o ciclo de nonaka e takeuchi
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o ciclo de nonaka e takeuchi
CRANBERRY TOOLBOX : GESTÃO DO CONHECIMENTO: O CICLO DE NONAKA E TAKEUCHI EM POUCAS PALAVRAS O conhecimento é atualmente o mais importante fator de produção de riqueza, e as organizações que não souberem adotar e desenvolver processos eficazes para se dotarem do conhecimento relevante e o fazerem chegar a todos os colaboradores e a todas as funções estarão a colocar-se numa situação de desvantagem irreversível. Nonaka e Takeuchi são dois académicos japoneses que, a partir de 1995, propuseram um modelo explicativo sobre a forma como o conhecimento é criado, disseminado, enriquecido e incorporado nos processos, nas rotinas e na própria cultura das organizações. O PROBLEMA E O SEU CONTEXTO Mais do que os fatores de produção da economia clássica – a terra, o capital e o trabalho – o conhecimento é hoje o recurso mais importante de que as empresas necessitam para criar valor, para inovar de forma contínua e para conquistar e manter vantagens competitivas suficientemente duradouras. A gestão do conhecimento é hoje um processo organizacional de importância fundamental, que consiste em identificar, localizar, disseminar, recombinar e aplicar o conhecimento a que a organização tem acesso – a partir quer do seu interior quer do exterior das suas fronteiras orgânicas – com o objetivo de otimizar aquele tripo objetivo de competitividade, inovação e criação de valor. Rua de Santa Marta 43 E/F – 4º D – 1050-293 LISBOA ✱ www.cranberryabc.com ✱ [email protected] ✱ Telef.: +351 210 161 790 1 O CONTRIBUTO DE NONAKA E TAKEUCHI Nas organizações, o conhecimento existe sob duas formas (Polanyi, 1983): CONHECIMENTO EXPLÍCITO CONHECIMENTO TÁCITO É o conhecimento registado e codificado em qualquer suporte exterior às pessoas, e expresso em palavras, números, fórmulas, grafismos, ou qualquer outro código. Exemplos: receitas, desenhos, mapas, gráficos, patentes, descrições de processos, regras e procedimentos, narrativas escritas, bases de dados, algoritmos, etc. É o conhecimento que detido pelos indivíduos e difícil de codificar em suportes exteriores a estes, porque é específico de determinados contextos e feito de experiências pessoais. Exemplos: o gesto treinado do artesão ou do desportista, o “toque” ou o “jeito” do artista ou do cozinheiro, a forma como o vendedor adapta intuitivmente a sua abordagem ou o seu discurso às caraterísticas do cliente, etc. Estas duas formas de conhecimento relacionam-se de forma dinâmica, e estão constantemente a transformar-se uma na outra: os programas de formação, por exemplo, procuram tansmitir conhecimento explícito aos trabalhadores, que os assimilam como conhecimento tácito doravanete detido por eles; no sentido inverso, as bases de dados, aplicações de CRM e similares procuram capturar e registar conhecimento tácito para o poder disponibilizar a um maior número de pessoas. IKUJIRO NONAKA HIROTAKA TAKEUCHI Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi propuseram um modelo explicativo deste processo de conversão permanente de conhecimento tácito em explícito e de explícito em tácito. Este modelo consiste num ciclo composto por quatro etapas que se repetem contínua e indefinidamente, e através do qual as organizações vão literalmente criando e aumentando o seu “capital de conhecimento”: 1. 2. 3. 4. SOCIALIZAÇÃO EXTERNALIZAÇÃO COMBINAÇÃO INTERNALIZAÇÃO (O ciclo de Nonaka e Takeuchi é por isso também conhecido como “Modelo SECI”, a partir das iniciais destas quatro etapas). O quadro da págima seguinte descreve em detalhes estas quatro etapas. 2 O conhecimento tácito é transmitido de pessoa a pessoa; esta transmissão é experiencial, ativa, e envolve a uma interação direta entre as pessoas envolvidas, que implica a partilha de experiências e modelos mentais. Este processo é exemplificado pela relação entre mestre e aprendiz. Experiência partilhada. Competências e knowhow dos indivíduos. Confiança mútua, empatia. Preocupação com a perfeição. O conhecimento tácito é transformado em conhecimento explícito, através da sua captura e codificação numa forma facilmente inteligível por aqueles que não estão familiarizados com ele (eg. descrição escrita). Este processo envolve habitualmente um diálogo com os detentores do conhecimento implícito, pois estes conseguem articular as suas ideias com maior clareza quando são confrontados com questões e feedback por parte do interlocutor. A externalização desenvolve-se do indivíduo para o grupo. Conhecimento explícito articulado em imagens, símbolos e linguagem. Procedimentos escritos. Desenhos. Planos. Instruções. Receitas. Vários elementos de conhecimento explícito são associados e combinados num todo coerente. Este processo implica a consulta de elementos de conhecimento explícito e a edição das suas descrições num único documento. Esta dinâmica desenvolve-se de um grupo para outros grupos. Processos. Protótipos. Sistemas. Manuais. Políticas. Estratégias. O conhecimento explícito é absorvido, interpretado e integrado com o restante conhecimento do indivíduo, transformandose em conhecimento tácito detido por este. Esta dinâmica é experiencial, através da aplicação dos conceitos e dos métodos prescritos (na realidade ou por meio de simulações) e da perceção dos respeitivos limites e condições de aplicabilidade. Experiência individual. Condições de aplicação (sucesso / insucesso). Hábitos e rotinas. Cultura. EXTERNALIZAÇÃO COMBINAÇÃO INTERNALIZAÇÃO Tácito SOCIALIZAÇÃO Tácito Tácito SOCIALIZAÇÃO EXTERNALIZAÇÃO Empatizar Demonstar Praticar Partilhar Clarificar Esclarecer Detalhar INTERNALIZAÇÃO COMBINAÇÃO Aplicar Praticar Assimilar Compilar Relacionar Integrar Tácito PRODUTOS Tácito Explícito PROCESSO Explícito ETAPA Explícito O CICLO DE NONAKA E TAKEUCHI 3 APLICAÇÕES PRÁTICAS MODELOS E INSTRUMENTOS RELACIONADOS O Ciclo de Nonaka e Takeuchi fornece um quadro de referência útil para selecionar as atividades que melhor estimulam e potenciam cada uma das quatro etapas do modelo, e dessa forma fomentar a aprendizagem organizacional. O diagrama seguinte lista algumas dessas atividades para cada etapa. SOCIALIZAÇÃO Shadowing de uma função Estágio acompanhado Aprendizagem peer-to-peer Coaching Networking interno e externo Foruns, comunidades de prática, etc.… Arranque de novos negócios Rotação para novas funções Adoção de novos métodos … EXTERNALIZAÇÃO INTERNALIZAÇÃO Equipas de melhoria de qualidade Mapeamento de processos Montagem de scorecards e similares Focus groups Equipas de melhoria e otimização de processos Desenvolvimento de produtos Projeto de novos negócios … COMBINAÇÃO OUTRAS CONSIDERAÇÕES Este modelo – com ênfase especial nas duas primeiras etapas – pode ser usado com enorme proveito para assegurar a transmissão da vastíssima quantidade de conhecimento tácito detida pelos trabalhadores mais velhos, antes que se perca com a saída destes (e mesmo depois dessa saída). O conhecimento tácito não é detido unicamente pelos colaboradores da empresa: há conhecimento valiosíssimo nos clientes, nos fornecedores, e nos stakeholders em geral. As redes sociais oferecem um formidável potencial de captura do conhecimento tácito existente no exterior da organização. Nem todo o tempo passado nas copas e cafetarias é útil para a socialização! O Ciclo de Kolb e Aprendizagem Experiencial A Organização Aprendente (Learning Organization) As ligações fortes e as ligações fracas (Granovetter) (Estes modelos e instrumentos serão publicados, ou já se encontram disponíveis, na coleção “Cranberry Toolbox”). BIBLIOGRAFIA NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka (1995). The Knowledge-Creating Company: How Japanese Companies Create the Dynamics of Innovation. New York, NY: Oxford University Press. A Cranberry ABC tem experiência no emprego do modelo de Nonaka e Takeuchi e de outros instrumentos e metodologias para apoiar nas organização na criação ou na melhoria de sistemas e processos de inovação e gestão do conhecimento. Consulte-nos! Para esclarecimentos adicionais, contactar por favor João Paulo Feijoo Rua de Santa Marta, 43 E/F – 4º andar D 1150-293 Lisboa +351 210 161 790 (w) +351 210 162 292 (w) +351 969 032 280 (m) [email protected] 4
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