Anais - Estado do Paraná

Transcrição

Anais - Estado do Paraná
Umuarama, PR
1
ANAIS DA VI MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DE AGRONOMIA E
II MOSTRA DE TRABALHOS DE EXTENSÃO RURAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS REGIONAL DE UMUARAMA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CAMPUS REGIONAL DE UMUARAMA
20 a 24 de SETEMBRO de 2010
TIRAGEM
500 EXEMPLARES
Organizadores
Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva
Prof. Drª. Cláudia Regina Dias-Arieira
Prof. Drª. Juliana Parisotto Poletine
Normalização Técnica
Juliana Parisotto Poletine
Yara Camila Fabrin Cabral
A exatidão das informações, os conceitos e opiniões emitidos nos resumos são de exclusiva
responsabilidade dos autores.
É permitida a reprodução parcial ou total dessa obra, desde que citada à fonte.
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3
4
ANAIS DA VI MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DE AGRONOMIA E
II MOSTRA DE TRABALHOS DE EXTENSÃO RURAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS REGIONAL DE UMUARAMA
ANO 2010
Reitor: Décio Sperandio
Diretor do Centro de Ciências Agrárias: Prof. Dr. Bruno Luiz Domingos De Angelis
Chefe do Departamento de Ciências Agronômicas: Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da
Silva
Chefe Adjunto do Departamento de Ciências Agronômicas: Prof. Dr a. Cláudia Regina
Dias - Arieira
COMISSÃO ORGANIZADORA
_____________________________________________________________________
Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva (Coordenador)
Dra. Cláudia Regina Dias-Arieira (Vice-Coordenadora)
Dra. Juliana Parisotto Poletine
Dr. Leandro Paiola Albrecht
Dr. Leandro Boch da Silva Volk
Ivan Walisson Carrito
Renan Alenbrant Migliavacca (Presidente do Centro Acadêmico)
Willian Fagner Pereira (Vice-Presidente do Centro Acadêmico)
Rafaela Alenbrant Migliavacca
Vinícius Hicaro Frederico Abe
Rafael Petineli
Marcelo Henrique Brandalise
Lucas Pastre Dill
Beatriz Tomé Gouveia
Ana Cláudia Mascarello
Erick Zobiole Marinellí
Yara Camila Fabrin Cabral
Alex Eduardo Zaniboni
Diego Beltrame Rodrigues
Juliano Bortoluzzi Lorenzetti
Lais Fernanda Fontana
COMISSÃO CIENTÍFICA
_____________________________________________________________________
Juliana Parisotto Poletine
Yara Camila Fabrin Cabral
ORGANIZADORES
_____________________________________________________________________
Tiago Roque Benetoli da Silva
Cláudia Regina Dias-Arieira
Juliana Parisotto Poletine
5
Sumário
INFLUÊNCIA DA LASTRAGEM LÍQUIDA DE TRATOR AGRÍCOLA NA ÁREA
11
DE SOLO MOBILIZADO E RECALQUE.................................................................
Lucas S. Doimo; Walter F. Frohlich; Carlos Fernando I. Moretti; Jean C. Morando; Vítor H.
D. Nogueira; Fabrício Leite e Leandro B. da Silva Volk
REAÇÃO DE CULTIVARES DE CANA-DE-AÇÚCAR A MELOIDOGYNE
15
PARANAENSIS........................................................................................................
Fábio Biela; Cláudia R. Dias-Arieira; Tatiana P. L. Cunha; Fernando M. Chiamolera;
Simone M. Santana; Heriksen H. Puerar e Vinícius H. F. Abe
DESENVOLVIMENTO DA PARTE AÉREA DE MILHO SUBMETIDO À
19
APLICAÇÃO DE TORTA DE FILTRO.....................................................................
Cleber de Oliveira Santini; Antonio Nolla; Eduardo Jamir Paes Vila e Thiago R. B. da
Silva
DESEMPENHO DE SEMENTES DE CRAMBE, COM E SEM PERISPERMA,
24
SUBMETIDAS A CONDIÇÕES SIMULADAS DE ESTRESSE HÍDRICO...............
Yara Camila Fabrin Cabral; Marizangela Rizzatti Ávila; Willian Fagner Pereira e Erick
Zobiole Marinélli
DESEMPENHO AGRONÔMICO E TEORES DE ÓLEO E PROTEÍNAS NAS
28
SEMENTES DE SOJA TRANSGÊNICA SOB APLICAÇÃO DE GLYPHOSATE
EM DIFERENTES ESTÁDIOS.................................................................................
André Felipe M. Silva; Magnum R. da Silva; Leandro P. Albrecht; Éder P. Gomes; André
P. Barbosa e Matheus A. Mendes
DESEMPENHO DAS PLANTAS DE TRIGO SOB EFEITO DE REGULADORES
32
DE CRESCIMENTO E DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO...........................
André Felipe M. Silva; André P. Barbosa; Matheus A. Mendes; Lucas B. Battisti; Leandro
P. Albrecht e Alfredo Júnior. P. Albrecht
DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO
35
ARENOSO................................................................................................................
Eduardo Jamir Paes Vila; Antonio Nolla; Cleber de Oliveira Santini e Leandro B. da Silva
Volk
INFLUÊNCIA
DA
APLICAÇÃO
DE
TORTA
DE
FILTRO
NO
40
DESENVOLVIMENTO RADICULAR DA CULTURA DO MILHO CULTIVADA EM
SOLO ARENOSO.....................................................................................................
Eduardo Jamir Paes Vila; Antonio Nolla;Cleber de Oliveira Santini e Tiago Roque B. da
Silva
6
PERFILHAMENTO DE CANA DE AÇÚCAR E ATRIBUTOS QUÍMICOS DE UM
45
ARGISSOLO SUBMETIDO À DOSES DE CALCÁRIO E ESCÓRIA DE
SIDERURGIA...........................................................................................................
Cleber de Oliveira Santini; Antonio Nolla; Eduardo Jamir P.Vila e Leandro B. da Silva Volk
PRODUTIVIDADE DE SEMENTES DE TRIGO PRODUZIDAS SOB
50
DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DIFERENTES NÍVEIS DE
COBERTURA VEGETAL..............................................................................
Ligia M. Maraschi-Silva; Thiago A. Ortiz; Rafaela A. Migliavacca; Marizangela R. Ávila;
Willian F. Pereira e Erick Z. Marinelli
QUALIDADE FISIOLÓGICA E SANITÁRIA DE SEMENTES DE SOJA
55
TRANSGÊNICA SOB APLICAÇÃO DE GLYPHOSATE EM DIFERENTES
ESTÁDIOS................................................................................................................
André P. Barbosa; Allan V. Sacuchi; Leandro P. Albrecht; Éder P. Gomes; André Felipe
M. Silva e Matheus A. Mendes
DOSES DE VINHAÇA E DESENVOLVIMENTO RADICULAR DA
59
CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM LATOSSOLO ARENOSO DO
NOROESTE PARANAENSE.........................................................................
Cleber de Oliveira Santini; Antonio Nolla; Eduardo Jamir P.Vila e Leandro B. da Silva Volk
PRODUTIVIDADE, QUALIDADE E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE SEMENTES
64
DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L.) CULTIVADO SOB DIFERENTES
Kc.............................................................................................................................
Rafaela Alenbrant Migliavacca; Kalina Sala Michelan; Thiago Alberto Ortiz; Lígia Maria
Maraschi-Silva; Marizangela Rizzatti Ávila e Éder Pereira Gomes
DESEMPENHO DE PLÂNTULAS DE MILHO TRANSGÊNICO SOB EFEITO DO
69
TRATAMENTO DE SEMENTES COM BIORREGULADOR...................................
André P. Barbosa; André Felipe M. Silva; Rafaela A. Migliavacca; Leandro P. Albrecht;
Matheus A. Mendes e Alfredo Júnior P. Albrecht
MANEJO DE MELOIDOGYNE INCOGNITA UTILIZANDO EFLUENTES DE
73
BIODIGESTOR A BASE DE REPOLHO, ALHO E PIMENTA.................................
Rafael M. Mattos; Tereza C. Sassaki; Heriksen H. Puerari; Tatiana P. L. Cunha; Fabio
Biela; Fernando M. Chiamolera; Cláudia R. Dias-Arieira
QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE TRIGO PRODUZIDAS SOB
77
DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DIFERENTES NÍVEIS DE
COBERTURA...........................................................................................................
Thiago A. Ortiz; Lígia M. Maraschi-Silva; Marizangela R. Ávila; Rafaela A. Migliavacca;
Yara C. F. Cabral e Éder P. Gomes
7
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS SEMENTES DE SOJA TRANSGÊNICA SOB
81
TRATAMENTOS COM BIORREGULADOR............................................................
Matheus A. Mendes; Leandro P. Albrecht; Alfredo Junior P. Albrecht; Alessandro L.
Braccini; Marizangela R. Ávila; André P. Barbosa; André Felipe M. Silva; Rafaela A.
Migliavacca
CRESCIMENTO INICIAL DE EUCALYPTUS GRANDIS TRATADO COM
85
DIFERENTES DOSES DE LODO DE ESGOTO NO NOROESTE DO PARANÁ...
Thiago Henrique Oro; Erci Marcos Del Quiqui; Douglas Kaplum; Hiales Carpine Fodra;
Diego Luiz Ferreira; Juliano Sartori Emerick
EFEITO
DE
SUBSTRATO
ALTERNATIVO
E
COMERCIAL
NO
90
DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE Eucalyptus grandis.................................
Alan Cesar Zanco; Erci Marcos Del Quiqui; Jean Carlo Possenti; Rodrigo Gonçalves de
Oliveira; Tatiana Pagan Loeiro da Cunha
AVALIAÇÃO DE ESPÉCIES DE EUCALIPTUS AOS 30 MESES PARA O
95
NOROESTE DO PARANÁ.......................................................................................
Renan Alenbrant Migliavacca; Erci Marcos Del Quiqui; Alex Eduardo Zaniboni; Lucas
Pastre Dill; Jean Carlo Possenti
RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO PARA DIFERENTES PRESSÕES
100
DE INFLAÇÃO DOS PNEUS DE UM TRATOR AGRÍCOLA..................................
Alan Antoniassi; Lucas da Silva Doimo; José Augusto Kaplum; Walter Felipe Frohlich;
Fabrício Leite e Leandro B. S. Volk
COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE CAFEEIRO EM SOLO INFESTADO
104
POR MELOIDOGYNE SPP. ....................................................................................
Vinicius H. F. Abe; Cláudia R. Dias-Arieira; Simone M. Santana; Fernando M.
Chiamolera; Tatiana P. L. da Cunha; Fabio Biela; Heriksen H. Puerari, Diego B.
Rodrigues
EFICIÊNCIA
DO
PARCELAMENTO
E
MODO
DE
APLICAÇÃO
DE
109
NITROGÊNIO NA CULTURA DA ALFACE.............................................................
Jéssica da Silva Santos; Andressa Brandão; Franciele Moreira Golçalves; Luma Alana
Vieira Henrique; Rerison Catarino da Hora
EFICIÊNCIA DE DOSES CRESCENTES DE TORTA DE FILTRO NO
113
DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DE MILHO...................................................
Eduardo Jamir Paes Vila; Antonio Nolla; Cleber de Oliveira Santini e Leandro B. da Silva
Volk
LEVANTAMENTO DO NÚMERO DE PLANTAS DANINHAS EM DIFERENTES
118
PROFUNDIDADES DO SOLO DE ÁREAS SOB DIFERENTES MANEJOS..........
;
Willian F. Pereira; Erick Z. Marinélli; Yara C. F. Cabral ; Marizangela R. Ávila e Manoel G. Pequeno
8
SOBRESSEMEADURA DE CULTIVARES DE AVEIA E CENTEIO EM CAPIM
122
MOMBAÇA IRRIGADO............................................................................................
Eduardo P. Ribeiro; Max E. Rickli; Ulysses Cecato; Camila V. Viana; André P. Barbosa;
Matheus A. Mendes; Eder P. Gomes
LEVANTAMENTO
DA
DIVERSIDADE
DE
PLANTAS
DANINHAS
EM
127
DIFERENTES MANEJOS DE SOLO ATRAVÉS DA EMERGÊNCIA DE
PLÂNTULAS............................................................................................................
;
Erick Zobiole Marinélli; Yara Camila Fabrin Cabral Willian Fagner Pereira; Marizangela
Rizzatti Ávila;Manoel Genildo Pequeno
DESENVOLVIMENTO
DE
PLÂNTULAS
DE
MILHO
SUBMETIDO
À
131
APLICAÇÃO DE ADUBAÇÃO MINERAL E DIFERENTES DOSES DE
RESÍDUO DE FILMES RADIOGRÁFICOS..............................................................
Renan Alenbrant Migliavacca; Antonio Nolla; Edmilson C Bortoletto; Tiago Mazetto; Célia
Regina Granhen Tavares
AVALIAÇÃO
DE
EFICIÊNCIA
AGRONÔMICA
DE
AZOSPIRILLUM
135
BRASILENSE EM ASSOCIAÇÃO COM BRADYRHIZOBIUM JAPONICUM
SOBRE AS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA CULTURA DA SOJA.....
Mauro Cezar Barbosa; Glenberson G. Piccinin; Anderson F. Biani; Cleison G. Piccinin;
Alex Ortix; Paulo V. Demenck; Alessandro de Lucca e Braccini
9
Apresentação
Atualmente o mercado de trabalho está bastante seletivo e apenas
profissionais qualificados encontram espaço para seu desenvolvimento profissional.
Para isso, o ensino superior de qualidade auxilia nessa etapa importante, sendo a
Universidade Estadual de Maringá - UEM, uma das mais destacadas e conceituadas
dentre as Instituições de Ensino Superior do Brasil.
A UEM está localizada no Noroeste do Paraná, sendo organizada nos
campus de Maringá, Umuarama, Cianorte, Goioerê, Diamante do Norte e Cidade
Gaúcha, além da Fazenda Experimental de Iguatemi, da Base Avançada de
Pesquisa em Porto Rico e do Centro de Pesquisa em Piscicultura em Floriano.
No Campus Regional de Umuarama, dentre os cursos existentes, há o
conceituado curso de Agronomia, um dos melhores do Brasil, formando profissionais
capazes de atuar com brilhantismo nas áreas de ensino, extensão e pesquisa.
Para aprimorar conhecimentos na área agronômica, no ano de 2010 é
realizada a XIII Semana Acadêmica de Agronomia – SEAGRO e a VI Mostra de
Trabalhos Científicos de Agronomia e II Mostra de Trabalhos em Extensão Rural,
proporcionando atividades como palestras, mini cursos, bem como a apresentação
de trabalhos científicos.
O evento é de grande importância na região, pois engloba a realidade do
cultivo na região do arenito, atraindo a participação de profissionais e acadêmicos da
área de Ciências Agronômicas.
É com enorme satisfação que lançamos, aqui, a versão digital dos anais,
contendo os trabalhos aprovados e apresentados na XIII SEAGRO realizada em
setembro de 2010. Com esta iniciativa, estamos promovendo a possibilidade de
divulgar ainda mais os avanços tecnológicos desenvolvidos na área de agronomia.
Que esse conjunto de trabalhos possa auxiliar na solução de problemas
regionais, almejando a sustentabilidade, assim como demonstrar o avanço científico
alcançado pelo curso de Agronomia da UEM – Umuarama.
Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva
Chefe do Departamento de Ciências Agronômicas
10
INFLUÊNCIA DA LASTRAGEM LÍQUIDA DE TRATOR AGRÍCOLA NA ÁREA DE
SOLO MOBILIZADO E RECALQUE
Lucas S. Doimo1; Walter F. Frohlich1; Carlos F. I. Moretti1; Jean C. Morando1;
Vítor H. D. Nogueira1; Fabrício Leite1 e Leandro B. S. Volk1
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas – Campus de
Umuarama - PR
INTRODUÇÃO
A tração é influenciada diretamente pelo sistema rodado-solo que varia de
acordo com o tipo de solo e pneu (YANAI et al., 1999). Quando se passa da
condição de pista de concreto para terreno agrícola, é justamente na interface
rodado-solo onde as perdas de potência se tornam mais críticas (MIALHE, 1991).
Baixos níveis de lastragem líquida ou altas cargas podem levar a uma
sobrecarga nos pneus, provocando grandes deformações no solo. Estas
deformações no solo são a área de solo mobilizada e o tamanho da profundidade do
recalque do pneu no solo (PAULA, 2008).
A utilização do trator numa propriedade é variada, devendo-se considerar que
tipos de lastragem inadequadas representam elementos negativos para a maior
parte, culturais, induzindo a compactação do solo, a emissão de gases poluentes ao
ambiente e aumento do consumo de combustível durante a execução do trabalho
(MAZETTO, 2004).
A massa do trator influi diretamente no desempenho a campo deste, sendo
importante também na definição da aptidão na execução de determinadas tarefas
(BIONDI et al., 1996; LINARES, 1996), portanto, o correto ajuste da lastragem de um
trator é essencial para a execução de determinadas tarefas e fundamental para um
maior rendimento da máquina.
Em vista do exposto, o objetivo deste trabalho é analisar a influência da
lastragem líquida sobre área de solo mobilizado e profundidade do recalque.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido em área pertencente à Universidade Estadual
de Maringá - UEM - Campus de Umuarama - PR, em um LATOSSOLO VERMELHO
11
Distrófico típico, de textura arenosa. Utilizou-se o delineamento experimental em
blocos ao acaso, composto por três blocos, três parcelas e quatro repetições.
Cada parcela tem área de 70 m² (3,5 x 20 m), com espaçamento entre
parcelas de 2m, 5 m utilizados no início de cada parcela para aceleração do trator,
10 m de onde eram coletados os dados para realização do experimento e 5 m ao
final da parcela para desaceleração e manobra do trator. Os três tratamentos foram
compostos por três níveis de lastragem líquida L1, L2 e L3, representando 75, 50 e
25% de água.
No experimento foi utilizado trator da marca JOHN DEERE modelo 7515 de
103kw (140cv) trabalhando na marcha B4 a 1900 rpm desenvolvendo uma
velocidade de 8 km.h-1 com 18 psi de pressão nos pneus com a tração dianteira
auxiliar (TDA) ligada e também foi utilizado uma enxada rotativa para fazer as pistas
e realizar os ensaios experimentais.
Na determinação da área mobilizada, utilizou-se um perfilômetro com
distância entre haste de 4 cm. A leitura do perfilômetro foi feita a partir da área de
solo mobilizado pelo rodado do trator, também com o perfilômetro foi determinado à
altura do recalque.
Os dados coletados foram submetidos à análise de variância a 5 % de
probabilidade (P<0,05) e, quando significativas, as médias foram comparadas pelo
teste de Tukey (P<0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme pode ser observado na Tabela 1, os valores obtidos de área de
solo mobilizado foram significativos com a variação da lastragem, ao nível de 5% de
probabilidade.
O mesmo observou-se para o valor do recalque com a variação da lastragem,
também foi significativo ao nível de 5% de probabilidade.
Tabela 1. Valores médios de área mobilizada (AM) e recalque (R) para três níveis de
lastragem de líquida no pneu, L1 (75%), L2 (50%) e L3 (25%).
TRATAMENTOS
AM (cm²)
R (cm)
L1
851,04 a
14,5 a
L2
792,04 ab
13,12 b
L3
763,41 b
13 b
MÉDIA GERAL
802,16
13,5
C.V. (%)
7,90
6,40
12
1
Médias com letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).
Na Tabela 1 o valor que se destacou de área do solo mobilizado foi o L1, pois
nesta condição o trator estava lastrado com 75% de água em todos os pneus, sendo
assim seu peso total era maior e consequentemente resulta em maior resistência ao
deslocamento da máquina e aumento no consumo de combustível, conforme
exposto MAZETTO (2004).
Na condição L2, observa-se que o valor de área de solo mobilizado não
diferiu significativamente para o valor de L1 nem para L3. Entretanto, para o valor de
L3 houve diferença significativa em relação a L1, a justificativa para isso é que nesta
condição a lastragem tem 50% menos água do que em L1, portanto 50% menos
peso. Portanto o tratamento L3 mostrou-se a melhor condição para operação com a
máquina sendo o valor que apresenta a menor deformação do solo.
Observando os valores de recalque o valor que se destaca é o tratamento L1,
sendo este o maior valor de recalque. Os valores de recalque L2 e L3 não
apresentaram uma diferença significativa entre si.
Figura 1. Relação entre área de solo mobilizado e três
lastragens líquidas.
Figura 2. Relação entre recalque e três níveis de lastragem líquida.
13
CONCLUSÃO
Com a realização deste trabalho conclui-se que, conforme maior for a
lastragem utilizada, maiores serão a área de solo mobilizado e altura do recalque, o
que pode ocasionar maior consumo de energia, conforme diminui-se as lastragens
menores serão as deformações no solo.
REFERÊNCIAS
BIONDI, P. et al. Technical trends of tractors and combines (1960-1989) based
on Italian type-approval data. Journal of Agricultural Engineering Research, v.65, p.114, 1996.
LINARES, P. Teoría de la tracción de tractores agrícolas. Madrid : ETSIA, 1996.
157p. Apuntes Didácticos Departamento de Publicaciones de la Escuela Técnica
Superior de Ingenieros Agrónomos.
MAZETTO, F.R. Avaliação das metodologias de determinação das áreas de contato
e deformações elásticas de pneus agrícolas em função das pressões de inflação e
cargas radiais. 2004. 100 f. Dissertação (Mestrado em Energia na Agricultura) Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu,
2004.
MIALHE, L.G. Gerência de sistema tratorizado vs operação otimizada de
tratores. Piracicaba: ESALQ/USP, 1991. 30 p.
PAULA, C. A. Desenvolvimento de um perfilômetro laser para determinação da área
e volume de contato entre o pneu e o solo. 2008. 96 p. Dissertação (Mestrado em
Agronomia) – Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista,
2008.
YANAI, K.; SILVEIRA, G.M.; LANÇAS, K.P.; CORRÊA. I.M.; MAZIERO, J.V.G.
Desempenho operacional de trator com e sem acionamento da tração dianteira
auxiliar. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.34, n.8, p.1427-34,1999.
14
REAÇÃO DE CULTIVARES DE CANA-DE-AÇÚCAR A
MELOIDOGYNE PARANAENSIS
Fábio Biela1; Cláudia R. Dias-Arieira1; Tatiana P. L. Cunha 1; Fernando M.
Chiamolera1; Simone M. Santana1; Heriksen H. Puerari1; Vinícius H. F. Abe1
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de Umuarama
- PR
INTRODUÇÃO
Diversos
condicionantes
gêneros
da
de
produção
fitonematóides
são
agrícola
Saccharum
de
reportados
spp.
como
fatores
(MOURA
&
ALMEIDA, 1981). Mais de 310 espécies, filiadas à pelo menos 48 gêneros, já foram
encontrados nas raízes e no solo da rizosfera desta cultura, alguns causando
significativas reduções de produtividade (CADET & SPAULL, 2005).
Dentre as espécies de nematóides que atacam a cana-de-açúcar, as
principais limitantes da produção pertencem ao gênero Meloidogyne. A importância
dos nematóides de galhas para a cultura da cana-de-açúcar pode ser especialmente
verificada quando se avalia o aumento na produtividade devido ao controle destes
patógenos, conforme foi constatado nos trabalhos realizados por DINARDOMIRANDA et al. (1995).
O plantio de variedades resistentes é a solução ideal para o problema com
os nematóides na agricultura (NOVARETTI et al., 1988). O comportamento dos
híbridos de cana-de-açúcar frente às populações de nematóides é variável.
DINARDO-MIRANDA et al. (1995), estudando no campo o comportamento de
variedades de cana-de-açúcar a M. javanica, observaram que 12 dos materiais
avaliados apresentaram suscetibilidade ao nematóide, com incrementos na
produção devido ao controle deste patógeno.
Até o presente, são poucos os estudos avaliando o comportamento de
variedades de cana-de-açúcar frente aos nematóides de galhas. No que tange à
espécie M. paranaensis nenhum trabalho foi realizado até o momento, apesar desta
espécie ter sido constatada em uma área de plantio de cana-de-açúcar do Paraná
(SEVERINO et al., 2008). Assim o presente trabalho teve como objetivo avaliar a
15
suscetibilidade de variedades de cana-de-açúcar ao nematóide de galhas M.
paranaensis.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em casa de vegetação da Universidade
Estadual de Maringá, Campus Regional de Umuarama. Os materiais selecionados
para esse estudo foram as cultivares CTC 11, CTC 12, CTC 13, CTC 14, CTC 15,
CTC 16, CTC 17 e CTC 18.
Inicialmente os toletes das variedades de cana de açúcar foram cortados
para a retirada das gemas, as quais foram colocadas em recipiente gerbox, com
papel absorvente e água, permanecendo por seis dias no aparelho germinador.
Posteriormente, foram transferidos para bandejas de polietileno contendo areia
autoclavada, dando condições para as gemas emergirem, permanecendo por
aproximadamente 15 a 20 dias. Cada muda foi transplantada para vaso de 3 L
contendo uma mistura de solo:areia (2:1), previamente autoclavada.
O inóculo de M. paranaensis foi preparado a partir de populações puras,
mantidas em tomateiro cv. Santa Cruz Kadá. O inóculo foi obtido através da
metodologia de BONETI & FERRAZ (1981), sendo a suspensão calibrada para
1000 ovos + J2 em 1 mL de água, com auxílio de lâmina de Peters e microscópio
óptico. A inoculação foi realizada utilizando-se 4 mL da suspensão do inóculo,
uniformemente distribuída em quatro orifícios de 2 a 4 cm de profundidade, ao redor
da planta.
Após 60 dias da inoculação, as plantas foram retiradas dos vasos,
separando-se o sistema radicular e parte aérea. Na parte aérea foram feitas as
avaliações de altura de planta, sendo medido, em centímetros, da base do caule da
planta até a maior folha presente, peso da massa fresca e peso seco, em balança
semi-analítica. As raízes foram lavadas cuidadosamente com água corrente,
descartando-se o tolete que gerou a nova planta. Posteriormente foram pesadas e
submetida a extração do nematóide seguindo a metodologia acima citada. O
material obtido foi avaliado sob microscópio óptico e os valores obtidos,
correspondentes à população final, foram plotados na fórmula FR = (Pf/Pi), onde FR,
Pf e Pi correspondem a fator de reprodução, população final e população inicial,
respectivamente (OOSTENBRINK, 1966).
16
Após a retirada da cana-de-açúcar, uma plântula de tomateiro cv. Santa
Cruz Kadá foi transplantada para cada vaso, para realização do bioteste. As plantas
permaneceram nos vaso durante 30 dias e, após esse período, as raízes foram
avaliadas quanto ao número de galhas e ovos.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com seis
repetições. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste de Tukey a 5%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Todas as cultivares de cana-de-açúcar comportaram-se como suscetíveis a
M. paranaensis, ou seja, apresentaram FR>1 (Tabela 1). As cultivares CTC 15 e
CTC 16 foram as que apresentaram maior população final do nematóide, com
número de ovos superior a 12.000. Estes resultados são importantes, visto que
muitos canaviais paranaenses estão sendo implantados em áreas nas quais durante
muitos anos foi cultivado o café, havendo na região relato desta espécie associada a
cana-de-açúcar (SEVERINO et al., 2008). Apesar de não haver diferença estatística
entre o número de ovos deste nematoide, observou-se que o FR variou de 1,4 a 3,3,
para as variedades CTC17 e CTC 15, respectivamente (Tabela 1).
Tabela 1. População final (PF) e fator de reprodução (FR) de Meloidogyne
paranaensis em variedades de cana-de-açúcar do grupo CTC, número
de galhas e ovos no bioteste (tomateiro) e valores relacionados ao
desenvolvimento da cana-de-açúcar após sessenta dias de inoculação
com 4.000 espécimes do nematóide
FR
Galhas
bioteste
Ovos
bioteste
Altura
(cm)
PFPA (g)
PSPA (g)
PFRA (g)
1º. Experimento
CTC 11
8.296ns
2,1
142b
7.160b
1,26a
12,31ns
4,24ns
34,17a
CTC 12
8.106
2,0
192b
13.940b
1,01bc
11,59
3,98
19,00b
CTC 13
9.087
2,3
217b
7.602b
0,10bc
10,27
4,25
22,54ab
CTC 14
11.599
2,9
156b
10.076b
0,87c
11,21
2,94
16,42b
CTC 15
13.135
3,3
353b
12.694b
1,08b
15,22
4,70
34,43a
CTC 16
12.027
3,0
1.069ª
37.978a
0,99bc
12,48
3,13
23,41ab
CTC 17
5.702
1,4
236b
7.534b
1,05b
11,70
4,07
23,81ab
CTC 18
10.509
2,6
320b
16.485b
1,14ab
13,79
4,56
23,95ab
Variedade
PF
FR = fator de reprodução (= população final/população inicial) (OOSTENBRINK, 1966). PFPA = peso fresco da
parte aérea; PSPA = peso seco da parte aérea; PFRA = peso fresco da raiz. Dentro de um mesmo experimento,
médias na coluna seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey 5% de probabilidade; ns =
não significativo a 5% de probabilidade.
17
Dos parâmetros vegetativos avaliados apenas dois apresentaram diferença
estatística entre si: altura de planta e peso fresco da raiz. Para estes, a CTC 14 foi a
variedade que apresentou maior redução, enquanto a CTC 11 apresentou melhor
desenvolvimento.
CONCLUSÃO
Todas as cultivares de cana-de-açúcar foram suscetíveis a M. paranaensis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONETI, J. I. S.; FERRAZ, S. Modificação do método de Hussey e Barker para
extração de ovos de Meloidogyne exigua de raízes de cafeeiro. Fitopatologia
Brasileira, v. 6, p. 553, 1981.
CADET, P.; SPAULL, V. W. Nematodes parasites of sugarcane. In: LUC, M.;
SIKORA, R. A.; Bridge, J. (Eds). Plant Parasitic Nematodes in Subtropical and
Tropical Agriculture. 2ª. Ed. Cambridge, MA: CABI Publishing. Pp. 645-674. 2005.
DINARDO-MIRANDA, L. L.; NOVARETTI, W. R. T.; MORELLI, J. L.; NELLI, E. J.
Comportamento de variedades de cana-de-açúcar em relação a Meloidogyne
javanica em condições de campo. Nematologia Brasileira, v. 19, n. 2, p. 60-66,
1995.
MOURA, R. M.; ALMEIDA, A. V. Estudos preliminares sobre a ocorrência de
fitonematóides associados à cana-de-açúcar em áreas de baixa produtividade
agrícola no estado de Pernambuco. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE
NEMATOLOGIA, 5, 1981, Piracicaba. Anais... Piracicaba, 1981. p. 213-220.
NOVARETTI, W. R. T.; CARDERÁN, J. O.; CARPANEZI, A.; RODRIGUES, J. C. S.
Comportamento de três variedades de cana-de-açúcar em relação ao nematóide das
lesões das raízes Pratylenchus zeae GRAHAM, 1951. Nematologia Brasileira, v.
12, p. 110-120, 1988.
OOSTENBRINK, R. Major characteristics of the relation between nematodes and
plants. Mededeelingen der Landbouw-Hoogeschool, v. 66, p. 1-46, 1966.
SEVERINO, J. J.; DIAS-ARIEIRA, C. R.; TESSMANN; D. J.; SOUTO, E. R.
Identificação de populações de Meloidogyne spp. parasitas da cana-de-açúcar na
região Noroeste do Paraná pelo fenótipo da isoenzima esterase. Nematologia
Brasileira, v. 33, n. 3, p. 206-21, 2008.
18
DESENVOLVIMENTO DA PARTE AÉREA DE MILHO SUBMETIDO À
APLICAÇÃO DE TORTA DE FILTRO
Cleber de Oliveira Santini1; Antonio Nolla1; Eduardo Jamir P. Vila2 e Thiago R.
B. da Silva1
Primeiro autor: Apresentador. [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama
-PR
2
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Agronomia – Campus de Maringá - PR
INTRODUÇÃO
O crescente interresse pelo cultivo de culturas comerciais em áreas de solos
arenosos, é decorrente da expansão do setor agrícola no país, a qual nos últimos
anos sofre expansão em virtude da geração de alimentos. Contudo, estes solos são
caracterizados pelos baixos teores de argila (<150 g Kg-1), elevados teores de
alumínio (>0,5 cmol c kg-1) e elevada acidez, condições estas que tornam
indispensável a utilização de fertilizantes químicos ou orgânicos para o cultivo de
culturas com elevado potencial produtivo (Nolla et al., 2009). Uma alternativa
utilizada em solos arenosos tem sido a utilização de resíduos orgânicos, por
apresentarem menores problemas relacionados à volatilização e lixiviação de
nutrientes, quando comparados à fontes minerais. Esta prática vem sendo
empregada em áreas de cultivo com cana de açúcar, de forma que os resíduos
oriundos do processo industrial da cana de açúcar são utilizados como fertilizante
orgânico (Nardin, 2007).
Nardin (2007) estudando a aplicação de torta de filtro (60 t ha -1), em Argissolo
(250 g Kg-1 de argila), observou que os teores de Ca e P no solo, aumentaram 14 e
2,25 vezes respectivamente em relação aos teores originais do solo. Perante a
escassez de bibliografia para solos arenosos, objetivou-se determinar a influência da
aplicação de torta de filtro no desenvolvimento de milho e nos atributos químicos de
um Latossolo Vermelho distrófico psamítico, bem como estabelecer critérios e
dosagens ideais de fertilização.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi instalado um ensaio na área experimental da Universidade Estadual de
Maringá, campus de Umuarama. No ano de 2009, coletaram-se amostras de um
19
Latossolo Vermelho distrófico psamítico arenoso, originalmente sob campo natural,
cuja descrição dos atributos químicos (0-20 cm) está apresentada na Tabela 1.
Coletaram-se amostras do Latossolo, as quais foram secas e peneiradas.
Acondicionou-se 3 kg do solo em colunas de PVC (20 x 15 cm). Incorporou-se, no
solo, doses de torta de filtro equivalentes a 0, 25, 50, 100, 200 e 400 t ha-1.
Tabela 1: Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Latossolo Vermelho
distrófico psamítico sob campo natural
pH
Al
2+
Ca
Mg
2+
...................cmolc dm-3...................
H2O
5,30
2+
3+
0,2
Ca , Mg
2+,
3+
Al
1,67
- extraídos com KCl 1 mol L
0,63
-1
+
K
P
..........mg dm -3..........
74,29
6,30
V
m
Argila
........% ........
g kg-1
36,78
7,43
120
P, K – extraídos com Melhlich 1
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com quatro
repetições. Cultivou-se milho (2 plantas por vaso), por 45 dias, mantendo-se a
umidade próxima à capacidade de campo. Aplicou-se 90 kg ha-1 de N (sulfato de
amônio), 50% na emergência e 50% após 15 dias. No final do cultivo, as plantas de
milho foram cortadas rente ao solo, determinando-se o diâmetro do caule (região do
coleto), altura das plantas, massa de matéria verde e seca das partes aérea e
radicular. O solo proveniente das colunas foi seco e peneirado (2 mm), determinadose o pH H2O, Ca+2, Mg+2, Al+3, K+ e P, todos conforme Tedesco et al. (1995). Os
resultados foram submetidos à análise de variância pelo software SISVAR e as
médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As equações obtidas através da relação dos atributos químicos do solo e as
doses crescentes de torta de filtro apresentaram significância (Tabela 2) para os
atributos pH-H2O, Ca, Mg, saturação por bases e saturação por alumínio. A partir da
primeira derivada das equações de regressão descritas na Tabela 2, as quais
relacionam atributos químicos do solo com parâmetros de planta, pode-se calcular o
máximo obtido pelos atributos químicos do solo a fim de se determinar um critério
para fertilização com uso da torta de filtro. A aplicação da torta de filtro aumentou o
pH e reduziu a saturação por alumínio no solo, (Tabela 3). Resultado este associado
20
ao efeito quelante da matéria orgânica sobre o alumínio e diminuição da acidez,
atribuindo propriedades corretivas de acidez a este resíduo (KORNDOFER E
ANDERSON, 1997).
Tabela 2: Equações de regressão relacionando atributos químicos do solo e doses de
torta de filtro aplicadas em um Latossolo Vermelho Psamítico
ATRIBUTOS
QUÍMICOS
pH ÁGUA
PARÂMETROS PLANTA
MASSA SECA PARTE AÉREA
EQUAÇÃO
Y = - 46,067X² + 520,27X - 1451,4
AJUSTE
0,63**
ALTURA PLANTA
Y = - 85,127X² + 968,09X - 2664,9
0,63**
MASSA SECA RADICULAR
Y = - 124,55X² + 1405,9X - 3889,8
0,66**
MASSA SECA PARTE AÉREA
Y = - 0,356X² + 4,2419X + 5,3886
0,47
ALTURA PLANTA
Y = - 0,8039X² + 10,527X + 57,197
0,54**
MASSA SECA RADICULAR
Y = - 0,9426X² + 11,112X + 45,788
0,50 n.s.
MASSA SECA PARTE AÉREA
Y = - 19,144X² + 32,788X + 4,5592
0,52**
ALTURA PLANTA
Y = - 38,23X² + 70,83X + 57,673
0,56**
MASSA SECA RADICULAR
Y = - 51,537X² + 87,75X + 43,089
0,55**
MASSA SECA PARTE AÉREA
Y = - 0,0134X² + 0,5056X + 9,8345
0,34 n.s.
ALTURA PLANTA
Y = - 0,0457X² + 2,3247X + 57,185
0,30 n.s.
MASSA SECA RADICULAR
Y = - 0,0355X² + 1,3052X + 57,66
0,36 n.s.
MASSA SECA PARTE AÉREA
Y = - 0,0013X² + 0,1791X + 11,63
0,44 n.s.
ALTURA PLANTA
Y = - 0,0029X² + 0,4393X + 72,683
0,46 n.s.
MASSA SECA RADICULAR
Y = - 0,0036X² + 0,4764X + 62,01
0,47 n.s.
MASSA SECA PARTE AÉREA
Y = - 0,0215X² + 2,1301X - 33,535
0,71**
ALTURA PLANTA
Y = - 0,04X² + 4,1132X - 15,138
0,77**
MASSA SECA RADICULAR
Y = - 0,0573X² + 5,6588X - 57,685
0,73**
MASSA SECA PARTE AÉREA
Y = - 0,2285X² + 1,6747X + 13,873
0,44 n.s.
ALTURA PLANTA
Y = - 0,1181X² - 0,5902X + 81,17
0,56**
MASSA SECA RADICULAR
Y = - 0,6682X² + 5,241X + 67,377
0,42 n.s.
n.s.
2+
Ca
Mg
2+
K+
P2O5
V%
m%
.
**significativo a 5% de probabilidade; n.s.= não significativo
21
No presente trabalho, o ponto de máximo de torta de filtro aumentou a
concentração de cálcio em 3,92 vezes, o que certamente está atribuído à baixa
concentração (6,50%) de Ca no resíduo testado. Em relação ao Mg, observou-se
que, na média, o melhor desenvolvimento da cultura do milho ocorreu quando foi
alcançado 0,88 cmol c dm-3, observando-se significância para todos os atributos do
milho testados.
Tabela 3: Valores de referência para índices de fertilidade do solo baseadas no
máximo atingido pelos atributos químicos de um Latossolo Vermelho
PARÂMETROS PLANTA
MASSA SECA PARTE AÉREA
ALTURA PLANTA
MASSA SECA RADICULAR
MÉDIA
ATRIBUTOS QUÍMICOS
pH ÁGUA
Ca2+
Mg2+
V
m
-3
2,5:1
--------cmolc dm -------- -------------%------------5,6
0,86
49,54
5,7
6,55
0,93
51,41
2,49
5,6
0,85
49,38
5,6
6,55
0,88
50,11
2,49
O melhor desenvolvimento dos parâmetros de milho foi verificado quando a
saturação por bases atingiu o valor de 50,11% (Tabela 3), resultado este inferior ao
valor de 65%, atualmente utilizado como critério de calagem para o estado do
Paraná (Caires et al., 2000). O melhor desenvolvimento dos parâmetros do milho
ocorreu quando aplicou-se, na média, 177 t ha-1 de torta de filtro, o que pode ser
considerado como dosagem ideal de fertilização para o solo arenoso testado (Tabela
4). Este critério obtido é superior às 62 t ha -1 de torta de filtro considerada como
dosagem ideal para o cultivo do algodoeiro (Pereira et al., 2005).
TABELA 4: Valores de referência para doses de torta de filtro baseadas no máximo
atingido pelos atributos das plantas de milho cultivadas em um Latossolo
PARÂMETROS PLANTA
MASSA SECA PARTE AÉREA
ALTURA PLANTA
MASSA SECA RADICULAR
MÉDIA
-1
DOSE DE TORTA DE FILTRO (t ha )
168
184
179
177
CONCLUSÃO
A aplicação da torta de filtro disponibilizou Ca e Mg no solo e demonstrou
poder corretivo, por aumentar o pH e reduzir a saturação por alumínio no solo. O
melhor desenvolvimento do milho foi atingido com a aplicação média de 177 t ha-1 de
22
torta de filtro, onde o pH (H2O), saturação por bases, Ca e Mg apresentavam valores
de 5,6 e 50,11%, 6,55 e 0,88 cmol c dm-3, respectivamente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAIRES, E. F.; BANZATTO, D. A; FONSECA A.F. Calagem Superfície em Sistema
de Plantio Direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.24, p.161-169,
2000.
KORNDOFER, G. H.; ANDERSON, D. L. Use and impact of sugar-alcohol residues
vinasse and filter cake on sugarcane production in Brazil. Sugar y Azucar,
Englewood Cliffs, NJ., n. 92, v. 3, p. 26-35, 1997.
NARDIN, R. R. Torta de filtro aplicada em argissolo e seus efeitos agronômicos
em duas variedades de cana de açúcar colhidas em duas épocas. 2007. 51 f.
Dissertação (Mestrado - Área de Conc. Tecnologia de Produção Agrícola) - IAC,
2007.
NOLLA, A.; PALMA, I. P.; SANDER, G.; VOLK, L. B. S.; Silva, T. R. B.
Desenvolvimento de milho submetido à aplicação de calcário e silicato de cálcio em
um Argissolo arenoso do noroeste paranaense. Revista cultivando o saber, v. 2, p.
154-162, 2009.
PEREIRA, J. R. et al. Adubação orgânica com torta de filtro de cana de açúcar
no algodoeiro semiperene BRS 200 no cariri cearense. In: V Congr.Br. Alg.,
2005.
TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C.A.; BOHNEN, H. & VOLKWEISS, S.J.
Análise de solo, plantas e outros materiais. 2.ed. Porto Alegre, UFRGS, 1995.
174p. (Boletim Técnico, 5)
23
DESEMPENHO DE SEMENTES DE CRAMBE, COM E SEM PERISPERMA,
SUBMETIDAS A CONDIÇÕES SIMULADAS DE ESTRESSE HÍDRICO
Yara Camila Fabrin Cabral 1; Marizangela Rizzatti Ávila2; Willian Fagner
Pereira1; Erick Zobiole Marinélli1;
Primeiro Autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de
Umuarama-PR.
2
Instituto Agronômico do Paraná, Unidade Regional de Pesquisa Oeste, Santa Tereza do Oeste-PR.
INTRODUÇÃO
O crambe (Crambe abyssinica) é uma planta pertencente à família
Brassicaceae, que segundo Neves et al. (2007), possui alta rusticidade e alta
quantidade de óleo em suas sementes, de 26 a 38%, o que o coloca como cultura
potencial para a produção de biocombustível.
Esta brássica não pode ser utilizada na alimentação humana, pois é
composta de grande quantidade de ácido erúcico, o qual é destinado para produção
de lubrificantes, anti-corrosivos entre outros subprodutos industriais. Além destes
usos, o crambe pode ser mais uma opção para o sistema de rotação de culturas.
As sementes do crambe possuem formato esférico e são revestidas por uma
estrutura tegumentar denominada perisperma, a qual tem sido apontada como um
dos fatores que retardam os processos fisiológicos da germinação. Além do
perisperma, a restrição hídrica também pode atrasar a germinação.
A germinação rápida e uniforme é essencial para o estabelecimento de um
bom estande no campo, o qual contribuirá para um bom rendimento da cultura e
aumentará a capacidade competitiva da mesma com as plantas daninhas, podendo
assim representar diminuição nos custos de produção.
Atualmente, não existem estudos que demonstrem os efeitos da restrição
hídrica em atributos fisiológicos das sementes como germinação e vigor.
Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo identificar o desempenho
de sementes com e sem perisperma submetidas a diferentes condições simuladas
de estresse hídrico.
24
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido no Laboratório de Análise de Sementes do
curso de Agronomia da Universidade Estadual de Maringá – Campus Regional de
Umuarama, utilizando sementes da variedade SMS Brilhante.
Foi composto por um fatorial 6X2, sendo um tratamento para simular o
estresse hídrico, onde se utilizou diferentes potenciais osmóticos: 0 (água); - 0,2; 0,4; - 0,6; - 0,8; e - 1MPa conseguidos com diferentes concentrações de polietileno
glicol, e o outro com sementes com e sem perisperma. A retirada do perisperma das
sementes foi de forma manual tendo o cuidado para que não ocorressem danos
mecânicos. Para estudar o desempenho das sementes com e sem perisperma sob
estresse hídrico simulado foram realizados os seguintes testes:
Teste de germinação - foi conduzido utilizando-se oito repetições de 50
sementes colocadas para germinar dentro de gerbox e sobre quatro folhas de papel
germitest umedecidas 2,5 vezes o seu peso com as soluções dos potenciais
descritos anteriormente. Após a montagem do teste, as caixas foram levadas para
um germinador tipo “Mangelsdorf” regulado a temperatura constante de 20ºC. As
avaliações foram efetuadas aos quatro (primeira contagem, indicativo de vigor) e
sete dias (contagem final), computando-se a porcentagem de plântulas normais
(Brasil, 1992).
Teste de emergência em areia: realizado utilizando-se quatro linhas
(repetições) de 100 sementes colocadas para germinar em substrato de areia,
umedecida com 60% de sua capacidade de retenção de água, com as mesmas
soluções utilizadas para o teste de germinação. As sementes foram semeadas em
sulcos longitudinais na bandeja a profundidade de 1cm e espaçamento entre linhas
de 5cm. Este teste foi conduzido a temperatura ambiente, realizando-se contagens
diárias das plântulas emergidas. Foram consideradas emergidas aquelas plântulas
que estavam com os cotilédones acima do nível do leito da areia (BRASIL, 1992).
Velocidade de emergência: realizada em conjunto com o teste de emergência
em areia. Para o cálculo de velocidade de emergência utilizou-se a fórmula proposta
por EDMOND & DRAPALA (1958).
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado. Os dados foram
submetidos a análise de variância e quando houve interação desdobraram-se os
25
dados. Os tratamentos com e sem perisperma foram comparados pelo teste F e a
avaliação dos potenciais por análise de regressão, ambos a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por meio da análise de variância foi possível verificar que a interação entre os
diferentes níveis de potencial osmótico e a presença ou ausência de perisperma foi
significativa para todas as variáveis analisadas, exceto para o vigor (Tabela 1).
Tabela 1. Avaliação das sementes de crambe com e sem perisperma em cada
concentração de polietileno glicol em relação a germinação, primeira
contagem da germinação, velocidade de emergência em areia,
emergência de plântulas em areia.
Perisperma
Ausência
Presença
Ausência
Presença
Ausência
Presença
Ausência
Presença
Concentração de Polietileno Glicol
Germinação (%)
0
-0,2
-0,4
-0,6
-0,8
-1,0
65 a
48 a
12 a
0
0
0
52 b
17 b
1b
0
0
0
Primeira contagem da germinação (%)
26 a
2a
0
0
0
0
36 a
0a
0
0
0
0
Velocidade de emergência das plântulas em areia (dias)
7a
0
0
0
0
0
9b
0
0
0
0
0
Emergência de plântulas em areia (%)
63 a
0
0
0
0
0
39 b
0
0
0
0
0
Pela análise de regressão não foi possível encontrar ajustes matemáticos que
expliquem o comportamento das sementes de crambe através do estresse hídrico
simulado. Contudo a Figura 1 A, B, C e D mostra que à medida que o potencial
osmótico vai diminuindo, ou seja, conforme a restrição hídrica aumenta, há redução
da germinação, vigor, velocidade de emergência em areia e porcentagem de
emergência em areia, chegando próximo a zero a partir do potencial -0,2 para as
sementes com e sem perisperma. A exceção da germinação onde a redução tornase próxima a zero no potencial -0,4 para sementes com perisperma e -0,6 para
sementes sem.
26
A
B
C
D
Figura 1 - Germinação (A), primeira contagem da germinação (B), velocidade de
emergência (C) e porcentagem de emergência de plântulas em areia (D)
em função de diferentes potenciais osmóticos.
No teste de velocidade de emergência em areia, notou-se a inibição da
germinação a partir do potencial -0,2, contradizendo o teste de germinação. Tal
resultado deve-se, provavelmente, ao fato do teste de emergência em areia ter sido
conduzido em condições de temperatura e umidade ambiente.
CONCLUSÃO
A retirada do perisperma das sementes de crambe não alterou sua
sensibilidade à restrição hídrica.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Agricultura e da Reforma Agrária. Regras para análise de
sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365p.
EDMOND, J.B.; DRAPALA, W.J. The effects of temperature, sand and soil, and
acetone on germination of okra seeds. Proceedings of American Society of
Horticultural Science, v. 71, n. 2, p. 428-434, 1958.
NEVES, M. B.; TRZECIAK, M. B.; VINHOLES, P. S.; TILLMAN, A. C.; VILLELA, F. A.
Qualidade fisiológica de sementes de crambe produzidas em Mato Grosso do
Sul. Universidade Federal de Pelotas: Pelotas, 2007.
27
DESEMPENHO AGRONÔMICO E TEORES DE ÓLEO E PROTEÍNAS NAS
SEMENTES DE SOJA TRANSGÊNICA SOB APLICAÇÃO DE GLYPHOSATE EM
DIFERENTES ESTÁDIOS
André Felipe M. Silva¹; Magnum R. da Silva¹; Leandro P. Albrecht¹; Éder P.
Gomes²; André P. Barbosa¹; Matheus A. Mendes¹
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de
Umuarama - PR
²Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Agrárias, Dourados – MS.
INTRODUÇÃO
O glyphosate pode causar estresse, mesmo em plantas de soja RR, para as
quais é seletivo, ou seja, não possui ação herbicida, mas pode gerar efeito fitotóxico,
afetar a eficiência no uso da água, a fotossíntese e o balanço nutricional (ZOBIOLE
et al. 2010; ZOBIOLE et al., 2009a; ZOBIOLE et al. 2009b; ALBRECHT et al., 2008).
Qualquer estresse acarreta efeito negativo sobre o crescimento e desenvolvimento
normal
das espécies vegetais (TAIZ; ZEIGER, 2004).
Existem prováveis
conseqüências do uso de glyphosate em pós-emergência na cultura da soja RR,
como alterações diretas na nutrição de mineral das plantas de soja, no caso do Mn e
outros nutrientes, como N, Ca, Mg, Fe e Cu, podem ter seus níveis alterados sob a
aplicação de glyphosate (HUBER et al., 2004; GORDON, 2006; SANTOS et al.,
2007). Sabe-se também que as plantas de soja RR possuem em seu interior
resíduos de AMPA (ácido aminometilfosfônico), produto da degradação do
glyphosate, após a aplicação de glyphosate (REDDY et al., 2004). O aumento na
dose de glyphosate pode elevar o conteúdo de AMPA, potencializando assim o
efeito fitotóxico desse metabólito (REDDY et al., 2004). Além de outra alterações na
fisiologia da planta (ZOBIOLE et al, 2009) decorrentes do uso do glyphosate e que
podem afetar diretamente o desempenho da cultura da soja.
Portanto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a performance
agronômica e os teores de óleo e proteínas das sementes de soja transgênica sob
aplicação do herbicida glyphosate.
28
MATERIAL E MÉTODOS
A área experimental foi instalada no Campus Regional de Umuarama (CAU)
da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no município de Umuarama, na região
noroeste do Estado do Paraná. Os manejos agrotecnológicos na cultura da soja
seguiram as recomendações da Embrapa Soja (2008). Foi utilizado no experimento,
a cultivar de soja CD 219 RR, pertencente ao grupo de maturação médio. As
sementes de soja da cultivar em questão foram semeadas no mês de novembro do
ano agrícola de 2009/2010. Para as avaliações foi utilizada uma área útil de 5,4 m².
Os tratamentos avaliados consistem da pulverização foliar de glyphosate (Roundup
Ready®) nas doses 0, 1440 e 2880 g.i.a ha-1, em dois estádios fenológicos (V6 e R2).
Foram efetuadas as seguintes determinações: altura média das plantas,
estande, inserção da primeira vagem, número de vagens por planta, massa de cem
sementes, produtividade, teores de óleo e proteína.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos completos com
tratamentos casualizados, com quatro repetições e, arranjo fatorial 2X3 (dois
estádios e três doses). Atendidas as pressuposições básicas, os dados foram
submetidos à análise de variância e, independente da significância pelo teste F
(P<0,05), nas interações, prosseguirão os desdobramentos necessários para
diagnosticar possíveis efeitos da interação. A análise de regressão foi utilizada para
verificar o comportamento das variáveis, em função das doses de glyphosate
aplicados via foliar, em nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dentre os resultados obtidos caracterizou-se efeito significativo (P<0,05) para
diferentes variáveis, como altura de planta, número de vagens por planta, massa de
cem sementes (Tabela 1), produtividade e teores de proteínas. Destaca-se que para
os caracteres altura de planta, massa de cem sementes e proteínas, ocorreram
resultados negativos da aplicação de glyphosate, quando o mesmo foi aplicado no
estádio reprodutivo. Enquanto, para as variáveis, número de vagens e produtividade
(Figura 1), foram ajustados modelos de regressão linear decrescente para o efeito
principal
doses,
evidenciando
a
diminuição
no
desempenho
agronômico,
independente do estádio de aplicação.
29
Tabela 1. Massa de 100 sementes e produtividade obtidas de sementes de soja transgênica
sob aplicação de glyphosate em diferentes estádios.
Doses
Massa de cem sementes (g)
Produtividade (kg ha-1)
(g.i.a ha-1)
V6
R2
V6
R2
0
14,32 A
14,49 A
3875,16
3434,83
1440
14,26 A
14,07 A
3446,66
3342,71
2880
14,79 A
12,72 B
2349,69
2617,93
Média
14,46
13,76
3223,84
3131,83
* Médias acompanhadas de letras maiúsculas iguais, na linha, não diferem entre si pelo teste F, a 5%
de probabilidade.
Figura 1. Regressões lineares para número de vagens de soja transgênica e
produtividade de soja sob aplicação de glyphosate.
Os efeitos negativos caracterizados provavelmente se relacionam ao
potencial de injúria ou a ação deletério do glyphosate, como constatado na literatura
pertinente (HUBER et al., 2004; REDDY et al., 2004; GORDON, 2006; ZOBIOLE et
al, 2009).
CONCLUSÃO
O desempenho agronômico e os teores de proteína são afetados
negativamente com o aumento da dose de glyphosate, até o nível de 2880 g.i.a ha -1,
especialmente comprometedor em aplicações no reprodutivo.
30
REFERÊNCIAS
ALBRECHT, L.P.; ALONSO, D.G.; OLIVEIRA JR, R.S.; BRACCINI, A.L.;
ALBRECHT, A.J.P.; BARBOSA, M.C.; CONSTANTIN, J.; ÁVILA, M.R. Efeito do
manejo de glyphosate em pós-emergência nos componentes de produção e na
qualidade das sementes de soja. In: XVIII Congreso de la Asociación
Latinoamericana de Malezas; e XXVI Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas
Daninhas, 2008, Ouro Preto. Anais..., 2008.
GORDON, B. Adubação com manganês em soja convencional e soja resistente ao
glyphosate. Informações Agronômicas, n. 117, p. 6, 2007.
HUBER, D.M. What about glyphosate-induced manganese deficiency. Fluid
Journal, p. 20-22, 2007.
REDDY, K.N.; RIMANDO, A.M.; DUKE, S.O. Aminomethylphosphonic acid, a
metabolite of glyphosate, causes injury in glyphosate-treated, glyphosate-resistant
soybean. Journal of Agriculture and Food Chemistry, v.52, p.5139-5143, 2004.
REDDY, K. N.; ZABLOTOWICZ, R. M. Glyphosate-resistant soybean response to
various salts of glyphosate and glyphosate accumulation in soybean nodules. Weed
Science, v. 51, p. 496- 502, 2003.
SANTOS, J.B., FERREIRA, E.A., REIS, M.R.; SILVA, A.A.; FIALHO, C.M.T.;
FREITA, M.A.M. Avaliação de formulações de glyphosate sobre soja Roundup
Ready. Planta daninha, Viçosa, v. 25, n. 1, p. 165-171, 2007.
TAIZ, L.; ZEIGER. Fisiologia vegetal. 3.ed.Tradução E. R. Santarém. Porto Alegre:
Artmed, 2004. 719p.
ZOBIOLE, L. H. S.; OLIVEIRA JUNIOR, R. S.; KREMER, R.J. ; CONSTANTIN, J. ;
YAMADA, T.; CASTRO, C.; OLIVEIRA, F. A.; OLIVEIRA JUNIOR, A.. Effect of
glyphosate on symbiotic N2 fixation and nickel concentration in glyphosate-resistant
soybeans. Applied Soil Ecology, v. 44, p. 176-180, 2010.
ZOBIOLE, L. H. S.; OLIVEIRA JUNIOR, R.S.; BONATO, C.M. ; MUNIZ, A.S. ;
CASTRO, C. ; OLIVEIRA, F. A. ; CONSTANTIN, J. ; OLIVEIRA JUNIOR, A.. Effet of
increasing doses of glyphosate on water use efficiency and photosynthesis in
glyphosate-resistant soybeans. In: VIII World Soybean Research Conference, 2009,
Summaries: Beijing. Weed and Its Management, 2009a.
ZOBIOLE, L. H. S.; OLIVEIRA JUNIOR, R. S.; HUBER, D.M.; CONSTANTIN, J.;
CASTRO, C.; OLIVEIRA, F. A.; OLIVEIRA JUNIOR, A.. Glyphosate reduces shoot
concentrations of mineral nutrients in glyphosate-resistant soybeans. Plant and Soil,
v. 321, p. 4, 2009b.
31
DESEMPENHO DAS PLANTAS DE TRIGO SOB EFEITO DE REGULADORES DE
CRESCIMENTO E DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO
André Felipe M. Silva1; André P. Barbosa1; Matheus A. Mendes1; Lucas B.
Battisti1 ; Leandro P. Albrecht1; Alfredo Jr. P. Albrecht2
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de
Umuarama - PR
2
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR
INTRODUÇÃO
Reguladores
vegetais
são
compostos
orgânicos
que,
em
baixas
concentrações, inibem, promovem ou modificam processos morfológicos e
fisiológicos nas plantas. Essas substâncias naturais ou sintéticas podem ser
aplicadas diretamente nas plantas, com o objetivo de interferir em diversos
processos fisiológicos e/ou morfológicos, provocando alterações nos processos
vitais e estruturais das plantas, com a finalidade de incrementar a produção,
melhorar a qualidade e facilitar a colheita. A ação dessas substâncias depende das
condições ambientais, assim como das características e potencialidades genéticas
das plantas (VIEIRA; MONTEIRO, 2002).
A interação entre reguladores de crescimento e adubação nitrogenada vem
sendo muito estudada, pois o nitrogênio é um dos nutrientes absorvidos em maior
quantidade pela cultura do trigo e também pode ser o mais limitante para a mesma
(FANCELLI; DOURADO NETO, 1996). Porém muito ainda precisa ser elucidado
para melhores recomendações em nível de campo, portanto, é importante avaliar a
relação entre o aporte de N e reguladores de ação promotora, assim como
retardadores de crescimento.
O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos dos biorreguladores
STIMULATE® e do MODDUS®, aplicados via foliar e combinados a diferentes doses
de nitrogênio em cobertura, nas características agronômicas da cultura do trigo.
32
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado em área localizada na Fazenda do Centro
Avançado de Umuarama (CAU) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no
município de Umuarama, região noroeste do Estado do Paraná. No experimento foi
utilizada a cultivar de trigo BRS 220, ciclo de maturação médio.
Para os tratamentos foram utilizado os reguladores de crescimento
STIMULATE® e MODDUS®, na quantidade de 400 mL ha-1, através de pulverização
foliar entre o primeiro e o segundo nó visível, combinadas com diferentes doses de
nitrogênio (0; 45; 90; 135 e 180 kg N ha -1), aplicadas no mesmo estádio, constituindo
um fatorial 2X5.
Avaliou-se o crescimento das plantas (a partir de mensuras em diferentes
estádios da cultura), a altura de plantas no florescimento, massa fresca de plantas e
massa seca de plantas.
O delineamento experimental foi com blocos casualizados, com 3 repetições,
em arranjo fatorial. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância a
5% de probabilidade e quando significativas, foram efetuados os desdobramentos
necessários. O teste F foi conclusivo para diferenciar as médias entre os
reguladores e foi realizada análise de regressão de regressão (P<0,05) para o
tratamento quantitativo, doses de N.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância dos dados indicou efeito significativo (P<0,05) apenas
dentro do desdobramento da interação regulador de crescimento X doses de N, para
a variável altura de plantas, enquanto massa fresca e massa seca não apresentaram
diferenças significativas (P<0,05). Para a variável crescimento de plantas foi apenas
efetivado a análise descritiva dos dados.
Para altura de plantas observou-se que o biorregulador MODDUS®, permitiu
valores maiores de altura, dentro da dose de 90 kg ha -1 de N, enquanto que o
biorregulador STIMULATE® foi superior ao MODDUS® dentro da maior dose de N.
Quanto a análise de regressão, o regulador de crescimento, MODDUS ®, apresentou
comportamento quadrático em função da elevação na dose de N.
Supõe-se que as esperadas interações entre reguladores de crescimento e
doses de N, não foram possíveis devidos as condições climáticas desfavoráveis
33
para o crescimento e desenvolvimento da cultura, no que concerne ao estresse
hídrico por falta de água. O déficit hídrico foi marcante, tanto antes como depois das
aplicações da fertilizante nitrogenado, assim como no momento que antecederam e
após a aplicação dos biorreguladores avaliados.
CONCLUSÃO
Diante das condições climáticas constatadas, não foi possível detectar a
expressiva efetividade da ação dos biorreguladores avaliados na cultura do trigo,
assim como sua interação com a adubação nitrogenada.
REFERÊNCIAS
FANCELLI, A.L.; DOURADO NETO, D. Cultura do milho: aspectos fisiológicos e
manejo da água. Inf. Agron., v.73, p.1-4, 1996.
VIEIRA, E.L.; MONTEIRO, C.A. Hormônios vegetais. In: CASTRO, P.R.C.; SENA,
J.O.A.; KLUGE, R.A. (Eds.). Introdução à fisiologia do desenvolvimento vegetal.
Maringá: EDUEM, 2002. p.79-104.
34
DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO
ARENOSO
Eduardo Jamir Paes Vila2; Antonio Nolla1; Cleber de Oliveira Santini1; Leandro
B. da Silva Volk1
Primeiro autor: Apresentador. [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama
-PR
2
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Agronomia – Campus de Maringá - PR
INTRODUÇÃO
O interresse pelo cultivo de culturas comerciais em áreas de solo arenoso
vem se expandindo, vista à ampliação da agricultura brasileira. No entanto, estes
solos são caracterizados tipicamente pela elevada acidez, baixa concentração de
nutrientes e pelo baixo potencial produtivo devido às suas características
granulométricas (NOLLA & ANGHINONI, 2004). O cultivo do solo nessas condições
é dificultado sendo indispensável à utilização de fertilizantes químicos ou orgânicos
para obtenção de altos rendimentos em lavouras comerciais como o milho. De
acordo com Korndofer & Anderson (1997), a utilização de resíduos da indústria
sucroalcooleira como a vinhaça, em áreas de cultivo, favorece a obtenção de altos
rendimentos em lavouras comerciais, bem como na ascensão da fertilidade destes
solos.
Imthurn et al. (2008), trabalhando com doses crescentes de vinhaça no
desenvolvimento da cultura do milho concluíram que a fertilização orgânica
promoveu aumento no desenvolvimento e produtividade. Por sua vez, Pereira et al.
(1992),
em um Latossolo
Vermelho
Amarelo
distrófico,
observou
melhor
desenvolvimento e acúmulo de massa seca e verde da parte aérea da planta de
milho, quando adicionados 400 m3 ha-1 de vinhaça. Apesar da literatura existente
quanto à utilização de resíduos da indústria sucroalcooleiro em culturas como o
milho, é necessário o desenvolvimento de estudos capazes de estabelecer critérios
e dosagens da vinhaça a ser aplicada em condições de solos arenosos.
Assim objetivou-se estudar o desenvolvimento do milho submetido à
aplicação de doses crescentes de vinhaça, com vistas a estabelecer critérios e
35
dosagem ideal deste resíduo para um Latossolo Vermelho distrófico psamítico
arenoso.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado na Universidade Estadual de Maringá (UEM), campus
Regional de Umuarama (CAU), no período de fevereiro a março de 2009, utilizandose como base experimental um Latossolo Vermelho distrófico psamítico (LVd) de
textura arenosa sob mata natural, coletado na camada de 0 - 20 cm, cujos atributos
químicos e físicos originais estão descritos na Tabela 1. O solo foi peneirado, seco e
acondicionando cerca de 3 kg em colunas de PVC (20 x 15 centímetros), onde
posteriormente foi semeado milho (hibrido duplo IPR119) permanecendo 2 plantas
por vaso após o desbaste. Após a emergência das plântulas de milho, aplicou-se
superficialmente vinhaça nas doses equivalentes a 0, 100, 200, 400 e 800 m 3 ha-1. O
delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com cinco
tratamentos e quatro repetições.
TABELA 1: Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Latossolo
Vermelho distrófico psamítico sob campo natural.
Al3+
pH
...................cmolc dm ...................
5,30
Ca , Mg
Mg2+
-3
H2O
2+
Ca2+
0,2
2+,
3+
Al
1,67
- extraídos com KCl 1 mol L
0,63
-1
K+
P
-3
..........mg dm ..........
74,29
6,30
V
m
Argila
........% ........
g kg-1
36,78
7,43
120
P, K – extraídos com Melhlich 1
O milho foi cultivado por 45 dias, mantendo-se a umidade próxima à
capacidade de campo. Durante a condução do experimento, aplicou-se nitrogênio na
dosagem de 90 kg ha-1 de N , aplicando-se sulfato de amônio em duas parcelas
(50% cada uma). Na colheita, as plantas de milho foram cortadas rente ao solo,
determinando o diâmetro do caule (região do coleto) altura das plantas, massa de
matéria verde e seca das partes aérea e radicular. Os resultados foram submetidos
à análise de variância pelo software SISVAR e as médias comparadas pelo teste de
Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
36
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As equações que relacionam a performance das plantas de milho e adição de
vinhaça apresentaram significância para todos os parâmetros avaliados, com alto
ajuste para o modelo de regressão quadrático (R2> 0,77). Esses resultados indicam
que a aplicação de vinhaça como adubo orgânico contribuiu para o incremento no
desenvolvimento das plantas de milho (Tabela 2), concordando com Imthurn et al.
(2008). No entanto, nos tratamentos onde aplicou-se a maior dose do fertilizante
(800 m3 ha-1), as plantas apresentaram redução significativa de performance.
Provavelmente isto ocorreu devido a um desequilíbrio nutricional, salinidade ou
toxicidade de nutrientes como potássio ou sódio (BRITO et al., 2005).
TABELA 2: Equações de regressão (e sua significância) relacionando parâmetros de
plantas de milho e doses de vinhaça
PARÂMETROS PLANTA
EQUAÇÃO
AJUSTE
SIGNIFICÂNCIA
MASSA VERDE PARTE AÉREA
Y = - 0,0006X² + 0,6121X + 44,725
0,88**
P > 0,005
MASSA SECA PARTE AÉREA
Y = - 8E-05X² + 0,0838 + 6,1312
0,87**
P > 0,005
ALTURA PLANTA
Y = - 0,0002X² + 0,1915X + 51,716
0,93**
P > 0,005
DIÂMETRO CAULE
Y = - 4E-05X² + 0,0403 + 13,004
0,77**
P > 0,005
MASSA VERDE RADICULAR
Y = - 0,0005X² + 0,55X + 62,063
0,85**
P > 0,005
MASSA SECA RADICULAR
Y = - 0,0003X² + 0,3537X + 45,168
0,85**
P > 0,005
**significativo a 5% de probabilidade
Com base nas equações de regressão obtidas na Tabela 2, pode-se calcular
o desenvolvimento máximo obtido pelos atributos da planta. Observou-se que o
máximo desenvolvimento dos atributos das plantas de milho foram alcançados entre
as doses de 481 e 589 m3 ha-1, com média de 526 m3 ha-1 de vinhaça (Tabela 3).
Assim, pode-se observar que a dosagem recomendada de vinhaça a ser adicionada
para a fertilização orgânica do Latossolo Vermelho Psamítico estudado apresentouse superior ao recomendado (400 m3 ha-1) por Pereira et al. (1992). Esta maior
quantidade de vinhaça necessária para atingir o melhor desenvolvimento do milho
pode ser atribuída ao solo estudado apresentar condição de fertilidade baixa
(saturação por bases = 36,78%). No entanto, é importante observar que este solo
apresenta concentração de argila de 120 g kg-1 (Tabela 1). Nessas condições,
poderia-se pré-supor que dosagens altas de vinhaça (>400 m3 ha-1) possam
provocar problemas quanto à contaminação do lençol freático com elementos como
37
o sódio e o potássio, uma vez que a recomendação de vinhaça varia entre 60 a 250
m3 ha-1, dependendo do tipo de solo (RAIJ et al., 1997). Por outro lado, utilizando-se
a fórmula elaborada pela CETESB (CETESB, 2006), para estabelecer a dosagem
máxima permitida para utilização no solo, observou-se que a dosagem de 526 m3 foi
55,4% menor que a dosagem máxima recomendada nessas condições (1.176 m3 ha1
). Assim, pode-se concluir que a dosagem média de 526 m3 ha-1 de vinhaça
determinada no trabalho para o desenvolvimento mais adequado do Hibrido IPR119
não devera ocasionar problemas de contaminação do solo e lençol freático.
TABELA 3: Valores de referência para doses de vinhaça baseadas no máximo
atingido pelos atributos das plantas de milho
PARÂMETROS PLANTA
3
-1
DOSE DE VINHAÇA (m ha )
MASSA VERDE PARTE AÉREA
510
MASSA SECA PARTE AÉREA
526
ALTURA PLANTA
479
DIÂMETRO CAULE
504
MASSA VERDE RADICULAR
550
MASSA SECA RADICULAR
589
MÉDIA
526
CONCLUSÃO
O melhor desenvolvimento dos parâmetros agronômicos do hibrido IPR119
foram atingidos utilizando doses entre 481 e 589 m3 ha-1 de vinhaça, sendo em
média a dose ideal caracterizada em 526 m3 ha-1.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRITO, F. L.; ROLIM, M. M.; PEDROSA, E. M. R. Teores de potássio e sódio no
lixiviado e em solos após a aplicação de vinhaça. R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental,
Campina Grande, p.52-56, 2005.
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Norma Técnica
P4.231 – Vinhaça - Critérios e Procedimentos para Aplicação no Solo Agrícola.
São Paulo: CETESB, Janeiro, 2006.
38
IMTHURN, A. C. P.; CARMELLO, Q. A. de C.; ANTI, G. R. Uso de vinhaça
granulada como fertilizante em milho: produção de material seco. ESAQ, USP,
2008.
KORNDOFER, G. H.; ANDERSON, D. L. Use and impact of sugar-alcohol residues
vinasse and filter cake on sugarcane production in Brazil. Sugar y Azucar,
Englewood Cliffs, NJ., n. 92, v. 3, p. 26-35, 1997.
NOLLA, A.; ANGHINONI, I. Métodos utilizados para a correção da acidez do solo no
Brasil. Revista Ciências Exatas e Naturais, Guarapuava, v. 6, n.1, p. 97-111, 2004.
PEREIRA, J. P. et al. Efeito da adição de diferentes dosagens de vinhaça a um
latossolo vermelho-amarelo distrófico na germinação e vigor de sementes de milho.
Rev. Bras. Sementes, v. 14, n. 2, p. 147-150, 1992.
RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. (Ed.).
Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2.ed.
Campinas: Instituto Agronômico/Fundação IAC, 1997. 285p. (Boletim Técnico, 100).
39
INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE TORTA DE FILTRO NO DESENVOLVIMENTO
RADICULAR DA CULTURA DO MILHO CULTIVADA EM SOLO ARENOSO
Eduardo Jamir Paes Vila2; Antonio Nolla1; Cleber de Oliveira Santini1 e Thiago
R. B. da Silva1
Primeiro autor: Apresentador. [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama
-PR
2
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Agronomia – Campus de Maringá - PR
INTRODUÇÃO
Em função do aumento das áreas agricultáveis no Brasil ao longo dos anos,
cresce a demanda de se cultivar em solos arenosos, o que certamente irá modificar
formas e dosagens de fertilização para estas condições. Tais solos apresentam
baixos teores de argila (< 150 g Kg -1), elevada acidez e baixa concentração de
nutrientes (SOUSA & LOBATO, 2004). As características químicas e físicas destes
solos reduzem à produção de lavouras comerciais sendo fundamental a utilização de
fertilizantes químicos ou orgânicos para a melhoria e manutenção da produtividade
(NOLLA et al., 2009).
Com a crescente expansão de áreas cultivadas em solos de menor potencial
produtivo, uma alternativa bastante implementada é a adubação orgânica. Esta
prática apresenta menores problemas quanto à volatilização e lixiviação de
nutrientes, quando comparados às fontes minerais. Como vantagem, os resíduos
provenientes do processo de industrialização da cana de açúcar (torta de filtro) são
utilizados como fertilizante orgânico nas áreas de cultivo (SANTOS et al., 2008),
repondo parte dos nutrientes extraídos. Nardin (2007) estudando a aplicação de
torta de filtro (60 t ha-1), em Argissolo (250 g Kg-1 de argila), descreve maior
concentração das raízes na camada 0–20 cm profundidade utilizado o resíduo.
Apesar dos trabalhos relacionados à fertilização orgânica, ainda são necessários
estudos capazes de estabelecer dosagens ideais e recomendação de utilização de
torta de filtro em solo arenoso.
40
O trabalho foi desenvolvido com o objetivo de estudar o desenvolvimento
radicular de milho submetido à fertilização com doses crescentes de torta de filtro,
afim de estabelecer sua dosagem ideal na cultura do milho.
MATERIAL E MÉTODOS
Utilizou-se de um Latossolo Vermelho distrófico psamítico de textura arenosa
sob mata natural, cujos atributos químicos originais (0 - 20 cm) estão descritos na
Tabela 1. O trabalho foi realizado na Universidade Estadual de Maringá, campus
Regional de Umuarama, no ano de 2009. Coletaram-se amostras do Latossolo, as
quais foram secas e peneiradas. Acondicionou-se 3 kg do solo em colunas de PVC
(20 x 15 cm) incorporando- se as doses de torta de filtro equivalentes a 0, 25, 50,
100, 200 e 400 t ha-1.
TABELA 1: Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Latossolo
Vermelho distrófico psamítico sob campo natural
Al3+
pH
Mg2+
-3
H2O
...................cmolc dm ...................
5,30
2+
Ca2+
0,2
Ca , Mg
2+,
3+
Al
1,67
- extraídos com KCl 1 mol L
0,63
-1
K+
P
-3
..........mg dm ..........
74,29
6,30
V
m
Argila
........% ........
g kg-1
36,78
7,43
120
P, K – extraídos com Melhlich 1
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com quatro
repetições. Cultivou-se duas plantas de milho por vaso conduzidas por 45 dias,
mantendo-se a umidade próxima à capacidade de campo. Aplicou-se 90 kg ha-1 de
N na forma de sulfato de amônio, 50% na emergência e 50% após 15 dias. Na
colheita, o solo foi peneirado para a retirada das raízes das plantas. Foi obtida a
massa de matéria seca e fresca do sistema radicular. Retirou-se uma alíquota das
raízes, as quais foram armazenadas em freezer para quantificação do comprimento
radicular (TENNANT, 1975). O raio radicular foi estimado pela fórmula (r0=((V/L) x
π)1/2) descrita por Barber (1995). Os resultados foram submetidos à análise de
variância pelo software SISVAR e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade de erro. Estabeleceram-se relações entre os parâmetros
radiculares das plantas de milho e a dosagem de torta de filtro aplicada.
41
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A aplicação de doses crescentes de torta de filtro aumentou o comprimento,
raio e o acúmulo de matéria seca radicular (Figura 1), entretanto a maior dose de
torta de filtro aplicada (400 t ha -1) reduziu o desenvolvimento radicular.
Provavelmente isto ocorreu devido à aplicação excessiva do fertilizante, o que pode
ter ocasionado um desequilíbrio nutricional (GIGLIOTI et al., 1999). Observando-se
as relações entre doses de torta de filtro e parâmetros radiculares das plantas de
milho, percebe-se um alto ajuste e significância para todas as relações obtidas.
30
A
80
COMPRIMENTO RADICULAR (m)
M. SECA RADICULAR (g coluna -1)
90
70
60
50
40
2
2
y = -0,0008x + 0,2643x + 57,217
R = 0,61**
30
0
50
100
150
200
250
300
350
B
28
26
24
22
20
18
16
y = -0,3017x2 + 109,05x + 19636
R2 = 0,72**
14
400
0
DOSES DE TORTA DE FILTRO (t ha-1)
50
100
150
200
250
300
350
DOSES DE TORTA DE FILTRO (t ha-1)
0,19
RAIO RADICULAR (cm)
B
C
0,18
0,17
0,16
0,15
0,14
y = -8E-07x2 + 0,0004x + 0,1338
R2 = 0,89**
0,13
0
50
100
150
200
250
300
350
400
DOSES TORTA DE FILTRO (t ha-1)
**significativo a 5% de probabilidade
Figura 1. Relação entre a aplicação de doses crescentes de torta de filtro e a massa
de matéria seca (A) do sistema radicular, comprimento radicular (B) e
raio radicular (C) da cultura de milho.
Baseando-se nas equações de regressão descritas nos gráficos da Figura 1,
pode-se calcular o máximo desenvolvimento radicular atribuído a cultura de milho, a
partir da primeira derivada das equações. Assim, observa-se que o máximo
desenvolvimento dos atributos do sistema radicular foi obtido com doses entre 165 e
42
400
250 t ha-1 (Tabela 2), sendo que a média obtida foi de 199 t ha-1, dose esta
considerada como ideal para cultivo de milho no Latossolo Vermelho Psamítico
arenoso. A maior dose de torta (199 t ha -1) recomendada no presente trabalho pode
ser atribuída à condição do solo (arenoso), uma vez que a torta de filtro propicia um
incremento no aumento na CTC do solo (RODELLA et al., 1990), aliado às
condições de elevada acidez e baixa concentração de nutrientes (Tabela 1) do solo
testado.
Tabela 2: Valores de referência para doses de torta de filtro baseadas no
desenvolvimento do sistema radicular das plantas de milho
PARÂMETROS DA PLANTA
DOSE DE TORTA DE FILTRO (t ha-1)
MASSA SECA RADICULAR
165
COMPRIMENTO RADICULAR
181
DIÂMETRO RADICULAR
250
MÉDIA
199
CONCLUSÃO
A aplicação de torta de filtro aumentou o desenvolvimento radicular das
plantas de milho. O melhor desenvolvimento do sistema radicular da cultura de milho
foi atingido com a aplicação média de 199 t ha -1 de torta de filtro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBER, S.A. Soil nutrient bioavailability: a mechanistic approach. 2. ed. New
York: John Wiley & Sons, 1995. 414p
GIGLIOTI, E. A.; ZAVAGLIA, L.; MENEZES, L. L.; MOURA, G. L. de & MATSUOKA,
S. Resistência e tolerância a ferrugem da cana de açúcar: O caso da RB
835486. Araras: UFSC, 1999.
NARDIN, R. R. Torta de filtro aplicada em argissolo e seus efeitos agronômicos
em duas variedades de cana de açúcar colhidas em duas épocas. 2007. 51 f.
Dissertação (Mestrado - Área de Concentração em Tecnologia de Produção
Agrícola) - IAC, 2007.
43
NOLLA, A.; PALMA, I. P.; SANDER, G.; VOLK, L. B. S.; SILVA, T. R. B.
Desenvolvimento de milho submetido à aplicação de calcário e silicato de cálcio em
um Argissolo arenoso do noroeste paranaense. Revista cultivando o saber, v. 2, p.
154-162, 2009.
RODELLA, A. A.; SILVA, L. C. F. DA; FILHO, J. O. Effects of filter cake application
on sugarcane yields. Turrialba, v.40, n.3, p.323-326, 1990.
SANTOS, D.H.; TIRITAN, C.S.; FOLONI, J.S.S.; JUNQUEIRA FILHO, R.G.; LEONI
JUNIOR, R. Resposta do milho submetido a adubação fosfatada organomineral com diferentes doses de torta de filtro. In.: FERTBIO, 2008, Londrina.
Anais. Londrina: EMBRAPA, 2008, Cd Rom.
SOUSA, D.M.; LOBATO, E. Cerrado: Correção do solo e adubação. 2.ed. Brasília:
Embrapa Informação Tecnológica, 2004. 416 p.
TENNANT, D. A test of a modified line intersect method of estimating root length. J
Appl. Ecol. 63:995-1001, 1975.
44
PERFILHAMENTO DE CANA DE AÇÚCAR E ATRIBUTOS QUÍMICOS DE UM
ARGISSOLO SUBMETIDO A DOSES DE CALCÁRIO E ESCÓRIA DE
SIDERURGIA
Cleber de Oliveira Santini1; Antonio Nolla1; Eduardo Jamir Paes Vila2 e Leandro
B. da Silva Volk1
Primeiro autor: Apresentador. [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama
-PR
2
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Agronomia – Campus de Maringá - PR
INTRODUÇÃO
O Brasil, com área canavieira de 4,5 milhões de hectares, é o maior produtor
de cana de açúcar do mundo com 343.700.000 de toneladas e uma produtividade de
66,2 t ha-1 (safra 2003/2004), responsável por mais de 25% da produção mundial. O
Paraná é o segundo maior estado produtor, com 30 milhões de toneladas (CASER
et al., 2004). Para que a produtividade se mantenha, é fundamental a aplicação de
corretivos de acidez. O controle da acidez do solo é efetuado com a aplicação de
oxidrilas, capazes de neutralizar os prótons em solução. Tal como o calcário, as
escórias têm sido utilizadas para a correção da acidez, as quais liberam cálcio e/ou
magnésio em solução, além de ânions (SiO 3-2), que apresentam a mesma valência
que o ânion carbonato (KORNDÖRFER et al., 2003). Segundo Alcarde & Rodella
(2003), o silicato de cálcio é 6,78 vezes mais solúvel que o carbonato de cálcio,
apresentando um maior potencial para a correção da acidez do solo em
profundidade que o calcário. Apesar dos estudos envolvendo corretivos de acidez do
solo para a cultura da cana de açúcar, ainda são necessários estudos para elucidar
questionamentos a respeito de critérios e dosagens de aplicação destes produtos,
especialmente em solos arenosos. Isto porque a necessidade de calagem é
significativamente inferior a solos com maior teor de argila, em função de sua baixa
capacidade de troca de cátions.
O objetivo do trabalho foi comparar o efeito de dosagens de calcário e silicato
de cálcio sobre os atributos químicos de um Argissolo Vermelho distrófico típico
arenoso cultivado com cana de açúcar.
45
MATERIAL E MÉTODOS
Utilizou-se de um Argissolo Vermelho Distrófico típico de textura arenosa, sob
mata natural, cuja caracterização química está descrita na Tabela 1.
Tabela 1: Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Argissolo Vermelho
distrófico típico sob campo natural
3+
2+
Al
H2O
------------ cmolc. dm-3 ------------
5,0
0,2
2+
2+,
Ca , Mg
Ca
Mg
2+
pH
1,0
3+
Al - extraídos com KCl 1 mol L
0,4
-1
+
K
P
V
Argila
-------- mg dm-3--------
%
g kg-1
3,5
34
120
78
H + Al
3,17
P, K – extraídos com Melhlich 1
O experimento foi dessecado com herbicida a base de glyphosate, e na
seqüência arado e gradeado. Os tratamentos foram instalados em parcelas de 4 x 6
metros, aplicando-se superficialmente calcário dolomítico e silicato de cálcio e
magnésio nas doses de 0, 500, 1000 e 2000 kg ha-1 num DBC com 4 repetições, em
esquema fatorial 2 x 5. As mudas da variedade RB 855156 foram colocadas dentro
dos sulcos no dia 10 de agosto de 2009. Na implantação do experimento aplicou-se
750 kg ha-1 do formulado NPK (4-20-20), e duas coberturas (30 e 60 DAE), na dose
de 45 kg ha-1 de nitrogênio (sulfato de amônio). Durante o cultivo da cana de açúcar,
foram contados os perfilhos, na fase inicial da cultura. Após 90 DAE, o solo foi
amostrado determinando-se pH-H2O e pH-CaCl2; Ca, Mg e Al3+ (KCL 1 mol L-1), K e
P disponíveis (TEDESCO et al., 1995).
Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo programa
computacional SISVAR e as médias serão comparadas pelo teste de Tukey ao nível
de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos tratamentos onde aplicou-se calcário e silicato de cálcio, observou-se que
o pH aumentou significativamente, indicando a eficiência dos corretivos (Tabelas 2 e
4) Aplicando-se calcário para elevar a V até 60% (1,0 t ha-1de calcário e silicato de
cálcio), o pH (H2O) atingiu valores considerados adequados (5,5-6,0) para o
crescimento da cana (QUAGGIO, 2000). A aplicação dos corretivos reduziu a
concentração de Al+3, nas duas maiores dosagens (1,0 e 2,0 t ha-1). Percebe-se que
46
a eficiência do calcário, na primeira avaliação, foi maior que a do silicato de cálcio
aplicado (Tabelas 2 e 4). Isto pode ter ocorrido em função do PRNT do silicato
(68%), gerando menor neutralização da acidez que o calcário PRNT 75,2%
(ALCARDE & RODELLA, 2003).
Tabela 2. Valores de pH (H2O e CaCl2) e teores de Al, P e K de um Argissolo
arenoso, submetido à aplicação de doses de calcário para cultura da
cana de açúcar
Doses
kg ha-¹
0
500
1000
2000
Al3+
K+
-3
----------------cmolc dm -----------
pH
H2O
CaCl2
5,3
5,5
5,8
5,9
4,3
4,5
4,7
4,8
b
b
a
a
b
b
b
a
0,45
0,33
0,16
0,06
b
b
a
a
0,18
0,21
0,23
0,24
P
mg dm-3
a
a
a
a
4,2
4,5
4,9
5,2
a
a
a
a
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si na coluna, pelo teste de Tuk ey, a 5% de
probabilidade.
Tabela 3. Valores de soma de bases, saturação por alumínio, cálcio e magnésio
trocáveis, CTC efetiva e número de perfilhos de um Argissolo arenoso,
submetido à aplicação de doses de calcário para cultura da cana de
açúcar
Doses
kg ha-¹
0
500
1000
2000
SB
cmolc dm-3
1,83 c
2,81 c
2,93 c
3,81 c
m
%
25,62 c
11,87 b
5,70 ab
1,75 a
Ca+2
Mg+2
CTC efetiva
-3
---------------cmolc dm --------------1,2 c
2,0 b
2,1 b
2,5 a
0,42 c
0,58 bc
0,75 b
1,01 a
2,3 c
3,1 b
3,1 b
3,8 a
N0 de
perfilhos
90 c
108 b
114 b
124 a
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si na coluna, pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade.
Em relação aos nutrientes Ca e Mg, percebe-se um aumento nos teores em
solução com aplicação de corretivo (Tabelas 3 e 5). A aplicação de silicato foi mais
eficiente que o calcário em aumentar os teores de Ca+2, provavelmente devido à
maior quantidade de silicato aplicado no solo (PRNT 68%), o que pode ter
aumentado o teor de Ca no solo, de forma que o teor de Ca foi 28% superior ao
tratamento com mesma dosagem de calcário (2 t ha-1). A aplicação das duas
maiores dosagens (1,0 e 2,0 t ha-1) reduziu a %Al a valores baixos (<6,1%).
Entretanto, observa-se que para o solo testado, a saturação por alumínio original já
está próxima dos 20% (Tabelas 3 e 5).
47
Tabela 4. Valores de pH (H2O e CaCl2) e teores de Al, P e K de um Argissolo
arenoso, submetido à aplicação de doses de silicato para cultura da cana
de açúcar
Al3+
K+
------------------cmolc dm-3-----------
pH
Doses
-
kg ha ¹
0
500
1000
2000
H2O
CaCl2
5,2
5,4
5,8
5,9
4,2
4,4
4,8
4,9
b
b
a
a
b
b
b
a
0,41
0,22
0,23
0,10
c
b
b
a
0,15
0,17
0,26
0,28
a
a
a
a
P
mg dm-3
3,4
4,0
5,4
5,6
a
a
a
a
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si na coluna, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
O silicato de cálcio proporcionou maior estímulo no desenvolvimento dos
perfilhos em relação às parcelas com tratamento de calcário nos tratamentos onde
aplicou-se as duas maiores dosagens (1,0 e 2,0 t ha-1), provavelmente devido ao
silicato ser fonte de Si, e este favorece o aumento na resistência das plantas à
pragas e doenças (KORNDÖRFER et al., 2003)
Tabela 5. Valores de soma de bases, saturação por alumínio, cálcio e magnésio
trocáveis, CTC efetiva e número de perfilhos de um Argissolo arenoso,
submetido à aplicação de doses de silicato para cultura da cana de
açúcar
SB
m
Ca+2
cmolc dm-3
%
-------------cmolc dm-3-------------
0
2,01 d
23,20 c
1,5 d
0,34 c
2,4 d
77 c
500
2,83 c
8,85 b
2,0 c
0,51 c
3,0 c
118 b
1000
3,56 b
6,07 b
2,6 b
0,77 b
3,7 b
128 ba
2000
4,54 c
3,2 a
1,04 a
4,6 a
142 a
Doses
Mg+2
CTC efetiva
N0 de
perfilhos
-
kg ha ¹
2,22 a
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si na coluna, pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade.
CONCLUSÃO
O calcário e o silicato foram igualmente eficientes na correção da acidez do
solo e no fornecimento de cálcio e magnésio no solo. O silicato de cálcio foi mais
eficiente em estimular o perfilhamento das plantas de cana de açúcar.
48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALCARDE, J.A.; RODELLA, A.A. Qualidade e legislação de fertilizantes e
corretivos. In: CURI, N.; MARQUES, J.J.; GUILHERME, L.R.G.; LIMA, J.M. de;
LOPES, A. S. Tópicos em Ciência do Solo. Viçosa, SBCS, 2003. p. 291-334.
CASER, D.V.; CAMARGO, A.M.M.P. de; FRANCISCO, V.L.F. dos S. et al.
Previsões e estimativas das safras agrícolas do Estado de SP. Instituto de
economia agrícola. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/iprevis.htm>.
Acesso 24 mai. 2004.
KORNDÖRFER, G.H.; PEREIRA, H.S.; CAMARGO, M.S.– Silicatos de Cálcio e
Magnésio na Agricultura. Uberlândia, GPSi/ICIAG/UFU, 2003. 28 p.(Boletim
Técnico 01).
QUAGGIO, J.A. Acidez e calagem em solos tropicais. Campinas: Instituto
Agronômico de Campinas, 2000. 111p.
TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C.A.; BOHNEN, H.; VOLKWEISS, S.J.
Análise de solo, plantas e outros materiais. 2.ed. Porto Alegre, UFRGS, 1995.
174p. (Boletim Técnico, 5).
49
PRODUTIVIDADE DE SEMENTES DE TRIGO PRODUZIDAS SOB DIFERENTES
LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DIFERENTES NÍVEIS DE COBERTURA
VEGETAL
Thiago A. Ortiz1; Lígia M. Maraschi-Silva1; Rafaela A. Migliavacca1;
Marizangela R. Ávila2; Willian F. Pereira1;Erick Z. Marinelli1.
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected].
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR
2
Instituto Agronômico do Paraná,Unidade Regional de Pesquisa Oeste, Santa Tereza do Oeste-Pr.
INTRODUÇÃO
O município de Umuarama, localizado na região do Arenito Caiuá, possui
precipitação anual da ordem de 1.700 mm por ano e apenas dois meses com
precipitações abaixo de 100 mm, julho e agosto (IAPAR, 2010). À primeira vista,
essa situação parece bastante confortável, não justificando a utilização de irrigação
em cultivos anuais. No entanto, devido à baixa capacidade de armazenamento
hídrico do solo desta região a ocorrência de curtos veranicos pode comprometer a
produtividade de trigo.
Segundo MOURA et al. (1993) a precipitação pluviométrica é, dentre os
fatores climáticos, que mais freqüentemente limita o rendimento dos cultivos. Em
regiões de insuficiência pluviométrica, seja em quantidade ou distribuição, o êxito da
atividade agrícola depende da irrigação. LIBARDI (1996) ainda afirma que o
conhecimento das necessidades hídricas para cada fase do ciclo dos cultivos se
torna, cada vez mais, imperioso para o sucesso de qualquer empreendimento
relacionado à irrigação. Experimentos realizados por FRIZZONE & OLITTA (1990)
demonstraram que o trigo é bastante sensível ao déficit de água, obtendo-se as
maiores reduções no rendimento de grãos quando este ocorria entre o início do
florescimento à fase de grãos leitosos.
Este trabalho tem como objetivo comparar diferentes lâminas de irrigação e
níveis de cobertura vegetal no solo e a interação desses fatores sobre a
produtividade das sementes de trigo.
50
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em área localizada na Fazenda do Campus
Regional de Umuarama em Umuarama - PR, pertencente à Universidade Estadual
de Maringá, em um LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico. Umuarama está
situada a uma latitude de 23º47‟ sul e longitude de 53º14‟ a oeste de Greenwhich,
com altitude de 403 m. O clima predominante na região é do tipo Cfa segundo
classificação de Köppen.
A semeadura foi realizada na segunda quinzena do mês de junho de 2009,
utilizando sementes do cultivar IAPAR 85 em linhas espaçadas a 0,20 m, a
profundidade de 0,02 m, com 350 sementes viáveis para cada metro quadrado.
O experimento caracterizou um fatorial 4x6 organizado em blocos
casualizados com quatro repetições em esquema de parcela subdividida, Cada
parcela foi constituída por doze linhas de 30 m de comprimento cada, e divididas em
seis subparcelas de 5 m de comprimento. As parcelas foram compostas pelos
tratamentos com irrigação, onde utilizou-se quatro lâminas de irrigação (472,75 (sem
irrigação suplementar - água da chuva); 482,74; 494,25 e 511,22 mm de água). A
partir dos coeficientes de cultura (kc) para a cultura do trigo (fase inicial - 0,3 a 0,4;
desenvolvimento - 0,7 a 0,8; fase média - 1,05 a 1,20; fase final - 0,65 a 0,70 e na
colheita - 0,20 a 0,25), aplicadas com auxílio de aspersores, enquanto as
subparcelas foram compostas pelos tratamentos com diferentes níveis de cobertura
morta (feno de Brachiaria brizanta) sobre o solo (0; 3.300; 6.600; 10.000; 13.300;
16.600 kg ha-1).
O manejo da irrigação para os tratamentos irrigados iniciou-se após a
emergência, estes foram manejados a partir de leituras obtidas de um tanque Classe
A. A irrigação foi realizada em esquema de turno de rega fixo, onde a irrigação era
efetuada 3 vezes por semana e a lâmina de irrigação aplicada foi estimada de
acordo com a Etc ocorrida entre os dias de irrigação.
Para as avaliações, foram consideradas as seis linhas centrais, descartandose 0,5m de cada extremidade, totalizando, assim, área útil de 4,8m2 por subparcela.
No décimo dia após a maturação fisiológica das sementes as espigas da área
útil de cada parcela e subparcela foram colhidas, debulhadas e limpas manualmente
51
e com o auxílio de peneira, secas em condições naturais e classificadas em peneira
e posteriormente acondicionadas em sacos de papel kraft.
Após a colheita avaliou-se a produtividade de sementes em kg ha-1 de cada
um dos tratamentos, para isso foi determinado o grau de umidade das sementes foi
por meio do método de estufa a 1051oC (Brasil, 1992) e corrigido para 13 %. Em
seguida, determinou-se a massa de mil sementes (g), por meio da pesagem de oito
sub-amostras de 100 sementes, para cada repetição de campo, com o auxílio de
balança analítica com precisão de um miligrama, multiplicando-se os resultados por
10 (Brasil, 1992). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e à
desdobramentos na interação entre os tratamentos considerando a significância do
teste de Fischer a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos estão dispostos nas Tabelas 1 e 2.
Tabela 1. Produtividade em kg ha-1 sementes de trigo produzidas sob diferentes
lâminas de irrigação e diferentes níveis de cobertura vegetal.
Umuarama-PR, 2009.
Níveis de cobertura morta sobre o solo (Kg ha-1)
Lâmina de
Irrigação
0
3.300
6.600
10.000
13.300
16.600
472,75
1881
1761
1523
1508
1579
940
482,74
1546
989
1022
1024
1130
559
494,25
1999
1568
1778
1279
1358
1636
511,22
1641
1807
1463
1303
1375
1667
(mm)
C.V. (a)
27
C.V. (b)
31
Conforme pode ser observado nas Tabelas apresentadas (1 e 2), embora
haja algumas pequenas diferenças entre os resultados, a análise de variância dos
dados revelou que não houve efeito significativo entre os tratamentos, a 5% de
52
probabilidade. As diferentes lâminas de irrigação não alteraram significativamente a
produtividade, tal fato pode ser explicado considerando que a precipitação foi
constante e bem distribuída durante o ciclo da cultura.
Tabela 2. Massa em gramas de 1000 sementes de trigo produzidas sob diferentes
lâminas de irrigação e diferentes níveis de cobertura vegetal. UmuaramaPR, 2009.
Níveis de cobertura morta sobre o solo (Kg ha-1)
Lâmina de
Irrigação
0
3.300
6.600
10.000
13.300
16.600
472,75
4
4
4
4
4
4
482,74
4
4
4
5
4
4
494,25
4
4
4
4
4
4
511,22
4
4
4
4
4
4
(mm)
C.V. (a)
10
C.V. (b)
7
CONCLUSÕES
Efetuando a análise dos resultados obtidos não se constata diferenças
significativas entre os mesmos, pois as chuvas ocorreram de maneira bem
distribuídas em todo o ciclo da cultura e desta forma os efeitos e benefícios da
irrigação e da cobertura do solo podem ter sido subestimados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de
sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365p.
FRIZZONE, J.A. & OLITTA, A.F.L. Efeitos da supressão de água em diferentes fases
do crescimento e na produção do trigo. Engenharia Rural, Piracicaba, v.1, n.1, p.2336; 1990.
IAPAR. Cartas climáticas do Paraná. Disponível em: <http://www.iapar.br/>. Acesso
em 08 jul. de 2010.
53
LIBARDI, V.C. de M. Efeitos de diferentes níveis de irrigação e do déficit hídrico na
produção do feijoeiro. Piracicaba, 1996. (Mestrado – Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz”/USP).
MOURA, M.V.T. de; BOTREL, T.A.; FRIZZONE, J.A.; MARQUES JÚNIOR, S.
Determinação do consumo de água na cultura da cenoura (Daucus carota L.)
através do método lisimétrico. Engenharia Rural, Piracicaba, v. 4, p.88-101, 1993.
54
QUALIDADE FISIOLÓGICA E SANITÁRIA DE SEMENTES DE SOJA
TRANSGÊNICA SOB APLICAÇÃO DE GLYPHOSATE EM DIFERENTES
ESTÁDIOS
André P. Barbosa1; Allan V. Sacuchi1; Leandro P. Albrecht 1; Éder P. Gomes2;
André Felipe M. Silva1; Matheus A. Mendes 1
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
¹Universidade Estadual de Maringá, Depto de Ciências Agronômicas - Campus de Umuarama – PR.
²Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Agrárias, Dourados – MS.
INTRODUÇÃO
A soja tem grande importância no sistema de produção brasileiro e mundial,
isso tem exigido a constante reformulação, adaptação de tecnologias, como o
manejo do herbicida glyphosate, aplicado em pós-emergência na cultura da soja
RR®. No entanto, problemas como no balanço nutricional após aplicação de
glyposate, tem sido observado e estudado. Nutrientes como N, Ca, Mg, Fe, Mn e Cu,
podem ter seus níveis alterados com a aplicação de glyphosate (HUBER et al.,
2004; GORDON, 2006; SANTOS et al., 2007). Plantas como problemas nutricionais
ou demais alterações fisiológicas oriundas do uso do glyphosate (ZOBIOLE et al.,
2009), tendem a possuir sementes mal formadas, implicando em sementes menos
aptas fisiologicamente (MARCOS FILHO, 2005).
Sabe-se que as plantas de soja RR possuem em seu interior resíduos de
AMPA (ácido aminometilfosfônico), produto da degradação do glyphosate, após a
aplicação de glyphosate (REDDY et al., 2004). O AMPA acumulado nas sementes
pode ser um agente nocivo na fisiologia da semente, desencadeando distúrbios que
levam a plântulas anormais (DUKE et al., 2003).
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica e sanitária
de sementes de soja RR submetida a aplicação de glyphosate em diferentes
estádios de desenvolvimento.
MATERIAS E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na fazenda experimental e laboratório de
tecnologia de sementes do Centro Avançado de Umuarama (CAU-UEM),
pertencente a Universidade Estadual de Maringá, e localizado no município de
55
Umuarama, noroeste do Estado do Paraná. Na implantação a campo foi utilizada
cultivar de soja CD 219 RR®, de ciclo de maturação médio, semeada em 15 de
novembro de 2009. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos
casualizados com quatro repetições, em arranjo fatorial de 2X3, onde dois
representou os estádios de aplicação (V6 e R2) do herbicida glyphosate (Roundup
Ready®) e três as doses em pós-emergência (0, 1440 e 2880 g e.a. ha-1). A área útil
das parcelas foi constituída de 5,4 m², sendo que todos os demais manejos
agrotecnológicos necessários foram realizados segundo recomendações da
Embrapa (2008).
A qualidade fisiológica e sanitária foi avaliada através de testes de
germinação, primeira contagem do teste de germinação (vigor), matéria fresca e
seca de plântulas, comprimento de plântulas e raízes e pelo teste de tetrazólio. A
qualidade sanitária foi avaliada por meio do método do papel-filtro, segundo
metodologia descritas por NAKAGAWA (1999) e BRASIL (2009).
Os dados foram submetidos à análise de variância e, independente da
significância pelo teste F (P<0,05), nas interações, prosseguirão os desdobramentos
necessários para diagnosticar possíveis efeitos da interação. Em complemento, os
dados foram submetidos a análise de regressão para verificar o comportamento das
variáveis, em função das doses de glyphosate em nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em todas as variáveis (relacionadas a germinação, vigor, desempenho de
plântulas e tetrazólio) foi possível observar diferenças significativas (P<0,05), com
exceção para sanidade. Desse modo, os resultados indicaram que o aumento nas
doses de glyphosate interferiram apenas na qualidade fisiológica das sementes.
Nas Figuras 1 e 2 encontram-se dispostos os ajustes significativos do modelo
de regressão linear decrescente para as variáveis germinação (Figura 1 A), vigor
(Figura 1 B) e tetrazólio (2 A e B). Apenas para germinação foi possível discriminar o
comportamento das doses dentro de cada estádio. As demais variáveis como
comprimento de plântulas, matéria fresca e matéria seca, também apresentaram
tendência linear decrescente para variáveis vigor e tetrazólio (1-3 e 1-5).
56
Figura 1 – Porcentagem de plântulas normais para germinação (A) e vigor de sementes (B)
de soja CD 219 RR®, submetida a aplicação de glyphosate em diferentes estádios.
Figura 2 – Viabilidade - A (tetrazólio 1-5) e vigor - B (tetrazólio 1-3) das sementes de soja
CD 219 RR®, submetida a aplicação de glyphosate em diferentes estádios.
Os resultados corroboram com observados por Albrecht et al. (2007; 2008) e
são entendidos a partir da premissa de que injúrias que afetem a fisiologia do
desenvolvimento podem gerar sementes com menor aptidão fisiológica, e portanto,
com menor germinabilidade e vigor decorrente.
CONCLUSÃO
A aplicação de glyphosate pode interferir negativamente na qualidade
fisiológica das sementes de soja CD219 RR quando aplicado em doses de 1440 a
2880 g e.a. ha-1 nos estágios V6 e R2.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBRECHT, L.P.; OLIVEIRA JR, R.S.; BRACCINI, A.L.; ALONSO, D.G.; BARBOSA,
M.C.; ALBRECHT, A.J.P. Componentes de produção e qualidade fisiológica e
sanitária de sementes de soja RR em resposta a aplicação de glyphosate. In: I
Simpósio Internacional sobre Glyphosate, 2007, Botucatu. Anais... Botucatu :
UNESP, 2007.
57
ALBRECHT, L.P.; ALONSO, D.G.; CONSTANTIN, J.; OLIVEIRA JR, R.S.;
BRACCINI, A.L.; BARBOSA, M.C.; ALBRECHT, A.J.P. ; BIFFE, D.F. Qualidade
fisiológica e sanitária das sementes de soja RR em resposta ao uso do glyphosate;
em misturas ou isolados; aplicados seqüencialmente. In: XVIII Congresso de la
Asociación Latinoamericana de Malezas; e XXVI Congresso Brasileiro da Ciência
das Plantas Daninhas, 2008, Ouro Preto. Anais..., 2008.
BRASIL. Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento. Regras para análise
de sementes. Brasília, DF: Secretaria de Defesa agropecuária, 2009. 399 p.
DUKE, S.O.; RIMANDO, A.M.; PACE, P.F.; REDDY, N.K.; SMEDA, R.J. Isoflavone,
glyphosate, and aminomethylphosphonic acid levels in seeds of glyphosate-treated,
glyphosateresistant soybean. Journal of Agriculture and Food Chemistry, v. 51, p.
340-344, 2003.
EMBRAPA SOJA. Tecnologias de produção de soja – região central do Brasil –
2008. Londrina: Embrapa Soja; Embrapa Cerrados; Embrapa Agropecuária Oeste,
2008. 280p. (Sistemas de Produção, 12).
GORDON, B. Manganese nutrition of glyphosate-resistant and conventional
soybeans. In: Great Plains Soil Fertility Conference Proceeding. Denver, CO,
March 7-8, 2006, p. 224-226.
HUBER, D.M. What about glyphosate-induced manganese deficiency. Fluid
Journal, p. 20-22, 2007.
MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba:
Fealq, 2005. 495p.
NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In:
KRZYZANOWSKI, F.C.; VIEIRA, R.D.; FRANCA NETO, J.B. (Eds.). Vigor de
sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. p.2.1 - 2.24
REDDY, K.N.; RIMANDO, A.M.; DUKE, S.O. Aminomethylphosphonic acid, a
metabolite of glyphosate, causes injury in glyphosate-treated, glyphosate-resistant
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SANTOS, J.B., FERREIRA, E.A., REIS, M.R.; SILVA, A.A.; FIALHO, C.M.T.;
FREITA, M.A.M. Avaliação de formulações de glyphosate sobre soja Roundup
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ZOBIOLE, L. H. S. ; OLIVEIRA JUNIOR, R.S.; BONATO, C.M. ; MUNIZ, A.S. ;
CASTRO, C. ; OLIVEIRA, F. A. ; CONSTANTIN, J. ; OLIVEIRA JUNIOR, A. . Effect
of increasing doses of glyphosate on water use efficiency and photosynthesis in
glyphosate-resistant soybeans. In: VIII World Soybean Research Conference, 2009,
Summaries: Beijing. Weed and Its Management, 2009.
58
DOSES DE VINHAÇA E DESENVOLVIMENTO RADICULAR DA CULTURA DO
MILHO CULTIVADO EM LATOSSOLO ARENOSO DO NOROESTE
PARANAENSE
Cleber de Oliveira Santini1; Antonio Nolla1; Eduardo Jamir Paes Vila2 e Leandro
B. da Silva Volk1
Primeiro autor: Apresentador. [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama
-PR
2
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Agronomia – Campus de Maringá - PR
INTRODUÇÃO
O cultivo de milho vem sendo amplamente difundido nos últimos anos no
País, em decorrência do aumento da população e geração de alimentos, além de ser
uma alternativa economicamente viável para o cultivo de outono/inverno. Por sua
vez, o cultivo de milho em condições de solos arenosos é dificultado devido ao baixo
potencial produtivo, decorrente da baixa concentração de nutrientes, baixos teores
de argila (<150 g Kg-1) e elevados teores de alumínio (>0,5 cmol c kg-1) (NOLLA et al.,
2009). De acordo com Korndofer e Anderson (1997), a utilização de resíduos da
indústria sucroalcooleira como a vinhaça, em áreas de cultivo, favorece a obtenção
de altos rendimentos em lavouras comerciais, bem como na ascensão da fertilidade
destes solos. Bebé et al. (2008) trabalhando com cinco doses equivalentes de
vinhaça para recomendação de potássio para a cultura de milho em Argissolo (206 g
Kg-1 argila), relata que o máximo desenvolvimento do sistema radicular do milho foi
atingido quando utilizados 25% da necessidade de potássio com vinhaça,
complementados com 75% de potássio mineral. Apesar das pesquisas existentes
quanto à utilização de vinhaça, é necessário o desenvolvimento de estudos capazes
de estabelecer recomendações de utilização deste resíduo para solos arenosos.
Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o desenvolvimento radicular do
milho submetido à aplicação de doses crescentes de vinhaça e estabelecer
recomendação de utilização deste resíduo para solos arenosos da região noroeste
do Paraná.
59
MATERIAL E MÉTODOS
Utilizou-se de um Latossolo Vermelho distrófico psamítico de textura arenosa
sob mata natural, cujos atributos químicos originais (0-20 cm) estão descritos na
Tabela 1. O trabalho foi realizado na Universidade Estadual de Maringá, campus
Regional de Umuarama, no ano de 2009. Coletaram-se amostras do solo, as quais
foram secas e peneiradas. Acondicionou-se 3 kg do solo em colunas de PVC (20x15
cm). A semeadura ocorreu em vasos de 3,5 litros, permanecendo duas plantas por
vaso após o raleio. Após o raleio, aplicou-se superficialmente vinhaça nas doses
equivalentes a 0,100, 200, 400 e 800 m3 ha-1. O delineamento experimental utilizado
foi em blocos casualizados com quatro repetições.
Tabela 1: Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Latossolo Vermelho
distrófico psamítico sob campo natural
pH
H2O
5,30
Al3+
Ca2+
Mg2+
-3
...................cmolc dm ...................
0,2
1,67
0,63
Ca2+, Mg2+, Al3+ - extraídos com KCl 1 mol L-1
K+
P
-3
..........mg dm ..........
74,29
6,30
V
m
Argila
........% ........
g kg-1
36,78
7,43
120
P, K – extraídos com Melhlich 1
O milho foi cultivado por 45 dias, mantendo-se a umidade próxima à
capacidade de campo. Aplicou-se nitrogênio na dosagem de 90 kg ha -1 de N, sendo
a aplicação parcelada em duas vezes utilizando como fonte o sulfato de amônio. Na
colheita, o solo foi peneirado para a retirada das raízes das plantas. Foi obtida a
massa de matéria seca e fresca do sistema radicular. Retirou-se uma alíquota das
raízes, as quais foram armazenadas em Freezer para quantificação do comprimento
radicular (TENNANT, 1975). O raio radicular foi estimado pela fórmula (r0=((V/L) x
π)1/2) descrita por Barber (1995). Os resultados foram submetidos à análise de
variância pelo software SISVAR e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade de erro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Figura 1 pode ser observado que a relação entre o desenvolvimento
radicular e a aplicação de doses de vinhaça apresentou ajuste de 85% (R2> 0,85).
60
No entanto, a aplicação de doses excessivas (800 m3 ha-1) reduziu a capacidade do
sistema radicular se desenvolver, provavelmente em função de um possível
desequilíbrio
nutricional
e salinização do
solo
(BRITO
et al.,
2005). O
desenvolvimento radicular do milho aumentou à medida que foram adicionadas
doses crescentes de vinhaça, concordando com os resultados obtidos por Bebé et
al. (2008), sendo o máximo desenvolvimento radicular atingido entre as doses de
A
220
M. SECA RADICULAR (g coluna -1)
M. FRESCA RADICULAR (g coluna -1)
550 e 667 m3 ha-1, com média de 617 m3 ha-1 (Tabela 2).
200
180
160
140
120
100
80
60
y = -0,0005x2 + 0,55x + 62,063
40
R2 = 0,85**
20
0
100
200
300
400
500
600
-1
700
800
140
120
100
80
60
40
y = -0,0003x2 + 0,3537x + 45,168
R2 = 0,85**
20
0
DOSES DE VINHAÇA (m³ ha )
100
200
300
400
500
600
700
800
DOSES DE VINHAÇA (m³ ha-1)
D D
0,28
C
40
0,26
35
RAIO RADICULAR (cm)
COMPRIMENTO RADICULAR (m)
B
160
30
25
20
15
10
0,24
0,22
0,20
0,18
0,16
y = -8E-05x2 + 0,1062x + 2,2679
5
R2 = 0,86**
0
100
200
300
400
500
600
DOSES DE VINHAÇA (m3 ha-1)
700
y = -3E-07x 2 + 0,0004x + 0,1345 R 2 = 0,89**
0,14
0
800
900
0,12
0
100
200
300
400
500
DOSES DE VINHAÇA (m3 ha
600
-1
700
800
)
**significativo a 5% de probabilidade
Figura 1. Relação entre a aplicação de doses crescentes de vinhaça e a massa de
matéria fresca (A) e seca (B) do sistema radicular, comprimento radicular
(C) e raio radicular (D) da cultura de milho, cultivada em um Latossolo
arenoso.
Bebé et al. (2008) descreve em seu trabalho que este fato pode estar
associado ao tempo de incubação do solo com a vinhaça, o qual possui tendência
de acidificação no inicio do processo e após um período de reação com o solo
resulta na neutralização direta da acidez (H+) ou indireta por meio de geração de
íons O2 que se combina com os íons H+ formando água. Pode-se afirmar que a
61
dosagem ideal para a fertilização orgânica do solo testado é de 617 m3 ha-1, fato
discordantes dos resultados obtidos por pesquisas que descrevem como dosagens
ideais para a fertilização do solo o uso de 400 (Pereira et al., 1992) e de 60 a 250 m 3
ha-1 (Raij et al., 1997). No entanto, é necessário destacar que a variação das
dosagens recomendadas está intimamente ligada à textura do solo.
Tabela
2:
Valores de referência para doses de vinhaça baseadas no
desenvolvimento do sistema radicular das plantas de milho cultivadas em
Latossolo arenoso
PARÂMETROS PLANTA
DOSE DE VINHAÇA (m3 ha-1)
MASSA VERDE RADICULAR
550
MASSA SECA RADICULAR
589
COMPRIMENTO RADICULAR
664
RAIO RADICULAR
667
MÉDIA
617
CONCLUSÃO
A aplicação de doses crescentes de vinhaça aumentou de forma significativa
o desenvolvimento radicular da cultura de milho. O melhor crescimento radicular foi
obtido quando se aplicou uma dose média de 617 m3 ha-1 de vinhaça.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBER, S.A. Soil nutrient bioavailability: a mechanistic approach. 2. ed. New
York: John Wiley & Sons, 1995. 414p.
BEBÉ, F. V. et al. Desenvolvimento do milho e alterações químicas em solo sob
aplicação de vinhaça. Rev. Biol. Ciên. Terra, v. 8, n. 2, 2008.
BRITO, F. L.; ROLIM, M. M.; PEDROSA, E. M. R. Teores de potássio e sódio no
lixiviado e em solos após a aplicação de vinhaça. R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental,
Campina Grande, p.52-56, 2005.
KORNDOFER, G. H.; ANDERSON, D. L. Use and impact of sugar-alcohol residues
vinasse and filter cake on sugarcane production in Brazil. Sugar y Azucar,
Englewood Cliffs, NJ., n. 92, v. 3, p. 26-35, 1997.
62
NOLLA, A.; PALMA, I. P.; SANDER, G.; VOLK, L. B. S.; SILVA, T. R. B.
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um Argissolo arenoso do noroeste paranaense. Revista cultivando o saber, v. 2,
2009.
PEREIRA, J. P. et al. Efeito da adição de diferentes dosagens de vinhaça a um
latossolo vermelho-amarelo distrófico na germinação e vigor de sementes de milho.
Rev. Bras. Sementes, v. 14, n. 2, p. 147-150, 1992.
RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. (Ed.).
Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2.ed.
Campinas: Instituto Agronômico/Fundação IAC, 1997. 285p. (Boletim Técnico, 100).
TENNANT, D. A test of a modified line intersect method of estimating root length. J
Appl. Ecol.. 63:995-1001, 1975.
63
PRODUTIVIDADE, QUALIDADE E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE SEMENTES DE
GIRASSOL (Helianthus annuus L.) CULTIVADO SOB DIFERENTES Kc
Rafaela Alenbrant Migliavacca1; Kalina Sala Michelan1; Thiago Alberto Ortiz1;
Lígia Maria Maraschi-Silva1; Marizangela Rizzatti Ávila2 e Éder Pereira Gomes1
Primeiro Autor: Apresentador. E-mail:[email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de
Umuarama-Pr.
2
Instituto Agronômico do Paraná,Unidade Regional de Pesquisa Oeste, Santa Tereza do Oeste-Pr.
INTRODUÇÃO
O girassol destaca-se como a quarta oleaginosa em produção de grãos e a
quinta em área cultivada no mundo e apresenta características agronômicas
importantes, como maior resistência à seca, ao frio. Apresenta ampla adaptabilidade
às diferentes condições edafoclimáticas e seu rendimento é pouco influenciado pela
latitude, pela altitude e pelo fotoperíodo. Apresentando-se como uma opção nos
sistemas de rotação e sucessão de culturas. Além de o seu óleo possuir excelentes
características físico-químicas e nutricionais, para o consumo humano, outra
vantagem é a possibilidade de associação do cultivo do girassol com a apicultura, e
dá sua utilização como alimento animal (silagem e torta) e do seu potencial para
produção de biodiesel.
As necessidades hídricas do girassol ainda não estão perfeitamente definidas.
Segundo Carter (1978) a necessidade hídrica do girassol vai aumentando com o
desenvolvimento da planta, partindo de valores ao redor de 0,5 a 1,0 mm por dia
durante fase de semeadura à emergência para um máximo de 6 a 7mm por dia na
fase de floração e maturação dos aquênios, decrescendo após este período.
O município de Umuarama, localizado na região do Arenito Caiuá, possui
precipitação anual da ordem de 1.700 mm por ano e apenas dois meses com
precipitações abaixo de 100 mm, julho e agosto.
À baixa capacidade de
armazenamento hídrico do solo desta região e a ocorrência de curtos veranicos
durante o ciclo da cultura, podem comprometer tanto a produção como a qualidade
das sementes de girassol, principalmente em fases que são consideradas críticas
para a cultura, sendo de fundamental importância a utilização de complementação
hídrica.
64
Considerando que a irrigação, praticada de forma suplementar pode se tornar
uma opção de garantia tanto de quantidade quanto de qualidade de sementes de
girassol torna-se crucial a realização de pesquisa nesta área, com o objetivo
produzir sementes com qualidade utilizando-se irrigação.
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em Umuarama-PR, na área localizada na
Fazenda do Campus Regional de Umuarama pertencente à Universidade Estadual
de Maringá. O local possui clima, Cfa e está situado a uma latitude de 23º47‟sul e
longitude de 53º14‟ a oeste de Greenwhich, com altitude de 403 m, e solo
classificado como LATOSSOLO VERMELHO Distrófico.A semeadura foi realizada
no mês de outubro de 2008 utilizando sementes do cultivar AGUARÁ 4, distribuída
em linhas espaçadas a 0,70 m e 0,30 m entre plantas. A adubação e correção do
solo foram realizadas de acordo com recomendações de CASTRO & FARIAS (2005)
e com base nas características químicas do solo.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com cinco
tratamentos
e
quatro
repetições
de
campo,
onde
quatro
tratamentos
corresponderam aos diferentes coeficientes de cultura (Kc) e a testemunha apenas
água das chuvas ocorridas durante o período de condução do experimento. Cada
parcela apresentou área de 9 m2, sendo compostas por cinco linhas com 10 plantas
cada. Para irrigação foram utilizados quatro micro-aspersores (NAANDAN HADAR
7110, amarelo) e a pressão de serviço foi de 205 Kgf cm-2. O experimento ocupou
área total igual a 693 m2 com 135 m2 de área ocupada pelas parcelas.
Para o estudo foram estabelecidas cinco fases fenológicas com diferentes
valores de coeficiente de cultura de acordo com a Tabela 1.
Tabela 1 - Tratamentos utilizados no trabalho.
Variação de Kc
Fase I
Fase II
Fase III
Fase IV
Fase V
0
Chuva ocorrida durante o período de condução do experimento
Até 15
(V1-R4)
(R4-R6)
(R6-R8)
(R8-R9)
0,5
0,15
0,35
0,50
0,35
0,15
DAS
1 (Recomendado)
0,30
0,70
1,00
0,70
0,30
1,5
0,45
1,05
1,50
1,05
0,45
2
0,60
1,40
2,00
1,40
0,60
65
As fases foram identificadas conforme Castro & Farias (2005), onde a Fase I
(estabelecimento); Fase II, desenvolvimento vegetativo (V1). Fase III, florescimento
(emissão do broto floral (R1) até a fase que antecede o enchimento dos aquênios).
Fase IV, frutificação (antecede o enchimento dos aquênios (R4) até o início da
maturação). Fase V, maturação (início da maturação (R8) até a maturação
fisiológica, dorso do capítulo e brácteas amareladas (R9), quando está fase foi
identificada a irrigação foi suspensa para que a colheita fosse realizada.
A irrigação iniciou-se após a semeadura quando todos os tratamentos
receberam 30 mm de irrigação de estabelecimento. O manejo de irrigação foi
realizado por meio de balanço hídrico. Valores de precipitação e evapotranspiração
de referência foram fornecidos pela Estação Agroclimática do Campus.
Antes da colheita avaliou-se o diâmetro do capítulo, diâmetro do caule e altura
de planta. Após a colheita as sementes foram limpas e em seguida avaliou-se a
produtividade e a massa de mil sementes.
As sementes foram avaliadas pelos seguintes testes:
Germinação, de acordo com (Brasil, 1992) onde a primeira contagem do teste
de germinação foi conduzida em conjunto com o teste de germinação; o teste de
sanidade e o teste de condutividade elétrica, com o auxílio de condutivímetro. Na
determinação de óleo, utilizou-se o procedimento descrito nas Normas Analíticas do
Instituto Adolfo Lutz (I.A.L., 1985). O teor de proteínas foi determinado pelo método
de Kjeldahl (Nitrogênio total), conforme recomendação da Association of Official
Analytical
Chemists
(A.O.A.C,
1975).
Para
avaliar
o
comportamento
das
características avaliadas os dados foram submetidos à análise de regressão múltipla
a 5 % de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados são apresentados nas Tabelas 2 e 3.
Através da análise de regressão, verificou-se que as variáveis, teor de óleo,
teor de proteínas, massa seca de planta e sanidade para os fungos Alternaria spp. e
Fusarium spp. não apresentaram resultados significativos a 5% de probabilidade.
Enquanto que as variáveis: massa de 1000 sementes, produtividade e condutividade
elétrica, apresentaram tendência linear.
66
Tabela 2 – Médias dos tratamentos, para as variáveis, diâmetro do capítulo,
diâmetro do caule, altura de planta, produtividade e sanidade.
∆Kc
Massa de
Diâmetro do
Altura de Produtividade Colletotrichum
spp. (%)
1000
Caule
Planta
(kg ha-1)
Sementes (g)
(mm)
(cm)
0
0,5
1
1,5
2
127,07
145,12
163,18
181,23
199,29
Ȳ = 127,07 +
36,11∆Kc
Equação
14,22
17,79
18,20
17,70
18,55
Ȳ =14,2+11,8
∆Kc-10∆Kc2
+3,02∆Kc3
133,62
157,73
174,17
182,93
184,02
Ȳ=133,62+
55,9∆Kc 15,35∆Kc2
4.633,17
5.167,67
5.702,18
6.236,68
6.771,19
Ȳ =4.633,1+
1069,01∆Kc
5
2,31
0,87
0,68
1,75
Ȳ= 5- 6,6∆Kc
+2,5∆Kc2
Já as variáveis: altura de planta, sanidade para o fungo Colletotrichum spp.,
germinação e primeira contagem apresentaram tendência quadrática, já o diâmetro
do caule e o diâmetro do capítulo apresentaram tendência cúbica.
Tabela 3 – Médias dos tratamentos, para as variáveis, condutividade elétrica, massa
de 1000 sementes, germinação e primeira contagem da germinação.
∆Kc
Condutividade
Diâmetro do
Germinação
Primeira
elétrica
capítulo (cm)
(%)
Contagem
(µScm-1g-1sementes)
(%)
0
0,5
1
1,5
2
88,93
93,94
98,95
103,97
108,98
15,77
64,84
20,52
76,20
21,07
81,70
20,66
81,35
22,55
75,14
Ȳ=15,77+15,87∆kc Ȳ =64,84
Ȳ=88,93+10,023*∆Kc
-14,9∆kc2
+28,57∆Kc
3
Equação
+ 4,3∆kc
-11,7∆Kc2
55,92
65,06
69,52
69,30
64,41
Ȳ =55,92
+ 22,96∆Kc
-9,3∆Kc2
CONCLUSÕES
O kc que mais apresentou desempenho satisfatório para as características
avaliadas foi o igual a 1,5 podendo este tratamento ser o mais recomendado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis.Washington: AOAC, 1975.1054 p.
BRASIL. Ministério da Agricultura e da Reforma Agrária. Regras para análise de
sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365p.
67
CARTER, J.F. Sunflower science and technology. Madison: American Society of
Agronomy, 1978. 505 p.
CASTRO, C., FARIAS, J. R. B. Ecofisiologia do girassol. In: LEITE, R. M. V. B. C. Et
al. Girassol no Brasil. Londrina: EMBRAPA, 2005. p. 163-218.
INSTITUTO ADOLF LUTZ. Métodos químicos e físicos para analise de
alimentos. São Paulo, v.1,1985. p.533.
IAPAR. Cartas climáticas: Curitiba, 2009.Disponível em: www.iapar.br.
68
DESEMPENHO DE PLÂNTULAS DE MILHO TRANSGÊNICO SOB EFEITO DO
TRATAMENTO DE SEMENTES COM BIORREGULADOR
André P. Barbosa1; André Felipe M. Silva1 ; Rafaela A. Migliavacca1; Leandro P.
Albrecht1; Matheus A. Mendes1; Alfredo Jr. P. Albrecht²
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de
Umuarama – PR.
2
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá – PR.
INTRODUÇÃO
Os biorreguladores com ação promotora são complexos que promovem o
equilíbrio hormonal das plantas, favorecendo a expressão do seu potencial genético,
estimulando o desenvolvimento do sistema radicular (ONO et al., 1999). Esses
produtos agem na degradação de substâncias de reserva das sementes, na
diferenciação, divisão e alongamento celulares (CASTRO & VIEIRA, 2001).
Considerando que um determinado produto comercial, como o biorregulador
Stimulate®, tem em sua concentração 0,005% do ácido indolbutíricorico (auxina),
0,009% de cinetina (citocinina) e 0,005% de ácido giberélico (giberelina), sendo eles
análogos sintéticos de hormônios vegetais, que atuam como mediadores de
processos morfológicos e fisiológicos, acredita-se que este biorregulador, também
chamado „bioestimulante‟, pode, em função da sua composição, concentração e
proporção de substâncias, incrementar o crescimento e o desenvolvimento vegetal,
estimular a divisão celular, podendo, também, aumentar a absorção de água e
nutrientes pelas plantas (VIEIRA & CASTRO, 2001; VIEIRA & MONTEIRO, 2002).
O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do tratamento de sementes
com diferentes manejos de doses do biorregulador ST ® (Stimulate®) em diferentes
tempos de embebição, no desempenho de plântulas de milho Bt (YieldGard®) de
diferentes peneiras.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado em casa de vegetação localizada na Fazenda do
Centro Avançado de Umuarama (CAU) da Universidade Estadual de Maringá
(UEM), no município de Umuarama, região noroeste do Estado do Paraná. Foi
69
utilizada no experimento, o híbrido de milho Agroceres 9010 YieldGard ® (AG 9010
YG).
Os tratamentos consistiram na embebição (0, 24, 48 e 72 horas) das
sementes de milho de duas peneiras (C2 e R2 – menor e maior, respectivamente)
em diferentes manejos da dose do biorregulador ST ® (por ha e por kg – 15 mL kg-1 e
500 mL ha-1, respectivamente).
Avaliou-se o desempenho de plântulas com os seguintes testes: emergência
em areia, velocidade de crescimento, coeficiente de emergência, índice de
emergência, massa fresca de plântulas e massa seca de plântulas, velocidade de
emergência, comprimento de plântulas e comprimento de raízes (BRASIL, 2009 &
NAKAGAWA, 1999).
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro
repetições, em arranjo fatorial (2X3X4). Os dados coletados foram submetidos à
análise de variância (P<0,05) e, quando significativas, as médias do tratamento
qualitativo - manejo - foram comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05), o teste F foi
conclusivo para peneiras e o tratamento quantitativo - tempo - foi submetido a
análise de regressão (P<0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância dos dados revelou efeito significativo (P<0,05) para a
maioria das variáveis dentro dos efeitos principais, sendo possível captar diferenças
significativas para todas as variáveis dentro do desdobramento de segunda ordem.
Para praticamente todas as variáveis houve decréscimo linear do
desempenho de plântula em função das horas de tratamento (Figura 1). As
sementes de peneira menor tenderam a apresentar valores superiores ao de peneira
maior dentro dos manejos de biorregulador e tempo de embebição, para as
diferentes variáveis, porém a peneira maior foi mais responsiva aos manejos com o
biorregulador.
Quanto ao manejo da dose do biorregulador, observou-se superioridade do
manejo em que a dose foi estimada por quilograma de sementes, para a maioria das
variáveis, dentro dos desdobramentos.
70
Figura 1. Regressão linear para as variáveis massa seca e comprimento de plântulas de
milho transgênico manejadas com Stimulate ®, em diferentes tempos de embebição, em
Umuarama – PR, 2010.
Portanto, concordando com DOURADO NETO et al. (2004), o uso do
biorregulador Stimulate® é uma opção viável no tratamento de sementes. A
recomendação, a partir dos resultados obtidos, seria a utilização preferencial do
produto com dose estimada por quilograma de sementes e, evitando-se a
embebição das sementes por muitas horas.
CONCLUSÃO
O biorregulador influencia positivamente o desempenho das plântulas. Quanto
maior o tempo de embebição no biorregulador, piores são os resultados do
tratamento de sementes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de
sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 2009. 365p.
CASTRO, P.R.C.; VIEIRA, E.L. Aplicações de reguladores vegetais na
agricultura tropical. Guaíba: Agropecuária, 2001. 132p.
DOURADO NETO, D.; DARIO, G. J. A.; VIEIRA JÚNIOR, P. A.; MANFRON, P. A.;
MARTIN, T. N.; BONNECARRÉRE, R. A. G.; CRESPO, P. E. N. Aplicação e
influência do fitorregulador no crescimento das plantas de milho. Revista da FZVA,
v.11, n.1, p. 1-9. 2004.
71
NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In:
KRZYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANCA NETO, J. B. (Eds.). Vigor de
sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. p.2.1 - 2.24.
ONO, E.O.; RODRIGUES, J. D.; SANTOS, S. O. Efeito de fitorreguladores sobre o
desenvolvimento de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) cv Carioca. Revista
Biociências, v.5, n.1, p.7-13, 1999.
VIEIRA, E.L.; MONTEIRO, C.A. Hormônios vegetais. In: CASTRO, P.R.C.; SENA,
J.O.A.; KLUGE, R.A. (Eds.). Introdução à fisiologia do desenvolvimento vegetal.
Maringá: EDUEM, 2002. p.79-104.
72
MANEJO DE MELOIDOGYNE INCOGNITA UTILIZANDO EFLUENTES DE
BIODIGESTOR A BASE DE REPOLHO, ALHO E PIMENTA
Rafael M. Mattos; Tereza C. Sassaki; Heriksen H. Puerari; Tatiana P. L. Cunha;
Fabio Biela; Fernando M. Chiamolera; Cláudia R. Dias-Arieira
Primeiro autor: Apresentador. E-mail:[email protected]
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus Regional de
Umuarama - PR
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos o cultivo de hortaliças no Paraná apresentou aumentos
substanciais na produtividade. Apesar da área cultivada ter diminuído entre os anos
de 1993 a 2003, passando de 65.601 ha para 62.551 ha, a produção aumentou, no
mesmo período, de 1.039.220 t para 1.460.609 t (SEAB, 2007).
Contudo, diversos são os desafios para manter esta posição e entre os
fatores que limitam a produtividade de hortaliças estão os fitonematóides, em
especial os nematóides de galhas (SIKORA & FERNANDEZ, 2005).
O controle de nematóides é complexo e requer um sistema de manejo
integrado, sendo o uso de matéria orgânica um dos métodos de controle indicado
(CAMPOS et al., 2001). Desta forma, restos culturais de repolho e outras hortaliças
podem ser importante fonte de matéria orgânica, uma vez que algumas espécies
apresentam efeito comprovado para o controle de nematóides (NEVES et al., 2009).
Desta forma, objetivou-se avaliar a eficiência de materiais biodigeridos, a
base de repolho (Brassica oleraceae var. capitata), pimenta (Capsicum frutensens) e
alho (Allium sativum), no controle de M. incognita.
MATERIAL E MÉTODOS
Para obtenção dos extratos biodigeridos, as diferentes combinações de
materiais vegetais: a) 500 g de repolho - R; b) 450 g de repolho + 50 g de pimenta RP; c) 350 g de repolho + 150 g de alho - RA; d) 300 g de repolho + 150 g de alho +
50 g de pimenta – RAP, foram misturados a 3 L de água e depositados em um
tambor de polietileno com capacidade para 10 L, o qual foi totalmente vedado e
adaptado para funcionar como biodigestor.
73
O experimento foi conduzido entre os meses de dezembro/2009 a
fevereiro/2010, em área de produção orgânica de hortaliças, com ocorrência natural
do nematóide, em um canteiro de 30 m x 1,2 m. Realizou-se, no momento da
instalação do experimento, a amostragem de solo para determinação da população
inicial (JENKINS, 1964). Para identificação da espécie de Meloidogyne utilizou-se a
metodologia de eletroforese de isoenzima para esterase em gel de poliacrilamida
(TIHOHOD, 1993; CARNEIRO & ALMEIDA, 2001), sendo as fêmeas obtidas de
raízes de tomateiros cultivados na área.
O canteiro foi dividido em parcelas de 1 m2, nas quais foram incorporados ao
solo os efluentes biodigeridos, na dosagem de 1 L para cada parcela. Parcelas
tratadas com água e com repolho fresco picado (1 kg m-2) foram utilizadas como
testemunhas. No dia posterior, cada parcela recebeu 16 mudas de tomateiro,
espaçadas entre si em 20 cm. Após 15, 30 e 45 dias do transplantio repetiram-se as
aplicações. Decorridos 60 dias do transplantio, duas plantas centrais de cada
parcela foram coletadas para análise da massa fresca (Mfpa) e seca (Mspa) da parte
aérea, massa fresca da raiz (Mfra), número de galhas e número de ovos por sistema
radicular, conforme metodologias descritas anteriormente.
O experimento utilizado foi o DIC, com seis repetições para cada tratamento.
As médias foram comparadas entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de
probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A identificação do nematóide indicou a presença de M. incognita na área onde
o experimento foi realizado.
Maior número de nematóides no solo foi obtido no tratamento com
repolho+alho (Tabela 1). Tal resultado refletiu também no aumento no número de
galhas, sendo este superior aos demais tratamentos, inclusive à testemunha.
Quanto ao número de ovos, não houve diferença estatística entre os tratamentos,
corroborando com o resultado anteriormente observado por NEVES et al. (2009), no
qual também não foi verificado efeito nematicida de extratos obtidos do alho.
O tratamento repolho+alho+pimenta afetou negativamente o desenvolvimento
das plantas (Tabela 1). A população inicial de nematóides no solo foi amostrada
74
antes da instalação do experimento e houve declínio da população durante o
período experimental. Contudo, este não pode ser conferido aos tratamentos, visto
que as parcelas que não os receberam também apresentaram reduções, as quais
variaram de 50,0 a 58,7 %, sendo que na testemunha correspondeu a 50,2 %. Por
tratar-se de cultivo orgânico, práticas culturais realizadas em ciclos de cultivo
anteriores, como adição de matéria orgânica ao solo, podem ter contribuído com
estes resultados.
Tabela 1 - População inicial (Pi) de Meloidogyne incognita no solo, número de
galhas e ovos no sistema radicular do tomateiro, massa fresca da raiz
(Mfra) e massa fresca (Mfpa) e seca da parte aérea (Mspa), após 60
dias de tratamento com diferentes materiais biodigeridos.
Tratamento
Pi
Galhas
Ovos
Mfra
Testemunha
930 ab
55 a
463ns
7,17 ab 37,29 a
5,30 a
Repolho fresco
748 ab
29 a
309
7,85 a
5,19 a
643 ab
31 a
299
4,84 ab 18,76 ab
2,80 ab
Rep2+Alho B
1440 b
103 b
720
7,19 ab 33,44 ab
4,52 ab
Rep+Alho+Pim3 B
324 a
45 a
458
2,40 b
1,78 b
Repolho B
1
Mfpa
38,02 a
13,52 b
Mspa
1
Biodigerido, 2repolho, 3pimenta. Médias nas colunas seguidas pela mesma não diferem entre si pelo
teste Tukey a 5 % de probabilidade.
Apesar dos experimentos que comprovam a eficiência de brássicas, alho e
pimenta no controle de nematóides (KRISHNAMURTHY & MURTHY, 1993; NEVES
et al., 2009), nas condições em que o presente trabalho foi conduzido estes não se
confirmaram, ao contrário, no tratamento repolho+alho+pimenta houve aumento na
população de nematóides em 41,4%. Porém, outros trabalhos de campo têm
apresentado resultados insatisfatórios, como o realizado por MONFORT et al.
(2007), no qual o cultivo seguido da adição de resíduos de repolho esteve entre os
tratamentos menos eficientes em reduzir a população de M. incognita. Os autores
chamam a atenção para a importância de estudos a respeito da quantidade de
matéria fresca produzida pela planta e da quantidade de glucosinolatos em
diferentes espécies de brássicas. No presente trabalho, o processo de biodigestão
também pode ter contribuído para a ausência de controle.
75
CONCLUSÃO
Os materiais biodigeridos não controlaram M. incognita em tomateiro.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMPOS, V.P.; CAMPOS, J.R.; SILVA, L.H.C.P.; DUTRA, M.R. Manejo de
nematóides em hortaliças. In: SILVA, L.H.C.P., J.R. CAMPOS & G.B.A. NOJOSA
(ed). Manejo Integrado: Doenças e Pragas em Hortaliças. Editora UFLA, Lavras MG,
p.125-158. 2001.
CARNEIRO, R.M.D.G. & M.R.A. ALMEIDA. 2001. Técnica de eletroforese usada no
estudo de enzimas dos nematóides de galhas para identificação de espécies.
Nematologia Brasileira, 25 (1): 35-44.
JENKINS, W.R. 1964. A rapid centrifugal-flotation technique for separating
nematodes from soil. Plant Disease Report, 48: 692.
KRISHNAMURTHY, G.V.G. & P.S.N. MURTHY. 1993. Further studies with plant
extracts on root-knot nematode (Meloidogyne javanica) larvae. In: CHARI, M.S. & G.
RAMAPRASAD (ed). Botanical Pesticides in Integrated Pest Management. Indian
Society of Tobacco Science, Rajahmundry, p. 438-448.
MONFORT, W.S., A.S. CSINOS, J. DESAEGER, K. SEEBOLD, T.M. WEBSTER &
J.C. DIAZ-PEREZ. Evaluating Brassica species as an alternative control measure for
root-knot nematode (M. incognita). Crop Protection, v. 26, n. 9, p. 1359-1368, 2007.
NEVES, W.S., L.G. FREITAS, M.M. COUTINHO, R. GIARETTA-DALLEMOLE,
C.F.S. FABRY, O.D. DHINGRA & S. FERRAZ. 2009. Atividade nematicida de
extratos botânicos de pimenta malagueta (Capsicum frutescens), mostarda (Brassica
campestris) e alho (Allium sativum) sobre o nematóide das galhas, Meloidogyne
javanica, em casa de vegetação. Summa Phytopathologica, 35 (4): 255-261.
SEAB – Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná. 2007. Estimativa na
área
e
na
produção
de
hortaliças
no
Paraná.
Disponível
em:
http://www.seab.gov.pr.br. Acesso em: 06 de março de 2010.
SIKORA, R.A. & E. FERNANDEZ. 2005. Nematode Parasites of Vegetables. In:
LUC, M., R.A. SIKORA & J. BRIDGE (ed). Plant Parasitic Nematodes in Subtropical
and Tropical Agriculture. CAB International, Wallingford - UK, p. 319-392.
TIHOHOD, D. 1993. Nematologia Agrícola Aplicada. Editora FUNEP, Jaboticabal
(SP), 372 p.
76
QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE TRIGO PRODUZIDAS SOB
DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DIFERENTES NÍVEIS DE
COBERTURA
Thiago A. Ortiz1; Lígia M. Maraschi-Silva1; Marizangela R. Ávila2; Rafaela A.
Migliavacca1; Yara C. F. Cabral1; Éder P. Gomes1
Primeiro Autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de
Umuarama-Pr.
2
Instituto Agronômico do Paraná,Unidade Regional de Pesquisa Oeste, Santa Tereza do Oeste - Pr.
INTRODUÇÃO
A produção de semente de trigo no Brasil evoluiu de maneira significativa,
com a implantação de novos programas e técnicas de manejo. Contudo, a produção
de sementes de qualidade se torna uma necessidade fundamental, pois é este
insumo agrícola que carrega os caracteres desejados para uma condução eficiente
das lavouras que resultam em produtividades maiores a cada safra.
O uso de espécies forrageiras como as do gênero Brachiaria para a formação
de palha, vêm despertando há algum o interesse de agricultores e pesquisadores.
Destacam-se pela excelente adaptação a solos de baixa fertilidade, fácil
estabelecimento
e
considerável
produção
de
biomassa
durante
o
ano,
proporcionando excelente cobertura vegetal do solo. Estas forrageiras são de
grande potencial na manutenção da palha sobre o solo devido a sua relação C/N
alta, o que retarda sua decomposição e aumenta a possibilidade de utilização em
regiões mais quentes.
No setor de produção de sementes, a correta utilização da irrigação é
importante para garantir a alta qualidade do produto, que será beneficiado como
semente, assim como para que a semente produzida possa expressar plenamente
seu potencial produtivo, comprovando sua qualidade (TAVARES, 2007).
Neste contexto, o trabalho teve por objetivo comparar diferentes lâminas de
irrigação associados a diferentes níveis de cobertura morta sobre o solo e a
interação desses fatores sobre a qualidade de sementes da cultura de trigo, para se
77
obter informações a respeito destes parâmetros de produção para a região do
Arenito Caiuá, em Umuarama - PR.
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Fazenda do Campus Regional de Umuarama
da Universidade Estadual de Maringá, o qual caracterizou um delineamento em
blocos casualizados em arranjo fatorial 4x6 com quatro repetições e em esquema de
parcela subdividida, sendo a parcela composta por lâminas (472,75 - sem irrigação
suplementar, ou seja, apenas água da chuva - 482,74; 494,25 e 511,22 mm de
água) e as subparcelas por diferentes níveis de cobertura morta sobre o solo (0;
3.300; 6.600; 10.000; 13.300; 16.600 kg ha-1). A partir dos coeficientes de cultura
(kc) para a cultura do trigo (fase inicial - 0,3 a 0,4; desenvolvimento - 0,7 a 0,8; fase
média - 1,05 a 1,20; fase final - 0,65 a 0,70; e na colheita - 0,20 a 0,25), aplicadas
com auxílio de aspersores e o material usado como cobertura morta sobre o solo foi
palha seca de braquiária (Brachiaria brizanta) na forma de feno.
Cada parcela foi constituída por doze linhas de 30 m de comprimento cada,
e divididas em seis subparcelas de 5 m de comprimento, sendo a área total de cada
parcela e subparcela de 72 e 12 m2, respectivamente, avaliando uma área de 4,8 m2
por subparcela. Após a colheita, avaliou-se a qualidade fisiológica das sementes de
trigo através do teste de germinação (BRASIL, 1992), primeira contagem do teste de
germinação (Brasil, 1992), classificação do vigor das plântulas (NAKAGAWA, 1999),
teste de tetrazólio, comprimento de plântula (NAKAGAWA, 1999) e massa seca de
plântula (NAKAGAWA, 1999).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e efetuados os
desdobramentos necessários na interação entre os tratamentos considerando a
significância 5% de probabilidade.
RESULTADO E DISCUSSÃO
A análise de variância dos dados revelou que não houve efeito significativo
entre os tratamentos, a 5% de probabilidade. Como pode ser visto na Tabela 1, a
qualidade fisiológica de sementes de trigo não diferenciou estatisticamente nos
tratamentos com diferentes lâminas de irrigação em interação com os níveis de
78
cobertura morta sobre o solo. Portanto, a porcentagem de germinação, porcentagem
de germinação da primeira contagem do teste de germinação, porcentagem de
plântulas normais fortes, porcentagem de sementes viáveis obtidas no teste de
tetrazólio, comprimento de radícula, comprimento de parte aérea e matéria seca das
plântulas de trigo não apresentou influência da interação dos fatores as quais foram
submetidas, diferentes lâminas de irrigação, com diferentes níveis de cobertura
morta sobre o solo.
Tabela 1. Qualidade fisiológica de sementes de trigo produzidas sob diferentes lâminas de
irrigação e diferentes níveis de cobertura morta sobre o solo.
Lâmina de
Níveis de cobertura morta sobre o solo (Kg ha -1)
Irrigação
0
3.300
6.600
10.000
13.300
16.600
(mm)
Germinação de sementes de trigo(%)
C.V.= 8
91
81
93
92
96
90
88
93
94
92
74
91
92
94
90
87
94
90
92
90
90
90
90
90
Primeira contagem de germinação das sementes de trigo (%) C.V.= 24
472,75
49
40
62
50
51
50
482,74
50
53
53
46
37
48
494,25
39
45
47
52
57
45
511,22
58
59
47
49
52
52
Plântulas normais obtidas no teste do vigor de plântulas de trigo (%) C.V.= 10
472,75
76
66
86
77
85
79
482,74
75
78
80
78
62
77
494,25
78
79
76
74
80
74
511,22
79
79
75
77
77
79
Sementes viáveis obtidas no teste de tetrazólio em trigo (%) C.V. = 8
472,75
90
89
89
91
94
92
482,74
96
91
89
94
94
85
494,25
92
91
86
87
89
80
511,22
88
88
80
85
97
95
Comprimento de radícula de plântulas de trigo (cm) C.V.= 13
472,75
27
24
23
27
27
23
482,74
27
30
26
26
26
21
494,25
30
27
25
26
25
22
511,22
27
26
27
25
26
26
Comprimento de parte aérea de plântulas de trigo (cm) C.V.= 15
472,75
14
13
12
13
14
11
482,74
14
17
14
14
13
13
494,25
16
14
13
14
14
11
511,22
14
14
16
13
13
14
Matéria seca de plântulas de trigo (g) C.V.= 9
472,75
0,16
0,19
0,21
0,21
0,22
0,25
482,74
0,26
0,70
0,36
0,29
0,22
0,24
494,25
0,25
0,24
0,22
0,21
0,27
0,32
511,22
0,28
0,18
0,18
0,22
0,22
0,17
472,75
482,74
494,25
511,22
79
CONCLUSÃO
A interação dos fatores diferentes lâminas de irrigação e diferentes níveis de
cobertura morta sobre o solo não apresentou diferença significativa nos parâmetros
avaliados referentes à qualidade fisiológica das sementes de trigo, sob as condições
da região em que o experimento foi conduzido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de
sementes. Brasília, DF: Departamento Nacional de Produção Vegetal, Divisão de
Sementes e Mudas, 1992. 365p.
NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In:
KRZYZANOWSKI, F.C.; VIEIRA, R.D.; FRANCA NETO, J.B. (Eds.). Vigor de
sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. p.2.1 - 2.24.
NAKAGAWA, J. et al. Qualidade de sementes de trigo e de soja em função de
sistemas de preparo de solo e da sucessão de culturas. Acta Scientiarum:
Agronomy, Maringá, v. 25, n. 1, p. 73-80, 2003.
TAVARES, V.E.Q. Sistemas de irrigação e manejo de água na produção de
sementes. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-graduação em Ciência e
Tecnologia de Sementes. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade
Estadual de Pelotas, 2007, 182f.
80
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS SEMENTES DE SOJA
TRANSGÊNICA SOB TRATAMENTOS COM BIORREGULADOR
Matheus A. Mendes1; Leandro P. Albrecht1; Alfredo Junior P. Albrecht2;
Alessandro L. Braccini2; Marizangela R. Ávila3; André P. Barbosa1; André
Felipe M. Silva1; Rafaela A. Migliavacca1.
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
¹Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de
Umuarama – PR
²Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia – Campus de Maringá.
³IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná, Estação Experimental de Santa Tereza do Oeste – PR
INTRODUÇÃO
Com o intuito de alcançar maiores retornos econômicos, incremento na
produtividade da cultura, a fim de melhorar a qualidade e composição química das
sementes em níveis satisfatórios, faz-se necessária a continuidade no processo de
geração de informações, provenientes da pesquisa dirigida, que avalie práticas
inovadoras de manejo, como o uso de biorreguladores. Reguladores vegetais ou
biorreguladores são substâncias ou associações, podendo elas ser análogos
químicos de hormônios vegetais.
Algumas pesquisas demonstram o efeito de biorreguladores com ação
promotora na cultura da soja, como os de Klahold et al. (2006), Campos et al. (2008)
e Moterle et al. (2008), que apontam resultados concernentes ao desempenho das
plantas e componentes da produção. Porém, poucos trabalhos, como o de Ávila et
al. (2008), abarcam aspectos sobre a qualidade de sementes e teores de óleos e
proteínas.
Portanto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da aplicação do
biorregulador Stimulate® na composição química das sementes.
MATERIAS E MÉTODOS
O experimento foi instalado no campo experimental da FEI-UEM (Fazenda
Experimental de Iguatemi – Universidade Estadual de Maringá). Sementes de soja
da cultivar BRS 246RR foram semeadas no mês de outubro dos anos agrícolas de
2007/2008 e 2008/2009.
81
Os tratamentos foram compostos pelo tratamento de sementes, com e sem o
produto Stimulate®, além de cinco doses do Stimulate ® aplicadas, via foliar, em dois
estádios de desenvolvimento da cultura, ou seja, V 5 ou R3, constituindo-se um
fatorial 2 x 5 x 2. As dosagens utilizadas foram as seguintes: via tratamento de
sementes – 0 e 0,500 L 100 kg-1 de sementes; pulverização foliar – 0; 0,125; 0,250;
0,375 e 0,500 L ha-1. O biorregulador utilizado é composto por três reguladores
vegetais nas seguintes concentrações: 0,005% do ácido indolbutirico (auxina),
0,009% de cinetina (citocinina) e 0,005% de ácido giberélico (giberelina).
Os manejos da cultura seguindo recomendações da Embrapa (2006). Para
as avaliações foi utilizada uma área útil de 5,4 m2. As sementes colhidas foram
acondicionadas e, após, efetuado a determinação dos teores de óleo e proteína
(I.A.L., 1985; A.O.A.C., 1990).
O delineamento experimental adotado foi em blocos completos casualizados,
com 20 tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram arranjados no
esquema fatorial 2 x 5 x 2 (tratamento de sementes x aplicação foliar x estádio de
desenvolvimento). Os resultados foram submetidos à análise de variância, procederamse os desdobramentos necessários; o teste F foi conclusivo na comparação das médias
dos efeitos de tratamento de sementes e de estádios fenológicos. A análise de
regressão foi utilizada para verificar o comportamento das variáveis, em função das
doses de bioregulador aplicados via foliar, em nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a safra 2007/2008, após análise estatística dos dados, assumindo
uma probabilidade de 5% de erro, observou-se efeito significativo para
praticamente todos os fatores e a interação dos mesmos, especialmente para o
teor de proteínas. Quanto ao teor de óleo, mesmo não havendo efeito significativo
para a interação de segunda ordem na Anova, o desdobramento da mesma
permitiu a obtenção de diferenças significativas.
Na segunda safra avaliada (2008/2009), após a análise de variância, notou-se
a presença de efeito significativo (P<0,05) para o fator isolado dose, em ambas as
variáveis (óleo e proteínas). Porém, no desdobramento das interações, diferenças
significativas foram obtidas dentro do desdobramento de segunda ordem, o que
possibilitou gerar os resultados apresentados na Figura 1.
82
Figura 1 - Regressão polinomial dos teores de proteínas e óleo determinados nas
sementes, em função de diferentes doses do biorregulador aplicadas, via foliar, em
diferentes estádios de desenvolvimento e na presença de tratamento de sementes, no ano
agrícola 2008/2009.
A composição química é afetada pelo genótipo e pelo ambiente, e pela
interação deles (RANGEL et al., 2004); o resultado dessa interação é passível de ser
modificada por manejos agrotecnológicos (ALBRECHT et al., 2008). Infere-se que a
ação do biorregulador avaliado, por ter ação fisiológica direta, propicie modificações
no metabolismo, direcionando as reações anabólicas no sentido de permitir
condições para maior acúmulo de proteínas em detrimento dos teores de óleo. Caso
a comercialização do produto, na forma de grão, seja considerada a composição
química e valorizada a presença de altos níveis protéicos, a margem líquida sobre a
venda seria incrementada quando do uso do biorregulador em dose ótima, focando a
expressão de maiores teores de proteínas.
CONCLUSÃO
Os teores de óleo e proteínas são alterados pela ação do biorregulador, com
possibilidade de favorecimento do conteúdo protéico em detrimento ao óleo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBRECHT, L. P.; BRACCINI, A. L.; ÁVILA, M. R.; SUZUKI, L. S.; SCAPIM, C. A.;
BARBOSA, M. C. Teores de óleo, proteínas e produtividade de soja em função da
antecipação da semeadura na região oeste do Paraná. Bragantia, Campinas, v. 67,
n. 4, p. 865-873, 2008.
83
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Association of Official Analytical Chemist. 15. ed. Washington, D.C.: AOAC,
1990. v. 1, p. 209-230.
ÁVILA, M. R.; BRACCINI, A. L.; SCAPIM, C. A.; ALBRECHT, L. P.; TONIN, T. A.;
STÜLP, M. Bioregulator application, agronomic efficiency, and quality of soybean
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CAMPOS, M. F.; ONO, E. O.; BOARO, C. S. F.; RODRIGUES, J. D. Análise de
crescimento em plantas de soja tratadas com substâncias reguladoras. Revista
Biotemas, Florianópolis, v. 21, n. 3, p. 53-63, 2008.
EMBRAPA. Tecnologias de produção de soja: Paraná – 2007. Londrina: Embrapa
Soja, 2006. (Sistemas de produção, 10).
IAL - Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos
químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo, 1985. v. 1, p. 533.
KLAHOLD, C. A.; GUIMARÃES, V. F.; ECHER, M. M.; KLAHOLD, A.; ROBINSON L.
C., BECKER, A. Resposta da soja (Glycine max (L.) Merrill) à ação de
bioestimulante. Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v. 28, n. 2, p. 179-185,
2006.
MOTERLE, L. M.; SANTOS, R. F.; BRACCINI, A. L.; SCAPIM, C. A.; BARBOSA, M.
C. Efeito da aplicação de biorregulador no desempenho agronômico e produtividade
da soja. Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v. 30, supl., p. 701-709, 2008.
RANGEL, M. A. S.; CAVALHEIRO, L. R.; CAVICHIOLLI, D.; CARDOSO, P. C. Efeito
do genótipo e do ambiente sobre os teores de óleo e proteína nos grãos de
soja, em quatro ambientes da região sul de Mato Grosso do Sul, safra
2002/2003. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2004. (Boletim de pesquisa e
desenvolvimento, 17).
84
CRESCIMENTO INICIAL DE EUCALYPTUS GRANDIS TRATADO COM
DIFERENTES DOSES DE LODO DE ESGOTO NO NOROESTE DO PARANÁ
Thiago Henrique Oro1; Erci Marcos Del Quiqui1; Douglas Kaplum1; Hiales
Carpine Fodra1; Diego Luiz Ferreira1; Juliano Sartori Emerick1
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia – Campus de Umuarama
INTRODUÇÃO
Uma alternativa interessante para a disposição final do lodo de esgoto, na
maioria das cidades brasileiras, é sua utilização na agricultura. De acordo com
Luduvice (2000), o potencial agronômico do lodo é inquestionável, mas sua
utilização em áreas agrícolas deve ser feita de maneira cuidadosa, de modo a não
provocar danos à saúde pública, ao ambiente ou prejuízos financeiros ao agricultor.
Assim, seu aproveitamento em plantações florestais parece ser uma das opções
mais indicadas sob os aspectos sanitário, ambiental, silvicultural, social e
econômico.
No Brasil, os solos utilizados para plantios florestais são geralmente de baixa
fertilidade e necessitam de um aporte de nutrientes, suprido geralmente por adubos
minerais, os quais poderiam ser substituídos, com certa vantagem, por adubos
orgânicos, como por exemplo, o lodo de esgoto. No entanto, para se obter essa
vantagem, é necessária a determinação da amplitude das doses que atendam às
necessidades nutricionais das árvores, principalmente durante a fase inicial de
crescimento da cultura florestal, sem impactar o ambiente. O lodo de esgoto, que
depois de tratado é citado por alguns autores pelo nome de biossólido, apresenta
vantagens em relação à fertilização mineral convencional, em função da lenta
liberação dos nutrientes no solo, após aplicação (POGGIANI, 2006).
Em geral, as estações de tratamento de esgoto (ETEs), no Brasil, tratam o
lodo com a adição de cal hidratada e cloreto férrico, visando inclusive sua utilização
na agricultura. Contudo, pouco se conhece atualmente a respeito da utilização de
lodo de esgoto , quanto ao seu potencial uso em culturas agroflorestais como adubo
orgânico e condicionador do solo.
Este trabalho tem como objetivo verificar o efeito da aplicação dos lodos de
esgoto, produzidos na ETE de Umuarama da SANEPAR, no crescimento e na
85
produção de biomassa lenhosa de Eucalyptus grandis, plantado em solo arenoso de
baixa fertilidade.
MATERIAL E MÉTODOS
O projeto foi conduzido na dependência da Fazenda do Campus da
Universidade Estadual de Maringá, em Umuarama, localizado na região noroeste do
estado do Paraná, a 23° 47‟ de latitude S, 53° 15‟ de longitude W e altitude média de
375 m. O clima é classificado como Cfa, segundo Köppen, com precipitação média
anual de 1.500mm, temperatura média anual de 22 oC, umidade relativa média anual
70% com média de 2 geadas por ano (IAPAR, 1994). O solo pertence à classe
Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico (EMBRAPA, 1999).
A espécie utilizada foi Eucalyptus grandis plantada em 4410 m2, submetidos a
7 tratamentos com 3 repetições. Cada parcela possui 210 m² (14x15 m), sendo
constituída por 5 linhas. As plantas foram espaçadas em 2 m na linha de plantio e
em 3 m nas entrelinhas, totalizando 35 árvores por parcela. Na área útil da parcela
foram consideradas as 15 plantas centrais. O plantio foi realizado com sulcador onde
foi aplicada as doses do lodo e demais fertilizantes (Tabela 1). Os níveis de N, P e K
serão aqueles recomendados por Novais et al. (1990) para solos arenosos. A
complementação com P foi realizada simultaneamente com a fertilização de base e
K e B em cobertura aos 45 e 90 dias após o plantio. Esta complementação foi
necessária nos tratamentos com lodo de esgoto, devido aos baixos teores de fósforo
e potássio encontrados no lodo produzido pela ETE de Umuarama de modo a
igualar a quantidade aplicada no tratamento com a adubação mineral.
Tabela 1. Nutrientes adicionados ao solo com a aplicação dos lodos de esgoto e da
fertilização mineral (Umuarama/ PR, 2010)
Tratamento
N
P2O5
K2O
Ca
Mg
S
B
-1
Kg ha
Testemunha
0
0
0
0
0
0
0
Fertilização mineral
40
65
40
65
65
40
3
10 t
244
11,4
6,7
1072
889
64
0
5 t +P+K+B
122
65
40
536
444
32
3
10 t +P+K+B
244
65
40
1072
887
64
3
20 t +P+K+B
489
65
40
2145
1777
128
3
40 t + B
977
65
40
4290
3554
256
3
86
Os parâmetros avaliados foram altura total das árvores, medida com régua
telescópica e o diâmetro com auxílio de paquímetro digital, nas idades 4 e 8 meses.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observa-se na Tabela 2 que, em todos os tratamentos com aplicação de lodo
de esgoto, nas duas idades avaliadas, a partir da dose de 5t +P+K+B foram
significativamente superiores ao tratamento testemunha, com exceção à altura aos 4
meses.
Aos 8 meses, tratamento com 40t+B apresentou crescimento em altura
semelhante á fertilização mineral e superior aos demais, provavelmente devido ao
aporte maior de nutriente nessa dose e à liberação lenta de nutrientes para o
sistema radicular, favorecendo seu desenvolvimento em idades mais avançadas.
Crescimento em altura é o fator mais crítico para sobrevivência de árvores em
competição, representando, portanto, um dos índices mais seguros para aliar seu
desempenho no local de plantio (GOMES, 1977).
Tabela 2. Altura e diâmetro dos eucaliptos medidos aos 4 e 8 meses após o plantio,
tratados com diferentes doses de lodo de esgoto e com fertilização
mineral
Tratamento
4 meses
8 meses
Altura (m)
Diâmetro (cm)
Altura (m)
Diâmetro (cm)
Testemunha
1,14 a
1,51 a
2,32 a
3,35 a
Fertilização mineral
1,34 ab
1,84 ab
2,91
10 t
1,34 ab
1,81 ab
2,56 ab
3,60 ab
5 t +P+K+B
1,43 ab
2,10 bc
2,79 bc
4,05 bc
10 t +P+K+B
1,36 bc
1,99 b
2,61 abc
4,03 bc
20 t +P+K+B
1,43 bc
2,05 bc
2,75 bc
3,91 abc
40 t + B
1,65
2,39
3,11
C.V. (%)
28,97
c
33,16
c
26,71
cd
d
3,97 bc
4,29
c
24,18
Valores seguidos pelas mesmas de letras, em cada coluna, não diferem estatisticamente pelo teste Tukey, P<0,05
Para a característica altura e diâmetro, aos 8 meses constata-se que a
aplicação de lodo de esgoto a partir de 5t mais complementação foi estatisticamente
semelhante à aplicação da fertilização mineral. Do ponto de vista operacional, inferese que as doses de lodo de esgoto, a partir dessa dose, poderiam ser consideradas
87
adequadas, visto que resultam num incremento equivalente podendo substituir a
fertilização comercial. Resultados semelhantes foram observados por Polglase e
Myers (1995), Guedes (2005) e Silva et al. (2008).
CONCLUSÃO
A dose de lodo de 5t ha-1, pode ser considerada a mais adequada, pois, além
de estimular o crescimento dos eucaliptos, tem menor custo de aplicação, sendo
menor o risco de impacto ambiental. Portanto, quando aplicados na linha de plantio,
podem substituir as adubações comerciais.
REFERÊNCIAS
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Classificação de Solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA/CNPS, 1999. 180p.
GOMES, J. M. et al. Competição de espécies e procedências de eucalipto na região
de Viçosa, Minas Gerais. Revista Árvore, Viçosa–MG, v. 1, n. 2, p. 72-88, 1977.
GUEDES, M.C. Ciclagem de nutrientes após aplicação de lodo de esgoto
(biossólido) sobre latossolo cultivado com Eucalyptus grandis. 2005. 154p.
Tese (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade
de São Paulo, Piracicaba, 2005.
IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná. Cartas climáticas do estado do Paraná.
Londrina, 1994. 49p.
LUDUVICE, M. Experiência da companhia de saneamento do distrito federal na
reciclagem agrícola de biossólido. In: BETTIOL, W.. CAMARGO, O.A. (Ed). Impacto
ambiental do uso agrícola do lodo de esgoto. Jaguariúna: EMBRAPA Meio
Ambiente, 2000. cap.5, p.153-162.
NOVAIS, R.F.; BARROS, N.F.; NEVES, J.C.L. Nutrição mineral do eucalipto. In:
BARROS, N.F.; NOVAIS, R.F., ed. Relação solo-eucalipto. Viçosa: Editora Folha de
Viçosa, 1990. cap.2, p.25-98.
POGGIANI, F. Uso de biossólidos produzidos nas estações de tratamento de
esgoto da região metropolitana de São Paulo em plantações florestais.
Piracicaba: FEALQ/SABESP, 2006. 70p. (Relatório Técnico-Científico, 42).
POLGLASE, P.J.; MYERS, B.J. Tree plantation for recycling effluent and biosolids in
Australia. In: ELDRIDGE, K.G. (Ed). Environmental management: the role of
eucalypts and other fast growing species: proceedings. Melbourne: JONT, 1995.
p.100-109.
88
SILVA, P. H. M. da et al. Crescimento de Eucalyptus grandis tratado com diferentes
doses de lodos de esgoto úmido e seco, condicionados com polímeros. Scientia
Florestalis, Piracicaba, v. 36, n. 77, p. 79-88, mar. 2008.
89
EFEITO DE SUBSTRATO ALTERNATIVO E COMERCIAL NO
DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE Eucalyptus grandis
Alan Cesar Zanco1; Erci Marcos Del Quiqui1, Jean Carlo Possenti2, Rodrigo
Gonçalves de Oliveira1, Tatiana Pagan Loeiro da Cunha1
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronônicas- Campus de Umuarama,
PR
2
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Departamento de Agronomia- Campus de Dois
Vizinhos, PR
INTRODUÇÃO
A demanda por produtos de origem florestal aumentou sensivelmente nas
últimas décadas, levando a silvicultura a buscar alternativas que pressupõem altas
produtividades (BOLFE et al., 2004). A produção de mudas florestais, em quantidade
e qualidade, é uma das fases mais importantes para o estabelecimento de bons
povoamentos florestais. O entendimento da nutrição das mudas e o uso de
substratos de cultivos apropriados são fatores essenciais para definição de uma
adequada recomendação de fertilização (GONÇALVES et al., 2000), já que, os
substratos apresentam diferentes características químicas e físicas em função de
suas composições, refletindo-se no desenvolvimento das espécies florestais, tanto
no viveiro quanto no campo (OLIVEIRA, 2008).
Diversos materiais de origem vegetal e animal têm sido utilizados no preparo
de compostos orgânicos para produção de mudas. A escolha do substrato, quando
da sua formulação, deve ser feita em função da disponibilidade de materiais, suas
características físicas e químicas, seu peso e custo (TOLEDO, 1992). É necessário,
portanto, testar substratos alternativos e de fácil aquisição. Dentre esses materiais
estão o lodo de esgoto, obtido das estações de tratamento de efluentes (ETEs) dos
resíduos líquidos urbanos e do aumento do desenvolvimento industrial. Melhorias
nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo têm sido atribuídas à
aplicação de lodo de esgoto (MELO et al., 2001; ABREU JÚNIOR et al., 2005). Já a
torta de filtro é um subproduto abundante da indústria canavieira resultante da
purificação do caldo sulfitado (CASARIN et al., 1989). A sua utilização como
fertilizante orgânico após a compostagem é bastante difundida entre os produtores
90
e, seu uso como substrato está sendo bem aceito, como observado nos resultados
satisfatórios encontrados na produção de mudas de eucalipto (BARROSO et al.,
2000).
Ambos
são
produtos abundantes
e
de
baixo
custo,
apresentando
características físicas e químicas desejáveis com potencial de serem utilizados como
substrato florestal. A utilização desses resíduos como fonte de nutrientes apresentase como alternativa efetiva para a redução do elevado custo de produção, além de
minimizar os impactos ambientais. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo
testar, sob condições de viveiro, diferentes níveis de torta de filtro e lodo de esgoto
na composição do substrato e seus efeitos no desenvolvimento em mudas de E.
grandis.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em viveiro florestal na Fazenda da Universidade
Estadual de Maringá, Campus Regional de Umuarama, região noroeste do Estado
do Paraná. Foram testados quatro níveis de cada substrato: torta de filtro e lodo de
esgoto como complemento ao substrato comercial PlantMax® (Tabela 1) fertilizados
com adubo microencapsulado da fórmula 13-6-16 na dosagem de 3 kg m-3 de
substrato. O delineamento constitui-se de sete tratamentos em blocos casualizados
constituído por 24 recipientes de polipropileno com 120 cm3 de oito estrias com
quatro repetições, compostas esta por oito mudas centrais, dispostas em bandejas
de 96 células.
Decorridos 90 dias da semeadura foram avaliados os seguintes parâmetros:
altura das mudas, diâmetro do colo, massa fresca de parte aérea, massa seca de
parte aérea, massa fresca do sistema radicular, massa seca do sistema radicular e
comprimento do sistema radicular, avaliado conforme metodologia descrita por
Tennant (1975). Para tais avaliações foram utilizadas oito mudas alocadas nos
recipientes centrais por meio do programa estatístico Statgraphics.
91
TABELA 1: Níveis de mistura de substrato para produção de mudas de E. grandis
(Umuarama/PR, 2010)
Tratamento
Substrato comercial
(%)
Torta de filtro
Lodo de esgoto (%)
(%)
T1
100
0
0
T2
66
33
0
T3
33
66
0
T4
0
100
0
T5
66
0
33
T6
33
0
66
T7
0
0
100
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da análise estatística dos dados obtidos para os parâmetros
avaliados em mudas de E. grandis são apresentados na Tabela 2, onde observa-se
que a composição do substrato dos tratamentos não diferem estatisticamente
quantos aos parâmetros: altura, diâmetro do colo, peso fresco e seco da parte
aérea. Com relação ao peso fresco e seco do sistema radicular e comprimento de
raiz os tratamentos T7 (100% lodo de esgoto) e T2 (66% substrato comercial + 33%
de torta de filtro) sobressaíram na comparação com os demais. Conforme Trocme &
Gras (1979), citam que a matéria orgânica propicia a formação de um sistema
radicular abundante e ramificado. Os mesmos autores ainda afirmam que a matéria
orgânica exerce influência sobre muitos aspectos, como a modificação da estrutura
do solo, liberação de nutrientes e produção de substâncias estimulantes ao
crescimento.
92
Tabela 2: Valores médios de altura, diâmetro do colo, peso fresco da parte aérea (PFPA),
peso seco da parte aérea (PSPA), peso fresco da raiz (PFR), peso seco da raiz (PSR) e
comprimento da raiz (Comp. Raiz) na produção de mudas de E. grandis sob diferentes
composição de substrato (Umuarama/PR, 2010)
Trat.
Altura
(cm)
Diâmetro
(mm)
PFPA
PSPA
PFR
PSR
(g)
(g)
(g)
(g)
Comp. Raiz
(cm)
T1
40,09a
2,33a
18,65a
8,40a
4,44bc
2,47b
355,38bc
T2
40,14a
2,41a
20,23a
8,87a
4,26bc
2,34ab
304,01abc
T3
37,75a
2,51a
19,77a
8,34a
3,85a
2,18ab
267,13ab
T4
36,05a
2,45a
18.79a
7,97a
3,53a
1,98a
231,86a
T5
39,77a
2,55a
19,27a
8,50a
3,71a
1,98a
218,19a
T6
39,26a
2,46a
18,19a
7,59a
3,89bc
2,06ab
255,21ab
T7
39,97a
2,47a
20,32a
8,28a
4,85c
2,49b
389,98c
C.V.(%)
5,87
5,23
8,20
8,59
14,00
12,26
25,86
Médias seguidas pelas mesmas letras, dentro de cada fator não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade.
CONCLUSÕES
Com base no peso fresco e seco do sistema radicular e no comprimento de
raiz, os tratamentos T7 e T2 apresentam-se como alternativas eficiente na
substituição do substrato comercial puro para a produção de mudas de E. grandis,
refletindo em mudas com vigor e qualidade, além de reduzir custos relativos a
produção e, destinação ecologicamente correta desses resíduos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU JÚNIOR, C. H.; BOARETTO, A. E.; MURAOKA, T.; KIEHL, J. C. Uso
agrícola de resíduos orgânicos: propriedades químicas do solo e produção vegetal.
In: VIDAL-TORRADO, P.; ALLEONI, L. R. F.; COOPER, M.; SILVA, A. P.;
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94
AVALIAÇÃO DE ESPÉCIES DE EUCALIPTUS AOS 30 MESES PARA O
NOROESTE DO PARANÁ
Renan Alenbrant Migliavacca1; Erci Marcos Del Quiqui;1 Alex Eduardo
Zaniboni1; Lucas Pastre Dill1; Jean Carlo Possenti2
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia – Campus de Umuarama – Pr
2
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Departamento de Agronomia- Campus de Dois
Vizinhos, PR
INTRODUÇÃO
O gênero Eucalyptus pertencente à família Myrtaceae em que estão descritas
mais de 600 espécies e subespécies de grande expressão em todos os campos de
produção econômica florestal (RIZZINI, 1981).
Em decorrência deste fato, um dos problemas da introdução para outros
países é a seleção inicial das espécies, correlacionada com as condições
ecológicas. As espécies de interesse para o Brasil se distribuem, na costa leste e
nas ilhas ao norte da Austrália, onde existem aproximadamente 200 espécies, das
quais algumas apenas são de interesse comercial (PRYOR, 1971).
A crescente exploração de recursos florestais para a produção de papel,
carvão e madeira, tem incentivado a pesquisa e a utilização do eucalipto em função
de seu rápido crescimento, adaptabilidade e qualidade de madeira (ANDRADE
1991).
Recentemente o reflorestamento tem emergido como uma atividade
compensadora para o pequeno ou médio produtor rural, superando, em
rentabilidade, atividades agropecuárias tradicionais, como a cultura canavieira e a
bovinocultura (BAENA, 2005).
Diversas pesquisas realizadas para avaliar o crescimento de espécies de
eucalipto em diferentes regiões ecológicas comprovam que, para uma mesma
espécie, o desempenho é variável dependendo do local de cultivo. Assim, o objetivo
do presente estudo foi de avaliar o desempenho e a potencialidade de diferentes
espécies de eucalipto afim de dar suporte á tomada de decisão quanto à escolha
das espécies mais adaptadas nas condições ambientais estudadas.
95
MATERIAL E MÉTODOS
Foi instalado um experimento envolvendo diversas espécies de eucalipto em
dezembro de 2007, na fazenda experimental da Universidade Estadual de Maringá
Campus Umuarama, no município de Umuarama, Estado do Paraná. O
delineamento estatístico utilizado foi de blocos completos casualizados, constituídos
8 tratamentos e 4 repetições, em parcelas de 30 plantas, no espaçamento 3 m x 2
m, sendo utilizadas as 12 plantas centrais para as avaliações.
O clima é do tipo Cfa, segundo a classificação climática de Köeppen. A
precipitação média anual é de 1.500 mm a 1.800 mm. O solo local foi classificado
como Latossolo Vermelho Distrófico, textura arenosa (EMBRAPA, 1999), relevo
suave ondulado e altitude de 480 m.
O experimento foi avaliado aos 30 meses de idade, medindo-se a altura,
diâmetro, volume total com casca e sobrevivência.
O volume total de madeira com casca (m3 ha-1) foi calculado pelas fórmulas:
Em que:
Vi = volume de madeira com casca da árvore i;
A = área da parcela útil (72 m2);
Vtc = volume total com casca (m3 ha-1);
DAPi = diâmetro à altura do peito de cada árvore (m);
ff = fator de forma. Neste caso, devido à inexistência de fatores definidos
regionalmente para cada uma das espécies, arbitrou-se o valor 0,5
Hi = altura total de cada árvore (m).
96
Foram efetuadas análises de variância das características: altura, diâmetro e
volume, considerando-se todos os efeitos aleatórios. As comparações entre as
médias dos tratamentos foram feitas pelo teste Tukey.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 estão apresentados os resultados de desempenho em altura,
diâmetro e volume com casca de cada espécie aos 30 meses. Com relação aos
parâmetros altura e DAP verifica-se que o E. grandis
foi estatisticamente
semelhante ao E. urophylla x grandis e E. urophylla e superior às demais espécies
testadas. E. citriodora, E. resinifera e E. dunnii foram as espécies que cresceram
menos nas condições testadas. A mesma tendência foi verificada para DAP para
essas espécies acrescidas do E. camaldulensis e E. robusta. Ressalta-se também o
baixo desempenho das espécies, E. citriodora, E. resinífera e E. dunnii as quais
possuíram altura inferior as demais espécies avaliadas.
Tabela 1. Medida de altura, diâmetro e volume com casca das espécies testadas em
Umuarama- Pr.
Espécie
30 meses
Altura (m)
DAP (cm)
Volume c/c (m3/ha)
E. dunnii
14,45ab
9,93 ab
83,92 ab
E. urophylla
16,65
11,52 bcd
147,91
E. robusta
15,9
10,46abc
117,09 ab
E. resinífera
14,28ª
8,71 a
60,58 a
E. citriodora
13,41ª
8,54 a
47,23 a
E. camaldulensis
15,86 bc
10,44abc
117,65 ab
E. grandis
17,95
d
13,27
d
E. urophylla x grandis
16,79
cd
12,21
cd
Média
15,78
10,74
113,12
C.V.
16,52
30,57
44,21
cd
bc
cd
196,63
d
133,99 bc
(*) Valores seguidos pelas mesmas de letras, em cada coluna, não diferem estatisticamente pelo teste Tukey,
P<0,05
97
Observa-se que para volume com casca aos 30 meses, o E. grandis foi
estatisticamente semelhante ao E. urophylla e superiores aos demais seguido do E.
urophylla x grandis que foi semelhante ao E. urophylla, porém inferior ao E. grandis.
O E. citriodora e o E. resinifera foram as espécies que apresentaram o menor
desenvolvimento em volume, diâmetro e altura dentre as espécies testadas. O E.
camaldulensis e o E. robusta apresentaram desenvolvimento intermediário em todas
as variáveis avaliadas quando comparados às demais espécies estudadas.
Com relação à sobrevivência, o E. citriodora apresentou a menor taxa
(64,6%). E. camaldulensis (93,8%), E. robusta (93,8%) E. urophylla (89,6%), E.
grandis (87,5%) foram as espécies que se destacaram em apresentar as maiores
taxas de sobrevivência nas condições estudadas. As demais apresentaram
comportamentos intermediários (E. dunnii com 75%; E. resinifera e E. urophylla x
grandis ambos com 72,9%)
O bom desempenho do E. grandis e E. urophylla também foi constatado em
outros estudos (SPELTZ, 1971; SIMÕES; CARPANEZZI et al., 1986; ARAÚJO,
1993; LIMBERGER, 1997; DEL QUIQUI et al, 2001; CAMPOS E LEITE, 2006;
QUEIROZ, 2007).
Apesar da taxa de sobrevivência representar um papel relevante na avaliação
da adaptabilidade de espécies ou procedências ao local, nem sempre esses dados
podem ser interpretados sob essa ótica, uma vez que a mortalidade pode ser
decorrente de falhas técnicas na produção e plantio das mudas, ataques localizados
de formigas cortadeiras ou de outras pragas e doenças (ANDRADE, 1991; ARAÚJO,
1993).
CONCLUSÃO
Nas condições estudadas, as espécies E. grandis e
E. urophylla
apresentaram os melhores desempenho sob os demais relacionados com
crescimento em altura, diâmetro e volume, ao passo que as espécies E. resinifera e
E. citriodora apresentaram os piores resultados nas condições estudadas.
98
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, H. B. Avaliação de espécies e procedências de Eucalyptus
L’Héritier (Myrtaceae) nas Regiões Norte e Noroeste do Estado de Minas
Gerais. 1991. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura de Lavras,
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Imbuzeiro – PB. 1993. Dissertação Mestrado – Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa. 1993.
BAENA, E. de S. Aspectos econômicos, sociais e ambientais da cultura de
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CARPANEZZI, A. A. et al. Zoneamento ecológico para plantios florestais no
Estado do Paraná. Embrapa-CNPF. p.1986.
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EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA/CNPS, 1999. 180p.
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com Eucalyptus. Circular Técnica - EMATER/PR , n. 12, 1997.
PRYOR, L. D. The biology of Eucalyptus. Canberra: Eduard Arnold, 1976.
QUEIROZ, M. M. Comportamento de espécies de Eucalyptus em Paty do
Alferes, RJ. 2007. Monografia (Graduação) Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, 2007.
RIZZINI, C.T. Árvores e madeiras úteis do Brasil: manual de dendrologia. 2.ed.
São Paulo: Edgard Brücher, 1981. 294p.
SPELTZ, R. M. Desenvolvimento do eucalipto na Fazenda Monte Alegre. Revista
Floresta, Curitiba, n. 1, p. 51-58, 1971.
99
RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO PARA DIFERENTES PRESSÕES DE
INFLAÇÃO DOS PNEUS DE UM TRATOR AGRÍCOLA
Alan Antoniassi¹, Lucas da Silva Doimo¹, José Augusto Kaplum¹, Walter Felipe
Frohlich¹, Fabrício Leite¹ e Leandro B. S. Volk¹.
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
¹Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de
Umuarama - PR
INTRODUÇÃO
A alteração das propriedades físicas do solo, pelo uso contínuo de máquinas,
tem despertado o interesse na pesquisa, pois, com o passar dos anos, os solos
intensamente cultivados vêm apresentando problemas de erosão hídrica e redução
de produtividade, mesmo com aplicações de adubação e calagem recomendadas
(SILVA, 1981).
De acordo com LANÇAS (1996), a compactação aumenta a densidade do
solo e a sua resistência mecânica, diminuindo a porosidade total, tamanho e
continuidade dos poros, principalmente no volume dos macroporos, enquanto os
microporos permanecem teoricamente inalterados. Vários fenômenos aumentam o
adensamento do solo até uma possível compactação, sendo que de acordo com
SOANE et al. (1981), tanto a pressão de inflação quanto o tamanho do pneu atuam
na distribuição das forças sobre a área de contato com o solo.
A resistência à penetração é um dos atributos físicos do solo, que influencia o
crescimento de raízes e serve como base à avaliação dos efeitos dos sistemas de
manejo do solo sobre ambiente radicular. Portanto, uma das várias formas de
caracterizar o estado de compactação do solo é a utilização de penetrômetros ou
penetrógrafos, que são aparelhos capazes de determinar a resistência mecânica do
solo à penetração através de uma ponteira cônica (LANÇAS e SANTOS, 1998).
Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência do solo à
penetração em três níveis de pressão de inflação dos pneus de um trator em um
Latossolo arenoso
100
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em uma área pertencente à Universidade
Estadual de Maringá – UEM – Campus de Umuarama-PR, sendo o solo classificado
como um LATOSSOLO VERMELHO distrófico típico e de textura arenosa.
Foi utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado, composto
por três tratamentos e cinco repetições, com cada parcela apresentando uma área
de 112 m² (5,60 x 20 m). O experimento foi realizado com um trator da marca JOHN
DEERE, modelo 7715, com potência nominal no motor de 103 KW conduzindo uma
semeadora da marca Kuhn Metasa e modelo SDM 2227/29. Os três tratamentos
foram compostos pelas pressões P1 (243,37 kPa), P2 (184,96 kPa) e P3 (126,55
kPa), respectivamente, 25, 19 e 13 psi.
Em cada bloco foram realizadas dez passadas com o conjunto de máquinas
descrito acima, simulando o tráfego de uma semeadura, onde a capacidade de
carga da máquina estava na metade e o teor de água no solo foi 0,093 g g -1. Após
as passadas, foram amostradas nas parcelas a resistência do solo à penetração das
camadas de 0-5 cm, 10-15 cm e 15-20 cm de profundidade com o auxílio do
penetrômetro.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após os tráfegos realizados e de acordo com os dados obtidos, observa-se na
Tabela 1 que a análise de resistência do solo à penetração com diferentes pressões
de inflação dos pneus, apenas na camada de 10 – 15 cm houve significativa
diferença de resistência da pressão P1 para a pressão P3, conforme pode ser
observado na figura 1. Este resultado mostra que é esta camada que sofre mais com
a pressão exercida pelo trator, coincidindo também com a camada de maior
concentração das raízes de uma planta, resultado este também verificado por VOLK
et al. (2010).
E observando a resistência à penetração em relação às camadas conforme a
tabela 1, verifica-se que a camada com menor resistência foi a de 0 – 5 cm de
profundidade, havendo diferenças significativas para as demais camadas, porém
não havendo diferenças significativas entres as pressões, sendo explicado tal
fenômeno devido a passagem dos discos de corte, abertura e fechamento do sulco,
101
deixando o solo com maior desagregação, não fornecendo resistência ao inserir o
penetrômetro no solo.
Tabela 1. Valores médios de resistência do solo à penetração para cada
profundidade nas pressões de pneu P1 (243,37 KPa), P2 (184,96 KPa) e
P3 (126,55 Kpa) para um Latossolo Vermelho, textura arenosa.
Umuarama, 2010.
Tratamentos
Profundidade (cm)
0–5
5 – 10
10 - 15
15 - 20
P1
1288 aA
2108,2 aB
2455,8 aB
2507 aB
P2
1282,6 aA
1897 aB
1879,4 abB
2088,6 aB
P3
1262,6 aA
1628,2 aAB
1752,6 bAB
1871 aB
C.V. (%)
17,51
Média geral
1834,9
Médias com letras iguais e minúsculas nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P >
0,05).
Médias com letras iguais e maiúsculas nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
Figura 1. Resistência do solo à penetração para as pressões P1 (243,37), P2 (184,96) e P3
(126,55) para um latossolo vermelho, textura arenosa. Umuarama, 2010.
102
CONCLUSÃO
Conclui-se que é nas camadas de 10 – 15cm e 15 – 20cm sofrem maiores
resistência à penetração do solo. Conclui-se também que na camada de 0 – 5cm
não sofre influência da pressão exercida pelo tráfego de máquinas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, 1996. 23 p.
LANÇAS, K. P.; SANTOS, C.A. Penetrômetro hidráulico-eletrônico equipado com
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SILVA, I.F.da.; KLAMT, E.; SCHENEIDER, P.; SCOPEL, I.. Efeitos de sistema
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de um Latossolo. In.: III ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA SOBRE
CONSERVAÇÃO DO SOLO, Recife-PE, 1981. Anais.
SOANE, B. D.; BLACKWELL, P. S.; DICKSON, J. W. et al.Compaction by agricultural
vehicles: a review I. Soil and wheel characteristics. Soil & Tillage Research,
Amsterdam, v.1,p.207-237, 1981.
VOLK, L.B.S; LEITE, F.; DOIMO, L. da S.; MIGLIAVACCA, R. A. Resistência a penetração
em Latossolo Vermelho arenoso sob diferentes intensidades de tráfego e pressão de
inflação. Anais da XVIII Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e da
Água (CD-ROM). Embrapa Meio Norte, Teresina PI. 2010.
103
COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE CAFEEIRO EM SOLO INFESTADO
POR MELOIDOGYNE SPP.
Vinicius H. F. Abe1; Cláudia R. Dias-Arieira1; Simone M. Santana1; Fernando M.
Chiamolera1; Tatiana P. L. da Cunha1; Fabio Biela1; Heriksen H. Puerari1, Diego
B. Rodrigues1
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, DCA, Campus Regional de Umuarama
INTRODUÇÃO
O Brasil é o principal produtor e exportador de café do mundo, com produção
anual de 39,47 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado em 2009, e com
estimativa de produção, para a safra de 2010, de 47 milhões de sacas de café
beneficiado (CONAB, 2010). Contudo, problemas fitossanitários são limitantes para
a cultura, principalmente aqueles ocasionados por nematoides de galhas
(Meloidogyne spp.). As espécies mais prejudiciais são M. exigua, pela ampla
distribuição geográfica, e M. paranaensis e M. incognita pelos danos ocasionados à
cultura (GONÇALVES et al., 2004).
Após o estabelecimento da cultura, o controle de nematóides em cafeeiros é
complexo e a resistência genética é o método mais recomendado para o produtor,
por ser economicamente viável e ambientalmente seguro. Os cafeeiros derivados de
Coffea canephora foram os primeiros a apresentarem resistência aos nematóides de
galhas e deram origem ao porta-enxerto Apoatã, amplamente utilizado (FAZUOLI et
al., 2002).
Um dos trabalhos pioneiro em busca de híbridos de Coffea arabica resistentes
foi realizado por GONÇALVES et al. (1987), no qual identificaram resistência para M.
incognita em cafeeiros arábicos do germoplasma Sarchimor (Vila Sarchi x Híbrido de
Timor). Fontes de resistência a M. incognita também foram constatadas em plantas
do „Icatu‟ (C. arabica x C. canephora) (MATA et al., 2002; SERA et al., 2004).
Atualmente, as pesquisas buscam cultivares pé franco de C. arabica com resistência
a Meloidogyne spp. MATA et al. (2002) identificaram, em área altamente infestada
com M. paranaensis, um genótipo de Catucaí (IAPAR Vit. 83), o qual deu origem a
cultivar IPR-100, com 100% das plantas resistentes.
104
Assim, o trabalho teve como objetivo avaliar a reação das cultivares IPR-100
e IPR-106 ao nematóide M. incognita em área naturalmente infestada, com e sem
aplicação de manipueira.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido em Umuarama, noroeste do Paraná, em blocos
casualizados, com 10 repetições para cada tratamento. Cada unidade experimental
constou de parcelas com quatro linhas, com 2,70 m de distância entre as mesmas e
quatro plantas por linha, distanciadas a 0,75 m entre si. Os tratamentos foram as
cultivares pé franco de café IPR-100 e IPR-106, além do pé franco Iapar-59 (padrão
de suscetibilidade) e do enxerto Apoatã 2258+Iapar-59 (resistente).
As mudas foram produzidas em viveiros e transplantadas para a área em
agosto/2007. No momento da instalação do experimento foram realizadas
amostragens do solo para determinar a população inicial, sendo o mesmo submetido
à metodologia descrita por JENKINS (1964). O plantio e a condução do experimento
foram realizados conforme o recomendado para a cultura, na região. No plantio,
quatro parcelas de cada bloco foram tratadas com manipueira 50%, na dosagem de
6 L/m2.
A avaliação da população de nematóides foi feita após 17 meses
(janeiro/2009) de instalação do experimento, coletando-se na região da rizosfera de
duas plantas no centro de cada parcela, aproximadamente 200 cm3 de solo e 20 g
de raiz de cada planta. Em cada planta amostrada determinou-se a altura da planta.
Em junho/2009 estimou-se a produtividade pela colheita e pesagem de grãos de
duas plantas de cada parcela. O solo e as raízes foram processados de acordo com
as metodologias propostas por JENKINS (1964) e COOLEN e D‟HERDE (1972),
respectivamente. Os nematóides foram quantificados sob microscópio óptico, em
lamina de Peters.
Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram
comparadas pelo teste de Tukey 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não houve interação entre a aplicação de manipueira e os parâmetros
avaliados. Não houve diferença estatística entre o número de juvenis de segundo
105
estádio (J2) no solo (Tabela 1). Observou-se que o número de ovos de M.
incognita/sistema radicular do cafeeiro foi inferior para as cultivares IPR-100 e IPR106. No trabalho realizado por SERA et al. (2007), 24 progênies da cultivar IPR-100
também se comportaram como resistentes a M. paranaensis. ALBUQUERQUE et al.
(2010) observaram que as células que circundavam os nematóides em cultivares de
C. arabica com resistência a M. incognita apresentaram respostas características de
reação de hipersensibilidade, como acúmulo de compostos fenólicos e células
necróticas.
Tabela 1. Número de nematóide no solo (J2) e no sistema radicular (ovos) de cafeeiro, altura
e produtividade das plantas cultivadas em solo naturalmente infestados com
Meloidogyne incognita. Umuarama, PR.
Tratamento
J2 no Solo
Ovos/Raiz
Altura (m)
Produtividade (g)
110,8ns
7634,7 ab
0,86 ab
728,0 a
IPR106 + Manipueira
99,3
3400,5 a
0,82 ab
734,3 a
IPR 100
83,5
12655,0 b
0,78 abc
512,5 ab
IPR 100 + Manipueira
86,5
4389,5 ab
0,79 abc
553,3 ab
Apoatã+Iapar 59
111,0
6372,0 ab
0,86 ab
209,0 b
Apoatã+Iapar 59 + Manipueira
121,3
25186,0 c
0,94 a
721,0 a
Iapar 59
137,3
32598,7 c
0,60 c
181,3 b
Iapar 59 + Manipueira
157,3
29205,0 c
0,69 bc
443,8 ab
IPR106
ns
=não significativo a 5% de probabilidade. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem
entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Quando se comparou os tratamentos das variedades com e sem a aplicação
de manipueira, observou-se que, apenas no tratamento com o enxerto Apoatã
2258+Iapar 59 houve diferença estatística entre os parâmetros número de ovos por
sistema radicular (Tabela 1).
Menor altura das plantas foi observado para a cultivar Iapar 59. Por outro
lado, as maiores produtividades foram obtidas para os tratamentos IPR-106, com ou
106
sem aplicação de manipueira e para o tratamento Apoatã 2258+Iapar 59 com
manipueira. Com exceção deste último, o tratamento com manipueira não aumentou
a produtividade.
CONCLUSÃO
As cultivares de cafeeiro IPR-100 e IPR-106 apresentam resistência a M.
incognita, nas condições do Arenito Cauiá. A manipueira não controlou o nematóide.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Identificação
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Meloidogyne paranaensis e M. incognita raças 2 e 1 em populações de Icatu (Coffea
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Meloidogyne paranaensis. Bragantia,v. 66, n. 1, p. 43-49, 2007.
108
EFICIÊNCIA DO PARCELAMENTO E MODO DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO
NA CULTURA DA ALFACE
Jéssica da Silva Santos1; Andressa Brandão1; Franciele Moreira Golçalves1;
Luma Alana Vieira Henrique; Rerison Catarino da Hora 1
Primeiro autor: Apresentador: E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Depto de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama – PR
INTRODUÇÃO
A alface (Lactuca sativa L.), hortaliça herbácea pertencente à Família
Asteraceae é uma planta de significativo valor para economia agroindustrial
brasileira uma vez que a produção gira em torno de 16 milhões de toneladas
gerando cerca de 2,4 milhões de empregos diretos, além de demonstrar sua
importância na dieta humana, principalmente devido à facilidade no seu preparo,
sendo esta hortaliça mundialmente consumida devido, entre outros fatores, a grande
oferta, preço de mercado acessível, baixo valor calórico, por seu valor nutricional.
De acordo com FILGUEIRA (2000) e LUENGO et al (2000), a planta de alface
é rica em sais minerais com destaque para as vitaminas A e C, ressaltando que as
folhas de coloração verde-escura, principalmente as externas, contêm 30 vezes
mais vitamina A (retinol) do que aquelas internas, refletindo assim de maneira clara
e objetiva a importância desta hortaliça no consumo e manutenção da saúde
humana.
Originária da região do Mediterrâneo a alface era uma planta típica de outono/
inverno. Hoje, a planta se adapta também a temperaturas mais elevadas, sendo as
mais adequadas ao seu crescimento e produção estão entre 15 e 24°C.
Segundo FURLANI (1978) e FILGUEIRA (2003), dentre as folhosas a alface é
a que apresenta teores mais elevados de cálcio e nitrogênio, sendo este o nutriente
que tem maior importância no crescimento vegetativo desta planta, logo,
apresentando resposta positiva a tratamentos com adubação nitrogenada, através
de um aumento na produtividade. Neste sentido o presente trabalho teve por
objetivo verificar a eficiência do parcelamento e modo de aplicação de nitrogênio na
cultura da alface.
109
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido nas dependências da Fazenda de Ensino e
Pesquisa da UEM - Universidade Estadual de Maringá, Campus Regional de
Umuarama – PR, localizada a 23º47‟de latitude Sul e 53º14‟ de longitude Oeste, com
altitude média de aproximadamente 400 metros. O clima da região caracteriza-se
como subúmido, com pouca deficiência hídrica e com calor bem distribuído durante
o ano, com estiagens no período de inverno e média anual de temperatura em torno
de 24ºC, e precipitação média anual de 1600 mm.
O solo da área experimental foi classificado como LATOSSOLO VERMELHO
Distrófico, textura arenosa, conforme nomenclatura e metodologia descrita no
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos ( EMBRAPA, 2006).
A adubação de plantio foi baseada na análise de solo, utilizando-se como
referência as recomendações contidas em TRANI et al (1997), elevando-se a 80% a
saturação por base com a aplicação de 1 t/ha de calcário dolomítico, 400 kg/ha de
P2O5 e 100 kg/ha de K2O, sendo todos aplicados e incorporados antes do plantio. A
adubação de cobertura foi realizada aplicando 120 kg/ha de nitrogênio utilizando
como fonte nitrogenada a uréia, aplicada conforme os diferentes tratamentos.
As mudas foram confeccionadas no viveiro da universidade, semeadas em
bandejas de poliestireno expandido de 128 células, utilizando substrato comercial.
Utilizou-se como material genético a cultivar Vanda do grupo das alfaces crespas.
As mudas foram transplantadas no dia 28 de maio quando apresentavam de quatro
a cinco folhas verdadeiras totalmente expandidas, no espaçamento 0,35 x 0,35m
dispostas no sistema em pararelo.
Os tratamentos foram constituídos pela seguinte combinação: T1 – quatro
adubações em cobertura realizadas em intervalos de 10 dias; T2 – cinco adubações
em cobertura realizadas em intervalos de 7 dias; T3 – três adubações em cobertura
realizadas em intervalos de 15 dias; T4 – cinco adubações foliares realizadas em
intervalos de 7 dias (volume de calda de 400 l/ha). As adubações de cobertura via
solo eram realizadas com a deposição da uréia nas entrelinhas alternando as ruas, a
cada cobertura.
110
Após 48 dias realizou-se a colheita das plantas obtendo-se a massa fresca de
planta inteira; o número médio de folhas por planta; altura do coração, diâmetro e
massa média do caule (coração).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em todas as avaliações de crescimento realizadas não foi possível verificar
diferença significativa entre tratamentos, com exceção para a altura do coração, cujo
tratamento 4 (Tabela 1). Esses resultados refletem de forma clara e objetiva que o
parcelamento e a forma de aplicação da adubação nitrogenada não interferem na
produtividade da alface já que se trata de uma hortaliça em que a parte
comercializada são as folhas cujo desenvolvimento está intimamente relacionado ao
fornecimento de nitrogênio, conforme já discutido por FURLANI (1978) e FILGUEIRA
(2003). Outrossim, pode-se afirmar diante dos resultados apresentados, que a
adubação foliar é uma alternativa de adubação nitrogenada, com redução de custo e
tempo, servindo assim como uma opção ao produtor, no cultivo desta espécie.
Tabela 1 – Médias para massa fresca de planta inteira; o número médio de folhas por
planta; altura, diâmetro e massa média do caule (coração), para variedade de
alface crespa, cultivar Vanda. Umuarama (PR), 2010.
Tratamentos
Massa fresca
de planta
Número de
folhas/planta
Altura do
coração
Diâmetro do coração
T1
345,0 A
27,4 A
2,9 B
1,5 A
T2
345,2 A
27,0 A
3,2 AB
1,7 A
T3
365,1 A
26,6 A
3,2 AB
1,7 A
T4
332,9 A
24,7 A
3,6 A
1,8 A
C.V.
15%
12%
10%
10%
CONCLUSÃO
Baseando-se nas condições em que o experimento foi conduzido, podemos
concluir que o parcelamento não influenciou nas medidas de crescimento das
111
plantas, assim como o tratamento com adubação foliar não obteve difereça
significativa com relação aos outros tratamentos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Nacional de Pesquisa de Solos, 2006. 412 f.
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Viçosa, 2000. 402p.
FURLANI, A. M. C.; FURLANI, P.R.; BATAGLIA, O. C.; HOROCE, R.; GALLO JR.
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LUENGO, R.F.A.; PARMAGNANI, R.M.; PARENTE, M.R.; LIMA, M.F.B.F. Tabela de
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calagem para o estado de São Paulo. 2.ed. Campinas, Instituto
Agronômico/Fundação IAC, n.100, p.168-169. 1997. (Boletim Técnico. 100).
112
EFICIÊNCIA DE DOSES CRESCENTES DE TORTA DE FILTRO NO
DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DE MILHO
Eduardo Jamir Paes Vila2; Antonio Nolla1; Cleber de Oliveira Santini1 e Leandro
B. da Silva Volk1
Primeiro autor: Apresentador. Eduardo_ [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama
-PR
2
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Agronomia – Campus de Maringá - PR
INTRODUÇÃO
O milho é uma cultura amplamente difundida no Brasil, onde o Paraná é o
maior estado produtor de milho brasileiro, produzindo na safra 2008/2009 11,1
milhões de toneladas, representando 21,76% da produção brasileira (CONAB,
2010). Juntamente com a produção, cresce a busca de fontes alternativas de
fertilizantes para a obtenção de altas produtividades com baixos custos de produção
(REINERT & ELTZ, 1997).
Os solos arenosos se caracterizam pelos baixos teores de argila (<150 g
kg-1), elevados teores de Al+3 (>0,5 cmolc kg-1), elevada acidez e baixa concentração
de nutrientes (NOLLA et al., 2009). Assim, é recomendada a fertilização orgânica,
porque apresenta menor volatilização e lixiviação de nutrientes que as fontes
minerais (NARDIN, 2007). PEREIRA et al. (2005) trabalhando em Latossolo
Vermelho Amarelo (textura arenosa), relata o efeito da adubação com torta de filtro
na cultura do algodoeiro, cuja dosagem de maior significância ao desenvolvimento
da cultura foi atingido com o uso de 62 t ha -1 de torta de filtro. No entanto, devido aos
escassos trabalhos relacionando adubos orgânicos utilizados em solos arenosos,
justifica-se estabelecer dosagens e critérios de fertilização para as condições da
região do noroeste do Paraná. Objetivou-se estudar a influência da aplicação de
torta de filtro no desenvolvimento de milho, bem como estabelecer recomendações
de fertilização.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi instalado um ensaio na área experimental da Universidade Estadual de
Maringá, campus de Umuarama. No ano de 2009, coletaram-se amostras de um
113
Latossolo Vermelho distrófico psamítico arenoso, originalmente sob campo natural,
cuja descrição dos atributos químicos (0-20 cm) está apresentada na Tabela 1.
Coletaram-se amostras do Latossolo, as quais foram secas e peneiradas.
Acondicionou-se 3 kg do solo em colunas de PVC (20 x 15 cm). Incorporou- se,
TABELA 1: Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Latossolo
Vermelho distrófico psamítico sob campo natural
pH
H2O
5,30
Al3+
Ca2+
Mg2+
-3
...................cmolc dm ...................
0,2
1,67
0,63
Ca2+, Mg2+, Al3+ - extraídos com KCl 1 mol L-1
K+
P
-3
..........mg dm ..........
74,29
6,30
V
m
........% ........
36,78
7,43
Argila
-1
g kg
120
P, K – extraídos com Melhlich 1
no solo, doses de torta de filtro equivalentes a 0, 25, 50, 100, 200 e 400 t ha -1. O
delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com quatro
repetições. Cultivou-se milho (2 plantas por vaso) variedade IPR 119, por 45 dias,
mantendo-se a umidade próxima à capacidade de campo. Aplicou-se 90 kg ha-1 de
N na forma de sulfato de amônio, 50% na emergência e 50% após 15 dias. No final
do cultivo, as plantas de milho foram cortadas rente ao solo, determinando-se o
diâmetro do caule (região do coleto), altura das plantas, massa de matéria verde e
seca das partes aérea e radicular. Os resultados foram submetidos à análise de
variância pelo software SISVAR e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade de erro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A aplicação de torta de filtro proporcionou aumento no acúmulo de matéria
verde da parte aérea e a altura de plantas em até 1,94 e 1,45 vezes,
respectivamente, quando comparado ao tratamento testemunha. RIVERA-PINEDA
(1994), trabalhando com cana de açúcar observou que aplicação de 60 t ha-1 de
torta de filtro aumentou a produtividade da cana de açúcar em 27%.
114
O aumento na dosagem de torta de filtro também aumentou o diâmetro do
caule das plantas de milho (Figura 1D), porque um maior crescimento das plantas
está diretamente associado com maior desenvolvimento e engrossamento do caule,
o que proporciona maior desenvolvimento da parte aérea das plantas.
A parte aérea das plantas de milho obteve melhor desempenho quando
aplicadas doses de 168 a 202 t ha -1 torta de filtro (Figura 1), sendo que a torta de
filtro apresentou efeito fertilizante. Porém, em doses elevadas (>100 t ha-1) pode
ocorrer imobilização de nitrogênio devido à alta relação C/N do resíduo (CAMARGO
et al., 1984), o que pode ter contribuído para a redução do acúmulo de matéria
seca e verde na
20
A
140
B
18
M. SECA PARTE AÉREA (g coluna -1)
M. FRESCA PARTE AÉREA (g coluna -1)
150
130
120
110
100
90
80
16
14
12
10
8
6
4
y = -0,0003x 2 + 0,1005x + 9,7753
2
70
2
y = -0,0019x + 0,7687x + 71,767
R2 = 0,60**
2
R = 0,60**
0
60
0
0
50
100
150
200
250
300
350
50
100
400
150
200
250
300
350
400
DOSES DE TORTA DE FILTRO (t ha-1)
DOSES DE TORTA DE FILTRO (t ha-1)
95
19
18
C
85
DIÂMETRO (mm)
ALTURA DE PLANTA (cm)
90
80
75
70
65
D
17
16
15
60
y = -0,0006x 2 + 0,2212x + 69,18
55
14
R2 = 0,66**
y = -0,0001x 2 + 0,0364x + 14,99
50
R2 = 0,72**
13
0
50
100
150
200
250
DOSES DE TORTA DE FILTRO (t ha-1)
300
350
400
0
50
100
150
200
250
300
350
DOSES DE TORTA DE FILTRO (t ha-1)
FIGURA 1. Relação entre a aplicação de doses crescentes de torta de filtro e a
matéria verde (A) e seca (B) da parte aérea, altura de planta (C) e
diâmetro do caule (D) da cultura de milho, cultivada em um Latossolo
Vermelho distrófico psamítico sob campo natural.
altura de plantas (Figura 1), onde aplicou-se a maior dosagem (400 t ha-1) de torta
de filtro. Com base nos dados obtidos da relação entre doses de torta de filtro
115
400
aplicada e atributos da parte aérea, pode-se obter a dosagem ideal, ou seja, a dose
na qual foi obtido o melhor desenvolvimento da parte aérea (Tabela 2), a partir do
cálculo da primeira derivada das equações de regressão apresentadas na Figura 1.
TABELA 2: Valores de referência para doses de torta de filtro baseadas no máximo
atingido pelos atributos das plantas de milho cultivadas em um
Latossolo Vermelho distrófico psamítico sob campo natural
PARÂMETROS PLANTA
DOSE DE TORTA DE FILTRO (t ha-1)
MASSA VERDE PARTE AÉREA
202
MASSA SECA PARTE AÉREA
168
ALTURA PLANTA
184
DIÂMETRO CAULE
182
MÉDIA
184
O desenvolvimento máximo do milho cultivado nos vasos foi atingido quando
se aplicou na média 184 t ha-1 (Tabela 2). DONZELLI & PENATTI (1997) verificaram
que o melhor desenvolvimento de cana de açúcar ocorreu quando se aplicou 21 t ha 1
de torta de filtro no sulco. Provavelmente, a diferença de dosagem ideal esteja
relacionada à ausência na suplementação de P, aliada ao tipo de solo testado
(Tabela 1).
CONCLUSÃO
A aplicação de torta de filtro aumentou o desenvolvimento da cultura do milho.
O melhor desenvolvimento foi atingido com a aplicação de 184 t ha-1 de torta de
filtro.
116
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARGO, O.A. DE; BERTON, R.S.; GERALDI, R.N.; VALADARES, J.M.A.DA S.
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RIVERA-PINEDA, P. A. Características químicas do solo e produtividade de
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fertilizantes. 1994. 72 f. Dissertação (Mestrado) - UFV, Viçosa, 1994.
117
LEVANTAMENTO DO NÚMERO DE PLANTAS DANINHAS EM DIFERENTES
PROFUNDIDADES DO SOLO DE ÁREAS SOB DIFERENTES MANEJOS
Willian Fagner Pereira1; Erick Zobiole Marinélli1; Yara Camila Fabrin Cabral1;; Marizangela
2
1
Rizzatti Ávila ; Manoel Genildo Pequeno .
Primeiro Autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de
Umuarama-Pr.
2
Instituto Agronômico do Paraná, Unidade Regional de Pesquisa Oeste, Santa Tereza do Oeste-Pr.
INTRODUÇÃO
Sabe-se da importância dos fatores ambientais para a germinação das
sementes das culturas. Para as plantas daninhas a importância destes fatores não é
diferente. As condições ambientais como luminosidade, temperatura e a interação
entre ambas e destas com os atributos do solo são os principais fatores ambientais
que regulam a germinação e a emergência de plântulas (FRANKLAND &
TAYLORSON, 1983).
Segundo SEVERINO & CHRISTOFFOLETI (2001), pode haver grandes
variações na composição e na densidade do banco de sementes com relação direta
entre o histórico da área e o sistema de produção adotado. Isso se deve pelo fato de
alguns sistemas de manejo favorecerem o revolvimento do solo (semeadura
convencional), de forma a contribuir com a incorporação das sementes no solo,
enquanto outros sistemas de manejo, que pregam o mínimo revolvimento do solo
(semeadura direta) favorecem a deposição das sementes nas camadas mais
superficiais do solo.
De acordo com LORENZI (2008) um dos fatores responsável pela grande
habilidade das plantas daninhas quanto a sobrevivência é a grande longevidade das
sementes proporcionada pela existência de complexos mecanismos de dormência
temporária. Deste modo os diferentes tipos de manejos podem expor as sementes
das plantas daninhas, mais ou menos, às condições ambientais necessárias para a
quebra da dormência e quiescência.
Deste modo o presente levantamento teve por objetivo avaliar a emergência
de plantas daninhas presentes em diferentes camadas do solo em quatro áreas
distintas quanto manejo de solo e histórico de culturas implantadas.
118
MATERIAL E MÉTODOS
O levantamento foi realizado na fazenda onde esta sediada a Universidade
Estadual de Maringá – Campus de Umuarama – PR, localizada a 23º47‟66”S e
53º15‟19”O.
Realizou-se a amostragem de quatro áreas que apresentavam histórico de
sucessão de culturas e manejos diferentes entre si.
Foram amostrados 20 pontos em cada área, sendo o tipo de caminhamento
adotado “zig-zag”. As amostras foram retiradas com o auxílio de um trado holandês
chegando a profundidades de 12,5 cm. As mesmas foram subdivididas em amostras
de 0-2,5; 2,5-5; 5-7,5 ; 7,5-10; 10-12,5 cm e colocadas em copinhos plásticos os
quais foram levados para casa de vegetação, onde foram regado s a cada dois dias.
As áreas onde foram coletadas as amostras estavam sendo cultivadas com
milho (1), soja (2), soja (3) e soja (4). Abaixo será apresentado um breve histórico de
cada uma das áreas.
Nas áreas 1, 2 e 3 o sistema de semeadura direta está implantado. A área 1,
tem o sistema de semeadura direta mais recente, ou seja, de 2 anos, tinha milho
como cultura principal em sucessão Brachiaria brizantha, como cobertura. A área 2,
tem histórico de 6 anos em sistema de semeadura direta consolidada. A sucessão
de culturas desta área era soja-aveia (cobertura). A área 3, possui em seu histórico
de cultivos a rotação das seguintes culturas: Brachiaria brizantha - milho pipoca feijão - aveia - nabo - aveia - soja. A área 4, foi manejada com o sistema de
semeadura convencional, possuindo soja antecedida por Brachiaria brizantha.
A partir da data de coleta verificou-se diariamente a emergência das plântulas
até 05.06.2010. Em seguida realizou-se a análise descritiva dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De posse dos dados foi possível analisar quais as profundidades de maior
emergência de plantas daninhas de cada área avaliada.
Observando a Tabela 1 é possível relatar que nas áreas 1 e 2, manejadas sob
sistema de semeadura direta, houve maior emergência de plantas daninhas na
camada mais superficial do solo (0-2,5 cm) correspondendo respectivamente aos
valores aproximados de 52 e 70%. Nas demais profundidades todas demonstraram
valores inferiores.
119
Tabela 1. Quantidade de plantas emergidas nas diferentes áreas e profundidades.
Área
1
2
3
4
Profundidade (cm)
Numero de plantas
Porcentagem
0 - 2,5
2,5 - 5
5 - 7,5
7,5 - 10
10 - 12,5
0 - 2,5
2,5 - 5
5 - 7,5
7,5 - 10
10 - 12,5
0 - 2,5
2,5 - 5
5 - 7,5
7,5 - 10
10 - 12,5
0 - 2,5
2,5 - 5
5 - 7,5
7,5 - 10
10 - 12,5
11
5
3
1
1
14
4
1
0
1
41
44
15
20
26
6
19
7
2
0
52,4
23,8
14,3
4,75
4,75
70
20
5
0
5
28
30
10,3
13,7
18
17
56
21
6
0
Em relação à área 3, a emergência de plântulas se ocorreu de forma mais
uniforme sendo que apenas 30% das plantas germinaram entre 2,5-5cm seguida de
28% na profundidade de 0-2,5cm e 18% na profundidade de 10-12,5cm, sendo estas
as que se mostraram com maior percentual germinativo. Tal uniformidade de
germinação pode ser favorecida devido a longo período de rotação de culturas e
semeadura direta. A área 4, trata se de uma área com semeadura convencional
onde, 17% das plantas invasoras germinaram na profundidade de 0-2,5 cm, já na
profundidade de 2,5 a 5 cm mostrou-se superior as demais chegando a 56% das
plantas, em seguida 21% germinou na profundidade de 5-7,5 cm e em menor
quantidade sendo apenas 6% germinou a 7,5-10 cm não ocorrendo germinação na
profundidade de 10-12,5 cm.
120
CONCLUSÃO
Concluiu-se que na área 3 onde apresentava maior histórico de rotação de
culturas, possui maior uniformidade no banco de sementes de plantas daninhas no
solo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e
toxicas. 2008, 4º Edição.
SEVERINO, F, J. et. al. Banco de sementes de plantas daninhas em solo cultivado
com adubos verdes. Bragantia, Campinas, v. 60, n.3, p. 201-204, 2001
FRANKLAND, B. TAYLORSON, R. Light control of seed germination. In:
SHROPSHINE, W.; MOHR, H. (Eds). Photo morphogenesis. Berlin: SpringerVerlag, 1983, p. 428-456.
121
SOBRESSEMEADURA DE CULTIVARES DE AVEIA E CENTEIO EM CAPIM
MOMBAÇA IRRIGADO
Eduardo P. Ribeiro1; Max E. Rickli2; Ulysses Cecato3; Camila V. Viana1; André
P. Barbosa1; Matheus A. Mendes1; Eder P. Gomes 4
Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de
Umuarama – PR
2
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Medicina Veterinária - Campus de Umuarama
– PR.
3
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Zootecnia - Campus de Maringá – PR
4
Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Agrárias – Dourados – MS
INTRODUÇÃO
A estacionalidade da produção de forragens é reconhecida como um dos
principais fatores responsáveis pelos baixos índices de produtividade da pecuária
nacional, visto que os níveis de produção animal obtidos na estação das “águas”
(verão) são comprometidos pelo baixo rendimento forrageiro durante a “seca”
(inverno).
Ainda nesse sentido, BARIONI et al. (2003), ressaltam que o crescimento das
forrageiras tropicais é desuniforme ao longo do ano, com alternância de
produtividade.
Nesse aspecto se consideram para referente pesquisa as forrageiras do
gênero Panicum maximum, cultivar Mombaça, que comparadas a outras cultivares,
apresentam maior sensibilidade em relação às baixas temperaturas, atingindo a
plena estacionalidade por volta dos 17,5 oC (MORENO et al.2004).
O uso da sobressemeadura com espécies temperadas sobre pastagens
tropicais vem aumentando em função das vantagens técnicas e econômicas
observadas, sendo, segundo RODRIGUES et al. (2006), uma forma de contribuir
para aliviar a escassez de forragem durante a entressafra (outono/inverno).
A sobressemeadura de forrageiras de inverno pode preferencialmente ser
realizada com irrigação, exceto em regiões que apresentam inverno chuvoso
(OLIVEIRA et al., 2005).
122
O presente trabalho tem por objetivo avaliar o potencial produtivo do capim
Mombaça exclusivo e com sobressemeaduras de aveia e centeio, sob irrigação, no
período de entressafra e na região Noroeste do Paraná.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido em propriedade de atividade leiteira, no período de
maio a outubro de 2009, em uma área de LATOSSOLO Vermelho-Amarelo distrófico
típico (EMBRAPA, 1999), textura arenosa, na cidade de Icaraíma-PR (23º23‟25‟‟ de
latitude Sul, 53º38‟95‟‟ de longitude Oeste e 385 m de altitude). Durante o período
experimental, as temperaturas média e mínima foram da ordem de 23,3 0C e 19 0C,
respectivamente.
O manejo da irrigação foi realizado de forma suplementar, por meio de
balanço hídrico simplificado, com turno de rega diário. As parcelas experimentais
foram
implantadas
por
meio
de
cinco
tratamentos:
três
na
forma
de
sobressemeadura de aveia (Iapar 61, IPR 126, MS, na dose de 50 kg/ha) em capim
Mombaça e, um na forma de sobressemeadura de aveia em consórcio com centeio
(IPR 126 + IPR 89 na dose de 70 kg/ha), também em capim Mombaça e, por fim, um
tratamento testemunha com apenas capim Mombaça sem sobressemeadura. Estes
tratamentos foram respectivamente denominados por M+61, M+126, M+MS,
M+126+89 e Testemunha.
As sobressemeaduras foram realizadas a lanço entre o período de 08 à 28 do
mês de maio de 2009. Os animais foram colocados nos piquetes para pastejar e
simultâneamente pisotear a área, sendo posteriormente roçada a 10 cm de altura.
A área experimental foi instalada sobre vinte piquetes de pastejo intermitente,
com 400 m2 cada. O período de ocupação foi de um dia e o ciclo de pastejo de
aproximadamente 30 dias, totalizando 5 ciclos durante o período experimental. O
delineamento utilizado foi de blocos ao acaso, com esquema de parcelas
subdivididas, considerando nas parcelas os tratamentos e nas subparcelas os ciclos
de pastejo, com quatro repetições.
Antes das vacas entrarem nos piquetes, foram lançadas ao acaso duas
molduras de ferro de 0,25m2 (50 x 50 cm) cada, totalizando uma área de 0,5 m2 por
piquete. No interior da moldura o capim era cortado na mesma altura pré123
estabelecida para o pastejo dos animais, da ordem de 10 cm. Adubações com 25 kg
ha-1 de N em forma de Uréia foram realizadas após cada ciclo de pastejo.
Em laboratório, para a determinação da matéria seca (MS), a aveia foi
separada do capim Mombaça e colocadas em estufa de ar forçado à 65 oC por 72
horas. Ao sair da estufa, as amostras foram pesadas em balança com precisão de
0,01g. Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância e
comparados pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A produção média de MS total foi de 3890 kg -1 ciclo de pastejo-1,
apresentando valores superiores ao encontrado por RODRIGUES et al, (2006) que
encontraram 1636 kg-1 ha, com restrição no quarto corte. A sobressemeadura de
forrageiras de inverno em mombaça apresentou visível variabilidade de produção de
MS entre a maioria dos tratamentos conforme Tabela 1, mostrando-se responsiva,
estando de acordo com o mesmo autor, em experimento com panicum, porém
contradizendo OLIVEIRA et al. (2007), que não encontrou variabilidade de produção
de MS em seus tratamentos.
Tabela 01 – Produção de matéria seca total (kg ha-1)
Ciclos de pastejo Testemunha
1º (junho)
2866 abB
2º (julho)
7962 cA
3º (agosto)
1732 bBC
4º (setembro)
1092 aBC
5º (outubro)
149 bC
Média
2760 b
CV%
M+MS
3676 abBC
8229 cA
4747 aB
3162 aBC
1645 abC
4292 a
M+126
5088 aB
11193 bA
3628 abBC
1660 aC
3150 aBC
4944 a
31,0
M+126+89
1584 bB
13802 aA
3302 abB
1470 aB
2141 abB
4460 a
M+61
2707 abB
6332 cA
2573 abB
2475 aB
873 abB
2992 b
Média CV%
3184 B
9504 A
31,9
3196 B
1972 C
1592 C
Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem entre si (P>0.05).
Os tratamentos com aveia 126, MS e 126+89 alcançaram produções médias
de 4944, 4292 e 4460 kg.ha -1 respectivamente. Por vez, o tratamento com aveia 126
se diferenciou em relação aos demais, mesmo não havendo diferenças significativas
entre eles, obtendo a maior média, fato que se confirma na tabela 2 onde esses
mesmos tratamentos obtiveram as maiores produções de aveia.
124
Verifica-se no quarto e no quinto corte que as produções de aveia foram
maiores que a produção de mombaça em todos os tratamentos, justificando a
importância da sobresemeadura da mesma em época crítica as pastagens tropicais.
Tabela 02 – Produção de matéria seca da forrageira sobressemeada (kg ha -1)
Ciclos de pastejo
1º (junho)
2º (julho)
3º (agosto)
4º (setembro)
5º (outubro)
Média
CV%
M+MS
1310 aB
1608 bAB
515 aB
2631 aA
914 abB
1395,6 a
M+126
M+126+89
1076 abBC 868 abB
3751 aA
2957 aA
128 aC
768 aB
1012 bcBC 648 bcB
1698 aB
1384 aB
1533 a
1325 a
72,2
M+61
288 abB
444 bcB
107 aB
1926 abA
483 abB
649,6 b
Média
886 BC
2190 A
380 C
1554 AB
1120 BC
CV%
60,1
Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem entre si (P>0.05).
CONCLUSÃO
A produção total de matéria seca foi influenciada pelas sobressemeaduras
das forrageiras de inverno, sendo uma prática adequada para enfrentar o problema
de estacionalidade da região Noroeste do Paraná.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARIONI, L. G.; MARTHA JR., G. B.; RAMOS, A. K. B.; VELOSO, R. F.;
RODRIGUES, D.C.; VILELA, L. Planejamento e gestão do uso de recursos
forrageiros na produção de bovinos em pastejo. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO
DA PASTAGEM, 20, 2003, Piracicaba. Anais.Piracicaba: FEALQ, 2003. p. 105-154.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema brasileiro de
classificação de solos. Brasília: EMBRAPA, 1999. 412p.
125
MORENO, L. S. B. Produção de forragem de capins do gênero Panicum e
modelagem de respostas produtivas e morfofisiológicas em função de
variáveis climáticas. 2004. 86 p. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, 2004.
OLIVEIRA, P.P.A..
Produção de forragem e composição botânica de três
espécies de pastagem tropicais sobressemeadas com aveia ou azevém.
Jaboticabal: 44ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2007.
OLIVEIRA, P.P.A.; PRIMAVESI, A.C.; CAMARGO, A.C.; RIBEIRO, W.M.; SILVA,
E.M.T. Recomendação da sobressemeadura de aveia forrageira em pastagens
tropicais ou subtropicais irrigadas. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2005.
(Comunicado Técnico, 61). 7p.
RODRIGUES, A de A ; MENDONCA, F. C. ; PEDROSO, A. F ; SANTOS, P M ;
FREITAS, A R de ; TUPY, O . Utilização, em pastejo, de aveia semeada sobre
capim-tanzânia, para complementação da dieta de vacas de alta produção na
época da seca: resposta bioeconômica. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste
(Boletim de P&D, 3), 2006 (Boletim de Pesquisa Embrapa).
126
LEVANTAMENTO DA DIVERSIDADE DE PLANTAS DANINHAS EM DIFERENTES
MANEJOS DE SOLO ATRAVÉS DA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS
Erick Zobiole Marinélli1; Yara Camila Fabrin Cabral1; Willian Fagner Pereira1;
Marizangela Rizzatti Ávila2;Manoel Genildo Pequeno1.
Primeiro Autor: Apresentador. E-mail: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de
Umuarama-Pr.
2
Instituto Agronômico do Paraná, Unidade Regional de Pesquisa Oeste, Santa Tereza do Oeste-Pr.
INTRODUÇÃO
O banco de sementes do solo funciona segundo TEMPLETON & LEBIN
(1979), como um arquivo de informações das condições ambientais e práticas
culturais anteriores, importantes na avaliação do potencial de infestação das plantas
daninhas no presente e no futuro.
É valido lembrar que os efeitos de competição não são os únicos efeitos
negativos causados pela presença das plantas daninhas, mas o conjunto de fatores
que resultantes de pressões diretas (competição e alelopatia) e indiretas
(hospedeiras de pragas, doenças e interferência na colheita).
Estudos demonstram que as diferentes formas de manejo do solo e o
histórico de culturas implantadas na área são fatores importantes para a composição
do banco de sementes do mesmo. Nesse sentido, o revolvimento do solo no sistema
de semeadura convencional tende a favorecer a quebra da dormência das sementes
(BLANCO & BLANCO, 1991), enquanto na semeadura direta, que prega o mínimo
revolvimento do solo, as plantas daninhas presentes nas camadas mais profundas
tendem a permanecer dormentes por um longo período. De acordo com ALMEIDA
(1985), diferentes programas de rotação de culturas causam efeitos diferenciados
sobre a caracterização da comunidade infestante do terreno.
Desta forma, o presente levantamento teve como objetivo identificar quais as
espécies prevalecentes em quatro áreas com diferentes manejos do solo e históricos
de culturas implantadas.
127
MATERIAL E MÉTODOS
O levantamento foi realizado na fazenda da Universidade Estadual de
Maringá - Campus de Umuarama-PR localizada a 23º47‟66”S e 53º15‟19”W, onde foi
amostrado o banco de sementes de plantas daninhas em quatro áreas, com
histórico de diferentes sucessões de culturas e manejos do solo.
O levantamento foi constituído da amostragem de 20 pontos em cada área no
dia 28.03.2010, através de caminhamento em “zig-zag” para maximizar a
aleatoriedade das informações. As amostras de solo foram retiradas na
profundidade máxima de 12,5 cm com o auxílio de trado holandês, e posteriormente
subdivididas em subamostras nas profundidades de 0-2,5; 2,5-5; 5-7,5; 7,5-10; 1012,5 cm, as quais foram acondicionadas em copos plásticos e conduzidos em estufa
plástica com irrigação a cada dois dias.
Nas áreas estudadas as culturas presentes antes do momento da avaliação
foram constituídas por: milho (1), soja (2), soja (3) e soja (4), sendo que o histórico
das mesmas foi caracterizado por: áreas 1, 2 e 3, com sistema de semeadura direta
implantado. A área 1, sistema de semeadura direta recente, ou seja, de 2 anos
contínuos, onde houve milho como cultura principal em sucessão a Brachiaria
brizantha (capim-braquiária) como cobertura. A área 2, sistema de semeadura direta
consolidada com 6 anos de sucessão de soja-aveia (cobertura). A área 3 possui
histórico de cultivos em rotação com capim-braquiária - milho pipoca - feijão - aveia nabo - aveia - soja. A área 4 foi manejada em sistema de semeadura convencional,
possuindo soja antecedida por capim-braquiária.
A partir da data de coleta verificou-se diariamente a emergência das plântulas
até 05.06.2010. Em seguida realizou-se a análise descritiva dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através dos dados de germinação foi possível caracterizar a população de
plantas daninhas existentes no banco de sementes das áreas avaliadas (Tabela 1).
Na área 1, constatou-se a emergência de 21 plântulas de 6 espécies, sendo
que dentre estas as que predominaram foram a macela (Gnaphalium spicatum Lam.)
e a falsa-serralha (Emilia fosbergii) com 55% e 20 %, respectivamente. Observandose a amostragem da área 2, constatou-se menor diversidade de espécies de plantas
128
daninhas em relação a todas as demais áreas, sendo novamente a macela (G.
spicatum Lam.) a espécie de maior representatividade (70%).
Na amostragem referente a área 3 foi possível notar que a população de
caruru (Amaranthus deflexus L.) apresentou germinação de 30% do total de 146
plântulas, seguido pelo capim-colchão (Digitaria horizontalis Willd.) com 27% e
tiriricão (Cyperus esculentus L.) com 22,6%. Desta forma, verificou-se que esta área
foi a de maior quantidade e diversidade de espécies de plantas daninhas, através do
método de emergência das plântulas (146).
Tabela 1. Incidência de plantas daninhas no solo de diferentes sistemas de manejo.
Área
1
Plantas Daninhas
Quantidade Quantidade
(Nº)
(%)
Nome Comum
Nome Científico
Macela
12
55
Gnaphalium spicatum Lam.
Caruru
1
5
Amaranthus deflexus L.
Falsa-serralha
4
20
Emilia fosbergii
Fazendeiro
1
5
Galinsoga parviflora Cav.
Capim-braquiaria
2
10
Brachiaria decumbens Stapf
Picão-preto
2
3
4
Macela
Capim-colchão
Falsa-serralha
Macela
Tiriricão
Caruru
Guanxuma
Falsa-serralha
Pé-de-galinha
Capim-colchão
Tiririca
Macela
Falsa-serralha
Capim-colchão
Caruru
Tiriricão
Bidens pilosa L.
TOTAL
Gnaphalium spicatum Lam.
Digitaria horizontalis Willd.
Emilia fosbergii
TOTAL
Gnaphalium spicatum Lam.
Cyperus esculentus L.
Amaranthus deflexus L.
Anoda cristata (L) Schtltdl.
Emilia fosbergii
Eleusine indica (L)
Digitaria horizontalis Willd.
Cyperus rotundus L.
TOTAL
Gnaphalium spicatum Lam.
Emilia fosbergii
Digitaria horizontalis Willd.
Amaranthus deflexus L.
Cyperus esculentus L.
TOTAL
1
21
15
3
2
20
19
33
44
1
4
3
39
3
146
14
12
4
3
1
34
5
100
75
15
10
100
13
22,6
30
0,7
2,7
2
27
2
100
41,2
35
12
8,8
3
100
129
Na área 4, observou-se que a macela (G. spicatum Lam.) (41,2%), novamente
caracterizou-se pela maior quantidade de germinação e/ou emergência, seguida
pela falsa-serralha (E. fosbergii) (35%), capim-colchão (D. horizontalis Willd.) (12%),
caruru (A. deflexus L.) (8,8%) e apenas 3% de tiriricão (C. esculentus L.).
A diferença entre as espécies e o número de plantas daninhas determinadas
pela metodologia de amostragem do solo foram influenciadas pelo sistema de
sucessão de culturas. Entretanto, apesar semeadura direta em sucessão de sojaaveia ter se destacado como o melhor sistema de manejo cultural de plantas
daninhas, a espécie macela (G. spicatum Lam.)apresentou-se como a mais
freqüente entre as condições estudadas.
CONCLUSÃO
O sistema de semeadura direta consolidada com 6 anos de sucessão de sojaaveia apresentou-se como o melhor manejo cultural de plantas daninhas, entre as
condições estudadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, F. S. Influência da cobertura morta do plantio direto na biologia do solo.
In: FANCELLI, A. L.; TORRADO, P. V.; MACHADO, J. Atualização em plantio
direto. Campinas: Fundação Cargill, 1985. p.103-144.
BLANCO, H.G; BLANCO, F.M.G. Efeito do manejo do solo na emergência de
plantas daninhas anuais. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.26, n.2,
p.215 -220, 1991.
TEMPLETON,
A.R.;
LEVIN,
D.A.
Evolutionary
consequences
of
seed
pools. American Naturalist, Chicago, v.114, p.232-249, 1979.
130
DESENVOLVIMENTO DE PLÂNTULAS DE MILHO SUBMETIDO À APLICAÇÃO
DE ADUBAÇÃO MINERAL E DIFERENTES DOSES DE RESÍDUO DE FILMES
RADIOGRÁFICOS
Renan Alenbrant Migliavacca1; Antonio Nolla1; Edmilson C Bortoletto2; Tiago
Mazetto1; Célia Regina Granhen Tavares2
Primeiro autor: Apresentador. [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama
2
Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Engenharia Química – Campus Sede
INTRODUÇÃO
A falta de uma política nacional de extração e comercialização de adubos, a
grande detenção destes por apenas algumas empresas multinacionais e as
elevadas taxas portuárias do país, fazem com que este insumo seja o responsável
por muitas vezes metade do custo de produção da maioria das culturas anuais em
todas as regiões produtoras do país.
De acordo com QUAGGIO (2000), a maximização de produção juntamente
com a redução dos custos, tem sido a principal forma de capitalizar o agricultor.
Desta forma, vem sendo utilizado nas lavouras de culturas como o milho,
fertilizantes orgânicos, provenientes de resíduos das indústrias.
Dentro dos grupos dos fertilizantes alternativos mais estudados estão o lodo
de esgoto, torta de filtro e a vinhaça. A vinhaça é caracterizada como subproduto
gerado em grande quantidade a partir da produção do açúcar e álcool (MEDINA &
BRINHOLI, 1998), ou seja, estes resíduos são normalmente tidos como problema
nos sistemas industriais, geralmente de difícil descarte. Na busca de materiais
fertilizantes produzidos pelas indústrias, vários produtos vêm sendo testados. Um
destes produtos estudados é o resíduo de filmes radiográficos. O efluente
proveniente da etapa de revelação, fixação e a água de enxágüe gerada no
processamento de filmes radiográficos contêm prata na forma de complexo negativo
de tiossulfato de prata, o que torna este efluente extremamente tóxico a organismos
aquáticos (BORTOLETTO 2007). Porém, após processos químicos os quais têm por
objetivo isolar a prata por troca metálica com o ferro, precipitando a prata contida no
efluente, resultando em uma solução que pode ser rica em nutrientes fundamentais
para o desenvolvimento das plantas, tais como o nitrogênio e o enxofre.
131
Assim, o presente trabalho teve como objetivo comparar o desenvolvimento
da cultura do milho submetido à aplicação de diferentes doses de efluente
proveniente da etapa de fixação com a adubação mineral.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Maringá, Campus
de Umuarama, estado do Paraná, a partir de um Argissolo Arenoso sob mata
natural, cuja caracterização química está apresentada na Tabela 01.
Tabela 1. Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Argissolo Vermelho
distrófico típico sob campo natural
pH (H2O)
1 : 2,5
4,9
Ca
Mg
V
M.O. Argila
----- cmolc dm-3 ----- - mg dm-3 - ------- cmolc dm-3 -----
%
----g kg-1----
0,66
16
0,23
-1
Al
1,3
P
K
5,5
27
-1
S
H+Al
0,96
4,96
T
5,92
15
200
-1
Ca, Mg, Al = (KCl 1 mol L ); P, K = (HCl 0,05 mol L + H2SO4 0,025 mol L ); S = soma de bases; H+Al = acidez potencial
(Acetato de cálcio); T= CTC pH 7,0; V= Saturação por bases; M.O.= matéria orgânica(Walkley-Black).
Inicialmente, foram acondicionados aproximadamente 2,5 quilos do solo
original em colunas de polietileno (tubos de PVC) com dimensões de 20 cm de altura
por 15 cm de diâmetro. As colunas foram dispostas em condições de campo ao ar
livre, no intuito de simular com precisão as condições agrícolas. Foram aplicadas
doses crescentes de resíduo radiográfico nas doses de 0 (T1), 1,25 (T2), 2,50 (T3),
5,00 (T4), 10,0 (T5), 20,0 (T6), 40,0 (T7), 80 (T8) e 160 (T9) ml por vaso (2,5 kg)
além da adubação mineral (T10) recomendada para o cultivo de milho no solo
testado (444 kg de Superfosfato simples por hectare Sp e 250 kg ha -1 de 20-0-20).
A caracterização química do resíduo radiográfico está na Tabela 2.
132
Tabela 2. Análise do fixador após troca metálica.
Parâmetros
Ph
4,96
Nitrogênio total
22700 mg/L
Sulfato
26500 mg/L
Alumínio
1070 mg/L
Prata
8 mg/L
Ferro
2600 mg/L
O delineamento estatístico utilizado foi o de blocos casualizados com 3
repetições. As colunas foram incubadas por 30 dias, mantendo-se a umidade dos
vasos próxima da capacidade de campo.
Posteriormente, semeou-se milho variedade CD 308, perfazendo 3 plantas
após o desbaste. A cultura se desenvolveu por 30 dias, quando as plantas foram
cortadas rente ao solo. Avaliou-se a parte aérea das plântulas de milho,
determinando-se a altura, peso, diâmetro do colmo, matéria verde e seca.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A aplicação de doses crescentes de resíduo radiográfico propiciou um
aumento no crescimento da parte aérea das plantas de milho, quando comparado ao
tratamento testemunha (Tabela 3). Isto parece demonstrar que o resíduo pode ser
capaz de estimular o desenvolvimento das culturas, porque apresenta na sua
composição 22,7 g L-1 de N, o que pode ser muito importante para o fornecimento de
nitrogênio às plantas, principalmente na fase inicial de desenvolvimento vegetativo,
onde este macronutriente é muito requerido pelas plantas (RIBEIRO, 1999).
133
Tabela 3. Desenvolvimento da parte aérea da cultura do milho submetido à
aplicação de doses crescentes de resíduo radiográfico e adubação mineral
em um ARGISSOLO VERMELHO Distrófico típico.
Dose de resíduo
(ml por vaso)
Matéria
Matéria
Altura (cm)
Peso (g)
Diâmetro (cm)
Verde (g)
Seca (g)
T1
26,11 a
1,76 a
3,73a
3,57a
0,53a
T2
31,92 ab
2,60 a
4,34ab
7,81a
0,96a
T3
30,02 ab
2,61 a
4,38ab
7,81a
1,01a
T4
31,24 ab
2,63 a
4,20ab
7,89a
1,10a
T5
33,62 ab
3,03 a
4,72abc
9,10a
1,33a
T6
36,72 ab
4,03 a
5,40 bc
12,10a
1,78ab
T7
35,22ab
3,99 a
5,01 abc
12,31a
1,78ab
T8
37,22ab
4,63 a
5,88
cd
13,90a
1,99ab
T9
46,33 a
8,33 b
7,01
d
24,99 b
3,44 b
T10
37,99 ab
4,07 a
5,35 bc
12,02a
1,66ab
Dados seguidos pela mesma letra, para cada parâmetro testado, não diferem estatisticamente entre
si, pelo teste de Tukey (P<0,05)
Comparando-se os tratamentos, verifica-se que a adubação mineral
apresentou um desenvolvimento da parte aérea de milho maior que a testemunha
para todos os tratamentos, indicando que a fertilização + calagem foi necessária
para o desenvolvimento da cultura (Tabela 3). No entanto, quando se compara as
diferentes doses do resíduo aplicado com o fertilizante mineral (T10), observa-se
que a aplicação da maior dose de resíduo radiográfico (160 ml por vaso) foi capaz
proporcionar um desenvolvimento de milho superior à adubação mineral. Entretanto,
este resultado deve ser avaliado com cuidado, pois o resíduo testado pode ser fonte
de metal pesado, o que não foi avaliado neste estudo.
134
CONCLUSÕES
A adição de doses crescentes de resíduo radiográfico estimulou o crescimento
de plântulas de milho para a cultura do milho. A maior dose do resíduo propiciou um
melhor desenvolvimento de milho que a adubação mineral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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135
AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE Azospirillum brasilense EM
ASSOCIAÇÃO COM Bradyrhizobium japonicum SOBRE AS
CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA CULTURA DA SOJA
Mauro Cezar Barbosa1, Glenberson G. Piccinin1, Anderson F. Biani1, Cleison G.
Piccinin1, Alex Ortix1, Paulo V. Demenck1, e Alessandro de Lucca e Braccini2
*Apresentador/Autor para correspondência: [email protected]
1
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de
Umuarama-Pr.
2
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Sede – Maringá/Pr.
INTRODUÇÃO
A soja tem grande importância no sistema de produção brasileiro e mundial.
No Brasil, essa cultura ocupa posição de destaque e se apresenta como a mais
importante cultura em produção de grãos e em exportação, com produção superior a
57 milhões de toneladas na safra 2006/2007 (CONAB, 2008a), e com perspectiva de
produção entre 58 e 60 milhões de toneladas para a safra 2008/2009 (CONAB,
2008a,b).
A cultura da soja tem apresentado intensa atividade de pesquisa dirigida à
obtenção de informações que possibilitem aumentos na produtividade e redução nos
custos de produção (EMBRAPA SOJA, 2004). Isso tem exigido a constante
reformulação e adaptação de tecnologias, como o manejo nutricional via fixação
biológica de nitrogênio (FBN).
O nitrogênio (N), por se constituir em elemento imprescindível na síntese de
proteínas, requer demanda elevada para a cultura, acumulando cerca de 100 a 200
kg de N/ha, das quais 67% a 75% são alocados nas sementes.
A simbiose, que ocorre entre esta leguminosa e as bactérias do gênero
Bradyrhizobium (bactérias do grupo rizóbio) resulta na formação de nódulos nas
raízes da planta, possibilitando a obtenção de todo o N que a cultura necessita,
mesmo com expectativa de alta produtividade de grãos.
No Brasil, porém, estudos sobre a tecnologia de co-inoculação de
Bradyrhizobium e Azospirillum na cultura da soja ainda não foram elucidados.
As bactérias do gênero Azospirillum, principalmente a da espécie A.
brasilense tem sido usada como inoculante em diversas culturas como: cereais,
algodão, tomate, banana, cana-de-açúcar, café, forrageiras, etc. Com resultados
136
significativos segundo vários autores dentre eles Didonet et al (2003), Fallik & Okon
(1996), Pinheiro (1992), Sumner (1990), e Okon & Labandera (1994). Considerando
a vasta quantidade de variedades, cultivos, solos e condições climáticas avaliadas,
os resultados da inoculação com Azospirillum refletem claramente a capacidade da
bactéria de promover o desenvolvimento das plantas e o impacto positivo gerado
sobre o rendimento dos cultivos de grãos.
Deste modo, a implementação de práticas experimentais que busquem
resultados e respostas, para questões pertinentes a co-inoculação desses
microorganismos, são indiscutivelmente válidas da ótica fitotécnica. Sobretudo, na
cultura da soja, é necessária a busca constante de novas tecnologias que permitam
o incremento na produtividade e a agregação de valor ao produto comercializado.
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento de campo foi instalado no ano agrícola 2008/2009, em área
localizada na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI) da Universidade Estadual de
Maringá (UEM), no município de Maringá, região noroeste do Estado do Paraná,
situada a uma latitude de 23º25‟ sul e longitude de 51º57‟ a oeste de Greenwhich,
com altitude média de 540 m.
As avaliações dos parâmetros foram conduzidas no Laboratório de
Tecnologia de Sementes do Núcleo de Pesquisa Aplicada à Agricultura (NUPAGRI),
pertencente ao Centro de Ciências Agrárias da UEM.
A instalação e condução do experimento de campo foi de acordo com os
pressupostos da Embrapa Soja (2008). O sistema de semeadura empregado foi o
direto.
A cultivar utilizada para a semeadura foi a BRS 232, pertencente ao grupo
de maturação semi-precoce (6,9 da classificação norte-americana), qual, foi tratada
com Vitavax-Thiram® 200 SC (Carboxin + Thiram) na dosagem de 250 mL 100 kg -1
de sementes, mais Co-Mo (100 mL para 50 kg de sementes) + tratamentos com
inoculantes.
Os tratamentos empregados estão descritos na Tabela 2:
137
Tabela 2. Tratamentos com Bradyhrizobium japonicum associado ou não ao Azospirillum
brasilense, aplicados via tratamento de sementes na cultura da soja.
Tratamentos
Forma de Aplicação
1
Testemunha absoluta (sem N e sem Inoculação)
2
Tratamento com Inoculante à base de Bradyhrizobium japonicum
3
4
Tratamento com Inoculante à base de Bradyhrizobium japonicum (1º)
+ Inoculante à base de Azospirillum brasilense (2º). Um após o outro.
Tratamento com Inoculante à base de Bradyhrizobium japonicum +
Inoculante à base de Azospirillum brasilense. Previamente misturados
Para a determinação da altura das plantas e altura de inserção da primeira
vagem, foram avaliadas 10 plantas, escolhidas ao acaso na área útil das parcelas,
realizando as medições com o auxílio de régua milimetrada de madeira, sendo os
resultados expressos em centímetros. O número de vagens por planta foi avaliado
por ocasião da maturação plena (estádio R 8), por meio da contagem manual do
número de vagens presentes nas mesmas 10 plantas escolhidas aleatoriamente na
área útil de cada parcela. Partindo-se do rendimento de sementes nas parcelas, foi
determinada a massa de 100 sementes, por meio da pesagem de oito sub-amostras
de 100 sementes, para cada repetição de campo, com o auxílio de balança analítica
com precisão de um miligrama. Para o cálculo da massa de grãos, o grau de
umidade das sementes, determinado por meio do método de estufa a 1053oC
(BRASIL, 2009), foi corrigido para 13% base úmida.
O
delineamento
experimental
adotado
foi
o
em blocos
completos
casualizados, com seis repetições. Os dados coletados foram submetidos à análise
de variância a 5% de probabilidade (P<0,05) e, quando significativas, as médias
foram comparadas pelo teste de t (LSD) (P<0,05), de acordo com Banzatto e Kronka
(2008).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por meio da análise de variância foi possível detectar que não ocorreram
diferenças significativas (P<0,05) para os tratamentos pelo teste F para as variáveis
altura de inserção da primeira vagem e numero de vagens por planta. Houve
diferença entre os tratamentos para todas as variáveis restantes: altura de plantas,
138
massa de 100 grãos, número de nódulos no vegetativo, numero de nódulos no
reprodutivo, massa seca de raízes, massa seca de parte aérea e produtividade.
Podemos verificar na tabela 3, os resultados dos testes de médias para as
variáveis. Para a variável massa de 100 grãos os tratamentos 3 e 4 diferiram da
testemunha. O tratamento 4 foi o que apresentou a maior massa de 100 grãos. Para
a altura de plantas observamos que os tratamentos 2 e 3 apresentaram as maiores
medias.
Tabela 3. Médias da altura de inserção da primeira vagem, altura das plantas, número de
vagens por planta e massa de 100 grãos da cultivar BRS 232, em resposta aos diferentes
tratamentos com Azospirillum brasilense em associação com Bradyrhizobium japonicum.
Características avaliadas1
Tratamentos
Inserção 1a vagem
Altura das
plantas
Número
Massa de
de vagens
100 grãos
----- cm ------
----- cm ------
---unid.---
------- g --------
1
10,06 A
67,16 B
54,93 A
21,08 B
2
10,25 A
71,63 A
56,06 A
22,22 AB
3
9,48 A
72,26 A
58,70 A
22,45 A
4
8,83 A
70,96 AB
55,46 A
23,01 A
Média
9,65
70,50
56,29
22,19
C.V. (%)
13,45
4,91
19,76
4,58
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste t (LSD),
em nível de 5% de probabilidade.
Estas combinações de bactérias aplicadas nas sementes têm proporcionado
maior produção vegetal, na qual se relaciona na forma direta com uma maior fixação
de nitrogênio nas quais estes microorganismos atuam. Nos casos onde se tem
utilizado A. brasilense, tem se demonstrado que o efeito benéfico da associação se
deve em maior parte a capacidade que a bactéria tem de produzir fito-hormônios
que determinam um maior desenvolvimento do sistema radicular, e, portanto, a
possibilidade de explorar um volume mais amplo de solo.
139
O gênero Azospirillum está incluído dentro do grupo de bactérias
denominadas “Bactérias Promotoras de Crescimento Vegetal” (BPCP). A pesquisa
relata que a estimulação da nodulação posterior pela inoculação de leguminosas
com A. brasilense pode estar relacionada com o incremento na indução da produção
de genes Nod, de raízes laterais, da densidade de pelos radiculares e nas
ramificações dos seus pelos.
Burdmann (1999-2000) em vários ensaios a campo com A. brasilense,
verificou um incremento nos rendimentos das leguminosas com a inoculação mista,
obtendo valores superiores aos obtidos com somente a inoculação com
Bradyrhizobium. Os resultados obtidos com a inoculação combinada de leguminosas
pode no entanto, mostrar respostas contraditórias, ou seja, tanto estimular como
inibir a formação de nódulos e o crescimento radicular em um sistema simbiótico,
variando em função do nível de concentração do inóculo e do tipo de inoculação.
Assim, é preciso efetuar uma adequada seleção de estirpes diazotróficas
compatíveis e aplicadas numa relação celular ótima.
CONCLUSÕES
O presente trabalho permitiu concluir que:
Houve diferença significativa para a maioria dos parâmetros agronômicos em virtude
do tratamento (inoculação mista, ou co-inoculação).
Verificou-se um incremento positivo na produtividade da soja com a inoculação
mista, obtendo valores superiores aos obtidos com somente a inoculação com
Bradyrhizobium.
A co-inoculaçao da soja com Bradyrhizobium japonicum associado ao Azospirillum
brasilense pode propiciar melhores resultados no desempenho agronômico da cultura,
permitindo incremento na produtividade e a agregação de valor ao produto comercializado.
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