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QUINTA-FEIRA, 21 DE JULHO, 2011 | ANO 3 | Nº 478 | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA
Claudio Gatti
Eletro Shopping incorpora 150 lojas
à Máquina de Vendas, que prevê
faturar R$ 7,2 bilhões neste ano,
segundo Luiz Carlos Batista. ➥ P24
R$ 2,00
Indústria de guindastes Manitowoc
constrói primeira fábrica na América
Latina, no polo de Passo Fundo (RS),
e planeja faturar R$ 400 milhões. ➥ P20
Petrobras exclui a Venezuela do
projeto da refinaria em Pernambuco
Direção da estatal dá como certa desistência da sócia PDVSA na Abreu e Lima e vai bancar sozinha empreendimento de R$ 15 bi
Recursos para manter a obra em andamento já estão reservados, apesar do corte bilionário promovido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no novo plano de negó-
cios da empresa para o período 2011-2015.
Ao contrário das duas primeiras versões
de orçamento, que previam cerca de US$
250 bilhões em investimentos, a nova de-
verá ter valor próximo dos US$ 224 bilhões do plano atual (2010-2014). Documento será analisado pelo conselho da petrolífera na sexta-feira. ➥ P4
Decisão sobre redução do etanol na
gasolina fica para agosto. Petrobras
deve importar mais combustível.
Daniel Ramalho/O Dia
Vale usa Malásia como tática
Andrés Sanchez
(à esq.), presidente
do Corinthians,
com o prefeito
de São Paulo,
Gilberto Kassab
para crescer na China.
➥ P18
País mantém maior juro do
mundo com Selic a 12,5%.
➥ P33
Atuação do Tesouro melhora
o perfil da dívida pública.
➥ P31
Expectativa com o Itaquerão
aquece especulação imobiliária
Nos últimos seis meses, quando começaram as negociações para obra da arena corintiana,
o preço médio dos imóveis nos arredores do futuro estádio subiu mais de 30%. ➥ P10
INDICADORES
Com a queda da bolsa,
Petrobras perde valor igual
ao de um Banco do Brasil
A queda generalizada na bolsa de valores
brasileira este ano já enxugou o valor de
mercado das 30 maiores empresas em R$ 190
bilhões. Ainda a maior do país, a Petrobras
encolheu cerca de R$ 70 bilhões, quase um
Banco do Brasil a preço de bolsa. ➥ P34
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20.7.2011
TAXA DE CÂMBIO
COMPRA VENDA
Dólar Ptax (R$/US$)
1,5643
1,5651
Dólar Comercial (R$/US$)
1,5590
1,5605
Euro (R$/€)
2,2199
2,2212
Euro (US$/€)
1,4191
1,4192
Peso Argentino (R$/$)
0,3794
0,3800
JUROS
META EFETIVA
Selic (ao ano)
12,25%
12,17%
BOLSAS
VAR.% ÍNDICES
Bovespa - São Paulo
0,06 59.119,71
Dow Jones - Nova York
-0,12 12.571,91
Nasdaq - Nova York
-0,43
2.814,23
S&P 500 - Nova York
-0,07
1.325,84
FTSE 100 - Londres
1,10 5.853,82
Hang Seng - Hong Kong
0,46 22.003,69
O Banco do Brasil oferece linha de crédito especial do
BNDES Exim para financiar a importação argentina,
chilena e paraguaia de bens produzidos no Brasil.
Para negociar, basta entrar em contato com o seu
Gerente de Contas.
Banco do Brasil. Um banco diferente que liga tudo isso.
bb.com.br
Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001 • SAC 0800 729 0722
Ouvidoria BB 0800 729 5678 • Deficiente Auditivo ou de Fala 0800 729 0088
2 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
NESTA EDIÇÃO
OPINIÃO
Divulgação
Projeto para evitar desmatamento
de florestas avança no Amazonas
A Fundação Amazonas Sustentável, parceria entre o
governo amazonense e o Bradesco, uniu seu método
de verificação de redução evitada de emissões de
carbono com o do Fundo Biocarbon do Banco Mundial,
para viabilizar o mercado desses certificados. ➥ P14
Bematech reforça aposta em
desenvolvimento de software
Depois de adquirir sete empresas de software, a
companhia especializada em automação comercial
prevê que em prazo de três anos os sistemas já
representem 50% de sua receita, que ficou em
R$ 326,4 milhões no ano passado. ➥ P22
Henrique Manreza
José Dirceu
Julio Gomes de Almeida
Advogado, ex-ministro da Casa Civil e
membro do Diretório Nacional do PT
Professor da Unicamp e Consultor
do Instituto de Estudos para
o Desenvolvimento Industrial
A crise na Europa
é mais profunda
Temos uma bolha
de crédito?
A grave situação econômica europeia, que se espalha para o ambiente político, é cada vez mais próxima da charada do buraco: quanto mais se tira e mexe, maior ele fica. A crise no Velho Continente caminha nesse rumo, embora se comece a falar em medidas diferentes. A questão de fundo que se coloca, de
grande capacidade reorganizadora, é saber o que será projetado no lugar do estado do bem estar social.
No plano mais imediato, somente depois de arruinar Espanha e Portugal, liquidar com a Islândia, colocar de joelhos a Irlanda e ameaçar a Itália, as autoridades europeias consideram a opção de reescalonamento, reestruturação ou reempréstimo da dívida grega — a ideia é usar o Fundo Europeu de Estabilização Financeira para recompra de títulos.
Em paralelo, estuda-se um pacote de investimentos na Grécia, para reaquecer a economia e devolver a credibilidade ao país. Em suma: formas de enfrentar a crise para além do aperto fiscal e corte
drástico nos gastos, exigências do Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Antes tarde do que nunca, pode-se pensar. Mas a
que custo? O estopim da crise internacional deflagrou na Europa um processo de salvamento dos bancos — “sistema financeiro”, se preferir — com socorro estatal e um ferrenho receituário de “austeridade”. Falaram mais alto os interesses alemães e
franceses, cujos bancos e governos são os responsáveis pelo que aconteceu na Grécia.
A crise tem raízes nos EUA, mas os bancos alemães e franceses quebrarão se a Grécia for para o buraco. É isso o que tentam evitar.
O resultado das “medidas de austeridade” tem sido um verdadeiro caldeirão de problemas: 30 milhões de desempregados, o maior arrocho salarial já
visto, aumento escorchante de impostos, vexatórios cortes em programas sociais e nos benefícios da
previdência, recessão e liquidação de empresas e,
claro, privatizações.
Ademais, os trabalhadores pagarão duas vezes pela crise: no endividamento dos Estados para salvar
os bancos e, agora, no ajuste para salvar o Estado.
Saldos do velho receituário econômico ortodoxo
contra o qual nos levantamos.
Há no exterior uma apreensão quanto ao desenvolvimento de uma bolha de crédito no Brasil. Exagerados
aumentos do endividamento das famílias e do comprometimento da renda dos consumidores no pagamento
de suas dívidas já estariam determinando um limite à
expansão do consumo, o que levaria, fatalmente, ao
fim do crescimento da economia brasileira. A tese apesar de apresentar falhas tem o mérito de ressaltar os
perigos do crédito farto. Os financiamentos para as famílias vêm crescendo extraordinariamente, em média, 18% nos últimos três anos em termos reais, de forma que atualmente alcançam 15,4% do PIB. Mas, além
do crescimento vigoroso, dois outros pontos caracterizam uma bolha de crédito, os quais não são preponderantes no ciclo atual do crédito no país.
Primeiro, uma típica bolha de crédito e de consumo
faz do financiamento uma variável autônoma com relação à renda. Isso é fruto de uma concorrência bancária
que é tão intensa quanto é “desregulamentada” a atividade financeira. Significa que na medida em que o crédito evolui e amplia o poder de compra da população,
vai sendo perdida a referência à renda que lhe devia servir de base, de forma que passa a residir na própria disposição das instituições de financiamento de não interromperem a trajetória do crédito a condição de continuidade do processo. O que foi descrito equivale ao “financiamento especulativo” de Hyman Minsky, segundo o qual um agente, no caso as famílias, depende da renovação do crédito para evitar a inadimplência.
Os trabalhadores pagarão duas vezes
pela crise: no endividamento dos
Estados para salvar os bancos e,
agora, no ajuste para salvar o Estado
Fundos de pensão deixam a
desejar na governança corporativa
Pesquisa da Deloitte e Abrapp aponta deficiências
das fundações, cuja maior fragilidade está na gestão
de riscos. Para Gilb erto Souza, sócio da consultoria,
embora tenham evoluído os fundos “ainda estão no
meio do caminho.” ➥ P32
Decisão do Cade sobre BR Foods
movimenta o mercado publicitário
A obrigatoriedade da venda de algumas marcas do
grupo deve se refletir nos investimentos em novas
campanhas. A DPZ, agora do Grupo Publicis, e a DM9
DDB são responsáveis pela conta da Sadia, enquanto
a Young&Rubicam tem a conta da Perdigão. ➥ P26
A Europa poderia ter feito o que fizeram outros
países: socorrer seus governos e garantir suas dívidas, no mínimo. A escolha por uma receita ultrapassada evidenciou o extermínio das ilusões, mas também a carência de lideranças e partidos políticos.
Há, portanto, uma crise estrutural, com o apagar da
social democracia e o abandono dos pactos e acordos políticos que sempre preservaram o Estado de
bem estar social. Ao aderir ao “deus mercado”, ao
modelo anglo-saxão, a Europa capitulou social, econômica e politicamente.
Não haverá uma Europa liberal, dificilmente a direita seguirá no poder na Alemanha, França e Itália.
Mas mesmo os conservadores que venceram eleições — casos de Grã-Bretanha, Portugal e Espanha
— não têm solução de curto prazo.
O momento é de reflexão mais profunda, de repensar a social democracia para além da Europa, voltando-se à África, à América Latina e à Ásia.
A crise na Europa encerra lições — não tão novas,
é verdade — que, espero, sejam lembradas aqui nos
trópicos. ■
O país não vive uma bolha de
consumo, muito embora seja
intenso o desenvolvimento
do crédito nos últimos anos
No caso brasileiro, uma evolução da massa real de
rendimentos da população de 8%, como nos anos do
pré e do pós crise, propiciou a ancoragem do aumento
do crédito, de modo que a taxa de inadimplência tem
sido na média do corrente ano a mais baixa jamais registrada no país a despeito da vigorosa ampliação dos
empréstimos bancários. Nossos cálculos indicam que
o endividamento (dívida/renda anual) das pessoas físicas passou de 21,8% para 36,6% de dezembro de 2006
a maio de 2011, o que, no entanto, não foi acompanhado de correspondente maior comprometimento da
renda mensal, que passou de 20,8% para 22,4% no
mesmo período. Além do maior rendimento real, os
prazos de financiamento mais dilatados explicam a
preservação da capacidade de honrar dívidas.
Ademais, uma típica bolha de crédito está associada à hiper-valorizações de ativos a exemplo das bolhas imobiliárias. O crédito abundante nesse caso impulsiona o valor dos ativos, o que renova e potencializa a capacidade de endividamento dos agentes
sustentando o aumento da sua riqueza e de sua capacidade de consumo. Nesse caso, o crédito também não
pode parar porque sua sustentação — a valorização
dos ativos — cairia junto. O Brasil assiste a um forte
aumento dos preços dos imóveis, mas não há nem
sombra de uma bolha já que o financiamento imobiliário é baixo — representa cerca de 4% do PIB — e nele
tem grande preponderância o crédito dirigido da caderneta de poupança. Uma mega especulação imobiliária explica a valorização nesse setor.
O Brasil não vive uma bolha de consumo, embora
seja intenso o desenvolvimento do crédito. Isto é uma
fonte de amplificação da capacidade de crescimento
da economia, mas também uma possível causa de problemas se os financiamentos perderem a referência à
renda pessoal. Por isso, são importantes as medidas
macroprudenciais na área do crédito. ■
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 3
Osman Orsal/Reuters
MOMENTOS INESQUECÍVEIS NA TURQUIA
Avanço
Henrique Manreza
Ministro considera São Paulo
favorita para a abertura da Copa
“SãoPaulotemomaiornúmerodehotéis,éodestino
damaiorpartedosvoosinternacionais,temmelhor
infraestrutura,osmelhoresserviços,éevidentequea
maiorcidadedoBrasiléfavoritaemqualquercenário
parareceberaaberturadaCopade2014”,afirmou
o ministrodoEsporte,OrlandoSilva.“SãoPaulotinha
umaindefinição:nãotinhaequacionadootemaestádio.
Agoraotemajáestáequacionado”,acrescentou
oministro,quepediuàFifaqueantecipeoanúncio
dolocaldojogodeaberturadacompetição,marcado
paraoutubro.Osoutrosconcorrentesarecebero
jogoinauguralsão Brasília,SalvadoreBeloHorizonte.
Retrocesso
Divulgação
Cheques sem fundos aumentam
com restrições ao crédito
Mesquitas, palácios e muita magia encantam o turista numa viagem pela Turquia,
país cuja economia registra uma das maiores taxas de crescimento entre os emergentes.
A culinária é salgada no preço, mas muito saborosa. ➥ P29
Levantamento da Serasa Experian indica que no
primeiro semestre a proporção de cheques devolvidos
foi de 1,93% de um total de 508,8 milhões de
documentos compensados, enquanto em igual período
do ano passado a taxa havia sido de 1,87% e em 2009,
2,3%. A maior elevação do percentual de cheques sem
fundo no primeiro semestre foi constatada em
Roraima (11,87%) e a menor, em São Paulo (1,46%).
De acordo com economistas, esse aumento foi
provocado pelo orçamento doméstico mais
apertado, com a “expansão do endividamento do
consumidor, a inflação reduzindo os rendimentos
familiares, as altas taxas de juros, a elevação
do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)
e as restrições ao crédito”.
TRÊS PERGUNTAS A...
...RICARDO SOARES
Diretor da área de soluções para
mercado de capitais do Itaú
“BDR nos fundos está
sendo discutido com
a área de produtos”
O lote de BDRs (recibos de ações
emitidos por companhias abertas
no exterior) do Itaú começa
a ser negociado na próxima
segunda-feira.
Esse lote contempla dez
empresas, entre elas Amazon,
MasterCard, Nike e Coca-Cola.
O diretor da área de soluções
para mercado de capitais do
banco, Ricardo Soares, conta
quais as iniciativas do banco
para melhorar a liquidez desses
papéis na bolsa.
O que é preciso ser feito para
promover a liquidez desses
papéis, que hoje é baixa?
Há uma série de ações dos órgãos
reguladores e da própria Anbima.
Um exemplo é a CVM, que no
início do ano deu a autorização
para que os fundos de pensão
comprassem BDRs.
E o que o banco está fazendo
para acelerar esse processo?
Estamos promovendo algumas
ações. Uma delas é realizar
palestras sobre riscos e acessos,
mas isso de forma bem diferenciada
para cada tipo de público, pois
cada um tem uma necessidade
diferente. São três grupos: fundos
de pensão; private bankings e
family offices (consultoria para a
preservação do patrimônio e
negócios de famílias de maior
renda); e os gestores de carteira.
Temos que trabalhar na educação
financeira. A ideia é formar esse
mercado, dar maior conhecimento.
Para estimular a liquidez
dos BDRs o Itaú poderia
fazer com que os fundos
comprassem esses papéis?
É uma possibilidade. Esse é um
tema que está sendo discutido
neste momento com a área de
produtos. Ana Paula Ribeiro
4 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
DESTAQUE COMBUSTÍVEIS
Editora: Fabiana Parajara [email protected]
Petrobras vai assumir
sozinha refinaria em PE
Diretoria da estatal aposta que venezuelana PDVSA desistirá de sociedade na
Abreu Lima, apesar de Hugo Chávez manifestar disposição de permanecer no negócio
Ricardo Rego Monteiro
[email protected]
A Petrobras já reservou recursos
para assumir a parcela da Petroleos de Venezuela S.A (PDVSA)
na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Embora o prazo final
seja 15 de agosto para confirmar a
participação do sócio venezuelano, a diretoria da estatal sabe que
terá a responsabilidade de assumir sozinha o empreendimento
de quase US$ 15 bilhões. O governo de Hugo Chávez manifestou
disposição de permanecer no negócio, mas o recente questionamento dos valores é visto pela Petrobras como subterfúgio para
uma saída honrosa do projeto.
A refinaria Abreu e Lima,
com ou sem a PDVSA, é um dos
empreendimentos que se salvaram do bilionário corte imposto
pelo ministro da Fazenda, Guido
Mantega, ao novo plano de negócios da estatal para o período
2011-2015. O documento provavelmente será apreciado pelo conselho de administração da Petrobras, pela terceira vez, na reunião
de amanhã. Ao contrário das
duas primeiras versões, que previam cerca de US$ 250 bilhões
em investimentos, a nova deverá
ter valor próximo dos US$ 224 bilhões do plano atual (2010-2014).
Com relação à refinaria Abreu
e Lima, a saída da PDVSA levará a
Petrobras a assumir a parcela de
40% originalmente destinada à
estatal venezuelana. Em recente
entrevista, Paulo Roberto Costa,
diretor de Abastecimento da petrolífera, informou que 35% do
empreendimento foram concluídos. Até o momento, a Petrobras
teria desembolsado R$ 7 bilhões.
Em agosto, no entanto, expira o financiamento contraído pela estatal brasileira para construir a refinaria. Por isso, seria necessário
uma definição da PDVSA.
Idealizada em 2005, pelo expresidente Luiz Inácio Lula da Silva com o colega venezuelano Hugo Chávez, a refinaria era um
projeto de US$ 4,5 bilhões, mas
teve os custos majorados ao longo dos anos devido a inflação de
equipamentos e matérias-primas. A última revisão oficial indicava US$ 13,5 bilhões, mas fontes
da estatal confirmam que o valor
está em quase US$ 15 bilhões.
Apesar do custo adicional com
a saída da PDVSA, a estatal dispõe
de recursos para concluir a obra,
diz uma fonte ligada à administra-
Até agora, 35% do
empreendimento
foi concluído
e a Petrobras teria
desembolsado
R$ 7 bilhões nas obras
ção da empresa. Sem o sócio, porém, o projeto poderá prescindir
de uma unidade de craqueamento para processar o petróleo pesado da Venezuela. A ideia original
era processar tanto petróleo brasileiro, do campo de Marlim, quanto do país vizinho, de um tipo
mais pesado. O objetivo era capacitar a unidade a produzir combustíveis em quantidade proporcional à participação societária.
Verba garantida
O novo plano de negócios também deve poupar os investimentos da subsidiária de transportes da Petrobras, a Transpetro.
Além das duas fases do Programa de Modernização e Expansão da Frota da empresa (Promef), foram preservados recursos do Promef Hidrovias, para
construção de embarcações fluviais em estaleiros brasileiros.
Na última segunda-feira, Sérgio Machado, presidente da subsidiária, teve a confirmação de
que a holding desistiu de transferir para a empresa Sete Brasil
os petroleiros encomendados
pelo Promef. A operação era
uma manobra para reduzir o endividamento total da estatal.
Como a Petrobras terá apenas 10% da Sete BR — cujo controle seria dividido com bancos
privados e fundos de pensão —,
a diretoria pretendia abater os
custos da frota de seu balanço
consolidado. A proposta foi
abortada, no entanto, por uma
manobra do presidente da
Transpetro junto à presidente
Dilma Rousseff. ■
RESERVAS
✽
●
Venezuela ultrapassa
Arábia Saudita
Levantamento anual da
Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep),
divulgado esta semana, diz que as
reservas comprovadas de
petróleo da Venezuela
ultrapassaram as da Arábia
Saudita no ano passado. Segundo
a Opep, o país tem reservas de
296,5 bilhões de barris, uma alta
de 40,4% no ano. As reservas
sauditas somaram 264,5 bilhões
de barris. Mas analistas têm
dúvidas sobre se as adições às
reservas venezuelanas têm
viabilidade econômica, já que a
maior parte é de óleo pesado e
extrapesado da Bacia do
Orenoco, cuja extração é
considerada mais difícil e mais
cara. As estatísticas
venezuelanas, que anteriormente
eram controvertidas, agora são
consideradas mais confiáveis,
depois de a Agência Internacional
de Energias, da ONU, ter revisado
seus critérios de cálculo, no mês
passado. Agências internacionais
EM NEGOCIAÇÃO
Estatal avalia investimentos no Congo junto com a Chevron
A petrolífera brasileira e a
americana estão em conversas
com a República Democrática
do Congo sobre investimentos
na indústria de petróleo e gás
do país, informou Celestin Mbuyu,
ministro de petróleo do país
africano. O Congo quer aumentar
a produção de petróleo e gás
e ampliar sua infraestrutura.
Para isso está alocando blocos
a companhias para exploração.
Representantes da Petrobras
vão visitar o país nas próximas
semanas “e então vamos elaborar
uma proposta que eu vou
apresentar ao governo”,
disse Mbuyu, em Kinshasa.
O acordo deve incluir
treinamento e transferência de
tecnologia entre a companhia
brasileira e a Cohydro, produtora
de petróleo controlada pelo
governo congolês, disse ele.
O ministro liderou uma delegação
que esteve ao Brasil no mês
passado. A Petrobras não
quis comentar o assunto.
O Congo também está em
conversas com a americana
Chevron, sobre produção de gás
e planos de tratamento que
podem alimentar os projetos
da companhia no país vizinho,
a Angola. A Cohydro quer fechar
um acordo de cooperação com a
Petrobras após assinar um
acordo similar em 7 de julho
com a Korea National Oil.
O Congo produz cerca de 25 mil
barris de petróleo por dia
e quer aumentar esse volume
explorando regiões próximas
à fronteira com a Tanzânia,
Burundi, Ruanda e Uganda, bem
como no centro do país e próximo
à fronteira a oeste com a Angola.
O país busca investimentos
em exploração, oleodutos,
distribuição e armazenamento,
além de compilação de dados
para ajudar no desenvolvimento
da indústria, disse Mbuyu.
Bloomberg
Decisão
Dilma só deve definir medidas
para conter preços após o dia 27
Embora a Petrobras internamente dê como certa a importação
de mais um lote de gasolina para abastecer o mercado brasileiro, o governo só vai tomar qualquer decisão para reduzir os preços dos combustíveis do país no
início de agosto. Nos últimos
dias deste mês a presidente Dilma Rousseff definirá os novos
percentuais de mistura do etanol à gasolina. Embora o mercado até ontem tenha trabalhado
com a expectativa de redução já
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 5
LEIA MAIS
➤
●
Cesta do automóvel sobe
8,4%, índice acima do
IPC/FGV, que foi de 6,4% nos
últimos doze meses, puxada
especialmente por combustíveis.
Só o etanol subiu 29,18%.
➤
●
Para economista da FGV,
Nora Raquel Zygielszyper,
alta foi causada pela enxurrada
de crédito. “Brasileiros compram
primeiro automóvel, mas
não lembram dos custos”, diz.
➤
●
Copersucar engrossa lista
de empresas que adiam
oferta de ações. Apesar do apetite
dos investidores por papéis da
área de açúcar e álcool, conjuntura
internacional não ajuda.
Ag. Petrobras
Orçada inicialmente em
US$ 4,5 bilhões, Abreu e Lima
deve custar US$ 15 bilhões
sobre etanol na gasolina fica para agosto
hoje, em reunião no Ministério
de Minas e Energia, as novas medidas só serão anunciadas depois de um encontro interministerial marcado para o dia 27.
Na ocasião, os ministros de
Minas e Energia, Edison Lobão;
da Agricultura, Wagner Rossi;
do Planejamento, Miriam Belchior; e do Desenvolvimento,
Fernando Pimentel, deverão fechar o pacote de medidas que será submetido à presidente.
Além da redução da mistura —
que poderá baixar dos atuais
25% para 20% ou 18% —, a lista
deverá incluir outras iniciativas
Petrobras aguarda
apenas a decisão
oficial sobre mistura
para confirmar
a importação de
novo lote de gasolina
de estímulo à produção de etanol, como sobretaxação da exportação de açúcar e crédito
aos usineiros pelo BNDES.
Na reunião de hoje, na sede
do Ministério de Minas e Energia, técnicos da pasta discutirão
com representantes da Petrobras, de distribuidoras de combustíveis, de usineiros e do Ministério da Agricultura os impactos de cada medida em estudo.
Como uma espécie de prévia do
encontro do dia 27, a reunião deverá produzir as primeiras reflexões não só sobre a mistura,
mas também para medidas
mais antipáticas do ponto de vista do mercado. Nada, no entanto, será conclusivo.
A Petrobras aguarda só a decisão oficial do governo quanto à
mistura do etanol para confirmar a importação, nas próximas semanas, de um novo lote
de gasolina. Diante de uma safra de cana-de-açúcar menor
neste ano, o governo teria tomado a decisão de reduzir a mistura. Falta apenas definir se os
atuais 25% de etanol na gasolina vão para 20% ou 18%.
A estatal já teve que recorrer
ao mercado externo para abaste-
cer o país de gasolina no início
do ano, quando importou cerca
de 2,5 milhões de barris do derivado. A medida tornou-se necessária quando o consumo de
combustíveis do país encontrava-se no ápice, ao mesmo tempo em que a entressafra de cana
reduzia a oferta de etanol. A expectativa do governo, na ocasião, era de normalizar o abastecimento do derivado da cana
em abril, com a entrada da safra
2011. O problema é que a colheita revelou-se inferior à expectativa, devido à influência de fatores climáticos. ■ R.R.M.
6 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
DESTAQUE COMBUSTÍVEIS
Cesta do automóvel sobe mais que
inflação e chega a 8,4% em um ano
Índice da FGV mostra que etanol e estacionamento são grandes vilões dos custos de manutenção do carro
Paulo Fridman/Bloomberg
OTIMISMO
Petróleo tem nova
alta no mercado
internacional
Os preços do petróleo fecharam
ontem em leve alta em Nova
York, sustentados pela esperança
de que a crise da dívida na Europa
e nos Estados Unidos tenham
uma solução, e ganharam mais de
US$ 1 em Londres. A redução dos
estoques de petróleo americano
também contribuíram para o
aumento. No New York Mercantile
Exchange (Nymex), o barril
terminou em US$ 98,14, alta
de US$ 0,64 em relação à
terça-feira. O contrato para
entrega em setembro foi a
US$ 98,40. Depois de ganhar
US$ 1,50 na terça-feira, os preços
continuaram se beneficiando de
uma “situação macroeconômica
bastante favorável” e “mais
apetite por risco” dos
investidores, diz Bart Melek,
analista da TD Securities.
“Tem-se a impressão de que nos
aproximamos de uma solução
sobre o limite da dívida nos EUA.
O mercado é também otimista
quanto a um acordo na Europa”.
Como consequência, os
operadores mostram-se mais
confiantes na conjuntura
econômica, e mais otimistas sobre
a demanda de petróleo. AFP
Apenas na Grande
São Paulo, etanol subiu
5,75% nos últimos dias
Ana Paula Machado
[email protected]
Além da escalada do preço dos
combustíveis, que preocupa o
governo federal, a venda de carros também é um fator decisivo
para a inflação neste ano. Com a
renda em alta, os brasileiros vão
em busca de realizações de sonhos e um deles é o primeiro automóvel. Mas, em geral, esses
consumidores não se lembram
dos custos adicionais que vem
com a compra de um carro. E é
isso que vem crescendo.
Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), em
um ano, a cesta do automóvel
apresentou um aumento de
8,42%. Esse valor está acima
da inflação de 6,40% computada pelo Índice de Preços ao
Consumidor (IPC/FGV) no mesmo período. Etanol e estacionamento elevaram os custos no
conjunto de itens, ao subirem
29,18% e 16,28% em 12 meses,
respectivamente.
Para Nora Raquel Zygielszyper, professora de economia da
FGV, até o final deste ano, a inflação que incide sobre os cus-
tos de manutenção de um automóvel deverá ter uma freada. Isso porque as medidas de contenção de crédito, como aumento
dos juros, poderão surtir efeito
e assim reduzir o ritmo de crescimento da inflação.
“As medidas macroprudenciais tomadas pelo Banco Central (BC), no ano passado, levam pelo menos um ano para
surtir efeito. Contendo a inflação, consequentemente os custos para a manutenção de um
carro acompanham essa tendência”, diz a professora. Segundo
ela, até o final do ano esse índice deverá chegar a 7% enquanto que a inflação deverá fechar
em 6% ao ano.
“Isso tudo é reflexo da festa
de crédito que se teve no país
nos últimos anos. Agora, o Banco Central tem que conter o
consumo para controlar a inflação. E uma das formas é aumentar a taxa referencial”, acrescentou Nora Raquel, referindose à decisão do Comitê de Política Monetária de aumentar
em 0,25 ponto percentual a Selic, na noite de ontem (leia
mais na página 33).
Para arrumar o carro
também foi preciso
desembolsar mais no
último ano. O serviço
dos mecânicos ficou
10,92% mais caro
Para arrumar o carro, também
foi preciso desembolsar mais
no último ano. O serviço cobrado pelos mecânicos ficou
10,92% mais caro. Mas foram
mesmo os combustíveis os
maiores vilões da inflação do
carro neste período, com aumento de 29,18% nos doze meses, puxado especialmente pelo etanol. Essa alta preocupa o
governo, que já pensa em medidas para reduzir os preços nas
bombas (leia mais na página 5).
E o etanol ainda continua puxando a inflação mesmo durante o período de safra. Segundo o
Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de julho, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
tatística (IBGE), o combustível
apresentou uma alta de 1,79%.
Só na região metropolitana de
São Paulo, o preço do litro subiu
5,75%. Mas houve aumentos relativamente acentuados também em Curitiba (2,07%), Brasília (1,82%) e Salvador (1,55%).
Sem medidas governamentais,
a tendência é ainda de alta, depois da previsão de queda na
produção para a safra deste ano.
“Mas o carro é um desejo,
um sonho do brasileiro. O consumidor não olha muito o preço do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor) ou dos combustíveis. A economia continua aquecida e o
carro ainda será um dos anseios da população”, afirma a
professora da FGV. ■
PREVISÃO
MAIS CAROS
3,6
milhões
são as vendas de veículos
5,8%
foi a alta nos preços dos
estimadas para este ano, o que
equivale a um aumento de 5%.
Com isso, o mercado brasileiro
será o 4º no ranking mundial.
carros de 2009 a 2011, segundo
estudo da Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea).
Sem trégua
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 7
8 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
DESTAQUE COMBUSTÍVEIS
Copersucar engrossa a lista
de ofertas de ações adiadas
Descompasso no preço dos papéis pode ter atrapalhado, mas conjuntura internacional também não ajuda
Tadeu Fessel
Vanessa Correia
[email protected]
A crescente demanda por açúcar e etanol levou algumas empresas do setor a recorrerem ao
mercado de capitais brasileiro
para se financiar. Entretanto, a
atual conjuntura desfavorável
adiou os planos da Tereos Internacional e, mais recentemente,
da Copersucar, em decisão confirmada ontem pela companhia. “O setor de açúcar e álcool está em ebulição. Sendo assim, a precificação incorreta
dos papéis deve ter sido responsável pelo insucesso”, acredita
Ricardo Torres, professor de finanças da Brazilian Business
School (BBS), para quem havia
apetite pelas ações.
Para ele, a interrupção ou
mesmo o cancelamento da realização da oferta afeta a imagem
da empresa. “Todos sabem que
a companhia precisa de recursos, seja para financiar seu crescimento, seja para pagar dívida.
Isso muda a percepção no investidor em uma possível retomada da oferta”, completa.
Mas não foram apenas motivos pontuais que levaram Tereos Internacional e Copersucar
a adiar os planos de lançar
ações na BM&FBovespa. Camil
Alimentos, Enesa Participações, Perenco Petróleo e Gás, InBrands, Los Grobo, Cimentos
Liz, Densevix, Vulcabrás e Brasil Agro estão na mesma situação. “As condições gerais do
mercado, dado o elevado grau
de incerteza em relação à economia mundial, juros locais altos e
descrença em relação aos IPOs,
têm afastado os investidores da
bolsa brasileira”, afirma Torres.
“É provável que essas ofertas sejam retomadas assim que as condições de mercado melhorarem. A decisão de abrir capital é
tomada no longo prazo”, explica Frederico Sampaio , vice-presidente e diretor de investimentos da Franklin Templeton Investimentos Brasil.
Caso Copersucar
A Copersucar informou ter solicitado à Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) a interrupção do prazo de análise do pedido de registro da operação por
60 dias, “em decorrência da
atual conjuntura de mercado
desfavorável à realização da
oferta neste momento”. A empresa, que foi uma cooperativa
até 2008, tem exclusividade na
comercialização dos volumes
de açúcar e etanol produzidos
por quase 50 unidades associadas, localizadas nos estados de
São Paulo, Paraná, Minas Gerais
Recursos vindos da bolsa
seriam investidos em
instalações portuárias e
infraestrutura, entre outros
A retomada das
ofertas de ações
ainda este ano
é esperada por
especialistas, desde
que as condições do
cenário internacional
melhorem
e Goiás. Ela também negocia a
produção de açúcar e etanol de
cerca de 50 unidades produtoras não-associadas. Na última
safra, foram comercializadas
5,2 milhões de toneladas de açúcar, segundo a empresa.
Os recursos levantados pela
Copersucar seriam destinados à
investimento em terminal de
tancagem, instalações portuárias, sistema de distribuição integrada de etanol, além de reforçar a estrutura de capital. “A necessidade da Copersucar de levantar recursos não é tão urgente e pode esperar. Já a Perenco,
por exemplo, precisa dos recursos para iniciar sua campanha
exploratória de petróleo” , afirma Sampaio, da Franklin Templeton Investimentos Brasil.
Neste caso, o adiamento da oferta de ações, em virtude das condições de mercado, pode atrapalhar o desempenho da empresa
no longo prazo. ■
MERCADO ACIONÁRIO
Copersucar foi a última empresa a suspender oferta
Petróleo e gás
OFERTAS SUSPENSAS
Camil Alimentos
Enesa Participações
Perenco Petróleo e Gás
InBrands
Los Grobo Agronegócios
Copersucar
OFERTAS CANCELADAS
Cimentos Liz
Webjet
Densevix
Vulcabrás
BrasilAgro
Tereos Internacional
OFERTAS EM ANDAMENTO
Petrorecôncavo
Abril Educação
Fontes: CVM e Anbima
Açúcar e álcool
OFERTAS CONCLUÍDAS
Arezzo
Sonae Sierra
Autometal
QGEP Participações
Tecnisa
Brasil Brokers
Direcional Engenharia
Rede Energia
Magnesita Refratários
International Meal Company
T4F
Magazine Luiza
Gerdau
BRMalls
Brazil Pharma
Qualicorp
Technos
BR Properties
Kroton Educacional
Mahle Metal
EDP Energias do Brasil
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 9
10 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
BRASIL
Editora: Elaine Cotta [email protected]
Subeditora: Ivone Portes [email protected]
Valor de imóveis dispara com o
Com a perspectiva de construção do estádio do Corinthians, para a Copa de 2014, o preço médio dos apartamentos
Carolina Alves e Priscilla Arroyo
[email protected]
A construção do estádio do Corinthians, o Itaquerão, para a
realização dos jogos da Copa de
2014 na cidade de São Paulo, já
está movimentando o mercado
imobiliário da região. O valor
médio dos imóveis no distrito
de Itaquera, zona leste, subiu
36% em seis meses, passando
de R$ 2,5 mil para R$ 3,4 mil
por metro quadrado. Os dados
são da consultoria Geoimovel.
No primeiro semestre do ano,
o número de lançamentos atinge 70% do volume registrado
em 2010, totalizando 170 habita-
“
O estádio vai colocar
o bairro em foco,
mas só isso não basta.
Com o crescimento
da economia local,
a arrecadação
deve subir também,
compensando os
gastos públicos
no estádio
Bruno Vivanco
Diretor da consultoria
Abyara Brokers
ções — contra 260 unidades novas colocadas à venda no ano
passado inteiro. Os arredores do
estádio, contudo, já possuem diversos terrenos loteados, aguardando o início das obras. A construtora Tenda, por exemplo, pretende fazer um lançamento em
breve na região. Procurada, a empresa não concedeu entrevista
até o fechamento desta edição.
Não são apenas os lançamentos que estão se valorizando. Segundo informações da imobiliária Primar, situada em Itaquera,
os preços de imóveis usados já
apresentam alta de 50% a 100%.
Um exemplo são os conjuntos habitacionais da Companhia de Ha-
bitação (Cohab) do estado de
São Paulo. O Cohab 2, que fica a
três quilômetros do Itaquerão,
possui apartamentos à venda
por R$ 140 mil. Há seis meses, o
valor cobrado pelo imóvel era de
R$ 70 mil. Já o Cohab 1, vizinho
ao estádio, possui unidades à
venda por R$ 160 mil, valorização de 50% no mesmo período.
“O bairro está crescendo muito desde a construção do metrô,
do Sesc e de uma universidade federal. Com os investimentos previstos para a Copa, a região será
muito valorizada. O preço do metro quadrado ainda é baixo, em
torno de R$ 3 mil, e tem margem
para subir”, afirma o consultor Cí-
cero Yagi, do Secovi-SP, sindicato de habitação de São Paulo. Nos
bairros mais valorizados da cidade, como Moema, o metro quadrado vale, no mínimo, R$ 9 mil.
Além do próprio investimento
previsto para o Itaquerão (veja
mais na matéria ao lado), o bairro receberá uma série de obras para fomentar o desenvolvimento,
como o Polo Institucional.
“O projeto já existia antes da
confirmação da construção do
estádio, mas isso deu mais força para a construção do Pólo”,
afirmou o secretário Especial
de Articulação para a Copa do
Mundo em São Paulo, Gilmar Tadeu Ribeiro Alves.
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 11
Adriano Machado/Bloomberg
Planejamento espera inflação de 5,8% no ano
O Ministério do Planejamento, de Paulo Bernardo, elevou
a expectativa de inflação de 2011 para 5,8%. O ministério também
atualizou os parâmetros macroeconômicos, incluindo os do Produto
Interno Bruto (PIB), que teve estimativa mantida em 4,5% para este
ano, com expectativa de R$ 4,109 trilhões, ante os R$ 4,091 trilhões
da estimativa anterior. Houve aumento também, de R$ 6,8 bilhões,
nas estimativas das receitas administradas pela Receita Federal.
Daniel Ramalho/O Dia
AOS 45 DO 2º TEMPO
Estádio tende a ser
entregue com atraso
Com capacidade para quase 95
mil espectadores, o Soccer City
foi reformado para a Copa de
2010 na África do Sul, com custo
próximo de US$ 350 milhões.
A entrega do estádio, contudo,
foi feita em abril, dois meses
antes da abertura. A Arena
do Corinthians, o Itaquerão,
tende a seguir o mesmo padrão,
segundo analistas. O estádio,
que terá capacidade para 48 mil
lugares, deve ficar pronto até
dezembro de 2013 — a própria
Odebrecht, que construirá a obra,
fala em 36 meses para conclusão.
Segundo levantamento do
Tribunal de Contas da União,
apenas 1% da obra está
concluída. “É possível que o
estádio esteja pronto para a
abertura, porém as obras têm
que começar logo, para que
o período de chuvas, recorrente
do final do ano, não atrase os
trabalhos", diz José Roberto
Bernasconi, presidente do
Sindicato da Arquitetura e da
Engenharia (Sinaenco). P.A. e C.A.
Odebrecht reconhece
que custo pode subir
Obras serão feitas com incentivo
fiscal de R$ 420 milhões e
financiamento público do BNDES
O prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab, sancionou ontem a lei
que concede incentivos fiscais de
R$ 420 milhões ao futuro estádio
do Corinthians, em Itaquera, zona leste da cidade. A concessão
será feita por meio de títulos, os
certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs), entregues
a um fundo gerido pela construtora Odebrecht e o Corinthians. O
estádio custará R$ 820 milhões,
dos quais os R$ 400 milhões restantes virão de financiamento do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A obra contempla 48 mil lugares, abaixo da exigência da Fifa
para a abertura da Copa. Segundo a Odebrecht, o governo de
São Paulo aplicará R$ 70 milhões
na construção de 20 mil lugares
provisórios para o evento.
A Odebrecht, contudo, reconheceu que o valor total pode so-
“
Os aspectos técnicos,
econômicos e
financeiros, já estão
resolvidos. Faltam
apenas os jurídicos
Carlos Armando Paschoal
Diretor da Odebrecht
frer alterações, mas esta é uma hipótese “remotíssima”: “as exigências da Fifa encarecem a construção, pois exigem um projeto
autossustentável. Mas o retorno
do investimento é certo com a
economia de energia elétrica,
por exemplo”, afirma Carlos Armando Paschoal, diretor superintendente da empresa. Segundo
ele, os dutos da Petrobras, que
ainda estão no terreno, devem
ser retirados em agosto por contratada da Transpetro.
Apesar do local da abertura
não estar definido, Kassab diz
ter confiança na realização da
abertura em São Paulo, o que tornaria os incentivos públicos à
construção facilmente recuperáveis. Cálculos da prefeitura
apontam que a abertura da Copa
pode gerar receitas de R$ 1,5 bilhão ao município. Entretanto,
caso seja em outra cidade, as receitas de São Paulo com a Copa
caíriam pela metade. ■ C.A.,
P.A., com colaboração de Daniel
Carmona, do Marca Brasil
POLO INSTITUCIONAL DE ITAQUERA
Kassab sancionou ontem
a lei que concede incentivos
fiscais para construção do
estádio do Corinthians
LINHA DA CPTM
Itaquerão
12
LINHA DO METRÔ
11
na região subiu 36% em seis meses
2
9
4
ESTÁDIO
5
7
3
Dentre as obras previstas, destacam-se a construção de uma
unidade da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec) e da Escola Técnica (Etec), cujas obras serão finalizadas até dezembro de
2013. Nesse prazo, também será
entregue o Parque Linear do Rio
Verde. Alves não detalhou, contudo, o valor dos investimentos.
“A entrega do Pólo completo ainda não tem data, pois o terreno
vai abrigar estruturas provisórias
para auxiliar na infraestrutura
dos jogos da Copa.”
Além disso, serão investidos
R$ 480 milhões para a construção de vias de acesso à avenida
Jacu Pêssego e à Nova Radial. “O
transporte mais utilizado, contudo, tende a ser o metrô e o trem.
A previsão é de que a cidade receba cerca de 500 mil turistas durante o evento e queremos ampliar a frequência das viagens e o
número de vagões”, estima.
Outro investimento que tende a aquecer a economia local
vem da Operação Urbana Rio
Verde-Jacu, projeto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. As empresas
têm até 10 de agosto para apresentar projetos que fomentem o
comércio e a prestação de serviços em Itaquera. As vencedoras
receberão R$ 10,8 milhões para
desenvolver um projeto. ■
1
8
6
10
1 FÓRUM
2 RODOVIÁRIA
3 FATEC/ETEC
4 CAPACITAÇÃO E FORMAÇÃO
PROFISSIONAL
5 INCUBADORA E LABORATÓRIOS PARA
O PARQUE TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE
6 CENTRO DE CONVENÇÕES E EVENTOS
7 POLÍCIA MILITAR E BOMBEIROS
8 OBRA SOCIAL DOM BOSCO
Fonte: Secretaria Especial de Articulação para a Copa do Mundo de 2014
9 PARQUE LINEAR RIO VERDE
10 COHAB
11 ESTAÇÃO ITAQUERA - METRÔ
12 ESTAÇÃO ITAQUERA - CPTM
12 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
BRASIL
SAÚDE
ÍNDICE DE PREÇOS
Ações contra a União pela garantia de
atendimento aumentam 6% entre 2010 e 2011
IPCA-15 fecha julho com
menor taxa desde agosto de 2010
O Ministério da Saúde registrou, de 2010 a 2011, aumento de 6% no
número de ações judiciais contra a União no que diz respeito à garantia
do atendimento de cidadãos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Embora o crescimento pareça pequeno, a evolução dos gastos
em real é de cerca de R$ 2 milhões só nesse período e apenas no
que se refere à disputa judicial com o Governo Federal.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou mais que o esperado em julho e atingiu
a menor taxa desde agosto do ano passado, em razão da queda dos
alimentos e de menores altas de vestuário e habitação. O indicador
ficou em 0,10% em julho, ante alta de 0,23% vista em junho, segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Renato Araújo/ABr
Figueiredo: expectativa
de ampliar o uso da malha
ferroviária do país
TETO TARIFÁRIO
Novo valor será
definido até outubro
O novo teto tarifário para o setor
ferroviário será definido até
outubro deste ano para ir à
audiência pública, disse Bernardo
Figueiredo, diretor-geral da ANTT.
Desde o início das concessões,
em 1996, os tetos nunca foram
alterados, apenas corrigidos a
cada ano. O novo valor tarifário,
que levará em consideração o tipo
de produto transportado, será
discutido com as concessionárias
e entra em vigor em janeiro de
2012. "Estamos criando uma nova
relação de força no mercado",
disse Figueiredo. "O cliente passa
a ter maior poder de barganha
com a ferrovia que vai gerar maior
serviço para o usuário." A ANTT
quer tirar as concessionárias
"da zona de conforto"
promovendo maior concorrência e
consequentemente redução de
tarifas para o usuário. Bloomberg
“Vamos ganhar competitividade”
A frase foi dita pelo diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, ao comentar as novas regras do setor ferroviário
O governo brasileiro determinou que as concessionárias de
serviços ferroviários passem a
compartilhar sua infraestrutura
com outras empresas. A determinação foi publicada ontem
no Diário Oficial da União junto
com as novas regras para o setor. O objetivo, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é integrar o sistema ferroviário nacional. A principal mudança é a regulamentação das operações de direito de
passagem e tráfego mútuo.
Segundo a ANTT, a concessionária que possui o direito de explorar a ferrovia vai compartilhar seu trecho com outra empresa para o transporte de carga
de um ponto a outro. O trem utilizado pode ser da concessionária dona do trecho ou da empresa que o alugou para o transporte. As tarifas referentes à operação serão estabelecidas por meio
de negociação entre as partes.
O novo marco regulatório
também determina metas de
“
Esses trechos só
não terão transporte
ferroviário se o
mercado, de uma
forma integral, não
tiver a percepção
de que isso é viável
financeiramente
Bernardo Figueiredo
Diretor-geral da Agência Nacional
de Transportes Terrestres (ANTT)
produção por trecho da ferrovia
para as 12 concessionárias de
transporte de carga. De acordo
com a nova regra, a meta por
trecho leva em consideração o
valor mínimo de produção de
transporte medido por toneladas por quilômetro útil da malha ferroviária. As concessionárias têm de apresentar à ANTT
as metas de produção para os
próximos cinco anos.
Competitividade
“O objetivo é criar um ambiente competitivo nas ferrovias para uma melhoria na qualidade
dos serviços e um melhor processo de formação dos preços”,
disse o diretor-geral da ANTT,
Bernardo Figueiredo. Segundo
ele, as regras criam compromissos de exploração das ferrovias.
“Hoje, da forma como é gerenciada, as concessionárias não
têm compromisso em explorar
toda a malha e isso permite que
parte não seja utilizada”.
Dos 28,5 mil quilômetros de-
ferrovias do país, cerca 6 mil
quilômetros não estão em condições de uso. Segundo Bernardo,
essas resoluções também criam
as condições para que esses trechos possam ser reutilizados. Se
a concessionária não tiver a proposta de explorar e criar serviços nesses trechos, pode abrir
para o mercado ou devolver para o governo. “Esses trechos só
não terão transporte ferroviário
se o mercado, de uma forma integral, não tiver a percepção de
que isso é viável”, diz. Segundo
o diretor da ANTT, há vários trechos com mais de cem anos que
não são mais aderentes à atual
tecnologia. O governo faria nova concessão com uma proposta mais moderna ao trecho.
Vale, MRS, MMX Mineração &
Metálicos SA, Transnordestina Logística SA — que é do grupo da
Cia. Siderúrgica Nacional SA — e
ALL estão entre as empresas que
possuem concessões de ferrovias
no Brasil, segundo a Associação
Nacional dos Transportadores Fer-
roviários (ANTF). Mais da metade do transporte de carga no Brasil passa por rodovias. Dado o custo 30% maior do transporte rodoviário, o governo quer elevar a
participação das ferrovias na movimentação de cargas no País de
25% para 32% até 2025. Neste
ano, o governo pretende entregar 5.000 quilômetros de ferrovias. Para os próximos anos, estão planejados outros 2.000 quilômetros e há estudos para mais
10.000 quilômetros até 2020.
A falta de interesse das concessionárias em operar determinados trechos afeta o escoamento de produtos agrícolas e minérios do Mato Grosso do Sul, do
oeste do Rio Grande do Sul e do
Espírito Santo. Sem a possibilidade de transporte ferroviário,
é necessário usar o rodoviário,
que é mais caro. Os investimentos e o aumento da competitividade vão ajudar o Brasil a reduzir o custo do frete em até 40%,
segundo estimativas de Figueiredo. ■ Bloomberg e ABr
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 13
Henrique Manreza
TURISMO
INDICADORES
Em nove meses, EUA já emitiram mais
de meio milhão de vistos a brasileiros
Indústria e consumo puxam desaceleração
da economia, segundo dados do Ipea
Cerca de 1 milhão de brasileiros viajam para os EUA por ano. Segundo
a embaixada americana no Brasil, desde 2006, a demanda por vistos
cresceu 230%. Em 2010, o consulado dos EUA em São Paulo emitiu
quase 320 mil vistos de não imigrante, mais do que qualquer outra seção
consular americana no mundo. Para atender a demanda, a embaixada
em Brasília e os consulados em SP e Rio vão abrir sábado (23).
Indicadores como a desaceleração da indústria e a queda do consumo
das famílias confirmam a trajetória de desaquecimento da economia e a
tendência de manutenção da inflação entre 5% e 6%. A conclusão é do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A entidade destaca que,
mesmo a expansão do Produto Interno Bruto no 1º trimestre (6,2%), é
menor do que a taxa registrada no mesmo período de 2010 (7,5%). ABr
Leilão da primeira etapa do trem-bala
só deve ocorrer em fevereiro de 2012
O edital para primeira
etapa do projeto deve ser
publicado em outubro
deste ano, diz ANTT
O leilão da primeira etapa do
t r e m d e a l t a v e l o ci da d e
(TAV), que vai interligar as cidades do Rio de Janeiro, São
Paulo e Campinas (SP), deve
ocorrer em fevereiro do ano
que vem. A expectativa é do
diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. Segundo ele, o edital da
primeira etapa deve ser publicado em outubro próximo e o
da segunda etapa, só no fim
A estimativa para
o início da obra
continua sendo
os primeiros
meses de 2013,
com conclusão do
projeto em, no
máximo, seis anos
do ano que vem. “Como todos
já conhecem o projeto, achamos que o prazo adequado é
de quatro meses”, disse.
Na semana passada, o governo decidiu dividir o projeto do
trem-bala em duas partes: a
primeira trata da contratação
da tecnologia e do operador do
TAV e a segunda, da empresa
responsável pela construção
da linha férrea e das estações.
A estimativa para o início da
obra continua sendo os primeiros meses de 2013, com conclusão do projeto em, no máximo,
seis anos. Segundo Figueiredo,
o cronograma da obra não vai
ter mudanças significativas
porque, apesar das duas licitações, haverá uma redução de
tempo, já que não há mais necessidade de elaboração de um
projeto executivo da obra.
Figueiredo ressaltou que o
governo não vai dar subsídios
para a empresa que irá operar
o TAV e que o financiamento
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será apenas para
a construção da infraestrutura.
“Esse financiamento só faz sentido para a infraestrutura porque, normalmente, as operadoras têm financiamentos em
condições favoráveis em seus
países de origem”, afirmou. ■
CUSTO BILIONÁRIO
R$ 33 bi
é o valor estimado do TAV.
R$ 20 bi
é o volume de recursos que
poderão ser desembolsados pelo
BNDES para financiar a obra.
R$ 5 bi
é o limite da manobra de
amortização do financiamento,
previsto pelo governo federal.
14 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
INOVAÇÃO & SUSTENTABILIDADE
SEXTA-FEIRA
SEGUNDA-FEIRA
TECNOLOGIA
ECONOMIA CRIATIVA
AM valida método para evitar
Projeto financiado pela rede Marriott consegue aprovação de mecanismo criado para calcular crédito de emissão de
Reserva do Juma: comunidades
vivem em área próxima de rodovia na
Amazônia que pode ser desmatada
Martha San Juan França
[email protected]
Enquanto as negociações internacionais sobre um novo acordo
do clima ainda engatinham e o
Congresso Nacional vive o impasse sobre o novo Código Florestal, iniciativas que aplicam os
conceitos do REDD, ou Redução
de Emissões para o Desmatamento e Degradação, prosseguem na
Amazônia e em outras partes do
mundo. A ideia, lançada há quatro anos na 13ª Conferência das
Partes (COP-13), em Bali, visa
criar valores econômicos para a
floresta em pé, ou para o desmatamento evitado, desde que haja
fontes de financiamento. Uma
das dificuldades para isso é estabelecer como medir, relatar e verificar as reduções de emissões
pela conservação de florestas.
A Fundação Amazonas Sustentável (FAS), parceria público
privada entre o governo do
Amazonas e o Bradesco, uniu
seu método de verificação com
o do Fundo Biocarbon do Banco
Mundial, para estabelecer um
mecanismo que pode ajudar a
abrir o mercado de carbono por
desmatamento evitado em vários países, além do Brasil.
Validação
A metodologia que permite a obtenção de créditos de carbono
está sendo aplicada na Reserva
de Desenvolvimento Sustentável do Juma, em Novo Aripuanã
(AM), sendo a primeira a ser validada pelo Verified Carbon
Standard (VCS). Os créditos de
carbono estão sendo usados pa-
Divulgação
Virgilio Viana
Superintendente
da Fundação
Amazonas
Sustentável
(FAS)
“Conseguimos fazer um roteiro
de como deve ser feito um
projeto de REDD. Quem quiser
seguir esse caminho, pode ter
mais facilidade para conseguir
créditos de carbono”
ra neutralizar as emissões da rede de hotéis Marriott.
A existência de validação é importante uma vez que, como não
existem regras pré-definidas para transações de créditos por REDD, é preciso adotar salvaguardas que garantam a consistência
e transparência dos projetos. Até
hoje, apenas cinco metodologias
foram validadas no VCS, mas a
do Juma é a única do Brasil.
Segundo o superintendentegeral da FAS, Virgílio Viana, a
aprovação da metodologia é importante porque teve o assessoramento técnico do Instituto de
Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas
(Idesam), além da consultoria
Carbon Decision International
(CDI), o que mostra que os pesquisadores brasileiros têm con-
dições de participar da definição de metodologias internacionalmente reconhecidas, que até
agora eram estabelecidas pelos
países desenvolvidos.
A Reserva do Juma já tinha
certificação pelos padrões do
Climate, Community Biodiversity Alliance (CCBA), que verifica
os impactos positivos do projeto nas comunidades e sobre a
biodiversidade, mas o VCS é
mais técnico. “Conseguimos fazer um roteiro de como deve ser
feito um projeto de REDD”, diz
Viana. “De agora em diante,
quem quiser seguir este caminho, pode submetê-lo ao VCS e
assim ter facilidade maior para
conseguir créditos de carbono
no mercado voluntário.”
De acordo com Viana, a aprovação da metodologia dá mais se-
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 15
TERÇA-FEIRA
QUARTA-FEIRA
EMPREENDEDORISMO
EDUCAÇÃO/GESTÃO
desmatamento
LUCIANO MARTINS COSTA
Jornalista e escritor, consultor
em estratégia e sustentabilidade
carbono segundo modelo em discussão nas negociações da ONU
Fotos: divulgação
A árvore estará salva quando
for vista como uma vaca
Escola do Juma: projeto
visa melhorar qualidade
de vida da população
Reserva tem projeto pioneiro de REDD
A Reserva de Desenvolvimento
Sustentável do Juma, onde vivem
cerca de 430 famílias
em 48 comunidades, foi criada
pelo governo do Amazonas
há nove anos com o objetivo
de proteger a floresta com
alto valor de biodiversidade
e propiciar a melhoria da
qualidade de vida a seus
habitantes por meio do Bolsa
Floresta. O Projeto de REDD,
desenvolvido pela Fundação
Amazonas Sustentável,
tem o apoio da rede de hotéis
Marriott, e deverá resultar
na contenção de desmatamento
de quase 8 mil hectares de
floresta, evitando
o lançamento de 3,6 milhões
de toneladas de carbono
na atmosfera. “Além da
contribuição direta de US$ 2
milhões, o Marriott obteve mais
US$ 250 mil de seus hóspedes
que se dispõem a neutralizar as
emissões de carbono relativas à
hospedagem, eventos e doações
de empregados
e parceiros de negócios”, diz Mari
Snyder, vice-presidente de
responsabilidade social da rede.
Mais de 400 famílias
desenvolvem atividade
extrativista em
reserva estadual
gurança e resolve muitas dúvidas que existiam sobre a
fórmula de calcular as emissões. "Queremos enfatizar a
valorização do ativo da floresta, em vez de diminuir o passivo", diz. Viana considera
que isso é importante nas negociações que prosseguem sobre mudanças climáticas na
COP-17, marcadas para dezembro em Durban.
A proposta, segundo ele,
também facilita a aprovação de projetos em países
em desenvolvimento, principalmente na África, de restauração de ecossistemas
que retiram ou conservam
carbono nas florestas, e se
candidatam a receber financiamento do Fundo Biocarbon, do Banco Mundial. ■
EVOLUÇÃO NA AMÉRICA LATINA
Cartilha apresenta outras iniciativas
O Instituto de Conservação e
Desenvolvimento Sustentável
do Amazonas (Idesam) acredita
que outros projetos relacionados
a REDD em desenvolvimento no
Brasil e na América Latina podem
usufruir da metodologia aprovada
pelo Verified Carbon Standard
(VCS). A instituição elaborou uma
cartilha, em colaboração com
a entidade não-governamental
The Nature Conservancy,
destinada a apresentar para
governos, investidores e sociedade
as iniciativas que estão mais
adiantadas na possibilidade de
serem eleitas para o mercado
de carbono. “Fizemos uma linha
de corte para identificar os
projetos mais elegíveis, mas alguns
podem não conseguir acompanhar
um processo rigoroso de
quantificação de emissões”, diz
Mariano Cenamo, secretário-geral
do Idesam. O guia mapeou
17 projetos em diferentes fases
de implementação na Bolívia,
Equador, Guatemala, Paraguai,
Peru e Brasil, além de iniciativas
internacionais relacionadas ao
REDD, como o Fundo Amazônia
no Brasil e o Forestry Carbon
Partnership Facility, do Banco
Mundial. A quase totalidade está na
Amazônia, sendo apenas um em
Guaraqueçaba, litoral paranaense.
Um dos maiores desafios na construção de uma consciência predominante em favor da preservação do patrimônio ambiental é a contabilidade dos serviços da natureza. Posto dessa maneira, esse conceito ainda carrega muito de subjetividade, mas há quase uma dezena de metodologias testadas em casos específicos. A principal dificuldade se refere ao fato de que se trata de avaliar o resultado positivo decorrente da redução de perdas florestais.
O programa conhecido como REDD - sigla em inglês para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação de Florestas abriga o complexo de mecanismos financeiros pelos quais se procura estimular o investimento em projetos de preservação florestal.
Trata-se de um processo globalmente reconhecido e apoiado pela
ONU, que se consolidou a partir da Cúpula de Copenhague, ocorrida no final de 2009 e já conta com a adesão de 35 países.
Para os investidores, esse novo ambiente de negócios representa
mais diversidade na gestão financeira e uma grande oportunidade
para ingressar no lado sustentável do capitalismo. Se estamos falando de uma alternativa estimulada pela ONU e pelo Banco Mundial,
com grande potencial e benéfica para a reputação dos participantes, quais seriam os empecilhos para sua aplicação em grande escala? Como sempre, os elementos da chamada realidade objetiva.
Há quem diga que o combate ao
desmatamento, quase sempre localizado nas regiões menos densas do
É necessário
país, representa um confronto endemonstrar “na
tre as urgências da modernidade e
ponta do lápis”
a cultura retrógrada do Brasil arcaico. Nessas fronteiras, onde a ativique o dinheiro
dade econômica principal ainda
vem mais rápido,
considera a floresta como um obstádurante mais
culo à produção de renda, permanece ainda um estado de tensão entre
tempo e em maior
as convicções contemporâneas a
volume quando
respeito do valor da floresta em pé
o patrimônio
e o resistente e antiquado conceito
de que a terra só produz se for despiambiental é
da de sua cobertura vegetal.
valorizado
Para mudar isso, é preciso muito
mais do que belos discursos em favor da natureza. É necessário demonstrar, “na ponta do lápis”, que o dinheiro vem mais rápido, durante mais tempo e em maior volume quando o patrimônio ambiental é valorizado. Para isso servem as metodologias que transfiguram a redução das emissões de carbono em valor monetário.
O Bolsa Floresta é um desses processos, mas ainda carrega certo
estigma de programa social - o agricultor, o pecuarista e o madeireiro se consideram empresários. Talvez possa sensibilizá-los a conscientização de que, na Amazônia, as comunidades criadas com base na exploração irracional das florestas não produzem riqueza por
mais do que quinze anos. Passado esse período, essas economias entram em rápido declínio.
Mas, para quem se habituou a viver no limite, essa é uma dificuldade que se supera com mais desmatamento. Essa lógica perversa
da destruição deve ser vencida com a racionalidade dos modelos de
negócio sustentáveis. Metodologias eficazes e simples permitem
tangibilizar os ganhos da preservação, com a aplicação do conhecimento científico e sua comprovação em termos de resultados.
Quem vive longe da diversidade cultural das grandes cidades tem
urgências que desprezam teorizações. Para ele, o conceito da redução de emissões é tão intangível quanto o próprio ar. Só vai entender quando enxergar a árvore como uma espécie de vaca. ■
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16 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
ENCONTRO DE CONTAS
LURDETE ERTEL
Felipe Aguillar
Tropas
de Baco
A fermentação do
mercado brasileiro
de vinho fez encorpar
também o número
de vinícolas no país.
Conforme balanço do
Instituto Brasileiro
do Vinho (Ibravin),
o Rio Grande do Sul,
que responde por 90%
da produção nacional
do segmento, alcançou
neste ano 751 empresas
dedicadas à bebida,
ante 741 em 2010.
Em uma década, o
número de vinícolas
cresceu 71%.
A maioria se concentra
em Flores da Cunha
(25%), Caxias do Sul
(17,4%), Bento Gonçalves
(10,7%), Garibaldi (8,8%)
e Farroupilha (6%).
Dados do Ibravin também
mostram expansão no
número de municípios
gaúchos dedicados à
produção de uvas: nesta
safra, foram 151 (30% do
total), ante 119 em 2004.
Raquete por pincel
O tenista Guga, por meio do Instituto
Gustavo Kuerten, é o embaixador do
projeto “Tudo de cor para Florianópolis”,
da Coral, que renovou as fachadas
de alguns dos ícones da tradicional
arquitetura da capital catarinense.
Casas no Ribeirão da Ilha, o Largo do
Mercado e a parte externa do Mercado
Público Municipal da capital catarinense
estão ganhando cores renovadas
no projeto da indústria de tintas Coral
que, neste ano, prevê investimento
de R$ 10 milhões.
Hoje Guga participará, ao lado de cerca de
200 colaboradores e clientes da AkzoNobel
— detentora da marca Coral e presidida por
Jaap Kuiper (com o tenista na foto) —, de
um mutirão de pintura no Ribeirão da Ilha.
A entrega da pintura em Florianópolis
também será celebrada com um show da
banda Jota Quest, na Beira Mar.
Esta é a oitava grande cidade que recebe
o “Tudo de cor para você”, iniciativa
socioambiental da Coral que tem como
objetivos a renovação e a preservação de
patrimônios históricos no País, além de
promover a cidadania e a sustentabilidade
pelo Brasil. Desde agosto de 2009, quando
o programa começou, foram usados 80 mil
litros de tintas em mais de 2.100 casas.
Sem fazer cera
“Entendo que
tenha gente que
não tenha dinheiro
para comprar
um ingresso
de cinema. (...)
Mesmo assim,
pirataria
é um roubo”
As abelhas do Piauí estão em
regime de trabalho aditivado.
O Estado assumiu a liderança
da exportação brasileira de
mel em junho, ultrapassando
São Paulo e Rio Grande do Sul.
No primeiro semestre, as
exportações brasileiras de mel
alcançaram US$ 40 milhões,
38% mais do que o mesmo
período do ano passado.
Em volume, foram embarcadas
12,3 mil toneladas de mel neste
ano, contra 10,1 mil em 2010.
Fabrice Coffrini/AFP
Lixo eletrônico
O Rio Grande do Sul pretende
sair na frente e lançar em
agosto um programa estadual
inédito de coleta de material
obsoleto de telefonia e
informática. A meta do Sistema
Fecomércio/Sesc/Senac é
ambiciosa: retirar do ambiente
e dar destinação correta a 100
toneladas de resíduos e 20 mil
celulares e baterias em 60 dias.
Projeções indicam que, até 2030,
o Brasil produzirá 680 mil
toneladas/ano de lixo eletrônico.
Portas abertas para a história
O centro de São Paulo ganha mais um espaço
histórico de visitação aberta ao público.
O palacete tombado na Alameda Nothmann,
que há 16 anos abriga a sede do Grupo Tejofran,
vai entrar no roteiro turístico da cidade.
Construída entre os anos de 1911 e 1912,
a mansão recebeu pensadores da Semana de
Arte Moderna (1922), como Mario de Andrade,
Murilo Mendes, Gilberto de Andrade e Silva e
Tácito e Guilherme Almeida. Também foi cenário
de episódios durante as revoluções de 1924 e 1932.
O palacete vem sendo mantido pelo Grupo Tejofran.
Javier Bardem, ator espanhol,
durante encontro da Organização
Mundial da Propriedade
Intelectual, em Genebra.
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 17
Fotos: divulgação
Pés no chão
O criador, produtor e apresentador do programa
Trabalho Sujo, do Discovery Channel, Mike Rowe, acaba
de fechar parceria com a CAT Footwear para lançar
a linha de calçados Mike Rowe Works by Cat Footwear.
No Brasil, a coleção de sapatos e botas profissionais
assinada por Rowe será comercializada pela Marinelli
Brasil, representante oficial da marca no país.
MARCADO
● O WTC Business Club realiza, dia 26,
o International Perspectives Austrália
com o tema Cidades Sustentáveis —
Soluções de Arquitetura, Planejamento
Urbano e Tecnologias Verdes.
O evento contará com a presença
do Cônsul Geral da Austrália em
São Paulo, Sr. R. Gregory Wallis.
[email protected]
Puxadão
GIRO RÁPIDO
A T&A Pré-Fabricados,
de Itu (SP), fornecerá a estrutura
pré-fabricada de concreto para
a ampliação do Transamérica
Expo Center em São Paulo,
a cargo da construtora Serpal.
A montagem inicia em agosto
e deve terminar em novembro.
O Transamérica Expo Center
vai ganhar mais dois pavilhões,
em uma ampliação estimada
em R$ 60 milhões.
Tacada certa
Can I help you?
Se tudo o mais parece atrasado,
pelo menos a Polícia Militar
de São Paulo começa a se
preparar para a Copa de 2014.
A escola Berlitz assinou
contrato com a corporação
para dar aulas de idiomas
aos policiais, a fim de que
possam se comunicar melhor
com a revoada de estrangeiros
que deve aportar no país.
Malhação
Pioneira no mercado de
academias ao trazer a ginástica
aeróbica para o país em 1983,
a Runner começa sua expansão
para fora do Estado de São Paulo.
A 16ª unidade da rede acaba
de ser aberta em Brasília (DF) e,
daqui a alguns meses, a marca
desembarca em Natal (RN).
Outras 10 academias estão
em aquecimento.
Mil e uma controvérias
Depois de receber uma representação de
300 consumidores (94% homens) que se
sentiram ofendidos com a campanha
Mulheres Evoluídas, da Bombril,
o Conselho Nacional de Autorregulamentação
Publicitária (Conar) decidiu, por
unanimidade, arquivar e encerrar o caso.
Em maio, o Conar já havia decidido, também
por unanimidade, manter a veiculação dos
filmes nos quais Marisa Orth, Dani Calabresa
e Monica Iozzi satirizam o sexo masculino.
Pelo julgamento do conselho, as queixas são
improcedentes já que os anúncios usam
recursos próprios da publicidade, como o
exagero e humor. O número de reclamações
contra a campanha foi recorde no Conar.
Comer, passear
e cantar
A cidade histórica de
Tiradentes, em Minas
Gerais, se prepara para
receber, entre os dias
19 e 28 de agosto,
a 14ª edição do Festival
de Cultura e Gastronomia,
considerado um dos
maiores eventos de alta
gastronomia do país.
Com o tema Nova Geração,
a festa, que espera
receber cerca de 35 mil
pessoas neste ano, contará
com shows do cantor
Ed Motta e da cantora Céu.
A cidade também vai
receber investimentos
de R$ 10 milhões do
governo estadual de
Minas Gerais, para concluir
obras de saneamento.
O Hotel Transamérica Ilha de
Comandatuba (BA) será palco,
de 3 a 6 de agosto, da Copa
Rádio Transamérica de Golfe,
etapa do CBG Pro Tour Circuito Brasileiro de Golfe.
A classificação no torneio dará
acesso ao aberto do Brasil.
A Bahia já é o principal destino do
viajante que pratica golfe no país.
Para curar
O Hospital Alvorada, em
São Paulo, está inaugurando
sua ala VIP nesta semana.
O espaço conta com oito suítes
de até 78 metros quadrados,
com televisores de LED, laptops
e enxovais Trussardi, além
de mordomo 24 horas, camareira
e cardápio diferenciado.
Abrindo vitrinas
O Shopping Leblon, no Rio de
Janeiro, reforça seu mix de
lojas com três novas operações:
a primeira loja da estilista
Nica Kessler, o projeto conceito
mall da Kipling e a primeira loja
carioca da The North Face.
Escrita de ouro
Para comemorar seus 250 anos,
a Faber-Castell está lançando
uma linha de canetas premium
confeccionadas com madeira
da oliveira, platina e ouro
18 quilates. A Coleção Graf
Von Faber-Castell chega
ao Brasil em setembro, com
apenas cinco peças. O preço
sugerido é de R$ 7.500 cada uma.
Com Karen Busic
[email protected]
18 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
EMPRESAS
Editora: Rita Karam [email protected]
Subeditoras: Estela Silva [email protected]
Isabelle Moreira Lima [email protected]
Vale aposta
na Malásia para
bater BHP Billiton
e Rio Tinto
Graneleiro Jacarandá, o
primeiro de 12 que a Vale vai
usar na rota Brasil-China
Centro de distribuição da mineradora brasileira no país asiático vai
ganhar pelotizadoras e servirá de plataforma para acessar a China
Nivaldo Souza
[email protected]
O estreito de Malacca, no oeste
da Malásia, ganha destaque na
estratégia logística da Vale. A
mineradora pretende usar o canal de 800 quilômetros como
plataforma exportadora para
vencer as concorrentes australianas BHP Billiton e Rio Tinto
na disputa pelo mercado chinês
de minério de ferro. Para isso,
instala um terminal portuário e
um centro de distribuição com
capacidade para estocar 30 milhões de toneladas de minério
em Teluk Rubiah, província na
região desértica de Perak.
O mote do empreendimento
de US$ 1,371 bilhão é aproveitar
a ligação entre os oceanos Índico e Pacífico feita pelo estreito
para acessar o Mar da China Meridional — o pedaço do Pacífico
que banha o Sudeste Asiático. O
complexo vai facilitar o acesso
rápido às siderúrgicas da China, principais consumidoras do
minério da Vale. As chinesas
consumiram 129 milhões das
297 milhões de toneladas de minério vendidas pela mineradora em 2010. “Vamos ficar mais
próximos dos chineses do que
os australianos”, afirma o diretor de marketing, vendas e estratégia José Carlos Martins.
A perspectiva positiva já fez a
mineradora projetar a ampliação do complexo para 90 milhões de toneladas após a conclusão da primeira etapa no segundo semestre de 2013. Este
passo, segundo Martins, incluirá a instalação de duas pelotizadoras que beneficiarão o minério mais fino.
O objetivo da Vale também é
fazer com que a Malásia ajude a
reduzir o custo do transporte de
minério entre o Brasil e a China. “O nosso desafio é colocar o
minério na Ásia, que fica do la-
Preço do frete
Brasil-China caiu
20% para a Vale com
a operação do maior
graneleiro do mundo.
Outros navios com
capacidade para
400 mil toneladas
devem aproximar as
minas de Carajás (PA)
e Simandou (Guiné)
do principal mercado
da mineradora
do do nosso principal concorrente”, diz Martins.
Frete menor
O preço do trajeto Austrália-China, operado pela BHP e a Rio Tinto, é 8% menor que o da Vale
(Brasil-China). O custo da brasileira já chegou a estar 13% mais
caro. A redução foi puxada pelo
início da operação do primeiro
de 12 navios com capacidade para 400 mil toneladas. O graneleiro, hoje o maior em operação no
mundo, derrubou em 20% o custo do frete Brasil-China, em relação ao que os navios de 300 mil
toneladas operados até então registravam. O ganho da Vale é de
cerca de US$ 10 por tonelada de
minério, e, segundo Martins, a
turbinada logística somada ao
novo sistema de precificação adicionou US$ 5 bilhões ao faturamento da empresa.
Agora, o centro logístico da
Malásia deve servir para consolidar a posição da brasileira no topo do mercado mundial de minério de ferro. O cálculo é de
que junto com o complexo em
construção em Omã, no Oriente Médio, a Vale consiga agilizar
o escoamento da produção representado pela ampliação de
Carajás (PA) e a implantação da
mina Simandou, na Guiné. Daí,
a importância da frota encomendada à chinesa Rongsheng,
em 2009, por US$ 1,6 bilhão.
Os 12 graneleiros substituem
o antigo sistema FOB, no qual os
clientes recolhiam o minério em
portos brasileiros. A mineradora
ganha também escala no quesito
posição geográfica, após se ver
paralisada durante a crise, quando os clientes deixaram de vir
buscar o minério. “Estamos associando as minas com centros logísticos, já que elas estão em média 800 km longe do mar, enquanto as australianas ficam a
300 km”, diz Martins. ■
Nova fórmula
Mineradora diz que o produto
diminui o consumo de carvão
pelas siderúrgicas e estuda
fórmula para ganhar com essa
redução de custo e poluição
A Vale quer aproveitar a capacidade de redução de gás carbônico CO 2 de seu minério com
maior teor de ferro como um
aditivo para formular o preço
do produto. Segundo o diretor
de marketing, vendas e estratégia, José Carlos Martins, a ideia
é focar a qualidade como fator
de preço. “O aumento deve vir
com a percepção da qualidade
do minério”, afirma.
O movimento deve ser similar ao realizado no auge da crise
2008/2009, quando a Vale pressionou a mudança no sistema
mundial de precificação. Na ocasião, a empresa passou a cobrar
um valor adicional para cada
1% de ferro contido em seu minério. O argumento foi de que o
insumo siderúrgico, na casa dos
65% de ferro, era superior ao
negociado no mercado (62%).
A nova fórmula, junto com ganhos logísticos, representou
um ganho de US$ 5 bilhões no
faturamento da companhia. “O
desafio foi trabalhar para o mercado reconhecer a qualidade do
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 19
Antonio Milena
Produção de aço cresce 4% em junho no país
Os dados são da Associação Mundial de Aço (WSA). No mês passado,
o Brasil produziu, segundo a entidade, 2,962 milhões de toneladas de
aço bruto, ante 2,850 milhões em junho de 2010 e 1,942 milhão no
mesmo período de 2009. Enquanto isso, a produção chinesa cresceu
11,9% em junho, na comparação anual, para 59,9 milhões de toneladas,
impulsionando o volume mundial para alta de 8% no mês passado.
Até maio, segundo o IABr, a produção de aço bruto havia crescido 9%.
Agencia Vale
Preço
Crescimento asiático manterá
valor do minério em alta
Para José Carlos Martins,
diretor de marketing, vendas e
estratégia da Vale, a urbanização
dos países asiáticos deve
manter os prelos do minério
elevado nos próximos anos.
O cálculo do executivo é de que
a industrialização desses países
elevará o consumo de aço e,
consequentemente, de minério.
“Apesar dos esforços para
elevar mercados como o EUA
e a Europa, a verdade é que eles
são maduros. O novo foco de
desenvolvimento está na Ásia.”
de preço considera redução de CO
2
“
O aumento deve
vir com a percepção
da qualidade
do minério
José Carlos Martins
Diretor de marketing, vendas
e estratégia da Vale
minério”, conta Martins.
Agora, a mineradora assegura que o teor de ferro mais elevado faz as siderúrgicas consumirem menos coque, o carvão mineral usado em altos-forno para transformar o minério em
aço. Com isso, as siderúrgicas
teriam um ganho de custo produtivo que a Vale quer absorver
no preço final de seu produto.
O desafio é encontrar uma fórmula para calcular esse ganho.
A empresa estuda uma fórmula para fazer com que a redução
de gás carbônico vire um fator
de atração de cliente interessados em atingir índices de exce-
lência em sustentabilidade ambiental e, para isso, estejam dispostos a pagar mais caro.
Para o analista Leonardo Alves, da Link Corretora, apesar
de ousada, a proposta faz sentido ante o aumento de preço do
carvão no mercado internacional. “No momento, as siderúrgicas já pagam um prêmio pelo
minério da Vale. Mas, caso essa
redução de gás carbônico seja
comprovada, e como o carvão
está caro, as siderúrgicas podem aceitar pagar mais”, diz.
Para Martins, um termômetro do interesse ambiental dos
clientes da Vale é a operação do
graneleiro Jacarandá. O maior
em operação nos oceanos, segundo o executivo, reduzido
em 35% a emissão de CO ao lon²
go do trajeto Brasil-China
Martins argumenta que a diminuição consistente em tempos de preocupação ambiental
já desperta interesse logístico
de clientes fora da rota percorrida pelo navio com capacidade
para 400 mil toneladas. “É impressionante a quantidade de
clientes que estão adaptando
seus portos para se beneficiar
de um frete mais baixo e, principalmente, da redução de carbono”, afirma. ■ N.S.
MENOS EMISSÕES
65%
é o teor médio de ferro do
minério da Vale, para uma
média de mercado de 62%.
A empresa cobra um adicional
pela diferença na qualidade
de seu produto.
US$
5 bi
foi o ganho no faturamento
da companhia com a mudança
na precificação do minério
considerando o teor de ferro.
20 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
EMPRESAS
Tim Boyle/Bloomberg
ENERGIA
QUÍMICA
Mercado cativo da Copel cresce 4% no
primeiro semestre deste ano sobre 2010
Ecolab comprará Nalco, especializada em
tratamento de água, por US$ 5,4 bilhões
O desempenho marcou um consumo de 11.086 GWh na primeira
metade do ano ante 10.661 GWh nos seis primeiros meses de 2010.
O consumo classe industrial cresceu 1,7% no período, com 3.558 GWh
de janeiro a junho deste ano. Ao final de junho, os clientes industriais
representavam 32,1% do mercado cativo da Copel. Já as classes
residencial e comercial apresentaram crescimentos de 4,7% e 6,8%.
O negócio avalia a Nalco em US$ 38,80 por ação, um prêmio de 34%
sobre a cotação de fechamento dos papéis da empresa na véspera.
A Nalco, que forneceu dispersantes para controlar o vazamento de
petróleo no Golfo do México em 2010, produz químicos que reduzem
o consumo de recursos naturais e minimizam a emissão de poluentes.
Já a Ecolab fornece serviços de higiene, limpeza e desinfecção.
Americana Manitowoc inicia
produção de guindastes no Brasil
Companhia investe R$ 70 milhões em unidade em Passo Fundo (RS) para faturar R$ 400 milhões ao ano
Nilton Santolin
*Rafael Palmeiras,
de Passo Fundo (RS)
[email protected]
A indústria americana de guindastes Manitowoc está em fase de
construção de sua primeira fábrica na América Latina, que deverá
ser concluída em março de 2012.
O espaço de 28 mil metros quadrados, localizado no município de
Passo Fundo, a 293 quilômetros
de Porto Alegre, deverá produzir
350 guindastes por ano, com investimentos de R$ 70 milhões.
Os equipamentos produzidos
no Brasil terão potencial para
cargas de até 120 toneladas e devem gerar receita para o próximo ano de R$ 400 milhões. “Encontramos no Brasil grande potencial de vendas para as áreas
de construção civil, elétrica e
portos”, diz Mauro Nunes da Silva, diretor-presidente da companhia no Brasil.
A Manitowoc vai oferecer no
país duas linhas de produtos.
“A demanda do mercado brasileiro é por guindastes de terreno acidentado, móvel e o modelo fixo”, afirma. O executivo
também diz que a empresa tem
planos para iniciar a produção
de guindastes acoplados em caminhões comerciais até 2013.
No Brasil, a Manitowoc já fornece equipamentos para a Petrobras, Vale, Odebrecht, Gerdau,
Queiroz Galvão e acredita em
um avanço na receita de 20% ao
ano, impulsionada pelas vendas
de equipamentos para os grandes eventos que o Brasil deverá
sediar, com a Copa de Mundo e
a Olimpíada.
Silva explica que a fábrica deve contribuir para diminuir em
até 30% o preço final dos guindastes, que atualmente variam
de US$ 100 mil e US$ 1 milhão.
“A redução ocorre porque nos
produtos nacionais não se contabiliza frete marítimo, seguro e
impostos de importação. Porém, o valor do equipamento
costuma variar com base no valor pago pelas peças para a construção dos guindastes, que são
importadas”. O executivo explica que durante a fase inicial, o
produto será produzido com peças exportadas de fornecedores
internacionais, mas afirma que
“
Mauro Nunes Silva, à esq.,
presidente no Brasil, e
Lawrence J. Weyers,
vice-presidente para as
Américas: potencial para
dobrar a produção no país
Esperamos crescer
40% só na Região Sul
entre 2011 a 2104
Mauro Nunes da Silva
em quatro anos conseguirão entregar um produto 100% nacional, já que os fornecedores
Lawrence J. Weyers, vice-presidente executivo para as Américas, diz que atualmente a empresa possui 26 montadoras espalhadas pelo mundo, como Estados
Unidos, Europa, Japão, Índia e
China. “Nos Estados Unidos, a capacidade de produção anual chega a 2,5 mil guindastes”, afirma.
Segundo Silva, a produção
média de um guindaste por dia é
suficiente para a demanda atual.
No entanto, a produção pode ser
ampliada para o dobro, chegando a 700 unidades por ano. Do
total produzido, 25% será destinado aos países da América Latina como Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Colômbia e
Peru, enquanto 75% atenderão
ao mercado brasileiro. Silva conta que a entrega dos equipamentos será feita pelo porto de Rio
Grande, no Rio Grande do Sul.
Rio Grande do Sul
A escolha do Sul para a instalação da fábrica foi motivada pela
existência de um polo metalmecânico, além do potencial de
fornecimento para o estado. “Esperamos crescer 40% só na região Sul entre 2011 a 2104”, diz o
executivo. A Manitowoc fez
uma parceria com a prefeitura
de Passo Fundo, que disponibilizou o terreno e benefícios fiscais
como, a isenção do IPTU. ■
*O repórter viajou a convite da Manitowoc
Mercado de máquinas deve expandir em 20% neste ano
Estudo feito pela Associação
Brasileira de Tecnologia para
Equipamentos e Manutenção
(Sobratema) sobre o Mercado
Brasileiro de Equipamentos para
Construção revela que em 2011,
as vendas de guindastes no Brasil
devem chegar a 600 unidades,
crescimento de 20%, em relação
ao ano anterior, impulsionado
pelo Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC). “O programa
teve um peso importante para o
crescimento das vendas em
25% entre 2009 para 2010”, diz
Eurinilson Daniel, vice-presidente
da Sobratema. Além do governo,
construção civil e mineração têm
registrado destaque de compras.
“A Petrobras tem sido um grande
comprador, pela necessidade
de transportar tubulação
para projetos do pré-sal.”
Com a demanda cada vez maior,
o país tem ampliado sua presença
no mercado internacional.
Atualmente o Brasil representa
3% do total de vendas no mundo.
“Em 2004, era de apenas 1%.
Acreditamos que em 2014,
esse saldo deverá chegar a 4%.
Cerca de 59% das vendas
estavam concentradas no Japão
e América do Norte. Em 10 anos,
esse valor vai cair para 34%.
No mesmo ano de 2004, 23% das
vendas eram feitas para China,
Brasil e Índia, que juntos deverão
passar para 47% em 2014.” R.P.
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 21
22 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
EMPRESAS
TECNOLOGIA 1
TECNOLOGIA 2
Mais um funcionário da Foxconn, que produz
iPhone, morre em fábrica no sul da China
Companhia de segurança móvel faz
software para lojas de aplicativos
Um funcionário de uma fábrica da Foxconn no sul da China morreu,
no mais recente caso de uma série de suicídios de jovens trabalhadores
migrantes nos complexos fabris da companhia, nos últimos dois anos.
A Foxconn, que fabrica o iPhone e outros produtos da Apple e também
tem entre os clientes Dell, HP, Nokia e Sony Ericsson, é criticada por
grupos de defesa dos trabalhadores por práticas trabalhistas cruéis.
A Lookout Mobile Security, cujos softwares protegem cerca de
10 milhões de aparelhos móveis, afirma ter desenvolvido uma tecnologia
que permite a execução de varreduras em jogos, editores de melodias
e fotos, assim como em outros aplicativos móveis, a fim de encontrar
arquivos contaminados. A Mobile Threat Network, a tecnologia
encontra arquivos problemáticos antes que infectem aparelhos.
Marcela Beltrão
Cleber Morais, que assumiu
a presidência da Bematech
com o faturamento em queda
Bematech aposta em software
para recuperar crescimento
Com receita em declínio, companhia focada em hardware para o varejo já investiu R$ 260 mi para ampliar atuação
Carolina Pereira
[email protected]
O mercado de varejo está se profissionalizando cada vez mais.
Com a onda de consolidação pela qual vem passando, a exemplo da fusão entre Casas Bahia e
Pão de Açúcar, os concorrentes, mesmo de pequeno porte,
se veem obrigados a procurar diferenciais que os tornem mais
competitivos diante dos grandes conglomerados.
Muitas vezes, as empresas
encontram em novos softwares o diferencial que estavam
procurando, de acordo com
Cleber Morais, presidente da
Bematech. É por esse motivo
que a empresa nacional, voltada para automação comercial e
com faturamento de R$ 326,4
milhões em 2010, quer aumentar sua receita vinda da área de
desenvolvimento de sistemas
e serviços. Desde 2007, a companhia já investiu R$ 260 milhões em aquisições de sete empresas de software e agora, sob
a gestão de Morais desde abril,
espera que em três anos este
segmento seja responsável por
metade da receita em, no máximo, três anos.
No primeiro trimestre, o percentual do faturamento vindo
da área de software e serviços
foi de 23%, totalizando R$ 16
milhões, enquanto há um ano
o percentual era de 14%. Segundo Morais, o mercado de
varejo está passando por uma
fase de amadurecimento e se
profissionalizando e, por isso,
demandando mais sistemas para, por exemplo, aumentar produtividade.
“A onda de consolidações
tem acelerado a adoção de soft-
“
O varejo está se
profissionalizando.
Hoje, com o aumento
da concorrência
no setor, é preciso
se diferenciar
para competir
Cleber Morais
Presidente da Bematech
ware pois estimula os concorrentes a usarem certos sistemas para tentar se diferenciar e
enfrentar a concorrência dos
grandes grupos varejistas” afirma Morais, que não descarta
continuar fazendo aquisições
para reforçar a área.
Além das compras, a empresa também investe em pesquisa
para criar novos softwares que
possibilitem o crescimento da
receita na área. Uma das apostas da Bematech é o sistema que
liga os iPads utilizados para captar o pedido dos clientes diretamente às cozinhas dos restaurantes. O investimento total em
desenvolvimento de produtos
em 2010 foi de R$ 19 milhões.
Declínio da receita
Apesar do crescimento da receita vinda da área de software,
que foi de 13,7% no primeiro tri-
mestre do ano em relação ao
mesmo período de 2010, o faturamento total da empresa não
tem apresentado os mesmo índices positivos. De janeiro a março, foi contabilizada uma queda
de 14,4% sobre o ano anterior.
O lucro também está negativo,
com queda de 28,9% no período, números que mostram motivos para que a empresa invista
na diminuição da dependência
da companhia do setor de hardware para varejo.
A empresa possui hoje entre
seus clientes empresas como
Leroy Merlin, Subway e O Boticário, além de atuar fora do
país, de onde vem 8% do faturamento total. Atualmente a companhia é a 34ª colocada o Ranking das Transnacionais Brasileiras feito pela Fundação Dom
Cabral e tem fábricas na China
e em Curitiba. ■
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 23
Tony Avelar/Bloomberg
TECNOLOGIA 3
TECNOLOGIA 4
Apple atualiza linha de computadores
MacBook Air e MacMini com processador
Intel anuncia a aquisição da Fulcrum
Microsystems, de semicondutores
A Apple atualizou dois de seus computadores, MacBook Air e Mac mini,
com processadores de última geração e novo sistema operacional.
O novo MacBook Air é equipado com processadores Intel Core Dual
e é acionado pelo sistema operacional Lion. Na terça-feira, a Apple
registrou lucro trimestral maior do que o esperado, com forte alta na
receita, impulsionada por vendas elevadas de iPhones e tablets iPads.
A Fulcrum é uma empresa privada de semicondutores sem fábrica
própria, que projeta microchips para switches Ethernet para data
centers. Fundada em 1999, a fabricante está sediada em Calabasas,
Califórnia. Outros termos da transação não foram divulgados.
O acordo está sujeito a aprovação dos acionistas da Fulcrum
Microsystems, e à aprovação dos órgãos regulatórios.
Jean Chung/Bloomberg
SAMSUNG LANÇA VERSÃO MAIS LEVE E MAIS FINA DO GALAXY TAB
A Samsung lançou ontem uma versão
mais leve e fina do computador tablet
Galaxy Tab, em um esforço para tentar
conquistar parte do imenso mercado
dominado pelo Apple iPad. O Galaxy Tab
com tela 10,1 polegadas é uma versão
melhorada do modelo com tela de
7 polegadas lançado em outubro.
O aparelho funciona com a mais recente
versão do Google Android e conta com
um processador de núcleo duplo Tegra 2,
da Nvidia. A tela do tablet é maior e maior
nítida que a do iPad 2, e o peso do modelo
é menor. Com preços a partir de US$ 500
nos Estados Unidos, comparáveis aos
do iPad 2, o novo modelo da Samsung
enfrenta forte concorrência de mais
de 100 outros aparelhos lançados em
resposta ao iPad, a maioria dos quais
acionados pelo sistema Android. Reuters
24 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
EMPRESAS
Divulgação
ÓLEO E GÁS
MONTADORAS
Produção de petróleo da BHP Billiton cai 5%
no ano fiscal, para 91,9 milhões de barris
Receita da Randon cresce 11,4% em
junho e atinge R$ 345,2 milhões
No quarto trimestre fiscal, que corresponde aos meses de abril, maio
e junho, a produção recuou 17% contra o mesmo período de 2010, para
21,288 milhões de barris. A produção de minério de ferro aumentou 8%
no ano, atingindo 134,4 milhões de toneladas métricas. No trimestre,
a expansão foi de 14%, para 35,5 milhões de toneladas métricas.
A produção de zinco caiu 24% de abril a junho de 2011 sobre 2010.
No primeiro semestre, a receita líquida totalizou R$ 2,052 bilhões,
um crescimento de 20,6% sobre igual período do ano passado. Já a
receita bruta (sem eliminação de impostos) avançou 11,6% em junho,
para R$ 529,2 milhões, somando R$ 3,124 bilhões no primeiro semestre.
Já a Fras-le reportou que sua receita líquida atingiu R$ 48,8 milhões
em junho, o que representa um aumento de 5,1% sobre 2010.
Claudio Gatti
Eletro
Shopping se
une à Máquina
de Vendas
Luiz Carlos Batista, presidente do
conselho da Máquina de Vendas:
150 lojas a mais vão contribuir
para a receita deste ano
Com as 150 lojas da varejista nordestina,
companhia deve faturar R$ 7,2 bilhões
Cintia Esteves
[email protected]
A Máquina de Vendas deu mais
um importante passo em sua expansão. A rede formada por Ricardo Eletro, Insinuante e City
Lar, uniu-se a Eletro Shopping,
com 150 lojas em Sergipe, Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Rio
Grande do Norte e Ceará. A operação, cujo valor não foi revelado, envolveu a compra de 51%
das ações da varejista e a criação da Máquina de Vendas Nordeste, que ficará sob o comando
de Richard Saunders, fundador
da Eletro Shopping.
Com mais esta associação a
Máquina de Vendas chega a 900
lojas e um faturamento estimado em R$ 7,2 bilhões para 2011,
ante os R$ 5,7 bilhões do ano
passado. Mas a briga pelo segundo lugar no varejo de eletroeletrônicos ainda deve ter novos
capítulos. O Magazine Luiza,
com 732 lojas e receita de R$ 6,1
bilhões, abriu o capital recentemente e ainda tem dinheiro para gastar. A última aquisição da
empresa foi a rede Baú da Felicidade, em junho deste ano.
No entanto, a Globex, formada por Casas Bahia e Ponto Frio,
segue isolada em primeiro lugar
com 989 unidades e faturamento de R$ 10 bilhões em 2010 (o
resultado considera vendas de
apenas dois meses da Casas Bahia, período em que ela se uniu
oficialmente ao Ponto Frio). A
meta da Máquina de Vendas é
chegar a este porte em 2014,
quando deverá ter mil lojas e faturamento de R$ 10 bilhões.
Nordeste mapeado
A Máquina de Vendas está presente no Nordeste com 233 lojas da Insinuante em nove estados. Contudo, Luiz Carlos Batis-
“
Não somos uma
central de compras
como a indústria diz.
De qualquer forma,
vamos estar com
um único CNPJ
dentro de dois meses
Luiz Carlos Batista
ta, presidente do conselho da
Máquina de Vendas, garante
que as 150 unidades da Eletro
Shopping não vão se sobrepor
aos pontos de venda existentes.
“Cerca de 70% das cidades onde a Eletro Shopping está, não
há unidades da Insinuante”,
diz. Por enquanto, a nova associada ficará de fora da financeira da Máquina de Vendas. criada este ano em parceria com o
banco HSBC.
Integração
A Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da
Justiça, recomendou na semana
passada, a aprovação da fusão
das varejistas Ricardo Eletro e
Insinuante, sem restrições. No
entanto, o mercado não percebe a fusão. Apesar de ter um departamento de compras centralizado em Belo Horizonte (MG),
a Máquina de Vendas ainda não
tem um CNPJ único, ou seja, as
notas ficais das encomendas
são emitidas para diferentes empresas. Por este motivo, alguns
fabricantes têm a sensação de
que a companhia não passa de
uma central de compras, informação refutada por Batista. “A
indústria fala isso porque estamos nos fortalecendo. Teremos
um único CNPJ em dois meses”,
O advogado Wander Brugnara, especializado em fusões
e aquisições, explica que o
meio de associação usado pela
Máquina de Vendas é comum
no mercado. “Trata-se de uma
fusão comercial feita por meio
de uma SPE, ou seja, sociedade com propósito específico”,
diz. Neste tipo de fusão, as
companhias mantêm estruturas separadas e se unem apenas em assuntos de interesse
comum como, por exemplo, as
associações. ■
DESEMPENHO
R$
800 mi
foi o faturamento da Eletro
Shopping em 2010. A varejista
tem 150 lojas em seis estados
do Nordeste. A rede foi
fundada em 1994 por Richard
Saunders no Recife (PE).
R$
7,2 bi
é a meta de faturamento da
Máquina de Vendas para 2011.
A nova companhia terá
900 lojas em 301 cidades
e 24 mil funcionários diretos.
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 25
Mike Fuentes/Bloomberg
AVIAÇÃO
American Airlines compra 260 aviões
da Airbus e 200 da Boeing
A American Airlines fez um pedido de 460 aviões de corredor único
avaliados em até US$ 40 bilhões entre a Boeing e a Airbus e a Safran.
A companhia aérea deve ser a cliente-lançadora do 737 remodelado,
que ainda precisa de aprovação da diretoria da Boeing. A Boeing
e a Airbus competem pelo mercado de aviões de grande porte,
que é estimado em US$ 2 trilhões nos próximos 20 anos.
No mapa da varejista, só falta uma
empresa com força no Sul do país
Desde sua criação, Máquina de
Vendas não para de anunciar
estratégias para crescer
Em março de 2010, o mercado foi
surpreendido com o anúncio da
fusão entre Ricardo Eletro e Insinuante, que formaram a Máquina de Vendas. As empresas estavam enfraquecidas diante da fusão entre Ponto Frio e Casas Bahia, que havia começado a ser desenhada no final de 2009. Apenas três meses depois da formação da Máquina, foi a vez da mato-grossense City Lar entrar no
grupo. No início deste ano, a companhia criou ainda uma financeira em parceria com o HSBC . ■
INSINUANTE
RICARDOELETRO
CITY LAR
ELETRO SHOPPING
Liderança no
mercado nordestino
Forçanasregiões
SudesteeCentro-Oeste
Cobertura no
Norte do Brasil
Reforço para os
estados nordestinos
Fundada em 1959, em Vitória
da Conquista (BA), a varejista
é líder em eletrodomésticos
no Nordeste. No acordo
assinado com a rede
Ricardo Eletro ficou definido
que a bandeira Insinuante
teria prioridade de expansão
na região. Com 260 lojas
em nove estados, a empresa
está entre os maiores
anunciantes do Nordeste.
A primeira loja da companhia
foi inaugurada em meados
dos anos 1990, em Divinópolis
(MG), cidade natal do fundador,
Ricardo Nunes. O empresário
costuma dizer que iniciou
a carreira no varejo aos 12 anos,
quando vendia mexericas nas
ruas. Atualmente a rede está
presente em oito estados
das regiões sudeste e
centro-oeste, com 290 unidades.
Sidney Gasques abriu
a primeira unidade da
varejista em 1979 em Mirassol
D’Oeste (MT). Antes da loja,
Sidney vendia figurinhas em
uma Kombi no interior de Mato
Grosso. Erivelto Gasques,
filho do fundador, é quem
comanda a empresa atualmente.
Com 200 unidades, a rede
é a força da Máquina de
Vendas na região Norte do país.
A história da empresa
começa com uma loja de
material para construção,
em Recife (PE), fundada
pelo pai de Richard Saunders,
no fim dos anos 1980. Mas foi
só em 1994 que o empresário
abriu o primeiro ponto
de venda especializado
em eletrodomésticos e
eletroeletrônicos. Hoje a rede
é formada por 150 lojas.
www.espm.br
26 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
CRIATIVIDADE
MARIANA CELLE
Brasil Foods põe em
risco verba publicitária
TANG
Jogo on-line é nova
ação criada pela
Ogilvy e pela Sioux
DPZ, do Grupo Publicis, e a DM9DDB continuarão responsáveis pela conta da Sadia,
enquanto a Y&R mantém a Perdigão; dúvida do mercado é o futuro dos investimentos
Fotos: divulgação
O frango símbolo da marca
Sadia é uma criação da DPZ
Em busca de fortalecer o contato
com seu público, a marca Tang,
de sucos em pó, pertencente a
Kraft Foods, lançou esta semana
um jogo on-line. O Planeta
Verde Tang foi desenvolvido
pela produtora Sioux e a
campanhafoi criada pela
agência Ogilvy & Mather Brasil.
A comunicação voltada
à sustentabilidade é direcionada
às mães e filhos, público
principal da marca definido
há dois anos como.
“O nosso desafio com o Tang
é sempre inovar e engajar
nosso consumidor", diz Juliana
Macedo, gerente da marca.
O jogo desenvolvido está
disponível pelo site:
www.esquadraoverdetang.com.br
DUAS PERGUNTAS A...
Celso Vick
A Sadia aplicou por volta de
R$ 70,5 milhões em publicidade no ano passado, destacandose como uma das 300 maiores
anunciantes do Brasil em
2010. Já a BRF Brasil Foods investiu R$ 30 milhões em anúncios no mesmo período, segundo o ranking Agências & Anunciantes, do Meio & Mensagem.
Ou seja, R$ 100 milhões para
divulgar aves, suínos e pratos
prontos congelados na TV, no
rádio, na internet, na mídia impressa e nos pontos de venda.
A Perdigão, em meio ao processo de fusão, sequer constou do
ranking do ano passado.
O futuro desta verba, no entanto, ninguém sabe qual será a
partir de 2012, ano em que a BRF
passa a atuar sem 12 marcas e
com a Perdigão literalmente na
“
Para ser preferência
é preciso ser
identidade e,
quanto mais vezes
aparecer, mais
forte estará a marca
Denise Von Poser
Professora de comunicação
com o mercado da ESPM
geladeira. A aprovação com restrição da Sadia com a Perdigão, o
que resultou na criação da BRF,
virou alvo de especulação no
mercado publicitário. Como a
marca Perdigão foi punida pelo
Cade (Conselho de Administrativo de Defesa Econômica), com
poucos produtos nas gôndolas
nos próximos cinco anos, a primeira pergunta que se faz é: o
que acontecerá com o bolo direcionado às campanhas da marca? E mais: qual será o futuro da
agência que atende a Perdigão?
Ou seja, Young&Rubicam. Além
da DPZ, hoje da Publicis, e da
DM9DDB, que atendem a Sadia.
Segundo uma funcionária da
Young&Rubicam, o assunto ainda não foi tratado, uma vez que
as mudanças só começam a ser
aplicadas em 2012. A possibilida-
de do investimento ser direcionado a outros produtos existe,
de acordo com a fonte. Agora,
basta saber qual será a estratégia da BRF em relação à Perdigão. Se ela não investir, corre o
risco de a marca cair no esquecimento do público. Se aportar
muito dinheiro na Perdigão, pode manter o nome e seus produtos "aquecidos" na mente do
consumidor até o retorno total
da marca, em 2016. "É uma decisão estratégica da empresa, mas
com certeza, caso ela queira
manter essas marcas, precisará
continuar investindo em campanhas para guardar a lembrança
do consumidor", diz Denise
Von Poser, professora de comunicação com o mercado na pósgraduação da ESPM. ■ Colaborou Françoise Terzian
...PATRICK GUEDJ
Diretor de criação de
Kenzo Parfums
“Preferimos recorrer
a elementos da
natureza a modelos”
Kenzo Takada, estilista japonês
que se fixou em Paris nos anos
1960 e se transformou em um
dos grandes ícones da moda,
quer perfumar as mulheres mais
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 27
Neogama/BBH
MARCADO
amplia portfólio da sua área de varejo
Nova conta
A área de varejo da Neogama/BBH tem agora a conta publicitária da
imobiliária Coelho da Fonseca, que antes pertencia à agência Gnova.
Os primeiros trabalhos serão veiculados em agosto.
● Acontece hoje e amanhã no
teatro Frei Caneca, em São
Paulo, a ExpOnBR 2011, evento
de Marketing Digital e Search.
São aguardados 1,2 mil
profissionais reunidos para
mais de 40 apresentações
nacionais e internacionais.
[email protected]
FILME CONTA COM PARTICIPAÇÂO DE INTERNAUTA
JOSÉ PREDEBON
ENTRE PRODUÇÕES
Professor de criação do curso
de férias da ESPM
Festival Black na Cena
recebe investimento
de R$ 500 mil
em marketing
Criatividade está na moda
InteleToshiba seuniram paraseaproximar de sua
audiência jovem. Em uma açãodesenvolvidapelaagência
americana Pereira& O´Dell,quetem como sócio ocriativo
brasileiro PJ Pereira, serácriadoum filme colaborativo
com espectadores viaredessociais. Adireção será de
D.JCaruso ("paranoia)eterá Mauro Fiore como diretor
defotografia.No elencodofilme,queseráexibidoem
episódios apartirde25dejulho,estáaatrizEmmyRossum.
cheirosas do planeta, que são as
brasileiras. Segundo a consultoria
Euromonitor, o Brasil passou os
Estados Unidos em 2010 e atingiu
o posto de maior consumidor
mundial de perfumes. Foram
US$ 6 bilhões gastos com eau de
parfum, eau de toilette e com as
populares águas de colônia.
De olho neste consumo, o grupo
francês de luxo LVMH, que
adquiriu a marca Kenzo em 1993,
inseriu o Brasil no primeiro grupo
a receber, em setembro próximo,
o grande lançamento de
perfumaria da marca dos últimos
tempos. Trata-se da fragrância
Madly Kenzo!, que combina flores
e incenso. Boa parte do mercado
global só encontrará a novidade
em 2012. “O Brasil tinha de estar
na lista dos primeiros a receber o
perfume, uma vez que é um polo
influenciador de tendências para
a Kenzo”, diz o francês Patrick
Guedj, diretor de criação de
Kenzo. A fragrância será lançada
aqui simultaneamente com a
França e na frente dos Estados
Unidos. Para 2011, a meta de
Kenzo para o Brasil é crescer o
dobro da inflação. O investimento
em mídia para a marca será
25% superior em relação a 2010.
Qual o objetivo com este
lançamento?
Este é o 12º perfume que
lançamos desde a primeira
fragrância, em 1998. Vamos na
contramão do mercado que
apresenta um lançamento atrás
do outro. Desenvolvemos um
perfume intenso, com incenso,
que veio para ficar por anos.
Como será a campanha
de marketing?
Orçado em R$ 5 milhões, o
festival de música negra Black
na Cena, que acontecerá entre
os dias 22 e 24 de julho na
Arena Anhembi, em São Paulo,
direcionou 20% do total investido
às ações de marketing. Nas ruas,
a Entre Produções criou ações
com duas peruas grafitadas pelo
artista plástico Júlio Dojcsar
que circularam pela cidade de
São Paulo para distribuir material
promocional e seis edições do
tablóide do evento com conteúdo
sobre a música negra e outros
detalhes da programação.
Nas emissoras de rádio têm sido
feitas duas mil inserções em
quatro frequências paulistas, com
sorteio de convites e concursos
culturais para fãs do estilo
musical. No transporte público,
cerca de 50 vagões da Linha
Verde do metrô foram tomados
por publicidades do evento.
O festival Black na Cena espera
receber cerca de 60 mil pessoas
para curtir as 21 atrações do
palco principal e os nove DJs que
serão responsáveis por 30 horas
de música ao longo do final
de semana. Bárbara Ladeia
A marca não gosta de trabalhar
com modelos famosas, mas com
elementos da natureza. Neste
caso, usamos borboletas, que são
coloridas, estão na embalagem
e traduzem o aroma do perfume.
Françoise Terzian
Em diversos setores do mercado comenta-se, cada vez
mais, a importância da criatividade. Fala-se dela, recorrentemente, sempre ligada à sua causa e consequência,
a inovação. Será essa mais uma onda, passageira como
todas, um modismo ou invenção de gurus do campo da
gestão? Ou se trata de uma fase do mercado de mão de
obra? Ou um novo aspecto do universo da tecnologia?
Sabemos que a inovação veio para ficar, como base
da competitividade. Mas a criatividade, em si, por que
está tão em alta? Arrisco uma resposta inusitada, que
defenderei a seguir: hoje, criatividade está sendo mais
usada para substituir a competência.
A edição de junho, da revista da ESPM, dedicada ao
tema empregabilidade, nos confirma, na maioria de
seus textos e suas entrelinhas, que infelizmente a falta
de competência é uma epidemia nacional.
O recente escândalo dos 90% de reprovação no exame da OAB é apenas um pico dessa desastrosa paisagem, mas confirma o panorama. Trememos ao imaginar o que revelaria esse tipo de exame, da Ordem dos
Advogados, feito em outras profissões.
Pois bem, por um mecanismo de ajuste do mercado à
sua realidade do momento, a solução no curto prazo
passou a ser procurada
dentro da arte do possível, na urgência para
Nesse mundo
preencher postos de trafuturo, minha
balho. E aí aparece um
visão é a gambiarra remendo: se não se consegue selecionar gente
sendo trocada
capaz, o remédio é escopela competência,
lher quem tem jeito paque nasce com o
ra substituir a técnica
comprometimento pela gambiarra. Vamos
nos virar com as pesdo estudante,
soas criativas, que tala partir do sinal
vez nos tragam menos
prejuízo do que não
que avisa o
contar com ninguém.
início da aula
Entretanto, quase todo problema funciona
também como um indutor de novas soluções, e o meu olhar veterano, de quem
leciona criatividade desde 1986, antevê o surgimento
em médio prazo de uma “solução de mercado” para a
falta de consistência técnica dos novos profissionais.
Alimentando com um pouco de fantasia essa visão intuitiva, vou então passar para o campo que fica entre a conjectura e o sonho. O que vejo?
Avisto um movimento de alunos não se conformando
mais com sua fraca formação, exigindo mais das escolas. E um mecanismo normal de depuração do mercado
inicia a eliminação das entidades que se posicionam como simples vendedoras de diploma, já que existe gente
para comprar. Noto assim o sonhado canudo passar a
ser mais que um documento caro e falso. Percebo um
novo patamar de consistência técnica começar a prevalecer e até a entrar em moda, enquanto a criatividade
volta a ocupar sua posição natural como uma maravilhosa característica humana, que, somada à competência e
à ética, é fator de crescimento e realização.
Concluo acordando, mas acreditando que um sonho
bom como esse tem pode se tornar realidade porque beneficiaria a todos, e, portanto, à sociedade e seu futuro. ■
A CONFIRMAÇÃO DA ASSINATURA ESTÁ SUJEITA À ANÁLISE DA ÁREA DE COBERTURA DE ENTREGA, QUE INICIARÁ EM ATÉ 5 DIAS ÚTEIS APÓS CADASTRO. CASO O ASSINANTE NÃO SE MANIFESTE DE FORMA CONTRÁRIA, PARA SUA COMODIDADE, A ASSINATURA SERÁ RENOVADA AUTOMATICAMENTE AO TÉRMINO DO PERÍODO
CONTRATADO AO PREÇO VIGENTE NA DATA DA RENOVAÇÃO. PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE ESTA E OUTRAS PROMOÇÕES, ENTRE EM CONTATO COM A CENTRAL DE ATENDIMENTO AO LEITOR, UTILIZE O SEGUINTE EMAIL: [email protected] OU FALE DIRETAMENTE COM O NOSSO ATENDIMENTO ATRAVÉS
DOS SEGUINTES NÚMEROS: (21) 3878-9100 (RIO DE JANEIRO/RJ) 0800-0210118 (SÃO PAULO E DEMAIS LOCALIDADES) HORÁRIO: SEGUNDA A SEXTA, DAS 6H30 ÀS 18H30. SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS, DAS 7H ÀS 14H. RESERVAMO-NOS O DIREITO DE CORRIGIR EVENTUAIS ERROS DE DIVULGAÇÃO.
28 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
QUEM LÊ
BRASIL
ECONÔMICO
NÃO SÓ
ENTENDE,
COMO FAZ
ECONOMIA.
ASSINE O BRASIL ECONÔMICO POR UM ANO E GANHE
UM DESCONTO DE 30%, ALÉM DE UM ANO DE JORNAL DIGITAL.
PREÇO DE ASSINATURA À VISTA R$ 355,00
PARCELAMENTO EM ATÉ 12X DE R$ 30,00 NO CARTÃO DE CRÉDITO
OU EM ATÉ 6X DE R$ 60,00 NO BOLETO BANCÁRIO
ASSINE JÁ
GRANDE RIO DE JANEIRO (21) 3878-9100 / SÃO PAULO E DEMAIS LOCALIDADES 0800-021-0118
WWW.BRASILECONOMICO.COM.BR/ASSINE
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 29
Divulgação
PLANO DE VIAGEM
Chef do momento
Campos do Jordão está “bombando” neste inverno.
Recomendo o Villa Casato para um inesquecível jantar
em seu bistrô francês. Este hotel boutique de 6 suítes (esqueça,
todas já estão vendidas neste inverno) tem decoração primorosa.
As delicias preparadas pelo Chef Ajax Cavenaghi como o
prato “Nhoque Del Mare”, feito com massa artesanal e lulas,
que é o que chamo “abuso de poder”. Este Chef dá um show!!!
MARCIO MORAES
[email protected]
Flávia Bravo
Turquia: antigos impérios
contra-atacam
Turquia Incentivos
Palácios, mesquitas e
outras magias que os sultões
deixaram para você
Divulgação
O Capadocia Cave Resort
ou CCR é um belíssimo resort
encravado nas pedras
da imensa planície da Capadocia.
Do seu restaurante é possível
admirar toda a imponência
do Vale. Ali no alto verão,
degustar bons vinhos turcos,
faz parte do contexto de uma
viagem inesquecível. E o Spa fica,
literalmente, dentro da pedra.
La Reina
“
Henrique Manreza
Descrever as belezas da Turquia é como viajar por séculos
de história de um país que soube mostrar ao mundo a mais
perfeita convivência em harmonia com os muçulmanos. Neste
país, cerca de 98% da população é muçulmana. E é isto que
dá a Turquia seu maior charme:
o clamor vindo das mesquitas
chamando os fieis para as orações. É como um canto, geniosamente orquestrado.
Na cidade de Istambul, tudo é
simplesmente mágico. Os cafés
com aquele monte de gente experimentando o narguile, o reflexo nas águas do Bósforo da ponte que divide a cidade em 2 continentes, o europeu e o asiático, a
Torre de Galata, o Mercado de
Especiarias, a imponente Santa
Sofia e a Mesquita Azul. Bem, você já percebeu que tem muita coisa a ser visitada. Sem contar La
Reina, a melhor balada de Istambul, o 360 um misto de restaurante e day club (no meio do Bósforo), e visita obrigatória ao restaurante Asitane, com cardápio
dos Sultões e receitas de até 800
anos. Me lembrei ainda que um
dos hotéis mais luxuosos do
mundo esta em Istambul, o aclamado Hotel Ciragan, cujos ambientes internos mais parecem
mini castelos. Devo acrescentar
que um jantar no Ciragan é um
pouquinho salgado. Não a comida, mas o preço. Porém a sensação de estar a beira do Bósforo,
com uma vista maravilhosa para
o lado oriental da cidade, realmente vale cada centavo. Ah! Reserve com muita antecedência.
Aí, você tira mais 2 dias para
uma inesquecível viagem a Capadocia. Umas das regiões mais antigas do planeta com formações
vulcânicas de 60 milhões de
anos e que tem, se não a melhor,
a mais charmosa das atrações na
Turquia: o passeio de Balão. Digase, incomparável!!!
Aproveite e confira a religiosidade de Éfesus, onde dizem que
Nossa Senhora viveu seus últimos dias em uma casinha de pedra no meio de um bosque. Emocionante. E, ainda, a modernidade da cosmopolita Izmir. Só assim você vai descobrir porque os
Sultões escolheram este lugar para construir seus Palácios. ■
Resort na Caverna
A Turquia fascina por sua
diversidade. É um ponto de
encontro entre o Ocidente e
o Oriente. Um lugar onde as
diferenças convivem em harmonia
A balada La Reina é um daqueles
lugares que a gente fica a noite
inteira. O astral é altíssimo.
Você chega até o La Reina
de carro ou de barco,
afinal ele fica a beira do Bósforo.
Os DJs do lugar tocam tudo
que você imaginar e a comida
é deliciosa. Sua câmera digital
não para um segundo.
Paulo Nigro
Presidente Tetra Pak
PÍLULAS
Escuro
Um dos meus lugares favoritos
para correr em São Paulo é o
Parque do Povo. Uma brilhante
idéia para um local que já
merecia atenção ha muito tempo.
Percebo de uns tempos para cá,
que alguém esta esquecendo
de trocar as lâmpadas. Grande
parte dele fica no escuro,
principalmente o lado da Avenida
JK. Temos que manter o brilho
de um de nossos poucos parques.
Escada
Escapou
Ainda dentro do tema
entretenimento em São
Paulo, não entendo como
um projeto tão bacana
como a Ciclovia que beira
a Marginal Pinheiros,
tem uma gigantesca escada
em sua principal entrada.
Já vi varias pessoas caindo
com suas bikes. Esta entrada
precisa ser revista. Antes que
algo pior aconteça. Anotem aí.
Guilherme Paulus escapou
de perder grande parte
do dinheiro que arrecadou
com a venda da CVC.
Com a venda da Webjet
para a GOL, o milionário
empresário do turismo
voltou seu foco para
o que sabe fazer de melhor:
pacotes de viagem e hotelaria.
Companhia aérea
é um brinquedinho caro!!!
Companhia
de Viagem
Viaje neste domingo
com o programa Companhia
de Viagem para Nova Iorque
e Campos do Jordão.
Conheça os melhores hotéis,
a alta gastronomia e lugares
fantásticos nestes destinos. Está
imperdível! Na RedeTV! as 15h.
30 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
FINANÇAS
Editora: Maria Luíza Filgueiras [email protected]
Subeditora: Priscila Dadona [email protected]
Tesouro ajuda BC a tirar
liquidez do mercado
Com rolagem da quase totalidade da dívida no semestre e ajuste fiscal, gestor tira peso de
operações compromissadas da autoridade monetária e melhora perfil de endividamento
Simone Cavalcanti
[email protected]
No primeiro semestre deste
ano, o Tesouro Nacional ajudou o Banco Central a reduzir
o volume de operações compromissadas, por meio das
quais a autoridade monetária
retira o excesso de dinheiro
em circulação nos bancos ofertando títulos de sua própria
carteira e se compromete a devolver a quantia corrigida pela
variação da taxa Selic. Entre janeiro e junho, o Tesouro, gestor da dívida pública, conseguiu trocar a quase totalidade
de seus títulos vencidos por outros, em leilões. Isso, aliado ao
aperto fiscal do setor público,
que chegou a R$ 64,8 bilhões
até maio, contribuiu para tirar
reais de circulação e reduzir a
carga sobre o BC.
Dessa forma, o saldo das
compromissadas reduziu de
R$ 375,23 bilhões no primeiro
mês do ano para R$ 349,52 bilhões em maio, último dado
disponibilizado e equivalente
a 9% do Produto Interno Bruto
(PIB). Mesmo com essa diminuição, o estoque de compromissadas ainda ficou longe do nível
registrado em dezembro do ano
passado (R$ 259,24 bilhões).
O impacto só não foi maior
porque o BC injetou cerca de
R$ 63 bilhões no mercado para
comprar o excesso de dólares
do primeiro semestre, aumentando as reservas internacionais em um volume próximo a
US$ 39 bilhões.
As operações compromissadas têm sido constantes — e vinham sendo crescentes — desde que teve início o acúmulo
mais intensivo de reservas internacionais. Uma vez que o BC
deixa reais no mercado para adquirir os dólares e manter o
câmbio razoavelmente estabilizado, esses recursos precisam
ser “enxugados” para não criar
mais risco inflacionário. E justamente esse acerto na liquidez ficou um pouco mais a cargo do
Tesouro este ano.
“Os dois movimentos impactam na dívida bruta, mas se tiver mais títulos do que compromissadas melhoramos o
perfil do endividamento”, res-
Melhora de perfil de
dívida pública se deve
ao prazo e indexador
mais favorável na
atuação do Tesouro
em relação à ação
do Banco Central
saltou ao BRASIL ECONÔMICO o secretário do Tesouro Arno Augustin, lembrando que a elevação da exigência para os depósitos compulsórios também
ajuda na função de deixar o
mercado menos líquido.
A melhora de perfil ocorre
por conta do prazo e da indexação. Enquanto os papéis emitidos pelo Tesouro podem ter
vencimento mais longo, de 10
anos, por exemplo, e com a rentabilidade prefixada ou atrelada
a índices de preços, as compromissadas são de curtíssimo (um
dia a três semanas) ou curto prazo (entre três e seis meses) e o
retorno está baseado na variação da taxa básica de juros.
“O Tesouro acaba tendo de fazer um papel que não é propriamente dele, tendo de ajudar a
enxugar a liquidez causada pelas compras de dólares do BC”,
diz o vice-presidente executivo
de Tesouraria do banco WestLB, Ures Folchini, lembrando
que cabe ao primeiro a gestão
das finanças públicas e à autori-
dade monetária a regulação dos
recursos em circulação.
Liquidez zerada
Este problema só deve ser resolvido no médio prazo, na medida em que o crescimento da
economia e os sucessivos superávits primários forem permitindo ao Tesouro, por meio das
rolagens integrais da dívida, reduzir excesso de liquidez, até
zerá-lo. O alcance dessa meta,
entretanto, pode demorar certo tempo, a depender do excesso de dólares em mercado nos
próximos anos.
Se continuarem sobrando dólares como tem ocorrido em
2011 e o BC mantiver sua política de compra irrestrita dessa
sobra, a zeragem da liquidez pode ser adiada indefinidamente.
De acordo com dados divulgados ontem pela instituição, até
o dia 15 deste mês, o ingresso
de dólares em território brasileiro chegou a US$ 10,13 bilhões, sendo US$ 6,8 bilhões
de fluxo financeiro. ■
SALDO
FLUXO
R$
349,5 bi
é o saldo das operações
US$
10,13 bi
é a entrada líquida de recursos
compromissadas em maio, dado
mais recente, ante R$ 375,23
bilhões em janeiro deste ano.
Essas operações são feitas
pelo Banco Central.
no país neste mês de julho,
segundo o BC, até o dia 15.
Deste montante, US$ 6,8 bilhões
se referem a fluxo financeiro
e o restante, fluxo comercial.
ENXUGANDO LIQUIDEZ
Operações compromissadas são de até seis meses e atreladas à
variação da taxa Selic. Com ajuda do Tesouro, elas vêm caindo desde
início do ano, mas nível ainda está longe do de 2010
SALDOS EM R$ BILHÕES
0
428
375
0
351
350
259
0
0
367
300
0
0
360
166
64
56
47
60
23
DEZ/2002 DEZ/03 DEZ/04 DEZ/05 DEZ/06* DEZ/07 DEZ/08 DEZ/09 DEZ/10 JAN/11 FEV/11 MAR/11 ABR/11 MAI/11
Fontes: Banco Central e Brasil Econômico
*A partir de 2006 as aquisições de reservas cambiais se intensificaram
Augustin: perfil de dívida
melhor com mais títulos
e menos compromissadas
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 31
Igo Estrela
Crise externa não abala Brasil, diz Mantega
O Brasil é um dos países com maior capacidade para enfrentar
possíveis crises nos Estados Unidos e na Europa, disse ontem o ministro
da Fazenda, Guido Mantega. Ele acredita que os EUA vão conseguir
chegar a um acordo para o aumento do teto do endividamento
do país e que não vai haver rebaixamento da classificação americana.
O ministro disse que também acredita em solução para a crise
na Europa, mesmo sendo a situação no continente mais séria.
AGENDA
● Na Zona do Euro, às 5 horas,
será divulgado PMI da indústria
e serviços.
● No Brasil, o BC informa Nota
do Mercado Aberto às 10h30.
● Nos EUA tem indicadores
antecedentes e atividade do Fed
de Filadélfia, ambos às 11 horas.
Igo Estrela/Pixel Imagem
Semestre terá
menos emissão
atrelada a
índice de preço
Secretário-adjunto do Tesouro
ressalta demanda por prefixados e
redução de NTN-B até fim do ano
O êxito do Banco Central de reduzir as expectativas de inflação já foi sentido pelo Tesouro
Nacional em seus leilões para
a colocação de títulos no mercado. Segundo Paulo Valle, secretário-adjunto do órgão, a
demanda por títulos com rentabilidade prefixada tem aumentado, como as Letras do
Tesouro Nacional (LTN) a vencer em até dois anos e as Notas
do Tesouro Nacional série F
(NTN-F) com vencimentos entre cinco e 10 anos.
Nos primeiros seis meses
deste ano, as emissões desses
papéis somaram R$ 140 bilhões ante R$ 40 bilhões de Letras Financeiras do Tesouro
(LFT), que rende de acordo
com a variação da taxa Selic.
“Os prêmios estão estáveis e o
mercado melhorou para os papéis prefixados depois que o
BC conseguiu ancorar as expectativas de inflação”, diz. “Nossa mesa de operações consegue apurar com bastante sensibilidade a demanda para não
pressionar o mercado.”
Diante disso, avalia, o quadro de oferta no segundo semes-
tre vai mudar porque o órgão
gerenciador da dívida pública
pretende emitir menos Notas
do Tesouro Nacional série B
(NTN-B), que são indexadas ao
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Colocamos
bastante no primeiro semestre
e agora vamos emitir menos
porque avançamos muito no
processo”, afirma, referindose ao Plano Anual de Financiamento (PAF), que prevê uma
composição entre 30% e 35%
do total da dívida para títulos
atrelados a índices de preços.
Emissões externas
Em relação ao cenário externo,
os integrantes do Tesouro também mostram tranquilidade. Segundo o secretário Arno Augustin, as emissões no mercado internacional só serão feitas de
forma qualitativa, já que não
são necessárias para financiar o
setor público brasileiro. “Temos uma situação bem diferente do caso de outros países europeus que, se não emitirem, têm
dificuldade de pagar seus compromissos”, compara Isso porque, atualmente, além da dívida ser reduzida, 95% dela já é financiada no mercado doméstico. “Somos credores internacionais”, diz Augustin. ■ S.C.
AGÊNCIA DE MODERNIZAÇÃO
DA GESTÃO DE PROCESSOS – AMGESP
AVISO DE LICITAÇÃO
Processo: 1101-996/2011
Modalidade: Pregão Presencial n.º AMGESP-15.011/2011
Tipo: menor preço por lote
Objeto: Registro de preços para eventual e futura contratação
de empresa especializada para prestação, SOB DEMANDA, de
serviços de planejamento, organização, coordenação, execução
e avaliação de eventos com a viabilização de infra-estrutura e
fornecimento de apoio logístico, para atendimento a eventos realizados pela Administração Pública Estadual.
Data de realização: 05 de agosto de 2011 às 09:00 h.
Disponibilidade: endereço eletrônico www.comprasnet.gov.br
Todas as referências de tempo obedecerão ao horário de Brasília/DF
Informações: Fone: 82 3315-3477, Fax: 82 3315-7246/7241
Maceió, 20 de julho de 2011.
KITERIA BLANCHE NASCIMENTO ALVES
Diretora Técnica de Logística
32 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
FINANÇAS
Divulgação
CRÉDITO
BÔNUS 1
Número de cheques devolvidos no
primeiro semestre é o maior desde 2009
Prêmio de título do Votorantim sobe e se
descola de retorno do papel do acionista BB
No primeiro semestre de 2011 foram devolvidos 1,93% dos cheques
emitidos, por insuficiência de fundos, segundo a Serasa Experian.
Trata-se do maior percentual para o mesmo período em três anos e,
segundo economistas da Serasa, a explicação está no maior
endividamento do consumidor, alta nas taxas de juros e elevação
de tributos, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Os investidores internacionais estão preferindo ter um título do
Votorantim em vez do Banco do Brasil, acionista da instituição. Os
títulos do banco em dólar com cupom de 5,25% e vencimento em 2016
mostram ganho de 4,82%, 1,71 p. p. acima dos papéis com prazo
semelhante do BB. É a maior diferença desde que foram emitidos em
janeiro e o maior prêmio desde a emissão do Votorantim em fevereiro.
Fundações
ainda devem
no quesito
governança
Pesquisa mostra que gestão de risco é
maior fragilidade dos fundos de pensão
Luciano Feltrin
[email protected]
Donos de um cofre com mais de
R$ 530 bilhões, os fundos de
pensão brasileiros ainda deixam
muito a desejar quando o assunto é governança corporativa. E,
assim como vem ocorrendo
com as empresas de capital aberto há mais de uma década, isso
terá de mudar. Com dinheiro em
caixa, necessidade de pagar futuros aposentados e precisando se
arriscar mais em um cenário de
queda de juros no longo prazo, os
investidores institucionais veem
na diversificação de sua carteira
uma estratégia tão óbvia quanto
necessária, e terão que fazer isso
de forma transparente.
Ainda muito dependentes de
títulos públicos para cumprir
suas obrigações atuariais, as entidades estão cada vez mais disputadas para investir em grandes
obras de infraestrutura e em papéis de renda fixa e variável. O
fato é que essa mudança de rota
amplia consideravelmente os riscos e a necessidade de gerenciálos da forma mais adequada. É aí
que os problemas de governança
começam a ficar mais evidentes.
Uma pesquisa realizada conjuntamente por Deloitte e Associação Brasileira das Entidades
Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), com 51 associados, aponta que uma das
maiores fragilidades das fundações são as estruturas de gestão
de riscos umbilicalmente ligadas à patrocinadora.
“Embora tenham evoluído,
os fundos ainda estão no meio
do caminho em governança. Há
fundos médios com boa estrutura e grandes ainda precisando
se aperfeiçoar”, afirma Gilberto
de Souza, sócio da Deloitte.
O levantamento identificou
A maior parte
dos fundos
precisa aprimorar
controles de
riscos atuariais,
de crédito,
operacionais,
regulatórios e
de saúde
que a maior parte dos fundos de
pensão precisa aprimorar controles de riscos em alguns pontos, como: atuarial, crédito (entidades que possuem operações
de créditos para seus participantes), operacional, regulatório e
de saúde (para fundos que possuem planos assistenciais). “Os
fundos não são empresas convencionais. Precisam analisar e
pesar uma série de fatores e cenários antes de investir. Assim,
cresce a necessidade de profissionalização e a busca por mão de
obra técnica e bem preparada.”
Neste quesito, o estudo ainda
mostrou que a maioria das fundações sofre com a falta de especialização dos profissionais em previdência complementar, ou seja,
que tenham conhecimento atuarial e que sejam capacitados para
realizar uma avaliação independente em todo processo normalmente realizado por um terceiro.
Algumas fragilidades como cadastro ineficiente, elevada dependência de planilhas eletrônicas e
aplicativos paralelos e a não atuação dos órgãos de governança em
atividades realizadas por terceiros,
onde o risco pode ser materializado, também foram apontados.
Outro ponto sensível para a
maioria dos fundos de pensão é
a composição do conselho fiscal. Com a responsabilidade de
elaborar relatórios semestrais
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 33
Bloomberg
BÔNUS 2
FRAUDE
Vista Alegre e Queiroz Galvão buscam
recursos com investidores estrangeiros
Interventor da empresa de Madoff reduz em
US$ 2 bilhões processo contra o UBS
A Usina Vista Alegre, produtora de cana-de-açúcar, planeja emitir
títulos de sete anos no exterior, com taxa de 11%. A emissão é
coordenada pelo BTG Pactual. Já a Queiroz Galvão Óleo e Gás, que
fornece equipamentos para a Petrobras, pode pagar taxa de 5,45%
em captação de US$ 700 milhões de títulos com prazos de sete anos.
Esta emissão é coordenada por HSBC, Santander e Citigroup.
O responsável pela liquidação da empresa de Bernard Madoff,
Irving Picard, pode desistir de US$ 2 bilhões em ações contra o UBS.
Ele afirmou a uma juíza da corte distrital de Manhatam que irá pedir
reparações apenas dos recursos relacionados ao “esquema de Ponzi”.
Por duas vezes, Picard processou o UBS exigindo US$ 2,6 bilhões
e alegando que o banco contribuiu para as fraudes de Madoff.
Henrique Manreza
Souza, da Deloitte: embora
tenham evoluído,
fundações estão no meio do
caminho em governança
Sem surpresa, BC eleva juro a
12,5% e ciclo está perto do fim
Sem supresas, o Comitê de Política Monetária (Copom ) elevou
ontem a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual
para 12,5% ao ano, maior patamar desde janeiro de 2009. Esta
foi a quinta elevação promovida
pelo Banco Central (BC) sob o
comando de Alexandre Tombini. Conforme esperado por economistas ouvidos pelo B RASIL
ECONÔMICO, o colegiado do BC re-
●1
2
●
3
●
O comunicado curto do Banco
Central sobre a decisão do
Comitê de Política Monetária
(Copom) informou a alta da
taxa básica de juros em 0,25
ponto percentual, para 12,5%.
A decisão foi unânime entre
os membros do comitê e
sem viés de alta ou de baixa,
segundo a autoridade.
Desde o início do ano, o Copom
já promoveu cinco elevações
na taxa. Em janeiro, elevou os
juros em 0,5 ponto percentual
para 11,25% ao ano. Na reunião
seguinte (março) ajustou a taxa
em mais 0,5 ponto, para 11,75%
a.a. Em abril, junho e julho
promoveu três altas consecutivas
de 0,25 p.p, cada, para 12,5% a.a.
Considerando a inflação dos
últimos 12 meses, ou a inflação
projetada para os próximos 12,
o Brasil se mantém na liderança
mundial em taxa de juros reais.
No primeiro caso, a tax real
brasileira é de 4,1% e, no
segundo, de 6,8% ao ano,
aponta a Cruzeiro do Sul
Corretora em lista de 40 países.
Copom retira o recorrente
“ajuste suficientemente
prolongado” de comunicado
Priscila Dadona
[email protected]
JUROS
sobre controles internos, execução orçamentária e gestão, o órgão é diretamente impactado
pela interferência - maior ou
menor - do patrocinador.
Por isso a capacitação previdenciária dos membros do conselho e a participação de representantes dos patrocinadores com o
foco mais sindical do que previdenciário estão, mais do que nunca, na agenda de discussões do
setor, destaca Souza. ■
Decisão do comitê
não tem viés
Juros já subiram
1,75 p.p. este ano
Juros reais no
topo do mundo
tirou do comunicado o termo
“ajuste suficientemente prolongado”, sugerindo que a autoridade monetária vai aguardar o
comportamento dos índices de
preços para definir os próximos
passos. Ao que tudo indica deve
promover mais uma alta de
0,25 p.p. na reunião de agosto
(dias 30 e 31), embora existam
algumas “vozes” dissonantes
no mercado que acreditam que
o aperto monetário possa prosseguir até outubro.
O economista Carlos Thadeu
de Freitas Gomes Filho, da
Franklin Templeton está com a
maioria. Ele considera que, apesar das divergências e da desaceleração nos preços (principalmente de serviços) não terem
ocorrido de maneira uniforme,
o BC deve encerrar o ciclo de alta da Selic no mês que vem.
“Vai promover mais um aumento e parar para ver”, acredita.
Heron do Carmo, presidente
do Conselho Regional de Economia (Corecon), concorda e pondera que o BC vai acompanhar a
evolução da inflação em julho e
agosto e, só assim, terá melhores condições de avaliar se o ritmo de aceleração nos preços
realmente ocorreu. O Índice de
Preços ao Consumidor 15 (IPCA-15), prévia da inflação mensal, ficou em 0,10% em julho,
abaixo do registrado em junho.
No entanto, segundo Carmo, o
resultado foi bem superior à inflação do ano passado, quando
ficou próxima de zero. “Agora
vamos ver se, em 12 meses até
agosto, o IPCA vai parar de subir”, pondera.
O economista lembrou que
há riscos, já que os dados de julho e agosto são, normalmente, usados como referência para dissídios salariais de diversas categorias de trabalhadores
no final do ano.
Meta de inflação
Embora a maioria dos economistas não acredite que o BC vai conseguir convergir a inflação ao
centro da meta de 4,5% em 2012,
Carmo prevê que o IPCA deve
chegar neste patamar por volta
de abril do ano que vem. “Se não
ficar em 4,5%, deve ficar bem
próximo”, diz. Mas o economista
pondera que variáveis alheias à
política monetária, como a questão do clima e preços do álcool,
podem atrapalhar. ■
34 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
INVESTIMENTOS
RENDA FIXA
Natália Flach
[email protected]
Perda de Petrobras já equivale a um BB
A turbulência internacional está provocando forte pressão sobre o valor de mercado
das grandes companhias brasileiras. Em 31
de dezembro do ano passado, as 30 maiores
empresas eram avaliadas em R$ 1,8 trilhão,
mas despencaram até ontem para R$ 1,61 trilhão. “Com o estresse no cenário externo, os
investidores têm se desfeito das carteiras
que consideram mais arriscadas. É isso que
explica as bolsas de países com problemas
na dívida soberana terem subido, enquanto
a do Brasil, caído”, diz Osmar Camilo, analista-chefe da corretora Socopa.
No levantamento feito pelo BRASIL ECONÔMICO, Petrobras e Vale permanecem nas primeiras posições do ranking, apesar de terem
perdido 18,47% e 7,11%, respectivamente,
em valor de mercado. Não é pouco: com esse ajuste, a petrolífera perdeu quase um Banco do Brasil em valor de mercado, cerca de
R$ 70 bilhões. Oswaldo Telles, analista-chefe da Banif Invest, lembra que, nos dois casos, além das questões macroeconômicas do
país, há outro fator envolvido: a interferência do governo brasileiro. “Vale e Petrobras
são as que mais captam os sentimentos do
mercado. Mas, neste período, houve troca
no comando da mineradora por decisão go-
vernamental, e a Petrobras está com dificuldade para anunciar o seu plano de investimentos também por questões estratégicas
do governo”, afirma.
Desde janeiro, a bolsa brasileira caiu
14,70%, número bem próximo da queda do
valor de mercado do Itaú Unibanco
(14,30%) que, em dezembro, aparecia na terceira posição do ranking e agora está atrás
da Ambev, que recuou apenas 4,44%. Outra
que alterou a colocação na lista foi a Telesp,
mas esta com destaque positivo. As ações da
empresa tiveram valorização de 20,5% e seu
valor de mercado subiu 142,30% — uma das
explicações, segundo Valder Nogueira, analista do Santander, é a incorporação dos papéis da Vivo. “O medo de uma junção societária se mostrou um equívoco”, afirma.
Outra razão é o aumento do número de
ações emitidas: no fim de 2010, eram
505,84 milhões de papéis e agora são 1,13 bilhão, ou seja, mais do que o dobro. O terceiro motivo é o fato de a companhia ser o que
o mercado chama de defensiva. “A receita é
recorrente e a empresa é boa pagadorade dividendos”, diz Nogueira. Por esta razão, Eletrobrás, CPFL, Tim, Cemig e Telemar também subiram no período. ■
EMPRESA
VALE
PREÇO/VALOR
PATRIMONIAL, ÍNDICE
VALOR DE MERCADO,
EM R$ BILHÕES
310,02
1,16
275,01
255,46
2,26
VARIAÇÃO
NO ANO
0,93
-18,5%
1,95
-7,1%
AMBEV
144,36
6,44
137,95
6,27
-4,4%
ITAUUNIBANCO
159,67
2,71
136,83
2,31
-14,3%
109,76
BRADESCO
101,97
2,41
2,15
-7,1%
BANCO DO BRASIL
89,88
1,65
1,44
-16,7%
SANTANDER BR
86,46
1,17
57,73
0,78
-33,2%
1,80
49,91
2,24
142,3%
2,18
49,81
1,75
-16,3%
4,93
-29,9%
TELESP
ITAUSA
OGX PETROLEO
20,60
59,51
64,66
6 6
0 50100
0 015002000250030003500400
(%)
No ano
ITAU PERS RF MAXIME FICFI
BB RENDA FIXA LP 50 MIL FICFI
BB R FIXA LP PLUS ESTILO FIC FI
CAIXA FIC EXECUTIVO RF L PRAZO
CAIXA FIC IDEAL RF LONGO PRAZO
BB RENDA FIXA 5 MIL FIC FI
BB RENDA FIXA 200 FIC FI
BB RENDA FIXA 50 FIC FI
ITAU PREMIO RENDA FIXA FICFI
BB RENDA FIXA LP 100 FICFI
20/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
20/jul
20/jul
20/jul
20/jul
19/jul
10,53
10,47
10,46
10,10
9,48
9,25
8,08
7,56
7,17
6,97
5,92
5,78
5,77
5,59
5,27
5,19
4,59
4,31
4,14
3,97
Fundo
Data
Rent.
12 meses
(%)
No ano
BB REF DI LP PREM ESTILO FIC FI
ITAU PERS MAXIME REF DI FICFI
BB REF DI PLUS ESTILO FIC FI
BB REFERENCIADO DI 5 MIL FIC FI
BB NC REF DI LP PRINCIPAL FIC FI
HSBC FIC REF DI LP POUPMAIS
BB REFERENCIADO DI 200 FIC FI
ITAU PREMIO REF DI FICFI
BRADESCO FIC DE FI REF DI HIPER
SANT FIC FI CLAS REF DI
19/jul
20/jul
20/jul
20/jul
19/jul
20/jul
20/jul
20/jul
20/jul
20/jul
10,67
10,32
10,28
8,62
8,37
8,11
8,02
7,03
6,60
6,18
5,91
5,77
5,74
4,87
4,70
4,62
4,56
4,03
3,81
3,55
Fundo
Data
Rent.
12 meses
(%)
No ano
BB ACOES VALE DO RIO DOCE FI
CAIXA FMP FGTS VALE I
ITAU ACOES FI
BRADESCO FIC DE FIA
BRADESCO BA FIC DE FIA
BRADESCO FIC DE FIA MAXI
SANTANDER FIC FI ONIX ACOES
UNIBANCO BLUE FI ACOES
ALFA FIC DE FI EM ACOES
BB ACOES PETROBRAS FIA
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
17,40
16,36
(7,04)
(8,56)
(8,73)
(8,80)
(11,17)
(11,57)
(16,31)
(16,37)
(6,69)
(7,43)
(14,42)
(15,33)
(15,48)
(15,52)
(17,09)
(17,97)
(21,48)
(17,20)
Taxa Aplic. mín.
adm. (%) (R$)
1,00
1,00
1,00
1,10
1,50
2,00
3,00
3,50
4,00
4,00
Taxa Aplic. mín.
adm. (%) (R$)
0,70
1,00
1,00
2,50
2,47
3,00
3,00
4,00
4,50
5,00
7,02
74,89
45,30
5 0
0 50100150
0 0200025003000350
IBOVESPA
Taxa Aplic. mín.
adm. (%) (R$)
2,00
1,90
4,00
4,00
4,00
4,00
2,50
5,00
8,50
2,00
Fundo
Data
Rent.
12 meses
(%)
No ano
ITAU EQUITY HEDGE ADV MULT FI
BTG PACTUAL MULTIE FI MULTIM
BB MULTIM TRADE LP ESTILO FICFI
CAPITAL PERF FIX IB MULT FIC
ITAU PERS K2 MULTIM FICFI
ITAU PERS MULTIE MULT FICFI
SANT FIC FI ESTRAT MULTIM
SANT CAPITAL PROT 3 FI MULT
SANT FI CAP PROT VG7 MULT
SANT FICFI CAP PROT VG6 BR MULT
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
19/jul
12,87
11,00
10,71
10,67
10,52
10,35
7,95
0,69
0,60
(2,17)
6,41
5,94
5,84
5,91
5,48
5,56
4,35
(3,21)
(4,52)
(6,94)
2,00
1,10
1,50
1,50
1,50
1,25
2,00
2,30
2,50
2,50
SMALL CAP - SMLL
MIDLARGE CAP - MLCX
1302
875
59.275
19.790
1299
873
59.150
19.740
1296
871
19.690
1293
869
Máxima
59.551,61
Mínima
59.044,51
Fechamento 59.119,71
58.900
1290
19.640
Fonte: BM&FBovespa
12h
13h
14h
15h
16h
17h
10.000
50.000
20.000
50.000
5.000
10.000
5.000
5.000
5.000
*Taxa de performance. Ranking por número de cotistas.
Fonte: Anbima. Elaboração: Brasil Econômico
19.840
11h
200
1.000
100
200
200
Taxa Aplic. mín.
adm. (%) (R$)
IBRX-100
(EM PONTOS)
59.400
10h
100.000
80.000
50.000
5.000
100
30
200
1.000
100
100
MULTIMERCADOS
Fontes: Economatica e Brasil Econômico
59.025
80.000
50.000
50.000
30.000
5.000
5.000
200
50
300
100
20/JUL/2011
PREÇO/VALOR
PATRIMONIAL, ÍNDICE
380,25
PETROBRAS
Rent.
12 meses
AÇÕES
O fraco desempenho da bolsa, neste ano, provocou impactos extremamente negativos
no valor de mercado das dez maiores companhias brasileiras. A exceção é a Telesp que se
valorizou 142,3% de janeiro até ontem
31/DEZ/2010
Data
DI
LADEIRA ABAIXO
VALOR DE MERCADO,
EM R$ BILHÕES
Fundo
10h
17h
867
10h
17h
10h
17h
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 35
BOLSA
JURO
Giro financeiro
Contrato futuro
R$ 5,2 bilhões 12,46%
foi o volume financeiro registrado ontem no segmento
acionário da BM&FBovespa. O principal índice encerrou a
sessão com variação positiva de 0,42%, aos 59.082 pontos.
foi a taxa de fechamento do contrato futuro de DI com vencimento
em janeiro de 2012, o mais líquido na sessão de ontem. O volume
financeiro foi de R$ 39,6 bilhões, em 417.709 contratos negociados.
HOME BROKER
(fechamento em R$)
Redecard ON (RDCD3)
31,00
30,00
Terceiro
objetivo
27,50
27,500001
“O segredo da felicidade não é ganhar
dinheiro, que a maioria acabará perdendo.
O segredo é ter feito uma diferença”
27,00
Segundo
objetivo
25,00
24,00
24,000001
0
24,00
22,50
Resistência
Primeiro
objetivo
Suporte
20,50
20,500000
19,25
17,00
17,000000
1/FEV
10/MAR
11/ABR
16/MAI
17/JUN
@StephenKanitz, Stephen Kanitz,
administrador de empresas
24,00
20/JUL
“#MNDL4 Você sabia que em algumas
situações um leilão pode se arrastar
por até 48 horas? Existem regras
para isto, pesquise porque vale a pena!”
@picapautrader, investidor
Fontes: Leandro Martins, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico
Redecard pode se valorizar durante o ano
Com a bolsa andando de lado, está cada vez mais difícil encontrar
boas indicações de papéis que podem se valorizar até dezembro.
As ações da Redecard (RDCD3) dão sinais de que podem ser a
exceção que os investidores tanto esperavam. Ontem, os papéis
da companhia fecharam o pregão cotados a R$ 24, com leve alta
de 0,21%. Este valor é equivalente à sua resistência (ponto que,
se superado, indica a possibilidade de continuidade de movimento
de alta). Segundo Leandro Martins, analista-chefe da Walpires
Corretora, com o rompimento do patamar, o primeiro objetivo
das ações é chegar aos R$ 25 e isso deve ocorrer em apenas
uma semana. Já o segundo objetivo pode ser mais difícil de ser
alcançado e, provavelmente, deve demorar algumas semanas
até que o patamar de R$ 27 seja rompido. “Chegar aos R$ 30,
por sua vez, vai custar alguns meses”, afirma o especialista.
Caso essa projeção de longo prazo se confirme, os papéis
recuperariam o ponto alcançado um ano atrás, época em que
começaram a se desvalorizar. No entanto, se as expectativas
não se concretizarem, o valor do suporte (patamar que,
se perdido, aponta para uma chance de queda em sequência)
é de R$ 22,50, alerta Martins. Neste caso, o especialista indica
apertar o botão de venda dos papéis.
“Brasileiros não têm motivo para
comemorar, governo sim!
Impostômetro antecipará em 31 dias
marca de R$ 800 bilhões”
@Investpedia, site de investimentos e finanças pessoais
“Com essas taxas enormes na
#renda fixa, é natural que o
empresário fique desmotivado num
primeiro momento, mas o verdadeiro
#empreendedor segue firme”
@Fontes, consultor financeiro e economista
“‘O real é a moeda mais valorizada
entre as 58 principais economias.’
Apenas uma saída de $ estrangeiros daria
um alento. Péssimo para o mercado!”
@chrinvestor, Christian Cayre, investidor
ÍNDICES
RENDA FIXA
PALESTRA
BMF&Bovespa altera
data de início da
vigência de carteiras
Sofisa Direto lança
CDBs para concorrer
com Tesouro Direto
Um Investimentos
organiza dois cursos
para investidores
A BM&FBovespa alterou para a
primeira segunda-feira de janeiro,
maio e setembro as datas de
início de vigência das carteiras
teóricas do Índice Bovespa e dos
demais índices. Até agora, as
carteiras entravam em vigor no
primeiro dia útil destes meses.
A mudança já valerá em setembro.
A BM&FBovespa divulga três
prévias das novas composições:
a 1ª no primeiro pregão do último
mês de vigência da carteira;
a 2ª, no pregão seguinte ao
dia 15 e a 3ª, no último pregão.
O Sofisa Direto, do banco Sofisa,
lançou três CDBs (Certificado
de Depósito Bancário) com o
intuito de competir com os títulos
vendidos pelo Tesouro Direto.
Um deles, com vencimento em
maio de 2015, oferece 8,01%
ao ano mais IPCA. Há ainda dois
CDBs prefixados com vencimentos
em janeiro de 2013 e 2014 e
rentabilidade anual no mínimo
12% maior que a dos títulos
equivalentes do Tesouro Direto.
As taxas valem para
aplicações de qualquer valor.
A corretora Um Investimentos
promoverá duas palestras
gratuitas para investidores em
São Paulo. No dia 26/07, a partir
das 18h30, a aula “Candlesticks
e Análise Técnica Avançada”
será dividida entre conceitos
teóricos e sessão prática sobre
o tema. Já no “Encontro com
Investidores”, no dia 27/07, serão
abordados os principais eventos
que movimentaram o mercado
ao longo do mês. Inscrições:
[email protected]
ou pelo número (11) 3525-3590.
Randon
Concórdia mantém indicação
de compra para as ações
A Randon (RAPT4) registrou
receita bruta de R$ 529,2 milhões
em junho, 11,6% acima do apurado
em igual mês de 2010. Já a receita
líquida cresceu 11,4% entre os
períodos, totalizando R$ 345,2
milhões. No ano, a receita bruta
soma R$ 3,12 bilhões e a líquida
R$ 2,05 bilhões, alta de 20,9%
e 20,6% respectivamente. Para
analistas da Concórdia, Leonardo
Zanfelicio e Karina Freitas,
o desempenho de junho foi
muito bom, pois superou por
mais um mês a elevada base
de comparação do ano anterior.
Para eles, a alta de 19,5%
das vendas ante o segundo
trimestre de 2010 e o avanço
de 15,1% frente ao primeiro.
“Sinalizam que seus resultados
neste trimestre serão bastante
satisfatórios”, apontam em
relatório. Para eles, nem mesmo
a queda queda das vendas por
dia útil mudam os fundamentos
macro e microeconômicos
para a Randon que ainda são
positivos para o médio prazo.
“O que nos faz seguir com a
nossa recomendação de compra
para as suas ações”. O preço-alvo
é de R$ 16,57 por ação.
CENAEEL - Central Nacional
de Energia Eólica S.A.
CNPJ/MF nº 04.959.392/0001-71 - NIRE 42.300.029.611
Ata da Assembléia Geral Extraordinária
1. Data, Hora e Local: Realizada aos 23 (vinte e três) dias do mês de fevereiro de 2011, às 9:00
horas, na sede social da Companhia, na Rodovia PRT 280 - Km 94,3, CEP 89654-000, Município de
Água Doce, Estado de Santa Catarina. 2. Convocação e Presença: Presentes os acionistas
que representam a totalidade do capital social, em razão do que fica dispensada a convocação, nos
termos do art. 124, § 4º, da Lei nº 6.404/76, conforme assinaturas constantes do Livro de Presença
de Acionistas da Companhia. 3. Mesa: Sr. António Manuel Barreto Pita de Abreu - Presidente;
e Sra. Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti - Secretária. 4. Ordem do Dia: Alteração do endereço da
filial da Companhia. 5. Deliberações: 5.1 Os acionistas, por unanimidade dos presentes, aprovaram
a alteração do endereço da filial da Companhia, atualmente localizada na Cidade de São Paulo,
Estado de São Paulo, na Rua Bandeira Paulista, nº 530, conjunto 92, no Itaim Bibi, São Paulo/SP,
CEP 04532-001, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 04.959.392/0002-52, registrada na Junta Comercial
do Estado de Santa Catarina - JUCESC sob nº 35902758313 e na Junta Comercial do Estado de São
Paulo - JUCESP sob o nº 366530094, para a Rua Joaquim Floriano, nº 413, 17º andar, Conjunto
172, Edifício Result Corporate Plaza, CEP: 04534-010 - São Paulo - SP - Brasil. 5.2 Tendo em
vista a deliberação acima, o artigo 2º do Estatuto Social da Companhia passará a vigorar com a
seguinte redação: “Artigo 2º - A sociedade tem sua sede e foro na Rodovia PRT 280 - Km 94,3,
CEP 89654-000, no Município de Água Doce, Estado de Santa Catarina, e filial que funciona como
escritório administrativo localizado na Rua Joaquim Floriano, nº 413, 17º andar, conjunto 172,
Edifício Result Corporate Plaza, CEP: 04534-010 - São Paulo - SP - Brasil, podendo abrir filiais,
agências ou representações, em qualquer localidade do país ou do exterior, mediante resolução da
Diretoria.” 6. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente ofereceu a palavra a
quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém a pedisse, declarou encerrados os trabalhos e
suspensa a assembléia pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, reaberta a sessão, foi
lida, aprovada e por todos os presentes assinada. Presidente da Mesa: António Manuel Barreto Pita
de Abreu. Secretária: Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti. Acionistas: Sr. Antonio Manuel Barreto
Pita de Abreu; e EDP Renováveis Brasil S.A. representada por seu Diretor Presidente Sr. Miguel
Nuno Simões Nunes Ferreira Setas e por seu Diretor Sr. Carlos Emanuel Baptista Andrade. Declaro
que a presente é cópia fiel extraída da original. Registrada na JUCESP sob o nº 202.141/11-1
em sessão de 31/05/2011. Secretária Geral: Kátia Regina Bueno de Godoy.
36 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
MUNDO
Editora: Elaine Cotta [email protected]
Subeditora: Ivone Portes [email protected]
Cúpula europeia é considerada
decisiva para crise da Grécia
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, tomou a iniciativa de ir ontem a Berlim para se reunir com a chanceler
alemã, Angela Merkel, um dia antes do encontro em Bruxelas com representantes de 17 países
Michael Kappeler/AFP
A chanceler alemã e o
presidente francês tentam
solução para a crise europeia
A cúpula europeia, marcada para hoje, em Bruxelas, é considerada decisiva para o futuro da
Grécia e da União Europeia. Os
dirigentes dos 17 países da zona
do euro discutirão um segundo
plano de resgate para a economia grega, no qual tentarão envolver o setor privado. Os mercados financeiros esperam uma
resposta firme em relação a um
segundo plano de ajuda à Grécia, enquanto que os Estados
Unidos estão preocupados com
as consequências potencialmente devastadoras que uma crise
da dívida europeia teria para
sua economia.
Sinal das divergências que devem ser superadas, o presidente
francês Nicolas Sarkozy tomou a
iniciativa de ir a Berlim ontem
para se reunir com a chanceler
alemã Angela Merkel, que se declarou confiante de que a cúpula
terá bons resultados, em um comunicado imitido antes da reunião o líder francês.
A maioria das opções contempladas que envolvem a participação de credores privados da Grécia, como a Alemanha exige des-
ROMBO
¤ 350 bi
é o valor estimado da
dívida pública grega.
150%
é o percentual estimado
da dívida do país em relação ao
Produto Interno Bruto (PIB).
de o início por razões políticas,
suporiam de fato um “acontecimento de crédito”, um “default”
ou a falta de pagamento parcial
de sua dívida pela Grécia.
O reescalonamento da dívida
grega iria impor aos credores
uma mudança nos vencimentos
dos reembolsos, o que seria castigado pelas agências de classificação. Já a recompra da dívida
grega, também em discussão,
poderia não supor um “default”
se a Grécia realizar ela mesma a
operação com a ajuda de empréstimos europeus. A vanta-
gem é que o custo da dívida grega nos mercados é muito baixo
atualmente e poderia permitir
reduzir o volume global de endividamento do país.
Mas se o Fundo Europeu de
Ajuda (FESF) comprasse os títulos gregos, haveria um risco de
calote parcial. A terceira opção
contemplada é a criação de uma
taxa bancária especial na zona
do euro. Esta solução “teria a
vantagem de não intervir diretamente nos bancos e, portanto,
de potencialmente não criar um
default” da Grécia, que apresen-
Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 37
Suzanne Plunkett/Reuters
Premiêbritânicosedefendesobregrampos
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, defendeu ontem
a forma com que seu gabinete tratou com a polícia diante das
alegações de grampos telefônicos e subornos nos jornais britânicos
do magnata Rupert Murdoch. “O Número 10 agora publicou
a troca integral de e-mails entre o chefe de gabinete e John Yates,
e o documento mostra que meu gabinete se comportou de forma
correta”, disse Cameron ao Parlamento.
EUA
Casa Branca diz que
acordo de curto prazo
para dívida é possível
A Casa Branca deu a entender
ontem, pela primeira vez, que
aceitará um incremento de curto
prazo no teto da dívida para
chegar a um acordo de um plano
mais amplo, uma vez que a data
limite (para evitar a moratória)
de 2 de agosto se aproxima.
O presidente Barack Obama,
no entanto, já disse claramente
que não apoiaria um incremento
de curto prazo do limite da dívida
por parte do Congresso, disse
o seu porta-voz, Jay Carney,
em seu encontro diário com os
jornalistas. “O que queremos
dizer com isso é que não
apoiaríamos um acordo de curto
prazo se não houver um acordo
mais amplo que inclua uma
redução do déficit”, explicou
Carney. O bloqueio político se
prolonga porque os democratas
querem reduzir o déficit com base
nos ingressos fiscais, enquanto
que os republicanos pensam
somente em drásticos cortes
orçamentários. O teto da dívida
americana, de US$ 14,3 trilhões,
foi atingido em maio e o Tesouro
já informou que, se o limite não
for elevado, só vai conseguir
manter os pagamentos de suas
contas até 2 de agosto. AFP
taria riscos de contágio, explicou na segunda-feira o ministro
francês das Relações Exteriores,
Jean Leonetti.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez um alerta dizendo que se não houver rapidez para se lidar com a crise econômica na Europa, ela pode ter graves consequências em todo o
mundo. Segundo o FMI, a zona
do euro precisa adotar uma
ação decisiva que impeça que a
crise se espalhe para fora da região e que restaure a confiança
no bloco. ■ AFP
Comércio
mundial tem
crescimento
recorde em 2010
Volume de exportação mundial
cresceu 14,5% no ano passado,
após retração de 12% em
2009, em razão da crise
financeira global de 2008
Rafael Abrantes
[email protected]
O volume de exportação mundial, em mercadorias, cresceu 14,5% no ano passado, depois de apresentar queda de
12% em 2009, em razão da crise financeira global que reduziu o fluxo de comércio entre
os países. Com isso, o desempenho das exportações no
mundo no ano passado foi recorde — melhor resultado
desde 1950. Os dados fazem
parte de relatório divulgado
ontem pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em valores, as exportações
globais somaram US$ 15,2 trilhões no ano passado, valor superior aos US$ 12,5 trilhões de
2009. O estudo aponta as diferenças entre o melhor rendimento das economias em desenvolvimento na comparação com os países avançados.
O destaque é o crescimento
do comércio nos países asiáticos, que levaram as economias em desenvolvimento a
atingirem participação inédita de 45% no total das exportações mundiais em 2010. As
vendas externas, em volume,
aumentaram 17% nos países
em desenvolvimento, enquanto observou-se alta de 13%
nos desenvolvidos. Segundo a
organização, a China registrou uma contribuição “sem
medidas” para a recuperação
do comércio mundial no ano
passado ao aumentar suas exportações, em volume, em
28%, e importações em 22%.
O país asiático foi o maior
exportador no planeta em
2010, com US$ 1,58 trilhão ou
10% do total das exportações.
Os países da América do Sul e
Central foram os responsáveis
pela maior expansão anual
nas importações (22,7%),
com US$ 135 bilhões. No Brasil, as saídas e entradas de mercadorias e serviços cresceram
15% e 35%, respectivamente.
Os resultados divulgados levam o comércio mundial de
volta aos níveis do período
pré-crise, mas a “alta nas exportações poderia ter sido ainda maior caso o comércio tivesse retornado rapidamente
às estimativas anteriores à crise”, afirma o relatório. Para a
OMC, as dificuldades para
um comércio internacional
ainda mais intenso surgiram
com as medidas de austeridade fiscal impostas pelos governos europeus; aumento generalizado nos custos de energia; e manutenção de taxas
de desemprego elevadas nos
países desenvolvidos. ■
NEGÓCIOS
35%
de aumento das importações no
Brasil em 2010, na comparação
anual. As exportações
registraram alta de 15%.
US$ 1,72 tri
foi o valor total das exportações
da Europa no ano passado.
A região foi a maior exportadora
em todo o mundo no período.
73%
foi o crescimento das
exportações de equipamentos
para escritório e telecom
de 2009 a 2010, o melhor
resultado entre setores.
Edital TCU-BIRD 01/2011
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
SELEÇÃO DE ESPECIALISTA PARA REALIZAÇÃO DE MAPEAMENTO
DOS PRINCIPAIS PROCESSOS CONTÁBEIS DO SISTEMA DE
CONTABILIDADE FEDERAL.
Encaminhar currículo para:
Tribunal de Contas da União
EDITAL TCU-BIRD 01/2011
Unidade de Coordenação de Projetos Financiados por Operações de Crédito
Externo– UCP/Segepres
Endereço: SAFS, Quadra 4, Lote 01, Anexo I, sala 15.
CEP 70042-900, Brasília-DF
Telefones: (0XX61) 3316.5071/7939
Em envelope lacrado, ou para o e-mail [email protected], até às 18h00min horas
do dia 29/7/2011 devendo indicar, entre outras, as seguintes informações:
a) Formação Acadêmica:
i. nas áreas de Administração, Contabilidade, Economia, Engenharia,
Tecnologia da Informação ou áreas correlatas;
ii. Curso de extensão em gestão de processos;
iii. pós-graduação/mestrado/doutorado com programa relacionado à gestão
de processos.
b) Experiência Profissional em mapeamento de processos de negócio na área
financeira e não financeira e em contabilidade, controles internos ou auditoria;
Serão DESCONSIDERADOS os currículos remetidos após a data indicada.
A. Remuneração: A ser definida com base na formação acadêmica e experiência
profissional;
B. Modalidade de contrato: Produto (Global);
C: Forma de pagamento: Mediante apresentação de produtos indicados no
contrato;
D: Duração do contrato: até 5 meses;
E. Local de Trabalho: Brasília – DF.
A contratação será efetuada em Brasília por meio de processo seletivo simplificado (análise curricular).
Não poderão participar do processo seletivo, por força da legislação em vigor,
servidores ativos da Administração Pública Federal, Estadual, do Distrito Federal
ou Municipal, direta ou indireta, bem como empregados de suas subsidiárias e
controladas.
Para obtenção da Manifestação de Interesse – MI, favor encaminhar e-mail para
[email protected] indicando no assunto "Solicitação de MI-01/2011" ou acessar a
página www.tcu.gov.br opção “licitações e contratos do TCU / Editais 2011”.
HRT PARTICIPAÇÕES EM PETRÓLEO S.A.
CNPJ/MF: 10.629.105/0001-68 - NIRE: 33.3.0029084-2
COMPANHIA ABERTA
Ata da Reunião do Conselho de Administração nº 16/2011 realizada em 13 de julho de 2011.
1. Data, Hora e Local: Aos 13/07/2011, às 11h, na sede social da HRT Participações em Petróleo
S.A. (“HRTP” ou “Cia.”), na Av. Atlântica, 1130, Entrada 1, com entrada suplementar na Av. Princesa
Isabel, 10º andar, parte, Copacabana - RJ. 2. Convocação: Realizada mediante correspondência
subscrita pelo Presidente do Conselho de Administração da HRTP, enviada eletronicamente a todos
os membros do Conselho de Administração da HRTP em 06/07/2011, na forma do art. 19 do Estatuto
Social da Cia.. 3. Presença: No dia 13/07/2011, estiveram presentes na sede da Cia. os Srs. Marcio
Rocha Mello, John Milne Albuquerque Forman, Eduardo de Freitas Teixeira, Antonio Carlos Sobreira
de Agostini, Mathew Todd Goldsmith e Carlos Thadeu de Freitas Gomes, e presentes, através de
conferência telefônica, os Srs. Michael Stephen Vitton, John Anderson Willott e William Lawrence
Fisher. 4. Mesa: O Presidente do Conselho de Administração da Cia., Sr. Marcio Rocha Mello, assumiu
a presidência dos trabalhos, tendo convidado o Sr. John Milne Albuquerque Forman para secretariar
a Reunião. 5. Ordem do Dia: (a) Inclusão de novas alterações ao Estatuto Social da HRTP, para
deliberação na Assembleia Geral Extraordinária prevista para 13/09/2011; (b) 1º Aditivo ao Contrato
HRT-SOL-018/2010 – Weatherford, cuja formalização foi aprovada pelo Conselho de Administração
na reunião realizada em 12/11/2010; (c) Novas oportunidades de negócios. 6. Deliberações: (a)
O Conselho de Administração analisou a Proposta da Administração de homologação do capital e
alteração do Estatuto Social da HRTP, como abaixo detalhado, arquivada na sede da Cia., preparada
em conformidade com as informações e documentos previstos na Instrução da Comissão de Valores
Mobiliários (“CVM”) nº 481 de 17/12/2009, as quais aprovou: (i) A homologação parcial do aumento de
capital no valor de R$85.046.484,91, mediante a emissão de 238.679 ações subscritas em decorrência
de: (a) Exercício do Direito de Preferência no âmbito do aumento de capital aprovado pela Assembleia
Geral Extraordinária realizada em 19/04/2011 (“Aumento de Capital”) correspondente a subscrição de
537 ações no valor de R$1.047.150,00; (b) Exercício do direito a sobras no referido Aumento de Capital
correspondente à subscrição de 2 novas ações no valor de R$3.900,00; (c) Exercício de opções de
compra de ações correspondente a 8.832 novas ações no valor de R$8.832,00; e (d) Exercício de
bônus de subscrição correspondente a 229.308 novas ações no valor de R$ 83.986.602,91. (ii) A
alteração do art. 5º do Estatuto Social da Cia. de modo a refletir o aumento de capital parcialmente
homologado pelo Conselho de Administração da Cia. em 28/04/2011 no valor de R$1.272.521.250,00,
mediante a subscrição de 652.575, bem como decorrente dos eventos acima mencionados. Colocada
a matéria em votação, o Conselho, por unanimidade, decidiu aprovar a seguinte Ordem do Dia para
a Assembleia Geral Extraordinária que será realizada no dia 13/09/2011: (i) Registrar que houve a
subscrição de 539 novas ações ordinárias, escriturais e sem valor nominal, ao preço de emissão de
R$1.950,00 por ação, no âmbito do aumento do capital social da Cia., aprovado na Assembleia Geral
Extraordinária da Cia. realizada em 19/04/2011 (“Aumento de Capital”); (ii) Homologar parcialmente o
referido Aumento de Capital, tendo em vista a subscrição, no âmbito do Aumento de Capital, de número
de ações superior ao montante mínimo de 652.575, e inferior ao montante máximo de 1.350.000,
ambos aprovados na Assembleia Geral Extraordinária realizada em 19/04/2011; (iii) Alterar o art. 5º
do Estatuto Social da Cia. de modo a refletir o novo capital social decorrente do Aumento de Capital
e do exercício de opções de compra de ações e bônus de subscrição; (iv) Alterar o art. 18 do Estatuto
Social da Cia. para tornar facultativa a designação do Vice-Presidente do Conselho de Administração;
(v) Alterar o art. 21 e seu parágrafo 1º do Estatuto Social da Cia. para determinar que membros do
Conselho de Administração serão considerados presentes na reunião quando participarem através
de teleconferência ou vídeo-conferência, desde que assinem a respectiva ata; (vi) Alterar o art. 23
do Estatuto Social da Cia. para incluir os parágrafos 1º e 2º determinando que os diretores da Cia.
deverão fiscalizar a atuação das Diretorias de suas subsidiárias, bem como que os diretores da Cia.
terão dedicação exclusiva e em tempo integral em relação à Cia., sendo permitido porém o exercício
concomitante de cargos da Administração nas subsidiárias, controladas e coligadas; (vii) Ratificar a
alteração do §1º do art. 25 do Estatuto Social da Cia., aprovada na Assembleia Geral Extraordinária
realizada em 9/05/2011, para indicar os substitutos nos casos de ausências e impedimentos
temporários dos diretores da Cia.; (viii) Alterar os art. 28, 29, 30, 31, 32 e 33 do Estatuto Social da Cia.
para definir as atribuições dos diretores; e (ix) Alterar o §1º do art. 17, o título do Capítulo VII, os art. 44,
52, 53 e 54 e o §1º do art. 57 do Estatuto Social da Cia., com o fim de adequar o Estatuto Social da Cia.
às novas disposições do Regulamento do Novo Mercado adotado pela BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa
de Valores, Mercadorias e Futuros. (b) O Sr. Marcio Mello, prestou esclarecimentos aos Conselheiros
sobre o Aditivo ao Contrato HRT-SOL-018/2010 firmado com a empresa Wheatherford. O Conselho
de Administração decidiu aprovar o aditivo. (c) O Sr. Marcio Mello prestou esclarecimentos sobre: (i) a
aquisição da empresa Vienna Investments (Proprietary) Limited e (ii) a possibilidade de participação
da HRT em novos blocos exploratórios na Namíbia, através de contrato de risco com a empresa
Cowan Petróleo e Gás. Colocada as matérias em votação o Conselho de Administração aprovou
ambas as matérias e determinou (i) que a HRT África tome as medidas necessárias para efetivar
a referida aquisição e (ii) que o Sr. John Milne Albuquerque Forman conduza as negociações ora
aprovadas. O Sr. John Forman prestou esclarecimentos aos demais Conselheiros sobre o andamento
das negociações com a empresa Petra Energia. O Sr. Marcio Mello relatou aos demais Conselheiros o
sucesso da visita de oitenta investidores às instalações da HRT na Bacia do Solimões, “Solimões Field
Trip”. 7. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi encerrada a reunião, da qual se lavrou a
presente Ata que, lida e achada conforme, foi assinada. Assinaturas: Srs. Marcio Rocha Mello, John
Milne Albuquerque Forman, Eduardo de Freitas Teixeira, Antonio Carlos Sobreira de Agostini, Mathew
Todd Goldsmith, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, Michael Stephen Vitton, John Anderson Willott e
William Lawrence Fisher. Marcio Rocha Mello - Presidente da Mesa e Presidente do Conselho de
Administração, John Milne Albuquerque Forman - Secretário da Mesa e Membro do Conselho de
Administração. JUCERJA nº 00002209801 em 18/07/2011. Valéria G. M. Serra - Secretária Geral.
38 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
PONTO FINAL
Tony Karumba/AFP
UM ALERTA EM DEFESA DOS ELEFANTES
Cerca de 5 toneladas de
marfim contrabandeado
e apreendido pelas
autoridades foram
incineradas, ontem,
em Nairobi, no Quênia, como
uma maneira de alertar o
mundo para o problema.
O presidente queniano Mwai
Kibaki ateou fogo na pilha,
ato que se repete desde 1989.
Presidente do Conselho de Administração
Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos
Diretor-Presidente José Mascarenhas
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da Empresa Jornalística Econômico S.A.
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Quinta-feira, 21 de julho, 2011 Brasil Econômico 39
Jereissati Participações S.A.
Companhia Aberta
CNPJ/MF nº 60.543.816/0001-93 - NIRE nº 35.300.027.248
AVISO AOS ACIONISTAS
Comunicamos aos Senhores acionistas que, conforme deliberação da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária
realizada em 01/07/2011 e da Reunião do Conselho de Administração realizada na mesma data, a partir de 28 de
julho de 2011, inclusive, iniciaremos a distribuição dos dividendos aprovados em referidas ocasiões, obedecendo às
seguintes condições:
1. Pagamento de R$ 0,010899, por ação, isentos de IRRF, de acordo com o disposto no artigo 10 da Lei 9.249/95,
referente ao exercício findo em 31/12/2010;
2. Pagamento de R$ 0,146170, por ação, isentos de IRRF, de acordo com o disposto no artigo 10 da Lei 9.249/95,
referente à distribuição de dividendos intermediários à conta de reserva e lucros existentes;
3. Instruções quanto ao pagamento dos dividendos:
3.1. Os acionistas terão seus créditos disponíveis de acordo com o domicílio bancário fornecido ao Itaú Unibanco S.A.
- Instituição Depositária de Ações, a partir da data de início de distribuição deste direito.
3.2. Os acionistas usuários das custódias fiduciárias terão seus dividendos creditados conforme procedimentos adotados pela BM&F Bovespa.
3.3. Aos acionistas cujo cadastro não contenha a inscrição do número do CPF, CNPJ ou indicação de Banco/Agência/
Conta Corrente, os dividendos somente serão creditados a partir do 3º dia útil, contado da data da atualização cadastral nos arquivos eletrônicos do Banco Itaú Unibanco S.A., desde que os interessados providenciem a regularização
de seu cadastro, pessoalmente, em uma das agências do Itaú Unibanco S.A. que disponha de atendimento exclusivo
aos acionistas. Caso a atualização dos dados seja providenciada em agência não especializada ou por meio de correspondência à Unidade de Processamento de Soluções Para Corporações do Itaú Unibanco S.A. localizada na Avenida
Engenheiro Armando Arruda Pereira, n.º 707, 10º andar, CEP 04344-902, cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, o
pagamento somente será liberado após a efetivação dos devidos registros nos arquivos eletrônicos do referido banco.
4. Maiores informações poderão ser obtidas junto às agências do Banco Itaú Unibanco S.A., especializadas no atendimento a acionistas, no horário bancário.
São Paulo, 20 de julho de 2011.
Carlos Francisco Ribeiro Jereissati
Presidente do Conselho de Administração
Adriano Pires
Diretor do Centro Brasileiro de InfraEstrutura
Tarifa de energia elétrica e
competitividade industrial
O preço da energia elétrica no Brasil tem sido objeto de intenso debate pelos altos
valores praticados quando comparados a de outros países. No segmento industrial, por exemplo, isso vem comprometendo a competitividade. Apesar de a matriz energética brasileira ser constituída por fontes de geração de baixo custo, como a hidroeletricidade, responsável por 80% da geração em 2010, as tarifas aos
consumidores finais se tornam elevadas devido a uma significativa incidência de
encargos e tributos na conta de energia. No âmbito internacional, a tarifa industrial brasileira posiciona-se entre as mais elevadas. Em 2010, o valor médio da tarifa foi de US$ 125/MWh, enquanto as indústrias americanas pagaram, em média
US$ 68/MWh. Em 2009, entre os países em desenvolvimento, a Rússia apresentou
a menor tarifa, US$ 50/MWh, o Brasil ficou com US$ 118/MWh, enquanto o México teve a maior tarifa, US$ 126/MWh. Países vizinhos como Uruguai, Peru, Equador e Paraguai possuem tarifas menores.
A tarifa industrial de energia elétrica possui 16 tributos (diretos e indiretos) e 14
encargos setoriais, excluindo os encargos sociais, que elevam o valor da conta de
energia elétrica. Os tributos e encargos equivaleram a 45% da conta de energia elétrica em 2010. Na composição da carga tributária do setor elétrico, os tributos estaduais representam 47%, os tributos federais correspondem a 31%, enquanto a esfera municipal responde por um percentual próximo a zero. Os encargos setoriais e
trabalhistas somam 22%.
Ao invés de reduzir os encargos setoriais, o governo prorrogou a Reserva Global de
Reversão (RGR) e o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
(Proinfa), por meio da Medida Provisória (MP) 517, de 30 de dezembro de 2010, sancionada em junho deste ano.
JEREISSATI TELECOM S.A.
(atual denominação da La Fonte Telecom S.A.)
Companhia Aberta - CNPJ/MF Nº 53.790.218/0001-53 - NIRE Nº 35.300.099.940
AVISO AOS ACIONISTAS
Comunicamos aos Senhores acionistas que, conforme deliberação da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária
realizada em 01/07/2011 e da Reunião do Conselho de Administração realizada na mesma data, a partir de 27 de
julho de 2011, inclusive, iniciaremos a distribuição dos dividendos aprovados em referidas ocasiões, obedecendo às
seguintes condições:
1. Pagamento de R$ 0,312615, por ação, isentos de IRRF, de acordo com o disposto no artigo 10 da Lei 9.249/95;
2. Instruções quanto ao pagamento dos dividendos:
2.1. Os acionistas terão seus créditos disponíveis de acordo com o domicílio bancário fornecido ao Itaú Unibanco S.A. Instituição Depositária de Ações, a partir da data de início de distribuição deste direito.
2.2. Os acionistas usuários das custódias fiduciárias terão seus dividendos creditados conforme procedimentos
adotados pela BM&F Bovespa.
2.3 Aos acionistas cujo cadastro não contenha a inscrição do número do CPF, CNPJ ou indicação de Banco/Agência/Conta
Corrente, os dividendos somente serão creditados a partir do 3º dia útil, contado da data da atualização cadastral nos
arquivos eletrônicos do Banco Itaú Unibanco S.A., desde que os interessados providenciem a regularização de seu cadastro,
pessoalmente, em uma das agências do Itaú Unibanco S.A. que disponha de atendimento exclusivo aos acionistas. Caso
a atualização dos dados seja providenciada em agência não especializada ou por meio de correspondência à Unidade de
Processamento de Soluções Para Corporações do Itaú Unibanco S.A. localizada na Avenida Engenheiro Armando Arruda
Pereira, nº 707, 10º andar, CEP 04344-902, cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, o pagamento somente será liberado
após a efetivação dos devidos registros nos arquivos eletrônicos do referido banco.
3. Maiores informações poderão ser obtidas junto às agências do Banco Itaú Unibanco S.A., especializadas no
atendimento a acionistas, no horário bancário.
São Paulo, 20 de julho de 2011
Carlos Francisco Ribeiro Jereissati
Presidente do Conselho de Administração
TERMINAIS PORTUÁRIOS DA PONTA DO FÉLIX S.A.
CNPJ Nº 85.041.333/0001-11
NIRE nº 41300014230
ATA da 15ª ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
A redução da competitividade industrial
brasileira, devido à elevada tarifa de energia,
vem despertando o interesse em direcionar
investimentos em novas unidades nos países vizinhos
Na tentativa de ter tarifas menores e uma maior garantia de oferta, as indústrias
vêm investindo em autoprodução. Em 2009, a autoprodução industrial chegou a
41,4 MWh, 11% superior a 2008. O segmento de produtores de não ferrosos e outras
metalurgias ampliou a autoprodução em 28%.
A possibilidade de escolha do ambiente de contratação de energia está levando as
empresas a avaliarem o valor das tarifas e migrarem da condição de consumidores
cativos para livres no mercado de energia elétrica. O consumo no mercado livre aumentou ao longo dos anos, chegando a 26% do consumo de energia no Sistema Integrado Nacional (SIN), em 2010.
As tarifas pouco competitivas têm levado a uma redução de investimentos e até a
fechamento de unidades, como ocorreu com a Vale de Santa Cruz (RJ), em 02009. A
Novelis fechou uma unidade de fundição com capacidade para produzir 60 mil toneladas de alumínio primário, em 2010, em Aratu (BA).
A redução da competitividade industrial brasileira, devido à elevada tarifa de
energia elétrica, vem despertando o interesse em direcionar investimentos em novas unidades nos países vizinhos. O Paraguai, que recentemente assinou contrato
com o Brasil para a construção de uma linha de transmissão que interligará a UHE
de Itaipu à capital Assunção, aumentará a oferta de energia e, por possuir tarifas
mais competitivas para setor industrial, já foi citado como possível destino a novas
unidades de fundição. Em 2008, a tarifa média industrial de energia no Paraguai
foi de US$ 48/MWh, 59% menor que a tarifa média praticada no Brasil. A Rio Tinto
Alcan, por exemplo, estuda a instalação de uma fundição no Paraguai com a intenção de produzir 674 mil toneladas de alumínio por ano. ■
“O sonho de Hollywood
se tornou um pesadelo”
Iain Smith, produtor de cinema, cujas obras incluem Sete
Anos no Tibete, que, junto com outros cineastas e atores,
lançou, na terça-feira, um apelo aos internautas para que
evitem fazer downloads ilegais de filmes e músicas gratuitos. Ele calcula
que, somente nos Estados Unidos, a pirataria causou perdas de US$ 25 bilhões
à indústria do cinema. “A pirataria é a maior maldição do setor”, acrescentou.
Divulgação
A FRASE
Realizada em 29 de abril de 2011
(lavrada em forma de sumário - art. 130, § 1º, da Lei nº 6.404/76)
1) DATA, HORA E LOCAL: Às 9:00h Snove horas) do dia 29 (vinte e nove) do mês de abril do ano
de 2011 (dois mil e onze), na sede social da TERMINAIS PORTUÁRIOS DA PONTA DO FÉLIX S.A.
(doravante “Companhia”), situada na Rua Engenheiro Luiz Augusto de Leão Fonseca, nº 1.520, em
Antonina, Paraná. 2) CONVOCAÇÃO: Edital de Convocação publicado nos dias 13, 14 e 15 de abril
de 2011 no Diário Oficial do Estado do Paraná, páginas 39, 26 e 30, respectivamente, e nos dias
13, 14 e 15/17 de abril de 2011 no jornal Brasil Econômico, páginas 15, 37 e 27, respectivamente.
As demais publicações legais necessárias à realização das assembleias foram efetuadas nestas
condições: as demonstrações financeiras previstas no art. 133 da Lei nº 6.404/76 foram publicadas
no dia 13 de abril de 2011 no Diário Oficial do Estado do Paraná, páginas 41/44, e na mesma data
no jornal Brasil Econômico, páginas 35/37; foi dispensada a publicação do aviso aos acionistas
de que trata o art. 133 da Lei nº 6.404/76, em razão da presença da totalidade dos acionistas a
esta Assembleia geral e por deliberação unânime assim tomada. 3) PRESENÇAS: Presentes
acionistas representando 100% (cem por cento) do capital votante da Companhia, que assinaram o
livro de presença e também assinam esta ata, além dos Srs. Edison Napoleão de Araújo, membro
do Conselho Fiscal da Companhia, e Gilberto de Souza Schlichta, representante dos auditores
independentes da companhia BDO. A acionista Fundação Copel de Previdência e Assistência Social
foi representada por seu procurador, o acionista Sílvio Matucheski, conforme instrumento de mandato
recebido pela Mesa e arquivado na Companhia como documento nº 1. 4) MESA: Presidente:
Valdécio Antônio Bombonatto; Secretário: Guilherme Kloss Neto. 5) ORDEM DO DIA: a) Examinar,
discutir e votar o Relatório da Administração, Demonstrações Financeiras e Relatório dos Auditores
Independentes, referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010; b) Eleger
os membros do Conselho Fiscal; c) Fixar os honorários globais dos integrantes dos Conselhos
de Administração e Fiscal e da Diretoria Executiva para o exercício de 2011. 6) DELIBERAÇÕES
TOMADAS POR UNANIMIDADE: 6.1. Dispensada a publicação do aviso aos acionistas de que trata
o art. 133 da Lei nº 6.404/76, na forma do permissivo contido no art. 133, § 4º, da mesma Lei, sendo
considerada regular a instalação da assembleia. 6.2. Após leitura do parecer do Conselho Fiscal e
do Relatório dos Auditores Independentes, por seus respectivos representantes presentes, foram
aprovados o Relatório da Administração, Balanço Patrimonial, Demonstrações Financeiras e Notas
Explicativas, referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010. 6.3. ELEITOS
PARA COMPOR O CONSELHO FISCAL: (1) Luiz Afonso Baldissera, brasileiro, casado, bacharel
em ciências contábeis, inscrito no CRC/PR sob nº 024.281/0-0 e no CPF sob nº 370.116.349-91 e
no RG nº 2.182.898-0/SSP-PR, residente à Rua José de Sá Cavalcanti, nº 559, em Cascavel/PR, CEP
85.811-440, como titular, e Antonio Joaquim da Silva Neto, brasileiro, casado, contador, inscrito
no CRC/PR sob nº 050281 e no CPF sob nº 030.537.859-78 e no RG nº 6.830.447-4/SSP-PR,
residente à Rua Munhoz de Mello, 546, em Matinhos, PR, CEP 83.260-000, como suplente.
(2) Edison Napoleão de Araujo, brasileiro, casado, contador, portador da C.I. RG nº 3.086.388-7/
IIPR, inscrito no CPF sob nº 536.042.459-15, residente na Rua Pedro Spisla Filho, 310, em Curitiba/PR,
CEP 82.640-610, como titular, e Gil Serrato, brasileiro, casado, economista, portador da C.I. RG nº
1.610.798-0/IIPR, inscrito no CPF sob nº 470.459.309-68, residente na Rua João Fonseca Mercer,
411, em Curitiba/PR, CEP 82.630-060, como suplente. (3) João Maria da Silva Lima, brasileiro,
casado, contador, portador da C.I. RG nº 3.730.477-8, inscrito no CPF sob nº 552.472.379-00,
residente na Rua João Nogarolli, 313, sobrado 2, em Curitiba/PR, CEP 81.030-190, como titular, e
Vivian Fanton, brasileira, divorciada, contadora, portadora da C.I. RG nº 7.925.948-9/PR, inscrita
no CPF sob nº 033.661.179-07, residente à Rua Valparaizo, 203, Casa 1, em Curitiba/PR, CEP
82.510-070, como suplente. (4) José Camilo de Faria, brasileiro, casado, engenheiro, portador da
C.I. RG nº 041.03421-6 IFP/RJ, inscrito no CPF sob nº 544.529.537-00, residente na Av. Gastão
Senges, 327, apto. 403, Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro/RJ, como titular, e Alexander Américo
Abido Soares da Silva, brasileiro, casado, economista, inscrito no CORECON sob nº 18.964/RJ e
no CPF sob nº 005.927.597-92, residente na Rua Miguel de Frias, 77, apto. 1103, bloco 3, Icaraí, em
Niterói/RJ, como suplente. (5) Josildo Rodrigues de Lima, brasileiro, casado, economista, portador
da C.I. RG nº 1.119.103/PR, inscrito no CPF sob nº 231.200.459/34, residente na Rua Francisco
Motta Machado, 495, Capão da Imbuia, em Curitiba/PR, como titular, e Antonio Lidio Tracz,
brasileiro, casado, contador, portador da C.I. RG nº 3.263.187-8/PR, inscrito no CPF sob nº
478.725.279/87, residente na Rua Pedro da Silva, 89, em Curitiba/PR, como suplente. Assim eleitos,
os novos Conselheiros Fiscais foram declarados empossados pela Assembleia, com mandato
até a próxima AGO. 6.4. Fixados os honorários globais anuais dos Conselhos de Administração
e Fiscal e da Diretoria Executiva para o exercício de 2011, sendo aprovada a remuneração global
da ordem de R$ 1.032.257,05 (um milhão, trinta e dois mil, duzentos e cinquenta e sete reais e
cinco centavos), cabendo ao Conselho de Administração deliberar acerca do rateio dessa verba
entre cada conselheiro e cada diretor. 7) ENCERRAMENTO: Como nada mais houvesse a tratar, ou
quem quisesse fazer uso da palavra, o Sr. Presidente suspendeu a sessão pelo tempo necessário
à lavratura da presente ata, atendendo ao disposto no art. 130 da Lei nº 6.404/76, que, concluída,
foi lida por mim, Guilherme Kloss Neto, Secretário desta Assembleia, depois de reiniciada a sessão,
sendo nesta oportunidade aprovada e assinada por todos os acionistas presentes, após o que o
Sr. Presidente declarou encerrados os trabalhos desta Assembleia Geral Ordinária. FUNDAÇÃO
SANEPAR DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - José Luiz Costa Taborda Rauen;
FUNDAÇÃO COPEL DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - Silvio Matucheski; PORTUS
INSTITUTO DE SEGURIDADE SOCIAL - José Camilo de Faria; REGIUS SOCIEDADE CIVIL DE
PREVIDÊNCIA PRIVADA - Nilza Rodrigues de Morais; EQUIPLAN CONSULTORIA EMPRESARIAL
S.A. - Valdécio Antônio Bombonatto; Valdécio Antônio Bombonatto; Almir Jorge Bombonatto; Luiz
Alberto Boni; Daniela Boni; Edézio Castelassi Filho; Edézio Castelassi; José Renato Inácio de Rosa;
Alberto Higino de Camargo Assis; Sílvio Matucheski; Thelma Fadel Sandrini; Cláudia Trindade;
Josildo Rodrigues de Lima; Edison Napoleão de Araújo; Gilberto de Souza Schlichta; Guilherme
Kloss Neto (OAB/PR nº 10.635). JUNTA COMERCIAL DO PARANÁ. Certifico o registro em:
17/06/2011, sob o número 20111364736, protocolo: 11/136473-6, de 13/06/2011. SEBASTIÃO
MOTTA - SECRETÁRIO GERAL.
40 Brasil Econômico Quinta-feira, 21 de julho, 2011
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ÚLTIMA HORA
Divulgação
Bunge inaugura
usina no Tocantins
Ricardo Galuppo
[email protected]
Diretor de Redação
A usina Pedro Afonso, uma parceria com a trading japonesa Itochu, absorveu investimentos de R$ 600 milhões e tem capacidade para processar, inicialmente,
2,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano.
Nesta primeira etapa, a usina produzirá apenas etanol
para atender a demanda interna e externa.
Uma segunda fase está prevista para ser implantada
entre 2012 e 2014 e deverá duplicar a capacidade produtiva de Pedro Afonso que além do álcool combustível, vai produzir também açúcar e energia elétrica.
Aproveitando o bagaço da cana, a geração de energia
deve atender às necessidades da companhia e ser também vendida no mercado.
A Itochu já tem parceria com a Bunge em outra usina,
a Santa Juliana, em Minas Gerais. No Tocantins, a Trading japonesa responde por 20% dos investimentos.
Até 2012 a Bunge vai aplicar R$ 2,8 bilhões em seus negócios no Brasil. ■ Redação
Mudança de ventos
Antonio Milena
Lucro líquido da Natura
cai 1,8% no trimestre
O aumento no consumo de produtos de beleza e higiene
pessoal no Brasil não foi suficiente para manter os ganhos da Natura em rota de ascensão. Pelo menos, é isso
o que mostra o lucro líquido em queda de 1,8% do segundo trimestre deste ano, quando atingiu R$ 188,1 milhões. Já no consolidado dos primeiros seis meses de
2011, o lucro líquido cresceu 1,7%, atingindo R$ 338,6
milhões. A receita líquida da companhia de abril a junho chegou a R$ 1,3 bilhão, um incremento de 8,6%
em relação a 2010. Já no primeiro semestre, o salto foi
de 10.5%, chegando a uma receita líquida de R$ 2,5 bilhões, praticamente o mesmo percentual em volume,
que cresceu 10,4%. ■ Françoise Terzian
Claro fatura R$ 3,1 bi
no segundo trimestre
Marcos Issa/Bloomberg
A Claro, subsidiária brasileira da companhia mexicana de
telecomunicações América Móvil, teve receita de R$ 3,1
bilhões no segundo trimestre, alta de 3,7% frente ao
mesmo período do ano passado. A companhia conquistou 2,1 milhões de novos assinantes no período, encerrando junho com 55,5 milhões de clientes, de acordo
com relatório no site da Bolsa de Valores do México. A
Claro é a segunda maior operadora de telefonia móvel
do país, mas segundo estudo da consultoria Teleco, atribuído a dados preliminares da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a operadora fechou junho empatada com a Tim, com 25,5% de mercado. ■ Reuters
Eddie Seal/Bloomberg
HRT avança na África
A HRT, companhia brasileira de petróleo com ações listadas na Bovespa, anunciou ontem aumento de participação em blocos de exploração de petróleo e o fim do
programa de aquisição de sísmica 3D no mar da Namíbia. O programa de sísmica 3D permitirá que a companhia trace prospectos mais precisos do volume de reservas de que dispõe e possa começar o planejamento
da perfuração de poços.
O aumento de participação nos blocos foi feito através da aquisição de participações acionárias que o
fundo Vienna Investments detinha em companhias
estabelecidas no país africano. Ao todo, a HRT pagou
US$ 30 milhões, através de sua subsidiária integral,
HRT Africa. ■ Redação
José Inácio de Abreu e Lima, que dará nome à refinaria que a Petrobras constrói nas imediações do Recife,
foi um homem que viveu de forma extremada as
ideias de seu tempo. Todas elas. Com a idade de 23
anos, apoiou o movimento republicano que aconteceu
em Pernambuco em 1817 — tendo deixado o país após
a derrota da insurreição. Mudou-se para a Venezuela
e, ali, alistou-se nas tropas de Simón Bolívar que lutavam pela independência da “Pátria Grande”. Herói,
chegou ao topo da hierarquia mas não teve a patente
de general reconhecida pelos sucessores do “Libertador”. Decepcionado, voltou ao Brasil e, com o mesmo
entusiasmo com que defendia os ideais republicanos,
passou a defender o império de seu país. Abreu e Lima
dedicou a Dom Pedro II um compêndio sobre a História do Brasil em que reduz a revolução pernambucana
a uma desavença entre portugueses e brasileiros e justifica cada uma das falhas cometidas pelo pai e antecessor do imperador, Pedro I. A mudança de lado, seguida pela defesa firme da posição do momento, se reproduz agora nos capítulos da novela em torno da
construção da obra que levará seu nome.
Chávez virá com a desculpa de
que o preço da obra está mais alto
do que o previsto há quatro anos
A obra está adiantada e, como se sabe, é ou deveria
ser uma parceria entre a Petrobras e a PDVSA, estatal
que explora o petróleo da Venezuela. Foi anunciada
com festa em 2007 pelo então presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e pelo governante da Venezuela, Hugo
Chávez. Na época, a Venezuela nadava em dinheiro e
a estatal daquele país era vista e fazia questão de agir
como a parte forte do negócio. No anúncio da parceria, louvou-se a capacidade financeira da empresa venezuelana e à grande contribuição de seu conhecimento ao negócio do petróleo no Brasil. O tempo passou,
as circunstâncias mudaram, o preço do petróleo caiu e
o dinheiro malgasto por Chávez na época da fartura sumiu. Agora, depois de tentar junto ao BNDES um empréstimo sem garantias para bancar a parte que lhe cabe, tudo indica que a Venezuela mudará de posição e
sairá do negócio antes do fim de agosto.
A empresa de Chávez certamente virá com a desculpa de que os custos fugiram ao controle e que os preços estão muito acima dos previstos quatro anos atrás.
Sem fazer a defesa de ninguém (mesmo porque, falar
do preço de qualquer obra pública no Brasil exige cautela), é lógico que não houve, em relação aos valores
anunciados na celebração da parceria, qualquer elevação que não se justifique pela alta exagerada do real e
pela elevação geral de custos provocada pelo aquecimento da economia brasileira. Mesmo assim, Chávez
tentará empurrar para o lado brasileiro a responsabilidade por sua desistência. Para a Petrobras e para o Brasil, não poderia ter acontecido melhor negócio. Assim
como Abreu e Lima se decepcionou com os sucessores
de Bolívar, a Petrobras de agora se deu conta de que os
ideais “bolivarianos” mudam ao sabor da cotação do
petróleo. Ter a turma do “socialismo do século 21” como aliada já não é fácil. Tê-la como sócia seria se candidatar a uma dor de cabeça permanente. ■
www.brasileconomico.com.br

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