בֹֽזֲע ַ ־ל ַֽא י ִת ָר ֽ ֶכָל י ִ ַתָנ ב ט ח ַקֶל יִ

Transcrição

בֹֽזֲע ַ ־ל ַֽא י ִת ָר ֽ ֶכָל י ִ ַתָנ ב ט ח ַקֶל יִ
BS “D
‫ע ֽ ֹזבּו׃‬
ֲ ַ‫ֹור ִ תי ַ ֽאל־ּת‬
ָ ‫ִּכ !י ֶל קַ ח טֹוב נ ַָת ִּתי לָ ֶכ ם ֽ ּת‬
Pois eu vos dou boa doutrina; não abandoneis a minha Torah! Mishlei (Provérbios) 4:2
Shabat Shalom! Rosh Hhodesh! Parashá Vaerá – 1 de Shbat de 5770 (16/01/2010)
Ano-3 N-136
‫ ֹו ּגַם־לָ ֽז ֹאת׃‬$‫ֹא־ׁש&ת ִלּב‬
ָ ‫ָב ֹא אֶ ל־ּבֵ ית ֹו וְ ל‬
$ ‫ ה ַוּי‬-ֹ‫וַּיִ פֶ ן ּפַ ְרע‬
“E virou-se Faraó e entrou em sua casa, e nem, também, para isto tomou a sério” (Shemot 7:23)
Devemos analisar detalhadamente o versículo acima e entender o que a palavra também quer acrescentar. Uma vez que
só esta praga [a do sangue] havia sido aplicada, ao que, também, o Faraó havia ignorado? Bem, para entender isso, devemos
lembrar o que dizem nossos sábios. Segundo eles, o Faraó se apresentava e se vangloriava sobre todos por ser um ‘deus’,
diferente de todos os outros seres humanos que o rodeavam. Assim, ele estava imune às várias necessidades fisiológicas
humanas. Segundo ele, ele podia comer [pelo prazer] sem precisar expelir nada. E isso era, obviamente, uma mentira, conforme
nos mostra o grande comentarista da Torah, Rashi, ao explicar o versículo: ‘vá ao faraó pela manhã, pois eis que ele sai às
águas... (Shemot 7:15)’. Sobre isto Rashi explica que o Faraó ia ao Nilo para fazer suas necessidades fisiológicas, pois, como
afirmava ser um deus, não precisava expelir nada; por isso, necessitava madrugar e ia ao Nilo fazer suas necessidades
[escondido] (Midrash Tan’hhuma). Vê-se que ele ia ao rio diariamente e se escondia nas águas para que o fato não fosse
percebido por ninguém e sua farsa se mantivesse. Por isso, neste instante em que ele convocara seus feiticeiros para ‘imitar’ a
praga afligida sobre eles por D-us [através de Aharon – Moshê não aplicou este praga pois não podia ser ingrato com as águas
que o ajudaram quando pequeno] e no qual estavam todos diante dele, D-us causou uma grande vergonha e humilhação ao Faraó
ao afligi-lo com uma grande ‘dor de barriga’ que o obrigou a se ‘aliviar’ em frente a todos, sendo desmascarado e provando que
ele era igual a todos os outros homens. E esta foi a segunda vez que isso ocorreu ao Faraó, uma vez que, na primeira visita de
Moshê a ele, D-us lhe causara o mesmo embaraço, forçando o Faraó a ‘visitar’ o sanitário. Nesta ocasião, de forma a revelar o
que realmente o Faraó fazia, 12 ratos teriam atacado e mordido o Faraó, que precisou de ajuda de outros, que souberam, então,
da farsa, conforme ensina o Midrash Yalcut (Yalcut Shim’ôni 181). Contudo, na primeira vez, o estrago fora contido aos
residentes da casa do Faraó, o que não ocorrera desta vez, pois foi num lugar público e diante de pessoas estranhas à casa do
Faraó. Isso foi, para o Faraó, pior que a morte, pois esta vergonha o ‘desvalorizou’ perante seus súditos e provou que ele era um
impostor, que se vangloriava de coisas irreais sobre si mesmo. Isso teria ocorrido com o intuito de quebrar a altivez e o orgulho
do Faraó e subjugar tais sentimentos. Contudo, apesar deste ‘castigo’ e o embaraço, o Faraó se manteve duro e o seu coração
revoltado. Este é o motivo por que o versículo utiliza a palavra ‘va'ífen’ que, no linguajar do Talmud, se refere a ‘fazer as
necessidades’, conforme mostra no tratado de Berachot (15) onde, antes de rezar, a pessoa deve fazer suas necessidades e lavar
suas mãos (Netilat Yadaim).
Logo, podemos entender que o ‘também’, ao qual alude o versículo, se refere a esse ‘mico’ pelo qual o Faraó passou
além do sofrimento causado pela praga do sangue, pois teve de fazer suas necessidades frente a um público. Ainda assim, ele
‘Virou-se Faraó e entrou em sua casa, e nem ainda a isto tomou a sério’, ignorando os sinais divinos para que se arrependesse e
retornasse de seu mau caminho. Ainda assim, ele permaneceu orgulhoso e revoltado, e com seu coração duro como pedra.
Adaptado do livro “Ben Ish Hhai – Drushim” do Hhacham Yossef Hhaim A”H (Ben Ish Hhai) Por Jaime Boukai
Resumo da Parashá – Vaerá (Livro de Shemot – Êxodo 6:2 – 9:35)
D-us reafirma que cumprirá o pacto com os Abot e redimirá o povo do Egito. Moshê transmite a mensagem ao povo,
mas eles não acreditam devido ao “espírito curto” e ao trabalho duro (para o povo, não haviam passado os 400 anos que D-us
dissera a Abraham que passariam no Egito, só haviam passado 210). D-us manda Moshê e seu irmão voltarem ao Faraó. Moshê
retruca: “não consegui convencer meu povo, como convenceria o Faraó?” D-us manda-o mostrar um sinal ao Faraó (a vara de
Aharon). A vara se transforma em serpente. Os feiticeiros do Faraó imitam. A vara de Aharon engole as outras, mas o Faraó não
se convence. D-us revela a Moshê que endureceu o coração do Faraó. Iniciam-se as pragas. Aharon golpeia o rio e este vira
sangue. Os feiticeiros egípcios imitam e o Faraó desconsidera o caso. Moshê avisa que, se o Faraó não enviar o povo, o Egito
seria golpeado com rãs. Novamente, os feiticeiros imitam, mas, mesmo assim, o Faraó suplica que Moshê desfaça a praga
(mostrando que a praga foi pesada). Ao ver o fim da praga, o Faraó endurece seu coração e não envia o povo. Aharon bate sua
vara na terra, que vira piolhos (as 3 primeiras foram iniciadas por Aharon, pois as águas e a terra haviam ajudado Moshê). Os
feiticeiros não conseguem imitar e admitem ser o “dedo de D-us!”. Nova recusa do Faraó. Uma mistura de animais selvagens
ataca os egípcios e D-us separa o Egito de Góshen (onde vivia o povo Israel). O Faraó cogita que o povo sirva a D-us, mas no
Egito. Moshê não aceita. Ao fim da praga, o Faraó volta atrás e não envia o povo. A peste ataca os animais egípcios. O Faraó se
mantém irredutível. Moshê toma fuligem e joga no ar, e a sarna ataca o Egito. Nova recusa do Faraó. Moshê adverte sobre o
granizo, mas os egípcios não acreditam. O granizo cai. Perplexo, o Faraó chama Moshê e diz ter pecado a D-us. Pede que orem
por eles e promete enviar o povo. Com o término da praga, o Faraó volta atrás e não envia o povo.
(Por Jaime Boukai)
Curiosidade da Semana:
O Redentor de Israel
Nesta semana, lemos que D-us mandou que Moshê transmitisse aos B’nei Israel a Sua promessa de libertá-los da
escravidão do Egito, à qual estavam submetidos por dois séculos. Na formulação desta promessa, D-us emprega diferentes
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BS “D
expressões com relação à libertação do povo, tal como lemos no passuk: “[...] Eu sou o Eter-no! E vos tirarei debaixo das cargas
do Egito e vos salvarei do seu serviço e vos redimirei com braço estendido e com grandes juízos” (Shemot 6:6). Entre elas,
lemos a promessa de “vega'alti etchem”, cujo verbo emprega a raiz “‫”גאל‬, usualmente traduzida como “redimir”. Nós
freqüentemente mencionamos nossa espera pela Gue’ulá (Redenção) e, em nossas orações, nos referimos a D-us como “Ga’al
Israel” (“Que redimiu Israel”) e “Go’el Israel” (“Que redime Israel”). Mas o que realmente significa o termo “Go’el”? No livro
de Vayicrá, a Torah nos apresenta leis referentes a uma pessoa que, por passar por momentos difíceis, acaba por vender sua
propriedade ou até a si mesma para sobreviver. No caso de a pessoa que empobreceu vender sua propriedade, lemos que “[...]
seu salvador, que é seu parente próximo, virá e remirá a venda do seu irmão” (Vayicrá 25:25); similarmente, no caso de ter
vendido a si mesma como escravo a um não-judeu, a Torah demanda que “[...] depois de ser vendido, ele terá remissão; um de
seus irmãos o redimirá” (ibid. 25:48). Em ambos os casos, a Torah associa a redenção a um parente, sendo o go’el alguém que é
próximo ou um dos irmãos do resgatado. Assim, o conceito de Gue’ulá refere-se a uma expressão de parentesco, isto é, da
devoção, lealdade, comprometimento e consideração que os membros de uma família mostram entre si. Nisto reside o profundo
significado por trás da nossa referência a D-us como nosso Go’el; isto quer dizer que D-us cuida de nós como Seus parentes, por
quem Ele se preocupa e toma cuidado, tal como entre membros de uma família. Durante o período de escravidão no Egito, os
B’nei Israel sentiram-se sozinhos e abandonados, sendo torturados e atormentados pelos egípcios enquanto nenhuma outra
nação – tal como tem acontecido até os dias de hoje – se importava com seu flagelo. D-us então envia Moshê para anunciar-lhes
que “vega'alti”, isto é, que D-us é o “parente” por quem eles tanto esperavam para os resgatar. O conceito de “Go’el Israel”
envolve a noção do imenso amor e devoção que D-us tem por Am Israel, e de que o povo Judeu nunca está de fato sozinho, não
importa o quão isolados nos sintamos entre as nações do mundo. Isto significa que D-us virá um dia em nossa assistência e
restabelecerá nossa soberania e paz em nossa Terra (que seja breve em nossos dias!). (Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.)
Por Maurício Cagy (Hhazak Ubaruch)
Moshê e Aharon Mostram Sinais ao Faraó
D-us disse a Moshê e Aharon: “Agora, volta ao Faraó e diz: ‘D-us te ordena: Deixe os judeus irem embora’. Se o Faraó
pedir um sinal de que sou Eu Quem os envia, que Aharon pronuncie as palavras: ‘Cajado – transforme-se em serpente’. Então,
transformarei o bastão de Aharon em serpente”. Com efeito, aconteceu que, quando Moshê e Aharon foram ver o Faraó, este
lhes pediu um sinal. Aharon jogou o cajado ao solo e pronunciou essas palavras. E o cajado se transformou em serpente.
O Faraó começou a rir. “Acham que me deixarei impressionar por este truque? Não sabeis que nós, os egípcios, somos
todos mágicos? Também podemos fazer o mesmo truque!” O Faraó chamou seus magos e sábios. Estes jogaram os cajados ao
solo e cada um se converteu em serpente! Logo, todos os magos voltaram a converter as serpentes em cajados. Então, D-us fez
um milagre que os egípcios não puderam copiar: a serpente de Aharon voltou a transformar-se em cajado e engoliu a todos os
outros cajados! O Faraó sabia que acabara de presenciar um milagre, algo que nenhum mago poderia fazer. Mas era perverso e
teimoso. Disse: “Não escutarei a Moshê e Aharon apesar disso!”
Por Que o Cajado de Aharon Se Converteu em Serpente
Por que D-us converteu o cajado de Aharon em serpente e não em qualquer outra coisa? D-us deu a entender ao Faraó:
“Tu pronunciaste palavras más, tal como a serpente no Gan Éden (paraíso) quando disseste: ‘Não sei quem é D-us’. Por isso,
serás castigado como a serpente o foi”. (Chabad.org.br)
Por Mair Haim Nigri (Hhazak Ubaruch)
Pérolas da Parashá
Consta na Torah (Shemot 7:3-5): ‘Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó e multiplicarei na terra do Egito os Meus
sinais e as Minhas maravilhas. Mas Faraó não vos ouvirá; e Eu porei minha mão sobre o Egito, e tirarei os Meus exércitos, o
Meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egito, com grandes juízos. E os egípcios saberão que Eu Sou o Senhor, quando
estender a minha mão sobre o Egito, e tirar os filhos de Israel do meio deles’. É perfeitamente claro que o Êxodo não requeria,
realmente, tantos sinais e milagres. Uma vez que o Faraó se recusasse a liberar os filhos de Israel de seu jugo, D-us podia,
simplesmente, arrasar o Egito e aniquilá-los com um golpe apenas, com algum grande raio ou coisa assim. Contudo, isso não
atingiria o objetivo do Êxodo. D-us não buscava a destruição do Egito, mas sim demonstrar Sua força, não deixando dúvida de
que somente Ele controlava o mundo. Quanto mais milagres ocorriam no Egito, maior e mais claramente o mundo se
conscientizava que o Santo D-us de Israel era o ‘encarregado’. Este era o ponto desta contínua ‘disputa’ com o Faraó: a cada
passo rumo a destruição da sociedade egípcia trazia uma maior apreciação, por eles, da existência de D-us e de Sua força. Este
ponto foi corroborado com a reação de Itroh aos milagres operados por D-us no Egito em favor do povo de Israel. Conforme
consta: ‘Agora sei que D-us é maior que todos os deuses (Shemot 18:11). Segundo Rashi, Itroh conhecia todas as idolatrias
existentes e tinha ‘base’ para fazer tal afirmação. Ele havia praticado cada idolatria, cada doutrina e filosofia existente no
mundo. Contudo, ele havia se convencido da veracidade da Torah após todos os milagres. Foi a espetacular e sobrenatural
destruição da maior potência do mundo na época e a abertura do mar que persuadiram Itroh, acima de qualquer dúvida, que Dus é a única e verdadeira divindade. (Adaptado do artigo ‘as pragas e a Teshubá’ do Admor de Sochazev, Rav Shmuel Bornstein; Aish.com).
Por Hazan Mair Simantob Nigri (Hhazak Ubaruch) e Jaime Boukai
Dedicado à pronta e total recuperação de Rabbi Mordechai Tsemahh Eliyahu ben Mazal e Hhaim David Cagy ben Messodi.
Em memória e elevação das almas de Sewery Blumberg ben Rachel, Eva Nigri Benekés Bat Naime, Gabriel Politi Ben
Esther, Ibrahim Salem Ben Esther, Ignacio Jaime Cohen, René Balassiano Bat Suri, Chehade Dallale Ben Hassibe,
Benjamim M. Nigri Ben Yehudith, Blume Rosa Rechtman, Faride Guerchon, Marieta Beniste Bat Faride, Adelia Nigri
Cohen Bat Marieta, Mordechai Eliaho Belassiano Ben Victória e Nassim Elias Nigri Ben Miriam.
Agradecemos ao Templo Sidon e a Gerson e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!

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