Estado do Pará

Transcrição

Estado do Pará
A
R E V I S TA
DOS
CONDOMÍNIOS
Estado do
Pará
Um imperdível tour por
lugares fascinantes.
Entrevista
“Querem tirar nossa
competência” diz o
Juiz Heyder Ferreira,
pres. da Amepa.
Perfil
Thiago Castanho
conheça o premiado
chef paraense.
Música
The Beatles,
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Revista Alvo - Ano V - Edição 10
ISSN 2179-9490
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Revista Alvo - Edição 10
Revista Alvo - Edição 10
Revista Alvo - Edição 10
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5
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Revista Alvo - Edição 10
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Revista Alvo - Edição 10
Ipê
Curupixa
Branca
7
Revista Alvo - Edição 10
40
17
36
56
66
26
Cartas
Editorial
Direitos e deveres
Inadimplente não vota, nem é votado
por Dr. José Nazareno
Entrevista
Juiz Heyder Tavares da Silva Ferreira
Pres. da Amepa
Turismo
Muito particular
Saúde
Compra coletiva
Turismo religioso atrai
peregrinos à Fátima
A saude feminina e o câncer de
colo de útero - por Dr. Luis
Eduardo de Carvalho
Capa
Lado B
Ditando o chic
Segurança
Decor
O mercado premium da decoração
paraense - por Pepeu Garcia
The Beatles
A banda dos anos 60 que
revolucionou a música
Revista Alvo - Edição 10
Clicar e pechinchar
Abrajet
Chef Thiago Castanho
Estado do Pará - Uma viagem
apaixonante pelo coração
da Amazônia
Diferença entre passeio e passeio
completo - por Patrícia Bahia
Qual é o valor da dignidade?
por Guilherme Mendes
Perfil
Traços e ideias
Arquitetura empresarial
por Fernanda Farinazo
30
O melhor amigo da segurança
XXVIII Congresso
por Apoena Augusto
Informe
Grupo Concreta da ACIA
Em números
Capoeira
Conectado
Playground
As festas e os principais eventos
da cidade por Gui Sampaio
Dicas de música, cinema e literatura
Divisão do Pará, a quem interessa?
por Oberdan Duarte
A ginga que ganha o mundo
22
Revista Alvo - Edição 10
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Cartas
“Vale salientar que eu gosto muito de assuntos relacionados
à Administração de Condomínios e da Indústria da
Construção Civil e aproveito para parabenizá-los pela
excelente coluna ‘direitos e deveres do presidente do
SINDCON, José Nazareno Nogueira Lima e da matéria de
capa O que pode levar um prédio a cair? por Timóteo Lopes.
Hamilton Dias Bordalo, Belém-PA
Revista Alvo
“Olá. Quero parabenizar
a todos que fazem a revista
Alvo. Sou um leitor assíduo da
revista. Sempre tento encontrar
uma edição para eu poder ler e
guardar.
Adoro os bastidores dos
programas que estão no ar. Ah,
não mude nada da revista, não.
Ela está com nota 10!
Sucesso amigos...
Luciano Pinto, Belém-PA
Informação
“Vocês estão de parabéns pela
publicação, com conteúdo
e informações sobre nossa
região.”
Ana Gabrielle Maia, Manaus-AM
Divorce Party
“Onde nós chegamos? Dar festa
para fim de relacionamento.
Festajar o fim dos valores
familiares.”
Mande sugestões, críticas e
elogios para:
Email: [email protected]
Twitter: @alexandrealvo
Seu texto será publicado na
próxima edição.
Marlene Soares, Belém-PA
Expediente
Alvo Serviços e Publicações LTDA
Trav. WE 78, 922 - Ananindeua - Pará
Fones: (91) 8122-0670 / 3275-0233
Editor Responsável
Alexandre Rocha DRT/PA 2233
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Thiago Melo, Valena Oliveira, Catarina
Barbosa e Timóteo Lopes
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Criação e Design:
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Max Lima - (91) 8337-2827 / 8408-1424
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10
Revista Alvo - Edição 10
Impressão:
IBEP Gráfica - Papel originário de madeira
de florestas renováveis de eucalipto.
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13.000 exemplares
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Foto capa João Ramid
A revista Alvo (ISSN 2179-9490) é uma publicação
bimestral da Alvo Tecnologia Serviços de
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ou imagens sem prévia autorização do editor.
Revista Alvo - Edição 10
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Alexandre Rocha
Editor Responsável
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Editorial
Caros Leitores!
C
Foto Jean Barbosa
om a premente questão da divisão territorial tão evidenciada
em nosso Estado, pretendemos mostrar com a matéria de
capa dessa edição, as riquezas deslumbrantes e paradisíacas que
permeiam o nosso Pará. A maioria dos paraenses desconhece
esses lugares encantadores, ou por falta de oportunidade ou por
opção de buscar fora daqui algumas maravilhas, supostamente,
encontradas apenas em outras regiões, quando na verdade, tudo
isso pode ser ‘desfrutado’ bem aqui, em nosso ‘quintal’. A revista
mostra alguns desses lugares fascinantes, especialmente pra você.
O economista Oberdan Duarte trás, em sua coluna “Em números”,
informações para entendermos melhor o que pode acontecer com
nosso Estado e quais os interesses econômicos envolvidos nessa
questão, se, de fato, houver a separação.
Em entrevista, o Presidente da Associação dos Magistrados
do Estado do Pará – Amepa, Juiz Heyder Ferreira opina sobre
a federalização do crime agrário no Pará. Pede também, que
sejamos ‘justos’ com os juízes que hoje trabalham, principalmente
no interior do Estado, com um mínimo de infraestrutura.
O premiado chef de cozinha paraense Thiago Castanho fala de
sua ascendente trajetória, que culminou com o reconhecimento
dos melhores chefs do país e impulsionaram seu talento
nacionalmente. De como sua ousadia em utilizar os sabores
exóticos da Amazônia, contribuiu para todo esse destaque.
Certa vez, meu professor respondeu a um colega de classe, que
havia questionado sobre o que seria dos Beatles após 50 anos. Ele
respondeu: “Os Beatles assemelham-se a Mozart, Chopin e Vivaldi,
que ainda hoje escutamos. Os Beatles serão para sempre”. Então
para os fãs dessa banda dos anos 60, ‘que ainda hoje escutamos’, a
revista ALVO faz uma homenagem contando histórias de pessoas
que mudaram suas vidas por conta dessa banda, que sempre será,
para muitos, a melhor banda do mundo.
Temos ainda as estreias dos colunistas Pepeu Garcia e Dr.
Luis Carvalho, que vão nos trazer informações importantes sobre
o mercado de decoração e os cuidados que temos que ter com
nossa saúde, respectivamente.
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Boa leitura!
Revista Alvo - Edição 10
Deus seja louvado.
Revista Alvo - Edição 10
José Nazareno Nogueira Lima
Advogado.
Direito e Deveres
[email protected]
Pres. do SINDCON e
Vice-Presidente da FESECOVI
Inadimplente não vota, nem é votado.
R
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ecentemente, uma moradora e membro do
Conselho de um Condomínio, me procurou
preocupada com um outro morador que se encontrava
inadimplente e queria disputar a eleição para síndico
do edifício. Evidente que os moradores estavam
apreensivos, pois seria muita irresponsabilidade,
colocar a “raposa para tomar conta do galinheiro”,
conforme mencionaram.
Respondi clara e objetivamente que “não”. Em
princípio, o condômino que se encontra em atraso nas
suas taxas condominiais não pode nem participar das
assembléias condominiais.
Temos, no condomínio, duas figuras a salientar:
uma é do Condômino/Proprietário do imóvel e a ele se
assemelha o adquirente, promitente comprador e os
que obtenham direitos sobre o imóvel, como no caso
de herança e outros. A segunda é o Locatário/Inquilino,
aquele que detém a posse do imóvel mediante contrato
de locação, permissão, comodato,
etc...
Para votar e ser votado, o
Condômino/Proprietário
precisa
estar em dia com suas obrigações
condominiais.
Nas
Assembléias
Gerais Ordinárias só quem pode
votar é o Condômino/Proprietário,
o locador somente poderá participar e votar com
procuração outorgada pelo condômino, em alguns
casos, reconhecida a assinatura em Cartório de
Títulos e Documentos, de acordo como prevê cada
Convenção Condominial.
Nas Assembléias Gerais Extraordinárias, o Locatário/
Inquilino, por força da nova Lei do Inquilinato, poderá
participar e votar, caso o proprietário não esteja
presente e se estiver em dia com suas obrigações.
Nem poderia ser diferente, em qualquer clube de
esquina ou associações civis, inadimplente não tem
direito a votar nem ser votado.
Certa vez, num condomínio de Belém, uma moradora
que era inadimplente habitual e contumaz, foi escolhida
síndica. Pensavam os moradores que, com isso, dariam
uma ajuda a essa pessoa, já que ninguém tinha tempo
para assumir o condomínio. Como o sindico em geral
tem a isenção da taxa condominial, essa moradora ao
menos não ficaria inadimplente. A experiência foi um
desastre, já que ela se revelou péssima administradora
e ainda deu um golpe nas finanças do condomínio.
Nesse caso a emenda foi pior que o soneto.
Quando analisamos a figura do Inadimplente,
Revista Alvo - Edição 10
verificamos que, pelo menos três se destacam mais: o
primeiro é o devedor contumaz, habitual, aquele que
tem prazer em dever, acha que a riqueza do homem
está no montante que ele deve e não na sua capacidade
de endividamento. Deve ter um desequilíbrio qualquer,
pois simplesmente, não se importa com nada. Deve
condomínio, água, luz, mensalidades escolares,
prestação do veículo, anda em altas rodas sociais, vive
viajando. É conhecido e não tem vergonha de dever,
pelo contrário, sente-se orgulhoso e envaidecido. E, se
você for cobrar dele, ainda se enche de razão.
O segundo é o devedor sazonal, ou seja, por
estação. Aquele que quando chegam os momentos de
férias, fim de ano e outras viagens, geralmente deixa
o pagamento do condomínio para depois, já que na
sua cabeça as dívidas do condomínio podem esperar.
Nesse período, a inadimplência de condomínio pode
variar entre 20% a 30%.
O terceiro é o que perdeu o emprego,
a mulher que perdeu o marido, os filhos
que perderam os pais, enfim, aconteceu
alguma desgraça profunda e os
moradores não tem condições de arcar
com as despesas condominiais. Esse
caso é o mais triste pelas histórias que
vivenciamos. Merece nosso respeito.
Entretanto os moradores sempre têm uma fórmula
para solucionar esse problema até sua solução.
O combate à inadimplência se torna muito mais
difícil por falta de mecanismos que possam coagir o
devedor, pois a única forma que temos atualmente,
legal e indiscutível, é a cobrança judicial. A lei que
alguns estados possuem de protesto de taxas
condominiais é uma medida paliativa. O Tribunal de
Justiça de São Paulo, em decisão recente, declarou
a inconstitucionalidade da Lei daquele Estado que
previa o protesto de Taxa Condominial, alegando, entre
outros motivos, que essa taxa não é título de crédito,
como também não é um titulo executivo extrajudicial,
cuja competência para legislar sobre o assunto é da
União Federal e dos Estados ou Municípios.
Daí o devedor protestado poderá acionar
judicialmente o condomínio com ação de danos
morais. A única garantia que temos é que as dívidas
de condomínio são de ônus reais, ou seja, elas
acompanham o imóvel, sendo possível recebê-las
mesmo que o imóvel esteja gravado como bem de
família. Aí é só executar o débito, penhorar o imóvel e
levá-lo a leilão para garantir a dívida.
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Revista Alvo - Edição 10
Entrevista
Juiz Heyder Tavares da Silva Ferreira
por Catarina Barbosa
Foto Marcos Barbosa
Presidente da Associação dos Magistrados
do Estado do Pará - AMEPA
A Justiça Estadual soluciona os crimes de violência no campo
O Estado do Pará tem dados preocupantes quando o
assunto é violência no campo. Na tentativa de resolver
esse problema, discute-se a transferência dos crimes da
esfera da Justiça Estadual para a Justiça Federal.
Contudo, o Presidente da Associação dos Magistrados
do Estado do Pará (Amepa), Heyder Ferreira, afirma que
a mudança, além de não resolver o problema, irá piorar
a situação, uma vez que, segundo ele, a Justiça Federal
é ainda mais morosa para julgar processos de crimes
contra a vida e justifica a afirmação com dados da própria
Justiça Federal.
Depois da fase de debates, que ouve os que são favoráveis
e os que são contra a proposta, ela será votada na Câmara
dos Deputados e no Senado.
Alvo - Qual é a visão da Amepa sobre essa possibilidade
de federalização dos crimes de violência no campo?
Dr. Heyder - A AMB, que congrega todas as associações
estaduais, assim como a Amepa, discordam totalmente
da federalização dos crimes de violência no campo.
O Presidente da Associação dos Juízes Federais do
Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, afirma que os magistrados
federais teriam condições de julgar os homicídios no
campo de forma mais célere, inclusive dizendo que estão
tecnicamente mais preparados.
O colega juiz federal esquece de
apontar a principal causadora da
alegada morosidade: a falta de
estrutura da justiça estadual. A
forma como o representante dos
juízes federais dirige-se a opinião
pública dá a entender que eles
teriam maiores conhecimentos que nós, os estaduais,
que não é verdade. O concurso para ingresso na carreira,
tanto lá quanto cá, é de extremo rigor, não havendo
diferença alguma entre os federais e estaduais que não
seja a definição de competência para julgamento. Neste
particular, o campo de atuação dos juízes estaduais é
infinitamente maior, ou seja, a nossa carga de trabalho
supera em muito a deles.
Atualmente, estamos trabalhando para mostrar para a
sociedade que a transferência do julgamento dos crimes
de violência no campo, da Justiça Estadual para a Federal,
não vai alterar em nada, e o pior, a tramitação será mais
morosa, já que há vários casos da Justiça Federal que
não chegaram a julgamento ou não procederam ao
julgamento da forma célere com que estão nos cobrando.
Posso citar, por exemplo, alguns casos: o primeiro referese a Justiça Federal do Maranhão, que julgou os quatro
policiais
rodoviários
federais
acusados de matar o motorista
Vanderley Alves Pinheiro e seu
filho, no dia 21 de julho de 2009 –
detalhe: o crime ocorreu em 16 de
maio de 1990 – no posto da PRF
de Santa Inês. Ou seja, a agilidade
da Justiça Federal foi de exatos
19 anos, dois meses e seis dias para realizar o primeiro
tribunal do júri.
Além desse, posso citar o caso do homem que
atropelou fatalmente um policial rodoviário federal em
Paraty, na Região Sul Fluminense, em 2000. A agilidade da
Justiça Federal foi de nove anos, cinco meses e vinte dias.
Depois de tanto tempo de espera, os familiares da vítima,
ainda viram este julgamento ser anulado pelo Tribunal
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Federal, por haver indícios de que o réu teria praticado
homicídio doloso (quando há intenção de matar) e não
culposo, como ficou decidido na sentença de primeiro
grau, que o condenou a um ano e nove meses de prisão,
em regime aberto.
O caso dos acusados do assassinato da deputada
Ceci Cunha, é outro exemplo, que ainda irá a júri
popular. O crime aconteceu em dezembro de 1998 e
desde novembro de 2010 foi incluído no “Programa
Justiça Plena”, da Corregedoria Nacional de Justiça, que
tem por finalidade monitorar os processos de grande
repercussão social, cujo andamento esteja paralisado no
Judiciário brasileiro. O nobre magistrado, em seu discurso
meramente publicitário, demonstra desconhecer a
realidade de seu próprio Tribunal. Deveria, antes de
tentar “agilizar os processos”, que estão sob nossa
responsabilidade, dar a agilidade cobrada aos “seus
próprios processos”. A não ser que a Justiça Federal, que
acho pouco provável, queira condenar a todos sem o
devido processo legal e independente das provas, pois
só assim teria condições de dar a “resposta eficaz”.
O que a Amepa está fazendo para inverter a situação?
O judiciário paraense nos últimos anos tem se empenhado
por demais na resolução dos delitos envolvendo os crimes
no campo. E nós juízes temos tentado dar a celeridade
não só a estes feitos, como também em todos os demais,
tanto é verdade que nós alcançamos o primeiro lugar
no relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no
cumprimento da Meta 1, que consistia em julgar mais
processos do que recebeu no ano passado. O judiciário
paraense julgou 164,68% dos feitos que lhe foram
apresentados durante o ano de 2010.
A nossa única divergência com os movimentos sociais
e a Ajufe é com relação à federalização dos crimes no
campo. Concordamos, por exemplo, com a majoração
das penas, com o Projeto de Emenda à Constituição (PEC)
438, que amplia pena a empregadores flagrados usando
regimes de contratação similares ao trabalho escravo, e a
atualização do índice de produtividade e a destinação de
mais recursos para o campo. Essas ações, que têm por
propósito coibir crimes de violência pela disputa da terra,
recebem total apoio da Amepa e da AMB.
Esses casos descritos mostram certa demora da
Justiça Federal para realizar
julgamentos. Então, a que se
atribui a possibilidade de se
cogitar à federalização?
Conveniência. Viés político. Esse
tem sido o perfil do colega juiz
federal. Acredito que o presidente
da Ajufe, quer chamar a atenção
dos meios políticos falando o que
todos querem ouvir. Entretanto, o
verdadeiro juiz não deve buscar
“aplausos fáceis”, mas sim ter a
coragem de fazer o que manda
a lei e com base em fatos e não
em falácias. Não devendo ter a
preocupação se essa conduta vai agradar ou desagradar
os envolvidos.
No Pará, temos 143 municípios e 20 cargos de juízes
federais, sendo que a maioria deles pede transferência
para outro estado da federação assim que surge uma
oportunidade. Ou seja, esses juízes não ficam por muito
tempo em território paraense. E por isso pergunto: Como
dar agilidade se a Justiça Federal não tem juiz em todos
os municípios? Quando isso ocorre, a lei determina que o
ato seja realizado por outro juiz, através de carta precatória.
Ou seja, o juiz federal, que está “desesperadamente”
querendo “tirar nossa competência”, em razão de não
se fazer presente em todas as comarcas, irá pedir, que
nós, os estaduais, ouçamos todas as testemunhas do
processo que “era nosso”. Creio que qualquer pessoa irá
chegar à conclusão óbvia de que o feito obrigatoriamente
terá tramitação mais lenta, com o surgimento deste “novo
intermediário”. O juiz estadual não serve para julgar, mas
serve para colher informações? Sem contar que o juiz
federal não tem a expertise do estadual, que tem contato
diário com o Tribunal do Júri.
Como o Pará atua hoje na solução dos crimes agrários?
O Pará foi o primeiro estado
do Brasil a criar uma vara
agrária. Todos os profissionais
atuantes dessas varas possuem
especialização em Direito Agrário,
pois recebem “treinamento” para
atuar especificamente nesta área.
Além disso, os juízes passaram
a atuar “para além dos gabinetes”.
Os juízes das Varas Agrárias
passaram a “ir até o problema”,
a fazer audiências embaixo de
árvores e tendas improvisadas, ou
seja, no próprio local do conflito,
assim procedendo como forma de
melhor avaliar a prestação jurisdicional a ser aplicada ao
caso em concreto. Recentemente, tivemos a invasão da
sede do Incra de Marabá por mais de 3.000 moradores de
assentamentos. O caso deveria ser resolvido pela Justiça
Federal, mas foi uma juíza estadual que conseguiu dar
fim a este impasse, pois tão logo aquele soube que esta
tentava uma solução pacífica para o problema suspendeu
a decisão liminar para depois do resultado desta iniciativa.
A juíza da Vara Agrária de Marabá, Drª Cláudia Favacho
, foi diretamente até o assentamento – sem escolta
policial – para resolver o caso. Lá chegando, ouviu dos
representantes dos movimentos sociais, que estes só
desejavam um encontro com os ministros em Brasília
para solucionar o problema de repasses de verbas. Com
essa iniciativa, a Juíza não só conseguiu o encontro,
como também participou da audiência que deliberou pela
liberação dos valores exigidos pelos invasores da sede
federal. Resultado: sem nenhum disparo de uma arma de
fogo, os sem terras desocuparam pacificamente a sede
do Incra, evitando além de perda de vidas humanas a
depredação de prédios públicos.
Revista Alvo - Edição 10
Além desse, cito o da magistrada Sara Augusta, no
Caso do assassinato dos extrativistas de Nova Ipixuna.
Ela estava em plena sessão de Júri quando recebeu um
requerimento cautelar por parte da polícia civil, e por ser
comprometida com a celeridade, e diante da gravidade
do caso de violência aos direitos fundamentais da pessoa
humana analisou e deferiu o requerido no mesmo dia.
Neste mesmo caso, o Judiciário recebeu a denúncia e
decretou a preventiva no mesmo dia em que o feito lhe
foi concluso, passaram-se dois meses entre o crime e
o recebimento da denúncia pelo Judiciário Paraense.
E no passado, tivemos o julgamento dos autores do
assassinato da missionária Dorothy Stang, que apesar
dos inúmeros percalços jurídicos que ocorreram durante
sua tramitação, aconteceu em menos de um ano. Ora,
diante dessa postura não podemos aceitar a tese de falta
de comprometimento dos juízes estaduais na resolução
dos crimes no campo. Não é justo apontá-lo como
responsável pela lentidão na tramitação dos feitos.
Pelos exemplos, há certas limitações para que a Justiça
Estadual exerça suas funções com excelência. Isso
afeta no resultado dos casos julgados?
Na divisão de competência
para julgamento de feitos coube
aos juízes estaduais a maior
fatia, porém a menor no que se
refere à dotação orçamentária.
Ou seja, recebemos poucos
recursos financeiros para muitos
processos. Um juiz federal tem
em seu gabinete pelo menos 20
funcionários, na justiça estadual
nem Desembargador tem tudo
isso à sua disposição. Não são
poucos os juízes do interior que
ainda convivem com funcionários
cedidos pela Prefeitura, que tão
logo recebe uma decisão contrária a seus interesses e
solicita de volta todo mundo, ficando o juiz sozinho no
fórum. O juiz federal tem direito a assessor, o juiz estadual
não. As causas federais são “repetitivas”, as estaduais
não. Em suma, os problemas do dia-a-dia da população
quem resolve são os estaduais, sem que lhe dêem
estrutura funcional mínima para isso. De acordo com
relatório do CNJ, em números de 2009, a Justiça Estadual
naquele ano, contava com 13 mil juízes, e custou aos
cofres públicos cerca de R$ 23 bilhões, enquanto que a
Justiça Federal, com apenas 1.500 magistrados, gastou
R$ 6 bilhões. A estrutura dada a cada magistrado estadual
custa R$ 1,5 milhões enquanto que o federal recebe por
volta de R$ 4 milhões. Se tivéssemos apenas um terço
dos funcionários que têm os federais nossa produtividade
seria infinitamente maior do que é hoje.
Quantos casos estão em tramitação hoje?
Este é outro ponto que tem chegado de forma distorcida à
sociedade. A tramitação para apurar um crime é a seguinte:
após a polícia tomar conhecimento, instaura o inquérito,
que depois de encerrado deve ser encaminhado ao
Ministério Público, que pode tomar três rumos: Devolvê-lo
à delegacia para novas investigações, pedir arquivamento
ou oferecer denúncia ao juiz. A sociedade tem que ter
conhecimento que o Poder Judiciário não engloba
Governo do Estado, Policia civil e militar, Defensoria
Pública e nem Ministério Público. As deficiências destes
não podem ser atribuídas ao Judiciário. Cada um deve
arcar com o ônus de sua parcela na demora na apuração
destes delitos. Explico: alguns casos que são apresentados
na mídia referem-se a crimes praticados há cinco, dez,
quinze anos, sem que a Polícia tenha instaurado inquérito
policial para apurar o delito, ou se abriu, não conseguiu
encerrar por ausência de testemunhas. Ora, se o inquérito
sequer é aberto, por quem deveria fazê-lo, como o
judiciário pode ser responsabilizado pela demora em sua
apuração? A rigor a responsabilidade do judiciário pelo
feito “começaria” com o oferecimento da denúncia pelo
Ministério Público. Na esteira deste raciocínio informo
que de todos os casos apresentados pelos movimentos
sociais somente 38,75% chegaram ao Poder Judiciário, os
demais 61,25% não. E desses 38,75%, entre 80 a 90% foram
julgados por nossos juízes. Aqui vem outro problema, para
algumas pessoas o juiz só julga
quando há condenação, o que
não é verdade, pois um julgamento
pode redundar em absolvição,
condenação ou arquivamento do
processo quando, por exemplo, os
mandantes não são identificados.
Dos 80 a 90% referidos, entre 3% e
4% resultaram em condenações.
O que nos causa espanto é que
este índice tem sido usado como
se fosse os processos que foram
julgados, o que não é verdade, já
que, repita-se, julgamos quase 90%
dos feitos que foram apresentados
ao Judiciário. E quando se tem condenação ainda existe
a possibilidade de recursos aos Tribunais Superiores.
Outra culpa, equivocadamente, atribuída ao Judiciário
Paraense: Recentemente o programa Fantástico da Rede
Globo teceu severas críticas ao Tribunal de Justiça do
Pará por não julgar o suposto mandante do assassinato
do agricultor José Dutra da Costa. Ora, esta pessoa
só não foi julgada até hoje por culpa única e exclusiva
dos Tribunais Superiores que estão há alguns anos
para julgar um agravo de instrumento interposto pelo
advogado do acusado. Ou seja, nós fizemos nossa parte
julgando o suposto mandante, mas este recorre ao STF
e ao STJ, usando o seu incontestável direito de defesa, e
estes demoram na apreciação do pedido e a culpa é do
Tribunal do Pará? Santa paciência, temos a hombridade
de assumir as nossas falhas, mas a dos outros não dá.
Hoje, temos somente 76 processos em tramitação, o
que demonstra que não somos morosos e estamos
trabalhando. Além disso, a juíza do TJ/PA, gestora das
metas junto ao CNJ, Kátia Parente Sena, acompanha
esses processos de perto.
Revista Alvo - Edição 10
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Fernanda Farinazo
Arquiteta Urbanista
Traços e Ideias
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Arquitetura empresarial:
Projetando bem-estar e produtividade
O
20
sucesso de uma empresa depende do
empenho de seus colaboradores, da boa
administração de seus dirigentes e do prestígio
que possui junto aos seus clientes. Para tudo
isso, a arquitetura empresarial é uma ferramenta
fundamental que busca garantir estes fatores e outros
que podem melhorar todas as relações dentro de um
empreendimento, inclusive a relação com o cliente.
Na Grécia Antiga, com a construção dos prédios
públicos das metrópoles, a preocupação com a
infraestrutura e a organização do espaço de trabalho
já era uma realidade. De lá para cá, os projetos
foram se desenvolvendo e ficando cada vez mais
personalizados, funcionais, de acordo com o perfil
de cada negócio. Um projeto desse tipo depende da
função e do ramo de cada empresa no mercado.
A escolha dos materiais, dos objetos e do conceito
de decoração do ambiente vai depender do ramo
empresarial da instituição. Um escritório de advocacia
terá um ambiente diferente ao de um consultório de
pediatria. Tudo parte deste princípio e, a partir daí,
das necessidades de cada empresa. Pensamos na
Revista Alvo - Edição 10
estrutura e no ambiente mais favorável para estimular
a produtividade, a lucratividade e o crescimento da
empresa.
O público alvo também é levado em consideração
na hora de planejar o ambiente empresarial. Não
se pode fazer um ambiente muito sofisticado se a
empresa busca atingir um público mais popular. Se
for assim, o ambiente ao invés de atrair, irá inibir a
clientela.
Atualmente utilizamos muitos elementos no meio
empresarial, entre eles os objetos ecologicamente
sustentáveis, a luz natural e as cores – que podem
transmitir emoções e são utilizadas de forma
estratégica. Materiais nobres como a madeira, cores
neutras como o branco e o cinza mesclados às cores
institucionais em um layout inteligente e prático,
geram sentido de organização aos ambientes. Um
projeto corporativo também pode possuir traços
dinâmicos, oferecendo ‘vida’ aos espaços, ao
mesmo tempo em que ilustraram a dinamicidade
característica da própria empresa.
Green / Volkswagen
Concessionária de Automóveis
Green / Mercedes-Benz
Concessionária de Automóveis
Alberflex
Loja de Móveis para Escritório
Revista Alvo - Edição 10
21
Patrícia Bahia
Promoter de Eventos
[email protected]
Ditando o Chic
Diferença entre passeio e passeio completo
Trabalhando com eventos percebo o desespero das
pessoas quanto ao traje que usar ou como se comportar
em eventos sociais. Saber as regras e ter as armas é
essencial até para saber desobedecer. Se for uma opção
sua vestir jeans em uma festa onde todos estão de
smoking e se você estará seguro, certamente irá se sentir
bem. Mas se você vai de jeans e todos estão de smoking
e você não sabia disso, sem dúvida se sentirá péssimo.
Ou seja, se você foi informado do traje e decidiu se vestir
de forma diferente, deve assumir as conseqüências.
A diferença entre estar bem vestida e ser chique
Conheço pessoas muito ricas que se vestem de
maneira horrorosa. E pessoas com pouco dinheiro que
se vestem com bom senso. Não importa se você repete
o vestido mais de cinco vezes, se ele lhe dá segurança
e está de acordo com a ocasião, estará confortável. Tem
gente que até de chita fica chic. Já vi roupa de grife não
cair bem e não ter durabilidade na primeira lavagem.
Estar bem vestida é questão do dia, naquele dia em
especial. Algumas mulheres compram vitrines inteiras,
como a modelo está: a bolsa, o sapato, a roupa. Ser chic
está além disso, é questão de aparência com conteúdo.
Você pode comprar um produto pela embalagem, mas
se não tiver conteúdo não comprará a segunda vez.
Assim sendo, com pessoas não é diferente. O mais
importante é ter bom humor e conversa atualizada. Sem
isso, a beleza cai por terra.
TRAJE ESPORTE - Simples e informal.
Eventos que envolvem lazer, almoços, exposições, churrascos,
batizados, festas de crianças.
Mulheres: Saia ou calça jeans ou da estação, camisetas, saias, vestidos
de alcinhas (hoje muito usado), legging com um blusão colorido e calça
capri. Nos tecidos rústicos, crepes, algodão, linho, stretch, malhas.
Acessórios descolados, bolsas grandes.
Homens: Esportivo sim, mas não bagunçado. Sempre calças de brim,
gabardine, jeans com camisas esportivas, calças capri esportivas.
Sapatos esportivos, mocassim, sapatênis, tênis desde que não seja o
da ginástica, surrado. E lembre-se: jamais use tênis em batizados.
TRAJE PASSEIO, ESPORTE FINO OU TENUE DE VILLE
Requer certa informalidade.
Algumas experts no assunto condenam e não consideram esse
termo “esporte-fino”. Um famoso e despojado cantor paraense, amigo
meu, usava bermuda esporte e camisa de mangas. Dizia ele: “Estou
esporte pra baixo e fino pra cima”. Não é bem assim!
Mulheres: Calças pantalonas e blusas mais caprichadas, vestidos,
tailleurs ou terninhos em algodão, microfibra, jérsei, sedas e até malha,
dependendo do modelo. Saltos médios e altos, acompanhados de
bolsas médias para o dia e pequenas para noite - antes sem brilho, hoje
se permite brilho sem exageros. Capriche nas bijoux e acessórios.
Homens: Blazer ou jaqueta. Sempre calça e camisa social, com
ou sem blazer. Terno dependendo do horário, até as 18h, cores claras
como bege, marrom ou cinza. Não precisa gravata. Pode ser algo mais
informal. Hoje a juventude sempre. Nunca jeans. Somente se vier no
convite tênue de ville use gravata.
22
Revista Alvo - Edição 10
PASSEIO COMPLETO - Formalidade
Jantares coquetéis, casamentos, formaturas, 15 anos mais chiques,
comemorações oficiais.
Mulheres: Vestidos curtos com detalhes de brilho, decotes, fendas,
transparências e vestidos longos. Sapatos e sandálias de salto, bolsas
pequenas, jóias e bijoux.
Dica: em casamentos, branco só pra noiva. Madrinhas evitem o preto,
não é de bom tom. E lembrem-se: quem tem que aparecer é a noiva.
Homens: Terno escuro e mais formal (preto, risca de giz, marinho
bem escuro ou grafite - para a noite é sempre chique) com gravata de
estampas discretas sempre, seja de dia ou de noite.
Dica: tenham sempre três camisas na cor azul-claro e algumas brancas,
extremamente elegantes. É preferível um único terno com bom corte a
vários mal talhados. Invista nisso e lembre-se nada é mais cafona que
terno ou blazer claro à noite.
A roupa da festa não é mais importante que a festa,
mas é fundamental”.
TRAJE BLACK-TIE - Formalidade total
Noites de gala, grandes bailes, noites do comandante nos navios,
bailes de debutantes, festas de oficiais, festas do Itamaraty e grandes
premiações como o Oscar.
Mulheres: O brilho é permitido. Vestidos de baile, saias enormes,
transparências, caudas, decotes ou fendas pronunciadas - mas nunca
os dois, porque é demais - pantalonas largas em tecidos nobres são
corretos. Em resumo, vestidos longos não são obrigatórios. Podem
ser curtos, mas sofisticados, trabalhados. Tafetás, brocados, sedas,
shantungs, rendas, zibelinas e georgettes. Sapatos e bolsas finos com
pedrarias. E jóias, hoje é difícil usar com segurança, mas existem cópias
poderosas.
Homens: Não tem erro. Smoking com Tie tradicional ou não,
dependendo da ocasião. Em eventos informais, como de moda, são
permitidas algumas personalizações despojadas para os “pingüins”,
mas excetuando-se nas festas do Itamaraty ou do mais alto escalão.
Nesse caso nunca esqueça o Tie, dê preferência à borboleta, rigor é
fundamental. Cuidado: variações nas cores das faixas e gravatas são
perigosas.
E na dúvida, se não vier no convite, pergunte à
anfitriã, não ofende”.
TRAJE GALA - Formalidade total
Mulheres: Vestidos longos são obrigatórios abaixo do tornozelo,
somente eles. Nem pensar nos conjuntos de saias e blusas, por mais
trabalhados que sejam, muito menos pantalonas.
Homens: Casaca (que é o paletó preto com cauda bipartida), gravata
borboleta branca e camisa de colarinho alto com pontas viradas. Fraque
também é traje de gala, sendo mais usado em bodas e casamentos por
padrinhos e noivo.
Revista Alvo - Edição 10
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Pepeu Garcia
Economista
[email protected]
Decor
Empresário e Presidente do
UNICO -Núcleo de Decoração
O mercado premium da decoração paraense
A
constatação já é de domínio comum: não
precisa mais sair de Belém para comprar
qualquer tipo de produto diferenciado, tanto para
acabamento na construção quanto na decoração.
O que mais anima e incentiva a arquitetura local é
justamente esse novo momento vivido pelo mercado
de produtos Premium. Dia desses recebi a visita do
Osvaldo Mendes, fundador da Mendes Publicidade,
que com a sabedoria acumulada de um octogenário
que se encontra permanentemente na ativa à frente de
sua agência, com uma experiência de quem completa
bodas de ouro, algo para poucos em nosso país. Essa
visita ocorreu em uma de nossas lojas, inaugurada
recentemente e seu Osvaldo testemunhava essa minha
afirmação inicial, de que realmente não precisamos
mais sair de Belém em busca de diferencial, de melhor
acabamento e de melhor preço.
Temos trocado experiências fantásticas entre os
núcleos de todo o país, inclusive o de São Paulo e a
cada dia notamos que o avanço nesse segmento tem
ocorrido praticamente em todas as capitais, mas a terra
das mangueiras tem, com absoluta certeza, ganhado
um destaque maior nesse setor.
As últimas feiras nacionais e internacionais de
material de construção e acabamento que ocorreram
ao longo do primeiro semestre de 2011 apresentaram
24
Revista Alvo - Edição 10
novidades maravilhosas, que já estão em nossas lojas
locais. As tendências de substituição de produtos que,
segundo os ambientalmente corretos, podem acarretar
agressões à natureza, já estão fazendo parte de nosso
dia a dia, com um exemplo muito claro dos porcelanatos
que substituem as pedras com um acabamento
muito superior a essas e com uma produção com o
selo ISO 14001, que comprova o comprometimento
dessas indústrias com a gestão ambiental correta. Da
mesma forma, esses porcelanatos estão substituindo
as madeiras de demolição, que conferem um requinte
inquestionável aos mais belos projetos do momento.
Também é importante salientar o crescimento
profissional no mercado da arquitetura e designer de
interior. Hoje podemos afirmar, com toda convicção,
que contamos com grandes nomes disponíveis para
executar os mais arrojados projetos. Prova disso
é a presença de cinco profissionais da arquitetura
local entre os TOP 100 da revista KAZA, evento que
promovemos em parceria com a editora ação.
Diante disso, só nos resta dizer da alegria de viver em
Belém, de reafirmar o compromisso assumido pelos
empresários do segmento Premium de construção e
decoração, em fazer dessa cidade um lugar cada vez
melhor para se viver, além de buscar a sustentabilidade
como um dos alicerces de nossos negócios.
Revista Alvo - Edição 10
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The Beatles
por Catarina Barbosa
Foto Marcos Barbosa
A banda dos anos 60 tem uma legião de fãs espalhados pelo mundo, que
colecionam álbuns e até lançam bares em nome da admiração
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Love, love me do, You know I love you, I´ll always
be true…”. É possível, mas pouco provável, que você
nunca tenha escutado “Love me do” ou “Please Please
Me“, dos Beatles, mas além de você ser uma incrível
exceção, ambos os hits citados foram os responsáveis
por tornar a Banda de Liverpool – uma cidade portuária
do condado de Merseyside, na Inglaterra – uma das
mais conhecidas e admiradas do mundo.
O sucesso que o quarteto formado por Paul
McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo
Starr fazia na Europa foi propagado nos Estados
Unidos, quando a música “I Want to Hold Your Hand”
conquistou a terra do Tio Sam.
Enquanto a América do Norte se rendia ao talento
dos meninos de Liverpool, na América do Sul, mais
especificamente na Ilha de Mosqueiro – localizada a
pouco mais de uma hora da capital do Estado do Pará,
Belém – um menino de 12 anos também escutou “I
Wanna Hold Your Hand” no rádio e se encantou. “Fiquei
em êxtase, jamais tinha escutado algo tão original e
impactante a nível sonoro e melódico”, relembra o
jornalista Edgar Augusto, hoje com 60 anos.
A admiração de Edgar pela Banda cresceu junto
Revista Alvo - Edição 10
com ele. Hoje, o jornalista se considera um fã dos
Beatles e até “beatlemaníaco” – caso você julgue,
assim, as pessoas que têm todos os discos oficiais
da Banda e mais um leque interminável de músicas
piratas. “Como jornalista musical me habituei aos
rótulos. Eles vão e depois desaparecem. Nada tenho
contra. Acho até que traduz uma época, mas que
ainda dispõe de espaço até os dias atuais”, comenta
sobre o título do qual não pode abster-se.
Se você, assim como o jornalista, gosta de Beatles
sabe que é difícil ser categórico e dizer: “A minha
música preferida dos Beatles é...”. Entretanto, ele conta
que no seu processo de descoberta, se impressionou
com os acordes em dissonante de “It Won’t Belong”,
do álbum “With the Beatles”. “As respostas de Paul e
George para o solo de John, a base do yeah yeah, eram
fantásticas”, explica, afirmando que é difícil dizer o que
mais lhe agrada na Banda, pois ora são as melodias
redondas, ora os acordes bem combinados, ora o
toque de sofisticação. “Eles sempre geraram tudo isso,
às vezes tenho até a pretensiosa ideia de supor que as
músicas foram feitas só pra mim”, declara Edgar.
Edgar Augusto Proença
Jornalista
... às vezes tenho até a pretensiosa
ideia de supor que as músicas
foram feitas só pra mim”
João Cardoso Souza
Empresário
Mesmo sem conhecimento musical
algum, o ritmo, a melodia, os
arranjos e harmonia do conjunto,
chamavam muito a minha atenção”
Revista Alvo - Edição 10
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Bar dos Amigos
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A música dos Beatles transita do protesto social
a temas como a amizade e você com certeza tem um
amigo, aquele com quem você pode contar, dividir seus
sonhos, fraquezas, alegrias. Mas será que você consegue
explicar o que sente por um amigo ou o que faria por ele?
A música “With a Little Help From My Friends”, do álbum
“Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” fala justamente
sobre isso. Nela, John Lennon e Paul McCartney cantam
que mesmo “cantando desafinado” ou “longe de seu
amor”, Ringo – que interpreta a canção – tem o apoio dos
amigos.
E foi com o apoio dos amigos que o empresário
João Cardoso Souza, 42, dono do bar “The Beatles”
montaria o seu negócio em homenagem à Banda. “A
princípio convidei alguns amigos e falei da ideia. Eles
acharam muito boa e hoje faz onze anos que tenho o
empreendimento”, comenta, dizendo que as pessoas
sentem necessidade de ter um espaço onde possam
ouvir as músicas do quarteto, logo, a aceitação foi grande.
João gosta de Beatles desde que tinha 17 anos. O
contato com os meninos de Liverpool começou em
1978, quando ele ia para a casa de dois amigos escutar
os discos de vinil e LP’s da Banda. “Lembro que ao
colocarem os discos pra rolar, minha paixão foi imediata.
Mesmo sem conhecimento musical algum, o ritmo, a
melodia, os arranjos e harmonia do conjunto, chamavam
muito a minha atenção”, destaca.
João é enfático ao dizer que quando uma pessoa
deixa apenas de admirar e torna-se fã, é muito difícil
evitar a comparação ou deixar de perceber a influência
dos Beatles nas bandas que surgiram posteriormente ao
grupo. “Nessa inevitável comparação é difícil encontrar
uma pessoa que não goste dos Beatles de verdade e não
diga que eles são a melhor banda do mundo”, afirma.
Entretanto, apesar de o empresário considerar os
Beatles a melhor banda existente, o bar é eclético e o
critério para que as músicas toquem no ambiente é,
exclusivamente, a qualidade. “Nunca digo que o bar é
dedicado aos Beatles. É claro que a razão de ele existir
é a Banda, mas outros músicos “tocam” no local, como
The Rolling Stones, Creedence, The Door, Bob Dylan, U2,
sem esquecer, claro, nossos grandes músicos nacionais”.
Contudo, peço desculpas em nome de todos os fãs das
outras bandas, mas os Beatles têm uma forma particular
de nos transportar para algum lugar do passado, onde
escutar, gritar ou dançar uma música não se detinha
ao simples ato em si. Cantar uma canção de protesto
era, literalmente, protestar. Dançar evocava todos os
sentimentos bons, que a década de 60 oferecia.
Hoje, o quarteto – infelizmente – se desfez, mas através
de bandas covers, bares e também de filmes, discos
e LP’s, você que é fã, ou não, pode voltar no tempo e
compartilhar a história de uma das bandas mais queridas
do mundo.
Se você gosta de Beatles e gostaria de conhecer um
pouco mais sobre a Banda e seus integrantes assista aos
filmes ao lado.
Revista Alvo - Edição 10
aos
Assista
filmes!
Os Reis do Iê Iê Iê
A Hard Day’s Night, Inglaterra 1964
Yellow Submarine
Inglaterra/EUA 1968
Let It Be
Inglaterra 1970
Febre de Juventude
I Wanna Hold Your Hand, EUA 1978
Os Cinco Rapazes de Liverpool
Inglaterra/Alemanha 1994
Across The Universe
EUA 2007
O Garoto de Liverpool
Inglaterra/Canadá 2009
Revista Alvo - Edição 10
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Turismo religioso atrai peregrinos
de todo o mundo à Fátima.
por Timóteo Lopes
Por ano, cerca de 5 milhões de católicos visitam o Santuário de
Fátima, em Portugal.
O
Santuário de Fátima, localizado na Cova da
Iria, perto de Ourém (distrito de Santarém), em
Portugal, é um dos templos religiosos mais visitados
de todo o mundo. Por ano, cerca de cinco milhões
de fiéis católicos passam pelo local. Estima-se que
só na peregrinação internacional do dia 13 de maio,
mais de 200 mil devotos e quase 35 mil peregrinos,
de 25 países, façam vigília no Santuário. Em Portugal,
o turismo religioso já se tornou um dos setores da
economia que mais crescem no país, com uma receita
anual estimada em 10% do movimento turístico total,
algo em torno de 700 milhões de euros. Dados da
Associação Mundial de Turismo revelam que o turismo
religioso movimenta cerca de 300 milhões de pessoas
todos os anos e gastos da ordem de 18 bilhões de
dólares.
Fátima é hoje um dos principais destinos do turismo
religioso na Europa. Segundo números do Santuário,
30
Revista Alvo - Edição 10
em 2010 foram celebradas cerca de sete mil missas,
que levaram mais de quatro milhões de fiéis ao templo
da Virgem. No ranking dos peregrinos estrangeiros, os
espanhóis aparecem em primeiro lugar, seguidos dos
italianos, norte-americanos e brasileiros.
Este ano, na tradicional procissão das velas (no dia
12 de maio) que antecede a missa internacional do
dia 13 de maio (dia da aparição da Virgem aos três
pastorinhos), cerca de 55 mil fiéis participaram da
peregrinação. Para o reitor do Santuário, nem mesmo
a crise econômica que atinge o país tem afastado os
devotos. “Mesmo com a crise em Portugal, os fiéis
continuam demonstrando seu amor e devoção à
Virgem”, afirma o padre Virgílio Antunes.
A aparição de Nossa Senhora de Fátima é um dos
poucos milagres reconhecidos pela Igreja Católica. No
dia 13 de maio de 1917 (ano da revolução soviética),
três pastorinhos - Lúcia de Jesus e os irmãos Jacinta
Revista Alvo - Edição 10
31
e Francisco Marto - tiveram o primeiro contato com
a Virgem, que lhes pediu que rezassem pela paz no
mundo e pelo fim da guerra. De acordo com a Igreja,
a Virgem revelou às crianças três segredos: a segunda
guerra mundial, a queda do comunismo e um atentado
que o Papa João Paulo II sofreria no dia 13 de maio
de 1981, na Praça de São Pedro, no Vaticano. As duas
primeiras mensagens foram reveladas em 1942. Já o
terceiro segredo só foi divulgado pela Igreja no ano de
2000.
O “Milagre do Sol”
No dia 13 de outubro de 1917, Lúcia, Jacinta e
Francisco relataram que a Virgem teria prometido
um milagre ao meio dia, na Cova da Iria (local das
aparições), para que todos pudessem acreditar nas
visões dos pastorinhos. Cerca de 70 mil pessoas
presenciaram após uma forte chuva, a formação de
uma auréola de luz que permaneceu girando em
torno do sol durante 10 minutos. O fenômeno ficou
conhecido como o ‘Milagre do Sol’.
De acordo com a Igreja, no total foram seis as
aparições da Virgem, entre 28 de abril e 15 de junho
de 1919. Numa delas, Nossa Senhora de Fátima
pediu aos pastorinhos para que fosse construída
uma capela de oração no local das aparições, que se
tornaria uma dos principais centros de peregrinação
católica do mundo. Francisco morreu em 1919, com
apenas 11 anos, vítima de problemas respiratórios.
Jacinta faleceu no ano seguinte, aos 9. Lúcia se tornou
religiosa e revelou os segredos de Fátima somente
ao Papa João Paulo II. A religiosa morreu no dia 13
de fevereiro de 2005, aos 97 anos. Francisco e Jacinta
foram beatificados pelo Papa João Paulo II, no ano de
2000, na última visita do Sumo Pontífice à Fátima.
Fé e devoção
O Santuário de Fátima tem uma área total duas
vezes maior que a Praça de São Pedro, no Vaticano, em
Roma. Um dos locais mais visitados pelos peregrinos,
além da Capelinha das Aparições, é a Basílica do
Rosário, onde estão os túmulos dos três pastorinhos.
O templo de pedra, em estilo neobarroco, mede 70,5
metros de comprimento e 37 de largura e começou
a ser construído em 1928, pelo arquiteto neerlandês
Gerard Van Kriecken. Uma coroa de bronze de sete mil
quilos, colocada no topo da torre de sinos de 65 metros
de altura, confere um ar imponente à construção, que
tem ainda, na fachada, anjos esculpidos em mármore
pelo escultor Albano França e um relógio criado pelo
artista português Bento Rodrigues.
Além da Capelinha das Aparições e da Basílica do
Rosário, a estátua do Papa João Paulo II, obra do artista
polonês Czeslaw Dzwigaj, também atrai milhares de
devotos ao Santuário de Fátima. “João Paulo II é um
santo. Tenho muita fé nele e em Nossa Senhora de
32
Revista Alvo - Edição 10
Cerca de 70 mil pessoas presenciaram ‘Milagre do Sol’ em 1917.
Irmã Lúcia, em um dos três encontros, com o Papa João Paulo II.
Fátima”, afirma a portuguesa Florinda Pereira. “Ele
foi muito importante para nós. Um exemplo para a
humanidade”, ressalta o italiano Euro Bardi.
No monumento em bronze de 3,5 metros de altura,
localizado no exterior da Praça Santuário, junto à
Igreja da Santíssima Trindade - a 4ª maior do mundo,
projetada pelo grego Alexandros Tombazis -, estão
gravadas as palavras que o Papa proferiu em sua
primeira visita à Fátima, no ano de 1982. Falecido em
2 de abril de 2005, João Paulo II foi beatificado por seu
sucessor, o Papa Bento XVI, no dia 1º de maio deste
ano, no Vaticano, o que aumentou consideravelmente
o número de visitas à estátua erigida em memória do
Pontífice, em Fátima.
Para o reitor do Santuário, os peregrinos tem uma
devoção muito grande por João Paulo II, assim como
ele tinha por Nossa Senhora de Fátima. “Nunca um
Papa tinha sido tão conhecido e tão amado. A Igreja
e o mundo tem muitas razões para agradecer a Deus
o dom de João Paulo II, um homem fiel a sua fé e
totalmente dedicado à humanidade. O seu respeito e
gratidão por Nossa Senhora tornaram o Santuário de
Fátima um dos mais importantes templos marianos do
mundo”, conclui o padre Virgílio Antunes.
Maiores informações
Acesse: www.santuario-fatima.pt
nogueira e lima
Revista Alvo - Edição 10
33
Dr. Luis Eduardo de Carvalho
Saúde
Médico
[email protected]
A saúde feminina e o câncer de colo de útero
N
a humilde pretensão de seguir a linha editorial
de meu amigo e professor, Dr. Dráuzio Varella,
com quem tive a alegria de reencontrar-lo mais uma
vez, em Chicago, discutirei, inaugurando minha coluna
nessa conceituada revista, um assunto especialmente
importante para as mulheres.
Ora leitor, falamos de um dos tipos de câncer
mais previsíveis de que se tem notícia e que oferece
maior chance para o doente, nesta queda de braço
que intermedio diariamente, em minha atividade
profissional.
Notadamente este mês, em que o Governo
Federal e a nossa presidente (insisto em falar como
antigamente, simplesmente pela falta de sonororidade
do termo presidenta) lançaram, em Manaus, um
programa federal de rastreamento e detecção precoce
do câncer de colo de útero, na tentativa de aproximar
os serviços de saúde preventiva da população. Atitude,
aliás, que deveria, em minha opinião, ser seguida por
outras especialidades.
O câncer de colo de útero coloca as mulheres do
Estado do Pará num recorde negativo, que há anos
tentamos afastar: uma das maiores incidências do
Brasil e uma indigesta posição entre os maiores do
planeta.
Apesar das recomendações oficiais, sugiro como
médico que as consultas ao ginecologista comecem
a partir do início da atividade sexual, não só para
prevenir o câncer, como também para manter e
orientar os pacientes sobre as condições hormonais e
outras patologias relacionadas ao aparelho reprodutor
feminino.
A importância do exame Papanicolau se fortalece
cada vez mais, devendo ser realizado em intervalos
regulares, dependendo dos resultados anteriores, de
acordo com critérios de seu médico assistente.
Em tempos de novos paradigmas, falando um
pouco sobre a tão comentada vacina contra a infecção
pelo HPV, que se dá invariavelmente no início da
atividade sexual, compartilho com você alguns pontos
importantes:
1)A vacina hoje aplicada somente no serviço
privado e com custo elevado previne a infecção por
alguns tipos de HPV, mas não por todos;
2)A vacina, ao menos em tese, já que este
assunto ainda é muito controverso e necessitamos
34
Revista Alvo - Edição 10
de dados mais maduros, não deve ser utilizada
somente por indivíduos (aqui incluo homens e
mulheres de 9 a 26 anos, conforme última aprovação
do FDA e da ANVISA) ainda sem infecção pelo HPV,
e sim por todos os individuos-alvo deste grupo,
uma vez que, novamente em tese, a vacina poderá
conferir proteção contra infecção por uma cepa
diferente, mesmo que o indiví duo já seja portador
de infecção por HPV em curso.
3) O mais importante: a vacina, por si só, NÃO
isenta a mulher de sua consulta anual com o
profissional especialista. Ou seja, justamente por
não contemplar todas as variantes do HPV, que
está diretamente envolvido na gênese do câncer de
colo de útero, não impede, de maneira nenhuma,
que uma pessoa imunizada venha a desenvolver
silenciosamente a doença, inclusive por outros
mecanismos carcinogênicos.
Como diariamente converso com meus pacientes,
ansiosos pela prevenção e por uma vida saudável,
a estratégia utilizada deve ser da vigilância e não da
hipocondríase.
Saúde não se faz somente de ausência da doença,
saúde é um estado de espírito. Saúde é estar bem
consigo mesmo, é praticar e desejar o bem, vibrar com
as vitórias coletivas em detrimento da individualização
cada vez maior do modo de vida. É, sobretudo, vida
saudável, alimentação, lazer, conhecimento, amor
e carinho. E aí? Quantos de nós estamos realmente
saudáveis?
Na próxima coluna elucidaremos as principais
dúvidas sobre câncer da próstata, provavelmente
o que mais assusta os homens em função do
aumento recente de sua incidência. Enviem seus
questionamentos por email e faremos deste espaço
um local de discussão informativa.
Dr. Luis Eduardo Werneck de Carvalho é
médico, membro efetivo da Sociedade Brasileira
de Cancerologia, membro da ESMO (European
Society of Medical Oncology), médico da
Clinica Oncológica /BRASIL, com Doutorado em
andamento em São Paulo/ FMABC. Atualmente,
dedica-se à pesquisa no campo da genética e
biologia molecular para prevenção do câncer.
Revista Alvo - Edição 10
35
Thiago Castanho encanta o país
com os sabores da Amazônia.
por Valena Oliveira
Foto Marcos Barbosa
O premiado chef paraense é considerado a atual revelação da
culinária brasileira.
N
ascido em uma família onde o amor pela comida
é compartilhado com pais e irmão, o chef Thiago
Castanho, 23 anos, percebeu logo que o seu caminho
seria trilhado na arte da gastronomia. Desde pequeno,
estava sempre na cozinha e gostava de fazer bolo e
pão. “Quando era criança dizia para a secretária que
trabalhava em casa de que forma queria a minha
comida”, afirma. Mas o que era diversão para todos,
acabou virando um negócio sério.
O pai saiu da empresa onde trabalhava em 2001
e resolveu praticar o que mais gostava na época:
cozinhar. Começou preparando pratos apenas para
amigos, que foram indicando o lugar para outras
pessoas e a casa acabou se transformando no
restaurante da família, o Remanso do Peixe.
O número de clientes aumentou bastante devido
ao sucesso dos pratos servidos. Com tanta gente
procurando o local, Thiago Castanho
teve que auxiliar a família no atendimento
aos clientes e anotava os pedidos. “Tinha
apenas 12 anos quando iniciamos o
restaurante. Chegava da escola e já ia
ajudar os meus pais. Confesso que não
era bom, até porque criança não gosta
de trabalhar. Fui obrigado no início, mas
agradeço a meu pai, pois isso fez muito
bem para o meu crescimento pessoal”, assegura.
A rotina do restaurante influenciou a vida do chef,
que passou a ler sobre gastronomia e vinhos. Chegou
a cursar por três meses Ciência da Computação, em
2005, mas percebeu que o seu interesse era maior
nos livros sobre culinária, que carregava junto consigo
quando ia para a faculdade.
Formação
36
A pesquisa pelo assunto ganhou proporções
ainda maiores, quando Thiago Castanho participou
do 6º Ver-o-Peso da Cozinha Paraense, idealizado
pelo falecido chef paraense Paulo Martins. Durante o
evento, conversou com profissionais de vários lugares
do Brasil, que o incentivaram a seguir a carreira. “Foi o
gatilho para ser um profissional e hoje sou apaixonado
por cozinha”.
Apoiado pelos pais, decidiu fazer o curso de
Revista Alvo - Edição 10
Gastronomia no Senac de Campos do Jordão (SP),
considerado o melhor do país pelos profissionais da
área. “Queria mudar a vida, mas não sabia como. E
uma das melhores formas era viajar. Desejava uma
vida nova e estava aberto para isso. Passei dois anos
estudando lá e me adaptei facilmente. Acho que, por
ser novo, a vontade de conhecer tudo era grande”,
explica.
Os dois anos de curso foram de total imersão e
aprendizado com professores e colegas de classe,
dos quais ganhou o apelido de “zen” por estar sempre
com um sorriso no rosto. “Felipe Oliveira foi um dos
que me ensinou muito sobre liderança e recursos
humanos. Ele já trabalhava como chef do Grand Hotel
de Campos do Jordão e era bem experiente”, destaca.
Surgiu então a oportunidade para Thiago Castanho
estagiar fora do país, em um dos restaurantes do
famoso chef português Vitor Sobral.
Ficou por seis meses atuando no
restaurante Terreiro do Paço, em Lisboa,
onde se encantou com a paixão das
pessoas pela boa comida e a valorização
da culinária tradicional de Portugal. “De
todas as experiências que tive fora do
Pará, acabei criando um conceito próprio
sobre a gastronomia. Acredito que as
pessoas inteligentes levam filosofia e os cozinheiros
copiadores só a receita. Prefiro a primeira”, avalia.
Regresso
A volta a Belém aconteceu em 2007, marcada por
uma readaptação um pouco conturbada para o chef
paraense. Havia perdido o contato com boa parte das
amizades na cidade e o próprio horário de trabalho no
restaurante dificultava os encontros. “O meu domingo
acaba sendo a segunda-feira. Hoje já lido melhor com
isso, mesmo tendo uma rotina bem diferente dos
amigos”, pondera.
As idas à feira do Ver-o-Peso entraram também para
o dia a dia do chef, que vai ao local frequentemente
e é recebido com festa pelos vendedores. “Costumo
comprar na barraca da Carmelita. Só ela comercializa
certas frutas que outras não têm. Já o Davi me vende
Perfil
Thiago
Castanho
Chef revelação pela revista Prazeres da Mesa
Chef do ano da Veja Belém
Revista Alvo - Edição 10
37
especiarias e o Cavalo fornece os peixes para o
restaurante”, comenta.
O Remanso do Peixe exige muita dedicação da
família, mas Thiago Castanho encontrou no tênis um
meio de aliviar um pouco da rotina do restaurante.
“É um esporte que exige concentração, o que me faz
tirar o pensamento do trabalho e ajuda a espairecer”,
explica. Fora do restaurante, o chef busca estar sempre
com os pais, principalmente nos almoços de segundafeira. “Apenas o meu irmão Felipe Castanho não está
participando desse momento em família, pois também
faz o curso de Gastronomia no Senac de Campos do
Jordão. Em breve, estaremos novamente reunidos, os
quatro e à frente do restaurante”, diz.
Reconhecimento
Thiago Castanho, recentemente, dividiu o Prêmio
Melhores do Ano Prazeres da Boa Mesa/Bohemia,
na categoria chef revelação 2011, com Ivo Lopes do
restaurante Due Cuochi de São Paulo. Além disso já
havia sido escolhido na mesma categoria pelo Guia
4 Rodas e o Remanso do Peixe considerado o melhor
restaurante da Região Norte pela publicação, neste
ano.
“Fiquei muito surpreso e feliz com os prêmios.
Quando a parede de um restaurante está limpa, sem
prêmios pendurados, o cliente não espera nada e
vem por indicação de alguém. Mas quando há uma
referência significante como esse, a cobrança é maior.
E os prêmios significam pra mim o reconhecimento
do meu trabalho, porém, trazem também mais
responsabilidade”, analisa.
Influências
38
Thiago Castanho se considera um cozinheiro
de terruá (de região), que adapta o conhecimento
adquirido com chefs de fora aos ingredientes locais.
A intenção do chef é renovar e deixar a culinária local
mais leve, mas sempre com bom senso e respeitando
a tradição. Tudo isso poderá ser experimentado no
restaurante que sua família irá inaugurar em Belém,
no segundo semestre. “O Remanso do Bosque será
voltado para cozinha brasileira, mas também com
muita coisa da nossa culinária”, anuncia.
Na opinião de Thiago, os segredos de um bom
chef são a humildade e a força de vontade, pois o
aprendizado é constante e consiste em fazer com
que uma receita fique ainda melhor. “A minha grande
influência no trabalho é o meu pai. Mas tem o chef Alex
Atala, proprietário do restaurante D.O.M, em São Paulo,
que me inspira do ponto de vista profissional e por ser
uma pessoa que pesquisa incessantemente, e o chef
português Vitor Sobral, com quem estagiei. Essas são
as minhas inspirações no momento”, ressalta.
Assim como Atala, o jovem chef paraense também
vem desenvolvendo pesquisas de ingredientes, com
ervas e as sementes aromáticas da Amazônia. Alguns
Revista Alvo - Edição 10
foram parar na cozinha. É o caso do cumaru, uma
semente aromática usada para perfumar gavetas.
“Seu cheiro é bem adocicado e lembra a baunilha.
Após estudos, criei a receita de pudim de cumaru com
tapioca caramelizada. Essa é uma das sobremesas
mais pedidas em nosso restaurante”, finaliza.
ecoforte
Revista Alvo - Edição 10
39
Estado do Pará
por Benigna Soares,
Thiago Figueiras e
Adna Figueira
Uma viagem apaixonante pelo
coração da Amazônia
A
Amazônia é, sem dúvida, um dos destinos mais desejados e
procurados do mundo. E no coração desse território-continente
está o Pará, estado que encanta pelas ricas manifestações culturais,
gastronomia exótica, belezas naturais e um vasto potencial que vem
sendo alvo de investimentos intensivos destinados a consolidar sua
vocação turística. Dos passeios indispensáveis pelos pontos turísticos
da capital, Belém, porta de entrada da ‘Metrópole da Amazônia’, aos
tours programados ao gosto do cliente – ecológico, de aventura,
esportivo, religioso, gastronômico – são muitos os atrativos que tornam
o Pará um roteiro inesquecível.
Formado por 143 municípios, o Estado tem seis polos turísticos:
Marajó, Tapajós, Amazônia Atlântica, Araguaia-Tocantins e Xingu.
Polo Tapajós
No pólo Tapajós, o município de Santarém se destaca pelas belezas
naturais, o artesanato, a gastronomia baseada no pescado de água
doce e uma excelente estrutura hoteleira. Da orla da cidade vê-se o
fascinante encontro das águas do rio Tapajós com o Amazonas. Há 38
quilômetros dali está a vila de Alter-do-Chão, balneário margeado por
praias de águas em tom verde-esmeralda que lhe renderam o título de
“Caribe brasileiro”. Em setembro, quando as águas baixam e revelam
belas praias de água doce, a vila é invadida por centenas de turistas
que vem prestigiar o Sairé, principal manifestação cultural local.
Como chegar:
A viagem de barco entre Belém e Santarém dura dois dias e é uma
verdadeira aventura. As empresas aéreas oferecem vôos diários, são
980 km em linha reta. Chegando em Santarém, Alter do Chão está
situada aproximadamente 38 km, com ligação por estrada de asfalto.
Onde Ficar:
Beloalter Hotel
Contato: (93) 3527-1230 / 9131-7677
http://www.beloalter.com.br/
Hotel Mirante da Ilha
Contato: (93) 3527-1110 / 3527-1268
www.hotelmirantedailha.com.br
40
Revista Alvo - Edição 10
Foto Geraldo Ramos
Capa
41
Alter
doAlvo
Chão
- Santarém
Revista
- Edição
10
Foto Israel Pegado
Foto Paulo Santos
Mangal das Garças
42
Revista Alvo - Edição 10
Ilha de Algodoal
Foto Jean Barbosa
Capa
Polo Belém
Com quase 400 anos, Belém é marcada por forte hibridez cultural
e arquitetônica. No centro histórico, o antigo e o novo convivem
harmoniosamente nos casarios e monumentos revitalizados, herança
da colonização portuguesa. Aí estão também o Complexo Feliz
Lusitânia (que reúne a Catedral da Sé, Museu de Arte Sacra e Forte
do Presépio), o Complexo Ver-o-Peso e a Estação das Docas. Quem
vem à capital paraense não pode deixar de conhecer, ainda, espaços
como a Basílica de Nazaré, Theatro da Paz, Mangal das Garças, Pólo
Joalheiro, Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves, Museu Paraense
Emílio Goeldi e o Bioparque Amazônia. No entorno da cidade, mais
de 70 ilhas oferecem ao visitante a oportunidade de vivenciar o
cotidiano ribeirinho das comunidades tradicionais. E ainda na região
metropolitana, os balneários de Mosqueiro, Outeiro e Cotijuba, muito
procurados por veranistas.
Complexo Feliz Lusitânia
Foto Luiz Braga
Polo Amazônia Atlântica
Localizado na “Zona do Salgado”, ao nordeste do Pará, o polo
Amazônia Atlântica oferece cultura, folclore e belíssimas praias, como
Salinópolis, Marapanim, Ajuruteua e Algodoal. É também rota do turismo
religioso e de lazer, atraindo milhares de pessoas aos municípios de
Vigia – onde acontecem o Círio de Nossa Senhora de Nazaré de Vigia
e o famoso carnaval - e Bragança – que sedia a tradicional Festa de
São Benedito e a Marujada, ritual que deu origem a um dos ritmos
mais marcantes dessa parte do Estado: o “retumbão”. Ainda na Zona
do Salgado, outro ritmo marca fortemente as manifestações culturais:
o carimbó de Marapanim. Eventos que também vem ganhando cada
vez mais adeptos são o desfile do bloco Pretinhos do Mangue, em
Curuçá e o boi de máscaras de São Caetano de Odivelas, que reúne
personagens caricatos como os ‘mascarados’, os ‘cabeçudos’ e o ‘Boi
Tinga’.
Como chegar:
O Trajeto de Belém à Marudá é de 163 quilômetros pelas rodovias
BR-316, PA-136 e PA-318 (todas em bom estado de conservação) até
o porto. De lá, toma-se um barco que leva cerca de 40 minutos para
chegar à ilha.
Onde Ficar:
Pousada Mythologia
Contato: (091) 3854-1118 / 8127-6447
www.pousadamitologia.com
Praia do Ataláia - Salinópolis
Revista Alvo - Edição 10
43
Polo Marajó
O porto de Camará, em Salvaterra, é a porta de entrada para
uma das mais belas regiões do Estado. O arquipélago do Marajó é
composto por aproximadamente três mil ilhotas distribuídas por mais
de 50 mil km², banhadas pelo oceano Atlântico e pelos rios Amazonas
e Pará. Aqui, o visitante encontra um roteiro completo que satisfaz
tanto a quem busca pelo lazer quanto por relaxamento. São dezenas
de praias de águas mornas, como a do Pesqueiro, em Soure - onde
é possível fazer trilhas no mangue, passeios de canoa - e muitas vilas
acolhedoras onde se encontra a tradicional cerâmica marajoara e os
produtos feitos a partir da carne, couro e leite do búfalo, animal que
também serve de montaria para a polícia local.
Como chegar:
Por via fluvial o percurso é de 3 horas, com saídas diárias do Porto
em Belém. É possível chegar também por aviões mono e bimotores
fretados.
Onde Ficar:
Pousada Ponta de Pedras
Contato: (93) 9123 0789 / 8111- 6856
http://www.pousadapontadepedras.com.br
Polo Araguaia Tocantins
O pólo Araguaia Tocantins é formado por 52 municípios localizados,
em sua maioria, às proximidades dos rios Araguaia e Tocantins, a
exemplo de Marabá, que em meados de junho revela praias como as
do Tucunaré e do Geladinho, acessíveis e ideais para quem gosta de
sol e água doce. Já em Tucuruí a pesca esportiva é o grande atrativo
e vários lagos oferecem opções para essa prática. O turismo histórico
é alternativa em Conceição do Araguaia, onde é possível conhecer o
cenário da “Guerrilha do Araguaia”.
Como chegar:
O Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas fica no município
de São Geraldo do Araguaia à 650 Km de Belém. O deslocamento
pode ser realizado por via rodoviária ou aérea até Marabá e depois
mais um trajeto de aproximadamente 160 km que só pode ser feito
por via terrestre.
Onde Ficar:
Hotel Cidade
Contato: (94) 3331-1588 / 3331-1588
Polo Xingu
Com cenários intocados pelo homem, rios sinuosos e selva
fechada,o polo Xingu oferece um excelente ambiente para aqueles
que gostam de se aventurar em rallys ou querem um contato maior
com a natureza. Altamira, maior município em extensão do mundo,
é referência na pesca esportiva e guarda riquezas arqueológicas.
Concentra também as maiores reservas indígenas do Estado,
além das florestas nacionais (Flonas) e outras áreas de proteção e
conservação ambiental, que guardam cachoeiras, corredeiras e lagos
de águas claras.
Maiores informações:
http://www.paraturismo.pa.gov.br
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Revista Alvo - Edição 10
Foto Ana Mokarze
Foto Jean Barbosa
Capa
Praia das Mangabeiras - Ponta de Pedras
Foto João Ramid
Foto Octavio Cardoso
Búfalos da Ilha do Marajó
Foto Hely Pamplona
Cachoeira do Arari - Serra das Andorinhas
Foto Luiz Braga
Praia de Rio - Marabá
Pesca esportiva - Rio Xingu
Revista Alvo - Edição 10
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O melhor amigo da segurança
por Thiago Melo
Foto Marcos Barbosa
Cães de guarda voltam ao trabalho nos
condomínios da capital
46
Hoje em dia, além de todos esses modernos
instrumentos de segurança: alarmes eletrônicos,
câmeras digitais ou cercas elétricas, os condomínios
estão voltando a utilizar cães de guarda para
combater assaltantes cada vez mais ousados e bem
menos ingênuos que os de antigamente. Doberman,
rottweiler, pastor, dogue alemão e fila brasileiro
são algumas das raças mais procuradas em vários
estados do País na tentativa de manter os criminosos
afastados dos grandes condomínios.
Em Belém, esse tipo de segurança voltou a ser uma
realidade nos condomínios. Segundo o empresário e
consultor em segurança Lauro Casagrande, a procura
por cães de guarda está cada vez maior na capital.
Grande parte das solicitações vem de prédios dos
bairros nobres da cidade, como Umarizal e Nazaré. A
aposta agora é nos cães.
“Este tipo de serviço já é bastante utilizado em outros
estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
Nesses locais, a segurança armada nos condomínios
deu lugar à presença do cão”, afirma Lauro, explicando
de que forma a segurança feita por cachorros é mais
eficiente e barata, em relação à feita por seguranças
armados.
De acordo com ele, a maioria dos guardas não
possui experiência prática de combate e durante uma
abordagem a tendência é que eles sejam rendidos
pelos bandidos. Além disso, Lauro ressalta que a
manutenção de um guarda tem um custo alto. Já na
segurança com cães, o custo cai quase pela metade
e a garantia de segurança é maior, pois o animal é
adestrado e treinado para ficar o tempo todo em alerta.
Junto com ele fica um segurança, também treinado,
para comandar o cão, além de ter posse de armas não
letais, como spray de pimenta, por exemplo.
Segundo Casagrande, a presença de cães de
guarda reduz em cerca de 50% as tentativas de
invasão em condomínios residenciais. Na opinião do
consultor, porém, a grande vantagem do animal é
substituir a arma do vigia. “Um bandido dificilmente
consegue dominar um cão adestrado para segurança”,
acrescenta.
Síndico de um condomínio de luxo no Umarizal,
João Pires acredita que o cão de guarda tem um
potencial maior na segurança do prédio onde vive. “O
Revista Alvo - Edição 10
Revista Alvo - Edição 10
47
cachorro transmite mais segurança em função de não
haver uma arma de fogo com o vigilante. O treinamento
dos guardas armados não é confiável”, enfatiza,
lembrando um incidente ocorrido em um banco de
Belém, onde um guarda, durante o carregamento do
caixa eletrônico, sem querer disparou a arma que
empunhava.
Apesar de todas as vantagens que o cão de
SEGURANÇA COM CACHORRO
SEGURANÇA SEM CACHORRO
CUSTO
Mais barato 30%.
Custo operacional mais elevado.
ALERTA
Cães adestrados ficam em permanente
atenção durante o turno.
Vigilante pode se distrair e perder o
foco do trabalho.
Efeito psicológico é muito maior.
O bandido pode estar armado.
Dificulta abordagem do criminoso.
Facilidade de aproximação do bandido.
Por causa da intimidação do cão, o
vigilante consegue fazer uma ronda.
O vigilante pode ser rendido e se tornar
um refém.
INTIMIDAÇÃO
RENDIÇÃO
RONDA OSTENSIVA
EXTERNA
48
guarda oferece, Lauro lembra que quanto mais
aparatos, maior a segurança. “É preciso desenvolver
uma tática de segurança para cada local e assim,
verificar os melhores sistemas, sejam eles eletrônicos
ou não”, afirmou. Com os cães de volta ao trabalho
na segurança, as câmeras, cercas elétricas e outros
dispositivos tendem a ficar em segundo plano.
Revista Alvo - Edição 10
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Os melhores restaurantes do Pará estão aqui
Revista Alvo - Edição 10
Anuncie seu restaurante. Ligue: (91) 8277 1458 / (91)
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49
Oberdan Pinheiro Duarte
Economista
[email protected]
Em números
Divisão do Pará, a quem interessa?
A
divisão do Estado do Pará, nunca tão
evidenciada, é um assunto da mais alta
relevância, uma vez que se tornará, caso a separação
realmente aconteça, um marco histórico tanto para
aqueles que são pró (separatistas) quanto para os que
são contra (situacionistas) à ideia.
Antes de abordarmos o assunto propriamente dito,
vale destacar, com base em fontes oficiais, alguns
dados a respeito do Estado do Pará, da forma em que
se encontra atualmente:
1- É a 2ª maior unidade federativa do Brasil em
extensão territorial, com 1.247 milhões de km², com uma
população de 7,5 milhões de habitantes distribuídos
em 143 municípios, segundo IBGE.
2- Contribui com aproximadamente 2% na formação
do PIB. Em 2010 esse indicador foi na ordem de R$ 70,3
bilhões, representando um per capita por volta de
R$ 9.273,00/ano.
3- Sua balança comercial em 2010 gerou superávit de
US$ 4,396 milhões.
4- As exportações estão assim distribuídas:
a) Recursos naturais não renováveis (principalmente
minério de ferro) - 77%,
b) Madeira e celulose - 17%,
c) Demais produtos - 6%.
50
Pelos dados acima, concluí-se que o Pará é um
grande produtor e exportador de commodities –
mercadoria, em inglês. Se por um lado o Estado
se beneficia do comércio destas mercadorias, por
outro se torna dependente dos preços estabelecidos
internacionalmente. Vale ressaltar que a região
produtora dessas riquezas está localizada na porção
sul e sudeste da atual área do Pará. Portanto, se a
divisão se concretizar, passará a pertencer ao Estado
do Carajás.
Esse pleito não é de hoje. Há muito que a divisão
do Estado do Pará é almejada e defendida pelos
habitantes das regiões oeste e sudeste sob os mais
diversos argumentos que são, na ótica de seus
defensores, pertinentes, fundamentados e justos. É
justamente sob a égide desses argumentos que foi
aprovado na Câmara, o plebiscito com a finalidade de
legitimar, através do voto popular, a criação ou não de
mais dois Estados: Carajás e Tapajós.
O plebiscito para criação do Estado do Carajás já
foi promulgado. Quanto ao Estado do Tapajós, embora
aprovado pelo Senado, o projeto ainda depende de
Revista Alvo - Edição 10
promulgação. A ideia dos defensores da divisão do
Pará, em mais dois Estados, é juntar as duas propostas
em apenas um plebiscito, que será realizado pelo
TRE-PA, num período de até seis meses a contar da
promulgação.
Se confirmada a divisão os novos Estados ficarão
da seguinte maneira:
Habitantes
Estado
Área Territorial (%)
Municípios
Tapajós
58
27
1,2
Carajás
25
39
1,6
Pará
17
77
4,6
(milhões)
Os opositores argumentam que essa divisão
demandará gastos desnecessários à União e que
não passa de uma estratégica política dos partidos e
líderes das duas regiões, pois mais três novos cargos
de senadores, oito deputados federais, 24 deputados
estaduais deverão ser criados para cada um desses
novos Estados, além de ambos requererem mais dois
governadores e dois vice-governadores, sem contar
as centenas de cargos públicos que serão criados
para atender a demandas dos poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário.
Outro argumento negativo alegado pelos contrários
a divisão do Estado, refere-se a economia das
possíveis novas unidades federativas, haja vista que
a região do Tapajós possui vasta área de floresta e
seu desmatamento é proibido, o que engessa a sua
exploração com fins econômicos. Há também diversas
reservas indígenas e grandes áreas de preservação
ambiental. Nesta condição, o Estado do Tapajós
dependeria da ajuda federal para arcar com a nova
estrutura administrativa que seria instalada.
Os defensores da divisão, contrapondo-se a
alegação de que o novo Estado do Tapajós seria
economicamente inviável, argumentam que a
região, por possuir vasta extensão territorial e terras
férteis, é provida de um grande potencial econômico,
fomentado através da expansão da fronteira agrícola.
A divisão de um Estado, a exemplo de Mato Grosso
e Goiás, envolve uma série de interesses - seja
sentimental ou de cunho político, social, econômico,
financeiro e tantos outros mais - e invariavelmente
resulta em benefícios para uns e não tanto para outros.
Com o Estado do Pará, caso se concretize sua divisão
e a criação desses dois Estados, certamente não será
diferente. Muita água ainda vai rolar...
Vero
Revista Alvo - Edição 10
51
Gui Sampaio
www.guisampaio.com.br
@guisampaiocom
Conectado
22
01
02
03
04
05
06
07
01. Nilson Chaves e Chimbinha - 02. Renata Gemaque - 03. Miriam Portugal - 04. Gabriela Pinheiro, Ademar Neto e Ronaldo
Porto - 05. Elvira e Jorge Portugal - 06. Arthur Vieira, Tathiana Martins, Vania e Alipio Martins - 07. Pedro Dias e Frederico Esteves
08. Milene, Neguinho da Beija-flor e Farid - 09. Luciana Sales, Juliana Sales e Carina Serruya - 10. Juliana Sales e Igor Castro
11. Lucio e Patricia Colares - 12. Sabrina e Paulo Gomes - 13. Ricardo e Marcele Santos - 14. Vanessa Cei e Cynthia Soares - 15.
Jeferson Hoenich, Willyane Araújo, Rodrigo Bendelack e Nadila Karime - 16. Alessandra Vianna e Tom Portela.
52
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09
08
10
11
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13
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15
16
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Guilherme Mendes
Jornalista
Muito Particular
[email protected]
Qual o valor da dignidade?
T
odos os dias dona Francisca chega em casa com
uma reclamação. São os bancos quebrados,
fiação exposta, superlotação, o calor durante o trajeto
e como se isso não fosse o suficiente, também da
falta de respeito e educação dos
funcionários das empresas de
transporte coletivo. Moradora do
bairro das Águas Lindas, aos 43 anos
a empregada doméstica precisa
pegar, em média, quatro ônibus por
dia. São dois de manhã, na ida para
o trabalho, e dois à tarde, para voltar
pra casa.
Até o dia 16 de maio ela tinha
uma despesa diária de R$ 7,40. Pode
parecer pouco, mas multiplicando
este valor por todos os dias em que
precisa sair para trabalhar, ao final
do mês esse montante chega a R$
222,00, mais de um terço do salário
mensal, de seiscentos reais. Desde
a data referida, quando foi publicado
em Diário Oficial o reajuste da tarifa,
as despesas de Francisca, como as
de milhares de outros trabalhadores,
aumentaram. Porém, as condições
do transporte público continuam as
mesmas.
Vamos deixar isso um pouco de
lado. Primeiro vamos falar sobre o
valor da passagem. O aumento para
R$ 2,00 foi autorizado após um estudo
feito pela Companhia de Transportes
de do Município de Belém (CTBel),
aprovado pelo prefeito Duciomar
Costa (PTB). Antes disso a CTBel
já havia recusado a proposta feita
pelo Sindicato das Empresas de
Transportes de Belém (Setransbel),
que apontava para um valor ainda
mais alto, de R$ 2,21. O problema
todo é que a nova tarifa vinha sendo
cobrada apenas pelas empresas com sede em Belém,
já que as concessionárias das linhas que circulavam
em Ananindeua não foram autorizadas a acatar a
54
Revista Alvo - Edição 10
decisão, pois a prefeitura do município argumentava
não ter sido consultada para a elaboração da nova
tabela.
Na prática, o que ocorria é que os passageiros
que tomassem um ônibus em
qualquer ponto do município vizinho
precisariam pagar apenas R$ 1,85.
Mas se apanhassem o mesmo
ônibus em um perímetro localizado
dentro dos limites da capital já seria
cobrada a tarifa vigente, de R$ 2,00.
Com isso, muitos usuários dos
coletivos acabavam se amontoando
no espaço que precede as catracas,
para economizar os R$ 0,15 da
diferença e só passavam a roleta
quando o ônibus ultrapassava aos
limites municipais.
Esse imbróglio só terminou com
uma liminar expedida pelo juiz da
1ª Vara da Fazenda Pública de
Belém, Elder Lisboa Ferreira da
Costa, que classificou a situação
como “vexatória”. A decisão obrigou
as empresas de transporte a
retomarem o preço antigo, mas
apenas enquanto os dois municípios
chegassem a um acordo.
O engraçado de toda esta história
é que no final, conversando com
dona Francisca, minha diarista, ela
disse que não ligava se o valor da
passagem fosse de dois reais, desde
que os veículos fossem novos,
tivessem qualidade e todos os
motoristas e cobradores passassem
por cursos de capacitação. Ela,
assim como eu, concorda que não
há nada de errado em pagar um
valor justo, desde que se tenha um
atendimento de qualidade. O que
não se pode é continuar com todos
estes problemas, e dia após dia chegar exausto ao
trabalho. Senhores empresários, lembrem-se sempre:
“Respeito é bom e com certeza todo mundo gosta”.
Colares Empreendimentos
premia o Proprietário e Inquilino
Nota
10
N
Proprietários Nota 10
Danniely, Jaci, Eliete e José Colares Filho
O casal José Colares e Eliete e
José Torres Brito
o dia 25 de maio a Colares Empreendimentos
homenageou os vencedores da 3ª edição
do “Proprietário e Inquilino Nota 10”. A premiação
aconteceu na sede da empresa com a presença de
clientes e de Jaci Colares, presidente do Conselho
Regional de Corretores de Imóveis (Creci-PA/AP).
Foram selecionados 10 Proprietários e 10 Inquilinos diante de uma gama de clientes. Todos os premiados estão com a Colares Empreendimentos há mais de
10 anos e nunca atrasaram o pagamento de suas mensalidades, estão com o condomínio e impostos em dia e
também conservam os imóveis.
Durante a solenidade um cliente foi duplamente
premiado, como Proprietário e Inquilino nota 10.
José Torres Brito é cliente da Colares há uma década.
“A confiabilidade que o Grupo Colares passa a seus
clientes me faz inquilino e proprietário nesta empresa há tanto tempo. Pode ter certeza que todas as
pessoas que recebem consultoria pela Colares saem
felizes por que eles trabalham com muita seriedade”,
finaliza José Torres Brito.
Inquilinos Nota 10
Nota
10
Equipe da Colares
Eliete e José Colares Filho
Equipe da Colares
10 proprietários e 10 inquilinos Nota 10
Os vencedores ganharam:
Proprietários Nota 10 - Não seráo cobrados da taxa de 10% de administração, durante o período de 10 meses;
Inquilinos Nota 10 - Ganharam 10% de desconto durante 10 meses.
Danniely Colares
A
A 4ª edição promete mais prêmios e se
você não quiser ficar de fora, faça parte
da família Colares e entre em contato
com um de nossos corretores.
jovem advogada e diretora de relacionamento da Colares Construtora
Incorporadora, Danniely Colares, assim como os pais Eliete e José Colares Filho,
ama trabalhar nos negócios da família. Durante a premiação dos proprietários e
Inquilinos Nota 10 (25/05), a jovem aproveitou para comemorar ao lado da família e
amigos mais um aniversário.
Serviço:
Colares Empreendimentos
Rua dos Pariquis, 3123 – Belém - PA
Informações: (91) 4008-6100 / (91)3249-6100 / Fone-fax: (91)3249-4140
[email protected] / www.colaresimoveis.com.br
Revista Alvo - Edição 10
55
por Thiago Melo
Foto Marcos Barbosa
Clicar e Pechinchar
Nova febre da internet, a compra coletiva, oferece descontos
atraentes e busca agradar empresários e consumidores.
Q
uem nunca fez uma compra sem pensar muito,
apenas para aproveitar um bom desconto? A
mais nova modalidade de oferta de produtos e
serviços pela internet, conhecida como compra
coletiva ou clube de compras, é a prova de que
aproveitar promoções e pechinchas é praticamente
irresistível. Ao vender por R$ 9,90 um prato de
estrogonofe de filé mignon que custa originalmente
R$ 25,40, por exemplo, um badalado restaurante de
Belém conquistava, em pouco mais de 24 horas,
mais de 1.500 consumidores. Bom para o cliente,
que paga mais barato, e para o empresário, que
investe em uma propaganda alternativa, mas que
funciona: a do boca a boca.
Um negócio que começou em 2008, nos
Estados Unidos, e está ganhando o mundo, este
tipo de venda baseada no conceito de oferecer
preço muito menor para ganhar no volume de
compradores pegou o internauta brasileiro, e
mais recentemente o paraense. Charles Paixão,
coordenador comercial de um grande site nacional
de compra coletiva, explica que essas páginas
são uma oportunidade para consumidores que
desejam produtos e serviços que até então não
conheciam ou acreditavam ser caros. “É uma forma
de conhecer novos estabelecimentos na sua cidade
– restaurantes, spas, hotéis e teatros, entre outros.
Os descontos, que podem chegar até 90%, servem
como incentivo para que os clientes experimentem
novos produtos, serviços e atividades”.
56
Revista Alvo - Edição 10
Experimentar. É o que tem feito a analista de
sistemas Renata Cardoso nos últimos meses.
Desde o surgimento do primeiro site de compra
coletiva na capital paraense, ela já adquiriu mais de
20 promoções. “Comprei desde pacotes em centros
de estética, com tratamentos faciais e corporais,
até um pacote de cinco dias em uma pousada no
Ceará”, revela a analista, que criou uma agenda para
não perder o prazo e usufruir das suas compras.
Renata, que já comprou também pacotes em
uma academia, lavagens de carro e jantares em
restaurantes, diz que os sites são uma boa forma
de os clientes conhecerem os estabelecimentos
e os serviços que eles oferecem, podendo assim,
voltar novamente, mas pagando o preço normal do
estabelecimento.
Assim como a analista de sistema, o publicitário
Yan Fernandes também aderiu à febre do consumo
coletivo. Por meio das redes sociais da internet ele
conheceu o serviço e hoje em dia está cadastrado
em quatro sites. “Eu já comprei assinatura de
revistas, jantares, lanches e até uma partida de
paintball para mim e os meus amigos”, conta. O que
mais impressiona o publicitário nesta modalidade
de compra são os descontos oferecidos. “As
promoções que chegam ao e-mail chamam mais
atenção do que o próprio produto ou serviço em si”,
assegura Yan. Ele confessa que embora o produto
possa não ser atraente pra ele, como uma sessão
em um centro de estética, a queda de preço lhe atrai
bastante.
Quanto maior o desconto, mais clientes
Comprando com a razão, e não com a emoção
Além de oferecer oportunidades aos usuários, com
super descontos, os sites de compra coletiva buscam
incentivar o fluxo de clientes nos empreendimentos que
anunciam promoções. Funciona assim: o empresário
anuncia no site uma grande promoção, com desconto
de 60% a 90%. O site, por sua vez, encaminha esta
promoção para todos os seus internautas cadastrados.
A aposta é que o desconto incentive o cliente a comprar,
mesmo que seja por impulso (o que acontece na maioria
das vezes).
Partindo deste princípio, os especialistas em compra
coletiva afirmam que quanto maior o desconto, maiores
são as chances de movimentar o negócio com um bom
fluxo de clientes. Flávio Ferreira, representante do primeiro
site de compra coletiva de Belém, ressalta que esta é uma
forma de publicidade para o empreendimento. “O site
funciona como uma grande ferramenta de publicidade
para as empresas. Uma vez que o cliente conhece o
produto, geralmente se torna cliente”, enfatiza Ferreira.
Para ele, as promoções beneficiam principalmente o
cliente, que tem a oportunidade de consumir produtos
de qualidade a um baixo custo. “O consumidor é quem
mais ganha nessa modalidade de venda. Mas nós,
empresários, também lucramos com a conquista de
novos clientes. Para isso é imprescindível atendê-los
bem”, reforçou.
Além de ter descontos “imperdíveis”, aos olhos
dos clientes, os sites de compra coletiva mexem com
um fator que é fundamental na hora da aquisição do
produto ou serviço: o tempo. O relógio está correndo e o
consumidor faz a compra por impulso. Muitas vezes, ele
não precisa tanto daquilo que está levando, mas compra.
A promoção está lá, vai durar muito pouco e, na dúvida,
muitos escolhem aproveitar.
A psicóloga e professora da Universidade da
Amazônia, Ana Cristina França, explica que há vários
fatores que influenciam o consumidor a efetuar uma
compra. Mas no caso dos sites de compra coletiva, o
principal é a emoção. “Apesar de nos considerarmos
seres racionais, somos movidos pela emoção, pelos
sentimentos, e comprar aumenta a sensação de prazer
e felicidade, pois aumenta os neurotransmissores do
prazer, como a serotonina e a dopamina”.
De acordo com Ana, que é mestre em Psicologia, as
pessoas acabam comprando coisas que não precisam.
Yan Fernandes
Revista Alvo - Edição 10
57
“São produtos ou serviços que satisfazem desejos e nem
sempre as necessidades. Ou seja, as pessoas compram
pelo valor simbólico agregado ao produto, e não pelo valor
funcional. É simples assim: uma mulher compra em um
destes sites um tratamento anti-ruga, mas na cabeça dela
não é um simples tratamento o que ela está adquirindo,
mas a juventude e a beleza”, pontua a psicóloga.
Desta forma, a compra realizada pela maioria dos
consumidores nos sites é impulsiva, pois são movidas pela
emoção e não atendem as necessidades reais do indivíduo.
Ana faz um alerta para que a compra não se transforme
em algo frustrante. “devemos aproveitar esses descontos
racionalmente, comprando comedidamente, com uma
freqüência que não atrapalhe as tarefas do dia a dia e as
responsabilidades financeiras”. Pensando assim, já dá para
imaginar um descontão em um bom restaurante, já que a
regra é aproveitar e não comprometer o bolso com coisas
“supérfluas”, não é?
Comprei desde pacotes
em centros de estética, com
tratamentos faciais e corporais, até
um pacote de cinco dias em uma
pousada no Ceará”.
Renata Cardoso
Os descontos, que podem chegar
até 90%, servem como incentivo
para que os clientes experimentem
novos produtos, serviços e
atividades”.
Charles Paixão
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Revista Alvo - Edição 10
O site funciona como uma
grande ferramenta de publicidade
para as empresas.
Flávio Ferreira
Revista Alvo - Edição 10
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XXVIII Congresso da Associação
Brasileira de Jornalistas de Turismo
Participe e descubra por que o Pará é A Obra-Prima da Amazônia!
ABRAJET
A ABRAJET é uma entidade fundada há mais de 50
anos no Rio de Janeiro e que tem representação em
todas as capitais brasileiras. No Pará foi fundada em
fevereiro de 2006 e iniciou seus trabalhos oficialmente
em junho do mesmo ano, por ocasião da Feira
Internacional de Turismo da Amazônia (FITA). No
Pará é realizadora, em parceria com a Companhia
Paraense de Turismo (Paratur), do I Prêmio de
Jornalismo em Turismo “Comendador Marques dos
Reis. A entidade tem representação no Conselho
Municipal de Turismo de Belém (Comtur), Fórum
Estadual de Desenvolvimento Turístico do Estado do
Pará (Fomentur). A AbrajetNacional integra o Conselho
Nacional de Turismo (CNT), ligado ao Ministério do
Turismo.
CONGRESSO
60
O XXVIII Congresso da Associação Brasileira de
Jornalistas de Turismo (Abrajet), acontece de 22 a 27
de setembro de 2011. É uma oportunidade única para
os profissionais de comunicação, turismo e outras
áreas que desejam conhecer o Pará, um dos destinos
turísticos mais procurados do mundo. Oportunidade
Revista Alvo - Edição 10
também ao Pará, que vai receber cerca de 250
formadores de opinião, em busca de pautas positivas
sobre o turismo: gastronomia, eventos, cultura,
artesanato, negócios, economia e outros assuntos vão
garantir ao Pará ampla divulgação simultânea em todo
o Brasil, Portugal, França, Guiana Francesa, Suriname,
e outros países convidados.
TEMA
O XXVIII Congresso da Abrajet terá como tema “O
legado turístico dos megaeventos esportivos” e “A
importância das mídias sociais para o turismo”.
O evento vai ter sabor, aroma e o colorido da Amazônia.
Participe!
QUANDO
O Congresso acontece 22 e 23 de setembro, no
Hangar-Centro de Convenções e Feiras da Amazônia,
de 24 a 26 com press trip em municípios paraenses
e dia 27, Dia Mundial do Turismo, em Belém. Os
participantes vão ter uma oportunidade impar de
conhecer os principais roteiros turísticos do Pará:
Belém, Marajó, Amazônia Atlântica, Araguaia Tocantins
e muito mais.
PROGRAMAÇÃO
Dia 22 - Hangar - Centro de Convenções e Feiras da
Amazônia.
20h00 - Jantar de Abertura com: Desfile de Jóias do Pará,
Show de Carimbó de Marapanim, Auto do Círio, Exposição
de Mantos do Círio.
Dia 23 - Palestras - Hangar - Centro de Convenções e Feiras
da Amazônia.
9h00 - “Legado Turísticos dos Megaeventos Esportivos”.
Debates, exposições, oficinas
14h00 - “A Importância das Mídias Sociais para o Turismo”.
Debates, exposições, oficinas
Pólo Tapajós
• Visitação ao município de Santarém + Vila de Alter do
Chão – 25 vagas
Inclui hotel, transfer, programações sociais, guia.
Obs: este press trip não inclui o bilhete aéreo BelémSantarém-Belém. Somente para quem se dispor a
comprar o bilhete aéreo.
Pólo Amazônia Atlântica (Tracuateua)
• Visitação à Fazenda Hotel Vitória - 25 vagas)
• Visitação ao município de Salinas para pesca esportivas
e praia oceânica (25 vagas)
Inclui hotel, transfer, programações sociais e guia.
Pólo Belém
• City tour, river tour, passeio em ilhas próximas à Belém
(Outeiro, Mosqueiro e Cotijuba), compras, etc. para
jornalistas que querem permanecer em Belém de 22 a 27,
Dia Mundial do Turismo – 25 vagas).
Inclui hotel, transfer, programações sociais e guia.
Pólo Araguaia Tocantins (Paragominas)
• Visitação ao município de Paragominas (pólo industrial
- 25 vagas)
• Visitação ao município de Barcarena (praias do Caripy e
pólo industrial - 25 vagas)
• Visitação ao município de Marabá e Conceição do
Araguaia - 25 vagas)
Inclui hotel, transfer, programações sociais e guia.
Pólo Marajó (Soure e Salvaterra)
• Restrita aos associados da Abrajet (Conselho Nacional
- 60 vagas).
• Visitação em Soure e Salvaterra
Inclui hotel, transfer, programações sociais e guia.
Pólo Xingu
• Visitação ao município de Altamira, maior município do
mundo. Opção de turismo de pesca vivência da cultura
indígena
Inclui hotel, transfer, programações sociais e guia.
Dia 24 - Press Trip
INSCRIÇÕES
Preencha a FICHA DE INSCRIÇÃO e
envie
com o
comprovante de DEPÓSITO IDENTIFICADO
para o
mail:[email protected]
ou para o Fone/
FAX: (91) 3223-9736
DADOS BANCÁRIOS
Banco do Brasil
Agência: 2946-7 / Conta: 39324-x
Boeing Viagens e Turismo Ltda.
CNPJ: 00.824.384/001-67
VALORES:
R$ 400,00 para associados da Abrajet
R$ 500,00 para não associados.
R$ 300,00 profissionais de comunicação e turismo de Belém
(somente programação em Belém).
R$ 150,00 estudantes de comunicação e turismo de Belém
(somente programação em Belém).
INFORMAÇÕES
[email protected]
Fone (91) 3223-8193 (Ascom Paratur)
Fone/FAX: (91) 3223-9736 / (91) 8842-8129 / 8239-7757
www.abrajetpara.blogspot.com
www.jornalistasdopara.com.br
REALIZAÇÃO
O XXVIII Congresso da Associação
Brasileira de Jornalistas de Turismo é uma
realização da ABRAJET Nacional e corealização da Abrajet Pará e Companhia
Paraense de Turismo (Paratur).
ENTIDADES
ABAV/PA • Diretoria do Círio de Nazaré
• Auto do Círio • Amatur -Marapanim •
Singtur Pará • Clube do Feijão Amigo •
Fenactur • SESC/SENAC • IGAMA-Pólo
Joalheiro • Sinjor-Pará • Pólo Marajó
APOIO
Hangar Amazônia / Secult - Pará 2000
PREFEITURAS
Prefeitura de
Legislativa
COMPANHIAS AÉREAS
TAM Linhas Aéreas • TAP Transporte
Aéreo de Portugal • Suriname Airways •
Air Caraibes
Soure
•
Assembléia
VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO
TV Metropolitana /CNT • Revista Pará
Mais • Revista Alvo • Abrajet´s
HOTÉIS
Hilton Belém • Spa Hotel Martan • Gold
Mar Hotel •
Hotel Regente (Belém/
Paragominas) • Pousada dos Guarás
AGÊNCIAS
Travel In Turismo • Boeing Turismo •
Vale Verde Turismo • Adetur • Lecytur •
Transcurumim Turismo
SECRETARIAS
Belemtur • Sejel
Revista Alvo - Edição 10
61
Apoena Augusto
Administrador de empresa
[email protected]
Lado B
Estratégia
Quem achou que já havia visto de tudo em termos
de mendicância outdoor, melhor rever seus conceitos.
Cansado de ter que fazer o hercúleo exercício de
levantar e andar até os carros a cada fechar de sinal,
este morador de rua, que elegeu o sinal da Benjamim
Constant com Conselheiro Furtado como local
de trabalho, instalou um
banquinho no meio da pista e
lá fica até que a polícia o retire, o
que invariavelmente acontece
todos os dias. Também
pudera:
observadores
da
região informam que a
estratégia ajudou a triplicar o
faturamento do incauto.
Tá explicado
É interessante observar até onde pode ir o limite
da criatividade humana. Na Suiça, uma companhia
de preservativos se chama nada menos do que Harry
Popper, numa clara alusão ao famoso mágico mirim
hollywoodiano. Tudo indica que será processada pela
gigante Warner Brothers, detentora dos direitos de
uso da marca. Mesmo assim,
depois de ver a embalagem,
é impossível não achar a
brincadeira,
no
mínimo,
gozada.
Vaca lambeu
Gene
Simmons,
o
linguarudo vocalista do Kiss,
assumiu em entrevista à
Barbara Garcia, da Folha,
que seu cabelo é ruim e que
já teve relações com mais de
4.000 mulheres. A explicação
para tanto sucesso com o
público feminino talvez esteja
na ponta da língua.
Deu no blog Erros de
Marketing:
em
Manaus,
nossos
vizinhos
nortistas
desfrutam do sorvete que leva
o simpático nome de “Vaca
Lambeu”. Considerando que a
base de todo sorvete é o leite,
pode fazer muito sentido usar
uma vaca na marca desde
que, claro, ela deixe sua língua
bem longe dele.
Solteiro
nunca!
Orkutcídio
sim,
sozinho
Um dos lançamentos da
última Erótika Fair, a feira
erótica que acontece todos
os anos em São Paulo, foi
este lençol. Com ele, solteiros
inveterados jamais se sentirão sozinhos novamente.
A questão é que não só não resolve o problema da
ausência de uma companhia para, digamos, estripulias
noturnas como, para os mais criativos, ainda pode
causar um baita prejuízo na lavanderia.
62
Faz mágica?
Revista Alvo - Edição 10
O
outrora
bombado
Orkut, precursor das redes
sociais para muitos brazucas,
definitivamente virou uma
espécie de feira da 25
do mundo virtual. É tanta
propaganda que a função inicial do negócio - promover
a integração entre as pessoas - ficou para escanteio,
abrindo alas para o Facebook. Tomara que o novo
queridinho da rede não cometa o mesmo erro, senão...
Revista Alvo - Edição 10
63
Concreta fortalece indústria de
pré-moldados no Pará
Grupo de empresários se une em busca de parcerias e
grandes projetos
C
64
riado há pouco mais de um ano, o grupo Concreta
já reúne 16 empresas que atuam na fabricação de
concreto pré-moldado no estado do Pará. O objetivo
é buscar parcerias e projetos que fortaleçam as
associadas, promovendo o desenvolvimento do setor,
responsável pela geração de
centenas de empregos no
Estado.
O presidente da Concreta
e proprietário de uma das
empresas do grupo, a Premol,
Alberto Cardunes, afirma que
o grupo surgiu da ideia dele e
de outros fabricantes de prémoldados. “A nossa intenção
era criar um grupo forte que
pudesse representar toda a
categoria e, assim, buscar
melhorias para o nosso setor”,
revela.
Com a criação da Concreta,
as 16 indústrias de concreto
uniram forças e já conseguiram
a
isenção
de
impostos,
melhores investimentos com
fornecedores e a captação
de projetos, como a parceria
no consórcio que fornecerá
material de construção para
a Usina Hidrelétrica de Belo
Monte.
De acordo com Ricardo
Santos,
integrante
do
Departamento Administrativo
da Concreta, os gastos das
empresas do grupo já foram
reduzidos em 20% desde que
a associação passou a comprar em conjunto as
matérias primas para os pré-moldados. “Compramos
mensalmente uma grande quantidade de cimento,
ferro, seixo, areia, e com a formação do grupo
conseguimos um alto poder de barganha junto aos
fornecedores. O resultado é que conseguimos reduzir
custos das nossas empresas”, comemora Ricardo.
Revista Alvo - Edição 10
por Thiago Melo
Foto Marcos Barbosa
Paralelamente à redução de custos e à captação de
projetos junto a órgãos públicos e empresas privadas,
como construtoras, a Concreta vem se estruturando
para ampliar a sua atuação para o interior do Estado.
Alberto informa que dentro do grupo foram criados
diversos
departamentos
para melhor desenvolver as
diretrizes empresariais, como
o de compras, marketing,
serviços, administração, entre
outros.
A partir desta estrutura, a
intenção dos dirigentes da
Concreta é fundar o Sindicato
das
Empresas
de
Prémoldados, a fim de fortalecer
ainda
mais
as
políticas
públicas para a categoria.
Segundo Ricardo, a partir desta
legitimidade, a Concreta está
formatando o seu regimento
interno e pretende criar, em
breve, um selo de qualidade.
A
empresa
contemplada
pelo selo dará garantia ao
consumidor de que ele estará
adquirindo um produto de alto
padrão.
Mas se o objetivo é buscar
melhorias para as empresas,
a Concreta firma inúmeras
parceiras
para
alcançá-lo.
A primeira delas é com a
Associação Empresarial de
Ananindeua (ACIA), que há 25
anos atua na defesa e fomento
do setor e também apóia as
atividades do novo grupo.
Além da associação, a Concreta conta com o
apoio do Sebrae/PA, por meio do Programa de
Desenvolvimento de Fornecedores (PDF). Assim,
o grupo busca também a qualificação dos seus
funcionários, que participam de cursos de capacitação
técnica regularmente.
Revista Alvo - Edição 10
65
A ginga que ganha o mundo
por Thiago Melo
Foto Marcos Barbosa
A capoeira vence preconceitos e se afirma como ferramenta
de promoção social e bem-estar
A
capoeira - mistura de música, dança, encenação
e arte marcial - é uma arte centenária surgida no
auge do período escravocrata da história brasileira
como um instrumento de resistência e luta dos
negros africanos contra a violência e repressão desse
regime. Proibida durante muito tempo no Brasil por
ser considerada uma prática violenta e subversiva, na
década de 30 foi transformada pelo então presidente
Getúlio Vargas em esporte nacional brasileiro, pelas
mãos de “mestre Bimba”, e hoje, mais de 300 anos
depois, é reconhecida como patrimônio cultural do
país.
Pela disciplina que exige de seus praticantes,
é utilizada principalmente como ferramenta de
formação do caráter pessoal, capacitação profissional
e promoção de bem-estar, ganhando cada vez
mais adeptos no Brasil e pelo mundo afora. “Essa
arte sempre foi um sinônimo de resistência cultural.
Era discriminada por causa da origem escrava.
Mas atualmente, como arte, floresce com muitos
ensinamentos para quem a pratica”, diz o mestre
capoeirista Antônio Rodrigues, batizado como
Cobra. Adepto há 33 anos da capoeira, ele enfrentou
a oposição da família e cresceu praticando essa
modalidade. Hoje faz parte da Abadá-Capoeira, uma
associação sediada no Rio de Janeiro, responsável por
espalhar essa arte nos demais estados e pelo mundo.
A capoeira é praticada em todo o Brasil e em
66
Revista Alvo - Edição 10
mais de 150 países. Há quem diga que ela é até mais
valorizada no exterior do que aqui. Segundo o mestre
Cobra, não é difícil encantar-se pela capoeira. “Sempre
fiquei fascinado com a agilidade, a música, as palmas,
com todos os elementos do jogo”. Esses componentes,
acredita, é que fazem com que essa genuína arte
brasileira ganhe cada vez mais espaço no mundo.
Por meio da música, da dança e da encenação,
a capoeira conta o folclore de cada Região do país,
engrandecendo a cultura dos participantes. A prática
contumaz promove equilíbrio, flexibilidade, força,
coordenação motora e visão periférica, funcionando
também como instrumento de defesa pessoal. A
intenção da capoeira, diferente das outras artes
marciais, em geral, não é atingir o oponente, mas
fazer um jogo capaz de mostrar todas as habilidades
de cada um, como a agilidade, velocidade, ginga,
destreza e expressão corporal.
Estas características atraem cada vez mais pessoas,
cada uma por objetivos diferentes. Mestre Cobra, que
no Rio de Janeiro dá aula em cinco escolas, diz que é
comum que os jogadores da capoeira sigam na arte
o que mais lhe desperta interesse. “Tenho alunos que
entram na capoeira para cantar, outros para aprender
a luta em si e outros para ganhar expressão corporal,
como estudantes de teatro, por exemplo”, revela
Antônio, que entre os muitos benefícios da prática da
capoeira, assegura que ela é excelente condicionante
Revista Alvo - Edição 10
67
físico, ajudando na definição do corpo.
Ricardo Macedo, de 31 anos, também cresceu
jogando capoeira e hoje representa em Belém a
Abadá-Capoeira. Aos 14 ele foi influenciado pela irmã,
que já praticava a arte. “Fui participando das aulas, de
competições, até que eu tive certeza de que gostaria
de ter a arte como profissão”, conta o professor
capoeirista, que é campeão do Norte e Nordeste na
modalidade.
De acordo com ele, em Belém a capoeira é cada
vez mais apreciada. “Temos alunos de todas as idades,
desde crianças até idosos. Ela não impõe limites”,
assegura o professor, que tem alunos com mais de 70
anos praticando a arte e em plena forma.
A consultora de marketing Solange Cunha, de 50
anos, é um exemplo de superação de preconceitos e
resistência física por meio da capoeira. Há cinco anos
como praticante, por intermédio da filha, ela deixou
de marginalizar a modalidade e caiu na ginga. “Não
gostava de capoeira, mas foi por influência da minha
filha, que largou o balé para jogar (a capoeira), que
eu me encontrei nessa prática. Por ser mulher e já ter
certa idade, pensei que fosse ter alguma dificuldade,
mas percebi que na capoeira todos somos tratados
de igual para igual”, afirma Solange, que recebeu o
apelido de “Batatona” na roda de capoeira.
Desde que começou a jogar, a consultora diz
ter aprendido muito. Segundo ela, “a capoeira
tem a disciplina do branco, a força do negro e o
conhecimento histórico dos índios”. Ela destaca que
aprendeu a ser mais humilde, disciplinada, além de
ganhar mais resistência física.
Com a destreza de um adulto, quem também pratica
capoeira na turma de “Batatona” é o pequeno Felipe
Martins, de 7 anos, batizado de “Cai-cai” em função
dos tombos que tomava logo quando começou a
jogar. Junto com a irmã, de 8, a mãe e o pai, aprendeu
que capoeira é muito mais do que um esporte, uma
atividade recreativa. “Capoeira é disciplina e atenção”,
diz o garoto, mostrando alguns passos da ginga.
A ginga é para todos
Os professores capoeiristas têm por obrigação
desenvolver algum projeto social junto a comunidades
carentes, ensinando a arte principalmente para
crianças e jovens que moram nessas áreas. Esta é uma
missão repassada a todos aqueles que são formados
pela Abadá-Capoeira e ministram aulas.
No Rio, mestre Cobra dá aulas nos morros e favelas
da cidade. Nesses locais, as aulas funcionam como
uma oportunidade de inclusão social e capacitação.
Pessoas de todas as idades são beneficiadas. “São
pessoas que não têm muitas oportunidades na vida
e a capoeira acaba trazendo essa oportunidade.
Já formamos grandes mestres nas favelas”, revela
Antônio.
68
Revista Alvo - Edição 10
Segundo ele, muitos mestres capoeiristas formados
nas comunidades cariocas estão atualmente na
Europa e na América do Norte, dando aula para os
estrangeiros. “No exterior a nossa profissão é bem
valorizada. Os estrangeiros têm curiosidade e buscam
muito esse esporte”.
A capoeira também funciona como instrumento
de reabilitação física. “Pessoas portadoras de
necessidades especiais praticam a arte, que pode ser
adaptada conforme as necessidades de cada jogador”,
explica o mestre. “Já dei aula para cadeirantes, pessoas
sem os membros inferiores e um ex-aluno meu, que
hoje dá aula na Europa, desenvolveu uma técnica
para cegos, o que é muito interessante”, ressalta o
professor.
Curiosidades sobre a Capoeira:
• A palavra capoeira tem alguns significados, um
dos quais se refere às áreas de mata rasteira do
interior do Brasil. Alguns registros indicam também
que a arte era praticada em terreiros próximos às
senzalas, chamados de capoeira ou capoeirão, para
aliviar a tensão e o cansaço do trabalho árduo nas
propriedades rurais que usavam mão de obra escrava.
• As músicas cantadas nas rodas de capoeira
retratam o folclore, os mitos e as lendas do Brasil.
Muitas foram compostas pelos antigos mestres da
arte e são cantadas até hoje, passando de geração
em geração;
• Os nomes de batismo na capoeira são escolhidos
de acordo com características do jogador, podendo
ser representado por um animal da fauna brasileira;
• Assim como em outras artes marcais, na capoeira
o jogador conquistas níveis diferentes, conforme a sua
habilidade. No lugar de faixas, a exemplo do Judô ou
Karatê, aqui são cordas coloridas, que vão desde a
branca até a vermelha, passando por outras seis cores;
• Depois de muitos anos de discriminação, a
capoeira foi reconhecida, em 1937, por Getúlio Vargas,
como um “esporte genuinamente brasileiro”. Antes
disso havia um decreto que proibia a prática da arte.
• A capoeira é um dos 14 patrimônios culturais do
Brasil, junto com o frevo, o samba carioca e o ofício
das baianas de acarajé, entre outros.
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71
Playground
SUPERTRAMP
E
Lourenço Santiago
Professor e publicitário
[email protected]
ra a banda favorita da Princesa Diana, que tem um marco
brasileiro em sua história: foi em São Paulo, no Estádio do
Morumbi, em 16 de janeiro de 1988, que o SUPERTRAMP fez seu
maior concerto, com 100.000 pessoas presentes. O grande sucesso
do álbum “Breakfast In America” (1979) foi um dos responsáveis
pelas 181 semanas nas paradas.
“Breakfast In America” é o sexto álbum da banda, ficando no 1º
lugar nas paradas de álbuns em todo o mundo. Os líderes, Roger
Hodgson e Rick Davies, que, para este álbum, escreveram canções
sobre o que era ser um britânico que vive nos EUA, mais ou menos,
era o que toda a banda estava fazendo naquela época. Hodgson
e Davies escreveram canções maravilhosas, como os hits “The
Logical Song”, “Goodbye Stranger” e “Take The Long Way Home.”
Mas mesmo os não-hits são belezas cintilantes, como “Gone
Hollywood”, “Oh Darling” (não deve ser confundida com a canção
dos Beatles), “Lord Is It Mine” e um final exuberante, “Child Of Vision”,
todos feitos com perfeição por Hodgson e Davies, que, diga-se
de passagem, ambos faziam um trabalho vocal contrastante e
incomparável. Esta edição remasterizada de “Breakfast In America”
soa sensacional, com uma clareza audível que eu jamais tinha
ouvido antes. Desfrute de todos os clássicos de Supertramp e de
uma maneira que foi feita para ser ouvida. Saboreie este delicioso
café da manhã com o SUPERTRAMP.
Cinema ‘quente’
C
Alexandre Baena
Publicitário, diretor
audiovisual e de fotografia
[email protected]
72
Revista Alvo - Edição 10
hegado o verão, isso no Pará, é um período muito particular
de culto ao ócio, um período onde tudo leva seu sensorial
para um desacelerar natural e entre as milhares de coisas que se
pensa em fazer nesse período, uma que nunca pode faltar é assistir
um bom filme, afinal o que seria da vida sem aqueles minutos em
que você consegue ser espectador de um sonho (ou pesadelo)?
em particular as salas de cinema estão cheias de lançamentos bem
aguardados como “Transformers 3”, com tudo para recuperar-se
de uma sequência considerada por muitos fraca, “Capitão America
– O Primeiro Vingador” também outro titulo que criar uma nova
identidade ao herói que só teve produções em cinema de baixo
orçamento e de qualidade duvidosa, “Smurfs O Filme”, animação
que traz as criaturinhas que embalavam as manhãs de outrora,
que hoje saudosista, apresenta para seus filhos aquele desenho
que passava na TV. Não posso esquecer também o Harry Potter
com a segunda parte das relíquias da morte. Outro destaque que
pela sinopse e trailer realmente cria uma vontade bem grande de
assistir é “Cilada.com” com Bruno Mazzeo, ver as confusões que
um vídeo constrangedor colocado na internet por vingança pode
fazer a uma pessoa é impagável, pimenta nos olhos dos outros
sempre é refresco, como você pode ver cinema ainda é a maior
diversão e uma ótima pedida!
Playgraund
Lisboa em Pessoa
I
nspirador é o mínimo que se pode dizer de Lisboa em Pessoa:
guia turístico e literário da capital portuguesa, de João Correia
Filho (Editora Leya, 2011). O livro promete e cumpre sua missão de
contar e encantar com as belezas e segredos de Lisboa. Baseiase no roteiro turístico criado por Fernando Pessoa para mostrar
ao mundo o que sua amada cidade teria de melhor. Mas, conta
também com itinerários extras, baseados nas obras de Eça de
Queiroz, em visitas a livrarias e charmosos cafés, e aos mais recentes
museus e espaços lisboetas. Em um trabalho gráfico e editorial
primoroso, é possível encontrar uma combinação de informações
turísticas, contextualizadas histórica e culturalmente, e citações
de escritores portugueses sobre a capital. As belas fotografias
completam a atmosfera poética que perpassa o livro do início ao
fim. O autor acredita que uma viagem é um momento de emoção e
aprendizado, e deve ser vivenciada em todos os seus aspectos, ao
contrário do que ocorre com o ritmo acelerado das excursões em
grupo, passando apressadamente por monumentos. Nas palavras
de Álvaro de Campos, um dos heterônimos de Fernando Pessoa:
“Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir”.
Daniele Santos Nogueira
Livreira
livrariarosadosventos@
yahoo.com.br
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