A PRODUÇÃO DE UM AMBIENTE DE - Artigos
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A PRODUÇÃO DE UM AMBIENTE DE APRENDIZAGEM EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA COM O USO DE MÍDIAS INTEGRADAS: A PUCRS Virtual1 Marilú Fontoura de Medeiros 2, [email protected] Gilberto Mucilo de Medeiros3, [email protected] Anamaria Lopes Colla 4, [email protected] Maria Bernadette Petersen Herrlein 5, [email protected] RESUMO A construção de ambientes em Educação a Distância na PUCRS Virtual/PUCRS busca promover experiências de aprendizagem. Promovem competências de ordem teórico-práticas mediadas pelo uso de multimídias integradas em processos vinculados ao saber, saber fazer, saber ser e saber conviver. Apoia-se em autores, como Vygotsky, Habermas, Guattari e Morin, além de interapoiados por Lévy, naquilo que eles pressupõem como brechas de comunicação entre si. Refletem-se nas práticas, quando na capacitação de professores são enfatizadas ações interdisciplinares que demandam por processos que contemplem dimensões como interatividade, cooperação, promoção da autonomia, da cognição e da metacognição. Os professores cumprem papéis de “webmaster”, de promotores de espaços de navegação, de estimuladores e provocadores no uso de espaços hipertextuais, de uso de espaços interativos, ao mesmo tempo em que eles mesmo aprendem a usálos cada vez com maior competência. Esses conceitos envolvem o redimensionamento da constituição da subjetividade, assumindo sua condição socioindividual. Este trabalho, por seu turno, só se atualiza se constituído por espaços intersubjetivos, com equipes de múltiplas disciplinas, nos quais se incluem coordenadores de área, gerentes em EAD, professores-assessores em informática, telecomunicação e educação, além de tutores, monitores, todos voltados à construção desses ambientes de aprendizagem virtuais. Mantendo uma coerência com as teorias de apoio, as ações em EAD são tematizadas, construídas e reconstruídas de forma argumentativa , individual e coletivamente, buscando garantir a aprendizagem do aluno. CONSTITUINDO O CENÁRIO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NA PUCRS Virtual O presente artigo expõe os esquemas orientadores de ação nos quais a PUCRS estruturou ambientes de aprendizagem em Educação a Distância, EAD, ao criar a unidade da PUCRS Virtual, contemplando uma proposta para além de mídias integradas em ambientes que privilegiem o uso da Internet e do ambiente Web. Esta proposta os inclui e os amplia. Os sistemas baseados em computador com seu conseqüente uso da Internet tem uma relevância extrema em qualquer experiência de porte e trabalho denso em EAD. Em nosso caso, a arquitetura da PUCRS Virtual faz uso, de igual maneira ou na mesma potência, de ambientes de videoconferência e de teleconferência, assim como no apoio dos ambientes oportunizados pela Internet no ambiente Web; da mesma forma, agregam-se outras mídias, desde que integradas a uma idéia maior, qual seja a de 1 Parte da pesquisa "Ambientes de Aprendizagem em Educação a Distância: uma experiência rizomática. PUCRS, Porto Alegre/RS, Brasil. PUCRS Virtual. Artigo aceito para apresentação no VIII Congresso Internacional de Educação a Distância, ABED/CRUB, Brasília, agosto, 2001. 2 Professora Doutora em Educação; Professora/pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCRS; Diretora da PUCRS Virtual. 3 Professor Doutor em Educação. Gerente em EAD/PUCRS VIRTUAL. 4 Professora Doutora em Educação. Professora da PUCRS VIRTUAL. 5 Professora Doutora em Educação. Professora da PUCRS VIRTUAL. 2 ampliar as condições de aprendizagem e de construção socioindividual do conhecimento (Medeiros et al., 2001) 6. A escolha pela topologia que contempla o uso de plataforma de satélite pela PUCRS Virtual levou em consideração fatores como acessibilidade do que denominamos ser a possibilidade de acesso do aluno da “última milha”; da endereçabilidade, como a condição de chegar aos locais e pessoas, considerando as dificuldades de transmissão/recebimento de dados e imagens exclusivamente via Internet; resolutividade, como condição de ser capaz de gerar, transferir dados e imagens e sons e, da mesma forma, recebê-los com qualidade, no que se inclui a velocidade; de interatividade, permanência, transparência, compartilhamento e de terminalidade. Os três primeiros fatores foram os considerados de maior peso na tomada de decisão da PUCRS para a implantação da PUCRS Virtual (http://ead.puccrs.br ), (Medeiros e Medeiros, 2001) 7. Na videoconferência, a informação é gerada na sede da PUCRS Virtual8, transmitida por uma portadora de satélite (Brasilsat B-3/Embratel) na velocidade de 252 kbps. Os alunos e professores podem, em tempo real, ver e ouvir o professor e colegas de outros pontos distantes, que disponham de equipamento eqüivalente e, mediante processos interativos construir/reconstruir o conhecimento. Na teleconferência 9, a informação é gerada atualmente na PUCRS e transmitida por uma portadora de satélite (Brasil/Sat B-3/ Embratel) em 2,5 Mhz, sendo que, em tempo real, síncrono, o aluno vê o professor e pode, por meio de áudio e telefonia (0800) contatar o professor, esclarecendo dúvidas. Em todos eles, há o apoio integrado proporcionado pela Internet e ambiente Web, espaços esses voltados à propostas interativas, cooperativas e que, acima de tudo, ampliem as condições de Desenvolvimento da autonomia. 6 MEDEIROS, Marilú Fontoura de et al. TEACHER´S CAPACITATION FOR THE ORGANIZATION OF THE LEARNING ENVIRONMENT. [email protected] 20th World Conference on Open Learning and Distance Education. April,3-5, Dusseldorf, 2001. Session Posters. 7 MEDEIROS, Gilberto Mucilo de. ; MEDEIROS, Marilú Fontoura de. PUCRS' brazilian topology in DE: technological support in its learning environment (ID: P1866). 20th ICDE World conference, Düsseldorf, april, 2001. 8 Mediante parcerias, diversos podem ser os pontos de geração, uma vez que atendam aos mesmos princípios que regulam e dão significado às ações da PUCRS Virtual. 9 O conceito de teleconferência, como em http://www.wested.org/tie/dlrn/teleconferencing.html , acessado em 9/11/98, e http://distancia.dgsca.unam.mx/servicios/quest.html ,, é entendido como uma classificação geral de emissão da informação, na qual se inclui a de vídeo, a de “broadcasting” e a de áudio. No caso da PUCRS Virtual, por questão de uso facilitado do próprio vocábulo, adotamos a teleconferência para destacar a via que não contempla a bidirecionalidade em termos de imagem e de som direto por parte do aluno. 3 O PARADIGMA EM EAD NA PUCRS Virtual A menção e o balizamento em paradigmas não é privilégio da modalidade de educação a distância e, muito menos, da educação. Na própria ciência, e ninguém melhor do que Thomas Kuhn , para designar o entendimento e o uso de paradigma na história, evolução e enquadramento dos processos científicos de construção do conhecimento. Como tal, o paradigma indica ordenamentos e valores que emolduram ações em determinada comunidade, por serem aceitos por essa mesma comunidade. O paradigma da PUCRS Virtual, como um agenciamento, uma metateoria, nos têm orientado nos caminhos múltiplos a construir e a reconstruir no cotidiano. Da mesma forma, nosso entendimento de ambientes de aprendizagem nos expõe como um conjunto de fatores que influenciam, positiva ou negativamente, os resultados (Silva,1993 10 e Freitas, 1999) 11 e se apresentam em EAD, por natureza, como o aluno se constituindo no centro do processo12. Como frisamos, a constituição desses ambientes de aprendizagem começa a ter seu impulso maior com as experiências denominadas como construtivistas e que têm seu apoio nos estudos de Piaget, de seus seguidores, assim como de estudiosos da filosofia que fazem aportar na educação e em outras áreas a ruptura paradigmática que vêm se constituindo pela linguagem, pela comunicação, pela busca e construção de sentidos e significados(Habermas, 1997 13; Sfez, 2000 14), 10 SILVA, Carlos R. O . Bases pedagógicas e ergonômicas para concepção e avaliação de produtos educacionais informatizados. Florianópolis, Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção, UFSC, Brasil, 1993. 11 FREITAS, Maria do Carmo Duarte. Um ambiente de aprendizagem pela Internet aplicado na construção civil. Florianópolis, Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção, UFSC, 1999. 12 Como tal, inerente à própria condição paradigmática e a proposta construcionista socioindividual, essas realidades se constróem diferentemente em função das condições e “estado de coisas” de cada um e de todos. Assim, não há um curso igual a outro, assim como não há “forma” de professores. Alguns já se apropriarem de princípios de hipertextualidade, de virtualidade e de interatividade; outros estão em processo de “apresentação” e de “primeira aceitação” a esses processos; alguns poucos estão na “passagem” da modalidade presencial tradicional para a virtualidade, interatividade, hipertextualidade e autonomização da Educação a Distância. 13 HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia. Rio de Janeiro, Brasiliense, 1998. 14 SFEZ, Lucien. Crítica da comunicação. São Paulo: Loyola, 2000. 4 pelo acolhimento do desejo e da renovação de uma subjetividade que se amplia no outro/com/em o outro(Guattari e Deleuze, 1995) 15. Encontramo-nos, como na perspectiva reconstrutivista e na teoria sociocrítica habermasiana 16, imersos no mundo da vida, construindo e reconstruindo argumentativamente os processos que nos permitam ser mais humanos e socialmente mais autônomos. A imersão pressupõe uma proposta que se autoregula e que supera a si mesma, ao mesmo tempo que é una na unidade e, especialmente, na multiplicidade. Assumimos, também, como pressupostos, as idéias defendidas nos paradigmas a que denominamos como emergentes 17, naquilo que abrem de brechas de comunicação com a teoria social crítica e que contemplam: Três vertentes ou pilares são orientadores das ações em construção em EAD na PUCRS Virtual. Uma, que contempla (1) uma abordagem sociopolíticofilosófica; (2) uma sociocomunicativa e (3) uma sociotécnica-metodológica. Na vertente sociopolítico-filosófica, a construção de uma subjetividade intersubjetivamente constituída, envolve idéias que se concretizam nas dimensões de multiplicidade e uno; na processualidade de produções múltiplas, devires inesperados, rizomáticos; além de romper com o padrão triádico e rígido do processo tradicional de comunicação. Na segunda vertente, a que contempla os processos sociocomunicativos, encontramos as dimensões de construção mediada, de processos argumentativos, individual e social, processos esses que promovam a cognição, a sociocognição e a metacognição reflexiva e crítica. Há nesse processo comunicativo um lugar-outro do tradicional triângulo, emissor-mensagem-receptor, processos múltiplos e intercambiáveis, uma vez que eles se interpenetram e se interinfluenciam. 15 GUATTARI, Félix e DELEUZE, Gilles. Mil platôs. Vol. 1. São Paulo: Ed. 34, 1995. A teoria sociocrítica a que Habermas se filia ou a que ele mesmo institui, constitui-se em uma posição teóricoprática contraposta ao marxismo ortodoxo, processo esse esgotado em suas promessas, pela oposição às suas práticas. As propostas neomarxistas que, de alguma forma, remetem ao embate com a busca de igualdadediferenciada, da liberdade e da solidariedade, estão cada vez mais presentes nas ações de grupos e nações. 17 Apoiados nas idéias defendidas por Edgar Morin(1998), Francisco Varela e Humberto Maturana(1999), Félix Guattari e Gilles Deleuze(1995). 16 5 As velhas configurações sujeito-objeto se desmaterializam, já que a prática, pela própria natureza de EAD passa a exigir uma interatividade não rigidamente hierarquizada, embora racionalmente argumentada. Na vertente sociotécnico-metodológica, inserem-se as dimensões que contemplam, - na constituição dessas subjetividades socialmente construídas , embora imersas no indivíduo, - as mediações metodológicas, nas quais se inserem os pressupostos de mediação. Sim, esses processos constituem-se em meios, em processo tecnológicos em seus múltiplos desenhos e topologias. Importa a aprendizagem do aluno. É nessa condição que se instituem as mediações tecnológicas. Os ambientes de aprendizagem que se instituem nada mais são que concretizações do que é valorizado e usado como conhecimento, pois determinado por interesses (Habermas, 1988). Sempre, a expressão desse ambiente indica o uso/interesse a ser feito em relação ao saber. AMBIENTES DE APRENDIZAGEM EM EAD Tradicionalmente, os ambientes de aprendizagem estão vinculados, em educação, à figura e à decisão e ação como ator principal por parte do professor. A partir de fins da década de 70, começam a esboçar-se reações na comunidade acadêmica acerca das práticas desenvolvidas nas escolas. Tais reações buscavam uma certa coerência com os processos sociocríticos que se instalavam na área, provocando rupturas nas formas de pensar e agir. Não que as teorias não existissem; não que essas preocupações não se materializassem em nichos; não que experiências ricas e igualitárias de educação não ocorressem no Brasil e no mundo. Exemplos de Paulo Freire; Moacir Gadotti, Dermeval Saviani referenciam alguns teóricos brasileiros presentes nessa linha. O ambiente de aprendizagem, para que se constitua como tal, cooperativo, autonomizador e interativo pressupõe a presença de diversos atores, entre os quais o professor/equipe e o aluno/grupo de alunos. O professor faz a mediação com as atividades do aluno, preparando o campo e o ambiente para tal, dispondo e propondo o acesso e a interação, - seja com a máquina ou com outros alunos ou outras tecnologias. - provocando e facilitando essas ações. Além disso, busca interagir, estimular, reorientar a atividade de aprendizagem. É nessa mesma perspectiva que Tijiboy, Maçada, Santarosa e Fagundes(1999) 18, vinculados de forma mais direta ao ambiente computacional, propõem ambientes de aprendizagens cooperativos. No caso da PUCRS Virtual, estamos constituindo, - em uma dinâmica processual, histórica e datada dentro das materialidades possíveis - a constituição de ambientes de aprendizagem que contemplem a instituição nas concreticidades do uno na multiplicidade, da lógica rizomática – que supera a lógica binária e “já dada como pronta” , lógica essa que se associa aos pressupostos de um processo hipertextual (Deleuze e Guattari 19 ; Lévy, 2000 20) - assim como ao rompimento com 18 TIJIBOY, Ana Vilma; OTSUKA, Joice Lee; SANTAROSA, Lucila Maria Costi. “Navegando pelo mundo”:ambiente de aprendizagem telemático interdisciplinar. Informática na Educação. Teoria & prática. V. 1, no. 1 , p. 25-42, outubro 1998. 19 DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs, vol. 1. São Paulo, Ed. 34, 20 LÉVY, Pierre. Tecnologias da inteligência. São Paulo, Ed. 34, 2000. 6 os pressupostos tradicionais sociocomunicativos (Silva, 2000) e sociotécnicometodológicos(Silva, 2000; Medeiros et al. 1999, 2000. Para a concretização desses ambientes de aprendizagem na PUCRS Virtual/PUCRS (Medeiros, 1998; Medeiros, 2000c), uma equipe interdisciplinar, como um critério mínimo, é exigida, incluindo a decisão acerca da plataforma de ação. Nessa decisão, inclui-se, da mesma forma, a instituição de formatações de materiais, conteúdos, processos, ferramentas, monitoramentos, mesmo que estes não se encontrem publicizados aos alunos em sua versão de planejamento. A transparência se faz pelas atividades e processos colocados em execução21. Na plataforma da PUCRS Virtual, com a mediação do segmento espacial para produção de videoconferências e teleconferências, além da imprescindível ação da mediação por computador, fazemos uso de processos em que o professor e a equipe constróem ambientes interativos e cooperativos quando da geração das atividades. Nesse segmento estão incluídos processos de comunicação, metodológicos, todos embasados em pressupostos sociofilosóficos. Nele, como um sistema híbrido, há o envolvimento com duas sistemáticas operacionais que têm em si pressupostos paradigmáticos em suas versões sociopolítico-filosóficas, sociocomunicativos e sociometodológicos. Estes ambientes, por sua vez, são implementados de forma integrada com a seguinte configuração: 21 O professor é protagonista, assim como a equipe que lhe dá apoio e lhe facilita o trabalho, produzido de forma integrada entre gerentes em EAD, coordenadores de área, professores-assessores em educação/telecomunicação/informática, dentre outros, como tutores, monitores e o próprio aluno. 7 Os ambientes de aprendizagem que se originam dessa múltipla estrela trazem em si embutidas as noções que buscamos privilegiar na prática a partir da proposta paradigmática que se vêm construindo na PUCRS Virtual. São processos múltiplos que, em alguma medida se vai buscando implementar dependendo das materialidades com que cada curso e grupo de alunos se apresenta 22. A ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DE APRENDIZAGEM EM EAD O professor-parceiro e a equipe de EAD reelaboram, em um ambiente que tem como “telos” propostas abertas, o plano de trabalho contemplando uma aprendizagem cooperativa, interativa e autônoma, em situações de grupo e individual. O ambiente de aprendizagem proposto está apoiado nos recursos de 22 Embora privilegiemos uma organização aberta e, extrapolando da dimensão de um sistema de computação, conforme apresenta Franciosi, (2001) buscamos a configuração de ambientes de aprendizagem como sendo fechado e ou aberto. Um sistema fechado é representado através de um diagrama de estados cujas regras de transição são previamente definidas. Este tipo de sistema é denominado sistema determinístico e resolve problemas cuja estratégia de solução possui começo, meio e fim bem definidos. Exemplos deste tipo de sistema são dados por tutorial, exercício-prática, completar lacunas, jogo e animação. Um sistema aberto é baseado em um conjunto de regras básicas as quais determinam caminhos válidos, a partir dos quais o diagrama de estados é construído. Este tipo de sistema é denominado sistema heurístico. Neste tipo de sistema não existe começo, meio ou fim, mas apenas um conjunto de regras a partir das quais o diagrama de estados é construído. Exemplos deste tipo de sistema são dados por sistema de simulação, linguagem programação, tutores inteligentes. (Franciosi, 2001) 8 multimídia disponíveis nas ferramentas e serviços da PUCRS Virtual, criando múltiplos ambientes que incluem videoconferência, teleconferência, Internet e ambiente Web, além de apoios de telefonia discada, de fax, de linha 0800, de materiais impressos. A EAD pressupõe a construção de competências para facilitar a organização de ambientes de aprendizagem que promovam o conhecimento, nas modalidades virtual e presencial sejam síncronas ou assíncronas , atendendo aos princípios de autonomia, interatividade (Figura , cooperatividade23 e respeito a princípios éticos e valores humanos cristãos. Figura : Tipos de interatividade Para tanto, na construção de ambientes de aprendizagem, o professorparceiro e sua equipe de apoio prevêem a disponibilização de condições de aprendizagem que incluam : a revisita a estrutura de ensino/aprendizagem por ele construída, abra-se a novos modos de pensar a aprendizagem propondo-se, mais do que a buscar respostas, a formular novas perguntas; as reflexões acerca das condições e das práticas da escola na sociedade do conhecimento, considerando o impacto das novas tecnologias de informação e comunicação, NtiC, e seu emprego nas modalidades presencial e a distância; a análise critica dos pressupostos filosóficos, sociopedagógicos que norteiam a proposta educativa da PUCRS Virtual, buscando inseri-los nos ambientes de aprendizagem em suas múltiplas dimensões: interatividade, cooperatividade, autonomia e cognição e metacognição argumentativamente constituídas; na organização dos ambientes de aprendizagem, o atendimento às condições, como: acessibilidade, endereçabilidade, permanência, resolutividade, transparência, compartilhamento, terminalidade; a modalidade de educação a distância como possibilidade de inclusão, democratização e socialização na sociedade do conhecimento; um fazer pedagógico orientado ao desenvolvimento da interatividade, da autonomia e da cooperatividade, como forma de possibilitar a migração para um paradigma emancipatório, crítico e reflexivo, de construção socioindividual; a 23 Alguns autores, como Crooks, entre outros, propõem a denominação de aprendizagem colaborativa. Nessa, inserem a dimensão cooperativa. Na perspectiva da PUCRS Virtual, analisando as teorias construtivistas e reconstrutivistas(do ponto de vista da filosofia), essa perspectiva não encontra amparo teórico, haja vista que a cooperação, desde os estudos de Piaget(para citar somente um autor), vêm evidenciar a subordinação da colaboração à cooperação(ver estudos de Jürgen Habermas e de Laurence Kohlberg acerca do desenvolvimento moral- Para a reconstrução do materialismo histórico, de Habermas, Ed. Brasiliense). 9 instrumentalização em ambientes de aprendizagem, de equipamentos e serviços, técnicas e ferramentas da telecomunicação e de ambientes telemáticos como mediadores sociopedagógicos em EAD; em seu planejamento as condições de monitoramento da aprendizagem do aluno, enfatizando a avaliação formativa; o redimensionamento de seu planejamento, na modelagem de ambientes de aprendizagem em EAD, destacando na relação professor-aluno a “condição de sujeitos” de um processo socioindividual de aprendizagem. Assim, a necessária capacitação de quadros em EAD, envolve em sua especificidade, as seguintes grandes áreas: Estas propostas indicam aqueles espaços de responsabilidade da equipe interdisciplinar coordenada pelo professor, que, ao final não se torna transparente aos alunos, exceto no que é mais importante, a condição e a disponibilização de espaços voltados à esses objetivos e dimensões e ao monitoramento dessas mediações a distância. Com vistas à implementação e projeto desses ambientes, são privilegiados algumas dimensões de saber, do saber fazer, do saber conviver e do saber ser 24, tais como: 1. Dimensão de “saber” - Universidade virtual e seu compromisso com a sociedade do conhecimento; Novas tecnologias de informação e comunicação, NTiC; princípios orientadores de ação em EAD; PUCRS Virtual: Paradigma, pressupostos, princípios/dimensões de interatividade/cooperação/autonomia/cognição/metacognição em EAD na PUCRS Virtual, Topologia da PUCRS Virtual; Ambientes de aprendizagem em EAD e na PUCRS Virtual; Avaliação e processos de aprendizagem em EAD/Funções da avaliação dos critérios de especificidade, qualidade de acessibilidade, endereçabilidade, permanência, resolutividade, transparência e compartilhamento em EAD; 2. Dimensão de “saber fazer” - Modalidades, ferramentas e serviços para a constituição de ambientes de aprendizagem em suas diversificadas modulações; Gerenciador de ambientes de aprendizagem em rede de computadores e alternativas existentes em ambiente Web; Apropriação tecnológica de processos de videoconferência e de teleconferência; Redes de computadores e seu uso pedagógico; Características, operação, possibilidades pedagógicas da Internet, Intranet em ambiente Web; Mapas conceituais como auxílio à organização de conteúdos e de processos de organização das etapas , objetivos em suas complexidades; Organização de ações coletivas e individuais para uso nos ambientes de aprendizagem, incluindo o ambiente Web; Uso educativo de ferramentas síncronas e assíncronas em ambientes de aprendizagem mediados por computador: Chat, listas de discussão, grupos informais de discussão, fóruns, e-mail, 24 DELOURS, Jacques. UNESCO 10 “webfolios” ; 3. Dimensão de "saber conviver" - Expressão em uma vivência solidária e humana dos princípios de consideração à diversidade, de respeito ao outro, de busca do uno na multiplicidade, assim como da multiplicidade no uno, da argumentação socioindividualmente construída subjacentes aos pressupostos do paradigma em EAD e ao referencial teórico da PUCRS; 4. Dimensão de “saber ser” - Uso dos princípios e dimensões de EAD, tais como colaboratividade, interatividade, autonomização, cognição e metacognição na construção de ambientes de aprendizagem interativos/ colaborativos/ emancipatórios e críticos e humanos. À GUISA DE CONCLUSÃO PARA UM PROCESSO À semelhança das idéias defendidas por Arlindo Machado (1997, p.182183) em relação ao hipertexto, as propostas de EAD na PUCRS Virtual, voltadas ao uso das mídias integradas em uma plataforma híbrida, pressupõem, em sua processualidade e de acordo com a especificidade e tempo de cada curso/área, na 25 “sua forma mais avançada e limítrofe, o hipertexto seria algo assim como um texto escrito no eixo do paradigma, ou seja um texto que já traz dentro de si várias possibilidades de leitura e diante do qual se pode escolher dentre várias alternativas de atualização” e, para além disso, o autor ainda nos desafia a buscar configurar “mais como processo do que como produto e essa contingência reclama um tratamento semiótico26 fundamentalmente descontínuo e fragmentário”, descaracterizando as tradicionais enunciações entre receptor, emissor e mensagem(p.199) REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS BOFF, Elisa, GIRAFFA, Lúcia Maria Martins. 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