Anthony - EastBanc

EssentialProperty
Plans on Lisbon
INTERNATIONAL REAL ESTATE ENTREPRENEUR ANTHONY LANIER REVEALS TO
ESSENTIAL HIS GRAND REAL ESTATE PLANS FOR THE CAPITAL
O EMPREENDEDOR IMOBILIÁRIO ANTHONY LANIER EXPLICA À
ESSENTIAL O SEU GRANDE PROJECTO PARA A CAPITAL
TEXT JOÃO GRAMA
PHOTOS PAULO BARATA
A
nthony Lanier was born in Brazil,
but he soon left for the beauty of the
Austrian Alps. During the summer holidays
he would accompany his parents, who for
the most part travelled to the Algarve. While
they were making the most of the sun and
the calm, Anthony found love in the shape of
a Portuguese girl. He studied economics, and
soon got involved in the real estate sector, in
which he has spent his entire professional
career. Stints in Austria and England were
followed by time in the USA where, in 1989,
he founded Eastbanc, a company specialising in property purchase, development and
management.
His relationship with Portugal goes back
many years and even after he got married,
time spent on Portuguese soil was restricted
to holidays. Anthony loves Portuguese
beaches, but never one to twiddle his
thumbs he set off in search of in search of
real estate deals. He started buying up
properties in and around the city and while
he was doing this an idea for Lisbon’s Baixa
Pombalina entered his mind. By pure
chance a friend told him about another
property at the top of Principe Real. Without
any delay he bought it, thinking all the time,
“Why don’t I transfer my major project to this
exclusive district of the city?” www.essential-portugal.com 56
A
nthony Lanier nasceu no Brasil, mas
cedo se refugiou na beleza dos Alpes
Austríacos. Nas suas férias de Verão acompanhava
os seus pais, que invariavelmente viajavam para o
Algarve. Enquanto eles procuravam o sol e a
tranquilidade, Anthony encontrou o amor de uma
portuguesa. Estudou economia, envolvendo-se
logo no sector imobiliário onde decorreu todo o
seu percurso profissional, na Áustria, em Inglaterra
e nos Estados Unidos, onde fundou, em 1989, o
EastBanc, uma empresa especializada na
aquisição, desenvolvimento e gestão imobiliária.
A sua relação com Portugal é, como vimos,
muito antiga e, mesmo depois de casado, as suas
estadias por cá circunscreviam-se aos tempos ABOVE AND BELOW, THE AREA OF PRINCIPE REAL WHERE THE NEW PROJECT WILL TAKE SHAPE
The words luxury and design are
recurred themes throughout our conversation, and always for the same reason.
Anthony Lanier hopes to breathe life back
into Principe Real, transforming “valuable
yet inexplicably abandoned buildings” into a
district of luxury housing. The idea would be
nothing new if Anthony were not prepared to
invest in an area of 50,000 square metres, a
considerable size for the city centre. As such,
the challenge facing him is huge, impossible
for many others to carry out, but Anthony has
at least one reason to believe he can do it.
That is, despite being relatively
unknown in Portugal, Anthony is pretty well
versed on the issue of redeveloping historic
centres. Until quite recently, Georgetown Washington’s historic quarter - was nothing
but a sorry area of dilapidated factories and
businesses, with no life or soul. Eastbanc
took on the challenge and began the project
with a single building. Today his company’s
portfolio contains about 60 new-built
properties, several leisure areas, offices and
the city’s most expensive houses.
Georgetown has become one of the most
attractive down towns in the U.S.
Returning to Lisbon, Anthony is placing
all his chips on the quality of his project.
“From kitchens to gardens, I want to offer
the best in everything. The idea is to convert
the houses. There’s plenty of old substance
there, and it would be highly interesting to
be able to fuse old with modern.”
Design is another very important
element. To this end he has chosen Souto
Moura as the project’s architect. “I admire
his work, the subtle lines and the respect
he shows for old buildings.”
Unlike what one would imagine, the
project is also based on the idea that people
should be able to enjoy outdoor living. de férias. Anthony adora as praias portuguesas, mas toda a energia que transporta criava-lhe
uma certa inquietude. Parte então à procura de
negócios imobiliários. Adquire os primeiros
imóveis em Lisboa e simultâneamente nasce-lhe
uma ideia para a Baixa Pombalina. Por mero
acaso, um amigo dá-lhe conta de um outro
imóvel, lá no alto do Príncipe Real. Compra-o sem
demora e pensa, porque não transferir este meu
grande projecto para esta zona nobre da cidade?
Durante a nossa conversa, luxo e design são
palavras que surgem de forma quase obsessiva. E
sempre pela mesma razão. Anthony Lanier
pretende revitalizar o Príncipe Real, transformando “edifícios valiosos mas inexplicavelmente
abandonados” num bairro de habitações This means that besides the new
residents, the new leisure spaces created
will give this exclusive district back to the
people of Lisbon, offering them gardens,
shopping areas, and restaurants. “I would
like to create a cluster of design shops, for
example, focusing on interiors, furniture
and lighting, and directly linked to our
construction project,” says Lanier although
he admits nothing is planned as yet.
Anthony is well aware of Lisbon’s
dwindling inner city population. “Housing is
at the heart of my idea,” he explains, while
confessing that the project will have an office
component to it. But who is this all for?
Anthony is quick to reply. “On the one hand
I want to reach those who have chosen to live
outside the city, in search of a luxury lifestyle
but can’t stand today’s traffic. On the other, I
want to attract all the affluent foreigners who
love Lisbon, but who never been able to find
a place with the same living standards as
New York or London.”
As such a cosmopolitan city, it’s almost
certain that Lisbon will watch the development of this adventure with bated breath.
Work is only expected to begin in 24
months, but does Anthony believe he will
able to get through all the red tape and
voices of disapproval? “I’m prepared!” is his
convincing reply. www.essential-portugal.com 58
luxuosas. A ideia não seria nova, não
estivesse Anthony preparado para intervir numa
área de 50.000 m2, uma dimensão considerável
para o centro da cidade. O desafio é, por isso,
imenso, impossível de concretizar para muitos,
mas há pelo menos uma razão porque Anthony
deve acreditar.
É que, apesar de relativamente desconhecido
em Portugal, Anthony conhece o significado de
reabilitação de centros históricos. Até há pouco
tempo atrás, Georgetown - o centro histórico de
Washington - resumia-se a um bairro deplorável
de fábricas e negócios decadentes, vazio de vida
e sentimento. O EastBanc assumiu o risco e
iniciou o projecto com apenas um prédio. Hoje, o
portfolio da empresa detém cerca de 60 edifícios
construídos, múltiplas zonas de lazer, escritórios,
as casas mais caras da cidade e Georgetown é
provavelmente uma das “baixas”mais bonitas dos
Estados Unidos.
Mas voltando a Lisboa. Anthony aposta
para o seu projecto na qualidade, “desde as
cozinhas aos jardins, eu quero apresentar o
melhor de tudo”. A ideia é “modificar as casas.
Há para ali bastante substância velha. E seria
interessantíssimo poder cruzar o antigo com o
moderno”. O design é outra faceta “muito
importante”, por isso escolheu o arquitecto
Souto Moura como parceiro. “Admiro o seu
trabalho. As linhas leves e o respeito que
demonstra por edifícios velhos”.
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Ao contrário do que seria de imaginar, o
projecto “baseia-se ainda na ideia de que as
pessoas devem usufruir a vida cá fora”. Isto
significa que, para além dos próprios habitantes, os espaços de lazer criados devolvam
esta zona nobre da cidade aos lisboetas. Jardins,
espaços de comércio, restaurantes. Ainda nada
está em plano como confessa mas, “eu gostaria
de criar, por exemplo, um cluster de lojas de
design, dedicadas a interiores, mobiliário ou
iluminação, e ligadas directamente ao nosso
projecto de construção”.
Anthony sabe perfeitamente o vazio de
habitantes que Lisboa possui. “A habitação é o
coração da minha ideia”, ainda que admita a
componente escritório no seu projecto. Mas para
quem vai construir tudo isto? Anthony não
hesita: “por um lado, quero chegar aos que
escolheram viver fora da cidade à procura de um
lifestyle luxuoso, mas que hoje não suportam o
trânsito. Por outro, a todos os estrangeiros de
classe alta que adoram Lisboa mas que nunca
encontraram um lugar com o padrão de vida de
Nova Iorque, Londres ou Beirut”.
De tão peregrina, é quase certo que nos
próximos meses Lisboa irá acompanhar com
interesse o desenrolar desta aventura. O iniciar
das obras ainda vai longe - 24 meses, mas
conseguirá ele vencer a burocracia e as vozes
discordantes? “Estou preparado!”, remata
Anthony.