relatório - Direção-Geral de Administração Interna
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RELATÓRIO IGUALDADE DE GÉNERO MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA 2011-2012 MARÇO DE 2013 0 Ficha técnica Título: Relatório Igualdade de Género no MAI - 2011/2012 Data: Março de 2013 Elaboração: Carina Quaresma Ministério da Administração Interna Direção-Geral de Administração Interna Direção de Serviços de Planeamento Estratégico Av. D. Carlos I, 134, 5º 1249-104 Lisboa -Portugal Telefone: 21 3947100 Correio electrónico: [email protected] URL: www.dgai.mai.gov.pt 1 ÍNDICE Enquadramento ............................................................................................................................... 4 1. Recursos Humanos ....................................................................................................................... 7 1.1 Administração Pública Central e MAI..................................................................................... 7 1.2 Candidaturas e Admissões nas Forças e Serviços de Segurança .......................................... 16 1.3 Instalações policiais e material de proteção policial............................................................ 17 1.3.1 Adequação das instalações policiais ao efectivo feminino ........................................... 17 1.3.2 Condições de atendimento ao público das instalações policiais .................................. 18 1.3.3 Material de proteção policial ........................................................................................ 20 1.4 Representação a nível internacional .................................................................................... 21 2. Profissões reguladas pelo MAI ............................................................................................... 23 2.1 Bombeiros ........................................................................................................................ 23 2.2 Segurança Privada ............................................................................................................ 26 3. Crimes de prevenção e investigação prioritária: Violência Doméstica e Tráfico de Seres Humanos ........................................................................................................................................ 27 3.1 Violência Doméstica ............................................................................................................. 27 3.1.1 Monitorização do fenómeno......................................................................................... 27 3.1.2 Estruturas especializadas - Prevenção, Intervenção e atendimento das vítimas ......... 29 3.1.3 Formação ....................................................................................................................... 36 3.1.4 Outras ações de in(formação) ....................................................................................... 38 3.1.5 Outras iniciativas ........................................................................................................... 38 3.2 Tráfico de Seres humanos .................................................................................................... 39 3.2.1 Sistema de monitorização ............................................................................................. 39 3.2.2 (In)Formação/sensibilização em tráfico de seres humanos .......................................... 41 4. Eleições ...................................................................................................................................... 43 4.1 Assembleia da República ...................................................................................................... 44 4.2 Assembleias Legislativas Regionais ...................................................................................... 44 2 4.3 Parlamento Europeu ............................................................................................................ 45 4.4 Eleições para os titulares dos órgãos das autarquias locais................................................. 46 5. Imigração .................................................................................................................................... 46 5.1 População imigrante ............................................................................................................ 46 5.2 Asilo e refugiados ................................................................................................................. 48 6. Estereótipos / Iniciativas ............................................................................................................ 50 7. Legislação .................................................................................................................................. 52 8. Resumo principais indicadores................................................................................................... 54 3 ENQUADRAMENTO Na sequência dos relatórios elaborados sobre Igualdade de Género (IG) no Ministério da Administração Interna (MAI), apresenta-se agora este terceiro, que se reporta a 2011-2012 e constitui uma atualização dos anteriores1. Pretende-se deste modo sistematizar informação relevante no domínio da Igualdade de Género, viabilizando a monitorização da aplicação da Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Contra as Mulheres (CEDAW)2 e da integração da perspectiva da IG no MAI. Salienta-se que esta monitorização está aliás prevista na Resolução do Conselho de Ministros n.º 161/2008, de 22 de Outubro, que estipula que os diversos sectores da administração central do estado devem elaborar um diagnóstico da situação de homens e mulheres, com base em indicadores para igualdade. Em 2010 foi realizado um diagnóstico e proposto um Plano para a Igualdade de Género no MAI, e na sequência da mudança de governo, este foi revisto e aprovado em Junho de 20123. O Plano é composto por 22 medidas, uma das quais consiste na elaboração destes relatórios de carácter anual. Os conteúdos e indicadores aqui contemplados estão organizados segundo as áreas constantes no Esquema 1: Recursos Humanos; Recursos Humanos - profissões reguladas pelo MAI; Crimes de prevenção e investigação prioritária (violência doméstica e tráfico de seres humanos); Eleições, Imigração, Estereótipos/Iniciativas e Legislação. Conforme consta deste esquema, para cada uma destas áreas é feita a correspondência com o(s) artigo(s) da CEDAW ou Recomendações do respetivo Comité. No presente ano terão de ser entregues ao Comité CEDAW o 8º e 9º relatórios sobre a implementação da convenção CEDAW, que se reportam ao período de dezembro de 2008 a dezembro de 2012, assim o presente documento constitui-se como um instrumento privilegiado de apoio a essa monitorização4. 1 Os relatórios anteriores eram referentes a 2008-2009 e 2009-2010. Tendo em conta que este último contemplou de forma bastante abrangente o ano de 2010, optou-se, para o presente relatório, pelo período de 2011-2012. 2 Adotada em 1979 pela Assembleia das Nações Unidas e ratificada por Portugal em 1980. 3 A versão atual está disponível em: https://intranet.mai.pt/sites/dgai/ig/pages/ig_ppi_mai.aspx. 4 Refira-se aliás que a elaboração destes relatórios periódicos resultou da necessidade sentida em 2007, aquando da monitorização da implementação da CEDAW nas áreas do MAI para efeitos de apresentação do 6º e 7º relatórios. Tornava-se necessário realizar uma monitorização sistematizada e com maior periodicidade que facilitasse o seu reporte quando solicitado para cumprimento do estipulado no art.º 18 da CEDAW (apresentação de relatórios de 4 em 4 anos e sempre que solicitado pelo Comité). 4 Esquema 1: Áreas de informação em matéria de Igualdade de Género5 5 Artigos indicados referem-se à CEDAW 5 O presente Relatório contou com a colaboração dos diversos representantes dos serviços do MAI que compõem o grupo intra-ministerial para a IG; das áreas da Administração Eleitoral e das Relações Internacionais da DGAI, do Observatório de Tráfico de Seres Humanos e da Secretaria-Geral6, que forneceram diversos dados e informações aqui contemplados. Salienta-se que durante o ano de 2011 e 2012, em virtude do processo de extinção dos governos civis, o grupo intra-ministerial para a Igualdade, que em 2010 havia sido alargado a estes serviços, voltou a integrar apenas os/as seguintes representantes dos serviços centrais: DGAI Dr.ª Cristina Peixoto / Dr.ª Carina Quaresma (conselheira efetiva para a igualdade /conselheira suplente) ANPC Dr.ª Olga Morais / Dr.ª Rosalina Galhofas ANSR Dr.ª Eduarda Lopes da Costa DGIE Dr.ª Helena Navalho GNR Tenente-Coronel João Nascimento / Dr.ª Alexandra Ferreira IGAI Dr.ª Conceição Horta PSP Subintendente Hugo Guinote / Subcomissária Joana Reis SEF Inspectora Fátima Silva / Dr.ª Wong Matias SG Dr.ª Ana Cristina Rodrigues Caetano Rolo de Sousa Importa ainda mencionar os/as representantes do MAI que se encontram designados/as para participar em grupos de trabalho no âmbito de programas/planos de ação integrados no IV Plano Nacional para a Igualdade Género, Cidadania e Não Discriminação (2011-2013) (IV PNI) ou com ele relacionados: IV PNI: . Plano Nacional de Ação para a Implementação da Res.1325 (2000) do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Mulheres, Paz e Segurança. DGAI Dr.ª Mafalda Crespo . II Programa para a Eliminação da Mutilação Genital Feminina DGAI Dr.ª Luis Isidro7/ Drª Cristina Peixoto8 IV PNCVD - Plano Nacional contra a Violência Doméstica DGAI Dr. Luis Isidro/ Dr.ª Carina Quaresma II PNCTSH - Plano Nacional contra o Tráfico de Seres Humanos Dr.ª Joana Wrabetz/ Dr.ª OTSH/ Rita Penedo / Insp. Sup. SEF Luisa Maia Gonçalves 6 Informações sobre recursos humanos facultadas pelo Dr. Ivo Ferreira. Até 31/12/2012. 8 Desde 1/1/2013. 7 6 1. RECURSOS HUMANOS 1.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CENTRAL E MAI Em 31 de Dezembro de 2011, a Administração Pública Central (APc) contava com 540970 trabalhadores/as, continuando o MAI, com 486679 colaboradores/as, a ocupar o terceiro lugar em termos do número de efetivos (antecedido pelo Ministério da Educação e Ciência e Ministério da Saúde), ou seja, com um peso de 9% do total da APc. No final do terceiro trimestre de 2012 o total de colaboradores/as na APc era de 515228, sendo que 9,6% destes desempenhavam funções no MAI (49207)10. Em 2011, do total de colaboradores/as do MAI, 92,1% pertenciam às Forças de Segurança (FS) (GNR e PSP), e considerando as Forças e Serviços de Segurança (FSS) do MAI (GNR, PSP e SEF) essa proporção elevava-se para 93,7% do total (em 30/9/2012 estes valores eram de 90,4% e 91,9%, respetivamente). A taxa de feminização na Administração Pública Central era, em 2011, de 62,8% e no final do terceiro trimestre de 2012 de 62,4%. No MAI, esta taxa situou-se, em 2011, nos 8,7%11, existindo uma elevada variabilidade entre serviços nesta matéria (gráfico 1). Manteve-se a tendência para taxas de feminização superiores a 50% nos serviços centrais de natureza não operacional (SG, DGAI, DGIE e IGAI) e na ANSR, e para taxas inferiores nos serviços de natureza operacional: Forças e Serviços de Segurança (GNR, PSP e SEF) e na ANPC. No caso do SEF e da ANPC a proporção de mulheres era superior a 40%, sendo que nas Forças de Segurança esta era inferior a 10%. 9 Fonte: Síntese estatística do emprego público – 3º Trimestre de 2012. 15/11/2012. Direção-geral da Administração e Emprego Público (DGAEP). http://www.dgap.gov.pt/upload/DEEP/DGAEP_SIEP_2012_T3_15112012.pdf 10 Idem. 11 Valor próximo do verificado em anos anteriores. 7 Gráfico 1: Taxa de feminização no MAI e respetivos serviços, em 2011 Tabela 1: Número de colaboradores/as nos serviços do MAI (a 31/12) e 2012 12 e taxa de feminização - 2011 2011 ANPC Total 203 ANSR 60 36 DGAI 67 DGIE 2012 %M 40,4 Total 228 Mulheres 105 Homens 123 %M 46,1 24 60,0 79 47 32 59,5 43 24 64,2 73 45 28 61,6 56 32 24 57,1 80 42 38 52,5 GNR 23021 1148 21873 5,0 22764 1195 21569 5,2 IGAI 44 23 21 52,3 n.d n.d n.d n.d PSP 22498 2097 20401 9,3 21887 2155 19732 9,8 SEF 1339 583 756 43,5 1337 594 743 44,4 SG 115 87 28 75,7 127 93 34 73,2 47403 4131 43272 8,7 46575 Total MAI Mulheres Homens 82 121 13 4276 14 42299 15 9,2 16 Fonte17: SGMAI, GNR, PSP, SEF, ANPC, IGAI (Balanço social). 12 13 Estes quantitativos não incluem a UTIS nem a EMGFC. Faltam dados da IGAI. Idem. 15 Idem. 16 Idem. 14 17 Dados relativos a 2012 reportam-se a datas diferentes consoante a entidade fornecedora dos dados: SGMAI (30/9), GNR (20/11), PSP (1/12) 30/9, ANPC (28/11), SEF (não especificado). 8 Nos últimos dois anos a taxa de feminização nas Forças e Serviços de Segurança oscilou entre 8% (2011) e 9% (2012) (gráfico 2). Na GNR esta taxa situou-se nos 5%, na PSP entre os 9% e 10% e no SEF nos 44%. Gráfico 2: Taxa de feminização nas Forças e Serviços de Segurança do MAI, em 2011 e 2012 No último ano, 10% dos cargos de chefia/direcção no MAI eram ocupados por mulheres (gráfico 3), sendo que entre 2008 e 2010, este valor havia oscilado entre 10% e 11%. 9 Gráfico 3: Taxa de feminização (global e cargos de chefia) no MAI e por serviço, em 2011 No MAI a taxa de feminização entre cargos de direção/chefia era de 10%, ligeiramente superior à taxa de feminização global. Todos os serviços centrais, com exceção da ANPC e da PSP, apresentavam uma taxa de feminização em cargos de chefia/direção inferior à respetiva taxa de feminização global18. Na ANPC a taxa de feminização global era de 40% e esta taxa em cargos de chefia era de 42%; no caso da PSP os valores para os dois indicadores eram 9% e 11%, respetivamente. No caso da DGIE a proporção de mulheres em cargos de chefia era de 14% (em 2010 era 10%), valor inferior ao verificado para os restantes serviços do MAI de natureza não operacional. 18 No caso da IGAI – dados não disponíveis para cálculo da taxa de feminização nos cargos de chefia. 10 SERVIÇOS COM FUNÇÕES OPERACIONAIS Nesta secção analisam-se com maior destaque os dados sobre as taxas de feminização nas Forças e Serviços de Segurança, bem como na ANPC. Forças e Serviços de Segurança Nas Forças e Serviços de Segurança existiam, em 2012, 3944 mulheres, o que correspondia a 8,6% do universo de efectivos nestes serviços (gráfico 4). Gráfico 4: Número de colaboradores/as nas Forças e Serviços de Segurança - 2012 Fonte: GNR, PSP e SEF 11 Conforme se pode observar pela tabela 2, a evolução em termos da taxa de feminização nas Forças e Serviços de Segurança, nos últimos sete anos não tem sofrido grandes oscilações. No caso da GNR, os valores apontam para um ligeiro aumento, passando de 3% para 5%, no caso da PSP os valores situam-se em torno dos 9-10% e no caso do SEF entre 44% e 46%. Tabela 2: Taxa de feminização nas Forças e Serviços de Segurança do MAI- 2006 a 2012 Taxa de feminização global (%) Ano GNR PSP SEF 19 Taxa de feminização em funções policiais/operacionais (%) GNR PSP SEF 2006 3,16 9,85 44,01 * 6,80 20,00 2007 3,26 9,34 45,78 * 7,00 19,97 2008 3,81 9,47 45,80 3,81 7,11 20,00 2009 3,81 9,46 46,13 4,10 7,28 19,75 2010 4,36 9,45 44,62 4,22 7,25 19,28 2011 4,99 9,32 43,54 4,64 7,36 19,20 2012 5,25 9,85 44,43 4,90 7,54 19,57 Fonte: Cálculos da DGAI, com base dos dados disponibilizados pela GNR, PSP e SEF. *Dados não disponíveis. Em 2012, a taxa de feminização no SEF (44,43%) permanecia claramente superior à verificada na PSP (9,85%) e esta mais elevada que a registada na GNR (5,25%). Este facto não pode ser alheio aos condicionalismos históricos e culturais inerentes a estes serviços. Refira-se nomeadamente que a GNR foi constituída em 1911, a PSP em 192720 e o 19 Salienta-se que nesta secção, no caso da PSP os quantitativos usados não são idênticos aos constantes da secção anterior, uma vez que os dados aqui apresentados não foram extraídos do respetivo balanço social, e apenas contemplam o efetivo que se encontra em funções na PSP (excluem os que se encontram nomeados ou em comissão de serviço noutros organismos). 12 SEF em 198621 e que a entrada de mulheres de forma generalizada na PSP ocorreu nos anos 70 (1972) enquanto que na GNR ocorreu apenas nos anos 90 (1993-1994). Em termos da taxa de feminização em funções operacionais, no caso do SEF os valores nos últimos anos tendem a rondar os 19-20%, na PSP os 7-7,5% e na GNR os 4-5% (tabela 3). Em 2012, a taxa de feminização em funções de natureza operacional nas Forças e Serviços de Segurança do MAI era de 6,5%, em contraponto aos 8,6% de taxa de feminização geral (gráfico 5). No cado do SEF, a diferença entre estas duas taxas de feminização (20% vs. 44%, respetivamente) é de maior magnitude relativamente ao registado para a GNR ou para a PSP. Gráfico 5: Taxa de feminização (global e em funções operacionais) nas Forças e Serviços de Segurança do MAI - 2012 Fonte: Cálculos da DGAI, com base dos dados disponibilizados pela GNR, PSP e SEF 20 As suas origens remontam a 2 de julho de 1867, data em que foi criado o Corpo de Polícia Civil, sendo esta a data oficialmente considerada como a relativa ao surgimento da atual PSP. 21 As origens do SEF remontam a 1974, ocasião em a Direção de Serviço de Estrangeiros estava integrada na PSP. 13 Em 2012, a taxa de feminização em cargos de chefia (funções operacionais) na GNR era de 2,5%, na PSP era de 10,6% e no SEF de 35,7%, sendo neste último caso claramente superior à taxa de feminização em funções operacionais (gráfico 6). No caso da GNR e da PSP verificou-se um ligeiro acréscimo de 2010 para 2012 quanto à taxa de feminização em cargos de chefia em funções operacionais (GNR: 1,4% para 2,5%; PSP: 8% para 10,6%), no SEF o valor teve um ligeiro decréscimo (em 2010 era de 36,6%). Gráfico 6: Taxa de feminização em funções operacionais (global e em cargos de chefia) nas Forças e Serviços de Segurança do MAI - 2012 Fonte: Cálculos da DGAI, com base dos dados disponibilizados pela GNR, PSP e SEF Analisando as Forças e Serviços de Segurança no seu conjunto, verifica-se que a taxa de feminização global em termos de funções operacionais é de cerca de 6,5%, sendo esta taxa inferior à verificada nos cargos de chefia em funções operacionais (8,9%). 14 ANPC - Autoridade Nacional de Protecção civil Na ANPC a taxa de feminização global tem-se situado entre os 38% (2010) e 46% (2012), enquanto que esta taxa relativa às funções operacionais tem-se posicionado nos 4%-6% (tabela 3). Tabela 3: Taxa de feminização na ANPC Nº total de colaboradores/as Taxa de feminização global (%) Taxa de feminização em funções operacionais (%) 2008 233 40,8 (n=95) 3,9 (n=2) 2009 200 39,5 (n=79) 4,0 (n=2) 2010 197 38,1 (n=75) 4,1 (n=2) 2011 203 40,4 (n=82) 6,0 (n=3) 2012 228 46,1 (n=105) 6,3 (n=3) Ano Fonte: ANPC Em 2011 e 2012 continuavam a existir duas mulheres a desempenhar funções de chefia no âmbito do comando de operações de socorro, uma ao nível do Comando Nacional de Operações de Socorro (CNOS22), como adjunta de operações nacional, e uma outra ao nível do Comando distrital de Operações de Socorro (CDOS23), como adjunta de operações distrital. Trata-se de estruturas que asseguram o comando operacional das operações de socorro e ainda o comando operacional integrado de todos os agentes de protecção civil, no respeito pela sua autonomia própria. 22 Ao nível do CNOS, existiam três adjuntos/as de operações nacionais que desempenham funções operacionais e técnicas nomeadamente ao nível do planeamento, organização, formação, operações, logística, comunicações e novas tecnologias, garantindo a chefia, organização e funcionamento das células do CNOS sob a sua responsabilidade. 23 No âmbito dos CDOS, existentes em cada distrito, os/as adjuntos/as de operações distritais devem, nomeadamente, manter actualizados todos os planos gerais e especiais para cada tipo de risco na área de jurisdição do seu distrito, bem como todos os planos operacionais. 15 1.2 CANDIDATURAS E ADMISSÕES NAS FORÇAS E SERVIÇOS DE SEGURANÇA Tendo em vista uma melhor compreensão sobre as diferentes taxas de feminização nas Forças e Serviços de Segurança do MAI, o Plano para a IG no MAI contempla como uma das suas medidas a continuação e aprofundamento do estudo que efectuou um diagnóstico preliminar sobre a IG no ingresso nas FSS. Em 2012, foram abertos dois concursos para admissão de candidatos/as ao Curso de Formação de Guardas (Aviso n.º 3915/2012, de 13 de março) e ao Curso de Formação de Agentes (Aviso n.º 2034/2012, de 10 de fevereiro), no primeiro caso para 800 vagas e no segundo para 300. No caso do primeiro concurso, as habilitações literárias mínimas exigidas passaram do 9º ano para o 11º ano, no segundo concurso referido este critério correspondia ao 12º ano de escolaridade, tal como o já verificado no concurso anterior. Relativamente aos cursos de ingresso para oficiais, em 2012, à semelhança do verificado nos anos anteriores, foi aberto concurso de admissão para a frequência do 1.º ano do Curso de Mestrado Integrado em Ciências Policiais, ministrado no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI) (ano letivo 2012/2013)24 e para efeitos de ingresso na Academia Militar25. 24 25 Aviso n.º 6023/2012, de 2 de maio. Aviso n.º 7332/2012, de 28 de maio. 16 1.3 INSTALAÇÕES POLICIAIS E MATERIAL DE PROTEÇÃO POLICIAL Conforme indicado pela DGIE, em 2011 foram concluídas 4 novas infraestruturas de cobertura territorial para as Forças de Segurança, todas com a necessária adaptação ao efetivo feminino (dormitórios e Wc) (tabela 4). Nesse ano foi ainda iniciada a construção de 8 novas infraestruturas e remodeladas outras 7, todas com a referida adaptação ao efetivo feminino. Em 2012, foram concluídas 9 novas infraestruturas e remodeladas outras 4. Tabela 4: Infraestruturas de cobertura territorial das Forças de Segurança (postos e esquadras) construídas e remodeladas (2001 e 2012) 2011 Construção de novas infraestruturas Concluídas Iniciadas Remodeladas 2012 Construção de novas infraestruturas Concluídas Iniciadas Remodeladas GNR 3 2 5 3 - 1 PSP 1 6 2 6 - 3 Total 4 8 7 9 - 4 De salientar ainda que todas as infraestruturas criadas de novo possuem sala de apoio à vítima. 1.3.1 ADEQUAÇÃO DAS INSTALAÇÕES POLICIAIS AO EFECTIVO FEMININO As novas instalações das Forças de Segurança contemplam diferenciação quanto ao sexo (balneários/vestiários/wc, dormitórios) e nas já existentes têm sido feitas adaptações para o efeito. A adequação das instalações policiais ao efectivo feminino, constitui um dos itens avaliado, desde 2008, aquando das inspecções sem pré-aviso, realizadas pela Inspecção-geral da Administração Interna (IGAI). 17 Em 2011, foram inspecionadas 47 instalações policiais (31 postos e 12 esquadras), verificando-se que em 62% das mesmas existia adequação ao efetivo feminino. Em 2009 e 2008 esta taxa fora de 87% e 71% respetivamente26 (gráfico 7). Se a análise recair sobre o conjunto dos três anos (477 instalações inspecionadas) verifica-se que a taxa de adequação foi de 79% (71% na GNR e 90% na PSP). Importa no entanto salientar que o número de instalações inspecionadas sem aviso prévio foi em 2011 muito inferior ao verificado em 2008 (274) e 2009 (156) e para melhor compreender os valores da taxa de adequação das instalações ao efetivo feminino será pertinente comparar os critérios de seleção das instalações a inspecionar utilizados nos vários anos e as características das instalações inspecionadas (ex.: ano de construção). Gráfico 7: Instalações policiais adequadas ao efectivo feminino, de entre as inspecionadas sem aviso prévio (%) Fonte: Cálculos da DGAI, com base dos dados disponibilizados pela IGAI. 1.3.2 CONDIÇÕES DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO DAS INSTALAÇÕES POLICIAIS Segundo os dados disponibilizados pela IGAI “As instalações policiais, de um modo geral, apresentam um espaço destinado ao primeiro contacto com o cidadão e à triagem inicial, o qual coincide com a zona de espera, onde existem alguns lugares sentados e condições de 26 Em 2010 foram inspecionadas sem aviso prévio 27 instalações policiais (Fonte: Relatório de Atividades da IGAI de 2010). A informação sobre a adequação das instalações ao efetivo feminino não se encontra disponível. 18 acolhimento. De acordo com as situações, as pessoas são depois encaminhadas para outro espaço, no qual são atendidas em privacidade e é elaborado o expediente correspondente”. As condições de atendimento ao público, tanto na GNR como na PSP, têm sido uma realidade permanentemente verificada pelas equipas inspectivas da IGAI, constatando-se, segundo esta entidade: “em muitos casos, um certo esforço no sentido de dotar a zona destinada ao atendimento do público com condições relativamente superiores àquelas que oferecem as restantes áreas das unidades policiais”. Da análise qualitativa realizada ao espaço que configura a zona de atendimento nos postos (35) e esquadras (12) inspecionados pela IGAI sem aviso prévio, em 2011, resultaram os dados que constam no gráfico seguinte. Gráfico 8: Condições do espaço de atendimento ao público nos postos da GNR e esquadras da PSP inspecionados pela IGAI em 2011 (%) Fonte: Cálculos da DGAI, com base dos dados constantes no Relatório da IGAI. A maioria dos postos da GNR inspecionados apresentavam condições de atendimento “boas” (52%), 31% apresentava condições “razoáveis” e 17% “más” condições (gráfico 11). No caso da PSP, 75% das esquadras foram avaliadas como tendo “boas” condições no espaço para o atendimento ao público, 17% condições “razoáveis” e 8% “más” condições. No total de postos e esquadras inspecionados em 2011 a maioria apresentava condições “boas” (57%), 28% tinha condições “razoáveis” e 15% tinha “más” condições. 19 Os dados de 2011 surgem como mais positivos face aos de 2009, uma vez que nesse ano a maioria dos postos e esquadras inspecionados sem aviso prévio apresentava condições apenas “razoáveis” (53%), 31% “boas” condições e 16% “más” condições. Salienta-se ainda que em 2011 em nenhum dos 47 postos e esquadras inspecionados sem aviso prévio se encontrava inscrito no livro de reclamações (livro amarelo) qualquer reclamação cujo teor contivesse relatos denunciadores de práticas discriminatórias, seja em função do sexo, da origem étnica ou de qualquer outra índole27. Nas 27 ações de inspeção realizadas em 2010 também não fora detetada nenhuma situação de discriminação nas reclamações apresentadas pelos cidadãos. Uma outra informação resultante destas inspeções da IGAI relaciona-se com a ausência de qualquer efetivo feminino em diversos postos da GNR: “Relevante é o facto de uma grande parte das unidades da GNR visitadas não integrarem nos seus quadros quaisquer elementos do sexo feminino. Este aspeto poderá implicar dificuldades acrescidas no desempenho funcional das respetivas unidades, designadamente aquando da resolução de ocorrências que envolvam pessoas do sexo feminino”28. Esta questão foi igualmente abordada no estudo realizado pela DGAI sobre as condições de atendimento às vítimas de violência doméstica, o qual é mencionado no ponto 3.1. 1.3.3 MATERIAL DE PROTEÇÃO POLICIAL Segundo indicações disponibilizadas pela DGIE, iniciou-se um procedimento concursal com publicidade internacional para aquisição de 3200 coletes de proteção balística para as Forças de Segurança. No âmbito deste procedimento, tratou-se da primeira vez em que a aquisição de coletes de proteção balística incluiu uma adaptação à condição feminina: de proteção antitrauma para elementos femininos (340 placas/proteção do externo) - proteção anti-trauma interior anatomicamente para senhoras. 27 28 Fonte: IGAI - Relatório global 2011- Inspeções sem aviso prévio a postos da GNR e esquadras da PSP. Idem. 20 Segundo informações da DGIE: “estas placas de protecção anti-trauma para elementos femininos são placas anatomicamente adequadas à condição feminina e destinam-se a reforçar a proteção e minimizar possíveis traumas a sofrer e a suportar pelos elementos femininos das forças de segurança, traumas resultantes do impacto de projécteis de que sejam alvo. As placas anti-trauma têm a função de reduzir a transferência das ondas de choque, remanescentes do impacto, para o corpo humano, no caso em apreço, para o corpo humano feminino.” Em 2011 foram distribuídas 240 placas anti-trauma para os elementos femininos das Forças de Segurança e em 2012 foram distribuídas 100 placas anti-trauma. Os coletes exteriores e interiores, distribuídos às mulheres das Forças de Segurança, estão adaptados para suportar estas placas anti-trauma, além das placas balísticas. Estas placas anti-trauma conferem às mulheres das FSS um maior conforto e adaptabilidade quando envergam tais coletes. 1.4 REPRESENTAÇÃO A NÍVEL INTERNACIONAL MISSÕES INTERNACIONAIS FORÇAS E SERVIÇOS DE SEGURANÇA A GNR tem vindo a participar, desde 1992, em missões internacionais, em locais tão distantes como em Timor-Leste, Bósnia, Kosovo, Geórgia, Iraque, Haiti, República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Angola e Palestina. As funções desempenhadas pelos militares da GNR têm sido muito abrangentes, desde a manutenção da ordem e tranquilidade públicas, à investigação criminal, à monitorização e formação das polícias locais, ao apoio directo às populações e às ações humanitárias, entre outras. 21 Em comum a todas as missões, destaca-se o esforço desenvolvido pelos militares da Guarda no sentido de impor padrões de actuação que respeitem os direitos humanos, as minorias étnicas e as populações mais vulneráveis e desprotegidas, designadamente a mulheres, as crianças, os idosos e os deficientes. Em termos de participação das mulheres da Guarda nas Missões, a mesma tem vindo a ser estimulada internamente, seguindo-se as orientações das Nações Unidas, pelo que o seu número tem vindo a crescer sustentadamente29. Diversos elementos da PSP têm também participado nas missões internacionais, integrados na Polícia da ONU (ex: Kosovo, Bósnia, Congo, Moçambique, e Guatemala). Nestas ações é nomeadamente prestado apoio a ações humanitárias direcionadas para grupos de risco (mulheres, crianças, idosos, minorias étnicas, etc.); são investigadas violações dos direitos humanos cometidos contra mulheres por militares/guerrilheiros/milicianos durante o conflito; e são investigados criminalmente abusos sexuais, violência doméstica durante o conflito e situação pós-conflito30. Em 2012 as missões internacionais decorriam em Timor-Leste, Guiné-Bissau e Afeganistão (quadro 1), envolvendo um total de 44 efetivos31. Um dos elementos envolvidos na missão internacional em Timor-leste (UNMIT) pertencia ao SEF, sendo os restantes da GNR (23) e da PSP (20). 10 Quadro 1: Participação das Forças de Segurança em missões internacionais - 2012 Local/Missão 2012 Timor Leste - UNMIT United Nations Integrated Mission in Timor-Leste Guiné-Bissau - UNIOGBIS United Nations Integrated Peace-Building Office in Guinea-Bissau Afeganistão - ATO - EUROGENDFOR Nato Training Mission in Afhganistan (NTM -A) Total: 3 missões 29 1 14 44 29 Fonte: GNR Fonte: PSP. 31 Fonte: DGAI/Área de Relações Internacionais, em http://www.dgai.mai.gov.pt/?area=102&mid=104&sid=106&ssid=109 20/12/2012. 30 22 Em 2011 o total de efetivos das FSS em missões internacionais era de 25232. OFICIAIS DE LIGAÇÃO /OFICIAIS DE IMIGRAÇÃO33 Adicionalmente refere-se que existiam em 2011 e 2012 (tal como em 2010) 9 Oficiais de Ligação do Ministério da Administração Interna (todos do sexo masculino). Em 2011/2012, existiam 6 oficiais de ligação de imigração (4 dos quais do sexo feminino) e ainda um oficial de ligação da GNR junto da Europol. Tal como já verificado em 2010, as quatro mulheres oficiais de imigração pertenciam à Carreira de Investigação e Fiscalização (CIF) do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, encontrando-se a exercer funções nas representações diplomáticas portuguesas nos seguintes Estados terceiros: Angola, Brasil, República de Cabo-Verde e Senegal/GuinéBissau. 2. PROFISSÕES REGULADAS PELO MAI 2.1 BOMBEIROS CORPOS DE BOMBEIROS E EQUIPAS ESPECIAIS FORÇA ESPECIAL DE BOMBEIROS – “CANARINHOS” 34 A Força Especial de Bombeiros Canarinhos (FEB) é uma força especial de protecção civil, dotada de estrutura e comando próprio, organizada e inserida no dispositivo operacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), tendo sido criada ao abrigo do disposto no artigo 19º do Decreto-Lei n.º 247/2007, de 27 de Junho. Os antecedentes da FEB remontam a 2005, tendo na sua base a constituição de Grupos Especiais Helitransportados, que mais tarde deram origem à FEB. 32 Fonte: DGAI/Área de Relações Internacionais, em http://www.dgai.mai.gov.pt/?area=102&mid=104&sid=106&ssid=109 20/12/2012. 33 DGAI/Área de Relações Internacionais. http://www.dgai.mai.gov.pt/index.php?area=102&mid=104&sid=105&ssid=105 34 Fonte ANPC. 23 Esta Força tem por missão responder, com elevado grau de prontidão, às solicitações de emergência de protecção e socorro, a ações de prevenção e combate em cenários de incêndios, acidentes graves e catástrofes, em qualquer local no território nacional ou fora do país e em outras missões de protecção civil e ainda ministrar formação especializada nas valências em que venha a estar credenciada pelas entidades competentes. . EQUIPAS DE INTERVENÇÃO PERMANENTE 35 As equipas de intervenção permanente (EIP) são compostas por cinco elementos, tendo um chefe de equipa e quatro bombeiros. O programa do Governo prevê a criação destas equipas nos concelhos de maior risco sendo a sua área de actuação no respectivo corpo de bombeiros. Têm como missão assegurar, em permanência, o socorro às populações, designadamente nos casos de combate a incêndios; socorro às populações em caso de incêndios, inundações, desabamentos, abalroamentos e em todos os acidentes ou catástrofes; socorro a náufragos; socorro complementar, em segunda intervenção, desencarceramento ou apoio a sinistrados no âmbito da urgência pré-hospitalar, não podendo substituir-se aos acordos com a autoridade nacional de emergência médica; minimização de riscos em situação de previsão ou ocorrência de acidente grave; colaboração em outras actividades de protecção civil, no âmbito do exercício das funções específicas que são cometidas aos corpos de bombeiros. Os elementos que constituem as EIP desempenham, ainda, outras tarefas de âmbito operacional, incluindo planeamento, formação, reconhecimento dos locais de risco e das zonas críticas, preparação física e desportos, limpeza e manutenção de equipamentos, viaturas e instalações, sem prejuízo da prontidão e socorro. Em 2011 existiam 691 elementos nas EIP e, em 2012 705 elementos, sendo a taxa de feminização de 6,7% e 6,8%, respetivamente (tabela 5). 35 Fonte ANPC. 24 Tabela 5: Taxa de feminização nos corpos de bombeiros e equipas especiais Taxa de feminização na Força Especial de Bombeiros – “Canarinhos” FEB (%) Taxa de feminização nas Equipas de Intervenção Permanente – EIP’S (%) Nº total de bombeiros/as Taxa de feminização global (%) Taxa de feminização em estruturas de comando (%) 2008 35002 16,0 (n=5601) 1,5 3,2 (n=7) 5,9 (n=8) 2009 35534 17,4 (n=5834) 1,9 (n=21) 3,4 (n=9) 6,9 (n=39) 2010 28686 17,9 (n=5142) 2,2 (n=25) 3,4 (n=9) 6,9 (n=46) 2011 28027 18,4 (n=5158) 2,1 (n=23) 3,5 (n=9) 6,7 (n=46) 2012 28360 18,7 (n=5291) 2,4 (n=26) 3,6% (n=9) 6,8 (n=48) Ano Fonte ANPC Conforme se observa na tabela 5, a taxa de feminização nos corpos de bombeiros aumentou ligeiramente nos últimos quatro anos, de 16% para 18,7%, assim com nas suas estruturas de 25 comando (de 1,5% para 2,4%). Relativamente à taxa de feminização na Força Especial de Bombeiros - Canarinhos (FEB), os valores têm permanecido na ordem dos 3-4% e nas Equipas de Intervenção Permanente a taxa de feminização têm-se situado entre os 6 e 7%. 2.2 SEGURANÇA PRIVADA Tabela 6: Taxa de feminização entre vigilantes - segurança privada Nº total de vigilantes activos/as Taxa de feminização (%) 2008 42238 7,5 (n=3166) 2009 40523 7,9 (n=3198) 2010 41034 2011 40287 n.d. 2012 38742 8,2 (n=3183) Ano n.d. 36 Fonte: PSP Segundo os dados disponíveis tem-se assistido a um ligeiro aumento na taxa de feminização entre vigilantes, em 2008 esta taxa era de 7,8% e em 2012 a taxa situou-se nos 8,2% (tabela 6). Verifica-se que este valor registado em 2012 é idêntico à taxa de feminização nas Forças de Segurança (8%), no entanto se compararmos apenas com a PSP, a respetiva taxa de feminização global (9,9%) é superior à taxa de feminização entre vigilantes, o que já não ocorre para a taxa de feminização na PSP em funções operacionais (7,5%). 36 Não disponível. 26 3. CRIMES DE PREVENÇÃO E INVESTIGAÇÃO PRIORITÁRIA: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E TRÁFICO DE SERES HUMANOS 3.1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA O Ministério da Administração Interna, consciente do seu papel no âmbito das políticas de prevenção e combate da violência doméstica e no apoio às vítimas deste fenómeno, juntamente com outros parceiros institucionais, tem trabalhado activamente para disponibilizar respostas e instrumentos que permitam, cada vez mais, melhorar a intervenção neste domínio. 3.1.1 MONITORIZAÇÃO DO FENÓMENO A evolução do número de casos de violência doméstica reportados às Forças de Segurança em Portugal tem demonstrado uma tendência crescente até 2010, com uma taxa média de variação anual até então na ordem dos 11% (tabela 7). Verificou-se, no entanto em 2011 um decréscimo na ordem dos 7% comparativamente ao registado no ano anterior. Tabela 7: Ocorrências de violência doméstica participadas às Forças de Segurança GNR PSP Total 4204 6958 11162 2001 5096 7601 12697 2002 6065 8006 14071 2003 7422 10005 17427 2004 7088 8453 15541 2005 8377 9045 17422 2006 8957 11638 20595 2007 8857 13050 21907 2008 10096 17647 27743 2009 11545 18998 30543 2010 12742 18493 31235 2011 11485 17495 28980 Ano 2000 Fonte: GNR e PSP. 27 Salienta-se no entanto que a série de dados de 2000 a 2007 foi descontinuada a partir de 2008, uma vez que a definição de violência doméstica em vigor para as Forças de Segurança foi alterada (antes de 2008 vigorava uma definição criada por despacho de S. Exª. o Ministro da Administração Interna datado de 9 de Março de 1998) e em Setembro de 2007 entrou em vigor do novo Código Penal, tipificando pela primeira vez de forma autónoma o crime de violência doméstica (art.º 152.º). Em 2011 a violência doméstica constituiu a 3ª tipologia criminal mais participada em Portugal, representando 7% de toda a criminalidade participada, e a 1ª tipologia criminal mais participada entre os crimes contra as pessoas. Em 2011 foram registadas pelas Forças de Segurança 28980 participações de violência doméstica, das quais 11485 pela GNR (40%) e 17495 pela PSP (60%). Segundo estes dados, as vítimas são na grande maioria do sexo feminino (85%), casadas/os ou em união de facto (51%) e com idade média de 40 anos. Os/as denunciados/as são na esmagadora maioria do sexo masculino (88%), casados/as ou em união de facto (53%) e com idade média 41 anos. Uma caracterização mais detalhada das ocorrências reportadas pode ser encontrada nos relatórios estatísticos produzidos pela DGAI37. Adicionalmente refere-se que desde 30 de Janeiro de 2008 é possível reportar diversos tipos de crime através da Internet, pelo Sistema de Queixa Eletrónica, nomeadamente violência doméstica (art.º 152.º do Código Penal). Até 31 de Dezembro de 2012 foi registado um total de 250 queixas no âmbito da violência doméstica, o que representa cerca de 5% do total de queixas efetuadas através deste Sistema. Em 2012 foram rececionadas 58 participações de VD via SQE o que corresponde a cerca de 7% do total de queixas registadas nesse ano através deste Sistema. Em termos da prevenção, investigação e apoio em situações de violência doméstica importa destacar as estruturas existentes nas Forças de Segurança, GNR e PSP, destinadas à prevenção, combate e acompanhamento das situações de violência doméstica. No seu conjunto, as Forças de Segurança dispunham, no final de 2012, de 963 efetivos com responsabilidades no âmbito da violência doméstica e 63% dos postos e esquadras dispunham de salas específicas de atendimento à vítima. 37 http://www.dgai.mai.gov.pt/?area=101&mid=106&sid=107&ssid=002. 28 3.1.2 ESTRUTURAS ESPECIALIZADAS - PREVENÇÃO, INTERVENÇÃO E ATENDIMENTO DAS VÍTIMAS NÚCLEOS E EQUIPAS DE INVESTIGAÇÃO E DE APOIO A VÍTIMAS ESPECÍFICAS Na GNR, os Núcleos de Investigação e de Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) (anteriormente designados Núcleos Mulher e Menor - NMUME, cuja implementação teve início em 2004) e as Equipas, incidem a sua actuação na prevenção, investigação e acompanhamento das situações de violência exercida sobre mulheres, crianças e outros grupos de vítimas específicas. Os/as militares são preparados/as através de formação específica para desempenharem estas funções. Atualmente existem 23 NIAVE38, geralmente nos comandos ou destacamentos territoriais da GNR. Ao nível dos postos territoriais, mais próximos do cidadão, existem Equipas de Investigação e Inquérito (EII PTer), cujos elementos possuem formação específica. Estas Equipas são geralmente constituídas por um ou dois elementos. Em 31 de dezembro de 2012, existiam 29439 pontos na GNR no âmbito do Projeto IAVE (Investigação e de Apoio a vítimas Específicas) (23 NIAVE e 271 EII PTer), com um total de 369 efetivos afetos (60 mulheres e 309 homens)40. 38 Geralmente no âmbito das secções de investigação criminal. A 31/12/2009 existiam 232 pontos (22 NIAVE e 210 EII PTer), a 31/12/2010 existiam 269 pontos (22 NIAVE e 247 EII) e a 31/12/2011 existiam 282 pontos (23 NIAVE e 259 EII PTer). 40 Fonte: GNR. 39 29 Quadro 2: Elenco dos NIAVE e Equipas existentes (31/12/2012) Nº de Equipas (EII) (ao nível dos postos Territoriais) NIAVE COMANDO TERRITORIAL DE AVEIRO 26 DESTACAMENTO TERRITORIAL DE S. JOÃO DA MADEIRA COMANDO TERRITORIAL DE BEJA 13 COMANDO TERRITORIAL DE BRAGA 17 COMANDO TERRITORIAL DE BRAGANÇA 4 COMANDO TERRITORIAL DE CASTELO BRANCO 3 COMANDO TERRITORIAL DE COIMBRA 17 COMANDO TERRITORIAL DE ÉVORA 13 COMANDO TERRITORIAL DE FARO 18 POSTO TERRITORIAL DE PORTIMÃO DESTACAMENTO TERRITORIAL DE PORTIMÃO 7 COMANDO TERRITORIAL DE GUARDA 17 COMANDO TERRITORIAL DE LEIRIA 19 COMANDO TERRITORIAL DE LISBOA POSTO TERRITORIAL MERCEANA COMANDO TERRITORIAL DE PORTALEGRE 16 COMANDO TERRITORIAL DE PORTO 29 DESTACAMENTO TERRITORIAL DE PENAFIEL COMANDO TERRITORIAL DE SANTARÉM 19 COMANDO TERRITORIAL DE SETÚBAL 26 POSTO TERRITORIAL DA COSTA DA CAPARICA COMANDO TERRITORIAL DE VIANA DO CASTELO 12 COMANDO TERRITORIAL DE VILA REAL 7 COMANDO TERRITORIAL DE VISEU 8 Total NIAVE= 23 Total EII = 271 Fonte: GNR A GNR dispunha em 31/12/2012, de um total de 369 militares com esta formação especializada (60 do sexo feminino e 309 do sexo masculino), distribuídos pelos diversos comandos territoriais, sendo que 2 se encontram no Comando de Operações/Direcção de Investigação Criminal (Quadro 3). A taxa de feminização no âmbito do Projeto IAVE era assim de 16,3%, valor significativamente superior à taxa correspondente verificada no âmbito do efetivo da GNR. 30 Quadro 3: Distribuição do efectivo da GNR com formação NMUME/IAVE (31/12/2012) Comandos Efectivo Total Mulheres Homens 1 1 2 CTer Aveiro 1 31 32 CTer Beja 2 16 18 CTer Braga 3 20 23 CTer Bragança 2 4 6 CTer Castelo Branco 1 6 7 CTer Coimbra 2 21 23 CTer Faro 0 18 18 CTer Évora 5 19 24 CTer Guarda 1 9 10 CTer Leiria 7 14 21 CTer Lisboa 4 22 26 CTer Portalegre 2 19 21 CTer Porto 7 32 39 CTer Santarém 7 15 22 CTer Setúbal 7 30 37 CTer Viana do Castelo 3 13 16 CTer Vila Real 2 9 11 CTer Viseu 3 10 13 Total 60 309 369 CO/DIC 41 EQUIPAS DE PROXIMIDADE E DE APOIO À VÍTIMA E EQUIPAS ESPECIAIS DE VD42 As Equipas de Proximidade e de Apoio à Vítima (EPAV) da PSP, criadas em 2006, como forma de resposta a uma intervenção que se pretende cada vez mais qualificada, junto de vítimas de crime em geral e essencialmente perante vítimas especialmente vulneráveis - as crianças; idosos; violência doméstica e vítimas de violência grave. As Equipas de Proximidade e Apoio à Vítima (EPAV) são responsáveis pela segurança e policiamento de 41 42 Divisão de Investigação Criminal. Conteúdos disponibilizados pela PSP. 31 proximidade, sendo que uma das principais atribuições/competências passa efectivamente por proceder a uma caracterização da área de intervenção, sinalizando locais de risco. No trabalho desenvolvido junto das populações destaca-se a prestação de informação, encaminhamento para outras entidades/serviços públicos, ONG e IPSS e outros organismos, acompanhamento de casos, sem esquecer o acompanhamento pós-vitimação e a detecção de cifras negras. Estas equipas são sujeitas a um processo de formação específico, no âmbito dos cursos de formação do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade (PIPP) tendo na sua estrutura modular uma área de formação específica em Violência Doméstica, Violência Juvenil, Delinquência Juvenil e factores de risco, Minorias étnicas, Crimes Sexuais e alguns estudos de casos. A 31 de Dezembro de 2012 existiam 489 efetivos afetos às EPAV (que receberam também formação específica para o efeito), distribuídos pelos diversos Comandos da PSP (418 homens e 71 mulheres) 43. Ao nível da investigação criminal, a PSP dispunha ainda de 105 elementos afetos às equipas especiais de VD (68 homens e 37 mulheres). Trata-se de equipas que funcionam geralmente ao nível das esquadras de investigação criminal ou nas brigadas de investigação criminal dos vários Comandos/Divisões policiais e que possuem responsabilidades específicas na investigação dos casos de VD. Assim, ao nível das EPAV a taxa de feminização situava-se em 17% e nas EEVD era substancialmente superior: 54% (quadro 4). 43 Em 2010 existiam 621 efetivos afetos às EPAV- valor idêntico ao de 2009, e em 2011 existiam 466 efetivos. 32 Quadro 4: Equipas de Proximidade e de Apoio à Vítima e Equipas Especiais de VD Nº de elementos afetos EPAV 44 (n=489) Comandos Nº de elementos afetos EEVD (n=105) Homens Mulheres Homens Mulheres Aveiro 230 28 12 6 Beja 51 20 16 5 Braga 13 1 1 2 Bragança 2 0 1 1 Castelo Branco 12 1 4 1 Coimbra 9 1 0 0 Évora 10 1 0 1 Faro 4 0 0 0 Guarda 9 0 2 0 Leiria 5 0 1 1 Lisboa 0 0 0 2 Portalegre 9 3 8 3 Porto 5 2 0 0 Santarém 5 3 1 1 Setúbal 8 0 3 1 Viana do Castelo Vila Real 10 0 10 3 28 7 6 6 Viseu 0 0 1 1 R. A. Açores 2 3 2 3 R. A. Madeira 6 1 0 0 418 (83%) 71 (17%) 68 (46%) 37 (54%) Total 45 Fonte: PSP46 44 Os elementos considerados nas EPAV são todos aqueles que, exclusivamente (salvo operações pontuais), desempenhem funções no âmbito dos projetos "Apoio 65 - Idosos em Segurança", "Comércio Seguro" ou "Violência Doméstica". Não são aqui contabilizados os elementos afetos ao Programa "Escola Segura". 45 Não precisam de estar afetos em regime de exclusividade a estas funções. Elas podem ser acumuladas com outras. 46 Dados relativos a 2012, fornecidos em fevereiro de 2013. 33 SALAS DE ATENDIMENTO À VÍTIMA O atendimento às vítimas de violência doméstica, nos postos da GNR e nas esquadras da PSP realiza-se em espaços próprios para o efeito, de modo a garantir a privacidade e o conforto da vítima. Todas as esquadras e postos criados de novo possuem salas de atendimento à vítima47 e nas instalações mais antigas foram feitas as adaptações possíveis. Em 2012, 63% dos postos e esquadras possuíam uma sala específica para atendimento à vítima, nas restantes este atendimento realiza-se geralmente numa outra sala que reúna as condições necessárias durante o atendimento (ex: sala do comandante), nomeadamente em termos de conforto e privacidade (em 2010 esta proporção era de 56,3%). Existiam 294 SAV na GNR (mais 50 do que em 2010) e 139 SAV na PSP, perfazendo um total de 433 salas de atendimento à vítima no universo de 691 postos e esquadras. Assim, a taxa de cobertura em termos de postos e esquadras de âmbito territorial era de 62% na GNR e de 64% na PSP (quadro 5). 47 Foi desenvolvido e encontrou-se em fase de implementação um Projeto de Referência - Projeto Tipo - para as instalações das Forças de Segurança, que obedece a Recomendações Técnicas (RTIFS), que definem os espaços e as funcionalidades das diferentes tipologias de instalações. De entre os novos espaços contemplados estão as salas de atendimento à vítima que são contempladas em Programas desenhados pelas Forças de Segurança a montante do Projecto de Execução e por elas fornecidos à Direcção-Geral de Infra-estruturas e Equipamentos. 34 Quadro 5: Número (e %) de salas de atendimento à vítima existentes no dispositivo territorial da GNR e da PSP- 2012 GNR - Postos Territoriais GNR+PSP Postos e Esquadras PSP- Esquadras % Existentes c/ sala % Existentes c/ sala % 29 c/ sala 16 55,2 6 4 66,7 35 20 57,1 Beja 35 20 57,1 2 2 100 37 22 59,5 Braga 23 20 87 5 3 60 28 23 82,1 Bragança 18 8 44,4 2 2 100 20 10 50,0 Castelo Branco 31 23 74,2 2 2 100 33 25 75,8 Coimbra 23 19 82,6 3 2 66,7 26 21 80,8 Évora 30 11 36,7 2 2 100 32 13 40,6 Faro 26 15 57,7 7 6 85,7 33 21 63,6 Guarda 25 12 48 2 2 100 27 14 51,9 Leiria 24 12 50 8 8 100 32 20 62,5 Lisboa 20 14 70 75 46 61,3 95 60 63,2 Portalegre 24 16 66,7 2 2 100 26 18 69,2 Porto 31 24 77,4 41 18 43,9 72 42 58,3 Santarém 27 21 77,8 7 4 57,1 34 25 73,5 Setúbal 30 16 53,3 11 6 54,5 41 22 53,7 Viana do Castelo 15 14 93,3 3 2 66,7 18 16 88,9 Vila Real 21 11 52,4 2 2 100 23 13 56,5 30 20 66,7 2 2 100 32 22 68,8 9 2 22,2 23 17 73,9 32 19 59,4 3 0 0 12 7 58,3 15 7 46,7 62,0 217 139 64,1 691 433 62,7 Existentes Comandos Aveiro Viseu R. A. Açores 48 R. A. Madeira 49 Total 474 294 50 51 Fonte: GNR e PSP. Cálculos da responsabilidade da DGAI. Em todos os distritos, com exceção de Évora (41%), metade ou mais dos postos e esquadras de competência territorial dispõem de uma sala de atendimento à vítima. No caso da GNR, apenas nos distritos de Bragança (44%), Évora (37%) e Guarda (48%) a taxa de cobertura é inferior a 50%. Analisando apenas o dispositivo territorial da PSP, 48 Nos Açores, entre os postos da GNR, apenas o do Corvo tem competências no âmbito da VD. As SAV nos postos da GNR dos Açores situam-se em Santa Cruz das Flores e na Praia da Vitória (Terceira). 49 Na Madeira, nenhum dos postos da GNR tem competências em matéria da VD. Os casos são acompanhados pela PSP. 50 Para além das salas de atendimento aqui consideradas existem mais 7 nos NIAVE de Aveiro (2), Coimbra, Évora, Faro, Leiria e Viana do Castelo. 51 Para além das salas de atendimento aqui consideradas existem mais 4 ao nível das esquadras de segurança aeroportuária de Lisboa e Faro, e 2 ao nível das Esquadras de Investigação Criminal (EIC) (Ponta Delgada - Sede de Comando e Lisboa- 7ª EIC), perfazendo um total de 143 salas de atendimento à vítima na PSP. 35 situação semelhante ocorre apenas no distrito do Porto (44%). Ao nível da PSP nas Regiões Autónomas, nos Açores 74% das esquadras de competência territorial possuem SAV e na Madeira essa proporção é de 58%. Durante o ano de 2011, a DGAI em parceria com a GNR e PSP, realizou um estudo a nível nacional sobre os espaços utilizados nos postos e esquadras para atender as vítimas de violência doméstica. Foram recolhidos dados junto de 903 vítimas, de 966 militares e policias (que atenderam vítimas de VD) e de 599 comandantes de postos e esquadras com competência territorial em matéria de VD. Em média, as vítimas apresentaram-se bastante satisfeitas com o atendimento que lhes foi prestado (8,7, numa escala de 1 a 10), mas um pouco menos satisfeitas com as condições existentes no espaço onde este decorreu (7,5). Foram identificados fatores facilitadores e inibidores da utilização das salas de apoio à vítima (SAV) existentes, sendo elencadas várias propostas, tendo em vista a melhoria das condições existentes, um dos fatores determinantes para a qualidade do atendimento prestado a estas vítimas e a todas as outras. Prevê-se a divulgação pública dos resultados deste estudo em 2013. 3.1.3 FORMAÇÃO Quadro 6: Formação ministrada pelas Forças de Segurança no âmbito da violência doméstica entre 2008 e 2010 GNR NMUME/ 52 CIAVE PSP Chefes NIAVE Formação de formadores 53 PIPP Nº Nº F 22 1 (19H;3 M) Curso/ Ação Nº Nº F Nº Nº F 2008 3 97 (84H;13M) - - 2009 3 - - - 2010 2 1 19 (12H;7M) 2011 1 - 2012 2 Total 11 61 (56H;5M) 50 (46H; 4M) 24 (23H;1M) 52 (49H; 3M) 284 PIPP 54 VD Gestão de ocorrências 55 56 Nº Nº F Nº Nº F Nº Nº F 55 831 3 27 - - - 64 1284 11 183 18 236 - - 25 356 - - 51 638 - - - 29 383 - - 24 325 - - 2 50 15 177 - - 28 415 1 19 3 72 188 3031 14 210 121 1614 Fonte: GNR e PSP 52 Atualmente o Curso tem 30 horas. Contém um módulo dedicado à VD, o qual possui uma vertente de ensino presencial e de e-learning.. 54 O Curso no âmbito do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade contém um módulo sobre VD, ministrado de forma presencial (3 horas). No total, o curso tem 24 horas. 55 Tratava-se essencialmente de uma formação sobre a utilização do Auto de Notícia/Denúncia Padrão. 56 Incorpora a área temática de violência doméstica (3 horas). No total, o curso tem 69 horas. 53 36 Em 2011 a GNR realizou 1 curso CIAVE (Curso de Investigação e de Apoio e Vitimas Específicas), envolvendo um total de 24 militares; tendo em 2012 realizados 2 cursos, abrangendo 52 elementos (49 homens e 3 mulheres). Em 2012, a PSP realizou 15 ações de formação no âmbito do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade (PIPP) com 177 destinatários/as e 28 ações de formação no âmbito da Gestão de ocorrências envolvendo 415 formandos/as. Realizou ainda 2 cursos de formação de formadores PIPP57, envolvendo 50 formandos/as. No seguimento da parceria estabelecida entre a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), a Direcção-Geral de Administração Interna (DGAI) e as Forças de Segurança estabelecida em 2010, onde foram realizadas 7 ações de sensibilização no âmbito da violência doméstica (envolvendo 392 formandos/as); foram realizadas em 2012 mais 6 ações de sensibilização, envolvendo um total de 136 efetivos (33 na GNR e 103 na PSP). Ambas as edições destas ações de formação implicavam replicação interna, de modo a atingir o respetivo dispositivo. Para além das ações de formação referidas, ao nível da formação interna na GNR foram ministradas diversas ações de formação relacionadas com VD, num total de 91 horas de formação, envolvendo 551 militares58 (484 homens e 67 mulheres). Sem contabilizar os cursos de formação inicial (para entrada nas Forças de Segurança) ou os cursos de promoção ministrados, nos últimos cinco anos mais de 6000 efetivos das Forças de Segurança foram abrangidos diretamente por cursos/ações de formação em que a temática da violência doméstica foi abordada especificamente, salientando-se no entanto que neste universo estão incluídas diversas tipologias de formação e diferentes níveis de abrangência da temática da VD. 57 Contém um módulo dedicado à VD, o qual possui uma vertente de ensino presencial e de e-learning. Destes, 263 militares participaram nos dois cursos realizados sobre “Programas Especiais de Policia e Responsabilidade Social”, que não contempla nenhum módulo específico sobre VD, mas cujas temáticas abordadas são pertinentes para o seu policiamento. 58 37 3.1.4 OUTRAS AÇÕES DE IN(FORMAÇÃO) Em 2012, a GNR participou em diversas ações de formação relacionadas com VD ministradas por entidades externas, num total de 146 horas, envolvendo 124 formandos/as (106 homens e 18 mulheres). No ano transato a PSP participou também em diversas ações de formação relacionadas com VD ministradas por entidades externas, num total de 246 horas, envolvendo 284 formandos/as (194 homens e 90 mulheres). 3.1.5 OUTRAS INICIATIVAS Durante o ano de 2012, e no âmbito da Presidência Cipriota do Conselho da UE, a DGAI, em articulação com as FS, participou nos trabalhos de preparação do Manual Europeu de boas práticas policiais no combate ao atrito59 nas situações de VD. Por outro lado, a DGAI, em parceria com as FS, encontra-se desde 2012 a elaborar um Manual sobre o policiamento da VD, que se prevê passível de homologação e disseminação durante o ano de 2013. Este manual contempla a sistematização de um conjunto de procedimentos policiais, desde a intervenção de primeira linha, à investigação criminal, até ao policiamento de proximidade. A DGAI está a desenvolver desde finais de 2011, em parceria com as FS, Ministério Publico (PGDL e PGDP) e Centro de Investigação em Psicologia da Universidade do Minho uma nova metodologia de avaliação do risco em situações de VD. No âmbito deste projeto foram realizadas, em 2012,11 ações de formação de modo a preparar o período experimental de aplicação deste novo instrumento (9 ações ministradas a elementos das FS e 2 a magistrados/as do Ministério Público). Prevê-se que em finais de 2013 seja possível disseminar este instrumento, após a devida validação científica, ao dispositivo das FS. Adicionalmente refira-se que à data do presente relatório encontra-se divulgada60 a publicação da DGAI relativa à investigação intitulada “Violência doméstica: da participação da 59 Este conceito decorre do facto de existirem muitas situações de VD reportadas, mas muito menos situações que geram acusação e condenação em termos de processo criminal. 60 http://www.dgai.mai.gov.pt/cms/files/conteudos/Publicacao%20VD_dez_2012%20v1.pdf 38 ocorrência à investigação criminal”. Trata-se de um estudo elaborado em 2009 e 201061, no qual são apresentados resultados em áreas nomeadamente como as expetativas das vítimas, formação dos elementos policiais da 1ª e 2ª linha de atendimento, motivação das vítimas para a adoção de estratégias de promoção da segurança, colaboração no inquérito e taxas de acusação. 3.2 TRÁFICO DE SERES HUMANOS Em parceria com entidades governamentais e não governamentais, o MAI tem trabalhado activamente no desenvolvimento de medidas concretas para a prevenção, para o apoio e para o combate ao tráfico de seres humanos. O OTSH, criado em 2008 (Decreto-Lei nº 229/2008, de 27 de Novembro) tem por missão a produção, recolha, tratamento e difusão de informação e de conhecimento respeitante ao fenómeno do tráfico de pessoas e a outras formas de violência de género. 3.2.1 SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO O sistema de monitorização do tráfico de seres humanos (TSH) tem vindo a ser aperfeiçoado, partindo dos produtos que resultaram do projecto CAIM e do Projecto Data Collection. Do primeiro projecto, na área da Prostituição e do Tráfico de Mulheres para Fins de Exploração Sexual (financiado pela Iniciativa Comunitária EQUAL), resultaram dois instrumentos essenciais à monitorização do fenómeno: o Guia Único de Registo (GUR), para a sinalização das situações de tráfico de seres humanos pelos Órgãos de Polícia Criminal (GNR, PSP, SEF 61 Da autoria de Carina Quaresma - técnica superior da DGAI. 39 e PJ) e o Guião de Sinalização (GS), utilizado pelas Organizações Não Governamentais (ONG)62. Da participação no projecto “Data Collection” (Trafficking in Human Beings, Data Collection and Harmonised Information Management Systems), co-financiado pela Comissão Europeia, foram desenvolvidos indicadores harmonizados, entre os vários parceiros no projecto e foi desenvolvida uma plataforma tecnológica materializada em duas bases de dados (vítimas e traficantes/justiça criminal), que tem vindo ser testada em Portugal63. Trata-se da aplicação dinâmica “Sistema de monitorização para o conhecimento sobre tráfico de seres humanos”. Tabela 8: Vítimas sinalizadas e confirmadas no âmbito do Tráfico de Seres Humanos (2008 a 2011), acolhimento e autorizações de residência concedidas Nº de vítimas confirmadas Nº vítimas sinalizadas Ano GUR GS Total 2008 65 138 - 138 n.d 2009 66 70 14 84 17 2010 68 75 11 86 2011 71 60 12 72+7 67 73 11 +18 n.d 43 10 22 39 4 74 (artº 109º Lei 23/2007 de 4 de Julho) Nº de crimes registados pelos OPC 64 TSH 2 69 22 72 Nº de Acolhimentos CAP Nº de Autorizações Residência concedidas 3 14 70 3 28 25 Nota: OPC- órgãos de Policia Criminal; GUR- Guia único de Registo (OPC); GS- Guião de Sinalização (ONG); CAP- Centro de Acolhimento e Protecção a vítimas de tráfico da Associação para o Planeamento da Família. n.d – não disponível Durante o ano de 2011, foram sinalizadas 79 potenciais vítimas de tráfico de seres humanos, das quais 29 confirmadas do ponto de vista de investigação criminal. Entre as vítimas confirmadas em Portugal (11), o tráfico para fins de exploração laboral correspondeu a 54,5% 62 Fonte: OTSH. Idem. 64 Salienta-se que cada caso pode ter várias vítimas associadas. Aqui a contabilidade é por número de casos (investigações) e não de vítimas nominais. Fonte: DGPJ - Sistema de Estatísticas da Justiça. extraído em 27/09/2011. 65 Fonte: Análise estatística dos casos registados durante o ano de 2008. DGAI. 66 Fonte: Relatório Anual sobre Tráfico de Seres Humanos 2009 (OTSH/DGAI/MAI). 67 Fonte: Breve Análise dos dados sociodemográficos das vítimas registadas e confirmadas durante 2009. OTSH/DGAI/MAI. 68 Relatório anual estatístico TSH 2010. OTSH. | Relatório Anual de Segurança Interna 2010. Secretário-geral do Sistema de Segurança Interna. 69 4 Mulheres. 70 Outros 6 pedidos estavam em apreciação à data de elaboração do Relatório 2010. 71 Fonte: Relatório Anual sobre Tráfico de Seres Humanos 2011 (OTSH/DGAI/MAI). 72 Neste total estão contempladas 7 vítimas sinalizadas por outras vias (6 através do oficial de Ligação da PJ junto da Europol e 1 via Oficial de Ligação de Imigração do MAI). Do total de 79 sinalizações, 48 referem-se a vítimas em Portugal e 31 a vítimas portuguesas no estrangeiro. 73 Vítimas confirmadas em Portugal. 74 Vítimas portuguesas confirmadas no estrangeiro. 63 40 dos casos (n=6) e para fins de exploração sexual a 27,3% (n=3), para duas outras situações a tipologia de tráfico não estava disponível. No âmbito do tráfico para exploração laboral 50% das vítimas eram do sexo feminino e nas situações de tráfico para exploração sexual as vítimas eram todas mulheres. Relativamente às 18 vítimas portuguesas confirmadas no estrangeiro, 17 referiam-se a tráfico para exploração laboral (16 vítimas do sexo masculino) e uma para exploração sexual. Segundo os dados disponíveis, entre 2008 e 2011 foram acolhidas pelo Centro de Acolhimento e Proteção para mulheres vítimas de tráfico e seus filhos menores (CAP), um total de 19 vítimas. Entre 2009 e 2010 foram concedidas 36 autorizações de residência no âmbito do art.º 109.º da Lei 23/2007 de 4 de Julho (envolve casos de tráfico de seres humanos, mas também auxílio à de imigração ilegal). Em 2011, as informações disponíveis apontam para a emissão de 3 autorizações de residência a vítimas de tráfico de pessoas (de nacionalidade chinesa e brasileira, todas do sexo feminino). Adicionalmente refere-se que através do Sistema de Queixa Eletrónica é também possível apresentar queixa relativa a tráfico de seres humanos (art.º 160.º do Código Penal). Até 31 de Dezembro de 2012 foram registadas 14 queixas no âmbito do tráfico de seres humanos, das quais, uma foi efetuada em 2011 e uma em 2012. 3.2.2 (IN)FORMAÇÃO/SENSIBILIZAÇÃO EM TRÁFICO DE SERES HUMANOS75 O SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) desenvolve desde Novembro de 2007 uma campanha anual contra o Tráfico de Seres Humanos, “Não estás à venda”, o qual tem por objetivo sensibilizar estudantes, pessoal da área da saúde e outros agentes que lidam com áreas problemáticas de cariz social para a questão do tráfico de seres humanos. Desde então e até finais de 2011 foram realizadas ações em cerca de 400 escolas e distribuídos 40.000 livros do “Não estás à venda”76. 75 76 A informação aqui contemplada sobre as atividades do OTSH teve como fonte o OTSH. Fonte: RASI 2011. 41 Equipas do SEF realizaram ações de sensibilização (com uma duração de 45 a 60 minutos) contra o fenómeno em todo o território nacional, nomeadamente em estabelecimentos de ensino e no meio hospitalar. Nestas ações procurou-se informar sobre o que é o TSH, suas principais causas, quem são as vítimas, como lidar com estas, como reconhecer e evitar o crime, o que se pode fazer para ajudar na prevenção e no combate ao TSH e a situação em termos internacionais e nacionais. Segundos os dados disponibilizados pelo SEF, entre 2009 e 2010 foram realizadas 390 ações (340 em 2009 e 50 em 2010), envolvendo 17000 pessoas (13000 em 2009 e 4000 em 2010), na maioria estudantes do ensino secundário. Em 2011, realizaram-se 48 ações com a participação de 2000 pessoas e envolvendo cerca de 40 elementos do SEF77. Em 2011, o OTSH organizou 11 ações de formação sobre a utilização da aplicação dinâmica “Sistema de monitorização para o conhecimento sobre tráfico de seres humanos”, 8 das quais dirigidas a órgãos de polícia criminal e as restantes 3 a organizações não-governamentais (ONG). No ano de 2011 o OTSH organizou/colaborou em outras 11 ações de sensibilização dirigidas a públicos diversos (peritos nacionais em TSH, Instituições Particulares de Solidariedade Social, associações cívicas e religiosas, técnicos de serviço social, técnicos de saúde e órgãos de polícia criminal). Em 2012, salienta-se a organização por parte do OTSH de um curso de formação de formadores para profissionais do sistema de justiça penal da CPLP (Comunidade dos Países de Língua oficial Portuguesa) e a organização/participação de 3 outras ações de sensibilização dirigidas a órgãos de polícia criminal, profissionais de saúde e estudantes. Ainda em 2012 foram ainda organizados pelo OTSH dois seminários: “Imigração ilegal e tráfico de seres humanos: investigação, prova, enquadramento jurídico e sanções” e “Servidão doméstica: formas invisíveis de tráfico para exploração laboral”. No âmbito de atividade do OTSH, refira-se a produção, em 2012, de 3 variantes do cartão de sinalização de vítimas de TSH (1 para OPC, 1 para a Autoridade para as Condições do Trabalho; e um para ONG). Em termos de publicações, em 2011 foi editado o “Livro de AtasTráfico DESumano” e em 2012 o “Tráfico de Seres Humanos: Coletânea Selecionada de Instrumentos Jurídicos, Políticos e Jurisprudência em Portugal, na Europa e no Mundo”. 77 Fonte: RASI 2011. 42 Na sequência a exposição realizada pelo OTSH em Loures (2010), foi feita uma adaptação para itinerância, com o objetivo de a levar ao maior número de regiões por forma a sensibilizar a sociedade civil sobre a temática do TSH, em particular os jovens em idade escolar, e, simultaneamente, promover a Declaração sobre a Luta contra o Tráfico de Seres Humanos da Associação Nacional de Municípios Portugueses e do Conselho da Europa. Até finais de 2012 a Exposição Itinerante “Tráfico DESumano” já havia estado presente num total de 15 municípios e no âmbito deste projeto, o OTSH promoveu a assinatura da Declaração sobre a Luta contra o Tráfico de Seres Humanos (Conselho da Europa Congresso dos Poderes Locais e Regionais) em 17 Municípios. 4. ELEIÇÕES A Lei da Paridade, aprovada através da Lei Orgânica n.º 3/2006, de 21 de Agosto, estabelece que as listas para a Assembleia da República, para o Parlamento Europeu e para as autarquias locais são compostas de modo a assegurar a representação mínima de 33% de cada um dos sexos, quando as listas possuem três ou mais nomes, exceptuando-se a composição das listas para os órgãos das freguesias com 750 ou menos eleitores e para os órgãos dos municípios com 7500 ou menos eleitores. No caso das listas para as eleições para a Assembleia da República e para o Parlamento Europeu as listas não podem ter mais do que duas pessoas em ordem consecutiva do mesmo sexo. No ano de 2011 decorreram eleições para a Assembleia da República e três outras eleições: para Presidente da República, para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira e para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. No caso das eleições para o Parlamento Europeu e para as autarquias locais, mantém-se aqui a apresentação dos dados referentes às últimas eleições (de 2009). 43 4.1 ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Verifica-se que nas eleições de 2011 para a Assembleia da República, a percentagem de deputados eleitos/as do sexo feminino foi 26,5%, valor superior ao registado em 2005 (24%) (tabela 9). O facto da percentagem de mulheres não ser 33% poderá dever-se a “rearranjos” em termos de representantes que tenham ocorrido após a eleição (ex: substituições). Tabela 9: Deputados/as eleitos/as para a Assembleia da República Deputados/as Total Mulheres (%) Mulheres 2005 230 55 23,9 2009 230 65 28,3 2011 230 61 26,5 Ano Fonte: DGAI/Área da Administração EleitoraI 4.2 ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS REGIONAIS Nas eleições para as Assembleias legislativas regionais, onde esta Lei não se aplica, verificase que entre 2004 e 2011 a proporção de mulheres entre os/as eleitos/as aumentou de valores próximos dos 10-11% para 17-19%, não ultrapassando no entanto os 20% (tabela 10). Nas eleições ocorridas em 2012 para a assembleia legislativa regional dos Açores registou-se um aumento da proporção de mulheres passando esta para 26,3%. 44 Tabela 10: Eleições para as Assembleias Legislativas Regionais Região Autónoma dos Açores Região Autónoma da Madeira Total Mulheres (%) Mulheres Total Mulheres (%) Mulheres 2004 52 6 11,5 68 7 10,3 2007 - - - 47 8 17,0 2008 58 11 19,0 - - - - - - 47 8 17,0 57 15 26,3 - - - Ano 2011 78 2012 79 Fonte: DGAI/Área da Administração EleitoraI80 4.3 PARLAMENTO EUROPEU No que diz respeito aos/às deputados/as eleitos/as para o Parlamento Europeu, registou-se um aumento em termos da presença de mulheres: em 2004 existiam 6 (em 24), e em 2009 foram 8 as eleitas (em 22) (25% e 36%, respetivamente) (tabela 11). Tabela 11: Deputados/as eleitos/as para o Parlamento Europeu Deputados/as Total Mulheres (%) Mulheres 24 6 25,0 22 8 36,4 Ano 2004 2009 81 Fonte: DGAI/Área da Administração EleitoraI 78 Fonte: http://regionais.mj.pt/regionais2011/candidatos.html. Fonte: http://www.resultadoseleitorais.azores.gov.pt. 80 Para os dados referentes a 2011 e 2012 as fontes utlizadas foram: http://www.resultadoseleitorais.azores.gov.pt/Resultados.aspx (Açores); e http://regionais.mj.pt/regionais2011/candidatos.html (Madeira). Extraído em 27-9-2011. 81 http://www.portaldoeleitor.pt/Paginas/HistoricodeResultados.aspx. Extraído em 27-9-2011. 79 45 4.4 ELEIÇÕES PARA OS TITULARES DOS ÓRGÃOS DAS AUTARQUIAS LOCAIS Relativamente à última eleição, verificada em Outubro de 2009, foram eleitos um total de 30109 titulares para as Assembleias de Freguesia, 6723 para a Assembleia Municipal, 2004 para as Câmaras Municipais e 12114 para as Juntas de Freguesia. Os dados apontavam para 25,4% de mulheres entre os/as titulares eleitos para a Câmara Municipal, 29,1% nas Assembleias Municipais, 30,3% nas Assembleias de Freguesia e 20,2% nas Juntas de Freguesia. Após entrada em vigor da Lei da Paridade em 2006, verificou-se um aumento do número de mulheres entre os/as titulares eleitos para os órgãos das autarquias locais nas eleições de 2009, em comparação com o verificado nas eleições realizadas em 2005 (tabela 12). Contudo este aumento não parece ser suficiente para atingir a efectiva representação mínima de 33% de mulheres tal como estipulada na Lei. Este facto estará relacionado com as substituições que ocorrem após a eleição dos/as representantes e que já não se encontram abrangidas pela referida Lei. Tabela 12: Eleitos/as para órgãos das autarquias locais 2005 (% Mulheres) 2009 (% Mulheres) Câmaras Municipais 21 25 Assembleias Municipais 22 29 Juntas de Freguesia 14 20 Assembleias de Freguesia 21 30 Fonte: DGAI/Área da Administração EleitoraI 5. IMIGRAÇÃO 5.1 POPULAÇÃO IMIGRANTE82 Segundo o referido no Relatório do SEF, em 2011 o total de estrangeiros com residência permanente em Portugal era de 436822, registando-se um decréscimo de 1,9% relativamente 82 Fonte: SEF - Relatórios de imigração fronteiras e asilo - 2008, 2009, 2010 e 2011. 46 a 2010 (445262), ano em que já ocorrera um decréscimo de 1,97% neste quantitativo comparativamente a 2009. Portugal totalizava 436822 cidadãos estrangeiros residentes em Portugal, valor que representava um decréscimo de 1,9% face ao ano transato. Deste universo populacional, cerca de metade era oriundo de países de língua portuguesa (47,9%), destacando-se o Brasil (25,5%), Cabo Verde (10,1%), Angola (4,9%) e Guiné-Bissau (4,2%). As demais nacionalidades mais relevantes eram a Ucrânia (11%) e a Roménia (9%). As cinco nacionalidades mais representadas eram: Brasil (111445; 25,5%), Ucrânia (48022; 11%), Cabo Verde (43920; 10,1%), Roménia (39312; 9%) e Angola (21563; 4,9%), não se registando alterações nas nacionalidades mais representativas face ao ano anterior (tabela 13). Segundo o referido no Relatório do SEF relativo ao ano de 2011, à semelhança do que vinha sucedendo nos anos anteriores, verificava-se que a proporção de homens entre a população estrangeira era ligeiramente superior à de mulheres (50,2% vs. 49,8%)83. Nos últimos anos, por força do reagrupamento familiar, o número de mulheres tem vindo a aumentar, aligeirando a diferença relativamente ao número de homens. Tabela 13: População estrangeira residente em Portugal (nacionalidades mais representativas) 2008 Total M 84 2009 %M Total M e respectiva taxa de feminização 2010 %M Total M 2011 %M Total M %M Brasil 106961 57494 53,8 116220 64159 55,2 119363 66885 56,0 111445 63927 57,4 Ucrânia 52494 22424 42,7 52293 22793 43,6 49505 22340 45,1 48022 22139 46,1 Cabo Verde 51352 26734 52,1 48845 25618 52,4 43979 23206 52,8 43920 23120 52,6 Roménia 27769 11741 42,3 32457 13945 43,0 36830 15906 43,2 39312 16871 42,9 Angola 27619 13916 50,4 26557 13361 50,3 23494 11960 50,9 21563 11232 52,1 Fonte: SEF 83 Em 2010: 51% H e 49% M. “População estrangeira residente em Portugal” engloba os/as estrangeiros/as detentores/as de título de residência e os/as estrangeiros/as a quem foi prorrogada a permanência de longa duração. 84 47 Verifica-se que na população estrangeira de nacionalidade brasileira, cabo-verdiana e angolana a maioria era do sexo feminino (57%, 53% e 52%, respetivamente), o que não sucedia com a população ucraniana e romena em Portugal, em que a maioria eram homens (tabela 13). Adicionalmente refira-se o Projeto “O SEF vai à Escola”, lançado em Março de 2010, o qual tem como objetivo atribuir ou renovar títulos de residência em território português a alunos que frequentam estabelecimentos de ensino em Portugal. As escolas abrangidas vão desde o pré-escolar, ao básico, ao secundário e ao profissional85. No âmbito deste Projeto os progenitores podem igualmente aceder à regularização, através dos respectivos 86 descendentes por via do n.º 1 do art.º 122.º, da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho , sempre que exerçam efectivamente o poder paternal sobre os menores e a quem e a quem assegurem o sustento e a educação. Nestes casos, o processo corre em simultâneo, permitindo a regularização de todo o agregado familiar. Até final do ano de 2010 foram emitidos, no âmbito deste projecto, 711 títulos de residência, 27 dos quais a progenitores. Em 2011 foram promovidas 118 ações de legalização/sensibilização, com a regularização de 184 jovens (95 de nacionalidade brasileira, 40 da Guiné-Bissau e 20 de Cabo Verde). 5.2 ASILO E REFUGIADOS87 Em 2011 registaram-se 275 pedidos de asilo, o que corresponde a um aumento de 72% face a 2010 (160). Destes, 162 foram formulados em território nacional (59%) e 113 em postos de fronteira (41%). Cerca de 66% dos estrangeiros que requereram tal proteção eram do sexo masculino. Em termos de origem, os/as requerentes de asilo eram provenientes de África (192 pedidos) nomeadamente Guiné Conacri (46), Somália (26), Nigéria (22) e Costa do Marfim (18); seguindo-se a Ásia (42), destacando-se as nacionalidades iraniana e paquistanesa (11) entre 85 Fonte: SEF. Alterada pela Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto. N.º 1 do art.º 122.º: “Não carecem de visto para obtenção de autorização de residência temporária os nacionais de Estados terceiros: (…) k) Que tenham filhos menores residentes em Portugal ou com nacionalidade portuguesa sobre os quais exerçam efetivamente as responsabilidades parentais e a quem assegurem o sustento e a educação”. 87 Fonte: SEF - Relatórios de imigração fronteiras e asilo. 86 48 os/as requerentes; da América (27), de onde se destaca a Colômbia (13); e por fim a Europa, sendo a nacionalidade russa (9) a mais frequente neste grupo de requerentes (tabela 14). Tabela 14: Pedidos de asilo segundo a origem 2008 2009 2010 2011 África 71 93 102 192 América 30 18 21 27 Ásia 44 17 26 42 Europa 16 11 11 14 Total 161 139 160 275 Fonte: Relatórios SEF 2008, 2009 e 2010 Conforme referido no relatório do SEF, em 2011 foram concedidos 27 estatutos de refugiado a nacionais países africanos e asiáticos (em 2010 foram 6); e 38 autorizações de residência por razões humanitárias (em 2010 foram 51), maioritariamente a nacionais de países africanos (15), mas também do continente europeu (11) e americano (10). Durante 2011 foram renovados 67 títulos de refugiado e 49 autorizações de residência por razões humanitárias (tabela 15). Tabela 15: Medidas adotadas no âmbito do quadro da protecção internacional 88 2007 2008 2009 2010 2011 1 12 3 6 27 Autorizações de residência por razões humanitárias 28 70 45 51 38 Reinstalação 16 23 30 33 (23M e 30 (21 adultos: 89 11M e 10H) Concessão de estatuto de refugiado 10H) Fonte: Relatórios SEF 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011 88 Ao abrigo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2007, de 12 de Julho - acolhimento e apoio aos beneficiários de proteção internacional. 89 9 dos/as reinstalados/as eram crianças com menos de 12 anos, acompanhadas por pelo menos um progenitor (o sexo não estava especificado). 49 Em termos de reinstalação, Portugal acolheu em 2011 um total de 30 cidadãos/ãs (21 adultos: 10H e 11M) refugiados/as sob proteção do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR); das três nacionalidades de refugiados/as reinstalados/as, destacam-se os nacionais da Eritreia (23) e do Iraque (5). Acrescenta-se que ao abrigo do Regulamento de Dublin90, Portugal realizou em 2011 44 pedidos a outros Estados-Membros, tendo efetivado 22 transferências e recebido 155 pedidos de outros Estados-Membros, valores que em 2010 foram de 15, 7 e 42, respetivamente. No âmbito da informação disponibilizada pelo SEF, em termos de reinstalados/as, verifica-se que os dados já se encontram desagregados pelo sexo, no entanto tal não se verifica ainda para os pedidos de asilo, estatutos de refugiado concedidos e autorizações de residência por razões humanitárias. Também seria pertinente aceder ao(s) motivo(s) apresentados para o requerimento destas várias formas de proteção internacional. 6. ESTEREÓTIPOS / INICIATIVAS A Revista “PROCIV” da ANPC dedicou a sua edição de março de 2011 à temática “As Mulheres e a Proteção Civil”, contendo um artigo redigido por uma oficial-bombeiro91. Este número da revista, assinalou assim o dia 1 de março, Dia da Proteção Civil, em sintonia com a deliberação da Organização Internacional de Proteção Civil, uma vez que o tema escolhido para comemorar a referida data foi precisamente “O papel da mulher na proteção civil”. 90 Regulamento 343/2003, de 18 de Fevereiro. Destina-se a identificar o mais rapidamente possível o Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de asilo e a estabelecer prazos razoáveis para cada uma das fases do procedimento de determinação do Estado responsável. Por último, tem em vista prevenir o abuso dos procedimentos de asilo que constituem os pedidos múltiplos. 91 Fonte: ANPC. 50 Em 2011, a conselheira suplente do MAI frequentou o Diploma de Especialização em Mainstreaming de Género nas Políticas Públicas, ministrado no INA, no qual foi elaborado, em parceria com o representante da PSP, também formando nesse Curso, um projeto aplicado destinado à Integração da Perspetiva da Igualdade de Género no Programa Escola Segura. Ao longo de 2011 e 2012, a DGAI e as Forças de Segurança forneceram contributos para o Projeto “Género e envelhecimento: Planear o futuro começa agora!”, coordenado pela CIG, no qual foi realizado um diagnóstico da situação das pessoas idosas em Portugal e produzido um guia para profissionais das Forças de Segurança intitulado: “Mulheres, Homens e Envelhecimento”. No âmbito do II Programa para a Eliminação da Mutilação Genital Feminina (II PEMGF), em 2012, a DGAI forneceu ao grupo de trabalho responsável pela coordenação deste Programa contributos para uma efetiva disseminação dos materiais de sensibilização neste domínio junto das populações em maior risco de MGF. Estes contributos consistiram, com base nos dados disponibilizados pelo SEF no seu portal estatístico, na identificação dos municípios onde se encontra a maioria dos estrangeiros residentes em Portugal oriundos de países onde a prática de MGF tende a ser mais frequente. Nesta área foram ainda sistematizados conteúdos, disseminados pelos serviços do MAI e inseridos na página da intranet da DGAI sobre Igualdade de Género. Foi ainda divulgado pelas Forças e Serviços de Segurança o Guia de Procedimentos para Órgãos de Polícia Criminal (este Guia foi elaborado pela Escola da Polícia Judiciária em 2012). A DGAI, em parceria com a CIG, organizou em dezembro de 2012 um seminário dedicado ao tema “A Participação de Mulheres de Forças de Segurança e de Organismos do Ministério da Administração Interna em Missões Internacionais”. Esta iniciativa foi organizada no âmbito do Plano Nacional de Ação para a Implementação da Resolução 1325(2000) do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre Mulheres, Paz e Segurança. Por ocasião do dia internacional da mulher são geralmente realizadas pelas FS algumas iniciativas a nível local. A este propósito refira-se por exemplo que o Comando Metropolitano do Porto da PSP organizou em 2012 um seminário alusivo a este dia e que o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP realizou ações de sensibilização sobre violência no namoro/VD em escolas. O Comando Distrital de Aveiro da PSP realizou também duas ações 51 de sensibilização sobre VD, onde foram abordadas questões de IG (o público alvo destas ações foram a comunidade cigana). Em 2010, a DGAI apresentou a publicação “Mulheres no MAI”, prestando assim um tributo a todas as mulheres que trabalham na Administração Interna. 7. LEGISLAÇÃO Para além dos diplomas legislativos já referenciados nos relatórios anteriores sobre IG no MAI, destacam-se os seguintes: Lei 29/2012, de 9 de agosto - Primeira alteração à Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que aprovou o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional. Em termos do casamento por conveniência (art.º 186.º), importa salientar o agravamento dos limites superiores da pena de prisão para “Quem contrair casamento ou viver em união de facto com o único objetivo de proporcionar a obtenção ou de obter um visto, uma autorização de residência ou um ‘cartão azul UE’ ou defraudar a legislação vigente em matéria de aquisição da nacionalidade (…)” (cuja moldura penal passa a ser de 1 a 5 anos, sendo que anteriormente era de 1 a 4 anos). Também para quem, de forma reiterada ou organizada, fomentar ou criar condições para a prática dos atos relativos ao casamento por conveniência o limite superior da pena de prisão foi agravado. A moldura penal passa a ser de 2 a 6 anos, sendo que anteriormente poderia ir até 5 anos). Ainda no âmbito das alterações implementadas, importa salientar que a anterior Lei previa que em situações excecionais, como a condenação por crime de violência doméstica poderia ser concedida uma autorização de residência autónoma a membro da família do titular de uma autorização de residência permanente, antes de decorrido o prazo de dois anos sobre a emissão da primeira autorização de residência 52 (por via do reagrupamento familiar) (art.º 107.º). Com a nova redação, esta situação excecional prevista deixou de se referir à condenação por crime de violência doméstica, passando a referir-se apenas à “acusação pelo Ministério Público pela prática do crime de violência doméstica”, pelo que a abrangência desta medida poderá ser mais elevada, podendo ser aplicada em tempo mais útil para as vítimas de VD, uma vez que não é necessário aguardar o resultado do julgamento para poder aceder à mesma. Uma outra alteração decorre da transposição da Diretiva n.º 2009/52/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de junho, que estabelece normas mínimas sobre sanções e medidas contra empregadores de nacionais de países terceiros em situação irregular. Assim, e de acordo com o art.º 185º- A: “O empregador ou utilizador do trabalho ou serviços de cidadão estrangeiro em situação ilegal, com o conhecimento de ser este vítima de infrações penais ligadas ao tráfico de pessoas, é punido com pena de prisão de dois a seis anos, se pena mais grave não couber por força de outra disposição legal.” Resolução do Conselho de Ministros n.º 5/2011, de 18 de Janeiro - IV Plano Nacional para a Igualdade Género, Cidadania e Não Discriminação (2011-2013) (IV PNI) No âmbito do IV PNI foi ainda aprovado o II Programa de Ação para a Eliminação da Mutilação Genital Feminina. 53 8. RESUMO PRINCIPAIS INDICADORES Nesta parte final do relatório procura-se efetuar um resumo com base nos principais indicadores definidos e sempre que possível são comentadas eventuais tendências observadas nos últimos cinco anos (período de 2008/2009 a 2011/2012). Recursos Humanos Instalações policiais e material de proteção policial Administração Pública Central e MAI MAI terceira maior estrutura na Administração Pública Desde 2008, é avaliado, nas inspeções sem pré-aviso realizadas pela IGAI, a adequação das instalações ao Central (representa 10%); efetivo feminino; Em 2011, 94% dos/as colaboradores/as do MAI pertenciam às FSS; Considerando as 477 instalações policiais inspecionadas (em 2008, 2009 e 2011) em 79% das Txf. na APc 62% e no MAI 9% (ano 2011); Txf. superior a 50% nos serviços centrais de natureza mesmas existia adequação ao efetivo feminino; 92 não operacional do MAI e ANSR e situação inversa nos serviços de natureza operacional; Em 2011, 57% dos postos e esquadras inspecionados apresentava “boas” condições de atendimento ao público; Em 2012, SEF e ANPC com Txf. > 40%, no entanto nas FS Txf. de 8% (5% na GNR e 10% na PSP); Todas os postos e esquadras criados de novo possuem sala de atendimento à vítima e diferenciação Em 2011, Txf. em cargos de chefia: 10% (MAI); serviços quanto ao sexo (dormitórios e wc) centrais de natureza não operacional, SEF e ANSR < 40%; DGIE 14%, PSP 11% e GNR 3%; Entre 2011 e 2012 foram concluídos 13 novos postos/esquadras e remodelados 11; Em 2012, Txf. em funções operacionais nas FSS: 6,5% (SEF: 19,6%, PSP 7,5% e GNR 4,9%); ANPC 6%; Em 2011 e 2012 foram distribuídas pela primeira vez Txf. em cargos de chefia em funções operacionais nas FSS: 340 placas anti-trauma que conferem às mulheres das 9% (2,5% GNR; 10,6% PSP; e 35,7% SEF); FSS um maior conforto e adaptabilidade quando envergam os coletes anti-bala. Entre 2008 e 2012 registou-se um ligeiro aumento na Txf. na PSP (na ordem das 4 décimas) e na GNR (1,4 pontos); Legenda: FS= Forças de Segurança; FSS= Forças e Serviços de Segurança; APc= Administração Pública Central; Txf.= Taxa de feminização. 92 SG, DGAI, DGIE e IGAI. 54 Recursos Humanos (cont.) Representação a nível internacional Profissões reguladas pelo MAI Por ano, entre 2008 e 2011, as FS tinham envolvidos/as Em 2012 a Txf. de 19% no corpo de bombeiros era de nas missões internacionais um contingente de efetivos na 2% nas respetivas estruturas de comando; ordem dos 250 a 275, sendo que a proporção de mulheres presentes nas missões foi geralmente inferior a 4%. Entre 2008 e 2012 registou-se um aumento da presença de mulheres nos corpos de bombeiros (16% para 19%); Em 2012, o contingente das FS envolvido em missões internacionais era de 44, valor inferior ao registado nos Na Força Especial de Bombeiros (Canarinhos) a Txf. era anos anteriores; de 4% e nas equipas de intervenção permanente é 7%; Desde 2008 até 2012 todos os nove oficiais de ligação do MAI eram do sexo masculino (oficiais provenientes da GNR Na segurança privada a Txf. situava-se nos 8,2% em 2012 (em 2008 era de 7,5%); ou da PSP); Relativamente aos oficiais de ligação de imigração mais de metade era do sexo feminino (oficiais provenientes do SEF); Crimes de prevenção e investigação prioritária Violência doméstica (VD) Tráfico de seres humanos (TSH) Em 2011 a VD constituiu a 3ª tipologia criminal mais O participada em Portugal (7% de toda a criminalidade materializada em duas bases de dados (vítimas e participada) e a 1ª tipologia criminal mais participada entre traficantes/justiça criminal), que tem vindo ser testada em os crimes contra as pessoas; Portugal; Em 2011 foram registadas pelas FS 28980 participações de VD (-7% comparativamente a 2010); OTSH desenvolveu uma plataforma tecnológica Em 2011 foram sinalizadas 79 potenciais vítimas de TSH, das quais 29 confirmadas do ponto de vista de investigação criminal; De 2008 até 2010 o número de ocorrências participadas aumentou (2008-2009: +10%; 2009-2010: +2%); Das 79 vítimas, 48 referem-se a vítimas em Portugal e 31 a vítimas portuguesas no estrangeiro; As FS dispunham, no final de 2012, de 963 efetivos (17% de mulheres) com responsabilidades no âmbito da violência Maior prevalência de situações confirmadas de tráfico para fins de exploração laboral (50% de mulheres). doméstica; Entre 2008 e 2011 foram acolhidas pelo Centro de Entre 2009 e 2012 o número global de efetivos nas FS com Acolhimento e Proteção para mulheres vítimas de tráfico e responsabilidades em matéria de VD tem permanecido seus filhos menores (CAP), um total de 19 vítimas; relativamente constante (com um aumento na ordem das 2 dezenas na GNR e uma diminuição da mesma ordem na PSP); 55 Crimes de prevenção e investigação prioritária (cont.) Violência doméstica (VD) Tráfico de seres humanos (TSH) Entre 2008/2009 e 2012 a taxa de cobertura em termos de Entre 2009 e 2011 foram concedidas 39 autorizações de salas de atendimento à vítima (SAV) aumentou de 52% para residência (em 2011 foram concedidas 3 - todas as 63% nos postos e esquadras de âmbito territorial; mulheres); Entre 2008 e 2012 284 militares da GNR foram formados no âmbito do projeto NMUME/IAVE e na PSP 3031 elementos policiais tiveram formação PIPP; O SEF desenvolve desde finais de 2007 uma campanha anual contra o Tráfico de Seres Humanos, “Não estás à venda”, e até finais de 2011 foram realizadas ações em cerca de 400 escolas e distribuídos 40.000 livros; Em 2010 e 2012 foram organizadas (DGAI/CIG/FS) 13 ações de formação em VD envolvendo um total de 528 Em 2011 o SEF realizou 48 ações no âmbito desta campanha (2000 participantes); efetivos; O OTSH realizou/participou num total de 26 ações de A DGAI, em articulação com as FS, participou em 2012 nos formação/sensibilização e produziu três variantes do trabalhos de preparação do Manual Europeu de boas cartão de sinalização para vítimas de TSH; práticas policiais no combate ao atrito nas situações de VD; O OTSH organizou 2 seminários, 2 publicações e adaptou A DGAI, em parceria com as FS está a desenvolver um para itinerância a exposição sobre TSH que já esteve manual de policiamento sobre VD, e um novo instrumento de presente em 15 municípios; avaliação de risco (nesta caso a parceria integra UM. PGDL e PGDP); A DGAI publicou o estudo: “Violência doméstica: da participação da ocorrência à investigação criminal”; Imigração / Asilo / Refugiados Eleições Em 2011 existiam 436822 cidadãos estrangeiros residentes Desde 2006 encontra-se em vigor a denominada “Lei da em Portugal, e tal como verificado nos últimos cinco anos, as Paridade” (Lei Orgânica n.º 3/2006, de 21 de Agosto) que cinco nacionalidades mais representadas eram: Brasil estabelece que as listas para a Assembleia da República (111445; 25,5%), Ucrânia (48022; 11%), Cabo Verde (AR), para o Parlamento Europeu (PE) e para as autarquias (43920; 10,1%), Roménia (39312; 9%) e Angola (21563; locais (AL) são compostas de modo a assegurar a 4,9%); representação mínima de 33%; A proporção de homens entre a população estrangeira era ligeiramente superior à de mulheres (50,2% vs. 49,8%); Nos últimos anos, por força do reagrupamento familiar, o número de mulheres tem vindo a aumentar, aligeirando a Em termos de deputados/as eleitos/as para a AR a Txf passou de 24% (2005) para 26,5% (2011); Entre os/as deputados/as para o PE a proporção de mulheres passou de 25% (2004) para 36% (2009); diferença relativamente ao número de homens; 56 Imigração / Asilo / Refugiados (cont.) Eleições (cont.) Na população estrangeira de nacionalidade brasileira, cabo- Nas eleições para titulares dos órgãos das AL a Txf. passou, verdiana e angolana a maioria era do sexo feminino, entre 2005 e 2009, de 14% para 20% (juntas de freguesia), sucedendo o inverso na população ucraniana e romena; de 21% para 30% (assembleias de freguesia), de 21% para 25% (câmaras municipais) e de 22% para 29% (assembleias No âmbito do Projeto “O SEF vai à Escola”, em 2010 e 2011, municipais); foram emitidos 895 títulos de residência; Apesar do aumento verificado nas taxas de feminização Em 2011 registaram-se 275 pedidos de asilo (um aumento entre os/as eleitos nas várias eleições decorridas após 2006, de 72% face a 2010). Cerca de um terço dos estrangeiros este não parece ser suficiente para atingir a efetiva que requereram tal proteção eram do sexo feminino; representação mínima de 33% de mulheres, este facto poderá estar relacionado com as substituições que ocorrem Em 2011 foram concedidos 27 estatutos de refugiado a nacionais de países africanos e asiáticos e 38 autorizações após a eleição dos/as representantes e que já não se encontram abrangidas pela referida Lei; de residência por razões humanitárias; Nas eleições para as assembleias legislativas regionais Em termos de reinstalação, Portugal acolheu em 2011 um total de 30 cidadãos/ãs (21 adultos: 10H e 11M) refugiados/as sob proteção do Alto Comissariado das Nações Unidas; (ALR), onde a “Lei da Paridade” não se aplica, registou-se também nos últimos anos um aumento da presença de mulheres entre os/as eleitos/as. Em 2004 a Txf. era de 10% e 11,5% entre os/as eleitos para as a ALR da Madeira e para a ALR do Açores, e em 2011/2012 esta taxa foi de 17% e 26%, respetivamente; Estereótipos e iniciativas Legislação A revista PROCIV da ANPC dedicou a edição de março Alteração à Lei da Imigração em 2012 (agravamento da 2011 à temática das mulheres na proteção civil; penas em autorização termos de de casamento residência por autónoma, conveniência, por via do Em 2012, DGAI e CIG organizaram seminário sobre “A reagrupamento familiar, em situações de acusação por VD, Participação de Mulheres de Forças de Segurança e de sanções e medidas contra empregadores de nacionais de Organismos do Ministério da Administração Interna em países terceiros em situação irregular); Missões Internacionais”; Aprovação do IV Plano Nacional para a Igualdade de Sistematização e disponibilização de conteúdos sobre IG na género, Cidadania e Não Discriminação (2011-2013); intranet do MAI/DGAI e nas páginas dos serviços; Contributos fornecidos pela DGAI e FS no âmbito de diversos projetos relacionados com IG; A DGAI publicou em 2010 a brochura “Mulheres no MAI”, por ocasião do Dia Internacional da Mulher; 57
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