Baixar o arquivo

Transcrição

Baixar o arquivo
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – 2010
RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA
VIVIAN CRISTINE COSTA DAL LIN
INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PESQUISA VOLUNTÁRIA
PLANO DE TRABALHO:
Ecotech Architecture:
Elementos de sustentabilidade na arquitetura de Norman Foster
Relatório apresentado à Coordenadoria de
Iniciação
Científica
e
Integração
Acadêmica da Universidade Federal do
Paraná – UFPR por ocasião da conclusão
das atividades de Iniciação Científica.
NOME DO ORIENTADOR:
Prof. Dr. Antonio Manoel Nunes Castelnou, neto
Departamento de Arquitetura e Urbanismo
TÍTULO DO PROJETO:
Arquitetura e sustentabilidade: bases conceituais para o projeto ecológico
BANPESQ/THALES:
2007021212
CURITIBA
2010
2
1. TÍTULO
Ecotech Architecture: Elementos de sustentabilidade na arquitetura de Norman Foster
2. RESUMO
Esta pesquisa de cunho exploratório buscou, através de um estudo web e bibliográfico,
identificar, descrever e analisar características da chamada Ecotech Architecture, presentes na
obra do arquiteto britânico Norman Foster. Iniciando a partir da conceituação e caracterização das
bases da arquitetura sustentável e seguindo por uma análise das obras de Foster, tornou-se
possível a seleção de 3 (três) exemplares de seu trabalho, a saber: Hong Kong & Shanghai Bank
Corporation (1980/86, Hong Kong, China), 30 St. Mary Axe Building (2000/03, Londres, Inglaterra)
e Hearst Tower (2006/08, Nova York, EUA). Por fim, realizou-se uma pesquisa sobre essas obras,
buscando identificar os aspectos sustentáveis presentes em cada uma, cujos parâmetros
baseiam-se naqueles propostos pelos atuais sistemas de certificação ambiental, como o
Leadership in Energy & Enviromental Design – LEED e Building Research Establishmente
Environmental Design – BREED. Como resultado da pesquisa, foi possivel identificar um fio
condutor presente nas obras de Norman Foster: a extrema relevância dada à interferência da
arquitetura no meio ambiente, o que deixou de ser apenas conceitual para ser a base principal do
partido arquitetônico de seus projetos.
3. PALAVRAS-CHAVE
Sustentabilidade. Arquitetura Sustentável. Ecotech Architecture. Norman Foster.
4. OBJETIVOS
De modo geral, pretende-se fazer uma pesquisa web e bibliográfica sobre os elementos
da arquitetura sustentável presentes em obras de alta-tecnologia (Ecotech Architecture), os quais
buscam a eficiência energética, a diminuição do impacto ambiental e a preservação do meio
ambiente. De modo específico, busca-se selecionar, descrever e avaliar 03 (três) obras edificadas
de autoria do arquiteto contemporâneo britânico Norman Foster, identificando e analisando seus
principais elementos de sustentabilidade.
5. INTRODUÇÃO
O principal fator que determina a intervenção humana na natureza é o consumo. A
maneira como os recursos naturais são extraídos e utilizados pelos seres humanos, bem como as
tecnologias usadas para isso, ditam o quão prejudicial é essa intervenção para o planeta. Diante
disto, nas últimas décadas, devido à exploração desenfreada da natureza pelo homem, durante
uma série de importantes congressos mundiais, surgiu um novo conceito: o da sustentabilidade,
que, em termos gerais, trata-se do conjunto de valores que se baseia na ética da responsabilidade
3
ambiental, especialmente no que se refere ao consumo responsável dos recursos naturais.
Pode-se dizer que medidas ditas sustentáveis já podiam ser identificadas desde o início
dos assentamentos humanos, como, por exemplo, o uso de recursos extraídos do entorno das
casas do período antigo ou medieval (RUANO, 2000). A economia de subsistência, as técnicas de
exploração e cultivo, a velocidade e abrangência de impactos; tudo possibilitava a
sustentabilidade de populações e de seus padrões de produção e consumo. Porém, essas
práticas não se mantiveram ao longo dos anos, devido à expansão territorial e, principalmente,
populacional.
Embora as cidades não ocupem uma área muito grande da superfície terrestre – apenas
de 1 a 5% do planeta – elas alteram radicalmente a natureza dos rios, das florestas e dos campos
naturais e cultivados, assim como da atmosfera e dos oceanos, devido aos ambientes extensos
de entrada e saída que demandam, os quais geralmente sofrem com a poluição e degradação
resultantes dessa alteração (ODUM, 1988).
O grande e acelerado crescimento das zonas urbanas – sendo a previsão de que, no ano
de 2025, a população fora delas seja de apenas 25% em todo o mundo – faz com que as
metrópoles e megalópoles sejam os principais causadores dos problemas ambientais atuais
(RUANO, 2000). O marco principal dessa expansão foi a Revolução Industrial (1750-1830), a qual
permitiu um maior grau de exploração da natureza, assim como fez com que surgisse uma
preocupação cada vez mais forte com a relação homem-meio ambiente.
Foram várias as críticas que denunciaram o panorama industrial e suas consequências
sobre as cidades, o que levou à formulação de inúmeros modelos urbanos, na maioria utópicos.
Em fins do século XIX, surgiu o conceito das Cidades-Jardim, criado pelo pré-urbanista britânico
Ebenezer Howard (1850-1928) e que contribuiu com a mudança de visão do homem daquela
época em relação à natureza (RUANO, 2000). Esta deixou de ser vista apenas como um objeto de
exploração, passando a ser considerado um importante contribuinte para a sua saúde física e
mental, cuja presença deveria ser garantida na cidade – ou em forma de “cinturões verdes”.
Durante o período moderno da arquitetura e urbanismo, houve muitos progressos
tecnológicos, mas a forma como a natureza era vista não se alterou muito. Isto porque, no início
do século XX, acreditava-se que o impacto das máquinas e novas tecnologias não causariam
grandes problemas para a humanidade e nem ao meio ambiente. A natureza era apenas um pano
de fundo para as construções, concebida mais como “espaço verde”, em uma concepção
funcionalista e higienista das áreas livres na cidade.
Ainda segundo Ruano (2000), foi após a Segunda Guerra Mundial (1939/45) que
mudanças mais significativas começam a aparecer, especialmente devido aos danos causados e
o perigo nuclear eminente. Durante as décadas de 1950 e 1960, surgiram as primeiras críticas ao
consumismo e aos impactos dele decorrentes, assim como as denúncias em relação à frágil
4
matriz energética do desenvolvimento econômico. Apareceram os primeiros estudos sobre fontes
de energia renováveis, como a eólica, a solar, a térmica e outras. Com a crise do petróleo
1
em
meados da década de 1970, a pesquisa desses recursos aprofundou-se ainda mais, fazendo com
que o consumo de combustíveis fósseis diminuísse, embora ainda mantivesse índices altos e
problemáticos. E isto é evidenciado até hoje.
Justamente neste período, com a conscientização ambiental, surgiu a arquitetura
ecológica, que pode ser entendida como uma corrente pós-moderna que se dividiu em várias
ideologias como, por exemplo, o neovernaculismo, o regionalismo e o bioclimatismo – termos que
tentam designar as diferentes posturas dos arquitetos dos anos 60 e 70 em relação ao despertar
ecológico, ora resgatando práticas vernáculas e regionais, ora se apropriando de recursos de
conforto ambiental e controle energético, para garantir economia e menor impacto na natureza.
Vertentes como as da arquitetura subterrânea, arquitetura bioclimática e ecoarquitetura tinham
todas como objetivo reduzir os efeitos negativos gerados pelas obras no meio ambiente.
Vários protocolos foram firmados desde essa época em prol da preservação ambiental,
como, por exemplo, em 1979, quando a Convenção de Genebra foi assinada por 34 países, tendo
por objetivo diminuir a poluição global do ar com a redução da emissão de CO2 e de óxidos de
nitrogênio. Em 1987, devido ao grande choque das mudanças climáticas ocorridas na década de
1980, foi assinado, por 100 países, o Protocolo de Montreal, que visava banir a produção de
gases destruidores da camada de Ozônio, recém-descoberta (BURGOS, 2003).
Nos anos 90, a palavra “sustentabilidade” passou a ser difundida amplamente, bem como
uma consciência social sobre a fragilidade do nosso planeta. Desde o Relatório Brundtland 2, o
modelo de desenvolvimento usado pelos países centrais viu-se confrontado com a idéia de uma
nova forma de progresso, a qual garantisse que as futuras gerações pudessem usufruir dos bens
naturais da mesma forma que as atuais: era a idéia do desenvolvimento sustentável. Em outras
palavras, o desenvolvimento sustentável “satisfaz a necessidade da geração atual, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer suas próprias”. Em um momento,
no qual ONGs como o Greenpeace e a World Wild Found for Nature já eram amplamente
difundidas, consolidava-se cada vez mais o movimento ambientalista e seus rebatimentos em
todas as áreas, inclusive na arquitetura e construção civil.
Em 1992, 172 países reuniram-se no Rio de Janeiro por ocasião da CONFERÊNCIA DAS
NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO – CNUMAD, a ECO’92, a partir da
1
A Guerra dos Seis Dias e Guerra do Yom Kippur, ambas localizadas no Oriente Médio, entre 1973 e 1975, envolvendo países como
Egito, Israel e Síria, comprometeram a produção e distribuição de petróleo, que sofreu uma supervalorização e desequilibrou todo o
mercado mundial (N. da autora).
2
Em 1987, a COMISSÃO MUNDIAL PARA O MEIO AMBIENTE E O DESENVOLVIMENTO – CMMAD, pertencente à ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES
UNIDAS – ONU, divulgou o documento intitulado Our common future (“Nosso futuro comum”); uma obra política e oficial que expressava a
preocupação acerca do então chamado “desenvolvimento sustentável”. Foi com este documento – popularmente conhecido por Relatório
Brundtland, em honra à primeira-ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland, então presidente da CMMAD – que se passou a definir
desenvolvimento sustentável como “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as gerações
futuras atenderem suas próprias necessidades” (FOLADORI, 2001).
5
qual se popularizou o termo “sustentabilidade socioambiental”. Esse evento, também conhecido
como a Cúpula da Terra, definiu várias estratégias globais em direção ao desenvolvimento
sustentável, tais como: a Agenda 21 3, a Declaração sobre Florestas, a Convenção sobre a
Biodiversidade e a Convenção sobre Mudanças Climáticas. Entretanto, muitas dessas idéias
ficaram apenas no papel e não foram executadas.
Em 1996, importante papel desempenhou a CONFERENCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE
ASSENTAMENTOS HUMANOS – CNUAH, ocorrida em Istambul, na Turquia. Também conhecido como
a Cúpula das Cidades, esse evento enfatizou a questão urbana ambiental ao definir a
sustentabilidade como princípio e os assentamentos humanos sustentáveis como objetivo mundial
a ser perseguido. Seu documento principal, a Agenda Habitat, aponta caminhos para a construção
sustentável, refletindo o compromisso com os princípios democráticos de equidade e justiça
social; e convocando todos os esforços nacionais e internacionais, sejam públicos como privados,
em direção à sustentabilidade socioambiental (ROLNIK; SAULE JÚNIOR, 1996).
Durante toda a década de 1990, muitas controvérsias surgiram entre os países ricos e os
pobres como, por exemplo, durante o Protocolo de Quioto de 1997, em que não se atingiu um
consenso de que os países mais industrializados deveriam reduzir mais suas taxas de emissões
de gases responsáveis pelo aumento do Efeito-Estufa do que aqueles que ainda estavam em
estágio preliminar de desenvolvimento.
Apesar disso, a partir de então, a manutenção da natureza passou a ser vista como
essencial para garantir a qualidade de vida e sobrevivência da humanidade, assim como a
pesquisa sobre novas tecnologias e recursos de projeto e construção. Tornou-se um objetivo
comum a criação de comunidades humanas sustentáveis em todos os seus aspectos, incluindo o
desenvolvimento urbano e principalmente a arquitetura, tendo em vista que as edificações são as
principais fontes de emissão de CO2. Foi deste panorama que nasceu a chamada “ecotecnologia”,
que se baseia na utilização de recursos naturais renováveis e também não-renováveis, porém de
uma maneira consciente e racional.
Muitos arquitetos em todo o mundo começaram a praticar uma arquitetura que
explorasse a tecnologia em benefício da preservação ambiental ou, pelo menos, na sua redução
de impacto em relação à natureza, destacando-se a Escola Britânica de High-Technology (“AltaTecnologia”), composta por vários profissionais, entre os quais: Ove Arup (1895-1988), Richard
Rogers (1933-), Cedric Price (1934-2003), Peter Rice (1935-92), Norman Foster (1935-), Michael
Hopkins (1935-) e Nicholas Grimshaw (1939-). Passou-se a compreender a criação de edifícios
que fossem “eficientes quanto ao consumo de energia, saudáveis, cômodos, flexíveis no seu uso
e projetados para ter uma larga vida útil” (CASTELNOU, 2010).
3
A Agenda 21, mais que um documento, constituiu-se de uma proposta de planejamento participativo, que procuraria analisar a
situação de um país, região ou município, visando planejar o futuro de forma sustentável. Para tanto, segundo Barbieri (1997), a
análise e encaminhamento de propostas devem ser feitos a partir de uma abordagem integrada e sistêmica de várias dimensões (N. da
autora).
6
Desde o Relatório Brundtland, concebe-se o desenvolvimento sustentável em três
dimensões – a sustentabilidade ambiental, a econômica e a social –; e isto deve ser buscado em
nível local (Figura A). De acordo com Assis (2001), um projeto somente é sustentável quando
atinge um índice de ecoeficiência, ou seja, “a velocidade da inevitável agressão ambiental é
menor do que a velocidade com que a natureza consegue reagir para compensar esses danos”.
FIGURA A – Esquema para o desenvolvimento sustentável em nível local.
(FONTE: BARBIERI, 2010)
De acordo com Edwards (2005), a indústria da construção absorve 50% de todos os
recursos mundiais; 45% da energia gerada é utilizada para esquentar, iluminar e ventilar edifícios;
40% da água utilizada no mundo destina-se a abastecer instalações sanitárias; 60% da melhor
terra para plantio é usada para a construção civil; e, por fim, 70% dos produtos provenientes da
madeira são utilizados na construção de edifícios. Todos esses dados tornam a arquitetura a
atividade menos sustentável do planeta. Logo, o desenvolvimento de edifícios sustentáveis é
essencial para a criação de uma cidade – e até mesmo um planeta – sustentável. “A construção
sustentável é a base do design sustentável, que, por sua parte, influência no desenvolvimento
sustentável” (EDWARDS, 2004).
A arquitetura pode, portanto, contribuir significativamente na criação de ambientes mais
sustentáveis. E a arquitetura sustentável teria como objetivos principais: a eficiência energética
7
dos edifícios, a correta especificação dos materiais, a proteção da paisagem natural, o
reaproveitamento do patrimônio histórico existente e a atenuação da urbanização, e por fim a
integração com as condições climáticas locais e regionais. A associação desses princípios ao uso
da tecnologia de ponta gerou o termo Ecotech Architecture (CASTELNOU, 2002).
Os espaços criados pelos arquitetos devem satisfazer tanto as necessidades humanas
como as de todas as outras espécies, para assim garantir a biodiversidade. Deve-se também
propor o uso de novos materiais na construção, a reestruturação da distribuição de zonas
residenciais e industriais, o aproveitamento e consumo de fontes alternativas de energia – como a
solar, a eólica e a geotérmica –, a reciclagem de materiais reaproveitáveis e o consumo racional
de água e de alimentos, entre outros (BRUNDTLAND, 1991).
Em 1993, após a realização da ECO’92, a UNIÃO INTERNACIONAL DOS ARQUITETOS – UIA,
juntamente com o AMERICAN INSTITUTE OF ARCHITECTURE – AIA, criaram a “Declaração de
Interdependência para um Futuro Sustentável”, a qual incentiva a criação da chamada Green
Architecture, que torna a sustentabilidade sociambiental responsabilidade profissional de todos os
arquitetos do planeta (CASTELNOU, 2010). A própria UIA tem um código de condutas que deve
ser seguido por todos os membros das associações profissionais representadas por ele. Nesse
código, fica clara a obrigação dos arquitetos de, frente à sociedade, equilibrar os impactos social e
ambiental derivados de suas atividades profissionais. Em uma outra cláusula, estabelece-se o
critério concreto de que o arquiteto deve conservar o patrimônio natural e cultural da comunidade
onde realiza seu trabalho.
A partir do ano 2000, obras arquitetônicas mais sustentáveis passaram a ser criadas no
mundo todo. Também foram criados sistemas que passariam a avaliar o quão sustentáveis eram
as construções e também os métodos para a sua construção. Entre os principais sistemas estão:
o Leadership in Energy & Enviromental Design – LEED, elaborado por uma associação norteamericana formada por entidades privadas e agências do governo federal; o Building Research
Establishmente Environmental Assessment Method – BREEAM, de bases britânicas; e o Haute
Qualité Environnementale – HQE, desenvolvido e aplicado na França; além dos sistemas do
EcoHomes, The Green Guide to Housing Specification e GBC 2000 (BURGOS, 2003).
Basicamente, tais sistemas avaliam as obras em quatro principais campos: consumo de energia,
consumo de água, materiais utilizados e implantação do edifício.
No Brasil, atualmente existem dois sistemas de certificação: o LEED Brasil e o Processo
AQUA, adaptados respectivamente do LEED americano e do HQE francês. O primeiro deles é uma
iniciativa do GREEN BUILDING COUNCIL BRASIL – GBC/BRASIL; grupo formado por diversos
profissionais da área da construção civil, comprometidos com a interpretação e adaptação do
modelo americano para uma ferramenta direcionada para o mercado nacional. Já o sistema
baseado na ALTA QUALIDADE AMBIENTAL – AQUA foi adaptado ao país por uma equipe formada por
8
instituições brasileiras e francesas, representada pela Fundação Vanzolini 4. Ele é caracterizado por
processo de gestão do projeto, visando obter a qualidade ambiental de um empreendimento de
construção ou de reabilitação (ROSELL, 2010).
Diante do quadro contemporâneo, o espaço construído deve respeitar o espaço natural,
não apenas na quantidade de solo ocupado, mas também nas possíveis alterações que podem
ocorrer na região devido à construção da obra. O uso de um novo terreno deve ser evitado, dando
prioridade a práticas de reutilização e recuperação de áreas degradadas. O tipo e quantidade de
energia utilizada por um edifício, segundo Adam (2001), também são aspectos relevantes para se
determinar a sustentabilidade de um edifício, sendo fundamental alcançar um equilíbrio entre a
economia energética, a ecologia e o meio ambiente. Além desses indicadores, há os que dizem
respeito à qualidade de vida dos trabalhadores da obra e de seus futuros moradores.
Em paralelo, a eficiência energética de uma edificiação pode ser calculada e então
modificada para a melhoria do projeto. Entretanto, não se pode calcular o impacto tecnológico total
gerado pela extração, fabricação e uso de um material de construção. Por isso, o arquiteto deve
priorizar a escolha de materiais sustentáveis. Um edifício sustentável deve usar apenas energia
renovavél e deve procurar ser auto-suficiente na produção dela. Sistemas que contribuam com o
reaproveitamento da água pluvial – e também daquela usada nas edificações para uso próprio –,
contribuem para o desenvolvimento sustentável, tendo em vista que reduzem os impactos
causados no cico natural da água. Um resultado mais eficiente ocorre quando é possível integrar
ambos projetos: o de eficiência energética e o de reaproveitamento de água.
De acordo com Roaf (2006), uma outra medida importante considerando o impacto
ambiental de um objeto/construção é dada pelo conceito de “energia incorporada”, ou seja, a
quantidade de energia desprendia para a produção do objeto em questão. Por essa razão, os
diferentes tipos de materiais empregados nos chamados “ecoedifícios” devem ser escolhidos com
cautela pelo arquiteto. Materiais como pedra e tijolos devem ser extraídos de lugares próximos ao
canteiro de obras ou devem ser produzidos nele próprio, pois isso evita um uso de energia para o
tranporte desses materiais. Além disto, deve ser analisado se o material escolhido é reciclável,
como é o caso do aço.
Por fim, o arquiteto contemporâneo deve tentar criar edificações que possam ser
reutilizadas para que então não seja gasto mais energia para a demolição e posterior construção
de outros edifícios. Algumas qualidades aumentam a possibilidade de reutilização de uma obra
como, por exemplo, o aproveitamento de luz e ventilação naturais, o acesso a infraestruturas
(transporte público e serviços), a ausência de materiais tóxicos, o emprego de materiais naturais e
4
A FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI – FCAV, também conhecida simplesmente como Fundação Vanzolini, é uma instituição sem
fins lucrativos, criada, mantida e gerida pelos professores do Departamento de Engenharia de Produção da ESCOLA POLITÉCNICA DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – POLI/USP para desenvolver atividades de caráter inovador na área de Engenharia de Produção e
Administração de Operações, priorizando seus projetos por critérios de relevância econômica e social e pautando sua atuação por
critérios de excelência acadêmicos, profissionais e éticos (N. da autora).
9
uso de energia renovável. Da mesma maneira, a forma do edifício interfere nas trocas de calor
existentes, já que quanto maior o volume da edificação, mais área de superfície ela terá para
perder ou ganhar calor. Além disto, um bom isolamento pode ser eficiente para evitar trocas de
calor indesejáveis (ROAF, 2006).
6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:
A segunda Revolução Industrial – a qual pode ser entendida como aquela que transformou
radicalmente a vida humana no século passado, em seus níveis de consumo e comunicação; e
que teve como base as mudanças produzidas pela Revolução Industrial clássica, ocorrida desde
meados do século XVIII – foi marcada por um avanço espetacular no ramo da tecnologia,
culminando com a criação do primeiro satélite artificial da Terra, o russo Sputnik, e com a posterior
reposta dos americanos, que levaram o homem, pela primeira vez, ao solo lunar. Conforme
Lambot (1989), os efeitos sociais causados por esses avanços marcaram profundamente o
desenvolvimento da sociedade futura.
Na arquitetura e urbanismo, esses desenvolvimentos tecnológicos também influenciaram a
postura e a forma de projetar, mas isto já podia ser constatado através dos esforços de Walter
Gropius (1883-1969) para unificar o trabalho de arquitetos e a indústria, ocorridos desde o início
do século XX, com a fundação da escola alemã Bauhaus (1919/33). Entretanto, os modernistas
apenas flertaram com a idéia. Essa união e intercâmbio de conhecimentos passou a ocorrer
somente alguns anos mais tarde (LAMBOT, 1989).
Logo após a Segunda Guerra Mundial (1939/45), muitos arquitetos retomaram os
princípios gropiusianos de diversas maneiras e, embora não tenham polemizado como os
modernos, redescobriram uma tradição européia antiga: a confiança no progresso tecnológico e a
presteza em compor seus resultados para as exigências de uma sociedade pluralista.
Denominados de ultra ou tardomodernistas, propuseram-se a continuar o trabalho dos mestres
modernos – especialmente no que se refere à aplicação da industrialização, funcionalidade e
universalismo das soluções –, ampliando suas pesquisas para territórios mais vastos e adotando a
tecnologia como sua principal fonte de inspiração (CASTELNOU, 2010).
Entretanto, foi na virada cultural das décadas de 1980 e 1990 que houve o surgimento de
uma demanda objetiva por renovação em escala mundial, o que, segundo Benevolo (2007), fez
com que os arquitetos tomassem uma posição de ponta no período seguinte. Nesse momento, os
protagonistas foram os já citados Norman Foster, Richard Rogers e Michael Hopkins, entre outros
britânicos, aos quais se somou o arquiteto italiano Renzo Piano (1937-). Estes partiram de um
grande interesse tecnológico para desenvolver sua arquitetura, passando a serem igualados pelo
rótulo High-Tech, criado em 1983 pelo crítico Peter Buchanan em seu artigo na revista The
Architectural Review (BUCHANAN, 2010).
10
De acordo com Montaner (2001), a Grã-Bretanha foi o principal foco da arquitetura dita
High-Tech 5 e, além de equipes formadas pelos arquitetos já listados anteriormente, a empresa de
Foster & Partners transformou-se na responsável pelo maior número de obras realizadas desta
arquitetura totalmente baseada na alta tecnologia. Contudo, o estilo dessa equipe tornou-se, aos
poucos, visivelmente menos mecânico, evoluindo para uma modernidade depurada, facilmente
aceita em qualquer lugar do mundo (JODIDIO, 1996).
Norman Robert Foster nasceu em 1935 na cidade de Manchester, na Inglaterra.
Proveniente de uma família operária, escolheu a arquitetura como um ofício trivial, que o ajudasse
a pagar os estudos (BENEVOLO, 2007). Foi no escritório John Beardshaw & Partners, que Foster
descobriu seu talento para desenho, quando foi então transferido do departamento de
contabilidade para o de projeto. Com 21 anos, conforme Jodidio (1996), ele ingressou na
Universidade de Manchester para estudar arquitetura e planejamento urbano. Sua aptidão e dom
para a arquitetura eram claros; e Foster sempre se mostrou influenciado pelos grandes mestres
modernos Frank Lloyd Wright (1867-1959), Mies van der Rohe (1886-1969) e Le Corbusier (18871965), como cita o site da BBC (2010).
Após se formar, em 1961, o arquiteto ganhou o Henry Fellowship na Universidade de Yale,
onde conheceu Richard Rogers, com quem mais tarde, em 1963, constituiu o Team 4, juntamente
com Sue Rogers e Wendy Georgie Cheesman. Rapidamente ganharam a reputação de design
industrial e, no ano seguinte, o arquiteto projetou sua primeira obra: a Creek Vean House
(1965/66), situada em Cornwall GB. A associação durou até 1967, quando ele acabou fundando
sua própria firma: a hoje conhecida como Foster & Partners (Figura B). Seu ateliê está situado no
edifício Riverside Three (Hester Road, SW11 4AN, Londres), construído em 1990 para esse
propósito e cujo site emprega mais de 400 pessoas de todos os lugares do mundo, já atuando em
mais de 150 cidades e em 50 países (FOSTER & PARTNERS, 2010).
As primeiras obras de Foster foram extremamente influenciadas pela fórmula desenvolvida
no início da década de 1960 pelo arquiteto norte-americano Ezra D. Ehrenkrantz (1932-2001), o
School Construction System Development – SCSD, que se tratava de um sistema de construção
de escolas públicas na Califórnia, o qual visava obter a máxima performance em termos
funcionais, estruturais e mecânicos. Em 1973, Norman Foster ganhou destaque mundial com o
Sainsbury Centre for Visual Arts, situado na Universidade de East Anglia, Norwich GB; uma obra
compacta, locada sobre um amplo terreno verde. Entre 1968 e 1983, trabalhou juntamente com
Richard Buckminster Füller (1898-1983) em diversos projetos. Sem dúvida, essa cooperação
5
Basicamente, a arquitetura High-Tech baseia-se nos avanços tecnológicos, desenvolvendo-se portanto à
base de altíssimos gastos econômicos, para solucionar problemas de diversos setores que condicionam a
arquitetura, tais como: questões urbanísticas, programações funcionais, possibilidades tecnológicas,
transformações interiores, buscas estéticas, recriações de valores simbólicos e possíveis intervenções dos
usuários, entre outros (MONTANER, 2001).
11
influenciou profundamente seu estilo de pensar e projetar, uma vez que Füller ficou conhecido
mundialmente devido sua perspectiva global sobre os problemas ambientais, defendendo ser
possível fazer “mais com menos” material, peso ou energia6 (LAMBOT, 1989).
FIGURA B – Norman Foster & Partners Studio, Londres, Inglaterra.
(FONTE: GALINSKY, 2010)
Além do sentido ecológico, Foster deve ter aprendido com Buckminster Füller sobre a
leveza das construções; uma das preocupações constantes da arquitetura High-Tech, que a faz
procurar soluções em outras áreas que a construção civil. Embora a idéia de produção em massa
de edifícios preocupe os arquitetos adeptos dessa linguagem tardomoderna, segundo Steele
(1997), somente com a transferência de tecnologia de outros setores já massificados, como a
indústria automobilística e aeronáutica, torna-se possível aplicar os avanços técnicos descobertos
na arquitetura, adequando-os de acordo com a necessidade do projeto.
De acordo com Jodidio (1996), o método de Noman Foster tem consistido em adaptar a
sua abordagem arquitetônica a cada situação particular. Para Lambot (1989), um dos fatos que
distinguiria seu escritório das grandes empresas de construção industrializada – e que o torna
bem sucedido dentro do universo arquitetônico – seria a grande habilidade de seus profissionais,
tanto dos arquitetos que lá trabalham, como dos designers industriais. Em seus projetos, nota-se
um cuidadoso desenho arquitetônico, isento de qualquer brutalismo tecnológico.
Dentre todas as obras realizadas pelo arquiteto, a que melhor exemplifica esse cuidado,
bem como os princípios da arquitetura High-Tech, consistiria no arranha-céu para a HongKong &
Shanghai Bank Corporation – HSBC (1979/85), situado em HongKong. Nesta obra, conforme
Montaner (2001), Foster aproxima-se ao máximo da expressão do poder da tecnologia. Segundo
Lambot (1989), enquanto o Palácio de Cristal, construído por Joseph Paxton (1803-65) para a
6
De acordo com o site do Buckminster Füller Institute (2010), Füller acreditava que, com o uso de tecnologias inovadoras, era possível
revolucionar a construção civil e melhorar as condições das habitações humanas, o que o tornou pioneiro em assuntos relacionados à
sustentabilidade e uso racional dos recursos naturais. Além disso, Füller também foi um visionário no que diz respeito à criação de
sistemas estruturais extremamente leves – como as cúpulas geodésicas treliçadas – e, consequentemente, na criação de novas
técnicas construtivas (STEELE, 1997).
12
Exposição Universal de Londres de 1851, seria a obra-símbolo da Primeira Era Industrial, o prédio
da HSBC corresponderia ao marco da Segunda Era Industrial.
Esse edifício caracteriza-se por evidenciar o projeto de montagem: uma estrutura do tipo
Vierendeel, construída através de lajes suspensas sob plataformas e vigas-mestras gigantescas,
que foram erguidas por meio de guindastes, macacos hidráulicos e andaimes provisórios. As
fachadas têm caráter diverso, sendo que as do leste e oeste mostram os núcleos de serviços,
enquanto as fachadas norte e sul são definidas por panos de vidro quase contínuos. Nessas
fachadas, conforme Montaner (2001), destaca-se o desenho dos protetores solares horizontais,
com forma aerodinâmica que, além de funcionar como acesso para a manutenção e limpeza dos
vidros, decompõem a ação de eventuais furacões que venham a atingir o edifício, em esforços
tangenciais (Figuras 1 a 4).
O Carré d’Art (1985/93), realizado em Nîmes, França, constitui em um importante exemplo
de como a boa arquitetura pode se integrar em um local histórico sem qualquer agressividade.
Entretanto, algumas críticas forma feitas quanto ao tamanho do átrio presente na obra: isto fez
com que as galerias de exposição e outros espaços públicos fossem deslocados para os cantos
dos edifícios (JODIDIO, 1996). Assim como as Sackler Galleries (1985/91), acrescentadas à
Burlington House, obra setecentista situada em Piccadilly, Londres, as novas estruturas metálicas
de ambos projetos comparam-se com simplicidade aos monumentos do passado; e são
corretamente ambientadas, pois declaram sua heterogeneidade (BENEVOLO, 2007).
Para Foster, é preciso analisar primeiramente as exigências de cada trabalho e depois
tentar ir ao seu encontro da forma mais eficaz possível. Tal postura resultou em inúmeras
soluções técnicas, que podem ser vistas em obras como a finíssima Torre de Telecomunicações
Collserola (1988/92), de Barcelona, Espanha; ou na concepção simples e luminosa do terceiro
aeroporto de Londres, o Stansted Airport (1987/91), construído com cerca de menos 15% de
custos (JODIDIO, 1998a).
No decorrer da década de 1990, a pesquisa sobre eficiência energética tornou-se um fio
condutor recorrente das obras de Foster, que construiu vários edifícios experimentais, como os
três prédios em Duisburg, na Alemanha, realizados entre 1993 e 1996. Contudo, uma obra que
exemplifica a sua capacidade em criar soluções inovadoras e econômicas em projetos sujeitos a
grandes custos foi a sede social do Commerzbank (1994/97), importante banco do setor privado
alemão, situado na cidade de Frankfurt. Esse edifício, juntamente com a Century Tower (1987/91)
de Tóquio, no Japão; e a visionária Millennium Tower (1996, projeto), em Londres, renova
radicalmente a tipologia do edifício alto, decompondo-o em uma série de volumes livremente
dispostos (BENEVOLO, 2007).
De acordo com Montaner (2001), o Commerzbank é considerado por Foster como sendo a
primeira torre ecológica do mundo, de grande altura, força eficiente e fácil utilização. O arquiteto
13
defende que edifícios construídos para servirem como escritórios deveriam ter seu interior com
planta livre e todas as instalações sob o piso. Assim, um espaço suficientemente humano deveria
ser definido para potencializar a flexibilidade e a participação dos usuários. Isto é evidenciado no
Commerzbank, que não possui colunas nas salas de trabalho. Outro aspecto recorrente em suas
obras é uma cuidadosa atenção ao envolvimento imediato do edifício, o que também está
presente no Commerzbak, uma vez que os edifícios do entorno foram restaurados e um jardim de
inverno, com restaurantes e espaços expositivos abertos ao público, foi criado (JODIDIO, 1998b).
A Faculdade de Direito da Universidade de Cambridge (1993/95), localizada no Sidgwick
Avenue Campus, trata-se de uma hábil mistura de traço moderno e respeito por um meio já
existente. Tendo em conta árvores adultas e modificando os níveis rasteiros perto do edifício para
aproximá-lo dos seus vizinhos, Foster tornou o espaço circundante da faculdade mais
harmonioso. Nesta obra, segundo Jodidio (1998a), é possível identificar a preocupação do
arquiteto em criar um prédio sustentável no que diz respeito ao gasto de energia. Cálculos
cuidados dos ângulos do sol e o uso de concreto para arrefecer o edifício resultaram em uma
temperatura interior agradável. Assim, o edifício tornou-se energeticamente eficiente, deixando
dispensável o uso de ar-condicionado (JODIDIO, 1998a).
Segundo Benevolo (2007), também exemplificam essa busca da eficiência energética de
Foster as suas obras para o Scottish Exhibition and Conference Centre (1997), em Glasgow; e a
sede da Greater London Autority (1998/2002), Inglaterra. Foi nesse período que a pesquisa para
limitar o consumo de bens renováveis ganhou destaque, nascendo igualmente os Rating Systems,
ou seja, os sistemas de certificação ambiental, como o BREEAM inglês, de 1990; e o LEED
americano, de 2000. Assim, foi a partir dos anos 90 que Norman Foster & Partners ingressam
definitivamente na Escola da Ecotech Architecture.
Outra linha de pesquisa do escritório compreende as abóbadas e cúpulas envidraçadas de
diversas formas, apoiadas no chão ou parcialmente enterradas. Em 1994, o Parlamento alemão
aprovou seu projeto para a renovação do Reichstag (1994/99), cuja transformação, segundo o site
da Foster & Partners (2010), estaria enraizada em quatro questões: a importância do Parlamento
como um fórum democrático; um compromisso com a acessibilidade ao público, que pode
caminhar pelas coberturas; uma sensibilidade para a história; e uma rigorosa agenda ambiental. A
grande cúpula de vidro sela todas essas questões, além de se tornar um símbolo para a cidade e
população (JODIDIO, 1996).
Mais recentemente, Foster vem se dedicando à experiência no que diz respeito à retícula
das estruturas de sustentação em malha triangular, as quais evitam a orientação referida às três
dimensões ortogonais e repropõem as estruturas em malha contínua, as quais já haviam sido
pensadas há muitas décadas por Buckminster Füller. Esse novo dispositivo solucionaria a relação
entre volume interno e superfície das paredes externas. Além disso, de acordo com Benevolo
(2007), aumentaria o recurso à luz natural. A associação desses pressupostos levou à construção
14
de edifícios altos com uma volumetria extremamente simples e simétrica. Um exemplo é o famoso
arranha-céu londrino da companhia de seguros Swiss Re (1997/2003), também conhecido como
30 St. Mary Axe (Figuras 5 a 9).
Esse edifício constitui-se em um sólido de rotação afuselado, considerado a primeira
construção ecológica de Londres, tornando-se um importante marco no céu da cidade. Com 40
andares e 200 m de altura, sua superfície externa é formada por cerca de 300 painéis
romboiados, com uma dupla pele, dentro da qual passa o ar que é extraído dos ambientes
internos, o que diminui a temperatura no verão e eleva-a no inverno, reduzindo em 40% o
consumo de energia.
Já a sede da nova jurisdição da área londrina, a Greater London Authority (1998/2002),
possui o mesmo tipo de estrutura. O edifício, igualmente conhecido como City Hall, exprime a
transparência e demonstra o potencial existente para uma construção sustentável. A pesquisa de
uma volumetria compacta, com suas vantagens estáticas, energéticas e distributivas, foi também
aplicada na construção do condomínio de madeira em Sant Moritz, na Suíça, chamado Chesa
Futura (2002/03). Além de ser adaptado ao clima e a colocação panorâmica, o volume traz ao
edifício um destaque inesperado (BENEVOLO, 2007).
Na passagem do século XX para o XXI, a firma de Foster projetou e realizou muitas obras
no campo da arquitetura e engenharia de transportes, com resultados igualmente excelentes,
como a estação da Jubilee Line (1991/99), em Canary Wharf, Londres; a malha metroviária de
Bilbao (1997/2004), na Espanha; o KongKong International Airoport (1998/99), na China; e a
Millennium Bridge (1999/2000), situada sobre o rio Tâmisa, em Londres (BENEVOLO, 2007).
Conforme o site da Foster & Partners (2010), a filosofia e os valores que inspiram cada
projeto da firma são os mesmos, independente da escala. Assim, a mesma importância é dada,
seja na hora de projetar uma torneira ou de criar um edifício. A arquitetura produzida pela equipe é
sempre orientada pela busca de qualidade e pela crença de que o ambiente ao nosso redor
influencia diretamente a qualidade de vida. Esta busca pode ser exemplificada pelo conceito de
máxima eficiência que Norman Foster imprime em suas obras. Um meio de conseguir atingir esse
alto desempenho – de preocupação essencialmente ambiental – é através da criação de um único
componente que substitua o trabalho de vários outros (LAMBOT, 1989).
Concluído em 2004, o arranha-céu Hearst Tower, construído em Nova York, é o primeiro
edifício “verde” concluído naquela cidade (Figuras 10 a 14). Na obra, há diversos sistemas
tecnológicos que ajudam a reduzir os gastos energéticos. O pavimento do piso térreo é
pavimentado com calcário, o qual possui um sistema de condução térmica. De acordo com o site
Constructalia (2010), a estrutura do edifício foi concebida com a finalidade de consumir cerca de
26% a menos de energia que outros edifícios. Esta obra recebeu selo de ouro do sistema LEEDTM.
Entre as obras mais recentes do escritório de Foster destacam-se: o gigantesco Viaduto Millau
15
(2004), na França; o novo Wembley Stadium (2004/06), ainda em Londres; a Torre Caja Madrid
(2004/08), na Espanha; a Thomas Deacon Academy (2005/07), em Peterborough GB; as Lumiere
Residences (2006/08), em Sydney, Austrália; a ampliação do Beijing International Airport (2007),
na China; e a John Spoor Broome Library (2006/08), em Camarillo, Califórnia.
Desde que foi criada, a Foster & Partners recebeu mais de 470 prêmios e citações por
excelência, vencendo mais de 86 concursos nacionais e internacionais. Em 1990, Foster ganhou o
Prêmio de Arquitetura Contemporânea Mies van der Rohe; este concedido pela União Européia e
a Fundación Mies van der Rohe de Barcelona, desde 1988, a cada dois anos. Também em 1990,
foi-lhe conferida a condição de Sir
7
e, em 1994, recebeu a Medalha de Ouro do AMERICAN
INSTITUTE OF ARCHITECTURE – AIA. Foster foi ainda condecorado com a Ordem do Mérito em 1997,
condecoração criada em 1902 na Grã-Bretanha como uma recompensa por serviços
extraordinários, das Forças Armadas até as Ciências e as Artes; e em 1999 foi elevado à condição
de Barão, sendo conhecido atualmente como Barão Foster do Tâmisa.
Em 1999, Norman Foster também recebeu o Prêmio Pritzker 8; e foi o segundo arquiteto
britânico a ganhar o Prêmio Stirling 9 duas vezes, sendo a primeira vez pelo Imperial War Museum
de Duxford, em 1998; e a segunda pelo edifício 30 St. Mary Axe de Londres, em 2004.
Finalmente, em 2009, foi agraciado com o Prêmio Príncipe de las Astúrias de las Artes10.
Em suma, a arquitetura de Foster oferece vantagens econômicas e facilidades de préfabricação, como rapidez e diminuição de desperdício. A estrutura altamente flexível aliada à
funcionalidade garante para suas obras a possibilidade de mudanças de uso sem comprometer a
funcionalidade e estrutura do edifício, garantindo assim a eficiência máxima tão desejada pelo
arquiteto e bastante defendida pela Ecotech Architecture. Norman Foster foi – e continua sendo –
um dos responsáveis por quebrar todas as barreiras e preconceitos existentes, quando se fala em
unir arquitetura e indústria, incluindo preocupações ambientais, sendo hoje considerado um dos
arquitetos mais influentes em todo o mundo.
7
Sir ("Senhor", em inglês) é um título britânico de nobreza, inferior a Barão e a Comendador, mas superior a Baronete. Significa aquele
que tem domínio sobre algo ou alguém. Historicamente, este título indicava a superioridade de alguém em relação aos escravos dos
quais era amo ou aos vassalos aos quais dominava em troca de proteção. Atualmente, é utilizado como forma de agraciar algumas
personalidades pelo destaque de suas atividades, indicando que é integrante dos Knights of the British Empire (“Cavalheiros do
Império Britânico”). Seu equivalente feminino é Dame (“Dama”).
8
O Prêmio Pritzker consiste em uma premiação anual que tem como objetivo agraciar um arquiteto vivo por um grande trabalho. Foi
criado em 1979 por Jay Arthur Pritzker (1922-99) – membro de uma das famílias mais ricas da América, dona da rede hoteleira Hyatt,
além de outras atividades ligadas de bancos a cruzeiros marítimos –, sendo muitas vezes chamado de “o Nobel da Arquitetura” (N. da
autora).
9
O Prêmio Stirling foi criado em 1996 pelo Royal Institute of British Architects Stirling Prize para agraciar profissionais pela excelência
de sua arquitetura, sendo considerado um dos mais prestigiosos prêmios do Reino Unido. Tem este nome em homenagem ao arquiteto
James Stirling (1962-82), que foi o organizador do ROYAL INSTITUTE OF BRITISH ARCHITECTS – RIBA. Antes de Foster, a firma Wilkinson
Eyre Architects já havia sido contemplada duas vezes (2001 e 2002). Os laureados pelo Prêmio Stirling recebem a quantia de GB£
20,000 (N. da autora).
10
O Prêmio Príncipe de Astúrias faz parte de um grupo de premiações anuais atribuídas pela Fundación Príncipe de Asturias, na
Espanha, a indivíduos ou instituições de todo o mundo que tenham produzido contribuições notáveis nas seguintes áreas: Artes,
Esportes, Ciências Sociais, Comunicação e Humanidades, Cooperação Internacional, Investigação Científica e Técnica e Letras. Os
prêmios são apresentados em Oviedo, a capital do Principado das Astúrias, na Espanha (N. da autora).
16
7.
RESULTADOS
Após a realização da revisão bibliográfica sobre a vida e a obra do arquiteto britânico
Norman Foster, foi possível selecionar 03 (três) exemplares para a descrição e posterior análise
dos elementos sustentáveis presentes nessas obras. O critério utilizado na seleção foi a
relevância dessas edificações na carreira do arquiteto, além de todas estarem enquadradas na
Ecotech Architecture.
Deste
modo,
foram
escolhidas
obras
ícones
e
referenciais
e
preferencialmente de períodos distintos da carreira de Foster: décadas de 1980, 1990 e 2000.
Tendo isto em mente, selecionaram-se as seguintes obras:
I. HongKong & Shangai Bank Corporation (1979/85, HongKong, China)
II. 30 St. Mary Axe Building (1997/2003, Londres, Inglaterra)
III. Hearst Tower ( 2000/06, Nova York, EUA)
Na sequência, com base no material coletado em fontes web e bibliográficas, fez-se uma
breve descrição sobre as obras selecionadas, destacando 05 (cinco) principais características de
sustentabilidade presentes em cada uma delas, as quais justificariam o seu enquadramento na
Escola da Ecotech Architecture. A seguir, apresenta-se na Discussão dos Resultados cada uma
das obras, respeitando-se a ordem cronológica de construção delas.
8. DISCUSSÃO
I. HongKong & Shangai Bank Corporation (1979/85, HongKong, China)
Esta edificação, sede do Banco HSBC, é considerada uma das obras mais conhecidas de
Norman Foster, além de ser um dos edifícios de maior custo do mundo e também símbolo do
século XX. O prédio exalta o poder econômico do grupo empresarial que o encomendou e inova
na solução formal e estrutural, através da criação de uma planta livre, pela criação de um espaço
vazio que liga os diferentes níveis do edifício e pela escala de dimensões urbanas. Sua estrutura
é exposta externamente através de 08 (oito) mastros e parte dela foi retirada de conhecimentos da
área da indústria aeronáutica e da engenharia militar. Paralelamente, algumas idéias do feng shui
também foram utilizadas durante a concepção deste edifício comercial, o qual marca a evolução
da arquitetura de Foster em direção de uma arquitetura sustentável; e que, pela primeira vez,
possibilita seu autor sair de seu ambiente doméstico, partindo para a prática internacional.
Por ter sido criado quando a discussão ecológica ainda era pouco difundida, esse edifício
não aparenta características sustentáveis de fácil percepção. Entretanto, analisando seu projeto, é
possível identificar solução técnicas que já mostravam a visão sustentável de Foster. Algumas
dessas soluções são citadas a seguir:
 A estrutura do prédio (Figura 1) é metálica, formada basicamente por aço, que é considerado um material
reciclável, quando produzido de forma certificada, além de permitir maior rapidez de execução. Soma-se a
isso o fato de grande parte da obra ter sido feita com pré-fabricados, o que reduz o desperdício de materiais;
 O emprego do sistema de viga em Vierendeel, bastante aplicado na construção de pontes e aeronaves,
permite maior economia de material, além de vencer vãos maiores (Figuras 1 e 2). A concentração de
serviços e utilização de sistemas computacionais de gerenciamento garantem a inteligência da arquitetura;
17
 Internamente, o grande átrio (Figura 2) possibilita um vazio que permite a iluminação natural, além da
ventilação e integração visual de todo o complexo. A multifuncionalidade do prédio, que inclui áreas
comerciais e residenciais, promove sua flexibilidade do uso;

A planta livre (Figura 3) é formada por espaços flexíveis, permitindo assim que eles possam ser alterados ao
longo dos anos, além de garantir maior integração entre os funcionários da empresa.

Em termos de conforto ambiental, há elementos refletores externos e internos que captam a luz solar e a
refletem, principalmente no átrio, garantindo maior qualidade visual e reduzindo o consumo de energia
artificial (Figura 4).

A elevação do acesso do edifício, o qual se dá por meio de escadas rolantes, liberou o pavimento térreo
(Figura 4), possibilitando a criação de uma grande praça coberta e pública, única na cidade de HongKong.
1
3
2
4
II. 30 St. Mary Axe Building (1997/2003, Londres, Inglaterra)
Este arranha-céu situado em plena City de Londres pertence à companhia de seguros
suíça Swiss Re, sendo chamado pelos londrinos de The Gherkin (“O Pepino”), devido ao seu
formato inusitado. Considerado um dos primeiros edifícios sustentáveis da cidade, segue o
esquema tradicional de torre, ou seja, um core central, um grande hall de entrada, um espaço
especial no topo e uma praça pública ao redor da construção. Com 180 m de altura, distribuídos
em 40 andares, o formato aerodinâmico favorece o fluxo dos ventos ao redor da fachada,
diminuindo a pressão sobre a estrutura. Suas paredes e cobertura são formadas por uma pele
triangular, que permite amplos espaços livres, grande entrada de luz e belas vistas de Londres.
18
5
6
7
8/9
9
Esse edifício utiliza a tecnologia de ponta para traduzir, com sucesso, os conceitos da
arquitetura sustentável, obtendo o menor impacto possível na cidade. São muitos os elementos de
sustentabilidade presentes nessa obra, sendo alguns citados na sequência:
 Uma das motivações para a criação da obra era a revitalização da região onde ela se insere, em pleno
coração comercial do centro velho de Londres (Figura 5), marcando-se como símbolo e referência urbana;

A fachada é formada por um vidro triplo, sendo duplo na parte externa e laminado internamente, o que
otimiza a penetração de luz (Figura 5).
 Seu formato aerodinâmico (Figura 6) garante maior eficiência da ventilação natural, além de promover uma
espécie de poço central para a circulação do ar verticalmente;
 Concentração das instalações e sistemas inteligentes garantem a economia energética de toda a edificxação
(Figuras 5 e 6);

A planta circular da edificação foi recortada (Figura 7), de maneira que as reentrâncias triangulares
resultantes fossem aproveitadas para a instalação de átrios periféricos para melhorar a incidência de luz.
Soma-se a isto o fato das salas de escritórios serem espaços flexíveis e cada uma possui seu microclima,
19
permitindo autonomia entre os andares;
 Com o objetivo de atenuar o impacto do edifício na cidade, Foster cria uma praça seca ao redor da obra
(Figura 8); e, ainda minimizando os efeitos da obra dentro do contexto urbano, o arquiteto faz com que o
prédio flutue, não encostando sua estrutura no chão (Figura 9).
III. Hearst Tower ( 2000/06, Nova York, EUA)
Primeiro edifício de Norman Foster nos EUA, a Hearst Tower é também o primeiro prédio
sustentável da cidade de Nova York. Construído próximo a Columbus Circus, é a sede da Hearst
Corporation, empresa fundada em 1887 e responsável por uma ampla rede de meios de
comunicação de massa, incluindo televisão (Canais ESPN e A&E Television Networks, entre
outras), jornais (Houston Chronicle, San Francisco Chronicle, Seattle Post-Intelligencer, etc.) e
revistas (Cosmopolitan, Esquire e Marie Claire, além de várias outras). A torre, concluída em maio
de 2004 e com 2.000 usuários, foi executada logo acima do prédio de seis andares encomendado
pelo fundador da empresa, o magnata da imprensa estaduninense William R. Hearst (1863-1951),
ao arquiteto Joseph Urban (1872-1933). Este realizou uma obra em Art Déco, a qual ficou
parcialmente concluída em 1928, devido à Grande Depressão (1929).
Trata-se da primeira edificação comercial a ser certificada pelo LEEDTM em Nova York,
possuindo 182 m de altura e 46 andares. Os elementos sustentáveis presentes nesse Green
Building podem ser notados tanto na parte externa como interna, onde a tecnologia mostrou-se
mais uma vez importante aliada de Foster para colocar em prática suas soluções, a seguir
descritas:
 Reaproveitamento do patrimônio histórico existente, executando o edifício logo acima do já presente (Figura
10), o que garante respeito à memória e preservação da história;

A água da chuva é coletada em um tanque localizado na cobertura do edifício (Figura 11), para depois ser
reutilizada para irrigar jardins internos e externos, além de abastecer uma queda d’água (Figura 12), presente
no lobby, que ajuda a umidificar e amenizar a temperatura ambiente;

Internamente, todas as mesas são livres de formaldeído e as paredes são pintadas com tintas sem
componentes tóxicos (Figura 13). O primeiro andar é pavimentado em calcário com previsão para a condução
térmica;
 Dentro dos escritórios (Figura 13), existem sensores que ao detectarem que a sala está vazia, diminuem
automaticamente a luz do ambiente e a energia utilizada pelos computadores. Ao todo, a obra economiza
26% de energia se comparada a edifícios comuns de mesmo porte;
 O prédio foi construído com 85% de aço reciclado e com um sistema inovador chamado de diagrid, o qual
criou uma série de triângulos na fachada do edifício, diminuindo o consumo de aço para a construção (Figura
14);
20
10
11
12/13
14
9. CONCLUSÕES
Após a realização desta pesquisa, verificou-se a existência de um fio condutor nas obras do arquiteto
britânico Norman Foster: a extrema relevância dada à interferência da arquitetura no meio ambiente e as
implicações disso no planeta. Ao longos dos anos, essa importância deixou de ser conceitual para ser a
base principal do partido arquitetônico de seus projetos.
A busca pela máxima eficiência dos edifícios, o estudo e análise específica para cada projeto, bem
como a extrema relevância dada a todos os aspectos da obra, desconsiderando a escala do trabalho, são
características que também mostraram-se marcantes nas obras selecionadas para a realização dessa
pesquisa.
21
Abaixo, um quadro comparativo exibe alguns dados físicos sobre as obras escolhidas, além de mostrar
a síntese do trabalho de Foster: para cada obra há soluções sustentáveis específicas e diferentes umas das
outras. Segue quadro comparativo:
Caso I
Caso II
Caso III
Obra
HSBC Building
30 St.Mary Axe
Hearst Tower
Proprietário
HSBC
Swiss Re
Hearst Corporation
Data do Projeto
1979
1997
2000
Data da Construção
1983-1985
2001-2003
2003-2006
Local
HongKong, China
Londres, Inglaterra
Nova York, EUA
Altura
178,8 m
180 m
182 m
Andares
44
Área
Soluções de
sustentabilidade
10.
99.000 m
40
2
● Estrutura em aço e préfabricados;
● Sistema de viga em
Vierendeel : economia de
materiais;
● Grande átrio: ventilação,
integração natural, iluminação;
● Planta livre, multifuncional e
espaços flexíveis;
●
Refletores
internos
e
externos: captação luz solar;
● Elevação do acesso do
edifício.
47.950 m
46
2
● Revitalização da área onde
esta inserida;
● Fachada formada por vidro
triplo  otimiza penetração de
luz;
● Formato aerodinâmico 
maior eficiência da ventilação
natural;
●
Concentração
de
instalações
e
sistemas
inteligentes;
● Planta circular com átrios
periféricos
para
melhor
incidência de luz;
● Minimiza efeitos da obra
dentro do contexto urbano.
80.000 m2
●
Reaproveitamento
do
patrimônio histórico existente;
● Reuso de águas pluviais;
● Mobiliário e tinta usada nas
paredes
são
livres
de
componentes tóxicos.
●
Instalações
elétricas
inteligentes  Economia de
energia de 26%;
●
Sistema
construtivo:
Diagrid  diminui consumo de
aço ( 85% reciclado);
REFERÊNCIAS
ADAM, R. S. Princípios do ecoedifício: interação entre ecologia, consciência e edifício. São Paulo: Aquariana, 2001.
ASSIS, J. C. de. Brasil 21: Uma nova ética para o desenvolvimento. 6. ed. Rio de Janeiro: CREA-RJ, 2001.
BBC – British Broadcasting Corporation. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/dna/h2g2/A1087256>. Acesso em:
6.jun.2010.
BARBIERI, J. C. Desenvolvimento e meio ambiente: as estratégias de mudanças da Agenda 21. Petrópolis RJ:
Vozes, 1997.
BENEVOLO, L. A arquitetura do novo milênio. São Paulo: Estação Liberdade, 2007.
BUCHANAN, P. High-tech: another british thoroughbred. In: THE ARCHITECTURAL REVIEW, jul. 1983 [On line].
Disponível em: < http://www.architectural-review.com/home/ar-archive/ar-july-1983-essay-high-tech-by-peterbuchanan/8604479.article>. Acesso em: 18.set.2010.
BUCKMINSTER FULLER INSTITUTE. Disponível em: < http://www.bfi.org/about-bucky/biography>. Acesso em:
6.jun.2010.
BRUNDTLAND, G. H. Nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento – CMMAD: Fundação Getúlio Vargas – FGV, 1991.
BURGOS, A. C. I. Paramétros de sostenibilidad. Barcelona: ITEC, 2003.
CASTELNOU, A. M. N. Arquitetura e cidade contemporâneas. Curitiba: Apostila didática, Universidade Federal do
Paraná – UFPR, 2010.
______. Por uma arquitetura ecológica. In: REVISTA TERRA & CULTURA – Cadernos Científicos de Ensino e
Pesquisa. Londrina PR: Centro Universitário Filadélfia – Unifil, ano XVIII, n. 35, jul./dez.2002. p.18-24.
CONSTRUCTALIA. Disponível em:
<http://www.constructalia.com/br_BR/gallery/galeria_detalle.jsp?idProyec=3545552#>. Acesso em: 30.maio.2010.
FOLADORI, G. Limites do desenvolvimento sustentável. Campinas SP: Imprensa Oficial: Universidade de Campinas
– Unicamp, 2001.
22
FOSTER AND PARTNERS. Disponível em: <http://www.fosterandpartners.com/Projects/0686/Default.aspx>. Acesso em:
3.jun.2010.
JODIDIO, P. Contemporary european architects. Köln: Taschen, vol. III, 1996.
_____. Contemporary european architects. Köln: Taschen, vol. V, 1998a.
_____. Contemporary european architects. Köln: Taschen, vol. VI, 1998b.
LAMBOT, I. Norman Foster Associates: Buildings and projects. Honk Kong: Watermak, 1989.
MONTANER, J. M. Depois do Movimento Moderno: arquitetura da segunda metade do século XX. 2. ed. Barcelona:
Gustavo Gili, 2001.
ODUM, E. P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
ROAF, S. Ecohouse: a casa ambientalmente sustentável. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
ROLNIK, R.; SAULE JÚNIOR, N. Habitat II: assentamentos humanos como tema global. In: BONDUKI, N. (Org.)
Habitat: as práticas bem-sucedidas em habitação, meio ambiente e gestão urbana nas cidades brasileiras. São
Paulo: Studio Nobel, 1996. p.13-17.
ROSELL, D. Conheça a Casa Aqua, um modelo de habitação sustentável e de baixo custo. Disponível em:
<http://casaeimoveis.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2010/04/28/conheca-a-casa-aqua-um-modelo-de-habitacaosustentavel-e-de-baixo-custo.jhtm>. Acesso em: 18.set.2010.
RUANO, M. Ecourbanismo: entornos humanos sostenibles: 60 proyectos. 2. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2000.
STEELE, J. Architecture today. Londres: Phaidon, 1997.
11. FONTES DE ILUSTRAÇÕES
Figura A
BARBIERI, J. C. Desenvolvimento sustentável regional e municipal: conceitos, problemas e pontos de partida.
São Paulo: Fundação Getúlio Vargas – FGV: Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP, 2000 [On line].
Disponível em: <http://www.fecap.br/adm_online/art14/barbieri.htm> Acesso em: 18.set.2010.
Figura B
GALINSKY. Norman Foster and Partners Studio. Disponível em: <http://www.galinsky.com/buildings/foster/index.htm>.
Acesso em: 18.set.2010.
Figura 1
ISTRUCTE. Disponível em: <http://www.istructe.org/students/db/51.asp>. Acesso em: 8.jun.2010.
Figura 2
USER COMPAQNET. Disponível em: <http://users.compaqnet.be/cn117945/foster/>. Acesso em: 8.jun.2010.
Figura 3
ARCHITECTURE WEEK. Disponível em: <http://www.architectureweek.com/cgibin/supporting_architectureweek.cgi?dir=2003/0618&article=building_1-2.html&image=12185_image_9.jpg>. Acesso em:
8.jun.2010.
Figura 4
ARCOWEB. Disponível em: <http://www.arcoweb.com.br/artigos/marcelo-meirino-projeto-arquitetonico-17-052004.html>. Acesso em: 8.jun.2010.
Figura 5
PINIWEB. Disponível em: <http://www.piniweb.com.br/construcao/noticias/a-altura-da-new-britain-79517-1.asp>. Acesso
em: 8.jun.2010.
Figuras 6 e 7
PLUS MATHS. Disponível em: <http://plus.maths.org/content/perfect-buildings-maths-modern-architecture>. Acesso em:
8.jun.2010.
Figuras 8 e 9
VITRUVIUS. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/04.041/3516>. Acesso em:
8.jun.2010.
Figuras 10 a 14
DKMONTANA. Disponível em: <http://dkmontana.blogspot.com/2009/01/hearst-tower.html >. Acesso em: 9.jun.2010.
23
12. BIBLIOGRAFIA DE APOIO
EDWARDS, B. Guía básico de la sostenibilidad. 2. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2004.
QUANTRILL, M. The Norman Foster Studio: consistency through diversity. Londres: Taylor & Francis e-Library, 2005.
E-book.
RATTENBURY, K. ; BEVAN, R. ; LONG, K. Architects today. Londres: Laurence King, 2004.
TED. Vídeo disponível em : < http://www.ted.com/talks/lang/por_br/norman_foster_s_green_agenda.html > Acesso em:
30.maio.2010.

Documentos relacionados