proposta de um site para o departamento de produção gráfica da
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proposta de um site para o departamento de produção gráfica da
I UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS PRÓ-REITORIA DE GESTÃO DE PESSOAS Departamento de Engenharia de Produção PROPOSTA DE UM SITE PARA O DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO GRÁFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS JOSÉ LUÍS BOGAS São Carlos 2011 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS PRÓ-REITORIA DE GESTÃO DE PESSOAS Departamento de Engenharia de Produção PROPOSTA DE UM SITE PARA O DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO GRÁFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS JOSÉ LUÍS BOGAS Monografia apresentada ao Curso de PósGraduação Lato Sensu em Gestão Pública da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) como parte dos requisitos para obtenção do título de especialista em Gestão Pública. Orientador: Prof. Dr. SÉRGIO LUÍS DA SILVA SÃO CARLOS 2011 III FICHA CATOLOGRÁFICA IV Dedico esse trabalho: À minha querida mãezinha Cidinha, espelho de minha vida. Ao meu pai João (in memoriam), pois sei que ele está orgulhoso. V Sítio, site ou saite? Os brasileiros ainda não decidiram se escrevem sítio, "site" ou saite para indicar uma página da Internet. Eu prefiro saite. Confesso que ainda não me sinto totalmente à vontade para escrever assim, mas com o tempo devo me acostumar. Para mim, soa mais estranho quando ouço ou leio o verbete sítio. Imediatamente, me vem à mente a imagem de um pedaço de terra, com uma pequena casinha, rodeada de galinhas, porcos, alguns patos nadando em um laguinho e uma plaquinha no portão: "Recanto do Vovô". Quem diz sítio são os portugueses, para quem uma chacrinha, uma pequena fazenda, é chamada na santa terrinha de quinta. É de onde veio, aliás, a palavra quintal (hoje amanheci etimólogo). Aqui, não. Aqui a palavra "site" já pegou entre a maioria dos brasileiros, principalmente porque tem para nós um significado específico, preciso. Ninguém a usa para definir nenhuma outra coisa: não vamos passar o fim de semana no "site"; não descobrimos um novo "site" arqueológico; o País não entra em Estado de "Site". É a palavra certa para indicar um espaço virtual na rede. Seu único problema é que é inglesa; precisa, pois, estar sempre entre aspas. Melhor, então, aportuguesá-la de vez, transformando-a definitivamente em saite. Ocorreu a mesma coisa com centenas de palavras que para as novas gerações são brasileiras de nascença. Um exemplo bem significativo talvez seja "boate". Todo mundo usa boate hoje em dia, mas bem lá atrás, no tempo da influência francesa, quando era chique fazer biquinho para dizer "bifê", escrevia-se no original: "boite". Assim foi com outros termos importados e, em seguida, naturalizados tupiniquins, como toalete, videoteipe, mídia... Já pensaram, meus poucos, mas bons leitores, se em vez de futebol utilizássemos a palavra ludopédio? Ou balípodo? Acho que não seríamos pentacampeões. (José Luiz Teixeira - jornalista) VI AGRADECIMENTOS Ao Grande Criador do universo, sempre nos oferecendo um novo amanhecer. Ao meu orientador o Prof. Dr. Sérgio Luís da Silva que, com grande objetividade auxiliou-me em mais uma etapa importante de minha vida. De forma especial a todos os colegas da "Gráfica" (Márcia, Milton, Marcelo, Marcão, Gura, Zezinho, Bafinha, Wilson, Leminho, Novaes, Shawnee, Português) pelo prazer da companhia e convivência nestes anos todos e por suas importantes contribuições na realização desse trabalho. De forma mais especial ainda ao Wilson pela coragem e firmeza em assumir a parte técnica na criação do site. A todos os alunos do Curso de Gestão Pública, turma "Regina Aparecida Lima Melquiades", com quem pudemos dividir ricas experiências. A todos da UAB, professores, tutores e demais profissionais, que não mediram esforços para nos oferecer o melhor de si a cada momento. À toda minha família, verdadeira irmandade em Cristo. À Regina (Magui) sempre carinhosa e compreensiva, com quem pudemos criar o nosso grande tesouro. À minha filha Lígia, pelo incentivo e orientações. À Celinha, companheira de todas as horas. À Daia, Eder, Renan e Gi, pelo prazer da convivência. Ao Lê, pelo apoio na formatação final do trabalho. Ao pessoal da SIn, pelas importantes orientações para a criação do site. VII RESUMO BOGAS, J. L. Proposta de um site para o Departamento de Produção Gráfica da Universidade Federal de São Carlos. 2011. 92p. Monografia. Universidade Federal de São Carlos. Este estudo apresenta o planejamento e desenvolvimento da arquitetura de um site do Departamento de Produção Gráfica (DePG) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O enfoque do presente trabalho é a informação a ser disponibilizada e, tendo como principal preocupação, a análise das principais fases e princípios básicos que regem a construção de um site. Sendo os seus conteúdos o tema central desse trabalho, estes foram definidos via uma pesquisa-ação, com a participação dos funcionários do setor estudado, tendo como base de discussão para a sua definição os conceitos relacionados ao processo de conversão do conhecimento, tanto tácitos como explícitos, apresentados pela teoria da criação do conhecimento organizacional em seus quatro modos de conversão: socialização, externalização, combinação e internalização. Neste contexto, com a criação desta ferramenta de comunicação, o estudo tem o propósito de disponibilizar os diversos conhecimentos e informações disponíveis no setor aos seus usuários e, ao mesmo tempo, manter um canal aberto de comunicação. Palavras chave: Construção de site, gestão do conhecimento, aprendizagem organizacional, usuário. VIII ABSTRACT BOGAS, J. L. Planning of a website to the Department of Graphical Production from the Federal University of São Carlos. 2011. 92p. Monografia. Universidade Federal de São Carlos. This study presents the planning and development of the architecture of a website of the Department of Graphical Production (DePG) from the Federal University of São Carlos (UFSCar). The approach of this work is the information to be available, having as main concern, the basic analysis of the main phases and principles that conduct the construction of a website. Having its contents the central subject of this work, these had been defined by an research-action, with the participation of the employees of the studied sector, having as base of argue for its definition the concepts related to the process of conversion of the knowledge, tacit as in such a way explicit, presented for the theory of creation of the organization knowledge in its four ways of conversion: socialization, externalization, combination and internalization. In this context, with the creation of this tool of communication, the study it has the intention of availably the diverse knowledge and information in the sector to its users and, at the same time, keeping an open canal of communication. Key words: Website construction, knowledge management, using learning. IX LISTA DE FIGURAS Figura 1.1: Organograma da Universidade. .................................................................... 16 Figura 1.2: Organograma da estrutura administrativa da ProAd a qual o DePG pertence. ......................................................................................................................................... 20 Figura 1.3: Volume de serviços solicitados pelos diversos tipos de usuários do DePG. 23 Figura 1.4: Setor de impressão digital............................................................................ 24 Figura 1.5: Serviço de atendimento de balcão. ............................................................... 25 Figura 1.6: Setor de pré-impressão ................................................................................. 26 Figura 1.7: Setor de impressão off-set. ............................................................................ 27 Figura 1.8: Serviço de impressão tipográfica automático ............................................... 28 Figura 1.9: Serviço de impressão tipográfica manual. .................................................... 28 Figura 1.10: Serviço de encadernação em espiral. .......................................................... 29 Figura 1.11: Serviço de acabamento de costura de livros. .............................................. 30 Figura 1.12: Serviço de acabamento de colagem. ........................................................... 30 Figura 1.13: Serviço de grampos. ................................................................................... 31 Figura 1.14: Serviço de acabamento refile. ..................................................................... 31 Figura 1.15: Serviço de acabamento corte e vinco. ........................................................ 32 Figura 1.16: Serviço de acabamento picote. ................................................................... 32 Figura 2.17: Classificação da pesquisa ........................................................................... 35 Figura 3.18: Ilustração da espiral do conhecimento........................................................ 44 Figura 3.19: Site da W3C Brasil. .................................................................................... 55 Figura 3.20: Site da comunidade PLONE no Brasil. ...................................................... 60 Figura 3.21: Site da comunidade PYNTHON no Brasil. ................................................. 61 Figura 3.22: Site da comunidade ZOPE internacional. ................................................... 62 Figura 4.23: Realização do brainstorming junto aos funcionários do setor estudado. ... 67 Figura 7.24: Representação da "página inicial" do site................................................... 84 Figura 7.25: Representação da página do site "nossa história". ...................................... 85 X Figura 7.26: Representação da página do site "equipe' do DePG. .................................. 86 Figura 7.27: Representação da página do site "normas e procedimentos" ..................... 87 Figura 7.28: Representação da página do site "dicas". ................................................... 88 Figura 7.29: Representação da página do site "glossário gráfico". ................................. 89 Figura 7.31: Representação da página do site "contato". ................................................ 91 LISTA DE QUADROS Quadro 1.1: Usuários do DePG e respectivas demandas de serviços. ............................. 23 Quadro 3.2: Diferenciando e relacionando dados, informação e conhecimento. (Adaptado de Silva, S. L., 2002) ..................................................................................... 41 XI SUMÁRIO 1 Introdução............................................................................................................... 14 1.1 Justificativas.................................................................................................... 15 1.2 Problema da pesquisa...................................................................................... 17 1.3 Hipótese .......................................................................................................... 17 1.4 Questões da pesquisa ...................................................................................... 18 1.5 Objetivos ......................................................................................................... 18 1.5.1 Objetivo geral ......................................................................................... 18 1.5.2 Objetivos específicos .............................................................................. 19 1.6 Caracterização do DePG ................................................................................. 19 1.6.1 Equipamentos disponíveis no setor ........................................................ 21 1.6.2 Quadro de funcionários........................................................................... 22 1.6.3 Usuários .................................................................................................. 22 1.6.4 Funcionamento do setor .......................................................................... 24 2 Metodologia da pesquisa ........................................................................................ 33 2.1 Escolha do tema da pesquisa .......................................................................... 33 2.2 Método da pesquisa ........................................................................................ 34 2.3 Uma metodologia para construção de sites. .................................................... 36 3 Referenciais Teóricos ............................................................................................. 38 3.1 Introdução ao capítulo .................................................................................... 38 3.2 Gestão do conhecimento: um panorama da atualidade ................................... 38 3.3 A criação do conhecimento nas organizações ................................................ 39 3.3.1 3.4 Diferenciando dados, informação e conhecimento ........................................ 41 As quatro conversões do conhecimento .......................................................... 42 3.4.1 Socialização De conhecimento tácito em conhecimento tácito, denominado ................................................................................................................ 42 XII 3.4.2 De conhecimento tácito em conhecimento explícito, denominado Externalização ................................................................................................................ 42 3.4.3 Combinação De conhecimento explícito em conhecimento explícito, denominado ................................................................................................................ 43 3.4.4 De conhecimento explícito para conhecimento tácito, denominado Internalização ................................................................................................................ 43 3.5 Os ciclos de conversão do conhecimento ....................................................... 43 3.6 Revisão da literatura ....................................................................................... 45 3.7 O papel da tecnologia da informação na gestão do conhecimento ................. 47 3.8 A Internet ........................................................................................................ 48 3.9 A WEB ............................................................................................................ 48 3.10 A criação de um site .................................................................................... 49 3.11 Metodologia para construção de sites ......................................................... 50 3.11.1 Primeira fase: definição .......................................................................... 50 3.11.2 Segunda fase: arquitetura ........................................................................ 51 3.11.3 Terceira fase: design ............................................................................... 52 3.11.4 Quarta fase: implementação ................................................................... 53 3.12 Ferramentas para a criação de sites ............................................................. 53 3.12.1 O HTML ................................................................................................. 53 3.12.2 Padrões Web ........................................................................................... 55 3.12.3 Folha de Estilo em Cascata (Cascading Style Sheet-CSS) ..................... 56 3.12.4 CMS) Sistema de Gerenciamento de Conteúdo (Content Management Systems................................................................................................................ 57 3.12.4.1 O PLONE................................................................................................ 58 3.12.5 PYTHON ................................................................................................ 60 3.12.6 O ZOPE .................................................................................................. 61 4 Resultados e discussões. ......................................................................................... 63 4.1 Introdução.................................................................................................... 63 4.2 Realização do brainstorming no DePG....................................................... 63 XIII 4.2.1 Metodologia adotada .............................................................................. 63 4.2.2 Resultados do brainstorming no DePG .................................................. 64 4.3 Desenvolvendo a metodologia DADI na criação do site. ........................... 67 4.3.1 Fase de definição .................................................................................... 67 4.3.2 Fase de arquitetura .................................................................................. 69 4.3.3 Fase de design ......................................................................................... 70 4.3.4 Fase de implementação ........................................................................... 70 4.4 As quatro conversões do conhecimento no desenvolvimento do estudo .... 71 4.5 Conteúdos do site ........................................................................................ 73 4.5.1 Menu horizontal ...................................................................................... 73 4.5.2 Menu vertical .......................................................................................... 73 5 Considerações finais e limitações do estudo .......................................................... 77 6 Referências Bibliográficas ..................................................................................... 80 7 Apêndices ............................................................................................................... 84 8 Anexos.................................................................................................................... 92 14 1 Introdução Desenvolver sistemas que possibilitem a realização da comunicação passou a ser um requisito importante para as organizações devido ao valor que a informação adquiriu nos últimos tempos, em decorrência, verifica-se o contínuo desenvolvimento de meios necessários que possibilitem a sua transmissão e gerenciamento. Com o grande desenvolvimento dos sistemas de telecomunicação associado à informática, surgem a cada dia novas tecnologias que passam a atender estas necessidades. As redes privadas de computadores e a internet têm sido uns dos elementos essenciais desse sistema e visto como o grande diferencial para a competitividade das empresas. Porém, apesar de toda tecnologia disponível, muitas vezes por falta de gerenciamento adequado das informações, inúmeros conhecimentos gerados nas empresas acabam se tornando restritos beneficiando somente aqueles que estão mais próximos. O principal conceito da gestão do conhecimento traz como premissa básica que, o saber existente na empresa (que se exterioriza de diversas maneiras, mas centrado principalmente nas pessoas) pertence a todos os participantes do sistema e todos devem ser seus beneficiários. É o intercâmbio de informações e de conhecimentos entre os seus parceiros e colaboradores que vai determinar o bom funcionamento da organização, pois, o seu valor está no compartilhamento e não na sua posse. O simples fato de se gerar conhecimento e saber muito não garantem qualquer vantagem á organização, é preciso saber administrá-lo, ou seja, a sua gestão é que faz a grande diferença (STEWART, 1998). O processo de gestão do conhecimento na organização pautado na coletividade, isto é, no aproveitamento, sistematização e socialização do conhecimento dos indivíduos para a formação do conhecimento organizacional, traz como resultado final a vantagem competitiva em relação á concorrência e potencializa o surgimento de idéias inovadoras. Cabe a organização definir a estratégia a ser adotada para o aproveitamento do seu patrimônio intelectual que essencialmente está concentrado nas pessoas (canais informais) e criar as condições necessárias para o aprendizado e a socialização do conhecimento (VALENTIM et alii, 2003). Com base nas premissas acima apresentadas, tem-se observado que inúmeros conhecimentos gerados pelo Departamento de Produção Gráfica (DePG) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) têm ficado restrito a um pequeno número de pessoas, ou seja, os processos de trabalho do setor, seus equipamentos, os serviços disponíveis, as normas 15 e procedimentos corretos para o encaminhamento das solicitações de serviços, etc., são informações que não estão disponíveis de forma clara e objetiva a todos os seus usuários. Sendo assim, nesse estudo, é realizada uma análise criteriosa desta situação e proposto como solução ao problema apresentado a criação de um site do departamento com todas as informações necessárias, estabelecendo-se assim um canal direto e permanente de comunicação entre o setor e seus usuários. 1.1 Justificativas A UFSCar é uma instituição pública federal de ensino superior, vinculada ao Ministério da Educação - MEC, com campi nos municípios de São Carlos, Araras e Sorocaba, distantes, respectivamente, 235, 170 e 100 km da capital do Estado. Criada em 1968, as atividades letivas tiveram início em 1970. Atualmente a instituição destaca-se pela alta qualificação do seu corpo docente, que conta com 99,26% de doutores ou mestres e com 98% dos seus professores trabalhando em regime de dedicação exclusiva. Tal qualificação reflete na produção científica da Universidade, que possui um dos maiores índices de publicações por docente do país. Em números absolutos de publicações, a UFSCar ocupa a 22ª posição na América Latina – considerados os dados entre 1990 e 2004 e ocupa a 8ª posição no Brasil, de acordo com Web of Science de 2001/2005. A Universidade oferece 57 cursos de graduação presenciais e cinco (05) cursos no Ensino à Distancia - EAD e 37 programas de pós-graduação stricto sensu (Mestrado / Doutorado), sob a responsabilidade de 33 departamentos vinculados a quatro centros acadêmicos: Educação e Ciências Humanas CECH; Ciências Exatas e de Tecnologia - CCET; Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS; e Ciências Agrárias - CCA. Em 2006, foi iniciado o desenvolvimento de um novo campus no município de Sorocaba, com a criação de três (03) cursos de graduação. Atualmente o campus oferece condições para o desenvolvimento das atividades relacionadas aos 14 cursos de graduação e 3 programas de pós-graduação. Atualmente, estudam na UFSCar 12.094 estudantes, dos quais 8.952 na graduação presencial, 3.032 na graduação à distância, 110 nos cursos Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária - PRONERA e 2.577 na pósgraduação. 16 Figura 1.1: Organograma da Universidade. Apto a atender toda essa estrutura representada na figura 1.1 acima e, em atividade desde 1970, o DePG foi criado para atender a comunidade universitária na confecção de todos os tipos de serviços do ramo gráfico, tais como: impressos (apostilas, livros, teses e dissertações, folders, cartazes, etc.) e acabamento (encadernação, plastificação, grampo, refile, corte e vinco, costura, etc.). Criado inicialmente como uma gráfica de pequeno porte, assim seguiu até meados da década de 90, limitado o seu crescimento principalmente por questões legais estabelecidas pelo governo central. Porém, a partir da virada do século, visto como um parceiro estratégico da instituição, o setor tem recebido atenção especial por parte da administração onde, através de enormes esforços, seu parque de máquinas e equipamentos tem experimentado um grande crescimento. Acompanhando a tendência atual do mercado gráfico, esses equipamentos apresentam as mais avançadas tecnologias de ponta, que podem propiciar à comunidade em geral o oferecimento de serviços de qualidade com maior eficácia, eficiência e efetividade. Apesar de tais avanços com a aquisição desses equipamentos, tal fato não tem se traduzido em benefício a todos os usuários do setor e a gestão do conhecimento está no cerne da melhoria desses benefícios, como será visto no presente trabalho. 17 1.2 Problema da pesquisa Até inicio do século, os serviços encaminhados ao departamento por parte dos usuários para serem confeccionados eram, na sua maioria, através do que denominamos originais (o material já impresso em papel), onde a partir desses, novas cópias eram reproduzidas, o que ocasionava uma perda de qualidade do serviço final apresentado. Impulsionado pelo grande desenvolvimento de TIs e aproveitando os recursos apresentadas pelos novos equipamentos, atualmente o envio dos serviços a serem executados pelo setor, tem sido feito através dos meios eletrônicos, como por exemplo, e-mails, CDs, DVDs, pen drives, etc. Com essas mudanças de processos de trabalho e aliado ao grande crescimento da instituição, muitos usuários ao encaminharem suas solicitações de serviços, por desconhecimento dos equipamentos utilizados, das normas internas do setor, dos processos de trabalho, com grande freqüência tornam-se necessário a devolução do serviço ao interessado para que seja corrigido, quando não, depois de pronto verifica-se que está errado ou incompleto, o que implica em atrasos, perda de tempo e desperdício de material. Tal fato demonstra que, pela falta de comunicação, muitos conhecimentos gerados pelo setor têm ficado restrito a um número pequeno de usuários. 1.3 Hipótese A hipótese apresentada nesse trabalho para a solução do problema está na abertura de canais de comunicação entre o setor e seus usuários. Como primeiro passo, a criação de um site, disponibilizando aos usuários todos os tipos de informações e serviços prestados pelo DePG, com os seus conteúdos sendo definido principalmente pelos funcionários do setor que convivem com o problema diariamente, contribuirá em muito para a solução de tais problemas e, ao mesmo tempo, manterá um canal aberto de comunicação eficiente. Com a sua criação, será possível também disponibilizar em tempo real, informações sobre o andamento dos serviços, sobre os diversos controles orçamentários que se fazem necessários aos departamentos (que atualmente são disponibilizados mensalmente), bem como, ao mesmo tempo, manter a transparência tão necessária ao serviço público. Como exposto, o DePG visto como parceiro estratégico da Universidade precisa envidar todos os esforços para fortalecer o papel principal da instituição, que é a qualidade nos 18 serviços prestados aos cidadãos. Assim, a criação do site, deve apresentar em sua estrutura não só conteúdos voltados para as funcionalidades e estruturas internas do setor, mas, principalmente, no valor que agregará à instituição no cumprimento de suas funções. Da mesma forma, se bem utilizada, as TIs podem desempenhar um importante papel na desburocratização de diversos serviços. 1.4 Questões da pesquisa Na área da metodologia científica diversas são as recomendações sobre a formulação das questões de pesquisa. Essa implica em recortar dentro de um tema, o problema a ser pesquisado, servindo apenas como parâmetro, podendo ser formulada como uma pergunta para facilitar a identificação do que se deseja pesquisar e deve estar relacionada ao problema a ser pesquisado. Sendo assim, o recorte da questão diz respeito à formulação tão precisa quanto possível daquele algo que nos motivou e instigou a pesquisar (GIL, 1999). Desta forma são apresentadas as seguintes questões a serem respondidas neste trabalho: A construção do site como ferramenta de comunicação poderá disponibilizar aos usuários os conhecimentos existentes no setor? Uma vez que os funcionários do setor são os maiores detentores destes conhecimentos, como poderiam contribuir neste processo? 1.5 Objetivos A elaboração dos objetivos está intrinsecamente relacionada aos aspectos que a questão da pesquisa envolve, podendo ser de longo prazo ou imediatos, desta forma eles estarão assim representados neste trabalho: 1.5.1 Objetivo geral Criação do site do DePG com todas as informações do setor. 19 1.5.2 Objetivos específicos Criar canais de comunicação entre o setor e seus usuários. Definir os conteúdos do site com a participação direta dos funcionários do setor. Criar um site interativo. Habilitar funcionários do DePG para a manutenção do site. Propor sugestões de melhoria nos processos de trabalho do setor. Iniciar um processo de discussão sobre gestão do conhecimento/aprendizagem organizacional junto aos funcionários do setor estudado. 1.6 Caracterização do DePG O DePG, como demonstrado na figura 1.2 abaixo, é um setor ligado diretamente à PróReitoria de Administração (Proad) da UFSCar. Tem como finalidade básica oferecer a toda comunidade, os três campi, bom atendimento e serviços de qualidade na área de impressão (dissertações, teses, folders, cartazes, livros, diplomas, certificados, etc.) e acabamento (encadernação, plastificação, grampo, refile, corte e vinco, costura, etc.). 20 Figura 1.2: Organograma da estrutura administrativa da ProAd a qual o DePG pertence. Até meados de 1990, o departamento estava estruturado para a realização de serviços de impressão baseado no sistema off-set e tipográfico, que normalmente são utilizados para a confecção de impressos acima de 200 cópias, que demandam uso intenso de mão-de-obra e diversos suprimentos. Como a maioria dos serviços solicitados ao setor é inferior a esse número, aos poucos foi substituído pelo sistema de impressão digital que atende a estas características, utiliza pequena mão-de-obra e faz uso intenso de TIs, diminuindo custos, tempo de impressão e aumentando a qualidade dos serviços prestados ao usuário final. Desta forma o departamento assim se estruturou, ficando o setor de off-set reservado para serviços com grandes quantidades e que não atendam aos padrões estabelecidos pelos equipamentos digitais. 21 1.6.1 Equipamentos disponíveis no setor Para a realização de serviços de impressão o setor conta com os seguintes equipamentos: 2 copiadoras digitais marca Xerox 4112 para a produção de grandes volumes de serviços, com opção de acabamento (dobra, grampo, furo); 1 copiadora digital marca Toshiba 1050 para atendimento em especial aos serviços rápidos (pronto atendimento); 2 copiadoras coloridas marca Toshiba 2080; 1 ploter; 1 conjunto de pré-impressão off-set; 1 impressora off-set plana duplo castelo (duas cores) marca Solna 25; 1 impressora tipográfica automática marca Katu; 1 impressora tipográfica manual marca Katu; Para a realização de serviços de acabamento o setor conta com os seguintes equipamentos: 1 plastificadora para execução de serviços de plastificação de pequeno porte (carteirinhas, folhas pequenas, cartões); 1 laminadora para a execução de serviços de plastificação de grande porte (capas de livros, teses, cartazes, etc.); 1 máquina colocadora de capa para serviços em teses, livros, etc.; 3 máquinas guilhotina; 1 furadeira para colocação de espiral plástico; 1 máquina para costura de livros; 1 picotadeira; 1 embaladora a vácuo; 1 máquina de dobra de papel; 1 gravadora para capa dura; 22 1 facão guilhotina para corte de papelão; 1 máquina para corte e vinco. 1.6.2 Quadro de funcionários O setor trabalha atualmente com a seguinte composição no seu quadro funcional: 6 técnicos em artes gráficas 1 auxiliar em artes gráficas 2 técnicos administrativos 4 estagiários 1.6.3 Usuários O DePG está apto ao atendimento de toda comunidade, porém como a maioria dos departamentos possui algum tipo de impressora/copiadora, muitos destes setores encaminham somente aqueles serviços em que o volume de cópias é grande ou exijam algum tipo de acabamento (grampo, cola, encadernação, etc.). Assim, os usuários do setor e suas respectivas demandas, podem ser resumidos no quadro abaixo: 23 USUÁRIOS TIPOS DE SERVIÇOS MAIS UTILIZADOS Departamentos Impressos de revistas, periódicos, apostilas, cartazes, folder, impressos avulsos etc. Encadernação de diversos materiais, acadêmicos confecção de blocos de rascunho, plastificações. Programas de Impressos de teses e dissertações, capas de dissertações, revistas, impressão avulsos. Plastificação de capas de teses, pós-graduação encadernações de diversos tipos, confecção de blocos de rascunho. Departamentos Impressos de apostilas, cartazes, boletins, folder, documentos administrativos, fichas, impressos avulsos, etc. Encadernação de administrativos diversos tipos, plastificação, confecção de blocos de rascunho. Impressos de livros e plastificação de capas. Universidade Aberta do Brasil UAB Quadro 1.1: Usuários do DePG e respectivas demandas de serviços. O quadro 1.1 acima apresenta os diversos clientes do DePG e um resumo dos tipos de serviços mais solicitados por esses. Quanto ao volume de serviços solicitados pelos clientes, estes podem ser representados em termos de porcentagem da seguinte forma: Depto. Acad. 15% Pós-Grad. 35% Depto. Adm. 10% UAB 40% Figura 1.3: Volume de serviços solicitados pelos diversos tipos de usuários do DePG. Na figura 1.3 acima é possível visualizar que em termos de volume de serviços, os programas de pós-graduação e a UAB são os tipos de usuários que mais utilizam os serviços do setor. Em relação aos programas de pós-graduação são estes que apresentam o maior número de problemas na hora de encaminhar as solicitações de serviços á gráfica. 24 1.6.4 Funcionamento do setor Para as solicitações de impressão, o departamento oferece três tipos de serviços: impressão digital, off-set e tipográfica. Impressão digital Figura 1.4: Setor de impressão digital O serviço de impressão digital, representado na figura 1.4 acima, está bem estruturado para o atendimento de toda comunidade, assim 90% dos impressos realizados pelo setor é feito por esse sistema. Pelo uso intenso de TIs que estes equipamentos oferecem, além da qualidade possível de ser atingida, os usuários também se beneficiam com esse sistema, uma vez que não há necessidade de se deslocarem até o setor para efetuarem suas solicitações de serviços, basta enviá-los , de acordo com as normas estabelecidas, pelos meios eletrônicos (email, CD, DVD, pen drive, etc.). As solicitações encaminhadas aguardam numa fila de chegada para a sua confecção, observando-se as necessidades particulares de cada serviço (ex: datas de eventos). Porém o DePG possui um setor de pronto atendimento para impressão digital e encadernação em espiral denominado “serviço de balcão”. 25 Figura 1.5: Serviço de atendimento de balcão. Conforme visto na figura 1.5 acima, os clientes interessados nesses tipos de serviços dirigem-se até o local e aguardam para serem atendidos ou deixam seus materiais para buscarem quando estiverem prontos. Para o atendimento desses serviços, está disponibilizado um estagiário e quando a situação exigir, outros funcionários são deslocados para auxiliar na função. Duas copiadoras com impressão colorida e p/b e, outras três com impressão p/b, com opção para de dobra e grampo, também estão disponíveis para o atendimento. Os usuários desses tipos de serviços são aqueles mais próximos do DePG e que necessitam de atendimento imediato. Impressão Off-set Para a realização deste serviço, quando o usuário necessita de impressos coloridos (mais de uma cor), é necessário que ele providencie a confecção dos fotolitos (filme transparente) em empresas particulares especializadas. 26 Figura 1.6: Setor de pré-impressão Entregue no departamento, os fotolitos seguirão para o setor de pré-impressão, representado na figura 1.6 acima, onde será preparada a matriz (chapa de alumínio) a ser encaminhada ao setor de impressão para a reprodução das cópias. Para impressos com uma só cor, basta enviar o arquivo digitalizado. 27 Figura 1.7: Setor de impressão off-set. Representado na figura 1.7 acima, os serviços de off-set prestado pelo departamento está mais voltado para os impressos que no sistema digital não são possíveis de serem realizados ou o custo se torna muito alto, isto é, situações em que o serviço exija a policromia (várias cores), o número de cópias é grande ou a gramatura da folha esteja fora dos padrões das copiadoras. Sendo assim, cartazes e capas de livros são os tipos de serviços mais realizados neste sistema. Impressão tipográfica Neste sistema, os tipos (letras) são feitos de chumbo ou madeira e são dispostos um a um em um componedor (instrumento para montar as linhas escritas), que depois são transferidos para um suporte de metal plano chamado bolandeira, onde é formada a matriz, mais conhecida como chapa. Colocada na máquina tipográfica (manual ou automática conforme representado nas figuras 1.8 e 1.9 abaixo), esse material é entintado e impresso individualmente cada folha. 28 Figura 1.8: Serviço de impressão tipográfica automático Figura 1.9: Serviço de impressão tipográfica manual. 29 Serviços de acabamento Após a impressão, dependendo de suas necessidades, os impressos poderão passar pelos serviços de acabamento, onde receberá a sua forma definitiva e, a sua escolha, dependerá de fatores como: praticabilidade, durabilidade, estética e custo. Assim encontram-se disponíveis no setor as seguintes opções de acabamento: Aplicação de verniz ou plastificação: Aqui é realizado o tratamento da superfície dos impressos com a finalidade de aumentar a sua durabilidade ou o seu brilho. Encadernação: O processo de encadernação consiste no arranjo das folhas numa seqüência correta de numeração das páginas. Este serviço já é realizado automaticamente no sistema de impressão digital e, no sistema de off-set, deve ser realizado manualmente. Depois de encadernados e dependendo de suas necessidades ou características, os serviços passarão por um processo de união das folhas em um bloco único, formando um livro que poderá também receber uma capa. Estes processos podem ser: encadernação em espiral (representado na figura 1.10), costura (representado na figura 1.11), colagem (representado na figura 1.12) e grampo (representado na figura 1.13). Figura 1.10: Serviço de encadernação em espiral. 30 Figura 1.11: Serviço de acabamento de costura de livros. Figura 1.12: Serviço de acabamento de colagem. 31 Figura 1.13: Serviço de grampos. Refile: Representado na figura 1.14 abaixo, este processo consiste em aparar o papel, deixando-o com um acabamento uniforme. È realizado por guilhotinas planas e eletrônicas que permitem a automatização de cortes repetitivos. Figura 1.14: Serviço de acabamento refile. 32 Corte e vinco: Representado pela figura 1.15 abaixo, neste processo um equipamento realiza o vinco nas folhas e oferece tipos de cortes que não são possíveis de se realizarem nas guilhotinas planas. Ex: pastas. Figura 1.15: Serviço de acabamento corte e vinco. Picote: Representado pela figura 1.16 abaixo, neste processo é feito a perfuração nas folhas onde se exigem destaque de uma parte do papel após o impresso pronto, Ex: formulários com duas ou mais vias; canhoto de notas fiscais, etc. Figura 1.16: Serviço de acabamento picote. 33 2 Metodologia da pesquisa 2.1 Escolha do tema da pesquisa Quando o autor deste estudo começou a participar do Curso de Especialização em Gestão Publica, já tinha em mente que o objeto de estudo de sua monografia estaria direcionado ao atendimento aos usuários do setor em que trabalha há mais de quatro décadas. Ali residia um problema sério relacionado à falta de comunicação, onde por diversos motivos várias informações e conhecimentos gerados pelo setor não estavam sendo disponibilizadas aos seus usuários Tendo como uma de suas primeiras matérias de estudo a disciplina Gestão do Conhecimento (GC) e Aprendizagem Organizacional (AO), verificou que os temas tratados estavam intimamente ligados ao problema do setor. Para Fleury e Oliveira, 2002 O conhecimento é um recurso que pode e deve ser gerenciado para melhorar o desempenho da empresa. Ela, portanto, precisa descobrir formas pelas quais o processo de aprendizagem organizacional pode ser estimulado e investigar como o conhecimento organizacional pode ser administrado para atender às suas necessidades estratégicas, disseminado e aplicado por todos como uma ferramenta para o sucesso da empresa (FLEURY E OLIVEIRA, 2002, p.138). De imediato, partindo de suas motivações pessoais, aliada as primeiras experiências científicas, começou a definir melhor o interesse temático. No setor a ser estudado, há tempos existia a necessidade de se criar um site, sendo que por falta de maiores envolvimentos e tempo tal intenção não se concretizava. Assim, o autor começou a formulas hipóteses se seria possível transformar seus interesses de estudo e as necessidades do setor em tópico de pesquisa científica de real relevância. Numa fase inicial, realizando pesquisas exploratórias sob diferentes perspectivas de análise, baseadas nas diversas teorias estudadas ao longo do curso, o autor procurou conhecer melhor o objeto de estudo. Passada esta primeira fase, definiu que o problema era uma 34 realidade, que constituía um campo para análise e que seria possível estabelecer uma relação entre as variáveis dimensionadas, ou seja, os problemas de comunicação do setor com os seus usuários, a área de GC e AO e a construção do site. Mais ainda persistia uma dúvida. Para a criação do site há a necessidade de conhecimentos relacionados à área das ciências da computação, a qual o aluno não possui e nenhuma disciplina do curso estaria abordando o assunto. Pesquisando o problema junto à Secretaria Geral de Informática (SIn) da UFSCar, verificou-se que o Departamento de Serviços Web daquela secretaria oferece um serviço de criação e hospedagem de site em sua estrutura técnica. Como não havia garantias de realização deste serviço até a conclusão dos estudos, optou-se pelo treinamento por parte deste departamento a um funcionário do DePG para a sua criação que, ao mesmo tempo, estaria adquirindo conhecimentos importantes para a sua manutenção depois de pronto, assim o Sr Wilson R. A. Cardoso, funcionário do setor, se prontificou em assumir tal função nos estudos. Desta forma, estabelecido que a questão fundamental da pesquisa era a falta de comunicação do setor com seus usuários, estabeleceu-se que a criação do site como uma ferramenta de comunicação, seria uma hipótese viável para a solução do problema apresentado, utilizando as teorias da GC e AO como meio de se definir os conteúdos a serem dimensionados no site. 2.2 Método da pesquisa A presente pesquisa se classifica de diversas formas. Na figura 2.17 abaixo, estão descritos os métodos de pesquisa e, em seguida, as suas definições são apresentadas. 35 Figura 2.17: Classificação da pesquisa Este estudo tem como objetivo a construção do site do DePG, estabelecido como uma ferramenta de comunicação. A metodologia utilizada foi a pesquisa-ação que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Em relação à sua natureza, será realizada uma pesquisa aplicada, que tem como objetivo principal gerar algum tipo de conhecimento e que tenha alguma aplicação prática dirigida à solução de problemas, envolvendo verdades e interesses específicos. Em relação à forma de sua abordagem o método utilizado será uma pesquisa qualitativa, pois esta estabelece um vínculo entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, que não se traduz em números, é diferenciada, o pesquisador é o elemento principal da coleta de dados, os dados são coletados em ambiente natural, meramente descritivos e têm como premissas básicas a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados (GIL, 1999). Para a coleta de dados em relação aos conteúdos do site, foram pesquisados documentos do setor, guias e manuais dos equipamentos. Por serem os funcionários do setor os mais envolvidos com o problema da pesquisa, para definição das possíveis soluções foi realizado junto a eles um brainstorming que é uma ferramenta administrativa utilizada para a geração de novas idéias sobre um tema previamente determinado. É útil quando se deseja gerar em curto prazo uma grande quantidade de idéias 36 sobre um assunto a ser resolvido, possíveis causas de um problema ou ações a serem tomadas. (MEIRELES, 2001). Por se tratar de um instrumento dinâmico e ágil, aos usuários do site foi reservado um espaço no para os mesmos apresentarem suas sugestões e questionamentos. 2.3 Uma metodologia para construção de sites. Nas várias pesquisas realizadas sobre o tema criação de sites, verificou-se que ainda não existe um conjunto específico de padrões ou regras para identificar os elementos essenciais na sua construção, uma primeira razão é a natureza dinâmica que sofre este suporte, onde a cada momento surgem novas tecnologias, novos conceitos e procedimentos que são incorporados ao sistema, porém, a sua construção deve ser entendida como um projeto composto de fases. Em relação aos estudos acadêmicos, a maioria se refere a documentos de cunho técnico voltados à área do conhecimento em ciências da computação, sendo esta uma linha de pesquisa em desacordo aos objetivos centrais deste trabalho. Uma observação que merece destaque é o fato de diversas literaturas disponíveis sobre o assunto, que se encaixam aos objetivos deste estudo, estarem intimamente ligadas às empresas especializadas que prestam esse tipo de serviço, que procuram a ele agregar valor através das mais diversas metodologias. Assim, dependendo do projeto a ser realizado podemos encontrar equipes formadas por vários especialistas nas diversas tarefas de criação de um site, onde cada um estará responsável por um assunto específico, como também encontrar um web designer exercendo todas as tarefas de criação, isto é, o tamanho e a complexidade do projeto é que vai determinar a equipe e o grau de especialização de cada um. Independentemente do tamanho e complexidade das questões apresentadas acima, em se tratando de estudos científicos, é importante que se estabeleça um alicerce mínimo, identificando algumas atividades que se aplicam ao desenvolvimento de um site, assim, pesquisando na web as diversas instituições de ensino, no site da UNICAMP foi recuperada a informação de um documento utilizado junto aos alunos do curso de ciências da computação, onde é apresentada uma metodologia para a construção de sites, que será adotada por este estudo. 37 Denominada metodologia DADI e desenvolvida por Mok (1996), um dos mais conceituados designers da Silicon Valley, ela esta dividida em quatro etapas: Definição, Arquitetura, Design, Implementação e apresenta conceitos próximos ao de projetos, que segundo o PMBOK, “Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A sua natureza temporária indica um início e um término definidos”. (PMBOK, Guia 2008, p. 12). Ainda citando o guia, o desenvolvimento de um projeto pode ser subdividido em 5 etapas: Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento e Controle, Encerramento. Essa metodologia esta melhor detalhada no capítulo 3 deste trabalho, onde são apresentado os referenciais teóricos do estudo. 38 3 Referenciais Teóricos 3.1 Introdução ao capítulo Neste capítulo serão apresentados os referenciais teóricos em que se baseiam este trabalho, destacando inicialmente o panorama em que se encontram as organizações frente à era do conhecimento e, baseado nas teorias de Nonaka e Takeuchi (1997) será visto a forma como ocorre a criação do conhecimento nas organizações e seus quatro tipos de conversões. Procurando estabelecer uma relação entre os conceitos de gestão do conhecimento e o uso de tecnologias, será analisada a influência destas na gestão do conhecimento nas empresas e, finalmente, centrando-se no objetivo principal, será estudado o uso da internet como ferramenta de distribuição do conhecimento na organização, as principais fases e metodologias para a criação de um site e os tipos de softwares que serão utilizados neste estudo para sua criação. 3.2 Gestão do conhecimento: um panorama da atualidade Para a introdução neste tema, será analisado um estudo de Santiago Jr, 2004, que nos apresenta o panorama atual vivido pelas organizações, onde um novo cenário tem se apresentado neste novo século e mudanças constantes têm feito com que as organizações procurem cada vez mais se adequarem a este novo ambiente, flexível e com novas regras de mercado a serem seguidas. A principal mudança com que as empresas têm que se adaptar, seja ela pública ou privada, diz respeito à rapidez com que as suas atividades têm que ser desenvolvidas, principalmente pelo fato de estarem atentas as demandas de seus clientes e parceiros. Agindo assim é que elas terão condições de assumir posturas corretas e eficientes para o seu crescimento. Para o autor acima citado, antes mais centradas em seus produtos, atualmente as empresas têm em seus clientes o principal objetivo do seu processo produtivo, fato este que as levaram a definir melhor as suas estratégicas de atuação, prestar maior atenção aos seus concorrentes, criar redes de distribuição e cooperação e estudar os ciclos de vida de seus produtos e serviços. Ressalta-se que a geração de riqueza e o poder da sociedade atual, 39 deixaram de ser exclusivo dos meios tradicionais de produção (capital, terra e trabalho) e passaram a depender em muito da informação, isto é, o valor de produtos e serviços depende cada vez mais do percentual de inovação, tecnologia e inteligência a eles incorporados. Chamados de ativos intangíveis da empresa, estes são de difícil gerenciamento e, aquelas que souberem administrá-los, estarão em posição de destaque no seu segmento de atuação. Diante deste panorama, continua o autor, a principal matéria-prima da empresa está no conhecimento por ela adquirido, sendo este mais importante que seus ativos físicos ou financeiros e, muitas vezes, apesar de tê-lo disponível, no entanto, por diversos motivos está inacessível. Daí a importância de um ambiente favorável para identificar, criar e disseminar o conhecimento dentro da empresa, agregando valor e colocando-a no rumo certo para atingir os seus objetivos. Seguindo a linha de raciocínio do autor, a grande característica do conhecimento é o fato dele ser altamente reutilizável e, ao contrário dos recursos materiais, o seu efeito depreciativo é inverso, quanto mais utilizado maior será o seu valor. Assim, o grande desafio é desenvolver uma metodologia que torne possível a reutilização do conhecimento existente na organização e, ao mesmo tempo, desenvolver meios para a captação de novos, o que só reverterá em benefícios para a empresa. 3.3 A criação do conhecimento nas organizações Como visto acima, a gestão do conhecimento é um elemento essencial no sucesso das organizações e cada dia é mais estudado pelas diversas correntes do pensamento. Para Alves e Barbosa, 2010: Nessa perspectiva, a gestão do conhecimento surge como um processo multifacetado e de grande complexidade. A amplitude do termo torna-o presente em diversas áreas, como administração de empresas, ciência da computação, comunicação, recursos humanos, biblioteconomia, tecnologia da informação, sistemas de informação e inteligência artificial (ALVES e BARBOSA, 2010, p 117). Segundo Silva, S. L., 2002, ligada ao setor da administração, a escola da criação do conhecimento tem seus estudos dirigidos com atenção especial às mudanças organizacionais, 40 melhores práticas na empresa, reengenharia de processos e produtos, etc. Apresentando os educadores Nonaka e Takeuchi como seus principais expoentes, tal abordagem centra-se mais nos mecanismos de criação de novos conhecimentos, individual ou em grupo, sem desconsiderar o papel dos sistemas da informação para a sua transferência. Nas afirmações de Nonaka e Takeuchi 1997, as organizações além de utilizarem o conhecimento enquanto recurso e fonte de poder, elas também o criam e isto se traduz na capacidade da empresa de, a partir de suas experiências, criarem conhecimento, colocá-lo a disposição de todas as pessoas da organização e, ao mesmo tempo, que estes conhecimentos estejam intimamente ligados e agreguem valor tanto aos seus produtos, como serviços e sistemas. Voltar-se para a criação do conhecimento organizacional, é uma oportunidade que a empresa tem de aprender com o passado e vislumbrar novas perspectivas em um ambiente que hoje em dia, impulsionado principalmente pelas tecnologias, é dinâmico e passível de mudanças constantes. Diferentemente do que pensam outros pesquisadores, para os autores acima citado, o fator humano é o principal componente da criação do conhecimento nas organizações e estes podem ser classificados de duas formas: conhecimento explícito e conhecimento tácito. Enquanto que o primeiro se apresenta através de uma linguagem formal e é facilmente transmitido entre os indivíduos, através das expressões matemáticas, afirmações gramaticais, manuais, etc. Já o segundo possui um expressivo valor cognitivo e está fundamentado em esquemas, são mais pessoais e estão mais próximos da experiência individual de cada um e, trazem consigo as perspectivas, crenças, sistemas de valores vivenciados, ideais, etc. Mais além, visto “como unidades estruturais básicas que se complementam” e interagindo constantemente em forma de um espiral, eles se tornam os principais responsáveis pela criação do conhecimento nas organizações de negócios. Para Valentim et alii: A fragmentação do conhecimento em tácito e explícito serve para denominar momentos diferenciados, que passam muitas vezes imperceptíveis num processo dinâmico como a gestão do conhecimento. A conversão do conhecimento tácito para o explícito e do explícito para o tácito, muitas vezes não é identificável em detrimento da velocidade com que a assimilação de um conhecimento e a produção ocorre (VALENTIM et alii, 2003). 41 Assim, o conhecimento acumulado e compartilhado acaba se tornando a grande alavanca para o desenvolvimento de produtos e tecnologias, o que por sua vez, traduz em vantagem competitiva em relação à concorrência. 3.3.1 Diferenciando dados, informação e conhecimento Antes de avançar na discussão sobre a criação do conhecimento, importante realizar um parêntese e diferenciar os termos: dados, informação e conhecimento, conforme quadro 2 abaixo. Para Silva, S. L., 2002, embora não haja consenso quanto às definições dos temas, as proposições mais aceitas definem os termos em uma seqüência hierárquica onde, dados são fatos simples que se tornam informações ao serem combinados em uma estrutura compreensível e estas se tornam conhecimento, quando o indivíduo consegue estabelecer conexões com outras informações em um determinado contexto e, podendo ser usado para fazer previsões. Assim, temos os dados como pré-requisito para informação e esta para o conhecimento, podendo uma hierarquia reversa fazer sentido também. CONCEITO EXEMPLOS Dados Conjunto de caracteres (sinais, símbolos etc.). Informações São abstrações informais que representam, por meio de palavras, som ou imagem, algum significado para alguém. Contêm semânticas e não podem ser formalizadas segundo uma teoria matemática ou lógica. Informações podem ser armazenadas em computador, mas não podem ser processadas (para isso, seria preciso quantificá-las, reduzindo-as a dados). Conhecimento É uma abstração interna e pessoal, gerada a partir da experiência. Não pode ser completamente descrito, representado, caso contrário seria apenas informação. O conhecimento não pode ser armazenado e nem processado. Neste sentido, o conhecimento dito explícito é, na verdade, informação, mas que, ao ser manuseado por uma pessoa, naturalmente se relaciona com o conhecimento tácito. Quadro 3.2: Diferenciando e relacionando dados, informação e conhecimento. (Adaptado de Silva, S. L., 2002) 42 3.4 As quatro conversões do conhecimento Retomando as proposições de Nonaka e Takeuchi 1997, as duas formas do conhecimento, tácito e explicito, estão intimamente ligadas, se complementam e se interagem. A esta interação, que tem como característica básica ser um processo social entre os indivíduos, os autores a denominam conversão do conhecimento e podem ser sintetizados em quatro modos: 3.4.1 De conhecimento tácito em conhecimento tácito, denominado Socialização Este é tipicamente um processo de compartilhamento de experiências. Para a efetiva concretização deste tipo de conversão, é essencial que ocorra o intercâmbio entre os indivíduos, guiado pelas suas perspectivas, motivações, grau de confiança, emoções e marcada fortemente pelos contextos específicos da interação. 3.4.2 De conhecimento tácito em conhecimento explícito, denominado Externalização Para os autores, este modo de conversão é a chave para a criação do conhecimento “é o processo de criação do conhecimento prefeito, na medida em que o conhecimento tácito se torna explícito, expresso na forma de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos” Nonaka e Takeuchi, 1997. É através das metáforas e representação simbólicas que os indivíduos ativam seus esquemas cognitivos, facilitando assim a aquisição de novos conceitos. 43 3.4.3 De conhecimento explícito em conhecimento explícito, denominado Combinação Este tipo de conversão do conhecimento se torna possível a partir do momento em que as informações disponíveis no sistema através dos diversos documentos, manuais, etc., podem ser coletadas, transferidas e reconfiguradas para a geração de novos conhecimentos, através de categorizações, classificações, processamentos, etc. 3.4.4 De conhecimento explícito para conhecimento tácito, denominado Internalização É o típico processo de conversão que os indivíduos experimentam enquanto realizam suas atividades de rotina, isto é, a incorporação do conhecimento se dá no aprender fazendo. O indivíduo apropria-se do conhecimento, incorporando-o ao seu repertório de ação e internalizando aos seus esquemas cognitivos. “Baseia-se na cultura adquirida pelos membros da organização em possuírem uma postura voltada à aprendizagem, ou seja, similar aos conceitos de “learning organization” (VALENTIM, 2006, p. 120). 3.5 Os ciclos de conversão do conhecimento Considerando que a criação do conhecimento é um processo dinâmico e contínuo, os autores destacam: A criação do conhecimento organizacional é uma intenção contínua e dinâmica entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. Essa interação é moldada pelas mudanças entre diferentes modos de conversão do conhecimento que, por sua vez, são induzidos por vários fatores (NONAKA e TAKEUCHI, 1997, P. 80). 44 Os ciclos de conversão do conhecimento se apresentam assim fragmentados apenas para fins didáticos e ser objeto de melhor análise e estudo, porém na prática, estão intimamente ligados e podem ocorrer simultaneamente em forma de um espiral, servem para analisar e entender os mais diversos casos de criação e disseminação do conhecimento na organização, sendo que cada caso terá suas particularidades ou especificidades. Assim, exemplificando, o espiral do conhecimento se daria através da socialização, onde o conhecimento tácito seria compartilhado e depois convertido em explícito. Na seqüência, através do modo de combinação, o novo conhecimento adquirido se funde ao já produzido, gerando novos conhecimentos para a organização. Finalmente estes novos conhecimentos serão internalizados podendo se transformar em documentos, normas, manuais etc. e assim todo o processo se reiniciaria através da socialização. Figura 3.18: Ilustração da espiral do conhecimento. Fonte: Silva, S.L., (2002), adaptado de Nonaka & Takeuchi (1997). 45 3.6 Revisão da literatura Pela natureza dinâmica da web, a cada dia surgem novas ferramentas que propiciam ao interessado uma série de serviços ou facilidades para a construção de sites, é possível assim comprar ou adquirir gratuitamente os mais diversos tipos de programas que facilitará em muito a sua construção e manutenção. Entre estas ferramentas podemos encontrar plataformas de software para construção e gerenciamento de aplicações web dinâmicas, linguagens de programação, sistemas de gerenciamento de conteúdos, programas com templates (layout de sites prontos), etc. Independentemente dos diversos tipos de ferramentas, a preocupação central para a construção de sites, é utilizar programas que estejam de acordo com os padrões web estabelecidos pela W3C (Word Wide Web Consortiun), organização internacional responsável pela criação e interpretação de conteúdos para a web. Estas ferramentas auxiliarão na utilização dos padrões, possibilitando um entendimento mais fácil e mais rápido dos mesmos, simplificando várias etapas da construção dos sites mesmo para leigos no assunto ou desenvolvedores já experimentados (FERRAZ, 2003). Estes padrões estão baseados nos conceitos mais importantes a serem observados para a construção de sites. Para Ferraz, 2003: Estes não são só necessários como também resultam em várias vantagens para os desenvolvedores, produtores e usuários da Web. Essas vantagens compensam os eventuais problemas criados pelas incompatibilidades de implementação e permitem que as pessoas exerçam maior liberdade quanto à criação e compartilhamento de informações (FERRAZ, 2003). Entre os principais conceitos estabelecidos pela W3C para a construção de sites destacam-se: conteúdos, navegabilidade, acessibilidade e usabilidade. Segundo Lapa, 2004: O conteúdo de um site (Web) é um conjunto de informações, mas não de qualquer tipo de informação. Conteúdo tem um juízo de valor embutido, significa que a informação que o site oferece deve ter coerência, 46 fundamentação, esforço intelectual e operacional dos profissionais que nele trabalham e que agregaram algum tipo de valor à informação (LAPA, 2004, p. 36, grifo nosso). Outro conceito importante que deve estar presente na construção de um site é o de navegabilidade, ele está intimamente ligado à forma de acesso às informações e a velocidade com que as imagens são disponibilizadas para a visualização, tal fato depende também do tipo de equipamento do usuário, tipo de conexão e infra-estrutura de hospedagem do site. Associado a isto, temos o conceito de acessibilidade, que representa para o usuário não só o direito de acessar a rede de informações, mas também o direito de eliminação de barreiras arquitetônicas, de disponibilidade de comunicação, de acesso físico, de equipamentos e programas adequados, de conteúdo e apresentação da informação em formatos alternativos, onde o usuário ao utilizar o site, tem a expectativa de fazê-lo no menor tempo possível e com o menor número de cliques para acessar a informação desejada (OLIVEIRA, MOURA, BACK, 2011). Para o conceito de usabilidade deve-se considerar a qualidade da interação do usuário com o site, onde, devem ser observados os seguintes princípios: facilidade de aprendizado; facilidade de lembrar como realizar a tarefa após algum tempo; rapidez no desenvolvimento de tarefas; baixa taxa de erros e satisfação objetiva do usuário (NIELSEN, 2003). Winckler e Pimenta destacam: Considera-se que a interface tem um problema de usabilidade se um determinado usuário ou um grupo de usuários encontra dificuldades para realizar uma tarefa com a interface. Tais dificuldades podem ter origens variadas e ocasionar perda de dados, diminuição da produtividade e mesmo a total rejeição do software por parte dos usuários (WINCKLER, PIMENTA. 2002). Embora a implementação dos padrões web possam ser questionados por serem considerados limitadores, a sua necessidade é patente. Com o grande crescimento da web muitos desafios têm sido criados e somente com estes é que se poderá vencê-los. A observância destes padrões mínimos implica na criação de sites que resultará em várias 47 vantagens tanto para os seus desenvolvedores/produtores como também para o usuário final (FERRAZ, 2003). 3.7 O papel da tecnologia da informação na gestão do conhecimento Rossetti e Morales (2007) expõem que, em longo prazo, o conhecimento sempre desempenhou um papel importante no crescimento econômico da sociedade, a diferença é que nos dias atuais o grande marco é a evolução tecnológica que possibilita o uso intenso da tecnologia da informação e que contribuiu de forma efetiva para a mudança em direção de uma economia baseada no conhecimento. Essa evolução influencia praticamente todas as atividades, veiculando livre e rapidamente grande volume de informações pelos mais diversos meios, principalmente a Internet, que cresce rapidamente, estabelecendo toda uma infraestrutura para o compartilhamento da informação. As organizações ao identificarem o conhecimento como fator chave de produção, ao lado do trabalho e capital, passam a utilizar a tecnologia da informação, que é gerada e explicitada devido ao conhecimento das pessoas, para manterem-se operantes e competitivas nos mercados em que atuam e agregar valor aos seus produtos, processos e serviços entregues aos seus clientes (ROSSETTI & MORALES, 2007). Nota-se que é cada vez maior a visão de que a tecnologia da informação e comunicação tem que estar associada a todos os ramos de atividade, embora ocorra cada vez mais uma incessante busca pelo seu uso como instrumento de extração do conhecimento e sua conseqüente incorporação à cultura e aos processos de gestão, importante salientar que tais recursos, apesar de valiosos não podem por si só serem considerados como o único fator de sucesso na organização, é preciso cautela e levar em conta outros aspectos: fatores ligados às características humanas, muitas impenetráveis pela tecnologia; políticos; culturais; etc. O objetivo das ferramentas é disponibilizar o conhecimento que está na cabeça das pessoas e nos documentos para toda organização, espera-se assim que o conhecimento flua por meio de redes de comunidade, transformando a tecnologia em um meio e o conhecimento em capital. Como ferramenta de comunicação e gestão empresarial a TI passa a ser utilizada para aumentar a produção e melhorar a qualidade dos produtos, para dar suporte de análise de mercado, tornando-os cada vez mais ágeis e eficazes. 48 3.8 A Internet Na década de 1960, no auge da guerra fria entre os Estados Unidos e a então União Soviética, surge a ARPANet como meio de comunicação entre as bases militares americanas e departamentos de pesquisa do governo. Temendo um ataque por parte dos russos, militares americanos procuram desenvolver um sistema que fosse capaz de trocar e compartilhar informações sigilosas, assim, com um possível ataque às suas bases, tais informações não estariam perdidas. A rede de comunicações deveria ser robusta, de forma que em caso de ataque nuclear, com a conseqüente destruição maciça de parte da rede, a comunicação fluísse sem problemas entre as regiões não afetadas. Para satisfazer estas necessidades, os dados, eram divididos em pacotes que seriam encaminhados, de forma instantânea, por uma das várias rotas que estivessem disponíveis. Com esta divisão dos dados em pacotes, os diferentes pacotes poderiam seguir caminhos independentes, cujo ponto comum era o destino que levavam. Passado esse período e considerando inútil manter sob sua guarda, os militares permitiram o acesso dos cientistas americanos ao sistema, que mais tarde repassaram às universidades e aos poucos para diversos pesquisadores domésticos ao redor do mundo. Assim, em 1990 surge nos EUA o primeiro Internet Service Provider comercial, The World e a ARPANET deixa formalmente de existir (GOETHALS, AGUIAR, ALMEIDA, 2000). 3.9 A WEB A Wold-Wide-Web ou simplesmente Web ou, WWW, foi criada por Tim Berners-Lee em 1989, nos laboratórios do CERN (Organização Européia para a Pesquisa Nuclear ou em Frances Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire), como uma solução para os problemas de intercâmbio de informações entre os pesquisadores. É um sistema de informação que engloba diversos sistemas informaçionais disponíveis na Internet, ou seja, é a sua interface gráfica. Esse sistema cria um mundo sem fronteiras e tem como características básicas uma interface consistente; a incorporação de um vasto conjunto de tecnologias e tipos de documentos; uma leitura universal. Para o seu desenvolvimento utiliza três tipos de ferramentas: um protocolo de transmissão de dados - HTTP; um sistema de endereçamento próprio - URL; uma linguagem de marcação, para transmitir documentos formatados através da rede - HTML. Com elas torna-se possível criar servidores de informação, onde se incluem 49 textos, imagens, multimídia, dotando-se o mundo da Internet dos meios necessários para a construção de uma verdadeira teia de informação (CASTRO, 2003). Nas palavras dos educadores Pereira e Bax, (2008), importante diferenciarmos os termos home-page, site e portal corporativo: O termo home-page foi o primeiro a ser utilizado na Web, no início dos anos 90. Através de home-pages as pessoas (pesquisadores em universidades) disponibilizavam suas informações em documentos HTML, em geral, com fins pessoais. Um site, ou website, é um conjunto de documentos em linguagem HTML e outras linguagens de scripts, e um portal seria um conjunto maior de sites. O site, que anteriormente era encarado como apenas mais um canal de divulgação das organizações, com conteúdos meramente institucionais, sem atualizações sistemáticas e periódicas, tornou-se, no formato de portal corporativo, chave para a implementação da Gestão do Conhecimento nas organizações (PEREIRA e BAX, 2008). 3.10 A criação de um site No mundo em que vivemos, onde a tecnologia se faz cada vez mais presente, o tempo é cada vez mais escasso e as atribuições pessoais cada vez mais constantes, ter acesso às informações via Internet é uma facilidade que possibilita o contato, a aproximação e até mesmo a identificação das organizações com seus diversos públicos. Diferente de outros tipos de mídias a Web é dinâmica e única, eliminou barreiras antes difíceis de serem transponíveis, permitindo que seus usuários sejam editores e consumidores de informação. Acabou com o senso de hierarquia e, nunca na história um meio de comunicação deixou de ser controlado pelo governo, instituições, mídias ou grandes empresas. Dessa forma, em um ambiente diferente com suas particularidades e regras específicas, antes de iniciar a construção de um website é importante que haja um planejamento do projeto, dividindo-o em etapas para melhor organizar a execução das tarefas. 50 3.11 Metodologia para construção de sites Silva e Barcelos (2002), citando Mok (1996), em seus estudos apresentam a metodologia DADI para criação de sites dividida em quatro etapas: Definição, Arquitetura, Design, Implementação, sendo que esta divisão não significa a existência de uma fronteira entre elas, no processo as etapas se interagem enquanto são definidos os detalhes do projeto. 3.11.1 Primeira fase: definição Para os autores acima citados a primeira etapa, definição, consiste em aproximar a equipe do projeto ao material a ser disponibilizado no site, onde começará a ser delineado o seu conteúdo e seus módulos necessários. Sendo assim, os principais pontos a serem analisados são: Definir o objetivo do site, o que se espera como retorno do trabalho, estabelecer um cronograma de atividades até a disponibilização do site na rede, são fatores que delimitam o escopo do projeto e o tamanho do site. Realizar um levantamento das fontes disponíveis coletando material na forma de impressos (folders, manuais, guias), formatos eletrônicos e se for o caso, vídeos. Analisar o material levantado, identificar as diferentes ferramentas necessárias para a sua manipulação e separar aqueles que realmente são interessantes para constar no site, levando em consideração as limitações e recursos da web. Realizar pesquisas em sites semelhantes procurando estabelecer um diferencial que possa agregar maior valor ao site em desenvolvimento. Conhecer o perfil econômico e sócio-cultural do público alvo irá determinar a linguagem e as tecnologias a serem empregadas na criação do site. O uso de tecnologias de ponta nem sempre é o mais indicado, pois ai dependerá do plug-in instalado ou da configuração mínima de processador, vídeo, etc. A partir dos pontos acima citados, a equipe poderá desenvolver um protótipo do site, contendo alguns elementos iniciais de design e navegação. Uma vez aprovado, passase as novas fases do projeto. 51 3.11.2 Segunda fase: arquitetura Passando à segunda fase, arquitetura, os autores da proposta estudada estabelecem que, considerando os objetivos do site, a partir das informações obtidas na fase anterior, determina-se a importância do material, estabelece-se a estrutura da informação, seus diferentes grupos e a prioridade como estas devem ser apresentadas, procurando assim facilitar ao máximo o acesso ás informações disponíveis. Assim, são apresentados os pontos mais importantes a serem observados: O que for estabelecido como o objetivo do site deve receber destaque na estrutura proposta. Estruturar as informações, classificando-as por seções ou assuntos principais, podendo utilizar como recurso, gráficos que representem toda arvore de navegação, onde se torna possível estabelecer os níveis de hierarquia da informação e o número de blocos em cada nível de informação. É importante estabelecer um equilíbrio entre a profundidade e largura do site, onde muito largo significa opções e saídas em excesso a partir de uma mesma página, já o site com muitos níveis de profundidade, representam muitas páginas a serem carregadas até chegar à informação desejada. Com a definição dos blocos de informação, considerando as diferentes mídias, aproveitar ao máximo os recursos que a interface oferece. Estar atento também às possibilidades de integrar ao site recursos de banco de dados, que podem propiciar um maior número de serviços a serem oferecidos, auxiliam na implementação de funções mais complexas e tarefas mais sofisticadas. Onde se fizer necessário, procurar estabelecer no site módulos interativos. Definir como o visitante poderá navegar no site. De forma exploratória o navegante irá aos poucos descobrindo as diversas informações, funções e serviços disponíveis. De forma explanatória, desde o início aparece de forma explícita o que se encontrará no site. Pode ser oferecido um tipo de navegação circular, onde a partir de qualquer página é possível acessar as demais existentes no site, sendo esta a de mais fácil navegação. Finalmente, pode-se oferecer uma estrutura seqüencial, como se o navegador estivesse lendo um livro. 52 3.11.3 Terceira fase: design Na proposta de design apresentada pelos autores acima citado, eles destacam que o seu principal objetivo é garantir um trabalho de qualidade ao usuário final e que a arquitetura das informações devem se encaixar ao projeto gráfico do site, onde metáforas visuais são incorporadas auxiliando e melhorando a navegação proposta na fase anterior. Destacam-se assim os principais pontos: O tipo de fonte a ser utilizado deve se adequar á mensagem pretendida, considerando os aspectos legais de seu uso. Alguns tipos de fontes são definidos no HTML padrão e outros tipos também podem ser utilizados, porém é preciso levar em conta fontes supostamente instalado no computador do usuário. Normalmente usa-se Arial ou Helvética tamanho 10 para textos genéricos, 12 para textos que mereçam destaque e 8 para textos sem muito destaque. Leva-se em conta também a possibilidade de apresentação de textos em forma de imagem caso o usuário não possua a fonte específica, porém, tal procedimento impossibilita a pesquisa por palavra chave. O estilo de apresentação de textos na web tem certas particularidades, onde parte-se do princípio que o visitante do site dispõe de pouco tempo e pouca paciência para ler textos demasiadamente extensos na frente de um monitor, assim é importante apresentá-los de forma resumida em pequenas colunas que ocupem pouco espaço na horizontal da tela e disponibilizá-los na íntegra na forma de PDF ou DOC. As imagens a serem utilizadas normalmente são nos formatos GIF (Graphics Interchange Format) e JPG (Joint Photographics Experts Group), com densidade de 72 dpi. Nas aplicações de som utilizam-se os formatos WAV (Waveform audio format e MIDI (Musical Instrument Digital Interface) por apresentarem diferentes características de funcionamento na informação sonora digitalizada. Nas aplicações de vídeo, utilizam-se os formatos MPEG (Moving Pictures Expert Group), ou o formato do QuickTime, já o formato AU da Real Player exige plug-in específico para a sua execução. Como o setor de tecnologia da informação é extremamente dinâmico, o importante é estar atento ás novas TIs disponíveis no mercado. 53 3.11.4 Quarta fase: implementação Na finalização do trabalho, determinada pelos autores acima citado como fase de implementação, o site já está disponibilizado na rede com todas as páginas, imagens, mídias e testado em diferentes browsers e ajustado caso seja necessário. Nesta fase destacam-se os principais pontos: Verificar a integração de todas as páginas e se não há falha na lógica de apresentação, com atenção especial ao caminho dos links. Verificar se a interface está de acordo com o projeto estabelecido na fase de definição e se está correspondendo em diferentes tipos de browsers e diferentes tipos de monitores levando em conta as seguintes resoluções (800x600 e 640x480). Antes de decidir sobre o servidor a ser utilizado, realizar um estudo técnico sobre as necessidades de hardware e software. Definir a entrada inicial do site através do seu URL (Uniforme Resource Locator), podendo este ser sublocado a um servidor, ex: (www.servidor.com.br/suaempresa) ou com domínio próprio, ex: (www.suaempresa.com.br), onde se exige cadastramento junto aos órgãos competentes (Fapesp , no Brasil e Internic nos Estados Unidos). Realizada estas definições, transferir todos os arquivos para o servidor utilizando diferentes programas de FTP (File Transfer Protocol). Finalmente, após estas verificações, realizar a divulgação do site através dos diversos meios que se fizerem necessário. 3.12 Ferramentas para a criação de sites Diversos são os instrumentos para criação de um site, porém as ferramentas básicas podem ser descritas como abaixo. 3.12.1 O HTML A ferramenta básica para a criação de páginas na web é o HTML (HyperText Markup Language) ou simplesmente Linguagem de Marcação de Hipertexto. Esta é a linguagem que possibilita apresentar informações na Internet, onde, o que vemos quando abrimos uma página da web, é a interpretação que o navegador faz do HTML. 54 Abaixo um exemplo da utilização da linguagem HTML: COMO SERÁ ESCRITO <html> <body> <h1>Minha primeira escrita</h1> <p>Meu primeiro parágrafo.</p> </body> </html> COMO SERÁ VISUALIZADO NO BROWSER Minha primeira escrita Meu primeiro parágrafo. Quando foi criada, esta linguagem definia apenas a estrutura básica de um documento, isto é, o cabeçalho, listas, parágrafos, ênfase e similares, não se atendo a como tais elementos deviam ser exibidos, os navegadores é que definiam como fazer isto à sua maneira. Assim, diferente da forma que tinham sido inicialmente idealizados, os cabeçalhos poderiam ser exibidos em fontes maiores e negritado, as ênfases sendo destacadas em itálico, os parágrafos separados por linhas em branco, etc. Até ai não havia qualquer inconveniente, pois a informação era totalmente preservada em qualquer navegador. Porém, com o desenvolvimento comercial dos navegadores e a conseqüente guerra pela vantagem competitiva em relação ao concorrente, foram desenvolvidos navegadores com elementos proprietários de apresentação específicos e, o resultado foi que, os documentos somente eram exibidos nos navegadores que suportavam tais elementos. Começaram então a surgir diversos “truques” de apresentação para enganar os renderizadores, aumentando cada vez mais o tamanho e a falta de estruturação dos documentos, reduzindo o HTML a uma confusão de elementos despadronizados (FERRAZ, 2011). 55 3.12.2 Padrões Web Prevendo esta situação em 1994, Tim Berners-Lee o “pai da Internet”, criou o Word Wide Web Consortium (W3C), um consórcio internacional criado com o intuito de desenvolver padrões para a criação e interpretação de conteúdos para a web. Os vários comitês estabelecidos em diversos países procuram estudar as tecnologias existentes de apresentação de conteúdos na Internet, criando padrões e recomendações para a sua utilização, de forma que os novos programas possam acessar com facilidade os códigos e entender onde deve ser aplicado cada conhecimento expresso no documento. Muitos dos usos da Web hoje só são possíveis por causa da utilização destes padrões quer permitem o compartilhamento fácil de informações e, o futuro trará outras possibilidades que só serão realizáveis se houver certo grau de conformidade (W3C, 2011). Figura 3.19: Site da W3C Brasil. Na figura 3.19 acima uma visualização de uma página do site da comunidade W3C no Brasil. 56 3.12.3 Folha de Estilo em Cascata (Cascading Style Sheet-CSS) Os novos programas que surgem no mercado a cada dia, propiciam aos usuários com pouca ou nenhuma experiência no assunto criarem em pouco tempo um site completo. Estes programas que têm como características básicas a sua praticidade oferecem templates (layouts de sites prontos) e ferramentas para a edição de imagens e textos. Em alguns casos, estes programas trazem consigo um FTP (File Transfer Protocol - Protocolo de Transferência de Arquivos, que possibilitam ao usuário, de forma ágil e dinâmica, a transferência direta de arquivos do servidor para a webpage, isto é, basta um clique ou simplesmente, através do botão do mouse, arrastar o arquivo. Entre os principais programas existentes, destaca-se o CSS (Cascading Style Sheet) ou folha de estilo em cascata. Este é um programa que se escreve dentro do HTML e sua característica principal é a de definir os estilos de todo um website. Isto se consegue criando um arquivo onde simplesmente colocamos as declarações de estilos da página e linkamos todas as páginas do site com esse arquivo. Deste modo, todas as páginas compartilham uma mesma declaração de estilos e, portanto, se a mudamos, todas as páginas serão mudadas. Para Silva, M. S.: A grande vantagem do uso de CSS é a de separar a marcação HTML, da apresentação do site. Em outras palavras, vale dizer que o HTML destina-se unicamente a estruturar e marcar o conteúdo, ficando por conta das CSS toda a responsabilidade pelo visual do documento. HTML marca e estrutura textos, cabeçalhos, parágrafos, links, botões, formulários, imagens e demais elementos da página e CSS define cores, posicionamento na tela, estilos de linhas, bordas e tudo o mais relacionado à apresentação. A adoção desta técnica resulta em múltiplas vantagens e benefícios que não são conseguidos quando se utiliza o conceito largamente empregado para construção de web sites, baseado no uso de tabelas e de atributos de estilização dentro das tags HTML (SILVA, M. S., 2011). 57 3.12.4 Sistema de Gerenciamento de Conteúdo (Content Management Systems-CMS) O conteúdo é um dos elementos mais valorizados na web, eles variam muito e são os usuários que ditam o que deve ser disponibilizado no site, desta forma, eles se originam dos mais diversos tipos de fontes e destinados a múltiplos usos. Atualmente podemos encontrar diversos programas que propiciam a pessoas com pouco conhecimento técnico no assunto, publicar suas noticias em um site. Não foi sempre assim, inicialmente quando a internet era utilizada especificamente para fins acadêmicos, todas as fazes da criação de um site ficava restrita ao programador que conhecia a linguagem HTML. Aos poucos novos profissionais foram se incorporando a esta tarefa, designers, arquitetos da informação, profissionais de marketing, etc., porém, para a inclusão de suas informações no site, sempre dependentes do tempo disponível daquele que dominava a linguagem HTML. Os programadores cansados pelo acúmulo de tantas tarefas começaram a desenvolver pequenos sistemas para automatizar a publicação das notícias, assim, com essa ferramenta, qualquer um que tivesse um mínimo de treinamento, seria capaz de realizar as suas publicações. Com o sucesso alcançado, os diversos programas começaram a se sofisticar, permitindo a inclusão de arquivos, eventos, álbuns, etc., formando assim um grande sistema de gerenciamento de conteúdo, mais conhecido pela sigla CMS (Content Management Systems). As ferramentas CMS incluem recursos que permitem o gerenciamento de conteúdos, vindos de todas as fontes e formas possíveis, com múltiplos esquemas de tratamento e fluxos de trabalho, podendo ser customizados e integrados, facilitando o uso de novos mecanismos de consultas e permitindo publicações nos mais diferenciados dispositivos. Os benefícios ligados a adoção de um CMS incluem desde a redução do custo de atualização dos conteúdos nos websites até o aumento da eficiência das equipes de TI (PEREIRA E BAX, 2002, p. 1). 58 Com o sucesso alcançado por estes sistemas, outro problema começa a surgir. Desenvolvidos por programadores, estes programas começaram a se tornar complexos, trazendo consigo conceitos e metáforas de suas áreas, dificultando novamente a participação de outros profissionais. 3.12.4.1 O PLONE Diante das dificuldades apresentadas pelos novos sistemas de gerenciamento de conteúdos, novas linhas de pesquisas começam a se desenvolver. É importante ressaltar que o desenvolvimento dos programas de computadores (software) traz consigo uma série de instruções executáveis e dados que propiciam ao usuário final informações e funcionalidades e espera-se que os novos programas tragam informações acumuladas com o tempo (BEDER, 2011). Assim, no início do século, três jovens pesquisadores desenvolvem um sistema baseado nas necessidades dos usuários. Surge então o Plone, um sistema livre e de código aberto que utiliza o servidor de aplicações Zope, que atende a todas as demandas da criação de um site completo, bem como o gerenciamento de conteúdos, sem a necessidade de conhecimentos técnicos em relação a toda a sua estrutura. [...] possui uma das mais intuitivas interfaces de administração e manutenção de conteúdos, além do suporte nativo a diversos tipos de ferramentas. A possibilidade de estabelecer papéis definidos para membros cadastrados no site, regras de inserção e manutenção de conteúdo definem um fluxo de trabalho colaborativo e organizado. [...]também possui uma das mais intuitivas interfaces de administração e manutenção de conteúdos, além do suporte nativo a diversos tipos de ferramentas. A possibilidade de estabelecer papéis definidos para membros cadastrados no site, regras de inserção e manutenção de conteúdo definem um fluxo de trabalho colaborativo e organizado. Ponto fundamental do Plone se traduz na sua grande escalabilidade e segurança, ou seja, o suporte a diversos sites hospedados no servidor de instalação e a segurança dos dados e de acesso que este possibilita (UFRGS, 2011). 59 Dessa maneira, a ferramenta criada trouxe consigo preocupações bem definidas em relação às seguintes áreas: Usabilidade Usabilidade é um termo utilizado para descrever a facilidade com que as pessoas podem utilizar uma ferramenta para alcançar um objetivo específico. O Plone foi projetado desde o início para seguir as melhores práticas de usabilidade do mercado, resultando num CMS simples e fácil de usar. Acessibilidade O Plone respeita todas as recomendações de acessibilidade do W3C. Isso significa que um site Plone permite que todas as pessoas consigam acessá-lo e encontrar informações disponíveis, independente de problemas físicos ou do tipo de equipamento utilizado. Significa que um site Plone não apresenta barreiras ao acesso para qualquer tipo de usuário. Padrões Todo o código das páginas do Plone foi desenvolvido seguindo os Padrões Web definidos pelo W3C. Esses padrões são normas e procedimentos que definem a maneira correta que um código deve ser escrito, para que seja compatível com todos os softwares disponíveis no mercado e com os que ainda serão lançados. Segurança O Plone utiliza o Zope como servidor de aplicação. O Zope foi criado para ser um sistema totalmente seguro e isso torna o Plone um dos CMS com o melhor nível de segurança. Open Source O fato de ser Open Source garante ao Plone a continuidade da solução e que você não vai precisar ficar preso a um fornecedor específico para continuar utilizando a solução. Alem disso não é necessário pagar uma licença para utilizar o Plone, o que diminui em muito o custo de um projeto feito com Plone (SIMPLES CONSULTORIA, 2011, p.6-7). 60 Figura 3.20: Site da comunidade PLONE no Brasil. Na figura 3.20 acima, uma visualização de uma página do site da comunidade PLONE no Brasil. Entre as diversas instituições que utilizam este programa para a construção de seus sites podemos citar: Presidência da República, Senado Federal, SEBRAE, Serpro, Câmara dos Deputados, UFSCar, UFRGS, etc. 3.12.5 PYTHON A linguagem de programação PYTHON é uma ferramenta de altíssimo nível, de aplicação livre e fácil de ser usada por qualquer tipo de desenvolvedor. Faz tudo o que faria qualquer outro tipo de linguagem de programação: protótipos de programação, automatiza tarefas repetitivas, tal como: manipulação de textos, cópias de arquivos, etc. Python é uma linguagem de programação de alto nível, interpretada, imperativa, orientada a objetos, de tipagem dinâmica e forte. [...} Possui atualmente um modelo de desenvolvimento comunitário, aberto e gerenciado pela organização sem fins lucrativos Python Software Foundation. Apesar de várias partes da linguagem possuírem padrões e especificações formais, a linguagem como um todo não é formalmente especificada. O padrão de facto é a implementação CPython. A linguagem foi projetada com a filosofia de enfatizar a importância do esforço do programador sobre o esforço 61 computacional. Prioriza a legibilidade do código sobre a velocidade ou expressividade. Combina uma sintaxe concisa e clara com os recursos poderosos de sua biblioteca padrão e por módulos e frameworks desenvolvidos por terceiros. (WIKIPÉDIA, 2011). Figura 3.21: Site da comunidade PYNTHON no Brasil. Na figura 3.21 acima, uma visualização de uma página do site da comunidade PYNTHON no Brasil. 3.12.6 O ZOPE ZOPE é uma plataforma de software para construção e gerenciamento de aplicações web dinâmica, isto é, Zope é um dos primeiros projetos, ligado à comunidade de código aberto, a desenvolver um servidor de aplicações, integrado com um servidor de banco de objetos, visando criar sites e aplicações dinâmicas na Web. Segundo Ferri (2002): Zope é um ambiente para a construção e gerenciamento de aplicações Web com foco no seu conteúdo, um gerenciador de conteúdos. [...} Zope é um acrônimo para “Z Object Publishing Environment” (Ambiente Z para Publicação de Objetos), foi desenvolvido pela Digital Creations Inc., hoje 62 Zope Corporation devido à marca Zope ter superado a marca Digital Creations. [...] Zope é um gerador de página Web dinâmico, que interpreta os fragmentos de códigos Zope e HTML em seus templates e gera uma saída HTML compreensível para qualquer navegador Web. Isso significa dizer que "não existem páginas "estáticas" (arquivos) no Zope. Ele não é um servidor de "arquivos" via Web; todas as páginas em um servidor Zope são geradas dinamicamente (no momento em que o servidor recebe o pedido do browser) (FERRI, 2002, p. 22-23). No ZOPE também se torna possível habilitar usuários, dando permissões a pessoas para controlar diferentes níveis de administração em seções do site. Também estão disponíveis os controles para adicionar, deletar, desfazer, editar páginas, imagens e outros objetos de forma bastante simples (PEREIRA e BAX, 2002). Figura 3.22: Site da comunidade ZOPE internacional. Na figura 3.22 acima, uma visualização de uma página da comunidade ZOPE internacional. 63 4 Resultados e discussões. 4.1 Introdução A Internet revolucionou o modo de transmissão das informações em todas as áreas, tornando-se uma importante ferramenta na disseminação de conhecimentos e informações. Aproveitando os recursos oferecidos por esta ferramenta, este trabalho teve como objetivo central criar um site do DePG como forma de levar informações aos usuários do setor. Assim, associado ao tempo limitado para a realização deste estudo e procurando realizar um sonho antigo do setor, este trabalho foi norteado por três princípios básicos: criar um site conforme os padrões web; habilitar alguns funcionários do setor para a sua manutenção e atualização e, finalmente, aproveitando que os conteúdos do site foram definidos pelos funcionários do setor, iniciar um processo de discussão sobre gestão do conhecimento e aprendizagem organizacional. Neste sentido, este capítulo apresenta os resultados obtidos com o seu desenvolvimento. Inicialmente serão apresentados os resultados obtidos com o brainstorming realizado junto aos funcionários do DePG, onde o objetivo principal e mais importante do trabalho é a criação e definição das informações do site. Na seqüência será apresentada a forma como se desenvolveram os trabalhos da criação do site, baseada na metodologia denominada DADI (MOK, 1996) apresentada no capítulo 3. 4.2 Realização do brainstorming no DePG 4.2.1 Metodologia adotada Segundo Meireles, 2001, brainstorming é uma ferramenta administrativa utilizada para a geração de novas idéias sobre um tema previamente determinado. É útil quando se deseja gerar em curto prazo uma grande quantidade de idéias sobre um assunto a ser resolvido, possíveis causas de um problema ou ações a serem tomadas. Embora afirme que existam diversos modelos de brainstorming, o autor acima citado destaca que o importante em qualquer situação estar atento a algumas regras básicas: 64 1ª. Suspensão do julgamento: serão proibidos os debates e as críticas às idéias apresentadas. 2ª. Quantidade é importante: quanto mais idéias surgirem, melhor. 3ª. Liberdade total: nenhuma idéia será desconsiderada. 4ª. Mudar e combinar: a qualquer momento será permitido que alguém apresente uma idéia que seja uma modificação ou combinação de outras já apresentadas. 5ª. Igualdade de oportunidade: será assegurada a todos a chance de apresentar suas idéias. Com base nestas regras principais o autor apresenta uma proposta de brainstorming dividida em 6 etapas básicas: Constituição da equipe: nesta etapa define-se o grupo participante e a pessoa responsável pelo bom andamento da sessão – o facilitador; Definição do tema: descreva o problema ou assunto a ser tratado e de que forma ele será abordado, assegurando que todos o tenham compreendido; Geração das idéias: estabeleça o tempo máximo de duração da reunião onde num primeiro momento o importante será a quantidade, não importando a qualidade e o facilitador estará realizando o seu registro de forma que todos possam visualizar; Crítica: nesta fase busca-se a qualidade através de uma primeira análise às idéias apresentadas, esclarecendo os seus significados para assegurar que todos tenham o mesmo entendimento. Aponte cada idéia e pergunte se alguém tem perguntas sobre seu significado; Agrupamento: Reúna as idéias afins em consonância com o tema tratado e as classifique em temas e categorias; Conclusão: feita uma análise em conjunto, selecionar as respostas que atendam ao tema inicialmente estabelecido. Dê ao grupo um feedback sobre o resultado final do brainstorming e mostre como suas contribuições foram valiosas. 4.2.2 Resultados do brainstorming no DePG Desde o início deste trabalho o autor procurou envolver os funcionários do setor, para uma melhor definição dos problemas e possíveis soluções a serem apresentadas. Desta forma, 65 durante o processo, todos os funcionários puderam contribuir, emitindo suas opiniões sobre o assunto. Dessas conversas preliminares, por decisão da maioria, ficou acertado que o ideal seria realizar uma reunião com o conjunto de funcionários para definir, de acordo com a visão de cada um e o problema vivenciado em seu setor de serviço, quais os conteúdos mais relevantes deveriam constar do site. Assim, de forma que esta reunião pudesse ser organizada e estruturada, foi realizado um brainstorming com a participação de todos os funcionários do setor no dia 28/06/2011 das 14 às 15h30min. Pautada pelas etapas e regras de funcionamento definidas acima, a sessão de brainstorming se iniciou, ficando o autor deste estudo responsável pela mediação. No início da sessão foi exposto aos participantes o objetivo da reunião, deixando claro a todos que o tema central era a definição dos conteúdos do site como forma de levar informações do DePG aos seus usuários. Na seqüência foi realizada um explanação sobre alguns conceitos de a GC e AO e apresentado um resumo dos estudos de Nonaka e Takeuchi, 1997 descrito no capítulo 3 deste trabalho, que tratam sobre a criação do conhecimento nas organizações. Desta forma, foi possível realizar alguns debates sobre a importância da participação dos funcionários do setor para a definição das informações a serem contidas no site, como forma de fazer chegar aos usuários os conhecimentos gerados no setor. Após estas explanações iniciais começou a fase de geração das idéias que durou 40 minutos. Passando para a fase de crítica, procurou-se esclarecer algumas idéias apresentadas e, na seqüência, foi realizado o seu agrupamento, ficando assim estabelecidos os seguintes conteúdos a serem relacionados no site: Normas e procedimentos: Orientação aos usuários para preenchimento das solicitações de serviços; estabelecimento de prazos para recebimento dos serviços a serem confeccionados e entrega dos serviços prontos; orientação e normas para impressão de teses e dissertações com destaque para os formatos frente e verso; orientação para confecção de serviços coloridos; formatos dos papéis; tipos de materiais disponíveis para a realização dos serviços; processos para cada tipo de serviço; custos dos serviços; normas para o envio de material para confecção de blocos de rascunho sem grampos ou clipes. Equipamentos: Relacionar os diversos equipamentos do setor e seus recursos disponíveis. 66 Relatórios: Disponibilizar o relatório geral mensal do setor e o relatório de cópias digitais. Informações sobre o setor: Histórico do setor destacando; missão, visão e objetivos do setor; equipe do setor; serviços oferecidos pelo setor; mapa de localização do setor; Dicas: Nesta sessão será reservado um espaço para informações gerais aos usuários. Glossário: Disponibilizar um glossário com termos técnicos utilizado em serviços gráficos, Espaço para sugestões dos usuários: Abrir um espaço onde os usuários possam se manifestar, solicitando esclarecimentos ou apresentando sugestões. 67 Figura 4.23: Realização do brainstorming junto aos funcionários do setor estudado. A figura 4.23 acima representa a oportunidade em que todos os funcionários do setor estudado se reuniram para discutir e decidir sobre os conteúdos do site. 4.3 Desenvolvendo a metodologia DADI na criação do site. 4.3.1 Fase de definição Conforme os estudos realizados no capítulo 3, esta primeira fase apresenta as seguintes características: 68 Aproximar a equipe de trabalho ao projeto, definindo um cronograma de trabalho; definir os objetivos do site; levantamento das fontes de informação e ferramentas disponíveis para a sua criação; realizar pesquisas em sites semelhantes; estabelecer o perfil do público alvo; determinar a linguagem e tecnologias a serem utilizadas á sua construção; desenvolver um protótipo baseado nos princípios iniciais de design e navegação. Nesta primeira fase da criação do site, estabelecido como um projeto, procurou-se definir quais seriam os profissionais necessários e suas devidas funções para o seu desenvolvimento. Pela sua natureza, a coordenação do projeto ficou a cargo do aluno responsável por este estudo e o cronograma máximo estabelecido para a sua finalização foi de quatro meses. A parte técnica da criação do site já estava acordada, desde o início do desenvolvimento do projeto da monografia, que o cargo ficaria sob a responsabilidade de um funcionário do setor, o Sr Wilson R. A. Cardoso. Pela complexidade e segurança do estudo, foi feito um contato com o Departamento de Serviços Web da Secretaria Geral de Informática (SIn) da UFSCar, que disponibilizaram todos os seus recursos para o desenvolvimento do projeto, onde ficou acordado que os mesmos estariam dando um treinamento inicial ao funcionário do setor e, conforme as necessidades, os servidores e estagiários da SIn prestariam toda assistência. Procurando envolver todos os funcionários do DePG ao projeto, foi acordado que os mesmos estariam colaborando com a definição dos conteúdos a serem incluídos no site, isto é, cada um estaria relatando quais as informações de seu setor de serviço seriam importantes a serem transmitidas aos usuários através do site. Além destas, outros tipos de informações a serem pesquisadas seriam os diversos documentos do setor (guias e manuais dos equipamentos de trabalho, etc.), livros sobre o assunto e pesquisas na internet. Para o tratamento destas informações, as ferramentas (hardware e software) e materiais humanos necessários já se encontravam disponíveis no setor. A definição do perfil do público alvo já estava estabelecida desde o início do projeto, sendo estes em potencial, todos os docentes, técnico-administrativos e discentes da instituição, além de fornecedores e parceiros do setor. Sendo assim, a linguagem dos conteúdos a serem transmitidos foi a mais clara possível de ser compreendida, evitando jargões de cunho técnico. 69 Com base nestes primeiros procedimentos, foi escolhido o programa PLONE para o desenvolvimento de um protótipo do site, sendo este, pela estrutura já disponível na instituição, semelhante ao portal da UFSCar e demais setores da Universidade. 4.3.2 Fase de arquitetura Nesta segunda parte da metodologia, foram trabalhadas as estruturas do site, apresentando as seguintes características: Destacar o objetivo do site na estrutura proposta; definir os blocos de informação; onde for possível, estabelecer módulos interativos; determinar a forma de navegação no site. Quando realizar o acesso ao site, por definição estrutural do PLONE, o usuário estará sendo dirigido à pagina inicial, o seu conteúdo apresentará em destaque os objetivos do DePG, do site e um pequeno texto com o histórico da gráfica, com uma foto do Sr. Celso Aparecido Bruno Salvadio, em homenagem ao primeiro funcionário do setor e responsável pela sua criação. De acordo com os conteúdo definidos no brainstorming, os blocos de informações foram divididos nas seguintes partes: APRESENTAÇÃO, NOSSA HISTÓRIA; EQUIPE; NORMAS E PROCEDIMENTOS; DICAS; GLOSSÁRIO; SUGESTÕES; CONTATO. Quanto a sua forma de navegação, no PLONE, ela pode ser organizada de duas formas principais: 1. Através de um menu horizontal com abas situado no topo da tela, onde é possível criar pastas dentro das abas conforme o número de páginas estabelecidas no site. Desta forma o usuário poderá acessar qualquer página, independente de qual ele se encontra. 2. Através de um menu vertical com abas criado no lado esquerdo da tela, com pastas, páginas (ou links para arquivos, eventos e notícia) criadas dentro das abas, estabelecidas conforme o número de páginas do site. Aqui também é possível estabelecer novos menus verticais dentro de cada aba (pasta) criada. Há de se observar que, nos dois casos, as pastas são os únicos itens onde é possível criar documentos dentro. Não é possível criar outros itens dentro de páginas ou arquivos. Logo, ao se pensar na hierarquia de navegação de um site é preciso diferenciar o que é pasta, do que é 70 página ou arquivo. É importante observar que o programa monta automaticamente a partir dos conteúdos gerados a estrutura de navegação denominada mapa do site, onde assim, aparecerá de forma explícita o que se encontrará no site. Dentro destas características observadas no programa PLONE, o site apresentará todas estas formas de navegação 4.3.3 Fase de design Na proposta de design apresentada na terceira fase, o objetivo principal é garantir um trabalho de qualidade ao usuário final, destacando-se as seguintes observações: Tipo de fonte a ser usada; textos resumidos em pequenas colunas na horizontal e textos maiores, sendo disponibilizados em PDF; imagens em GIF (Graphics Interchange Format) e JPG (Joint Photographics Experts Group); estar atento às novas tecnologias que surgem a cada dia. Em termos de design, o PLONE apresenta em sua estrutura alguns tamplates já prédefinidos, não oferecendo muitas alternativas de aplicação, desta forma, todos os sites construídos sob a sua plataforma apresentam características similares, porém de acordo com as orientações da W3C. Para a construção dos textos a serem disponibilizados no site, foi observado a orientação de se utilizar textos curtos em pequenas colunas horizontais. 4.3.4 Fase de implementação Esta última fase apresenta as seguintes normas a serem observadas: Realização de testes para verificar se textos, mídias, imagens estão funcionando em diferentes tipos de navegadores; definir a URL (Uniforme Resource Locator) do site; divulgação do site. Nesta quarta e última fase, considerando os três passos anteriores, concentrou-se o estudo no acerto final do projeto, de forma que tudo estivesse funcionando perfeitamente de 71 acordo com o previsto. Como todo desenvolvimento do projeto foi acompanhado por especialistas da SIn, os problemas que iam surgindo eram solucionados “in loco”. Após o site finalizado, os diversos programas utilizados em sua construção foram submetidos a testes de navegabilidade e usabilidade nos seguintes browsers: NETSCAPE, GOOGLE CROME, INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX e SAFARI, sendo que não foi apresentado qualquer tipo de problema. Para o uso da plataforma ZOPE/PLONE utilizada pela instituição, no desenvolvimento deste site, desde o início, foi necessário que os funcionários da SIn registrassem o seu domínio, sendo este determinado pela seguinte sigla <www.ufscar.br/~depg/>. Como ele está sublocado, não foi necessário efetuar o seu cadastramento junto aos órgãos competentes (Fapesp , no Brasil e Internic nos Estados Unidos). Como a maioria dos contatos feitos com os usuários do setor é feita através da troca de e-mails, a principal forma de divulgação será através deste meio de comunicação. 4.4 As quatro conversões do conhecimento no desenvolvimento do estudo Embora o objetivo principal deste estudo seja a criação do site do DePG, utilizado como uma ferramenta de comunicação no trabalho, o tema em epígrafe também merece destaque, a partir do momento em que ficou decidido que os conteúdos do site estariam sendo definidos pelos próprios funcionários do setor através de um brainstorming e tendo como parâmetro de discussão a teoria da criação do conhecimento, NONAKA e TAKEUCHI, 1996. Desta forma, na seqüência será apresentado uma análise da ocorrência das quatro conversões do conhecimento dentro deste processo, onde, em se tratando de utilização de TIs, o formato do conhecimento explícito é o mais utilizado. Abordando o tema o uso das tecnologias na gestão do conhecimento, Silva S. L., 2002 nos informa que: A TI não resolve todos os problemas do trabalho com o conhecimento explícito, porém seu uso e suas potencialidades contribuem no 72 encaminhamento de significativa parte da solução desses problemas. A TI é fundamental para combinação (agrupamento) dos conhecimentos explícitos, mas não contribui significativamente com o formato tácito do conhecimento. Basicamente, o máximo que pode fazer para a troca de conhecimento tácito– tácito é facilitar que pessoas sejam encontradas (contactadas) (e a partir daí podendo ocorrer a socialização). No entanto, a TI pode facilitar as outras duas conversões do conhecimento, quando o formato tácito está em equilíbrio com o formato explícito. Assim sendo, pode facilitar a externalização (auxilia no registro do conhecimento) e a internalização (agiliza o acesso ao conhecimento explícito) (SILVA, S. L., 2002). Assim, em todo o processo de construção e definição dos conteúdos do site, diversos conceitos de gestão do conhecimento puderam estar presentes nas discussões, onde, por ser um processo eminentemente social. foi a oportunidade para a aplicação na prática das quatro modalidades de conversão do conhecimento (NONAKA E TAKEUCHI, 1997). Socialização (tácito/tácito) ocorreu com a troca de experiências entre os funcionários do setor durante as diversas reuniões e na realização do brainstorming, onde foi possível discutir as melhores práticas de trabalho. Ocorreu também através das diversas reuniões realizadas junto aos técnicos e estagiários da SIn para a montagem do site propriamente dito, Externalização (tácitos/explícitos) ocorreu a partir do momento em que alguns conhecimentos pessoais de funcionários do setor puderam ser traduzidos em textos a serem disponibilizados no site. Internalização (explícito/tácito) ocorreu quando os usuários do setor buscaram informações no site. Quando diversos os manuais para criação de sites foram consultados. Combinação (explícito/explícito) ocorreu quando foram consultados os diversos manuais e documentos existentes no setor e suas informações passaram a ser disponibilizadas no site aos seus usuários através das normas, procedimentos e dicas. 73 4.5 Conteúdos do site Depois de consultado os vários documentos do setor e realizado um brainstorming junto aos seus funcionários, com base nas suas discussões, os conteúdos e a estrutura do site ficou estabelecida da seguinte maneira: 4.5.1 Menu horizontal Através do menu horizontal o site apresentará a seguinte estrutura: PÁGINA INICIAL O conteúdo da página inicial apresenta em destaque os objetivos do site, a missão, visão e objetivos do DePG e, um pequeno texto com o histórico da gráfica, com uma foto do Sr. Celso Aparecido Bruno Salvadio, em homenagem ao primeiro funcionário do setor e responsável pela sua criação. No lado direito da página será utilizado um espaço para divulgação de notícias do setor e a apresentação de um calendário mensal. 4.5.2 Menu vertical As demais páginas do site estarão sendo apresentadas no menu vertical, obedecendo a seguinte estrutura: APRESENTAÇÃO, onde conterá as informações básicas do DePG. EQUIPE, onde será apresentada a equipe de trabalho do setor com uma foto, e-mail e telefone de contato de cada um. CONTATO, onde os usuários terão acesso direto ao e-mail do setor para enviar suas solicitações de serviços. NORMAS E PROCEDIMENTOS, onde os usuários poderão acessar informações sobre preenchimento das solicitações de serviços; estabelecimento de prazos para recebimento dos serviços a serem confeccionados e entrega dos serviços prontos; orientação e normas para impressão de teses e dissertações com destaque para os formatos frente e verso; orientação para confecção de serviços coloridos; formatos dos papéis; tipos de materiais disponíveis para 74 a realização dos serviços; processos para cada tipo de serviço; custos dos serviços; normas para o envio de material para confecção de blocos de rascunho sem grampos ou clipes. RELATÓRIO, aqui será aberto um link, onde o usuário será conduzido a outra página que dará acesso aos RELATÓRIOS MENSAIS DO SETOR e RELATÓRIOS DE CÓPIAS DIGITAIS. DICAS, onde o usuário encontrará informações adicionais úteis relacionadas aos serviços prestados pelo setor, podendo estas informações serem apresentadas de forma explícita ou através de um link. GLOSSÁRIO, onde o usuário encontrará um glossário técnico com os significados dos mais variados termos, expressões e palavras usadas em artes gráficas. SUGESTÕES, onde os usuários poderão apresentar suas sugestões e questionamentos sobre os conteúdos do site. A partir dessas informações aqui obtidas, o site poderá abrir uma nova página denominada FAQ (Frequently Questioned Answers), isto é, uma página com as perguntas e respostas sobre as dúvidas mais freqüentes. Por definição do programa PLONE, no topo da página, acima do menu horizontal, o usuário terá acesso às seguintes páginas: MAPA DO SITE; ACESSIBILIDADE. MAPA DO SITE, onde o usuário terá acesso direto a todas as páginas do site. ACESSIBILIDADE, onde o usuário terá acesso ao seguinte texto: Tamanho do texto: Grande Normal Pequeno Este site usa o Open Source Content Management System Plone e foi projetado para ser completamente acessível e usável, estando em conformidade com as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG v1.0). Se existir qualquer coisa neste site — relacionado à acessibilidade ou validação — que não esteja de acordo com os padrões, por favor entre em contato com a Administração do Site, não com a Equipe Plone. Teclas de acesso 75 Teclas de acesso são um recurso de navegação que permitem a você navegar neste web site com o seu teclado. Teclas de acesso disponíveis Este site usa uma configuração que se aproxima da maioria das recomendações internacionais sobre teclas de acesso. São elas: 1 — Página Inicial 2 — Ir para o conteúdo 3 — Mapa do Site 4 — Foco no campo de busca 5 — Busca Avançada 6 — Navegação 9 — Informações de contato 0 — Detalhes das Teclas de Atalho Indicação de Acessibilidade Nós nos responsabilizamos pelo uso de nosso conhecimento e entendimento das formas com que diferentes pessoas acessam a Internet, para desenvolver um web site que seja limpo e simples para que todos usem. Validação Nós estamos usando XHTML 1.0 e CSS que obedecem às especificações, como é proposto pela W3C porque nós acreditamos que acessibilidade e usabilidade devem ter um embasamento sólido. Se alguma coisa neste site não está validando corretamente, por favor, entre em contato com a Administração do Site, não com a Equipe Plone. Nós temos nos esforçado para alcançar o nível AA de acessibilidade como mencionado na versão 1.0 das WCAG. Nós estamos cientes, entretanto, que alguns pontos das WCAG são subjetivos e embora tenhamos certeza que nós estamos enquadrados, existem casos em que a interpretação pode variar. 76 BUSCA NO SITE, onde os usuários, através desta ferramenta, entram com as palavraschave do que estão procurando e o sistema retorna com quais são as páginas que contém as palavras procuradas. 77 5 Considerações finais e limitações do estudo Este trabalho foi orientado com o objetivo da criação do site do DePG, levando aos seus usuários os mais diversos tipos de informação, passando a ser o resultado final de mais de dois anos de estudos e compartilhamento de experiências. A sua criação permitirá, além do desenvolvimento interno do setor, uma maior autonomia de seus usuários na busca das informações de acordo com suas necessidades. Ao possibilitar esta autonomia mediante um canal de comunicação permanente, entende-se que tal fato estimula a atualização contínua das informações dos serviços oferecidos pelo DePG e, ao mesmo tempo, cria um espaço de troca e interação entre serviço e usuário. No seu desenvolvimento foram analisados diversos aspectos, entre eles: Apresentação do DePG; Uso de uma metodologia de trabalho intimamente associada a uma ação e voltada para a resolução de um problema coletivo; Uma abordagem teórica sobre a criação do conhecimento nas organizações e sobre as principais ferramentas para a construção de sites; E, finalmente, o detalhamento da criação e dos conteúdos do site, objetivo principal do estudo, com a participação direta dos funcionários do setor. Durante esse processo, que foi extensivamente trabalhoso, muitos percalços foram superados, porém, pelos resultados alcançados e pelos objetivos atingidos, pode-se afirmar que foi um trabalho extremamente compensador. Espera-se assim que, a sua construção possa ser uma pequena contribuição do autor ao setor estudado (local de seu trabalho há mais de 40 anos) e à Universidade, responsável pela sua formação acadêmica (graduação e pósgraduação) e, possa também, contribuir de forma decisiva na qualidade dos serviços prestados à toda comunidade universitária. Pela vontade do autor, poder-se-ia estar aprofundando nesse estudo outros aspectos relacionados à implantação de um processo de gestão do conhecimento e aprendizagem organizacional no DePG. Ciente que tal vontade estaria além de suas possibilidades, pois ai depende de outros fatores (tempo, cultura organizacional, comprometimento das pessoas com o processo, TIs, etc.), durante o seu desenvolvimento, procurou-se na prática discutir os seus principais conceitos. Assim, com o envolvimento dos funcionários do setor na resolução do 78 problema identificado (falta de comunicação com os usuários), foi a oportunidade para, através da autocrítica, discutir e identificar melhores práticas de trabalho para o setor, detectando e corrigindo diversos erros que passavam desapercebidos por todos, eliminando-se de imediato, uma série de problemas que vinham ocorrendo com maior freqüência, isto é, foi possível verificar que o problema de falta de comunicação não era só externo (com os usuários), como também interno (entre os funcionários). Foi verificado, por exemplo, que algumas atividades estavam sendo desenvolvidas apenas por um único funcionário, que na sua ausência tais atividades ficavam paralisadas, causando acúmulo no serviço. Desta forma a organização interna do setor em termos de distribuição dos serviços pode ser melhor discutida e reavaliada, implicando em algumas alterações que facilitaram e agilizaram o andamento dos serviços. Foi possível, por exemplo, diminuir o número de teses que aguardavam na fila para impressão e, conseqüentemente, o tempo de entrega das mesmas ao usuário, que em média demoravam 60 (sessenta) dias, passando para uma média de 30 (trinta) dias. Em relação à criação do site especificamente, se o mesmo atingirá todos os resultados esperados, somente ao longo do tempo é que se poderá ter uma melhor avaliação. Porém, nas condiçoes em que foi criado, tem todos os requisitos necessários para atingir os objetivos esperados, isto é, com o envolvimento dos funcionários para a sua criação, com o treinamento e capacitação de alguns deles para a sua manutenção, com os software e as ferramentas de gerenciamento de conteúdos utilizadas, pelo suporte técnico disponível na SIn, pelo frequente uso de TIs utilizados entre o setor e seus usuários para a realização dos serviços, tem-se a certeza que os objetivos serão alcançados em médio prazo. Em relação aos conteúdos do site, estes poderão ser melhor definidos e reavaliados a partir das diversas demandas que serão estabelecidas nos contatos com os usuários, principalmente através do espaço SUGESTÕES ali criado. Em relação à realização de trabalhos futuros, pode-se apresentar como sugestões a utilização das diversas ferramentas disponíveis para avaliar a navegabilidade, acessibilidade e usabilidade do site, lembrando que uma avaliação não é apenas identificar um problema ou estimar o quanto a interface é boa ou ruim, mas sim o quanto ela auxilia a equipe na solução e melhora na interação com os usuários do site. 79 Pode-se também ser aprofundado no setor estudado um processo de gestão do conhecimento e aprendizagem organizacional, que contribuirá em muito para o seu melhor desenvolvimento. Devido ao fato do departamento ter crescido muito nos últimos tempos, bem como a própria Universidade, outro aspecto importante que poderá ser estudado futuramente é a reestruturação do DePG , com a criação de novos setores, abrindo assim a oportunidade do oferecimento de novos serviços aos usuários. 80 6 Referências Bibliográficas ALVES, A.; BARBOSA, R. R. Influências e barreiras ao compartilhamento da informação: uma perspectiva teórica. Revista Ciência da informação, Brasíia, v.39, n. 2, p. 115-128, mai.-ago., 2010. Disponível em <http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/viewArticle/795> Acessado em 10 de abr. 2011 as 12h. BEDER, D. M. Engenharia Web: uma abordagem sistemática para o desenvolvimento de aplicações web. EdUFSCar. 2011. CASTRO, M. A. S. de. O que é internet. Disponível em <http://www.icmc.usp.br/ensino/material/html/www.html> Acessado em 11 de mai. de 2011 as 17 h. FERRAZ, R. M. Construindo Sites com Padrões Web: Uma história dos padrões Web. 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A figura 7.25 representa a página do site "nossa história", onde é feito uma apresentação do DePG, com uma homenagem póstuma ao primeiro funcionário e criador do departamento, o Sr. Celso Ap. B. Salvadio. 86 Figura 7.26: Representação da página do site "equipe' do DePG. A figura 7.26 representa a página do site "equipe", onde é feito uma apresentação de todos os componentes do departamento, com os telefones e e-mails de contato. 87 Figura 7.27: Representação da página do site "normas e procedimentos" A figura 7.27 apresenta a página do site "normas e procedimento", onde o usuário encontrará, através de diversos links, todas as orientações para a utilização dos serviços prestados pelo departamento. 88 Figura 7.28: Representação da página do site "dicas". A figura 7.28 apresenta a página do site "dicas", onde o usuários poderá encontrar informações uteis para a produção de seus trabalhos a serem encaminhados ao departamento. 89 Figura 7.29: Representação da página do site "glossário gráfico". A figura 7.29 apresenta a página do site "glossário gráfico", onde o usuário poderá obter informações sobre o significado dos diversos termo utilizado em artes gráficas. 90 Figura 7.30: Representação da página do site "relatório de xerox". A figura 7.30 apresenta a página do site "relatório de Xerox", onde os departamentos e setores da UFSCar terão acesso em tempo real às informações sobre os diversos controles orçamentários de cópias digitais. 91 Figura 7.11: Representação da página do site "contato". A figura 7.31 apresenta a página do site "contato", onde os usuários poderão entrar em contato direto com o departamento, apresentando sugestões ou esclarecimentos. 92 8 Anexos Formulário de solicitação de criação do site junto à SIn
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