Entenda a situação de países de onde saem milhares de imigrantes

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Entenda a situação de países de onde saem milhares de imigrantes
Imigração 2
25/08/2015 21h27 - Atualizado em 02/09/2015 15h12
Entenda a situação de países de onde
saem milhares de imigrantes à
Europa
Síria, Afeganistão, Iraque e Eritreia estão entre países de origem.
Pobreza e guerra fazem multidões arriscarem a vida para emigrar.
Do G1, em São Paulo
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Em foto de julho de 2015, imigrantes aguardam para desembarcar de barco da Guarda Costeira italiana no porto de
Messina, na Sicília (Foto: Carmelo Imbesi/AP)
A Europa vive uma crise migratória de enormes proporções. Guerras, pobreza, repressão
política e religiosa são alguns dos motivos que fazem milhares de pessoas saírem de seus países
em busca de uma vida melhor no continente europeu.
IMIGRANTES
Milhares morrem no Mediterrâneo
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origens
a travessia
mortes
missões de resgate
caso aylan kurdi
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como ajudar
De acordo com um relatório da ONU, somente neste ano, mais de 220 mil imigrantes teriam
chegado à Europa pelo Mediterrâneo. Os principais destinos dos imigrantes são Grécia,
França, Itália e Inglaterra.
A travessia clandestina é arriscada: centenas já morreram tentando chegar à Europa.Traficantes
de pessoas chegam a cobrar mais de R$ 10 mil por indíviduo para realizar a viagem pelo
mar, em condições precárias. Mesmo em solo europeu, a viagem não termina para os imigrantes,
que tentam seguir para a Grã-Bretanha pelo Eurotúnel ou ficam retidos nos países por falta
de documentação, correndo risco de deportação.
Além da crise de imigração, alguns países europeus também enfrentam uma crise econômica,
como é o caso da Grécia que, sozinha, já recebeu em 2015 cerca de 160 mil imigrantes.
Se a situação econômica na Europa não é das mais favoráveis, por que milhares de pessoas
abandonam seus lugares de origem, pondo em risco a própria vida, para atravessar as fronteiras?
Veja abaixo o contexto atual de alguns dos países com maiores registros de emigração para a
Europa:
Síria
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Um refugiado sírio reza após chegar a ilha grega de Kos em um barco bote que atravessou o Mar Egeu da Turquia
para a Grécia. (Foto: Yannis Behrakis/Reuters)
Mais de 240 mil pessoas morreram na Síria desde 2011, ano em que estourou uma guerra
civil no país, e, dentro desse número, estão 12 mil crianças. Em 2015, a guerra na Síria
completou quatro anos de conflitos entre tropas leais ao regime, vários grupos rebeldes, forças
curdas e organizações jihadistas, entre elas, o Estado Islâmico.
Estimativas da ONU apontam que mais de 7 milhões de sírios abandonaram suas residências
dentro do país e quase 60% da população vive na pobreza. Os trágicos números refletem na alta
taxa de emigração do país – seriam 4 milhões de refugiados sírios, a maior população de
refugiados do mundo.
O principal destino dos sírios são a Turquia, que já recebeu 1,8 milhão de refugiados desde o
início da guerra civil na Síria, Iraque, Jordânia, Egito e Líbano. Um relatório da ONU aponta
que, somente no primeiro semestre deste ano, 44 mil pessoas saíram da Síria com destino à
costa europeia.
Refugiados curdos da Síria passam atravessam a fronteira com a Turquia, perto da cidade de Kobani, em foto de
junho de 2015 (Foto: UNHCR / I. Prickett)
Afeganistão
O país foi invadido em 2001 pelos Estados Unidos, logo após o ataque às Torres Gemêas em 11
de setembro daquele ano. Osama bin Laden, líder da rede Al-Qaeda, assumiu a autoria dos
atentados e se refugiava no país. Mas, antes disso, o Afeganistão já estava dominado pelo Talibã,
grupo militante radical. Expulso do poder, o Talibã lutou constantamente ao longo dos anos
contra as tropas americanas. Estudos apontam que, desde 2001, mais de 150 mil pessoas
morreram no Afeganistão e no Paquistão.
Dados da ONU, indicam que, juntamente com a Síria e a Somália, o Afeganistão somou 7,6
milhões dos refugiados de 2014. Somente no primeiro semestre deste ano, 1.592 civis
morreram em conflitos no Afeganistão.
Os refugiados afegãos estão presentes em mais de 80 países, mas um relatório do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) aponta que somente dois deles
concentram 96% dessa população: Irã e Paquistão.
Foto de maio mostra barco com imigrantes afegãos chegando à costa da Grécia. Eles atravessaram o Mar Egeu entre
a Grécia e Turquia (Foto: Angelos Tzortzinis/AFP)
Iraque
Os Estados Unidos invadiram o Iraque e tiraram Saddam Hussein do poder em 2003, sob o
argumento de que o país possuía armas de destruição em massa. Com a saída de Hussein, se
instalou um governo controlado pelos xiitas. Insatisfeitos, os sunitas começaram a protestar
pacificamente em 2012, mas poucas concessões foram feitas, porque os xiitas acreditavam que se
tratavam não de pedidos de reforma, mas de uma busca por retomar o poder.
A marginalização fez com que parte dos sunitas iraquianos começassem a se aproximar do
Estado Islâmico. Após a retirada das tropas americanas do Iraque em 2011, o grupo jihadista,
que ganhou força na sua atuação no conflito da Síria e conquistou territórios por lá, passou a
avançar sobre o norte iraquiano.
A violência da atuação do grupo extremista no Iraque pode ser colocada em números:
somente em 2014, o Iraque registrou 10 mil mortes - quase um terço de todos os mortos no
mundo em atentados terroristas. Outras milhares de pessoas se refugiam em países europeus,
sendo a Turquia um dos principais destinos para os iraquianos, com cerca de 200 mil no país.
Líbia
Imigrantes aguardam resgate em um bote de borracha a cerca de 32 km da costa da Líbia. (Foto: Darrin Zammit
Lupi/Reuters)
Em 2011, o levante popular conhecido como "Primavera Árabe" depôs o ditador Muammar
Kadhafi, que estava no controle do governo líbio há 42 anos. Desde então, o país vive uma
crise política, com dois Parlamentos e dois governos rivais. O governo reconhecido pela
comunidade internacional tem sede em Tobruk, no leste do país.
Aproveitando-se da instabilidade na Líbia, o Estado Islâmico, que se apoderou de vastos
territórios na Síria e no Iraque, posicionou-se ano passado na Líbia, onde controla sobretudo
trechos da região de Syrte, a leste de Trípoli. O grupo extremista já assumiu autoria em uma série
de ataques e abusos, incluindo a decapitação de 21 cristãos e um atentado contra um hotel na
capital Trípoli.
Refugiados dos conflitos cruzam o Mar Mediterrâneo em direção à Itália, usando o país como
uma ponte para chegar a outros destinos da Europa. O governo italiano já resgatou centenas de
imigrantes do norte da África neste ano.
Eritreia
Dos imigrantes que cruzam o Mediterrâneo em direção ao sul da Itália, boa parte vêm da Eritreia.
Segundo a BBC, um dos motivos para cidadãos desse país no Chifre da África decidirem
emigrar é o serviço militar obrigatório -- comparável a um regime de escravidão. Grupos de
defesa dos direitos humanos também afirmam que o país vive forte repressão política

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