UM GUIA PARA A VOZ SOBRE PROTOCOLO INTERNET

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UM GUIA PARA A VOZ SOBRE PROTOCOLO INTERNET
UM GUIA PARA A VOZ SOBRE PROTOCOLO INTERNET
(VOIP)
INDICE
Sumário
2
Introdução
2
Comutação de circuitos VS Comutação por pacotes
3
A natureza da Voz s/ Protocolo Internet (VOIP)
3
A vantagem do VOIP
4
Os obstáculos do VOIP
4
Situação actual no Reino Unido
5
A actual situação mundial
6
Implicações do VOIP no Plano Regulamentar
9
Implicações financeiras do VOIP
10
Implicações do VOIP no emprego
12
3 Cenários diferentes (British Telecom)
15
Conclusão
16
Tradução de documento apresentado á Reunião Mundial UNI Sector das Telecomunicações
Grupo de Trabalho do STPT para a UNI
– Nyon 5/6 de Maio de 2004
1
Voz sobre Protocolo Internet (VOIP) tem estado presente como solução desde meio da década de 90,
mas 2004 é o ano em que as telecoms por todo o mundo se movimentam para investir substancialmente
em Rede de Nova Geração (RNG) que suportará e promoverá este serviço e outros importantes
desenvolvimentos. No caso da BT, é a Rede do Século XXI – a versão desta Empresa em relação a
RNG – e está planeada para gerar poupanças na ordem dos 30-40% no ano de 2008.
Existem uma série de incertezas em relação ao tempo e arranque dos serviços VOIP, mas não existem
duvidas que o VOIP acarreta profundas implicações de regulação, finanças e emprego em que a
maioria dos envolvidos ainda não reflectiu seriamente. Sindicatos como o Connect (UK) têm de
começar a considerar diferentes hipóteses de cenário, requerendo maiores compromissos relacionados
com despedimentos, programas de reconversão, reemprego e recolocação de pessoal assim como um
renovado ênfase no recrutamento e organização das Empresas, que não só na BT.
Introdução
Andy Grove enquanto Chief Executive Officer da Intel, escreveu um livro chamado “Only the
Paranoid Survive”. Como tema central deste livro estava o conceito de Ponto de Inflexão Estratégico
(PIE). O que é que isto quer dizer?
Ele afirmou que “O Ponto de Inflexão Estratégico é o momento da vida de um negócio em que os seus
fundamentos estão prestes a mudar. Essa mudança pode significar a oportunidade de se levantarem
novos horizontes. Mas pode ser, igualmente, um sinal do começo do fim”.
Grove ofereceu ainda outra forma de olhar para este conceito. Um Ponto de Inflexão Estratégico ocorre
quando uma grande mudança – a que ele chama “uma 10Xmudança”- se desenvolve numa ou mais das
vertentes que determinam o bem estar competitivo do negócio.
Como determinamos que uma mudança assinala o Ponto de Inflexão Estratégico ou quando uma
mudança fundamental é necessária na estratégia da Empresa?. Grove respondeu brutalmente “ Não se
pode esperar até que se saiba: o tempo é tudo. Se subvalorizar estas mudanças enquanto a sua
companhia ainda está saudável, enquanto o desenrolar do seu negócio forma uma bolha protectora em
que pode fazer experiências com novas formas de fazer negócio, pode então salvar muita da força da
sua empresa, os seus empregados e a sua posição estratégica”.
Mas ele deu algumas pistas para o reconhecimento do advento de um Ponto de Inflexão Estratégico.
Faça perguntas como: “O seu concorrente chave está prestes a mudar?” e “As pessoas que o rodeiam
parecem estar a “perder o rumo”?. Oiça as vozes das ‘Cassandras’ da organização, do pessoal do
Marketing e das vendas que estão mais chegados ao cliente.
O conteúdo principal deste documento é o VOIP que representa um tal Ponto de Inflexão Estratégico
para todos os operadores incumbentes de telecomunicações, como a BT, que consequentemente a
Empresa e os seus trabalhadores encaram grandes desafios mas também algumas significativas
oportunidades.
O que é o VOIP? Porque é tão importante?. Como desafia os intuitos da BT? Qual o significado para o
sindicato Connect?. Estas são a questões que estão evidenciadas neste documento.
Tradução de documento apresentado á Reunião Mundial UNI Sector das Telecomunicações
Grupo de Trabalho do STPT para a UNI
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Comutação de Circuito vs Comutação por pacotes
Em primeiro lugar há que distinguir.
Durante mais de um século, a rede telefónica pública comutada (PSTN) tem usado uma comutação de
circuito pelo que, por cada chamada efectuada, os circuitos são comutados nas centrais telefónicas
intermediárias para criar um contacto físico entre os telefones intervenientes , chamador e chamado,
durante a duração da chamada. A grande vantagem deste tipo de comutação é a alta qualidade da
comunicação, dado existir uma linha exclusiva para ela. A desvantagem é que este tipo de comutação
é dispendiosa porque requer uma capacidade considerável da rede, subtilizada a maior parte do tempo.
A alternativa ao circuito comutado é a comutação por pacotes que tem sido tradicionalmente utilizada
para redes de dados entre computadores. Neste tipo de rede, os dados são divididos em pequenos
pacotes a que são dadas informações identificativas e depois enviados através da rede por diferentes
canais, sendo no fim reagrupada no formato da mensagem original. A rede comutação por pacotes não
usa um sistema tão elaborado de comutação e de trocas mas sim um sistema simplificado de
encaminhamentos.
A grande vantagem deste tipo de comutação deve-se á sua alta relação custo-eficácia, uma vez que
utiliza a rede de forma muito mais intensiva, dirigindo os pacotes através das linhas menos
sobrecarregadas. No passado, não se utilizava a comutação por pacotes para a voz porque a
decomposição e recomposição dos pacotes causava uma inaceitável deterioração da qualidade
nomeadamente devido aos diferentes tempos de transmissão dos pacotes. No entanto, o progresso
técnico permite, cada vez mais, resolver estas questões técnicas e, de facto os sistemas sabem fazer a
distinção entre os pacotes vocais e os pacotes de dados e dar prioridade aos primeiros.
No fim dos anos 90, o volume mundial de tráfego de dados ultrapassou o volume de tráfego de voz e,
cada vez mais, os operadores vêem-se na contingência de ter que integrar o sistema de voz neste
sistema.
A natureza da Voz sobre Protocolo Internet
Depois da ‘descolagem’ da Internet como um sistema de transmissão de dados – para envio de
mensagens electrónicas e navegação em sites Web – as Empresas começaram a interessar-se pela
possibilidade de utilizar a Net e outros sistemas que apresentam as mesmas características técnicas para
o tráfego de voz. A Internet utiliza protocolos particulares (chamados protocolos de
transporte/Protocolos Internet TCP/IP), estamos então a falar de Sistema de Voz sobre Protocolo
Internet (VOIP).
Ora, nem todos os serviços VOIP são idênticos. Os diferentes tipos de serviço VOIP foram definidos
conforme se descreve:
•
•
•
•
Modo/meio ou telefone Internet: Este sistema não dá nenhuma garantia quanto ao sucesso ou
qualidade da chamada, porque a rede pode estar sobrecarregada, e a voz pode muito simplesmente
tornar-se ininteligível.
Qualidade técnica ou voz sobre IP: Com este sistema, tudo é feito de forma a reduzir os atrasos
devidos á rede e evitar interferências entre o tráfego vocal e o de dados.
Qualidade de operação ou equivalente PSTN: Estas redes são extremamente fiáveis, muito
pouco sensíveis pelo que resistentes possuindo ainda uma redundância integrada, mas os seus
custos são elevados.
Melhor que o PSTN: Estas redes oferecem uma melhor qualidade vocal combinando os serviços
vocais de base com outros serviços, como os de multimédia e de mensagem instantânea.
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A vantagem do VOIP
As Empresas deverão optar muito rapidamente pelo VOIP devido ás suas vantagens incontestáveis.
Em primeiro e, obviamente, as substanciais poupanças financeiras associadas á gestão da rede
propriamente dita. Uma só infra-estrutura, transporta tanto dados como voz, fornecida por uma só
empresa, podendo ser gerida, mantida e actualizada muito mais eficientemente do que 2 redes, uma
para voz e outra para dados.
Em segundo e mais importante , se cada rede tem o seu próprio valor, esse valor é optimizado pela
consolidação dos 2 sistemas. As aplicações informáticas e as tecnologias de comunicação podem ser
inteligentemente combinadas para racionalizar o ambiente profissional.
Em terceiro, o VOIP permite ás empresas integrar o seu telefone, fax, correio electrónico e outras
aplicações de forma capitalizável. Um sistema deste tipo permite eliminar interrupções supérfluas
enquanto assegura que cada pessoa recebe sempre a informação da forma mais adequada, onde quer
que ela se encontre no mundo.
Em quarto o sistema pode ser usado por forma de trabalho flexível em que os trabalhadores laborem na
sua residência ou em equipas virtuais de trabalho dispersas. Usando a rede VOIP os membros da
equipa sabem quando os seus colegas estão logados na LAN ou se estão a utilizar o telefone. O VOIP
oferece melhor capacidade de banda larga e faz da videoconferência uma opção viável e económica
para as reuniões e discussões entre membros de uma equipa dispersa.
Em quinto, a tecnologia VOIP pode contribuir para uma eficaz divulgação e também conhecimento das
estratégias de gestão a seguir. Quanto maior for a organização, maior é o numero de informação que
deve ser partilhada, por essa razão um sistema de comunicações eficiente é particularmente importante.
A rede VOIP dá a cada um a oportunidade de entrar nas áreas de especialização dos colegas e de
procurar o especialista de uma matéria em particular.
Em sexto, a organização pode também usar o VOIP para desenvolver as suas relações com os seus
clientes. Por exemplo; Call centres convergentes, ou “Centros de Contacto IP” que permitem aos
agentes responder a todas as solicitações, seja qual for o suporte usado pelo cliente, telefone, fax,
correio electrónico, serviço de chamada em resposta Web, Web chat ou mensagem instantânea. O
cliente aprecia a flexibilidade de interacção com uma empresa que consegue manusear a pergunta e a
resposta a partir de uma série de fontes estando também mais inclinados para negociar com aqueles,
que podem oferecer uma resposta integrada.
Resumindo: A rede VOIP fornece meios mais baratos de transporte da voz mas, mais importante,
fornece uma gama de serviços alargada. Como podemos ler em documento da OCDE de Dezembro de
2001 “ O potencial da Voz sobre Protocolo Internet como solução barata em alternativa ao telefone
tradicional, coloca o telefone tradicional a um nível secundário e ainda mais quando se compara com
a possibilidade de integrar a voz nas novas aplicações sobre IP que levam a considerar abrir a voz aos
serviços de banda larga”.
Os obstáculos do VOIP
Para os novos concorrentes, o obstáculo principal tem sido o pouco capital de investimento disponível
como resultado do colapso do boom das empresas Internet e a desconfiança para com as industrias de
telecomunicações patenteada por analistas e investidores. Apesar de tudo, existe agora uma lenta
recuperação da confiança e uma maior disponibilidade de capital.
Para as Telecoms tradicionais, a disponibilização de capitais de investimento para o VOIP tem sido
travada pela submersão nos enormes custos das antigas e clássicas redes, o custo elevado em capital
inicial requerido para a montagem da nova rede e a falta de pontos IP que permitam a integração do
VOIP com os sistemas tradicionais. No entanto, os incumbentes encaram, agora, um aumento da
concorrência por parte das transportadoras rivais e com grande parte dos problemas do protocolo já
resolvidos.
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Para os clientes empresariais, no passado, a telefonia sobre IP sofria de uma crise de confiança do
utilizador final devido a duvidas sobre a qualidade da linha e sobre preocupações em relação a confiar
apenas numa rede ( em vez do desdobrar da rede dedicada a voz e a dados). No entanto, esses
problemas estão agora a diminuir, como resultado do desenvolvimento tecnológico e de maiores
investimentos nos sistemas internos. O problema maior, que se mantém, é um maior custo dos
aparelhos terminais.
Para muitos dos clientes residenciais, o VOIP significa correntemente o uso de uns auscultadores ultra
leves ligados ao PC, o que permite fazer e receber chamadas a custo zero, mesmo que as referidas
chamadas sejam internacionais (o que é usual neste casos).
No entanto, actualmente já é possível efectuar chamadas VOIP usando um telefone analógico
fornecido com um adaptador especial ligado a um ADSL ou a um serviço de cabo. No futuro o cliente
residencial obterá o VOIP como um dos serviços standard do pacote de banda larga fornecido.
Apesar de tudo , uma interrogação subsiste que é a de saber a que ritmo e a que taxa percentual a banda
larga penetrará no mercado de consumo. Tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos a difusão da
banda estreita é lenta, com taxas de penetração da ordem de 55 a 60%, o que quer dizer, que se todos
passassem para a banda larga, parte importante da população não poderia beneficiar dos serviços como
o VOIP.
Mais ainda, no segmento residencial, colocam-se alguns problemas especiais com o VOIP tais como
garantir o acesso aos números de emergência, uma vez que o VOIP necessita de uma ligação própria e
usa equipamento, como um adaptador ou um PC, o que pode não ser totalmente fiável. Apesar de tudo,
uma vez que em muitas residências existe, agora, pelo menos um telemóvel, o referido problema não
deverá constituir um elemento dissuasor.
Situação actual no Reino Unido.
Assim que foram anunciados os últimos resultados da BT (os do 2º trimestre do 1º semestre) o seu
Director Geral Ben Verwooayen declarou “ A voz sobre IP é agora um serviço corrente no mundo
empresarial”. Uns dias antes ele tinha explicado melhor a situação, informando que 40% dos clientes
empresariais e 3% dos clientes residenciais já possuíam acesso aos serviços VOIP.
Actualmente as empresas que se ligam ao VOIP são aquelas que abrem um novo site ou a que o custo
do abandono do serviço telefónico tradicional não se aplica, e aqueles, como os municípios, que
desejam fornecer serviços de Call Centre interligados a bases de dados, que aproveitou o facto de
existirem aparelhos que permitem serviços mais sofisticados. Na verdade muitas das grandes empresas
que usavam redes corporativas estão agora a considerar aderir á rede VOIP e a BT já é a maior
fornecedora dessa rede. O ponto crucial é que a BT fornece uma tão grande capacidade aos clientes
desta rede que o tráfego VOIP representa apenas uma fracção marginal.
A BT já propõe soluções VOIP para todas as empresas desde as PME’S ás grandes empresas. A
Direcção de Sistemas de Informação da BT escolheu a Cisco Systems e a Nortell Systems como
fornecedores dos produtos/serviços “Nova Vaga” que complementam o seu catálogo actual.
O PBX/IP da Cisco fornece aos clientes uma opção revolucionária para as suas comunicações
incluindo a telefonia sobre IP individual. Através duma única infra-estrutura de rede do tipo que
normalmente apenas é usada para aplicações de dados. Este PBX/IP extremamente evolutivo articularse-á com os telefones Cisco Callmanager e IP da gama AVVID da Cisco.
Na rede IP da Nortell, o Meridian 1 e o Business Communication Manager (BCM, anteriormente
conhecido por Enterprise Edge) estão também disponíveis para fornecimento ao cliente baseado num
patamar evolutivo para um IP futuro. O BCM foi concebido para ser o complemento do Norstar que se
mantém em desenvolvimento. O BCM fornecerá uma plantaforma de migração fácil para actuais e
futuros clientes Norstar, para a convergência Voz/data, permitindo-lhes que retenham e reutilizem uma
quota parte do investimento já efectuado no sistema Norstar.
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O contrato tipo que a BT procura e ganha é o semelhante ao fechado com a Abbey National. A
empresa contratou com a BT para instalar e gerir um sistema integrado de telecomunicações para voz
e dados em toda a empresa. O contrato é de 5anos e está avaliado em 125 milhões de libras. A
instalação do novo IP VPN(Internet Protocol Virtual Private Network) que modernizará a infraestrutura de telecomunicações da Abbey National’s, aumentará a eficiência e facilitará a aplicação da
sua estratégia nos serviços financeiros pessoais do Reino Unido.
O tipo de produto que a BT está a oferecer, como o BT Communicator, é uma nova gama de serviços
que gerem todas as comunicações da casa através dum pc. Estes serviços incluem optativamente
comutação por PSTN ou comutação por VOIP.
A BT lançou agora um serviço VOIP ao cliente, que , no inicio dará cobertura apenas em regiões de
forte concentração de clientes cabo. O utilizador conecta-se ao serviço através de um adaptador
especial que por sua vez se liga ao telefone e á linha de banda larga sem obrigação de estar fidelizado á
BT, o que lhe permite manter os seus outros serviços de cabo. A assinatura custa 5,50 Libras(11,25€)
por mês com 1hora de comunicação gratuita á noite e durante o fim de semana sendo a tarifa para o
excedente de 1 penny(1,5 cents) por minuto, a tarifa diurna é de 3 pennys por minuto com um mínimo
de 5 pennys por conexão.
A BT está a colocar o serviço como uma 2ª linha uma vez que os utilizadores não o conseguirão
utilizar para contactar números de emergência, sendo esta uma das dificuldades vivida pelo VOIP e
pelos Premium Rate Services. Adicionalmente apenas 17 destinos internacionais, os mais populares,
são propostos apesar da BT prever, no futuro, revê-los.
Entretanto a BT vê-se confrontada com um forte aumento da concorrência no serviço VOIP. O
operador americano de serviço VOIP conhecido pelos clientes privados como VONAGE, propõe
instalar-se no Reino Unido no corrente ano de 2004.
A actual situação mundial
Enquanto a Ásia lidera o arranque mundial do VOIP, a América aproxima-se a grande velocidade
seguida de perto por países europeus como a Suécia ou a Áustria. O avanço da Ásia, explica-se em
parte, por tarifas de comunicação mais elevadas que nos países industrializados, por menores
investimentos nas antigas redes do que os efectuados na Europa e por uma predisposição cultural a
favor das novas tecnologias.
Podemos resumir deste modo a situação, tal como se apresenta em alguns grandes países:
Estados Unidos – A Vonage de New Jersey já possui 80.000 subscritores de voz no seu serviço de
DSL. Para uma assinatura, normalmente 34.99 dólares por mês(no serviço top da linha DSL), o cliente
tem chamadas ilimitadas para os Estados Unidos e para o Canadá, e preços baixos nas chamadas
internacionais. Outras empresas, como a Net2Phone, estão a oferecer serviços similares. Como reacção
há oferta de chamadas muito baratas, usando a tecnologia VOIP, por parte deste pequenos rivais, os
gigantes em breve estarão a oferecer a mesma tecnologia. A Verizon Communications, a maior
companhia telefónica norte americana, planeia o arranque do IP para residenciais para Junho de 2004.
A AT&T informou que vai incluir o VOIP como uma opção na sua gestão de pacote de serviços VPN
nos próximos 2 meses, sendo este serviço baseado numa plantaforma MPLS. Outras telecoms como a
Quest ou a SBC possuem planos similares... A Time Warner Cable – trabalhando em conjunto com a
Spring e a MCI – está já a oferecer o VOIP na sua rede de cabo. Outras empresas de cabo estão
rapidamente a segui-la.
Canadá – Mais do que qualquer empresa norte americana, a Telus of British Columbia (sob a
liderança do seu director chefe executivo Darren Entwhistle que trabalhava na Cable & Wireless) é
pioneira no VOIP. Já gastou mais de 2 anos e meio e 200 milhões de dólares construindo uma rede IP
de próxima geração . Em Novembro de 2003 lançou um serviço de alojamento chamado IP-One, que
tentará seduzir para os benefícios do VOIP os empresários alvo do segmento de firmas até 50
trabalhadores. A Bell Canadá Enterprises anunciou recentemente o seu plano de 3 anos e 200 milhões
de dólares para construir uma rede IP de próxima geração. Também a Allstream anunciou que está a
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juntar forças com a Inukshuk Internet, uma subsidiária da Microcell, e a firma NR Communications de
investimentos privados dos Estados Unidos para construir uma rede IP sem fios no valor de 135
milhões de dólares, dirigida a segmentos de mercado seleccionados. A Shaw Communications de
Calgary está a trabalhar o seu plano de negócio e a Roger Communications de Toronto declarou que
aderirá ao negócio no próximo ano.
Japão – O VOIP já ultrapassou a fase de maior impacto neste país. A Yahoo BB tem 90% dos
utilizadores da sua rede 3M tirando partido da voz como integrante do serviço fornecido. Os outros
fornecedores VOIP são a KDDI, PoweredCom, Japan Telecom, Fusion Communicatios, Nifty, e EAcess. A NTT-Communications, que é a componente de longa distância do incumbente NTT, está a
desenvolver o seu próprio serviço VOIP estando a planear interligar-se com uma série de rivais no
serviço VOIP.
China – Dado que não possui herança de infra-estrutura, a China Unicom uma nova empresa da área
está construir a rede VOIP com o intuito de servir 300 cidades em 30 províncias.
Hong Kong – Aqui a convergência total da voz, dados e vídeo é já uma realidade aplicada aos clientes
que usam VOIP na rede da City Telecom.
Coreia – A Hanaro Telecom é um operador de cabo que actualmente fornece telefone VOIP e que
reclama uma qualidade do serviço superior á dos telefones móveis.
Austrália – O incumbente Telstra já contratou com a Westpac, uma das maiores empresas do país, a
migração desta para a telefonia sobre IP global, e também já anunciou o lançamento do serviço VOIP
para pequenas e médias empresas na 1ª metade de 2004. O maior competidor da Telstra, a Optus, já
oferece serviços VOIP standard para grandes empresas e clientes governamentais, mas anunciou para
breve a disponibilização de um produto ainda mais acessível, a data é Abril de 2004. Uma nova
empresa chamada Comindico reclama oferecer “qualidade de transporte” para o seu serviço VOIP,
encarando o tráfego voz como prioritário.
Nova Zelândia – Até Setembro de 2003, seis empresas tinham implementado soluções VOIP e cerca
de 100 estavam activamente em busca da melhor solução . A New Zealand Telecom decidiu adoptar
plenamente o VOIP para as sua necessidades de comunicação interna, sendo o seu planeamento de
mudança de 3 a 4 anos.
Áustria – Talvez mais do que qualquer outro incumbente europeu, a Telekom Austria abraçou a ideia
de que o futuro repousa sobre o VOIP. Os seus planos baseiam-se no gasto de 500 a 600 milhões de
euros, para substituir a actual rede por uma baseada em rede IP de nova geração. Ela prevê passar de
1.240 centrais de ambiente PSTN para 200 do universo IP e expressou a opinião de que pode reduzir
os custos de operação “em 40% no mínimo”.
Suécia – A Brendbadbolaget tem 250.00 utilizadores no seu serviço VOIP.
De acordo com a análise da TeleGeography, este ano um oitavo dos minutos de telefonemas
internacionais de longa distância já serão feitos sobre rede IP, acima do um décimo do ano passado que
já tinha obtido resultados superiores a anos anteriores. A TeleGeography declarou que provavelmente
teria “transformado um negócio velho de um século em apenas poucos anos”.
O analista de rede David Burstein divulgou que, a meio de 2004, haverá 10 milhões de utilizadores da
rede VOIP espalhados pelo mundo. Um relatório do Yankee Group, de Outubro de 2003, afirma que
83% dos operadores Europeus estudados pelo Grupo deverão estar a fornecer serviços VOIP no espaço
de 2 a 3 anos.
As razões invocadas, são de entre elas, uma melhor relação custo-eficácia, melhor adaptação á
agregação voz-dados e oferta de serviços de banda larga mais atraentes.
A própria BT está a planear ser um fornecedor de VOIP em outros países. Já é, na actualidade, o maior
fornecedor de serviços MPLS para empresas no exterior, como também no Reino Unido. Na verdade
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ela tem, provavelmente, o serviço de MPLS com maior sucesso da Europa com um aumento de
encomendas de 45% por trimestre. Ao longo do próximo ano financeiro, a BT planeia lançar soluções
sobre IP na Irlanda, Espanha e Holanda.
Entretanto o serviço telefónico peer to peer (P2P) , que foi lançado em Setembro de 2003, está a
configurar-se como uma séria ameaça ás telecoms convencionais. Chamado Skype
(http://www.skype.com//skype.html), o sistema entrega telefonia VOIP sobre uma rede de P2P com
nós de ligação dinâmica como forma de manusear o encaminhamento de tráfego e processá-lo sem
necessidade de servidores centrais. O sistema foi desenvolvido pelo pessoal que suporta o KazaA, o
popular software de partilha de ficheiros, que permite aos utilizadores de Internet encontrar e carregar
no seu PC música que se encontra alocada nos pc’s de outros utilizadores. Os co-fundadores do KazaA
Niklas Zennstrom e Janus Friis afirmam que o Skype irá “Desafiar modelos de negócio ultrapassados e
tácticas tarifárias proibitivas por parte das empresas de telecomunicações tradicionais”. O seu objectivo
é “Oferecer um serviço de comunicações sem limite de tempo ou de distância no mundo inteiro”.
Isto soa um pouco a bombástico, mas mais de 6,4 milhões de utilizadores – incluindo utilizadores do
Reino Unido – já carregaram este software nos seus computadores.
Ficará bem claro através deste relatório que estamos a lidar com um fenómeno global que se estenderá
a todos os países industrializados e em desenvolvimento. A grande dúvida é a de saber a que
velocidade se desenvolverá o fenómeno VOIP.
Por um lado, a Ovum predisse que não existirá mais trafego PSTN por volta de 2010. Por outro lado, a
Forrester Research – estima, no caso particular da Europa Ocidental, que levará até 2020 até o serviço
VOIP prestar uma cobertura total. Distribuidores/fornecedores como a Alcatel, Cisco e Siemens têm
ainda necessidade de mais 2 anos para poderem fornecer material com qualidade operacional,
evolutivo e com uma boa relação custo/eficácia. Em ultima análise, muito disto certamente dependerá
da noção de qualidade e de serviço que o cliente retirará e da vontade que a comunidade terá para
financiar as novas redes.
Crucialmente importante, é que o VOIP não de desenvolverá progressivamente. O mais provável é que
seja rápido para trafego empresarial ( com a velocidade a ser determinada pela rapidez de substituição
dos PABX’s), mas lento no mercado de massas, enquanto a maioria das chamadas continuarem a ter de
ser feitas através da rede PSTN, e, após, muito mais rapidamente uma vez que se tornará possível uma
grande percentagem de chamadas serem grátis através do VOIP.
Implicações do VOIP no Plano Regulamentar
O VOIP é uma tecnologia verdadeiramente perturbadora, que irá pôr em causa os regimes
regulamentares instituídos. Dado que as telecomunicações são uma industria estreitamente
regulamentada e que a Internet é totalmente desregulamentada a questão chave é saber se é preciso
regulamentar o VOIP. O elemento voz sugere que o deveria ser, enquanto o elemento IP que não o
deveria ser. Os incumbentes irão certamente pressionar para que o seja, enquanto os novos operadores
pretenderão que não o seja.
Esta questão já é tópico de representação e debate nos Estados Unidos.
Em 10 de Setembro de 2003, a Frontier Telephone Company of Rochester apresentou uma queixa
formal acusando a Vonage Holding Corporation de “Oferecer ilegalmente serviços telefónicos locais e
de interligação.. em violação da Lei do Serviço Público e de outros estatutos, regulamentos e
salvaguardas”
Alegando causa comum com a Frontier, o sindicato Communications Workers of America(CWA)
apresentou em 31 de Outubro de 2003 um recurso junto da New York State Public Service
Commission (PSC), considerando que a Vonage está a violar a Lei do Serviço Publico, outros
estatutos, regulamentos e salvaguardas. O CWA argumenta que a omissão, em relação a este assunto,
por parte da comissão prejudica significativamente o interesse público, comprometendo a segurança
pública, a protecção do consumidor, a competição leal, o tratamento justo e equitativo de fornecedores
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e consumidores e a capacidade da PSC de regulamentar as telecomunicações no estado de Nova
Iorque.
Em 27 de Outubro de 2003, o CWA apresentou um recurso similar junto da Federal Communications
Commission (FCC), argumentado que a Comissão deveria negar a anulação pedida pela Vonage de
uma decisão da Minnesota Public Utilities Commission que ordenava á Vonage que se cingisse ás leis
desse estado no que dizia respeito á operação do serviço telefónico.
O recurso do CWA realça que, no seu “Universal Service Report”, a FCC submete o VOIP a um
regime regulamentar apropriado, a FCC identifica a telefonia sobre IP entre dois computadores como
um “serviço de informação”. No que respeita a comunicação entre dois aparelhos telefónicos com
tecnologia de telefonia sobre IP, a FCC repetiu por pelo menos oito vezes de que se trata de um serviço
de telecomunicações. A própria Vonage admite ser ela mesmo a encontrar os critérios chave do
serviço de telecomunicações telefónico.
No seu recurso o CWA identifica algumas das chaves regulamentares em jogo: Obrigação de respeitar
o serviço universal, o respeito pelo serviço de telecomunicações por relais (TRS), acesso das pessoas
incapacitadas, compensações entre exploradores da rede (custos de acesso), as obrigações de segurança
pública como a E911 e a Calea, protecção da privacidade, pré-aviso de interrupção do serviço e outras
clausulas de protecção ao consumidor.
A FCC está consciente da necessidade, de se pronunciar claramente sobre a pertinência duma
regulamentação VOIP, e no caso, sobre a maneira de a fazer, tendo recentemente promovido um
Forum aberto em relação a esta matéria. Quando da realização deste evento o presidente da FCC
Michael Power declarou “Nenhum regulador, federal ou estadual, deve envolver-se nesta área sem uma
forte justificação que o obrigue a fazê-lo”.
No entanto, Carl Wood, California Public Utility Commissioner, argumentou no Forum que os
reguladores têm a obrigação controlar os serviços telefónicos públicos, sejam eles usados através das
linhas tradicionais ou da Internet: “ O advento das chamadas através da Internet não isenta este
sistema da regulamentação de telecomunicações”.
Ele salientou que a National Association of Regulatory Utility Commissioners votou a favor da
regulação deste tipo de serviços.
No Reino Unido, o Oftel, regulador anterior ao actual Ofcom, propôs que os serviços VOIP deveriam
ser regulados, se qualquer dos seguintes factores fossem aplicados:
•
•
•
O serviço ser um mercado de substituição para os tradicionais serviços de voz PSTN.
O serviço apresentar-se ao cliente como um substituto do telefonia de voz.
O serviço forneça meios únicos de acesso do consumidor á rede tradicional de comutação de
circuito (PSTN).
Os principais problemas de regulação em volta do VOIP são os seguintes:
•
•
•
•
Chamadas de emergência – Correntemente todos os operadores públicos de telecomunicações
fornecem um serviço que recebe chamadas e as encaminha para o centro de emergência mais
próximo. No entanto, os telefone IP podem não proporcionar confiança, identificação e
encaminhamento correcto.
Intercepção de chamadas – As forças da lei terão grandes dificuldades em interceptar chamadas,
quando essas chamadas se baseiam em pacotes digitais dispersos assim que saiem do aparelho
chamador. Numa era de terrorismo global, esta é uma forte preocupação.
Localização de chamada – As forças da lei solicitam, cada vez mais, que os operadores de rede
forneçam informação sobre a localização física do chamador em circunstancias definidas.
Numeração – Actualmente os transportadores providenciam um leque de facilidades, como a
portabilidade do numero e a identificação da linha chamadora. No entanto, os endereços IP não
identificam o utilizador ou a sua localização.
Tradução de documento apresentado á Reunião Mundial UNI Sector das Telecomunicações
Grupo de Trabalho do STPT para a UNI
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Lista Telefónica – Os utilizadores estão habituados a procurar o numero que pretendem chamar
numa lista telefónica ou usando o serviço informativo, mas, no ambiente IP, este tipo de serviço
está seriamente dificultado.
Serviço Universal – Ao contrário dos operadores incumbentes os operadores de VOIP não têm
obrigação de prestação de Serviço Universal, nem têm obrigação de contribuir para o fundo que
financia esse tipo de obrigação.
Disponibilidade do PSTN – Em alguma ocasião, no futuro, os operadores incumbentes quererão
fechar as ultimas centrais telefónicas convencionais, apesar de nem todos os utilizadores terem
passado para o sistema de voz sobre IP, por consequência esses utilizadores não migrados ver-seão desligados do serviço telefónico publico. Este problema é semelhante ao do circuito de
televisão analógico no ambiente de radiotelevisão.
Implicações financeiras do VOIP
Historicamente as telecomunicações têm-se baseado no crescimento do serviço telefónico básico fixo,
um mercado que forneceu crescimento sustentado, e proveitos ao longo de várias décadas. No Reino
Unido, este tem sido um mercado de 7 biliões de libras, por isso tem sido fundamental para a BT
sobreviver como o seu maior jogador.
Apesar disso, nos últimos 10 a 15 anos, o volume de crescimento e de receitas da BT têm sido
seriamente desafiados por uma combinação de feroz concorrência, excesso de capacidade e
regulamentação apertada. O ultimo desafio para esta empresa foi a introdução de pre-selecção de
transporte que começou por debicar levemente as receitas da empresa , mais de 2 milhões de clientes já
foram perdidos e o regulador, Ofcom, estima que a perda total até fim de 2004 seja de 5 milhões de
clientes.
Os últimos resultados financeiros da BT, os do 2º trimestre do 2º semestre, revelam que nesse
trimestre, as receitas totais baixaram em 2% e que as do negócio tradicional caíram em 6%. A quota de
mercado da BT em volume de minutos na área de comunicação fixo / fixo é agora de 72,4%.
A mudança para o VOIP vai ainda fazer baixar mais as receitas do negócio de base dos operadores
tradicionais de que a BT é um exemplo. Os clientes VOIP não mais pagarão em função do volume de
chamadas, mas sim um montante contratado por um volume de chamadas ilimitado, como o que é feito
actualmente na Internet de banda larga. Nos Estados Unidos, os analistas da UBS escreveram num
relatório datado de Novembro de 2003 intitulado “Sayonara to voice”: “A tecnologia VOIP poderá ser
para os operadores de telefonia filamentar o que a partilha de ficheiros é para a industria do disco”,
entretanto a Goldman Sachs declarava em Julho de 2003: “ As perdas de receitas nas telecoms poderão
ser de vários biliões em poucos anos”.
Por consequência, os fundamentos gerais das estruturas tarifárias do passado poderão ruir. Alguns já
propõem opções independentes do numero chamador (como o BT Together). Dentro de 5 anos, os
utilizadores já não comprarão linhas ou chamadas, mas sim pacotes e largura de banda.
Cada vez mais, as empresas de telecomunicações não nos venderão apenas chamadas telefónicas, elas
reagrupar-las-ão nas ofertas englobadoras de ligações fiáveis á Internet ou de alto débito e de outros
serviços como fire-wall e segurança.
Esta evolução revolucionará toda a política das empresas de telecomunicações e de repartição das suas
receitas. Ela afectará também as normas regulamentares, porque o mercado não poderá mais ser
medido pelo volume de chamadas.
Os operadores tradicionais têm 2 opções: Ou eles aguardam, observando os seus concorrentes a
oferecer serviços VOIP, com a queda das suas receitas e da sua quota de mercado ou se lançam
também no serviço VOIP e canibalizam elas mesmo as suas próprias receitas. A curto prazo, esta
segunda opção terá como efeito o acelerar do declínio das actividades de base, mas a médio prazo, ela
transportará as suas actividades de banda larga a novo patamares. Na verdade, a BT já desenvolve
aplicações VOIP, como o BT Communicator.
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Em Agosto de 2003, a japonesa NTT tornou-se o primeiro operador histórico a lançar um serviço
VOIP para empresas, concorrendo com a Yahoo BB. Em Outubro de 2003, a France Telecom
anunciou que ia propor um serviço VOIP aos utilizadores profissionais.
Um outro desafio coloca-se á BT que contrariamente a muitos dos operadores históricos (sobretudo
europeus), não dispõe de uma rede móvel, por ter vendido a O2. Ainda durante algum tempo, as redes
móveis 2G e a futura 3G manter-se-ão independentes das redes de “Nova Geração”, no entanto a rede
4G será IP compatível. Isto quer dizer que os concorrentes do VOIP não constituirão o mesmo tipo de
ameaça para os operadores móveis que para os de fixo. Mas, certamente, a BT não dispõe de receitas
importantes, vindas do móvel, que lhe permitam amortizar as perdas de receita do fixo, pelo que será
uma excelente política desenvolver a sua presença no móvel utilizando a rede de qualquer outro
operador móvel.
Implicações do VOIP no emprego
Na Grã Bretanha, como em outros países, a passagem para o VOIP deve ser interpretada no mesmo
contexto do adoptado pela BT de nome “A rede do Século XXI” (21CN)e que conhecemos usualmente
como “Rede de Nova Geração” (RNG) - “New Generation Networks” (NGN). Nenhuma definição
provoca unanimidade, mas poderemos dizer que o conceito assenta na integração da rede de voz e de
dados, até agora distintas, numa rede muito mais simples e flexível que utiliza comutação por pacotes e
protocolo IP.
Isto é por vezes caracterizado como uma mudança do modelo existente de rede esperta mas terminais
surdos para um novo modelo de rede surda mas terminais espertos. De facto, a RNG, estará longe de
surda, mas a verdade é que, comparado com a rede existente, terá muito mais inteligência nos
terminais.
Mantém-se ainda bastantes questões técnicas a ser detectadas e resolvidas tanto nacional como
internacionalmente. Po exemplo, a RNG requer muito mais pontos IP do que o sistema actual que já se
recente da sua falta.
A BT está totalmente comprometida com o desenvolvimento da sua (21CN), apesar de muitos detalhes
da sua configuração e desenvolvimento continuarem a ser debatidos e estarem ainda por decidir. A
empresa tem 30 projectos de implantação e no ano transacto gastou 300 milhões de libras em planos de
desenvolvimento. Já efectuou anúncios preliminares a analistas e sindicatos.
O que quer dizer o 21CN para os trabalhadores da empresa? Como afectará o numero de trabalhadores,
de competências e de locais de trabalho?.
Compreensivelmente, e em várias vertentes, a BT não estava preparada para falar acerca das
implicações para com os trabalhadores do VOIP/21CN porque a empresa apenas quer colocar esta
informação aos lideres sindicais, após uma maior clarificação dos seus projectos. De facto, a BT ainda
não tem uma noção precisa sobre as reduções de pessoal provocadas pelo programa de modernização e
não as conta fazer por agora.
As decisões chave, operacionais e de investimento, deverão ser tomadas na primavera de 2004 quando
o Programa de Negócios da BT for aprovado. Problemas de pessoal estarão então em foco, no Verão
desse ano. A intitulada Phase 1 Capabilities para clientes tem o seu lançamento planeado para o
Outono de 2004. Estas são metas ambiciosas que se podem atrasar.
Entretanto, os média especularam recentemente sobre as substanciais reduções de pessoal que o
programa de modernização acarretará. No vector especulativo mais extremo, os especialistas, pensam
que será entre 30.000 a 50.000 trabalhadores o numero de excedentes resultante da aplicação do
projecto até 2009. Isto significa que será quase todo o efectivo actual da BT. Para muitos
trabalhadores, isto parecerá impensável mas, no fim da passada década de 80 inicio da de 90 , nós
pensávamos que reduzir o número de trabalhadores era impossível, no entanto isso foi feito.
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A actual rede da BT é um sistema elaborado com 5.600 centrais locais, 1,200 DSLAM’s e 25.000
RCU’S com 170 comutadores centrais. A futura rede parecerá muito diferente e muito mais simples
com talvez não mais que 10 routers centrais.
Iniciando-se em 2004 com o desenvolvimento do Marconi’s Acess Hub, haverá então substanciais
investimentos numa rede radicalmente redesenhada. Este desenvolvimentos levarão algum tempo, mas
envolverão significativas mudanças no numero de trabalhadores, competências e locais geográficos de
trabalho.
A BT pretende baixar os custos de exploração da sua rede em 30 a 40% em cinco anos, ou seja uma
economia anual de perto de 1 bilião de libras em 2008. Este valor divide-se em 1/3 nas economias de
capital e os 2/3 restantes em economias com despesas correntes que assentam essencialmente nos
cortes com custos de pessoal. Se assumirmos que para a empresa amédia custo/trabalhador é de
40.000 libras, isto quererá dizer que é necessário reduzir o numero de trabalhadores em 15.000
unidades. Em contrapartida se as recentes especulações da imprensa forem fundadas, este valor poderá
não passar apenas da primeira vaga de saídas após o que se seguirá outra da mesma amplitude entre
2008 e 2010.
As características essenciais desta nova rede estão ainda por definir, com realce para onde deve residir
informação e o quão aberta deve ser a rede. A nova rede tem como ponto fulcral a redução da
complexidade e rigidez do sistema de forma a que os novos sistemas possam ser fornecidos rápida e
flexivelmente. Um bom exemplo é o da capacidade de oferta/disponibilidade de banda larga para
satisfazer os pedidos dos clientes, aquilo a que chamamos actualmente “liquidez de banda larga”.
A rede 21CN terá menos equipamentos, edifícios e trabalhadores para a suportar. Ela será portanto
acompanhada por uma compressão dos efectivos, de medidas de reclassificação e de reciclagem dos
restantes trabalhadores. Isto será, no plano tecnológico e de emprego, o maior desafio , depois da
introdução do sistema central X e do sistema de serviço de atendimento (CSS). Seja como for, a BT
ainda não calculou o numero de postos de trabalho a suprimir.
Tendo em conta a dimensão e a utilização da rede existente, a mudança de cenário pressupõe
forçosamente uma série de transições. No imediato, é de esperar um aumento de esforço do capital de
trabalho á medida que a rede é planeada, desenhada e instalada e que os problemas de manutenção são
resolvidos. Haverá então, com probabilidade, uma queda no numero de trabalhadores requeridos para
a planificação da rede e para a sua manutenção.
Entretanto, apesar de tudo, as centrais locais manter-se-ão ao serviço mas transportando cada vez
menos tráfego comutado e requerendo cada vez menos manutenção. Como oposição a estes
acontecimentos, os fabricantes de equipamentos para centrais, não poderão ou não quererão intervir tão
assiduamente nas centrais existentes tornando assim necessário recolocar esse tipo de trabalho dentro
da BT. Por volta da viragem da década, quando o tráfego VOIP se tornar predominante, grande
numero das centrais locais serão fechadas e o imobiliário vendido.
Aqui surge outra grande complicação para as organizações sindicais, uma vez que o encerramento das
centrais locais e a criação da rede IP, tornarão os postos de trabalho que subsistem de extrema
mobilidade, tanto nacional como internacionalmente. As correcções de programas, o refrescamento, a
configuração, e a manutenção poderão ser efectuados noutros países (deslocalização) onde a mão de
obra seja mais barata. Poder-se-ia dizer que á quebra de actividade dos Call Centres situados em países
como a Índia, seja porque esse tipo de actividade está em recuo em todo o mundo, seja porque opções
menos onerosas ainda podem vir a surgir, coincidem com a aparição de funções aparentadas ás das
redes IP de qualidade superior que poderão ser monitorizadas e rectificadas á distancia por
trabalhadores indianos qualificados (chineses).
As características da rede, após a mudança, continua a ser um assunto em discussão. A BT reconhece
que esta é uma área critica, e já colocou em andamento o seu plano Hands off Acess Network
(HOAN). Alterações mais fundamentais são encaradas no relatório Estudo Aprofundado da Fibra
(Deep Fibre Study) que a BT publicou. Essencialmente a BT tem de decidir se fica com o nó local de
cobre ou se vai optar pela fibra até á cabina publica, na rua e nas residências. A variável chave reside
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não no custo da fibra, mas no custo dos componentes electro-electrónicos necessários para os sistemas
ópticos.
Um elemento pesará no processo final de decisão, que poderá bem serem as conclusões do reexame
estratégico das telecomunicações a que a Ofcom procederá ao longo de 2004.
Na prática, estamos prestes a ver uma série de expansões, com a fibra óptica a começar nos armários
dos centros das cidades ou onde quer que haja concentrações de PME’s ou de trabalhadores laborando
na sua residência. A fibra residencial é improvável até por volta de 2015. Assim a junta de cobre vai
estar entre nós por muitos mais anos.
Outra variante na variável de recursos humanos é o que vai acontecer nos serviços empresariais de
gestão. A BT, como muitos dos incumbentes, perdeu muito do trabalho PABX para os vendedores de
equipamento, mas a RNG tornará os PABX redundantes. Isto fornece novas oportunidades para a BT
ganhar novos contratos, com as empresas, de alocação e gestão de serviços.
O trabalho dos Call centres, tanto na BT como em outras empresas, poderá também vir a sentir impacto
devido ao VOIP, uma vez que o VOIP torna mais fácil redireccionar chamadas para qualquer ponto do
mundo a custo zero , fornecendo um incentivo extra para a deslocalização deste tipo de trabalho.
Já existem pressões para alterar as dotações de pessoal na BT. Uma das pressões é o necessário
aumento de competências técnicas para colmatar o défice de pessoal qualificado sentido nesta área.
Outra das pressões é o de alocar uma maior proporção de recurso humanos às vendas e ao serviço ao
cliente. Estas pressões dever-se-ão manter no curto prazo. Na verdade, a não ser que a BT melhore
rapidamente os níveis de satisfação do cliente, em valores significativos e numa base sustentada, as
opções tecnológicas tornar-se-ão numa questão académica.
No médio prazo, as aptidões necessárias á força de trabalho da BT mudarão dramaticamente com o
aumento substancial de aptidões de alto nível. Isto requererá um forte investimento e o alargamento de
sofisticados programas de formação.
Em conjunto com os poucos trabalhadores com aptidões de alto nível, haverá uma considerável
redução dos locais de trabalho á medida que a BT fecha as centrais e centros de comutação
disponibilizando um grande número de edifícios. Isto requererá programas de reconversão e de
recolocação física dos trabalhadores e possivelmente pacotes para tal .
Em relação a estas questões de pessoal, as organizações sindicais necessitarão de observar
cuidadosamente os níveis etários da Empresa. O abrandamento no recrutamento de pessoal ao longo da
ultima década resultou numa força de trabalho com um numero desproporcionado de trabalhadores de
faixa etária alta que poderão estar interessados numa opção de reforma antecipada.
Entretanto, para a BT, haverá um número crescente de concorrentes a fornecer serviços VOIP. Eles
serão muitas das vezes pequenos operadores, que veremos então numa multidão de iniciados no
negócio, a que se seguirá uma rápida consolidação e por fim saída do negócio. Na realidade existe um
perigo provocado pelo VOIP semelhante ao acontecido com as da ‘bolha’ provocada pelas empresas
Internet com novos operadores de baixo custo a tentarem atingir os incumbentes com a retirada de
substanciais fatias de tráfego voz através de negócios periclitantes e reclamando qualidade de serviço
que não possuem.
A seu tempo, haverá uma industria significativa fora da BT com vários concorrentes e estes outros
concorrentes empregarão trabalhadores com alto nível de aptidões, de tipo enquadravel como alvo de
recrutamento sindical do Connect, se este tiver capacidade para fazer campanhas focalizadas em
operadores tão pequenos e localizados.
Na verdade, á medida que os quantitativos de trabalhadores baixam na BT e novas oportunidades de
emprego são criadas fora desta empresa, não será impensável que, dependente da capacidade do
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Connect conquistar associados nos novos sectores, um dia o Connect poder ter mais membros fora da
BT do que dentro.
Isto alterará a cultura, comunicação e processo de fazer política do sindicato. A Direcção poderá ter de
reunir aos fins de semana, uma vez que é improvável que os novos operadores sejam tão generosos a
justificar as faltas(este já é o caso da empresa BECTU). A publicações e conferências terão que lutar
por um balanço diferente, entre questões BT e não BT. A representações políticas para o governo,
parlamento e Ofcom terão que ser repensadas e mais equilibradas entre os interesses do incumbente e
os dos concorrentes.
3 Cenários diferentes
Há uma grande variedade de cenários possíveis para o futuro da BT, a sua rede e os seus trabalhadores
baseado num complexo de variáveis, algumas sob o controle da empresa outras, muitas, residentes no
seu exterior e fora do seu controle. Com propósito ilustrativos, este relatório conclui com 3 cenários
possíveis.
•
Cenário A : A BT resiste á adopção do VOIP
A BT pode decidir levar a coisas devagar com o sistema VOIP/21CN por uma série de razões:
Mudanças no regime regulatório que tornarão impossível obter retornos adequados aos seus
investimentos em escalas de tempo realistas, o desejo de deixar as outras telecoms cometerem erros no
uso de nova e complexa tecnologia, atraso que permita que a tecnologia se torne mais consistente e
barata, medo de conflito com a organizações sindicais em relação ás draconianas reduções de pessoal.
Esta aproximação cautelosa pode provocar uma crise de confiança na comunidade investidora que
levará a pressões para a mudança estratégica da empresa ou e para a mudança da maioria da
administração. Este conflito publico pode encorajar a queda do valor acção e incentivar um movimento
hostil de compra. Os concorrentes estarão a introduzir no mercado o VOIP em novos pacotes com
tarifário a preço fixo, o que representará uma hemorragia de receitas e um colapso de proveitos, que
em conjunto mais tarde deprimirão o valor acção e atrairão os compradores.
Uma nova equipe administrativa ou os novos proprietários terão de se mover rápida e dramaticamente
para restaurar a confiança dos investidores e reduzir custos, sendo o caminho mais fácil fazer
despedimentos colectivos em larga escala.
•
Cenário B: A BT adopta cautelosamente o VOIP
A BT pode fazer o que normalmente é uso: Fazer o que é correcto, mas fazê-lo ponderada e
lentamente. Já está atrasada em relação a empresas como as do Canadá, Japão, Austrália, e até Áustria.
Ainda não possui uma visão firme e detalhada da arquitectura da rede e dos programas de
investimento, e até ainda não começou com os programas de envolvimento com os seus trabalhadores,
a colocar nos locais próprios os trabalhadores sujeitos a formação, reconversão, recolocação e
programa de excedentários.
É um perigo ficar a observar as receitas chave da telefonia fixa serem drenadas rapidamente, em vez de
utilizar a sua aptidão para gerar novas receitas e proveitos, porque - tal como a CPS está a atingir o
negócio e a Ofcom a considerar um novo regime regulatório - não tem prontas as novas e mais
sofisticadas redes de opções de desenvolvimento de serviços novos atractivos e convincentes.
Se a BT entrar em pânico em relação ao corte de custos, poderá então começar a despedir números
substanciais de trabalhadores e provocar um conflito com as organizações sindicais numa altura em
que precisa de um compromisso entusiástico e vindo do coração da sua força de trabalho, e que
necessita, em simultâneo, de gerir com grande eficiência a sua antiga rede e desenvolver e colocar
rapidamente em produção a nova rede.
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Cenário C: A BT adopta o VOIP com agressividade
A BT pode tentar confundir os seus críticos que afirmam que os incumbentes não podem inovar tão
rápido como os seus concorrentes ou que ‘os elefantes não podem dançar’, tomando em antecipação e
em força decisões de pesados investimentos na rede 21CS e fazendo um sucesso desta estratégia
aprendendo com as experiências de emagrecimento de recursos humanos dos inícios de 90, expandindo
uma formação eficaz, reconversões e programas de saída em parceria com as organizações sindicais
estando estas bem informadas e totalmente envolvidas nesta programação.
Isto maximizaria as chances da BT de gerar novas receitas e proveitos em produtos e serviços “Nova
Vaga “ a uma passada que faria o declínio dos rendimentos chave mais geriveis da linha fixa. As
capacidades da nova empresa viriam ao de cima ao mesmo tempo que os serviços e-comércio e o egoverno estariam a ‘descolar’, que a rede se tornava um mercado de massas com a oferta de novos
conteúdos. Se ao mesmo tempo a sugestão governamental de que o novo regulador Ofcom deverá ter
uma ‘mão leve’ se tornar realidade, a BT poderá, já na actualidade, começar, com mérito a recuperar
quota de mercado.
Tudo isto, só poderá ser conseguido com uma redução considerável de efectivos e mudanças. Dentro
de 5 anos, ou próximo, poderemos estar a olhar para uma BT significativamente menor em termos de
recursos humanos, menor em termos de receitas mas segurando, com justiça, o que é seu em termos de
proveitos.
Conclusão:
Estamos perante o VOIP de forma muito parecida como estivemos perante a Internet no inicio dos
anos 90. A velocidade de desenvolvimento e o impacto de penetração do VOIP será comparável aos da
Internet. Na verdade o VOIP é uma tecnologia nociva que colocará muitos desafios á BT, aos seus
trabalhadores e ás suas organizações sindicais.
O ano de 2003 viu o VOIP passar de um interesse marginal de entusiastas de alta tecnologia ao
conceito central para planeamento de todos os grandes operadores de telecomunicações. Ao longo de
2004 ouviremos falar bastante sobre o VOIP na imprensa técnica, em discussões com a BT e em
discussões com os associados.
De certa forma o VOIP é a ponta da onda e a onda em si é o 21CN/NGN. O VOIP é a mais previsível
característica de crescimento da nova rede, mas haverá muitas outras.
Aqui, no Reino Unido, 2004 também observa uma revisão estratégica das telecomunicações pelo novo
super regulador Ofcom, o exame mais aprofundado nos fundamentos da estrutura regulatória desde a
revisão do duopolio nos inícios de 80. Consequentemente 2004 pode muito bem vir a mostrar-se como
o ano da divisão das águas no que diz respeito á industria de telecomunicações Britânica.
Roger Darlington
2004.01.26
Tradução de documento apresentado á Reunião Mundial UNI Sector das Telecomunicações
– Nyon 5/6 de Maio de 2004 (Tradução Rui Manuel Neto)
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José Coelho/Rui M. Neto
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