Franchising a nova aposta da rainha dos Baixinhos

Transcrição

Franchising a nova aposta da rainha dos Baixinhos
www.revistamercado.com.br
Ano 6 - Número 63
R$ 8,50
Franchising
A nova aposta
da Rainha dos
Baixinhos
O setor de franquias atropela a crise e se
destaca na economia, atraindo cada vez mais
investidores. É o caso da apresentadora Xuxa,
que lançou no mercado a Casa X, uma rede
de casas de festas infantis que já conta com
várias unidades, inclusive em Uberlândia
Especial
Fiemg realiza o Prêmio
Sustentabilidade
Empresarial, que
destaca a governança
sustentável
Franchising X Crise
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O Brasil atravessa desde o fim de 2014 e início deste ano uma grave crise, admitida pela própria
presidente Dilma, durante pronunciamento em rede nacional de mídia, na noite do dia 8 de
Março, Dia Internacional da Mulher. Esse reconhecimento vem após o país ter experimentado
por 11 anos, de 2003 a 2014, um período aparentemente áureo: crescimento econômico, investimentos estrangeiros, inflação e câmbio sob controles, crédito facilitado, aumento real do salário mínimo, desemprego baixo etc. Foi um período em que nunca se comprou tanto no Brasil e,
graças aos programas sociais, 36 milhões de brasileiros saíram da miséria. Entretanto, durante
a campanha de 2014, Dilma prometeu que nada disso mudaria, mas, não foi o que aconteceu.
A presidente e o PT se esqueceram de fazer o dever de casa. Diz o ditado que quem não semeia, não colhe, e em 12 anos no poder, Dilma e Lula não promoveram nenhuma reforma de
estrutura, nem agrária, nem tributária, nem política. E agora, o governo precisou pisar no freio.
O cenário atual é de um país sem perspectivas de crescimento em 2015. Por exemplo, o novo
lema e segundo mandato da presidente, “Brasil, Pátria educadora”, foi anunciado em um dia
e, logo depois, R$ 14 bilhões foram cortados do orçamento da educação. A inflação aumenta,
quem vai ao supermercado sente no bolso. O dólar também aumenta e já bateu a casa dos R$
3, 12, maior patamar desde 2004. Os juros voltaram a subir e a corrupção na Petrobras, maior
empresa brasileira, está deixando o próprio governo e o PT sob pressão, aprofundando a crise
política. Além disso, direitos sociais, como o seguro-desemprego e a pensão por morte, estão
sendo cortados.
Enfim, o Brasil atravessa uma grave crise, em que a economia é a mais afetada. O PIB (Produto
Interno Bruto) brasileiro como um todo fechou 2014 em R$ 5,521 trilhões, o que representa leve
alta de 0,1% em relação a 2013. Foi o desempenho mais fraco do primeiro mandato de Dilma e
também o pior desde 2009, auge da crise, quando o PIB caiu 0,2%. Entre os setores produtivos
do PIB, a indústria teve o pior desempenho, caindo 1,2% no ano. O setor agropecuário teve
avanço de 0,4%, e os serviços subiram 0,7%, apesar disso, o crescimento desse setor foi o
mais fraco desde 1996. Mas outros itens também entram no cálculo do PIB: o investimento das
empresas para poder produzir mais, chamado tecnicamente de formação bruta de capital, caiu
4,4% ao longo do ano passado, a maior queda desde 1999. No mais, o consumo das famílias
subiu 0,9% em 2014 na comparação com 2013, e os gastos do governo aumentaram 1,3%.
Contudo, em meio a tantos problemas e oscilações nos setores da economia, um setor se
sobressai: o franchising. Esse mercado tem sido um dos mais expressivos da economia brasileira e, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), em 2014, o setor de
franquias cresceu 7,7%, registrando faturamento de R$ 127,331 bilhões, muito acima do PIB e
de qualquer outro setor. Quanto à geração de empregos diretos, o estudo da ABF aponta que
o sistema de franquias aumentou em 6,5% o número de postos de trabalho gerados, passando
de 1.029.681 para 1.096.859, em 2014. Em termos comparativos, do total de 396.993 empregos
formais criados no Brasil em 2014, o franchising respondeu por 67.178 deles – o equivalente a
16,9% dos empregados registrados no período, enquanto a indústria reduziu as contratações
em 3,2%, segundo o IBGE. Além disso, a ABF registrou uma expansão de 9,8% das unidades de
franquia em operação no país. O número de pontos de venda das redes subiu para 125.641, o
que representa a abertura de 11.232 unidades.
Diante desses e de outros números, chama ainda atenção o fato de o lançamento de novas
redes de franquia no mercado nacional ter avançado 8,8% em 2014 comparado ao ano anterior.
De acordo com o estudo da ABF, o número de marcas saltou de 2.703 para 2.942 no período,
o que equivale à entrada em operação de 239 redes no país, em todos os segmentos do franchising.
Agora para 2015, contrapondo a um cenário que se apresenta negro para a economia do País,
baseada em estudos trimestrais e em dados macroeconômicos, a ABF estima que o crescimento do faturamento do setor em 2015 fique entre 7,5% e 9,0%. Já o número de marcas deve
aumentar 8% e o de novas unidades, crescer entre 9% e 10%.
É sobre a pujança do Franchising, de franqueados e franqueadores que estão investindo no
setor, que trabalhamos a matéria de capa desta edição, destacando cases de algumas marcas
nativas de Uberlândia e de outras que aportaram na cidade, por iniciativas de empresários
que almejam abocanhar uma fatia do promissor mercado de franquias. Um dos casos é o das
empresárias Veridiana Osório e Thais Reis Pires, franqueadas que investiram cerca de R$ 2,5
milhões na abertura em Uberlândia de uma unidade da Casa X, rede de franquias de casas de
festas infantis. A Casa X que também é fruto de uma aposta da bem sucedida apresentadora
Xuxa Meneghel, que agora, entre seus vários investimentos, também atua como franqueadora.
Boa leitura!
Evaldo Pighini
Editor
3 ∞ Revista Mercado // Edição 63
ARTIGO
Atendimento
mágico
como surpreender
e encantar o cliente
U
ma das principais atitudes do empreendedor de sucesso é atrair,
reter e encantar seus clientes internos
e externos. Mas será que para encantar e surpreender nossos clientes precisamos de muito dinheiro?
Em um dia descontraído de passeio
com minha família, descobri a resposta
para essa pergunta. Eu e minha filha
Mariana estávamos no parque Magic
Kingdom da Disney, em Orlando, esperando na fila para embarcar na atração
Dumbo. Durante a espera, minha filha
avistou e me pediu um sorvete com a
forma da cabeça do Mickey. Saí correndo para comprar e voltei bem na hora
da nossa vez. Acontece que, o funcionário responsável pela atração, nos advertiu de que não poderíamos ingressar no brinquedo com o sorvete. Nessa
hora em que a decepção de minha filha
se misturava com sua expectativa, outro funcionário da Disney observando
o que se passara, disse a ela para não
ficar triste, pois ele seria o guardião do
sorvete, e que, ao final da atração, ele
estaria lá, esperando por ela na saída
com o sorvete intacto.
Ela adorou a ideia, subimos no elefantinho voador, e eu fiquei pensando
como ele faria para entregar o sorvete
intacto para a Mariana após 5 minutos
de exposição ao intenso calor da Flórida.
Esgotado nosso tempo no brinquedo, Mariana saiu correndo para encontrar o funcionário e ficou surpresa
quando ele apareceu de repente e lhe
entregou o sorvete novinho conforme
prometido. Ela saiu pulando de alegria
e eu perguntei ao funcionário como ele
havia conseguido tal proeza.
Ele respondeu: Sempre queremos
propiciar momentos mágicos aos convidados Disney, meu líder me dá autonomia para eu tomar decisões para
que isso aconteça. Então, fiquei observando o brinquedo e, quando sua filha
veio correndo em minha direção, pe-
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 4
guei um sorvete novo no carrinho, tirei
a embalagem e entreguei a ela.
Fantástico, com menos de 3 dólares
eles conseguiram surpreender e encantar! Não é por acaso que, conforme
pesquisa da APCO Worldwide, a Disney é a marca mais amada do planeta.
Já aqui no Brasil tive uma experiência de compra que diferencia os profissionais normais dos extraordinários.
Num final de semana fui a uma loja
para comprar um novo celular e, junto com o aparelho, adquiri um plano
mensal de dados com valor fixo para
acesso ilimitado à internet. Um mês
depois recebi a conta e, para minha
surpresa, o valor referente ao acesso à
internet estava absurdamente alto.
Fiquei aborrecido, mas como eu havia feito um plano com valor fixo, voltei
na loja e procurei a mesma atendente
“A” que havia me vendido o aparelho e o plano. Ao relatar o problema,
ela disse que não poderia fazer absolutamente nada e que eu deveria telefonar para o Call Center da operadora
de telefonia.
Isso é mesmo o mais fácil, o que
tantos atendentes respondem diante de uma reclamação semelhante, e
aquela pessoa atuou como de costume. Foi então que naquele dia conheci a atendente “X”, uma profissional
extraordinária, ou seja, que não age
conforme ao costume geral, mas sim
de forma excepcional, rara, que se distingue entre os indivíduos da mesma
profissão. A atendente “X” foi até mim
e disse: “Sim, eu posso fazer algo pelo
senhor?”. Pediu para que eu sentasse,
e me serviu um café e uma água. Enquanto isso, ela pediu para ver a conta que eu havia recebido. Em seguida ela informou que seria necessário
fazer uma ligação para o Call Center
da operadora, mas que ela poderia
fazer isso para mim, e de fato fez.
Ao final da conversa dela com a atendente da empresa de telefonia, só me
colocou na linha apenas para confirmar alguns dados pessoais e o problema foi solucionado.
A mesma loja, o mesmo produto, a
mesma situação e atitudes bem diferentes: uma disse que não era com ela
e a outra disse que ela poderia fazer
algo por mim e fez a diferença.
Alguns dias depois recebi a nova
conta com o valor correto. Retornei
à loja para agradecer pela excelência
no atendimento e aproveitei para comprar alguns acessórios. Adivinha com
qual vendedora?
Precisamos levar mais a sério o pensamento de Alan Ryan: “Não trabalhamos apenas para ganhar dinheiro, mas
para encontrar o significado de nossas
vidas. O que fazemos é grande parte do
que somos.”.
Repare que, com o advento e crescimento constante do comércio eletrônico, as lojas físicas terão que se aprimorar, principalmente no atendimento ao
cliente, se quiserem sobreviver. Devem
especializar-se no pós-venda, no relacionamento com as pessoas, proporcionando experiências diferenciadas e,
sobretudo, descobrindo, contratando e
retendo pessoas que fazem a diferença
com atitudes que contribuem para melhores resultados da organização.
Fazer o fácil, muita gente faz. Fazer
o que é preciso, o algo mais, isso pouca gente faz. Somente os profissionais
extraordinários, capacitados e apaixonados pela profissão oferecem um verdadeiro atendimento mágico e, assim,
encantam e fidelizam.
POR:.
Erik Penna
é especialista em vendas,
consultor, palestrante e autor dos
livros “A Divertida Arte de Vender”
e “Motivação Nota 10”.
www.erikpenna.com.br
franchising & negócios
Capacidade
competitiva II
N
o artigo anterior comentamos
sobre diferentes formas de competição das empresas no mercado, e
sobre a ação da concorrência que está
sempre pronta para copiar qualquer
inovação. Continuando a reflexão sobre a capacidade competitiva, vamos
analisar outras formas de competir
e diferenciar a empresa: pela marca,
pelo sistema de distribuição, e relacionamento com o cliente.
Para a marca se tornar uma referência em termos de diferenciação, a
empresa precisa investir mais em propaganda, com foco nas características
que se quer evidenciar, como forma de
desenvolver e manter o nome na mente dos consumidores. A estratégia de
competir com a marca deve ser bem
planejada de modo a passar para os
consumidores, entre outros atributos,
mais qualidade e segurança, itens fundamentais para ganhar maior participação de mercado.
Outra forma de competir é desenvolver e agregar um novo sistema de
distribuição, um canal que aproxime
mais a empresa de sua base de consumidores, ou que desenvolva o negócio
em novos mercados. E, nesse segmento, o franchising tem se destacado como
uma estratégia mais adequada para
uma grande maioria das marcas consolidadas em seu mercado de atuação.
Associado às outras formas de diferenciação competitiva já citadas:
marca, serviços, produtos e segmentação, o sistema de franchising coloca
a empresa se diferenciando também
pelo tamanho, com presença em vários
mercados. E nesse aspecto, um importante diferencial é que o investimento
na expansão, na instalação do ponto
de venda é feito pelo franqueado em
cada nova área de atuação. E mais uma
vez podemos concluir: não há proteção
neste tipo de diferenciação, os concorrentes da marca podem adotar esta
mesma estratégia. Contudo, vale lembrar que é a qualidade do projeto que
definirá o sucesso do negócio de franquias. Ou seja, a empresa precisa estar
bem estruturada, formatar corretamente seu sistema de distribuição, selecionar e treinar cada franqueado que
estará à frente das unidades franqueadas para manter o padrão de qualidade
dos produtos, serviços e da marca. E,
ainda para se destacar da concorrência
prestar um ótimo atendimento à rede,
cuidando bem de cada franqueado e da
evolução do negócio.
tamental”. Eles apontam esta forma de
diferenciar como uma poderosa arma
para competir, e consequentemente,
uma das mais importantes estratégias
para enfrentar a concorrência. Para
eles, “a diferenciação comportamental
constitui um conjunto central de crenças sobre como se comportar” na empresa. É exatamente nesse ponto que
a concorrência encontrará enormes
dificuldades em “copiar comportamentos”. Ou seja, a empresa tem que fazer
acontecer e ir além do que os concorrentes usualmente fazem.
Os desafios
são contínuos,
há de se
trabalhar todo
o tempo pensando
em conquistar
mercados, obter
e Fidelizar novos
clientes
Sabemos que a competição no mercado é cada vez mais intensa, todas
as empresas querem se diferenciar e
tornar suas estratégias mais difíceis de
serem copiadas. Competir exige muita
competência. Os desafios são contínuos, há de se trabalhar todo o tempo
pensando em conquistar mercados,
obter e fidelizar novos clientes. Associado a tudo que já foi dito, é preciso
pensar em criar na mente do consumidor uma situação favorável à empresa,
mas como fazer isto? Simples, é no relacionamento com seus clientes que a
empresa irá mostrar ao mercado que
“é melhor lidar com ela do que com os
seus concorrentes”.
Os consultores americanos Terry R.
Bacon e David G. Pugh, estudaram e desenvolveram a “diferenciação compor-
POR:.
Carlos Ruben Pinto
é Administrador de Empresas,
Consultor de Franquias e Varejo
(31) 3282-6688 - [email protected]
5 ∞ Revista Mercado // Edição 63
conversa de mercado
O desafio
do empresário
O
desafio do empresário é: não
ser mais um! Quem optou pelo
mundo empresarial escolheu viver do
conhecimento e experiência que adquiriu ao longo da vida em sua área de
atuação. E nesta questão, algo salta
aos olhos: se este conhecimento não
chega ao mercado você fica para trás.
Quantas ideias brilhantes você pensou
e não colocou em prática? E aqueles
convites para dar palestras que você
sempre diz não ter tempo? É isto que
deseja? Ser mais um entre milhões de
empresários? O conhecimento que
acumulamos é precioso demais para se
guardar dentro de um monastério.
Possuir reputação empresarial é
mais do que ganhar dinheiro. Conheci
muitos empresários e executivos com
recursos financeiros que ninguém conhece de fato no grande mercado. As
pessoas conhecem a empresa e seus
produtos, mas e você? Qual o problema de construir uma carreira para se
tornar conhecido? Estamos muito mais
próximos do esquecimento do que de
sermos memoráveis. O mesmo vale
para quem é executivo e crê estar a
salvo. Se em média dura cinco anos no
cargo, não planejar ser memorável é
um perfeito tiro no pé. E pior, existem
muitos que adoram dizer que não precisam de marketing pessoal - e nem de
suas bases - para ter sucesso.
O marketing pessoal é meio e não
fim. Você pode ser genial, mas se a sua
expertise ficar restrita a poucas pessoas da empresa ou a produtos e serviços, sem uma assinatura personalizada, o que acontecerá no longo prazo?
E quando a empresa é fornecedora de
insumos para determinado setor e não
atinge o grande público, qual seria a
definição de sucesso?
Eu admiro profissionais que tentam a todo custo mudar a ordem das
coisas, com disciplina na produção de
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 6
conteúdo, ideias, projetos que permitam consolidar seu nome como alguém
que efetivamente deixou sua marca na
mente das pessoas.
Faça um planejamento completo
com foco em sua carreira, desenhe
cenários, faça palestras com mais
frequência, escreva, faça apresentações de produtos para a cadeia de fornecedores e clientes, reinvente a cada
doze meses o posicionamento da sua
marca pessoal.
Sem esse combustível a carreira
morre e é comum pessoas olharem
para o passado com um suspiro. “Eu
poderia ter feito diferente”, podem
pensar. “Podia ter estudado mais, ter
tido foco, ter aprendido a expor meu
conhecimento (escrito e falado) com
mais frequência”. Mas lá está a zona de
conforto, o engessamento. Ele é bom,
tranquiliza a alma – pelo menos por
algum tempo.
Mas se você está se sentindo incomodado, ótimo! Acorde para a sua carreira! Não interessa a idade, problemas
familiares, sofrimentos. A competição
é grande, mas particularmente nós
disputamos no máximo com 1% a 2%
de cada área empresarial, dos mais de
380 segmentos que compõe a economia brasileira.
Os grandes nomes se fizeram com
tamanho esforço que ao serem vistos
de fora parece ter sido fácil. Existem
sacrifícios, horas a mais de estudo, e,
mais do que tudo, a percepção de que
vivemos em um mundo inevitavelmente veloz e poderoso. Eu não quero morrer sem ser memorável, sem ter feito
a real diferença na vida das pessoas,
sem deixar um conhecimento tangível
para quem vem depois. Quem escreve,
publica, torna-se eterno. Veja quem
são seus heróis na gestão? Acredite que eles foram forjados no mesmo
martelo de titânio.
Antes era mais fácil? Não! E hoje é
fácil? Também não! E nem o será no
futuro. A hora da decisão é agora e o
desafio está feito. Chega de desculpas,
de dizer que não tem tempo, de mentir
para si mesmo. Sucesso financeiro não
basta. Estamos em 2014 e em breve
em 2020. O tempo passa veloz.
É diferenciar-se ou morrer profissionalmente. Que a fera seja despertada
em seu íntimo, como um fogo interno
que críticas de outros pouco importa.
Existe um enorme tabuleiro invisível,
cujas peças temos que saber encaixar,
planejar e executar. Seja memorável,
caminhe nesta direção disposto a percorrer uma estrada misteriosa, mas
de um valor incalculável. Faça algo
extraordinário por sua carreira, esteja
entre os melhores de sua categoria ou
lamente-se no futuro.
POR:.
Rodrigo Bertozz
é CEO da B2L Investimentos S.A
www.b2law.com.br
entrevista
Foto: divulgação
"PT perdeu
bandeira da ética
e vive crise de
identidade”, afirma
historiador
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 8
A
pós vencer as eleições mais acirradas desde a redemocratização,
o Partido dos Trabalhadores (PT) e a
presidente reeleita, Dilma Rousseff,
têm o desafio de construir um governo
de coalizão em meio a um cenário de
crescente polarização social e oposição fortalecida.
Para o historiador e professor da
USP Lincoln Secco – autor do livro
História do PT – a tarefa não será fácil.
A legenda vive, segundo ele, uma crise
de identidade desencadeada pelos primeiros escândalos de corrupção, em
2005. Entretanto, o estudioso ressalta
a força política e social do PT, que deixou uma “marca social profunda” em
seus 12 anos de governo.
Com o mensalão, “o partido perdeu a
bandeira da ética”, aponta. Entretanto,
o estudioso ressalta a força política e
social do PT, que deixou uma “profunda marca” em seus 12 anos de governo.
Em entrevista à Deutsche Welle,
Secco também fala sobre a possibilidade de Lula se candidatar à Presidência
em 2018. O historiador acredita que
interessa ao PT tê-lo como “coringa”.
Por outro lado, considera que a presença política do ex-presidente impede que outras lideranças cresçam dentro do partido.
DW: As eleições recentes foram
as mais acirradas desde a redemocratização. O senhor acha que o
PT saiu enfraquecido do pleito?
Lincoln Secco: Acredito que as eleições de 1989 foram ainda mais acirradas. Na ocasião, o PT perdeu, inclusive
entre os eleitores mais pobres. Dessa
vez, o PT venceu nesse segmento, que,
no final, fez a diferença. Na verdade, o
partido já estava muito enfraquecido.
Em primeiro lugar, pelo desgaste de
ser governo há tanto tempo. Mas, principalmente, pelos escândalos de corrupção, que comprometeram o apoio
dos setores da classe média tradicional.
Isso tem uma razão histórica: o PT,
durante mais ou menos vinte anos, foi
o partido de reivindicação social e ética. Ele fez esse discurso. Com o mensalão, o partido perdeu a bandeira da
ética. O desgaste aumentou a partir de
junho de 2013, quando parte das insatisfações com os governos se tornou
militante, primeiro nas redes sociais e
depois nas ruas. Existe hoje uma militância de direita, que já atuou nas úl-
timas eleições e vai continuar fazendo
protestos. Mas o PT não está condenado a fazer seu último mandato. Mesmo
acuado, no canto do ringue, apanhando muito, ele tem uma força social que
não é nada desprezível.
Foto: divulgação
Na verdade, o partido tem tentado
se renovar. No último congresso, o
PT aprovou medidas internas, como
a garantia da participação de 50% de
mulheres na direção. E a proibição de
que os parlamentares tenham mais de
dois mandatos consecutivos, o que
tenta impedir que os eleitos tenham
um poder excessivo sobre a máquina
partidária. Então já há certa consciência na direção de que essa crise de
identidade existe. É mais do que isso,
é uma crise de relação com a juventude e com os movimentos sociais.
O senhor mencionou que o PT
perdeu a bandeira da ética. O partido está vivendo uma crise de
identidade?
Fala-se muito do retorno do
Lula em 2018. O partido tem dificuldade de criar ou manter outras
lideranças?
Professor
Lincoln Secco:
“O PT não está
condenado a
fazer seu último
mandato. Mesmo
acuado, no
canto do ringue,
apanhando
muito, ele tem
uma força social
que não é nada
desprezível”
A dificuldade surgiu quando as
principais lideranças históricas do
PT foram abatidas pelo escândalo do
mensalão. Acho que não há paralelo no
mundo, de um partido social-democrata, no governo, que tenha tido dois ex-presidentes na prisão. Eles poderiam
suceder o Lula, mas estão fora do jogo
político permanentemente. Foi um
corte geracional, porque os escândalos
também abateram várias lideranças intermediárias. Agora, uma surpresa nas
últimas eleições foi a militância petista, que estava adormecida e voltou às
ruas, e algumas lideranças regionais
que se fortaleceram, como Jaques
Wagner, da Bahia. É uma figura histórica do partido, que elegeu seu sucessor
e pode ser uma potencial candidatura
para 2018. Mas a sombra do Lula impede o crescimento de qualquer outra
liderança no partido, isso desde o princípio do PT. Enquanto o Lula for uma
ameaça de candidato, outras candidaturas não vão florescer.
9 ∞ Revista Mercado // Edição 63
entrevista
“A sombra do Lula impede o
crescimento de qualquer
outra liderança no partido,
isso desde o princípio do PT.
Enquanto o Lula for uma
ameaça de candidato,
outras candidaturas não
vão florescer”
Mas o senhor considera isso
uma possibilidade real, o retorno
do Lula?
Eu acho que faz parte do jogo do
Lula e do PT sempre tê-lo como coringa. O Lula é uma vantagem estratégica
para o partido. Durante as eleições, no
segundo turno, o PT tinha dois candidatos fazendo campanha ao mesmo
tempo no Brasil. O PSDB não pôde fazer o mesmo, porque não tem nenhuma liderança do porte do Lula. Tudo
depende da evolução do governo Dilma. Se ele vai ser candidato ou não é
indecifrável no momento.
Muito se fala sobre os conflitos da Dilma com o Lula e o PT.
Após a eleição acirrada, como o
senhor vê a relação da presidente
com o partido?
Eu nunca apostei numa dissociação
entre Dilma e Lula. Acho que brigas
podem ocorrer em qualquer partido
político, mas acho uma dissociação praticamente impossível. A Dilma depende
muito do Lula para governar. Claro que
ela também depende dos seus aliados e
do Congresso, mas o Lula controla o PT
e ainda tem uma influência social imensa no Brasil. E ele precisa da Dilma,
tanto se quiser ser candidato em 2018
quanto para apoiar outra pessoa.
Durante a campanha, Dilma acusou os adversários de querer cortar
gastos sociais, aumentar os juros e
“entregar o Banco Central aos banqueiros”. Entretanto, agora que foi
reeleita, o BC já subiu os juros e há
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 10
sinais de que outras medidas similares estão a caminho. Como o PT
vai fazer esse governo de coalizão
com tantas contradições?
É a grande dúvida de todo mundo
e também das forças de esquerda que
apoiaram a Dilma no segundo turno.
Pode ser que ela faça uma opção parecida com a do Lula em 2003. Ele
moderou o discurso na campanha de
2002 e manteve em grande parte a política econômica do FHC no início do
seu mandato. Ao mesmo tempo, promoveu um aumento inédito dos gastos
sociais, especialmente do Bolsa Família. De um lado, Lula pacificou o setor
financeiro, de outro, atendeu parte
das demandas históricas do PT e da
esquerda. Pode ser que a Dilma sonhe
com uma recuperação desse tipo. Ela
tomaria medidas impopulares no início
do governo, contentando o mercado financeiro e reequilibrando as contas, e
manteria e ampliaria alguns programas
sociais que não custam tanto.
O senhor acha que essa é uma boa
estratégia para o PT nesse momento?
Esse modelo funcionou em 2003,
mas a questão é se ele dá certo hoje.
Porque, a partir de junho de 2013, surgiram novas demandas da sociedade
que não custam mais tão pouco. Melhorar infraestrutura, mobilidade urbana, educação e saúde não é a mesma
coisa que atender aos beneficiários do
Bolsa Família. Ela pode tentar seguir
esse caminho, mas acho que ele não
tem mais viabilidade histórica. Depois
de reeleita, Dilma aumentou os juros e
há rumores de que ela vai anunciar diminuições nos gastos públicos (o que
já aconteceu). Se ela for por esse caminho, vai frustrar a base que a elegeu
e, ao mesmo tempo, não vai conquistar
quem votou contra ela.
O sentimento antipetista foi
uma das marcas dessas eleições.
Como o senhor explica isso?
No Brasil, existe uma base histórica
e popular de direita desde os anos 30.
Ela assumia a forma de anticomunismo
ou antigetulismo. Já existia um antipe-
tismo forte nos anos 80 e 90, que agora
agrega o tema da corrupção, amplificado pelas redes sociais e pela mídia.
Com as manifestações de junho, o sentimento antipetista ganhou uma base
militante. Não que as manifestações
tenham sido só isso, mas contribuíram com essa mobilização de direita.
Recentemente, o PSDB tem tentado
se distanciar das manifestações pelo
impeachment da Dilma. O que é ainda
mais perigoso, porque é uma direita
popular sem liderança.
Foto: divulgação
“Já existia um antipetismo forte nos anos 80
e 90, que agora agrega o tema da corrupção,
amplificado pelas redes sociais e pela mídia”
O PT completou 12 anos no poder
e segue para mais um mandato. Qual
o legado do partido para o país?
Mesmo que não tivesse chegado ao
poder, o PT continuaria sendo uma
das maiores forças políticas do Brasil,
porque é um partido com uma história única. Ele nasceu como partido de
massa, surgido de movimentos sociais e
sindicais, de baixo para cima. Com forte
presença nas lutas sociais e institucionais. Ele já seria, só por isso, um partido
muito importante na história do país.
E durante o governo?
Depois de ter chegado ao poder e
ter se transformado num partido de
governo, embora tenha feito muitas
concessões ao establishment, ele deixou uma marca social profunda. Se
a gente fosse fazer uma comparação
com reformas sociais de outros países,
[a marca social do PT] nem seria muito
significativa. Mas, devido ao atraso do
Brasil nessa área, reformas mínimas
transformaram o PT numa referência
para a população mais pobre.
capa
O sempre atrativo
mercado de franquias
A rede de franquias Casa X é o mais recente investimento da
bem sucedida apresentadora Xuxa Meneghel. Assim como ela,
muitos outros investidores - franqueadores ou franqueados
- estão partindo para esse sistema de negócio que tem
se mostrado mais atrativo em relação a outros setores da
economia. É o caso de duas empresárias uberlandenses que
investiram cerca de R$ 2,5 milhões na abertura de uma unidade
da Casa X na cidade
Por:
Alitéia Milagre
Evaldo Pighini
A apresentadora
Xuxa é mais uma a
apostar no franchising
e, junto com a
holding de franquias
multissetoriais SMZTO,
lançou a Casa X, rede
que tem como foco
o mercado de festas
infantis
Foto: divulgação
O
setor de franquias vai muito bem
e continua atraindo cada vez mais
investidores, mesmo diante de um cenário de incertezas na economia brasileira e do fraco desempenho do Produto Interno Bruto. Para se ter ideia,
no acumulado do primeiro semestre
de 2014, o nosso PIB registrou uma
tímida alta de 0,5%. Nos últimos 12
meses, a elevação foi de 1,4%. Em junho, o PIB calculado pelo IBGE atingiu
1,27 trilhão de reais. Nesse contexto, a
agropecuária teve variação positiva de
0,2%, enquanto a indústria caiu 1,5%
e os serviços recuaram 0,5%. Já o desempenho negativo do comércio foi
de 2,2%. Enquanto isso, o franchising
apresentou crescimento de 5,4% em
relação ao primeiro semestre de 2013,
e a previsão foi de encerrar o ano com
um aumento de vendas entre 5,5% e
7% na comparação com o ano passado,
conforme números e projeções divulgadas no final de outubro pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Além disso, a expectativa é que setor
também chegue ao final de 2014 com
um aumento de 9 a 10% no número
de unidades franqueadas. Entretanto,
embora os números sejam bastante
atraentes a qualquer investidor, franqueadores como franqueados precisam estar cientes dos riscos e oportunidades desse tipo de negócio.
Sobre os bons números do mercado de franquias, a presidente da
ABF, Cristina Franco, ratifica que o
resultado do setor é mesmo bastante
expressivo. “Considerando o histórico
de crescimento de mais de dez anos na
casa dos dois dígitos e um cenário econômico em que o PIB deverá ter uma
expansão abaixo de 1%, o desempenho mostra muito claramente a força
do setor”, avalia.
Esse bom momento do setor no
"Considerando o histórico de crescimento de mais de dez anos na casa dos dois
dígitos e um cenário econômico em que o PIB deverá ter uma expansão abaixo de 1%,
o desempenho mostra muito claramente a força do setor", avaliou em dezembro a
presidente da ABF, Cristina Franco
Brasil, especificamente no número
de negócios entre franqueadores e
franqueados, tem uma explicação.
Segundo pesquisa da Endeavor, 76%
dos brasileiros querem ser donos do
próprio negócio. O nosso país apresenta a segunda maior taxa do mundo,
perdendo apenas para a Turquia, com
82%. E nesse contexto, com o franchising se sobrepondo às instabilidades
da economia, abrir o próprio negócio
pelo meio de franquia é uma boa aposta e que, ao final, acaba por satisfazer
os dois lados, o dos franqueados e o
dos franqueadores, que, entretanto,
têm um único objetivo: maximizar seus
investimentos.
Exemplo recente e ousado de quem
optou abrir um negócio no modelo
de franchising é o das empresárias
de Uberlândia, no Triângulo Mineiro,
Veridiana Osório e Thais Reis Pires,
que recentemente abriram a Casa X,
a primeira rede de franquias de casas
de festas infantis do país no estado
de Minas Gerais. Do outro lado, têm
também os exemplos dos empresários
Humberto Glaucio Jardim, dono da
Ótica Perilli, e de Celso Luis Garcia, da
CI Intercâmbios, empreendedores que
estão entre os milhares de franqueadores que almejam difundir e crescer
suas marcas e faturar com investimentos país afora. De ambas as partes, é
preciso preparo.
Palavra de franqueador
Entre os muitos tipos de franquias,
um que se destaca pelo crescimento, é
o voltado para o público infantil. Essa
ascensão reflete uma tendência desse
segmento do varejo, haja vista que o
gasto com as crianças mexe com o sentimento dos pais e cresçe a cada ano.
Foi com essa percepção de mercado e
já com o intuito de realizar um sonho
antigo de montar uma casa de festa
capa
infantil, que as empresárias uberlandenses Veridiana Osório e Thais Reis
desembolsaram na abertura da Casa X
cerca de R$ 2,5 milhões, com taxa de
franquia de R$ 150 mil. Nesse caso, o
prazo de retorno do investimento de
até três anos, com faturamento médio
mensal estimado em R$ 300 mil.
Em Uberlândia, a Casa X é o primeiro empreendimento de festas infantis,
que leva a marca da apresentadora e
empresária Xuxa Meneghel, instalado
em Minas Gerais e a terceiro no Brasil.
A primeira cidade a ter uma franquia
foi Tatuapé, São Paulo, em 2012, seguida de Ponta Grossa, no Paraná, em
junho deste ano.
De acordo com a sócia da Casa X em
Uberlândia, Veridiana Osório, o nome
da apresentadora Xuxa tem força no
mercado, em especial no infantil, e por
isso diz que o retorno no investimento
é garantido. “Desde a inauguração do
empreendimento, realizamos 12 festas
e já estamos com mais de 30 contratos fechados para próximo ano, fora
as pré-reservas que ultrapassam 50. O
pacote para festa na Casa X varia entre R$ 5 mil e R$ 30 mil”. Esse valor,
ela explica, é de acordo com o número
de convidados. “Só para se ter ideia
de retorno, fechamos outubro, mês de
inauguração, com um faturamento de
R$125 mil”, informa Veridiana. Por sua vez, a outra sócia Thais Reis
diz que investir na Casa X foi como
“unir o útil ao agradável”. Segundo ela,
Uberlândia carecia de espaços para
festas infantis. “Estudamos o mercado para investir no negócio. Somos fãs
da Xuxa, adoramos crianças e somos
sensíveis às aspirações dos baixinhos”,
afirma.
A Casa X é a grande promessa no
mercado de festas infantis que tem
registrado crescimento médio anual
de aproximadamente 30%. No Brasil,
a negociação de mais de 50 franquias
está em andamento e já existe agenda
para pré-reservas. A estimativa é de
que em cinco anos o mercado brasileiro possa estar com 300 franquias de
salões de festas infantis que levam a
marca da rainha dos baixinhos.
O lançamento da rede de franquias
Casa X foi possível graças a uma sociedade entre a apresentadora Xuxa
Meneghel e a SMZTO Participações,
holding de franquias multissetoriais.
Além da exclusividade proporcionada
pela marca Xuxa, as franquias têm um
alto padrão de qualidade em atendimento, alimentação, entretenimento,
inovação e segurança.
O desenvolvimento da parceria, que
começou a ser discutida em outubro
do ano passado, tem sido acompanhado de perto pela Rainha dos Baixinhos.
“O projeto é a realização de mais um
sonho da Xuxa. Com 25 anos de experiência, ela faz questão de acompanhar
o projeto para que tudo seja feito com
qualidade e voltado aos desejos deste
público”, informa José Carlos Semenzato, presidente da SMZTO Participações.
Outro lado da moeda
Foto: arquivo
As empresárias Veridiana Osório e Thais Reis investiram R$ 2,5 milhões
na abertura de uma unidade da rede de franquias de festas infantis Casa
X, que carrega a marca da Rainha dos Baixinhos, Xuxa
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 14
De lojista a franqueador, esse é o
objetivo do empresário Humberto Jardim, dono da Ótica Perilli, com sede
em Uberlândia e uma das mais conceituadas do segmento na cidade. A
Ótica Perilli conta com lojas em dois
dos maiores shoppings da cidade.
Contudo, o perfil empreendedor e a
disposição para administrar não uma
ou duas, mas um grupo de lojas levou
Humberto Jardim a sonhar mais alto.
Diante disso, com visão de mercado
e expertise que considera suficiente,
ele decidiu transformar sua marca em
franquia. Para isso, buscou o apoio
do Projeto Minas Franquia (PMF), do
Sebrae Minas. Agora ele já conta com
a certificação de franquia como a primeira empresa do segmento de ótica
a investir em uma rede de concessão
pelo projeto do Sebrae, que visa estimular o mercado de franquias em
Minas Gerais, oferecendo às micro e
pequenas empresas oportunidades de
expansão dos negócios.
Foto: Douglas Luzz
tados, Humberto Perilli revela que o
maior desafio é encontrar as pessoas
com perfil empreendedor. “Além de
dedicação integral e capital, o interessado precisa ter visão de mercado
e saber administrar. Para ser ter ideia,
tínhamos 82 pessoas interessadas, mas
o diagnóstico das entrevistas revelou
que apenas 16 teriam possibilidade de
abrir uma franquia Perilli. As demais
tinham capital, mas não tinham feeling”, explica o empresário.
Segundo ele, todos os 16 interessados, que passaram pelo crivo do
Sebrae, devem começar a operar a
franquia da marca Perilli já no primeiro semestre de 2015. As cidades que
vão receber lojas com a sua marca são
Uberaba, Ituiutaba, Itumbiara, Patos,
Patrocínio, Araxá, Araguari, Juiz de
Fora, São João Del Rei, Conselheiro
Lafaiete, Barbacena, Betim, Contagem, Sete Lagoas, Diamantina e Poços
de Caldas.
Humberto Jardim não quis, por enquanto, revelar o valor do investimento, mas disse que é viável e o retorno
do dinheiro aplicado é de dois anos.
brasileira é que viajava para o exterior.
“Mas, o Brasil evoluiu e o mercado se
expandiu. Mesmo que o país pare de
crescer, o número de universidades
deve aumentar por décadas. O problema é que nossas escolas públicas
e particulares não têm formação de
idioma adequado, por uma questão
conjuntural. Não temos professores
formados e capacitados e não vamos
conseguir formar essas pessoas. Então, o mercado deve continuar se expandido”, ilustra Celso para justificar
a aposta que fez no mercado de intercâmbio e que resultou na sua ascensão
para franqueador.
Foto: Cleiton Borges/Correio de Uberlândia
Case consolidado: franqueador e
franqueado juntos no mercado de intercâmbio
O empresário uberlandense, Humberto
Jardim, dono da Ótica Perilli, decidiu
aproveitar os bons ventos e lançar a sua
empresa no mercado de franquias. Para
isso, para evitar contratempos, buscou
apoio no Sebrae e agora está em fase de
prospecção de candidatos
O dono da ótica Perilli, que está
no mercado há 22 anos, revelou que
o desejo de ser franqueador começou
em 2008, mas só depois de dois anos,
o projeto de franquia foi atualizado e
viabilizado com apoio do Sebrae. Depois de todos os trâmites serem ajus-
Quando se tem vocação para o negócio e capital para investir, não importa
o segmento da franquia. A CI - Central
de Intercâmbio e Viagens é exemplo
tangível disso. De acordo com a Belta
(BrazilianEducational&Languade Travel Association), o mercado de intercâmbio e educação internacional vem
se expandido na média de 20% ao ano
e a CI acompanha esse ritmo.
Com experiência no mercado de
franquias de mais de 25 anos, o presidente da CI, Celso Luiz Garcia, marcou presença na inauguração da nova
loja com sua marca em Uberlândia, no
início de novembro. Ele está entre os
empresários que apostaram no franchising e se deram bem. Tomando por
base o segmento de negócio em que
atua, intercâmbio de estudantes, Celso Garcia é otimista e lembra que até
1990 uma parte restrita da população
Celso Luiz Garcia está no mercado de
franquias há 25 anos, quando criou a rede
CI, que trabalha com o intercâmbio de
estudantes. No final dos anos 1980, contava
com duas lojas, hoje são mais 70 unidades
distribuídas por 60 cidades em 21 estados
As primeiras lojas da CI foram abertas em Campinas (SP) e em Porto
Alegre (RS) no final dos anos 1980.
Atualmente a CI está com unidades
instaladas em mais 60 cidades de 21
estados do país. São 71 unidades franqueadas e 16 próprias, que empregam
cerca de 700 funcionários. Para garantir a qualidade em todas as unidades,
15 ∞ Revista Mercado // Edição 63
capa
Celso Luiz Garcia explica que além da
intranet sempre atualizada, são oferecidas às equipe de vendas viagens para
exterior para que conheçam os destinos e escolas que estão vendendo,
bem como as metodologias de ensino.
Celso informa que a CI pretende
chegar a 100 unidades em 2015 e a 200
unidades até 2020. Para atingir essa
meta, ele conta que mais unidades serão abertas em cidades menores, que
tem pujança econômica, interage com
o exterior, recebem estrangeiros, têm
indústrias e empresas que exportam e
importam e, portanto, precisam de material humano que fale outro idioma.
Sobre o seu negócio, Celso Garcia
diz que o custo para abrir uma franquia da CI é de R$ 25 mil, e acrescenta
que o franqueador ainda terá de investir entre R$ 20 mil e R$ 100 mil em
estrutura, além de capital de giro para
girar o negócio. “Contudo, se o investidor tiver expertise no negócio, em 30
meses recuperará o investimento, e
em seis meses pode chegar ao ponto
de equilíbrio”, esclarece.
Na CI são oferecidos quatro treinamentos por ano aos franqueados. Toda
a capacitação presencial é feita em São
Paulo e dura de uma a duas semanas.
“Quando assinamos contrato, o franqueado tem 90 dias para abrir a loja”,
acrescenta Celso Garcia.
CI Uberlândia - Sobre a unidade da
CI de Uberlândia, que em novembro
mudou de endereço para um prédio
maior, o franqueado César Chagas diz
estar satisfeito com o progresso da
unidade, aberta há sete anos e adquirida por ele em janeiro de 2014. “A CI foi
eleita recentemente a melhor empresa
de cursos no exterior do Brasil pelos
leitores da Revista Viagem e Turismo,
da Editora Abril, a principal publicação brasileira sobre o segmento. Desconhecemos outra que tem pontuação
próxima a nossa. A premiação existe a
seis anos na categoria de intercâmbio
do Brasil e destes seis, ganhamos pela
quinta vez”, informa César, demostrando toda sua satisfação como franqueado ao apostar na marca CI como
investimento.
Para o franqueador Celso Garcia,
presidente da rede de franquias da CI,
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 16
abrir uma loja maior, como fez César
Chagas, demonstra visão empreendedora e oportunidade de crescimento.
“Uberlândia fala por si só. Está sempre
com o melhor ranking em qualidade de
vida, para fazer negócio. Possui muitas
faculdades, é um polo esportivo, está
em cima no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Além do mais, é
uma cidade pujante, que tem um cenário nacional muito importante. Estamos num momento de expansão em
Uberlândia, sendo a maior empresa do
segmento na cidade e queremos avançar”, ratifica o franqueador, que esteve
na cidade prestigiando a inauguração
da nova loja CI, em seu novo endereço.
Foto: Cleiton Borges/Correio de Uberlândia
pelos quais se conseguem medir se a
cidade tem potencial econômico e se
têm pessoas com formação para atender acima de 100 mil habitantes.
“A mortalidade de empresas no Brasil está na casa 20% nos primeiros três
anos. Na CI esse número não chega a
2%. Comprar uma franquia precisa de
dedicação integral. Em nossa forma de
trabalho, o cliente precisa ser atendido de forma adequada, ter as expectativas atendidas. Temos de dirigir
esse cliente para o melhor programa,
a melhor cidade, destino e escola. Essa
é chave para o sucesso. Além disso, o
franqueado precisa estar à frente do
negócio, ter uma equipe confiável, que
domine o processo e o negócio. É preciso elaborar um business plan, pois
queremos que ele compre a ideia e não
a CI. Ele precisa estar convicto de que
é um bom negócio para ele”, finaliza o
franqueador Celso Garcia.
Projeto Minas Franquia do Sebrae é
facilitador de negócios
O franqueado César Cardoso, da CI
em Uberlândia, informa estar satisfeito
com o investimento feito na aquisição
da uma unidade da CI na cidade, em
funcionamento há 7 anos e que acaba
de se transferir para um prédio maior
Questionado sobre os riscos de ser
um franqueado da CI, o franqueador
Celso Garcia disse que são baixos porque antes há um estudo de mercado
consistente junto às empresas com
dados especializados. Ele explica que
além desse estudo, são levados em
conta dois importantes indicadores: o
Produto Interno Bruto (PIB) e o IDH,
O Projeto Minas Franquia (PMF),
que ajudou Humberto Jardim no seu
objetivo de transformar a Óticas Perilli
em rede de franquias, oferece as condições mínimas e necessárias para que
o empresário se torne franqueador.
Para aderir ao PMF à empresa precisa
ter no mínimo dois anos de mercado
e viabilidade financeira comprovada a
partir das informações fornecidas pelo
empresário. A marca também precisa
ter registro ou pedido de registro junto
ao Instituto Nacional de Propriedade
Industrial (INPI), e a faixa de investimento total no negócio a ser franqueado deve ser de até R$ 360 mil.
Impulsionadas pelos bons ventos a
favor é que, por meio do PMF do Sebrae Minas, cerca de 30 empresas mineiras estão atualmente em processo
de virar franquias, dessas sete estão
sediadas no Triângulo Mineiro, entre
as quais, seis de Uberlândia e outra
de Uberaba. Antes, em 2013, outras
23 empresas, sendo oito em Uberlândia, sete em Juiz de Fora, quatro em
Montes Claros e quatro em Varginha
haviam se tornado franquias.
O especialista em franchising, Car-
los Ruben Pinto, possui experiência
de 22 anos no mercado de franquias.
É instrutor da Associação Brasileira
de Franchising (ABF), diretor executivo da MDS Franchising & Negócios,
empresa sediada em Belo Horizonte,
e também consultor credenciado do
Sebrae Minas. Segundo ele, para ser
um franqueado o candidato precisa ter
perfil. “Isso significa que deve ter qualidades de um empreendedor e de um
empresário. Empreendedor para buscar um negócio e acreditar que pode
fazer dar certo. Empresário para gerenciar o negócio como um todo, não
colocar a empresa em risco e buscar
resultados o tempo todo”, esclarece.
Foto: arquivo
mentos e manuais; acesso à distribuição ou comercialização de produtos e/
ou serviços, definidos pelo franqueador em um território específico; e supervisão contínua da unidade franqueada, cujo objetivo é preservar o padrão
da franquia e auxiliar o franqueado na
gestão e operação do negócio.
“O maior desafio de um franqueado
é compreender que o negócio franquia
é totalmente seu, que o franqueador
não irá promover nenhuma ingerência
em sua unidade. É preciso ter disposição para seguir o padrão da franquia,
entender bem seus direitos e deveres,
que devem estar claramente expressos
no Contrato de Franquia. Se o franqueado estiver atento quanto esses
pilares, focar em vendas e cuidar de
manter um bom relacionamento com
o franqueador, ele certamente vencerá
o desafio do franchising”, ratifica especialista em franchising.
10 dicas básicas para investimento em franquia
Ao franqueado
Ao franqueador
1. Busque conhecimentos básicos do franchising,
pesquise e participe de cursos.
1. Conheça bom o franchising: saiba que se
trata de um negócio de distribuição e expansão
territorial.
2. Faça
uma
autoanálise,
avalie
suas
características pessoais, suas habilidades e
conhecimentos, sua capacidade de investimento,
disponibilidade para aprender e disposição para
trabalhar muito.
3. Selecione algumas marcas no segmento
de negócio em que você quer atuar, e procure
conhecer as empresas franqueadoras.
4. Defina bem a região em que você quer atuar –
tenha claro o seu território, avalie a demanda pelos
produtos e/ou serviços e a concorrência local.
O especialista em franchising, Carlos
Ruben Pinto, atua como consultor do
Sebrae no Projeto Minas Franquias, e
segundo ele o primeiro passo para uma
parceria franqueador/franqueado dar certo
é cada um assumir e cumprir as suas
responsabilidades no negócio
Carlos Ruben, que participa do PMF
em Uberlândia, explica ainda que no
franchising a relação franqueado/franqueador precisa estar bem esclarecida
e, no caso específico do franqueado,
que adquiriu um negócio sustentado
em quatro pilares. São eles, cessão
do direito de uso da marca; cessão do
know-how de operação e administração da franquia, por meio de treina-
5. Obtenha a documentação legal – Circular de
Oferta da Franquia (COF) e Minuta do Contrato
de Franquia. Analise ou busque ajuda para essa
análise.
6. Conheça os números do negócio: taxas,
faturamentos, despesas e lucro.
7. Converse com os atuais franqueados da
rede e investigue o negócio. Perguntas como:
o investimento previsto pelo franqueador se
confirmou? Você atingiu o ponto de equilíbrio
em quanto tempo? Já obteve o retorno sobre
o investimento? Compraria esta franquia
novamente?
2. Entenda o franqueado como um parceiro
no negócio e que é juntos que todos irão ganhar,
o franchising é um negócio essencialmente ganhaganha.
3. Só entre no franchising se o negócio tiver
viabilidade financeira para o seu franqueado.
4. Estruture bem o negócio franquia: formatar
que dizer planejar, organizar, documentar, preparar
para transferir “know-how” e supervisionar para
preservar os padrões da rede.
5. Só prometa aos franqueados aquilo que a sua
empresa efetivamente pode entregar.
6. Cuide da marca, da identidade corporativa.
7. Anuncie, divulgue, deixe o mercado conhecer
a sua franquia.
8. Cuide bem do relacionamento com os
franqueados.
9. Acompanhe o desempenho dos franqueados
– da rede como um todo.
10.Lidere e inove sempre que possível.
8. Faça seu próprio estudo de viabilidade
financeira. Compare seus resultados com os
números informados pela marca.
9. Tenha muita calma para identificar o ponto
comercial. Avalie se há luvas, os possíveis custos
com as reformas.
10. Inicie o negócio com toda a sua força,
concentre-se em vendas, em conquistar o
mercado e os clientes.
Fonte: MDS Franchising & Negócios
17 ∞ Revista Mercado // Edição 63
economia
21% dos
brasileiros
não pesquisam
preços
Por: Guilherme de Almeida e Vinícius Bruno
Pesquisa mostra
que 2 em cada
10 consumidores
não consultam
preços na hora
da compra; a
diferença de
valores entre
produtos pode
chegar a 1.132%
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 18
Segundo pesquisa realizada pelo
Portal Meu Bolso Feliz, uma iniciativa
de Educação Financeira do Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) para
avaliar o comportamento de compra
do brasileiro, 21% dos consumidores
não fazem pesquisa de preço na hora
de comprar e 71% concordam que não
têm tempo para buscar ofertas.
“A vida que levamos nos deixa mais
ansiosos. A correria do dia a dia faz
com que as pessoas queiram possuir
as coisas imediatamente, deixando de
lado a pesquisa apurada”, avalia José
Vignoli, educador financeiro do Portal.
O problema, segundo o educador, é
que esse hábito impulsivo faz com que
consumidores gastem mais, comprem
produtos mais caros, pouco úteis ou
apenas comprem porque encontraram
um produto mais barato do que o habitual. “O consumidor deve entender
que é dono do próprio tempo que e
precisa revisar hábitos, saber quando
a pesquisa vale a pena e, assim, economizar e fazer boas compras”, conclui.
Com base nisso, O Portal Meu Bolso
Feliz produziu o manual da pesquisa
de preço e explica para você, consumidor, quando buscar melhores preços e
como fazer isso da melhor forma. José
Vignoli complementa as dicas e apresenta as táticas e as vantagens de pesquisar antes de comprar.
Entenda quanto vale o seu tempo
A tática essencial para saber se a
pesquisa vale seu tempo é descobrir
quanto vale a sua hora. Para isso, divida quanto você ganha pelo número
de horas que você trabalha. [Exemplo1: salário de R$ 2.000 / 160 (horas
trabalhadas) = R$ 12,50 (valor do seu
tempo por hora). Exemplo 2: salário
de R$ 1.000 / 160 = R$ 6,25 (valor do
Foto: divulgação
José Vignoli: “O consumidor
deve (...) saber quando a
pesquisa vale a pena e,
assim, economizar e fazer
boas compras"
seu tempo por hora).
A partir do valor encontrado, você
descobre como pesquisar e quantas
horas do dia você deve dedicar fazendo
essa busca. Afinal, se você nunca tem
tempo para nada, pegar o carro para
visitar três diferentes lojas precisa te
render uma economia mais significativa ou você corre o risco da pesquisa
custar mais do que o desconto. Por
outro lado, se você tem uma vida mais
tranquila e consegue reservar bastante
tempo para esse hábito, um desconto
menor é valioso e a pesquisa passa a
valer seu esforço.
Descubra como pesquisar cada item
Eletrônicos, eletrodomésticos, móveis e outros itens de maior valor: a internet é uma ótima ferramenta de busca e a pesquisa é fundamental. Como
a compra, nesse caso, se limita a um
bem de maior valor, o consumidor deve
usar a pesquisa para consultar preços,
modelos, marcas e especificações.
Remédios: Nunca deixe de pesquisar esse item, indo em, pelo menos,
três estabelecimentos. Segundo pesquisa da Fundação Procon-SP, realizada em farmácias e drogarias da capital paulista, os genéricos são 56,63%
mais baratos do que os de referência.
E mais: entre os medicamentos gené-
ricos, a diferença de preços é de até
1.132%. Ou seja, um medicamento que
custa R$ 1 em uma farmácia pode chegar a R$ 12 em outra.
Supermercado: se você faz compras
mensais, sempre reserve algumas horas para checar valores. Para facilitar a
busca, foque nos itens mais caros como
carnes e verduras, pois a probabilidade
de gastar mais com esses produtos é
grande. Outra dica valiosa é pesquisar
quais as frutas de cada estação, muito
mais baratas e saborosas. A pesquisa
pode ser feita apenas uma vez e te fará
economizar sempre.
Roupas: tente se preocupar menos
com a marca e mais com a qualidade.
Ser fiel a uma loja que fabrica um produto de alta durabilidade é sempre a
opção mais econômica. Outra boa dica
é ter em mente o que se precisa antes
de sair de casa para comprar, assim
você poderá visitar as lojas pesquisando o preço do modelo que precisa.
Dicas práticas para otimizar sua pesquisa
Fonte: Portal Meu Bolso
1. Utilize os sites especializados em comparar os preços de
um determinado produto e apontar em que estabelecimento
ele está mais em conta.
2. Procure sites que reproduzem folhetos impressos de hipermercados,
farmácias, lojas de material de construção, lojas de roupas e outros tipos
de comércio. Assim, você economiza seu tempo e o transporte, pois não
precisa visitar as lojas.
3. Para quem prefere pesquisar à moda antiga, vá a pelo menos três lojas
diferentes para descobrir o valor do que procura. Mas lembre-se da regra
de bolso: essa procura vai te custar quanto?
4. Leve em consideração o que procura de verdade e não se deixe
levar por impulsos.
5. Cuidado com os anúncios promocionais. Não deixe de pesquisar mesmo
que se trate de um artigo em promoção.
6. Negocie! Não é raro um cliente conseguir diminuir o valor de um produto
ao apresentar na loja um orçamento mais em conta da concorrência.
19 ∞ Revista Mercado // Edição 63
política
O golpe militar de
1964 e o Brasil:
passado e presente
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 20
Foto: reprodução
Da Redação
Na foto, em destaque, Castello Branco, o primeiro presidente
do movimento militar de 1964. O seu governo cassou 224 mandatos
populares, entre eles 10 governadores
O
s 50 anos do golpe de 1964 – completados agora recentemente em 2014 - ensejam uma reflexão sobre seu caráter e
legado para a sociedade brasileira, conforme descreve o professor
adjunto e chefe do Departamento de Ciência Política da UFRJ, Carlos Eduardo Martins.
Segundo Martins, o golpe foi civil-militar e articulou os diversos
segmentos da burguesia em torno da liderança do grande capital
nacional e estrangeiro contra a ofensiva do movimento de massas, dirigida principalmente pelo trabalhismo, formado pelos trabalhadores urbanos, rurais, estudantes e soldados e militares de
baixa patente, que buscava construir um capitalismo de Estado
com forte dimensão popular, democrática e nacional. Este programa centrava-se nas reformas de base, em particular a agrária e
urbana, no controle da remessa de lucro, na nacionalização de
setores estratégicos e promoção da indústria nacional e numa política externa independente, anti-imperialista, baseada no direito à
autodeterminação dos povos. Postulava ainda a extensão de voto
aos analfabetos, que constituíam quase a metade da população
brasileira, aos soldados e sub-oficiais, bem como elegibilidade a
todos os eleitores.
A dimensão civil do golpe militar foi muito bem demonstrada
em obras como1964: a conquista do Estado, de René Dreyfuss,
que evidencia as intensas articulações entre o empresariado nacional e estrangeiro, o governo dos Estados Unidos e os militares
de alta patente para construir uma oligarquia que partilhasse cargos e espaços nos conselhos empresariais, em instituições estatais e em organismos ideológicos formadores de quadros (ESG) ou
de opinião pública (IBAD e IPES). O núcleo duro da política econômica dos governos militares foi entregue a civis, representantes
do grande empresariado nacional e associado. No governo Castello Branco, oito ministérios estiveram nas mãos de civis e três
nas de militares; no governo Costa e Silva, nove ministros eram
civis e quatro militares; no governo Médici, 11 ministros eram civis
e quatro militares; no governo Geisel, 10 ministros eram civis e
quatro militares; e no governo Figueiredo, 11 ministros eram civis
e quatro militares.
O golpe institucionalizou-se através da ação do Congresso Nacional que ilegalmente declarou vaga a Presidência da República, estando o presidente Jango Goulart em território nacional. Desde seus
primórdios criou uma legislação que transferiu ao poder executivo
a capacidade de legislar, subtraída do Congresso, cuja função era
principalmente a de legitimar os atos do executivo. Ao contrário do
que pensam alguns, que veem entre 1964 e 1968 uma “ditabranda”,
o AI-5 não representou descontinuidade, mas um aprofundamento
da estrutura institucional implantada em 1964 e incorporada à carta
constitucional de 1967. O AI-1 já mencionava que “a revolução vitoriosa se investia de poder constituinte”. Estava aí constituído o fundamento da ditadura. Um golpe de Estado, desfechado pelas armas,
sem apoio popular e sem legitimação das urnas, se auto-invocava o
poder de legislar rasgando a constituição de 1946 e os fundamentos
do sistema representativo e da democracia vigente.
Pesquisas do Ibope realizadas entre os dias 20 de março e 30
de março de 1964 mostraram o forte apoio popular a Jango. 49,8%
da população pretendia votar em Jango nas próximas eleições presidenciais, contra 41,2%. 15% consideravam o seu governo ótimo,
30% bom e apenas 16% o consideravam mal ou péssimo. O dado é
ainda mais relevante porque a pesquisa foi realizada principalmente
no estado de São Paulo, onde Jango havia perdido a eleição de 1960
para Milton Campos, a pedido da Federação do Comércio de São
Paulo.
O golpe de 1964 foi dirigido principalmente contra o trabalhismo e
as organizações de esquerda, contando com o apoio inicial de parte
significativa das classes médias e de políticos liberais, como o Deputado Ulisses Guimarães e o ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Entre 1964 e 1967, um total de 76 deputados federais foram cassados, e destes 39 (mais da metade) eram do PTB que possuía apenas 27% da representação congressual. O governo Castello Branco
cassou 224 mandatos populares, entre eles 10 governadores, cifra
só superada no período Costa e Silva/Junta Militar, que cassou 349
mandatos – mas nenhum de Governador – e muito superior aos governos Médici e Geisel, que cassaram 10 e 12 mandatos populares
respectivamente.
21 ∞ Revista Mercado // Edição 63
Foro: reprodução/Wilton Junior/Estadão Conteúdo
política
João Goulart durante discurso no comício de 13 de março de 1964, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Poucos dias depois, em 1º de
abril, ele já presidente eleito democraticamente, acabou deposto durante o Golpe Militar de 1964
A ditadura montou um sistema repressivo que impôs a perseguição, o desaparecimento, a tortura e a morte, financiado pelo grande capital e as oligarquias locais, sendo sua expressão mais aguda
a Operação Bandeirantes (OBAN), dirigida pelo Delegado Sergio
Paranhos Fleury. O balanço realizado pela Comissão da Verdade
aponta pelo menos 50 mil atingidos direta ou indiretamente em
seus direitos e cerca 400 mortos, número este que pode triplicar
em função das violações cometidas contra os indígenas no Araguaia. Neste balanço não se contam as mortes provocadas pelos
efeitos indiretos da ditadura, como aquelas derivadas do péssimo
sistema de saúde e de saneamento públicos que mantiveram altíssimas taxas de mortalidade infantil, mais que 4 vezes superiores
às de Cuba, em 1980, cujo PIB per capita correspondia à metade
do brasileiro.
O golpe unificou as diversas frações da burguesia para impor
um regime de terror do grande capital e uma política de superexploração dos trabalhadores, incrementando fortemente os
níveis de desigualdade e de pobreza no país. Aprofundou a desnacionalização da economia brasileira e a penetração do capital
estrangeiro no espaço nacional. Conservou o latifúndio, restringiu
a reforma agrária à colonização de novas terras, o que frequentemente beneficiou as grandes empresas, elevando a concentração da propriedade no campo. Reafirmou as tradições coloniais
de nossa burguesia, sublinhando suas tradições anti-democráticas, destruindo os níveis de organização institucional e de subjetividade das massas populares, e vinculou a modernização
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 22
tecnológica ao imperialismo, ao capital financeiro internacional,
à formação de uma burguesia monopólica associada e à grande
propriedade da terra.
O projeto de modernização tecnológica da ditadura esteve
subordinado ao capital financeiro internacional. Sua aspiração
de aprofundar a substituição de importações implantando uma
indústria de bens de capital carecia de fontes de financiamento
internas, baseando-se na volatilidade do crédito internacional
contratado a taxa de juros flutuantes durante a crise internacional
de longo prazo que se iniciou em 1967-73. Incapaz de criar uma
estrutura tributária que incidisse sobre a propriedade, lucros e dividendos ou de montar um poderoso sistema de ciência, tecnologia e inovação ao apoiar a acumulação na superexploração do
trabalho – até 1980 a força de trabalho possuía escolaridade média de 4 anos -, criou-se um modelo dependente e associado altamente vulnerável à elevação das taxas juros pelos Estados Unidos.
A incapacidade dos economistas da ditadura de analisar os ciclos
econômicos e o papel descapitalizador no médio e longo prazo do
capital estrangeiro em países dependentes, os levou a impulsionar
uma modernização acelerada baseada em expressivos déficits comerciais e no endividamento externo nos anos 1970.
A crise da dívida externa a partir do fim dos anos 1970 estrangulou este projeto de modernização, deixando incompleto o setor
industrial, particularmente o segmento de produção de bens de
capital, e iniciou o processo de financeirização da economia brasileira com a formação de uma dívida interna crescente, destinada
Foto: reprodução
primeiramente a transferir os dólares dos exportadores para pagamentos dos juros e amortizações, mas que ganhou dinâmica própria, baixando drasticamente as taxas de crescimento econômico
e de investimento, elevando ainda a pobreza em níveis absolutos
e relativos nas décadas de 1980 e 1990. A economia brasileira
apenas apresentaria taxas de crescimento mais expressivas com
o boom das commodities iniciado em 2003, em função da projeção da China na economia mundial.
A volta aos quartéis planejada pela linha Sorbonne das forças
armadas, com forte penetração na estrutura empresarial – cujas
maiores expressões eram Golbery do Couto e Silva e Ernesto Geisel
–, atendeu às demandas do grande capital nacional e estrangeiro
de conter o fortalecimento das tendências nacionalistas em âmbito militar, cuja maior expressão na América Latina havia sido o
Peru de Velasco Alvarado, e buscou antecipar-se às pressões populares, cujo descontentamento se evidenciava nas eleições de
1974, uma vez vencida a esquerda armada. Isto contribuiu para o
significativo controle da redemocratização pelas principais forças
sociais que apoiaram a ditadura, mantendo relativamente intocado
os privilégios das frações de classe que dela se beneficiaram. De
grande importância foi o esforço realizado por Golbery do Couto e
Silva para separar a tradição trabalhista, em torno da qual haviam
se organizado os trabalhadores nos anos 1950 e 1960, da cultura
operária que se devolveu no ABC paulista em função da modernização industrial produzida nos anos 1970. Decisivo para isso foi a
proibição a Leonel Brizola de utilização da legenda PTB, principal
herdeiro político do trabalhismo.
Além do legado da financeirização da economia, o golpe de 1964
deixou várias heranças que permanecem presentes, entre elas podemos citar a concentração da propriedade e de renda, a lei de
anistia, a constituição congressual, o monopólio dos meios de comunicação e a privatização do ensino superior.
A concentração da propriedade e da renda foi o resultado da
hegemonia inicial da burguesia industrial no período ditatorial e
posteriormente da burguesia financeira nos períodos ditatorial
e pós-ditatorial. Ainda que os governos Lula e Dilma tenham me
lhorado a distribuição de renda do fator trabalho, esta permanece bastante concentrada e desigual. Assim, se em 1990, os 10%
mais ricos percebiam 47,5% desta renda, em 2011 esta proporção havia caído para 40,8%, mantendo-se bastante elevada. Por
outro lado, em 2008, os 10% mais ricos se apropriavam de 75%
da riqueza do país, o que inclui para além da renda, os estoques
de propriedade.
A lei de anistia enviada pelo governo militar a um congresso
submetido ao Pacote de Abril de 1977 – a quem impôs a indicação de 22 senadores biônicos (21 dos quais da Arena) escolhidos por colégio eleitoral – foi aprovada por escassos 206 votos
contra 201, descartando a alternativa de anistia ampla geral e
irrestrita, proposta pelo MDB. Esta lei buscou garantir a impunidade para o terrorismo de Estado, na medida em que excetuou
dos benefícios da anistia justamente aqueles que haviam sido
condenados por crimes políticos, proporcionando impunidade
aos que usaram criminosamente o aparato coercitivo do Estado
para violar direitos individuais e coletivos entre 1961-1979. Todavia, mesmo elaborada para decretar a impunidade do terrorismo de Estado, a lei de anistia deixou brechas. Em 1998, o Brasil
reconheceu a competência da Corte Interamericana de Direitos
Humanos que considera imprescritíveis os crimes de violação de
direitos humanos, qualificando como continuados os crimes de
sequestro e desaparecimento de pessoas até que se conheça
seu paradeiro e destino. Em decisão de 2010, o STF descartou o
direito a punir os responsáveis pelos crimes praticados, continuados ou não, o que levou a condenação do Estado brasileiro pela
Corte interamericana de direitos humanos.
23 ∞ Revista Mercado // Edição 63
política
Em 1998, o Brasil
reconheceu a
competência da
Corte Interamericana
de Direitos Humanos
que considera
imprescritíveis os
crimes de violação de
direitos humanos
Foto: divulgação
A volta aos quartéis planejada pela linha Sorbonne das forças
armadas, com forte penetração na estrutura empresarial – cujas
maiores expressões eram Golbery do Couto e Silva e Ernesto Geisel –, atendeu às demandas do grande capital nacional e estrangeiro de conter o fortalecimento das tendências nacionalistas em
âmbito militar, cuja maior expressão na América Latina havia sido
o Peru de Velasco Alvarado, e buscou antecipar-se às pressões
populares, cujo descontentamento se evidenciava nas eleições de
1974, uma vez vencida a esquerda armada. Isto contribuiu para o
significativo controle da redemocratização pelas principais forças
sociais que apoiaram a ditadura, mantendo relativamente intocado os privilégios das frações de classe que dela se beneficiaram.
De grande importância foi o esforço realizado por Golbery do Couto e Silva para separar a tradição trabalhista, em torno da qual
haviam se organizado os trabalhadores nos anos 1950 e 1960, da
cultura operária que se devolveu no ABC paulista em função da
modernização industrial produzida nos anos 1970. Decisivo para
isso foi a proibição a Leonel Brizola de utilização da legenda PTB,
principal herdeiro político do trabalhismo.
Além do legado da financeirização da economia, o golpe de
1964 deixou várias heranças que permanecem presentes, entre
elas podemos citar a concentração da propriedade e de renda, a
lei de anistia, a constituição congressual, o monopólio dos meios
de comunicação e a privatização do ensino superior.
A concentração da propriedade e da renda foi o resultado da
hegemonia inicial da burguesia industrial no período ditatorial e
posteriormente da burguesia financeira nos períodos ditatorial e
pós-ditatorial. Ainda que os governos Lula e Dilma tenham melhorado a distribuição de renda do fator trabalho, esta permanece
bastante concentrada e desigual. Assim, se em 1990, os 10% mais
ricos percebiam 47,5% desta renda, em 2011 esta proporção havia
caído para 40,8%, mantendo-se bastante elevada. Por outro lado,
em 2008, os 10% mais ricos se apropriavam de 75% da riqueza do
país, o que inclui para além da renda, os estoques de propriedade.
A lei de anistia enviada pelo governo militar a um congresso
submetido ao Pacote de Abril de 1977 – a quem impôs a indicação
Por iniciativa do então presidente José Sarney (foto), o tipo congressual da constituinte de 1986 impulsionou um modelo de representação política e
institucional corporativo e autocrático, distanciado da vontade popular e vinculado ao poder econômico pelo financiamento privado de campanha
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 24
de 22 senadores biônicos (21 dos quais da Arena) escolhidos por
colégio eleitoral – foi aprovada por escassos 206 votos contra
201, descartando a alternativa de anistia ampla geral e irrestrita,
proposta pelo MDB. Esta lei buscou garantir a impunidade para
o terrorismo de Estado, na medida em que excetuou dos benefícios da anistia justamente aqueles que haviam sido condenados
por crimes políticos, proporcionando impunidade aos que usaram criminosamente o aparato coercitivo do Estado para violar
direitos individuais e coletivos entre 1961-1979. Todavia, mesmo
elaborada para decretar a impunidade do terrorismo de Estado,
a lei de anistia deixou brechas. Em 1998, o Brasil reconheceu a
competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos que
considera imprescritíveis os crimes de violação de direitos humanos, qualificando como continuados os crimes de sequestro e
desaparecimento de pessoas até que se conheça seu paradeiro
e destino. Em decisão de 2010, o STF descartou o direito a punir
os responsáveis pelos crimes praticados, continuados ou não, o
que levou a condenação do Estado brasileiro pela Corte interamericana de direitos humanos.
São dois os caminhos democráticos em relação à lei de anistia: o primeiro (mais moderado e conservador) é interpretá-la de
acordo com a Corte Interamericana de Direitos Humanos, não
estendendo sua validade para os crimes continuados; o segundo
é revogá-la por decisão do Congresso ou Plebiscito Popular. Todavia, tanto o STF quanto o Congresso são forças que resistem a
caminhar nesta direção. Para isso contribui o formato institucional do poder público no Brasil. O tipo congressual da constituinte
de 1986 – realizada sem que a democracia estivesse plenamente
estabelecida – a partir da iniciativa do então presidente Sarney,
impulsionou um modelo de representação política e institucional corporativo e autocrático, distanciado da vontade popular e
vinculado ao poder econômico pelo financiamento privado de
campanha. O Senado, com oito anos de mandato, e o STF, cujos
ministros são constituídos por indicação presidencial, com mandato até os 70 anos, sendo apenas destituídos por 2/3 do Senado, são a maior expressão desta autocracia. Bastiões do conser-
vadorismo, não se interessam em apurar os crimes da ditadura e
desvendar as conexões civis-militares que envolvem suas fontes
de financiamento ou redes de poder a que se articulam.
A hegemonia conservadora no processo de redemocratização
vinculou-se à construção do império midiático e ao monopólio
das telecomunicações representado pela Rede Globo, criada oficialmente em 1965 e beneficiada pela associação ilegal com o
capital estrangeiro por meio do grupo Time-Life, do qual obteve
financiamento e assessoria gerencial e técnica, entre 1962-1971.
Em 1967, o governo Costa e Silva baixou um decreto proibindo
a associação financeira, gerencial e técnica no setor de telecomunicações com o capital estrangeiro, criando de fato uma situação de privilégio e monopólio ao considerar que este não se
aplicava à Rede Globo por seu contrato com o Grupo Time-Life
ser anterior à legislação. Os laços da ditadura se estenderam a
outros grupos de comunicação como é o caso da família Abravanel, produzindo uma concentração privada do espaço midiático
nacional muito superior à concentração fundiária. Esta situação
se aprofundou durante o período de redemocratização. Diversos
políticos conservadores e reacionários se tornaram proprietários de retransmissoras locais de impérios midiáticos, sendo os
casos mais notórios os que envolveram dois ex-presidentes da
República, das famílias Sarney e Arnon de Mello, e o ministro das
telecomunicações do governo Sarney, todos vinculados à Rede
Globo. Em 2008, 271 políticos eram sócios dos grandes grupos
midiáticos do país – que concentravam 61,3% dos veículos de
comunicação – entre estes 20 senadores e 47 deputados federais. 58 pertenciam ao DEM, 48 ao PMDB, 43 ao PSDB, 23 ao PP,
16 ao PTB e 14 ao PPS, representando 74,8% das concessões a
políticos. Tal situação contraria o inciso 5º do artigo 220 da constituição brasileira de 1988 que determina que os meios de comunicação não podem ser direta ou indiretamente objeto de monopólio. A ausência de regulamentação do artigo e a promiscuidade
de interesses entre os oligopólios midiáticos e certos partidos
políticos mantém esta situação de violação constitucional cuja
estrutura foi plantada na ditadura.
Em 1960, 60% das matriculas no ensino superior estavam nas universidades públicas e ao final da ditadura esta proporção havia caído a 35%.
Esta trajetória se aprofundou nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula (foto), quando se reduziram a 30% e 25%, respectivamente,
evidenciando as restrições do orçamento público em educação
25 ∞ Revista Mercado // Edição 63
A ditadura interveio também sobre as universidades expurgando as esquerdas, privatizando o ensino superior, impulsionando
a pós-graduação em detrimento da graduação e fortalecendo os
vínculos com a hegemonia liberal norte-americana sobre o pensamento brasileiro. Em 1960, 60% das matriculas no ensino superior
estavam nas universidades públicas e ao final da ditadura esta
proporção havia caído a 35%. Esta trajetória se aprofundou nos
governos Fernando Henrique Cardoso e Lula, quando se reduziram a 30% e 25%, respectivamente, evidenciando as restrições do
orçamento público em educação e o seu comprometimento crescente com o setor privado. A intervenção sobre as universidades
expurgando as esquerdas se deu por meio do decreto 477/69, da
lei 5540/68 e da colaboração com a USAID. A destruição chegou
ao pico na UNB onde 80% de seus docentes foram demitidos. Paralelamente se buscou criar outra estrutura que destinou recursos
à pós-graduação, subordinando parcialmente as universidades às
agências externas de financiamento, em estrutura de poder fortemente verticalizada, priorizando-se a especialização e o pensamento disciplinar, deslocando-se o foco dos temas nacionais, regionais
e mundiais, com forte vocação transdisciplinar. Neste contexto, outras agências de fomento norte-americanas, como a Ford, ganham
expressão no Brasil com o objetivo de constituir novos paradigmas
de investigação e uma nova comunidade acadêmica, financiando
diversos centros de pesquisa, muitas vezes isolados das universidades, e as associações nacionais de pós-graduação.
O balanço dos 50 anos do golpe de 1964 revela sua ação constitutiva sobre a sociedade brasileira. Se o processo de redemocratização que se desenvolveu no Brasil escapou ao controle
das forças golpistas e conservadoras, levando a eleição à presidência da República do Partido dos Trabalhadores, seus principais pilares encontram-se de pé: a concentração da propriedade
e de renda; a preservação da lei de anistia e de uma interpretação que garante impunidade aos crimes de Estado; o monopólio
midiático; a privatização do ensino superior e seu significativo
afastamento da cidadania e das grandes necessidades nacionais; e por fim, a manutenção de elementos corporativos numa
constituição feita por uma Assembleia Constituinte congressual,
convocada antes que a legalidade democrática mínima houvesse sido plenamente instaurada.
Romper estas barreiras e sepultar o golpe de 1964 em nossa
história são desafios que se colocam ao século XXI àqueles que
lutam por um mundo democrático e justo e, principalmente, às
novas gerações que nasceram sob a sua influência. Neste sentido,
a abertura dos arquivos da ditadura e a atuação das comissões
da verdade são da maior importância para restaurar os fatos e
suas conexões onde há a mentira e o silêncio. Mas a batalha das
ideias não se dará no vazio. Enfrentará a resistência daqueles que
se beneficiaram da ditadura. As autocríticas tímidas e ambíguas
da Folha S.Paulo e de O Globo são evidências disto.
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 26
Nota: Carlos Eduardo Martins (foto), que contribuiu com essa reportagem, é doutor em Sociologia pela USP, professor adjunto e chefe do
Departamento de Ciência Política da UFRJ, coordenador do LEHC/UFRJ,
coordenador do Grupo de Integração e União Sul-Americana do Clacso
e pesquisador da Cátedra e Rede Unesco/UNU de Economia Global e
Desenvolvimento Sustentável (Reggen). É autor de Globalização, dependência e neoliberalismo na América Latina (2011) e um dos coordenadores da Latinoamericana: Enciclopédia contemporânea da América
Latina e do Caribe (Prêmio Jabuti de Livro do Ano de Não Ficção em
2007) e co-organizador de A América Latina e os desafios da globalização (2009), ambos publicados pela Boitempo. É colaborador do Blog da
Boitempo quinzenalmente, às segundas.
Foto: divulgação
política
27 ∞ Revista Mercado // Edição 63
especial
Fiemg realiza o
Prêmio Sustentabilidade
Empresarial
Por: David Thiellman
Outorga destacou
a importância da
governança sustentável
O empresário Alair Martins fala durante a solenidade do Prêmio
Sustentabilidade Empresarial; ele foi um dos homenageados
da noite ao receber a outorga “Herói da Gente”
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 28
C
om a proposta de destacar as empresas que desenvolvem a gestão
sustentável dos negócios e de fomentar as práticas sustentáveis, foi realizada mais uma edição do Prêmio Sustentabilidade Empresarial. O evento, que
esteve em sua sétima edição seguida,
é promovido anualmente pela FIEMG
Regional Vale do Paranaíba, Sindicatos
da Indústria, Centro Industrial e Integração de Negócios do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Cintap), Eco
Instituto e Revista Mercado. Durante a
noite de premiação, no Center Convention, 28 empresas, institutos e cidadãos
foram agraciados com a honraria.
Representando o presidente do
Sistema FIEMG, o Superintende Henrique Câmara participou do evento
e o apontou como um momento de
celebração e de reconhecimento dos
trabalhos e empresários locais. “O Prêmio Sustentabilidade Empresarial vai
de encontro com o que a federação
batalha diariamente para desenvolver
e ser essencial à Indústria Mineira. A
Regional Vale do Paranaíba foi muito
assertiva, quando reuniu neste evento
preceitos como a sustentabilidade social, econômica, fiscal, ambiental, etc.
Esperamos que a cada ano, o evento
possa tornar-se melhor e cada vez mais
reconhecido pelos empresários”, destacou Henrique.
Pedro Lacerda, presidente da FIEMG Regional Vale do Paranaíba, acredita na empresa como parte da sociedade e fomentadora do motor que a
transforma. “Uma das principais características de uma empresa sustentável pauta-se no dinamismo que ela
utiliza para desenvolver atividades que
estabeleçam um nexo produtivo com
o máximo de resultado e o mínimo de
desgaste”, apontou.
O presidente da Fiemg Regional Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda, destacou o dinamismo das
empresas contempladas com Prêmio Sustentabilidade Empresarial
“É uma excelente iniciativa da FIEMG em premiar o empresário que além
de cumprir com as obrigações que por
si só já ajudam nossa cidade e nosso
país, fazem algo a mais. O prêmio visa
destacar esse esforço adicional do empresário que beneficia a comunidade
de alguma forma”, disse o prefeito Gilmar Machado.
O princípio da sustentabilidade firma-se cada vez mais como a base da
gestão empresarial de sucesso, porque garante justiça social nas relações
de trabalho, adequação e respeito ao
meio ambiente, viabilidade econômica
e saúde financeira dos negócios e uma
nova cultura organizacional que envolve todos os agentes das atividades empresariais, no objetivo comum de promover desenvolvimento responsável.
Foram inscritas 52 empresas para
concorrer ao prêmio. Após os períodos
de entrega de formulários e de projetos a banca julgou 32 empresas, das
quais concorreram a 13 categorias.
Posição da Marca
Mudar para avançar, para melhorar e transmitir um conceito inova-
dor e abrangente. Com esse pensamento, o Prêmio que visa destacar
os setores produtivos, empresários e
as boas práticas sustentáveis, passou
por uma adequação e um posicionamento atualizado.
O Prêmio Sustentabilidade Empresarial firmou-se com determinada nomenclatura, pois traduz um
conceito condizente com os preceitos e valores que a FIEMG Regional
Vale do Paranaíba entende como
sustentabilidade.
Na 7ª edição do evento, foram criadas as categorias “Destaque Industrial”
e “Projetos Acadêmicos para a Economia Verde”, além de algumas mudanças visando a excelência do Prêmio.
A categoria Destaque Industrial
destacou as indústrias que apresentam grande valor para as cidades que
integram a Regional Vale do Paranaíba, já os Projetos Acadêmicos para
Economia verde são uma homenagem
que selecionou na academia trabalhos
de alunos que demonstraram ter uma
visão sobre o contexto atual da sociedade, priorizando a sustentabilidade,
bem como a viabilidade e aplicabilidade do trabalho.
especial
Prêmio Herói da Gente e Industrial
do Ano
De acordo com a coordenação, o
prêmio Herói da Gente homenageia
uma personalidade com atuação empresarial ou comunitária altamente
relevante para o bem estar social e a
preservação ambiental, fomentando o
desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social empresarial.
Em 2014, o Herói da Gente escolhido para receber a Comenda foi o em-
presário Alair Martins, proprietário do
maior atacadista da América Latina,
Atacado Martins. O prêmio é concedido a personalidades que tenham contribuído para a proposta de relações
empresariais humanas e modelos de
negócio sustentáveis.
Sobre o premiação Industrial do
Ano, o homenageado da noite foi o empresário Fábio Pergher, sócio-proprietário da Start Química, que recebeu indicação da Fiemg Regional, Sindicatos
Patronais e Cintap.
Premiados
Categorias de Porte
Micro/Pequena Empresa: Doces Famas Indústria e Comércio Ltda.
Média Empresa: Faber-Castell
Grande Empresa: Uberlândia Refrescos Ltda.
Categorias de Integração de Setores
Destaque Comércio: Casa do Chevrolet
Destaque Serviços: TV Integração
Destaque Agronegócio: UberBrahman
Destaque Tecnologia: Lojista Online e Ética Soluções
Destaque Industrial*:
- EBBA (Empresa Brasileira de Bebidas de Araguari)/Araguari
- Mapere Agroflorestal Ltda/Indianópolis
- Indústrias Agriplus Agroindústria e Comércio – Café Iraí/Iraí de Minas
- Qobra Indústria de Alimentos Ltda/Monte Alegre de Minas
- Estofados Styllus Ltda./Monte Carmelo
- Prata Indústria de Piscinas/Prata
- Vazante agropecuária/Tupaciguara
(*) Premiação entre cidades que compõem a Regional Vale do Paranaíba no quesito “Gestão Sustentável”.
Categorias de Projetos Especiais
Projetos acadêmicos para Economia Verde:
- Faculdade Unipac: Laís da Silva Pelegrini
- Faculdade Unitri: Nayara de Almeida Teixeira
- Faculdade Uniube: Paulo Roberto Fratari
- Faculdade Unipac Pedagogia: Luiza Fonseca da Silva
- Faculdade Católica: Neuza da Silva Queiroz
- Universidade Federal de Uberlândia: Suelen Mara Gonçalves
Projeto Ambiental: Uberlândia Refrescos Ltda
Projeto Cultural: Instituto Alexa
Projeto Social: TV Integração
Comunicação para Sustentabilidade: Instituto Algar
Inovação Tecnológica: Fabe - Fábrica Brasileira de Aeronaves
Industrial do Ano Fiemg Regional: Fábio Pergher, sócio-proprietário da Start Química
Herói da Gente: Alair Martins, fundador do Grupo Martins
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 30
Categorias de Porte
Micro/Pequena Empresa:
Doces Famas Indústria e Comércio Ltda
Média Empresa: Faber-Castell
Grande Empresa: Uberlândia Refrescos Ltda.
Destaque Comércio: Casa do Chevrolet
Destaque Serviços: TV Integração
Destaque Agronegócio: UberBrahman
Destaque Tecnologia: Lojista Online e Ética Soluções
Destaque Industrial/Araguari – EBBA (Empresa Brasileira de Bebidas de Araguari)
Destaque Industrial/Indianópolis – Mapere Agroflorestal Ltda
Destaque Industrial/Iraí de Minas – Indústrias Agriplus
Agroindústria e Comércio/Café Iraí
Destaque Industrial/Monte Alegre de Minas – Qobra
Indústria de Alimentos Ltda
Destaque Industrial/Monte Carmelo – Estofados
Styllus Ltda
Destaque Industrial/Prata – Prata Indústria de Piscinas
Destaque Industrial/Tupaciguara – Vazante agropecuária
Categorias de Integração de Setores
31 ∞ Revista Mercado // Edição 63
especial
Categorias de Projetos Especiais
Projetos acadêmicos para Economia Verde/Faculdade Unipac: Laís da Silva Pelegrini
Projetos acadêmicos para Economia Verde/Faculdade Projetos acadêmicos para Economia Verde/FaculdaUnitri: Nayara de Almeida Teixeira
de Uniube: Paulo Roberto Fratari
Categorias de Integração de Setores
Projetos acadêmicos para Economia Verde/Faculdade Unipac Pedagogia: Luiza Fonseca da Silva
Projetos acadêmicos para Economia Verde/Faculdade Católica: Neuza da Silva Queiroz
Projetos acadêmicos para Economia Verde/Universidade Federal de Uberlândia: Suelen Mara Gonçalves
Projeto Ambiental: Uberlândia Refrescos Ltda
Projeto Cultural: Instituto Alexa
Projeto Social: TV Integração
Comunicação para Sustentabilidade: Instituto Algar
Inovação Tecnológica: Fabe - Fábrica Brasileira de
Aeronaves
Industrial do Ano Fiemg Regional: Fábio Pergher, fundador da Start Química
Industrial do Ano Fiemg Regional: Fábio Pergher, fundador da Start Química
Herói da Gente: Alair Martins - Fundador do Grupo
Martins
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 32
33 ∞ Revista Mercado // Edição 63
trabalho
Entrevista de emprego:
como se dar bem
Foto: arquivo
Por: Marcelo Cardoso
Especialista em
coaching diz
que a aparência
pode fazer muita
diferença e
lista cinco dicas
que podem ajudar
o candidato
há hora da
entrevista
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 34
Aparência pode fazer diferença
numa entrevista de emprego
Procurar emprego é uma coisa chata. Quase todo mundo já passou por
isso e sabe as dificuldades e sensações
na hora de um processo seletivo. Todas
as dúvidas aparecem no momento em
perguntas como: Estou com a roupa
adequada? Será que meu perfil se encaixa? Como será essa empresa? Sou
capaz mesmo de assumir tal responsabilidade? Uma pesquisa realizada pela Catho,
uma das maiores empresas de vagas e
cadastramento de currículos do Brasil,
revela que um dos aspectos que mais
prejudicam um candidato é demonstrar falta de interesse ou entusiasmo. Às vezes uma pessoa passa por tantos processos seletivos que realmente
a autoestima fica abalada e o desanimo
toma conta. E isso, pode ficar perceptível na hora da entrevista.
“Se o candidato está há muito tempo à procura de trabalho e ainda não
conseguiu nada, não deve desanimar.
É preciso continuar mantendo o foco,
a determinação e principalmente a
autoconfiança”, aconselha o especialista em coaching, Marcelo Cardoso.
Segundo ele, vale lembrar que o objetivo da entrevista é a de confirmar as
informações que constam no currículo, ou seja, o candidato já terá passado
por um funil de candidatos. Portanto,
quando for chamado para uma seleção,
o importante é o candidato estar bem
preparado.
o mais natural possível. O essencial
é ter clareza ao falar sobre quais são
suas atribuições, sobre sua formação e
objetivos. É bom ter um discurso alinhado com o seu currículo.
Ainda segundo Cardoso, ao final, se
por acaso o candidato não for contratado, deve continuar a busca sem guardar “grilos na cabeça”. “Faça uma reflexão, encontre os pontos que devem ser
melhorados e saiba que, o contratante,
pode ter lhe achado um bom profissional, mas não adequado para o cargo
em questão. E lembre-se sempre que
os maiores vencedores fracassaram
muito até chegar ao sucesso”, conclui
Marcelo Cardoso, que também é especialista em PNL (Programação Neuro
Linguística) e fundador da Arco 7.
Na sequencia, seguem algumas
dicas listadas pelo professor Marcelo Cardoso, para aumentar a
chance do candidato quando ele
estiver de frente ao selecionador. Vestimentas - A roupa deve ser formal. As mulheres não devem carregar
na maquiagem, não usar roupas curtas,
coladas ou muito coloridas. Os homens
devem cuidar da barba, não usar bonés, muito menos camisetas de time. Postura - A postura deve ser comedida. Sente-se adequadamente, sem
cruzar os braços ou fazer muitas gesticulações. Mas, transmita naturalidade,
para não ficar a impressão que você
está desconfortável. Informações - Antes de ir à entrevista, faça uma pesquisa sobre a empresa que lhe convocou. Acesse o site
e busque saber sobre valores, política,
produto, interesses. Essa é uma ótima
forma de demonstrar interesse. Comunicação - Ao conversar com
o selecionador e responder as perguntas, olhe em seus olhos. Responda
tudo com tranquilidade e certeza. Não
minta. Os profissionais de RH são qualificados para isso, para saber se você
está inventando algo. Não fale demais,
seja objetivo. E se tiver alguma dúvida,
pergunte. Educação - Seja educado com todos. Não faça cara feia ou de susto se
o profissional fizer alguma pergunta
que ache desnecessária. Isso pode demonstrar descontrole emocional. Seja
Marcelo Cardoso, entre outras
dicas, recomenda ao candidato
olhar nos olhos do selecionar
ao conversar com ele
35 ∞ Revista Mercado // Edição 63
carreira e sucesso
Realização
profissional:
um desafio
permanente
64% dos profissionais
querem mudar de
emprego, diz pesquisa.
Por: Ícaro Oliveira (Ciclo)
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 36
Para o sociólogo francês Gilles Lipovetsky, o ser humano é um colecionador de experiências e teme que a vida
passe sem que sejam aproveitadas diversas oportunidades. Seja por necessidade de mudança ou qualquer outro
fator, o fato é que se há algum tempo o
mais comum era trabalhar a vida toda
na mesma empresa ou profissão até se
aposentar, hoje o conceito perde adeptos. É o que mostra uma pesquisa do
portal de emprego Trabalhando.com,
divulgada pela Associação Brasileira
de Recursos Humanos (ABRH), feita
em 2014 com mais de 200 profissionais, dos quais 53% homens e 47%
mulheres. Segundo o levantamento,
64% dos trabalhadores pesquisados
desejam mudar de trabalho.
E nesse universo de pessoas, o daqueles profissionais que mudaram de
lado, ou melhor, de carreira, nem sempre é o dinheiro que importa mais, mas
sim a realização pessoal. Foi isso que
motivou Denise Resende (31 anos),
proprietária do Bar e Restaurante
Quintal da Dê, a deixar para trás uma
carreira estável para se tornar empresária do setor de gastronomia e lazer,
em Uberlândia (MG). Graduada em
Zootecnia, ela foi por muitos anos uma
das melhores consultoras de vendas de
uma importante multinacional ligada à
saúde animal.
Segundo Denise, o projeto de abrir
um negócio próprio era um sonho antigo. “A identidade mineira do Quintal
da Dê está na minha raiz. Estou muito
feliz por ver esse sonho se concretizar,
e não somente pela minha realização,
mas por ver as pessoas aproveitando
também desse sonho. O Quintal da Dê
é um sucesso e vamos trabalhar cada
vez mais para que as pessoas tenham
aqui o que buscam”, diz a empresária
afirmando ainda que “muitos dos conhecimentos adquiridos na antiga carreira estão sendo aproveitados no novo
negócio”.
Nada se perde
Mariane de Ávila concorda com Denise Resende e discorda de quem pensa
que, para mudar de carreira, é preciso
abandonar conhecimentos adquiridos.
corpo como instrumento de trabalho,
e nesse sentido me contemplo com a
formação acadêmica, que me permite
uma consciência e preparação corporal diferenciadas”, diz Ávila.
Paixão pelo trabalho
Douglas Luzz, fotógrafo profissional
há quase 10 anos, também abandonou
a primeira carreira para fazer aquilo
que o realiza. “Sou apaixonado por fotografia e hoje não me vejo fazendo outra coisa. Tenho certeza de que estou
no caminho certo”, afirma Luzz.
Segundo o fotógrafo, o conhecimento adquirido em sua formação acadêmica, na área publicitária, veio somar
ao trabalho atual. “Hoje faço imagens
para agências de publicidade. Meu
conhecimento na área contribui para
um atendimento com mais qualidade
e resultados adequados”, afirma Douglas Luzz, que também atua em outras
áreas da fotografia, como: eventos em
geral, casamentos, fotografia aérea,
moda, etc.
Mariane trocou a Educação Física pelo palco,
mas valoriza a sua formação acadêmica que
contribuiu para a sua carreira de artista
Denise Resende deixou para trás uma
bem sucedida carreira de zootecnista para
ser dona de restaurante
Apesar da graduação em Educação
Física, Mariane virou artista integrante
do Emcantar, grupo que trabalha com
uma mescla de linguagens entre música e teatro. Junto com o Emcantar,
ela desenvolve trabalho voltado para
infância, juventude, família e educadores, tendo em seu histórico cinco
álbuns lançados, mais de 600 apresentações para cerca de 100 mil pessoas
de diversas cidades do País, além da
realização de ações de formação para
mais de 20 mil participantes.
“Todo artista precisa cuidar do seu
Douglas Luzz usou a formação em Publicidade para realizar o sonho de ser fotógrafo,
e hoje comemora a realização profissional
O fotógrafo ainda ressalta que, apesar de considerar o profissionalismo e
a seriedade pontos fortes do seu trabalho, o prazer e a paixão pelo que faz
são, sem dúvida, o que torna seu trabalho diferenciado. “Minha realização
profissional se reflete diretamente nas
imagens que crio”, enfatiza Luzz.
37 ∞ Revista Mercado // Edição 63
alimentação
Conheça
as 15 comidas
mais perigosas
do mundo
Da Redação
T odos precisam comer para
viver é bem verdade, mas
a ingestão de alguns alimentos
pode ser fatal. É o caso do
baiacu, peixe mais venenoso
do mundo, que provoca
alergias alimentares perigosas,
e até mesmo do um simples
amendoim que é responsável
por um grande número de
mortes por alergia alimentícia
em todo o mundo. A seguir
estão reunidos 15 alimentos
que têm potencial de fazer
qualquer um ficar muito
doente ou até mesmo matar.
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 38
O polvo vivo pode ser
servido cortado em
pedacinhos e comido
enquanto ainda está se
remexendo no prato ou
inteiro mesmo, como fazem
os coreanos que engolem
os bichinhos numa boa.
Quem aprecia o prato diz
que a melhor parte é a
sensação das ventosas
presentes nos tentáculos
grudando na boca.
Aí é que mora o perigo:
elas podem colar na
garganta e provocar
asfixia e causar morte
Cogumelos selvagens
Alguns cogumelos selvagens
parecem inofensivos, alguns
são até bonitos, mas na
verdade são letais, como
cicuta verde (Amanita phalloides).
Uma mordida dele já causa dores
abdominais e vômito. Comido em
maiores quantidades ele causa
danos ao fígado, rim e coração,
o que pode levar à morte.
Fugu (Baiacu)
O baiacu, ou “fugu”, é a
comida mais perigosa do mundo.
Os chefes japoneses passam
anos e anos aprendendo como
remover a parte tóxica do peixe,
que são 1.200 vezes mais
venenosas que o cianeto.
Comer apenas o equivalente
a uma cabeça de alfinete
pode matar.
Maniçoba
A maniçoba, a folha da mandioca, é muito comida na África e
na América do Sul – mas precisa
ser muito bem cozida antes de
comida. Se você a mastiga crua,
uma enzima no tubérculo pode se
transformar em cianeto, um gás
tóxico e venenoso.
Hákarl
Carne de tubarão que foi
deixada a fermentar em seus
próprios fluidos e então
pendurada para secar é valorizada na Groenlândia.
O problema é que o animal não
tem um aparelho urinário, o que
significa que algumas substâncias
potencialmente tóxicas são
armazenadas na carne.
Tapioca
Pela mesma razão, a tapioca que é
feita da fécula da mandioca (possui,
em sua constituição, ácido cianídrico
– substância que origina o cianeto,
um gás altamente tóxico) precisa ser
bem preparada para evitar o envenenamento.
Ackee
Venerada na Jamaica,
a fruta ackee só pode ser
comida quando está
totalmente madura e
propriamente preparada.
Comê-la verde pode causar
enjoo e levar à morte.
Amendoins
Os amendoins não fazem mal, a menos que você seja alérgico a
eles. Os amendoins respondem pelo maior número de mortes por
alergia alimentícia, o que é assustador se considerarmos que 1%
das pessoas tem este tipo de alergia.
39 ∞ Revista Mercado // Edição 63
alimentação
Castanha de caju crua
Mesmo se não for alérgico, não
coma a castanha-de-caju crua.
Elas contém uma toxina que pode
ser letal se comida em grandes
quantidades. As castanhas dos
supermercados foram muito bem
assadas e curadas.
Ruibarbo
Talos de ruibarbo são muito bons
de comer - mas evite as folhas a
todo custo. Elas contêm toxinas
venenosas que podem fazer
você ficar muito intoxicado ou
até mesmo matá-lo.
Brotos de feijão - Broto
de feijão é um dos piores alimentos
para abrigar E. coli, Salmonella e
Listeria: bactérias que crescem nas
mesmas condições quentes e úmidas que os brotos são cultivados. Na
Alemanha, os brotos de feijão foram
identificados como a provável causa
de um surto que matou 22 pessoas.
Queijo Casu Marzu
Esse queijo é tão perigoso que se
tornou ilegal na Sardenha, região da
Itália onde é produzido, e agora só transita pelo mercado negro local. O Casu
Marzu é feito com leite de ovelha e
larvas vivas de mosca, colocadas pelos
produtores na receita para ajudar a fermentar o queijo e torná-lo mais macio.
Mas, sem um controle muito rígido de
qualidade, as larvas podem intoxicar os
consumidores. Se não retirar as larvas
antes de comer, a pessoa corre o risco
de sofrer com uma infecção intestinal,
com náuseas, vômito, dor abdominal
e diarreia com sangue. Isso acontece porque os bichos sobrevivem ao
ambiente estomacal e seus ganchos
bucais podem machucar as paredes
do estômago e do intestino.
Frutos do mar
Os mariscos são muito perigosos se você
é alérgico. Enquanto algumas pessoas
experimentam urticária, coceira, inchaço,
sibilância e dor abdominal, outros podem
entrar em choque anafilático, o que os
impede de respirar e pode ser fatal sem
medicação. E mesmo se você não tem
alergia a vôngole, eles devem ser evitados. Os mariscos podem ter hepatite A,
febre tifoide e disenteria porque vivem
em ambientes de pouco oxigênio.
leite cru
O leite que compramos no supermercado é pasteurizado, mas tem
pessoas que o bebem e fazem queijo
do leite cru. Leite que não tenha sido
pasteurizado (aquecido a uma temperatura elevada e rapidamente resfriado) é muito mais suscetível a conter
salmonela, E. coli e listeria.
Polvo Vivo
A maioria de nós prefere que os animais
já estejam mortos quando chegam ao
prato – mas não na Coreia do Sul. Naquele país asiático você pode escolher
seu polvo ainda vivo – ou sannakji, nome
dado à iguaria -, que é então fatiado e
temperado na sua frente e servido ainda
enquanto se mexe, ou então comê-lo
inteiro mesmo. Nos dois casos, o perigo
são as ventosas, que ainda estão ativas e
podem grudar na sua garganta, podendo
sufocá-lo e causar a morte.
Sapo-boi da Namíbia - Apesar de possuir veneno distribuído em seus órgãos e pele, essa
rã africana é considerada um verdadeiro manjar na Namíbia e outros países do continente. Se
preparado sem o devido cuidado, o veneno, chamado oshiketakata, pode provocar insuficiência
renal e até morte. Para evitar intoxicações, a época mais indicada para capturar a rã é após a
estação de acasalamento, quando os sapos começam a coaxar mais.
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 40
Foto: reprodução
estética
Cuidados
com a
pele ao
redor dos
olhos
Por: Carla Leirner Corega
Tão fina quanto uma folha de papel,
a pele ao redor dos olhos é a primeira
a denunciar as marcas do tempo principalmente em quem tem a pele clarinha, menos resistente ao sol. “Ela é dez
vezes menos espessa do que a pele do
corpo”, afirma a dermatologista Shirlei
Borelli, autora do livro “Até 120...Rejuvenescimento e Cosmiatria” (Editora
Senac). “Além disso, possui pouca gordura e vive franzida por causa do excesso de luminosidade”, acrescenta. Some-se a isso o fato de que, seus músculos,
constantemente exigidos, repetem os
mesmos gestos milhares de vezes ao
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 42
longo da vida. Isso explica porque as
primeiras linhas finas podem aparecer
já por volta dos 25 anos quando, em geral, as rugas ainda não deram as caras.
A boa notícia fica por conta do uso
de cremes específicos para a região,
eles contêm os ingredientes na concentração e na textura ideais para tratar
(sem irritar) a área dos olhos, e alguns
tratamentos ajudam a reverter sinais
mais severos do envelhecimento.
Escolha o creme correto
Apesar da maioria dos produtos
para o rosto não causar danos à
delicada pele ao redor dos olhos,
alguns ingredientes podem causar
irritações ou alergias. Por isso, é
sempre melhor escolher produtos
especificamente formulados para
o local. A principal dica para quem
já passou dos 50 anos é hidratar
constante a área. Opte pelas formulações que contenham aquaporinas, vitamina C, ceramidas e ácido
hialurônico. Como nem sempre elas
contêm filtro solar, passe um gel
com FPS 25 para finalizar sua rotina de beleza.
Foto: divulgação
sagem do tempo. A partir dos 40 anos,
o peso da gravidade faz-se sentir e o
volume da pele sob os olhos aumenta.
Para minimizar o aspecto cansado vale
a pena investir em cremes com subs
Foto: reprodução
região. Alguns tipos de creme específicos para os contornos dos olhos contêm ativos como cafeína, ácido kójico,
vitamina C e revesterol, só para citar
alguns exemplos.
A cirurgia plástica é a única saída para o excesso de pele da pálpebra superior,
que dá à expressão um ar triste e cansado
A dermatologista Shirlei Borelli é autora do livro
“Até 120...Rejuvenescimento e Cosmiatria”
Adeus pálpebras caídas e bolsas
de gordura
Olheiras mais suaves
De acordo com a dermatologista
Shirlei Borelli, a causadora da tonalidade escura sob os olhos é uma substância chamada hemossiderina associada
ao excesso de melanina, substância
responsável pela pigmentação da pele.
Geralmente, um problema hereditário,
as olheiras surgem ainda na adolescência. Com os anos, a menor circulação
na área escurece ainda mais as manchas. Para piorar, as manchinhas marrons provocadas pelo sol costumam se
acumular sob os olhos, deixando a região com aspecto mais carregado. Nenhum tratamento é 100% eficaz para
apagá-las, mas na maioria das vezes
melhoram, e muito, o quadro. Aplicações de laser ou de Luz Intensa Pulsada podem ser boas alternativas. Mas
somente o médico pode avaliar, dependendo da tonalidade da pele e das
olheiras, qual a porcentagem de eficácia do tratamento. Uma alternativa são
as sessões de drenagem linfática que
estimulam a eliminação de toxinas da
O excesso de pele da pálpebra superior dá um ar triste e cansado à expressão. Nesse caso, a única saída é a
cirurgia plástica que, ao contrário do
que muita gente acredita, não corrige pés de galinha. Considerada uma
intervenção de pequeno porte, dura
entre 45 minutos e uma hora por olho
e a anestesia é local com sedação. O
pós-operatório é simples: no primeiro
dia são indicadas compressas de soro
fisiológico, água boricada ou chá de
camomila gelado na região. Os pontos são retirados após quatro dias. As
manchas roxas e o inchaço permanecem entre 10 e 12 dias e a cicatriz some
após cerca de 3 meses. O uso de lentes
de contato está liberado a partir do terceiro dia. Deve-se evitar o sol direto por
dois a 3 dias. É indicado o uso de óculos
escuros nas primeiras duas semanas.
Em geral, as bolsas de gordura aparecem por causa do stress e da falta
de sono que estimulam a retenção de
água. Elas também podem ser de origem genética ou decorrentes da pas-
tâncias descongestionantes, como Nodema, que ativam a circulação, melhoram a aparência e ajudam a desinchar
as bolsas. Menos sal na comida (para
evitar a retenção de líquidos) e menos
álcool ajudam a prevenir seu aparecimento ou mesmo aliviam o quadro. Porém, só a cirurgia plástica pode aliviar
os casos mais crônicos.
Menos pés de galinhas
A toxina botulínica, também conhecida como botox, é bastante eficiente para os casos mais acentuados. Injetada com agulha ultrafina na
lateral dos olhos, provoca a paralisia
temporária da musculatura, mas só a
ponto de evitar a repetição dos movimentos causadores das linhas ou rugas de expressão e não para apagá-las
definitivamente. Os primeiros efeitos
surgem a partir do segundo dia. Depois desse prazo, dá para perceber
que as marcas de expressão, antes
muito evidentes, estão mais suavizadas. O efeito não é definitivo: dura por
volta de seis meses. Depois é preciso
repetir a dose.
43 ∞ Revista Mercado // Edição 63
Gastronomia
Amigas
da dieta
Dez frutas que
são aliadas
do emagrecimento
DA Redação
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 44
C
omer frutas, além de ajudar a
conquistar uma boa alimentação, pode ser uma das melhores
alternativas para quem deseja emagrecer, isso por terem efeitos que
podem auxiliar desde a perda de
gordura até a saciedade e compulsão por doces. Há até mesmo frutas
como a romã, que ajuda a combater
os efeitos da celulite e a reduzir a retenção de líquidos. Mas, claro, apenas a ingestão desses alimentos não
resulta em perda de peso, pelo contrário, o ideal é que façam parte da
sua rotina alimentar, que deve estar
baseada numa dieta saudável e aliada à prática de atividade física. Isso
ocorre porque as frutas possuem
nutrientes fundamentais para o bom
funcionamento do organismo. O figo, o limão e a maçã, por exemplo, são ricos em substâncias que
ajudam na saciedade e na redução
do estresse. A maçã também evita
o estoque de gordura. Por sua vez,
o magnésio, contido no figo, auxilia
na diminuição do apetite por doces.
“Ele é excelente aliado contra a vontade de comer doce”, explica Paula
Castilho, nutricionista da Sabor Integral. Já a banana ajuda a combater
a compulsão por doces. “Rica em
triptofano, ela é responsável pelo
combate da ansiedade, estresse,
insônia e apetite descompensado
por doces e carboidratos”, explica a
consultora nutricionista da Netfarma
Sulanne Carvalho Oliveira. “A romã
é uma fonte de antioxidantes que
ajuda a combater as inflamações no
organismo, uma das causas para o
desenvolvimento da obesidade”, indica Paula.
Quer descobrir mais sobre os poderes de 10 frutas que vão te ajudar no
processo de emagrecimento, confira
a seguir a lista completa:
Figo “O figo é rico em magné-
sio, potássio, cálcio, ferro e fibras
- estas que ajudam na sensação
de saciedade, além de controlarem o colesterol e melhorarem
o funcionamento intestinal. Sem
contar que o magnésio diminui
o apetite por doces”, explica a
consultora nutricionista da Netfarma Sulanne Carvalho Oliveira.
maçã “Rica em pectina,
fibra que também é responsável
pela saciedade, a maçã diminui
a absorção de açúcar e
evita o estoque de gordura”,
explica a consultora Sulanne
Carvalho Oliveira.
limão “Rico em pectina [uma
fibra solúvel que ajuda a controlar
o nível de colesterol no sangue], ela
se transforma em gel no estômago
e elimina a gordura do organismo,
além de saciar por mais tempo.
Ajuda também na digestão e regula
os níveis de açúcar no sangue. É
muito diurética e rica em vitamina
C”, explica Paula Castilho, nutricionista da Clínica Sabor Integral.
banana “Embora possua um alto
teor de frutose [um dos principais
açúcares presentes nas frutas], ela é
rica em triptofano, aminoácido que
combate a ansiedade. A banana é
uma grande aliada naquelas horas
em que bate a vontade de comer
doce. Além disso, é rica em vitamina
B6, que atua no metabolismo das
proteínas e dos lipídios, fazendo com
que o organismo reduza a absorção
da gordura ingerida na refeição”,
conta Paula Castilho.
Abacate “Rico em vitamina E,gorduras
monoinsaturadas [consideradas boas por ajudar
a reduzir o nível de colesterol ruim, chamado
de LDL, no sangue] e sais minerais, é um poderoso antioxidante e anti-inflamatório. Seu valor
energético está relacionado ao teor de gordura
- responsável pelo aumento do HDL (colesterol
bom) - presente na fruta. Ainda colabora para
ometabolismo da glicose evitando, assim, o depósito de gordura”, explica SulanneOliveira. “Mas
não pode exagerar: meia unidade duas vezes por
semana é o suficiente”, recomenda Paula Castilho.
O antioxidante, para que você compreenda, é
uma substância que impede as células sadias do
organismo de serem danificadas.
morango “Tem caloria
negativa (é pobre em calorias!),
ou seja, o corpo gasta mais calorias na sua digestão do que as
presentes na fruta. Além disso,
é rica em ferro e em vitamina C,
sendo um bom anti-inflamatório”, recomenda a nutricionista
Paula Castilho.
abacaxi O abacaxi é fruta de
baixa caloria, antioxidante, diurética, auxilia na digestão e ajuda a
evitar a compulsão por doces.
Romã “Fruta de
baixa caloria, rica em
antioxidantes e anti-inflamatória. Ela combate
os efeitos da celulite e é
diurética, o que diminui
a retenção de líquidos”,
indica a nutricionista Sulanne Carvalho Oliveira.
melancia “Melhora a hidratação,
ajuda a baixar os níveis de açúcar
no sangue, reduz a quantidade de
insulina (hormônio produzido no
pâncreas responsável pelo transporte da glicose até as células) e evita o
acúmulo de gordura”, indica Sulanne.
uva “Rica em resveratrol [polifenol,
este que é caracterizado por ser um
grande grupo de moléculas], que
ajuda no controle do colesterol, possui ainda vitaminas C e do complexo
B, bem como cálcio, ferro e potássio.
Estimula adinopectina [proteína],
que age na regulação da glicemia
[quantidade de glicose presente no
sangue] e na quebra de gorduras”,
recomenda Sulanne Oliveira.
45 ∞ Revista Mercado // Edição 63
turismo
As 10 viagens
de trem mais
românticas do
mundo
Da Redação
Jungfraubahnen,
na Suíça, é um
percurso feito há
120 anos
Uma a cada dez pessoas se apaixona no trem. Uma pesquisa realizada
pela consultoria East Coast Trains no Reino Unido revelou que 10%
das pessoas declaram já ter se apaixonado no trem e 37% das pessoas
descrevem as viagens nesse tipo de transporte como sinônimo de
romance. Se você fantasia se apaixonar na linha férrea, as dez sugestões
de viagens de trem a seguir podem ser um bom ponto de partida.
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 46
White Pass Summit,
excursão, em Yukon,
Canadá
Construída em 1898 durante a Corrida do Ouro
em Klondike, esta ferrovia estreita de encosta foi
considerada um Marco Histórico Internacional da
Engenharia Civil. A ferrovia atravessa ainda vários
túneis até chegar a White Pass, a 873 metros do
nível do mar.
The Ghan, de Adelaide
para Darwin, Austrália
A viagem por terra de Adelaide a Darwin leva
quatro dias, mas quando o método de transporte é
este trem de luxo, você provavelmente vai desejar
que fosse muito mais tempo. As cabines maiores
têm camas de casal e banheiro particular, e os
passageiros podem jantar sob as estrelas durante
uma parada no MacDonnell, perto de Alice Springs,
onde se pode passar as noites assistindo ao pôr-do-sol de seus luxuosos camarotes.
The West Highland
Line, de Glasgow a Fort
William, Escócia
Uma viagem não fica mais romântica do que atravessar as Highlands da Escócia com paisagens
de tirar o fôlego. Recentemente eleito como
melhor viagem de trem do mundo, não é difícil
perceber o motivo, como a ponte Glenfinnan
viaduto, que apareceu nos filmes de Harry Potter.
47 ∞ Revista Mercado // Edição 63
turismo
Belmond Hiram Bingham,
de Ollantaytambo a Machu
Picchu, Peru
A trilha dos incas da forma mais fácil. Este trem é
decorado no estilo da década de 1920: o interior
dispõe de vastas extensões de madeira polida e
reluzente bronze, e o grande bar é o lugar perfeito para desfrutar de um Pisco Sour. O vagão para
observar a paisagem é o lugar ideal para passar
a maior parte do tempo e a tarifa inclui entrada
para Machu Picchu e chá da tarde no hotel do
Santuário de Belmond.
Jungfraubahnen, de
Wilderswil a Schynige
Platte, Suíça
Esta viagem nostálgica ao longo de um trenzinho
suíço é uma ótima maneira de se chegar às melhores
partes da Suíça. O percurso de sete quilômetros tem
sido percorrido por 120 anos e, no caminho para a alta
altitude de Schynige Platte, você será contemplado
com vistas imbatíveis do Eiger, Monch e de Jungfrau.
No alto, um passeio romântico pelo ar fresco da
montanha, ou uma caminhada ao cume por uma vista
incrível sobre o Lago Brienz.
The Blue Train,
de Pretoria a Durban,
África do Sul
Não gosta de cama de beliche embutida? Você pode
optar por uma das suítes do Blue Train. Os pombinhos
têm todo o conforto de camas de casal, podem mergulhar nas enormes banheiras, assistir a um filme no conforto de uma suíte privada ou apenas apreciar a vista
das janelas panorâmicas da cabine. A comida é também de alto nível, com um cardápio que inclui ostras,
avestruz e cervo, todos servidos no mais fino serviço. A
única desvantagem? Uma hora a viagem termina.
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 48
Golden Eagle Trans-Siberian Express,
de Moscow a Vladivostok, Rússia
Esta viagem de uma vida leva de Moscou a Vladivostok , passando pelas montanhas de Ural e o Lago Baikal (o maior lago de água
doce do mundo) até chegar Vladivostok, perto das fronteiras da
Rússia com a China e a Coreia do Norte . O Golden Eagle é um
aceno para a Idade de Ouro da viagem de trem, com banheiros
cheios com produtos de higiene perfumados e roupões de banho
de plush, e suítes com aquecimento de piso, áreas de estar e
mini-bar de cortesia.
Tranzalpine, de
Christchurch a Greymouth,
Nova Zelândia
Durante a viagem de Christchurch para Greymouth, na Tranzalpine, você pode aproveitar ao máximo a viagem a partir
da privacidade de uma cabine particular. A paisagem incrivelmente variada inclui as terras da planície de Canterbury,
profundos desfiladeiros esculpidos pelo Rio Waimakariri e
as florestas de nativas no entorno de Greymouth.
Glacier Express, de Zermatt
a Davos, Suíça
Conhecido como “o trem para se apaixonar”, o Glacier Express é
um percurso de sete horas através dos Alpes para Davos e cruza
291 pontes e 91 túneis, o que significa que há muitas oportunidades para um beijo roubado no escuro.
Conway Scenic Railroad, entre as
estações North Conway e Crawford,
em New Hampshire, Estados Unidos
A viagem de ida e volta a partir de North Conway para a estação
de Crawford e de volta leva cinco horas, tempo durante o qual
você vai passar por desfiladeiros íngremes, riachos borbulhantes
e rios trovejantes. Recomendamos reservar o pacote de primeira
classe, que inclui refeição de três pratos no vagão de restaurante.
Tem também um terraço de observação.
turismo
Ibitipoca é uma
dos locais
preferidos por
turistas em Minas
Foto: Semad/Divulgação
O Parque Estadual do Ibitipoca abriga mirantes, grutas,
praias, piscinas naturais, picos
e as belas cachoeiras
Em 2014, o Guia Quatro Rodas apontou a parque de
conservação como um dos 50 melhores destinos de ecoturismo
do Brasil. Local está na rota dos amantes da natureza
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 50
Agência Minas
Foto: Evaristo da Silva
A Prainha é um
dos locais preferidos dos turistas
que buscam por
descanso e o
banho relaxante
de água corrente
Pesquisas
O interesse que Ibitipoca desperta nos turistas provém da riqueza da
biodiversidade encontrada em seus
1.488 hectares. Localizado na Serra
do Ibitipoca, uma ramificação da Serra da Mantiqueira, o parque é divisor
das águas das bacias dos rios Grande
e Paraíba do Sul e possui uma vegetação formada por mata atlântica, pelos
campos rupestres com afloramentos
rochosos e matas ciliares ao longo dos
cursos d’água.
A Ponte de Pedra, a Janela do Céu,
a Gruta dos Três Arcos e o Pico do
Pião são alguns dos atrativos de Ibitipoca, que abriga ainda mirantes, grutas, praias, piscina natural, picos e as
belas cachoeiras.
A fauna é rica, com a presença de
espécies ameaçadas de extinção como
a onça parda, o lobo guará e o primata
guigó. Diversas espécies da flora são encontradas na unidade de conservação
como orquídeas e bromélias.
Os ecossistemas existentes no parque são objeto de estudos constantes
de universidades e organizações que
trabalham com a conservação da biodiversidade. Atualmente, 33 pesquisas
estão em curso na unidade.
Região
O parque é uma das referências
na região, servindo como ponto de
ligação entre comunidades, turistas
e as diversas organizações locais. O
Conselho Consultivo da unidade de
conservação reúne representantes de
todos esses segmentos.
Outras atividades desenvolvidas na
unidade de conservação e no seu entorno reforçam a importância das comunidades locais para a preservação
do parque. Em 2014, atividades de
campo, cursos e palestras envolveram
5.916 pessoas.
Para quem ainda não conhece as
belezas do Parque Estadual do Ibitipoca, a unidade de conservação está
localizada na Zona da Mata, no município de Lima Duarte. Mais informações
podem ser obtidas pelo email: [email protected] ou
pelo telefone (32) 3281-1101.
Foto: Semad/Divulgação
O Parque Estadual do Ibitipoca mantém-se como um dos mais procurados
de Minas. Em 2014, o número de visitantes foi de 71.210, o que representa
um crescimento de 16% em comparação a 2013, quando 61.241 pessoas visitaram a unidade de conservação.
O local é destino para amantes da
natureza de todo o mundo e possui
completa infraestrutura para receber
os turistas. A unidade de conservação
possui portaria, estacionamento, área
de camping, restaurante, centros de
visitantes e alojamentos destinados a
pesquisadores e funcionários.
O trabalho foi reconhecido em 2013
pelo site de viagens Trip Advisor que
elegeu o Ibitipoca como o terceiro melhor parque da América do Sul. Em
2014, o Guia Quatro Rodas apontou o
parque como um dos 50 melhores destinos de ecoturismo do Brasil.
A unidade de conservação está localizada na
Zona da Mata, no município de Lima Duarte, a
cerca de 295 quilômetros
de Belo Horizonte
51 ∞ Revista Mercado // Edição 63
veículos
Doblò Adventure:
concorrência anda no
retrovisor
Por: Evaldo Pighini
Foto: divulgação
Longe de ser bonito,
mas robusto, aventureiro
e esportivo; assim é o perfil
da versão top
da linha Fiat Doblò
Os concorrentes estão longe no
retrovisor do Fiat Dobló, que segue
absoluto à frente em sua categoria no
Brasil. Aliás, das maiores e tradicionais
montadoras instaladas no país, somente a Fiat apostou no mercado de multivans e, talvez por isso, desde o seu
lançamento, em 2001, o Doblò é líder
de vendas nessa categoria e muito distante de outros concorrentes como
Peugeot Partiner, Citroën Berlingo e
Renault Kangoo – este o que mais tenta chegar perto. Tal hegemonia do Doblò ficou ainda mais acentuada a partir de 2003, quando a Fiat fez chegar
ao mercado a versão Adventure, que
atualmente corresponde sozinha por
mais da metade do mix de vendas. E
para permanecer no topo, a montadora italiana vem investindo ano a ano na
repaginação de sua minivan. A Revista MERCADO rodou por mais de uma
semana na versão 2014 e constatou o
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 52
óbvio: os concorrentes vão ter que pisar no acelerador para poder aparecer
no retrovisor do Doblò, mas ainda da
versão Adventure – a que foi testada
por nossa reportagem.
Ainda longe de ser um veículo bonito, o Doblò Adventure 2014 recebeu
mudanças importantes no acabamento
e visual, que deram ao veículo mais
personalidade e capacidade para atender melhor o consumidor que opta
pela multivan da marca italiana.
Por dentro, as novidades começam
pelo quadro de instrumentos com iluminação branca e grafia diferente de
versões anteriores. O carro ganhou ainda um novo volante multifuncional, cores internas mais escuras, tecidos dos
assentos exclusivos, tweeters na coluna
A com revestimento de melhor qualidade, porta-objetos nas laterais do painel,
sistema de áudio com visual modernizado e conjunto de rodas redesenhadas.
Assim como os demais veículos da
família Doblò – Attractive e Essence -,
o Adventure tem um interior cativante
que compensa a aparência externa de
“caixotão” do modelo, que leva cinco
adultos e uma criança – ou até mesmo
um adulto de menor porte - no sexto
banco com relativo conforto, sobrando
ainda um bom espaço para carga. Esse
banco extra, aliás, conta com cinto de
segurança de três pontas e porta copos
ao lado e é acessado apenas pela parte de trás, que tem portas simétricas e
com amplitude de até 180 graus. Dessa
forma, com seis ocupantes, a capacidade do porta-malas é de 665 litros, mas
com o sexto banco rebatido – dobrável
com muita facilidade para o lado - esse
volume aumenta para 2.915 litros e o
Adventure literalmente vira um furgão. Além disso, a identificação interna do Adventure está nos adesivos nas
soleiras das portas; nos bordados dos
Foto: divulgação
O conjunto interior
do Doblò Adventure,
destaque para o
painel de instrumentos, é agradável e
compensa a aparência externa um tanto
quanto quadrada
bancos dianteiros, na inscrição no painel de instrumentos e nos três relógios
colocados no teto (bússola e clinômetros laterais e longitudinais), acima do
retrovisor. O teto conta ainda com um
porta-treco grande que supre a ausência de outros nas partes inferiores.
Para o motorista, o Fiat Adventure
se mostra agradável. A começar pela
boa posição ao volante, com banco
elevado, que permite ampla visão do
trânsito. Outras vantagens são o ajuste de altura da coluna de direção e a
manopla do câmbio muito ao alcance,
posicionada junto ao painel central.
Mas, como nada é perfeito, a visibilidade traseira é ruim, prejudicada pela coluna formada pela junção das portas e
pelos encostos dos bancos detrás, por
isso, um sensor traseiro - que não o opcional - e câmera de ré seriam muito
bem vindos, assim como o cinto de três
pontos para o passageiro do acento do
meio do banco traseiro.
E em se falando de passageiro, a
praticidade do veículo se faz ainda
mais notada na hora do embarque para
quem vai atrás. O modelo vem com
portas laterais corrediças, equipadas
com travas que impedem que, quando
abertas, deslizem contra as pessoas
que entram e saem do habitáculo, bem
como facilitam a instalação do bebê-conforto a quem tem criança.
cipalmente, se está carregado e com
ar ligado, o que acaba comprometer as
retomadas de velocidade e aceleração.
Por isso, o motorista precisa trabalhar
muito o cambio para conseguir um desempenho mais satisfatório.
Mais uma observação: o Doblò Adventure não tem nada de econômico.
Na estrada o consumo variou entre 8
km/l e 9 km/l, abastecido com o derivado da cana, na cidade o consumo ficou
na casa acima de 6 km/l.
Cara e jeito de aventureiro
Por fora, o Adventure segue com
suas linhas retas um tanto quanto
exageradas, porém esse visual é compensando pela presença de molduras
plásticas acopladas aos para-lamas,
rodapé das portas, para-choques e até
o suporte do estepe que fica na porta
traseira. No mais, o visual externo continua o aventureiro de sempre, transmitindo à quem olha a imagem de um
veículo pronto para encarar estradas
mais ruins de terra, carregando mais
pessoas, bagagens e tralhas que uma
boa aventura exige. Tem também o
emblemático adesivo de identificação
do sistema Locker, que equipa a versão que testamos e que dá ainda mais
fôlego ao carro nas tocadas. Essa configuração aventureira da multivan da
Fiat ainda conta com a grade cromada
dentada na frente e barras longitudinais no teto.
De fato, o Doblò Adventure não é
nada leve, pesa 1.463 quilos, mas mesmo assim o propulsor 1.8 flex de 130
cv com gasolina e 132 cv com etanol (a
5.250 rpm) dá conta do recado, muito em virtude do torque máximo é de
18,4 kgfm e 18,9 kgfm (4.500 rpm),
respectivamente, e ao bom escalonamento da transmissão manual de cinco
velocidades. Há de se elogiar ainda o
ajuste da suspensão, que embora rígido não transmite muitos solavancos
e ainda gera relativo conforto à quem
está à bordo.
Detalhe, ao dizer que o motor dá
conta, não significa satisfação total. A
performance do carro acaba prejudicada em função do peso do veículo, prin-
O Doblò Adventure é equipado com motor E.torQ
1.8 16 V Flex, que gera 130 cv com gasolina e 132
cv no etanol (a 5.250 rpm)
A versão testada pela MERCADO é a
top da linha Adventure, cujo preço parte
dos R$ 71.210 e traz em seu pacote motor E.torQ 1.8 16V Flex, direção hidráulica, rodas de liga leve de 15 polegadas,
pneus de uso misto, faróis de neblina e
de profundidade, ar-condicionado e rádio CD player (com MP3, conectividade
bluetooth e entrada USB). Conta ainda
com volante multifuncional revestido
com couro, bancos também revestidos
em couro e sistema Locker (bloqueio
eletrônico do diferencial dianteiro).
Com todos esses atrativos e mais alguns
outros disponibilizados pela Fiat, o preço do carro se aproxima dos R$ 80.000.
Resumindo, a minivan Doblò Adventure não é um carro barato e pode até
não ser muito bonito aos olhos de alguns, mas é um veículo alia praticidade,
espaço, conforto e desempenho conforme à sua proposta. Além disso, por ser
um Fiat, o modelo feito em Betim ainda
conta com uma rede de concessionárias
bem mais ampla que todos os seus concorrentes diretos.
53 ∞ Revista Mercado // Edição 63
veículos
Dodge Journey
bate recorde de vendas
no Brasil
Foto: Marcos Camargo
Da Redação
Com 2.970 unidades emplacadas ao
longo de 2014, o Dodge Journey registrou o melhor ano em vendas desde
que chegou ao mercado brasileiro, no
final de 2008. Pelo quinto ano consecutivo (desde 2010), ele foi o modelo
mais vendido do Grupo Chrysler no
Brasil, o que comprova sua excelente aceitação junto ao consumidor e
o aumento no gosto do brasileiro por
veículos modelo crossover. Em relação
a 2013, quando foram vendidos 2.422
exemplares, o Journey cresceu 22,6%.
“Trata-se de um ótimo resultado
num ano em que o mercado encolheu.
E agora que a versão AWD terá seu
primeiro ano cheio, podemos apostar
em vendas superiores a 4 mil unidades para a linha Journey”, afirma Sérgio Ferreira, diretor geral da Chrysler
Brasil. Ele lembra que a série limitada
Crossroad, com visual de apelo mais
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 54
esportivo, também ajudou a reforçar
as vendas e a imagem jovial do Journey em 2014. “Além de uma gama mais
completa com essa versão de tração
integral, que se revelou um sucesso,
a marca Dodge se beneficiará do crescimento da rede de revendas prevista
para este ano, quando teremos ao menos 50 concessionárias completas até
o fim do primeiro trimestre”, acrescenta Sérgio Ferreira. Hoje são 43 os pontos de venda.
Na soma das vendas do Journey
com o Durango, a Dodge teve 3.331
unidades emplacadas em 2014, um
crescimento de 17,9% em relação às
2.825 de 2013, coroando o ano em que
se comemorou o centenário da marca.
Por falar em Durango, o SUV de luxo
também deverá ter um reforço nas
vendas com a chegada de sua versão
renovada em março.
Crossover teve
seu melhor ano
no país desde o
lançamento em 2008,
com 2.970 unidades
emplacadas em 2014
Foto: Marcos Camargo
Além de significativas mudanças
visuais externas e internas, o Dodge
Durango 2015 terá câmbio automático
de oito marchas (em lugar do antigo de
cinco velocidades), além de comodidades como aletas para trocas de marcha
no volante e a nova central multimídia
Uconnect, com tela de 8,4 polegadas e
navegador GPS integrado, entre vários
outros equipamentos inéditos. O motor permanece o eficiente Pentastar
3.6 V6 de 286 cv.
Journey R/T AWD
Lançada em outubro, durante o
Salão do Automóvel, a versão AWD
(all-wheel-drive) do Dodge Journey
R/T oferece ainda mais estabilidade
e segurança, graças a um avançado
sistema de tração integral. Produzido
em Toluca, no México, o Dodge Journey R/T AWD está disponível na rede
de concessionárias da Chrysler Brasil
pelo preço sugerido de R$ 134.900.
O sistema de tração integral é perfeito para os motoristas que buscam uma
dose extra de aderência em condução
mais esportiva ou simplesmente para
rodar em situações com menor atrito,
seja no asfalto debaixo de chuva ou em
estrada de terra. O funcionamento é
sob demanda, com o torque sendo enviado somente para as rodas dianteiras
em condições normais, para otimizar a
economia de combustível. Mas no momento em que há perda de aderência,
a força é distribuída também às rodas
de trás. A operação é toda automática,
sem botões ou comandos.
A tração integral também entra em
ação durante curvas feitas com o acelerador aberto, em velocidades entre
40 km/h e 105 km/h, tornando o comportamento do veículo mais neutro ao
ajudar a contornar a curva. Acima de
85 km/h, o sistema envia uma quantidade mínima de torque para trás, sob
condições normais de condução, reduzindo o consumo de gasolina.
O Dodge Journey R/T AWD tem
uma generosa relação de equipamentos, na qual se destacam: teto solar,
seis air bags com dez pontos de proteção, ar-condicionado automático com
três quadrantes, assentos de elevação
embutidos na segunda fileira, bancos dianteiros elétricos e aquecidos,
controle eletrônico de estabilidade
(ESC), central multimídia Uconnect
com tela de 8,4 polegadas e navegador
GPS integrado, e som premium com
seis alto-falantes mais subwoofer. O
sistema traseiro de entretenimento
conta com LCD de 9 polegadas, leitor
de DVD, dois fones de ouvido sem fio
e controle remoto.
Foto: Marcos Camargo
literatura
Jesus Cristo
em alguns sonetos
luso-brasileiros
Por: Kenia Pereira
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 56
J
esus Cristo é descrito e simbolizado de várias maneiras na
poesia luso-brasileira. Há desde poemas com um olhar paródico e pagão como de um Alberto Caeiro que canta em “Poema
do menino Jesus”: “Tinha fugido do céu/Era nosso demais para
fingir/De segunda pessoa da Trindade”; até poesias mergulhadas
no fervor da devoção religiosa como se observa em “Transfiguração”, de Gustavo Crespo: “Era a voz de Jesus, benigna e tão
suave/Como um perdão de mãe ou como um trino de ave”.
Existem inúmeros sonetos dedicados ao Rei dos Reis. Recolhi
quatro para que o leitor possa se deleitar com eles. Recomendo
a leitura em voz alta para aproveitar melhor o rimo e a cadência
musical, além de ajudar a perceber com mais atenção as diferenças estéticas, espirituais e ideológicas de cada um deles.
No Barroco brasileiro, por exemplo, vamos encontrar o contraditório Gregório de Matos, vulgo Boca do Inferno, a chantagear
o grande mestre da Galileia, de forma irônica, dizendo que os
homens delinquentes são como as ovelhas desgarradas, ou seja,
são aqueles que mais precisam do perdão de Deus, daí porque
seria interessante ser uma ovelha desgarrada para melhor e mais
rapidamente ser acolhido por Jesus Cristo:
A Jesus Cristo Nosso Senhor (Gregório de Matos)
“Pequei, Senhor; mas não por que hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido:
Porque, quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história:
Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-a ; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória”.
Já no Arcadismo português, nos deparamos com o herético
Bocage, que não se intimidou em elaborar com fina ironia um
interessante soneto a Cristo, no qual ele (Bocage) se revela com
medo de ser um dia um homem santo e sem pecado:
Soneto (Bocage)
“Oh Rei dos reis, oh Árbitro do mundo,
Cuja mão sacrossanta os maus fulmina,
E a cuja voz terrífica, e divina
Lúcifer treme no seu caos profundo!
Lava-me as nódoas do pecado imundo,
Que as almas cega, as almas contamina:
O rosto para mim piedoso inclina,
Do eterno império Teu, do Céu rotundo:
Estende o braço, a lágrimas propício,
Solta-me os ferros, em que choro e gemo
Na extremidade já do precipício:
De mim próprio me livra, oh Deus supremo!
Porque o meu coração propenso ao vício
É, Senhor, o contrário que mais temo”.
Por outro lado, temos ainda dois sonetos, sem ironias ou paródias,
estruturados na pura devoção sacra. O primeiro, uma pequena
joia de inspiração religiosa, elaborada no século XVII, pelo poeta
brasileiro Manuel Botelho de Oliveira, no qual afirma que Jesus
nasceu pobre e frágil em Belém, mas este acontecimento fez os
cruéis demônios tremerem no inferno:
Ao Nascimento de Cristo (Manuel Botelho de Oliveira)
“Nasce o Verbo em Belém, pobre, humilhado,
Sendo supremo rei de toda a Terra,
E no corpo pequeno e breve encerra
Do seu divino ser, o imenso estado.
Naquela idade se prepara armado
Contra o inferno imortal que almas encerra;
E ao soberbo Lusbel movendo guerra
Por humildade o vê mais alentado.
Os demônios cruéis todos se espantam;
Chora e treme de frio o Verbo eterno;
Os anjos com voz doce nos encantam.
De sorte que o menino e Deus superno
Chora, porém de gosto os anjos cantam;
Treme, porém de medo treme o inferno”.
Por fim, deixo os leitores com o belo e trágico soneto do poeta
português reconvertido ao catolicismo, Gomes Leal, o qual enfoca
de forma lírica e delicada, os momentos finais e dolorosos de Cristo:
um misto de lágrimas, sangue e perdão:
O Último Golpe de Lança (Gomes Leal)
“Quando Ele enfim morrendo, Ele, o cordeiro,
Rôla mansa no ar calado e imundo,
Pendeu, bem como um lírio moribundo,
Sobre a haste do trágico madeiro;
Quando lançado o espírito profundo
Ao reino belo, grande, verdadeiro,
Caiu enfim chagado, justiceiro,
Ainda, ainda perdoando ao mundo:
Um soldado romano vendo-o exposto,
E já morto na cruz, lívido o rosto,
Com um golpe de lança o trespassou.
Saiu daquela chaga sangue e água:
Sangue que ainda quis dar a tanta mágoa,
Água de pranto ainda que chorou!”
OBS: Para quem se interessar pelas imagens de Cristo ao longo
do tempo, recomendo o livro “A Imagem de Jesus ao longo dos
Séculos", do autor Jaroslav Pelikan, publicado pela Cosac Naify,
em 2000. Esta obra relata, como cada época, desde o século I,
reinterpretou e elaborou a figura do Messias. Um ótimo presente
para quem se interessa pela arte sacra. Boas leituras!!!
57 ∞ Revista Mercado // Edição 63
Cinema & Vídeo
O filme “O Candidato Honesto” foi lançado em pleno período eleitoral no Brasil. E
não poderia haver momento melhor para
isso. Assim, em meio ao embate entre os
candidatos Dilma Roussef e Aécio Neves,
postulantes ao cargo de presidente, eis que
surge outro político nesse cenário eleitoral: João Ernesto Praxedes.
Interpretado pelo caricato Leandro Hassum, ele é um político corrupto, candidato
à presidência da República que está no segundo turno das eleições, à frente nas pesquisas. É quando recebe uma mandinga da
avó, fazendo com que ele não possa mais
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 58
mentir. Agora começa o problema: como
vencer uma eleição falando apenas a verdade? Aliás, “mentir” é um verbo bastante
praticado no meio político brasileiro. E isso
ficou muito claro nos debates entre os candidatos da vida real, na última eleição. Mas
essa é uma outra história.
No filme “O Candidato Honesto”, a exemplo da vida real, a mentira foi bem explorada
e usada para conseguir benefícios em cima
da população. O problema é que o roteiro
desta comédia nacional é praticamente
uma cópia de uma comédia norte americana: “O Mentiroso”, de 1997, com Jim Carrey.
Mas como as boas ideias também são muito copiadas para obter benefícios no meio
político aqui no Brasil, está valendo!
O fato é que a temática deste filme é
bastante interessante e apesar de se tratar
de uma comédia, aborda um assunto bem
sério. O longa tem seus altos e baixos, mas
consegue divertir o público e ao mesmo
tempo colocar a mão na consciência para
refletir sobre a escolha dos políticos certos
(pena que, comparando à vida real, essa reflexão não dura mais que as duas horas de
projeção).
O ator Leandro Hassum parece que se
Ficha Técnica
Título: Título: O Candidato Honesto
Elenco: Leandro Hassum, Luiza Valdetaro, Júlia Rabello Direção: Roberto Santucci
Gênero: Comédia
Duração: 102 min.
Distribuidora: Paris Filmes
Classificação: 12 Anos
Nota 6
tornou um dos mais atuantes nas comédias nacionais. E isso é bom para o bolso
dele e também para nós, meros espectadores. É que ele está começando a aprender a
fazer outros papéis sem ser aquele mesmo
personagem de sempre. É que até então,
todos os filmes ou programas de TV protagonizados por Hassum, havia a impressão
de que tudo era sempre a mesma coisa. Os
trejeitos, gritos exagerados, piadinhas envolvendo a barriga, voz fina e irritante nas
situações complicadas, era uma mesmice.
O filme mudava, mas o personagem era
sempre o mesmo. Não que esses trejeitos
tenham acabado nessa nova produção,
mas pelo menos diminuíram.
E são esses exageros do ator e também o roteiro que acabam estragando um
pouco o filme. Fazer comédia com coisas
absurdas, caras e bocas, situações pejorativas e afins, não costuma agradar a esse crítico que vos escreve. Gosto das comédias
que são feitas com piadas inteligentes. E
no caso de “O Candidato Honesto” a gente
tem assiste a uma mistura disso. Contudo, o fato é que apesar de todos
os probleminhas, esse filme é bom. Mas,
acho que isso se deve mais à história, que
é bem interessante e até bem amarrada.
A trama consegue fazer o público rir bastante sobre algo que na verdade deveria
fazer chorar. João Ernesto Praxedes é exatamente a figura que na ficção representa
o que é pelo menos 90% dos políticos brasileiros na vida real. Pena que na vida real
não exista uma avó daquela, com poderes
de “mandinga”, pra fazer nossos políticos
pararem de mentir.
SPOILER – Em “O Candidato Honesto”, o político Praxedes se arrepende,
tem de arcar com as consequências e
vai para a cadeia. Já na vida real, no filme
ou novela da política brasileira, a história
na maioria das vezes tem um “final feliz”, que há muito virou comédia, embora
bastante dramática!
Kelson Venâncio - jornalista e diretor do Cinema e Vídeo
www.cinemaevideo.com.br
sustentabilidade
A criação de aves é um dos projetos produtivos apresentados
às famílias em situação de vulnerabilidade social
Vulnerabilidade
social
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado de Minas Gerais trabalha
no planejamento de projetos de geração de
renda para tirar famílias da miséria
COM Agência Minas
Com 2,4 mil reais na mão e boas
ideias, milhares de famílias de Minas
Gerais conseguem sair da extrema pobreza, pondo em prática projetos de
geração de renda. Para isso, contam
com o trabalho da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), no
planejamento e execução das ações.
ro, além de comprar os pintinhos e a
ração. Três a quatro meses depois os
produtores já começam a venda dos
frangos”, afirma Alvarenga. Ele explica que, no acompanhamento com os
técnicos de Ater, os beneficiários são
orientados a investir parte das receitas
no próprio negócio, ou seja, no custeio
da atividade.
No Plano Brasil Sem Miséria, por
exemplo, a Emater-MG já atendeu, em
um ano, cerca de 8,2 mil famílias, de
municípios das regiões Norte, Nordeste
e Leste do Estado, além de Curvelo e
Unaí. Pelo acordo de cooperação técnica firmado em novembro de 2013 entre
a Emater-MG, o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Ministério
do Desenvolvimento Social (MDS), a
empresa faz o diagnóstico e o planejamento de projetos produtivos das famílias que podem ser beneficiadas, além
de orientar a execução dos mesmos.
De acordo com a cartilha informativa do Brasil Sem Miséria, na primeira etapa do projeto, o agente de Ater
(no caso de Minas, a Emater-MG) faz,
junto com a família, um diagnóstico sobre as condições atuais da produção,
identificando pontos fortes e dificuldades. Na segunda, com base no diagnóstico, a família e o técnico elaboram
conjuntamente um projeto detalhado
para organizar ou ampliar a produção,
com estabelecimento de etapas para
a estruturação produtiva da família.
Por fim, o agente de Ater acompanha
a família durante o desenvolvimento
do projeto, para que ele seja executado da melhor forma possível, podendo
orientá-la inclusive quanto a formas de
comercializar os excedentes, para aumentar a renda.
A meta do acordo com a Emater-MG,
de dois anos, é atender 9,4 mil famílias
em situação de vulnerabilidade social,
ou seja, que tenham renda mensal de
até 77 reais por pessoa. De acordo com
o coordenador do projeto na Emater-MG, Danilo Alvarenga. Em um ano,
já foram cumpridos 80% da meta de
liberação de projetos. Em 2015, além
de atender os 20% que ainda não receberam recursos, serão realizadas as
visitas de acompanhamento em todos
os empreendimentos, para conferir a
sustentabilidade dos investimentos.
Pelas regras do Plano Brasil Sem
Miséria, o dinheiro deve ser utilizado
em projetos produtivos que gerem renda, e não necessariamente agropecuários. Mas estes são a maioria. Os mais
comuns, segundo Danilo Alvarenga,
são criação de frango caipira, apicultura, criação de porcos, aquisição de
novilhas. Também já foram atendidos
projetos de aquisição de máquinas de
costura, e até de salão de beleza.
“É um programa que gera resultados sustentáveis em pouco tempo.
Por exemplo, na avicultura, com 800
reais é possível construir um galinhei-
O pagamento é feito pelo Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome (MDS) diretamente aos agricultores, por meio do cartão do Bolsa
Família ou pelo Cartão Cidadão. Cada
família pode receber 2,4 mil reais, divididos em duas parcelas. Não se trata
de empréstimo, ou seja, não é preciso
devolver o dinheiro, mas só recebem
a outra parcela as famílias que se envolverem e participarem ativamente
do desenvolvimento do projeto. Os
recursos devem ser usados na compra
de insumos e equipamentos (como sementes, adubos, ferramentas, animais
e matrizes) ou na contratação de pequenos serviços necessários à implantação do projeto.
Padaria
Um grupo de agricultoras do povoado de Timorante, município de Bandeira (Vale do Jequitinhonha), se organizou para começar a fabricação de pães,
biscoitos, bolos e doces. Segundo a extensionista da Emater-MG Lucianara
Guimarães, a Prefeitura municipal de
Bandeira vai ceder um imóvel e providenciar a reforma e adequação de um
espaço onde funcionará a cozinha comunitária. “O Brasil Sem Miséria tem
contribuído bastante para a melhoria
da qualidade de vida e a geração de
emprego e renda”, afirma.
Lucianara foi a responsável pela
capacitação para produção de farinha
e farináceos, realizada em novembro,
no município de Bandeira. A Emater-MG também orienta os produtores da
região para participarem do Programa
Nacional de Alimentação Escolar e do
Programa de Aquisição de Alimentos.
O objetivo é também incentivar a agregação de valor à produção agrícola,
para gerar mais emprego e renda.
Quilombolas
A comunidade de Poções, no município de Francisco Sá, também foi selecionada para participar do plano, com
a proposta de melhorar as condições
de vida dos moradores, remanescentes dos antigos quilombos da época da
escravatura. Após um diagnóstico da
realidade rural na região, foi detectado
potencial de desenvolvimento e necessidade de mais serviços de assistência
técnica e extensão rural, pois apenas
cerca de 20% das famílias praticavam
mais de duas atividades produtivas
durante o ano-safra. A maioria praticava somente uma atividade, como
bovinocultura ou lavoura, explica José
Eustáquio Barbosa, extensionista da
Emater-MG em Francisco Sá.
Os investimentos foram concentrados em atividades como avicultura, bovinocultura, suinocultura, todas acompanhadas pela equipe da Emater-MG,
e com recursos do Brasil Sem Miséria.
“Além da assistência técnica, a Emater-MG organizou oficinas, dias de campo
e reuniões, com o objetivo de, principalmente, aumentar a qualidade de vida,
com a educação alimentar, além do resgate cultural”, explica a extensionista
de Bem-estar social, Cleide Neves.
saúde animal
Coriza e febre:
seu gato pode
estar com
Rinotraqueíte
Após adquirir a Rinotraqueíte, 80% dos gatos se
tornam portadores do vírus para o resto da
vida, mesmo que nunca apresentem novamente
qualquer tipo de sintoma da doença
Por: Erick Paytl (CDN)
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 62
Reações de deixar qualquer proprietário dos bichanos comovido e, com
toda certeza, abalado. Febre, coriza,
depressão, desidratação, conjuntivite,
estão entre os males que podem atingir
os gatos ao contraírem a Rinotraqueíte
Viral Felina. Causada por um herpesvírus (FHV-1), a Rinotraqueíte é altamente contagiosa, sendo responsável
por cerca de 45% das infecções respiratórias felinas.
Os primeiros sinais de Rinotraqueíte
são espirros, febre, conjuntivite e salivação. Como a doença progride, anorexia e depressão podem ser observadas
no curso da enfermidade. Nas infecções crônicas, em casos de estresse e
reativação da replicação do vírus, os
sintomas costumam ser mais brandos,
com espirros esporádicos e secreção
nos olhos e nariz. Embora poucos gatos
adultos morram por Rinotraqueíte, a
taxa de mortalidade entre filhotes afetados pela doença pode chegar a 60%.
Uma das formas de prevenir o seu
gato de contrair a doença é a vacinação.
“As vacinas podem prevenir o desenvolvimento da doença e diminui-se bastante a transmissão entre os animais,
controlando a disseminação do agente
infeccioso entre as populações de felinos”, reforça a médica veterinária Malê
Del Barrio, professora da PUC - Poços
de Caldas (MG). As vacinas da Linha
Felocell da Zoetis (Felocell CVR e Felocell CVR-C) auxiliam na prevenção da
Rinotraqueíte, são compostas de amostras de vírus vivos atenuados e atuam
de maneira segura “imitando” uma infecção natural, ativando rapidamente
uma imunidade mais efetiva, sob a forma de produção de anticorpos que fazem o sistema imune reconhecer e neutralizar prontamente o vírus invasor.
Outra forma frequente de propagação dos vírus da Rinotraqueíte é a
transmissão indireta por meio das mãos
daqueles que lidam com os gatos ou por
utensílios contaminados, a exemplo de
vasilhas sanitárias e objetos como camas, cobertas, brinquedos, gaiolas ou
até mesmo nas roupas das pessoas que
tenham manipulado os animais. Portanto, a lavagem rotineira das mãos é
imprescindível no manejo dos felinos.
A desinfecção do ambiente, bem como
dos utensílios, é indispensável para eliminação dos vírus. A doença é transmitida por contato direto, de forma bastante semelhante à gripe humana, por
meio do contato com as secreções do
nariz ou olhos e também por espirros.
das as fases de sua vida. Alguns gatos
mantêm uma infecção latente (dormente), que pode ser reativada em
períodos de estresse. Fêmeas positivas
podem reativar a infecção durante a
amamentação, transmitindo o agente
para os filhotes que, em virtude de uma
imunidade imatura, podem desenvolver
sintomas graves e precocemente. Contudo, a infecção pode ocorrer durante
toda a vida do animal. “A minimização
do estresse é a grande chave da atualidade para controlar a gravidade da
doença em grandes aglomerados. Diminuir a competição social e a instabilidade individual gerada em populações
muito grandes reduzem significativamente a intensidade e a frequência da
doença clínica”, explica a médica veterinária.
Prenhes – As gatas gestantes não
correm risco de morte. No entanto, há
relatos de comprometimento reprodutivo dessas fêmeas. Pode haver a pseudoinfertilidade (absorção embrionária
no início da gestação) e abortamento
eventual. Aliás, o abortamento pode
ser uma consequência da infecção
aguda em uma fêmea prenhe não imunizada contra o FHV-1 por vacinação
prévia ou por exposição natural. Filho
tes infectados dentro do útero ou logo
após o nascimento podem morrer em
decorrência de hepatite e encefalite,
desenvolvendo a chamada Síndrome do
Definhamento do Neonato. Eles param
de mamar, choram constantemente e
morrem por hipotermia, hipoglicemia
e desidratação. “Se uma fêmea fica doente durante a gestação, opta-se pelo
tratamento sintomático faz-se uma expectativa quanto aos filhotes. Logo no
nascimento, o ideal é apartá-los da mãe
e colocá-los com uma ama de leite ou
realizar o aleitamento artificial”, revela
a professora.
Prevenção a outras doenças
A médica veterinária, Malê Del Barrio diz que o animal
está sujeito a contrair a doença ao longo de toda a sua
vida e que a transmissão se dá por utensílios contaminados ou pelas mãos e até mesmo roupas de quem
lida com os bichanos
Segundo Malê Del Barrio, o animal
está sujeito a contrair a doença em to-
As vacinas da linha Felocell também
são eficazes para prevenir outras três
doenças: a Calicivirose Felina, a Panleucopenia Felina e a Clamidiose. A
Calicivirose é responsável por, em média, 45% das infestações respiratórias
felinas e infecções mistas calicivirose-rinotraqueíte não são raras. O calicivírus felino infecta as membranas da
mucosa oral e do trato respiratório e o
sintoma característico desta infecção é
a formação de úlceras na língua. Outros
sintomas clínicos são semelhantes à Rinotraqueíte: anorexia, depressão, febre,
salivação e secreção nasal.
Altamente contagiosa, assim como a
Rinotraqueíte, a Panleucopenia está entre as mais difundidas e sérias doenças
dos gatos. É transmitida por contato direto de animais suscetíveis com animais
infectados ou indiretamente por contato com objetos contaminados. Sintomas
clínicos de Panleucopenia incluem febre, anorexia, vômitos, depressão, fraqueza e diarreia. Particularmente entre
filhotes, a Panleucopenia pode resultar
em alta mortalidade.
A vacinação é a uma das formas mais eficazes de
prevenir a Rinotraqueíte
Já a Chlamydia felis, agente da Clamidiose, é um micro-organismo intracelular que se multiplica inicialmente
nos epitélios oronasal e da conjuntiva.
É uma doença caracterizada por uma
conjuntivite crônica e rinite moderada.
Os principais sintomas da doença são
congestão ocular e aumento de lacrimejamento e/ou secreção ocular, que
começam de um lado e geralmente progridem para ambos os lados com o agravamento do processo infeccioso.
Nota: A Zoetis é uma companhia global
líder em saúde animal, focada em apoiar
os clientes e seus respectivos negócios.
Com um legado de 60 anos de história,
a Zoetis descobre, desenvolve, fabrica e
comercializa medicamentos e vacinas de
qualidade, além de oferecer uma linha de
produtos para diagnósticos e testes genéticos, somados a uma série de serviços.
Com o faturamento de US$ 4,6 bilhões em
2013, a empresa trabalha continuamente
para compreender os desafios reais de
quem cria e se importa verdadeiramente
com os animais em 120 países. Com cerca
de 9,8 mil funcionários em todo o mundo,
a Zoetis tem uma presença local em cerca de 70 países, sendo que em 11 destes
possui 27 fábricas. (Atendimento ao consumidor Zoetis: 0800 011 19 19)
CURIOSIDADE
Uísque japonês
é eleito o melhor
do mundo
O The Yamazaki Single Malt Sherry 2013 foi
escolhido como o Melhor Uísque do Ano
em 2015 pelo guia Bíblia do Uísque (Whisky
Bible), de Jim Murray
Palavras como “choque” e “humilhação” estão sendo usadas pela mídia
britânica depois que um uísque japonês
foi escolhido como o melhor do mundo, deixando para trás produtos das
tradicionais destilarias escocesas. Na
verdade, pela primeira vez em 12 anos
de existência do guia Whisky Bible, nenhuma destilaria escocesa sequer conseguiu se posicionar entre os cinco primeiros colocados da publicação oficial
de Jim Murray sobre tudo o que se refere à bebida uísque. Em vez disso, o título de Melhor Uísque do Mundo do Ano
de 2015 foi para o The Yamazaki Single
Malt Sherry Cask 2013, um resultado
que, Murray reconhece que “causará
consternação entre muitos”.
E de fato, o jornal The Independent, no Reino Unido, chama o resultado de “chocante”, enquanto a manchete
do The Daily Mail o cita como “humilhação para a Escócia”.
Atendo-se à habilidade artesanal japonesa que não poupa despesas ou deEdição 63 // Revista Mercado ∞ 64
talhes, Murray chama o malte Yamazaki
de “... algo tão perto da perfeição de
malte única como você não vê há muitos e muitos anos” por ser “insanamente profunda e satisfatória”, e elogia sua
“audácia requintada”.
Da mesma forma, apesar de ter provado mais uísques escoceses novos
para a última edição de 2015, Murray
parece ter se assustado com o fato de
que nenhuma das bebidas selecionadas
tenha vindo da Escócia. A segunda colocação ficou com o americano o bourbon William Larue Weller.
Três uísques americanos
da variedade bourbon William Larue Weller (foto),
Sazerac Rye 18 Year Old
e Four Roses - ocuparam
o segundo, o terceiro e o
quarto lugares
Mesmo na categoria de melhor uísque europeu, a Escócia não conseguiu
ter sossego, com o título sendo compartilhado pelo The English Whisky
Co. Chapter 14 não trufado e o The
Belgian Owl Single Malt 64 meses.
Julgamento
O “Yamazaki Single Malt Sherry
Cask 2013” foi descrito como “espesso,
seco, tão redondo quanto uma bola de
bilhar” pelo guia “A Bíblia do Uísque”,
de Jim Murray, que deu à bebida 97,5
pontos de 100.
No Japão, se faz uísque desde os
anos 1920, quando um japonês que estudou Química em Glasgow, Masataka
Taketsuru, voltou ao seu país casado
com uma escocesa e contribuiu para
o nascimento da destilaria Yamazaki,
perto de Quioto.
No editorial do livro, Murray diz que
é hora de as destilarias escocesas acordarem.
“Chegou a hora de uma pequena
dose de humildade, de voltar aos fundamentos, de perceber que algo se
perdeu”, recomendou.
O guia Jim Murray’s Whisky Bible apresenta notas de degustação de
4.500 uísques e foi lançado nos EUA ao
custo de 19,95 dólares.
Os uísques grandes vencedores
de 2015: - Melhor Uísque do Mundo do Ano
de 2015: The Yamazaki Single Malt
Sherry 2013; - Segundo Melhor Uísque do Mundo: William Larue Weller; - Terceiro: Sazerac Rye 18 anos
(engarrafado no segundo semestre de
2013);
- Uísque de um Único Barril do Ano
(categoria que considera as marcas
nas quais cada garrafa vem de um barril individual): Four Roses Single Barrel Edição Limitada número 3-4P.
65 ∞ Revista Mercado // Edição 63
Foto: Luciana Santos
in foco
Casa renovada
Foto: Divulgação
Desde o fim de 2014, a Audi Center Uberlândia está de casa nova. A sede foi reformada e reinaugurada no mesmo endereço
(Av. João Naves de Ávila), mas com espaço
duas vezes maior. Entre os oito modelos
em exposição no showroom estarão o super esportivo R8, o recém-chegado A8 L
W12 e os modelos que serão produzidos
no Brasil – A3 Sedan e Q3. Na foto, o gerente da Audi Center Uberlândia, Roberto
Júnior, ao lado de um R8.
Equipe Callink de bola cheia
Foto: Primo Fotografias
O trabalho da empresa uberlandense
Callink foi de novo reconhecido pela Associação Brasileira de Telesserviços (ABT),
durante a entrega do Prêmio Nacional de
Telesserviços. em São Paulo. A Callink foi
premiada em duas categorias: com os cases ‘Gestão estratégica possibilita recorde
de vendas’ e ‘American Express – A excelência no atendimento que conquistou os
clientes’, ambos nas categorias serviços, e
também com o case ‘Soluções Inteligentes
na otimização de televendas’, na categoria
soluções em TI.
Passagem de bastão na
CDL Uberlândia
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Uberlândia (CDL) elegeu em novembro a sua
nova diretoria, numa Assembleia Geral Ordinária. O novo presidente da CDL, Cícero
Heraldo Novaes (à esquerda), empresário
há 38 anos, assumiu o cargo no início do
ano e comandará a entidade de 2015 a
2017. O até então presidente, Celso Vilela
(direita), liderou a CDL por oito anos e passará a compor o Conselho Superior da entidade classista, atuando no aconselhamento ao presidente eleito e toda sua diretoria. Edição 63 // Revista Mercado ∞ 66
De Uberlândia para Paris
A professional coach e gestora de pessoas, Chris Graef ao lado da gerente do
Hotel Ibis/Uberlândia, Marcela Garcia da
Silveira Bertanha. Um projeto de Graef
desenvolvido em parceria com hotel,
com foco na gestão de pessoas e coaching e destinado aos colaboradores da
empresa, obteve em 2014 mais um resultado positivo ao ser selecionado entre os
melhores Projetos de Gestão de Pessoas
da América Latina e agora vai concorrer
à indicação pela Rede Francesa Accor ao
Prêmio Árvores de Ouro com o Projeto
Gestão de Pessoas “Sou feliz, sou Ibis!”.
A premiação ocorre em março, em Paris.
Presidência da Fenabrave
TOP 100 do país
A partir de 1º de janeiro, o empresário
uberlandense Alarico Assumpção Jr. é o
novo – e de novo - presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Natural de
Araguari, mas executivo e residente em
Uberlândia, ele presidiu a associação
n’outras duas gestões, e agora assume
o cargo para o triênio 2015/2017. Alarico
Jr. é diretor superintendente do Conselho de Acionistas da Holding Deriva Participações S/A (Grupo Suécia), que detém as concessionárias Suécia Veículos
S/A (Volvo) e Urca Motors Veículos Ltda
(Hyundai), entre outras 21 empresas.
Em foco, Cássia Regina Martins, diretora da PDCA Engenharia, construtora de
Uberlândia que conquistou um lugar entre as 100 maiores do País (por volume
de metros quadrados ativos em 2014),
segundo ranking da ITC (Inteligência
Empresarial da Construção). O prêmio
de reconhecimento será conferido oficialmente à PDCA, em março deste ano,
durante a maior feira de revestimentos
e acabamentos da América Latina, a
Expo Revestir, que acontecerá no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
Trabalho reconhecido
Mais um mandato
A presidente da ONG Pontes de Amor,
Sara Vargas, esteve em São Paulo no fim
de 2014, quando recebeu uma comenda
nacional pelo trabalho de consultoria familiar e coaching, e por ainda retratar a
promoção da convivência familiar e comunitária. A premiação foi concedida pela
Associação Brasileira de Liderança Braslider. A ONG Pontes de Amor é uma instituição de apoio à adoção de crianças,
sediada em Uberlândia.
O administrador e produtor rural, Thiago
Soares Fonseca, continua na presidência do Sindicato Rural de Uberlândia por
mais este próximo triênio 2015/2017. Ele
foi reeleito para o cargo, que já ocupava
desde janeiro de 2012. Segundo ele, entre as propostas de trabalho da sua nova
diretoria, está o continuísmo na luta e
defesa dos interesses da classe rural,
bem como a melhoria dos benefícios e
valores para os associados do sindicato.
Bahia como destino
Luciane Krankel (La Nave Turismo), Marli Trindade, Caio Cézar (Wish Hotels
e Resorts) e Wagner Silva (Nascimento
Turismo) , juntos em evento realizado no
Portal Restaurante, em Uberlândia, onde
executivos responsáveis pela promoção
do turismo da Bahia – a Bahiatursa - estiveram presentes, cumprindo uma agenda de marketing direcionada a agentes
de viagem e imprensa, organizada pela
Nascimento Turismo, que visa divulgar os
atrativos turísticos do estado baiano.
67 ∞ Revista Mercado // Edição 63
geral
Foto: Divulgação
A soja foi o principal produto exportado nos estados de Mato Grosso,
Paraná e Rio Grande do Sul, enquanto em Minas Gerais foi o café e em
São Paulo, o destaque ficou por conta do setor sucroalcooleiro
São Paulo lidera ranking do
agronegócio; Minas é o quinto
Os estados brasileiros que estão nas cinco primeiras posições respondem
sozinhos por quase 70% do total exportado pelo país em 2014
Balanço realizado entre janeiro e
dezembro de 2014, mostra São Paulo como líder no ranking de exportações do agronegócio com a soma de
US$ 18,18 bilhões. Em seguida, está o
Mato Grosso, com US$ 14,60 bilhões e
o Paraná, com US$ 12,63 bilhões. Em
quarto colocado ficou o Rio Grande do
Sul, com exportações que alcançaram
a cifra de US$ 12,19 bilhões e em quinto está Minas Gerais, com o montante
de US$ 8,09 bilhões. No total, os cinco
estados somaram US$ 65,69 bilhões, o
que representa 67,9% do total exportado pelo Brasil. Os dados são do Sistema
de Estatísticas de Comércio Exterior do
Agronegócio Brasileiro (AgroStat).
Produtos - Em São Paulo, o complexo sucroalcooleiro foi destaque, com
exportações que alcançaram a cifra de
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 68
US$ 6,76 bilhões. No setor, o açúcar foi
o item mais exportado, com US$ 5,96
bilhões. Em segundo lugar ficaram as
carnes, com US$ 2,64 bilhões, com
destaque para a carne bovina, que somou US$ 2,12 bilhões.
No Mato Grosso, o complexo soja foi
responsável por US$ 9,85 bilhões das
exportações, sendo US$ 7,21 bilhões da
soja em grãos. Em segundo lugar, estão
os cereais, farinhas e preparações, com
a soma de US$ 2,06 bilhões. Em terceiro, ficaram as carnes, com o montante
de US$ 1,60 bilhão em exportações.
No Paraná, o destaque foi do complexo soja, que alcançou a cifra de US$
5,48 bilhões. Deste valor, US$ 3,33 bilhões foram da soja em grãos, US$ 1,61
bilhão do farelo de soja e US$ 538 mil
do óleo de soja. Em segundo, ficaram
as carnes, com a soma de US$ 2,75 bilhões, sendo que US$ 2,36 bilhões foi
de carne de frango.
O complexo soja também foi o setor mais exportado pelo Rio Grande
do Sul, com o montante de US$ 5,37
bilhões. O destaque do setor foi a soja
em grãos, com US$ 3,99 bilhões. As
carnes estão em segundo lugar entre
os produtos mais exportados pelo Estado, com US$ 2,24 bilhões, sendo que
US$ 1,39 bilhão foi de carne de frango.
O café foi o destaque de Minas
Gerais, com exportações que somaram US$ 4,12 bilhões. O segundo
setor mais exportado pelo estado foram as carnes, com US$ 975 milhões,
sendo que US$ 446 milhões foram de
carne bovina e US$ 319 milhões de
carne de frango.
Foto: Divulgação
Novos shoppings flexibilizam
regras de aluguel para lojistas
Os estados brasileiros que estão nas cinco primeiras posições respondem
sozinhos por quase 70% do total exportado pelo país em 2014
O fraco desempenho registrado em
2014 pelo setor de shoppings centers
no país tem provocado mudanças na
relação entre administradores dos
estabelecimentos comerciais e lojistas. Os responsáveis têm flexibilizado
a forma de negociação dos contratos
de locação.
Alguns empreendimentos já estão
propondo aos lojistas substituir o pacote formado pela cobrança de aluguel, condomínio e fundo de promoção
por uma remuneração de uma parcela
fixa do faturamento obtido pelo lojista, de cerca de 10%, aliviando os altos
custos que recaem sobre o negócio.
Na visão do advogado Daniel Cerveira, sócio do escritório Cerveira
Advogados Associados de São Paulo,
especializado em varejo e franquia,
esse tipo de flexibilização de negociação tende a crescer. “Já temos observado um grande crescimento de casos
envolvendo a renegociação das condições dos contratos de locação dos shoppings centers, bem como a entrega
dos pontos comerciais e situações de
inadimplência”, afirma Cerveira, que
também é autor do livro ‘Shopping
Centers - Limites na liberdade de contratar’, da Editora Saraiva.
O advogado ressalta que “embora
esta tendência de queda no valor dos
preços dos aluguéis seja inequívoca,
ainda demorará um pouco mais para
ser fortemente sentida nas ações renovatórias e revisionais de aluguel, tendo
em vista que no momento da perícia
avaliatória judicial são comparados
outros aluguéis contemporâneos e de
lojas semelhantes, sendo que, portanto, esses novos locativos mais baixos
passarão gradativamente a serem utilizados judicialmente como paradigmas
para os fins da avaliação do locativo
justo e posterior fixação do mesmo
pelo juiz”.
Nessa relação entre administradores e lojistas, Daniel Cerveira também destaca a necessidade de alguns
empreendedores entenderem o atual
cenário e cederem um pouco mais nas
negociações.
“No processo de renovação de contrato, alguns administradores continuam pretendendo aumentos nos
locativos, mesmo sabendo que muitas
operações estão no vermelho. Esquecem de que de nada adianta aumentar
hoje o aluguel para amanhã o lojista
solicitar desconto ou deixar de pagar.
É o que, justamente, tem acarretado
um grande número de ações renovatórias”, afirma.
De acordo com levantamento da Associação de Lojistas de Shoppings (Alshop), em 2014, a taxa de vacância nos
shoppings foi a maior dos últimos dez
anos. Está em 10% e a previsão é de
que aumente para entre 12% e 13% no
curto prazo por causa do fraco desempenho do comércio e da forte pressão
de custos dos lojistas, provocada especialmente por tarifas, além da concorrência de novos empreendimentos.
69 ∞ Revista Mercado // Edição 63
Foto: Divulgação
geral
Violência urbana:
Trinta e quatro das
piores cidades do
ranking estão localizadas na América
As 50 cidades mais violentas do
mundo; Brasil tem 16 na lista
Antes de escolher um destino para
viajar, muitos se preocupam em conferir se o local é seguro.
O Business Insider listou as 50 cidades mais violentas ao redor do mundo.
Trinta e quatro das piores cidades
do ranking estão localizadas na América Latina, sendo que o assassinato é
o crime mais comum na região do que
em qualquer outra parte do mundo.
Além dos assassinatos, o tráfico de
drogas, guerras de gangues, instabilidade política, corrupção e a pobreza
influenciam na alta violência nas cidades da lista.
Vale lembrar que o cálculo é feito
de acordo com o número de habitantes
e homicídios.
As 50 cidades mais violentas do mundo
1º lugar: San Pedro Sula - Honduras
2º lugar: Caracas - Venezuela
3º lugar: Acapulco - México
4º lugar: Cali - Colômbia
5º lugar: Maceió - Brasil
6º lugar: Distrito Central - Honduras
7º lugar: Fortaleza - Brasil
8º lugar: Guatemala City - Guatemala
9º lugar João Pessoa - Brasil
10º lugar: Barquisimeto - Venezuela
11º lugar: Palmira - Colômbia
12º lugar: Natal - Brasil
13º lugar: Salvador - Brasil
14º lugar: Vitória - Brasil
15º lugar: São Luís - Brasil
16º lugar: Culiacán - México
17º lugar: Ciudad Guayana - Venezuela
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 70
18º lugar: Torreón - México
19º lugar: Kingston - Jamaica
20º lugar: Cape Town - África do Sul
21º lugar: Chihuahua City - México
22º lugar: Victoria - México
23º lugar: Belém - Brasil
24º lugar: Detroit - Estados Unidos
25º lugar: Campina Grande - Brasil
26º lugar: Nova Orleans - Estados Unidos
27º lugar: San Salvador - El Salvador
28º lugar: Goiânia - Brasil
29º lugar: Cuiabá - Brasil
30º lugar: Nuevo Laredo - México
31º lugar: Manaus - Brasil
32º lugar: Santa Marta - Colômbia
33º lugar: Cúcuta - Colômbia
34º lugar: Pereira - Colômbia
InfoMoney
O destaque negativo vai para San
Pedro Sula, uma cidade em Honduras
que aparece em primeiro na lista. O
Brasil não tem o que se gabar, pois,
16 entre as 50 cidades mais violentas
do mundo são brasileiras (confira lista a seguir), cabendo a Maceió, capital alagoana, liderar o ranking entre
as nacionais.
Posição/Cidade/País
35º lugar: Medellín - Colômbia
36º lugar: Baltimore - Estados Unidos
37º lugar: Juárez - México
38º lugar: San Juan - Porto Rico
39º lugar: Recife - Brasil
40º lugar: Macapá Brasil
41º lugar: Nelson Mandela Bay - África do Sul
42º lugar: Maracaibo - Venezuela
43º lugar: Cuernavaca - México
44º lugar: Belo Horizonte - Brasil
45º lugar: St. Louis - Estados Unidos
46º lugar: Aracajú - Brasil
47º lugar: Tijuana - México
48º lugar: Durban - África do Sul
49º lugar: Porto Príncipe - Haiti
50º lugar: Valencia - Venezuela
71 ∞ Revista Mercado // Edição 63
Edição 63 // Revista Mercado ∞ 72