09
Out/Dez-09
Gisela Motta*
oferta de remuneração e condições de trabalho adequadas
aos profissionais, assim como com atividades de planejamento e avaliação voltadas para a saúde da população.
É possível, no nosso entender, oferecer serviços e ações
de saúde de qualidade, com alta efetividade, no Sistema
Único de Saúde, valorizando-o e aperfeiçoando-o constantemente. Para tanto, procuramos ampliar a integração
da rede – entre seus diversos setores; VIPACAF – VIPAHE e
aprimorando o processo de referência e contrareferência.
Procuramos, também, ampliar parcerias com organizações
da sociedade civil e outras secretarias da Prefeitura Municipal de Niterói, com o objetivo comum de oferecer melhores
condições de atenção à saúde da população. Com a visão
de planejamento, avaliação e gestão integrada de toda a
rede, já vislumbra resultados positivos os quais devem ser
aprimorados ao longo desta gestão.
* Vice-presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da
Família
Revista
Revista AMF
AMF
saúde municipal
Maria do Céu Lobo da Rocha Monteiro*
Vice-presidência de Atenção
Hospitalar e de Emergência (VIPAHE)
A
A Vice-Presidência de Atenção
Hospitalar e de Emergência (VIPAHE)
coordena a rede de hospitais municipais, onde se incluem o
Hospital Getúlio Vargas Filho, o Hospital Municipal Carlos
Tortelly, o Hospital Orêncio de Freitas, o Hospital Psiquiátrico
de Jurujuba, a Maternidade Municipal Alzira Reis Vieira Ferreira, a Unidade Municipal de Urgência Mário Monteiro e o
Samu. Ainda fazem parte do seu monitoramento, as clínicas
contratadas e o Hospital Universitário Antonio Pedro, no
acompanhamento do contrato de metas firmado entre este e
a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói.
Em situações de epidemias, e o exemplo mais recente é
a pandemia do vírus Influenza A H1N1, a VIPAHE promove
contatos regulares com as clínicas e os hospitais privados
para fornecer atualização de fluxos e procedimentos. Nessa
integração, os índices da rede privada, somados às informações da rede pública, possibilitam um melhor enfrentamento
da doença.
Entretanto, mesmo sendo o município de Niterói referência nacional em saúde, a operacionalização do sistema hospitalar público enfrenta algumas dificuldades. Vale ressaltar
Revista
Revista AMF
AMF
que o Sistema Único de Saúde trouxe inegáveis avanços:
ampliou o acesso de toda a população aos serviços de saúde
e melhorou significativamente os indicadores de qualidade
de vida dos brasileiros. Por outro lado, as conquistas da
universalidade, integralidade e equidade - pilares do SUS
- esbarram na realidade econômica e social do país. Nem
sempre há garantia de recursos regulares e suficientes para
a manutenção de todo o sistema com a qualidade desejada
por todos.
Na VIPAHE, os desafios são imensos, mas a possibilidade
de promover mudanças para alcançar uma maior oferta de
serviços, com eficiência e eficácia, torna o exercício da função estimulante. E, para progredir e avançar, é necessário
crer que as mudanças podem ser efetivadas sem abandonar,
em nenhum momento, a ideia da saúde pública como um
direito universal.
* Vice-presidente de Atenção Hospitalar e de Emergência,
médica, especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira
de Pediatria e especialista em Gestão Hospitalar pela ENSP/
Fiocruz. Professora de pós-graduação da E.S.E.H.A. e exdiretora do HGVFº (Getulinho).
Out/Dez-09
Jul/Set-09 -- 23
23
artigo científico
Josemar da Silveira Reis*
A LARINGOLOGIA E O PACIENTE IDOSO
Presbifonia: Conceito, Fisiopatologia e Tratamento
O
O aumento da expectativa de vida na atualidade proporciona um crescimento considerável da população idosa.
Tentamos com este artigo, mostrar possíveis alterações laringológicas decorrentes do processo de envelhecimento, afastando preocupações com patologias malignas.
Frequentemente, as mudanças na voz dos idosos não são
atribuídas a patologias específicas, mas sim, à disfunção, por
envelhecimento, do órgão fonador.
A Assembléia Mundial sobre o Envelhecimento, realizada em
Viena, em 1982, estabeleceu 60 anos como sendo o limite de
idade para o início do envelhecimento.
Aparentemente, todos os órgãos e sistemas orgânicos sofrem
com a ação dos anos.
A fisiopatologia da presbifonia (disfunção vocal do idoso)
mostra que uma das características vocais deste é a qualidade
de voz fraca, soprosa, disfônica e trêmula. O achado da videolaringoscopia, nestes casos, é de pregas vocais arqueadas.
A interpretação deste estado, porém, ainda não está confirmada se é devido apenas à atrofia e flacidez das pregas vocais.
É importante considerar que os principais fatores tidos como
responsáveis pelo desenvolvimento da presbifonia são: atrofia
das fibras musculares, diminuição de fibras elásticas, redução da
espessura das mucosas, calcificação das cartilagens laríngeas e
redução na velocidade de transmissão neural.
Uma importante região da prega vocal que pode sofrer
efeitos do envelhecimento é a denominada Zona da Membrana
Basal (ZMB), uma área de transmissão entre o epitélio e a camada superficial da Lamina Própria (LP).
Foi demonstrado por pesquisas específicas que as pregas
vocais encurtam com a idade, especialmente após os 70 anos.
A disposição das fibras elásticas e do colágeno também sofre
ação do envelhecimento que, às vezes, se encontram desordenadamente arranjados, apresentando curvatura irregular.
As alterações decorrentes do envelhecimento são consta-
Out/Dez-09
24 - Abr/Jun-09
tadas, também, por diminuição da produção de saliva, pelas
glândulas salivares (sialopenia) e consequente redução da umidade da laringe, além da atrofia muscular, perda do tecido de
sustentação e metaplastia escamosa.
Estas alterações podem também causar uma queixa constante do idoso que é a sensação de “corpo estranho na garganta”.
É também necessário considerar uma condição relativamente
frequente nos idosos que é a doença do refluxo gastroesofágicolaríngeo (DRGEL), que leva os pacientes idosos ao consultório,
com queixa de queimação retroesternal, irritação orofaringolaríngeo, A laringologia e o paciente idoso Presbifonia: Conceito, Fisiopatologia e Tratamento com ondinofagia, sensação de
“globus faríngeo”, rouquidão, sibilância, tosse persistente e o
grau máximo de patologia, que é a pneumonia aspirativa, com
dor torácica atípica e com óbitos frequentes.
Podemos observar, então, que inúmeros são os sintomas
laríngeos do envelhecimento, exigindo do especialista identificar
quais os principais fatores envolvidos nas queixas frequentes dos
idosos, para que se possa melhor tratar a presbifonia e outras
consequências.
O tratamento principal da presbifonia é a reabilitação vocal,
através da fonoterapia + fisioterapia, o que conduzirá, certamente, a uma melhora na maioria das características acústicas
relacionadas à “voz idosa”.
Naturalmente, quando há outras causas como polipose,
nódulos, edema de Reinke, a cirurgia é o tratamento indicado.
Bibliografia:
Hongo I; Isshiki N - Arch Otolaryngol - 1988
Sato K, Hirano M - Ann Otol Rhinol Laryngol - 2005
Sant’anna GO, Mauri M - Rev. Bras.ORL - 2001
Filho Ximenes J.A. - Revista Bras. Medicina - 2007
Dias N.H. - Revista Bras. Medicina - 2007.
*Otorrinolaringologista
Revista
Revista AMF
AMF
informe Unimed
Trabalhar, trabalhar e
trabalhar
C
Como dizia o poeta, o tempo não
para. E o trabalho também não. A
conclusão das fundações do nosso futuro hospital foi realizada com sucesso.
Iniciaremos em breve a próxima etapa
que é a conclusão da garagem e o 1º
piso.
É importante ressaltar que toda
construção está sendo realizada com
recursos próprios sem obter empréstimos a instituições financeiras. Também
deve ser dito que o valor do hospital
fará parte do patrimônio do cooperado
e considerada garantia financeira pela
ANS.
E o mais importante: garantirá a
sustentabilidade a longo prazo da
nossa cooperativa o que assegura a
contínua remuneração e o trabalho
Revista AMF
AMF
Revista
para o cooperado.
Neste competitivo mercado de
saúde suplementar só as operadoras
que tiverem recursos próprios sobreviverão, e isto é importante inclusive
para a rede credenciada, que poderá
assim ter a certeza da sustentabilidade
das fontes pagadoras.
Localizado na região oceânica de
Niterói, o Hospital de Clínicas Unimed,
terá 250 leitos em terreno de aproximadamente 10 mil m2 e terá como
objetivos os melhores conceitos de
Acreditação Hospitalar = os cooperados e os clientes merecem!
O trabalho é a força da transformação;
Conselho de Administração
Fase final das fundações do
Hospital de Itaipu
Visão frontal da obra
Visão lateral do terreno
Abr/Jun-09 -- 27
27
Out/Dez-09
sindicato
C
Clóvis Abrahim Cavalcanti*
VIDA MÉDICA
Com a precarização do trabalho médico, exercemos nossa
digna profissão em serviços sucateados, sem equipamentos e
medicamentos.
Nós, médicos, não paramos para somar as horas de trabalho
semanal em nossas diversas atividades, nos vários subempregos
com salários aviltantes, enorme perda física e emocional.
A CLT preconiza 44 horas de trabalho semanais e a tendência
é a redução desta carga horária, pelo aparecimento de novas
tecnologias, valorização da qualidade de vida e pela necessidade
do aumento do número de empregos. A OIT recomenda que,
pelo desgaste de nossa atividade, não se ultrapasse as 30 horas
de trabalho semanais.
Não temos férias, 13º salário, FGTS nem as outras garantias
legais das demais atividades laborativas. Estamos muito longe
desse ideal, com sacrifícios de longas horas de árduo trabalho
para uma digna sobrevivência, com sustento familiar e para
honrar os diversos compromissos.
A grande maioria dos médicos trabalha mais de 70 horas
por semana, acumulando quatro ou mais subempregos, com
seus péssimos vencimentos, na tentativa de uma vida melhor.
Existimos de fato mas não de direito, pois nossa profissão
Solenidade de posse
da nova Diretoria
da Associação
Médica de Maricá
Solenidade de posse da nova Diretoria da Associação Médica de Maricá,
em 30/10/09, eleita com aprovação de
97% dos médicos associados, para o
biênio 2009/2011 e comemoração ao
Dia do Médico.
Presentes representantes de diversas Entidades Médicas e autoridades:
Associação Médica Fluminense - Dr.
Glauco Barbieri (representando também
o CREMERJ), Secretário de Saúde de
Niterói - Dr. Alkamir Issa, Sindicato dos
Médicos de Niterói e Região - Dr. Clóvis
Cavalcanti, Sindicato dos Médicos do Rio
de Janeiro - Dr. Eraldo Bulhões, Unicred
Leste-Fluminense - Drª. Valéria Patrocínio,
Unimed Leste-Fluminense - Dr. Dilson
Reis, Secretário Municipal de Saúde de
Maricá - Dr. Marcos Victoriano Pacheco
e Deputado Federal Francisco D’Angelo.
28 - Jul/Set-09
Out/Dez-09
ainda não foi regulamentada.
Há, intencionalmente, uma total
desvalorização do profissional médico,
assim como do seu salário em todos os
níveis: municipal, estadual e federal.
Trabalha-se sem as mínimas condições, sem um salário
condizente, mas temos que ter cada vez mais competência,
técnica e científica.
No entanto, apesar de todas as adversidades, não paramos,
não desistimos de salvar vidas e mesmo no convívio diuturno,
lutando contra enfermidades, sofrimentos e a morte, não esmorecemos.
Até quando seremos passivos com o que ocorre?
Até quando não lutaremos por emprego único, salário digno
e carreira de estado?
Sacerdócio sim, mas com total dignidade nas condições de
trabalho e salariais.
Não podemos ceder mais!
*Presidente do Sinmed
DIRETORIA:
PRESIDENTE: Dr. João Ferreira de Souza
VICE-PRESIDENTE: Dr. Ernesto Ricardo B. Lugo
SECRETÁRIA GERAL: Drª. Janete Celano Valladão
1º SECRETÁRIO: Dr. Rodrigo Cantini
1º TESOUREIRO: Dr. Marcos de Souza Pires
2º TESOUREIRO: Dr. Rocklane Duarte Lima
DIRETOR CIENTÍFICO: Dr. Artur Carvalho de
Araújo
DIRETORA SOCIAL: Drª. Valeria Cristina de
Araújo
DIRETORA DE IMPRENSA E DIVULGAÇÃO:
Drª Marisa da Silva T. Fontoura
DIRETOR DOS DIREITOS PROFISSIONAIS: Dr.
Fernando Antonio Klaes
DIRETOR DE PATRIMÔNIO: Dr. Jorge Edson
da Fonseca
CONSELHO DELIBERATIVO
Drª. Janete Celano Valladão
Dr. Wilson José de Alvarenga
Dr. João Ferreira de Souza
Drª. Maria Cristina Coelho Viana
Dr. Henrique Fernando Assunção Silva
Dr. Cid José Carvalho Magioli
Mesa de abertura
Da direita p/ esquerda - Dr. Dilson Reis
(Unimed), Drª. Janete Valladão (Secr. Geral da
AMM), Dr. Glauco Barbieri (Pres.-AMF).
Dep. Federal Chico D’Angelo, Dr. Alkamir Issa
(Secr. Saúde de Niterói) e colegas médicos.
CONSELHO FISCAL
Dr. Nilton Gomes de Mattos
Dr. Carolino Gomes dos Santos
Dr. José Valter Goloni
Dr. José Caetano Grossi
Dr. José Hipólito Godoy e Oliveira
Dr. Sergio Ladeira Dalto
Dr. João Ferreira
deAMF
SouzaRevista
Presidente da AMM
marco histórico
Academia Fluminense
de Medicina
lança livro em noite de gala!
D
Dia 28 de outubro de 2009 marcará indelevelmente a história da Academia Fluminense de Medicina (AFM),
que completa 35 anos de fundação
com o lançamento do livro “EM CANTOS GUARDADOS – pelos caminhos
da medicina e da vida...”
Foi com queijos e vinhos que
transcorreu a noite de autógrafos,
iniciada às 19h30 e só encerrada às
23h. Em torno de 250 pessoas compareceram ao evento, incluindo acadêmicos, médicos, familiares, clientes,
amigos, colunistas sociais, literatos,
dirigentes de entidades, enfim, a fina
flor da sociedade cultural e científica
niteroiense.
O acadêmico e professor Luiz Augusto de Freitas Pinheiro, mostrandose feliz, gratificado e realizado, prestou à Revista da Associação Médica
Fluminense (AMF) os seguintes esclarecimentos: “como autor da proposta,
Coordenador Editorial e colaborador,
Revista AMF
estou envolvido com o livro há seis
anos. Desde a sua aprovação pela
diretoria da AFM até a publicação,
muitas foram as dificuldades, atribulações, surpresas e expectativas.
Mas, valeu à pena, estamos todos de
parabéns.
O livro contou com 21 acadêmicos colaboradores, que enviaram
contos, crônicas, ensaios, poesias,
revisões biográficas de grandes vultos
de Niterói e do Estado do Rio de Janeiro, que, adormecidos, guardados
em algum lugar físico ou virtual, se
encantaram e vieram povoar as páginas do mesmo.”
Os seguintes acadêmicos encaminharam suas matérias, citados por
ordem alfabética: Adalmir Morterá
Dantas, Alcir Vicente Visela Chácar,
Aloísio Carlos Tortelly Costa, Álvaro
Accioli, Carlos Wehrs, Dernival da
Silva Brandão, Evandro Tinoco Mesquita, Gladyston Luiz Lima Souto, Jairo
Rodrigues Valle, Jayme Treiger, Jorge
Picanço Siqueira, Josemar da Silveira
Reis, Luiz Augusto de Freitas Pinheiro,
Omar da Rosa Santos, Paulo de Castro
Neiva, Pedro Luiz Pinto Aleixo, Ramil
Sinder, Roberto Aylmer de Azevedo
Souza, Roberto Campos Meireles,
Salvador Borges Filho e Waldenir de
Bragança.
Pontuaram a noite de autógrafos o
presidente da AMF, Glauco Barbieri, o
vereador Felipe Peixoto e o secretário
municipal de Saúde, Alkamir Issa, este
também participando do livro como
prefaciador.
O presidente da AFM, acadêmico Alcir Chácar, alegre e satisfeito
com o acontecimento durante seu
mandato, sugeriu que o livro possa
ser uma excelente lembrança como
presente de Natal. Aliás, após o
lançamento, “EM CANTOS GUARDADOS” encontra-se disponível na
sede da AFM.
Out/Dez-09
Abr/Jun-09 - 29
opinião
Por que sou sócio da AMF?
Minha relação com a AMF tem a idade
da minha carreira como médica e começou,
curiosamente, pela cantina, onde vinha lanchar nos intervalos de trabalho na Clínica
Pereira da Silva. Estava recém-formada e
atuava, então, como pediatra. Não imaginava
o quanto esta instituição faria parte da minha
vida pessoal e da minha identidade como
profissional.
Logo me associei e passei a frequentar a sede com minha família (então
em fase de continuada expansão) para participar de eventos científicos
e corporativos. E assim, ora à beira da piscina, ora nas salas de reunião
e estudo, ou ainda no teatro, desenvolvi muitos dos relacionamentos
que me acompanham ao longo da minha vida social e profissional.
Este espaço, onde hoje coordeno encontros mensais de estudo
e troca de experiências na prática da medicina homeopática, se
caracteriza tanto pela homogeneidade, sendo uma associação
médica, como pela heterogeneidade, tanto no que diz respeito às
especialidades como nos pontos de vista, experiência e diferentes locais
de exercício da medicina. A homogeneidade empresta segurança
e pertencimento, enquanto a heterogeneidade confere liberdade e
ousadia para empreender.
A categoria médica passa hoje, em todo o país e, de forma
aguda, em nosso estado, uma dura prova para manter, restaurar e
desenvolver a dignidade e o respeito de nosso ofício. Respondem
os médicos, muitas vezes de forma profundamente injusta, pelas
precariedades dos sistemas públicos de saúde, onde os profissionais
recebem salários abaixo da linha da dignidade e lhes falta, muitas das
vezes, a voz para defesa e ouvidos que os ouçam. Por isso, os espaços
associativos se tornam ainda mais importantes. Reconheço na AMF
um espaço onde podemos ser ouvidos e que tem a característica,
hoje mais que nunca, de criar condições para que o médico possa
exercer a profissão de maneira digna , consciente e responsável.
No atual momento, o diálogo permanente com outras entidades
representativas consolida o saber além da técnica, e restaura a inserção do médico na sociedade imbuída das práticas de humanização.
Através da história da AMF , reconstruímos a nossa história.
Ao me especializar em homeopatia, percebi a dificuldade de aceitação e compreensão em relação à escolha. A AMF, com seu espírito
democrático, sempre abriu as portas para todos, indistintamente.
Isto me reporta ao meu bisavô, Guilherme Taylor March, médico
homeopata que escolheu Niterói como moradia e onde clinicou até o
fim da vida, participando ativamente, tanto das atividades científicas
da época, quanto da vida política da cidade. Ele deixou como mensagem a necessidade de união entre aqueles que visam à saúde do
paciente, tendo como marca a prática humanista, sempre acessível
a todos que o procuravam e nunca esquecendo a dignidade.
Por outro lado, a natureza de nossa funções nos empresta uma
singularidade que, talvez, somente nós mesmos consigamos entender.
Assim, podemos conversar apaixonadamente sobre assuntos médicos
em pleno transcorrer de animados eventos sociais, ao mesmo tempo,
rirmos, dançarmos e nos alegrarmos, até mesmo, reforçar, os laços
familiares através de reencontros.
Minha família - meu marido, nossos quatro filhos e filhas assim
como eu -, sente a AMF quase como um prolongamento de nossa
casa. Em seu teatro, na piscina, no salão de festas, buscamos nosso
lazer, cultura, nos exercitamos e festejamos. Por isso, se me permitem
a troca do título desta coluna, sugiro: COMO NÃO SER SÓCIO DA
ASSOCIAÇÃO MÉDICA FLUMINENSE?
Maria da Conceição (March) Farias Stern
Somos uma geração que tem enfrentado
uma série de mudanças em relação a conceitos, tecnologia, educação e informação.
Os objetivos humanos têm se distanciado
um do outro a cada dia, numa série de expectativas voltadas a satisfazer as insaciáveis
e diferentes necessidades de consumo.
Nenhum homem é uma ilha, todo ser
humano tem necessidades e objetivos individuais e imediatistas, porém, muitos deles são comuns, daí a
importância do associativismo para se alcançar alvos semelhantes.
Será a primeira vez que faço parte de uma Associação, e foi
pensando nos “apuros” do passado que, agora, participo e desejo
crescer junto a Associação Médica Fluminense (AMF). Lembro da
época das provas de residência médica, quando eu e alguns amigos
formamos um grupo de estudo, onde mesmos concorrentes para o
concurso, ajudava-mos uns aos outros.
Retrospectivamente, fica fácil enxergar e importância de formar
e participar de associações, visto que todos nós alcançamos sucesso.
Conheci o trabalho da AMF, ainda esse ano, durante o 11º
Torneio de tênis de médicos de Niterói, realizado em setembro. Por
sinal, oportunidade ímpar de trocar idéias e fazer novas amizades
de uma forma saudável. E foi assim, de uma maneira rápida, descontraída e segura que me tornei mais um membro dessa importante
entidade da nossa cidade.
Atualmente nós médicos passamos por um período de muitas dificuldades, onde cada um procura o seu próprio objetivo. Perdemos
o maior patrimônio de uma classe; o “coleguismo”.
Como chegamos a esse ponto?
Talvez a resposta seja mais simples do que aparenta ser: a
união!!
A classe médica é vista como muito ética, porém desunida. A
correria do dia-dia, as dificuldades profissionais e pessoais fazem
com que as pessoas se distanciem. Cada uma fazendo a sua parte,
seremos “fortes”.
Com o apoio do Conselho Regional de Medicina do Rio de
Janeiro (CREMERJ), e com a consolidação da AMF (casa do médico
fluminense), vamos buscar melhores condições de trabalho e a verdadeira valorização do médico perante a sociedade.
É com o objetivo de união entre os médicos e na busca de um
futuro de qualidade para nossa classe, que me associo a AMF.
E como diz Jean de la Fontaine “toda força será fraca se não
estiver unida”.
Alexandre Mônaco
Revista AMF
Out/Dez-09 - 31
artigo jurídico
Alexis Japiassu Maia Junior*
Empresa pode responder por
dívida de sócio
Q
Quando se fala de dívida pessoal de sócio, e este se
caracteriza por insolúvel e de origem fraudulenta, parte da
comunidade jurídica não atenta para a possibilidade de
se buscar uma via bastante eficaz de solução quando se
fala em recebimento de créditos, que é o grande problema
enfrentado.
Para isso existe uma teoria denominada Desconsideração
da Personalidade Jurídica de modo inversa.
Em nossos tribunais normalmente aplica-se esta teoria
na sua forma comum, ou seja, busca-se a satisfação de
crédito junto ao sócio por dívida da sociedade, enquanto a
Desconsideração da Personalidade Jurídica Inversa consiste
em satisfazer uma obrigação no patrimônio da sociedade
por dívida de sócio.
Primeiramente cabe-me expor breves conceitos acerca
desta “teoria”, conhecida na sua origem Disregard Doctrine.
Ela surgiu no direito inglês quando um determinado
devedor, sócio de empresa, tentando não cumprir com suas
responsabilidades pessoais e assim aplicar um golpe em
seus credores, transfere seu patrimônio para a sociedade
em que era sócio. A idéia dele estava calcada no aspecto
legal da transferência deste patrimônio e que seus credores
pessoais não poderiam adentrar no patrimônio da sociedade para satisfazer aquela sua obrigação.
Ledo engano, o tribunal daquele país acatou a teoria
Disregard Doctrine, fundamentando que por fraude pode-se
buscar o patrimônio necessário para satisfazer a obrigação.
A argumentação jurídica estava sustentada que a transfe-
32 - Abr/Jun-09
Out/Dez-09
rência para a empresa de patrimônio pessoal tinha, sem a
menor dúvida, o intuito único e exclusivo de não atender às
demandas dos credores, deixando-os com o amargor do
prejuízo.
Para melhor ilustrar a idéia exposta anteriormente, resolvi
apresentar um caso apresentado pelo Conselho Federal de
Contabilidade em 08 de dezembro de 2008.
Adriana Aguiar, de São Paulo - O Tribunal de Justiça de
São Paulo (TJSP) aceitou, em um dos primeiros casos que se
tem notícia, o uso da desconsideração inversa da personalidade jurídica em ação de execução civil comum. Na prática,
a decisão admite ser possível que uma empresa tenha sua
conta penhorada para honrar a dívida particular de um de
seus sócios caso fique provado que o empresário transferiu
seu patrimônio para a empresa para evitar o pagamento de
dívidas pessoais.
A tese já vem sendo adotada em ações que tratam do
direito de família, mas em execuções comuns ainda são
raras decisões nesse sentido. Com o entendimento favorável
à possibilidade de inversão da desconsideração da personalidade jurídica, a 29ª Câmara Cível do TJSP confirmou
uma liminar que desencadeou a penhora de R$ 667 mil das
contas da Hyundai Caoa do Brasil e da Caoa Montadora
de Veículos por conta de uma dívida do dono das duas
empresas.
O resultado do julgamento foi publicado na quinta-feira
passada no Diário Oficial. No julgamento, que ocorreu no
fim do mês de novembro, os desembargadores foram unânimes em confirmar a decretação da penhora on-line das
contas das empresas feita em uma antecipação de tutela
em agosto pelo relator do caso, desembargador, Manoel de
Queiroz Pereira Calças. Os demais desembargadores acompanharam o relator, que entendeu haver previsão legal para
a aplicação da desconsideração inversa de personalidade
jurídica no artigo 50 do Código Civil e no parágrafo 5º
do artigo 28 do Código de Defesa do Consumidor ( CDC
). Segundo o entendimento do relator, não há qualquer
proibição na sua aplicação e o instrumento deve ser usado
quando o devedor “notadamente desvia bens para a pessoa
jurídica da qual é controlador”.
Segundo o voto do relator, há provas suficientes que
demonstram que Oliveira Andrade é o detentor das empresas e que, como não há dinheiro em suas contas, “exsurge
evidente que, na condição de dono ou sócio de fato ou
controlador das sociedades retira da caixa das empresas
Revista
Revista AMF
AMF
mediante expedientes lícitos ou ilícitos, formais ou informais
o necessário para a sua manutenção e de sua família”.
O desembargador também ressaltou em seu voto que o
empresário, “reconhecido pela imprensa como o maior revendedor de veículos da América Latina”, não tem nenhum
automóvel, segundo a declaração de bens apresentada,
o que demonstraria que há uma confusão patrimonial de
fato e de direito entre o sócio controlador e as sociedades
controladas.
Na ação, o escritório Manuel Alceu Affonso Ferreira Advogados alega ter prestado serviços durante anos a Oliveira
Andrade e não ter recebido honorários. Segundo os autos
do processo, antes da medida que chegou à penhora dos
bens da empresa, o juiz da execução já havia determinado
a penhora das contas do empresário, mas não tinham sido
encontrados valores para satisfazer a dívida. Ainda conforme
o processo, o dono das empresas chegou a oferecer bem à
penhora um terreno na Paraíba - 2.600 quilômetros distantes de São Paulo, onde ocorre a execução - o que, segundo
o desembargador “configura um desrespeito à credora,
constituindo-se em autêntico ato atentatório à dignidade
da Justiça.”
As empresas se defenderam na ação dizendo que responsabilizar a sociedade por uma obrigação pessoal do
sócio é uma medida excepcional, que só pode ser decretada em situações extremas, em que há prova de fraude ou
ilícito, o que não seria o caso. A Hyundai Caoa alegou que
não poderia ser responsabilizada pela dívida de Oliveira
Andrade, já que o quadro societário só seria constituído
pela sua esposa, Izabela Molon Luchesi, e pela Caoa Family
Revista AMF
Participações - alegação rejeitada pela Justiça. Já a Caoa
Montadora de Veículos não negou que Oliveira Andrade
seja seu controlador, mas argumentou que não há qualquer
fraude à execução, já que o empresário apresentou sua
declaração de renda e indicou bens à penhora.
O escritório Manuel Alceu Affonso Ferreira Advogados
informa que já levantou o valor de R$ 667 mil e que pediu
um novo bloqueio nas contas das empresas, em torno de
R$ 160 mil, decorrentes de correção monetária e honorários de sucumbência impostos pela fase de liquidação do
julgado. Já o Grupo Caoa, procurado pelo Valor, apenas
indicou, por meio de sua assessoria de imprensa, o escritório Saddi Advogados para falar sobre o tema. O escritório
informou, no entanto, que apenas assessora a Caoa Montadora, que só assumiu a ação após o deferimento da liminar,
em agosto, e que não foram intimados para o julgamento
ocorrido em novembro. A banca informou ainda que recorrerá da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou no
Supremo Tribunal Federal (STF) para anular o julgamento.
Enfim, tem-se sobre a possibilidade de aplicação da
Desconsideração da Personalidade Juridica de modo inverso. E para o sucesso desta demanda e de suma importância
a configuração de fraude por parte do devedor, onde este
transfere patrimônio pessoal para a empresa, demonstrando
claramente a intenção de não cumprir com suas obrigações
de ordem pessoal.
* Advogado da Associação Médica Fluminense-AMF, Mestre
em Direito, especialista em Direito Empresarial, Professor da
Graduação em Direito Empresarial da UNIPLI e Professor da
Pós-graduação da FGV (Capital Humano)
Abr/Jun-09 - 33
Out/Dez-09
encontro
Simpósio de Cardiologia
procordis/unimed
F
Foi realizado, com absoluto sucesso, o Simpósio de Cardiologia Procordis / Unimed, no início de outubro, nas
dependências do Centro de Estudos
do Procordis, à Rua Mario Viana, 446,
no bairro de Santa Rosa, em Niterói,
com a presença de mais de 60 participantes.
Esse importante evento científico,
social e cultural, foi idealizado, promovido e executado pelo Centro de
Estudos do Procordis, através seu presidente, o cardiologista Heraldo Victer
que, há muitos anos, vem mantendo
uma programação científica de elevada qualidade médica.
O referido simpósio foi um marco
extraordinário na parceria de duas
grandes instituições e na conjunção
de suas missões empresariais, que é
o melhor atendimento aos usuários/
clientes/ pacientes.
O evento foi uma demonstração
prática da saudável convivência entre
operadora (Unimed) e prestadora de
serviço (Procordis), podendo ser sempre apresentada como exemplo de
harmonia profissional.
Várias sessões e reuniões se sucederam, entre as quais, a discussão
ampla de grandes temas cardiológicos,
que este ano focou a “Disfunção Erétil
– sua estreita relação com cardiopatias, especialmente, com doença coronária, angina e infarto do miocárdio”.
Esta reunião, que foi a mais aplau-
34 - Abr/Jun-09
Out/Dez-09
dida, com entusiástica participação de
médicos de várias especialidades, teve
com ponto central a palestra de Carlos
Jardim, vice-presidente médico da Unimed, e professor de urologia.
O assunto, por despertar grande
interesse em diferentes áreas da medicina, foi um sucesso de audiência e
participação.
O simpósio finalizou com a grande
sessão solene, às 20h, com a palestra
magna do secretário de Saúde de
Niterói, Alkamir Issa, apresentando o
programa de prevenção às doenças
cardiovasculares. Cumpre registrar que
as doenças cardiovasculares ocupam
destacadamente o primeiro lugar das
causas de morbidade e mortalidade
em todo o mundo ocidental, inclusive,
se repetindo nas mesmas taxas estatísticas em Niterói, portanto, sendo
um assunto de saúde pública que tão
claramente foi exposto na palestra.
A reunião foi um sucesso absoluto,
pois teve como presidente da sessão o ilustre deputado federal Chico
D’Angelo, que ressaltou a importância
do evento. Ele disse ter o maior prazer
de estar presente, pois, como verdadeiro representante de Niterói, se sentia
orgulhoso pela instituição médica do
porte do Procordis, principalmente,
“quando se observa a produtiva integração com a Unimed”.
Além de importantes pessoas da
sociedade médica e cultural niteroien-
se, representantes de hospitais, diretores de entidades médicas, empresários
da indústria farmacêutica e médica
estiveram presentes entre eles, os Secretários de Saúde dos municípios de
Rio Bonito, Itaboraí, Maricá e Rio das
Ostras assim como o de Niterói.
Houve uma tomada de posição,
marcando um planejamento estratégico comum da área geográfica
correspondentes às cidades vizinhas,
para melhor resultados, posto que os
problemas são comuns.
Bento Petraglia, Presidente da Unimed, manifestou sua grande satisfação
de ver florescer esta parceria “que já
começou vitoriosa”, afirmando que
“o Procordis é o coração da cidade”.
Num clima de cordialidade e de
expectativa futura de novas realizações, o Simpósio Procordis Unimed foi
encerrado com um coquetel.
Revista
Revista AMF
AMF
formação
SuceSSo
Previsto e
Garantido
A
A Academia Fluminense de Medicina (AFM), por meio de seu Conselho
Científico, e a Associação Médica Fluminense (AMF), por intermédio de seu
Departamento Científico, promoveram
curso de URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS
MÉDICAS, iniciado dia 18 de agosto
e encerrado em 15 de setembro, do
corrente ano.
Ministrado às terças e quintas-feiras,
das 19h30 às 21h30, com duas aulas
cada dia, perfazendo um total de 16
aulas, o evento contou com cem alunos
inscritos.
À solenidade de abertura estiveram
presentes o Presidente da AFM, Ac. Alcir
Revista AMF
Vicente Visela Chácar, e o Presidente do
Conselho Científico, Ac. Luiz Augusto de
Freitas Pinheiro.
Segundo o professor Luiz Augusto,
organizador do curso, foram escolhidos temas variados de especialidades
clínicas e cirúrgicas, visando atender o
interesse do público alvo: aqueles que
têm uma especialidade e os que estão
em processo de escolha.
Os professores convidados são profissionais de alto gabarito, detentores
de conhecimento diferenciado e prática
diuturna nos assuntos abordados.
Anunciaram, ainda, os dois representantes da Academia Fluminense de Medicina, que o evento é um entre os muitos
que pretendem realizar em parceria com
a Associação Médica Fluminense, sob a
presidência do Dr. Glauco Barbieri.
Vários alunos inscritos opinaram
demonstrando satisfação pela oportunidade oferecida para obtenção de
conhecimento, mormente chancelada
por duas entidades do prestígio da AMF
e AFM, e pela qualidade profissional
dos professores convidados. Solicitaram
ainda que a programação seja mantida
para anos vindouros, beneficiando outros futuros alunos; bem como outros
eventos, com a qualidade e organização do recém findo, sejam elaborados,
valorizando a medicina niteroiense e
promovendo uma verdadeira educação
médica continuada.
Parabéns à AFM e à AMF pela feliz
e oportuna simbiose em prol da cultura
médica de Niterói.
Jul/Set-09 - 37
Out/Dez-09
enofilia
Vinho & Bem-Estar
Geografia do vinho
Itália
Por: Dra. Valéria Patrocínio
O País
Com razão os gregos na antigüidade denominavam a Itália Enotria (terra do vinho). Ela produz, como
a França, um enorme conjunto de vinhos e com sua vizinha vem se alternando, de tempos em tempos, na posição de maior produtor e consumidor mundial de vinhos.
Ainda que o número de grandes vinhos da Itália
não seja tão numeroso como na França, a ótima qualidade de muitos de seus vinhos é inquestionável.
Para entender a diversidade de regiões da Itália,
estas são grupadas segundo sua localização geográfica, o que responde por uma certa homogeneidade de
caracteristicas comuns, resultado da latitude (norte frio
e sul quente) altitude (que reforça as tendencias da latitude) e a influência do mar (regiões costeiras ou continentais)
Em cada uma das macro-regiões assim definidas
encontraremos diversas regiões, que por suas vez abrigam dezenas de DOCs (Denominações de Origem).
Classificação dos Vinhos Italianos
VINO DA TAVOLA
São vinhos de qualidade inferior, de qualquer procedência geográfica e não podem ter no rótulo o nome
da uva, nem a safra, nem a região. Constituem cerca de
80% dos vinhos da Itália. Existem alguns poucos Vinos
da Tavola de ótimo nível, por não se enquadrarem nas
normas das DOC e DOCG.
INDICAZIONE GEOGRAFICA TIPICA (IGT)
Essa denominação foi instituida a partir de 1992
e é aplicada em cerca de 150 vinho de mesa elaborados
em regiões geográficas específicas (uma província, uma
38 - Jul/Set-09
comuna ou parte delas, tais como, uma colina, um vale,
etc.).
No rótulo podem constar o nome da uva, a safra, a
região e o tipo de vinho (frizzante, amabile, novello, etc.)
VINI TIPICI
Equivale ao Vin de Pays da França e, apesar de
criada em 1989, continua sem uma normatização precisa. Pretende-se aplicar essa designação a vinhos de mesa
diferenciados, com tipologia definida.
Atualmente, esses vinhos são incluídos na contagem dos Vini di Tavola, mas espera-se que venham a
constituir cerca de 40% dos vinhos italianos.
Revista AMF
DENOMINAZIONE DI ORIGINE CONTROLLATA (DOC)
Qualificação criada em 1963, é atribuída aos vinhos provenientes de cerca de 300 regiões vinícolas delimitadas que podem ser uma pequena área, uma província
ou uma área geográfica ainda maior.
Sua quantificação é complicada, pois algumas regiões, como Valle d’Aosta e Chianti, possuem diversos vinhos de distritos diferentes, mas são contadas como uma
única DOC.
Apenas cerca de 15% dos vinhos italianos pertencem às DOCs e são elaborados com tipos específicos de
uvas para cada região e por métodos específicos de
vinificação. Cerca de 850 vinhos possuem a designação
DOC e, junto com os DOCG, representam apenas cerca
de 20% dos vinhos italianos. Em algumas DOC existem
sub-classificações, tais como: Riserva ou Vecchio, para
vinhos envelhecidos maior tempo em madeira; Superiore,
para vinhos maior teor alcoólico ou maior período de envelhecimento.
DENOMINAZIONE DI ORIGINE CONTROLLATA E
GARANTITA - DOCG
Classificação criada em 1982, abrange os melhores vinhos da Itália. É atribuída aos vinhos de
quatorze DOC: Barbaresco, Barolo, Gattinara e Asti,
no Piemonte; Franciacorta, na Lombardia; Brunello de
Montalcino, Carmigiano, Chianti, Vino Nobile di
Montepulciano e Vernaccia di San Gimignano, na
Toscana; Albana di Romagna (na Emilia Romagna);
Montefalco Sagrantino e Torgiano Rossso Riserva, na
Umbria; Taurasi (na Campania)
OS FORA-DA-LEI
Alguns vinhos italianos, considerados entre os
melhores do país e do mundo, classificam-se apenas
como Vino da Tavola ou IGT, por não se enquadrarem
nas normas das DOC e DOCG (tipos de uva, métodos
de vinificação, etc.) e, por isso, são apelidados de “os
fora da lei”. Na Toscana são chamados de SuperToscanos.
Dica de leitura
Guia Ilustrado Zahar - Vinhos do Mundo Todo
Fotografias, mapas e imagens dão um sabor especial a esse belíssimo guia ilustrado. Elaborado para o leitor brasileiro aproveitar ao máximo tudo o que os vinhos do mundo têm a
oferecer. Da África do Sul à França, passando pelos vinhedos do Brasil e da América Latina,
uma equipe internacional de especialistas elaborou um guia com dicas, curiosidades e informações completas sobre cada região, suas cepas, vinhedos, produtores e vinhos.
Quem aprecia um bom vinho vai encontrar nesse guia um prato cheio para sua degustação.
A obra - cuja edição foi adaptada para atender às necessidades do leitor brasileiro e recebeu
a consultoria de Paulo Nicolay - contextualiza o vinho histórica e culturalmente, mostra os
principais países produtores e apresenta análises detalhadas sobre características e sabores
de centenas de vinhos, as melhores safras e quem as produz.
Vinho sugerido
Chianti Clássico 2005 (Isole e Olena)
Produtor: Isole e Olena
País: Itália
Região: Toscana
Safra: 2005
Tipo: Tinto
Volume: 750 ml
Um dos melhores e mais tradicionais produtores de Chianti Classico, Isole e Olena elabora
vinhos muito típicos e marcantes, de grande elegância. Este verdadeiro super-Chianti é fino e sedoso,
cheio de frutas maduras que lembram cerejas.
Revista AMF
Jul/Set - 09 - 39
cultura
Wellington Bruno, cardiologista e diretor científico da AMF
Livro: “O compromisso”
Autora: Herta Müller
Tradução: Lya Luft
Editora: Globo
Livro: “De Cuba- com carinho”
Autora: Yoani Sánchez
Tradução: Benivaldo Araújo
Editora: Contexto
H
Herta Müller e Yoani Sanchez têm alguns pontos em comum. Uma vivenciou as angústias e o horror da privação de liberdade
impostas pela ditadura comunista romena de Ceaucescu, enquanto a segunda ainda vive as mesmas tensões sob a ditadura
comunista de Fidel Castro, atualmente coordenada por seu irmão Raul. Uma recebeu o prêmio Nobel de Literatura da Academia
Sueca sob muitas críticas. Alguns dizem que a premiação teve conotação política enquanto outros se queixam de que autores
espetaculares e muito mais conhecidos e lidos no mundo (ex.: Mario Vargas Lhosa, Philip Roth, entre outros) nunca foram contemplados. A outra foi considerada uma das pessoas mais influentes no mundo, escreve bem no seu blogue, não merece o prêmio
Nobel de Literatura, mas merecia muito mais o prêmio Nobel da Paz que o presidente dos Estados Unidos Barak Obama, em
meio a guerras, recebeu neste ano de 2009.
Primeiramente, eu li o único livro traduzido para o português no Brasil desta boa escritora romena - naturalizada alemãmuito pouco conhecida por estas bandas do planeta. Li “O Compromisso” recentemente, logo após o anúncio do prêmio Nobel
de Herta Müller por curiosidade de conhecer parte de sua obra. Na verdade, a edição que adquiri foi publicada sem grande
repercussão e, provavelmente, ficou encalhada nas livrarias desde 2003, pois ainda não continha as novas regras do acordo
ortográfico.
“O Compromisso”, pelo menos sua tradução, é um livro bem escrito que trata da monotonia e do horror que foi a vida de
cidadãos submetidos à privação de liberdade sob o regime comunista de Ceaucescu na Romênia. Herta Müller demonstra um
perfeito controle da narrativa em harmonia com o ambiente social opressor. Eu me lembrei do controle da narrativa de Graciliano Ramos em “Vidas Secas” para expressar a monotonia e as angústias da vida no sertão semiárido do nordeste brasileiro.
Em “O Compromisso” as vidas humanas são afetadas dramaticamente pelo regime totalitário, que naturalmente formou seus
cordões de servidores e alcaguetes do partido para controlar os indivíduos na sociedade segundo seus interesses pessoais.
Pode parecer uma injustiça comentar um livro de uma autora que recebeu o prêmio Nobel de Literatura de 2009 no mesmo
espaço de um livro publicado por uma blogueira de Cuba. É que li um após o outro e este “De Cuba com carinho”é uma reunião
de diversos escritos de seu blogue clandestino na grande rede. Neste caso a jovem mãe Yoani Sánchez, que escreve muito bem,
emite opiniões e descreve com muita clareza a angústia e o horror da privação de liberdade e os mesmos artifícios de Ceaucescu
utilizados pelo então octogenário Fidel Castro e sua turma para manter o controle total de sua “ilha particular” chamada Cuba.
O bom dos dois livros é que foram escritos por pessoas talentosas que sofreram ou sofrem na própria pele o aviltamento
do ser humano pelas ditaduras comunistas. É uma boa leitura para aqueles artistas famosos e notáveis que gostam de uísque
12 anos, mas aplaudem e dão palco extemporaneamente para Fidel Castro. Também uma boa leitura para aqueles que empunham bandeirinhas com a figura do lendário Che Guevara nos estádios de futebol. Uma dica interessante seria trocar estas
bandeiras pela imagem de Yoani Sánchez ou do “ De Cuba com Carinho”. Se Fidel foi importante para mudar Cuba um dia,
ele francamente já cumpriu sua missão há muitos anos atrás e já deveria ter passado o poder há muito tempo, não fossem seus
interesses pessoais e familiares e, pior, os crimes contra os conterrâneos pacifistas que honestamente divergiram de sua opinião.
Entrei no blogue “Generación Y” da autora por curiosidade e o recomendo aos que me lêem neste momento. A corajosa
blogueira postou fotos dos asseclas de Fidel e Raul Castro que a vigiam dia e noite. O resultado é que foi seqüestrada e espancada pela polícia política do regime, tendo sido motivo de reportagem recente da revista VEJA.
Enfim fica a mensagem de que a privação da liberdade é uma violência contra a humanidade e que o Fidel Castro e seu
regime gostaram, ficaram e envelheceram no poder. Atualmente, deve ser demolido, como foi o Muro de Berlim há 20 anos, para
Cuba viver um novo tempo, e a figura do caudilho não servir de exemplo para germinação de novos ditadores na América Latina.
Até a próxima (leitura)!
40 - Out/Dez-09
Jan/Mar-09
Revista
Revista AMF
AMF

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