Revista160

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Revista160
APELMAT
SELEMAT
Edição 160 - Novembro/Dezembro 2014
www.apelmat.org.br
Antes de agir, planejar
Ferramenta valiosa para a sobrevivência até nos cenários mais
hostis, o planejamento prepara sua empresa para o futuro
Especial
A construção civil,
que enfrenta grandes
desafios, tem potencial
para caminhar positivamente
no longo prazo
Tendência
Área de infraestrutura tem
investimento estimado em
R$ 1,17 trilhão até 2019.
Setor de transportes
deve receber a maior fatia
É tempo de agradecer
Editorial
Destaques em terraplenagem, construção civil,
infraestrutura, obras públicas e gestão
8
Cenário
Até 2019, estão previstos aportes financeiros voltados
para infraestrutura da ordem de R$ 1,17 trilhão
16
Tendência
Especialistas apontam a direção certa para
criar e executar um bom plano de marketing
20
Gestão e
Negócios
Novas tecnologias e incremento da oferta dão impulso ao
mercado de equipamentos. O desafio é manter o ritmo
24
Manutenção
e Mercado
Marcus Welbi, presidente da Apelmat, fala das ações
da associação neste ano e dos planos para 2015
32
Balanço
A (des)oneração da folha e a contribuição
social sobre a receita bruta (substitutiva)
34
Selemat
36
Estação móvel de tratamento de água: solução moderna e flexível
Entrevista
Longe de ser uma ciência exata, o planejamento
é fundamental para orientar as tomadas de decisão
38
Reportagem
de Capa
O déficit brasileiro em moradia, indústria e infraestrutura
mantém a expectativa positiva no longo prazo
44
Especial
50
A Política Nacional de Resíduos Sólidos abriu um caminho sem volta
Reciclagem
52
Os desafios do setor de infraestrutura
Artigo
56
Confira os eventos de outubro e novembro
Social
59
Acompanhe a programação da associação para os próximos meses
Agenda
Apelmat
60
As melhores ofertas de serviços e equipamentos
Classificados
80
Tabela
Preços de locação e prestação de serviços de terraplenagem
APELMAT
Composição da Diretoria da Apelmat 2014/2018
Presidente - Marcus Welbi Monte Verde
Vice-Presidente - Flávio Figueiredo Filho
Vice-Presidente - José Antonio Spinassé
Vice-Presidente - Wanderley Cursino Correia
Vice-Presidente - Alex Sandro Martins Piro
Vice-Presidente - Rubens Pelegrina Filho
Vice-Presidente - Luis Carlos Gomes Leão
Vice-Presidente - Hilário José de Sena
Secretário - Cesar Augusto Madureira
Tesoureiro - Milton Gazzano
Diretor Executivo - Vanderlei Cristiano V. Rodrigues
Diretor Executivo - Paulo da Cruz Alcaide
Diretor Executivo - Afonso Manuel Vieira da Silva
Conselheiro Fiscal - José Abrahão Neto
Conselheiro Fiscal - Gilberto Santana
Conselheiro Fiscal - Ademir Geraldo Bauto
Conselheiro Fiscal - Vicente de Paula Enedino
Suplente de Conselho Fiscal - Luiz Gonzaga de Brito
Diretoria Adjunta da Apelmat 2014/2018
Diretor Adjunto - José Doniseti Luiz
Diretor Adjunto - Luiz Carlos Vieira da Silva
Diretor Adjunto - José Eduardo Busnelo
Diretor Adjunto - Emerson Dias Correia
Diretor Adjunto - Ivomario Netto Pereira
Conselho Consultivo da Apelmat 2014/2018
Presidente do Conselho - Marcus Welbi Monte Verde
Conselheiro - Silas Piro
Conselheiro - Sergio dos Santos Gonçalves
Conselheiro - Edmilson Antonio Daniel
Conselheiro - Antonio Augusto Ratão
Conselheiro - Marco Antonio C. F. de Freitas
Conselheiro Consultivo - José Dias da Silva
Conselheiro Consultivo - Armando Sales dos Santos
Conselheiro Consultivo - Jovair José Marcos Melo
Conselheiro Consultivo - Elvecio Bernardes da Silva
Conselheiro Consultivo - Wilson Lopes Moço
Conselheiro Consultivo - Artur Madureira Carpinteiro
Conselheiro Consultivo - Flavio Fernandes de Freitas Faria
Conselheiro Consultivo - Maurício Briard
Conselheiro Consultivo - Manuel da Cruz Alcaide
SELEMAT
Composição da Diretoria do Selemat 2014/2018
Presidente - Marcus Welbi Monte Verde
Vice-Presidente - Flávio Figueiredo Filho
Secretário - Cesar Augusto Madureira
Tesoureiro - Milton Gazzano
Suplente de Diretoria - Wanderley Cursino Correia
Suplente de Diretoria - Alex Sandro Martins Piro
Suplente de Diretoria - José Ayres
Suplente de Diretoria - Ricardo Bezerra Topal
Conselheiro Fiscal - Manuel da Cruz Alcaide
Conselheiro Fiscal - Luiz Gonzaga do Nascimento
Conselheiro Fiscal - Fernando Rubio Mazza
Suplente de Conselho Fiscal - Fabio Lourenço de Paulo Lima
Suplente de Conselho Fiscal - Jamerson Jaklen Silva Pio
Suplente de Conselho Fiscal - Adalto Feitosa Alencar
Delegado Efetivo - Marcus Welbi Monte Verde
Delegado Efetivo - Manuel da Cruz Alcaide
Delegado Suplente - Maurício Briard
Delegado Suplente - Flavio Figueiredo Filho
4
APELMAT - SELEMAT
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A Revista Apelmat/Selemat é uma publicação da Associação Paulista dos Empreiteiros e Locadores de Máquinas de
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Terraplenagem do Estado de São Paulo.
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Novembro/Dezembro 2014
É tempo de agradecer
Estava pensando no tema deste editorial e peguei as edições da Revista
Apelmat/Selemat deste ano. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa simples. E
quem acompanha notou que, como presidente desta entidade, abri mão do editorial,
dando espaço para os diretores falarem – isso é bom, pois reflete a cara da associação
de diversas formas. Então, neste editorial quero fazer alguns agradecimentos.
Em primeiro lugar, sempre, agradeço a Deus por permitir este nosso trabalho.
Agradeço ao José Antonio Spinassé pelo editorial da edição 156. Agradeço ao
Flávio Figueiredo Filho pelo editorial da edição 157. Agradeço ao Wanderley
Cursino Correia pelo editorial da edição 158. Agradeço ao Hilário José de Sena pelo
editorial da edição 159.
Agradeço ao tesoureiro, Milton Gazzano, que, para mim, é um exemplo de ser
humano.
Agradeço a todos os diretores, funcionários, colaboradores, fornecedores e
prestadores de serviços que me apoiam e ajudam no “Projeto 30 Anos”.
Agradeço aos patrocinadores máster, ouro, prata e demais, que durante o ano
investiram e acreditaram no potencial da Apelmat.
Agradeço pela parceria com a Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações
Representantes dos Locadores de Máquinas, Equipamentos e Ferramentas
(Analoc), a Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração
(Sobratema), o Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo
(Sinicesp), entre outros.
Agradeço, em nome do Selemat, à FecomercioSP, entidade à qual somos
federados e em que trabalhamos juntos no conselho de serviços.
Agradeço à minha esposa e aos meus filhos, que me inspiram e me apoiam para
que eu siga nesta jornada com força e coragem para desbravar novos desafios, de
forma que, com discernimento, saiba conduzir a Apelmat e o Selemat para um futuro
promissor e com resultados positivos aos associados.
Por fim, agradeço a oportunidade de mais um ano, com muito trabalho e saúde!
Boa leitura!
Marcus Welbi Monte Verde
Presidente da Apelmat e do Selemat
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APELMAT - SELEMAT
Novembro/Dezembro 2014
VGM e Randon: nova parceria
Em outubro deste ano, a VGM – Valor Global
Máquinas, concessionária da Sany, passou também a
representar a Randon na linha de retroescavadeiras.
“Enxergamos uma grande sinergia”, conta o diretor de
vendas da VGM, Edmilson Júnior (foto). “A Randon é
uma empresa 100% nacional, com uma história de mais de
65 anos, fabricante de produtos com qualidade acima da
média e com alto grau de tecnologia”, acrescenta.
M&T Expo 2015
Em junho de 2015 será realizada, em São
Paulo, uma nova edição da M&T Expo – Feira
e Congresso Internacionais de Equipamentos
para Construção e Mineração.
Entre as empresas confirmadas estão: Atlas
Copco, BMC-Hyundai, Case Construction
Equipment, Caterpillar, JCB, John
Deere/Hitachi, Komatsu, Liebherr, Machbert,
New Holland Construction, Palfinger,
Romanelli, Sany, Volvo Construction
Equipment, Wirtgen Group, XCMG e
Yanmar, entre outras.
Segundo o executivo, a meta é conquistar de 10% a 15%
de market share no Estado de São Paulo em 2015. “E
acreditamos que a área de pós-vendas deve dobrar o
faturamento no próximo ano, buscando sempre oferecer
as melhores condições para o cliente”, completa.
A linha de implementos e caminhões fora de estrada
continua sendo representada pela Multieixo.
“Nas quase duas décadas de atividades, a
exposição tem sido o ponto de encontro de
toda a cadeia produtiva da área de
equipamentos para construção e mineração”,
fala Hugo Ribas Branco, diretor de feiras e
operações da Associação Brasileira de
Tecnologia para Construção e Mineração
(Sobratema), promotora e organizadora do
evento.
Para mais informações, acesse:
www.mtexpo.com.br.
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APELMAT - SELEMAT
Novembro/Dezembro 2014
Auto Sueco São Paulo prepara novidades
Dando continuidade ao plano de investimentos
anunciado para o triênio 2013-2015, a Auto Sueco São
Paulo divulga que, a partir de 2015, vai levar sua matriz
para novo endereço.
A nova sede ficará próximo à Rodovia
Anhanguera, no sentido interior, em um terreno
de mais de 22 mil metros quadrados de área total
(sendo cerca de 6.300 metros quadrados de área
construída e mais de 10 mil de pátio) adquirido
pela empresa na região de Jaraguá. “A localização
foi definida visando à maior facilidade de acesso
aos motoristas, tanto os que vêm da capital
paulista quanto os que se dirigem ao interior do
Estado, sem ter de enfrentar o movimento intenso
da Marginal do Tietê”, explica Fernando Ferreira,
diretor executivo da empresa (foto).
Além disso, no próximo ano será inaugurada a
nona unidade da empresa no Estado. “Estamos
chegando a Barueri, um importante polo para a
logística na região metropolitana”, revela
Ferreira.
LiuGong inaugura fábrica na Argentina
A ZMG Argentina e a LiuGong, fabricante chinesa de equipamentos e máquinas de qualidade para
construção, inauguraram a nova fábrica de empilhadeiras LiuGong na Argentina.
Localizado na cidade de Rio Tercero, em Córdoba, o
empreendimento conta com investimento de mais de US$
5 milhões da ZMG Argentina SRL e de sua parceira, a Rio
III Metalúrgica Investimento. A LiuGong participa com
know-how e transferência de tecnologia.
A capacidade de produção é de 1.200 unidades por ano.
O modelo principal será a empilhadeira 2.5 T diesel com
shifter.
“Estamos comprometidos com a nossa transferência de
valores para as comunidades que escolhemos para
construir nossas instalações, juntamente com o
crescimento social, econômico e do conhecimento”,
afirma Bruno Barsanti, vice-presidente para a América
Latina da companhia chinesa.
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APELMAT - SELEMAT
Novembro/Dezembro 2014
Fatia maior do mercado
Um ano após assumir a representação da Case
Construction Equipment em Santa Catarina, a JMalucelli
Equipamentos aumentou sua participação de mercado em
10% e reinaugurou, em novembro, a unidade local, em
Biguaçu, que passou por uma série de melhorias.
“Esse crescimento é resultado de um amplo trabalho de
campo junto aos potenciais clientes dos segmentos de
saneamento, construção civil, terraplenagem, locação e
mineração, apresentando os equipamentos Case e os
nossos serviços”, afirma o diretor comercial da JMalucelli
Equipamentos, Rafael Malucelli .
A concessionária já representava a Case no Paraná e no
Rio Grande do Sul há 21 anos. Em outubro de 2013, pôs os
pés em Santa Catarina, unificando o atendimento da
marca na Região Sul. “Buscamos um atendimento
padronizado por meio de nossa rede em todo o País, e a
entrada da JMalucelli em Santa Catarina beneficiou os
clientes, especialmente os que têm negócios em mais de
um Estado”, avalia Roque Reis (foto), vice-presidente da
Case na América Latina.
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APELMAT - SELEMAT
De olho na economia
Após dois trimestres seguidos de contração,
o que caracteriza recessão técnica, a economia
brasileira apresentou crescimento positivo no
terceiro trimestre de 2014. O Indicador Serasa
Experian de Atividade Econômica (PIB
mensal) registrou avanço de 0,2% no terceiro
trimestre de 2014 perante o segundo, já com os
devidos ajustes sazonais, sinalizando o fim da
recessão que marcou o primeiro semestre do
ano.
Segundo economistas da Serasa Experian,
apesar de positivo, o resultado ainda mostra
fraco desempenho da atividade econômica em
razão de um quadro conjuntural adverso,
caracterizado por taxas de juros elevadas,
inflação escapando do limite superior da meta,
reduzido grau de confiança tanto de
empresários quanto de consumidores e
desaceleração do crescimento econômico
mundial.
O cenário de baixo dinamismo permanece,
pois, em relação ao terceiro trimestre de 2013,
houve recuo de 0,1% na atividade econômica,
fazendo com que, no acumulado dos nove
primeiros meses deste ano, a economia
avançasse apenas 0,3% em relação ao mesmo
período do ano passado.
Amiga do meio ambiente
O CDP Itália, organização internacional sem
fins lucrativos que impulsiona as economias
sustentáveis, reconheceu a CNH Industrial
por seu desempenho e pela transparência e
qualidade dos seus projetos para redução dos
impactos nas mudanças climáticas.
No índice Climate Disclosure Leadership
Index (CDLI), divulgado no Relatório CDP
Itália 100 Mudanças Climáticas 2014, que
aborda as responsabilidades ambientais das
empresas, a companhia recebeu pontuação de
destaque: 98 em 100. O documento identifica
o grau de preparação das empresas diante das
novas exigências do mercado e de
regulamentação de emissões.
“Essa conquista demonstra o sucesso da
nossa abordagem global em relação à
responsabilidade ambiental”, comentou o
CEO da empresa, Richard Tobin.
Em 2013, a CNH Industrial aplicou 149
programas para aprimorar seu desempenho
energético em nível mundial.
Novembro/Dezembro 2014
Cenário
Rio de Janeiro ganha loja da John Deere
A John Deere Construção inaugurou a primeira loja no
Estado do Rio de Janeiro. Localizada em Itaboraí, na
região metropolitana, o estabelecimento será filial do
distribuidor Inova Máquinas e oferecerá o portfólio de
produtos premium da empresa no segmento de
construção, como pás-carregadeiras, retroescavadeiras,
escavadeiras, motoniveladoras e tratores de esteiras.
“O mercado fluminense passa a ter não somente acesso
às máquinas de alta qualidade da John Deere, mas também
à atuação integrada dos técnicos disponíveis na loja, que
são como consultores tecnológicos dos clientes”, diz
Roberto Marques, líder da divisão de C&F (construção e
florestal) da John Deere no Brasil.
A inauguração é mais um passo de expansão do
segmento de construção da companhia: no País são cinco
distribuidores responsáveis pelo setor, que cobrem todo o
território.
Rapidez e precisão
Grande disponibilidade de estoque e entrega
imediata em todo o Brasil. Esse é o diferencial
da ITR South America, segundo Celso
Afonso, encarregado financeiro da empresa.
“Somos distribuidores da marca ITR em
material rodante, FPS e peças de reposição
para Caterpillar e Komatsu”, detalha Afonso.
“Temos mais de 25 mil itens em estoque
permanente das melhores marcas mundiais”,
completa.
A ITR South America atua, desde 1997, na
reposição de peças aplicáveis em
equipamentos pesados para construção,
mineração e atividade agrícola.
Em 2011, iniciou uma joint venture com o
grupo italiano Usco-ITR, fabricante da marca
ITR, tornando-se um dos vários centros de
distribuição operando no mundo.
Norte: oportunidades em mineração
A Ciber Equipamentos Rodoviários, subsidiária no Brasil do Grupo Wirtgen, participou da Exposibram
Amazônia, realizada entre 17 e 20 de novembro em Belém, capital do Pará.
“Por ser uma feira de mineração, apresentamos ao
público as novidades em tecnologia de última geração
das mineradoras de superfície Wirtgen e dos britadores
Kleemann”, conta Jandrei Goldschmidt, gerente de
marketing da companhia. “Assim como em todo o Brasil,
enxergamos no mercado do Norte boas oportunidades de
negócios para esse segmento, e nada melhor do que falar
diretamente com as empresas que operam na região para
mostrar os nossos diferenciais”, completa.
A feira debateu como serão aplicados os novos
investimentos do setor mineral brasileiro, buscando
estreitar os laços entre governo, corpo acadêmico,
ONGs, a sociedade civil da Amazônia e as empresas
mineradoras.
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APELMAT - SELEMAT
Novembro/Dezembro 2014
Tendência
Projeções na
ponta do lápis
Área de infraestrutura contabiliza investimentos de R$ 1,17 trilhão até
2019 segundo dados de pesquisa encomendada pela Sobratema
P
ara reduzir os gargalos nas áreas
de transporte e logística, saneamento básico, energia e habitação, a
esfera governamental tem anunciado
investimentos em âmbito nacional,
estadual e municipal. Até 2019, estão
previstos aportes financeiros
públicos e privados da ordem de R$
1,17 trilhão. O dado é da pesquisa
Principais Investimentos em
Infraestrutura no Brasil até 2019,
encomendada pela Associação
Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) à
consultoria Criactive.
O levantamento aponta 6.068
obras em andamento, projeto ou
intenção, em diversos setores como
óleo e gás, transporte, energia,
saneamento, indústria, infraestrutura
de habitação, esporte e outros.
A área de transportes representa a
maior fatia de investimentos, com
um montante estimado em R$ 438,4
bilhões para o período 2014-2019,
ou seja, 37,49% do total.
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APELMAT - SELEMAT
Sobratema divulga a pesquisa Principais Investimentos em Infraestrutura no Brasil até
2019 e o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção
A maior obra em termos de visibilidade e valor continua sendo o
trem de alta velocidade (TAV) que ligará Campinas, Rio de Janeiro e
São Paulo, com aportes de R$ 35,6 bilhões. Na sequência está o
Superporto do Espírito Santo, com investimentos de R$ 20,7 bilhões.
Os modais que concentram os maiores volumes são as ferrovias, com
38,3%; os portos e hidrovias, com 21,1%; e as rodovias, com 17,6%.
O setor de óleo e gás é o segundo maior, com R$ 319,5 bilhões
estimados (27,32% do total). A terceira posição fica com o segmento
energético, com investimentos previstos de R$ 191,7 bilhões e
destaque para obras de geração de energia, que representam 84,4%
desse montante. As quatro obras que devem receber os maiores
valores continuam sendo as Usinas Hidrelétricas de Belo Monte e
São Luiz do Tapajós, no Pará, e Jirau e Santo Antônio, em Rondônia.
Segundo a pesquisa, o setor industrial responde por 8,72% dos
aportes financeiros (R$ 102 bilhões). As obras com maior valor estão
nas áreas de mineração e siderurgia. Destacam-se também os
segmentos de papel e celulose, fertilizantes e automóveis.
Tendência
Os investimentos em saneamento básico são de
vital importância para alcançar a universalização do
sistema de escoamento e tratamento de esgoto. O
levantamento contabiliza R$ 35,8 bilhões até 2019.
Já o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab)
prevê R$ 508,4 bilhões entre 2014 e 2033.
Para a infraestrutura de habitação, estão previstos
R$ 7,8 bilhões até 2019. O destaque é o programa
Minha Casa, Minha Vida, que tem apresentado a
maior taxa de realização da segunda fase do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Até abril de 2014, contratou 3,4 milhões de moradias
e já entregou 1,7 milhão de unidades.
O setor formado por hotéis e resorts, shopping
centers, hospitais, universidades, teatros e edifícios
públicos deve receber aportes de R$ 70,2 bilhões no
período, e a infraestrutura esportiva R$ 4,1 bilhões.
Em marcha
O montante das obras em andamento entre 2014 e
2019, de acordo com os dados da pesquisa Principais
Investimentos em Infraestrutura no Brasil, está
estimado em R$ 458,9 bilhões, o que significa R$
76,48 bilhões de investimentos ao ano.
Ao dividir esse valor pelo PIB previsto em 2014
(de R$ 4,86 trilhões, considerando um crescimento
de 0,4% neste ano), chega-se a um investimento
médio de 1,57% do PIB em infraestrutura, índice
considerado baixo em comparação com alguns
países da América Latina.
Levando em conta somente as obras em
andamento, o setor que mais contribuiu para o valor
de investimentos é o de óleo e gás, com R$ 214
bilhões (46,7%). A Petrobras responde por 80%
desse montante. O segmento de transportes vem na
sequência, com R$ 76 bilhões (16,6%), e a área de
energia aparece em terceiro lugar, com R$ 57 bilhões
(12,5%).
Na análise por região, o Sudeste lidera,
concentrando 57,4% dos aportes. Em segundo lugar
está o Nordeste (15,5%), e em seguida o Norte
(11%). As três regiões juntas receberão 83,9% dos
investimentos.
Vendas devem cair
A comercialização de equipamentos de construção
deve apresentar queda de 6% em 2014 em relação ao
ano anterior. Serão mais de 67,7 mil máquinas
vendidas contra mais de 72 mil unidades
comercializadas em 2013. A constatação é do Estudo
Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos
para Construção, elaborado pela entidade.
A queda decorre de fatores como a desaceleração
da economia brasileira, políticas públicas dos
investimentos em infraestrutura e o período eleitoral.
A linha amarela deve sofrer diminuição de 12,7%
nas vendas, e para as demais categorias – compostas
por gruas, guindastes, compressores portáteis,
plataformas aéreas, manipuladores telescópicos e
tratores de pneus – estima-se uma retração de 14,8%.
Os equipamentos com maior percentual de queda
são as retroescavadeiras (42,6%), os guindastes
(46,3%) e as plataformas aéreas (24,7%).
Por outro lado, o estudo aponta resultados
positivos, como a alta na venda de rolos
compactadores (13,2%), motoniveladoras (8,3%) e
pás-carregadeiras (5,2%), além dos caminhões
rodoviários demandados pelo setor de construção
(6,8%). Estes três últimos obtiveram crescimento em
função, principalmente, das encomendas feitas pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário.
No caso da importação, a expectativa é de retração.
De janeiro a setembro deste ano, houve diminuição
de 27% em relação a igual período anterior. O que
leva a esse cenário é a desaceleração do mercado
interno, com a desvalorização cambial, e a entrada de
importadores como fabricantes no território
nacional.
Em relação aos setores que utilizam as máquinas, a
área de infraestrutura responde pela maior parte do
que foi adquirido em 2014 (32 mil unidades),
seguida da construção civil (25 mil unidades).
Veja +
Confira no site da Apelmat (www.apelmat.org.br) as projeções de comercialização de equipamentos até
2019 e a íntegra da entrevista de Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema.
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APELMAT - SELEMAT
Novembro/Dezembro 2014
Boas notícias?
Para o vice-presidente da Sobratema, no médio e longo prazo, o
horizonte é favorável para o setor de locação
Por Tatiana Alcalde
me perguntam: ‘Daniel, você tem
“Asboaspessoas
notícias?’”, fala Eurimilson Daniel, vice-
presidente da Sobratema. “Respondo que o pior
cenário é estar no escuro. A pesquisa de investimentos e o estudo do mercado de equipamentos nos dão
um conforto por acender uma lâmpada”, completa.
Para o executivo, mesmo diante da realidade
desfavorável economicamente, há luz no fim do
túnel. “No Brasil, não dá mais pra pensar em
curtíssimo prazo”, diz. “Temos que atravessar essa
fase, um tanto delicada, mas, se olharmos para o que
conquistamos, não para o que deixamos de crescer,
os números são positivos.”
O setor de locação deve contabilizar mais de 35 mil
máquinas. “E com o mercado ruim, a pesquisa indica
que estamos rodando 50%, ou seja, pelo menos 17
mil estão em operação. Há oito ou nove anos, esse
número não passava de 5 mil”, destaca.
Mesmo com esse crescimento, o desafio é o da
sustentação. “Estamos num momento de
reivindicação de uma nova consciência política.
Independentemente de quem vai dirigir o País, tem
que acontecer uma mudança produtiva, que passa
pela infraestrutura e vai favorecer o nosso setor.
Nesse ponto, no médio e longo prazo, o horizonte é
favorável. Nós devemos acreditar.”
Revista Apelmat/Selemat O que você diria para os
locadores que olham para a realidade econômica no
curto prazo?
Eurimilson Daniel Quando digo que temos 50%
do montante de máquinas rodando, das 35 mil que
formam a linha amarela, é o volume que sustenta um
determinado mercado, que exige uma renovação,
assim como atendimento e qualidade. Esse é um
ponto positivo, pois o mercado não parou.
Evidentemente, o número de equipamentos em
atuação não sustenta a expectativa dos locadores,
que precisam de novas oportunidades. Elas podem
vir por medidas do governo. Por exemplo, há a
notícia de que o BNDES encerra o PSI (Programa de
Sustentação do Investimento) com taxa de 4,5% ao
ano. Se isso acontecer, qual o impacto para o setor?
Consigo enxergar que, se os juros do banco
aumentarem, os clientes finais vão alugar mais e
comprar menos. É uma oportunidade. Outra, recente,
vem com uma mudança na lei de dívida dos Estados,
que fez com que todos passassem a ter capacidade de
investir.
RAS Muitos compraram novos equipamentos em
2010, e há um envelhecimento da frota ao longo dos
anos. Qual é a expectativa em relação à renovação?
ED Pesquisamos locadores em todos os lugares do
País, e ninguém fala em sair do setor. Se não há essa
intenção, é preciso ter equipamento. Num momento
de dificuldade, dificilmente alguém vai falar em
novos investimentos, mas, para se manter no
segmento, tem que investir.
RAS Em relação à pesquisa sobre os investimentos
em infraestrutura, o que você destaca?
ED A nova fronteira de desenvolvimento está no
Centro-Oeste, com as concessões que já foram feitas
e estão em andamento. São Paulo é, sempre, um
lugar muito bom, mas tem muita gente trabalhando,
com a competição maior.
Novembro/Dezembro 2014
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Gestão e Negócios
Marketing em pauta
Foi-se o tempo em que bastava anunciar nas antigas páginas
amarelas para que uma empresa tivesse visibilidade. Especialistas
do Senac e da ESPM revelam o que é preciso para definir uma
imagem, como promovê-la para as pessoas certas e quais são as
diretrizes para executar um bom plano de comunicação
Por Thais Martins
A
briu uma empresa ou quer
redirecionar o posicionamento
de sua marca – por onde começar?
Essa é a dúvida de muitos executivos
ao tentar desenhar uma estratégia de
comunicação empresarial.
Segundo o coordenador de cursos
de pós-graduação em marketing do
Centro Universitário Senac,
Henrique de Campos Junior,
primeiramente é importante apontar
a diferença entre posicionamento e
imagem. “Imagem em marketing é a
projeção, feita na cabeça do cliente,
dos elementos perceptuais
relacionados a uma marca, da
maneira como são percebidos. O
somatório dessas sensações faz com
que o público reconheça e
identifique a marca. Por exemplo:
ele pode associar desempenho,
esportividade e estilo a um carro. Já
outra pessoa pode relacioná-lo a
desempenho, esportividade e preço
alto.”
20
APELMAT - SELEMAT
Marcelo Pontes, da ESPM
“Para divulgar a imagem de uma empresa,
é preciso ter uma boa estratégia de comunicação”
Outro conceito diretamente ligado à imagem é o de
posicionamento, “que é o somatório de elementos perceptuais que a
companhia gostaria que fossem associados a sua marca. Nesse caso,
a empresa escolhe divulgar que seus carros apresentam ‘desempenho
superior’, ‘esportividade natural’, ‘estilo incomparável’. A diferença
entre o posicionamento e a imagem é o principal desafio que deve ser
enfrentado nos esforços de comunicação”, explica.
Novembro/Dezembro 2014
Gestão e Negócios
Para que uma empresa, um produto ou serviço
tenha uma imagem adequada, é fundamental criar
um posicionamento claro. Também é importante
compreender o que pensam os clientes potenciais,
identificando quais são as associações feitas por eles
(a imagem), dividindo-os em segmentos de
percepção similar da marca. O trabalho de
comunicação passa, então, pelo preenchimento das
lacunas entre o posicionamento e a imagem.
Aquela frase “falem mal,
mas falem de mim”,
não vale para quem pretende
realizar um bom trabalho de
comunicação empresarial
Marcelo Pontes, líder na área de marketing da
Escola Superior de Propaganda e Marketing
(ESPM), afirma que o planejamento de comunicação
deve estar inserido dentro do plano de marketing.
“Para divulgar a imagem de uma empresa, é preciso
ter uma boa estratégia de comunicação respaldada
por um bom produto ou serviço no mercado. É
preciso estar atento a quem, ao quê e a como falar.
Essa é a equação, e as variáveis são dependentes das
características da empresa, da linha de produtos, dos
diferenciais, do perfil do público que se quer atingir e
da análise do mercado.”
Na prática
O coordenador do Senac afirma que existem pelo
menos três grandes atividades envolvidas no
processo de posicionar uma marca:
1 – Estabelecer um posicionamento coerente e
competitivo, já que será mais custoso defender uma
posição caso o produto não apresente vantagens
perante os concorrentes ou não entregue o que
propõe. “No exemplo da marca de carro, será mais
difícil associar a imagem esportiva a um veículo com
baixa potência”, fala.
O coordenador ensina um exercício que pode ser
feito pelo gestor para auxiliar nessa primeira etapa: o
preenchimento dos espaços entre parênteses na frase
a seguir.
22
APELMAT - SELEMAT
Para (o público-alvo), a marca (nome da marca) é
(a categoria ou solução vendida) que (diferença
oferecida), pois (motivo pelo qual a diferença é
importante ao público-alvo).
“Para (os homens urbanos de 35 a 45 anos), a
(Automóveis Cometa) é (a melhor opção de carros
esportivos) que (oferece design esportivo, consumo
razoável, conforto para pequenas distâncias,
desempenho superior aos concorrentes), pois (seu
carro não é apenas um meio de transporte, mas uma
representação de seu estilo de vida)”, exemplifica.
“Quanto mais específica for a descrição, melhor”,
enfatiza.
2 – Identificar a atual imagem de seu produto ou
serviço perante o público-alvo, determinando
objetivos de diminuição da lacuna entre
posicionamento e imagem.
3 – Desenhar uma estratégia de comunicação
consistente para preencher, da melhor maneira, as
lacunas identificadas.
Segundo Junior, cada uma dessas três ações
demanda especialidades diferentes. “Caso sua
empresa não as tenha dentro de casa, é uma boa ideia
procurar agências especializadas. Obviamente isso
tem um custo, e o gestor precisa avaliar a relação
entre o investimento e o retorno esperado.”
Pontes faz coro e indica a contratação de uma
agência, porque ela conta com estrutura e
profissionais experientes que podem sugerir a
ferramenta ideal para cada ação.
Esboço
Um bom plano de marketing, segundo o
coordenador do Senac, deve começar com a
avaliação dos objetivos estratégicos da companhia,
os recursos disponíveis, as condições ambientais e a
condição da empresa em fazer valer sua posição
competitiva.
“Outro ponto fundamental é que ele serve de guia
de quais caminhos seguir e quais critérios utilizar
para verificar se os objetivos foram atingidos”,
explica o especialista, que propõe os seguintes
pontos para traçar um plano de marketing:
Novembro/Dezembro 2014
- Resumo executivo
Os principais decisores da empresa, em geral, têm
pouco tempo, por isso uma síntese sobre quais ações
tomar pode ser um ótimo instrumento de venda da
proposta de marketing.
- Contexto competitivo
As ações descritas no plano se relacionam com os
objetivos da empresa, suas capacidades e condições
ambientais.
- Análise do composto mercadológico
Uma forma clássica de mostrar as ações de
marketing é dividi-las em quatro grandes categorias:
produto; canal de distribuição; estratégias de
comunicação; precificação e formas de
comercialização.
- Definição de metas
Apresenta os principais indicadores de sucesso e
como eles serão calculados.
- Orçamento
Expõe quanto será preciso investir para executar as
ações descritas. O valor varia conforme o setor de
atuação da empresa. “Existem diversos estudos que
conseguiram associar investimentos crescentes em
marketing com desempenhos superiores no mercado
e nos resultados aos acionistas”, comenta Junior.
- Planos de contingência
Indica pontos de atenção e formas de redução de
riscos.
No caminho certo?
A estratégia de marketing deve acompanhar o ciclo
de planejamento da empresa. Por exemplo, se a
companhia projeta um plano para cinco anos, o de
marketing também deve ser elaborado para o mesmo
período. “Considero razoável estabelecer um
orçamento de marketing que contemple as ações
para um ano”, aponta Junior. “Claro, existem
detalhamentos táticos que podem ser feitos
circunstancialmente, como o lançamento de um
produto”, completa.
Pontes, da ESPM, alerta que é preferível não fazer
nada a executar uma ação incorreta. “Aquela frase
‘falem mal, mas falem de mim’ não vale para quem
pretende realizar um bom trabalho de comunicação
empresarial”, afirma.
Uma ação de marketing executada de maneira
inadequada pode, na melhor das hipóteses, não levar
a empresa a lugar algum ou pode encaminhá-la de
volta ao ponto de partida. Outra possibilidade é
afetar a relação entre o posicionamento e a imagem,
aumentando ainda mais as lacunas entre o que a
companhia gostaria que o cliente associasse ao
produto ou serviço e as relações que ele, de fato, faz.
Segundo o especialista, uma imagem afetada pode
ter como causa um problema de descolamento entre a
promessa e a entrega; um desenho equivocado de
posicionamento; uma interpretação incorreta do
consumidor; um efeito de distorção de um
concorrente.
Para que uma empresa, um produto
ou serviço tenha uma imagem
adequada, é fundamental criar
um posicionamento claro
Para cada uma dessas situações, deve ser
desenhada uma resposta: melhorando a entrega ou
diminuindo a promessa; ajustando o posicionamento
ao que a empresa pode entregar e ao que o mercado
demanda; esclarecendo o consumidor e reforçando
sua mensagem; confrontando o concorrente por
meio de diferentes técnicas de comunicação.
“O plano de marketing é um guia, um mapa. Seguilo de forma errada pode gerar perda de tempo e de
recursos”, comenta Junior. “Uma frase de Lewis
Carrol, em Alice no País das Maravilhas, ilustra bem
a situação. Na novela, Alice está em uma
encruzilhada e encontra o Gato que Ri. Como ela
estava em dúvida, pergunta: ‘Senhor gato, qual é a
melhor estrada para mim?’. O gato devolve: ‘Para
onde você quer ir?’ A menina diz: ‘Não sei, estou
perdida’. O gato então completa: ‘Se é assim, pode
pegar qualquer caminho. Eles são igualmente bons
para você’”, finaliza.
Novembro/Dezembro 2014
23
Manutenção e Mercado
Consolidação é a
palavra de ordem
Com a chegada de mais fabricantes globais, o mercado de equipamentos
ganhou impulso por causa de novas tecnologias e incremento da oferta.
O desafio é manter o crescimento do setor
Por Thais Martins
A
principal expectativa ou desejo para 2015 é a consolidação
do mercado.” Essas são palavras de
Jacó Alles, gerente de rental da
Volvo Construction Equipment
Latin America. Segundo ele, esse
processo passa pela indústria. “A
comercialização de equipamentos de
construção, por exemplo, tem
crescido ao longo dos últimos dez
anos no Brasil, saindo de menos de
10 mil unidades para mais de 30 mil
em 2013. O maior obstáculo que
ainda existe para o crescimento do
setor de locação é a falta de um
desenvolvimento constante ou a
manutenção de um ritmo. Embora o
País tenha mostrado evolução, ainda
há muitas diferenças entre as
regiões.”
24
APELMAT - SELEMAT
Jacó Alles, da Volvo Construction
“A principal expectativa ou desejo para 2015 é a consolidação do mercado”
Para 2015, a companhia considera a perspectiva de um crescimento
nas vendas para os principais locadores de equipamentos devido ao
aumento das exigências. “O cliente que faz locação não aceita mais
máquinas de baixa produtividade e alto consumo de combustível,
sem um mínimo de conforto ao operador. Percebemos claramente
que a comercialização de equipamentos premium renderá uma fatia
maior para os locadores nos próximos anos. Para isso, a participação
do Banco Volvo será decisiva como agente financiador”, explica
Alles.
Novembro/Dezembro 2014
Manutenção e Mercado
Segundo o executivo, a curva entre o custo de
aquisição e a manutenção preventiva e corretiva
começa a se tornar desfavorável entre o 24º e o 36º
mês de vida útil do equipamento. Há, entretanto,
outras variáveis que podem estender esse prazo até o
48º ou 60º mês. “Soma-se ao fator custo a
disponibilidade da frota, que está ligada ao volume
de horas”, fala. “Por isso, para o locador, manter o
parque atualizado é um diferencial competitivo
importante”, acrescenta.
Fernando Groba, executivo da divisão de energia
portátil da Atlas Copco, ressalta que o desgaste,
inevitável diante do ambiente agressivo
normalmente encontrado nos canteiros de obras, é
uma das principais razões para a renovação periódica
dos equipamentos.
Fernando Groba, da Atlas Copco
“As novas tecnologias que surgem tornam as
máquinas mais eficientes e menos poluentes”
Uma frota nova garante maior confiabilidade e
disponibilidade de máquinas, maximizando a
rentabilidade do negócio. “Os equipamentos
adquiridos para futuras locações devem atender às
exigências de segurança de variados ambientes e
possuir implementos de trabalho adequados que
garantem maior funcionalidade e versatilidade nas
operações”, aponta Carlos França, gerente de
marketing da Case Construction Equipment.
“Além disso, as novas tecnologias que surgem
tornam as máquinas mais eficientes e menos
poluentes”, diz Groba, da Atlas Copco. “Quando
uma família de produtos é substituída por outra, esta
última geralmente oferece um menor consumo de
26
APELMAT - SELEMAT
combustível e nível de ruído, maior intervalo de
manutenção, menor área ocupada e, por
consequência, menor custo de instalação e
transportabilidade.”
Carlos França, da Case Construction Equipment
“Os equipamentos adquiridos para futuras locações devem
atender às exigências de segurança de variados ambientes”
Para o executivo, o respeito ao meio ambiente e a
adoção de práticas sustentáveis ultrapassam a
fronteira da vantagem competitiva. “O uso de
equipamentos que contribuam nesse sentido se
tornará uma obrigação para qualquer tipo de
construção”, diz. Ele dá como exemplo os
compressores portáteis da companhia. “Todos os
novos projetos têm o chassi 100% vedado, o que
evita a contaminação do solo com óleo e contribui
para que as construções obtenham créditos Leed.”
A BMC-Hyundai destaca o fator rentabilidade
como motivador para a atualização da frota. “O
período de troca no momento correto proporciona
maior rentabilidade. É buscar o melhor valor de
revenda com o menor custo de manutenção”, afirma
Alcides Guimarães, gerente regional de pós-venda
da companhia. “As máquinas Hyundai oferecem um
ótimo valor de revenda, com os custos de
manutenção mais baixos do mercado.”
Segundo o executivo, o mercado exige atualmente
máquinas de alta performance e elevada
disponibilidade mecânica, que proporcionem
produtividade com baixo custo de operação e
assistência, além de pós-venda que atenda a todo o
território nacional e com boa disponibilidade de
peças. Nesse contexto, “a BMC-Hyundai dispõe de
Manutenção e Mercado
90% dos itens solicitados pelos seus clientes em
estoque e realiza 85% dos atendimentos técnicos em
até 24 horas”, diz.
Na lista de demandas do segmento de locação, Ma
Xianlin, diretor comercial da Sany, acrescenta a
facilidade e o baixo custo de operação e a
disponibilidade de peças.
e ao atendimento de normas de segurança e de
emissões de poluentes e ruídos.”
“De uns anos para cá, tem mudado o conceito de
que o locador tinha em mente a ideia de comprar
máquinas polivalentes que atendiam desde o
pequeno trabalho até o grande e faziam de tudo na
obra”, aponta Nei Hamilton, diretor comercial da
JCB do Brasil. “Não havia tanto a preocupação com
custos diretos e variáveis, o importante era que a
máquina atendesse a todas as tarefas da obra.
Levava-se muito em conta o valor da aquisição
inicial”, relembra.
O cenário atual, entretanto, é diferente. Os
locadores, muitos deles empreiteiros, não só buscam
máquinas com bom custo de aquisição como
também as que apresentam custos operacionais
menores, baixo consumo de combustível, fácil e
pouca manutenção e alta produtividade.
Alcides Guimarães, da BMC-Hyundai
“O período de troca no momento correto
proporciona maior rentabilidade”
A empresa investe 5% de seu faturamento anual em
pesquisa e desenvolvimento. “Na feira Bauma China
deste ano apresentaremos mais de 40 equipamentos,
sendo 26 lançamentos”, conta. Uma das inovações
nas escavadeiras da marca é o controle de fluxo
positivo hidráulico, que permite maior velocidade
nas operações realizadas.
Critério de escolha
Segundo Jandrei Luis Goldschmidt, gerente de
marketing da Ciber Equipamentos Rodoviários,
subsidiária no Brasil do Wirtgen Group, quando as
empresas estão em busca de uma solução de locação,
procuram por novas tecnologias e funcionalidades.
“E sua escolha dentre os diversos locadores se dará
em uma relação entre preço e padrão da frota
disponível”, aponta. É nesse momento que
equipamentos com tecnologia de ponta fazem toda a
diferença.
Para Goldschmidt, com a chegada de mais
fabricantes globais, o mercado brasileiro vê crescer a
oferta e o contato com novas tecnologias, o que sem
dúvida gera procura. “Uma tendência tem sido a
crescente demanda relacionada ao aperfeiçoamento
28
APELMAT - SELEMAT
Ma Xianlin, da Sany
“Na feira Bauma China deste ano apresentaremos
mais de 40 equipamentos, sendo 26 lançamentos”
“Outra importante mudança foi que o locador
passou a ter a máquina certa, nem grande nem
pequena. Ou seja, deixou as adaptações que levavam
uma única máquina a fazer tudo sem considerar os
custos para utilizar o equipamento adequado para
determinado trabalho”, descreve Hamilton.
Melhor gestão
Felipe Duarte Ruy, especialista de aplicação em
tecnologia da Caterpillar, acrescenta que 2014 foi o
ano da quebra de um paradigma: o de que produtos
com tecnologia são difíceis de ser utilizados e não
são necessários para a competitividade do negócio.
Manutenção e Mercado
“Como as empresas precisam buscar constantemente novas formas de aumentar a produtividade,
diminuir os custos e aumentar a segurança, vão
necessariamente depender de tecnologia para isso”,
afirma Ruy. “A própria escassez de mão de obra é
outro fator que exerce pressão. Se pensarmos no
mercado daqui a três anos, não dá mais para imaginálo sem as novas tecnologias, fundamentais para que
os clientes continuem competitivos.”
Jandrei Luis Goldschmidt,
da Ciber Equipamentos Rodoviários
“Uma tendência tem sido a crescente demanda
relacionada ao aperfeiçoamento e ao
atendimento de normas de segurança”
Nesse sentido, a companhia aposta no Cat
Connect, com uma série de soluções para o
gerenciamento de equipamentos, produtividade,
segurança e sustentabilidade. “Com as novas
tecnologias Cat Connect, o locador oferece um
produto de maior valor agregado a seus clientes. Elas
permitem produzir ainda mais com os mesmos ou até
Nei Hamilton, da JCB do Brasil
“O locador passou a ter a máquina certa, ou seja, deixou
as adaptações que levavam uma única máquina a fazer tudo”
30
APELMAT - SELEMAT
menos equipamentos”, aponta Ruy. “Além disso,
elas ajudam a diminuir o custo de propriedade da
máquina e a aumentar a vida útil.”
A New Holland Construction, por sua vez,
disponibiliza o FleetForce New Holland, um sistema
de telemetria híbrido (GPRS e satélite) para
monitoramento a distância do equipamento. Uma
novidade recente é o sistema Machine Control, o
resultado da associação mundial da CNH Industrial
com a Leica GeoSystem.
Anderson Oliveira, da
Yanmar South America
“Para 2015, temos uma
expectativa de crescimento
em torno de 45%
nesse mercado
(miniequipamentos)”
“Os equipamentos, como motoniveladoras,
tratores de esteiras, escavadeiras hidráulicas e
retroescavadeiras, podem trabalhar de forma guiada
(como se estivessem utilizando um GPS) ou podem
ter o controle hidráulico feito automaticamente. Esse
sistema agrega valor na hora da locação e ainda
garante ao locatário uma maior produtividade na sua
obra”, garante o vice-presidente da companhia para a
América Latina, Nicola D'Arpino.
Tamanho não é documento
Uma tendência que ganha cada vez mais espaço é a
utilização dos miniequipamentos, que, segundo
Anderson Oliveira, coordenador de negócios da
linha de construção civil da Yanmar South America,
devem ocupar espaço das atuais máquinas pesadas
existentes no Brasil.
“Para 2015, temos uma expectativa de crescimento
em torno de 45% nesse mercado, com lançamentos e
alguns programas de melhorias e satisfação ao
cliente, além da ampliação da nossa rede autorizada e
implantação de uma filial na cidade de Osasco (SP),
entre outros investimentos”, afirma.
Novembro/Dezembro 2014
Vitrine
Busca por mais produtividade e
redução de custos estimulam
aquisição de equipamentos com
tecnologia embarcada, a
exemplo da motoniveladora 140M
da Caterpillar e dos serviços
de tecnologia Cat Connect
Neste ano, a Atlas Copco lançou a
família de compressores portáteis
XA (M, T, H, V) S 770-910, que
oferece maior vazão e pressão para
aplicações de perfuração,
proporcionando muito mais velocidade
Recentemente, a JCB lançou
duas novas pás-carregadeiras
fabricadas no Brasil: a 422ZX,
com peso operacional de 12
toneladas, e a 426ZX, de 13,2 t
A nova linha de pavimentadoras
Vögele Geração "traço 3", da Ciber,
trouxe como principal novidade
tecnologia ultramoderna e eficiente,
fácil manuseio, além de características
ecológicas e econômicas.
Seu desenvolvimento foi norteado
por aspectos como ergonomia,
economia de combustível e ecologia
Destaque mundial no conceito
de miniequipamentos, a
Yanmar South America conta com
miniescavadeiras de 1 até 8 toneladas,
com tecnologia japonesa, que facilitam
as operações em campo e proporcionam
acesso aos locais mais restritos
O trator de esteiras modelo D140
é um dos principais lançamentos
da New Holland Construction neste
ano. Assim como outros equipamentos
da marca, ele está equipado com motor
Tier III, classificação que garante
menor impacto ao meio ambiente
Novembro/Dezembro 2014
Balanço
Em perspectiva
Marcus Welbi, presidente da Apelmat e do Selemat, destaca as principais
ações da associação neste ano e fala dos planos para 2015
Por Tatiana Alcalde
A
típico, o ano de 2014 parece
não deixar muita saudade. A
comercialização de equipamentos de
construção deve apresentar queda,
com uma retração de cerca de 6% em
relação a 2013, segundo o Estudo
Sobratema do Mercado Brasileiro de
Equipamentos para Construção, elaborado pela Associação Brasileira de
Tecnologia para Construção e
Mineração (Sobratema).
A queda é decorrente de fatores
como a desaceleração da economia
brasileira, as políticas públicas dos
investimentos em infraestrutura e o
período eleitoral. A análise contempla equipamentos de movimentação
de terra, a chamada “linha amarela”,
bem como os demais equipamentos,
como gruas, guindastes e plataformas aéreas, e ainda uma estimativa
dos tratores de rodas e caminhões
rodoviários demandados pelo setor
de construção.
Como pano de fundo, a previsão de
crescimento do PIB brasileiro caiu
ao longo dos meses, sendo
acompanhada pela queda da
confiança do setor de construção de
forma geral, em um reflexo da
retração sobre a expectativa
econômica. Paralelamente, a
confiança das empresas envolvidas
em infraestrutura, obras civis e
edifícios caminhou um nível abaixo
do setor, refletindo fortemente a
queda do PIB.
32
APELMAT - SELEMAT
Marcus Welbi,
da Apelmat/Selemat
“Vamos munir nossos
associados com informações
entregues em forma de palestras,
cursos e troca de conhecimento”
Nesse contexto pouco favorável, o segmento de locação conseguiu
sobreviver. “A construção civil foi e é a maior consumidora no
mercado de locação de equipamentos da linha amarela. Por isso o
setor não parou, mas, por outro lado, não houve crescimento”, avalia
Marcus Welbi, presidente da Associação Paulista dos Empreiteiros e
Locadores de Máquinas de Terraplenagem e Ar Comprimido
(Apelmat) e do Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos
e Máquinas de Terraplenagem do Estado de São Paulo (Selemat).
Para 2015, Welbi não perde a esperança. “Vamos ter um ano em que
devemos acreditar, tendo muita cautela e consciência para realizar
investimentos, dedicando mais tempo ao planejamento”, diz.
Confira, a seguir, a entrevista.
Revista Apelmat/Selemat Qual o balanço que o senhor faz deste
ano para o segmento de locação de equipamentos da linha amarela?
Marcus Welbi Um ano atípico para o setor, que sofreu com a Copa
do Mundo da Fifa e com as eleições. Ainda assim, a construção civil
foi e é a maior consumidora no mercado de locação de equipamentos
da linha amarela. Por isso o setor não parou, mas, por outro lado, não
houve crescimento.
Novembro/Dezembro 2014
RAS Em relação ao trabalho realizado pela Apelmat, quais os
principais destaques de 2014?
MW Neste ano, a Apelmat se preparou e se profissionalizou
para atender e aumentar sua carteira de associados, oferecendo
novos benefícios para quem paga as mensalidades e,
principalmente, lutando por ampliar nosso espaço. Um exemplo
foi a campanha “50% Rental” feita junto às construtoras,
mostrando a oportunidade que tinham de investir capital em
obras e não em equipamentos, dando abertura para as empresas
especializadas alugarem seus equipamentos.
RAS Para 2015, quais desafios você acredita que o segmento
terá de encarar?
MW Como todos os setores, estamos de olho na economia e
vamos depender muito das ações do governo para retomar o
crescimento. Vamos ter um ano em que devemos acreditar, tendo
muita cautela e consciência para realizar investimentos,
dedicando mais tempo ao planejamento.
RAS Como a Apelmat irá se posicionar?
MW Vamos munir nossos associados com informações
entregues em forma de palestras, cursos e troca de conhecimento.
Além disso, existe um projeto de ajuda para as empresas
familiares, que será realizado com o auxílio de profissionais
experientes em questões motivacionais. Ele será voltado para as
microempresas e empresas de pequeno porte, já que, na maioria
das vezes, elas são formadas por maridos, esposas, filhos e
irmãos. Quando a crise econômica chega, ela afeta também a
estrutura familiar com um todo.
RAS Na sua visão, como as empresas devem encarar o
próximo ano?
MW O ideal seria fazer um planejamento estratégico, ou seja,
aproveitar os números e pensar nas tomadas de decisões,
praticando o budget 2015, cost out e previsão de faturamento,
mas sabemos que isso é utópico. Se a empresa puder realizar um
pequeno investimento, aconselharia a contratação de um
consultor, pois somos bons comerciantes, bons locadores, bons
engenheiros, mas péssimos administradores – daí a necessidade
de um profissional que acompanhe o empresário por um período
para encontrar erros e ajudar a corrigi-los.
RAS Quais os planos da Apelmat para 2015?
MW A associação completará 30 anos e, por isso, desenhamos
o Projeto 30 Anos. Não dá para descrever em poucas linhas, mas
posso adiantar que quem sai ganhando são os associados. Um
exemplo: acabamos de adquirir um simulador para treinamento
de operadores de escavadeiras hidráulicas.
RAS Como presidente da Apelmat, o que o senhor espera dos
associados?
MW Há muito tempo escutei esta frase: “Espere e confie”.
Espero que nossos associados acreditem no meu empenho, dos
diretores, da equipe técnica e dos colaboradores para que nossa
associação seja a maior e melhor do setor. E que, além de ajudar
os associados diante das dúvidas que venham a ter, possamos
orientar e ser referência nacional.
Novembro/Dezembro 2014
Selemat
A (des)oneração da folha e a
contribuição social sobre a
receita bruta (substitutiva)
Por Luiz Fernando Martins Macedo*
R
ecentemente tivemos a introdução
de mais uma modalidade de tributo
no nosso complexo sistema tributário.
Trata-se da desoneração da folha de
pagamento, que consiste na substituição
da contribuição patronal previdenciária
sobre a folha de pagamento de
empregados e contribuintes individuais
(20%) (prevista, respectivamente, nos
incisos I e III do art. 22 da Lei
8.212/1991) por uma contribuição
incidente sobre a receita bruta (criada
pela Lei nº 12.546, de 2011, no contexto
do Programa Brasil Maior), com vistas a
diminuir a carga tributária sobre a folha
de pagamentos.
Inicialmente restrita a alguns setores da
economia, a abrangência da referida
contribuição vem sendo ampliada para
diversos setores. Recentemente passou a
ser aplicada à construção civil, serviços
de terraplenagem e demais atividades
congêneres.
Ainda que sua intenção inicial fosse
diminuir o encargo tributário, inúmeros
setores concluíram, após a projeção dos
cenários e a elaboração dos cálculos
necessários, que o novo imposto acabou
por aumentar a carga devida pelas
empresas.
34
APELMAT - SELEMAT
Desde o início, havia muitas dúvidas por parte das empresas
que têm mais de uma atividade econômica em seu objeto social.
Em diversos casos, algumas atividades estavam contempladas na
nova lei e outras não. Em certas situações, embora todas as
atividades estivessem descritas na lei, constavam alíquotas
diferentes para cada uma delas.
Esclarecemos, então, aos nossos associados que a adesão à
nova contribuição era obrigatória. Não competia ao contribuinte
optar ou não pelo recolhimento da nova taxa, ainda que, após a
sua aplicação, a carga tributária aumentasse ao invés de diminuir.
Em matéria tributária, é imprescindível
traçar cenários, fazer projeções,
realizar cálculos e planejar de forma
a diminuir a participação do erário
no lucro das empresas
Observamos também que, na hipótese de a empresa contemplar em seu objeto social diversas atividades, a que deveria
nortear o recolhimento da contribuição era a principal, constante
do Código Nacional de Atividade Econômica (CNAE). Isso
porque, partindo do critério do CNAE, a atividade principal é
sempre especificada de forma clara.
Novembro/Dezembro 2014
Alertamos ainda para o fato de que, em matéria tributária, o
posicionamento tanto da Receita Federal quanto dos tribunais,
sempre levou em consideração a “atividade preponderante” para
definir competências e determinar a ocorrência de fatos
geradores. Considera-se atividade preponderante aquela que
representar o maior percentual da receita bruta da empresa na
média dos últimos 12 meses.
Entretanto, em recente resposta a uma consulta de um
contribuinte, restou definido pela Coordenação Geral de
Tributação (Cosit) da Receita Federal que empresas com duas
atividades diversas submetidas à contribuição previdenciária
substitutiva devem aplicar, sobre a receita total, a porcentagem
referente à atividade principal.
O entendimento está na Solução de Consulta nº 19, publicada
no Diário Oficial da União em 10 de fevereiro deste ano.
No caso específico, a empresa tinha como atividade principal a
execução de obras de terraplenagem e, como secundárias, o
transporte rodoviário de carga municipal e outros serviços.
A Receita Federal estabeleceu, por meio da solução, que, desde
1º de janeiro de 2014, a companhia deve recolher a contribuição
previdenciária substitutiva “em função de sua atividade
principal”.
Assim, deve usar como base de cálculo a receita bruta relativa a
todas as suas atividades e, como alíquota, o percentual de 2%. A
alíquota referente à outra atividade seria menor, de 1%.
Muitos especialistas discordam dessa interpretação, mas uma
coisa é certa: a Receita Federal sempre norteou seu entendimento
pelo “princípio da autonomia do estabelecimento” (unidade de
negócio) e pela “atividade preponderantemente desenvolvida
pela empresa”.
Em alguns casos, é possível simplesmente proceder a uma
alteração do CNAE do CNPJ de tal forma a indicar como
atividade principal aquela que tenha alíquota mais favorável
(menor).
Não descartamos ainda a hipótese de proceder a uma nova
consulta, específica para o contribuinte, na medida em que
existem diversas interpretações divergentes sobre um mesmo
tema. Se o resultado vier a ser desfavorável, sugerimos socorrerse do Judiciário, ingressando com ação judicial visando a
adequar a lei ao caso concreto e estabelecer de forma justa a
tributação decorrente da “desoneração da folha”.
Por fim, ressaltamos que, em matéria tributária, é
imprescindível traçar cenários, fazer projeções, realizar cálculos
e planejar de forma a diminuir a participação do erário no lucro
das empresas.
*Luiz Fernando Martins Macedo é sócio-fundador do
escritório Martins Macedo e Advogados Associados
Novembro/Dezembro 2014
Entrevista
Elemento vital
H2Life Brasil desenvolveu um equipamento móvel que é uma
verdadeira estação de tratamento de água, uma alternativa de
baixo custo, moderna e flexível diante da diminuição do volume
potável disponível para a população
Por Tatiana Alcalde
A
pesar de o Brasil deter aproximadamente 12% de toda a
água potável do planeta, boa parcela
está poluída, tornando cada vez mais
caros e complexos os sistemas de
tratamento para garantir o abastecimento da população.
Soma-se a isso a atual crise hídrica
que assola São Paulo e põe em xeque
a eficiência da gestão das águas no
País. Com chuvas escassas, ficaram
evidentes tanto a fragilidade quanto
as falhas do sistema de tratamento e
distribuição.
Segundo estudo feito pelo Instituto
Trata Brasil, cerca de metade da água
que desce pelos ralos vai parar, em
forma de esgoto sem tratamento, em
rios, córregos e represas da capital
paulista. Com apenas 38,7% do
volume tratado, São Paulo ignora um
estoque de água equivalente a dois
Sistemas Cantareira. Se fosse tratada
de forma devida, poderia ser
reutilizada e a crise, amenizada.
O reúso da água, não só para
limpeza e irrigação, não é um
conceito novo e é praticado em
diversos países há muitos anos.
Estados Unidos, Austrália e Bélgica,
por exemplo, reaproveitam a água,
tornando-a potável novamente.
36
APELMAT - SELEMAT
A estação compacta da H2Life trata,
filtra e desinfeta todo tipo de água, tornando potável
até mesmo as que estão nas piores condições de qualidade
A H2Life Brasil, uma empresa que faz parte do Grupo Loeches,
lançou recentemente, uma alternativa de baixo custo, moderna e
flexível: um equipamento móvel que é uma verdadeira estação de
tratamento.
Desenvolvido e construído após seis anos de pesquisa, o sistema
trata, filtra e desinfeta todo tipo de água, tornando potável até mesmo
as que se encontram nas piores condições de qualidade.
“Esse é um mercado em ascensão principalmente pela notável
diminuição do volume de água potável disponível para a população”,
comenta Leandro Pitarello, engenheiro químico da empresa. “Nosso
maior desafio é que as pessoas possam se conscientizar de que nossas
estações têm eficiência similar ou superior aos sistemas de
tratamento convencionais.”
Confira a entrevista concedida à Revista
Apelmat/Selemat em que Pitarello fala sobre o
equipamento e suas aplicações, inclusive no
segmento da construção civil.
Revista Apelmat/Selemat Quando a solução da
H2Life foi desenvolvida?
Leandro Pitarello O início se deu no ano de 2008,
quando foi percebida a necessidade de se tratar água
em situações emergenciais, como em cidades ou
comunidades atingidas por inundação em períodos
de chuva. Nesses casos, as pessoas que não teriam
acesso à água potável precisavam de uma solução
compacta, móvel, de fácil logística e que atendesse a
suas necessidades urgentes.
RAS Como funcionam e qual o custo dos sistemas
de tratamento atuais? Qual é a diferença em relação
ao H2Life?
LP O custo varia, dependendo do tamanho da
população que o sistema irá abastecer, por isso é
difícil precisar o valor real. Apesar disso, sabemos
que é elevado, pois está diretamente ligado à
necessidade da realização de uma obra civil para o
recebimento da estação de tratamento. Ou seja, as
estações convencionais demandam uma
considerável área física e obras para que possam ser
devidamente instaladas. Isso encarece o projeto e,
consequentemente, o tratamento da água. A
diferença é que a estação H2Life é compacta,
portanto requer pouco espaço e não demanda
grandes empreendimentos civis para sua instalação,
podendo reduzir o valor do custo de tratamento.
RAS Vocês afirmam que a solução da H2Life
apresenta redução do consumo de água e energia
quando comparada aos sistemas convencionais. O
que gera essa condição?
LP As soluções são compactas. Uma estação
H2Life de tamanho reduzido pode ter a mesma
capacidade de tratamento de uma grande
convencional porque, na etapa de filtração, utiliza
tecnologias como a microfiltração, ultrafiltração,
resina de troca iônica, nanofiltração e osmose
reversa, dependendo da qualidade da água de entrada
e da destinação esperada.
RAS Essa é uma solução que pode ser adotada por
cidades ou só por indústrias?
LP Nossas soluções podem ser aplicadas em todos
os tipos de indústrias, residências, empreendimentos
agropecuários, condomínios residenciais e
comerciais, cidades, comunidades e todos os lugares
que necessitam de água tratada. Nossos
equipamentos podem ser usados para o tratamento e
potabilização de diversas atividades e para
aplicações variadas, como a potabilização de águas
de rios, lagos, poços, minas e outros tipos de corpos
d'água, reúso de efluentes industriais e domésticos,
dessalinização de diferentes tipos de água e melhoria
da qualidade da água de abastecimento público.
Na etapa de filtração, a H2Life
utiliza tecnologias como a microfiltração, ultrafiltração,
resina de troca iônica, nanofiltração e osmose reversa,
dependendo da qualidade da água de entrada e da destinação
RAS Diante da escassez em São Paulo, é uma
solução sustentável para fins de reúso ou também
para o abastecimento humano?
LP Certamente é uma solução sustentável e eficaz
também para o abastecimento humano.
RAS Você poderia contar a experiência de um
cliente?
LP Temos clientes que adquiriram nossas
máquinas para o reaproveitamento de esgoto em
canteiros de obras. Antes da instalação da H2Life,
todo o esgoto gerado nesses empreendimentos era
descartado. Depois de instalada, o esgoto que seria
descartado passou a ser tratado e reutilizado em
atividades como limpeza de pátios e rega de plantas.
A economia se dá por meio da diminuição do
consumo de água potável e consequente redução do
esgoto gerado.
Novembro/Dezembro 2014
37
Reportagem de Capa
Visão de futuro
Mesmo longe de ser uma ciência exata, o planejamento é uma
ferramenta valiosa para que as empresas sobrevivam até nos
cenários mais hostis
Por Denise Marson
P
ensar antes de agir. Essa é a
premissa básica de um bom
planejamento, fundamental para
orientar as tomadas de decisões mais
importantes da vida, sobretudo nos
negócios. Em um segmento
estratégico como o da construção
civil, que envolve grandes
investimentos e é suscetível aos
movimentos econômicos, essa é uma
etapa imprescindível na condução da
empresa e que, nas palavras do
professor de estratégia da Faculdade
de Administração e da Pósgraduação da Fundação Armando
Alvares Penteado (Faap) José Sarkis
Arakelian, resulta em “organização,
diminuição do desperdício, melhoria
na operação e análises mais
adequadas de cenário”.
“O planejamento leva ao
estabelecimento de metas e
objetivos claros, o que fará com que
muitas vezes ações cotidianas de
prospecção de clientes e mercados,
além da estrutura da operação,
possam ser mais claramente
definidas e mais bem organizadas”,
comenta o professor.
38
APELMAT - SELEMAT
José Sarkis Arakelian, da Faap
“A administração é uma
ciência de probabilidades”
Na opinião dele, o segmento de construção civil passou por um
período de forte expansão, durante o qual muitas empresas
cresceram de forma desordenada. “Por essa razão, esse mercado
provavelmente passará por um realinhamento, tanto em volumes de
obras como em preço, o que exigirá das companhias uma
reestruturação racional de seu modelo de negócio”, analisa.
É importante destacar, porém, que, por mais consagrado que o
planejamento esteja em todos os setores de atuação, não se trata de
algo infalível – e, portanto, não é uma fórmula garantida de sucesso.
“A administração é uma ciência de probabilidades. É uma ciência
social aplicada, não é exata. É claro que você pode fazer tudo errado e
dar certo, da mesma forma que pode fazer tudo certo e dar errado.
Novembro/Dezembro 2014
Reportagem de Capa
Mas não tenha dúvida de que, com planejamento
adequado, estratégia, envolvimento e implantação
correta, a possibilidade de ser bem-sucedido é
tremendamente maior”, afirma Arakelian.
História e técnicas
Aprimorar constantemente o planejamento da
empresa é uma das receitas para que aquilo que foi
idealizado se torne cada vez mais próximo da
realidade. Para isso, um bom ponto de partida pode
ser um aprofundamento nos conceitos que apoiam as
principais técnicas.
Segundo Arakelian, a compreensão de planejar, tal
como conhecemos hoje, vem das definições da
função do administrador trazidas pelo engenheiro
Jules Henri Fayol, no início do século 20, na escola
clássica da administração. “Naturalmente, o
planejamento por si não se iniciou aí, pois existe
desde os primórdios do ser humano, das atividades
mais básicas como recolher comida, caçar... depois
veio a agricultura e, por fim, o militarismo”, observa.
Já quando associado à palavra “estratégia”, dando
origem ao difundido termo “planejamento
estratégico”, o primeiro nome associado ao conceito
é o do filósofo chinês Sun Tzu, cuja obra A Arte da
Guerra teria sido escrita mais de 400 anos antes de
Cristo. Dentro da escola de administração, o
professor cita outros principais pensadores que
abordaram o tema: Igor Ansoff, Michael Porter,
Henry Mintzberg, C.K. Prahalad, Robert Kaplan e
David Norton.
Em termos práticos, o planejamento deve ser
adequado às especificidades de cada tipo de negócio.
De acordo com Arakelian, é o tipo de atividade
exercida em cada empresa que vai definir, por
exemplo, a periodicidade com a qual essa atividade
deve ser revalidada.
“Em cada mercado há um ciclo diferente. Se seu
negócio é o desenvolvimento de uma usina de
energia, o plano estratégico e seu ciclo de validação e
revisão podem ser bienais ou até quinquenais. Por
outro lado, se você desenvolve aplicativos para
smartphones, uma revisão estratégica semestral
pode ser insuficiente”, exemplifica. “Via de regra,
negócios em ramos considerados tradicionais têm
por padrão planejamentos de longo prazo, de três a
cinco anos, com revisões e realinhamentos anuais,
salvo alguma mudança brusca de mercado ou
situação que pode gerar revisão não prevista, mas
sempre bem-vinda.”
40
APELMAT - SELEMAT
Como aplicar
Apesar de toda essa flexibilidade e das variáveis
envolvidas, o planejamento não é uma opção: ele é
obrigatório. É essa a avaliação do coordenador de
graduação e pós-graduação da Trevisan Escola de
Negócios, Ricardo Cintra. Para ele, sem
planejamento, uma empresa trabalha no escuro. “Eu
digo que ele é necessário até para ir ao cinema num
domingo à tarde. Em uma atividade mais complexa,
como a empresarial, não planejar é inadmissível.
Seria uma falha gravíssima, um erro de competência
que não deve ser tolerável”, sentencia.
Para Cintra, antes de esboçar mudanças, é preciso
fazer um diagnóstico da situação atual da empresa. A
partir de então, é possível avançar para o segundo
passo: o desenho de objetivos de curto e longo prazo.
“Normalmente, eles visam a corrigir algum
problema que foi diagnosticado na etapa inicial”,
explica.
Ainda dentro da segunda etapa, é necessário
definir as metas. Nesse momento, é importante
diferenciar o que seriam “objetivos” e “metas”. “No
‘objetivo’, você estabelece um ponto a alcançar
como um nível de qualidade, um serviço que se quer
prestar ou um ganho de valor para o produto. É ‘onde
se quer chegar’”, descreve. “Já a ‘meta’ quantifica o
objetivo, ou seja, determina um valor que deve ser
atingido.”
A etapa seguinte envolve a discriminação de
obstáculos e fatores catalisadores (estimulantes). De
acordo com Cintra, no primeiro grupo encontram-se
“itens que vão dificultar ou tornar mais complexos o
atingimento dos objetivos ou metas” e, consequentemente, os catalisadores são aqueles que irão ajudar no cumprimento destes.
“Os obstáculos
devem ser listados para que possam ser contornados, e os catalisadores, por sua
Ricardo Cintra,
da Trevisan
Escola de Negócios
“Em uma atividade mais
complexa como a
empresarial, não
planejar é inadmissível”
vez, devem ser usados para que trabalhem a seu favor”, explica.
“Se o gestor não interferir, os catalisadores ficam ‘parados’. Por
isso, é preciso fazer com que esses elementos benéficos atuem
para atingir as suas potencialidades.”
Por fim, a última etapa do planejamento trata justamente da sua
revisão. “Todo item deve ser realimentado. Por exemplo, se
trabalhei durante dois anos para abrir uma filial em Fortaleza,
quando isso se concretizar tenho de acompanhar, consultar o
resultado e checar o registro do planejamento”, recomenda.
Cintra ressalta também a diferença entre “planejamento”, que
seria a ação de planejar, e “plano”, que seria o documento que
resulta do planejamento, seja ele registrado fisicamente
(documento impresso) ou digitalmente (arquivo de computador,
e-mail etc.).
Cenários
Para Cintra, além de seguir os passos descritos anteriormente, o
planejamento deve considerar diferentes cenários. “Não se pode
fazer um planejamento apenas baseado na decisão da empresa. É
preciso pensar nas variáveis e externalidades. Nenhum
empresário, por exemplo, tem influência sobre a variação de
câmbio. Há companhias mais sensíveis e outras menos sensíveis,
mas essa flutuação pode afetar as que trabalham com matériaprima importada”, cita.
Uma forma simples de pensar sobre essas variáveis é lidar com,
pelo menos, três cenários. “Há nomes diferentes, mas a ideia é
representar a melhor conjuntura possível. Um cenário pode ser
chamado de otimista. O segundo tipo, que seja absolutamente
indesejável, pode ser nominado de pessimista. E há um
intermediário, que seria o mais próximo do que possa acontecer”,
explica. “Mesmo dentro do pior contexto, a empresa não pode
fechar. É por isso que ela deve se preparar para uma situação
hostil. Ela não vai para onde o vento sopra, mas aprende a
trabalhar com o vento.”
Na opinião de Cintra, o planejamento é muito valioso para os
profissionais do setor de locação de equipamentos. “Os clientes
deles são empresas intensivas de capital para as quais não é
vantajosa a imobilização com a aquisição de máquinas pesadas e,
por isso, trabalham com aluguel. O fornecedor, por sua vez, pode
atuar em cima do plano de obra para saber quais equipamentos
deverão ser locados”, sugere. “Isso pode ser vantajoso para o
cliente, que utilizará esse plano como fator de negociação de
preço, e também para o locador, que poderá fazer uma melhor
gestão do seu fluxo de caixa.”
O coordenador da Trevisan enfatiza, porém, que o
planejamento jamais deve ser encarado como uma adivinhação
do que irá acontecer. “Essa seria uma visão muito míope. Ele é o
que prepara a empresa para o futuro”, sublinha, acrescentando
que a equipe responsável por esse trabalho precisa ter bastante
vivência em gestão, mas sem excesso de autoconfiança. “A partir
do momento em que acreditamos que conhecemos muito a ponto
de não precisarmos nos preocupar, estamos correndo riscos
gravíssimos”, finaliza.
Novembro/Dezembro 2014
Especial
É preciso pensar positivo
Apesar dos números negativos deste ano e das perspectivas
econômicas pouco favoráveis para o Brasil, o setor de construção
civil espera por bons resultados em 2015
Por Denise Marson
O
timista por definição e com
inúmeras oportunidades no
horizonte, porém enfrentando
desafios além do desejável. Esse é o
retrato do segmento da construção
civil no País. Contrariando todas as
expectativas, elevadas principalmente em razão da realização da
Copa do Mundo, o setor teve um
resultado muito aquém do esperado
em 2014. Segundo a Tendências
Consultoria, o desempenho, quando
medido pela produção física de
materiais de construção (ICCIBGE), deve cair 4,7% neste ano
comparativamente a 2013. E o PIB
setorial tem tudo para atingir um
índice muito fraco.
“A questão da enorme incerteza
eleitoral, associada às paradas na
produção e no comércio por conta do
Campeonato Mundial de Futebol, se
refletiu na queda da confiança dos
agentes econômicos e foi determinante para esse cenário”, opina
Amaryllis Romano, analista setorial
e de inteligência do mercado da
consultoria. Na opinião dela, a
reeleição da presidente Dilma
Rousseff pode trazer novas
perspectivas para a construção civil,
mas futuros bons resultados
dependem muito mais da adoção de
um plano estratégico de crescimento
econômico para o País do que do
simples início de um novo governo.
44
APELMAT - SELEMAT
Amaryllis Romano,
da Tendências Consultoria
“Nosso prognóstico para a
economia não é muito alvissareiro,
mas a construção ainda pode
ser um destaque positivo”
De acordo com a analista, o segmento tem potencial para caminhar
positivamente no longo prazo, uma vez que representa o motor do
crescimento nacional. Como principais “combustíveis” figuram
tanto o elevado déficit de infraestrutura quanto o de moradias. “No
curto e médio prazo, o desempenho ainda vai depender da efetiva
restauração da confiança dos agentes na condução da política
econômica”, reflete Amaryllis. “Nosso prognóstico para a economia
como um todo não é muito alvissareiro, mas a construção, mesmo em
um mundo ruim, ainda pode ser um destaque positivo.”
Novembro/Dezembro 2014
Moradias em falta
Considerados setores com demandas reprimidas,
moradia, indústria e infraestrutura são responsáveis
por grandes expectativas do segmento em termos de
novas obras. Mas a área mais mencionada pelos
especialistas é a habitacional. Amaryllis cita dados
levantados pelo Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) que dão conta de uma carência de 5,2
milhões de domicílios no Brasil em 2012, índice um
pouco melhor do que os 5,59 milhões estimados no
ano de 2007.
Para se ter uma ideia do tamanho da necessidade,
um estudo feito pela FGV Projetos, em outubro deste
ano, revelou que, em 2013, havia 68,4 milhões de
famílias no País, 3,7% a mais do que em 2012. Até
2024, estima-se que o Brasil terá 16,8 milhões de
novas famílias, sendo 10 milhões com renda familiar
entre um e três salários mínimos.
“Com um déficit estimado para 2014 de cerca de 5
milhões de domicílios, o País terá o desafio de
proporcionar habitações adequadas para mais de 20
milhões de famílias até 2024. Se o programa
habitacional atender pelo menos 51% dessas
famílias, isso representará a necessidade de
construção de 11,2 milhões de habitações sociais, ou
1,1 milhão por ano”, aponta a análise.
Em termos financeiros, o estudo indica que o País
precisará de investimentos de R$ 760,6 bilhões para
a construção de habitações de interesse social. Esse
montante considera R$ 68.134,62 como o valor
médio das habitações e, com isso, projeta que esse
total será distribuído em R$ 76,06 bilhões ao ano
pelos próximos dez anos.
Ao menos parte desse déficit tende a ser resolvido
com o Minha Casa, Minha Vida. O estudo da FGV
Projetos corroborou a importância desse programa
como política permanente de habitação. Segundo o
estudo, na primeira fase foram alocados R$ 34
bilhões, sendo R$ 16 bilhões em subsídios. Para a
etapa 2, foram anunciados recursos de R$ 125,7
bilhões, sendo R$ 72,6 bilhões em subsídios e R$
53,1 bilhões em financiamento. Em setembro deste
ano, o governo brasileiro ampliou a meta do
programa em mais 350 mil, atingindo um total de
2,75 milhões de unidades.
Todos esses números promissores, no entanto, não
serão suficientes caso questões importantes no
âmbito governamental não sejam resolvidas. Para a
analista da Tendências Consultoria, o Brasil precisa
destravar a agenda de concessões e parcerias
público-privadas (ou seja, privatizações) para dar
andamento a muito do que precisa ser feito em
termos de infraestrutura. “E estabilidade econômica
também é fundamental para um cenário de
perspectivas favoráveis ao setor”, completa.
Eurimilson Daniel,
da Sobratema
“O investimento em
infraestrutura está
abaixo do que o
País precisa”
Entraves
Especificamente para as empresas que fazem
locação de equipamentos pesados para construção, o
vice-presidente da Associação Brasileira de
Tecnologia para Construção e Mineração
(Sobratema), Eurimilson Daniel, acredita que
diminuir o tempo ocioso e ocupar a frota disponível
no parque é a prioridade para o futuro próximo.
“Falar que os locadores vão investir mais, crescer e
aumentar o parque que já têm é outra coisa. Se
reduzirmos a ociosidade, já deveremos caminhar
com aspecto positivo”, avalia.
Daniel, que também é diretor da Escad, diz que a
venda de máquinas e equipamentos caiu em 2014 e
tem viés de queda para o próximo ano. A maior parte
do investimento em obras, importantíssimo para o
setor de locação, ainda não se concretizou, pois
depende de alinhamento político. “Do R$ 1,7 trilhão
de investimento, R$ 600 bilhões já foram aplicados.
Outra parte, cerca de R$ 500 bilhões, ainda está
acontecendo, e outros R$ 600 bilhões ainda não
saíram do papel”, resume.
Novembro/Dezembro 2014
45
Especial
Para o empresário, esses aportes certamente trarão
demanda para o setor de locação, mas também
dependem da expectativa de crescimento do PIB. “O
investimento em infraestrutura está abaixo do que o
País precisa. Em 2010 e 2011, os locadores acreditavam em crescimento sustentável e compraram
muitas máquinas. Agora, estão com oferta maior que
a demanda”, explica. Muitos dos equipamentos
disponíveis hoje para locação foram adquiridos em
2010 e devem terminar de ser pagos após cinco anos.
Por isso, o ano que vem poderá ser o momento de
“renovação, inovação e alinhamento”. “Dependendo
do nicho em que atuam, as empresas poderão pegar
novo crédito para renovar o maquinário”, pondera.
Walter Cover, da Abramat
“O mercado foi duramente afetado pelo
pessimismo em relação à economia”
Daniel faz uma ressalva: há empresas que ainda
não conseguiram pagar suas máquinas e podem estar
renegociando suas dívidas. Nesses casos, a
regularização dessa situação é prioridade. “Em
momento de crise, temos de manter os pontos vitais.
Pagar empregados, água, luz, telefone. Quando é
possível sair da pressão racional da manutenção do
negócio, começa-se a pensar estrategicamente.”
Na opinião do vice-presidente da Sobratema, outro
ponto importante para que as empresas do setor não
percam as oportunidades que possam surgir em 2015
é definir uma área específica para atuar. “É preciso
decidir qual é a sua especialidade: fundação de
prédio, indústria, limpeza de rio, periferia, grandes
projetos, infraestrutura... Cada um tem de fazer a sua
lição de casa. Não adianta entrar em um setor em que
não se tem competitividade. Não é aquilo que você
quer, é o que você pode”, recomenda.
46
APELMAT - SELEMAT
E a mão de obra? E a carga tributária?
Levando-se em conta o esfriamento que o setor de
construção civil está vivenciando, problemas como a
falta de mão de obra – recorrente em outros períodos
da economia – atingem as empresas de maneira mais
pontual. Essa é avaliação de Flávio Maranhão,
mestre e doutor em engenharia civil pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (PoliUSP). Apesar disso, ainda existe uma grande
carência em relação aos empregos de média
liderança: mestres e encarregados. “Essas duas
classes de profissionais demandam muito tempo em
canteiro de obras, e as novas gerações não têm se
mostrado dispostas a esperar”, analisa.
Em relação aos engenheiros, Maranhão acredita
que há um problema com a qualidade da formação.
“Nossos cursos de pós-graduação stricto sensu estão
esvaziados, e os de lato sensu não têm dado os
resultados esperados”, avalia. Em sua opinião,
durante a graduação e os primeiros anos de carreira,
os estudantes e recém-formados anseiam por
crescimento rápido e, com isso, não geram
resultados efetivos para as empresas.
Ele também menciona dificuldades quanto à
questão trabalhista nesse setor. Há uma grande
dúvida no que se refere à terceirização das atividades
produtivas. “Alguns fiscais têm questionado a
estratégia dos general contractors (empreiteiros) e a
legalidade de terceirização de atividades-fim. Isso
faz com que o contingenciamento seja maior por
parte das construtoras para evitar sustos futuros”,
comenta.
Além das questões trabalhistas, as empresas do
setor arcam com uma carga tributária bastante alta.
Esse é outro dos problemas importantes com os quais
o segmento de construção civil tem de lidar. “O custo
de nossas principais matérias-primas (cimento e aço)
continua acima da média do resto do mundo, apesar
de nossas empresas serem players globais. E, com
isso, todo o setor acaba sendo impactado”, explica
Maranhão.
Na opinião do especialista, o trabalho da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) para a redução de alguns tributos
foi positivo. Entretanto, o levantamento mais recente
Novembro/Dezembro 2014
Especial
feito pela entidade, divulgado em novembro,
projetava apenas regularidade nas vendas após dois
meses de retomada de desempenho.
Considerando o ano de 2014, o desempenho da
indústria não foi bom. No acumulado de janeiro a
setembro, houve redução de 6,5%. E, nos últimos 12
meses, retração de 4,9%.
Na opinião de Walter Cover, presidente da
Abramat, “o mercado foi duramente afetado pelo
pessimismo em relação à economia, reforçado pela
perda de dias úteis em função da Copa e de feriados,
bem como pelo aumento nas importações”. Diante
desse quadro, a previsão para o fechamento do ano
de 2014 foi revisada e aponta para uma redução de
4,0% em relação a 2013.
Mas nem tudo é tristeza: o consumo de cimento,
principal termômetro do setor de material de
construção, continua a mostrar crescimento. “Hoje,
o consumo per capita brasileiro já é destaque. Ao
longo dos últimos anos, houve um grande
crescimento desse indicador. Entre 1980 e 2002, o
índice cresceu 35% e, a partir de então, mais de
100%”, afirma Maranhão.
Segundo ele, apesar de todos os desafios, há que
ser otimista por natureza. “É preciso ser confiante,
pois há uma necessidade de grandes investimentos.
Se os empresários, que muitas vezes têm fluxo de
caixa negativo por grandes períodos, não
acreditarem no futuro, teremos uma estagnação. Por
conta disso, acredito que temos sempre boas
expectativas.”
Sustentabilidade é a tônica
Em relação aos materiais utilizados pelas
empresas, a sustentabilidade tem ganhado destaque
na construção civil, principalmente em decorrência
da crise hídrica que vem afetando São Paulo e outros
Estados.
Segundo Flávio Maranhão, mestre e doutor em
engenharia civil pela Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo (Poli-USP), companhias
de ponta já começam a investir em iniciativas
importantes para racionalizar o consumo de água em
seus canteiros de obra. “Nosso setor sempre gera
importantes resultados quando é provocado. Entre as
ações utilizadas, há o uso de água cinza, o reúso de
água de lavagem de caminhões-betoneiras e os
circuitos fechados em oficinas”, relaciona.
“Um bom exemplo foi dado pela Camargo Correa
com o lançamento audacioso do programa de
redução de seu gasto hídrico. Já o Grupo Odebrecht
implantou o Projeto Aquapolo, em parceria com a
Sabesp – que fornece água de reúso para todo o
complexo petroquímico de Mauá –, e uma moderna
central de reciclagem de resíduos de construção na
cidade de São Paulo”, explica Maranhão.
48
APELMAT - SELEMAT
Mesmo com essas boas práticas, o professor
acredita que a agenda de sustentabilidade ainda tem
um longo caminho para se tornar prioridade nos
canteiros de obra. Em sua opinião, o setor se
caracteriza por ter ilhas de excelência nesse tema,
mas o nível de disseminação das melhores práticas é
baixo.
Quem presta serviços no ramo da construção civil,
como é o caso dos locadores de equipamentos
pesados, e quer melhorar seus indicadores também
deve estar envolvido com o aprimoramento dos
processos como um todo. “Precisamos de empresas
que sejam parceiras das construtoras, e não simples
fornecedoras de equipamentos”, diz. Maranhão cita
como exemplo o aprimoramento da mistura de
concreto, fazendo com que a dispersão do cimento
ocorra de maneira adequada e, consequentemente, o
consumo se torne mais racional.
“É necessário que os fabricantes realizem
pesquisas nessa linha em conjunto com centros de
pesquisa e universidades para que consigam se
diferenciar no mercado e oferecer ganhos efetivos
aos seus clientes”, acrescenta.
Novembro/Dezembro 2014
Reciclagem
Via de mão única
Sem volta, o caminho para que municípios e empresas se adaptem às
exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos ainda é longo
Por Tatiana Alcalde
S
ancionada em 2010, a Política
Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), Lei Federal 12.305/2010,
estabeleceu uma nova sistemática
para a gestão de detritos. Ela
introduziu o princípio da hierarquia
na gestão de resíduos, enumerando a
sequência de condutas a serem
observadas, promoveu a diferenciação entre resíduos e rejeitos, e
determinou a obrigação de coleta
seletiva e o fim da destinação inadequada, para a qual concedeu prazo de
quatro anos – que se encerrou em
agosto deste ano.
“A diretriz fundamental que
norteia o plano é a observação da
seguinte ordem: não geração,
redução, reutilização, reciclagem,
tratamento dos resíduos sólidos e
disposição final ambientalmente
adequada apenas dos rejeitos, eixo
central da PNRS”, comenta Antonio
Carlos Autorino, gerente de plantas
ambientais da Zcros.
Mais do que fechar lixões, a PNRS
pode levar a avanços concretos, com
ganhos ambientais e econômicos ao
estabelecer novas práticas.
50
APELMAT - SELEMAT
Fabrício Soler, advogado
“A PNRS apresenta um rol de requisitos
mínimos que as empresas devem
observar quando da elaboração do PGRS”
“Os lixões devem ser transformados em aterros sanitários – locais
preparados adequadamente para receber os rejeitos – de maneira a
não contaminar o meio ambiente. Talvez esse seja um dos maiores
desafios da lei”, enfatiza a gerente de território para os segmentos
industriais e de resíduos da Caterpillar, Giovana Foerster.
De acordo com o relatório Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil
2013, elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), é justamente a destinação o
ponto mais deficiente no sistema. Apenas 58,3% do que é coletado
recebe um fim adequado. A outra parcela, que corresponde a 41,7%
do que é coletado, é depositada em lixões ou aterros controlados (que
pouco se diferenciam dos lixões em termos de impacto ambiental).
Novembro/Dezembro 2014
Mesmo com o encerramento do prazo estipulado
para o fim de locais impróprios para destinação final
de resíduos, 3.344 municípios ainda fazem uso deles.
Desse total, 1.569 cidades utilizam lixões, que é a
pior forma de destinação, com o descarte de todos os
materiais diretamente sobre o solo, sem nenhum
cuidado ou tratamento.
Levi Torres, da Abrecon
“O papel da prefeitura seria o de fiscalizar cada transportador
quanto ao tipo de detrito, destino e condições de transporte”
“Apesar dos termos da lei, os municípios
efetivamente não conseguiram se adequar à PNRS e
enfrentarão problemas em função do descumprimento da legislação”, destaca Carlos Silva Filho, diretorpresidente da Abrelpe.
As novas leis preveem multas que podem chegar a
até R$ 6 milhões para as prefeituras que não
adequarem a coleta, o transporte e a destinação dos
resíduos.
Construção civil
A Associação Brasileira para Reciclagem de
Resíduos da Construção Civil e Demolição
(Abrecon) estima que a geração de resíduos de
construção e demolição (RCD) corresponda a algo
entre 50% e 70% da massa total dos detritos sólidos
urbanos.
“Mesmo com a consolidação da Lei 12.305, o setor
ainda sofre com a falta de políticas públicas
municipais”, avalia Hewerton Bartoli, vicepresidente da entidade. “O papel da prefeitura seria o
de fiscalizar cada transportador quanto ao tipo de
detrito, destino e condições de transporte”,
acrescenta Levi Torres, coordenador da Abrecon.
Fabrício Soler, advogado especialista em resíduos
sólidos, lembra que a PNRS reforçou a adoção de
medidas visando à rastreabilidade do que é gerado
pelas empresas de construção civil, especialmente
diante dos riscos associados a eventuais multas
ambientais que podem alcançar a cifra de R$ 50
milhões.
Outro aspecto importante a considerar é a
possibilidade de a companhia e seu representante
legal serem responsabilizados na esfera penal por
crime contra o meio ambiente no caso de destinação
e disposição ambientalmente inadequadas.
“Além disso, a PNRS apresenta um rol de
requisitos mínimos que as empresas geradoras de
resíduos da construção civil devem observar quando
da elaboração de seus Planos de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos (PGRS)”, destaca Soler. “Apenas
como exemplo, um empreendimento do PAC teve as
obras suspensas porque não dispunha de PGRS, o
que ressalta a importância desse instrumento.”
Soler recomenda que as empresas que atuam no
Estado de São Paulo fiquem atentas à temática em
virtude da implementação do Sistema Estadual de
Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos (Sigor),
que tem por objetivo gerenciar as informações
referentes aos fluxos de resíduos do segmento, da sua
geração à destinação final, passando pelo transporte.
Lilian Sarrouf, consultora técnica em
sustentabilidade do SindusCon-SP, comenta que o
primeiro setor a implantar o sistema será o da
construção civil. “O objetivo desse trabalho, que está
sendo desenvolvido pela Secretaria de Meio
Ambiente, Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental (Cetesb) e SindusConSP, é
criar uma ferramenta que facilite a gestão por parte
dos geradores, dos transportadores e do poder
público municipal e estadual”, pontua. “Um
programa-piloto está sendo feito com a cidade de
Santos, e a programação é de que seja implantado em
mais nove cidades em 2015.”
Veja +
No site da Apelmat (www.apelmat.org.br), você lê sobre a responsabilidade compartilhada entre
construtoras e transportadoras e ainda confere a íntegra da resolução do Conama, os detalhes sobre o estudo
da Abrelpe, o que a lei municipal diz sobre o entulho e os equipamentos que se destacam no segmento, além
de obter respostas às principais dúvidas sobre a PNRS.
Novembro/Dezembro 2014
51
Artigo
Os desafios do setor
de infraestrutura
Por Sílvio Ciampaglia*
U
m dos fatores primordiais para
o correto funcionamento do
setor da infraestrutura no Brasil é o
planejamento na execução de obras.
O segmento, por conta da
importância que tem para o
desenvolvimento nacional, não pode
correr o risco de abrir mão do
planejamento, o que aumentaria a
possibilidade da ocorrência de
prejuízos para a população por
impedir a realização das obras.
Ainda dentro desse contexto, a
questão da elaboração de projetos
também deve ser considerada
crucial, uma vez que obra nenhuma
pode ser licitada sem que exista um
projeto definido. Não há como
conceber que uma empresa tenha
condições de participar de uma obra
sem o conhecimento prévio do
projeto, fator fundamental, entre
outras coisas, para a definição
correta do preço.
52
APELMAT - SELEMAT
O Regime Diferenciado de Contratação de Obras Públicas (RDC),
instituído em 2011, teve como objetivo principal simplificar as
concorrências para obras públicas e permitir a redução do prazo das
licitações para até 60 dias. Apesar da boa intenção contida na lei, o
que se viu foi que, por conta da prioridade para os menores preços em
detrimento dos critérios técnicos nas licitações, a aplicação do RDC
não atingiu seus propósitos. Em vez de racionalizar os custos e dar
mais agilidade à execução das obras, a adoção resultou em mais
atrasos.
Artigo
Segundo levantamento do Sindicato da
Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco) e do
Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil
(CAU-BR), no pacote de obras da Copa do Mundo
da Fifa, apenas quatro contratos de um total de 20
empreendimentos incluídos no regime especial
foram concluídos antes do Mundial.
A lentidão nos projetos de
infraestrutura continua sendo
o maior entrave para que
o País cresça de forma sustentável
Outro foco de desperdício de tempo e energia
promovido pelas regras do RDC é o fato de que se
existe uma concorrência com, por exemplo, dez
participantes, são exigidos dez projetos distintos. A
solução para esse problema se mostra simples, pois
basta o órgão contratante delegar a uma empresa a
realização do projeto para que posteriormente ele
seja entregue aos interessados em realizar a obra.
A lentidão nos projetos de infraestrutura continua
sendo o maior entrave para que o País cresça de
forma sustentável, segundo a Fundação Getulio
Vargas (FGV). Em evento sobre infraestrutura
realizado em setembro na sede da entidade, no Rio de
Janeiro (RJ), concluiu-se que os pacotes de
Programas de Aceleração do Crescimento (PACs) do
governo federal são promissores, mas na prática
avançam a passos lentos, muito aquém do que seria
preciso para eliminar os entraves existentes.
Os participantes do encontro avaliaram que o
poder público não tem condições de arcar sozinho
com os grandes recursos necessários, sendo vital
criar um ambiente favorável para a aplicação das
políticas públicas que torne viável a participação da
iniciativa privada tanto regulando de forma
equilibrada quanto desburocratizando os processos.
Caso insistam em continuar com a aplicação do
RDC, as autoridades brasileiras estarão colaborando
para frear o ritmo de desenvolvimento da
infraestrutura nacional.
*Sílvio Ciampaglia é presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (Sinicesp)
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Social
Evento do Mídia Kit
56
APELMAT - SELEMAT
Novembro/Dezembro 2014
Evento da LiuGong Flashback
Social
Novembro/Dezembro 2014
57
Linha Direta Apelmat
PATROCINADOR
EMPRESA
Contato
E-mail / Site
Telefone
Página
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ROMAC
VGM
Sotreq
Ciber
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Divepe
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3ª contracapa
4ª contracapa
05
07
09
11
13
15
17
21
25
27
29
31/33/35
39
41
42/43
47
49
53
54
55
Edmilson Júnior
Paulo Rogério
Reciclotec
Andrea Zomignani
Sergio Reis
Bauko Geraldo
Claudio Terciano
Alberto Rivera
BHM
Fernando Groba
_
Mario Pereira
Sergio
Marcos Dechechi
Alberto Moreira
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_
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Renato Grampa
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(11) 4366-8400
(11) 3718-5044
(11 ) 2605-2269
(11 ) 2159-9000
(11) 3623 1620
(11) 3693-9336
(11) 3504-8600
(11) 2505-6181
(11) 2152-8880
(11) 3478 8966
(43) 3174-9000
(11) 2602-0968
(11) 3173-1010
(11) 99915-9713
(11) 3225-4466
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(11) 3893-1306
(11) 3662-4159
(11) 4304-5255
(11) 99915-9713
(11) 99915-9713
CLASSIFICADOS
EMPRESA
Contato
E-mail / Site
Telefone
ITR
Ecoplan
Everton
Sevilha
Santana
Monte Verde
Montena
Loctrator
AF
Luna
Tecnoterra
Romana
Saluter
Metragem
Seixo
SAT
Dalterra
Empresa F Gonçalves
Fogaça Máquinas
Rodalink
Abevak
LUC Bombas
Monteli
Martins Macedo
Celso
Roberto Cardia
Euler
Valdir
Paulo ou Rose
Marcus Welbi
Eduardo
Mauricio ou Rafael
Afonso
José Spinassé
Hilario
Chacrinha
Vanderlei Cristiano
César Madureira
Paulo ou Eduardo
Miltom Gazano
Adalto
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_
_
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_
(11) 3340-7555
(51) 3041-9100
(11) 3525-8700
(11) 2141-1700
(11) 3771 3787
(11) 5061-7028
(11) 2413-3139
(11) 3686-6000
(11) 5513-4681
(11) 2952-8752
(11) 99934-2681
(11) 3621-4190
(11) 3776-7480
(11) 3782-7474
(11) 2409-4344
(11) 3621-3844
(11) 7846 2358
(11) 96975-6680
(11) 3609-6591
(11) 4448-1891
(11) 5641-0376
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Peças
58
APELMAT - SELEMAT
Locação e Terraplenagem
Página
61
62/63
64/65/66
67
68
68
69
70
71
71
72
72
73
73
74
74
75
75
76
77
78
78
79
79
Serviços
NOVEMBRO
NOVEMBRO
NOVEMBRO
11
13
17
Evento da
BHM Liugong,
realizado na
sede da Apelmat.
Reunião com a
Reunião do Conselho de
Serviços na FecomercioSP
diretoria da
e jantar de
Associação Brasileira
confraternização.
dos Sindicatos e
Associações
Representantes dos
Locadores de Máquinas,
Equipamentos e
Ferramentas - Analoc.
NOVEMBRO
NOVEMBRO
NOVEMBRO
18
26
26
Apresentação do
Mídia Kit Apelmat.
Cat ao Vivo
(visita à fábrica
da Caterpillar) para
novos associados
da Apelmat.
Confraternização
da Sotreq com
associados da
Apelmat em Sumaré (SP).
DEZEMBRO
DEZEMBRO
DEZEMBRO
7
8
13
Missa de 75 anos
da Igreja
Santo Estevão Rei
(padre Joaquim).
Reunião da
FecomercioSP e
do Centro do Comércio
do Estado de
São Paulo (Cecomercio).
Festa de
confraternização
da Apelmat/Selemat.
DEZEMBRO
DEZEMBRO
JANEIRO
15
20
5
Reunião do Conselho
de Serviços na
FecomercioSP.
Início do recesso
de fim de ano na
Apelmat/Selemat.
Retorno das
atividades na
Apelmat/Selemat.
Novembro/Dezembro 2014
59
Classificados
Setor de Peças
Empresa
ITR
Página
61
Ecoplan
62/63
Everton
64/65/66
Sevilha
67
Santana
68
Setor de Locação e Terraplenagem
Empresa
Página
68
Montena
69
Loctrator
70
AF
71
Luna
71
Tecnoterra
72
Romana
72
Saluter
73
Metragem
73
Seixo
74
Celular Marcos Dechechi
SAT
74
(11)
Dalterra
75
Setor de Serviços
Empresa
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Monte Verde
Página
Fernando Gonçalves
75
Fogaça Máquinas
76
Rodalink
77
Abevak
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LUC Bombas
78
Monteli Seguros
79
Martins Macedo
79
APELMAT - SELEMAT
(11)
3722-5022
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Novembro/Dezembro 2014
61
62
APELMAT - SELEMAT
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Vila Guilherme
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Cep: 02066-040
E-mail: [email protected]
Novembro/Dezembro 2014
63
64
APELMAT - SELEMAT
Novembro/Dezembro 2014
65
66
APELMAT - SELEMAT
Novembro/Dezembro 2014
67
68
APELMAT - SELEMAT
Novembro/Dezembro 2014
69
70
APELMAT - SELEMAT
Julho/Agosto 2014
Novembro/Dezembro 2014
71
TECNO TERRA
 Aterros Sanitários
 Mineração
 Escavação Predial
 Nivelamento e Abaulamento de Pista
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72
APELMAT - SELEMAT
Novembro/Dezembro 2014
73
74
APELMAT - SELEMAT
Novembro/Dezembro 2014
75
FOGAÇA
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APELMAT - SELEMAT
Novembro/Dezembro 2014
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Novembro/Dezembro 2014
79
TABELA DE EQUIPAMENTOS
R$ HORA
Caminhão basculante toco
Caminhão basculante truck traçado
Caminhão carroceria toco
Cavalo mecânico com prancha de 30 a 50 toneladas
Caminhão fora de estrada (21t) - RK 430 B - 730 - RD 250 - 769 - R22 - A 25 E
Caminhão fora de estrada (30t) - 770 - HM 350 - A 35 E
Caminhão plataforma 15 toneladas
Caminhão pipa para 6.000 litros
Caminhão pipa para 10.000 litros
Caminhão pipa para 20.000 litros
Caminhão toco espargidos tanque 6.000 litros
Caminhão toco c/ guindaste tipo Munk
Caminhão toco tipo comboio (Prolub AB, lub 6-MP)
Caminhão trucado combinado a vácuo - Capacidade 8.000 litros
Caminhão trucado equipado operações tapa buraco (TBR 500, UMTB-5)
Escavadeira hidráulica pneus (14t) - R140 W7
Escavadeira hidráulica pneus (17t) - LYP - 80 ou similar
Escavadeira hidráulica esteira (14t) - 130.3 - 312 - PC 120 - PC 138 - 140 - PC 130-8 - EC 140
Escavadeira hidráulica (17t) - 80 CFK - FE105 - PC 150 - 315 - 9010 - PC 160 - 175 - EC 140
Escavadeira hidráulica (20t) - SC 150 - S 15 - PC 200 - LC 240-8 - 320 DL - FH 200 - 9030 - 225 - 210 - EC 220D
Escavadeira hidráulica (20t) - Braço longo (JS 220 L) - EC 220DLR
Escavadeira hidráulica Liebherr (30t) - 942 - 330L - FH 270 - PC 350 LC-8 - PC 450 LC-8 - 9040 - 9050 - EC 380D
Escavadeira mecânica (a cabo) - 3/4 J3
Escavadeira mecânica (a cabo) - 1,0 J3
Escavadeira mecânica (a cabo) - 1,5 J3
Manipulador telescópico 14m
Motoniveladora (12t) - 12G - HW 140 - FG 70 - 120 H - 523 R - GD 555 - G 930
Motoniveladora (15t) - 140 B - HW 205 - FG 85 - 140 G - 623 R - GD 655-5 - G 940
Motoniveladora (20t) - RG 200 - G 960
Pá carregadeira esteira - CAT 941 ou similar
Pá carregadeira esteira - CAT 951 - 953 ou similar
Pá carregadeira esteira - CAT 955 ou similar - 963 - 160 HP
Pá carregadeira pneus - W7 - L 30 ou similar - L60F
Pá carregadeira pneus - W 18 - 45 C - FR 10 - L60F
Pá carregadeira pneus - W 20 E - 55 C - FR 12 - 930 - 924 - 621 - DL 200 - DW 200.5 - L 60F
Pá carregadeira pneus - FR 14 - 950 H - L90 - 721 - 150 - W160 - 812 E - 938 - L 70F - L 90F
Pá carregadeira pneus - 966 R - W 36 - WA 320 - 821 - W 190 - 972 H - L 110F - L 1200F - L 150F
Pá carregadeira pneus - 960 G - 980 H - WA 500 - L 220G
Retroescavadeira 4x2 - 480 H - MX 750 - 416 D - JCB 214 - LB 90 - 580 L - RK 406 - BL 60B
Retroescavadeira 4x4 - 416 E - 214 E - LB 90 ou similar - BL 60B - BL 70B
Rolo compactador combinado p/asfalto - CG 141
Rolo compactador combinado (7,5t) Pata ou Liso - VAP 55 - CA 15 - CA 150 - SPV 68 - CS 423 - SD 77
Rolo compactador combinado (7,5t) asfalto - VAP 55 - CA 15 - CA 150 - SPV 84 - CS 423
Rolo compactador combinado (10t) Pata ou Liso - VAP 70 - CA 25 - CA 250 - 3411 - SD 105F - BW 211 - CS 533 - SD 105
Rolo compactador combinado (12t) Pata - XS 120 - SD 105
Rolo compactador combinado (29t) Pata ou Liso - TORNADO - 2520
Rolo compactador tandem (7,5t) - CB 434 - VT 45 - BW 141 AD4 - DD 70
Rolo compactador tandem (8,5t) - BW 151 AD 4 - DD 100
Rolo compactador tandem (10t) - CC 43 - CC 4200 - DD 90 - CB 534 - VSH 102 - DD 100
Rolo compactador pneumático 7 pneus - CP 221 - AP 26 - CP 224 - PT 220
Rolo compactador pneumático 9 pneus - CP 271 - AP 30 - CP 274 - PT 220
Trator compactador - TC 18
Trator de esteiras com lâmina - D4 - D30 - AD7 - D41A - 7D
Trator de esteiras com lâmina - D50 - D 51 - D5 - FD9 - D41E - D6K
Trator de esteiras com lâmina - D6 - AD14 - D60 - 14CT - D65F - D61 - D61 EX-15 - D61 M23
Trator de esteiras com lâmina - D7 - D73E - D6T
Trator de esteiras com lâmina - D170 - (com riper)
Trator de esteiras com lâmina - D8H - D8K - D85 - D 85 EX-15
Trator de esteiras com lâmina - D8L - D8N - D8R
Trator de esteiras com lâmina - SD 32 (com riper)
Trator de pneus com lâmina - D8T - (350 HP) - DU 155 AX-6
Trator de pneus 90 a 100 HP - com grade aradora (agrícola)
Trator de pneus 100 a 120 HP - com grade aradora (agrícola)
Vibroacabadora de asfalto (VDA 600) - ABG 5820
80
APELMAT - SELEMAT
R$ 90,00
R$ 120,00
R$ 90,00
R$ 160,00
R$ 175,00
R$ 205,00
R$ 100,00
R$ 95,00
R$ 120,00
R$ 150,00
R$ 170,00
R$ 130,00
R$ 260,00
R$ 260,00
R$ 170,00
R$ 150,00
R$ 170,00
R$ 130,00
R$ 150,00
R$ 170,00
R$ 260,00
R$ 280,00
R$ 151,00
R$ 177,00
R$ 278,00
R$ 160,00
R$ 170,00
R$ 190,00
R$ 253,00
R$ 121,00
R$ 133,00
R$ 139,00
R$ 80,00
R$ 107,00
R$ 143,00
R$ 165,00
R$ 187,00
R$ 198,00
R$ 92,00
R$ 95,00
R$ 90,00
R$ 100,00
R$ 100,00
R$ 120,00
R$ 120,00
R$ 160,00
R$ 118,00
R$ 125,00
R$ 138,00
R$ 130,00
R$ 143,00
R$ 150,00
R$ 130,00
R$ 170,00
R$ 180,00
R$ 220,00
R$ 297,00
R$ 242,00
R$ 286,00
R$ 480,00
R$ 400,00
R$ 82,00
R$ 99,00
R$ 220,00
ROMPEDORES ACOPLADOS EM:
Miniescavadeira / Escavadeira / Retroescavadeira
R$ HORA
Rompedor 250 kg
R$ 121,00
Rompedor 400 kg
R$ 143,00
Rompedor 600 kg
R$ 165,00
Rompedor 900 kg
R$ 220,00
Rompedor 1.200 kg
R$ 275,00
Rompedor 1.500 kg
R$ 300,00
Transporte dos equipamentos não incluso / Inclusos nos valores acima: operação e óleo diesel
Mínimo de locação diária de 9 (nove) horas/mensal = 200 (duzentas) horas
MINIMÁQUINAS
R$ HORA
Minicarregadeira c/vassoura - S 130 ou similar - MC 60B ou C
R$ 99,00
Minicarregadeira de pneu Bob Cat - S130 - Cat 216 - Volvo MC 60 ou similar
R$ 75,00
Minicarregadeira de pneu Bob Cat - S185 - Cat 232 - Volvo MC 80 ou similar
R$ 85,00
Miniescavadeira 2.6 toneladas X325 - 302.5 - 328 - EC 27
Miniescavadeira 5.0 toneladas E50 - 55V Plus - 303.5C - EC 55
R$ 90,00
R$ 105,00
Miniescavadeira 5.0 toneladas (pneus) R55 W7
R$ 110,00
Miniescavadeira 8.0 toneladas 308 CR - 75-V - ECR 88
R$ 120,00
Minirretroescavadeira JOY ICX JCB
R$ 80,00
(Os equipamentos acima aceitam acoplar implementos como fresas, perfuradores, rompeadores etc. (Consulte o locador)
Transporte dos equipamentos não incluso / Inclusos nos valores acima: operação e óleo diesel
Mínimo de locação diária de 9 (nove) horas/mensal = 200 (duzentas) horas
ROLOS PEQUENOS
R$ HORA
Rolo compactador Tandem 1,5 t - RD12 - DD16 - LR95
R$ 55,00
Rolo compactador Tandem 2,0 t - CG11 - CB214
R$ 65,00
Rolo compactador Tandem 2,5 t - CB224 - RD27 - DD25
R$ 70,00
Rolo compactador Tandem 3,5 t - DD30 ou similar
R$ 75,00
Transporte dos equipamentos não incluso / Inclusos nos valores acima: operação e óleo diesel
Mínimo de locação diária de 9 (nove) horas/mensal = 200 (duzentas) horas
GUINDASTE RODOVIÁRIO
R$ HORA
Guindaste - 25 toneladas
R$ 130,00
Guindaste - 30 toneladas
R$ 150,00
Guindaste - 35 toneladas
R$ 170,00
Guindaste - 50 toneladas
R$ 250,00
Guindaste - 60 toneladas
R$ 280,00
Guindaste - 70 toneladas
R$ 300,00
Transporte dos equipamentos não incluso / Inclusos nos valores acima: operação e óleo diesel
Mínimo de locação diária de 9 (nove) horas/mensal = 200 (duzentas) horas
Novembro/Dezembro 2014
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