catálogo de vias do leme

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catálogo de vias do leme
CATÁLOGO DE VIAS DO LEME
POR PAULO HENRIQUE CORRÊA DOS SANTOS
I) INTRODUÇÃO
Parte desse trabalho foi realizado como o projeto final de conclusão do Curso de
Formação de Guia do Clube Excursionista Carioca.
A seguir serão apresentados um breve histórico do local, as vias, os boulders, as trilhas
e demais informações inerentes à área do Morro do Leme e do Morro do Urubu.
Dessa maneira esperamos que qualquer escalador possa acessar os locais de escalada
sem perda de tempo.
A representação gráfica das vias seguirá às tradicionais legendas apresentadas nos
principais guias a disposição no mercado. Todas as vias se situam na Área de Proteção
Ambiental do Leme – APA Leme que compreende uma região com Área Total (ha): 268.26.
O Morro do Leme e o Morro do Urubu se situam na zona sul da cidade do Rio de Janeiro.
Aqui se encontram o Forte Duque de Caxias ("Forte do Leme") e o CEP - Centro de Estudos
de Pessoal.
Possui 12 hectares de Mata Atlântica nativa - típica de costão rochoso do litoral,
também possui mais 16 hectares de mata em reflorestamento pelo Projeto de Conservação
Ambiental.
Na sua vegetação se destacam: coqueiros jerivá e indaiá, figueiras, ipê-amarelo, freijó
ou louro-da-mata, carrapeteira, quaresmeira, paineira-das-pedras, bromélias, cactos e
orquídeas.
O crescimento urbano do Rio de Janeiro vem acabando com este tipo de
ecossistema nativo.
Por isso, o Morro do Leme protege várias plantas ameaçadas de
extinção, tais como: pau-brasil, figueiras gameleira-grande e molembá, caapiá, velózia-roxa e
pequiá-das-pedras. A borboleta capitão-do-mato (Morpho achilles achillaena) fuça pelas
trilhas ao redor do meio-dia. Seu azul-metálico brilha nestas horas de sol.
Mais de 90 espécies de aves, lá, procuram abrigo, alimento ou pouso, muitas vivendo
permanentemente no local.
Destacam-se: tiê-sangue, saí-azul, fragata, sabiás e gaviões.
Chamam a atenção: o cambaxirrão com seu canto forte, e as chocas cuja voz parece uma
risada vinda da mata.
A Fundação Rio Parques e Jardins, acatando a reivindicação comunitária, iniciou o
trabalho de reflorestamento em setembro de 1987. Ela foi o alicerce imprescindível. Dava
assistência técnica e enviava equipe para as encostas desmatadas, onde removiam o capim,
plantavam árvores e faziam manutenção destas áreas trabalhadas.
O Exército Brasileiro deu apoio logístico e, quando solicitado, transporte de mudas e
alimentação às equipes. Hoje, guarda esta Área de Proteção Ambiental, que talvez seja maior
que a área urbana do Leme.
APA DO MORRO DO LEME - O resultado positivo do reflorestamento motivou a
elaboração de um dossiê sobre a importância ambiental do sítio paisagístico formado pelos
Morros do Leme, do Urubu e Ilha de Cotunduba.
Assim, se solicitou em 1988 o
enquadramento do local como Área de Proteção Ambiental, a qual foi instituída pelo Decreto
Municipal n° 9.779 de 12/11/1990.
PLANO DIRETOR – Assim foi constituído um grupo de trabalho para a regulamentação da
APA através de um plano diretor, o qual foi instituído pelo Decreto Municipal no. 14.008 de
5/7/1995.
É notória a importância do Projeto de Reflorestamento e Conservação Ambiental
realizado, desde 1987, pela parceria: Sociedade civil, Prefeitura do Rio, Exército Brasileiro e
outros.
II) Graduação/Duração/Grau de Exposição
A graduação conferida para a escalada em livre se refere a condição de se guiar à vista
e sem a utilização de ponto de apoio artificial. Neste trabalho todos os itens
(duração/graduação/exposição) seguirão as normas tradicionais já decididas no Seminário de
Graduação, ocorrido em 1999 no Rio de Janeiro e estarão de acordo com os guias de escalada
que estão em circulação.
III) O Bairro do Leme
O bairro do Leme tem como limites atuais: o oceano Atlântico (que banha a praia do
Leme e o costão rochoso dos morros do Leme e do Urubu), o morro da Babilônia (pela crista
divisora de águas que limita com o bairro da Urca) e a avenida Princesa Isabel (que o separa
do bairro de Copacabana). O Leme já foi maior, indo até o atual Copacabana Palace Hotel,
junto à pedra do Inhangá. Porém, com o desmonte desta pedra junto à praia e o encobrimento
do adjacente morro do Inhangá pelos edifícios, o seu limite oeste desapareceu. Assim, esta
área até avenida Princesa Isabel acabou sendo incorporada por Copacabana, e o Leme ficou
menor. É interessante notar que a história da ocupação do Leme se confunde em muito com a
de Copacabana.
O bairro do Leme ocupa uma faixa arenosa de restinga circunscrita pelo oceano
Atlântico e pela cadeia montanhosa formada pelos morros do Leme (com 130 metros de
altura), do Urubu (126m.) e da Babilônia (235m.). No morro da Babilônia, o Leme se estende
encosta acima pela ladeira Ari Barroso, onde temos a leste a favela do Chapéu Mangueira e a
oeste a favela da Babilônia. O CEP - Centro de Estudos de Pessoal, do Exército, e o Forte
Duque de Caxias (“Forte do Leme”) ocupam os morros do Leme, do Urubu e parte do morro
da Babilônia.
Bairro do Leme com o Morro do Leme à direita o Morro do Urubu ao centro e o Pão de
Açúcar à esquerda.
IV) Curiosidades
Talvez a maior surpresa para todos os leitores desse trabalho é que a famosa parede dos
Ácidos, a pedra da Lei e as demais falésias adjacentes estão localizadas dentro da área
pertencente ao Forte do Leme.
V) Histórico do Forte Duque de Caxias
A construção das fortificações no morro do Leme foi provocada porque, em 1711,
Duguay-Trouin conseguiu penetrar no porto do Rio de Janeiro, precisamente porque o então
Governador da Capitania, Francisco de Castro Moraes, havia, inadvertidamente, mandado
desartilhar as fortificações que, durante mais de um século, faziam a cidade ser respeitada.
No reduto do Leme, no Rio de Janeiro, construiu-se, em 1722, uma pequena guarita
de vigilância. Daí remonta o nome Forte do Vigia. Tinha como meta defender uma das
entradas da cidade do Rio de Janeiro, por terra, dominando a estrada que ligava Copacabana a
Botafogo, mas só em 1822 é que foram guarnecidos os seus pontos: Desfiladeiro do Leme,
Ponta do Vigia e Ponta do Anel, para fazer face a um possível ataque por parte de Portugal.
No entanto, esse movimento de defesa logo cessou, em função do reconhecimento da
Independência do Brasil.
A transferência da Capital do Brasil para a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro,
em 1763, provocou a necessidade de serem reforçadas as defesas da Baía de Guanabara. O
Forte Duque de Caxias foi erguido no século XVIII(1776-79) por determinação do vice-rei
Marquês do Lavradio. Projetado pelo Engenheiro Militar Suíço, Brigadeiro Jacques Funck, a
serviço de Portugal, com objetivo de impedir eventuais desembarques de invasores franceses
e espanhóis, cruzando fogos com o Forte de Copacabana, na outra extremidade da praia.
Durante o período colonial, o Forte do Vigia ou Forte do Espia, como originalmente
era conhecido, não possuía artilharia, pois apenas cumpria a missão de prevenir e alertar as
fortalezas vizinhas da presença inimiga. O Forte só foi equipado com artilharia a partir de
1823, após a Independência do Brasil, quando problemas de segurança levaram à reativação,
por pouco tempo, da fortificação, uma vez que se temia um ataque da esquadra portuguesa ao
Brasil.
Situado no alto do Morro do Leme, com projeto de Augusto Tasso Fragoso, a
construção se iniciou em 1913, devido à necessidade de defender a entrada da Baía de
Guanabara, e foi concluída em 1919, sob a direção do então Capitão Arnaldo Paes de
Andrade.
Devido a sua posição geográfica e ao contrário do Forte de Copacabana, o Forte do
Leme não possui canhões, mas sim obuseiros, armamentos que se destinam a transpor altas
barreiras, como o Morro da Urca e o Pão de Açúcar, batendo ângulos mortos, completando,
assim o sistema defensivo do porto do Rio de Janeiro.
O Forte do Leme, estrategicamente bem situado, constituía importante baluarte na
defesa de nossa cidade. Ele foi erguido sob as ruínas do antigo Forte do Vigia e mantém,
ainda hoje, bem conservadas as galerias e os dois “poços” cavados na rocha, onde estão
instalados os quatro obuseiros (armas de trajetória curva) de 280 mm, produzidos pela fábrica
Krupp, que conseguiam alcançar alvos ocultos por ilhas. A construção contou com a
assessoria de técnicos e especialistas germânicos, haja vista que todo o equipamento foi
importado da Alemanha. A bateria de quatro obuseiros foi montada em quatro casamatas de
concreto armado e possuía alcance efetivo de 12.000 metros.
Em 1922, na Revolta do Forte de Copacabana, o Forte do Leme foi atingido por dois
tiros oriundos dos canhões de 305 mm daquela Organização Militar. Em 1924, fez seu
primeiro disparo, com tiro real, contra o encouraçado São Paulo, que havia se amotinado e
tentava cruzar a barra para chegar a alto mar. Em 1930, o Forte participou da interceptação do
navio “Baden”, de origem alemã, que zarpou do porto do Rio de Janeiro sem a devida
permissão. Depois de realizar
dois tiros de advertência, foi feito um disparo real que
destroçou o mastro principal do navio, forçando-o a retornar ao porto.
Em 1931, a 11ª Bia, reorganizada passou a denominar-se 2ª Cia do 6ª GAC, sendo
depois rebatizada como 2ª Bia de Obuses de Costa. Em 1929, o Presidente da República,
Washington Luiz Pereira de Souza, visitou as instalações do Forte que ainda eram as mesmas
de 1917. Só na década seguinte, na presidência de Getúlio Dorneles Vargas e na gestão do
Ministro da Guerra, Gen Góes Monteiro, foi construída a maior parte das instalações que ora
subsistem.
O imóvel, anteriormente ocupado pela 2ª Bia de Obuses de Costa, mereceu a
confecção de um pequeno histórico, onde estão relacionados todos os pavilhões do conjunto e
suas finalidades.
Em 1935, por ocasião da Intentona Comunista, a guarnição do Forte do Vigia não
aderiu aos amotinados da Praia Vermelha, continuando fiel ao governo. Destacamentos do
Forte foram deslocados para ocupar pontos estratégicos do litoral próximo à Praia Vermelha,
particularmente junto à Pedra do Anel e da Ilha de Cotunduba, a fim de impedir um possível
abastecimento da rebelião por mar ou mesmo a fuga. Devido à excessiva proximidade, o Forte
não pôde atirar na sede do 3º Regimento de Infantaria sediado na Praia Vermelha, limitandose à atuação das forças móveis. Ainda em 1935, o Forte recebe a denominação histórica de
Forte Duque de Caxias, em decreto assinado pelo então Presidente da República, Sr. Getúlio
Vargas. A rápida modernização dos armamentos força a desativação da fortificação, em 1965,
surge então neste local o Centro de Estudos de Pessoal - CEP, voltado para a preparação de
recursos humanos do Exército Brasileiro, por meio de cursos e estágios nas áreas de
Educação, Comunicação Social, Psicologia, Informática e Idiomas.
Em novembro de 1955, o Cruzador Tamandarê, levando consigo o Presidente Carlos
Luz em fuga, foi advertido ao passar pela barra e, não obedecendo às ordens, foi alvejado
pelos disparos dos Fortes Duque de Caxias e de Copacabana. Doze petardos foram disparados
sem, contudo, atingir o Velho Cruzador.
Em 31 Mar 64, o Forte Duque de Caxias participou do movimento militar, ocupando
posições junto ao Forte de Copacabana que ainda não havia aderido ao movimento. Um ano
após este acontecimento, a fortificação foi desativada.
Curiosidades
No período colonial a fortificação era guarnecida por uma companhia de Dragões de
Minas e, entre os bravos soldados que a guarneceram, destaca-se a presença do Alferes
Joaquim José da Silva Xavier, que ali serviu em 1789, pouco antes de sua prisão.
VI) Ética Local
Para compactuarmos com a ética divulgada pelos clubes de montanhismo e pelos
guias/ catálogos deve-se observar o seguinte:
- as trilhas são acessadas praticamente só por montanhistas, assim traga o seu lixo de
volta. Há lixeiras em muitos locais da área de Proteção Ambiental;
- preserve a flora e a fauna existentes;
- evite sempre que possível excursão com grande número de pessoas;
- não abra novas trilhas;
- preste atenção nas informações das vias de escalada, pois em algumas (caso das
vias da face N do Morro do Leme) deve-se evitar o rapel. Esta recomendação visa à
preservação da rica vegetação naquela parede;
- observe as recomendações do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental do
Leme;
- não cave agarras artificiais na rocha;
- não altere o padrão de proteção das vias de escalada sem a autorização dos
conquistadores;
- observe as recomendações de mínimo impacto.
VII) Informações e um breve histórico da escalada no Morro do Leme e no Morro do
Urubu.
Os primeiros relatos de escaladas na área do Morro do Leme remontam da década de
60, quando alguns escaladores fizeram caminhadas para reconhecimento do local. Nessa
época optaram por abrir uma linha no Morro do Leme que veio a ser o Paredão Leme 3º IV
conquistado em 1967. Como a rocha do Morro do Leme se assemelha com a do Cantagalo, os
montanhistas logo deduzem que as agarras quebram com facilidade.
Este aspecto virou história na 1ª conquista, pois um dos conquistadores contou que na
progressão entre a 1ª proteção e a 2ª ele caiu depois de uma agarra de pé se soltar, a queda foi
grande e só não bateu na base porque o segurança estava esperto.
Pelo fato de ser uma área militar a escalada ficou um bom tempo sem ser desenvolvida
na região, entretanto com a nova política do Exército Brasileiro de divulgação do sítio
histórico do Leme, a visitação é permitida em todos os finais de semana e feriados para o
público em geral e para os montanhistas todos os dias desde que comuniquem no portão de
entrada para onde estão indo e qual é a previsão de retorno.
Desse modo as outras faces do Morro do Leme e do Morro do Urubu somente foram
conquistadas a partir do ano de 2004. Dentro da idéia de se ter um plano de manejo, as únicas
áreas ainda com possibilidades de abertura de vias são a Face W e NE do Morro do Urubu e
porção L do Morro do Leme.
As maiores vias não demoram mais do que uma hora e meia para serem escaladas,
assim em uma tarde ou em uma manhã pode-se escalar de três a quatro vias, sendo que há a
possibilidade de sombra durante o dia todo.
Outra informação interessante é que há várias vias em móvel, assim àqueles que estão
iniciando nesse estilo de escalada podem desfrutar de vias de II a VIIa. Todas as vias
permitem boas colocações.
No local há banheiros, cantina e um excelente refrigerador para abastecimento de água
para os escaladores que assim o desejarem.
MORRO DO URUBU
No morro do Urubu são 07 vias e vários boulders, cerca de 22 que variam do II ao IX e
que estão dispostos nas 03 faces do morro que possui áreas rochosas na sua face Oeste, face
Sudeste e na face Nordeste.
O acesso ao morro do Urubu pode ser realizado pelos seguintes acessos:
-
face NE pelos costões rochosos da praia Vermelha, pela trilha que dá acesso à
pedra do Anel ou pela trilha que acessa a enseada da via Estopim.
-
face W por uma trilha que começa na primeira curva da estrada que sobe na
direção do Forte Duque de Caxias. Fica à esquerda de quem está subindo. Ela é
uma trilha curta e que passa por uma parede de contenção, onde deve-se subir esta
parede por uma árvore e assim chegar na base da parede rochosa.
-
Face SE pela mesma trilha de acesso da face W, sendo que na parede de concreto
deve-se ir para a direita, passar por uma falésia até avistar a parede onde se
encontra a via Zé Buscapé.
Face W do Morro do Urubu onde estão localizadas as vias Arco do Triunfo (arco à
esquerda na foto), Unha de Gato (fica a direita do arco) e Mundo Cão.
VIAS DO MORRO DO URUBU
FACE W
1. Arco do Triunfo VIIa E2 45m
Via mista que segue em diagonal para a esquerda e que possui a sua parte mais
interessante protegida em móvel no arco. Necessita de peças grandes repetidas como
dois camalots 4. É interessante realizar uma parada antes do arco para se evitar o
atrito. O crux se localiza na parte final, após o final do arco.
2. Unha de Gato 4º VIIc E2 65m
Possui o primeiro grampo alto e com uma saída técnica. Também é uma via mista e
que utiliza peças médias. O 2º rapel, no caso da cordada estar utilizando uma corda
somente, deve ser realizado pela via Mundo Cão.
3. Mundo Cão IV A0/VIIIb 40m
Tem o seu crux entre o 1º e o 2º grampo, mas que pode ser feito em A0.
4. Boulders
a. Limbinho IXa/b 6m
Como possui a base num aclive foi colocado um grampo no alto da falésia para
poder ser feita em topo rope. Fica próximo ao campo de futebol
b. Transversal VIIa
Possui duas transversais. Uma para a direita e outra para a esquerda e se
localiza poucos metros acima do Limbinho.
c. Nas Trevas IV a VI
Localiza-se na parte de trás do boulder Transversal.
d. O Equilibrista VIIIb
Uma as melhores opções de treinamento técnico da área. Muito técnico,
localiza-se ao lado do tapiri que está próximo à churrasqueira do ginásio.
e. Terceira Idade VI+
Atlético e em diagonal para a esquerda. Fica a poucos metro acima do Equilibrista.
f. Bloco Isolado V a VIII
Localiza-se acima do final da via Arco do Triunfo.
FACE SE
1. Zé Buscapé 2º III+ E2/E3 110m
Ótima via para quem está começando a escalar em móvel. Utiliza peças médias e
possui um belo visual da ilha de Cotunduba.
2. variante do Zé V+ 20m
Variante técnica para o início da via Zé Buscapé.
3. Boulders
a. Fendado IV ao VIII
Localizado na trilha de acesso à via Zé Buscapé. É todo recortado por fendas e
pode ser escalado em móvel.
b. Escondido V ao VII
Possui acesso difícil por não estar próximo a trilha. Para localiza-lo deve-se
fazer a primeira enfiada da via Zé Buscapé e entrar na vegetação na direção do Norte
Magnético.
c. Do Ancoradouro vários (cerca de oito) do IV ao IX
Localizam-se a beira mar na faixa Norte da praia da pedra do Anel
FACE NE
1. Estopim V E2 35m
Via em móvel com boas proteções.
2. Costão NE 2º III 100m
Escalado a primeira vez em solo, não possui proteções e após o seu final deve-se
seguir o Norte Magnético (direção do morro da Urca) para acessar a trilha da face
Norte do Morro do Urubu.
3. Boulders
a. Enseada V ao VII
São vários boulders, onde as possibilidades ainda não foram esgotadas.
MORRO DO LEME
É o local com a maior quantidade de vias e onde estão as maiores com cerca de 140m.
No morro do Leme também há uma grande quantidade de boulders espalhados praticamente
ao redor de toda a elevação.
O acesso as escaladas são os seguintes:
-
face N pelo pátio de formatura coronel Rogério através de uma escadaria e pela
gruta de Santa Bárbara;
-
face W pelo caminho dos pescadores;
-
face L pela estrada que dá acesso ao Forte Duque de Caxias.
Face Norte do Morro do Leme
Face N
1. Semisonic 2º IV E2/E3 140m
Via com a sua primeira enfiada em móvel e as outras duas enfiadas acessando platôs. Sua
base está próxima da gruta de Santa Bárbara. A via localiza-se bem a esquerda na foto acima.
2. Paredão Leme 3º IV E2 130m
Foi a primeira via de toda a área conquistada em 1967. Ela passa por dois buracos que se
localizam no meio da parede. A primeira enfiada é a mais bonita. Depois a graduação
diminui. É acessada pela escadaria do pátio de formatura. Croqui no final.
3. Ratos de Montanha 5º VIIa E2/E3 110m
Via com um visual muito bonito, pois segue a linha mais escura da rocha em linha reta,
acabando bem abaixo do mastro da bandeira (veja na foto acima). Cruza com a via Paredão
Leme na primeira parada. É acessada pela escadaria do pátio de formatura. Croqui no final.
4. Boulders
a. Cacto III ao V
São boas áreas para treinamento que se localizam à esquerda da via Semisonic.
b. Travessia Semisonic – Paredão Leme III
É uma travessia realizada a poucos metros do chão e que liga a base da via Semisonic a
via Paredão Leme. Tem cerca de 120m de extensão. Boa para treinamento de resistência.
FACE L
1. 29 de Dezembro 2º III E2 65m
Tem sua base na beira da estrada que dá acesso ao Forte Duque de Caxias.
2. Mar Abaixo VIIa E2/E3 50m
Sua base fica a beira mar e é comum a base da via Jovem Colonião. Segue em diagonal para a
esquerda, é toda em móvel e acessa o boulder da saboneteira.
3. Jovem Colonião VIIa E2/E3 20m
Segue através da óbvia fenda em diagonal para a direita,. Possui um grampo para rapel no seu
final.
4. Fenda do Forte V 15m
Fenda em diagonal para esquerda com proteções em móvel excelentes e consistentes.
Localiza-se atrás das instalações do Forte Duque de Caxias e é acessada pela estrada do Forte.
5. Boulders
a. Saboneteira VI a VIIIc
Local excelente para se treinar em aderência e pequenas agarras. E acessada pela trilha
que existe logo após a base da via 29 de dezembro.
b. Chipanzé VI a IX
Na verdade é uma área com 120m de largura com 4m de altura e que proporciona
vários boulders, dos quais muitos ainda sem terem sido visitados. É acessado pela trilha após
a base da via 29 de dezembro.
c. Pedra do Anel IV ao IX
São inúmeros, muitos possibilitando pequenas vias em falésias do tamanho da famosa
pedra do Urubu. Muito pouco explorado.
d. Da Laca VIIc
Localiza-se na estrada que dá acesso ao Forte, um pouco depois da trilha do Anel.
e. Falésias do Forte
É outro paraíso para os falesistas e está pouco explorado.
FACE W
1. João Belamy 4 º V E2 100m
É a primeira via da face W. Começa a esquerda do quiosque e segue em diagonal para a
esquerda até o meio da parede.
2. Ponto Noturno 3º VI E2 105m
É a que possui um super visual, pois se localiza ao lado do quiosque no início do caminho
dos pescadores. Croqui no final.
3. Um Dia de Sol 4 º VI sup E1/E2 95m
O crux é o lance inicial. Possui boa proteção fixa.
4.Mudança Climática V E1 30m
Variante da primeira enfiada da via Um Dia de Sol
5. Um Dia de Sorte VIIa E1 25m
6. Diedro Mar Grosso IV+ E2 25m
De fácil localização, pois é a primeira via após o final do caminho dos pescadores. Toda em
móvel, possui um grampo no seu final para rapel. Necessita de peças pequenas e duas médias
para a proteção.
7. Tsunami III E1 15m
Ótima para quem está começando a escalar em móvel. Pode ser escalada utilizando um jogo
de nuts de cabo.
8. Dois por Um III E1 50m na ida e V E1 70m na volta
É uma horizontal que liga a base da Tsunami à enseada e tem como peculiaridade de na ida,
após uma enfiada, realizar um rapel para acessar a enseada. No retorno o lance do rapel é o
crux da via.
9. Insolação III+ E1 20m
É uma via mista que necessita duas peças médias e uma grande para proteger as fendas.
(camalots 3, 1 e 2).
10. Ressaca IV+ E1 20m
Fica logo a direita da via Insolação. Toda protegida por grampos.
11. Maré Negra V E2 20m
Tem a sua saída na fenda que está a esquerda do retorno da Dois por Um e segue até a fenda
em arco.
12. Rio 40º VI+ 12m
Está localizada na falésia da enseada. Possui lances técnicos e interessantes. Toda em
grampos.
13. Marola VIIIb 12m
É necessário ter cuidado na saída que é atlética, pois a base é em aclive. Protegida por
chapeletas.
14. Maremoto (projeto)
15. Bicho Papão VIIIa
Tem a saída um pouco à esquerda da via Marola.
16. Depois da Tempestade III+
Possui a sua base logo após a da Tsunami.
Vista da praia do Leme de uma das paradas da via Ratos de Montanha – Morro do
Leme RJ
RELAÇÃO DE VIAS
Arco do Triunfo VIIa
PAULO HENRIQUE E MARCOS VINÍCUIUS / 2004
Bicho Papão VIIIa
PAULO HENRIQUE E ANDRÉ ILHA/2006
Costão da Face NE 2º III
PAULO HENRIQUE EM SOLO / 2005
Depois da tempestade IV
PEDRO BUGIM E ALINE/2006
Diedro Mar Grosso IV+
TONICO MAGALHÃES E JULIANO/ 2005
Dois por Um III + e V
TONICO MAGALHÃES E JULIANO/ 2005
Estopim V
PAULO HENRIQUE E PATRÍCIA DUFFLES / 2005
Fenda do Forte V+
PAULO HENRIQUE / 2004
Insolação III+
TONICO MAGALHÃES E JULIANO / 2005
João Belamy 4 º V
TONICO MAGALHÃES, JULIANO E FELIPE BARBOSA/ 2006
Jovem Colonião VIIa
PAULO HENRIQUE em solo / 2005
Mar Abaixo VIIa
PAULO HENRIQUE / 2006
Maré Negra V
ANDRÉ ILHA E IURY /2006
Marola VIIIb
PAULO HENRIQUE / 2006
Mudança Climática V
PEDRO BUGIM/2006
Mundo Cão IV A0/VIIIb
PAULO HENRIQUE E ANDRÉ ILHA / 2004
Paredão Leme 3º IV
ALEXANDRE DECKER, HÉLIO BARROSO E NÉLSON BUSSI/ 1967
Ponto Noturno 3º VI
PAULO HENRIQUE E MARCOS VINÍCIUS / 2005
Ratos de Montanha 5º VIIa
PAULO HENRIQUE, MARCOS VINÍCIUS, PATRÍCIA DUFFLES, LEANDRO CHEN E MARCOS
SNAKINHO/ 2005
Ressaca IV +
TONICO MAGALHÃES E JULIANO / 2005
Rio 40º
TONICO MAGALHÃES E JULIANO /2005
Semisonic 2º IV
PAULO HENRIQUE E IVAN CHRISTIE/2005
Tsunami III
ANDRÉ ILHA E RODOLFO CAMPOS/2005
Um Dia de Sol 4 º VI sup
LUIZ VULCANIS E PEDRO BUGIM/2006
Um Dia de Sorte VIIa
PEDRO BUGIM E RODRIGO TAVEIRA/2007
Unha de Gato 4º VIIc
PAULO HENRIQUE E TIAGO M. PEDROSO/2004
Variante do Zé V+
PAULO HENRIQUE/ 2004
Zé Buscapé 2º III+
PAULO HENRIQUE E LEONARDI CUPOLLILO/2004
29 de dezembro 2º III
JOFFRE TELES E MARINA TEIXEIRA/2005
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Catálogo de Escaladas do Estado do Rio de Janeiro – 1984 – André Ilha e Lúcia
Duarte.
2. Site da SOAPA – Leme.
3. Guia de Escaladas da Urca – Flávio Daflon e Delson de Queiroz.
4. Arquivo histórico do Centro de Estudos de Pessoal.
PH no primeiro esticão da via Ratos de Montanha 5 º VIIa no Morro do Leme - RJ
A via Estopim fica ao lado esquerdo da letra “F”
Visão geral da área do Leme
Área do Leme
Morro do Urubu no centro e Morro do Leme à direita
Legenda
A- Arco do Triunfo VIIa
B- Unha de Gato VIIc
C- Mundo Cão IV A0/VIIIb
D- Estopim V
E- Zé Buscapé 2º III+ e variante do Zé V+
F- Jovem Colonião VIIa e Travessia Mar Abaixo VIIa
Obs: Antes da enseada e no fim do caminho dos pescadores existem as vias Diedro Mar
Grosso IV+; Tsunami III , Depois da Tempestade III.
Legenda
------- trilhas
 boulders e falésias
Trilha
A via Estopim é a mais distante, pode ser acessada pela Praia Vermelha. (ver croqui das
trilhas)
MAR
Material:
Camalots médios e pequenos - podem ser usados nuts de cabo (01 jogo)