בֹֽזֲע ַ ־ל ַֽא י ִת ָר ֽ ֶכָל י ִ ַתָנ ב ט ח ַקֶל יִ

Transcrição

בֹֽזֲע ַ ־ל ַֽא י ִת ָר ֽ ֶכָל י ִ ַתָנ ב ט ח ַקֶל יִ
BS “D
‫ע ֽ ֹזבּו׃‬
ֲ ַ‫ֹור ִ תי ַ ֽאל־ּת‬
ָ ‫ִּכ !י ֶל קַ ח טֹוב נ ַָת ִּתי לָ ֶכ ם ֽ ּת‬
Pois eu vos dou boa doutrina (conhecimento); não abandoneis a minha Torah (Ensino).
Mishlei (Provérbios) 4:2
Shabat Shalom! Parashá Bô - 6 de Shbat de 5769 (31/01/09)
Ano-2 N-86
‫י ֽהּוא׃‬$‫דם ּובַ ְּבהֵ ָמה ִל‬
$ ָ ָ‫ ִּב ְבנֵ י יִ ְׂש ָר *ֵאל ָ ּֽבא‬, ‫ל־רחֶ ם‬
-ֶ
ָ‫כֹור ֶּפ!טֶ ר ּכ‬/ ‫ל־ּב‬
ְ
ָ‫ׁש־לי כ‬
-ִ
‫קַ ֶּד‬
“Santifica-Me todo primogênito que abre o ventre de sua mãe entre os filhos de Israel, tanto de homens como de
animais; porque Meu é.” (Shemot 13:2)
Escreveu o Rabino “Siduro shel Shabat” Z"L que encontramos várias Mitsvot ligadas a objetos materiais dos quais o
corpo tem proveito. Temos, por exemplo, a Mezuzá e a ma’akê (proteção para pessoas não caírem), que exigem que a pessoa
adquira uma casa; [...] terumá, ma’asser e a hhalá, que exigem cereais, massas, etc.; e os presentes do Cohen, como a primeira
tosquia e partes privilegiadas do animal sacrificado, que exigiam que a pessoa tivesse um gado/rebanho; e assim com várias
outras Mitsvot. Contudo, mesmo que o homem veja que ele obtém prazer e que tira proveito dessas Mitsvot fisicamente, ele não
deve desejar e se esforçar em cumprir os mandamentos apenas por desejar os objetos dos quais ele se aproveita, e sim, com o
único intuito de cumprir um mandamento divino. Pois as pessoas tendem a antecipar o seu proveito pessoal e, depois de atingilo, pensam: “Bom, posso também cumprir tal Mitsvá!”. Por isso, a pessoa deve trabalhar, no âmbito do pensamento, a Mitsvá
antes de cumpri-la fisicamente, priorizando o porquê da ação [cumprir a vontade divina] em relação ao prazer físico que lhe
advirá pelo cumprimento dela. E é sabido que os nossos sábios chamam o pensamento de “bechor – primogênito”, pois tudo,
para ser cumprido com plenitude, necessita do pensamento, fala e ação do homem (ou do pensamento e da fala ou do
pensamento e ação). E assim dizem nossos sábios: “uma Mitsvá sem a cavaná (intenção apropriada) é como um corpo sem
alma!”. Vemos, então, que nada que fazemos é realmente completo se não o imbuirmos (antes) do pensamento apropriado.
Logo, devemos, sempre, antecipar o pensamento à fala ou à ação (ou a ambos). E como o primeiro passo para todas as coisas é o
pensamento, ele é chamado primogênito (Zohar, Vaicrá 5).
E tão importante é o pensamento que nossos sábios afirmam no Talmud (Kidushin 40): “um bom pensamento D-us
transforma em ação”. Baseados nisso, podemos dizer que a todos é dada a possibilidade de cumprir as 248 Mitsvot do tipo
‘faça’, se intencionarmos poder cumpri-las e ansiarmos por elas, mesmo que estejamos sem o Templo Sagrado e fora de Israel.
Logo, mesmo que agora não possamos cumpri-las fisicamente, D-us considerará como se as tivéssemos feito. Em outro ponto, o
Talmud reforça essa visão, pois está escrito: “quem pensou em cumprir um mandamento e foi impossibilitado de fazê-lo, por
algum fator externo, é considerado como se o tivesse feito (Berachot 6).
Por isso, o passuk diz “kadesh Li col bechor – santifique para Mim todo primogênito”, querendo dizer, o pensamento,
que é o primogênito de todos os esforços do corpo, santifique para “Mim” [em meu Nome – significando que o que você faz é
por Mim e Minha honra, e para cumprir um mandamento Meu]. Não que uma Mitsvá cumprida sem a devida intenção não
valha, mas a Mitsvá “santificada” com o pensamento inicial atinge resultados muito mais expressivos nas esferas superiores. E
poderoso é o pensamento que pode, como segue o passuk, “peter col rehhem”. Peter também vem da raiz ‘liftor – isentar’; e,
mudando a ordem das letras Resh, Hhet e Mem [de rehhem], podemos escrever Remahh (248). Logo, a Torah nos ensina que o
pensamento santificado isenta das 248 Mitsvot Assé (faça), pois D-us o transformará em ação. E isso vale, conforme continua o
passuk, “bibnei Israel – nos filhos de Israel”, pois só com Israel Ele usa dessa bondade (transformar pensamentos em ações), o
que não ocorre com os outros povos (conforme explicam os Tosfot [comentaristas do Talmud] em Kidushin 39 em nome do
Talmud de Jerusalém).
Finalizando, há uma outra vantagem na santificação do pensamento. É que, procedendo desta forma, o prazer obtido
pela alma animal (nefesh habahamit – que é a mais ligada ao corpo e ao materialismo) é englobado ao kodesh (santo), como
fazemos antecipando a entrada e postergando a saída do Shabat (com o intuito de acrescer do hhol – profano – ao kodesh). A
vantagem é que recebemos um bônus por esse prazer adicional que seria ‘nosso’ e que santificamos a D-us. Pois “ba’adam
ubabehemah Li hu – no homem e no animal para Mim será”. E assim disse o Rei David A"H: “La’Hashem ha’arets umloá – A
D-us [pertence] a terra e o que tem nela”. E a terra Ele deu para o homem utilizar e elevar.
Adaptado do Livro “Ben ish Hhai - Halachot ano 2 parashat Bô”
do Hhacham Yossef Hhaim A”H (Ben Ish Hhai) Por Jaime Boukai
Resumo da Parashá – Bô / Livro de Shemot (Êxodo) 10:1 – 13:16
As três últimas (das dez) Pragas são aplicadas no Egito: os gafanhotos devoram todas as colheitas e a vegetação que
restaram do granizo; uma escuridão espessa e palpável envolve toda a terra (esta é uma praga com muitas explicações, e muito
diferente das outras); por fim, todos os primogênitos do Egito são mortos à meia-noite do dia 15 do mês de Nissan. D-us ordena
que a primeira Mitsvá seja dada ao Povo de Israel: estabelecer um calendário baseado no renascimento mensal da lua. Os Judeus
também são instruídos a trazerem uma “oferenda de Pessahh” para D-us: uma ovelha ou um cordeiro deveria ser sacrificado e
seu sangue espalhado nos umbrais das portas de todo lar judaico para que D-us passasse por cima destas casas quando viesse
matar os primogênitos egípcios. A carne assada da oferenda deveria ser comida naquela noite junto com matzá (pão sem
fermento) e ervas amargas. A morte dos primogênitos finalmente quebra a resistência do Faraó e ele “expulsa” os filhos de
Israel de sua terra. Eles partem tão apressadamente que não há tempo para que a massa de pão cresça (fermente) e os únicos
alimentos que eles levam não contêm fermento. Antes de partirem, eles pedem aos vizinhos egípcios por ouro, prata e roupas,
Gratuito! Contém termos de Torah, trate com respeito! Não transporte em Shabat e Yom Tob! Visite o site www.lekachtob.xpg.com.br!
BS “D
drenando o povo do Egito de sua riqueza (o tesouro recolhido na abertura do mar provinha dos cofres reais). Os Filhos de Israel
são ordenados a consagrarem todo primogênito (e os redimirem) e a observarem o aniversário do Êxodo a cada ano removendo
tudo que for fermentado de sua posse durante sete dias, comerem matzá e contar a história de sua redenção aos seus filhos
(Sêder de Pessahh). Eles também são ordenados a usarem os Tefilin nos braços e cabeça como uma lembrança do Êxodo e seu
resultante comprometimento a D-us. (Adaptado do “A parashá em uma casca de Noz” e do Torah-Mail por Jaime Boukai)
Curiosidade da Semana:
Um Comportamento Admirável entre Todos os Povos
A Parashá Bô narra as três últimas pragas que D-us enviou sobre o Egito, incluindo a praga da escuridão. Nossos
Hhachamim contam que esta praga, em certo sentido, serviu como preparação para o Êxodo. Assim como as demais pragas, esta
não afetou os B’nei Israel, dando-lhes a oportunidade de irem às casas dos egípcios e fazerem um “inventário” de todos seus
pertences. Assim, antes de deixarem o Egito, os B’nei Israel dirigiram-se a seus vizinhos egípcios e pediram-lhes itens de que
necessitariam durante a jornada no deserto. Quando os egípcios negavam possuir os itens solicitados, os B’nei Israel podiam
fazer uma lista de todos os objetos encontrados durante a escuridão, detalhando-lhes, inclusive, o local em que se situavam. A
Torah, então, nos conta que, neste ponto, “O Eter-no deu a graça do povo aos olhos dos egípcios, e emprestaram-lhes [...]”
(Shemot 12:36). A explicação deste passuk refere-se ao espanto que os egípcios tiveram ao saber que os Israelitas foram a suas
casas durante a praga da escuridão sem levar um só objeto! Este nível de honestidade e padrões éticos causou uma profunda
impressão nos egípcios, de modo que os B’nei Israel “acharam graças aos seus olhos”, ganhando seu respeito e admiração após
duzentos e dez anos de sofrimento e degradação. Um de nossos Hhachamim comentou que a Redenção Final se assemelhará
neste aspecto à redenção do Egito: do mesmo modo que o Êxodo não aconteceu até que os B’nei Israel ganhassem o favor e o
respeito dos egípcios, a Redenção Final não ocorrerá até que o Povo Judeu seja admirado e estimado por todas as outras nações.
Só então o Mashiahh poderá vir e redimir nosso povo. Devemos encarar como nossa missão deixar uma impressão favorável
entre todos de outras religiões com quem convivemos, em qualquer contexto, exibindo um comportamento exemplar e digno de
admiração por todos os povos – um pré-requisito para o deflagrar da Era Messiânica. (Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.)
Por Maurício Cagy (Hhazak Ubaruch)
O Que Moshê Fez na Saída do Egito
Moshê não pediu aos egípcios ouro e prata para si mesmo. Estava ocupado com outras Mitsvot que o impediram de
enriquecer, como aconteceu com o resto de povo. Ele entalhou e recolheu madeiras de shitim. Quando nosso antepassado
Yaakob viajou ao Egito, ali plantou cedros porque sabia que um dia os judeus precisariam desta madeira para construir o
Mishcán. Agora, Moshê recolheu todo este cedro junto com os tsadikim que havia no povo. Esta madeira foi utilizada para as
vigas do Tabernáculo. Moshê sabia que o povo prometera a Yossef levar seus ossos quando saíssem do Egito. Moshê queria
cumprir a promessa, mas havia um pequeno problema: onde estava enterrado Yossef? Moshê não sabia, pois Yossef havia sido
sepultado cerca de 60 anos antes dele nascer. Porém, uma mulher idosa, Serach, filha de Asher ben Yaakob, revelou a Moshê:
“Eu sei onde enterraram Yossef. Puseram seu corpo numa caixa de metal e a jogaram na parte mais profunda do Nilo. Venha que
lhe mostrarei o lugar”. Ela conduziu Moshê ao local, ele pegou uma prancha de ouro e escreveu sobre ela: “Alê Shor – Ascenda
touro”, pois Yossef é comparado, na Torah, a um touro robusto. D-us fez um milagre e o pesado caixão flutuou na superfície do
Nilo. Segundo outra opinião, Yossef foi enterrado no lugar da sepultura dos reis egípcios. Quando Moshê foi ao cemitério deles,
viu filas e filas de ataúdes e não podia saber qual era o de Yossef. D-us, porém, fez com que o ataúde de Yossef, milagrosamente,
se sacudisse. Assim Moshê pôde levantá-lo e o levou para onde o povo judeu se encontrava para levá-lo na jornada do deserto.
As luhhot – tábuas – que D-us entregou aos B’nei Israel no Monte Sinai estavam esculpidas numa pedra preciosa, a safira.
Quando Moshê esculpiu as segundas luhhot, D-us deu a Moshê toda a safira que sobrou do seu trabalho de cinzelar, de modo
que Moshê se tornou um homem rico. D-us concedeu a Moshê a grande honra de ocupar-se do ataúde de Yossef. Ao falecer
Moshê, no final da Torah, quem o enterrou? A resposta é que nenhuma pessoa o fez, mas o próprio D-us. Esta foi a maior honra
que Moshê recebeu de D-us. (Chabad.org.br)
Por Mair Haim Nigri(Hhazak Ubaruch)
Para Refletir:
“Tenha cuidado! Há muito poder num simples olhar. Quando acompanhado de um pensamento malicioso, pode causar
dano. É a isto que conhecemos como ‘mau olhado’!” (Rebbe Nahhman de Bratslav, Rabbi Nahhman’s Wisdom, BRI, 1973).
“A luz do Ser infinito não tem forma. Ela só adquire forma – para o bem ou para o mal – no receptor. Tudo depende de
nós. Temos que fazer o melhor para moldar a luz de D-us na forma da benção e não na maldição.” (Rebbe Nahhman de
Bratslav, Likutei Moharan).
“Os desejos materiais são como raios de sol em uma sala escura. Parecem sólidos, até que você tenta agarra-los.” (Rebbe
Nahhman de Bratslav, Rabbi Nahhman’s Wisdom, BRI, 1973).
“Ao rezar, preste muita atenção nas palavras. Um coração atento faz com que todo o seu ser participe da prece, sem que
seja necessário fazer muito esforço.” (Rebbe Nahhman de Bratslav, Rabbi Nahhman’s Wisdom, BRI, 1973).
Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaim David Cagy ben Messodi.
Em memória e elevação das almas de Mordechai E. Belassiano ben Victória, Adélia Nigri Cohen bat Marieta, Nassim
Elias Nigri ben Miriam, José Zebulum ben Sarah, Moisés David Cohen ben Sultana, Saad Haim Nigri ben Rivka, José
Zeitoune ben Suzana, Rachel Beniste bat Miriam, Jamile Politi bat Bida, Hossen Mansur bat Marhabá, Alegria Tayah
Mansur bat Sarah, Miriam Nigri bat Raquel, José Salomão Israel ben Rachel e Henrique Salim Nigri ben Sarah.
A Equipe agradece ao Templo Sidon e a Gerson e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!

Documentos relacionados

N320-Êkeb 5773

N320-Êkeb 5773 Obad'ya MiBartenurah [grande explicador da Mishná] que, no dia 15 de Ab, várias coisas boas aconteceram ao povo de Israel: nele, cessaram de morrer os homens da geração do deserto, os guardas que Y...

Leia mais

N398-Bô 5775 - lekachtob.xpg.com.br

N398-Bô 5775 - lekachtob.xpg.com.br Por Jaime Boukai (Hhazak Ubaruch)

Leia mais

N298-Tetsaveh 5773

N298-Tetsaveh 5773 qualidade de Michael. Ele conseguiu que Michael não fosse enviado para guiar a Nação porque ele era como Michael. o

Leia mais

׃ בֹֽזֲע ַ ־לֽ י ִ֗ת ָר ֽ֝ םֶ֑כָל י ִ ַ֣תָנ ב ֭ט חַקֶ֣ל יִ֤

׃ בֹֽזֲע ַ ־לֽ י ִ֗ת ָר ֽ֝ םֶ֑כָל י ִ ַ֣תָנ ב ֭ט חַקֶ֣ל יִ֤ imoralidade entre Zimri, príncipe da tribo de Shimon, e Kozbi, uma princesa midianita, reagindo rapidamente e executando ambos, em uma ação que, subseqüentemente, deteve a praga que D-us havia envi...

Leia mais