Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para
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Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para
Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar MELQUIADES, Fábio Luiz BORTOLETO, Gisele G. NEME, Fernanda F. TON, Ariel MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade MARETTI, Maria Izabel Resumo O objetivo deste estudo foi verificar a viabilidade do uso de fluorescência de raios X por dispersão em energia (EDXRF) com equipamento portátil para análise de cana de açúcar. Foram realizados experimentos diretamente no colmo das variedades e ainda com o caldo antes e depois de armazenamento sob refrigeração. O tempo de irradiação foi de 60 s e os espectros foram avaliados através da Análise de Componentes Principais (PCA). De forma geral, a metodologia proposta apresentou resultados promissores para o setor sucroalcooleiro na avaliação de parâmetros de qualidade da cana de açúcar, com irradiação direta do colmo da cana. Palavras chave: cana de açúcar, fluorescência de raios X, análise de componentes principais. Abstract The objective of this study was to verify the feasibility of using Energy Dispersive X-ray Fluorescence (EDXRF) with portable equipment for sugarcane analysis. Experiments were performed directly in the stem of the studied varieties, and also on the juice before and after freeze storage. Irradiation time was 60 s and the spectra were evaluated by Principal Component Analysis (PCA). Overall, the proposed methodology showed promising results for sugar and alcohol sector in the evaluation of quality parameters of sugarcane, with direct irradiation of the cane stem. Keywords: sugar cane, X-ray fluorescence, principal component analysis. 39 Resumen El objetivo de este estudio fue investigar la factibilidad de usar fluorescencia de rayos X por energía dispersiva (EDXRF) con un aparato portátil para el análisis de la caña de azúcar. Los experimentos se llevaron a cabo directamente sobre el tallo de las variedades y con el jugo antes y después del almacenamiento bajo refrigeración. El tiempo de irradiación fue de 60 s y los espectros fueron evaluados por el Análisis de Componentes Principales (PCA). En general, la metodología propuesta mostró resultados prometedores para la industria de la caña de azúcar en la evaluación de parámetros de calidad de la caña de azúcar, con la irradiación directa del tallo de la caña. Palabras clave: caña de azúcar, fluorescencia de rayos X, análisis de componentes principales. 40 bioenergia em revista: diálogos, ano 2, n. 2, p. 39- 55, jul./dez. 2012. MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar INTRODUÇÃO A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é uma gramínea com capacidade de sintetizar açúcares, com destaque para a sacarose e com características relevantes que a situam como a planta comercial de maiores rendimentos em biomassa energética. É uma cultura bastante difundida no Brasil como recurso agrícola renovável na produção industrial de açúcar e biocombustível, além de fibra, fertilizantes e uma miríade de co-produtos com sustentabilidade ecológica (ITURRA, 2011). A maturação da cana-de-açúcar pode ser definida como o processo fisiológico que envolve a formação de açúcares nas folhas, seu deslocamento, armazenamento e concentração no colmo. Existem diferentes formas de determinação do ponto de maturação da cana-de-açúcar. A metodologia mais freqüentemente aplicada é utilizando um refratômetro de campo, complementado pela análise de laboratório. Com a adoção do sistema de pagamento pelo teor de sacarose, há necessidade de o produtor conciliar alta produtividade agrícola com elevado teor de sacarose na época da colheita. O refratômetro fornece diretamente a porcentagem de sólidos solúveis do caldo (Brix), o qual está estreitamente correlacionado com o teor de sacarose da cana. Métodos alternativos para análise do caldo da cana com vistas ao cálculo para pagamento dos fornecedores vêm sendo investigados e testados com a finalidade de aumentar a confiabilidade, uniformidade e também a precisão das medidas (SHREVE, 1980, LANE, 1993, JOHNSON, 2000, CONSECANA-PR, 2000). Atualmente, o Conselho dos Produtores de Canade-açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (CONSECANA-SP, 2006) regulamenta que o Brix, o Pol e o AR do caldo extraído podem ser determinados por espectroscopia no infravermelho próximo (NIR), após a definição de modelos de calibração, construídos com os resultados da metodologia padrão (CHANG, 1988, SALGO, 1998, TEWARI, 2003, LIMA, 2005, VALDERRAMA, 2007, SOROL, 2010). Contudo, a busca por métodos alternativos tem incentivado a pesquisa de novas técnicas e metodologias para análises mais rápidas e eficientes e menos custosas para o setor sucro-alcooleiro. A técnica de Fluorescência de Raios X (XRF) dispõe de um método bem estabelecido na área de pesquisas ambientais, sendo uma das técnicas de espectrometria atômica que podem ser adaptadas para uso em campo com equipamentos portáteis (IVANOVA, 1998, MELQUIADES, 2008). É uma técnica analítica multi-elementar, rápida, de baixo custo, de fácil operação e seus princípios físicos, vantagens e limitações são bem conhecidos (BERTIN, 1975, CESAREO, 2000). O objetivo deste estudo foi verificar a viabilidade do uso de fluorescência de raios X com equipamento portátil para análise de cana de açúcar. Os testes realizados visaram responder as seguintes questões: (a) A cana de açúcar pode ser analisada ainda plantada ou precisa ser cortada quando se pretende estimar a maturação da mesma? (b) No caso da análise do caldo, o mesmo pode ser congelado para analise posterior ou deve ser analisado logo após a prensagem da cana de açúcar? (c) É possível constatar diferenças de composição em relação à posição de irradiação 41 bioenergia em revista: diálogos, ano 2, n. 2, p. 39- 55, jul./dez. 2012. MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar em um mesmo caule de cana de açúcar? (d) A XRF pode identificar diferenças entre caules, no caso de plantas com floração e sem floração? MATERIAIS E MÉTODOS Fluorescência de Raios X O fenômeno que antecede a XRF é o efeito fotoelétrico. Quando um átomo é submetido a um processo de irradiação utilizando-se de uma fonte de alta energia (tubos de raios X, indução por partícula, radioisótopos naturais, luz síncrotron, por exemplo), um elétron pode ser ejetado das camadas eletrônicas mais internas do átomo, chamado fotoelétron. Para estabilização deste estado de excitação, elétrons das camadas eletrônicas mais externas ocupam rapidamente as vacâncias geradas, liberando um raio X com a diferença de energia existente entre os dois níveis de energia. A radiação emitida para cada transição é característica para cada elemento presente na amostra e a quantidade destes raios X característicos é proporcional à concentração do elemento a ele relacionado (JENKINS, 1999). Porém, além do efeito fotoelétrico, efeitos de espalhamento do feixe incidente, conhecidos como espalhamentos Rayleigh, Compton e Raman de raios X, ocorrem simultaneamente. As intensidades relativas destes fenômenos dependem também da composição da matriz da amostra e aumentam proporcionalmente com o decréscimo da massa molar média da amostra. Portanto, amostras com grande quantidade de átomos leves apresentam espalhamento muito intenso. Variações muito tênues em espectros de amostras orgânicas podem ser avaliadas com o auxílio de análise multivariada e diversos trabalhos tem demonstrado sua eficácia na discriminação e quantificação de certas propriedades em amostras orgânicas utilizando-se espectros de XRF (VÁZQUEZ, 2002, BUENO, 2005, BORTOLETO, 2005, GORAIEB, 2007). Análise de Componentes Principais Métodos de análise multivariada ou quimiometria são empregados em análise de dados que requerem determinações simultâneas de diversas espécies em uma ou mais amostras. A análise exploratória não supervisionada baseada em métodos de reconhecimento de padrões visa evidenciar similaridades ou diferenças entre amostras de um determinado conjunto de dados (SILVA, 2002). A análise de componentes principais (PCA) é a base principal de diversos métodos de análise multivariada e seu grande objetivo é comprimir a quantidade de informação de um conjunto de dados iniciais para um novo sistema de eixos, denominados Componentes Principais (PC). Estas PCs representam as amostras, possibilitando visualizar características multivariadas dos dados em poucas dimensões, através de uma projeção de dados sobre um 42 bioenergia em revista: diálogos, ano 2, n. 2, p. 39- 55, jul./dez. 2012. MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar subespaço dimensional menor, maximizando a variância, sem perda de informação relevante. A primeira componente principal, PC1, é a combinação linear de máxima variância (isto é, de máxima informação) das variáveis originais, ou seja, os auto vetores, num determinado eixo. A segunda componente, PC2, de segunda maior variância, é ortogonal a PC1, isto é, não correlacionada a ela, e assim por diante. Como esses eixos são calculados em ordem decrescente de importância, a informação relevante fica concentrada nas primeiras PCs, que podem ser então confrontadas com padrões de características conhecidas das amostras em avaliação (WOLD, 1997, SILVA, 2002, NETO, 2006). Amostragem As amostras de cana-de-açúcar foram obtidas na Fazenda Areão da ESALQ-USP. As análises dos parâmetros de qualidade da cana de açúcar pelo método convencional foram realizadas na FATEC Piracicaba - Centro Paulo Souza – SP, seguindo as normas do CONSECANA (Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar ). Foram realizadas medidas em caules antes de cortar, ou seja, com a cana ainda no campo (in vivo) e depois de cortados os caules. As irradiações com o equipamento portátil de EDXRF foram feitas no colmo da região central. O mesmo colmo foi medido depois de cortar a cana de açúcar. Neste caso foram avaliadas as variedades: Saccharum officinarum (sac),SP 803280 (SP 80), IACSP95 5000 (iac95), RB 835486 (rb86), SP 711406 (sp06). Os termos entre parênteses se referem-se aos código utilizado nos gráficos ao longo do texto. Para verificar se existe diferença significativa nos espectros quando da análise do caldo, foram feitas medidas logo após sua prensagem e depois de armazenagem sob refrigeração e descongelamento dos mesmos. As variedades estudadas foram: SP 8642 (Sp 42), RB835089 (Rb 89), SP 813250 (sp 50) e SP 701143 (sp 43) Visto que uma das variedades estudadas apresentava caules com floração, foram retirados três caules da amostra SP 813250, um deles com floração na ponta. O intuito foi verificar se a diminuição do teor de sacarose no caule com floração é identificada por XRF. Por fim, em um dos caules de Saccharum officinarum, foram realizadas medidas nos três primeiros colmos, nos três colmos centrais e nos três últimos colmos, visando verificar variações nestas distintas regiões de um mesmo caule. Realizadas as medidas por EDXRF, os caules foram triturados e prensados para obtenção da fibra e do caldo para as análises laboratoriais dos parâmetros de qualidade da cana. O caldo foi congelado e posteriormente analisado por EDXRF, acondicionado em celas com filme de politeraftalato de etileno específicas para uso com XRF. 43 bioenergia em revista: diálogos, ano 2, n. 2, p. 39- 55, jul./dez. 2012. MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar Instrumentação As medidas foram realizadas com um equipamento portátil de EDXRF, InnovX system, modelo AlphaCam, com tubo de raios X de Ta (Tântalo) e detector de diodo de SiPIN, resfriado por sistema Peltier. As condições de medida foram avaliadas e optou-se por usar 20 kV, 20 µA, filtro de Al de 100 µm no tubo de raios X e 60 s de medida para todas as amostras. RESULTADOS E DISCUSSÃO Medidas de caules no campo e depois de cortados Foram medidos 5 caules de diferentes variedades de cana de açúcar em campo, antes de cortar os caules. As mesmas amostras foram então submetidas ao corte e medidas por EDXRF, até 5 horas após o corte. (Figura 1). Os espectros de uma seqüência de medidas são apresentados na Figura 2, para alguns intervalos de tempo. Figura1: Foto das medidas no campo antes e depois de cortadas. 44 bioenergia em revista: diálogos, ano 2, n. 2, p. 39- 55, jul./dez. 2012. MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar Figura 2: Espectros do colmo da cana de açúcar nos diferentes tempos de irradiação após o corte. O gráfico de scores e loadings para a amostra SP 803280 é apresentado na Figura 3, com a PC1 explicando 59,23% da variância dos dados e a PC2, 10,09%. Nesta figura, o gráfico de scores mostra que não existe diferença significativa entre as medidas, visto que a distância entre os pontos está relacionada com a variabilidade do equipamento na obtenção dos espectros. O gráfico de loadings mostra que o ferro influenciou a disposição destas amostras; contudo, a maioria dos pontos se distribui em torno da região central, indicando homogeneidade das amostras avaliadas. A Figura 4 apresenta os gráficos de scores para as demais amostras, mostrando que em todos os casos foi constatado que a medida do caule no campo é equivalente à medida do caule cortado. Os gráficos de loadings não foram apresentados, pois sua disposição é semelhante à Figura 3 para todas as amostras avaliadas. 45 bioenergia em revista: diálogos, ano 2, n. 2, p. 39- 55, jul./dez. 2012. MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar Samples/Scores Plot Variables/Loadings Plot 0.15 Fe 0.1 50 Loadings on PC 2 (10.09%) Scores on PC 2 (10.09%) 100 sp80-2b sp80-1b 0 sp80-1a sp80-1c sp80-2c sp 803280 et 1 vivo sp80-2a -50 -100 0.05 0 -0.05 -0.1 6.41909 9.37379 6.43879 6.37969 6.3403 15.3423 9.09802 9.295 7.97523 6.45849 10.5951 11.7179 6.497888.42829 13.5301 6.3206 9.35409 14.9089 8.2904 12.8603 15.6181 9.11772 6.53728 18.0409 14.8498 6.51758 15.6772 7.10852 17.6273 15.77569.2753 18.7894 12.3285 9.41319 17.2727 6.26151 10.4178 16.0908 19.8531 18.4743 11.5209 16.4257 19.9516 18.1394 9.51168 14.3968 10.2208 19.9713 16.4454 10.9693 17.4894 9.78745 9.17681 19.6364 7.87674 17.8242 15.9135 9.3147 5.90694 13.6877 18.5137 17.2924 14.7316 15.2832 18.7303 12.8406 18.117.3909 16.6621 8.56617 16.7014 13.0967 11.2648 14.8301 9.21621 15.4014 14.7907 9.15711 13.8846 16.1499 13.1755 16.3272 11.1072 12.5649 Espalhamento -0.15 -300 -200 -100 0 100 Scores on PC 1 (59.23%) 200 -0.2 -0.2 300 -0.15 -0.1 Decluttered -0.05 0 0.05 0.1 Loadings on PC 1 (59.23%) 0.15 0.2 Figura 3: Gráfico de scores e loadingns da amostra SP 803280 das medidas no colmo, mostrando a equivalência entre as medidas antes e depois do corte. (▼) medida em campo com cana plantada (in vivo), (●) medida em campo após o corte. Samples/Scores Plot Samples/Scores Plot of rb86T 150 100 iac95-5000 vivo 50 iac95-2c iac95-1c 0 -50 iac95-1b 50 Scores on PC 2 (7.32%) Scores on PC 2 (22.02% ) 100 iac95-2b iac95-2a rb86-2b rb86-1c rb 835486 et 1 vivo rb86-1b 0 rb86-2a rb86-1a rb86-2c -50 -100 -150 -100 -250 -200 -150 Decluttered -100 -50 0 50 100 Scores on PC 1 (37.57%) 150 200 250 -400 -300 -200 150 100 100 50 sac ofic-vivoa sac ofic-vivob sac ofic-1b sac ofic-1c 0 sac ofic-2a sac ofic-2c -50 sac ofic-2b -150 -50 0 50 Scores on PC 1 (35.33%) 100 150 sp06-2a sp06-2b sp06-1a sp06-1b sp06-1c sp06-2c -50 -150 -100 400 sp1406 vivo 0 -100 -150 300 50 -100 -200 200 Samples/Scores Plot of sp06T 150 Scores on PC 2 (13.73%) S c ores on P C 2 (22.33% ) Samples/Scores Plot of SAc1T -100 0 100 Scores on PC 1 (69.21%) -300 200 46 -200 -100 0 100 Scores on PC 1 (56.15%) 200 300 bioenergia em revista: diálogos, ano 2, n. 2, p. 39- 55, jul./dez. 2012. MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar Figura 4: Gráfico de scores de 4 variedades de cana de açúcar medidas no colmo. (▼) medida em campo com cana plantada (in vivo), (●) medida em campo até 5 horas após o corte. Análise do caldo em campo e em laboratório após descongelamento A diminuição da temperatura do produto vegetal, durante o processamento e armazenamento, é fundamental para reduzir a respiração, a produção de etileno e a transpiração, ou seja, as deteriorações fisiológicas, bem como colabora para a diminuição da microbiota. Apesar do uso da refrigeração ser indispensável, para cada tipo de produto, existe a faixa de temperatura adequada para conservação e prolongamento da vida útil do produto (WILEY, 1997). Andrade et al. 2008 avaliaram o congelamento dos caules minimamente processados como forma de conservação da cana e verificaram que os resultados foram positivos. No caso deste estudo, avaliando os resultados mostrados na Figura 5, percebe-se que não há diferença significativa entre as medidas feitas logo após a prensagem e com o caldo armazenado sob congelamento a -20oC e analisado posteriormente. Esta afirmação baseia-se na disposição dos pontos, ou seja, na distancia entre eles e o eixo de origem. Adicionalmente, o gráfico de loadings (Figura 6) apresenta as variáveis em torno do ponto central, confirmando a homogeneidade das medidas. Este comportamento se repetiu para todas as variedades. Samples/Scores Plot of rb89T 200 150 150 100 100 S c o re s on P C 2 (2 5.56% ) S c ores on P C 2 (25.19% ) Samples/Scores Plot of sp42T 200 Sp42-1b 50 Sp42-2a 0 Sp42-1a -50 sp42-1campo Sp42-2b -100 -150 50 Rb89-2a Rb89-2b Rb89-1a 0 -50 rb89-2campo -100 -150 -200 -200 -200 -150 -100 -50 0 50 100 Scores on PC 1 (28.27%) 150 200 -200 47 -150 -100 -50 0 50 100 Scores on PC 1 (27.62%) 150 200 bioenergia em revista: diálogos, ano 2, n. 2, p. 39- 55, jul./dez. 2012. MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar Samples/Scores Plot Samples/Scores Plot of sp50T 200 200 150 100 50 S c o re s o n P C 2 (2 6 .0 7 % ) S c ores o n P C 2 (21 .0 2% ) 150 sp50-2campo Sp50-1b Sp50-2b Sp50-1a 0 -50 Sp50-2a 100 50 0 -100 -150 -150 -200 -200 -200 -100 0 100 Scores on PC 1 (41.03%) 200 Sp43-2b -200 300 sp43-1campo Sp43-2a -50 -100 -300 Sp43-1a Sp43-1b -150 -100 -50 0 50 100 Scores on PC 1 (28.10%) 150 200 Figura 5: Gráfico de scores de 4 variedades de caldo de cana, mostrando a equivalência entre as medidas realizadas logo após a prensagem (▼) e após armazenamento em freezer e descongelamento para análise (●). Variables/Loadings Plot for sp42T 0.2 9.03967 9.19721 Loadings on PC 2 (25.19%) 0.15 14.0414 9.55167 12.4464 11.1073 12.2692 10.9104 9.37444 14.9079 9.43351 9.15783 12.7615 13.7461 14.3762 13.8051 8.90183 17.1331 15.4396 14.2974 8.13384 11.5406 14.9867 13.0765 17.1528 7.996 7.89754 14.2187 16.4636 14.4353 16.3454 12.8599 8.1141515.6168 16.8377 9.23659 16.562 17.3103 15.794 17.4088 18.1571 10.6544 9.57136 17.6451 17.2709 18.4721 11.2846 15.9713 16.5423 16.818 17.9208 11.4618 19.634 13.3916 18.7281 12.3479 13.4901 18.9054 10.7923 19.8309 15.6562 17.6254 16.6014 16.6408 17.7829 19.9687 18.3146 16.6999 18.2161 19.0629 19.693 19.2598 15.02610.5953 16.6802 15.0457 18.6691 15.0851 18.0586 19.220418.2752 15.2427 18.9251 17.6845 15.3608 13.7264 8.232312.4858 8.15353 16.3848 17.3497 16.9755 16.6605 8.88214 17.5663 7.66123 15.9319 11.12715.1245 9.2169 10.7726 16.2469 16.3257 10.9892 16.7392 12.4267 8.27169 9.27598 14.7897 13.3719 15.1639 9.45321 13.8445 0.1 0.05 0 -0.05 -0.1 9.33505 -0.15 Decluttered -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 Loadings on PC 1 (28.27%) 0.15 0.2 0.25 Figura 6: Gráfico de loadings da amostra SP 8642, exemplificando a disposição das variáveis. 48 bioenergia em revista: diálogos, ano 2, n. 2, p. 39- 55, jul./dez. 2012. MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar Medidas em três regiões diferentes do mesmo caule de Saccharum officinarum A maturação da cana de açúcar ocorre da base para o ápice do colmo. A cana imatura apresenta valores bastante distintos nesses seguimentos, os quais vão se aproximando no processo de maturação. Assim, o critério mais racional de estimar a maturação pelo refratômetro de campo é pelo índice de maturação (IM), que fornece o quociente da relação entre o Brix da ponta do colmo e o Brix da base do colmo. Foram feitas medidas em colmos de 3 regiões de um mesmo caule: próximo da raiz, na região central e no topo, totalizando 12 espectros. A análise de PCA com os valores médios de cada região estão na Figura 7, mostrando que a XRF não foi capaz de identificar diferenças entre os distintos pontos do caule na época estudada, devendo ser repetida para início de safra quando os valores podem estar com maior amplitude. Contudo, pode ser notada uma tênue tendência a um maior teor de ferro nos colmos mais próximas da raiz. A explicação para isso é a migração de ferro do solo para a planta (MALAVOLTA, 2006). Samples/Scores Plot Variables/Loadings Plot 200 0.2 150 9.4126 Loadings on PC 2 (28.83%) Scores on PC 2 (28.83%) 0.15 9.07784 100 50 meio 0 topo meio raiz -50 -100 15.655 8.01447 14.5128 17.1516 7.95539 9.15661 15.2217 10.5547 16.3245 7.87663 10.6335 13.7448 15.7337 13.4101 3.32778 15.97 11.9529 17.3879 3.268715.7928 14.631 16.8956 14.7098 15.399 12.484611.5393 10.535 15.8519 17.1122 13.0753 13.33139.19599 17.5257 18.7072 14.3159 17.8999 9.33383 16.3048 19.0223 3.3474710.6532 18.037715.6747 17.4666 16.482 17.5454 19.7706 18.53 15.0051 14.6704 8.09324 17.821112.4452 14.3553 19.9084 17.9983 17.328814.5325 19.9675 18.1362 18.7269 13.0359 14.296219.3571 16.738 9.43229 18.018 19.0617 19.0814 9.13692 14.4538 9.64891 18.5103 3.74131 17.2894 11.322710.1806 12.8587 6.51788 16.7577 17.60456.28158 9.09753 13.351 16.679 12.9769 13.8827 6.4785 16.0685 11.756 9.39291 6.30127 6.43911 6.39973 9.05815 6.4588 6.41942 6.38003 6.36034 0.1 0.05 0 Fe -0.05 -150 -0.1 -200 -250 -200 -150 -100 -50 0 50 100 Scores on PC 1 (48.49%) 150 200 -0.15 250 Decluttered -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 0.15 Loadings on PC 1 (48.49%) 0.2 0.25 Figura 7: Gráficos de scores e loadings da raiz (▼), meio (●) e topo (*) de um caule de Saccharum officinarum, coletado em setembro de 2011. 49 bioenergia em revista: diálogos, ano 2, n. 2, p. 39- 55, jul./dez. 2012. MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar Amostra com floração Um problema que ainda não foi totalmente resolvido nas plantações de cana de açúcar é o florescimento, que apresenta, basicamente, os seguintes prejuízos : (i) no florescimento, o crescimento vegetativo do colmo é paralisado, com evidente perda do rendimento de áçucar; (ii) os colmos florescidos diminuem seu rendimento em açúcar, devido à formação da folha bandeira ou flecha; (iii) completado seu ciclo vital, o colmo florescido entra em senescência, permitindo brotações das gemas laterais; (iv) os prejuízos do florescimento são maiores, quando o colmo ainda se encontra em fase de crescimento; (v) colmos florescidos não podem ser armazenados no campo por muitos meses (RODRIGUES, 1995). O florescimento tem sido encarado como prejudicial no processo de acúmulo de sacarose, pois é comumente aceito que a formação da flor drena considerável quantidade de sacarose. Outro aspecto refere-se ao fenômeno do chochamento ou “isoporização”, relacionado com o florescimento e maturação da cana, o qual ocorre em algumas variedades e caracteriza-se pelo secamento do interior do colmo, a partir da parte superior. A intensidade do processo de florescimento e as conseqüências na qualidade da matéria-prima variam com a variedade e com o clima. A redução do volume de caldo é o principal fator no qual o florescimento interfere (SALATA , 1977, CAPUTO, 2007). Foi realizado um PCA com 3 caules da amostra SP813250, totalizando 9 espectros (medidas em triplicata em cada caule). Os dados dos parâmetros de qualidade destas amostras (Tabela 1) e os gráficos de scores (Figura 8) mostram que a amostra com floração se agrupou com a amostra 1, enquanto a amostra 2 se diferenciou das demais. Neste caso, a XRF não apresentou diferença significativa entre as amostras. Tabela 1: Parâmetros de qualidade da amostra SP 813250. As amostras 1 e 2 são duplicatas e a amostra 3 refere-se a um caule com floração. Amostra PBU (g) % Umidade % Sacarose % Brix TC SP 813250 1 135±5 31.2±0.1 23.09±0.01 23.5±0.1 SP 813250 2 140±5 23.4±0.1 23.54±0.01 24.4±0.1 SP 813250 3 145±5 33.0±0.1 22.78±0.01 23.4±0.1 50 bioenergia em revista: diálogos, ano 2, n. 2, p. 39- 55, jul./dez. 2012. MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar Variables/Loadings Plot for sp50T Samples/Scores Plot of sp50T 0.25 100 0.2 3.34837 Loadings on P C 2 (16.20% ) Scores on PC 2 (16.20%) 50 sp50-2a sp50-1b sp50-1c sp50-3a sp50-3c sp50-2b 0 sp50-3b -50 sp50-1a 0.15 0.05 0 -0.05 -0.1 -100 -50 0 50 Scores on PC 1 (30.82%) 100 150 Espalhamento 8.15492 3.40746 13.0009 7.99733 3.42716 9.57325 3.21047 3.23017 13.1979 14.5177 15.8178 3.1907715.0496 14.3404 3.44686 15.5617 17.0786 8.17462 16.527 14.6556 3.4665617.4135 14.8329 17.1574 18.2408 15.2466 9.39596 3.48626 17.3938 17.6104 13.8676 17.2362 9.08077 16.0739 18.6939 8.608 14.4783 17.5119 9.33686 14.97089.23837 13.71 18.5954 17.2165 16.724 12.1144 18.2605 19.7773 15.6405 16.8816 9.41566 14.9117 19.954617.5316 12.4887 19.9743 16.4482 9.43536 19.1273 14.3798 12.3902 14.0252 17.1771 13.76919.31716 18.4772 15.6011 18.6545 16.6255 8.86409 16.4088 15.30579.19897 9.10047 11.4644 15.207213.9858 14.0843 11.0901 11.0113 9.75054 0.1 -100 -150 Fe 3.26957 3.32867 3.38776 3.36806 sp50-2c -0.2 -0.15 -0.1 Decluttered -0.05 0 0.05 0.1 Loadings on PC 1 (30.82% ) 0.15 0.2 Variables/Loadings Plot for sp50T Samples/Scores Plot of sp50T 0.15 9.04138 9.27776 11.3265 12.469 9.218677.93823 6.44111 8.03673 15.5026 6.46081 15.6996 9.08077 13.4146 8.92318 13.5721 14.301 16.4679 16.0542 9.39596 3.32867 16.4482 18.1226 18.0044 14.3404 11.0113 3.26957 17.768 9.33686 9.31716 17.2165 14.3207 17.2362 3.34837 15.8178 9.19897 18.9517.1771 3.36806 18.3787 15.6405 3.46656 19.8364 16.8225 3.44686 13.4343 3.308973.38776 13.5524 19.9546 17.6104 3.40746 17.5907 13.7691 15.6011 18.4378 19.9743 3.15138 17.5316 9.43536 19.5606 17.9453 13.9661 3.17107 11.9962 12.2326 18.8712 18.7727 14.8329 11.7007 18.1423 15.4042 13.0009 8.15492 17.9847 15.7981 15.2663 15.3057 9.35656 7.64275 16.5664 14.1828 9.41566 14.9117 15.8572 17.4331 14.0843 7.97763 15.739 15.2466 9.55355 9.23837 14.1237 7.95793 100 K 0.1 80 Loadings on PC 3 (11.28% ) Scores on PC 3 (11.28%) 60 40 20 sp50-2a sp50-1c sp50-3c sp50-1a sp50-2c sp50-3a 0 sp50-2b sp50-3b -20 -40 -60 sp50-1b 0.05 0 -0.05 -0.1 Espalhamento -0.15 -80 -100 -0.2 -150 -100 -50 0 50 Scores on PC 1 (30.82%) 100 150 Decluttered -0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 Loadings on PC 1 (30.82%) 0.1 0.15 0.2 Figura 8: Gráfico de scores comparando a amostra SP813250 sem floração e com floração no caule. CONCLUSÕES A análise de PCA mostrou que não existe diferença significativa entre as medidas de XRF de caule no campo e até 5 horas após o corte. Sendo assim, esta metodologia tem potencial para previsão do índice de maturação da cana de açúcar sem retirada da planta, ou análise direta do colmo quando da chegada do mesmo nas refinarias. Não há distinção entre as medidas feitas logo após a prensagem e com o caldo armazenado sob congelamento a -20oC e analisado posteriormente, o que evidencia uma baixa atividade da invertase sob baixas temperaturas. A análise de PCA com as medidas em colmos próximos da raiz, no meio e no topo de um caule de cana de açúcar não foi capaz de identificar diferenças entre os pontos de um mesmo caule na época estudada, indicando a possibilidade de se realizar a medida em qualquer colmo. 51 bioenergia em revista: diálogos, ano 2, n. 2, p. 39- 55, jul./dez. 2012. MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar A XRF não identificou diferença significativa entre as amostras com e sem floração desta forma a metodologia não tem sensibilidade suficiente para descriminar diferenças nos teores de sacarose para este caso. . De forma geral, a metodologia analítica de Fluorescência de Raios X com equipamento portátil apresentou resultados promissores para avaliação de parâmetros de qualidade da cana de açúcar, colocando-se como uma técnica alternativa para o setor sucroalcooleiro. Agradecimentos À FAPESP (projeto 2011_05860-2) e ao CNPq pelo apoio financeiro. REFERÊNCIAS ANDRADE S.R.R., PORTO E., SPOTO M.H.F. Avaliação da qualidade do caldo extraído de toletes de cana-de-açúcar minimamente processada, armazenados sob diferentes temperaturas. Ciênc. Tecnol. 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MELQUIADES, Fábio Luiz; BORTOLETO, Gisele G.; NEME, Fernanda F.; TON, Ariel; MARCHIORI, Luis Fernando Sanglade; MARETTI, Maria Izabel Uso de equipamento portátil de Fluorescência de Raios X para análise de cana de açúcar 1 Fábio Luiz MELQUIADES é doutor em Física pela Universidade Estadual de Londrina (2007), Pós-doutorado no Instituto de Química da UNICAMP (2012). Desde 2000 é professor do Departamento de Física da Universidade Estadual do Centro-Oeste. Tem experiência na área de Física Nuclear Aplicada e Métodos não destrutivos de análise, atuando principalmente nos seguintes temas: espectrometria de raios gama e fluorescência de raios X, com ênfase em amostras ambientais. 2 Gisele G. BORTOLETO é Doutora em Ciências pelo IQ-UNICAMP (2007). Realizou pósdoutoramento no Centro de Energia Nuclear na Agricultura CENA-USP (2007-2008). Atualmente é professora e coordenadora do curso Biocombustíveis da Faculdade de Tecnologia de Piracicaba – Centro Paula Souza, atuando nas seguintes áreas: controle analítico da produção de bioetanol, biodiesel e cachaça. 3. Fernanda F. NEME é Tecnóloga em Biocombustíveis pela FATEC Piracicaba. 4 Ariel TON é Tecnólogo em Biocombustíveis pela FATEC Piracicaba. 5 Luis Fernando S. MARCHIORI é engenheiro agrônomo. Doutor em Agronomia, área de concentração Fitotecnia pela Universidade de São Paulo (2004). Atualmente é Diretor Técnico da Estação Experimental Fazenda Areão da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Manejo e Tratos Culturais. 5 Maria Izabel MARETTI é doutora em Ciências (1990) e livre-docente (2005). Todos estes títulos foram conferidos pela Universidade Estadual de Campinas, onde, desde 1984, é professora atuante em tempo integral. Atua principalmente nos seguintes temas: espectrometria de raios-X e quimiometria. 55