בֹֽזֲע ַ ־ל ַֽא י ִת ָר ֽ ֶכָל י ִ ַתָנ ב ט ח ַקֶל יִ

Transcrição

בֹֽזֲע ַ ־ל ַֽא י ִת ָר ֽ ֶכָל י ִ ַתָנ ב ט ח ַקֶל יִ
BS “D
‫ע ֽ ֹזבּו׃‬
ֲ ַ‫ֹור ִ תי ַ ֽאל־ּת‬
ָ ‫ִּכ !י ֶל קַ ח טֹוב נ ַָת ִּתי לָ ֶכ ם ֽ ּת‬
Pois eu vos dou boa doutrina; não abandoneis a minha Torah! Mishlei (Provérbios) 4:2
Shabat Shalom! Parashá Nassô – 14 de Sivan de 5769 (06/06/2009)
Ano-2 N-104
‫ֲב ְר ֵ ֽכם׃‬
ֽ ָ ‫ל־ּבנֵ י יִ ְׂש ָר ֵאל וַ ֽ אֲנִ 'י א‬
ְ
ַ‫ת־ׁש ִמ'י ע‬
ְ
ֶ‫ ּו א‬+‫וְ ׂשָ מ‬
“E porão o Meu nome sobre os filhos de Israel, e Eu os abençoarei.” (Bamidbar 6:27)
Tania, Ribbi Ishmael diz: [daqui] aprendemos uma bênção para Israel, [mas] uma benção para os próprios Cohanim
não aprendemos. Quando Ele [D-us] fala “E Eu os abençoarei”, significa: os Cohanim abençoam Israel e O Santo,
Bendito Seja, abençoa os Cohanim. (Tratado Talmúdico de Hhulin 49a)
É curioso este dito de Ribbi Ishmael, pois qual a necessidade de ele dizer “[quando] os Cohanim abençoam Israel”?
Não é explícito isso pelo versículo: “e porão o Meu nome sobre os filhos de Israel, e Eu os abençoarei”? Não bastava ele
dizer que “Eu os abençoarei” significa que D-us abençoa os Cohanim? Qual a novidade trazida em seu dito que fez o
Talmud registrá-lo?
Para entendermos melhor esta questão, devemos abordar outra. A Guemará (explicação da Mishná) diz neste
mesmo tratado que Ribbi Akiba não explicava este versículo da mesma forma que Ribbi Ishmael. Segundo Ribbi Akiba, o
versículo “e Eu os abençoarei” se refere ao povo de Israel, ou seja, que D-us abençoa o povo de Israel e não os sacerdotes.
Segundo ele, as escrituras acrescentam uma benção a Israel diretamente da “boca do Santíssimo, Bendito Seja”. Para Ribbi
Akiba, os sacerdotes recebem, também, sua benção pelo que está escrito: “e Abençoarei aos que te abençoarem” (Bereshit
12:3). Daqui, segundo Ribbi Akiba, se aprende que todo aquele que abençoa Israel se ‘auto-abençoa’. Essa explicação torna
o dito de Ribbi Ishmael ainda mais curioso! Para que a Torah escreveria “e Eu os abençoarei” com o intuito de fixar uma
benção aos Cohanim se já existe a garantia trazida por Ribbi Akiba?
A explicação desta questão é que o trecho “e Abençoarei aos que te abençoarem” não garante que a benção que
recairá sobre quem abençoa ocorrerá no mesmo momento que a benção que foi dada a Israel. Logo, poder-se-iam passar
anos até que o abençoador fosse abençoado. Logo, o sentido quando a Torah traz o dito “e porão o Meu nome sobre os
filhos de Israel, e Eu os abençoarei” é de que, no mesmo instante em que abençoarem, também os sacerdotes serão
abençoados [por D-us]. Agora podemos entender por que Ribbi Ishmael disse “os Cohanim abençoam Israel e O Santo,
Bendito Seja, abençoa os Cohanim”. Ele queria nos mostrar que D-us garante que, no caso dos Cohanim, que têm esta
sublime Mitsvá, eles terão o mérito de serem abençoados no mesmo momento. Já nossos explicadores dão, ainda, outra
explicação para a diferença de argumentos acima. Segundo eles, do versículo “e Abençoarei aos que te abençoarem” não
sabemos que bênção será concedida aos que abençoam Israel. Ele pode proferir uma benção e receber outra diferente da que
proferiu! Poder-se-ia dizer que, mesmo que se abençoasse Israel 10 vezes, só receberia uma bênção. Logo, segundo os
explicadores, o dito de Ribbi Ishmael garante aos Cohanim que receberão exatamente as mesmas bênçãos que fizerem a
Israel. “E porão o Meu nome sobre os filhos de Israel, e Eu os abençoarei”, a todos vocês, Cohanim, Leviim e Israelim!
Adap. do Livro “Benayehu – Hhulin 49a” do Hhacham Yossef Hhaim A”H (Ben Ish Hhai) Por Jaime Boukai
Resumo da Parashá – Nassô / Livro Bamidbar (Números) 4:21– 7:89
Nassô prossegue delineando as tarefas e responsabilidades das três famílias levitas – Guershon e Merari nesta
porção e Kehat semana passada – e contando todos os levitas que estavam em idade de servir no Mishcán. Depois que D-us
ordenou a Moshê purificar o acampamento (para que fosse um lar merecedor da Presença Divina), a Torah descreve o
processo que devia ser feito com a Sotá, uma esposa que foi advertida pelo marido a não ficar sozinha com outro homem, e
mais tarde foi surpreendida fazendo-o, dando ao marido motivos para suspeitar de adultério. Ela é levada ao Cohen no
Templo Sagrado e, caso negasse culpa, recebia águas amargas sagradas para beber, o que levaria a um dos dois seguintes
resultados: ou as águas estabelecerão sua inocência, removendo a dúvida de seu relacionamento com o marido e
abençoando-a com filhos, ou as águas provarão sua culpa por uma morte miraculosa e grotesca. A Torah então descreve as
leis do Nazir, uma pessoa que aceitou voluntariamente adotar um estado especial de santidade, geralmente por trinta dias,
abstendo-se de comer ou beber qualquer derivado de uva, cortar o cabelo, e de contaminar-se através do contato com o
corpo de alguém que morreu. Após relatar as bênçãos pelas quais os Cohanim abençoam o povo, a porção conclui com uma
longa lista das oferendas trazidas pelos doze líderes das tribos durante a inauguração do Mishcán para uso regular. Cada
príncipe faz uma oferenda comunal para ajudar a transportar o Mishcán, bem como doações idênticas de ouro, prata, animais
e alimentos. (Adaptado do site Chabad.org.br)
Por Jaime Boukai
Curiosidade da Semana:
Abençoando Todos os B’nei Israel
A Parashá Nassô aborda, entre outros tópicos, a Bircat Cohanim (Bênção Sacerdotal). D-us instrui a Moshê que
diga aos Cohanim: “Daber el-Aharon ve’el-banav lemor: côh tebarechu et-B’nei Israel amor lahem – Fala a Aharon e a
seus filhos, dizendo: Assim abençoareis aos Filhos de Israel, dir-lhes-eis” (Bamidbar 6:23). Tal como apontado por vários
comentaristas, as últimas palavras deste passuk parecem redundantes. Por que D-us enfatizou “amor lahem – direis a eles”?
Um Rabbi sugeriu que a palavra “amor” neste versículo poderia ser entendida de um modo diferente, baseando-se em outro
passuk da Torah: “Et-Hashem he’emarta hayom... – Ao Eter-no hás glorificado hoje...” (Debarim 26:17). Neste caso, o
verbo ‫ אמר‬não se refere a “falar” mas sim a “dar importância e distinção, exaltar”. Assim, podemos aplicar o mesmo
Gratuito! Contém termos de Torah, trate com respeito! Não transporte em Shabat e Yom Tob! Visite o site www.lekachtob.xpg.com.br!
BS “D
significado na Parashá Nassô: quando Moshê instrui aos Cohanim que “amor lahem”, ele quer dizer que “lhes deis
distinção, para que se sintam importantes”. Antes que os Cohanim possam abençoar os B’nei Israel, devem lembrar-lhes de
sua estatura e importância. A Bircat Cohanim inclui a bênção “Vihhuneca”, que significa “Que Ele te mostre sua graça, seu
favor” ou, simplesmente, “que Ele te ame”. Os Cohanim dirigem-se ao povo Judeu com a bênção de que D-us lhe mostre
amor e estima. Contudo, muitos Judeus não se consideram merecedores do amor de D-us, por sentirem-se envergonhados de
suas falhas e acharem que D-us não lhes guardaria Sua estima. Os Cohanim devem, portanto, lembrar-lhes de que, tal como
um pai sempre ama seu filho, mesmo com seu mau comportamento, D-us ama Seu povo a despeito de seus desvios
espirituais. Uma pessoa nunca deveria deixar de sentir-se merecedora do amor de D-us! Seu amor por nós é incondicional e,
portanto, somos sempre merecedores deste amor, mesmo quando achamos que podemos ser rejeitados. Pelo contrário, é
justamente nas situações de transtornos espirituais que Ele nos direciona seu cuidado de Pai, com paciência, sensibilidade e
compaixão, ajudando-nos a curar-nos de nossas debilidades e a encontrarmos o caminho de volta. (Baseado no “Daily Halacha” do
Rabbi Eli Mansour.)
Por Maurício Cagy (Hhazak Ubaruch)
A Bênção Dada Pelos Cohanim
Em Israel ou numa sinagoga Sefaradi fora de Israel, podemos ouvir a bênção dos Cohanim todos os dias. Entretanto,
numa sinagoga Ashkenazi fora de Israel, a bênção dos Cohanim é recitada apenas em Pessahh, Shabuot, Sucot, Rosh
Hashaná e Kipur. Quando o Hhazan termina a bênção de “Modim”, ele proclama: “Cohanim!” e todos os Cohanim
presentes iniciam a Berachá de “Asher kideshanu bikdushatô ... beahabá” [fazemos uma benção antes de cumprir Mitsvot e
abençoar o povo é uma Mitsvá diária dos Cohanim]. Se houver apenas um Cohen, ele inicia só, sem a convocação do
Hhazan. Após a benção, o Hhazan dita cada palavra da bênção vagarosamente. E os Cohanim a repetem. Há três versículos
na bênção sacerdotal: “(1) Que D-us te abençoe e te guarde! (2) Que a face de D-us brilhe sobre ti e que Ele faça que
encontres graça [a Seus olhos]! (3) Que D-us erga Sua face para ti e te dê paz”! No Templo Sagrado, os Cohanim
pronunciavam o nome de D-us em cada versículo da bênção da maneira como é escrito, por extenso: Yud, Kei, Vav, Kei.
Isto é proibido fora do Templo Sagrado. Nesta Parashá, D-us diz a Moshê que ordene aos sacerdotes: “Assim abençoarão os
filhos de Israel”... “Assim” significa que os Cohanim devem conceder a bênção da seguinte maneira: de pé e de mãos
erguidas. Mas por que eles estendem os dedos? Quando os judeus souberam que os Cohanim os abençoariam, protestaram.
“Mestre do Universo”, disseram, “por que Tu nos abençoas através de terceiros? Desejamos que Tu nos abençoe
diretamente!” D-us replicou: “Apesar de ter ordenado aos Cohanim que os abençoe, Eu também estarei presente”. Por isso,
ao recitar estas bênçãos, os Cohanim deixam espaços entre os dedos como que para indicar: “O Próprio Todo-Poderoso está
presente atrás de nós”. No Templo Sagrado, a Shechiná encontrava-se atrás dos ombros dos cohanim, e irradiava através das
aberturas entre seus dedos. As pessoas estavam proibidas de olhar para a Shechiná, presença divina, durante a recitação da
bênção sacerdotal. O costume atual é de não olhar para os Cohanim durante a bênção. Os Cohanim também devem: 1) ficar
de frente para a congregação; 2) pronunciar a bênção em Hebraico; 3) no Templo Sagrado, pronunciavam o Nome de D-us,
como está escrito; 4) Antes da bênção, os Cohanim recitam a bênção: “Bendito és Tu, Eter-no, nosso D-us, Rei do Universo,
que nos santificou com a santidade de Aharon e nos ordenou a abençoar Seu povo de Israel com amor”. Por que Aharon é
mencionado nesta bênção? Os Cohanim, descendentes de Aharon, receberam a honra de conceder a bênção da paz pelo
mérito de Aharon, que amava a paz e trazia paz onde quer que percebesse discórdia ou contenda. (Adap. do site Chabad.org.br)
Por Mair Haim Nigri (Hhazak Ubaruch)
Em Shahharit, em Mussaf e Neilá, os Cohanim ‘levantam suas mãos’, mas em Min’hhá não, pois ao horário de
Min’hhá já efetuara o povo sua refeição, e pode ser que os Cohanim tenham tomado vinho, e o embriagado está proibido de
fazer ‘Nessiát Capáim’. [...] Como se faz Nessiát Capáim? Na hora em que chega o Hhazan à bênção de ‘Retsê’, [...] todos
os Cohanim que se encontram na sinagoga ‘saem de seu lugar’ e dirigem-se ao Duchán. Ali, põem-se de pé, com suas faces
para o Heichal e suas costas para o povo, e seus dedos devem estar dobrados para dentro, até que complete o Hhazan a
Hodaiá [Modim]. [Então,] voltam seus rostos para o público, estendem seus dedos e elevam as mãos acima dos ombros, e
dizem: “Iebarechechá...” (Nm 6:24), e o Hhazan dita para eles, palavra por palavra, e eles repetem, como está escrito:
“Amor lahem” (Nm 6:23), [...] Os Cohanim não têm permissão de voltar a face do povo, enquanto não iniciar o Hhazan a
bênção de ‘Sim Shalom’, nem são permitidos fechar os dedos até voltarem suas faces do povo. Um dos decretos de Raban
Iohhanan ben Zacai é que não subam os Cohanim ao Duchán calçados com suas sandálias, senão descalços. Ao abençoarem
o povo, não devem olhá-los, nem desviarem seu pensamento [da bênção que proferem], [...] Ninguém tem permissão de
olhar o rosto dos Cohanim na hora em que bendizem, para não desviar sua concentração. Todo o povo deve ter em mente
ouvir a bênção, direcionando suas faces na direção dos Cohanim, mas sem olhar em suas faces. [...] Seis coisas impedem [o
Cohen de fazer] Nessiát Capáim: a língua, os defeitos [físicos], a transgressão, a idade, o vinho e a impureza das mãos [sem
Netilát Yadaim] [...] O povo que se acha atrás dos Cohanim não está incluído na bênção. [...] Todo Cohen que não sobe ao
Duchán, apesar de estar anulando um preceito, é como se estivesse transgredindo três, como está escrito: ‘Assim
abençoareis’ – Nm 6:23, ‘Fala-lhes’ – (Ib.) e ‘Porão o Meu Nome’ – Nm 6:27. E o Cohen que não abençoa não é abençoado.
Quanto ao Cohen que abençoa, também se abençoa, pois está escrito: ‘Abençoarei aos que te abençoarem’ – Gn 12:3.
(Rambam, Mishnê Torah, Sefer Ahabá, Hilchot Tefilá)
Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaim David Cagy ben Messodi.
Em memória e elevação das almas de Bida Nigri Bat Habibe, Max Subkoff Ben Tova, Nelson Nissim Moise Efraim Ben Amélia, Salomão D.
Balassiano Ben Saniar, Sultane Balassiano Bat Esther, José Alberto Salomão Ben Latife, Menahem Elias Beniste Ben Leá e Mosses Milsten Ben
Eva.
Agradecemos ao Templo Sidon e a Gerson e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!