efeitos clínicos e metabólicos da terapia periodontal não
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efeitos clínicos e metabólicos da terapia periodontal não
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE NOVA FRIBURGO Faculdade de Odontologia LEILAYNE CHAVES ARAUJO QUARESMA EFEITOS CLÍNICOS E METABÓLICOS DA TERAPIA PERIODONTAL NÃO-CIRÚRGICA EM PACIENTES DIABÉTICOS E NÃO DIABÉTICOS - REVISÃO DE LITERATURA. NOVA FRIBURGO 2015 LEILAYNE CHAVES ARAUJO QUARESMA EFEITOS CLÍNICOS E METABÓLICOS DA TERAPIA PERIODONTAL NÃO-CIRÚRGICA EM PACIENTES DIABÉTICOS E NÃO DIABÉTICOS - REVISÃO DE LITERATURA. Monografia apresentado à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense/Campus Universitário de Nova Friburgo como Trabalho de Conclusão do Curso de graduação em Odontologia. Orientadora: Profa. Dra. GABRIELA ALESSANDRA DA CRUZ GALHARDO CAMARGO. Nova Friburgo 2015 Q1e Quaresma, Leilayne Chaves Araujo. Efeitos clínicos e metabólicos da terapia periodontal não-cirurgica em pacientes diabéticos e não diabéticos: revisão de literatura. / Leilayne Chaves Araujo Quaresma ; Profª. Drª Gabriela Alessandra da Cruz Galhardo Camargo, orientadora. -- Nova Friburgo, RJ: [s.n.], 2015. 45f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal Fluminense, Campus Nova Friburgo, 2015. 1. Periodontia. 2. Terapia periodontal. 3. Diabetes mellitus . I. Camargo, Gabriela Alessandra da Cruz Galhardo . II. Título CDD M617.632 LEILAYNE CHAVES ARAUJO QUARESMA EFEITOS CLÍNICOS E METABÓLICOS DA TERAPIA PERIODONTAL NÃOCIRÚRGICA EM PACIENTES DIABÉTICOS E NÃO DIABÉTICOS - REVISÃO DE LITERATURA. Monografia apresentado à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense/ Campus Universitário de Nova Friburgo como Trabalho de Conclusão do Curso de graduação em Odontologia. Aprovada em: 03 / 11 / 2015 Banca Examinadora Prof. Dr. _________________________________________________________ Instituição: ______________________________Assinatura:________________ Prof. Dr. _________________________________________________________ Instituição: ______________________________Assinatura:________________ Prof. Dr. _________________________________________________________ Instituição: ______________________________Assinatura:________________ Nova Friburgo 2015 DEDICATÓRIA Dedico primeiramente a Deus o autor e consumador da minha fé e aos meus queridos pais, um exemplo para mim de honestidade e amor. AGRADECIMENTO “Agradeço primeiramente Aquele, que me permitiu tudo isso, existiram momentos difíceis e de desânimo, mas Sua presença foi constante, é a Ele que dirijo minha maior gratidão. Aos meus pais Hedair e Elaine e irmão Héder, que me acompanharam nesta trajetória, me apoiando e incentivando e a orientadora Prof. Dra. Gabriela Alessandra da Cruz Galhardo Camargo que com paciência e sabedoria me auxiliou na conclusão deste trabalho. Não posso deixar de mencionar minha amada família, tios, primos e avós, pelo carinho e por nunca me deixarem desistir. Agradeço aos novos amigos que conquistei e, aos velhos amigos pelo simples dom de transformar as tristezas em momentos de riso”. RESUMO O Diabetes Mellitus (DM) é considerado um grupo heterogêneo de desordens metabólicas manifestadas por uma elevação do nível de glicose no sangue desenvolvida pela falta ou redução da secreção e/ou ação da insulina; apresentando relação bidirecional com a doença periodontal que representa um problema de saúde pública com ampla distribuição mundial. Baseado nesses achados tem sido relatado que pacientes diabéticos apresentam maior prevalência e frequência da doença periodontal e que a terapia periodontal pode ocasionar melhoras no perfil sistêmico desses pacientes. O objetivo desse estudo é avaliar através de revisão de literatura diferentes aspectos quanto à condição sistêmica e periodontal do paciente portador de diabetes mellitus tipo 2 após à terapia periodontal não cirúrgica através de paramentos clínicos como índice de placa (IP), sangramento a sondagem (SS), profundidade de sondagem (PS), recessão gengival (RG), nível clínico de inserção (NIC) e índice gengival (IG) relacionando com os efeitos no controle metabólico da glicose, hemoglobina glicada (HbA1c), glicemia em jejum (FBS), lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta densidade (HDL), triglicerídeos (TRG) e laboratoriais como o nível de proteína-c reativa (PCR). Foram selecionados quarenta artigos científicos publicados entre os anos de 2008 e 2014, através dos bancos de dados MEDLINE (Medical Literature Analysis ans Retrievel Sistem on Line), PUBMED (Publicações Médicas) e LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde) utilizando como palavras chave: diabetes mellitus, doença periodontal, controle glicêmico, tratamento periodontal cirúrgico, abordando diferentes terapias periodontais não cirúrgicas. A partir dos estudos relatados nesta revisão pode-se concluir que pacientes diabéticos e não-diabéticos submetidos ao tratamento periodontal não-cirúrgico obtiveram melhora em todos os paramentos clínicos periodontais. Entretanto o efeito da terapia periodontal sobre os parâmetros sistêmicos permanece controverso. Palavras chaves: Periodontia, Diabetes mellitus, terapia periodontal, controle glicêmico. ABSTRACT Diabetes Mellitus (DM) is considered a heterogeneous group of metabolic disorders manifested by a rise in the blood glucose level developed by the lack or decrease of secretion and /or insulin action, presenting a two-way relationship with periodontal disease that represents a public health problem worldwide. It has been reported based on these findings that diabetic patients have a higher prevalence and frequency of periodontal disease and that periodontal therapy may cause improvements on these patients systemic profile. The aim of this study is to evaluate through literature review different aspects regarding systemic and periodontal conditions of the type 2 diabetes mellitus patient after nonsurgical periodontal therapy through clinical vestments as: plaque index (PI), bleeding on probing (BOP), probing depth (PD), gingival recession (GR), clinical attachment level (CAL) and gingival index (GI) relating to the effects on metabolic control of glucose, glycated hemoglobin (HbA1c), fasting plasma glucose (FPG), low density lipoprotein (LDL), high density lipoprotein (HDL), triglycerides (TRG) and laboratory as the level of creactive protein (CRP). Forty scientific articles published between the years 2008 and 2014 were selected from MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), PubMed (US National Library of Medicine National Institutes of Health) and LILACS (Latin American and Caribbean Health Sciences ) databases using as key words: diabetes mellitus, periodontal disease, glycemic control and surgical periodontal treatment, addressing different non-surgical periodontal therapy. From the studies reported in this review it can be concluded that diabetic and nondiabetic patients undergoing non-surgical periodontal treatment had improvement in all clinical periodontal vestments. However, the effect of periodontal therapy on systemic parameters remains controversial. Key-words: Periodontics, Diabetes mellitus, periodontal therapy, glycemic control, oral. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 9 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Tipos de terapias não-cirúrgicas ........................................................................12 2.2 Tratamento periodontal em pacientes diabéticos tipo 2 e não- diabéticos ......... ..................................................................................................................................15 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 32 4 DISCUSSÃO ....................................................................................................... 33 5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 37 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 39 1 INTRODUÇÃO O Diabetes Melitus (DM) é considerado um grupo heterogêneo de desordens metabólicas manifestadas por uma elevação do nível de glicose no sangue que se desenvolve pela ausência ou redução da produção de insulina. A insulina tem a função de transportar a glicose para o interior da célula e é essencial no consumo de carboidratos, na síntese de proteínas e no armazenamento de lipídios (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION; 2003). A American Diabetes Association (2012) classifica o diabetes em diabetes tipo 1, no qual ocorre a destruição das células b do pâncreas ocasionando a interrerupção da produção de insulina. A destruição das células pode estar ligada a fatores infecciosos, hereditários e distúrbios autoimunes, sendo mais prevalente em indivíduos jovens e tem como um dos sintomas a cetoacidose. A diabetes tipo 2 é a mais comum e prevalente após os 40 anos de idade em indivíduos obesos. Resulta da redução da secreção pancreática de insulina ou deficiência da ligação da molécula com o receptor de superfície celular, ocasionando deficiência na função da insulina. Além dessa classificação existem outros tipos específicos de DM. Dentre elas temos a gestacional que segundo Brody, Harris, e Lohr (2003) é caracterizada pela manifestação durante a gravidez, sendo ocasionada principalmente pela produção de altos níveis de vários hormônios que prejudicam a ação da insulina nas células, aumentando o nível de açúcar no sangue. Um dos principais hormônios relacionados com a resistência à insulina durante a gravidez é o hormônio lactogênico placentário, podendo também estar envolvidos os hormônios hiperglicemiantes como cortisol, estrógeno, progesterona e prolactina. Estudos como o de Wang et al. (2003) também têm sugerido que os tumores pancreáticos estão 10 causalmente relacionados com a resistência à insulina e diabetes observada em doentes com câncer pancreático. A hiperglicemia pode estar associada também ao aumento da suscetibilidade a infecções bucais, incluindo a periodontite (SAINI et al., 2001). Segundo Loe (1993) a periodontite se caracteriza como a sexta complicação mais frequente no paciente diabético atrás dela estão a microangiopatia, nefropatia, neuropatia, doenças macrovasculares e cicatrização retardada de feridas. Segundo Mealey (2006) dentre os efeitos sistêmicos produzidos pela diabetes podemos citar a função alterada de células de defesa como neutrófilos, monócitos e macrófagos resultando em diminuição da defesa e destruição dos tecidos. Aliado a isso indivíduos diabéticos possuem deficiência na cicatrização de feridas ocasionada pela disfunção de fibroblastos e rápida degradação do colágeno por metaproteínases da matriz e aumento da atividade apoptótica celular resultando no prolongamento da ferida (KATZ et al., 2005). Outro mecanismo sistêmico é o acúmulo de altos níveis de proteínas nos tecidos chamados de produtos de glicação avançada (AGEs). Quando o AGE’s se ligam a receptores específicos encontrados na superfície celular conhecidos como RAGE nos monócitos se desecadeiam mecanismos que ativam a transcrição do fator nuclear kappa B (NF-ΚB), levando ao subseqüente aumento da expressão de seus genes-alvo, como endotelina-1(ET-1), molécula de adesão a célula vascular 1 (VCAM-1), selectinas, fator tecidual trombomodulina, fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) e de citocinas pró-inflamatórias que incluem a interleucina-1α (IL-1Α), interleucina 6 (IL-6) além do fator de necrose tumoral-α (TNF-Α) e do próprio RAGE (OLIVER e TERVONEN, 1994). Dessa forma a diabetes constitui-se em um fator de risco para a periodontite, visto que essa condição sistêmica provoca uma exarcebação da resposta inflamatória que promove a reabsorção óssea, além de complicações na microcirculação e cicatrização (GROVER e LUTHRA, 2013). De acordo com Iacopino e Cutler (2000) outro fator que contribuí indiretamente para a progressão da inflamação e resistência da insulina é a hiperlipidemia. O aumento do tecido adiposo produz grande quantidade de adipocina 11 pelos adipócitos. Sendo as adipocinas envolvidas na formação de citocinas próinflamatórias, como fator de necrose tumoral alfa, interleucina-6, proteína – c reativa (PCR), aumento de células polimorfonucleares e decréscimo de fatores de crescimento que contribuem para a destruição tecidual e resistência a insulina. A relação principal da causa da periodontite está associada principalmente a infecção bacteriana por microorganismos gram-negativos como: Phorphiromonas gingivalis, Tennarela forsythensis e Actinobacillus actnomycetemcomitans que desencadeiam uma resposta imuno- inflamatória que promove a destruição do osso e tecidos de suporte dentários. A alta concentração de glicose contribui para a origem de uma flora periodontopatogênica e progressão da doença periodontal como também os fatores sistêmicos acima citados. (STANKO et al., 2014). Os mecanismos que explicam os efeitos da periodontite á diabetes ainda não estão bem elucidados. Estudos apontam que o lipossacarídeo bacteriano (LPS) bacteriano tem um efeito significativo sobre a sensibilidade à insulina e que ao longo do tempo a liberação de IL-Iβ e TNF-α em resposta a bacteremia / endotoxemia tem inúmeros efeitos metabólicos responsáveis para a resistência à insulina. Assim como acontece na hiperlipidemia a produção desses mediadores inflamatórios ativam moléculas como a proteína-c reativa que leva a destruição das células β do pâncreas através de mecanismos apoptóticos contribuindo para o desenvolvimento da diabetes (GROVER e LUTHRA, 2013). O diagnóstico periodontal deverá ser obtido através do índice gengival, índice de placa, determinação das profundidades de sondagem periodontal, perdas de inserção e exame radiográfico para verificar o grau de perda óssea alveolar (LILJENBERG et al., 1994). A terapia periodontal, pode ser realizada por meio de terapia cirúrgica e não cirúrgica e tem como objetivo o reestabelecimento da função, estética e saúde dos tecidos periodontais. A redução da doença periodontal pode gerar benefícios sistêmicos aos pacientes diabéticos. Diante desses benefícios gerados pela terapia periodontal essa revisão de literatura pretende avaliar a eficácia da terapia nãocirúrgica na melhora dos paramentos, clínicos e hematológicos de pacientes diabéticos portadores de doença periodontal crônica. 12 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 TIPOS DE TERAPIAS NÃO-CIRÚRGICAS. O tratamento periodontal básico consiste na eliminação da bolsa periodontal infectada e na remoção dos depósitos microbianos supra e sub-gengivais, estes possuem alta resistência aos mecanismos de defesa do organismo e terapias antimicrobianas. A não remoção dos patógenos resulta em resolução parcial da inflamação e geralmente o retorno da inflamação. Nos pacientes diabéticos o aumento da glicemia e permanência dos depósitos microbianos favorecem o crescimento da flora periodontopatogênica e o aparecimento de uma resposta inflamatória exarcebada através do aumento de citocinas e mediadores da resposta pró-inflamatória (RYAN; 2005). Estudos clínicos tem demonstrado que a terapia periodontal contribui para as reduções dos índices de sangramento e profundidade de sondagem. Coob (1996) após estudo onde avalia os efeitos do tratamento não-cirúrgico em pacientes com doença periodontal observou reduções médias de profundidade de bolsa como ganhos de inserção clínica após o tratamento. Além disso, o tratamento periodontal não-cirúrgico está associado a melhorias nas condições sistêmicas e metabólicas (O` CONNEL., et al 2008). Alguns autores baseados nisto procuraram utilizar a terapia não cirúrgica convencional de raspagem e alisamento radicular em diabéticos. Dentre as modalidades de tratamento periodontal, temos: as terapias cirúrgicas e não cirúrgica. Como terapias não cirúrgicas existem a raspagem e alisamento radicular, terapia antibiótica e 13 fotodinâmica, que podem ser ultilizadas tanto como terapias coadjuvantes ou independentes (TARIQ et al., 2012). O tratamento convencional, raspagem e alisamento radicular, é considerados o tratamento efetivo, capaz de remover o biofilme dental e promover a saúde dos tecidos periodontais, sendo considerado, portanto, como padrão ouro na comparação entre terapias (BADERSTEN et al., 1984). Quirynen et al. (1995) propôs a técnica de desinfecção total da boca em único estágio, esta visava diminuir o número de periodontopatógenos de forma rápida em um período de 24 horas com auxílio de irrigação de clorexidina em vários nichos da boca como: tonsilas, língua, saliva e membranas mucosas. Essa abordagem vem sendo utilizada atualmente pela capacidade de diminuir a reinfecção de bolsas previamente tratadas, em contrapartida no tratamento de raspagem parcial que consiste em várias sessões pode acarretar em reincidiva das bactérias vindas das áreas que não foram tratadas (VANDEKERCKHOVE et al., 1996). O tratamento periodontal convencional utiliza-se de instrumentos manuais e ultrassônicos (OBEID et al., 2004). No entanto, o uso de antibióticos associados á terapia convencional tem sido utilizado como uma alternativa de tratamento para os sítios que não respondem a terapia convencional. O uso de antibióticos pode ser de forma local ou sistêmica e tem o objetivo de eliminar os periodontopatógenos dentre eles os principais: Prevotella intermédia, Campylobacter rectus, Porphyromonas gengivalis e Actinobacillus actinomycetemcomitans (GROSSI; 2001, GREENSTEIN; 2006). Outra alternativa que tem sendo utilizada para o tratamento periodontal é o uso de lasers, esses tem sido associado a terapia convencional e parecem ter efeito antimicrobiano no local. A atividade antimicrobiana promovida pelo laser ocorre devido á ação de um agente fotossensibilizador que absorve luz capaz de promover uma cascata de reações que originam moléculas citotóxicas (MATTHEWS; 2010). Os tratamentos cirúrgicos são as técnicas de acesso para raspagem (retalho de Widman e retalho recolado), ressectiva e regenerativa ou reconstrutiva (LINDHE; 1999). No entanto a terapia cirúrgica em pacientes diabéticos deve ser eletiva, ou seja, somente é indicada para pacientes diabéticos controlados com glicemia em 14 jejum < 200 mg/dl e níveis de HbA1C de 7 %. Nesse caso os resultados são semelhantes aos não diabéticos (HALLMON e MEALEY, 1992). 2.2 TRATAMENTO PERIODONTAL EM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2 E NÃO- DIABÉTICOS. Stewart et al. (2001) desenharam estudo para explorar o efeito da terapia periodontal no controle da glicemia em pessoas com diabetes mellitus tipo 2 (DM). 36 pacientes adultos com DM tipo 2 (grupo de tratamento) receberam tratamento para periodontite durante um período de 18 meses. O grupo controle de 36 pessoas foi selecionados aleatoriamente da mesma população de pessoas com DM tipo 2 que não receberam tratamento periodontal. Durante o período de observação de nove meses, houve uma melhora de 6,7% no grupo controle comparada a uma melhoria de 17,1% no grupo de tratamento, uma diferença estatisticamente significativa. Os dados do estudo sugerem que a terapia periodontal foi associada a um melhor controle glicêmico de pessoas com DM tipo 2. Promsudthi et al. (2005) examinaram o efeito da terapia periodontal no controle glicêmico em pacientes diabéticos tipo 2. 52 pacientes diabéticos com a média de hemoglobina glicada de 7,5-11,0% e periodontite severa foram incluídos no presente estudo. O grupo de tratamento recebeu tratamento periodontal combinado com doxiciclina sistêmica (100 mg/dia) durante 14 dias. O grupo controle recebeu nenhum tratamento periodontal nem doxiciclina sistêmica. Os parâmetros clínicos periodontais, glicemia em jejum e HbA1c foram medidos no início e após 3 meses. O tratamento periodontal melhorou significativamente o estado periodontal no grupo de tratamento (P <0,05), no entanto, a redução no nível de glicemia em jejum e HbA1c não atingiu significância. No grupo controle não houveram alterações significativas nos parâmetros clínicos periodontais, níveis de HbA1c e glicemia em jejum, com exceção da significativa perda de inserção (P <0,05). Esses resultados indicam que a condição periodontal de pacientes com diabetes não controlada melhorou 3 meses após a terapia periodontal mecânica com tratamento 15 antimicrobiano sistêmico adjuvante, e se agravou rapidamente sem tratamento periodontal. Almeida, Navarro e Bascones (2006) compararam a resposta para o tratamento periodontal convencional entre pacientes com e sem diabetes mellitus tipo 2 sob o ponto de vista clínico e metabólico. Os pacientes foram submetidos ao tratamento periodontal convencional de raspagem e alisamento radicular e a resposta a este tratamento foi comparada entre os grupos durante 3 e 6 meses, sendo realizadas a medição do índice de placa, sangramento à sondagem, profundidade de sondagem, nível de inserção clínica e recessão gengival. Nos pacientes diabéticos, a resposta clínica foi relacionada para medições de HbA1c e glicose no sangue durante 3 e 6 meses. Houve melhora nas variáveis clínicas exceto PS (P <0,0207). A melhora observada nos níveis de HbA1c no sangue confirmou uma resposta metabólica positiva para o tratamento periodontal, com um valor inferior para esta variável no tempo de cada medição. Ambos os grupos de pacientes apresentaram melhora clínica após o tratamento periodontal não-cirúrgico. Navarro, Almeida e Martinez (2007) tiveram como proposta analisar a eficácia local da terapia periodontal não-cirúrgica entre diabéticos tipo 2 e pacientes não-diabéticos e o efeito desta no controle glicêmico. Após a seleção todos foram submetidos ao exame inicial, avaliação clínica periodontal e bioquímica e análise de fluido crevicular gengival (GCF). Após a fase de pré-tratamento foram realizadas raspagem subgengival e alisamento radicular. Posteriormente foram reexaminados em 3 e 6 meses. Ambos apresentaram também melhorias clinicamente significativas e imunológicas. A mudança na hemoglobina glicada (HbA1c) foi estatisticamente significativa em 3 e 6 meses. As melhorias clínicas e imunológicas obtidas foram acompanhadas por uma redução significativa nos valores de HbA1c no grupo de diabéticos tipo 2. Gonçalves et al. (2008) investigaram o efeito da terapia periodontal nos parâmetros clínicos como sobre a peroxidase salivar total (TSP) e a atividade da mieloperoxidase (MPO) no fluido crevicular gengival (GCF) de pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e de indivíduos sistemicamente saudáveis. Foram alocados em grupos respectivamente vinte indivíduos com DM2 com controle metabólico inadequado (Grupo de teste) e 20 indivíduos sistemicamente saudáveis 16 (grupo controle), ambos os grupos com periodontite crônica. Na avaliação inicial e 3 meses pós-tratamento, o grupo teste apresentou uma maior porcentagem de sítios com IP e SS (p<0.01). A atividade de MPO no GCF apresentou valores mais baixos (p<0.05) para o grupo de teste, tanto na linha de base e pós-tratamento. O tratamento periodontal resultou em uma melhoria significativa da maioria dos parâmetros clínicos e enzimáticos para ambos os grupos (p<0.05) e os indivíduos diabéticos apresentam menor atividade da MPO no GCF. Da Cruz et al. (2008) estudaram a resposta clínica e laboratorial em indivíduos com e sem diabetes mellitus após 3 meses de terapia não-cirúrgica. O estudo foi realizado com 10 indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 insulinodependentes e 10 indivíduos controle sistemicamente saudáveis com doença periodontal crônica generalizada. Ambos os grupos foram tratados com raspagem da boca toda e alisamento radicular juntamente com instruções de higiene oral. O controle glicêmico foi avaliado através dos níveis e glicose em jejum e HbA1c. Os dados revelaram mudanças estatísticas (p< 0,05) nas variáveis clínicas (IP, IG, PD, GR, e NIC) entre a linha de base e 3 meses em ambos os grupos. Por outro lado, nenhuma melhoria no nível de glicose em jejum ou hemoglobina glicosilada (p< 0,05) foi encontrado após o tratamento. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos para as variáveis analisadas. O'Connell et al. (2008) em estudo duplo-cego controlado por placebo avaliaram os efeitos da terapia periodontal (raspagem e alisamento radicular) nos níveis séricos de hemoglobina glicada e em marcadores inflamatórios. Trinta indivíduos com DM tipo 2 e periodontite foram tratados com raspagem e alisamento radicular e placebo ou com doxiciclina 100 mg / dia, durante 14 dias. Após 3 meses, a redução na profundidade de sondagem foi de 0,8 mm para o primeiro grupo (P <0,01) e 1,1 mm para o segundo grupo (P <0,01), seguida de um aumento de 0,9% dos níveis de HbA1c para o primeiro grupo ( P = 0,17) e redução de 1,5% ( P <0,01) para o segundo. Concluiu-se que a terapia periodontal pode influenciar as condições sistêmicas de pacientes com DM tipo 2, mas não houve diferença estatística com a terapia de doxiciclina sistêmica adjuvante. Além disso, é possível que a melhoria observada no controle da glicemia e na redução dos marcadores inflamatórios devase a dieta, o que não foi controlado no estudo. 17 Santos et al. (2009) neste estudo avaliaram os efeitos clínicos e metabólicos da desinfecção total da boca por meio de raspagem e alisamento radicular (RAR) em relação a abordagem de desinfecção parcial em pacientes com diabetes tipo 2 e periodontite crônica e avaliou o impacto do estado glicêmico sobre a condição clínica e metabólica. Neste ensaio clínico 18 indivíduos com diabetes receberam RAR em um prazo máximo de 24 horas, e 18 indivíduos em um prazo máximo de 21 dias. O acúmulo de placa visível, sangramento à sondagem, supuração, profundidade de sondagem, nível clínico de inserção e os níveis de HbA1c (hemoglobina glicada) foram obtidos no início e em 3 e 6 meses pós-terapia. Todos os parâmetros clínicos melhoraram após a terapia (P <0,05). Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos de tratamento para os parâmentos clínicos e metabólicos em qualquer tempo (P> 0,05). Não houve alterações nos níveis de HbA1c após terapia (P> 0,05). Indivíduos com diabetes bem controlada alcançaram a menor média de NIC em 6 meses pós-terapia, quando os dois grupos foram comparados (P <0,05). As duas abordagens de tratamento foram igualmente eficazes no tratamento de periodontite crônica em indivíduos com diabetes tipo 2, sem melhorias significativas no controle glicêmico em 3 e 6 meses. Al-Zahrani et al. (2009) examinaram o efeito do uso adjuvante da terapia fotodinâmica na melhora da condição periodontal e controle glicêmico de pacientes com diabetes e periodontite. 45 pacientes com diabetes tipo 2 e periodontite crônica de moderada a severa foram selecionados e distribuídos aleatoriamente em três modalidades de tratamento, sendo 15 indivíduos em cada grupo. Dentre as modalidades estavam: raspagem e alisamento radicular (RAR), RAR mais doxiciclina sistêmica e RAR e terapia fotodinâmica. O IP, SS, PS, NIC e HbA1c foram registrados no início do estudo e três meses após o tratamento periodontal. Diferenças estatisticamente significativas foram encontradas na PS, NIC, IP e SS entre os valores iniciais e 12 semanas pós-tratamento para os grupos. Diferenças não significativas nos parâmetros periodontais e níveis de glicose foram detectadas entre os três grupos. Houve redução do nível de HbA1c após tratamento em todos os grupos. Sendo significativa apenas para o grupo que associou a RAR com doxicilina. Os resultados do presente estudo indicam que a terapia fotodinâmica não beneficia a terapia periodontal não-cirúrgica em diabéticos tipo 2. 18 Katagiri et al. (2009) analisaram se o tratamento periodontal incorporado a antibioticoterapia tópica afeta os níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) e da proteína- C reativa (hs-CRP) em pacientes diabéticos tipo 2 com doença periodontal. O grupo de intervenção foi submetido ao tratamento e mostrou apenas redução transitória dos níveis de HbA1c sem qualquer alteração nos níveis de hs-CRP, enquanto que o grupo controle não apresentaram quaisquer alterações na HbA1c ou hs-CRP. A análise de todos revelou que o IMC e a mudança na hs-CRP esteve significativamente correlacionada com a redução de HbA1c em 6 meses após o tratamento periodontal. Baseado nisto o grupo de intervenção foi subdividido em dois grupos: aqueles em que os níveis de hs-CRP diminuiu e aqueles em que os níveis desta permaneceram inalterados ou aumentados. No subgrupo em que PCR diminuiu os níveis de HbA1c foram significativamente reduzidos no final do estudo em relação ao subgrupo onde a PCR não diminuiu. O IMC de cada grupo permaneceu inalterado até o final do estudo. Assim, os resultados sugerem que o tratamento periodontal com antibióticos tópicos reduzem os níveis de HbA1c através da redução da PCR, que pode estar relacionada com a melhoria de resistência à insulina em pacientes diabéticos tipo 2 com doença periodontal. Awartani (2009) investigaram a associação entre o controle glicêmico de diabéticos tipo 2 e a gravidade da doença periodontal. Um total de 126 pacientes do sexo feminino sauditas diagnosticadas com diabetes tipo 2 foram examinadas e divididas em grupos.O Grupo I (Bem controlados com HbA1c inferior a 9%) incluiu 74 pacientes, e Grupo II (Pobre controle com HbA1c maior que 9%) incluiu 52 indivíduos. O resultado obtido mostrou uma significativa associação da perda de nível de inserção (3-4 mm) com doença periodontal em pacientes diabéticos mal controlados em comparação com os bem-controlados. Dessa forma o grupo de diabéticos mal-controlados apresentou aumento do percentual de cálculo e maior risco de periodontite. Dag et al. (2009) averiguou o efeito da terapia periodontal não-cirúrgica nos níveis séricos de TNF-a e de HbA1c de diabéticos tipo 2 mal controlados com periodontite. Selecionados os pacientes estes foram subdivididos em três grupos. 15 pacientes com a diabetes mal controlada (grupo 1A) e 15 com diabetes bem controlada (grupo 1B) e 15 pacientes que foram sistematicamente saudáveis com periodontite (grupo 2). O índice de placa, índice gengival, profundidade de 19 sondagem, perda de inserção clínica, índice de sangramento gengival, níveis de HbA1c e TNF-a foram medidos na linha de base e três meses após a terapia periodontal não-cirúrgica. Todos os parâmetros periodontais incluindo o TNF-a foram significativamente menores, três meses após a terapia periodontal não-cirúrgica. Os valores de HbA1c foram significativamente menores apenas nos diabéticos bem controlados. Não foram encontradas diferenças significativas nos parâmetros periodontais ou níveis de TNF-a no início do estudo e após três meses entre os dois grupos. Embora a terapia periodontal não-cirúrgica tenha eliminado a infecção local / sistêmica e inflamação ela é insuficiente para reduzir de forma significativa os níveis de HbA1c em pacientes mal controlados. Commisso et al. (2009) analisaram a relação entre o estado de saúde de uma população diabética tipo 2 com o controle glicêmico e estilo de vida. Um questionário foi distribuído para 118 pacientes para coletar informações, tais como data de nascimento, ano de diagnóstico da diabetes, parâmetros periodontais, terapia farmacológica e hábitos de higiene oral. Um exame oral foi realizado para avaliar a presença de placa, cálculo, mobilidade dentária, cáries e gengivite.Trinta e um de 118 pacientes desdentado foram excluídos da análise principal. Cerca de 60% dos pacientes apresentaram placa dentária e gengivite. A diferença estatisticamente significativa em pacientes com ou sem um controle glicêmico só foi observado em mulheres. Pacientes tratados com raspagem e alisamento radicular tinham melhor saúde bucal e redução significativa da HbA1c. Correa et al. (2010) buscou comparar a eficácia do tratamento periodontal não cirúrgico em melhorar o estado periodontal e reduzir o fluido gengival crevicular (GCF), os níveis de interleucina (IL) -1beta e IL-18, atividade da elastase e da metaloproteinase da matriz (MMP)-9 e -8 em pacientes com periodontite com e sem diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Vinte e três pacientes com DM2 (grupo diabetes) e vinte e seis sistemicamente saudáveis (grupo controle) com periodontite crônica participaram neste estudo. Foi realizado o exame clínico periodontal. Para avaliar o controle glicêmico foi analisado a concentração de hemoglobina glicada. Os indivíduos receberam tratamento periodontal não-cirúrgico e foram reexaminados após 90 dias. Todos os parâmetros clínicos mostraram uma melhora significativa após o tratamento. O tratamento não reduziu significativamente as concentrações de HbA1c em pacientes com DM2. Os pacientes com DM2 apresentaram menor 20 redução apenas na atividade de elastase em sítios rasos em relação aos controles. Esta redução foi associada com melhoria do estado clínico periodontal. Kudva et al. (2010) investigaram as alterações clínicas e metabólicas após a terapia periodontal não-cirúrgica de pacientes diabéticos tipo 2 e não diabéticos. Foram selecionados quinze indivíduos diabéticos tipo 2 e quinze não diabéticos. Coletaram-se os parâmetros clínicos e metabólicos como o índice de placa, índice gengival, profundidade de sondagem, hemoglobina glicada, e perfil lipídico (Colesterol total, lipoproteína de alta densidade, lipoproteínas de baixa densidade, triglicéridos e lipoproteínas de alta baixa densidade). A correlação foi observada entre parâmetros clínicos e bioquímicos dentro dos dois grupos inicialmente e três meses depois. O valor de P no grupo de diabéticos foi <0,001 e em todos os parâmetros clínicos. O valor de P do grupo de teste era > 0,05, ou seja, sem diferenças significativas e no grupo controle <0,05 para o colesterol total, lipoproteína de alta densidade e <0,01 na lipoproteína de baixa densidade. O valor de P> 0,05 não apresentaram significância estatística na correlação entre os grupos teste e controle. Ambos os grupos de pacientes apresentaram melhora em parâmetros clínicos e metabólicos avaliados em 3 meses após a terapia periodontal não- cirúrgica. Kardesler et al. (2010) realizaram estudo sobre os efeitos do tratamento periodontal nas medições clínicas periodontais, controle glicêmico e níveis de mediadores inflamatórios sistêmicos em pacientes com diabetes tipo 2 e periodontite crônica. Foram escolhidos treze indivíduos diabéticos tipo 2 bem controlados e 12 mal controlados com periodontite crônica e 15 pacientes sistemicamente saudáveis com periodontite crônica. Os grupos de estudo apresentaram melhorias semelhantes nas variáveis periodontais durante todo o estudo (p <0,05). Os níveis de HbA1c no grupo de diabéticos bem controlados diminuiu significativamente após 3 meses (P <0,05) ao passo que não houve alterações significativas no grupo mal controlado. Houve diminuições insignificantes de TNF-alfa e de PCR (P> 0,05). Os níveis de IL6 diminuíram em diabéticos bem controlados e no grupo saudável sistemicamente (P<0,05). Os níveis de adiponectina aumentaram no grupo saudável sistemicamente (P <0,05) e os níveis de leptina aumentaram no 1º mês em pacientes diabéticos bem controlados (P<0,05). 21 Awartani (2010) pesquisaram a influência dos níveis séricos de imunoglobulinas (IgA, IgG, IgM) em diabéticos tipo 2 (mau controlados e bem controlados) e não diabéticos com periodontite crônica. Os pacientes foram divididos em três grupos. O Grupo 1 foi formado por diabéticos que exibem um melhor controle glicêmico e o Grupo 2 por diabéticos com mal controle. O terceiro grupo foi composto por indivíduos não-diabéticos com periodontite crônica. Apenas a média de perda de inserção clínica foi significativamente maior para o Grupo 2 em comparação com os grupos 1 e 3. Engebretson e Hey-Hadavi (2011) realizaram um estudo de 3 meses. Foram avaliados os efeitos do debridamento convencional sub-gengival combinado com um regime de 3 meses de doxiciclina sub-antimicrobiana (DDS) ou com um regime de duas semanas de doxiciclina (ADD), ou placebo em 45 pacientes com diabetes e periodontite crônica não tratada. A resposta ao tratamento foi avaliada através da medição da hemoglobina glicada (HbA1c), glicemia em jejum e paramentos periodontais clínicos. Em um mês e três meses de acompanhamento os dados clínicos foram reduzidos em todos os grupos. Em três meses os níveis de HbA1c no grupo SDD observaram uma melhoria de 12,5%. Em contraste, não houve alteração significativa na HbA1c no grupo ADD de (7,5% ± 2,0) para (7,8% ± 2.1) ou placebo (8,5% ± 2,0) para (8,5% ± 2.6). Os níveis médios de glicose no plasma não foram significativamente entres os grupos. Os resultados deste estudo piloto sugerem que o tratamento da periodontite com RAR e 3 meses de dose diária de doxiciclina subantimicrobiana pode diminuir os níveis de HbA1c em diabéticos tipo 2 que tomam hipoglicemiantes. Nassar et al. (2011) procuraram determinar a relação entre diabetes e a doença periodontal por meio dos níveis sanguíneos dos níveis séricos de colesterol total, triglicérideos e parâmetros clínicos periodontais. Vinte pacientes foram selecionados e divididos em 2 grupos: (1) raspagem periodontal convencional e alisamento radicular com controle mecânico; e (2) raspagem periodontal convencional e alisamento radicular com terapia de manutenção e controle mecânico. As análises foram realizadas após 0, 180 e 720 dias, incluindo o índice de placa, índice gengival, profundidade de sondagem e nível de inserção clínica, colesterol total e triglicerídeos. Os dois grupos apresentaram redução significativa nos parâmetros clínicos periodontais, no entanto, a PS não diminuiu significativamente, somente no Grupo 1. Houve melhora significativa em todos os 22 parâmetros sanguineos em ambos os grupos. O grupo que recebeu a terapia de manutenção também melhourou os parâmetros clínicos periodontais, em geral, sugerindo que esta abordagem é importante e necessária em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 e doença periodontal. Moeintaghavi et al. (2011) selecionaram quarenta pacientes com DM2 e periodontite crônica com faixa etária entre 29-50 anos. Estes foram divididos aleatoriamente em dois grupos. O grupo de tratamento (n = 22) recebeu raspagem e alisamento radicular da boca toda, enquanto que o grupo controle (n = 18) não recebeu tratamento periodontal. O IG, IP, PS, NIC, FPG, HbA1c, CT, TG e colesterol foram registrados no início do estudo e comparados com os dados recolhidos três meses depois. Os grupos não diferiram em razão de sexo, idade ou parâmetros clínicos [PS (p = 0,107), NIC (P = 0,888), IP (p = 0,180)] como dos marcadores bioquímicos na linha de base [FPG (p = 0,429), HbA1c (p = 0,304), TG (p = 0,486), TC (p = 0,942), LDL (p = 0,856) e HDL (p = 0,881)]. A FPG, HbA1c e parâmetros clínicos diferiram entre os grupos de tratamento e controle (p = 0,006, 0,003 e 0, respectivamente). A partir da linha de base e após três meses os níveis de HbA1c diminuíram no grupo tratado (p = 0,003). No mesmo período de tempo, FPG, IG, PS e NIC aumentaram no grupo controle (p = 0,016, 0,0, 0,0 e 0,004, respectivamente), mas HbA1c não alterou significativamente. A terapia periodontal não-cirúrgica pode melhorar o controle metabólico em pacientes diabéticos. Lin et al. ( 2011) investigaram as alterações nos parâmetros clínicos e níveis de marcadores inflamatórios no plasma de pacientes periodontais com diabetes mellitus tipo 2 mal controlada (DM2) após terapia periodontal não- cirúrgica. Vinte e oito pacientes com DM2 mal controlada foram aleatoriamente designados para tratamento em dois grupos. No primeiro era realizada a raspagem e alisamento radicular e no segundo raspagem e alisamento radicular com administração de minociclina subgengival. Os parâmetros clínicos, incluindo a profundidade e níveis no plasma de interleucina (IL) -6, receptor solúvel de produtos de glicação avançada (RAGE), proteína-c reativa (CRP) e hemoglobina glicada (HbA1c) foram medidos antes e depois de 6 meses do tratamento. Mudanças significativas em PS, NIC e SS foram encontrados em ambos os grupos. Pequenas alterações no nível de PCR no plasma foram encontradas em ambos os grupos. IL-6 no plasma aumentou no primeiro grupo, mas uma ligeira diminuição no segundo grupo (0.469 pg / ml, p = 0,172). A terapia periodontal não- cirúrgica com ou sem aplicação subgengival de 23 minociclina pode alcançar melhoria significativa nos níveis de HbA1c, mas não teve nenhum efeito significativo sobre os níveis plasmáticos de IL-6, PCR ou sRAGE em pacientes com diabetes mal controlada. Katagiri et al. (2012) examinaram os efeitos da terapia não-cirúrgica aliada a antibióticos tópicos no controle glicêmico e dos mediadores inflamatórios séricos em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 com periodontite. Um total de 41 pacientes com diabetes tipo 2 e periodontite receberam tratamento periodontal com a aplicação tópica de antibióticos quatro vezes dentro de um período de 2 meses. Um exame periodontal e coleta de sangue foram realizadas. Foram analisadas na coleta de sangue a hemoglobina glicada (HbA1c) e os níveis séricos da proteína-c reativa, TNF-α e IL-6. Foram detectadas associações significativas entre a alteração dos valores de HbA1c em 6 meses após o tratamento periodontal e os valores dos índices de sangramento a sondagem como dos níveis de TNF-α na linha de base para as profundidade médias de sondagem. Como o índice de SS é um marcador da inflamação gengival estes resultados sugerem que a terapia periodontal nãocirúrgica com antibióticos tópicos em pacientes com periodontite leve pode melhorar o controle glicêmico, resolvendo inflamação periodontal. Haseeb et al. (2012) compararam o estado periodontal em pacientes diabéticos tipo 2 bem controlados e mal controlados com indivíduos saudáveis. Coletou-se PS, RG e NIC para obter o estado periodontal de cada dente. Acompanhou-se o controle glicêmico por meio dos valores da hemoglobina glicada. A profundidade de sondagem foi maior em pacientes com diabetes mal controlada em relação aos pacientes diabéticos bem controlados (4,21 milímetros comparada a 3,72 milímetros e 2,93 mm, respectivamente, p <0,001). A perda de inserção também aumentou em diabéticos mal controlados (p <0,001) em comparação com o grupo controle e diabéticos bem controlados, no entanto, a diferença não foi estatisticamente significativa ao se comparar diabéticos bem controlados com o grupo controle (p> 0,05). A porcentagem de sítios com perda de inserção de 4 e 6 milímetros também foi significativamente maior em diabéticos mal controlados em comparação com o grupo controle (p <0,05 e p <0,001 respectivamente). A condição periodontal, estimada pela profundidade, profundidade de sondagem e perda de inserção deteriora significativamente com a falta de controle glicêmico em diabéticos. 24 Chen et al. (2012) em seu estudo de intervenção observaram os efeitos do tratamento periodontal e a resposta clínica e metabólica de pacientes diabéticos tipo 2. Um total de 134 pacientes foram alocados aleatoriamente em três grupos de tratamento e um grupo controle. O primeiro grupo que foi submetido á terapia periodontal não-cirúrgica recebeu raspagem e alisamento radicular na linha de base e debridamento subgengival adicional durante 3 meses. O segundo grupo de tratamento recebeu terapia periodontal não-cirúrgica e profilaxia supragengival durante 3 meses, enquanto que os do grupo controle não receberam tratamento durante todo o estudo. Os dois grupos de tratamento tiveram um nível de hsCRP significativamente menor após terapia periodontal (P <0,05). Embora HbA1c diminuiu significativamente no grupo 2 (P <0,05), a diferença intergrupos para HbA1c, FPG, TNF-α, e perfil lípido não foram estatisticamente significativas após o tratamento (P> 0,05). O tratamento periodontal não-cirúrgico pode efetivamente melhorar o estado periodontal e inflamatório. Sun et al. (2012) determinaram os efeitos da intervenção periodontal na condição inflamatória e controle metabólico como também a relação entre diabetes mellitus tipo 2 mau controlada e periodontite crônica. Um total de 190 diabéticos tipo 2 mal controlados com periodontite moderada foram divididos aleatoriamente em dois grupos com e sem tratamento. Os níveis séricos de adiponectina, proteína-C reativa (CRP), fator de necrose tumoral α (TNF-α), interleucina-6 (IL-6), perfil lipídico, glicose, insulina, modelo de avaliação da homeostase da resistência de insulina (HOMA-IR) e modelo de avaliação da função das células-β e da homeostase (HOMA-β) foram medidos no início do estudo e após 3 meses. Os paramentos periodontais foram significativamente melhorados no grupo tratado após 3 meses em relação ao grupo sem tratamento (todos p <0,01). Após 3 meses, os níveis séricos de PCR-US, TNF-α, IL-6, glicemia em jejum (FPG), hemoglobina glicada (HbA1c), insulina de jejum (FINS) e do índice HOMA-IR diminuiu e a adiponectina foi significativamente aumentada no grupo tratado em comparação ao grupo sem tratamento (p <0,05 ou p <0,01). Concluíram que a intervenção periodontal melhora o controle glicêmico, perfil lipídico e reduzir os níveis de citocinas inflamatórias no soro e promover o aumento dos níveis no soro de adiponectina em pacientes com DM2 mal controlada com periodontite moderada. Auyeung et al. (2012) tiveram como objetivo estudar a condinção periodontal e os efeitos da terapia periodontal não-cirúrgica em pacientes com diabetes mellitus 25 tipo 2 e doença periodontal. Foram escolhidos cem pacientes com diabetes tipo 2 e doença periodontal. Os pacientes foram divididos em dois grupos (28 pacientes no grupo leve e 72 pacientes no grupo de moderada a grave). Todos foram submetidos ao tratamento periodontal não-cirúrgico. Foram analisadas as diferenças de concentrações no soro de hemoglobina glicada e de lipoproteína de baixa densidade, de parâmetros inflamatórios como interleucina [IL]-1β e proteína- C reativa e os parâmetros periodontais entre os dois grupos 3, 6, 9 e 12 meses pósterapia. Ambos os grupos apresentaram melhor controle glicêmico, mas a diferença foi insignificante. Os níveis de PCR e IL-1β foram significativamente diferentes em todo o corte (P<0,05). Nenhuma associação positiva significativa foi encontrada entre os paramentos metabólicos e inflamatórios após 12 meses de terapia. Koromantzos et al. (2012) observaram ao longo de um período de 6 meses o efeito da terapia periodontal não-cirúrgica sobre os níveis séricos de alta sensibilidade a proteína- C reactiva (hsCRP), d-8-iso prostaglandina F2a (D-8-iso) como um marcador de estresse oxidativo, e metaloproteinases da matriz (MMP) -2 e (MMP-9) em pacientes com DM tipo 2. 60 participantes com DM tipo 2 com doença periodontal de moderada a grave foram alocados em dois grupos. O primeiro grupo recebeu raspagem e alisamento radicular, enquanto que o segundo recebeu limpeza supragengival na linha de base e raspagem e alisamento radicular durante 6 meses. O sangue foi coletado para a análise da hemoglobina glicada, hsCRP, d-iso-8, MMP2 e MMP-9. Embora houvesse uma tendência para a redução da hsCRP, d-iso-8 e MMP-9-lo não atingiu-se significância estatística. Os níveis de MMP-2 permaneceram inalterados após o tratamento periodontal. Puderam concluir que o tratamento periodontal não-cirúrgico de participantes com DM tipo 2 e doença periodontal moderada a grave melhorou significativamente os níveis de HbA1c, mas não resultou em uma melhoria estatisticamente significativa nos níveis de hsCRP, d8-iso, MMP-2, MMP-9. Cirano et al. (2012) investigaram o potencial terapêutico do debridamento total da boca com auxílio de ultra-sons. Dezesseis pacientes diagnosticados com periodontite crônica generalizada severa e diabetes mellitus tipo 2 foram alocados em grupos de indivíduos diabéticos e não diabéticos com periodontite. Todos foram submetidos a sessões de 45 minutos de debridamento com ultra-sons de todos os sítios que apresentavam doença periodontal. Foram medidos a recessão gengival, profundidade de sondagem e nível de inserção clínica. Além disso, os indivíduos 26 diabéticos foram avaliados através da glicemia em jejum (FPG) e testes de hemoglobina glicosilada (HbA1c). Após o tratamento não houve diferenças significativas entre os grupos para qualquer um dos parâmetros avaliados (P> 0,05). Indivíduos diabéticos tratados tiveram os níveis glicêmicos inalterados após o tratamento. Dessa forma entende-se que o tratamento não-cirúrgico promoveu melhorias clínicas em pacientes com diabetes tipo 2 não controlada e periodontite crônica generalizada severa. Hungund, Panseriya (2012) relacionaram a resposta à terapia periodontal não-cirúrgica entre os pacientes com e sem diabetes tipo 2 do ponto de vista clínico e metabólico. O estudo clínico foi realizado com diabéticos tipo 2 e não-diabéticos com periodontite crônica generalizada moderada. Todos foram submetidos á raspagem e alisamento radicular. Houve melhoria em todas as variáveis clínicas em ambos os grupos. A melhora observada nos níveis de HbA1c no grupo diabético confirmou a resposta metabólica positiva para o tratamento periodontal nãocirúrgico. Com este estudo conclui-se que há uma redução nos níveis de HbA1c em pacientes diabéticos após o tratamento periodontal não-cirúrgico. Bharti et al. (2013) estudaram os efeitos do tratamento periodontal sobre o controle da glicemia, de mediadores e adipocinas inflamatórias no soro de pacientes diabéticos tipo 2 com periodontite. 21 pacientes diabéticos tipo 2 receberam tratamento periodontal com antibióticos tópicos (grupo intervenção) e 8 pacientes não receberam tratamento periodontal (grupo controle). Os autores encontraram melhora no grupo que recebeu intervenção para PS e SS. Foram observadas diminuição de HbA1c e elevação de adiponectina no soro, enquanto que no grupo controle todos os parâmetros não foram alterados. Os resultados demonstraram que o tratamento periodontal melhora a condição periodontal e controle glicêmico com a elevação da adiponectina no soro de diabéticos tipo 2. Telgi et al. (2013) compararam os efeitos da terapia periodontal não-cirúrgica sobre o controle glicêmico de pacientes com diabetes mellitus tipo 2. Sessenta pacientes com idade entre 35-45 anos, controlados por hipoglicemiantes orais foram aleatoriamente divididos igualmente entre os três grupos: grupo A (Uso de raspagem, antisséptico e escovação), grupo B (antisséptico bucal e escovação) e grupo C (Somente a escovação). A média das diferenças entre o PS, FBS, HbA1c, 27 RG e IP nos grupos A e B foram considerados estatisticamente significativa (P <0,001). A regressão múltipla análise no grupo A mostrou que de todas as variáveis independentes RG e a frequência de administração da droga (b = 0,3761 e b = 0,598) mostraram significativamente maior impacto na HbA1c (R (2) = 0,832, P <0,05). Conclui-se que a terapia periodontal não-cirúrgica pode efetivamente diminuir os níveis de HbA1c em diabeticos tipo 2 que fazem uso de medicação. Garzón et al. (2013) averiguaram o efeito do tratamento periodontal nãocirúrgico sobre o controle metabólico, por meio da análise dos níveis de HbA1c em indivíduos diabéticos tipo 2 não-controlados com doença periodontal. O estudo contou com 38 pacientes com diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 e doença periodontal. Medidas de HbA1c foram obtidas antes e após 3 meses de tratamento periodontal não-cirúrgico. A HbA1c média no início do estudo foi de 8,6 e 8% no final. A redução média foi estatisticamente significativa (p = 0,026). Após o tratamento periodontal a prevalência da doença periodontal foi de 8%. A média pessoal de controle de placa antes e após o tratamento diminuiu de 82,6% para 35,5% (p <0,000). O estudo comprovou que a terapia periodontal não-cirúrgica melhora o controle glicêmico, o controle de placa e por conseguinte a remissão da doença periodontal. Munenaga et al. (2013) trabalharam com a hipótese de que a resolução da inflamação periodontal induzida pela terapia combinada com antibióticos pode ter efeitos benéficos sobre o controle glicêmico do diabetes. Um total de 523 indivíduos com diabetes tipo 2 e doença periodontal foram selecionados. Desses, 160 indivíduos foram divididos em dois grupos de acordo com o nível de proteína- c reativa de alta sensibilidade (PCR-US): > 500 ng / ml e <500 ng / ml. O grupo com hsCRP de mais de 500 ng / ml foram sub-divididos em dois grupos de acordo com a estratégia de tratamento: aplicação tópica de antibióticos combinados com debridamento mecânico convencional (grupo A), debridamento sozinho (B). Indivíduos com PCR-US abaixo de 500 ng / ml foram sub-divididos de forma semelhante. Terapia de combinação (C), debridamento sozinho (D). Os autores concluíram que indivíduos com diabetes tipo 2 e com periodontite classificada como leve, se tratados com antibióticos tem os níveis de hsCRP reduzidos. Botero et al. (2013) tiveram como objetivo determinar as mudanças quantificáveis na hemoglobina glicosilada (HbA1C) após a terapia não-cirúrgica periodontal em uma população de pacientes com diabetes mal controlada. Cento e 28 cinco pacientes foram randomizados para receber três tipos de terapia: terapia periodontal não-cirúrgica associada a azitromicina (AZ-Sca = 33), terapia periodontal não-cirúrgica associada ao placebo (PB-Sca = 37) e profilaxia supragengivais mais azitromicina (AZ-Pro = 35). A hemoglobina glicada, parâmetros de glicemia e periodontais foram medidos no início do estudo 3, 6 e 9 meses após o tratamento. Os autores concluíram que os parâmetros periodontais foram melhorados nos grupos AZ-SCA e PB-SCA em comparação com o grupo Z-Pro. Observou-se uma maior redução na profundidade de sondagem no grupo AZ-sca, em comparação com o grupo PB-Sca. A melhora no nível clínico de inserção foi semelhante entre os grupos PB-SCA e AZ-Sca. Uma redução de 8,0% a 7,2% (Δ0.8%; p <0,05) em HbA1C foi observada no AZ-Sca em 9 meses em comparação com o Grupo PB-Sca em que a redução foi de 7,9% para 7,6% (Δ0.3%). Os valores médios de glicemia diminuíram a partir de 195 mg / dL para 159,2 mg / dl (Δ35.8 mg / dL; p <0,05) no grupo AZ-Sca enquanto uma diminuição de 194 mg / dL para 174,8 mg / dl (Δ19.2 mg / dL) no grupo de PB-Sca em 9 meses foi observada. A modesta melhora no controle glicêmico foi detectada, sendo indicada a terapia não- cirúrgica aliada ao uso de azitromicina em comparação com o placebo. Santos et al. (2013) por meio de um ensaio clínico controlado e randomizado analisaram os efeitos clínicos da clorexidina (CHX) numa abordagem de desinfecção de boca inteira em indivíduos diabéticos tipo 2 mal controlados com periodontite crônica generalizada. Trinta e oito pacientes foram aleatoriamente divididos em grupo de (N = 19) desinfecção total e alisamento radicular (FMSRP) no prazo máximo de 24 horas com aplicações e lavagens locais de gel CHX por 60 dias e o grupo controle (n = 19) que realizava a FMSRP dentro de 24 horas e ultilizava a aplicação local e lavagens de gel placebo durante 60 dias. Todos os parâmetros clínicos melhoraram significativamente em 3, 6 e 12 meses pós-terapias para ambos os grupos (p <0,05). Não houve diferenças significativas entre os grupos para os parâmetros clínicos e condições glicêmicas em qualquer ponto de tempo (p> 0,05). Wang et al. (2014) conduziram uma meta-analise para avaliar o efeito do tratamento periodontal no controle metabólico de pacientes tipo 2 com doença periodontal. Foram comparadas as diferenças de pré e pós-intervenção, resultados de HbA1c dos pacientes entre grupo tratado por raspagem e alisamento radicular (SRP), combinada com a administração de doxiciclina oral (n = 71) e controles que receberam SRP sozinho ou SRP mais placebo (n = 72 ). O resultado de 3 estudos 29 não revelaram diferenças significativas nos resultados de HbA1c entre o grupo de tratamento periodontal (n = 71) e grupo controle (n = 72) (HbA1c SMD = -0,238; IC95% = -0,616 a 0,140; P = 0,217). Doxiciclina sistêmica adicionado a SRP não melhora significativamente o controle metabólico em pacientes com DM2 e periodontite crônica. Michalowicz et al. (2014) avaliaram características baseadas em pacientes associados com a resposta clínica ao tratamento não- cirúrgico. Os pesquisadores avaliaram os paramentos periodontias. Os valores mais altos de PS na linha de base, NIC e SS foram associados a maiores melhorias nestas mesmas medidas (P<0,0001). Participantes latino-americanos experimentaram maiores melhorias na PS e NIC do que os participantes não-hispânicos (P <0,0001). Participantes obesos (aqueles com um índice de massa corporal> 30 kg por metro quadrado) experimentaram maiores reduções na PS e SS do que os participantes que não eram obesos (P <0,001). A idade, o sexo, a HbA1c, duração do diabetes e tabagismo não foram associados com a mudança em qualquer resultado (P> 0,1). Em pacientes com diabetes mellitus tipo 2, a gravidade da doença da linha de base foi associada com a resposta clínica ao tratamento periodontal não cirúrgico. Índice de massa corporal, controle glicêmico e etnia hispânica, mas não, duração do diabetes ou tabagismo-também pode ser útil na previsão de mudanças clínicas nessa população. Gay et al. (2014) por meio de um estudo randomizado controlado elucidaram como tratamento periodontal não cirúrgico afeta os valores de HbA1c na população mexicana que possuem alta incidência de indivíduos diabéticos tipo 2. 154 pacientes com DM2 e com doença periodontal foram incluídos no estudo. O grupo teste foi tratado com raspagem e alisamento radicular e o grupo controle recebeu instruções de higiene oral. No início do estudo e 4-6 semanas após a terapia, um exame periodontal completo foi realizado. O sangue foi coletado na linha de base e 4 meses mais tarde para análise dos níveis de HbA1c. Na de linha de base os valores de HbA1c para os grupos teste e controle foram significativos (9.0 + 2,3% e 8.4 + 2,0%), respectivamente. Não houve diferenças significativas na redução da HbA1c entre os grupos teste e controle em 4 meses (0,6 + 2,1% e 0,3 +1,7%). As comparações dos parâmetros clínicos periodontais entre os grupos teste e controle não mostraram diferenças significativas. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nos níveis de HbA1c entre os grupos teste e controle. 30 3 MATERIAIS E MÉTODOS A revisão de literatura será realizada através dos bancos de dados LILACSBIREME (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Google e Pubmed. Foram achados 40 artigos científicos entre 1990 e 2014, utilizando como palavras chave: diabetes mellitus, doença periodontal, controle glicêmico, tratamento periodontal não-cirurgico. 31 4 DISCUSSÃO O controle da placa bacteriana se torna essencial para a remissão da doença periodontal, sendo esse um dos papéis do tratamento periodontal. Sua eficácia é proporcional á capacidade de reduzir os parâmentos relacionados a esse fator. Nos estudos de Da cruz et al. (2008) foram melhorados o índice de placa em todos os tempos para diabéticos (7.21 ± 2.98) e não-diabéticos (6.01± 2.66) após 3 meses, como para Almeida, Navarro e Bascones (2006) que encontrou valores significativos de IP para ambos além de Hungund, Panseriya (2012). Resultados semelhantes com respeito a essa variável para diabéticos e não-diabéticos foram também relatados por Correa et al. (2010) (P< 0.001), Kadesler et al. (2010) (P< 0.001), Awartani et al. (2010) (P< 0.001), Kudva et al. (2010) (P< 0.001) e Gonçalves et al. ( 2008) como o índice gengival por Correa et al. (2010) (P< 0.001), Hungund, Panseriya (2012) (P< 0.05), Kudva et al. (2010) (P< 0.001), Kadesler et al. (2010) (P< 0.001) e Gonçalves et al. (2008) 32 . A redução significativa desses parâmetros após a terapia confirma a eficácia do controle de higiene oral e redução da inflamação gengival. A progressão da recessão gengival reflete a perda de suporte ósseo. Durante o tratamento periodontal não-cirúrgico se objetiva reduzir esse índice. Dentre os autores citados não foram observadas diferenças significativas entre diabéticos e não-diabéticos com respeito a essa variável, sendo esta reduzida após terapia para Gonçalves et al. (2008), Almeida, Navarro e Bascones (2006), Kudva et al. (2010), Hasseb et al. (2012), Cirano et al. (2012) e Kadesler et al. (2010) e Da cruz et al. (2008). O nível clínico de inserção também reduziu após o tratamento não-cirúrgico nos estudos realizados por Da cruz et al. (2008) para diabéticos (1.21 ± 0.24) e nãodiabéticos (1.12 ± 0.15) sem diferenças significativas para ambos como para Almeida, Navarro e Bascones (2006) (P >0.3), Hungund, Panseriya (2012), Kudva 32 et al. (2010), Kadesler et al. (2010), Gonçalves et al. (2008) e Hasseb et al. (2012) quando comparados diabéticos bem controlados com não- diabéticos o que demonstrou o ganho de inserção após conclusão do tratamento . Para a profundidade de sondagem foram encontradas por Da cruz et al. (2008) reduções significativas para ambos os grupos de diabéticos (0.71 ± 0.19) e não-diabéticos (0.82 ± 0.13) sem diferenças entre os grupos. Como para Almeida, Navarro e Bascones (2006), Hungund, Panseriya (2012), Correa et al. (2010), Kudva et al. (2010), Kadesler et al. (2010), Gonçalves et al. (2008) e Cirano et al. (2012). Discordam Hasseb et al. (2012) na comparação com diabéticos mal- controlados com não- diabéticos e diabéticos bem controlados, visto que a resistência insulínica tem o potencial de exarcebar a inflamação e degenaração tecidual no diabético com pobre controle glicêmico em relação ao individuo sistemicamente saudável ou no diabético que controla a glicemia. O índice de sangramento a sondagem alçançou redução para Almeida, Navarro e Bascones (2006) para diabéticos e não-diabéticos após seis meses de tratamento como para Hungund, Panseriya (2012), Correa et al. (2010), Gonçalves et al. (2008) e Kadesler et al. (2010). Dessa forma o tratamento periodontal nãocirúrgico pode efetivamente melhorar a condição periodontal em diabéticos e nãodiabéticos. Em relação aos paramentos glicêmicos. Foram encontradas reduções significativas nos níveis de HbA1c e glicemia em jejum associadas a terapia nãocirúrgica em diabéticos e não-diabéticos como relatadas por Almeida, Navarro e Bascones (2006) que obteve reduções dos níveis de HbA1c após 3 e 6 meses do estudo, exceto para glicemia em jejum. Da mesma forma Navarro, Almeida e Martinez (2007) detectaram alterações significativas de HbA1c durante todos os tempos (P<0.05) como Hungund, Panseriya (2012) que atingiu significância para glicemia em jejum (P<0.05) além de valores de HbA1c (P<0.05) e Kadesler et al. (2010) que demonstraram em diabéticos mal-controlados redução de HbA1c após 3 meses (P<0.05) após tratamento. Em contrapartida aos estudos acima citados Correa et al. (2010), Da Cruz et al. (2008), e Cirano et al. (2012) não atingiram significância estatística para glicemia em jejum e níveis de HbA1c. Já Gonçalves et al. (2008) não encontrou resultados significativos para os níveis de HbA1c do tempo 33 inicial (9.43 ± 1.80) para três meses (9.03 ± 1.94) o que não confirma com a hipótese de que o tratamento periodontal não-cirúrgico ocasiona controle glicêmico. Os níveis elevados de proteína-c reativa, fator produzido pelos adipócitos, caracterizam a resistência insulínica e o grau de inflamação tecidual. Sun et al. (2012) puderam obter melhora significativa após três meses de terapia para o grupo de diabéticos (5.06 ± 1.20). Nos estudos que avaliaram somente diabéticos como os realizados por Auyeung et al. (2012) foram encontrados mudanças significativa durante todo o estudo (P = 0,001) como para Munenaga et al. (2013) e Chen et al. (2012) ( P < 0,05), mas Lin et al. (2011), Koromantzos et al. (2012), Kadesler et al. (2010) (p > 0,05) e Katarigi et al. (2012) (853 ± 676) não constataram diferenças significativas nessa variável. A partir dos estudos acima citados não é possível concluir que a terapia não-cirúrgica pode reduzir os níveis de PCR no plasma e consequentemente a destruição tecidual e resistência insulínica. A comparação de diabéticos tratados mediante terapia convencional segundo os autores Sun et al. (2012), Auyeung et al. (2012), Koromantzos et al. (2012), Stewart et al. (2001), Nassar (2011), Commisso et al. (2009), Awartani (2009), Chen et al. (2012), Garzón et al. (2013), Michalowicz et al. (2014) e Santos (2009) foi capaz de promover controle metabólico e periodontal após tratamento. Discordam dessa afirmação Monteghavi et al. (2011), Gay et al. (2014) e Dag et al. (2009) que não obtiveram redução de HbA1c. Nos estudos que ultilizaram a associação de antibióticos sistêmicos como a doxiciclina a terapia convencional foram observados controle periodontal e glicêmico por O´Connell et al. (2008) que fez uso de doxiciclina 100 mg/ dia associada a RAR, durante 14 dias mas sem diferenças para o grupo tratado com/sem uso de antibióticos o que confirma Wang (2014) em uma metanálise. Discordam Al– Zahrani et al. (2009) que observaram diferenças com/ sem uso de antibióticos, nesse estudo os níveis de HbA1c foram significativos apenas para o grupo tratado com RAR associada ao uso de doxiciclina sistêmica 100mg/ dia durante 13 dias, além disso seu estudo não comprova melhoras glicêmicas da RAR associada a terapia fotodinâmica e RAR isolada. Com relação a esse mesmo antibiótico Engebretson e Hey-Hadavi (2011) administrando 2x/dia doxiciclina sistêmica na dose de 20 mg durante 3 meses em adição a terapia peridontal não-cirúrgica experimentaram reduções na HbA1c de (7.2 ± 2.2%) para (6.3 ± 1.1%) enquanto que a administração 34 a curtos prazos do medicamento ou seja 100mg/dia durante 14 dias não obteve melhora nesse índice. Entretanto Promsudthi et al. (2005) ultilizando a combinação de raspagem e uso de doxiciclina 100 mg/ dia durante 2 semanas não obtiveram melhoras nos níveis de HbA1c, mas somente no índices periodontais. O que sugere que a combinação de doxiciclina sistêmica na dose de 100 mg/ dia durante 13 a 14 dias com a raspagem e alisamento radicular promove mais benefícios do que a RAR isolada. Com respeito ao uso de outros antibióticos sistêmicos como associados á terapia periodontal não-cirúrgica foram observadas significativa redução média de 0,8% nos níveis de HbA1c com o uso de azitromicina sistêmica associada a raspagem e alisamento e radicular por Botero et al. (2013). Com relação a combinação de azitromicina a RAR o estudo demonstrou efeitos positivos não observando diferenças da RAR isolada. Katagiri et al. (2012) ultilizando minociclina tópica 10mg 4 vezes dentro de 2 meses encontraram melhoras nos níveis de HbA1c e paramentos clínicos como Lin et al. (2011) que fizeram uso subgengival de minociclina tópica gel a 2% e observaram reduções na glicemia e paramentos periodontais mas sem diferenças entre o grupo tratado sem o uso desse antibiótico. Concordam Barthi et al. (2013), Munenaga et al. (2013). Quanto aos estudos que se beneficiaram do uso de minociclina tópica todos observaram melhoras glicêmicas e clínicas. Nenhum deles comparou os efeitos da RAR sem mesmo. Nos trabalhos que avaliaram os efeitos da RAR combinada com o uso de clorexidina. Santos et al. (2009) pode confirmar melhoras glicêmicas através da desinfecção total (9.1% ± 2.1 %) para (9.5% ± 1.9%) e desinfecção parcial (9.2%± 1.9%) para (10.3% ± 2.6%) após 6 meses com o uso da clorexidina sem diferenças com e sem o uso desta. Mediante a mesma abordagem terapêutica Santos et al. (2013) usando somente a técnica da desinfecção total encontra os mesmos resultados além de respostas clínicas positivas para o grupo tratado e controle. Telgi et al. (2013) também confirma a melhora glicêmica tanto para o grupo que fez uso da clorexidina aliada a RAR como sem a RAR. O que concluí-se que a clorexidina associada a RAR não é mais eficaz que as outras abordagens ultilizadas por esses autores. 35 A terapia periodontal não-cirúrgica pode promover melhora significativa nos paramentos clínicos sem diferenças entre diabéticos e não-diabéticos. Entretanto foi divergente com respeito ao controle metabólico sendo 12 estudos a favor e 6 contra. Sobre os marcadores inflamatórios como a proteína-c reativa a maioria dos autores que avaliaram a capacidade de redução desse fator não conseguiriam resultados significativos. E por fim os artigos que compararam o uso de antibióticos sistêmicos como a doxicilina associada à raspagem e alisamento radicular a outras puderam obter maiores efeitos após tratamento aqueles que associaram antibióticos sistêmicos. Já com os estudos que ultilizaram antibióticos tópicos como a minociclina e antisepticos bucais como a clorexidina e antibióticos sistêmicos como a azitromicina não foram observadas diferenças com e sem o uso destes. 37 5 CONCLUSÃO A partir dos estudos relatados nesta revisão pode-se concluir que diabéticos e não-diabéticos respondem de forma positiva a terapia não-cirúrgica quanto aos paramentos periodontais. No entanto os artigos apresentaram-se divergentes quanto a capacidade deste tipo de terapia promover controle glicêmico, metabólico e reduzir os níveis de proteína–c reativa. Além disso, a terapia periodontal associada a determinados antibióticos sistêmicos é capaz de reduzir os níveis de HbA1c quando comparada a raspagem e alisamento radicular isolada. 39 REFERÊNCIAS AL-ZAHRANI, M.S. et al. Short-term effects of photodynamic therapy on periodontal status and glycemic control of patients with diabetes. J Periodontol, v. 30, n. 10, p.1568-1573, oct./ 2009. 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