Franchising a nova aposta da rainha dos Baixinhos
Transcrição
Franchising a nova aposta da rainha dos Baixinhos
www.revistamercado.com.br Ano 6 - Número 63 R$ 8,50 Franchising A nova aposta da Rainha dos Baixinhos O setor de franquias atropela a crise e se destaca na economia, atraindo cada vez mais investidores. É o caso da apresentadora Xuxa, que lançou no mercado a Casa X, uma rede de casas de festas infantis que já conta com várias unidades, inclusive em Uberlândia Especial Fiemg realiza o Prêmio Sustentabilidade Empresarial, que destaca a governança sustentável Franchising X Crise Diretor Geral Eduardo J. L. Nascimento [email protected] Diretor Comercial Fernando Martini [email protected] Conselho Gestor Eduardo J. L. Nascimento Evaldo Pighini Fernando Martini Coordenador Comercial Cláudio Apariz Conselho Editorial Egmar Ferraz Janaina Depiné Analu Guimarães Dr. Joemilson D. Lopes Cel. Rocha Lima Pedro Lacerda Marcelo Prado Editor Chefe Evaldo Pighini e Jornalista Responsável MG 06320 JP [email protected] Reportagens Evaldo Pighini Margareth Castro Michele Borges Fabiana Barcelos Iolanda Carneiro Rosiane Magalhães Alitéia Milagre Sucursal Patos de Minas Coordenação Lisandro Queiroz Bicalho [email protected] (34) 9975-1011 Jornalismo Suelen D’arc [email protected] (34) 8815-5869 Comercial Marina Picalho [email protected] (34) 9103-4418 Revisão Viviane Moraes Natália Nascimento Fotografia Mauro Marques (exceto as creditadas) Colaboradora Márcia Amaral Vendas Acássia Alves (34) 9223-7966 [email protected] Jurídico Thiago Alves OAB 107.533 Diagramação Khonos Pré-impressão Registro Bureau Impressão Tiragem 7.000 exemplares Anúncios 55 34 3239 5825 [email protected] Canal Livre [email protected] Edições extras 55 34 3239 5825 e reprints [email protected] Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião desta revista, assim como declarações emitidas por entrevistados. É autorizada a reprodução total ou parcial das matérias, desde que citada a fonte. A Revista MERCADO é uma publicação mensal do Grupo de Mídia Brasil Central (GMBC). Revista MERCADO 55 34 3236 6112 Rua Roosevelt de Oliveira, 345 Sl 14 Bairro Aparecida CEP 38.400-610 Uberlândia - MG - Brasil Copyright © 2008 - Grupo GMBC Todos os direitos reservados. Curta nossa Página. Procure “Revista Mercado” O Brasil atravessa desde o fim de 2014 e início deste ano uma grave crise, admitida pela própria presidente Dilma, durante pronunciamento em rede nacional de mídia, na noite do dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. Esse reconhecimento vem após o país ter experimentado por 11 anos, de 2003 a 2014, um período aparentemente áureo: crescimento econômico, investimentos estrangeiros, inflação e câmbio sob controles, crédito facilitado, aumento real do salário mínimo, desemprego baixo etc. Foi um período em que nunca se comprou tanto no Brasil e, graças aos programas sociais, 36 milhões de brasileiros saíram da miséria. Entretanto, durante a campanha de 2014, Dilma prometeu que nada disso mudaria, mas, não foi o que aconteceu. A presidente e o PT se esqueceram de fazer o dever de casa. Diz o ditado que quem não semeia, não colhe, e em 12 anos no poder, Dilma e Lula não promoveram nenhuma reforma de estrutura, nem agrária, nem tributária, nem política. E agora, o governo precisou pisar no freio. O cenário atual é de um país sem perspectivas de crescimento em 2015. Por exemplo, o novo lema e segundo mandato da presidente, “Brasil, Pátria educadora”, foi anunciado em um dia e, logo depois, R$ 14 bilhões foram cortados do orçamento da educação. A inflação aumenta, quem vai ao supermercado sente no bolso. O dólar também aumenta e já bateu a casa dos R$ 3, 12, maior patamar desde 2004. Os juros voltaram a subir e a corrupção na Petrobras, maior empresa brasileira, está deixando o próprio governo e o PT sob pressão, aprofundando a crise política. Além disso, direitos sociais, como o seguro-desemprego e a pensão por morte, estão sendo cortados. Enfim, o Brasil atravessa uma grave crise, em que a economia é a mais afetada. O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro como um todo fechou 2014 em R$ 5,521 trilhões, o que representa leve alta de 0,1% em relação a 2013. Foi o desempenho mais fraco do primeiro mandato de Dilma e também o pior desde 2009, auge da crise, quando o PIB caiu 0,2%. Entre os setores produtivos do PIB, a indústria teve o pior desempenho, caindo 1,2% no ano. O setor agropecuário teve avanço de 0,4%, e os serviços subiram 0,7%, apesar disso, o crescimento desse setor foi o mais fraco desde 1996. Mas outros itens também entram no cálculo do PIB: o investimento das empresas para poder produzir mais, chamado tecnicamente de formação bruta de capital, caiu 4,4% ao longo do ano passado, a maior queda desde 1999. No mais, o consumo das famílias subiu 0,9% em 2014 na comparação com 2013, e os gastos do governo aumentaram 1,3%. Contudo, em meio a tantos problemas e oscilações nos setores da economia, um setor se sobressai: o franchising. Esse mercado tem sido um dos mais expressivos da economia brasileira e, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), em 2014, o setor de franquias cresceu 7,7%, registrando faturamento de R$ 127,331 bilhões, muito acima do PIB e de qualquer outro setor. Quanto à geração de empregos diretos, o estudo da ABF aponta que o sistema de franquias aumentou em 6,5% o número de postos de trabalho gerados, passando de 1.029.681 para 1.096.859, em 2014. Em termos comparativos, do total de 396.993 empregos formais criados no Brasil em 2014, o franchising respondeu por 67.178 deles – o equivalente a 16,9% dos empregados registrados no período, enquanto a indústria reduziu as contratações em 3,2%, segundo o IBGE. Além disso, a ABF registrou uma expansão de 9,8% das unidades de franquia em operação no país. O número de pontos de venda das redes subiu para 125.641, o que representa a abertura de 11.232 unidades. Diante desses e de outros números, chama ainda atenção o fato de o lançamento de novas redes de franquia no mercado nacional ter avançado 8,8% em 2014 comparado ao ano anterior. De acordo com o estudo da ABF, o número de marcas saltou de 2.703 para 2.942 no período, o que equivale à entrada em operação de 239 redes no país, em todos os segmentos do franchising. Agora para 2015, contrapondo a um cenário que se apresenta negro para a economia do País, baseada em estudos trimestrais e em dados macroeconômicos, a ABF estima que o crescimento do faturamento do setor em 2015 fique entre 7,5% e 9,0%. Já o número de marcas deve aumentar 8% e o de novas unidades, crescer entre 9% e 10%. É sobre a pujança do Franchising, de franqueados e franqueadores que estão investindo no setor, que trabalhamos a matéria de capa desta edição, destacando cases de algumas marcas nativas de Uberlândia e de outras que aportaram na cidade, por iniciativas de empresários que almejam abocanhar uma fatia do promissor mercado de franquias. Um dos casos é o das empresárias Veridiana Osório e Thais Reis Pires, franqueadas que investiram cerca de R$ 2,5 milhões na abertura em Uberlândia de uma unidade da Casa X, rede de franquias de casas de festas infantis. A Casa X que também é fruto de uma aposta da bem sucedida apresentadora Xuxa Meneghel, que agora, entre seus vários investimentos, também atua como franqueadora. Boa leitura! Evaldo Pighini Editor 3 ∞ Revista Mercado // Edição 63 ARTIGO Atendimento mágico como surpreender e encantar o cliente U ma das principais atitudes do empreendedor de sucesso é atrair, reter e encantar seus clientes internos e externos. Mas será que para encantar e surpreender nossos clientes precisamos de muito dinheiro? Em um dia descontraído de passeio com minha família, descobri a resposta para essa pergunta. Eu e minha filha Mariana estávamos no parque Magic Kingdom da Disney, em Orlando, esperando na fila para embarcar na atração Dumbo. Durante a espera, minha filha avistou e me pediu um sorvete com a forma da cabeça do Mickey. Saí correndo para comprar e voltei bem na hora da nossa vez. Acontece que, o funcionário responsável pela atração, nos advertiu de que não poderíamos ingressar no brinquedo com o sorvete. Nessa hora em que a decepção de minha filha se misturava com sua expectativa, outro funcionário da Disney observando o que se passara, disse a ela para não ficar triste, pois ele seria o guardião do sorvete, e que, ao final da atração, ele estaria lá, esperando por ela na saída com o sorvete intacto. Ela adorou a ideia, subimos no elefantinho voador, e eu fiquei pensando como ele faria para entregar o sorvete intacto para a Mariana após 5 minutos de exposição ao intenso calor da Flórida. Esgotado nosso tempo no brinquedo, Mariana saiu correndo para encontrar o funcionário e ficou surpresa quando ele apareceu de repente e lhe entregou o sorvete novinho conforme prometido. Ela saiu pulando de alegria e eu perguntei ao funcionário como ele havia conseguido tal proeza. Ele respondeu: Sempre queremos propiciar momentos mágicos aos convidados Disney, meu líder me dá autonomia para eu tomar decisões para que isso aconteça. Então, fiquei observando o brinquedo e, quando sua filha veio correndo em minha direção, pe- Edição 63 // Revista Mercado ∞ 4 guei um sorvete novo no carrinho, tirei a embalagem e entreguei a ela. Fantástico, com menos de 3 dólares eles conseguiram surpreender e encantar! Não é por acaso que, conforme pesquisa da APCO Worldwide, a Disney é a marca mais amada do planeta. Já aqui no Brasil tive uma experiência de compra que diferencia os profissionais normais dos extraordinários. Num final de semana fui a uma loja para comprar um novo celular e, junto com o aparelho, adquiri um plano mensal de dados com valor fixo para acesso ilimitado à internet. Um mês depois recebi a conta e, para minha surpresa, o valor referente ao acesso à internet estava absurdamente alto. Fiquei aborrecido, mas como eu havia feito um plano com valor fixo, voltei na loja e procurei a mesma atendente “A” que havia me vendido o aparelho e o plano. Ao relatar o problema, ela disse que não poderia fazer absolutamente nada e que eu deveria telefonar para o Call Center da operadora de telefonia. Isso é mesmo o mais fácil, o que tantos atendentes respondem diante de uma reclamação semelhante, e aquela pessoa atuou como de costume. Foi então que naquele dia conheci a atendente “X”, uma profissional extraordinária, ou seja, que não age conforme ao costume geral, mas sim de forma excepcional, rara, que se distingue entre os indivíduos da mesma profissão. A atendente “X” foi até mim e disse: “Sim, eu posso fazer algo pelo senhor?”. Pediu para que eu sentasse, e me serviu um café e uma água. Enquanto isso, ela pediu para ver a conta que eu havia recebido. Em seguida ela informou que seria necessário fazer uma ligação para o Call Center da operadora, mas que ela poderia fazer isso para mim, e de fato fez. Ao final da conversa dela com a atendente da empresa de telefonia, só me colocou na linha apenas para confirmar alguns dados pessoais e o problema foi solucionado. A mesma loja, o mesmo produto, a mesma situação e atitudes bem diferentes: uma disse que não era com ela e a outra disse que ela poderia fazer algo por mim e fez a diferença. Alguns dias depois recebi a nova conta com o valor correto. Retornei à loja para agradecer pela excelência no atendimento e aproveitei para comprar alguns acessórios. Adivinha com qual vendedora? Precisamos levar mais a sério o pensamento de Alan Ryan: “Não trabalhamos apenas para ganhar dinheiro, mas para encontrar o significado de nossas vidas. O que fazemos é grande parte do que somos.”. Repare que, com o advento e crescimento constante do comércio eletrônico, as lojas físicas terão que se aprimorar, principalmente no atendimento ao cliente, se quiserem sobreviver. Devem especializar-se no pós-venda, no relacionamento com as pessoas, proporcionando experiências diferenciadas e, sobretudo, descobrindo, contratando e retendo pessoas que fazem a diferença com atitudes que contribuem para melhores resultados da organização. Fazer o fácil, muita gente faz. Fazer o que é preciso, o algo mais, isso pouca gente faz. Somente os profissionais extraordinários, capacitados e apaixonados pela profissão oferecem um verdadeiro atendimento mágico e, assim, encantam e fidelizam. POR:. Erik Penna é especialista em vendas, consultor, palestrante e autor dos livros “A Divertida Arte de Vender” e “Motivação Nota 10”. www.erikpenna.com.br franchising & negócios Capacidade competitiva II N o artigo anterior comentamos sobre diferentes formas de competição das empresas no mercado, e sobre a ação da concorrência que está sempre pronta para copiar qualquer inovação. Continuando a reflexão sobre a capacidade competitiva, vamos analisar outras formas de competir e diferenciar a empresa: pela marca, pelo sistema de distribuição, e relacionamento com o cliente. Para a marca se tornar uma referência em termos de diferenciação, a empresa precisa investir mais em propaganda, com foco nas características que se quer evidenciar, como forma de desenvolver e manter o nome na mente dos consumidores. A estratégia de competir com a marca deve ser bem planejada de modo a passar para os consumidores, entre outros atributos, mais qualidade e segurança, itens fundamentais para ganhar maior participação de mercado. Outra forma de competir é desenvolver e agregar um novo sistema de distribuição, um canal que aproxime mais a empresa de sua base de consumidores, ou que desenvolva o negócio em novos mercados. E, nesse segmento, o franchising tem se destacado como uma estratégia mais adequada para uma grande maioria das marcas consolidadas em seu mercado de atuação. Associado às outras formas de diferenciação competitiva já citadas: marca, serviços, produtos e segmentação, o sistema de franchising coloca a empresa se diferenciando também pelo tamanho, com presença em vários mercados. E nesse aspecto, um importante diferencial é que o investimento na expansão, na instalação do ponto de venda é feito pelo franqueado em cada nova área de atuação. E mais uma vez podemos concluir: não há proteção neste tipo de diferenciação, os concorrentes da marca podem adotar esta mesma estratégia. Contudo, vale lembrar que é a qualidade do projeto que definirá o sucesso do negócio de franquias. Ou seja, a empresa precisa estar bem estruturada, formatar corretamente seu sistema de distribuição, selecionar e treinar cada franqueado que estará à frente das unidades franqueadas para manter o padrão de qualidade dos produtos, serviços e da marca. E, ainda para se destacar da concorrência prestar um ótimo atendimento à rede, cuidando bem de cada franqueado e da evolução do negócio. tamental”. Eles apontam esta forma de diferenciar como uma poderosa arma para competir, e consequentemente, uma das mais importantes estratégias para enfrentar a concorrência. Para eles, “a diferenciação comportamental constitui um conjunto central de crenças sobre como se comportar” na empresa. É exatamente nesse ponto que a concorrência encontrará enormes dificuldades em “copiar comportamentos”. Ou seja, a empresa tem que fazer acontecer e ir além do que os concorrentes usualmente fazem. Os desafios são contínuos, há de se trabalhar todo o tempo pensando em conquistar mercados, obter e Fidelizar novos clientes Sabemos que a competição no mercado é cada vez mais intensa, todas as empresas querem se diferenciar e tornar suas estratégias mais difíceis de serem copiadas. Competir exige muita competência. Os desafios são contínuos, há de se trabalhar todo o tempo pensando em conquistar mercados, obter e fidelizar novos clientes. Associado a tudo que já foi dito, é preciso pensar em criar na mente do consumidor uma situação favorável à empresa, mas como fazer isto? Simples, é no relacionamento com seus clientes que a empresa irá mostrar ao mercado que “é melhor lidar com ela do que com os seus concorrentes”. Os consultores americanos Terry R. Bacon e David G. Pugh, estudaram e desenvolveram a “diferenciação compor- POR:. Carlos Ruben Pinto é Administrador de Empresas, Consultor de Franquias e Varejo (31) 3282-6688 - [email protected] 5 ∞ Revista Mercado // Edição 63 conversa de mercado O desafio do empresário O desafio do empresário é: não ser mais um! Quem optou pelo mundo empresarial escolheu viver do conhecimento e experiência que adquiriu ao longo da vida em sua área de atuação. E nesta questão, algo salta aos olhos: se este conhecimento não chega ao mercado você fica para trás. Quantas ideias brilhantes você pensou e não colocou em prática? E aqueles convites para dar palestras que você sempre diz não ter tempo? É isto que deseja? Ser mais um entre milhões de empresários? O conhecimento que acumulamos é precioso demais para se guardar dentro de um monastério. Possuir reputação empresarial é mais do que ganhar dinheiro. Conheci muitos empresários e executivos com recursos financeiros que ninguém conhece de fato no grande mercado. As pessoas conhecem a empresa e seus produtos, mas e você? Qual o problema de construir uma carreira para se tornar conhecido? Estamos muito mais próximos do esquecimento do que de sermos memoráveis. O mesmo vale para quem é executivo e crê estar a salvo. Se em média dura cinco anos no cargo, não planejar ser memorável é um perfeito tiro no pé. E pior, existem muitos que adoram dizer que não precisam de marketing pessoal - e nem de suas bases - para ter sucesso. O marketing pessoal é meio e não fim. Você pode ser genial, mas se a sua expertise ficar restrita a poucas pessoas da empresa ou a produtos e serviços, sem uma assinatura personalizada, o que acontecerá no longo prazo? E quando a empresa é fornecedora de insumos para determinado setor e não atinge o grande público, qual seria a definição de sucesso? Eu admiro profissionais que tentam a todo custo mudar a ordem das coisas, com disciplina na produção de Edição 63 // Revista Mercado ∞ 6 conteúdo, ideias, projetos que permitam consolidar seu nome como alguém que efetivamente deixou sua marca na mente das pessoas. Faça um planejamento completo com foco em sua carreira, desenhe cenários, faça palestras com mais frequência, escreva, faça apresentações de produtos para a cadeia de fornecedores e clientes, reinvente a cada doze meses o posicionamento da sua marca pessoal. Sem esse combustível a carreira morre e é comum pessoas olharem para o passado com um suspiro. “Eu poderia ter feito diferente”, podem pensar. “Podia ter estudado mais, ter tido foco, ter aprendido a expor meu conhecimento (escrito e falado) com mais frequência”. Mas lá está a zona de conforto, o engessamento. Ele é bom, tranquiliza a alma – pelo menos por algum tempo. Mas se você está se sentindo incomodado, ótimo! Acorde para a sua carreira! Não interessa a idade, problemas familiares, sofrimentos. A competição é grande, mas particularmente nós disputamos no máximo com 1% a 2% de cada área empresarial, dos mais de 380 segmentos que compõe a economia brasileira. Os grandes nomes se fizeram com tamanho esforço que ao serem vistos de fora parece ter sido fácil. Existem sacrifícios, horas a mais de estudo, e, mais do que tudo, a percepção de que vivemos em um mundo inevitavelmente veloz e poderoso. Eu não quero morrer sem ser memorável, sem ter feito a real diferença na vida das pessoas, sem deixar um conhecimento tangível para quem vem depois. Quem escreve, publica, torna-se eterno. Veja quem são seus heróis na gestão? Acredite que eles foram forjados no mesmo martelo de titânio. Antes era mais fácil? Não! E hoje é fácil? Também não! E nem o será no futuro. A hora da decisão é agora e o desafio está feito. Chega de desculpas, de dizer que não tem tempo, de mentir para si mesmo. Sucesso financeiro não basta. Estamos em 2014 e em breve em 2020. O tempo passa veloz. É diferenciar-se ou morrer profissionalmente. Que a fera seja despertada em seu íntimo, como um fogo interno que críticas de outros pouco importa. Existe um enorme tabuleiro invisível, cujas peças temos que saber encaixar, planejar e executar. Seja memorável, caminhe nesta direção disposto a percorrer uma estrada misteriosa, mas de um valor incalculável. Faça algo extraordinário por sua carreira, esteja entre os melhores de sua categoria ou lamente-se no futuro. POR:. Rodrigo Bertozz é CEO da B2L Investimentos S.A www.b2law.com.br entrevista Foto: divulgação "PT perdeu bandeira da ética e vive crise de identidade”, afirma historiador Edição 63 // Revista Mercado ∞ 8 A pós vencer as eleições mais acirradas desde a redemocratização, o Partido dos Trabalhadores (PT) e a presidente reeleita, Dilma Rousseff, têm o desafio de construir um governo de coalizão em meio a um cenário de crescente polarização social e oposição fortalecida. Para o historiador e professor da USP Lincoln Secco – autor do livro História do PT – a tarefa não será fácil. A legenda vive, segundo ele, uma crise de identidade desencadeada pelos primeiros escândalos de corrupção, em 2005. Entretanto, o estudioso ressalta a força política e social do PT, que deixou uma “marca social profunda” em seus 12 anos de governo. Com o mensalão, “o partido perdeu a bandeira da ética”, aponta. Entretanto, o estudioso ressalta a força política e social do PT, que deixou uma “profunda marca” em seus 12 anos de governo. Em entrevista à Deutsche Welle, Secco também fala sobre a possibilidade de Lula se candidatar à Presidência em 2018. O historiador acredita que interessa ao PT tê-lo como “coringa”. Por outro lado, considera que a presença política do ex-presidente impede que outras lideranças cresçam dentro do partido. DW: As eleições recentes foram as mais acirradas desde a redemocratização. O senhor acha que o PT saiu enfraquecido do pleito? Lincoln Secco: Acredito que as eleições de 1989 foram ainda mais acirradas. Na ocasião, o PT perdeu, inclusive entre os eleitores mais pobres. Dessa vez, o PT venceu nesse segmento, que, no final, fez a diferença. Na verdade, o partido já estava muito enfraquecido. Em primeiro lugar, pelo desgaste de ser governo há tanto tempo. Mas, principalmente, pelos escândalos de corrupção, que comprometeram o apoio dos setores da classe média tradicional. Isso tem uma razão histórica: o PT, durante mais ou menos vinte anos, foi o partido de reivindicação social e ética. Ele fez esse discurso. Com o mensalão, o partido perdeu a bandeira da ética. O desgaste aumentou a partir de junho de 2013, quando parte das insatisfações com os governos se tornou militante, primeiro nas redes sociais e depois nas ruas. Existe hoje uma militância de direita, que já atuou nas úl- timas eleições e vai continuar fazendo protestos. Mas o PT não está condenado a fazer seu último mandato. Mesmo acuado, no canto do ringue, apanhando muito, ele tem uma força social que não é nada desprezível. Foto: divulgação Na verdade, o partido tem tentado se renovar. No último congresso, o PT aprovou medidas internas, como a garantia da participação de 50% de mulheres na direção. E a proibição de que os parlamentares tenham mais de dois mandatos consecutivos, o que tenta impedir que os eleitos tenham um poder excessivo sobre a máquina partidária. Então já há certa consciência na direção de que essa crise de identidade existe. É mais do que isso, é uma crise de relação com a juventude e com os movimentos sociais. O senhor mencionou que o PT perdeu a bandeira da ética. O partido está vivendo uma crise de identidade? Fala-se muito do retorno do Lula em 2018. O partido tem dificuldade de criar ou manter outras lideranças? Professor Lincoln Secco: “O PT não está condenado a fazer seu último mandato. Mesmo acuado, no canto do ringue, apanhando muito, ele tem uma força social que não é nada desprezível” A dificuldade surgiu quando as principais lideranças históricas do PT foram abatidas pelo escândalo do mensalão. Acho que não há paralelo no mundo, de um partido social-democrata, no governo, que tenha tido dois ex-presidentes na prisão. Eles poderiam suceder o Lula, mas estão fora do jogo político permanentemente. Foi um corte geracional, porque os escândalos também abateram várias lideranças intermediárias. Agora, uma surpresa nas últimas eleições foi a militância petista, que estava adormecida e voltou às ruas, e algumas lideranças regionais que se fortaleceram, como Jaques Wagner, da Bahia. É uma figura histórica do partido, que elegeu seu sucessor e pode ser uma potencial candidatura para 2018. Mas a sombra do Lula impede o crescimento de qualquer outra liderança no partido, isso desde o princípio do PT. Enquanto o Lula for uma ameaça de candidato, outras candidaturas não vão florescer. 9 ∞ Revista Mercado // Edição 63 entrevista “A sombra do Lula impede o crescimento de qualquer outra liderança no partido, isso desde o princípio do PT. Enquanto o Lula for uma ameaça de candidato, outras candidaturas não vão florescer” Mas o senhor considera isso uma possibilidade real, o retorno do Lula? Eu acho que faz parte do jogo do Lula e do PT sempre tê-lo como coringa. O Lula é uma vantagem estratégica para o partido. Durante as eleições, no segundo turno, o PT tinha dois candidatos fazendo campanha ao mesmo tempo no Brasil. O PSDB não pôde fazer o mesmo, porque não tem nenhuma liderança do porte do Lula. Tudo depende da evolução do governo Dilma. Se ele vai ser candidato ou não é indecifrável no momento. Muito se fala sobre os conflitos da Dilma com o Lula e o PT. Após a eleição acirrada, como o senhor vê a relação da presidente com o partido? Eu nunca apostei numa dissociação entre Dilma e Lula. Acho que brigas podem ocorrer em qualquer partido político, mas acho uma dissociação praticamente impossível. A Dilma depende muito do Lula para governar. Claro que ela também depende dos seus aliados e do Congresso, mas o Lula controla o PT e ainda tem uma influência social imensa no Brasil. E ele precisa da Dilma, tanto se quiser ser candidato em 2018 quanto para apoiar outra pessoa. Durante a campanha, Dilma acusou os adversários de querer cortar gastos sociais, aumentar os juros e “entregar o Banco Central aos banqueiros”. Entretanto, agora que foi reeleita, o BC já subiu os juros e há Edição 63 // Revista Mercado ∞ 10 sinais de que outras medidas similares estão a caminho. Como o PT vai fazer esse governo de coalizão com tantas contradições? É a grande dúvida de todo mundo e também das forças de esquerda que apoiaram a Dilma no segundo turno. Pode ser que ela faça uma opção parecida com a do Lula em 2003. Ele moderou o discurso na campanha de 2002 e manteve em grande parte a política econômica do FHC no início do seu mandato. Ao mesmo tempo, promoveu um aumento inédito dos gastos sociais, especialmente do Bolsa Família. De um lado, Lula pacificou o setor financeiro, de outro, atendeu parte das demandas históricas do PT e da esquerda. Pode ser que a Dilma sonhe com uma recuperação desse tipo. Ela tomaria medidas impopulares no início do governo, contentando o mercado financeiro e reequilibrando as contas, e manteria e ampliaria alguns programas sociais que não custam tanto. O senhor acha que essa é uma boa estratégia para o PT nesse momento? Esse modelo funcionou em 2003, mas a questão é se ele dá certo hoje. Porque, a partir de junho de 2013, surgiram novas demandas da sociedade que não custam mais tão pouco. Melhorar infraestrutura, mobilidade urbana, educação e saúde não é a mesma coisa que atender aos beneficiários do Bolsa Família. Ela pode tentar seguir esse caminho, mas acho que ele não tem mais viabilidade histórica. Depois de reeleita, Dilma aumentou os juros e há rumores de que ela vai anunciar diminuições nos gastos públicos (o que já aconteceu). Se ela for por esse caminho, vai frustrar a base que a elegeu e, ao mesmo tempo, não vai conquistar quem votou contra ela. O sentimento antipetista foi uma das marcas dessas eleições. Como o senhor explica isso? No Brasil, existe uma base histórica e popular de direita desde os anos 30. Ela assumia a forma de anticomunismo ou antigetulismo. Já existia um antipe- tismo forte nos anos 80 e 90, que agora agrega o tema da corrupção, amplificado pelas redes sociais e pela mídia. Com as manifestações de junho, o sentimento antipetista ganhou uma base militante. Não que as manifestações tenham sido só isso, mas contribuíram com essa mobilização de direita. Recentemente, o PSDB tem tentado se distanciar das manifestações pelo impeachment da Dilma. O que é ainda mais perigoso, porque é uma direita popular sem liderança. Foto: divulgação “Já existia um antipetismo forte nos anos 80 e 90, que agora agrega o tema da corrupção, amplificado pelas redes sociais e pela mídia” O PT completou 12 anos no poder e segue para mais um mandato. Qual o legado do partido para o país? Mesmo que não tivesse chegado ao poder, o PT continuaria sendo uma das maiores forças políticas do Brasil, porque é um partido com uma história única. Ele nasceu como partido de massa, surgido de movimentos sociais e sindicais, de baixo para cima. Com forte presença nas lutas sociais e institucionais. Ele já seria, só por isso, um partido muito importante na história do país. E durante o governo? Depois de ter chegado ao poder e ter se transformado num partido de governo, embora tenha feito muitas concessões ao establishment, ele deixou uma marca social profunda. Se a gente fosse fazer uma comparação com reformas sociais de outros países, [a marca social do PT] nem seria muito significativa. Mas, devido ao atraso do Brasil nessa área, reformas mínimas transformaram o PT numa referência para a população mais pobre. capa O sempre atrativo mercado de franquias A rede de franquias Casa X é o mais recente investimento da bem sucedida apresentadora Xuxa Meneghel. Assim como ela, muitos outros investidores - franqueadores ou franqueados - estão partindo para esse sistema de negócio que tem se mostrado mais atrativo em relação a outros setores da economia. É o caso de duas empresárias uberlandenses que investiram cerca de R$ 2,5 milhões na abertura de uma unidade da Casa X na cidade Por: Alitéia Milagre Evaldo Pighini A apresentadora Xuxa é mais uma a apostar no franchising e, junto com a holding de franquias multissetoriais SMZTO, lançou a Casa X, rede que tem como foco o mercado de festas infantis Foto: divulgação O setor de franquias vai muito bem e continua atraindo cada vez mais investidores, mesmo diante de um cenário de incertezas na economia brasileira e do fraco desempenho do Produto Interno Bruto. Para se ter ideia, no acumulado do primeiro semestre de 2014, o nosso PIB registrou uma tímida alta de 0,5%. Nos últimos 12 meses, a elevação foi de 1,4%. Em junho, o PIB calculado pelo IBGE atingiu 1,27 trilhão de reais. Nesse contexto, a agropecuária teve variação positiva de 0,2%, enquanto a indústria caiu 1,5% e os serviços recuaram 0,5%. Já o desempenho negativo do comércio foi de 2,2%. Enquanto isso, o franchising apresentou crescimento de 5,4% em relação ao primeiro semestre de 2013, e a previsão foi de encerrar o ano com um aumento de vendas entre 5,5% e 7% na comparação com o ano passado, conforme números e projeções divulgadas no final de outubro pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Além disso, a expectativa é que setor também chegue ao final de 2014 com um aumento de 9 a 10% no número de unidades franqueadas. Entretanto, embora os números sejam bastante atraentes a qualquer investidor, franqueadores como franqueados precisam estar cientes dos riscos e oportunidades desse tipo de negócio. Sobre os bons números do mercado de franquias, a presidente da ABF, Cristina Franco, ratifica que o resultado do setor é mesmo bastante expressivo. “Considerando o histórico de crescimento de mais de dez anos na casa dos dois dígitos e um cenário econômico em que o PIB deverá ter uma expansão abaixo de 1%, o desempenho mostra muito claramente a força do setor”, avalia. Esse bom momento do setor no "Considerando o histórico de crescimento de mais de dez anos na casa dos dois dígitos e um cenário econômico em que o PIB deverá ter uma expansão abaixo de 1%, o desempenho mostra muito claramente a força do setor", avaliou em dezembro a presidente da ABF, Cristina Franco Brasil, especificamente no número de negócios entre franqueadores e franqueados, tem uma explicação. Segundo pesquisa da Endeavor, 76% dos brasileiros querem ser donos do próprio negócio. O nosso país apresenta a segunda maior taxa do mundo, perdendo apenas para a Turquia, com 82%. E nesse contexto, com o franchising se sobrepondo às instabilidades da economia, abrir o próprio negócio pelo meio de franquia é uma boa aposta e que, ao final, acaba por satisfazer os dois lados, o dos franqueados e o dos franqueadores, que, entretanto, têm um único objetivo: maximizar seus investimentos. Exemplo recente e ousado de quem optou abrir um negócio no modelo de franchising é o das empresárias de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Veridiana Osório e Thais Reis Pires, que recentemente abriram a Casa X, a primeira rede de franquias de casas de festas infantis do país no estado de Minas Gerais. Do outro lado, têm também os exemplos dos empresários Humberto Glaucio Jardim, dono da Ótica Perilli, e de Celso Luis Garcia, da CI Intercâmbios, empreendedores que estão entre os milhares de franqueadores que almejam difundir e crescer suas marcas e faturar com investimentos país afora. De ambas as partes, é preciso preparo. Palavra de franqueador Entre os muitos tipos de franquias, um que se destaca pelo crescimento, é o voltado para o público infantil. Essa ascensão reflete uma tendência desse segmento do varejo, haja vista que o gasto com as crianças mexe com o sentimento dos pais e cresçe a cada ano. Foi com essa percepção de mercado e já com o intuito de realizar um sonho antigo de montar uma casa de festa capa infantil, que as empresárias uberlandenses Veridiana Osório e Thais Reis desembolsaram na abertura da Casa X cerca de R$ 2,5 milhões, com taxa de franquia de R$ 150 mil. Nesse caso, o prazo de retorno do investimento de até três anos, com faturamento médio mensal estimado em R$ 300 mil. Em Uberlândia, a Casa X é o primeiro empreendimento de festas infantis, que leva a marca da apresentadora e empresária Xuxa Meneghel, instalado em Minas Gerais e a terceiro no Brasil. A primeira cidade a ter uma franquia foi Tatuapé, São Paulo, em 2012, seguida de Ponta Grossa, no Paraná, em junho deste ano. De acordo com a sócia da Casa X em Uberlândia, Veridiana Osório, o nome da apresentadora Xuxa tem força no mercado, em especial no infantil, e por isso diz que o retorno no investimento é garantido. “Desde a inauguração do empreendimento, realizamos 12 festas e já estamos com mais de 30 contratos fechados para próximo ano, fora as pré-reservas que ultrapassam 50. O pacote para festa na Casa X varia entre R$ 5 mil e R$ 30 mil”. Esse valor, ela explica, é de acordo com o número de convidados. “Só para se ter ideia de retorno, fechamos outubro, mês de inauguração, com um faturamento de R$125 mil”, informa Veridiana. Por sua vez, a outra sócia Thais Reis diz que investir na Casa X foi como “unir o útil ao agradável”. Segundo ela, Uberlândia carecia de espaços para festas infantis. “Estudamos o mercado para investir no negócio. Somos fãs da Xuxa, adoramos crianças e somos sensíveis às aspirações dos baixinhos”, afirma. A Casa X é a grande promessa no mercado de festas infantis que tem registrado crescimento médio anual de aproximadamente 30%. No Brasil, a negociação de mais de 50 franquias está em andamento e já existe agenda para pré-reservas. A estimativa é de que em cinco anos o mercado brasileiro possa estar com 300 franquias de salões de festas infantis que levam a marca da rainha dos baixinhos. O lançamento da rede de franquias Casa X foi possível graças a uma sociedade entre a apresentadora Xuxa Meneghel e a SMZTO Participações, holding de franquias multissetoriais. Além da exclusividade proporcionada pela marca Xuxa, as franquias têm um alto padrão de qualidade em atendimento, alimentação, entretenimento, inovação e segurança. O desenvolvimento da parceria, que começou a ser discutida em outubro do ano passado, tem sido acompanhado de perto pela Rainha dos Baixinhos. “O projeto é a realização de mais um sonho da Xuxa. Com 25 anos de experiência, ela faz questão de acompanhar o projeto para que tudo seja feito com qualidade e voltado aos desejos deste público”, informa José Carlos Semenzato, presidente da SMZTO Participações. Outro lado da moeda Foto: arquivo As empresárias Veridiana Osório e Thais Reis investiram R$ 2,5 milhões na abertura de uma unidade da rede de franquias de festas infantis Casa X, que carrega a marca da Rainha dos Baixinhos, Xuxa Edição 63 // Revista Mercado ∞ 14 De lojista a franqueador, esse é o objetivo do empresário Humberto Jardim, dono da Ótica Perilli, com sede em Uberlândia e uma das mais conceituadas do segmento na cidade. A Ótica Perilli conta com lojas em dois dos maiores shoppings da cidade. Contudo, o perfil empreendedor e a disposição para administrar não uma ou duas, mas um grupo de lojas levou Humberto Jardim a sonhar mais alto. Diante disso, com visão de mercado e expertise que considera suficiente, ele decidiu transformar sua marca em franquia. Para isso, buscou o apoio do Projeto Minas Franquia (PMF), do Sebrae Minas. Agora ele já conta com a certificação de franquia como a primeira empresa do segmento de ótica a investir em uma rede de concessão pelo projeto do Sebrae, que visa estimular o mercado de franquias em Minas Gerais, oferecendo às micro e pequenas empresas oportunidades de expansão dos negócios. Foto: Douglas Luzz tados, Humberto Perilli revela que o maior desafio é encontrar as pessoas com perfil empreendedor. “Além de dedicação integral e capital, o interessado precisa ter visão de mercado e saber administrar. Para ser ter ideia, tínhamos 82 pessoas interessadas, mas o diagnóstico das entrevistas revelou que apenas 16 teriam possibilidade de abrir uma franquia Perilli. As demais tinham capital, mas não tinham feeling”, explica o empresário. Segundo ele, todos os 16 interessados, que passaram pelo crivo do Sebrae, devem começar a operar a franquia da marca Perilli já no primeiro semestre de 2015. As cidades que vão receber lojas com a sua marca são Uberaba, Ituiutaba, Itumbiara, Patos, Patrocínio, Araxá, Araguari, Juiz de Fora, São João Del Rei, Conselheiro Lafaiete, Barbacena, Betim, Contagem, Sete Lagoas, Diamantina e Poços de Caldas. Humberto Jardim não quis, por enquanto, revelar o valor do investimento, mas disse que é viável e o retorno do dinheiro aplicado é de dois anos. brasileira é que viajava para o exterior. “Mas, o Brasil evoluiu e o mercado se expandiu. Mesmo que o país pare de crescer, o número de universidades deve aumentar por décadas. O problema é que nossas escolas públicas e particulares não têm formação de idioma adequado, por uma questão conjuntural. Não temos professores formados e capacitados e não vamos conseguir formar essas pessoas. Então, o mercado deve continuar se expandido”, ilustra Celso para justificar a aposta que fez no mercado de intercâmbio e que resultou na sua ascensão para franqueador. Foto: Cleiton Borges/Correio de Uberlândia Case consolidado: franqueador e franqueado juntos no mercado de intercâmbio O empresário uberlandense, Humberto Jardim, dono da Ótica Perilli, decidiu aproveitar os bons ventos e lançar a sua empresa no mercado de franquias. Para isso, para evitar contratempos, buscou apoio no Sebrae e agora está em fase de prospecção de candidatos O dono da ótica Perilli, que está no mercado há 22 anos, revelou que o desejo de ser franqueador começou em 2008, mas só depois de dois anos, o projeto de franquia foi atualizado e viabilizado com apoio do Sebrae. Depois de todos os trâmites serem ajus- Quando se tem vocação para o negócio e capital para investir, não importa o segmento da franquia. A CI - Central de Intercâmbio e Viagens é exemplo tangível disso. De acordo com a Belta (BrazilianEducational&Languade Travel Association), o mercado de intercâmbio e educação internacional vem se expandido na média de 20% ao ano e a CI acompanha esse ritmo. Com experiência no mercado de franquias de mais de 25 anos, o presidente da CI, Celso Luiz Garcia, marcou presença na inauguração da nova loja com sua marca em Uberlândia, no início de novembro. Ele está entre os empresários que apostaram no franchising e se deram bem. Tomando por base o segmento de negócio em que atua, intercâmbio de estudantes, Celso Garcia é otimista e lembra que até 1990 uma parte restrita da população Celso Luiz Garcia está no mercado de franquias há 25 anos, quando criou a rede CI, que trabalha com o intercâmbio de estudantes. No final dos anos 1980, contava com duas lojas, hoje são mais 70 unidades distribuídas por 60 cidades em 21 estados As primeiras lojas da CI foram abertas em Campinas (SP) e em Porto Alegre (RS) no final dos anos 1980. Atualmente a CI está com unidades instaladas em mais 60 cidades de 21 estados do país. São 71 unidades franqueadas e 16 próprias, que empregam cerca de 700 funcionários. Para garantir a qualidade em todas as unidades, 15 ∞ Revista Mercado // Edição 63 capa Celso Luiz Garcia explica que além da intranet sempre atualizada, são oferecidas às equipe de vendas viagens para exterior para que conheçam os destinos e escolas que estão vendendo, bem como as metodologias de ensino. Celso informa que a CI pretende chegar a 100 unidades em 2015 e a 200 unidades até 2020. Para atingir essa meta, ele conta que mais unidades serão abertas em cidades menores, que tem pujança econômica, interage com o exterior, recebem estrangeiros, têm indústrias e empresas que exportam e importam e, portanto, precisam de material humano que fale outro idioma. Sobre o seu negócio, Celso Garcia diz que o custo para abrir uma franquia da CI é de R$ 25 mil, e acrescenta que o franqueador ainda terá de investir entre R$ 20 mil e R$ 100 mil em estrutura, além de capital de giro para girar o negócio. “Contudo, se o investidor tiver expertise no negócio, em 30 meses recuperará o investimento, e em seis meses pode chegar ao ponto de equilíbrio”, esclarece. Na CI são oferecidos quatro treinamentos por ano aos franqueados. Toda a capacitação presencial é feita em São Paulo e dura de uma a duas semanas. “Quando assinamos contrato, o franqueado tem 90 dias para abrir a loja”, acrescenta Celso Garcia. CI Uberlândia - Sobre a unidade da CI de Uberlândia, que em novembro mudou de endereço para um prédio maior, o franqueado César Chagas diz estar satisfeito com o progresso da unidade, aberta há sete anos e adquirida por ele em janeiro de 2014. “A CI foi eleita recentemente a melhor empresa de cursos no exterior do Brasil pelos leitores da Revista Viagem e Turismo, da Editora Abril, a principal publicação brasileira sobre o segmento. Desconhecemos outra que tem pontuação próxima a nossa. A premiação existe a seis anos na categoria de intercâmbio do Brasil e destes seis, ganhamos pela quinta vez”, informa César, demostrando toda sua satisfação como franqueado ao apostar na marca CI como investimento. Para o franqueador Celso Garcia, presidente da rede de franquias da CI, Edição 63 // Revista Mercado ∞ 16 abrir uma loja maior, como fez César Chagas, demonstra visão empreendedora e oportunidade de crescimento. “Uberlândia fala por si só. Está sempre com o melhor ranking em qualidade de vida, para fazer negócio. Possui muitas faculdades, é um polo esportivo, está em cima no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Além do mais, é uma cidade pujante, que tem um cenário nacional muito importante. Estamos num momento de expansão em Uberlândia, sendo a maior empresa do segmento na cidade e queremos avançar”, ratifica o franqueador, que esteve na cidade prestigiando a inauguração da nova loja CI, em seu novo endereço. Foto: Cleiton Borges/Correio de Uberlândia pelos quais se conseguem medir se a cidade tem potencial econômico e se têm pessoas com formação para atender acima de 100 mil habitantes. “A mortalidade de empresas no Brasil está na casa 20% nos primeiros três anos. Na CI esse número não chega a 2%. Comprar uma franquia precisa de dedicação integral. Em nossa forma de trabalho, o cliente precisa ser atendido de forma adequada, ter as expectativas atendidas. Temos de dirigir esse cliente para o melhor programa, a melhor cidade, destino e escola. Essa é chave para o sucesso. Além disso, o franqueado precisa estar à frente do negócio, ter uma equipe confiável, que domine o processo e o negócio. É preciso elaborar um business plan, pois queremos que ele compre a ideia e não a CI. Ele precisa estar convicto de que é um bom negócio para ele”, finaliza o franqueador Celso Garcia. Projeto Minas Franquia do Sebrae é facilitador de negócios O franqueado César Cardoso, da CI em Uberlândia, informa estar satisfeito com o investimento feito na aquisição da uma unidade da CI na cidade, em funcionamento há 7 anos e que acaba de se transferir para um prédio maior Questionado sobre os riscos de ser um franqueado da CI, o franqueador Celso Garcia disse que são baixos porque antes há um estudo de mercado consistente junto às empresas com dados especializados. Ele explica que além desse estudo, são levados em conta dois importantes indicadores: o Produto Interno Bruto (PIB) e o IDH, O Projeto Minas Franquia (PMF), que ajudou Humberto Jardim no seu objetivo de transformar a Óticas Perilli em rede de franquias, oferece as condições mínimas e necessárias para que o empresário se torne franqueador. Para aderir ao PMF à empresa precisa ter no mínimo dois anos de mercado e viabilidade financeira comprovada a partir das informações fornecidas pelo empresário. A marca também precisa ter registro ou pedido de registro junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), e a faixa de investimento total no negócio a ser franqueado deve ser de até R$ 360 mil. Impulsionadas pelos bons ventos a favor é que, por meio do PMF do Sebrae Minas, cerca de 30 empresas mineiras estão atualmente em processo de virar franquias, dessas sete estão sediadas no Triângulo Mineiro, entre as quais, seis de Uberlândia e outra de Uberaba. Antes, em 2013, outras 23 empresas, sendo oito em Uberlândia, sete em Juiz de Fora, quatro em Montes Claros e quatro em Varginha haviam se tornado franquias. O especialista em franchising, Car- los Ruben Pinto, possui experiência de 22 anos no mercado de franquias. É instrutor da Associação Brasileira de Franchising (ABF), diretor executivo da MDS Franchising & Negócios, empresa sediada em Belo Horizonte, e também consultor credenciado do Sebrae Minas. Segundo ele, para ser um franqueado o candidato precisa ter perfil. “Isso significa que deve ter qualidades de um empreendedor e de um empresário. Empreendedor para buscar um negócio e acreditar que pode fazer dar certo. Empresário para gerenciar o negócio como um todo, não colocar a empresa em risco e buscar resultados o tempo todo”, esclarece. Foto: arquivo mentos e manuais; acesso à distribuição ou comercialização de produtos e/ ou serviços, definidos pelo franqueador em um território específico; e supervisão contínua da unidade franqueada, cujo objetivo é preservar o padrão da franquia e auxiliar o franqueado na gestão e operação do negócio. “O maior desafio de um franqueado é compreender que o negócio franquia é totalmente seu, que o franqueador não irá promover nenhuma ingerência em sua unidade. É preciso ter disposição para seguir o padrão da franquia, entender bem seus direitos e deveres, que devem estar claramente expressos no Contrato de Franquia. Se o franqueado estiver atento quanto esses pilares, focar em vendas e cuidar de manter um bom relacionamento com o franqueador, ele certamente vencerá o desafio do franchising”, ratifica especialista em franchising. 10 dicas básicas para investimento em franquia Ao franqueado Ao franqueador 1. Busque conhecimentos básicos do franchising, pesquise e participe de cursos. 1. Conheça bom o franchising: saiba que se trata de um negócio de distribuição e expansão territorial. 2. Faça uma autoanálise, avalie suas características pessoais, suas habilidades e conhecimentos, sua capacidade de investimento, disponibilidade para aprender e disposição para trabalhar muito. 3. Selecione algumas marcas no segmento de negócio em que você quer atuar, e procure conhecer as empresas franqueadoras. 4. Defina bem a região em que você quer atuar – tenha claro o seu território, avalie a demanda pelos produtos e/ou serviços e a concorrência local. O especialista em franchising, Carlos Ruben Pinto, atua como consultor do Sebrae no Projeto Minas Franquias, e segundo ele o primeiro passo para uma parceria franqueador/franqueado dar certo é cada um assumir e cumprir as suas responsabilidades no negócio Carlos Ruben, que participa do PMF em Uberlândia, explica ainda que no franchising a relação franqueado/franqueador precisa estar bem esclarecida e, no caso específico do franqueado, que adquiriu um negócio sustentado em quatro pilares. São eles, cessão do direito de uso da marca; cessão do know-how de operação e administração da franquia, por meio de treina- 5. Obtenha a documentação legal – Circular de Oferta da Franquia (COF) e Minuta do Contrato de Franquia. Analise ou busque ajuda para essa análise. 6. Conheça os números do negócio: taxas, faturamentos, despesas e lucro. 7. Converse com os atuais franqueados da rede e investigue o negócio. Perguntas como: o investimento previsto pelo franqueador se confirmou? Você atingiu o ponto de equilíbrio em quanto tempo? Já obteve o retorno sobre o investimento? Compraria esta franquia novamente? 2. Entenda o franqueado como um parceiro no negócio e que é juntos que todos irão ganhar, o franchising é um negócio essencialmente ganhaganha. 3. Só entre no franchising se o negócio tiver viabilidade financeira para o seu franqueado. 4. Estruture bem o negócio franquia: formatar que dizer planejar, organizar, documentar, preparar para transferir “know-how” e supervisionar para preservar os padrões da rede. 5. Só prometa aos franqueados aquilo que a sua empresa efetivamente pode entregar. 6. Cuide da marca, da identidade corporativa. 7. Anuncie, divulgue, deixe o mercado conhecer a sua franquia. 8. Cuide bem do relacionamento com os franqueados. 9. Acompanhe o desempenho dos franqueados – da rede como um todo. 10.Lidere e inove sempre que possível. 8. Faça seu próprio estudo de viabilidade financeira. Compare seus resultados com os números informados pela marca. 9. Tenha muita calma para identificar o ponto comercial. Avalie se há luvas, os possíveis custos com as reformas. 10. Inicie o negócio com toda a sua força, concentre-se em vendas, em conquistar o mercado e os clientes. Fonte: MDS Franchising & Negócios 17 ∞ Revista Mercado // Edição 63 economia 21% dos brasileiros não pesquisam preços Por: Guilherme de Almeida e Vinícius Bruno Pesquisa mostra que 2 em cada 10 consumidores não consultam preços na hora da compra; a diferença de valores entre produtos pode chegar a 1.132% Edição 63 // Revista Mercado ∞ 18 Segundo pesquisa realizada pelo Portal Meu Bolso Feliz, uma iniciativa de Educação Financeira do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) para avaliar o comportamento de compra do brasileiro, 21% dos consumidores não fazem pesquisa de preço na hora de comprar e 71% concordam que não têm tempo para buscar ofertas. “A vida que levamos nos deixa mais ansiosos. A correria do dia a dia faz com que as pessoas queiram possuir as coisas imediatamente, deixando de lado a pesquisa apurada”, avalia José Vignoli, educador financeiro do Portal. O problema, segundo o educador, é que esse hábito impulsivo faz com que consumidores gastem mais, comprem produtos mais caros, pouco úteis ou apenas comprem porque encontraram um produto mais barato do que o habitual. “O consumidor deve entender que é dono do próprio tempo que e precisa revisar hábitos, saber quando a pesquisa vale a pena e, assim, economizar e fazer boas compras”, conclui. Com base nisso, O Portal Meu Bolso Feliz produziu o manual da pesquisa de preço e explica para você, consumidor, quando buscar melhores preços e como fazer isso da melhor forma. José Vignoli complementa as dicas e apresenta as táticas e as vantagens de pesquisar antes de comprar. Entenda quanto vale o seu tempo A tática essencial para saber se a pesquisa vale seu tempo é descobrir quanto vale a sua hora. Para isso, divida quanto você ganha pelo número de horas que você trabalha. [Exemplo1: salário de R$ 2.000 / 160 (horas trabalhadas) = R$ 12,50 (valor do seu tempo por hora). Exemplo 2: salário de R$ 1.000 / 160 = R$ 6,25 (valor do Foto: divulgação José Vignoli: “O consumidor deve (...) saber quando a pesquisa vale a pena e, assim, economizar e fazer boas compras" seu tempo por hora). A partir do valor encontrado, você descobre como pesquisar e quantas horas do dia você deve dedicar fazendo essa busca. Afinal, se você nunca tem tempo para nada, pegar o carro para visitar três diferentes lojas precisa te render uma economia mais significativa ou você corre o risco da pesquisa custar mais do que o desconto. Por outro lado, se você tem uma vida mais tranquila e consegue reservar bastante tempo para esse hábito, um desconto menor é valioso e a pesquisa passa a valer seu esforço. Descubra como pesquisar cada item Eletrônicos, eletrodomésticos, móveis e outros itens de maior valor: a internet é uma ótima ferramenta de busca e a pesquisa é fundamental. Como a compra, nesse caso, se limita a um bem de maior valor, o consumidor deve usar a pesquisa para consultar preços, modelos, marcas e especificações. Remédios: Nunca deixe de pesquisar esse item, indo em, pelo menos, três estabelecimentos. Segundo pesquisa da Fundação Procon-SP, realizada em farmácias e drogarias da capital paulista, os genéricos são 56,63% mais baratos do que os de referência. E mais: entre os medicamentos gené- ricos, a diferença de preços é de até 1.132%. Ou seja, um medicamento que custa R$ 1 em uma farmácia pode chegar a R$ 12 em outra. Supermercado: se você faz compras mensais, sempre reserve algumas horas para checar valores. Para facilitar a busca, foque nos itens mais caros como carnes e verduras, pois a probabilidade de gastar mais com esses produtos é grande. Outra dica valiosa é pesquisar quais as frutas de cada estação, muito mais baratas e saborosas. A pesquisa pode ser feita apenas uma vez e te fará economizar sempre. Roupas: tente se preocupar menos com a marca e mais com a qualidade. Ser fiel a uma loja que fabrica um produto de alta durabilidade é sempre a opção mais econômica. Outra boa dica é ter em mente o que se precisa antes de sair de casa para comprar, assim você poderá visitar as lojas pesquisando o preço do modelo que precisa. Dicas práticas para otimizar sua pesquisa Fonte: Portal Meu Bolso 1. Utilize os sites especializados em comparar os preços de um determinado produto e apontar em que estabelecimento ele está mais em conta. 2. Procure sites que reproduzem folhetos impressos de hipermercados, farmácias, lojas de material de construção, lojas de roupas e outros tipos de comércio. Assim, você economiza seu tempo e o transporte, pois não precisa visitar as lojas. 3. Para quem prefere pesquisar à moda antiga, vá a pelo menos três lojas diferentes para descobrir o valor do que procura. Mas lembre-se da regra de bolso: essa procura vai te custar quanto? 4. Leve em consideração o que procura de verdade e não se deixe levar por impulsos. 5. Cuidado com os anúncios promocionais. Não deixe de pesquisar mesmo que se trate de um artigo em promoção. 6. Negocie! Não é raro um cliente conseguir diminuir o valor de um produto ao apresentar na loja um orçamento mais em conta da concorrência. 19 ∞ Revista Mercado // Edição 63 política O golpe militar de 1964 e o Brasil: passado e presente Edição 63 // Revista Mercado ∞ 20 Foto: reprodução Da Redação Na foto, em destaque, Castello Branco, o primeiro presidente do movimento militar de 1964. O seu governo cassou 224 mandatos populares, entre eles 10 governadores O s 50 anos do golpe de 1964 – completados agora recentemente em 2014 - ensejam uma reflexão sobre seu caráter e legado para a sociedade brasileira, conforme descreve o professor adjunto e chefe do Departamento de Ciência Política da UFRJ, Carlos Eduardo Martins. Segundo Martins, o golpe foi civil-militar e articulou os diversos segmentos da burguesia em torno da liderança do grande capital nacional e estrangeiro contra a ofensiva do movimento de massas, dirigida principalmente pelo trabalhismo, formado pelos trabalhadores urbanos, rurais, estudantes e soldados e militares de baixa patente, que buscava construir um capitalismo de Estado com forte dimensão popular, democrática e nacional. Este programa centrava-se nas reformas de base, em particular a agrária e urbana, no controle da remessa de lucro, na nacionalização de setores estratégicos e promoção da indústria nacional e numa política externa independente, anti-imperialista, baseada no direito à autodeterminação dos povos. Postulava ainda a extensão de voto aos analfabetos, que constituíam quase a metade da população brasileira, aos soldados e sub-oficiais, bem como elegibilidade a todos os eleitores. A dimensão civil do golpe militar foi muito bem demonstrada em obras como1964: a conquista do Estado, de René Dreyfuss, que evidencia as intensas articulações entre o empresariado nacional e estrangeiro, o governo dos Estados Unidos e os militares de alta patente para construir uma oligarquia que partilhasse cargos e espaços nos conselhos empresariais, em instituições estatais e em organismos ideológicos formadores de quadros (ESG) ou de opinião pública (IBAD e IPES). O núcleo duro da política econômica dos governos militares foi entregue a civis, representantes do grande empresariado nacional e associado. No governo Castello Branco, oito ministérios estiveram nas mãos de civis e três nas de militares; no governo Costa e Silva, nove ministros eram civis e quatro militares; no governo Médici, 11 ministros eram civis e quatro militares; no governo Geisel, 10 ministros eram civis e quatro militares; e no governo Figueiredo, 11 ministros eram civis e quatro militares. O golpe institucionalizou-se através da ação do Congresso Nacional que ilegalmente declarou vaga a Presidência da República, estando o presidente Jango Goulart em território nacional. Desde seus primórdios criou uma legislação que transferiu ao poder executivo a capacidade de legislar, subtraída do Congresso, cuja função era principalmente a de legitimar os atos do executivo. Ao contrário do que pensam alguns, que veem entre 1964 e 1968 uma “ditabranda”, o AI-5 não representou descontinuidade, mas um aprofundamento da estrutura institucional implantada em 1964 e incorporada à carta constitucional de 1967. O AI-1 já mencionava que “a revolução vitoriosa se investia de poder constituinte”. Estava aí constituído o fundamento da ditadura. Um golpe de Estado, desfechado pelas armas, sem apoio popular e sem legitimação das urnas, se auto-invocava o poder de legislar rasgando a constituição de 1946 e os fundamentos do sistema representativo e da democracia vigente. Pesquisas do Ibope realizadas entre os dias 20 de março e 30 de março de 1964 mostraram o forte apoio popular a Jango. 49,8% da população pretendia votar em Jango nas próximas eleições presidenciais, contra 41,2%. 15% consideravam o seu governo ótimo, 30% bom e apenas 16% o consideravam mal ou péssimo. O dado é ainda mais relevante porque a pesquisa foi realizada principalmente no estado de São Paulo, onde Jango havia perdido a eleição de 1960 para Milton Campos, a pedido da Federação do Comércio de São Paulo. O golpe de 1964 foi dirigido principalmente contra o trabalhismo e as organizações de esquerda, contando com o apoio inicial de parte significativa das classes médias e de políticos liberais, como o Deputado Ulisses Guimarães e o ex-presidente Juscelino Kubitschek. Entre 1964 e 1967, um total de 76 deputados federais foram cassados, e destes 39 (mais da metade) eram do PTB que possuía apenas 27% da representação congressual. O governo Castello Branco cassou 224 mandatos populares, entre eles 10 governadores, cifra só superada no período Costa e Silva/Junta Militar, que cassou 349 mandatos – mas nenhum de Governador – e muito superior aos governos Médici e Geisel, que cassaram 10 e 12 mandatos populares respectivamente. 21 ∞ Revista Mercado // Edição 63 Foro: reprodução/Wilton Junior/Estadão Conteúdo política João Goulart durante discurso no comício de 13 de março de 1964, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Poucos dias depois, em 1º de abril, ele já presidente eleito democraticamente, acabou deposto durante o Golpe Militar de 1964 A ditadura montou um sistema repressivo que impôs a perseguição, o desaparecimento, a tortura e a morte, financiado pelo grande capital e as oligarquias locais, sendo sua expressão mais aguda a Operação Bandeirantes (OBAN), dirigida pelo Delegado Sergio Paranhos Fleury. O balanço realizado pela Comissão da Verdade aponta pelo menos 50 mil atingidos direta ou indiretamente em seus direitos e cerca 400 mortos, número este que pode triplicar em função das violações cometidas contra os indígenas no Araguaia. Neste balanço não se contam as mortes provocadas pelos efeitos indiretos da ditadura, como aquelas derivadas do péssimo sistema de saúde e de saneamento públicos que mantiveram altíssimas taxas de mortalidade infantil, mais que 4 vezes superiores às de Cuba, em 1980, cujo PIB per capita correspondia à metade do brasileiro. O golpe unificou as diversas frações da burguesia para impor um regime de terror do grande capital e uma política de superexploração dos trabalhadores, incrementando fortemente os níveis de desigualdade e de pobreza no país. Aprofundou a desnacionalização da economia brasileira e a penetração do capital estrangeiro no espaço nacional. Conservou o latifúndio, restringiu a reforma agrária à colonização de novas terras, o que frequentemente beneficiou as grandes empresas, elevando a concentração da propriedade no campo. Reafirmou as tradições coloniais de nossa burguesia, sublinhando suas tradições anti-democráticas, destruindo os níveis de organização institucional e de subjetividade das massas populares, e vinculou a modernização Edição 63 // Revista Mercado ∞ 22 tecnológica ao imperialismo, ao capital financeiro internacional, à formação de uma burguesia monopólica associada e à grande propriedade da terra. O projeto de modernização tecnológica da ditadura esteve subordinado ao capital financeiro internacional. Sua aspiração de aprofundar a substituição de importações implantando uma indústria de bens de capital carecia de fontes de financiamento internas, baseando-se na volatilidade do crédito internacional contratado a taxa de juros flutuantes durante a crise internacional de longo prazo que se iniciou em 1967-73. Incapaz de criar uma estrutura tributária que incidisse sobre a propriedade, lucros e dividendos ou de montar um poderoso sistema de ciência, tecnologia e inovação ao apoiar a acumulação na superexploração do trabalho – até 1980 a força de trabalho possuía escolaridade média de 4 anos -, criou-se um modelo dependente e associado altamente vulnerável à elevação das taxas juros pelos Estados Unidos. A incapacidade dos economistas da ditadura de analisar os ciclos econômicos e o papel descapitalizador no médio e longo prazo do capital estrangeiro em países dependentes, os levou a impulsionar uma modernização acelerada baseada em expressivos déficits comerciais e no endividamento externo nos anos 1970. A crise da dívida externa a partir do fim dos anos 1970 estrangulou este projeto de modernização, deixando incompleto o setor industrial, particularmente o segmento de produção de bens de capital, e iniciou o processo de financeirização da economia brasileira com a formação de uma dívida interna crescente, destinada Foto: reprodução primeiramente a transferir os dólares dos exportadores para pagamentos dos juros e amortizações, mas que ganhou dinâmica própria, baixando drasticamente as taxas de crescimento econômico e de investimento, elevando ainda a pobreza em níveis absolutos e relativos nas décadas de 1980 e 1990. A economia brasileira apenas apresentaria taxas de crescimento mais expressivas com o boom das commodities iniciado em 2003, em função da projeção da China na economia mundial. A volta aos quartéis planejada pela linha Sorbonne das forças armadas, com forte penetração na estrutura empresarial – cujas maiores expressões eram Golbery do Couto e Silva e Ernesto Geisel –, atendeu às demandas do grande capital nacional e estrangeiro de conter o fortalecimento das tendências nacionalistas em âmbito militar, cuja maior expressão na América Latina havia sido o Peru de Velasco Alvarado, e buscou antecipar-se às pressões populares, cujo descontentamento se evidenciava nas eleições de 1974, uma vez vencida a esquerda armada. Isto contribuiu para o significativo controle da redemocratização pelas principais forças sociais que apoiaram a ditadura, mantendo relativamente intocado os privilégios das frações de classe que dela se beneficiaram. De grande importância foi o esforço realizado por Golbery do Couto e Silva para separar a tradição trabalhista, em torno da qual haviam se organizado os trabalhadores nos anos 1950 e 1960, da cultura operária que se devolveu no ABC paulista em função da modernização industrial produzida nos anos 1970. Decisivo para isso foi a proibição a Leonel Brizola de utilização da legenda PTB, principal herdeiro político do trabalhismo. Além do legado da financeirização da economia, o golpe de 1964 deixou várias heranças que permanecem presentes, entre elas podemos citar a concentração da propriedade e de renda, a lei de anistia, a constituição congressual, o monopólio dos meios de comunicação e a privatização do ensino superior. A concentração da propriedade e da renda foi o resultado da hegemonia inicial da burguesia industrial no período ditatorial e posteriormente da burguesia financeira nos períodos ditatorial e pós-ditatorial. Ainda que os governos Lula e Dilma tenham me lhorado a distribuição de renda do fator trabalho, esta permanece bastante concentrada e desigual. Assim, se em 1990, os 10% mais ricos percebiam 47,5% desta renda, em 2011 esta proporção havia caído para 40,8%, mantendo-se bastante elevada. Por outro lado, em 2008, os 10% mais ricos se apropriavam de 75% da riqueza do país, o que inclui para além da renda, os estoques de propriedade. A lei de anistia enviada pelo governo militar a um congresso submetido ao Pacote de Abril de 1977 – a quem impôs a indicação de 22 senadores biônicos (21 dos quais da Arena) escolhidos por colégio eleitoral – foi aprovada por escassos 206 votos contra 201, descartando a alternativa de anistia ampla geral e irrestrita, proposta pelo MDB. Esta lei buscou garantir a impunidade para o terrorismo de Estado, na medida em que excetuou dos benefícios da anistia justamente aqueles que haviam sido condenados por crimes políticos, proporcionando impunidade aos que usaram criminosamente o aparato coercitivo do Estado para violar direitos individuais e coletivos entre 1961-1979. Todavia, mesmo elaborada para decretar a impunidade do terrorismo de Estado, a lei de anistia deixou brechas. Em 1998, o Brasil reconheceu a competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos que considera imprescritíveis os crimes de violação de direitos humanos, qualificando como continuados os crimes de sequestro e desaparecimento de pessoas até que se conheça seu paradeiro e destino. Em decisão de 2010, o STF descartou o direito a punir os responsáveis pelos crimes praticados, continuados ou não, o que levou a condenação do Estado brasileiro pela Corte interamericana de direitos humanos. 23 ∞ Revista Mercado // Edição 63 política Em 1998, o Brasil reconheceu a competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos que considera imprescritíveis os crimes de violação de direitos humanos Foto: divulgação A volta aos quartéis planejada pela linha Sorbonne das forças armadas, com forte penetração na estrutura empresarial – cujas maiores expressões eram Golbery do Couto e Silva e Ernesto Geisel –, atendeu às demandas do grande capital nacional e estrangeiro de conter o fortalecimento das tendências nacionalistas em âmbito militar, cuja maior expressão na América Latina havia sido o Peru de Velasco Alvarado, e buscou antecipar-se às pressões populares, cujo descontentamento se evidenciava nas eleições de 1974, uma vez vencida a esquerda armada. Isto contribuiu para o significativo controle da redemocratização pelas principais forças sociais que apoiaram a ditadura, mantendo relativamente intocado os privilégios das frações de classe que dela se beneficiaram. De grande importância foi o esforço realizado por Golbery do Couto e Silva para separar a tradição trabalhista, em torno da qual haviam se organizado os trabalhadores nos anos 1950 e 1960, da cultura operária que se devolveu no ABC paulista em função da modernização industrial produzida nos anos 1970. Decisivo para isso foi a proibição a Leonel Brizola de utilização da legenda PTB, principal herdeiro político do trabalhismo. Além do legado da financeirização da economia, o golpe de 1964 deixou várias heranças que permanecem presentes, entre elas podemos citar a concentração da propriedade e de renda, a lei de anistia, a constituição congressual, o monopólio dos meios de comunicação e a privatização do ensino superior. A concentração da propriedade e da renda foi o resultado da hegemonia inicial da burguesia industrial no período ditatorial e posteriormente da burguesia financeira nos períodos ditatorial e pós-ditatorial. Ainda que os governos Lula e Dilma tenham melhorado a distribuição de renda do fator trabalho, esta permanece bastante concentrada e desigual. Assim, se em 1990, os 10% mais ricos percebiam 47,5% desta renda, em 2011 esta proporção havia caído para 40,8%, mantendo-se bastante elevada. Por outro lado, em 2008, os 10% mais ricos se apropriavam de 75% da riqueza do país, o que inclui para além da renda, os estoques de propriedade. A lei de anistia enviada pelo governo militar a um congresso submetido ao Pacote de Abril de 1977 – a quem impôs a indicação Por iniciativa do então presidente José Sarney (foto), o tipo congressual da constituinte de 1986 impulsionou um modelo de representação política e institucional corporativo e autocrático, distanciado da vontade popular e vinculado ao poder econômico pelo financiamento privado de campanha Edição 63 // Revista Mercado ∞ 24 de 22 senadores biônicos (21 dos quais da Arena) escolhidos por colégio eleitoral – foi aprovada por escassos 206 votos contra 201, descartando a alternativa de anistia ampla geral e irrestrita, proposta pelo MDB. Esta lei buscou garantir a impunidade para o terrorismo de Estado, na medida em que excetuou dos benefícios da anistia justamente aqueles que haviam sido condenados por crimes políticos, proporcionando impunidade aos que usaram criminosamente o aparato coercitivo do Estado para violar direitos individuais e coletivos entre 1961-1979. Todavia, mesmo elaborada para decretar a impunidade do terrorismo de Estado, a lei de anistia deixou brechas. Em 1998, o Brasil reconheceu a competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos que considera imprescritíveis os crimes de violação de direitos humanos, qualificando como continuados os crimes de sequestro e desaparecimento de pessoas até que se conheça seu paradeiro e destino. Em decisão de 2010, o STF descartou o direito a punir os responsáveis pelos crimes praticados, continuados ou não, o que levou a condenação do Estado brasileiro pela Corte interamericana de direitos humanos. São dois os caminhos democráticos em relação à lei de anistia: o primeiro (mais moderado e conservador) é interpretá-la de acordo com a Corte Interamericana de Direitos Humanos, não estendendo sua validade para os crimes continuados; o segundo é revogá-la por decisão do Congresso ou Plebiscito Popular. Todavia, tanto o STF quanto o Congresso são forças que resistem a caminhar nesta direção. Para isso contribui o formato institucional do poder público no Brasil. O tipo congressual da constituinte de 1986 – realizada sem que a democracia estivesse plenamente estabelecida – a partir da iniciativa do então presidente Sarney, impulsionou um modelo de representação política e institucional corporativo e autocrático, distanciado da vontade popular e vinculado ao poder econômico pelo financiamento privado de campanha. O Senado, com oito anos de mandato, e o STF, cujos ministros são constituídos por indicação presidencial, com mandato até os 70 anos, sendo apenas destituídos por 2/3 do Senado, são a maior expressão desta autocracia. Bastiões do conser- vadorismo, não se interessam em apurar os crimes da ditadura e desvendar as conexões civis-militares que envolvem suas fontes de financiamento ou redes de poder a que se articulam. A hegemonia conservadora no processo de redemocratização vinculou-se à construção do império midiático e ao monopólio das telecomunicações representado pela Rede Globo, criada oficialmente em 1965 e beneficiada pela associação ilegal com o capital estrangeiro por meio do grupo Time-Life, do qual obteve financiamento e assessoria gerencial e técnica, entre 1962-1971. Em 1967, o governo Costa e Silva baixou um decreto proibindo a associação financeira, gerencial e técnica no setor de telecomunicações com o capital estrangeiro, criando de fato uma situação de privilégio e monopólio ao considerar que este não se aplicava à Rede Globo por seu contrato com o Grupo Time-Life ser anterior à legislação. Os laços da ditadura se estenderam a outros grupos de comunicação como é o caso da família Abravanel, produzindo uma concentração privada do espaço midiático nacional muito superior à concentração fundiária. Esta situação se aprofundou durante o período de redemocratização. Diversos políticos conservadores e reacionários se tornaram proprietários de retransmissoras locais de impérios midiáticos, sendo os casos mais notórios os que envolveram dois ex-presidentes da República, das famílias Sarney e Arnon de Mello, e o ministro das telecomunicações do governo Sarney, todos vinculados à Rede Globo. Em 2008, 271 políticos eram sócios dos grandes grupos midiáticos do país – que concentravam 61,3% dos veículos de comunicação – entre estes 20 senadores e 47 deputados federais. 58 pertenciam ao DEM, 48 ao PMDB, 43 ao PSDB, 23 ao PP, 16 ao PTB e 14 ao PPS, representando 74,8% das concessões a políticos. Tal situação contraria o inciso 5º do artigo 220 da constituição brasileira de 1988 que determina que os meios de comunicação não podem ser direta ou indiretamente objeto de monopólio. A ausência de regulamentação do artigo e a promiscuidade de interesses entre os oligopólios midiáticos e certos partidos políticos mantém esta situação de violação constitucional cuja estrutura foi plantada na ditadura. Em 1960, 60% das matriculas no ensino superior estavam nas universidades públicas e ao final da ditadura esta proporção havia caído a 35%. Esta trajetória se aprofundou nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula (foto), quando se reduziram a 30% e 25%, respectivamente, evidenciando as restrições do orçamento público em educação 25 ∞ Revista Mercado // Edição 63 A ditadura interveio também sobre as universidades expurgando as esquerdas, privatizando o ensino superior, impulsionando a pós-graduação em detrimento da graduação e fortalecendo os vínculos com a hegemonia liberal norte-americana sobre o pensamento brasileiro. Em 1960, 60% das matriculas no ensino superior estavam nas universidades públicas e ao final da ditadura esta proporção havia caído a 35%. Esta trajetória se aprofundou nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula, quando se reduziram a 30% e 25%, respectivamente, evidenciando as restrições do orçamento público em educação e o seu comprometimento crescente com o setor privado. A intervenção sobre as universidades expurgando as esquerdas se deu por meio do decreto 477/69, da lei 5540/68 e da colaboração com a USAID. A destruição chegou ao pico na UNB onde 80% de seus docentes foram demitidos. Paralelamente se buscou criar outra estrutura que destinou recursos à pós-graduação, subordinando parcialmente as universidades às agências externas de financiamento, em estrutura de poder fortemente verticalizada, priorizando-se a especialização e o pensamento disciplinar, deslocando-se o foco dos temas nacionais, regionais e mundiais, com forte vocação transdisciplinar. Neste contexto, outras agências de fomento norte-americanas, como a Ford, ganham expressão no Brasil com o objetivo de constituir novos paradigmas de investigação e uma nova comunidade acadêmica, financiando diversos centros de pesquisa, muitas vezes isolados das universidades, e as associações nacionais de pós-graduação. O balanço dos 50 anos do golpe de 1964 revela sua ação constitutiva sobre a sociedade brasileira. Se o processo de redemocratização que se desenvolveu no Brasil escapou ao controle das forças golpistas e conservadoras, levando a eleição à presidência da República do Partido dos Trabalhadores, seus principais pilares encontram-se de pé: a concentração da propriedade e de renda; a preservação da lei de anistia e de uma interpretação que garante impunidade aos crimes de Estado; o monopólio midiático; a privatização do ensino superior e seu significativo afastamento da cidadania e das grandes necessidades nacionais; e por fim, a manutenção de elementos corporativos numa constituição feita por uma Assembleia Constituinte congressual, convocada antes que a legalidade democrática mínima houvesse sido plenamente instaurada. Romper estas barreiras e sepultar o golpe de 1964 em nossa história são desafios que se colocam ao século XXI àqueles que lutam por um mundo democrático e justo e, principalmente, às novas gerações que nasceram sob a sua influência. Neste sentido, a abertura dos arquivos da ditadura e a atuação das comissões da verdade são da maior importância para restaurar os fatos e suas conexões onde há a mentira e o silêncio. Mas a batalha das ideias não se dará no vazio. Enfrentará a resistência daqueles que se beneficiaram da ditadura. As autocríticas tímidas e ambíguas da Folha S.Paulo e de O Globo são evidências disto. Edição 63 // Revista Mercado ∞ 26 Nota: Carlos Eduardo Martins (foto), que contribuiu com essa reportagem, é doutor em Sociologia pela USP, professor adjunto e chefe do Departamento de Ciência Política da UFRJ, coordenador do LEHC/UFRJ, coordenador do Grupo de Integração e União Sul-Americana do Clacso e pesquisador da Cátedra e Rede Unesco/UNU de Economia Global e Desenvolvimento Sustentável (Reggen). É autor de Globalização, dependência e neoliberalismo na América Latina (2011) e um dos coordenadores da Latinoamericana: Enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe (Prêmio Jabuti de Livro do Ano de Não Ficção em 2007) e co-organizador de A América Latina e os desafios da globalização (2009), ambos publicados pela Boitempo. É colaborador do Blog da Boitempo quinzenalmente, às segundas. Foto: divulgação política 27 ∞ Revista Mercado // Edição 63 especial Fiemg realiza o Prêmio Sustentabilidade Empresarial Por: David Thiellman Outorga destacou a importância da governança sustentável O empresário Alair Martins fala durante a solenidade do Prêmio Sustentabilidade Empresarial; ele foi um dos homenageados da noite ao receber a outorga “Herói da Gente” Edição 63 // Revista Mercado ∞ 28 C om a proposta de destacar as empresas que desenvolvem a gestão sustentável dos negócios e de fomentar as práticas sustentáveis, foi realizada mais uma edição do Prêmio Sustentabilidade Empresarial. O evento, que esteve em sua sétima edição seguida, é promovido anualmente pela FIEMG Regional Vale do Paranaíba, Sindicatos da Indústria, Centro Industrial e Integração de Negócios do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Cintap), Eco Instituto e Revista Mercado. Durante a noite de premiação, no Center Convention, 28 empresas, institutos e cidadãos foram agraciados com a honraria. Representando o presidente do Sistema FIEMG, o Superintende Henrique Câmara participou do evento e o apontou como um momento de celebração e de reconhecimento dos trabalhos e empresários locais. “O Prêmio Sustentabilidade Empresarial vai de encontro com o que a federação batalha diariamente para desenvolver e ser essencial à Indústria Mineira. A Regional Vale do Paranaíba foi muito assertiva, quando reuniu neste evento preceitos como a sustentabilidade social, econômica, fiscal, ambiental, etc. Esperamos que a cada ano, o evento possa tornar-se melhor e cada vez mais reconhecido pelos empresários”, destacou Henrique. Pedro Lacerda, presidente da FIEMG Regional Vale do Paranaíba, acredita na empresa como parte da sociedade e fomentadora do motor que a transforma. “Uma das principais características de uma empresa sustentável pauta-se no dinamismo que ela utiliza para desenvolver atividades que estabeleçam um nexo produtivo com o máximo de resultado e o mínimo de desgaste”, apontou. O presidente da Fiemg Regional Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda, destacou o dinamismo das empresas contempladas com Prêmio Sustentabilidade Empresarial “É uma excelente iniciativa da FIEMG em premiar o empresário que além de cumprir com as obrigações que por si só já ajudam nossa cidade e nosso país, fazem algo a mais. O prêmio visa destacar esse esforço adicional do empresário que beneficia a comunidade de alguma forma”, disse o prefeito Gilmar Machado. O princípio da sustentabilidade firma-se cada vez mais como a base da gestão empresarial de sucesso, porque garante justiça social nas relações de trabalho, adequação e respeito ao meio ambiente, viabilidade econômica e saúde financeira dos negócios e uma nova cultura organizacional que envolve todos os agentes das atividades empresariais, no objetivo comum de promover desenvolvimento responsável. Foram inscritas 52 empresas para concorrer ao prêmio. Após os períodos de entrega de formulários e de projetos a banca julgou 32 empresas, das quais concorreram a 13 categorias. Posição da Marca Mudar para avançar, para melhorar e transmitir um conceito inova- dor e abrangente. Com esse pensamento, o Prêmio que visa destacar os setores produtivos, empresários e as boas práticas sustentáveis, passou por uma adequação e um posicionamento atualizado. O Prêmio Sustentabilidade Empresarial firmou-se com determinada nomenclatura, pois traduz um conceito condizente com os preceitos e valores que a FIEMG Regional Vale do Paranaíba entende como sustentabilidade. Na 7ª edição do evento, foram criadas as categorias “Destaque Industrial” e “Projetos Acadêmicos para a Economia Verde”, além de algumas mudanças visando a excelência do Prêmio. A categoria Destaque Industrial destacou as indústrias que apresentam grande valor para as cidades que integram a Regional Vale do Paranaíba, já os Projetos Acadêmicos para Economia verde são uma homenagem que selecionou na academia trabalhos de alunos que demonstraram ter uma visão sobre o contexto atual da sociedade, priorizando a sustentabilidade, bem como a viabilidade e aplicabilidade do trabalho. especial Prêmio Herói da Gente e Industrial do Ano De acordo com a coordenação, o prêmio Herói da Gente homenageia uma personalidade com atuação empresarial ou comunitária altamente relevante para o bem estar social e a preservação ambiental, fomentando o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social empresarial. Em 2014, o Herói da Gente escolhido para receber a Comenda foi o em- presário Alair Martins, proprietário do maior atacadista da América Latina, Atacado Martins. O prêmio é concedido a personalidades que tenham contribuído para a proposta de relações empresariais humanas e modelos de negócio sustentáveis. Sobre o premiação Industrial do Ano, o homenageado da noite foi o empresário Fábio Pergher, sócio-proprietário da Start Química, que recebeu indicação da Fiemg Regional, Sindicatos Patronais e Cintap. Premiados Categorias de Porte Micro/Pequena Empresa: Doces Famas Indústria e Comércio Ltda. Média Empresa: Faber-Castell Grande Empresa: Uberlândia Refrescos Ltda. Categorias de Integração de Setores Destaque Comércio: Casa do Chevrolet Destaque Serviços: TV Integração Destaque Agronegócio: UberBrahman Destaque Tecnologia: Lojista Online e Ética Soluções Destaque Industrial*: - EBBA (Empresa Brasileira de Bebidas de Araguari)/Araguari - Mapere Agroflorestal Ltda/Indianópolis - Indústrias Agriplus Agroindústria e Comércio – Café Iraí/Iraí de Minas - Qobra Indústria de Alimentos Ltda/Monte Alegre de Minas - Estofados Styllus Ltda./Monte Carmelo - Prata Indústria de Piscinas/Prata - Vazante agropecuária/Tupaciguara (*) Premiação entre cidades que compõem a Regional Vale do Paranaíba no quesito “Gestão Sustentável”. Categorias de Projetos Especiais Projetos acadêmicos para Economia Verde: - Faculdade Unipac: Laís da Silva Pelegrini - Faculdade Unitri: Nayara de Almeida Teixeira - Faculdade Uniube: Paulo Roberto Fratari - Faculdade Unipac Pedagogia: Luiza Fonseca da Silva - Faculdade Católica: Neuza da Silva Queiroz - Universidade Federal de Uberlândia: Suelen Mara Gonçalves Projeto Ambiental: Uberlândia Refrescos Ltda Projeto Cultural: Instituto Alexa Projeto Social: TV Integração Comunicação para Sustentabilidade: Instituto Algar Inovação Tecnológica: Fabe - Fábrica Brasileira de Aeronaves Industrial do Ano Fiemg Regional: Fábio Pergher, sócio-proprietário da Start Química Herói da Gente: Alair Martins, fundador do Grupo Martins Edição 63 // Revista Mercado ∞ 30 Categorias de Porte Micro/Pequena Empresa: Doces Famas Indústria e Comércio Ltda Média Empresa: Faber-Castell Grande Empresa: Uberlândia Refrescos Ltda. Destaque Comércio: Casa do Chevrolet Destaque Serviços: TV Integração Destaque Agronegócio: UberBrahman Destaque Tecnologia: Lojista Online e Ética Soluções Destaque Industrial/Araguari – EBBA (Empresa Brasileira de Bebidas de Araguari) Destaque Industrial/Indianópolis – Mapere Agroflorestal Ltda Destaque Industrial/Iraí de Minas – Indústrias Agriplus Agroindústria e Comércio/Café Iraí Destaque Industrial/Monte Alegre de Minas – Qobra Indústria de Alimentos Ltda Destaque Industrial/Monte Carmelo – Estofados Styllus Ltda Destaque Industrial/Prata – Prata Indústria de Piscinas Destaque Industrial/Tupaciguara – Vazante agropecuária Categorias de Integração de Setores 31 ∞ Revista Mercado // Edição 63 especial Categorias de Projetos Especiais Projetos acadêmicos para Economia Verde/Faculdade Unipac: Laís da Silva Pelegrini Projetos acadêmicos para Economia Verde/Faculdade Projetos acadêmicos para Economia Verde/FaculdaUnitri: Nayara de Almeida Teixeira de Uniube: Paulo Roberto Fratari Categorias de Integração de Setores Projetos acadêmicos para Economia Verde/Faculdade Unipac Pedagogia: Luiza Fonseca da Silva Projetos acadêmicos para Economia Verde/Faculdade Católica: Neuza da Silva Queiroz Projetos acadêmicos para Economia Verde/Universidade Federal de Uberlândia: Suelen Mara Gonçalves Projeto Ambiental: Uberlândia Refrescos Ltda Projeto Cultural: Instituto Alexa Projeto Social: TV Integração Comunicação para Sustentabilidade: Instituto Algar Inovação Tecnológica: Fabe - Fábrica Brasileira de Aeronaves Industrial do Ano Fiemg Regional: Fábio Pergher, fundador da Start Química Industrial do Ano Fiemg Regional: Fábio Pergher, fundador da Start Química Herói da Gente: Alair Martins - Fundador do Grupo Martins Edição 63 // Revista Mercado ∞ 32 33 ∞ Revista Mercado // Edição 63 trabalho Entrevista de emprego: como se dar bem Foto: arquivo Por: Marcelo Cardoso Especialista em coaching diz que a aparência pode fazer muita diferença e lista cinco dicas que podem ajudar o candidato há hora da entrevista Edição 63 // Revista Mercado ∞ 34 Aparência pode fazer diferença numa entrevista de emprego Procurar emprego é uma coisa chata. Quase todo mundo já passou por isso e sabe as dificuldades e sensações na hora de um processo seletivo. Todas as dúvidas aparecem no momento em perguntas como: Estou com a roupa adequada? Será que meu perfil se encaixa? Como será essa empresa? Sou capaz mesmo de assumir tal responsabilidade? Uma pesquisa realizada pela Catho, uma das maiores empresas de vagas e cadastramento de currículos do Brasil, revela que um dos aspectos que mais prejudicam um candidato é demonstrar falta de interesse ou entusiasmo. Às vezes uma pessoa passa por tantos processos seletivos que realmente a autoestima fica abalada e o desanimo toma conta. E isso, pode ficar perceptível na hora da entrevista. “Se o candidato está há muito tempo à procura de trabalho e ainda não conseguiu nada, não deve desanimar. É preciso continuar mantendo o foco, a determinação e principalmente a autoconfiança”, aconselha o especialista em coaching, Marcelo Cardoso. Segundo ele, vale lembrar que o objetivo da entrevista é a de confirmar as informações que constam no currículo, ou seja, o candidato já terá passado por um funil de candidatos. Portanto, quando for chamado para uma seleção, o importante é o candidato estar bem preparado. o mais natural possível. O essencial é ter clareza ao falar sobre quais são suas atribuições, sobre sua formação e objetivos. É bom ter um discurso alinhado com o seu currículo. Ainda segundo Cardoso, ao final, se por acaso o candidato não for contratado, deve continuar a busca sem guardar “grilos na cabeça”. “Faça uma reflexão, encontre os pontos que devem ser melhorados e saiba que, o contratante, pode ter lhe achado um bom profissional, mas não adequado para o cargo em questão. E lembre-se sempre que os maiores vencedores fracassaram muito até chegar ao sucesso”, conclui Marcelo Cardoso, que também é especialista em PNL (Programação Neuro Linguística) e fundador da Arco 7. Na sequencia, seguem algumas dicas listadas pelo professor Marcelo Cardoso, para aumentar a chance do candidato quando ele estiver de frente ao selecionador. Vestimentas - A roupa deve ser formal. As mulheres não devem carregar na maquiagem, não usar roupas curtas, coladas ou muito coloridas. Os homens devem cuidar da barba, não usar bonés, muito menos camisetas de time. Postura - A postura deve ser comedida. Sente-se adequadamente, sem cruzar os braços ou fazer muitas gesticulações. Mas, transmita naturalidade, para não ficar a impressão que você está desconfortável. Informações - Antes de ir à entrevista, faça uma pesquisa sobre a empresa que lhe convocou. Acesse o site e busque saber sobre valores, política, produto, interesses. Essa é uma ótima forma de demonstrar interesse. Comunicação - Ao conversar com o selecionador e responder as perguntas, olhe em seus olhos. Responda tudo com tranquilidade e certeza. Não minta. Os profissionais de RH são qualificados para isso, para saber se você está inventando algo. Não fale demais, seja objetivo. E se tiver alguma dúvida, pergunte. Educação - Seja educado com todos. Não faça cara feia ou de susto se o profissional fizer alguma pergunta que ache desnecessária. Isso pode demonstrar descontrole emocional. Seja Marcelo Cardoso, entre outras dicas, recomenda ao candidato olhar nos olhos do selecionar ao conversar com ele 35 ∞ Revista Mercado // Edição 63 carreira e sucesso Realização profissional: um desafio permanente 64% dos profissionais querem mudar de emprego, diz pesquisa. Por: Ícaro Oliveira (Ciclo) Edição 63 // Revista Mercado ∞ 36 Para o sociólogo francês Gilles Lipovetsky, o ser humano é um colecionador de experiências e teme que a vida passe sem que sejam aproveitadas diversas oportunidades. Seja por necessidade de mudança ou qualquer outro fator, o fato é que se há algum tempo o mais comum era trabalhar a vida toda na mesma empresa ou profissão até se aposentar, hoje o conceito perde adeptos. É o que mostra uma pesquisa do portal de emprego Trabalhando.com, divulgada pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), feita em 2014 com mais de 200 profissionais, dos quais 53% homens e 47% mulheres. Segundo o levantamento, 64% dos trabalhadores pesquisados desejam mudar de trabalho. E nesse universo de pessoas, o daqueles profissionais que mudaram de lado, ou melhor, de carreira, nem sempre é o dinheiro que importa mais, mas sim a realização pessoal. Foi isso que motivou Denise Resende (31 anos), proprietária do Bar e Restaurante Quintal da Dê, a deixar para trás uma carreira estável para se tornar empresária do setor de gastronomia e lazer, em Uberlândia (MG). Graduada em Zootecnia, ela foi por muitos anos uma das melhores consultoras de vendas de uma importante multinacional ligada à saúde animal. Segundo Denise, o projeto de abrir um negócio próprio era um sonho antigo. “A identidade mineira do Quintal da Dê está na minha raiz. Estou muito feliz por ver esse sonho se concretizar, e não somente pela minha realização, mas por ver as pessoas aproveitando também desse sonho. O Quintal da Dê é um sucesso e vamos trabalhar cada vez mais para que as pessoas tenham aqui o que buscam”, diz a empresária afirmando ainda que “muitos dos conhecimentos adquiridos na antiga carreira estão sendo aproveitados no novo negócio”. Nada se perde Mariane de Ávila concorda com Denise Resende e discorda de quem pensa que, para mudar de carreira, é preciso abandonar conhecimentos adquiridos. corpo como instrumento de trabalho, e nesse sentido me contemplo com a formação acadêmica, que me permite uma consciência e preparação corporal diferenciadas”, diz Ávila. Paixão pelo trabalho Douglas Luzz, fotógrafo profissional há quase 10 anos, também abandonou a primeira carreira para fazer aquilo que o realiza. “Sou apaixonado por fotografia e hoje não me vejo fazendo outra coisa. Tenho certeza de que estou no caminho certo”, afirma Luzz. Segundo o fotógrafo, o conhecimento adquirido em sua formação acadêmica, na área publicitária, veio somar ao trabalho atual. “Hoje faço imagens para agências de publicidade. Meu conhecimento na área contribui para um atendimento com mais qualidade e resultados adequados”, afirma Douglas Luzz, que também atua em outras áreas da fotografia, como: eventos em geral, casamentos, fotografia aérea, moda, etc. Mariane trocou a Educação Física pelo palco, mas valoriza a sua formação acadêmica que contribuiu para a sua carreira de artista Denise Resende deixou para trás uma bem sucedida carreira de zootecnista para ser dona de restaurante Apesar da graduação em Educação Física, Mariane virou artista integrante do Emcantar, grupo que trabalha com uma mescla de linguagens entre música e teatro. Junto com o Emcantar, ela desenvolve trabalho voltado para infância, juventude, família e educadores, tendo em seu histórico cinco álbuns lançados, mais de 600 apresentações para cerca de 100 mil pessoas de diversas cidades do País, além da realização de ações de formação para mais de 20 mil participantes. “Todo artista precisa cuidar do seu Douglas Luzz usou a formação em Publicidade para realizar o sonho de ser fotógrafo, e hoje comemora a realização profissional O fotógrafo ainda ressalta que, apesar de considerar o profissionalismo e a seriedade pontos fortes do seu trabalho, o prazer e a paixão pelo que faz são, sem dúvida, o que torna seu trabalho diferenciado. “Minha realização profissional se reflete diretamente nas imagens que crio”, enfatiza Luzz. 37 ∞ Revista Mercado // Edição 63 alimentação Conheça as 15 comidas mais perigosas do mundo Da Redação T odos precisam comer para viver é bem verdade, mas a ingestão de alguns alimentos pode ser fatal. É o caso do baiacu, peixe mais venenoso do mundo, que provoca alergias alimentares perigosas, e até mesmo do um simples amendoim que é responsável por um grande número de mortes por alergia alimentícia em todo o mundo. A seguir estão reunidos 15 alimentos que têm potencial de fazer qualquer um ficar muito doente ou até mesmo matar. Edição 63 // Revista Mercado ∞ 38 O polvo vivo pode ser servido cortado em pedacinhos e comido enquanto ainda está se remexendo no prato ou inteiro mesmo, como fazem os coreanos que engolem os bichinhos numa boa. Quem aprecia o prato diz que a melhor parte é a sensação das ventosas presentes nos tentáculos grudando na boca. Aí é que mora o perigo: elas podem colar na garganta e provocar asfixia e causar morte Cogumelos selvagens Alguns cogumelos selvagens parecem inofensivos, alguns são até bonitos, mas na verdade são letais, como cicuta verde (Amanita phalloides). Uma mordida dele já causa dores abdominais e vômito. Comido em maiores quantidades ele causa danos ao fígado, rim e coração, o que pode levar à morte. Fugu (Baiacu) O baiacu, ou “fugu”, é a comida mais perigosa do mundo. Os chefes japoneses passam anos e anos aprendendo como remover a parte tóxica do peixe, que são 1.200 vezes mais venenosas que o cianeto. Comer apenas o equivalente a uma cabeça de alfinete pode matar. Maniçoba A maniçoba, a folha da mandioca, é muito comida na África e na América do Sul – mas precisa ser muito bem cozida antes de comida. Se você a mastiga crua, uma enzima no tubérculo pode se transformar em cianeto, um gás tóxico e venenoso. Hákarl Carne de tubarão que foi deixada a fermentar em seus próprios fluidos e então pendurada para secar é valorizada na Groenlândia. O problema é que o animal não tem um aparelho urinário, o que significa que algumas substâncias potencialmente tóxicas são armazenadas na carne. Tapioca Pela mesma razão, a tapioca que é feita da fécula da mandioca (possui, em sua constituição, ácido cianídrico – substância que origina o cianeto, um gás altamente tóxico) precisa ser bem preparada para evitar o envenenamento. Ackee Venerada na Jamaica, a fruta ackee só pode ser comida quando está totalmente madura e propriamente preparada. Comê-la verde pode causar enjoo e levar à morte. Amendoins Os amendoins não fazem mal, a menos que você seja alérgico a eles. Os amendoins respondem pelo maior número de mortes por alergia alimentícia, o que é assustador se considerarmos que 1% das pessoas tem este tipo de alergia. 39 ∞ Revista Mercado // Edição 63 alimentação Castanha de caju crua Mesmo se não for alérgico, não coma a castanha-de-caju crua. Elas contém uma toxina que pode ser letal se comida em grandes quantidades. As castanhas dos supermercados foram muito bem assadas e curadas. Ruibarbo Talos de ruibarbo são muito bons de comer - mas evite as folhas a todo custo. Elas contêm toxinas venenosas que podem fazer você ficar muito intoxicado ou até mesmo matá-lo. Brotos de feijão - Broto de feijão é um dos piores alimentos para abrigar E. coli, Salmonella e Listeria: bactérias que crescem nas mesmas condições quentes e úmidas que os brotos são cultivados. Na Alemanha, os brotos de feijão foram identificados como a provável causa de um surto que matou 22 pessoas. Queijo Casu Marzu Esse queijo é tão perigoso que se tornou ilegal na Sardenha, região da Itália onde é produzido, e agora só transita pelo mercado negro local. O Casu Marzu é feito com leite de ovelha e larvas vivas de mosca, colocadas pelos produtores na receita para ajudar a fermentar o queijo e torná-lo mais macio. Mas, sem um controle muito rígido de qualidade, as larvas podem intoxicar os consumidores. Se não retirar as larvas antes de comer, a pessoa corre o risco de sofrer com uma infecção intestinal, com náuseas, vômito, dor abdominal e diarreia com sangue. Isso acontece porque os bichos sobrevivem ao ambiente estomacal e seus ganchos bucais podem machucar as paredes do estômago e do intestino. Frutos do mar Os mariscos são muito perigosos se você é alérgico. Enquanto algumas pessoas experimentam urticária, coceira, inchaço, sibilância e dor abdominal, outros podem entrar em choque anafilático, o que os impede de respirar e pode ser fatal sem medicação. E mesmo se você não tem alergia a vôngole, eles devem ser evitados. Os mariscos podem ter hepatite A, febre tifoide e disenteria porque vivem em ambientes de pouco oxigênio. leite cru O leite que compramos no supermercado é pasteurizado, mas tem pessoas que o bebem e fazem queijo do leite cru. Leite que não tenha sido pasteurizado (aquecido a uma temperatura elevada e rapidamente resfriado) é muito mais suscetível a conter salmonela, E. coli e listeria. Polvo Vivo A maioria de nós prefere que os animais já estejam mortos quando chegam ao prato – mas não na Coreia do Sul. Naquele país asiático você pode escolher seu polvo ainda vivo – ou sannakji, nome dado à iguaria -, que é então fatiado e temperado na sua frente e servido ainda enquanto se mexe, ou então comê-lo inteiro mesmo. Nos dois casos, o perigo são as ventosas, que ainda estão ativas e podem grudar na sua garganta, podendo sufocá-lo e causar a morte. Sapo-boi da Namíbia - Apesar de possuir veneno distribuído em seus órgãos e pele, essa rã africana é considerada um verdadeiro manjar na Namíbia e outros países do continente. Se preparado sem o devido cuidado, o veneno, chamado oshiketakata, pode provocar insuficiência renal e até morte. Para evitar intoxicações, a época mais indicada para capturar a rã é após a estação de acasalamento, quando os sapos começam a coaxar mais. Edição 63 // Revista Mercado ∞ 40 Foto: reprodução estética Cuidados com a pele ao redor dos olhos Por: Carla Leirner Corega Tão fina quanto uma folha de papel, a pele ao redor dos olhos é a primeira a denunciar as marcas do tempo principalmente em quem tem a pele clarinha, menos resistente ao sol. “Ela é dez vezes menos espessa do que a pele do corpo”, afirma a dermatologista Shirlei Borelli, autora do livro “Até 120...Rejuvenescimento e Cosmiatria” (Editora Senac). “Além disso, possui pouca gordura e vive franzida por causa do excesso de luminosidade”, acrescenta. Some-se a isso o fato de que, seus músculos, constantemente exigidos, repetem os mesmos gestos milhares de vezes ao Edição 63 // Revista Mercado ∞ 42 longo da vida. Isso explica porque as primeiras linhas finas podem aparecer já por volta dos 25 anos quando, em geral, as rugas ainda não deram as caras. A boa notícia fica por conta do uso de cremes específicos para a região, eles contêm os ingredientes na concentração e na textura ideais para tratar (sem irritar) a área dos olhos, e alguns tratamentos ajudam a reverter sinais mais severos do envelhecimento. Escolha o creme correto Apesar da maioria dos produtos para o rosto não causar danos à delicada pele ao redor dos olhos, alguns ingredientes podem causar irritações ou alergias. Por isso, é sempre melhor escolher produtos especificamente formulados para o local. A principal dica para quem já passou dos 50 anos é hidratar constante a área. Opte pelas formulações que contenham aquaporinas, vitamina C, ceramidas e ácido hialurônico. Como nem sempre elas contêm filtro solar, passe um gel com FPS 25 para finalizar sua rotina de beleza. Foto: divulgação sagem do tempo. A partir dos 40 anos, o peso da gravidade faz-se sentir e o volume da pele sob os olhos aumenta. Para minimizar o aspecto cansado vale a pena investir em cremes com subs Foto: reprodução região. Alguns tipos de creme específicos para os contornos dos olhos contêm ativos como cafeína, ácido kójico, vitamina C e revesterol, só para citar alguns exemplos. A cirurgia plástica é a única saída para o excesso de pele da pálpebra superior, que dá à expressão um ar triste e cansado A dermatologista Shirlei Borelli é autora do livro “Até 120...Rejuvenescimento e Cosmiatria” Adeus pálpebras caídas e bolsas de gordura Olheiras mais suaves De acordo com a dermatologista Shirlei Borelli, a causadora da tonalidade escura sob os olhos é uma substância chamada hemossiderina associada ao excesso de melanina, substância responsável pela pigmentação da pele. Geralmente, um problema hereditário, as olheiras surgem ainda na adolescência. Com os anos, a menor circulação na área escurece ainda mais as manchas. Para piorar, as manchinhas marrons provocadas pelo sol costumam se acumular sob os olhos, deixando a região com aspecto mais carregado. Nenhum tratamento é 100% eficaz para apagá-las, mas na maioria das vezes melhoram, e muito, o quadro. Aplicações de laser ou de Luz Intensa Pulsada podem ser boas alternativas. Mas somente o médico pode avaliar, dependendo da tonalidade da pele e das olheiras, qual a porcentagem de eficácia do tratamento. Uma alternativa são as sessões de drenagem linfática que estimulam a eliminação de toxinas da O excesso de pele da pálpebra superior dá um ar triste e cansado à expressão. Nesse caso, a única saída é a cirurgia plástica que, ao contrário do que muita gente acredita, não corrige pés de galinha. Considerada uma intervenção de pequeno porte, dura entre 45 minutos e uma hora por olho e a anestesia é local com sedação. O pós-operatório é simples: no primeiro dia são indicadas compressas de soro fisiológico, água boricada ou chá de camomila gelado na região. Os pontos são retirados após quatro dias. As manchas roxas e o inchaço permanecem entre 10 e 12 dias e a cicatriz some após cerca de 3 meses. O uso de lentes de contato está liberado a partir do terceiro dia. Deve-se evitar o sol direto por dois a 3 dias. É indicado o uso de óculos escuros nas primeiras duas semanas. Em geral, as bolsas de gordura aparecem por causa do stress e da falta de sono que estimulam a retenção de água. Elas também podem ser de origem genética ou decorrentes da pas- tâncias descongestionantes, como Nodema, que ativam a circulação, melhoram a aparência e ajudam a desinchar as bolsas. Menos sal na comida (para evitar a retenção de líquidos) e menos álcool ajudam a prevenir seu aparecimento ou mesmo aliviam o quadro. Porém, só a cirurgia plástica pode aliviar os casos mais crônicos. Menos pés de galinhas A toxina botulínica, também conhecida como botox, é bastante eficiente para os casos mais acentuados. Injetada com agulha ultrafina na lateral dos olhos, provoca a paralisia temporária da musculatura, mas só a ponto de evitar a repetição dos movimentos causadores das linhas ou rugas de expressão e não para apagá-las definitivamente. Os primeiros efeitos surgem a partir do segundo dia. Depois desse prazo, dá para perceber que as marcas de expressão, antes muito evidentes, estão mais suavizadas. O efeito não é definitivo: dura por volta de seis meses. Depois é preciso repetir a dose. 43 ∞ Revista Mercado // Edição 63 Gastronomia Amigas da dieta Dez frutas que são aliadas do emagrecimento DA Redação Edição 63 // Revista Mercado ∞ 44 C omer frutas, além de ajudar a conquistar uma boa alimentação, pode ser uma das melhores alternativas para quem deseja emagrecer, isso por terem efeitos que podem auxiliar desde a perda de gordura até a saciedade e compulsão por doces. Há até mesmo frutas como a romã, que ajuda a combater os efeitos da celulite e a reduzir a retenção de líquidos. Mas, claro, apenas a ingestão desses alimentos não resulta em perda de peso, pelo contrário, o ideal é que façam parte da sua rotina alimentar, que deve estar baseada numa dieta saudável e aliada à prática de atividade física. Isso ocorre porque as frutas possuem nutrientes fundamentais para o bom funcionamento do organismo. O figo, o limão e a maçã, por exemplo, são ricos em substâncias que ajudam na saciedade e na redução do estresse. A maçã também evita o estoque de gordura. Por sua vez, o magnésio, contido no figo, auxilia na diminuição do apetite por doces. “Ele é excelente aliado contra a vontade de comer doce”, explica Paula Castilho, nutricionista da Sabor Integral. Já a banana ajuda a combater a compulsão por doces. “Rica em triptofano, ela é responsável pelo combate da ansiedade, estresse, insônia e apetite descompensado por doces e carboidratos”, explica a consultora nutricionista da Netfarma Sulanne Carvalho Oliveira. “A romã é uma fonte de antioxidantes que ajuda a combater as inflamações no organismo, uma das causas para o desenvolvimento da obesidade”, indica Paula. Quer descobrir mais sobre os poderes de 10 frutas que vão te ajudar no processo de emagrecimento, confira a seguir a lista completa: Figo “O figo é rico em magné- sio, potássio, cálcio, ferro e fibras - estas que ajudam na sensação de saciedade, além de controlarem o colesterol e melhorarem o funcionamento intestinal. Sem contar que o magnésio diminui o apetite por doces”, explica a consultora nutricionista da Netfarma Sulanne Carvalho Oliveira. maçã “Rica em pectina, fibra que também é responsável pela saciedade, a maçã diminui a absorção de açúcar e evita o estoque de gordura”, explica a consultora Sulanne Carvalho Oliveira. limão “Rico em pectina [uma fibra solúvel que ajuda a controlar o nível de colesterol no sangue], ela se transforma em gel no estômago e elimina a gordura do organismo, além de saciar por mais tempo. Ajuda também na digestão e regula os níveis de açúcar no sangue. É muito diurética e rica em vitamina C”, explica Paula Castilho, nutricionista da Clínica Sabor Integral. banana “Embora possua um alto teor de frutose [um dos principais açúcares presentes nas frutas], ela é rica em triptofano, aminoácido que combate a ansiedade. A banana é uma grande aliada naquelas horas em que bate a vontade de comer doce. Além disso, é rica em vitamina B6, que atua no metabolismo das proteínas e dos lipídios, fazendo com que o organismo reduza a absorção da gordura ingerida na refeição”, conta Paula Castilho. Abacate “Rico em vitamina E,gorduras monoinsaturadas [consideradas boas por ajudar a reduzir o nível de colesterol ruim, chamado de LDL, no sangue] e sais minerais, é um poderoso antioxidante e anti-inflamatório. Seu valor energético está relacionado ao teor de gordura - responsável pelo aumento do HDL (colesterol bom) - presente na fruta. Ainda colabora para ometabolismo da glicose evitando, assim, o depósito de gordura”, explica SulanneOliveira. “Mas não pode exagerar: meia unidade duas vezes por semana é o suficiente”, recomenda Paula Castilho. O antioxidante, para que você compreenda, é uma substância que impede as células sadias do organismo de serem danificadas. morango “Tem caloria negativa (é pobre em calorias!), ou seja, o corpo gasta mais calorias na sua digestão do que as presentes na fruta. Além disso, é rica em ferro e em vitamina C, sendo um bom anti-inflamatório”, recomenda a nutricionista Paula Castilho. abacaxi O abacaxi é fruta de baixa caloria, antioxidante, diurética, auxilia na digestão e ajuda a evitar a compulsão por doces. Romã “Fruta de baixa caloria, rica em antioxidantes e anti-inflamatória. Ela combate os efeitos da celulite e é diurética, o que diminui a retenção de líquidos”, indica a nutricionista Sulanne Carvalho Oliveira. melancia “Melhora a hidratação, ajuda a baixar os níveis de açúcar no sangue, reduz a quantidade de insulina (hormônio produzido no pâncreas responsável pelo transporte da glicose até as células) e evita o acúmulo de gordura”, indica Sulanne. uva “Rica em resveratrol [polifenol, este que é caracterizado por ser um grande grupo de moléculas], que ajuda no controle do colesterol, possui ainda vitaminas C e do complexo B, bem como cálcio, ferro e potássio. Estimula adinopectina [proteína], que age na regulação da glicemia [quantidade de glicose presente no sangue] e na quebra de gorduras”, recomenda Sulanne Oliveira. 45 ∞ Revista Mercado // Edição 63 turismo As 10 viagens de trem mais românticas do mundo Da Redação Jungfraubahnen, na Suíça, é um percurso feito há 120 anos Uma a cada dez pessoas se apaixona no trem. Uma pesquisa realizada pela consultoria East Coast Trains no Reino Unido revelou que 10% das pessoas declaram já ter se apaixonado no trem e 37% das pessoas descrevem as viagens nesse tipo de transporte como sinônimo de romance. Se você fantasia se apaixonar na linha férrea, as dez sugestões de viagens de trem a seguir podem ser um bom ponto de partida. Edição 63 // Revista Mercado ∞ 46 White Pass Summit, excursão, em Yukon, Canadá Construída em 1898 durante a Corrida do Ouro em Klondike, esta ferrovia estreita de encosta foi considerada um Marco Histórico Internacional da Engenharia Civil. A ferrovia atravessa ainda vários túneis até chegar a White Pass, a 873 metros do nível do mar. The Ghan, de Adelaide para Darwin, Austrália A viagem por terra de Adelaide a Darwin leva quatro dias, mas quando o método de transporte é este trem de luxo, você provavelmente vai desejar que fosse muito mais tempo. As cabines maiores têm camas de casal e banheiro particular, e os passageiros podem jantar sob as estrelas durante uma parada no MacDonnell, perto de Alice Springs, onde se pode passar as noites assistindo ao pôr-do-sol de seus luxuosos camarotes. The West Highland Line, de Glasgow a Fort William, Escócia Uma viagem não fica mais romântica do que atravessar as Highlands da Escócia com paisagens de tirar o fôlego. Recentemente eleito como melhor viagem de trem do mundo, não é difícil perceber o motivo, como a ponte Glenfinnan viaduto, que apareceu nos filmes de Harry Potter. 47 ∞ Revista Mercado // Edição 63 turismo Belmond Hiram Bingham, de Ollantaytambo a Machu Picchu, Peru A trilha dos incas da forma mais fácil. Este trem é decorado no estilo da década de 1920: o interior dispõe de vastas extensões de madeira polida e reluzente bronze, e o grande bar é o lugar perfeito para desfrutar de um Pisco Sour. O vagão para observar a paisagem é o lugar ideal para passar a maior parte do tempo e a tarifa inclui entrada para Machu Picchu e chá da tarde no hotel do Santuário de Belmond. Jungfraubahnen, de Wilderswil a Schynige Platte, Suíça Esta viagem nostálgica ao longo de um trenzinho suíço é uma ótima maneira de se chegar às melhores partes da Suíça. O percurso de sete quilômetros tem sido percorrido por 120 anos e, no caminho para a alta altitude de Schynige Platte, você será contemplado com vistas imbatíveis do Eiger, Monch e de Jungfrau. No alto, um passeio romântico pelo ar fresco da montanha, ou uma caminhada ao cume por uma vista incrível sobre o Lago Brienz. The Blue Train, de Pretoria a Durban, África do Sul Não gosta de cama de beliche embutida? Você pode optar por uma das suítes do Blue Train. Os pombinhos têm todo o conforto de camas de casal, podem mergulhar nas enormes banheiras, assistir a um filme no conforto de uma suíte privada ou apenas apreciar a vista das janelas panorâmicas da cabine. A comida é também de alto nível, com um cardápio que inclui ostras, avestruz e cervo, todos servidos no mais fino serviço. A única desvantagem? Uma hora a viagem termina. Edição 63 // Revista Mercado ∞ 48 Golden Eagle Trans-Siberian Express, de Moscow a Vladivostok, Rússia Esta viagem de uma vida leva de Moscou a Vladivostok , passando pelas montanhas de Ural e o Lago Baikal (o maior lago de água doce do mundo) até chegar Vladivostok, perto das fronteiras da Rússia com a China e a Coreia do Norte . O Golden Eagle é um aceno para a Idade de Ouro da viagem de trem, com banheiros cheios com produtos de higiene perfumados e roupões de banho de plush, e suítes com aquecimento de piso, áreas de estar e mini-bar de cortesia. Tranzalpine, de Christchurch a Greymouth, Nova Zelândia Durante a viagem de Christchurch para Greymouth, na Tranzalpine, você pode aproveitar ao máximo a viagem a partir da privacidade de uma cabine particular. A paisagem incrivelmente variada inclui as terras da planície de Canterbury, profundos desfiladeiros esculpidos pelo Rio Waimakariri e as florestas de nativas no entorno de Greymouth. Glacier Express, de Zermatt a Davos, Suíça Conhecido como “o trem para se apaixonar”, o Glacier Express é um percurso de sete horas através dos Alpes para Davos e cruza 291 pontes e 91 túneis, o que significa que há muitas oportunidades para um beijo roubado no escuro. Conway Scenic Railroad, entre as estações North Conway e Crawford, em New Hampshire, Estados Unidos A viagem de ida e volta a partir de North Conway para a estação de Crawford e de volta leva cinco horas, tempo durante o qual você vai passar por desfiladeiros íngremes, riachos borbulhantes e rios trovejantes. Recomendamos reservar o pacote de primeira classe, que inclui refeição de três pratos no vagão de restaurante. Tem também um terraço de observação. turismo Ibitipoca é uma dos locais preferidos por turistas em Minas Foto: Semad/Divulgação O Parque Estadual do Ibitipoca abriga mirantes, grutas, praias, piscinas naturais, picos e as belas cachoeiras Em 2014, o Guia Quatro Rodas apontou a parque de conservação como um dos 50 melhores destinos de ecoturismo do Brasil. Local está na rota dos amantes da natureza Edição 63 // Revista Mercado ∞ 50 Agência Minas Foto: Evaristo da Silva A Prainha é um dos locais preferidos dos turistas que buscam por descanso e o banho relaxante de água corrente Pesquisas O interesse que Ibitipoca desperta nos turistas provém da riqueza da biodiversidade encontrada em seus 1.488 hectares. Localizado na Serra do Ibitipoca, uma ramificação da Serra da Mantiqueira, o parque é divisor das águas das bacias dos rios Grande e Paraíba do Sul e possui uma vegetação formada por mata atlântica, pelos campos rupestres com afloramentos rochosos e matas ciliares ao longo dos cursos d’água. A Ponte de Pedra, a Janela do Céu, a Gruta dos Três Arcos e o Pico do Pião são alguns dos atrativos de Ibitipoca, que abriga ainda mirantes, grutas, praias, piscina natural, picos e as belas cachoeiras. A fauna é rica, com a presença de espécies ameaçadas de extinção como a onça parda, o lobo guará e o primata guigó. Diversas espécies da flora são encontradas na unidade de conservação como orquídeas e bromélias. Os ecossistemas existentes no parque são objeto de estudos constantes de universidades e organizações que trabalham com a conservação da biodiversidade. Atualmente, 33 pesquisas estão em curso na unidade. Região O parque é uma das referências na região, servindo como ponto de ligação entre comunidades, turistas e as diversas organizações locais. O Conselho Consultivo da unidade de conservação reúne representantes de todos esses segmentos. Outras atividades desenvolvidas na unidade de conservação e no seu entorno reforçam a importância das comunidades locais para a preservação do parque. Em 2014, atividades de campo, cursos e palestras envolveram 5.916 pessoas. Para quem ainda não conhece as belezas do Parque Estadual do Ibitipoca, a unidade de conservação está localizada na Zona da Mata, no município de Lima Duarte. Mais informações podem ser obtidas pelo email: [email protected] ou pelo telefone (32) 3281-1101. Foto: Semad/Divulgação O Parque Estadual do Ibitipoca mantém-se como um dos mais procurados de Minas. Em 2014, o número de visitantes foi de 71.210, o que representa um crescimento de 16% em comparação a 2013, quando 61.241 pessoas visitaram a unidade de conservação. O local é destino para amantes da natureza de todo o mundo e possui completa infraestrutura para receber os turistas. A unidade de conservação possui portaria, estacionamento, área de camping, restaurante, centros de visitantes e alojamentos destinados a pesquisadores e funcionários. O trabalho foi reconhecido em 2013 pelo site de viagens Trip Advisor que elegeu o Ibitipoca como o terceiro melhor parque da América do Sul. Em 2014, o Guia Quatro Rodas apontou o parque como um dos 50 melhores destinos de ecoturismo do Brasil. A unidade de conservação está localizada na Zona da Mata, no município de Lima Duarte, a cerca de 295 quilômetros de Belo Horizonte 51 ∞ Revista Mercado // Edição 63 veículos Doblò Adventure: concorrência anda no retrovisor Por: Evaldo Pighini Foto: divulgação Longe de ser bonito, mas robusto, aventureiro e esportivo; assim é o perfil da versão top da linha Fiat Doblò Os concorrentes estão longe no retrovisor do Fiat Dobló, que segue absoluto à frente em sua categoria no Brasil. Aliás, das maiores e tradicionais montadoras instaladas no país, somente a Fiat apostou no mercado de multivans e, talvez por isso, desde o seu lançamento, em 2001, o Doblò é líder de vendas nessa categoria e muito distante de outros concorrentes como Peugeot Partiner, Citroën Berlingo e Renault Kangoo – este o que mais tenta chegar perto. Tal hegemonia do Doblò ficou ainda mais acentuada a partir de 2003, quando a Fiat fez chegar ao mercado a versão Adventure, que atualmente corresponde sozinha por mais da metade do mix de vendas. E para permanecer no topo, a montadora italiana vem investindo ano a ano na repaginação de sua minivan. A Revista MERCADO rodou por mais de uma semana na versão 2014 e constatou o Edição 63 // Revista Mercado ∞ 52 óbvio: os concorrentes vão ter que pisar no acelerador para poder aparecer no retrovisor do Doblò, mas ainda da versão Adventure – a que foi testada por nossa reportagem. Ainda longe de ser um veículo bonito, o Doblò Adventure 2014 recebeu mudanças importantes no acabamento e visual, que deram ao veículo mais personalidade e capacidade para atender melhor o consumidor que opta pela multivan da marca italiana. Por dentro, as novidades começam pelo quadro de instrumentos com iluminação branca e grafia diferente de versões anteriores. O carro ganhou ainda um novo volante multifuncional, cores internas mais escuras, tecidos dos assentos exclusivos, tweeters na coluna A com revestimento de melhor qualidade, porta-objetos nas laterais do painel, sistema de áudio com visual modernizado e conjunto de rodas redesenhadas. Assim como os demais veículos da família Doblò – Attractive e Essence -, o Adventure tem um interior cativante que compensa a aparência externa de “caixotão” do modelo, que leva cinco adultos e uma criança – ou até mesmo um adulto de menor porte - no sexto banco com relativo conforto, sobrando ainda um bom espaço para carga. Esse banco extra, aliás, conta com cinto de segurança de três pontas e porta copos ao lado e é acessado apenas pela parte de trás, que tem portas simétricas e com amplitude de até 180 graus. Dessa forma, com seis ocupantes, a capacidade do porta-malas é de 665 litros, mas com o sexto banco rebatido – dobrável com muita facilidade para o lado - esse volume aumenta para 2.915 litros e o Adventure literalmente vira um furgão. Além disso, a identificação interna do Adventure está nos adesivos nas soleiras das portas; nos bordados dos Foto: divulgação O conjunto interior do Doblò Adventure, destaque para o painel de instrumentos, é agradável e compensa a aparência externa um tanto quanto quadrada bancos dianteiros, na inscrição no painel de instrumentos e nos três relógios colocados no teto (bússola e clinômetros laterais e longitudinais), acima do retrovisor. O teto conta ainda com um porta-treco grande que supre a ausência de outros nas partes inferiores. Para o motorista, o Fiat Adventure se mostra agradável. A começar pela boa posição ao volante, com banco elevado, que permite ampla visão do trânsito. Outras vantagens são o ajuste de altura da coluna de direção e a manopla do câmbio muito ao alcance, posicionada junto ao painel central. Mas, como nada é perfeito, a visibilidade traseira é ruim, prejudicada pela coluna formada pela junção das portas e pelos encostos dos bancos detrás, por isso, um sensor traseiro - que não o opcional - e câmera de ré seriam muito bem vindos, assim como o cinto de três pontos para o passageiro do acento do meio do banco traseiro. E em se falando de passageiro, a praticidade do veículo se faz ainda mais notada na hora do embarque para quem vai atrás. O modelo vem com portas laterais corrediças, equipadas com travas que impedem que, quando abertas, deslizem contra as pessoas que entram e saem do habitáculo, bem como facilitam a instalação do bebê-conforto a quem tem criança. cipalmente, se está carregado e com ar ligado, o que acaba comprometer as retomadas de velocidade e aceleração. Por isso, o motorista precisa trabalhar muito o cambio para conseguir um desempenho mais satisfatório. Mais uma observação: o Doblò Adventure não tem nada de econômico. Na estrada o consumo variou entre 8 km/l e 9 km/l, abastecido com o derivado da cana, na cidade o consumo ficou na casa acima de 6 km/l. Cara e jeito de aventureiro Por fora, o Adventure segue com suas linhas retas um tanto quanto exageradas, porém esse visual é compensando pela presença de molduras plásticas acopladas aos para-lamas, rodapé das portas, para-choques e até o suporte do estepe que fica na porta traseira. No mais, o visual externo continua o aventureiro de sempre, transmitindo à quem olha a imagem de um veículo pronto para encarar estradas mais ruins de terra, carregando mais pessoas, bagagens e tralhas que uma boa aventura exige. Tem também o emblemático adesivo de identificação do sistema Locker, que equipa a versão que testamos e que dá ainda mais fôlego ao carro nas tocadas. Essa configuração aventureira da multivan da Fiat ainda conta com a grade cromada dentada na frente e barras longitudinais no teto. De fato, o Doblò Adventure não é nada leve, pesa 1.463 quilos, mas mesmo assim o propulsor 1.8 flex de 130 cv com gasolina e 132 cv com etanol (a 5.250 rpm) dá conta do recado, muito em virtude do torque máximo é de 18,4 kgfm e 18,9 kgfm (4.500 rpm), respectivamente, e ao bom escalonamento da transmissão manual de cinco velocidades. Há de se elogiar ainda o ajuste da suspensão, que embora rígido não transmite muitos solavancos e ainda gera relativo conforto à quem está à bordo. Detalhe, ao dizer que o motor dá conta, não significa satisfação total. A performance do carro acaba prejudicada em função do peso do veículo, prin- O Doblò Adventure é equipado com motor E.torQ 1.8 16 V Flex, que gera 130 cv com gasolina e 132 cv no etanol (a 5.250 rpm) A versão testada pela MERCADO é a top da linha Adventure, cujo preço parte dos R$ 71.210 e traz em seu pacote motor E.torQ 1.8 16V Flex, direção hidráulica, rodas de liga leve de 15 polegadas, pneus de uso misto, faróis de neblina e de profundidade, ar-condicionado e rádio CD player (com MP3, conectividade bluetooth e entrada USB). Conta ainda com volante multifuncional revestido com couro, bancos também revestidos em couro e sistema Locker (bloqueio eletrônico do diferencial dianteiro). Com todos esses atrativos e mais alguns outros disponibilizados pela Fiat, o preço do carro se aproxima dos R$ 80.000. Resumindo, a minivan Doblò Adventure não é um carro barato e pode até não ser muito bonito aos olhos de alguns, mas é um veículo alia praticidade, espaço, conforto e desempenho conforme à sua proposta. Além disso, por ser um Fiat, o modelo feito em Betim ainda conta com uma rede de concessionárias bem mais ampla que todos os seus concorrentes diretos. 53 ∞ Revista Mercado // Edição 63 veículos Dodge Journey bate recorde de vendas no Brasil Foto: Marcos Camargo Da Redação Com 2.970 unidades emplacadas ao longo de 2014, o Dodge Journey registrou o melhor ano em vendas desde que chegou ao mercado brasileiro, no final de 2008. Pelo quinto ano consecutivo (desde 2010), ele foi o modelo mais vendido do Grupo Chrysler no Brasil, o que comprova sua excelente aceitação junto ao consumidor e o aumento no gosto do brasileiro por veículos modelo crossover. Em relação a 2013, quando foram vendidos 2.422 exemplares, o Journey cresceu 22,6%. “Trata-se de um ótimo resultado num ano em que o mercado encolheu. E agora que a versão AWD terá seu primeiro ano cheio, podemos apostar em vendas superiores a 4 mil unidades para a linha Journey”, afirma Sérgio Ferreira, diretor geral da Chrysler Brasil. Ele lembra que a série limitada Crossroad, com visual de apelo mais Edição 63 // Revista Mercado ∞ 54 esportivo, também ajudou a reforçar as vendas e a imagem jovial do Journey em 2014. “Além de uma gama mais completa com essa versão de tração integral, que se revelou um sucesso, a marca Dodge se beneficiará do crescimento da rede de revendas prevista para este ano, quando teremos ao menos 50 concessionárias completas até o fim do primeiro trimestre”, acrescenta Sérgio Ferreira. Hoje são 43 os pontos de venda. Na soma das vendas do Journey com o Durango, a Dodge teve 3.331 unidades emplacadas em 2014, um crescimento de 17,9% em relação às 2.825 de 2013, coroando o ano em que se comemorou o centenário da marca. Por falar em Durango, o SUV de luxo também deverá ter um reforço nas vendas com a chegada de sua versão renovada em março. Crossover teve seu melhor ano no país desde o lançamento em 2008, com 2.970 unidades emplacadas em 2014 Foto: Marcos Camargo Além de significativas mudanças visuais externas e internas, o Dodge Durango 2015 terá câmbio automático de oito marchas (em lugar do antigo de cinco velocidades), além de comodidades como aletas para trocas de marcha no volante e a nova central multimídia Uconnect, com tela de 8,4 polegadas e navegador GPS integrado, entre vários outros equipamentos inéditos. O motor permanece o eficiente Pentastar 3.6 V6 de 286 cv. Journey R/T AWD Lançada em outubro, durante o Salão do Automóvel, a versão AWD (all-wheel-drive) do Dodge Journey R/T oferece ainda mais estabilidade e segurança, graças a um avançado sistema de tração integral. Produzido em Toluca, no México, o Dodge Journey R/T AWD está disponível na rede de concessionárias da Chrysler Brasil pelo preço sugerido de R$ 134.900. O sistema de tração integral é perfeito para os motoristas que buscam uma dose extra de aderência em condução mais esportiva ou simplesmente para rodar em situações com menor atrito, seja no asfalto debaixo de chuva ou em estrada de terra. O funcionamento é sob demanda, com o torque sendo enviado somente para as rodas dianteiras em condições normais, para otimizar a economia de combustível. Mas no momento em que há perda de aderência, a força é distribuída também às rodas de trás. A operação é toda automática, sem botões ou comandos. A tração integral também entra em ação durante curvas feitas com o acelerador aberto, em velocidades entre 40 km/h e 105 km/h, tornando o comportamento do veículo mais neutro ao ajudar a contornar a curva. Acima de 85 km/h, o sistema envia uma quantidade mínima de torque para trás, sob condições normais de condução, reduzindo o consumo de gasolina. O Dodge Journey R/T AWD tem uma generosa relação de equipamentos, na qual se destacam: teto solar, seis air bags com dez pontos de proteção, ar-condicionado automático com três quadrantes, assentos de elevação embutidos na segunda fileira, bancos dianteiros elétricos e aquecidos, controle eletrônico de estabilidade (ESC), central multimídia Uconnect com tela de 8,4 polegadas e navegador GPS integrado, e som premium com seis alto-falantes mais subwoofer. O sistema traseiro de entretenimento conta com LCD de 9 polegadas, leitor de DVD, dois fones de ouvido sem fio e controle remoto. Foto: Marcos Camargo literatura Jesus Cristo em alguns sonetos luso-brasileiros Por: Kenia Pereira Edição 63 // Revista Mercado ∞ 56 J esus Cristo é descrito e simbolizado de várias maneiras na poesia luso-brasileira. Há desde poemas com um olhar paródico e pagão como de um Alberto Caeiro que canta em “Poema do menino Jesus”: “Tinha fugido do céu/Era nosso demais para fingir/De segunda pessoa da Trindade”; até poesias mergulhadas no fervor da devoção religiosa como se observa em “Transfiguração”, de Gustavo Crespo: “Era a voz de Jesus, benigna e tão suave/Como um perdão de mãe ou como um trino de ave”. Existem inúmeros sonetos dedicados ao Rei dos Reis. Recolhi quatro para que o leitor possa se deleitar com eles. Recomendo a leitura em voz alta para aproveitar melhor o rimo e a cadência musical, além de ajudar a perceber com mais atenção as diferenças estéticas, espirituais e ideológicas de cada um deles. No Barroco brasileiro, por exemplo, vamos encontrar o contraditório Gregório de Matos, vulgo Boca do Inferno, a chantagear o grande mestre da Galileia, de forma irônica, dizendo que os homens delinquentes são como as ovelhas desgarradas, ou seja, são aqueles que mais precisam do perdão de Deus, daí porque seria interessante ser uma ovelha desgarrada para melhor e mais rapidamente ser acolhido por Jesus Cristo: A Jesus Cristo Nosso Senhor (Gregório de Matos) “Pequei, Senhor; mas não por que hei pecado, Da vossa alta clemência me despido: Porque, quanto mais tenho delinqüido, Vos tenho a perdoar mais empenhado Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado Se uma ovelha perdida, e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história: Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada; Cobrai-a ; e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória”. Já no Arcadismo português, nos deparamos com o herético Bocage, que não se intimidou em elaborar com fina ironia um interessante soneto a Cristo, no qual ele (Bocage) se revela com medo de ser um dia um homem santo e sem pecado: Soneto (Bocage) “Oh Rei dos reis, oh Árbitro do mundo, Cuja mão sacrossanta os maus fulmina, E a cuja voz terrífica, e divina Lúcifer treme no seu caos profundo! Lava-me as nódoas do pecado imundo, Que as almas cega, as almas contamina: O rosto para mim piedoso inclina, Do eterno império Teu, do Céu rotundo: Estende o braço, a lágrimas propício, Solta-me os ferros, em que choro e gemo Na extremidade já do precipício: De mim próprio me livra, oh Deus supremo! Porque o meu coração propenso ao vício É, Senhor, o contrário que mais temo”. Por outro lado, temos ainda dois sonetos, sem ironias ou paródias, estruturados na pura devoção sacra. O primeiro, uma pequena joia de inspiração religiosa, elaborada no século XVII, pelo poeta brasileiro Manuel Botelho de Oliveira, no qual afirma que Jesus nasceu pobre e frágil em Belém, mas este acontecimento fez os cruéis demônios tremerem no inferno: Ao Nascimento de Cristo (Manuel Botelho de Oliveira) “Nasce o Verbo em Belém, pobre, humilhado, Sendo supremo rei de toda a Terra, E no corpo pequeno e breve encerra Do seu divino ser, o imenso estado. Naquela idade se prepara armado Contra o inferno imortal que almas encerra; E ao soberbo Lusbel movendo guerra Por humildade o vê mais alentado. Os demônios cruéis todos se espantam; Chora e treme de frio o Verbo eterno; Os anjos com voz doce nos encantam. De sorte que o menino e Deus superno Chora, porém de gosto os anjos cantam; Treme, porém de medo treme o inferno”. Por fim, deixo os leitores com o belo e trágico soneto do poeta português reconvertido ao catolicismo, Gomes Leal, o qual enfoca de forma lírica e delicada, os momentos finais e dolorosos de Cristo: um misto de lágrimas, sangue e perdão: O Último Golpe de Lança (Gomes Leal) “Quando Ele enfim morrendo, Ele, o cordeiro, Rôla mansa no ar calado e imundo, Pendeu, bem como um lírio moribundo, Sobre a haste do trágico madeiro; Quando lançado o espírito profundo Ao reino belo, grande, verdadeiro, Caiu enfim chagado, justiceiro, Ainda, ainda perdoando ao mundo: Um soldado romano vendo-o exposto, E já morto na cruz, lívido o rosto, Com um golpe de lança o trespassou. Saiu daquela chaga sangue e água: Sangue que ainda quis dar a tanta mágoa, Água de pranto ainda que chorou!” OBS: Para quem se interessar pelas imagens de Cristo ao longo do tempo, recomendo o livro “A Imagem de Jesus ao longo dos Séculos", do autor Jaroslav Pelikan, publicado pela Cosac Naify, em 2000. Esta obra relata, como cada época, desde o século I, reinterpretou e elaborou a figura do Messias. Um ótimo presente para quem se interessa pela arte sacra. Boas leituras!!! 57 ∞ Revista Mercado // Edição 63 Cinema & Vídeo O filme “O Candidato Honesto” foi lançado em pleno período eleitoral no Brasil. E não poderia haver momento melhor para isso. Assim, em meio ao embate entre os candidatos Dilma Roussef e Aécio Neves, postulantes ao cargo de presidente, eis que surge outro político nesse cenário eleitoral: João Ernesto Praxedes. Interpretado pelo caricato Leandro Hassum, ele é um político corrupto, candidato à presidência da República que está no segundo turno das eleições, à frente nas pesquisas. É quando recebe uma mandinga da avó, fazendo com que ele não possa mais Edição 63 // Revista Mercado ∞ 58 mentir. Agora começa o problema: como vencer uma eleição falando apenas a verdade? Aliás, “mentir” é um verbo bastante praticado no meio político brasileiro. E isso ficou muito claro nos debates entre os candidatos da vida real, na última eleição. Mas essa é uma outra história. No filme “O Candidato Honesto”, a exemplo da vida real, a mentira foi bem explorada e usada para conseguir benefícios em cima da população. O problema é que o roteiro desta comédia nacional é praticamente uma cópia de uma comédia norte americana: “O Mentiroso”, de 1997, com Jim Carrey. Mas como as boas ideias também são muito copiadas para obter benefícios no meio político aqui no Brasil, está valendo! O fato é que a temática deste filme é bastante interessante e apesar de se tratar de uma comédia, aborda um assunto bem sério. O longa tem seus altos e baixos, mas consegue divertir o público e ao mesmo tempo colocar a mão na consciência para refletir sobre a escolha dos políticos certos (pena que, comparando à vida real, essa reflexão não dura mais que as duas horas de projeção). O ator Leandro Hassum parece que se Ficha Técnica Título: Título: O Candidato Honesto Elenco: Leandro Hassum, Luiza Valdetaro, Júlia Rabello Direção: Roberto Santucci Gênero: Comédia Duração: 102 min. Distribuidora: Paris Filmes Classificação: 12 Anos Nota 6 tornou um dos mais atuantes nas comédias nacionais. E isso é bom para o bolso dele e também para nós, meros espectadores. É que ele está começando a aprender a fazer outros papéis sem ser aquele mesmo personagem de sempre. É que até então, todos os filmes ou programas de TV protagonizados por Hassum, havia a impressão de que tudo era sempre a mesma coisa. Os trejeitos, gritos exagerados, piadinhas envolvendo a barriga, voz fina e irritante nas situações complicadas, era uma mesmice. O filme mudava, mas o personagem era sempre o mesmo. Não que esses trejeitos tenham acabado nessa nova produção, mas pelo menos diminuíram. E são esses exageros do ator e também o roteiro que acabam estragando um pouco o filme. Fazer comédia com coisas absurdas, caras e bocas, situações pejorativas e afins, não costuma agradar a esse crítico que vos escreve. Gosto das comédias que são feitas com piadas inteligentes. E no caso de “O Candidato Honesto” a gente tem assiste a uma mistura disso. Contudo, o fato é que apesar de todos os probleminhas, esse filme é bom. Mas, acho que isso se deve mais à história, que é bem interessante e até bem amarrada. A trama consegue fazer o público rir bastante sobre algo que na verdade deveria fazer chorar. João Ernesto Praxedes é exatamente a figura que na ficção representa o que é pelo menos 90% dos políticos brasileiros na vida real. Pena que na vida real não exista uma avó daquela, com poderes de “mandinga”, pra fazer nossos políticos pararem de mentir. SPOILER – Em “O Candidato Honesto”, o político Praxedes se arrepende, tem de arcar com as consequências e vai para a cadeia. Já na vida real, no filme ou novela da política brasileira, a história na maioria das vezes tem um “final feliz”, que há muito virou comédia, embora bastante dramática! Kelson Venâncio - jornalista e diretor do Cinema e Vídeo www.cinemaevideo.com.br sustentabilidade A criação de aves é um dos projetos produtivos apresentados às famílias em situação de vulnerabilidade social Vulnerabilidade social A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais trabalha no planejamento de projetos de geração de renda para tirar famílias da miséria COM Agência Minas Com 2,4 mil reais na mão e boas ideias, milhares de famílias de Minas Gerais conseguem sair da extrema pobreza, pondo em prática projetos de geração de renda. Para isso, contam com o trabalho da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), no planejamento e execução das ações. ro, além de comprar os pintinhos e a ração. Três a quatro meses depois os produtores já começam a venda dos frangos”, afirma Alvarenga. Ele explica que, no acompanhamento com os técnicos de Ater, os beneficiários são orientados a investir parte das receitas no próprio negócio, ou seja, no custeio da atividade. No Plano Brasil Sem Miséria, por exemplo, a Emater-MG já atendeu, em um ano, cerca de 8,2 mil famílias, de municípios das regiões Norte, Nordeste e Leste do Estado, além de Curvelo e Unaí. Pelo acordo de cooperação técnica firmado em novembro de 2013 entre a Emater-MG, o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a empresa faz o diagnóstico e o planejamento de projetos produtivos das famílias que podem ser beneficiadas, além de orientar a execução dos mesmos. De acordo com a cartilha informativa do Brasil Sem Miséria, na primeira etapa do projeto, o agente de Ater (no caso de Minas, a Emater-MG) faz, junto com a família, um diagnóstico sobre as condições atuais da produção, identificando pontos fortes e dificuldades. Na segunda, com base no diagnóstico, a família e o técnico elaboram conjuntamente um projeto detalhado para organizar ou ampliar a produção, com estabelecimento de etapas para a estruturação produtiva da família. Por fim, o agente de Ater acompanha a família durante o desenvolvimento do projeto, para que ele seja executado da melhor forma possível, podendo orientá-la inclusive quanto a formas de comercializar os excedentes, para aumentar a renda. A meta do acordo com a Emater-MG, de dois anos, é atender 9,4 mil famílias em situação de vulnerabilidade social, ou seja, que tenham renda mensal de até 77 reais por pessoa. De acordo com o coordenador do projeto na Emater-MG, Danilo Alvarenga. Em um ano, já foram cumpridos 80% da meta de liberação de projetos. Em 2015, além de atender os 20% que ainda não receberam recursos, serão realizadas as visitas de acompanhamento em todos os empreendimentos, para conferir a sustentabilidade dos investimentos. Pelas regras do Plano Brasil Sem Miséria, o dinheiro deve ser utilizado em projetos produtivos que gerem renda, e não necessariamente agropecuários. Mas estes são a maioria. Os mais comuns, segundo Danilo Alvarenga, são criação de frango caipira, apicultura, criação de porcos, aquisição de novilhas. Também já foram atendidos projetos de aquisição de máquinas de costura, e até de salão de beleza. “É um programa que gera resultados sustentáveis em pouco tempo. Por exemplo, na avicultura, com 800 reais é possível construir um galinhei- O pagamento é feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) diretamente aos agricultores, por meio do cartão do Bolsa Família ou pelo Cartão Cidadão. Cada família pode receber 2,4 mil reais, divididos em duas parcelas. Não se trata de empréstimo, ou seja, não é preciso devolver o dinheiro, mas só recebem a outra parcela as famílias que se envolverem e participarem ativamente do desenvolvimento do projeto. Os recursos devem ser usados na compra de insumos e equipamentos (como sementes, adubos, ferramentas, animais e matrizes) ou na contratação de pequenos serviços necessários à implantação do projeto. Padaria Um grupo de agricultoras do povoado de Timorante, município de Bandeira (Vale do Jequitinhonha), se organizou para começar a fabricação de pães, biscoitos, bolos e doces. Segundo a extensionista da Emater-MG Lucianara Guimarães, a Prefeitura municipal de Bandeira vai ceder um imóvel e providenciar a reforma e adequação de um espaço onde funcionará a cozinha comunitária. “O Brasil Sem Miséria tem contribuído bastante para a melhoria da qualidade de vida e a geração de emprego e renda”, afirma. Lucianara foi a responsável pela capacitação para produção de farinha e farináceos, realizada em novembro, no município de Bandeira. A Emater-MG também orienta os produtores da região para participarem do Programa Nacional de Alimentação Escolar e do Programa de Aquisição de Alimentos. O objetivo é também incentivar a agregação de valor à produção agrícola, para gerar mais emprego e renda. Quilombolas A comunidade de Poções, no município de Francisco Sá, também foi selecionada para participar do plano, com a proposta de melhorar as condições de vida dos moradores, remanescentes dos antigos quilombos da época da escravatura. Após um diagnóstico da realidade rural na região, foi detectado potencial de desenvolvimento e necessidade de mais serviços de assistência técnica e extensão rural, pois apenas cerca de 20% das famílias praticavam mais de duas atividades produtivas durante o ano-safra. A maioria praticava somente uma atividade, como bovinocultura ou lavoura, explica José Eustáquio Barbosa, extensionista da Emater-MG em Francisco Sá. Os investimentos foram concentrados em atividades como avicultura, bovinocultura, suinocultura, todas acompanhadas pela equipe da Emater-MG, e com recursos do Brasil Sem Miséria. “Além da assistência técnica, a Emater-MG organizou oficinas, dias de campo e reuniões, com o objetivo de, principalmente, aumentar a qualidade de vida, com a educação alimentar, além do resgate cultural”, explica a extensionista de Bem-estar social, Cleide Neves. saúde animal Coriza e febre: seu gato pode estar com Rinotraqueíte Após adquirir a Rinotraqueíte, 80% dos gatos se tornam portadores do vírus para o resto da vida, mesmo que nunca apresentem novamente qualquer tipo de sintoma da doença Por: Erick Paytl (CDN) Edição 63 // Revista Mercado ∞ 62 Reações de deixar qualquer proprietário dos bichanos comovido e, com toda certeza, abalado. Febre, coriza, depressão, desidratação, conjuntivite, estão entre os males que podem atingir os gatos ao contraírem a Rinotraqueíte Viral Felina. Causada por um herpesvírus (FHV-1), a Rinotraqueíte é altamente contagiosa, sendo responsável por cerca de 45% das infecções respiratórias felinas. Os primeiros sinais de Rinotraqueíte são espirros, febre, conjuntivite e salivação. Como a doença progride, anorexia e depressão podem ser observadas no curso da enfermidade. Nas infecções crônicas, em casos de estresse e reativação da replicação do vírus, os sintomas costumam ser mais brandos, com espirros esporádicos e secreção nos olhos e nariz. Embora poucos gatos adultos morram por Rinotraqueíte, a taxa de mortalidade entre filhotes afetados pela doença pode chegar a 60%. Uma das formas de prevenir o seu gato de contrair a doença é a vacinação. “As vacinas podem prevenir o desenvolvimento da doença e diminui-se bastante a transmissão entre os animais, controlando a disseminação do agente infeccioso entre as populações de felinos”, reforça a médica veterinária Malê Del Barrio, professora da PUC - Poços de Caldas (MG). As vacinas da Linha Felocell da Zoetis (Felocell CVR e Felocell CVR-C) auxiliam na prevenção da Rinotraqueíte, são compostas de amostras de vírus vivos atenuados e atuam de maneira segura “imitando” uma infecção natural, ativando rapidamente uma imunidade mais efetiva, sob a forma de produção de anticorpos que fazem o sistema imune reconhecer e neutralizar prontamente o vírus invasor. Outra forma frequente de propagação dos vírus da Rinotraqueíte é a transmissão indireta por meio das mãos daqueles que lidam com os gatos ou por utensílios contaminados, a exemplo de vasilhas sanitárias e objetos como camas, cobertas, brinquedos, gaiolas ou até mesmo nas roupas das pessoas que tenham manipulado os animais. Portanto, a lavagem rotineira das mãos é imprescindível no manejo dos felinos. A desinfecção do ambiente, bem como dos utensílios, é indispensável para eliminação dos vírus. A doença é transmitida por contato direto, de forma bastante semelhante à gripe humana, por meio do contato com as secreções do nariz ou olhos e também por espirros. das as fases de sua vida. Alguns gatos mantêm uma infecção latente (dormente), que pode ser reativada em períodos de estresse. Fêmeas positivas podem reativar a infecção durante a amamentação, transmitindo o agente para os filhotes que, em virtude de uma imunidade imatura, podem desenvolver sintomas graves e precocemente. Contudo, a infecção pode ocorrer durante toda a vida do animal. “A minimização do estresse é a grande chave da atualidade para controlar a gravidade da doença em grandes aglomerados. Diminuir a competição social e a instabilidade individual gerada em populações muito grandes reduzem significativamente a intensidade e a frequência da doença clínica”, explica a médica veterinária. Prenhes – As gatas gestantes não correm risco de morte. No entanto, há relatos de comprometimento reprodutivo dessas fêmeas. Pode haver a pseudoinfertilidade (absorção embrionária no início da gestação) e abortamento eventual. Aliás, o abortamento pode ser uma consequência da infecção aguda em uma fêmea prenhe não imunizada contra o FHV-1 por vacinação prévia ou por exposição natural. Filho tes infectados dentro do útero ou logo após o nascimento podem morrer em decorrência de hepatite e encefalite, desenvolvendo a chamada Síndrome do Definhamento do Neonato. Eles param de mamar, choram constantemente e morrem por hipotermia, hipoglicemia e desidratação. “Se uma fêmea fica doente durante a gestação, opta-se pelo tratamento sintomático faz-se uma expectativa quanto aos filhotes. Logo no nascimento, o ideal é apartá-los da mãe e colocá-los com uma ama de leite ou realizar o aleitamento artificial”, revela a professora. Prevenção a outras doenças A médica veterinária, Malê Del Barrio diz que o animal está sujeito a contrair a doença ao longo de toda a sua vida e que a transmissão se dá por utensílios contaminados ou pelas mãos e até mesmo roupas de quem lida com os bichanos Segundo Malê Del Barrio, o animal está sujeito a contrair a doença em to- As vacinas da linha Felocell também são eficazes para prevenir outras três doenças: a Calicivirose Felina, a Panleucopenia Felina e a Clamidiose. A Calicivirose é responsável por, em média, 45% das infestações respiratórias felinas e infecções mistas calicivirose-rinotraqueíte não são raras. O calicivírus felino infecta as membranas da mucosa oral e do trato respiratório e o sintoma característico desta infecção é a formação de úlceras na língua. Outros sintomas clínicos são semelhantes à Rinotraqueíte: anorexia, depressão, febre, salivação e secreção nasal. Altamente contagiosa, assim como a Rinotraqueíte, a Panleucopenia está entre as mais difundidas e sérias doenças dos gatos. É transmitida por contato direto de animais suscetíveis com animais infectados ou indiretamente por contato com objetos contaminados. Sintomas clínicos de Panleucopenia incluem febre, anorexia, vômitos, depressão, fraqueza e diarreia. Particularmente entre filhotes, a Panleucopenia pode resultar em alta mortalidade. A vacinação é a uma das formas mais eficazes de prevenir a Rinotraqueíte Já a Chlamydia felis, agente da Clamidiose, é um micro-organismo intracelular que se multiplica inicialmente nos epitélios oronasal e da conjuntiva. É uma doença caracterizada por uma conjuntivite crônica e rinite moderada. Os principais sintomas da doença são congestão ocular e aumento de lacrimejamento e/ou secreção ocular, que começam de um lado e geralmente progridem para ambos os lados com o agravamento do processo infeccioso. Nota: A Zoetis é uma companhia global líder em saúde animal, focada em apoiar os clientes e seus respectivos negócios. Com um legado de 60 anos de história, a Zoetis descobre, desenvolve, fabrica e comercializa medicamentos e vacinas de qualidade, além de oferecer uma linha de produtos para diagnósticos e testes genéticos, somados a uma série de serviços. Com o faturamento de US$ 4,6 bilhões em 2013, a empresa trabalha continuamente para compreender os desafios reais de quem cria e se importa verdadeiramente com os animais em 120 países. Com cerca de 9,8 mil funcionários em todo o mundo, a Zoetis tem uma presença local em cerca de 70 países, sendo que em 11 destes possui 27 fábricas. (Atendimento ao consumidor Zoetis: 0800 011 19 19) CURIOSIDADE Uísque japonês é eleito o melhor do mundo O The Yamazaki Single Malt Sherry 2013 foi escolhido como o Melhor Uísque do Ano em 2015 pelo guia Bíblia do Uísque (Whisky Bible), de Jim Murray Palavras como “choque” e “humilhação” estão sendo usadas pela mídia britânica depois que um uísque japonês foi escolhido como o melhor do mundo, deixando para trás produtos das tradicionais destilarias escocesas. Na verdade, pela primeira vez em 12 anos de existência do guia Whisky Bible, nenhuma destilaria escocesa sequer conseguiu se posicionar entre os cinco primeiros colocados da publicação oficial de Jim Murray sobre tudo o que se refere à bebida uísque. Em vez disso, o título de Melhor Uísque do Mundo do Ano de 2015 foi para o The Yamazaki Single Malt Sherry Cask 2013, um resultado que, Murray reconhece que “causará consternação entre muitos”. E de fato, o jornal The Independent, no Reino Unido, chama o resultado de “chocante”, enquanto a manchete do The Daily Mail o cita como “humilhação para a Escócia”. Atendo-se à habilidade artesanal japonesa que não poupa despesas ou deEdição 63 // Revista Mercado ∞ 64 talhes, Murray chama o malte Yamazaki de “... algo tão perto da perfeição de malte única como você não vê há muitos e muitos anos” por ser “insanamente profunda e satisfatória”, e elogia sua “audácia requintada”. Da mesma forma, apesar de ter provado mais uísques escoceses novos para a última edição de 2015, Murray parece ter se assustado com o fato de que nenhuma das bebidas selecionadas tenha vindo da Escócia. A segunda colocação ficou com o americano o bourbon William Larue Weller. Três uísques americanos da variedade bourbon William Larue Weller (foto), Sazerac Rye 18 Year Old e Four Roses - ocuparam o segundo, o terceiro e o quarto lugares Mesmo na categoria de melhor uísque europeu, a Escócia não conseguiu ter sossego, com o título sendo compartilhado pelo The English Whisky Co. Chapter 14 não trufado e o The Belgian Owl Single Malt 64 meses. Julgamento O “Yamazaki Single Malt Sherry Cask 2013” foi descrito como “espesso, seco, tão redondo quanto uma bola de bilhar” pelo guia “A Bíblia do Uísque”, de Jim Murray, que deu à bebida 97,5 pontos de 100. No Japão, se faz uísque desde os anos 1920, quando um japonês que estudou Química em Glasgow, Masataka Taketsuru, voltou ao seu país casado com uma escocesa e contribuiu para o nascimento da destilaria Yamazaki, perto de Quioto. No editorial do livro, Murray diz que é hora de as destilarias escocesas acordarem. “Chegou a hora de uma pequena dose de humildade, de voltar aos fundamentos, de perceber que algo se perdeu”, recomendou. O guia Jim Murray’s Whisky Bible apresenta notas de degustação de 4.500 uísques e foi lançado nos EUA ao custo de 19,95 dólares. Os uísques grandes vencedores de 2015: - Melhor Uísque do Mundo do Ano de 2015: The Yamazaki Single Malt Sherry 2013; - Segundo Melhor Uísque do Mundo: William Larue Weller; - Terceiro: Sazerac Rye 18 anos (engarrafado no segundo semestre de 2013); - Uísque de um Único Barril do Ano (categoria que considera as marcas nas quais cada garrafa vem de um barril individual): Four Roses Single Barrel Edição Limitada número 3-4P. 65 ∞ Revista Mercado // Edição 63 Foto: Luciana Santos in foco Casa renovada Foto: Divulgação Desde o fim de 2014, a Audi Center Uberlândia está de casa nova. A sede foi reformada e reinaugurada no mesmo endereço (Av. João Naves de Ávila), mas com espaço duas vezes maior. Entre os oito modelos em exposição no showroom estarão o super esportivo R8, o recém-chegado A8 L W12 e os modelos que serão produzidos no Brasil – A3 Sedan e Q3. Na foto, o gerente da Audi Center Uberlândia, Roberto Júnior, ao lado de um R8. Equipe Callink de bola cheia Foto: Primo Fotografias O trabalho da empresa uberlandense Callink foi de novo reconhecido pela Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), durante a entrega do Prêmio Nacional de Telesserviços. em São Paulo. A Callink foi premiada em duas categorias: com os cases ‘Gestão estratégica possibilita recorde de vendas’ e ‘American Express – A excelência no atendimento que conquistou os clientes’, ambos nas categorias serviços, e também com o case ‘Soluções Inteligentes na otimização de televendas’, na categoria soluções em TI. Passagem de bastão na CDL Uberlândia A Câmara de Dirigentes Lojistas de Uberlândia (CDL) elegeu em novembro a sua nova diretoria, numa Assembleia Geral Ordinária. O novo presidente da CDL, Cícero Heraldo Novaes (à esquerda), empresário há 38 anos, assumiu o cargo no início do ano e comandará a entidade de 2015 a 2017. O até então presidente, Celso Vilela (direita), liderou a CDL por oito anos e passará a compor o Conselho Superior da entidade classista, atuando no aconselhamento ao presidente eleito e toda sua diretoria. Edição 63 // Revista Mercado ∞ 66 De Uberlândia para Paris A professional coach e gestora de pessoas, Chris Graef ao lado da gerente do Hotel Ibis/Uberlândia, Marcela Garcia da Silveira Bertanha. Um projeto de Graef desenvolvido em parceria com hotel, com foco na gestão de pessoas e coaching e destinado aos colaboradores da empresa, obteve em 2014 mais um resultado positivo ao ser selecionado entre os melhores Projetos de Gestão de Pessoas da América Latina e agora vai concorrer à indicação pela Rede Francesa Accor ao Prêmio Árvores de Ouro com o Projeto Gestão de Pessoas “Sou feliz, sou Ibis!”. A premiação ocorre em março, em Paris. Presidência da Fenabrave TOP 100 do país A partir de 1º de janeiro, o empresário uberlandense Alarico Assumpção Jr. é o novo – e de novo - presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Natural de Araguari, mas executivo e residente em Uberlândia, ele presidiu a associação n’outras duas gestões, e agora assume o cargo para o triênio 2015/2017. Alarico Jr. é diretor superintendente do Conselho de Acionistas da Holding Deriva Participações S/A (Grupo Suécia), que detém as concessionárias Suécia Veículos S/A (Volvo) e Urca Motors Veículos Ltda (Hyundai), entre outras 21 empresas. Em foco, Cássia Regina Martins, diretora da PDCA Engenharia, construtora de Uberlândia que conquistou um lugar entre as 100 maiores do País (por volume de metros quadrados ativos em 2014), segundo ranking da ITC (Inteligência Empresarial da Construção). O prêmio de reconhecimento será conferido oficialmente à PDCA, em março deste ano, durante a maior feira de revestimentos e acabamentos da América Latina, a Expo Revestir, que acontecerá no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Trabalho reconhecido Mais um mandato A presidente da ONG Pontes de Amor, Sara Vargas, esteve em São Paulo no fim de 2014, quando recebeu uma comenda nacional pelo trabalho de consultoria familiar e coaching, e por ainda retratar a promoção da convivência familiar e comunitária. A premiação foi concedida pela Associação Brasileira de Liderança Braslider. A ONG Pontes de Amor é uma instituição de apoio à adoção de crianças, sediada em Uberlândia. O administrador e produtor rural, Thiago Soares Fonseca, continua na presidência do Sindicato Rural de Uberlândia por mais este próximo triênio 2015/2017. Ele foi reeleito para o cargo, que já ocupava desde janeiro de 2012. Segundo ele, entre as propostas de trabalho da sua nova diretoria, está o continuísmo na luta e defesa dos interesses da classe rural, bem como a melhoria dos benefícios e valores para os associados do sindicato. Bahia como destino Luciane Krankel (La Nave Turismo), Marli Trindade, Caio Cézar (Wish Hotels e Resorts) e Wagner Silva (Nascimento Turismo) , juntos em evento realizado no Portal Restaurante, em Uberlândia, onde executivos responsáveis pela promoção do turismo da Bahia – a Bahiatursa - estiveram presentes, cumprindo uma agenda de marketing direcionada a agentes de viagem e imprensa, organizada pela Nascimento Turismo, que visa divulgar os atrativos turísticos do estado baiano. 67 ∞ Revista Mercado // Edição 63 geral Foto: Divulgação A soja foi o principal produto exportado nos estados de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, enquanto em Minas Gerais foi o café e em São Paulo, o destaque ficou por conta do setor sucroalcooleiro São Paulo lidera ranking do agronegócio; Minas é o quinto Os estados brasileiros que estão nas cinco primeiras posições respondem sozinhos por quase 70% do total exportado pelo país em 2014 Balanço realizado entre janeiro e dezembro de 2014, mostra São Paulo como líder no ranking de exportações do agronegócio com a soma de US$ 18,18 bilhões. Em seguida, está o Mato Grosso, com US$ 14,60 bilhões e o Paraná, com US$ 12,63 bilhões. Em quarto colocado ficou o Rio Grande do Sul, com exportações que alcançaram a cifra de US$ 12,19 bilhões e em quinto está Minas Gerais, com o montante de US$ 8,09 bilhões. No total, os cinco estados somaram US$ 65,69 bilhões, o que representa 67,9% do total exportado pelo Brasil. Os dados são do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (AgroStat). Produtos - Em São Paulo, o complexo sucroalcooleiro foi destaque, com exportações que alcançaram a cifra de Edição 63 // Revista Mercado ∞ 68 US$ 6,76 bilhões. No setor, o açúcar foi o item mais exportado, com US$ 5,96 bilhões. Em segundo lugar ficaram as carnes, com US$ 2,64 bilhões, com destaque para a carne bovina, que somou US$ 2,12 bilhões. No Mato Grosso, o complexo soja foi responsável por US$ 9,85 bilhões das exportações, sendo US$ 7,21 bilhões da soja em grãos. Em segundo lugar, estão os cereais, farinhas e preparações, com a soma de US$ 2,06 bilhões. Em terceiro, ficaram as carnes, com o montante de US$ 1,60 bilhão em exportações. No Paraná, o destaque foi do complexo soja, que alcançou a cifra de US$ 5,48 bilhões. Deste valor, US$ 3,33 bilhões foram da soja em grãos, US$ 1,61 bilhão do farelo de soja e US$ 538 mil do óleo de soja. Em segundo, ficaram as carnes, com a soma de US$ 2,75 bilhões, sendo que US$ 2,36 bilhões foi de carne de frango. O complexo soja também foi o setor mais exportado pelo Rio Grande do Sul, com o montante de US$ 5,37 bilhões. O destaque do setor foi a soja em grãos, com US$ 3,99 bilhões. As carnes estão em segundo lugar entre os produtos mais exportados pelo Estado, com US$ 2,24 bilhões, sendo que US$ 1,39 bilhão foi de carne de frango. O café foi o destaque de Minas Gerais, com exportações que somaram US$ 4,12 bilhões. O segundo setor mais exportado pelo estado foram as carnes, com US$ 975 milhões, sendo que US$ 446 milhões foram de carne bovina e US$ 319 milhões de carne de frango. Foto: Divulgação Novos shoppings flexibilizam regras de aluguel para lojistas Os estados brasileiros que estão nas cinco primeiras posições respondem sozinhos por quase 70% do total exportado pelo país em 2014 O fraco desempenho registrado em 2014 pelo setor de shoppings centers no país tem provocado mudanças na relação entre administradores dos estabelecimentos comerciais e lojistas. Os responsáveis têm flexibilizado a forma de negociação dos contratos de locação. Alguns empreendimentos já estão propondo aos lojistas substituir o pacote formado pela cobrança de aluguel, condomínio e fundo de promoção por uma remuneração de uma parcela fixa do faturamento obtido pelo lojista, de cerca de 10%, aliviando os altos custos que recaem sobre o negócio. Na visão do advogado Daniel Cerveira, sócio do escritório Cerveira Advogados Associados de São Paulo, especializado em varejo e franquia, esse tipo de flexibilização de negociação tende a crescer. “Já temos observado um grande crescimento de casos envolvendo a renegociação das condições dos contratos de locação dos shoppings centers, bem como a entrega dos pontos comerciais e situações de inadimplência”, afirma Cerveira, que também é autor do livro ‘Shopping Centers - Limites na liberdade de contratar’, da Editora Saraiva. O advogado ressalta que “embora esta tendência de queda no valor dos preços dos aluguéis seja inequívoca, ainda demorará um pouco mais para ser fortemente sentida nas ações renovatórias e revisionais de aluguel, tendo em vista que no momento da perícia avaliatória judicial são comparados outros aluguéis contemporâneos e de lojas semelhantes, sendo que, portanto, esses novos locativos mais baixos passarão gradativamente a serem utilizados judicialmente como paradigmas para os fins da avaliação do locativo justo e posterior fixação do mesmo pelo juiz”. Nessa relação entre administradores e lojistas, Daniel Cerveira também destaca a necessidade de alguns empreendedores entenderem o atual cenário e cederem um pouco mais nas negociações. “No processo de renovação de contrato, alguns administradores continuam pretendendo aumentos nos locativos, mesmo sabendo que muitas operações estão no vermelho. Esquecem de que de nada adianta aumentar hoje o aluguel para amanhã o lojista solicitar desconto ou deixar de pagar. É o que, justamente, tem acarretado um grande número de ações renovatórias”, afirma. De acordo com levantamento da Associação de Lojistas de Shoppings (Alshop), em 2014, a taxa de vacância nos shoppings foi a maior dos últimos dez anos. Está em 10% e a previsão é de que aumente para entre 12% e 13% no curto prazo por causa do fraco desempenho do comércio e da forte pressão de custos dos lojistas, provocada especialmente por tarifas, além da concorrência de novos empreendimentos. 69 ∞ Revista Mercado // Edição 63 Foto: Divulgação geral Violência urbana: Trinta e quatro das piores cidades do ranking estão localizadas na América As 50 cidades mais violentas do mundo; Brasil tem 16 na lista Antes de escolher um destino para viajar, muitos se preocupam em conferir se o local é seguro. O Business Insider listou as 50 cidades mais violentas ao redor do mundo. Trinta e quatro das piores cidades do ranking estão localizadas na América Latina, sendo que o assassinato é o crime mais comum na região do que em qualquer outra parte do mundo. Além dos assassinatos, o tráfico de drogas, guerras de gangues, instabilidade política, corrupção e a pobreza influenciam na alta violência nas cidades da lista. Vale lembrar que o cálculo é feito de acordo com o número de habitantes e homicídios. As 50 cidades mais violentas do mundo 1º lugar: San Pedro Sula - Honduras 2º lugar: Caracas - Venezuela 3º lugar: Acapulco - México 4º lugar: Cali - Colômbia 5º lugar: Maceió - Brasil 6º lugar: Distrito Central - Honduras 7º lugar: Fortaleza - Brasil 8º lugar: Guatemala City - Guatemala 9º lugar João Pessoa - Brasil 10º lugar: Barquisimeto - Venezuela 11º lugar: Palmira - Colômbia 12º lugar: Natal - Brasil 13º lugar: Salvador - Brasil 14º lugar: Vitória - Brasil 15º lugar: São Luís - Brasil 16º lugar: Culiacán - México 17º lugar: Ciudad Guayana - Venezuela Edição 63 // Revista Mercado ∞ 70 18º lugar: Torreón - México 19º lugar: Kingston - Jamaica 20º lugar: Cape Town - África do Sul 21º lugar: Chihuahua City - México 22º lugar: Victoria - México 23º lugar: Belém - Brasil 24º lugar: Detroit - Estados Unidos 25º lugar: Campina Grande - Brasil 26º lugar: Nova Orleans - Estados Unidos 27º lugar: San Salvador - El Salvador 28º lugar: Goiânia - Brasil 29º lugar: Cuiabá - Brasil 30º lugar: Nuevo Laredo - México 31º lugar: Manaus - Brasil 32º lugar: Santa Marta - Colômbia 33º lugar: Cúcuta - Colômbia 34º lugar: Pereira - Colômbia InfoMoney O destaque negativo vai para San Pedro Sula, uma cidade em Honduras que aparece em primeiro na lista. O Brasil não tem o que se gabar, pois, 16 entre as 50 cidades mais violentas do mundo são brasileiras (confira lista a seguir), cabendo a Maceió, capital alagoana, liderar o ranking entre as nacionais. Posição/Cidade/País 35º lugar: Medellín - Colômbia 36º lugar: Baltimore - Estados Unidos 37º lugar: Juárez - México 38º lugar: San Juan - Porto Rico 39º lugar: Recife - Brasil 40º lugar: Macapá Brasil 41º lugar: Nelson Mandela Bay - África do Sul 42º lugar: Maracaibo - Venezuela 43º lugar: Cuernavaca - México 44º lugar: Belo Horizonte - Brasil 45º lugar: St. Louis - Estados Unidos 46º lugar: Aracajú - Brasil 47º lugar: Tijuana - México 48º lugar: Durban - África do Sul 49º lugar: Porto Príncipe - Haiti 50º lugar: Valencia - Venezuela 71 ∞ Revista Mercado // Edição 63 Edição 63 // Revista Mercado ∞ 72