Avaliação Diagnóstica do E M 2012 Avaliação
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Avaliação Diagnóstica do E M 2012 1a. série Linguagens, códigos e suas tecnologias DISTRIBUIÇÃO GRATUITA VOLUME 2 2.º SEMESTRE Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil) O16 Ochôa, Ana Cristina Avaliação diagnóstica do EM 2012 : 1a. série : linguagens, códigos e suas tecnologias: 2º. semestre / Ana Cristina Ochôa ... [et al.] ; ilustrações Cesar Stati. – Curitiba : Positivo, 2012. 2v. : il. ISBN 978-85-385-5681-7 1. Ensino médio – Currículos – Avaliação. 2. Línguas. 3. Artes. 4. Literatura brasileira. 5 Educação física. I. Stati, Cesar . II. Título. CDU 373.5 © Editora Positivo Ltda., 2012 Diretor-Superintendente Ruben Formighieri Ilustração Cesar Stati Diretor-Geral Emerson Walter dos Santos Capa Roberto Corban Diretor Editorial Joseph Razouk Junior Projeto gráfico e editoração Expressão Digital Gerente Editorial Maria Elenice Costa Dantas Pesquisa iconográfica Madrine Eduarda Perussi Gerente de Arte e Iconografia Cláudio Espósito Godoy Produção Editora Positivo Ltda. Rua Major Heitor Guimarães, 174 80440-120 — Curitiba — PR Tel.: (0xx41) 3312-3500 Fax: (0xx41) 3312-3599 Supervisão Editorial Margil Feller Coordenação Editorial Solange Gomes Autoria Ana Cristina Ochôa (Língua Inglesa) Andrea Prendin (Artes) Maria Josele Bucco Coelho (Língua Portuguesa, Língua Espanhola, Literatura Brasileira) Wilson Antonio Menoncin Junior (Educação Física) Impressão e acabamento Gráfica Posigraf S.A. Rua Senador Accioly Filho, 500 81310-000 — Curitiba — PR Fax: (0xx41) 3212-5452 E-mail: [email protected] Uso em 2012 Contato [email protected] Avaliação Diagnóstica EM 2012 REDAÇÃO E LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 1.a série — Volume 2 — 2°. semestre Caro(a) Aluno(a)! Esta avaliação objetiva diagnosticar as competências e habilidades que você desenvolveu até a presente etapa de sua escolarização, bem como aproximá-lo(a) das exigências das provas oficiais ao final do Ensino Médio. Por isso, as questões estão formatadas em cadernos, no estilo do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), distribuídas por eixos de conteúdos. Ao final de cada caderno, há um cartão-resposta que deve ser devidamente preenchido. Leia as orientações abaixo: 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém a proposta de produção textual e 45 questões do Eixo Linguagens, códigos e suas tecnologias, englobando as seguintes áreas: Língua Inglesa, Língua Espanhola, Língua Portuguesa, Literatura Brasileira, Artes e Educação Física. 2. Registre seus dados no CARTÃO-RESPOSTA e na FOLHA DE REDAÇÃO que se encontram no final deste caderno. 3. Após o preenchimento, registre sua assinatura no espaço próprio do CARTÃO-RESPOSTA e da FOLHA DE REDAÇÃO com caneta esferográfica de tinta preta. 4. Não dobre, não amasse, nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA. Ele não poderá ser substituído. 5. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas cinco opções, identificadas com as letras A, B, C, D e E. Apenas uma responde corretamente à questão. 6. No CARTÃO-RESPOSTA, marque, para cada questão, a letra correspondente à opção escolhida para a resposta, preenchendo, com caneta esferográfica de tinta preta, todo o espaço compreendido no círculo. Você deve, portanto, assinalar apenas uma opção em cada questão. A marcação em mais de uma opção anula a questão, mesmo que uma das respostas esteja correta. 7. Fique atento ao tempo determinado por sua escola para a execução da avaliação. 8. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados nessa avaliação. 9. Quando terminar a prova, entregue ao professor aplicador este CADERNO DE QUESTÕES, o CARTÃO-RESPOSTA e a FOLHA DE REDAÇÃO. 10.Durante a realização da prova, não é permitido: a) utilizar máquinas e/ou relógios de calcular, bem como rádios, gravadores, headphones, telefones celulares ou fontes de consulta de qualquer espécie; b) ausentar-se da sala de provas levando consigo o CADERNO DE QUESTÕES e/ou o CARTÃO-RESPOSTA antes do prazo estabelecido; c) agir com incorreção ou descortesia com qualquer participante do processo de aplicação das provas; d) comunicar-se com outro participante, verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma; e) apresentar dado(s) falso(s) na sua identificação pessoal. Avaliação Diagnóstica EM 2012 Proposta de redação Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o impacto do protagonismo jovem nos processos de mudança social. Texto motivador I Occupy the World: o carro chefe da “primavera digital” Em meio à crise financeira global e crescente insatisfação com o modelo de democracia que o mundo tem adotado, surge um movimento popular originado em redes sociais. O Occupy the World. Embora esses protestos tenham nascido nas veias digitais da internet, esses grupos ocupam espaços públicos físicos, não cibernéticos. Esse é o Occupy the World. Occupy China, Occupy La Plata, Occupy Bulgaria, Occupy Jakarta, Occupy Baton rouge e Ocupe Brasília (sim, Brasília). Todas essas manifestações estão ligadas à página do Facebook Occupy the World. O interessante em tudo isso é que a maioria desses movimentos não possui lideranças ou partidos políticos interferindo, eles são interligados apenas por uma página no Facebook, mas não são dependentes um do outro. No melhor estilo do capitalismo global: cada lugar que crie sua própria ocupação e brigue por ela. SENA, Cicero. Occupy the World: o carro chefe da “primavera digital”. Disponível em: <http://nuvendigital.com/?tag=juventude-revoltada>. Acesso em: 19 jan. 2012. Texto motivador II Uma jovem militante comunista ficou conhecida internacionalmente após liderar o movimento estudantil no Chile, que luta pelo fortalecimento da educação pública no país. De olhos azuis e traços delicados, a beleza de Camila Vallejo, 23 anos, vem sendo propalada e até um grupo de música popular dedicou a ela uma canção pegajosa de amor. 2 Estudante do curso de Geografia e presidente da Federação Estudantil da Universidade do Chile (Fech), ela atua há cinco anos na Juventude Comunista. E não é só a beleza que destaca a jovem na luta estudantil, a eloquência e o preparo também são marcas de Camila. Ela lidera o movimento que mantém em xeque o governo do presidente Sebastián Piñera, mostrando-se capaz de mobilizar mais de milhares de pessoas em passeatas pelo centro da capital Santiago. Camila admite que a beleza ajudou a atrair a atenção dos meios de comunicação para a sua mensagem. “Objetivamente sou bonita e não tenho problemas em dizê-lo, mas não coube a mim decidir sobre qual seria a minha aparência. O que pude decidir é o meu projeto político”, declarou em entrevista. MUSA comunista lidera protesto estudantil no Chile. Disponível em: <http://noticias.terra.com. br/educacao/noticias/0,,OI5253738-EI8266,00-Musa+comunista+lidera+protesto+estudantil+no+Chile +veja+fotos.html>. Acesso em: 19 jan. 2012. Texto motivador III Movimento “Ocupe” é inédito em termos de escala e de caráter [...] Pela primeira vez na História da humanidade, existem ameaças reais à sobrevivência da espécie humana. Desde 1945 temos armas nucleares, e parece um milagre que tenhamos sobrevivido a elas. Mas as políticas da administração Obama e seus aliados estão encorajando a escalada. A outra ameaça, claro, é a catástrofe ambiental. Praticamente todos os países do mundo estão tomando pelo menos medidas hesitantes para fazer algo a respeito. Os Estados Unidos estão dando passos para trás. Um sistema de propaganda abertamente reconhecido pela comunidade empresarial declara que a mudança climática não passa de um embuste dos liberais: por que dar atenção a esses cientistas? Se essa intransigência continuar no país mais rico e poderoso do mundo, a catástrofe não poderá ser evitada. Algo precisa ser feito de uma forma disciplinada e contínua, e rápido. Não será fácil. Haverá dificuldades e fracassos, é inevitável. Mas a menos que o processo que está ocorrendo aqui e em outras partes do país e no resto do mundo continue a crescer e se torne uma grande força a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 na sociedade e na política, as chances de termos um futuro decente são ínfimas. Não se conseguem iniciativas significativas sem uma base popular ampla e ativa. É necessário sair por todo o país e ajudar as pessoas a entenderem do que se trata o movimento Occupy – o que elas mesmas podem fazer, e quais são as consequências de não se fazer nada. CHOMSKY, Noan. Movimento “Ocupe” é inédito em termos de escala e de caráter. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/noam-chomsky/2012/01/08/movimento-ocupe-einedio-em-termos-de-escala-e-de-carater.htm>. Acesso em: 19 jan. 2012. Instruções: Seu texto tem de ser escrito à tinta, na folha própria. Desenvolva seu texto em prosa: não redija narração, nem poema. O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado texto em branco. O texto deve ter, no máximo, 30 linhas. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. (Opção Língua Inglesa) Questão 1 Glowimages/Cultura/Peter Muller UNESCO-IHE 2020: Paving the road toward a global campus UNESCO-IHE would like to highlight the changes taking place at the Institute as we move toward a global campus, pursuing enhanced and effective international academic collaboration and intensifying existing relations with partners and institutes in international learning alliances. Linguagens, códigos e suas tecnologias The global campus will be an interdisciplinary environment in which a new generation of water professionals is able to explore insights into water problems from many different perspectives, and contribute to the development of creative, integrated and sustainable solutions. The resulting water leaders will blend solid knowledge and understanding of one discipline with cognitive competencies outside that discipline, enhanced by an effective combination of functional, personal and ethical competencies. Disponível em: <http://www.unesco.org/new/en/natural-sciences/environment/water/>. Acesso em: 12 dez. 2011. Estima-se que, em um futuro próximo, a água será o bem mais precioso da humanidade. Em vista disso, cursos universitários e pós-graduações estão sendo ofertados a fim de formar profissionais para lidar com a crescente demanda e, consequente, escassez de água no planeta. No comunicado acima, o Instituto UNESCO-IHE informa que A) o ambiente interdisciplinar, até então encontrado no campus do Instituto, vai ser modificado para que pesquisas mais eficazes possam ser feitas futuramente. B) mudanças estão ocorrendo visando a um campus global, buscando uma colaboração acadêmica internacional melhor e eficaz, além da intensificação das relações já existentes. C) pretende criar um campus global no qual especialistas em água, de várias partes do mundo, possam explorar os seus conhecimentos sobre os problemas de água a partir de perspectivas diferentes. D)os resultados apresentados pelos especialistas em água serão combinados com os já existentes, a fim de desenvolver soluções criativas, integradas e sustentáveis para os problemas de água no mundo. E) o campus global, para o qual está se dirigindo, será um ambiente interdisciplinar no qual uma nova geração de profissionais de água poderá colocar em prática as soluções teóricas que já existem para os problemas de água. 3 Avaliação Diagnóstica EM 2012 Questão 2 Characteristics of a Tsunami ©Wikimedia Commons/Fotógrafo Desconhecido Questão 3 English around the world HOKUSAI, Katsushika. The Great Wave of Kanagawa. 1830-1833. Gravura; 25 × 37 cm. There is a common misconception that tsunamis behave like wind-driven waves or swells (with air behind them, as in this celebrated 19th century woodcut by Hokusai). In fact, a tsunami is better understood as a new and suddenly higher sea level, which manifests as a shelf or shelves of water. The leading edge of a tsunami superficially resembles a breaking wave but behaves differently: the rapid rise in sea level, combined with the weight and pressure of the ocean behind it, has far greater force. Disponível em: <http://www.armageddononline.org/tsunamis.html>. Acesso em: 13 dez. 2011. O tsunami mais devastador registrado nos últimos 40 anos ocorreu no sudeste asiático em 2004. Considerado uma das piores catástrofes naturais já registradas, estima-se que 220 mil pessoas perderam suas vidas nessa tragédia. O texto acima procura elucidar um equívoco comum no que se refere à definição e ao comportamento de um tsunami. De acordo com o texto, A) a gravura feita por Hokusai no século XIX representa de maneira fiel como um tsunami se comporta. B) para entender melhor o comportamento de um tsunami, há que se observar a direção de onde ele vem. C) as “ondas” formadas por um tsunami se parecem com as encontradas nas praias. Porém, elas se comportam de maneira diferente. D) o vento que impulsiona as “ondas” de um tsunami é o maior responsável pela força com que esse fenômeno da natureza atinge a costa. 4 E) o rápido aumento no nível do mar, combinado com o peso e a pressão do oceano à sua frente, faz com que as “ondas” do tsunami ganhem muito mais força. Like American English, English in Australia, New Zealand and South Africa has evolved such that they are distinct from British English. However, cultural and political ties have meant that until relatively recently British English has acted as the benchmark for representing ‘standardised’ English − spelling tends to adhere to British English conventions, for instance. Elsewhere in Africa and on the Indian subcontinent, English is still used as an official language in several countries, even though these countries are independent of British rule. However, English remains very much a second language for most people, used in administration, education and government and as a means of communicating between speakers of diverse languages. As with most of the Commonwealth, British English is the model on which, for instance, Indian English or Nigerian English is based. In the Caribbean and especially in Canada, however, historical links with the UK compete with geographical, cultural and economic ties with the USA, so that some aspects of the local varieties of English follow British norms and others reflect US usage. Disponível em: <http://www.bl.uk/learning/langlit/sounds/case-studies/minority-ethnic/>. Acesso em: 14 dez.2011. Assim como o inglês americano, o inglês falado na Austrália, na Nova Zelândia e na África do Sul, por exemplo, evoluiu tanto que é bem distinto do inglês britânico. No entanto, segundo o texto, A) a escrita das palavras seguem invariavelmente as convenções do inglês britânico, independentemente do país em que a língua inglesa é usada. B) na Índia e na Nigéria, o inglês britânico continua sendo a língua mais usada pelos seus habitantes. C) em virtude dos laços geográficos, culturais e econômicos que têm com a coroa britânica, os caribenhos e os canadenses usam as normas do inglês britânico em documentos oficiais. D) o inglês britânico continua ser usado como segunda língua pela maioria das pessoas tanto na administração, na educação e no governo quanto na comunicação entre falantes de diversas línguas. a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 E) o inglês britânico ainda é usado como a língua oficial em vários países, mesmo naqueles que hoje são independentes do domínio britânico. Questão 5 4 New study sheds light on role of genetics in recovering from eating disorders A substantial number of people with eating disorders, such as anorexia nervosa have a chronic course. They are severely underweight and have a high likelihood of dying from malnutrition. No treatment has been found that helps people who are chronically ill. Now, a new study sheds light on the reason that some people have poor outcome. An international team of scientists, led by researchers at the University of California, San Diego (UCSD) School of Medicine and the Scripps Translational Science Institute (STSI) in La Jolla, CA, has identified possible genetic variations that could influence a patient’s recovery from an eating disorder such as anorexia or bulimia. Their findings, reported online in the journal Neuropsychopharmacology, may provide new insights into development of effective interventions for the most treatment-resistant patients with these disorders. How to Buy an Ebook Reader Glowimages/Alamy/John Baran Questão interventions for the most treatment-resistant patients with these disorders. Disponível em: <http://health.ucsd.edu/news/2011/Pages/07-26-eating-disorders-genetics.aspx>. Acesso em: 13 dez. 2011. According to studies, girls and women are 10 times more likely than boys and men to suffer from anorexia or bulimia, which are considered the two main eating disorders. The excerpt above states that A) people suffering from these two eating disorders can now have proper treatment. B) genetics may be the key to finding new effective ways to help the recovery of chronically ill patients with eating disorders. C) a team of researchers at the University of California, San Diego (UCSD) is now doing a new study which uses light as a source of cure for bulimia and anorexia. D) one of the reasons why people suffering from eating disorders such as bulimia and anorexia die is because they don’t like to eat nutritious food. E) the journal Neuropsychopharmacology, which specializes in eating disorders, may provide new insights into the development of effective Linguagens, códigos e suas tecnologias The transition to digital books is happening faster than anyone expected. After years of false starts – think Stephen King’s novella Riding the Bullet, released way back in 2000 – ebook readers have soared in popularity over the past few years. Amazon’s release of the first Kindle in 2007 was a turning point; now people are buying and downloading digital books at a breakneck pace. Even better: Prices have dropped considerably across the board, to the point where mainstream casual readers can get a quality ebook reader for less than $100. It’s no longer an early adopter’s game. As a result, you have more choice than ever. LENDINO, Jamie. Disponível em: <http://www.pcmag.com/article2/0,2817,2357102,00.asp>. Acesso em: 21 jan. 2012. An e-book is an electronic version of a traditional print book that can be read by using a personal computer or by using an e-book reader. The passage above was taken from PC Magazine, which specializes in comparative reviews of computing, consumer electronics, business technology and Internet products. According to the author of the text, 5 Avaliação Diagnóstica EM 2012 A) Stephen King’s Riding the Bullet was the first book to be digitized in 2000. B) the popularity of e-book readers has decreased over the past few years. C) downloading digital books is faster than buying them. D) it is cheaper to buy e-book readers now than it was in 2007. E) people didn’t expect the transition to digital books to take so long. (Opção Língua Espanhola) 6 © Quino Questão QUINO. Toda Mafalda. Buenos Aires: Ediciones La Flor, 2010. p. 95. Mafalda, a emblemática personagem defensora dos direitos humanos, foi criada em 1962 pelo argentino Quino. Desde então, com um apurado sentido crítico, a personagem que representa uma menina de seis anos critica e discute vários temas de relevância social. Ao realizar a leitura da tirinha, pode-se afirmar que a crítica nela representada refere-se, essencialmente, A) à falta de consultórios odontológicos, haja vista que seu amigo não tem acesso a esse serviço de saúde. B) aos hábitos de saúde de seu colega Manolito, pois se pode inferir que o garoto nunca foi ao dentista. C) ao tema das conversas infantis, já que não se trata de um assunto que interesse às crianças dessa faixa etária. D) aos métodos usados pelos dentistas, uma vez que fica clara a inadequação dos procedimentos. E) à sugestão de que muitas pessoas não têm nada significativo ou importante para dizer. Texto para as questões 7 e 8. Tiempos revueltos Habían transcurrido más de treinta años desde que Macandal, aquel brujo de leyenda, plantara la semilla de la insurrección y desde entonces su espíritu viajaba con el viento de un extremo a otro de la isla, se introducía en los barracones, las cabañas, las ajoupas, los trapiches, tentando a los esclavos con la promesa de libertad. Adoptada la forma de serpiente, escarabajo, mono, guacamaya, consolaba con el susurro de la lluvia, clamaba con el trueno, incitaba a la rebelión con el vozarrón de la tempestad. Los blancos también los sentían. Cada esclavo era un enemigo, ya había más de medio millón y dos tercios venían directo de África con su carga inmensa de resentimiento y solo vivían para romper sus cadenas y vengarse. ALLENDE, Isabel. La isla bajo el mar. Barcelona: Debolsillo, 2011. p. 132. 6 a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 Questão 7 O romance de Isabel Allende La isla bajo el mar narra parte da Revolução Haitiana, conhecida como Revolta de São Domingos. Nela, os escravos se rebelaram, levando o Haiti a se converter na primeira república governada por negros na América. A partir da leitura do fragmento apresentado, assinale a alternativa correta. A) Macandal pode ser considerado um líder durante o processo de revolução impulsionado pelos escravos. B) Os escravos eram considerados inimigos pelos revoltosos, haja vista o sentimento de vingança por eles cultivado. C) Na condução da revolução pelos escravos, prevalecia uma atmosfera lógica, racional e científica. D) A rebelião ocorreu devido à indiferença dos brancos em relação ao número de escravos africanos existentes na ilha. E) O texto descreve o sofrimento dos escravos africanos nas fazendas de cana-de-açúcar. Apunta sobre todo a profesionales desocupados de Europa. Por otro lado, pedirían más requisitos, por ejemplo, a los haitianos: “La solidaridad tiene un límite”. […] La primera versión del proyecto se lanzará en dos meses y seguirá el modelo de inmigración de Canadá y Australia, priorizando el “drenaje de cerebros”, pero con límites para el ingreso de extranjeros que llegan huyendo de la pobreza de sus países. Un primer ciclo impulsará la inmigración de europeos. O Globo indicó que muchas empresas de Brasil, cuya tasa de desempleo en noviembre de 2010 fue de 5,2%, ponen sus ojos en profesionales de una Europa golpeada por la crisis económica, ofreciendo buenos salarios y asistencia para realizar trámites migratorios. EL CLARIN. Brasil: impulsan una ley para favorecer la inmigración profesional frente a la no calificada. Disponível em: <http://www.ieco.clarin.com/economia/Brasil-promovera-inmigracion-profesionalescalificados_0_628737299.html>. Acesso em: 12 jan. 2012. A partir da leitura do fragmento do texto apresentado, pode-se considerar que as palavras ou expressões barracones, cabañas, ajoupas e trapiches A) não pertencem ao espanhol contemporâneo. B) indicam a relação de poder existente entre os líderes da revolução. C) revelam a quantidade de sinônimos usados no Haiti no período da revolta. D) referem-se aos lugares onde Macandal se apresentava aos escravos. E) apresentam os mecanismos de transformação usados por Macandal. Os processos de imigração sempre geram polêmicas e incitam o debate nas mais diversas instâncias. Considerando essa afirmação, analise a notícia publicada no periódico argentino e assinale a alternativa que apresenta o principal motivo das controvérsias em relação ao assunto notificado. A) Os europeus podem imigrar sem restrições para o Brasil, haja vista a boa formação acadêmica existente nesses países. B) O processo imigratório estará centrado na entrada de pessoas com boa formação, pois o Brasil precisa de mão de obra qualificada. C) Não há uma política de restrição de imigração, pois a economia brasileira cresceu consideravelmente em 2010. D) Os haitianos sentem-se preteridos na política de imigração estabelecida porque o primeiro ciclo de imigração ficará centrado nos europeus. E) A crise econômica europeia agrava os trâmites de imigração, uma vez que a demanda por imigração aumentou consideravelmente. Questão Questão Questão 8 9 Brasil: impulsan una ley para favorecer la inmigración profesional frente a la no calificada El proyecto de la Secretaría de Asuntos Estratégicos busca agilizar las visas de trabajo de “gente de calidad”. Linguagens, códigos e suas tecnologias 10 La beleza de lo feo El bad art se ha puesto de moda y cuenta com um buen numero de adeptos, como el movimiento de reciclaje artístico. 7 Avaliação Diagnóstica EM 2012 Los responsables del Museum Of Bad Art o MOBA – un guiño al mítico centro neoyorquino Museum Of Modern Art – conocido como MOMA – lo promocionan como el único en el mundo que colecciona, preserva, exhibe y celebra el arte “malo” en todas sus formas. Creado en 1994, el Museo tiene como lema “arte demasiado malo para ser ignorado”. MUY Interesante. La beleza de lo feo. Buenos Aires: Editorial Televisa Argentina, enero de 2011, p. 72. nhos? As novas possibilidades? O que vem por aí, by Augusto de Campos? Acho que a internet sugere novos caminhos para a poesia. Claro que é também um veículo-ônibus que aceita tudo, do soneto ao nada. Mas a engenharia digital amplia a dexteridade de um poeta, que pode pensar sua obra não apenas em papel escrito, mas em estratégias exploratórias de animação e interatividade e em projetos intermidiáticos, de modo a ampliar os recursos e as estratégias de manifestação poética. É evidente que o uso desses novos recursos não transforma ninguém em grande poeta. Todo mundo pode e deve cantar. Mas alguns cantam melhor. “Cantar há muito quem cante / Pouco quem saiba cantar”, diz uma velha canção alentejana que Décio nos trouxe de Portugal, nos anos 1960. Quem não jogou futebol? Mas não é todo dia que nasce um Pelé ou um Neymar. Quem tiver talento para a coisa pode, no entanto, encontrar um grande campo de trabalho no instrumental computacional, hoje recheado de programas sofisticadíssimos em todos os níveis do design, do som e da imagem estática ou em movimento. PEREIRA, Cristina Monteiro de Castro. Entrevista com Augusto de Campos. Disponível em: <http:// www.abralic.org.br/revista/2011/19/118/download>. Acesso em: 19 jan. 2012. A definição de arte varia de acordo com o contexto e com a cultura. No entanto, durante muito tempo, a produção artística foi associada ao belo. Considerando as ideias aportadas pelo fragmento do texto La beleza de lo feo, pode-se considerar que esse objetiva A) criticar a produção artística considerada como fora dos padrões vigentes. B) entender os paradigmas de produção da arte “ruim” na contemporaneidade. C) estabelecer as diferenças entre as diversas produções artísticas norte-americanas. D) fundar um novo conceito de arte contemporânea que tenha apenas a estética clássica como padrão. E) apresentar informações sobre o museu MOBA e os conceitos que motivam sua criação. Questão 11 Entrevista com Augusto de Campos O que mudou na e para a poesia depois da internet? E em relação à tradução? Fez muita diferença? E os novos cami8 Com Décio Pignatari e o irmão Haroldo de Campos, Augusto de Campos é um dos criadores da Poesia concreta. Ele é considerado um dos grandes poetas brasileiros contemporâneos, reconhecido tradutor e ensaísta. No fragmento da entrevista, Augusto de Campos defende que A) o advento da internet facilita o processo criativo e potencializa o talento do poeta, haja vista a possibilidade de criação de novas formas de expressão. B) na contemporaneidade, a produção da poesia conta com a possibilidade de recursos computacionais, mas esses, por si sós, não aumentam o potencial criativo do poeta. C) as propostas intermidiáticas são comparadas ao desempenho de certos jogadores de futebol que são superiores tecnicamente às pessoas comuns que desejam jogar futebol. D) a poesia contemporânea não se constrói mais pela tríade (palavra + imagem + musicalidade), haja vista a existência de sofisticados programas computacionais. E) a referência às ideias de Pignatari em relação ao talento poético servem ao intento de desqualificar a poesia criada a partir de propostas interativas e animadas. a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 Textos para as questões 12 e 13. Texto I Também andava lá outra mulher, nova, com um menino ou menina, atado com um pano aos peitos, de modo que não se lhe viam senão as perninhas. Mas nas pernas da mãe, e no resto, não havia pano algum. Em seguida o Capitão foi subindo ao longo do rio, que corre rente à praia. E ali esperou por um velho que trazia na mão uma pá de almadia. Falou, enquanto o Capitão estava com ele, na presença de todos nós; mas ninguém o entendia, nem ele a nós, por mais coisas que a gente lhe perguntava com respeito a ouro, porque desejávamos saber se o havia na terra. Trazia este velho o beiço tão furado que lhe cabia pelo buraco um grosso dedo polegar. E trazia metido no buraco uma pedra verde, de nenhum valor, que fechava por fora aquele buraco. E o Capitão lha fez tirar. VAZ DE CAMINHA, Pero. A carta de Pero Vaz de Caminha. Disponível em:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000283.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2012. Texto II Entrevista|Néstor García Canclini CADERNO DE LEITURA: Em uma recente entrevista à Revista de Occidente, de Madrid, você propõe o termo interculturalidade para definir as relações entre imaginários e identidades na América Latina. Em que ele se diferencia do conceito de hibridação? NÉSTOR GARCÍA CANCLINI: Hibridação designa um conjunto de processos de intercâmbios e mesclas de culturas, ou entre formas culturais. Pode incluir a mestiçagem – racial ou étnica –, o sincretismo religioso e outras formas de fusão de culturas, como a fusão musical. Historicamente, sempre ocorreu hibridação, na medida em que há contato entre culturas e uma toma emprestados elementos das outras. No mundo contemporâneo, o incremento de viagens, de relações entre as culturas e as indústrias audiovisuais, as migrações e outros processos fomentam o maior acesso de certas culturas aos repertórios de outras. Em muitos casos essa relação não é só de enriquecimento, ou de apropriação pacífica, mas conflitiva. Fala-se muito, nos últimos anos, de “choque” entre as culturas. Em todo esse contexto vemos que os processos de hibridação são uma das modalidades de interculturalidade, mas a noção de interculturalidade é mais abrangente, inLinguagens, códigos e suas tecnologias clui outras relações entre as culturas, intercâmbios às vezes conflitivos. DAMASIO, Reynaldo. Entrevista Nestor García Canclini. Caderno de leitura. Disponível em: <http://www.edusp.com.br/cadleitura/cadleitura_0802_8.asp>. Acesso em: 15 jan. 2012. Questão 12 Considerando as informações em relação aos processos de interculturalidade e hibridação, é correto afirmar que A) o Texto I descreve o encontro de duas culturas distintas e a apropriação de elementos de forma conflitiva. B) na descrição presente no Texto I, prevalece o conceito de hibridação, entendida como a fusão de elementos de diferentes culturas. C) o “choque” cultural descrito por Canclini (Texto II) se estabelece pelo assombro frente aos costumes dos indígenas relatados no Texto I. D) no Texto I, pode-se perceber a predominância dos interesses comerciais existentes entre os dois povos. E) a apropriação pacífica (Texto II) é ilustrada no Texto I pela retirada da pedra que compunha o visual do velho indígena pelo capitão. Questão 13 A noção de interculturalidade, defendida por Canclini como a relação e os intercâmbios entre as culturas, intensifica-se na contemporaneidade devido A) aos processos de hibridação que fomentam o empréstimo de elementos culturais. B) às fusões culturais na música e ao sincretismo religioso. C) aos processos conflitivos de apropriação cultural. D) à intensificação de viagens, migrações e relações entre culturas e indústrias audiovisuais. E) aos intercâmbios culturais conflitivos sofridos ao longo do tempo. Questão 14 No século XX, observou-se uma grande produção de releituras de obras de arte. Nas artes visuais, muitas pinturas serviram de fonte de inspiração para novas obras. 9 Avaliação Diagnóstica EM 2012 Algumas dessas remetem mais explicitamente à obra original, ou seja, àquela que foi tomada como referência para uma nova criação. Leia o texto a seguir e observe a imagem, depois assinale a alternativa correta. Dos quadrinhos aos quadrões Estrela do universo dos quadrinhos, Mauricio de Sousa aventura-se agora no mundo dos quadrões, nome que ele deu a paródias de obras-primas da pintura que transpôs para o ambiente de sua Turma da Mônica. “Espero, com essa exposição, que o nosso público, principalmente as crianças, aproximem-se da história dos grandes mestres da pintura, conhecendo suas vidas, suas obras e tendo o seu momento lúdico com as paródias da Turma da Mônica”, diz Mauricio de Sousa. CHAGAS, Carlos. A maior aventura do pai da Turma da Mônica. Na poltrona. São Paulo: RMC Editora, out/ 2001. p. 15. A) relembra a importância da Mona Lisa apenas no contexto em que foi produzida. B) demonstra a dificuldade de se realizarem novas criações artísticas. C) faz uma comparação depreciativa entre a obra original e a cópia. D) oferece um estímulo ao reconhecimento e a valorização de uma das maiores obras da história da Arte. E) revela a capacidade de confundir o observador por meio da apropriação de obras importantes e já consagradas. Questão 15 ©Mauricio de Sousa Produções Ltda O termo qualidade de vida, entre outras definições, está ligado ao “acesso das populações aos bens da cidadania, em termos de moradia, saúde, alimentação, educação, trabalho, lazer, infraestrutura do local de moradia, ambiente sadio e participação nas decisões e ações relacionadas ao bem-estar da comunidade”. CARNEIRO, Sônia Maria Marchiorato. A dimensão ambiental da educação escolar de 1.ª a 4.ª série do ensino fundamental na rede escolar pública da cidade de Paranaguá. Tese, Setor de Educação, UFPR, Curitiba, 1999. p. 261. O termo qualidade de vida tem a ver com um estado de equilíbrio (físico e mental), de acordo com as condições e possibilidades de cada indivíduo. Mesmo uma pessoa com poucos recursos pode melhorar sua existência no mundo. A chave para encurtar o caminho até a condição que se tornou o maior objeto de desejo das pessoas na atualidade está justamente no equilíbrio entre todas as esferas da vida, também chamadas de domínios vitais, como o físico, o psicológico, o nível de independência, as relações sociais, o meio ambiente, a espiritualidade, a religião e as crenças pessoais. MOREIRA, Ramon; GOUSARD, Marcos. Os sete pilares da qualidade de vida. Belo Horizonte – MG: Leitura, 2006. p. 44. Figura 1 SOUSA, Mauricio de. Mônica Lisa. 2003. 1 acrílica sobre tela, 71 x 61 cm. Ao inspirar-se na obra Mona Lisa (1502) de Leonardo da Vinci (1452-1519) como base para sua releitura, o cartunista paulistano Mauricio de Sousa (1935) 10 Com base nos dois textos, conclui-se que A) a qualidade de vida pode ser obtida por escolhas que independem do meio em que se vive, bem como dos recursos financeiros para poder atingi-la. B) a Educação Física por si só é responsável para se atingir um bom nível de qualidade de vida, independente do meio em que se vive. a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 C) uma pessoa com poucos recursos financeiros está impossibilitada de conquistar o equilíbrio necessário para garantir a qualidade de vida. D) a infraestrutura básica para o acesso ao lazer é condição primordial para se atingir a qualidade de vida, independente do meio em que se vive. E) A Educação Física pode contribuir para a melhoria na qualidade de vida na medida em que os conteúdos trabalhados nas aulas favoreçam mudanças no estilo de vida, inclusive na opção por atividades físicas coerentes com as potencialidades e as necessidades das pessoas em seus momentos de lazer. Questão 16 Fórum de ideias | comentários Tema da semana: Tribos Urbanas Nossos debates semanais servem como ferramenta para reavaliar e melhor compreender o contexto em que vivemos. Você é fundamental nessa discussão. Dê sua opinião no nosso fórum ou envie comentários para o nosso e-mail. Participe. NOME pológicas, pode-se afirmar que os comentários a serem enviados ao fórum e as discussões deles decorrentes serão caracterizados, em essência, pela apresentação de sequências A) descritivas, pois, a partir do tema, cada internauta poderá apresentar algum fato que viveu. B) narrativas, porque os participantes do fórum contarão suas experiências pessoais sobre o tema. C) injuntivas, pois o objetivo é ensinar aos participantes do fórum como portarem-se nas diferentes tribos urbanas. D) argumentativas, visto que cada participante do fórum poderá apresentar e defender seu ponto de vista (ou sua opinião) sobre o tema em discussão. E) explicativas, porque cada participante deve levar os leitores a compreenderem as características das tribos urbanas. Questão 17 A virtude da prudência Baixar o nível de paixão e subir o de indiferença ajuda a focar o que é importante e, ainda, contribui com a saúde mental. EMAIL COMENTÁRIO ENVIAR FÓRUM DE IDeIas. Disponível em: <http://paideia.usabilida.de/paideia/comentarios/index/7>. Acesso em: 19 jan. 2012. Considerando que a função desempenhada pelos textos nas práticas sociais obedece a uma estrutura composicional que privilegia determinadas sequências tiLinguagens, códigos e suas tecnologias A indiferença mata, mas também salva. Às vezes, adotar uma atitude desinteressada é o melhor recurso para se proteger do perfeccionismo, próprio ou alheio, no trabalho. “O trabalho é uma tarefa supervalorizada”, diz o especialista em inovação e liderança Bob Sutton. Se você sente que o entusiasmo por atingir as metas o está consumindo, literalmente, relaxe e livre-se desse peso: essas tarefas nunca terminarão. [...]. “A indiferença é tão importante quanto a paixão; é uma ferramenta central para a sobrevivência. Quando há uma infinidade de tarefas de baixa relevância para serem cumpridas, o melhor que se pode fazer é deixar de se preocupar. Isso ajuda a identificar aquelas que parecem significantes, mas não são, e a focar as poucas coisas que verdadeiramente importam.” LAFUENTE, Florencia. A virtude da prudência. Revista HSM Management, São Paulo: DINAP, p. 140, mar./abr. 2011. 11 Avaliação Diagnóstica EM 2012 O autor discute problemas relacionados à necessidade de ter mais prudência, apresentando argumentos que levam a inferir que seu objetivo é A) aconselhar o leitor sobre a importância de não ser tão passional para, assim, poder focar e se concentrar nas questões realmente importantes. B) mudar os valores vigentes na sociedade, demonstrando a importância que as relações interpessoais têm na constituição do caráter do indivíduo. C) criticar as pessoas que atuam de forma passional, menosprezando o uso da razão para resolver os problemas que as afligem no cotidiano. D) contrapor formas de atuação que prejudicam as relações interpessoais, demonstrando a necessidade de uma atuação mais indiferente. E) desconstruir um ditado popular – A indiferença mata – que tem influenciado na forma de as pessoas resolverem seus problemas na contemporaneidade. Questão 18 Os Lusíadas Canto I As armas e os Barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando, Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte. Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram. Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta. CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. Disponível em:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000162.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2012. Segundo Joaquim Nabuco, “os três principais factores na composição de Os Lusíadas são: os hábitos amorosos do poeta, seu extraordinário cabedal de conhecimentos clássicos, e sua ambição nacional”. (NABUCO, 1911, p. 86). Analisando o fragmento do Canto I de Os Lusíadas, é correto afirmar que A) os hábitos amorosos do poeta se manifestam nos versos por meio da glorificação do povo lusitano. B) a invocação da musa antiga, para auxiliar no processo inventivo, revela o apreço do poeta pela tradição clássica. C) a referência feita aos deuses gregos serve ao intento de agigantar as conquistas lusitanas, exaltando o engenho do poeta. D) na descrição do poeta, a dilatação do império e da fé é mérito de dois grandes conquistadores: Alexandro e Trajano. E) a ambição nacional, descrita por Nabuco, manifesta-se na exaltação dos feitos portugueses que serão cantados pelo poeta. 12 a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 Questão 19 No quadro a seguir, são apresentados alguns princípios da estética de alguns períodos da história da Arte. Leia-os. Grécia Antiga Representação idealizada da realidade. • • Formas semelhantes à natureza. Racionalidade expressa no uso da simetria, proporcionalidade e equilíbrio. • Exaltação de deuses e heróis (temas mitológicos e históricos). • Valorização e engrandecimento do homem. Renascimento • Propósito de desligar o homem de sua condição humana, elevando-o à proximidade com Deus. • Expressão da pequenez humana diante da grandiosidade espiritual. • Valorização dos ambientes construídos para a espiritualidade e o desapego das manifestações mais próximas da natureza. • Religiosidade como fonte de inspiração, desvencilhando-se da verossimilhança e das formas proporcionais. O quadro acima possibilita constatar que, com o passar dos anos e de acordo com os períodos da História, a Arte apresenta princípios e critérios diferentes que determinam suas formas de expressão. Ao observar os princípios estéticos expressos nas produções artísticas de cada um desses momentos históricos, pode-se ampliar a compreensão do contexto em que surgiram e também relacioná-los ao olhar que as pessoas têm para a arte na atualidade. Com base nos exemplos dos princípios dos três períodos citados (Grécia Antiga, Idade Média e Renascimento), pode-se concluir que A) a Arte só pode ser identificada e valorizada pela sua verossimilhança com a natureza. B) a Arte, por princípio, só valoriza a habilidade artística de quem a produziu. C) em todos os períodos da história da Arte, não se encontra preocupação em retratar a figura humana de forma realista. D) os aspectos religiosos não foram contemplados nas produções artísticas dos períodos citados. E) na produção artística do Renascimento, houve uma preocupação com estudos e a aplicação de conhecimentos mais científicos nas obras de arte. Linguagens, códigos e suas tecnologias Questão Texto I 20 • Preocupação com a anatomia humana. • Resgate da proporcionalidade, simetria e equilíbrio. • Distribuição das formas de maneira lógica e matemática (perspectiva). • Valorização do humano como pensador, artista e gênio criativo. • • Aproximação entre a arte e o saber. Religiosidade representada por figuras humanas realistas. O Discóbolo, século V a.C., do escultor Miron, procurava retratar as formas humanas com equilíbrio e perfeição nas formas corporais. As figuras esculpidas pareciam reais, tamanha a busca pelo perfeito equilíbrio entre expressão, proporção e “movimento”. Este era obtido por meio do princípio em que o apoio do peso do corpo se dá numa das pernas e o restante do corpo segue este mesmo alinhamento, dando a ilusão de uma figura surpreendida no movimento. Corel Stock Photos • Idade Média STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da Pré-História ao Pós-Moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003. p. 149. ELEUTERAS, Myrón de. Discóbolo. 450 a.C. Bronze, 1,55 cm. Museo de las Termas de Roma, Roma – Itália. 13 Avaliação Diagnóstica EM 2012 Texto II Os gregos acreditavam que os exercícios físicos eram uma forma de expressão da imortalidade, tornando o homem um herói, um semideus. O adestramento do corpo constituía um meio para formação do espírito e da moral. [...] Espáduas largas, coxas grossas, peito aberto e porte harmonioso, sem predominância do abdômen, capaz de romper o equilíbrio do corpo e prejudicar o desenvolvimento do espírito. Exame/Editora Abril Texto para as questões 21, 22 e 23. RAMOS, Jayr Jordão. Os exercícios físicos na história e na arte: do homem primitivo aos nossos dias. São Paulo: Ibrasa, 1992. p. 101-102. A escultura e os textos acima revelam um pouco do ideal de beleza dos gregos na Antiguidade. A esse valor somavam-se ainda o senso de justiça, de verdade, de bem e de saúde. A prática de exercícios físicos contribuía para que os indivíduos alcançassem a evolução integral. Em relação à cultura corporal na Grécia Antiga e o culto ao corpo nos dias atuais, constata-se que A) existem semelhanças, pois, atualmente, tal como os gregos, acredita-se que um corpo perfeito contribui para a boa formação do espírito e da moral. B) os padrões de beleza continuam os mesmos, bem como os motivos da busca por um corpo perfeito. C) as preocupações com o espírito e com a moral continuam sendo os principais motivos do culto ao corpo. D) os gregos nunca foram considerados modelos de beleza humana, mas eram praticantes dos exercícios físicos, pois precisavam estar fisicamente preparados para as batalhas na época. Nos dias atuais, os exercícios físicos servem para o condicionamento do corpo, visando à saúde de um modo geral. E) na Antiguidade Clássica, os exercícios físicos eram uma forma de expressão da imortalidade, contribuindo para a formação do espírito e da moral. Nos dias atuais, a preocupação com a saúde e a estética são os principais motivos para os praticantes de exercícios físicos. 14 FAUST, Andre. O novo consumidor eletrônico. Revista Exame, São Paulo: Abril, p. 107, mai. 2011. a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 Questão 21 O comércio eletrônico, ou e-commerce, é a realização de uma transação comercial por meio de um suporte eletrônico e, atualmente, vem ganhando muitos adeptos no Brasil. Com base no infográfico, pode-se afirmar que esse consumidor eletrônico caracteriza-se por A) suplantar o número de consumidores não virtuais. B) comprar itens de primeira necessidade. C) ser adepto ao uso de redes sociais. D) gastar quase 10% da renda familiar comprando em lojas virtuais. E) não possuir a renda necessária para comprar de forma convencional. Questão 22 Os infográficos são representações visuais de informação. Combinam ilustrações, fotos, diagramas e pequenos textos. Sua função é explicar fatos ou apresentar dados que não seriam facilmente compreendidos tendo apenas o texto verbal como recurso. Assinale a alternativa que apresenta um dos motivos pelos quais o uso do infográfico tem se expandido nos periódicos. A) Possibilita que o leitor compreenda com facilidade e rapidez uma informação mais complexa. B) Motiva o leitor a deixar de ler as reportagens mais extensas. C) Diverte o leitor com uma gama de ilustrações que o distraem enquanto realiza a leitura. D) Ilustra reportagens e notícias, repaginando esteticamente as revistas e os jornais em que são veiculados. E) Desfavorece a aprendizagem, pois ativa a memória sensorial do leitor. Questão 23 No infográfico O novo consumidor eletrônico, predomina a função da linguagem A) fática, pois está centrada no canal de comunicação. B) referencial, considerando o aporte informativo que norteia sua produção. Linguagens, códigos e suas tecnologias C) conativa, pois busca convencer o leitor a fazer compras virtuais. D) metalinguística, visto que demonstra uma preocupação com o código utilizado. E) emotiva, em virtude de expressar a percepção do autor em relação ao e-commerce. Questão 24 423. São cetins prolixos, púrpuras perplexas e os impérios seguiram o seu rumo de morte embandeiramentos exóticos de ruas foscas ou limpas nos decursos das procissões. Faiscavam frio as armas levadas nas dolorosas lentidões das inúteis marchas. Esquecidos os jardins do subúrbio e as águas nos repuxos mera continuação do deixado, caindo risos longínquos entre lembranças de luzes, não que as estátuas nas áleas falassem, nem que se perdessem, entre amarelos em sequência, os tons do outono orlando túmulos. PESSOA, Fernando. O livro do desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa/Fernando Pessoa. Richard Zenith.(Org.). São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 386. A exploração da sonoridade pode ser considerada uma das características que constituem a prosa poética. No fragmento 423, pode-se considerar que ela se materializa textualmente pelo(a) A) presença do discurso metafórico, representado pelas estátuas do jardim suburbano. B) uso de neologismos, como “embandeiramentos” e “áleas”. C) presença de aliterações, como em “São cetins prolixos, púrpuras perplexas e os impérios seguiram o seu rumo de morte”. D) expressão dos sentimentos do narrador imerso em um ambiente urbano, como em “[...] exóticos de ruas foscas ou limpas nos decursos das procissões”. E) exacerbação da descrição de um evento cotidiano de violência urbana, conforme expresso em “Faiscavam frio as armas”. Questão 25 [...] Qualquer signo, qualquer linguagem é fatalmente transparência e obstáculo. O uso cotidiano da linguagem 15 Avaliação Diagnóstica EM 2012 procura fazer-se esquecer tão logo se faz compreender (é transitivo, imperceptível), enquanto a linguagem literária cultiva sua própria opacidade (é intransitiva, perceptível). Numerosas são as maneiras de aprender essa polaridade. A linguagem cotidiana é denotativa, a linguagem literária é mais conotativa (ambígua, expressiva, perlocutória, autorreferencial): “significam mais do que dizem”, observava Montaigne, referindo-se às palavras poéticas. A linguagem cotidiana é mais espontânea, a linguagem literária é mais sistemática (organizada, coerente, densa, complexa). O uso cotidiano da linguagem é referencial e pragmático, o uso literário da língua é imaginário e estético. A literatura explora, sem fim prático, o material linguístico. condição filosófica e transcendental, devolver-lhe seu significado central na vida da sociedade. “Sem música, seres humanos não são humanos”, diz. Uma visão reveladora dos pintores renascentistas italianos – e isso foi há mais de 40 anos – deu ao maestro novos parâmetros de expressão artística. Sua atitude musical passou a ser a de quem retira a pátina de uma pintura envelhecida. “Cada geração tira algo de uma tela e acrescenta algo de novo, simplesmente olhando, pensando, discutindo. Há sempre algo a ser descoberto” diz. Por isso, ouvi-lo é libertar-se dos vícios de escuta: suas mãos desvelam, como novos, pilares fundamentais da arquitetura musical do Ocidente [...]. COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Tradução: Cleonice Paes Barreto Mourão, Consuelo Fortes Santiago. 2. ed. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010. p. 39. PORTO, Regina. Revolução na tradição. Bravo. São Paulo: D’Ávila, jul. 1998. p.102. Buscando elucidar as diferentes definições de Literatura ao longo do tempo, Compagnon apresenta, uma percepção formalista da produção literária que se estabelece pelo(a) A) oposição das características da linguagem literária x linguagem cotidiana. B) negação da função comunicativa da linguagem literária. C) esquecimento das informações apreendidas no cotidiano. D) dificuldade em estabelecer os limites entre linguagem literária x cotidiana. E) elogio às características que a linguagem literária assume nas práticas cotidianas. Questão 26 Texto II A aventura do som Poucas experiências são mais apaixonantes, profundas, provocadoras e divertidas do que parar para ouvir uma sinfonia. Ou um quarteto. Ou um concerto para instrumento solista. Existem várias maneiras de definir música clássica, ou erudita, ou de concerto. Na era iPod, no entanto, a mais apropriada parece ser: é aquele tipo de música que você tem de parar para escutar. No escuro de uma sala de concerto ou no silêncio da sala de visitas, diante do aparelho de som ou plugado no iPod. Nesses momentos, o apreciador de música se abstrai por alguns instantes para que seus ouvidos busquem detalhes – da mesma forma que os olhos, na pintura, procuram minúcias numa tela. O que gênios como Bach, Mozart, Beethoven e Brahms propõem ao ouvinte é uma verdadeira aventura pelo mundo do som. RAPOSO, Anna Carolina. A aventura do som. Bravo. São Paulo: Abril, mai. 2009. p. 46. Texto I O maestro austro-germânico Nikolas Harnoncourt ganhou fama mundial por ter introduzido, nos anos 50, o conceito e a prática da interpretação histórica na música erudita. Sua importância, porém, transcende sua fama. Hannoncourt é um intérprete que revolucionou o entendimento e a compreensão da música no século 20. Antiacademicista e contrário às atitudes museológicas, para ele, “restaurar” uma interpretação é inseri-la no presente e não devolver ao passado. O que o maestro almeja para a música é um ideal humanista – ele quer restituir-lhe sua 16 A produção da chamada música erudita, desenvolvida ao longo da história, depende de vários aspectos: domínio técnico, de execução, de expressão, de interpretação, bem como de conhecimento musical e contextual. Sua compreensão também está relacionada a esses aspectos, pois, no momento da audição, o ouvinte acaba por entrar em um universo musical peculiar. Os textos apresentados comentam as formas de aproximação entre o intérprete (quem executa a música propriamente dita) e o apreciador (quem escuta). Desse modo, eles demonstram a existência de uma preocupação, na a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 interpretação e na compreensão da música erudita, que está principalmente relacionada com A) as partituras e os instrumentos originais do período da música apresentada. B) os recursos materiais envolvidos na execução de uma composição musical erudita e com o conhecimento prévio da obra a ser ouvida. C) a qualidade e o envolvimento desde a produção até a audição. D) a valorização extrema do histórico da obra musical e com seu distanciamento do ouvinte. E) o período em que as composições musicais surgiram e com a impossibilidade de serem resgatadas e interpretadas na atualidade. Texto para as questões 27 e 28. A impontualidade do amor Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente à tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha. Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você [...], sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa? Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retratos e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio. O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem o enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos para você. Ou então fica arrasado porque não foi para a praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, Linguagens, códigos e suas tecnologias irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa. [...]. MEDEIROS, Martha. A impontualidade do amor. Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/ cronicas_de_marta_medeiros_sobre_amor/>. Acesso em: 19 jan. 2012. Questão 27 A escrita da crônica de Martha Medeiros foi motivada por um conhecimento de mundo que é compartilhado com o leitor. Esse conhecimento é A) a dificuldade em encontrar um novo amor quando, em tese, se está preparado para vivenciá-lo. B) a inexistência de experiências amorosas, haja vista quantidade de pessoas que buscam um novo amor. C) o controle materno exercido nas relações sociais, já que a única pessoa que telefona é a mãe. D) a dificuldade em acumular bens materiais que facilitam o encontro com a pessoa amada. E) a falta de organização no ambiente familiar onde objetos de uso cotidiano se perdem com facilidade. Questão 28 O título da crônica de Martha Medeiros antecipa a opinião da autora em relação ao tema que será tratado. Além desse recurso, pode-se considerar como estratégias argumentativas que reforçam essa opinião A) o fato de o leitor gostar de comer Doritos enquanto assiste à TV. B) o amor aparecer quando o indivíduo está de banho tomado. C) a necessidade de a pessoa preferir jazz, porta-retratos e filmes. D) a apresentação de situações de prontidão x inaptidão para o amor. E) o indivíduo não atender aos telefonemas da mãe. Texto para as questões 29 e 30. isso sim me assombra e deslumbra como é que o som penetra na sombra e a pena sai da penumbra? LEMINSKI, Paulo. La vie en close. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991. p. 77. 17 Avaliação Diagnóstica EM 2012 Questão 29 Considerando que a obra póstuma de Leminski, La vie en close (1991), apresenta poemas que, segundo Alice Ruiz, estão “mais que quaisquer outros, cheios de noites e madrugadas adentro”, assinale a alternativa cuja proposição explicita como tal percepção pode se materializar textualmente no poema. A) Pelo esquema rítmico, pois se percebe a alternância entre o ritmo binário e ternário. B) Pelo extrato fônico, pois reverbera no poema o sibilo do /s/ proveniente da palavra “som”. C) Pela apresentação sequencial das expressões “pena”, “penetra”, “penumbra” que remetem ao jogo de esconder-se/adentrar na escuridão. D) Pela forma do poema, um terceto, que está constituído pelas figuras de linguagem denominadas de assonância e aliteração. E) Pelo tema do texto, a escrita de um poema que relaciona as expressões “som” e “sombra”. Questão 30 Para Haroldo de Campos, o Barroco é uma arte de deslocamentos, semelhante a um espelho em que, constantemente, podemos ver nossa identidade em mudança que, enquanto estilo, pervive no Brasil fora do marco dos seiscentos/setecentos. Dessa forma, é possível considerar que, no poema de Paulo Lemisnki, esses traços barrocos se concretizam por meio A) da metáfora em relação ao processo de escrita, materializado na expressão “pena”. B) da oposição entre as expressões “assombra”/“deslumbra” (escuro / luz), e em “som”/“sombra” (barulho /silêncio). C) da predominância de figuras de som. D) da incerteza revelada no último verso e materializada no sinal de pontuação interrogativo. E) da apresentação formal do poema, que funde a tríade palavra, imagem e sonoridade. 18 Questão 31 O teatro grego é essencialmente festivo. Nasce de uma festa anual que dura vários dias. Ora, a solenidade e a extensão de tal cerimônia trazem consequências: inicialmente, uma suspensão do tempo, sabe- se que os gregos não conheciam o repouso semanal, noção de origem judia; somente não trabalhavam quando das festas religiosas, é verdade que bastante numerosas. Associado ao fim do trabalho, o teatro instala-se em outro tempo, um tempo do mito e da consciência, que podia ser vivido como um lazer, mas também como outra vida. Pois esse tempo suspenso, por sua própria duração, tornava-se tempo saturado. [...] Contrariamente ao nosso teatro burguês, no teatro grego, não havia ruptura física entre o espetáculo e seus espectadores; essa continuidade era assegurada por dois elementos fundamentais, que nosso teatro tentou recentemente reencontrar: a circularidade do espaço cênico e sua abertura. [...] A circularidade constitui o que se poderia chamar de uma dimensão “existencial” do espetáculo antigo. O ser representado ao ar livre constitui outra dimensão. Podemos imaginar o caráter pictórico deste teatro matinal, deste teatro da aurora: a multidão multicolorida (os espectadores usavam seus trajes de gala, as cabeças coroadas como em qualquer cerimônia religiosa), a púrpura e o ouro do vestuário de cena, o brilho do sol, o céu da Ática (as Dionisíacas realizavam-se mais no inverno – ou no fim do inverno – do que na primavera). O sentido do ar livre é sua fragilidade. Ao ar livre, o espetáculo não pode ser um hábito, é vulnerável, logo, insubstituível: a imersão do espectador da polifonia complexa do ar livre (sol que se desloca, vento que se levanta, pássaros que voam, ruídos de cidade) restitui ao drama a singularidade de um acontecimento. Da sala escura ao ar livre, o imaginário não pode ser o mesmo: o primeiro é um imaginário de evasão, o segundo de participação. BARTHES, Roland. O óbvio e o obtuso. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. p. 75-76. Esse texto descreve o início do teatro ocidental. Nele, podem-se identificar elementos que o tornaram uma referência específica ao seu tempo histórico e aos valores nele desenvolvidos, mas também ao que se construiu sobre o teatro a partir dele. Como principais elementos da origem do teatro grego pode-se destacar que a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 A) sua realização independia de outros aspectos culturais e sociais. B) ele possuía aspectos frágeis, como a pouca adesão de público, a ausência de relação com o cotidiano e a constante repetição das apresentações. C) ele permitia abertura do espaço cênico, mas não possibilitava a participação integrada dos atores e dos observadores. D) ele promovia proximidade com o público e uma relação constante com o ambiente, aspectos que o tornavam único a cada apresentação. E) visto de forma solene, marcava o anúncio de datas importantes do calendário e propunha um enaltecimento dos seus integrantes, principalmente separando-os do público que os circundava. 32 © Emidio Batista Questão B) desconsiderou a quem estava destinada a charge, haja vista que quase todas as pessoas assistem à TV atualmente são consumidoras. C) alertou o leitor para o fato de que a publicidade televisiva tem o poder de manipular os consumidores desavisados. D) construiu um elogio às formas de lazer a que a população tem acesso na atualidade. E) reiterou a necessidade de buscar novas tecnologias de informação para garantir a formação de opinião. Questão 33 Amigo, quando me levou mhamadr’<a> meu pesar daqui, non soubestes novas de mi, e por maravilha tenho por non saberdes quando vou nen saberdes quando venho Silvana VECCHIO. A boa esposa. In: Christiane KLAPISCH-ZUBER. História das mulheres no Ocidente: Idade Média. Porto: Afrontamento, 1993. p. 542. As cantigas de amigo galego-portuguesas oferecem uma visão do comportamento e do papel que cada ordem social desempenha, cada categoria no desenvolvimento da comunidade. A partir dessa afirmação, considere o fragmento da cantiga em que o “eu lírico” feminino queixa-se ao amigo de que não se esforça por saber dos percursos que sua mãe a força fazer (“<a> meu pesar”), evitando que a filha o encontre, e assinale a alternativa que pode explicar a função desse mecanismo usado pela mãe. A) Controlar e custodiar a sexualidade da filha. B) Servir de única interlocutora das desventuras amorosas da filha. C) Refutar a sabedoria materna no que tange ao comportamento filial. Os argumentos representados na charge pela linguagem não verbal permitem inferir que o autor A) buscou conscientizar o leitor sobre a importância da TV na formação de opinião. Linguagens, códigos e suas tecnologias D) Criticar a filha, resguardando-a em um ambiente casto. E) Delegar à filha o poder de decisão em relação às suas ações. 19 Avaliação Diagnóstica EM 2012 Questão 34 ©Wikimedia Commons/ Patrick A. Rodgers Nos textos a seguir, apresenta-se um olhar para produção artística humanista. Observe a Figura 1 e relacione-a aos textos. Figura 1 Donato di Niccòlo di Betto Bardi (138?-1466), mais conhecido como Donatello, nasceu em Florença, na Itália, foi escultor expressivo no início do Renascimento. A figura humana retratada em sua escultura pode ser vista como exemplo das características do humanismo descritas nos textos. Dessa forma, percebe-se que o David de Donatello reflete A) a busca pela perfeição anatômica e a valorização da força e da vitalidade humanas na representação de um personagem clássico. B) uma preocupação com a proporção das formas, mas não com sua representação universal, pois retrata um personagem real e conhecido na época. C) uma obra inacabada e frágil, pois representa um jovem em lugar de um homem adulto. D) uma preocupação restrita ao personagem bíblico, sem uma nova contextualização artística. E) a visão clássica da arte desenvolvida no Renascimento, contudo sem preocupação com a anatomia. Texto para as questões 35 e 36. ameixas ame-as ou deixe-as DONATELLO. David. 1430-32. Bronze, altura: 1,58 cm. Museu Nacional, Florença. Texto I O Renascimento representou a emergência de um novo humanismo nas artes e de um espírito revigorado de descoberta das ciências. Começou na Itália em meados do século XIV e espalhou-se rapidamente pelo resto da Europa. Este período de crescimento e inovação tinha como pano de fundo mudanças sociais e econômicas radicais, decorrentes da rápida expansão das cidades. LAW, Stephen. Filosofia: guia ilustrado Zahar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. p. 34. Texto II Historicamente, o retrato, conforme Ruskin imaginou, caracteriza certos períodos que denominamos humanistas. Nesses períodos, toma-se o homem como medida para tudo, tudo se fazendo aumentar a percepção que possui da própria vitalidade. A arte é tributo para a própria humanidade do homem. [...] Nos melhores retratos, o pintor e escultor vai além do caráter individual do retratado em busca de certas inferências universais. READ, Herbert. O sentido da arte. São Paulo: IBRASA, 1994. p. 34-35. 20 LEMINSKI, Paulo. Caprichos & relaxos. São Paulo: Brasiliense, 1983. p. 91. Questão 35 De forma bem humorada, o poema de Leminski retoma o slogan consolidado no período da ditadura no Brasil: “Brasil: ame-o ou deixe-o”. O recurso pelo qual ele é retomado é conhecido como A) metáfora. B) paródia. C) ironia. D) comparação. E) analogia. Questão 36 Segundo Adorno, “o social não deve levar para fora da obra de arte, mas, sim, levar mais fundo para dentro a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 dela”. Nessa perspectiva, um poema não é apenas a expressão de sentimentos e experiências individuais, mas uma reação “contra o processo de coisificação do mundo, à dominação das mercadorias sobre os homens, que se propagou desde o início da Era Moderna e que, desde a Revolução Industrial, desdobrou-se em força dominante da vida”. (ADORNO, 1975, p. 69.) Considerando tal afirmativa, o poema de Leminski busca, em essência, A) incentivar a alimentação saudável por meio da exaltação de uma fruta. B) retomar a importância das palavras de ordem para a sociedade. C) denunciar e criticar um regime violento e opressor por meio da paródia. D) criar um efeito sonoro sem pretensões críticas. E) usar a forma haicai para exaltar uma produção cultural brasileira. Questão 37 Texto I QUEIXA Um amor assim delicado Você pega e despreza Não devia ter despertado Ajoelha e não reza Dessa coisa que mete medo Pela sua grandeza Não sou o único culpado Disso eu tenho a certeza Princesa, surpresa, você me arrasou Serpente, nem sente que me envenenou Senhora, e agora, me diga onde eu vou Senhora, serpente, princesa Um amor assim violento Quando torna-se mágoa É o avesso de um sentimento Oceano sem água VELOSO, Caetano. Queixa. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/caetano-veloso/44767/>. Acesso em: 17 jan. 2012. Linguagens, códigos e suas tecnologias Texto II A lírica trovadoresca medieval, exemplificada nas “cantigas de amor” e “de amigo”, nas “cantigas de escárnio” e “de maldizer”, permanece nas diversas formas e estilos da poesia e da música brasileiras. Vinculada à tradição oral, essa expressão artística foi disseminada entre povos de tempos e territórios diversos através dos jograis, homens do povo, cantadores andarilhos que, nas suas peregrinações, romarias e procissões, entoavam ao som do alaúde, da flauta e da viola as composições de autoria própria ou dos trovadores e menestréis. Estes últimos eram músicos profissionais conceituados da corte, enquanto os primeiros eram compositores de origem nobre. [...]. A canção Queixa, de Caetano Veloso, apresenta componentes formais e temáticos que a inserem na categoria de cantiga de amor. Composta em quadras e redondilhas entrecruzadas, arrematadas por um refrão reforçador do motivo da cantiga: a “coita” do “eu poético” pelo amor não merecido, causa do um “penar” já cantado por outros tantos trovadores à moda de D. Diniz: “Tam grave dia que vos conhoci,/ por quanto mal me vem por vós, senhor!” MENDES, Maria Alzenir Alves Rabelo. A lírica trovadoresca na música popular brasileira. In: Usina de letras. Disponível em:<http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php? cod=43571&cat=Artigos&vinda=S>. Acesso em: 17 jan. 2012. Considere as informações aportadas pelo texto crítico e analise a letra da canção Queixa, de Caetano Veloso, assinalando a alternativa que apresenta o símbolo/metáfora da paixão a que o “eu lírico” sucumbe, impossibilitado de alcançar seu objeto de desejo. A) Por se dirigir à amada como princesa, conforme expresso em “Princesa, surpresa, você me arrasou”. B) Pelo jogo metafórico que compara o amor a um “oceano sem água”. C) Pela comparação da amada com uma Serpente, em “Serpente, nem sente que me envenenou”. D) Pelo uso da expressão “senhora” para se dirigir à amada, em “Senhora, e agora, me diga onde eu vou”. E) Pela culpabilidade que a amada também exerce no relacionamento, conforme “Não sou o único culpado”. Questão 38 A Estética é o campo da Filosofia que se preocupa em refletir sobre questões da arte. A palavra estética, de ori21 Avaliação Diagnóstica EM 2012 gem grega (aisthetiké), refere-se ao que pode ser percebido pelos sentidos. Ao observar os fenômenos artísticos de forma mais aprofundada, as obras de arte tornam-se importantes elementos de investigação. Para julgar a produção artística, cria-se a necessidade de definir, então, o que é belo. Ao longo da história das sociedades, porém, os critérios para essa definição modificaram-se, e o olhar para obras de arte adquiriu perspectivas diferentes. O fazer, a funcionalidade e a fruição de cada produção artística estabelecem possibilidades de leitura e de compreensão do que se pode considerar Arte. Observe a escultura a seguir. Esta é uma obra de Pilar Ovalle (1970-), artista chilena que nasceu em Santiago e que se utiliza de madeiras – coletadas em matas e florestas deterioradas por ações naturais – como matéria-prima para seus trabalhos. Suas esculturas já foram premiadas e ela participou de projetos culturais internacionais para divulgar suas peças. B) demonstra a capacidade técnica da artista, sem se preocupar com a contemplação do observador. C) estimula a fruição da obra de arte e a compreensão da expressividade da artista. D) exprime uma única visão simbólica e mistura contextos. E) possui caráter regionalista e demonstra uma visão objetiva de sua funcionalidade. Questão 39 Roma 1964 Lacerado pelas palavras-bacantes Visíveis tácteis audíveis Orfeu Impede mesmo assim sua diáspora Mantendo-lhes o nervo & a ságoma. Orfeu orftu orfele Ornós orfós orfeles. MENDES, Murilo. Roma 1964. In: A trama poética de Murilo Mendes. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 2000. p. 126. Figura 1 OVALLE, Pilar. Sagitário. 2003. Madeira de “Lingue”; “Alerce”, 79 x 26 x 220 cm. Considerando os três critérios apontados (fazer, funcionalidade e fruição), a Figura 1 pode ser considerada uma obra de arte porque A) permite a percepção da intencionalidade do artista, valorizando apenas o fazer artístico. 22 Em relação aos procedimentos composicionais que se materializam no poema de Murilo Mendes, pode-se considerar que, nesse texto, A) evidencia-se a liberdade de criação do poeta, expressa no verbo “orfar”. B) predomina o uso de neologismos, como a expressão ságoma, que significa “perfil”. C) a musicalidade fica comprometida, uma vez que se percebe a ausência de rimas ricas. D) elimina-se a fragmentação, privilegiando as sequências temáticas lineares. E) privilegia-se o uso das regras gramaticais, dada a intenção de conjugação do verbo na última estrofe. Questão 40 Jamais a literatura, a boa literatura ao menos, apostou na univocidade. Isso quer dizer que, entre pluralidade e fragmentação, a criação literária sempre soube escolher uma ou outra, às vezes uma e outra. A bem da verdade, o a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 ticas, de visão de mundo e de expressão artística e as insere nos seus textos. ©Tiago Recchia texto literário nunca fincou pé na permanência e na linearidade, ao contrário do que muita gente tem afirmado. Tal equívoco parece decorrer de certa confusão entre texto literário e livro. Este tem sido, nos últimos séculos, o meio de veiculação, a base material do texto, como já o foram a voz na literatura de tradição oral e os papiros, pergaminhos e códices nos primórdios da tradição escrita. E o sucesso dessa base material – o livro – se explica por ela ter conseguido associar maneabilidade a permanência. [...] O que ocorre com a mudança da base material, da página impressa para o meio eletrônico, é que, em certo sentido, o livro se aproxima do texto, ele se deixa contaminar pela fluidez, por determinada imprevisibilidade, pela não linearidade que foram, sempre, as do próprio texto. SANTOS, Alckmar Luiz dos. Prolegômenos a uma ciência do assim chamado texto literário em meio eletrônico. Disponível em:<http://www.itaucultural.org.br/bcodemidias/000402.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2012. As ideias apresentadas no texto Prolegômenos a uma ciência do assim chamado texto literário em meio eletrônico permitem ao leitor inferir que o objetivo do autor do texto é A) comparar a diversidade de suportes em que o texto literário pode ser veiculado. B) confrontar opiniões em relação ao avanço da publicação de textos literários em suportes eletrônicos. C) elogiar o avanço tecnológico que possibilita a veiculação de textos em mídias distintas. D) desconsiderar a produção literária que continua a ser publicada em papel mesmo com a possibilidade de veiculação eletrônica. E) apresentar informações que buscam explicitar a relação entre o texto literário e seus suportes de veiculação. Questão 41 Muitos artistas utilizam produções de diversos períodos da história da arte como referência para suas produções. Desse modo, obras, imagens e formas são reapresentadas e interpretadas, adquirindo um novo sentido ou significado. Nas artes visuais, por exemplo, essas apropriações trazem criatividade e atualidade a conceitos e visões de mundo de períodos diferentes. Thiago Recchia (cartunista do jornal da Gazeta do Povo, Curitiba-Paraná) explora essas possibilidades de relações históricas, temáLinguagens, códigos e suas tecnologias RECCHIA, Tiago. S/título. (200?) 1 p/b. Gazeta do Povo, 16 ago. 2008. No cartum, percebe-se que o artista A) usa linhas e cores para reforçar o contraste, produzindo, assim, um efeito tranquilizador. B) enaltece a pintura figurativa pela representação de uma natureza-morta. C) compara a qualidade técnica do estilo naturalista e do estilo expressionista. D) usa o naturalismo e o expressionismo para ironizar o olhar de uma sociedade que, por estar voltada para questões individuais de produção e de consumo, desconsidera as condições e as necessidades dos menos favorecidos. E) contrasta estilos de pintura muito famosos na história da Arte, o abstracionismo e o figurativismo. Texto para as questões 42 e 43. Crônica n.º 1 Tanto neste nosso jogo de ler e escrever, leitor amigo, como em qualquer outro jogo, o melhor é sempre obedecer às regras. Comecemos, portanto, obedecendo às da cortesia, que são as primeiras, e nos apresentemos um ao outro. Imagine que, pretendendo ser permanente a página que hoje se 23 Avaliação Diagnóstica EM 2012 inaugura, nem eu nem você, – os responsáveis por ela, – nos conhecemos direito. É que os diretores de revista, quando organizam as suas seções, fazem como os chefes de casa real arrumando os casamentos dinásticos: tratam noivado e celebram matrimônio à revelia dos interessados, que só se vão defrontar cara a cara na hora decisiva do “enfim sós”. Cá estamos também os dois no nosso “enfim sós” – e ambos, como é natural, meio desajeitados, meio carecidos de assunto: Comecemos, pois, a falar de você, que é tema mais interessante do que eu. Confesso-lhe, leitor, que diante da entidade coletiva que você é, o meu primeiro sentimento foi de susto –, sim, susto ante as suas proporções quase imensuráveis. Disseram-me que o leitor de O CRUZEIRO representa pelo barato mais de cem mil leitores, uma vez que a revista põe semanalmente na rua a bagatela de 100 000 exemplares. Sinto muito, mas francamente lhe devo declarar que não estou de modo nenhum habituada a auditórios de cem mil. Até hoje tenho sido apenas uma autora de romances de modesta tiragem; é verdade que venho há anos frequentando a minha página de jornal; mas você sabe o que é jornal: metade do público que o compra só lê os telegramas e as notícias de crimes e a outra lê rigorosamente os anúncios. O recheio literário fica em geral piedosamente inédito. E agora, de repente, me atiram pelo Brasil afora em número de 100 000! Não se admire, portanto, se eu me sinto por ora meio “gôche”. [...] QUEIROZ, Rachel de. Crônica n.º 1. Projeto Releituras. Disponível em: <http://www.releituras.com/ racheldequeiroz_cronica1.asp>. Acesso em: 19 jan. 2012. Questão 42 A partir da leitura e análise do texto acima, no que tange aos elementos linguísticos constituintes desse gênero textual, pode-se inferir que A) a crônica não possui um público-alvo específico, uma vez que a autora se sente incomodada com os futuros leitores de seu texto. B) a relação entre o produtor do texto x receptor é formal, cerimoniosa, haja vista o número de leitores possíveis do texto – 100 mil. C) a autora escolhe um tema do cotidiano para escrever seu texto – no caso a própria crônica – o que permite supor que esse texto seria uma “metacrônica”. 24 D) a relação entre o emissor do texto – no caso a cronista – com o destinatário se estabelece a partir de um diálogo fragmentado. E) a crônica realiza uma critica em relação aos leitores de jornal que se abstêm do suplemento literário e leem apenas os anúncios e classificados. Questão 43 Uma das características composicionais do gênero crônica é a tomada de elementos do cotidiano para, a partir deles, realizar uma reflexão. Analise o tema tratado pela cronista e assinale a justificativa apresentada ao leitor para abordá-lo, apontando, assim, o elemento do cotidiano que dá forma à primeira crônica de Rachel de Queiroz para a revista O Cruzeiro. A) os costumes matrimoniais dinásticos vigentes. B) a necessidade de serem apresentados seguindo as regras de cortesia. C) o receio da cronista não agradar seus leitores. D) a falta de acontecimentos significativos que motivariam a escrita. E) a falta de jeito da cronista que se define como “gôche”. Questão 44 Atualmente as exposições de obras de arte não são realizadas apenas em locais específicos, como museus e galerias. Desde meados do século XX, artistas procuram utilizar outros ambientes para expor seus trabalhos. Ruas, parques, prédios já receberam propostas artísticas que, muitas vezes, não garantem a durabilidade da obra. Com esse novo olhar sobre as relações entre espaço e obra de arte, até mesmo os ambientes instaurados para esse fim têm recebido e transformado o conceito de obra de arte. Essa fragilidade e durabilidade da composição tornaram-se fundamentais para propostas artísticas em todo o mundo. Para se refletir sobre o lugar próprio da arte, leia o texto a seguir e observe a Figura 1. a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 O lugar da arte [...] No dia 2 de setembro de 2009, fotos da instalação Monumento Mínimo, de Néle Azevedo, realizada nas escadarias da Praça Gendarmenmarkt, em Berlim, tornaram-se a imagem do dia na imprensa, ocupando as capas dos principais jornais impressos do mundo, os noticiários televisivos a as chamadas de internet. Monumento Mínimo é um trabalho de arte pública que consiste na fabricação e colocação de uma multidão de pequenas esculturas antropomórficas de gelo em espaço urbano e que se consuma com o seu total derretimento. Iniciado em 2001, originalmente o trabalho era composto de apenas uma ou duas figuras, que testemunhavam sua existência efêmera e solitária diante dos passantes, em locais urbanos diversos. Mas, a partir de meados da década, a artista começou a aumentar o contingente populacional de sua ação, com um visível ganho dramático. Em 2005, colocou cerca de 300 peças de gelo no centro de São Paulo. Em Berlim, em 2009, já eram mil. © Silvina Der-Meguerditchian WISNIK, Guilherme. O lugar da arte. Revista Continuum. São Paulo: Itaú Cultural, dez. 2001, jan. 2012. p. 8. B) uma adequação das propostas dos artistas aos ambientes onde as criam, bem como uma reflexão sobre a efemeridade e dramaticidade de uma obra de arte. C) o desrespeito ao ambiente de forma incondicional, pois os materiais usados o degradam, o destroem. D) um marcante distanciamento entre arte e público, visto que a proximidade com o observador coloca em risco a integridade da obra. E) exclusivamente o uso de materiais novos para a produção artística, afinal tudo precisa ser novo em uma obra de arte. Questão 45 A Frequência Cardíaca (FC) é uma medida que serve para aferir a quantidade de sangue bombeada pelo coração para a corrente sanguínea, a fim de nutrir e oxigenar os músculos, os tecidos e as articulações. A prática de exercícios físicos fortalece a musculatura cardíaca, tornando o coração mais forte e resistente, bombeando o sangue com maior eficiência e diminuindo a frequência cardíaca para movimentar um mesmo fluxo sanguíneo a cada minuto. Além do exercício físico, a idade também está relacionada com a FC, pois, com o passar dos anos, o número máximo de batimentos cardíacos diminui. MARANGON, Davi; TONIETTO, Rafael; CHAVES JUNIOR, Sergio. Educação Física: ensino médio, 1.ª série. vol. 3. Curitiba: Positivo, 2010. p. 61. Figura 1 Monumento Mínimo, intervenção urbana de Néle Azevedo, em setembro de 2009, Berlim. De acordo com as informações apresentadas na questão, incluindo o texto e a Figura 1, como proposta artística, uma instalação contempla A) a versatilidade restrita dos artistas em transpor suas ideias, porque, com o passar do tempo, eles perderam a verdadeira referência do espaço ideal para exporem suas obras. Linguagens, códigos e suas tecnologias Com base no texto sobre a frequência cardíaca, constata-se que A) a prática de exercícios físicos fortalece exclusivamente a musculatura cardíaca. O indivíduo que possui esse tipo de musculatura desenvolvida é considerado saudável. B) quanto mais novo o indivíduo menor é sua frequência cardíaca. C) um indivíduo com bom condicionamento físico possui uma frequência cardíaca menor do que um sedentário da mesma faixa etária. D) o exercício físico contribui para o aumento da frequência cardíaca, pois visa à melhora do fluxo sanguíneo durante a atividade física. Devido à intensidade dos exercícios praticados, os atletas necessitam, mesmo em repouso, de uma maior FC. E) o número de batimentos cardíacos cai com o passar dos anos, pois quanto mais velho o indivíduo menor é o volume sanguíneo existente em seu organismo. 25 Avaliação Diagnóstica EM 2012 Rascunho da Redação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 26 a 1. série – Volume 2 - 2º . semestre Avaliação Diagnóstica EM 2012 Folha de Redação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Linguagens, códigos e suas tecnologias 27 CARTÃO-RESPOSTA Avaliação Diagnóstica do EM 2012 – 1a. SÉRIE – VOLUME 2 – 2o. SEMESTRE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Nome da escola: _______________________________________________________________ Aluno(a): _____________________________________________________________________ Série: ______________________ Turma: ___________________________________ Data: ______________________ Assinatura: ________________________________ Cartão-resposta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E 2000.39139