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RELATÓRIO
2006
1
Ibase – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
Av. Rio Branco, 124, 8º andar – Centro
CEP 20040-916 Rio de Janeiro – RJ
Tel.: +(21) 2509-0660 Fax: +(21) 3852-3517
Correio eletrônico: [email protected]
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Conselho Curador
Sebastião Soares – presidente
João Guerra – vice-presidente
Carlos Afonso – 1º secretário
Nádia Rebouças – 2ª secretária
Sônia Carvalho – 3ª secretária
Suplentes
Claudius Ceccon
Jean-Pierre Leroy
Maria Emília Pacheco
Moacir Palmeira
Regina Domingues
Conselho Fiscal
Jaime Patalano
Pedro Celestino
Rousseau Leão Castelo Filho
Suplentes
Celso Japiassu
Jane Souto de Oliveira
Mário Osava
Direção Executiva
Cândido Grzybowski – diretor-geral
Dulce Pandolfi
João Sucupira
Coordenadores(as)
Athayde Motta
Ciro Torres
Fernanda Carvalho
Francisco Menezes
Iracema Dantas
Itamar Silva
João Roberto Lopes Pinto
Leonardo Méllo
Luzmere Maria Demoner
Moema Miranda
Relatório Ibase 2006
Esta publicação foi impressa em papel reciclado e está disponível em www.ibase.br
2
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Balanço Social do Ibase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Atividades das Linhas Programáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Alternativas Democráticas à Globalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Democratização da Cidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Economia Solidária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Monitoramento de Políticas Públicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Processo Fórum Social Mundial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Responsabilidade Social e Ética nas Organizações . . . . . . . . . . . . . . 33
Segurança Alimentar e Nutricional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Atividades das Estratégias Institucionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Administração e Finanças. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Comunicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Desenvolvimento Institucional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Indicadores e Gestão da Informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Relações Institucionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Produções Ibase. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Fontes de financiamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
3
Apresentação
m 2006, o trabalho do Ibase foi realizado em meio a mudanças na sociedade brasileira
e em outras sociedades mundializadas. Uma agenda “neodesenvolvimentista” entrou
em vigor no país. A busca por um crescimento acelerado provocou o afastamento de
uma agenda social fundamental para a consolidação da democracia e para a superação das desigualdades. Em âmbito global, há sinais de uma mudança geopolítica de monta, a começar pelo
papel estratégico do próprio Brasil no cenário latino-americano, revelando sua insuspeita capacidade de influenciar os padrões de desenvolvimento regional.
A estratégia do governo brasileiro relacionada a grandes projetos de infra-estrutura,
expressa na retomada da Iniciativa de Integração da Infra-estrutura da Região Sul-americana (IIRSA), aponta para uma integração regional ancorada na inserção competitiva do país
como fornecedor de natureza. São projetos questionáveis, que reproduzem e aprofundam
processos produtivos concentradores de renda e depredadores de bens comuns. No entanto, o lugar do Brasil no cenário global é outro. É clara a intenção do atual governo de aumentar o poder de barganha do país na cena internacional. Essa ambição pode ser amplificada
pelo que caracteriza uma postura defensiva do neoliberalismo, com o enfraquecimento do
G-20 e da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a falta de fôlego do unilateralismo
praticado por George Bush. Contudo, o espaço até aqui conquistado pelo governo está calçado na defesa da liberalização comercial que, se por um lado beneficia as exportações
do setor agropecuário, tem como contrapartida franquear nossos setores industriais e de
serviços aos investidores estrangeiros.
Esse é um quadro diferente daquele presenciado em 2003, quando foi elaborado o Plano
Estratégico do Ibase para o período 2004–2007. Aquela era uma época de grande esperança, com
a expansão plena do Fórum Social Mundial como um espaço de questionamentos intensos, onde a
esperança se revigorava. A agenda do Ibase focalizou os lugares certos, com intensa atuação local
e global, e é a partir dela que vemos novos desafios surgirem.
Nesse novo cenário, projetos como Diálogo entre os Povos e a Democratização dos Vetores
do Desenvolvimento Nacional pautaram a questão da integração regional e inter-regional como
fundamental. Na perspectiva do Ibase, é prioritária a criação de modelos alternativos de integração com ênfase nas sociedades civis e nos movimentos sociais. Em termos socioambientais
e econômicos com alcance mundial, não é mais possível separar a questão energética, especialmente o biocombustível, do novo papel do Brasil no cenário global. De fato, o biocombustível
redefine o papel dos recursos naturais brasileiros e aprofunda um padrão de inserção subordinado, com o país como fornecedor de natureza. O projeto Democratização dos Vetores do
Desenvolvimento Nacional, cuja principal tarefa é o monitoramento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tem chamado a atenção para a questão energética
e dos biocombustíveis. No entanto, os impactos socioambientais do etanol, por exemplo, não
estão sendo contabilizados. A posição do governo brasileiro é dúbia, sinal das lutas políticas que
virão por conta de uma opção pelo desenvolvimentismo.
E
4
Em todos os seus programas e estratégias, descritos a seguir, o Ibase tem promovido diversas
atividades e diversos projetos que se orientam por três eixos fundamentais: o aprofundamento
da cultura de direitos, o fortalecimento do tecido associativo e a incidência em políticas públicas.
Tendo-os como norte, conseguimos avanços consideráveis na radicalização da democracia em
nosso país. Os impactos de nossas atividades têm alterado cenários institucionais e forças sociais,
além de desequilibrar, em alguma medida, o jogo político entre a sociedade civil organizada e os
setores conservadores.
O trabalho do Ibase foi fundamental para a consolidação de políticas públicas de alcance nacional nas áreas de juventude e de segurança alimentar. Nossos esforços para envolver
centenas de atores sociais brasileiros em processos tão diversos como o Fórum Social Mundial,
a Frente Estadual contra a Remoção de Favelas, no Rio de Janeiro, e a Plataforma Brasil de
Responsabilidade Empresarial demonstram a densidade que o Ibase é capaz de aglutinar à sociedade civil brasileira. A organização do Fórum Nacional de Entidades de Direitos Humanos e
os Diálogos contra o Racismo representaram grandes avanços no fortalecimento da cultura de
direitos no Brasil ao envolverem e sensibilizarem organizações e indivíduos sobre os direitos
de grupos minoritários.
Ainda assim, a desigualdade no país continua profunda e causa impactos no bem-estar e no
futuro de milhões de brasileiros e brasileiras, apesar dos indicadores da Fundação Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (FIBGE) sinalizarem a sua diminuição. Logo, nosso trabalho deve priorizar, ainda mais, a diminuição da desigualdade para que mudanças radicais possam ocorrer. Essa é a
questão mais importante para o Ibase. Somos, embora a democracia no Brasil se fortaleça de maneira lenta e progressiva, suficientemente radicais na luta por sua existência plena? Estamos enfrentando, da melhor maneira possível, os desafios para que alcancemos uma democracia radical?
Para radicalizarmos nossa agenda, identificamos três grandes desafios: a desigualdade, a exclusão e a pobreza; a violência (com a crescente militarização das forças de segurança e a contínua
inépcia dos governos); e a questão ambiental, cujas implicações sociais a tornam o maior e o mais
incontornável dos desafios.
Tais questões, já presentes em algumas iniciativas e em alguns projetos, fazem parte de
nossa agenda e tendem a ser mais enfatizadas nos próximos anos. Agora, convidamos vocês a
saberem mais sobre o nosso trabalho em 2006 e a participarem dos desafios de nossa jornada
pela democracia.
A Direção
5
Balanço Social do Ibase
1. Identificação
Nome da instituição: Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – Ibase
Tipo/categoria (conforme instruções): ONG – Organização Não-Governamental
Natureza jurídica:
[ ] fundação
[ ] sociedade
Sem fins lucrativos?
[x] sim
[ ] não
Isenta da cota patronal do INSS?
[x] sim
[ ] não
Possui Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEAS)? [x] sim
[ ] não
Possui registro no:
[x] CEAS
[x] CMAS
[x] estadual
[ ] municipal
[ ] sim
[x] não
De utilidade pública?
[x] associação
[x] CNAS
[ ] não
Se sim, [x] federal
Classificada como Oscip (Lei 9.790/99)?
2. Origem dos recursos
Receitas totais (*a)
2005
Valor (Mil reais)
6.610
100%
11.145
100%
0
0,00%
0
0,00%
b) Doações de pessoas jurídicas (*b)
677
10,24%
80
0,72%
c) Doações de pessoas físicas
167
2,53%
190
1,70%
0
0,00%
0
0,00%
e) Patrocínios
1.355
20,50%
2.366
21,23%
f) Cooperação internacional
3.523
53,30%
7.935
71,20%
g) Prestação de serviços e/ou venda
de produtos
370
5,60%
4
0,04%
h) Outras receitas
518
7,84%
570
5,11%
a) Recursos governamentais (subvenções)
d) Contribuições
6
2006
Valor (Mil reais)
3. Aplicação de recursos
2006
2005
Valor (Mil reais)
Valor (Mil reais)
Despesas Totais
8.733
100%
13.298
100%
a) Projetos, programas e ações sociais
(excluindo pessoal) (*c)
4.017
46,00%
8.425
63,36%
b) Pessoal (salários + benefícios + encargos)
3.969
45,45%
4.008
30,14%
747
8,55%
865
6,50%
588
78,71%
505
58,38%
Impostos e taxas
50
6,69%
56
6,47%
Financeiras (*d)
22
2,95%
252
29,13%
Capital (máquinas + instalações + equipamentos)
87
11,65%
52
6,01%
Outras (que devem ser discriminadas
conforme relevância)
0
0,00%
0
0,00%
2006
% sobre
receita
2005
% sobre
receita
metas
2007
c) Despesas diversas
(somatório das despesas abaixo)
Operacionais
4. Indicadores sociais internos
Ações e benefícios para os(as) funcionários(as)
Valor
(Mil reais)
Valor
(Mil reais)
a) Alimentação
206
3,12
194
1,74
manter
b) Educação
12
0,18
13
0,12
manter
c) Capacitação e desenvolvimento profissional
19
0,29
19
0,17
manter
d) Creche ou auxílio-creche
103
1,56
78
0,70
manter
e) Saúde
274
4,15
227
2,04
manter
f) Segurança e medicina no trabalho
2
0,03
2
0,02
manter
g) Transporte
33
0,50
31
0,28
manter
h) Bolsas/estágios
36
0,54
47
0,42
manter
i) Outros
0
0,00
0
0,00
manter
685
10,36
611
5,48
manter
Total – Indicadores sociais internos (*e)
7
R$ 13.298
a) Processo Fórum Social Mundial
R$ 2.498
37,79
R$ 5.025
Projeto 1: Fórum Social Mundial (*f)
Nº pessoas
beneficiadas:
80.000
Nº pessoas
beneficiadas:
155.000
Nº entidades
beneficiadas:
2.500
Nº entidades
beneficiadas:
6.900
b) Alternativas Democráticas à Globalização
R$ 454
Projeto 1: Agenda pós-neoliberal: alternativas
estratégicas para o desenvolvimento humano
democrático e sustentável
Nº pessoas
beneficiadas:
1.200
Nº pessoas
beneficiadas:
1.600
Projeto 2: Diálogo entre os povos pela construção
de um regionalismo alternativo
Nº entidades
beneficiadas:
70
Nº entidades
beneficiadas:
75
c) Monitoramento de Políticas Públicas
R$ 1.080
Projeto 1: Democratização dos vetores do desenv. local
Nº pessoas
beneficiadas:
138.200
Nº pessoas
beneficiadas
80.300
Projeto 5: Educação a distância (*h)
Nº entidades
beneficiadas:
2.600
Nº entidades
beneficiadas:
1.090
d) Participação da Sociedade Civil
no Espaço Público
R$ 0
R$ 684
Nº pessoas
beneficiadas:
0
Nº pessoas
beneficiadas:
520
Nº entidades
beneficiadas:
0
Nº entidades
beneficiadas:
32
Projeto 3: Diálogos contra o racismo (*g)
Projeto 4: Democratização do Orçamento Público
6,87
16,34
R$ 1.410
e) Democratização da Cidade
R$ 1.853
Projeto 1: Agenda Social Rio
Nº pessoas
beneficiadas:
17.800
Nº pessoas
beneficiadas:
37.600
Nº entidades
beneficiadas:
90
Nº entidades
beneficiadas:
814
Projeto 2: Conflitos urbanos/violência
Projeto 3: Redes e fóruns de articulação
Projeto 4: Pesquisa Juventude Brasileira e Democracia
Projeto 5: Projeto Parque Nacional da Tijuca / BR / Terra
Azul / Ibama ”Água em unidade de conservação”
Projeto 6: Núcleos de integração: uma proposta para o
desenv. integrado de comunidades de baixa renda
Projeto 7: Cidade de Deus e de direitos
28,03
R$ 512
R$ 2.412
119
aumentar
132
metas
2007
45,09
aumentar
R$ 8.733
% sobre
receita
4,59
aumentar
2005
Valor
(Mil reais)
Total Linhas Programáticas/Projetos
(*nota geral)
Projeto 2: Observatório da Cidadania
8
%
sobre
receita
12,65
manter
As ações e programas aqui listados são exemplos,
ver instrução
2006
Valor
(Mil reais)
6,14
—
21,64
aumentar
5. Projetos, ações e contribuições
para a sociedade
Cont. item 5)
R$ 935
Projeto 1: Participação em Conseas (nacional e do estado
do Rio de Janeiro) (*i)
Nº pessoas
beneficiadas:
10.050
Nº pessoas
beneficiadas:
7.785
Nº entidades
beneficiadas:
330
Nº entidades
beneficiadas:
292
Projeto 2: Repercussões do Programa Bolsa Família
na Segurança alimentar e nutricional das famílias
beneficiadas (*j)
Projeto 3: Formação de atores sociais em segurança
alimentar e nutricional
14,15
R$ 652
5,85
aumentar
f) Segurança Alimentar
Projeto 4: Participação no Fórum Brasileiro de Segurança
Alimentar e Nutricional (FBSAN)
R$ 433
Projeto 1: Participação no Fórum Brasileiro de Economia
Solidária (FBES)
Nº pessoas
beneficiadas:
4.800
Nº pessoas
beneficiadas:
55.800
Nº entidades
beneficiadas:
405
Nº entidades
beneficiadas:
800
R$ 390
Projeto 1: Responsabilidade social das empresas e
balanço social das organizações
Nº pessoas
beneficiadas:
74.800
Nº pessoas
beneficiadas:
5.800
Nº entidades
beneficiadas:
280
Nº entidades
beneficiadas:
745
R$ 661
i) Debate Público/Comunicação
R$ 1.090
Projeto 1: IbaseMídia
Nº pessoas
beneficiadas:
1.051.000
Nº pessoas
beneficiadas:
780.420
Nº entidades
beneficiadas:
1.727
Nº entidades
beneficiadas:
1.679
Projeto 2: IbaseNet
Projeto 3: Jornal da Cidadania
Projeto 4: Revista Democracia Viva
Projeto 5: Informe Ibase
16,49
2,05
5,93
manter
h) Responsabilidade Social e Ética nas Organizações
Projeto 2: Red Puentes: Rede Latino-Americana de RSE
5,90
R$ 229
R$ 1.713
15,37
manter
Projeto 2: Economia solidária, agricultura familiar e
segurança alimentar (avaliação Pronaf)
6,55
aumentar
g) Economia Solidária
Projeto 6: Editora Ibase & Imagem Institucional
2006
2005
metas
2007
Nº total de alunos(as)
NA
NA
NA
Nº de alunos(as) com bolsas integrais
NA
NA
NA
Valor total das bolsas integrais
NA
NA
NA
Nº de alunos(as) com bolsas parciais
NA
NA
NA
Valor total das bolsas parciais
NA
NA
NA
Nº de alunos(as) com bolsas de iniciação científica
e de pesquisa
NA
NA
NA
Valor total das bolsas de iniciação científica
e de pesquisa
NA
NA
NA
6 . Outros indicadores
9
7. Indicadores sobre o corpo funcional
2006
2005
metas 2007
Nº total de empregados(as) ao final do período
58
51
(*l) manter
Nº de admissões durante o período
8
2
0
Nº de prestadores(as) de serviço
5
6
manter
34%
29%
manter
Nº de mulheres que trabalham na instituição
38
32
manter
% de cargos de chefia ocupados por mulheres
41,67%
38%
aumentar
Idade média das mulheres em cargos de chefia
50
50
manter
R$ 3.319
R$ 3.497
aumentar
48
45
manter
Salário médio dos homens
R$ 5.294
R$ 4.980
manter
Nº de negros(as) que trabalham na instituição
22 (*m)
19
aumentar
% de cargos de chefia ocupados por negros(as)
16,67%
15%
aumentar
46
43
manter
R$ 2.764
R$ 2.651
aumentar
36
32
manter
% de empregados(as) acima de 45 anos
Salário médio das mulheres
Idade média dos homens em cargos de chefia
Idade média dos(as) negros(as) em cargos de chefia
Salário médio dos(as) negros(as)
Nº de brancos(as) que trabalham na instituição
Salário médio dos(as) brancos(as)
10
R$ 4.756
R$ 4.623
manter
Nº de estagiários(as)
5 (4MN e 1HB)
(*n)
5 (2MN, 2MB,
1HB)
manter
Nº de voluntários(as)
0
2
—
Nº de portadores(as) de necessidades especiais
0
0
aumentar
Salário médio de portadores(as) de necessidades
especiais
R$ 0
R$ 0
—
8 . Qualificação do corpo funcional
2006
2005
metas 2007
Nº total de docentes
0
0
0
Nº de doutores(as)
0
0
0
Nº de mestres(as)
0
0
0
Nº de especializados(as)
0
0
0
Nº de graduados(as)
0
0
0
Nº total de funcionários(as) no corpo técnico
e administrativo
58
51
(*o)
Nº de pós-graduados (especialistas, mestres e doutores)
26
22
—
Nº de graduados(as)
24
19
—
Nº de graduandos(as)
4
6
—
Nº de pessoas com ensino médio
1
1
—-
Nº de pessoas com ensino fundamental
1
1
—
Nº de pessoas com ensino fundamental incompleto
2
2
0
Nº de pessoas não-alfabetizadas
0
0
0
9 . Informações relevantes quanto à
ética, transparência e responsabilidade
social
2006
metas 2007
Relação entre a maior e a menor
remuneração
11,5 vezes
11,5 vezes
O processo de admissão de
empregados(as) é:
50% por indicação
50% por seleção/concurso
(*p)
0% por indicação
100% por seleção/concurso
A instituição desenvolve alguma política ou
ação de valorização da diversidade em seu
quadro funcional?
[x] sim, institucionalizada
[ ] sim, não institucionalizada
[ ] não
[x] sim, institucionalizada
[ ] sim, não institucionalizada
[ ] não
Se ”sim” na questão anterior, qual?
[x] negros
[x] gênero
[ ] opção sexual
[x] portadores(as) de
necessidades especiais
[ ] _______________
x] negros
[x] gênero
[ ] opção sexual
[x] portadores(as) de
necessidades especiais
[ ] ________________
A organização desenvolve alguma política
ou ação de valorização da diversidade entre
alunos(as) e/ou beneficiários(as)?
[x] sim, institucionalizada
[ ] sim, não institucionalizada
[ ] não
[x] sim, institucionalizada
[ ] sim, não institucionalizada
[ ] não
Se ”sim” na questão anterior, qual?
[x] negros
[x] gênero
[ ] opção sexual
[x] portadores(as) de
necessidades especiais
[ ] ________________
[x] negros
[x] gênero
[x] opção sexual
[x] portadores(as) de
necessidades especiais
[ ] ________________
Na seleção de parceiros e prestadores
de serviço, critérios éticos e de
responsabilidade social e ambiental:
[ ] não são considerados
[x] são sugeridos
[ ] são exigidos
[ ] não são considerados
[x] são sugeridos
[ ] são exigidos
A participação de empregados(as) no
planejamento da instituição:
[ ] não ocorre
[ ] ocorre em nível de chefia
[x] ocorre em todos os níveis
[ ] não ocorre
[ ] ocorre em nível de chefia
[x] ocorre em todos os níveis
Os processos eleitorais democráticos
para escolha dos coordenadores(as) e
diretores(as) da organização:
[x] não ocorrem
[ ] ocorrem regularmente
[ ] ocorrem somente p/cargos
intermediários
[x] não ocorrem
[ ] ocorrem regularmente
[ ] ocorrem somente p/cargos
intermediários
A instituição possui Comissão/Conselho de
Ética para o acompanhamento de:
[ ] todas ações/atividades
[ ] ensino e pesquisa
[ ] experimentação animal/
vivissecção
[x] não tem
[ ] todas ações/atividades
[ ] ensino e pesquisa
[ ] experimentação animal/
vivissecção
[x] não tem
11
10 . Outras Informações
1. Notas explicativas
(*a) Durante o período de 2006 as principais fontes de recursos foram:
I. Cooperação internacional
Oxfam/Novib (R$1.498.990), EED (R$755.486,38), Fundação Ford (R$445.664,30), Fundación Rostros y Voces
(R$207.059,12), Christian Aid (R$132.265,80), IDRC (R$119.351,71), Instituto Rosa Luxemburgo (R$85.070,94),
Associação Recife – Oxford (R$75.240), Pnud (R$ 61.225), ActionAid (R$54.903,65), Fundação Fons Catalã
(R$50.907,92), Fundacion Heiffer Ecuador (R$15.910), outras inferiores a R$10 mil (R$20.843,32).
II. Patrocínio
Petrobras (R$1.063.952)
III. Convênios
Finep (R$164.822,15), Fundação Banco do Brasil (R$15.913,10) e Instituto TerrAzul (R$110.090)
IV. Doações de pessoas jurídicas
Furnas Centrais Elétricas (R$614.549), Cese (R$30.600) e pessoas jurídicas diversas com valores inferiores
a RS$10 mil (R$31.851,73).
V. Prestação de serviços
MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário (R$370.000)
VI. Doações de pessoas físicas
Amigos(as) do Ibase
2006: 1.237 pessoas (1.199 apoios contínuos e 38 apoios únicos*)
2005: 2.401 pessoas (1.301 apoios contínuos e 1.100 apoios únicos)
*redução de 51% em relação a 2005 por causa de recadastramento e suspensão da campanha anual
de telemarketing da Amex.
VII. Outras receitas
Rendimentos sobre aplicações financeiras, rendimentos sobre bens próprios, direitos autorais.
(*b) Doações para execução de projetos com posterior prestação de contas.
(*c) A redução do valor deve-se, principalmente, ao FSM 2005 em Porto Alegre (3.600.000).
(*d) A redução do valor deve-se à correção monetária sobre o ISS feita a maior em 2005, compensada em 2006.
(*e) Os benefícios são oferecidos igualmente a todos(as) funcionários e funcionárias, independentemente da
posição ocupada e da remuneração recebida.
(*f) Pessoas que estiveram no FSM 2006, em Caracas, Venezuela, de 24 a 29 de janeiro.
(*g) A campanha “Onde você guarda seu racismo” atingiu um público mínimo de 20 milhões de pessoas
(rádio e TV).
(*h) O curso “Nas ondas do orçamento” atingiu um público de 1 milhão 700 mil ouvintes das rádios.
(*i) A participação do Ibase no Consea nacional teve um impacto sobre políticas públicas de SAN que são voltadas
para toda a população brasileira. No caso de algumas políticas específicas, como é o caso do Programa Nacional
12
de Alimentação Escolar, houve impacto direto sobre 37 milhões de estudantes, com nova correção no valor
repassado pela União, totalizando, nos últimos três anos, um aumento de 69% sobre o per capta/dia.
(*j) Este projeto visa propor aprimoramentos no Programa Bolsa Família, que hoje transfere renda para 11,1 milhão
de famílias.
(*nota geral – item 5) O público beneficiado foi calculado considerado aqueles(as) diretamente beneficiados(as)
pelas atividades dos projetos: pessoas presentes em seminários, fóruns, palestras etc; que recebem publicações
e informes via correio ou eletronicamente; participantes de listas de discussões e de comitês; lideranças locais
envolvidas; pessoas capacitadas em cursos e oficinas, professores(as), estudantes e pesquisadores(as).
(*l) A meta MANTER, estabelecida nos itens 4. Indicadores sociais internos e 7. Indicadores sobre o corpo funcional,
reflete o entendimento institucional de que estes indicadores são satisfatórios.
(*m) As informações sobre raça/etnia foram apuradas por meio de autodeclaração dos(as) funcionários(as),
considerando os(as) trabalhadores(as) negros(as) o somatório de indivíduos autodeclarados como cor de pele
preta e parda (conforme a RAIS).
(*n) Este nº inclui uma mulher negra cuja função é de menor aprendiz.
(*o) O Ibase possui um Plano de Educação Continuada (PEC), que visa contínuo e permanente desenvolvimento
acadêmico de todos(as) funcionários(as).
(*p) A seleção de pessoal é feita inicialmente dentro do corpo funcional do Ibase. Não sendo encontrado o perfil
profissional e técnico necessário à vaga em aberto, a seleção será divulgada ao público externo, por edital,
conforme modelo existente na instituição.
2. A classificação dos projetos executados em 2006 e 2005 considera:
a definição no Plano Estratégico, em que os projetos estão ordenados por Linha Programática e Estratégias
Institucionais. Para mais informações, veja os documentos Plano 2006 e Relatório 2006.
3. Em 2006, o Ibase constituiu:
Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), composta por quatro funcionárias. Duas foram designadas
pela instituição e duas foram eleitas diretamente pelo corpo funcional;
Comissão de funcionários(as), uma instância de representação de trabalhadores(as) do Ibase, formada por
integrantes eleitos(as) diretamente para um mandato de um ano, cujo objetivo principal é fomentar e contribuir
para a participação com qualidade, incentivando o debate sobre as questões de interesse coletivo, melhorando a
interação entre todas as áreas e entre as áreas e a direção.
4. Convenções
a) NA: não aplicável ao Ibase
b) MN: mulher negra
c) HB: homem branco
d) MB: mulher branca
13
Atividades
das Linhas Programáticas
14
Alternativas Democráticas à Globalização
Durante o ano de 2006, o projeto Agenda Pós-neoliberal: Alternativas Estratégicas para o Desenvolvimento Humano Democrático teve como principal atividade o seminário Democracia,
Desenvolvimento e Direitos, realizado em maio, no Rio de Janeiro. O evento, organizado em
parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo e a Action Aid Brasil, teve a participação de diversos
representantes de organizações, redes e movimentos da América Latina, Europa, Ásia e África,
e fez parte das atividades que celebraram os 25 anos do Ibase. Nesse evento, intensificou-se o
compromisso da instituição com a radicalização da democracia e o debate sobre modelos alternativos de desenvolvimento para o combate das desigualdades sociais. Nesse sentido, contribuiu para a discussão sobre as diversas dimensões da ação política de esquerda hoje, contrária
ao neoliberalismo: seus novos atores, suas diferentes trajetórias, suas diversidades culturais e
posturas tradicionais. O seminário gerou, ainda, a publicação do livro Democracia, desenvolvimento e direitos: um debate sobre desafios e alternativas, lançado durante o Fórum Social Mundial
(FSM), em Nairóbi.
O projeto People´s Dialogue promoveu dois seminários em 2006, financiados pela Netherlands
Organization for Development Cooperation (Oxfam/Novib). Em maio, no Rio de Janeiro, foi realizado o primeiro, que serviu para articular os Grupos de Referência da África e da América Latina
em torno das atividades desenvolvidas durante o ano. A importância da iniciativa foi reconhecida
por representantes de movimentos, organizações e redes da África Austral, América Latina, Ásia e
Europa. Nele definiu-se a realização de seminários sobre Terra e Bens Comuns da Natureza e sobre
Trabalho/Emprego. O seminário sobre Terra e Bens Comuns da Natureza, o segundo financiado
pela Oxfam/Novib, foi realizado em outubro, na Escola Nacional Florestan Fernandes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Guararema, São Paulo. Estiveram presentes
41 participantes da América do Sul, 17 da África Austral, dois da Europa e um da Ásia, num total
de 61 participantes, que representaram movimentos sociais e organizações da sociedade civil. O
seminário sobre Trabalho/Emprego, por questões administrativas e referentes à agenda de participantes, ocorreu durante o FSM 2007, em Nairóbi.
1
Agenda Pós-neoliberal: Alternativas Estratégicas
para o Desenvolvimento Humano Democrático e Sustentável
Em 2006, esse projeto manteve a parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, iniciada em
2003. Desde então, identificou no contexto do FSM a necessidade de aprofundamento da reflexão, da análise e da avaliação estratégica de pontos fundamentais que integram a agenda
política da sociedade civil, vinculando-o à identificação e à formulação de propostas alternativas ao neoliberalismo.
Dando continuidade à dinâmica de seminários fechados adotada em 2005, realizou-se, em
maio, o seminário Democracia, Desenvolvimento e Direitos, uma parceria entre Ibase, Fundação
Rosa Luxemburgo, ActionAid Brasil, Euralat e Fondation Charles Léopold Mayer pour le Progrès
de L´Homme. Participaram, aproximadamente, 40 pessoas das Américas, África, Europa e Ásia.
15
O seminário foi um importante espaço de articulação e de troca de idéias entre representantes
de movimentos sociais e de organizações não-governamentais. O evento fortaleceu articulações
e alianças estratégicas para ações futuras. O resultado desse trabalho foi lançado na publicação
bilíngüe (português/inglês) Democracia, desenvolvimento e direitos: um debate sobre desafios e alternativas, que tem como conteúdo os textos e os debates produzidos no seminário.
2 Diálogo entre os Povos pela Construção
de um Regionalismo Alternativo
O reconhecimento da importância estratégica da articulação entre os povos da América Latina e
da África para a superação do neoliberalismo e para a construção de alternativas é a base desse
projeto. Por um lado, é urgente avançarmos em propostas de integração Sul-Sul alternativas ao
modelo regional hegemônico, conduzido prioritariamente por empresas e governos. Por outro,
sabemos que em um mundo pós-colonizado as marcas e os entraves que separam os povos do Sul
são ainda muito presentes. Entendemos que o diálogo social e político Sul-Norte tem definido o
roteiro principal dos movimentos sociais. No entanto – e a realização do FSM 2007, em Nairóbi, é
parte disso –, construir um processo intenso de diálogo e de aproximação Sul-Sul é a condição que
irá possibilitar o avanço em nossa luta por um outro mundo possível.
Mesmo reconhecendo as dificuldades e a relevância de propor e promover o debate intenso
entre diferentes redes, entidades e movimentos sociais da América Latina – especialmente na região do Mercosul – e da África Austral, aceitamos o desafio. Assim, em 2006, iniciamos uma nova
etapa nesse esforço, desenvolvendo um projeto próprio, firmado com a Oxfam/Novib. O Ibase, no
Brasil, e a Alternative Information on Development Center (AIDC), na África do Sul, são parceiros
signatários. Os proponentes estavam absolutamente conscientes que um projeto a serviço do fortalecimento das lutas sociais não se resumiria a uma série de eventos e não poderia ser conduzido
sem o empenho político dos sujeitos dessas lutas. Por isso, desde o início foram constituídos Grupos de Referência (GRs) integrados por entidades e redes sociais que atuaram como uma coordenação compartilhada em cada uma das regiões. O GR da América Latina compreende as seguintes
organizações e os seguintes movimentos: Ibase, Central Única dos Trabalhadores (CUT)/Coordenação de Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS), Aliança Social Continental, MST, Rede Brasileira
pela Integração dos Povos (Rebrip), International Fellowships Program/Brasil (IFP) e Articulação
Feminista Marcosur. O GR africano compreende as seguintes organizações e os seguintes movimentos: AIDC, Southern Africa People’s Solidarity Network (SAPSN), Southern African Trade Union
Coordination Council (Satucc) e Trust for Community Outreach and Education (TCOE).
Identificamos, também, que a definição de uma agenda comum de mais fôlego, com capacidade para intervenção pública e formulação de alternativas, exigiria um trabalho prévio de articulação, aproximação e conhecimento mútuo. Deve-se, portanto, levar-se em conta a diferença
entre o projeto implementado sob a responsabilidade de determinados atores sociais e os processos que pretende fortalecer, catalisar ou deflagrar. Assim, a primeira etapa do projeto previa o estabelecimento e a produção de um mapeamento de lutas, de atores e de sujeitos interessados na
construção do diálogo África Austral-América Latina. Destinava-se, também, a identificar a agenda
em torno da qual o diálogo pudesse ser construído.
16
O principal seminário temático, Terra e Bens Comuns da Natureza, foi realizado, em outubro
de 2006, na Escola Florestan Fernandes do MST, em Guararema, São Paulo. O tema foi abordado
dando destaque ao papel que a América Latina e a África cumprem no cenário internacional. Estiveram presentes cerca de 60 representantes de movimentos sociais, ONGs e redes dos dois
continentes: Aliança Social Continental e Via Campesina; movimentos ambientalistas – como
o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
(FBOMs), o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), NSFAM–Malawi, a Unidade de Aperfeiçoamento Científico (Unac)–Moçambique, a Associação Nacional de Pequenos Agricultores–Zâmbia e
o Instituto de Pesquisa Africano–Zimbabwe –; redes de mulheres que trabalharam temas rurais,
como o Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil (MMC) e o World Food Program (WFP)–
África do Sul, e temas urbanos, como a Articulação de Mulheres Negras, a Biowatch–África do
Sul e o Cosatu–Swazilândia.
Identificamos dois eixos como temas principais para a agenda, em torno dos quais se desenvolverá a continuidade de nosso trabalho comum: Lutas, Resistências e Alternativas para um
Modelo de Desenvolvimento Alternativo, com ênfase na dimensão dos bens comuns, tendo como
subtemas as questões das transnacionais e dos projetos de infra-estrutura; e Questão Democrática
e Integração Solidária entre os Povos.
O processo de diálogo envolvendo diferentes atores e parcerias revela a urgência de iniciativas dessa natureza, como também as dificuldades e os desafios que representam. Construir
uma agenda comum e definir uma metodologia que permita o diálogo em profundidade entre
essa grande diversidade de forças e de perspectivas são aspectos de nosso trabalho que exigem
criatividade, confiança política e tempo. Além disso, definir um processo e um ritmo de atuação comuns, capazes de contemplar a necessidade de maior conhecimento e reconhecimento
mútuo e a urgência da intervenção política, implica negociação e processo compartilhado de
aprendizado coletivo. Todo o trabalho em torno do Diálogo entre os Povos se desenvolve em
profunda articulação com a dinâmica do FSM e ganha maior fôlego no aprendizado coletivo
adquirido com essa participação.
17
Democratização da Cidade
Essa linha programática (LP) atuou com destaque em três dimensões estratégicas: desigualdade
racial, fortalecimento comunitário e juventude. No tema da desigualdade racial, destacamos o
debate sobre as cotas raciais nas universidades públicas com o objetivo de dar maior visibilidade
às discussões sobre políticas afirmativas. A produção de uma cartilha com argumentos a favor das
cotas raciais e a realização de rodas de conversa (encontros com jovens de favela e periferia do Rio
de Janeiro) contribuíram para popularizar o debate.
O fortalecimento comunitário concretizou-se com a criação de fóruns comunitários nas comunidades quilombolas do Espírito Santo e no bairro de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias,
Rio de Janeiro, e com a criação da Agência Cidade de Deus de Desenvolvimento Local. A Frente
Estadual de Luta contra a Remoção de Favelas, no Rio de Janeiro, qualificou a atuação do Ibase
entre os movimentos sociais locais, em particular os ligados à luta. Além disso, a pesquisa Juventude, Democracia e Participação produziu impactos acima das expectativas. A visibilidade dos resultados na grande mídia e o acesso direto aos gestores públicos, por meio da publicação editada
com essa finalidade, trouxe para o debate novos argumentos, incorporando a perspectiva juvenil
e impactando políticas públicas.
1 Agenda Social Rio; 2 Conflitos Urbanos/Violência; 2 Redes
e Fóruns de Articulação
A Agenda Social Rio focalizou suas ações em duas frentes. A primeira dedicou-se à elaboração
de produtos que pudessem ampliar, principalmente via educação, a visibilidade de atores e de
temas estratégicos como economia solidária, memória social de favelas e o combate à desigualdade racial. Os produtos fortalecem organizações comunitárias locais, porque também divulgam
o trabalho que desenvolvem. A outra frente agrupou as ações sob o tema da Formação. Essas
atividades foram dirigidas a participantes de movimentos sociais e comunitários, destacando um
curso voltado aos(às) jovens.
A organização de fóruns de debate público sobre temas caros à radicalização da democracia,
como o direito à moradia e a questão das cotas raciais, visaram ampliar a circulação de argumentos
que contemplassem os pontos de vista de moradores(as) de favelas e outros movimentos sociais.
O seminário Favela é Cidade! Direito à Moradia e Garantia de Posse reuniu cerca de 300 pessoas e
criou um espaço para discussão e articulação que produziu relevantes desdobramentos. Um deles
foi a criação da Frente Estadual contra a Remoção de Favelas, que representa uma das ações de
resistência dos movimentos desse setor.
No caso das cotas raciais, a segunda edição da cartilha Cotas raciais, por que sim? possibilitou
a distribuição mais ampla do material, fomentando a discussão em cinco estados brasileiros e no
Distrito Federal, estreitando parcerias e fortalecendo atores locais. Até agora, já foram distribuídas
18
cerca de 15 mil cartilhas. Além disso, o Ibase organizou rodas de conversa sobre as cotas raciais
com jovens moradores(as) de favelas e estudantes do ensino médio oriundos de escolas públicas
e privadas, que reuniram aproximadamente 200 pessoas.
Outro importante destaque foi a publicação de Histórias de favelas da Grande Tijuca contadas
por quem faz parte delas, que deu visibilidade positiva às favelas, contando suas histórias a partir
das lembranças de moradores(as). O livro valorizou saberes e locais de moradia, propiciou uma
reflexão sobre a favela como parte indissociável da malha urbana e ofereceu valiosa contribuição
sociocultural e econômica à cidade.
Os fóruns públicos organizados pela Agenda Social Rio se tornaram ainda mais relevantes
diante da conjuntura contrária aos movimentos democráticos que ajudava, por exemplo, a pautar na grande imprensa campanhas de remoção de favelas, especialmente as localizadas próximas das áreas de proteção ambiental ou valorizadas pelos Jogos Pan-americanos 2007. As cotas
raciais, e aqueles que defendem sua implantação, também enfrentaram forte oposição liderada
por alguns acadêmicos que, curiosamente, estudam a questão racial, confirmam a existência do
racismo, mas não vêem nas cotas uma alternativa para o combate à desigualdade racial. Entretanto, a resposta de setores organizados da sociedade civil, incluindo outros acadêmicos e os
movimentos de pré-vestibulares comunitários (PVNC e Educafro, entre outros), trouxe para o
espaço público uma discussão circunscrita aos espaços acadêmicos.
O tema dos conflitos urbanos foi tratado a partir do progressivo crescimento da atuação
violenta dos grupos envolvidos com o tráfico ilegal de drogas e, paralelamente, a partir da atuação indiscriminada e também violenta das polícias militar e civil em suas operações nas favelas
da cidade do Rio de Janeiro. Nesse contexto, foi feita a pesquisa Direitos Humanos, Pobreza e
Violência no Rio de Janeiro: favelas em busca de reconhecimento e acesso à justiça, em parceria
com o Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj), a Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (Uerj) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). A pesquisa realizou uma série
de grupos focais com moradores(as) de favelas, tendo por objetivo favorecer uma compreensão coletiva do problema que possibilitasse a participação qualificada de moradores(as) dessas
comunidades na arena pública que formula as políticas de segurança que os(as) afetam. Os
resultados serão divulgados em 2007.
19
4 Cidade de Deus e de Direitos
Durante 2006, o processo de incubação de uma organização de desenvolvimento local foi
conduzido sob a responsabilidade técnica de uma equipe contratada pelo Ibase em diálogo
com o Comitê Comunitário da Cidade de Deus. O projeto tem como grandes fios condutores
a capacitação de atores locais e a construção socioinstitucional da Agência Cidade de Deus
de Desenvolvimento Local, conjugados e direcionados para o desenvolvimento local. Além
dessas duas dimensões, temos um eixo alimentador, que corresponde ao sistema de comunicação e de mobilização social, e ações estruturantes em dois campos já identificados como
prioritários: trabalho, sob a perspectiva de economia solidária, e educação, com ênfase na
inclusão social.
Na Cidade de Deus, como em outras comunidades com o mesmo perfil, são inúmeras as
dificuldades de moradores(as) com relação à inserção no mercado de trabalho pela obtenção de
empregos formais. Além da escassez de oferta de emprego, há a baixa escolaridade da população
local. Assim, o mapeamento e a formação de trabalhadores(as) locais são fundamentais. Como
parte desse compromisso, foram realizadas 90 horas de curso sobre cooperativismo, autogestão e
consumo solidário para uma turma de 40 alunos(as) com a perspectiva de formar um empreendimento econômico solidário de construção civil. Também realizamos um levantamento da situação
ocupacional de Rocinha II, a área mais pobre da Cidade de Deus, que permitiu desenhar novos
cursos para a localidade.
No projeto, desenvolvimento local é visto como processo que, uma vez estimulado, desenvolve-se a partir das potencialidades e das demandas locais. O pressuposto é que a articulação dos atores locais produza uma dinâmica cultural, social e política capaz de transformar
a vida social.
5 Núcleos de Integração – uma proposta para o
desenvolvimento integrado de comunidades de baixa renda
A proposta dos Núcleos de Integração, iniciada em 2005, insere-se na estratégia prioritária de fortalecer o tecido associativo em territórios urbanos e/ou rurais com o objetivo de apoiar processos
de desenvolvimento local e comunitário. Esses processos acontecem à proporção que se identificam e se potencializam redes sociais locais e se fortalecem iniciativas autogestionárias, possibilitando que atores sociais estratégicos assumam autonomamente os rumos de seu próprio desenvolvimento. Em 2006, os Núcleos de Integração consolidaram sua segunda fase com a constituição
de fóruns comunitários nas três comunidades trabalhadas: Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro,
Retiro e Araçatiba, no Espírito Santo.
Em Jardim Gramacho, a criação do fórum comunitário e a construção do Plano de Ação de
Desenvolvimento Comunitário de Jardim Gramacho, apresentado à comunidade e aos parceiros
locais em março de 2006, provocou uma série de desdobramentos que contribuem para a visibilidade e a consolidação da atividade: caminhadas de mobilização pela comunidade; reuniões com
representantes da prefeitura para tratar de assuntos e reivindicações específicas para o bairro;
20
encontros com parceiros regionais e municipais; participação de representantes do fórum comunitário nas reuniões e nos eventos do Conselho Municipal de Meio Ambiente; Plano Diretor do
Município de Duque de Caxias; Fórum Estadual Lixo e Cidadania; Conferência Municipal de Meio
Ambiente, entre outras.
O funcionamento desse fórum ganhou autonomia e já não depende da indução do Ibase. A
Prefeitura Municipal de Duque de Caxias vem dialogando com o fórum e se movimentando para
responder às demandas apresentadas pelos grupos de trabalho que o fórum agrupa. É visível, portanto, um avanço nas interações autônomas dentro do território e um movimento nas dinâmicas
sociais locais que envolvem cerca de 2.400 moradores(as)/parceiros na área.
Além disso, a implantação do telecentro de informática, em parceria com o Instituto Central de Cidadania (Icec), instituição local que participa do fórum comunitário, tem proporcionado aos(às) participantes a gestão de um espaço de convivência agregador que colabora para o
fortalecimento do grupo já mobilizado. Pode-se afirmar que em Jardim Gramacho desponta um
movimento de auto-organização que fortalece as redes sociais locais e pode vir a induzir, de forma
mais democrática, o desenvolvimento na região.
Nas comunidades quilombolas de Araçatiba e de Retiro, o projeto conseguiu dar densidade
e ampliar as inter-relações locais. A criação de fóruns comunitários em cada comunidade provocou um movimento nas relações sociais locais, revelando as fragilidades da condução de antigas
lideranças. O processo de construção coletiva do Plano de Ação de Araçatiba e do Plano de Ação
do Retiro, indicando as prioridades de ação em termos de desenvolvimento comunitário para
as duas comunidades, demonstrou ser um importante instrumento mobilizador da organização
comunitária para as etapas seguintes. Os planos apontam o que precisa ser feito nas áreas de
educação, infra-estrutura, geração de trabalho e renda, saúde, juventude e fortalecimento da
cultura, da identidade local e da organização comunitária.
O início dos cursos para a implementação do telecentro de informática está provocando uma
mobilização positiva. Apesar disso, ainda se percebe a necessidade de se fortalecer a relação entre
pessoas que são referências para essas comunidades, como também da identidade e da cultura
locais. O lançamento dos planos de ação nas duas comunidades quilombolas, em abril de 2006,
contou com a presença das lideranças e dos representantes de instituições locais, municipais e
estaduais, além do poder público local, gerando a possibilidade de ampliação dos parceiros estratégicos e potencializando, ao mesmo tempo, as articulações no território e com outros atores
estratégicos regionais.
6 Pesquisa Juventude Brasileira e Democracia
Em 2006, o projeto Juventude Brasileira e Democracia consolidou a pesquisa e seus principais
resultados por meio de uma nova publicação: Diálogo nacional para uma política pública de
juventude. A publicação, voltada para representantes dos Executivos e Legislativos municipais, estaduais e federal, ganhou visibilidade na mídia. Foi amplamente distribuída em um
ano eleitoral, ajudou a pautar a temática da juventude e deu subsídios qualificados para o
debate e a construção de políticas públicas nessa área. 2006 foi um ano de visibilidade pública
21
para o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) – no qual o Ibase está representado numa
articulação com a ONG Criola – por conta do lançamento do documento Política nacional de
juventude: diretrizes e perspectivas, que busca causar impacto nas políticas públicas de juventude
em âmbito nacional. Esse documento, e o seminário organizado para seu lançamento, ajudaram
a mostrar para a sociedade e para os movimentos juvenis o trabalho do Conjuve em seu primeiro
ano de existência. Por último, o Ibase pôde amadurecer os próximos passos com relação à temática de juventude na instituição, criando, em parceria com o Instituto de Estudos, Formação e
Assessoria em Políticas Sociais (Pólis) e com o International Development Research Centre (IDRC)
– em processo que teve muitas contribuições – uma nova proposta de pesquisa que amplia o
escopo para a América do Sul e busca entender as demandas e formas de organização de jovens
sul-americanos(as). O amadurecimento da temática no Ibase levou à criação de uma nova LP, Juventude, Democracia e Participação , que funcionará a partir de 2007.
7 Projeto Parque Nacional da Tijuca (PNT)/BR/TerrAzul/Ibama
– Água em Unidade de Conservação
O PNT possui características singulares por ser uma unidade de conservação (UC) urbana e ter
importância histórico-patrimonial reconhecida – e, nesse caso, também artística –, além de revelar uma importante face ecológica para a cidade do Rio de Janeiro. Está situado no Maciço
da Tijuca e estende-se, atualmente, por uma área de 3.953 hectares. Encontra-se entre alguns
dos principais bairros residenciais da cidade, como Jardim Botânico, Gávea, São Conrado, Alto
da Boa Vista, Grajaú, Tijuca, Sumaré e Silvestre, abrangendo os conjuntos Corcovado–Sumaré,
Pedra Bonita–Pedra da Gávea e Floresta da Tijuca, Parque Lage, e Covanca/Pretos Forros (Jacarepaguá). Nos limites que circundam o PNT verifica-se, ainda, a existência de 43 favelas. Além
da desenfreada expansão urbana, o PNT sofre impactos significativos em função do grande número de visitantes (estima-se que mais de 1,5 milhão de pessoas o visitem anualmente), com
grande geração de lixo, depredação de suas instalações e comprometimento de seus recursos
hídricos e de sua biodiversidade. Esse projeto teve como principal objetivo impulsionar a gestão
participativa do PNT e de seus recursos hídricos, a partir da formação e do fortalecimento do
Conselho Consultivo dessa unidade.
No fim do primeiro semestre de 2006, por meio de um amplo processo de mobilização de
atores estratégicos para a gestão da UC, chegou-se à nova composição do Conselho Consultivo
do PNT. Para isso, 140 instituições foram contatadas e convidadas a participar. Os critérios para a
candidatura a um assento no conselho e toda a metodologia participativa de envolvimento dos
atores foram construídos conjuntamente com a chefia e a equipe técnica do PNT. A preocupação
contínua de dar transparência a todo o processo de mobilização realizado concretizou-se com
a produção de um inventário, difundido e atualizado no site do Ibase. O segundo semestre foi
dedicado às atividades de capacitação dos(as) integrantes do novo conselho constituído e à
conclusão do conjunto de apostilas que serviram de base informacional para a construção do
Plano de Ação Bienal.
22
O papel do Ibase em ações voltadas para o fortalecimento da gestão participativa em UCs
tem sido o de criar as condições necessárias que facilitem a interlocução entre os diferentes
atores envolvidos. A metodologia proposta parte da criação coletiva de um espaço sistemático
de conversação, explicitação e negociação de diferentes interesses e da aprendizagem compartilhada, envolvendo variados saberes e referências. Por meio de práticas e metodologias participativas, buscam-se alternativas técnicas e políticas capazes de alterar práticas inadequadas e
fortalecer a gestão democrática da UC. A educação ambiental é utilizada como um instrumento
que contribui para disponibilizar informações qualificadas e atualizadas, compartilhar percepções e compreensões e ampliar a capacidade de diálogo e de atuação conjunta comprometida
com a missão de uma UC.
Com o término do projeto, avaliamos que seus resultados contribuíram para o aperfeiçoamento da gestão dos recursos hídricos no PNT e forneceram subsídios para a construção de modelos de gestão ambiental democráticos em outras UCs brasileiras.
23
Economia Solidária
Essa LP existe desde 2003. Suas atividades se concentram em ações que possam favorecer a articulação entre atores do campo da economia solidária e a produção de conhecimento relevante,
capaz de incidir no debate público sobre direitos sociais e econômicos, informalidade, sustentabilidade e desenvolvimento. O Ibase atua desde 2000 na organização desse campo, tendo papel
de destaque no desenvolvimento de pesquisas que subsidiam o fortalecimento do campo da
economia solidária.
O Ibase define economia solidária como uma iniciativa coletiva voltada para atividades
econômicas (produção, consumo, prestação de serviços, troca), nas quais planejamento,
gestão e distribuição de resultados são realizados por trabalhadores(as) na forma de autogestão. O primeiro levantamento realizado no país contabilizou mais de 15 mil empreendimentos desse tipo, com mais de 1 milhão de trabalhadores(as). Também fazem parte da
economia solidária as organizações e as entidades representativas desses trabalhadores e
dessas trabalhadoras, que prestam assessoria e realizam incubação de empreendimentos
ou pesquisas na área.
Outra questão importante é a retomada do diálogo sobre o tema da agricultura familiar.
Grande parte dos empreendimentos econômicos solidários estão na área rural e congregam,
principalmente, agricultores(as) familiares. Pela terceira vez, o Ibase recebeu o desafio de
avaliar o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Em 2006, a
pedido da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/
MDA), foi realizada uma pesquisa piloto no estado do Paraná com 2.400 beneficiários(as) locais do Pronaf durante a safra 2004–2005. Constatou-se que o Pronaf se consolida como política pública ao permitir um acesso que tende à universalidade e à rotinização, embora apresente dificuldades na qualidade desse acesso. Muitos(as) beneficiários(as) estão inseridos(as)
de modo subordinado na cadeia produtiva da soja e do milho, dependendo da venda de sua
produção para a grande agroindústria. As possibilidades de um desenvolvimento mais sustentável da agricultura familiar estão ligadas às experiências e práticas associativas, que favorecem a agregação de valor à produção, a compra de insumos e a constituição de canais de
comercialização. Chama a atenção, também, o importante papel das cooperativas de crédito
ligadas ao Sistema Cresol (crédito solidário), que realizam a aproximação do crédito das reais
necessidades e condições da agricultura familiar.
O Pronaf é uma das políticas mais massivas do governo federal e as discussões a seu respeito
envolvem grande quantidade de atores. No Paraná, foi possível estabelecer diálogos com diversas
organizações e entidades envolvidas no esforço de fortalecimento do tecido associativo da agricultura familiar como resposta a outros atores do mercado. O relatório final aponta recomendações
para o aperfeiçoamento do Pronaf, com destaque para a necessidade de o crédito voltar-se para o
estabelecimento agropecuário e não para uma dada cultura, como acontece hoje. Tal recomendação
foi bem acolhida pelo MDA. O relatório final da pesquisa foi enviado para aproximadamente 60 organizações, contatadas ao longo da pesquisa, e encontra-se disponível no site do Ibase. Por conta da
pesquisa, o Ibase vem sendo chamado a opinar sobre o desenvolvimento do crédito para o campo.
24
Em 2006, o Ibase continuou sua participação na articulação do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), principal entidade nacional nesse campo, em várias frentes. Está presente na
coordenação nacional do fórum, incidindo mais diretamente sobre o debate de reestruturação da
organização, nas relações internacionais e no mapeamento da economia solidária. Com a criação
do Conselho Nacional de Economia Solidária, também em 2006, o FBES é desafiado a se consolidar
como articulação nacional e a fortalecer seu papel de incidir sobre políticas públicas para o setor.
Embora tenha contribuído para a constituição do conselho, o Ibase concentra seus esforços no
fortalecimento do tecido associativo da economia solidária. Juntamente com outros membros da
coordenação nacional, pautou a agenda da reestruturação do FBES com o objetivo de fortalecer
suas bases regionais, representadas pelos fóruns estaduais (presentes em todos os estados da
federação) e municipais. O processo de reestruturação foi iniciado a partir de encontros nas cinco
regiões do país com as representações estaduais, que possibilitaram acordos sobre identidade
política, relação com outros atores e gestão e organização do FBES. Tal processo de reestruturação e fortalecimento organizativo do FBES deverá seguir até a IV Plenária do Fórum, prevista para
setembro de 2007. O Ibase também tem contribuído na construção da Rede Intercontinental de
Economia Popular e Solidária (Ripes), da qual o FBES é, juntamente com o Gresp do Peru, a rede de
referência para a América Latina.
O Ibase tem uma importante atuação no processo de mapeamento e na consolidação de um
sistema de informações sobre economia solidária no Brasil desde 2003. Depois de ter realizado, em
2005, o levantamento dos dados sobre mais de 750 empreendimentos econômicos solidários no
estado do Rio de Janeiro, seguimos, em 2006, divulgando as informações por diversos meios (artigos na grande imprensa e nas mídias da própria instituição, participação em seminários e palestras) e atuando, nacionalmente, no fortalecimento do debate e na institucionalização do Sistema
Nacional de Informações em Economia Solidária (Sies) como membro de sua Comissão Gestora
Nacional. Vale dizer que o Sies representa, hoje, um dos principais marcos institucionais da economia solidária, servindo de base para a construção de outras políticas, como o Sistema Nacional
de Comércio Justo, que regulamenta o processo de acreditação de produtores e distribuidores de
produtos da economia solidária. No fim de 2006, o Ibase inicia um novo projeto, direcionado para
trabalhar o desenvolvimento do banco de dados do Sies com o intuito de produzir uma tipologia
de empreendimentos econômicos solidários, de metodologia de redes e cadeias produtivas, além
de um primeiro mapeamento de políticas públicas de economia solidária.
25
Monitoramento de Políticas Públicas
Essa LP propõe-se a continuar fortalecendo a incidência das organizações e dos movimentos
sociais sobre as políticas públicas, promovendo espaços para debate, capacitação, articulação e
desenvolvimento de argumentos e políticas alternativas para reduzir as desigualdades sociais – especialmente as relacionadas a gênero, raça e orientação sexual – e afirmar a garantia dos direitos
fundamentais. Entretanto, essa linha de trabalho passou, em 2006, por algumas transformações e
incorporou o trabalho tradicionalmente desenvolvido pelo Ibase na área de direitos. Desse modo,
buscou-se aprofundar o tratamento dos temas de desenvolvimento social na perspectiva dos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais.
1 Democratização dos Vetores do Desenvolvimento Nacional
O projeto busca, desde 2004, incidir sobre o debate e as políticas que causam impacto e modelam
o desenvolvimento do país por meio do monitoramento do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), uma das instituições financeiras públicas estratégicas no desenvolvimento do Brasil.
O BNDES não possuía qualquer política de informação pública sobre sua atuação. Isso levou o Ibase a propor a formação de uma rede de organizações da sociedade civil que, em diálogo com o Banco, tomasse a dianteira nesse campo. Assim, foram realizados quatro encontros
na sede do BNDES durante o ano de 2006, que envolveram organizações vinculadas à Rede
Brasil sobre Instituições Financeiras, de cuja coordenação o Ibase participa, o Departamento
Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), a Amigos da Terra – Amazônia
Brasileira, entre outras.
Um dos resultados concretos desse processo foi o estabelecimento de uma portaria assinada
pelo então presidente do BNDES, Guido Mantega, criando um GT interno responsável pela construção de uma Política de Informação Pública. Além disso, foi realizado um seminário, em julho,
com a participação de movimentos sociais e representantes da direção do banco. Pela primeira
vez, representantes de grupos sociais, como MST, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
e Rede contra o Deserto Verde, diretamente afetados pelos financiamentos do BDNES, discutiram
com representantes da direção e do corpo técnico o papel dessa empresa pública e sua política de
investimento. No entanto, desde a mudança ocorrida na presidência do BNDES, em abril, houve
um nítido retrocesso na qualidade e na periodicidade desses diálogos com a instituição.
Outro resultado importante foi o levantamento de informações sobre o desempenho do
BNDES, publicado em seis edições dos boletins de acompanhamento, que resultaram em matérias
críticas na grande imprensa brasileira sobre temas como microcrédito e a queda dos investimentos sociais e regionais do BNDES nas regiões Norte e Nordeste ao longo do governo Lula. A repercussão dessas matérias provocou a reação do banco na imprensa.
Em 2006, o projeto foi capaz de construir parcerias com destacados atores sociais, como o
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), o FBES e o Fórum Nacional de
Saneamento Ambiental, além dos já citados MAB, Rede Alerta contra o Deserto Verde e MST.
26
O projeto também se envolveu no debate sobre a integração da América do Sul. Boa parte
dessa agenda vem sendo impulsionada pelo Brasil e, em especial, pelo BNDES, uma vez que o
banco é um dos principais instrumentos econômicos da política externa brasileira para a região.
Incluímos o tema dos financiamentos do BNDES para a América do Sul na agenda de seminários
realizados durante as Cúpulas Sociais de Mar del Plata e Cochabamba, além de termos provocado
o debate sobre o papel do BNDES no financiamento da IIRSA.
As atividades durante 2006 e a necessidade de construir reflexões e ações propositivas para
nortear o debate sobre o desenvolvimento e o seu financiamento resultaram na criação de uma
nova Linha Programática para o ano de 2007, denominada Desenvolvimento e Direitos, que passará a abrigar este projeto.
2 Diálogos contra o Racismo
No sentido de contribuir para o desenvolvimento de um ambiente mais favorável à implementação de políticas de redução de desigualdades, o Ibase trabalha, desde 2001, na coordenação
da iniciativa Diálogos contra o Racismo, assim como em sua campanha pública, lançada em
dezembro de 2004. Em 2006, destacamos, entre um conjunto de ações, a produção e a implementação da segunda fase da campanha Onde você guarda o seu racismo?, uma iniciativa
anti-racista de 56 organizações e movimentos sociais articulados nos Diálogos contra o Racismo, que trabalham para o alargamento de uma cultura política baseada no direito, na responsabilidade e na justiça social. A campanha veiculou cinco spots com situações cotidianas de
racismo por meio de redes de cinema e televisão (Globo, Educativa, Cultura, Bandeirantes e
outras). Esses spots, transformados em programas para radiodifusão, foram distribuídos para
cerca de 500 emissoras de rádio. O público estimado dessas difusões é de, no mínimo, 15 milhões de pessoas.
Os impactos da campanha na mídia podem ser avaliados pela quantidade e pela qualidade dos espaços abertos, pelas novas demandas geradas e pela adoção, em alguns programas
veiculados na TV comercial, dos enfoques sobre as relações raciais transmitidos pela campanha. Além disso, as respostas, as adesões e as solicitações que chegam de diversos setores e
de diversas organizações da sociedade também indicam que a campanha encontrou um tom
provocador, que estimula a reflexão, o debate e possui um grande potencial que deve continuar sendo explorado.
Por outro lado, deve-se considerar, também, o impacto da iniciativa nas ações das próprias entidades participantes dos Diálogos contra o Racismo, entre elas o Ibase. Esse foi um
dos temas analisados durante a oficina realizada, em agosto, com 30 organizações participantes da iniciativa. Na ocasião, pôde ser observado o notável avanço, apesar das diferenças
de ritmos entre as organizações, na incorporação de uma perspectiva anti-racista ativa e de
um claro compromisso com a igualdade racial. Essa postura tem influenciado a participação
dessas organizações em fóruns e redes, além de suas demandas por políticas públicas, garantindo, conseqüentemente, a transversalidade da temática racial, assim como de gênero, nas
políticas setoriais, tornando-as potencialmente mais eficazes no combate às desigualdades.
Durante a oficina, foram apontados vários exemplos de ações nesse sentido, tais como a luta
27
pela garantia de direitos para as trabalhadoras domésticas; a avaliação e as novas propostas de políticas para a agricultura familiar; o monitoramento do orçamento federal; a discussão da reforma
da previdência; a política educacional.
No campo das políticas específicas de promoção da igualdade racial, a sociedade brasileira vem travando um intenso debate sobre políticas de ação afirmativa centrado, principalmente,
na questão da adoção de cotas raciais nas universidades públicas e na proposta de adoção de
um Estatuto da Igualdade Racial. O acalorado debate público em torno dessas questões contribui
para a ampliação dos espaços de discussão sobre a natureza das relações raciais no Brasil. Os Diálogos contra o Racismo e a campanha, ao mesmo tempo que aproveitam esse espaço, também
colaboram para o seu alargamento. As organizações participantes dos Diálogos têm consciência
de estarem envolvidas em um projeto de longo prazo de superação do racismo, de mudança de
mentalidades, de atitudes e da cultura política da sociedade.
3 Direitos Humanos
Antes de relatar as atividades realizadas no âmbito desse projeto em 2006, é importante resgatar
o histórico da experiência, não registrada em relatórios anteriores. Em 2003, o Ibase foi chamado
para assumir a coordenação geral do Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos (Fórum
Nacional), que necessitava de um trabalho sistemático que preparasse sua direção política. As
prioridades se concentraram no esforço de garantir as condições para a maior participação dos
movimentos feministas, dos movimentos negros e dos movimento sociais ligados às lutas por direitos. Essa ação apresentou resultados já na realização da IX Conferência Nacional de Direitos Humanos, em 2004, com ampla participação dos movimentos e com fortalecimento da articulação
nacional e das articulações regionais em torno do Fórum Nacional.
Em 2005, iniciou-se uma nova fase para as atividades nacionais. Como na IX Conferência havia
sido deliberado que as conferências passariam a ser realizadas de dois em dois anos, sempre nos
anos pares, o Fórum Nacional e a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados resolveram realizar, nos anos ímpares, um Encontro Nacional para debater novos temas e fortalecer o debate programático entre os movimentos. Naquele ano, o Ibase concentrou sua atuação na
realização do primeiro Encontro Nacional, cujo tema central foi o Direito Humano à Comunicação.
No mesmo ano, o Ibase recomendou que fossem agregadas à coordenação mais entidades,
dando-lhe um caráter mais colegiado. Assim, foram incorporadas a Justiça Global, a Articulação
de Mulheres Brasileiras, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e a Comunidade Bahá’í.
Mesmo formalizando a coordenação nacional com essas cinco entidades, a condução que o Ibase
tem dado ao processo decisório no Fórum se pauta pela ampla participação em todas as decisões
e pela realização de reuniões ampliadas da coordenação nacional.
O Ibase assumiu, também, a responsabilidade pela elaboração, animação e manutenção de
um portal na internet (<www.direitos.org.br>) que, em pouco tempo, tornou-se referência para
os movimentos e as entidades na área de direitos humanos, com média de acessos de 2 mil visitas
individuais e cerca de 6 mil páginas visitadas diariamente (notícias, biblioteca de textos e documentos, banco de dados etc.).
28
O fortalecimento do tecido associativo, a participação efetiva de movimento sociais e de
maior número de entidades da sociedade civil, o respeito ao pluralismo de idéias, a luta contra os
fundamentalismos e a defesa intransigente da democracia e da participação têm sido os principais
eixos da atuação do Ibase no Fórum Nacional.
Em 2006, o Ibase participou da coordenação do processo de organização e condução
da X Conferência Nacional de Direitos Humanos, que teve por eixo temático a relação entre
política econômica e direitos humanos. Foram debatidos, também, o racismo e a violência,
a política indígena e indigenista, o Plano Nacional de Direitos Humanos e a necessidade de
criação de um conselho nacional, a política externa brasileira e a violência provocada pelas
instituições prisionais, incluindo manicômios e instituições para adolescentes. Constituiu-se
num grande desafio preservar, em um ano eleitoral, a Conferência Nacional de Direitos Humanos como um espaço independente, não subordinado ao governo.
Cerca de 400 entidades e 800 pessoas de todo o país participaram da conferência nacional. A persistência do trabalho desenvolvido contribuiu para o retorno, ao espaço da
conferência, de organizações indígenas e indigenistas, para o aumento da presença de entidades dos movimentos negro e ambientalista, de organizações do campo da cultura e
das comunicações. A participação dessas entidades nesse espaço de discussão e articulação
vem, por conseqüência, ampliando o número de organizações que incorporam os direitos
humanos na sua agenda política, além de criar condições para a estruturação nas regiões
metropolitanas e nos estados de fóruns de direitos humanos e de novas interfaces entre as
redes existentes.
Em termos de políticas públicas, apesar de alguns avanços pontuais nos segmentos de políticas para as mulheres e promoção da igualdade racial, e de alguns avanços significativos na área
do direito humano à alimentação adequada, o governo federal não deu continuidade ao fortalecimento do Plano Nacional de Direitos Humanos, trocando a agenda de articulação dos direitos
humanos econômicos, sociais, culturais e ambientais por um conjunto de agendas segmentadas
e pouco articuladas.
4 Educação a Distância
O Ibase tem uma experiência de 10 anos em educação a distância, concentrada, nos últimos
anos, no tema do orçamento público como forma de instrumentalizar os(as) cidadãos(as)
para a exigibilidade de direitos e o controle social. Os cursos têm sido tradicionalmente
ministrados pela internet, tendo formado 213 pessoas em 2006. Temos priorizado a capacitação de lideranças de comunidades, de organizações da sociedade civil e de movimentos
sociais. Relatos de ex-alunos(as) são testemunhos da eficácia do curso em prepará-los(las)
para intervir e monitorar orçamentos públicos. Em 2006, numa tentativa de ampliar o alcance dos cursos, experimentamos utilizar a radiodifusão, levando o curso sobre orçamento público às pessoas sem acesso à internet. A série Nas ondas do orçamento, veiculada em todo
o Brasil por rádios comunitárias e comerciais, atingiu cerca de 1 milhão 700 mil ouvintes, em
sua maioria mulheres. Seu impacto e sucesso foram comprovados por pesquisa de aceitação
realizada nas emissoras de rádio. Em alguns casos, o interesse da audiência foi tão grande
29
que as emissoras desenvolveram programas próprios sobre o tema para atender à demanda.
Essa experiência estimulou o Ibase a buscar recursos para ampliar o projeto e produzir novos
materiais nas temáticas relacionadas a direitos humanos.
5 Observatório da Cidadania
No fim do ano, foi lançado o Relatório 2006 – A arquitetura da exclusão. O relatório vem sendo
produzido desde 1996 pela rede Social Watch, composta por 400 organizações da sociedade civil presentes em 60 países, com forte influência internacional na Organização das Nações Unidas
(ONU) e em outros organismos multilaterais, e coordenada, no Brasil, pelo Ibase. A publicação foi
lançada durante o 1º Encontro Nacional da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), realizado em
Goiânia, no estado de Goiás, com a participação de 450 lideranças de organizações e movimentos
de mulheres de todo o país. O relatório foi divulgado em dezembro para aguardar o término do
processo eleitoral e, apesar disso, obteve razoável repercussão na mídia. É importante ressaltar
que o Observatório da Cidadania é utilizado por jornalistas como referência, durante todo o ano,
na elaboração de pautas e matérias. O relatório, distribuído para uma rede de 800 organizações
da sociedade civil e de movimentos sociais, também tem se consolidado como importante instrumento para a formação de lideranças de movimentos e organizações; fonte de argumentos e novas propostas de políticas; e como material para advocacy. O relatório 2006 abordou os sistemas
financeiros internacionais e nacionais, seu papel na reprodução das desigualdades e da exclusão
social e os obstáculos que impõem ao exercício do direito à autodeterminação das sociedades dos
países em desenvolvimento.
Ainda dentro dessa temática, com o objetivo de produzir argumentos mais qualificados para
a luta por mudanças na governança econômica global e pelo direito ao desenvolvimento dos
países do Sul, destacamos o início de uma pesquisa sobre o déficit democrático na governança
das instituições financeiras multilaterais, em especial do Banco para as Liquidações Internacionais
(BIS). Esse trabalho é realizado em conjunto com um grupo de especialistas acadêmicos e militantes de organizações da sociedade civil de diversos países.
30
Processo Fórum Social Mundial
Durante 2006, o Processo Fórum Social Mundial (FSM) foi marcado por intensas atividades e
uma série de eventos. Em janeiro, em uma estratégia que visava à expansão do processo, foram
realizados três eventos. O Fórum Policêntrico de 2006 aconteceu em Bamako (Mali), Caracas
(Venezuela) e Karachi (Paquistão). Inicialmente previstos para acontecerem simultaneamente
ao Fórum Econômico de Davos (Suíça), os três encontros foram realizados de forma sucessiva.
Os dois primeiros aconteceram, subseqüentemente, em janeiro, e contaram com a participação
de 25 mil e 72 mil pessoas, respectivamente. O terceiro, por problemas de organização e de
agenda, aconteceu em março e teve cerca de 30 mil participantes.
O Fórum Policêntrico teve o enorme mérito de estimular e possibilitar a participação de
redes, entidades e movimentos em encontros de âmbito internacional, permitindo a criação
de novas redes e a articulação da agenda altermundialista. No Fórum em Mali, ainda foi possível iniciar e fortalecer o processo de preparação do FSM 2007, em Nairóbi, Quênia.
Cada um dos três eventos teve características próprias, mantidos os referenciais comuns que compartilharam como expressão policêntrica de um mesmo processo: maior ou
menor participação e apoio governamental; presença mais ou menos significativa das comunidades e organizações de base; maior ou menor destaque para temas e agendas locais
em articulação com redes internacionais; expressão mais ou menos significativa e interativa
das atividades culturais no programa; maior ou menor facilidade logística, de acomodação,
de tradução etc.
A diversidade aqui expressa é um elemento extremamente positivo e demonstra a capacidade da cultura política do espaço aberto, sintetizada na Carta de Princípios do FSM, de ser adaptada
e utilizada em contextos políticos, sociais e econômicos muito distintos. Evidencia, também, a possibilidade de fortalecermos alianças, campanhas e ações que articulem os povos, as organizações
e as entidades em luta contra o neoliberalismo, respeitando e valorizando a variedade de agendas,
de formas de organização e de tradições políticas, bem como de contextos nacionais, nos quais o
processo FSM se insere.
Um grande problema, que segue como desafio para o processo, é a fragilidade da comunicação interna e externa do processo FSM. Inicialmente, pensamos em criar formas de comunicação
online entre os três eventos. Com a impossibilidade de manter a simultaneidade em tempo real,
essa hipótese foi abandonada. Outras tentativas foram feitas tendo, no entanto, baixa capacidade
de impacto nos eventos. Por outro lado, seguimos enfrentado o desafio de criar uma política de
comunicação com maior capacidade de levar as propostas, as iniciativas e as lutas que emergem
no processo Fórum para um público mais amplo.
Além disso, segue como um desafio estratégico garantir a presença mais expressiva de organizações e representantes vindos(as) de comunidades de base empobrecidas. As pesquisas realizadas com participantes revelam que temos tido, prioritariamente, a presença de certa “elite” dos
movimentos sociais em todos os eventos. Esse é um desafio político de grande magnitude. Para
sua superação, será preciso maior empenho no desenvolvimento de um processo coletivo, aberto
e compartilhado, de reflexão e ação comuns.
31
O Ibase participou ativamente do processo de organização dos Fóruns Policêntricos realizados em 2006. Integramos o Coletivo Brasileiro, assumindo inúmeras tarefas nas comissões do Conselho Internacional (CI). Atuamos em suas Comissões de Metodologia, Comunicação e Recursos e
tivemos representação em todas as suas reuniões. Acompanhamos, também, todos os Fóruns Policêntricos, embora a presença mais significativa tenha sido em Caracas. Para esse evento, participamos da elaboração, da coordenação e do acompanhamento do projeto realizado em parceria com
a Petrobras, que ampliou a participação da sociedade civil brasileira e possibilitou a realização do
Espaço Brasil. O projeto garantiu a participação de 150 brasileiros(as) em Caracas, representando
40 entidades, redes e movimentos sociais. Como parte da iniciativa, foi viabilizada a publicação
e a distribuição de 30 mil exemplares da Carta de Princípios do FSM, além de cartilhas, folhetos e
CD-ROMs com a pesquisa sobre o perfil de participantes do FSM 2005.
Como em outros fóruns, o Ibase conduziu pesquisas sobre o perfil de participantes, especificamente nos Fóruns de Bamako e Caracas (infelizmente, não foi possível reproduzir o estudo
em Karachi). Esses dados continuam a ser os únicos estudos quantitativos sobre a participação
mundial no FSM e têm gerado grande interesse na mídia, em organizações de desenvolvimento
internacional, em agências financiadoras, em pesquisadores(as) e em movimentos sociais. Os relatórios foram publicados em português e inglês e estão disponíveis no site do Ibase.
Grande parte do ano de 2006 foi ocupada com a participação do Ibase na preparação do
FSM 2007, realizado em Nairobi. Foi um processo de trabalho intenso, que envolveu o Conselho
Internacional, o Conselho do Fórum Africano e o Comitê Organizador 2007. Diversas reuniões e
diversos debates foram travados. A decisão de realizar um evento mundial do FSM na África já
havia sido tomada em 2005. As dificuldades conhecidas para realizar um encontro desse porte
na região exigiram um intenso processo de preparação. Garantir presença expressiva das redes e
dos movimentos sociais de todo o continente africano foi um dos nossos maiores desafios. Outro
desafio era o de garantir que a perspectiva africana sobre os temas da agenda global estivesse
refletida em todo o evento. Assim, foi um ponto central criar condições para o encontro com o
conhecimento e o reconhecimento dos movimentos de resistência e de luta altermundialista para
com os povos africanos.
Outra questão fundamental, que orientou todo o trabalho da Comissão de Metodologia do
CI durante o ano de 2006, foi garantir maior visibilidade às lutas, ações e campanhas organizadas
no contexto do Fórum. Os resultados do processo de preparação e do próprio FSM 2007 na África
não se resumem ao êxito (ou às dificuldades) do evento em si, mas deverão ser avaliados por redes, campanhas e movimentos no decorrer do ano. O Ibase segue empenhado no fortalecimento
e na expansão do processo FSM, avaliado como um dos espaços mais importantes de articulação
altermundialista no enfrentamento ao neoliberalismo.
32
Responsabilidade Social e Ética
nas Organizações
Essa linha de trabalho completou nove anos em 2006, consolidando o Ibase como uma referência
nos temas da Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e do Balanço Social (BS) no Brasil e em
outros países da América Latina. O ano foi marcado pela forte presença do projeto na mídia brasileira, fruto de uma estratégia proativa de divulgação de dados sobre BS de empresas por parte do
Ibase, e da grande procura, por parte da imprensa, de informações divulgadas por organizações
qualificadas que externassem uma visão independente com relação às companhias. Dessa forma,
foi possível marcar e fortalecer um viés mais crítico no debate sobre RSE do que aquele que circula nos jornais e nas revistas brasileiros e estabelecer um debate público com atores diretamente
ligados ao meio empresarial.
Essa visibilidade estratégica foi alcançada, fundamentalmente, pela divulgação do modelo
de BS para empresas e dos novos critérios para concessão do Selo Balanço Social Ibase/Betinho.
Os números que demonstram nossa incidência registram 78 citações e notas em jornais, revistas
e sites, além de 42 matérias e reportagens, em jornais e revistas, de abrangência nacional, sobre
o nosso modelo de BS, as posições políticas do Ibase e a consulta pública para concessão do selo.
Também participamos de duas entrevistas em programas de rádio (uma de alcance nacional e
outra no estado do Rio de Janeiro) e de duas em emissoras nacionais de televisão. Além disso,
publicamos três artigos de opinião em jornais nacionais com foco em negócios e finanças.
Outras atividades importantes foram as palestras realizadas em 12 seminários e oficinas no
Brasil e no exterior, das quais participaram cerca de mil pessoas de movimentos, empresas e organizações sociais, além de estudantes, e os seis eventos no tema da RSE (três seminários e três
oficinas) diretamente organizados pelo Ibase. Os eventos, nos quais participaram 200 pessoas,
eram direcionados para lideranças sindicais e de organizações sociais das regiões Sudeste e Nordeste do Brasil. Assim, disseminamos em espaços voltados para a sociedade civil organizada (e em
alguns espaços empresariais) os valores da ética, da transparência e da participação, buscando
gerar na sociedade brasileira uma cultura por novos padrões de produção, desenvolvimento e
consumo. Contudo, o discurso empresarial apoiado no voluntariado, na filantropia e nas ações
sociais privadas como base da RSE avançou muito nos últimos anos, aumentando a dificuldade
de se construir uma visão mais crítica sobre a ação das empresas que esteja fundamentalmente
baseada em direitos.
Atualmente, 330 grandes empresas que atuam no país (representando cerca de 2 milhões
de trabalhadores e trabalhadoras e 10% do PIB brasileiro) publicam seus balanços no modelo Ibase. Isso permite que a sociedade possa monitorar empresas e ampliar a pressão pública sobre as
práticas internas e externas dessas companhias, utilizando o BS como um dos instrumentos desse
controle social. O modelo de balanço social e os novos critérios foram amplamente divulgados
para as empresas. Até o mês de dezembro de 2006, 130 empresas publicaram o Balanço Social
2005 integralmente no modelo sugerido pelo Ibase. Dessas, 52 receberam o Selo Balanço Social
Ibase/Betinho após um processo de dois meses de consulta pública.
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A grande novidade na concessão do selo foi a consulta pública via internet, na qual empresas foram avaliadas e submetidas ao crivo da sociedade. A partir das informações do BS e de
suas práticas concretas, 60 grandes companhias foram expostas publicamente. Envolver ONGs
e sindicatos nessa consulta foi um dos nossos desafios, buscando lançar as primeiras sementes
de um processo de controle público cidadão sobre as empresas que atuam no Brasil. Tal processo durou 60 dias e recebeu 147 críticas e informações oriundas de organizações sociais e de
pessoas. Seu principal resultado foi a divulgação de questionamentos e denúncias, nas quais
sete grandes empresas tiveram que se justificar publicamente sobre algumas de suas práticas
internas e externas e abriram canais de interlocução com a sociedade. Todavia, como a resistência ao tema da RSE ainda é muito grande por parte da sociedade civil, avaliamos que exista um
universo de organizações sociais e de sindicatos que ainda pode ser sensibilizado e estimulado
a participar desse tipo de iniciativa.
Seguimos com a campanha pelo BS no Brasil, tendo o site <www.balancosocial.org.br> como
referência no tema (foram, ao longo do ano, 75 mil visitas ao site), e mantivemos nosso modelo de
balanço social como a principal ferramenta utilizada por empresas brasileiras, tentando sempre
agregar o diferencial de uma visão cada vez mais crítica, baseada na necessidade de desenvolver
uma cultura de direitos e a transparência. Para divulgar o tema entre as empresas, realizamos mais
uma edição do Prêmio Balanço Social, em conjunto com organizações empresariais. Após cinco
anos, o prêmio demonstrou resultados não satisfatórios com relação ao número de empresas inscritas, diminuindo de 167 para 69 nas últimas edições. Esse tipo de atividade, por ser somente
uma premiação que nunca chegou a propor mudanças nas práticas internas e externas das companhias, apresentou poucos avanços quando relacionada à transformação das práticas concretas
empresariais. Assim, o Ibase decidiu sair de todo e qualquer processo que envolva a simples premiação ou exaltação de empresas.
A partir de um processo iniciado em 2005, tentamos envolver outras ONGs, outros
movimentos sociais e sindicatos no debate sobre RSE. Além disso, continuamos as atividades de fortalecimento da Plataforma Brasil de RSE. Ainda são poucas as organizações
que participam dessa rede e encontram-se bastante concentradas no eixo Rio-São Paulo.
Contudo, num seminário internacional ocorrido em Salvador, organizado pela Curadoria
Ecumênica de Serviço (Cese)/Processo de Articulação e Diálogo entre as Agências Ecumênicas Européias e Parceiros Brasileiros (PAD), o tema voltou a ser criticado por algumas
organizações sociais, enquanto outras renovaram o interesse em se integrar à plataforma.
Um importante seminário sobre empresas multinacionais e as diretrizes da Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), realizado em São Paulo e
organizado pelo Ibase em parceria com a CUT, o Instituto da Oportunidade Social (IOS)
e a rede OECD Watch, também aproximou lideranças sindicais de todo o país do tema
da RSE e do BS. O fortalecimento dessas articulações estratégicas são fundamentais para
gerar uma mudança concreta nas empresas que atuam no Brasil e na América Latina. Ao
mesmo tempo, o não envolvimento de organizações sociais estratégicas pode se configurar como um risco para nossas atividades, visto que essas organizações não percebem a
importância da utilização de ferramentas de controle da RSE, como o BS modelo Ibase e
as diretrizes da OCDE para empresas multinacionais.
34
Continua sendo um dos nossos principais desafios sensibilizar e fortalecer o olhar das organizações de cidadania ativa no tema da RSE. Por isso, a atuação em redes nacionais e internacionais
tornou-se estratégica em nossas atividades sobre o assunto, sobretudo na América Latina. Organizamos, no Rio de Janeiro, uma oficina de trabalho sob a coordenação da Red Puentes, que contou com a presença de representantes do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), do
Imaflora e do IOS, e partiu do princípio que as empresas atuam para além das fronteiras nacionais
e que importantes empresas operam, ao mesmo tempo, em diversos países. Podemos citar, como
exemplo exitoso das nossas parcerias internacionais, a utilização do modelo Ibase de BS por um
grande banco da Argentina, além da maior empresa de petróleo brasileira, que utiliza a mesma
ferramenta nos dois países, fortalecendo a busca por transparência e a efetivação de um controle
cidadão sobre as empresas também no âmbito do Mercosul, a médio e longo prazo.
Nossa participação ativa na rede OECD Watch – que em conjunto com a Red Puentes configurou nossa estratégica inserção internacional no tema da RSE – causou a revitalização do Ponto
de Contato Nacional (PCN) da OCDE no Brasil e a possibilidade de abertura de um canal de negociação entre empresas multinacionais, o governo e as organizações sociais. A revitalização do PCN
pelo governo brasileiro e as articulações dessa rede internacional geraram uma denúncia formal e
questionamentos públicos contra uma grande empresa multinacional do setor de petróleo (questionada publicamente, ao mesmo tempo, no Brasil e na Holanda), provocando a reabertura de
canais de negociação e de diálogo com a gigantesca transnacional e incluindo pressões internas e
externas sobre o governo brasileiro. Seguimos, também, na coordenação da rede, o que nos ajudou a conhecer parte da realidade africana e a pensar nas práticas diferenciadas e no duplo padrão
de conduta adotado por algumas empresas multinacionais.
Além do trabalho com empresas, buscamos fortalecer o tema da prestação de contas e
da transparência nas práticas internas e externas das organizações da sociedade civil brasileira.
Durante o Seminário Nacional da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais
(Abong), e em outros eventos pelo país, apresentamos para os debates o tema do BS e da RSE e
essa agenda. Conseguimos importantes espaços em jornais de circulação nacional para tratar do
assunto, mas o tema ainda enfrenta resistência por parte de algumas organizações que afirmaram,
em diversas ocasiões e em diversos espaços, que ainda não é o momento ideal para se discutir
a prestação de contas e a transparência nas ONGs. Todavia, seguimos na tentativa de aperfeiçoar as ferramentas disponíveis e incluir esses instrumentos no calendário institucional do Ibase,
convidando as organizações parceiras a se tornarem exemplares com relação à transparência e à
prestação de contas.
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Segurança Alimentar e Nutricional
Em 2006, essa LP desenvolveu projetos e ações fortemente associados aos objetivos institucionais
do Ibase: a produção de uma cultura democrática de direitos, o fortalecimento do tecido associativo e a incidência em políticas públicas. Isso ocorreu a partir de nossa participação no Conselho
de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) nacional, na pesquisa sobre as Repercussões no
Perfil dos Gastos Alimentares das Famílias Atendidas pelo Programa Bolsa Família, na formação de
atores sociais em Segurança Alimentar Nutricional (SAN) e na participação no Fórum Brasileiro de
Segurança Alimentar e Nutricional.
Nesse período, destacamos a aprovação no Congresso Nacional, com imediata sanção pelo
presidente da República, da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan), elaborada
pelo Consea. A lei institui o Sistema Nacional de SAN e, desde sua elaboração até sua tramitação
e aprovação no Congresso, o Ibase teve um papel destacado, tanto por sua defesa como pelo
desempenho específico de um de seus membros que ocupa, desde 2004, o cargo de presidente
do conselho.
Assinalamos que os processos de elaboração e aprovação da lei são caracterizados por intenso debate acerca de conteúdos e prioridades a serem estabelecidos para a SAN. O Ibase contribui
para fazer prevalecer as posições que vem construindo nesse tema em parceria com outras organizações sociais, em especial os assuntos referentes às práticas intersetoriais e à gestão participativa nas políticas públicas. Assim foi cumprida a principal meta que diz respeito à participação no
Consea. Outras metas igualmente atingidas foram a continuação do processo de recuperação do
valor repassado pelo governo federal para a alimentação escolar (superando o valor apontado no
Plano 2006); o agendamento da III Conferência Nacional de SAN para o primeiro semestre de 2007;
e o início do processo de realização das conferências estaduais. No que se refere ao Consea do estado do Rio de Janeiro, os resultados ainda ficaram limitados pela baixa participação do governo
estadual e a conseqüente fragilidade política do conselho. Ainda assim, no fim do ano, estimulada
pelo processo desencadeado pela convocação da conferência nacional, começou a ser articulada
uma retomada do Consea-RJ.
O projeto que estuda as repercussões do Bolsa Família entre seus(suas) beneficiários(as), iniciado em 2006, representa a oportunidade de confrontar as principais teses que
constituem o núcleo teórico da SAN diante de maior acesso à alimentação por famílias em
situação de pobreza extrema. Realizada a primeira etapa do estudo, de natureza qualitativa,
os resultados encontrados foram muito elucidativos, seja na identificação de vulnerabilidades dessas famílias, na avaliação do programa como promotor de direitos ou na verificação
do impacto do programa na questão de gênero.
A pesquisa, de âmbito nacional, apontou que essas vulnerabilidades são múltiplas e
diversas, exigindo um esforço especial para sua compreensão dentro do contexto observado. Destacam-se as vulnerabilidades relacionadas à idade, à cor, à etnia e ao sexo; à taxa
de dependência; à chefia feminina; aos(às) portadores(as) de necessidades especiais e doenças crônicas; à escolaridade; à ocupação; ao emprego; à renda; e ao acesso a serviços
públicos universais (saúde, educação e saneamento). A etapa qualitativa, cujos resultados
foram sistematizados em um relatório preliminar, ofereceu informações necessárias para a
36
realização da etapa quantitativa da pesquisa, além de fornecer elementos importantes para
uma participação qualificada do Ibase no debate sobre políticas complementares ao programa. O projeto realizado em parceria com a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese)
para a formação de atores sociais em SAN nos estados do Maranhão, Paraíba e Piauí, com a participação de 120 atores sociais locais, foi também concluído. Na avaliação feita sobre esse processo,
constatamos o êxito na realização de seus objetivos, demonstrado pelo maior número de pessoas
que receberam a formação e participaram, posteriormente, de instâncias de elaboração e controle
social de políticas públicas. O projeto que pretende dar continuidade a esse processo de formação
foi elaborado e aguarda aprovação ainda no primeiro semestre de 2007.
O grande marco na participação em fóruns de segurança alimentar e nutricional foi a realização do V Encontro Nacional do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional (FBSAN).
Com representação de 23 estados da federação e 148 participantes, sendo 80 de movimentos
sociais e comunidades de base, esse evento significou a retomada do fórum como principal articulação de organizações e movimentos sociais sobre o tema. Nova coordenação para o fórum foi
eleita, mantendo-se sua secretaria no Ibase, que cumpriu o objetivo de reconstruí-lo e fortalecer
o monitoramento de políticas públicas de SAN. Observamos, ainda, que no fim do ano foi iniciado
um processo de retomada do Fórum Fluminense, do qual o Ibase também participa.
Essa Linha Programática fortaleceu-se de forma significativa em 2006 com a incorporação
de dois novos componentes na equipe. Em contraposição, teve dificuldades com a aprovação de
novos projetos que a tornassem auto-sustentável, o que gera insegurança e dificuldades para a
continuidade de iniciativas importantes para o Ibase e para o movimento de SAN.
37
Atividades das
Estratégias Institucionais
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Administração e Finanças
Essa Estratégia Institucional (EI) buscou aperfeiçoar os processos internos de administração e gestão financeira de forma a tornar mais eficiente o processo de assessoramento à direção e às demais
LPs. Dentre as metas estabelecidas no plano estratégico, encontra-se em pleno desenvolvimento
a implantação do Software Livre. Em conjunto com a EI de Indicadores e Gestão da Informação,
foi elaborado um edital, realizada a licitação e escolhida a empresa para o desenvolvimento do
Sistema Geral de Informação (SGI).
1 Gestão Contábil
As atividades transcorreram a contento, com a transparência das operações financeiras e contábeis refletida no Balanço Patrimonial e no Balanço Social de 2006.
2 Gestão de Contas a Pagar e Receber
O gerenciamento e a administração do fluxo de caixa foram focos especiais de trabalho em 2006.
Conseqüentemente, obtivemos bons resultados nas aplicações financeiras. Outras atividades importantes foram as reuniões com as demais Linhas Programáticas, quando foram estabelecidos
procedimentos que irão contribuir para a melhor operacionalização dos pagamentos.
3 Gestão de Recursos Humanos
Reformas e adaptação dos espaços foram feitas para possibilitar a contratação de portadores(as)
de deficiência física. Foi dada continuidade ao Projeto de Implantação de Avaliação e Desempenho com a realização de reuniões e discussões para sua operacionalização.
Um dos destaques de 2006 foi o apoio ao treinamento de pessoal desde o ensino fundamental até a pós-graduação, incluindo o treinamento de idiomas e a qualificação profissional dirigida
à melhoria do desempenho funcional.
4 Gestão de Serviços Gerais
Obtivemos e renovamos certidões com órgãos municipal, estadual e federal. Também realizamos
acompanhamento dos processos de imunidade tributária encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, de isenção do INSS encaminhado ao Ministério da Previdência e de preparação do relatório
para o Conselho Nacional de Assistência Social.
Desenvolvemos um projeto de melhorias do centro de atendimento do Ibase visando modificações de baixo custo, com aproveitamento de material e racionalização dos espaços já existentes.
Além disso, foi feito acompanhamento e atendimento das demandas internas de serviços de apoio
e de infra-estrutura.
39
5 Gestão Econômica e Financeira Institucional – Programas
e Projetos
Para subsidiar as decisões da direção e das demais Linhas Programáticas, demos especial atenção
à manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas internos de controle e análise de dados das
informações financeiras e dos modelos de relatórios gerenciais internos e externos. Sobre o gerenciamento financeiro, o ano de 2006 terminou com influência cambial negativa por cauda da baixa
cotação das moedas estrangeiras recebidas de fontes no exterior.
40
Comunicação
Em 2006, diferentes estratégias para potencializar a ação do Ibase passaram a ser usadas de forma
mais integrada pela EI de Comunicação. A edição especial da revista Democracia Viva (DV) com os
resultados da pesquisa Juventude Brasileira e Democracia e o relatório da pesquisa sobre perfil de
participantes do FSM são exemplos de como os argumentos produzidos pelo Ibase apresentam
impactos ainda mais significativos quando trabalhados adequadamente para disputar espaço na
agenda pública.
Outro destaque foi a utilização do site do Ibase como uma ferramenta auxiliar na estratégia
de assessoria de imprensa. Na relação com a mídia, o esforço foi para que a divulgação na grande imprensa seguisse os mesmos critérios políticos da ação do Ibase. Assim, buscamos reforçar o
trabalho com instituições parceiras elaborando estratégias comuns de divulgação. Por exemplo,
no caso da pesquisa do Pronaf, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que solicitou a avaliação, utilizou o resumo elaborado pelo Ibase em seu site e como ferramenta de divulgação para
outras mídias.
Outro exemplo a ser destacado foi o planejamento conjunto entre Ibase e Petrobras para
a divulgação do Espaço Brasil durante o FSM 2006. No caso das propostas elaboradas a partir da
pesquisa sobre juventude, procuramos a Agência Nacional dos Direitos da Infância (Andi), que trabalhou com nosso material e ampliou o raio das mídias atingidas. Esse é um ponto importante do
trabalho, no qual a assessoria de imprensa assume um papel político e contribui para as relações
institucionais do Ibase.
Com relação às metas previstas, a criação de um setor de campanhas foi adiada, mas permanece como objetivo da área. Para suprir essa lacuna, a divulgação dos 25 anos do Ibase foi realizada em parceria com agências de comunicação próximas à instituição.
1 Editora Ibase & Imagem Institucional
A equipe de Comunicação dedicou-se a implantar um trabalho com as Linhas Programáticas para
estreitar os laços e fortalecer a imagem institucional. As equipes trabalharam em conjunto para
que os projetos do Ibase fossem divulgados de forma adequada, respeitando a transversalidade
de gênero e raça, utilizando o logotipo e material de qualidade. Ainda que o manual de identidade
visual do Ibase não tenha sido elaborado, as publicações, os cartazes e os livros solicitados pelas
LPs foram avaliados, construídos e implementados de maneira coerente com a imagem institucional que o Ibase deseja.
Embora fundamental para o relacionamento com o público, o centro de atendimento não foi
implementado por falta de recursos financeiros. Porém, isso não inviabilizou que as demandas de
pessoas que procuraram o Ibase para conhecê-lo, conversar com as equipes e visitar a videoteca
fossem atendidas.
41
2 IbaseMídia
Nossa meta para 2006 foi aprofundar a qualidade dos contatos com a imprensa. Buscamos apresentar didaticamente o Ibase aos(às) jornalistas, além de orientá-los sobre o nosso portal na internet (cadastrando-os, quando possível), onde encontrar informações etc. A idéia era criar uma
relação mais próxima entre o(a) profissional (principalmente os(as) mais capacitados/interessados) e a instituição. Nas divulgações de pesquisas e publicações, trabalhamos mais objetivamente
as informações por meio de resumos, favorecendo a reprodução de nossos principais dados na
imprensa. Isso se mostrou bastante produtivo e contribuiu para divulgar, ainda mais, o trabalho da
instituição, além de tornar mais preciso o conteúdo das informações veiculadas.
Procuramos, também, uma postura proativa, sugerindo às coordenações do Ibase maneiras
de trabalhar para ampliar seus resultados. Um exemplo disso foi a idéia de enviar às candidaturas
à Presidência da República as propostas do Ibase para a juventude. A iniciativa contribuiu para
inserir o Ibase no debate público em um momento político importante. Na consulta pública do
Balanço Social, contribuímos com sugestões para a formatação do próprio processo.
Também buscamos reforçar os laços com a mídia alternativa, que recebeu releases e informações junto com a imprensa comercial. No caso do Observatório da Cidadania e do livro Histórias de
Favelas da Grande Tijuca, por exemplo, a opção se mostrou acertada ao garantir espaço em meios
estratégicos para o Ibase, como Agência Carta Maior, Rádio dos Trabalhadores, Observatório de
Favelas, sem abrir mão da presença nos grandes jornais ou na televisão. Com isso, foi garantida a
diversidade de interpretações dos dados, além de politizar a divulgação.
Ao longo de 2006, realizamos 33 divulgações para o Ibase (entre releases e notas), garantindo uma presença constante da instituição nos principais veículos de comunicação, principalmente
na imprensa escrita. Como resultado, o Ibase vem sendo procurado com bastante freqüência pela
imprensa como fonte para as mais diversas pautas na área social, na análise política e na economia
ligada ao social. É importante notar que em 2006 fomos mais procurados por TVs do que em 2005,
conseqüência, provavelmente, da pesquisa sobre a juventude, que colocou o Ibase na “agenda”
das pautas de diversos telejornais.
Por conta de mudanças internas no Jornal do Brasil, encerramos a parceria de textos quinzenais. Porém, foram enviados, no total, 16 artigos de opinião para O Globo, Folha de S. Paulo,
Correio Braziliense e outras publicações segmentadas. Em termos de atendimento, mais de 140
jornalistas/comunicadores(as) foram atendidos(as), a maioria atuante na mídia comercial.
3
IbaseNet
Lançamos, no primeiro semestre de 2006, o novo Portal do Ibase, que passou a adotar essa denominação e não mais IbaseNet. Desenvolvido em software livre, nosso portal reforça a opção
estratégica em democratizar toda a forma — e também o acesso — de conhecimento. Mais que
um desafio, essa construção foi uma oportunidade para inovar e renovar métodos. A iniciativa foi
construída de forma participativa, envolvendo diversos(as) funcionários(as), e contou com as parcerias das coordenações de Indicadores e Gestão da Informação e de Relações Institucionais.
42
Além das modificações nas estruturas e no layout, outras mudanças significativas ocorreram:
foi criada a revista online Agência Ibase, na qual estão agrupados todos os textos jornalísticos e
analíticos produzidos. Nesse espaço, foi disponibilizada a seção “Colunistas”, reservada a análises
de formadores(as) de opinião que aceitaram contribuir, gratuitamente, para a disseminação de
um olhar diferenciado sobre as conjunturas nacional e internacional.
Na área institucional, mais precisamente na seção “Conheça o Ibase”, foram implementadas novidades: relatórios e pesquisas para download; espaço para campanhas; apresentação
de todas as redes e fóruns das quais o Ibase faz parte. Também foram feitas mudanças na
seção “Contribua”, agora ligada à campanha Amigos(as) do Ibase. O objetivo foi chamar a
atenção dos(as) internautas para o fato de o Ibase precisar, mais do que apoio financeiro, de
cidadãos e cidadãs que acompanhem seus projetos e opinem sobre eles, contribuindo para o
fortalecimento de suas ações.
Nosso portal teve, em 2006, mais de 4 milhões de páginas visitadas e 510 mil visitantes (em
2005, foram cerca de 3 milhões 900 mil páginas visitadas com 500 mil visitantes). Outro fator positivo foi o retorno do boletim eletrônico semanal de divulgação do portal. Retomado no início de
junho, foram enviados, até o fim do ano, 55 boletins para um total de 17 mil assinantes.
Uma meta que ainda não cumprimos é a ampliação dos conteúdos do portal em inglês e
em espanhol. No entanto, iniciamos em outubro tentativas de implementação dessa tarefa, que
deverá prosseguir e se fortalecer ao longo de 2007.
4
Informe Ibase
O Informe Ibase passou por uma renovação de projeto gráfico, tornando-se um veículo mais atraente e aberto ao diálogo. O projeto previu mais ilustrações, espaço de reflexão sobre a instituição,
pautas mais voltadas para resultados conquistados etc. Um dos destaques é a ênfase em tratar dos
temas que o Ibase aposta, destacando seu histórico institucional. O espaço se dedica a abordar
cada tema institucional – um a cada edição – a partir do engajamento da instituição em trabalhálo, do acúmulo adquirido e dos planos futuros do Ibase relacionados a ele. Embora a periodicidade
seja de duas edições por ano, decidimos lançar a segunda edição em janeiro de 2007, após os
períodos de festas.
5 Jornal da Cidadania (JC)
As mudanças efetuadas no cadastro do JC a partir dos resultados da pesquisa realizada em 20042005 refletiram positivamente em 2006. Destacamos a ênfase dada à distribuição da publicação
na região da Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro. Atualmente, as 600 escolas públicas existentes nos 14 municípios da região recebem o jornal, beneficiando cerca de 420 mil
estudantes (em 2005, apenas 163 escolas de nove municípios da região recebiam a publicação,
com cerca de 100 mil estudantes). A tiragem da publicação aumentou de aproximadamente 70
mil exemplares por edição, em 2005, para 104 mil com o objetivo de atender a essa nova demanda.
43
Escolhemos a Baixada Fluminense como foco de distribuição estratégica por ser uma região
desfavorecida social e economicamente, por abrigar uma das maiores concentrações urbanas do
Brasil e da América Latina, e pela precária infra-estrutura de suas escolas.
Em 2006, também buscamos o fortalecimento das relações com o público estudantil.
Sugestões apontadas pelo público-leitor na pesquisa foram concretizadas no jornal, como o
enfoque em temas sobre violência urbana e juventude e saúde sexual e reprodutiva, e a inserção nas edições de dicas sobre as melhores formas de utilização do jornal em sala de aula. Publicamos experiências realizadas por professores(as) e estudantes baseadas em reportagens e
artigos do jornal enviados à nossa redação, como forma de estimular iniciativas semelhantes.
Essa experiência demonstrou que o Ibase precisará implementar algumas estratégias para
que a utilização do JC pelo alunado seja mais eficiente, com maior proximidade com instituições de ensino e professores(as).
Um ponto relevante de aproximação com o público foram os debates realizados com estudantes da rede pública – um por semestre – na sede do Ibase, em parceria com o Observatório
Jovem da Universidade Federal Fluminense (UFF). O primeiro, realizado em junho, às vésperas das
eleições, enfocou a participação política da juventude. Contou com a presença de seis estudantes
de 16 a 20 anos da rede pública de ensino e de cursos pré-vestibulares comunitários. Seus resultados foram publicados na edição nº 135. O segundo ocorreu em outubro, com enfoque no primeiro
emprego, e contou com a presença de oito estudantes do Rio de Janeiro. Seus resultados foram
divulgados na edição nº 137.
Produzimos seis edições da publicação, de acordo com o calendário escolar, dirigida a estudantes de ensino médio da rede pública, moradores e moradoras de áreas pobres e/ou violentas,
estudantes de cursos pré-vestibulares comunitários e profissionais de educação. Em 2006, a publicação chegou a um público de, aproximadamente, 530 mil pessoas.
6 Revista Democracia Viva (DV)
A publicação demonstrou, mais uma vez, sua capacidade de influenciar o debate público,
dando visibilidade a temas que, em geral, não têm espaço na mídia tradicional ou são abordados de maneira parcial. Ao longo do ano, assuntos tratados na revista foram utilizados
como base para a produção de reportagens e entrevistas, fortalecendo o papel da publicação como uma referência para formadores(as) de opinião — em especial, profissionais dos
meios de comunicação de massa e mídia alternativa. A quantidade de artigos produzidos
espontaneamente — sem qualquer tipo de remuneração — comprovam também o reconhecimento da publicação (foram publicados 48 artigos externos e 11 de pesquisadores e
pesquisadoras do Ibase). Vários desses artigos transformaram-se em tema de editoriais de
jornais de grande circulação, como O Globo e Folha de S. Paulo, ou reproduzidos em meios
alternativos, como a Agência Envolverde, Nova E, No mínimo e Rets, aumentando de forma
significativa a repercussão dos temas publicados na DV. As entrevistas realizadas com Carol
Oliveira, Gabriela Leite, Saturnino Braga e Aldir Blanc foram igualmente utilizadas pela imprensa tradicional e alternativa.
44
Em março de 2006, por exemplo, um gráfico publicado na revista sobre a situação da juventude no Brasil (DV nº 30, Especial Juventude e Política) gerou uma manchete no jornal Folha de S.
Paulo, impulsionando uma segunda leva de divulgação da pesquisa Juventude Brasileira e Democracia. Edições temáticas como essa mostram um outro potencial da revista. Os dados da referida
pesquisa, coordenada pelo Ibase e pelo Pólis, serviram como base para essa edição. Com isso, os
resultados desse estudo inovador, realizado em oito regiões metropolitanas do país, chegaram a
um público diferenciado daquele atingido por outras divulgações.
Ao longo de 2006, foram impressos 21 mil exemplares da revista. A DV tem 5 mil pessoas
cadastradas, especialmente formadores(as) de opinião, jornalistas, parlamentares, estudantes,
professores(as) universitários(as) e dirigentes de ONGs, sindicatos e movimentos sociais.
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Desenvolvimento Institucional
1 Avaliação Ibase
O Ibase faz avaliações institucionais periódicas, nas quais avaliadores(as) externos são comissionados
especialmente para analisar o impacto do conjunto da instituição em um determinado período. Os objetivos da última avaliação institucional foram: analisar e valorizar resultados e impactos da atuação do
Ibase, tendo como base seu planejamento estratégico 2004–2007; projetar o trabalho do Ibase para os
próximos quatro anos, levando em conta os desafios que o novo contexto brasileiro e internacional impõe; fornecer elementos para o planejamento estratégico 2007–2010. A avaliação institucional do Ibase
faz parte do acordo de financiamento institucional da Oxfam /Novib e também é peça fundamental na
parceria com o Serviço das Igrejas da Alemanha para o Desenvolvimento (EED).
Os(as) avaliadores(as) comissionados(as) foram Lilian Celiberti (coordenadora do Coletivo Feminista Cotidiano Mujer), do Uruguay; Jean Pierre Leroy (coordenador executivo do Projeto Interinstitucional Brasil Sustentável e Democrático), do Brasil; e Carles Riera (presidente da Associación per
a l’Estudi i la Promoció del Desenvolupament Comunitari), de Barcelona. As questões fundamentais
que orientaram o processo de avaliação foram: a proposta de trabalho do Ibase está adequada à sua
missão e aos seus desafios estratégicos? Quais mudanças de políticas e práticas podem ser evidenciadas pela contribuição do Ibase? Quais são as mudanças estratégicas e operativas que o Ibase deve
realizar para dar conta do momento atual no Brasil e no contexto da globalização?
Os resultados gerais da avaliação destacaram como aspectos positivos da organização a
transparência, a participação interna, a prestação de contas pública, a socialização das prioridades institucionais com outros atores, a presença pública, a autonomia e o pensamento crítico, o
aproveitamento e a abertura de novas possibilidades de ação política, a captação de recursos e a
configuração de uma equipe de direção coletiva.
Entre os problemas encontrados estavam a fragmentação interna, o desperdício de experiências valiosas, a dificuldade em tornar coletivo o pensamento estratégico, a dispersão e o excesso
de ativismo que põe em risco as iniciativas estratégicas e a falta de uma inclusão sistemática da
análise e da avaliação dos recursos no processo de planejamento.
Como proposta para o futuro do Ibase, destaca-se a idéia de criar internamente espaços de
acúmulo e reflexão estratégica sobre temas que atravessam a atuação da instituição. Isso permitiria, também, tratar de forma mais radical e consistente as questões centrais para a democratização
hoje (a participação cidadã, o modelo de desenvolvimento, as desigualdades sociais, a discriminação de raça e gênero e as formas de dominação), bem como fortalecer a ação coletiva e o desenvolvimento institucional.
2 Ibase 25 anos
A celebração dos 25 anos foi marcada, principalmente, por um esforço da instituição em estabelecer os conceitos para a sua refundação. Também foram organizadas várias atividades
com o objetivo de gerar debates e discussões na sociedade sobre os impactos do trabalho
do Ibase nesse período. Foi o caso do evento Diálogos e Controvérsias, realizado em parceria
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com o Centro do Teatro do Oprimido (CTO), em sua sede, na Lapa, Rio de Janeiro. Realizado
seis vezes ao longo do ano (em maio, junho, duas vezes em agosto, setembro e novembro),
reuniu de 30 a 50 pessoas em cada edição, entre estudantes, professores(as), lideranças sociais e representantes de ONGs, incluindo funcionários(as) do Ibase para debater temas da
conjuntura nacional e internacional.
Uma exposição contando a trajetória institucional em paralelo com a conjuntura no
mundo e no Brasil, especialmente com o processo de democratização, foi exibida em vários espaços públicos, como o Museu da República; a Estação Siqueira Campos do Metrô; a
Universidade Candido Mendes; o Centro Cultural Cartola, na Favela da Mangueira; o Museu
da Favela da Maré (Ceasm) e o Sobrado Cultural, em Vila Isabel. Outro destaque importante
foi a realização da atividade “Ciranda nas Escolas”, que atingiu cerca de 400 pessoas, entre
alunos(as), pais, mães e professores(as), promovendo discussões sobre participação, solidariedade, democracia e justiça social.
A revista Democracia Viva, produzida pelo Ibase, teve um número especial com os vários temas trabalhados pelo Ibase desde sua fundação. Seis mil exemplares foram distribuídos gratuitamente para formadores(as) de opinião, lideranças, jornalistas, acadêmicos(as) e
representantes de ONGs. O ano de eventos foi concluído com um encontro na Lapa, ao qual
compareceram cerca de 150 pessoas entre funcionários(as), parceiros(as) e colaboradores(as).
A iniciativa mesclou momento de reflexão e de diversão. A realização do seminário Juventude, Participação e Cidadania. Que Papo é Esse? representou um importante momento para
a discussão sobre questões de juventude, com a participação de representante do Conselho
Nacional da Juventude e da Secretaria Nacional de Juventude. A diversão ficou por conta
das apresentações da rapper Re.Fem; do Teatro da Imagem; do CJ Hip Hop (break); do Coral
Iyún Asé Orin (cânticos de axé em iorubá); e do DJ Andrezinho.
A celebração dos 25 anos foi uma oportunidade para tornar mais visíveis os três eixos em
torno dos quais organizamos a atuação do Ibase: fortalecimento da cultura de direitos, reforço do
tecido associativo e incidência em políticas públicas. Esse conteúdo foi disseminado, de maneira
prioritária, em todos os materiais de divulgação, eventos e textos produzidos.
Como principal resultado, destacamos a relação da imagem do Ibase com o processo de democratização e seus principais parceiros na sociedade civil. Também fortalecemos a idéia de o
Ibase desenvolver uma visão para os próximos 25 anos que contribua para uma nova onda de
democratização em uma perspectiva planetária.
3 Plataforma Ibase
A Plataforma Ibase é um evento trienal no calendário institucional e tem por objetivo promover a
reflexão conjunta entre o Ibase e seus parceiros e colaboradores(as) mais importantes em torno
dos rumos e das estratégias da instituição nos contextos brasileiro e mundial.
O evento, realizado em maio de 2006, teve como tema central Democracia, Ética e Desenvolvimento: os desafios para o Ibase. Cerca de 100 pessoas estiveram reunidas por três dias, incluindo representantes de organizações, movimentos brasileiros e redes sociais do Brasil e de mais
13 países, empresários(as), além de pesquisadores(as), técnicos(as), diretores(as), o conselho e
boa parte de funcionários e funcionárias do Ibase. Três questões foram discutidas em mesas com
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expositores(as) e em grupos de trabalho: como transformar desenvolvimento em uma questão
para a democracia? Como ser uma organização de cidadania ativa com responsabilidade social?
Como construir alianças e parcerias e atuar em redes, do local ao mundial?
A Plataforma Ibase 2006 revelou, pela sua composição de participantes, o quão mundializado está o Ibase, mesmo sem perder suas profundas raízes locais. Os debates ocorridos não
visavam ser conclusivos ou definidores de direções a seguir. Tiveram como sentido estabelecer
uma sintonia fina com parceiros estratégicos sobre o papel e a contribuição do Ibase.
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Indicadores e Gestão da Informação
O trabalho desenvolvido em 2006 seguiu, em primeiro lugar, as prioridades estabelecidas de acordo com a direção e sistematizadas nas subáreas descritas a seguir. Com ênfases diferentes, cada
uma das subáreas possuía algum grau de inovação e de rotina.
1 Métodos e Indicadores para a Ação Política
Nessa área, foram desenvolvidos três projetos ao longo do ano. O primeiro foi o de avaliação do
Pronaf, no qual o Ibase teve um papel ativo em todas as etapas relativas à construção de um método de trabalho rigoroso e viável, desde a modelagem da amostra até o auxílio na interpretação
dos dados coletados no trabalho de campo e tratados para publicação. Esse projeto foi um bom
exemplo de trabalho articulado entre diferentes equipes do Ibase com funções específicas realizadas em sinergia.
O segundo projeto foi a Pesquisa Nacional de Consumo Alimentar e Perfil Nutricional
de Escolares, iniciada em 2006, mas prevista para terminar em 2007. Participamos na coordenação da metodologia do trabalho em parceria com a Associação Brasileira de Nutricionistas (Asbran), entidade que coordena a pesquisa. As tarefas desenvolvidas envolveram,
principalmente, a construção de cenários de amostra para a pesquisa que permitissem,
simultaneamente, atender aos objetivos do projeto e mantê-lo dentro dos limites orçamentários previstos, e a orientação na elaboração dos instrumentos de coleta de dados e
seu teste em campo.
Finalmente, contribuímos com o projeto Repercussões no Perfil dos Gastos Alimentares das Famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família. Nesse caso, mapeamos os dados das
pessoas beneficiadas pelo programa para permitir o adequado entendimento do fenômeno
a ser estudado; em seguida, auxiliamos nas discussões sobre as formas de dimensionar o
trabalho de campo e, por fim, discutimos a construção de um pré-teste para pôr à prova
algumas de nossas assunções. Como linha de atuação, tem sido bem-sucedida em aumentar
a capacidade do Ibase de produzir informações e análises que aprimorem e qualifiquem o
debate público. Atuamos, essencialmente, como equipe de metodologia ao longo de quase
todo o ano de 2006.
49
2 Sistema de Gestão da Informação
Realizamos inúmeras reuniões com várias equipes do Ibase para dimensionarmos as demandas e adequá-las às expectativas que esse sistema poderia trazer. Com base nas informações e
no objetivo do projeto em si, fizemos uma concorrência pública e contratamos uma empresa
desenvolvedora de software livre para implementar essa solução tecnológica. A equipe que
tem dialogado e se articulado nessa linha envolve também membros da Coordenação de
Administração e Finanças e, com maior ênfase, o setor de Tecnologia da Informação. O trabalho desenvolvido deu o rumo adequado e oferece uma sólida base para a continuidade e a
conclusão desse sistema em 2007.
Além dessas subáreas principais de atuação, desenvolvemos, pela quinta vez, uma pesquisa
com participantes do Fórum Social Mundial. O Ibase vem atuando no FSM desde o seu surgimento
e, em 2006, contribuímos com a publicação Fórum Social Mundial – Raio X da participação no Fórum Policêntrico 2006 – Capítulos Caracas e Bamako. Como nas pesquisas anteriores, essa contou
com grande esforço de discussão do instrumento de campo e suas necessárias adaptações para
que fosse compreendido por pessoas de todos os lugares do mundo. Além disso, foi realizado
um grande esforço de recrutamento e treinamento de entrevistadores(as) para garantir uma adequada coleta de informações entre participantes. Após o processamento e a análise, a publicação
resultante valorizou o processo FSM como um todo, sendo especialmente útil para pessoas e instituições interessadas no estudo, no mapeamento e na problematização desse fenômeno para além
de um evento pontual.
A avaliação geral aponta que conseguimos destacar a posição do Ibase, de forma sólida,
entre os diferentes parceiros. É publicamente reconhecido que o Ibase tem desenvolvido sua
capacidade de construir argumentos por meio da implementação de pesquisas que coletam
diretamente da realidade social os dados e insumos para sua interpretação. Até recentemente,
tal habilidade era monopólio da academia e de institutos especializados em pesquisa quantitativa e aparecia mais como uma deficiência em outras instituições envolvidas com a defesa e a
promoção de direitos.
3 Projeto Ibase de Software Livre; 4 Tecnologia da Informação
Apesar das ações citadas anteriormente, muita energia foi dedicada a trabalhos de rotina, especialmente no setor de Tecnologia da Informação, com funções de manutenção do parque de
hardware e software adequados às demandas do corpo funcional. Nesse sentido, é importante
destacar que, ao contrário do que acontece em grandes instituições, o Ibase tem uma demanda
para suporte de software consideravelmente grande, dada a diversidade de sistemas operacionais, aplicativos de escritório e programas de produtividade no uso da internet que possui e que
vem sendo diminuído paulatinamente.
50
Relações Institucionais
Nosso objetivo central tem sido a busca da renovação das condições de sustentabilidade política
e financeira da instituição, dando ênfase ao aprofundamento do pacto político solidário entre o
Ibase e suas parcerias. Além disso, tem sido preocupação permanente o desenvolvimento de novas estratégias para aumentar e diversificar a base de relações e apoio social, tanto no âmbito da
cooperação internacional, das fundações nacionais e internacionais, como da sociedade civil, das
empresas e dos governos.
O ano de 2006 esteve especialmente marcado pelas iniciativas em torno dos 25 anos do Ibase, do qual participamos por meio do grupo de trabalho do projeto Ibase 25 anos. Também participamos na coordenação dos processos de avaliação externa trienal e no planejamento estratégico
2007–2010.
1 Acordos e Convênios de Cooperação
Em 2006, a articulação entre as diversas áreas da instituição se mostrou importante para a relação
com as organizações parceiras, tanto no processo de avaliação externa institucional como na realização da Plataforma Ibase e no desenvolvimento dos projetos estratégicos desenvolvidos.
Parte do convênio institucional entre Ibase e Oxfam/Novib, a avaliação externa trienal foi
realizada em duas fases – a primeira em março e a segunda em maio – por uma equipe composta
de um avaliador nacional e dois avaliadores internacionais. A avaliação teve como base orientadora os termos de referência discutidos entre Ibase, Oxfam/Novib e EED, e seus resultados foram
socializados e discutidos internamente, além de terem sido importante referência para o processo
de discussão do planejamento estratégico.
A realização da Plataforma Ibase proporcionou um rico debate político sobre os rumos
da instituição e o estreitamento de parcerias com várias organizações que são política e estrategicamente importantes para o desenvolvimento do nosso trabalho. A consolidação das
parcerias também tem se dado pela reconhecida qualidade técnica e política dos trabalhos
realizados pelo Ibase, com a conseqüente renovação e ampliação de alguns convênios.
Outro processo importante durante o ano foi a preparação da renovação do convênio institucional entre Ibase e EED, por meio do novo planejamento estratégico 2007–2010, aprovado em
dezembro de 2006 e fruto de debates internos e discussões sobre os rumos da instituição diante
dos desafios e os possíveis cenários nos âmbitos local, nacional e internacional.
2 Governos e Empresas
O bom desenvolvimento e a repercussão dos resultados do projeto piloto de avaliação do Pronaf
no estado do Paraná propiciaram o avanço das discussões com a Secretaria de Agricultura Familiar
do Ministério de Desenvolvimento Agrário sobre a possibilidade de nova consultoria em 2007,
ampliando o universo da avaliação realizada em 2006.
51
O Ibase contou com o patrocínio da Petrobras para a realização de vários eventos no âmbito
das comemorações dos seus 25 anos. Em nome do Comitê Internacional do FSM, o Ibase também
teve o patrocínio da Petrobras para a produção de materiais e o envio de uma delegação de representantes da sociedade civil para o FSM em Caracas, na Venezuela. Além da Petrobras, o Ibase teve
parcerias com outras duas empresas públicas: Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Furnas Centrais Elétricas S.A. (Furnas). Outras importantes parcerias foram reafirmadas com algumas
editoras privadas para a veiculação gratuita de anúncios comemorativos, como a Revista Nossa
História e o Fórum Democrático.
3 Sociedade Civil
As comemorações dos 25 anos da instituição propiciaram oportunidades para a ampliação da visibilidade do Ibase na sociedade em torno de causas defendidas pela instituição. Aliadas às iniciativas e aos eventos, as campanhas de mobilização de recursos para a sociedade civil continuaram
trazendo novos apoios à instituição. Chegamos ao fim de 2006 com 141 novas adesões à Campanha Amigos(as) do Ibase e um total de 1.199 amigos(as).
Por meio do envio periódico de publicações como o Informe Ibase e o Jornal da Cidadania,
mantemos nossos(as) amigos(as) informados(as) sobre o trabalho da instituição e sobre outros
temas de importância para a democracia. Além disso, iniciamos o envio do Boletim Ibase e de
convites para eventos, por meio eletrônico, buscando aprofundar ainda mais as relações com
esse grupo de pessoas que, de maneira continuada, apóiam nosso trabalho. Vale aqui destacar
que várias pessoas aumentaram espontaneamente suas contribuições ao projeto Ibase durante
o ano de 2006.
Ainda em 2006, a partir das transferências de pontos do projeto Solidariedade da American Express, pessoas que possuem o cartão de crédito Amex doaram os pontos obtidos de suas
compras a ONGs e entidades beneficentes. O Ibase é uma das nove organizações beneficiárias, e
recebeu contribuição única de aproximadamente 980 pessoas, atingindo um total de 22 mil pessoas nos oito anos do projeto. A arrecadação total da Campanha Amigos(as) do Ibase e do projeto
Solidariedade foi de R$ 174.760,03.
Para a divulgação das campanhas de adesão ao Ibase, continuamos contando com a colaboração de 16 organizações parceiras entre fundos de pensão e associações de classe. Além dos
encartes da campanha em suas publicações, várias organizações veicularam artigos sobre os 25
anos do Ibase – o que ajudou bastante na divulgação do trabalho e das causas defendidas pela
instituição para um público bastante amplo e diversificado.
Como resultado do desenvolvimento do novo Portal do Ibase e de sua nova seção “Contribua” (que conta com a novidade do processo de pagamento automatizado e com a maior integração das ações de mobilização em todo o portal), conseguimos ampliar significativamente as
contribuições por meio da internet. Em 2006, tivemos um retorno de 49 pessoas pela página de
adesão ao Ibase, muito maior que o obtido em 2005.
Para o desenvolvimento das iniciativas de mobilização de recursos, continuamos contando
com o importante apoio da Oxfam-GB, por intermédio de seu escritório em Recife, no âmbito do
Programa de Mobilização de Recursos, que envolve, ao todo, cinco organizações brasileiras.
52
Produções Ibase
1 Publicações impressas e eletrônicas
1.1 Apostilas, cartilhas e livros
• Fórum Social Mundial – Raio X da participação no Fórum 2005: elementos para o debate, versões
em port. (3 mil exemplares)/ ing.( 2 mil exemplares)/ esp. (3 mil exemplares), no âmbito do Grupo
Facilitador Brasileiro do FSM, com patrocínio da Petrobras.
• Histórias de favelas da Grande Tijuca contadas por quem faz parte delas, Projeto Condutores(as) de
Memória, no âmbito do projeto Agenda Social Rio, 1 mil exemplares.
• Cotas raciais por que sim?, 2ª edição, 30 mil exemplares.
• Diálogo Nacional para uma Política Pública de Juventude, em parceria com Pólis, 5 mil exemplares.
• Conjunto de apostilas de apoio à capacitação do Conselho Consultivo do PNT, em parceria com
Instituto TerrAzul e Petrobras Ambiental, 100 exemplares de cada: Parque Nacional da Tijuca:
integrando proteção ambiental e participação social em áreas urbanas; Água: bem público em
unidades de conservação; Educação ambiental em unidades de conservação; Gestão participativa
em unidades de conservação; e Elaboração de plano de ação em unidades de conservação.
• Diagnóstico Social de Araçatiba e Retiro, no âmbito do projeto Furnas em parceria com a Rede
Coep, 30 exemplares.
• Plano de Ação de Desenvolvimento Local de Jardim Gramacho, no âmbito do projeto Furnas em
parceria com a Rede Coep, 1 mil exemplares.
• Plano de Ação de Desenvolvimento Local de Araçatiba, no âmbito do projeto Furnas em parceria
com a Rede Coep, 1 mil exemplares.
• Plano de Ação de Desenvolvimento Local de Retiro, no âmbito do projeto Furnas em parceria com
a Rede Coep, 1 mil exemplares.
1.2 Periódicos
• Revista Democracia Viva, 5 mil exemplares por edição, quatro edições.
• Jornal da Cidadania, 100 mil exemplares por edição, seis edições.
• Informe Ibase, 1. 700 exemplares, uma edição.
• Observatório da Cidadania Relatório 2006 – Arquitetura da Exclusão nº 11, em parceria com iTem,
1.500 exemplares, edição anual.
• Plano Ibase 2006, 400 exemplares, edição anual.
• Relatório Ibase 2005, 250 exemplares, edição anual.
53
1.3 Publicações em meio eletrônico e sites
• IbaseNet, o portal do Ibase – atualizações semanais (e diárias durante as edições
do processo Fórum Social Mundial).
• Boletim Desenvolvimento, Democracia e Direitos, cinco edições no âmbito do projeto do BNDES,
disponível no site do Ibase.
• Relatório Pronaf – Resultados da Etapa Paraná, em parceria com SAF/MDA, disponível
no site do Ibase.
• Observatório da Cidadania Relatório 2006 – Arquitetura da Exclusão nº 11, em parceria com iTem,
versões em por. /ingl. / esp., 1.500 cópias em CD, disponível no site do Ibase.
• Fórum Social Mundial – Raio X da participação no Fórum 2005: elementos para o debate, versões
em port./ ing./ esp., no âmbito do Grupo Facilitador Brasileiro do FSM, com patrocínio da
Petrobras, 5.850 cópias em CD, disponível no site do Ibase.
• Conjunto de apostilas de apoio à capacitação do Conselho Consultivo do PNT, em parceria
com Instituto TerrAzul e Petrobras Ambiental, 350 cópias em CD, também disponível no site do
Ibase: Parque Nacional da Tijuca: integrando proteção ambiental e participação social em áreas
urbanas; Água: bem público em unidades de conservação; Educação ambiental em unidades de
conservação; Gestão participativa em unidades de conservação; e Elaboração de plano de ação em
unidades de conservação.
• Diagnóstico Social de Araçatiba e Retiro, no âmbito do projeto Furnas em parceria com a Rede
Coep, disponível no site do Ibase.
• Inventário e Plano de Ação Bianual do Conselho Consultivo do Parque Nacional da Tijuca, em
parceria com Instituto TerrAzul e Petrobras Ambiental, disponível no site do Ibase.
• Site da Agência Cidade de Deus de Desenvolvimento Local.
• Site Balanço Social e lista eletrônica [DiretrizesOCDE] de debates sobre as Diretrizes
da OCDE no Brasil.
• Site Diálogos contra o Racismo.
• Site Fórum Nacional de Direitos Humanos.
• Site Racismo no Futebol.
• Site Diálogo entre os Povos
1.4 Vídeos e DVDs
• Vídeo do projeto Arteiras.
• Vídeo da Agência Cidade de Deus de Desenvolvimento Local.
• DVD Ibase 25 Anos.
1.5 Artigos de opinião publicados em mídia externa
• Nova onda de democracia. Correio Braziliense, Brasília, 11/1, Cândido Grzybowski.
• Cai o fundamentalismo de mercado. O Globo, Rio de Janeiro, 21/1, Cândido Grzybowski.
• Imperialismo diet no Hiati. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 9/3, Carlos Tautz.
• Educação cidadã. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 23/3, Elizabeth Cavalheiro.
54
• Solidariedade e desenvolvimento. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 6/4, Eugênia Motta e João
Roberto Lopes.
• De Recife a Nairóbi. Jornal do Brasil on line, Rio de Janeiro, 20/4, Maurício Santoro.
• A grande política para uma grande sociedade. O Globo, Rio de Janeiro, 17/5, Cândido Grzybowski.
• Você já descobriu? Jornal do Brasil on line, Rio de Janeiro, maio, Luciano Cerqueira.
• O BNDES e a sociedade civil. Revista do Terceiro Setor (Rets), Rio de Janeiro, 7/7, Luciana Badin.
• A ação afirmativa das leis. Correio Braziliense, Brasília, 17/7, Mauricio Santoro.
• Oportunidade histórica. Folha de São Paulo, São Paulo, 10/8, Athayde Motta e Iracema Dantas.
• Começa a cair a ficha do BNDES. Blog do Noblat, Brasília, 15/8, Carlos Tautz.
• Obesidade e políticas públicas. O Globo, Rio de Janeiro, 21/9, Vívian Braga.
• Avanços no debate sobre responsabilidade social. Revista Brasil Responsável, nº 14, novembro,
pág. 61, Cláudia Mansur.
• La ventana histórica da América Latina. Semanário Latino-americano Peripecias.com; Blog do
Noblat, Brasília; e Envolverde – Revista Digital de Ambiente, Educação e Cidadania, São Paulo, 8/11,
Carlos Tautz.
• A operação madeira. Semanário Latino-americano Peripecias.com, 15/11, Carlos Tautz.
• Olhem para o país real. O Globo, Rio de Janeiro, 7/12, Cândido Grzybowski.
• Partido comunista do Brasil – Sonhos, dilemas e desafios. Revista História Viva Temas Brasileiros
nº 5, edição especial temática Esquerda no Brasil, pág. 34, São Paulo, Dulce Pandolfi.
2 Organização de cursos, exposições, fóruns, oficinas e seminários
• Exposição itinerante “A luta pela democracia faz parte da nossa história”, no âmbito do projeto
Ibase 25 Anos. Ao longo do ano até o início de 2007, a exposição foi apresentada em vários locais
do Rio de Janeiro: no Museu da República, na Estação Siqueira Campos do Metrô, na Universidade
Cândido Mendes, no Centro Cultural Cartola, no Museu da Favela da Maré (Ceasm), no Sobrado
Cultural, no Curso Flor e Canto Encontros Ecumênicos de Formação, em Magé; e também em São
Paulo: na Grande Galeria do Teatro João Theotonio e no Curso de Verão do Centro Ecumênico de
Serviço à Evangelização Popular (Cesep).
• II Fórum Mundial de Informação e Comunicação, em parceria com várias instituições nacionais e
internacionais, Caracas, Venezuela, 23 de janeiro, no âmbito do processo FSM.
• VI Fórum Social Mundial, em parceria com uma rede de instituições nacionais e internacionais,
capítulos Caracas, Venezuela, 24 a 29 de janeiro, e Bamaco, Mali, de 19 a 23 de janeiro.
• Seminários e oficinas, em parceria com outras instituições, durante o VI Fórum Social Mundial,
capítulo Caracas, Venezuela, 24 a 29 de janeiro:
– Seminário O papel do BNDES no financiamento à infra-estrutura para integração da América do Sul;
– Seminário Superando o neoliberalismo: bases para uma nova onda democrática;
– Seminário Crise da política: relação entre partidos e movimentos sociais;
– Seminário Crise e limite da onda democrática na América Latina;
– Seminário Integração e desenvolvimento;
– Seminário As políticas de SAN na América Latina e os acordos da OMC;
– Seminário Juventude e Democracia: participação, esferas e políticas públicas;
– Oficina Diálogos para a consolidação da democracia;
55
– Oficina Juventudes, democracias e caminhos de participação;
– Oficina Diálogos contra o racismo;
– Oficina Observatório da Cidadania/Social Watch: indicadores para avaliação
do desenvolvimento social;
– Oficina Desc: pobreza e direitos humanos;
– Oficina Debate sobre políticas públicas na América Latina: desigualdades e direitos.
• 1º Encontro de Integração Comunitária de Araçatiba, no âmbito do projeto Furnas em parceria com
a Rede Coep, na Escola Municipal de Araçatiba, município de Viana, Espírito Santo, 10 de fevereiro.
• 1º Encontro de Integração Comunitária de Retiro, no âmbito do projeto Furnas em parceria com a
Rede Coep, no Centro Comunitário de Retiro, município de Santa Leopoldina, Espírito Santo,
11 de fevereiro.
• Debate sobre o Projeto do Rio Madeira, no Ibase, Rio de Janeiro, 5 de março.
• Oficina de Coordenação da Red Puentes, com a presença de 12 lideranças de ONGs participantes
da rede da Argentina, Brasil, Chile, Espanha, Holanda, México, Peru e Uruguai, no Ibase, Rio de
Janeiro, de 14 a 17 de março.
• V Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional, no âmbito do FBSAN, Belo
Horizonte, Minas Gerais, em abril.
• II Fórum Social Brasileiro: caminhos para um outro mundo possível – a experiência brasileira
(Fórum de Abril), em parceria com uma rede de instituições nacionais, na Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, de 20 a 23 de abril.
• Seminários e oficinas, em parceria com outras instituições, durante o II Fórum Social Brasileiro,
na Universidade Federal de Pernambuco, Recife, de 20 a 23 de abril.
– Integração solidária e democracia na América Latina: os desafios para o Brasil;
– Desenvolvimento, Democracia e Direitos – O BNDES que temos e o BNDES que queremos;
– Ciclo de seminários Reforma política e participação;
– Oficina sobre a campanha Onde você guarda o seu racismo?;
– Oficina sobre a Chamada Global de Ação contra a Pobreza (GCAP).
• Seminário Favela É Cidade ! Direito à Moradia e Garantia da Posse, em parceria com Frente Estadual
contra a Remoção e Universidade Cândido Mendes, na universidade, Rio de Janeiro, 17 e 18 de abril.
• Capacitação dos Agentes Locais do Projeto Núcleos de Integração e de Integrantes do Fórum
Comunitário de Jardim Gramacho, no Clube Recreativo Monte Castelo, Jardim Gramacho,
de 24 a 26 de abril.
• Curso sobre Desenvolvimento Local, na sede da Agência de Desenvolvimento Local da Cidade de
Deus, Rio de Janeiro, a partir de 5 de maio, com duração de um ano.
• Curso de Gestão de Telecentros, em parceria com a Socid – Sociedade Digital, no Centro
Comunitário de Retiro, município de Santa Leopoldina, Espírito Santo, de 10 a 12 de julho.
• Curso de Gestão de Telecentros, em parceria com a Socid – Sociedade Digital, na Escola Municipal
de Araçatiba, município de Viana, Espírito Santo, 13 e 14 de julho.
• Seminário O BNDES que Temos e o BNDES que Queremos – o Papel do Banco no Financiamento e
Desenvolvimento Nacional Democrático, no âmbito da Rede Brasil, no auditório do BNDES, Rio de
Janeiro, 13 de julho.
56
• Quinze grupos focais com beneficiários(as) do Programa Bolsa Família no âmbito da pesquisa
Repercurssões do Programa Bolsa Família na Segurança Alimentar e Nutricional dos Beneficiários,
em 15 municípios das cinco regiões brasileiras, em julho e agosto.
• Capacitação Inicial do Conselho Consultivo do Parque Nacional da Tijuca, na sede do Ibama,
Rio de Janeiro, 14 de agosto.
• Capacitação Inicial do Conselho Consultivo do Parque Nacional da Tijuca, no centro de visitantes
do PNT, Rio de Janeiro, 23 de agosto.
• Seminário A Macroeconomia do Governo Lula e suas alternativas – Quais são os Caminhos
Possíveis?, no âmbito da Rede Brasil, Belo Horizonte, agosto.
• Fórum Qualidade da Educação da Cidade de Deus, na Escola de Samba Mocidade Unida de
Jacarepaguá, em agosto.
• Seminário Internacional sobre as diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, no âmbito
da Rede Puentes, São Paulo, 29 e 30 de agosto.
• Curso de capacitação, planejamento, construção e legalização de empreendimento econômico
associativo e autogestionário com trabalhadores(as) de construção civil da Cidade de Deus, na
CDD, a partir de 14 de setembro de 2006.
• Fórum Balanço Social 2006 – Responsabilidade Social na Cadeia Produtiva e solenidade de entrega
do 5º Prêmio Balanço Social, em parceria com Ethos, Fides, Aberje, Apimec, São Paulo,
27 de setembro.
• Oficina Inicial Juventude Sul-Americana e Integração Regional, em parceria com Pólis e IDRC, no
Hotel Golden Park, Rio de Janeiro, de 18 a 20 de setembro.
• Seminário Alternativas à Integração da América do Sul e o Papel do BNDES, São Paulo, setembro.
• Curso sobre Capacitação Básica em Gestão de Instituições Comunitárias, na sede da Agência de
Desenvolvimento Local da Cidade de Deus, Rio de Janeiro, a partir de 10 de outubro.
• Seminário Terra e Bens Comuns da Natureza, em parceria com outras instituições, na Escola
Florestan Fernandes, do MST, Guararema, São Paulo, 30 de outubro a 5 de novembro.
• Curso da Escola Básica de Formação para Cidadania para Jovens, em parceria com Se Essa Rua
Fosse Minha, Rio de Janeiro, de outubro a dezembro.
• Seminário Juventude, Participação e Cidadania. Que Papo é Esse?, no âmbito do projeto Ibase 25
Anos, em parceria com o Centro do Teatro do Oprimido, em sua sede, na Lapa, Rio de Janeiro,
23 de novembro.
• Oficina Jovens sul-americanos: desafios para a construção de uma agenda de direitos, em parceria
com Pólis e IDRC, no Ibase, Rio de Janeiro, 24 de novembro.
• Oficina sobre os Impactos Socioambientais do Complexo Petroquímico da Petrobras em Itaboraí,
Rio de Janeiro, 28 de novembro.
• Diálogos e Controvérsias, em parceria com o Centro do Teatro do Oprimido (CTO), em sua sede,
na Lapa, Rio de Janeiro, 22 de maio, 20 de junho, 1º de agosto, 29 de agosto, 26 de setembro e 28
de novembro.
• Seminário de apresentação da fase qualitativa e contribuição da fase quantitativa da pesquisa
Repercussões do Programa Bolsa Família na Segurança Alimentar e Nutricional dos Beneficiários
com representantes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e da Finep, no
Ibase, em novembro.
57
Fontes de financiamento
Convênios / Patrocínios
Pessoas físicas
Action Aid
1.237 pessoas – Amigos(as) do Ibase,
Christian Aid
usuários(as) do cartão Amex e integrantes
de entidades de classe ou fundos de pensão1
EED – Serviço das Igrejas da Alemanha
para o Desenvolvimento
Finep – Financiadora de Estudos e Projetos
Fundação Ford
Fundação Heinrich Böll
Fundação Rosa Luxemburgo
Fundação W. K. Kellogg
Fundación Rostros y Voces
Furnas Centrais Elétricas
IDRC – Centro Internacional
de Pesquisas para o Desenvolvimento
Instituto TerrAzul
Ministério do Desenvolvimento Agrário
Oxfam /Novib
Oxfam – GB
Petrobras
Unifem
1. Aerus Instituto de Seguridade Social / Associação de Engenheiros da Petrobras / Associação de Funcionários do BNDES / Associação dos Docentes da Estácio de Sá / Banco American Express / Clube de Engenharia / Conselho Regional de Nutricionistas do Rio
de Janeiro / Conselho Regional dos Economistas do Rio de Janeiro / Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
do Rio de Janeiro / Fundação Real Grandeza / Infraero / Fundo de Previdência do BNDES / Petros / Previ / Previrb / Sociedade de
Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro / Valia
58
Anexo 1
Parcerias
• Fundação Fides
• Aberje – Associação Brasileira de Comunicação
Empresarial
• Fundación El Otro
• Abong – Associação Brasileira de ONGs
• Fundación SES
• Amigos de la Tierra
• Furnas Centrais Elétricas
• Apimec – Associação dos analistas
e Profissionais de Investimento do Mercado
de Capitais
• Geos
• Caixa Econômica Federal
• Imaflora
• Casa da Auto-Estima
• Centro Luiz Freire
• Ceris – Centro de Estatística Religiosa
e Investigações Sociais
• Fundación Rostros y Voces
• IDRC – Centro Internacional de Pesquisas
para o Desenvolvimento
• Instituições participantes dos Fóruns
Comunitários Jardim Gramacho, Retiro
e Araçatiba
• Instituto Ethos
• Cese – Coordenadoria Ecumênica de Serviço
• Instituto Observatório Social
• Codef – Comitê Nacional pela Defesa da Fauna
e da Flora
• Instituto Pólis
• Coep–EJ e Coep Nacional – Rede Nacional
de Mobilização Social
• Irene
• Comitê de Entidades no Combate à fome
e Pela Vida
• Instituto TerrAzul
• Lamsa (Linha Amarela S.A.)
• MDS
• Coordenação Geral de Educação Ambiental
da Disam/Ibama/DF
• MEC – Ministério de Educação e Cultura
• CUT – Central Única dos Trabalhadores
• Núcleo de Educação Ambiental do Ibama/RJ
• Domos
• Organizações Comunitárias localizadas nas
áreas de influência do PNT
• Enlace
• Novo Horizonte
• Entidades representadas no Conselho Nacional
de Juventude (Conjuve)
• Oxfam/Novib
• Escola Oga Mitá
• PNT – Parque Nacional da Tijuca
• FAF-Rio – Federação das Associações de
Favelas do Município do Rio de Janeiro
• Poder Ciudadano(Argentina)
• Faferj – Federação das Associações de Favelas
do Estado do Rio de Janeiro
• Secretaria Municipal de Ação Social
da Prefeitura de Duque de Caxias(RJ)
• FAM-Rio
• PET – Programa de Economia no Trabalho
• Secretaria Nacional de Juventude
• Famerj
• Secretaria de Educação da Prefeitura
de Viana(ES)
• FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador
• Sesc – Serviço Social do Comércio
• Finep – Financiadora de Estudos e Projetos
• Sobrado Cultural
• Fórum Brasileiro de Economia Solidária
• Socid – Sociedade Digital
• Fórum de Juventudes do Rio de Janeiro
• Soltec – Núcleo de Solidariedade Técnica)/
UFRJ
• Fórum Nacional de Movimentos
e Organizações de Juventude
• Frente Estadual Contra a Remoção
• Somo – Fundação para Investigação
de Empresas Multinacionais
59
Anexo 2
Reafirmando o papel do Ibase como referência e fonte para a mídia comercial (emissoras de
rádio e de TV, agências de notícias, impressos e publicações eletrônicas) e alternativa (emissoras
de rádio comunitárias, agências de notícias, impressos e publicações eletrônicas), ao longo de
2006, além dos artigos assinados e entrevistas, os projetos e iniciativas desenvolvidos pela instituição foram assunto de matérias e notas em diversos jornais e revistas, impressos e eletrônicos.
Confira a seguir.
• Indicadores e ferramentas da responsabilidade social, Revista Conexão Social, ano VII, nº 25,
janeiro/fevereiro.
• Programa social em forma de supermercado, Revista Ticket nº 95 , Salvador, janeiro.
• Ibase faz pressão sobre empresas, Diário do Comércio, Belo Horizonte, 8/2.
• Maior rigor para balanço social, O Estado de São Paulo, São Paulo, 8/2.
• Balanço social deve refletir ações concretas, Jornal da Tarde, São Paulo, 9/2.
• Ibase vai monitorar empresas, A Notícia, Joinville, 13/2.
• Práticas sociais serão monitoradas, A Notícia, Joinville, 20/2.
• Sociedade civil ajuda Ibase a monitorar empresas, Rede Gife, 27/2.
• Sociedade vigilante, O Estado de Minas, Belo Horizonte, 28/2.
• É recomendável uma padronização dos indicadores de responsabilidade corporativa e
sustentabilidade?, Revista RI: Relação com Investidores, nº 96, fevereiro.
• Ibase quer mais participação da sociedade civil, O Globo, Rio de Janeiro, 6/3.
• Inscrições abertas para balanço social, Jornal da Tarde, São Paulo, 27/3.
• Empresa exige resultado em projeto social, Folha de São Paulo, São Paulo, 28/3.
• Prêmio Balanço Social, Jornal Gazeta Mercantil, São Paulo, 28/3.
• Que país será este?, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 30/3.
• Prêmio Balanço Social, Revista RI – Relação com Investidores, nº 97, março.
• Responsabilidade social empresarial: trata-se de mera opção?, Jornal Gazeta Mercantil,
São Paulo, março.
• Inscrições para Prêmio Balanço Social, O Globo, Rio de Janeiro, 3/4.
• Ética social e ambiental vira negócio rentável, O Globo, Rio de Janeiro, 9/4.
• Fundo ético supera Bovespa e rende 17,4%, A Tribuna, Santos/SP, 9/4.
• Bancos lançam aplicações para empresas socialmente responsáveis, O Liberal, Belém, 9/4.
• Ética em alta no mercado, Diário da Manhã, Goiânia, 10/4.
• Relatório social da empresa, Gazeta Mercantil, São Paulo, 17/4.
60
• Mais cedo, mais pontos, O Estado de Minas, Belo Horizonte, 25/4.
• Balanço social expõe diversidade, O Estado de São Paulo, São Paulo, 30/4.
• No papel do Estado, Revista Foco – Economia e Negócios, São Paulo, 30/4.
• Quanto vale a sustentabilidade?, revista Capital Aberto, São Paulo, abril.
• Sabor, saúde e... muita diversão!, Revista Nutri News, São Paulo, abril.
• Exigentes por natureza, Revista Razão Contábil, São Paulo, abril.
• Empresas concorrem a prêmio, Jornal DCI, São Paulo, abril.
• Tempo de exibir os resultados, Revista Comunicação 360º, nº 2, abril.
• Cursos e seminários, O Globo, Rio de Janeiro, 1/5.
• Em busca do status real, revista Meio & Mensagem, Especial Responsabilidade Social, 1/5.
• Reconhecimento para as ações sociais das empresas, Zero Hora, Porto Alegre, 4/5.
• Um conceito toma forma, Revista Razão Contábil, São Paulo, maio.
• ISO 26000 – o encontro das partes, Revista Adiante, nº 5, maio.
• Cursos e seminários, O Globo, Rio de Janeiro, 5/6.
• Coluna Empresa Cidadã, jornal Monitor Mercantil, Rio de Janeiro, 14/6.
• Ação social corporativa ganha espaço na mídia, Jornal DCI, São Paulo, 21/6.
• Selo Balanço Social, O Estado do Maranhão, São Luís, 24/6.
• Qualidade 2, Diário do Pará, Belém, 25/6.
• Selo Ibase, Folha de São Paulo, São Paulo, 27/6.
• Um banco e muito mais, Revista Imprensa, São Paulo, junho.
• Responsabilidade social: ética, transparência e sustentabilidade, jornal Monitor Mercantil,
São Paulo, junho.
• Pode criticar que o selo do Ibase ouve e anota, O Globo, Rio de Janeiro, 3/7.
• Prêmios e responsabilidade social, Gazeta Mercantil, Rio de Janeiro, 10/7.
• Sesi amplia prazo para inscrição de prêmio, Jornal Todo Dia, Americana/SP, 12/7.
• Prêmio Balanço Social, A Tribuna, Santos/SP, 14/7.
• Coluna Empresa Cidadã, jornal Monitor Mercantil, Rio de Janeiro, 19/7.
• Produção de balanços sociais cresce pouco, Valor Econômico, São Paulo, 25/7.
• Coluna Empresa Cidadã, jornal Monitor Mercantil, Rio de Janeiro, 27/7.
• Betinho, Rede: boletim rede de cristãos das classes médias, ano XIV, nº 163, julho.
• Especial Prestação de Contas – Mostra a tua cara, Revista Adiante, nº 7, julho.
• “O selo vai para..., O Globo, Rio de Janeiro, 7/8.
• Primeiro os números, Diário do Pará, Belém, 9/8.
• Balanço social, Tribuna do Norte, Natal, 15/8.
61
• Selo Balanço Social, Jornal da Cidade, Aracaju, 17/8.
• Temporada de prêmio, revista Razão Contábil, São Paulo, agosto.
• Selo Balanço Social Ibase/Betinho para 52 empresas, jornal Monitor Mercantil,
São Paulo, agosto.
• Sociedade civil ganha espaço para se manifestar, O Globo, Rio de Janeiro, 4/9.
• Responsabilidade social na cadeia produtiva é o tema central do Fórum Balanço Social 2006,
sites Mundodez; Agenda Social; Pauta Social; Portal do Voluntário; FIEMG; e Gife, 11/9.
• Preocupação com o meio ambiente, Jornal do Comércio, Porto Alegre, 26/9.
• Fórum social: cigarro e bebida na berlinda, Jornal da Tarde, São Paulo, 28/9.
• O balanço social é pop, revista Negócios da Comunicação, São Paulo, setembro.
• Sociedade civil participa na elaboração de balanços, Valor Econômico, São Paulo, setembro.
• Balanço social: instrumento de diálogo, transparência e gestão de responsabilidade social,
Revista Idéia Social, ed. nº 5, setembro.
• Balanço social ainda pode crescer, jornal O Estado de São Paulo, São Paulo, 9/10.
• Publicação de balanço social tem espaço para crescer, Jornal do Commercio,
Rio de Janeiro; Jornal Hoje, São Bernardo do Campo/SP, 9/10.
• Mais rigor para ter o selo do Ibase, Gazeta Mercantil, Rio de Janeiro, 17/10.
• Transformar é a meta, jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 26/10.
• Ação pró-diversidade foca em educação, Folha de São Paulo, São Paulo, 31/10.
• Balanço social tem espaço para crescer, Diário do Comércio, São Paulo, outubro.
• Samarco premiada, O Globo, Rio de Janeiro, 6/11.
• Mulheres em minoria, O Estado, Fortaleza/CE, 13/11.
• Novos rumos para relatórios comparativos, Carta Capital, São Paulo, 15/11.
• Obrigatoriedade de balanço gera polêmica, Jornal do Comércio, Porto Alegre, 20/11.
• Cigarro e bebida investem em ação social, Folha de São Paulo, São Paulo, 28/11.
• Os caminhos da Perdigão, Gazeta Mercantil, São Paulo, 30/11.
• Projetos sociais também dão lucro, revista Bons Fluidos – Guia da Investidora, novembro;
revista Meio & Mensagem, São Paulo, 4/12.
• Petrobras foi a pioneira em balanço social no Brasil, Jornal da Tarde, São Paulo, 6/12.
• Suzano ouve todos os públicos em seus relatórios, Jornal da Tarde, São Paulo, 6/12.
• CPFL: interesse pela publicação cresce a cada ano, Jornal da Tarde, São Paulo, 6/12.
• Evolução do tema RSE, Jornal da Tarde, São Paulo, 6/12.
• Prestação de contas ainda é um ato voluntário, Jornal da Tarde, São Paulo, 6/12.
• Ferramentas que ajudam, Jornal da Tarde, São Paulo, 6/12.
• Pequenas devem prestar contas, Jornal da Tarde, São Paulo, 6/12.
62
• Assistencialismo perde espaço para a abordagem sistêmica, Jornal do Commercio,
Rio de Janeiro, 12/12.
• Telecomunicações fazem balanço social, Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, Documento
Especial Responsabilidade Social,12/12.
• A ética como alma do negócio, o desafio do Banco do Brasil, Jornal do Commercio,
Rio de Janeiro, Documento Especial Responsabilidade Social, 12/12.
• Recursos cada dia mais humanos, a chave para a responsabilidade social, Jornal do
Commercio, Rio de Janeiro, Documento Especial Responsabilidade Social, 12/12.
• Modelo de balanço social completa 10 anos em 2007, Jornal do Comércio,
Porto Alegre, dezembro.
• Com balanço social, diálogo e transparência, Gazeta Mercantil, São Paulo, 18/12.
• A mídia e as máscaras da História, Agência Carta Maior, Brasília, 18/12.
• Sem maquiagem, balanço auxilia gestão, Folha de São Paulo, São Paulo, 26/12.
• Carrots and sticks for starters – Current trends and approaches in voluntary and mandatory
standards for sustainability reporting, KPMG’s Global Sustainability Services and United
Nations Environment Programme (Unep), dezembro.
• Conduta responsável das multinacionais, Revista Primeiro Plano, dezembro de 2006.
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Anotações
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