1 entraves e desafios para a assistência técnica às

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1 entraves e desafios para a assistência técnica às
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ENTRAVES E DESAFIOS PARA A ASSISTÊNCIA TÉCNICA ÀS
ORDENHADEIRAS MECÂNICAS.
CARLOS ALBERTO DELLA FAVERA MACHADO
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, vem se realizando no Brasil um grande esforço com o objetivo
de profissionalizar, organizar e preparar a cadeia produtiva do leite. Não só para atender a
demanda interna, tornando o país auto-suficiente neste produto tão importante, como também,
colocá-la no patamar de qualidade e competitividade necessárias para enfrentar o processo de
globalização em condições de extrair deste os resultados positivos com que outros países já se
beneficiam. Fruto destes esforços, alcançamos uma produção de mais de 25 bilhões de litros
em 2005, a realização das primeiras exportações nos dois últimos anos, a implantação de um
conjunto de normas técnicas que regulamentam padrões e exigências mínimas da qualidade
do leite através da Portaria 51 como parte do PNQL - Programa Nacional de Melhoria da
Qualidade do Leite. Entretanto, nem todos os aspectos que importam para o sucesso da cadeia
do leite e os objetivos de qualidade pretendidos experimentaram o mesmo grau de avanço,
evolução e aprimoramento. É o caso da assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas.
É preciso lembrar que a ordenhadeira mecânica é a única máquina na propriedade
primária, que é conectada a um ser vivo para realizar sua colheita, o que ocorre duas ou até
três vezes ao dia, rigorosamente todos os dias do ano. Não há como ignorar o peso e a
importância desse equipamento para os resultados da propriedade leiteira, assim como os
efeitos e desdobramentos que ele pode produzir em outras etapas desta cadeia produtiva.
Conforme Johnson (2000):
[...] el ambiente donde vive la vaca y el equipo de ordeno tambien
juegam um papel en la producción de leche de calidad. El êxito en
culquier programa de calidad de leche puede ser mejorado si lãs vacas
están limpias, secas y cômodas y si son ordenadas con una máquina de
ordeno diseñada y que funcione adecuadamente.
O funcionamento perfeito da ordenhadeira mecânica é um fator fundamental para o
sucesso da qualidade do leite. Seja pelo impacto direto sobre a racionalização dos recursos, a
sanidade do plantel, a otimização da mão de obra, a produtividade, a qualidade do leite
extraído, afetando resultados na propriedade. Também pelo quanto pode facilitar ao processo
industrial agregar valor até chegar ao consumidor final. E, ainda, pela contribuição que pode
emprestar para melhoria em produtividade e qualidade. “A qualidade do produto final é
determinada por um processo seqüencial e concatenado em que a qualidade de cada etapa é
limitada pela qualidade na etapa anterior”. (DURR, 2006).
Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.
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O exercício profissional de mais de quarenta anos dedicados ao setor primário, vinte e
cinco destes voltados para o produtor de leite e os últimos quinze, produzindo ordenhadeiras
mecânicas, peças e componentes destinados à produção na propriedade leiteira. A constante
participação em congressos e seminários dentro e fora do país, a atuação em entidades
voltadas para o setor, o privilégio da convivência com revendedores, comerciantes, técnicos,
professores, pesquisadores, estudantes, instituições e entidades educacionais de diferentes
níveis, profissionais de campo, e produtores de leite. Tudo isso tem significado um conjunto
de experiências ímpar, da qual colhemos observações, estudos e um rico e impagável
aprendizado que esperamos continuar exercitando como eternos aprendizes.
Considerando o momento por que passa a cadeia produtiva do leite, no Brasil, e o fato
de nosso vínculo profissional com a mesma, entendemos válido e oportuno dividir nossa visão
do problema da assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas com àqueles que se interessam
pelo aperfeiçoamento das relações no setor e estão dispostos a contribuir para o seu
aprimoramento.
Não temos outra pretensão que não a de compartilhar o nosso enfoque, estimular e
democratizar o debate em torno do tema, buscando enriquecê-lo com o máximo de
contribuições que tenham como objetivo a otimização dos resultados na unidade de produção
primária e a produção de um leite de melhor qualidade. Se isto for possível, nos sentiremos
gratificados por emprestar nossa modesta contribuição na busca da superação dos entraves
que insistem em permanecer como desafios à “Assistência técnica para ordenhadeiras
mecânicas”, penalizando empresas, produtores e consumidores.
ORDENHA MECANIZADA NO BRASIL – SITUAÇÃO ATUAL
Importantes esforços vêm sendo realizados no país por empresas, escolas técnicas,
instituições de pesquisa, associações, instituições privadas e profissionais liberais. Algumas
indústrias fabricantes de ordenhadeiras já exercitam uma política responsável e comprometida
com o produtor, investindo na profissionalização de seus revendedores, realizando
treinamentos, disponibilizando equipamentos e difundindo informações corretas. Mas tudo
isso, devemos reconhecer, ainda é pouco diante da dimensão do problema.
Uma significativa parcela das ordenhadeiras mecânicas, em uso no país, opera de
forma deficiente, em alguns casos precária, aquém dos padrões mínimos exigidos por normas.
Nestas condições, tais equipamentos, além de não contribuir para a melhoria dos resultados,
não raras vezes, transformam-se em fontes de problemas na propriedade leiteira. Esta é uma
realidade em muitas unidades produtoras de leite no Brasil, independentemente de sua região
ou localização. Além dos prejuízos causados dentro da propriedade leiteira, com danos à
sanidade do plantel, aumento nos índices de mastites, gastos com medicamentos, necessidade
de maiores cuidados veterinários, redução na rentabilidade. Os desdobramentos indesejáveis
ultrapassam os limites da unidade produtora, levando problemas a outros elos da cadeia
através das alterações na composição e qualidade do leite produzido, aumento de custos no
processo de industrialização, resultando num produto de pouco valor agregado e de baixa
qualidade para o consumidor final.
Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.
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A deficiência na assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas, a nosso ver, é o
produto de um conjunto de variáveis, que têm seu nascedouro em equívocos de naturezas
diversas, materializados pela falta de ações, ou ações equivocadas, para as quais concorrem:
governo, indústrias fabricantes, revendedores, profissionais de campo e produtor.
Trata-se de uma equação ainda não resolvida que precisa ser enfrentada com urgência e
determinação. Para tanto, devem merecer nossa preocupação todas as variáveis que contribuem
para tal atraso. Sabe-se que elas são inúmeras, distintas e de diferentes grandezas. Todo e
qualquer esforço que vise a melhoria da qualidade do leite deve levar em conta a importância
da efetiva assistência técnica, no pós-venda, das ordenhadeiras mecânicas.
Sem fixar uma ordem rígida, e respeitando todas as demais opiniões, entendemos que
dentre os entraves a serem superados merecem especial atenção os seguintes:
1. Falta de vontade política para a aplicação e fiscalização da legislação existente. Desde
a formulação das Normas brasileiras e a edição dos Regulamentos técnicos do MAPAMinistério da Agricultura Pecuária e Abastecimento através da SDA-Secretaria de
Desenvolvimento Agropecuário, que foi uma conquista do setor, o governo tem relegado
o tema a um plano secundário, não dá a ele a importância que deveria. O exemplo maior é
a Instrução Normativa n° 48 de 12.08.2002 referente a ordenhadeiras mecânicas. Até hoje
não se sabe sequer, quem é ou será responsável pela fiscalização e certificação dos
equipamentos de ordenha. Em compensação, o mesmo governo, permite que algumas
empresas utilizem, sem o menor escrúpulo, as AUEs - Autorização de Uso de
Equipamentos, como se fossem estas uma espécie de aval do MAPA/SDA para as
ordenhadeiras produzidas por tais empresas, como se tais equipamentos estivessem em
conformidade com as Normas e RTs – Regulamentos Técnicos do MAPA. O que,
absolutamente, não é o caso. O que se vê aqui é o uso desvirtuado de uma autorização
oficial caracterizando no mínimo propaganda enganosa. Em que pese a insistência e o
empenho do Comitê de Equipamentos junto a SDA, nossas reuniões em Brasília com
entrega de documentados, com pleitos e sugestões como contribuição do Comitê,
sugestões colhidas ao longo de dezenas de reuniões pelo país afora, tudo isso não tem sido
suficiente para sensibilizar àquele órgão;
2. A extensão continental do país é um desafio para a estruturação de uma adequada rede
de atendimento técnico. Especialmente para as indústrias fabricantes destes equipamentos.
Não há indústria com uma estrutura capaz de atender diretamente, em todo o território
nacional, a cada produtor que adquira uma ordenhadeira de sua respectiva marca, exceto
no caso em que tal indústria atue regionalmente num raio de ação muito reduzido. Razão
pela qual, o revendedor é um elemento fundamental e indispensável para o sucesso de
uma boa assistência técnica de pós-venda e satisfação nesta relação indústria de
ordenhadeiras mecânicas/consumidor;
3. O Contrabando, especialmente na região sul, RS/SC/PR, cresce dia a dia de forma
assustadora. Há uma verdadeira invasão de pulsadores, teteiras, peças em geral e
componentes de ordenhadeiras, muitas vezes de qualidade questionável, vem infestando o
mercado brasileiro, solapando e, em alguns casos, até inviabilizando as atividades de
empresas sérias e comprometidas com o setor. Mais chocante do que o ingresso ilegal é a
Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.
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tranqüilidade e desenvoltura com que tais produtos são comercializados junto a
revendedores e consumidores;
4. A precariedade de rodovias e acessos é uma realidade para grande parte das
propriedades produtoras de leite. Isto onera os custos e dificulta ainda mais a realização da
assistência técnica;
5. Deficiência da energia elétrica, muitas vezes, compromete o desempenho dos
equipamentos e limita as possibilidades de alternativas mais adequadas e de maior eficácia
para a propriedade;
6. A facilidade de proliferação de Indústrias de ordenhadeiras, que sem quaisquer
compromissos com normas produzem todo o tipo de aberração para comercializar com o
nome de ordenhadeiras;
7. Guerra das Indústrias. Alguns fabricantes no afã de conquistar mercado, muitas vezes,
não medem os meios para chegar aos fins. Ética ainda é um valor a ser descoberto para
muitos. É comum a utilização de artifícios e subterfúgios que produzem um marketing
equivocado e nocivo à qualidade das relações com mercado. Um marketing que se presta
mais para confundir do que para cumprir seu verdadeiro papel;
8. A internet, faca de dois gumes. A mesma rede que pode ser tão útil para informar,
aproximar, qualificar e aprimorar as relações, frequentemente é utilizada para confundir e
causar danos ao mercado. Através dela se pode comprar ordenhadeiras como se fossem
pizzas por tele entrega;
9. As Indústrias e a formação da rede de revendedores. São poucas as que buscam
desenvolver revendedores. Afinal: preparar, treinar, qualificar para os serviços de pósvenda significa investir tempo, recursos financeiros significativos e material humano
capacitado. Compreender a dimensão e importância desta relação tem um preço. É muito
mais cômodo buscar apenas pontos de vendas, sem se importar se estes vão ou não prestar
serviços de pós-venda;
10. Visão equivocada em relação a importância da assistência técnica. Tanto o produtor
quanto o revendedor encaram assistência técnica como despesa. Via de regra, nenhum dos
dois quer fazê-la voluntariamente. Normalmente é realizada quando não têm outra saída.
Naturalmente existem exceções;
11. Os produtores, em sua maioria, não compreendem ainda a diferença entre máquina de
tirar leite e ordenhadeira mecânica. A palavra ordenhadeira pode ser tão abrangente
quanto a palavra transporte. Alguns não têm, e às vezes se negam a adquirir, noção do
impacto que tal equipamento é capaz de produzir na sanidade dos úberes, nos índices de
mastites, no tempo de ordenha, na qualidade do produto final, o leite extraído, na
segurança do ordenhador e do plantel, na racionalidade da operação como um todo e, por
decorrência, no resultado da propriedade;
12. O preço parece ser tudo, transformou-se no fator mais importante quando da negociação
de uma ordenhadeira, é o centro das discussões entre comprador e vendedor.
Custo/benefício e todos os elementos que compõem o preço ficam relegados a plano
secundário. De um lado a obsessão do comprador em pagar o menor preço possível, de
outro o despreparo de grande parte dos homens de venda para fugir a esta armadilha da
qual, normalmente, todos saem perdendo. Este simplismo aplicado à relação compra e
venda, esta equivocada fixação no preço, são causa de freqüentes frustrações para ambas
as partes no pós-venda. Trata-se de uma atitude que, de longa data, alimenta um ambiente
Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.
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favorável para os inescrupulosos. Sempre haverá alguém pronto a oferecer ao “esperto” o
que ele imagina ser verdade, pelo preço que ele pensa ser especial.
CUSTO
#
PREÇO
#
VALOR
13. A nefasta “Lei de Gerson”, que privilegia a esperteza em detrimento da lisura e
transparência, ainda hoje cultuada por muitos, permanece como uma marca desairosa da
cultura nacional e é um dos grandes desafios a serem superados para a construção de um
patamar de relações mais elevado e confiável;
14. Freqüente dificuldade de recursos financeiros, materiais e humanos em parte das
instituições de fomento, ensino, extensão, que são via de regra, formadoras de opinião e
da mão de obra para o setor;
15. Precariedade da Rede de Atendimento e a realidade das revendas:
a. Parcela significativa das revendas convive com a deficiência de recursos humanos,
materiais e tecnológicos. Boa parte destas não conta com profissionais preparados
para atender na prática o que exigem as normas;
b. Os altos índices de rotatividade do pessoal é uma realidade que desestimula alguns
revendedores ao investimento em treinamento;
c. A maioria das revendas não possui os equipamentos de aferição requeridos pelas
normas;
d. É grande o número de revendas que não têm bandeira, uma marca definida, com a
qual se comprometam perante o consumidor. Algumas trabalham com várias marcas,
o que compromete o atendimento de pós-venda;
e. Boa parte das revendas não possui estoque adequado de peças de reposição. Na hora
da assistência técnica, mais freqüente do que se imagina, transferem a
responsabilidade para a indústria. Como se a ele, revendedor, coubesse apenas a
função de intermediar os “interesses do consumidor” perante o fabricante levando
recados e reclamações. Não raras vezes, este tipo de revendedor leva o consumidor a
formar, injustamente, uma imagem negativa e equivocada de Indústrias sérias que
produzem qualidade e são comprometidas com o setor;
f. Algumas revendas têm como principal, e às vezes única, fonte de giro os estoques e os
financiamentos das fábricas de equipamentos. O que as torna um elo frágil no
processo, com riscos para indústrias e consumidores em razão de seu alto grau de
volatilidade. Fazem malabarismo pulando de uma indústria para outra, tendo a seu
favor o fato dos fabricantes se verem como inimigos e não como concorrentes;
g. Revendedores com este perfil comprometem não apenas a qualidade da assistência
técnica, mas os resultados do produtor, a imagem da marca que comercializa e, o pior,
desestabiliza a confiabilidade que deve haver nas relações produtor, revenda,
indústria.
16. As cooperativas, que sempre foram vistas e tidas como as grandes guardiãs dos interesses
dos produtores, especialmente no sul do país, e montaram estruturas capazes de prestar um
atendimento a altura das expectativas dos seus associados, o que fez do sul uma região
respeitada pela qualidade e produtividade das unidades produtoras de leite. Premidas pela
Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.
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nova realidade das relações de um mercado globalizado, experimentam nos últimos anos a
tentação de modificar sua forma de ação. Algumas delas, sob a justificativa de que deve
ser competitiva como uma empresa de comércio qualquer, vêm desativando seus
departamentos técnicos.
Ainda que eventualmente necessário, nos parece temerário. No médio e longo prazo, pode
representar um risco, produzindo resultado bem diverso do esperado. Com a desativação
do departamento técnico acabam terceirizando os serviços de assistência ao produtor. Isto
significa entregar seus associados ao atendimento de terceiros, que nem sempre têm o
mesmo objetivo e zelo no atendimento. Muitas vezes esta terceirização é a porta de saída
do associado em direção a outros parceiros. Algumas optam por fornecer a relação de
associados a terceiros e recebem em troca uma comissão sobre os negócios destes terceiros
com os associados;
17. Os preços elevados dos equipamentos para aferição das ordenhadeiras representam um
forte entrave, uma vez que seu custo ao revendedor varia entre R$ 7.000,00 (sete mil reais)
e R$ 30.000,00 (trinta mil reais);
18. A assistência reparativa é o que predomina no setor de ordenhadeiras no país e quase
que invariavelmente ocorre por solicitação da unidade produtora. Trata-se de uma ação
tomada quando o problema já ocorreu, o dano já foi causado o prejuízo já é eminente, na
maior parte das vezes irreversível. É a tentativa de amenizar o prejuízo. Infelizmente, este
é o tipo de assistência técnica predominante no país.
Assistência técnica Preventiva, com programa de manutenção e planejada, ainda é muito
pouco utilizada.
EVIDÊNCIAS DA LITERATURA
I - Estudos realizados na região sudeste de Minas Gerais por Y. V. R. Lima, F. R. C. Geraldo,
G. B. Sanvido, M. S. Onishi e M. V. Santos, da Universidade de São Paulo –
Pirassununga/SP, mostraram o seguinte quadro:
Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.
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ƒ
61 fazendas leiteiras das quais, 32 propriedades com sistemas de ordenha balde ao pé e 27
com sistemas canalizados, sendo 8 linha baixa, 13 linha alta e 6 RTS. Observando as
recomendações da instrução normativa n° 48, Anexo III – Equipamentos de Ordenha –
Ensaios Mecânicos, “foram avaliados parâmetros com vazão da bomba do vácuo,
funcionamento do regulador, reserva efetiva, reserva manual, eficiência da regulagem,
diferença entre a reserva manual e a reserva efetiva, sensibilidade da regulagem e
funcionamento de pulsadores”.
Equipamento
Balde ao pé
Canalizado linha
baixa
Canalizado linha
média central e RTS
Nível de vácuo
acima das
recomendações
28,1 %
37,5 %
Nível de vácuo
abaixo das
recomendações
0%
Nível de vácuo
recomendado pela
Norma
44 – 50 Kpa.
42 – 46 Kpa.
26,3 %
15,8 %
44 – 50 Kpa.
Foram avaliados 290 pulsadores considerando o valor médio de relação de pulsação
60-40, apresentaram os seguintes resultados:
ƒ
229 (79 %) apresentaram fase de ordenha (A+B) acima das recomendações.
Considerando a fase de massagem efetiva com o mínimo de 15% foi observado:
ƒ
41 (14 %) dos pulsadores com fase (D) com valores inferiores;
ƒ
87 % dos pulsadores apresentaram ordenha excessiva ou massagem insuficiente, o que
pode afetar negativamente a saúde dos tetos e da glândula mamária.
Concluem os pesquisadores:
“[...]grande parcela dos equipamentos pesquisados apresenta deficiências em termos
de instalação, dimensionamento e funcionamento nos itens avaliados, que compreendem
produção, regulagem de vácuo e funcionamento de pulsadores”.
II - Estudos realizados em 2002, pelo Prof. Vilson Klein e pesquisadores da UPF, na região
de Passo Fundo e arredores, Planalto médio, registraram as seguintes constatações:
a. O ruído emitido pelas bombas está acima do limite aceito (mínimo de 87 dB e máximo de
95 dB);
b. Em cerca de trinta propriedades rurais, constatou-se que em grande número de
equipamentos de ordenha do tipo balde ao pé as bombas de vácuo estavam subdimensionadas. Das ordenhadeiras avaliadas com dois conjuntos de ordenha, somente
27% estavam dimensionadas corretamente (260 l/min ± 10%);
c. Por outro lado também foi observado situações de superdimensionamento;
Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.
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d. A maior parte das propriedades não dispõe de rede trifásica, o que permitiria a utilização
de motores mais eficientes e econômicos;
e. Apenas 45% das máquinas avaliadas apresentaram nível de vácuo de acordo com o
recomendado;
f. Não existe o hábito de averiguação periódica do nível de vácuo no sistema de ordenha;
g. Inúmeros fabricantes, com o intuito de reduzir custos, têm adotado materiais alternativos
para a confecção da unidade final, principalmente o acrílico. No entanto, não se tem
conhecimento de alguma avaliação da qualidade desse material com relação à resistência à
deformação e à rugosidade superficial, o que implica a facilidade de limpeza, a
permeabilidade, entre outras, fatores que afetam a qualidade do leite;
h. É comum os ordenhadores alterarem o número de pulsos por minuto e aumentarem a
freqüência de pulsação com a ilusão de que o tempo de ordenha seja reduzido;
i. Na região Sul do Brasil, onde os invernos costumam ser mais rigorosos, cuidado especial
deve ser tomado na busca de pulsadores de maior resistência a essa variação de
temperatura. Há relatos de situações com temperaturas próximas a 0°C, nas quais os
pulsadores ficam travados e necessitam que se jogue água quente sobre eles para que
entrem em funcionamento;
j. A irregularidade no funcionamento de pulsadores em trinta propriedades rurais observadas
é atribuída a:
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
Qualidade deficiente dos pulsadores;
Qualidade deficiente dos pulsadores;
Desgaste pelo uso prolongado sem manutenção;
Desregulagens freqüentes;
Falta de treinamento do operador para verificações do padrão de funcionamento.
k. A necessidade de equipamentos especiais para avaliação é, provavelmente, um dos
maiores responsáveis por essa negligência...Infelizmente, observa-se que o fator
preponderante nas decisões de aquisição é o valor final do equipamento. Existem no
mercado pulsadores com preços variando de R$ 90,00 até R$ 700,00.
Não tenhamos dúvidas de que, em relação aos problemas que comprometem a
qualidade e o desempenho dos equipamentos em uso, no Brasil, se reproduzidos em escala
nacional, tais estudos chegarão a uma radiografia igual ou mais grave ainda.
CONCLUSÕES
1º). É fundamental agir nas causas destes problemas. Do contrário, este quadro que vem de
décadas, tende a se prolongar indefinidamente acumulando prejuízos de toda a ordem para
a cadeia produtiva do leite, comprometendo seus objetivos em relação a qualidade;
2º). Os entraves para uma assistência técnica adequada, efetiva, capaz de cumprir o que está
previsto e determinado nas normas, são inúmeros e de diferentes graus de complexidade.
Mas não são intransponíveis;
Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.
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3º). Não é por falta de instrumentos legais como regulamentos, normas e legislação que os
avanços, relativos às ordenhadeiras mecânicas, não estão ocorrendo:
Legislação:
• IN48 de 12.08.2002 – MAPA/SDA.
• Código de Defesa do Consumidor
Normas da ABNT:
• NBR 14765 – Instalações de Equipamento de Ordenha – Ensaios Mecânicos.
• NBR 14764 – Equipamentos de Ordenha - Terminologia
• NBR 14763 – Equipamentos de Ordenha – Demensionamento e funcionamento.
4º). Ao nosso entender, o sucesso da Portaria 51 e a questão qualidade do leite passa, também,
pela eficiência do funcionamento dos equipamentos, que têm como premissa básica e
indispensável, uma assistência técnica preventiva, regular e eficaz às ordenhadeiras
mecânicas em funcionamento no país;
5º). Na medida em que os serviços se tornam cada vez mais importantes no mundo em que
vivemos, e representam o grande diferencial que as empresas podem oferecer.
Uma assistência técnica bem planejada, executada dentro dos padrões determinados pela
norma, é para o produtor de leite um forte aliado na preservação da sanidade do plantel, na
otimização da mão de obra, na redução do tempo de trabalho do ordenhador, na qualidade
do produto final e por decorrência nos resultados financeiros da propriedade. Para o
prestador do serviço é uma ferramenta de aproximação, fortalecimento da relação e
fidelização do cliente, uma oportunidade de comercializar novos produtos, otimizar seus
lucros e neutralizar a concorrência. Portanto, a assistência técnica às ordenhadeiras
mecânicas além de ser um gênero de primeira necessidade para a unidade produtora é, no
mínimo, um fator de incremento nos resultados da propriedade leiteira e também na receita
do revendedor prestador deste serviço.
6º). A definição do órgão certificador dos equipamentos por parte do MAPA e SDA, a
aplicação e fiscalização da IN48, representariam um verdadeiro marco para a cadeia
produtiva do leite.
IN48, em seu ANEXO I diz:
1.1 Objetivo:
Este regulamento foi desenvolvido em resposta à necessidade por especificações mínimas
para as instalações de equipamentos de ordenha (ordenhadeiras) – dimensionamento e
funcionamento. Os requisitos básicos para a construção e desempenho dos equipamentos
de ordenha para animais são determinados pela fisiologia do animal e a necessidade por
um padrão de alta qualidade do leite e higiene. Além disso, o equipamento tem que ser
eficaz, fácil e seguro de ser usado e testado.
Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.
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1.2 Âmbito de aplicação:
Este Regulamento Técnico especifica as exigências mínimas de
dimensionamento e funcionamento de equipamentos de ordenha
(ordenhadeiras). Também especifica exigências de materiais e
instalações.
IN48 em seu ANEXO III diz:
1 Alcance
1.1 Objetivo:
Este regulamento especifica os ensaios mecânicos que devem ser
realizados nos equipamentos de ordenha com a finalidade de
instalação, cumprindo os requisitos de precisão de acordo com os
instrumentos de medida[...]
3 Equipamentos de ensaio
O equipamento de medição deverá ter uma precisão que garanta que
as exigências contidas no Anexo I possam ser registradas com a
exatidão especificada.
Os instrumentos deverão ser checados regularmente, com a
finalidade de garantir as especificações exigidas...
4.1.1.1 Para manter uma instalação de ordenha em boas
condições, recomenda-se uma checagem periódica, em intervalos
não superiores a seis meses.
4.1.1.2 Para investigação de defeitos ou falhas específicas, somente
aqueles ensaios que forem apropriados ao problema devem ser
aplicados.
Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.
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ENTRAVES
• Inércia e falta de vontade política do
Governo para a aplicação e fiscalização
dos Regulamentos Técnicos, Normativa n°
48;
• A precariedade de rodovias e acessos;
• Deficiência da energia elétrica;
• A facilidade de proliferação de Indústrias
sem o preenchimento de qualquer
requisito;
• Os preços elevados dos equipamentos
para aferição das ordenhadeiras;
• O Contrabando.
•
•
Extensão Continental do País;
Precariedade da Rede de atendimento;
DESAFIOS
• Organização do setor;
• Maior Participação de todos;
• Fortalecimento
do
Comitê
de
Equipamentos, do CBQL e outras
instituições que lutam pelas mesmas
causas;
• Identificação de parlamentares simpáticos
ao setor e pressão para comprometimento
dos mesmos com a causa;
• Exigir
a
definição
dos
órgãos
certificadores
e
fiscalizadores
da
legislação disponível;
• Exigir
maiores investimentos dos
governos para garantir energia elétrica de
boa qualidade e construção de estradas
que facilitem o acesso e o escoamento da
produção;
• Estimulo às empresas nacionais para o
desenvolvimento de equipamentos de
aferição ou redução da carga de impostos
para a importação dos mesmos, de forma
que a rede de revendedores possa adquirilos com facilidade;
• Intensificação
da
fiscalização
nas
fronteiras, especialmente RS/SC/PR e
punição exemplar dos contrabandistas.
• Formação
de
revendedores
comprometidos com o produtor, com a
marca que representam e devidamente
preparados e instrumentados para a
prestação dos serviços.
• Viabilizar presença da assistência técnica
mesmo nos lugares mais longínquos.
• Estabelecer um raio de ação limite para
comercialização de ordenhadeiras em
relação ao ponto de assistência
credenciado.
• Formação de postos avançados de
assistência técnica ao produtor.
• A revenda tem que assumir o papel e a
responsabilidade que lhe cabe.
Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.
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ENTRAVES (cont.)
• Guerra das Indústrias
DESAFIOS (cont.)
• Elaboração, de comum acordo, de um
Código de Ética para o setor;
• Estabelecimento de uma base de critérios
mais rigorosos para a abertura de
revendas.
•
Visão equivocada em relação a • O produtor precisa aprender a encarar a
importância da assistência técnica, tanto
assistência como um seguro, como um
o produtor quanto o revendedor encaram
investimento que evita e minimiza
assistência como despesa;
prejuízos. O revendedor precisa aprender
• Predomínio da assistência reparativa.
a encarar a assistência técnica como
oportunidade, de aproximação, de
otimização das vendas e fidelização do
seu cliente;
• Criação de mecanismos que estimulem e
facilitem a assistência preventiva;
• Envolver os Laticínios no processo,
fazendo com que estes estabeleçam como
um dos critérios para a qualidade a
exigência de laudos técnicos semestrais de
checagem preventiva das ordenhadeiras.
• Reduzido n° de profissionais preparados • Inclusão da cadeira “Ordenhadeiras
para atender o que exige a norma;
Mecânicas e Tecnologia do Leite” em
• Falta de cursos específicos p/a preparação
todos os cursos médios, Técnicos
da mão de obra disponível.
Agrícolas e superiores destinados à área
veterinária.
• Os produtores, em sua maioria, não • Esclarecer toda a cadeia produtiva com
compreendem ainda a diferença entre
informações claras sobre o que de fato
máquina de tirar leite e ordenhadeira
importa em um sistema de ordenha.
• Informar, informar e informar, de maneira
mecânica;
• O preço parece ser tudo;
permanente, séria e incansavelmente, até
que nenhum produtor possa ser vitima de
• A nefasta “Lei de Gerson”;
inescrupulosos.
• Predomínio da esperteza em detrimento da
lisura e honestidade. Sempre existe • Não existe escala para a honestidade, ela
alguém esperando um esperto para
simplesmente existe ou não. Honestidade
oferecer-lhe o que ele imagina ser verdade
não é incompatível com sucesso, nunca foi
pelo preço que ele pensa ser especial.
e jamais será impedimento para a
realização de um bom negócio. É
necessário que resgatemos esta verdade, é
possível ganhos e satisfação mútua em
uma negociação transparente.
Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.
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Entretanto, o maior de todos os desafios para vencer os entraves existentes continuará
sendo, o desenvolvimento de uma cultura que resgate e priorize valores como honestidade,
ética e transparência. O convencimento de cada indivíduo no sentido de que esta luta vale a
pena. Afinal! O que se vê expresso no dia a dia da sociedade não é outra coisa senão a
soma dos pensamentos, ações e práticas das individualidades.
Fica aqui nosso apelo, a cada um, para que se engaje conosco nesta batalha pelo
aprimoramento das relações na cadeia produtiva do leite. Não vamos tolerar a pobreza de
espírito, tampouco conviver com a mediocridade, vamos fazer das nossas práticas diárias o
padrão de respeito e transparência que queremos ver em todos os níveis em nosso país.
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MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
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Como citar este capítulo:
MACHADO, C.A.D.F. Entraves e desafios para a assistência técnica às ordenhadeiras mecânicas. In: MESQUITA, A.J.,
DURR, J.W., COELHO, K.O. Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006, v.1, p. 119134.

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