2011

Transcrição

2011
Relatório
de atividades
2011
20 a no s c on t r a o c â nc e r i n fa n t i l
20 a no s c on t r a o c â nc e r i n fa n t i l
Relatório
de atividades
2011
Sumário
6 8 14 16 24
Mensagem
da Diretoria
O GRAACC
Governança
Corporativa
Tratamento
Pesquisa
28 30 34 40 66
Ensino
Futuro
Sociedade
Demonstrações
financeiras
Informações
corporativas
1 . m e ns ag e m da di r e t or i a
Crescer com foco
du r a n t e o a n o, f o r ta l e c e m o s pa r c e r i a s e d e m o s c o n t i n u i d a d e a o n o s s o
p r i n c i pa l p r o j e t o: a m p l i a r a c a pa c i d a d e d e at e n d i m e n t o s e m d e i x a r d e
l a d o o at e n d i m e n t o h u m a n i z a d o
2011 foi um ano de avanços fundamentais
na estratégia de fortalecimento institucional
do GRAACC. Concentramos nossos esforços
em ampliar a estrutura física e consolidar
a posição de referência no tratamento e pesquisa
do câncer infantojuvenil na América Latina.
Para isso, demos início às obras de expansão
do hospital, desenvolvemos um plano estratégico
e fortalecemos as parcerias com empresas, órgãos
públicos e centros de pesquisa do Brasil e do exterior.
Esse movimento está em consonância
com os aprendizados e as experiências
que o GRAACC acumulou ao longo de
mais de duas décadas oferecendo
tratamento especializado, com índices
de cura comparáveis aos de grandes
centros globais. Por meio de nossos
profissionais, voluntários e parceiros,
o combate a neoplasias complexas –
como tumores oculares, ósseos e do
sistema nervoso central – tornou-se
uma prática capaz não só de salvar
milhares de vidas, mas de inserir
o Brasil no cenário internacional
de pesquisas que expandem os
horizontes da oncologia pediátrica.
O câncer infantojuvenil é uma
realidade desafiadora: no Brasil, a cada
ano, são esperados cerca de 12 mil
novos casos da doença entre menores
de 18 anos, segundo dados do Instituto
Nacional do Câncer (Inca). O papel do
GRAACC é oferecer terapias eficazes
e humanizadas focadas nos perfis
6 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
de cada paciente e, com a parceria
com a Unifesp, formar e capacitar
novos profissionais todos os anos,
disseminando o conhecimento em
oncologia pediátrica no país.
Com foco em manter os padrões de
qualidade, avançar nas áreas de ensino
e pesquisa e oferecer atenção em todas
as etapas do tratamento – desde as de
ambulatório, diagnóstico e internação
até os serviços de terapia especializada
e reabilitação –, estabelecemos como
objetivo para os próximos anos ampliar
a estrutura física do hospital, inaugurado
em 1998. Nos últimos anos atuamos
no limite da nossa capacidade, com
média de 80% de ocupação, atendendo
anualmente mais de 2,7 mil crianças,
sendo 86% delas encaminhadas pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 2010, recebemos da Prefeitura
de São Paulo, como doação, um terreno
na Vila Clementino, ao lado do atual
prédio. A partir desse momento, nosso
foco foi agilizar o processo de captação
de recursos para a construção do
novo complexo hospitalar. O processo
foi conduzido pelo Departamento de
Desenvolvimento Institucional, que
firmou novas parcerias e apoios em
duas etapas: Anexo 1 e Anexo 2.
O ano foi marcado pela aceleração
das obras do Anexo 1, que têm previsão
de conclusão para o fim de 2012. Nesse
novo anexo, será implantado um
serviço especializado em radioterapia
pediátrica, assegurando uma atenção
total em todas as fases do tratamento.
Nossas metas e estratégias de
crescimento ainda preveem expansões
futuras e espera-se para um período
próximo a 5 anos o complemento do
complexo hospitalar que continuará
beneficiando os pacientes com o
aumento de leitos, expansão de
centros cirúrgicos, laboratórios e
ambulatórios.
Em conformidade com essas
metas, nossa gestão também tem
passado por revisões. Em 2012,
iniciamos o desenvolvimento de um
plano estratégico, que fornecerá
as bases para a expansão do
GRAACC embasada em boas
práticas de governança corporativa.
Esse trabalho mobilizou comitês
internos, com participação dos
órgãos executivos, e visa garantir
a sustentabilidade financeira e o
respeito aos valores da organização
ao longo de seu crescimento futuro.
Com isso, o GRAACC acredita
estar cumprindo sua missão de
combater – e vencer – o câncer infantil
sem perder de vista o respeito ao
paciente, a contribuição à ciência e
a qualidade das relações com seus
parceiros corporativos e institucionais.
Nacionalmente ou no exterior, entidades
como as sociedades nacional e
internacional de Oncologia Pediátrica,
o hospital St. Jude e o National Institute
of Health, nos Estados Unidos, têm
permitido que protocolos e terapias
inovadores sejam aplicados e
desenvolvidos com a participação de
médicos e pesquisadores brasileiros.
Tais avanços seriam impossíveis
sem a contribuição dos nossos
colaboradores, mantenedores,
voluntários, fornecedores e parceiros.
Afinal de contas, lidar com as
complexidades e dinâmicas do câncer
não é trabalho fácil – deve ser feito com
paixão, entusiasmo e dedicação, sem
riscos de desanimar diante dos desafios
diários do enfrentamento da doença.
Como forma de agradecer à
sociedade brasileira pelo apoio que tem
concedido ao GRAACC, este relatório de
atividades busca agregar a prestação de
contas e a comunicação de desempenho
no ano de 2011. Os resultados indicam
que o futuro será de avanços ainda
mais consistentes no combate ao
câncer infantojuvenil; tarefa essa que
esperamos dividir com aqueles que
tanto têm nos ajudado ao longo dos
últimos 20 anos.
O GRAACC
oferece terapias
eficazes e
humanizadas
com foco em
altos padrões
de qualidade
Boa leitura!
Sérgio Amoroso, Diretor-Presidente
e Presidente do Conselho de
Administração do GRAACC
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 7
2 . o g r a acc
20 anos contra
o câncer infantil
a busc a pel a cu r a e o cu ida do in t egr a l da cr i a nç a t r a nsfor m a r a m a
i n s t i t u i ç ã o e m c e n t r o d e r e f e r ê n c i a e m t r ata m e n t o e d i s s e m i n a ç ã o d e
c o n h e c i m e n t o, c a d a v e z m a i s f o c a d a e m c a s o s a lta m e n t e c o m p l e x o s
O GRAACC é uma instituição sem fins
lucrativos, que visa oferecer aos pacientes
brasileiros todas as chances de cura
disponíveis no mundo. Além de promover
tratamentos avançados, forma profissionais
especializados e produz diferentes tipos
de pesquisas, para contribuir com novas
descobertas para o combate à doença.
Desde que iniciou suas atividades,
em 1991, o GRAACC tem evoluído ano
a ano, com a elevação da qualidade
técnica, a aplicação de tecnologia de
ponta e construção de conhecimento
por meio de pesquisas e da
formação de profissionais.
Para isso, o hospital do GRAACC –
o Instituto de Oncologia Pediátrica
(IOP/GRAACC/UNIFESP) – tem
convênio técnico-científico com
a Universidade Federal de
São Paulo (UNIFESP).
Referência no tratamento
e pesquisa do câncer infantil,
principalmente em casos de
alta complexidade, o hospital é
reconhecido pelos expressivos
resultados obtidos no combate
da doença, alcançando índices de
cura de cerca de 70% – semelhantes
aos de instituições de saúde
europeias e norte-americanas.
8 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
O GRAACC oferece tratamento
personalizado, humanizado e
cientificamente avançado. Todos os
650 funcionários e 437 voluntários
– além de voluntários externos,
médicos residentes da UNIFESP
e prestadores de serviços –
entendem o impacto da doença
em toda a família e atuam para
que todo o processo seja o mais
humanizado possível.
Estratégia de atuação
Consolidar-se como um centro
médico que dispõe de alto nível de
resolubilidade e, assim, ser capaz
de elevar as chances de cura do
câncer infantojuvenil resume a
estratégia de atuação do GRAACC.
O objetivo da instituição é firmar-se
como um hospital especializado em
casos de maior complexidade. Para
isso, o foco está no aperfeiçoamento
contínuo da gestão e no
desenvolvimento institucional
como caminhos para disponibilizar
cada vez mais infraestrutura,
recursos humanos, novos
medicamentos e tecnologias de
ponta aos pacientes.
Acesso a todos
A situação econômica ou a região
onde cada paciente vive não interfere
no acesso ao tratamento no GRAACC.
86% das crianças e adolescentes
atendidos pelo GRAACC são
encaminhados pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) e 68% têm renda
mensal de até três salários mínimos.
Os outros 14% são pacientes
particulares ou provenientes de
convênios médicos. Cerca de 22%
não residem em São Paulo. Em 2011,
foram atendidos 2.779 crianças e
adolescentes pelo GRAACC.
Atualmente, o hospital do
GRAACC realiza cerca de 2.500
atendimentos por mês, que
incluem consultas, sessões
de quimioterapia, cirurgias,
transplantes de medula óssea,
entre outros procedimentos. Em
2011, foram mais de 23 mil consultas
médicas, aproximadamente 1.500
cirurgias e 49 transplantes de
medula óssea. No ano, o hospital
recebeu 358 novos casos, quase um
novo paciente a cada dia.
Distribuição de pacientes
por procedência (2000-2010)
77,9%
são paulo
21,4% 0,7%
outros
estados
outros
países
Nossos números
Janeiro a dezembro 2011
Triagem
571
Casos novos
358
Consultas médicas
23.051
Quimioterapias
17.233
Internações
1.216
Transplantes de medula óssea
49
Procedimentos cirúrgicos
1.476
Taxa de ocupação
79%
Média de permanência (dias)
9
Quando comecei a jogar
tive o apoio de algumas
pessoas e sei o quanto
isso é importante. O
trabalho do GRAACC é
maravilhoso. No ano
passado, participei
da campanha do Dia
Nacional do Combate ao
Câncer Infantil e lembro
que adotei o perfil do
Rodrigo, paciente do
GRAACC, no Twitter. No
dia seguinte, fui escolhido
o melhor jogador da Copa
Libertadores e dividi o
prêmio com ele e com o
GRAACC. Foi muito legal.
#TamojuntoGRAACC.
Neymar Jr.
A instituição do ano
J o g a d o r d o S a n t o s F. c .
Por conta dos resultados obtidos, o GRAACC foi reconhecido em
2011 como a “Instituição do Ano” no Prêmio SAÚDE!, oferecido
pela revista Saúde! É Vital, da Editora Abril, que tem como
objetivo valorizar iniciativas que tenham contribuído para
melhorar a saúde e a qualidade de vida dos brasileiros.
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 9
25.000
23.051
20.943
20.538
25.00020.000
12.406
11.408
10.195
10.000
15.000
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300
350
250
300
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350
15.362 20.943
20.538
15.000
20.000
2 . o g r a acc
19.562
18.466
23.051
18.239
17.955
17.628 17.607
12.493
17.628 17.607
11.489
11.650
15.362
9.299
8.518
12.493
11.489
11.650
12.406
6.537
11.408
10.195
3.910
9.299
8.518
10.000 5.000
c a sos novos
1.024
6.537
3.910
5.000
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5
2 3
8
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9 10 11
6 7
4 5 6 97 8
4
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19 199 199 199 199 199 19 199 199 200 20 200 200 200 200 200 200 200 200 20 20
358
1.024
350
249
245
250
190
200
179
44
100
150
50
100
1.173
1.052
1.400 1.000
834
800
641 1.052
1.200
1.000 600
1.165
1.027
966
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1.367 1.321
1.440 1.476
1.165
1.027
966
834
354
800 400
5 6416 7
8
9 10 11
9 0 01 02 03 04 138
4 5 6 97 8
91 92 93
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19 19 19 199 199 199 19 199 199 200 20 2600
26
400
200
consu lta s m édic a s
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17.628 17.607
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17.955
17.628 17.607
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20.000
15.000
12.493
12.406
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11.650
11.408
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12.493
12.406
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11.489
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11.650
11.408
10.195
6.537
9.299
8.518
3.910
6.537
15.000
10.000
10.000
5.000
1.024
3.910
1.024
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6 7
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0
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1.173
1.4001.200
1.052
1.000
1.200
834
1.052
1.000800
641
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400
400
350 300 45
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300 250
200 35
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100
150
20
50
100
15
50
40
350 50
35
20
1.027
1.165
966
1.173
1.367 1.321
1.440 1.476
1.165
1.367 1.321
400200
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200 0 26
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10
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1999
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173 184
16
188
179
16
173 184
188
16
15
249
19
15
179
31
321
23
31
271
271
29
290 298
29
23
33297
290 298
36
213
22206 33
206 213
38
49
38
297
226
226
22
19
10 91 7 2 1999
7 2009
5 2001
3
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2 3 2006
8 2003
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6 97 2002
9 2010 2011
9 0 2004
62008
4 2000
4 2007
01 2005
19 199 199 199 199 199 19 199 199 200 20 200 200 200 200 200 200 200 200
5
1 92 93 94 95 6 97 98
1
7
5
3
2
8
9
9
6
0
4
9
0
0
19 19 19 19 19 199 19 19 199 200 20 200 200 200 200 200 20 200 200
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70%
60%
50%
40%
30%
138354
249
297
288
36
321
44
80%
20%
ta x a de o c u paç ão
73%
73%
74%
70%
60%
73%
50%
73%
74%
80%
80%
86%
86%
89%
84%
84%
82%
80%
80%
84%
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80%
80%
80%
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20%
10%
0%
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10%
138
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190
245
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190
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245
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131
44
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288
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2011
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2000
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2002
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2003
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2004
2005
2005
2006
2006
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2007
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2008
2009
2009
2010
2010
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0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
2011
2011
49
50
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2001
t r a nspl a n t es
de m edu l a ósse a
45
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1.6001.400
50
1999
2000
50
c i ru rgi a s
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25.000
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1998
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0
25.000
354
0
49
45
38
Participando
dessa história
33
40
36
35
38
Ter
o desenvolvimento
pessoal e profissional atrelado ao crescimento de uma instituição
33
22
29
25
é
coisa
rara
de
se
ver.
Essa
é a história da supervisora ambulatorial Urânia Pinto dos
30
19
23
20
16
16
15
22
25
Santos, 51 anos, que está no GRAACC desde o início. Para ela, os pacientes representam
19
15
20
16
16
15
7
10
o maior desafio e, ao mesmo tempo, a melhor parte do trabalho. “Receber, acolher e
15
5 7
10
entender a angústia deles e tentar amenizar essa condição é extremamente desafiador.”
5
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Segundo Urânia, tais experiências fazem com que o tempo passe em um ritmo
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
diferente. “Cada dia é uma emoção. Minha visão de mundo e meus valores mudaram
muito graças a tudo que vivencio aqui. Eu dava importância a tantas coisas e hoje
89%
86%
84% 84% 82%
90%
80%
80% 80% 80%
89%
percebo
que o importante mesmo é valorizar o que temos e fazer o bem.”
73% 73% 74%
80%
86%
84% 84% 82%
90%
80%
80% 80% 80%
70%
A supervisora conta que muitos ex-pacientes costumam visitar a instituição.
73% 73% 74%
80%
60%
70%
“É emocionante ver que aquelas crianças estão bem, têm uma profissão,
50%
60%
40%
formaram uma família.”
50%
30%
40%
Ao longo desses 20 anos, Urânia vem acompanhando o crescimento da instituição.
20%
30%
10%
20%
“Só faltava a área de radioterapia, mas teremos o serviço com a expansão do hospital.”
40
35
31
30
10%
0%
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0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
10 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
2011
2011
50
44
131245
190
44
173
131
91 2 3
19 199 199 199
4 5
91 2 3
19 199 199 199 199 1
1.440 1.476
1.367 1.321
1.600 1.200
100
50
226
1.400
131
150
206 213
1.600
188
173 184
150
200
321
313
91 2 3 994 298
95 96 97 98 99 0029701 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11
19 199 199 290
19 19 19 19 19 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
1
271
297
288
300
250
24
190
Missão
Garantir a crianças e adolescentes
com câncer, dentro do mais avançado
padrão científico, o direito de alcançar
todas as chances de cura, com
qualidade de vida.
Visão
♦ Disponibilizar recursos técnicos,
científicos e humanos adequados,
atuando como centro de referência
em diagnóstico e tratamento do câncer
infantojuvenil.
♦ Oferecer apoio multidisciplinar e suporte
social, com a finalidade de manter a
adesão ao tratamento.
♦ Treinar e capacitar profissionais,
buscando multiplicar conhecimento
e promover impacto na assistência
à saúde do país.
♦ Trabalhar constantemente em parceria,
somando esforços com a comunidade,
a universidade e o empresariado, por
meio de mobilização de recursos, gestão
participativa e potencialização
de conhecimento.
♦ Promover atuação efetiva do voluntariado.
♦ Garantir acesso ao tratamento a crianças
e jovens famílias de baixa renda.
Valores
Competência, Ética, Transparência,
Solidariedade, Trabalho em Equipe,
Igualdade nas Relações
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 11
2 . o g r a acc
Uma história de duas décadas
A trajetória do GRAACC começou por iniciativa do médico oncologista Dr. Antônio
Sérgio Petrilli, do engenheiro civil Jacinto Antonio Guidolin e da voluntária
Léa Della Casa Mingione, que, ao lado de dezenas de outras pessoas, desejavam
assegurar todas as chances de cura a crianças e adolescentes com câncer.
1988
Convidado pela Sociedade
Americana do Câncer, o médico
oncologista Antônio Sérgio Petrilli
visitou hospitais americanos
especializados no combate ao
câncer. Ficou especialmente
interessado pelo St. Jude, na
cidade de Memphis, que trabalha
com o apoio da sociedade, e
decidiu implantar um modelo
parecido no Brasil.
1990
Um sobrado localizado em
frente ao Hospital São Paulo
se transformou no setor de
Oncologia Pediátrica da UNIFESP.
A ação proporcionou um grande
salto qualitativo no atendimento
aos pacientes.
1991
O GRAACC é formalmente
constituído pela voluntária
Léa Della Casa Mingione, o
engenheiro civil Jacinto Guidolin
e o Dr. Sérgio Petrilli. O sobrado
foi reformado e o primeiro grupo
de médicos residentes começou a
atuar. Além disso, iniciava-se
a mobilização de voluntários.
1993
Para receber as crianças não
1 2 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
residentes na capital paulista
e suas famílias durante o
tratamento, foi inaugurada
a Casa de Apoio. Também
nesse ano o GRAACC passa
a ser o único beneficiário da
cidade de São Paulo do McDia
Feliz, promovido pelo McDonald’s.
1998
O hospital é inaugurado
como Instituto de Oncologia
Pediátrica (IOP/GRAACC/UNIFESP).
O GRAACC e a UNIFESP assinam
um convênio de parceria técnico-científica voltado ao atendimento
e ao desenvolvimento de
pesquisas. É inaugurada
a Brinquedoteca Terapêutica
Senninha, com a parceria do
Instituto Ayrton Senna.
1999
Começam a funcionar o
Laboratório de Criopreservação,
o Centro de Transplante de
Medula Óssea Instituto Ronald
McDonald e o Centro Cirúrgico.
2001
Entram em operação os
laboratórios de Genética, Biologia
Molecular e Hematologia, dando
ao GRAACC posição de destaque
entre os principais centros de
pesquisa do mundo. Esse grande
passo da instituição recebe
o apoio do Banco do Brasil
e da Fundação Orsa.
2004
Também em parceria com a
Fundação Orsa, é inaugurada a
primeira Quimioteca do Brasil,
um espaço lúdico que minimiza
o impacto do tratamento
quimioterápico nos pacientes.
2007
As famílias de pacientes que
não moram na capital paulista
ganham um novo espaço. A Casa
Ronald McDonald São Paulo
absorve e amplia o atendimento
que já era oferecido aos pacientes
e seus acompanhantes que vêm
de outros Estados para se tratar
no Hospital do GRAACC.
2008
Com autorização do Ministério da
Saúde, o GRAACC se torna um
dos centros do país capacitado
para realizar transplante de
medula óssea não aparentado,
um procedimento complexo que
amplia o universo de busca
de doadores compatíveis,
aumentando a possibilidade de
cura nos tratamentos de leucemias
e linfomas. A qualidade da
gestão do corpo de voluntários da
linha do tempo//
Evolução da obra de Expansão
instituição ganha reconhecimento com
a certificação pela norma ISO 9001.
2009
A área de genética recebe o prêmio da
Sociedade Internacional de Oncologia
Pediátrica. A instituição aperfeiçoa
suas estruturas de atendimento com
a criação da agência transfusional,
responsável pelo armazenamento de
sangue, pelos testes pré-transplantes
e pelo acompanhamento clínico das
transfusões realizadas no hospital.
Os adolescentes da Casa Ronald
McDonald São Paulo ganham a
Adoleteca.
Mar/2011
Abr/2011
Maio/2011
Jul/2011
Ago/2011
Set/2011
Out/2011
Nov/2011
Dez/2011
Jan/2012
Fev/2012
Mar/2012
2010
A Prefeitura de São Paulo doa um
terreno para ampliação do Hospital
do GRAACC, ao lado do prédio atual.
Recebe, pela segunda vez, o Prêmio
Saúde!, promovido pela revista Saúde!,
e os prêmios Onco e Rhomes Aur, da
Sociedade Brasileira de Oncologia
Pediátrica (Sobope), por pesquisas
genéticas sobre tumores ósseos.
2011
O GRAACC dá início à construção
do Anexo 1 – primeiro prédio do
novo Complexo Hospitalar que
será inaugurado em 2012. Além de
ampliar o atendimento, o Anexo 1
abrigará um centro especializado em
radioterapia pediátrica modular.
O GRAACC firma parceria com
o National Institute of Health (NIH
– Instituto Nacional de Saúde),
instituição norte-americana que
desenvolve um projeto mundial de
investigação do genoma dos pacientes
portadores de osteossarcoma,
um tipo de tumor nos ossos.
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 1 3
3. G ov e r n a nç a cor p or at i va
Três pilares, um objetivo
pau ta d o p or va l or es ét icos, o model o de g ov er na nç a d o gr a acc con t r i bu i pa r a
a con t i n u i da de d o t r a b a l ho e pa r a a e x pa ns ão d o a l c a nc e da s i n ic i at i va s
O GRAACC é resultado da aliança
entre a UNIFESP, a iniciativa privada
(empresários voluntários que atuam
na gestão estratégica) e a sociedade
(voluntariado e doações).
Essa tríplice aliança é assegurada por um modelo de
governança corporativa em que a ética médica e empresarial
orienta a tomada de decisões e o planejamento estratégico.
A instituição possui quatro órgãos de administração: a
Assembleia Geral, órgão soberano do GRAACC, o Conselho de
Administração, o Conselho Fiscal e a Diretoria Executiva.
Orgãos de Administração
Assembleia geral
A Assembleia Geral é a mais importante instância deliberativa
do GRAACC. É responsável por homologar as demonstrações
financeiras e o balanço patrimonial da instituição, além
de eleger os membros do Conselho de Administração,
da Diretoria e do Conselho Fiscal, bem como decidir
sobre as ações estratégicas e estatutárias.
Em 2011, a Assembleia se reuniu 4 vezes, sendo que em
2 delas a reunião foi convocada extraordinariamente.
Conselho de Administração
O Conselho de Administração é formado por 12 membros
efetivos – podendo chegar a 21 integrantes se os associados
assim quiserem –, sendo um Presidente e um Vice-Presidente.
O primeiro é responsável por administrar os recursos e
negócios do GRAACC, fazendo cumprir seus objetivos sociais.
Com mandato de quatro anos e possibilidade de reeleição,
o conselho se reuniu 4 vezes em 2011.
Conselho Fiscal
Formado por três membros efetivos, o Conselho Fiscal é responsável
por examinar os registros contábeis da instituição. O mandato dos
membros é de quatro anos, também com possibilidade de reeleição.
14 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Associados
O GRAACC é constituído por um número
ilimitado de associados, divididos em três
categorias:
✔ Eméritos: os que tenham exercido cargo
nos órgãos de administração até o dia 31 de
dezembro de 2002 e as pessoas que
venham a ser convidadas pela maioria
absoluta dos Associados Eméritos para se
integrar a esta categoria.
✔ Beneméritos: os que se distinguirem por
doações relevantes, conforme critérios
estabelecidos pela Diretoria.
✔ Honorários: os que se distinguirem por
benefícios relevantes, a juízo do Conselho
de Administração.
Composição do Conselho
de Administração*
Sergio Antonio Garcia Amoroso (Presidente)
João Inácio Puga (Vice-presidente)
Conselheiros efetivos
André Guper
Celso do Carmo Jatene
Fernando de Castro Marques
Isaura Maria Wright Pipponzi
Jacinto Antonio Guidolin
Luis de Melo Champalimaud
Paulo Anthero Soares Barbosa
Roberto José Maris de Medeiros
Ronaldo Sergio Ribas Marques
Ruy de Campos Filho
*Em 31 de dezembro de 2011
Composição do
Conselho Fiscal*
Presidente
Gilberto Cipullo
Conselheiros
Carlos Eduardo de Carvalho Pecoraro
Gilberto Antonio Giuzio
*Em 31 de dezembro de 2011
Organograma
Assembleia
geral
Instituto
Ronald
McDonald
São Paulo
conselhos de
administração / fiscal
Associação
casa da
família
unifesp
diretoria
comissões
conselho
diretor
Casa Ronald
McDonald
São Paulo
superintendência
adm. / fin. (CEO)
superintendência
voluntariado
superintendência
médica
comitê
de ética
diretoria
técnica
Diretoria
diretoria
clínica
A Diretoria Executiva é responsável pela execução da política
e das diretrizes aprovadas pelo Conselho de Administração.
É composta de quatro membros – número que pode chegar a
seis –, sendo um diretor-presidente e um diretor vice-presidente.
O mandato é de quatro anos, e a reeleição é permitida.
A estrutura executiva é dividida em três superintendências:
a primeira voltada à administração e gerência financeira
do GRAACC e outras duas voltadas à área médica e de
voluntariado. Esses órgãos são responsáveis por administrar
um orçamento anual de R$ 62 milhões, um corpo funcional de
mais de 650 funcionários de diversas áreas e 437 voluntários.
Composição da diretoria*
Instituto de Oncologia Pediátrica
Chefe do Departamento de Pediatria – UNIFESP
Prof. Dr. Mauro Batista de Moraes
Chefe da Disciplina de Especialidades Pediátricas
Prof. Dr. Clóvis Eduardo Tadeu Gomes
Chefe do Setor de Oncologia do Departamento de Pediatria
da UNIFESP e Superintendente Médico do Instituto de
Oncologia Pediátrica – IOP
Prof. Dr. Antonio Sérgio Petrilli
Coordenadora do Curso de Pós-Graduação da Pediatria
Profa. Dra. Olga Maria Silverio Amancio
Diretor Superintendente do Hospital São Paulo
Prof. Dr. José Roberto Ferraro
Diretor do GRAACC
Paulo Anthero Barbosa
Diretora Clínica do Instituto de Oncologia Pediátrica – IOP
Dra. Carla Macedo
Superintendente Administrativo-Financeiro
(CEO) do GRAACC
José Hélio Contador Filho
Gerente Administrativa do Instituto
de Oncologia Pediátrica – IOP
Cristiana Tanaka
Criado em 1998 a partir de um convênio assinado entre o GRAACC
e a UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), o Instituto de
Oncologia Pediátrica (IOP/GRAACC/ UNIFESP) é o hospital do
GRAACC e também corresponde ao setor de Oncologia Pediátrica
da Universidade, vinculado ao Departamento de Pediatria.
A parceria assegura suporte técnico e científico ao GRAACC
no tratamento, impulsionando também o conhecimento e a
qualidade das pesquisas e, consequentemente, ampliando as
chances de cura com novos tratamentos.
Já para os residentes da UNIFESP, a parceria proporciona a
experiência prática no hospital, aperfeiçoando a qualificação
dos novos profissionais, que ajudarão a difundir técnicas de
prevenção e tratamento do câncer infantil em todo o país.
O Hospital do GRAACC é coordenado por um Conselho
Diretor, formado por membros do GRAACC e professores
doutores da universidade.
Diretor-presidente
Sergio Antonio Garcia Amoroso
Diretor vice-presidente
Fernando de Castro Marques
Diretores
Paulo Anthero Soares Barbosa
Ruy de Campos Filho
*Em 31 de dezembro de 2011
Conselho Diretor do Instituto
de Oncologia Pediátrica – IOP
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 15
4 . T r ata m e n t o
Foco na cura
r efer ênci a no tr ata mento de tumor es de a lta complexida de, o gr a acc atua no
limite do conhecimento pa r a ofer ecer aos pacientes todas as ch a nces de cur a
Nos últimos anos, a maior oferta de serviços
de saúde e as melhorias implementadas no
Sistema Único de Saúde (SUS) possibilitaram um
crescimento anual no número de diagnósticos de
câncer no país. Muitos tumores, no entanto, são
identificados quando já estão em estágio avançado,
o que aumenta a complexidade no tratamento
da doença. Os casos de tumor ósseo tratados no
GRAACC com metástase no pulmão, por exemplo,
cresceram de 20% para 35%.
No GRAACC, o objetivo é disponibilizar
as mais sofisticadas terapias
existentes no mundo para atender
diferentes tipos de tumores, que
requerem equipamentos de ponta,
salas especiais de cirurgia, UTI
aparelhada, sessões de reabilitação
e acompanhamento dedicado e
especializado. Por isso, é foco da
instituição aumentar a capacidade
de atendimento, como demonstram a
ampliação do hospital e a utilização
de técnicas modernas de tratamento,
para elevar o nível de resolubilidade
do câncer infantojuvenil.
Alta complexidade
Por ser especialista em doenças
de maior complexidade, o GRAACC
recebe casos bastante avançados,
com tumores maiores e doentes
de alto risco, vindos de todo o país.
Em uma escala de 1 a 4, em que 1
diz respeito a tumores em estágio
inicial, são encaminhados ao hospital
do GRAACC um grande número de
16 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
casos nas categorias 3 e 4. O início
do tratamento, de modo geral, é mais
agressivo e difícil, o que impacta a
expectativa de sobrevida. Atualmente,
os pacientes com tumores mais
simples podem ser tratados em
outros hospitais do país, que vêm
melhorando sua capacidade de
atendimento.
Por isso, os índices de tipos
de câncer tratados no GRAACC
não correspondem às ocorrências
na população. Entre 2000 e 2010,
os pacientes com tumores no
sistema nervoso central tiveram o
maior percentual, de 19,1%, e os com
leucemia, tipo mais comum e de risco
menor, ficaram em 16,3%. No caso do
retinoblastoma, o índice foi de 10,1%,
enquanto, na população em geral, é
de 3% , segundo pesquisa da entidade
americana National Cancer Institute.
Avanços no tratamento
O retinoblastoma, tumor maligno
que ocorre na retina, é um dos
exemplos de câncer infantil de alta
complexidade e no qual o GRAACC
vem se especializando. Há cerca
de um ano, o Hospital do GRAACC
passou a utilizar a quimioterapia
intra-arterial como opção de
tratamento. A técnica, pioneira
no Brasil, consiste em injetar a
medicação em um cateter na artéria
femoral, que segue até a artéria
oftalmológica e chega ao olho.
O método não é indicado para
todos os casos, em geral só para
os mais avançados, porém tem
mostrado bons resultados e com
menores efeitos colaterais. Isso
graças à aquisição, em 2011, do
Retcam, equipamento de alta
tecnologia que permite, via câmera
digital, visualizar o globo ocular e,
assim, propiciar um diagnóstico
mais assertivo e uma maior precisão
no tratamento. Segundo literaturas
europeias e americanas, é possível
evitar a remoção de 60% dos olhos –
volume geralmente necessário nos
casos de retinoblastoma.
O GRAACC tornou-se referência
em pesquisas e no desenvolvimento
de protocolos para tratamento desse
tipo de tumor, do qual há registro de
até 400 casos por ano no Brasil, e que
representa 10% dos diagnósticos de
câncer registrados na instituição.
Transplante
de medula óssea
Desde 1999, o hospital do
GRAACC realizou mais de 350
transplantes de medula óssea
Espaços lúdicos contribuem para diminuir o impacto do tratamento e representam grande avanço na humanização hospitalar
(TMO). Em 2010, a média anual
era de 30 procedimentos, saltando
para 50 em 2011 e, até o final de
2012, são esperados cerca de
60 transplantes. A equipe da
unidade de internação do Centro
de Transplante de Medula Óssea é
composta de quatro médicos, dois
residentes oncologistas pediátricos,
seis enfermeiros, 18 técnicos e
uma ampla equipe de suporte
multidisciplinar.
Procedimento necessário no
tratamento de alguns tipos de
linfomas e leucemia, o transplante
de medula óssea (TMO) pode ser
autogênico, quando a medula vem
do próprio paciente, ou alogênico,
quando vem de um doador – que
pode ser aparentado ou não. No
caso de não aparentados, são
pesquisados doadores compatíveis,
por meio de um banco de dados,
ou o procedimento é feito a partir
de células precursoras de medula
óssea, a partir do sangue de cordão
umbilical. O Brasil tornou-se o
terceiro maior banco de dados do
gênero no mundo, com 1,6 milhão
de doadores, segundo o Instituto
Nacional de Câncer (INCA), atrás
apenas dos Estados Unidos (5
milhões) e da Alemanha (3 milhões).
Existem 61 centros de TMO no
Brasil e o GRAACC é um dos 17 centros
com capacidade para realizar o
transplante entre não aparentados.
Em 2011, o hospital registrou 15
procedimentos. Dos pacientes
que se submetem ao método
no hospital, cerca de 60%
alcançam a cura.
Atualmente, está em fase de
estudo um novo método, chamado
haploidêntico, em que uma
compatibilidade de 50% com um
doador aparentado é suficiente
para a realização do transplante,
acompanhado do uso de remédios
quimioterápicos. Em geral,
a compatibilidade exigida é de 80%.
A expectativa é que a técnica se
torne um novo protocolo de
tratamento até o final de 2012.
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 17
4 . T r ata m e n t o
Acesso ao uso de
medicamentos avançados
Compartilhando
conhecimento
Reconhecida pelo trabalho qualificado que vem
Em 2011, o GRAACC foi convidado a
desenvolvendo, que inclui pesquisas científicas e
participar de um simpósio na cidade de
publicações no exterior, há três anos a instituição tem
Hanoi, no Vietnã, promovido pela Worldwide
sido convidada a participar de reuniões internacionais,
Network for Blood & Marrow Transplantation
junto aos principais laboratórios farmacêuticos
(WBMT), em cooperação com a Organização
e centros de tratamento, em que se apresentam
Mundial de Saúde (OMS). O GRAACC
medicamentos em desenvolvimento. Isso permite que
compartilhou suas experiências e os desafios
pacientes do GRAACC recidivados (quando o tumor
do hospital a fim de estimular a construção
volta) ganhem uma nova chance de cura, por meio do
de unidades de transplante em países da
acesso aos novos fármacos.
Ásia e da África que não possuem estrutura
Isso possibilita que as crianças brasileiras tenham
nem equipe profissional especializada
acesso a um tratamento de ponta e coloca o país
para realizar o procedimento. Algumas das
em um novo cenário, em que participa ativamente
experiências destacadas foram as diferentes
das discussões mais avançadas na área. Em 2011, o
formas de captação de recursos, levando a
hospital do GRAACC recebeu visitas de laboratórios
mensagem de que é possível se organizar
internacionais, que trouxeram representantes de suas
para oferecer tratamentos de qualidade a
áreas de pesquisa, para conhecer a instituição.
crianças e adolescentes da região.
Hospital do GRAACC: especializado em casos de maior complexidade e alto nível de resolubilidade
1 8 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Tumores Frequentes / Procedência (%)
25
n=1.857
23
20
20
17
17
15
18
23
19
15
13 13
10
A pesquisa
no GRAACC
12
Ano
Pesquisas
institucionais
Estudos
patrocinados
Total
2009
20
10
30
2010
25
13
38
2011
28
12
40
Atualmente o GRAACC está desenvolvendo 42
estudos de titulação (mestrado doutorado) nas
mais diversas áreas: oncologia, infectologia,
enfermagem, genética, nutrição, fisioterapia e
Escola Móvel.
88
5
0
0
SP (n= 1.446)
OE (n=398)
OP (n=13)
Sistema Nervoso Central (snc)
Leucemias
legenda
SP: São Paulo
OE: Outros Estados
OP: Outros países
Tumores Ósseos Malignos
Linfomas
Retinoblastomas
Principais tipos de câncer (IOP/GRAACC/UNIFESP)
(0-19 anos)
0-19 anos
5,7%
5,0%
0-19 anos
19,1%
0-12 anos
20,9%
5,6%
5,0%
5,5%
16,3%
5,5%
6,0%
(0-12 anos)
0-12 anos
18,7%
5,9%
6,8%
10,1%
6,8%
7,6%
13,9%
11,8%
10%
14%
Sistema Nervoso Central
Retinoblastomas
Leucemias
Sarcomas Partes moles
Tumores Renais
Tumores Ósseos Malígnos
Neoplasia Células Germ.
tumores hepáticos e outros
Linfomas
sistema nervoso simpático
tumores malígnos)
Outros (carcinomas,
Fonte: Dados do Registro Hospitalar de Câncer do GRAACC, 2000-2010. As análises e os números nos gráficos do período de 2000-2010 ao
longo do relatório são de uma amostra de pacientes, dentre os que foram recebidos para tratamento pelo hospital e os que não haviam
recebido tratamento em outra instituição até passarem pelos cuidados do GRAACC.
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 1 9
4 . T r ata m e n t o
Para atenuar o desconforto da criança, o tratamento é diferenciado na Quimioteca
Cuidado integral
Desde o início de suas atividades, nos anos 90,
o GRAACC encara o desafio da cura do câncer
aliando alta tecnologia, conhecimento científico
específico e respeito à população por ele assistida.
O objetivo tem sido garantir um tratamento
humanizado, considerando a individualidade e
as demandas de crianças, adolescentes e adultos
jovens com câncer e suas famílias.
A existência de uma equipe
multiprofissional, formada
por dentistas, nutricionistas,
psicólogos, professores, terapeutas
ocupacionais, fonoaudiólogos,
fisioterapeutas, assistentes sociais,
médicos, enfermeiros, farmacêuticos
e voluntários, tem assegurado a
constante busca pela qualidade
2 0 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
de vida dos pacientes, durante
todas as fases do longo e complexo
tratamento do câncer infantojuvenil.
Espaços humanizados
O Hospital do GRAACC conta com
dois espaços em que o lúdico
contribui para diminuir o impacto
do tratamento: a Brinquedoteca
Terapêutica Senninha e a
Quimioteca Fundação Orsa.
Esses locais representam um
grande avanço na humanização
do tratamento, pois permitem
que as crianças se divirtam
enquanto aguardam atendimento
ou recebam a medicação.
Em 1998, a Brinquedoteca
Terapêutica do Senninha foi criada
em parceria com o Instituto Ayrton
Senna. Trata-se de um espaço com
brinquedos, jogos, livros, entre
outros itens, voltado a crianças de
diferentes faixas etárias. Há, ainda,
diversas oficinas e outras atividades
fora do hospital – como visitas a
espaços culturais, teatros e parques,
e participações em festas como
Páscoa, Dia das Mães e Natal.
Casa Ronald McDonald São Paulo
O GRAACC recebe crianças e adolescentes de todo o Brasil,
muitas vezes para um tratamento longo e que exige a
mudança para a cidade de São Paulo. Assim, para hospedar
esses pacientes e oferecer às crianças a oportunidade de
concluir o tratamento com mais conforto e segurança, a
instituição mantém a Casa Ronald McDonald São Paulo,
inaugurada em parceria com o Instituto Ronald McDonald.
A casa existe desde 2007 em um terreno de 1.500 m²,
doado pelo Governo do Estado de São Paulo. São 30 suítes
que proporcionam um ambiente adequado às necessidades
das crianças e de seus responsáveis. As instalações
atendem cerca de 60 pessoas diariamente e contam com
brinquedoteca, sala com televisão e videogames, computador
com internet, biblioteca, adoleteca, cozinha e lavanderia.
As atividades desenvolvidas pela Casa Ronald
McDonald São Paulo envolvem palestras, encontros de
leitura, passeios pelos parques da cidade, visitas a teatros
e cinemas, cursos de artesanato, bordado e pintura e
festas comemorativas, e focam na troca de conhecimento
e na inserção das crianças na sociedade. A renda obtida
com o McDia Feliz contribuiu com 50% dos custos de
manutenção da Casa em 2011.
O objetivo é estimular o
desenvolvimento e a recuperação
da autoestima e da confiança
das crianças e adolescentes com
câncer. O espaço lúdico também
facilita a adesão dos pacientes
ao tratamento e contribui para a
melhoria da qualidade de vida
durante e após o processo.
Para as famílias acompanhantes
também há atividades como
as oficinas de artesanato, que
auxiliam na socialização e na
troca de experiências. Hoje,
dois profissionais contratados e
40 voluntários organizam as
atividades da brinquedoteca.
A Quimioteca Fundação
Orsa, inaugurada em 2004, é
um espaço lúdico diferenciado
para o atendimento de crianças,
adolescentes e adultos jovens
durante o tratamento quimioterápico,
respeitando seus desejos e
necessidades individuais e também
promovendo o envolvimento familiar.
O GRAACC em parceria com a
Fundação Orsa criou este ambiente
agradável e colorido, que estimula
e favorece a participação dos
pacientes em atividades recreativas
(com brinquedos, livros, games,
notebooks), atenuando o desconforto
físico e psicológico causado pela
quimioterapia. Diariamente cerca
de 70 crianças passam pelo
local para realizar o tratamento
quimioterápico e/ou de suporte.
Também acontece na Quimioteca
a “visita” mais aguardada: Joe, um
cachorro da raça Golden Retriever
do Projeto Amicão, que visita os
pacientes e seus acompanhantes
semanalmente durante o
Recentemente, em visita
ao Hospital do GRAACC,
tive a oportunidade
de conhecer todos os
aspectos do tratamento
de quem por lá passa,
desde os equipamentos
e o corpo médico de
primeira linha até os
cuidados afetivos e a
preocupação como bem-estar dos pacientes. É
com grande satisfação
que a Credit Suisse
Hedging-Griffo é
parceira do GRAACC
e incentiva outras
empresas e pessoas
físicas a fazer o mesmo.
Luis Stuhlberger
Di r e t o r d a C r e d i t S u iss e
H e d g i n g - G r iff o
recebimento da quimioterapia.
Para interagir com as crianças,
ele recebe treinamento e
cuidados especiais (alimentação,
higiene e rotina diferenciada)
para garantir a segurança dos
pacientes do hospital.
Este modelo de excelência
em humanização tem sido adotado
por outros hospitais pediátricos
com o mesmo sucesso.
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 2 1
4 . T r ata m e n t o
2 2 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Pacientes fora de tratamento
Inspirado no St. Jude Children’s Research
Hospital, modelo hospitalar filantrópico
dos Estados Unidos, em 2005 o GRAACC
idealizou e criou a Clínica Multidisciplinar de
Atendimento aos Pacientes Fora de Tratamento
(CForT). Com uma equipe formada por médicos,
enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais,
fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas
ocupacionais, nutricionistas e professores
da Escola Móvel, a clínica realiza diagnóstico
de efeitos tardios através de história clínica,
exame físico, exames laboratoriais e de
imagem dos pacientes.
Entre os objetivos do projeto, está o
trabalho emocional com as famílias dos
pacientes. São encaminhados para a
clínica crianças que completaram todo o
tratamento oncológico há, no mínimo, dois
anos. O atendimento com os profissionais
da clínica é realizado sempre no mesmo dia.
Ao término das consultas, a equipe se reúne
para discutir e avaliar os casos atendidos.
Escola Móvel
Com a Escola Móvel, o GRAACC disponibiliza educação básica às crianças e
adolescentes em tratamento, segundo o que estabelece a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional e outros documentos oficiais sobre o ensino em
ambiente escolar.
Patrocinada desde 2010 pela Petrobras, a Escola Móvel conta com
professores especializados e residentes vinculados à UNIFESP. As aulas são
individuais e para cada caso é desenvolvido um plano de estudos, sempre de
acordo com a grade escolar de cada paciente. O grande desafio é que esses
alunos, ao voltarem a suas instituições de ensino, após o tratamento, não
estejam defasados em relação aos colegas de classe.
Em outubro de 2011, dois adolescentes realizaram o Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) no próprio GRAACC. A possibilidade surgiu a partir da parceria entre o
GRAACC e as entidades organizadoras do ENEM: o Instituto Nacional de Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Centro de Seleção de Candidatos ao Ensino
Superior do Grande Rio (Fundação Cesgranrio). A iniciativa, que incluiu a presença
de aplicadores e fiscais de prova no hospital, permitiu que os jovens participassem
do exame em condições de igualdade em relação aos demais inscritos.
Tecnologia
dos tablets
O GRAACC adotou os tablets
como uma ferramenta
terapêutica. O uso do
equipamento, que funciona
com uma tela sensível
ao toque, permite que
as crianças realizem
atividades importantes
enquanto recuperam a
coordenação motora e os
movimentos. Atualmente,
a instituição conta com 22
tablets, utilizados na Terapia
Ocupacional, Pesquisa
Clínica, Escola Móvel e nas
atividades da Brinquedoteca.
Patrocínio:
O uso da ferramenta leva
conhecimento, tratamento
e diversão aos pacientes.
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 2 3
5. pe squ i s a
Investimento
em conhecimento
o gr a acc desen volv e estudos que a pr imor a m o di agnóstico, per mitem ava nços
no tr ata mento e o aumento das ch a nces de cur a do c â ncer infa ntoj u v enil
Uma parte importante
do trabalho
desenvolvido pelo
Hospital do GRAACC
são as pesquisas
realizadas pela
instituição, de
forma independente
ou em parceria
com organizações
nacionais e
internacionais. O
objetivo é aprimorar
a identificação das
alterações presentes
nas células tumorais
de forma a elaborar
diagnósticos
específicos que
permitam a prescrição
de tratamentos
mais eficazes, assim
como participar do
desenvolvimento
de novas formas de
tratamento que
visem à cura.
Em 2011 realizamos 82 pesquisas no
GRAACC, incluindo pesquisas para
observação. Os trabalhos contam
com o apoio técnico de profissionais
de oncologia e clínica pediátrica
da UNIFESP e do GRAACC, além
de pesquisadores bolsistas. Parte
desses estudos é financiada pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (Fapesp) e por
empresas do setor privado. Além
da divulgação entre a comunidade
científica por meio de publicações
e participações em congressos e
eventos, os resultados revertem
em tratamentos mais eficazes, com
benefício direto na vida dos pacientes.
Uma linha de destaque para o
GRAACC é a pesquisa translacional,
que correlaciona os estudos de
genética e biologia molecular aos
dados clínicos do paciente com o
objetivo de identificar metodologias e
moléculas-alvo com impacto clínico e
levá-las aos pacientes.
Os estudos também são realizados
por meio de parcerias nacionais e
internacionais relevantes. Em 2011 foi
O resultado das pesquisas é revertido em tratamentos mais eficazes,
com benefícios diretos à vida dos pacientes
2 4 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Por conta da natureza
dinâmica do tratamento
do câncer, a geração
de conhecimento no
GRAACC se apoia em
estudos que estão sendo
desenvolvidos em várias
partes do mundo
firmado um convênio com o National
Institute of Health (NIH – Instituto
Nacional de Saúde), instituição
norte-americana que desenvolve
um projeto global de investigação do
genoma dos pacientes portadores
de osteossarcoma, um tipo de tumor
nos ossos que acomete cerca de 350
pessoas por ano no Brasil e gera
dezenas de internações no GRAACC.
Para monitorar os protocolos de
tratamento e os avanços da cura
desse câncer, um banco de dados dos
pacientes auxilia na identificação de
denominadores comuns entre eles.
Os estudos e as informações locais
são enviados para análise no NIH, que
compila dados globais sobre a doença.
Rumo às origens do câncer
Além de seu papel para o diagnóstico
e o tratamento adequado dos
pacientes, o Laboratório de Genética
do GRAACC é estratégico para o
desenvolvimento de estudos e
pesquisas. Isso porque, em função da
natureza dos vários tipos de câncer,
é essencial compreender padrões e
marcadores genéticos associados
aos diversos tipos de tumores. A partir
desses dados, são desenvolvidas
abordagens para cada tipo de tumor e
são estudados potenciais marcadores
moleculares que possam facilitar o
desenvolvimento de novos protocolos
de tratamento e aumentar as chances
de cura dos pacientes.
Ao longo de 11 anos, o Laboratório
de Genética, composto de cinco
funcionários do GRAACC e sete
alunos de pós-graduação bolsistas,
conseguiu analisar e compilar
um banco de material biológico
comparável ao de outros centros
de pesquisa de referência ao redor
do mundo. Com esse acervo, as
equipes são capazes de encontrar
denominadores comuns entre os perfis
de pacientes e analisar a evolução e o
comportamento dos tumores tratados,
sobretudo os de alta complexidade.
Ao contrário das pesquisas na área
clínica, na genética as pesquisas estão
vinculadas, principalmente, a agências
de fomento, como a FAPESP. Em 2011,
dois estudos de relevância foram
iniciados com o apoio da fundação.
Ambos têm como foco a compreensão
dos mecanismos biológicos do
câncer, abordando os sarcomas e
tumores no sistema nervoso central
da infância. Além disso, a equipe
está envolvida em outro projeto
internacional, em parceria com o grupo
farmacêutico Novartis, estudando
perfis de tumores do sistema nervoso
central de alta complexidade, com o
intuito de desenvolver medicamentos
específicos para seu tratamento.
Única instituição fora da Europa e dos
Estados Unidos a compor a iniciativa, o
GRAACC contribui com sua experiência
e seus aprendizados no combate da
doença no Brasil.
A Novartis se orgulha
da parceria de longa
data estabelecida
com o GRAACC. A
determinação e o
comprometimento
em garantir todas as
chances de cura a
pequenos pacientes,
sempre com o mais
avançado padrão
científico, é notável.
A Novartis se sente
honrada em poder
contribuir com as
pesquisas científicas
em busca da cura
do câncer infantil e
em apoiar diversas
ações da instituição
para a capacitação
de profissionais
e a ampliação do
atendimento prestado.
Yara Baxter
g e r e n t e g e r a l d a N o va r t is
O n c o l o g i a B r a si l
Alcance global
na pesquisa clínica
Além das pesquisas em andamento
dentro da própria instituição,
contemplando espaços como
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 2 5
5. pe squ i s a
os laboratórios de Genética,
Hematologia e a Agência
Transfusional, o GRAACC participa
de dois dos maiores estudos
do mundo com a Sociedade
Internacional de Oncologia
Pediátrica (SIOP) e o Children’s
Oncology Group (COG).
Com a SIOP, foi desenvolvido
um projeto que, ao longo de uma
década (2001 a 2011), avaliou a
possibilidade de remoção de uma
droga específica dos medicamentos
ministrados aos pacientes com
tumores renais. A ideia era
diminuir a chance de as crianças
desenvolverem doenças cardíacas
em função do efeito colateral do
uso contínuo do medicamento. Os
estudos foram concluídos, mas a
divulgação dos resultados ainda
será feita pelo grupo.
O COG é a maior instituição
global dedicada exclusivamente à
pesquisa de câncer em crianças e
adolescentes, com a participação
8 mil especialistas em mais de
200 instituições nos países da
América do Norte, Oceania e Europa,
desenvolvendo estudos de tumores
de alta complexidade. O GRAACC
participa de três desses estudos.
Controle de infecções
Com a evolução do tratamento
quimioterápico, as complicações
infecciosas decorrentes da
baixa resistência dos pacientes
se tornaram o foco central de
instituições como o GRAACC. Por
isso, são desenvolvidos estudos que
buscam tratar e controlar infecções
fúngicas e bacterianas em
crianças e jovens atendidos.
A instituição desenvolve uma
série de projetos focados no
diagnóstico precoce dos processos
2 6 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Parcerias com o National Institute of Health
e sociedades internacionais de oncologia
permitem ao GRAACC participar de descobertas
no tratamento de tumores complexos
infecciosos. Ao final de 2011, seis
pesquisas do próprio GRAACC
estavam em andamento – algumas
já revertidas em protocolos
inovadores de tratamento. Entre
esses estudos, há uma proposta de
uso de medicamentos diferenciados
e o diagnóstico avançado de
infecções na corrente sanguínea,
além da análise da presença de
vacinas nos pacientes internados no
Hospital do GRAACC.
Em 2011, foi iniciado um estudo
internacional para avaliar a
segurança e a eficácia de um
medicamento no tratamento da
candidemia invasiva – infecção
da corrente sanguínea – em
pacientes pediátricos submetidos a
tratamento. O GRAACC foi o primeiro
centro do Brasil a incluir pacientes
na pesquisa, que também conta com
participação de Estados Unidos,
Canadá, França, Alemanha, Grécia,
Itália, Portugal, Espanha, Rússia,
Coreia e Taiwan.
Parceria permite
tratamento de doença rara
Há três anos, o GRAACC e o laboratório Novartis trabalham juntos para
que crianças com astrocitoma subependimário de células gigantes
(SEGA) tenham uma alternativa à cirurgia para retirada do tumor, que
é delicada e, em muitos casos, precisa ser realizada mais de uma vez.
A SEGA é um tumor cerebral associado à esclerose tuberosa, doença
genética que pode causar neoplasias em diversos órgãos.
A parceria possibilitou que o Afinitor® (everolimo),
medicamento já usado no exterior e ainda em fase experimental
no Brasil para essa indicação, começasse a ser ministrado no
GRAACC por meio de uso compassivo, que ocorre quando um
laboratório autoriza que seu produto seja utilizado em pacientes
com risco de morte e sem tratamento convencional disponível.
Fruto do avanço da biologia molecular, o medicamento tem
poucos efeitos colaterais e age diretamente no gene em que ocorre
o erro que causa a formação do tumor. O GRAACC identificou,
com base na observação e análise da evolução do quadro clínico
de quatro pacientes, os benefícios da medicação, apoiando seu
ingresso no Brasil.
Atualmente, o Afinitor® já está aprovado pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de pacientes a partir
de três anos com SEGA. Esse tipo de tumor abrange de 5% a 20% dos
pacientes com esclerose tuberosa. Entre 1 e 2 milhões de pessoas no
mundo são acometidas por essa doença. Estima-se que haja entre 10
e 30 mil portadores da desordem genética no Brasil.
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 2 7
6 . e ns i n o
Disseminação
do aprendizado
em 20 a nos, o k now-how conquista do no tr ata mento do c â ncer
infa ntoj u v enil fa z do gr a acc um propaga dor de conhecimento
Uma das premissas da visão do GRAACC
é trabalhar constantemente em parceria,
somando esforços com a comunidade,
a universidade e o empresariado por meio
da mobilização de recursos, gestão participativa
e potencialização do conhecimento.
Um bom exemplo da efetivação
dessa visão é a parceria técnico-científica entre o GRAACC e a
Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP) que, desde 1998, tem
contribuído para o tratamento
do câncer infantil e para o
desenvolvimento de pesquisas que
impactam em grandes avanços e
elevados índices de cura.
Com essa parceria foi possível criar
o Instituto de Oncologia Pediátrica
(IOP/ GRAACC/UNIFESP), que abriga
o Setor de Oncologia Pediátrica
da disciplina de Especialidades
Pediátricas do Departamento de
Pediatria da UNIFESP. A diretoria
do GRAACC tem autonomia
administrativa e financeira para
dirigir o hospital, e existe forte vínculo
técnico-científico com a universidade.
A troca de conhecimento entre
as instituições se dá por meio de
convênio estabelecido. Em 2011, o IOP/
GRAACC/UNIFESP pleiteou junto ao
Ministério da Educação o título de
hospital-escola, que permitirá maior
acesso a recursos financeiros,
entre outros benefícios.
A atuação dos oncologistas
pediátricos é dirigida a crianças
e adolescentes e engloba
as modalidades tratamento
ambulatorial (em regime de
internação em enfermaria e em
unidade de tratamento intensivo –
UTI), procedimentos diagnósticos
e terapêuticos, cirúrgicos,
quimioterapia, radiologia e
tratamento de suporte.
O trabalho é feito em conjunto
com especialistas de diversos
setores, que interagem no
tratamento multidisciplinar e
contribuem, assim, para a obtenção
de melhores resultados.
A atividade didática no hospital
é dirigida aos estudantes de
medicina em fase de graduação
(4o e 6o anos médicos) no Curso
Eletivo em Oncologia Pediátrica
(oferecido a alunos de 2o e 3o anos de
Medicina e 3o ano de Enfermagem
e Fonoaudiologia), a alunos da
Liga Acadêmica de Oncologia
Pediátrica e residentes de pediatria,
cancerologia pediátrica e transplante
de medula óssea, além de médicos
cancerologistas pós-graduandos e de
participantes do Curso de Residência
Multiprofissional nas áreas de
nutrição, psicologia e fonoaudiologia.
O Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP/GRAACC/ UNIFESP), referência
no tratamento humanizado de câncer infantojuvenil, é um parceiro
do Sistema Único de Saúde (SUS), no atendimento de crianças e jovens
de todo o país. A rede de apoiadores ajuda a construir a história deste
hospital, tornando possível um atendimento de alto nível em ambiente
acolhedor, um diferencial no GRAACC.
Alexandre Padilha
M i n is t r o d a S a ú d e e P r e si d e n t e d o C o n s e l h o N a c i o n a l d e S a ú d e
2 8 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Como
funciona
8 o andar
Fisioterapia, Terapia Ocupacional –
Reabilitação, Agência Transfusional,
Laboratório de Citogenética e
Biologia Molecular, Cantinho da Paz,
Espaço Cuidar (ambulatório da dor)
e Sala de Aférese.
7 o andar
12 leitos para internação, além
do posto de enfermagem e do
posto de nutrição clínica.
6 o andar
5 o andar
4 leitos de internação na
Unidade de Cuidados Especiais
e 7 leitos de internação na
Unidade de Tratamento Intensivo.
Conforto médico e Fisioterapeutas.
Central de Materiais e Esterilização,
Centro Cirúrgico e Centro de
Transplante de Medula Óssea
Instituto Ronald McDonald,
com 6 leitos.
4 o andar
3 o andar
Centro de Pesquisa, Laboratório
de Transplante de Medula Óssea,
Central de quimioterapia,
RHCG (Registro Hospitalar de Câncer
do GRAACC), pesquisa clínica,
farmácia e conforto médico, Diretoria
Médica e sala multidisciplinar.
Laboratório de hematologia
e auditório. Brinquedoteca
Terapêutica Senninha.
Escola Móvel.
1 o andar
Ambulatório Oncológico, com
atendimento multidisciplinar em
neurologia, oftalmologia, ortopedia,
fisiatria, endocrinologia, nutrologia,
psicologia e serviço social.
Gerência de Enfermagem,
Telefonia e Central de Guias.
Supervisão ambulatorial.
Sala de prescrição de QT.
2 o andar
Quimioteca Fundação Orsa.
O andar tem 18 poltronas
e 6 camas, salas de coleta
de exames e uma sala com
procedimentos como punções,
coleta de mielograma, biopsias de
medula óssea e coleta de liquor,
ambulatório de Transplante de
Medula Óssea.
Térreo
1 o subsolo
O andar abriga a recepção,
a administração e o Setor
de Voluntariado.
SAME, nutrição e Centro
de Diagnóstico por Imagem,
equipado com aparelhos
modernos e de alta precisão.
2 o subsolo
Rouparia, Manutenção, Higiene, Vestiários,
Almoxarifado, Tecnologia da Informação e Necrotério.
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 2 9
7. f u t u ro
O desafio da expansão
com a a mpli aç ão do hospita l, o gr a acc se forta lecer á como um dos m a ior es
centros de tr ata mento do c â ncer infa ntoj u v enil da a mér ic a l atina
O GRAACC tem como objetivo se tornar um
dos maiores centros de tratamento do câncer
infantojuvenil da América Latina, oferecendo
aos pacientes o conhecimento mais avançado,
melhor e mais humanizado atendimento, além de
todo o suporte social. Atendendo a esse objetivo,
a construção do novo Complexo Hospitalar – cujo
primeiro prédio (Anexo 1) será inaugurado em 2012
– possibilitará o crescimento de cerca de 30% na
capacidade de atendimento da instituição.
O novo edifício, com a reforma do
prédio atual, oferecerá atendimento
ambulatorial e de radioterapia pediátrica,
sala para a realização de pequenos
procedimentos cirúrgicos, espaço
para reabilitação, leitos, consultórios,
uma área especial para isolamento
de pacientes com doenças infecto-contagiosas, além de uma farmácia
para preparo de quimioterápicos e de
uma central de esterilização de materiais.
Para pacientes que necessitam de
cuidados emergenciais, o Anexo 1
também traz uma unidade de prontoatendimento. A agência transfusional
– que armazena o sangue, faz testes prétransplantes e acompanhamento das
transfusões – será transferida para um
espaço no novo prédio. Além da criação
de novas estruturas, a finalização do
Anexo 1 também disponibilizará serviços
que antes não eram oferecidos pelo
GRAACC, como a radioterapia pediátrica.
O Complexo Hospitalar será um
dos poucos hospitais do país com um
Centro de Tratamento Radioterápico
pediátrico, equipado com um aparelho
3 0 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
de intensidade modulada. Parte
da inovação apresentada por esse
centro se dará com a previsão da
instalação de uma BrainSuite, uma
ferramenta de análise de ressonância
magnética que funciona acoplada
às unidades de neurocirurgia e
de tomografia. A BrainSuite gera
informações sobre os tumores cerebrais
em tempo real, durante a operação,
o que facilita o planejamento e a
finalização da cirurgia.
A estrutura do Complexo
Localizado ao lado do atual hospital,
o novo Complexo Hospitalar ocupa
um terreno de 4,2 mil m², doado pela
prefeitura de São Paulo. O projeto será
concluído em duas etapas: com
a entrega do Anexo 1, em 2012, o GRAACC
dará inicio ao planejamento do Anexo
2. As obras do Anexo 1 foram realizadas
pela construtora Afonso França.
O empreendimento arquitetônico de
toda a obra foi desenvolvido pelas
empresas de arquitetura Bross
Consultoria e Aflalo Gasperini Arquitetos.
A demanda de investimentos é de
R$ 32 milhões para a primeira fase
(Anexo 1). Esses valores foram
arrecadados por meio de doações
realizadas desde 2008. Nos próximos
anos, o GRAACC enfrentará o desafio de
captar os recursos para a continuidade
das obras, e, ao mesmo tempo,
atender ao seu orçamento anual, que
já ultrapassa os R$ 70 milhões e que
crescerá com a expansão do Complexo.
Anexo 1
Auditório, Superintendências,
Pesquisa Clínica, Staff médico,
Reabilitação, Central de
Esterilização de Materiais
e Voluntariado, Patologia,
Agencia Transfusional,
Farmácia de manipulação da
Quimioterapia, Consultórios
e espera, Pronto Atendimento,
Assistência Social,
Quarto Plantonistas,
Radioterapia Pediátrica
e Área técnica.
Centro de Radioterapia
Pediátrica de Alta Tecnologia
Segundo registro do Instituto Nacional
do Câncer (Inca), estima-se 500
mil novos casos de câncer entre a
população brasileira – 10 a 12 mil em
crianças e adolescentes de até 18
anos. Atualmente, o Brasil conta com
apenas 140 centros que oferecem
o serviço radioterápico e nenhum é
especializado em pediatria.
No GRAACC, 38,8% dos pacientes
passam pelo procedimento – em 2011,
foram atendidas 137 crianças. Em
grande parte dos casos, a radioterapia
pediátrica ocorre ao longo de 30 dias,
e, nesse período, os pacientes são
direcionados a instituições parceiras,
como o Hospital Albert Einstein, a
Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP) ou o Hospital das Clínicas.
Não manter o serviço em suas
instalações obriga que as crianças se
desloquem para outros locais para
realizar o tratamento, muitas vezes em
condições adversas.
Com a expansão do complexo,
a possibilidade de disponibilizar o
tratamento no próprio Hospital do
GRAACC será, portanto, um item
adicional na qualidade do serviço
prestado, garantindo mais comodidade
e facilidade aos pacientes.
O centro atenderá todas as crianças
portadoras de tumores que requeiram
o tratamento, e contará com um dos
equipamentos que contemplam a
realização de todas as técnicas de
radioterapia pediátrica, no mesmo
nível de qualidade e complexidade de
instituições da Europa e dos Estados
Unidos, cuja tecnologia permite
que apenas o tumor seja irradiado.
O serviço será disponibilizado no
subsolo do Anexo 1 – em uma área
de 600 m2 – e estará interligado aos
diferentes setores do hospital e a
futuros anexos. A ideia é construir um
polo especializado que possibilite o
atendimento de radioterapia a
qualquer criança do país.
Para responder às demandas
que o serviço de radioterapia
pediátrica apresenta, o GRAACC
terá, com a instalação do Centro
de Tratamento Radioterápico, um
núcleo de profissionais altamente
especializados no tema. A unidade
disponibilizará pós-graduação e
outros cursos de especialização
(presenciais ou a distância) a
profissionais interessados de
qualquer instituição.
Centro de Radioterapia
Pediátrica
Por meio da doação de um grupo
privado e de várias doações por meio
do Fumcad, foi construído e equipado
o Centro de Radioterapia Pediátrica
completo, dotado de equipamento com
tecnologia que permite a realização
de todos os procedimentos de alta
precisão indicados em radioterapia
pediátrica. Para a aquisição da
máquina, a instituição contou
com investimentos de cerca de
R$ 5 milhões, sem considerar os
custos da própria construção, em
torno de R$ 1,5 milhão.
A equipe contará com profissionais
experientes, especializados na
atenção de crianças, familiarizados
com radioterapia de alta precisão,
aliando tecnologia, conhecimento e
humanização.
São Paulo se orgulha de
ter uma instituição de
saúde que é referência
internacional no
tratamento e pesquisa
do câncer infantojuvenil
e um dos importantes
centros oncológicos
do Sistema Único de
Saúde (SUS) paulista,
com índices de cura
de aproximadamente
70%. O governo do
Estado contribui com
repasses extra-SUS para
auxiliar financeiramente
entidades filantrópicas
sérias e comprometidas
com a saúde pública e
renova os cumprimentos
e votos de sucesso a
toda a equipe clínica
e diretiva do GRAACC
pelos relevantes serviços
prestados aos pacientes
da rede pública de saúde.
Geraldo Alckmin
G o v e r n a d o r d o Es ta d o
d e S ã o Pa u l o
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 31
7. f u t u ro
Apoio que
faz a diferença
As seguintes empresas contribuíram para as obras
de expansão do Hospital do GRAACC em 2011:
• Abbott Laboratórios
• Conselho Municipal dos
• Monsanto
do Brasil
Direitos da Criança e do
• Montana Química
• Acústica & Sônica
Adolescente de São Paulo
• Montcalm
• Akzo Nobel
• Credit Suisse Hedging-Griffo
• Natura
• Alcoa
• CSN
• Nestlé
• Aldebrás
• Datora Telecomunicações
• Piraque
• Algar
• Deloitte
• Portella & Allarcon
• Ambev
• Dorma Sistemas
• Prefeitura da Cidade de
• Apsen Farmacêutica
• EMS
São Paulo
• Atlas Schindler
• ESPM e ESPM Social
• Prefeitura Municipal
• Banco Alfa
• Eurofarma Laboratórios
de Barueri
• Banco BNP Brasil Banco
• FSB Foods
• Procter & Gamble
Múltiplo
• Fundo Municipal dos
• PSA Finance Arrendamento
• Banco BPN Brasil
Direitos da Criança e do
Mercantil
• Banco Bradesco
Adolescente de São Paulo
• Rassini – NHK Automative
• Banco BTG Pactual
• Gerdau
• Razzo
• Banco Daycoval
• Grupo CCR
• Redecard
• Banco do Brasil
• Grupo Fleury
• Reed Alcantara
• Banco Itaú Unibanco
• Grupo Orsa
• Revista Sorria / Droga Raia
• Banco Pine
• Hershey’s
• Ricardo França Projetos
• Fundação Filantrópica
• HP
• Rockfibras do Brasil
• Vicky Joseph Safra
• IBM Brasil
• Secretaria Municipal
• Banco Santander
• Implamed
de Participação e Parceria
• Banco Sofisa
• ING Bank
de São Paulo
• Banco Volkswagen
• Intercam
• Siemens
• Bauducco
• JHSF – Shopping Cidade
• Sogefi Filtration do Brasil
• Bic Banco
Jardim – José Auriemo
• Suzano Papel e Celulose
• Biolab Sanus Farmacêutica
• Jonhson & Jonhson
• Takeda
• Brand Connect
• JSL
• Tegma Logística
• Carlos Freires Escritório
• Kimberly Clark
• Tenneco
Técnico
• Kraft Foods
• Ticket
• Central Nacional Unimed
• Lâmpadas Golden
• Tok&Stock
• Cielo
• Local Frios
• União Química
• Coldmix
• Man Latin America
• Verifone
• Colgate Palmolive
• Medley
• Vogler Ingredients
• Comexport
• Moinho Pacífico
3 2 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 3 3
8 . S o c i e da de
Tornando
o sonho realidade
ao longo do a no, vá r i as inici ati vas aj uda r a m a di v ulga r
a c ausa do gr a acc e a r r ec a da r fundos pa r a a instituiç ão
O envolvimento da sociedade com o dia a dia do
GRAACC é fundamental para que a instituição
cumpra com seus objetivos. Desde a sua fundação,
em 1991, pessoas e empresas de todo o Brasil
se dedicam como voluntários ou doadores,
transformando o sonho de auxiliar e curar
crianças com câncer em realidade.
Ao final de 2011, o GRAACC
possuía mais de quatro centenas
de voluntários e milhares de
doadores, entre pessoas físicas e
empresas parceiras. O resultado
desse envolvimento é expressivo e
corresponde a quase 70% de todos
os recursos captados durante o ano.
Voluntários: a essência
da humanização
O voluntariado é um dos pilares
de atuação do GRAACC. Desde o
início, a presença dos voluntários
transforma a vida da instituição,
garantindo a humanização
do atendimento hospitalar
e contribuindo para o bom
funcionamento da instituição. São 19
setores de atuação, com atividades
que vão do apoio às crianças até
aqueles que dão suporte aos serviços
administrativos do hospital. O grupo
participa também na captação de
recursos, em campanhas, jantares e
eventos de arrecadação.
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Atualmente, o GRAACC conta
com o apoio de 437 voluntários,
que dedicam quatro horas por dia,
seguindo normas e regras
do voluntariado da instituição.
Para participar, o primeiro passo
é fazer uma visita monitorada
ao hospital, quando o candidato
preenche uma ficha de interesse
e conhece todas as áreas e
atividades. A partir daí, ele pode
ser chamado para atuar em
um dos setores do voluntariado,
recebendo treinamento e passando
por um período de três meses de
estágio. Após essa etapa, ele
está efetivado no cargo.
Total de voluntários
2009
400
2010
400
2011
437
437 voluntários participam ativamente
do dia a dia da organização
Média de idade dos voluntários (2011)
Até 25 anos
De 26 a 35
De 36 a 45
De 46 a 55
De 56 a 65
De 66 a 75
Acima de 75 Desconhecido
Para levar alegria
Há 19 anos no GRAACC, a história da voluntária
Alice Fillet Fernandes, 79 anos, confunde-se com a da
própria instituição. Por isso, acompanhar a trajetória e
o crescimento do hospital é motivo de orgulho para ela.
Atualmente, dona Alice atua no setor de internação,
distribuindo materiais de higiene para as mães e as
crianças, brincando e alegrando os pequenos e dando
suporte aos pais. “Não posso me imaginar longe do
GRAACC, gosto muito do que faço”, revela. Quem a conhece
sabe que as quartas-feiras pela manhã são sagradas,
período em que se dedica totalmente à instituição.
Dona Alice já trouxe outras voluntárias e amigas para o
GRAACC e a família também não deixou de se envolver. O
marido era quem buscava ingredientes para o lanche das
crianças e a filha e o neto participavam da campanha do
McDia Feliz.
No dia a dia do trabalho
voluntário, outras amizades
se formaram. Conhecidas como a
dupla “Tico e Teco”, dona Alice e
dona Angélica – outra voluntária
– percorrem os corredores do
hospital, devidamente trajadas
com os jalecos repletos de bótons e
César Tralli
bichos de pelúcia, levando alegria
aos pacientes.
A força do GRAACC sempre
esteve diretamente atrelada
a sua capacidade de
mobilização. De anônimos
a gente conhecida. De
voluntários a profissionais
bem remunerados para
tocar a missão angelical de
tratar inocentes enfermos.
Sou fã incondicional do
corpo de voluntários. É
bonito, muito bonito ver
o amor e a dedicação
dessas pessoas. Câncer
não se trata apenas com
remédios de alta qualidade
e complexidade. Câncer
se trata com amor. E não
tenho dúvida de que essa
dose admirável de amor
contribui diretamente
para as altas taxas de
recuperação dos pacientes
do GRAACC. Parabéns,
gente! Força e fé! Sempre.
Alice: “Não posso me
imaginar longe do GRAACC,
gosto muito do que faço”
J o r n a l is ta e â n c o r a d o S P T V
P r i m e i r a E d i ç ão , d a TV G l o b o
Para se ligar na causa
Criado em 1997, o setor de arrecadação do GRAACC realiza ligações
convidando pessoas a doarem recursos para o hospital. Essas contribuições
corresponderam a aproximadamente 28% das doações recebidas.
Entre os doadores, há os que se tornam sócios mantenedores e
passam a contribuir mensalmente com o GRAACC. Em 2011, milhares de
pessoas aceitaram o convite para iniciar sua contribuição periódica.
É fácil colaborar
Para o GRAACC, é fundamental a colaboração de
pessoas e empresas. No link www.graacc.org.br/
estão disponíveis as diversas formas para ajudar a
instituição a combater e vencer o câncer infantil.
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8 . S o c i e da de
Empresas parceiras
A parceria das empresas é fundamental para o pleno
desenvolvimento das atividades do GRAACC. A
instituição possui uma equipe ativa que engaja empresas
na missão da organização.
As empresas são visitadas pessoalmente pelos
profissionais do GRAACC que apresentam o dia a dia da
organização, buscando a concretização de parcerias.
Em 2011, como fruto desse trabalho, empresas doaram
R$ 3 milhões para o combate ao câncer infantil.
Poder público
O GRAACC também atua com as esferas do poder
público, apresentando possibilidades de investimento
e custeio para os projetos da instituição. Em 2011, as
emendas parlamentares foram cerca de 60% maiores
que as de 2010.
Fundo Nacional de Saúde
Em 2011, o GRAACC recebeu recursos de
emendas parlamentares.
Total de recursos obtidos
por emendas parlamentares
(em R$ milhões)
2009
1,4
2010
1,85
2011
3,976
Contribuições feitas
por parlamentares
Parlamentar
Aline Correa
Aloysio Nunes
Origem das receitas 2011
10%
6%
1% 2% 11%
4%
1%
15%
17%
33%
Cargo
Dep. Federal
Senador
Antonio Carlos Mendes Thame
Dep. Federal
Darcísio Perondi
Dep. Federal
Fernando Capez
Dep. Estadual
Francisco Everaldo (Tiririca)
Dep. Federal
Gabriel Chalita
Dep. Federal
Geraldo Thadeu
Dep. Federal
Keiko Ota
Dep. Federal
Jefferson Campos
Dep. Federal
João Dado
Dep. Federal
João Magalhães
Dep. Federal
Jooji Hato
Dep. Estadual
José Aníbal
Dep. Federal
Penna
Dep. Federal
José Mentor
Dep. Federal
Saraiva Felipe
Dep. Federal
Luciano Castro
Dep. Federal
sistema único de saúde (SUS)
Luiza Erundina
Dep. Federal
PREFEITURA municipal de são paulo
Mara Gabrilli
Dep. Federal
Governo do Estado de São Paulo
Mauro Lopes
Dep. Federal
convênios
Miro Teixeira
Dep. Federal
Particulares
Paulo Maluf
Dep. Federal
Ensino/pesquisa
Rebecca Garcia
Dep. Federal
doações telemarketing (nota 13)
Roberto Freire
Dep. Federal
doações de pessoas físicas e jurídicas (nota 13)
evento mc dia feliz (nota 15)
outros eventos – DI/Voluntariado/
Administrativo (nota 15)
Doação de bens (nota 13) – 0%
Governamentais (nota 14) – 0%
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2009
2010
2011
Eventos e campanhas
11a Corrida e Caminhada GRAACC
“Combatendo e vencendo o câncer infantil” é
a assinatura da Corrida e Caminhada do GRAACC
que, em sua 11a edição, contou com 8 mil
participantes. O total arrecadado foi destinado
à manutenção do hospital.
Organizado pelo clube de corredores Corpore,
o evento contou com participação de Paloma Bernardi
e foi patrocinado pela Companhia de Comércio Exterior –
Comexport (patrocinadora master), MAN Latin
America (patrocinadora), Caixa Econômica Federal
e Corpore (copatrocinadoras), com o apoio da
CitiEsperança, Bloomberg, Shopping Eldorado,
Eurofarma, Fundação Orsa, Marba, McDonald’s,
Natural da Terra Hortifruti, Prefeitura Municipal
de São Paulo, Sabesp, Secretaria de Esporte, Lazer
e Turismo do Estado de São Paulo, OgilvyOne,
Transamérica e Central Nacional Unimed.
Sou Fã de Criança
Em 2011, tornaram-se embaixadores do GRAACC
os apresentadores Eduardo Guedes, Ana
Furtado, Chris Flores e Adriana Galisteu; os
atores Reynaldo Gianecchini, Matheus
Solano, Vitor Fazano, Marcelo Valle,
Daniel Boaventura, Marcelo Airoldi
e Elias Gleizer; as atrizes
Alexandra Richter, Bruna
Lombardi, Cissa Guimarães,
Aparecida Petrowky, Simone
Soares, Adriana Birolli, Paloma
Bernardi e Mel Lisboa; o cantor
Felipe Dylon, a modelo Luciana
Curtis, a ex-jogadora
de futebol e apresentadora
Milene Domingues e a piloto
Bia Figueiredo. A Malwee,
a Líder Brinquedos e
a Alpha Festas lançaram
produtos com a marca
e reverteram parte da renda
obtida com as vendas
para a instituição.
Doe seu perfil
No Dia Nacional do Combate ao Câncer Infantil (23
de novembro), o GRAACC promoveu a campanha
Doe Seu Perfil, criada voluntariamente pela
agência OgilvyOne. Crianças em tratamento
no hospital pediram a dez personalidades
brasileiras (Neymar, Ivete Sangalo, Kaká, Ronaldo,
Anderson Silva, Angélica, Nando Reis, Otávio
Mesquita, Wanessa Camargo e Marco Luque) que
“emprestassem” por 24 horas seus perfis e seus
mais de 24 milhões de seguidores no Twitter para
dar visibilidade à luta contra o câncer.
McDia Feliz
A 19a edição da campanha McDia Feliz, coordenada no
Brasil pelo Instituto Ronald McDonald, reverteu toda a renda
obtida com a venda do sanduíche Big Mac – descontados
os impostos – nas cidades de São Paulo, Barueri, Osasco e
Taboão da Serra ao Hospital do GRAACC e à Casa Ronald
McDonald São Paulo. Em 2011, alcançou a marca de mais de
R$ 4,9 milhões arrecadados.
Jantares
Anualmente acontecem jantares para arrecadação de fundos
à instituição. Em 2011, os valores obtidos com os eventos foram
direcionados para a manutenção do hospital. O primeiro teve
como anfitrião o Dr. Mailson da Nóbrega e foi patrocinado pela
Central Nacional Unimed, com o apoio da Amway do Brasil,
Casa Suíça, Clube Hebraica, Tendências Consultoria Integrada,
Coca Cola, Petrobras e Bradesco. Outro jantar foi apoiado pelo
Bradesco, Coca-Cola, Projesom, Colégio Dante Alighieri, Motriz,
Unimed Paulistana e Moinho Eventos, com o show de música
italiana do ator e cantor Daniel Boaventura. Cada evento contou
com cerca de mil convidados.
Empresas parceiras
Nos 20 anos de história do GRAACC, celebrados em 2011,
muitas empresas e pessoas contribuíram para a continuidade
das atividades da instituição. Algumas delas, já veteranas,
apoiam o GRAACC há vários anos, enquanto outras,
chamadas novatas, juntaram-se à causa em 2011, dando
início a importantes parcerias. Conheça, a seguir, alguns dos
parceiros que desenvolveram ações ou doaram recursos ao
GRAACC no último ano.
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 37
8 . S o c i e da de
alguns de seus fornecedores, realiza a campanha Natal
Solidário. Na ação, parte das compras de produtos das
marcas participantes é revertida ao GRAACC.
Veter anos
Abreme
Em 2011, a Associação Brasileira dos Revendedores e
Distribuidores de Materiais Elétricos (Abreme) realizou a VII
Edição do “Prêmio Abreme de Fornecedores” e parte da renda
de patrocínio do evento foi doada ao GRAACC.
American Express – Bradesco – 11 edição
a
Eurofarma
Desde 2003 ajuda o GRAACC na campanha McDia Feliz.
Metropom – 9a edição
O programa de fidelidade Membership Rewards, da American
Express – Bradesco, permite aos associados doar pontos
acumulados nas compras com o cartão de crédito a diversas
instituições sociais brasileiras, entre elas o GRAACC.
A Metropom destina parte do valor arrecadado com os
ingressos da Feira do Circuito das Malhas, em São Paulo,
ao GRAACC. Também disponibiliza um estande para
divulgação da instituição na própria feira e no Salão do
Artesão no Grande ABC.
Prefeitura de Barueri – 3a edição
Opaque – 8a edição
Na principal ação da Prefeitura Municipal de Barueri, os
funcionários públicos destinam um dia de trabalho do 13o
salário ao GRAACC. O município também reverte parte da
renda arrecadada em eventos à instituição, caso do Baile da
Cidade, do Jantar Outback e da gincana Sou do Bem, além de
participar ativamente da campanha McDia Feliz.
A Opaque, rede de loja de perfumes, cosméticos, maquiagem e
serviços de beleza, realiza a campanha Desenhando Sorrisos,
que, durante a semana da criança, doa parte da renda ao
GRAACC.
Biolab Farmacêutica – 12a edição
Com o Projeto Bio-vida, a Biolab Farmacêutica destina 5% do
faturamento obtido com as vendas líquidas de produtos da
sua linha pediátrica a entidades assistenciais que trabalham
em prol do tratamento do câncer infantil, como o GRAACC.
Também ajuda na campanha McDia Feliz.
C&C Casa e Construção – 6 edição
Shopping Eldorado – 7a edição
Na Segunda Solidária, iniciativa do Shopping Eldorado,
toda a renda líquida dos tickets de estacionamento na
primeira segunda-feira de cada mês é doada ao GRAACC.
A iniciativa envolve lojistas, funcionários e frequentadores
do shopping. O Eldorado também disponibiliza urnas para
a doação da Nota Fiscal Paulista.
Sindepark – 10a edição
a
O Sindicato das Empresas de Garagens e
Estacionamentos do Estado de São Paulo (Sindepark)
Durante todo o mês de dezembro, a C&C, em parceria com
promove a campanha
Manobra da Alegria, quando
todos os estacionamentos
doam 20% da receita
obtida com o atendimento
de veículos avulsos para
A Revista Sorria, desenvolvida pela
a instituição. Em 2011, o
Editora Mol e à venda na rede de
Sindepark também doou uma
farmácias Droga Raia, reverte parte
TV para a Casa de Apoio da
de sua arrecadação ao GRAACC.
instituição.
O apoio contribui para a ampliação
Revista Sorria
da infraestrutura do hospital.
Da 1ª edição à 25ª, a revista
arrecadou mais de R$ 8,2 milhões –
são R$ 4,78 arrecadados por minuto.
3 8 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
SkyTV – 6a edição
Com a campanha Viva Sky,
os clientes cadastrados
no programa de fidelidade
da SkyTV podem trocar os
pontos acumulados por repasses a três
instituições sociais, incluindo o GRAACC.
Em dezembro de 2011, também foi realizada
uma campanha no Facebook, na qual cada
“Curtir” da fanpage da Sky foi revertido em
R$ 1 e doado à instituição.
ESPM
O projeto Bem na Moda, idealizado pela ESPM Social,
reúne bazar, brechó e leilão de artigos doados pelos
próprios alunos e por marcas famosas. Aberto ao
público, é possível adquirir roupas novas e seminovas
com até 80% de desconto. O total arrecadado e
repassado ao GRAACC em 2011 foi destinado para
a construção do novo hospital da instituição.
Dream Plastic
A Consulta Solidária, na clínica Dream Plastic,
reverte 10% de todo o faturamento obtido
nas consultas de avaliação ao GRAACC.
Instituto José Auriemo – JHSF
– Shopping Cidade Jardim
O Instituto José Auriemo, a JHSF e o Shopping
Cidade Jardim colaboram especialmente com as
obras de expansão do novo hospital. Em novembro, o total arrecadado em um dia no estacionamento do shopping foi repassado ao GRAACC.
Iniciada em 2011, essa e outras ações serão
realizadas até 2015.
A JHSF ainda fez
contribuições mensais e confeccionou
cofrinhos personalizados e os entregou
a mais de 700 colaboradores para que
esses arrecadassem
moedas com
familiares e amigos.
C20/M0/Y80/K65
C60/M80/Y100/K45
Pantone5763
Pantone 477
C80/M95/Y100/K0
Para Jornal
N o va t o s
Pernambucanas Cidadã
A Pernambucanas Cidadã se tornou sócia
mantenedora do GRAACC em setembro de 2011,
contribuindo com doações mensais para a instituição.
Desafio Volta ao Brasil – Passos Solidários
Moto Grupo Advogado Motociclista
No Encontro do Advogado Motociclista, foram
arrecadados 1.280 pacotes de fraldas para
o hospital do GRAACC.
O ultramaratonista Carlos Dias destinou ao GRAACC
20% do valor arrecadado na Campanha Passos
Solidários – Desafio Volta ao Brasil. O evento
contou com o apoio da Tegma.
Walmart Brasil
Colégio Doze de Outubro
Bel Col
O Colégio Doze de Outubro disponibilizou uma
barraca em sua Festa Junina para o GRAACC. No dia
12 de outubro, o colégio organizou uma caminhada
que arrecadou 1.385 litros de leite e 100 pacotes de
fraldas doados à instituição.
De novembro de 2011 a abril de 2012,
a campanha “Bel Col contra o câncer de pele”
destinará R$ 0,50 de cada produto da linha
solar vendido ao GRAACC. Também fez
doações de bloqueadores solares para as
crianças e os mensageiros da instituição.
Uni-Yoga – Instituto De Rose
Iniciativa da Uni-Yoga e do Instituto De Rose, o Dia da
Yoga contou com a venda de produtos do GRAACC.
Também foram arrecadadas doações em um fim de
semana e encaminhadas à instituição.
Na Campanha de Natal 2011, o Walmart Brasil
arrecadou 106 brinquedos e 10 IPad’s para
as crianças do GRAACC.
Underwriters Laboratories
Na campanha interna, a cada dólar doado pelos
funcionários, a Underwriters Laboratories dobrou
o valor da contribuição ao GRAACC.
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9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
4 0 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Demonstrações
financeiras
em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 20 09
Relatório dos auditores independentes
sobre as demonstrações financeiras
42
Balanços patrimoniais
43
Demonstrações das mutações do patrimônio líquido
44
Demonstrações de superávits
44
Demonstrações dos fluxos de caixa
45
Notas explicativas às demonstrações financeiras
46-65
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9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
Relatório dos auditores independentes
sobre as demonstrações financeiras
Aos Conselheiros do
Grupo de Apoio ao Adolescente
e à Criança com Câncer
São Paulo - SP
Examinamos as demonstrações financeiras
do Grupo de Apoio ao Adolescente e à
Criança com Câncer (“Entidade”), que
compreendem o balanço patrimonial em
31 de dezembro de 2011 e as respectivas
demonstrações de superávit, das mutações
do patrimônio social e dos fluxos de caixa
para o exercício findo naquela data, assim
como o resumo das principais práticas
contábeis e demais notas explicativas.
Responsabilidade da administração
sobre as demonstrações financeiras
A administração da Entidade é responsável
pela elaboração e adequada apresentação
dessas demonstrações financeiras
de acordo com as práticas contábeis
adotadas no Brasil para pequenas e
médias empresas, assim como pelos
controles internos que ela determinou como
necessários para permitir a elaboração
de demonstrações financeiras livres de
distorção relevante, independentemente se
causada por fraude ou erro.
Responsabilidade dos auditores
independentes
Nossa responsabilidade é a de expressar
uma opinião sobre essas demonstrações
financeiras com base em nossa auditoria,
conduzida de acordo com as normas
brasileiras e internacionais de auditoria.
Essas normas requerem o cumprimento de
exigências éticas pelos auditores e que a
auditoria seja planejada e executada com o
objetivo de obter segurança razoável de que
as demonstrações financeiras estão livres
de distorção relevante.
Uma auditoria envolve a execução
de procedimentos selecionados para
obtenção de evidência a respeito dos
valores e divulgações apresentados
nas demonstrações financeiras. Os
procedimentos selecionados dependem
do julgamento do auditor, incluindo
a avaliação dos riscos de distorção
relevante nas demonstrações financeiras,
independentemente se causada por fraude
ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor
considera os controles internos relevantes
para a elaboração e adequada apresentação
4 2 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
das demonstrações financeiras da Entidade
para planejar os procedimentos de auditoria
que são apropriados nas circunstâncias,
mas não para fins de expressar uma opinião
sobre a eficácia desses controles internos
da Entidade. Uma auditoria inclui, também,
a avaliação da adequação das práticas
contábeis utilizadas e a razoabilidade
das estimativas contábeis feitas pela
administração, bem como a avaliação
da apresentação das demonstrações
financeiras tomadas em conjunto.
Acreditamos que a evidência de auditoria
obtida é suficiente e apropriada para
fundamentar nossa opinião.
Base para opinião com ressalva
sobre as demonstrações financeiras
Conforme mencionado na nota explicativa 7
às demonstrações financeiras, a Entidade
reavaliou seu ativo imobilizado em
setembro de 2002 e não respeitou a prática
contábil adotada no Brasil vigente à época
que determinava uma nova reavaliação
dos bens do ativo imobilizado reavaliados
a cada quatro anos. Adicionalmente, a
Entidade não efetuou a revisão das vidas
úteis do ativo imobilizado para o exercício
de 2011. Consequentemente, não foi
possível determinar os efeitos sobre o ativo
imobilizado em 31 de dezembro de 2011 e
correspondentes impactos no superávit do
exercício e patrimônio social do exercício
findo nessa data.
A Entidade possui pessoas físicas que
atuam de forma regular e contínua prestando
serviços à Entidade na forma de voluntários.
A Entidade não mensurou os efeitos desse
trabalho voluntário conforme requerido
pelas práticas contábeis adotadas no Brasil.
Consequentemente, em 31 de dezembro
de 2011, os saldos de receitas com doações
e custos hospitalares não contemplam a
valoração dos trabalhos voluntários.
Opinião com ressalva sobre as
demonstrações financeiras
Em nossa opinião, exceto pelos possíveis
efeitos dos assuntos descritos no
parágrafo Base para opinião com ressalva
sobre as demonstrações financeiras,
as demonstrações financeiras acima
referidas apresentam adequadamente,
em todos os aspectos relevantes, a
posição patrimonial e financeira do Grupo
de Apoio ao Adolescente e à Criança
com Câncer em 31 de dezembro de 2011,
o desempenho de suas operações e os
seus fluxos de caixa para o exercício findo
naquela data, de acordo com as práticas
contábeis adotadas no Brasil.
Outros assuntos
Auditoria dos valores
correspondentes ao exercício anterior
Os valores correspondentes ao exercício
findo em 31 de dezembro de 2010,
apresentados para fins de comparação,
foram anteriormente auditados por outros
auditores independentes que emitiram
relatório datado em 29 de abril de 2011, que
conteve ressalvas sobre a não realização
de reavaliações periódicas em função
de a Entidade ter reavaliado seus ativos
imobilizados no exercício de 2002 e por
não ter sido apurada e contabilizada a
depreciação dos bens do ativo imobilizado
baseada na nova vida útil dos ativos e
também pelo fato de a Entidade possuir
parte de suas receitas advinda de doações
que somente podem ser identificadas
quando registradas contabilmente.
Refazimento das demonstrações
financeiras correspondentes ao
exercício anterior
Como parte de nossos exames das
demonstrações financeiras de 2011,
examinamos também os ajustes descritos
na Nota Explicativa 2.f que foram efetuados
para alterar as demonstrações financeiras
de 2010. Em nossa opinião, tais ajustes
são apropriados e foram corretamente
efetuados. Não fomos contratados para
auditar, revisar ou aplicar quaisquer outros
procedimentos sobre as demonstrações
financeiras da Entidade referentes
ao exercício de 2010 e, portanto, não
expressamos opinião ou qualquer forma
de asseguração sobre as Demonstrações
financeiras de 2010 tomadas em conjunto.
São Paulo, 9 de abril de 2012
KPMG Auditores Independentes
CRC 2SP014428/O-6
Marcos Antonio Boscolo
Contador CRC 1SP198789/O-0
Balanços Patrimoniais
EM 31 DE DEZEM BRO DE 2011 e 2010
( Va l o r e s e x pr e s s o s e m m i l h a r e s d e r e a i s )
Ativos
Nota
2011
2010
01/01/10
Caixa e equivalentes de caixa
4
15.805
11.029
7.775
Aplicações financeiras
4
3.845
1.218
1.064
Créditos a receber
5
4.171
2.947
2.293
Estoques
6
Demais contas a receber
2.279
2.151
1.914
311
412
146
Passivos
Fornecedores
414
294
146
14
1.218
1.064
26.322
20.313
16.014
Intangível
48
145
255
Diferido
19
99
178
26.488
20.649
16.469
11.784
7.175
5.618
9
358
442
325
126
252
-
10
9.300
4.447
-
9.784
5.141
325
25.639
22.569
19.020
Financiamentos
Receitas Diferidas
Total do passivo não circulante
Patrimônio líquido
Patrimônio social
Reservas de reavaliação
Superávit do exercício
Total do patrimônio líquido
29.160
631
4.003
Contingências trabalhistas
38.406
1
2.478
Receitas Diferidas
Total do passivo circulante
52.899
126
2.999
14
21
Total do ativo
139
3.741
183
92
Total do ativo não circulante
1.621
7
99
7
2.221
177
12.691
9
2010 01/01/10
(ajustado)
Outras Obrigações
17.757
Imobilizado
8
Obrigações fiscais a recolher
26.411
Depósitos judiciais
2011
3.086
Financiamentos
Salários e encargos sociais
Contingências trabalhistas
Total do ativo circulante
Nota
Total do passivo
12
451
648
845
5.241
2.873
3.352
31.331
26.090
23.217
52.899
38.406
29.160
A s n o ta s e x p l i c at i va s s ã o pa r t e i n t e g r a n t e da s d e m o n s t r a ç õ e s f i n a n c e i r a s
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 4 3
9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
Demonstrações das mutações do patrimônio líquido
E x e rc íc ios f i n d os e m 31 de de z e m bro de 2011 e 2010
( Va l o r e s e x pr e s s o s e m m i l h a r e s d e r e a i s )
Nota
Saldos em 1o janeiro de 2009
Patrimônio
social
Reserva de
reavaliação
Superávit /
(déficit)
Total do
patrimônio social
19.023
1.042
(200)
19.865
(200)
-
200
-
197
(197)
-
-
12
Transferência para patrimônio social
Realização da reserva de reavaliação
Superávit do exercício
Saldos em 31 de dezembro de 2009
12
Transferência para patrimônio social
Realização da reserva de reavaliação
Superávit do exercício (Ajustado)
Saldos em 31 de dezembro de 2010
12
Transferência para patrimônio social
Realização da reserva de reavaliação
Superávit do exercício
Saldos em 31 de dezembro de 2011
-
-
3.352
3.352
19.020
845
3.352
23.217
3.352
-
(3.352)
-
197
(197)
-
-
2.873
2.873
22.569
648
2.873
26.090
2.873
-
(2.873)
-
197
(197)
-
-
-
-
5.241
5.241
25.639
451
5.241
31.331
-
Demonstrações de superávit
E x e rc íc ios f i n d os e m 31 de de z e m bro de 2011 e 2010
( Valores expressos em milhares de reais)
Nota
2011
2010
(ajustado)
Receitas com serviços prestados
14
18.511
14.726
Custos hospitalares
15
(39.241)
(31.017)
(20.730)
(16.291)
(5.320)
(4.150)
30.876
23.163
52
(457)
4.878
2.265
(Déficit) bruto
Despesas administrativas
Outras receitas (despesas) líquidas
16
Outras perdas líquidas
Superávit operacional
Receitas financeiras líquidas
Superávit do exercício
17
363
608
5.241
2.873
A s n o ta s e x p l i c at i va s s ã o pa r t e i n t e g r a n t e da s d e m o n s t r a ç õ e s f i n a n c e i r a s
4 4 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Demonstrações dos fluxos de caixa
E x e rc íc ios f i n d os e m 31 de de z e m bro de 2011 e 2010
( Va l o r e s e x pr e s s o s e m m i l h a r e s d e r e a i s )
Nota
2011
2010 (ajustado)
5.241
2.873
2.057
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Superávit do exercício
Ajustes de receitas e despesas não envolvendo caixa
Depreciação e amortização
7
2.440
Valor residual do ativo imobilizado baixado
7
8
464
receita com doação de bens do Imobilizado
7
(401)
(168)
Provisão (reversão) para créditos de liquidação duvidosa
13
218
(521)
Provisão para contingências trabalhistas
9
(90)
153
Créditos a receber
5
(1.442)
(133)
Estoques
6
(128)
(236)
Variação nas contas de ativo e passivo
Ativo mantido para venda
155
(155)
Demais contas a receber
(58)
(104)
Outros ativos
5
(8)
Depósito e Caução Diversos
(5)
(60)
Depósitos Judiciais Trabalhistas
(2)
(12)
865
600
Fornecedores
Salários e encargos sociais
8
Obrigações Fiscais a Recolher
Outras Obrigações
Receitas Diferidas
10
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
742
521
216
120
(7)
-
7.638
154
15.395
5.545
Fluxos de caixa das atividades de investimentos
Investimentos em aplicações financeiras
4
(2.627)
(654)
Aquisições de bens do ativo imobilizado
7
(7.879)
(2.015)
(10.506)
(2.669)
-
378
Amortização de financiamentos e arrendamento mercantil
(113)
-
Caixa líquido (aplicado nas) proveniente das atividades de financiamentos
(113)
378
Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
4.776
3.254
Caixa líquido aplicado nas atividades de investimentos
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Aquisição de financiamentos e arrendamento mercantil
Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício
4
11.029
7.775
Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício
4
15.805
11.029
A s n o ta s e x p l i c at i va s s ã o pa r t e i n t e g r a n t e da s d e m o n s t r a ç õ e s f i n a n c e i r a s
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 4 5
9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
1. Contexto operacional
O Grupo de Apoio ao Adolescente e
à Criança com Câncer (“GRAACC” ou
“Entidade”) foi constituído em 4 de
novembro de 1991, como uma Entidade
de interesse social, sob a forma de
Associação Civil de direito privado,
de caráter assistencial, beneficente,
filantrópico, educacional e cultural, sem
fins econômicos. O principal objetivo
da Entidade é prestar assistência e
tratamento a adolescentes e crianças
portadoras de câncer, dando o
necessário apoio a suas famílias,
sem qualquer distinção quanto a
sexo, raça, cor, religião ou condição
econômica ou social dos beneficiários.
Para alcançar seus fins e objetivos, o
GRAACC desdobra suas atividades em
vários setores no campo da assistência
médica, do ensino e da pesquisa. Para
tanto, utiliza instalações hospitalares,
ambulatoriais ou outras, próprias ou
de terceiros. A principal instalação
da Entidade é o imóvel hospitalar
denominado Instituto de Oncologia
Pediátrica (IOP), de sua propriedade,
situado na Rua Botucatu, 743, São Paulo SP, inaugurado em maio de 1998.
Os recursos são obtidos por meio de
receitas decorrentes de atendimento
médico (Sistema Único de Saúde (SUS),
convênio médico e particular) e da
captação de subvenções provenientes
do primeiro setor (governamental),
de doações provenientes do segundo
setor (empresarial de fins econômicos),
do terceiro setor (organizações não
governamentais) e de pessoas físicas. O
GRAACC também arrecada fundos por
meio da realização de eventos.
O GRAACC, por ser Entidade de
interesse social, possui os seguintes
certificados:
• Título de Utilidade Pública Federal no
16.185/97-37, de 28 de agosto de 1997.
• Título de Utilidade Pública Estadual no
1335 /2010
4 6 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
• Título de Utilidade Pública Municipal
no 36.776, de 16 de março de 1997.
• Conselho Municipal de Assistência
Social (COMAS) no 227/2009,
vencimento 30 de abril de 2012.
• CEBAS - Certificado de Entidade
Beneficente de Assistência Social
no 44006.000118/1997-13.
• Certidão do CNAS no
71010.001829/2009-03.
• CMDCA – Conselho Municipal da
Criança e do Adolescente, vencimento
08 de agosto de 2014.
Em 2007, o GRAACC inaugurou uma
Casa de Apoio para hospedar crianças e
adolescentes em tratamento no Instituto
de Oncologia Pediátrica (IOP) e seus
acompanhantes. O GRAACC firmou
acordo com o Instituto Ronald McDonald
para viabilização da assistência
às crianças e aos adolescentes em
tratamento de câncer, que tem sido
renovado anualmente.
Para tanto, e a fim de atender ao referido
acordo, à área de atuação da Casa de
Apoio, a diretoria do GRAACC promoveu
uma cisão parcial da Entidade em 31
de julho de 2006, criando uma nova
associação decorrente dessa cisão,
denominada Associação Casa da
Família, cujo objetivo exclusivo será a
administração da Casa de Apoio.
2. Base de preparação
a. Declaração de conformidade
As demonstrações financeiras foram
elaboradas de acordo com as práticas
contábeis adotadas no Brasil, as quais
abrangem a legislação societária, os
Pronunciamentos, as Orientações e as
Interpretações emitidas pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC) e as
normas emitidas pelo Conselho Federal
de Contabilidade (CFC).
A presente demonstração financeira
inclui dados não contábeis e dados
contábeis, como, operacionais,
financeiros. Os dados não contábeis não
foram objeto de auditoria e/ou outros
procedimentos por parte dos auditores
independentes.
A emissão das demonstrações
financeiras foi autorizada pelo Conselho
de Administração em 09 de abril de 2012.
b. Base de mensuração
As demonstrações financeiras foram
preparadas com base no custo histórico
com exceção aos instrumentos
financeiros não derivativos mensurados
pelo valor justo por meio do resultado e
ativo imobilizado recebido em doação
mensurado ao valor justo.
c. Demonstração do resultado abrangente
Outros resultados abrangentes
compreendem itens de receita e despesa
(incluindo ajustes de reclassificação)
que não são reconhecidos na
demonstração do resultado. A Entidade
não está apresentando a demonstração
do resultado abrangente em função de
não haver nenhuma transação passível
de alocação no resultado abrangente, ou
seja, o resultado do exercício é igual ao
resultado abrangente total.
d. Moeda funcional e moeda
de apresentação
Essas demonstrações financeiras
são apresentadas em real, que é a
moeda funcional da Entidade. Todas as
informações financeiras apresentadas
em real foram arredondadas para o
milhar mais próximo, exceto quando
indicado de outra forma.
e. Uso de estimativas e julgamentos
A preparação das demonstrações
financeiras de acordo com as normas
CPC exige que a Administração faça
julgamentos, estimativas e premissas
que afetam a aplicação de políticas
contábeis e os valores reportados de
ativos, passivos, receitas e despesas.
Grupo de Apoio ao Adolescente
e à Criança com Câncer (GRAACC)
Notas explicativas às demonstrações financeiras
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009
(Em milhares de reais)
Os resultados reais podem divergir
dessas estimativas.
Estimativas e premissas são revistos
de uma maneira contínua. Revisões
com relação a estimativas contábeis
são reconhecidas no exercício em que
as estimativas são revisadas e em
quaisquer exercícios futuros afetados.
As informações sobre incertezas sobre
premissas e estimativas que possuam
um risco significativo de resultar em
um ajuste material dentro do próximo
exercício financeiro estão incluídas nas
seguintes notas explicativas :
• Nota 5 – Créditos a receber – Provisão
para créditos de liquidação duvidosa
• Nota 9 – Contingências trabalhistas
f. Correção de erro de exercício anterior
As demonstrações financeiras
referentes ao exercício findo em 31
de dezembro de 2010, originalmente
emitidas em 29 de abril de 2011,
estão sendo reapresentadas, em
conformidade com o CPC 23 - Políticas
Contábeis, Mudança de Estimativa e
Retificação de Erro, em decorrência
de correção do registro de doação
de terreno recebido da Prefeitura
Municipal de São Paulo pelo valor
justo de R$ 4.447 para construção de
um novo anexo hospitalar, uma vez
que tal doação havia sido registrada
pela Entidade diretamente contra
a demonstração de superávit do
exercício, na rubrica de outras receitas
(despesas) líquidas, no momento do
recebimento do terreno.
Conforme estabelece o CPC
07 – Subvenções e Assistência
Governamentais, uma subvenção
governamental relacionada a ativo
não depreciável deve ser reconhecida
como receita ao longo do período
para confronto com as despesas
que pretende compensar, em base
sistemática. Dessa forma, a Entidade
deveria ter reconhecido o terreno
recebido em doação, cujo valor justo foi
determinado com base na metragem
doada em relação ao seu respectivo
valor de mercado na data da doação,
como receita diferida e, após o término
da construção do anexo hospitalar,
condição estabelecida pela Prefeitura
Municipal de São Paulo para a doação
do terreno, reconhecer no resultado
a receita diferida no mesmo prazo
de depreciação do ativo imobilizado
correspondente que será construído
sobre o terreno, em atendimento ao
CPC 07, parágrafo 18.
Pelo fato de a obra do anexo hospitalar
ainda estar em andamento, não há
efeito de despesa de depreciação
Passivo
associado a esse ativo até o momento,
nem o respectivo reconhecimento da
receita nos resultados dos anos de
2010 e 2011.
Abaixo demonstramos um resumo
das demonstrações financeiras
originalmente apresentadas,
comparativas às demonstrações
financeiras reapresentadas,
ressaltando que não houve alterações
em contas de ativo e que as alterações
ocorreram somente em contas do
passivo e resultado do exercício de
2010. Essa correção de erro não afeta
o balanço de 31 de dezembro de 2009,
que não sofreu modificação em relação
ao originalmente emitido.
31/12/2010
31/12/2010
Ajuste
Ajustado
Total do passivo circulante
7.175
-
7.175
Contingências trabalhistas
442
-
442
Financiamentos
252
-
252
Receitas Diferidas
Total do passivo não circulante
-
4.447
4.447
694
4.447
5.141
22.569
-
22.569
648
-
648
Patrimônio líquido
Patrimônio social
Reservas de reavaliação
Superávit do exercício
Total do patrimônio líquido
Total do passivo e patrimônio líquido
Demonstrações de superávit
7.320
(4.447)
2.873
30.537
(4.447)
26.090
38.406
-
38.406
31/12/2010
31/12/2010
Ajuste
Receitas líquidas com serviços prestados
Ajustado
14.726
-
14.726
Custos hospitalares
(31.017)
-
(31.017)
(Déficit) bruto
(16.291)
-
(16.291)
Despesas administrativas
(4.150)
-
(4.150)
Outras receitas (despesas) líquidas
27.610
(4.447)
23.163
Outros perdas líquidas
(457)
-
(457)
Superávit operacional
6.712
(4.447)
2.265
608
-
608
7.320
(4.447)
2.873
Financeiras líquidas
Superávit do exercício
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 47
9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
Demonstrações dos fluxos de caixa
31/12/2010
31/12/2010
Ajuste
Ajustado
7.320
(4.447)
2.873
2.057
-
2.057
464
-
464
(4.615)
4.447
(168)
(521)
-
(521)
153
-
153
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Superávit do exercício
Ajustes de receitas e despesas não envolvendo caixa
Depreciação e amortização
Valor residual do ativo imobilizado baixado
Doação de Bens do Imobilizado
Provisão (reversão) para créditos de liquidação duvidosa
Provisão para contingências trabalhistas
Variação nas contas de ativo e passivo
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
687
-
687
5.545
-
5.545
(2.015)
-
(2.015)
Fluxos de caixa das atividades de investimentos
Caixa líquido aplicado nas atividades de investimentos
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Caixa líquido proveniente das atividades de financiamentos
378
-
378
3.908
-
3.908
Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício
8.339
-
8.339
Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício
12.247
-
12.247
Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
3. Principais políticas contábeis
As políticas contábeis descritas em
detalhes abaixo têm sido aplicadas
de maneira consistente pela Entidade,
exceto conforme comentado na nota
explicativa 2(f), que trata das correções
nas políticas contábeis.
a. Instrumentos financeiros
i. Ativos financeiros não derivativos
A Entidade reconhece os recebíveis
inicialmente na data em que foram
originados. Todos os outros ativos
financeiros (incluindo os ativos
designados pelo valor justo por meio
do resultado) são reconhecidos
inicialmente na data da negociação
na qual a Entidade se torna uma das
partes das disposições contratuais do
instrumento.
A Entidade deixa de reconhecer um ativo
financeiro quando os direitos contratuais
aos fluxos de caixa do ativo expiram, ou
4 8 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
quando a Entidade transfere os direitos
ao recebimento dos fluxos de caixa
contratuais sobre um ativo financeiro em
uma transação no qual essencialmente
todos os riscos e benefícios da
titularidade do ativo financeiro são
transferidos.
valor justo por meio do resultado caso
seja classificado como mantido para
negociação e seja designado como
tal no momento do reconhecimento
inicial. Os ativos financeiros são
designados pelo valor justo por meio
do resultado se a Entidade gerencia
tais investimentos e toma decisões de
compra e venda baseadas em seus
valores justos, de acordo com a gestão
de riscos documentada e a estratégia de
investimentos da Entidade. Os custos da
transação, após o reconhecimento inicial,
são reconhecidos no resultado como
incorridos. Ativos financeiros registrados
pelo valor justo por meio do resultado são
medidos pelo valor justo, e mudanças
no valor justo desses ativos são
reconhecidas no resultado do exercício.
iii. Recebíveis
Recebíveis são ativos financeiros com
pagamentos fixos ou calculáveis que
não são cotados no mercado ativo. Tais
ativos são reconhecidos inicialmente
pelo valor justo acrescido de quaisquer
custos de transação atribuíveis. Após
o reconhecimento inicial, os recebíveis
são medidos pelo custo amortizado
através do método dos juros efetivos,
decrescidos de qualquer perda por
redução ao valor recuperável.
Os ativos ou passivos financeiros
são compensados e o valor líquido
apresentado no balanço patrimonial
quando, somente quando, a Entidade
tenha o direito legal de compensar os
valores e tenha a intenção de liquidar em
uma base líquida ou de realizar o ativo e
liquidar o passivo simultaneamente.
iv. Caixa e equivalentes de caixa
A Entidade classifica os ativos
financeiros não derivativos nas
seguintes categorias: ativos financeiros
registrados pelo valor justo por meio do
resultado e empréstimos e recebíveis.
v. Passivos financeiros não derivativos
ii. Ativos financeiros registrados pelo
valor justo por meio do resultado
Um ativo financeiro é classificado pelo
Caixa e equivalentes de caixa abrangem
saldos de caixa. Os recursos financeiros
que a Associação possui mas que estão
vinculados a projetos são apresentados
na rubrica de recursos vinculados a
projetos.
Os passivos financeiros são
reconhecidos inicialmente na data de
negociação na qual a Entidade se torna
uma parte das disposições contratuais
do instrumento. A associação baixa
um passivo financeiro quando tem
suas obrigações contratuais retirada,
cancelada ou vencida.
Grupo de Apoio ao Adolescente
e à Criança com Câncer (GRAACC)
Notas explicativas às demonstrações financeiras
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009
(Em milhares de reais)
Tais passivos financeiros são reconhecidos
inicialmente pelo valor justo acrescido
de quaisquer custos de transação
atribuíveis. Após o reconhecimento
inicial, esses passivos financeiros são
medidos pelo custo amortizado através
do método dos juros efetivos.
A Entidade tem os seguintes
passivos financeiros não derivativos:
financiamentos, fornecedores e outras
obrigações.
vi. Instrumentos financeiros derivativos
Não houve operações com instrumentos
financeiros derivativos durante os
exercícios de 2011 e 2010.
b. Imobilizado
Os itens do imobilizado são
demonstrados ao valor de reavaliação
de bens efetuada em setembro de
2002, menos o valor da depreciação
e de qualquer perda não recuperável
acumulada.
A Entidade promoveu a reavaliação dos
bens integrantes do ativo imobilizado
em setembro de 2002, com base em
laudo emitido por peritos independentes,
apurando a mais-valia de R$ 2.297. O
registro contábil teve como contrapartida
a conta “Reserva de reavaliação” no
subgrupo do patrimônio social.
Para atender às práticas contábeis
adotadas no Brasil vigentes à época,
uma nova reavaliação deveria ter sido
procedida a cada 4 anos. Entretanto, a
Entidade decidiu por não efetuar essa
nova reavaliação como também não
adotou o custo atribuído no balanço de
transição em atendimento à Lei 11.638/07.
Depreciação
Itens do ativo imobilizado são depreciados
pelo método linear no resultado do
exercício baseado na vida útil econômica
estimada de cada componente.
Itens do ativo imobilizado são
depreciados a partir da data em que
são instalados e estão disponíveis para
uso, ou em caso de ativos construídos
internamente, do dia em que a
construção é finalizada e o ativo está
disponível para utilização.
As vidas úteis estimadas para o exercício
corrente e comparativos são as seguintes:
Depreciação
Edificações
25 - 52 anos
Máquinas
5 - 26 anos
Móveis e utensílios
10 - 16 anos
Os outros arrendamentos mercantis são
arrendamentos operacionais e não são
reconhecidos no balanço patrimonial da
Entidade.
e. Ativos diferidos
O ativo diferido, formado até 31 de
dezembro de 2008, principalmente
por despesas pré-operacionais, é
amortizado no período de até cinco anos.
A Entidade decidiu pela manutenção
do ativo diferido até o término de sua
amortização. Não houve adição ao ativo
diferido após 31 de dezembro de 2008.
Veículos
5 - 12 anos
f. Estoques
Instrumentos e aparelhos
médicos
4 - 21 anos
Os estoques são apresentados pelo
menor valor entre o custo e o valor
líquido realizável. O custo é determinado
usando-se o método do custo médio das
compras que é inferior aos custos de
reposição ou valores de realização.
Instalações
10 anos
Benfeitorias em propriedades
de terceiros
20 anos
c. Ativos intangíveis
Os softwares que são adquiridos pela
Entidade e que têm vidas úteis finitas
são mensurados pelo custo, deduzido
da amortização acumulada e das
perdas por redução ao valor recuperável
acumuladas.
Amortização
A amortização é reconhecida no
resultado baseando-se no método linear
baseada nas vidas úteis estimadas
de ativos intangíveis, a partir da data
em que estes estão disponíveis para
uso. A vida útil estimada para o período
corrente e comparativos é de 5 anos.
d. Ativos arrendados
Os arrendamentos em cujos termos
a Entidade assume os riscos e
benefícios inerentes à propriedade
são classificados como arredamentos
financeiros. No reconhecimento inicial
o ativo arrendado é medido pelo valor
igual ao menor valor entre o seu valor
justo e o valor presente dos pagamentos
mínimos do arrendamento mercantil.
Após o reconhecimento inicial, o ativo
é registrado de acordo com a política
contábil aplicável ao ativo.
g. Redução ao valor recuperável
(impairment)
i. Ativos financeiros (incluindo recebíveis)
Um ativo financeiro não mensurado pelo
valor justo por meio do resultado é avaliado
a cada data de apresentação para apurar
se há evidência objetiva de que tenha
ocorrido perda no seu valor recuperável.
Um ativo tem perda no seu valor
recuperável se uma evidência objetiva
indica que um evento de perda ocorreu
após o reconhecimento inicial do ativo.
A evidência objetiva de que os ativos
financeiros perderam valor pode
incluir o não pagamento ou atraso no
pagamento por parte do devedor ou
indicações de que o devedor ou emissor
entrará em processo de falência.
ii. Ativos financeiros mensurados pelo
custo amortizado
A Entidade considera evidência de
perda de valor de ativos mensurados
pelo custo amortizado (para recebíveis)
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 4 9
9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
tanto no nível individualizado como no
nível coletivo. Ativos individualmente
significativos são avaliados quanto
à perda de valor específico. Todos os
recebíveis individualmente significativos
identificados como não tendo sofrido
perda de valor individualmente são
então avaliados coletivamente quanto
a qualquer perda de valor que tenha
ocorrido, mas não tenha sido ainda
identificada. Ativos individualmente
importantes são avaliados coletivamente
quanto à perda de valor por agrupamento
conjunto desses títulos com
características de risco similares.
Ao avaliar a perda de valor recuperável
de forma coletiva a Entidade utiliza
tendências históricas da probabilidade de
inadimplência, do prazo de recuperação e
dos valores de perda incorridos, ajustados
para refletir o julgamento da Administração
quanto às premissas se as condições
econômicas e de crédito atuais são tais
que as perdas reais provavelmente serão
maiores ou menores que as sugeridas
pelas tendências históricas.
As perdas são reconhecidas no resultado
e refletidas em uma conta de provisão
contra recebíveis. Os juros sobre o ativo
que perdeu valor continuam sendo
reconhecidos. Quando um evento
subsequente indica reversão da perda
de valor, a diminuição nessa perda é
revertida e registrada no resultado.
iii. Ativos não financeiros
Os valores contábeis dos ativos não
financeiros da Entidade, que não os
estoques, são revistos a cada data
de apresentação para apurar se há
indicação de perda no valor recuperável.
Caso ocorra tal indicação, então o valor
recuperável do ativo é estimado.
Uma perda por redução no valor
recuperável é reconhecida se o valor
contábil do ativo exceder o seu valor
recuperável.
A administração da Entidade não
identificou qualquer evidência que
5 0 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
justificasse a necessidade de redução
ao valor recuperável no período corrente
e comparativos.
h. Benefícios a empregados
i. Benefícios de curto prazo a
empregados
Obrigações de benefícios de curto prazo
a empregados são mensuradas em uma
base não descontada e são incorridas
como despesas conforme o serviço
relacionado seja prestado.
i. Provisões
Uma provisão é reconhecida, em função
de um evento passado, se a Entidade
tem uma obrigação legal ou construtiva
que possa ser estimada de maneira
confiável, e é provável que um recurso
econômico seja exigido para liquidar a
obrigação. As provisões são apuradas
através do desconto dos fluxos de caixa
futuros esperados a uma taxa antes
de impostos que reflete as avaliações
atuais de mercado quanto ao valor do
dinheiro no tempo e riscos específicos
para o passivo. Os custos financeiros
incorridos são registrados no resultado.
j. Receitas
i. Serviços
A receita de serviços prestados é
reconhecida no resultado com base no
estágio de conclusão do serviço na data
de apresentação das demonstrações
financeiras. O estágio de conclusão é
avaliado por referência à alta do paciente.
ii. Doações
As receitas de doações são registradas
quando do recebimento em função da
impossibilidade de prever os valores
e os períodos de recebimentos e,
consequentemente, registrar por
competência a entrada de tais recursos.
As doações são advindas de ações de
telemarketing efetuadas pela Entidade,
pessoas físicas e jurídicas e eventos.
iii. Subvenção governamental
Os recursos monetários obtidos com a
celebração e a execução de convênios
para custeio de programas assistenciais
entre outras entidades governamentais
e o GRAACC são registrados na conta
bancos em contrapartida de receita
diferida em conta patrimonial do
passivo. Essa receita é lançada no
resultado quando do registro da despesa
relacionada ao custeio de programas
assistenciais.
Os recursos não monetários recebidos
são registrados como ativo não
monetário (ativo imobilizado) também
em contrapartida de receita diferida,
sendo lançado ao resultado quando
as condições estabelecidas na
respectiva doação são atendidas. No
caso específico do terreno recebido
em doação da Prefeitura de São
Paulo, a receita diferida será lançada
no resultado no mesmo prazo da
depreciação do ativo imobilizado
correspondente. Os bens não
monetários são registrados pelo seu
valor justo na data da respectiva doação.
Os registros das subvenções monetárias
e não monetárias são efetuados em
conformidade com o CPC 07 Subvenção e
Assistência Governamentais, e à medida
que as atividades e ações previstas no
plano de trabalho são executadas, as
receitas são apropriadas no resultado
do exercício.
k. Receitas financeiras e despesas
financeiras
As receitas financeiras abrangem receitas
de juros sobre aplicações financeiras. A
receita de juros é reconhecida no resultado,
através do método dos juros efetivos.
As despesas financeiras abrangem
despesas com juros sobre empréstimos.
Custos de empréstimo que não são
diretamente atribuíveis à aquisição,
construção ou produção de um ativo
qualificável são mensurados no resultado
através do método de juros efetivos.
Grupo de Apoio ao Adolescente
e à Criança com Câncer (GRAACC)
Notas explicativas às demonstrações financeiras
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009
(Em milhares de reais)
4. Caixa e equivalentes de caixa e aplicações financeiras
Caixa e equivalentes de caixa
e aplicações financeiras
Caixa - Fundo Fixo
Bancos conta movimento
Aplicações financeiras
2011
2010
01/01/10
5
6
3
2.507
2.996
3.515
17.138
9.245
4.821
Total
19.650
12.247
8.339
Caixa e equivalentes de caixa
15.805
11.029
7.775
3.845
1.218
1.064
Aplicações financeiras
As aplicações financeiras são representadas por Fundos de investimento a curto prazo
(FiF), com rendimentos auferidos pro rata temporis entre 90% e 100% do Certificado de
Depósito Interbancário (CDI) e poupanças com rendimentos auferidos pela TR.
A exposição da Entidade a riscos de taxas de juro e uma análise de sensibilidade
para ativos e passivos financeiros são divulgadas na nota explicativa 13.
5. Créditos a receber
Créditos a receber
2011
2010
01/01/10
SUS/Hospital São Paulo
1.827
1.648
1.323
2.080
1.032
1.313
-
-
5
617
402
308
Convênios
Particulares
Cheques pré-datados
Total
4.524
3.082
2.949
Provisão para créditos de liquidação duvidosa
(353)
(135)
(656)
Total
4.171
2.947
2.293
A exposição da Entidade a riscos de crédito e moeda e perdas por redução no valor
recuperável relacionadas à créditos a receber e a outras contas são divulgadas na
nota explicativa 13.
6. Estoques
Estoques
2011
2010
01/01/10
915
911
999
Medicamentos
1.364
1.240
915
Total
2.279
2.151
1.914
Materiais hospitalares
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 51
9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
7. Imobilizado
Movimentação do custo 31/12/2010 a 31/12/2011
31/12/2010
Aquisições/
doações
Transf.
Baixas
31/12/2011
Terrenos
5.260
-
-
-
5.260
Edifícios e construções
7.660
-
-
(7)
7.654
782
67
-
-
848
1.136
96
-
(10)
1.221
234
-
-
-
235
Máquinas e equipamentos
Móveis e utensílios
Veículos
Instrumentos e aparelhos médicos
9.828
321
482
(25)
10.605
Instalações
457
1
-
-
458
Benfeitorias
607
570
(217)
-
961
Equipamentos de informática
1.414
226
36
(32)
1.643
3.096
-
51
-
3.147
Construção em andamento
372
6.201
166
-
6.739
Importação em andamento
-
798
(518)
-
280
30.846
8.280
-
(74)
39.051
31/12/2010
Aquisições/
doações
Transf.
Baixas
31/12/2011
Benfeitorias em propriedade de terceiros (a)
Total
Movimentação da depreciação 31/12/2010 a 31/12/2011
(2.397)
(323)
-
2
(2.719)
Máquinas e equipamentos
Edifícios e construções
(435)
(116)
-
-
(550)
Móveis e utensílios
(569)
(111)
-
8
(672)
(91)
(20)
-
-
(111)
(6.732)
Veículos
(5.558)
(1.198)
-
25
Instalações
Instrumentos aparelhos médicos
(281)
(46)
-
-
(327)
Equipamentos de informática
(607)
(292)
-
31
(867)
Benfeitorias em propriedade de terceiros (a)
Total
Imobilizado líquido 31/12/2010 a 31/12/2011
(595)
(157)
-
-
(751)
(10.533)
(2.263)
-
66
(12.729)
20.313
6.017
-
(8)
26.322
A Entidade promoveu a reavaliação dos bens integrantes do ativo
imobilizado em setembro de 2002, com base em laudo emitido por peritos
independentes, apurando a mais-valia de R$ 2.297. O registro contábil
teve como contrapartida a conta “Reserva de reavaliação” no subgrupo
do patrimônio social. Após essa reavaliação a Entidade optou por não
efetuar novas reavaliações a cada período de quatro anos, considerando
que a oscilação do preço desses bens não era relevante em atendimento
a legislação vigente à época, registrando as novas aquisições de
imobilizado com base no custo de aquisição. Adicionalmente, quando da
5 2 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Grupo de Apoio ao Adolescente
e à Criança com Câncer (GRAACC)
Notas explicativas às demonstrações financeiras
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009
(Em milhares de reais)
Movimentação do custo 01/01/2010 a 31/12/2010
01/01/2010
Aquisições/
doações
Terrenos
Edifícios e construções
Máquinas e equipamentos
Móveis utensílios
Baixas
31/12/2010
813
4.447
-
-
5.260
7.660
-
-
-
7.660
782
34
-
(34)
782
1.427
72
-
(363)
1.136
87
147
-
-
234
9.828
Veículos
Instrumentos e aparelhos médicos
Transf.
9.842
464
31
(509)
Instalações
457
-
-
-
457
Benfeitorias
19
588
-
-
607
Equipamentos de informática
994
498
-
(80)
1.414
3.096
-
-
-
3.096
Construção em andamento
-
372
-
-
372
Importação em andamento
24
7
(31)
-
-
25.201
6.629
-
(986)
30.846
01/01/2010
Aquisições/
doações (a)
Transf.
Baixas
31/12/2010
Benfeitorias em propriedade de terceiros (a)
Total
Movimentação da depreciação 01/01/2010 a 31/12/2010
Edifícios e construções
(2.091)
(306)
-
-
(2.397)
Máquinas e equipamentos
(372)
(79)
-
16
(435)
Móveis utensílios
(594)
(144)
-
169
(569)
(70)
(21)
-
-
(91)
(5.558)
Veículos
Instrumentos aparelhos médicos
(4.835)
(981)
-
258
Instalações
(236)
(46)
-
-
(281)
Equipamentos de informática
(549)
(135)
-
78
(607)
(440)
(155)
-
-
(595)
Total
Benfeitorias em propriedade de terceiros (a)
(9.187)
(1.867)
-
521
(10.533)
Imobilizado líquido 01/01/2010 a 31/12/2010
16.014
4.762
-
(465)
20.313
(a) A conta “Benfeitorias em propriedade de terceiros” representa gastos incorridos em 2006 e 2007 na construção da Associação Casa da
Família, reduzida ao custo de depreciação de 5% ao ano em virtude da concessão do terreno por um período de 20 anos pelo Governo do
Estado de São Paulo.
transição da Lei 11.638/07, a Entidade também optou pela não adoção do
custo atribuído.
Além disso, a Entidade contratou uma empresa especializada para proceder
a revisão das vidas úteis do ativo imobilizado para o exercício de 2010, cujo
laudo foi emitido em 30 de março de 2011, ocorrendo o cálculo de depreciação
dos bens integrantes do ativo imobilizado somente no exercício de 2011. Para
as revisões dos bens do ativo imobilizado do exercício de 2011, a Entidade
não efetuou a revisão das vidas úteis do ativo imobilizado.
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 5 3
9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
Equipamento arrendado
Em 22 de dezembro de 2010, a Entidade efetuou contrato de arrendamento de
um servidor de informática. O bem arrendado encontram-se registrado no ativo
imobilizado e está representado pelo custo original no valor de R$ 378. O valor residual
do ativo pode ser resumido como segue:
2011
Equipamento
arrendado
2010
Data de
aquisição
Custo
original
Depreciação
acumulada
Valor
residual
Valor
residual
22.12.10
378
63
265
378
Servidor IBM
8. Salários e encargos sociais
Salários e encargos sociais
2011
2010
01/01/10
Salários a Pagar
1.298
1.033
860
INSS a Pagar
148
114
85
FGTS a Pagar
226
179
131
2.062
1.663
1.382
7
10
20
3.741
2.999
2.478
Provisão para férias e encargos
Outros
Total
9. Contingências trabalhistas
A Entidade é parte envolvida em processos trabalhistas e cíveis em andamento
e está discutindo essas questões na esfera judicial, as quais, quando aplicáveis,
são amparadas por depósitos judiciais. As provisões para as eventuais perdas
decorrentes desses processos são estimadas e atualizadas pela administração,
amparada pela opinião de seus consultores legais externos.
Na data das demonstrações financeiras, a Entidade apresentava os seguintes
passivos, e correspondentes depósitos judiciais, relacionados a contingências:
Contingências trabalhistas
Contingências Trabalhistas
Circulante
Não circulante
5 4 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
2011
2010
01/01/10
535
625
471
177
183
146
358
442
325
Grupo de Apoio ao Adolescente
e à Criança com Câncer (GRAACC)
Notas explicativas às demonstrações financeiras
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009
(Em milhares de reais)
A movimentação da provisão no exercício de 2011 está demonstrada a seguir:
Movimentação da provisão
2011
Saldo em 01 de janeiro de 2010
471
Adições
254
Baixas
(101)
Saldo em 31 de dezembro de 2010
625
Adições
15
Baixas
(105)
Saldo em 31 de dezembro de 2011
535
A entidade tem ações de natureza trabalhista, envolvendo riscos de perda
classificados pela administração como possíveis, com base na avaliação de seus
consultores jurídicos, para as quais não há provisão constituída no montante de R$ 138
(R$ 63 em 2010 e R$ 33 em 01/01/10).
10. Receita diferida
Receita diferida
2011
Subvenções governamentais (a)
Terreno (b)
Edificações (c)
2010
01/01/10
3.845
1.218
1.064
4.447
4.447
-
5.011
-
-
13.303
5.665
1.064
Circulante
4.003
1.218
1.064
Não circulante
9.300
4.447
-
(a) No exercício de 2011, a Entidade recebeu da União Federal, por meio de convênio
celebrado com o Ministério da Saúde, apoio financeiro no montante de R$ 2.532, para
compra de medicamentos, visando ao fortalecimento do serviço de atendimento no
Sistema Único de Saúde (SUS).
A Entidade recebeu da Prefeitura da cidade de São Paulo, por intermédio da Secretaria
Municipal de Participação e Parceria, apoios financeiros nos montantes de R$ 4.797,
sendo R$ 125 para o projeto “Preparo psicológico para procedimentos invasivos no
tratamento da criança com câncer”, R$ 56 para o projeto “Família Participante” e R$ 4.616
para utilização no projeto de ampliação do hospital anexo, com objetivo de aumentar os
tratamentos das crianças com câncer no município de São Paulo (nota (c) abaixo).
Adicionalmente, a Entidade recebeu da Secretaria Estadual da Saúde o montante de
R$ 44 para aquisição de material/medicamento e equipamentos de informática.
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 55
9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
O saldo de R$ 3.845 em 2011 (R$ 1.218 em 2010 e R$ 1.064 em 01/01/2010) representa
os montantes já recebidos financeiramente pela Entidade que ainda não haviam sido
empregados nos propósitos a que se destinavam.
(b) Em 2010, a Entidade recebeu em doação da Prefeitura Municipal de São Paulo um
terreno no valor justo total de R$ 4.447 sendo condicionada à edificação no local de
instalações destinadas à prestação de assistência e tratamento a adolescentes e
crianças portadoras de câncer.
(c) Para a edificação citada no item (b) acima a Entidade recebeu da Prefeitura Municipal
de São Paulo através dos Convênios – FUMCAD/SMPP o valor total de R$ 4.616, que,
somado a doações de empresa privada no valor de R$ 395, totalizou R$ 5.011. Este
montante já foi empregado na construção da edificação no terreno recebido por doação
da Prefeitura Municipal de São Paulo conforme nota (b) acima. A amortização das
receitas será efetuada conforme a vida útil do edifício, quando entrar em operação.
11. Partes relacionadas
Operações com pessoal-chave da administração
Remuneração de pessoal-chave da administração
O pessoal-chave da administração inclui somente os administradores da Entidade.
A remuneração paga ou a pagar ao pessoal-chave da administração por serviços
prestados está apresentada a seguir:
Operações com pessoal-chave da administração
Remuneração do pessoal-chave da administração
2011
2010
01/01/10
890
818
498
12. Patrimônio líquido
O patrimônio líquido do GRAACC é constituído por bens e direitos adquiridos ou
recebidos em doação e resultados líquidos de suas atividades.
No caso de dissolução do GRAACC, o respectivo patrimônio líquido será
transferido para entidades congêneres devidamente registradas perante o
Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, escolhida pela totalidade dos
membros de seu Conselho de Administração ou à Universidade Federal de São
Paulo – UNIFESP/EPM.
• Reserva de reavaliação
Constituída em decorrência das reavaliações de bens do ativo imobilizado com
base em laudo de avaliação elaborado por peritos avaliadores independentes. A
reserva de reavaliação está sendo realizada por depreciação ou baixa dos bens
reavaliados contra superávits acumulados no montante anual de R$ 197.
5 6 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Grupo de Apoio ao Adolescente
e à Criança com Câncer (GRAACC)
Notas explicativas às demonstrações financeiras
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009
(Em milhares de reais)
13. Instrumentos financeiros
Gerenciamento dos riscos financeiros
Visão geral
A Entidade possui exposição para os seguintes riscos resultantes de
instrumentos financeiros:
• Risco de crédito;
• Risco de liquidez;
• Risco de mercado.
Riscos de crédito
Risco de crédito é o risco de a Entidade incorrer em perdas decorrentes de um cliente
ou de uma contraparte em um instrumento financeiro, decorrentes da falha destes
em cumprir com suas obrigações contratuais. O risco é basicamente proveniente dos
créditos a receber e de instrumentos financeiros conforme apresentado abaixo.
Exposição a riscos de crédito
O valor contábil dos ativos financeiros representa a exposição máxima do crédito.
A exposição máxima do risco do crédito na data das demonstrações financeiras foi:
Exposição a riscos de crédito
Nota
2011
2010
01/01/10
5
4.171
2.947
2.293
311
412
146
Aplicações financeiras
4
3.845
1.218
1.064
Caixa e equivalentes de caixa
4
15.805
11.029
7.775
24.132
15.451
11.262
Créditos a receber
Demais contas a receber
Créditos a receber e outros recebíveis
A exposição da Entidade a risco de crédito é influenciada principalmente pelas
características individuais de cada cliente.
A Entidade estabelece uma provisão para perda com recuperação que representa
sua estimativa de despesas incorridas com os créditos a receber e outros recebíveis.
O principal componente dessa provisão é o item de perda específico relacionado a
exposições individuais, e a uma perda coletiva estabelecida para grupos de ativos
similares com relação a perdas que já foram incorridas, porém ainda não identificadas.
A perda coletiva é baseada nas taxas históricas de perda para ativos similares.
Perdas por redução no valor recuperável
A composição por vencimento dos créditos a receber e outros recebíveis na data das
demonstrações financeiras para os quais não foram reconhecidas perdas por redução
no valor recuperável era a seguinte:
Perdas por redução no valor recuperável
2011
A vencer
3.804
Vencido de 1 a 30 dias
320
Vencido de 31 a 90 dias
215
Vencido de 90 a 180 dias
143
Vencido acima de 360 dias
37
4.482
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 57
9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
O movimento na provisão para perdas por redução no valor recuperável em relação
aos créditos a receber e outros recebíveis durante o exercício foi o seguinte:
Provisão para perdas por redução no valor recuperável
2011
Saldo em 01 de janeiro de 2010
(656)
Reversão de provisão para redução ao valor recuperável
521
Saldo em 31 de dezembro de 2010
(135)
Constituição de provisão para redução ao valor recuperável reconhecido
(218)
Saldo em 31 de dezembro de 2011
(353)
A Entidade acredita que os montantes que não sofreram perda por redução no valor
recuperável e que estão vencidos há mais de 30 dias ainda são cobráveis, com base
em histórico de comportamento de pagamento.
Risco de liquidez
Risco de liquidez é o risco em que a Entidade irá encontrar dificuldades em cumprir
com as obrigações associadas com seus passivos financeiros que são liquidados com
pagamentos à vista. A abordagem da Entidade na administração de liquidez é garantir,
o máximo possível, que sempre tenha liquidez suficiente para cumprir com suas
obrigações ao vencerem, sob condições normais e de estresse, sem causar perdas
inaceitáveis ou com risco de prejudicar a reputação da Entidade.
A seguir, estão os vencimentos contratuais de passivos financeiros, incluindo
pagamentos de juros estimados e excluindo o impacto dos acordos de compensação.
Valor
contábil
12 meses
ou menos
1-2
anos
2-5
anos
265
139
126
-
3.086
3.086
-
-
7
7
-
-
3.358
3.232
126
378
126
139
113
2.221
2.221
-
-
31 de dezembro de 2011
Passivos financeiros não derivativos
Passivo de arrendamento financeiro
Fornecedores
Outras obrigações
31 de dezembro de 2010
Passivos financeiros não derivativos
Passivo de arrendamento financeiro
Fornecedores
Outras obrigações
14
14
-
-
2.613
2.361
139
113
1
1
-
-
1.621
1.621
-
-
14
14
-
-
1.636
1.636
-
-
01 de janeiro de 2010
Passivos financeiros não derivativos
Passivo de arrendamento financeiro
Fornecedores
Outras obrigações
5 8 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Grupo de Apoio ao Adolescente
e à Criança com Câncer (GRAACC)
Notas explicativas às demonstrações financeiras
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009
(Em milhares de reais)
Risco de mercado
Risco de mercado é o risco de alterações nos preços de mercado ou de parâmetros
que influenciam os preços de mercado, tais como as taxas de juros. O objetivo do
gerenciamento de risco de mercado é gerenciar e controlar as exposições a riscos de
mercados, dentro de parâmetros aceitáveis, e ao mesmo tempo otimizar o retorno.
Risco de taxa de juros
Na data das demonstrações financeiras, o perfil dos instrumentos financeiros
remunerados por juros da entidade era:
Valor contábil
2011
2010
01/01/10
Instrumentos de taxa fixa
Passivo de arrendamento financeiro
265
378
1
265
378
1
17.138
9.245
4.821
17.138
9.245
4.821
Instrumentos de taxa variável
Aplicações financeiras
Análise de sensibilidade de valor justo para instrumentos de taxa fixa
O grupo não contabiliza nenhum ativo ou passivo financeiro de taxa de juros fixa pelo
valor justo por meio do resultado. Portanto, uma alteração nas taxas de juros na data
de relatório não alteraria o resultado.
Análise de sensibilidade de fluxo de caixa para instrumentos de taxa variável
A administração considera que as variáveis de risco das taxas de juros, que são
atreladas ao CDI e à TR, não apresentam tendência de oscilações relevantes e,
portanto, não afetariam significativamente os valores contábeis dos instrumentos
financeiros de taxa variável.
Classificações contábeis e valores justos
Valor justo contra valor contábil
O justo valor dos ativos e passivos financeiros, juntamente com os valores contábeis
apresentados na demonstração financeira, são os seguintes:
Valor justo contra valor contábil
Nota
Designados ao
valor justo
Recebíveis
Outros passivos
financeiros
Total contábil
Valor justo
31 de dezembro 2011
Caixa e equivalentes de caixa
4
15.805
-
-
15.805
15.805
Aplicações financeiras
4
3.845
-
-
3.845
3.845
Créditos a receber
5
-
4.171
-
4.171
4.171
Demais contas a receber
-
311
-
311
311
Passivos de arrendamento financeiros
-
-
(265)
(265)
(265)
Fornecedores
-
-
(3.086)
(3.086)
(3.086)
Outras obrigações
-
-
(7)
(7)
(7)
19.650
3.824
(3.358)
20.116
20.116
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 59
9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
Valor justo contra valor contábil
Nota
Designados ao
valor justo
Recebíveis
Outros passivos
financeiros
Total contábil
Valor justo
-
-
11.029
11.029
31 de dezembro 2010
Caixa e equivalentes de caixa
4
11.029
Aplicações financeiras
4
1.218
-
-
1.218
1.218
Créditos a receber
5
-
2.947
-
2.947
2.947
Demais contas a receber
-
412
-
412
412
Passivos de arrendamento financeiros
-
-
(378)
(378)
(378)
Fornecedores
-
-
(2.221)
(2.221)
(2.221)
Outras obrigações
Valor justo contra valor contábil
Nota
-
-
(14)
(14)
(14)
12.247
3.204
(2.599)
12.852
12.852
Designados ao
valor justo
Recebíveis
Outros passivos
financeiros
Total contábil
Valor justo
01 de janeiro de 2010
Caixa e equivalentes de caixa
4
7.775
-
-
7.775
7.775
Aplicações financeiras
4
1.064
-
-
1.064
1.064
Créditos a receber
5
-
2.293
-
2.293
2.293
-
146
-
146
146
Demais contas a receber
Passivos de arrendamento financeiros
-
-
(1)
(1)
(1)
Fornecedores
-
-
(1.621)
(1.621)
(1.621)
Outras obrigações
-
-
(14)
(14)
(14)
8.339
2.439
(1.622)
9.156
9.156
Hierarquia de valor justo
A tabela a seguir apresenta instrumentos financeiros registrados pelo valor justo,
utilizando um método de avaliação.
Os diferentes níveis foram definidos como a seguir:
• Nível 1 - Preços cotados (não ajustados) em mercados ativos para ativos e passivos e
idênticos
• Nível 2 - Inputs, exceto preços cotados, incluídas no Nível 1 que são observáveis para o
ativo ou passivo, diretamente (preços) ou indiretamente (derivado de preços)
• Nível 3 - Premissas, para o ativo ou passivo, que não são baseadas em dados
observáveis de mercado (inputs não observáveis).
Todos os instrumentos financeiros registrados ou divulgados pelo valor justo foram
mensurados utilizando o método de avaliação do nível 2.
14. Receitas com serviços prestados
A seguir apresentamos a conciliação entre as receitas bruta para fins fiscais e as
receitas apresentadas na demonstração de superávit:
6 0 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Grupo de Apoio ao Adolescente
e à Criança com Câncer (GRAACC)
Notas explicativas às demonstrações financeiras
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009
(Em milhares de reais)
Receita com serviços prestados
Sistema Único de Saúde (SUS)
Prefeitura Municipal de São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Convênios
2011
2010
7.211
7.960
2.692
2.372
454
461
9.489
4.933
Particulares
29
13
Ensino/pesquisa
101
135
19. 976
15.874
(228)
(102)
Deduções e abatimentos
(1.237)
(1.046)
Total de receita contábil
18.511
14.726
2011
2010
(16.805)
(12.861)
(6.684)
(5.030)
(3.590)
Receita bruta fiscal
Menos:
Impostos
15. Custos hospitalares
Custos hospitalares
Salários e encargos diretos e auxiliares
Serviços profissionais
Custos hospitalares
(4.285)
Medicamentos e materiais
(9.028)
(7.479)
Depreciação e amortização
(2.439)
(2.057)
(39.241)
(31.017)
Nota
2011
2010
(a)
10.683
10.245
Doações de pessoas físicas e jurídicas
(a)
21.239
15.068
Evento McDia Feliz
(b)
3.737
3.299
Outros eventos (DI/Adm./Voluntariado)
(b)
6.510
4.254
16. Outras receitas (despesas) líquidas
Outras receitas (despesas) líquidas
Doações telemarketing
Doação de bens
542
324
Governamentais
906
954
Outras receitas
Salários e encargos (DI/TLMKT/Voluntariado)
(c)
Administrativas (DI/TLMKT/Voluntariado)
(c)
43.617
34.144
(7.265)
(6.453)
(5.476)
(4.528)
Outras despesas
(12.741)
(10.981)
Outras receitas (despesas) líquidas
30.876
23.163
a. Doações
No exercício de 2011, a Entidade recebeu doações em dinheiro e materiais no valor de
R$ 31.922 (R$ 25.313 em 2010) de diversas pessoas físicas e jurídicas, as quais
foram contabilizadas nas rubricas “Doações telemarketing” e “Doações de
pessoas físicas e jurídicas”. A Entidade também recebeu doações de bens no
valor de R$ 542, sendo R$ 535 doações de imóveis para venda e R$ 7 doações de
equipamentos registrado no ativo imobilizado.
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 61
9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
b. Eventos
Os recursos decorrentes do evento anual “McDia Feliz” (renda obtida com a venda
do “Big Mac” na cidade de São Paulo) são repassados como doação à Entidade.
Adicionalmente, com o apoio de voluntários na venda de souvenirs, bem como de
padrinhos e patrocinadores desta campanha, a Entidade arrecadou no exercício de
2011 o valor líquido de R$ 3.737 (R$ 3.299 em 2010), de acordo com o plano de trabalho
firmado entre o Instituto Ronald McDonald e o GRAACC, respeitando o critério de
reconhecimento da receita conforme mencionado na Nota 2.
O GRAACC também obteve recursos líquidos no valor de R$ 6.510 (R$ 4.254 em 2010)
por meio de outros eventos programados anualmente pela própria Entidade, bem
como por iniciativa de empresas doadoras.
c. Despesas com salários, encargos e administrativas
Despesas com pessoal e administrativas relacionadas aos centros de custos
responsáveis pela obtenção dos recursos de doações e eventos mencionados nas
notas (a) e (b) acima.
17. Receitas e despesas financeiras
Receitas e despesas financeiras
2011
2010
Rendimentos de aplicação financeira
439
651
Outras receitas financeiras
136
13
Receitas financeiras
575
664
(125)
(45)
(87)
(8)
Despesa com comissões e tarifas bancárias
Despesa com juros
Despesa com variação cambial
-
(1)
Outras despesas financeiras
-
(2)
Despesas financeiras
(212)
(56)
Financeiras líquidas
363
608
18. Imunidade do imposto de renda e isenção
das contribuições previdenciárias e sociais
O GRAACC é uma Entidade sem fins lucrativos, imune de recolhimento do imposto
de renda e isenta da contribuição social sobre o superávit. Com relação aos demais
tributos sobre as atividades próprias da Entidade, destacamos os seguintes: (a)
Programa de Integração Social (PIS) - contribuição de 1% incidente sobre o montante da
folha de pagamento; (b) contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
- isenta do pagamento da contribuição patronal incidente sobre o montante da folha de
pagamento; (c) Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) - recolhimento
de 2% sobre os serviços prestados a pessoa jurídica e física (convênios e particulares);
(d) Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doações (ITCMD) isenta nos termos
do artigo 4o do Decreto no 46.665/02 e Resolução conjunta SF/SJDC - 1o a 5 de dezembro
de 2002; e (e) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) isenta sobre as receitas próprias de sua atividade social.
Com relação à COFINS, a Medida Provisória (MP) no 2.158-35, em seu artigo 14,
inciso X, dispôs que as instituições de educação e assistência social, de caráter
filantrópico que preencham as condições e requisitos do artigo 12 da Lei no 9.532, de
10 de dezembro 2007 são isentas do recolhimento da COFINS sobre o montante das
receitas relativas às atividades próprias, de repasses e financeiras.
Consideram-se receitas derivadas das atividades próprias:
1 - Somente àquelas decorrentes de contribuições, doações, anuidades ou
6 2 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
Grupo de Apoio ao Adolescente
e à Criança com Câncer (GRAACC)
Notas explicativas às demonstrações financeiras
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009
(Em milhares de reais)
mensalidades fixadas por lei, assembléia ou estatuto, recebidas de associados ou
mantenedores, sem caráter contraprestacional direto, destinadas ao seu custeio e
ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais (IN SRF no 247, de 2002, artigo 47, § 2o)
2 - Os recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e
sociedades de economia mista (IN SRF no 247, de 2002, artigo 47, § 2o).
De acordo com o Decreto no 5.442, de 2005, estão reduzidas a 0 (zero) as alíquotas
da COFINS incidentes sobre as receitas financeiras.
Em observância ao artigo 2o do Decreto no 4.327, de 8 de agosto de 2002 (que alterou
o parágrafo 4o do artigo 3o do Decreto no 2.536, de 6 de abril de 1998), o número de
atendimentos a pacientes do SUS foi superior ao limite mínimo estabelecido de 60%
em relação ao total de atendimentos efetivados pela Entidade, como segue:
2011
2010
Qtd de
atendimentos
Percentual
Qtd de
atendimentos
Percentual
75.150
85
68.247
86
Atendimentos hospitalares
SUS
Convênios e particulares
13.262
15
11.110
14
88.412
100
79.357
100
1.022
84
1.044
82
194
16
234
18
1.216
100
1.278
100
Internações
SUS
Convênios e particulares
As isenções das contribuições previdenciárias e sociais usufruídas no exercício
foram de R$ 7.095, composta dos seguintes valores:
2011
Cota patronal ao INSS
5.114
COFINS
1.553
CSSL
428
7.095
19. Arrendamentos mercantis operacionais
Os arrendamentos operacionais serão pagos da seguinte forma:
Arrendamentos mercantis operacionais
2011
2010
Menos de um ano
322
322
Entre um e cinco anos
885
1.207
Mais de cinco anos
Total
-
-
1.207
1.529
A Entidade arrenda imóveis sob arrendamentos operacionais. Durante o ano,
o montante de R$ 387 foi reconhecido como despesa no resultado com relação
a arrendamentos operacionais (2010: R$ 222).
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 6 3
9. De mons t r açõe s f i n a nc e i r a s
20. Demonstração de superávit por função
Demonstração de superávit por função
Nota
2011
2010
(ajustado)
7.211
7.960
2.692
2.372
454
461
Receita com serviços prestados
Sistema Único de Saúde (SUS)
Prefeitura Municipal de São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Convênios
9.489
4.933
Particulares
29
13
Ensino/pesquisa
101
135
19.976
15.874
(1.465)
(1.148)
18.511
14.726
(16.805)
(12.861)
(6.684)
(5.030)
Custos hospitalares
(4.285)
(3.590)
Medicamentos e materiais
(9.028)
(7.479)
Deduções da receita
Receita líquida
14
Custos hospitalares
Salários e encargos diretos e auxiliares
Serviços profissionais
Depreciação e amortização
15
(2.439)
(2.057)
(39.241)
(31.017)
Despesas administrativas
Administrativas em geral
(1.375)
(292)
Salários e encargos administrativos
(3.014)
(2.570)
(124)
(143)
(56)
(57)
Brinquedoteca
Odontologia
Casa da família
(316)
(695)
Psicologia
(302)
(295)
Serviço social
(133)
(98)
(5.320)
(4.150)
Doações telemarketing
10.683
10.245
Doações de pessoas físicas e jurídicas
21.239
15.068
Evento McDia Feliz
3.737
3.299
Outros eventos – DI/Adm./Voluntariado
6.510
4.254
Outras receitas (despesas) líquidas
Salários e encargos (DI/TLMKT/Voluntariado)
(7.265)
(6.453)
Administrativas (DI/TLMKT/Voluntariado)
(5.476)
(4.528)
Doação de bens
542
324
Governamentais
906
954
30.876
23.163
52
(457)
4.253
2.265
575
664
(212)
(56)
363
608
5.241
2.873
16
Outras perdas líquidas
Superávit operacional
Receitas financeiras
Despesas financeiras
Financeiras Líquidas
Superávit do exercício
6 4 | r e l at ó r i o d e at i v i da d e s 2 0 11
17
Grupo de Apoio ao Adolescente
e à Criança com Câncer (GRAACC)
Notas explicativas às demonstrações financeiras
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009
(Em milhares de reais)
21. Cobertura de seguros
A Entidade adota a política de contratar cobertura de seguros para os bens
sujeitos a riscos por montantes considerados suficientes para cobrir eventuais
sinistros, considerando a natureza de sua atividade. As premissas de risco
adotadas, dada a sua natureza, não fazem parte do escopo de uma auditoria
das demonstrações financeiras, consequentemente não foram analisadas pelos
nossos auditores independentes.
O valor das apólices de seguros mantidas pela Entidade propiciam as seguintes
coberturas:
Modalidade de seguro
2011
2010
2009
26.790
27.560
18.560
600
600
600
Risco operacional (incêndios, explosão,
danos elétricos e outros)
Incêndio de Imóveis e Bens do imobilizado
Equipamentos especiais
Riscos diversos (sinistros em geral)
Veículos
Automóveis - casco - valor de mercado - % *
Responsabilidade civil
116
127
65
-
6.600
6.600
* Foi utilizada para cálculo dos valores de automóveis a tabela FIPE (dezembro 2011).
José Hélio Contador Filho
CEO = Superintendente Administrativo/Financeiro
Carlos Eduardo de Barros
Contador
CRC/SP 202835/O-8
G ru p o d e Ap o i o ao A d o l e sc e n t e e à C r i a n ç a c o m C â n c e r | 6 5
Informações corporativas
Conselho de Administração
Sérgio Antônio Garcia Amoroso
(presidente)
João Inácio Puga
(vice-presidente)
André Guper
Celso do Carmo Jatene
Fernando de Castro Marques
Isaura Maria Wright Pipponzi
Jacinto Antonio Guidolin
Luis de Melo Champalimaud
Paulo Anthero Soares Barbosa
Roberto José Maris de Medeiros
Ronaldo Sergio Ribas Marques
Ruy de Campos Filho
Superintendência
Médica
Antonio Sérgio Petrilli
Superintendência
Administrativo-Financeira (CEO)
José Hélio Contador Filho
Superintendência
do Voluntariado
Lea Della Casa Mingione
Este relatório de atividades é
de responsabilidade do Grupo
de Apoio ao Adolescente e à
Criança com Câncer (GRAACC).
A versão online está disponível
no endereço www.graacc.org.br
Para informações, críticas
ou sugestões, ou para
saber mais sobre o trabalho
desenvolvido pelo GRAACC,
entre em contato com:
Diretoria Clínica
Dra. Carla Macedo
Conselho Fiscal
Gilberto Cipullo
(presidente)
Carlos Eduardo de Carvalho Pecoraro
Gilberto Antonio Giuzio
Diretoria
Sergio Antonio Garcia Amoroso
(diretor-presidente)
Fernando de Castro Marques
(diretor vice-presidente)
Paulo Anthero Soares Barbosa
Ruy de Campos Filho
(diretores)
Expediente
Redação e edição
Report Sustentabilidade
Fotografia
Gustavo Scatena
Julio Vilela
Projeto gráfico
e diagramação
Mentes Design
Revisão
Assertiva Produções
Editoriais
Impressão e acabamento
Gráfica Editora Aquarela
Tintas: Sunchemical
do Brasil
Papel: Central de Papeis
Tiragem: 6.000 exemplares
Endereço: Rua Botucatu, 743,
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São Paulo – SP
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