2013-10-Outubro

Transcrição

2013-10-Outubro
ISSN 2178-5781
Ano XIII | 220 | Outubro 2013
Recursos para
armazenagem
Faeg firma parceria com
Semarh para garantir recursos
do Governo Federal
Missões
internacionais
Produtores visitam sistemas
de produção nos Estados
Unidos e Austrália
Expectativa de recorde
Cenário é positivo e soja é atual aposta. Apesar disso,
clima e Helicoverpa armigera preocupam produtores
PALAVRA DO PRESIDENTE
CAMPO
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,
com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos
assinados são de responsabilidade de seus autores.
CONSELHO EDITORIAL
Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;
Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins
Editora: Francila Calica (01996/GO)
Reportagem: Catherine Moraes e Leydiane Alves
Fotografia: Larissa Melo e Mendel Cortizo
Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)
Diagramação: Rowan Marketing
Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500
Comercial: (62) 3096-2200
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DIRETORIA FAEG
Presidente: José Mário Schreiner
Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel
Caixeta Haun. Vice-Presidentes Institucionais: Bartolomeu
Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes
Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,
Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius,
Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo
Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da
Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva
Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes:
Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo
Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu
Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,
Walter Vieira de Rezende.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR
É hora de plantar
O
fim do vazio sanitário e a chegada das chuvas são os
sinais de que uma nova safra se inicia. As expectativas para a safra 2013/14 são boas, mas os desafios
também são grandes. Clima, mercado, pragas, infraestrutura e logística terão influência significativa nos resultados da
próxima safra.
São fatores sobre os quais o produtor não tem gerência. Por isso, a atenção deve ser redobrada. Teremos em
campo o desafio de manejar uma praga que nos assustou no
último ciclo, a Helicoverpa armigera. Contra ela, informação
aliada às ações rápidas de combate é a nossa melhor defesa.
Provavelmente, teremos uma nova safra recorde e o
fator mercado entrará em campo. Durante o período de cultivo o produtor deve ficar atento aos movimentos do mercado.
Diante da possibilidade de uma safra cheia, é prudente não
deixar a comercialização para os meses de colheita, quando
há superoferta.
E, por mais um ciclo, infelizmente, vamos nos deparar com as deficiências de logística e infraestrutura do Brasil.
Os recursos destinados para armazenagem não estão chegando aos produtores, a tempo para atender a próxima safra.
Dificuldades com licenças ambientais (resolvidas recentemente) e instabilidade no sistema energético travam as
possibilidades de desenvolvimento na área. Portos e rodovias
nacionais se encontram no mesmo estado da última safra.
E, mais do que nunca, o produtor terá de ser competente na
gestão dos fatores que consegue controlar.
Presidente: José Mário Schreiner
Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,
Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.
Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,
Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta
Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar
Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes:
Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho
Larissa Melo
Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo:
Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson
Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos
Fernandes.
Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino
Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce
Mônica Vilela Souza.
Superintendente: Marcelo Martins
FAEG - SENAR
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Para falar com a redação ligue:
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José Mário Schreiner
Presidente do Sistema
FAEG/SENAR
Larissa Melo
Larissa Melo
PAINEL CENTRAL
Armazenagem comprometida
22
Burocracia na emissão de licenças ambientais para construção
de armazéns freia programa do Governo Federal
Eleições da Faeg
Prosa
8
Economista chefe do Rabobank
Brasil fala sobre a influência da
economia no cenário mundial da
agricultura e pecuária
25
Fredox Carvalho
Chapa única é encabeçada por José Mário Schreiner
Desaȴos da Safra 2013/14
14
Clima e Helicoverpa armigera preocupam produtores que decidiram investir
pesado na produção de soja
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www.sistemafaeg.com.br
Lindaura Tavares
Larissa Melo
Agrinho 2013
18
Com o tema responsabilidade social, crianças de todo o
Estado executam projetos
Sangria de Seringueira
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06
Fique Sabendo
07
Delícias do Campo
33
Cursos e treinamentos
do Senar
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Campo Aberto
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Cleiber Di Ribeiro
Alto índice de exportação de borracha natural
chama a atenção para atividade
Agenda Rural
Produtor Wilton
Roberto Guimarães, de
Niquelândia, vai investir
na soja, porque diz faltar
comprador para milho.
Foto: Fredox Carvalho
www.senargo.org.br
Missões Internacionais
30
Técnicos e produtores visitam Austrália
e Estados Unidos
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ShuƩer
AGENDA RURAL
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30 de Outubro
Eleição da FAEG
Hora: 8h – 16h
Local: Sede da Faeg, Goiânia
Informações: (62) 3096-2200
01/10
07 a 09/10
Seminário Inclusão Produtiva – Centro-Oeste
Hora: 8h
Local: Auditório da Faeg, Goiânia
Informações: (62) 3096-2200
I Seminário de Ciência, Tecnologia e Inovação para o
Desenvolvimento Sustentável
Hora: 19 horas
Local: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas de Goiatuba
Informações: (64) 3495-8100
8 a 10/10
III Conferência Global sobre Trabalho Infantil
Hora: 9 horas
Local: Centro de Convenções do Hotel Brasília Royal Tulip Alvorada,
Informações: (61) 2030-1609; (61) 2030-1645
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FIQUE SABENDO
REGISTRO
ARMAZÉM
Código
Florestal
Goiandoou?
Fredox Carvalho
Reprodução
Senar Central e Sebrae podem
nacionalizar Programa Proarte
O que mu
Código Florestal
Descomplicado
O Sistema Faeg/Senar confeccionou uma cartilha de orientação
sobre a nova legislação ambiental
de Goiás. Com o título “Novo Código Florestal Goiano – O que mudou?”, o material será distribuído
aos produtores rurais e também
pode ser encontrado no site: www.
sistemafaeg.com.br.
A cartilha possui a Lei n° 18.104,
de 18 de julho de 2013, aprovada
pela Assembleia Legislativa do Estado e perguntas e respostas com
ilustrações que abordam as dúvidas mais comuns dos produtores
quanto à nova lei.
Com o intuito de nacionalizar o
Programa Proarte do Senar Goiás, representantes do Senar Central vieram
à Goiânia, no dia 20 de setembro,
para discutir sobre o projeto com o
superintendente Marcelo Martins e
a coordenadora do Proarte, Fátima
Araújo. Na ocasião, além de conhecer os trabalhos de vários artesãos
goianos, eles tiveram a oportunidade de bater um papo com mulheres
integrantes de uma cooperativa em
Bela Vista de Goiás, um dos 33 gru-
pos cadastrados pelo Sistema.
Participaram da visita, Daniel
Carrara, secretário executivo do Senar Central e Kátia Rocha, assessora da presidência da Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA), senadora Kátia Abreu. Maria
Emília Jaber, Diretora Técnica do Sebrae Tocantins, também esteve presente e mostrou interesse em fechar
parcerias no estado vizinho a fim de
potencializar o programa e dar a ele
mais características rentáveis.
PESQUISA
A Embrapa está disponibilizando para os agricultores
brasileiros, um ambiente na
internet http://www.embrapa.
br/alerta-helicoverpa que reúne informações para ajudar
agricultores e técnicos a lidar
com a Helicoverpa armigera,
uma nova e importante praga
que alcança as culturas da soja,
algodão, milho, entre outros
cultivos, tem causado preocupação e exigirá atenção permanente às táticas de Manejo
Integrado de Pragas (MIP).
Com o fim do período
de vazio sanitário e início do
plantio, as informações sobre
soja são as mais demandadas. Elas estão agrupadas em
www.embrapa.br/helicoverpa-soja, organizando as informações existentes e orientando sobre o manejo de pragas.
“No site é possível encontrar
informações sobre a praga,
seu manejo, a importância da
tecnologia de aplicação, dicas
sobre o monitoramento da Helicoverpa e de outras lagartas
da soja, além de entrevistas”,
explica Clara Beatriz Hoffmann Campo, pesquisadora
da Embrapa Soja.
ShuƩer
Embrapa reúne orientações sobre Helicoverpa na internet
PROSA RURAL
ROBÉRIO COSTA
Larissa Melo
é economista chefe do
Rabobank Brasil
Não somos
caso perdido
Catherine Moraes | [email protected]
R
obério Costa é economista chefe do
Rabobank Brasil e esteve em Goiânia no
último mês de setembro para participar do
Interconf. Na ocasião, ele concedeu entrevista à
Revista Campo e falou sobre o mercado financeiro
mundial assim como as interferências no Setor
Agropecuário. Para ele, a desaceleração da
economia chinesa não afeta produtos agropecuários
e o Brasil ainda é atrativo aos investidores externos.
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www.sistemafaeg.com.br
Revista Campo: O mercado financeiro mundial já absorveu os impactos do anúncio da saída do FED
nas compras de títulos privados nos
EUA ou poderá haver mais um reflexo no câmbio?
Robério Costa: O Fed está comprando US$ 85 bilhões por mês em
títulos públicos e privados, o que aumenta continuamente a liquidez do
mercado. O objetivo é deixar os juros
de mercado baixos e estimular a recuperação da economia e o aumento do
emprego. No máximo em dezembro
um cronograma de redução progressiva dessas compras deve ocorrer.
Portanto, o movimento é previsto e
gradual, o que não deve gerar reações
abruptas do mercado. Mas, isso não
quer dizer que o câmbio dos países
emergentes não será afetado.
Revista Campo: Foi constatado,
no mercado financeiro mundial,
que após o anúncio na alteração da
política de compra de títulos pelo
FED, 22 países já gastaram US$ 153
bi para garantir o valor de suas moedas. É uma situação que pode se
agravar?
Robério Costa: A situação hoje
é bem melhor, se comparada à das
décadas de 80/90, quando os países
estavam mais vulneráveis às crises
externas. Praticamente todos os países emergentes foram beneficiados
seja por preços de commodities mais
altos ou por abocanhar uma boa fatia da produção industrial do mundo.
Esses países acumularam reservas
internacionais abundantes, ao longo
dos últimos 20 anos, que permitem
hoje uma política de defesa de suas
moedas mais efetiva. O mercado não
é linear e o ajuste sempre vem acompanhado de alguma turbulência. Mas
o câmbio desses países terá de se
ajustar à nova realidade.
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Revista Campo: Você fez uma
afirmação, em sua apresentação
no “Interconf” que, diante da atual situação econômica do mundo as
Commodities Agrícolas são as mais
protegidas. Poderia explicar melhor?
Robério Costa: Por que a demanda deverá ser garantida pela melhora do nível de renda média no mundo, que está ocorrendo sobretudo
nos países emergentes. Conforme
cresce a renda, aumenta a quantidade e, principalmente, a qualidade
do alimento demandado. Dos grãos
e leguminosas, principais alimentos
de quem está na base da pirâmide
social, passa-se à proteína animal,
quando o consumidor ascende a um
patamar mais alto da pirâmide. No
nível mais elevado, vêm os alimentos industrializados que caracterizam o consumo no topo da pirâmide. A maior parte da população
mundial está distante do topo da
pirâmide e há muita demanda reprimida por esse tipo de produtos,
principalmente na Ásia.
Revista Campo: Desde a crise de
2008 o eixo comercial externo do
Brasil vem deslocando para países
em vias de desenvolvimento. As políticas protecionistas daqueles países
perdem importância?
Robério Costa: Não perde importância. Em vários mercados de economias desenvolvidas o Brasil poderia
ter uma presença muito maior. Um
exemplo disso é o de carnes, cujas
barreiras protecionistas, tarifárias ou
sanitárias, seguem mais uma lógica
política que econômica. O que está
em jogo é a defesa de produtores locais ineficientes. Exportar para outros
mercados, que não os tradicionais países desenvolvidos, é uma estratégia de
diversificação de risco e expansão de
receita, uma vez que o consumo nes-
ses países cresce mais rápido. Mas isso
não é excludente em relação à disputa
de espaço nos mercados protegidos.
A OMC está aí para isso, o Itamaraty
pode ajudar na negociação de acordos
comerciais. Em muitos casos a irracionalidade e a afronta às regras do mercado internacional são gritantes e têm
de ser contestadas.
Revista Campo: A desaceleração
da economia Chinesa deve afetar
produtos agropecuários?
Robério Costa: Se a economia chinesa seguir crescendo em torno de
7%, a demanda adicional que injeta
por commodities ainda é enorme.
Estamos falando da segunda maior
economia do mundo, com um PIB de
mais de US$ 8 trilhões. Além disso, o
país se move em direção ao consumo
doméstico, versus à orientação para
a exportação que vem predominando
desde a emergência da China como
potência. Dificilmente os produtos
agropecuários serão prejudicados
nesse cenário. O país ainda tem muito
a se urbanizar e pelo menos dois Brasis a serem incorporados ao mercado
consumidor a médio prazo.
Revista Campo: O Brasil ainda é
considerado um país atrativo pelos
investidores externos?
Robério Costa: Todo país tem suas
mazelas. A China é uma ditadura. A
Índia tem um sistema social de castas. O Brasil é uma democracia e tem
mobilidade social, como mostra os
20 últimos anos. Temos inúmeros
problemas, mas não somos um caso
perdido, definitivamente. O Brasil
tem flexibilidade para mudar e, não
é por outro motivo, que os investimentos estrangeiros giram em torno
de US$ 60 bilhões há três anos. Mas
para manter e aumentar isso, a gente
precisa se ajudar.
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AÇÃO SINDICAL
INHUMAS E CORUMBÁ
RIO VERDE
Programa Equoterapia
retorna às atividades
Francila Calica
Sindicato Rural de Rio Verde
Antelmo Teixeira
Novas fachadas
RIO VERDE
Giulianna Conte
Posse de diretoria eleita
A nova diretoria do Sindicato Rural de Rio Verde tomou
posse no último dia 30 de setembro em cerimônia
realizada no Salão Verde do Parque de Exposições. O atual
presidente Walter Baylão Júnior, que foi reeleito com 333
votos, assume a instituição por mais três anos. Além da
classe produtora, o vice-presidente institucional da Faeg,
Bartolomeu Braz também compareceu, representando
o presidente José Mário Schreiner, acompanhado do
superintendente Claudinei Rigonatto.
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PROJETO AGRINHO
Projeto Horta Escolar
Sindicato Rural de Rio Verde
Os Sindicatos Rurais de Corumbá de Goiás e Inhumas
também adotaram a sugestão de fachada padrão do
Sistema Faeg/Senar. Padronização de fachadas é uma
meta do Programa do Empreendedor Sindical, como
forma de criar uma identificação única para a rede de
Sindicatos Rurais ligados ao Sistema. Já completaram 20
Sindicatos que tem a mesma configuração de fachada.
O Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso do Sindicato
Rural de Rio Verde iniciou o segundo semestre com
capacidade máxima de praticantes. Quinze novos
praticantes estão utilizando a equoterapia como
forma de reabilitação. São ao todo 120 alunos, de
dois a 80 anos de idade. O Centro de Equoterapia está
trabalhando com escolinha de equitação e atendendo
crianças com potencial de risco para o uso de drogas.
Além disso, os profissionais estão tratando pacientes
autistas, amputados, dependentes químicos e alunos
com déficit de atenção. (Colaborou: Fabiana Sommer)
Há três anos, a Escola Municipal de Ensino
Fundamental (Emef) José do Prado, de Rio Verde,
vem desenvolvendo uma horta escolar. Inicialmente,
o projeto foi realizado como atividade referente ao
Programa Agrinho do Sistema Faeg/Senar e Sindicato
Rural, mas, o resultado foi tão satisfatório, que o
gestor da escola resolveu implementar outras ações
e começou a incentivar os alunos a produzirem
alimentos sem agrotóxicos para o próprio consumo
escolar. (Colaborou: Fabiana Sommer)
www.sistemafaeg.com.br
Dois mil cavaleiros desfilaram pelas ruas de
Silvânia no dia 7 de setembro em comemoração à
Independência do Brasil e marcando a 30ª edição da
Exposição Agropecuária e 14ª Feira de Agronegócios
do município. O presidente do Sistema Faeg/Senar, José
Mário Schreiner e o prefeito de Silvânia, José Faleiro
encabeçaram a cavalgada.
CRISTALINA
O Sistema Faeg/Senar realizou, no mês de agosto,
treinamento para capacitar os funcionários dos
Sindicatos Rurais para o preenchimento do Imposto
Territorial Rural (ITR). O treinamento, que faz
parte do Programa do Empreendedor Sindical, foi
ministrado pelo instrutor, Seres Baum, do Grupo
Work, parceiro nesta ação desde 2006. Hoje, cerca
de 80 Sindicatos Rurais estão aptos a prestarem
este serviço ao produtor, o que corresponde a 70%
dos Sindicatos filiados.
Treinamento em DAP
Sindicato Rural de Cristalina
Capacitação para
produção de alimentos
Treinamento em ITR
Antelmo Teixeira
Larissa Melo
Cavalgada comemora
sete de setembro
CAPACITAÇÃO
Arquivo Faeg
SILVÂNIA
O Sindicato Rural de Cristalina em parceria com o
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás)
realizou, entre os dias 23 a 25 de julho, o Treinamento
Produção Caseira de Alimentos/Leite realizado no
Assentamento Manacá que contou com a participação
de 14 alunos. O Sindicato Rural de Cristalina destacou
o empenho e dedicação da Instrutora Fernanda Paula
Parreira ao dividir seus conhecimentos com a turma.
(Colaborou: Malva Lúcia Caixeta)
www.senargo.org.br
Em uma parceria com o Senar Central, o Sistema
Faeg/Senar realizou, no mês de agosto, no
Augustu’s Hotel, em Goiânia, um treinamento para
capacitar funcionários dos Sindicatos Rurais no
preenchimento da Declaração de Aptidão (DAP)
ao Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf). A meta é, com esse
treinamento, passar para 70 o número de Sindicatos
Rurais aptos a emitirem a DAP, atualmente, o
Sistema conta com 56.
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MERCADO E PRODUTO
Soja: A chegada da
nova safra
Cristiano Palavro | [email protected]
Mendel CorƟzo
C
Cristiano Palavro
é Consultor Técnico do
Senar Goiás
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om a chegada de outubro, Goiás se aproxima
de mais uma safra de
verão. Como vem se repetindo
nos últimos anos, a cultura da
soja deve bater novo recorde
de área plantada no estado.
Com os preços altos negociados nos últimos meses e com
a confirmada seca na safra
norte-americana, os produtores goianos devem expandir a
área plantada com a cultura,
com expectativa de ultrapassar os três milhões de hectares
nesta safra que se aproxima.
Nos últimos dois anos,
os preços da soja têm ficado
acima dos valores históricos
comercializados. Isso porque
houve diminuição da produção
nos principais países produtores, principalmente, influenciada pelas secas nas duas últimas safras norte-americanas
e a seca ocorrida na Região Sul
do Brasil na safra 2011/12, que
levou à redução dos estoques
mundiais do grão. O que confirma o fato, é que nos últimos
24 meses os preços da saca de
soja têm se mantido próximos
ou acima dos R$ 50, cerca de
30% acima da média de preços comercializados até 2011.
Essa alta incentivou o
avanço da área plantada com
soja no país. Depois de 2011 o
Brasil passou de 25,1 milhões
para 27,8 milhões de hectares
na última safra, um aumento
de 11% em dois anos. A expec-
Outubro / 2013
tativa é de o país chegar a 29,2
milhões de hectares na safra
2013/14. Não havendo nenhum
fator climático limitante, deve-se alcançar um novo recorde
de produção, consolidando o
país como o maior produtor
mundial do grão. Goiás acompanhou a situação nacional.
Houve um incremento de
8% na sua área plantada nas
últimas duas safras, passando de 2,65 milhões para 2,88
milhões de hectares, segundo
os dados da Conab. Na safra
2013/14, a expectativa é que
Goiás chegue a 3,01 milhões
de hectares, com previsão de
produção de mais de nove milhões de toneladas do grão,
mantendo a posição de quarto maior estado brasileiro em
produção de soja.
Apesar de um cenário favorável no que diz respeito
aos preços das commodities
no mercado mundial, a renda
do produtor não aumentou
na mesma proporção. Estes
preços elevados alavancaram também os preços dos
insumos agrícolas, como as
sementes, o adubo e os defensivos químicos, gerando
um aumento no custo total
de produção. Outro fator que
contribui para este fato é que
com a demanda por insumos
aquecida, devido ao incremento na área plantada, houve
uma redução na oferta, levando a uma pressão de alta nos
preços adotados no mercado.
O que também vem impactando o custo de produção nas
últimas safras é o agravamento dos problemas fitossanitários que acometem a cultura.
Um dos problemas é a ferrugem asiática, que apesar de
ser uma doença já conhecida
dos produtores, a falta de novos princípios ativos, aliada à
perda de eficiência de alguns
fungicidas utilizados, atualmente, têm dificultado o controle desta doença.
Entre as pragas, as grande
vilãs no incremento dos custos
de controle são as lagartas.
Apesar dos esforços tanto por
parte do governo como dos
próprios produtores e associações, o receio neste ano é em
relação à lagarta Helicoverpa
armigera, praga que já causou
sérios prejuízos financeiros no
último ano e poderá ser um
grave problema nesta safra.
O vazio sanitário para a
cultura da soja no estado de
Goiás já terminou e se as chuvas realmente chegarem agora
no início de outubro, o plantio da safra goiana terá início.
Apesar dos elevados custos de
produção e os graves entraves
na logística brasileira, os produtores esperam a possibilidade de bons rendimentos neste
ano e a safra inicia-se com
expectativa de novo recorde
de produção, tanto no Brasil
como em Goiás.
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SAFRA 2013/14
Lagarta Helicoverpa pode
ser o algoz do produtor na
próxima safra
O que a safra
nos reserva?
Fim do vazio sanitário e chegada das
chuvas anunciam o plantio do próximo
ciclo. Como mercado, clima e pragas
influenciarão a produção
Karina Ribeiro | [email protected]
Especial para a Revista Campo
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C
om um cenário que aponta
altos investimentos em tecnologia e bons preços no mercado, a expectativa de produção da
safra de grãos este ano, especialmente de soja, é de bater novo recorde.
No entanto, dois fatores que fogem
da alçada do produtor rural podem
desencadear uma perspectiva menos
positiva: o clima e a presença da praga Helicoverpa armigera.
A praga que vem tirando o sono
de muitos produtores rurais possui
características bastante peculiares e
assustadoras: apetite voraz e indiscriminado, rápida disseminação e dificuldade no combate. A ocorrência
de lagartas desse gênero na Região
do Cerrado foi observada a partir da
safra 2012/2013, o que acarretou em
prejuízos econômicos, segundo dados da Embrapa.
A praga ataca, principalmente, as
culturas de soja, milho e algodão. Na
prática, a helicoverpa ataca uma cultura e se desloca para outra. Isso ocorre
em função da metodologia empregada
por alguns agricultores da região, ao
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ShuƩer
adicionar a implantação da ponte verde, ou seja, cultivo adicional de outras
culturas associadas – como milheto,
sorgo e feijão.
A agilidade de deslocamento da
praga demonstra seu alto grau de destruição. Segundo o coordenador geral
de proteção de plantas do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Carlos Franz, há registros de deslocamentos de até mil
quilômetros. Um relatório do órgão
revela a presença dela em lavouras que
vão de Roraima ao Rio Grande do Sul.
“Existe um alto grau de preocupação
e, desde que foi identificada, o MAPA
adotou uma série de medidas”, afirma.
Ele explica que foi composto um
grupo emergencial para controle e
manejo da Embrapa. Segundo relatório, essas pragas têm sido controladas
de forma errônea, por defensivos, na
maioria das vezes, de forma recorrente e ineficaz, com pulverizações sem
rigor técnico e sem o devido monitoramento. Defensivos usados com falta
de racionalização provocam redução
populacional dos inimigos naturais
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das pragas e desequilíbrio ecológico
nos sistemas agrícolas.
Por isso, o coordenador geral de
proteção de plantas do MAPA explica
que o produtor não deve fazer nenhuma aplicação de produtos de forma
preventiva. O ideal é monitorar a área
uma vez por semana, para assim, caso
haja a presença da lagarta, conseguir
combatê-la no primeiro e segundo
estágios. “O produtor não deve fazer
ação preventiva, tampouco tardia. Ela
é passível de controle no primeiro e
segundo estágio”, afirma.
Carlos Franz salienta que o produtor deve ficar ainda mais atento no
período de floração. Como a praga já
é famosa, porém pouco conhecida, os
produtores devem buscar assistência
técnica apurada para combatê-la. Por
sua vez, a Embrapa está divulgando
posicionamento favorável para registro emergencial de 12 inseticidas para
a Helicoverpa armigera no Brasil.
Faltam informações
Franz reconhece que, embora haja
um trabalho efetivo de pesquisa no
intuito de controlar as pragas, ainda
faltam informações para o homem do
campo. Ele diz que estão sendo realizados fóruns e palestras para repassar os conhecimentos aos produtores
rurais. “Deveria ser mais intenso, mas
está sendo feito dentro de nossas possibilidades”, afirma.
Clima
O produtor rural deve ficar atento às precipitações de chuvas no mês
de outubro para a tomada de decisão
de plantio. Segundo informações do
Sistema de Meteorologia e Hidrologia
do Estado de Goiás (Simehgo/Sectec),
alguns modelos de pesquisa apontam
possível veranico para o período entre
os dias 15 de outubro e 23 de outubro.
O índice pluviométrico deste mês
é de 110,5 milímetros, o segundo menor volume dentro do período chuvoso (outubro a abril). Para os próximos
meses, a estação chuvosa será dentro
das normalidades, entretanto, com
possibilidade de eventuais excessos
de precipitação em áreas isoladas do
Centro-Oeste.
Outubro / 2013 CAMPO
| 15
O produtor José Roberto Novaes Provinciali conta que já teve
contato com a praga nesta safra.
Assustado com o poder de destruição da lagarta, diz que teve um
prejuízo de cerca de 10% na região
de Goiatuba, Acreúna e Porangatu.
Ele explica que ainda não adquiriu nenhum produto para combater
a praga, exatamente, para não comprar inseticidas que não venham surtir efeito. “Precisamos saber o que é
eficaz”, alerta.
No mais, trabalha para uma
produtividade média acima de 50
sacas nos três mil hectares plantados pulverizados em diversas regiões do Estado como Goianésia,
Acreúna, Porangatu, Vila Propícia e
Goiatuba. “Tivemos um momento
de queda, mas acreditamos na retomada do preço”, ressalta.
José Roberto calcula que tenha
comercializado 20% da produção
no mercado futuro. O valor foi de
R$ 55 a saca. Ele afirma que vai segurar parte da safra no intuito de
conseguir preços por volta de R$
Fredox Carvalho
Prejuízo de 10% da produção
Provinciali aȴrma que vai
segurar parte da safra no intuito
de conseguir preços mais altos
60. “Deixei de vender quando estava nessa faixa, mas acredito que
deve dar uma alavancada”, diz.
A bronca de José Roberto e de
outros produtores rurais fica por
conta do aumento dos preços dos
insumos. Ele diz que comprou os
produtos em maio com oneração
de 20% se comparado à safra passada. “Quem comprou mais tarde
pagou mais caro ainda”, diz.
Esse momento de tomada de
decisão, para ele, é fundamental
para o resultado dos negócios.
Mais consciente e atento às informações das regiões produtoras
mundiais, o produtor consegue
melhores preços. “Hoje 50% diz
respeito à produção, a outra metade é saber comercializar”, resume.
Preços vão depender de safra americana
Para o consultor da Safra & Mercados, Paulo Molinari, os preços comercializados vão depender do resultado final da safra norte americana.
Ele explica que, a princípio, a de soja
não é muito grande. A expectativa
é de que os Estados Unidos colham
cerca de 90 milhões de toneladas do
grão. “Até outubro o foco é nos Estados Unidos”, diz.
Diante dessa concretização, os
produtores que comercializarem parte da safra no mercado futuro com
valores que variam entre R$ 55 e R$
60, podem garantir bons rendimentos. “Dependendo da região, é possível conseguir preços de R$ 55 a R$ 60
16 | CAMPO
Outubro / 2013
a saca. Esse preço garante uma boa
margem para o produtor”, afirma.
Com o abastecimento dos estoques de soja advindos do plantio da
safra norte-americana, associado às
colheitas das safras sul-americanas
em 2014, Molinari acredita que possa
haver achatamento no preço da commodity no próximo semestre. “Tudo
vai depender do clima, se não houver
nenhuma quebra de safra sul-americana, os preços poderão ser pressionados”, ressalta.
Molinari acredita que haja uma
redução de área plantada de milho
no País de até 30%. Para ele, está
dentro da normalidade já que o pre-
ço da saca do milho está aquém do
esperado, em função do alto volume
de estoque. Somente no Brasil, a
estimativa é que até 15 milhões de
toneladas do cereal estejam depositados em armazéns.
Os produtores poderão sofrer,
ainda, com falta de silos para guardar parte da soja colhida no próximo
ano. Além disso, segundo Molinari,
a safra de milho norte-americana
tende a ser recorde. “A retração da
safra de verão pode ser favorável para
a safrinha. Mas, o importante é que
estamos com grandes estoques que
precisam ser esvaziados para liberar
os armazéns”, salienta.
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“Milho não tem comprador”,
afirma o produtor rural Wilton Roberto Guimarães. Mais um motivo,
diz, para continuar investindo somente na soja em seus 1.160 hectares, no município de Niquelândia.
Embora com boas perspectivas de
produtividade, mostra-se incomodado com a volatilidade dos preços. “Os
preços estão parecendo uma gangorra”, diz. Ele conta que vendeu 50% da
produção com valores que variam entre R$ 52 e R$ 59, cujo objetivo é pagar os custos de produção. Ele calcula
que, o custo é de 35 sacas/hectare.
“Agora é um jogo de risco.
Aguardo para fechar o restante mais
para frente, me informando com o
que está acontecendo no mercado
externo”, diz. A busca por informações ocorre por meio de relatórios
de empresas de consultorias. O ob-
Fredox Carvalho
“Milho não tem comprador”, afirma produtor
Wilton está incomodado
com volatilidade dos preços
e não investirá em milho
jetivo é não perder o tempo ideal
para fechamento dos contratos.
Wilton afirma que não teve contato com a praga Helicoverpa, mas
anda preocupado. Está munindo de
informações para não jogar dinheiro fora. “As informações estão muito desencontradas e vou participar
de palestras para fazer a aplicação
de forma correta”, explica.
AGRINHO
Pequenos e
poderosos
Ultrapassando as fronteiras da escola,
programa auxilia crianças a mudar as
comunidades que as cercam
Larissa Melo
Karina Ribeiro | [email protected]
Especial para a Revista Campo
O
despertar da consciência ambiental por meio da modificação de pensamentos e atitudes. Esse é o maior legado deixado,
ao longo dos anos, pelo Agrinho, um
programa de responsabilidade social
do Sistema Faeg/Senar, em parceria
com Sindicatos Rurais e os governos
estadual e municipais. Trabalhando
temas diferentes desde 2008, quando
o programa foi iniciado, o Agrinho
vêm cumprindo seu papel transformador. Este ano, 198 municípios participam com o tema “Saber e Atuar
para Melhorar o Mundo - Responsabilidade Social e Meio Ambiente”. A
festa de confraternização e premiação
deste ano vai ocorrer no dia cinco de
dezembro. Essa é uma forma de agradecer a dedicação e comprometimento daqueles que lutam por um mundo
melhor.
Envolvendo crianças e profissionais do ensino fundamental de escolas municipais e estaduais goianas,
os ensinamentos saem das fronteiras
das instituições escolares e atingem
as comunidades que as cercam. Dessa
forma é criada uma espécie de patrimônio permanente que, eventualmente, deve receber uma lufada de reforço
didático para revigorar as ideias difundidas nos últimos anos. “Acredito
que muitos ensinamentos ficam ao
longo dos anos. A maioria dos professores trabalha por convicção”,
resume a coordenadora do Programa Agrinho, Maria Luiza Bretas.
O programa trabalha com uma
proposta pedagógica com base na
interdisciplinaridade e na pedagogia de pesquisa, sendo temas relacionados à ética, cidadania, saúde,
alimentação,
desenvolvimento
sustentável e produção de alimentos. Todos com enfoque
na preservação ambiental.
Livro escrito por professora e
alunos de Britânia é entregue
no Hospital Araújo Jorge
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Outubro / 2013
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Uma série de ações complementares que abraçam o tema Responsabilidade Social e Meio Ambiente
está sendo desenvolvida no município de Britânia por meio do Programa Sinal Verde. A coordenadora do
projeto, a professora do nono ano
do Colégio Estadual Alfredo Nasser, Maria Disterro dos Santos, 39,
afirma que acompanha o Programa
Agrinho há alguns anos e acredita
no projeto.
Próxima a colegas de trabalho e
parentes de alunos que sofrem com
diferentes tipos de câncer, a professora decidiu incutir nos alunos
o espírito de solidariedade na tentativa de amparar ou minimizar os
sofrimentos causados pela doença.
Em uma das ações, apenas em um
dia de gincana, os alunos da escola
conseguiram recolher 25 mil itens
eletrônicos que foram destinados à
reciclagem para angariar recursos
ao Hospital Araújo Jorge, localizado em Goiânia. O transporte para a
capital foi realizado em três caminhões.
A aluna Maria Eduarda Adolfo
Alves, de 15 anos, lembra que, na
ocasião, muitos pais de alunos participaram do projeto após o expediente de trabalho. “Muitos saíram de
carro junto com os filhos para bater
de porta em porta”, recorda.
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Mendel CorƟzo
Pequenos conselhos, grandes lições
Maria do Disterro e alunos do 9º ano
participam de lançamento do livro na Nobel,
livraria do Shopping Bougainville
Os alunos foram incentivados também a ajudar na revitalização de regiões próximas ao Rio Araguaia. De uma
forma lúdica, soltaram mil balões biodegradáveis com gás hélio. Em cada um
havia entre 10 e 15 sementes de plantas
nativas da região. A ideia é conseguir
reflorestar regiões mais distantes, fora
do alcance das mãos dos alunos.
Focando no tema solidariedade, a
professora selecionou alunos do nono
ano para serem monitores escolares
de alunos do quarto ano da Escola
Municipal Eugênio Gomes dos Santos,
da Vila Esperança.
Para fechar as ações. A professora, em coautoria com os alunos do
nono ano do Colégio Estadual Alfredo Nasser e do quarto ano da Escola
Eugênio Gama dos Santos publicou
o livro “Pequenos Conselhos Grandes Lições”. Com a visão infantil sobre o tema responsabilidade social,
diz, o livro também pode ser lido
por todas as faixas de idade.
Cada exemplar está sendo vendido a R$ 9,90 e a renda também é
revertida para o Hospital Araújo Jorge. Exemplares foram distribuídos
no hospital e dois lançamentos foram realizados, um deles na livraria
Nobel do Shopping Bougainville, em
Goiânia. Em apenas uma hora 120 livros foram vendidos.
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Lindaura Tavares
Limpeza do Parque
De olho em uma área desmatada,
mal aproveitada e vizinha à Escola
Municipal Gercina Teixeira, localizada no município de Piranhas, professores e alunos colocaram em prática
o projeto debatido em sala de aula e
decidiram pôr a mão na massa para
mudar a realidade da comunidade.
“Depois do processo de canalização
do Córrego Olaria, que passa no fundo da escola, essa área ficou abandonada”, informa a professora do
quinto ano e coordenadora do projeto, Lindaura Tavares de Lima.
Ela conta que a ideia foi surgindo
de forma gradual. Com a ajuda de
cerca de 70 alunos, divididos em três
turmas, o córrego foi limpo. Depois,
foi construído um parque de pneus
reciclados com pista de caminhada,
mesas para jogos de tabuleiro, cantinho de leitura, além da arborização. Na prática, onde não há as mãos
efetivas dos alunos, entrou o diálo-
Alunos da Escola Municipal Gercina
Teixeira revitalizaram praça e
criaram ônibus da leitura
go. “Fomos à prefeitura e conversamos sobre a possibilidade de mudar
o local”, diz a professora. Sensibilizada pelo trabalho realizado dentro
dos portões da escola, a comunidade
foi convidada a um mutirão da limpeza. “Estamos focando a importância dessa conscientização na sala
de aula, mas abrimos a visão para
toda a comunidade”, diz a secretária
municipal de educação, Ledyanne
Pereira dos Santos Torres.
De acordo com o aluno, Mauro Antônio Araújo da Silva Neto, 11, a lição
será levada para toda a vida. “Acho que
por causa do envolvimento de toda a
comunidade e por ser bom para todo
mundo. Vamos aproveitar um local que
estava esquecido. Está todo mundo
gostando e se envolvendo”, argumenta.
Preocupados com a destinação
correta dos lixos produzidos pelos
moradores e também com a diminuição do volume de água do Ribeirão
Pereira, principal fonte de abastecimento do município de Guapó, alunos
do oitavo ano do Colégio Estadual
Liodósia Terra Ramos, passaram por
um processo de aprendizagem sobre
os impactos ambientais. “Trabalhamos primeiro a escala global, depois
estadual até chegarmos aos problemas ambientais municipais”, diz a
professora e coordenadora do projeto,
Crislaine Macedo de Brito Gomide.
Ela explica que o curso d´água do ribeirão diminuiu visivelmente ao longo
dos últimos anos. Foi confeccionada
uma maquete explicativa, ilustrando
a forma correta não só de revitalizar
a mata ciliar, mas também do contro-
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Mendel CorƟzo
Plantação de mudas
Alunos de Guapó realizaram plantio
de mudas em Programa Agrinho
le das mudas. “Só plantar não é tudo,
precisa cuidar do local e os alunos ficaram super empolgados”, diz. Foram
plantadas cinco mil mudas de espécies
nativas no local, com recursos da prefeitura e iniciativa privada.
A coordenadora do Colégio, Maria
Antônia de Oliveira conta ainda que a
escola está trabalhando no gerenciamento correto da coleta de lixo. Os
alunos estão repassando os ensinamentos para a comunidade. Ela afirma que o maior legado deixado pelo
Programa Agrinho é fazer com que os
alunos coloquem em prática aquilo
que é ensinado dentro da sala de aula.
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ELEIÇÕES
Chapa única
Eleição da Faeg tem chapa
encabeçada por José Mário. Votação
será dia 30 de outubro
Leydiane Alves | [email protected]
O
Larissa Melo
s 130 Sindicatos Rurais, que representam os produtores do estado de Goiás, vão eleger, no dia 30 de outubro, a diretoria da
Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para o próximo triênio. Nesse ano, foi formada apenas uma chapa que concorrerá
às eleições da Faeg. Encabeçada pelo atual presidente da entidade, José
Mário Schreiner, a chapa teve 30% de renovação.
Para o presidente, os últimos anos foram de desafios, onde a
diretoria buscou com harmonia, entusiasmo e credibilidade cumprir
a missão da Faeg. “Nosso trabalho foi representar o produtor rural,
zelando pelos seus interesses, juntamente com os Sindicatos Rurais,
contribuindo para o desenvolvimento econômico, social e ambiental
da sociedade.”
José Mário destaca que tudo isso foi feito com um foco
na visão da entidade. “O objetivo da Faeg é ser
reconhecida pela excelência na representação e zelo dos produtores rurais. Buscamos manter os nossos valores com
protagonismo, inovação, sustentabilidade, credibilidade, com correspondência à sociedade.”
As eleições serão na sede da
Faeg, das 8h às 16h. Todos os
presidentes dos Sindicatos Rurais regulamentados podem
votar, ou indicar um delegado para votar em seu lugar,
contabilizando apenas um
voto por Sindicato.
Para José Mário avalia
últimos três anos foram
de grandes desaȴos e
realizações
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Outubro / 2013 CAMPO
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Conheça os componentes da chapa
Presidente
Adalberto Ruchelli
José Mário Schreiner
Nascimento: 08/02/1961
Natural de Porto União (SC) está
em Goiás desde 1981.
Produtor rural de cereais e algodão nos municípios de Mineiros,
Portelândia e Perolândia, José Mário, que hoje também é vice-presidente de finanças da Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA), tem uma longa história frente
a entidades ligadas ao setor agropecuário em Goiás.
Iniciou sua trajetória de representação do segmento ao integrar a
diretoria do Sindicato Rural de Mineiros. Foi vice-presidente da Cooperativa Mista Agropecuária do Vale
do Araguaia (COMIVA) e presidente
da Associação dos Produtores de
Grãos de Mineiros (APGM).
No período de 2003 a 2006,
assumiu a Secretaria Estadual de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. E, em 2007, chegou à presidência da Agência Goiana de Desenvolvimento Rural (Agenciarural),
atual Emater. Desde 2001, faz parte
da diretoria executiva da Faeg e assumiu a presidência da entidade e
do Senar Goiás em 2008.
1º Vice-Presidente
Leonardo Ribeiro
Nascimento: 23/09/1971
Natural de Ribeirão Preto (SP) está
em Goiás desde 1995.
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Alto Paraíso. Graduado
em Engenharia Agronômica, ele é
agricultor e atua no sistema sindi-
cal desde 2008. Leonardo também
é presidente da Comissão de Meio
Ambiente da Faeg e conselheiro fiscal na entidade. “A nossa chapa deseja atuar de forma que se mantenha
o objetivo da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) que é
apoiar o setor produtivo.”
Antônio Flávio Camilo de Lima
Nascimento: 24/10/1964
Natural de Goiânia (GO)
Antônio Flávio é formado em Engenharia Agronômica pela UFG. Trabalhou como assessor técnico da Faeg
nos anos de 1991 a 1993. De 1993 a
2010 foi Superintendente do Senar
Goiás e diretor financeiro da Faeg nos
anos de 2001 a 2007. Foi presidente
do Fundepec-GO de 2009 a 2012. É
secretário de Agricultura, Pecuária
e Irrigação de Goiás (Seagro) desde
2011. “A Faeg é uma entidade consolidada e tem a responsabilidade de
tomar decisões impactantes para toda
a sociedade. Nela, temos a participação de agentes privados e públicos que
trabalham para o desenvolvimento de
Goiás.”
1º Vice-Presidente Institucional
Larissa Melo
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Larissa Melo
2º Vice-Presidente
Bartolomeu Braz Pereira
Nascimento: 25/07/1965
Natural de Araguari (MG) e está em
Goiás desde 1970.
Atualmente, é vice-presidente institucional da Faeg. ´R graduado em Gestão
Imobiliária pela Ulbra e produtor rural
de grãos e cana-de-açúcar no município de Goiatuba onde foi presidente
Outubro / 2013
do Sindicato Rural. Hoje, é conselheiro
administrativo do Senar Goiás e vice-presidente institucional da Faeg.
“Acredito que a última diretoria trabalhou de forma incansável para o homem do campo. E queremos trabalhar
mais. Vamos dar continuidade a essa
bandeira que preza pelo produtor rural
de forma íntegra e focada.”
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Wanderley Rodrigues de Siqueira
Idade: 22/11/1954
Natural de Bela Vista de Goiás (GO)
Atualmente, está no terceiro mandato da presidência do Sindicato
Rural. Wanderley é formado em Ciências Contábeis, mas sempre atuou
na área do agronegócio. Há mais de
10 anos ele faz parte da Faeg.
“A Faeg tem um papel importante
Larissa Melo
2º Vice-Presidente Institucional
no estado, além de ser uma formadora de opinião, a Federação é uma
gestora do agronegócio em Goiás.
O estado depende do trabalho da
Faeg e acredito que a entidade tem
cumprido da forma esperada esse
papel. Fico feliz em poder fazer
parte dessa chapa e espero poder
cooperar para melhorar ainda mais
o trabalho da Federação.”
Larissa Melo
1º Vice-Presidente Administrativo
Eurípedes Bassamurfo da Costa
Nascimento: 17/12/1958
Natural de Nova Veneza (GO)
Eurípedes é atual 1º vice-presidente
administrativo da Faeg e faz parte
do Sindicato Rural de Itaberaí desde
1996. Produtor de leite há 17 anos
em Itaberaí, é formado em administração de empresas e pós-graduado
em gestão de agronegócio. Atua na
Faeg há 16 anos onde já foi membro do Conselho Fiscal. Faz parte da
Comissão de Leite da entidade e do
Conselho Fiscal do Fundepec-GO.
“Fazer parte da Federação é um grande orgulho para mim como produtor
no agronegócio goiano. Nosso trabalho está cada vez mais amplo. Essa
vontade de fazer acontecer não vai parar. Queremos mostrar mais serviço.”
Nelcy Palhares Ribeiro de Góis
Nascimento: 29/07/1955
Natural de Morro Agudo (SP) e está
em Goiás desde 1974.
“Considero muito dinâmica a diretoria que trabalhou nesses últimos três
anos. Acredito que o trabalho vai continuar da mesma forma, principalmen-
Larissa Melo
2ª Vice-Presidente Administrativa
te por termos um presidente atuante
como o José Mário. Não só a nova diretoria, mas todos os colaboradores da
Federação da Agricultura e Pecuária de
Goiás (Faeg) têm interesse, juntamente
com o presidente, em produzir ferramentas para os Sindicatos Rurais atuar
da melhor forma em suas bases.”
Flávio Augusto Negrão de Moraes
Idade: 03/04/1976
Natural de Goiânia (GO)
Atualmente: Presidente do Sindicato Rural de Paraúna
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Flávio Faedo
Idade: 19/07/1960
Natural de Tapejara (RS). Está em Goiás desde 1985.
Atualmente: Presidente da Comissão Técnica de Cereais,
Fibras e Oleaginosas da Faeg e Membro da Comissão de
Agricultura do Sindicato Rural de Rio Verde.
Larissa Melo
Jana Tomazelli
Larissa Melo
Suplentes da Diretoria
Vanderlan Moura
Data de nascimento: 07/10/1941
Natural de Buriti Alegre (GO)
Procurador da Assembleia Legislativa de Goiás e associado
do Sindicato Rural de Porangatu
Outubro / 2013 CAMPO
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Larissa Melo
Larissa Melo
Jana Tomazelli
Ricardo Assis Peres
Nascimento: 10/11/1970
Natural de Jataí (GO)
Atualmente: Presidente do Sindicato Rural de Jataí.
Adelcir Ferreira da Silva
Nascimento: 24/12/1946
Natural de Goianira (GO)
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Goiás.
José Vitor Caixeta Ramo
Data de nascimento: 12/04/1947
Natural de Souzânia, distrito de Anápolis (GO)
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Anápolis.
Eduardo de Souza Iwasse
Nascimento: 08/08/1975
Natural de Piracanjuba (GO)
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Piracanjuba.
Hélio dos Remédios dos Santos
Idade: 08/09/1970
Natural de Arraias (TO) veio para Goiás em 1981.
Atualmente, trabalha na gestão de suas propriedades.
Estrogildo Ferreira dos Anjos
Idade: 18/11/1961
Natural de Niquelândia (GO)
Atualmente, é secretário de Ações e Obras da Secretaria
Municipal de Niquelândia, delegado do Sindicato Rural de
Niquelândia e segundo vice-presidente institucional da Faeg.
Larissa Melo
Rômulo Pereira da Costa
Nascimento: 11/11/1957
Natural de Caiapônia (GO)
Atualmente, é advogado e membro
do Conselho Fiscal da Faeg.
Larissa Melo
Larissa Melo
Wagner Marchesi
Nascimento: 27/09/1940
Natural de Ribeirão Preto (SP) veio para Goiás em 1960.
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Britânia e
Aruanã.
Larissa Melo
Jana Tomazelli
Jana Tomazelli
Conselho Fiscal – Titulares
José Carlos de Oliveira
Idade: 07/08/1963
Natural de Corumbá de Goiás (GO).
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural
de Corumbá de Goiás.
Joaquim Vilela de Moraes
Idade: 24/03/1955
Natural de Bom Jardim de Goiás (GO)
Atualmente, é presidente do Sindicato
Rural de Bom Jardim de Goiás.
Dermison Ferreira da Silva
Idade: 01/12/1968
Natural de Caiapônia (GO)
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Piranhas.
Larissa Melo
Larissa Melo
Larrissa Melo
Conselho Fiscal – Suplentes
Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho
Nascimento: 22/11/1950
Natural de Anápolis (GO)
Atualmente, é presidente do
Sindicato Rural de Cocalzinho de Goiás.
Joaquim Saeta Filho
Nascimento: 08/09/1955
Natural de Pires do Rio (GO)
Atualmente, é presidente do
Sindicato Rural de Pires do Rio.
Francila Calica
Sindicato Rural de Indiara
Larissa Melo
Delegados Representantes junto à CNA
Henrique Marques de Almeida
Nascimento: 10/04/1965
Natural de Palmeiras de Goiás (GO)
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Indiara.
1º Delegado
Walter Vieira de Rezende
Nascimento: 27/10/1948
Natural de Catalão (GO)
Atualmente, é delegado do Sindicato
Rural de Catalão junto à Faeg.
2º Delegado:
Alécio Maróstica
Nascimento: 14/07/1948
Natural de Mandaguari (PR). Veio para Goiás no ano de 1984.
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Cristalina.
Antônio Roque da Silva Prates Filho
Nascimento: 18/01/1966
Natural de Palmeiras das Missões (RS) se mudou para o
estado de Goiás em 1985.
Atualmente, é presidente do Sindicato
Rural de Chapadão do Céu.
Larissa Melo
Larissa Melo
Jana Tomazelli
Delegados Representantes junto à CNA – Suplentes
Vilmar Rodrigues da Rocha
Nascimento: 09/05/1961
Natural de Tupaciguara (MG) veio para Goiás no ano de 1962.
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Bom Jesus
de Goiás.
INFRAESTRUTURA
Crise da
armazenagem
Morosidade na liberação de licenças
ambientais compromete programa federal
de financiamento de armazéns
Catherine Moraes | [email protected]
R
edução no custo de frete, colheita administrada, melhor
qualidade e aproveitamento de
resíduos. Estes são apenas alguns dos
benefícios que a armazenagem em propriedades rurais pode ocasionar. Por
esse motivo, o Governo Federal, por
meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou
o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), com recursos
26 | CAMPO
Outubro / 2013
do BNDES. Em Goiás, entretanto, atraso na liberação de licenças ambientais
causaram insatisfação nos produtores
resultando em um acordo entre o Governo Federal, Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos (Semarh). O intuito é garantir
agilidade e fazer com que os produtores
goianos não percam o benefício.
Pedro Arantes, analista de merca-
do da Faeg explica que, em Goiás, a
capacidade armazenadora instalada
corresponde a 72% da safra que é
armazenada anualmente. Quando se
trata de armazenagem em fazenda a
porcentagem cai para 8%. Para ele,
isso significa perda de oportunidade
de negócios. “Não estamos falando
apenas de receita e tarifa paga ao armazém, mas de redução em custo de
frete, redução de filas, uma colheita
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Licença aguardada a mais de um ano
Jana Tomazelli
Larissa Melo
Silomar Cabral possui lista
de produtores que esperam
há mais de ano
Dalmo Sávio lamenta
que processo seja tão
complexo
administrada e melhor qualidade de
produto”, explica.
Além disso, o analista afirma que,
com a armazenagem na propriedade
rural, cerca de 3% dos resíduos acabam sendo aproveitados para o consumo animal. No geral, com armazenagem em empresas, a soja acaba tendo
dois preços: o de balcão e o de mercado livre. No balcão o preço ao produtor sofre um deságio acima de 10%.
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Agrônomo e funcionário da
Campotec Planejamento Agrícola
de Jataí, Silomar Cabral afirma que
possui uma lista imensa de produtores que já esperam há mais de um
ano pela licença ambiental. “A burocracia é realmente um entrave para
o financiamento de armazéns. O recurso fica parado, enquanto o produtor possui apenas um protocolo.
É uma análise muito morosa e, infelizmente, sempre foi assim”, afirma.
O engenheiro agrônomo Dalmo
Sávio Martins, da Alfa Projetos Assessoria Rural de Silvânia lamenta
que o processo seja tão complexo e
acredita que a construção de armazenagens é uma forma de reduzir os
gargalos de logística hoje existentes. “O processo de construção de
armazenagens não é algo que cause
tantas interferências de forma a passar por um trâmite tão burocrático”,
acrescenta.
“Acho que muitas vezes o problema é apenas falta de conhecimento
sobre a atividade. Em um armaze-
namento, a emissão de poluentes
é pequena e a lenha utilizada é de
reflorestamento. Precisamos desta
verba destinada a Goiás, porque sabemos que causará um grande impacto na economia do Estado. Infelizmente, tenho vários clientes que
desistiram do processo ao saber do
calvário a ser enfrentado”, finaliza.
Acordo acertado
Gabriela De Val Borges, superintendente de licenciamento ambiental da Semarh explica que o
Banco do Brasil entrou em contato
com a secretaria que, juntamente
com a Faeg tentou fechar um acordo. A ideia é agilizar o processo
por meio de uma licença simplificada. “Vamos nos empenhar e garantir um tratamento diferenciado
para quem estiver solicitando financiamento por meio desta linha
de crédito. Não podemos deixar
que os produtores de Goiás percam a oportunidade”, acrescenta a
superintendente.
Outubro / 2013 CAMPO
| 27
Conheça condições de financiamento:
Itens
financiáveis Forma de apoio
Clientes
Produtores rurais,
pessoas físicas ou
jurídicas, cooperativas
rurais de produção e
cerealistas.
Investimentos
individuais ou coletivos
vinculados ao objetivo
deste programa.
Participação
máxima do
BNDES
Até 100% do valor do
projeto. Admite-se a
concessão de mais de
um financiamento para
o mesmo cliente por ano
safra, quando a atividade
assistida requerer e ficar
comprovada a capacidade
de pagamento do tomador
do crédito.
Taxa de
Juros
Direta, indireta não-automática, indireta
automática e mista. As operações com valor
até R$ 10 milhões serão sempre realizadas
de forma indireta, por meio de instituições
financeiras credenciadas ao BNDES.
3,5% a.a.
Prazo
total
Garantias
No financiamento de máquinas e equipamentos isolados, sobre
os bens objetos do financiamento deverão ser constituídos a
propriedade fiduciária ou o penhor, a serem mantidos até final
liquidação do contrato. Os bens constitutivos da garantia deverão
ser segurados em favor e no interesse da instituição financeira
credenciada, até final liquidação das obrigações da mesma.
No financiamento de projetos as garantias ficarão a critério da
instituição financeira credenciada, observadas as normas pertinentes
do Banco Central. Não será admitida como garantia a constituição de
penhor de direitos creditórios decorrentes de aplicação financeira.
Até 15 anos,
com carência
de até 3
anos.
Vigência até 30.06.2014. Fonte: BNDES
INTERCÂMBIO
Produtores goianos
conversam com Mike Kelley
sojicultor em Illinois (EUA)
Conhecimento e
comparação
Produtores goianos participam de
missões técnicas internacionais
Cleiber Di Ribeiro | [email protected]
C
onhecer o sistema de produção
dos Estados Unidos (EUA) na
área de grãos, da Austrália na
área de cana-de-açúcar e traçar uma
comparação com as lavouras desenvolvidas pelo produtor rural goiano foi o
objetivo de duas Missões Técnicas internacionais com produtores rurais,
empresários de Usinas e técnicos da
Federação da Agricultura e Pecuária
de Goiás (Faeg), Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar Goiás) e
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas (Sebrae Goiás).
Nas missões técnicas, 15 municípios
30 | CAMPO
Outubro / 2013
goianos foram representados durante
11 dias de viagem.
EUA
O grupo que viajou aos Estados
Unidos começou seu roteiro pelo centro
de pesquisa da empresa de biotecnologia, Monsanto, em Chesterfield Village
(Missouri). Seguiu para o complexo de
armazenagem e distribuição de grãos
via modal férreo da empresa Cargill, na
região de Champaign, onde metade da
produção de milho é exportada.
Após visitar a Universidade do
Estado de Illinois, reconhecida in-
ternacionalmente pela sua área de
economia, a missão visitou uma propriedade 330 acres (145 hectares),
administradas por Jack Murray, 57, e
seu filho Chris Murray, 32.
Além de multiplicar as sementes
para Pioneer, o produtor possui uma
revenda que também presta assistência técnica aos clientes. Segundo
o proprietário, para plantar um acre
de soja o custo da semente fica em
torno de US$ 70 por acre (R$ 160 por
hectare), enquanto que para o milho
o custo chega a US$ 110 por acre (R$
250 por hectare).
www.sistemafaeg.com.br
Cleiber Di Ribeiro
Austrália
Um grupo de 16 pessoas formado por produtores de cana-de-açúcar, pesquisadores e executivos da indústria canavieira,
participou da Missão Técnica de
Cana-de-açúcar, na Austrália. A
primeira visita foi à Associação
de Produtores de Cana-de-açúcar
do Estado de Queensland, maior
região produtora do país. A associação representa 85% dos produtores da região, para um jantar de
confraternização e troca de experiências na área da produção.
Já nas instalações da refinaria de açúcar no município de
Mackay (Mackay Sugar Limited),
criada em 1994, os aspectos tecnológicos chamaram a atenção
dos integrantes executivos das
indústrias brasileiras. A eficiência da produção de açúcar australiana chega aos 95%, enquanto
que em uma refinaria brasileira,
o índice chega a 76%.
Feira e cooperativa
Outro destino da missão foi a
Farm Progress Show no município
de Decatur, estado de Illinois e a
cooperativa River Valley, em Peoria.
Nesta última, são 2,6 mil associados,
tanto agricultores como agropecuaristas, em 22 diferentes municípios
nos estados de Illinois e Iowa. A
cooperativa atua na comercialização
de grãos, químicos e fertilizantes e
no processamento de álcool, óleo de
soja, ração animal e também presta
assistência técnica e serviços agrícolas aos seus cooperados.
www.senargo.org.br
O grupo ainda conheceu a
Bolsa de Chicago, principal bolsa
de comercialização de commodities agrícolas, desde 1848. A
missão técnica encerrou sua programação com três visitas institucionais em Washington/DC. Os
destinos foram o Departamento
de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o escritório da entidade representativa American
Farm Bureau Federation (Farm
Bureau), organização semelhante
à CNA brasileira e a Embaixada
do Brasil.
Infraestrutura
Em seguida, o grupo conheceu
as instalações da empresa OSL,
no porto de Mackay, um dos principais do Estado de Queensland.
De acordo com o vice-presidente
institucional da Faeg, Bartolomeu
Braz Pereira, coordenador da missão, a logística de exportação de
açúcar nos portos é muito bem
estruturada, organizada e feita
por empresas especializadas em
parceria com as refinarias.
Apesar de o setor produtivo
australiano ser focado em produção de açúcar, o processo de
produção da matéria-prima (cana-de-açúcar) é bem semelhante ao
encontrado no Brasil. No quesito
Outubro / 2013 CAMPO
| 31
Integrantes da missão
australiana no campo
Métodos de manejo
Em se falando em rotação de
cultura, a soja é a mais usada na
Austrália, porém, sem muito valor
à exportação, pois toda a planta é
incorporada ao solo. Como os solos
nas principais regiões produtoras
variam muito em aspectos de textura e fertilidade, mas em geral são
fracos, precisam de matéria orgâni-
ca e insumos.
Os resíduos das usinas são largamente usados como torta de filtro, cinzas de caldeira e vinhaça. A
missão também conheceu o distrito
de Mossman e o Planalto Atherton,
onde os integrantes puderam conhecer de perto áreas de produção
em altitudes elevadas.
Alexandro Alves
transporte, trilhos com vagões
se espalham pelos campos de
produção em meio às lavouras
a espera do carregamento da
cana colhida e que será transportada até a usina. São mais
de quatro mil quilômetros de
malha ferroviária que cortam
as principais regiões produtivas de cana no país.
Na sequência o grupo visitou Sugar Research Austrália (SRA), um dos principais
centros de pesquisas da cana-de-açúcar, onde os técnicos
trabalham com pesquisas voltadas à produção, produtividade, biossegurança, genética,
meio ambiente e pragas. Nele,
o grupo teve a oportunidade
de conhecer materiais prontos
e em fase de pesquisas.
ShuƩer
DELÍCIAS DO CAMPO
Esfirra de Carne
tecnólogo em
Receita elaborada por
do Senar Goiás,
gastronomia e instrutor
eira.
Cristiano Ferreira da Silv
INGREDIENTES:
250 ml de água
200 ml de óleo ou 200 gr de margarina (4 colheres de sopa cheia)
1 colher de sopa de açúcar
1 colher de sopa rasa de sal
20 g de fermento biológico seco
1 ovo separado clara e gema (a clara batida em neve na massa e a gema para pincelar)
Farinha de trigo até o ponto de enrolar
1º PASSO: Em uma vasilha, coloque a água, o óleo ou a margarina, o açúcar, e a clara
em neve mexa e vá colocando a farinha de trigo e o sal até o ponto de enrolar.
2º PASSO: Deixe a massa crescer (no mínimo) 40 minutos.
RECHEIO DE CARNE MOÍDA
500 g de carne moída
500 g de tomate picado em cubos pequenos sem sementes
500 g de cebola picada em cubos pequenos
Suco de 1 limão
Sal e pimenta do reino a gosto
Pimenta sírio (opcional)
Envie sua sugestão de receita para
[email protected]
ou ligue (62) 3096-2200.
1º PASSO: Misture bem todos os ingredientes, coloque em uma peneira e deixe escorrer por
duas horas. Reserve.
2º PASSO: Pegue porções da massa e abra círculo de 8 a 10 cm de diâmetro. Distribua uma colher
de sopa de recheio sobre cada esfirra e aperte o recheio com o garfo. Feche a esfirra, espere dobrar de volume e coloque para assar em forno pré-aquecido a 150ºC por 15 a 20 minutos, ou até
que estejam ligeiramente douradas nas bordas.
www.senargo.org.br
Outubro / 2013 CAMPO
| 33
Larissa Melo
CASO DE SUCESSO
Investimento na
sangria
Brasil importa 230 mil toneladas de borracha
natural por ano e seringueiras ganham espaço
em clima favorável do Cerrado
Catherine Moraes | [email protected]
Francila Calica | [email protected]
Cada árvore do seringal
produz média de 500 a
600 gramas por ano
E
m um país que consome 360 mil
toneladas de borracha natural
por ano e precisa importar mais
de 50% deste valor, a necessidade de
produção aumenta e, por consequência,
a sangria de seringueiras. Com um clima extremamente favorável, a demanda
pela profissionalização da atividade no
Cerrado goiano levou o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) a oferecer o curso que, em apenas
cinco meses já contou com mais de 10
turmas. Entre elas, os funcionários do
produtor rural Anísio Mendes de Jesus,
de Anápolis, que busca na atividade,
fonte de renda futura.
No total, 34 funcionários da propriedade de Anísio participaram de
duas edições do Treinamento em Sangria de Seringueira do Senar Goiás e
Sindicato Rural e começam a colocar
34 | CAMPO
Outubro / 2013
o trabalho em prática. “Na minha fazenda tenho aproximadamente 130
mil seringueiras e, por enquanto, ainda não temos renda, mas conseguimos cobrir as despesas. É um investimento a longo prazo, mas acredito
que em cinco anos terei o retorno esperado”, completa.
Gerente da propriedade, o matemático e engenheiro civil Welington
José da Silva explica que, no momento,
apenas cinco funcionários trabalham
no seringal. No total, 12.800 árvores
produzem durante 10 meses do ano
gerando um total de 500 a 600 gramas
de látex. “A meta é que, em 2014, 28
mil seringueiras passem pela sangria.
Nosso objetivo agora é fechar parceria
com a Michelin para venda do látex”,
completa.
Welington explica que o maior de-
safio é garantir uma produção significativa já que o rendimento de cada
árvore ainda é pequeno. Hoje, cada
uma passa pela sangria apenas uma
vez por semana. O desejo, entretanto, é retirar látex duas vezes a cada
quatro dias. Outra preocupação é o
controle de doenças como antracnose, cancro do painel e fungos.
Curso
Entre as informações oferecidas
no treinamento estão o levantamento
de circunferência, tipos de painéis de
sangria, marcação de painel, sistemas
de sangria e coleta de produção. Em
média as árvores precisam ter entre
cinco e sete anos para que possam ter
o látex retirado e o processo é complexo. Isto porque, se feito de forma
incorreta, a árvore pode morrer. Para
www.sistemafaeg.com.br
Larissa Melo
começar a sangra, é necessário que a
árvore possua 45 centímetros de diâmetro e a espessura da casca, geralmente com sete milímetros, só pode
ter cortes até quatro milímetros.
Engenheiro Florestal e instrutor
de Sangria de Seringueiras do Senar,
Jeovane de Souza explica que, apesar
de ser uma planta nativa da Amazônia,
a Seringueira sofre muito com fungos
na terra natal. “As altas temperaturas
e menor precipitação de Goiás torna o
Estado excelente para a atividade. A
perspectiva de mercado é ótima e a
qualidade dos produtos em relação à
borracha sintética, feita de petróleo,
é muito superior. O Brasil consome,
por ano, 360 mil toneladas de borracha natural e produz apenas 130 mil.
Temos muito o que ganhar no quesito
situação socioeconômica”, finaliza.
www.senargo.org.br
Welington José da Silva
gerencia propriedade
localizada em Anápolis
Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no
município de Anápolis devem entrar em contato com o Sindicato Rural
pelo telefone (62) 3311-5055.
Outubro / 2013 CAMPO
| 35
Larissa Melo
CURSOS E TREINAMENTOS
A Integração Lavoura, Pecuária,
e Floresta (iLPF) está inserida
nas técnicas da Agricultura de
Baixo Carbono (ABC)
EM SETEMBRO, O SENAR PROMOVEU
319 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL*
27
Na área de
agricultura
143
10
8
Em atividade
Na área de
Na área de
de apoio
silvicultura agroindústria
agrossilvipastoril
36 | CAMPO
Outubro / 2013
6
80
3
42
Na área de
aquicultura
Na área
de
pecuária
Na área de
extrativismo
Em
atividades
relativas à
prestação de
serviços
www.sistemafaeg.com.br
Banco Mundial
conhece trabalho
do Senar Goiás
Leydiane Alves | [email protected]
C
onsiderado um dos estados
modelo na prática das capacitações técnicas, Goiás
foi escolhido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar
Central), para receber visita técnica
realizada pelo Banco Mundial, Ministério da Agricultura, Pecuária e
Irrigação (MAPA) e Senar Central,
em setembro. O Senar Central, em
parceria com o MAPA, está desenvolvendo um projeto para o fomento da Agricultura de Baixo de Carbono – Programa ABC, e escolheu
Goiás para fazer as alterações finais
no documento.
O objetivo da visita foi apresentar ao grupo o trabalho realizado
no estado voltado à Agricultura de
Baixo Carbono (ABC).
Os técnicos do Banco Mundial
conheceram a metodologia de capacitação do Senar Goiás, durante
um treinamento sobre manejo de
pastagens, na Fazenda Santa Maria,
no município de Campo Limpo de
Goiás. Já no município de Amaralina, o grupo visitou a propriedade
agropecuária Topgen, que realiza
a Integração-Lavoura-Pecuária, de
propriedade do produtor Rodrigo
Nascimento.
Projeto ABC
O Projeto ABC pretende incentivar e difundir a adoção de práti-
cas sustentáveis para a redução das
emissões de gases de efeito estufa.
O Senar será responsável pela capacitação nas tecnologias, formação
profissional e pela assessoria em
campo.
O projeto prevê a realização de
seminários e divulgação nos estados
participantes, capacitação tecnológica de produtores e gerentes de
propriedades e instrutores do Senar
e, ainda, treinamento dos técnicos
que atuarão na assessoria em campo.
Ao todo, 900 propriedades serão atendidas nos projetos piloto
a serem implementados em Minas
Gerais, Goiás e Tocantins.
Para mais informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo SenarGoiás
entre em contato pelo telefone (62) 3545-2600 ou pelo site www.senargo.org.br
*Cursos promovidos entre 26/08 e 25/09 de agosto
75 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
29
Alimentação
e nutrição
www.senargo.org.br
6
Organização
comunitária
2
Saúde e
alimentação
7
Prevenção de
acidentes
30
Artesanato
1
Educação
para
consumo
4.595
PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
Outubro / 2013 CAMPO
| 37
CAMPO ABERTO
Ganhos do manejo
racional de bovinos
Alexandre Rui Barbosa | [email protected]
Arquivo pessoal
M
Alexandre Rui Barbosa
é zootecnista e instrutor
do Senar Goiás em Manejo Racional de Bovinos
38 | CAMPO
esmo que envolva alguns custos iniciais
, o Manejo Racional
de Bovinos, pelo ponto de vista dos profissionais da pecuária de corte e pesquisadores, é
economicamente interessante
e viável. Isto porque, o bem-estar animal é uma realidade
sem volta e o pecuarista precisa
entender que a capacitação dos
funcionários e a melhoria da infraestrutura buscam diminuir
perdas ocasionadas por lesões
na carcaça, por exemplo.
Segundo o professor da
Unesp, Mateus Paranhos, há
uma perda de 12 milhões de
quilos de carne/ano no Brasil,
devido ao mau manejo dos
animais da fazenda ao gancho
do frigorífico. Grande parte
destas lesões são ocasionadas
dentro da propriedade pela falta de treinamentos da equipe.
Todo este contexto gera perdas de carne no aspecto quantitativo e qualitativo. Serão modificados sabor, cor e maciez.
Segundo Paranhos, em currais
convencionais o esforço para
evitar o estresse é maior por
parte dos peões do que em currais racionais, planejados para
executar os manejos do dia a
dia. No segundo caso, existe
respeito pelo comportamento
animal. Isso faz com que o peão
conheça, respeite e trabalhe
com a chamada “zona de fuga”
Outubro / 2013
que os animais possuem.
O treinamento dos funcionários implica diretamente no faturamento da empresa rural, porque transforma a visão no que se
refere a questões como agressividade, calma e tudo que leve a um
manejo respeitoso com o animal.
Apesar disso, a responsabilidade
da aplicação do manejo racional
não é apenas do funcionário, mas
também do proprietário, pois
este tem com obrigação de conhecer e aplicar todas as técnicas
em sua empresa rural.
Pesquisadores afirmam que
o cálculo é simples e objetivo:
o médico veterinário e pesquisador da Beckhauser, Renato dos
Santos, diz que a lesão faz o animal alimentar-se mal e emagrecer ou engordar menos do que a
maioria. “O criador, então, se vê
obrigado a reformar as instalações, e no fim acaba gastando
mais do que se tivesse investido
de modo correto, anteriormente. Mas é preciso que a mão de
obra esteja treinada para utilizar
a estrutura do curral com o mínimo de estresse possível para o
animal”, pontua.
Tenho percebido, em treinamentos de Manejo Racional de
Bovinos de Corte que realizo
pelo Senar Goiás, que a capacitação das pessoas faz a diferença. Entre as mudanças estão
a diminuição de gritos e de uso
do ferrão. Estas e outras fon-
tes de estresse podem levar a
perdas na carcaça, diminuindo
seu valor no frigorífico. Hoje,
temos produtores negociando
um preço melhor na sua carne!
Medidas que levam a profissionalização para dentro da
fazenda produzem resultado. O
que pode ser visto como gasto,
na verdade, é investimento que
permitirá que o produtor tenha
um ganho extra e, muitas vezes,
esse ganho vem em um curto
espaço de tempo, apenas com
a adoção de medidas simples,
mas eficazes, como o uso do
tronco de contenção para vacinação. Ou o uso de uma bandeirola para manejar o gado,
sem a necessidade de ferrão ou
outros tipos de agressão, como
defende Renato dos Santos
Hoje, o produtor tem opções na aquisição de novas
tecnologias no campo, como
os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás. Eles
chegam aos funcionários e proprietários por meio de instrutores altamente capacitados.
E, como sempre diz nosso
presidente, José Mário, a consequência é a melhoria econômica e social na vida do homem do campo. O bem-estar
animal é sinônimo de bom manejo, por isso temos condições
de cumprir qualquer exigência
do mercado interno ou externo, que tenha base científica.
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